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AO DOUTO JUÍZO DA XX VARA DO TRABALHO DE XXX

Angela Angelina, brasileira, casada, CTPS 0020, Identidade 0022, CPF 0032
e PIS 0033, filho de Agnaldo Silva e Elina Silva, nascida em 11.04.1994, domiciliada na
Rua das Flores, 321 – Ananindeua – CEP 22222-222, vem, respeitosamente, perante
Vossa Excelência por intermédio de seu advogado adiante assinado (procuração anexa),
com escritório profissional na Av. Presidente Vargas, Ed. Mauricio de Nassar, 1118, sala
502, onde recebe intimações ou notificações, com fulcro no art. 840, caput e §1º da CLT,
PROPOR:

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, pelo rito ordinário

em face de Doce Lar Ltda, produtos de decoração de casa, situada em Shopping


Center, na Rua dos Pardais, 11 – Belém – CEP 11111-111, pelas razões de fato e de
direito a seguir expostas.
I – PRELIMINAR:

Da Justiça Gratuita

O reclamante possuía renda de R$ 1.500,00/mês, o que está aquém do mínimo legal


fixado no artigo 790, §3º, CLT, que diz ser facultado aos juízes do trabalho conceder o
benefício da justiça gratuita, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40%
(quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência
Social. Ante o exposto, requer o deferimento dos benefícios da justiça gratuita.

II – MÉRITO:

01. Intervalo Intrajornada

O trabalhador cumpria horário de trabalho de 2ª a 6ª feira, das 13h às 21:40


horas, com intervalo de 40 minutos para refeição.
O “Art. 71 da CLT – Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6
(seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou
alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora, o que não foi observado.
In casu, o reclamante não usufruiu de intervalos de segunda a sexta, razão pela
qual faz jus ao período intervalar não concedido com acréscimo indenizatório de
50%, nos termos do art. 71, §4º, CLT.
Ante o exposto, REQUER a condenação da reclamada ao pagamento de 20
minutos de segunda a sexta, durante todo o período do contrato, com adicional de
50%, no valor de R$ 200,00 por semana, durante todo o pacto laboral, conforme
memorial de cálculos anexo.
02. Dano moral

Ainda durante o período contratual, a empregada alega que foi alvo de destrato por
parte do empregador e que sofreu forte abalo emocional por ter sido dispensada
gestante. Informa que foram inúmeras as tentativas do empregador em provocar sua
demissão a pedido ou por justa causa e, assim, privá-la da estabilidade provisória a
que tinha direito.

É vedado ao empregador praticar condutas constrangedoras e invasivas no meio


ambiente de trabalho, configurando importunação e comportamento inadequado de
ordem moral, especialmente sob a realização de ameaças pelo superior hierárquico. o
comportamento empresarial acarretou constrangimento e diminuição da autoestima
do empregado, o que não condiz com o caráter próprio inerente ao vínculo de
emprego, tornando evidente que o ex-empregado foi vítima de assédio moral. O ato
ilícito da reclamada ensejou ofensa à esfera extrapatrimonial do trabalhador, razão
pela qual é devida a reparação por danos morais, à luz dos arts. 223-B e 223-E, da
CLT.

Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento de indenização


por danos morais, em valor a ser arbitrado pelo juízo, não inferior ao montante de R$
35.000,00.

03. Recolhimento do FGTS

No curso do contrato, o empregador depositava apenas 6% do valor da


remuneração a título de FGTS, pois havia acordo coletivo de trabalho autorizando
o recolhimento de apenas metade do valor. Nos termos do art. 15 da Lei 8036/90,
todos os empregadores ficam obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês,
em conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8 (oito) por cento da
remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador. In casu, a
reclamada procedia ao depósito fundiário abaixo do percentual legal, de modo a
descumprir a sua obrigação legal, mensalmente. Diante do exposto, requer a
condenação da reclamada ao recolhimento da diferença devida a título de FGTS,
no valor de R$150,00 por mês, durante todo o pacto laboral, conforme calculo
anexo.
04. Da Estabilidade
Visto que enquanto ainda estava gravida, a funcionária foi dispensada sem justa
causa pelo empregador, mesmo tendo direito a sua estabilidade, tendo em vista
que já estava gravida no curso do contrato.

De acordo com o artigo 391-A. A confirmação do estado de gravidez advindo


no curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prévio trabalhado
ou indenizado, garante à empregada gestante a estabilidade provisória prevista na alínea
b do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.”

Pelo caso exposto acima, peço a titulo a reintegração da empregada e uma


indenização no valor de R$ 10.000,00.
05. Honorários advocatícios
Requer a condenação da reclamada ao pagamento de honorários advocatícios, no
importe de 15%, sobre o valor que resultar da liquidação, nos termos do art. 791-
A da CLT.

III- PEDIDOS

Diante de todo o exposto, requer:

a) a condenação da reclamada ao pagamento de 20 minutos de segunda a sexta,


durante todo o período do contrato, com adicional de 50%, no valor de R$ 200,00
por semana, durante todo o pacto laboral conforme o memorial do cálculo anexo.
b) a condenação da reclamada ao pagamento de indenização por danos morais, em
valor a ser arbitrado pelo juízo, não inferior ao montante de R$ 35.000,00.
c) a condenação da reclamada ao recolhimento da diferença decida a título de FGTS,
no valor de R$150,00 por mês, durante todo o pacto laboral, conforme cálculo
anexo.
d) requer a reintegração da empregada e uma indenização no valor de R$ 10.000,00.
e) requer a condenação da reclamada ao pagamento de honorários advocatícios, no
importe de 15%, sobre o valor que resultar da liquidação R$ 1.500,00.
IV- REQUERIMENTOS FINAIS

Diante do exposto, requer:

a) a distribuição por dependência à 170a VT de Campinas, nos termos do art.


286, II, do CPC, em razão da prevenção daquele juízo, uma vez que
reclamação idêntica foi extinta sem resolução do mérito nessa vara do
trabalho, tendo a reclamante recolhido as custas, nos termos do art. 844, §§ 2º
e 3º, da CLT.
b) notificação da Reclamada para oferecer resposta à Reclamatória Trabalhista,
sob pena de revelia e confissão quanto à matéria de fato
c) a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, em especial a
prova documental, o depoimento pessoal e a oitiva de testemunhas.
d) por fim, a total procedência dos pedidos com a condenação da reclamada ao
pagamento das verbas pleiteadas, acrescidas de juros e correção monetária.
e) Atribui-se a causa valor de R$ 46.850,00, correspondente à somatória dos
valores dos pedidos.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Belém 26 de maio de 2022

Bruno Lima Gurjão/34522

Richardison Viegas dos Anjos/34521

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