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Escola Superior de Governação

Curso de Licenciatura em Administração Pública

Trabalho de Conclusão de Licenciatura

Eficácia do Agronegócio no Desenvolvimento Sócio-económico Local: Caso


da Produção da Banana no Distrito de Moamba- (2018-2021)

Candidata Supervisora

Elisa Salomão Marcela Guivala (MA)

Maputo, Novembro de 2022


DECLARAÇÃO DE AUTORIA
Eu, Elisa salomão declaro por minha honra, que o presente trabalho é da minha autoria, que
nunca foi anteriormente apresentado, para avaliação em alguma Instituição de Ensino
Superior, Nacional ou de outro País.

Maputo, Novembro de 2022

A candidata

________________________________

(Elisa Salomão)

I
TERMO DE RESPONSABILIZAÇÃO DA CANDIDATA E DA SUPERVISORA
Eficácia do Agronegócio no Desenvolvimento Sócio-económico Local: Caso da Produção de
Banana no Distrito de Moamba (2018-2021).

“Trabalho a ser submetido a Escola Superior de Governação da Universidade Joaquim


Chissano como cumprimento parcial dos requisitos necessários para a obtenção do Grau de
Licenciatura em Administração Pública”

Maputo, Novembro de 2022

A candidata A supervisora

_________________________ _______________________
(Elisa Salomão) (Marcela Guivala, MA)

II
ÍNDICE

DECLARAÇÃO DE AUTORIA................................................................................................I
TERMO DE RESPONSABILIZAÇÃO DA CANDIDATA E DA SUPERVISORA.............II
AGRADECIMENTO................................................................................................................V
DEDICATÓRIA......................................................................................................................VI
LISTA DE SIGLAS, ABREVIATURAS E ACRÓNIMOS..................................................VII
SUMÁRIO EXECUTIVO.......................................................................................................IX
CAPÍTULO 1 : INTRODUÇÃO.............................................................................................1
1.1. Delimitação Espácio-temporal do Estudo...................................................................1
1.2. Contextualização.........................................................................................................2
1.3. Justificativa..................................................................................................................6
1.4. Problematização..........................................................................................................6
1.5. Objectivos da pesquisa................................................................................................8
1.5.1. Objectivo geral...................................................................................................8
1.5.2. Objectivos específicos.........................................................................................8
1.6. Questões de pesquisa...................................................................................................8
1.7. Hipóteses.....................................................................................................................9
1.8. Metodologia.................................................................................................................9
1.8.1. Classificação da pesquisa..................................................................................9
1.8.2. Métodos de pesquisa........................................................................................10
1.8.3. Quanto as técnicas de procedimentos.............................................................10
1.8.4. Quanto a técnica de revolha de dados............................................................11
1.8.5. População e Amostra.......................................................................................11
1.9. Estrutura do Trabalho................................................................................................11
2. CAPÍTULO: ENQUADRAMENTO TEÓRICO E CONCEPTUAL........................13
2.1. Enquadramento Teórico............................................................................................13
2.1.1. Teoria de Desenvolvimento Endógeno (TDE)...............................................13
2.1.2. Teoria de Stakeholders.....................................................................................16
2.1.3. Complementaridade entre as teorias em estudo...........................................19
2.2. Enquadramento conceptual.......................................................................................19
2.2.1. Eficácia..............................................................................................................19
2.2.2. Agronegócio......................................................................................................20
2.2.3. Desenvolvimento Local....................................................................................21
3. CAPÍTULO: AGRONEGÓCIO E O DESENVOLVIMENTO LOCAL..................22

III
3.1. Surgimento do Agronegócio no Mundo....................................................................22
3.1.1. O Agronegócio em Moçambique.....................................................................23
3.2. A cadeia de produção do agronegócio e sua importância para uma produção eficaz
24
3.2.1. A Produção de Banana....................................................................................26
3.2.2. Importância do agronegócio............................................................................27
3.2.3. Os desafios do agronegócio..............................................................................28
3.3. Desenvolvimento Local.............................................................................................31
3.4. Indicadores de Desenvolvimento Local....................................................................32
3.4.1. Actores de Desenvolvimento Local.................................................................36
3.5. Relação entre o Sector Empresarial Privado e Desenvolvimento Local...................40
3.5.1. Responsabilidade social como estratégia adoptada pelo sector empresarial
privado para a dinamização do desenvolvimento local...............................................40
3.6. Indicadores de Eficácia Organizacional....................................................................41
3.6.1. Eficácia do Agronegócio no Desenvolvimento Económico Local................42
4. CAPÍTULO: APRESENTAÇÃO ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS..43
4.1. Breve caracterização e perfil do distrito de Moamba................................................43
4.1.1. Apresentação da Empresa Bananalândia......................................................43
4.1.2. Perfil da amostra da pesquisa.........................................................................44
4.2. Apresentação e discusão dos resultados da pesquisa................................................46
4.2.1. Cadeia do agronegócio na produção da banana............................................46
4.2.2. Desafios de produção.......................................................................................50
4.2.3. Eficacia do Agronegócio na produção de banana no Distrito de Moamba 51
4.2.3.1. Indicadores de Desenvolvimento Local......................................................54
4.2.3.2. Actores de Desenvolvimento Local no Distrito de Moamba.....................56
CONCLUSÃO........................................................................................................................59
RECOMENDAÇÕES............................................................................................................60
LIMITAÇÕES........................................................................................................................60
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................61
Apêndice..................................................................................................................................68
Apêndice 1:Guião de entrevista destinado a empresa Bananalândia...................................69
ANEXOS..................................................................................................................................73
Anexo 1: Mapa do distrito de Moamba................................................................................74

IV
AGRADECIMENTO

Considerando o princípio de reverência, agradeço á Deus pelo dom único de poder desfrutar
de boa saúde e pelas oportunidades extraordinárias que me proporciona nesta caminhada
académica.

À minha família, em especial aos meus avós, Maria Jacinto e Moisés Matlave, por investirem
em minha educação, apoio e amor incondicional, a minha mãe Lúcia Elisa Tovela pelo
acompanhamento e assistência académica desde a infância, aos meus tios Pedro Bule (em
memória) e Maria Helena Bule pela confiança depositada na minha formação académica, ao
meu irmão Miro Mathe pela ajuda ajuda financeira e técnica para a realização deste trabalho
o meu muito obrigada.

Agradeço igualmente aos órgão de direção da Universidade Joaquim Chissano (UJC) pelo
compromisso assumido em formar quadros íntegros e competentes capazes de contribuir para
o desenvolvimento de Moçambique, em particular a minha supervisora Dra. Marcela Guivala
pela sábia orientação, disponibilidade, motivação, inspiração, incentivo de superação e pela
seriedade profissional demostrada nas aulas e durante a realização deste trabalho de pesquisa.

Ao corpo directivo da empresa Bananalândia, por ter aprovado o pedido para efectuar o
estudo nesta empresa para efeito de recolha de dados, bem como ao Governo do Distrito de
Moamba que atenciosamente permitiu o fornecimento de informações que foram bastante
úteis para prossecução do presente estudo.

Sou ainda grata aos meus amigo e colegas de turma de 2018 do curso de Licenciatura em
Administração Pública, pela amizade e pelos conhecimentos transmitidos durante o curso,
especialmente aos colegas: Calisto Guambe, Clésia Venâncio, Delfa Manuel, Macário Adolfo
Nélia Herculano e Zulfa Chacate.

A todos que directa ou indirectamente contribuíram para a minha formação académica e o


sucesso da realização do presente trabalho de pesquisa meu muito obrigado.

V
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos mentores da minha vida (pais), Julick Jorge Salomão e Lúcia Elisa e
aos meus tios Sérgio Salomão e Cristina Maura Boto.

VI
LISTA DE SIGLAS, ABREVIATURAS E ACRÓNIMOS
BM Banco Mundial

CL Comunidade Local

DE Desenvolvimento Económico

DL Desenvolvimento Local

DS Desenvolvimento Social

DSEL Desenvolvimento Sócio-económico Local

DM Distrito de Moamba

DUAT Direito de Uso e Aproveitamento de Terra

FMI Fundo Monetário Internacional

GDM Governo do Distrito de Moamba

IDH Índice de Desenvolvimento Humano

LOLE Lei dos órgãos Locais do Estado

MASA Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar

OLE Órgãos Locais do Estado

OPL Órgãos do Poder Local

PARPA Plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta

PEDSA Plano Estratégico para o Desenvolvimento do Sector Agrário

PIB Produto Interno Bruto

PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

PPI Plano Prospectivo Indicativo

PQG Programa Quinquenal do Governo

PRE Programa de Reabilitação Económica

TCL Trabalho de conclusão de Licenciatura

TDE Teoria de Desenvolvimento Endógeno

VII
SUMÁRIO EXECUTIVO
O presente trabalho de Conclusãoo de Licenciatura (TCL) tem como tema a “Eficácia do
Agronegócio no Desenvolvimento Sócio-económico Local: Caso da Produção de Banana no
Distrito 2018-2021”. Em relação aos aspectos metodológicos, trata-se de uma pesquisa de
natureza aplicada, com uma abordagem qualitativa, quanto aos objectivos, a pesquisa é
explicativa. No que tange ao método de procedimento, escolheu-se ao método monográfico e
estatístico e quanto ao método de abordagem foi usado o hipotético-dedutivo. Quanto às
técnicas de procedimento, foram usadas as técnicas bibliográfica e documental. Para a
recolha de dados foram usadas as técnicas de entrevista semi-estruturada e observação. A
pesquisa é sustentada com base na teoria de Stakeholders e a teoria de desenvolvimento
endógeno, buscando compreender a aficácia do agronegócio no desenvolvimento sócio-
económico local (DSEL) no Distrito de Moamba (DM). Portanto, da análise e interpretação
dos dados do campo, constatou-se que a empresa, responde com os itens identificados
descritos nos indicadores de Desenvolvimento Local (DL) tanto no PIB como no IDH
contribuindo desta forma para o DSEL, verificou-se também que a Produção de banana no
DM é eficaz no DSEL do Distrito, na medida em que permite a criação de novos postos de
trabalho ao longo da cadeia de cultivo, presta apoio aos serviços básicos á Comuniidade,
incentivam o empreendedorismo local e aumenta a arrecadação de impostos e taxas no
Governo.

Palavras-Chave: Eficácia, Agronegócio e Desevolvimeto Sócio-económico Local.

VIII
CAPÍTULO 1 : INTRODUÇÃO
A busca pelo contínuo desenvolvimento e sustentável do País constitui prioridade do
Governo desde o alacance da independência Nacional em 1975, é neste âmbito o Governo
busca elevar as condições de vida da população através da transformação estrutural da
economia, expansão e diversificação da base produtiva, com vista ao alcance de um
crescimento da economia nacional e regional.
Um dos aspectos ligados ao DSEL é a articulação de diversos actores e esferas de poder seja
eles pertencentes ao Governo ou não, cada um dos actores tem seu papel para contribuir para
o DSEL. Com o advento da globalização e o avanço das Tecnologias de Informação e
Comunicação (TIC), os Governos têm criado estratégias de envolvimento e participação de
modificados actores nos programas de desenvolvimento e melhoria de condições de vida das
populações. É neste âmbito que o sector primário da economia tem sido um dos pilares
fundamentais para a dinamização do desenvolvimento local na África e em Moçambique em
particular.
“A agricultura aliada ao negócio (agronegócio) ocupa um lugar de destaque na economia
mundial, principalmente nos países em desenvolvimento como Moçambique, pois garante o
subsídio alimentar da população e sua manutenção, além de contribuir para o crescimento do
País através do volume comercializado por meio da exportação” (Mosca, 2014). O
agronegócio ocupa um lugar de destaque na economia nacional, bem como na área social das
comunidades locais onde estas estão inseridas.

Por conseguinte, o agronegócio tem sido uma das maiores apostas em Moçambique, pelas
suas potêncialidades naturais é tida como meio para alavancar a economia do País, mentora
do DSEL, geradores de emprego e um meio estratégico para a eliminação das desigualdades
socias e promotoras de oportunidades distintas. Assim esta pesquisa busca analisar a eficácia
do agronegócio no DSEL, numa pesquisa feita na empresa Bananalândia, localizada no DM.

1.1. Delimitação Espácio-temporal do Estudo


O presente (TCL) foi realizado na empresa Bananalândia, empresa privada localizada no DM,
esta dedica-se ao Agronegócio. A escolha desta empresa deve-se ao facto de ser uma empresa
de agronegócio e representa as outras empresas da área, onde a eficácia desta actividade
pode contribuir no DSEL fornecendo a comunidade postos de emprego e estimulando o
progresso social e o crescimento da economia. A escolha do distrito de Moamba justifica-se
pelo facto de ser o lugar onde está localizada a empresa Bananalândia.

1
No que tange ao horizonte temporal, considera-se o marco inicial o ano 2018 que se justifica
pelo facto do Governo moçambicano ter iniciado um apoio financeiro as empresas empresas
privadas, legitimado pelo decreto n° 78/2018 de 10 de Agosto 1, na qual um dos objectivos é
a criação de fundos para o financiamento de agronegócio e incentivar a dinamização do
DSEL das comunidades, e estabelece uma percentagem de envolvimento do Governo nos
projetos de agronegócio em Moçambique. A Bananalândia não ficou de fora a esta medida
normativa, tendo sido beneficiada com o apoio do Governo, aquando da colocação de uma
unidade de processamento moderna que confere a empresa a capacidade de explorar o
mercado exigente de exportação de banana.

O ano de 2021 justifica-se pelo facto de ser o ano mais recente possível de favorecer dados. O
ano 2021 destacou-se ainda por ser o ano em que realizou-se a inauguração de uma unidade
de processamento de banana no Distrito de Moamba (DM) com capacidade de mil caixas por
dia e cerca de 50 mil toneladas por ano, com o objectivo de dinamizar o desenvolvimento
económico e social através da produção da banana no Distrito, o que confere a empresa maior
capacidade de explorar o mercado exigente de exportação de banana, estando previsto, com
esta nova unidade reforçar a cadeia de produção daquela fruta, de acordo com o discurso
dirigido pelo ministro Celso Correira2 (Jornal o País, 20213).

1.2. Contextualização
Segundo Júnior (20204), no período a seguir a independência nacional foi concebido o Plano
Prospectivo Indicativo (PPI) no âmbito da política socialista que visava eliminar a pobreza e
a busca pelo desenvolvimento do País em dez anos. Este programa fracassou e não produziu
os efeitos desejados devido aos vario factores internos 5 e externos. Esta situação levou o País
a uma crise sem precedentes, e foi nesta senda que que procurou-se encontrar alternativas
para a obtenção de recursos financeiros externos, para continuação do financiamento os
doadores condicionavam a adesão do País nas Instituições da Bretton Woods6 (IBW).

1
Diploma Ministerial número 78/2018 de 10 de Agosto.
2
Correia, Celso (2021) Ministro de Agricultura e Segurança Alimentar.
3
Disponível em www.opais.co.mz
4
Disponível em: https://pt.scribd.com/document/480615986/programa-de-reabilitacao-economica
5
Os factores internos estão ligados a guerra civil e as calamidades naturais que o País atravessava. . fost
6
Acordo Internacional, assinado em 1944, na Cidade de Harmônia nos Estados Unidos de América, onde foram
acertadas a bases que regeriam a Política económico global após a segunda Guerra Mundial, com a assinatura
deste acordo foi acertado uma serie de normas que nortearam o funcionamento do sistema financeiro e
económico mundial.

2
Em 1984, depois de varias negociações, o País assinou o acordo de adesão e a ajuda alimentar
começou a fluir mas havia ainda a necessidade de adoptar o Programa de Ajustamento
Estrutrural (PAE) denominado Programa de Reabilitação Económica (PRE 7), que marca a
abertura para uma economia de mercado abandonando assim o modelo de economia
centralizada que vigorava, oque constituía umas condições para o apoio (Júnior, 2020). “O
PRE tinha como objetivo abater a grave crise económica e social que o país atravessava,
resultado do fracasso das estratégias de desenvolvimento socialista” (Mosca, 2005).

No âmbito da implementação das políticas do PRE em 1993, o Governo de Moçambique


aprovou a Lei de Investimentos (Lei n° 3/93 de 24 de Junho), para fomentar e promover
investimentos nacionais e estrangeiros no país, concedendo vários benefícios e incentivos,
nomeadamente isenções de impostos e direitos aduaneiros, livre repatriamento de capitais e a
possibilidade de contratar mais trabalhadores estrangeiros do que os permitidos pela lei geral
(APIEX, 2019).

Ao abrigo do exposto anteriormente, constata-se que os benefícios e incentivos tiveram êxito


na sua implementação, por isso viu-se um excedente número de empresas buscando inserir-se
em território nacional nas mais diferentes áreas de investimento, inclusive a área da
agricultura aliada ao negócio ou simplesmente agronegócio, viram-se distribuída empresas
em todas zonas do país.

Mosca (2014:21) defende que ao apostar-se no fomento do agronegócio, poderá facilmente


haver o aumento da produção e produtividade agrícola, criando-se deste modo um elevado
potencial de redução de pobreza em Moçambique. Hoje, muitas explorações de grande
dimensão têm sido revitalizadas através de investimentos estrangeiros e através de
companhias de empresas internacionais que investem em território nacional nas diferentes
áreas de produção e produtividade.

Na implementação do Plano Estratégico para o Desenvolvimento do Sector Agrário PEDSA


(2010-2019), o sector público, privado, cooperativo, associativo e a sociedade civil
desempenham todos um papel importante, as parcerias público privadas são privilegiadas,
onde são aplicáveis e sempre que vantajosas em relação à intervenção separada dos sectores
(PEDSA, 2019). O papel do sector público é criar condições favoráveis para que os
produtores (pequenos, médios e comerciais) possam exercer as suas actividades num
7
Em 1987, Moçambique Programa de Reabilitação Económica (PRE), por influência das instituições da Bretton
Woods nomeadamente o Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM).

3
ambiente competitivo, provendo bens e serviços tais como a investigação agrária, a extensão
agrária, os serviços agrários especializados de sementes, de protecção fito e zoossanitária 8, e
de administração de terras (Mosca:2014).

O Programa Quinquenal do Governo PQG (2015-20199) tem neste mbito como um dos
objecivo especifícos promover o emprego e melhorar a produtividade e a competitividade,
no quadro do aumento do emprego e da produção bem como da melhoria da competitividade
da economia nacional e das empresas, impulsionada pela agricultura orientada para o
mercado, com forte envolvimento do sector familiar e privado visando a geração de emprego
e da renda, a garantia da segurança alimentar e nutricional, a provisão de matéria-prima para
a indústria nacional e geração de excedentes para a exportação. Para tal o Governo persegue o
objectivo estratégico de aumentar a produção e produtividade em todos os sectores com
ênfase na agricultura.

