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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA 3ª VARA DO

TRABALHO DE MARINGÁ – ESTADO DO PARANÁ

ATOrd: 0000952-90.2022.5.09.0661
Reclamante: JOÃO PAULO MARQUES DA SILVA
Reclamada: V.K. VASCONCELAOS DA PIEDADE EIRELI

V.K. VASCONCELOS DA PIEDADE EIRELI, já qualificada,


devidamente representada por seu procurador judicial infra firmado, nos autos em epígrafe
de Reclamação Trabalhista proposta por João Paulo Marques da Silva, igualmente qualificado,
vem, tempestiva e respeitosamente à presença de V. Exª apresentar sua CONTESTAÇÃO,
consoante os fatos e fundamentos jurídicos a seguir explicitados:

1. DA IMPUGNAÇÃO À JUSTIÇA GRATUITA

O CPC traz em seu artigo 337, XIII:

Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:


[...]
XIII – indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.

Atualmente, a simples afirmação de miserabilidade jurídica não basta


para o deferimento da assistência judiciária gratuita. Revogada foi à presunção de pobreza
anteriormente estabelecida em lei ordinária. Sendo que, a Constituição Federal, mais
precisamente em seu artigo 5º, inciso LXXIV, determina que, “O Estado prestará assistência
judiciária e integral gratuita aos que comprovarem a insuficiência de recursos”. Neste sentido, o §4º
do artigo 790, da CLT, incluído pela Lei nº. 13.467/2017, prevê:

Art. 790. [...]


§ 4o O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar
insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo. (g.n.)

Excelência, a própria inicial traz que o Autor recebia “salário médio


mensal que variava entre 10 e 18 mil reais”. – Também na página 9 da Inicial consta “média
salarial mensal de R$14.000,00”.

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Conforme será esclarecido ao longo da presente peça contestatória, o
Autor era prestador de serviços recebendo por frete realizado. No entanto, nem todos os
comprovantes anexados com a exordial são de origem da Reclamada.

Veja-se por exemplo de fls. 146 que o Autor recebeu Transferência PIX
no valor de R$9.200,00 em 06/05/2022 de VINICIUS BASSI VENDRAMIN pessoa totalmente
alheia aos autos, também em fls. 131 o valor de R$1.760,00 em de CAROLINE GONÇALVES
VIEIRA, e em 18/02/2022 o valor de R$2.000,00 de WAGNER RAMIRIS DE CAMPOS. Ora, é
evidente que o Autor aufere renda de serviços diversos de modo a não comprovar sua
hipossuficiência.

Cumpre informar também que o Autor detém a propriedade de um


caminhão Volkswagen Modelo VW/24.250 CLC 6X2, Ano 2008, Placas EDY-5579 pelo menos
desde 17/12/2019, segundo o que consta dos Autos de nº 1000701-20.2019.8.26.0505 em
trâmite na 2ª Vara Cível de Ribeirão Preto-SP, onde o Autor daquele processo pleiteia a
rescisão do negócio jurídico firmado para venda de referido caminhão, com busca e
apreensão já deferida vez que não fora quitado o pagamento pelo veículo.

Inclusive, o Reclamante do presente feito está sendo incluído no polo


passivo daquela ação cível. Constam daqueles autos que “Em que pese o referido sujeito seja
desconhecido ao Requerente, é certo que, através das infrações de trânsito sob sua titularidade,
apropriou-se do veículo que se busca a captura” – Isso porque lavrou-se Autuação de Infração de
Trânsito do Reclamante enquanto conduzia o veículo objeto daqueles autos.

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Atualmente, o aquele processo cível se encontra aguardando citação
do sr. JOÃO PAULO ora Reclamante para oferecer contestação, sendo remetida carta
precatória citatória para esta comarca a fim de cumprir o mandado.

É possível concluir, portanto, que o Autor comprou um caminhão


avaliado em R$80.000,00 (na tabela FIPE o valor é R$98.783,00) ainda que de modo informal,
sem regularizar a transferência do veículo e o vem conduzindo desde 17/12/2019, o que se
presume que foi utilizado para realizar fretes e serviços por conta própria, explicando sua
vultuosa renda, estando longe de demonstrar insuficiência de recursos.

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A jurisprudência recente do C.TST caminha pela inadmissibilidade da
mera “declaração de hipossuficiência econômica” como único meio de prova para esse fim,
conforme destaques pertinentes:

RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI Nº


13.467/2017 - JUSTIÇA GRATUITA - REQUISITOS -
HIPOSSUFICIÊNCIA ECONÔMICA – COMPROVAÇÃO. A presente
ação foi ajuizada após a entrada em vigor da Lei nº 13.467/2017, que
promoveu alterações em relação aos requisitos para o deferimento do benefício
da justiça gratuita. Com a Reforma Trabalhista, não basta a mera
declaração da parte de que não possui condições de arcar com as
despesas do processo, sem prejuízo do seu sustento e da sua família,
mas a efetiva comprovação da situação de insuficiência de recursos.
Na hipótese, as instâncias ordinárias entenderam que A RECLAMANTE não
se desincumbiu do seu encargo, tendo em vista que as provas colhidas nos
autos demonstram que a parte não era carente de recursos. Em razão disso,
indeferiramlhe os benefícios da justiça gratuita. A mudança desse
entendimento encontra óbice na Súmula nº 126 do TST. Recurso de Revista
não conhecido. (TST-RR-1000186-67.2018.5.02.0204, 8ª Turma, Relatora
Ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, DEJT 13/09/2019)

RECURSO DE REVISTA - GRATUIDADE DE JUSTIÇA - SALÁRIO


SUPERIOR A 40% DO TETO DOS BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA
SOCIAL - NECESSIDADE DE PROVA DA INSUFICIÊNCIA
ECONÔMICA ALEGADA - CLT, ART. 790, §§ 3º E 4º - SÚMULA 463, I,
DO TST SUPERADA PELA LEI 13.467/17 - CONFIGURAÇÃO DE
VIOLAÇÃO DO ART. 5º, XXXV E LXXIV, DA CF. 1. Demonstrada a
transcendência jurídica da matéria objeto da revista e a violação do art. 790,
§§ 3º e 4º, da CLT, conheço do apelo, com lastro nos arts. 896, "c", e 896-A,
§ 1º, IV, da CLT. 2. Conhecida a revista, por violação de lei e com base na
transcendência jurídica da causa, seu provimento é mero corolário para,
reformando o acórdão regional, reestabelecer a sentença, no tópico, haja vista
que a mera declaração de hipossuficiência econômica não basta para
reconhecer a condição de beneficiário da justiça gratuita de empregado que
percebe salário superior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos
benefícios do Regime Geral de Previdência Social, sendo imprescindível a
comprovação da condição de miserabilidade declarada pela Parte.
Recurso de revista conhecido e provido, no tópico. (TST-RR-1000719-
38.2019.5.02.0027, 4ª Turma, Relator Ministro Ives Gandra da Silva
Martins Filho, DEJT 17/12/2021)

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Nota-se também que o Autor declarou auferir remuneração em valor
muito superior à 40% do teto do INSS. A 4ª Turma do C. TST firmou entendimento nos autos
TST-RR-1001105-51.2018.5.02.0432 de que “se o trabalhador percebe salário superior a 40% do teto
dos benefícios da previdência social, há necessidade de comprovação da insuficiência econômica” para
reconhecer a gratuidade da justiça.” E continua: “(...) exigir a comprovação da hipossuficiência
econômica de quem ganha acima do teto legal não atenta contra o acesso à justiça nem nega a assistência
judicial do Estado. Pelo contrário, o que não se pode admitir é que o Estado arque com os custos da
prestação jurisdicional de quem pode pagar pelo acionamento da Justiça (...)”.

Desta forma, impugna-se o pedido de concessão da AJG, visto que o


Reclamante não comprova que não pode custear o processo sem que haja prejuízo de sua
subsistência.

2. DA IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA

Extrai-se da inicial que foi imputada à causa o absurdo valor de


R$536.000,00, mais de meio milhão de reais para discutir um suposto liame laboral de
18/08/2021 à 23/06/2022, ou seja, de apenas 10 meses.

