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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE MANICA

DIVISÃO DE ECONOMIA, GESTÃO E TURISMO


CURSO DE CONTABILIDADE E AUDITORIA

CONTRIBUTO DA BOLSA DE VALORES DE MOÇAMBIQUE NO CRESCIMENTO


ECONÓMICO DAS PME’S EM MOÇAMBIQUE, ESPECIFICAMENTE NA
PROVÍNCIA DE MANICA NO PERÍODO DE 2017- 2020.

Vilma Letisse Acheua

Supervisor: drª. Massada Amadeu, Msc.

Matsinho, Julho de 2023


CONTRIBUTO DA BOLSA DE VALORES DE MOÇAMBIQUE NO CRESCIMENTO
ECONÓMICO DAS PME’S EM MOÇAMBIQUE, ESPECIFICAMENTE NA
PROVÍNCIA DE MANICA NO PERÍODO DE 2017-2020.

Nome: Vilma Letisse Acheua


E-mail: vilmaletisseacheua@gmail.com
Contactos: +258846790716/+258863461926

Projecto de Licenciatura apresentado ao


Instituto Superior Politécnico de Manica,
como requisito parcial para a obtenção do
Grau de Licenciatura em Contabilidade e
Auditoria.

Matsinho, Julho de 2023


ÍNDICE
DECLARAÇÃO ............................................................................................................................................ i

AGRADECIMENTOS ................................................................................................................................. ii

DEDICATÓRIA .......................................................................................................................................... iii

EPÍGRAFE .................................................................................................................................................. iv

LISTA DE ABREVIATURAS/ACRÓNIMOS ............................................................................................ v

LISTA DE ILUSTRAÇÕES, TABELAS E GRÁFICOS ............................................................................ vi

RESUMO .................................................................................................................................................... vii

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1

1.1. Contextualização ........................................................................................................................... 1

1.2. Problematização ............................................................................................................................ 2

1.3. Justificativa ................................................................................................................................... 2

1.4. Objectivos .......................................................................................................................................... 3


1.4.1. Geral............................................................................................................................................ 3
1.4.2. Específicos .................................................................................................................................. 3

1.5. Estrutura do Trabalho ........................................................................................................................ 3

CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................................... 5

2.1. Conceito da Bolsa de Valores ....................................................................................................... 5

2.1. Mercado de Capitais ..................................................................................................................... 6


2.1.1. Vantagens do Mercado de Capitais ....................................................................................... 7
2.1.2. Divisão do Mercado de capitais ............................................................................................ 7

2.2. Criação do Segundo Mercado (SME) ........................................................................................... 9

2.3. Organização da Bolsa de Valores ............................................................................................... 10

2.4. Funcionamento da Bolsa de Valores Moçambicana ................................................................... 10


2.4.1. Sistema de Chamada ........................................................................................................... 11
2.4.2. Cotação-base dos títulos cotados ........................................................................................ 11
2.4.3. Sistema de Registo .............................................................................................................. 12

2.5. Objectivos ou Funções da Bolsa de Valores: .............................................................................. 12


2.6. Operações da Bolsa ..................................................................................................................... 12
2.6.1. Operações a vista/contado ................................................................................................... 12
2.6.2. Operação no mercado a praz ............................................................................................... 13

2.7. Crescimento Económico ............................................................................................................. 13

2.8. Pequenas e Medias Empresas (PME).......................................................................................... 14

2.8.1. Conceito ...................................................................................................................................... 14

2.9. Condições Para a Admissão das PMEʼs na BVM ....................................................................... 15


2.9.1. Admissão á Cotação na Bolsa de Valores de Moçambique para as PMEʼs ........................ 15

CAPÍTULO III: METODOLOGIA ............................................................................................................ 16

3.1. Descrição do Local de estudo ..................................................................................................... 16

3.2. Tipo de Pesquisa ......................................................................................................................... 16

3.2.1. Quanto à abordagem ................................................................................................................... 16

3.2.2. Quanto aos objectivos ................................................................................................................. 16

3.2.3. Quanto aos procedimentos técnicos ............................................................................................ 17

3.3. Definição da População e Amostra ............................................................................................. 17

3.4. Métodos e Procedimentos de Colecta de Dados ......................................................................... 18

3.5. Processamento e Análise de Dados ............................................................................................. 18

3.6. Limitações do Estudo .................................................................................................................. 18

CAPÍTULO IV: RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................. 20

4.1. Intermediários na Actuação da Bolsa de Valores Moçambicana ................................................ 20

4.2. Admissões de PMEʼs à Bolsa de Valores ................................................................................... 22


4.2.1. Empresas que Manifestaram interessem em Estarem Cotadas de 2017 a 2020 .................. 23
4.2.2. Empresas admitidas na BVM deste o período de 2017 a 2020 ........................................... 23
4.2.3. Empresas que manifestaram interesse em estarem cotadas e não conseguiram ser admitidas
a cotação 24

4.3. Análise da Situação Financeira das PMEʼs Antes e Depois das 2 Empresas Serem Admitidas na
Bolsa de Valores de Moçambique. ......................................................................................................... 25
4.3.1. Zero Investimentos, SA....................................................................................................... 25
4.4. Índices Financeiros ..................................................................................................................... 26
4.4.1. Índice de liquidez corrente .................................................................................................. 27
4.4.2. Índice de endividamento ..................................................................................................... 27
4.4.3. Margem de lucro bruto........................................................................................................ 29
4.4.4. Índices financeiros param a empresa Touch Publicidade, SA ............................................ 29

4.4. Contributo da Bolsa de Valores de Moçambique para PMEs e Para o País ............................... 31

CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ......................................................................... 33

5.1. Conclusão......................................................................................................................................... 33

5.2. Recomendações................................................................................................................................ 33

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................................ 35

APÊNDICES E ANEXOS .......................................................................................................................... 37


DECLARAÇÃO

Eu, Vilma Letisse Acheua, declaro por minha honra que este trabalho é da minha autoria e
nunca foi apresentado em nenhuma outra instituição para obtenção de qualquer grau académico.
Todas obras de outros autores, utilizadas neste trabalho foram devidamente citadas e listadas na
lista de referências bibliográficas.

Matsinho, aos_____de __________________ de 2022

_____________________________

i
AGRADECIMENTOS
Em primeiro gostaria de endereçar os meus agradecimentos a Deus pelo dom da vida, a minha
mãe por tudo que fez por mim, e por ter moldado bem o meu carácter. Agradecer a minha
supervisora drª. Massada Amadeu, que para além de ser minha supervisora também foi uma
óptima docente nesses anos.
Agradecer a Instituição ISPM por ter tornado possível a minha formação, a todos docentes que
transmitiram todo o seu conhecimento. Agradecer também aos meus colegas que participaram do
meu dia-a-dia e assim partilhamos muitos conhecimentos.

ii
DEDICATÓRIA

Com muita estima a minha mãe Cacilda Suzete Fernandes Sande, que

apesar de não estar mais entre nós, foi uma mãe e ao mesmo tempo um
pai.

Ao meu tio materno João da Cruz Fernandes Sande Júnior, pelo apoio
que me tem dado e que me permitiu terminar a minha licenciatura.

A minha avó Olga Inês que sempre me apoia

iii
EPÍGRAFE

“O que vocês estão fazendo ao investir é adiar o consumo e aplicar o dinheiro agora, para
pegar mais dinheiro no futuro. E só existem duas perguntas, Uma é quanto você vai pegar de
volta, e a outra é quando.”

A Bola de Neve Buffett e o negócio da vida.

(Alice Schroeder)

iv
LISTA DE ABREVIATURAS/ACRÓNIMOS

BVM Bolsa de valores de Moçambique

M.C.O Mercado de Cotações Oficiais

MLB Margem de Lucro Bruto

PIB Produto Interno Bruto

PME Pequenas e Médias Empresas

SME Segundo Mercado

v
LISTA DE ILUSTRAÇÕES, TABELAS E GRÁFICOS

Lista de ilustrações
Ilustração 1: Organigrama........................................................................................................................... 10
Lista de Tabelas

Tabela 1: Definição de Pequenas e Médias Empresas em Moçambique .................................................... 14


Tabela 2: Requisitos de admissão a BVM .................................................................................................. 15
Tabela 3: Vendas totais ............................................................................................................................... 25
Tabela 4: Índice de Liquidez....................................................................................................................... 27
Tabela 5: Índices de Endividamento ........................................................................................................... 28
Tabela 6: Margem de lucro bruto................................................................................................................ 29
Tabela 7: Referente ao volume de vendas da Touch Publicidades, SA ...................................................... 29
Tabela 8: Índice de liquidez corrente Touch Publicidades, SA .................................................................. 30
Tabela 9: Índice de endividamento geral Touch Publicidades, SA ............................................................ 30
Tabela 10: Lucro bruto................................................................................................................................ 31
Tabela 11: Margem de lucro bruto.............................................................................................................. 31
Lista de gráficos

Gráfico 1: Total das empresas que manifestaram interesse em abrir o Capital .......................................... 23
Gráfico 2: Números de PMEʼs admitidas na BVM nos 4 anos em estudo. ................................................ 23
Gráfico 3: Número de empresas que manifestaram interesse na abertura de capital e que por diversos
motivos não conseguiram ser admitidas. .................................................................................................... 24
Gráfico 4: Volume das vendas dos 4 anos em estudo ................................................................................. 26
Gráfico 5: Índices de endividamento geral da Zero Investimentos, SA dos anos em estudo ..................... 28
Gráfico 6: Referente ao volume de vendas dos 4 anos em estudo da Touch Publicidades,SA ................... 29

vi
RESUMO

O trabalho tem como tema Contributo da Bolsa de Valores de Moçambique para o Crescimento
Económico das Pequenas e Médias Empresas em Moçambique, com objectivo geral de avaliar a
contribuição da Bolsa de Valores de Moçambique no crescimento económico das Pequenas e
Médias Empresas em Moçambique em particular na Província de Manica nos anos 2017-2020,
onde os objectivos específicos são: descrever o funcionamento da Bolsa de Valores, Arrolar os
requisitos de subscrição das pequenas e médias empresas para fazerem parte da Bolsa de valores
e por último analisar o contributo da Bolsa de Valores no crescimento económico das pequenas e
médias empresas e do país. Para a realização do trabalho foi necessário a pesquisa de campo
suportada por uma pesquisa por conveniência, desenvolvida nas seguintes Instituições: BAU,
Standard Bank, Access Bank Mozambique, e também foi efectuada uma pesquisa bibliográfica
envolvendo relatórios disponibilizados pela Bolsa de Valores de Moçambique no seu site oficial.
O instrumento usado para recolha de dados foi questionário. Os dados recolhidos foram
analisados com base no Microsoft office Excel. Da análise e interpretação dos dados,
apresentados conforme os objectivos definidos no estudo, foi possível aferir que apesar dos
esforços movidos pela Bolsa de Valores não existem empresas na província de Manica que
estejam cotadas na Bolsa de Valores, também foi possível notar que existem apenas duas
Pequenas e Médias Empresas cotadas na Bolsa até então, e as mesmas apenas foram admitidas
nos anos de 2017 e 2018, como também houve empresas que tentaram ou manifestaram
interesse, mas não tiveram sucesso no processo de admissão porque as empresas reuniam todos
os requisitos necessários para estarem cotadas na BVM.