A Estratégia Nacional de Desenvolvimento END (2015-2035) fundamenta a adopção de um


paradigma de desenvolvimento segundo o qual o processo de industrialização resulta de uma
interacção de forças, de forma integrada, com recurso a tecnologias apropriadas e
especialização da mão-de-obra nacional. Pressupõe-se assim que a industrialização deve
desempenhar um papel fundamental na dinamização da economia, no emprego e na
capitalização dos moçambicanos, envolvendo todos os segmentos sociais no processo
produtivo, de modo a garantir que a exploração dos recursos naturais contribua para um
desenvolvimento económico e social sustentável.

Para impulsionar a prática de agronegócio, o Governo elabora e aprova no ano de 2018 a lei
n° 78/2018 de 10 de Agosto, esta lei estabelece uma percentagem de envolvimento do
Governo nos projetos de agronegócio em Moçambique, mais tarde o Governo aprova o
Regulamento Interno do MADER (Lei n° 46/2020 de 11 de Setembro) no seu artigo n° 70
estabelece a promoção de programas de desenvolvimento de agronegócio, assistência técnica,
formação e desenvolvimento empresarial, e na sua alínea b) promove o estabelecimento e
reabilitação de infraestruturas do sector agrário que proporcione a competitividade da
agricultura comercial e agroindustrial. Esta lei promove a prática do agronegócio em todas
cadeias de produção e exploração ambiental.

8
Métodos utilizados para evitar a propagação de doenças nas plantas.
9
Aprovada na 4ª sessão ordinária do conselho de Ministros 17 de fevereiro de 2015.

4
PQG (2020-202410) no seu n°2 a alínea a) estabelece uma ação na produção agrícola, vinde
na sua transformação e modernização, sobretudo, no modo de organização e comercialização,
envolvendo o sector privado e assegurando uma maior integração do sector familiar no
mercado nacional e internacional, selecionando culturas esrategicas (cereais e hortículas) para
o consumo interno e exporatação, por forma acelerar a renda das famílias, criação de mais
emprego e auto-suficiencia alimentar e nutricional.

Moçambique possui um elevado potencial agrícola, com as condições agroclimáticas ideais


para a prática agrícola, com 36 milhões de hectares de terra arável, clima tropical e
subtropical com solos férteis e precipitação abundante e os principais rios oferecem enorme
potencial de irrigação e vem apresentando um crescimento nos últimos anos (FIDA, 2010 11)
citado (Rosário, 2019:187).

“Moçambique possui um alto potencial para produção de banana, sendo o trigésimo maior
produtor a nível mundial e um dos maiores produtores da África, segundo dados da
Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura” (FAO, 2011). O MADER
(2020) postula ainda que a banana contribui para o bem-estar geral das comunidades rurais,
para a segurança alimentar, geração de renda e criação de empregos, a exportação o que
impulsiona o DSEL, a banana, com valor de produção anual de cerca de 16 mil milhões de
Meticais, contribui em 4,9% no valor da agricultura de Moçambique.

É desta forma que o presente trabalho enquadra-se no contexto do desenvolvimento social e


conómico do País, onde o agronegócio é tido como um meio dinamizador do crescimento da
economia e desenvolvimento social e económico.

O Agronegócio neste caso trata-se de um sistema de actividades e operações relacionadas


com a produção, processamento e comercialização agrária no sentido lato. O agronegócio
abrange varias actividades tais como a produção alimentos e outros produtos agrários, desde
o cultivo, o fomento, fornecimento de sementes e fertilizantes, agroquímicos, equipamento
agrário armazenagem, distribuição processamento, marketing e venda á grosso e á retalho, no
mercado interno e no mercado externo.

10
Resolução n°15/2020 de 14 de Abril
11
FIDA (2010) Habilitar os pobres rurais a superar a pobreza em Moçambique, Itália.

5
1.3. Justificativa
O presente estudo tem como tema “Eficácia do Agronegócio no Desenvolvimento Sócio-
económico Local, um estudo de Caso da Produção da Banana no Distrito de Moamba (2018-
2021)”. Nos dias actuais, as iniciativas do sector empresarial privado tem um papel
significante para a população, impactando de alguma forma para a DSEL, o Estado para além
de agente regulador económico, deve incentivar mais as iniciativas do sector empresarial
privado com intuito de impactar positivamente para a DSEL, não se esquecendo de
inspeccionar as actividades da mesma, é neste hambito que o presente trabalho de pesquisa
busca avaliar o inpacto que as empresa tem sobre as comunidades e analisar o contributo das
mesmas para o DSEL, através do estudo realizado na empresa Bananalâandia localizado no
Distrito de Mamba.

Na esfera académica, o trabalho servirá como acervo científico para futuras gerações,
providenciando um conhecimento e matéria de referência. No lado pessoal, constitui interesse
da pesquisadora contribuir para o entendimento prático e teórico do escopo de estudo inerente
à eficácia do agronegócio, e na compreesão do impacto que esta prática agrícola traz para a
população local.

1.4. Problematização
A agricultura é uma actvidades do sector primário que possuem um papel importante no
desenvolvimento de vários Países de África, e em Moçambique não é diferente, pela sua alta
capacidade de produção agrícola, as extensas terras arráveis e clima tropical favorável a
produção, oque contribui para o aumento do Produto Interno Bruto (PIB), fluxo de renda per
capita, reduzindo a desigualdade regional, (Cavalari & Cunha, 2010).

As actividades do sector empresarial privado respondem os desafios e objectivos do Plano de


Acção para Redução da Pobreza (PARP) 2011-2014, que tinha como objectivo principal a
redução da pobreza, com o desenvolvimento humano e social, aumentar a produção e a
promoção de emprego e outros.

Jesus (2012:2) fundamenta que, a economia está cada vez mais dependente do sector
empresarial privado, concretamente, pela grande flexibilidade e capacidade empreendedora e
inovadora para colocar em prática as acções alternativas em prol do DSEL. Não obstante, as
empresas privadas constituem o centro de desenvolvimento de um país, na medida em que
contribuem para a geração de postos de trabalho, estimulam e disponibilizam produtos e
serviços, aumentando assim a competitividade económica.
6
Contudo, constata-se que um dos problemas que inviabiliza a DSEL é o crescente
desemprego, isto é, o aumento do índice de desemprego que por sua vez impulsiona em
aspectos negativos para a sociedade, o outro problema que se verifica é a desigualdade social,
também verifica-se a falta de bem de uso público. No entanto, o sector empresarial privado,
surge como um meio de resposta para solucionar a problemática e garantir assim a DSEL,
através do comprometimento que o sector empresarial privado tem para com a sociedade e
com o Estado.

Neste Sulemane (2009) apresenta duas perspectivas de dois actores (Barros, 2018) e
(Kassotche, 2017) enquanto Barros encontra nas empresas privadas uma tábua de salvação a
caminho de desenvolvimento, Kassotche representa a classe dos cépticos que vem nas
empresas privadas uma espécie de neocolonialismo12. Kassotche postula que as empresas
privadas, principalmente as de origem estrangeira gozam, desnecessariamente de grandes
incentivos fiscais, enquanto são intensivos de transferir todos os lucros e dividendos para os
seus países de origem, ou seja, a riqueza gerada por essas empresas em território nacional,
pertence ao País de origem dos investidores.
Matavel et al., (2021) por seu turno revela que no contexto da prática do agronegócio há um
fenómeno de usurpação de terra que ocorre em Moçambique e é facilitado pelas inúmeras
falhas em todo o processo de atribuição do Direito de Uso e Aproveitamento de Terra
(DUAT), beneficiando os investidores em detrimento das comunidades rurais. De acordo
com este autor o fraco conhecimento das comunidades sobre os seus direitos e lei de terras
bem como a fraqueza institucional dos governos locais é a limiar para que os investidores
tenham acesso fácil a terra para o desenvolvimento de suas actividades.

Mucanje (2016) avança que o surgimento destas empresas em território nacional trouxe
impactos negativos, a nível local da zona em que cada empresa está inserida, explicando que
os grandes fluxos de investimento estrangeiro encontram em Moçambique um ambiente
institucional frágil. Por isso, conseguem contratos com grandes incentivos fiscais, devido a
um conflito político entre o partido no poder e o partido na oposição.

12
Neocolonialismo ou Imperialismo foi um processo de colonização e ocupação de África e Ásia por grandes
potências Europeias, tinham como objectivo a exploração de um mercado consumidor, uma mão-de-obra barata
e fonte de matéria-prima.

7
Ademais, existem denúncias13 da União Nacional dos Camponeses de Moçambique
(UNAC)14, que veio a público, através dos órgãos de comunicação, manifestar sua indignação
em relação a exclusão e arrogância dos executores de projectos de agronegócio tendo
denunciado uma eminente usurpação de terras de famílias camponesas ao longo do corredor
abrangido pelos projectos de investimento estrangeiro assim como de empresas de
agronegócio instaladas em território nacional.

De acordo com este cenário, surge a necessidade de avaliar até que ponto o Agronegócio é
eficaz Desenvolvimento Sócio-económico Local?

1.5. Objectivos da pesquisa


A presente pesquisa é norteada por um (1) objectivo geral, três (3) objectivos específicos e
três (3) questões de pesquisa subjacentes aos objectivos específicos.

1.5.1. Objectivo geral


 Analisar a eficácia do agronegócio no desenvolvimento Sócio-económico local.

1.5.2. Objectivos específicos


 Descrever a cadeia de agronegócio na produção da banana no Distrito de Moamba;
 Identificar os desafíos enfrentados na cadeia de agronegócio na produção de banana
no Distrito de Moamba;
 Aferir eficácia do agronegócio na produção da banana no desenvolvimento sócio-
económico local do Distrito de Moamba.

1.6. Questões de pesquisa


 Como é a cadeia de agronegócio na produção da banana no Distrito de Moamba?
 Quais são os desafíos enfrentados na cadeia de agronegócio na produção de banana
no Distrito de Moamba?
 Qual é a eficácia do agronegócio na produção da banana no Desenvolvimento Sócio-
económico Local do Distrito de Moamba?

13

14
A UNAC é um movimento de Camponeses, do sector familiar, que luta pela participação activa dos
camponeses no processo de desenvolvimento de Moçambique fundado em 1987 e registada em 1994. As
mudanças políticas e económicas que se operaram em 1987 motivaram o surgimento deste movimento.

8
1.7. Hipóteses

 A cadeia de agronegócio na produção de banana no DM, engloba todo um ciclo que


vai desde a aquisição de todos recursos, financeiros, materiais e humanos necessários
à produção;
 Os desafios enfretados na cadeia de produção da banana são, desperdício de produção,
excesso de burocracia no processso, fraco uso de tecnologias de ponta e logística de
entrega.
 A produção de banana na Bananalândia no DM é eficaz no Desenvolvimento Sócio-
económico Local do Distrito, na medida em que permite a criação de novos postos de
trabalho ao longo da cadeia de cultivo, presta apoio aos serviços básicos à
Comunidade, incentivam o empreendedorismo local, aumenta a arrecadação de
impostos e taxas no Governo.

1.8. Metodologia
Metodologia é uma preocupação instrumental, assim trata das formas de fazer a ciência,
cuida dos procedimentos, das ferramentas, dos caminhos, ou seja, compreende-se
metodologia como o conjunto de etapas ordenadamente dispostas a serem executadas que tem
por finalidade a investigação de fenómenos para obtenção de conhecimentos (Demo, 1985).

1.8.1. Classificação da pesquisa


Quanto à natureza, a pesquisa é aplicada, Para Gil (1999) este tipo de pesquisa tem em vista
gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigidos a solução de problemas específicos,
envolve verdades e interesses locais. A pesquisa aplicada permitiu fazer a confrontação da
teoria com a realidade encontrada no DM. Neste sentido, a pesquisa permitiu fazer a
confrontação da teoria com a realidade encontrada no DM, com vista a compreender o
impacto do agronegócio na comunidade e analisar o contributo da Bananalândia no DSEL
do DM.

Quanto a abordagem do problema, a pesquisa é qualitativa, este método qualitativo é para


Lundin (2016: 117), a existência de uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto
é um vínculo indissociável entre o mundo objectivo e a subjectividade do sujeito que não
pode ser traduzido em números.
Portanto com a abordagem qualitativa foi possível verificar o grau de qualidade do contributo
do Agronegócio realizado pela empresa Bananalândia no DM, através da colecta de dados

9
não quantificáveis baseados em ideias, percepções e aspirações da empresa em estudo e o
GDM.

Quanto aos objectivos a pesquisa é explicativa, como advoga Gil (2014:28), este tipo de
pesquisa tem como preocupação central identificar os factores que determinam ou que
contribuem para a ocorrência dos fenómenos, esta que mais aprofunda os conhecimentos da
realidade porque explica a razão, e o porquê das coisas. A pesquisa explicativa permitiu
identificar os factores relacionados a aeficácia do agronegócio e explicar o seu contributo no
DSEL do DM.

1.8.2. Métodos de pesquisa


Quanto ao método de procedimento, a pesquisa foi conduzida pelo método monográfico e
estatístico, no entender de Marconi e Lakatos (2003:108), o método monográfico consiste
no estudo de determinados indivíduos, profissões, instituições, grupos, com a finalidade de
obter generalizações. Este método permitiu fazer um estudo aprofundado na Bananalândia,
onde recolheu-se informações sobre o inpacto das actvidades de produção desta empresa e o
seu contributo para o DSEL do Distrito, que podem ser generalizáveis para casos semelhantes
das demais empresas de Agronegócio em Moçambique.
O método estatístico presumi-se na redução de fenómenos sociológicos, políticos e
económicos, a termos quantificáveis, o seu papel é fornecer uma descrição quantitativa da
sociedade considerado como um todo organizado (Vilelas,2017). Mediante o uso deste
método foi possível realizar a quantificação matemática dos dados obtido na empresa assim
como Governo local.

Quanto aos métodos de abordagem,foi privilegiado o método hipotético-dedutivo, para


Nevado (2008), o método hipotético dedutivo consiste na construção hipóteses que devem
ser submetidas a analise, as mais diversas criticas subjectivas, ao controle mútuo pela
discussão critica ( sujeitando o assunto a novas criticas ao confronto com os factos, para
verificar quais são as que persistem como válidas e as que são refutadas). O método
hipotético-dedutivo permitiu a formação de hipóteses, deste modo, as hipóteses levantadas
foram posteriormente testadas ou verificadas após o término da realização desta pesquisa.

1.8.3. Quanto as técnicas de procedimentos


A técnica bibliográfica, trata-se de informações já trabalhadas por autores especialistas na
matéria em questão e analisada ao redor de um suporte teórico segundo uma cadeia de

10
raciocínio próprio (Lundin, 2016:147). Esta técnica permitiu a pesquisadora fazer a recolha
de material bibliográfico, tais como livros, artigos científicos, teses e monografias sobre o
assunto em estudo.

A técnica documental, realizada na base de documentos conservado no interior ou na


plataforma eletrónica de órgãos públicos ou privados de qualquer natureza ou com pessoas,
registros e regulamentos (Vergara 2000:48). Portanto, com a técnica documental foi possível
recorrer a diferentes documentos que estabelecem fundamentos ao trabalho, tais como, leis e
regulamentos e programas do Governo.

1.8.4. Quanto a técnica de recolha de dados


A técnica da entrevista, consiste num encontro entre duas pessoas a fim de que uma delas
(entrevistador) obtenha informações sobre um determinado assunto mediante uma conversa
de natureza profissional (Marconi & Lakatos, 2009). Para a presente pesquisa importa referir
que foi de extrema importância o uso da entrevista semi-estruturada, trata-se de uma
entrevista onde há questões dirigidas aos entrevistados, e existe um guião previamente
elaborado pela pesquisadora para ser aplicado, mas não existe rigidez na sequência das
questões e abre espaço para acrescentar outras questões no decurso da entrevista, tal
entrevista foi dirigida a empresa e ao GDM.

A técnica da Observação, consiste no uso dos sentidos com vista a adquirir os


conhecimentos necessários para o cuotidiano (Gil, 1999:34), tendo se deslocado ao campo de
pesquisa, a pesquisadora observou alguns factores relativos ao desenvolvimento local do DM,
bem como aos aspectos relativos ao agronegócio praticado pela empresa em estudo.

1.8.5. População e Amostra


Constitui população, Malhotra define como População como […] o agregado ou a soma de
todos os elementos que parilham características comuns. desta pesquisa 1000,00
trabalhadores da Empresa Bananlândia, o total de membros da comunidade que corresponde
ao número de 56.746,00 habitantes e o Governo do Distrito de Moamba.
A amostra, na visão de Gil (1995:92), amostra é o subconjunto do universo ou da
população, por meio do qual se estabelecem ou se estimam as características desse universo
ou populaçã desta pesquisa corresponde a 3 número de colaboradores da empresa
Bananalândia, 15 membros da comunidade e 2 membros do Governo do Distrito de Moamba.

11
1.9. Estrutura do Trabalho
Este trabalho está estruturado em 4 (quatro) capítulos, que são antecedidos pelos elementos
introdutório que trouxeram a prior uma descrição da pesquisa, onde o primeiro capítulo
abrange a introdução, a delimitação espácio-temporal, contextualização, a problematização,
os objectivos, as questões de pesquisa as respectivas hipóteses e a metodologia utilizada para
a materialização desta pesquisa.

O segundo capítulo faz referência a fundamentação teórica e conceptual, neste capítulo


apresenta-se a teoria que foi usada para desenvolver esta pesquisa e posteriormente é feito o
debate conceptual, que consiste em discutir conceitos fundamentais para compreensão desta
pesquisa.

De seguida, apresenta-se o terceiro capítulo que versa acerca da eficácia do agronegócio no


contributo do Desenvolvimento Sócio-económico Local, abordando-se de forma exaustiva e
detalhada sobre as abordagens de diversos autores acerca da eficácia do agronegócio no DL,
bem como os mecanismos de articulação dos intervenientes para o processo do
desenvolvimento social económico de Moamba.

O quarto e último capítulo é reservado para apresentar e interpretar os dados da pesquisa que
foram obtidos através da observação e da entrevista feita a empresa Bananalândia e ao GDM
e a verificação das hipóteses formuladas. Por fim não muito importante apresenta-se os
elementos pós-textuais dos quais incluem as recomendações, a conclusão, referências
bibliográficas, apêndices e anexos que são parte integrante do estudo. Portanto, nesta secção
descreveu-se o processo metodológico para a realização da presente pesquisa. A seguir
apresenta-se o quadro teórico e conceptual do estudo.

