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Grumpy alega que sua jornada de trabalho era de segunda a sexta-feira, das
8h às 16h30, e que, por força de acordo coletivo de trabalho, tinha apenas 30
minutos de intervalo. Tendo em vista essa situação, requer a nulidade da norma
coletiva por contrariar a lei e a consequente condenação da empresa ao
pagamento de 30 minutos de intervalo, acrescidos do adicional de 50%.
Zangado afirma ainda que o valor das verbas rescisórias só foi creditado em
sua conta 20 dias após a comunicação do aviso-prévio, concedido de forma
indenizada. Entende ter sido ultrapassado o prazo legal e postula o pagamento
da multa do art. 477, § 8º, da CLT.
Nos casos em que a lei exigir liquidação de valores, não se faz necessária a
apresentação pelo Examinando, admitindo-se que o escritório possui setor
próprio ou contratado especificamente para tal fim. (Valor: 5,00)
Resolução
AO DOUTO JUÍZO DA 2ª VARA DO TRABALHO DE CUIABÁ/MT
Processo no 32145
EMPÓRIO DA RAINHA MÁ LTDA., qualificação e endereço completos, vem,
respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado
adiante assinado (procuração anexa), com escritório profissional no endereço
completo, onde recebe intimações e notificações, com fulcro nos arts. 847 da
CLT e 343 do CPC c/c 769 da CLT, OFERECER:
CONTESTAÇÃO com pedido de reconvenção
à reclamação trabalhista que lhe move ZANGADO GRUMPY, já qualificado nos
autos em epígrafe, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.
I – PREJUDICIAL DE MÉRITO
1. Prescrição quinquenal
Em reclamação trabalhista ajuizada em 27/02/2021, o reclamante
postulou parcelas que retroagem à data de sua admissão, que ocorreu em
25/10/2015.
Com fundamento nos arts. 7º, XXIX, da CF e 11 da CLT, o direito de ação
quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em 5 anos,
contados da data do ajuizamento da ação (Súmula 308, I, do TST).
Diante do exposto, requer a extinção do processo com resolução do
mérito, nos termos do art. 487, II, do CPC, quanto às parcelas anteriores aos
últimos 5 anos, contados do ajuizamento da ação, ou seja, anteriores a
27/02/2016, que foram postuladas.
II – MÉRITO
1. Intervalo
O reclamante postulou a nulidade da cláusula do acordo coletivo de
trabalho que reduzia o intervalo intrajornada para 30 minutos, bem como a
condenação da reclamada ao pagamento de 30 minutos diários acrescidos do
adicional de 50%.
Não assiste razão ao reclamante, pois, nos termos do art. 611-A, III, da
CLT, o acordo coletivo de trabalho tem prevalência sobre a lei quando dispuser
sobre intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para
jornadas superiores a seis horas. Ressalte-se que o art. 7º, XXVI da CF,
assegura o reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho.
Diante do exposto, requer a improcedência do pedido do reclamante.
2. Equiparação salarial
O reclamante entende ser devida a equiparação salarial com Branca de
Neve e postulou as diferenças salariais no valor de R$ 500,00 por mês e seus
reflexos.
Não assiste razão ao reclamante, pois, nos termos do art. 461, caput, da
CLT, a equiparação salarial somente é devida entre empregados que
trabalhem no mesmo estabelecimento comercial. Entretanto, isso não ocorria
no caso em tela, uma vez que o reclamante e o paradigma trabalhavam em
bairros distintos.
Diante do exposto, requer a improcedência do pedido do reclamante, bem
como dos reflexos postulados.
3. Multa do art. 477, § 8º, da CLT
O reclamante postulou o pagamento da multa do art. 477, § 8º, da CLT,
porque o valor das verbas rescisórias só foi creditado em sua conta 20 dias
após a comunicação do aviso-prévio, concedido de maneira indenizada,
extrapolando o prazo legal.
Não assiste razão ao reclamante, pois com fundamento no art. 477, § 6º,
da CLT, o prazo para pagamento das verbas rescisórias é de até 10 dias,
contados da data do término do contrato de trabalho, o que ocorre após o
aviso-prévio.
O aviso-prévio era de 45 dias, visto que o reclamante laborou 5 anos
completos para a reclamada. Apenas após o prazo do aviso-prévio, é que se
conta o prazo de 10 dias para o pagamento das verbas rescisórias.
O pagamento, na verdade, ocorreu muito antes: 20 dias após a
comunicação do aviso.
