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Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região - 1º Grau

Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região - 1º Grau

O documento a seguir foi juntado aos autos do processo de número 0100294-79.2020.5.01.0075


em 14/04/2020 05:05:48 - 31ba1cd e assinado eletronicamente por:
- RICARDO HOLANDA VERGARA DE OLIVEIRA

Consulte este documento em:


https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam
usando o código:20041404522292900000110807683
EXMO. SR. DR. JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO DA COMARCA DO
RIO DE JANEIRO/RJ.

EVERTON ARAÚJO VIEIRA, brasileiro, solteiro, estudante,


nascido em 07/01/1992, filho de Normélia da Costa Araújo, portador do RG n.º
25.592.753-5, expedido pelo DETRAN, inscrito no CPF sob o nº. 153.151.927-09,
portador da CTPS nº. 02371, Série 170-RJ, Cadastrado no PIS sob o n.º
161.43203.96.-3 residente e domiciliado na Estrada dos Caboclos, nº. 354, casa n.º
29, bairro: Campo Grande, Rio de Janeiro/RJ, CEP.: 23.040-160, endereço
eletrônico: holanda.vergara@gmail.com vem por intermédio de seus advogados que
esta subscrevem, conforme instrumento de mandato anexo (doc.1), propor:

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

Em face de ARTEX AR CONDICIONADO LTDA., Empresa Privada, inscrita no


CNPJ sob nº 28.119.428/0001-77, situada na Rua Ana Neri, nº 636, Parte, Sampaio,
Rio de Janeiro - RJ, CEP: 20.960-060, pelos fatos e fundamentos que a seguir expõe:

I - PRELIMINARMENTE

I.1 - DAS NOTIFICAÇÕES E INTIMAÇÕES POSTAIS E ELETRÔNICAS

Invocando o artigo 272 do Código de Ritos, requer desde já que


nas futuras publicações conste, exclusivamente, o nome e a OAB dos advogados,
Dr. RICARDO HOLANDA VERGARA DE OLIVEIRA, OAB/RJ N.º 132.292,
SOB PENA DE NULIDADE.

II - DA JUSTIÇA GRATUITA

Declara o Reclamante, ser pessoa hipossuficiente na acepção


jurídica do termo, não estando em condições de arcar com as custas da presente
demanda, sem prejuízo do sustento próprio e de seus familiares, motivo pelo qual,
requer desde logo que lhe seja concedida JUSTIÇA GRATUITA, nos termos das
Leis n.º 5.584/70 e 1.060/50 (art. 4º), com a redação que lhe deu a Lei n.º 7.510/86,

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e, para fins do disposto pelo artigo 790, § 3 da CLT, declara a reclamante que sua
renda mensal é inferior a R$ 2.440,42.

III - DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA

Um dos princípios consagrados em nossa Carta Magna foi o da


inafastabilidade do poder judiciário, conforme disposto no art. 5.º, XXXV.

Inobstante ao fato de existir ou não comissão de conciliação


prévia em sua categoria profissional, traz o Reclamante sua reivindicação ao
Judiciário, por entender ser desnecessária a submissão de sua pretensão à referida
comissão.

IV - DOS FATOS

Inicialmente, cumpre esclarecer que o Reclamante foi admitido


pela Reclamada em 01/04/2013, para exercer a função de Meio Oficial, tendo
como último salário o valor de R$ 1.522,89, sendo dispensado sem justa causa em
12/09/2019, após o cumprimento do aviso prévio, sem que fosse realizado o
pagamento integral das verbas rescisórias, conforme restará demonstrado
adiante.

Insta informar, que a reclamada convencionou com o Reclamante


a quitação do débito no valor total de R$ 14.457,77, que seria pago em 5 parcelas
no valor de R$ 2.891,55, vencendo a primeira parcela em 30/09/2019, conforme
comprova a documento anexo, sendo certo que até a presente data somente foi
efetuado um depósito no valor de R$ 1.200,00 mediante depósito em conta, tendo
a reclamada descumprido acordo para pagamento do débito de forma parcelada.

Há que se esclarecer, que referido o valor total ajustado é


composto da seguinte forma: 1) Valor descrito no TRCT no montante de R$
6.756,42; 2) Multa de 40% sobre o saldo do FGTS no importe de R$ 2.560,04; e, 3)
R$ 5.141,31 correspondentes a 45 competências a título de FGTS.