12
2. CAPÍTULO: ENQUADRAMENTO TEÓRICO E CONCEPTUAL

Este capítulo é referente ao quadro teórico e conceptual, porque descreve a teoria usada para
desenvolver, interpretar e compreender a pesquisa, de seguida, é de forma suscinta feito o
debate conceptual. É no debate conceptual, onde são apresentados os conceitos básicos que
nortearam a pesquisa. Assim, esta pesquisa foi desenvolvida e interpretada mediante duas
teorias, a citar: Teoria de Desenvolvimento Endógeno e a teoria de Stakeholders.15

2.1. Enquadramento Teórico


Todo o processo de investigação inspira-se numa teoria 16, que determina a sua génese e o
rumo da investigação a ser levada e compreender a pesquisa, de seguida, é de forma suscinta
feito o debate conceptual, onde são apresentados os conceitos básicos que nortearam a
pesquisa.

2.1.1. Teoria de Desenvolvimento Endógeno (TDE)

A TDE surge a partir de uma nova estruturação de organização social regional criada pelo
Chileno Sérgio Boisier em 1988, influenciada pela recente ruptura experimentada pela teoria
tradicional do crescimento económico na qual o modelo de R. Solow é o mais representativo
em decorrência do surgimento das teorias do crescimento endógeno, fundado em 1985, pelos
novos clássicos R. Lucas e P. Romer (Filho, 1996:6).

O surgimento da TDE está associado ao aparecimento de um novo paradigma que tem como
uma das ideias centrais a associação entre o potencial de gerar mudança a partir dos recursos
existentes nos territórios (económicos, humanos, culturais e institucionais) e do processo de
transformação e expansão da estrutura produtiva das localidades.

Nisto, o desenvolvimento endógeno pode ser entendido como um processo interno de


ampliação contínua da capacidade de agregação de valor sobre a produção, bem como da
capacidade de absorção da região, cujo desdobramento é a retenção do excedente económico
gerado na economia local e a atracção de excedentes provenientes de outras regiões (Ibid. 9).

15
Os envolvidos numa organização, projectos ou programa.
16
Carvalho (2009: 110), entende “teoria como é um conhecimento mais amplo de factos ou da relação entre
factos”. Dada a natureza do tema, no presente estudo aplicar-se-á a teoria de desenvolvimento regional
endógeno por oferecer uma base teórica que se enquadra nesta pesquisa.

13
Segundo Barqueiro (2002: 19), a TDE tem como ponto de partida o argumento da existência
de duas únicas alternativas diante do desafio colocado pela globalização: adoptar uma
estratégia de desenvolvimento exógeno, atraindo investimentos externos para regiões
periféricas com objectivos redistribucionistas, ou adoptar uma estratégia de desenvolvimento
local.

a) Precursores da Teoria de Desenvolvimento Endogéno

A TDE surge com os clássicos Robert Lucas e P. Romer aquando da ruptura com a teoria
tradicional de desenvolvimento preconizada por R. Solow, que baseava-se na função de
produção ou seja o volume de produção é função de capital e trabalho. Por isso, na nova
teoria Robert Lucas e P. Romer passam a considerar endógenos factores antes considerados
externalidades ou exógenos na determinação do crescimento económico, tais como: capital
humano, conhecimento, informação, pesquisa e desenvolvimento. Esses factores associados a
capacidade criativa e inovadora funcionariam como vantagens competitivas regionais.

O investimento em factores endógenos transformaria e modelaria a região, uma das formas de


intensificar o processo de crescimento económico e desenvolvimento regional e a formação
de aglomerações e posterior formação de sistema local de produção (Filho, 1996:41).

b) Pressupostos da Teoria de Desenvolvimento Endogéno

De acordo com Filho (1996), a TDE é orientada pelos seguintes pressupostos básicos:

 O papel do Estado dentro dos novos paradigmas de desenvolvimento local/regional


deve estar voltado para as instâncias locais;
 A TDE promove um compromisso das iniciativas empresariais com o
desenvolvimento local, criando uma identidade regional económica, política e
cultural;
 O desenvolvimento económico dos territórios ocorre em consequência da utilização
do potencial e do excedente gerado localmente;
 Não existe um único caminho para o desenvolvimento, o processo de
desenvolvimento local pode ser articulado em torno de qualquer tipo de actividade,
não importando se é agrícola, industrial ou de prestação de serviços, desde que suas
unidades produtivas sejam competitivas;

14
 Existência de um sistema produtivo capaz de gerar rendimentos crescentes, mediante
o uso de recursos disponíveis e a introdução de inovações, garante a criação de
riqueza e melhoria do bem-estar.

De acordo com Filho (1996), “o potencial de desenvolvimento dos territórios é


constituído por um conjunto de recursos que, quando apoiado nas possibilidades de
geração de economias de escala no plano local, geraria externalidades positivas […] ”.

c) Críticas á Teria em Estudo

Storper (1990:120) aponta que a TDE tem como ponto de partida o argumento da existência
de duas únicas alternativas diante do desafio colocado pela globalização, adoptando uma
estratégia de desenvolvimento exógeno, atraindo investimentos externos para as regiões
periféricas ou adoptar uma estratégia de desenvolvimento local. Defendendo o argumento de
que a alternativa do desenvolvimento exógeno é uma via limitada e de possibilidades muito
reduzidas. No entanto, Barqueiro (2002), afirma […] ser o desenvolvimento regional
endógeno a única opção possível.

Diferentemente de ser um conceito ligado ao fechamento, isolamento, e auto-suficiência de


uma determinada região, o desenvolvimento endógeno deve ser entendido, antes de tudo,
como um processo de transformação, fortalecimento e qualificação das estruturas internas de
uma região e que a influência do ambiente exógeno é crucial para o desenvolvimento.

d) Aplicabilidade á Teoria em Estudo

Recorreu-se a TDE para aplicar-se a esta pesquisa pelo facto do conceito de DL estar
alicerçada nesta teoria, ao defender que o desenvolvimento local esta aliada a promoção de
um compromisso das iniciativas empresariais com o DL, fazendo a utilização do potencial
gerado localmente com o objectivo de criação de riquezas e melhoria de bem-estar local.

Este pressuposto vai permitir compreender através da recolha de dados em campo como a
utilização de potencialidades locais (terra) feita pela Bananalândia de Moamba pode
contribuir para o DL.

15
2.1.2. Teoria de Stakeholders
a) Origem da teoria de Stakeholders

De acordo com Freeman e Vea (2000:15) citados por Silveira et al., (2005:37) afirmam que,
“a primeira aparição do termo stakeholder na administração teve origem em um memorando
do Stanford Research Institute (SRI) nos anos 60”. Não obstante, Rego et al., (2007:112)
acrescenta que, a Teoria dos Stakeholders possui suas raízes na sociologia, no
comportamento organizacional e na política de interesses de grupos específicos.

Na mesma perspectiva, Silva e Garcia (2011:3) fundamentam que neste memorando discutiu-
se a actuação do sector empresarial privado como tendo múltiplos objectivos, pois apercebe-
se que as empresas não eram auto-suficientes e que dependia de outros factores exógenos.
Assim, os gestores aquando das definições de estratégias empresariais devem abranger e
atender às necessidades de accionistas, empregados, clientes, fornecedores, financiadores e a
sociedade.

b) Percussores da Teoria de Stakeholders

De acordo com Freeman e Mc Vea (2000 17) citados por Silveira et al., (2005:37) afirmam que, “a
primeira aparição do termo stakeholder na administração teve origem em um memorando do
Stanford Research Institute (SRI) nos anos 60”.

Não obstante, Rego et al., (2007:112) acrescenta que, a Teoria dos Stakeholders possui suas
raízes na sociologia, no comportamento organizacional e na política de interesses de grupos
específicos. Para a Oliveira (2008:94), Stakholders podem ser definidos como “[…] grupos de
interesse com certa legitimidade que exercem influência junto as empresas” , e pressionam os
proprietários, accionistas e gestores, interferindo, de certa forma nos rumos da empresa.

Portanto esta teoria prioriza o gerenciamento de relacionamento entre diversos actores que
compõem o universo empresarial, procurando integrar seus diversos interesses. Na mesma
perspectiva, Silva e Garcia (2011:3), fundamentam que a actuação do sector empresarial privado
como tem múltiplos objectivos, pois apercebeu-se que as empresas não eram auto-suficientes e
que dependia de outros factores exógenos. Assim, os gestores aquando das definições de
estratégias empresariais devem abranger e atender às necessidades de accionistas, empregados,
clientes, fornecedores, financiadores e a sociedade.

17
Freeman, E., & Mc Vea, J., (2000) Stakeholder approach to strategic management. In: HITT, M.; Freeman,
e Harrison, J. Handbook of strategic management. Oxford: Blackwell Publishing, p. 189-207.

16
c) Pressupostos á teoria em estudo

Segundo Rego et al., (2007:113), foi através do contributo de trabalhos de Evan e Freeman
(1993:16), Donaldson e Preston (1995:17), Jesen (2001:18), que descobriu-se a Teoria dos
Stakeholders. Freeman (198418), retracta ainda que a empresa deve ser dependente dos seus
stakeholders e deve considerar as relações entre os mesmos, dessa forma o desempenho das
empresas depende de uma gestão efectiva dos stakeholders. Os stakeholders merecem
consideração especial por parte do sector empresarial privado por vários motivos, Filho
(2006:3), citando Carrol (199119), fundamentando que:

 O desenvolvimento das actividades empresariais, pode beneficiá-las ou prejudicá-las;


 Os stakeholders têm o poder suficiente de impactar a empresa, razão pela qual os seus
interesses devem ser contemplados nas decisões estratégias da empresa;
 Há direitos e reivindicações legítimas dessas partes interessadas, que a empresa deve
respeitar.
 A teoria de stakeholders defende que a empresa deve coordenar o interesse dos
diversos diversos públicos interessados.

Segundo Souza e Almeida (200620), citados por Silva e Garcia (2011:7), o papel do Governo
para além de criar e fiscalizar normas e regras das actuações do sector empresarial privado
promulgue leis fiscais, trabalhistas, de incentivos fiscais e de patentes. Além disso, tem a
obrigação de regulamentar o sistema cambial e monetário. Nota-se que, neste jogo comercial,
o Governo procura defender o interesse público que, muitas vezes, é conflituante com o
interesse privado, caracterizando, portanto, o Governo como um stakeholders de grande
importância.

d) Criticas á Teoria de Stakeholders

De acordo com Sternberg (199921), citado por Silveira et al., (2005:41), critica que,

 Trabalhar para o alcance do objetivo da teoria dos stakeholders seria impossível, já


que a teoria não estabelece qualquer diretriz para a identificação dos envolvidos que
teriam seus benefícios levados em consideração e balanceados, ou do modo de
18
Freeman, R (1984) Strategic Management: A Stakeholder Approach, Pitman: Boston.
19
Carrol, A., (1991) The Pyramid of Corparate Social Responsibility: Toward the Moral Management
Organizational Stakeholders, Business Horizont
20
Sousa, A., & Almeida, R., (2006) O Valor da Empresa e a influência dos Stakeholders, Saraiva: São Paulo.
21
Sternberg, E., (1999) The Stakeholder Concept: A Mistaken Doctrine. Foundation for Business
Responsabilities, Issue Paper. Disponível em: https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id263144.

17
balanceamento desses benefícios e interesses conflituosos. Enfim, para tal teoria
tornar-se passível de tratamento, seria necessário o estabelecimento de objetivos
substantivos que ela explicitamente rejeita.
 Para Sternberg (1999), a teoria dos stakeholders seria incompatível com a definição
de objetivos substantivos, já que o objetivo da teoria de balancear benefícios para
todos os envolvidos excluiria os objetivos que favorecessem grupos em particular, ou
seja, renegaria a maximização do valor da empresa a longo prazo.
 Também argumenta que a responsabilidade múltipla atribuída à empresa dificultaria
o estabelecimento de objetivos claros e de maior importância, uma vez que cada
grupo estabeleceria suas prioridades e definiria seus próprios objetivos, acarretando
diversos problemas estratégicos para a organização (Idem).
 Além disso, Sundaram e Inkpen (2001 22), também observam que a existência de
muitos objetivos seria a receita certa para a confusão e, mais ainda, possibilitaria o
abuso de poder por parte dos administradores.
e) Aplicabilidade da Teoria ao Estudo

A teoria é usada para descrever e explicar as características específicas das empresas e seus
comportamentos, em particular como as organizações que gereciam ou interagem com as
partes interessadas. A teoria de stakeholders poderá contribuir para aferir o inpacto da
empresa da Bananalândia e analisar o seu papel para o DSEL do Distrito onde opera, e como
estas posicionam-se perante as Responsabilidades Sociais (RS), visto que a Comunidade é
uma stakeholder da empresa.

A teoria também serve para entender o pepel do Governo, no agronegócio, bem como na
preservação dos interesses do público, através da criação da promoção de acções que visam a
crescimento económico, e desenvolvimento social das comunidades que a empresa está
inserida, ou seja, esta teoria irá ajudar na compreensão da real do efeito da participação dos
stakeholders primários e secundários no agronegócio da Bananalândia.

2.1.3. Complementaridade entre as teorias em estudo.


As teorias acima apresentadas complementa-se na medida em que trazem conceitos que
buscam o melhoramento das condições de vida das comunidades como sendo uma
consequência do desdobramento das suas actividades económicas, onde uma defende o DL

22
Sundaram, A.; Inkpen, A. (2001) The Corporate Objective Revisited. Thunderbird School of Management
Working Paper.

18
com suporte das potencialidades endógenas, ou seja, criando alternativas da base para o topo,
visto que a TDE tem como enfoque alguns pressupostos fundamentais que abrangem o
conceito de desenvolvimento no seu todo (social, económico e político) a longo prazo, ou
seja, os reais motivos das empresas privadas envolverem-se com as comunidade, está
intimamente ligada com o objectivo de promover um desenvolvimento de dentro para fora.

A outra teoria complementa esta, ao enfatizar que as empresas envolvem-se com as causa
sociais da comunidade, com objectivo de abranger todos os envolvidos á empresa na
delimitação das suas políticas, pois os envolvidos no geral têm poder de influenciar, positiva
ou negativamente, o rumo da empresa, dando uma especial atenção ao pepel do Governno e
das comunidades, como sendo parte dos stakeholders.

2.2. Enquadramento conceptual


De forma a ajudar na compreensão do tema em estudo, este espaço é reservado para
apresentar os principais conceitos que alicerçam esta pesquisa, os quais se apresentam a
seguir: Eficácia, Agronegócio, Desenvolvimento Local e Desenvolvimento Local.

2.2.1. Eficácia
Souza et al., (2011), afirmam que a eficácia é compreendida como sendo a realização
efectiva das coisas certas, pontualmente e dentro dos requisitos de qualidade especificados.

Chiavenato (1994:70), defende que a eficácia é uma medida normativa do alcance dos
resultados, pela mesma razão, o autor sustenta que quem se preocupa com os fins, em atingir
os objectivos é a eficácia, que se insere no êxito do alcance dos objectivos, com foco nos
aspectos externos da organização.

A definição da eficácia tem sua relação intimamente ligada com os resultados (outputs) e com
os objectivos alcançados a partir de um processo. Mesmo que os resultados importantes
sejam alcançados a eficácia só será considerada quando os objectivos forem realizados.
Portanto, a eficácia está ligada aos resultados, mas principalmente ao cumprimento dos
objectivos originados desses resultados (Grateron & Guzmàn, 2003: 37).

Com as definições acima apresentados pode-se concluir que eficácia é a realização efectiva
dos objectivos traçados, até que se alcance o resultado, eficácia observa aos resultados
alcançados durante o processo e o objectivo final para a qual o processo foi designado, ou
seja, não se pode olhar apenas para os resultados mas também para o objectivo que fez surgir
esses resultados. Não obstante não se pode confundir esta definição de eficácia com a de

19
eficiência, que no entender de Chiavenato (2002:88), eficiência preocupa-se com os meios,
com os procedimentos e métodos mais adequados que precisam ser devidamente planificados
e organizados, a fim de assegurar a optimização da utilização dos recursos disponíveis, a
eficiência observa a questão do custo/beneficio, qualidade/benefício e tempo/benefício.

2.2.2. Agronegócio
Mitdzemberg (2000:16), refere que agronegócio é uma prática agrícola que o engloba todo o
ciclo de produção rural, desde a compra de insumos e máquinas, o plantio a colheita, o
transporte, o armazenamento, até a venda da produção e o consumo final.

O agronegócio refere-se a tecnologia e em suas técnicas de produção sobre a utilização de


sementes de qualidade, fertilizantes e entre outros aditivos químicos para que aumente a
produtividade. Este autor defende ainda que os produtores que não utilizam estas técnicas de
resultado corem o risco de obterem baixa produtividade agrícola, pois entende este autor que
essas técnicas de produção são a condição necessária para que se tenha uma óptima produção
agrícola (Rufino,1999:5).

Davis & Goldberg (1957:18), que definem o agronegócio como sendo o resultado do
processo que envolve as operações de produção e distribuição de suprimentos agrícolas, de
produção nas unidades agrícolas, armazenamento, processamento, e distribuição dos produtos
agrícolas e itens produzidos a partir deles.

Os autores reconheceram que a agricultura não pode ser considerada isolada dos demais
processos de fabricação de alimentos, sendo parte de uma grande rede de agentes
econômicos, desde a aquisição, produção até a distribuição de produtos agrícolas, com o
objectivo de obter benefícios, sociais, culturais, financeiros e políticos através do resultado da
venda do objecto de produção, permitindo desta forma o crescimento da economia e o
desenvolvimento do meio rural.

De forma directa e explicita pode-se afirmar que o agronegócio é um sistema de produção


agropecuária e agroflorestal associada ao negócio, consiste na arrecadação, realização e
tratamento comercial do produto até que chegue ao cliente final.

2.2.3. Desenvolvimento Local


Na mesma perspectiva, Buarque (2006: 28), sustenta que desenvolvimento local é um
processo endógeno que através do dinamismo económico leva a uma melhoria na qualidade
de vida da população em unidades territoriais locais, que depende do resultado de múltiplas

20
acções convergentes atuando no sentido de eliminar a dependência externa promovendo
mudança social na comunidade.

Para Martins (2002:57), desenvolvimento local não se presume num simples crescimento
económico e material, tao pouco voltado apenas para os fins (bem estar social e/ou qualidade
de vida) mas a forma em que o cidadão interage nesse processo, mudando a condição de
apenas beneficiário em um agente condutor do desenvolvimento, ou seja o desenvolvimento
local não se encontra em seus objectivos (melhoramento da qualidade de vida da comunidade
local) mas ma postura que atribui e assegura a comunidade o papel de agente e não apenas de
beneficiaria do desenvolvimento, isto implica a rever as questão da participação dos cidadãos
na governação.

Adequa-se a este trabalho de pesquisa o pensamento de Franco (2000: 46), que defende que,
desenvolvimento local é um modo de promover o desenvolvimento que leva em conta a
importância de vários factores para tornar dinâmicas as potencialidades que podem ser
identificadas quando olhamos para uma unidade sócio territorial delimitada, possibilitando o
surgimento de sociedades mais sustentáveis, capazes de suprir as suas necessidades
imediatas; descobrir e valorizar as suas potencialidades e possibilidades e fomentar o
intercâmbio externo, aproveitando-se de suas vantagens locais.

