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AGREMIAÇÃO SPORTIVA ARAPIRAQUENSE – ASA

DEPARTAMENTO JURÍDICO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ALAGOAS.

Agravo de Instrumento
Agravante: AGREMIAÇÃO SPORTIVA ARAPIRAQUENSE – ASA
Agravado: MUNICÍPIO DE ARAPIRACA

AGREMIAÇÃO SPORTIVA ARAPIRAQUENSE – ASA,


pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, estabelecida na Avenida
Ventura de Farias, s/n, Baixão, Arapiraca/AL, inscrita no CNPJ n° 12.439.568/0001-
92, neste ato representado por seu Presidente Executivo, o Sr. HIGOR RAFAELL
OLIVEIRA GODOI, por intermédio de seus advogados abaixo assinados, propôs
uma Ação de Cobrança com pedido de Tutela Satisfativa de Urgência, contra o
Município de Arapiraca.

Ocorre que, apesar da peça processual possuir farta


fundamentação jurídica e demonstrar com clareza os enormes prejuízos que
sofrerão o agravante e a necessidade de concessão de liminar, tal providência foi
indevidamente indeferida, motivo pelo qual o agravante, inconformado, recorre a
esse Sodalício, através do presente AGRAVO DE INSTRUMENTO (art. 1015 e
seguintes do CPC) para ver revertida a situação que é adversa, e o faz da forma
que abaixo segue.

I – DO PREPARO

O Agravante deixa de juntar o preparo, haja vista a concessão


dos benefícios da Justiça Gratuita pelo juízo de 1º grau, conforme fls. 70/73 do
Processo nº. 0708477-91.2022.8.02.0058.

II – DA TEMPESTIVIDADE

O presente Agravo de Instrumento é tempestivo, visto que a


publicação de intimação ocorreu em 13/09/2022. Assim o prazo de 15 dias úteis
para interposição do recurso termina no dia 06/10/2022.
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III – DO NOME E ENDEREÇO COMPLETO DOS ADVOGADOS

Os advogados que funcionam no processo são apenas os


advogados do Agravante, já que o Agravado não possui advogado constituído nos
autos até o presente momento.

Advogados do Agravante:
Higor Rafaell Oliveira Godoi, inscrito na OAB/AL sob o nº
17499, Samuel Magalhães Paiva, inscrito na OAB/AL sob nº. 14833 e Michael
Vieira Dantas, inscrito na OAB/AL sob o nº. 12564, todos com endereço profissional
estabelecido à Avenida Ventura de Farias, s/n, Baixão, Arapiraca/AL.

IV – DA JUNTADA DE PEÇAS OBRIGATÓRIAS E FACULTATIVAS

O Agravante informa que apesar do §5º do artigo 1.017 do


CPC/2015, estabelecer que é dispensável a apresentação das peças quando os
autos forem eletrônicos, informa o mesmo que junta todos os documentos anexados
no processo de 1º grau, além da decisão atacada.

Nesses termos,
pede deferimento.

Arapiraca/AL, 14 de setembro de 2022.

HIGOR RAFAELL OLIVEIRA GODOI


Advogado OAB/AL nº 17.499

SAMUEL MAGALHÃES PAIVA


Advogado OAB/AL nº 14.833

MICHAEL VIEIRA DANTAS


Advogado OAB/AL 12.564
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EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ALAGOAS

RAZÕES DE AGRAVO DE INSTRUMENTO

Agravante: Agremiação Sportiva Arapiraquense – ASA


Agravado: Município de Arapiraca

I – Da Decisão atacada

O presente recurso dirige-se contra decisão interlocutória


de fls. 70/73 dos autos da Ação de Cobrança com pedido de Tutela Satisfativa
n.º 0708477-91.2022.8.02.0058, interposta perante a 4ª Vara da Fazenda Pública
da Comarca de Arapiraca/AL, que indeferiu o pedido de tutela provisória de
urgência requerida pelo agravante.

Destaque-se, inicialmente, que tal medida tem por objetivo o


recebimento da quantia de R$ 800.000,00 (oitocentos mil reais) relativo ao
Contrato de Co-Patrocinio firmado entre agravante e agravado e que, este
último condiciou o recebimento pela apresentação das certidões negativas, as
quais, no momento, o agravante não as possui.

