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Poder Judiciário

Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho

PROCESSO Nº TST-RR-248-03.2013.5.03.0001

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1002674D8E3B5EFDB1.
A C Ó R D Ã O
6ª Turma
GDCCAS/cs

AGRAVOS DE INSTRUMENTO DAS 1ª E 2ª


RECLAMADAS INTERPOSTOS ANTES DA
VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/14. RITO
SUMARÍSSIMO. DEVOLUÇÃO DOS AUTOS PARA
VERIFICAÇÃO DA POSSIBILIDADE DE JUÍZO
DE RETRATAÇÃO. ART. 543-B DO CPC/1973
(ART. 1.030, II, DO CPC/2015).
CONTROVÉRSIA DECIDIDA PELO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL EM RECURSO
EXTRAORDINÁRIO SUBMETIDO À SISTEMÁTICA
DA REPERCUSSÃO GERAL. ILICITUDE DA
TERCEIRIZAÇÃO. CALL CENTER. O presente
caso comporta a retratação da decisão
anteriormente proferida por esta Turma
razão pela qual devem ser providos os
agravos de instrumento para determinar
o processamento dos recursos de revista
porque demonstrada a violação ao art.
5º, II, da CF. Agravos de Instrumento de
que se conhece e a que se dá provimento.
RECURSOS DE REVISTA DAS 1ª E 2ª
RECLAMADAS INTERPOSTOS ANTES DA
VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/14. RITO
SUMARÍSSIMO. CONTROVÉRSIA DECIDIDA
PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL EM
RECURSO EXTRAORDINÁRIO SUBMETIDO À
SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL.
ILICITUDE DA TERCEIRIZAÇÃO. CALL
CENTER. A decisão proferida pelo
Supremo Tribunal Federal, no RE 958252,
com repercussão geral reconhecida, foi
no sentido de que “É lícita a
terceirização ou qualquer outra forma
de divisão do trabalho entre pessoas
jurídicas distintas, independentemente
do objeto social das empresas
envolvidas, mantida a responsabilidade
subsidiária da empresa contratante”, o
que determina a reforma do julgado
regional para adequar à decisão da Corte
Maior e declarar a licitude da
terceirização. Recursos de revista de
que se conhece e a que dá provimento.
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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
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Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso
de Revista n° TST-RR-248-03.2013.5.03.0001, em que são Recorrentes A &
C CENTRO DE CONTATOS S.A. e CLARO S.A. e Recorrida CLAUDIA LUIZA DE
CARVALHO REIS.

Esta c. Turma, em acórdão publicado no DEJT de


20/06/2014, manifestou-se sobre o tema da terceirização de call center,
desprovendo os agravos de instrumento das reclamadas para manter a v.
decisão regional que concluiu pela ilicitude da terceirização do serviço
de call center e reconheceu o vínculo de emprego da autora com as tomadoras
do serviço.
Retornam os autos a esta 6ª Turma em razão do
julgamento do mérito pelo STF, da ADPF n. 324 e do RE n° 958252, com
repercussão geral reconhecida, concluindo pela licitude da terceirização
em todas as etapas do processo produtivo, tendo também decidido no sentido
da licitude da terceirização da atividade de call center (ARE 791932).
É o relatório.

V O T O

AGRAVOS DE INSTRUMENTO DAS RECLAMADAS


ANÁLISE CONJUNTA
CONHECIMENTO
Conheço dos Agravos de Instrumento, porque regulares
e tempestivos. Preparo satisfeito.

MÉRITO
VERIFICAÇÃO DA POSSIBILIDADE DE JUÍZO DE RETRATAÇÃO.
ART. 543-B DO CPC/1973. CONTROVÉRSIA DECIDIDA PELO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO SUBMETIDO À SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO
GERAL. TERCEIRIZAÇÃO. ILICITUDE.

