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ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL

36º EXAME DE ORDEM UNIFICADO


PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL
SIMULADO 04
ÁREA: DIREITO TRABALHO
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta,
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.”
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.”

PEÇA PROFISSIONAL

Enunciado

Nos autos da reclamação trabalhista movida pelo ex-empregado Tadeu em face da empresa Resolve Tudo
(EPP), processo 00000-00095, após contestada a ação, o juiz indeferiu o pedido de perícia da parte
reclamada, sustentando que os laudos médicos eram suficientes para a comprovação da doença alegada
pela parte autora, e após audiência de instrução, assim julgou os pedidos:
Reconheceu a prescrição quinquenal a contar da data da ruptura contratual, em 10 de março de 2021.
Rejeitou a preliminar de incompetência absoluta da Justiça do Trabalho para determinar o recolhimento
das contribuições sociais não feitas ao longo da contratação, pois, tal competência seria prevista na
própria Constituição.
Indeferiu o pedido de indenização dos prêmios porque, ainda que habituais, eles não integravam a
remuneração.
Deferiu de indenização por dano moral, pois o autor demonstrou com atestados médicos ser portador de
catarata, doença degenerativa, que na visão do magistrado gerava a responsabilidade do empregador.
Deferiu o pagamento de adicional noturno em toda a jornada que se iniciava às 18h e perdurava até às
23h30.
Indeferiu o pagamento de férias em dobro do período de 2017-2018, pois elas teriam sido concedidas
dentro do prazo. Mas, condenou a reclamada a pagar em dobro o 13º do ano de 2018, pois não houve o
pagamento junto com as férias, inobstante o empregado tivesse feito pedido nesse sentido 30 dias antes
da concessão das férias.
Deferiu o pedido de devolução dos descontos feitos no salário do empregado no ano de 2019, quando se
ausentou por 2 dias para fazer exames preventivos de câncer e 4 dias para acompanhar consultas médicas
e exames complementares durante o período de gravidez da companheira.
Concedeu indenização por dano moral, por entender que houve humilhação do reclamante, por ter sido
comunicado de sua dispensa por intermédio de um colega de trabalho, pois entendeu que somente um
superior hierárquico poderia informar acerca da ruptura contratual, e que a forma eleita pela ré seria
indigna e vexatória.
Por fim, condenou a reclamada ao pagamento de honorários de sucumbência ao advogado da reclamante,
no percentual de 15% sobre o valor da condenação.
Diante do que foi exposto, considerando que a ação tramita na 95ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte-
MG, e não cabendo Embargos de Declaração, visto que a decisão foi clara em todos os aspectos, apresente
a peça pertinente aos interesses da empresa, sem criar dados ou fatos não informados. As custas foram
fixadas em R$ 1000,00 sobre o valor arbitrado à condenação de R$ 50.000,00. (Valor: 5,00)

Gabarito comentado

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Prova Prático-Profissional – 36º Exame de Ordem Unificado
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL
36º EXAME DE ORDEM UNIFICADO
PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL
SIMULADO 04
ÁREA: DIREITO TRABALHO
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta,
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.”
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.”

1. O (A) examinando (a) deverá apresentar um recurso ordinário, elaborando a petição de interposição à
95ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte/MG e as razões recursais ao TRT. Deverá indicar recorrente e
recorrido (RESOLVE TUDO, empresa de pequeno porte X TADEU), citar o Art. 895, inciso I, da CLT,
sustentar que o recurso é tempestivo, interposto dentro do prazo de 8 dias e indicar o recolhimento das
custas e do depósito recursal.

2. PRELIMINAR - DO CERCEAMENTO DE DEFESA


O Examinando (a) deve sustentar que a perícia era necessária, sendo que fora cerceado o direito da
empresa, pois os laudos não podem ser considerados suficientes, podendo a parte produzir prova em
contrário. E, por fim, requerer a nulidade da sentença, com o retorno à origem para a produção de prova,
conforme art. 5º, LV da CF.

3. DA PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO


O examinando (a) deve alegar a incompetência da Justiça do Trabalho, pois é competente somente para
a execução das contribuições, não sendo competente para a cobrança, conforme art. 114, VIII da CF e
súmula 368, I do TST.

4. DA PREJUDICIAL DE PRESCRIÇÃO
O examinando (a) deve sustentar que a prescrição quinquenal é do ajuizamento da ação e não da ruptura
contratual, requerendo que seja acolhida a prejudicial para que a prescrição seja declarada para parcelas
anteriores a cinco anos contados do ajuizamento da ação. Conforme art. 11 da CLT e súmula 308, I do TST.