Somente o pedido de letra “f” do tópico “01. DOS PEDIDOS” na


página 41 da inicial traz o montante “estimado” de R$189.000,00 referente horas extras
excedentes e reflexos, o que importa concluir uma média de R$18.900,00 por mês, apenas de
horas extras, isto é, maior do que a média salarial apontada como sendo “entre 10 e 18 mil
reais” ou de R$14.000,00, em tese. Isso sem incluir o intervalo intrajornada, que detém valor
próprio no pedido de letra “h” em R$26.840,00.

Também se extrai o vultuoso valor de R$43.320,00 indicado ao


pagamento do FGTS e multa de 40% sob pedido de letra “o”, lembrando que se trata de um
período discutido de 10 meses, em outras palavras, o Autor quer fazer crer que lhe seria
devido o valor de R$4.332,00 mensais a título de verba fundiária, o que evidentemente não
comporta guarida.

Ademais, a presente impugnação ao valor da causa se faz necessária


pois ainda que eventualmente justificados e admitidos tais montantes insensatos, cumpre
salientar que a somatória dos valores dos pedidos não resulta no valor da causa imputado.
Veja-se que, na verdade, a somatória de todos os pedidos traz a monta de R$536.452,20 e não
o valor redondo indicado na inicial de R$536.000,00.

Desta forma, requer-se a intimação da parte Autora para que retifique


o valor da causa sob pena de extinção do feito sem resolução do mérito, visto que não resulta
da somatória dos pedidos, e também por não corresponder ao benefício econômico
pretendido.

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3. DA INÉPCIA DA INICIAL

A petição inicial se revela inepta por não atender requisito essencial de


formalidade.

Extrai-se da letra “e” do tópico DOS PEDIDOS (pg. 41 da inicial) que o


Autor pede a condenação da Reclamada em adicional de insalubridade nos seguintes
termos, do qual transcreve-se para melhor aferir tal lapso: “o Autor durante toda a
contratualidade vem laborando em condições perigosas de forma a CONDENAR a Ré ao pagamento
do adicional de insalubridade no GRAU MÁXIMO previsto legalmente - 30% (trinta por
cento) tendo como base de cálculo o salário integral (comissões + RSRSs/feriados), bem como
CONDENAR a Ré ao pagamento dos reflexos do adicional insalubridade nas demais verbas ora
pleiteadas, inclusive horas extras, férias, trezenos, rescisórias e sobre as verbas pagas no decorrer do
pacto laboral - estima-se o pleito em R$ 49.200,00”.

Ora, sequer há causa de pedir para condenação no adicional de


insalubridade, também sabe-se que inexiste percentual de grau máximo em 30% em referido
adicional.

Na verdade, o que se denota, é que a parte Autora confunde os


adicionais de periculosidade e de insalubridade, fundamentando a causa de pedir em um, e
formulando o pedido em outro. Desta forma, não há como se dar prosseguimento ao pedido
visto que totalmente desconforme da formalidade legal exigida.

Veja-se também que a Autora indica os valores sem levar em


consideração, por exemplo, o número de horas extras pretendidas, além de haver
duplicidade no pedido de pagamento do FGTS (pois imputa como reflexos de horas extras e
intervalos, hora noturna, e depois formula pedido apartado em letra “o”), obstando de
sobremaneira a elaboração da defesa, causando confusão ao julgamento do feito.

E ainda, não há indicação do valor do pleito de condenação na multa


do art. 467 da CLT elencada sob letra “n”, sendo que a inicial traz a “liquidação” das verbas
rescisórias supostamente devidas na letra “k” como sendo o valor de R$46.798,00 – ora,
logicamente, se foi possível estimar o montante de verbas rescisórias devidas, é perfeitamente
viável, também, indicar o valor da multa do art. 467 da CLT.

Aliás, extrai-se também que a parte Autora engloba todas as verbas


rescisórias em um único valor e pedido, não indicado qual valor seria devido
individualmente do saldo de salário de 23 dias (que seria facilmente calculado para indicar o
valor correspondente), também o aviso prévio, 13º proporcional, férias proporcionais, de
forma que o Autor optou por lançar valor “complessivo”, arredondado.

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Dessa forma, conclui-se que a liquidação dos pedidos e indicação do
correspondente valor da causa é requisito da petição inicial, não havendo qualquer
impossibilidade de apuração das informações necessárias à liquidação dos pedidos.

Com o advento da reforma trabalhista – Lei 13.467/2017, a petição


inicial deve observar os requisitos previstos no §1º do artigo 840 da CLT, devendo ser o
pedido certo, determinado e com indicação de seu valor.

Além disso, não há atribuição de valor aos reflexos acessórios dos


pedidos principais, de modo que também desatende ao requisito de formalidade trazido pela
lei trabalhista.

Dentre os requisitos indispensáveis à aptidão da petição inicial se


insere a necessidade de formulação de pedido certo (expresso) e determinado (líquido),
sendo enfática a legislação processual trabalhista acerca da necessidade de indicação do valor
de cada pedido condenatório (pedido mediato) formulado na inicial, seja no procedimento
sumaríssimo (CLT, art. 852-B, I, com redação dada pela Lei 9.957 /2000) ou no procedimento
ordinário (CLT, art. 840, § 1º, com redação dada pela Lei 13.467/2017).

Somente haveria falar em falta de indicação de valor do pedido


mediato formulado na inicial em uma das hipóteses excepcionais previstas no § 1º do art. 324
do Código de Processo Civil, mas, obviamente, desde que devidamente justificado pela parte
autora para possibilitar o controle judicial da incidência da situação excepcional.

A inobservância do requisito legal consistente na indicação


individualizada do valor de cada pedido mediato formulado na inicial tem como
consequência a imediata extinção do processo, sem resolução do mérito, à luz da
imperatividade do § 3º do art. 840 e § 1º do art. 852-B da CLT.

O caráter imperativo do preceito legal transcrito deixa patente a opção


legal pelo não cabimento de emenda da petição inicial pela inobservância deste requisito
legal em harmonia com a celeridade aplicável ao processo do trabalho, não havendo falar em
aplicação subsidiária do art. 321 do CPC.

Ademais, cabe salientar que esse entendimento vem ao encontro do


próprio entendimento do Egrégio Tribunal Superior do Trabalho esposado na Súmula
263/TST:

Súmula nº 263. PETIÇÃO INICIAL. INDEFERIMENTO. INSTRUÇÃO


OBRIGATÓRIA DEFICIENTE. Salvo nas hipóteses do art. 330 do CPC de
2015 (art. 295 do CPC de 1973), o indeferimento da petição inicial, por

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encontrar-se desacompanhada de documento indispensável à propositura da
ação ou não preencher outro requisito legal, somente é cabível se, após
intimada para suprir a irregularidade em 15 (quinze) dias, mediante indicação
precisa do que deve ser corrigido ou completado, a parte não o fizer (art. 321
do CPC de 2015).

A Súmula transcrita é cristalina em excluir da necessidade de


concessão de prazo para emenda justamente as hipóteses de indeferimento da inicial
previstas no art. 330 do CPC, dentre elas incluindo-se a inépcia da inicial justamente por
inobservância da exigência legal de formulação de pedido determinado (CPC, art. 330, I, § 1º,
II):

Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:


I - for inepta;
II - a parte for manifestamente ilegítima;
III - o autor carecer de interesse processual;
IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321.
§ 1º. Considera-se inepta a petição inicial quando:
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se
permite o pedido genérico;
III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.

Mesmo na visão doutrinária mais informal, a petição inicial, ainda que


sob o princípio da simplicidade que vigora nesta Justiça Especializada, deve conter os
requisitos estabelecidos no código processual.

Percebe-se que a inicial se demonstra confusa e incoerente, uma vez


que a exposição fática é incompatível com a pretensão deduzida, o que impossibilita o
pronunciamento judicial acerca daquilo que é postulado, tendo em vista que a Reclamada
encontra-se obstada de exercer sua plena defesa.

Excelência, data vênia, mas a Reclamada entende que se isso não for
inépcia da inicial, é, então, no mínimo, falta de boa técnica.

É necessário que os fundamentos jurídicos do pedido sejam descritos,


que como é cediço, consistem na concatenação, pela Reclamante na petição inicial, dos fatos
que ensejaram a ação e possibilidade jurídica do que se pede.

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Dessa forma, conclui-se que a liquidação dos pedidos e indicação do
correspondente valor da causa é requisito da petição inicial, não havendo qualquer
impossibilidade de apuração das informações necessárias à liquidação dos pedidos.

