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Candidata Supervisora
A candidata
________________________________
(Elisa Salomão)
I
TERMO DE RESPONSABILIZAÇÃO DA CANDIDATA E DA SUPERVISORA
Eficácia do Agronegócio no Desenvolvimento Sócio-económico Local: Caso da Produção de
Banana no Distrito de Moamba (2018-2021).
A candidata A supervisora
_________________________ _______________________
(Elisa Salomão) (Marcela Guivala, MA)
II
ÍNDICE
DECLARAÇÃO DE AUTORIA................................................................................................I
TERMO DE RESPONSABILIZAÇÃO DA CANDIDATA E DA SUPERVISORA.............II
AGRADECIMENTO................................................................................................................V
DEDICATÓRIA......................................................................................................................VI
LISTA DE SIGLAS, ABREVIATURAS E ACRÓNIMOS..................................................VII
SUMÁRIO EXECUTIVO.......................................................................................................IX
CAPÍTULO 1 : INTRODUÇÃO.............................................................................................1
1.1. Delimitação Espácio-temporal do Estudo...................................................................1
1.2. Contextualização.........................................................................................................2
1.3. Justificativa..................................................................................................................6
1.4. Problematização..........................................................................................................6
1.5. Objectivos da pesquisa................................................................................................8
1.5.1. Objectivo geral...................................................................................................8
1.5.2. Objectivos específicos.........................................................................................8
1.6. Questões de pesquisa...................................................................................................8
1.7. Hipóteses.....................................................................................................................9
1.8. Metodologia.................................................................................................................9
1.8.1. Classificação da pesquisa..................................................................................9
1.8.2. Métodos de pesquisa........................................................................................10
1.8.3. Quanto as técnicas de procedimentos.............................................................10
1.8.4. Quanto a técnica de revolha de dados............................................................11
1.8.5. População e Amostra.......................................................................................11
1.9. Estrutura do Trabalho................................................................................................11
2. CAPÍTULO: ENQUADRAMENTO TEÓRICO E CONCEPTUAL........................13
2.1. Enquadramento Teórico............................................................................................13
2.1.1. Teoria de Desenvolvimento Endógeno (TDE)...............................................13
2.1.2. Teoria de Stakeholders.....................................................................................16
2.1.3. Complementaridade entre as teorias em estudo...........................................19
2.2. Enquadramento conceptual.......................................................................................19
2.2.1. Eficácia..............................................................................................................19
2.2.2. Agronegócio......................................................................................................20
2.2.3. Desenvolvimento Local....................................................................................21
3. CAPÍTULO: AGRONEGÓCIO E O DESENVOLVIMENTO LOCAL..................22
III
3.1. Surgimento do Agronegócio no Mundo....................................................................22
3.1.1. O Agronegócio em Moçambique.....................................................................23
3.2. A cadeia de produção do agronegócio e sua importância para uma produção eficaz
24
3.2.1. A Produção de Banana....................................................................................26
3.2.2. Importância do agronegócio............................................................................27
3.2.3. Os desafios do agronegócio..............................................................................28
3.3. Desenvolvimento Local.............................................................................................31
3.4. Indicadores de Desenvolvimento Local....................................................................32
3.4.1. Actores de Desenvolvimento Local.................................................................36
3.5. Relação entre o Sector Empresarial Privado e Desenvolvimento Local...................40
3.5.1. Responsabilidade social como estratégia adoptada pelo sector empresarial
privado para a dinamização do desenvolvimento local...............................................40
3.6. Indicadores de Eficácia Organizacional....................................................................41
3.6.1. Eficácia do Agronegócio no Desenvolvimento Económico Local................42
4. CAPÍTULO: APRESENTAÇÃO ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS..43
4.1. Breve caracterização e perfil do distrito de Moamba................................................43
4.1.1. Apresentação da Empresa Bananalândia......................................................43
4.1.2. Perfil da amostra da pesquisa.........................................................................44
4.2. Apresentação e discusão dos resultados da pesquisa................................................46
4.2.1. Cadeia do agronegócio na produção da banana............................................46
4.2.2. Desafios de produção.......................................................................................50
4.2.3. Eficacia do Agronegócio na produção de banana no Distrito de Moamba 51
4.2.3.1. Indicadores de Desenvolvimento Local......................................................54
4.2.3.2. Actores de Desenvolvimento Local no Distrito de Moamba.....................56
CONCLUSÃO........................................................................................................................59
RECOMENDAÇÕES............................................................................................................60
LIMITAÇÕES........................................................................................................................60
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................61
Apêndice..................................................................................................................................68
Apêndice 1:Guião de entrevista destinado a empresa Bananalândia...................................69
ANEXOS..................................................................................................................................73
Anexo 1: Mapa do distrito de Moamba................................................................................74
IV
AGRADECIMENTO
Considerando o princípio de reverência, agradeço á Deus pelo dom único de poder desfrutar
de boa saúde e pelas oportunidades extraordinárias que me proporciona nesta caminhada
académica.
À minha família, em especial aos meus avós, Maria Jacinto e Moisés Matlave, por investirem
em minha educação, apoio e amor incondicional, a minha mãe Lúcia Elisa Tovela pelo
acompanhamento e assistência académica desde a infância, aos meus tios Pedro Bule (em
memória) e Maria Helena Bule pela confiança depositada na minha formação académica, ao
meu irmão Miro Mathe pela ajuda ajuda financeira e técnica para a realização deste trabalho
o meu muito obrigada.
Agradeço igualmente aos órgão de direção da Universidade Joaquim Chissano (UJC) pelo
compromisso assumido em formar quadros íntegros e competentes capazes de contribuir para
o desenvolvimento de Moçambique, em particular a minha supervisora Dra. Marcela Guivala
pela sábia orientação, disponibilidade, motivação, inspiração, incentivo de superação e pela
seriedade profissional demostrada nas aulas e durante a realização deste trabalho de pesquisa.
Ao corpo directivo da empresa Bananalândia, por ter aprovado o pedido para efectuar o
estudo nesta empresa para efeito de recolha de dados, bem como ao Governo do Distrito de
Moamba que atenciosamente permitiu o fornecimento de informações que foram bastante
úteis para prossecução do presente estudo.
Sou ainda grata aos meus amigo e colegas de turma de 2018 do curso de Licenciatura em
Administração Pública, pela amizade e pelos conhecimentos transmitidos durante o curso,
especialmente aos colegas: Calisto Guambe, Clésia Venâncio, Delfa Manuel, Macário Adolfo
Nélia Herculano e Zulfa Chacate.
V
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos mentores da minha vida (pais), Julick Jorge Salomão e Lúcia Elisa e
aos meus tios Sérgio Salomão e Cristina Maura Boto.
VI
LISTA DE SIGLAS, ABREVIATURAS E ACRÓNIMOS
BM Banco Mundial
CL Comunidade Local
DE Desenvolvimento Económico
DL Desenvolvimento Local
DS Desenvolvimento Social
DM Distrito de Moamba
VII
SUMÁRIO EXECUTIVO
O presente trabalho de Conclusãoo de Licenciatura (TCL) tem como tema a “Eficácia do
Agronegócio no Desenvolvimento Sócio-económico Local: Caso da Produção de Banana no
Distrito 2018-2021”. Em relação aos aspectos metodológicos, trata-se de uma pesquisa de
natureza aplicada, com uma abordagem qualitativa, quanto aos objectivos, a pesquisa é
explicativa. No que tange ao método de procedimento, escolheu-se ao método monográfico e
estatístico e quanto ao método de abordagem foi usado o hipotético-dedutivo. Quanto às
técnicas de procedimento, foram usadas as técnicas bibliográfica e documental. Para a
recolha de dados foram usadas as técnicas de entrevista semi-estruturada e observação. A
pesquisa é sustentada com base na teoria de Stakeholders e a teoria de desenvolvimento
endógeno, buscando compreender a aficácia do agronegócio no desenvolvimento sócio-
económico local (DSEL) no Distrito de Moamba (DM). Portanto, da análise e interpretação
dos dados do campo, constatou-se que a empresa, responde com os itens identificados
descritos nos indicadores de Desenvolvimento Local (DL) tanto no PIB como no IDH
contribuindo desta forma para o DSEL, verificou-se também que a Produção de banana no
DM é eficaz no DSEL do Distrito, na medida em que permite a criação de novos postos de
trabalho ao longo da cadeia de cultivo, presta apoio aos serviços básicos á Comuniidade,
incentivam o empreendedorismo local e aumenta a arrecadação de impostos e taxas no
Governo.
VIII
CAPÍTULO 1 : INTRODUÇÃO
A busca pelo contínuo desenvolvimento e sustentável do País constitui prioridade do
Governo desde o alacance da independência Nacional em 1975, é neste âmbito o Governo
busca elevar as condições de vida da população através da transformação estrutural da
economia, expansão e diversificação da base produtiva, com vista ao alcance de um
crescimento da economia nacional e regional.
Um dos aspectos ligados ao DSEL é a articulação de diversos actores e esferas de poder seja
eles pertencentes ao Governo ou não, cada um dos actores tem seu papel para contribuir para
o DSEL. Com o advento da globalização e o avanço das Tecnologias de Informação e
Comunicação (TIC), os Governos têm criado estratégias de envolvimento e participação de
modificados actores nos programas de desenvolvimento e melhoria de condições de vida das
populações. É neste âmbito que o sector primário da economia tem sido um dos pilares
fundamentais para a dinamização do desenvolvimento local na África e em Moçambique em
particular.
“A agricultura aliada ao negócio (agronegócio) ocupa um lugar de destaque na economia
mundial, principalmente nos países em desenvolvimento como Moçambique, pois garante o
subsídio alimentar da população e sua manutenção, além de contribuir para o crescimento do
País através do volume comercializado por meio da exportação” (Mosca, 2014). O
agronegócio ocupa um lugar de destaque na economia nacional, bem como na área social das
comunidades locais onde estas estão inseridas.
Por conseguinte, o agronegócio tem sido uma das maiores apostas em Moçambique, pelas
suas potêncialidades naturais é tida como meio para alavancar a economia do País, mentora
do DSEL, geradores de emprego e um meio estratégico para a eliminação das desigualdades
socias e promotoras de oportunidades distintas. Assim esta pesquisa busca analisar a eficácia
do agronegócio no DSEL, numa pesquisa feita na empresa Bananalândia, localizada no DM.
1
No que tange ao horizonte temporal, considera-se o marco inicial o ano 2018 que se justifica
pelo facto do Governo moçambicano ter iniciado um apoio financeiro as empresas empresas
privadas, legitimado pelo decreto n° 78/2018 de 10 de Agosto 1, na qual um dos objectivos é
a criação de fundos para o financiamento de agronegócio e incentivar a dinamização do
DSEL das comunidades, e estabelece uma percentagem de envolvimento do Governo nos
projetos de agronegócio em Moçambique. A Bananalândia não ficou de fora a esta medida
normativa, tendo sido beneficiada com o apoio do Governo, aquando da colocação de uma
unidade de processamento moderna que confere a empresa a capacidade de explorar o
mercado exigente de exportação de banana.