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Os autos foram devolvidos pela Vice-Presidência do TST
para eventual juízo de retratação quanto ao tema da ilicitude da
terceirização.
A decisão regional é anterior à vigência da Lei
13.015/2014.
Ambas as reclamadas A&C Centro de Contatos e Claro S.A.
se insurgem, nas razões de recurso de revista, quanto à ilicitude da
terceirização e indicam a violação do art. 5º, II, da CF, a qual foi
renovada nas razões de agravo de instrumento.
A A&C Centro de Contatos se insurge, ainda, a respeito
da condenação em verbas salariais previstas nos ACTs da Claro, anotação
da CTPS e ausência de responsabilidade solidária.
O eg. TRT, quanto à ilicitude da terceirização da
atividade de call center, manteve a sentença por seus próprios e jurídicos
fundamentos, em síntese:

“Os limites da licitude da terceirização encontram-se pacificados pela


Súmula 331 do Colendo TST, hoje majoritariamente adotada na doutrina e
na jurisprudência.
A preposta da 2a reclamada, em audiência, fis. 30/31, confessou que:
"a reclamante como operadora de telemarketing, era empregada da A e e
prestou serviços para a Claro e também para a CEMJG.".
Os limites da licitude da terceirização encontram-se pacificados pela
Súmula 331 do Colendo TST, hoje majoritariamente adotada na doutrina e
na jurisprudência.
É de toda evidência que as atividades da reclamante integravam a
atividade-fim da tomadora, eis que trabalhava no setor de atendimento a
clientes desta, tudo sempre por intermédio da 2ª reclamada.
Logo, havendo prestação intermediada de serviços em atividade-fim
da tomadora, mesmo em empresa do setor de telecomunicações, impõe-se o
reconhecimento da ilicitude da terceirização e a conseqüente formação do
vínculo de emprego, por todo o período trabalhado, tudo nos termos do
enunciado da Súmula referida.
Por todo o exposto, fica reconhecido e declarado o vínculo de emprego
da reclamante com a 1ª reclamada, no período de 09/08/2011 a 24/08/20 12.
A 1ª reclamada deverá anotar a CTPS da autora com admissão e saída nestas
datas, conforme documento de fis. 93 e depoimento da reclamante de fis.
30/31, em que admitiu que "prestava serviços para a Claro até 2410812012
quando foi transferida para a CEMJG",” (fls. 305)

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No caso, a eg. Corte Regional concluiu pela ilicitude
da terceirização da atividade de call center desenvolvida pela reclamante
em prol da 2ª reclamada e manteve a decisão que reconheceu o vínculo de
emprego direto com a tomadora do serviço.
O e. STF, no julgamento da ADPF n. 324 e do RE n° 958252,
com repercussão geral reconhecida concluiu pela licitude da
terceirização em todas as etapas do processo produtivo, tendo também
decidido no sentido da licitude da terceirização da atividade de call
center por meio da decisão proferida no ARE 791932.
O eg. TRT, portanto, ao firmar entendimento no sentido
da ilicitude da terceirização da atividade de call center, acabou por
violar a decisão proferida pelo STF em Repercussão Geral.
Retornando os autos para juízo de retratação,
verifica-se que ao entender pela ilicitude da terceirização, a v. decisão
regional violou o art. 5º, II, da CF.
Nestes termos, dou provimento aos agravos de
instrumento para determinar o processamento dos recursos de revista.

RECURSO DE REVISTA DAS RECLAMADAS


ANÁLISE CONJUNTA
JUÍZO DE RETRATAÇÃO. ART. 543-B DO CPC/1973.
CONTROVÉRSIA DECIDIDA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL EM RECURSO
EXTRAORDINÁRIO SUBMETIDO À SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL.
TERCEIRIZAÇÃO. ILICITUDE.
CONHECIMENTO
Pelas razões consignadas no julgamento dos agravos de
instrumento, conheço do recurso de revista, por violação do artigo 5º,
II, da Constituição Federal.

