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Poder Judiciário

Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho

PROCESSO Nº TST-RRAg-1000877-41.2019.5.02.0303

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ACÓRDÃO
(8.ª Turma)
GMDMA/IVGB/

I – AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO


DE REVISTA INTERPOSTO PELO MUNICÍPIO
DE GUARUJÁ (3.º RECLAMADO).
TRANSCENDÊNCIA JURÍDICA RECONHECIDA.
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. ENTE
PÚBLICO. CULPA IN VIGILANDO CONSTATADA
PELO TRIBUNAL REGIONAL. AUSÊNCIA DE
COMPROVAÇÃO DE FISCALIZAÇÃO DO
CONTRATO. ÔNUS DA PROVA ATRIBUÍDO AO
ENTE PÚBLICO (DECISÃO EM CONSONÂNCIA
COM O ENTENDIMENTO FIXADO PELO STF
NA ADC 16/DF E NO RE 760.931/DF E COM A
SÚMULA 331, V, DO TST). 1. A imputação de
responsabilidade subsidiária ao ente público
tomador dos serviços decorreu da constatação
da sua omissão culposa, em razão da ausência
de comprovação de fiscalização efetiva do
contrato de terceirização. 2. Cumpre salientar
que a jurisprudência desta Corte, ao contrário
do que sustenta o município reclamado, não
afasta a possibilidade de condenação
subsidiária de ente da administração pública
na hipótese de contrato de gestão e de
parceria, cabendo examinar se, no caso
concreto, restou demonstrada a falha na
fiscalização da execução contratual pelo ente
público. 3. O STF, no julgamento da ADC 16/DF,
considerou constitucional o art. 71, § 1.º, da Lei
8.666/93, afirmando que a simples
inadimplência da empresa contratada não
transfere, automaticamente, a
responsabilidade pelas verbas trabalhistas à
entidade pública. No julgamento dos embargos

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de declaração nos autos do RE 760.931/DF, o


STF apenas reafirmou o seu entendimento
acerca da possibilidade de responsabilização
subsidiária do ente público, não tendo firmado
tese processual acerca da distribuição do ônus
da prova. Diante do silêncio da Suprema Corte
sobre a quem caberia o ônus de comprovar
que o Poder Público fiscalizou as obrigações do
contrato de prestação de serviços
terceirizados, este Tribunal Superior, ao
entender competir ao próprio ente público tal
encargo, não desrespeita as referidas decisões
proferidas pelo STF. 4. Assim, como o Tribunal
Regional registrou que o município não
apresentou contraprova eficaz acerca dos
elementos colhidos nos autos, mantém-se sua
responsabilidade subsidiária. Agravo de
instrumento não provido.

II – AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO


DE REVISTA INTERPOSTO PELO RECLAMANTE.
TRANSCENDÊNCIA JURÍDICA RECONHECIDA.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
SUCUMBENCIAIS. BENEFÍCIO DA JUSTIÇA
GRATUITA CONCEDIDO AO RECLAMANTE.
ADI 5.766/DF. DECLARAÇÃO PARCIAL DE
INCONSTITUCIONALIDADE DO § 4.º DO ART.
791-A DA CLT. Demonstrada possível violação
do art. 5.º, LXXIV, da Constituição Federal,
impõe-se o provimento do agravo de
instrumento para determinar o processamento
do recurso de revista. Agravo de instrumento
provido.

III – RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELO


RECLAMANTE. TRANSCENDÊNCIA JURÍDICA
RECONHECIDA. HONORÁRIOS
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ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS. BENEFÍCIO


DA JUSTIÇA GRATUITA CONCEDIDO AO
RECLAMANTE. ADI 5.766/DF. DECLARAÇÃO
PARCIAL DE INCONSTITUCIONALIDADE DO §
4.º DO ART. 791-A DA CLT. 1. Cinge-se a
controvérsia à condenação da parte
beneficiária da justiça gratuita ao pagamento
de honorários advocatícios. 2. No entender
desta Relatora, não seria possível tal
condenação, nem mesmo sob condição
suspensiva de exigibilidade, por se tratar de
norma que desestimula o trabalhador a
reivindicar seus direitos, sendo,
consequentemente, contrária ao princípio do
acesso à Justiça. 3. Todavia, referido dispositivo
foi objeto da Ação Declaratória de
Inconstitucionalidade 5.766/DF, julgada
parcialmente procedente pelo Supremo
Tribunal Federal em 20 de outubro de 2021. O
Exmo. Ministro Alexandre de Moraes declarou
a inconstitucionalidade total do art. 790-B, § 4.º,
e parcial dos arts. 790-B, caput, e 791-A, § 4.º,
da CLT, em relação aos seguintes trechos: "[...]
Em vista do exposto, CONHEÇO da Ação Direta
e, no mérito, julgo PARCIALMENTE
PROCEDENTE o pedido para declarar a
inconstitucionalidade da expressão "ainda que
beneficiária da justiça gratuita", constante do
caput do art. 790-B; para declarar a
inconstitucionalidade do § 4º do mesmo art.
790-B; declarar a inconstitucionalidade DA
EXPRESSÃO "desde que não tenha obtido em
juízo, ainda que em outro processo, créditos
capazes de suportar a despesa", constante do §
4º do art. 791-A [...]". 4. Assim, a discussão ficou
circunscrita à constitucionalidade da
compensação das obrigações decorrentes da
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sucumbência com créditos obtidos em juízo


