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Maio de 2014
Parceiro estratégico:
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Índice
1.4.3. São Tomé e Príncipe e Gabão. O país da CPLP e a terceira maior economia da região ............................... 46
1.7. Setores de oportunidade nos países da CEEAC, principais portos e aeroportos ...................................................... 58
1.8. Principais produtos importados pelos países da CEEAC e oportunidades para as empresas Portuguesas ............. 60
2. Gabão.............................................................................................................................................................................. 65
2.1. Macroeconomia.......................................................................................................................................................... 66
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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
4.1. Breve descrição do mercado de trabalho e do regime de Segurança Social ........................................................... 142
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4.6.1. Exportações/Importações – barreiras aduaneiras: tarifas, barreiras não tarifárias, outros impedimentos .... 149
4.6.3. Estabilidade legal e fiscal - barreiras legais, fiscais e regulamentares ......................................................... 151
4.7. Principais características dos acordos de São Tomé e Príncipe no domínio do comércio e investimento .............. 159
4.7.1. Protocolos da CEMAC e posicionamento relativo de São Tomé e Príncipe ................................................. 159
4.7.2. Acordos essenciais de STP na área do comércio (ACI, APPRI, ADT) ......................................................... 159
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ACP – Estados de África, das Caraíbas e do Pacífico (African, Caribbean, and Pacific Group of States)
AGO – Angola
AGOA – Lei de Crescimento e Oportunidades para África (African Growth and Opportunity Act)
APIEX – Agência de promoção dos investimentos e das exportações (Ágence de Promotion des Investessements et des
Exportations)
ASEAN – Associação das Nações do Sudeste Asiático (Association of Southeast Asian Nations)
BDI – Burundi
BM – Banco Mundial
BVMAC – Bolsa de Valores da África Central (Central African Stock Exchange – BVMAC)
BWA – Botsuana
CEEAC / ECCAS – Comunidade Económica dos Estados de África Central (Economic Community of Central African
States)
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CMR – Camarões
COG – Congo
ECA – Comissão Económica da ONU para África (Economic Commission for Africa)
EM – Estados Membros
FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura - Food and Agriculture Organization of the
United Nations
GAB – Gabão
ICSID – Centro Internacional para a Resolução de Conflitos sobre Investimento (International Centre for Settlement of
Disputes)
LSO – Lesoto
MDG – Madagáscar
MMTZ – Maláui-Moçambique-Tanzânia-Zâmbia
MOZ – Moçambique
MUS – Maurícias
MWI – Maláui
NAM – Namíbia
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OPEX – Capital utilizado para manter ou melhorar os ativos fixos de uma empresa (Operational Expenditure)
SOFID – Sociedade para o Financiamento do Desenvolvimento. Notamos que as referências a esta entidade devem lidas
como SOFID ou futuro banco de fomento.
SWZ – Suazilândia
SYC – Seicheles
TCD – Chade
TZA – Tanzânia
UE – União Europeia
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UNCTAD – Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (United Nations Conference for Trade and
Development)
ZMB – Zâmbia
ZWE – Zimbabué
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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Nota prévia
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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Nota prévia
O presente documento constitui resultado de um trabalho de pesquisa e análise que decorreu entre 1 de julho
e 31 de Dezembro de 2013, ao abrigo de contrato celebrado entre a AIP – Associação Industrial Portuguesa
(“AIP”) e a PricewaterhouseCoopers&Associados – Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, Lda. ( “PwC”).
Os elementos estatísticos, dados e informação constantes do presente documento e que serviram de base à
análise e conclusões obtidas, têm por base informação pública disponível, como referenciado ao longo do
documento, as quais foram alvo de apreciação quanto à sua materialidade e aplicabilidade à análise, tendo
presente critérios de razoabilidade e aderência às realidades locais e regionais, e que sejam do nosso
conhecimento. Foram integrados alguns dados e elementos adicionais que foram publicados após a fase de
pesquisa e análise dada a sua relevância para o estudo.
Esta comunicação é de natureza geral e meramente informativa, não se destinando a qualquer entidade ou
situação particular, e não substitui aconselhamento profissional adequado ao caso concreto.
Projeto Co-Financiado:
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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Sumário
Executivo
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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Sumário Executivo
A redefinição das centralidades de dinamismo económico, a par da relativa contração das economias
desenvolvidas, confere uma nova relevância às economias emergentes.
Estima-se que o espaço lusófono tenha cerca de 258 milhões de habitantes e as regiões económicas que
integram cerca de 1.8 mil milhões de habitantes.
Acresce que muito embora os países da CPLP apresentem uma dinâmica de crescimento relevante, quando
comparados com o resto do mundo, verificamos a existência de um gap. Ora, este gap deverá poder ser
minimizado ou revertido, através do incremento da cooperação e da integração da CPLP, assente na
proximidade cultural e na complementaridade de competências.
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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
As comunidades económicas regionais a que pertencem os demais países da CPLP e a RAE de Macau, são
constituídas por 53 países, aos quais acrescem ainda os EM da União Europeia e do Espaço Económico
Europeu. Apesar de Timor-Leste ainda só ser membro observador da ASEAN já apresentou o pedido formal
de adesão à ASEAN.
SADC
MERCOSUL
Estados Membros: Angola,
Botsuana, República
Estados Membros: Argentina,
Democrática do Congo, Lesoto,
Brasil, Paraguai, Uruguai e
Madagáscar, Maláui, Maurícias,
Venezuela.
Moçambique, Namíbia,
Seicheles, África do Sul,
Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e
Zimbabué.
CEEAC ASEAN
CEDEAO
*RP China e RAE Macau
Estados Membros: Benim, Burkina
Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim,
Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau,
Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal,
Serra Leoa e Togo. * A RAE Macau apesar de não se encontrar numa
comunidade económica regional foi analisada enquanto
plataforma para a China e RAE Hong-Kong.
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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
O presente guia procura portanto enfatizar como os países da CPLP e a RAE de Macau podem contribuir para
as exportações portuguesas e o IDE nacional, enquanto plataformas de acesso àqueles mercados de
integração regional. E, reciprocamente, enfatizar ainda como Portugal pode tornar-se uma plataforma de
acesso do resto do mundo àqueles mercados e, simultaneamente, promover também as exportações e o IDE
oriundos daquelas regiões, enquanto plataforma de acesso à União Europeia e ao Espaço Económico
Europeu.
Para o efeito procurou-se caracterizar, nas suas múltiplas dimensões, os mercados das comunidades
económicas regionais, o país com maior representatividade económica na região e o país da CPLP. Foi
analisado um conjunto muito alargado de variáveis económicas e oportunidades nestes mercados que
resultam no presente guia de investimento não só para os mercados alvo, neste caso São Tomé e Príncipe,
como também para as respetivas comunidades económicas regionais, isto é, a Comunidade Económica dos
Estados de África Central (CEEAC).
Conhecer a estratégia regional comum e o nível de integração dos países permitirá antecipar as tendências de
desenvolvimento da economia, o comportamento dos mercados e a sua futura evolução que será sempre
reforçada pelo processo de integração destas regiões e consequente convergência económica.
No presente estudo procurou-se analisar a atratividade de São Tomé e Príncipe, considerando a sua
integração na CEEAC, na perspetiva dos países da CPLP.
São Tomé e Príncipe encontra-se numa fase de retoma económica que, de acordo com as previsões dos
organismos internacionais, se deverá manter nos próximos anos.
Os agregados macroeconómicos têm respondido favoravelmente aos esforços feitos pelo Governo,
evidenciando desde 2011: (i) uma intensificação do ritmo de crescimento económico, (ii) a redução modesta,
mas generalizada, dos desequilíbrios externos, (iii) a preservação das reservas cambiais em patamares
aceitáveis e, merecendo maior destaque, (iv) o aprofundamento da consolidação orçamental e (v) o
abrandamento da tendência inflacionária.
O crescimento anual do PIB de US$ 263 milhões tem registado valores anuais na ordem dos 4% a 5% (4,9%
em 2011 e 4,5% em 2012), resultante: (i) da ajuda externa que tem vindo a sustentar parte do investimento
público, e, (ii) do IDE que tem vindo a recuperar desde o segundo semestre de 2010. A perspetiva de
descoberta de petróleo no Golfo da Guiné é uma variável crítica positiva neste processo e determinará de
forma significativa o futuro a médio prazo.
De forma a ancorar as expetativas dos agentes e económicos o Governo definiu objetivos estratégicos para o
país: (i) alcançar uma taxa mínima de crescimento do PIB (6%), (ii) redução da pobreza do país, (iii) assegurar
o acesso de toda a população a serviços sociais básicos.
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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Tendo sido analisados os setores de atividade santomenses, foram identificados serviços ou produtos
específicos que consideramos que já têm, ou que futuramente poderão vir a ter, uma procura relevante ou
vantagens competitivas, caso sejam produzidos localmente. Estes serviços / produtos foram agrupados por
tipo de setor de atividade.
Setor primário: culturas com potencial de exportação como o cacau, café, cereais como o arroz, o milho e o
feijão, frutas tropicais, plantas ornamentais e medicinais.
Setor Secundário:
Setor terciário:
Os seguintes elementos têm sido essenciais na dinamização da economia de São Tomé e Príncipe:
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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Os produtos portugueses mais Do total dos produtos importados por São Tomé e Príncipe a
exportados para São Tomé e Príncipe em Portugal que totalizaram US$ 73 milhões são identificados de
2012 foram as bebidas alcoólicas, com seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que
cerca de US$ 7 milhões, o cimento, com representam 62% das importações, no montante de US$ 45
cerca de US$ 3,5 milhões e a farinha de milhões:
trigo com cerca US$ 3,4 milhões.
Bebidas alcoólicas; Cal, cimento; Farinha de trigo e farinha de trigo com
A composição das importações evidencia centeio; Bebidas não alcoólicas; Gorduras vegetais e óleos, petróleo
um baixo nível de industrialização do bruto e refinado; Sabonetes, produtos de limpeza e de polimento;
país, com elevada representatividade dos Veículos automóveis para transporte de pessoas; Produtos comestíveis
produtos agroindustriais. e preparações; Leite e produtos lácteos; Legumes; Preparações de
cereais, farinha de frutas ou vegetais; Veículos a motor para transporte
de mercadorias; Açúcar, melaço e mel; Artigos de plástico; Mobiliário e
Em termos de categorias de produtos, as peças; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Outras carnes e
suas importações assentam em três miudezas comestíveis; Metais comuns; Arroz; Produtos residuais de
setores dominantes: (i) maquinaria e petróleo; Geradores; Carne, miudezas, comestíveis, preparados,
equipamentos de transporte ligados à conservada; Materiais de construção; Alimentos para animais;
construção civil, (ii) alimentos, (iii) bens Equipamento de telecomunicação.
manufaturados como farinhas, produtos
comestíveis e alimentos. Fonte: UNCTADStat, dados de 2012
A CEEAC tem vindo a reforçar a sua posição no contexto internacional, e paralelamente, tem vindo a construir
uma zona de comércio livre entre os seus EM.
Com o objetivo de impulsionar o processo de integração a CEEAC definiu um programa que visa a minimizar a
representatividade dos produtos que não beneficiam da zona de comércio livre, e iniciar o processo de
liberalização da circulação de pessoas, bens e capital. Este programa inclui o desenvolvimento de
infraestruturas regionais.
Sendo o nível de complementaridade entre os EM da CEEAC reduzido, a intensificação das trocas comerciais
é um dos seus objetivos, pelo que se torna necessário o incremento da especialização em cada EM e
consequentemente o desenvolvimento de cadeias de valor regionais.
São Tomé e Príncipe é a economia mais pequena da CEEAC, apresenta ainda um nível reduzido de relações
comerciais com os restantes EM, só tendo Angola como parceiro comercial.
No entanto, dada a sua localização geográfica, e assumindo a diminuição dos custos de contexto, São Tomé e
Príncipe poderia a médio prazo desempenhar um papel de “porta de entrada” para a região, por parte dos
países da CPLP, bem como por parte de países terceiros.
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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
No comércio extrarregional, os principais Do total dos produtos importados pela CEEAC aos seus parceiros
mercados de exportações são países com comerciais, no total de US$ 60 mil milhões, são identificados de
elevada produção industrial, como a seguida, por ordem decrescente, os 50 principais produtos que
China, os EUA e Taiwan, que representam 68% das importações, no montante de cerca US$ 41.4
representam cerca de 67% do total das mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar
exportações. oportunidades de exportação para as empresas portuguesas:
As matérias-primas têm uma enorme Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%;
relevância na estrutura de exportações da Máquinas de construção civil; Embarcações; Veículos a motor para
CEEAC, destacando-se, entre estas, o transporte de mercadorias; Tubos e perfis ocos, acessórios de
petróleo e os seus derivados (o que ferro e aço; Outras carnes e miudezas comestíveis; Geradores;
justifica o aumento do peso relativo da Bebidas alcoólicas; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio;
China, que continua ávida de recursos Veículos automóveis para transporte de pessoas; Barras de ferro e
naturais). aço, cantoneiras, perfis e seções; Cal e cimento, outros materiais
de construção civil; Medicamentos (incluindo medicamentos
A CEEAC representa um mercado veterinários); Outras máquinas e aparelhos para as indústrias
potencial na ordem dos 140 milhões de particulares; Equipamento de telecomunicação; Mobiliário e peças;
consumidores, distribuídos pelos seus EM Óleos brutos de petróleo, óleos de xistos, outros; Metais comuns;
embora com características (perfil do Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis; Aparelhos para
consumidor, cultura) muito distintas. canalizações, caldeiras, reservatórios, cubas; Equipamento para
distribuição de energia elétrica; Artigos de plástico; Ferramentas
Em termos de comércio extrarregional, os mecânicas, e outros; Produtos comestíveis e preparações;
principais produtos que a região importa Preparações de cereais, farinha de frutas ou vegetais; Aparelhos
têm origem em países industrializados, de medição, análise e controle de aparelhos; Bombas (excluindo
sendo de destacar o peso relativo da líquido), compressores de gás e ventiladores; Arroz; Peixe fresco ou
China (que desenvolve uma política de congelado; Equipamentos de aquecimento e de refrigeração;
troca de bens por petróleo), dos EM da Farinha de trigo e farinha de trigo com centeio; Pneus de borracha e
UE, dos EUA e da África do Sul. câmaras-de-ar; Bombas de água; Peças e acessórios dos veículos;
Máquinas e aparelhos elétricos; Automóveis; Sabonetes, produtos
No Top dos produtos mais importados de limpeza e de polimento; Aeronaves e equipamentos associados;
pela CEEAC são de destacar a Gorduras vegetais e óleos; Leite e produtos lácteos (com exceção de
maquinaria e equipamentos de transporte, manteiga, queijo); Papel e cartão; Motocicletas e velocípedes; Roupas
e produtos manufaturados. e outros artigos têxteis usados; Açúcar, melaço e mel; Construções
pré-fabricadas; Construção de barro, materiais refratários e de
Por outro lado, vale a pena referir que a construção; Trigo (incluindo espelta) e centeio em grão; Calçado;
China surge como concorrente de muitos Motores e motores, não elétricos; Fertilizantes.
produtos que formam a base industrial
portuguesa, tendo como fator competitivo,
não tanto a qualidade, mas o baixo preço Fonte: UNCTADStat, dados de 2012
dos seus produtos.
