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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA ... VARA DO


TRABALHO DE CURITIBA.

DAISE RAMOS, estado civil ..., profissão ..., CPF n. ..., endereço eletrônico ..., residente
na Rua ..., por intermédio de seu advogado abaixo assinado (procuração anexa, com
indicação de endereço profissional, onde recebe as intimações), vem à presença de
Vossa Excelência, com fundamento no art. 840, § 1º, da Consolidação das Leis do
Trabalho, propor RECLAMAÇÃO TRABALHISTA COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE
TUTELA em face de LOJAS BRASIL S/A, CNPJ ..., estabelecida na Rua ..., pelos fatos e
fundamentos a seguir expostos:

I – DOS FATOS
A parte reclamante trabalhou na empresa no período de 10-06-2018 a 06-03-2021, na
função de Operadora de Telemarketing, com salário inicial de R$ XXX, durante a
prestação de serviços, a mesma foi dispensada sem justa causa mesmo estando grávida
no dia 06-03-2021. A gravidez era de conhecimento da empresa empregadora, já que no
dia 05/03/2021 comentou com seus colegas de trabalho sobre a gravidez, com tempo de
03 semanas e seu supervisor também ficou sabendo.

II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

01. DO BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA

Nos termos do art. 14, parágrafo 1° da Lei 5.585/1970, das Leis 1.060/1950 e 7.115/1983,
bem como do art. 790, parágrafo 3° da CLT, o reclamante declara para os devidos fins e
sob pena da Lei, ser pobre, encontrando-se desempregado e não tendo como arcar com
o pagamento de custas e demais despesas processuais sem o prejuízo de seu sustento,
pelo que requer os benefícios da justiça gratuita.

02. DA DISPENSA E DA ESTABILIDADE PROVISÓRIA DE EMPREGADA GESTANTE


Aduz a reclamante que informou à ré a sua condição de grávida no dia 5 de março do ano
de 2021, conforme comprovam nos documentos juntados, estando protegida contra
despedida arbitrária ou sem justa causa, conforme previsão do artigo 10, inciso II, alínea
"b" das disposições constitucionais transitórias.
Dessa forma, a reclamante é detentora de estabilidade gestante que deverá se estender
até 5 meses após o parto, se não houver previsão diversa em Convenção Coletiva de
Trabalho ou Acordo Coletivo de Trabalho.

Deve, então, ser reintegrada no emprego, com o pagamento dos salários no período do
indevido afastamento.

Se pela reintegração, assim não entender Vossa Excelência, que seja determinado o
pagamento da indenização correspondente ao período de garantia (180 dias) ,
computando-se o salário, acrescido das comissões e repouso semanal remunerado.

03 - TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA EM LIMINAR

Conforme já exposto supra, restou demonstrada a ilicitude do procedimento adotado pela


demandada no sentido de demitir a reclamante sem justa causa durante o período de
estabilidade gestacional, recusando-se a proceder sua reintegração mesmo diante das
solicitações da reclamante deste então.

Os pressupostos para concessão da tutela provisória de caráter de urgência em liminar


prevista no artigo 300, § 2º do Código de Processo Civil, quais sejam, evidência da
probabilidade do direito e o perigo e dano encontram-se presentes nesta demanda, não
havendo qualquer perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.

A evidência da probabilidade do direito encontra respaldo na documentação anexa, da


qual resulta real e cristalino o direito vindicado, eis que a reclamante é detentora da
estabilidade provisória decorrente da sua condição de gestante quando de sua demissão,
conforme assegurado pelo artigo 10, inciso II, alínea “b”, do ADCT e pela Súmula nº 244
do TST.

O perigo do dano resta igualmente demonstrado, pois o prejuízo irreparável na demora de


uma solução, através da adoção de remédio jurídico compatível, resta claro pela natureza
alimentar das verbas objeto da presente ação, responsáveis pela subsistência da
reclamante, que se encontra gestante, e sua família.

A reclamante pretende que seja deferida de imediato sua reintegração, para assim,
receber mensalmente os valores que tem direito a título de salário e demais vantagens
normativas e contratuais.

Deverá a reclamada informar nos autos, com antecedência, a data para que a reclamante
se apresente ao trabalho, sob pena de multa diária a ser fixada por este juízo.
04. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DE SUCUMBÊNCIA
Pede, ainda, a condenação da reclamada ao pagamento de honorários advocatícios de
sucumbência, nos termos do art. 791-A da CLT.

II – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS FINAIS

Ante o exposto, requer:

a) Seja concedida a tutela provisória de caráter de urgência em liminar, conforme artigo


300, § 2º do Código de Processo Civil, inaudita altera parte, para tornar sem efeito a
extinção do contrato de trabalho promovida unilateralmente pela reclamada, com a
consequente reintegração da reclamante ao emprego nas mesmas condições de função,
local, horários e salário com os reajustes havidos e todas as parcelas que integram sua
remuneração, assegurada a estabilidade até 05 (cinco) meses após o parto, devendo a
reclamada informar nos autos, com antecedência, a data para que a reclamante se
apresente ao trabalho, sob pena de multa diária a ser fixada por este juízo;

b) A citação da reclamada para, querendo, comparecer à audiência e oferecer resposta,


sob pena de revelia na forma da lei;

c) Seja reconhecida a estabilidade provisória da reclamante, determinando-se sua


reintegração no emprego nos seguintes termos:

1 - Deverá a reclamada proceder a reintegração da reclamante no emprego nas mesmas


condições de função, local, horários e salário com os reajustes havidos e todas as
parcelas que integram sua remuneração, assegurada a estabilidade até 05 (cinco) meses
após o parto;

2 – Deverá a reclamada pagar à reclamante os salários e demais verbas recorrentes do


período do afastamento até a efetiva reintegração e a partir de então, as quais alcançam
no momento a importância de R$ XX.XXX,XX (valor por extenso), conforme planilha de
cálculos anexa;

3 - Não sendo procedida a reintegração no prazo estabelecido, a obrigação deverá ser


convertida em indenização correspondente aos salários e demais parcelas que integram
sua remuneração de todo o período de estabilidade, acrescentando-se ainda as verbas
rescisórias (aviso prévio, décimo terceiro salário, férias acrescidas de um terço e FGTS
com multa de 40%), as quais alcançam a importância de R$ XX.XXX,XX (valor por
extenso), conforme planilha de cálculos anexa;
d) Sejam concedidos à reclamante os benefícios da justiça gratuita na forma § 3º do artigo
790 da CLT, vez que se encontra desempregada e sem qualquer fonte de renda;

e) A condenação da reclamada ao pagamento de honorários advocatícios no importe de


15% (quinze por cento), conforme artigo 791-A da CLT.

Protesta provar o alegado por todos os meios permitidos em direito e cabíveis a espécie,
em especial documental, pericial, pela oitiva de testemunhas e pelo depoimento do
representante da reclamada, sob pena de confissão.

Dá-se à causa o valor de R$ ... .

Termos em que
pede deferimento.

Local e data ...

Advogado ...
OAB n.

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