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DECISÃO
Daí o presente recurso ordinário, no qual afirma, em breve síntese, que após
cumprir condições impostas e período de prova de revogação condicional de processo
com o qual foi beneficiado, nos termos do art. 89 da Lei n. 9.099/1995, sem revogação,
foi declarada extinta a sua punibilidade, com expedição dos devidos ofícios para baixa
das anotações em nome do recorrente.
Alega que, entretanto, seu nome ainda consta de registros públicos, os quais
podem ser acessados, violando sua vida privada e intimidade, sendo que o recorrente
possui o direito líquido e certo a que os dados sejam excluídos dos cadastros do IIGRD e
dos sistemas dos cartórios de distribuição.
Aduz que qualquer pessoa que tenha em seu ciclo de amizades um agente
público, pode ter acesso a essa informação e divulgar indevidamente.
Assevera que "se a existência dessas informações não é suficiente e nem pode
fundamentar o conceito de 'maus antecedentes' tanto pelo decurso do tempo como
porque não houve sentença penal condenatória, não é crível manter tais registros apenas
a pretexto de justificar a memória fática e integrar o acervo histórico do poder
judiciário" (fl. 120).
É o relatório.
Decido.
Na mesma esteira, o art. 748 do Código do Processo Penal determina que "A
condenação ou condenações anteriores não serão mencionadas na folha de antecedentes
do reabilitado, nem em certidão extraída dos livros do juízo, salvo quando requisitadas
por juiz criminal."
Por outro lado, não se pode olvidar que as informações devem ser
preservadas, para eventual acesso do Juízo criminal, nas hipóteses previstas pela
legislação penal e processual penal em vigor, não havendo que se falar em exclusão
definitiva dos dados, mas apenas na devida restrição ao acesso pelo público em geral.