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Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho
PROCESSO Nº TST-RR-2070-28.2011.5.15.0077
Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1000AF4AEBE06F76A4.
A C Ó R D Ã O
2ª Turma
GMJRP/pr
PROCESSO Nº TST-RR-2070-28.2011.5.15.0077
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tendo, portanto, o procedimento
alcançado a sua finalidade.
Precedentes desta Corte nesse mesmo
sentido
Recurso de revista conhecido e
provido.
V O T O
AGRAVO DE INSTRUMENTO
“PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS
Tempestivo o recurso (decisão publicada em 24/05/2013; recurso
apresentado em 03/06/2013).
Regular a representação processual.
A análise do preparo será realizada juntamente com o mérito do
recurso.
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / RECURSO /
PREPARO/DESERÇÃO.
O v. acórdão não conheceu o recurso ordinário da reclamada, por
irregularidade no preparo (custas processuais), pois a recorrente trouxe com
seu apelo somente documento de transferência eletrônica de valores, que
não traz identificação da unidade gestora, código de recolhimento, local de
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tramitação do processo e nem mesmo identificação deste. Esclareceu
que é notório o fato de que a recorrente demanda nesta Justiça
Especializada em outros processos, sendo necessário que o documento
trazido para comprovar o recolhimento das custas, ao menos, tenha alguma
identificação com o processo a que se refere, o que não se verificou.
No tocante ao tema em debate, inviável o apelo, pois não restou
configurada, de forma direta e literal, nos termos em que estabelece a alínea
"c" do art. 896 da CLT, a alegada ofensa aos dispositivos constitucionais e
legais invocados.
Por outro lado, a recorrente não logrou demonstrar a pretendida
divergência jurisprudencial. Os arestos colacionados são inadequados ao
confronto, ora por não preencherem os requisitos do art. 896, "a", da CLT,
ora os da Súmula 337, I, "a", C. TST.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO /
PENALIDADES PROCESSUAIS / LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ.
O v. acórdão aplicou à reclamada multa e indenização por litigância
de má-fé em razão de ter deduzido defesa contra fato incontroverso,
oposto resistência injustificada ao processo, procedido de modo temerário,
provocado incidente manifestamente infundado e interposto recurso
meramente protelatório, incidindo nos incisos I, IV, V, VI e VII, todos do
art. 17 do CPC, razão pela qual não há que se falar que tal decisão ofende a
literalidade dos dispositivos constitucionais e legal invocados, na forma
exigida pela alínea "c" do art. 896 da CLT.
CONCLUSÃO
DENEGO seguimento ao recurso de revista.”
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O acórdão regional foi assim fundamentado:
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No entanto, nos presentes embargos, a reclamada requer
explicitamente a revisão da decisão, a qual julgou deserto o seu Recurso
Ordinário.
Como bem fundamentado pelo Acórdão, o documento de
transferência eletrônica de valores, apresentado pela reclamada à fl. 171,
visando comprovar o pagamento das custas processuais, não traz
identificação da Unidade Gestora, código de recolhimento, local de
tramitação do processo nem identificação do processo, o que demonstra um
flagrante desrespeito ao cumprimento de normas que regulamentam a
matéria.
Ora, a embargante alega excesso de formalismo, mas como é possível
identificar que o valor recolhido à fl. 171, realmente diz respeito ao
presente processo? Ou, se refere a outro?
É notório o fato de que a embargante demanda nesta Justiça
Especializada em outros processos, sendo necessário que o documento
trazido para comprovar o recolhimento das custas, ao menos, tenha alguma
identificação com o processo a que se refere.
Portanto, sem razão a embargante, que deveria ter observado
corretamente as instruções legais para a adequada comprovação do
pagamento das custas processuais referente a este processo.
No que diz respeito ao prequestionamento, a Súmula nº 297 do
Tribunal Superior do Trabalho trata o assunto como condição para a
apreciação de matéria ascendida via Recurso de Revista para evitar
inovação recursal, ou seja, a questão a ser submetida à apreciação da Corte
Superior deve ter sido objeto de pronunciamento na instância inferior, com
adoção explícita de tese a respeito.
É obvio, portanto, que a interposição de Embargos de Declaração só
se justifica no caso de omissão da decisão sobre o tema que a parte pretenda
suscitar em Recurso de Revista.