Palavras-Chave: Bolsa de valores; cotação; admissão; contributo; crescimento económico.

vii
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

1.1. Contextualização

A Bolsa existe desde os tempos antigos, onde sua origem está repleta de eventos
históricos. A Bolsa teve sua origem na idade média e foi evoluindo até se tornar na Bolsa que
conhecemos hoje. De acordo com Ruiz (2003), os primeiros indícios do surgimento da Bolsa
foram verificados nos meados da idade antiga para a idade média, onde estava cercada por
eventos marcantes para a história da Bolsa ligados a queda do Império Romano do Ocidente,
o que leva a crer que a Bolsa de Valores teve seu início na Roma Antiga, mas para outros o
inicio da Bolsa de Valores deu-se na Grécia Antiga, onde os comerciantes se reuniam nas
maiores praças para tratar de negócios, o que leva a crer que a origem da Bolsa de Valores é
controversa e a única certeza que se tem é que a Bolsa de Valores surgiu nas civilizações
antigas e que actualmente são bem diferentes do que costumavam ser no passado.

Dessa forma, as primeiras bolsas modernizadas foram surgindo devido ao comércio, ou


seja, como forma de desenvolver o comércio, isto, já, no século XV e teve sua expansão no
século XVI, devido as actividades de comércio que estavam se tornando mais intensas pois
havia aumentado o número de comerciantes, mercadores e banqueiros que por sua vez, foram
os responsáveis pela criação das primeiras instituições onde os mesmos se encontravam para
realizar tais transacções. (Gomes, 1997)

A Bolsa de Valores de Moçambique foi criada no ano de 1997, pelo Governo de


Moçambique através do Ministério do Plano de finanças, que criou a Comissão Instaladora da
Bolsa de Valores de Moçambique com a missão de promover a organização do Mercado de
Capitais em Moçambique, ao mesmo tempo criou-se toda uma estrutura para tornar o seu
funcionamento possível. A Bolsa de Valores é uma pessoa colectiva de Direito público, a sua
criação foi aprovada e regulada pelo decreto n˚ 48/98 de 22 de Setembro designado por
Regulamento do Mercado de Valores Mobiliários. A Bolsa de Valores de Moçambique tem
como missão organizar, gerir e manter o Mercado Secundário organizado.

A Bolsa de Valores de Moçambique foi criada com a finalidade de diversificar as


alternativas de financiamento, promover a captação de poupanças e a sua conversão para o
investimento produtivo. Cabe a Bolsa de Valores de Moçambique a criação e manutenção de
sistemas dotados dos meios necessários ao regular o funcionamento do mercado secundário
de valores mobiliários livre e aberto para a realização de compra e venda de valores
mobiliários, assim como assegurar serviços de registo, compensação, liquidação e divulgação
de informação suficiente, fidedigna e oportuna sobre as operações realizadas.

A Bolsa de Valores constitui para as empresas uma forma de financiamento sem


elevados custos, as empresas acarretam menores custos quando financiados via Bolsa de
Valores comparado com os empréstimos em outras instituições como as instituições
bancárias, assim sendo, através do mercado secundário os activos financeiros, também
designados por valores mobiliários, emitidos podem ter maior liquidez tornando os mesmos
mais atractivos para possíveis investidores e desta forma facilitando as empresas no processo
de financiamento para suprir as suas necessidades. O bom desempenho da Bolsa é reflectido
na capitalização do mercado, o volume de negócio e consequentemente no PIB de um país.
(Vala, Relatório anual de actividades de 2017, 2018)

1.2. Problematização

Tem-se falado do quanto a Bolsa de Valores é importante para o crescimento da


economia dos países assim como para as empresas existentes dentro de determinado país,
essa importância traduz-se em benefícios económico financeiros das empresas, para cada uma
dessas empresas e para a economia do país, o que leva a crer que a Bolsa de Valores tem
contribuído para o crescimento dessas empresas e assim sendo surge a seguinte questão:
“Qual é o contributo da Bolsa de Valores de Moçambique no crescimento económico das
PME’s?”

1.3. Justificativa

As PME’s ocupam um lugar de extrema importância na economia de Moçambique, pois


são as PME’s que empregam maior parte dos Moçambicanos e também contribuem muito
para o crescimento da economia do país. Apesar das PME’s ocuparem esse lugar, algumas
delas ainda tem encontrado dificuldades de financiamento. Por conta das dificuldades de
financiamento que as empresas têm tido, as empresas tem buscado por alternativas de
financiamento para os seus negócios, desta forma algumas empresas recorrem aos
empréstimos bancários como alternativa de financiamento para os seus projectos, contudo, os
empréstimos bancários trazem consigo algumas desvantagens para as empresas, desvantagens
estas que são as taxas de juros que tem sido altíssimas, o prazo de pagamento dos
empréstimos, o que coloca pressão sobre a empresa o que acaba não sendo muito rentável
para as mesmas empresas, o que faz com que as empresas tentem fugir desta alternativa e

2
buscar novas alternativas de financiamento, daí surge a Bolsa de Valores com uma alternativa
mais suave de financiamento para as empresas. A alternativa de financiamento via Bolsa
deixa as empresas mais confortáveis, pois, esta alternativa consiste basicamente na venda de
títulos da empresa para investidores em potencial e não coloca pressão de juros ou prazos de
pagamentos sobre a empresa. Desta forma, como forma algumas empresas recorrem a
alternativa de financiamento via BVM. Pois esta alternativa é mais rentável que as outras
opções, visto que a BVM facilita o processo de arrecadação de fundos por parte das empresas
para o financiamento de projectos.

Apesar da alternativa de financiamento da BVM ser rentável em relação a outra, ainda


desconhece-se o nível de contribuição da mesma alternativa de financiamento para o
crescimento das PME’s. Assim sendo, com o estudo espera-se estimar o nível de contribuição
que a BVM tem no crescimento económico das PME’s e do país,

1.4. Objectivos

1.4.1. Geral

Avaliar a contribuição da Bolsa de Valores de Moçambique no crescimento económico das


PME’s em Moçambique na Província de Manica (2017-2020).

1.4.2. Específicos

 Descrever o funcionamento da Bolsa de Valores de Moçambique;

 Arrolar os requisitos de subscrição das PME’s param fazerem parte da Bolsa de Valores
de Moçambique;

 Analisar o contributo da Bolsa de Valores de Moçambique no crescimento económico das


PME’s e do país;

1.5. Estrutura do Trabalho

O trabalho está organizado da seguinte maneira: o Capitulo I é constituído pela parte


introdutória do trabalho, contendo a contextualização, a justificativa, problematização e os
objectivos. O Capitulo II contém a revisão da literatura onde pode-se verificar aspectos
relacionados a alguns conceitos entre outros pontos importantes. O Capitulo III que é
composto pelos aspectos metodológicos, de seguida o Capitulo IV que contém os resultados
3
obtidos. Por último, o Capitulo V que é composto pelos elementos pôs-textuais
designadamente, conclusão, recomendações, referências bibliográficas e os anexos.

4
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA

No presente capítulo estão demonstrados conceitos importantes referentes a Bolsa de


Valores. Os conceitos foram organizados baseando se em ideias de diversas literaturas e
autores.
2. Conceito da Bolsa de Valores

Segundo Mota (1994:36) citado por Combo, (2002), as Bolsas de valores são mercados
que possuem uma estrutura e são dotados de instrumentos jurídicos adequados, instrumentos
jurídicos os quais permitem que se efectuem operações de compra e venda de títulos como as
acções, obrigações e outros, com transparência e segurança. São mercados que permitem que
os processos de investimentos sejam efectuados com facilidade, desta forma a Bolsa de
Valores pode conduzir as transacções que lhe competem de forma eficiente. Assim sendo, os
investidores têm garantido um local seguro no qual podem vender seus títulos se assim o
decidirem. Graças ao mercado de títulos, os seus preços são relativamente mais baixos. Este
mercado ajuda na digestão de novas emissões de títulos e facilitam a sua comercialização.
Bolsa de valores é o local onde são efectuadas as operações de
compra e venda de títulos, onde se proporciona liquidez aos títulos
cotados, e onde se tem a obrigação de divulgar todas as operações
ao mercado e aos investidores (Amorine Pery, 2021, BVM)

De acordo com Guerra (2022), as Bolsas de Valores são instituições onde se é possível
negociar títulos e valores e são de extrema importância nas economias de mercados globais,
as Bolsas de Valores permitem a canalização rápida das poupanças e sua posterior
transformação em investimentos. As Bolsas de Valores formam aquilo a que designamos por
“Mercado de Capitais” que por sua vez é o seguimento do sector financeiro constituídos por
bancos de varejo, investimentos, sociedades corretoras, agentes económicos e outras
entidades que operam na compra e venda de activos, tais como: acções, contractos a vista e
futuros, negociações de moedas, commodities, renda fixa, fundos de investimentos e títulos
de uma forma geral.

As bolsas de valores apresentam a robustez de uma economia, onde, quanto mais forte e
desenvolvida for a mesma, mais activo é o seu mercado de capitais, o que se traduz na
oportunidade para pessoas, empresas e instituições aplicarem seus recursos.

Bolsa de valores é um local onde se efectuam transacções como a negociação de títulos,


proporcionando desta forma liquidez para os títulos que estão sendo negociados. As Bolsas
5
de Valores possuem uma estrutura e instrumentos jurídico que lhes regulam as actividades
tornando as suas operações seguras e transparentes tanto para os investidores quanto para os
que carecem de investimento. As Bolsas de Valores promovem a poupança e o investimento
e canalizam as poupanças transformando-os em investimentos.
As bolsas de valores são entidades que oferecem condições e
sistemas necessários para a realização de negociações de compras e
vendas de títulos e valores mobiliários de forma transparente,
sendo a razão principal da sua existência expressa pelo termo
liquidez. (Bolsa de valores no processo de compra de acções, 2017)

A Bolsa de valores disponibiliza todos os meios necessários para que as empresas


possam vender os seus títulos e também para que todos aqueles que têm interesse nesses
títulos os possam comprar, isto tudo de forma clara e concisa. As Bolsas de Valores têm
grande papel no mercado, pois através dela os interessados podem recolher informações
sobre as empresas e também estar constantemente actualizados sobre as cotações das
empresas e a Bolsa de valores também age como fiscalizador dos serviços prestados por
intermediários.

2.1. Mercado de Capitais

O mercado de capitais é um seguimento do mercado financeiro, onde as empresas


buscam financiamento através da criação e venda de títulos, títulos, esses a que são
designados por valores mobiliários.