Portanto, requer seja a petição inicial declarada inepta por não atender
às formalidades necessárias trazidas com a Lei 13.467/17, e, caso não seja este o entendimento
de Vossa Excelência, o que se aduz somente por amor ao debate, requer seja concedido prazo
à parte Autora para que emende a inicial a fim de sanar o vício ora apontado.

4. DA ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM

O Autor ingressou com a presente Reclamatória sob a alegação de que


teria sido admitido pela Reclamada para exercer a função de Motorista, durante o período de
18/08/2021 à 23/06/2022, e que não teria recebido suas verbas trabalhistas além de permanecer
sem registro em sua CTPS.

Ocorre que a Reclamada é parte ilegítima para figurar no polo passivo


da presente demanda, tendo em vista que jamais houve qualquer tipo de liame laboral.
Portanto, desde já a Reclamada nega qualquer tipo de vínculo empregatício havido com o
Reclamante.

Ainda que Vossa Excelência possa entender que esta matéria


preliminar seria, em tese, discutível no mérito da ação, a Reclamada destaca que o Autor não
juntou sequer um mínimo indício de prova de suas alegações, de modo que a Reclamada
carece de legitimidade passiva ad causam.

O Código de Processo Civil, aplicado subsidiariamente à esta Justiça


Especializada prevê nos artigos 17, 485, inciso VI e 354:

Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.


Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
Art. 354. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 485 e 487, incisos II e
III, o juiz proferirá sentença.

O nosso sistema processual preza pela boa técnica no manejo dos


instrumentos processuais, que devem ser utilizados corretamente na busca do provimento
jurisdicional reclamado. Torna-se imperioso, portanto, declarar o Reclamante carecedor de
ação, já que inexiste condição desta, em razão da ilegitimidade passiva ad causam. Portanto,
requer a extinção do presente feito sem a resolução mérito, com base no artigo 485, VI do
CPC.

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5. DA AUSÊNCIA DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO

Traz a inicial que o Autor teria sido contratado para trabalhar como
Motorista Carreteiro em 18/08/2021, com rescisão em 23/06/2022, percebendo como salário o
valor de R$1.600,00. De início, contesta-se o quadro fático pincelado pelo Reclamante, vez
que não condiz com a realidade. O Autor era motorista autônomo e realizava alguns fretes
para a Reclamada, no entanto, sem qualquer regime de subordinação, e habitualidade,
recebendo por frente contratado.

Conforme exposto no tópico de impugnação à AJG, o Autor detém


desde 17/12/2019 um caminhão próprio do qual realiza transportes para outras empresas, o
que se comprova pela infração de trânsito cometida pelo Autor em anexo, também pelo que
demonstram os autos de ação cível nº 1000701-20.2019.8.26.0505 – evidente que trabalha de
forma desvinculada, escolhendo os fretes que pretende fazer conforme sua conveniência,
utilizando caminhão próprio ou de suas contratantes.

Desta forma, nunca trabalhou de forma exclusiva e habitual para a


Reclamada. Excelência, veja-se que anexo à própria inicial consta a CTPS do Autor (fls. 62)
com registro de vínculo empregatício de 29/01/2021 à 30/11/2021 em empregadora diversa,
qual seja, MORANGUEIRA TRUCK CENTER – MANUTENÇÃO DE VEÍCULOS LTDA,
exercendo a função de Gerente de Pátio.

Ora, como pode o Autor pleitear um reconhecimento de liame


empregatício com a Reclamada de 18/08/2021 à 23/06/2022 se já detinha um vínculo com outra
empresa em 29/01/2021 à 30/11/2021?

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Não se mostra possível a coexistência de dois contratos de emprego
distintos, mantido com dois empregadores diferentes, na mesma jornada de trabalho, motivo
pelo qual impugna-se a alegação de vínculo direto com a Reclamada.

Ao contrário do que pretende o Reclamante, o contrato de emprego


possui por objeto a disponibilidade de tempo do empregado, conforme art. 4º da CLT. Por
essa razão, não é plausível a pretensão do obreiro laborar para dois empregadores diferentes
durante a mesma jornada de trabalho, por impossibilidade e incompatibilidade de objeto.

Destarte, pugna-se pela rejeição do pedido de reconhecimento de


vínculo empregatício com a Reclamada, vez que não se pode prestar serviços para dois
empregadores distintos, no mesmo período e na mesma jornada, do que resulta presumível
a insinceridade do pedido.

Estabelece o art. 5º do CPC, aplicado subsidiariamente à esta Justiça


Especializada que” aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo
com a boa-fé.”.

No esteio do que já foi decidido pelo Supremo Tribunal Federal (RE


464963. Rel. Min. Gilmar Mendes. Segunda Turma), o berço do princípio da boa-fé está no
devido processo legal (art. 5º, inciso LIV, da CF), "uma vez que para o processo ser devido precisa
ser ético e leal, não sendo justo um processo pautado em comportamentos desleais e antiéticos".

Não se quer negar que uma pessoa possa ter dois empregados, pelo
contrário, esta é infelizmente uma realidade no Brasil da atualidade. Ocorre que é fisicamente
impossível estar em dois lugares ao mesmo tempo, não sendo viável admitir que o Autor
trabalhasse simultaneamente para dois empregadores no mesmo horário.

Neste diapasão:

Possível a coexistência de dois contratos de trabalho com empregadores


distintos, porque “exclusividade” não constitui requisito a que se configure a
relação empregatícia. Entretanto, se as atividades desenvolvidas pelo
trabalhador, a um e a outros supostos empregadores, ocorrem em uma
mesma jornada de trabalho, em muito se enfraquece a ideia de que
existiriam dois contratos de trabalho distintos. (TRT-1 – RO:
00105747120145010056 RJ, Relator: ROQUE LUCARELLI DATTOLI,
Data de Julgamento: 06/11/2018, Gabinete do Desembargador Roque
Lucarelli Dattoli, Data de Publicação: 04/04/2019). – grifei.

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VÍNCULO DE EMPREGO. INEXISTÊNCIA. O conjunto probatório
constante dos autos não favorece o reconhecimento do vínculo empregatício
pretendido, eis que o autor, em depoimento pessoal, declarou que foi
contratado pela 1ª ré para prestar serviços de motorista para a 2ª ré, laborando
todos os dias da semana sem folga, todavia, juntou aos autos sua CTPS em
que faz prova da existência de registro de contrato emprego mantido com a 2ª
ré, para desempenhar a função de líder de equipe no mesmo período em que
pretende ver reconhecida a existência de vínculo com a 1ª ré. A legislação
trabalhista não exige a obrigatoriedade de exclusividade como condição para a
existência do vínculo de emprego, entretanto, não se mostra possível que,
no caso presente, o obreiro pudesse manter dois contratos de trabalho
simultâneos, ou seja, prestar labor simultâneo no mesmo local
para dois empregadores diferentes, tendo-se por correta a sentença que
julgou improcedente o pedido de reconhecimento de vínculo de emprego. Nego
provimento. (TRT 23ª R.; RO 0001355-50.2016.5.23.0121; Segunda Turma;
Rel. Des. Aguimar Peixoto; Julg. 22/11/2017; DEJTMT 11/12/2017; Pág.
581) – grifei.

VÍNCULO EMPREGATÍCIO. EXCLUSIVIDADE. COMPATIBILIDADE


DE HORÁRIOS. Apesar de a exclusividade não constituir elemento
constitutivo da relação empregatícia, a coexistência de mais de um
contrato de trabalho implica, necessariamente, na compatibilidade de
horários. Mesmo porque, não é crível que o empregado se subordine
a dois empregadores, atendendo ao poder diretivo de ambos, dentro de
uma mesma jornada de trabalho. (TRT 3ª R.; RO 0011301-
97.2015.5.03.0069; Rel. Des. Carlos Roberto Barbosa; DJEMG 05/07/2017)
– grifei.

Repisa-se que a subordinação jurídica, um dos principais alicerces do


liame empregatício, em sua característica objetiva é demonstrada pela integração do obreiro
no âmbito produtivo de um empregador, em sua natureza subjetiva, consiste na sujeição ao
comando empresarial, de modo que a pretensão do Reclamante não merece prosperar
justamente por se revelar extremamente inverossímil.

Neste aspecto, reitera-se a preliminar de ilegitimidade passiva para


que, caso assim Vossa Excelência entenda, analise-a em sede de mérito com o acréscimo das
razões aduzidas.

