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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Extensão de Nacala
Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos

Os desafios da Inserção dos Estudantes Recém-graduados ao Mercado de


Trabalho em Moçambique.

Estudante: Taira Banú

Nacala-Porto, Junho de 2023


UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
Extensão de Nacala
Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos

Os desafios da Inserção dos Estudantes Recém-graduados ao Mercado de


Trabalho em Moçambique.

Trabalho de conclusão de curso submetido à


Universidade Católica de Moçambique –
Extensão de Nacala como requisito parcial a
obtenção do grau de Licenciatura em Gestão de
Recursos Humanos.

Estudante: Taira Banú


Supervisor: Guedes Bangueiro

Nacala-Porto, Junho de 2023


Índice
Epígrafe........................................................................................................................................i
Declaração..................................................................................................................................ii
Agradecimentos.........................................................................................................................iii
Dedicatória.................................................................................................................................iv
Lista de abreviaturas...................................................................................................................v
Resumo......................................................................................................................................vi
Capítulo 1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................1
1.1. Problematização...................................................................................................................2
1.2. Justificativa..........................................................................................................................2
1.3. Objetivos..............................................................................................................................3
1.3.1. Objetivo Geral...................................................................................................................3
1.3.2. Objetivos específicos........................................................................................................4
1.3.3. Perguntas...........................................................................................................................4
1.4. Estrutura do Monografia......................................................................................................4
Capítulo 2. REVISÃO DA LITERATURA................................................................................5
2.1. Revisão da Literatura Teórica..............................................................................................5
2.1.1. Conceito de Desafios........................................................................................................5
2.1.2. Inserção.............................................................................................................................6
2.1.2.1. Inserção social................................................................................................................6
2.1.2.2. Inserção no mercado de trabalho...................................................................................7
2.1.3. Estudantes Recém-graduados...........................................................................................7
2.1.3.1. Estudante........................................................................................................................7
2.1.3.2. Diferença entre estudante oficial e estudante livre........................................................7
2.1.4. Recém-formado.................................................................................................................8
2.1.5. Mercado de Trabalho........................................................................................................9
2.1.5.1. A importância do mercado de trabalho........................................................................10
2.1.5.2. Os tipos de mercado de trabalho..................................................................................10
2.1.5.2.1. Mercado de trabalho formal......................................................................................10
2.1.5.2.2. Mercado de trabalho informal...................................................................................11
2.1.5.3. Os principais Desafios do mercado de trabalho...........................................................11
2.1.5.4. Os motivos pelos quais o mercado de trabalho é tão desafiador.................................11
2.1.5.5. Os maiores desafios do mercado de trabalho...............................................................12
2.1.5.6. Formas de superar os desafios na hora de conseguir um emprego..............................13
2.1.5.7. Profissões estão em alta no mercado de trabalho.........................................................14
2.1.5.8. Mercado de trabalho para os jovens.............................................................................15
2.1.5.9. Dificuldade de inserção dos jovens no mercado de trabalho.......................................15
2.2. Revisão da Literatura Empírica........................................................................................16
2.2.1. Os jovens e o Mercado de Trabalho: Evolução e Desafios da Política de Emprego no
Brasil.........................................................................................................................................16
2.2.2. Os Desafios da Inserção Juvenil no Mercado de Trabalho Pelas Políticas Públicas: Uma
Análise do Programa Agente Jovem em Belo Horizonte.........................................................17
2.2.3. Inserção do Jovem no Mercado de Trabalho: Uma análise do Programa Jovem
Aprendiz – Coca-Cola FEMSA MG.........................................................................................18
2.2.4. A inserção dos jovens no mercado de trabalho: o caso dos jovens com o ensino
secundário.................................................................................................................................19
2.3. Revisão da Literatura Focalizada......................................................................................21
2.3.1. Da formação Superior ao Desemprego: Estratégias de Inserção para o Mercado de
Trabalho em Moçambique........................................................................................................21
2.3.2. Experiência Profissional e o Ingresso dos Jovens Recém-formados no Mercado de
Trabalho: um Olhar Sobre as Acções dos Principais Intervenientes na Cidade de Quelimane22
2.3.3. Os Desafios e Oportunidades da Empregabilidade dos Jovens em Moçambique: Uma
Luta Contínua............................................................................................................................24
2.3.4. +EMPREGO – em parceria público-privada para os jovens de Cabo Delgado.............25
Capítulo 3. METODOLOGIA DE PESQUISA........................................................................27
3.1. Metodologia.......................................................................................................................27
3.1. Tipo de pesquisa................................................................................................................27
3.2. População...........................................................................................................................29
3.2.1. Amostra...........................................................................................................................29
3.3. Técnicas e Instrumentos de Recolha de Dados..................................................................30
3.3.1. Instrumento de coleta de dados.......................................................................................31
3.5. Técnicas de Análise e forma de tratamento de dados........................................................32
Capítulo 4. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS..............33
4.1 Apresentação e análise de dados.........................................................................................33
4.2 Discussão dos resultados.....................................................................................................33
Capítulo 5. CONCLUSÃO E SUGESTÃO..............................................................................39
5.1. Conclusão...........................................................................................................................39
5.2. Sugestão.............................................................................................................................40
Referências bibliográficas.........................................................................................................41
Apêndice...................................................................................................................................44
Epígrafe

“Não importa o lugar de onde você vem. O que importa é quem você é!
E quem você é? Você sabe?”.

(Coco Chanel)
“Gabrielle Bonheur”

i
Declaração
O presente trabalho foi realizado pela Taira Banú, estudante da Universidade Católica de
Moçambique – Extensão de Nacala em 2023. Este trabalho é da sua autoria exceto para as
citações que aqui foram referenciadas. Nunca foi e nunca será submetido a nenhuma outra
universidade. Nenhuma parte deste trabalho deverá ser reproduzida sem a permissão da autora
ou da Universidade Católica de Moçambique.

Autora

_______________________________________

Data 14/06/2023

Supervisor

_______________________________________

Data 14/06/2023

ii
Agradecimentos
A Allah que em algum momento não deixou de lançar luz sobre mim na minha
trajetória desta vida. “Allahuma-anta-salaam-wa-minka-salaam”.

A minha mãe, que mesmo não acreditando em mim, apoiou-me incondicionalmente para que
pudesse concretizar este sonho.

Ao meu esposo Ámido Preso, que me apoio e tem me apoiado nos momentos tristes e felizes,
sendo ele a peça fundamental no decorrer deste trabalho.

À minha filha Sevda Banú, que veio ao mundo num período que eu mais desejei, sendo esta o
presente da minha vida.

Aos meus irmãos, Abdul Latifo, Mohamad Ibraimo, Sara Banú, Buanahaque Fortunato,
Fortunato Buanahaque, Assma Fortunato. Que fizeram conque ganha-se forças suficiente ao
ponto de me tornar um exemplo para eles.

Ao meu supervisor Dr. Guedes Bangueiro, que me acompanhou, incentivou, orientou, guiou e
apoio para a realização deste trabalho. Muito obrigado.

Aos meus docentes, pois de vós aprende muito e, prometo levar adiante este conhecimento
utilizando-o para construção de uma sociedade visionaria.

Aos meus amigos que torceram por mim e pela conclusão desta fase da minha vida. Muito
obrigando por tudo.

A todos que, directa ou indiretamente me apoiaram e contribuíram para a realização desta


jornada da minha vida.

Muito obrigado.

iii
Dedicatória

Ao meu Pai Ussumanali Jussubimia. Bem sei onde quer que ele esteja está orgulhoso (RIP).
A minha mãe Ancha Castelo António Uazichala que, ao seu modo e dedicação me levou a ter
o primeiro contacto com o mundo do conhecimento e sabedoria.
DEDICO

iv
Lista de abreviaturas
CLT Consolidação das Leis do Trabalho
CPJQ Conselho Provincial da Juventude Quelimane
CV Curriculum Vitae
E 00 Entrevistado
GRH Gestão Recursos Humanos
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INEPQ Instituto Nacional de Emprego Quelimane
LOC Local
MT Mercado de trabalho
Nº Número
ONG's Organizações Não Governamentais
PME’s Pequenas e Medias Empresas
PNAD Pesquisa Nacional por mostra de Domicílios do
PNPE Programa Nacional de Primeiro Emprego
RH Recursos Humanos
RS Recrutamento e Seleção
TI Tecnologia da Informação

v
Resumo
Entrar no mercado de trabalho é um grande desafio para os Moçambicanos, principalmente para
recém-formado. O foco deste artigo consiste em demostrar as dificuldades da introdução dos jovens
recém-formados no mundo corporativo, tendo em vista as atualizações do mercado de trabalho. Os
objetivos específicos deste trabalho, foram identificar os meios utilizados pelos profissionais
recém-graduados para ingressar ao mercado de trabalho em Moçambique; classificar as
estratégias que os novos talentos usam para ter sucesso nos concursos públicos de trabalhos
em Moçambique; e descrever os métodos secundários que os estudantes recém-formados
adotam para superar o insucesso da qualificação de uma vaga para trabalho em Moçambique.
A metodologia desta pesquisa foi feita de forma exploratória, através de um inquérito
contento 32 questões dentre abertas e fechadas, aplicadas a 7 jovens voltadas a verificar seus
maiores desafios. Realizando uma análise qualitativa dos dados e utilizando a pesquisa
bibliográfica. Como resultado, percebe-se que o desafio enfrentado pelos jovens
moçambicanos, não cinge na dificuldade de inserção no mercado em geral, mas sim, da
dificuldade de inserção no mercado de trabalho referente à área de formação, devido à
tamanha exigência em termos de experiência de trabalho, assim como a grande frequência do
nepotismo.

Palavras-chave: Emprego, Jovens, Inserção, Empregabilidade, Mercado de Trabalho.

vi
Capítulo 1. INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como princípio falar dos desafios da Inserção dos Estudantes Recém-
graduados ao Mercado de Trabalho, pelo que pode se verificar que nos últimos 5 anos e na
atualidade, os jovens representam a parcela que mais tem dificuldade de se entregar em um
emprego ou mesmo obter um. Por mais que este apresente competências comportamentais,
encontre empresas que deem mais ou mesmo conheça os seus pontos fortes.

Estas questões advêm das exigências de experiências de trabalho que as multinacionais ou


PME’s exigem, visto que para este é inexperiente no sector de trabalho nem mesmo para
estágio tem dificuldades imagina para obter uma vaga de emprego onde se exige experiência
de 2 a 5 anos de trabalho. No entanto o mercado de trabalho é um conceito que reúne aqueles
que oferecem vagas de emprego e aqueles que buscam por tais oportunidades. Em bora exista
um grande número de instituições de ensino superior com tendência de melhorar e formar de
maneira qualificada profissionais que possam responder com as exigências do mercado de
trabalho nacional, verifica-se ainda défice na obtenção de emprego em Moçambique.

Verifica-se em Moçambique e no mundo que atualmente, com o excessivo número de


graduados as empresas estão cada vez mais criteriosas. Durante o processo de recrutamento
elegem os melhores profissionais dentre inúmeros candidatos capacitados. Esta realidade
dificulta o processo de inserção dos jovens graduados no primeiro emprego. Pois, um dos
critérios exigidos é a experiência profissional.

Sabemos que durante a jornada de graduação, a maioria dos jovens não tem oportunidade de
praticar ou adquirir conhecimento na área técnica de sua especialidade. Porem, é através do
primeiro emprego que o jovem será capacitado à experiência pratica de que necessita para se
tornar o profissional que a empresa procura. Esta pesquisa tem como designo exteriorizar as
dificuldades que jovens possuem para ingressar no mercado de trabalho, reunir informações a
respeito das necessidades profissionais apontadas pelas organizações, visando entender a
dificuldade de inserção desses jovens no primeiro emprego.

1
1.1. Problematização
Sabemos que na atualidade, os jovens representam a parcela que mais tem dificuldade de se
integrar em um emprego ou mesmo obter um. Por mais que este apresente competências
comportamentais, encontrar empresas que aceite jovem sem capacitação profissional torna-se
um desafio grande. Porem, para a maioria dos jovens moçambicanos, é através do primeiro
contacto com o mundo corporativo que irão obter experiências exigida no ato de recrutamento
pelas empresas. Verificou-se que nos últimos anos as universidades têm injetados uma
conjuntura de formandos sem nenhuma experiência técnica profissional, pois sabe-se que o
papel das universidades é a formação académica. Por fim, deixa o papel da empregabilidade
para o Governo, as multinacionais, as PME’s assim como para o próprio formando.