O ano de 2021 justifica-se pelo facto de ser o ano mais recente possível de favorecer dados. O
ano 2021 destacou-se ainda por ser o ano em que realizou-se a inauguração de uma unidade
de processamento de banana no Distrito de Moamba (DM) com capacidade de mil caixas por
dia e cerca de 50 mil toneladas por ano, com o objectivo de dinamizar o desenvolvimento
económico e social através da produção da banana no Distrito, o que confere a empresa maior
capacidade de explorar o mercado exigente de exportação de banana, estando previsto, com
esta nova unidade reforçar a cadeia de produção daquela fruta, de acordo com o discurso
dirigido pelo ministro Celso Correira2 (Jornal o País, 20213).
1.2. Contextualização
Segundo Júnior (20204), no período a seguir a independência nacional foi concebido o Plano
Prospectivo Indicativo (PPI) no âmbito da política socialista que visava eliminar a pobreza e
a busca pelo desenvolvimento do País em dez anos. Este programa fracassou e não produziu
os efeitos desejados devido aos vario factores internos 5 e externos. Esta situação levou o País
a uma crise sem precedentes, e foi nesta senda que que procurou-se encontrar alternativas
para a obtenção de recursos financeiros externos, para continuação do financiamento os
doadores condicionavam a adesão do País nas Instituições da Bretton Woods6 (IBW).
1
Diploma Ministerial número 78/2018 de 10 de Agosto.
2
Correia, Celso (2021) Ministro de Agricultura e Segurança Alimentar.
3
Disponível em www.opais.co.mz
4
Disponível em: https://pt.scribd.com/document/480615986/programa-de-reabilitacao-economica
5
Os factores internos estão ligados a guerra civil e as calamidades naturais que o País atravessava. . fost
6
Acordo Internacional, assinado em 1944, na Cidade de Harmônia nos Estados Unidos de América, onde foram
acertadas a bases que regeriam a Política económico global após a segunda Guerra Mundial, com a assinatura
deste acordo foi acertado uma serie de normas que nortearam o funcionamento do sistema financeiro e
económico mundial.
2
Em 1984, depois de varias negociações, o País assinou o acordo de adesão e a ajuda alimentar
começou a fluir mas havia ainda a necessidade de adoptar o Programa de Ajustamento
Estrutrural (PAE) denominado Programa de Reabilitação Económica (PRE 7), que marca a
abertura para uma economia de mercado abandonando assim o modelo de economia
centralizada que vigorava, oque constituía umas condições para o apoio (Júnior, 2020). “O
PRE tinha como objetivo abater a grave crise económica e social que o país atravessava,
resultado do fracasso das estratégias de desenvolvimento socialista” (Mosca, 2005).
3
ambiente competitivo, provendo bens e serviços tais como a investigação agrária, a extensão
agrária, os serviços agrários especializados de sementes, de protecção fito e zoossanitária 8, e
de administração de terras (Mosca:2014).
O Programa Quinquenal do Governo PQG (2015-20199) tem neste mbito como um dos
objecivo especifícos promover o emprego e melhorar a produtividade e a competitividade,
no quadro do aumento do emprego e da produção bem como da melhoria da competitividade
da economia nacional e das empresas, impulsionada pela agricultura orientada para o
mercado, com forte envolvimento do sector familiar e privado visando a geração de emprego
e da renda, a garantia da segurança alimentar e nutricional, a provisão de matéria-prima para
a indústria nacional e geração de excedentes para a exportação. Para tal o Governo persegue o
objectivo estratégico de aumentar a produção e produtividade em todos os sectores com
ênfase na agricultura.
Para impulsionar a prática de agronegócio, o Governo elabora e aprova no ano de 2018 a lei
n° 78/2018 de 10 de Agosto, esta lei estabelece uma percentagem de envolvimento do
Governo nos projetos de agronegócio em Moçambique, mais tarde o Governo aprova o
Regulamento Interno do MADER (Lei n° 46/2020 de 11 de Setembro) no seu artigo n° 70
estabelece a promoção de programas de desenvolvimento de agronegócio, assistência técnica,
formação e desenvolvimento empresarial, e na sua alínea b) promove o estabelecimento e
reabilitação de infraestruturas do sector agrário que proporcione a competitividade da
agricultura comercial e agroindustrial. Esta lei promove a prática do agronegócio em todas
cadeias de produção e exploração ambiental.
8
Métodos utilizados para evitar a propagação de doenças nas plantas.
9
Aprovada na 4ª sessão ordinária do conselho de Ministros 17 de fevereiro de 2015.
4
PQG (2020-202410) no seu n°2 a alínea a) estabelece uma ação na produção agrícola, vinde
na sua transformação e modernização, sobretudo, no modo de organização e comercialização,
envolvendo o sector privado e assegurando uma maior integração do sector familiar no
mercado nacional e internacional, selecionando culturas esrategicas (cereais e hortículas) para
o consumo interno e exporatação, por forma acelerar a renda das famílias, criação de mais
emprego e auto-suficiencia alimentar e nutricional.
“Moçambique possui um alto potencial para produção de banana, sendo o trigésimo maior
produtor a nível mundial e um dos maiores produtores da África, segundo dados da
Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura” (FAO, 2011). O MADER
(2020) postula ainda que a banana contribui para o bem-estar geral das comunidades rurais,
para a segurança alimentar, geração de renda e criação de empregos, a exportação o que
impulsiona o DSEL, a banana, com valor de produção anual de cerca de 16 mil milhões de
Meticais, contribui em 4,9% no valor da agricultura de Moçambique.
10
Resolução n°15/2020 de 14 de Abril
11
FIDA (2010) Habilitar os pobres rurais a superar a pobreza em Moçambique, Itália.
5
1.3. Justificativa
O presente estudo tem como tema “Eficácia do Agronegócio no Desenvolvimento Sócio-
económico Local, um estudo de Caso da Produção da Banana no Distrito de Moamba (2018-
2021)”. Nos dias actuais, as iniciativas do sector empresarial privado tem um papel
significante para a população, impactando de alguma forma para a DSEL, o Estado para além
de agente regulador económico, deve incentivar mais as iniciativas do sector empresarial
privado com intuito de impactar positivamente para a DSEL, não se esquecendo de
inspeccionar as actividades da mesma, é neste hambito que o presente trabalho de pesquisa
busca avaliar o inpacto que as empresa tem sobre as comunidades e analisar o contributo das
mesmas para o DSEL, através do estudo realizado na empresa Bananalâandia localizado no
Distrito de Mamba.
Na esfera académica, o trabalho servirá como acervo científico para futuras gerações,
providenciando um conhecimento e matéria de referência. No lado pessoal, constitui interesse
da pesquisadora contribuir para o entendimento prático e teórico do escopo de estudo inerente
à eficácia do agronegócio, e na compreesão do impacto que esta prática agrícola traz para a
população local.
1.4. Problematização
A agricultura é uma actvidades do sector primário que possuem um papel importante no
desenvolvimento de vários Países de África, e em Moçambique não é diferente, pela sua alta
capacidade de produção agrícola, as extensas terras arráveis e clima tropical favorável a
produção, oque contribui para o aumento do Produto Interno Bruto (PIB), fluxo de renda per
capita, reduzindo a desigualdade regional, (Cavalari & Cunha, 2010).
Jesus (2012:2) fundamenta que, a economia está cada vez mais dependente do sector
empresarial privado, concretamente, pela grande flexibilidade e capacidade empreendedora e
inovadora para colocar em prática as acções alternativas em prol do DSEL. Não obstante, as
empresas privadas constituem o centro de desenvolvimento de um país, na medida em que
contribuem para a geração de postos de trabalho, estimulam e disponibilizam produtos e
serviços, aumentando assim a competitividade económica.
6
Contudo, constata-se que um dos problemas que inviabiliza a DSEL é o crescente
desemprego, isto é, o aumento do índice de desemprego que por sua vez impulsiona em
aspectos negativos para a sociedade, o outro problema que se verifica é a desigualdade social,
também verifica-se a falta de bem de uso público. No entanto, o sector empresarial privado,
surge como um meio de resposta para solucionar a problemática e garantir assim a DSEL,
através do comprometimento que o sector empresarial privado tem para com a sociedade e
com o Estado.
Neste Sulemane (2009) apresenta duas perspectivas de dois actores (Barros, 2018) e
(Kassotche, 2017) enquanto Barros encontra nas empresas privadas uma tábua de salvação a
caminho de desenvolvimento, Kassotche representa a classe dos cépticos que vem nas
empresas privadas uma espécie de neocolonialismo12. Kassotche postula que as empresas
privadas, principalmente as de origem estrangeira gozam, desnecessariamente de grandes
incentivos fiscais, enquanto são intensivos de transferir todos os lucros e dividendos para os
seus países de origem, ou seja, a riqueza gerada por essas empresas em território nacional,
pertence ao País de origem dos investidores.
Matavel et al., (2021) por seu turno revela que no contexto da prática do agronegócio há um
fenómeno de usurpação de terra que ocorre em Moçambique e é facilitado pelas inúmeras
falhas em todo o processo de atribuição do Direito de Uso e Aproveitamento de Terra
(DUAT), beneficiando os investidores em detrimento das comunidades rurais. De acordo
com este autor o fraco conhecimento das comunidades sobre os seus direitos e lei de terras
bem como a fraqueza institucional dos governos locais é a limiar para que os investidores
tenham acesso fácil a terra para o desenvolvimento de suas actividades.
Mucanje (2016) avança que o surgimento destas empresas em território nacional trouxe
impactos negativos, a nível local da zona em que cada empresa está inserida, explicando que
os grandes fluxos de investimento estrangeiro encontram em Moçambique um ambiente
institucional frágil. Por isso, conseguem contratos com grandes incentivos fiscais, devido a
um conflito político entre o partido no poder e o partido na oposição.
12
Neocolonialismo ou Imperialismo foi um processo de colonização e ocupação de África e Ásia por grandes
potências Europeias, tinham como objectivo a exploração de um mercado consumidor, uma mão-de-obra barata
e fonte de matéria-prima.
7
Ademais, existem denúncias13 da União Nacional dos Camponeses de Moçambique
(UNAC)14, que veio a público, através dos órgãos de comunicação, manifestar sua indignação
em relação a exclusão e arrogância dos executores de projectos de agronegócio tendo
denunciado uma eminente usurpação de terras de famílias camponesas ao longo do corredor
abrangido pelos projectos de investimento estrangeiro assim como de empresas de
agronegócio instaladas em território nacional.
