Você está na página 1de 6

RECURSO ESPECIAL Nº 2063751 - CE (2023/0095923-3)

RELATOR : MINISTRO GURGEL DE FARIA


RECORRENTE : FAZENDA NACIONAL
RECORRIDO : CIL - COMERCIO DE INFORMATICA LTDA
ADVOGADOS : PEDRO ELEUTÉRIO DE ALBUQUERQUE - CE014124
JULIANA LOUSADA GONÇALVES GOMES - CE024794
MATHEUS FERNANDES MENEZES - CE025572
LUCAS ERNESTO GOMES CAVALCANTE - CE033817

DECISÃO

Trata-se de recurso especial interposto pela FAZENDA


NACIONAL, com fundamento na alínea "a" do permissivo constitucional, que desafia
acórdão do Tribunal Regional Federal da 5ª Região assim ementado:
EMENTA:TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. CAUSA DE
SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. INSTAURAÇÃO DO
CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO. ARTIGO 151, III, CTN.
EXPEDIÇÃO DE CERTIDÃO POSITIVA COM EFEITOS DE NEGATIVA.
POSSIBILIDADE.
1. Trata-se de apelação em face de sentença que, em sede de mandado de
segurança, julgou procedente o pedido, concedendo o mandamus para
reconhecer, em caráter definitivo, o direito à suspensão da exigibilidade dos
créditos tributários objeto do Processo Administrativo Fiscal (PAF) nº
10380.734378/2019-55, nos termos do art. 151, IV, CTN; e
consequentemente, suspensão da inscrição dos mencionados débitos no
CADIN, e se abstenha a autoridade fiscal de inscrevê-los em Dívida Ativa da
União, até que seja analisada, em seara administrativa, as justificativas
apresentadas pela Impetrante e, que determine a expedição de Certidão
Positiva com Efeitos de Negativa (CPEN) em nome da Impetrante, desde que
não haja outras restrições para a emissão da referida Certidão, o que se faz
para garantia do devido processo administrativo fiscal. Sem honorários (STF,
súmula512).
2. Em suas razões de apelação, defende a FAZENDA NACIONAL que,
submetendo-se novamente a questão à apreciação da Autoridade Fazendária,
por dever de cautela e em respeito ao interesse público, foi suscitada a
necessidade da colheita de mais elementos comprobatórios do direito
vindicado pela parte impetrante. Ressalta que nada impede que a
Administração Pública possa rever seus próprios atos, o que não exclui a
própria decisão administrativa proferida inicialmente nos autos do Processo
Administrativo 10380.734378/2019-55. Esclarece que a manifestação acerca
do pedido de retificação e reconsideração dos lançamentos fiscais já
constituídos, pela autoridade tributária, demanda a análise de elementos de
prova, a serem colacionados pelo contribuinte para demonstrar a revisão
pretendida. Acrescenta que o pedido de revisão de crédito efetuado após sua
constituição definitiva não se equipara às hipóteses de reclamação e recursos
previstas nas leis reguladoras do processo tributário administrativo, não

