Você está na página 1de 21

@aryannalinhares professoraaryannalinhares

Ronaldinho Pileque, em 19/02/22, ingressou com Reclamação Trabalhista


em face de Cachaçaria Express Ltda., situada em Ressaquinha/MG. A ação,
registrada sob o nº 171, tramita perante a Vara do Trabalho de Ressaquinha e
conta com pedidos certos, determinados e líquidos. A dinâmica dos fatos e os
pedidos foram articulados da seguinte maneira:

Ronadinho trabalhou na Cachaçaria Express entre 20/10/2015 e


29/12/2020. Recebia R$ 3.000,00 de salário fixo e R$ 400,00 por viagem
realizada. Ronaldinho realizava 3 viagens por mês, em um bate-volta
Ressaquinha-Belo Horizonte, Ressaquinha-Cataguases e Ressaquinha-Juiz de
Fora, de modo que recebia R$ 1.200,00 por mês, em dinheiro, a título de diária
de viagem. Tal valor não era considerado salário pelo empregador.

O ex-empregado alega que a empresa lhe creditava R$ 200,00,


mensalmente, para utilizar em cinemas, teatros, casas de espetáculos, museus,
livrarias, papelarias, circos e centros de exposição. A empresa chamava esse
investimento de “vale-cultura” e não o computava como salário.

Ronaldinho afirma que trabalhava 8 horas por dia. Às terças e quintas-


feiras, porém, gostava de descontrair com os colegas de trabalho e, por vontade
própria, permanecia na empresa por mais 2 horas extras, para jogar um
“futebolzinho” e interagir com o pessoal. O próprio Ronaldinho montou o time e
solicitou à empresa a liberação do campo de futebol e das churrasqueiras, pois
acreditava que esse momento refletia no bom relacionamento entre os colegas
no ambiente de trabalho e, com isso, contribuía para o aumento da produtividade
e a melhora no desempenho das equipes. Chegou a pleitear também a doação
de alguns litros da Cachaça Premium, produzida pela empresa, para dar aquela
animada nessas confraternizações, mas, Ronaldinho não sabe explicar por que
a empresa nunca concedia, liberando apenas o campo e as churrasqueiras.

O ex-empregado alega também que foi dispensado 2 meses após a alta


médica, mesmo gozando de estabilidade provisória no emprego, porque, em um

@aryannalinhares professoraaryannalinhares
domingo, fraturou a perna no campeonato de futebol do seu bairro e ficou mais
de 15 dias afastado, recebendo auxílio-doença.

Por fim, explica em sua reclamação, que o valor das verbas rescisórias
somente foi creditado na sua conta 17 dias após a comunicação do aviso-prévio,
concedido na forma indenizada, extrapolando o prazo legal.

Após a narração dos fatos, postulou:

a) a integração dos R$ 1.200,00 que recebia por mês como diária de


viagem para fins de reflexos nas verbas contratuais e rescisórias.

b) A integração de R$ 200,00 mensais pagos ao empregado a título


de vale-cultura para fins de reflexos nas verbas contratuais e rescisórias.

c) A nulidade da dispensa e a reintegração por ter sido dispensado


sem justa causa no curso de estabilidade provisória no emprego.

d) A condenação da reclamada ao pagamento de 2 horas extras


diárias acrescidas do adicional de 50%, bem como reflexos nas verbas
contratuais e rescisórias.

e) o pagamento da multa do art. 477, § 8º, da CLT por atraso no


pagamento das verbas rescisórias.

O representante da empresa contou ainda que o ex-empregado considerou


extremamente injusta sua dispensa sem justa causa, pois afirmava que era um
empregado alegre, admirado pela equipe, o tipo de pessoa que servia de
inspiração para os colegas e fazia, inclusive, mais do que era obrigado
contratualmente, sempre visando à promoção de bons relacionamentos no
ambiente de trabalho, tornando-o mais caloroso e receptivo. Ao tentar
argumentar isso com o empregador, recebeu como resposta que os negócios
precisavam de alguém mais dedicado ao trabalho e menos preocupado com a
admiração e a inspiração que provoca nos outros. Indignado, Ronaldinho, em
um ato descontrolado, fez rugir sua fera interior e, apossando-se da primeira
enxada que encontrou pela frente, saiu a destruir o verde gramado do campo de

@aryannalinhares professoraaryannalinhares
futebol, o que exigiu reparos no valor de R$ 1.500,00 (mão de obra e compra de
grama).