Vale observar, que o reclamante teve anotado em sua CTPS o


reajuste salarial de R$ 1.320,00 com data de 01/03/2016, sendo certo que o referido
valor foi mantido até a data da dispensa, mesmo com as anotações dos reajustes
posteriores, conforme comprovam os contracheques e as cópias da CTPS em
anexo, sendo o devido o pagamento das diferenças salariais em razão do não
pagamento dos reajustes descritos, bem como os reflexos no RSR e nos depósitos
fundiários.

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Cumpre destacar, que o reclamante laborava com o manuseio de
produtos químicos como gás, graxa, óleo, dentre outros, utilizados para a limpeza
de ar condicionados e máquinas sem o fornecimento e utilização de Equipamentos
de Proteção Individual, com sua saúde exposta a riscos, sendo certo que a
reclamada nunca efetuou o pagamento do adicional de insalubridade devido.

Outrossim, cumpre informar, que o Reclamante desempenhava


continuamente as funções de Meio Oficial de Refrigeração e a função de Mecânico
de Refrigeração (vide declaração assinada pelo sócio da Reclamada), sendo devida
a retificação de sua CTPS, uma vez que prevalecia o desempenho da função de
Mecânico em Refrigeração.

In casu, há de se observar ainda, data vênia, que é devido o


pagamento da multa prevista no artigo 477, § 8º, da CLT, considerando,
sobretudo, que as verbas rescisórias não foram pagas integralmente.

V - DA RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO – AUSÊNCIA DE


PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS

Mister se faz informar, que embora tenha ocorrido a dispensa do


Reclamante, não foi realizado o pagamento integral das verbas rescisórias a que
faz jus.
Conforme se verifica através do documento anexo, a Reclamada
solicitou ao reclamante o parcelamento dos valores que entendia por devidos a
título de rescisão, tendo acrescido o montante que seria devido a título de FGTS
não depositado, propondo ao autor o pagamento do valor total de R$ 14.457,77,
valor este composto da seguinte maneira: 1) Valor descrito no TRCT no montante
de R$ 6.756,42; 2) Multa de 40% sobre o saldo do FGTS no importe de R$ 2.560,04;
e, 3) R$ 5.141,31 correspondentes a 45 competências a título de FGTS.

Entretanto, há que se esclarecer que a Reclamada somente


efetuou o pagamento da importância de R$ 1.200,00 por meio de crédito na conta
bancária do Reclamante.

Insta informar, que a base de cálculo para apuração das verbas


rescisórias é o valor de R$ 1.746,77, que corresponde ao valor do último salário
reajustado na CTPS, acrescido do percentual a título de adicional de insalubridade
em seu grau médio (1.522,89 + 223,88).

Data vênia, o procedimento adotado pela Reclamada para


dispensar o Reclamante não foi o correto, sendo completamente contrário aos

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ditames legais, devendo dessa forma, ser condenada ao pagamento de todas as
verbas devidas ao Reclamante, devidamente discriminadas e liquidadas a seguir.

VI - DA NECESSÁRIA RETIFICAÇÃO DA CTPS

Conforme se verifica, a CTPS do Reclamante foi anotada com o


cargo de “Meio Oficial de Refrigeração”, sendo correto afirmar que o autor além
da função anotada, desempenhava suas funções, na maior parte do tempo, como
Mecânico de Refrigeração, efetuando a manutenção preventiva e corretiva de
instalações e equipamentos de refrigeração, ventilação, calefação e ar-
condicionado, realizando testes, lubrificação e regulagem nos sistemas de
refrigeração e climatização.
Há que se observar ainda, que um dos responsáveis pela
Reclamada, o engenheiro mecânico, Sr. Nelson Jorge Delgado Abdo, declarou em
12/09/2019 que o Reclamante exercia a função de Mecânico Trainee desde a data
de admissão, quando na realidade a função de fato desempenhada era de
“Mecânico de Refrigeração”, sendo certo que o autor possui Curso Técnico em
Mecânica, conforme comprova o Diploma anexo emitido pela ETERJ.
Assim, com fundamento no artigo 29 da CLT a CTPS do
Reclamante deverá ser retificada para que conste a função de Mecânico em
Refrigeração, sob pena de multa a ser arbitrada por este Douto Juízo.