E não é só.

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Após o rompimento deste vínculo com outra empregadora em
29/11/2021, o Autor fez sua habilitação no Seguro-Desemprego para recebimento de
parcelas da benesse após rescisão.

A Reclamada tem ciência de tal fato pois na primeira reunião com este
procurador que ora subscreve, onde foram levantadas informações sobre o caso em análise,
houve a consulta ao site da Transparência do MTE referente ao Seguro-Desemprego e
confirmada a habilitação do Autor no benefício mencionado.

Acontece que nos últimos dias referido site não está funcionando
propriamente, dando erro ao fazer buscas, de modo que a Reclamada fica impossibilitada de
anexar print ou outra prova do recebimento de parcelas do Seguro-Desemprego pelo Autor.

(https://transparencia.sd.mte.gov.br)

Requer, portanto, a expedição de ofício ao MTE para que forneça


informações acerca da percepção de parcelas do Seguro-Desemprego pelo Reclamante, e
quais datas foram pagas, sendo que, na remota hipótese de ser confirmado o vínculo
empregatício, o que se argumenta somente por amor ao debate, vez que não se espera, o
Autor deverá restituir aos cofres públicos os valores de benefícios recebidos indevidamente.

O Autor era uma espécie de parceiro comercial, inclusive dava


sugestões e negociava caminhões e negócios com o proprietário da Reclamada sr. VINICIUS,
para juntos adquirirem veículos em parceria para realizar fretes de forma autônoma, em
nítida ausência de caráter empregatício.

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É o que se extrai do Áudio de whatsapp enviado pelo Autor ao
proprietário da Reclamada, propondo a compra de um caminhão para executarem serviços
juntos

(foto enviada pelo Autor via whatsapp)

“Dá uma olhada aí, Vinícius, motor eu acho que nós põe uns trinta mil, nós põe um quatrocentos e
quarenta ali. Barato esse caminhão, ein? Ofereceram agora. Entrasse um dinheiro meu essa semana
ia chamar você pra nós arrumar um tanto e nós financiar um bocadinho nele pra nós botar... ainda
apanhava o esse aqui da quarto eixo, e esse aqui não, esse que eu tô na guarda.. e eu ia no bitrem...
bonito esse caminhão viu”

Impugna-se também a absurda média salarial alegada, tendo em vista


que o Autor não auferia da Reclamada tal monta média de R$14.000,00. Os próprios
comprovantes de pagamento oriundos da Reclamada anexados com a inicial não somam tais
valores. O Reclamante recebia o valor de 10% do frete como pagamento pelo frete prestado,
fazendo o fechamento ao final de cada viagem.

Também nos valores colacionados a Reclamada custeava o


combustível do caminhão de forma quase que diária, tendo em vista que um tanque do
veículo conduzido pelo Reclamante exigia sempre valores médios de R$1.000,00 ou mais para
completar. As manutenções necessárias ao longo da viagem também eram suportadas pela
Reclamada, de modo que alguns pagamentos se referiam a cobrir custo de mão de obra com
oficinas e peças para substituição.

Contesta-se a alegação do Autor de que quando não estava em viagem


“em torno de 3 a 4 dias” supostamente realizava manutenção do caminhão e “serviços gerais”,

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visto que jamais permaneceu à disposição da Reclamada, nem durante viagens, nem quando
estava em Maringá. Nunca foram necessários serviços do Autor referente manutenção ou
compra de peças, veja-se que a Reclamada custeava toda mão-de-obra, serviços, peças e
demais itens necessários para manutenção do veículo, de modo que o Reclamante não se
ativava em tais funções, até mesmo porque já detinha emprego em outra empresa.

É de se impugnar também o período contratual alegado,


especificamente quanto à data de saída, tendo em vista que a inicial (pg. 5) alega que o Autor
teria realizado sua última viagem em 12/04/2022, onde teria ocorrido uma suposta situação
de roubo de carga.

Ora, se ele mesmo afirma que fez sua última viagem em 12/04/2022,
porque imputou como data de rescisão em 23/06/2022? Aliás, sobre a situação alegada de ter
sido vítima do crime de furto ou roubo no dia 12/04/2022, não passou de uma mera ilusão do
Autor, ou de uma interpretação errônea de sua parte, tendo em vista que jamais ou carga
furtada naquela noite.

Não houve qualquer crime cometido, tanto é que sequer foi dado
seguimento à Inquérito Policial após BO lavrado, justamente porque após a ocorrência
narrada, constatou-se que não se passava de um mero mal-entendido, pois a carga
permaneceu intocada.

O Autor narra na inicial que teria ingerido medicamento e que estava


muito cansado em razão dos efeitos do remédio, e de madrugada subitamente teria acordado
com meliantes lhe dando voz de assalto, e que teria ficado “sob a mira dos assaltantes”.

Contesta-se tal narrativa, visto que tais fatos jamais ocorreram. Não há
provas do alegado. O Autor pode ter se confundido com algum barulho externo e atordoado
pela medicação pode ter imaginado algum cenário de roubo, mas que jamais se concretizou
na realidade. Impugna-se o Boletim de Ocorrência visto que trata-se de mera declaração
unilateral, inexistindo prova concreta do ocorrido.

Tal informação revela, inclusive, que o Autor podia livremente fazer


paradas para descanso, sem qualquer aviso à Reclamada ou estipulação de horários, aliás de
mais de 10h de sono seguidas, fazendo suas viagens de forma espontânea e do modo que
melhor desejava.

Outra questão a ser indagada é que a inicial traz que o Reclamante


teria se deitado às 14h da tarde, medicado, e dormiu até por volta da meia noite (10 horas de
sono) quando teria sido acordado por assaltantes, e permaneceu sob a mira destes até 6h da
manhã, enquanto os criminosos supostamente faziam a transferência da carga. Ora, o Autor
quer fazer crer que os meliantes permaneceram da meia noite até às 6h realizando um roubo

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de cargas? Sem que ninguém os vissem esse tempo todo? 6h para executar um roubo? Sabe-
se que este tipo de crime se dá com o empenho da agilidade e destreza, pois quanto menos
tempo se passa na cena do crime executado o mesmo, menor é chance de serem pegos em
flagrante.

Sobre este assunto, verdade seja dita, sabe-se que o Autor é conhecedor
do mundo do crime, tendo em vista que possui extensa lista de processos criminais e
inquéritos policiais, como se denota da consulta do TJPR mediante sistema Projudi (a maioria
se encontra em Segredo de Justiça) o Autor já foi condenado no crime de recepção, violência
doméstica e outros delitos que estão sob investigação em trâmite ou arquivados.

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Por óbvio, o proprietário da Reclamada sr. VINICIUS se dirigiu até o
local quando avisado da situação, pois tratava-se supostamente de uma ocorrência grave!
Chegando ao local os próprios policiais informaram ao sr. VINICIUS que na verdade nada
daquilo narrado pelo Autor teria ocorrido, sendo que VINICIUS achou por bem outra pessoa
conduzir o caminhão de volta para sua origem, tendo em vista a aparente condição alterada
em que se encontrava o Reclamante.

Cabe mencionar também que o Reclamante ofendia o proprietário da


Reclamada sr. VINICIUS com xingamentos e ameaças, inclusive demonstrando qual é a sua
real intenção com o presente feito, se não a de obter vantagem indevida, conforme áudios de
whatsapp enviados pelo Autor em anexo, do qual pede-se vênia para sua transcrição, eis que
se tratam de insultos verdadeiramente intensos:

Áudio 1 de 10seg: “Eu não tenho que atender você Vinicius, atender você
pra que? Atender um verme igual a você, cara. Por que que eu vou atender
um verme? Verme a gente não atende não cara, verme a gente põe no cu dele”

Áudio 2 de 28seg: “Eu não quero conversar com você Vinicius, se eu for lá
eu vou te dar um pau lá dentro da sua madeireira, aí eu vou perder meus
direitos, eu vou lá pra que? Você não aguenta eu na pancada, se eu pegar e
bater em você, você não aguenta dez minutos eu acabo com você, se eu pegar
e bater em você. O que que eu vou fazer lá dentro? Que nem homem de reagir
você vai ser, vou fazer o que aí? Se você fosse homem pra nós sair no soco, pra

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nós brigar legal, aí eu ia, mas você não é homem pra isso, eu vou fazer o que
aí, seu bosta?