pelo trabalhador hipossuficiente, no mesmo ou
em outro processo. 5. À luz do entendimento
firmado pela Suprema Corte, com efeito
vinculante e eficácia erga omnes, impõe-se
reconhecer que os honorários advocatícios
devem permanecer sob condição suspensiva
de exigibilidade. 6. Nesse contexto, reforma-se
o acórdão regional para reconhecer que os
honorários advocatícios devem permanecer
sob condição suspensiva de exigibilidade,
cabendo ao credor, no prazo de dois anos,
demonstrar que não subsistem os motivos que
ensejaram o deferimento da justiça gratuita,
sendo que, passado esse prazo,
considerar-se-á extinta a obrigação, afastada a
possibilidade de utilização de créditos obtidos
em juízo, em processo diverso, capazes de
suportar a despesa. 7. Ressalva de
entendimento desta Relatora. Recurso de
revista conhecido e parcialmente provido.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso de Revista


com Agravo n.º TST-RRAg-1000877-41.2019.5.02.0303, em que são Agravante e
Recorrido MUNICÍPIO DE GUARUJÁ, Agravado e Recorrente THIAGO FIDELIS VERDE, e
são Agravados e Recorridos HERA PRESTADORA DE SERVIÇOS DE PORTARIA LTDA –
ME e ORGANIZAÇÃO SOCIAL PRO VIDA.

O Vice-Presidente Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 2.ª


Região denegou seguimento aos recursos de revista interpostos pelo reclamante e pelo
reclamado.
Inconformadas, as partes sustentam que seus recursos de
revista tinham condições de prosperar.

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O reclamante e o 3.º reclamado apresentaram contrarrazões ao


recurso de revista e contraminuta ao agravo de instrumento.
Desnecessária a remessa dos autos ao Ministério Público do
Trabalho, consoante o art. 95, § 2.º, II, do RITST.
É o relatório.

VOTO

I – AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA


INTERPOSTO PELO MUNICÍPIO DE GUARUJÁ

1 – TRANSCENDÊNCIA

Trata-se de agravo de instrumento interposto contra decisão que


negou seguimento a recurso de revista interposto contra acórdão publicado após a
vigência da Lei 13.467/2017, que regulamentou, no art. 896-A e ss. da CLT, o instituto
processual da transcendência.
Nos termos dos arts. 896-A, § 1.º, da CLT, e 247, § 1.º, do
Regimento Interno do TST, deve o Tribunal Superior do Trabalho, no recurso de revista,
examinar previamente, e de ofício, se a causa oferece transcendência com relação aos
reflexos gerais de natureza econômica, política, social ou jurídica.
Reconheço a transcendência jurídica da causa, na forma do art.
896-A, § 1.º, IV, da CLT.

2 – CONHECIMENTO

Preenchidos os requisitos legais de admissibilidade recursal,


porquanto tempestivo, subscrito por procurador regularmente constituído e
dispensado o preparo, CONHEÇO do agravo de instrumento.

3 – MÉRITO

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O Vice-Presidente Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 2.ª


Região denegou seguimento ao recurso de revista interposto pelo ente público por
considerar que a decisão recorrida foi proferida em consonância com atual e iterativa
jurisprudência desta Corte, incidindo, à hipótese, o óbice da Súmula 333 do TST e do art.
896, § 7.º, da CLT.
O 3.º reclamado, nas razões do agravo de instrumento, alega que
não firmou contrato de prestação de serviços com a 1.ª reclamada e que o contrato de
gestão firmado com a 2.ª reclamada não se confunde com contratação de mão de obra.
Argui que as entidades conveniadas e o Poder Público
cooperaram mutuamente para alcançar os objetivos e princípios estatais, resultando
em benefício para toda a sociedade, não sendo possível convolar o contrato de gestão
em contrato de prestação de serviços para autorizar a responsabilização da entidade
pública.
Defende a impossibilidade de fiscalização da execução do
contrato de prestação de serviços ajustado entre a 1.ª e a 2.º reclamadas. Afirma ter
comprovado efetiva fiscalização da execução do contrato de gestão assinado com a 2.ª
reclamada. Assevera que sua responsabilização subsidiária só poderia ter sido
declarada se houvesse prova inequívoca de sua conduta omissiva na fiscalização dos
contratos.
Aponta violação do art. 71, § 1.º, da Lei 8.666/93 e contrariedade
à decisão proferida pelo STF no julgamento da ADC 16/DF. Invoca a inaplicabilidade da
Súmula 331 do TST e transcreve arestos ao embate de teses.
À análise.
No que se refere à responsabilização subsidiária do ente
público, a Corte Regional assim se pronunciou:

[...]
Da responsabilidade subsidiária da 3ª reclamada / legitimidade de
parte
Inicialmente cabe considerar a questão de legitimidade de parte. É parte
legítima aquele que é apontado como responsável no conflito de interesses,
independentemente de estar na relação jurídica material, no mundo dos
fatos, como efetivo partícipe dos bens questionados. Trata-se de uma das
condições da ação, nos termos dos artigos 17 e 485, VI, do NCPC, e somente
deve ser acolhida, nestes termos, se for manifesta.
Assim, permanece a municipalidade no polo passivo da lide.