Edição nº 0 - Brasília, Publicação: terça-feira, 22 de agosto de 2023


Documento eletrônico VDA37980726 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
Signatário(a): LUIZ ALBERTO GURGEL DE FARIA Assinado em: 19/08/2023 19:06:58
Publicação no DJe/STJ nº 3702 de 22/08/2023. Código de Controle do Documento: 1cfa3c81-49ae-468a-9a8a-4fe6db2f90c1
havendo que se falar, portanto, em suspensão da exigibilidade de tais créditos,
conforme entendimento doSuperior Tribunal de Justiça.
3. De acordo com o art. 206 do CTN, a Certidão Positiva com efeitos de
Negativa depende de algum dos seguintes requisitos alternativos: (a) créditos
não vencidos; (b) créditos em curso de cobrança executiva em que tenha sido
efetivada a penhora; (c) créditos cuja exigibilidade esteja suspensa.
4. As causas de suspensão do Crédito Tributário se encontram previstas no art.
151 do CTN, dentre as quais se encontram as "reclamações e os recursos, nos
termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo" (inciso III).
5. O STJ, no julgamento do AgRg nos EDcl no Ag 1396238/SC, em
06.09.2011, firmou o entendimento de que "enquanto houver reclamação ou
recurso administrativo, não se pode cobrar o tributo devido, como, por
exemplo, no caso de pedido de compensação pendente de análise pela Receita
Federal. O STJ possui o entendimento de que a instauração do contencioso
administrativo amolda-se à hipótese do art. 151, III, do CTN, razão pela qual
perdurará a suspensão da exigibilidade até decisão final na instância
administrativa.".
5. No caso, os créditos tributários ativos de Imposto de Renda Retido na Fonte
- IRRF controlados no Dossiê nº10380.734378/2019-55, existentes encontram-
se com exigibilidade suspensa.
6. Com efeito, observa-se através da Informação Fiscal extraída do Dossiê nº
10271.097283/2020-10, que a Administração Tributária decidiu-se pelo
deferimento do pleito do contribuinte/impetrante, no sentido de suspender a
inscrição dos débitos no CADIN e obter a CND tal como requerido pela
Impetrante, conforme se extrai da Informação Fiscal da Superintendência
Regional da Receita Federal do Brasil 3ª RF por ocasião da apreciação do
referido Dossiê; tendo emitido decisão administrativa no sentido de que não
são exigíveis, com base nas DCTF`s, por que todos os débitos do IRRF (cód
8045-06), exceto Maio/2017, relativos ao Calendário de 2017 e 2018, não
compondo as DCTF ́s Retificadora/Ativa, sendo as anteriores "canceladas";
por não existir prova nos autos de que referidos débitos não são oriundos de
comissões pagas relativas a administração de cartões de créditos, cuja retenção
na finte seria de responsabilidade da empresa que recebe as comissões.
7. Nesse diapasão, não há sequer decisão definitiva acerca da questão
administrativa fiscal, tendo a Autoridade Coatora informado em juízo que a
questão fora novamente submetida à apreciação da Administração, por dever
de cautela e em respeito ao interesse público, ante a necessidade da colheita de
mais elementos comprobatórios do direito vindicado pela parte impetrante.
8. Sem analisar o mérito da admissibilidade do Dossiê, estando pendente
recurso administrativo, ainda não apreciado em última instância, o crédito
tributário objeto do P. A. nº. 10271.097283/2020-10 continua com a sua
exigibilidade suspensa, nos termos do art. 151, III, do CTN.
9. Assim, a pendência de resposta da Receita Federal do Brasil, ainda que
amparada por prazo legal, não pode impedir a empresa, a qual comprovou sua
idoneidade na busca pela satisfação dos créditos fiscais, de obter Certidão
Positiva com Efeitos de Negativa, especialmente diante da falta de
impugnação por parte da Fazenda Nacional, no tocante a eventuais débitos
inscritos e/ou sob cobrança em execução fiscal, bem como da inexistência de
danos aparentes à União. Precedente.08142563520204050000, AGRAVO DE
INSTRUMENTO, DESEMBARGADOR FEDERAL PAULO
MACHADOCORDEIRO, 2ª TURMA, JULGAMENTO: 02/03/2021.10.
10.Apelação improvida.

Os embargos declaratórios opostos pela recorrente foram rejeitados.

Em suas razões, alega violação dos arts. 489, II, § 1º, VI, 1.022, II,
do CPC/2015, sustentando omissão no julgado por não ter se manifestado sobre o fato de
que a administração pública pode rever seus próprios atos, nos termos da Súmula 473 do
STF, e de que "o pedido de revisão de crédito efetuado após sua constituição definitiva

Edição nº 0 - Brasília, Publicação: terça-feira, 22 de agosto de 2023


Documento eletrônico VDA37980726 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
Signatário(a): LUIZ ALBERTO GURGEL DE FARIA Assinado em: 19/08/2023 19:06:58
Publicação no DJe/STJ nº 3702 de 22/08/2023. Código de Controle do Documento: 1cfa3c81-49ae-468a-9a8a-4fe6db2f90c1
não se equipara às hipóteses de reclamação e recursos previstas nas leis reguladoras do
processo tributário administrativo, não havendo que se falar, portanto, em suspensão da
exigibilidade de tais créditos" (e-STJ fl. 502).