Nas trocas comerciais entre a CEEAC e a CPLP, apenas Portugal e o Brasil apresentam montantes
exportados relevantes, muito embora a um nível muito inferior ao potencial esperado, dado se concentrarem
em Angola e São Tomé e Príncipe.
O principal destino das exportações portuguesas para a região é Angola, absorvendo aproximadamente 88%
das exportações.
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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
O Gabão, a par de Angola, é a economia motora da CEEAC. O crescimento médio do PIB no período 2010-
2012 ascendeu a 6,6% (as previsões de crescimento do PIB para 2014 acompanham esta tendência,
situando-se num valor superior a 6%) e ocupa, de acordo com o relatório anual sobre o desenvolvimento
humano para o PNUD, a melhor posição no ranking dos países da África Subsariana.
O Governo definiu uma estratégia de desenvolvimento que visa acelerar o crescimento económico, mas de
forma sustentável, assente em 3 dimensões: “Gabão Verde”, “Gabão dos Serviços” e “Gabão Industrial”. O
Governo apoia ativamente iniciativas que lhe permita executar a sua estratégia, o que permitiu direcionar os
investimentos de operadores estrangeiros para as áreas consideradas prioritárias.
Paralelamente, o Governo do Gabão tem vindo a modernizar a sua administração, a reduzir as barreiras ao
investimento, fomentando e financiando o desenvolvimento de infraestruturas de suporte à sua competitividade
(nomeadamente em termos de infraestruturas de transportes, eletricidade, água e telecomunicações)
reforçando o seu capital humano e posicionando-se nas principais redes internacionais de trocas comerciais.
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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Máquinas de construção civil; Embarcações; Tubos e perfis Os principais destinatários são os EUA, a
ocos, acessórios, ferro e aço; Óleos de petróleo ou de China, a França, Trinidade e Tobago e
minerais betuminosos> óleo de 70%; Outras carnes e Espanha.
miudezas comestíveis; Veículos a motor para transporte de
mercadorias; Medicamentos (incluindo medicamentos As principais oportunidades estão relacionadas
veterinários); Veículos automóveis para transporte de com a exploração de petróleo e de gás natural,
pessoas; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Bombas a construção e operação de infraestruturas, a
(excluindo líquido), compressores de gás e ventiladores; produção de madeira tropical, a agroindústria, a
Aparelhos para canalizações, caldeiras, reservatórios, cubas; pesca e o turismo (assente na biodiversidade
Aparelhos de medição, análise e controle; Equipamento de do território e no elevado número de parques
telecomunicação; Outras máquinas e aparelhos para as nacionais).
indústrias particulares; Cal e cimento, outros materiais para a
construção civil; Barras de ferro e aço, barras, cantoneira, O Gabão está a implementar um programa de
perfis e seções; Leite e produtos lácteos; Metais comuns; privatizações, que abre oportunidades no setor
Equipamento mecânico e componentes; Produtos da banca comercial.
comestíveis e preparações; Pneus de borracha e câmaras-
de-ar; Bombas para líquidos; Peças e acessórios dos veículos;
Equipamentos de aquecimento e refrigeração; Gorduras
vegetais e óleos;
Conclusão
São Tomé e Príncipe poderá ser uma porta de entrada para a comunidade económica regional (que tem vindo
a eliminar tarifas alfandegárias, aspira a uma maior integração e reconhece a necessidade de
desenvolvimento de infraestruturas regionais).
Por fim, e como é regra no mundo dos negócios além-fronteiras, haverá sempre que considerar questões
culturais do país alvo na forma como os contactos e os negócios se devem processar, bem como aproveitar o
apoio e assessoria prestada por entidades nacionais e internacionais que, através de presença global,
estabelecem pontes para a abordagem a estes mercados, apoiam na implementação e acompanhamento do
investimento, e acima de tudo na otimização destes projetos.
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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Forças Fraquezas
Português é a língua oficial de São Tomé e Príncipe A reduzida área de solo arável no arquipélago
Portugal é o principal parceiro económico da UE na Reduzida dimensão da economia
CEEAC Dificuldade na obtenção de crédito
Extensa Zona Económica Exclusiva de São Tomé Baixo nível de rendimento
Perspetiva do início de exploração de petróleo em São Reduzidas capacidades infraestruturais (água, energia,
Tomé e Príncipe e com potencial petrolífero saneamento, estradas)
Zona Franca de São Tomé e Príncipe Exportações dependentes de dois setores de atividade
Abertura ao investimento externo – produção de cacau e (emergente) turismo
As previsões de continuação de retoma da atividade A falta de mão-de-obra qualificada
económica nos próximos anos Insuficientes ligações aéreas com o exterior
A consolidação orçamental
Política de incentivos e benefícios ao investimento
Formalidades simplificadas no âmbito do Guiché Único
da Empresa
Facilidades administrativas na concessão de terrenos
para construção
Cedência à exploração de prédios rústicos ou urbanos
adequados à realização de um projeto de investimento
Outros fatores como as praias, a paisagem, o clima, a
hospitalidade, o nível de segurança
S W
Oportunidades O Ameaças
T
Incremento do nível de integração da CEEAC Atraso na exploração de petróleo ou inviabilidade de
(incluindo a dimensão social, económica e monetária) exploração do bloco identificado
A implementação, pela CEEAC, de programa que visa O elevado nível de concorrência internacional em
a liberalização do comércio, livre circulação de alguns setores específicos (ex. no turismo com maior
pessoas, bens, capital e infraestruturas oferta por parte de operadores / empresas de aviação
A integração na CPLP, bem como a ZDC abrem boas para outros destinos)
perspetivas de negócio (mercado potencial) para os Nível de saneamento e a falta de acesso a cuidados
investidores internacionais básicos de saúde contribui para a propagação de
Os programas de apoio de organismos internacionais doenças
(FMI) e acordos de cooperação estabelecidos (UE,
EUA e Portugal)
Fundo Fiduciário UE-África para as Infraestruturas
Baixo nível de bancarização da população
Aposta do Governo em determinados setores
estratégicos (turismo, setor hidroelétrico) para
potenciar transformações socioeconómicas relevantes
Desenvolvimento de infraestruturas (habitação,
educação, saúde, saneamento, transportes - porto e
aeroporto.
Estratégia Nacional de Redução de Pobreza
Liberalização do mercado de telecomunicações e
privatização parcial dos correios do país
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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
1. CEEAC
Enquadramento regional, político
e económico
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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
A Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) é uma das cinco sub-regiões do continente
africano, que visa a promoção da região da África Central e a cooperação económica regional.
A CEEAC suspendeu as atividades entre 1992 e 1998, devido a crises • Comité Consultivo;
internas em alguns dos seus EM (nomeadamente pelo incumprimento de
obrigações pelos EM). Paradoxalmente, foi durante este período de • Comités Técnicos Especializados.
tempo que a região começou a despertar para a necessidade de
estabelecer objetivos económicos mais concretos e de reunir esforços A sede da CEEAC está localizada
para manter a paz e a segurança na região. em Libreville, no Gabão.
Missão
A CEEAC tem como missão a promoção e o fortalecimento da cooperação harmoniosa e dinâmica, equilibrada
e auto – sustentável em todas as áreas de domínio económico e social, especialmente nos setores da
indústria, transportes, comunicações, energia, agricultura, recursos naturais, comércio, setor monetário e
financeiro, recursos humanos, turismo, educação, cultura, ciência e tecnologia.
1
Principais objetivos
1
www.ceeac-eccas.org / Comissão da União Africana
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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Ao longo dos anos, a CEEAC tem vindo a reforçar a sua posição, quer no contexto interno, quer no contexto
externo, e é hoje uma região com objetivos mais concretos, onde inúmeros esforços têm sido feitos no sentido
de harmonizar e coordenar as políticas económicas e construir uma zona de comércio única. No entanto,
existem ainda alguns desafios – os objetivos de uma união aduaneira, a livre circulação de pessoas e o
mercado comum ainda não foram totalmente atingidos.
Para o futuro, a política deste organismo inclui um plano de 12 anos para eliminar tarifas aduaneiras entre os
EM e estabelecer uma pauta externa comum; melhorar e desenvolver a indústria, os transportes e as
2
comunicações; reforçar a união dos bancos comerciais e garantir a criação de um fundo de desenvolvimento .
Criado em abril de 2003, o PEAC tem como grande missão potenciar a capacidade hidroelétrica da região
da África Central, até 2025. Os principais objetivos são:
A Convenção que originou o COREP, aplica-se a sete países africanos, banhados pelo Golfo da Guiné,
localizados entre os Camarões (inclusive) e Angola (inclusive). São estes: Angola, Camarões, Congo, RDC,
Gabão, Guiné Equatorial e São Tomé e Príncipe.
O COREP tem como principal objetivo coordenar, harmonizar e desenvolver as pescas nas Zonas
Económicas Exclusivas (ZEE) dos países membros. Este organismo protege os recursos pesqueiros e
promove o desenvolvimento da aquacultura, otimizando o papel que as pescas desempenham na economia
de vários EM.
O Conselho de Paz e Segurança da África Central tem como principal objetivo promover, manter e
consolidar a paz e a segurança na África Central.
2
Cimeira da CEEAC, 2012
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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
(1) Angola
(2) Burundi
(3) Camarões
(4) República Centro – Africana
(5) Chade
(6) República do Congo
(7) República Democrática do Congo
(8) Guiné Equatorial
(9) Gabão
(10) São Tomé e Príncipe
Na Cimeira de Chefes de Estado e de Governo realizada em 1999, em Malabo, foram definidos quatro
domínios prioritários para a organização:
1. Desenvolver capacidades para manter a paz, segurança e estabilidade, pré-requisitos essenciais para
o desenvolvimento económico e social;
2. Desenvolver a integração social, económica e monetária;
3. Desenvolver uma cultura de integração humana;
4. Estabelecer um mecanismo de financiamento autónomo para a CEEAC.
Apesar de alguns desafios que a CEEAC ainda enfrenta, têm sido notórios os esforços para a implementação
de novos projetos, nomeadamente:
Este projeto prevê, por exemplo, dotar o MARAC com equipamentos de alerta prévio, permitindo-lhe
identificar, analisar e reagir aos conflitos na região.
3
www.ceeac-eccas.org / Comissão da União Africana
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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Prevê também dotar a região de capacidades para trabalhar em estreita colaboração com os restantes
estados na luta contra os fatores que promovem conflitos, tais como crimes transfronteiriços ou a exploração
ilegal dos recursos naturais da região.
Uma das principais dificuldades para a região surge ao nível das infraestruturas rodoviárias que, de acordo
com a União Africana e a Comissão Económica da ONU para África (ECA – Economic Commission for Africa),
é a região com a rede rodoviária menos integrada (comparativamente às restantes sub-regiões do continente
africano).
Também nas redes ferroviárias a região enfrenta um desafio: a CEEAC tem o menor nível de ligações
ferroviárias, comparativamente com as restantes sub-regiões.
3. Ambiente e Florestas
Relativamente ao ambiente, dado que as florestas da Bacia do Congo* estão inseridas na CEEAC, a região
recebe apoio multilateral de alguns parceiros de desenvolvimento, nomeadamente do GEF (Global
Environment Facility); da UE (no âmbito do 10º EDF - European Development Fund) e do Fundo Florestal da
Bacia do Congo.
A floresta da Bacia do Congo abrange grande parte da África Central, desde o Golfo da Guiné até às
montanhas Albertine Rift. É a segunda maior floresta tropical do mundo, ficando atrás apenas da Floresta
Amazónica, na América do Sul. Estende-se por seis países: Camarões, República Centro-Africana,
República do Congo, República Democrática do Congo, Guiné Equatorial e Gabão, totalizando
2
aproximadamente 1.800.000 km . O Rio Congo é o segundo maior do mundo tanto em volume de água
quanto em área drenada, ficando apenas atrás do Amazonas.
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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
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A extensão territorial dos países membros oscila entre os 960 km de São Tomé e Príncipe e 2.344,9 mil km
da República Democrática do Congo, que além de ser o país com maior extensão territorial, é também o que
tem mais habitantes (69.705 mil), representando 46% do total da população da região.
4
www.ceeac-eccas.org
5
Banco Mundial, dados de 2012
6
Relatório do Desenvolvimento Humano 2013 – IDH – Índice de Desenvolvimento Humano
7
Índice de Liberdade Económica, The Heritage Foundation – Ranking 2012
8
PIB per capita da região = PIB / População total
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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Mesmo estando geograficamente ligados e tendo projetos comuns, as economias dos países membros da
CEEAC apresentam características distintas, com diferentes estruturas de produção e população. Contudo, há
um aspeto transversal à maioria das economias da região - a grande diversidade de recursos:
Agricultura e florestas: destacam-se o café, cacau, borracha, algodão, banana e tabaco. O potencial
florestal da região é significativo – a madeira é o segundo produto exportado por alguns países da
região, contando com 200 milhões de hectares não suficientemente explorados.
Indústria extrativa: petróleo, cobre, cobalto, diamante, níquel, ouro, estanho, fosfato, urânio, magnésio
e ferro.
Economicamente, a região é dominada por Angola – que representa cerca de 51% do PIB da região, seguido
dos Camarões, que representa cerca de 11% (2012).
Angola, o terceiro país com mais população na CEEAC, é um país rico em recursos naturais e o maior
produtor de petróleo daquela região. As receitas deste recurso natural representam quase ¾ do PIB do país.
Os Camarões, país que mais contribui para o PIB da CEEAC, depois de Angola, foca a sua atividade no setor
primário (a agricultura representa cerca de 23% da atividade económica).
29
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
9
Gráfico 2 - PIB por Estado Membro, milhões US$
250,000 7%
6%
6% 6%
PIB em milhões US$
200,000 6%
5% 5%
150,000 4%
4% 4%
3% 4%
3%
100,000 3% 3%
2%
50,000
1%
- 0%
Angola Burundi Camarões República Chade Rep. Congo Guiné Gabão São Tomé e
Africo - Democrática Equatorial Príncipe
Central do Congo
Os países que mais cresceram nos últimos 5 anos (2008 – 2012) foram Angola, a República Democrática do
Congo e o Congo. O motor de crescimento da região é Angola, cuja economia representa cerca de 51% de
CEEAC, com crescimento de cerca de 6% no referido período.
De facto, quando analisado o peso relativo de cada país na região, apenas Angola e a República Democrática
do Congo reforçaram o seu peso na economia da CEEAC, entre 2008 e 2012. Para além de representar no
seu conjunto cerca de 60% do PIB da região, foram das economias que mais cresceram nos períodos em
análise.
9
Gráfico 3 - Contribuição de cada Estado Membro para o PIB da CEEAC
2008
2012
Camarões
Gabão 11.2%
13.6%
Guiné Equatorial 8.4%
9.0% Congo
7.9%
48.2%
51.2%
Chade
8.9% 6.1%
São Tomé e Príncipe
6.8% 4.9%
Rep. Dem. Congo 8.0%
4.8%
Fonte: World Bank 6.7% Angola
9
Banco Mundial, 2008- 2012
30
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
9%
Angola
8%
7% Gabão
Rep. Dem Congo
Crescimento do PIB em 2012
6%
5% Camarões Chade
4%
STP
Rep. Centro-
3% Burundi
Africana
2%
Guiné Equatorial
1%
0%
0% 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8%
Crescimento médio do PIB 2008 - 2012
No quadro da CEEAC 2012 constituiu, para quase todas as economias, um ano de aceleração face à média
histórica dos últimos 5 anos, onde apenas o Burundi, Congo, São Tomé e Príncipe e Guiné Equatorial
registaram crescimentos abaixo da média desse período.