Áudio 3 de 11seg: “Você me paga cara, você me paga, eu já falei que você me
paga, você vai me pagar tão caro que você não imagina cara, eu já te falei que
você vai me pagar tão caro que você não imagina”

Conclui-se também que o Autor se negou a conversar ou comparecer


na empresa novamente, de modo que foi ele quem optou pelo rompimento da relação. Após
tais ocorridos o Autor não mais entrou em contato com a Reclamada, deixando de prestar
mais serviços e se ausentando dos fretes disponíveis pela empresa.

A Consolidação das Leis do Trabalho, em seu art. 3º, estabelece três


requisitos indispensáveis e cumulativos para a caracterização da figura do emprego e, via de
consequência, da figura da relação de emprego, quais sejam:

a) pessoalidade e serviço não eventual;


b) dependência, em relação ao empregador;
c) remuneração, mediante salário.

Assim, para a relação configurar-se de emprego, há de ser intuito


personae, de caráter não eventual; com subordinação, que se traduz pelo poder diretivo do
empregador, e mediante contraprestação. Ausente qualquer um dos elementos
constituidores do vínculo de emprego, resta afastada a possibilidade jurídica de sua
caracterização.

No caso em comento não se vislumbra nenhum dos requisitos acima


mencionados. Nunca houve prestação de serviço habitual e pessoal, eis que o Reclamante
não recebia ordens, não cumpria horário e sequer prestava contas de seus afazeres para a ora
contestante.

Neste diapasão:

VÍNCULO DE EMPREGO. MOTORISTA DE CAMINHÃO.


PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS AUTÔNOMOS DE FRETE.
INEXISTÊNCIA. Uma vez comprovado que o trabalho do Reclamante, como
motorista de caminhão, transportador dos produtos da Reclamada,
era realizado sem ingerência empresária ou submissão a comandos e diretrizes
permanentes, em veículo próprio, enquadrando-se no disposto na Lei
11.442/2007, revela-se a natureza autônoma característica da prestação de
serviços de frete, não se consubstanciando, nesse contexto, os requisitos fático-
legais para o reconhecimento da relação empregatícia. (TRT-3 - RO:

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00116284820175030109 MG 0011628-48.2017.5.03.0109, Relator: Carlos
Roberto Barbosa, Data de Julgamento: 29/07/2021, Oitava Turma, Data de
Publicação: 30/07/2021.)

TRANSPORTADOR AUTÔNOMO DE CARGAS. VINCULO DE


EMPREGO. REQUISITOS. A atividade do Transportador Autônomo de
Cargas encontra previsão na Lei 11.442/07 que prevê a inscrição da pessoa
física ou jurídica na ANTT - Agência Nacional de Transporte Terrestres -
observadas as regras ali prevista. Não há de se falar em vinculo de
emprego com a empresa contratante quando os elementos dos autos
revelam que o trabalhador não desenvolvia seu mister em igualdade
de condições com os motoristas empregados, recebendo por frete
realizado mais comissões sobre entregas, o que totalizava mensalmente
valores que suplantavam cerca de seis vezes o salário de um empregado, além
de arcar ele próprio com a manutenção do seu veículo e pagamento de
ajudante, não sofrendo punição em caso de falta ao serviço, bastando mera
comunicação, sendo patente a autonomia na realização dos serviços.I. (TRT-1
- RO: 01012630420165010021 RJ, Relator: CELIO JUACABA
CAVALCANTE, Data de Julgamento: 03/10/2018, Décima Turma, Data de
Publicação: 01/11/2018)

VÍNCULO EMPREGATÍCIO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE FORMA


AUTÔNOMA. MOTORISTA. FRETE. Para a caracterização da relação
empregatícia típica, necessário o preenchimento simultâneo dos requisitos do
art. 3º da CLT, consubstanciados na prestação de serviços não eventuais,
onerosidade, pessoalidade e subordinação jurídica. Na hipótese dos autos, o
conjunto probatório evidenciou a prestação de serviços pelo autor na
condição de freteiro autônomo, nos termos das Lei 11.442/2007, inexistindo
indícios robustos de subordinação jurídica na relação havida entre as partes.
Dessa forma, deve ser mantida a sentença que não reconheceu o vínculo
empregatício. (TRT-13 - RO: 00008494520185130004 0000849-
45.2018.5.13.0004, 1ª Turma, Data de Publicação: 18/12/2019)

RECONHECIMENTO DE VÍNCULO DE EMPREGO. NÃO


CONFIGURAÇÃO. MOTORISTA DE FRETE. O contrato de emprego,
espécie do contrato de trabalho, caracteriza-se pela presença dos elementos
subordinação, pessoalidade, não eventualidade na prestação de serviços e
pagamento mediante salário, juntamente com a caracterização dos polos da
relação de emprego na forma prevista pelos artigos 2º e 3º da CLT. No caso
dos autos, a prova produzida, mormente o depoimento pessoal do reclamante,
é no sentido de afastar a presença dos elementos indispensáveis à
caracterização da relação empregatícia, especialmente a subordinação,

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existindo apenas uma relação de natureza comercial, em que o reclamante
arcava com o ônus econômico da própria atividade. Recurso do reclamante a
que se nega provimento. (TRT-4 - ROT: 00207766020165040022, 8ª Turma,
Data de Publicação: 31/08/2020)

Destarte, o cotejo das provas que serão produzidas apontará para a


inexistência de vínculo empregatício, exatamente nos termos aduzidos na presente
contestação, motivo pelo qual requer a improcedência da ação pela evidente ausência de
vínculo e pedidos de anotação da CTPS e pagamentos pleiteados.

Dessa maneira, não há o que se falar em labor não eventual e


subordinado. Portanto, inexistindo vínculo de trabalho, caem por terra todas as demais
pretensões formuladas. Pelo princípio da eventualidade, passa-se a impugnar de modo
sucessivo as demais pretensões decorrentes.

6. DAS VERBAS RESCISÓRIAS – INEXISTÊNCIA DE DEMISSÃO MOTIVADA OU


IMOTIVADA

Conforme acima referido, não houve na eventual prestação de serviços


do Reclamante para a Reclamada, no período pleiteado, qualquer animus de firmar de
contrato de emprego, em uma relação de trabalho que se desenvolveu de forma esporádica,
razão pela qual, deverá restar julgado totalmente improcedente o pedido de determinação
de reconhecimento da extensão do contrato de trabalho, juntamente com o pedido de
anotação na CTPS do período reclamado, e de depósito do FGTS e contribuições
previdenciárias do referido período, bem como do reembolso dos gastos com combustível
pedágio. Da mesma forma, totalmente improcedente o pedido de verbas rescisórias de férias
+1/3, 13º salário, aviso prévio, e demais consectários.

Jamais houve imputação de rescisão por justa causa ou sem, na


verdade o Autor simplesmente deixou de comunicar-se com a empresa nem mais apareceu
para realizar algum frete.

Na remota hipótese de ser reconhecido o liame laboral, o que não se


espera, requer seja considerado o motivo da rescisão como por iniciativa do empregado, pois
o próprio Reclamante foi quem pediu demissão dos serviços à empregadora, nunca havendo
uma “dispensa” por parte da Reclamada.

O Autor decidiu não mais proceder em suas atividades por seus


próprios motivos particulares, assim, impugna-se a pretensão de recebimento das verbas
rescisórias de aviso-prévio, multa de 40% do FGTS.

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7. DA JORNADA

Partindo da premissa de que o Reclamante não se enquadra no regime


constitucional de 44h semanais, por não haver uma relação empregatícia de fato entre as
partes, isto é, restando ausente os elementos da caracterização do vínculo, segundo o art. 3º
da legislação celetista, impugna-se a jornada acostada na peça vestibular, que carece de
qualquer veracidade, sendo mera ilação criada pela parte Autora para ludibriar e causar
desaforo, dando a entender que exercia jornada extenuante.