5. DANO MORAL - DOENÇA DEGENERATIVA


O examinando (a) requer a reforma da sentença para excluir a condenação em danos morais, arguir que
não há culpa ou responsabilidade do empregador em relação à doença degenerativa desenvolvida pelo
Reclamante, pois que a mesma não se compara a acidente do trabalho, conforme art. 20, §1º, alínea “a”
da Lei 8.213/91, inexistindo responsabilidade, nexo causal e dever de indenizar pela empresa, conforme
art. 186 e 927 do CC e art. 5º, X da CF.

6. ADICIONAL NOTURNO
O examinando(a) deverá requer a reforma da sentença, pois o adicional noturno é devido no período
entre 22h e 23h30, não havendo que se falar em pagamento a partir das 18h. Conforme art. 73 da CLT OU
art. 73, §2 da CLT.

7. DO PAGAMENTO EM DOBRO DO 13º


O examinado deverá requer a reforma da sentença, para afastar a condenação de pagamento em dobro
do 13º, para ocorrer o adiantamento do 13º e pagamento em conjunto com as férias, o empregado deve
requerer até janeiro do correspondente ano, o que não foi feito, conforme art. 2º, §2º da Lei 4.749/65.
Além disso, não há que se falar em pagamento em dobro, por falta de previsão legal.

8. DANO MORAL – COMUNICADO DE DISPENSA


O Examinando(a) deve sustentar que não configura como ato ilício a dispensa por intermédio de um

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36º EXAME DE ORDEM UNIFICADO
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SIMULADO 04
ÁREA: DIREITO TRABALHO
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta,
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.”
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.”
colega de trabalho, não havendo que se falar em indenização por dano moral em razão disso. E ainda, que
não há previsão legal que obrigue a reclamada a dispensar o reclamante somente por intermédio de
superior hierárquico. Conforme art. 223-C da CLT, art. 5º, X da CF, art. 5º, II da CF e art. 186 e 927 do CC.

9. DOS HONORÁRIOS
O Examinando (a) deve requerer a reformada a sentença e consequentemente fixados os honorários de
sucumbência de acordo com a sucumbência de cada parte, conforme art. 791-A da CLT.

10. Pedido de admissão do recurso, acolhimento da prescrição parcial e, no mérito em si, o provimento
do recurso.

11. Local...Data...Advogado...OAB...

Distribuição de pontos

PONTUAÇÃO
ITEM PONTUAÇÃO
DO ALUNO
Endereçamento 00
1. Recurso ordinário, com base no Art. 895, inciso I, da CLT, (0,10)
petição de interposição à 95ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte/MG e
as razões recursais ao TRT (0,10). Indicar recorrente e recorrido (0,10) 0,00/0,10/0,20/
0,70
1.1 Indicar a tempestividade (interposto dentro do prazo de 8 dias) (0,10) e 0,30/0,40/0,50/0
o recolhimento das custas e do depósito recursal pela metade. (0,20) art. ,60/0,70
899, §9º, da CLT. (0,10)
PRELIMINAR DO CERCEAMENTO DE DEFESA 00
2. Sustentar que a perícia era necessária, sendo que fora cerceado o
direito da empresa, pois os laudos não podem ser considerados 0,00/0,30/
suficientes, podendo a parte produzir prova em contrário. (0,30) 0,40/0,50 0,50
Requerer a nulidade da sentença, com o retorno à origem para a
produção de prova. (0,10) Art. 5º, LV da CF. (0,10)
PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO 00
3. Sustentar que a justiça do trabalho é competente somente para a
execução das contribuições, não sendo competente para a cobrança. 0,00/0,40/0,50 0,50
(0,40) Art. 114, VIII da CF OU súmula 368, I do TST. (0,10)
PREJUDICIAL DE PRESCRIÇÃO 00
4. Sustentar que a prescrição quinquenal é do ajuizamento da ação e não
da ruptura contratual, requerendo que seja declarada a prescrição para
parcelas anteriores a cinco anos contados do ajuizamento da ação. (0,40) 0,00/0,40/0,50 0,50
Art. 11 da CLT e súmula 308, I do TST. (0,10)