De salientar a performance do Gabão que, em 2012, potenciado pelo petróleo, registou níveis de crescimento
ao nível de Angola e República Democrática do Congo, o que assume especial relevo, visto apresentar um
PIB per capita dos maiores da região (apenas superado pela Guiné Equatorial), mais do dobro do registado
em Angola e quase 50 vezes maior que o registado na República Democrática do Congo.
31
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Abertura de empresas
180 150
Obtenção de alvarás de 160
Obtenção de eletricidade
construção 140
120 121
109
100
164 80
Resolução de insolvências 60
131 Registo de propriedades
40
20
0
159 123
Execução de contratos Obtenção de crédito
156 128
Comércio entre fronteiras Proteção de investidores
157
Pagamento de impostos
10
Doing Business 2012 – CEEAC.
O “Doing Business 2012” é uma publicação do Banco Mundial e da Sociedade Financeira Internacional (SFI) que compara a
regulamentação existente para fazer negócios e a sua implementação, em 183 países.
32
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Como é que os Estados Membros da CEEAC se caracterizam em algumas áreas chave, para fazer
11
negócios? (ranking 1 – 183)
Gráfico 7 - Facilidade em começar um negócio Gráfico 8 – Nº de dias médio para abrir uma
empresa
Angola
200 167 Média da CEEAC 9
Média da CEEAC Burundi
151 Sao Tome and Principe 4
150
108 Gabon 9
Sao Tome and 100 Cameroon
Principe 128 Equatorial Guinea 21
105
50
Congo, Rep. 10
0
Central African Congo, Dem. Rep. 10
Gabon156 160
Republic
Chad 11
- 5 10 15 20 25
nº dias
Média da CEEAC 5
Angola Sao Tome and Principe 4
200
Média da CEEAC Burundi Gabon 6
151
150 120
121 Equatorial Guinea 5
Sao Tome and 100 Cameroon
Principe Congo, Rep. 6
74 50 66 Congo, Dem. Rep. 6
0 162 Chad 5
Central African
Gabon 137
Republic Central African Republic 6
88 Cameroon 4
117
Equatorial Guinea Chad Burundi 4
145 Angola 8
152
Congo, Rep. Congo, Dem. Rep.
- 2 4 6 8 10
nº médio de dias
Angola Angola
200 166 200
Média da CEEAC 126 Burundi Média da CEEAC Burundi
150
123 129 150
Sao Tome and 100
Cameroon 100 65
Principe Sao Tome and Principe Cameroon
177 50 98 46 122
155 50
0
98 98 Central African 0
Gabon 133 Central African Republic
Republic Gabon
155
98 98
155
Equatorial Guinea 98 Chad 147
Equatorial Guinea Chad
174 155
Congo, Rep. Congo, Dem. Rep.
Congo, Rep. 155 Congo, Dem. Rep.
11
Doing Business 2012 – CEEAC
33
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Competitividade
12
Figura 2 - Índice de Competitividade Global (ICG)
Competitividade
Menor Maior
Congo
exceção, apresentando índices
São Tomé e de competitividade muito
5%
Príncipe baixos.
De referir que Angola, com o objetivo de contrariar esta potencial ameaça, tem vindo a empreender reformas
administrativas com vista à modernização, bem como a apresentar uma melhoria na diversificação na sua
economia.
2013 Estimativas
Figura 3 - Estimativas de
de crescimento do PIB em África,
crescimento
2013 PIB
Excluído da análise
35
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Programas de incentivos;
Linhas de financiamento;
Forte investimento público;
Campanhas de marketing e de estímulo a comprar nacional.
O Governo pretende também fomentar polos agroindustriais com o objetivo de criar sinergias entre as
produções agrícolas e pecuárias, e o seu processo de transformação, de armazenamento, e de logística.
O setor da construção (7,9%) tem crescido, resultado de uma forte aposta do Governo em reconstruir e
requalificar as infraestruturas de apoio à produção e população.
Quanto ao setor da indústria (6,7%), este é caracterizado pelo elevado nível de importações cuja resposta
deverá ser formalizada através de uma aposta estratégica na produção nacional.
13 African Economic Outlook (Perspetivas Económicas em África); OPEC (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) 2012.
14 Dutch disease explica as consequências negativas que resultam de aumentos significativos nos rendimentos de um país. A abundância
em recursos naturais leva a que o país se especialize só na produção / exploração desses bens e não desenvolva a sua indústria.
15 Esquema de Certificação do Processo de Kimberley – esquema destinado a certificar a origem de diamantes, a fim de evitar a compra
de diamantes originários de países africanos em guerra civil (evitando o financiamento de armas dessa forma).
36
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Camarões
No setor terciário, destaque para as áreas de transportes e comunicação, que representam, no seu conjunto,
cerca de 20% do PIB.
37
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
O FMI projetou um crescimento mais acentuado da economia em 2013 e 2014, podendo este crescimento ser
explicado pela retoma das ajudas internacionais. A economia poderá ser impulsionada, igualmente, pelo
aumento previsto de investimentos públicos e privados, sobretudo na produção de diamantes e ouro.
Burundi
Gráfico 17 – PIB por setor - Burundi
38
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Gabão, Congo, Chade e Guiné Equatorial – a indústria extrativa é um setor com forte peso no
PIB dos Estados Membros
Gabão
Localizado no centro de África e
Gráfico 19 – PIB por setor – Gabão ladeado pelo Oceano Atlântico, o
100% Gabão faz fronteira com a República
4.4
Comércio do Congo, Camarões e Guiné
6
90% Equatorial. O país tem um rendimento
9.2 Transportes e
per capita cerca de quatro vezes maior
80% comunicação do que a maioria dos países da África
Subsariana, em grande medida devido
70% Adminstração pública, à produção de petróleo.
saúde e educação
60% Ind. Extrativa A prioridade do Governo para a
economia do país, nos próximos anos,
50%
56.5 é a redução da dependência do setor
Indústria petrolífero, através do desenvolvimento
40%
dos setores secundário e terciário.
Serviços financeiros Embora o setor petrolífero seja a base
da economia do Gabão, o país
30%
também se destaca na produção e na
4.1
Energia exportação de manganês (substância
20%
usada na indústria metalúrgica).
11.4
10% Construção
1.7 As atividades agrícolas têm grande
2.3
4.3 potencial de crescimento, sobretudo na
0% Agricultura exportação de madeiras e obras de
Gabão (2012)
madeira, uma vez que metade do
território do país está coberta por densas
Congo florestas tropicais.
Gráfico 19 – PIB por setor - Congo
O Congo, país que representa cerca de
100% 6% do PIB da CEEAC (2012), faz
7.1 Comércio fronteira com os Camarões, o Gabão e a
90% 5 República Democrática do Congo.
4.4
Transportes e
80% comunicação É um dos países mais urbanizados do
continente africano (cerca de 70% da
Adminstração pública, população reside em áreas urbanas) e
70%
saúde e educação
muito rico em recursos naturais (tem
60% Ind. Extrativa aproximadamente 50% da sua área
terrestre coberta por densas florestas
50% 65.4 Indústria tropicais, principalmente no centro e no
norte do país).
40% Serviços financeiros
O petróleo é considerado a principal
30% riqueza do país, representando 90%
Energia das exportações, 80% das receitas
20% governamentais e aproximadamente
3.3 Construção 65% do PIB.
5.4
10%
5.1
Agricultura Além dos recursos energéticos, o país
0% 3.7 conta com grandes reservas de
Congo (2012) minério de ferro, bauxite, cobre e
diamantes, potássio, zinco e urânio.
39
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Chade
Gráfico 20 - PIB por setor - Chade
100%
O Chade é um dos maiores países do
7.1 Comércio mundo em superfície (1 284 000 km²).
Longe da costa litoral, o lago Chade é
90%
o reservatório de água mais
18.6 Transportes e significativo do país.
80% comunicação
Adminstração pública, A indústria extrativa representa cerca
70% 8.5
saúde e educação de 28% do PIB. O país possui diversos
Ind. Extrativa
recursos naturais, nomeadamente
60%
petróleo, urânio, caulim, ouro e
28 calcário.
50% Indústria
Guiné-Equatorial
Gráfico 21 – PIB por setor – Guiné Equatorial
40
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Contudo, este setor ainda enfrenta alguns desafios. Existe uma carência de infraestruturas – tais como
esgotos, água, energia e estradas – falta de pessoal qualificado e insuficiência de voos de ligação com a
Europa e com o resto do Mundo.
O setor secundário é dominado pela construção civil, obras públicas e indústria transformadora (que se dedica
essencialmente à produção de eletricidade e de cerveja).
A base de exportações do país é constituída principalmente pelo cacau e pelo setor emergente do turismo.
A partir de 2015, com o expectável (ou desejável) início da exploração do petróleo, estima-se uma alteração
significativa da configuração da estrutura económica e social do país.
41
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
País exportador
República Rep.
Guiné São Tomé
Angola Burundi Camarões Centro- Chade Congo Dem. Gabão
Equatorial e Príncipe
Africana Congo
Angola 0 100 92 50 91 50 91 0 50 50
Burundi 50 0 48 41 35 19 52 0 33 35
Camarões 50 27 0 52 70 22 32 0 50 24
República Centro-
61 53 42 0 54 52 51 0 46 58
Africana
País importador
Chade 51 49 60 57 0 52 42 0 41 18
Congo 50 12 22 14 46 0 14 0 46 9
Rep. Dem.
51 18 43 30 25 54 0 0 41 30
Congo
Guiné Equatorial 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Gabão 50 16 42 32 63 66 33 0 0 21
São Tomé e
61 49 44 45 51 12 49 0 27 0
Príncipe
Fonte: Cálculo realizado pela PwC com base nos dados do UNCTAD, UNCTADstat
O ICC intrarregional da CEEAC é muito reduzido. De facto apenas 0,88% das exportações dos países da
região ficam na região. Não obstante, verifica-se que poderá existir um potencial de complementaridade e
maior intensidade no relacionamento comercial entre alguns EM da CEEAC. Angola, enquanto país
importador, apresenta um ICC elevado com 4 dos 10 países da região. O ICC entre Angola e Burundi (100 pts)
revela uma correspondência total entre a estrutura de importações de Angola e a estrutura de exportações do
Burundi. No futuro, poder-se-á verificar uma relação biunívoca entre estes dois
países (50 pts).
O ICC entre Angola e Camarões (92 pts) traduz-se numa relação de Chade
República
notar que as importações da Guiné Equatorial não apresenta uma Democrática
do Congo
complementaridade com as exportações dos restantes países da região e vice- Burundi
16
O ICC (TCI - Trade Complementary Index) é um indicador utilizado para medir a compatibilidade do perfil comercial, através da
comparação das estruturas de exportação e de importação entre países. Índices mais elevados revelam potenciais de complementaridade
superiores e maior correspondência entre a estrutura de exportações/importações de 2 países. Um ICC nulo é sinónimo de não
complementaridade.
42
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
A alavancagem comercial intra-CEEAC poderá ser potenciada fundamentalmente por Angola – a maior
economia da região, Burundi, RDC, Chade e subsidiariamente pelos Camarões. Os principais produtos
importados e exportados por estas economias na região são veículos automóveis, bebidas alcoólicas,
sementes e frutos oleaginosos.
A CEEAC regista o menor valor de trocas intra-região, medido pelo rácio de exportações sobre o PIB, dos
espaços de integração económica analisados, cujo nível de integração é liderado pela UE e seguido pela
17
ASEAN , o que indicia um nível de integração relevante, tendo com consideração o nível de desenvolvimento
da região e o facto das trocas informais nestas regiões poderem representar o dobro das registadas.
18 19
Indicador SADC UE CPLP CEEAC Mercosul CEDEAO ASEAN
Exportações
intrarregião 27.153 3.630.191 16.283 1.111 67.343 11.667 324.184
(milhões US$, 2012)
Exportações
intrarregião
4,09% 21,90% 0,62% 0,47% 2,10% 2,86% 13,90%
(% no PIB da região,
2012)
Exportações
intrarregião
0,15% 19,87% 0,09% 0,01% 0,37% 0,06% 1,77%
(% das exportações
mundiais, 2012)
Crescimento anual
médio das exportações
6,66% (2,17%) 8,12% 3,43% 4,50% 4,27% 6,65%
intrarregião
(2008-2012)
Apesar das exportações intra-região apresentarem um crescimento médio anual de 3,43% nos últimos 5 anos,
as exportações intra-CEEAC apenas contribuíram com 0,47% para o PIB (2012).
Este incremento no volume de trocas comerciais vem sendo acompanhado pelo ritmo de crescimento do PIB,
que apresenta uma correlação positiva relativamente forte com este indicador, como seria expectável,
apresentando no entanto uma elasticidade menor, ou seja, crescendo a um ritmo inferior ao do PIB que desde
2008 cresceu 7,44% ao ano.
17
ASEAN – Associação de Nações do Sudeste Asiático (Association of Southeast Asian Nations)
18
Mercosul – Mercado Comum do Sul é a união aduaneira de cinco países da América do Sul:
Membros plenos – Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai, Venezuela
Estados associados – Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Peru.
19
CEDEAO - Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental
43
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
300,000 1,600
PIB a preços correntes (milhões US$)
238.415 1,400
250,000
221.955
150,000 800
1,399
600
100,000 1,034 1,109 1,111
971
400
50,000
200
- -
2008 2009 2010 2011 2012
44
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
O PIB da região cresceu a uma média de 7,44% ao ano no período 2008-2012, tendo passado de cerca de
US$ 179 milhões em 2008 para cerca de US$ 238 milhões em 2012. As exportações da CEEAC cresceram a
um ritmo mais reduzido, situando-se nos 3,43%, pelo que o aumento do PIB tem sido suportado, em grande
parte, pelo aumento dos fatores produtivos internos.
Verifica-se uma grande disparidade ao nível das relações comerciais dos EM da CEEAC, existindo 3
principais clusters.
40%
TCD
Importações intra-CEEAC (% no total
35%
das importações intra-CEEAC)
30% COG
25%
GAB
20%
15% ZAR
10%
5%STP CMR
CAF
AGO
0%GNQBDI
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%
Exportações intra-CEEAC (% no total das exportações da CEEAC)
São Tomé e Príncipe, Guiné Equatorial, Burundi, República Centro-Africana e Angola apresentam uma
contribuição muito pequena ou quase nula (no caso da Guiné Equatorial) para o comércio intra-CEEAC. Por
seu lado, Angola contribui com apenas 5% do total de exportações intrarregião.
O segundo cluster é constituído pelo Gabão, República Democrática do Congo, Congo e Chade, registando
uma maior contribuição ao nível das importações e exportações intra-CEEAC. É notória a contribuição
significativa das importações do Chade (35%) para o total das importações da região.
Os países que mais contribuem para a intensificação das trocas comerciais intra-CEEAC são os Camarões, o
Chade e a República Democrática do Congo que, simultaneamente, melhor se constituem como motores de
desenvolvimento regional, tendo em conta as conclusões referidas ao nível da complementaridade das suas
economias.