Diante do exposto, requer a improcedência do pedido do reclamante.
4. Diárias para viagem
O reclamante postula a integração dos R$ 400,00 que, mensalmente,
recebia a título de diárias para viagem, bem como seus reflexos.
Não assiste razão ao reclamante, pois, nos termos do art. 457, § 2º, da
CLT, as importâncias, ainda que habituais, pagas a título de diárias para
viagem não integram a remuneração do empregado.
Diante do exposto, requer a improcedência do pedido, bem como dos
reflexos postulados.
5. Estabilidade provisória
O reclamante postulou a nulidade da dispensa e sua reintegração ao
emprego por ter sido dispensado sem justa causa, quando era delegado
sindical e gozava de estabilidade provisória no emprego.
Não assiste razão ao reclamante, pois, nos termos da OJ 369, da SDI-1,
do TST, o delegado sindical não é beneficiário da estabilidade provisória
prevista no art. 8º, VIII, da CF/1988, a qual é dirigida, exclusivamente, àqueles
que exerçam ou ocupem cargos de direção nos sindicatos, submetidos a
processo eletivo.
Diante do exposto, requer a improcedência do pedido do reclamante.
III - RECONVENÇÃO
III.1. Requisitos da Reconvenção
Encontram-se presentes os requisitos da reconvenção previstos no art.
343 do CPC, que compreendem a legitimidade ativa e passiva e a conexão.
Observe-se:
A reconvenção versa sobre a pretensão da reclamada em face do
reclamante, verificando-se presente a legitimidade ativa e passiva, com base
no art. 343 do CPC, segundo o qual “... é lícito ao réu propor reconvenção para
manifestar pretensão própria...”
Por fim, também está presente a conexão, prevista no art. 343 do CPC,
uma vez que o empregado causou prejuízos financeiros à empresa por não
concordar com sua dispensa.
Demonstrados os requisitos da reconvenção, passa-se à pretensão
reconvencional.
III.2. Pedido Reconvencional – Dano Material
Ao ser dispensado, Zangado Grumpy ficou nervoso e, antes de sair do
estabelecimento, foi recolher os seus pertences e jogou os equipamentos com
os quais trabalhava no chão. O maquinário foi danificado e precisou ir para o
conserto, pois tornou-se imprestável para o uso. A despesa foi de R$ 1.000,00,
conforme nota fiscal anexa.
Encontram-se presentes os requisitos da responsabilidade civil, previstos
nos arts.186 e 927 do CC, que compreendem: culpa, dano e nexo. Observe-se:
A culpa verifica-se pela prática do ato ilícito de quebrar o maquinário da
empresa dolosamente.
O dano foi de R$ 1.000,00.
O nexo também está presente, visto que o dano decorreu do ato ilícito
praticado pelo empregado.
Ademais, nos termos do art. 462, § 1º, da CLT, em caso de dano causado
pelo empregado de forma dolosa, o desconto será lícito, independentemente
de prévio acordo, o que reforça o dever de o empregado de indenizar o
prejuízo causado ao empregador.
Diante do exposto, requer a condenação do reclamante-reconvindo ao
pagamento de indenização por danos materiais (dano emergente), no importe
de R$ 1.000,00, e honorários advocatícios sucumbenciais de 15%, nos termos
do art. 791-A, § 5º, da CLT.
Valor do pedido: R$ 1.000,00
Diante do exposto, requer a improcedência do pedido do reclamante.
IV - REQUERIMENTOS FINAIS
Diante do exposto, requer a produção de todos os meios de provas em
direito admitidos, inclusive o depoimento pessoal do reclamante, sob a
consequência de confissão.
Requer o acolhimento da prejudicial de mérito e, adiante, no mérito, a
improcedência dos pedidos formulados pelo autor, condenando-o ao
pagamento de custas processuais e honorários advocatícios, à luz do art. 791-
A, da CLT.
Por fim, requer a procedência do pedido reconvencional acrescido de juros
e correção monetária e a condenação do reclamante-reconvindo ao pagamento
de custas e de honorários advocatícios, nos moldes do art. 791-A, caput e § 5º,
da CLT.
Nestes termos,
pede deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB nº
ESPELHO DE CORREÇÃO
FAIXA DE
QUESITOS AVALIADOS COMENTÁRIOS
VALORES
ESTRUTURA INICIAL –
encaminhamento adequado (0,25) e 0,00/ 0,25/
correta identificação das partes e do 0,50 _
processo (0,25).
