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Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho
Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10054A3F4C1D486590.
Recorrente: EQUATORIAL ALAGOAS DISTRIBUIDORA DE ENERGIA S.A.
Advogado: Dr. Eduardo Lycurgo Leite
Advogado: Dr. Rafael Lycurgo Leite
Recorrido: DOMINGOS DE OLIVEIRA E OUTRO
Advogado: Dr. Aleph Cavalcante Santos
Advogado: Dr. Hugo Henrique de Almeida Lopes
GVPACV/mhg/sp
DECISÃO
Firmado por assinatura digital em 01/08/2023 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que
instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
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que o acórdão recorrido “não se manifestou sobre todos os temas levantados no Agravo, ou
quando o fez, realizou análise extremamente sucinta”.
Eis o teor da decisão recorrida:
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poderiam ser quitadas pela referida norma coletiva, uma vez que
seu item 6.4 da cláusula 6ª ("Fica ajustado que, com a construção
dos Programas de Participação nos Lucros ou Resultados para os
anos de 2019 e 2020, as partes dão total quitação de todos os
programas de PLR dos anos anteriores") estabelece compensação
impossível de ser usufruída pelos reclamantes, na medida em que
foram dispensados em julho de 2019, "não se beneficiando dos
PLRs de 2019 e de 2018, revelando-se assim cláusula lesiva ao
direito indisponível dos autores, bem como enriquecimento sem
causa da recorrida".
Assim, não há falar em negativa na entrega da jurisdição,
mas em inconformismo da parte, pois houve apreciação das
questões essenciais ao deslinde da controvérsia, cumprindo
registrar que a decisão desfavorável à parte que recorre não
equivale à decisão não fundamentada nem à ausência de
prestação jurisdicional. Ademais, a questão envolvendo o teor dos
arts. 7º, XI e XXVI, e 8º, VI, da CF e da Lei nº 10.101/2000 ostenta
caráter estritamente jurídico, o que, por si só, inviabilizaria a
configuração da apregoada nulidade, tendo em vista que a
simples oposição de embargos de declaração induz o
prequestionamento ficto da matéria jurídica invocada,
autorizando o seu imediato enfrentamento nesta esfera recursal,
consoante a diretriz da Súmula nº 297, III, do TST e a expressa
dicção do artigo 794 da CLT. Patente, pois, que o aludido
entendimento não contraria a jurisprudência desta Corte, de
modo que não se identifica a existência de transcendência
política.
Por sua vez, a discussão jurídica trazida ao debate não é
inédita nem se constata ofensa à garantia social
constitucionalmente assegurada, pelo que não se constata
transcendência social ou jurídica em relação ao tópico.
Em relação ao tema "PLR 2018", o Tribunal de origem
condenou a reclamada ao pagamento da PLR referente ao
exercício 2018, ao fundamento de que a reclamada, ao alegar em
sua defesa que a quitação das PLRs anteriores (incluindo aí a de
2018) teria sido pactuada no ACT de 2019/2021, admitiu a
existência desse direito e o não pagamento daquelas parcelas, as
quais, no entanto, não poderiam ser quitadas pela referida norma
coletiva, uma vez que seu item 6.4 da cláusula 6ª ("Fica ajustado
que, com a construção dos Programas de Participação nos Lucros
ou Resultados para os anos de 2019 e 2020, as partes dão total
quitação de todos os programas de PLR dos anos anteriores")
estabelece compensação impossível de ser usufruída pelos
reclamantes, na medida em que foram dispensados em julho de
2019, "não se beneficiando dos PLRs de 2019 e de 2018,
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revelando-se assim cláusula lesiva ao direito indisponível dos
autores, bem como enriquecimento sem causa da recorrida".
Com efeito, a decisão recorrida acerca da comprovação do
direito dos reclamantes à PLR de 2018 e da impossibilidade de
sua quitação pelo ACT de 2019/2021 está lastreada nas premissas
fático-probatórias delineadas pelo Regional, e o entendimento
adotado não contraria as regras de distribuição do ônus da prova
nem a jurisprudência deste Tribunal Superior do Trabalho, de
modo que não se constata a existência de transcendência política.
Da mesma forma, não se constata transcendência social ou
jurídica, uma vez que a questão debatida não é nova nem gira em
torno de ofensa a direito social assegurado na Carta Magna.