Contrarrazões apresentadas às e-STJ fls. 510/518.

Decisão a quo de admissão do recurso especial à e-STJ fl. 532.

Passo a decidir.

O recurso especial origina-se de mandado de segurança em que se


pede que a autoridade impetrada tome as medidas administrativas necessárias para
suspensão da exigibilidade dos créditos tributários.

Em primeiro grau de jurisdição, o Juízo da 1ª Vara Federal do


Ceará concedeu a segurança para "reconhecer, em caráter definitivo, o direito à suspensão
da exigibilidade dos créditos tributários objeto do Processo Administrativo Fiscal (PAF)
nº 10380.734378/2019-55, nos termos do art. 151, IV, CTN; e conseqüentemente,
suspensão da inscrição dos mencionados débitos no CADIN, e se abstenha a autoridade
fiscal de inscrevê-los em Dívida Ativa da União, até que seja analisada, em seara
administrativa, as justificativas apresentadas pela Impetrante e, em conseqüência, que
determine a expedição de Certidão Positiva com Efeitos de Negativa(CPEN) em nome da
Impetrante, desde que não haja outras restrições para a emissão da referida Certidão, o
que se faz para garantia do devido processo administrativo fiscal" (e-STJ fl. 367).

A Fazenda interpôs recurso de apelação, o qual foi desprovido pelo


Tribunal Regional.

Vejamos, no que interessa, o que está consignado no voto condutor


do acórdão recorrido (e-STJ fls. 440/444):

A Lei 11.457/07, a qual regula a administração tributária federal, em seu art.


24, estabelece que "é obrigatório que seja proferida decisão administrativa no
prazo máximo de 360 (trezentos e sessenta) dias a contar do protocolo de
petições, defesas ou recursos administrativos do contribuinte."
De acordo com o art. 206 do CTN, a Certidão Positiva com efeitos de
Negativa depende de algum dos seguintes requisitos alternativos: (a) créditos
não vencidos; (b) créditos em curso de cobrança executiva em que tenha sido
efetivada apenhora; (c) créditos cuja exigibilidade esteja suspensa.
As causas de suspensão do Crédito Tributário se encontram previstas no art.
151 do CTN, dentre as quais se encontram as "reclamações e os recursos, nos
termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo" (inciso III).
O STJ, no julgamento do AgRg nos EDcl no Ag 1396238/SC, em 06.09.2011,
firmou o entendimento de que "enquanto houver reclamação ou recurso
administrativo, não se pode cobrar o tributo devido, como, por exemplo, no