Portanto, essa rotura de formandos injetada pelas universidade e institutos de formação


profissional, aumenta cada vez mais o número de desempregados e consequentemente agrava
a dificuldade de obter um emprego num mundo onde há muita rigorosidade para poder
trabalhar. Uma vez que o governo demostra dificuldades para criar novos emprego ou mesmo
empregar em diversos sectores já existentes. Por meio deste artigo visamos responder a
seguinte questão: Quais são os desafios enfrentados pelos estudantes recém-graduados na
inserção do mercado de trabalho em Moçambique?

1.2. Justificativa
Sabemos que o mercado de trabalho é um conceito que reúne aqueles que oferecem vagas de
emprego e aqueles que buscam por tais oportunidades. Isso inclui tantos postos abertos em
empresas publicas quanto privadas, de todos os portes e segmentos de atuação. Fazem parte
dele, profissionais com as mais variadas formações e habilidades, em uma competição
acirrada por vagas que atendam aos seus objetivos.
Esta pesquisa justifica-se com base no índice de desemprego em Moçambique para os jovens
no mercado de trabalho que vem aumentado cada vez mais, devido à falta de experiência para
adquirirem o primeiro emprego, pois as organizações não confiam nos mesmos e muitos
acabam procurando outros meios para o seu próprio sustento, deixando, assim, de se inserir no
mercado de trabalho. Portanto, verifica-se que uma particularidade que contribui para a maior
competitividade esta na maior qualificação da mão de obra disponível.
Bem sabe-se que Moçambique é um país que faz parte do terceiro mundo, onde pode se
observar a sua pobreza, economia declinada, supre tendência na corrupção ativa e
consequentemente o nível de desemprego elevado.

2
Portanto, com o nível de desemprego em alta, verifica-se uma grande demanda de
profissionais que não estejam a exercer a função da área pela qual se formou. Em bora exista
um grande número de instituições de ensino superior com tendência de melhorar e formar de
maneira qualificada, profissionais que possam responder com as exigências do mercado de
trabalho nacional, verifica-se ainda défice na obtenção de emprego.
Acredita-se que nos últimos 5 anos as estatísticas apontam para um grande numero de
formandos e por sua vez nem 5% desses estão a trabalhar ou exercer a função pela qual se
formou, esse percentual não se verifica por este país fazer parte do terceiro munto, mais sim,
pelo grande nível de corrupção que se faz sentir, pelos favoritismos que é frequente sem ter
em conta a qualificação do favorecido assim como pelo nepotismo que em algum momento a
se torna uma tradição. Aí que se verifica que o aumento no número de candidatos habilitados
que não encontrou emprego pelo qual se formou, seja maior, nos últimos anos, uma oferta
compatível com a demanda.
Portanto, as dificuldades que um universitário que esta numa fase de transição de ensino
emprego são maiores, isto pelas exigências das contratantes nos seus requisitos rigorosos,
dentre experiências profissionais, competências anteriores e outras. Isto por algum momento
dá-se pela fuga de responsabilidade e gasto das empresas no processo de treinamento e
desenvolvimento de novos pessoais.

O propósito desta pesquisa, parte das dificuldades que se verificam no processo de


candidatura para uma vaga de trabalho para um novo formando, onde acaba-se percebendo
que o problema é a dificuldade de obter um novo talento, treinar, desenvolver e arrecadar com
os custos desse processo. Esta pesquisa, torna-se relevante para as organizações que buscam
um novo talento no mercado de trabalho, proporcionando uma ideia de que melhor do que ter
um profissional com experiência técnica, a contratação de um que não possui experiência
técnica profissional também pode incrementar valores e se adaptar com mais facilidade nas
organizações. Este estudo também vai procurar abrir a mente da sociedade em relação a novas
contratações de mão de obra profissional.

1.3. Objetivos
1.3.1. Objetivo Geral
Analisar os desafios da Inserção dos Estudantes Recém-graduados ao Mercado de Trabalho
em Moçambique.

3
1.3.2. Objetivos específicos
 Identificar os meios utilizados pelos recém-graduados para ingressar ao mercado de
trabalho em Moçambique.
 Classificar as estratégias que os novos talentos usam para ter sucesso nos concursos
públicos de trabalhos em Moçambique.
 Descrever os métodos secundários que os estudantes recém-formados adotam para
superar o insucesso da qualificação de uma vaga para trabalho em Moçambique.

1.3.3. Perguntas
1. Quais são os tipos de meios utilizados pelos novos formandos para vencer a luta do
mercado de trabalho nas vagas de emprego em Moçambique?
2. Que mecanismos são utilizados para escolher o emprego/empresa que mais se adequa
as suas qualidades profissionais?
3. Quais são os procedimentos e técnicas que os novos talentos usam para ser conotado
no processo de recrutamento e seleção da vaga pela qual se candidata, mesmo sem
experiência de trabalho em Moçambique?

1.4. Estrutura do Monografia


Esta pesquisa será apresentada por capítulos, que nele conterão os pontos a serem abordados
detalhadamente do tema de estudo. No primeiro capítulo vamos abordar sobre a introdução
aonde consta assunto sobre o tema em estudo da monografia que por sua vez ser
acompanhado com o tema e a problemática do tema de estudo. Neste capítulo também nos
depararemos com o objetivo geral e específico assim como a justificativa do tema em estudo.
No segundo capítulo far-se-á apresentação do marco teórico, aonde constara no mínimo de 10
resumo de grandes obras de referência sobre o tema em estudo, sem se esquecer de abordar as
principais teorias. Por sua vez ilustrar-se-á as investigações recentes sobre o tema em estudo.
No terceiro capítulo procurar-se-á demonstrar a metodologia de investigação que será
utilizada para a realização do tema em estudo, aonde constará a descrição geral do que se fará
no trabalho de campos, tal como os instrumentos que serão utilizados para a recolha e análise
dos dados. Neste capítulo também abordar-se-á sobre os participantes, assim como a
referenciação do local onde o estudo ira ser realizado e as formas de recolha de dados sem
excluir o seu devido tratamento. Por fim as considerações Éticas, que são o comprometimento
de preservação de imagens e de informações confidenciam que serão utilizados somente para
fins académicos. Por último o quarto capítulo demonstrar-se-á detalhadamente a realização do
cronograma rigoroso das atividades a desenvolver, aonde vai se descrever todas as atividades
e as suas respetivas datas.

4
Capítulo 2. REVISÃO DA LITERATURA
Neste capítulo serão exibidas as definições para a fundamentação deste trabalho. Serão
apresentados vários conceitos de autores para realização da pesquisa. Aqui far-se-á a
apresentação das literaturas Teóricas, Empíricas e Focalizada.

2.1. Revisão da Literatura Teórica

2.1.1. Conceito de Desafios

Desafio é a ação que consiste em desafiar. Este, é um verbo que faz referência a competir,
incitar ou provocar alguém. Um desafio pode ser, por conseguinte, uma competição onde é
evidenciada uma rivalidade.

Por exemplo:

1. “Taira Banú e Sevda Preso vão enfrentar-se no desafio que determinará quem é o melhor
tenista da atualidade”,
2. “O desafio entre o pugilista Moçambicano e o seu adversário Angolano terá lugar no
próximo mês, em Nacala-Porto”.

No entanto, é comum também o emprego do termo no meio empresarial, designando quando,


por exemplo, uma empresa passa por uma fase e consegue sobreviver ou quando ela define
metas e objetivos e, ao conquistá-los, isso é tido como o “vencer um desafio”.

Ucama (2014), nos dias atuais é bastante comum também escutarmos de profissionais de
desenvolvimento pessoal e profissional o uso da expressão “é preciso superar seus desafios” a
fim de descrever a suspensão de barreira a fim de ter um crescimento ou evolução pessoal ou
profissional (p. 59).

Ainda nesse sentido, os desafios acabam se tornando objetivos e estimulam uma pessoa a
crescer na sua área de atuação ou mesmo no ambiente pessoal também. Nisso, essa pessoa a
cada dia se torna melhor, adquirindo mais conhecimento e experiência.

Cabe ainda dizer que quanto mais difícil um desafio for, então mais trabalhoso será para
alcançá-lo e, na grande maioria das vezes, as recompensas serão maiores também.

Silva e Sambu (2013), salientam que essa linguagem é também usada frequentemente por
pessoas que buscam obter um emprego, acreditando que este é uma faze crucial após sair do
mundo da escola. Por outra, é tida como uma ocasião ou grande obstáculo que deve ser
ultrapassado (pp. 238 – 239).

5
Por exemplo:

1. “Entrar na Faculdade foi o meu maior desafio”.


2. “O próximo desafio da Sevda após terminar a faculdade é obter um emprego”.

Esta palavra é usada para determinar a tendência das pessoas em alcançar uma meta, sendo
este considerado um desafio. Portanto, o desafio pode ser dado por terceiros ou pelo próprio,
sendo o fim único a alcançá-lo.

Todavia, nem todos os desafios tem sucessão ao seu desafiado, fazendo conque este leve
muito tempo para alcançá-lo ou mesmo no último recurso desistir.

2.1.2. Inserção

Inserção é o ato/feito de inserir ou incluir uma coisa na outra, como a inserção de fotos em um
álbum, ou de cláusulas em um contrato.

Para Sousa (2007), a palavra inserção também é considerado o jargão de comunicação e


define o ato de publicar alguma coisa na imprensa. Por exemplo, um assessor de imprensa
envia material a ser publicado para um jornal, se sair efetivamente a notícia posteriormente
diz-se que foi feita uma inserção (p. 138).

No entanto, entre os sinônimos para inserção, temos as palavras inclusão, integração,


introdução, adição, anexação, acréscimo e incorporação. No sentido de incluir num grupo
social ou corporativo, é incluso na nova equipe de trabalho.

De acordo com Vérnières (1997), “a inserção profissional é o processo pelo qual os


indivíduos que jamais participaram da população ativa ingressam em uma posição estável no
sistema de emprego. O autor considera a inserção como um processo que tem como ponto
final o encontro do posto formal no sistema de emprego, ou seja, o conceito de inserção
profissional proposto está diretamente relacionado ao término dos estudos e à busca de um
posto de trabalho relacionado com o curso realizado” (p. 3).

2.1.2.1. Inserção social 

Sousa (2007), “acredita que a inserção social é um conceito relacionado às políticas públicas
de redução da desigualdade social, inserindo em termos sociais e econômicos pessoas que
estão à margem da sociedade, seja por forma de projetos educativos, profissionalizantes, de
moradia, entre outros” (p. 15).

6
No entanto, a aplicação da inserção também dependera da aceitação. Não basta inserir um
individuo não sociedade se esta mesma o rejeita, este pensamento é valido também para o
MT.

2.1.2.2. Inserção no mercado de trabalho

Vérnières (1997), a inserção no mercado de trabalho se dá pelo primeiro emprego formal de


um jovem. Normalmente são dadas condições para tal por meio de agências públicas de
emprego, ou através de cursos de formação, ou também por iniciativa das empresas e das
universidades privadas (p. 124).

2.1.3. Estudantes Recém-graduados

2.1.3.1. Estudante

Estudantes são pessoas que estudam, a fim de adquirir conhecimento ou recebe conhecimento
através do ensino.

Mosse e Cortez (2006), acredita que estudante é a palavra que permite fazer referência a quem
se dedica à apreensão (assimilação), à posta em prática e à leitura de conhecimentos sobre
determinada ciência, disciplina ou arte. É comum que um estudante esteja matriculado num
programa formal de estudos embora também possa dedicar-se à procura/pesquisa de
conhecimentos de forma autónoma ou informal (p. 43).

Existem diversas classificações ou tipos de estudante, que se estabelecem consoante o modelo


de ensino, o tempo consagrado aos estudos, o plano académico em que estiver inscrito, entre
outras características.

Para Hofstatter (2005), “a palavra estudante é utilizada como sinónimo de aluno. Este
conceito diz respeito aos indivíduos que aprendem com outras pessoas. O termo aluno provém
do latim alumnum que, por sua vez, deriva de alere “alimentar”” (p. 13).

Diz-se que um sujeito é aluno da pessoa que o tenha educado e criado desde a sua infância.
No entanto, também se pode ser aluno de outra pessoa que seja mais jovem do que o próprio.
Posto isto, os termos estudante, aluno, discípulo e, inclusive, aprendiz são permutáveis.

2.1.3.2. Diferença entre estudante oficial e estudante livre

A diferença entre um estudante oficial e um que seja livre é que o primeiro recebe
o ensino oficial por um centro educativo (escola, faculdade, instituto, colégio, etc.)
reconhecido pelo Estado e é submetido a exames que validam os conhecimentos adquiridos.