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36º EXAME DE ORDEM UNIFICADO
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SIMULADO 04
ÁREA: DIREITO TRABALHO
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta,
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.”
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.”
DANO MORAL - DOENÇA DEGENERATIVA 00
5. Sustentar que não há responsabilidade do empregador em relação a
doença degenerativa desenvolvida pelo Reclamante, visto que ela não se
compara a acidente do trabalho, inexistindo, pois, responsabilidade, 0,00/0,40/0,50 0,50
nexo causal e dever de indenizar pela empresa. (0,40) Art. 186 e 927 do
CC e art. 5º, X da CF OU art. 20, §1º, alínea “a” da Lei 8.213/91. (0,10)
ADICIONAL NOTURNO 00
6. Sustentar que o adicional noturno é devido no período entre 22h e
23h30, não havendo que se falar em pagamento a partir das 18h. (0,40) 0,00/0,40/0,50 0,50
Art. 73 da CLT OU art. 73, §2 da CLT. (0,10)
DO PAGAMENTO EM DOBRO DO 13º 00
7. Sustentar que para ocorrer o adiantamento do 13º e o pagamento em
conjunto com as férias, o empregado deve requerer até janeiro do 0,00/0,20/0,30/ 0,50
correspondente ano, o que não foi feito. (0,20) Art. 2º, §2º da Lei 0,40/0,50
4.749/65. (0,10) Não há que se falar em pagamento em dobro, por falta
de previsão legal. (0,20)
DANO MORAL – COMUNICADO DE DISPENSA 00
8. Sustentar que não configura dano ao empregado a dispensa ser
realizada por intermédio de colega de trabalho, não havendo que se falar
em indenização por dano moral em razão disso. OU Não há previsão legal
0,00/0,40/0,50 0,50
que obrigue a reclamada a dispensar o reclamante somente por
intermédio de superior hierárquico, não se configurando como ato ilício.
(0,40) Art. 223-C da CLT OU art. 5º, X da CF OU art. 186 e 927 do CC. (0,10)
DOS HONORÁRIOS 00
9. Reforma da sentença e consequente fixação dos honorários de
sucumbência de acordo com a sucumbência de cada parte. (0,30) Art. 0,00/0,30/0,40 0,40
791-A da CLT. (0,10)
DOS PEDIDOS 00
10. Conhecimento e provimento do recurso para reformar a sentença.
(0,20) Acolher as preliminares e a prejudicial. (0,10) 0,00/0,20/0,30 0,30
Fechamento 00
11. Local... Data... Advogado... OAB... (0,10) 0,00/0,10 0,10
TOTAL 5,00 5

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ÁREA: DIREITO TRABALHO
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta,
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.”
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.”
QUESTÃO 1

Enunciado

Em 15/06/2022 (4ª feira), o empregador comunicou Felícia que suas férias seriam fracionadas em três
períodos de dez dias cada, sendo que o primeiro período iniciaria em 01/07/2022 (6ª feira).

a) De acordo com as regras legais sobre férias, analise se o parcelamento das férias está correto? (0,60)
b) De acordo com as regras legais sobre férias, analise se a data de início das férias está correta? (0,65)

Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere
pontuação.

Gabarito comentado

a) Não está correto, pois, nos termos do §1º, do art. 134, da CLT, pelo menos um período tem que ser de, no
mínimo, 14 dias.
b) Não está correto, visto que, nos termos do §3º do art. 134 da CLT, as férias não podem começar 2 dias antes
do descanso semanal remunerado. Ademais, o comunicado deveria ocorrer com, pelo menos, 30 dias de
antecedência, conforme art. 135 da CLT.

Distribuição de pontos

PONTUAÇÃO
ITEM PONTUAÇÃO
DO ALUNO
a) Não, pois um dos períodos tem que ser de, no mínimo, 14 dias. (0,50)
Art. 134, §1º, da CLT. (0,10) 0,00/0,50/0,60
b) Não, as férias não podem começar 2 dias antes do descanso semanal
remunerado. (0,55) Art. 134, §3º da CLT. (0,10) 0,00/0,55/0,65
TOTAL:

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“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta,
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.”
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.”
QUESTÃO 2

Enunciado

Carla, em contrato de experiência firmado com a Confecção Linda Ltda., acidentou-se nas dependências
da empresa, escorregando no piso que estava molhado e sofrendo uma luxação no tornozelo direito. Ao
término do contrato de experiência, a empresa informou à Carla que a relação entre as partes estava
encerrada, pagando-lhe as verbas rescisórias correspondentes.

a) Com base em jurisprudência sumulada que cuida do tema, informe se está correta a demissão de Carla?
(0,65)
b) Qual o prazo máximo que pode ser estipulado um contrato de experiência? (0,60)

Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere
pontuação.