DECISÃO – Nesse sentido, foi pedida a concessão da tutela


satisfativa de urgência, com o intuito de autorizar o pagamento pelo agravado ao
agravante sem a necessidade de apresentação das CND’s, porém, tal pedido foi
sumariamente indeferido nos seguintes termos:

"No caso dos autos, observa-se que a pretensão deduzida pela


parte autoraencontra óbice na hipótese de vedação legal
constante do item c (art. 1º, §3º, da Lei 8.437/92),de forma que se
torna indevida, por expressa determinação legal, a concessão de
tutela provisória que determine o pagamento de valores pela
Fazenda Pública, notadamente emvirtude de estar sujeita à
sistemática dos precatórios disposta no art. 100, da CF/88. Pelo
exposto, indefiro o pedido de tutela provisória de urgência, nos
termos doart. 1º, § 3º, da Lei nº. 8.437/92.

A decisão atacada deve ser reformada como se demonstrará


abaixo, por vir a ferir a jurisprudência majoritária, bem como, o parecer
administrativo exarado pelo Dr. Filipe Lôbo Gomes, os quais demonstram
claramente a impossibilidade de retenção de pagamento em virtude de situação de
irregularidade fiscal.
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II – Das razões do pedido de reforma da decisão:

As razões do pedido de reforma da decisão agravada será


apresentada no subtópico que segue, qual seja: "Da presença dos pressupostos
legais para concessão da liminar reclamada".

 Da presença dos pressupostos legais para concessão da liminar reclamada

O Agravante é um time de futebol sem fins lucrativos do município


de Arapiraca que desenvolve atividades desportivas há mais de 60 anos contando
sempre com o apoio das entidades governamentais e do comércio em geral deste
município.
Neste ano de 2022, a Agravante disputou a Copa Alagoas,
Campeonato Alagoano de Futebol da 1ª divisão, Copa do Brasil e Campeonato
Brasileiro da Serie D, chegando a ser vice campeão do Campeonato Alagoano e uma
das 8 melhores equipes da Série D, dentre os 64 participantes.

Ocorre que a agravante encaminhou Projeto de Patrocínio ao


Municipio de Arapiraca e a Superintendência de Esportes a fim de obter cota de
patrocínio paradesenvolvimento de suas atividades futebolísticas para o calendário do
ano de 2022,conforme documentos em anexo.

Após o protocolo do referido ofício, gerou-se o processo


administrativo de nº 18477/2022, que seguiu todos os tramites burocráticos até a fase
anterior a assinatura do contrato de patrocínio.

O valor total do citado contrato é de R$ 800.000,00 (oitocentos mil


reais).

Pois bem Excelência, conforme todo o exposto acima o serviço fora


prestado nos termos contratados, contudo, após a prestação dos serviços o
agravado vem condicionando o pagamento dos referidos valores a apresentação de
CND ́s.

1) Do fumus boni juris e do periculum in mora

Fica claro a fumaça do bom direito no caso em tela, uma vez


que encontra-se presente e demonstrado pela invocação de várias decisões no
sentido da desnecessidade de apresentação das CND’s para pagamento, sendo
juntado todos os documentos necessários, para que o requisito seja evidentemente
demonstrado.

Na decisão impugnada, o MM. Juiz continua afirmando que


além de verificar o perigo da irreversibilidade da medida, observa-se que a pretensão
deduzida pela parte autora encontra óbice na hipótese de vedação constante do item
c, de forma que se torna indevida, por expressa determinação legal, a antecipação de
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tutela que determine a liberação de recursos pela Fazenda Pública, notadamente em
virtude de estar sujeita à sistemática dos precatórios disposta no art. 100, da CF/88.

Porém preclaro julgador, este argumento não pode prosperar.


Senão vejamos:

O modelo de Estado Democrático de Direito exige das


instituições públicas um sério compromisso com a ordem jurídica. A Administração
Pública tem o dever de preservar e promover garantias individuais em situações de
nítida e grave violação não apenas por meio da imposição da norma legal a
terceiros, mas também por meio do próprio cumprimento voluntário da lei.

A norma processual jamais poderá servir de estímulo a


qualquer sujeito, principalmente ao Estado, para a violação de direitos, por ter a
certeza de que não será submetido a qualquer medida impositiva para a imediata
efetivação de suas obrigações. De fato, não se coaduna com a nossa ordem jurídica
uma norma que isente o poder público de contribuir para a realização da prestação
jurisdicional de forma eficaz. Nenhum interesse, público ou privado, sobrepõe-se ao
cumprimento do Direito.