7
Contudo, no final acaba tendo um instrumento que comprova a aquisição desse conhecimento,
sendo este: Certificado, Diploma, Declaração, Carta, etc…

Já, o estudante livre, por sua vez, não necessita de respeitar certas normas para prosseguir
com a sua aprendizagem. Há que ter em conta, ainda assim, que existem diversas variantes
nestas classificações, uma vez que um aluno pode não frequentar as aulas com regularidade,
optando antes por um sistema formal de ensino à distância.

Costa (2009), salienta que o aluno é um conceito que provém de alumnus, um termo latino.
Esta palavra permite referir-se ao estudante ou ao aprendiz de uma determinada matéria ou de
um professor. Um aluno, portanto, é uma pessoa que se dedica à aprendizagem (p. 19).

2.1.4. Recém-formado

Para Goncalves, Parente e Veloso (2001), recém-formado é aquele que acabou de se formar,
de concluir um curso que se propôs a fazer, especialmente falando de um curso escolar ou
acadêmico: os recém-formados procuram emprego (pp. 36 - 39).

Esta linguagem é utilizada para pessoas que terminou/concluiu um curso académico seja ele
para qual nível for. Sendo este considerados o produto final das universidades, institutos,
academias que estão prontos para ingressar no Mercado Trabalho.

Portanto, para as instituições de formação, os formandos, que são os recém-graduados são


vistos como o orgulho do sei esforço e que da tal forma estão preparados para enfrentar o
mundo de corporativo. Tanto que na maioria das vezes deixa o estágio por conta do formando
e consequentemente este formando acomoda-se ao ponto de não poder obter a experiência
pratica da área que se formou.

De acordo com Rose (1999. cit. em Goncalves 2001), o mercado de trabalho é caracterizado
por dois tipos de indivíduos, nomeadamente:

os que estão numa condição de transição profissional e os que estão numa transição ao
trabalho. Estes conceitos nos possibilitam sem parar os recém-formados em dois
grupos, assim sendo, dum lado os recém-formados que buscam uma transição
profissional, ou seja, recém-formados que antes de concluírem o seu curso já se
encontravam inseridos no mercado de trabalho. E doutro lado encontramos recém-
formados que estão numa situação de transição ao trabalho, estes buscam a sua
primeira inserção no mercado de trabalho após a sua formação (pp. 321 -323).
Nesta perspetiva são consideradas neste trabalho todos jovens que foram formados a
sensivelmente 2 anos, que conseguiram e procuram a sua primeira inserção no mercado de
trabalho. E não são considerados os recém-formados que já se encontravam no mercado de

8
trabalho antes de concluírem o curso. Sendo que estes últimos em algum momento acabam
apensa por fazer a mudança de careira ou de nível académico.

2.1.5. Mercado de Trabalho

O Mercado de trabalho é associado a aqueles que oferecem forca de trabalho àqueles que a
procuram, em um sistema típico de mercado onde se negocia a fim de determinar os preços e
as quantidades a transacionar.

Costa (2009), define o Mercado de trabalho como uma expressão usada para caracterizar as
relações entre as empresas que oferecem vagas de trabalho e as pessoas que estão em busca
dessas oportunidades.

O mercado significa o espaço de transações, o contexto de troca e intercambio entre


aquele que oferece um produto ou serviço e aquele que procura um produto ou
serviço.
O mecanismo de oferta e procura é a característica principal de todo mercado. O
mercado de trabalho (MT) é composto pelas ofertas de oportunidades de trabalho
oferecidas pelas diversas organizações (p. 34).
O mercado de trabalho é um conceito de trocas entre pessoas que buscam emprego e as
empresas que oferecem vínculo empregatício. Ou seja, quem quer trabalhar oferece a sua
força de trabalho e quem precisa de mão-de-obra oferece uma remuneração em troca desta
especialidade.

Do ponto de vista das ciências sociais, a dinâmica do mercado de trabalho


está relacionada à lei da oferta e da procura. Se há mais demanda de vagas do
que de profissionais, a tendência é que as pessoas consigam emprego com
mais facilidade.
Por outro lado, se há mais oferta de pessoas do que vagas disponíveis, a concorrência
profissional ganha força e será mais difícil encontrar um emprego. Outros fatores como a
economia e o piso salarial influenciam na dinâmica dessas trocas.

Conforme Silva e Sambu (2013), o mercado de trabalho é a relação de oferta e demanda de


postos de emprego, específico em determinada região ou contexto social. Consiste numa
relação intrínseca entre o espaço e tempo, pela qual se origina dentro das organizações, as
oportunidades de emprego, motivado pela abertura de vagas (p. 31).

Na visão de Ucama (2014), o mercado de trabalho atual não consiste somente na oferta e
procura do trabalho, mas nas dificuldades para o seu ingresso. O atual mercado de trabalho, é
turbulento, exigente e agressivo, onde é difícil encontrar emprego. Nesse caso em concreto, os
recém-formados não reúnem requisitos exigidos (p. 47).

9
Portanto, não é aquele mercado de trabalho que, mesmo o estudante do primeiro ano é
chamado para trabalhar. Mas sim, aquele que rejeita um formado (graduado) que concluiu o
curso em tempo recorde e com êxito, por não ter experiência profissional.

Por isso, para além dos conceitos, é importante entender a relevância e como o mercado de
trabalho atua na prática, veja:

2.1.5.1. A importância do mercado de trabalho

Para Costa (2009), a importância do mercado de trabalho está diretamente relacionada ao


desenvolvimento econômico de um país. Assim, quanto mais pessoas com alguma ocupação,
maior é o consumo. E, como consequência, quanto maior o consumo, mais a atividade
econômica cresce.

Isso significa que uma alta demanda de empregos com uma boa remuneração
faz com que tenhamos profissionais alocados que, consequentemente, irão
gerar uma nova demanda de trabalho em outros setores, devido ao aumento do
seu poder de compra (p.47)
Portanto, percebe-se que isso pode parecer um pouco complexo, mas o poder de compra e o
consumo são os principais motores do nosso Produto Interno Bruto, o PIB.

2.1.5.2. Os tipos de mercado de trabalho


De acordo com Botelho (2016), O mercado de trabalho é dividido em dois tipos: formal e
informal. A principal diferença entre eles é a presença ou a ausência de relações
trabalhistas. Mais do que isso, a flexibilidade de horário e oferta de benefícios também são
fatores de diferenciação entre as modalidades (p. 3).

2.1.5.2.1. Mercado de trabalho formal


Macassa e Covane (2019). A principal característica do mercado de trabalho formal é o
contrato assinado entre a pessoa contratada e a pessoa empregadora, além do cumprimento
das regras previstas na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) (p. 81).

O trabalhador tem salário fixo, horário determinado e tem garantido por lei os seguintes
benefícios:

 Auxílio-doença; 
 Salário maternidade; 
 Férias; 
 13º salário; 
 Reforma.

10
Algumas empresas também oferecem aos empregados os benefícios como vale-alimentação e
transporte, plano de saúde e plano odontológico. Este leque de benefício é considerado de
remuneração não monetária.

2.1.5.2.2. Mercado de trabalho informal


Macassa e Covane (2019), o mercado de trabalho informação não oferece registo, nem as
garantias da CLT. Trabalhadores que exercem atividade remunerada de forma autônoma, sem
nenhuma ação contratual, fazem parte do mercado de trabalho informal (pp. 81- 82).

2.1.5.3. Os principais Desafios do mercado de trabalho


Segundo Vazirna (2021), “um dos principais objetivos da maioria das pessoas é conseguir um
trabalho no qual sejam reconhecidos e recebam um bom salário. Contudo, são muitos os que
almejam realizar esse sonho, mas são poucos que conseguem. Isso porque existem muitos
obstáculos a serem enfrentados” (p. 5).

Contudo, pode-se dizer que os desafios do mercado de trabalho podem ser enfrentados e que,
com certeza, são possíveis de serem superados. Para isso, basta estar atento às exigências que
surgem e se adaptar às mudanças que aparecerem. Assim, fica mais fácil conseguir atingir os
objetivos profissionais.

2.1.5.4. Os motivos pelos quais o mercado de trabalho é tão desafiador


Segundo Vazirna (2021), as mudanças que ocorreram nos últimos anos, sejam elas na maneira
das pessoas pensarem, se vestirem ou pelo maior uso da tecnologia, contribuíram ainda mais
para o crescimento da competição entre os trabalhadores. Para aqueles que precisam ingressar
no mercado de trabalho no Brasil, sempre foi mais difícil (p. 142).

A maioria dos empregadores busca pessoas com experiência ou que já tenham terminado os
estudos.

Já para aqueles que estão no mercado há algum tempo tem a questão da concorrência. Para
conseguir uma boa colocação no mercado de trabalho, no qual há muitas pessoas buscando
por bons empregos, é preciso estar sempre se aprimorando, fazendo cursos e manter o
currículo atualizado. Assim, fica mais fácil na hora que surgir a oportunidade desejada de a
pessoa ser contratada.

11
2.1.5.5. Os maiores desafios do mercado de trabalho
O início da carreira no mercado de trabalho ou ingressar em um novo emprego faz com que
muitos sintam um frio na barriga. Contudo, apesar de não ser tão fácil assim, será mais
simples encarar as adversidades se as pessoas se prepararem.

Falta de experiência profissional: Um dos principais requisitos dos processos seletivos


geralmente, é a experiência na função. Se você é uma dessas pessoas recém-formadas e se
questiona sobre como fazer para ingressar no mercado, saiba que existem algumas opções. É
possível mostrar cursos na área, trabalhos voluntários, estágios, projetos de faculdade e
demonstrar que merece ser contratado porque vai dar o melhor de si.

Índice de desemprego elevado: com a crise econômica enfrentada pelo país, muitas
pessoas acabaram perdendo os seus empregos. Isso fez com que mais cidadãos estejam livres
para disputar as vagas ofertadas e que a procura por trabalho aumentasse. Nesse cenário, é
preciso investir ainda mais em qualificação profissional para conseguir se diferenciar dos
demais candidatos.

Escolha da profissão ideal: para os estudantes em geral, escolher a profissão ideal é


algo muito confuso, pois como não tiveram contato com empregos de carteira assinada, saber
o que escolher pode ser complicado. Para essa decisão, pode-se considerar os gostos, as
habilidades e os interesses.

Avanço Tecnológico: A tecnologia avança a cada dia mais e o desafio de ter que lidar
com a era digital é complexo para alguns profissionais. Para outros, é mais simples e, com
apenas algumas horas tendo acesso às informações, eles conseguem desempenhar os seus
trabalhos com eficiência.

Entre algumas das inovações, podemos citar:

 robótica;
 realidade virtual;
 Internet das Coisas;
 cibersegurança;
 realidade aumentada;
 chat Bot.
Para que as pessoas consigam acompanhar os avanços, é preciso estar em constante
atualização. Assim, os que estiverem preparados terão as melhores oportunidades e que irão
se beneficiar.

12
Concorrência acirrada: A concorrência está cada dia mais acirrada. Os donos das
empresas têm ficado ainda mais rigorosos com o recrutamento e seleção dos candidatos.

Eles almejam ter os melhores profissionais trabalhando em suas empresas, nem que para isso
tenham que pagar um pouco mais. Assim, muitos têm se especializado para manter o
currículo atrativo e para conseguirem desempenhar bem as suas funções.

Estudo e trabalho ao mesmo tempo: muitas pessoas estudam e trabalham ao mesmo


tempo, afinal, é necessário ter dinheiro para pagar os estudos. E para conseguir estar com as
mensalidades em dia, os estudantes acabam assumindo as duas funções: estudar e trabalhar.
Isso é um grande desafio, tendo em vista que ficam cansados e, ainda assim, vão para o
trabalho.

Em compensação, o trabalho dignifica o ser humano e trabalhar e estudar mantém a mente


ocupada e o constante aperfeiçoamento. Pode-se dizer que não são apenas os mais novos que
fazem esse tipo de coisa no Brasil, as pessoas com mais experiência que optam por estudar
também acabam assumindo as duas responsabilidades.

Não é fácil, entretanto, todo o esforço vale a pena. A maioria amadurece e desenvolve muitas
qualidades que são benéficas, tanto para a sua vida profissional como para a pessoal. Basta
apenas ter equilíbrio entre uma e outra atividade, reservando também algum tempo para o
lazer e o descanso.

2.1.5.6. Formas de superar os desafios na hora de conseguir um emprego


Insemba (2022), acredita que os desafios são os mais variados possíveis e os candidatos não
podem deixar que eles se tornem pedras em seus caminhos. Para conseguir a vaga de emprego
tão desejada, basta ter foco e seguir algumas orientações (p. 41)

Entre elas, podemos citar:

 prepare um currículo impecável;


 faça cursos;
 foque em autoconhecimento;
 esteja atento às vagas em aberto;
 estude.
Essas são apenas algumas sugestões para você conseguir encontrar um bom emprego.
Portanto, é importante que fiquemos atento e dar o nosso melhor em tudo que formos a fazer.
Pois podemos estar em um processo de observação para seleção de um emprego. Ou por outra
a necessidade de se destacar partirá das nossas tarefas.