O mercado de capitais permite que o Estado e as Empresas possam captar os recursos


necessários para financiar aqueles que são os seus planos de investimentos, ou seja, o
mercado de capitais assim como o mercado financeiro no geral permite através da
participação activa no financiamento dos investimentos do sector empresarial a transferência
de recursos excedentários para os agentes deficitários, mediante a observância das regras
previamente definidas. (Bolsa de valores no processo de compra de acҫões, 2017)
Mercado de capitais é o espaço físico ou virtual onde instrumentos
de investimento e cobertura de risco são transaccionados.
(Comissão de mercados de capitais)

O mercado de capitais se encontra dentro do mercado financeiro assim como o mercado


monetário e o mercado cambial, o que leva a crer que o mercado de financeiro é mais amplo
e incorpora esses outros mercados.

6
O mercado de capitais em si torna possível o encontro entre os investidores (Estado,
Empresas e Pessoas), ou seja, aqueles que possuem capacidade económica suficiente para
poder financiar outros projectos, capacidade económica, essa que pode ser adquirida através
de poupanças, uma vez que um dos objectivos do mercado de capitais é o de promover
poupança.

2.1.1. Vantagens do Mercado de Capitais

Vantagem do Mercado de Capitais na perspectiva da Bolsa de valores (2017) para os


diversos agentes económicos:
 A captação de recursos através da poupança dos agentes económicos e sua
canalização em investimentos, para a satisfação das necessidades de financiamento
dos meios de produção.

 A rentabilização da poupança dos aforradores na medida em que que o rendimento


gerado por essas poupanças seja superior as alternativas de investimento existentes na
Banca, o que contribui para o fortalecimento e crescimento da classe média.

 O financiamento para as empresas é feito com um custo de capital mais baixo, sendo
que, os rendimentos dos empréstimos obtidos junto aos aforradores normalmente são
remunerados a taxas superiores as taxas oferecidas pela Banca.

 As obrigações relativas a prestação de contas a que o mercado obriga junto a


obrigatoriedade da sua divulgação ao público, conferem aos investidores um elevado
nível de confiança e credibilidade fomentando a sua participação.

2.1.2. Divisão do Mercado de capitais


O mercado de capitais encontra-se dividido em dois mercados que são:

 Mercado primário;

 Mercado secundário.

2.1.2.1. Mercado Primário

O mercado primário é conhecido por ser o mercado onde são negociadas as acções, ou
mesmo títulos pela primeira vez, onde a sua negociação é feita directamente pela empresa.

7
É no mercado primário onde são criados e emitidos os diversos valores mobiliários, que
posteriormente serão transaccionados e negociados no mercado secundário. Se esses valores
mobiliários forem admitidos na Bolsa de Valores, serão transaccionados no Mercado da
Bolsa, caso contrário serão negociados no mercado fora da Bolsa. (Bolsa de valores no
processo de compra de acҫões, 2017)
O mercado primário compreende os activos financeiros que iniciam
a sua circulação no mercado através de emissões públicas e
privadas. (Combo, 2002)

O Mercado Primário trata das novas emissões de valores mobiliários, ou seja, é neste
mercado onde os valores mobiliários são vendidos pela primeira vez, a emissão é efectuada
de forma directa (Bolsa de valores no processo de compra de acҫões, 2017). Constituem
operações do Mercado primário:
 Emissão de obrigações de tesouro;

 A emissão de obrigações corporativas;

 Emissão de papel comercial;

 Emissão de novas acções das empresas.

2.1.2.2. Mercado Secundário

É mercado onde se negocia os títulos ou valores mobiliários que já tenham sido


previamente emitidos, existe a particularidade de que as transacções deste mercado sejam
efectuadas por via de Bolsas de Valores, este mercado permite que um investidor que já tenha
comprado algum título esteja livre para vende-lo a qualquer momento através da Bolsa de
Valores onde o mesmo terá que recorrer a algum intermediário para poder efectuar a
transacção. (Bolsa de valores no processo de compra de acҫões, 2017)
O mercado secundário compreende os activos que já estão em
circulaҫão e que são objectos de transacções nas Bolsas de Valores
ou fora delas (casos de Balcões bancários e corretores), procurando
assim, assegurar a liquidez dos valores mobiliários. (Combo, 2002)

Constituem operações do Mercado Secundário:

 Compra e venda de acções;

 Compra e venda de obrigações.

 A negociação de títulos de dívidas;

 A negociação de unidades de participação de fundos de investimento.

8
Quando se trata de negociações, tanto as negociações no Mercado Primário como as
negociações no mercado Secundário são efectuados por meio de ofertas públicas ou privadas,
para o Estado, empresas ou mesmo público em geral.

Porém, existe uma particularidade do Mercado Secundário é que o mesmo está


segmentado em função da dimensão das emitentes, isto é, existe um mercado para as grandes
empresas que é designado por Mercado de Cotações Oficiais (MCO) e um mercado para as
PMEʼs que por sua vez é designado por Segundo Mercado (SME). (Bolsa de valores no
processo de compra de acções, 2017)
2.2. Criação do Segundo Mercado (SME)

Anteriormente a BVM apenas transaccionava os Valores mobiliários das grandes


empresas, daí que a BVM viu a necessidade de abrir um outro mercado mais inclusivo que se
designa por SME, que é onde são transaccionados os Valores mobiliários das PMEʼs, este
mercado foi criado exactamente para atender as PMEs.

O SME foi criado no ano de 2008, com a finalidade de permitir que as pequenas e
médias empresas tivessem acesso a um financiamento com o custo de capitalização baixo
(Suplemento sobre Literacia financeira da BVM, 2018).

9
2.3. Organização da Bolsa de Valores
Ilustração 1: Organigrama

MERCADO DE
CAPITAIS

Mercado Primário Mercado Secundário

Bolsa de
Valores

Sessões normais da Sessões especiais da Central de Valores


Bolsa Bolsa Imobiliários

 Ofertas Públicas de Venda

Mercado de Segundo  Ofertas Públicas de aquisição


Cotações Mercado
 Ofertas Públicas de Subscrição
oficiais (Pequenas e
(Grandes Médias  Emissões de Obrigações de Tesouro
Empresas) Empresas)
 Reservas de GTTs

 Reservas para Investidores Nacionais na lei


das PPPs, PGDs e CEs

 Outras Transacções especiais

(Vala, Conheça a Bolsa de Valores de Moçambique, 2017)

2.4. Funcionamento da Bolsa de Valores Moçambicana

A negociação de títulos cotados na Bolsa de Valores de Moçambique é feita em um


sistema automático, o mesmo sistema encontra-se segmentado em duas componentes,
nomeadamente: (BVM)

10
 Sistema de Chamada;

 Sistema de Registo.

2.4.1. Sistema de Chamada

É o sistema que permite com que todas as ofertas de compras e vendas de cada um dos
valores mobiliários sejam objecto de tratamento conjunto gerando a realização de operações,
a uma única cotação em cada chamada.

 Dias de negociação: Todos os dias úteis;

 O Número de chamadas é de 1.

 Horário de funcionamento: das 08:00H às12:00H

As ordens para esse sistema podem ser inseridas, modificadas ou canceladas pelo próprio
ordenante em qualquer momento se assim o desejar, desde que os mesmos não tenham sido
executados em até 5 minutos antes do fim da chamada.

Quantidade mínima de valores mobiliários a negociar é de até 1 unidade.


2.4.2. Cotação-base dos títulos cotados
O preço de referência dos títulos cotados resulta da:

 Ultima cotação efectuada, ou bem, o ultimo preço da transacção do título;

 Ultima posição de compra e venda registada;

 Média, no caso de existirem ordens de compra e de venda em simultâneo.

Variações, máximos e mínimos em relação à cotação base:

Acções

 Mínimo de 1 centavo

 Máximo de 25%

Obrigações e outros valores representativos de divida:

 Mínimo de 1 centavo

 Máximo de 20%

11
2.4.3. Sistema de Registo

É sistema de negociação em que as operações são previamente contratadas entre os


compradores e os vendedores, mediante negociação bilateral, ou seja, o comprador e o
vendedor negociam e entram em um acordo sobe forma de contrato a respeito das operações
que desejam realizar.
 Dias de negociação: Todos os dias úteis;

 Número de chamadas: 1

 Horário de funcionamento: das 08:00H às12:00H

 Apenas se pode transaccionar grandes lotes (a partir de 25.000 unidades)

 Existência de cotação-base na negociação por chamada.

 O preço de transacção dentro do limite de 20% de variação em relação a cotação-base.

 Não existindo cotação-base considera-se o valor nominal do valor mobiliário com o


preço de referência.

2.5. Objectivos ou Funções da Bolsa de Valores:


a) Formação dos preços;
b) Canalização da poupança para o mercado primário;
c) Avaliação dos valores mobiliários;
d) Assegurar e proporcionar liquidez aos títulos.

Serviços prestados pela BVM

 Apoio ao mercado e seus participantes;

 Negociação de títulos Cotados;

 Agência nacional de codificação;

 Central de valores mobiliários.

2.6. Operações da Bolsa

As operações da Bolsa podem tanto ser efectuadas no mercado a vista também designado
como mercado contado, assim como pode ser efectuada no mercado a prazo. (Combo, 2002)

2.6.1. Operações a vista/contado

Segundo Mota (1994) citado por Combo (2002), Designam-se por operações a vista
aquelas em que os envolvidos (o vendedor e o comprador), obrigam, respectivamente, o

12
vendedor a entregar os títulos e o comprador a pagar o preço da transacção no mesmo dia em
que a mesma transacção esteja a ocorrer.

O corrector poderá executar a compra e venda de valores mobiliários, somente quando


lhe for efectuado a entrega dos valores envolvidos (monetários e mobiliários).

2.6.2. Operação no mercado a prazo

Segundo Combo, (2002) as operações do mercado a prazo podem ser firmes ou ainda
condicionais. Onde, correspondem firmes aquelas em que os envolvidos (comprador e
vendedor) assim uma obrigação que não pode ser revogada de pagar o preço do valor
mobiliário que esta sendo transaccionado e de entrega-lo na data estabelecida para a
liquidação financeira.

Operações condicionais no mercado a prazo são caracterizadas por possuírem uma


configuração opcional na data da liquidação, ou seja, o vendedor ou comprador de valores
mobiliários tem a opção de adquirir de volta ao vendedor ou comprador. (Combo, 2002)
2.7. Crescimento Económico

O crescimento económico diz respeito ao aumento quantitativo da capacidade produtiva,


a teoria do crescimento económico procura encontrar aqueles que são os factores
determinantes para o crescimento económico das empresas, ou seja, buscar encontrar as
políticas que possam ajudar no crescimento económico de uma empresa. (Silva, 2010)

O crescimento económico está ligado a poupança e ao investimento. Onde a poupança é


a parte da renda que não é consumida, que será posteriormente utilizada para investir,
enquanto o investimento é a aplicação do dinheiro poupado a fim de obter benefícios futuros.
Logo, pode-se afirmar que, para que haja crescimento económico é necessário que haja uma
poupança disponível para investimento que culminara na acumulação física, acumulação de
capital humano, inovações tecnológicas e também que o investimento seja por si só eficiente.

