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PEDIDO BACENJUD (SISBAJUD),

INFOJUD E RENAJUD
SENHOR JUIZ DE DIREITO DA____________ VARA CÍVEL DA
COMARCA DE ____________ DO ESTADO DE ____________.

PROCESSO nº 0000000000000000000000.202xx

FULANO DE TAL, já devidamente qualificado nos autos em epígrafe, em que contende com
BELTRANO DE TAL, por intermédio de seus advogados, vem perante este Juízo, em atenção
à intimação de mov. ___________,

para expor e REQUERER o que segue:

1- PEDIDO DE BLOQUEIO SISBAJUD

Diante do inadimplemento do devedor, mesmo após ser citado para a presente execução e, em
homenagem à regra prevista pelo art. 835 do CPC, a qual estabelece a preferência da penhora
em dinheiro – em espécie ou em depósito/aplicação –, requer-se o prosseguimento do feito por
meio do bloqueio online de valores, nos termos do art. 854 do CPC, utilizando-se o
procedimento SISBAJUD.

Cumpre ressaltar que referida penhora consiste no bloqueio/apreensão do dinheiro


eventualmente localizado nas contas e aplicações do devedor, mas a alienação dos respectivos
valores apenas ocorrerá com a autorização de expedição de alvará e consequente levantamento.
Este é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça:

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. EMBARGOS


DE TERCEIRO. PENHORA ONLINE DE VALORES. CONTA BANCÁRIA
CONJUNTA DA EMBARGANTE E SEU CONJUGE. POSSIBILIDADE.
ACÓRDÃO EM SINTONIA COM O ENTENDIMENTO FIRMADO NO STJ.
SÚMULA 83 DO STJ. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. SUCUMBÊNCIA
RECÍPROCA. BENEFÍCIO DE ASSISTÊNCIA JUDICIARIA INDEFERIDO NA
ORIGEM. MATÉRIA QUE DEMANDA REEXAME DE FATOS E PROVAS.
SUMULA 7 DO STJ. AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO.

“O acórdão recorrido julgou no mesmo sentido da Jurisprudência desta Corte


Superior, que possui entendimento no sentido que: ‘Em hipótese de utilização do
sistema BACEN-JUD, considera-se realizada a penhora no momento em que se dá a
apreensão do dinheiro depositado ou aplicado em instituições financeiras, mas a
alienação somente ocorre com a colocação do dinheiro à disposição do credor, o que
acontece com a autorização de expedição de alvará ou de mandado de levantamento

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em seu favor, devendo este ser o termo ad quem do prazo de 5 (cinco) dias para
apresentação dos embargos de terceiro.’ [...]”.
(STJ – AgInt no AREsp n. 1.613.335 – Quarta Turma – Rel. Min. Luis Felipe
Salomão – 13/08/2020).

Dessa forma, REQUER-SE o prosseguimento do feito, nos termos


dos artigos 835, inciso I e 854, do CPC, aplicando-se o procedimento Prosseguimento
SISBAJUD, a fim bloquear valores eventualmente localizados em do feito
instituições financeiras em nome do executado.

2- PEDIDO DE RENAJUD

Restando infrutífero o bloqueio de valores via SISBAJUD, REQUER-SE o bloqueio de bens


do executado através do Sistema on-line de Restrição Judicial de Veículos (RENAJUD), com
fundamento no inciso IV do art. 835 do CPC e no art. 6º do Regulamento do RenaJud,
dispondo o seguinte:

Art. 6º O sistema RENAJUD versão 1.0 permite o envio de ordens judiciais eletrônicas
de restrição de transferência, de licenciamento de circulação, bem como a averbação de
registro de penhora de veículos automotores cadastrados na Base Índice Nacionais
(BIN) do Registro Nacional de Veículos Automotores – RENAVAM”. § 1º Para
possibilitar a efetivação de restrições, o usuário previamente consultará a existência do
veículo no sistema RENAVAM, com possibilidade de indicação dos seguintes
argumentos de pesquisa: placa e/ou chassi e/ou CPF/CNPJ do proprietário. [...]

3- PEDIDO DE INFOJUD

Restando infrutíferas as tentativas SISBAJUD e RENAJUD, acima


fundamentadas e requeridas, REQUER-SE a pesquisa através do Localizar bens
sistema INFOJUD, a fim de localizar bens passíveis de penhora para passíveis
fazer frente à execução.