20
Acrónimos Banco Mundial: AGO - Angola; BDI – Burundi; CMR – Camarões; CAF – República Centro-Africana; TCD – Chade; COG –
Congo; ZAR – República Democrática do Congo; GNQ – Guiné Equatorial; GAB – Gabão; STP – São Tomé e Príncipe.
45
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Maquinaria e equipamentos de
transporte
As principais trocas
assentam em maquinaria e
Combustíveis minerais, lubrificantes equipamentos de
e materiais relacionados transporte, combustíveis
3% minerais, lubrificantes e
4%
5% Bens manufaturados materiais relacionados,
6% 31% bens manufaturados e
Alimentos e animais vivos alimentos e animais vivos.
São Tomé e Príncipe, a economia mais pequena da CEEAC (PIB de 263 milhões de US$), apresenta relações
comerciais muito fracas com os restantes membros da região, representando 0,02% do total de exportações
intrarregião (2012). De facto, São Tomé e Príncipe apenas possui um parceiro comercial, Angola (100% das
exportações totais de São Tomé e Príncipe) e os principais produtos exportados são veículos a motor (45,0%
do total de produtos exportados para Angola), frutos e frutos secos (27,5%).
Os dois produtos com maior relevância nas exportações do Gabão para a região são as embarcações e
estruturas flutuantes (50,5%) destinados unicamente ao Congo e óleos derivados do petróleo ou minerais
betuminosos (20,8%) cujo principal destino é República Democrática do Congo.
Assim, regista-se uma reduzida diversidade de produtos exportados na região, concentrando-se nos outros
produtos manufaturados (28,5%) e combustível lenhoso e carvão vegetal (24,4%).
46
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
A CEEAC tem historicamente apresentado uma balança comercial positiva de US$ 54 mil milhões (valor médio
2008 – 2012), o que representa em média 27,5% do PIB da região.
Importações
A CEEAC importa maioritariamente de países industrializados (China, EM da UE e EUA) e África do Sul. Note-
se que a China foi o único país que conseguiu aumentar significativamente a sua importância relativa nas
importações do bloco, em parte pela sua necessidade de recursos naturais, dos quais se destaca o petróleo.
Entre 2010 e 2012, assistiu-se a um crescimento das importações de Portugal para a região, após a ligeira
quebra registada de 2009 para 2010. Em 2012, as importações da CEEAC a Portugal representaram 9% do
a
total de importações da região, o que colocou o nosso país no 3 posição ex aequo com a França.
60% 70
EUA
7% 61 60
Peso nas importações totais na CEEAC
O aumento das importações verificadas demonstra um crescimento contínuo e consistente das economias
emergentes, com é o caso da China, com forte presença na região e em todo o continente africano. Por outro
lado, nos principais produtos importados pelo bloco, verifica-se uma estagnação de países europeus (como é
o caso da Bélgica e do Reino Unido), e uma desaceleração das importações de produtos provenientes da
Nigéria e dos EUA.
De facto, observando o desempenho económico e a balança comercial da CEEAC, verifica-se uma correlação
acentuada com o crescimento da economia chinesa. Não obstante, o abrandamento das relações comerciais
com os EUA implica uma menor exposição dos países da região ao desempenho da economia norte
americana.
47
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Importações da CEEAC
Gráfico 27 - Importações da CEEAC - Top Produtos
3%
Combustíveis minerais, lubrificantes e
materiais relacionados
6%
Químicos e produtos relacionados
36%
9%
Bens manufaturados
Relativamente aos principais produtos importados pela região, destacam-se as importações de máquinas e
equipamentos de transporte, representando cerca de 36% do total das importações. Em segundo lugar surgem
as importações de bens manufaturados, com um peso de 19%, dado o fraco desenvolvimento do setor
industrial na região.
Outros artigos
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012 manufaturados
A maquinaria e equipamentos de
Bebidas e tabaco transporte surgem em primeiro lugar,
14% 10% como o principal grupo de bens mais
importado (32%) e em seguida os bens
9% manufaturados e outros artigos
Químicos e produtos
relacionados manufaturados.
49
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Exportações da CEEAC
Exportações
Os principais destinos das exportações dos países da CEEAC são a China, os EUA, a Índia e Taiwan,
representando cerca de 67% do total das exportações da CEEAC em 2012.
90% Canadá
Itália
Peso nas exportações da CEEAC
80%
3% 3% 3% África do Sul
70% 5% 4% 4% 5%
7% 4%
6% 4% 5% Holanda
3% 6%
60% 4% 6% 6%
2% 8% Portugal
6%
50%
Japão
25% 17%
40% 30% 28% 22%
Espanha
30% França
Taiwan
20% 38%
32% 31%
27% 28% Índia
10%
EUA
0%
2008 2009 2010 2011 2012 China
Bebidas e tabaco
0.04%
0.49% Matérias-primas (exceto combustíveis)
As exportações dos EM da CEEAC são maioritariamente matérias-primas, com enorme destaque para o
petróleo e seus derivados que representaram cerca de 89% das exportações totais da CEEAC em 2012.
Pela natureza das exportações (matérias-primas), os principais destinos analisados individualmente continuam
a ser os países com elevada produção industrial. Assim boa parte do petróleo exportado pelos EM da CEEAC
tem como destino a China, os EUA, a Índia e Taiwan.
Gráfico 33 - Exportações da CEEAC para China Gráfico 34 - Exportações da CEEAC para os EUA
6%
5%
89%
98%
Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais
relacionados
Matérias-primas (exceto combustíveis)
Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais
Bens manufaturados
relacionados
Gráfico 35 - Exportações da CEEAC para a Índia Gráfico 36 - Exportações da CEEAC para Taiwan
3% 1%
97% 98%
51
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Importações
Analisando a relação comercial na vertente das importações da CEEAC aos países pertencentes à CPLP,
apenas Portugal e Brasil apresentam níveis significativos no que respeita ao volume de produtos importados
pela CEEAC. Portugal e o Brasil mantiveram um peso relativamente constante, entre 2008 e 2009.
9,000
Importações em milhões US$
8,000
7,000
6,000
5,000 5,242
3,871 4,486 4,488
4,000
3,000 3,092
2,000
1,000 2,471 2,097 2,062 2,295
1,371
93 167 143 166
-
2008 2009 2010 2011 2012
Angola Brasil
Brazil Portugal
Gabão
6,52%
STP
Guiné - 1.42%
Bissau
Outros 2.12%
Angola 5.06%
88.42% Burundi
Portugal 0.08%
Camarões
0.47%
Congo Chade
Rep. Dem
0.49% 0.05%
Congo
0.43%
52
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Camarões
6.30%
Rep. Dem.
Congo
2.70%
Rep. Centro -
Congo Africana
Chade Guiné -
20.73% 0.08%
0.97% Bissau
0.17%
Outros STP
Brasil
2,81% 0.03%
Gabão
Angola 1,55% Burundi
67.47% 0.02%
Cabo Verde
1.55%
53
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Bens manufaturados
9%
4% Maquinaria e equipamentos de
3% transporte
Exportações
A CPLP é responsável por cerca de 2,9% das exportações da CEEAC, sendo que apenas Portugal e Brasil
apresentam valores dignos de registo.
4,000
Exportações em milhões de US$
3,500
3,000
1,068
2,500
1,983
2,000
3,338
1,085
1,500
1,000 2,470
618
1,109 1,208
500
425 262
-
2008 2009 2010 2011 2012
Brasil Portugal
54
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
O peso relativo das exportações da CEEAC para Portugal aumentou de 0,95% em As exportações da
2008 para 2,65% em 2012. CEEAC para
Portugal cresceram,
O Brasil aparece como o 2º país da CPLP, não pertencente à CEEAC em termos de em média, cerca de
destino das exportações dos países membros da CEEAC, representando cerca de 33% por ano, entre
0,21% das exportações da zona. 2008 e 2012
Gráfico 41 – Exportações da CEEAC para Portugal Gráfico 42 – Exportações da CEEAC para o Brasil
6% 2% 2%
6%
91% 91%
Tanto o Brasil como Portugal importam quase exclusivamente combustíveis minerais (petróleo), representando
este 91% das exportações dos países da CEEAC para os dois países.
Portugal importa ainda alguma maquinaria e equipamento de transporte e o Brasil importa alguns químicos e
produtos relacionados.
55
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Desde 2008, a CEEAC tem vindo a perder competitividade na captação IDE, com especial ênfase nos anos a
partir de 2010, o que resulta dos processos de desinvestimento vividos em Angola.
Em contrapartida, os investimentos realizados pelos países da região têm vindo a aumentar (fluxo outward), o
que conjugado com o declínio da captação de IDE conduziu a um saldo negativo em 2012.
9,000
7,738
8,000
7,000 6,132
5,807
Milhões de US$
6,000
4,708
5,000
4,000 3,439
2,718 2,416
3,000
1,931
2,000 2,618
1,000
60
-
2008 2009 2010 2011 2012
Inward Outward
As grandes diferenças na capacidade de atração de IDE nos diversos EM que fazem parte da CEEAC
resultam das diferenças dos estágios de desenvolvimento de cada um dos EM e da sua dimensão individual.
Enquanto São Tomé e Príncipe manteve sempre alguma capacidade de atração de investimento (fluxo inward
sempre positivo), Angola tem vindo a sofrer sucessivos desinvestimentos, o que leva a um reporte de IDE
negativo.
56
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Burundi 4 0 1 3 1
Espera-se que São Tomé e Príncipe venha a apresentar valores relevantes de IDE, com verdadeiro impacto
no PIB do país, a partir de 2015 – ano em que se estima que se iniciem as explorações de petróleo na zona
marítima partilhada com a Nigéria.
Angola destacou-se pela negativa, sendo o único país a registar níveis de desinvestimento líquidos nos
últimos 2 e 3 anos e superando em larga medida os ganhos obtidos pelos Camarões, pela República
Democrática do Congo e pela Guiné-Equatorial.
57
CEEAC Região
Angola País
Camarões Burundi
Café,
Café
Algodão
Cacau
Chá
Algodão
Milho Principais
Borracha
Batata-doce produtos
Bananas
Bananas agrícolas
Grãos de sementes oleaginosas
Mandioca
Mandioca
Carne bovina
Pecuária
Leite
Madeira
Peles
58
Extração e refinação de petróleo
Produção e refinação de petróleo
Manganês, Ouro
Produção de alumínio
Produtos químicos Principais
Processamento de alimentos
Reparação naval Analisado indústrias
Bens de consumo Têxteis
principais portos e aeroportos
Turismo
s aos
Douala International Airport setores)
Principais
Bujumbura International Airport
Garoua International Airport aeroporto
Gitega
Yaoundé Nsimalen International s
Kirundo Airport
1.7. Setores de oportunidade nos países da CEEAC,
Airport
Principais
Libreville Owendo
Douala Garoua portos
Port-Gentil
Região
59
Bauxite Petróleo
Petróleo, Cimento, Minério (cobre, cobalto, ouro,
Ouro Tecidos de algodão
Madeira, Cerveja, Açúcar diamantes, zinco, estanho, tungstênio)
Diamantes Frigoríficos
Óleo de palma Processamento do minério,Produtos Principais
Minério de ferro Fabrico de cerveja
Sabão de consumo (têxteis, plásticos, indústrias
Indústria ligeira Sabão
Farinha calçados, cigarros), Produtos de metal
Processamento de produtos Tabaco
Cigarros Alimentos e bebidas,Madeira, Cimento,
agrícolas Materiais de construção Oportunid
Reparação naval comercial
ades na
Indústria naval Indústria petrolífera, CEEAC
Agricultura Turismo Indústria petrolífera Energia, Agricultura Indústria petrolífera Agricultura (produtos
Serviços financeiros Indústria Agricultura Indústria mineira, Indústria mineira e serviços
petrolífera Tecnologia Indústria de produtos de consumo associado
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
s aos
N'Djili International Airport (Kinshasa setores)
Principais
N'Djamena International Int'l), Bangoka International Airport,
Malabo International Airport Maya-Maya Airport aeroporto
Airport Goma International Airport s
Lubumbashi International Airport
Principais
Bata, Luba, Malabo N/A Pointe-Noire
Banana portos
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Do total dos produtos importados pela CEEAC aos seus Do total dos produtos importados por Angola aos parceiros
parceiros comerciais, no total de US$ 60 mil milhões, são económicos, no total de US$ 24 mil milhões, são
identificados de seguida, por ordem decrescente, os 50 identificados de seguida, por ordem decrescente, os 25
principais produtos que representam 68% das importações, principais produtos que representam 49% das importações,
no montante de cerca US$ 41.4 mil milhões, e a negrito os no total de cerca de US$ 12 mil milhões, e a negrito os
produtos que poderão representar oportunidades de produtos que poderão representar oportunidades de
exportação para as empresas portuguesas: exportação para as empresas portuguesas:
60
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Do total dos produtos importados pelo Burundi aos Do total dos produtos importados pelos Camarões aos
parceiros económicos, no total de US$ 751 milhões, são parceiros económicos, no total de US$ 7.3 mil milhões, são
identificados de seguida, por ordem decrescente, os 25 identificados de seguida, por ordem decrescente, os 25
principais produtos que representam 70% das importações, principais produtos que representam 54% das importações,
no total de cerca de US$ 529 milhões, e a negrito os no total de cerca de cerca de US$ 4 mil milhões, e a negrito
produtos que poderão representar oportunidades de os produtos que poderão representar oportunidades de
exportação para as empresas portuguesas: exportação para as empresas portuguesas:
Óleos brutos de petróleo, outros, em bruto; Peixe fresco e Óleos brutos de petróleo, outros, em bruto; Peixe fresco e
congelado; Arroz; Máquinas para a construção civil; congelado; Arroz; Máquinas para a construção civil;
Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários);
Trigo e centeio em grãos; Óleos de petróleo ou de minerais Trigo e centeio em grãos; Óleos de petróleo ou de minerais
betuminosos> óleo de 70%; Veículos a motor para betuminosos> óleo de 70%; Veículos a motor para
transporte de mercadorias; Materiais de construção transporte de mercadorias; Materiais de construção
(cal e cimento); Roupas e outros artigos têxteis; (cal e cimento); Roupas e outros artigos têxteis;
Equipamento de telecomunicação; Preparações de Equipamento de telecomunicação; Preparações de
cereais, farinhas de frutas ou vegetais; Veículos cereais, farinhas de frutas ou vegetais; Veículos
automóveis para transporte de pessoas; Tubos e perfis automóveis para transporte de pessoas; Tubos e perfis
ocos, acessórios de ferro e aço; Barras de ferro e aço, ocos, acessórios de ferro e aço; Barras de ferro e aço,
cantoneiras, perfis e seções; Produtos comestíveis e cantoneiras, perfis e seções; Produtos comestíveis e
preparações; Produtos residuais de petróleo; Pneus de preparações; Produtos residuais de petróleo; Pneus de
borracha e câmaras-de-ar; Geradores; Inseticidas e borracha e câmaras-de-ar; Geradores; Inseticidas e
produtos semelhantes, para venda a retalho; produtos semelhantes, para venda a retalho;
Embarcações; Outras máquinas e aparelhos para a Embarcações; Outras máquinas e aparelhos para a
indústria; Papel e cartão; Leite e produtos lácteos. indústria; Papel e cartão; Leite e produtos lácteos.