A jornada trazida na inicial é absurda e não merece guarida,


extrapolando os limites do razoável, motivo pelo qual se impugna o alegado. Não há como
se dar crédito à jornada alegada na inicial de 16h diárias de trabalho porque não resguarda
um mínimo de veracidade, neste sentido:

É impossível de ser realizada pelo ser humano a absurda jornada


alegada na inicial de 16:30 horas de trabalho, quatro vezes por semana, sem
qualquer intervalo, na condução de coletivo, jornada essa que nem mesmo na
revelia pode ser deferida ( CPC, art. 345, IV). Recurso a que se nega
provimento. (TRT-1 - ROT: 00015411620125010060 RJ, Relator: LUIZ
ALFREDO MAFRA LINO, Data de Julgamento: 04/04/2022, Quarta
Turma, Data de Publicação: 20/04/2022)

JORNADA DE TRABALHO INVEROSSÍMEL. INVERSÃO DO ÔNUS


DA PROVA. Alegando o reclamante labor em jornada absurda,
impossível de ser cumprida pelo homem médio, não se pode aplicar o
entendimento contido na Súmula nº 338 do TST, invertendo-se o ônus
da prova. (TRT-5 - RecOrd: 00020994820145050531 BA, Relator: LUIZ
ROBERTO MATTOS, 1ª. TURMA, Data de Publicação: DJ 30/10/2019.)

Não pode o Poder Judiciário chancelar pretensões divorciadas de


seriedade, que desafiam os limites da boa-fé que se espera dos litigantes,
como ocorre no presente caso, cujas alegações se apresentam
manifestamente inverídicas/infundadas, em que o reclamante afirma
uma jornada de trabalho completamente absurda (já que
humanamente impossível de ser realizada), revelando, inclusive, um
comportamento de desprestígio para com esta Justiça Especializada.
(TRT-1 - ROT: 01011128820175010284 RJ, Relator: ROQUE LUCARELLI
DATTOLI, Data de Julgamento: 07/12/2021, Oitava Turma, Data de
Publicação: 18/01/2022)

Ocorre que, na verdade, o Reclamante prestava serviços de maneira


espontânea à empresa, sem subordinação e habitualidade, correspondente a atividades de

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perfuração de poços aos clientes da Reclamada, de maneira que era remunerado por meio de
comissão a cada acerto e realização do serviço. Assim, a parte Autora cumpria jornada
externa, sem a imperiosa necessidade de fixação de intervalo e do horário da jornada, como
ocorre no regime celetista.

Além do mais, por se tratar de mera alegação infundada a atribuição à


empresa de imputação de uma jornada exaustiva, pois falta até mesmo prova documental,
meio privilegiado pelo Autor, que demonstre a suposta supressão das folgas e demais
benesses conferias aos demais prestadores de serviços.

De outro espectro, restou-se devidamente impugnados os horários


apontados no que diz respeito às viagens realizadas pelo Autor para perfurar os poços em
diversas cidades do Oeste Paranaense. Antes de tudo, a presente defesa não impugna este
ponto em específico, mas principalmente a suposição do tempo a disposição, tendo em vista
que se tratava, na verdade, de jornada externa, enquadrando-se na exceção do art. 62, I, da
CLT.

Diante disso, não faz jus o Reclamante a qualquer pagamento de horas


extraordinárias laboradas, com os acréscimos declinados na exordial. Apenas a título de
argumentação, caso não seja o entendimento de Vossa Excelência, passa-se a impugnar o
mérito do tópico da jornada.

De fato, nunca houve controle de jornada por parte da Reclamada, em


razão de absoluta impossibilidade material. O Autor muitas vezes saía de sua residência, não
passava na sede da empresa nem no início nem no fim do trabalho, cumprindo rota externa,
sem qualquer controle por telemetria.

Assim, o controle de jornada não se fazia presente em razão da


natureza da atividade do Autor, que era eminentemente externa. O Autor, trabalhando com
área de vendas, passava toda a jornada de trabalho fora da empresa.

O art. 62, inciso I, da CLT, é claro:

Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo:


I ‐ Os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de
horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e
Previdência Social e no registro de empregados;

Neste diapasão:

RECURSO ORDINÁRIO DO RECLAMANTE. HORAS EXTRAS.


SERVIÇOS EXTERNOS. INEXISTÊNCIA DE PROVA DO CONTROLE

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DE JORNADA. O mero fato de trabalhar externamente não afasta o
empregado da tutela prevista na Consolidação das Leis do Trabalho,
pertinente ao regime de jornada máxima. Todavia, diante da natureza do
trabalho, o seu desenvolvimento foge, por vezes, ao controle do
empregador, e o desempenho varia de trabalhador para trabalhador,
no tempo e no modo como cada um realiza a tarefa pertinente. Na
hipótese, restando indiscutível o labor externo e não havendo prova
da existência de efetivos meios de controle da jornada por parte da
Reclamada, correto o enquadramento do Reclamante na exceção
prevista no artigo 62, I, da CLT. Recurso Ordinário Obreiro a que se nega
provimento. (Processo: ROT - 0001386-54.2014.5.06.0011, Redator: Eneida
Melo Correia de Araujo, Data de julgamento: 05/11/2019, Segunda Turma,
Data da assinatura: 05/11/2019)
(TRT-6 - RO: 00013865420145060011, Data de Julgamento: 05/11/2019,
Segunda Turma) – g.n.

Também no mesmo sentido é o julgado do C. TST:

A) AGRAVO DE INSTRUMENTO DA RECLAMADA. RECURSO DE


REVISTA. PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014 E
ANTERIOR À LEI 13.467/2017. (...) 3. HORA EXTRA. TRABALHO
EXTERNO. O artigo 62 da CLT, no período de vigência do contrato em
exame, indica dois tipos de empregados como inseridos em situação
empregatícia tal que se tornam inviáveis efetivos controle e fiscalização sobre
o cotidiano de suas jornadas laboradas. Trata-se, de um lado, dos trabalhadores
que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de
trabalho; de outro lado, os exercentes de cargos de gestão, desde que também
recebam acréscimo salarial igual ou superior a 40% do salário do cargo efetivo
(art. 62, I e II e parágrafo único, CLT). No grupo dos trabalhadores que
exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho
é onde de desenvolve a presente controvérsia. A maneira como esses
trabalhadores desempenham suas funções contratuais, efetivamente
longe das vistas do empregador e de suas chefias, com singular
liberdade de tempo, de horário de prestação de serviços, sem
frequência significativa aos estabelecimentos físicos da empresa e
laborando no plano geográfico realmente externo, tudo conduz à regra
celetista de considerar tais profissionais insuscetíveis de controle real
e minucioso de seu cotidiano contratual. Por essa razão de caráter fático,
razão essencialmente objetiva, é que não se enquadram no requisito
imprescindível para a fixação e mensuração da jornada - o controle dos efetivos
horários de trabalho pelo empregador. Os empregados situados nessa
circunstância contratual tem contra si a presunção de que, laborando

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externamente, não se submetem a real e eficaz controle de horários, não se lhes
aplicando as regras concernentes a jornada de trabalho (art. 61, I, CLT). Essa
presunção atinge, por exemplo, vendedores viajantes e outros
empregados posicionados em situação similar. Registre-se, a propósito,
não ser relevante o tipo de categoria ou de atividade profissional do
trabalhador, porém o fato de efetivamente exercer atividade externa não
submetida a controle e fiscalização de horários. É o que deixou claro a nova
redação do art. 62, I, da CLT, conferida pela Lei n. 8.966, de 1994, em
contraponto com o texto tradicional do mencionado. No caso em apreço, o
Tribunal Regional manteve a manteve a sentença que julgou improcedente o
pleito de horas extras. Conforme consta no acórdão regional, ficou
incontroverso que o Reclamante laborava externamente, realizando
vendas, de forma que tal circunstância atraiu a presunção relativa de
que o seu horário de trabalho não era controlado pelo Empregador.
Nessa situação, seria possível ao trabalhador suplantar a presunção jurídica -
meramente relativa, como se sabe -, por meio de provas que demonstrem a
existência de mecanismos constantes, minuciosos e eficazes de controle e
mensuração da jornada de trabalho. Contudo, no caso concreto, as provas
produzidas, notadamente a oral, não foram suficientes para atestar a
existência de controle da jornada do Obreiro, tendo havido divergências entre
o conteúdo dos depoimentos das testemunhas arroladas (uma do Reclamante
e duas da Reclamada - prova dividida). Desse modo, não se desincumbindo o
Autor do seu ônus probatório, prevalece a presunção jurídica determinada
pela ordem jurídica, de que o trabalho realizado em atividades externas não
estava submetido a controle e fiscalização de horários. Agravo de instrumento
desprovido. C) RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE.
PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014 E ANTERIOR À
LEI 13.467/2017. TRABALHADOR EM ATIVIDADE EXTERNA.
ANOTAÇÃO NA CTPS. MERA FORMALIDADE. JULGADOS DESTA
CORTE. O fato de o trabalhador exercer atividade externa não é incompatível
com a fiscalização e o controle da sua jornada de trabalho pelo empregador. A
averiguação se dá em cada caso, em respeito ao princípio da primazia da
realidade, segundo o qual se deve analisar a prática concreta efetivada ao longo
da prestação de serviços, independentemente da vontade eventualmente
manifestada pelas partes ou ao previsto em instrumento escrito que,
porventura, não correspondam à realidade. Na hipótese, o Tribunal Regional,
analisando o conjunto fático-probatório produzido nos autos, verificou que o
Reclamante não estava sujeito ao controle e à fiscalização de jornada, sendo o
caso de aplicação da excludente da duração de trabalho prevista no art. 62, I,
da CLT. Registre-se que a mera circunstância de essa condição (condição de
trabalho em atividade externa) não ter sido anotada na CTPS não afasta a
realidade de a jornada de trabalho não ser passível de controle pela Reclamada,