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Quanto à responsabilidade subsidiária da municipalidade, é certo que a


3ª Ré (Prefeitura Municipal de Guarujá) celebrou contrato de gestão com a 2ª
ré (PRO VIDA) - conforme se observa de f.97/112, 116/134 e 137/152, bem
como f.249/267, 270/284 -, que por sua vez celebrou contrato de prestação de
serviços com a 1ª Ré (HERA) - f.287/291, 292/296 para execução de serviços
pactuados.
Ante a prova dos autos, é evidente que se trata de caso de
quarteirização de serviços em favor de ente público, posto que a celebração
de contrato de gestão na área da saúde, não tem a finalidade de afastar a
responsabilidade subsidiária do ente público - tomador dos serviços do
reclamante, embora seja imprescindível prova eficaz da sua culpa.
Isso porque, conforme restou assentado pelo E. STF no julgamento da
ADC 16, Relator Ministro Cezar Peluso, o inadimplemento das obrigações
trabalhistas da contratada não ocasiona a transferência automática dos
encargos à Administração Pública, cabendo ao Judiciário analisar, caso a caso,
para constatar se ficou comprovada a culpa in omittendo, in eligendo ou in
vigilando do Poder Público.
Esse entendimento foi reafirmado na Sessão Plenária de 26/04/2017, ao
ser julgado o Recurso Extraordinário nº 760.931 (DF, Redator: Ministro Luiz
Fux, Publicação DJE: 12/09/2017), que aprovou tese de repercussão geral -
Tema 246, segundo a qual:
O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos
empregados do contratado não transfere automaticamente ao
Poder Público contratante a responsabilidade pelo seu
pagamento, seja em caráter solidário ou subsidiário, nos termos
do art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93. (g.n.).
A aplicação da decisão proveniente do STF no RE 760931, com
repercussão geral reconhecida, depende de se analisar o contido nos autos,
cabendo ao Judiciário analisar, caso a caso, como já dito anteriormente.
Note-se que a contratação ocorreu pela reclamada (Hera), que como já
mencionado anteriormente, formalizou contrato de prestação de serviços
com a 2ª ré (PRO VIDA) que celebrou contrato de gestão com o Município de
Guarujá, para operacionalização e execução das ações e serviços de saúde,
dos equipamento destinados a estratégia de saúde da família, incluindo os
núcleos de apoio à saúde da família.
Não há falar-se, ainda, em ausência de responsabilização do ente
público pelo inadimplemento dos encargos trabalhistas, invocando o art. 71
da lei 8.666/93, cuja constitucionalidade fora confirmada em sede de controle
concentrado pelo STF, conforme ADC nº 16, que teria afastado a aplicação do
inciso IV da Súmula nº 331 do TST.
Ocorre que a própria Súmula, em seu inciso V, enfatiza a conduta
culposa "especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações
contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora".

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Em que pese a defesa da municipalidade, fato é que o objeto do


convênio firmado é de finalidade tipicamente pública no fornecimento de
serviço de saúde, complementando a atuação primária do Estado.
O Estado, ao fomentar a iniciativa de um Instituto em realizar atividades
de saúde com envolvimento de transferência de recursos oriundos do erário
público, ainda que seja [dada] aos particulares a exploração das atividades,
estaria, objetivamente, fornecendo serviços tipicamente públicos por
intermédio de um terceiro e um quarto e de suas estruturas administrativas,
fato que o torna responsável subsidiariamente no caso de inadimplemento
dos créditos trabalhistas quando os instrumentos e metodologias adotadas
para a fiscalização do contrato se mostram insuficientes.
Logo, plenamente plausível a legitimidade da administração pública em
figurar no polo passivo de demandas trabalhistas pelo inadimplemento de
obrigações de mesma natureza por conta da empresa contratada/conveniada,
em virtude de responsabilidade subjetiva por falta de fiscalização do
contrato.
Não é demais salientar que a limitação amparada na Súmula 363 do C.
TST não tem lugar, vez que aplicável a empregados. Aliás, deve ser ressaltado
que a responsabilidade subsidiária abrange toda a condenação.
Esse o teor do item VI da Súmula 331 do C. TST, in verbis:
A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços
abrange todas as verbas decorrentes da condenação referentes
ao período da prestação laboral.
Assim, em que pesem os eruditos argumentos e o esforço do patrono
do 3º réu em afastar a culpa e a sua responsabilidade, seus pleitos não
merecem acolhida no particular, não tendo a ré apresentado contraprova
eficaz acerca dos elementos colhidos nos autos, como autorizam os artigos
818 da CLT e 333, II, do CPC, prevalecendo, em favor do tomador, apenas o
benefício de ordem de execução própria da responsabilização subsidiária.
Caracterizada a responsabilidade subsidiária da municipalidade.
Reforma-se. (Grifos nossos).

Cumpre salientar que a jurisprudência desta Corte, ao contrário


do que sustenta o município reclamado, não afasta a possibilidade de condenação
subsidiária de ente da administração pública na hipótese de contrato de gestão e de
parceria, cabendo examinar se, no caso concreto, restou demonstrada falha na
fiscalização da execução contratual pelo ente público.
O STF, no julgamento da ADC 16/DF, proclamou que a mera
inadimplência do contratado em relação às verbas trabalhistas devidas aos seus
empregados não transfere à Administração Pública a responsabilidade pelo seu

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pagamento, embora subsista responsabilidade subsidiária quando houver omissão do


ente público no dever de fiscalizar as obrigações contratuais.
Após o julgamento da ADC 16/DF, o Supremo Tribunal Federal
voltou a discutir a questão, nos autos do RE 760.931/DF, com repercussão geral, em
acórdão publicado em 12/09/2017, no qual reafirmou ser imprescindível a
demonstração de culpa do ente público para que sua responsabilidade subsidiária
fosse declarada.
Ressalte-se que o STF não fixou tese específica sobre a
distribuição do ônus da prova pertinente à fiscalização do cumprimento das obrigações
trabalhistas, conforme, inclusive, se aduz do julgamento dos terceiros embargos de
declaração no referido RE 760.931/DF, publicado no DJE de 6/9/2019.
Diante do silêncio da Corte Suprema, a Subseção I Especializada
em Dissídios Individuais deste Tribunal, em composição plena, quando da análise do
E-RR-925-07.2016.5.05.0281, firmou o entendimento de pertencer ao ente público o
onus probandi acerca da fiscalização das obrigações do contrato de prestação de
serviços terceirizados. É o que se verifica no julgado a seguir transcrito:

RECURSO DE EMBARGOS - INTERPOSIÇÃO SOB A REGÊNCIA DA LEI Nº


13.015/2014 - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA -
CULPA IN VIGILANDO - ÔNUS DA PROVA DA FISCALIZAÇÃO DO CUMPRIMENTO
DAS OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS - SÚMULA Nº 331, V E VI, DO TST. 1. Nos
termos dos itens V e VI da Súmula nº 331 do TST, há responsabilização
subsidiária do ente público com o reconhecimento de conduta culposa na
fiscalização do cumprimento do contrato. 2. Compete à Administração Pública
o ônus da prova quanto à fiscalização, considerando que, (i) a existência de
fiscalização do contrato é fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito
do Reclamante; (ii) a obrigação de fiscalizar a execução do contrato decorre da
lei (artigos 58, III, e 67 da Lei nº 8.666/1993); e (iii) não se pode exigir do
trabalhador a prova de fato negativo ou que apresente documentos aos quais
não tenha acesso, em atenção ao princípio da aptidão para a prova. 3. O E.
STF, ao julgar o Tema nº 246 de Repercussão Geral – responsabilidade
subsidiária da Administração Pública por encargos trabalhistas gerados pelo
inadimplemento de empresa prestadora de serviço, RE 760931 -, não fixou
tese específica sobre a distribuição do ônus da prova quanto à fiscalização do
cumprimento das obrigações trabalhistas. Embargos conhecidos e providos.
(E-RR-903-90.2017.5.11.0007, Subseção I Especializada em Dissídios
Individuais, Relatora Ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, DEJT
06/03/2020). (Grifo nosso).

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Na hipótese dos autos, o Tribunal Regional reconheceu a


responsabilidade subsidiária do município em decorrência da constatação de sua
omissão culposa na fiscalização contratual, registrando a insuficiência dos
instrumentos e metodologias adotados para tanto.
Constata-se, portanto, que a conclusão do Colegiado não
ofendeu a autoridade das decisões proferidas pelo STF no julgamento do RE 760.931/DF
e da ADC 16/DF, pois houve a verificação em concreto da culpa in vigilando do ente
público, cuja alteração somente é possível por meio de nova análise dos fatos e provas
dos autos, procedimento vedado a esta Corte, nos termos da Súmula 126 do TST.
Nesse contexto, a manutenção da responsabilidade subsidiária
do município reclamado mostra-se em consonância com a Súmula 331, V, desta Corte,
atraindo o óbice da Súmula 333 do TST e do art. 896, § 7.º, da CLT ao processamento da
revista.
Pelo exposto, NEGO PROVIMENTO ao agravo de instrumento.

II – AGRAVO DE INSTRUMENTO INTERPOSTO PELO


RECLAMANTE

1 – TRANSCENDÊNCIA

Admito a transcendência jurídica da questão, nos termos do art.


896-A, § 1.º, IV, da CLT, uma vez que a condenação em honorários advocatícios em
desfavor do beneficiário da justiça gratuita foi objeto de recente decisão proferida pela
Suprema Corte em sede de controle abstrato.
Como salientou a Exma. Ministra Cármen Lúcia, "as teses fixadas
pelo Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade e nos
temas com repercussão geral reconhecida 'dispõem de presumida relevância, não
podendo, por isso mesmo, ter seu exame pela via recursal obstado sob alegação de
outro órgão jurisdicional de não dispor de transcendência' (RCL 35.816/MA, DJE de
25/3/2020)”.

2 – CONHECIMENTO

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Preenchidos os requisitos legais de admissibilidade recursal,


porquanto tempestivo, subscrito por procurador regularmente constituído e
dispensado o preparo, CONHEÇO do agravo de instrumento.

3 – MÉRITO

O Vice-Presidente Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 2.ª


Região denegou seguimento ao recurso de revista interposto pelo reclamante por não
vislumbrar ofensa aos dispositivos legais e constitucionais indicados, inclusive quanto
ao valor arbitrado aos honorários.
O reclamante, nas razões do agravo de instrumento, defende a
inconstitucionalidade do art. 791-A, § 4.º, da CLT. Alega ser indevida a condenação ao
pagamento de honorários advocatícios de sucumbência por ser beneficiário da justiça
gratuita. Aponta violação do art. 5.º, XXXV e LXXIV, da Constituição Federal.
À análise.
Sobre a condenação honorária, o Tribunal Regional proferiu a
seguinte decisão:

[...]
Dos honorários sucumbenciais em favor da reclamada / redução e
honorários sucumbenciais em favor do patrono do reclamante /
majoração
Não vejo motivo para reduzir ou majorar os honorários sucumbenciais,
porque ao arbitrá-los, o juízo de origem foi cuidadoso ao respeitar o quanto
estabelecido no parágrafo 2º do artigo 791-A da CLT:
§ 2° Ao fixar os honorários, o juízo observará: I - o grau de
zelo do profissional; II - o lugar de prestação do serviço; III - a
natureza e a importância da causa; IV - o trabalho realizado pelo
advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
No entanto, com a vigência da Lei nº 13.467/2017, que incluiu o artigo
791-A na CLT, restou disciplinada a matéria dos honorários advocatícios nesta
Justiça Especializada, tornando prejudicadas as Súmulas 219 e 329 do TST.
O dispositivo mencionado prevê que:
Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria,
serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o
mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do
proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo,
sobre o valor atualizado da causa.
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PROCESSO Nº TST-RRAg-1000877-41.2019.5.02.0303