Do total dos produtos importados pela República Do total dos produtos importados pelo Congo aos
Democrática do Congo aos parceiros económicos, no parceiros económicos, no total de US$ 5.7 mil milhões, são
total de US$ 6.1 mil milhões, são identificados de seguida, identificados de seguida, por ordem decrescente, os 25
por ordem decrescente, os 25 principais produtos que principais produtos que representam cerca de 60% das
representam cerca de 50% das importações, no total de importações, no total de cerca de US$ 3.4 mil milhões e a
cerca de US$ 3 mil milhões, e a negrito os produtos que negrito os produtos que poderão representar oportunidades
poderão representar oportunidades de exportação para as de exportação para as empresas portuguesas:
empresas portuguesas:
Veículos a motor para transporte de mercadorias; Óleos Embarcações; Construções pré-fabricadas; Máquinas
de petróleo ou de minerais betuminosos > óleo de 70%; para a construção civil; Outras carnes e miudezas
Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); comestíveis; Medicamentos (incluindo medicamentos
Máquinas para a construção civil; Outras carnes e veterinários); Veículos a motor para transporte de
miudezas comestíveis; Estruturas e peças de ferro, aço, mercadorias; Óleos de petróleo ou de minerais
alumínio; Equipamento de telecomunicação; Outras betuminosos > óleo de 70%; Materiais de construção (cal
máquinas e aparelhos para a indústria; Peixe fresco e e cimento); Tubos e perfis ocos, acessórios de ferro e
congelado; Produtos comestíveis e preparações; Tubos e aço; Outras máquinas e aparelhos para a indústria;
perfis ocos, acessórios de ferro e aço; Tecidos de Veículos automóveis para transporte de pessoas;
algodão; Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, Aparelhos de medição, análise e controle de aparelhos;
painéis; Materiais de construção (cal e cimento); Aparelhos para canalizações, caldeiras, reservatórios,
Bombas de água; Máquinas e aparelhos elétricos; cubas, outros; Equipamento de telecomunicação;
Farinha de trigo e farinha de trigo com centeio; Veículos Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Metais
automóveis para transporte de pessoas; Trigo e centeio comuns; Tecidos de algodão; Equipamento para
em grãos; Metais comuns; Máquinas de energia elétrica e distribuição de energia elétrica; Arroz; Produtos
componentes; Bombas de compressores a gás e comestíveis e preparações; Geradores; Barras de ferro e
ventiladores; Geradores; Roupas e outros artigos aço, barras, cantoneiras, perfis e seções; Componentes
têxteis usados; Componentes mecânicas. mecânicas; Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro,
painéis; Preparações de cereais, farinha de frutas ou
vegetais.
61
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Do total dos produtos importados pelo Chade aos parceiros Do total dos produtos importados pela Guiné Equatorial
económicos, no total de US$ 2.8 mil milhões, são aos parceiros económicos, no total de US$ 7.5 mil milhões,
identificados de seguida, por ordem decrescente, os 25 são identificados de seguida, por ordem decrescente, os 25
principais produtos que representam cerca de 64% das principais produtos que representam cerca de 60% das
importações, no total de cerca de US$ 1.8 mil milhões, e a importações, no total de cerca de US$ 4.5 mil milhões e a
negrito os produtos que poderão representar oportunidades negrito os produtos que poderão representar oportunidades
de exportação para as empresas portuguesas: de exportação para as empresas portuguesas:
Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos > óleo de Máquinas para a construção civil; Bebidas alcoólicas;
70%; Máquinas para a construção civil; Aeronaves e Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Tubos e
equipamentos associados; Farinha de trigo e farinha de perfis ocos, acessórios de ferro e aço; Barras de ferro e
trigo com centeio; Medicamentos (incluindo aço, barras, cantoneiras, perfis e seções; Metais
medicamentos veterinários); Barras de ferro e aço, comuns; Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro,
barras, cantoneiras, perfis e seções; Tabaco; Bombas painéis; Outras carnes e miudezas comestíveis; Outras
de água; Geradores; Tubos e perfis ocos, acessórios máquinas e aparelhos para as indústrias particulares;
de ferro e aço; Veículos a motor para transporte de Materiais de construção (cal e cimento); Equipamento
mercadorias; estruturas e peças de ferro, aço, para distribuição de energia elétrica; Veículos a motor
alumínio; Açúcar, melaço e mel; Materiais de construção para transporte de mercadorias; Aparelhos para
(cal e cimento); Produtos comestíveis e preparações; canalizações, caldeiras, reservatórios, cubas, outros;
Equipamento de telecomunicação; Construções pré- Mobiliário e peças; Veículos automóveis para
fabricadas; Fertilizantes; Preparações de cereais, farinha transporte de pessoas; Motores e motores não
de frutas ou vegetais; Sabonetes, limpeza e de elétricos e componentes; Produtos residuais de petróleo;
polimento; Metais comuns; Aparelhos de medição, Ferramentas mecânicas; Peças e acessórios dos
análise e controle; Aparelho para circuitos elétricos, veículos; Pneus de borracha e câmaras-de-ar; Materiais
tabuleiro, painéis; Equipamento para distribuição de de construção (cal e cimento); Equipamento de
energia elétrica; Leite e produtos lácteos. telecomunicação; Geradores; Bombas de compressores
a gás e ventiladores; Bombas de água.
Países analisados de forma autónoma
Do total dos produtos importados pelo Gabão aos seus Do total dos produtos importados por São Tomé e Príncipe
parceiros comerciais no montante de US$ 3.6 mil milhões aos seus parceiros comerciais, no montante de US$ 141
são identificados de seguida, por ordem decrescente, os 25 milhões, são identificados de seguida, por ordem
principais produtos que representam 52% das importações, decrescente, os 25 principais produtos que representam
no montante de US$ 1.9 mil milhões, e a negrito os 69% das importações, no montante de US$ 98 milhões, e a
produtos que poderão representar oportunidades de negrito os produtos que poderão representar oportunidades
exportação para as empresas portuguesas: de exportação para as empresas portuguesas:
03
63
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
2. Gabão
64
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
2.Gabão
A população gabonesa é relativamente jovem, tendo metade da população uma idade inferior a 15 anos, e
cerca de 75% da população vive em zonas urbanas, nomeadamente em Libreville e Port-Gentil.
Estima-se que a população do Gabão seja constituída por cerca de 1,5 milhões de habitantes e apesar de a
língua oficial do Gabão ser o francês, existem diversos grupos étnicos (cerca de 40) com línguas e culturas
distintas, o que permite a diversificação e o enriquecimento da população gabonesa. Predomina na população
a religião católica (75%) seguindo-se a religião protestante (20%) assim como outras religiões, nas quais se
inclui a religião muçulmana (5%).
O Gabão possui uma economia baseada nos recursos petrolíferos, que representam mais de metade do PIB
do país e cerca de 80% das receitas de exportação. Dispõe ainda de outros recursos, nomeadamente, o
manganês, o gás natural, o ferro e a madeira. Apesar disso, fatores como a fraqueza das infraestruturas e a
dificuldade no acesso ao crédito para as pequenas e médias empresas (PME) constituem fatores de
impedimento à diversificação da economia.
O Gabão integra algumas organizações económicas internacionais como é o caso da União Africana,
21
Comunidade Económica e Monetária da África Central (CEMAC ), CEEAC e Banco dos Estados da África
Central (BEAC), beneficiando assim de relações privilegiadas com alguns países.
21
Membros da CEMAC: Camarões, República Centro- Africana, Congo, Gabão, Guiné e Chade.
65
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
2.1. Macroeconomia
Comparativamente com os restantes países da África Subsariana, o Gabão apresenta um dos PIB’s mais
elevados por habitante. Apesar disso, a economia continua a apresentar um funcionamento característico de
um país com fracos rendimentos.
O país ainda enfrenta grandes desafios. Em primeiro lugar, o desenvolvimento no setor das infraestruturas
(água, eletricidade e transportes) continua a ser uma das prioridades de modo a conseguir diminuir os custos
de produção e de distribuição dos produtos e permitir assim atingir uma economia mais competitiva. Outro dos
desafios a ultrapassar consiste na desigualdade existente ao nível da repartição da riqueza.
Do ponto de vista do IDH e de acordo com o relatório anual sobre o desenvolvimento humano para o
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Gabão ocupa a 106ª posição de entre 189
países (índice de 0,683), apresentando o melhor índice da África Subsariana.
Camarões
11.2%
Gabão
8.4%
Guiné
Equatorial
Angola 7.9%
51.2%
Congo
6.1%
A economia gabonesa é uma economia pouco diversificada e ainda muito dependente da procura mundial de
petróleo, de madeira e de manganês, que constituem os principais recursos que potenciam o crescimento do
país.
O petróleo constitui o recurso com maior relevância constituindo a base da economia gabonesa. Apesar da
diminuição de produção de petróleo, a economia nacional continua muito dependente deste recurso, que tem
representado, em média, 80% das exportações, 45% do PIB e 60% das receitas orçamentais.
22
Banco Mundial | Grupo do Banco Africano de Desenvolvimento (BAfD) – Documento de Estratégia para o País 2011-2015
66
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
23
Gráfico 45 - Evolução anual do PIB do Gabão (últimos 5 anos)
20,000 7.1% 8
6,8%
18,000
6,1% 6
16,000
14,000 18,661 4
15,732 18,791
12,000
14,539
10,000 12,076
2
8,000 1.0%
6,000 0
4,000 -2
2,000 -2,9%
- -4
2008 2009 2010 2011 2012
O Gabão tem apresentado um dos mais elevados PIB per capita da África Subsariana, este desempenho
encontra-se relacionado com a disponibilidade dos recursos naturais do país e mais especificamente com a
exploração de hidrocarbonetos, nomeadamente, o petróleo.
A economia gabonesa apresentou no ano de 2012 um crescimento real do PIB de 6,1%, registando, no
entanto, um ligeiro abrandamento face ao ano anterior, como consequência do fim dos trabalhos de
construção dos estádios para a Taça das Nações Africanas (CAN) 2012. De referir que, embora o PIB tenha
crescido em termos reais, em termos nominais manteve-se relativamente constante como resultado da
depreciação do dólar.
As previsões para o ano de 2014 indicam um crescimento do PIB de 6,0%. Estas previsões tiveram por base
principalmente dois fatores, sendo que o primeiro se relaciona com o aumento do investimento público e dos
investimentos diretos estrangeiros feitos nas zonas económicas especiais e o outro se relaciona com a
revalorização do setor mineiro provocado pelo aumento na procura por parte dos grandes países emergentes.
O Orçamento do Estado para 2013 caracteriza-se por um aumento significativo das despesas de investimento
(na ordem dos 74%), apontando para um défice orçamental de 241 milhares de Francos, cerca de 2,3% do
PIB.
25
O Orçamento do Estado para 2013 está fixado em 3.142,2 milhares de Francos (Mds XAF ), representando
um aumento de 28% comparativamente com o Orçamento do Estado para 2012. Importa referir a existência de
um baixo défice orçamental de 74 milhares de francos no Orçamento do Estado para 2012, correspondente a
2,6% do Orçamento e a 0,8% do PIB.
Adicionalmente, é de notar que os rendimentos do Gabão provenientes do petróleo têm vindo a diminuir
apesar de este ter apresentado historicamente sempre valores bastante elevados.
23
Banco Mundial e African Economic Outlook (Perspetivas Económicas em África)
24
African Economic Outlook (Perspetivas Económicas em África); Relatório Nacional do FMI n.º 13/1.
25
Franco CFA – código da moeda atribuído a Francos da Comunidade Financeira Africana. É dividido em duas moedas o franco CFA
central (XAF), e o franco CFA ocidental (XOF).
67
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
26
Tabela 5 - Evolução das receitas petrolíferas
27
Tabela 6 - Despesas orçamentais
Lei das
Mds XAF (milhares de Lei das finanças Lei das Lei das finanças Lei das
finanças
francos) retificativa 2010 finanças 2012 retificativa 2012 finanças 2013
2011
Serviço da dívida
445 396 415 428 508
pública
Empréstimos,
adiantamentos, 0 325 272 14 144
depósitos
Total 2215 2365 2453 2760 3141
Fonte: Ministério da Economia e das Finanças – Governo Francês
28
Em conformidade com o “Plan Stratégique Gabon Émergent” , as despesas de investimento previstas
constituíram uma das prioridades previstas para o ano de 2013 em comparação com os anos anteriores de
2012, 2011 e 2010, respetivamente. De entre as despesas de funcionamento, as remunerações ocupam os
primeiros lugares representando cerca de 17% da despesa pública.
29
Tabela 7 - Finanças Públicas do Gabão, 2009-2014 (Percentagem do PIB)
26
Governo Francês - Ministério da Economia e das Finanças |Governo do Gabão
27
Governo Francês - Ministério da Economia e das Finanças |Governo do Gabão
28
Plano Estratégico Gabão Emergente (PSGE)
29
Governo Francês - Ministério da Economia e das Finanças |Governo do Gabão
68
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
As receitas do Estado passaram de 25,7% do PIB nominal no ano de 2011 para 25,3% no ano de 2012. Esta
diminuição teve como principal causa a diminuição das receitas petrolíferas que passaram de 14,8% para
14,0%
A política orçamental visada pelo país tem como principal objetivo a diversificação da economia e o controlo
das despesas totais do Estado. O excedente do saldo orçamental primário representou 2,1% do PIB em 2012,
contra os 1,8% registados em 2011.
Dívida pública30
O Gabão é um país que tem conseguido manter a dívida pública relativamente baixa. A dívida pública tem
apresentado uma taxa ligeiramente superior a 21% do PIB – dos quais 18% correspondem a dívida exterior –
existindo assim um fraco endividamento por parte do país.
No ano de 2012 registou-se um ligeiro aumento (1,2%) comparativamente com o ano anterior de 2011 (1%) e
prevê-se que em 2014, a dívida pública registe um aumento de 1,4%. A previsão deste aumento da dívida
relaciona-se com a lentidão dos procedimentos orçamentais e com a gestão financeira no geral.
O Governo constituiu uma “Direção de Dívida Externa” incumbida de elaborar a política de endividamento e de
gerir ativamente a dívida, o que permitiu trazer a dívida para níveis sustentáveis. O Governo definiu ainda tetos
de endividamento compatíveis com o equilíbrio das contas públicas. No ano de 2012, a Direção Geral da
Dívida procedeu à reconciliação dos montantes de dívida com os diferentes credores do Estado, incluindo com
o Banco Mundial.
100
90 92
85 86
80
75 77 76 76 74
70
68
65
60 60
53
50
40 42
39 37
30 32 32
29
26 25
23 22
20 20
17 17
10
-
Fonte: FMI
Segundo a Standard & Poor's, o empenho do Gabão em cumprir o seu serviço de dívida é reforçado pelo forte
crescimento económico e pelo superavit existente nas suas contas correntes.
As perspetivas estáveis da notação da dívida advêm assim do aumento da qualidade dos investimentos
públicos, da cultura de pagamento e das expetativas de que a dívida externa líquida do país se mantenha
reduzida.
30
African Economic Outlook
69
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
A indústria extrativa tem um peso preponderante no PIB do Gabão representando 56,5% do PIB do país,
sendo o petróleo o recurso com maior relevância nesta indústria.