De acordo com este cenário, surge a necessidade de avaliar até que ponto o Agronegócio é
eficaz Desenvolvimento Sócio-económico Local?
13
14
A UNAC é um movimento de Camponeses, do sector familiar, que luta pela participação activa dos
camponeses no processo de desenvolvimento de Moçambique fundado em 1987 e registada em 1994. As
mudanças políticas e económicas que se operaram em 1987 motivaram o surgimento deste movimento.
8
1.7. Hipóteses
1.8. Metodologia
Metodologia é uma preocupação instrumental, assim trata das formas de fazer a ciência,
cuida dos procedimentos, das ferramentas, dos caminhos, ou seja, compreende-se
metodologia como o conjunto de etapas ordenadamente dispostas a serem executadas que tem
por finalidade a investigação de fenómenos para obtenção de conhecimentos (Demo, 1985).
9
não quantificáveis baseados em ideias, percepções e aspirações da empresa em estudo e o
GDM.
Quanto aos objectivos a pesquisa é explicativa, como advoga Gil (2014:28), este tipo de
pesquisa tem como preocupação central identificar os factores que determinam ou que
contribuem para a ocorrência dos fenómenos, esta que mais aprofunda os conhecimentos da
realidade porque explica a razão, e o porquê das coisas. A pesquisa explicativa permitiu
identificar os factores relacionados a aeficácia do agronegócio e explicar o seu contributo no
DSEL do DM.
10
raciocínio próprio (Lundin, 2016:147). Esta técnica permitiu a pesquisadora fazer a recolha
de material bibliográfico, tais como livros, artigos científicos, teses e monografias sobre o
assunto em estudo.
11
1.9. Estrutura do Trabalho
Este trabalho está estruturado em 4 (quatro) capítulos, que são antecedidos pelos elementos
introdutório que trouxeram a prior uma descrição da pesquisa, onde o primeiro capítulo
abrange a introdução, a delimitação espácio-temporal, contextualização, a problematização,
os objectivos, as questões de pesquisa as respectivas hipóteses e a metodologia utilizada para
a materialização desta pesquisa.
O quarto e último capítulo é reservado para apresentar e interpretar os dados da pesquisa que
foram obtidos através da observação e da entrevista feita a empresa Bananalândia e ao GDM
e a verificação das hipóteses formuladas. Por fim não muito importante apresenta-se os
elementos pós-textuais dos quais incluem as recomendações, a conclusão, referências
bibliográficas, apêndices e anexos que são parte integrante do estudo. Portanto, nesta secção
descreveu-se o processo metodológico para a realização da presente pesquisa. A seguir
apresenta-se o quadro teórico e conceptual do estudo.
12
2. CAPÍTULO: ENQUADRAMENTO TEÓRICO E CONCEPTUAL
Este capítulo é referente ao quadro teórico e conceptual, porque descreve a teoria usada para
desenvolver, interpretar e compreender a pesquisa, de seguida, é de forma suscinta feito o
debate conceptual. É no debate conceptual, onde são apresentados os conceitos básicos que
nortearam a pesquisa. Assim, esta pesquisa foi desenvolvida e interpretada mediante duas
teorias, a citar: Teoria de Desenvolvimento Endógeno e a teoria de Stakeholders.15
A TDE surge a partir de uma nova estruturação de organização social regional criada pelo
Chileno Sérgio Boisier em 1988, influenciada pela recente ruptura experimentada pela teoria
tradicional do crescimento económico na qual o modelo de R. Solow é o mais representativo
em decorrência do surgimento das teorias do crescimento endógeno, fundado em 1985, pelos
novos clássicos R. Lucas e P. Romer (Filho, 1996:6).
O surgimento da TDE está associado ao aparecimento de um novo paradigma que tem como
uma das ideias centrais a associação entre o potencial de gerar mudança a partir dos recursos
existentes nos territórios (económicos, humanos, culturais e institucionais) e do processo de
transformação e expansão da estrutura produtiva das localidades.
15
Os envolvidos numa organização, projectos ou programa.
16
Carvalho (2009: 110), entende “teoria como é um conhecimento mais amplo de factos ou da relação entre
factos”. Dada a natureza do tema, no presente estudo aplicar-se-á a teoria de desenvolvimento regional
endógeno por oferecer uma base teórica que se enquadra nesta pesquisa.
13
Segundo Barqueiro (2002: 19), a TDE tem como ponto de partida o argumento da existência
de duas únicas alternativas diante do desafio colocado pela globalização: adoptar uma
estratégia de desenvolvimento exógeno, atraindo investimentos externos para regiões
periféricas com objectivos redistribucionistas, ou adoptar uma estratégia de desenvolvimento
local.
A TDE surge com os clássicos Robert Lucas e P. Romer aquando da ruptura com a teoria
tradicional de desenvolvimento preconizada por R. Solow, que baseava-se na função de
produção ou seja o volume de produção é função de capital e trabalho. Por isso, na nova
teoria Robert Lucas e P. Romer passam a considerar endógenos factores antes considerados
externalidades ou exógenos na determinação do crescimento económico, tais como: capital
humano, conhecimento, informação, pesquisa e desenvolvimento. Esses factores associados a
capacidade criativa e inovadora funcionariam como vantagens competitivas regionais.
De acordo com Filho (1996), a TDE é orientada pelos seguintes pressupostos básicos:
14
Existência de um sistema produtivo capaz de gerar rendimentos crescentes, mediante
o uso de recursos disponíveis e a introdução de inovações, garante a criação de
riqueza e melhoria do bem-estar.
Storper (1990:120) aponta que a TDE tem como ponto de partida o argumento da existência
de duas únicas alternativas diante do desafio colocado pela globalização, adoptando uma
estratégia de desenvolvimento exógeno, atraindo investimentos externos para as regiões
periféricas ou adoptar uma estratégia de desenvolvimento local. Defendendo o argumento de
que a alternativa do desenvolvimento exógeno é uma via limitada e de possibilidades muito
reduzidas. No entanto, Barqueiro (2002), afirma […] ser o desenvolvimento regional
endógeno a única opção possível.
Recorreu-se a TDE para aplicar-se a esta pesquisa pelo facto do conceito de DL estar
alicerçada nesta teoria, ao defender que o desenvolvimento local esta aliada a promoção de
um compromisso das iniciativas empresariais com o DL, fazendo a utilização do potencial
gerado localmente com o objectivo de criação de riquezas e melhoria de bem-estar local.
Este pressuposto vai permitir compreender através da recolha de dados em campo como a
utilização de potencialidades locais (terra) feita pela Bananalândia de Moamba pode
contribuir para o DL.
15
2.1.2. Teoria de Stakeholders
a) Origem da teoria de Stakeholders
De acordo com Freeman e Vea (2000:15) citados por Silveira et al., (2005:37) afirmam que,
“a primeira aparição do termo stakeholder na administração teve origem em um memorando
do Stanford Research Institute (SRI) nos anos 60”. Não obstante, Rego et al., (2007:112)
acrescenta que, a Teoria dos Stakeholders possui suas raízes na sociologia, no
comportamento organizacional e na política de interesses de grupos específicos.
Na mesma perspectiva, Silva e Garcia (2011:3) fundamentam que neste memorando discutiu-
se a actuação do sector empresarial privado como tendo múltiplos objectivos, pois apercebe-
se que as empresas não eram auto-suficientes e que dependia de outros factores exógenos.
Assim, os gestores aquando das definições de estratégias empresariais devem abranger e
atender às necessidades de accionistas, empregados, clientes, fornecedores, financiadores e a
sociedade.
De acordo com Freeman e Mc Vea (2000 17) citados por Silveira et al., (2005:37) afirmam que, “a
primeira aparição do termo stakeholder na administração teve origem em um memorando do
Stanford Research Institute (SRI) nos anos 60”.
Não obstante, Rego et al., (2007:112) acrescenta que, a Teoria dos Stakeholders possui suas
raízes na sociologia, no comportamento organizacional e na política de interesses de grupos
específicos. Para a Oliveira (2008:94), Stakholders podem ser definidos como “[…] grupos de
interesse com certa legitimidade que exercem influência junto as empresas” , e pressionam os
proprietários, accionistas e gestores, interferindo, de certa forma nos rumos da empresa.
Portanto esta teoria prioriza o gerenciamento de relacionamento entre diversos actores que
compõem o universo empresarial, procurando integrar seus diversos interesses. Na mesma
perspectiva, Silva e Garcia (2011:3), fundamentam que a actuação do sector empresarial privado
como tem múltiplos objectivos, pois apercebeu-se que as empresas não eram auto-suficientes e
que dependia de outros factores exógenos. Assim, os gestores aquando das definições de
estratégias empresariais devem abranger e atender às necessidades de accionistas, empregados,
clientes, fornecedores, financiadores e a sociedade.
17
Freeman, E., & Mc Vea, J., (2000) Stakeholder approach to strategic management. In: HITT, M.; Freeman,
e Harrison, J. Handbook of strategic management. Oxford: Blackwell Publishing, p. 189-207.
16
c) Pressupostos á teoria em estudo
Segundo Rego et al., (2007:113), foi através do contributo de trabalhos de Evan e Freeman
(1993:16), Donaldson e Preston (1995:17), Jesen (2001:18), que descobriu-se a Teoria dos
Stakeholders. Freeman (198418), retracta ainda que a empresa deve ser dependente dos seus
stakeholders e deve considerar as relações entre os mesmos, dessa forma o desempenho das
empresas depende de uma gestão efectiva dos stakeholders. Os stakeholders merecem
consideração especial por parte do sector empresarial privado por vários motivos, Filho
(2006:3), citando Carrol (199119), fundamentando que:
Segundo Souza e Almeida (200620), citados por Silva e Garcia (2011:7), o papel do Governo
para além de criar e fiscalizar normas e regras das actuações do sector empresarial privado
promulgue leis fiscais, trabalhistas, de incentivos fiscais e de patentes. Além disso, tem a
obrigação de regulamentar o sistema cambial e monetário. Nota-se que, neste jogo comercial,
o Governo procura defender o interesse público que, muitas vezes, é conflituante com o
interesse privado, caracterizando, portanto, o Governo como um stakeholders de grande
importância.
De acordo com Sternberg (199921), citado por Silveira et al., (2005:41), critica que,
17
balanceamento desses benefícios e interesses conflituosos. Enfim, para tal teoria
tornar-se passível de tratamento, seria necessário o estabelecimento de objetivos
substantivos que ela explicitamente rejeita.
Para Sternberg (1999), a teoria dos stakeholders seria incompatível com a definição
de objetivos substantivos, já que o objetivo da teoria de balancear benefícios para
todos os envolvidos excluiria os objetivos que favorecessem grupos em particular, ou
seja, renegaria a maximização do valor da empresa a longo prazo.