No presente caso, há sucumbência recíproca das partes, o que atrai a


aplicação do parágrafo 3º, do artigo 791-A, da CLT, sendo vedada a
compensação dos honorários. Assim, tendo em vista o presente recurso
insurgindo-se quanto aos honorários sucumbenciais a cargo da reclamada,
mantém-se a condenação da mesma a pagar honorários advocatícios aos
patronos da parte adversa (autor), constituídos nos autos, no importe fixado
de 10% (dez por cento) do valor líquido final da condenação, bem como
devida a condenação do reclamante a pagar honorários advocatícios aos
patronos da parte adversa (reclamada), constituídos nos autos, no importe
ora fixado de 5% (cinco por cento) sobre o valor dos pedidos que sucumbiu.
Mantém-se. (Grifo nosso).

Entendo prudente o processamento do recurso de revista, para


melhor análise da tese autoral, por possível violação do art. 5.º, LXXIV, da Constituição
Federal, à luz do entendimento firmado pela Suprema Corte na ADI 5.766/DF sobre o
tema.
Pelo exposto, DOU PROVIMENTO ao agravo de instrumento.

III – RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELO RECLAMANTE

1 – CONHECIMENTO

Preenchidos os pressupostos genéricos de admissibilidade


recursal, porquanto tempestivo, subscrito por procurador regularmente constituído e
dispensado o preparo, passa-se ao exame dos pressupostos específicos do recurso de
revista.

1.1 – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS.


BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA CONCEDIDO AO RECLAMANTE. ADI 5.766/DF.
DECLARAÇÃO PARCIAL DE INCONSTITUCIONALIDADE DO § 4.º DO ART. 791-A DA CLT

No âmbito da Justiça do Trabalho, até o advento da Instrução


Normativa 27 do TST, publicada no DJU em 22/2/2005, os honorários advocatícios de
sucumbência eram verba devida apenas nos casos de assistência sindical da parte
hipossuficiente, nos termos da Lei 5.584/70, hipótese em que tal valor seria revertido
unicamente em favor do sindicato assistente.
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Em decorrência da Emenda Constitucional 45/2004, que ampliou


a competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar as ações oriundas das
relações de trabalho em geral, o Tribunal Superior do Trabalho passou a entender que
os honorários seriam devidos pela mera sucumbência, “exceto nas lides decorrentes da
relação de emprego”, consoante dispunha o art. 5.º da referida instrução normativa.
Sempre adotei o entendimento de serem devidos os honorários
advocatícios no âmbito desta Especializada, seja na relação de trabalho, seja na relação
de emprego.
Afinal, com a ampliação de sua competência, a condenação em
honorários passou a receber tratamento incoerente e anti-isonômico, haja vista não
haver motivos para diferenciar o patrocínio das reclamações oriundas das relações de
trabalho ou das relações de emprego.
Não se justificava regramento diferenciado quanto aos
honorários advocatícios - mais rigoroso na relação de emprego e mais brando na
relação de trabalho -, porque a condenação provinha de fato jurídico semelhante, qual
seja, a controvérsia acerca de direitos oriundos da relação de trabalho.
É certo que, em havendo contratação de profissional habilitado
para a defesa de direitos, não deveria o vencedor da demanda arcar com as despesas
havidas decorrentes do dano, sendo essa já a previsão dos arts. 389 e 404 do Código
Civil.
Os Enunciados 53 e 79 da 1.ª Jornada de Direito Material e
Processual na Justiça do Trabalho, realizada nos idos de 2007, já tratavam da matéria
sob o enfoque constitucional do Direito do Trabalho e salientavam:

Enunciado 53. Reparação de danos. Honorários contratuais de


advogado. Os arts. 389 e 404 do Código Civil autorizam o Juiz do Trabalho a
condenar o vencido em honorários contratuais de advogado, a fim de
assegurar ao vencedor a inteira reparação do dano.

Enunciado 79. Honorários sucumbenciais devidos na Justiça do


Trabalho. I. Honorários de sucumbência na Justiça do Trabalho. As partes, em
reclamatória trabalhista e nas demais ações de competência da Justiça do
Trabalho, na forma da lei, têm direito a demandar em juízo através de
procurador de sua livre escolha, forte no princípio da isonomia (art. 5º, caput,
da Constituição da República Federativa do Brasil) sendo, em tal caso, devidos
os honorários de sucumbência, exceto quando a parte sucumbente estiver ao
abrigo do benefício da justiça gratuita. II. Os processos recebidos pela Justiça
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do Trabalho decorrentes da Emenda Constitucional 45, oriundos da Justiça


Comum, que nesta esfera da Justiça tramitavam sob a égide da Lei 9.099/95,
não se sujeitam na primeira instância aos honorários advocatícios, por força
do art. 55 da Lei 9.099/95 a que estavam submetidas as partes quando da
propositura da ação.

A meu ver, esta Especializada, ao estabelecer tratamento


desigual aos que se encontravam sob o seu pálio, criou situação de discriminação
injustificada e desarrazoada, deixando de reparar o vencedor da demanda pelos
prejuízos sofridos com a necessidade de contratar advogado.
Sempre manifestei o entendimento, todavia, de que, em todos os
casos, ficaria excetuado o pagamento de honorários advocatícios quando a parte
sucumbente fosse beneficiária da justiça gratuita, nos termos da Lei 1.060/50.
A questão concernente aos honorários foi, enfim, solucionada
com o advento da Lei 13.467/2017, que instituiu o seu pagamento em todas as lides no
âmbito da Justiça do Trabalho, passando a dispor:

Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão


devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por
cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da
liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível
mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.