2.2.4. Desenvolvimento Social

Desenvolvimento social (DS) para Paula (2008) é o crescimento dos níveis de cooperação e
confiança entre as pessoas, aquilo que se convencionou chamar de “capital humano23”.

Carrilho (2017) aponta que desenvolvimento social é um processo de melhoria da qualidade


vida de uma sociedade, este autor considera que uma comunidade tem alta qualidade de vida
quando seus habitantes estão inseridos num senário de paz, liberdade, justiça, democracia,
tolerância, equidade e igualidade, estes tem alta possibilidade de realização pessoal, o que
pode culminar com o desenvolvimento social.

Os autores supracitados são unânimes no que concerne a apresentação da definição de


desenvolvimento social. Definem DS como um processo crescimento e melhoria do nível de
vida das comunidades, este factor está ligada a melhoria da qualidade de vida da população,
tendo em conta a sistema político e governamental na qual estão inseridos e o crescimento do
Híndice de Desenvovimento Humano dos cidados (IDH) da mesma comunidade.

23
Capital humano

21
2.2.5. Desenvolvimento económico

O desenvolvimento económico é o processo de acumulação de capital e incorporação de


progresso técnico ao trabalho e ao capital que leva ao aumento da produtividade, dos salários,
e do padrão médio de vida da população (Rufino, 1999).

Pereira (2007) defende que desenvolvimento económico é o processo sistemático de


acumulação de capital e incorporação do progresso técnico ao trabalho e ao capital que leva o
aumento do sustento da produtividade ou da renda por habitante, e em consequência dos
salários e dos padrões de consumo de uma dada sociedade.

Andrade (2000) afirma que o desenvolvimento económico é o processo de mudança social


pelo qual o crescente número de necessidades humanas, pré-existentes ou criadas pela própria
mudança, são satisfeitas por meio de uma diferenciação no sistema produtivo, gerado pela
introdução de inovações tecnológicas.

Neste trabalho privilegia-se portanto a definição de Fonseca (2006:14) que entende que
desenvolvimento económico consiste fundamentalmente em um processo de enriquecimento
dos países e dos seus habitantes, ou seja, em uma acumulação recursos econômicos, sejam
eles ativos individuais ou de infraestrutura social, e também em um crescimento da produção
nacional e das remunerações obtidas pelos que participam da actividade económica.
Evidentemente, o fenómeno do desenvolvimento não se limita ao campo da economia, mas
os elementos económicos estão no centro desse processo.

Souza (2007) considera desenvolvimento sócio-económico como um processo de mudança


estrutural compreendido por uma sociedade organizada territorialmente, sustentado na
potencialização dos capitais e recursos (materiais e imateriais) existentes no local, com vista a
dinamização económica e a melhoria da qualidade de vida da sua população.

NB: Vasconsellos (1999:217) alerta que não se pode confundir o conceito de crescimento
económico (CE) com o (DE), pois o CE é o crescimento contínuo da renda per cápita ao
longo do tempo, ao passo que DE é um conceito mais qualitativo, incluindo as alterações da
composição do produto e a alocação dos recursos pelos diferentes sectores da economia, de
forma a melhorar os indicadores de bem-estar económico e social (pobreza, desemprego,
desigualidade, saúde, alimentação, educação e moradia).

22
3. CAPÍTULO: AGRONEGÓCIO E O DESENVOLVIMENTO LOCAL

Este capítulo versa sobre a revisão da literatura, especificamente as abordagens da


componente de agronegócio , surgimento no mundo e em Moçambique, cadeia de produção
do agronegócio e sua importância, Agronegócio e a Agricultura Comercial, Actores
envolvido no Agronegócio, inportância e desafios do Agronégocio, relação entre o sector
empresarial privado e desenvolvimento local, responsabilidade social como estratégia
adoptada pelo sector empresarial privado para a dinamização do desenvolvimento local, por
fim a eficácia do Agronégocio e seus indicadores.

3.1. Surgimento do Agronegócio no Mundo


No início das civilizações, os homens viviam em bandos, nômades de acordo com a
disponibilidade de alimentos que a natureza espontaneamente lhes oferecia, dependiam da
coleta de alimentos silvestres, da caça e da pesca, assim passavam por períodos de fartura ou
de carestia, o que as tornava nómadas Almeida (s/d).

A evolução da socioeconómica, sobretudo com os avanços tecnológicos, mudaram totalmente


a fisionomia das propriedades rurais, a população começou a sair do meio rural e dirigir-se
para as cidades, passando, com isso, menor número de pessoas cada dia é obrigado a
sustentar mais, então, o conceito de “agricultura” perdeu seu sentido, porque deixou de ser
somente rural ou somente primário, setor primário, passa a depender de muitos serviços,
máquinas e insumos que vêm de fora, depende também do tratamento do produto após a
produção, como armazenagem, vias de acesso para o transporte de produtos pronto á venda
(estradas, portos,fronteiras e outras), agroindústrias, mercados atacadista, retalhista e
exportação (Arriera, 2019).

Houve então a necessidade de gerar-se um avanço tecnológico, que permitisse á agricultura


melhoria na produção e alcance dos objectivos produtivos tornando a agricultura mais
rentável, mais estáveis os ciclos, e a produção menos susceptível às intempéries. Ou seja, o
conhecimento gerou tecnologias novas que puderam ser implementadas na produção de
alimentos, garantir maior estabilidade alimentar e permitir o desenvolvimento da sociedade.

Cada um dos segmentos do agronegócio assume funções próprias, cada dia mais
especializadas, mas compondo um elo importante em todo o processo produtivo e comercial
de cada produto agropecuário. Por isso, surgiu a necessidade de uma concepção diferente de

23
"agricultura", já não se trata de propriedades autos sustentáveis, mas de todo um complexo
de bens, serviços e infra-estrutura que envolvem agentes diversos e interdependentes.

Foi analisando o processo de evolução desta actividade agrícola que dois autores (John Davis
e Ray Goldberg24), lançaram um conceito para entender a nova realidade da agricultura,
criando o termo agribusiness, e definindo-o como o “conjunto de todas as operações e
transações envolvidas desde a fabricação dos insumos agropecuários, das operações de
produção nas unidades agropecuárias, até o processamento e distribuição e consumo dos
produtos agropecuários 'in natura' ou industrializados (Rufino:1999).

O conceito de agronegócio não se estabeleceu como uma inovação súbita no contexto das
atividades rurais. Fernandes (2010:02), sustenta que apesar de o termo agronegócio ser
relativamente novo e utilizado para designar o modelo de desenvolvimento da agricultura
capitalista, o seu modus operandi remonta das plantações do período colonial, passando por
adaptações e modificações inerentes às diferentes etapas do modo capitalista de produção.

Hoje, o setor do agronegócio não é apenas um dos sustentáculos da economia de um país ou


região mas também é um dos fatores de desenvolvimento sustentável da sociedade. Pode-se
perceber essa questão pelo desenvolvimento que vem sendo obtido nos últimos anos com o
crescimento do agronegócio vem criando condições de vida mais digna e efectiva, através do
seu contributo para o PIB e o para o IDH. esses avanços são motivados parcialmente pela
ação do agronegócio.

3.1.1. O Agronegócio em Moçambique


Moçambique foi uma colónia Portuguesa, a qual alcançou a independência nacional em 1975,
entretanto em 1976 inicia uma nova faze, que é caracterizada por uma guerra fria, entre o
partido no poder (FRELIMO) e a oposição (RENAMO 25), a qual durou desaseis (16) anos,
tendo terminado em 1992, com a assinatura do Acordo Geral de Paz (AGP).

O Acordo deu fim a conflitos armados que dificultavam o desenvolvimento do país sob as
áreas política, cultural económica e social, e inicia uma fase de actividades administrativas a
nível do Governo central e local com objectivo de melhorar a qualidade de vida população a
todos níveis, tendo iniciado uma série de reformas administrativas que permitissem a
materialização dos seus objectivos.

24
Professores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos da América, em 1957,
25
Resistência Nacional de Moçambique

24
MINAG (2006) refere que durante o período de reformas administrativas o país
experimentou um crescimento significativo na agricultura o que se reflectiu na redução de
défice de alimentos e assistiu-se também a uma série de criação e aprovação de leis que
aprovam e regulam o exercício de actividade comercial privada, ligada a agricultura, pois via-
se no sector privado uma ponte para o alcance do desenvolvimento acelerado da economia
nacional.

Moçambique possui um elevado potencial agrícola, com um clima predominantemente


tropical, o país possui enormes extensões de terra arável para o desenvolvimento de
actividades agro-pecuárias, a sua flora do tipo denso, aberta e savana, é extremamente rica
em animais de grande, médio e pequeno porte, e de várias espécies de madeiras preciosas,
algumas das quais bastante apreciadas no mercado internacional, alimentando, assim, a
industria de exportação (Rosário:2019). O país é atravessado por vários rios de curso
permanente, alguns dos quais nascem nos países vizinhos, além de possuir vários lagos e
lagoas, o que faz com que os seus recursos hídricos sejam bastante invejáveis.

3.2. A cadeia de produção do agronegócio e sua importância para uma


produção eficaz
Dentre as diversidades de aspectos voltadas ao agronegócio são apresentadas as cadeias de
produção26, de valores, produtivas e demais características que integram todo sistema do
agronegócio, demonstrando a complexidade e fatores que determinam o ciclo do
agronegócio, sejam em sentido de planejamento à produção, na contratação de insumos, valor
do custo de produção e retorno líquido financeiro ou o tipo da variação que será escolhida
verificando características voltadas às condições climáticas, preço, custos operacionais e
resultado na produtividade, no mercado e logística (Ariera et al., 2019).

É importante ressalvar que o agronegócio é um processo agricola que inicia antes de chegar
ao campo de produção agrícola, já com os fornecedores de insumos e matéria prima de
produção, pois a partir do momento em que há uma relação económica entre os mesmos, já
há movimentação recursos financeiros, e apresentação da relação custo e benefício. Importa
ainda analisar os segmentos ou fases dos ciclos da produção agroindustrial com enfoque
voltado unicamente à produção no contexto de todo o agronegócio, descrevendo os
segmentos ocorridos antes da porteira, dentro da porteira e após porteira com visão sistêmica
demonstrando as vantagens desta ao agronegócio.
26
A cadeia de produção ou Supply chain, é um conjunto de elementos (empresas ou sistemas ) que integram em
um processo produtivo para a oferta de produtos ou serviços ao mercado.

25
Ariera dividiu a cadeia de produção em três fases, antes da porteira ( momentode aquisicaode
todos recursos materiais, financeiros e humanos); dentro da porteira (produção
agrossilvipastoril); depois da porteira (processamento comercial e distribuição de produtos).

Vamos analisar essas três fases segundo Arieira (2017): “Antes da porteira” Esta constitui a
fase de preparação de produção, em que é feita a colheita de todos recursos materiais,
financeiros e humanos necessários a produção agropecuário,27 desde a semente,
medicamentos são as máquinas e equipamentos, os adubos e fertilizantes, os defensivos
agrícolas e os produtos veterinários (vacinas, medicamentos, antibióticos e pré-bióticos).
Esses produtos representam grande parte da tecnologia desenvolvida para a agropecuária e
são fundamentais para o sucesso na exploração das atividades produtivas da unidade rural.

A segunda fase do agronegócio é o denominado Dentro da Porteira que representa a


produção agropecuária propriamente dita, com os produtores e empresários rurais cuidando
de plantações e/ou rebanhos.

São considerados equipamentos, máquinas e implementos agrícolas de acordo com o


tamanho da área de produção, condições do solo, e escolha da variação de grãos que serão
plantados, utilizando-se essencialmente insumos voltados a adubação do solo, a avaliação do
solo, quantidade de uso de calcários e fertilizantes para cada área de forma específica, além
de máquinas para o preparo e manutenção do solo, aplicação de agrotóxicos e utilização para
a colheita, até que se tenha o produto final, podendo ser adquirido pelo produtor ou
contratando terceiros, (Batalha, 2016).

A terceiro fase do agronegócio é formado pelas atividades desenvolvidas Depois da Porteira


ou a jusante da produção. Nessa faze encontram-se todas as atividades desenvolvidas após a
produção agropecuária, e envolvem as atividades de processamento, armazenagem,
distribuição e transporte de produtos de origem agrossilvipastoril 28. Essa faSe é responsável
por agregar valor aos produtos agrícolas, dotando-os de durabilidade, facilidade de uso,
embalagem, ampliação do prazo de validade, além de disponibilizar os produtos no lugar
certo, no momento desejado e nas condições requeridas pelo consumidor.

27
Junção de dos termos agricultura e pecuária, que são um conjutntos de actividades primárias, que são usados
para a obtenção de alimentos para humanos e animais, assim como para fornecer a fornecer matéria prima para
as industrias em geral.
28
Actividade agrícola com cuidados ecológicos e ambientais.

26
As actividades económicas desenvolvidas depois da porteira representam o elemento mais
visível do complexo agroindustrial, dotando o produto de seu formato de consumo, conforme
preferência do consumidor, colocando-o nas quantidades e locais de comercialização.

É inportante referir que cada fase que compõe o agronegócio é importantes para que haja uma
produção eficaz, atretanto há algumas fases que sem a qual seria impossível a realização do
mesmo, como por exemplo a primeira que trata da aquisição de material técnico e
tecnológico, (afinal trata-se de agronegócio e o agronegócio é por natureza uma prática
realizada por indústrias que muitas vezes produz em grandes quantidades, de modo que
responda a demanda, então é necessário que tenha o material técnico, e nas quantidades e
qualidades desejadas a disposição da utilização) e a segunda fase naturalmente, é fase que
trata da produção como tal, não há agronegócio sem a produção em campo.

3.2.1. A produção da Banana


29
A bananeira é uma planta herbácea com porte de 2,0-8,0 m com raízes fibrosas e
superficiais; o caule verdadeiro é subterrâneo - rizoma - as folhas têm bainhas (os pecíolos)
que se justapõem formando um falso caule pseudo e caule aéreo, (Ferraz:2013). A banana é
uma fruta com um elevado valor nutricional30. Devido ao conteúdo de vitaminas e sais
minerais, ao seu valor calorífico, energético e custo relativamente baixo a banana é parte
integrante da alimentação de muitas populações.

Industrialmente obtêm-se farinha vários produtos alimentares, tais como, cremes, passa,
néctar, geleia, doce (bananada), vinagre, vinho, licor, compotastais Da planta pseudocaule e
folhas retira-se fibras para confecção de sacos para cereais, chapéus, rendas, cortinas, tapetes.
Em regiões pobres as folhas servem para cobrir casas. As cascas frescas do fruto maduro
podem ser fornecidas, como alimento a animais bovinos. A polpa do fruto é rica em açúcar,
cálcio, fósforo, ferro, vitamina B; tem alto teor de potássio e de vitamina C, (Ferraz:2013).

3.2.2. Importância do agronegócio


Todas actividades económicas desempenhadas pelos agentes económicos são importante, não
só por contribuir para o crescimento da economia nacional através da arrecadação de
impostos ao Governo central, mas também pela segurança alimentar da população,
principamlemente os que vivem em situação de desnutrição crónica e por contribuir para o
29
Plantas de caule mole, que não produzem madeira.
30
Quando madura apresenta na sua constiuição 19 % de açúcares e 1 % de amido. Portanto, a sua composição é
basicamente em água (70 %), carbohidratos ricos em fósforo (27 %), proteínas (1,2 %), Cálcio, Ferro,
Manganês, Cobalto, Vitamina A, Tiamina, Riboflavina, Niacina e Vitamina C. (Lima, Nebra & Queiroz,
2000:6).

27
desenvolvimento endógeno da comunidade em que a empresa está inserida, a seguir
referência-se a cada importância em cada sector em que estas influenciam para o bem estar
do mesmo.

a) Economia :“Na República de Moçambique a agricultura é a base do desenvolvimento


nacional” , lei n°1/ 2018 de 12 de Junho. “O crescimento económico de um país é o aumento
da capacidade de produção da economia, tanto de bens quanto de serviços, sendo definido
basicamente pelo índice que determina o crescimento do (PIB) ou pelo Produto Nacional
Bruto” (PNB) (Ferraz,2011). Por outro lado Mosca (2014:56), afirma que o aumento da
produtividade agrícola afecta a população através de vários mecanismos, primeiro, este pode
reduzir a inflação mediante a redução da importação de produtos agrícolas, que muitas vezes
está sujeita ao aumento dos preços dos combustíveis no mercado internacional .

b) Bem estar social: oque faz com que Moçambique continue sendo um dos países com
baixo nível na promoção de bem estar social, segundo o Índice de Desenvolvimento Humano
(IDH), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD, 2011). Numa
sociedade como esta, a produção de banana, bem como o seu consumo revelam-se
importantes, pelo seu teor de vantagens alimentar e comercial.
c) A importância do agronegócio como fonte de emprego: As estatísticas disponíveis sobre
a força laboral podem não ser totalmente credíveis, e uma elevada proporção da população
moçambicana está empregue no sector informal, mas a agricultura emprega a maioria da
população nas últimas duas décadas em Moçambique. A medida que a economia de um país
cresce, espera-se uma redução na proporção da população que depende da agricultura. Em
Moçambique, pelo contrário, desde os acordos de paz em 1992, a economia cresceu
significativamente, em PIB per cápita. Mas a proporção da população empregue na
agricultura não variou muito, apesar de rápida urbanização e crescimento económico (Garcia
& Filho, 2014).
d)Segurança alimentar, combate a pobreza e desigualdade: Desde a década de 90 o
desempenho do agronegócio em Moçambique, contribuiu para a expansão dos mercados
domésticos e para a oferta mundial de alimentos, com destaque para o desenvolvimento de
mercados locais, dinâmica que se relaciona com a garantia da segurança alimentar e a
redução da pobreza e da desigualdade. A segurança alimentar, quase desconhecida pelos
consumidores, pode ser considerada uma importante condição para que se tenha acesso a

28
mercados dinâmicos, além de se tornar um fator decisivo de vantagens competitivas no
mercado internacional.