O setor agrícola tem um peso diminuto no PIB (4,3%). Prevê-se, no entanto, um grande potencial crescimento
neste setor, sobretudo na exportação de madeiras, dado que metade do território do país está coberto por
densas florestas tropicais.
Transportes e
Comunicação
6.00
Indústria Extrativa
56.50 Outros Comércio
19,60 Administração 4.40
Pública, Saúde e
Educação
9.20
Serviços Agricultura
Financeiros 4.30
11.40 Construção
Indústria 2.30
4.10 Energia
1.70
O Estado é acionista de diversas empresas de distintos setores da economia, sendo que algumas destas
empresas têm o monopólio no mercado em que se inserem ou direitos exclusivos de exploração.
70
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
O quadro seguinte enumera as diversas empresas em que o Estado é acionista e a sua respetiva participação
acionista.
CFA 1% 50.000
ECG 0.60% n/d
SEFO 1% 2.000.000
71
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
SDV 3% 135.450.000
BGFI 8% 2.005.230.080
O quadro seguinte lista as empresas do Gabão, após 2006, que foram privatizadas ou que se encontram em
processos de privatização:
% detida Parte
Data
Setor de atividade Ano de pelo Estado Modelo de cedida ao
Empresa de
privatização antes da privatização investidor
criação
privatização principal
Sociedades
Agricultura Venda de
SMAG Em curso 1968 39% 29,13%
comércio/indústria/serviços ações
Transportes AIR Gabon 2006 1978 80% Liquidação 100%
Agricultura Venda de
AGRIPOG Em curso 1976 55% n/d
ativos
Transportes SNAT Em curso 1976 51% Em curso 80%
73
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
% detida Parte
Data
Setor de atividade Ano de pelo Estado Modelo de cedida ao
Empresa de
privatização antes da privatização investidor
criação
privatização principal
Outros SNI Retirada - 77% - -
Comércio/ /Indústria/
LBTGP A programar
Serviços
Agricultura OGAPROV A programar
Agência nacional de
PROMOGABON A programar
promoção PME
Correios e Venda de
Gabon Telecom 2007 2001 51%
Telecomunicações ativos
Fonte: OMC
As privatizações são geralmente efetuadas através de operações de venda (e troca de ações), fusões-cisões,
entre outras. Estas operações podem assumir a forma de mandato de gestão (locação-gerência), concessão,
ou dissolução (liquidação).
De entre as privatizações que têm ocorrido destacam-se as privatizações nos setores da água e eletricidade
(SEEG), postos e telecomunicações (Gabon Télécom), transportes (OPRAG, Air Gabon, SETRAG
anteriormente designada por OCTRA), agricultura (AGROGABON), e indústria do comércio e dos serviços
(Ciments du Gabon, CFG).
74
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
2% 1.1%
1.5%
1.0%
0%
(2%) -1.9%
-2.9%
(4%)
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Fonte: FMI
A atividade económica teve um crescimento significativo apesar da crise mundial ocorrida durante o período
de 2008-2009. Para o crescimento contribuíram as exportações de produtos (petróleo, manganês, madeira e
hévea) e a subida do valor dos mesmos, apesar da depreciação do dólar face ao franco.
Em 2012, o crescimento global do PIB atingiu 6,2%. Este crescimento foi em grande parte devido à política
orçamental expansionista que anunciou como uma das principais medidas, um plano de desenvolvimento de
infraestruturas para o período de 2012-2016.
Pese embora os avanços significativos verificados em determinadas áreas, o Gabão continua apostado em
enfrentar alguns desafios.
O Plano Estratégico do Gabão Emergente – 2025 e as orientações estratégicas para 2011-2016 apresentam
como principais desafios:
Quanto ao primeiro desafio, a aceleração do crescimento económico e a diversificação das suas fontes,
apesar do crescimento inicial da economia aquando da descoberta do petróleo, esta tem apresentado, nos
últimos trinta anos, um crescimento médio anual de 2%. O crescimento apresenta-se demasiado fraco para a
31
Plano Estratégico Gabão Emergente – Visão 2025 e orientações estratégicas 2011-2016
75
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Relativamente ao segundo desafio, a diminuição da pobreza e das desigualdades sociais, o Gabão confronta-
se com um paradoxo socioeconómico atendendo ao seu elevado PIB por habitante (8.833 US$).
O Gabão integra o grupo de países com um nível de rendimento intermédio enquanto do ponto de vista dos
indicadores sociais, o Gabão pertence aos países menos desenvolvidos. Cerca de um quarto da população
vive abaixo do limiar da pobreza e as condições das camadas sociais mais vulneráveis (viúvas, órfãos, mães
adolescentes, mulheres divorciadas, doentes com Sida, crianças que vivem na rua e deficientes) merecem um
severo grau de preocupação.
No que toca ao terceiro desafio, assegurar uma gestão sustentável para as gerações futuras, o Gabão possui
como mais-valia relevante os recursos naturais. No entanto, e paradoxalmente, após anos de exploração das
matérias-primas, o país continua a ter dificuldades em responder a necessidades básicas, tais como a
habitação, a saúde, a segurança alimentar ou o desenvolvimento de infraestruturas.
O Gabão tem consciência dos desafios do futuro e a visão do Gabão emergente para 2025 tem como objetivo
tornar o Gabão uma nação unida, uma economia competitiva com um desenvolvimento duradouro, uma
prosperidade partilhada e uma voz respeitada no contexto regional e mundial.
A economia é o principal pilar para a confiança no futuro. Deverá ser assegurada a concretização de três
pilares fundamentais, Gabão Verde, Gabão dos Serviços e Gabão Industrial que coincide com os
investimentos dos operadores estrangeiros.
O reforço das relações bilaterais, tanto internacionais, como em África constituirá uma abertura crucial aos
investimentos para o Gabão se tornar no Gabão emergente.
A ambição do Gabão em tornar-se um país emergente nos próximos quinze anos depende de uma
competitividade diferente daquela que tem existido até agora. Para atingir o objetivo previsto, deverá começar
a existir um crescimento diversificado e duradouro.
Para cumprir a meta estipulada o Gabão necessita de modernizar a sua administração, reduzindo as barreiras
ao investimento, desenvolvendo um quadro de negócios internacional e criando uma infraestrutura económica
de suporte à competitividade, nomeadamente, infraestruturas de transporte, eletricidade, água e
telecomunicações, reforçando o capital humano e integrando as redes de troca mundiais.
O Gabão emergente deverá caracterizar-se por uma melhoria na condição de vida das populações, uma
repartição mais equilibrada e por uma classe média dominante.
No seio da CEEAC, o Gabão terá como principal papel o de acelerar a dinâmica de integração. O Gabão terá
assim um papel importante na obra de construção da União Africana a nível político, económico, social ou
cultural.
É objetivo que em 2025, o Gabão seja uma das cinco nações africanas mais desenvolvidas.
O Plano Estratégico do Gabão Emergente (PSGE) – 2025 e orientações estratégicas 2011-2016 enumera
como principais objetivos estratégicos, na seguinte tabela estão representado os principais objetivos do PSGE
2025:
76
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
77
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
32APIEX- Agência de promoção dos investimentos e das exportações (Ágence de Promotion des Investessements et des Exportations) |
Banco Africano de Desenvolvimento – Documento de estratégia do país 2011-2015
78
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
33
Tabela 12 - Características das províncias do Gabão
Densidade
População Área
Província Capital 2
populacional
(Census 2013) (km ) 2
(por km )
Estuaire Libreville 662.028 20.740 31,9
Koulamouto
Ogooué-Lolo 64.534 25.380 2,5
u
Ogooué-Maritime Port-Gentil 128.774 22.890 5,6
O estado das infraestruturas no Gabão tem constituído um entrave ao crescimento do país, destacando-se por
exemplo, a fragilidade ao nível das infraestruturas de transporte, eletricidade, água e telecomunicações que
constituem uma barreira ao investimento e consequentemente um entrave à competitividade do país.
As infraestruturas têm representado 70% dos investimentos do Governo. O seu desenvolvimento tem
permitido a ligação entre as populações, as regiões e os negócios. As infraestruturas subdividem-se em
infraestruturas rodoviárias, aéreas, ferroviárias, fluviais e marítimas.
O Gabão é constituído por diversos corredores que representam áreas geográficas que permitem a ligação
entre os polos de maior atividade económica e as infraestruturas que favorecem a comunicação (transportes,
energia, telecomunicações). Este facto permite, assim, favorecer a descentralização das zonas de
desenvolvimento.
Encontram-se definidos três corredores prioritários de desenvolvimento que permitem a cobertura do Gabão:
33
Direção Geral de Estatística e Estudos Económicos do Gabão
79
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
34
Figura 8 – Mapa dos corredores do Gabão
Fonte: Governo
Francês
O documento estratégico do país 2011-2015 do Banco Africano de Desenvolvimento (BAfD) prevê o reforço
das infraestruturas nos seguintes setores:
Energia
No setor da energia, o custo elevado da eletricidade e a existência de uma oferta cada vez
mais deficitária levam a concluir pela emergência em reforçar os meios de produção e de
transporte de energia. As três zonas económicas especiais que se encontram em
construção necessitam de uma resposta rápida face aos constrangimentos técnicos e institucionais que advêm
do setor da energia. Face aos entraves originados por este setor, o Governo criou em 2010 uma agência de
regulação do setor da energia. Prevê-se a operacionalização desse setor e estabeleceu-se o objetivo de
passar da produção atual de energia de 373 MW para 12000 MW, até 2020, no sentido de responder a uma
procura de 1039 MW, privilegiando essencialmente a energia hídrica, em que o potencial do Gabão está
estimado entre 5000 e 6000 MW.
O BAfD e o Banco Mundial preveem apoiar a nova estratégia energética do Governo. O BAfD cofinanciará a
rede que permitirá transportar a eletricidade produzida ao nível das barragens “Impératrice” e FE2 para
Libreville permitindo, assim, efetuar a ligação com um certo número de cidades, zonas industriais e empresas
privadas. O financiamento permitirá apoiar também os projetos de conceção, construção e exploração por
promotores privados, das Centrais Hidroelétricas nas cascatas de “L’Impératrice” (56 MW) e FE2 (36 MW).
Este projeto de desenvolvimento permitirá ao BAfD acompanhar o Governo na implementação de uma
parceria público-privada.
34
Governo Francês - Ministério da Economia e das Finanças
80
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Água e saneamento
O sucesso da política de diversificação económica passa pela existência de uma planificação adequada de
oferta de água.
As três zonas económicas especiais que se encontram em construção necessitam de uma resposta rápida
face aos constrangimentos técnicos e institucionais que advêm dos setores da água. Perante os desafios que
se colocam, o Governo criou em 2010 uma agência para a regulação do setor da água que se encontra em
operacionalização.
Transportes
Transportes Rodoviários
A rede rodoviária é constituída por 9.170 Km e encontra-se pouco desenvolvida. Esta possui
menos de 11% de estradas alcatroadas (1.055 Km) e cerca de 8.115 Km das estradas ainda
não se encontram revestidas. Existe um elevado nível de degradação, sendo que menos de
20% da rede não revestida se encontra em bom estado.
Estas condições constituem um entrave no que diz respeito ao desenvolvimento da atividade económica nas
zonas de produção e no comércio regional e constituem um fator impeditivo às trocas internas regionais e ao
desenvolvimento do setor do turismo.
No setor dos transportes, o BAfD irá apoiar o programa rodoviário 1 (PR1), o programa denominado
35
“Programme d’Aménagement du Réseau Routier” (PARR ) que visa a reabilitação de 2.579 Km de estrada,
compreendendo as estradas regionais para os países vizinhos (Camarões, Congo e Guiné-Equatorial).
No quadro da presente estratégia, estão previstas obras de realização através do programa rodoviário 2 (PR2)
num itinerário total de 245 Km. O PR2 é um segmento indispensável para a integração regional permitindo a
ligação entre o Gabão representando assim um instrumento fundamental para o corredor
Tripoli-Windhoek.
Transportes Marítimos
A rede marítima é constituída por dois portos que são, respetivamente, Libreville – Owendo
(para as mercadorias) e o porto de Port-Gentil (para o petróleo).
Em novembro de 2010, foi assinada uma convenção de gestão entre o gabinete dos portos do Gabão e a
Autoridade Portuária de Singapura, com vista a reforçar a capacidade dos portos do Gabão e o
posicionamento dos mesmos na sub-região e em África. Os projetos em curso estão relacionados com o porto
marítimo e águas profundas de Mayumba, o porto marítimo de Santa Clara e o porto fluvial de Lambaréné.
35
PARR – Programa para o desenvolvimento da rede rodoviária do Gabão
81
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Transportes Ferroviários
A rede ferroviária é constituída por 658 Km e permite efetuar a ligação desde Libreville até
Franceville e facilitar as atividades no setor florestal e mineiro. Uma segunda linha
ferroviária permite servir o sul do país com acesso ao porto de Mayumba.
Transportes Aéreos
A nível do tráfico internacional, o ano de 2010 registou um aumento do número de passageiros internacionais
de 10,5% face ao ano anterior.
Através desta intervenção, prevê-se uma melhoria na qualidade das trocas entre os países da região.
82
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
O Programa de Desenvolvimento das Infraestruturas em África (PIDA), órgão do BAfD, intervém no Gabão por
forma a estabelecer uma estratégia para o desenvolvimento do país à escala regional e continental que
seguidamente se apresenta:
Infraestruturas marítimas – os dois principais portos de águas profundas do Gabão são os portos de
Owendo e de Port-Gentil. Está em construção um terceiro porto, o porto de Mayumba;
Infraestruturas aeroportuárias – são constituídas por uma rede de 27 aeroportos e aeródromos locais
dos quais se destacam os três aeroportos principais com ligações internacionais;
Infraestruturas rodoviárias – a rede rodoviária é constituída por 9.170 Km. Este setor encontra-se
atualmente em reorganização progressiva permitindo a aproximação à periferia e às províncias do
Gabão;
Infraestruturas ferroviárias – a rede ferroviária é constituída por 814 Km que fazem a ligação entre os
polos mineiros e florestais e com o porto de águas profundas em Owendo. Encontra-se em curso um
processo de modernização.
No âmbito da industrialização da economia gabonesa, o Estado decidiu criar zonas económicas francas. Estas
zonas irão permitir a criação de novas áreas de crescimento permitindo atrair novos investidores. As zonas
encontram-se atualmente operacionais:
Com o objetivo de tornar o Gabão num país competitivo, o Estado prevê a realização de um investimento ao
nível das infraestruturas que permitirá assegurar a conclusão dos corredores referidos e a realização de outros
projetos de outros projetos relacionados com o setor das infraestruturas.
36
Governo Francês - Ministério da Economia e das Finanças
83
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
A tabela seguinte representa uma estimativa de orçamento de investimento do Estado que permitirá a
conclusão das obras referidas.
38
37 OPEX
Duração CAPEX Total
(duração de 50 anos)
O Governo pretende tornar o Gabão num destino atrativo, propício aos negócios, melhorando a qualidade de
vida dos seus habitantes e tornar Libreville numa capital internacional e um lugar privilegiado para as
empresas.