Edição nº 0 - Brasília, Publicação: terça-feira, 22 de agosto de 2023


Documento eletrônico VDA37980726 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
Signatário(a): LUIZ ALBERTO GURGEL DE FARIA Assinado em: 19/08/2023 19:06:58
Publicação no DJe/STJ nº 3702 de 22/08/2023. Código de Controle do Documento: 1cfa3c81-49ae-468a-9a8a-4fe6db2f90c1
caso de pedido de compensação pendente de análise pela Receita Federal. O
STJ possui o entendimento de que a instauração do contencioso administrativo
amolda-se à hipótese do art. 151, III, do CTN, razão pela qual perdurará a
suspensão da exigibilidade até decisão final na instância administrativa.".
No caso, os créditos tributários ativos de Imposto de Renda Retido na Fonte -
IRRF controlados no Dossiê nº10380.734378/2019-55, existentes encontram-
se com exigibilidade suspensa.
Com efeito, observa-se através da Informação Fiscal extraída do Dossiê nº
10271.097283/2020-10, que a Administração Tributária decidiu-se pelo
deferimento do pleito do contribuinte/impetrante, no sentido de suspender a
inscrição dos débitos no CADIN e obter a CND tal como requerido pela
Impetrante, conforme se extrai da Informação Fiscal da Superintendência
Regional da Receita Federal do Brasil 3ª RF por ocasião da apreciação do
referido Dossiê; tendo emitido decisão administrativa no sentido de que não
são exigíveis, com base nas DCTF`s, por que todos os débitos do IRRF (cód
8045-06), exceto Maio/2017, relativos ao Calendário de 2017 e 2018, não
compondo as DCTF ́s Retificadora/Ativa, sendo as anteriores "canceladas";
por não existir prova nos autos de que referidos débitos não são oriundos de
comissões pagas relativas a administração de cartões de créditos, cuja retensão
na finte seria de responsabilidade da empresa que recebe as comissões.
Ou seja, não há sequer decisão definitiva acerca da questão administrativa
fiscal, tendo a Autoridade Coatora informado em juízo que tendo sido
novamente submetida questão a esta Administração, por dever de cautela e em
respeito ao interesse público, ante a necessidade da colheita de mais elementos
comprobatórios do direito vindicado pela parte impetrante.
Sem analisar o mérito da admissibilidade do Dossiê, estando pendente recurso
administrativo ainda não apreciado em última instância, o crédito tributário
objeto do P. A. nº. 10271.097283/2020-10 continua com a sua exigibilidade
suspensa, nos termos do art. 151, III, do CTN.
Assim, a pendência de resposta da Receita Federal do Brasil, ainda que
amparada por prazo legal, não pode impedir a empresa, a qual comprovou sua
idoneidade na busca pela satisfação dos créditos fiscais, de obter Certidão
Positiva com Efeitos de Negativa, especialmente diante da falta de
impugnação por parte da Fazenda Nacional, no tocante a eventuais débitos
inscritose/ou sob cobrança em execução fiscal, bem como da inexistência de
danos aparentes à União.

Pois bem.

A Fazenda Pública alega omissão no julgado quanto ao fato de a


administração pública poder rever seus próprios atos, consoante Súmula 473 do STF,
além de não ter havido manifestação sobre o fato de que "o pedido de revisão de crédito
efetuado após sua constituição definitiva não se equipara às hipóteses de reclamação e
recursos previstas nas leis reguladoras do processo tributário administrativo, não havendo
que se falar, portanto, em suspensão da exigibilidade de tais créditos" (e-STJ fl. 502).

No entanto, o Tribunal de origem foi expresso ao esclarecer os


motivos pelos quais os créditos tributários estão com a exigibilidade suspensa, ao
registrar o seguinte (e-STJ fl. 441):
(...) não há sequer decisão definitiva acerca da questão administrativa fiscal,
tendo a Autoridade Coatora informado em juízo que tendo sido novamente
submetida questão a esta Administração, por dever de cautela e em respeito ao
interesse público, ante a necessidade da colheita de mais elementos
comprobatórios do direito vindicado pela parte impetrante.

Edição nº 0 - Brasília, Publicação: terça-feira, 22 de agosto de 2023


Documento eletrônico VDA37980726 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
Signatário(a): LUIZ ALBERTO GURGEL DE FARIA Assinado em: 19/08/2023 19:06:58
Publicação no DJe/STJ nº 3702 de 22/08/2023. Código de Controle do Documento: 1cfa3c81-49ae-468a-9a8a-4fe6db2f90c1
Sem analisar o mérito da admissibilidade do Dossiê, estando pendente recurso
administrativo ainda não apreciado em última instância, o crédito tributário
objeto do P. A. nº. 10271.097283/2020-10 continua com a sua exigibilidade
suspensa, nos termos do art. 151, III, do CTN.
Assim, a pendência de resposta da Receita Federal do Brasil, ainda que
amparada por prazo legal, não pode impedir a empresa, a qual comprovou sua
idoneidade na busca pela satisfação dos créditos fiscais, de obter Certidão
Positiva com Efeitos de Negativa, especialmente diante da falta de
impugnação por parte da Fazenda Nacional, no tocante a eventuais débitos
inscritos e/ou sob cobrança em execução fiscal, bem como da inexistência de
danos aparentes à União.

Desse modo, não se vislumbra nenhum equívoco ou deficiência na


fundamentação contida no acórdão recorrido, sendo possível observar que o Tribunal
apreciou integralmente a controvérsia, apontando as razões de seu convencimento, não se
podendo confundir julgamento desfavorável ao interesse da parte com negativa ou
ausência de prestação jurisdicional.