3.2.3. Os desafios do agronegócio


O agronegócio é apontado como o meio de produção mais importante para a economia de um
país, no entanto, a visão sistêmica no ramo enfrenta algumas barreiras que se torna um
desafio manter-se competitivo quando se fala em conjunto dos processos produtivos
relacionados à Cadeia. Dentre os desafios, para além das incertezas que compõem esse
critério, como controlar, se encontram outros fatores que envolvem o transporte, a parte
operacional, falhas na recuperação da produção e problemas que decorrem das relações
comerciais, como burocracia e impactos ambientais apontados pela lei e por toda a norma que
rege os sistemas de relações comerciais e do meio ambiente, foco das produções de larga
escala num país considerado como forte no agronegócio. (Savoia, 2017).

a) Desperdício na produção: O desperdício na produção, no ramo do agronegócio tem


chamada a atenção, dos produtores pois dentre vários desafios, observou-se que os
locais e as atividades operacionais para manuseio de materiais e a conservação de
produtos nem sempre são adequado as necessidade de conservação, por vezes sendo
improvisadas, o que pode levar a deterioração ou falha de algum insumo que é
necessário ser utilizado, mas pela ausência de cuidados e armazenamento inadequado
pode perder sua validade e eficiência no momento de uso para a produção em si,
resultando em custos para todo o sistema produtivo, interferindo diretamente nas
sobras ou lucros do produtor (Batalha, 2016).
b) Logística de entrega: O segundo factor associado à baixa produtividade agrícola é a
fraca infra-estrutura de vias de transporte, Moçambique herdou um país com pobre
infra-estrutura de estradas, e esta foi ainda sabotada pela guerra civil, criando um
ambiente desfavorável para o desenvolvimento agrícola (Boughton et al., 2007). O
aumento da produtividade, aliada a melhores condições de armazenamento e
processamento, pode aumentar a disponibilidade de alimentos ao longo do ano,
melhorando deste modo a segurança alimentar e nutricional.

Assim a melhoria na ligação sul e norte de Moçamique ajuda no abastecimento dos


excedentes agrícolas das zonas mais produtivas para as zonas menos produtivas, sem esta
ligação, é provável que a procura de alimentos e produtos agrários na região sul tenha que ser
satisfeita por importações da África do Sul (Boughton et al., 2007).

29
c) Preocupação social e ambiental: A questão ambiental é dentre as mais morosas e de
extrema burocracia, pois está amparada em lei de responsabilidade social que decorre
de parcelas consideráveis no investimento em questões sociais alicerçadas pelo
fundamento de que por meio de impostos o produtor deve contribuir na manutenção
do Estado e com o desenvolvimento social, ao investir esses valores arrecadados pelo
Governo em programa sociais e de desenvolvimento voltado as necessidade básicas
da empresas, parcela dos impostos incidentes nos produtos dentro e pós porteira, bem
como incidentes na diversidade de impostos que são cobrados do contribuinte,
gerando valoração levada quando se fala nos custos externos de produção e impactam
diretamente na cadeia produtiva (Petrocchi, 2017).
d) Excesso de burocracia no processo: A prática pautada na burocracia impede a
agilidade e eficiência do agronegócio em todas suas áreas, ainda mais em um ramo
que depende da questão climática e isso interfere diretamente nos resultados obtidos,
assim, por meio da burocracia, pode ocorrer atrasos de entrega e atraso nos processos
de escoamento de grãos e de transporte de produtos in natura com fins de exportação,
diminuindo a confiança no país pela burocracia que reflete em setores determinantes
no agronegócio (Ariera et al., 2019).

e) Fraco uso de tecnologias de ponta: A baixa produtividade também está associada ao


fraco uso de tecnologias de ponta no processo de produção agrária, o uso de
tecnologia de ponta permite que a produção seja não só eficaz mas mais eficiente, na
medida em que a colheita é obtida em tempo curto com maior qualidade do produto
determido. O uso de tecnologias melhoradas permaneceu baixo durante algum
período em Moçambique. Alguns autores como Mosca, afirmam que o fraco uso de
tecnologias esta associado a falta do acesso ao crédito financeiro, oque se torna um
enorme desafio para o aumento da produtividade (MPD/DNEAP, 2010).

f) Falta de mão-de-obra: A mão de obra é um dos elementos mais discutidos em todos


os segmentos empresariais, mas quando se refere ao campo do agronegócio ainda
encontra maiores desafios, pois hoje a maioria dos trabalhadores preferem os grandes
centros urbanos pela acessibilidade e na busca de se desenvolver-se, seja por meio de
uma profissão investindo em cursos superior, seja na busca pela estabilidade em
segmentos que não exigem o esforço físico que os setores do agronegócio exige
(Batalha, 2016). O que gera falta de mão de obra também são os contratos

30
temporários, como há necessidade apenas em algumas épocas do ano, nem sempre se
sentem seguros em investir em actividades voltadas ao agronegócio por existir muitos
contratos temporários (Souza Junior, 2018).

3.3. Desenvolvimento Local


O termo desenvolvimento local já foi anteriormente descutido, no segundo capítulo quando
fez-se o debate conceptual, entretanto importa nesta parte trazer algumas abordagens acerca
do mesmo, bem como as diferentes opiniões respectivamente. DL, termo utilizado para
definir o processo de crescimento de uma dada região, sobre a área politica, económica,
cultural ambiental, humano e social , resultante de um trabalho de natureza governamental ou
privada, tudo para que se alcance o bem estar da comunidade local. Paula (2008), afirma que
não é possível alcançar o desenvolvimento local, sem olhar para as diferentes áreas a que a
população está sujeito, cultural, política, social, humana e económica. Por isso é importante
analisar cada ponto, de modo a compreender-se melhor a questão de DL.

 Desenvolvimento Político: a dimensão política de desenvolvimento tem como


objectivo fazer com que ocorra a efectiva actuação da população e também das
empresas nas decisões políticas que envolvam os problemas ambientais de seus
territórios, bem como a busca de meios para solucioná-los. Na dimensão política é
importante a participação e cooperação de todas pessoas, principalmente na política,
por ser onde a sociedade exerce maior influência.
 Desenvolvimento Social: o desenvolvimento também requer o crescimento dos
níveis de cooperação e confiança entre as pessoas, aquilo que se convencionou
chamar de “capital social”. Não é possível existir desenvolvimento sem organização,
participação e empoderamento das pessoas. Mas isso não vai acontecer se não houver
confiança e cooperação, se não se construírem redes de solidariedade e de ajuda
mútua.
 Desenvolvimento Humano: o desenvolvimento exige o crescimento das habilidades,
conhecimentos e competências das pessoas, o que tem sido conceituado como
“desenvolvimento humano”. Quanto maior o capital humano, melhores as condições
de desenvolvimento. Investir em capital humano significa investir sobretudo em
educação, mas também em outros fatores relacionados à qualidade de vida, tais como
as condições de saúde, alimentação, habitação, saneamento, transporte, segurança etc.,
sem as quais a educação, por si só, não consegue atingir seus objetivos.

31
 Desenvolvimento Económico: o desenvolvimento requer ainda o crescimento dos
níveis de iniciativa, de protagonismo, de capacidade de fazer acontecer, ou seja,
atitude proativa e cultura empreendedora, aquilo que se convencionou chamar de
“capital empresarial”. O desenvolvimento não é possível sem uma conduta
empreendedora das pessoas.

3.4. Indicadores de Desenvolvimento Local


Desenvolvimento local é um modo de promover o desenvolvimento que leva em conta o
papel de vários factores para tornar dinâmicas as potencialidades que podem ser identificadas
quando olhamos para uma unidade sócio territorial delimitada, possibilitando o surgimento de
comunidades mais sustentáveis, capazes de suprir as suas necessidades, descobrir e valorizar
as suas potencialidades e possibilidades, fomentando o intercâmbio externo e aproveitando-se
das vantagens locais, (Franco, 2000).

Baseando-se no conceito de indicador31 apresentado por Mitchell (1997), pode-se extrair os


seguintes indicadores: Índice desenvolvimento Humano (IDH), Indicadores Ambientais (IA)
e Gestão do Meio Ambiente e Saneamento Básico (GMASB) e PIB.

a)Indicadores sociais: Índice de Desenvolvimento Humano

O desenvolvimento exige o crescimento das habilidades, conhecimentos e competências das


pessoas, o que tem sido conceituado como “desenvolvimento humano”. Quanto maior o
capital humano, melhores as condições de desenvolvimento. Na tentativa de enfrentar as
ambiguidades das medidas tradicionais de análise dos indicadores de DL, com vista a
averiguar o bem-estar de uma determinada população, diversas instituições voltadas à análise
e acompanhamento dos processos de desenvolvimento buscaram estabelecer indicadores
alternativos que se complementam. Não obstante, a Organização das Nações Unidas (ONU)
através do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) criou o Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH), com o objectivo de avaliar a qualidade de vida, este índice
é composto por de três indicadores básicos:

 Indicador de Saúde: uma vida longa e saudável, e é medida principalmente pela


expectativa de vida na infância;

31
Parafraseando Mitchell (1997) indicador é uma ferramenta que permite a obtenção de informações sobre uma
dada realidade (Pública, Privada ou ONG), a principal característica do indicador é a capacidade de sintetizar
um conjunto complexo de informações, retendo apenas o significado essencial dos aspectos analisados.

32
 Indicador de Educação: é a medida ponderada de outros dois indicadores, a taxa de
alfabetização de adultos e a taxa combinada de matrícula nos ensinos Fundamental,
Médio e Superior;
 Indicador Económico/Renda: é o padrão de fluxo da renda per capita, que é medida
pela Paridade do Poder de Compra (PPC) entre os países.

Assim, percebe-se a existência de uma lacuna do aspecto social com o indicador PIB, visto
que este indicador considera a dimensão do bem-estar económica da população, nesse caso
houve uma necessidade de estabelecer uma relação de complementaridade com IDH com o
intuito de melhorar as condições de avaliação do bem-estar de uma população na dimensão
social, ou ainda para averiguar o grau de desenvolvimento de um país.

Figura n.º 1: Metodologia de construção de Índice de Desenvolvimento Humano

Fonte: Adaptada pelo PNUD, (2010).

b)Indicadores ambientais: externalidades: Ao tratar da dimensão ambiental trata-se pois


do ambiente externo á uma empresa, oque acontece fora ao ambiente laboral de trabalho, que
seja causado pelo ambiente interno da empresa, seja no período de produção ou após a
produção. A dimensão ambiental, dessa forma, depende de como a escala de produção de
bens e serviços económicos é conduzida, ou seja, qual é o tamanho óptimo da economia que
não passa a sufocar a capacidade do capital natural 32 na geração dos seus serviços ambientais
para o bem-estar humano.

32
Segundo Dicionário de agricultura Capital natural é o estoque ou reserva provida pela natureza que produz
valor para as pessoas (economia e bem-estar).

33
As externalidades surgem, portanto, quando um indivíduo ou uma empresa, na sua
actvidade, não suporta todos os custos inerentes a essa actvidade (externalidade negativa),
nem recebe todos os benefícios relacionados com ela (externalidade positiva). As
externalidades podem surgir entre os produtores e os consumidores, podendo , portanto ser
produzidas por indivíduos (externalidade no consumo) ou por empresas (externalidade na
produção) (Silva, 2013).

As externalidade positiva- geram um beneficio marginal externo que é beneficio adicional


para todos os agentes económicos beneficiados pela externalidade associado a produção de
uma unidade de bem. Neste tipo de externalidade todos os envolvidos na activiade económica
saem beneficiados da execução dos objectivos centrais destas actividades comercais.

Externalidade Negativa- geram um custo marginal externo que é o custo adicional para
todos agentes económicos afectados pela actvidade comercial, associado a produção de uma
unidade bem. Esta externalidade, pressupõe um efeito negativo involuntário a um terceiro não
relacionao, pode surgir durante a produção ou depois.

c)Gestão do meio ambiente e Saneamento básico: Para buscar o desenvolvimento local


deve-se compreender e respeitar as dinâmicas da gestão do meio ambiente e saneamento
básico33 , entender que o ser humano é apenas uma das partes deste ambiente e depende do
meio que o cerca. A produção primária, oferecida pela natureza, é a base fundamental sobre a
qual se assenta a espécie humana. Deve-se reduzir a utilização de combustíveis fósseis;
diminuir a emissão de substâncias poluentes; adoptar políticas de conservação de energia e de
recursos; substituir recursos não renováveis por renováveis; e aumentar a eficiência em
relação aos recursos utilizados (Sachs,1993:27).

d)Indicador Económico: Produto Interno Bruto

O desenvolvimento requer o crescimento dos níveis de iniciativa, de protagonismo, de


capacidade de fazer acontecer, ou seja, atitude proativa e cultura empreendedora, aquilo que
se convencionou chamar de “capital empresarial”. O desenvolvimento não é possível sem
uma conduta empreendedora das pessoas ou do governo, a avaliação do o crescimento
económico faz-se através de um instrumento económico designado PIB34.

33
Segundo a Organizacao Mundial da Saúde (OMS;2018), é o controle de todos os factores de meio físico
do homem, que exercem ou que podem exercer efeitos nocivos sobre o bem estar físico, mental e social.
34
Sandroni (1999:459) PIB refere-se ao valor agregado de todos os bens e serviços finais produzidos dentro do
território, normalmente de um país, independentemente da nacionalidade dos proprietários das unidades
produtoras desses bens e serviços.

34
O PIB é uma medida de fluxo de produção por unidade de tempo “ano”. Por isso, não se
considera estoques de capital (economia), que em última instância são importantes
componentes determinantes dos fluxos de produção, como por exemplo, capital social, capital
humano, capital natural, nível de eficiência de instituições, etc. O PIB é frequentemente
usado como um indicador, seguindo a ideia de que os cidadãos se beneficiariam de um
aumento na produção agregada. Similarmente, o PIB não é uma medida de rendimento
individual, (Paiva & Cunha, 2008).

Entretanto, o PIB pode aumentar enquanto a maioria dos cidadãos ficam mais pobres, pois o
PIB não considera o nível de desigualdade de renda de uma sociedade. Nesta perspectiva,
Paiva e Cunha (2008), destacam algumas limitações ou lacunas do PIB, que são:

 Qualidade de bens e serviços – no caso de dois bens terem qualidades diferentes,


mas forem vendidos com preço similar, o valor registado pelo PIB será o mesmo. Isso
leva a distorções da percepção de bem-estar;

 Transacções clandestinas - O PIB conta actividades que contribuem para a


produção, mas que não passam pelo mercado oficialmente, como actividades de
contrabando e venda de produtos ilegais. Porém a medição é feita por vias indirectas;

 Externalidades - O PIB ignora a presença de externalidades (efeitos não


contabilizados pelo mercado), como, por exemplo, danos ao meio ambiente. Assim,
um país que cortar e vender todas suas árvores terá um aumento em seu PIB, mesmo
que os efeitos sociais sejam negativos devido à poluição, perda de biodiversidade,
área de lazer e outros;

 Crescimento de longo prazo - O PIB anual não é um indicador de longo prazo. Ele
aponta para variações que podem vir de oscilações económicas momentâneas, como
ataques especulativos, bolhas de crescimento, descoberta de jazidas de recursos
naturais. Nada garante que o crescimento será mantido ou distribuído pela sociedade.

3.4.1. Actores de Desenvolvimento Local


Para Buarque (1999), o desenvolvimento local implica a articulação entre os diversos actores
e as esferas de poder, tais como a sociedade civil, as organizações não governamentais, as
instituições privadas e políticas e o próprio Governo.

35
Buarque (1999), defende que o desevolvimeto local implica a articulação entre os diversos
actores e esferas do poder, tais como a Sociedade Civil (SC), Órgãos locais do Estado
(OLE), Órgãos do Poder Local (OPL), a Comunidade Local (CL) e Empresas Privadas (EP).
O presente trabalho de pesquisa leva-se em conta as quatro últimas instituições supracitadas,
pois estas estão mais vinculadas a promoção do Desenvolvimento dos Distrito, e este em
especial.

i) Órgãos locais do Estado: Faria e Chichava (1999), definem Órgãos Locais do Estado
(OLE) como conjunto de entidades, instituições e órgãos que estabelecem e garantem o
cumprimento dos princípios da ordem, e regulam, orientam e monitoram á organização,
compentencia e funcionamento das instituições do Esatado a nível local. A lei n°08/2019,de
19 de Maio, estabele os princípios e normas de compentências e funcionamento dos órgãos
locais do Estado, aplicando-se nos escalões de Províncias, Distrito, Postos Administrativos e
Localidades e de Povoações.

No âmbito das suas funções de direção estatal, exercem competência de decisão e execução e
controle no respectivo escalão. Estes sem prejuízo da autonomia das autarquia locais ,
garantem a realização das tarefas e programas económicos, social e cultural de interesse local
e nacional, observando a constituição , as deliberações da assembleia da república e as
decisões do conselho de Ministro e dos órgãos do Estado de escalões superiores ( conforme o
disposto no n° 1 do artigo 2 da lei dos órgãos locais do Estado (LOLE).

iii) Órgãos do Poder Local: O n° 1 da artigo n°1 da lei 02/97 de 18 de Fevereiro, estabelce
que na organização democrática do Estado o poder local compreende a existência de de
autarquias locais. N° 2 do mesmo artigo define autarquias locais, como sendo pessoas
colectivas públicas doctadas de órgãos representativo próprios que visam a prossecução do
interesses da populações respectivas sem prejuízo dos interesses nacionais e da participação
do Estado. Os OPL são órgãos com poder administrativo, que, em Moçambique, de acordo
com a o n° 03 do artigo da lei 02/97, desempenham suas actividades no quadro das
actividades do Estado e organizam-se em pleno respeito da unidade de poder político e do
ordenamento jurídico nacional.

36
NB: É importante lembrar o OPL junto com o OLE, embora cada desempenhe actividades
em pleno respeito as suas competência, exite uma coordenação 35, entre estes, ambos com o
objectivo único de prestar serviços de maior e melhor qualidade aos cidadãos.

36
v) Comunidade Local Martins (2002:114) fundamenta que “é importante ter um olhar
sobre a participação popular, enquanto resultado de um processo de construção social, não
como um mero requisito metodológico na estratégia de sensibilização social popular, que está
á deriva de factores históricos e culturais e que assim, a participação em princípio parece
manter uma relação directa com o que se denomina capital social”. É importante que a
comunidade local, coopere com todos órgãos interessados pelo desenvolvimento, de modo a
que a mesma comunidade traga a tona a sua real necessidade.

Há três principais pilares nos quais assentam as relações de uma sociedade e da sua economia
são a Administração Pública (sector público), o sector chamado sem fins lucrativos e as
empresas (sector privado). Cada um tem a sua própria função e o progresso social pode ser
visto como um jogo de equilíbrio, complementaridade e vigilância entre um Estado eficaz,
uma cidadania ativa e um sector privado responsável (Gómez:2019 et al.).

A afigura abaixo mostra com é o equilíbrio, entre o Estado, as Empresa e a Cidadania, onde
explica que o Estado é a fonte princial de provisão de bens serviços públicos aos cidadãos,
entretanto a cidadania e as empresas funcionam como membros auxiliares a actividade de
provisão de bens e serviços público.