Ressalta-se que o requerimento INFOJUD independe do esgotamento de diligências para busca


de outros bens do executado. Neste sentido é a orientação pacífica do Superior Tribunal de
Justiça, conforme descrito abaixo:

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. SISTEMAS


RENAJUD E INFOJUD. ESGO¬TAMENTO DE DILIGÊNCIAS.
DESNECESSIDADE.
1. Hipótese em que o Tribunal de origem consignou: “o Decreto nº 8.789, de 2016
estabelece o compartilhamento de dados entre os órgãos e entidades da administração
pública federal. Daí que as informações que seriam obtidas pela consulta ao Renajud
são obteníveis pela própria exequente, caso em que desnecessária a intervenção do
juízo. (...) o acesso ao Infojud exige-se antes tenham sido empreendidas outras medidas

2
na execução, como expedição de mandado de penhora, consulta ao Bacenjud e Renajud
(...) ao caso das autarquias exequentes que se beneficiam do compartilhamento de
dados estabelecido pelo Decreto nº 8.789, de 2016, deve ser exigido também que
tenham previamente obtido as informações que lhe são disponibilizadas pela Receita
Federal do Brasil - como o DOI -, e trazer aos autos as informações pertinentes” (fls.
130-131, e-STJ).
2. O STJ possui compreensão firmada de que é legal a realização de pesquisas nos
sistemas Bacenjud, Renajud e Infojud, porquanto são meios colocado à disposição da
parte exequente para agilizar a satisfação de seus créditos, dispensando-se o
esgotamento das buscas por outros bens do executado.
3. Recurso Especial provido.
(STJ – Resp. n. 1.845.322 – Segunda Turma – Rel. Min. Herman Benjamin – DJE
25/05/2020).

Dessa forma, REQUER-SE pesquisa através do sistema InfoJud a fim Localizar bens
de localizar bens passíveis de penhora em nome do devedor. passíveis

4- PEDIDO DE INDICAÇÃO DE BENS PELO EXECUTADO

Por fim, restando frustrados todos os requerimentos anteriores,


REQUER-SE desde já a intimação do executado, para indicar bens intimação do
passíveis de penhora.
executado

Esclarece-se que tal medida, muito embora suprimida enquanto pedido principal da petição
inicial executiva desde a reforma do CPC/73 (Leis n. 11.232/2005 e 11.382/2006), uma vez
esgotados todos os meios de localização de bens, e medida que se impõe à execução, conforme
orientação do Superior Tribunal de Justiça:

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ES¬PECIAL. AUSÊNCIA


DE INDICAÇÃO PELO DEVEDOR DE BENS A SEREM PENHORADOS.
CONFIGURAÇÃO DE ATO ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA JUSTIÇA.
POSSIBILIDADE. REEXAME DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA.
SÚMULA 7/STJ. AGRAVO NÃO PROVIDO.
1. A Corte de origem, analisando o acervo fático-probatório dos autos, concluiu que o
credor esgotou os meios de localização de bens penhoráveis do devedor e apresentou
demonstrativo atualizado do débito, o que autoriza a intimação do devedor para indicar
bens à penhora, sob pena de incidência na penalidade prevista pelo art. 774, parágrafo
único, do CPC/2015.
2. A modificação de tal entendimento demandaria o revolvimento de suporte fático-
probatório dos autos, o que é inviável em sede de recurso especial, a teor do que dispõe
a Súmula 7 deste Pretório.
3. A incidência da multa no caso concreto, vale frisar, não é objeto de discussão no
presente recurso, uma vez que, para sua aplicação, será necessário verificar o elemento
subjetivo, consistente no dolo ou culpa grave do devedor, que deve ser reconhecido
pelas instâncias ordinárias.
4. Agravo interno a que se nega provimento.

3
(STJ – AgInt no AREsp n. 1.559.242 – Quarta Turma – Rel. Min. Raul Araujo –
DJE 18/05/2020).

Desta maneira, REQUER-SE a intimação do executado, sob pena de


recair nas penalidades do parágrafo único do art. 774, por constituir tal Intimação do
desídia ato atentatório à dignidade da justiça (art. 774, inciso V do executado
CPC).

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local e Data.

Fulano de tal
OAB/UF nº XX.XXX

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