Apesar do crescimento económico ter um efeito positivo sobre a poupança na medida em


que o nível de renda aumenta, não significara necessariamente que isto criara uma aceleração
no crescimento económico. (IPEA, 1998)

13
2.8. Pequenas e Medias Empresas (PME)
2.8.1. Conceito

O conceito de PME, varia de país para país, onde os factores determinantes do conceito
de PME são o número de trabalhadores e o volume de negócio anual.
Assim sendo:

Tabela 1: Definição de Pequenas e Médias Empresas em Moçambique

Categoria da empresa Número de trabalhadores Volume de negócio anual


Pequena 5 a 49 1,200,000.00 a 14, 700,000.00
Média 50 a 99 14,700,001.00 a 29,970,000.00
Fonte: SOUSA, (2020)

Desta forma pode-se deduzir que são consideradas pequenas e medias empresas as
empresas com número de funcionários compreendido de 5 a 99 e com o volume de negócio
de 1,200,000.00 a 29,970,000.00. Também, pode-se dizer que, as PMEʼs são de suma
importância para o país, visto que essas empresas são responsáveis por boa parte da
empregabilidade, ou seja, fazem a manutenção dos postos de trabalho, e também oferecem
projectos inovadores. As PMEʼs estão distribuídas pelos mais diversos sectores de
actividades, como a indústria, comércio e até mesmo a prestação de serviços, a criação dessas
empresas devem-se a diversos motivos como é o caso do auto-emprego e outros.

Entretanto, o crescimento económico das PMEʼs tem sido muito limitado para algumas
empresas, isto devido ao difícil acesso ao financiamento, ou seja, os investidores da empresa
possuem fundos mas por vezes esses fundos são limitados e não são suficientes para financiar
alguns projectos da empresa, desta forma as PMEʼs por possuir um volume de negócio menor
tem dificuldades de financiamento devido ao maior risco que as mesmas PMEʼs possuem,
consequentemente afecta o seu crescimento económico.

Apesar do limitado crescimento das PMEʼs, as PMEʼs têm contribuído para o


desenvolvimento económico e social, tanto que é um dos sectores que actualmente emprega
mais pessoas e esta distribuído em diversas áreas operacionais. (Sousa 2020)

Observando o cenário em que as PMEʼs estão inseridas, devido a dificuldade de


financiamento, ainda existe uma alternativa que se mostra mais rentável para as PMEʼs e
menos sufocante para as mesmas. Esta alternativa diz respeito ao financiamento através da

14
BVM, onde as PMEʼs buscariam ser admitidas a cotação para fazerem parte da BVM e assim
terem a BVM como um meio confortável para conseguir financiar os seus novos projectos.
2.9. Condições Para a Admissão das PMEʼs na BVM
Abaixo pode-se verificar as condições para admissão das PMEʼs na BVM: (Suplemento
sobre Literacia financeira da BVM, 2018)

1) Ser Sociedade Anónima;


2) As acções a cotar devem ser livremente transmissíveis;
3) Ter Contas Auditadas e publicadas;
4) As acções devem estar suficientemente dispersas pelos accionistas;
5) Devem registar as acções na Central de Valores Mobiliários;
6) Organizar o Processo Documental de Admissão à Cotação;
7) Enviar Pedido de Admissão à Cotação na BVM via Corrector de Bolsa;

2.9.1. Admissão á Cotação na Bolsa de Valores de Moçambique para as PMEʼs


Tabela 2: Requisitos de admissão a BVM
Valores Requisitos de admissão à
Situação anterior Situação actual
mobiliários cotação em Bolsa
Capitalização Bolsista ou
Mínimo de 7.000.000,00 MT Mínimo de 4.000.000,00 MT
Capitais Próprios
Acções Relatório e Contas Mínimo dos últimos 9 meses Mínimo dos últimos 9 meses
Dispersão pelo público Mínimo de 5% do Capital Social Mínimo de 5% do Capital Social
Montante da admissão Mínimo de 4.000.000,00 Mínimo de 2.000.000,00
Obrigações
Relatórios e Contas Mínimo dos últimos 9 meses Mínimo dos últimos 9 meses
Até o limite dos capitais próprios,
Até o limite dos capitais próprios, ou
ou acima daquele valor necessário
Montante da admissão acima daquele valor necessário para a
para a garantia de instituição de
garantia de instituição de crédito
crédito
Papel
Mínimo de 17.000.000,00 ou Mínimo de 17.000.000,00 ou
comercial
apresentar situação liquida apresentar situação liquida positiva
Capitais Próprios
positiva (substituível por garantia (substituível por garantia de
de instituição de crédito) instituição de crédito)
Relatórios e Contas Mínimo dos últimos 9 meses Mínimo dos últimos 9 meses
Fonte: http://www.bvm.co.mz

O processo de admissão a cotação de na Bolsa de Valores moçambicana varia de 3 à 6


meses. E, a Bolsa de Valores de Moçambique cobra a taxa de admissão de 0,05% e a taxa de
manutenção de 0,01%.

15
CAPÍTULO III: METODOLOGIA

O trabalho tem a natureza qualitativa, onde a metodologia utilizada para a compilação do


trabalho foram, a pesquisa documental e bibliográfica, foi necessário o uso de questionário,
para o processamento dos dados foi necessário o uso do Microsoft Excel.

A metodologia é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exacta de toda acção


desenvolvida no método (caminho) do trabalho de pesquisa. É a explicação sobre tipo de
pesquisa, do instrumental utilizado (questionário, entrevista), do tempo previsto, da equipe de
pesquisadores e da divisão do trabalho, das formas de tabulação e tratamento dos dados,
enfim, de tudo aquilo que se utilizou no trabalho de pesquisa. (Kauark, Manhaes, &
Medeiros, 2010)

3.1. Descrição do Local de estudo

O estudo foi realizado nas seguintes instituições: Standard Bank; Access Bank
Mozambique; e BAU. Todas essas instituições se encontram localizadas na cidade de
Chimoio.

3.2. Tipo de Pesquisa

3.2.1. Quanto à abordagem

Para o alcance dos objectivos da pesquisa foi necessário o uso da abordagem mista, ou
seja, qualitativa e quantitativa, pois além de colectar dados quantitativos, como números e
estatísticas a pesquisa também envolveu o uso do questionário e análises qualitativas.

Segundo Malhotra (2001) O uso da descrição qualitativa procura captar não só a


aparência do fenómeno como também suas essências, procurando explicar sua origem,
relações e mudanças, e tentando intuir as consequências. A pesquisa qualitativa proporciona
uma melhor visão e compreensão do contexto do problema.

3.2.2. Quanto aos objectivos

Quanto aos objectivos trata-se de uma pesquisa explicativa. Segundo Gil (1999), a
pesquisa explicativa tem como objectivo básico a identificação dos factores que determinam
ou que contribuem para a ocorrência de um fenómeno. Sendo o tipo de pesquisa que mais
16
aprofunda o conhecimento da realidade, pois tenta explicar a razão e as relações de causa e
efeito dos fenómenos, sendo assim, esta pesquisa visa entender o contributo da BVM para o
crescimento das PMEʼs.

3.2.3. Quanto aos procedimentos técnicos

Os procedimentos técnicos usados neste trabalho são: a pesquisa bibliográfica e pesquisa


documental. Segundo Vergara (2000), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de
material já foi elaborado, normalmente é constituído principalmente, de livros e artigos
científicos e é importante para o levantamento de informações básicas sobre os aspectos
directa e indirectamente ligados à nossa temática. Para Lakatos e Marconi (2004), a pesquisa
documental é abasicamente a colecta de dados de fontes primárias, como documentos
escritos, pertencentes a arquivos públicos; arquivos particulares de instituições. Portanto, uso
da pesquisa bibliográfica para rever os relatórios de desempenhos, relatórios de prestação de
contas e de actividades disponibilizados no site oficial da BVM. Por outro lado, optou-se pela
pesquisa documental para obter informações e dados relevantes sobre o tema em questão,
como estudos de relatórios, artigos, e documentos oficiais que contribuíram a realização do
presente trabalho.

3.3. Definição da População e Amostra

Esta pesquisa classifica-se como uma pesquisa não probabilística por conveniência,
porque é um tipo de amostragem em que os participantes são selecionados com base na sua
disponibilidade e conveniência para o pesquisador, sem seguir critérios estatísticos ou
aleatórios. Segundo Silva; Menezes, (2001:20), a amostragem por conveniência é um tipo de
amostragem em que os participantes são selecionados com base em sua disponibilidade e
acessibilidade para o pesquisador. Nesse tipo de amostragem, o pesquisador escolhe os
participantes que lhe são mais convenientes e acessíveis, sem seguir critérios estatísticos. A
amostra por conveniência é útil quando o pesquisador precisa colectar dados rápidos ou
quando a população alvo é difícil alcançar.

A população para o estudo foi de 5 instituições, das quais quatro são instituições
financeiras bancárias e uma instituição pública nomeadamente: Access Bank Mozambique,
BC, MILLENIUM BIM, Standard Bank, e BAU. No entanto nessa pesquisa só participaram

17
apenas 3 instituições nomeadamente: Access Bank Mozambique, BAU e Standard Bank. Em
suma, a amostra da pesquisa foi de 3 instituições

3.4. Métodos e Procedimentos de Colecta de Dados

Os métodos utilizados para a colecta de dados foi o questionário. Segundo Kauark,


Manhaes, & Medeiros, (2010), A colecta de dados não acontece somente no momento de
execução da pesquisa, a colecta se inicia no momento em que se começa a pensar sobre o
assunto que se deseja pesquisa, como também inicia no momento em que se começa a pensar
sobre o problema a ser investigado.

Marconi & Lakatos (1996) definem o questionário como uma série de perguntas
ordenadas, que são respondidas por escrito sem que se torne necessária a presença do
pesquisador. Optou-se pelo uso desse método para colecta de dados pelo facto de permitir
que os envolvidos respondam as questões sem influência ou presença do pesquisador. Sendo
assim, para o alcance dos objectivos deste trabalho, foi elaborado um questionário,
direcionado para as empresas envolvidas na pesquisa.

3.5. Processamento e Análise de Dados

Para o processamento e análise dos dados, foi usado o Microsoft Excel para o
processamento das informações contidas no questionário respondido. Segundo o Bardin
(1977, p. 42) conceitua análise de conteúdo como: Um conjunto de técnicas de análise das
comunicações que visa obter, através de procedimentos, sistemáticos e objectivos de
descrição do conteúdo de mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a
inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção dessas mensagens.
Assim sendo o uso do Microsoft Excel contribuiu para a culminação do trabalho, como o
cálculo de índices e elaboração de gráficos presentes no trabalho.