TOTAL
QUESTÃO 1
Emanuel exercia o cargo de gerente de contas no Banco Santander,
trabalhando 8 (oito) horas diárias, com 1 (uma) hora de intervalo para repouso
e alimentação, de segunda-feira a sexta-feira, e recebia gratificação de função
de 1/3 (um terço) do salário do seu posto efetivo.
Posteriormente, ele deixou de exercer o cargo de confiança que estava
exercendo e retornou para o atendimento ao cliente normal, função para a qual
foi contratado, mantendo sua jornada de 8 (oito) horas diárias, de segunda-
feira a sexta-feira, com 1 (uma) hora de intervalo intrajornada.
Diante dessa situação hipotética, responda, de forma fundamentada, às
seguintes indagações:
FAIXA DE
QUESITO AVALIADO COMENTÁRIOS
VALORES
A) Não, conforme o art. 224, O candidato deve
§2º, da CLT (0,25), o gerente responder que o gerente 0,00/ 0,50
tem jornada de 8h diárias de contas tem jornada de 8 /0,75
(0,50). horas diárias.
b) Sim, pois, de acordo com o O candidato deve
art. 224 da CLT (0,25), o responder que o bancário 0,00 / 0,25 /
bancário tem jornada de 06 tem jornada de 6 horas 0,50
horas (0,25). diárias.
QUESTÃO 2
Karin Benzema, após anos de trabalho na empresa Bola de Ouro S/A, teve seu
contrato de trabalho rompido, tendo em vista a extinção da empresa por conta
de uma desapropriação promovida pelo Estado de São Paulo na sede do
empregador, para a construção de um hospital. Diante dessa hipótese,
responda:
Notas
Quesitos avaliados Comentários
possíveis
A) No caso em tela, estamos O candidato deve
diante de uma ruptura responder que seria
0,0/ 0,25 /
contratual por factum hipótese de ruptura
0,50
principis (0,25), art. 486 da contratual por factum
CLT. (0,25) principis.
B) Não. Nesse caso, o Estado O candidato deve
de São Paulo deverá pagar a responder que o Estado
0,0 / 0,50 /
as verbas indenizatórias (0,50), de São Paulo deverá
0,75
conforme art. 486 da pagar as verbas
CLT. (0,25) indenizatórias
QUESTÃO 3
A Sociedade de economia mista PSG foi processada por Neymar requerendo o
pagamento de horas extras. O juiz de primeiro grau julgou procedente o
pedido. Inconformada, a empresa PSG quer interpor recurso ordinário com o
objetivo de reformar tal decisão. Diante do exposto, pergunta-se:
FAIXA DE
QUESITO AVALIADO COMENTÁRIOS
VALORES
A) O prazo é de 5 dias (0,25), O candidato deve
como prevê o art. 897-A da responder que o prazo é
0,0 / 0,25 /0,50
CLT. (0,25) de 5 dias, nos termos do
art. 895-A, da CLT.
B) O prazo é de 8 dias (0,25), O candidato deve
como prevê o art. 895, I, CLT responder que o prazo é
0,00 / 0,25 /
e a OJ 310, da SDI-1, do TST de 8 dias, nos termos do
0,75
(0,50). art. 895, I, CLT e OJ 310,
da SDI-1, do TST.
QUESTÃO 4
O empregado Enrico trabalha no SBT com inflamáveis e ingressou com uma
reclamação trabalhista alegando que o contato com tais produtos causava risco
a sua vida e que, durante todo o contrato, não recebeu adicional algum. Enrico
recebia mensalmente a quantia de R$ 5.000,00. Diante do exposto, pergunta-
se:
B) Ainda que não esteja trabalhando, estando em sua casa, na piscina, mas de
sobreaviso, Enrico terá direito ao adicional de periculosidade sobre essas
horas? (Valor: 0,75)
FAIXA DE
QUESITO AVALIADO COMENTÁRIOS
VALORES
A) Um adicional de 30% sobre O candidato deve
o salário, sem os acréscimos responder 30% sobre o
resultantes de gratificações, salário base.
0,00 / 0,25 /
prêmios ou participações nos
0,50
lucros da empresa (0,25),
conforme art. 193, §1º, da
CLT. (0,25)
B) Não, pois não se encontra O candidato deve
em condição de risco (0,25). responder que não, pois
Indicação da Súmula 132, II, não se encontra em 0,00 / 0,25 /
do TST. (0,50) condição de risco, nos 0,75
termos da súmula 132 II do
TST.