MÉRITO
A jurisprudência do c. TST vinha se firmando no sentido
de que o contrato de trabalho com a finalidade de realização da atividade
de call center decorre de terceirização ilícita, uma vez que os empregados
prestam serviço inserido na atividade-fim do tomador dos serviços.

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Nesse sentido peço vênia para trazer a lume julgado
oriundo da c. SDI-1/TST:

"RECURSO DE EMBARGOS EM RECURSO DE REVISTA –


EMPRESA DE TELECOMUNICAÇÃO – RECONHECIMENTO DO
VÍNCULO DE EMPREGO - TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA – ATIVIDADE
FIM. O art. 94, II, da Lei nº 9.472/97 dispõe que a concessionária do serviço
poderá contratar com terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes,
acessórias ou complementares ao serviço. O dispositivo mencionado não
autorizou a intermediação de mão de obra, mas apenas a contratação com
terceiros para o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou
complementares ao serviço. A contratação permitida é com terceiros e não de
terceiros. No caso, a atividade desenvolvida pela reclamante (atendente de
telemarketing ) se insere na atividade fim da tomadora dos serviços e a
empresa prestadora não foi contratada para executar um serviço autônomo e
especializado, e sim para fornecer mão de obra ao serviço de telefonia. Logo,
verifica-se verdadeira terceirização ilícita de mão de obra, formando-se
vínculo diretamente com o tomador dos serviços. Incide a Súmula nº 331, I,
do TST. Recurso de embargos conhecido e desprovido"
(E-RR-121-95.2011.5.06.0019, Subseção I Especializada em Dissídios
Individuais, Relator Ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, DEJT
22/08/2014).

O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da Arguição


de Descumprimento de Preceito Fundamental n° 324, (Rel. Min. Roberto
Barroso), decidiu que: "1. É lícita a terceirização de toda e qualquer
atividade, meio ou fim, não se configurando relação de emprego entre a
contratante e o empregado da contratada”.
Quando do exame do Recurso Extraordinário n° 958252
(Rel. Min. Luiz Fux), com repercussão geral reconhecida, publicado no
DJE de 04/09/2018, concluiu pela licitude da terceirização em todas as
etapas do processo produtivo, com a seguinte tese de repercussão geral:

"É lícita a terceirização ou qualquer outra forma de divisão do trabalho


entre pessoas jurídicas distintas, independentemente do objeto social das
empresas envolvidas, mantida a responsabilidade subsidiária da empresa
contratante".

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Reafirmando tal entendimento, no julgamento de
11/10/2018, no ARE 791932 (Rel. Min. Alexandre de Morais), o e. STF também
permitiu a terceirização de “call center” por empresas de telefonia.
Desse modo, de acordo com o entendimento lavrado pelo
STF, é lícita a terceirização ou qualquer outra forma de divisão do
trabalho entre pessoas jurídicas distintas, independentemente do objeto
social das empresas envolvidas.
Portanto, a questão, atinente à licitude da
terceirização da atividade de call center não encontra mais espaço para
discussão neste c. Corte.
Nesse sentido o seguinte precedente:

"RECURSO DE REVISTA. ACÓRDÃO PUBLICADO ANTES DA


VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. RITO SUMARÍSSIMO. JUÍZO DE
RETRATAÇÃO PREVISTO NO ARTIGO 1.030, II, DO CPC.
TERCEIRIZAÇÃO . ATIVIDADE-MEIO E ATIVIDADE-FIM.
LICITUDE. DECISÃO PROFERIDA PELO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL NA ADPF N.º 324 E NO RE N.º 958.252, COM
REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA (TEMA 725). O Plenário do
Supremo Tribunal Federal, no dia 30/8/2018, ao julgar a Arguição de
Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) n.º 324 e o Recurso
Extraordinário (RE) n.º 958.252, com repercussão geral reconhecida, decidiu
que é lícita a terceirização em todas as etapas do processo produtivo, ou seja,
na atividade-meio e na atividade-fim das empresas. A tese de repercussão
geral aprovada no RE n.º 958.252 (Rel. Min. Luiz Fux), com efeito
vinculante para todo o Poder Judiciário, assim restou redigida: "É licita a
terceirização ou qualquer outra forma de divisão do trabalho entre pessoas
jurídicas distintas, independentemente do objeto social das empresas
envolvidas, mantida a responsabilidade subsidiária da empresa contratante "
destacamos. Do mesmo modo, no julgamento da ADPF n.º 324, o eminente
Relator, Min. Roberto Barroso, ao proceder a leitura da ementa de seu voto,
assim se manifestou: "I. É lícita a terceirização de toda e qualquer atividade,
meio ou fim, não se configurando relação de emprego entre a contratante e o
empregado da contratada . 2. Na terceirização, compete à tomadora do
serviço: I) zelar pelo cumprimento de todas as normas trabalhistas, de
seguridade social e de proteção à saúde e segurança do trabalho incidentes na
relação entre a empresa terceirizada e o trabalhador terceirizado; II) assumir
a responsabilidade subsidiária pelo descumprimento de obrigações
trabalhistas e pela indenização por acidente de trabalho, bem como a
responsabilidade previdenciária, nos termos do art. 31 da Lei 8.212/1993 "
grifamos . Assim ficou assentado na certidão de julgamento: "Decisão: O
Tribunal, no mérito, por maioria e nos termos do voto do Relator, julgou
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procedente a arguição de descumprimento de preceito fundamental ,
vencidos os Ministros Edson Fachin, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski e
Marco Aurélio" (g.n) . Prevaleceu, em breve síntese, como fundamento o
entendimento no sentido de que os postulados da livre concorrência (art. 170,
IV) e da livre-iniciativa (art. 170), expressamente assentados na Constituição
Federal de 1.988, asseguram às empresas liberdade em busca de melhores
resultados e maior competitividade. Quanto à possível modulação dos efeitos
da decisão exarada, resultou firmado, conforme decisão de julgamento da
ADPF n.º 324 (Rel. Min. Roberto Barroso), que: "(...) o Relator prestou
esclarecimentos no sentido de que a decisão deste julgamento não afeta os
processos em relação aos quais tenha havido coisa julgada . Presidiu o
julgamento a Ministra Cármen Lúcia. Plenário, 30.8.2018" . Nesse contexto,
a partir de 30/8/2018, é de observância obrigatória aos processos judiciais em
curso ou pendente de julgamento a tese jurídica firmada pelo e. STF no RE
n.º 958.252 e na ADPF n.º 324. Assim, não há mais espaço para o
reconhecimento do vínculo empregatício com o tomador de serviços sob o
fundamento de que houve terceirização ilícita (ou seja, terceirização de
atividade essencial, fim ou finalística), ou, ainda, para a aplicação dos
direitos previstos em legislação específica ou em normas coletivas da
categoria profissional dos empregados da empresa contratante, porque o e.
STF, consoante exposto, firmou entendimento de que toda terceirização é
sempre lícita , inclusive, repita-se, registrando a impossibilidade de
reconhecimento de vínculo empregatício do empregado da prestadora de
serviços com o tomador . Ademais, o STF, examinando o ARE nº 791.932,
com repercussão geral reconhecida, decidiu em 11/10/2018 por aplicar ao
caso de terceirização do serviço de call center de empresas de telefonia,
como na hipótese, a tese acima descrita, razão pela qual não mais remanesce
a discussão acerca da questão. Recurso de revista não conhecido, em juízo de
retratação " (RR-1789-47.2013.5.03.0009, 5ª Turma, Relator Ministro Breno
Medeiros, DEJT 30/05/2019).