VII - DO AVISO PRÉVIO

Tendo em vista que o reclamante foi dispensado com aviso


prévio, tendo optado por receber o pagamento pelos 07 dias finais, conforme
documento anexo, é devido o pagamento do aviso prévio dos 07 dias finais, bem
como de mais 18 dias em conformidade como disposto pelo Parágrafo Único do
artigo 1º da Lei n.º 12.506/2011, totalizando 25 dias de aviso prévio, calculado com
base no último salário anotado na CTPS do Reclamante (pág. 25), bem como com a
devida integração do adicional de insalubridade em seu grau médio, conforme
fundamentação adiante.

 Valor devido a título de aviso prévio: R$ 1.455,75 (Um mil quatrocentos e


cinquenta e cinco Reais e setenta e cinco centavos).

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VIII - DO SALDO DE SALÁRIO

O Reclamante faz jus ao pagamento do saldo de salário de 12


dias referente ao mês de setembro de 2019, devendo a Reclamada ser condenada
ao pagamento de tal verba.

 Valor devido a título de saldo de salário: R$ 698,76 (seiscentos e noventa e


oito Reais e setenta e seis centavos).

IX - DAS FÉRIAS INTEGRAIS

Tendo em vista que o Reclamante não chegou a gozar suas férias


em relação ao período aquisitivo 2018/2019, o mesmo faz jus ao pagamento de
férias integrais acrescidas de 1/3, conforme art. 134, caput da CLT c/c art. 7º, XVII
da CRFB/88.

 Valor devido a título de férias integrais acrescidas de 1/3, e com a


integração do adicional de insalubridade: R$ 2.329,03 (Dois mil trezentos
e vinte e nove Reais e três centavos).

X - DAS FÉRIAS PROPORCIONAIS

Considerando o último período aquisitivo incompleto


2019/2020, o Reclamante faz jus ao pagamento de férias proporcionais de 6/12
acrescidas de 1/3, conforme art. 134, caput da CLT c/c art. 7º, XVII da CRFB/88.

 Valor devido a título de férias integrais acrescidas de 1/3, bem como com
a integração do adicional de insalubridade: R$ 1.164,48 (Um mil cento e
sessenta e quatro Reais e quarenta e oito centavos).

XI - DA GRATIFICAÇÃO NATALINA

O Reclamante não recebeu o pagamento referente à gratificação


natalina de 2019 na proporção de 9/12, já com a projeção do aviso prévio
trabalhado, fazendo jus ao recebimento de tal verba.

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 Valor devido a título de gratificação natalina com a integração do
adicional de insalubridade: R$ 1.310,04 (um mil trezentos e dez Reais e
quatro centavos).

XII – DAS DIFERENÇAS DEVIDAS EM RAZÃO DO NÃO PAGAMENTO


DOS REAJUSTES SALARIAIS DESCRITOS NA CTPS A PARTIR DE
OUTUBRO DE 2016

Conforme se verifica, a Reclamada anotou os reajustes salariais


descritos às fls. 24/25 da CTPS do Reclamante, sendo que o último reajuste
efetivamente implementado foi em 01/03/2016, quando o salário do autor passou
a ser pago no valor de R$ 1.320,00, sem sofrer qualquer alteração até a data da
dispensa.
Assim, deverá a reclamada efetuar o pagamento das diferenças
salariais a partir do mês de outubro de 2016, quando foi realizado novo reajuste,
sendo devido o valor total de R$ 5.583,49 (cinco mil quinhentos e oitenta e três
Reais e quarenta e nove centavos).
Outrossim, deverá a reclamada efetuar o pagamento das
diferenças a título de férias referentes aos períodos aquisitivos 2015/2016;
2016/2017; 2017/2018, o que corresponde ao valor total de R$ 1.004,64 (um mil e
quatro Reais e sessenta e quatro centavos).
Do mesmo modo, é devido o pagamento da diferença a título de
13º salários referentes aos anos 2016, 2017, e 2018, no valor total de R$ 423,53
(quatrocentos e vinte e três Reais e cinquenta e três centavos).

 Valor devido a título diferenças salariais a partir de outubro de 2016: R$


5.583,49 (cinco mil quinhentos e oitenta e três Reais e quarenta e nove
centavos).