Ao passo que a verba honorária foi – com justiça – normatizada,


a lei trouxe nova celeuma, concernente justamente à situação da parte hipossuficiente.
Afinal, o art. 791-A da CLT veio acompanhado do § 4.º, com a seguinte redação:

§ 4º. Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha


obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a
despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição
suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois
anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o
credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de
recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado
esse prazo, tais obrigações do beneficiário.

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Referido dispositivo, a pretexto de modernizar as relações de


trabalho, teve o nítido objetivo de encarecer o acesso do trabalhador hipossuficiente ao
Judiciário, de modo a reduzir o número de demandas trabalhistas.
Trata-se de medida que veio na contramão das ondas
renovatórias de acesso à Justiça, que tem como escopo não apenas o acesso formal aos
órgãos judiciários, mas também o acesso à ordem jurídica justa.
A primeira onda, aliás, dizia respeito exatamente à assistência
judiciária, com o objetivo de democratizar esse acesso às camadas economicamente
mais baixas da população.
Consoante o magistério de Luiz Guilherme Marinoni e Daniel
Mitidiero: “para que o Estado Constitucional logre o seu intento de tutelar de maneira
adequada, efetiva e tempestiva os direitos de todos que necessitem de sua proteção
jurídica (art. 5º, incisos XXXV e LXXVIII, CRFB), independentemente de origem, raça, sexo,
cor, idade e condição social (art. 3º, inciso IV, CRFB), é imprescindível que preste
assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de
recursos econômicos para bem informarem-se a respeito de seus direitos e para
patrocinarem suas posições em juízo (art. 5.º, LXXIV, da CRFB). Vale dizer: a proteção
jurídica estatal deve ser pensada em uma perspectiva social, permeada pela
preocupação com a organização de um processo democrático a todos acessível. Fora
desse quadro há flagrante ofensa à igualdade no processo (arts. 5.º, inciso I, CRFB, e 7.º
e 139, inciso I, CPC) - à paridade de armas (Waffengleichheit) -, ferindo-se daí igualmente
o direito fundamental ao processo justo (procedural due process of law, art. 5.º, inciso LIV,
CRFB)” (in Comentários à Constituição do Brasil, J.J. Gomes Canotilho et al, 2.ª ed. São
Paulo: Saraiva Educação, 2018, pág. 523).
Vale ressaltar que o art. 8, item 1, do Pacto de San Jose da Costa
Rica, ao tratar das garantias judiciais, estabelece que “toda pessoa terá o direito de ser
ouvida, com as devidas garantias e dentro de um prazo razoável, por um juiz ou
Tribunal competente, independente e imparcial, estabelecido anteriormente por lei, na
apuração de qualquer acusação penal formulada contra ela, ou na determinação de
seus direitos e obrigações de caráter civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer outra
natureza”.
Por sua vez, o art. 29 dispõe que “nenhuma disposição da
presente Convenção pode ser interpretada no sentido de: a) permitir a qualquer dos

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Estados-partes, grupo ou indivíduo, suprimir o gozo e o exercício dos direitos e


liberdades reconhecidos na Convenção ou limitá-los em maior medida do que a nela
prevista; b) limitar o gozo e exercício de qualquer direito ou liberdade que possam ser
reconhecidos em virtude de leis de qualquer dos Estados-partes ou em virtude de
Convenções em que seja parte um dos referidos Estados”.
O art. 791-A, § 4.º, da CLT, recém-introduzido pela Lei
13.467/2017, elevou os custos para o ajuizamento da demanda pelo trabalhador, o
qual, na hipótese de ter sido violado em seus direitos trabalhistas, ainda terá de
subtrair de eventuais créditos os gastos com a contratação de advogado e com os
honorários da parte contrária, em caso de sucumbência total ou parcial, o que imprime
evidente limitação do acesso universal e gratuito à Justiça.
Não por outro motivo, referido dispositivo foi objeto da Ação
Declaratória de Inconstitucionalidade 5.766/DF, a qual foi julgada parcialmente
procedente pelo Supremo Tribunal Federal em 20 de outubro de 2021, em acórdão
assim ementado:

Ementa: CONSTITUCIONAL. AÇÃO DIRETA DE


INCONSTITUCIONALIDADE. LEI 13.467/2017. REFORMA TRABALHISTA. REGRAS
SOBRE GRATUIDADE DE JUSTIÇA. RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO DE
ÔNUS SUCUMBENCIAIS EM HIPÓTESES ESPECÍFICAS. ALEGAÇÕES DE
VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA ISONOMIA, INAFASTABILIDADE DA
JURISDIÇÃO, ACESSO À JUSTIÇA, SOLIDARIEDADE SOCIAL E DIREITO SOCIAL À
ASSISTÊNCIA JURÍDICA GRATUITA. MARGEM DE CONFORMAÇÃO DO
LEGISLADOR. CRITÉRIOS DE RACIONALIZAÇÃO DA PRESTAÇÃO JURISDICIONAL.
AÇÃO DIRETA JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE.
1. É inconstitucional a legislação que presume a perda da condição de
hipossuficiência econômica para efeito de aplicação do benefício de
gratuidade de justiça, apenas em razão da apuração de créditos em favor do
trabalhador em outra relação processual, dispensado o empregador do ônus
processual de comprovar eventual modificação na capacidade econômica do
beneficiário.
2. A ausência injustificada à audiência de julgamento frustra o exercício
da jurisdição e acarreta prejuízos materiais para o órgão judiciário e para a
parte reclamada, o que não se coaduna com deveres mínimos de boa-fé,
cooperação e lealdade processual, mostrando-se proporcional a restrição do
benefício de gratuidade de justiça nessa hipótese. 3. Ação Direta julgada
parcialmente procedente. (ADI 5766, Relator Ministro Roberto Barroso,
Relator p/ Acórdão Alexandre de Moraes, Tribunal Pleno, julgado em
20/10/2021, DJe-084 divulg. 2/5/2022 e public. 3/5/2022).