Também argumenta que a responsabilidade múltipla atribuída à empresa dificultaria
o estabelecimento de objetivos claros e de maior importância, uma vez que cada
grupo estabeleceria suas prioridades e definiria seus próprios objetivos, acarretando
diversos problemas estratégicos para a organização (Idem).
Além disso, Sundaram e Inkpen (2001 22), também observam que a existência de
muitos objetivos seria a receita certa para a confusão e, mais ainda, possibilitaria o
abuso de poder por parte dos administradores.
e) Aplicabilidade da Teoria ao Estudo
A teoria é usada para descrever e explicar as características específicas das empresas e seus
comportamentos, em particular como as organizações que gereciam ou interagem com as
partes interessadas. A teoria de stakeholders poderá contribuir para aferir o inpacto da
empresa da Bananalândia e analisar o seu papel para o DSEL do Distrito onde opera, e como
estas posicionam-se perante as Responsabilidades Sociais (RS), visto que a Comunidade é
uma stakeholder da empresa.
A teoria também serve para entender o pepel do Governo, no agronegócio, bem como na
preservação dos interesses do público, através da criação da promoção de acções que visam a
crescimento económico, e desenvolvimento social das comunidades que a empresa está
inserida, ou seja, esta teoria irá ajudar na compreensão da real do efeito da participação dos
stakeholders primários e secundários no agronegócio da Bananalândia.
22
Sundaram, A.; Inkpen, A. (2001) The Corporate Objective Revisited. Thunderbird School of Management
Working Paper.
18
com suporte das potencialidades endógenas, ou seja, criando alternativas da base para o topo,
visto que a TDE tem como enfoque alguns pressupostos fundamentais que abrangem o
conceito de desenvolvimento no seu todo (social, económico e político) a longo prazo, ou
seja, os reais motivos das empresas privadas envolverem-se com as comunidade, está
intimamente ligada com o objectivo de promover um desenvolvimento de dentro para fora.
A outra teoria complementa esta, ao enfatizar que as empresas envolvem-se com as causa
sociais da comunidade, com objectivo de abranger todos os envolvidos á empresa na
delimitação das suas políticas, pois os envolvidos no geral têm poder de influenciar, positiva
ou negativamente, o rumo da empresa, dando uma especial atenção ao pepel do Governno e
das comunidades, como sendo parte dos stakeholders.
2.2.1. Eficácia
Souza et al., (2011), afirmam que a eficácia é compreendida como sendo a realização
efectiva das coisas certas, pontualmente e dentro dos requisitos de qualidade especificados.
Chiavenato (1994:70), defende que a eficácia é uma medida normativa do alcance dos
resultados, pela mesma razão, o autor sustenta que quem se preocupa com os fins, em atingir
os objectivos é a eficácia, que se insere no êxito do alcance dos objectivos, com foco nos
aspectos externos da organização.
A definição da eficácia tem sua relação intimamente ligada com os resultados (outputs) e com
os objectivos alcançados a partir de um processo. Mesmo que os resultados importantes
sejam alcançados a eficácia só será considerada quando os objectivos forem realizados.
Portanto, a eficácia está ligada aos resultados, mas principalmente ao cumprimento dos
objectivos originados desses resultados (Grateron & Guzmàn, 2003: 37).
Com as definições acima apresentados pode-se concluir que eficácia é a realização efectiva
dos objectivos traçados, até que se alcance o resultado, eficácia observa aos resultados
alcançados durante o processo e o objectivo final para a qual o processo foi designado, ou
seja, não se pode olhar apenas para os resultados mas também para o objectivo que fez surgir
esses resultados. Não obstante não se pode confundir esta definição de eficácia com a de
19
eficiência, que no entender de Chiavenato (2002:88), eficiência preocupa-se com os meios,
com os procedimentos e métodos mais adequados que precisam ser devidamente planificados
e organizados, a fim de assegurar a optimização da utilização dos recursos disponíveis, a
eficiência observa a questão do custo/beneficio, qualidade/benefício e tempo/benefício.
2.2.2. Agronegócio
Mitdzemberg (2000:16), refere que agronegócio é uma prática agrícola que o engloba todo o
ciclo de produção rural, desde a compra de insumos e máquinas, o plantio a colheita, o
transporte, o armazenamento, até a venda da produção e o consumo final.
Davis & Goldberg (1957:18), que definem o agronegócio como sendo o resultado do
processo que envolve as operações de produção e distribuição de suprimentos agrícolas, de
produção nas unidades agrícolas, armazenamento, processamento, e distribuição dos produtos
agrícolas e itens produzidos a partir deles.
Os autores reconheceram que a agricultura não pode ser considerada isolada dos demais
processos de fabricação de alimentos, sendo parte de uma grande rede de agentes
econômicos, desde a aquisição, produção até a distribuição de produtos agrícolas, com o
objectivo de obter benefícios, sociais, culturais, financeiros e políticos através do resultado da
venda do objecto de produção, permitindo desta forma o crescimento da economia e o
desenvolvimento do meio rural.
20
acções convergentes atuando no sentido de eliminar a dependência externa promovendo
mudança social na comunidade.
Para Martins (2002:57), desenvolvimento local não se presume num simples crescimento
económico e material, tao pouco voltado apenas para os fins (bem estar social e/ou qualidade
de vida) mas a forma em que o cidadão interage nesse processo, mudando a condição de
apenas beneficiário em um agente condutor do desenvolvimento, ou seja o desenvolvimento
local não se encontra em seus objectivos (melhoramento da qualidade de vida da comunidade
local) mas ma postura que atribui e assegura a comunidade o papel de agente e não apenas de
beneficiaria do desenvolvimento, isto implica a rever as questão da participação dos cidadãos
na governação.
Adequa-se a este trabalho de pesquisa o pensamento de Franco (2000: 46), que defende que,
desenvolvimento local é um modo de promover o desenvolvimento que leva em conta a
importância de vários factores para tornar dinâmicas as potencialidades que podem ser
identificadas quando olhamos para uma unidade sócio territorial delimitada, possibilitando o
surgimento de sociedades mais sustentáveis, capazes de suprir as suas necessidades
imediatas; descobrir e valorizar as suas potencialidades e possibilidades e fomentar o
intercâmbio externo, aproveitando-se de suas vantagens locais.
Desenvolvimento social (DS) para Paula (2008) é o crescimento dos níveis de cooperação e
confiança entre as pessoas, aquilo que se convencionou chamar de “capital humano23”.
23
Capital humano
21
2.2.5. Desenvolvimento económico
Neste trabalho privilegia-se portanto a definição de Fonseca (2006:14) que entende que
desenvolvimento económico consiste fundamentalmente em um processo de enriquecimento
dos países e dos seus habitantes, ou seja, em uma acumulação recursos econômicos, sejam
eles ativos individuais ou de infraestrutura social, e também em um crescimento da produção
nacional e das remunerações obtidas pelos que participam da actividade económica.
Evidentemente, o fenómeno do desenvolvimento não se limita ao campo da economia, mas
os elementos económicos estão no centro desse processo.
NB: Vasconsellos (1999:217) alerta que não se pode confundir o conceito de crescimento
económico (CE) com o (DE), pois o CE é o crescimento contínuo da renda per cápita ao
longo do tempo, ao passo que DE é um conceito mais qualitativo, incluindo as alterações da
composição do produto e a alocação dos recursos pelos diferentes sectores da economia, de
forma a melhorar os indicadores de bem-estar económico e social (pobreza, desemprego,
desigualidade, saúde, alimentação, educação e moradia).
22
3. CAPÍTULO: AGRONEGÓCIO E O DESENVOLVIMENTO LOCAL
Cada um dos segmentos do agronegócio assume funções próprias, cada dia mais
especializadas, mas compondo um elo importante em todo o processo produtivo e comercial
de cada produto agropecuário. Por isso, surgiu a necessidade de uma concepção diferente de
23
"agricultura", já não se trata de propriedades autos sustentáveis, mas de todo um complexo
de bens, serviços e infra-estrutura que envolvem agentes diversos e interdependentes.
Foi analisando o processo de evolução desta actividade agrícola que dois autores (John Davis
e Ray Goldberg24), lançaram um conceito para entender a nova realidade da agricultura,
criando o termo agribusiness, e definindo-o como o “conjunto de todas as operações e
transações envolvidas desde a fabricação dos insumos agropecuários, das operações de
produção nas unidades agropecuárias, até o processamento e distribuição e consumo dos
produtos agropecuários 'in natura' ou industrializados (Rufino:1999).
O conceito de agronegócio não se estabeleceu como uma inovação súbita no contexto das
atividades rurais. Fernandes (2010:02), sustenta que apesar de o termo agronegócio ser
relativamente novo e utilizado para designar o modelo de desenvolvimento da agricultura
capitalista, o seu modus operandi remonta das plantações do período colonial, passando por
adaptações e modificações inerentes às diferentes etapas do modo capitalista de produção.
O Acordo deu fim a conflitos armados que dificultavam o desenvolvimento do país sob as
áreas política, cultural económica e social, e inicia uma fase de actividades administrativas a
nível do Governo central e local com objectivo de melhorar a qualidade de vida população a
todos níveis, tendo iniciado uma série de reformas administrativas que permitissem a
materialização dos seus objectivos.
24
Professores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos da América, em 1957,
25
Resistência Nacional de Moçambique
24
MINAG (2006) refere que durante o período de reformas administrativas o país
experimentou um crescimento significativo na agricultura o que se reflectiu na redução de
défice de alimentos e assistiu-se também a uma série de criação e aprovação de leis que
aprovam e regulam o exercício de actividade comercial privada, ligada a agricultura, pois via-
se no sector privado uma ponte para o alcance do desenvolvimento acelerado da economia
nacional.
É importante ressalvar que o agronegócio é um processo agricola que inicia antes de chegar
ao campo de produção agrícola, já com os fornecedores de insumos e matéria prima de
produção, pois a partir do momento em que há uma relação económica entre os mesmos, já
há movimentação recursos financeiros, e apresentação da relação custo e benefício. Importa
ainda analisar os segmentos ou fases dos ciclos da produção agroindustrial com enfoque
voltado unicamente à produção no contexto de todo o agronegócio, descrevendo os
segmentos ocorridos antes da porteira, dentro da porteira e após porteira com visão sistêmica
demonstrando as vantagens desta ao agronegócio.
26
A cadeia de produção ou Supply chain, é um conjunto de elementos (empresas ou sistemas ) que integram em
um processo produtivo para a oferta de produtos ou serviços ao mercado.
25
Ariera dividiu a cadeia de produção em três fases, antes da porteira ( momentode aquisicaode
todos recursos materiais, financeiros e humanos); dentro da porteira (produção
agrossilvipastoril); depois da porteira (processamento comercial e distribuição de produtos).