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situação demonstrada pela prova oral. Recurso de revista não conhecido nos
temas. (ARR - 10817-24.2014.5.01.0247 , Relator Ministro: Mauricio
Godinho Delgado, Data de Julgamento: 28/02/2018, 3ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 09/03/2018) – g.n.

Sendo assim, o autor trabalhava externamente, não havendo controle


de jornada por parte da empresa, estando o mesmo contido na exceção prevista no
art. 62, I da CLT.

É cediço que o trabalho externo encontra-se caracterizado pela


circunstância de o empregado estar sempre fora do alcance da fiscalização e do controle de
seu empregador, não sendo possível se conhecer o real tempo gasto pelo trabalhador, no
desempenho regular de suas atividades, hipótese que afasta o direito à percepção de horas
extras.

Sendo assim, impugna-se a pretensão de condenação em horas extras


com adicional legal de 50% e reflexos em DSR, aviso-prévio, 13º salário, férias +1/3, FGTS +
40% de multa e recolhimentos previdenciários, merecendo ser indeferida.

DO PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE
- SUCESSIVAMENTE / DELIMITAÇÃO DA JORNADA

Na remota hipótese de ser rejeitada a aplicação do art. 62, inciso I, da


CLT, e reconhecido como devido o controle de jornada ao obreiro por Vossa Excelência, o
que se argumenta somente por amor ao debate, vez que não espera.

A Reclamada está desobrigada de proceder na confecção de controle


de jornada, tendo em vista que sempre possuiu menos de 20 funcionários, sendo pequena
empresa familiar, de modo que não há a anotação de cartão ponto, sendo que restará provada
a verdadeira jornada exercida durante instrução processual.

Conforme narrado no subtópico anterior, o Reclamante jamais teve


sua jornada de trabalho controlada, pois incompatível a fixação, nos termos do art. 62 da CLT.
Contudo, caso Vossa Excelência entenda passível de controle, em razão do princípio da
eventualidade, passa‐se a contestar tal pleito.

Segundo esclarecido, nunca houve controle de jornada por parte da


Reclamada, em razão de absoluta impossibilidade material. Nunca houve controle de jornada
ou imposição de horas. O Reclamante desenvolvia um labor saudável, com evidente
liberdade para traçar seu roteiro diário e momentos de descanso.

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Assim, o pleito de jornada de trabalho além das 8h diárias, deve ser
julgado completamente improcedente, pois, além de não haver controle de jornada, dada a
sua impossibilidade, o autor estaria, por questões óbvias, impossibilitado de trabalhar antes
das 8h e após as 18h.

Restando impugnados os horários alegados na inicial, pois sempre


laborou no limite legal, bem como sempre recebeu corretamente pelas horas laboradas,
restando inepto o pedido neste interim. O pedido de horas extras é improcedente.

Assim, não restando cabalmente comprovado labor extra sem o


devido pagamento, impõe-se a improcedência do pedido.

Ademais, pequenas extrapolações de poucos minutos eram destinadas


à arrumação dos pertences do Reclamante, não podendo ser computadas na jornada do ex-
obreiro, a teor do art. 58, § 1º da CLT e inteligência do Enunciado 366 do TST.

Uma vez apresentados os fatos e as provas pela Reclamada, compete


agora à Reclamante comprovar eventual diferença, haja vista que, a teor do art. 818, I, da CLT
e do art. 373, I do CPC, é ônus do empregado a prova do labor extraordinário.

Assim, não restando cabalmente comprovado labor extra sem a devida


compensação, impõe-se a improcedência do pedido, devendo, portanto, ser declarada a
jornada laboral conforme exposto acima.

Ademais, cumpre ressaltar que deve ser observado o limite do pedido,


consubstanciado no limite da jornada trazido na inicial.

8. DO INTERVALO INTRAJORNADA E INTERJORNADA

Os intervalos sempre foram concedidos integralmente, de modo a


improceder o pedido, vez que o Autor sempre gozou do intervalo mínimo. Sendo assim, não
prospera a alegação de que o Reclamante não teria usufruído intervalo para refeição e
descanso, inexistindo horas extras a esse título.

Ante o exposto, tendo em vista a integral concessão do intervalo


intrajornada e interjornada, inexiste qualquer diferença de horas extras nesse sentido,
devendo ser rejeitado o pedido de condenação também com relação aos reflexos em DSR,
férias +1/3, 13º salário, FGTS +40%.

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9. DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

O Autor pugna pelo recebimento do adicional de periculosidade,


calculado sobre o salário alegado na inicial.

No entanto, melhor sorte não lhe assiste. Ainda que analisado o mérito
do pedido, este não merece prosperar, motivo pelo qual passa a impugnar. De acordo com
disposto na Súmula 364, item I, do TST, “Faz jus ao adicional de periculosidade o empregado
exposto permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco”.

A NR-16 é taxativa ao definir que o volume de combustível


armazenado nos tanques dos caminhões e que se destinam ao uso dos mesmos não gera
área de risco e tampouco é considerada como atividade perigosa capaz de gerar o direito
ao adicional de periculosidade.

Interpretação meramente restritiva, considerando-se a letra fria da


referida Súmula, conduziria à simples conclusão de que, para fazer jus ao adicional de
periculosidade, bastaria que o empregado estivesse exposto a condições de risco, de forma
permanentemente ou intermitente.

O Reclamante em momento algum esteve exposto a condições de


perigo que lhe dessem o direito de recebimento de tal adicional.

Registre-se que o mesmo apenas alega sem qualquer subsídio de prova


que deveria perceber adicional de periculosidade. É que o Reclamante não perfazia nenhuma
atividade onde o mesmo fosse exposto, ou tivesse algum tipo de contato com energia elétrica,
explosivos, inflamáveis ou elementos radioativos.

O art. 193, da CLT, dispõe que 'são consideradas atividades ou operações


perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua
natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em
condições de risco acentuado.'

Excelência, nem toda atividade que se possa considerar algum risco


gera direito ao adicional de periculosidade. Exemplo típico é o da construção civil, em que
boa parte dos trabalhadores se expõe ao risco de quedas de alturas consideráveis,
desabamentos, amputações pela utilização de serras elétricas etc, mas nem por isso faz jus ao
adicional de periculosidade, à míngua de disposição legal dispondo de tal enquadramento.

Assim, improcedente o pedido do adicional de periculosidade no


percentual de 30% sobre o salário-base, referente a todo período de vigência do contrato de
trabalho.

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10. DO FGTS

Não há qualquer verba a ser quitada pela Reclamada ante a ausência


de liame empregatício a título de recolhimento fundiário, além disso foi o Reclamante quem
pediu a rescisão, não faz jus à liberação e saque do FGTS tampouco o adimplemento de sua
multa de 40%.

11. DA MULTA DOS ARTIGOS 467 E 477 DA CLT

Inaplicável o art. 467 da CLT, bem como o acréscimo de 50% sobre as


verbas rescisórias (Lei 10.272/ 2001), eis que todas as verbas ora postuladas são, no mínimo,
controversas. Igualmente indevida a multa do art. 477, §8º da CLT, haja vista a inexistência
de verbas rescisórias quitadas de forma intempestiva, sendo esta inaplicável em decorrência
de eventuais diferenças reconhecidas em decisão judicial.