Gabarito comentado

a) Não está correta, visto que Carla possui estabilidade mesmo no prazo determinado, nos termos da
Súmula n. 378 do TST OU Súmula n. 378, III do TST OU Embora a reclamante tenha sofrido acidente de
trabalho, como não tem comprovação que ficou afastada ao INSS, correta a demissão, pois não devida
estabilidade, nos termos da súmula 378, II do TST.
OBS: Não cabe o art. 118 da lei 8.213/91, visto que não menciona a estabilidade no prazo determinado.

b) O prazo máximo é 90 dias nos termos do § único do art. 445 da CLT.

Distribuição de pontos

PONTUAÇÃO
ITEM PONTUAÇÃO
DO ALUNO
a) Não, pois Carla possui estabilidade mesmo no prazo determinado.
(0,55) Súmula n. 378 do TST OU Súmula n. 378, III do TST. (0,10) 0,00/0,55/0,65
OU
Embora a reclamante tenha sofrido acidente de trabalho, como não tem
comprovação que ficou afastada ao INSS, correta a demissão, pois não
devida estabilidade (0,55) Súmula 378, II do TST. (0,10)

b) O prazo máximo é 90 dias. (0,50) Art. 445, §único, da CLT. (0,10)


0,00/0,50/0,60
TOTAL:

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ÁREA: DIREITO TRABALHO
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta,
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.”
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.”

QUESTÃO 3

Enunciado

Júlia pretende ajuizar reclamação trabalhista contra sua ex-empregadora, a LMN Cosméticos Ltda. Diego
também pretende ajuizar ação, mas em face de seu ex-empregador, a empresa Conservação de Vias e
Asfalto Ltda., que prestava serviços para a Prefeitura Municipal, sendo esta também colocada como co-
ré, por ser responsável subsidiária. Os valores das causas, respectivamente, foram de 10 e 20 salários
mínimos.

a) Qual o rito processual da ação ajuizada por Júlia? (0,60)


b) Qual o rito processual da ação ajuizado por Diego? (0,65)

Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere
pontuação.

Gabarito comentado

a) Tendo em vista o valor da ação, será pelo rito sumaríssimo, nos termos do caput do art. 852-A da CLT.

b) Tendo em vista a ação ser ajuizada contra a Prefeitura, será pelo rito ordinário, nos termos do § único
art. 852-A da CLT.
Distribuição de pontos

PONTUAÇÃO
ITEM PONTUAÇÃO
DO ALUNO
a) Devido o valor da ação, será pelo rito sumaríssimo. (0,50) Art. 852-A,
caput, da CLT. (0,10) 0,00/0,50/0,60
b) Devido a ação ser ajuizada contra a Prefeitura, será pelo rito
ordinário. (0,55) art. 852-A, § único, da CLT. (0,10) 0,00/0,55/0,65
TOTAL:

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ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL
36º EXAME DE ORDEM UNIFICADO
PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL
SIMULADO 04
ÁREA: DIREITO TRABALHO
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta,
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.”
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.”

QUESTÃO 4

Enunciado

O Sr. Henrique está indo para a audiência da reclamação trabalhista movida por sua ex-empregada
doméstica, Cristina. Seu advogado avisou que já foram protocolados a contestação, a procuração ad-
judicia e os documentos, eletronicamente. Apregoadas as partes, o advogado do Sr. Henrique não chegou
a tempo e ele ingressou sozinho na sala de audiências, com a reclamante e sua advogada. Nessa
oportunidade, ante a intenção das partes em não se conciliarem, o juiz informa ao reclamado que a
contestação não foi juntada, somente a procuração de seu advogado.

a) O que poderá fazer Henrique para evitar a decretação da revelia no processo? (0,65)
b) Caso a reclamante não comparecesse a audiência, qual a consequência jurídica para tal fato? (0,60)

Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere
pontuação.

Gabarito comentado

a) Pode fazer a contestação de forma oral, no prazo de até 20 minutos, nos termos do caput do art. 847
da CLT.
b) O não comparecimento da reclamante importa no arquivamento do processo, nos termos do caput do
art. 844 da CLT.