 Valor devido a título diferenças a título de férias referentes aos períodos


aquisitivos 2015/2016; 2016/2017; e, 2017/2018 gozadas a partir de outubro
de 2016: R$ 1.004,64 (um mil e quatro Reais e sessenta e quatro centavos.

 Valor devido a título diferenças a título de 13º salário correspondentes


aos anos 2016; 2017; e, 2018 pagos após o mês de outubro de 2016: R$
423,53 (quatrocentos e vinte e três Reais e cinquenta e três centavos).

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XIII – DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE

Desde a admissão até o último dia trabalhado pelo Reclamante,


este desempenhou continua as funções de Meio Oficial e de Mecânico de
Refrigeração, prevalecendo esta última, onde necessariamente efetuava a
manutenção preventiva e corretiva de instalações e equipamentos de refrigeração,
ventilação, calefação e ar-condicionado, realizando testes, lubrificação e regulagem
nos sistemas de refrigeração e climatização, sendo certo que era exposto agentes
químicos, gases e poeira nocivos à sua saúde, além do risco elétrico, dentre outros,
sem que lhe fossem fornecidos os equipamentos de proteção individual, conforme
determina a Cláusula 41ª da Convenção Coletiva de Trabalho do Sindimetal (vide
documento anexo).
Há que se destacar, que os produtos químicos usados pelo
Reclamante na manutenção de ar condicionado e outras máquinas, sem o
fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), tais como luvas
impermeáveis, calçado de segurança, óculos de segurança contra borrifos
químicos, avental de PVC, cremes proteção da pele durante todo o pacto laboral
do autor, causaram a exposição de sua saúde a riscos de intoxicação e lesão.
Insta esclarecer, que o Reclamante era exposto a agentes
químicos como graxa, óleo mineral, tinta epóxi, e solventes de limpeza como
thineer, bem como a fluído de limpeza inserido no sistema de refrigeração como o
gás R-11/141-B, e ainda, o Nitrogênio para retirar do sistema, sendo importante
destacar que estes produtos possuem em sua composição química compostos de
carbono à base de hidrocarbonetos aromáticos.
Vale destacar ainda, que dentre os produtos químicos usados
para a limpeza de equipamentos, podem ser incluídos Solupan e LM, e ainda,
agente refrigerante que pode ser água, álcool, amônia, dióxido de carbono,
anidrido sulfuroso, metílico, cloreto de metila e outros.
De acordo com o disposto no Anexo 13 da NR 15 “1. Relação das
atividades e operações envolvendo agentes químicos, consideradas, insalubres em
decorrência de inspeção realizada no local de trabalho. (...)HIDROCARBONETOS E
OUTROS COMPOSTOS DE CARBONO. (....) Emprego de produtos contendo
hidrocarbonetos aromáticos como solventes ou em limpeza de peças ”.

Saliente-se que o Hidrocarboneto Aromático é citado a título de


exemplo apenas para ilustrar a disposição da NR 15 acerca do adicional de
insalubridade aplicado em grau médio (item 15.2.2 da NR n.º 15), sendo vários os
agentes químicos manuseados/utilizados pelo Reclamante diariamente no
desempenho de suas atividades laborativas.

Por seu turno, a Súmula 47 do Egrégio TST dispõe o seguinte:

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“Insalubridade. O trabalho executado em condições
insalubres, em caráter intermitente não afasta, só por
esta circunstância, o direito à percepção do respectivo
adicional. ”

O artigo 192 da CLT estabelece que o adicional de insalubridade


poderá ser fixado em grau máximo (40%), médio (20%) e mínimo (10%), devendo
a apuração desse percentual ser realizada através de perícia, conforme disposição
do artigo 195 da CLT.

Nesse caso, sendo necessária a realização da perícia técnica, e, na


hipótese da incumbência pelo recolhimento dos honorários competir à parte
Reclamante, deverá ser observado o disposto pelo artigo 1º do Ato 88 deste
Tribunal, que dispõe in verbis:

“Art. 1º Fica assegurada ao litigante a quem foi


concedida a assistência judiciária de que trata o artigo
3º da Lei nº 1.060/50, combinada com o disposto no
artigo 790-B da Consolidação das Leis do Trabalho, a
dispensa do pagamento de honorários periciais,
devendo o Tribunal destinar recursos orçamentários
para esse fim.”