Figura n° 2: Jogo de equilíbrios para obter o progresso social

35
Para Arbage (2001), coordenar é o efeito de estabelecer uma harmonia entre os actos de uma organização,
seja ela lucrativa ou não lucrativa, de aneira a facilitar o funcionamento das suas actividades e o seu rescpectivo
sucesso.
36
Comunidade local é o agrupamento de famílias e indivíduos, vivendo numa circunscrição territorial de nível
de localidade ou inferior, que visa a salvaguarda de interesses comuns através da protecção de áreas
habitacionais, áreas agrícolas, sejam cultivadas ou em pousio, florestas, sitio de importância cultural, pastagem,
fontes de água e áreas de expansão” (n° 1 do artigo 1 da lei n° 19/97 de 1 de Outubro).

37
Fonte:Responsabilidade Social, Empresa e Desenvolvimento.

Ou seja no topo das resposbilidades sociais tem-se o Governo, como sendo o maior provedor
de recursos para a população, oque quer dizer que prover bens e serviços a população é dever
do Governo, entretanto este dever que o Governo tem não inpede o auxílio dos outros órgãos
que sejam de origem não governamental.

v) Empresas Privadas

Instituições ou empresas privada é uma organização social ou económica que agrupa e


integra um conjunto de recursos humanos e não-humanos, com vista a criar condições
alternadas de auto-sustento, através da utilização racional e eficiente dos recursos
disponíveis, utilizando factores de produção e comercialização, transformando ou
combinando os imputs, com vista a prosseguir os objectivos de produção de bens e /ou a
prestação de serviços com a finalidade de obtenção de lucros e impactando para o bem-estar
da sociedade (Seventine: 2020). Numa outra perspectiva, Longenecker et al., (1997),
destacam as seguintes contribuições importantes, a saber:

 Servem de suporte para outras empresas; As empresas numa visão sistemática,


desempenham actividades que auxiliam as outras empresas, como por exemplo:
actividades de distribuição e fornecimento. De um lado, a distribuição consiste em
ligar os clientes e os produtores em determinados produtos e serviços, e de outro lado
consiste em fornecer directamente as outras empresas os seus produtos e serviços;
 Produzem bens e serviços com eficiência : Pode-se dizer que produzir bens e
serviços é uma contribuição importante das empresas privadas no sistema económico,

38
não obstante Chiavenato (2007:48) ressalta a eficiência das médias empresas, além
das tecnologias modernas é por empregar um número crescente de mulheres que
integram a força de trabalho.

De acordo com MIC (2007), as empresas são fundamentais para o desenvolvimento


económico nacional, na medida que cada colaborador e a própria empresa contribui pagando
impostos e/ou taxas ao Estado, cumprindo com a finalidade de erradicar a pobreza no país
previsto no Plano de Acção para Redução da Pobreza (PARP).

Deste modo o agronegócio contribui inquestionavelmente para o bem-estar social e


económico da nação. Pois, produzem uma parte substancial do total de bens e serviços. Esta
actividade oferece uma contribuições excepcionais, na medida em que fornecem novos
empregos, introduzem inovações, estimulam a competição, auxiliam as grandes empresas e
produzem bens e serviços com eficiência, (Longenecker et al., 1997:34).

3.5. Relação entre o Sector Empresarial Privado e Desenvolvimento Local


Colossi e Duarte (S/d:1), fundamentam a relevância que o sector empresarial privado
exercem na economia de qualquer país, são responsáveis por grande parte da produção
industrial nacional e mundial, por isso, estão merecendo consideração especial e
reconhecimento crescente por parte dos governos, órgãos empresariais, estudiosos e
pesquisadores da matéria.

DL está associada as iniciativas empreendedoras e mobilizadoras da comunidade, articulando


as potencialidades locais nas condições dadas pelo contexto, ou seja, é o processo
dinamizador da sociedade local, mediante o aproveitamento eficiente dos recursos endógenos
existentes em uma determinada zona, capaz de estimular e diversificar o crescimento
económico, desenvolvimento humano, criação de empregos dignos (Seventine: 2020).

3.5.1. Responsabilidade social como estratégia adoptada pelo sector empresarial


privado para a dinamização do desenvolvimento local
Actualmente tem ocorrido imensas mudanças no ambiente endógeno, pois o ambiente
exógeno em que as empresas operam é bastante dinâmico. As empresas eram vistas apenas
como instituições económicas com responsabilidades referentes a resolver os problemas
económicos fundamentais como: o que, como e para quem produzir. No entanto, devido a
imensas mudanças exógenas as empresas assumem novos papéis de responsabilidade.

39
Na óptica de Souza (2011:17), responsabilidade social é a postura de uma empresa que, por
livre e espontânea vontade, decide praticar comportamentos e acções que gerem o benefício
colectivo, seja esse para os stakeholders primários (funcionários, accionistas, etc.), assim
como para os stakeholders secundários (clientes, fornecedores, sociedade em geral).

Actualmente, pela dinâmica do ambiente exógeno as empresas têm operado de maneira


discrepante e considerando os aspectos ético-social, demonstrando comprometimento com os
stakeholders primários e secundários, por meio de acções sociais, cujo principal objectivo
não é o marketing, mas o DL, (Melo Neto & Froes, 2001).

Porque a empresa tem um inpacto sobre a comunidade esta automaticamente arca com
responsabilidades sociais sobre a mesma empresa, o que implica uma actuação responsável e
ética em todas as frentes, em harmonia com o equilíbrio ecológico e desenvolvimento social e
económico.

3.6. Indicadores de Eficácia Organizacional


De acordo com Chiavenato (200837:16), citado por Samacais, 2016:39-40), os principais
indicadores de eficácia organizacional, resumem-se em, Produção, este indicador representa
a capacidade de produzir a quantidade e qualidade de saídas organizacionais exigidas pelo
ambiente; em seguida, tem-se o indicador Eficiência, este indicador indica a relação entre
saídas e entradas. É um indicador expresso em termos de percentagens ou índices de
custo/benefício, custo/produto ou custo/tempo.

Adicionalmente tem-se o indicador Satisfação, que é resultante de benefícios concedidos aos


seus parceiros (funcionários, clientes, fornecedores e prestadores de serviços) e do
atendimento a demanda do ambiente através da responsabilidade social, ética e voluntarismo.
Do mesmo modo, tem-se o indicador Adaptabilidade que é o mecanismo pelo qual a
instituição responde as mudanças induzidas externa e internamente. É o tempo de reacção e
de resposta da organização às mudanças ambientais, por conseguinte tem-se o indicador
Desenvolvimento, este está relacionado com o aumento da riqueza organizacional (seus
activos tangíveis e intangíveis).

3.6.1. Eficácia do Agronegócio no Desenvolvimento Local


O termo eficácia organizacional surgiu na teoria da administração em um momento posterior
ao da eficiência, isso porque a preocupação, nos primeiros anos da estruturação da ciência
37
Chiavenato, I. (2008), Recursos Humanos: o capital humano nas organizações. 8ªed. Editora Atlas S.A. São
Paulo.

40
administrativa, era a de enfocar nos meios e na organização do trabalho. Assim o foco nos
resultados e objectivos foi sendo destacado em abordagens teóricas mais recentes como, por
exemplo, a abordagem contingencial38, que buscou modelos organizacionais mais eficazes,
(Witt139, 1998, citado por Matos, 2008).

Assim torna-se importante aferirr a eficácia do Agronegócio no DL, com vista a ter
conhecimento da saber se a execução desta actividade da industria primaria traduz-se num
beneficio a comunidade em que a mesma está inserida, tendo em conta a utilização das
potencialidades locais.

4. CAPÍTULO: APRESENTAÇÃO ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS

Este capítulo reserva-se a apresentação análise e interpretação de dados obtidos na empresa


Bananalândia e no Governo do Distrito de Moamba (GDM), com vista a responder as
questões de pesquisa e posteriormente testar as hipóteses do trabalho.

4.1. Breve caracterização e perfil do distrito de Moamba

Moamba é um distrito da situado na parte norte da Província de Maputo, cuja sede é a vila de
Moamba. Tem como limites geográficos, a norte o rio Massintonta que o separa do distrito de
Magude, a sul, o distrito de Namaacha, a este, os distritos de Manhiça e Marracuene e a oeste,
uma linha de fronteira artificial com a província sul-africana de Mpumalanga.

O distrito apresenta uma configuração de triângulo no sentido norte-sul 40, uma extensão
150km compreendida entre Panjane, junto ao Rio Massintonta e a ribeira de Mavene, e no
sentido leste-oeste, uma extensão de 61 km no paralelo de Sabié. O distrito de Moamba tem
uma superfície de 4 628 km² e uma população de 56.746,00 habitantes, de acordo com o
censo de 2017. O distrito está dividido em quatro postos administrativos (Moamba, Pessene,
Ressano Garcia e Sabié).

38
Segundo Donaldson (1999), a Teoria Contingencial estabelece a inexistência de um modelo de estrutura
organizacional única e efetiva para todas as organizações. Desse modo, a estrutura da organização se modificará
de acordo com fatores como o tamanho e a estratégia da empresa; ou seja, a organização é contingente a essas
variáveis, denominadas por Donaldson (1999) como fatores contingenciais.

39
Witt, U. (1998), Imagination and leadership – The neglected dimension of an evolutionary theory of the firm.
Journal of Economic Behavior & Organization.
40
Com três lados e três ângulos internos.

41
Moamba é caracterizado por uma diversidade de potencialidades agricola assim como de
exploração mineira, tem em seu território algumas empresas de exploração de áreas pesadas e
agronegócio (de produção de cana-de-açucar pertencente de Tongaat hulett41, e duas de
produção de banana, Ramburguer e a Bananalândia).
4.1.1. Apresentação da Empresa Bananalândia

A Bananalândia é uma empresa internacional 42, que dedica-se a produção e comercialização


de banana na zona sul de Moçambique, de capital estrangeiro , com investidores de origem
Sul Africana. Fundada no ano de 2000, instalada no País no âmbito da promoção de
investimentos nacionais e estrangeiros (legitimada pela Lei n° 3/93 de 24 de Junho) , a
Bananalândia está distribuída em diferentes filiais localizadas em diferentes Distritos da
Província de Maputo nomeadamente: nos Distritos de Boane, Namaacha, Moamba, Manhiça
e Marracuene, actualmente, a província de Maputo tem uma produção de bananas de perto
de 250 mil toneladas por ano numa extensão de 5.141 hectares, este produto é destinado a
exportação e consumo interno.

O estudo é feito na filial localizada no Posto Administrativo de Sabié. Esta filial possui cerca
de 10 machambas na sua cadeia de produção, com cerca de 1000 trabalhores divididos entre
operários, camponeses, e gestores administrativos. A mesma opera numa área de 900 hectares
e possui uma capacidade de produção anual de três milhões e quinhentas mil caixas
(50.000,00 toneladas). O exercício desta empresa é a produção, tratamento, distribuição e
comercialização de banana.

Não obstante, a empresa poderá exercer quaisquer outras actividades comerciais e/ou
industriais relacionadas, directa ou indirectamente com o seu objecto principal, praticar todos
os actos conexos, subsidiários ou complementares da sua actividade e outras actividades com
fins lucrativos não proibidos por lei, desde que devidamente autorizadas, participar em outras
empresas ou sociedades já existentes ou a constituir ou associar-se com elas sob qualquer
forma permitida por lei (Decreto nº /2018, de 14 de Junho)

41
Empresa multinacional que dedica-se a produção de cana-de-açucar, refinaria e venda do açucar.
42
Empresa Internacionais ou Multinacionais; são empresas com actividades em vários países, podendo
comprar, produzir e/ou vender em qualquer país diferente do seu país de origem.

42
4.1.2. Perfil da Amostra da Pesquisa

Do estudo foram entrevistados 3 colabaradores da empresa e 2 membros do GDM e 15


membros da comunidade local. Importa ressaltar que o estudo de caso foi feito no Distrito de
Moamba, pois é onde está localizada a filial de produção.

a) Perfil da amostra por género

Quadro nº 1: Distribuicção da amostra do género

De acordo com os dados obtidos no campo, a maior percentagem dos indivíduos


entrevistados é do género masculino num total de 12 membros, enquanto o género feminino é
representado em 8 membros respectivamente.

Caracterização da amostra por género

Mulheres % Homens%

40% 60%

Fonte: Dados da pesquisa (2022)

a) Caracterização da Amostra por nível de escolaridade

A seguir vem o gráfico que faz a caracterização da amostra por escolaridade, afim de que se
tenha dados fiáveis, buscou-se dados dos mais diferentes níveis académicos. Buscou-se
também entrevistar cidadãos de todos nives académicos de modo que a amostra seja
representativa

Gráfico nº. 2: Nível de escolaridade

43
Nível de escolaridade
Mestrado
5%
Primário Licenciatura
Mestrado
25% 15%
Licenciatura
Médio
10% Médio
Básico
Básico Primário
45%

Fonte: Dados da pesquisa (2022).

A verificou-se através do gráfico 2, que discorre em torno do nível de escolaridade da


amostra que o maior número é representado pelo nível básico representado em 45%, de
seguida o nível primário que está em 25%, o nível de licenciatura é representado em 15%, ao
passo que o nível médio está em 10% e os restante 5% está para o mestrado. Portanto, com a
pesquisa pode-se verificar que a maioria dos trabalhadores que fazem parte da comunidade
local tem o nível primário e básico e a chefe do posto admistrativo.

4.2. Apresentação e discusão dos resultados da pesquisa

Após a apresentação do Distrito, da Empresa e a caracterização da amostra, segue-se com a


parte relativa a apresentação e discução dos dados obtidos no campo, oque permitirá testar as
hipóteses. A confrontação entre os dados enpíricos, a teoria e a revisão bibliográfica, visa
melhorar o entendimento do tema e ajudar na sua análise.

Na empresa buscou-se conhecer a cadeia de produção, os desafios enfretados na cadeia,


desafios enfretados pela empresa na produção, e se o agronegócio praticado pela
Bananalândia é eficaz para o DL. De salientar que, para uma melhor compressão do estudo,
faz-se uma descrição em gráficos, caracterizando em percentagem.

4.2.1. Cadeia do agronegócio na produção da banana na Bananalândia

A produção de banana manisfesta-se obedecendo a três fases no DM, nomeadamente antes da


porteira, dentro da porteira e fora da porteira. Cada fase tem suas actividades e cada
actividade tem seu papel no âmbito social (crescimento do IDH), assim como na economia,

44
para o crescimento do PIB, através do pagamento de taxas e impostos ao Governo. Por isso a
seguir faz-se a descrição das fases afim de saber como funciona (Arieira, 2019).

a) Antes da porteira

A primeira fase do agronegócio é a fase de preparação à produção, em que é feita a colheita


de todos recursos materiais, financeiros e humanos necessários à produção agrícola em
conformidade com o que diz a literatura, (Langa43, 2022) afirma que esta é a fase em que a
empresa dedica-se a aquisição recursos financeiros (que esta estimado em valores monetários,
para pagamento dos gastos), material técnico e tecnológico (arados, sacos plásticos, tanques
de depósito de água e para tratamento da fruta, caixas plásticas e de pepelão plantadeiras,
regadores e pulvorizadores), insumos agrícolas, (fósforo, potássio nitrogênio, conservantes e
mudas) e recursos humanos (recrutamento, seleção e contratação de trabalhadores de campo,
segundo as necessidades da época de produção).

A aquisição de recursos exige da empresa bastante atenção na compra de matéria-prima, para


que esta recolha produtos seja de qualidade que permitam uma produção mais eficiente.
Entretanto uma das maiores dificuldades nessa parte são os preços colocados dos produtos,
que variam de acordo com o valor da moeda estrageira face a moeda nacional. Esta fase do
agronegócio tem como actores o Governo, os fornecedores e técnicos agrónomos.

b) A segunda fase é dentro da porteira

Langa (2022) argumenta que nesta fase é feito todo o trabalho de campo que visa a obteção
do produto pretendido. Aqui são chamados todos agricultores e técnicos de manuseio de
máquinas contratados e efectivos para a entrar em acçāo, há nesta empresa uma média de 560
técnicos e agricultores, que são chamados a entrar em serviço, nas suas diferentes etapas, que
são:

 Seleção, preparo e tratamento das mudas: (Chunguana44, 2022), argumenta que


após a aquisição das mudas estas passam por um processo de limpeza visando
eliminar as raízes ao nível do rizoma 45, para eliminação de ovos e larvas da broca 46 e

43
Encarregadoda área de vendas e markiting da empresa.
44
Encarregado da área de produção agrária (que está ligado as transformações nas áreas de produção: com se
produz, de que forma se produz, etc).
45
Caule que cresce horizontalmente
46
Insectos que fustigam as raízes das plantas.

45
nematóides47, após essa operação, deve-se mergulhar o rizoma 48 numa solução
contendo inseticida49 e nematicida50 apropriados. Após o escorrimento da solução, a
muda pode ser plantada no local definitivo.
 Plantio: as covas são abertas com 40cm para baixo, em três dimensões. Após o
plantio em mudas inicia-se a etapa do tratamento e cuidado a planta, que têm como
finalidade estimular o crescimento delas e manter as melhores condições de água, luz
e nutrientes, necessárias para o seu bom desenvolvimento (Chunguana, 2022).
 Controle de ervas daninhas e eliminação de restos florais: o trabalho de controle e
combate das ervas daninha e eliminação dos restos florais, é um trabalho feito através
de métodos mecânicos, manuais e pela aplicação de herbicidas (Langa,2022). Esta
actvidade ajuda no combate de ervas daninha e permitir um crescimento mais
eficiente.
 Adubação: os fertilizantes e adubos são os insumos mais importante em termos
percentuais para o aumento de produção”. Por isso a Bananalândia garante que os
nutrientes estejam em sua posse mesmo antes do plantio, porque a aplicação dos
mesmos é feita já no início do desenvolvimento das suas raízes, feita com base em
químicos compostos por Fósforo, potássio e Nitrogênio.
 Ensacamento: este sistema de proteção é feito através da utilização de sacos de
polietileno 51, com perfurações laterais que variam de 0,5 a 1,0 cm, permitindo as
trocas gasosas entre os frutos e o meio exterior, colocados após. O ensacamento
proporciona a banana uma coloração amarelo-claro mais uniforme, aumentando
a elasticidade e a espessura da casca, além de servir como proteção na colheita e
durante o transporte do cacho até a casa de tratamento(Langa, 2022).
 Colheita: a colheita é a última etapa dentro da porteira, passado
aproximadamente três meses após o surgimento do cacho, a bananam está pronta
a ser colhida para as salas de tratamento, e depois o transporte aos clientes
(Chunguana, 2022).