13
Souza (2006), embora não exista uma receita pronta para enfrentar os desafios do mercado de
trabalho, saiba que as dicas acima são valiosas e é possível encontrar o emprego tão sonhado.
Lembre-se de se esforçar e sempre estar de olho nas vagas disponíveis para se candidatar e
conseguir atuar na área que deseja (p .38).

2.1.5.7. Profissões estão em alta no mercado de trabalho


Para Souza (2006), as profissões que estão em alta no mercado de trabalho hoje estão
relacionadas às áreas de tecnologia, finanças e marketing. Mas, para além das profissões,
existem valores que estão sendo cobrados também (p. 98).

O fortalecimento das áreas de diversidade e sustentabilidade dentro das empresas também


deve aumentar a demanda por oportunidades de trabalho nesses segmentos. Profissionais que
já detenham conhecimentos sobre essas áreas também podem saltar aos olhos dos
recrutadores.

Profissões em alta na tecnologia


De acordo com Santos e Baião (2010) “a Áreas de Tecnologia da Informação (TI) sofre com
uma carência de profissionais qualificados. Ao mesmo tempo, a demanda por contratações
está aquecida e é possível encontrar uma grande variedade de oportunidades com salários
acima da média do mercado (p. 36).

Confira algumas funções que se destacam nesse setor:

 Analista de Tecnologia da Informação;


 Analista de BI;
 Cientista de dados. 
Profissões em alta nos recursos humanos
Santos e Baião (2010), acredita que buscar novos profissionais no mercado e criar políticas
para retenção de talentos são demandas crescentes dentro das empresas. A área de RH tem
atuado de forma estratégica para lidar com as novas tendências do mercado de trabalho, que
vão desde a ampliação dos benefícios para funcionários até a promoção de políticas de
diversidade e a criação de novos modelos de trabalho, além do presencial (pp. 37 – 39)

Abaixo, vagas com alta demanda nessa área:

 Gerente de recursos humanos;


 Analista de payroll (administração financeira);
 Gerente de recrutamento e seleção

Profissões em alta para vendas e marketing

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Santos e Baião (2010), “Com o reaquecimento da economia após a pandemia de Covid-19, as
empresas voltaram a priorizar estratégias comerciais para atrair novos clientes e a ampliar o
facturamento” (p. 40). 

Portanto, os profissionais nas áreas de vendas e marketing têm papel importante nesse
processo, como:

 Executivo de contas;  Head de growth;


 analista de vendas;  Analista de marketing digital.

Profissões em alta na área de finanças


Santos e Baião (2010), “O controle dos gastos e dos investimentos das empresas foi mais
importante do que nunca durante o período difícil da pandemia. Agora, o planeamento e a
organização financeira são fundamentais para a retomada do crescimento das receitas” (p. 41).

Para tal, verifica-se que a demanda está em alta para as vagas de:

 Diretor financeiro;  Gerente de planejamento financeiro;


 Analista contábil;  Analista de fusões e aquisições.
Mas, para além das profissões em alta, a faixa etária pode ser um fator de dúvida tanto entre
recrutadores quanto para quem está buscando uma vaga no mercado.

2.1.5.8. Mercado de trabalho para os jovens


O mercado de trabalho para os jovens ainda não absorve todos os profissionais em início de
carreira que estão em busca de uma oportunidade. De acordo com os Dados da Pesquisa, pelo
menos duas em cada dez pessoas de 18 a 24 anos procuraram, mas não encontraram uma vaga
de emprego nos últimos seis anos.

2.1.5.9. Dificuldade de inserção dos jovens no mercado de trabalho


Segundo Costa (2009), “a dificuldade de inserção dos jovens no mercado de trabalho acontece
pela baixa qualificação técnica dos profissionais em início de carreira (p. 31).

Se por um lado o acesso a cursos técnicos é ilimitado, seja pela baixa oferta,
seja por questões financeiras, por outro a disponibilidade das empresas para
desenvolver os jovens profissionais é limitada.
Vale destacar que a pandemia do coronavírus também afetou a experiência do jovem no
mercado de trabalho. A chamada “geração lockdown” sentiu os efeitos da interrupção ou do
abandono dos estudos, além de uma maior dificuldade de encontrar ou manter um trabalho em
decorrência da crise.

15
2.2. Revisão da Literatura Empírica
2.2.1. Os jovens e o Mercado de Trabalho: Evolução e Desafios da Política
de Emprego no Brasil

Para Dissarz, Dorta e Cunico. (2015), no seu Artigo intitulada “Os jovens e o Mercado de
Trabalho: Evolução e Desafios da Política de Emprego no Brasil”, que apesenta como
objetivo as situações referentes aos jovens e as dificuldades de sua inserção no mercado de
trabalho, feita em São Paulo no Brasil.

Demostram que no Brasil, os jovens enfrentam desafios no que se refere à inserção no


mercado de trabalho. Em que segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2011). Portanto, esta
situação dos jovens no país é agravada pela baixa escolaridade média e pela precária
qualidade da educação. Verifica-se que entre os jovens que entravam no desemprego, apenas
uma parte estaria na busca do primeiro emprego, sendo que grande parte teria chegado a essa
condição devido à baixa duração da ocupação, normalmente precária. Esses dados reforçam a
direção de que não se trata de oferecer aos jovens uma experiência de emprego a qualquer
custo, mas de implementar ações que ampliem as chances de ascensão futura. O artigo em
apreço, teve como metodologia de investigação a quantitativa, pois nos resultados são
apresentados em tabelas e gráficos, em que a demostração das técnicas de recolha de dados
usada foi o inquérito. Para tal, as conclusões obtidas neste artigo demostram que o
desemprego por parte de nossos jovens é muito grande, e vem se agravando cada vez mais
pela falta de educação e formação por parte da maioria.

Portanto, devido a essas dificuldades foi criado o Consórcio Social da Juventude que vinha
ajudando os jovens de famílias pobres, incluindo desempregados, deficientes. Esta, teve
também a criação do Programa Nacional de Primeiro Emprego (PNPE), para os jovens onde o
público-alvo eram os jovens de 16 a 24 anos, em situação de desemprego que não tivessem
vínculo empregatício anterior e que estivessem cursando ensino médio, fundamental ou outros
estabelecimentos de ensino.

A semelhanças das duas pesquisas é notada a partir do tema que onde as duas buscam
perceber os desafios dos jovens no mercado de trabalho, onde apesar do método usado for
diferente os resultados obtidos demostram que a falta de emprego em algum momento tem
gerado inconformidade entre os jovens que buscam o primeiro emprego, visto que após a
conclusão de uma formação lhe torna difícil serem empregados numa instituição.

16
2.2.2. Os Desafios da Inserção Juvenil no Mercado de Trabalho Pelas
Políticas Públicas: Uma Análise do Programa Agente Jovem em Belo
Horizonte

Souza (2006) na sua obra intitulada Os Desafios da Inserção Juvenil no Mercado de Trabalho
Pelas Políticas Públicas: Uma Análise do Programa Agente Jovem em Belo Horizonte, cujo
esta foi realizada em belo Horizonte no Brasil e que apesenta como objetivo a efetividade do
programa no que diz respeito à construção do projeto de vida do jovem e de sua inserção no
mercado de trabalho. Onde o problema destacado tem a ver com os aspetos psicossociais do
programa Agente Jovem, desenvolvido pela Secretaria de Assistência Social em Belo
Horizonte. Este, demostra-nos que as Investigações sobre a juventude dão margem a um leque
enorme de abordagens, pois constitui a fase de maior transformação na vida do sujeito e estas
transformações indicam resoluções para a vida adulta. Portanto, poderíamos gastar inúmeras
linhas descrevendo características para esta etapa do desenvolvimento humano. Mas estas
imagens correspondem às inúmeras transformações biológicas, psicológicas e sociais que o
sujeito está submetido. Neste período o adolescente está diante de duas grandes tarefas: “a
primeira, construir a sua identidade e a segunda construir o seu projeto de vida.

Ao realizar estas tarefas é um caminho cheio de desafios, ao fim do qual o adolescente


termina sua transição entre a infância e a idade adulta”. Nesse contexto de transição
gostaríamos de enfatizar o terceiro item apresentado acima. O caminho de desenvolvimento
socioeconómico em nossa cultura é marcado pela transição da escola para o mundo do
trabalho e atualmente é um campo a ser explorado. Percebe-se que o país carece de uma
política nacional que universalize, equalize as iniciativas em curso suprindo lacunas
importantes, favorecendo oportunidades de emprego digno aos jovens e evitando a sua
exploração. Esta realidade relega a grande maioria dos adolescentes a ingressar no mercado
informal e abandonar o ensino médio, inserindo-se no mercado de trabalho já numa relação
precarizada e sem qualquer orientação. Por fim, acaba-se entendo que se faz urgente uma
discussão sobre a formatação de uma política voltada para o trabalho do adolescente, ou esta
grande fatia da população brasileira continuará desamparada repetindo a trajetória de seus
pais e perpetuando o ciclo de exclusão social. Estas pesquisas assemelham-se no sentido de
obter um resultado em comum que são as dificuldades que estes jovens tendem a enfrentam
quando buscam obter uma fonte de rendimento cuja esta esta associada a busca de emprego.
Por esta acaba-se questionando sobre as políticas de empregabilidade desses jovens.

17
2.2.3. Inserção do Jovem no Mercado de Trabalho: Uma análise do
Programa Jovem Aprendiz – Coca-Cola FEMSA MG

Segundo Costa, (2009). na sua Monografia apresentada ao curso de Especialização em


Elaboração, Gestão e Avaliação de Projetos Sociais em Áreas Urbanas da Universidade
Federal de Minas Gerais, especificamente Belo Horizonte no Brasil. Trabalho este intitulado
de Inserção do Jovem no Mercado de Trabalho: uma análise do Programa Jovem Aprendiz –
Coca-Cola FEMSA MG. cujo apesenta como objetivo central uma análise sobre a inserção
ocupacional dos jovens beneficiados pelo programa Jovem Aprendiz, desenvolvido pela
Coca-Cola FEMSA – MG.

Esta, diz que o conceito trabalho, de acordo com Outhwaite e Bottomore (1996), é ambíguo e
disputado, indicando diferentes atividades em diferentes contextos históricos. Para estes
autores, em seu sentido mais amplo, trabalho pode ser entendido como “o esforço humano
dotado de um propósito e envolve a transformação da natureza através do dispêndio de
capacidades mentais e físicas”.

Os referidos estudiosos apontam, contudo, que esta interpretação do significado atribuído ao


trabalho entra em conflito com a experiência e significado mais limitado conferido à atividade
que, nas atuais sociedades capitalistas é compreendido como sinônimo de emprego
remunerado e muitas atividades que se qualificariam como trabalho na definição mais ampla
são descritas e vivenciadas como ocupações em horas de lazer, como algo que não significa
verdadeiramente trabalho. Portanto, toda riqueza provém do trabalho, asseguram os
economistas. E assim o é na realidade: a natureza proporciona os materiais que o trabalho
transforma em riqueza. Mas o trabalho é muito mais do que isso: é o fundamento da vida
humana. Podemos até afirmar que, sob determinado aspeto, o trabalho criou o próprio
homem.

Considerando os objetivos proposto neste estudo, optou-se pelo emprego de uma metodologia
qualitativa para o desenvolvimento do mesmo. Conforme Minayo (2007), a metodologia
qualitativa é aquela que se aplica ao estudo da história, das relações, das representações, das
crenças, das perceções e das opiniões, produtos das interpretações que os humanos fazem a
respeito de como vivem, constroem seu artefactos e a si mesmos, sentem e pensa, além de
permitir desvelar processos sociais ainda pouco conhecidos referente a grupos particulares,
propicia a construção de novas abordagens, revisão e criação de novos conceitos e categorias
durante a investigação (p.57).

18
Atende dendo e considerando as técnicas de recolha de dados, verifica-se que os dados
analisados neste estudo são provenientes de três entrevistas semiestruturadas, realizadas com
tutores do programa Jovem Aprendiz da Coca Cola FEMSA, de três entrevistas feitas com
representantes do setor de Recursos Humanos e de três grupos focais realizados com jovens
egressos do programa. No total, 49 jovens (homens e mulheres) participaram dos grupos
focais.