Diante dessa narrativa, apresente a peça pertinente na melhor defesa dos


interesses da Cachaçaria Express. (Valor: 5,00).

@aryannalinhares professoraaryannalinhares
AO DOUTO JUÍZO DA ... VARA DO TRABALHO DE RESSAQUINHA/MG

Processo nº 171
CACHAÇARIA EXPRESS LTDA., qualificação e endereço completos, vem,
respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado
adiante assinado (procuração anexa), com escritório profissional no endereço
completo, onde recebe intimações e notificações, com fulcro nos arts. 847 da
CLT e 343 do CPC c/c 769 da CLT, OFERECER:

CONTESTAÇÃO com pedido de reconvenção

à reclamação trabalhista que lhe move RONALDINHO PILEQUE, já qualificado


nos autos em epígrafe, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

I – PREJUDICIAL DE MÉRITO

1. Prescrição quinquenal

Em reclamação trabalhista ajuizada em 19/02/2022, o reclamante postulou


parcelas que retroagem à data de sua admissão, que ocorreu em 20/10/2015.

Com fundamento nos arts. 7º, XXIX, da CF e 11 da CLT, o direito de ação


quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em 5 anos,
contados da data do ajuizamento da ação (Súmula 308, I, do TST).

Diante do exposto, requer a extinção do processo com resolução do mérito,


nos termos do art. 487, II, do CPC, quanto às parcelas postuladas anteriores
aos últimos 5 anos, contados do ajuizamento da ação, ou seja, anteriores a
19/02/2017.

II - MÉRITO

1. Diárias de viagem

@aryannalinhares professoraaryannalinhares
O reclamante postula a integração de R$ 1.200,00 que recebia por mês como
diária de viagem para fins de reflexos nas verbas contratuais e rescisórias.

Não assiste razão ao reclamante, pois, nos termos do art. 457, § 2º, da CLT,
as importâncias, ainda que habituais, pagas a título de diárias para viagem,
não integram a remuneração do empregado.

Diante do exposto, requer a improcedência do pedido do reclamante, bem


como dos reflexos postulados.

2. Vale-cultura

O reclamante requer a integração de R$ 200,00 mensais que lhe eram pagos a


título de vale-cultura para fins de reflexos nas verbas contratuais e rescisórias.

Não assiste razão ao reclamante, pois, nos termos do art. 458, § 2º, VIII, da
CLT, o valor correspondente ao vale-cultura não é considerado salário.

Diante do exposto, requer a improcedência do pedido do reclamante, bem como


dos reflexos postulados.

3. Horas Extras

O reclamante requer a condenação da reclamada ao pagamento de 2 horas


extras diárias acrescidas do adicional de 50%, bem como reflexos nas verbas
contratuais e rescisórias, pois permanecia na empresa por mais 2 horas para
jogar futebol e interagir com o pessoal do trabalho por vontade própria.

Não assiste razão ao reclamante, pois, nos termos do art. 4º, § 2º, VI, da CLT,
por não se considerar tempo à disposição do empregador, não será computado
como período extraordinário o que exceder a jornada normal, ainda que
ultrapasse o limite de cinco minutos previsto no § 1º do art. 58 desta
Consolidação, quando o empregado, por escolha própria, permanecer nas
dependências da empresa para exercer atividades particulares de

@aryannalinhares professoraaryannalinhares
relacionamento pessoal.

Diante do exposto, requer a improcedência do pedido do reclamante, bem como


dos reflexos postulados.

4. Reintegração

O reclamante postulou a nulidade da dispensa e sua reintegração no emprego


por ter sido dispensado sem justa causa dois meses após a alta médica. Relata
que sofreu acidente no campeonato de futebol do seu bairro em um domingo e
ficou mais de 15 dias afastado, recebendo auxílio-doença.

Não assiste razão ao reclamante, pois, nos termos do art. 118, da Lei 8.213/91
e súmula 378, I e II, do TST, apenas quando o empregado sofre acidente do
trabalho, recebendo auxílio-doença acidentário faz jus a estabilidade provisória
no emprego. No presente caso o empregado não sofreu acidente do trabalho,
tendo recebido auxílio-doença comum, o que não assegura garantia de
emprego.