Distribuição de pontos

PONTUAÇÃO
ITEM PONTUAÇÃO
DO ALUNO
a) Poderá fazer a contestação de forma oral no prazo de até 20 minutos.
(0,55) Art. 847, caput, da CLT. (0,10) 0,00/0,55/0,65
b) O não comparecimento da reclamante importa no arquivamento do 0,00/0,50/0,60
processo. (0,50) Art. 844, caput, da CLT. (0,10)
TOTAL:

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Prova Prático-Profissional – 36º Exame de Ordem Unificado
Enunciado
Nos autos da reclamação trabalhista movida pelo ex-empregado
Tadeu em face da empresa Resolve Tudo (EPP), processo 00000-00095,
após contestada a ação, o juiz indeferiu o pedido de perícia da parte
reclamada, sustentando que os laudos médicos eram suficientes para a
comprovação da doença alegada pela parte autora, e após audiência de
instrução, assim julgou os pedidos:
Reconheceu a prescrição quinquenal a contar da data da ruptura
contratual, em 10 de março de 2021.
Rejeitou a preliminar de incompetência absoluta da Justiça do Trabalho
para determinar o recolhimento das contribuições sociais não feitas ao
longo da contratação, pois, tal competência seria prevista na própria
Constituição.
Indeferiu o pedido de indenização dos prêmios porque, ainda que
habituais, eles não integravam a remuneração.
Deferiu de indenização por dano moral, pois o autor demonstrou com
atestados médicos ser portador de catarata, doença degenerativa, que na
visão do magistrado gerava a responsabilidade do empregador.
Deferiu o pagamento de adicional noturno em toda a jornada que se
iniciava às 18h e perdurava até às 23h30.
Indeferiu o pagamento de férias em dobro do período de 2017-2018, pois
elas teriam sido concedidas dentro do prazo. Mas, condenou a reclamada
a pagar em dobro o 13º do ano de 2018, pois não houve o pagamento
junto com as férias, inobstante o empregado tivesse feito pedido nesse
sentido 30 dias antes da concessão das férias.
Deferiu o pedido de devolução dos descontos feitos no salário do
empregado no ano de 2019, quando se ausentou por 2 dias para fazer
exames preventivos de câncer e 4 dias para acompanhar consultas
médicas e exames complementares durante o período de gravidez da
companheira.
Concedeu indenização por dano moral, por entender que houve
humilhação do reclamante, por ter sido comunicado de sua dispensa por
intermédio de um colega de trabalho, pois entendeu que somente um
superior hierárquico poderia informar acerca da ruptura contratual, e que
a forma eleita pela ré seria indigna e vexatória.
Por fim, condenou a reclamada ao pagamento de honorários de
sucumbência ao advogado da reclamante, no percentual de 15% sobre o
valor da condenação.
Diante do que foi exposto, considerando que a ação tramita na 95ª
Vara do Trabalho de Belo Horizonte-MG, e não cabendo Embargos de
Declaração, visto que a decisão foi clara em todos os aspectos, apresente
a peça pertinente aos interesses da empresa, sem criar dados ou fatos
não informados. As custas foram fixadas em R$ 1000,00 sobre o valor
arbitrado à condenação de R$ 50.000,00. (Valor: 5,00)
AO JUÍZO DA 95ª VARA DO TRABALHO DE BELO HORIZONTE-MG

Processo nº 00000-00095

RESOLVE TUDO, empresa de pequeno porte já qualificada nos


autos do processo em epígrafe, em que contende com TADEU,
igualmente já qualificado nos autos, vem à presença de Vossa
Excelência, por seu advogado, com fundamento no art. 895, I, da CLT,
interpor
RECURSO ORDINÁRIO, em razão da sentença prolatada.
Informa-se que todos os pressupostos de admissibilidade se
encontram presentes, sendo o recurso tempestivo, interposto dentro do
prazo de 8 dias, e sendo efetuado o pagamento das custas e o depósito
recursal, esse último pela metade, por ser a recorrente empresa de
pequeno porte, conforme garante o art. 899, §9º da CLT.
Diante do exposto, requer o recebimento do presente recurso, a
intimação da parte contrária para, querendo, apresentar contrarrazões, e
após seja o presente remetido para o Egrégio Tribunal Regional.

Nestes termos, pede deferimento.


Local...Data...
Advogado... OAB....

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ... REGIÃO


RECORRENTE: RESOLVE TUDO
RECORRIDO: TADEU
PROCESSO nº 00000-00095

Eminentes Julgadores,
Nos autos do processo em epígrafe foi prolatada sentença que
julgou parcialmente procedente os pedido do reclamante, porém a
sentença não merece ser mantida, pelas razões que passa a expor:

PRELIMINARMENTE - DO CERCEAMENTO DE DEFESA


O juiz indeferiu o pedido de perícia da parte reclamada,
sustentando que os laudos médicos eram suficientes para a comprovação
da doença alegada pela parte autora. Porém, a perícia era necessária,
sendo que fora cerceado o direito da empresa, pois os laudos não podem
ser considerados suficientes, podendo a parte produzir prova em
contrário. Requer, pois, a nulidade da sentença, com o retorno a origem
para a produção de prova, conforme art. 5º, LV da CF.