Ao nível nacional, os projetos que dizem respeito à produção de eletricidade, redes rodoviárias e
outros meios de transporte, projetos económicos especiais (Zonas Económicas Especiais,
desenvolvimento do turismo cultural, telecomunicações, desenvolvimento urbano e desenvolvimento
de Bélinga);
Os projetos em Libreville que se encontrem relacionados com o desenvolvimento urbano, gestão das
águas (água potável e águas usadas), reforço da estrutura organizacional do Grande Libreville e
criação de um sistema de transporte seguro e eficaz para todos os projetos futuros nestas áreas
geográficas e projeto de desenvolvimento urbano do Port Mole do Champ Triomphal.
A economia gabonense pode ser considerada bastante aberta, especialmente devido à exportação de
produtos petrolíferos e à importação de bens de consumo e equipamentos.
Com as Balanças Comercial e Corrente superavitárias o país consegue manter em boas condições as suas
contas externas, diminuindo as suas necessidades de financiamento.
A inflação tem-se mantido em níveis baixos, especialmente para países africanos em desenvolvimento, o que
evidencia uma boa conjugação da política fiscal com a política monetária conduzida pelo BEAC. Com a
inflação controlada e um crescimento estável na região, o franco CFA tem-se igualmente mantido
relativamente estável, nomeadamente para anos de turbulência nos mercados financeiros.
Taxa de câmbio (US$ / franco CFA) 447,81 472,18 495,28 471,87 510,53
Importações
Apesar de ser expectável que as importações aumentem a par do desenvolvimento do país e do aumento do
rendimento disponível das famílias, não é esperada uma mudança significativa no peso relativo das
importações para a economia do Gabão ao longo dos próximos anos.
O top4 de países fornecedores do Gabão é composto por França, China, EUA e Bélgica, totalizando, em 2012,
perto de 57% das importações totais do Gabão.
Desde 2008, que o mercado de fornecedores do país é composto por estes 4 países, no entanto, a China
ganhou importância nas importações do Gabão, passando a ser o 2º mercado fornecedor do país em 2012,
quando era apenas o 4º mercado fornecedor em 2008.
85
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
100% 4,000
Espanha
3,665
90% 3,631 Congo
3,500
Turquia
Peso nas importações totais do Gabão
80%
2,983 3,000 Índia
70% 3%
0% - França
2008 2009 2010 2011 2012
100%
193,222 195,147 235,773 278,535 278,854
90%
80%
70% 1,005,893 1,485,358 1,457,331
1,176,889 1,321,320
60%
50%
40% 399,178 486,400 493,249 685,539 739,068
30% 225,806 351,200
255,695 273,169 321,713
20%
10% 348,725
326,799 404,770 500,886 478,794
0%
2008 2009 2010 2011 2012
Entre 2008 e 2012 as importações do Gabão não sofreram alterações relevantes, sendo que o país
maioritariamente importa maquinaria e equipamento de transporte, bens manufaturados e alimentos,
representando estes 3 conjuntos de produtos cerca de 74% do total de produtos importados pelo país.
86
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
2%
Combustíveis minerais, lubrificantes e
4% materiais relacionados
Maquinaria e equipamento de
transporte
15%
Outros artigos manufaturados
87
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
3%
11% 3%
Bens manufaturados
38%
Maquinaria e equipamento de
transporte
44% Outros artigos manufaturados
13%
Químicos e produtos relacionados
Bens manufaturados
65%
Maquinaria e equipamento de transporte
88
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
6%
Combustíveis minerais, lubrificantes e
materiais relacionados
Bens manufaturados
9%
Maquinaria e equipamento de transporte
21%
Outros artigos manufaturados
70
60 5
5
Importações (milhões US$)
18
50 9
4
40
30 56 56
44 45 42
20
10
2 2 2 2 2
-
2008 2009 2010 2011 2012
89
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Dado o decréscimo das exportações brasileiras para o Gabão, a CPLP diminuiu assim o seu peso nas
importações totais do país, entre 2008 e 2012. No entanto, Portugal conseguiu aumentar a sua participação de
0,21% para 0,25%, no mesmo período.
Bens manufaturados
79%
Maquinaria e equipamento de transporte
Brasil
1,14% das importações do
Gabão
90
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
8%
48%
Exportações
Os principais destinos das exportações gabonesas são os EUA, a China, a França e Trinidade e Tobago,
sendo que estes 4 países absorvem cerca de 65% das exportações totais do Gabão. Estes 4 países compõem
assim o top4 de mercados destino das exportações gabonesas desde 2008. Contrariamente ao que acontece
em outros países africanos, a China tem perdido importância nas exportações do país, enquanto os EUA estão
a aumentar o seu peso relativo.
100% 12,000
Itália
90%
Holanda
9,766 10,000
Peso nas exportações totais do Gabão
9,665
80% Japão
9,566 2.94% 3.03% 3.08% 3.06%
3.51% 5.91% 4.19% 4.20% 4.32%
70% 1.87% 8,686 Coreia
4.24% 4.92% 5.09% 5.12% 8,000
6.24%
4.37% 5.54% 5.63% 5.68% Aalemanha
60% 6.80%
6.23%
6.80% 6.64% 6.67%
6.37% Índia
50% 6,000
19.42% 5,356 16.13% 16.03% 15.86% Malásia
13.25%
40%
Espanha
4,000
30% Trinidade e Tobago
20% França
35.66% 36.51% 36.71% 36.53% 36.58% 2,000
China
10%
EUA
0% -
2008 2009 2010 2011 2012
100%
90%
80%
70%
60% 6,562,697
7,180,341 3,982,114 7,669,857 7,602,119
50%
40%
30%
20%
10% 1,861,529 1,038,870 1,643,021 1,594,192 1,562,910
0%
2008 2009 2010 2011 2012
2%
2% Matérias-primas (exceto combustíveis)
16%
Bens manufaturados
92
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
99%
93
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
1% Matérias-primas (exceto
3% combustíveis)
17%
14%
Combustíveis minerais,
lubrificantes e materiais
relacionados
Bens manufaturados
Maquinaria e equipamento de
transporte
0%
100%
A CPLP representa apenas 0,25% do total das exportações do Gabão, sendo Portugal, dentre os membros da
CPLP, que mais produtos gabonenses absorve, representando 0,13% do total das exportações gabonesas.
94
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
30
25
Exportações (em milhões US$)
5 5
20
4 5
15
11 4 13 13
11
10
7
5 2 1 1 1
0 5 5
4 3 4
-
2008 2009 2010 2011 2012
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012 Angola Brasil Portugal São Tomé e Príncipe
A maioria dos produtos que o Gabão exporta para Portugal, cerca de 93%, são produtos de madeira: madeira
em bruto, madeiras pouco trabalhada, madeira folheada e travessas de madeira.
6%
Matérias-primas (exceto combustíveis)
12%
Bens manufaturados
Maquinaria e equipamento de
82% transporte
95
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
O Gabão é um país com uma economia ainda pouco desenvolvida e com um subsolo extremamente rico. Nos
últimos anos, tem sido levado a cabo um conjunto de reformas estruturais por forma a tornar o país numa
economia emergente até 2025. Inicialmente, estas reformas tinham o objetivo de tornar o crescimento do país
mais regular e abrangente e ajudar a salientar as maiores oportunidades de investimento.
O país é ainda o centro de vários destinos na região da África Central e pode ser considerado uma plataforma
para as trocas comerciais com a África do Sul. É membro de 2 grupos regionais – CEMAC e CEEAC – e de
39
várias organizações multilaterais – OMC, BM e MIGA - representando, deste modo, um mercado potencial de
mais de 130 milhões de consumidores.
A estabilidade das instituições políticas, que oferecem um quadro favorável para a implementação de
reformas estruturais indispensáveis à diversificação da economia;
A sua integração na CEMAC, onde as políticas regionais oferecem estabilidade monetária a longo
prazo;
A existência de uma força de trabalho jovem que, no entanto, requer formação adequada por forma a
ir de encontro aos imperativos do desenvolvimento económico, particularmente no setor produtivo;
Setor florestal
Um dos setores que mais irá crescer nos próximos 30 anos, permitirá responder à exaustão gradual da
produção de petróleo. No início de 2010, o Governo elevou a meta da produção de madeira para os 100%
(75% em 2012). Este setor tem contribuído para a criação de emprego e para a redistribuição de lucros.
Para garantir o estímulo das unidades de processamento, da exportação de produtos de elevado valor
acrescentado, da criação de empregos e geração de divisas, o Gabão desenvolveu uma Zona Económica
Especial focada na indústria da madeira.
O desenvolvimento destas zonas económicas cria uma procura potencial que oferece enormes oportunidades
de negócio para outros setores (eletrónica e componentes elétricos, cabos, plásticos, etc.).
39
MIGA - Multilateral Investment Guarantee Agency (Agência Multilateral de garantia de investimentos)
96
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Turismo
O potencial do turismo no Gabão é considerável, tendo em conta a sua rica biodiversidade e o elevado número
de parques nacionais. Todo o território é apropriado para a prática de diversas atividades, incluindo os safaris.
Potencial hidroelétrico
Estimado entre 5.000 e 6.000 MW, o potencial hidroelétrico do Gabão coloca-o em 5º lugar quando comparado
com os restantes países do continente africano.
A indústria petrolífera é a maior beneficiária do IDE no Gabão. No entanto, esforços governamentais têm sido
no sentido de diversificação da economia, nomeadamente procurando tornar outros setores de atividade
igualmente atrativos ao IDE.
Apesar das grandes vantagens do país, com um rendimento per capita relativamente alto para a região e a
acessibilidade de certos inputs como o petróleo, o país tem-se mantido pouco atrativo ao IDE devido ao seu
reduzido mercado, à economia paralela, à baixa produtividade do fator trabalho, ao elevado custo salarial para
a região e existência de poucas infraestruturas.
Analisando em particular o IDE, apesar de algum declínio entre 2008 e 2010 o Gabão tem vindo a recuperar
(ainda que com valores reduzidos) sua capacidade de atração de IDE, tendo atingido em 2012 cerca de US$
702 milhões de investimento externo no seu país. Por outro lado, os investimentos do Gabão no estrangeiro
têm-se mantido ao longo dos abaixo US$ 100 milhões por ano.
900
Fluxos de IDE em milhões de US$
800
773 702
696
700
600 573
499
500
400
300
200
96 87 81 88 85
100
-
2008 2009 2010 2011 2012
Inward Outward
97
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Equilibrada
Os dois bancos de desenvolvimento (que representam menos de 10% dos empréstimos totais e menos de 3%
dos depósitos totais) têm altos níveis de crédito em incumprimento e têm vindo a registar perdas. Tendo por
base as recomendações da COBAC (Comissão Bancária da África Central),as autoridades introduziram, no
contexto dos planos de reestruturação, mudanças na estrutura e governação desses bancos.
COBAC
A COBAC é um dos órgãos responsáveis pela implementação da cooperação monetária entre os EM da CEMAC.
É responsável, sob as condições estabelecidas no anexo à Convenção de 16 de outubro de 1990, por assegurar o
cumprimento, pelas instituições de crédito, das leis e regulamentos adotadas pelas autoridades nacionais, pelo
comité da União Monetária da África Central (UMAC) e pelo BEAC. Em particular, a COBAC é responsável pelo
controle das condições de funcionamento das instituições de crédito, pela garantia da qualidade da sua situação
financeira e por assegurar o cumprimento das normas éticas
40
BICIG (Banque Internationale pour le Commerce et l’Industrie du Gabon), BGFI (Banque Gabonaise et Française Internationale),
UGB (Union Gabonaise de Banque), Citibank Gabon, Alios Finance, BHG (Banque de l’habitat du Gabon), SOGACA (Société Gabonaise
de Crédit Automobile), Banque National de Crédit Rural, Banque Populaire du Gabon.
98
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
2.9.2. Bancarização da
população Figura 11 - Contas bancárias (% +15 anos) em
Contas bancárias (% +15anos)
África
Os bancos dominam o setor financeiro do país,
existindo apenas um número reduzido de
instituições não financeiras ativas. A maioria da
população não tem acesso a qualquer tipo de
serviços financeiros, nem mesmo aos tradicionais
serviços informais, predominantes noutras
economias africanas.
Quanto ao número de caixas automáticas existentes (ATM), tem-se verificado uma evolução positiva (em 2011
existiam cerca de 11 caixas automáticas por cada 100.000 adultos, mais 50% que em 2004). Quando
comparado com os outros países da mesma região, verificamos que o Gabão se encontra acima da média. No
entanto, segundo o ranking do “The Global Economy”, a média mundial, em 2011, era de 47 caixas
automáticas por cada 100.000 adultos. Pelo que, tanto o Gabão como os restantes países da CEEAC têm um
longo caminho a percorrer neste domínio.
12 11.1
10 9.4
8.0
8
5.9 6.2 6.3
6 5.3 5.5
-
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Caixas Multibanco por cada 100 mil adultos
Caixas automáticas por cada 100 mil adultos
99
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
As taxas de juro têm-se mantido relativamente constantes, apresentando valores reduzidos, quando
comparado com o verificado em muitos países da África Central.
41
Tabela 15 - Evolução das taxas de juro no Gabão (2008-2012)
A região da África Central tentou criar uma bolsa de valores comum aos EM. No entanto, como não foi
possível chegar a acordo entre os EM em relação ao país onde estaria sediada a bolsa, pelo que estes planos
foram temporariamente arquivados.
O Gabão decidiu então criar a sua própria bolsa de valores, a Bolsa de Valores da África Central
42
(Central African Stock Exchange – BVMAC ), bem como nos Camarões, a Bolsa de Valores de Douala
(Douala Stock Exchange - DSX).
Ultimamente têm sido feitos esforços no sentido de integrar as duas bolsas numa bolsa única.
41
Banco Mundial, FMI
42
BVMAC – Bourse des Valeurs Mobiliéres d’Afrique Centrale
100
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
3. São Tomé
e Príncipe
101
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Relativamente às principais relações económicas, deve ser referida a cooperação próxima com Angola na
área da segurança, mais concretamente a nível de formação e disponibilização de equipamentos, bem como a
entrada da Unitel (empresa de telecomunicações móveis) e do BAI (Banco Angolano de Investimentos), nas
áreas de telecomunicações e banca, respetivamente, no mercado santomense. Portugal também apoia o país
na área de segurança nos mesmos moldes, aproveitando seu o potencial turístico através do Grupo Pestana.
É ainda fundamental referir o potencial local em termos de exploração petrolífera, que conta já com a
portuguesa Galp e a angolana Sonangol.
102
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
3.1. Macroeconomia
3.1.1. PIB da Economia de São Tomé e Príncipe
São Tomé e Príncipe é o país com menor peso na região, representando, em 2012, 0,1% do PIB da CEEAC.
43
Gráfico 71 - Representação da percentagem do PIB dos EM da CEEAC, 2012
Outros
37.5%
São Tomé e Príncipe
0.10%
Burundi
1.10%
São Tomé e Príncipe possui uma economia de dimensão reduzida, com um nível de rendimento baixo,
marcada por algumas deficiências estruturais significativas, muito dependente das importações e da ajuda
internacional. Não obstante a relevância desses constrangimentos, é notório o esforço que as autoridades
santomenses têm vindo a fazer no decurso dos últimos anos, através de um conjunto de iniciativas em
44
diversos domínios , tais como a recente Estratégia Nacional de Redução da Pobreza 2012 – 2016 (ENRP); o
novo programa de ajustamento apoiado pelo FMI (em vigor desde Julho de 2012) ou o Acordo de Cooperação
Económica (ACE) vigente com Portugal (ver caixa).
