AO DOUTO JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA
COMARCA DE MACEIÓ – ALAGOAS.
PEDIDO DE TUTELA LIMINAR SATISFATIVA DE URGÊNCIA
Art. 300 a 315 do CPC
AGREMIAÇÃO SPORTIVA ARAPIRAQUENSE, pessoa jurídica de direito
privado sem fins lucrativos, portadora do CNPJ de nº 12.439.568/0001- 92, com sede à Avenida Ventura de Farias, s/n, Baixão, Arapiraca, Estado de Alagoas, endereço eletrônico asajuridico17@gmail.com, por intermédio de seus advogados que abaixo subscrevem, conforme instrumento procuratório em anexo (doc. 01), vem mui respeitosamente a presença de Vossa Excelência, com fulcro no art. 300 e seguintes do Novo Código de Processo Civil propor a presente:
AÇÃO DE COBRANÇA – COM PEDIDO DE TUTELA SATISFATIVA DE
URGÊNCIA
em face do SECRETARIA DE ESTADO DO ESPORTE, LAZER
EJUVENTUDE – SELAJ, inscrita no CNPJ de nº 22.255.059/0001-63, com sede na Av. Siqueira Campos, s/n, Trapiche da Barra, Maceió, Estado de Alagoas, podendo também ser citada por seus procuradores legais na Avenida Assis Chatubriand, 2.578, Prado, Maceió, Estado de Alagoas, pelos fundamentos de fato e de direito que passa a expor:
1 – DOS FATOS
A Autora é um time de futebol sem fins lucrativos do município de
Arapiraca que desenvolve atividades desportivas há mais de 70 anos contando sempre com o apoio das entidades governamentais e do comercio em geral deste município.
Neste ano de 2022, a autora disputou a Copa Alagoas, Copa do Brasil, o
Campeonato Alagoano de Futebol da 1ª divisão, o qual se tornou vice campeão e esta disputando o Campeonato Brasileiro da Serie D.
Ocorre que a autora encaminhou oficio à SELAJ a fim de obter Emenda
Parlamentar do Deputado Estadual Breno Albuquerque para desenvolvimento de AGREMIAÇÃO SPORTIVA ARAPIRAQUENSE – ASA DEPARTAMENTO JURÍDICO
suas atividades futebolísticas para o calendário do ano de 2022 e inicio das
atividades para o ano de 2023, conforme plano de trabalho SEI 14223753.
Para continuidade na tramitação processual, visando a celebração do
termo de parceria, foi condicionado à apresentação de Certidões Negativas Fiscais, Trabalhistas e Previdenciárias.
De fato, a impetrante possui execução trabalhista em trâmite no Tribunal
Regional do Trabalho da 19ª Região, a qual não pode ser paga, até o momento, em razão exclusiva da ausência de disponibilidade financeira do clube para tanto.
De todo modo, a exigência feita pela SELAJ é pacificamente
considerada abusiva e ilegal pelo Superior Tribunal de Justiça, pelo Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas, por outros Tribunais de Justiça estaduais e, até mesmo, pelo Tribunal de Contas da União.
2 – CONCESSÃO DA TUTELA SATISFASTIVA DE URGÊNCIA
O artigo 300 do CPC autoriza a Tutela de Urgência nos casos em que o
autor se insere, razão pela qual é justo de direito o deferimento do pedido.
Art. 300 - A tutela de urgência será concedida quando
houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
2.1 – DO DIREITO
Estabelece o Código Civil, no artigo 315, verbis:
"As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no
vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subsequentes." (negritamos)
2.1.1 – DA DISPENSABILIDADE DE CERTIDÕES DE REGULARIDADE FISCAL
A Autora tentou de todas as formas receber sua cota de patrocínio sem
êxito, por sempre esbarrar na insistente solicitação de apresentação das CND´s que não possui. AGREMIAÇÃO SPORTIVA ARAPIRAQUENSE – ASA DEPARTAMENTO JURÍDICO
Ressalte-se que existe um parecer da Procuradoria Administrativa
assinado pelo Procurador Geral Dr. Filipe Lôbo Gomes no qual manifesta claramente sobre a Impossibilidade de Retenção de Pagamento em virtude de situação de Irregularidade Fiscal, conforme documento em anexo.