3.6. Limitações do Estudo

Tratando-se de uma pesquisa actual e sem pesquisas antes feitas sobre o assunto, a
pesquisadora teve como limitação o seguinte:
 Recusa no fornecimento de informação por parte dos responsáveis pela gerência de
algumas instituições, designadamente, Millenium BIM e Banco Comercial de
Investimento (BCI) sob a política de confidencialidade.

18
 A falta de disponibilidade dos responsáveis e conhecimento sobre a Bolsa de Valores
de Moçambique por parte Banco de atendimento único, o que resultou na demora de
recolha de dados e também na dificuldade dos mesmos ao responder ao questionário.

 Morosidade para responder os questionários por parte dos gestores.

19
CAPÍTULO IV: RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nesse capítulo estão evidenciados os resultados constatados durante a pesquisa, assim como
as discussões de vários autores sobre o assunto aqui abordado.

4.1. Intermediários na Actuação da Bolsa de Valores Moçambicana

Quando se trata das operações da Bolsa pode-se dizer que a BVM não actua directamente
junto dos investidores e das empresas que lá se encontram cotadas, isto é, a BVM usa os
intermediários para realizar algumas operações como: o registo das empresas, operações
ligadas a compra e venda de acções, títulos, etc. A função dos intermediários é a de unir a
BVM às empresas, Governo e indivíduos, servindo de ponte para todos.

A BVM usa as instituições financeiras como intermediários para alguma das suas
operações, e desta forma as instituições financeiras prestam serviços de intermediação
financeira para a BVM. Alguns dos exemplos de instituição financeira que realiza operações
para a BVM é o Standard Bank, SA e o Access Bank Mozambique. Essas instituições operam
directamente no que é chamado de sala de mercados, onde precisamente opera o Mercado de
Capitais e o Mercado Cambial, o Mercado de Capitais como as definições anteriores
referiram é o local virtual onde são realizadas operações com vista a arrecadação de fundos
de financiamento para o financiamento de novos projectos isto através da venda e emissão de
títulos.

De acordo com Pesente (2019) o mercado cambial é onde são negociados as trocas de
moedas estrangeiras por moeda nacional. O mercado cambial apenas liga-se a BVM no
momento em que determinado sujeito que possui moeda estrangeira resolve realizar
operações na Bolsa de Valores de Moçambique e apenas pode faze-lo em moeda nacional que
no caso é o Metical o que envolve o mercado cambial.

Sala de mercados é considerada o coração financeiro dos Bancos, uma vez que o mesmo
é o estabelece ligação entre o Banco e os Mercados Financeiros Mundiais, de forma a
identificar os papéis de cada um dos diversos intervenientes. (consultoria HS)

Por sua vez, os Bancos intermediários usam a Sala de Mercado para efectuar alguma das
operações da Bolsa. As operações da BVM são efectuadas por um departamento criado pelo
Banco especificamente para operar na Bolsa, e o mesmo departamento conta com alguns
subdepartamentos para as operações.

20
Tendo em vista que os bancos fazem papel de intermediários, uma das operações
realizadas é a do cadastro das empresas. Onde, cadastro das empresas podem ser efectuado
em qualquer um dos bancos que actuam como intermediário da Bolsa, a escolha do banco
fica ao critério do cliente. Assim sendo, os Clientes podem solicitar a intermediação via
Standard Bank ou qualquer outra onde o mesmo de seguida faz o respectivo cadastro na
Central de Valores Mobiliários.

O processo de intermediação tende a ser complexo, visto que envolve diversos serviços
oferecido pela BVM, assim sendo os Bancos intermediários como o Standard Bank e o
Access Bank Mozambique na tentativa de dinamizar o serviço de intermediação oferecido aos
clientes e a BVM, preparou um departamento especifico para as operações relacionadas a
bolsa, onde o mesmo departamento é composto por mais de 6 funcionários, que são
responsáveis pelas operações de intermediação com a Bolsa de Valores. (Access Bank
Mozambique, 2023) (Standard Bank , 2023)
As empresas procuram os intermediários a fim de obter:

 Intermediação Financeira nas Operações de Capitais;

 Intermediação no processo de abertura e movimentação nas contas de depósito de


Valores Mobiliários;

 Acessória no processo de gestão de Valores Mobiliários.

 Serviços de Corretagem.

O processo de prestação de serviços de intermediação relacionados a BVM traz consigo


muitos desafios ao Bancos. Uma das fases mais desafiadoras para BVM foi o período de
2019 até 2021 devido a ao COVID19 que afectou significativamente o processo de
negociação de compra e venda de Valores Mobiliários. (Standard Bank , 2023) (Access Bank
Mozambique, 2023)

Por outro lado, a BVM na tentativa de assegurar os meios financeiros necessários para o
funcionamento do mercado Secundário de capitais adoptou algumas visões estratégicas, esta
visão estratégica visa fazer com que a BVM procure dinamizar e tornar mais relevante e
utilitário o Mercado de Capitais em Moçambique, e desta forma contribuindo para o
fortalecimento, diversificação e sustentabilidade do sistema financeiro. (Vala, Relatório
Anual de actividades de 2017, 2018)

21
De acordo com Vala (Relatório anual de actividades de 2017) 2018, O plano estratégico
elaborado pela BVM continha iniciativas viradas para responder aos desafios dos mercados
de capitais, desafios esses que eram: Estrutura e Capacitação; Consciencialização,
Comunicação e posicionamento; Legislação e Regulamentação; e Mercados das Pequenas e
Médias Empresas (PMEʼs). Daí que o plano continha iniciativas que que uma vez
implementadas esperava-se que fossem contribuir para o desenvolvimento do mercado de
capitais e da BVM, destacavam-se as seguintes iniciativas:
 Introdução de novos produtos na Bolsa de Valores, tanto para responder às
necessidades de financiamento da PMEs (Segundo Mercado), assim como às
necessidades de financiamento das Grandes Empresas (Mercado de Cotações
Oficiais), oferecendo aos investidores opções de investimentos mais diversificadas.

 Aquisição de um novo Sistema de Negociação e consequentemente aumentar as


capacidades de processamento de negócios, adicionar novas funcionalidades, reduzir
os ricos operacionais, bem como permitir a interligação com as Bolsas de Valores
regionais e de outras praças financeiras.

 Fazer demandas no sentido de criação de uma autoridade de supervisão do mercado


de valores mobiliários independentes e induzir o surgimento de operadores de bolsas
autónomos, com vista a responder aos desafios dos mercados de capitais e da bolsa de
valores.

 Revisão dos requisitos a admissão à cotação na BVM, por forma a introduzir


mecanismos de atracção, tanto para as PMEʼs assim como para as Grandes empresas.

 Expandir o programa de educação financeira da BVM.

 Dar continuidade a capacitação do colaboradores de BVM, fortalecer as áreas de


apoio às empresas e investidores.

4.2. Admissões de PMEʼs à Bolsa de Valores

Para a admissão de empresas na BVM é necessário que as empresas reuniram todos os


requisitos necessários para estarem cotadas na BVM, requisitos esses que se encontram acima
citados, e manifestarem interesse em estarem cotadas, apresentaram os seus pedidos para
serem admitidas e conseguiram ser admitidas a cotação.

22
4.2.1. Empresas que Manifestaram interessem em Estarem Cotadas de 2017 a
2020
Gráfico 1: Total das empresas que manifestaram interesse em abrir o Capital

4
Número de empresas que
3
mostraram interesse em cotar
2 na BVM

0
2017 2018 2019 2020

Fonte: Adaptado pela autora

O gráfico acima representa o número total de empresas que manifestaram interesse na


admissão de suas empresas na BVM. No período de 2017 a 2020, apenas 8 empresas
manifestaram interesse em fazer parte da BVM, onde 2 delas em 2017 e 6 em 2018. As
empresas designam-se por Zero investimentos, SA, MB Consulting, SA, Touch Publicidades,
SA, COTUR, VBC, Água Vumba, Mozambique Power, Sociedade Moçambicana de
Medicamentos. Para últimos 2 anos (2019 - 2020) nenhuma empresa manifestou interesse em
fazer parte da BVM.
4.2.2. Empresas admitidas na BVM deste o período de 2017 a 2020
Gráfico 2: Números de PMEʼs admitidas na BVM nos 4 anos em estudo.

Quantidade de PMEs
admitidas na BVM
1

-1
2017 2018 2019 2020

Fonte: Adaptado pela autora

23
Olhando o gráfico acima pode-se notar que mesmo depois dos esforços das BVM para
que as Pequenas e Médias Empresas pudessem aderir a abertura de capital e
consequentemente a admissão à cotação na BVM, pode-se notar que houve pouca adesão por
parte das PMEʼs, onde precisamente nesses 4 anos só foi possível verificar 2 empresas
admitidas, uma em 2017 e a outra em 2018, nomeadamente a Zero Investimento, SA e Touch
Publicidades, SA.

Já para o ano de 2019 e 2020, não houve nenhuma admissão de PMEʼs na BVM, como
também não houve nenhuma manifestação de interesse por partes das empresas em fazer
parte da BVM. (Vala, Relatório anual de actividades de 2019, 2020). Apesar de Moçambique
possuir muitas PMEs e as mesmas ocuparem um lugar de extrema importância na economia
moçambicana, pode-se notar que existe uma fraca adesão à abertura de capital social e ao
cadastro a cotação no mercado secundário da Bolsa.

4.2.3. Empresas que manifestaram interesse em estarem cotadas e não


conseguiram ser admitidas a cotação

Abaixo pode-se verificar o gráfico de empresas que mostraram interesse em abrir o seu
capital, para estarem cotadas na BVM.

Gráfico 3: Número de empresas que manifestaram interesse na abertura de capital e que por diversos
motivos não conseguiram ser admitidas.

4
Quantidade de
3
empresas
2

0
2017 2018 2019 2020

Fonte: Adaptado pela autora

O gráfico acima representa o número de empresas que manifestaram interessem em estar


cotadas na BVM, onde pode-se ver claramente que nos anos de 2017 e 2018, houve empresas
que manifestaram interessem em estar cotadas na BVM e por razões diversas como a falta de

24
requisitos exigidos pela BVM para estarem cotadas. Para os anos de 2019 e 2020 não houve
nenhuma empresa que se mostrou interessada em fazer parte da BVM.

Já para o ano de 2017, MB Consulting, SA, para o ano de 2018 as empresas, COTUR,
VBC, Água Vumba, Mozambique Power e a Sociedade Moçambicana de Medicamentos.
Desconhece-se ao certo os motivos que levaram essas empresas a não conseguirem ser
admitidas.
4.3. Análise da Situação Financeira das PMEʼs Antes e Depois das 2 Empresas Serem
Admitidas na Bolsa de Valores de Moçambique.

