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AO JUÍZO FEDERAL DA VARA DO TRABALHO DE QUEIMADOS– RJ.

DIEGO ROBERTO DOS ANJOS, brasileiro, divorciado, operador de CPD, portador do RG nº


130037955, CPF/MF n.º 100.073.077-80, residente e domiciliada Avenida Leny Ferreira, 17 –
Centro - Japeri – CEP: 26.435-210 –RJ, CTPS nº 95002/127 RJ, filho de SOLANGE DOMINGAS DOS
ANJOS e ANTONIO INACIO DOS ANJOS, nascido em 28/03/1982, vem, através da patrona ao final
subscritora, propor

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

em face de SUPERMERCADO BERG E BERG LTDA, inscrito no CNPJ sob o nº 36.453.744/0002-


90, estabelecido na Estrada RJ 125, nº 9595 – Lages – Paracambi – RJ, CEP: 26.600-000, em razão
dos fatos e fundamentos adiante aduzidos.

I – Do vínculo laboral

O Reclamante foi admitido aos quadros da Reclamada em 11/03/2010,


para exercer a função de operador de CPD, percebendo com último salário o valor de R$ (mil
quinhentos e trinta e seis reais e quarenta e sete centavos).
Foi demitido, sem justa causa, em 01/10/2022, não recebeu suas
verbas rescisórias, e, em virtude de fatos que melhor discorrerá nos tópicos em anexo, propõe a
presente demanda.

II – Da Jornada de Trabalho

O reclamante trabalhava de segunda feira à sabado, de 07:40 às 15:00 horas, com intervalo
para descanso e alimentação de 1 hora. Trabalhava 1 domingo ao mês para realizar o balanço da
loja, das 07:40h até 18:00h, onde essas horas eram destinadas ao banco de horas.

Cabe informar que o Reclamante sempre trabalhava do dia 01 a 10 de cada mês


ultrapassando seu horário, geralmente até às 18:30h, por conta de ter que enviar relatórios para a
receita federal.

Assim, pode-se concluir que o reclamante trabalhava fazendo 2 (horas) horas extras por dia
durante 10 (dez) dias na semana, perfazendo 20 (vinte) horas extras mensais, que que passaram a
serem destinadas para o banco de horas porém as mesmas não foram pagas na rescisão.

Em razão da habitualidade com que eram prestadas, as horas extraordinárias integram o


salário da Reclamante para todos os efeitos, com reflexo no cálculo do aviso prévio, DSR/Feriados;
13º salário, férias com acréscimo de 1/3, incidindo FGTS e multa de 40%, o que desde já se
requer.

III – Do inadimplemento dos haveres rescisórios

Não obstante a Reclamada ter demitido a Reclamante em 01/10/2022, até o presente


momento não houve o pagamento de qualquer verba rescisória. Da mesma forma, a Reclamada
não realizou o depósito da multa rescisória fundiária, fazendo com que o Reclamante esteja
extremamente prejudicado.
IV – Do inadimplemento de salários

Na vigência do pacto, a Reclamada deixou de realizar o pagamento do salário de setembro


de 2022, motivo pelo qual pleiteia o pagamento desta verba.

V – Do inadimplemento das férias vencidas férias proporcionais e 13° proporcional

O reclamante não recebeu as verbas relativas as férias vencidas do período aquisitivo de


11/03/2021 a 10/03/2022 e férias proporcionais 7/12 avos, acrescidas de 1/3 e o 13° salário
proporcional.

O direito a férias é previsto na CLT, no artigo 129, o qual dispõe que: “Todo empregado
terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração”.
Entende-se, portanto, que, após um ano de trabalho, 12 meses consecutivos, o trabalhador tem
direito às férias, trata-se do período aquisitivo, estas, por sua vez, devem ser gozadas durante o
período posterior, período concessivo, providas pelo empregador.

A Constituição Federal assegura o direito ao 13° salário, em seu artigo 7°, VII, quando
afirma que todo trabalhador urbano e rural tem direito ao recebimento do 13° com base na sua
remuneração integral.

Tanto a Constituição, também no artigo 7º XVII, quanto a CLT em seu artigo 146 paragrafo
único, afirma que o empregado terá direito a remuneração de férias adquiridas com acréscimo de
1/3 constitucional do salário normal.