Ocorre que o condicionamento do pagamento à apresentação das CND´s
é amplamente inadmissível, tal fato já se encontra pacificado em nosso ordenamento jurídico pátrio conforme entendimento jurisprudencial existente, vejamos:
TJ-MS - 08046802320168120002 MS 0804680-
23.2016.8.12.0002 (TJ-MS) Data de publicação: 29/03/2017 Ementa: REMESSA NECESSÁRIA – MANDADO DE SEGURANÇA – CONTRATO ADMINISTRATIVO – RETENÇÃO DE PAGAMENTO DE SERVIÇO PRESTADO – EXIGÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE SITUAÇÃO DE REGULARIDADE FISCAL. DESCABIMENTO – SENTENÇA CONFIRMADA. Se a empresa prestou os serviços contratados à Administração Pública, não pode condicionar/reter o pagamento a fim de exigir a comprovação de regularidade fiscal, sob pena de enriquecimento ilícito e violação do princípio da legalidade, conforme entendimentos do Superior Tribunal de Justiça. Reexame realizado. Sentença confirmada, com o Parecer Ministerial Encontrado em: 4ª Câmara Cível 8046802320168120002 MS 0804680- 23.2016.8.12.0002 (TJ-MS) Des. Dorival Renato Pavan. (Grifo nosso)
TJ-AM - 40052408920158040000 AM 4005240-
89.2015.8.04.0000 (TJ-AM) Data de publicação: 06/06/2018 Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. CONTRATO ADMINISTRATIVO. SUSPENSÃO DE PAGAMENTO ANTE A IRREGULARIDADE FISCAL DA CONTRATADA. PRELIMINAR DE IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA. NÃO ACOLHIMENTO. ILEGALIDADE E ABUSIVIDADE DO ATO.IMPOSSIBILIDADE DE RETENÇÃO DO PAGAMENTO PELO SERVIÇO PR ESTADO. LOCUPLETAMENTO ILÍCITO. OFENSA AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. PRECEDENTES DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA E DESTA CORTE JULGADORA. SEGURANÇA CONCEDIDA. 1. Consoante a jurisprudência pátria, apresentada a AGREMIAÇÃO SPORTIVA ARAPIRAQUENSE – ASA DEPARTAMENTO JURÍDICO
impugnação ao valor da causa em sede de
mandamusconstitucional, esta deve ser enfrentada como preliminar; 2. In casu, não há falar em postulação de pagamento, mesmo porque o Mandado de Segurança não é substitutivo de ação de cobrança, conforme o Enunciado nº 269 da Súmula do Pretório Excelso, senão em abstenção da exigência de apresentação de certidões negativas pela impetrante, fato que torna o valor dado à causa razoável e proporcional; 3. Preliminar não acolhida; 4. São é de somenos repisar que a Administração Pública deve obediência ao princípio constitucional da legalidade, o que redunda no fato de que ela somente pode praticar atos expressamente previstos em lei, consoante preceituam os arts. 5º , inciso II , e 37 , caput, da Carta Magna , muito mais se se tratar de regra restritiva de direitos dos administrados; 5. No caso em tela, a impetrante prestou serviços para Administração Pública, mas teve os pagamentos a que têm direito obstados com supedâneo em sua irregularidade fiscal, o que não encontra amparo na Lei nº 8.666/1993, que rege a contratação em comento, nem na Constituição Federal , consubstanciando-se em ato ilegal e abusivo, conforme pacífico entendimento da Corte Cidadã, acompanhado por este Tribunal de Justiça; 6. Segurança concedida, em consonância com o Graduado Órgão Ministerial. (Grifo nosso)
STJ – RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA RMS
51862 MT 2016/0224824-4 Data de publicação: 27/10/2016 Decisão: ADMINISTRATIVO – RETENÇAO DO PAGAMENTO DO SERVIÇO PRESTADO – EXIGÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE REGULARIDADE FISCAL. FISCAL. RETENÇÃO DO PAGAMENTO DAS FATURAS PELOS SERVIÇOS JÁ PRESTADOS. IMPOSSIBILIDADE. EXIGÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE SITUAÇÃO DE REGULARIDADE FISCAL. DESCABIMENTO – SENTENÇA CONFIRMADA. (Grifo nosso)
A jurisprudência acima apresentada é perfeitamente o caso dos autos,
uma vez que se trata de empresas com créditos a receber de entidades públicas que após o fornecimento do serviço condicionam o pagamento a apresentação de CND ´s, o que conforme exposto é ilegal. AGREMIAÇÃO SPORTIVA ARAPIRAQUENSE – ASA DEPARTAMENTO JURÍDICO
Não resta dúvidas das atitudes abusivas que a Secretaria de Estado
do Esporte, Lazer e Juventude vem cometendo com o fito de protelar o pagamento dos valores devidos.