Diante do exposto, requer a improcedência do pedido do reclamante.

5. Multa do art. 477, § 8º, da CLT

O reclamante postulou o pagamento da multa do art. 477, § 8º, da CLT, porque


o valor das verbas rescisórias somente foi creditado na sua conta 17 dias após
a comunicação do aviso-prévio, concedido na forma indenizada, extrapolando
o prazo legal.

Não assiste razão ao reclamante, pois, com fundamento no art. 477, § 6º, da
CLT, o prazo para pagamento das verbas rescisórias é de até 10 dias, contados
da data do término do contrato de trabalho, o que ocorre após o aviso-prévio.

O aviso-prévio era de 45 dias, visto que o reclamante laborou 5 anos


completos para a reclamada. Apenas após o prazo do aviso-prévio é que se

@aryannalinhares professoraaryannalinhares
conta o prazo de 10 dias para o pagamento das verbas rescisórias. O
pagamento ocorreu muito antes, 17 dias após a comunicação do aviso.

Diante do exposto, requer a improcedência do pedido do reclamante.

III - RECONVENÇÃO

1. Requisitos da Reconvenção

Encontram-se presentes os requisitos da reconvenção previstos no art. 343 do


CPC, que compreendem a legitimidade ativa e passiva e a conexão.

2. Pedido Reconvencional – Dano Material

Ao ser dispensado, Ronaldinho ficou indignado e, em um ato descontrolado,


destruiu com uma enxada todo o gramado do campo de futebol, que exigiu
reparos no valor de R$ 1.500,00 (mão de obra e compra de grama).

Encontram-se presentes os requisitos da responsabilidade civil, previstos nos


arts.186 e 927 do CC, que compreendem: culpa, dano e nexo. Observe-se:

A culpa verifica-se pela prática do ato ilícito de destruir o gramado do campo de


futebol da empresa. O dano foi de R$ 1.500,00.

O nexo também está presente tendo em vista que o dano decorreu do ato ilícito
praticado pelo empregado.

Ademais, nos termos do art. 462, § 1º, da CLT, em caso de dano causado pelo
empregado, o desconto será lícito, independentemente de prévio acordo, se
doloso, o que reforça o dever do empregado de indenizar o prejuízo causado
ao empregador.

Diante do exposto, requer a condenação do reclamante-reconvindo ao


pagamento de indenização por danos materiais (dano emergente), no importe
de R$ 1.500,00, e honorários advocatícios sucumbenciais de 15%, nos termos

@aryannalinhares professoraaryannalinhares
do art. 791-A, § 5º, da CLT.

Valor do pedido: R$ 1.500,00.

IV. REQUERIMENTOS FINAIS

Diante do exposto, requer a produção de todos os meios de provas em direito


admitidos, inclusive o depoimento pessoal do reclamante, sob a consequência
de confissão.

Requer o acolhimento da prejudicial de mérito e, adiante, no mérito, a


improcedência dos pedidos formulados pelo autor, condenando-o ao
pagamento de custas processuais e honorários advocatícios, à luz do art. 791-
A, da CLT.

Por fim, requer a procedência do pedido reconvencional acrescido de juros e


correção monetária e a condenação do reclamante-reconvindo ao pagamento
de custas e de honorários advocatícios, nos moldes do art. 791-A, caput, e § 5º,
da CLT.

Nestes termos,

pede deferimento.

Local e data.

Advogado(a)

OAB no

@aryannalinhares professoraaryannalinhares
DIREITO DO TRABALHO – PEÇA

FAIXA DE ATENDIMENTO
QUESITO AVALIADO
VALORES AO QUESITO

1. Endereçamento e partes

Endereçamento ao juízo à Vara do


0,00/ 0,10
Trabalho de Ressaquinha/MG e
correta qualificação das partes
(0,10).