Vamos analisar essas três fases segundo Arieira (2017): “Antes da porteira” Esta constitui a
fase de preparação de produção, em que é feita a colheita de todos recursos materiais,
financeiros e humanos necessários a produção agropecuário,27 desde a semente,
medicamentos são as máquinas e equipamentos, os adubos e fertilizantes, os defensivos
agrícolas e os produtos veterinários (vacinas, medicamentos, antibióticos e pré-bióticos).
Esses produtos representam grande parte da tecnologia desenvolvida para a agropecuária e
são fundamentais para o sucesso na exploração das atividades produtivas da unidade rural.
27
Junção de dos termos agricultura e pecuária, que são um conjutntos de actividades primárias, que são usados
para a obtenção de alimentos para humanos e animais, assim como para fornecer a fornecer matéria prima para
as industrias em geral.
28
Actividade agrícola com cuidados ecológicos e ambientais.
26
As actividades económicas desenvolvidas depois da porteira representam o elemento mais
visível do complexo agroindustrial, dotando o produto de seu formato de consumo, conforme
preferência do consumidor, colocando-o nas quantidades e locais de comercialização.
É inportante referir que cada fase que compõe o agronegócio é importantes para que haja uma
produção eficaz, atretanto há algumas fases que sem a qual seria impossível a realização do
mesmo, como por exemplo a primeira que trata da aquisição de material técnico e
tecnológico, (afinal trata-se de agronegócio e o agronegócio é por natureza uma prática
realizada por indústrias que muitas vezes produz em grandes quantidades, de modo que
responda a demanda, então é necessário que tenha o material técnico, e nas quantidades e
qualidades desejadas a disposição da utilização) e a segunda fase naturalmente, é fase que
trata da produção como tal, não há agronegócio sem a produção em campo.
Industrialmente obtêm-se farinha vários produtos alimentares, tais como, cremes, passa,
néctar, geleia, doce (bananada), vinagre, vinho, licor, compotastais Da planta pseudocaule e
folhas retira-se fibras para confecção de sacos para cereais, chapéus, rendas, cortinas, tapetes.
Em regiões pobres as folhas servem para cobrir casas. As cascas frescas do fruto maduro
podem ser fornecidas, como alimento a animais bovinos. A polpa do fruto é rica em açúcar,
cálcio, fósforo, ferro, vitamina B; tem alto teor de potássio e de vitamina C, (Ferraz:2013).
27
desenvolvimento endógeno da comunidade em que a empresa está inserida, a seguir
referência-se a cada importância em cada sector em que estas influenciam para o bem estar
do mesmo.
b) Bem estar social: oque faz com que Moçambique continue sendo um dos países com
baixo nível na promoção de bem estar social, segundo o Índice de Desenvolvimento Humano
(IDH), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD, 2011). Numa
sociedade como esta, a produção de banana, bem como o seu consumo revelam-se
importantes, pelo seu teor de vantagens alimentar e comercial.
c) A importância do agronegócio como fonte de emprego: As estatísticas disponíveis sobre
a força laboral podem não ser totalmente credíveis, e uma elevada proporção da população
moçambicana está empregue no sector informal, mas a agricultura emprega a maioria da
população nas últimas duas décadas em Moçambique. A medida que a economia de um país
cresce, espera-se uma redução na proporção da população que depende da agricultura. Em
Moçambique, pelo contrário, desde os acordos de paz em 1992, a economia cresceu
significativamente, em PIB per cápita. Mas a proporção da população empregue na
agricultura não variou muito, apesar de rápida urbanização e crescimento económico (Garcia
& Filho, 2014).
d)Segurança alimentar, combate a pobreza e desigualdade: Desde a década de 90 o
desempenho do agronegócio em Moçambique, contribuiu para a expansão dos mercados
domésticos e para a oferta mundial de alimentos, com destaque para o desenvolvimento de
mercados locais, dinâmica que se relaciona com a garantia da segurança alimentar e a
redução da pobreza e da desigualdade. A segurança alimentar, quase desconhecida pelos
consumidores, pode ser considerada uma importante condição para que se tenha acesso a
28
mercados dinâmicos, além de se tornar um fator decisivo de vantagens competitivas no
mercado internacional.
29
c) Preocupação social e ambiental: A questão ambiental é dentre as mais morosas e de
extrema burocracia, pois está amparada em lei de responsabilidade social que decorre
de parcelas consideráveis no investimento em questões sociais alicerçadas pelo
fundamento de que por meio de impostos o produtor deve contribuir na manutenção
do Estado e com o desenvolvimento social, ao investir esses valores arrecadados pelo
Governo em programa sociais e de desenvolvimento voltado as necessidade básicas
da empresas, parcela dos impostos incidentes nos produtos dentro e pós porteira, bem
como incidentes na diversidade de impostos que são cobrados do contribuinte,
gerando valoração levada quando se fala nos custos externos de produção e impactam
diretamente na cadeia produtiva (Petrocchi, 2017).
d) Excesso de burocracia no processo: A prática pautada na burocracia impede a
agilidade e eficiência do agronegócio em todas suas áreas, ainda mais em um ramo
que depende da questão climática e isso interfere diretamente nos resultados obtidos,
assim, por meio da burocracia, pode ocorrer atrasos de entrega e atraso nos processos
de escoamento de grãos e de transporte de produtos in natura com fins de exportação,
diminuindo a confiança no país pela burocracia que reflete em setores determinantes
no agronegócio (Ariera et al., 2019).
30
temporários, como há necessidade apenas em algumas épocas do ano, nem sempre se
sentem seguros em investir em actividades voltadas ao agronegócio por existir muitos
contratos temporários (Souza Junior, 2018).
31
Desenvolvimento Económico: o desenvolvimento requer ainda o crescimento dos
níveis de iniciativa, de protagonismo, de capacidade de fazer acontecer, ou seja,
atitude proativa e cultura empreendedora, aquilo que se convencionou chamar de
“capital empresarial”. O desenvolvimento não é possível sem uma conduta
empreendedora das pessoas.
31
Parafraseando Mitchell (1997) indicador é uma ferramenta que permite a obtenção de informações sobre uma
dada realidade (Pública, Privada ou ONG), a principal característica do indicador é a capacidade de sintetizar
um conjunto complexo de informações, retendo apenas o significado essencial dos aspectos analisados.
32
Indicador de Educação: é a medida ponderada de outros dois indicadores, a taxa de
alfabetização de adultos e a taxa combinada de matrícula nos ensinos Fundamental,
Médio e Superior;
Indicador Económico/Renda: é o padrão de fluxo da renda per capita, que é medida
pela Paridade do Poder de Compra (PPC) entre os países.
Assim, percebe-se a existência de uma lacuna do aspecto social com o indicador PIB, visto
que este indicador considera a dimensão do bem-estar económica da população, nesse caso
houve uma necessidade de estabelecer uma relação de complementaridade com IDH com o
intuito de melhorar as condições de avaliação do bem-estar de uma população na dimensão
social, ou ainda para averiguar o grau de desenvolvimento de um país.
32
Segundo Dicionário de agricultura Capital natural é o estoque ou reserva provida pela natureza que produz
valor para as pessoas (economia e bem-estar).
33
As externalidades surgem, portanto, quando um indivíduo ou uma empresa, na sua
actvidade, não suporta todos os custos inerentes a essa actvidade (externalidade negativa),
nem recebe todos os benefícios relacionados com ela (externalidade positiva). As
externalidades podem surgir entre os produtores e os consumidores, podendo , portanto ser
produzidas por indivíduos (externalidade no consumo) ou por empresas (externalidade na
produção) (Silva, 2013).
Externalidade Negativa- geram um custo marginal externo que é o custo adicional para
todos agentes económicos afectados pela actvidade comercial, associado a produção de uma
unidade bem. Esta externalidade, pressupõe um efeito negativo involuntário a um terceiro não
relacionao, pode surgir durante a produção ou depois.
33
Segundo a Organizacao Mundial da Saúde (OMS;2018), é o controle de todos os factores de meio físico
do homem, que exercem ou que podem exercer efeitos nocivos sobre o bem estar físico, mental e social.
34
Sandroni (1999:459) PIB refere-se ao valor agregado de todos os bens e serviços finais produzidos dentro do
território, normalmente de um país, independentemente da nacionalidade dos proprietários das unidades
produtoras desses bens e serviços.
34
O PIB é uma medida de fluxo de produção por unidade de tempo “ano”. Por isso, não se
considera estoques de capital (economia), que em última instância são importantes
componentes determinantes dos fluxos de produção, como por exemplo, capital social, capital
humano, capital natural, nível de eficiência de instituições, etc. O PIB é frequentemente
usado como um indicador, seguindo a ideia de que os cidadãos se beneficiariam de um
aumento na produção agregada. Similarmente, o PIB não é uma medida de rendimento
individual, (Paiva & Cunha, 2008).
Entretanto, o PIB pode aumentar enquanto a maioria dos cidadãos ficam mais pobres, pois o
PIB não considera o nível de desigualdade de renda de uma sociedade. Nesta perspectiva,
Paiva e Cunha (2008), destacam algumas limitações ou lacunas do PIB, que são:
Crescimento de longo prazo - O PIB anual não é um indicador de longo prazo. Ele
aponta para variações que podem vir de oscilações económicas momentâneas, como
ataques especulativos, bolhas de crescimento, descoberta de jazidas de recursos
naturais. Nada garante que o crescimento será mantido ou distribuído pela sociedade.
35
Buarque (1999), defende que o desevolvimeto local implica a articulação entre os diversos
actores e esferas do poder, tais como a Sociedade Civil (SC), Órgãos locais do Estado
(OLE), Órgãos do Poder Local (OPL), a Comunidade Local (CL) e Empresas Privadas (EP).
O presente trabalho de pesquisa leva-se em conta as quatro últimas instituições supracitadas,
pois estas estão mais vinculadas a promoção do Desenvolvimento dos Distrito, e este em
especial.
i) Órgãos locais do Estado: Faria e Chichava (1999), definem Órgãos Locais do Estado
(OLE) como conjunto de entidades, instituições e órgãos que estabelecem e garantem o
cumprimento dos princípios da ordem, e regulam, orientam e monitoram á organização,
compentencia e funcionamento das instituições do Esatado a nível local. A lei n°08/2019,de
19 de Maio, estabele os princípios e normas de compentências e funcionamento dos órgãos
locais do Estado, aplicando-se nos escalões de Províncias, Distrito, Postos Administrativos e
Localidades e de Povoações.