No que tange ao tópico "HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS", o
Regional entendeu que, "tendo em vista a concessão dos
benefícios da justiça gratuita aos recorrentes, merece reforma a
sentença para excluir sua condenação no pagamento de
honorários sucumbenciais, em face da declaração da
inconstitucionalidade do artigo 791-A, § 4º, da CLT por esta Corte
Regional, uma vez que o dispositivo celetista que permite o
pagamento dos honorários advocatícios pelo beneficiário da
Justiça Gratuita viola claramente a garantia constitucional do
acesso à Justiça instituída pelo art. 5º, LXXIV, da Constituição
Federal".
Embora o art. 791-A, § 4 °, da CLT, introduzido pela Lei nº
13.467/2017, tenha previsto que o empregado beneficiário da
Justiça gratuita seja condenado ao pagamento de honorários de
sucumbência, se sucumbente no processo, o Supremo Tribunal
Federal, no julgamento da ADI nº 5766, declarou a
inconstitucionalidade do referido dispositivo, conforme Ata
publicada no DJe nº 217, divulgado em 4/11/2021, ao fundamento
de que a referida norma é inconstitucional por obstaculizar o
acesso à Justiça do Trabalho e à garantia da assistência judiciária
gratuita ao trabalhador hipossuficiente.
Dessa forma, diante do caráter vinculante da decisão
proferida pela Suprema Corte e estando o acórdão recorrido em
conformidade com o referido entendimento, a questão trazida
não ostenta transcendência política.
Por sua vez, a questão jurídica trazida ao debate foi
decidida pelo Supremo com efeito vinculante, razão pela qual a
matéria não ostenta transcendência social ou jurídica.
Finalmente, não se vislumbra a existência de
transcendência econômica, uma vez que tanto o valor atribuído à
causa na inicial (R$12.077,27, à fl. 13) como o montante
previamente arbitrado à condenação em sede ordinária
(R$12.000,00, à fl. 301) não possuem elevada expressão
econômica.
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Pelo exposto, denego seguimento ao agravo de
instrumento.
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No que se refere ao tema PLR 2018, a decisão agravada não reconheceu
a transcendência da causa, uma vez que restou comprovada a ausência de
quitação quanto à PLR 2018 dos reclamantes e não demonstrada a violação à
regra de distribuição do ônus da prova, na medida em que a própria
reclamada, ao apresentar sua defesa, consignou que no ACT 2019/2021
constava a quitação das PLRs anteriores, aí incluída a PLR de 2018. Referida
quitação, contudo, foi considerada inválida, tendo em vista se tratar de
cláusula lesiva ao direito indisponível dos empregados, eis que não lhes foi
possível usufruir da compensação estabelecida diante da dispensa em julho
de 2019.
Não se vislumbrou a ofensa aos arts. 7º, XI e XXVI, da CR, pois a o direito
à PLR foi assegurado, assim como reconhecida a ACT pactuada para o período
de 2019/2021, tendo sido considerada lesiva apenas a cláusula que previa a
quitação das PLRs anteriores, uma vez que a compensação não era passível
de usufruto pelos reclamantes, que foram dispensados em julho de 2019.
O art. 8º, VI, da CR, trata da obrigatoriedade de participação do sindicato
nas negociações coletivas de trabalho, o que não se discute no presente caso.
Por fim, a invocação da Lei 10.101/2000, sem a delimitação do artigo
violado, não cumpre o requisito previsto no artigo 896, § 1º-A, II, da CLT
(Súmula 221 do TST).
Diante do exposto, porque não desconstituídos os fundamentos da
decisão recorrida, nego provimento ao agravo.
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julho de 2019”.
De tal modo, e ante a delimitação do acórdão, o acolhimento da
alegação da parte no sentido de que não poderia ser condenada ao pagamento dos
reflexos da PLR 218 ao argumento de que o benefício não existia, esbarra na diretriz
traçada na Súmula n° 279 do Supremo Tribunal Federal, segundo a qual “Para simples
reexame de prova não cabe recurso extraordinário”.
Nesse sentido, citam-se os seguintes precedentes da Corte
Suprema:
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Não cabe recurso extraordinário por contrariedade ao princípio
constitucional da legalidade, quando a sua verificação pressuponha rever a
interpretação dada a normas infraconstitucionais pela decisão recorrida.
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