Pode-se claramente verificar que o segunda fase da cadeia de produção desta empresa,
trata de assuntos exactamente ligadas a produção em campo (na machamba), até que se
47
Vermes microscópios e geralmente abundantes no solo, agua doce e salgadae muitas veses são parasitas de
animais, insectos e também de plantas.
48
Caule de do tipo subterrâneo ou aéreo, gerralmente com format de cilindro.
49
Defensive agrícolas que actuam na prevenção e controle de pragas responsáveis pela grande perda da lavoura.
50
Um tipo de pesticida químico usado para matar nematóides e parasitas.
51
Sacos plásticos de óptima resisténcia a mudanças de temperatura.

46
tenha o cacho da banana pronto para a colheita. Esta fase tem como actores envolvidos
técnicos agrónomos, agricultores e todos técnicos que trabalham directa e
indirectamente na machamba. A fase a seguir diz respeito a actvidade de tratamento
químico e comercial da banana, que segundo os respresentates da empresa está
actividade envolve um trabalho de 300 trabalhadores, para fazer o tratamento e
trasnporte da banana.

c) A terceira fase designa-se depois da porteira:

Na terceira fase da cadeia faz-se o tratamento químico e comercial ao produto após a colheita
em campo e de seguida faz-se o trasnporte, a banana é levada ao tratamento com
medicamentos, que permitem uma maior qualidade e melhor conservação do produto, de
modo que não seja de rápida deterioração, durante o transporte.

Depois do tratamento a banana é armazenada posteriormente transportada, a responsabilidade


do transporte recai sobre empresa pelo que já vem acordado na celebração dos contratos de
compra e venda com os seus clientes. Feito o tratamento e embalagem nas caixas de papelão
o produto é depositado nas viaturas de transporte e enviados aos respectivos clientes, da
industria secundária e terciária, que estão localizados na África do Sul, Botswana e na
República do Enswatine, há também um excedente que sustenta as necessidades de consumo
nacional (Chumguana, 2022).

A preparação da banana está sobre responsabilidade dos operário de lavagem e tratamento da


banana na sala de tratamento, e o transporte é feito esta sob responsabilidade dos motoristas
que estão em numero de 110, nacionais e estrangeiros.

Dos dados apresentados nota-se que as fases de produção de banana no DM através da


empresa Bananalândia são conforme descrito na literatura, através de Arieira. Em
alinhamento com teoria de Desenvolvimento Endogêno perecebe-se que as actividade de
produção da Bananalândia está aliada a utilização de potencialidades naturais locais, ou seja
a assistência de um sistema produtivo capaz de gerar rendimentos crescentes em suas fases,
mediante o uso de recursos disponíveis e a introdução de inovações, garante a criação de
riqueza e melhoria do bem-estar, oque estimula o crescimento do IDH.

O agronegócio praticado pela Bananalândia concite na utilização de recursos naturais que o


Distrito dispõe (a terra fértil e o clima favorável que permitem a realização da agricultura)

47
oque estimula a crescimento da economia local e melhoria do bem-estar da população através
da empregabilidade e isso promove o crescimento do IDH.

Hipótese 1: Em conformidade com os dados obtidos através da pesquisa em campo, valida-


se a primeira hipótese segundo a qual “a cadeia de agronegócio na produção de banana no
DM, engloba todo um ciclo que vai desde a aquisição de todos recursos, financeiros,
materiais e humanos necessários a produção”. Porque

4.2.2. Desafios enfrentados na cadeia de agronegócio na produção de banana no


Distrito de Moamba

O agronegócio é apontado como o meio de produção mais importante para a economia de um


país, em via de desenvolvimento como Moçambique, no entanto, a visão sistêmica no ramo
enfrenta algumas barreiras que torna um desafio manter essa área competitiva quando se fala
em conjunto dos processos produtivos relacionados à cadeia. Como qualquer outra actividade
de económica do ramo a Bananalândia enfrenta algumas dificuldades, dificuldades essas que
de algum modo trazem oportunidades para realizar novas experiencias com vista a melhorar a
qualidade do seu produto.

A literatura avança vários desafios do agronegócio ao longo da cadeia de produção, que


diferem entre si. De acordo com os dados obtidos em campo os desafios enfretados pela
Bananlâandia no período em estudo são logística de entrega e preocupação social e
ambiental:

a) Quanto à Logística de entrega: de acordo com Hobjana (2022), a logística de


entrega diz respeito a questão a todo aparato de envio de mercadoria assim como dos
produtos aos clientes. É certo que a empresa tem a obrigação de responsabilizar-se por
toda a logística de envio de produtos aos seus clientes, as viaturas da empresa são
adquiridas em fornedores de automóveis exigindo-se todas condições de
armazenamento de caixas. Entretanto há uma preocupação neste processo que diz
respeito as vias de acesso que estão degradadas.

Moçambique herdou um país com pobre infra-estrutura de estradas, e esta foi ainda sabotada
pela guerra civil, criando um ambiente desfavorável para o desenvolvimento agrícola
(Boughton et al., 2007). O troço que liga Moamba Sabié encontra-se degradado, a estrada é
de terra abatida com pedras de seixo que dá a via maior dificuldade de transitabilidade.
Manhique (2022), conta que para fazer o percurso de cerca de 52km de Moamba a Sabié leva

48
em média 3h, porque é obrigado a andar a uma velocidade muito reduzida, tendo em conta o
tamanho do camião e o produto transportado que é frágil.

Assim, a empresa apela ao Governo pela construção de estrada que liga Moamba a Sabié,
alegando que o valor dos taxas e impostos pago aos Governo desde 2000, que foi o ano em
que esta empresa se instalou nesse Distrito com certeza já é possível iniciar essa empreitada.

Em relação a este desafio a empresa afirma que é um problemas que está acima das suas
capacidades de actuação, apontado o Governo como sendo o principal agente de actuação
para reverter esta situação.

b) No que diz respeito à Preocupação social e ambiental: de acordo com ( Fortuner,


2022, esta tem sido um dos maiores desafios da Bananalândia nos últimos tempos,
porque com o passar do tempo a terra sofre mudanças naturais e isso pode
comprometer a qualidade do produto final. A terra ao longo do tempo pode vir a
perder suas propriedades de riqueza, é por esse motivo que a empresa vem criando
práticas agrícolas sustentáveis a curto, médio e longo prazo, através de novas técnicas
aplicadas em todas as machambas da empresa” ( Fortuner, 2022).

Em conformidade com os pressupostos da teoria de Stakeholders os dados elucidam que, o


desenvolvimento de qualquer actividade empresarial, pode afectar directamente e/ou
indirectamente na vida dos mesmos e para os membros da comunidade local tem maior
incidência, pelo simples facto destes conviver na mesma circunscrição territorial em que a
empresa funciona já recebe efeitos. A Bananalândia funciona numa área territorial, onde
inevitavelmente emite efeitos sobre os cidadãos, a emissão de poeira ao longo da via e o uso
exploratório da terra, para o plantio, que faz com a cada momento esta perca suas riquezas
naturais e este factor pode fazer com que os produtos colhidos sejam de menor qualidade.

Por outro lado, a TDE apresenta o pressupostos que indica o Governo tem um papel crucial
para o desenvolvimento das actividades económicas rurais e na sua expansão, ou seja para o
caso concreto da empresa em causa o Governo tem como papel a promoção de melhores
meios de produção e produtividade. Das entrevistas feitas á empresa foi possível ficar a saber
que a colocação de uma estrada com melhores condições tornaria o transporte mais eficiente,
pois teria menos tempo gasto no percurso, o que contribui para o seu desenvolvimento e
expansão.

espacamento

49
Em suma os desafios da empresa Bananalândia no Distrito de Moamba são:

 Morosidade no transporte de matéria-prima e/ou mercadoria;


 Risco de acidentes no transporte;
 Desintegração do meio ambiente;
 Baixo nível de escolaridade da população local;
 Um centro de saúde com alta capacidade de prestação de primeiros socorros, em caso
de acidente de trabalho;
 Oscilação da valorização da moeda nacional face ao Rand

Pelo que acima foi referido A segunda hipótese torna-se inválida , segundo a qual os
desafios de produção enfrentados pela empresa são, desperdício de produção, excesso de
burocracia no processso, fraco uso de tecnologias de ponta e logística de entrega.

4.2.3. Eficácia do Agronegócio na produção de banana no Distrito de Moamba

A avaliação da eficácia organizacional é feita através da análise de indicadores. O primeiro


dos indicadores de eficáca a ser apresentado é a produção: foi referenciado antes que é a
capacidade de produzir a quantidade e qualidade exigido pelo ambiente externo. Chunguana
(2022), afirma que, para que se cumpra este indicador a empresa busca sempre estudar o
mercado em termos de tendência contemporânea. Do ano 2018 à 2021 a empresa produziu
cerca de 200.000,00 toneladas, cada ano corresponde a 50.000,00 toneladas, onde 80%
dirigia-se a exportação para RSA, Botswana, Enswatine e os remanescentes 20% responde as
necessidades de consumo interno, a Província de Maputo.

Eficiência: este indicador indica a relação entre saídas e entradas. É um indicador expresso
em termos de percentagens ou índices de custo/benefício, custo/produto ou custo/tempo. No
período em analise a empresa apresentou uma eficiência oscilatória, devido a subida de
preços para a aquisição de matéria prima de produção, por causa da oscilação da valorização
do métical face ao Rand52, em 2019, que chegou a custar perto de 6.0 o cámbio. Agravaram-
se os custos de aquisição com a pandemia da COVID19 53, que surgiu no ano de 2020, e fez
com os preços de matéria prima e transporte subissem nos fornecedores e prestadores de
serviços á empresa.

52
Moeda Sul Africana.
53
Doença respiratória, causada pelo corona-virús, que surgiu no ano de 2019 na China e mais tarde assolou o
mundo Inteiro.

50
Satisfação: a satisfação é resultante do benefício concedido aos seus parceiros de
cooperação, tais como clientes, investidores, funcionários, Governo e comunidade tal como
visto no capítulo anterior. No acto de enauguração da unidade de processamento em 2021, o
titular da agricultura revelou que, há muita procura e pouca oferta de banana na zona Norte
de Moçambique, assim está em curso um projecto de expansão dessa empresa ao longo do
País, de modo a responder de forma proporcional a procura disse (Chunguana, 2022).

Manhique (2022), é trabalhador desta empresa e membro de comunidade local, ele fala que
esta empresa veio mesmo para ajudar as famílias porque dá emprego a cidadãos locais, tem
ajudado bastante no sustento das mesmas, além de apoiar os serviços básicos prestados a
comunidade, como por exemplo a prevenção e tratamento da COVID19.

Langa (2022), afirma que os investidores sentem-se satisfeitos com a produção, porque está
produção têm-se revelado eficaz para a obtenção de lucro. O mesmo sentimento vê-se no
Governo, pois há uma satisfação pelo cumprimento com o pagamento das taxas e impostos
que subiu de 4.9% para 5.0% do PIB/ano, no período em análise.

Chigodo (2022), relata que não se sente satisfeito com a empresa pela questão da Higiene e
Seguranca no Trabalho (HST54). Não há na empresa a disponibilização de equipamento de
trabalho, seja na machamba, ou nas salas de tratamento e armazenamento oque coloca em
risco a segurança dos trabalhadores e em dias de chuva os trabalhadores além de serem
transportados em camião são dados sacos plásticos para proteger-lhes da chuva, oque não os
protege.

Observou-se irregularidades no transporte de trabalhadores á empresa, as viaturas na qual são


transportados não apresenta segurança alguma, até porque tais viaturas não foram designados
a transportar pessoas (camião), mas sim matéria prima de produção e/ou mercadoria.

No mesmo contexto foi relatado pela chefe de Posto Administrativo de Sabié que já
houveram dois acidentes de viação, no ano de 2019 e 2021, que culminou com o ferimento de
mais de 47 trabalhadores, ferimentos graves e ligeiros, entre os passageiros, e os mesmos
reclamaram junto ao Governo local a responsabilização da empresa pelo danos causados
pelos acidentes, (Chivite:2022).

54
Rodrigues (2017), advoga que a higiene do trabalho ou higiene ocupacional é um conjunto de medidas
preventivas relacionadas ao ambiente do trabalho, visando a redução de acidentes do trabalho e doenças
ocupacionais.A higiene no trabalho consiste em combater as doenças profissionais.

51
As evidências mostram uma irresponsabilidades da empresa com seus trabalhadores, os
mesmo vê-se como meros instrumentos de trabalho, que são colocados a sua disposição de
utilização, sem se importar com a higiene e segurança. Nesse constexto surge a seguinte
questão, o trabalho da Inspenção geral do trabalho 55 não abrange essa área? Em entrevista a
chefe do posto administrativo refere que abrage, até é feito o trabalho na empresa, entretanto
este trabalho não apresenta resulados e esta entrevistada vai mais longe dizendo é um
trabalho aparente feito neste local, porque não tem resultados esta prática.

Adaptabilidade: a Bananalândia está ciente das mudanças que o mercado sofre


constantemente, por isso busca sempre adequar-se as novas tendências do mesmo. Com base
nas pesquisas feitas pelos pesquisadores da empresa, foi possível conhecer e novas técnicas
de produção que permitissem, produzir uma banana maior e com melhor qualidade, disse
(Langa 2022). A pandemia da COVID 19, teve impactos negativos sobre as indústrias, e com
a Bananalândia não foi diferente, para evitar aglomeração de trabalhadores na empresa, esta
viu-se obrigado a diminuir o seu número de trabalhadores, alguns trabalhavam em casa e
outro em escala.

Desenvolvimento: o indicador desenvolvimento está relacionado com o aumento da riqueza


organizacional nos seus activos tangíveis e intangíveis. Chunguana (2022) afirma que há um
crescimento notório nos seus activos tangíveis, a compra de 10 viaturas frigorificas para o
transporte de banana é um exemplo claro disso, bem como a aquisição da nova unidade de
processamento em 2021, que aumenta a capacidade de produção.

Na definição de Souza et al. (2011), que dizem que a eficácia é a realização efectiva das
coisas certas, pontualmente e dentro dos requisitos de qualidade especificados. Ou seja, para
estes autores se há cumprimento efectivo do objectivo traçado, dentro dos requisitos e
qualidade desejada, logo já se tem eficácia. Essa definição leva a entender que há eficácia na
organização, uma vez que verificou-se com o estudo que há realização efectiva da produção
de banana, com qualidade especifica.

Daft (1999:39) refuta o posicionamento de Sousa et al., ao defender que a eficácia é um


conceito abrangente e implicitamente leva em consideração um leque de variáveis tanto do
nível organizacional como departamental. A eficácia avalia a extensão em que os múltiplos
objectivos oficiais ou operativos foram alcançados. Esta definição explica que há eficácia

55
Do Ministério da agricultura e Segurança Social.

52
num processo organizacional quando este cumpri com as exigências de cada nível
organizacional assim como departamental. E com a pesquisa feita na Bananalândia pode-se
verificar o não cumprimento de exigências em alguns níveis e departamento.

Para permitir uma maior compreeção do estudo, a seguir aborda-se acerca dos indicadores de
DL, de forma a compreender se o Agronegócio é eficaz no DSEL de Moamba. De acordo
com o conceito de indicador apresentado por Mitchell (1997), extraiu-se os indicadores de
DL, o PIB e o IDH. Nesta linhagem, o autor sustenta que, para que aconteça DSEL no seu
todo deve-se priorizar estes indicadores e os itens descritos no IDH e no PIB.

4.2.3.1. Actores de Desenvolvimento Local no Distrito de Moamba

Já foi discutido no terceiro capítulo acerca dos actores de DL, numa visão geral, cabe neste
parte fazer uma análise explicativa acerca dos actores de DL do Distrito de Moamba,
identificou-se 4 actores que estão envolvidos com o processo de DSEL de Moamba,
nomeadamente: OLE, OPL, a comunidade local e a Bananalândia. Entretanto para execução
deste TCL, será observado apenas 2, actores a comunidade local e a empresa em estudo, pela
natureza do estudo e de acordo com os dados encontrados em campo.

A comunidade local: para Leroy (2002), “a participação popular directa constitui base para o
planejamento sustentável, seu pleno exercício remete uma sociedade participativa e
consciente de seu papel no desenvolvimento do planejamento e alcance sustentáve”. Moamba
é um Distrito com a população activa, a maior parte da sua população composta por jovens,
que estão inseridos nas diversas empresas agroindustriais. Neste Distrito os membros da
comunidade actuam como tomadores de decisão, este tem o papel de indicar suas
necessidades e prioridades, “ninguém melhor que o necessitado para falar das suas
necessidades”.

Bananalândia: é essencial enfatizar que a acção de promover, implementar e zelar pelo bem
estar social, económico, político e cultural constitui tarefa do Governo, a existência de
empresas privadas no território não vem em momento nenhum remover esta tarefa, de
principal provedor de bens e serviços, as empresas apenas assumem uma responsabilidades
social perante a comunidade em que a mesma está inserida, pelo impacto das suas actividades
durante e/ou após produção.

53
É a postura de uma empresa que, por livre e espontânea vontade, decide praticar
comportamentos e acções que gerem o benefício colectivo, seja esse para os stakeholders
primários (funcionários, accionistas, etc.), assim como para os stakeholders secundários
(clientes, fornecedores, sociedade em geral). Acções tomadas voluntariamente e que não
estão ligadas a benefícios ou obrigações promovidas pela legislação.

A Bananalândia indubitavelmente tem impacto sobre a comunidade e por vontade própria


pratica actos de que geram beneficio aos envolvidos primários e secundários para a
comunidade, esta funciona como fonte de geração de renda através da empregabilidade, apoio
social na prestação de serviços básicos á população, oque inpulsiona o crescimento do IDH e
funciona também como meio dinamizador do crescimento do PIB a nível central, através do
pagamento de impostos ao Governo central.

Por outro lado a TDE coloca o desenvolvimento de qualquer actividade económica pode
promover o desenvolvimento regional, no âmbito social e económica, foi apresentado acima
evidencias que a empresa privada Bananalândia tem dado o seu contributo para o DSEL, na
área social através do crescimento do IDH e económica pelo pagamento de taxas e impostos
ao Governo.

4.2.3.2. Indicadores de Desenvolvimento Sócio-económico Local


Baseando-se no conceito de indicador apresentado por Mitchell (1997), pode-se extrair os
seguintes indicadores: indicadores social apresentado em Índice desenvolvimento Humano
(IDH), Indicadores Ambientais, explicado em Gestão do Meio Ambiente e Saneamento
Básico (GMASB), e indicadores económicos PIB. Pela natureza do tema do TCL, avanço
com os indicadores de sociais e económico:

a) O indicador social (IDH), quanto maior o capital humano, melhores as condições de


desenvolvimento:

Saúde: na saúde a empresa relata que tem feito um trabalho de sensibilização contra a
gravidez precoce na rapariga, trabalho feitos nas escolas (na Escola Secundária de Moamba,
e na Escola Secundária de Sabié), a sensibilização é feita através da promoção de desporto,
tal como futebol e o atletismo em 2019 e 2021. No âmbito de preeveção da COVID 19 a
empresa disponibilizou aos serviços de saúde, material de proteção aos funcionários do
centro de saúde de Massitonta, Sabié sede, centro de saúde de Moamba e de Ressano Garcia

54
(Funcionário B), entretanto o Distrito tem algumas necessidades de ifra-ístrurura de saúde
56
).