No âmbito das suas funções de direção estatal, exercem competência de decisão e execução e
controle no respectivo escalão. Estes sem prejuízo da autonomia das autarquia locais ,
garantem a realização das tarefas e programas económicos, social e cultural de interesse local
e nacional, observando a constituição , as deliberações da assembleia da república e as
decisões do conselho de Ministro e dos órgãos do Estado de escalões superiores ( conforme o
disposto no n° 1 do artigo 2 da lei dos órgãos locais do Estado (LOLE).
iii) Órgãos do Poder Local: O n° 1 da artigo n°1 da lei 02/97 de 18 de Fevereiro, estabelce
que na organização democrática do Estado o poder local compreende a existência de de
autarquias locais. N° 2 do mesmo artigo define autarquias locais, como sendo pessoas
colectivas públicas doctadas de órgãos representativo próprios que visam a prossecução do
interesses da populações respectivas sem prejuízo dos interesses nacionais e da participação
do Estado. Os OPL são órgãos com poder administrativo, que, em Moçambique, de acordo
com a o n° 03 do artigo da lei 02/97, desempenham suas actividades no quadro das
actividades do Estado e organizam-se em pleno respeito da unidade de poder político e do
ordenamento jurídico nacional.
36
NB: É importante lembrar o OPL junto com o OLE, embora cada desempenhe actividades
em pleno respeito as suas competência, exite uma coordenação 35, entre estes, ambos com o
objectivo único de prestar serviços de maior e melhor qualidade aos cidadãos.
36
v) Comunidade Local Martins (2002:114) fundamenta que “é importante ter um olhar
sobre a participação popular, enquanto resultado de um processo de construção social, não
como um mero requisito metodológico na estratégia de sensibilização social popular, que está
á deriva de factores históricos e culturais e que assim, a participação em princípio parece
manter uma relação directa com o que se denomina capital social”. É importante que a
comunidade local, coopere com todos órgãos interessados pelo desenvolvimento, de modo a
que a mesma comunidade traga a tona a sua real necessidade.
Há três principais pilares nos quais assentam as relações de uma sociedade e da sua economia
são a Administração Pública (sector público), o sector chamado sem fins lucrativos e as
empresas (sector privado). Cada um tem a sua própria função e o progresso social pode ser
visto como um jogo de equilíbrio, complementaridade e vigilância entre um Estado eficaz,
uma cidadania ativa e um sector privado responsável (Gómez:2019 et al.).
A afigura abaixo mostra com é o equilíbrio, entre o Estado, as Empresa e a Cidadania, onde
explica que o Estado é a fonte princial de provisão de bens serviços públicos aos cidadãos,
entretanto a cidadania e as empresas funcionam como membros auxiliares a actividade de
provisão de bens e serviços público.
35
Para Arbage (2001), coordenar é o efeito de estabelecer uma harmonia entre os actos de uma organização,
seja ela lucrativa ou não lucrativa, de aneira a facilitar o funcionamento das suas actividades e o seu rescpectivo
sucesso.
36
Comunidade local é o agrupamento de famílias e indivíduos, vivendo numa circunscrição territorial de nível
de localidade ou inferior, que visa a salvaguarda de interesses comuns através da protecção de áreas
habitacionais, áreas agrícolas, sejam cultivadas ou em pousio, florestas, sitio de importância cultural, pastagem,
fontes de água e áreas de expansão” (n° 1 do artigo 1 da lei n° 19/97 de 1 de Outubro).
37
Fonte:Responsabilidade Social, Empresa e Desenvolvimento.
Ou seja no topo das resposbilidades sociais tem-se o Governo, como sendo o maior provedor
de recursos para a população, oque quer dizer que prover bens e serviços a população é dever
do Governo, entretanto este dever que o Governo tem não inpede o auxílio dos outros órgãos
que sejam de origem não governamental.
v) Empresas Privadas
38
não obstante Chiavenato (2007:48) ressalta a eficiência das médias empresas, além
das tecnologias modernas é por empregar um número crescente de mulheres que
integram a força de trabalho.
39
Na óptica de Souza (2011:17), responsabilidade social é a postura de uma empresa que, por
livre e espontânea vontade, decide praticar comportamentos e acções que gerem o benefício
colectivo, seja esse para os stakeholders primários (funcionários, accionistas, etc.), assim
como para os stakeholders secundários (clientes, fornecedores, sociedade em geral).
Porque a empresa tem um inpacto sobre a comunidade esta automaticamente arca com
responsabilidades sociais sobre a mesma empresa, o que implica uma actuação responsável e
ética em todas as frentes, em harmonia com o equilíbrio ecológico e desenvolvimento social e
económico.
40
administrativa, era a de enfocar nos meios e na organização do trabalho. Assim o foco nos
resultados e objectivos foi sendo destacado em abordagens teóricas mais recentes como, por
exemplo, a abordagem contingencial38, que buscou modelos organizacionais mais eficazes,
(Witt139, 1998, citado por Matos, 2008).
Assim torna-se importante aferirr a eficácia do Agronegócio no DL, com vista a ter
conhecimento da saber se a execução desta actividade da industria primaria traduz-se num
beneficio a comunidade em que a mesma está inserida, tendo em conta a utilização das
potencialidades locais.
Moamba é um distrito da situado na parte norte da Província de Maputo, cuja sede é a vila de
Moamba. Tem como limites geográficos, a norte o rio Massintonta que o separa do distrito de
Magude, a sul, o distrito de Namaacha, a este, os distritos de Manhiça e Marracuene e a oeste,
uma linha de fronteira artificial com a província sul-africana de Mpumalanga.
O distrito apresenta uma configuração de triângulo no sentido norte-sul 40, uma extensão
150km compreendida entre Panjane, junto ao Rio Massintonta e a ribeira de Mavene, e no
sentido leste-oeste, uma extensão de 61 km no paralelo de Sabié. O distrito de Moamba tem
uma superfície de 4 628 km² e uma população de 56.746,00 habitantes, de acordo com o
censo de 2017. O distrito está dividido em quatro postos administrativos (Moamba, Pessene,
Ressano Garcia e Sabié).
38
Segundo Donaldson (1999), a Teoria Contingencial estabelece a inexistência de um modelo de estrutura
organizacional única e efetiva para todas as organizações. Desse modo, a estrutura da organização se modificará
de acordo com fatores como o tamanho e a estratégia da empresa; ou seja, a organização é contingente a essas
variáveis, denominadas por Donaldson (1999) como fatores contingenciais.
39
Witt, U. (1998), Imagination and leadership – The neglected dimension of an evolutionary theory of the firm.
Journal of Economic Behavior & Organization.
40
Com três lados e três ângulos internos.
41
Moamba é caracterizado por uma diversidade de potencialidades agricola assim como de
exploração mineira, tem em seu território algumas empresas de exploração de áreas pesadas e
agronegócio (de produção de cana-de-açucar pertencente de Tongaat hulett41, e duas de
produção de banana, Ramburguer e a Bananalândia).
4.1.1. Apresentação da Empresa Bananalândia
O estudo é feito na filial localizada no Posto Administrativo de Sabié. Esta filial possui cerca
de 10 machambas na sua cadeia de produção, com cerca de 1000 trabalhores divididos entre
operários, camponeses, e gestores administrativos. A mesma opera numa área de 900 hectares
e possui uma capacidade de produção anual de três milhões e quinhentas mil caixas
(50.000,00 toneladas). O exercício desta empresa é a produção, tratamento, distribuição e
comercialização de banana.
Não obstante, a empresa poderá exercer quaisquer outras actividades comerciais e/ou
industriais relacionadas, directa ou indirectamente com o seu objecto principal, praticar todos
os actos conexos, subsidiários ou complementares da sua actividade e outras actividades com
fins lucrativos não proibidos por lei, desde que devidamente autorizadas, participar em outras
empresas ou sociedades já existentes ou a constituir ou associar-se com elas sob qualquer
forma permitida por lei (Decreto nº /2018, de 14 de Junho)
41
Empresa multinacional que dedica-se a produção de cana-de-açucar, refinaria e venda do açucar.
42
Empresa Internacionais ou Multinacionais; são empresas com actividades em vários países, podendo
comprar, produzir e/ou vender em qualquer país diferente do seu país de origem.
42
4.1.2. Perfil da Amostra da Pesquisa
Mulheres % Homens%
40% 60%
A seguir vem o gráfico que faz a caracterização da amostra por escolaridade, afim de que se
tenha dados fiáveis, buscou-se dados dos mais diferentes níveis académicos. Buscou-se
também entrevistar cidadãos de todos nives académicos de modo que a amostra seja
representativa
43
Nível de escolaridade
Mestrado
5%
Primário Licenciatura
Mestrado
25% 15%
Licenciatura
Médio
10% Médio
Básico
Básico Primário
45%
44
para o crescimento do PIB, através do pagamento de taxas e impostos ao Governo. Por isso a
seguir faz-se a descrição das fases afim de saber como funciona (Arieira, 2019).
a) Antes da porteira
Langa (2022) argumenta que nesta fase é feito todo o trabalho de campo que visa a obteção
do produto pretendido. Aqui são chamados todos agricultores e técnicos de manuseio de
máquinas contratados e efectivos para a entrar em acçāo, há nesta empresa uma média de 560
técnicos e agricultores, que são chamados a entrar em serviço, nas suas diferentes etapas, que
são:
43
Encarregadoda área de vendas e markiting da empresa.
44
Encarregado da área de produção agrária (que está ligado as transformações nas áreas de produção: com se
produz, de que forma se produz, etc).
45
Caule que cresce horizontalmente
46
Insectos que fustigam as raízes das plantas.
45
nematóides47, após essa operação, deve-se mergulhar o rizoma 48 numa solução
contendo inseticida49 e nematicida50 apropriados. Após o escorrimento da solução, a
muda pode ser plantada no local definitivo.
Plantio: as covas são abertas com 40cm para baixo, em três dimensões. Após o
plantio em mudas inicia-se a etapa do tratamento e cuidado a planta, que têm como
finalidade estimular o crescimento delas e manter as melhores condições de água, luz
e nutrientes, necessárias para o seu bom desenvolvimento (Chunguana, 2022).
Controle de ervas daninhas e eliminação de restos florais: o trabalho de controle e
combate das ervas daninha e eliminação dos restos florais, é um trabalho feito através
de métodos mecânicos, manuais e pela aplicação de herbicidas (Langa,2022). Esta
actvidade ajuda no combate de ervas daninha e permitir um crescimento mais
eficiente.
Adubação: os fertilizantes e adubos são os insumos mais importante em termos
percentuais para o aumento de produção”. Por isso a Bananalândia garante que os
nutrientes estejam em sua posse mesmo antes do plantio, porque a aplicação dos
mesmos é feita já no início do desenvolvimento das suas raízes, feita com base em
químicos compostos por Fósforo, potássio e Nitrogênio.