DA PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO


TRABALHO
O magistrado rejeitou a preliminar de incompetência absoluta da
Justiça do Trabalho para determinar o recolhimento das contribuições
sociais não feitas ao longo da contratação, pois, tal competência seria
prevista na própria Constituição. Porém, a justiça do trabalho é
competente somente para a execução das contribuições, não sendo
competente para a cobrança, conforme art. 114, VIII da CF e súmula 368,
I do TST. Diante do exposto requer, seja acolhida a preliminar,
declarando-se a incompetência da Justiça do Trabalho.

DA PREJUDICIAL DE PRESCRIÇÃO
Na sentença o magistrado reconheceu a prescrição quinquenal a
contar da data da ruptura contratual, em 10 de março de 2021. Porém,
conforme art. 11 da CLT e súmula 308, I do TST, a prescrição quinquenal
é do ajuizamento da ação e não da ruptura contratual. Diante do exposto,
requer seja acolhida a prejudicial para que a prescrição seja declarada a
para parcelas anteriores a cinco anos contados do ajuizamento da ação.

DANO MORAL - DOENÇA DEGENERATIVA


Na sentença foi deferida indenização por dano moral, pois o autor
demonstrou com atestados médicos ser portador de catarata, doença
degenerativa, que na visão do magistrado gerava a responsabilidade do
empregador. Porém, não há culpa, tampouco responsabilidade do
empregador em relação a doença degenerativa desenvolvida pelo
Reclamante, considerando, também, que a mesma não se compara a
acidente do trabalho, conforme art. 20, §1º, alínea “a” da Lei 8.213/91,
inexistindo responsabilidade, nexo causal e dever de indenizar pela
empresa, conforme art. 186 e 927 do CC e art. 5º, X da CF. Requer, pois,
a reforma da sentença para excluir a condenação em danos morais.

ADICIONAL NOTURNO
O magistrado deferiu o pagamento de adicional noturno em toda
a jornada que se iniciava às 18h e perdurava até às 23h30. Mas, o
adicional noturno é devido no período entre 22h e 23h30, não havendo
que se falar em pagamento a partir das 18h, conforme art. 73 da CLT.
Diante do exposto, requer a reforma da sentença.

DO PAGAMENTO EM DOBRO DO 13º


O magistrado condenou a reclamada a pagar em dobro o 13º do
ano de 2018, pois não houve o pagamento junto com as férias, inobstante
a empregada tivesse feito pedido nesse sentido 30 dias antes da
concessão das férias. Porém, para ocorrer o adiantamento do 13º e
pagamento em conjunto com as férias, o empregado deve requerer até
janeiro do correspondente ano, o que não foi feito, conforme art. 2º, §2º
da Lei 4.749/65. Além disso, não há que se falar em pagamento em dobro,
por falta de previsão legal. Diante do exposto, requer a reforma da
sentença, para afastar a condenação de pagamento em dobro do 13º.

DANO MORAL – COMUNICADO DE DISPENSA


O magistrado concedeu indenização por dano moral, por
entender que houve humilhação do reclamante, por ter sido comunicado
de sua dispensa por intermédio de um colega de trabalho, pois entendeu
que somente um superior hierárquico poderia informar acerca da ruptura
contratual, e que a forma eleita pela ré seria indigna e vexatória. Mas, não
configura dano ao empregado a dispensa ser realizada por intermédio de
colega de trabalho, conforme art. 223-C da CLT, art. 5º, X da CF e art.
186 e 927 do CC, não havendo que se falar em indenização por dano
moral em razão disso. Vale ressaltar que não há previsão legal que
obrigue a reclamada a dispensar o reclamante somente por intermédio de
superior hierárquico, não se configurando como ato ilício, conforme art.
5º, II da CF.

DOS HONORÁRIOS
Deve ser reformada a sentença e consequentemente fixados os
honorários de sucumbência de acordo com a sucumbência de cada parte,
conforme art. 791-A da CLT.

DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer o conhecimento e provimento do
presente recurso para acolher as preliminares e a prejudicial, e, no mérito,
reformar a sentença, nos termos da fundamentação.

Nestes termos, pede deferimento.


Local... Data...Advogado... OAB....

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