Por fim, ao analisar os resultados apresentados nesta avaliação pode-se concluir que o
Programa Jovem Aprendiz da Coca-Cola FEMSA MG, na perceção dos diferentes atores
pesquisados, é considerado como uma ferramenta efetiva na inserção dos jovens no mercado
de trabalho. Considerado como uma estratégia de sucesso para a inserção dos jovens no
mercado de trabalho, o programa Jovens Aprendiz da Coca-Cola FEMSA, na perceção dos
egressos do programa, deve ser divulgada como uma experiência de sucesso. O papel da
instituição formadora é citado como fundamental para a preparação para o mercado de
trabalho porque a oportunidade de absorver conteúdo técnico, tão valorizado nos espaços
profissionais na atualidade, é adquirido a partir de experiências práticas que permitem que o
jovem conheça e entenda os diferentes tipos de situações pelas quais pode passar no mercado
de trabalho contemporâneo.

2.2.4. A inserção dos jovens no mercado de trabalho: o caso dos jovens com
o ensino secundário

Para Botelho, (2016). na sua tese de dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos
necessários à obtenção do grau de mestre em Gestão Estratégica de Recursos Humanos
intitulada de A inserção dos jovens no mercado de trabalho: o caso dos jovens com o ensino
secundário. Que apesenta como objetivo a perceção de Como se caracterizam as trajetórias de
inserção no mercado de trabalho dos jovens com o ensino secundário. Esta pesquisa decorreu
em Setúbal, Portugal.

Sendo que esta questão surgiu com a vontade que se tornou o objetivo principal do estudo de
identificar e caracterizar os fatores que influenciam a transição dos jovens para o mercado de
trabalho tendo em conta um contexto territorial específico que é o concelho do Montijo.
Quanto a metodologia usada, Numa visão mais ampla, o estudo de caso é considerado uma
metodologia mais aprofundada, procurando obter informações sobre temas relativamente a
determinados aspetos e às suas inter-relações.

19
Numa visão mais ampla, o estudo de caso é considerado uma metodologia mais aprofundada,
procurando obter informações sobre temas relativamente a determinados aspetos e às suas
inter-relações. Podemos dizer que nesta metodologia o investigador é peça fundamental no
processo de investigação, pois apesar de não ter controlo de todas as variáveis tenta
compreender e interpretar a complexidade do caso em estudo, produzindo novos
conhecimentos para a problemática em causa.

As técnicas de recolha de dados vigente neste trabalho é a entrevista. Estes autores falam-nos
em dois tipos de entrevista: a entrevista semidirectiva e a entrevista centrada. A semidirectiva
ou semidirigida “dispõe de uma série de perguntas guias, relativamente abertas, mas não
colocando necessariamente todas as perguntas pela ordem em que as anotou e sob a
formulação prevista”. Relativamente à entrevista centrada, “o entrevistador não dispõe de
perguntas preestabelecidas, mas sim de uma lista de tópicos precisos relativamente ao tema
estudado” (Quivy e Campenhoudt, 2003., p.193).

As conclusões obtidas demostram que cada vez mais os jovens sentem dificuldades em
conseguir uma posição estabilizada no mercado de trabalho, alternando entre períodos em que
estão empregados com períodos em que estão desempregados ou em formação. O mercado de
trabalho atual é cada vez mais composto pelos chamados “trabalhos atípicos”. No que diz
respeito às trajetórias profissionais elas são marcadas por uma lógica de individualização onde
os jovens são os principais agentes da sua inserção profissional, assumindo o risco e a
autorresponsabilização na procura e obtenção de emprego. Portanto, os jovens são
confrontados com uma individualização de trajetórias o que poderá levá-los a um sentimento
de “aceitação da responsabilidade individual nas respetivas biografias”.

As semelhanças da nossa pesquisa partem do momento em que ainda, numa perspetiva


económica, diversos estudos realizados mostram que este tipo de formação (ensino
profissional) não aumenta as vantagens comparativas dos jovens no mercado de trabalho. Os
empresários portugueses continuam a privilegiar o recrutamento dos jovens menos
qualificados (nível I e II), valorizando aspetos como a capacidade de aprendizagem, e as
competências motivacionais e comportamentais.

Diferente mente com moçambiques que são privilegiados jovens que tenha ligado com um
determinado partido político ou tenha um familiar de elite ligado ao estado que influenciam
direta ou indiretamente no processo de seleção sem observar as qualificações que este novato
traz.

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2.3. Revisão da Literatura Focalizada
2.3.1. Da formação Superior ao Desemprego: Estratégias de Inserção para o
Mercado de Trabalho em Moçambique

Para Langa (2017), na sua tese intitulada Da formação Superior ao Desemprego: Estratégias
de Inserção para o Mercado de Trabalho em Moçambique, uma obra de Monografia
apresentada em cumprimento parcial dos requisitos exigidos para a obtenção do grau de
Licenciatura em Sociologia na Universidade Eduardo Mondlane, feita em Maputo,
Moçambique. Que apesentava como objetivo compreensão das estratégias adotadas pelos
jovens formados, ao longo da sua trajetória para a entrada no mercado de trabalho.
Procuramos identificar as razões da busca pela entrada no mercado de trabalho; identificar as
profissões projetadas pelos jovens recém-formados; descrever as dificuldades enfrentadas na
busca pela inserção no mercado de trabalho e; descrever as estratégias adotadas para a entrada
no mercado de trabalho. Cujo problema é responder que estratégias os jovens recém-formados
adotam para realizarem sua inserção no mercado de trabalho em profissões projetadas ao
longo da sua trajetória social?

Quanto ao método de abordagem utilizado neste trabalho, optamos pelo método hipotético
dedutivo. Que consiste em um investigador procurar combinar um procedimento dedutivo e
indutivo para a construção de um modelo de análise (hipóteses) para a sua confrontação com
os dados empíricos a serem recolhidos na realidade em estudo. Escolhemos este método, pois
permitiu-se construir e orientar o nosso estudo com base numa hipótese que resultou da nossa
observação quotidiana das experiências dos jovens recém-formados no mercado de trabalho,
assim como da discussão que realizámos na nossa revisão da literatura.

Por fim chega a conclusão que os problemas enfrentados para a entrada no mercado de
trabalho, sendo um fenómeno vivenciado nacional e internacionalmente, constituem uma
consciência generalizada nos indivíduos que procuram por emprego, especialmente no seio
dos jovens, uma camada social que é mais afetada por eles.

Portanto, as dificuldades enfrentadas no mercado de trabalho exigem criatividade por parte


dos jovens para que tenham acesso a esse espaço, traduzindo essa criatividade em estratégias
que podem ser levadas a cabo isolada. O recurso ao capital social, aos meios de comunicação
e a quantificação dos currículos à corrupção e ao nepotismo, as formas de trabalho
alternativos são algumas das estratégias possíveis de serem encontradas no mercado de
trabalho.

21
Estas pesquisas se assemelham no sentido de que busca demostrar que os jovens iniciam a sua
trajetória social na busca do emprego por diversas razões. Alguns procuram melhorar as suas
condições de vida fora ou dentro da família, outros procuram apenas uma ocupação para
despender o seu tempo livre e representar a imagem de licenciado socialmente objetivada. Por
consequência, os primeiros centram-se na procura de um trabalho empregado no Aparelho de
Estado ou em instituições privadas, basta que tenham um contracto a longo prazo, uma
remuneração fixa e estejam sujeitos a horários de trabalho também fixos e os segundos não
têm preferência podendo ser mesmo um trabalho informal.

2.3.2. Experiência Profissional e o Ingresso dos Jovens Recém-formados no


Mercado de Trabalho: um Olhar Sobre as Acções dos Principais
Intervenientes na Cidade de Quelimane

Macassa & Covane (2019), na sua publicação intitulada de Experiência Profissional e o


Ingresso dos Jovens Recém-formados no Mercado de Trabalho: um Olhar Sobre as Acções
dos Principais Intervenientes na Cidade de Quelimane. Trabalho este que nos fazia questionar
sobre as ações levadas a cabo pelos principais intervenientes para garantir que os jovens
recém-formados sem experiência profissional ingressem no mercado de trabalho? Na
perspetiva de compreender se as ações adotadas pelos principais intervenientes do mercado de
trabalho garantem a empregabilidade dos jovens recém-formados sem experiência
profissional.

O presente estudo foi realizado na cidade de Quelimane, e compreendeu o período de 2015 –


2019. A população de estudo incluiu: o Instituto Nacional de Emprego – Quelimane (INEPQ);
Organizações não Governamentais (ONG's); Conselho Provincial da Juventude – Quelimane
(CPJQ); e os Jovens que concluíram o nível de licenciatura no ano 2015, com idades
compreendidas entre os 26 - 30 anos, sem experiência profissional, no campo das ciências
sociais e que até ao período de referência tentaram sem sucesso ingressar no mercado de
trabalho, e residentes na cidade de Quelimane. Portanto, percebe-se que os jovens recém-
formado ao investir no capital humano espera ingressar no mercado de trabalho e colocar em
prática tudo aquilo que aprendeu nos bancos universitários, porém, ele se depara com uma
outra realidade, a dificuldade de inserção profissional.

A geração de empregos pelo mercado de trabalho não depende só da expansão económica,


mas também das ações a serem implementadas, pois as naturezas das regulamentações do

22
mercado de trabalho podem facilitar ou dificultar a capacidade de geração de emprego para os
jovens recém-formados sem experiência profissional.

Nesse sentido, verifica-se que atualmente, o diploma universitário não é mais uma garantia de
emprego, uma vez que as inúmeras exigências do mercado de trabalho colaboram para o
discurso da empregabilidade (Felisberto, 2001).

Quanto a metodologia usada, é crucial referir que, a presente pesquisa foi realizada
observando uma metodologia qualitativa, baseada principalmente nas entrevistas levadas a
cabo sobre a amostra definida, na pesquisa bibliográfica e documental. Observou-se que a
técnica de recolha de dados utilizada pelos autores foi o uso de questionário como
instrumento principal, sem se limitar também se usou a entrevista no sentido de poder
explorar mais alem a pesquisa.

Com a realização do presente estudo, tornou-se possível concluir que, as ações adotadas pelos
principais intervenientes não garantem a empregabilidade dos jovens recém-formados em
busca do primeiro emprego, pois há deficiência na implementação e controlo das mesmas.
Além disso, é muito fraca a colaboração existente entre os principais intervenientes do
mercado de trabalho, e isso contribui bastante para a não implementação das políticas criadas
pelo Governo, assim como no desalinhamento entre as áreas de formação e as exigências do
mercado de trabalho.

No que diz respeito as políticas adotadas pelo Governo para garantir o ingresso dos jovens
recém-formados no mercado de trabalho, foram identificadas as seguintes: a política de
emprego; política da juventude; e regulamento de estágios pré-profissionais. Após a discussão
em torno destas, concluiu-se que, o Governo deve criar uma lei que proteja os recém-
formados em busca do primeiro emprego.

As semelhanças verificadas entres as obras cinge no sentido de que ambas buscam perceber as
dificuldades de empregabilidade nos recém-formados, onde verificasse que a empregabilidade
se refere às competências e às qualificações móveis que reforçam a capacidade individual de
utilizar oportunidades de educação e de formação disponíveis para assegurar e manter um
trabalho digno e remunerável. Porem em moçambique com a falta de empregos torna difícil
empregar esses jovens. Sendo necessário questionar o papel do governo sobre o excesso do
desemprego.

23
2.3.3. Os Desafios e Oportunidades da Empregabilidade dos Jovens em
Moçambique: Uma Luta Contínua

De acordo com Vazirna (2021), no seu artigo intitulado de Os Desafios e Oportunidades da


Empregabilidade dos Jovens em Moçambique: Uma Luta Contínua. Realizada em Maputo,
Moçambique. Verificou que a empregabilidade tem sido um dos maiores problemas sociais
que os jovens Moçambicanos enfrentam na atualidade. De acordo com os dados fornecidos
pelo Banco Mundial, existem em Moçambique 7,18% de jovens desempregados, entre 1991 e
2019, número que cresceu com certeza com a pandemia e insurgência em Cabo Delgado.

Os jovens enfrentam diariamente dificuldades para ingressar no mercado de trabalho, umas


vezes porque existem de facto poucas oportunidades para tantos jovens, outras vezes pela
fraca experiência e conhecimento acerca do processo de seleção das empresas.

Se no passado, só a boa formação académica e o um bom nível dos conhecimentos técnicos na


área específica eram levados em conta, a situação atual é bem diferente. Hoje, o profissional
deve apresentar outras habilidades, um pouco mais do que uma Licenciatura ou uma formação
profissional. Dentro dos requisitos para ser aceite em uma vaga, a formação, experiência
profissional e o conhecimento de línguas constituem fatores críticos e muitas vezes
eliminatórios para aceder as oportunidades, mas de uns tempos para cá, as competências
comportamentais, tem tido um peso igualmente importante.