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Sob meu ponto de vista, a inconstitucionalidade do art. 791-A, §


4.º, da CLT, deveria ser interpretada no sentido de não serem devidos honorários
advocatícios pelo beneficiário da justiça gratuita, nem mesmo sob condição
suspensiva de exigibilidade.
Afinal, ao prever que o Estado deverá prestar assistência integral
e gratuita ao hipossuficiente (art. 5.º, LXXIV, da Constituição Federal), tenho que o
legislador constituinte pretendeu abarcar todas as despesas processuais, incluindo-se aí
os honorários periciais e os honorários advocatícios, das quais, portanto, ficaria isenta a
parte beneficiária da gratuidade.
Entender-se o contrário seria mitigar um benefício que o próprio
texto constitucional estabeleceu que seria integral, trazendo um ônus para a parte em
detrimento do exercício do direito de ação.
Todavia, com a publicação do acórdão pela Suprema Corte,
evidenciou-se a prevalência do voto proferido pelo Exmo. Ministro Alexandre de
Moraes, que declarou a inconstitucionalidade total do art. 790-B, § 4.º, e parcial dos arts.
790-B, caput, e 791-A, § 4.º, da CLT, em relação aos seguintes trechos:

(...) Em vista do exposto, CONHEÇO da Ação Direta e, no mérito, julgo


PARCIALMENTE PROCEDENTE o pedido para declarar a
inconstitucionalidade da expressão “ainda que beneficiária da justiça
gratuita”, constante do caput do art. 790-B; para declarar a
inconstitucionalidade do § 4º do mesmo art. 790-B; declarar a
inconstitucionalidade DA EXPRESSÃO “desde que não tenha obtido em
juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a
despesa”, constante do § 4º do art. 791-A (...). (Grifos nossos).

Assim, a discussão ficou circunscrita à constitucionalidade da


compensação das obrigações decorrentes da sucumbência com créditos obtidos em
juízo pelo trabalhador hipossuficiente, no mesmo ou em outro processo.
É o que explicou o Ministro Alexandre de Moraes em seu voto:

Nesse ponto, Presidente, já adianto que não entendo razoáveis os arts.


790-B, § 4º, e 791-A, § 4º. Não entendo razoável a responsabilização nua e
crua, sem análise se a hipossuficiência do beneficiário da justiça gratuita pelo
pagamento de honorários periciais deixou ou não de existir, inclusive com
créditos obtidos em outro processo. Da mesma forma, não entendo razoável
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e proporcional o pagamento de honorários de sucumbência pelo beneficiário


da justiça gratuita, sem demonstrar-se que ele deixou de ser hipossuficiente,
ou seja, essa compensação processual sem se verificar se a hipossuficiência
permanece ou não. A deferência de tratamento permitida pela Constituição se
baseia exatamente nessa admissão de hipossuficiência. Simplesmente
entender que, por ser vencedor em um outro processo ou nesse, pode
pagar a perícia, e, só por ser vencedor no processo, já o torna suficiente,
autossuficiente, seria uma presunção absoluta da lei que, no meu
entendimento, fere a razoabilidade e o art. 5º, XXIV.
(...)
Uma eventual vitória judicial em outro ambiente processual não
descaracteriza, por si só, a condição de hipossuficiência. Não há nenhuma
razão para entender que o proveito econômico apurado no outro
processo seja suficiente para alterar a condição econômica do
jurisdicionado, em vista da infinidade de situações a se verificar em cada
caso. Nessa hipótese em que se pretende utilizar o proveito de uma ação para
arcar com a sucumbência de outro processo – uma ‘compensação’ -, o
resultado prático é mitigar a sua vitória e manter a sua condição de
hipossuficiência. Ora, onde está a prova de que cessou a hipossuficiência
para afastar os benefícios da justiça gratuita? A forma como a lei estabeleceu
a incidência de encargos quanto a honorários de perícia e da sucumbência -
como bem destacado pelo Ministro EDSON FACHIN em seu voto divergente, e
também no parecer da Procuradoria-Geral da República - feriu a razoabilidade
e a proporcionalidade e estipulam restrições inconstitucionais, inclusive pela
sua forma absoluta de aplicação da garantia da gratuidade judiciária aos que
comprovam insuficiência de recurso. Então, Presidente, entendo
inconstitucionais os arts. 790-B, caput e o § 4º, 791-A, § 4º. Nesse aspecto, julgo
procedente a ação por serem inconstitucionais. (Grifos nossos).