Até o ano de 2020 como acima citado havia apenas duas PMEʼs cotadas na Bolsa de
valores designadamente, Zero Investimento, SA e Touch Publicidades, SA, as duas PMEʼs
actuam em sectores totalmente diferentes, onde a Zero Investimento trabalha com
financiamento de outras empresas e a Touch Publicidades, SA trabalha no sector de
divulgação e propaganda.
4.3.1. Zero Investimentos, SA

A ZERO INVESTIMENTO, SA foi a primeira PME a ser admitida a cotação na Bolsa de


Valores de Moçambique. O objectivo principal da ZERO INVESTIMENTOS, SA ao estar
cotada na BVM é permitir a sua livre transmissibilidade entre investidores nacionais e
estrangeiros, singulares, colectivos e institucionais, através da Bolsa, garantindo assim uma
ampla participação destes na sociedade.
Tabela 3: Vendas totais

Antes de ser admitida Depois de ser admitida


Ano
2016 2017 2018 2019 2020
Volume de
10.000,00 216.600,00 1.146.362,00 409.618,00 863.806,00
vendas

Fonte: Adaptado pela autora

É notável que a capacidade de investimento da empresa aumentou depois que a mesma


foi admitida na Bolsa de Valores de Moçambique.

25
Gráfico 4: Volume das vendas dos 4 anos em estudo

1400000
1200000
1000000
800000
Volume de vendas
600000
400000
200000
0
2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: Adaptado pela autora

O gráfico mostra as vendas da sociedade Zero investimento, SA nos anos de 2015 foram
de 0,00 que é o ponto mais baixo para esta empresa, no ano de 2016 a empresa vendeu apenas
10.000,00 o que também não é um bom sinal por conta da magnitude da empresa.

Por sua vez, para o ano de 2017 foi o ano em que a Zero investimento, SA foi admitida a
cotação a sociedade começou a mostrar melhorias naquelas que foram as suas vendas,
notando que as vendas a partir do ano de 2017 até o ano de 2020 a empresa obteve vendas
significativas e este fenómeno pode ser explicado de diversas formas onde, uma delas, pode
ser a melhora na reputação da empresa visto que o público busca empresas com boa
reputação e o facto de estar cotado na BVM já dá em si uma boa reputação a empresa e a
torna mais conhecida.

Outro factor que pode explicar essa subida brusca em relação aos anos anteriores pode
ser devido ao investimento que a sociedade recebeu na venda de suas acções, o que alavancou
a empresa fornecendo meios necessários para a realização de novos projectos.

4.4. Índices Financeiros

Segundo Gitman (2010) As informações constantes das quatros demonstrações


financeiras básicas são de grande importância para as partes interessadas que necessitam
regularmente de medidas relativas ao desempenho da empresa. A análise de demonstrações
financeiras se baseia no uso de índices, ou valores relativos. A análise de índices envolve
métodos de cálculo e interpretação de índices financeiros para analisar e monitorar o
desempenho da empresa.

26
Para melhor análise da situação financeira recorreu-se a análise dos índices de liquidez,
índices de endividamento e margem de lucro bruto.
4.4.1. Índice de liquidez corrente

A liquidez de uma empresa é medida em termos de sua capacidade de saldar suas


obrigações de curto prazo à medida que se tornam devidas. A liquidez diz respeito à
solvência da posição financeira geral da empresa a facilidade com que pode pagar suas contas
em dia. Como um precursor comum de dificuldades financeiras é uma liquidez baixa ou em
declínio, esses índices podem fornecer sinais antecipados de problemas de fluxo de caixa e
insolvência iminente do negócio. (Gitman, 2010).

Equação 1índice de liquidez corrente

Tabela 4: Índice de Liquidez

Antes de ser admitida Depois de ser admitida


Ano
2016 2017 2018 2019 2020
Índice de
liquidez 0,55 0,14 0,13 0,08 0,08
corrente

Fonte: Adaptado pela autora

A Zero Investimentos, SA no ano de 2016 que representa 1 ano antes de a mesma ser
admitida na bolsa apresentava uma liquidez 55% das suas dividas de curto prazo, mas para o
ano de 2017 e os outros anos que se seguem a mesma empresa mostrou uma queda no valor
de liquidez o que faz acreditar que a empresa não ia bem nos negócios, mas essa visão não é
totalmente correta pois deve-se observar o ramo de actividade no qual a empresa esta
inserida, e para o caso da Zero Investimentos, SA que se encontra no ramo de investimentos
de capitais, investimentos esses que podem levar muitos anos até que os accionistas consigam
obter algum retorno.
4.4.2. Índice de endividamento

A situação de endividamento de uma empresa indica o volume de dinheiro de terceiros


usado para gerar lucros. De modo geral, o analista financeiro está mais preocupado com as
dívidas de longo prazo porque estas comprometem a empresa com uma série de pagamentos
contratuais ao longo do tempo. Quanto maior o endividamento, maior o risco de que ela se
veja impossibilitada de honrar esses pagamentos contratuais. (Gitman, 2010)
27
De modo geral, quanto mais dívidas uma empresa usa em relação ao seu activo total,
maior a sua alavancagem financeira. Alavancagem financeira é uma amplificação do risco e
do retorno por meio do uso de financiamento a custo fixo, como dívida e acções
preferenciais. Quanto mais dívidas de custo fixo uma empresa usa, maiores serão o risco e o
retorno esperados. (Gitman, 2010)0
Equação 2 Índice de endividamento

Tabela 5: Índices de Endividamento

Índice de
Ano Passivo total Activo total
endividamento
2015 1.059368,00 14.212.733,00 0,075
2016 2.525.883 14.853.733,00 0,170
2017 8.429.396,00 19.128.249,00 0,441
2018 8.897.017,00 19.188.686,00 0,464
2019 13.925.527,00 23.541.448,00 0,591
2020 14.118.519,00 23.468.509,00 0,602

Fonte: Adaptado pela autora

Gráfico 5: Índices de endividamento geral da Zero Investimentos, SA dos anos em estudo

Fonte: Adaptado pela autora

Observando o gráfico de índice de endividamento acima pode-se notar que o índice de


endividamento da empresa em si aumentou muito significativamente, isto mostra que vinha
financiando os seus projectos com fundo de terceiros, fundos esses provenientes dos
investidores e apesar de parecer uma coisa ruim, não é, pois através destes fundos de terceiros
a empresa obteve uma boa alavancagem financeira, o que significa mais fundos para os novos
projectos, e consequentemente maior capacidade de gerar lucros.

28
Os índices de endividamento da Zero Investimentos vêm aumentando a cada ano que
pode se tornar um problema para a empresa, visto que a mesma pode não conseguir honrar
com alguns compromissos, pelo elevado número de dívidas.
Tabela 6: Lucro bruto antes e depois da Zero Investimentos estar cotada na BVM

Antes de ser
Depois de ser admitida
Ano admitida
2016 2017 2018 2019 2020
Lucro bruto 10.000,00 216.600,00 1.146.362,00 409.618,00 863.806,00

Fonte: Adaptado pela autora

Equação 3: Margem de Lucro Bruto

4.4.3. Margem de lucro bruto

A margem de lucro bruto mede a percentagem referente a cada unidade monetária de


vendas que permanece após a empresa deduzir o valor de custo dos bens vendidos. Quanto
maior a margem de lucro bruto, melhor para a empresa (Gitman, 2010).
Tabela 6: Margem de lucro bruto

Antes de ser admitida Depois de ser admitida


Ano
2016 2017 2018 2019 2020

Margem de lucro bruto 1 1 1 1 1

Fonte: Adaptado pela autora

A respeito da margem de lucro bruto desta empresa visto que a mesma não vende
exactamente um produto para que pudesse ser comparado com o seu custo de produção ou
mesmo de aquisição e desta forma a margem de lucro acaba sendo 100% sobre as vendas.
4.4.4. Índices financeiros param a empresa Touch Publicidade, SA
Tabela 7: Referente ao volume de vendas da Touch Publicidades, SA

Ano 2016 2017 2018 2019 2020


Volume de
79.556.549,00 137.203.742,00 123.464.894,00 66.180.463,00 75.327.074,00
vendas
Fonte: Adaptado pela autora

Gráfico 6: Referente ao volume de vendas dos 4 anos em estudo da Touch Publicidades,SA


29
160000000
140000000
120000000
100000000
80000000 Volume de vendas
60000000
40000000
20000000
0
2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: Adaptado pela autora

O gráfico acima representa as vendas da Touch Publicidades, SA, onde é possível ver a
evolução das vendas que a empresa teve desde dois anos de atentes de se cotarem na BVM
até os anos em que a empresa já estava cotada na BVM, o gráfico mostra que a empresa
manteve um bom fluxo de vendas, apesar de que no ano de 2019 as vendas sofreram uma
queda brusca.
Tabela 8: Índice de liquidez corrente Touch Publicidades, SA

Anos 2016 2017 2018 2019 2020


Índice de liquidez
0,61 1,90 5,51 2,43 3,06
corrente

Fonte: Adaptado pela autora

Tabela 9: Índice de endividamento geral Touch Publicidades, SA

Antes de ser admitida Depois de ser admitida


Anos
2016 2017 2018 2019 2020
Índice de
1.13 0,40 0,32 0,29 0,25
endividamento

Fonte: Adaptado pela autora

A empresa TOUCH PUBLICIDADES, SA nos primeiros 2 anos possuía um índice de


endividamento elevado, isso por conta dos empréstimos que a mesma empresa havia obtido
junto as agencias de crédito o que realmente degastou a empresa. Mas a partir do ano de 2018
pode-se notar que o índice de endividamento geral reduziu significativamente o que foi
devido ao financiamento que a Sociedade TOUCH PUBLICIDADES, SA conseguiu por estar
cotada na BVM e para além de possuir uma dívida na qual tinha que pagar juros, obteve
sócios que compartilhariam do fardo da empresa e sem ter que pagar juros.
A redução do índice de endividamento

30
Tabela 10: Lucro bruto

Antes de ser admitida Depois de ser admitida


Ano
2016 2017 2018 2019 2020
Lucro bruto 44.283.578,00 59.048.279,00 65.732.676,00 20.683.892,00 25.048.054,00

Fonte: Adaptado pela autora

Tabela 11: Margem de lucro bruto

Antes de ser admitida Depois de ser admitida


Ano
2017 2018 2019 2020
Margem de lucro bruto 0,43 0,53 0,31 0,33

Fonte: Adaptado pela autora

A MLB de 2017 mostra uma percentagem de 43% sobre o volume de vendas, esta
margem é referente a 1 ano antes da empresa Touch Publicidades, SA ser admitida na Bolsa,
onde pode-se notar que a empresa tinha uma boa MLB, mas de seguida pode-se avistar a
margem de lucro referente ao ano de 2018, que foi o ano em que a empresa finalmente foi
admitida e é evidente a melhoria que a empresa obteve na MLB, melhoria essa que pode ser
justificada pelo facto de a mesma empresa ter ganhado mais visibilidade por conta de estrar
inscrito na bolsa.