É certo que a Pandemia da COVID-19 veio retroceder a disponibilização de oportunidades de


emprego no mercado nacional, observamos muitos jovens que iniciavam a sua jornada
profissional sendo despedidos ou enviados para casa sem previsão de regresso, os estudantes
foram subitamente confinados em casa, com os seus planos de terminar a faculdade a ir
por água abaixo e vendo em algum momento, a necessidade de apoiar os seus pais na renda
da casa. Infelizmente esta tem sido a realidade de muitos jovens moçambicanos.

Por outro lado, acompanhamos os impactos negativos enfrentados pelas restrições da


Pandemia para as empresas, que de um dia para o outro viram-se obrigadas a reduzir a força
laboral, observando despedimentos em massa, redução da carga horária dos profissionais e,
por consequência, a redução da renda. Em um cenário que sofre constantes mudanças, seja
pela necessária modernização ou por motivos da crise ocasionada por uma pandemia, como é
o caso atual, o profissional deve encontrar caminhos alternativos para se inserir e se manter
competitivo neste novo mercado de trabalho, através do desenvolvimento de suas habilidades
pessoais às necessidades do mercado e, oferecer ao empregador motivos para o contratar.

24
Por fim, conclui que precisamos ainda ter sempre em mente que as vagas de emprego são
gratuitas para os candidatos, vamos romper essa ideia de que para entrar no mercado de
emprego, precisa se submeter a atribuição de valores a quem o está a recrutar, ou precisasse
ter as famosas costas quentes, não inicie a sua carreira com este pensamento, seja a voz da
“vaga não se paga” e denuncie todo e qualquer ato de corrupção. As oportunidades são para
todos, precisamos somente estar preparados para quando elas chegarem.

2.3.4. +EMPREGO – em parceria público-privada para os jovens de Cabo


Delgado

Para Insemba, (2022) no seu artigo intitulado +EMPREGO – em parceria público-privada


para os jovens de Cabo Delgado. Cujo objetivo do mesmo é verificar o aumentar das
oportunidades económicas da população de Cabo Delgado, em particular da sua população
jovem, contribuindo para a melhoria do acesso ao trabalho decente e do rendimento em
atividades direta ou indiretamente relacionadas com a indústria do gás natural. Este artigo foi
elaborado e publicado em Pemba – Cabo Delgado.

Neste artigo mostra que O projeto +EMPREGO tem por objetivo aumentar as oportunidades
económicas da população de Cabo Delgado, em particular da sua população jovem,
contribuindo para a melhoria do acesso ao trabalho decente e do seu rendimento, em
atividades diretas ou indiretamente relacionadas com a indústria do gás natural. Assumindo
que o emprego dos jovens depende essencialmente do setor privado, nomeadamente dos
grandes operadores do gás natural na província.

Acredita que o impacto deste projeto contribuirá para o reforço do investimento nos recursos
humanos nacionais e na respetiva empregabilidade no setor do gás natural e na sua cadeia de
valor, através de uma combinação de estudos, assessorias, capacitação e assistência técnica,
assegurando o envolvimento ativo e integrado de todos os fatores-chave. Centrar-se-á, sempre
que possível, na harmonização e consolidação dos resultados com os projetos desenvolvidos
por outros parceiros no setor da educação técnica (scaling-up) e, enquanto projeto-piloto,
valorizará a definição e teste de novos programas, abordagens e metodologias

Sabe-se que Cabo Delgado enfrenta um cenário marcado por fortes contradições e pressões
motivadas pela persistência de pobreza e de uma cultura tradicional versus uma sociedade de
consumo emergente globalizada e por um modelo económico extrativo e extrovertido, não
gerador de emprego. Os desafios são enormes, nomeadamente face à forte concentração de
analfabetismo e de baixos níveis de literacia e de habilitações académicas nesta região.

25
Destaque ainda para a presença de uma forte cultura tradicional que impede que as mulheres
acedam às oportunidades de ensino, qualificação e emprego.

É a partir da compreensão do contexto socioeconómico local e dos seus desafios, que o


projeto +EMPREGO foi formulado, alinhado com o Plano acima referido, contribuindo
diretamente para a qualidade da educação profissional e melhoria do acesso ao trabalho
decente e melhoria do rendimento dos jovens de Cabo Delgado e para a produtividade das
empresas e da economia local. Indiretamente pretende contribuir também para a mobilização
da população jovem para um projeto de vida sustentável e desta forma para o amortecimento
da conflitualidade e insatisfação social na região.

Contudo, a situação de guerra tive que me deslocar com a minha família da zona onde vivia.
Tive a oportunidade de fazer o curso de soldadura do +Emprego e com o que aprendi posso
agora ter um emprego ou criar o meu próprio negócio, melhorar os meus rendimentos e os
da minha família e ter uma vida melhor.

26
Capítulo 3. METODOLOGIA DE PESQUISA
O presente capítulo tem como objetivo esclarecer os processos metodológicos e científicos
utilizados para a realização da Monografia, descrevendo os passos de desenvolvimento. Neste
capítulo serão evidenciados os tipos de pesquisa e o instrumento de coleta de dados utilizados
para concretização desta pesquisa.

3.1. Metodologia
Metodologia é uma palavra derivada de “método”, do Latim “methodus” cujo significado é
“caminho ou a via para a realização de algo”. Método é o processo para se atingir um
determinado fim ou para se chegar ao conhecimento.

Gil (2006) apresenta o método como um “conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos


adotados para se atingir o conhecimento” (p.26).

De origem grega, methodus se refere ao caminho ou via, com etapas e processos, a ser
seguido para se atingir um determinado objetivo.

A metodologia do trabalho científico é a parte em que é feita uma descrição minuciosa e


rigorosa do objeto de estudo e das técnicas utilizadas nas atividades de pesquisa.

Para Marconi e Lakatos (2010) “o método científico se refere a um conjunto de atividades


sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo
“conhecimentos válidos e verdadeiros” traçando o caminho a ser seguido, detetando erros e
auxiliando as decisões do cientista” (p. 65).

Metodologia é o campo em que se estuda os melhores métodos praticados em determinada


área para a produção do conhecimento.

Marconi e Lakatos (2012). “acreditam que a metodologia constitui etapas mais concretas da
investigação, com finalidade mais restrita em termos de explicação geral dos fenómenos
menos abstratos. Pressupõem uma atitude concreta em relação ao fenómeno e estão limitadas
a um domínio particular” (p. 110).

3.1. Tipo de pesquisa


Tendo em vista que este trabalho focaliza os desafios e as estratégias dos estudantes recém-
formados em Moçambicanos no processo de busca pelo primeiro emprego, portanto, dentro
de diversos tipos de pesquisa existentes, foi utilizada a revisão bibliográfica e descritiva, com
abordagem qualitativa.

27
Para tal, Severino (2007). Acredita que a pesquisa bibliográfica é aquela que se realiza a partir
do registo disponível, decorrente da pesquisa anterior, em documentos impressos, com livros,
artigos, teses, etc. (p. 122).

No entanto, podemos perceber que o tipo de pesquisa supracitada acima, faz utilização de
dados ou de categorias teóricas já trabalhados por outros pesquisadores e devidamente
registados em livros, reportes, revistas, sejam eles físicos ou digitais.

Na pesquisa bibliográfica faz-se utilização na sua grande maioria de livros e TCC que
apresentem fontes fidedignas, em caso de uso de livros digitai, há uma necessidade de garantir
a sua legitimidade, observando a orientação de aquisição em sites e repositórios científicos.
Estes devem apresentar uma serie de elementos que permitam facilitar a sua localização para
consulta.

Vilelas (2009). Diferentemente da pesquisa bibliográfica, o estudo descritivo procura


conhecer as características de determinada população/fenómeno, ou o estabelecer relações
entre variáveis. Servindo esta para aumentar os conhecimentos das características e dimensão
de um problema, obtendo-se desta maneira uma visão mais ampla e completa (pp. 120 – 121).

Um estudo descritivo procura fazer uma descrição do objeto ou problema que esta a ser
estudado pelos pesquisadores no intuito de poder perceber detalhadamente algumas questões
que surgem e que devem ser respondidas, tais como. Oque? Como? Porquê? Etc…

Nesta pesquisa, ao responder estas questões estará a obter uma das várias formas de resolver
aquele problema, sendo este do interesse da sociedade no entender da pesquisadora

Em relação o tipo de pesquisa quanto aos procedimentos foi utilizado a pesquisa bibliográfica.
Sendo a que mais apresenta uma vasta gama de formas de obtenção de informações que
ajudam o pesquisador no processo de confrontação de informações a fim de obter um
resultado excelente.

Marconi e Lakatos (2015). A pesquisa bibliográfica, ou de fonte secundária, abrange toda


bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas,
boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, materiais cartográficos, etc.
(p. 57).

Percebe-se que até os meios de comunicação orais. Sua finalidade é colocar o pesquisador em
contacto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto.

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Em relação o tipo de estudo quanto ao modo de abordagem vai se utilizar o estudo qualitativo
no seu todo. Em algumas ocasiões poderá se recorrer ao método quantitativo para mensurar
alguns dados.

Para Vilelas (2009) “os estudos qualitativos consideram que há uma relação dinâmica com o
mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a
subjetividade do sujeito, que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos
fenómenos e atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não
requer o uso de métodos e técnicas estatísticas” (pp. 105 – 112).

3.2. População
Para a devida monografia tivemos como foco principal jovens recém-graduados que se
encontram no processo de transição de ensino/emprego, sendo que esta monografia contou
com uma população composta por 7 participantes selecionados de forma aleatória. A nossa
população foi constituída por indivíduos residentes e não residentes da cidade de Nacala, mas
que estejam no processo para ingressar no mercado de trabalho. Estes, serão formandos de
diversas universidades e institutos assim como ramos de formação.

3.2.1. Amostra
Segundo Flick (2005). Salienta que as estratégias graduais de amostragem se baseiam
fundamentalmente na amostragem teórica. As decisões sobre a escolha e argumentos do
material empírico (casos, grupos, instrumentos, etc.) são tomadas durante o processo de coleta
e interpretação dos dados (p. 66).

A estratégia de amostragem é assim descrita, segundo Glaser e Strauss (1967, cit. em Flick, 2005):

A amostragem teórica e o processo de coleta de dados para o desenvolvimento de uma teoria,


em que o analista regista, codifica e analisa os dados, decidindo quais vai registar a seguir e
onde encontrá-los, a fim de elaborar a sua teoria, à medida que ela vai emergindo (p. 66).
Para Santos e Filho (2011). Dizem que dada a impossibilidade de se fazer um levantamento
da população ou universos dos elementos que o compõem, a técnica utilizada é a de trabalhar
com uma parcela dessa população, denominada amostra, que contem toda as características da
população ou do universo (p. 170).

Segundo Santos e Filho (2011), a escolha dos critérios para definir-se uma amostra vai
depender de determinadas características dessa população, principalmente acerca do seu
tamanho e da sua forma de organização, entre outros (p. 171).

29
3.3. Técnicas e Instrumentos de Recolha de Dados
As técnicas de recolha de dados, são estratégias que os pesquisadores utilizam nas suas
pesquisas para obter dados empíricos que lhe possibilitam responder às suas questões
investigativas. Os dados daqui resultantes devem ser analisados, interpretados de forma a
poderem ser transformados em resultados e conclusões.

Segundo Moresi (2003), acredita que as técnicas de recolha de dados são “um conjunto de
processos e instrumentos elaborados para garantir o registo das informações, o controlo e a
análise dos dados” (p. 14).

Portanto, existem 4 técnicas de recolha de dados que podem ser implementadas através de
diferentes instrumentos de pesquisa.

Técnicas de Recolha de Dados:


 Inquérito por questionário;
 Inquérito por entrevista;
 Observação;
 Análise documental.
Instrumentos de Recolha de Dados:
 Questionários
 Guião de entrevista;
 Análise de conteúdo;
 Análise estatística / análise quantitativa;
 Diário do investigador;
 Ficha de leitura.

Fonte: Moresi (2003).

30
3.3.1. Instrumento de coleta de dados
O instrumento de coleta de dados foi um Questionário, este conterá vinte perguntas, sendo
dezasseis delas serão fechadas e quatro delas abertas.

Marconi e Lakatos (2003) definem Questionário como sendo “um instrumento de coleta de


dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por
escrito e sem a presença do entrevistador” (p. 201).