Ensacamento: este sistema de proteção é feito através da utilização de sacos de
polietileno 51, com perfurações laterais que variam de 0,5 a 1,0 cm, permitindo as
trocas gasosas entre os frutos e o meio exterior, colocados após. O ensacamento
proporciona a banana uma coloração amarelo-claro mais uniforme, aumentando
a elasticidade e a espessura da casca, além de servir como proteção na colheita e
durante o transporte do cacho até a casa de tratamento(Langa, 2022).
Colheita: a colheita é a última etapa dentro da porteira, passado
aproximadamente três meses após o surgimento do cacho, a bananam está pronta
a ser colhida para as salas de tratamento, e depois o transporte aos clientes
(Chunguana, 2022).
Pode-se claramente verificar que o segunda fase da cadeia de produção desta empresa,
trata de assuntos exactamente ligadas a produção em campo (na machamba), até que se
47
Vermes microscópios e geralmente abundantes no solo, agua doce e salgadae muitas veses são parasitas de
animais, insectos e também de plantas.
48
Caule de do tipo subterrâneo ou aéreo, gerralmente com format de cilindro.
49
Defensive agrícolas que actuam na prevenção e controle de pragas responsáveis pela grande perda da lavoura.
50
Um tipo de pesticida químico usado para matar nematóides e parasitas.
51
Sacos plásticos de óptima resisténcia a mudanças de temperatura.
46
tenha o cacho da banana pronto para a colheita. Esta fase tem como actores envolvidos
técnicos agrónomos, agricultores e todos técnicos que trabalham directa e
indirectamente na machamba. A fase a seguir diz respeito a actvidade de tratamento
químico e comercial da banana, que segundo os respresentates da empresa está
actividade envolve um trabalho de 300 trabalhadores, para fazer o tratamento e
trasnporte da banana.
Na terceira fase da cadeia faz-se o tratamento químico e comercial ao produto após a colheita
em campo e de seguida faz-se o trasnporte, a banana é levada ao tratamento com
medicamentos, que permitem uma maior qualidade e melhor conservação do produto, de
modo que não seja de rápida deterioração, durante o transporte.
47
oque estimula a crescimento da economia local e melhoria do bem-estar da população através
da empregabilidade e isso promove o crescimento do IDH.
Moçambique herdou um país com pobre infra-estrutura de estradas, e esta foi ainda sabotada
pela guerra civil, criando um ambiente desfavorável para o desenvolvimento agrícola
(Boughton et al., 2007). O troço que liga Moamba Sabié encontra-se degradado, a estrada é
de terra abatida com pedras de seixo que dá a via maior dificuldade de transitabilidade.
Manhique (2022), conta que para fazer o percurso de cerca de 52km de Moamba a Sabié leva
48
em média 3h, porque é obrigado a andar a uma velocidade muito reduzida, tendo em conta o
tamanho do camião e o produto transportado que é frágil.
Assim, a empresa apela ao Governo pela construção de estrada que liga Moamba a Sabié,
alegando que o valor dos taxas e impostos pago aos Governo desde 2000, que foi o ano em
que esta empresa se instalou nesse Distrito com certeza já é possível iniciar essa empreitada.
Em relação a este desafio a empresa afirma que é um problemas que está acima das suas
capacidades de actuação, apontado o Governo como sendo o principal agente de actuação
para reverter esta situação.
Por outro lado, a TDE apresenta o pressupostos que indica o Governo tem um papel crucial
para o desenvolvimento das actividades económicas rurais e na sua expansão, ou seja para o
caso concreto da empresa em causa o Governo tem como papel a promoção de melhores
meios de produção e produtividade. Das entrevistas feitas á empresa foi possível ficar a saber
que a colocação de uma estrada com melhores condições tornaria o transporte mais eficiente,
pois teria menos tempo gasto no percurso, o que contribui para o seu desenvolvimento e
expansão.
espacamento
49
Em suma os desafios da empresa Bananalândia no Distrito de Moamba são:
Pelo que acima foi referido A segunda hipótese torna-se inválida , segundo a qual os
desafios de produção enfrentados pela empresa são, desperdício de produção, excesso de
burocracia no processso, fraco uso de tecnologias de ponta e logística de entrega.
Eficiência: este indicador indica a relação entre saídas e entradas. É um indicador expresso
em termos de percentagens ou índices de custo/benefício, custo/produto ou custo/tempo. No
período em analise a empresa apresentou uma eficiência oscilatória, devido a subida de
preços para a aquisição de matéria prima de produção, por causa da oscilação da valorização
do métical face ao Rand52, em 2019, que chegou a custar perto de 6.0 o cámbio. Agravaram-
se os custos de aquisição com a pandemia da COVID19 53, que surgiu no ano de 2020, e fez
com os preços de matéria prima e transporte subissem nos fornecedores e prestadores de
serviços á empresa.
52
Moeda Sul Africana.
53
Doença respiratória, causada pelo corona-virús, que surgiu no ano de 2019 na China e mais tarde assolou o
mundo Inteiro.
50
Satisfação: a satisfação é resultante do benefício concedido aos seus parceiros de
cooperação, tais como clientes, investidores, funcionários, Governo e comunidade tal como
visto no capítulo anterior. No acto de enauguração da unidade de processamento em 2021, o
titular da agricultura revelou que, há muita procura e pouca oferta de banana na zona Norte
de Moçambique, assim está em curso um projecto de expansão dessa empresa ao longo do
País, de modo a responder de forma proporcional a procura disse (Chunguana, 2022).
Manhique (2022), é trabalhador desta empresa e membro de comunidade local, ele fala que
esta empresa veio mesmo para ajudar as famílias porque dá emprego a cidadãos locais, tem
ajudado bastante no sustento das mesmas, além de apoiar os serviços básicos prestados a
comunidade, como por exemplo a prevenção e tratamento da COVID19.
Langa (2022), afirma que os investidores sentem-se satisfeitos com a produção, porque está
produção têm-se revelado eficaz para a obtenção de lucro. O mesmo sentimento vê-se no
Governo, pois há uma satisfação pelo cumprimento com o pagamento das taxas e impostos
que subiu de 4.9% para 5.0% do PIB/ano, no período em análise.
Chigodo (2022), relata que não se sente satisfeito com a empresa pela questão da Higiene e
Seguranca no Trabalho (HST54). Não há na empresa a disponibilização de equipamento de
trabalho, seja na machamba, ou nas salas de tratamento e armazenamento oque coloca em
risco a segurança dos trabalhadores e em dias de chuva os trabalhadores além de serem
transportados em camião são dados sacos plásticos para proteger-lhes da chuva, oque não os
protege.
No mesmo contexto foi relatado pela chefe de Posto Administrativo de Sabié que já
houveram dois acidentes de viação, no ano de 2019 e 2021, que culminou com o ferimento de
mais de 47 trabalhadores, ferimentos graves e ligeiros, entre os passageiros, e os mesmos
reclamaram junto ao Governo local a responsabilização da empresa pelo danos causados
pelos acidentes, (Chivite:2022).
54
Rodrigues (2017), advoga que a higiene do trabalho ou higiene ocupacional é um conjunto de medidas
preventivas relacionadas ao ambiente do trabalho, visando a redução de acidentes do trabalho e doenças
ocupacionais.A higiene no trabalho consiste em combater as doenças profissionais.
51
As evidências mostram uma irresponsabilidades da empresa com seus trabalhadores, os
mesmo vê-se como meros instrumentos de trabalho, que são colocados a sua disposição de
utilização, sem se importar com a higiene e segurança. Nesse constexto surge a seguinte
questão, o trabalho da Inspenção geral do trabalho 55 não abrange essa área? Em entrevista a
chefe do posto administrativo refere que abrage, até é feito o trabalho na empresa, entretanto
este trabalho não apresenta resulados e esta entrevistada vai mais longe dizendo é um
trabalho aparente feito neste local, porque não tem resultados esta prática.
Na definição de Souza et al. (2011), que dizem que a eficácia é a realização efectiva das
coisas certas, pontualmente e dentro dos requisitos de qualidade especificados. Ou seja, para
estes autores se há cumprimento efectivo do objectivo traçado, dentro dos requisitos e
qualidade desejada, logo já se tem eficácia. Essa definição leva a entender que há eficácia na
organização, uma vez que verificou-se com o estudo que há realização efectiva da produção
de banana, com qualidade especifica.
55
Do Ministério da agricultura e Segurança Social.
52
num processo organizacional quando este cumpri com as exigências de cada nível
organizacional assim como departamental. E com a pesquisa feita na Bananalândia pode-se
verificar o não cumprimento de exigências em alguns níveis e departamento.
Para permitir uma maior compreeção do estudo, a seguir aborda-se acerca dos indicadores de
DL, de forma a compreender se o Agronegócio é eficaz no DSEL de Moamba. De acordo
com o conceito de indicador apresentado por Mitchell (1997), extraiu-se os indicadores de
DL, o PIB e o IDH. Nesta linhagem, o autor sustenta que, para que aconteça DSEL no seu
todo deve-se priorizar estes indicadores e os itens descritos no IDH e no PIB.
Já foi discutido no terceiro capítulo acerca dos actores de DL, numa visão geral, cabe neste
parte fazer uma análise explicativa acerca dos actores de DL do Distrito de Moamba,
identificou-se 4 actores que estão envolvidos com o processo de DSEL de Moamba,
nomeadamente: OLE, OPL, a comunidade local e a Bananalândia. Entretanto para execução
deste TCL, será observado apenas 2, actores a comunidade local e a empresa em estudo, pela
natureza do estudo e de acordo com os dados encontrados em campo.
A comunidade local: para Leroy (2002), “a participação popular directa constitui base para o
planejamento sustentável, seu pleno exercício remete uma sociedade participativa e
consciente de seu papel no desenvolvimento do planejamento e alcance sustentáve”. Moamba
é um Distrito com a população activa, a maior parte da sua população composta por jovens,
que estão inseridos nas diversas empresas agroindustriais. Neste Distrito os membros da
comunidade actuam como tomadores de decisão, este tem o papel de indicar suas
necessidades e prioridades, “ninguém melhor que o necessitado para falar das suas
necessidades”.
Bananalândia: é essencial enfatizar que a acção de promover, implementar e zelar pelo bem
estar social, económico, político e cultural constitui tarefa do Governo, a existência de
empresas privadas no território não vem em momento nenhum remover esta tarefa, de
principal provedor de bens e serviços, as empresas apenas assumem uma responsabilidades
social perante a comunidade em que a mesma está inserida, pelo impacto das suas actividades
durante e/ou após produção.
53
É a postura de uma empresa que, por livre e espontânea vontade, decide praticar
comportamentos e acções que gerem o benefício colectivo, seja esse para os stakeholders
primários (funcionários, accionistas, etc.), assim como para os stakeholders secundários
(clientes, fornecedores, sociedade em geral). Acções tomadas voluntariamente e que não
estão ligadas a benefícios ou obrigações promovidas pela legislação.