Nesse contexto, observa-se que a elaboração legislativa do


novo diploma processual teve em vista a realização de princípios Constitucionais
que concretizassem a tutela satisfativa do Direito, inclusive por parte dos entes
estatais. Logo, o art. 1.059 do CPC de 2015 deve ser interpretado à luz do
ordenamento jurídico vigente, de forma que as restrições disciplinadas na lei
12.016/09 e na lei no 8.437/92 sejam aplicadas aos institutos processuais que com
ela se adequem e não alcancem outros instrumentos que fogem à previsão
normativa e que não se inserem na mesmo lógica processual.

Portanto, sendo clara a evidência da transgressão da


norma material, nos termos do art. 311 do CPC/15, deve o magistrado
implementar o provimento jurisdicional cautelar necessário e suficiente à
proteção do direito, à antecipação do mérito ou à garantia do juízo, mesmo
contra a Fazenda Pública.

No caso dos autos, não haverá prejuízo ao erário público,


haja vista que já existia previsão orçamentária para tal pagamento, além da
desnecessidade de realizar o pagamento via precatório ou RPV e, caso o pleito
liminar não venha a ser deferido, causará sim, ao agravante, graves prejuízos,
pois conforme amplamente divulgado nos sites de notícias, o mesmo passa
por sérios problemas financeiros, necessitando da liberação deste recurso
para poder honrar com seus compromissos.

Nossos tribunais assim tem decidido acerca do caso em


comento:
Ementa: AGRAVO INTERNO EM TUTELA ANTECIPADA
RECURSAL – ILEGITIMIDADE PASSIVA: INOCORRÊNCIA
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– TUTELA ANTECIPADA CONTRA FAZENDA PÚBLICA:
POSSIBILIDADE – MULTA: PERTINÊNCIA – DECISAO
MANTIDA. I – Havendo necessidade de retificação de ato
praticado pelo chefe do Poder Executivo estadual,
legitimado o ente federativo para compor o polo passivo de
Ação Ordinária com tal objetivo. II – Preenchidos os
requisitos para concessão, com análise da
probabilidade do direito alegado e do perigo de dano,
imprestável a evocação do artigo 2º-B da Lei nº. 9494/97
e do artigo 1º da Lei nº. 8437/92 para obstar a
concessão da tutela antecipatória recursal. III – Com a
fixação de multa se almeja não o pagamento do valor a ela
relativo, mas que a parte cumpra com a obrigação imposta
na decisão. (TJ-MG – AGT: 10000160569497005 MG,

Relator: Peixoto Henriquez, Data de Julgamento:


02/04/2019, Data de Publicação: 10/04/2019) (Grifos
nossos)

Ementa: ADMINISTRATIVO. AGRAVO DE


INSTRUMENTO. TUTELA ANTECIPADA CONTRA
FAZENDA PÚBLICA. POSSIBILIDADE. 1 – A tutela de
urgência será concedida quando houve elemento
suficientes que atestem a probabilidade do direito e o perigo
do dano ou risco ao resultado útil do processo, nos termos
do dispositivo no artigo 300 do CPC. 2 – É possível a
antecipação dos efeitos da tutela contra Fazenda
Pública, consoante entendimento jurisprudencial, uma
vez que a vedação ao deferimento de tutela provisória
que esgota o objeto do processo, no todo ou em parte,
somente se justifica nos casos em que o retardamento
da medida não frustrar a própria tutela jurisdicional.
(TRF4 - AG: 50403948220184040000 5040394-
82.2018.4.04.0000, Relator: ROGÉRIO FAVRETO, Data de
Julgamento: 29/01/2019, 3ª Turma) (Grifos nossos)

III – Dos pedidos:

Ante o exposto, requer o agravante:

1- Diante de tudo que foi exposto, requer a Vossa Excelência o conhecimento do


recurso, bem como, liminarmente, a concessão da tutela recursal de urgência,
conforme autoriza o art. 1.019, I, do CPC/2015, a fim de determinar ao Agravado o
pagamento do valor devido referente ao Contrato de Co-Patrocínio.

2- Requer, ao final, o conhecimento e o consequente provimento do presente


recurso para reformar a decisão atacada.

Nesses termos,
pede deferimento.

Arapiraca/AL, 14 de setembro de 2022.


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HIGOR RAFAELL OLIVEIRA GODOI


Advogado OAB/AL nº 17.499

SAMUEL MAGALHAES PAIVA


Advogado OAB/AL nº 14.833

MICHAEL VIEIRA DANTAS


Advogado OAB/AL 12.564

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