Assim deve a empresa ser condenada no pagamento das férias vencidas, férias
proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional e o 13° proporcional.

VI - Do inadimplemento do FGTS e da multa de 40% FGTS

A Reclamante está prejudicada quanto ao percebimento do FGTS


correto, uma vez que a empresa não realiza o recolhimento desde fevereiro de 2022, mais a multa
de 40%, posto que não até a presente data a Reclamada não efetuou os depósitos corretos,
conforme consta no extrato anexado aos autos, portanto, ser condenada a entrega das guias com
a comprovação da regularidade dos depósitos, sob pena, de indenização equivalente.

VII - Da multa do art. 467 CLT

Requer desde já a aplicação da multa prevista no art. 467 da CLT, caso


o pagamento das verbas aqui discutidas não seja realizado na primeira audiência.
Outrossim, ainda que exista controvérsia, a sentença que a dirimiar deverá,
obrigatoriamente, incluir a multa do art. 467, posto que a sentença declara a
existência de fato pretérito. Reconhece legalmente uma situação que, de fato, já
existia. Produz, portanto, efeitos ex tunc.

Ainda que este não seja o entendimento de Vossa Excelência, requer,


subsidiariamente, que a multa do art. 467 da CLT seja aplicada, caso as verbas
devidas não sejam efetivamente depositadas em até 10 (dez) dias, a contar do
trânsito em julgado da sentença que as reconhecer.

VIII - Da multa do Art. 477, § 8º, da CLT

Restará provado no decorrer da instrução, que o Reclamante foi


demitido em 01/10/2022, e ante o não pagamento da rescisão. Extrapolado,
portanto, o prazo previsto no Art. 477, § 8º da Consolidação das Leis Trabalhistas,
devida é a multa prevista, no valor equivalente ao salário do obreiro.

IX - Dos Honorários Advocatícios de Sucumbência

Requer que seja a reclamada condenada ao pagamento dos honorários


advocatícios de 15%, com fulcro no artigo 791-A da CLT.
X – Dos pedidos

Diante do exposto, vem respeitosamente requerer seja admitida a presente reclamação,


com a notificação da Reclamada para apresentação de defesa, e, ao final, que seja a mesma
julgada totalmente procedente, condenando a reclamada ao pagamento das verbas abaixo
descriminadas, devidamente corrigidas:

1 – Salário do mês de setembro de 2022: R$ 2.327,96;

2 – Saldo de salário do mês de outubro 2022: R$ 77,60;

3 – Aviso prévio indenizado (13° salário + férias+1/3): R$ 5.975,09;

4 – Férias 11/03/2021 a 10/03/2022 + 1/3: R$ 3.103,95;

5 – Férias proporcionais 11/03/2022 a 01/10/2022 (7/12 avos) + 1/3: R$ 1.810,64;

6 – 13° salário proporcional 2022 (9/12 avos): R$ 1.913,98;

7 – Horas extras com reflexos legais: R$ 4.369,00;

7 – Diferenças salarias acordadas na Convenção coletiva dos anos 2020, 2021 e 2022: R$ 3.719,69

8 - Integralização dos depósitos fundiários referente ao período de fevereiro a outubro de 2022,


ou indenização substitutiva, bem como a multa rescisória de 40%: R$ 12.569,00;

9 - Multa do art. 477 da CLT, já que a rescisão do contrato ocorreu em 01/10/2022, a até a
presente data não foi realizado o pagamento da rescisão contratual: R$ 2.327,96;

10 - Multa do art. 467 da CLT, no valor de R$ 17.933,40;

11 – Seja determinada expedição de ofícios denunciadores à DRT, CEF, MTE e INSS, para aplicação
das medidas punitivas cabíveis diante das irregularidades aqui denunciadas;

12 - Pagamento dos honorários de sucumbência, no importe de 10% (dez por cento) do valor da
condenação: R$ 3.821,25.
Protesta por todos os tipos de prova em direito admitidas, notadamente depoimento
pessoal do preposto do Reclamado, sob pena de confissão.

Dá-se à presente, para efeitos fiscais e de alçada, o VALOR ESTIMADO de R$ 42.034,00


(Quarenta e dois mil e trinta e quatro reais)

Nestes Termos

Pede e espera deferimento

Japeri, 15 de fevereiro de 2023.

Jaqueline Silva Martins

OAB/RJ 188.856

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