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G OAB/RR-1486

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE


DIREITO DA º VARA DE FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE
BOA VISTA - RR

Processo nº.: 0806628-57.2022.8.23.0010

ALVARO XIMENES DE ARAGÃO, ora Autor, já devidamente


qualificada nos autos do processo em epígrafe, por intermédio de seu advogado legalmente
habilitado, in fine assinado, vêm à digna presença de Vossa Excelência para, em
cumprimento à intimação contida no r. Despacho prolatado junto ao Ep. 25, exarado por este
Douto Juízo, manifestar-se nos seguintes termos:

SUCINTA INTRODUÇÃO
Douto(a) Julgador(a), Vossa Excelência junto ao Ep. 25 intimou o Autor, para no
que prazo de 05 (cinco) dias, comprovar preencher os pressupostos legais para ser
beneficiário da gratuidade da justiça (Item 01), bem como para apresentar o rol de
testemunhas pretendidos, (Item 02).

Destarte, passa o Autor, a manifestar-se.

QUANTO AO ITEM 01 – DA MANUTENÇÃO À JUSTIÇA GRATUITA AO AUTOR

Nobre Julgador(a), o Autor é comerciante, e tem sob sua responsabilidade a


manutenção de sua família, uma das razões pela qual não poderia arcar coma as despesas
processuais.
Cabe informar, que sua empresa é enquadrada junto à Receita Federal como
Micro Empresa (Comprovante de Inscrição e de Situação Cadastral – em anexo), de parcos
rendimentos, e que possui INÚMEROS COMPROMISSOS FINANCEIROS que
inviabilizam o pagamento das custas sem que prejudique seus rendimentos, para tanto, a sua
própria atividade.

Excelência, a parte Autora, em sua empresa trabalha com crédito de seus


fornecedores para rotatividade de compra e venda de suas mercadorias, tendo esta, diversos

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compromissos financeiros para com seus fornecedores e parceiros, com pagamentos diários
de boletos de mercadorias, que se tornam compromissos financeiros diretamente ligados à
sua subsistência.
Cabe destacar que o a lei não exige atestada miserabilidade do requerente,
sendo suficiente a "insuficiência de recursos para pagar as custas, despesas processuais
e honorários advocatícios"(Art. 98, CPC/15), conforme destaca a doutrina:

"Não se exige miserabilidade, nem estado de necessidade, nem


tampouco se fala em renda familiar ou faturamento máximos. É
possível que uma pessoa natural, mesmo com bom renda mensal, seja
merecedora do benefício, e que também o seja aquela sujeito que é
proprietário de bens imóveis, mas não dispõe de liquidez. A gratuidade
judiciária é um dos mecanismos de viabilização do acesso à justiça;
não se pode exigir que, para ter acesso à justiça, o sujeito tenha que
comprometer significativamente sua renda, ou tenha que se desfazer
de seus bens, liquidando-os para angariar recursos e custear o
processo." (DIDIER JR. Fredie. OLIVEIRA, Rafael Alexandria de.
Benefício da Justiça Gratuita. 6ª ed. Editora JusPodivm, 2016. p. 60)
"Requisitos da Gratuidade da Justiça. Não é necessário que a parte
seja pobre ou necessitada para que possa beneficiar-se da gratuidade
da justiça. Basta que não tenha recursos suficientes para pagar as
custas, as despesas e os honorários do processo. Mesmo que a pessoa
tenha patrimônio suficiente, se estes bens não têm liquidez para
adimplir com essas despesas, há direito à gratuidade." (MARINONI,
Luiz Guilherme. ARENHART, Sérgio Cruz. MITIDIERO, Daniel.
Novo Código de Processo Civil comentado. 3ª ed. Revista dos
Tribunais, 2017. Vers. ebook. Art. 98)

Douto(a) Julgador, cabe ressaltar que a parte Promovida, sequer comprova


por qualquer maneira que seja, o Autor não fazer jus aos benefícios da gratuidade da
justiça, apenas de maneira genérica se limitou à afirmar: “O Autor ser proprietário de
supermercado localizado em bairro nobre da cidade”, oportunidade em que, destaco
que conforme já pacificado nos Tribunais, a existência de patrimônio imobilizado, no

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qual o Autor tem seu sustento (comércio), não pode ser parâmetro ao indeferimento da
gratuidade da justiça. Vejamos:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. DECISÃO MONOCRÁTICA.


AÇÃO DE USUCAPIÃO. BENEFÍCIO DA GRATUIDADE DA
JUSTIÇA. COMPROVAÇÃO DA NECESSIDADE.
DEFERIMENTO DO BENEFÍCIO. - Defere-se o benefício da
gratuidade da justiça sem outras perquirições, se o requerente, pessoa
natural, comprovar renda mensal bruta abaixo de Cinco Salários
Mínimos Nacionais, conforme novo entendimento firmado pelo Centro
de Estudos do Tribunal de Justiçado Rio Grande do Sul, que passo a
adotar (enunciado nº 49). - A condição do agravante possuir
estabelecimento comercial não impossibilita que seja agraciado
com a gratuidade de justiça, especialmente diante da demonstração
da baixa movimentação financeira da microempresa de sua
propriedade. AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO. (Agravo
de Instrumento Nº 70076365923, Décima Sétima Câmara Cível,
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Gelson Rolim Stocker, Julgado em
10/01/2018).

Afinal, o Requerente por ser comerciante na área de mercado, o dinheiro


da venda diária é rotativo na finalidade de pagamento de boletos e compra de novas
mercadorias, possuindo assim inúmeros compromissos financeiros que inviabilizam o
pagamento das custas sem comprometer sua subsistência.

Ou seja, apesar do patrimônio e renda elevada, todo valor auferido


mensalmente está comprometido, inviabilizando suprir a custas processuais.

Por tais razões, com fulcro no artigo 5º LXXIV da Constituição Federal e pelo
artigo 98 do CPC, requer seja MANTIDA A GRATUIDADE DE JUSTIÇA AO AUTO,
deferida junto ao Ep. 06.

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QUANTO AO ITEM 02 – DO ROL DE TESTEMUNHAS

Douto(a) Julgador(a), o Autor informa ter tido dificuldade na obtenção da


qualificação completas de todas as testemunhas, motivo pelo qual não conseguirá informar
os dados das testemunha em tempo hábil.

Isto posto, requer à Vossa Excelência, a dilação de prazo, para reunir a


qualificação completa do seu rol de testemunhas.

Termos em que, Pede Deferimento.


Boa Vista – RR, 01 de agosto de 2022.

(assinado eletronicamente)
Almério Mota Pereira Neto
OAB/RR - 1486

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