Há que se esclarecer, que a Convenção Coletiva de Trabalho do


SINDIMETAL, estabelece em sua cláusula 12ª que o Adicional de Insalubridade
será calculado sobre o menor piso salarial da categoria, devendo incidir o
percentual de 20% correspondente ao grau médio sobre o menor piso
estabelecido nas CCTs (vide convenções anexas) correspondentes ao período de
vigência do pacto laboral havido entre as partes.

Data Vênia, deve a remuneração do Reclamante ser acrescida do


referido adicional no seu percentual em grau médio, que deverá ser integrado aos
salários recebidos pelo Reclamante durante todo o pacto laboral, devendo
repercutir sobre todas as verbas contratuais e rescisórias devidas ao Reclamante,
inclusive sobre depósitos fundiários e sobre a multa de 40% sobre a integralidade
dos valores devidos a título de FGTS.

 Valor devido a título de adicional de insalubridade em relação a todo


período laborado: R$ 14.940,44 (Quatorze mil novecentos e quarenta Reais
e quarenta e quatro centavos).

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 Valor devido a título de diferença de férias referentes aos períodos
aquisitivos 2014/2015; 2015/2016; 2016/2017; e, 2017/2018 em razão do não
pagamento e integração do adicional de insalubridade: R$ 1.559,41 (um
mil quinhentos e cinquenta e nove Reais e quarenta e um centavos).

 Valor devido a título de diferença de 13º salário referentes aos anos 2015,
2016, 2017 e 2018 em razão do não pagamento e integração do adicional de
insalubridade: R$ 1.665,66 (um mil seiscentos e sessenta e cinco Reais e
sessenta e seis centavos).

XIV – DOS DEPÓSITOS FUNDIÁRIOS E DA MULTA DE 40% SOBRE O


SALDO DO FGTS

Conforme se verifica por meio do extrato analítico anexo, a


Reclamada depositou o valor total de R$ 3.034,67 desde a admissão até o mês de
outubro de 2015, mais o depósito correspondente ao mês de janeiro de 2019,
deixando de efetuar os depósitos referentes a 46 competências, bem como da
multa de 40% sobre o saldo do FGTS.

Nesse passo, considerando o pedido de integração do adicional


de insalubridade à remuneração do Reclamante é devido o pagamento da
diferença no valor de R$ 476,12 existente entre os referidos depósitos efetuados
(R$ 3.034,67), e o valor apurado pelo Reclamante (R$ 3.510,79) em relação ao
mesmo período (abril de 2013 a outubro de 2015, e janeiro de 2019).

Quanto aos depósitos não realizados (46 competências), deverá a


reclamada comprovar a realização dos créditos referentes ao período
compreendido entre novembro de 2015 e setembro de 2019, exceto o mês de
janeiro de 2019, já depositado, ou efetuar o pagamento de indenização substitutiva
no montante de R$ 6.544,22, valor este já calculado com a integração do adicional
de insalubridade no percentual de 20%.

Outrossim, sobre o saldo total depositado (R$ 3.766,59), acrescido


da diferença devida, bem como do valor dos depósitos não realizados, o que
corresponde a R$ 10.786,93, deverá incidir a multa de 40%, o que perfaz o
montante de R$ 4.314,77, devendo a Reclamada comprovar o depósito, ou efetuar
o pagamento de indenização equivalente.

Destarte, deverá a Reclamada ser compelida a comprovar os


recolhimentos devidos, bem como o depósito da multa de 40%, e efetuar a entrega
da chave de conectividade, sob pena de ser condenada ao pagamento de
indenização substitutiva correspondente ao valor integral da multa, da diferença e
dos depósitos não efetuados.

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 Valor devido referente à diferença entre os depósitos realizados e o valor
apurado pelo reclamante, já com a integração do adicional de
insalubridade = R$ R$ 476,12 (quatrocentos e setenta e seis Reais e doze
centavos).

 Valor devido referente aos depósitos NÃO realizados, já com a integração


do adicional de insalubridade = R$ R$ 6.544,22 (seis mil quinhentos e
quarenta e quatro Reais e vinte e dois centavos).

 Valor devido referente à multa de 40% = R$ R$ 4.314,77 (quatro mil


trezentos e quatorze Reais e setenta e sete centavos).