Educação: na educação a empresa não apresenta feitos relacionados ao ensino e


aprendizagem. Entretanto o Governo revela que necessita de mais ifraístruturas de educação,
que possam responder ao elevado número de crianças que tem se matriculado no ensino
primário e secundário ao longo do Distrito, mesmo necessita também de residências para
professores que vem dos outros Distritos e postos Administrativos, e não tem a possibilidade
de fazer as viagens de casa ao serviço diariamente, sendo assim o Governo deste Distrito
entende que a Bananalândia, é um potencial contribuinte para a construção de mais escolas
residências dos professores (Chivite,2022).

Renda: “os colaboradores tem recebido rendimento pelo trabalho prestado a empresa”
informação dada por unanimidade pela comunidade local e a empresa, alguns com visão
empreendedora fazem a aplicação das suas verbas criando outras fontes de renda, isto é,
abrindo pequenos negócios.

Rosário (2019)57 afirma que as empresas e agronegócio têm exercido um papel importante na
sociedade actual, pois emprega a maioria da população rural nas suas áreas de produção, dão
oportunidade de crescimento profissional aos mesmo sem deixar de cumprir com suas
obrigatoriedades com o Governo local e central.

Langa e Chunguana (2022) são unânimes ao afirmar “que cada fase do agronegócio na
empresa tem um elevado número de trabalhadores de origem local, são indivíduos que
trabalham na empresa que com o rendimento obtido através do seu trabalho garantem seu
sustento”. Ferreira e Manhique (2022) acrescentam que com o valor do salário obtido da
empresa, estes conseguiram iniciar um negócio e dizem que tem ajudadao bastante na renda.
Macitonta (2022) relata que com o seu salário tem investido na agricultura familiar e emprega
cidadãos para trabalhar nas suas machambas.

Assim a Bananalândia, além de trazer um impâcto positivo na produtividade, rentabilidade,


sustento e desenvolvimento do agronegócio, o processo de produção estimula o DSEL,
através da empregabilidade, que garante o sustento das famílias.
56
Os serviços de saúde recetem-se de necessidades reabilitação do hospital da Vila de Moamba, bem como o
centro de Saúde de Sabié, porque ambas já ampresentam rachas nas paredes, tal como evidencia o GDM, no
acto de recolha de dados.
57
Econtrado em: https://periodicos.ufrn.br/sociedadeeterritorio/article/dowload/12862/11990

55
Importa ressaltar nesta parte que o GDM, carece de diverso bens e serviço público básicos
que possam apoiar a população no seu cuotidiano e que possam contribuir para a melhoria da
qualidade de vida e bem estar social da comunidade, a título de exemplo é a péssima
condição em que se encontra a estrada que liga a Vila de Moamba e o Posto Administrativo
de Sabié e nas suas respectivas comunidades, oque piora a condição da estrada é o tipo de
solo que é argiloso, com pedras de seixo58 e torna o troço mais dificultuoso.

Em entrevista, a chefe do posto Administrativo de Sabié afirma que o melhoramento das


condições desta estrada pode acelerar o DSEL do Posto, pois entende que a boa condição das
vias de acesso atrai novos investimentos a esta zona, que é rica em pontencialidades naturais
além de tornar a locomoção de bens e pessoas mais rápida e segura. Assim o maior anseio
deste órgão é o melhoramento da via e entende que a Bananalândia é um óptimo aliado ao
Governo, para a realização deste propósito.

b) Indicador Económico: PIB

Chunguana (2022)afirma que empresa a Bananalândia tem cumprido com seus deveres
tributários, através do pagamento da Taxa de Actividade Económica (TAE), que é devida
pelo exercício de qualquer actividade de natureza comercial ou industrial, incluindo a
prestação de serviços, no território da respectiva autarquia, desde que exercida num
estabelecimento devidamente licenciada. Durante o período compreendido entre 2018 á 2021,
a Bananalândia de Moamba Contribuiu com cerca de 5.0 % no PIB, na economia do Distrito
de Moamba e espera-se contribuir mais com a nova unidade de processamento de banana,
afirma Chunguana (Chunguana, 2022).

Chiavenato (2007:48) sustenta que, as empresas privadas, independentemente, da sua


dimensão ou área de actividade são cruciais para a economia de qualquer País por produzirem
bens e prestarem serviços com eficiência e excelência. Desta feita, de seguida apresenta-se o
gráfico em torno da eficácia do agronegócio para o DL do distrito. O gráfico apresenta uma
caracterização dos entrevistados sobre a eficácia desta actividade.

Gráfico n.˚3: Avaliação feita pelos inquiridos sobre a eficácia do Agronegócio no DSEL do
Distrito.

58
Pedras de seixo é um fragmento de roxa ou mineral com granulometria maior que a arreia.

56
20%
40%
Satisfatorio
Insatisfatorio
40% Razoável

Fonte: dados de pesquisa 2022.

Das entrevistas feitas a empresa e no GDM, 40% dos entrevistados, que satisfatório são
membros da empresa que afirmam que a produção é eficaz, pois entendem que os resultados
desta actividade estimulam o DSEL, outros 40% refutam o posicionamento dos membros do
empresa, alegando que pela dimensão da mesma, capial financeiro e impacto das
externalidade negativa emitida pela empresa (emissão de poeira ao longo da via, pela
passagem de camiões carregados de matéria-prima e/ou mercadoria a ser enviada para os
respectivos clientes), esta empresa deve realizar mais actividades com vista a recompensar
esta prática, os restantes 20% referem que a eficacia é razoável, porque a empresa cumpri
com apenas alguns indicadores de eficácia na sua produção.

Perante o exposto, Valida-se também a terceira hipótese que refere que, “A produção de
banana na Bananalândia no DM é eficaz no DL do Distrito, na medida em que permite a
criação de novos postos de trabalho ao longo da cadeia de cultivo, presta apoio aos serviços
básicos á Comundade, incentivam o empreendedorismo local, aumenta a arrecadação de
impostos e taxas no Governo”.

57
CONCLUSÃO

O presente TCL têm como objectivo, aferir a Eficácia do Agronegócio no DL, no Caso da
Produção da Banana no Distrito de Moamba num horizonte temporal de 2018 á 2021. O
trabalho foi norteado por três objectivos específicos, descrever a cadeia de produção,
indentificar os desafios na produção e aferir a eficácia do agronegócio na produção no DSEL
do Distrito.

Com base no estudo de campo constatou-se que o agronegócio praticado pela Bananalândia
além de trazer um inpâcto positivo na produtividade, rentabilidade, sustento e
desenvolvimento do agronegócio, o processo de produção estimula o DSEL, de um lado,
para os stakeholders primários pela remunerações através da prestação de serviços dos
cidadãos locais, por outro lado para com os stakeholders secundários através do apoio a
comunidade local nos serviços básicos de saúde e educação.

Embora com algumas dificuldades de produção na Bananalândia, constatou-se que a


empresa, responde com os itens identificados descritos nos indicadores de DL tanto no PIB
através do pagamento e taxas de actividade económica ao Governo, assim como no
contributo para o crescimento IDH, que foca-se no constributo da empresa na prestação de
serviços básicos tal como saúde e renda. Visto que, detém impacto significante nas áreas
económica e social, sendo feita análise positiva do seu impacto no distrito de Moamba.

Perante todas acções levadas a cabo pela empresa há ainda que se melhorar vários apectos
ligados directamente a empresa, trata-se das condições da HST dada aos trabalhadores da
mesma empresa. Há também uma necessidade de a empresa comprometer-se mais com as
responsabilidades sociais olhando especialmente para a péssima condição da estrada que dá
acesso ao Posto Administrativo de Sabié e não menos importante, o cumprimento do pré-
acordo de contratação de mais de 600 trabalhadores locais e inserção de mais de 100 famílas,
a Bananalândia.

58
RECOMENDAÇÕES

De acordo com o estudo feito, faz-se as seguintes recomendações e/ou sugestões:

 Recomendo que a empresa Bananalândia comprometa-se com a colocação de infr-


istruturas de uso social, de modo recompensar as externalidades que empresa emite
desta modo contribuir para o bem estar da comunidade local;
 Recomendo igualmente a empresa a optar pela compra de materiais e insumos de
produção agrícola, em território nacional, oque permitirá, maior enriquecimento das
empresas de nacionais de venda desses produtos, invés de concentrar riquezas no País
de origem da empresa;
 Sugiro que a empresa cumpra o pré-acordo de contratação de mais de 600
trabalhadores locais e inserção de mais de 100 famílas e empresa.
 Sugiro que a empresa crie um fundo para ajudar as comunidades locais a
empreenderem em projectos sociais ou económicos em prol do bem-estar da própria
comunidade;
 Ao Governo recomendo que se crie regulamentos que incentivem o sector empresarial
privado a intervir mais na área social sobre as comunidades em as empresa estão
localizadas;
 A sociedade no geral, deve valorizar e aproveitar as potencialidades locais para o
desenvolvimento sustentável.

LIMITAÇÕES

Toda pesquisa de natureza científica, aquando da sua realização sofre influência de vários
factores que podem comprometer o alcance dos objectivos traçados. Portanto, com a presente
pesquisa não foi diferente. Durante a realização do trabalho deparou-se com as seguintes
limitações:

 Resistência por parte da empresa em aceitar ao pedido de recolha da dados, para a


realização da pesquisa, facto que fez com a pesquisa levasse mais tempo para a sua
realização.
 Insuficiência de material físico (livros) que abordem sobre Agronegócio para o DL .
A maior parte da bibliografia encontrada está em formato electrónico. Face a essa
limitação, a pesquisadora foi obrigado a recorrer a internet com vista obter artigos e
conteúdos pertinentes para a compilação do presente trabalho.
59
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desenvolvimento local: caso da sociedade de águas vumba (2014-2018), Teabalho
de Licenciatura em Administração pública, UJC: Maputo.
d) Portais ou Páginas da Internet
 https://periodicos.ufrn.br/sociedadeeterritorio/article/dowload/12862/11990

 https://pt.scribd.com/document/480615986/programa-de-reabilitacao-economica

2.1.Fontes Primárias
 Benzane, Alfredo- motorista nacional da empresa, entrevistado a 27 de
Setembro de 2022, Maputo.

 B1- B2- B3- B4 -membros da comunidade local, entrevistado no dia 27 de


Junho de 2022, Maputo.

 Chigodo, Amadeu- Agricultor da empresa e membro da comunidade local,


entrevistado a 27 de Setembro de 2022, Maputo.

 Chivite, Helena- Chefe do posto Administrativo de Sabié, entrevistada a 20 de


Junho de 2022, Maputo.

 Chicuicha, Amadeu- motorista de transporte semi-colectivo, enrevistado a 27


de Setembro de 2022, Maputo.

 Chunguana, Benjamim Domingos- Gestor de vendas e exportação da


empresa e membro da comunidade, entrevistado no dia 27 de Junho de 2022,
Maputo.

65
 Ferreira, Amarildo Lisiario- Motorista de camiões de transporte de banana da
empresa e membro da Comunidade, entrevistado a 27 de Setembro de 2022,
Maputo.

 Fortuner, Innocety- Técnico agró-químico, responsável pelo tratamento e


qualidade de produto, entrevistado a 27 de Setembro de 2022, Maputo.

 Ferreira, Evaldina- Técnica de saúde do centro de saúde de Sabie sede,


entrevistado a 27 de Setembro de 2022, Maputo.

 Hobjana, Alberto- técnico da área de tratamento e conservação de bananas,


entrevistado a 27 de Setembro de 2022, Maputo.

 Langa, Carlos - engenheiro agrónomo, resposavel pelo processo de produção


em toda cadeia, entrevistado a 27 de Junho de 2022, Maputo.

 Manhique, Pedro- motorista de trator e maquinas da machamba da empresa e


membro da comunidade Local, entrevistado a 27 de Setembro de 2022,
Maputo.

 Macitonta, Frederico- guarda da empresa e membro da comunidade Local,


entrevistado a 27 de Setembro de 2022, Maputo.

 Nhave, Mariamo – Chefe da Comunidade de Sabié sede, entrevistada a 20 de


Junho de 2022, Maputo.

 Naftal, Antonio- Motorista de trasnporte de nacional de banana, entrevistado


a 27 de Setembro de 2022, Maputo.

 Tereza, Maria- professora da EPC de Sabié e membro da comunidade Local,


entrevistada a 27 de Setembro de 2022, Maputo.

 Zicholo, Clemente- membro da comunidade local, entrevistado a 27 de


Setembro de 2022, Mpauto.

66
Apêndices

67
Apêndice 1:Guião de entrevista destinado a empresa Bananalândia

Escola Superior de Governação

Curso de Licenciatura em Administração Pública

O presente guião de entrevista servirá para recolher informações com vista a auxiliar na
elaboração do Trabalho de Conclusão de Licenciatura em Administração Pública cujo tema é
Eficácia do Agronegócio no Desenvolvimento Económico Local: Caso da Produção da
Banana no Distrito de Moamba (2018-2021). Importa salientar que o trabalho é de
finalidade científica, desse modo serão observados os princípios éticos com vista a garantir
anonimato, se necessário, no acto das respostas.

Cadeia de agronegócio na produção de banana no DM:

A produção de banana no DM obedece a um determinado processo na cadeia de produção,


cada fase do processo mostra-se relevante para compreender o processo de produção na
empresa Bananalândia. Neste contexto levanta-se as seguintes questões:

1- Como é que a empresa Bananalândia adquire o material e insumos agrícolas necessários


á produção?
2- Como é feita a produção de banana em campo, nesta Empresa?
3- Qual é o tratamento agrícola e comercial dado a banana após a produção em campo?
4- Como é feito o transporte dos produtos, e qual é o destino dos mesmos?
5- Quais são os actores envolvidos? Qual é o papel?
6- Antes da inauguração da nova unidade de processamento , haviam nesta empresa 1000
trabalhadores e era prevista a contratação de mais 100 familias no âmbito do programa
SUSTENTA, após a inauguração, quantos postos de emprego a empresa disponibilizou
no período compreendido entre 2018 á 2021? De origem local e estrangeira?
7- Como a empresa Bananalândia contribui para o PIB?

68
8-

Indicadores de Em que medida a empresa garante o cumprimento dos


9-
Eficácia seguintes factores na produção de banana
Produção

Satisfação

Adaptabilidade

Desenvolvimento

Como a comunidade local se beneficiou com esta empresa, no período compreendido entre
2018 a 2021 no DM?
10- Quais são as formas de compensação ás externalidades negativas emitidas por esta
empresa?

Muito obrigada pela colaboração e pelo tempo enpreedido.

69
Guião de entrevista destinado ao Governo do Distrito de Moamba para efeitos de
recolha de dados para o Trabalho de Conclusão de Licenciatura.
O presente guião de entrevista servirá para recolher informações com vista a auxiliar na
elaboração do Trabalho de Conclusão de Licenciatura em Administração Pública cujo tema é
Eficácia do Agronegócio no Desenvolvimento Económico Local: Caso da Produção da
Banana no Distrito de Moamba (2018-2021). Importa salientar que o trabalho é de
finalidade científica, desse modo serão observados os princípios éticos com vista a garantir
anonimato, se necessário, no acto das respostas.

1- O Governo do Distrito de Moamba desempenha um papel no processo de Produção de


banana na empresa Banalândia? Qual é?
2- Esta empresa produz externalidades negativas a nível local? Quais são?
3- Oque esta empresa tem feito para compensar ás externalidades negativas emitidas
pela mesma?
4- No período compreendido entre 2018 á 2021 quais foram as realizações desta empresa
neste Distrito?
5- Estas acções implementadas pela empresa Bananalândia são eficazes para a
dinamização do DEL?
6- No acto de inauguração da nova unidade de processamento o Ministro Correia
anuciou o pré-acordo com esta empresa com vista a integrar mais de 100 produtores
(famílias), no processo de produção, no âmbito do programa sustenta, por forma a
estimular a agricultura familiar nas cadeias de valor produtiva . Cumpre-se tal
acordo? De que forma?
7- Qual é a avaliação que dá ao processo de produção de banana na empresa
Bananlândia no distrito de Moamba?
Excelente ( ) Boa ( ) Razoável ( ) Má ( ) Péssima ( )

70
Guião de entrevista destinado aos membros da comunidade local do Distrito de
Moamba para efeitos de recolha de dados para o Trabalho de Conclusão de
Licenciatura.
O presente guião de entrevista servirá para recolher informações com vista a auxiliar na
elaboração do Trabalho de Conclusão de Licenciatura em Administração Pública cujo tema é
Eficácia do Agronegócio no Desenvolvimento Económico Local: Caso da Produção da
Banana no Distrito de Moamba (2018-2021). Importa salientar que o trabalho é de
finalidade científica, desse modo serão observados os princípios éticos com vista a garantir
anonimato, se necessário, no acto das respostas.
1- Qual é a sua profissão?
2- Se for trabalhador da Bananalândia, a quanto tempo é trabalhador desta Empresa?
nesse período que Beneficios teve com o trabalho?
3- Na sua opinião quais são os aspectos positivos e negativos desta empresa perante a
comunudade local de 2018 a 2021?
4- Oque a empresa trouxe para si no período de 2018 a 2021?
5- Como é a hingiene e Segurança no Trabalho?
6- Na sua opinião quais os aspectos que a empresa deve melhorar com vista atrazer
melhores condições de higiene e segurança no trabalho ?
7- Na sua opinião quais os aspectos que a empresa deve melhorar com vista atrazer
melhores condições de vida a comunidade local?

71
ANEXOS

72
Anexo 1: Mapa do distrito de Moamba

Fonte: INE 2012

73
DISTRITO DE MOAMBA

Homens Mulheres Total


População de 15 anos e 25,435 28,794 54,229
mais
0 829 886 1,715

1-4 4,952 5,067 10,019

5-9 6,045 6,057 12,102

10 - 14 5,190 5,328 10,518

15 - 19 4,514 4,379 8,893

20 - 24 3,760 4,231 7,991

25 - 29 3,330 3,852 7,182

30 - 34 3,100 3,235 6,335

35 - 39 2,509 2,561 5,070

40 - 44 1,786 2,042 3,828

45 - 49 1,332 1,635 2,967

50 - 54 1,153 1,569 2,722

55 - 59 1,043 1,342 2,385

60 - 64 911 1,153 2,064

65 - 69 702 900 1,602

70 - 74 456 658 1,114

75 - 79 383 451 834

80 e + 456 786 1,242


TOTAL 42,451 46,132 88,583

74

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