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ATOrd: 0000952-90.2022.5.09.0661
Reclamante: JOÃO PAULO MARQUES DA SILVA
Reclamada: V.K. VASCONCELAOS DA PIEDADE EIRELI
Veja-se por exemplo de fls. 146 que o Autor recebeu Transferência PIX
no valor de R$9.200,00 em 06/05/2022 de VINICIUS BASSI VENDRAMIN pessoa totalmente
alheia aos autos, também em fls. 131 o valor de R$1.760,00 em de CAROLINE GONÇALVES
VIEIRA, e em 18/02/2022 o valor de R$2.000,00 de WAGNER RAMIRIS DE CAMPOS. Ora, é
evidente que o Autor aufere renda de serviços diversos de modo a não comprovar sua
hipossuficiência.
Excelência, data vênia, mas a Reclamada entende que se isso não for
inépcia da inicial, é, então, no mínimo, falta de boa técnica.
Portanto, requer seja a petição inicial declarada inepta por não atender
às formalidades necessárias trazidas com a Lei 13.467/17, e, caso não seja este o entendimento
de Vossa Excelência, o que se aduz somente por amor ao debate, requer seja concedido prazo
à parte Autora para que emende a inicial a fim de sanar o vício ora apontado.
Traz a inicial que o Autor teria sido contratado para trabalhar como
Motorista Carreteiro em 18/08/2021, com rescisão em 23/06/2022, percebendo como salário o
valor de R$1.600,00. De início, contesta-se o quadro fático pincelado pelo Reclamante, vez
que não condiz com a realidade. O Autor era motorista autônomo e realizava alguns fretes
para a Reclamada, no entanto, sem qualquer regime de subordinação, e habitualidade,
recebendo por frente contratado.
Não se quer negar que uma pessoa possa ter dois empregados, pelo
contrário, esta é infelizmente uma realidade no Brasil da atualidade. Ocorre que é fisicamente
impossível estar em dois lugares ao mesmo tempo, não sendo viável admitir que o Autor
trabalhasse simultaneamente para dois empregadores no mesmo horário.
Neste diapasão:
E não é só.
A Reclamada tem ciência de tal fato pois na primeira reunião com este
procurador que ora subscreve, onde foram levantadas informações sobre o caso em análise,
houve a consulta ao site da Transparência do MTE referente ao Seguro-Desemprego e
confirmada a habilitação do Autor no benefício mencionado.
Acontece que nos últimos dias referido site não está funcionando
propriamente, dando erro ao fazer buscas, de modo que a Reclamada fica impossibilitada de
anexar print ou outra prova do recebimento de parcelas do Seguro-Desemprego pelo Autor.
(https://transparencia.sd.mte.gov.br)
“Dá uma olhada aí, Vinícius, motor eu acho que nós põe uns trinta mil, nós põe um quatrocentos e
quarenta ali. Barato esse caminhão, ein? Ofereceram agora. Entrasse um dinheiro meu essa semana
ia chamar você pra nós arrumar um tanto e nós financiar um bocadinho nele pra nós botar... ainda
apanhava o esse aqui da quarto eixo, e esse aqui não, esse que eu tô na guarda.. e eu ia no bitrem...
bonito esse caminhão viu”
Ora, se ele mesmo afirma que fez sua última viagem em 12/04/2022,
porque imputou como data de rescisão em 23/06/2022? Aliás, sobre a situação alegada de ter
sido vítima do crime de furto ou roubo no dia 12/04/2022, não passou de uma mera ilusão do
Autor, ou de uma interpretação errônea de sua parte, tendo em vista que jamais ou carga
furtada naquela noite.
Não houve qualquer crime cometido, tanto é que sequer foi dado
seguimento à Inquérito Policial após BO lavrado, justamente porque após a ocorrência
narrada, constatou-se que não se passava de um mero mal-entendido, pois a carga
permaneceu intocada.
Contesta-se tal narrativa, visto que tais fatos jamais ocorreram. Não há
provas do alegado. O Autor pode ter se confundido com algum barulho externo e atordoado
pela medicação pode ter imaginado algum cenário de roubo, mas que jamais se concretizou
na realidade. Impugna-se o Boletim de Ocorrência visto que trata-se de mera declaração
unilateral, inexistindo prova concreta do ocorrido.
Sobre este assunto, verdade seja dita, sabe-se que o Autor é conhecedor
do mundo do crime, tendo em vista que possui extensa lista de processos criminais e
inquéritos policiais, como se denota da consulta do TJPR mediante sistema Projudi (a maioria
se encontra em Segredo de Justiça) o Autor já foi condenado no crime de recepção, violência
doméstica e outros delitos que estão sob investigação em trâmite ou arquivados.
Áudio 1 de 10seg: “Eu não tenho que atender você Vinicius, atender você
pra que? Atender um verme igual a você, cara. Por que que eu vou atender
um verme? Verme a gente não atende não cara, verme a gente põe no cu dele”
Áudio 2 de 28seg: “Eu não quero conversar com você Vinicius, se eu for lá
eu vou te dar um pau lá dentro da sua madeireira, aí eu vou perder meus
direitos, eu vou lá pra que? Você não aguenta eu na pancada, se eu pegar e
bater em você, você não aguenta dez minutos eu acabo com você, se eu pegar
e bater em você. O que que eu vou fazer lá dentro? Que nem homem de reagir
você vai ser, vou fazer o que aí? Se você fosse homem pra nós sair no soco, pra
Áudio 3 de 11seg: “Você me paga cara, você me paga, eu já falei que você me
paga, você vai me pagar tão caro que você não imagina cara, eu já te falei que
você vai me pagar tão caro que você não imagina”
Neste diapasão:
Neste diapasão:
DO PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE
- SUCESSIVAMENTE / DELIMITAÇÃO DA JORNADA
No entanto, melhor sorte não lhe assiste. Ainda que analisado o mérito
do pedido, este não merece prosperar, motivo pelo qual passa a impugnar. De acordo com
disposto na Súmula 364, item I, do TST, “Faz jus ao adicional de periculosidade o empregado
exposto permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco”.
Email: controladoria@tagadvogados.com
Fone/Whatsapp: (44)3031-9753
Nestes termos,
pede deferimento.