Não é esse o caso em tela, pois não há omissão no Acórdão, e muito
menos afronta a qualquer dispositivo legal, apenas inconformismo da
embargante com o desfecho do processo, restando evidente a conclusão de
uma atitude protelatória, ainda mais, diante de argumentos tão infundados
que compõem estes embargos, no qual, biso e friso, pleiteia-se a revisão da
decisão, o que é incompatível com a natureza e finalidade dessa espécie
recursal.
Assim, por deduzir defesa contra fato incontroverso, opor resistência
injustificada ao processo, proceder de modo temerário, provocar incidente
manifestamente infundado e, interpor recurso meramente protelatório,
incindido a embargante nos incisos I, IV, V, VI e VII, do Artigo 17, do
Código de Processo Civil, aplico-lhe a punição do Artigo 18, do mesmo
Codex, por se enquadrar a embargante como litigante de má-fé.” (págs.
421-423)
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No que diz respeito à deserção, com efeito,
revela-se incorreta a decisão regional em que se reputou deserto o
recurso ordinário interposto pela reclamada.
Quando a parte efetuou o recolhimento das custas
processuais, em 4/4/2012, conforme consta do recibo anexado à pág.
343, já se encontrava em vigor o Ato Conjunto nº 21/2010 do
TST/CSJT/GP/SG, publicado no DEJT em 9/12/2010, que, em seu artigo
1º, estabelece disposição de que, a partir de janeiro de 2011, o
pagamento de custas deve ser efetuado por outro meio da Guia de
Recolhimento da União (GRU).
Confira-se:
PROCESSO Nº TST-RR-2070-28.2011.5.15.0077
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DOS ARESTOS AFASTADA. Demonstrada a divergência jurisprudencial
válida e específica nos moldes do incido II do artigo 894 da Consolidação
das Leis do Trabalho, dá-se provimento ao agravo regimental, a fim de
determinar o processamento do recurso de embargos. RECURSO DE
EMBARGOS INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI N.º 11.496/2007.
CUSTAS PROCESSUAIS. COMPROVANTE ELETRÔNICO DE
RECOLHIMENTO. DESERÇÃO NÃO CONFIGURADA. 1. Consoante a
Instrução Normativa n.º 20, com a redação dada pela Resolução
Administrativa n.º 902/2002 desta Corte superior, e o Ato Conjunto n.º
21/2010 - TST.CSJT.SG, que dispõem sobre os procedimentos para o
recolhimento de custas e emolumentos devidos à União no âmbito da
Justiça do Trabalho, exige-se, tão somente, que o pagamento das custas seja
efetuado no prazo recursal e no valor estipulado na sentença. 2. Não pode o
excesso de rigor formal, no exame dos pressupostos de admissibilidade
recursal, configurar óbice ao uso de novos métodos disponibilizados às
partes para o recolhimento de custas e emolumentos. Com efeito, as
instituições bancárias oferecem, atualmente, a possibilidade de pagamento
de tributos por meio eletrônico (internet), e o recolhimento de custas
mediante a guia GRU não é exceção. 3. Não se detecta irregularidade no
comprovante eletrônico de recolhimento de custas carreado aos presentes
autos, de onde se extraem os seguintes dados: nome de quem efetuou o
recolhimento, a informação -Convênio STN - GRU JUDICIAL-, o valor
recolhido, a data do recolhimento das custas processuais e o número do
código de barras, sendo certo que a última sequência do referido código
(impresso também em algarismos arábicos, no documento) corresponde ao
número do CPF do reclamante. 3. Em tal hipótese, uma vez verificado o
efetivo recolhimento das custas em favor da União - alcançando-se, assim,
a finalidade do ato processual - não se afigura razoável declarar a deserção
do apelo em razão da ausência do traslado da guia GRU, sob pena de
incorrer-se em ofensa ao disposto no artigo 5º, LV, da Constituição da
República. 4. Recurso de embargos conhecido e provido”. (E-ED-RR-
531-26.2010.5.04.0026, Relator Ministro: Lelio
Bentes Corrêa, Data de Julgamento: 20/3/2014,
Subseção I Especializada em Dissídios Individuais,
Data de Publicação: DEJT 4/4/2014)
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DE REVISTA - PROCESSO ELETRÔNICO - PROCEDIMENTO
SUMARÍSSIMO. DESERÇÃO DO RECURSO ORDINÁRIO. CUSTAS
PROCESSUAIS. COMPROVAÇÃO. AUSÊNCIA DA GUIA GRU.