Aliás, na análise de reclamações constitucionais, o Supremo


Tribunal Federal já tem ratificado esse entendimento quanto à extensão do julgamento
proferido na ADI 5.766/DF:

Reclamação Constitucional. Alegado descumprimento do quanto


decidido pelo STF nas ADI’s 2.418 e 5.766. Inexigibilidade dos honorários de
sucumbência devidos por beneficiário da justiça gratuita. Ato reclamado que
indefere penhora de créditos obtidos em processo diverso, tendo em vista o
julgamento da ADI 5.766. Fase de execução. Ausente modulação dos efeitos
da declaração de inconstitucionalidade. Aplicação imediata. Não verificada
afronta aos paradigmas apontados. Negativa de seguimento. Vistos etc. (...).
4. A seu turno, ao julgamento da ADI 5.766, esta Suprema Corte
declarou, por maioria, a inconstitucionalidade dos arts. 790-B, caput e § 4º, e

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791-A, § 4º, da Consolidação das Leis do Trabalho, que exigiam a cobrança de


honorários periciais e sucumbenciais do beneficiário da justiça gratuita.
O Plenário assentou, também por maioria, a constitucionalidade do art.
844, § 2º, da CLT (ADI 5.766, Rel. Min. Roberto Barroso, Redator para o
acórdão Min. Alexandre de Moraes, Tribunal Pleno, Sessão de 20.10.2021,
acórdão pendente de publicação).

Desse modo, a responsabilidade pelo pagamento dos honorários


periciais cabe à parte sucumbente, sendo referidas despesas suportadas pela União se
a parte for beneficiária da justiça gratuita.
Já no que diz respeito aos honorários de sucumbência, restou
mantida a suspensão da exigibilidade do pagamento da verba pelo prazo de dois anos,
afastada a possibilidade de utilização de créditos obtidos em juízo, em processo
diverso, capazes de suportar a despesa.
Importante registrar que a decisão proferida na ADI 5.766/DF
tem aplicação imediata, ausente modulação dos efeitos da declaração de
inconstitucionalidade. (Reclamação 51063, Relatora Ministra Rosa Weber,
julgamento: 17/12/2021 e publicação: 10/1/2022 – grifos nossos).
Dessa forma, à luz do entendimento firmado pela Suprema
Corte, com efeito vinculante e eficácia erga omnes, impõe-se reconhecer que os
honorários advocatícios devem permanecer sob condição suspensiva de exigibilidade,
cabendo ao credor, no prazo de dois anos, demonstrar que não subsistem os motivos
que ensejaram o deferimento da justiça gratuita, sendo que, passado esse prazo,
considerar-se-á extinta a obrigação.
Além disso, vale ressaltar que esta Corte tem adotado o
entendimento de que a condenação do reclamante ao pagamento da verba honorária
deve ocorrer somente quanto aos pedidos julgados totalmente improcedentes,
sendo, pois, indevida quanto aos pleitos julgados parcialmente procedentes. Nesse
sentido os seguintes julgados (ED-RR-431-17.2018.5.09.0652, Rel. Min. Breno Medeiros,
DEJT 20/10/2020 e RR-10663-91.2019.5.18.0009, Rel. Min. Douglas Alencar Rodrigues,
DEJT 2/12/2020). Incidência da Súmula 333 do TST.
Por fim, entendo razoável o percentual estipulado pelas
instâncias ordinárias (5%) para o reclamante, nos termos do art. 791-A, § 2.º, da CLT,
em razão do trabalho realizado e do tempo exigido para o seu serviço, devendo ser
mantido (Súmula 126 do TST).
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Diante do exposto, CONHEÇO do recurso de revista, por violação


do art. 5.º, LXXIV, da Constituição Federal.

2 – MÉRITO

2.1 – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS.


BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA CONCEDIDO AO RECLAMANTE. ADI 5.766/DF.
DECLARAÇÃO PARCIAL DE INCONSTITUCIONALIDADE DO § 4.º DO ART. 791-A DA CLT

Como consequência do conhecimento do recurso de revista por


violação do art. 5.º, LXXIV, da Constituição Federal, DOU-LHE PARCIAL PROVIMENTO
para, à luz do entendimento firmado pela Suprema Corte na ADI 5.766/DF, reconhecer
que os honorários advocatícios devem permanecer sob condição suspensiva de
exigibilidade, cabendo ao credor, no prazo de dois anos, demonstrar que não subsistem
os motivos que ensejaram o deferimento da justiça gratuita, sendo que, passado esse
prazo, considerar-se-á extinta a obrigação, afastada a possibilidade de utilização de
créditos obtidos em juízo, em processo diverso, capazes de suportar a despesa,
ressalvado o ponto de vista desta Relatora. O percentual de condenação em honorários
de sucumbência deve ser mantido.

ISTO POSTO

ACORDAM os Ministros da Oitava Turma do Tribunal Superior do


Trabalho, I) por unanimidade, negar provimento ao agravo de instrumento do Município
de Guarujá; II) por unanimidade, dar provimento ao agravo de instrumento do
reclamante, por possível violação do art. 5.º, LXXIV, da Constituição Federal,
determinando o processamento do recurso de revista, a reautuação dos autos e a
intimação das partes e dos interessados para seu julgamento, nos termos dos arts. 935
do CPC/2015 e 122 do RITST; III) por unanimidade, conhecer do recurso de revista do
reclamante, por violação do art. 5.º, LXXIV, da Constituição Federal, e, no mérito, dar-lhe
parcial provimento para, à luz do entendimento firmado pela Suprema Corte na ADI
5.766/DF, reconhecer que os honorários advocatícios devem permanecer sob condição
suspensiva de exigibilidade, cabendo ao credor, no prazo de dois anos, demonstrar que

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não subsistem os motivos que ensejaram o deferimento da justiça gratuita, sendo que,
passado esse prazo, considerar-se-á extinta a obrigação, afastada a possibilidade de
utilização de créditos obtidos em juízo, em processo diverso, capazes de suportar a
despesa, ressalvado o ponto de vista desta Relatora. O percentual de condenação em
honorários de sucumbência deve ser mantido.
Brasília, 3 de abril de 2024.

Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)


DELAÍDE MIRANDA ARANTES
Ministra Relatora

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