XV - DA MULTA DO ART. 477 §§ 6º e 8º DA CLT

Não obstante tenha ocorrido extinção do contrato de trabalho, as


verbas rescisórias não foram pagas ao Reclamante, infringindo assim, o texto do
art. 477, §§ 6º e 8º da CLT, o que enseja no direito do Reclamante ao recebimento
da multa citada.

 Valor devido a título de multa: R$ 1.522,89 (um mil quinhentos e vinte e


dois Reais e oitenta e nove centavos).

XVI – DA MULTA DO ART. 467 DA CLT

Caso a Reclamada não efetue o pagamento das verbas rescisórias


até a data da primeira audiência, estas deverão sofrer a majoração de 50%
(cinquenta por cento), na forma do estabelecido no artigo 467 da CLT.

 Valor devido a título de multa: R$ 3.479,03 (três mil quatrocentos e setenta


e nove Reais e três centavos).

XVII – DA NECESSÁRIA EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO AOS ÓRGÃOS DE


FISCALIZAÇÃO

Considerando as irregularidades noticiadas na presente


demanda, restando configurada a conduta desapropriada da Reclamada,
necessária se faz a expedição de ofícios ao MPT, à DRT, à Receita Federal e ao
INSS, para que tomem conhecimento dos fatos e providenciem as medidas
cabíveis.

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XVIII - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Por ter dado a Reclamada causa a prestação jurisdicional e por se


tratar, inclusive, de verbas oriundas de rescisão de contrato de trabalho, as quais
deveriam ser pagas espontaneamente, sem que a obreira tivesse de bater às portas
desta E. Corte de Justiça, deverá a reclamada ser condenada ao pagamento dos
honorários advocatícios, na base de 15% (Quinze por cento) sobre o valor da
condenação, para que a prestação jurisdicional seja completa, de acordo com o
artigo 790-A da CLT, bem como dos art. 133 da CRFB/88, e artigo 22 da Lei n.º
8.906/94, já que a Reclamante tem o direito constitucional de constituir patrono de
sua livre escolha.

 Valor devido: R$ 7.270,81 (sete mil duzentos e setenta Reais e oitenta e um


centavos).

XIX – DA DEDUÇÃO

Conforme informado o Reclamado efetuou o pagamento do


valor de R$ 1.200,00, não sendo possível apurar a que verba seria correspondente o
referido numerário, razão pela qual requer desde logo que a referida importância
seja deduzida do valor total deferido quando da prolação da sentença.

XX – DOS PEDIDOS

EX POSITIS, REQUER:

A citação da Reclamada, na pessoa de seu representante legal,


para que compareça à audiência e apresente defesa, sob pena de confissão e
revelia.

Seja julgada procedente a presente Reclamação Trabalhista,


condenando a Reclamada, ao pagamento de todas as verbas abaixo discriminadas,
devidamente acrescidas de juros e correção monetária, bem como a condenação no
pagamento das custas processuais e honorários de sucumbência:

1. Concessão do benefício da Gratuidade de Justiça, nos termos da Lei


n.º 1.060/50, em razão do Reclamante não possuir condições financeiras
para arcar com as custas judiciais e demais despesas processuais sem
prejuízo do sustendo próprio e de sua família;

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2. Seja a reclamada compelida a retificar a CTPS do reclamante para seja
anotada a função de “Mecânico de Refrigeração”, sob pena de multa a
ser arbitrada por este Douto Juízo;

3. Seja reconhecido o direito à percepção do Adicional de Insalubridade


pelo Reclamante, tendo como base o percentual de 20% (grau médio)
apurado mediante a realização de perícia técnica, devendo o referido
percentual incidir sobre o valor do menor piso salarial descrito nas
CCTs anexas, devendo repercutir sobre todas as verbas contratuais e
rescisórias, inclusive no RSR, conforme fundamentação, condenando a
reclamada ao pagamento do adicional de insalubridade referente a todo
período laborado no valor total de --------------------------------R$ 14.940,44;

4. Pagamento das diferenças a título de férias referentes aos períodos


aquisitivos 2014/2015; 2015/2016; 2016/2017; e, 2017/2018 em razão do
não pagamento e integração do adicional de insalubridade -----------------
------------------------------------------------------------------------------- R$ 1.559,41;

5. Pagamento das diferenças a título de 13º salários referentes aos anos


2015, 2016, 2017 e 2018 em razão do não pagamento e integração do
adicional de insalubridade ------------------------------------------- R$ 1.665,66;