Cumprido tal momento e após analisado toda documentação acostada
percebe-se que o direito da Autora se encontra líquido e certo, vez que todas as formalidades foram devidamente cumpridas, dentro dos termos contratados.
Desta forma, roga-se a Vossa Excelência que determine a Expedição
do Mandado de Pagamento, concedendo ao Réu o prazo de 15 dias para que deposite em juízo o valor de R$ 1.500.000,00 (um milhão e meio de reais) sob pena de multa diária a ser arbitrada por Vossa Excelência.
3 – DA GRATUIDADE JUDICIARIA
Excelência, a Autora é uma pessoa jurídica sem fins lucrativos conforme
demonstrado em seu estatuto social, que vem passando por severas crises financeiras no intuito de sobreviver ao acirrado mercado do futebol brasileiro.
Ocorre que momentaneamente a mesma não possui condições de arcar
com o pagamento das custas judiciais por se encontrar com diversos débitos nas mais diversas searas, inclusive chegou a ser excluído momentaneamente de uma competição por causa de débitos, como é sabido por todos e noticiado costumeiramente na imprensa, vejamos prints de telas que relatam tais informações. AGREMIAÇÃO SPORTIVA ARAPIRAQUENSE – ASA DEPARTAMENTO JURÍDICO
Assim, REQUER a Vossa Excelência a concessão dos benefícios da
justiça gratuita, uma vez que a Autora não possui condições financeiras de arcar com tal pagamento de custas judiciais.
4 – DOS PEDIDOS
Ante todo o exposto, requer que:
5.1– Seja deferido os benefícios da gratuidade judiciaria frente a
impossibilidade financeira do Autor em fazer o pagamento das custas processuais;
5.2 – Seja o Réu citado para que cumpra através da expedição do
competente mandado de pagamento através de depósito judicial no prazo de 15 dias dos valores devidos de forma integral ou parcelada, sob pena de multa diária a ser arbitrada por Vossa Excelência, ou para que querendo apresente defesa.
5.3 - Seja concedida a TUTELA LIMINAR SATISFATIVA DE URGÊNCIA,
esteada nos fundamentos acima postos, determinando o pagamento do valor devido. AGREMIAÇÃO SPORTIVA ARAPIRAQUENSE – ASA DEPARTAMENTO JURÍDICO
O Autor declara ainda que não deseja a realização da audiência de
conciliação/mediação, de acordo com o art. 319, VII do NCPC.
Protesta-se pela produção de novas provas, caso necessárias sejam.
Dá-se a causa o valor de R$ 1.500.000,00 (um milhão e meio de reais).
AP 0816003-38.2023.8.10.0001 - FRANCIELLE CRISTINE NICOMEDES DIAS SILVA x GBOEX-GRÉMIO BENEFICENTE. ausência de constituição do devedor em mora. danos morais. manutenção da sentença