Para o ano de 2019 pode-se notar uma queda na MLB, esta queda pode estar relacionada
a diversos factor onde um deles pode ser as calamidades naturais, visto que o ano de 2019 o
País sofreu com algumas calamidades naturais, e também sofreu com a pandemia que forcou
muitas empresas a fecharem as portas. Para o ano de 2020 pode-se notar que a empresa
apresentou melhorias na MLB, apesar de que o valor não ter sido muito grande mas ainda sim
constitui uma melhoria, visto que o País ainda se encontrava em uma pandemia.
4.4. Contributo da Bolsa de Valores de Moçambique para PMEs e Para o País

A BVM tem contribuído muito para o crescimento das PMEʼs os exemplos claros da
contribuição são as sociedades Zero Investimento, SA e a Touch Publicidades, SA, que
através das demonstrações financeiras é possível ver que desde que foram admitidas houve
melhorias financeiras.

Observando o cenário, o Access Bank Mozambique, afirma que a BVM pode ter
contribuído de diferentes formas para as empresas que se encontram lá cotadas, abaixo pode-
se verificar as contribuições que a BVM deu para o crescimento das PMEʼs cotadas:
 Aumento da credibilidade e visibilidade;

31
 Robustez;

 Confiança das empresas junto aos seus clientes;

 Novas alternativas de investimento;

 Maior potencial de valorização das acções;

 Maior universo de investidores para a aquisição e alienação de valores mobiliários,


fazendo aumentar o nível de liquidez das suas transacções.

Já na visão Standard Bank, a BVM contribuiu bastante para o crescimento económico


das empresas assim como aumentou a visibilidade das empresas, tornando as empresas mais
conhecidas e com maior credibilidade no mercado. Como também a BVM é um trampolim
para o crescimento e desenvolvimento de empresas, isto devido a exposição que a BVM
promove as empresas que ficam cotadas na Bolsa

Quando se trata da contribuição da BVM para o país, existem muitos factores a


considerar, como os factores económicos ou factores relacionados a reputação de um país,
visto que a Bolsa de Valores ajuda as empresas a obterem financiamento, o que confere as
empresas mais recursos para novos investimentos. Com os novos investimentos, as empresas
geram mais empregos, que de certa forma diminuem a taxa de desemprego, e
consequentemente tem impacto no PIB.

32
CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5.1. Conclusão

A Bolsa de valores é um local onde são efectuados transacções de compra e venda de


valores mobiliários, permitindo que as empresas obtenham o financiamento para novos
projectos. Permitindo que os investidores apliquem suas poupanças em investimentos a fim
de receber benefícios financeiros futuros. Para admissão a Bolsa de Valores de Moçambique
deve se obedecer aos seguintes critérios, ser Sociedade Anónima; As acções a cotar devem
ser livremente transmissíveis; Ter Contas Auditadas e publicadas; As acções devem estar
suficientemente dispersas pelos accionistas; Devem registar as acções na Central de Valores
Mobiliários; Organizar o Processo Documental de Admissão à Cotação e; Enviar Pedido de
Admissão à Cotação na BVM via Corrector de Bolsa

Contudo, na Província de Manica não existe nenhuma PME que esteja cotada na BVM,
mas existem empresas que reúnem todos os requisitos necessários para fazer parte da Bolsa,
mas mesmo assim optam por não fazerem parte da mesma, o que levanta dúvidas sobre as
vantagens que as empresas podem obter ao estarem cotadas na BVM, mas se as mesmas
empresas buscarem saber das empresas que se encontram cotadas e verificarem a evolução
dos seus rendimentos poderão notar que é realmente benéfico para as PMEʼs estarem cotadas
na BVM, por razões financeiras assim como por motivos ligados a credibilidade e
visibilidade que a empresa pode ter.

A BVM tem feito um óptimo trabalho ao ajudar as empresas que se encontram cotadas a
obterem financiamento, porém nota-se uma fraca aderência por parte das PMEʼs, isto é,
existem poucas PMEʼs admitidas na BVM a nível nacional, e este facto esta ligado a falta de
conhecimento dos serviços e vantagens oferecidos pela BVM ou mesmo pelo facto de
algumas PMEʼs não reunirem todos os requisitos necessários para se cotarem na BVM.
5.2. Recomendações
 A BVM deveria procurar fazer mais palestras para as PMEʼs como forma de divulgar
mais a BVM e as vantagens de uma PME estar cotada, pois por falta de informação as
PMEʼs podem acabar pensando que apenas as grandes empresas podem estar cotadas
na bolsa.

33
 Deveriam procurar entender Os motivos e as deficiências que levam as empresas a não
estarem cotadas na bolsa, através de palestras debates em que incluíssem os
empresários e desta forma os mesmos poderiam dar as suas opiniões sobre a Bolsa de
Valores de Moçambique e assim quis as dificuldades que as suas empresas possuem
em relação a BVM, pois uma vez que entenderem os motivos podem se mover no
sentido de sensibilizar mais empresas, de informar e manter mais empresas cientes
dos benefícios que perdem por não se encontrarem cotadas na bolsa.
 Rever os requisitos para adesão da Bolsa de Valores de Moçambique, de forma a
torna-los mais acessíveis às PMEʼs.

34
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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35
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36
APÊNDICES E ANEXOS

Apêndices

 Apêndice I: Questionário de Pesquisa

Introdução

Chamo-me Vilma Letisse Acheua, Estudante do 4˚ ano no curso de Contabilidade e Auditoria Instituto no
Instituto Superior Politécnico de Manica. Estando neste momento na fase de colecta de dados para elaboração da
monografia cujo tema é: CONTRIBUTO DA BOLSA DE VALORES DE MOÇAMBIQUE NO
CRESCIMENTO ECONÔMICO DAS PME’s EM MOÇAMBIQUE, ESPECIFICAMENTE NA
PROVÍNCIA DE MANICA NO PERÍODO DE 2017 ATÉ 2020. De salientar que os resultados desta
pesquisa serão utilizados exclusivamente para fins académicos. Agradecida bastante a sua colaboração pois a
sua contribuição será valiosa para a concretização deste estudo. Desde já agradeço pela sua colaboração.

1.2 Questionário

Assinale com X as opções que julgar correctas, e argumente em questões que argumentativas caso necessário.

1- Em que sector o Standard Bank opera?

2- Em que mercado esta inserido?


a. Mercado de capitais ( )
b. Mercado cambial ( )
c. Mercado de crédito ( )
d. Todas acima ( )
e. Outro ( específica )

3- Já ouviu falar da Bolsa de Valores de Moçambique?


a. Sim ( )
b. Não ( )
4- O Standard Bank opera como intermediário para Bolsa de Valores de Moçambique?
a. Sim ( )
b. Não ( )
5- Existe algum Departamento responsável pelas operações relacionadas a Bolsa de Valores de
Moçambique?
a. Sim ( )
b. Não ( )
6- Este Departamento faz o cadastro das empresas na Bolsa de Valores?
a. Sim ( )
b. Não ( )
7- Quantos funcionários existem neste Departamento?

37
a. De 1-2 Funcionário ( )
b. De 3-5 Funcionários ( )
c. 6 ou mais Funcionários ( )
8- Existem subdepartamentos dentro do Departamento responsável pela Bolsa de Valores de
Moçambique?
a. sim ( )
b. não ( )
9- Qual é a função ou serviço que o Standard Bank presta para BVM?
a. Intermediário financeiro nas operações de capitais ( )
b. Intermediária no processo de abertura e movimentação nas contas de deposito de valores
mobiliários ( )
c. Acessória no processo de gestão de valores mobiliários ( )
d. Serviços de corretagem ( )
e. Outro ( )

10- Há quanto tempo o Standard Bank opera esses serviços?


a. 1 Ano ( )
b. 4 Anos ( )
c. 6 Anos ( )
d. + de 6 Anos ( )
11- O Banco tem enfrentado desafios na prestação de serviços relacionados a Bolsa de Valores de
Moçambique?
a. Sim ( )
b. Não ( )

NB: Se sim, responda a pergunta 12, se a resposta for não ignore-a.

12- Quais são os desafios que o Banco enfrenta nesse processo de prestação de serviços a Bolsa de Valores
de Moçambique?
a. Processo de cadastro
b. Clientes insatisfeitos
c. Excesso de burocracia
d. Outro

13- Quantas Pequenas e Médias Empresas estavam cotadas na Bolsa de Valores de Moçambique no ano de
2017?
a. 0( )

38
b. 1( )
c. 2( )
d. 3( )
e. +3 ( )
14- Quantas Pequenas e Médias Empresas entraram na Bolsa de Valores de Moçambique no ano de 2018?
a. 0( )
b. 1( )
c. 2( )
d. 3( )
e. +3 ( )
15- Quantas Pequenas e Médias Empresas entraram na Bolsa de Valores de Moçambique no ano de 2019?
a. 0( )
b. 1( )
c. 2( )
d. 3( )
e. +3 ( )
16- Quantas Pequenas e Médias Empresas entraram na Bolsa de Valores de Moçambique no ano de 2020?
a. 0( )
b. 1( )
c. 2( )
d. 3( )
e. +3 ( )
17- Existem PMEs na província de Manica que estejam cotadas na Bolsa de Valores de
Moçambique?
a. Sim ( )
Quantas são:
b. Não ( )

18- Quais são os requisitos para que as PMEs estejam cotadas na Bolsa de Valores de
Moçambique?

19- Existem empresas que tentaram se cadastrar Bolsa de Valores de Moçambique e não tiveram
sucesso?
a. Sim ( )
b. Não ( )
20- Qual e o processo para o cadastro na Bolsa de Valores de Moçambique?

39
21- Quantas empresas tentaram se cadastrar para estarem cotadas na Bolsa de Valores de Moçambique
e tiveram sucesso nos últimos 6 anos?
a. +1 Empresa ( )
b. 2 Empresas ( )
c. 3 Empresas ( )
d. + de 3 Empresas ( )
22- Quantas empresas tentaram se cadastrar para estarem cotadas na Bolsa de Valores de Moçambique
e não tiveram sucesso nos últimos 6 anos?
e. 1 Empresa ( )
f. 2 Empresas ( )
g. 3 Empresas ( )
h. + de 3 Empresas ( )
21.1- Por que essas empresas não conseguiram se cadastrar para estarem cotadas na Bolsa de
Valores de Moçambique?
i. Não possuíam o Capital mínimo exigido. ( )
ii. Não possuíam relatórios de contas em ordem. ( )
iii. Não são denominadas como Sociedades anonimas. ( )
iv. Todos. ( )
v. Outro. ( )

23- Acha que O COVID-19 afectou o funcionamento da BVM?


a. O processo de cadastro ( )
b. O processo de negociação de compra e venda de Valores mobiliários ( )
c. Outro

24- Existem empresas que preenchem os requisitos necessários para o cadastro na BVM e não estão
cadastradas/cotadas?
a. Sim ( )
b. Não ( )
25- Qual o contributo que a BVM trouxe para as PMEs nos últimos 6 anos?
a. Crescimento económico da empresa. ( )
b. Aumento da capacidade produtiva. ( )
c. Maior visibilidade da empresa. ( )
d. Outro. ( )

26- Na visão pessoal, acredita que a Bolsa de Valores de Moçambique tem contribuído de alguma forma
para o crescimento económico do país e das PMEs? Justifique a resposta.
a. Sim ( )
b. Não ( )

40
1. Introdução

Chamo-me Vilma Letisse Acheua, Estudante do 4˚ ano no curso de Contabilidade e Auditoria Instituto no
Superior Politécnico de Manica. Estando neste momento na fase de colecta de dados para elaboração da
monografia cujo tema é: CONTRIBUTO DA BOLSA DE VALORES DE MOÇAMBIQUE NO
CRESCIMENTO ECONÔMICO DAS PME’s EM MOÇAMBIQUE, ESPECIFICAMENTE NA
PROVÍNCIA DE MANICA NO PERÍODO DE 2017 ATÉ 2020. De salientar que os resultados desta
pesquisa serão utilizados exclusivamente para fins académicos. Agradecida bastante a sua colaboração pois a
sua contribuição será valiosa para a concretização deste estudo. Desde já agradeço pela sua colaboração.