2. Prescrição quinquenal Com fundamento


nos arts. 7º, XXIX,
Extinção do processo com resolução da CF e 11 da
do mérito, quanto às parcelas CLT, o direito de
postuladas anteriores aos últimos 5 ação quanto a
créditos
anos, contados do ajuizamento da
resultantes das
ação (0,20). Indicação dos arts.7º, relações de
XXIX, CF; 11, CLT E 487, II, CPC E trabalho prescreve
da Súmula 308, I, TST (0,20). em 5 anos,
0,00/ 0,20/ 0,40 contados da data
do ajuizamento da
ação (Súmula 308,
I, do TST). Requer
a extinção do
processo com
resolução do
mérito, nos
termos do art.
487, II, do CPC.

3. Diárias de viagem Nos termos do art.


457, § 2º, da CLT,
Improcedência do pedido, pois as as importâncias,
diárias de viagem não integram a ainda que
remuneração do empregado (0,10). habituais, pagas a
0,00/ 0,10/ 0,20
título de diárias
Indicação do art. 457, § 2º, da CLT
para viagem, não
(0,10).
integram a
remuneração do
empregado.

4. Vale-cultura Nos termos do art.


0,00/ 0,30/ 0,50 458, § 2º, VIII, da

@aryannalinhares professoraaryannalinhares
DIREITO DO TRABALHO – PEÇA

FAIXA DE ATENDIMENTO
QUESITO AVALIADO
VALORES AO QUESITO

Improcedência do pedido do CLT, não é


reclamante pois o valor considerado
correspondente ao vale-cultura não é salário, o valor
considerado salário (0,30). Indicação correspondente ao
do art. art. 458, §2º, VIII, CLT (0,20). vale-cultura.

5. Horas Extras Nos termos do art.


4º, § 2º, VI, da
Improcedência do pedido do CLT, por não se
reclamante, pois as horas que o considerar tempo à
empregado, por vontade própria, disposição do
empregador, não
permanece nas dependências da
será computado
empresa para atividades particulares
como período
ou de relacionamento pessoal não extraordinário o
são consideradas tempo à que exceder a
disposição do empregador (0,30). jornada normal,
Indicação do art. art. 4º, § 2º, VI, da ainda que
CLT (0,20). ultrapasse o limite
0,00/ 0,30/ 0,50
de cinco minutos
previsto no § 1º do
art. 58 da CLT,
quando o
empregado, por
escolha própria,
permanecer nas
dependências da
empresa para
exercer atividades
particulares de
relacionamento
pessoal.

6. Reintegração Nos termos do art.


118, da Lei
Improcedência do pedido, pois 8.213/91 e súmula
apenas quando o empregado sofre 378, I, do TST,
acidente do trabalho e recebe auxílio apenas quando o
0,00/ 0,50/ 0,70 empregado sofre
doença acidentário faz jus à
acidente do
estabilidade provisória (0,50).
trabalho,
Indicação do art. 118, da Lei recebendo auxílio-
8.213/91 OU da súmula 378, I e II, do doença acidentário
TST (0,20). faz jus a

@aryannalinhares professoraaryannalinhares
DIREITO DO TRABALHO – PEÇA

FAIXA DE ATENDIMENTO
QUESITO AVALIADO
VALORES AO QUESITO

estabilidade
provisória no
emprego. No
presente caso o
empregado não
sofreu acidente do
trabalho, tendo
recebido auxílio-
doença comum, o
que não assegura
garantia de
emprego.

7. Multa do art. 477, §8º, CLT Nos termos do art.


477, § 6º, da CLT,
Improcedência do pedido, pois o o prazo para
prazo para o pagamento das verbas pagamento das
rescisórias é de até 10 dias, contados verbas rescisórias
é de até 10 dias,
do término do contrato de trabalho, o
contados da data
que ocorreu após o aviso-prévio de 0,00/ 0,60/ 0,70
do término do
45 dias (0,60). Indicação do art. 477, contrato de
§ 6º, CLT (0,10). trabalho, o que
ocorre após o
aviso-prévio que,
no presente caso,
foi de 45 dias.

8. Reconvenção - requisitos Nos termos do art.


343 do CPC, estão
Demonstrar que estão presentes os presentes os
requisitos da reconvenção (0,10). requisitos da
0,00 / 0,10 / 0,20
Indicação do art. 343 do CPC (0,10). reconvenção, quais
sejam: legitimidade
ativa e passiva e
conexão.