12. DA MULTA POR SUPOSTA INFRAÇÃO À CCT

O Reclamante pleiteia a condenação da Reclamada ao pagamento de


multas convencionais, para o alegado descumprimento de cláusulas, no entanto, não lhe
assiste razão.

Conforme exposto exaustivamente nos tópicos da presente peça de


defesa, a Reclamada não descumpriu nenhuma norma convencional, sendo, portanto,
indevido o pagamento de qualquer multa, restando impugnado o pedido.

13. DO DANO MORAL

Contesta-se a pretensão de indenização por dano moral, uma vez que


improcede o pedido ante a não comprovação das situações expostas na inicial, que está mais
uma vez comprovando o verdadeiro abuso que se tem visto em pedidos desta natureza.

E, pelo que foi retro exposto, constatamos a total impossibilidade de a


Reclamante ver-se ressarcido em pecúnia, por uma inexistente ilicitude ou dano. Assim, por
todo o exposto, entende a Reclamada que não houve ofensa a moral, não tendo havido o
indigitado DANO, motivo que leva a total improcedência do pleito indenizatório.

Repisa-se, o instituto do dano moral surgiu para reprimir as atitudes


que causem um verdadeiro prejuízo para a parte ofendida, no sentido de abalar sua
reputação, honra, sofrimento e diminuindo ou privando a integridade individual, causando
dor, tristeza.

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A obrigação de indenizar decorre da existência da violação e do dano
concomitantemente, fatores estes inexistentes na hipótese em apreço. Por todas essas razões
é que a Reclamada não infringiu o disposto nos artigos 186 e 927, do Código Civil.

Assim, tem-se que descabe a condenação em danos morais e se, ad


argumentandum, coubesse, o deferimento não poderia seguir a linha traçada pela Reclamante.
A fixação, urge repetir, se fará de forma ponderada de modo a vedar o enriquecimento ilícito.

Portanto, é preciso redobrado cuidado para que não quede o julgador


ante as lamúrias infundadas e situações engendradas e defira quantias exorbitantes em favor
de quem não se faz merecedor. Destarte, não há que se falar em reparação por dano moral
e/ou existencial, restando improcedentes os pedidos elencados na peça exordial.

14. DA LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ

Denotam-se circunstâncias que levam a crer que o intuito do


demandante com o presente feito não é outro que de tentar auferir vantagem pecuniária
indevida ao formular pedido de vínculo empregatício já possuindo outro liame registrado
em mesmo período, fato que ele mesmo comprova ao anexar sua CTPS, revelando ter
plena ciência de suas pretensões e consequências. Também pelo fato de ter recebido
Seguro-Desemprego no mesmo período de vínculo postulado e também apontar uma
jornada absurda e humanamente impossível de ser exercida, em conjunto com os demais
fatos e atitudes perpetrados pelo obreiro, extrai-se sua intenção ardilosa com a presente
ação.

Cabe destacar que esta Justiça Especializada está abarrotada de


causas semelhantes de indivíduos que promovem ações, pleiteando reparação de danos
que não sofreram que, por vezes, atingem valores absurdos, gerando uma cultura
espoliadora e maliciosa de mau uso do aparato do Poder Judiciário. O art. 793-B da CLT
elenca as situações tidas como litigância de má-fé:

Art. 793-B. Considera-se litigante de má-fé aquele que:


I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato
incontroverso;
II - alterar a verdade dos fatos;
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do
processo;
VI - provocar incidente manifestamente infundado;
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
Grifo nosso

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Face a gravidade da conduta do Reclamante, o qual buscou
enriquecimento sem causa, requer seja ele condenado ao pagamento de multa por litigância
de má-fé, prevista no art. 81, do CPC, em grau máximo – 10% do valor atualizado da causa

15. DOS HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA

No caso de pedidos em que o Reclamante for sucumbente, surge-se a


referida obrigatoriedade de pagamento dos honorários advocatícios em favor do procurador
patronal. Em relação ao quantum, o §2.º do artigo 791-A da CLT estipula o percentual que o
juiz deve levar em conta. Diante do exposto, pugna-se a Reclamada pela condenação da
Reclamante ao pagamento de honorários advocatícios em favor do procurador da parte
contestante em valor a ser fixado por V. Excelência no caso de pedidos em que houve
sucumbência do Reclamante.

16. DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA

A responsabilidade pelo pagamento das contribuições previdenciárias


é tanto do empregado quanto do empregador, de acordo com os artigos 195, incisos I e II, da
Constituição Federal, 11, parágrafo único, alíneas "a", "b" e "c", da Lei n.º 8.212/1991, não
havendo amparo legal no argumento de que cabe tão-somente ao reclamado porque omisso
no recolhimento do encargo oportunamente.

17. DA INDENIZAÇÃO RELATIVA AO IMPOSTO DE RENDA

No que tange ao imposto de renda, em razão de eventuais créditos


oriundos desta Reclamação Trabalhista, o imposto de renda a ser retido na fonte decorre de
imposição legal e não pode ser considerado como dano. O fato gerador do imposto ocorre no
momento em que é pago o crédito trabalhista tributável.

Assim, não é cabível a indenização postulada com fundamento na


responsabilidade civil como pretende a parte autora. Até porque, antes do trânsito em
julgado, a parte autora tem uma expectativa de direito, não havendo que se falar em qualquer
recolhimento antes disto.

18. DA CORREÇÃO MONETÁRIA, INSS E IRRF

Na hipótese de procedência de algum pedido da presente reclamação


há de se considerar a correção monetária fazendo incidir o percentual de correção no mês em
que se torna exigível o salário (mês subsequente) e não no seu mês de referência.

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Deve ainda se retida a parcela do parte autora dos encargos sociais
(INSS) e fiscais (IR), pois cada parte deve arcar com suas responsabilidades, requerendo seja
o IR retido sobre a totalidade do crédito, inclusive juros de mora.

19. DA COMPENSAÇÃO – ABATIMENTO DE VERBAS PAGAS

Em caso de procedência da presente reclamação, ainda que parcial, a


ré requer sejam compensados os valores pagos sob os mesmos títulos, sob pena de bis in idem
e enriquecimento sem causa do obreiro, vedado por nosso ordenamento jurídico.

20. DOS VALORES TRAZIDOS NA INICIAL

Excelência, em que pese todo o arrazoado trazido na inicial com a


indicação de valores que entende como devidos, vinculados a cada pleito, tais se encontram
impugnados e contestados haja vista que, a correta apuração de eventuais valores devidos só
se dará mediante apuração por perícia contábil a ser determinada na fase de execução e, em
obediência ao disposto no artigo 879, § 1º B da CLT.

21. DOS LIMITES DA LIDE

Requer que sejam observados os limites em que foi proposta a lide, em


respeito à interpretação restritiva que deve ser dada aos pedidos, tudo conforme disposto
nos artigos 141, 322 e 492 do CPC, de aplicação supletiva à legislação trabalhista, sob pena de
ocasionar julgamento ultra/extra-petita.

22. DOS PEDIDOS E CONSIDERAÇÕES FINAIS

Declara o patrono da ré a autenticidade dos documentos juntados, nos


termos do artigo 830 da CLT. No tocante as intimações, independentemente da cadeia de
substabelecimentos, requer que todas e quaisquer deste processo sejam feitas –
EXCLUSIVAMENTE - em nome de TADEU AUGUSTO GUIRRO - OAB/PR 64.421, sob pena
de nulidade do ato ou cerceamento de defesa.

Havendo necessidade de realização de audiência por


videoconfereência/telepresencial indica-se o email e telefone abaixo para envio de link:

 Email: controladoria@tagadvogados.com
 Fone/Whatsapp: (44)3031-9753

Ante todo o exposto, e com o protesto pela produção de todas as provas


em direito admitidas, notadamente no depoimento pessoal do Reclamante e oitiva de
testemunhas que comparecerão à audiência independente de intimação, julgando o presente

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feito pela TOTAL IMPROCEDÊNCIA dos pedidos formulados, manifestando-se assim
escorreita aplicação da lei e de justiça.

Nestes termos,
pede deferimento.

De Maringá - PR, 01 de Fevereiro de 2023.

TADEU AUGUSTO GUIRRO


OAB/PR 64.421

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