Conforme Marconi e Lakatos (2003) pode-se apontar vantagens e limitações no uso de


questionários (pp. 201-202):

a) Vantagens: atinge grande número de pessoas simultaneamente; abrange uma extensa


área geográfica; economiza tempo e dinheiro; não exige o treinamento de aplicadores;
garante o anonimato dos entrevistados, com isso maior liberdade e segurança nas
respostas; permite que as pessoas o respondam no momento em que entenderem mais
conveniente; não expõe o entrevistado à influência do pesquisador; obtém respostas
mais rápidas e mais precisas; possibilita mais uniformidade na avaliação, em virtude
da natureza impessoal do instrumento; obtém respostas que materialmente seriam
inacessíveis.
b) Limitações: pequena quantidade de questionários respondidos; perguntas sem
respostas; exclui pessoas analfabetas; impossibilita o auxílio quando não é entendida a
questão; dificuldade de compreensão pode levar a uma uniformidade aparente; o
desconhecimento das circunstâncias em que foi respondido pode ser importante na
avaliação da qualidade das respostas; durante a leitura de todas as questões, antes de
respondê-las, uma questão pode influenciar a outra; proporciona resultados críticos em
relação à objetividade, pois os itens podem ter significados diferentes para cada
sujeito.

Marconi e Lakatos (2012). Salienta que ainda indicando como a pesquisa será realizada,
devem-se anexar à monografia os instrumentos referentes às técnicas selecionadas para a
coleta de dados.

Desde os tópicos da entrevista, passando pelo questionário e formulário, até os testes ou


escalas de medida de opiniões e atitudes, a apresentação dos instrumentos de pesquisa deve
ser feita, dispensando-se tal quesito apenas no caso em que a técnica escolhida for a de
observação. (p 117).

31
Para Sousa e Baptista (2011), existem três tipos de questionários: questionário aberto aquele
que utiliza questões de respostas abertas; questionários do tipo fechado aquele que tem na sua
construção questões de respostas fechadas e questionário misto, tal como o nome indica, são
questões que permitam questões de diferentes tipos: resposta aberta e resposta fechada (p. 91).

Para esta pesquisa será necessário utilizar o questionário misto, que vai possibilitar o uso dos
dois métodos como foi referenciado acima.

Os questionários são instrumentos de registos escritos e planeados para pesquisar dados de


sujeitos, através de questões, a respeito de conhecimento, atitudes, crenças e sentimentos. Para
Wood e Haber (2001, cit. em Vilelas, 2015):

Neste instrumento de recolha de dados é necessário ter uma atenção cuidadosa na sua
preparação e na sua organização. Antes de mais, as perguntas devem ser bem organizadas, de
uma forma lógica para quem a ele responde. Deve, também, ser organizada por temáticas
claramente enunciadas. Assim, a finalidade do questionário é obter, de maneira sistemática e
ordenada, a informação, acerca da população que se estuda, das variáveis que são objeto do
estudo (pp. 287 – 288).
3.5. Técnicas de Análise e forma de tratamento de dados
Os dados e resultados obtidos nesta pesquisa serão tratados e demonstrados através
transcrições elaboradas no programa Word e Excel para um melhor entendimento, junto com
a análise individual, tendo como analise geral os resultados obtidos na pesquisa.

Marconi e Lakatos (2015) referem-se da coleta dos dados:

Etapa de pesquisa em que se inicia a aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas
selecionadas, a fim de se efetuar a coleta de dados previstos. É tarefa cansativa e toma, quase
sempre, mais tempo do que se esperava. Exige do pesquisador paciência, preservação e
esforço pessoal, alem do cuidadoso registo dos dados e de um bom preparo anterior (pp. 18 –
19).
Para Marconi e Lakatos (2015), após a coleta dos dados, realizada de acordo com os
procedimentos indicados anteriormente, eles são elaborados e classificados de forma
sistemática. Antes da análise e interpretação, os dados devem seguir os seguintes passos:
seleção, codificação, tabulação (p. 19).

De acordo com Sousa e Baptista (2011), todo material compilado no trabalho de campo, como
notas de trabalho, gravações em vídeo, transcrição das entrevistas, dados provenientes de
inquérito, etc., é considerado uma fonte de dados a partir da qual será construída a análise (p.
107).

32
Capítulo 4. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS
RESULTADOS
Neste capítulo apresenta-se o resultado da pesquisa aplicado através de entrevista.

4.1 Apresentação e análise de dados


Foram submissos e processados 7 questionários usando a ferramenta Word para transcrever e
tabular as informações colhidas. Estas técnicas visam garantir a segurança da imagem do
entrevistado e os procedimentos éticos e de biossegurança das informações colhidas.

4.2 Discussão dos resultados


A presente discussão foi estruturada considerando-se a necessidade de responder aos objetivos
específicos. Estas questões, foram recebidos e processados obtendo os seguintes resultados:

Apresentação dos dados do perfil dos participantes inqueridos.

Com base nos dados do inquérito, houve a participação de 7 pessoas selecionadas de forma
aleatória e de diferentes pontos e localização na cidade de Nacala. Cujos estes foram 35% do
sexo Feminino e 65% do sexo Masculino. Relativamente a idade dos participantes inqueridos
verificou-se que variam de 70% dos 18 aos 24 anos, e de 30% dos 35 a 40 anos de idade.

De acordo com o grau de escolaridade verificou-se que destes participantes inqueridos 6 deles
tem o ensino superior, numa equivalência de 90% e 1 tem o Pós-graduado na equivalência de
10%. Cujos mesmo quando questionados sobre a sua experiência na área de formação, 5 deles
informaram que não possua quaisquer experiências numa percentagem de 70%,
diferentemente dos outros 2 que equivale a 30% que afirmara que possuíam experiência.

Relativamente a tempo de procura de emprego, 40% dos participantes alegam que foram
apensas 2 longos anos que estiveram atras de um emprego, e 30% dos participantes
informaram que foram 2 anos e os outros 30% afirmam que foi bem demorado tendo marcado
8 anos como o tempo que eles levaram para encontrar um emprego.

Ao questionar sobre quantas entrevistas você participou, neste ponto os participantes afirmam
que formam mais de 8 entre vista. Quanto as entrevistas pós candidatura, os participantes
afirmam que em algumas ocasiões haviam recebido algum feedback referente as entrevistas
realizadas, e qual foi o resultado, verificou-se que 4 dos entrevistados recebeu o feedback e
que forma positivos, mas dois destes não passaram da fase de seleção tendo considerado como
um ponto negativo da sua candidatura.

33
Diferentemente dos outros três que afirmam que não receberam nenhum feedback mesmo
após serem ditos que seriam contactados mesmo se eles não fossem selecionados.

Categoria 2: meios utilizados pelos recém-graduados para ingressar ao mercado de


trabalho
Quando questionados aos participantes se apos o ensino ou formação, havia participado ou
ingresso em alguma empresa para um estágio profissional. Destes, 5 participantes informaram
que sim tiveram a oportunidade de participar de um estágio e os restantes 2 informaram que
não tiveram a oportunidade de serem aceites. Sendo que:

(…) A falta de oportunidade ocorreu por conta da pandemia do Covid 19, pois o período em
que pretendiam efetuar o pedido para estágio foi o tempo em que iniciou a restrição e a
maioria das instituições começaram a encerar as sua portas e as que manterão as portas
abertas fizeram uma seleção de funcionários que seriam demitidos ou por outra algumas só
poderia se trabalhar em grupo, não dando espaço para novas contratações (E01 e E02).
Tive a oportunidade de estagiar, mas não foi na sua área de formação. Foi um estágio
voluntario com vista a ganhar experiência no mundo do mercado de trabalho tao exigente,
cujo este estágio foi interrompido com a intensificação da pandemia e as restrições impostas
pelo Governo para erradicar o contágio (…) (E03, E05 e E07).
(E04 e E06) (…) explicaram que tiveram a oportunidade de estagiar sim cujo mesmo ocorreu
na sua área de formação e que acabaram por ficar na instituição. Esta oportunidade deveu-se
ao facto de que já havia reduzido as medidas de restrição relacionada a pandemia do Covid
19 e que as instituições procuravam correr atras dos prejuízos deixados pelo período de
restrição que nada se podiam fazer (…)
Ao analisar as respostas dadas pelos participantes quando questionados em relação a visão de
empregabilidade na área de formação académica/profissional, os entrevistados foram
unanimes nas respostas desta questão:

Não esta fácil obter um emprego neste país, não importa a área de formação e o tipo de
emprego. As empresas exigem muitos anos de experiência, outras em alguns momentos os
responsáveis pelas contratações sem o conhecimento das direções pedem valores voltados
para que sejamos aceites ou selecionados, e isto não só nas instituições privadas, mas sim nas
ambas, digamos que as publicas são as que mais praticam esses atos (…) (E01, et all).
(…) A não criação do novos empregos e oportunidades de emprego juntamente com o tempo
que os funcionários levam para entrarem para reforma, são fatores que dificultam a
empregabilidade em qualquer profissão ou área de trabalho (…)
Ao se questionar sobre a expectativa profissional na área de formação, os participantes deram
as seguintes respostas:

(E02, E04, E05 e E07) (…) Não tenho nenhuma expectativa profissional relacionada a minha
área de formação, pois é possível verificar que quem Moçambique o mercado de trabalho não
é vasto e em algum momento apresta dificuldade para se inovar. Nessas condições, torna-se
difícil criar boas espectativas visto que é bem possível que termine a formação, mas e não vá
trabalhar na área pela qual me formei.
Tenho boas espectativas, visto que há uma grande possibilidade de poder tralhar na minha
área de formação. No entanto requer muita paciência porque para mim não foi fácil

34
conseguir o emprego na área em que me formei (…) (E06).
as espectativas são positivas em conseguir um trabalho na área onde me formei, por mais que
o mercado de trabalho esteja competitivo acredito que seja bem possível (…) (E01).
Quando questionado se acreditam que Moçambique tem défice de emprego, os participantes
deram as seguintes respostas face a esta questão:

(E06) (…) não, porque o mercado de trabalho é vasto e devem existir várias oportunidades de
emprego, mais conseguir um aí sim é um desafio, principalmente quando esse emprego tem a
ver com a tua área de formação (…)
(E04 e E05) (…) não, o mercado de trabalho é vasto e esta cheio de oportunidade. Mas uma
necessidade de as pessoas não desistirem em procurar por mais que não seja da sua área de
formação, sempre existe uma vaga de trabalho.
(…) sim, facto pelo que se verifica o grande número de desempregados a nível de todo o país
todo. E quanto a isso o Governo nem se dá o luxo de criar outras oportunidades de negócio, e
quando há oportunidade é dada uma certa região e não sua maioria a zona sul é
frequentemente beneficiada nessas oportunidades e as regiões restantes acabam percebendo
ou acreditando que este país tem défice de emprego (E07).
Diferentemente dos restantes participantes que se limitaram em dizer “SIM”, dando a
perceber que demostram uma insatisfação pela dificuldade em obter um emprego por mais
que não seja da sua área de formação.

Ao perguntar os inqueridos sobre os meios por eles utilizado para submeter as candidaturas no
mercado de trabalho/ numa instituição que anunciou uma vaga. Obtivemos respostas
diversificadas e sua razoes para uso diqueis canais:

É notório que existem vários meios que facilitam esse processo, dentre eles uso e-mail,
correio, WhatsApp, em caso de empresas próximas vou colocar o físico, isto é o Curriculum
Vitae (…) (E06).
O uso do Curriculum Vitae, penso que este é bem pratico e as chances de puderem ler e ser
contactado são maiores e não corre grande risco em ser descartado. Visto que que os meios
eletrónicos irão entrar várias mensagens e poe se dar o caso de abrirem o e-mail e noa ser
lido e nem ser respondido (…) (E02, E03 e E05).
Usando os endereços eletrónicos, e-mail, WhatsApp e até mesmo as páginas da web. Uma vez
que as empresas esta a migrar para o mundo digital há grande chance de os recrutadores
lerem um e-mail é maior que levar um papel, não sei dizer se a pessoa que esta a recrutar esta
a trabalhar a partir de casa ou não, ou vai ler quando tiver tempo, mas de qualquer dos jeitos
é um meio confiável e de qualquer dos modos já existira o registo de correio enviado (…)
(E01 e E04).
Quando questionados em relação aos meios utilizados, qual deles consideram eficaz para o
processo de submissão de candidaturas. Verificou-se que 50% dos participantes apontaram
como eficaz o método tradicional, o uso do CV físico que deve ser deixado na instituição e os
restantes 50% apontaram com o método digital como eficaz, por fim apontam as razoes do
uso do método que seria:

35
(E02, E05 e E07) (…) o uso do CV físico é excelente, pois há certeza de que os documentos de
candidatura foram recebidos e que poderão ser avaliados, este método tradicional é o
aconselhado em caso de incerteza pois o digital verifica-se muita resistência em utilizar por
meio dos contratantes (…)
Quando há disponibil9idade de vagas, uso o e-mail, WhatsApp, Site de emprego, considero
seguro e inovador, visto que a tendência e ir ao mundo digital, a utilização de canais digitais
tem sido com frequência a melhor opção pelo recrutador, uma vez que hoje em dia é fácil ter
acesso a vagas por meio de ferramentas eletrónicas como Facebook, WhatsApp, páginas,
link’s entre outros (…) (E01, E03, E04 e E06).
Categoria 3: estratégias que os novos talentos usam para ter sucesso nos concursos
públicos de trabalhos.
Ao perguntados se esta filiado/a em alguma organização/núcleo/grupo que ajuda a procurar
empregos. Estes alegaram que não estão ligados a nenhuma instituição que ajuda ou integre
pessoas desempregada a um emprego:

Não conheço sequer uma instituição cuja função é dar emprego. Facto pelo que faco cadastro
em sites de emprego disponíveis e estes dão alertas em caso de uma nova vaga ou mesmo nos
grupos de WhatsApp em que pessoas aleatórias disponibilizam recortes de anúncio de vagas
de empregos (…) (E01 et all).
Quando questionados sobre o recebimento de informações de vagas de trabalho, percebemos
que na tua totalidade teve uma resposta positive.