9. Reconvenção – dano material Verifica-se a culpa


pela prática do ato
Postular o dano material no valor de ilícito de destruir o
R$ 1.500,00, pelo prejuízo causado 0,00/ 0,50/ 0,70 gramado do campo
pelo empregado ao empregador de futebol da
(0,50). Indicação dos arts. 186 E 927, empresa. Verifica-
se o nexo já que o
CC E 791, §5º, CLT (0,20).

@aryannalinhares professoraaryannalinhares
DIREITO DO TRABALHO – PEÇA

FAIXA DE ATENDIMENTO
QUESITO AVALIADO
VALORES AO QUESITO

dano decorreu do
ato ilícito praticado
pelo empregado.
Nos termos do art.
462, § 1º, da CLT,
em caso de dano
causado pelo
empregado, o
desconto será
lícito,
independentement
e de prévio acordo,
se doloso.

10. Honorários advocatícios Requer a


condenação da
Pedir honorários (0,20) Indicação do reclamada ao
art. 791-A, §5º, CLT (0,30). pagamento de
honorários
0,00/ 0,20 / 0,50
advocatícios, no
importe de 15%,
nos termos do art.
791-A, §5º, da
CLT.

11. Requerimentos finais

Produção de todos os meios de


prova, acolhimento da prejudicial,
0,00/ 0,30/ 0,40
pagamento de custas e honorários e
procedência do pedido
reconvencional (0,30). Indicação do
art. 791-A, da CLT. (0,10)

12. Fechamento da peça: Data,


Local, Advogado(a), OAB nº ... 0,00/ 0,10
(0,10).

@aryannalinhares professoraaryannalinhares
Questão 1

Húrin trabalha para a empresa Casa Hador Ltda. em turno ininterrupto de


revezamento. Sua jornada é de 8 horas por dia, conforme foi ajustado em seu
contrato de trabalho escrito. De acordo com a situação apresentada, responda
aos itens a seguir.

A) O empregado citado tem direito a horas extras? Justifique. (Valor: 0,65)

Resposta: O empregado tem direito a horas extras, pois, de acordo com o art.
7º, XIV, CF, a jornada de trabalho do empregado que trabalha em turno
ininterrupto de revezamento é de 6 horas, salvo previsão diversa em negociação
coletiva.

B) De maneira legal, como poderia Húrin trabalhar 8 horas por dia em turno
ininterrupto de revezamento sem que houvesse o pagamento de horas extras?
Justifique. (Valor: 0,60)

Resposta: Húrin poderia trabalhar 8 horas por dia em turno ininterrupto de


revezamento sem que houvesse o pagamento de horas extras, se sua jornada
fosse dessa forma estabelecida por meio de regular negociação coletiva (acordo
coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho), conforme preveem o art.
7º, XIV, da CF e a Súmula 423 do TST.

FAIXA DE
QUESITO AVALIADO
VALORES

Letra a: Tem direito a horas


extras, porque a jornada deve ser
0,0/ 0,40 / 0,65
de 6 horas (0,40). Indicação do
art. 7º XIV da CF (0,25).

Letra b: Prorrogação de jornada é 0,00 / 0,40 / 0,60


possível por meio de negociação

@aryannalinhares professoraaryannalinhares
coletiva (0,40). Indicação da
súmula 423 do TST (0,20).

@aryannalinhares professoraaryannalinhares
Questão 2

Glaurung foi acusado de ato de incontinência de conduta no ambiente da


empresa em que trabalha. Em razão dessa acusação, foi dispensado por justa
causa. Glaurung procurou você como advogado(a) para uma consulta, A partir
dos dados apresentados, responda aos itens a seguir.

A) Glaurung teria direito a receber suas férias proporcionais? Justifique. (Valor:


0,65)

Resposta: Glaurung não teria direito a receber suas férias proporcionais, pois,
de acordo com o parágrafo único do art. 146 da CLT, a rescisão por justa causa
não gera o pagamento de férias. Apenas o empregado que não tenha sido
demitido por justa causa é que tem o direito à remuneração relativa ao período
incompleto de férias.

B) Se Glaurung tivesse pedido demissão, teria ele direito a receber seu décimo
terceiro salário proporcional? Fundamente. (Valor: 0,60)

Resposta: Se tivesse pedido demissão, Glaurung teria direito ao décimo terceiro


salário proporcional, uma vez que a Súmula 157 do TST prevê que a gratificação
natalina é devida na resilição contratual de iniciativa do empregado.