Ademais, consoante entendimento jurisprudencial pacífico, o órgão


julgador não está obrigado a se manifestar sobre todos os argumentos levantados pelas
partes para expressar a sua convicção, notadamente quando encontrar motivação
suficiente ao deslinde da causa. Nesse sentido: AgInt no AREsp 520.705/SC, Relator
Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, DJe 06/10/2016 e REsp 1.349.293/SP,
Relator Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 14/08/2018.

Ainda :
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO EM AGRAVO EM RECURSO
ESPECIAL. SERVIDOR PÚBLICO. AUSÊNCIA DE OMISSÕES. AÇÃO
CIVIL PÚBLICA. INCIDENTE DE ARGUIÇÃO DE
INCONSTITUCIONALIDE DE LEI ESTADUAL. POSSIBILIDADE.
ACÓRDÃO EM SINTONIA COM JURISPRUDÊNCIA DO STJ.
NULIDADE PROCESSUAL. REVISÃO DO CONJUNTO FÁTICO-
PROBATÓRIO DOS AUTOS. IMPOSSIBILIDADE. SÚM. N. 7/STJ.
AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO.
1. Não há vícios por omissão quando o acórdão recorrido adota fundamentação
suficiente para dirimir a controvérsia, sendo desnecessária a manifestação
expressa sobre todos os argumentos apresentados pelos litigantes.
[...]
5. Agravo interno não provido.
(AgInt no REsp n. 1.993.472/MS, relator Ministro Mauro Campbell Marques,
Segunda Turma, julgado em 8/5/2023, DJe de 10/5/2023.)

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INEXISTÊNCIA


DE QUAISQUER DOS VÍCIOS DO ART. 1.022 DO NOVO CPC/2015.
REJEIÇÃO.
1. De acordo com o previsto no artigo 1.022 do Novo CPC/2015, são cabíveis
embargos de declaração nas hipóteses de obscuridade, contradição ou omissão
do acórdão atacado ou para corrigir erro material.
2. Nesse panorama, inexistente qualquer obscuridade, contradição, omissão ou
erro material no julgado embargado, conforme exige o artigo 1.022 do Novo
CPC/2015, impõe-se a rejeição dos presentes embargos de declaração.
3. "Não configura omissão o simples fato de o julgador não se manifestar
sobre todos os argumentos levantados pela parte, uma vez que está obrigado
apenas a resolver a questão que lhe foi submetida com base no seu livre

Edição nº 0 - Brasília, Publicação: terça-feira, 22 de agosto de 2023


Documento eletrônico VDA37980726 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
Signatário(a): LUIZ ALBERTO GURGEL DE FARIA Assinado em: 19/08/2023 19:06:58
Publicação no DJe/STJ nº 3702 de 22/08/2023. Código de Controle do Documento: 1cfa3c81-49ae-468a-9a8a-4fe6db2f90c1
convencimento (art. 131, CPC)." (EDcl nos EDcl no Resp 637.836/DF, Rel.
Ministro Felix Fischer, Quinta Turma, DJ 22/5/06).
4. Embargos de declaração rejeitados.
(EDcl no AgInt no AREsp n. 1.232.995/PI, relator Ministro Sérgio Kukina,
Primeira Turma, julgado em 19/6/2018, DJe de 26/6/2018.)

Ante o exposto, com base no art. 255, § 4º, II, do RISTJ, NEGO
PROVIMENTO ao recurso especial.

Sem arbitramento de honorários recursais, pois o apelo nobre se


origina de mandado de segurança.

Publique-se. Intimem-se.

Brasília, 17 de agosto de 2023.

Ministro GURGEL DE FARIA


Relator

Edição nº 0 - Brasília, Publicação: terça-feira, 22 de agosto de 2023


Documento eletrônico VDA37980726 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
Signatário(a): LUIZ ALBERTO GURGEL DE FARIA Assinado em: 19/08/2023 19:06:58
Publicação no DJe/STJ nº 3702 de 22/08/2023. Código de Controle do Documento: 1cfa3c81-49ae-468a-9a8a-4fe6db2f90c1

Você também pode gostar