JUNTADA DE RECIBO ELETRÔNICO. EXISTÊNCIA DE
ELEMENTOS QUE PERMITEM A CONSTATAÇÃO DA
VINCULAÇÃO DAS CUSTAS RECOLHIDAS COM A DEMANDA.
Constata-se que o recibo eletrônico juntado aos autos possui elementos
suficientes para vincular as custas recolhidas à demanda, restando
comprovada a disponibilização dos respectivos valores à Receita Federal.
Assim, com fulcro nos princípios da boa-fé, da razoabilidade, da
instrumentalidade das formas e da finalidade dos atos processuais, afasta-se
a deserção declarada pelo Regional. Recurso de Revista conhecido e
provido”. (RR-2010-91.2012.5.03.0097, Relator
Ministro: Márcio Eurico Vitral Amaro, Data de
Julgamento: 28/5/2014, 8ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 30/5/2014)
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comprovante de pagamento anexado ao Recurso Ordinário, correspondente
ao recolhimento das custas processuais por meio eletrônico e relativo ao -
Convênio STN - GRU JUDICIAL-, permite aferir que o recolhimento foi
efetivado pela Reclamada à União, no valor fixado na sentença, bem como
no prazo alusivo ao Recurso Ordinário, elementos suficientes a atestar o
devido preparo do apelo. Recurso de Revista conhecido e provido”. (RR
- 183-46.2010.5.01.0008, Relatora Juíza Convocada:
Maria Laura Franco Lima de Faria, Data de
Julgamento: 12/12/2012, 8ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 14/12/2012)
RECURSO DE REVISTA
I – CONHECIMENTO
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A reclamada sustenta que o recolhimento das custas
processuais, no importe de 2% do valor arbitrado à condenação, foi
efetivamente efetuado. Afirma que o artigo 789 da CLT exige apenas
que seja observado o valor arbitrado e o prazo legal, o que ocorreu
no caso. Entende que está lhe sendo imposto procedimento sem amparo
legal.
Indica violação dos artigos 5º, incisos II e LV,
da Constituição Federal, 154 e 244 do CPC e 789 da CLT. Traz
divergência jurisprudencial.
O acórdão regional foi assim fundamentado:
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Os embargos de declaração foram julgados nestes
termos:
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que compõem estes embargos, no qual, biso e friso, pleiteia-se a revisão da
decisão, o que é incompatível com a natureza e finalidade dessa espécie
recursal.
Assim, por deduzir defesa contra fato incontroverso, opor resistência
injustificada ao processo, proceder de modo temerário, provocar incidente
manifestamente infundado e, interpor recurso meramente protelatório,
incindido a embargante nos incisos I, IV, V, VI e VII, do Artigo 17, do
Código de Processo Civil, aplico-lhe a punição do Artigo 18, do mesmo
Codex, por se enquadrar a embargante como litigante de má-fé.” (págs.
421-423)
PROCESSO Nº TST-RR-2070-28.2011.5.15.0077
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lançadas no comprovante de pagamento juntado aos autos que foi
efetivado o recolhimento das custas relativas a este processo em
favor da União, tendo, portanto, o procedimento alcançado a sua
finalidade.
Nesse sentido, os seguintes precedentes desta
Corte, in verbis:
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Subseção I Especializada em Dissídios Individuais,
Data de Publicação: DEJT 04/04/2014)
PROCESSO Nº TST-RR-2070-28.2011.5.15.0077
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indigitado dispositivo legal, estando comprovada a disponibilização dos
respectivos valores à Receita Federal. Desse modo, à luz dos princípios da
boa-fé, da razoabilidade, da instrumentalidade das formas e da finalidade
dos atos processuais, afasta-se a deserção declarada pela Corte de origem.
Precedentes. Recurso de Revista conhecido e provido”. (RR - 1490-
77.2011.5.24.0002 , Relatora Ministra: Maria de
Assis Calsing, Data de Julgamento: 30/10/2013, 4ª
Turma, Data de Publicação: DEJT 08/11/2013)
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artigo 244 do CPC, fica impossível subtrair da recorrente o direito
à entrega da efetiva prestação jurisdicional, ante o equívoco formal
escusável.
Diante do exposto, em razão de violação dos arts.
154 e 244 do CPC, conheço do recurso de revista.
II – MÉRITO
ISTO POSTO
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