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Simulado/exercício de peça 5
Você foi procurado pelo Banco Dinheiro Bom S/A, em razão de ação trabalhista no XX, distribuída para a 99º
VT de Belém/PA, com pedidos certos, determinados e líquidos, ajuizada pela ex-funcionária Paula, que foi gerente-
geral de agência de pequeno porte por 4 anos, período total em que trabalhou para o banco. Sua agência atendia
apenas a clientes pessoa física. Paula era responsável por controlar o desempenho profissional e a jornada de traba-
lho dos funcionários da agência, além do desempenho comercial desta.
Na ação, Paula aduziu que ganhava R$ 8.000,00 mensais, além da gratificação de função no percentual de 50%
a mais que o cargo efetivo. Porém, seu salário era menor que o de João Petrônio, que percebia R$ 10.000,00, sendo
gerente de agência de grande porte atendendo contas de pessoas físicas e jurídicas. Requer as diferenças salariais
e reflexos. Paula afirma que trabalhava das 8h às 20h, de segunda a sexta-feira, com intervalo de 20 minutos.
Requer horas extras e reflexos. Paula foi transferida de São Paulo para Belém, após um ano de serviço, tendo lá
fixado residência com sua família. Por isso, ela requer o pagamento de adicional de transferência. Paula requer a
devolução dos descontos relativos ao plano de saúde, que assinou no ato da admissão, tendo indicado dependen-
tes. Requer, ainda, multa prevista no art. 477 da CLT, pois foi notificada da dispensa em 02.03.2018, uma segunda-
feira, e a empresa só pagou as verbas rescisórias em 12.03.2018, um dia após o prazo, segundo sua alegação.
Redija a peça prático-profissional pertinente ao caso. (Valor: 5,00)
Processo no XX
CONTESTAÇÃO
à reclamação trabalhista que lhe move PAULA, já qualificada nos autos em epígrafe, pe-
las razões de fato e de direito a seguir expostas.
I – MÉRITO
1. – Equiparação salarial
Não assiste razão à reclamante, pois nos termos do art. 461, caput e § 1o, da CLT, a
equiparação salarial é possível apenas quando reclamante e paradigma exercessem a mes-
ma função, sendo o trabalho de igual valor, ou seja, com a mesma produtividade e perfeição
técnica, prestado ao mesmo empregador no mesmo estabelecimento. Porém, havia diferen-
ça de função, na medida em que a reclamante era gerente de agência pessoa física e o pa-
radigma, pessoa jurídica. E, também, diferença de produtividade, uma vez que a reclamante
gerenciava agência de pequeno porte e o paradigma, de grande porte. Além disso, eles não
laboravam no mesmo estabelecimento.
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Diante do exposto, requer a improcedência do pedido de diferenças salariais.
2. Horas extras
Não assiste razão a reclamante, pois, à luz da Súmula 287 do TST, ao gerente-geral de
agência bancária presume-se o exercício de encargo de gestão, aplicando-se-lhe o art. 62, II,
da CLT. Segundo este artigo, não faz jus às horas extras os gerentes, assim considerados os
exercentes de cargos de gestão, que recebem salário superior em 40% o salário dos empre-
gados que exercem cargo efetivo.
Diante do exposto, requer a improcedência do pedido de horas extras, bem como seus
reflexos postulados.
3. Adicional de transferência
Não assiste razão à reclamante, pois esta foi definitiva e, com base no art. 469, § 3 o, da
CLT e na OJ 113 da SDI-1 do TST, apenas a transferência provisória enseja o pagamento do
referido adicional.
Não assiste razão à reclamante, pois nos termos da Súmula 342 do TST, os descontos
salariais efetuados pelo empregador, com autorização prévia e por escrito do empregado,
para ser integrado em planos de saúde, não afrontam o disposto no art. 462 da CLT, salvo se
ficar demonstrada a existência de coação ou de outro defeito que vicie o ato jurídico, o qual
não ocorreu no presente caso, tendo em vista que a própria reclamante indicou beneficiários.
Ressalte-se que, segundo a OJ 160 da SDI-1 do TST, é inválida a presunção de vício de
consentimento resultante do fato de ter o empregado anuído expressamente com descontos
salariais na oportunidade da admissão. É de se exigir demonstração concreta do vício de
vontade e, esta, frise-se, não se verifica no presente caso.
A reclamante requer, ainda, a multa prevista no art. 477, § 8 o, da CLT, pois foi notificada
da dispensa em 02.03.2018, uma segunda-feira, e a empresa só pagou as verbas rescisórias
em 12.03.2018.
Não assiste razão a reclamante, pois, à luz do art. 477, § 6 o, da CLT, o pagamento dos
valores constantes do instrumento de rescisão ou recibo de quitação deverão ser efetuados
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até dez dias contados a partir do término do contrato.
Percebe-se, portanto, que não houve atraso no pagamento das verbas rescisórias.
II – REQUERIMENTOS FINAIS
Nestes termos,
pede deferimento.
Local e data.
Advogado(a)
OAB n°
FAIXA DE ATENDIMENTO AO
QUESITO AVALIADO
VALORES QUESITO
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QUESITO AVALIADO
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