Nesse mesmo sentido também: RR -


1948-60.2013.5.03.0018, Órgão Judicante: 1ª Turma, Relator: HUGO CARLOS
SCHEUERMANN, Julgamento: 12/06/2019, Publicação: 14/06/2019; RR -
723-13.2010.5.03.0114, Órgão Judicante: 7ª Turma, Relator: ROBERTO
NOBREGA DE ALMEIDA FILHO, Julgamento: 12/06/2019,
Publicação: 14/06/2019; RR - 814-12.2010.5.03.0112, Órgão Judicante: 3ª
Turma, Relator: MAURICIO GODINHO DELGADO, Julgamento: 05/06/2019,
Publicação: 07/06/2019.
No caso, a pretensão da reclamante é de reconhecimento
da rescisão indireta do contrato de trabalho e recebimento das verbas
consectárias daí decorrentes, recebimento de horas extras, intervalo
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intrajornada, trabalho aos domingos e feriados, reconhecimento do
vínculo de emprego direto com a tomadora do serviço, condenação solidária
das reclamadas ao pagamento das verbas rescisórias, piso salarial e
demais verbas trabalhistas previstas nos ACTs da 2ª reclamada, inclusive
PLR, tudo acrescido de juros e correção monetária, determinação de
anotação da CTPS e concessão do benefício da justiça gratuita.
Sucessivamente pleiteia, caso não reconhecido o vínculo de emprego com
a 2ª reclamada, que sejam deferidos todos os benefícios previstos nos
ACTs da tomadora do serviço cuja responsabilidade pelo pagamento deve
ficar a cargo da 2ª reclamada, de forma subsidiária. Não se discutiu o
inadimplemento de verbas trabalhistas em relação ao empregador
principal.
A v. sentença deferiu os pleitos da reclamante tendo
em vista a ilicitude da terceirização do serviço de call center,
reconhecendo o vínculo de emprego direto com a Claro S.A., acrescidos
de correção monetária e juros de mora e a responsabilidade solidária das
reclamadas e indeferiu a pretensão de declaração da rescisão indireta
do contrato de trabalho, do recebimento de horas extras, intervalo
intrajornada e trabalho aos domingos e feriados.
O eg. TRT negou provimento aos recursos ordinários da
reclamante e da 2ª reclamada e deu parcial provimento ao recurso ordinário
da 1ª reclamada para reconhecer que o fato gerador da contribuição
previdenciária é o pagamento do crédito devido à autora e para declarar
que os juros e a multa moratória incidirão apenas a partir do dia dois
do mês seguinte ao da liquidação da sentença.
De tal modo, diante do exposto no art. 543-B do
CPC/1973 (art. 1.030, II, do CPC/2015), em juízo de retratação, dou
provimento aos recursos de revista para reconhecer a licitude da
terceirização do serviço de call center, afastar o reconhecimento do
vínculo de emprego da reclamante com as tomadoras dos serviços, julgar
improcedente o pedido atinente às verbas trabalhistas decorrentes dos
ACTs relativos aos empregados das reclamadas, determinar a anotação da
CTPS da autora e excluir a responsabilidade solidária imputada às
reclamadas.

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ISTO POSTO

ACORDAM os Ministros da Sexta Turma do Tribunal


Superior do Trabalho, por unanimidade, em juízo de retratação, nos termos
do art. 543-B, § 3º, do CPC/1973 (art. 1.030, II, do CPC/2015), a) conhecer
dos agravos de instrumento e, no mérito, dar-lhes provimento para
determinar o processamento dos recursos de revista; b) conhecer dos
recursos de revista, por violação do art. 5º, II, da CF e, no mérito,
dar-lhes provimento para reconhecer a licitude da terceirização, afastar
o reconhecimento do vínculo de emprego com a tomadora do serviço, bem
como o direito às verbas trabalhistas decorrentes da aplicação dos ACTs
relativos aos empregados das reclamadas e a determinação de anotação da
CTPS da autora e para excluir a responsabilidade solidária imputada às
reclamadas. Impõe-se a inversão do ônus da sucumbência, com custas a cargo
da reclamante, de cujo pagamento fica isenta por ser beneficiária da
justiça gratuita.

Brasília, 11 de setembro de 2019.

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CILENE FERREIRA AMARO SANTOS
Desembargadora Convocada Relatora

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