Vistos que estamos num país em que a procura de emprego é meios que a oferta, logicamente
que recebo informações, cuja estas vêm através de meios eletrónicos, correios, grupos de
WhatsApp, Facebook, sites de empregos, anúncios nos jornais, televisão e até oralmente (…)
Quando questionados dobre as exigências do mercado de trabalho em Moçambique para
poder trabalhar, verificou-se uma serie de resposta que tendem a insatisfação dos
participantes.

(E02 e E05) (…) penso eu que as exigências são absurdas, uma vez que uma instituição esta a
crer recrutar sangue novo, não tem logica e pedir 2 anos de experiência.
As exigências que o mercado de trabalho em Moçambique quer na atualidade são
profissionais que tenha o grau académico superior, mais, no entanto alegam que não podem
pagar pelo seu grau academiado. E as organizações pedem um período de experiência
exorbite, isso demostra que querem profissionais novos que já trabalharam num período
superior a dois anos em outras empresas (…) (E06).
(…) quando vejo ou recebo um anúncio de vaga, fico feliz, mais a minha felicidade dura
pouco, pois o nível de experiência que foi pedido não tenho. Mas mesmo assim me arisco em
me candidatar (…) (E07, E01 e E04).
O mercado de trabalho em moçambique exige uma experiência que nem o funcionário deles
mais velho tem, querem alguém que já tenha trabalhado, isso pode ser ou poder ser mau para
empresa. Bom porque terá alguém com experiência, mau porque não saberá se a pessoa
anteriormente deixou a empresa porque foi expulsa por algo ilegal ou saio por espontânea
vontade, sabemos que miguem ira falar coisas ma de si mesmo. Sou de opinião que reduzam o
tempo de experiência que pedem ou não peçam mais esse requisito (…) (E03).

36
Ao perguntar para os participantes se mesmo que não tenham experiência exigida, ele se
candidata. Relativamente a esta questão eles responderam de forma positiva.

(…) logico que sim, nem sempre é verdade que ter uma experiência de trabalho de longo
tempo pode ser uma vantagem favorável para ser selecionado (E04).
Por mais que não tenha todos os quesitos que a vaga exige, arisco em candidatar, basta
passar para entrevista aí vou procurar persuadir o entrevistador no sentido de puder mostrar
que sou a pessoa indicada para aquela vaga, procuro sempre demostrar que o tempo de
trabalho anterior nem sempre é uma vantagem (…) (E05 e E07)
(E02) (…) como diz o ditado da minha Terra “Ter muitos livros, não quer dizer que você sabe
ler”, nesse pensamento quando existe uma vaga cuja eu não tenha experiência exigida ou
requisito exigido, mesmo assim me candidato e vou concorre, facto pelo que em várias vezes
tive a oportunidade de passar para entrevista e fui bem-sucedido (…)
Categoria 4: métodos secundários que os recém-formados adotam para superar o
insucesso da qualificação de uma vaga

Ao perguntar os inqueridos se tem algum conhecimento sobre o envolvimento do Governo de


Moçambique na criação de nova oportunidade de emprego, verificamos que demostraram
duvidas nas sua respostas:

Não tenho conhecimento sobre a criação de oportunidade de emprego, ainda pela parte do
governo. Em caso de estar a acontecer esse processo dificilmente abrange nos (…) (E05).
Não tenho conhecimento sobre a criação de oportunidade de emprego, ainda pela parte do
governo. Em caso de estar a acontecer esse processo dificilmente abrange nos (E05).
…estou insatisfeito com as estratégias que o Governo usa para ultrapassar o desemprego,
primeiro é a corrupção que assola este país, depois é o favoritismo, temos o nepotismo, sem
esquecer do regionalismo, no entanto, são fatores que não permitem que outras pessoas
tenham emprego (…) (E02 e E03).
(E07 e E04) (…) o governo pelo que sei não cria nenhuma estratégia para existência de novos
postos de trabalho, apenas limita-se em espera que venha um projeto do exterior pata que
possa empregar seus familiares e conhecidos e na sua maioria são pessoas oriundas da zona
sul do país, mesmo se a oportunidade de trabalho é na zona centro ou norte (…)
…pelo que vejo e sei, nada é eito para acabar com o desempego, facto pelo que é empregue
aquele que tem uma coligação com um determinado partido político, e que algumas vezes o
cartão do partido também acaba sendo usado como um requisito para poder ter emprego em
determinados sectores ou instituições (…) (E06).
Ao questionar se é a responsabilidade do Governo de Moçambique criar/fornecer emprego
para os novos formandos, pode-se perceber que os participantes pensam que sim, pois:

O governo tem a responsabilidade de criar trabalho, mas verificamos que não o faz, e essa
abstinência acaba aumentando o índice de desemprego assim elevando a pobreza no país (…)
(E01, E03 e E06).
(…) acredito que não é a responsabilidade do Governo em criar ou fornecer emprego ao
formando, penso eu que não depende de o governo para uma pessoa conseguir um emprego.
Caso não exista um emprego é só arranjar condições para se empregar (E05 e E07).

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Atendendo e considerando a défice de emprego em Moçambique, qual é a sua estratégia para
obter uma fonte de rendimento, quando questionados os participantes demostraram que
buscam outros meios para não ficara parados:

(E01) (…) em caso de não conseguir um emprego, irei arranjar uma forma de fazer um
negócio, mas o grande problema é o capital inicial, tenho várias ideias de negócios, mas
como iniciar é o grande desafio que nos desempregados temos (…)
Durante os estudos já buscava diminuir a dependência pelos meus pais, pois comecei a
revender cosméticos para mulheres e isso me ajudou bastantes, já tenho experiência para
vendas, apesar de que não é uma grande coisa e não tenho um registo de comerciante consigo
obter um lucro considerável. Mas isso não me impede de continuar a tentar obter um
emprego. E mesmo que consiga um emprego penso eu que não vou me desfazer do meu
pequeno negocia, vistos que o salário seria uma vez ao mês, não me daria o luso de ficar 30
dias ou mais a depender de um salário (…) (E05, E04 e E02).
(…) já faz muito tempo que procuro emprego, mas num dado momento da vida pensei que não
irei conseguir um, mais em fim, com a mesada que recebia do meu pai, mais um alor que ele
me deu procurei me reinventar comecei a comprar e revender telemóveis, agora faco mais do
que isso, consigo importar pequenas acessórios da china a partir do site Aliexpress e revendo,
a pesar de que o tempo de espera é longo mais ta dar acerto, ate chegar a minha vês de
começar a trabalhar esse será o meu passa tempo (…) (E07).

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Capítulo 5. CONCLUSÃO E SUGESTÃO
5.1. Conclusão
No desenvolvimento deste trabalho de investigação procurou-se mostrar os desafios da
Inserção dos Estudantes Recém-graduados ao Mercado de Trabalho em Moçambique. Nesse
contesto, verificou-se que apos ter aderido aos princípios do neoliberalismo e definido
orientações macroeconómicas cada vez mais voltadas para a inserção competitiva do país na
globalização, Moçambique se posicionou como uma das mais dinâmicas fronteiras de
acumulação africanas para o capitalismo mundial.

Portanto, Mocambique esteve entre os mais pobres países do mundo na década de 1990,
passou, portanto, por um nítido processo de reconstrução e modernização de sua base
produtiva. A sociedade experimentou, também, importantes mudanças, em particular sob o
efeito da aceleração do ritmo da urbanização.

Na sequência da falta de trabalho, os problemas enfrentados pelos recém-formados para a


entrada no mercado de trabalho, tem sido um fenómeno vivenciado nacionalmente e
internacionalmente. Este, vem se constituindo como uma consciência generalizada nos
indivíduos que procuram por emprego, especialmente no seio dos jovens, uma camada social
que é mais afetada por eles.

Os jovens inqueridos apresentam como principais dificuldades na procura de emprego os


seguintes elementos: as baixas remunerações, o desconhecimento da profissão, o perfil
desadequado, a falta de experiência profissional, o nepotismo ativa/passiva, a corrupção
ativa/passiva e a falta de conhecimentos técnicos. Estas dificuldades associadas aos processos
de inserção profissional, a par da instabilidade laboral, são fenómenos que, nos recentes
contextos de crise económica, têm pautado as transições dos jovens para o mercado de
trabalho.

Refira-se ainda que os jovens identificam como fatores mais importantes para a obtenção de
emprego, para além da formação escolar, as redes de contactos, nomeadamente familiares,
colegas e amigos, mas também reconhecem a importância dos apoios públicos,
designadamente os estágios profissionais voluntario e/ou programas de desenvolvimento
criados pelas ONG´s. Os dados que interpretamos mostram que os jovens iniciam a sua
trajetória social na busca do emprego por diversas razões. Alguns procuram melhorar as suas
condições de vida fora ou dentro da família, outros procuram apenas uma ocupação para
despender o seu tempo livre e representar a imagem de licenciado socialmente objetivada.

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Por consequência, os primeiros centram-se na procura de um trabalho empregado no Aparelho
de Estado ou em instituições privadas, basta que tenham um contracto a longo prazo, uma
remuneração fixa e estejam sujeitos a horários de trabalho também fixos e os segundos não
têm preferência podendo ser mesmo um trabalho informal. A precarização e flexibilização do
emprego, em particular a insegurança laboral, limita os projetos de vida dos jovens,
impedindo o direito a “privilégios” previstos na lei, dando origem aos chamados “trabalhos
atípicos”, o que também parece verificar-se entre os jovens por nós entrevistados, apesar das
suas expectativas positivas face ao futuro do Mercado de trabalho moçambicano.

Por fim, este estudo pretende ser uma pequena fonte de conhecimento, uma vez que o assunto
em questão é bastante amplo e complexo principalmente para as organizações estatais, e
merece novos estudos relacionados ao tema, sob a luz da ciência como ferramenta para uma
gestão organizacional que tem como finalidade atingir o mercado de trabalho bastante
competitivo e voltada para , e para que se firme nesta meta a comunicação interna é o ponto
relevante nesta conquista de curto, médio e longo prazo para qualquer organização do mundo.

5.2. Sugestão
Mais deque sugerir, é importante fazer perceber que esta pesquisa colocou em reflexão alguns
desafios para uma abordagem ao trabalho e ao emprego em Moçambique. Portanto, na
natureza dos desafios é comum entender e mudar a organização das estruturas económicas
que estruturam e são estruturadas pelos mercados de trabalho, diversificados e diferenciados.

Nesse sentido sugere-se que as instituições ante corrupção tomem posição no processo de
concurso publico para o emprego. Isto vem do ponto de vista relacionado a situação do
nepotismo, corrupção ativa/passiva, favoritismo e demais pontos que influencia direta ou
indiretamente no processo de recrutamento, seja para função publica e/ou privado.

Deixa-se a sugestão da necessidade do estudo dos mercados de trabalho em Moçambique que


tem sido dominado por lacunas teórico metodológicas. Uma vez que a criação do emprego
tem sido marcante nas intenções de políticas públicas sem uma discussão do que significa
emprego e, mais amplamente, trabalho nas condições socioeconómicas específicas do País.
Isto é problemático, pois inibe o entendimento de padrões e dinâmicas fundamentais dos
mercados de trabalho, de que o emprego é uma das várias formas de trabalho “que também
inclui o trabalho não monetarizado”. O emprego e o trabalho devem ser abordados num
quadro amplo de reprodução social, a fim de se obter diversas formas de criação de novos
postos de trabalho e empregabilidade.

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