1.2. Questionário
Assinale com X as opções que julgar correctas, e argumente em questões que argumentativas caso
necessário.
1. O BAU é responsável pela criação de ou registo de novas empresas?
a. Sim ( )
b. Não ( )
2. Quais são os requisitos para a abertura de uma empresa?
a. Cópia Bilhete de identidade dos sócios. ( )
b. Cópia de certidão definitiva. ( )
c. Comprovativo de residência. ( )
d. NUIT de pessoa colectiva. ( )
e. Licença ambiental. ( )
f. Capital mínimo de 5.000.000,00. ( )
g. Outro. ( )

3. O BAU tem capital mínimo para as empresas poderem ser criadas?


a. Sim ( )
b. Não ( )
4. Quantas empresas existiam no ano de 2017?
a. 0 a 100 ( )
b. 101 a 200 ( )
c. 201 a 400 ( )
d. + de 400 ( )
5. Quantas empresas foram abertas em 2018?
a. 0 a 50
b. 51 a 100
c. + de 100
6. Quantas empresas foram abertas em 2019?
a. 0 a 50

41
b. 51 a 100
c. + de 100
7. Quantas empresas foram abertas em 2020?
a. 0 a 50
b. 51 a 100
c. + de 100
8. Houveram empresas que fecharam?
a. Sim ( )
b. Não ( )
9. Caso haja empresas que fecharam, quais foram as razões?
a. Falência
b. Dissolução
10. Quantas foram as empresas que fecharam no ano de 2017?
a. 0a5
b. 6 a 10
c. + de 10

11. Quantas foram as empresas que fecharam no ano de 2018?


a. 0a5
b. 6 a 10
c. + de 10
12. Quantas foram as empresas que fecharam no ano de 2019?
a. 0a5
b. 6 a 10
c. + de 10
13. Quantas foram as empresas que fecharam no ano de 2020?
a. 0a5
b. 6 a 10
c. + de 10
14. Quantas Pequenas e Médias Empresas existiam no ano de 2017 na Província de Manica?
a. 0 a 30
b. 31 a 60
c. + de 60
15. Quantas Pequenas e Médias Empresas existiam no ano de 2018 na Província de Manica?
a. 0 a 30
b. 31 a 60
c. + de 60
16. Quantas Pequenas e Médias Empresas existiam no ano de 2019 na Província de Manica?
a. 0 a 30
b. 31 a 60
c. + de 60

42
17. Quantas Pequenas e Médias Empresas existiam no ano de 2020 na Província de Manica?
a. 0 a 30
b. 31 a 60
c. + de 60
18. Já ouviu falar da Bolsa de Valores de Moçambique?
a. Sim ( )
b. Não ( )
19. Existem PMEs na Província de Manica que se encontrem cotadas na Bolsa de Valores de
Moçambique?
a. Sim ( )
b. Não ( )
20. Quantas PMEs foram listadas na Bolsa de Valores de Moçambique no ano de 2017?
a. 0 PME ( )
b. 1 PME ( )
c. 2 PMEs ( )
d. 3 PMEs ( )
e. +3 PMEs ( )
21. Quantas PMEs foram listadas na Bolsa de Valores de Moçambique no ano de 2018?
a. 0 PME ( )
b. 1 PME ( )
c. 2 PMEs ( )
d. 3 PMEs ( )
e. +3 PMEs ( )
22. Quantas PMEs foram listadas na Bolsa de Valores de Moçambique no ano de 2019?
a. 0 PME ( )
b. 1 PME ( )
c. 2 PMEs ( )
d. 3 PMEs ( )
e. +3 PMEs ( )
23. Quantas PMEs foram listadas na Bolsa de Valores de Moçambique no ano de 2020?
a. 0 PME ( )
b. 1 PME ( )
c. 2 PMEs ( )
d. 3 PMEs ( )
24. Qual e a importância das da Bolsa de Valores de Moçambique?

25. O que acha da Bolsa de Valores de Moçambique?


a. Esta operar bem em prol do desenvolvimento económico empresarial. ( )
b. Tem contribuído para crescimento económico das empresas. ( )
c. Tem ajudado no crescimento económico do país. ( )

43
d. Outro

44
Anexos

 Anexo I: Credencial para Colecta de Dados


 Anexo II: Balanço Patrimonial de Touch Publicidades, SA e Zero investimento, SA

45

46
47
48
 Balanço patrimonial de Zero Investimento, SA.

ACTIVO Antes de ser admitida Depois de ser admitida


S
31-Dez- 31-Dez-2016 31-Dez-2017 31-Dez-2018 31-Dez-2019 31-Dez-
2015 2020

Activos não correntes

Activos 13.450.500,0 13.457.500,00 17.949.660,00 18.019.160,00 22.378.400,00 22.308.400


financeiros 0 ,00

disponívei
s para
venda

13.450.500,0 13.457.500,00 17.949.660,00 18.019.160,00 22.378.400,00 22.308.400


0 ,00

Activos
correntes

Clientes 0,00 0,00 11.700,00 14.742,00 0,00 0,00

Outros 2,00 31.904,00 73.557,00 90.000,00 134.211,00 120.000,00


activos
correntes

Outros 755.339,00 1.358.162,00 1.077.764,00 1.027.794,00 1.027.793,00 1.037.793,


activos 00

financeiros

Caixa e 37,00 6.168,00 15.568,00 36.990,00 1.044,00 2.316,00


banco

755.378,00 1.396.233,00 1.178.589,00 1.169.526,00 1.163.048,00 1.160.109,


00

Total dos 14.212.733,0 14.853.733,00 19.128.249,00 19.188.686,00 23.541.448,00 23.468.509


activos 0 ,00

CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVOS

Capital próprio

Capital 13.557.500,0 13.557.500,00 13.557.500,00 13.557.500,00 13.557.500,00 13.557.500


0 ,00
social

Resultados 0,00 (403.990,00) (1.229.649,00) (2.858.647,00) (3.265.840,00) (3.941.579,


transitados 00)

Resultado (403.990,00) (825.659,00) (1.628.998,00) (407.194,00) (675.739,00) (265.931,0


líquido do 0)

período

Total do 13.153.510,0 12.327.853,00 10.698.853,00 10.291.659,00 9.615.921,00 9.349.990,


capital 0 00

próprio

PASSIVOS

Passivos correntes

Fornecedo 0,00 66.725,00 724.725,00 182.959,00 301.275,00 301.275,00


res

Outros 889.891,00 2.313.445,00 7.596.541,00 8.549.954,00 13.193.556,00 13.433.869


passivos ,00

financeiros

Outros 169.477,00 145.712,00 108.130,00 164.114,00 430.696,00 383.375,00


passivos
correntes

Total dos 1.059.368,00 2.525.883,00 8.429.396,00 8.897.027,00 13.925.527,00 14.118.519


passivos ,00

Total do 14.212.878,0 14.853.733,00 19.128.249,00 19.188.686,00 23.541.448,00 23.468.509


capital 0 ,00

próprio e
dos
passivos
Balanço patrimonial Touch Publicidade, SA

ACTIVOS Antes de ser admitida Depois de ser admitida

31-Dez-2016 31-Dez-2017 31-Dez-2018 31-Dez-2019 31-Dez-2020

Activos não correntes

Activos 12.047.996,00 9.803.543,00 9.625.988,00 10.464.864,00 8.476.980,00


tangíveis

Activos 187.866,00 140.166,00 0,00 0,00 0,00


intangíveis

Activos por 0,00 0,00 2.830.475,00 6.062.470,00 4.637.337,00


impostos
diferidos

12.235.862,00 9.943.709,00 12.456.463,00 16.527.334,00 13.114.317,00

Activos correntes

Clientes 11.516.686,00 18.790.910,00 9.028.867,00 6.987.226,00 6.510.139,00

Outros 0,00 0,00 1.627.423,00 381.497,00 7.313.471,00


activos
financeiros

Outros 9.388.287,00 9.390.675,00 85.283,00 14.845.600,00 14.581.226,00


activos
correntes

Caixa e 7.009.750,00 1.893.419,00 26.374.416,00 5.641.548,00 1.632.491,00


equivalente
de caixa

27.914.723,00 30.075.004,00 47.115.989,00 27.855.871,00 30.037.328,00

Total do 40.150.585,00 40.018.713,00 59.572.452,00 44.383.2050,00 43.151.645,00


Activo

CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO

Capital 50.000,00 14.300.000,00 14.250.000,00 14.250.000,00 14.250.000,00


social
Reservas 0,00 0,00 652.962,00 652.962,00 662.962,00
legais

Resultados (7.674.216,00) (5.346.913,00) 8.685.639,00 25.561.036,00 16.730.431,00


transitados

Resultado 2.327.303,00 15.244.148,00 16.875.397,00 (8.830.605,00) 853.883,00


líquido do
exercício

Total do (5.296.913,00) 24.197.235,00 40.463.998,00 31.633.393,00 32.487.276,00


capital
próprio

Passivos não correntes

Empréstimos 0,00 0,00 0,00 1.263.394,00 842.771,00


obtidos

0,00 0,00 0,00 1.263.394,00 842.771,00

Passivo corrente

Fornecedores 7.295.255,00 6.593.702,00 4.189.043,00 5.193.213,00 2.668.291,00

Empréstimos 242.531,00 0,00 0,00 210.687,00 348.394,00


obtidos

Outros 1.569.792,00 1.852.506,00 2.195.285,00 5.004.035,00 2.051.814,00


passivos
financeiros

Impostos a 1.569.792,00 1.852.506,00 0,00 0,00 0,00


pagar

Outros 36.339.920,00 7.375.270,00 4.173.727,00 4.030.704,00 1.800.878,00


passivos
correntes

45.447.498,00 15.821.478,00 8.550.399,00 11.486.418,00 9.821.598,00

Total do 45.447.498,00 15.821.478,00 19.108.454,00 12.749.812,00 10.664.369,00


passivo

Total do 40.150.585,00 40.018.713,00 59.572.452,00 44.383.250,00 43.151.645,00


capital
próprio e
passivo

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