6. Pagamento de Saldo de Salário de 12 dias correspondente ao mês de


setembro/19, com a devida repercussão do adicional de insalubridade -
--------------------------------------------------------------------------------- R$ 698,76;

7. Pagamento do aviso prévio de 25 dias com a repercussão do adicional


de insalubridade -------------------------------------------------------- R$ 1.455,75;

8. Gratificação natalina de 9/12 proporcional de 2019, já com a


repercussão do adicional de insalubridade ---------------------- R$ 1.310,04;

9. Férias integrais correspondentes ao período aquisitivo 2018/2019,


acrescidas de 1/3 constitucional, com a devida integração do adicional
de insalubridade -------------------------------------------------------- R$ 2.329,03;

10. Férias proporcionais de 6/12 avos correspondente ao período


aquisitivo incompleto de férias 2019/2020, acrescidas de 1/3
constitucional, e com a integração do adicional de insalubridade ---------
------------------------------------------------------------------------------- R$ 1.164,48;

11. Pagamento das diferenças salariais em decorrência da não concessão


dos reajustes descritos na CTPS a partir do mês de outubro de 2016------
------------------------------------------------------------------------------- R$ 5.583,49;

Av. Ernani Cardoso, nº 72, Sl. 307 – Cascadura – Rio de Janeiro – RJ


Tel.: 2269-4005 / 99119-3229
12. Pagamento das diferenças a título de férias referentes aos períodos
aquisitivos 2015/2016; 2016/2017; e, 2017/2018 gozadas a partir de
outubro de 2016, em razão da não concessão dos reajustes descritos na
CTPS ----------------------------------------------------------------------- R$ 1.004,64;

13. Pagamento das diferenças a título de 13º salário correspondentes aos


anos 2016; 2017; e, 2018, pagos após o mês de outubro de 2016, em razão
da não efetivação dos reajustes descritos na CTPS ------------ R$ 1.004,64;

14. Pagamento das diferenças dos depósitos fundiários realizados em


relação aos meses de abril de 2013 a outubro de 2015, e janeiro de 2019
em razão do não pagamento e integração do adicional de insalubridade
--------------------------------------------------------------------------------- R$ 476,12;

15. Comprovação dos depósitos fundiários correspondentes ao período


compreendido entre novembro de 2015 a setembro de 2019, exceto em
relação ao mês de janeiro/2019, com a devida integração do percentual
devido a título de adicional de insalubridade, ou pagamento de
indenização substitutiva equivalente ----------------------------- R$ 6.544,22;

16. Pagamento da multa de 40% sobre o valor total do FGTS devido, com
a devida integração do adicional de insalubridade, conforme
fundamentação --------------------------------------------------------- R$ 4.314,77;

17. Multa do parágrafo 8º do artigo 477 da CLT ------------------ R$ 1.522,89;

18. Multa do artigo 467 da CLT, caso as verbas incontroversas não sejam
pagas na audiência inaugural --------------------------------------- R$ 3.479,03;

19. Juros e atualização monetária sobre todas as verbas requeridas;

20. Honorários de sucumbência de 15% ---------------------------- R$ 7.270,81;

21. Expedição de ofício para o MPT, DRT, Receita Federal, CEF e INSS,
para que tomem conhecimento dos fatos e providenciem as medidas
cabíveis, em relação aos fatos narrados na presente demanda.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos


em direito, notadamente o depoimento pessoal dos representantes legais das
Reclamadas, sob pena de confissão (En. 74 do TST), testemunhal e juntada de
novos documentos.

Av. Ernani Cardoso, nº 72, Sl. 307 – Cascadura – Rio de Janeiro – RJ


Tel.: 2269-4005 / 99119-3229
Dá-se à causa o valor de R$ 55.742,87 (Cinquenta e Cinco Mil
Setecentos e Quarenta e Dois Reais e Oitenta e Sete Centavos).

Termos em que,
Pede deferimento.

Rio de Janeiro, 27 de março de 2020.

RICARDO HOLANDA VERGARA DE OLIVEIRA


OAB/RJ 132.292

Av. Ernani Cardoso, nº 72, Sl. 307 – Cascadura – Rio de Janeiro – RJ


Tel.: 2269-4005 / 99119-3229

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