FAIXA DE
QUESITO AVALIADO
VALORES

Letra a: Rescisão por justa causa


não gera o direito de recebimento
das férias proporcionais (0,40). 0,0 / 0,40 /0,65
Indicação do art. 146, parágrafo
único, da CLT (0,25).

@aryannalinhares professoraaryannalinhares
Letra b: O pedido de demissão
gera direito ao recebimento do 13º
salário proporcional (0,40). 0,00 / 0,40 /
Indicação da súmula 157 do TST 0,60
(0,20).

@aryannalinhares professoraaryannalinhares
Questão 3

Pipe Neto, animador de torcida, após dois anos de trabalho para a empresa
Youtube S/A., foi dispensado sem receber suas verbas rescisórias. Em razão
disso, ajuizou ação em face do ex-empregador. Com base na hipótese
apresentada, responda aos itens a seguir.

A) Considere a seguinte hipótese: Pipe Neto, por determinado período,


permanece em uma sala de descanso na sede da empresa, aguardando para,
diante de eventual necessidade do empregador, ser chamado para executar seu
trabalho. Qual é o nome desse instituto jurídico? Diante dessa situação, teria o
empregado direito a receber algum valor? Justifique. (Valor: 0,65)

Resposta: O instituto jurídico em questão é a prontidão, prevista no art. 244,


§ 3º, da CLT. De acordo com esse artigo, pelas horas que permanecer de
prontidão, o empregado tem direito a receber 2/3 do salário-hora normal.

B) Pipe Neto passa a integrar a escala de funcionários que pode permanecer em


casa, ciente de que, em eventual necessidade do empregador, diante se seu
chamado, deve, imediatamente, se deslocar até a empresa para trabalhar. Qual
o nome desse instituto jurídico? Supondo que ontem Pipe Neto tenha ficado em
casa aguardando o chamado do empregador, teria direito a receber algum valor?
Justifique.

Resposta: O instituto jurídico é o sobreaviso, previsto no § 2º do art. 244 da CLT.


De acordo com esse dispositivo legal, o empregado tem direito a receber 1/3 do
salário hora normal pelas horas em que esteve de sobreaviso.

FAIXA DE
QUESITO AVALIADO
VALORES

Letra a: Segundo o art. 244, § 3º, 0,0/ 0,40 /

@aryannalinhares professoraaryannalinhares
da CLT (0,40), trata-se do instituto 0,65
da prontidão, tendo direito a
receber 2/3 do salário hora normal
(0,25).

Letra b: Segundo o art. 244, § 2º,


da CLT (0,20), trata-se do instituto
0,00 / 0,40 /
do sobreaviso, tendo direito a
0,60
receber 1/3 do salário hora normal
(0,40).

@aryannalinhares professoraaryannalinhares
Questão 4

Um restaurante publicou um anúncio em jornal de grande circulação


informando que admitiria 01 empregado, a título de contrato por prazo
determinado, para a implantação de um sistema na loja, desde que comprovada
experiência profissional de 10 meses na função. Diante da situação apresentada
e dos termos da CLT, responda aos itens a seguir.

A) A exigência de experiência de dez meses é válida? Justifique. (Valor:


0,65)

Resposta: A exigência de experiência pelo prazo de 10 meses não é válida,


tendo em vista que o art. 442-A da CLT prescreve que 6 meses é o prazo máximo
permitido para exigência de comprovação de experiência prévia no mesmo tipo
de atividade.

B) De acordo com que prevê a CLT, informe o prazo máximo pelo qual este
empregado poderia ser contratado? Fundamente. (Valor: 0,60)

Resposta: Conforme prevê o art. 445 da CLT, o contrato de trabalho por prazo
determinado só pode ser estipulado por até 2 anos.

FAIXA DE
QUESITO AVALIADO
VALORES

Letra a: Não, a exigência de dez


meses de experiência é inválida 0,00 / 0,40 /
(0,40), como determina o art. 442-A 0,65
da CLT (0,25).

@aryannalinhares professoraaryannalinhares
Letra b: O prazo máximo é de dois
0,00 / 0,40 /
anos (0,40), conforme determina o
0,60
art. 445 da CLT (0,20).

@aryannalinhares professoraaryannalinhares

Você também pode gostar