Por outro lado a TDE coloca o desenvolvimento de qualquer actividade económica pode
promover o desenvolvimento regional, no âmbito social e económica, foi apresentado acima
evidencias que a empresa privada Bananalândia tem dado o seu contributo para o DSEL, na
área social através do crescimento do IDH e económica pelo pagamento de taxas e impostos
ao Governo.
Saúde: na saúde a empresa relata que tem feito um trabalho de sensibilização contra a
gravidez precoce na rapariga, trabalho feitos nas escolas (na Escola Secundária de Moamba,
e na Escola Secundária de Sabié), a sensibilização é feita através da promoção de desporto,
tal como futebol e o atletismo em 2019 e 2021. No âmbito de preeveção da COVID 19 a
empresa disponibilizou aos serviços de saúde, material de proteção aos funcionários do
centro de saúde de Massitonta, Sabié sede, centro de saúde de Moamba e de Ressano Garcia
54
(Funcionário B), entretanto o Distrito tem algumas necessidades de ifra-ístrurura de saúde
56
).
Renda: “os colaboradores tem recebido rendimento pelo trabalho prestado a empresa”
informação dada por unanimidade pela comunidade local e a empresa, alguns com visão
empreendedora fazem a aplicação das suas verbas criando outras fontes de renda, isto é,
abrindo pequenos negócios.
Rosário (2019)57 afirma que as empresas e agronegócio têm exercido um papel importante na
sociedade actual, pois emprega a maioria da população rural nas suas áreas de produção, dão
oportunidade de crescimento profissional aos mesmo sem deixar de cumprir com suas
obrigatoriedades com o Governo local e central.
Langa e Chunguana (2022) são unânimes ao afirmar “que cada fase do agronegócio na
empresa tem um elevado número de trabalhadores de origem local, são indivíduos que
trabalham na empresa que com o rendimento obtido através do seu trabalho garantem seu
sustento”. Ferreira e Manhique (2022) acrescentam que com o valor do salário obtido da
empresa, estes conseguiram iniciar um negócio e dizem que tem ajudadao bastante na renda.
Macitonta (2022) relata que com o seu salário tem investido na agricultura familiar e emprega
cidadãos para trabalhar nas suas machambas.
55
Importa ressaltar nesta parte que o GDM, carece de diverso bens e serviço público básicos
que possam apoiar a população no seu cuotidiano e que possam contribuir para a melhoria da
qualidade de vida e bem estar social da comunidade, a título de exemplo é a péssima
condição em que se encontra a estrada que liga a Vila de Moamba e o Posto Administrativo
de Sabié e nas suas respectivas comunidades, oque piora a condição da estrada é o tipo de
solo que é argiloso, com pedras de seixo58 e torna o troço mais dificultuoso.
Chunguana (2022)afirma que empresa a Bananalândia tem cumprido com seus deveres
tributários, através do pagamento da Taxa de Actividade Económica (TAE), que é devida
pelo exercício de qualquer actividade de natureza comercial ou industrial, incluindo a
prestação de serviços, no território da respectiva autarquia, desde que exercida num
estabelecimento devidamente licenciada. Durante o período compreendido entre 2018 á 2021,
a Bananalândia de Moamba Contribuiu com cerca de 5.0 % no PIB, na economia do Distrito
de Moamba e espera-se contribuir mais com a nova unidade de processamento de banana,
afirma Chunguana (Chunguana, 2022).
Gráfico n.˚3: Avaliação feita pelos inquiridos sobre a eficácia do Agronegócio no DSEL do
Distrito.
58
Pedras de seixo é um fragmento de roxa ou mineral com granulometria maior que a arreia.
56
20%
40%
Satisfatorio
Insatisfatorio
40% Razoável
Das entrevistas feitas a empresa e no GDM, 40% dos entrevistados, que satisfatório são
membros da empresa que afirmam que a produção é eficaz, pois entendem que os resultados
desta actividade estimulam o DSEL, outros 40% refutam o posicionamento dos membros do
empresa, alegando que pela dimensão da mesma, capial financeiro e impacto das
externalidade negativa emitida pela empresa (emissão de poeira ao longo da via, pela
passagem de camiões carregados de matéria-prima e/ou mercadoria a ser enviada para os
respectivos clientes), esta empresa deve realizar mais actividades com vista a recompensar
esta prática, os restantes 20% referem que a eficacia é razoável, porque a empresa cumpri
com apenas alguns indicadores de eficácia na sua produção.
Perante o exposto, Valida-se também a terceira hipótese que refere que, “A produção de
banana na Bananalândia no DM é eficaz no DL do Distrito, na medida em que permite a
criação de novos postos de trabalho ao longo da cadeia de cultivo, presta apoio aos serviços
básicos á Comundade, incentivam o empreendedorismo local, aumenta a arrecadação de
impostos e taxas no Governo”.
57
CONCLUSÃO
O presente TCL têm como objectivo, aferir a Eficácia do Agronegócio no DL, no Caso da
Produção da Banana no Distrito de Moamba num horizonte temporal de 2018 á 2021. O
trabalho foi norteado por três objectivos específicos, descrever a cadeia de produção,
indentificar os desafios na produção e aferir a eficácia do agronegócio na produção no DSEL
do Distrito.
Com base no estudo de campo constatou-se que o agronegócio praticado pela Bananalândia
além de trazer um inpâcto positivo na produtividade, rentabilidade, sustento e
desenvolvimento do agronegócio, o processo de produção estimula o DSEL, de um lado,
para os stakeholders primários pela remunerações através da prestação de serviços dos
cidadãos locais, por outro lado para com os stakeholders secundários através do apoio a
comunidade local nos serviços básicos de saúde e educação.
Perante todas acções levadas a cabo pela empresa há ainda que se melhorar vários apectos
ligados directamente a empresa, trata-se das condições da HST dada aos trabalhadores da
mesma empresa. Há também uma necessidade de a empresa comprometer-se mais com as
responsabilidades sociais olhando especialmente para a péssima condição da estrada que dá
acesso ao Posto Administrativo de Sabié e não menos importante, o cumprimento do pré-
acordo de contratação de mais de 600 trabalhadores locais e inserção de mais de 100 famílas,
a Bananalândia.
58
RECOMENDAÇÕES
LIMITAÇÕES
Toda pesquisa de natureza científica, aquando da sua realização sofre influência de vários
factores que podem comprometer o alcance dos objectivos traçados. Portanto, com a presente
pesquisa não foi diferente. Durante a realização do trabalho deparou-se com as seguintes
limitações:
2.Fontes secundárias
a) Livros
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controle da produção para o gerenciamento da cadeia de suprimentos. 5. ed. Porto
Alegre: Bookman.
63
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Indicators. Disponível on-line em http://www.lec.leeds.ac.uk/people/gordon.html,
consultado no dia 10 de Maio de 2022 em Maputo.
64
_________________ (2011) Aprovado na 15ª Secção Ordinária do Conselho de
Ministros, a 03 de Maio de 2011.
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (2011), Aprova do pelas
Nações Unidas, em 2011
c) Monografias e Dissertações
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prestação de serviços públicos: o caso do Hospital Central de Maputo, Trabalho de
Conclusão de Licenciatura, Maputo.
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desenvolvimento local: caso da sociedade de águas vumba (2014-2018), Teabalho
de Licenciatura em Administração pública, UJC: Maputo.
d) Portais ou Páginas da Internet
https://periodicos.ufrn.br/sociedadeeterritorio/article/dowload/12862/11990
https://pt.scribd.com/document/480615986/programa-de-reabilitacao-economica
2.1.Fontes Primárias
Benzane, Alfredo- motorista nacional da empresa, entrevistado a 27 de
Setembro de 2022, Maputo.
65
Ferreira, Amarildo Lisiario- Motorista de camiões de transporte de banana da
empresa e membro da Comunidade, entrevistado a 27 de Setembro de 2022,
Maputo.
66
Apêndices
67
Apêndice 1:Guião de entrevista destinado a empresa Bananalândia
O presente guião de entrevista servirá para recolher informações com vista a auxiliar na
elaboração do Trabalho de Conclusão de Licenciatura em Administração Pública cujo tema é
Eficácia do Agronegócio no Desenvolvimento Económico Local: Caso da Produção da
Banana no Distrito de Moamba (2018-2021). Importa salientar que o trabalho é de
finalidade científica, desse modo serão observados os princípios éticos com vista a garantir
anonimato, se necessário, no acto das respostas.
68
8-
Satisfação
Adaptabilidade
Desenvolvimento
Como a comunidade local se beneficiou com esta empresa, no período compreendido entre
2018 a 2021 no DM?
10- Quais são as formas de compensação ás externalidades negativas emitidas por esta
empresa?
69
Guião de entrevista destinado ao Governo do Distrito de Moamba para efeitos de
recolha de dados para o Trabalho de Conclusão de Licenciatura.
O presente guião de entrevista servirá para recolher informações com vista a auxiliar na
elaboração do Trabalho de Conclusão de Licenciatura em Administração Pública cujo tema é
Eficácia do Agronegócio no Desenvolvimento Económico Local: Caso da Produção da
Banana no Distrito de Moamba (2018-2021). Importa salientar que o trabalho é de
finalidade científica, desse modo serão observados os princípios éticos com vista a garantir
anonimato, se necessário, no acto das respostas.
70
Guião de entrevista destinado aos membros da comunidade local do Distrito de
Moamba para efeitos de recolha de dados para o Trabalho de Conclusão de
Licenciatura.
O presente guião de entrevista servirá para recolher informações com vista a auxiliar na
elaboração do Trabalho de Conclusão de Licenciatura em Administração Pública cujo tema é
Eficácia do Agronegócio no Desenvolvimento Económico Local: Caso da Produção da
Banana no Distrito de Moamba (2018-2021). Importa salientar que o trabalho é de
finalidade científica, desse modo serão observados os princípios éticos com vista a garantir
anonimato, se necessário, no acto das respostas.
1- Qual é a sua profissão?
2- Se for trabalhador da Bananalândia, a quanto tempo é trabalhador desta Empresa?
nesse período que Beneficios teve com o trabalho?
3- Na sua opinião quais são os aspectos positivos e negativos desta empresa perante a
comunudade local de 2018 a 2021?
4- Oque a empresa trouxe para si no período de 2018 a 2021?
5- Como é a hingiene e Segurança no Trabalho?
6- Na sua opinião quais os aspectos que a empresa deve melhorar com vista atrazer
melhores condições de higiene e segurança no trabalho ?
7- Na sua opinião quais os aspectos que a empresa deve melhorar com vista atrazer
melhores condições de vida a comunidade local?
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ANEXOS
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Anexo 1: Mapa do distrito de Moamba
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DISTRITO DE MOAMBA
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