O ACE entre a República Portuguesa e a República Democrática de São Tomé e Príncipe, assinado a 28
de julho de 2009, durante a visita oficial do Ministro de Estado e das Finanças a São Tomé, tem com o
objetivo reforçar a Estabilidade Macroeconómica e Financeira de STP. Este Acordo, que estabelece uma
base jurídica para a cooperação nos domínios económico e financeiro, define as condições através das
quais as partes constituem um enquadramento institucional e operacional, com vista a apoiar a intenção
das autoridades santomenses de optarem por um regime cambial assente no euro como âncora fixa da
dobra santomense.
A pobreza e o desenvolvimento humano têm constituído algumas das principais preocupações do país. Neste
contexto, o Governo destinou no Orçamento de Estado para 2013 uma importante parte dos recursos à
educação e à saúde. Os esforços do setor público neste sentido, aliado às melhorias registadas na prestação
de serviços sociais, têm ajudado o país a melhorar o seu IDH.
300.0
250.0 7
263.729
248.287 6 5.8
200.0 4.9
5
196.474 201.038 4.5
150.0 183.465 4 4.5
4
100.0 3
2
50.0
1
- 0
2008 2009 2010 2011 2012 2008 2009 2010 2011 2012
O crescimento real de 4,9% em 2011 (4 décimas acima do estimado para esse ano) ficou a dever-se,
essencialmente, a duas variáveis cruciais: (i) por um lado, a ajuda externa, que sustenta grande parte do
investimento público, por outro lado (ii) o IDE, que tinha registado uma quebra acentuada em 2009 e
recuperou significativamente a partir do segundo semestre de 2010. Uma vez que o país se situa no Golfo da
Guiné, uma região rica em hidrocarbonetos, a perspetiva da descoberta de petróleo tem atraído algum IDE e
estimulado o crescimento económico.
Em termos setoriais, São Tomé e Príncipe tem vindo a registar um bom desempenho nos setores da
construção, agricultura, turismo e outros serviços. O turismo tem um grande potencial, e desde meados de
2000 passou a ser considerado como setor estratégico para o país. É visto como um importante promotor de
transformações socioeconómicas internas, fundamentalmente ao nível da saúde e das infraestruturas,
contribuindo assim para o desenvolvimento social e económico e para a melhoria das condições de vida da
população.
45
Número médio de anos de escolaridade recebida por pessoas com mais de 25 anos
104
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Gestão Orçamental
Nos últimos anos, o compromisso das autoridades para com a gestão do orçamento tem sido notório. Durante
o terceiro trimestre de 2012, o Governo deu continuidade aos seus esforços de consolidação orçamental,
implementando políticas com vista a tornar o país mais resistente aos choques externos e a evitar distorções
desnecessárias nos gastos.
No Orçamento Geral do Estado para 2013, o Governo estabeleceu como meta um défice primário interno de
3,1% do PIB para 2013, situado ligeiramente abaixo da meta e resultados do ano transato. Para tal, a
estratégia do Governo consiste em reforçar a coleta de receitas através da modernização das administrações
tributária e alfandegária e do alargamento da base tributária (ver caixa), continuando a conter a despesa não
prioritária.
As estimativas da composição da despesa por natureza económica em 2013 refletem a intenção do Governo
Fonte: FMI,
em desenvolver Julho 2013
e ampliar as infraestruturas económicas e sociais, relativas ao aumento da produção de bens
e disponibilização de serviços à população, como a educação ou a saúde; e a construção de estradas, escolas
ou hospitais (despesas de investimento).
105
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
36
Gráfico 74 - Despesas públicas por classificação económica (OGE 2012 e OGE 2013)
OGE 2012
Despesas com o pessoal
O Orçamento Geral do Estado para 2013 consagrou
21% Bens e Serviços
um aumento das despesas com as infraestruturas
económicas e sociais (despesas de investimento).
Juros da Dívida
10%
57%
Subsídios e Transferências
10% Correntes
OGE 2013
Outras despesas correntes
17%
Bens e Serviços
9% Juros da Dívida
Subsídios e Transferências
62% Correntes
11%
Outras despesas correntes
Despesas de investimento
Paradoxalmente, os orçamentos do Estado para 2012 e 2013 evidenciam a alta dependência do país à ajuda
externa. Em 2012, cerca de 43% do orçamento foi financiado por doadores externos e esse nível deverá
manter-se em 2013, embora em menor percentagem (37%).
46
Gráfico 75 - Financiamento do OGE - Recursos públicos 2012 e 2013
OGE 2012
Receitas Internas 9%
19% Empréstimos do
43% exterior
Financiamento interno
Donativos do exterior
No decorrer da avaliação da sustentabilidade da dívida, conduzida pelo Banco Mundial e pelo FMI (2012), o
risco do país permanecia alto. Não obstante, é esperado uma melhoria do nível de endividamento de STP,
com o início da exploração petrolífera em 2015 ou 2016.
Em 2012, a dívida bruta total de STP atingiu cerca de 75,5% do PIB, contra 73,23% em 2011 e 77,8% em
2010.
Do total da dívida externa a M/L prazo em 2011 (156,1 milhões US$), cerca de 57% corresponde à dívida
bilateral, 27% à dívida multilateral e 17% à dívida comercial.
200
156.1
150 139.4
122.6 Dívida de médio
106.6 longo prazo
100
50 28.4
13.4 18.4 Dívida de curto
3.4 prazo
-
2008 2009 2010 2011
Dívida Externa na CPLP: São Tomé e Príncipe, um dos Estados Membros com maior dívida pública
108
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
80%
Outros Apesar do enorme potencial do setor do
28.4 turismo, este ainda enfrenta alguns
70% desafios. Existe uma carência de
Adminstração pública, saúde e
educação infraestruturas – tais como esgotos,
60% água, energia e estradas – falta de
Ind. Extrativa
pessoal qualificado e insuficiência de
8.4
50% voos de ligação com a Europa e com o
3.8 Indústria resto do Mundo.
40% 7.1
Serviços financeiros O setor secundário é dominado pela
6.2 construção civil, obras públicas e
30% 1.9 indústria transformadora (que se dedica
Energia
8 essencialmente à produção de
20% eletricidade e de cerveja).
Construção
50
Tabela 17 - Taxa de crescimento do PIB real por setor de atividade
Média Contribuição
Setor de
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2002-
atividade PIB 2010
2010
Setor
0,01 2,42 1,65 0,72 1,14 10,38 8,01 -4,10 0,26 2,28 17,20
primário
Setor
-9,89 6,49 5,55 -3,94 14,75 4,41 0,49 1,77 3,30 2,5529 16,36
secundário
Setor
5,59 7,36 4,78 3,18 12,73 -0,91 10,24 6,19 5,44 6,07 66,44
terciário
Ao longo dos anos, o desempenho da atividade económica foi fortemente dominado pelo setor terciário. De
2002 a 2010, este setor cresceu em média 6% e representou cerca de 66,4% do PIB em 2010. Foi sobretudo
impulsionado pelos setores do comércio, transportes, armazenagem, comunicações, e administração pública.
50
ENRP II 2012 - 2016
109
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Empresas Públicas
Empresas Participadas
51
EMAE – Relatório final 2010
110
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Por outro lado, o aumento do investimento em infraestruturas de transporte e comunicação, serviços públicos
gerais, habitação, serviços comunitários, combustíveis e energia, bem como a melhoria na execução dos
projetos de investimento público continuará, nos próximos anos, a ser uma das grandes prioridades do
Governo, e ajudará a elevar o potencial de crescimento. No setor das telecomunicações, espera-se em 2014 a
entrada de uma nova operadora, a Unitel, que ganhou o concurso para operar em são Tomé e Príncipe. Deste
modo, a nova operadora irá concorrer com a CST Telecom, que até agora detinha o monopólio da
comunicação no país.
Nos próximos anos, a gestão das reservas petrolíferas (ver caixa), a revitalização da agricultura e da pesca, e
o turismo são reconhecidos como o tripé de uma estratégia de desenvolvimento diversificada para o país.
As ilhas de São Tomé e Príncipe situam-se no Golfo da Guiné, conhecido pelos seus recursos petrolíferos. Em 2001,
São Tomé e Príncipe e a Nigéria puseram fim às disputas sobre a fronteira marítima e acordaram a exploração
conjunta de petróleo à proporção de 40 / 60. A Zona de Desenvolvimento Conjunto (ZDC) passou a aceitar propostas
das empresas petrolíferas em abril de 2003. A proposta vencedora para o primeiro de nove blocos foi apresentada por
um consórcio que congregava a Chevron Texaco (51% de participação), a ExxonMobil (40%) e a empresa
norueguesa Equity Energy (9%), cabendo a STP 40% dos 123 milhões de dólares da proposta. Em junho de 2005
foram atribuídos mais cinco blocos e a Chevron Texaco iniciou as perfurações exploratórias em janeiro de 2006.
Fonte: Universidade de Columbia (no “Guia do Investimento para STP” – Corporate Council of Africa; The Earth Institute)
A ANP faz parte do processo de estruturação e consolidação do quadro institucional de gestão do setor petrolífero em
São Tomé e Príncipe. Foi criada pelo Decreto-lei nº 5/2004 de 30 de junho de 2004, e é um organismo público
encarregue da gestão e execução quotidiana da política do Governo no domínio de hidrocarbonetos.
Tem como principal objetivo contratar e fiscalizar as atividades económicas inerentes à indústria petrolífera, de acordo
com a legislação em vigor e em conformidade com as orientações dos órgãos superiores do Estado.
111
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Segundo o FMI, as perspetivas de crescimento económico para os próximos anos são bastante positivas,
refletindo o início previsto da produção de petróleo e das exportações em 2015. Estas previsões levam a uma
taxa de crescimento do PIB estimada de quase 40% em 2015 e 50% em 2016.
52
Gráfico 79 - Crescimento anual do PIB real (%)
50
47.38
45
40
37.80
35
30
25
20
15 Início da exploração de
petróleo em 2015 / 2016
10 4.94 4.50 10.70
4.00
5 6.00 1.75
-
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Já o Governo, através da Estratégia Nacional de Redução da Pobreza II 2012-2016 (ENRP II), prevê dois
cenários para os próximos anos: i) o cenário base, que presume o arranque da produção/exportação de
petróleo em 2015 e ii) um cenário alternativo, sem a produção/exportação de petróleo.
No cenário petrolífero, o crescimento deverá subir para 6% até 2014 e em seguida disparar com o início da
produção/exportação petrolífera, em 2015. A inflação deverá baixar para um dígito.
53
Gráfico 80 - Crescimento anual do PIB real, com base no cenário 1 (%)
Início exploração de petróleo
em 2015
30
25 24,9
20
15
10
9,1 6
5,5
4 4,5 4,9
6 6
5
4,1
-
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Espera-se que o Governo estabilize o défice primário interno em cerca de 3% do PIB até 2014, em linha com o
financiamento disponível, enquanto o défice da conta corrente deverá diminuir.
52
FMI
53
ENRP II 2012 - 2016
112
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
No cenário não petrolífero, projeta-se um crescimento menor do que no cenário petrolífero, dada a ausência
de investimento relacionado ao petróleo e ausência de efeitos de segunda ordem decorrentes das receitas do
petróleo.
54
Gráfico 81 - Crescimento anual do PIB real, com base no cenário 2 (%)
30
25
20
15
10
9.1 5.5 5.5
4.5 4.9 5.5 5.5
5 6 6
4
-
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
O financiamento do orçamento será limitado, e o Governo terá de adotar políticas orçamentais mais restritivas
e utilizar como meta um défice primário interno de cerca de 2% do PIB.
54
ENRP II 2012 - 2016
113
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Objetivos estratégicos
A ENRP II definiu 3 objetivos “principais” para o país, a serem alcançados mediante a implementação de 4
eixos estratégicos. Os objetivos principais são:
1. Alcançar uma taxa de crescimento de pelo menos 6%, (criando condições para uma diversificação
consistente da economia);
2. Reduzir em 10% a percentagem da população santomense que vive em situação de pobreza,
(promovendo iniciativas geradoras de rendimento e melhorando, por conseguinte, a sua capacidade
produtiva);
3. Conseguir que toda a população tenha acesso (facilitado e melhorado) aos serviços sociais básicos.
Objetivos Estratégicos
As intervenções ao nível de cada eixo inscrevem-se numa lógica de necessidade de planificação e execução
orçamental, para a viabilização técnica e financeira das ações prioritárias, com o apoio dos parceiros de
cooperação e desenvolvimento de São Tomé e Príncipe.
55
ENRP II 2012 - 2016
114
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
─ Promover o desenvolvimento do setor primário como fator de aumento da produção nacional, da criação de
emprego e do relançamento do setor económico;
─ Travar o êxodo rural e melhorar as condições socioeconómicas das populações do meio rural;
─ Desenvolver infraestruturas de base de apoio ao desenvolvimento económico;
─ Melhorar o ambiente de negócios para atrair o investimento privado;
─ Garantir a sustentabilidade ambiental.
─ Desenvolver uma educação de qualidade e promover a formação profissional nos domínios prioritários de
desenvolvimento;
─ Assegurar que, até 2016, 100% das crianças e jovens em idade escolar concluem o ensino básico;
─ Garantir que, até 2016, 100% da população tem acesso aos serviços básicos de saúde.
56
Declaração de Paris sobre a Eficácia da Ajuda ao Desenvolvimento Fev / Mar 2005
115
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Água e saneamento
Embora STP possua um elevado potencial hídrico – mais de 50 cursos de água – a qualidade
da água é fraca. Os recursos hídricos estão distribuídos de forma desigual, o que expõe
determinadas regiões a uma situação de grande escassez deste recurso. Mais de 60% dos cursos de água
estão situados nas zonas sul do país e sudoeste das ilhas.
Uma grande parte da população, fundamentalmente residente nas zonas rurais, continua sem acesso à água
potável e utiliza a água do rio (ou outras fontes não protegidas).
As principais causas para a fraca qualidade da água e para a baixa taxa de acesso à água potável são:
No meio rural e semiurbano, a taxa de acesso à água potável passou de 6,4% para 12,6%, entre 2001 e 2006,
enquanto no meio urbano a cobertura variou em média de 29%, em 2001, para 57,2%, em 2006.
58
Tabela 22 – Taxa de acesso à água potável (2001 – 2006)
No que respeita ao saneamento, o país ainda se confronta com alguns problemas, especialmente nas zonas
urbanas. Consequentemente, esta situação contribui para a propagação de doenças infeciosas e agrava o
estado de saúde da população.
Apesar dos investimentos que têm vindo a ser realizados neste setor, não se registaram grandes melhorias,
devido, por um lado ao ritmo elevado do crescimento demográfico e, por outro, à crescente concentração da
população nas zonas limítrofes das cidades.
57
Ambiente do investimento privado em São Tomé e Príncipe – Banco Africano de Desenvolvimento 2012
58
ENRP II 2012 - 2016
59
Questionário Unificado de Indicadores do bem estar em STP
116
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Em 2006, no meio rural apenas 19,2% da população tinha acesso a um sistema de saneamento contra 10,2%
em 2001. No meio urbano, em 2001, apenas 20,8% dos habitantes tinham acesso a um sistema de
saneamento.
60
Tabela 23 – Cobertura de saneamento (2001 e 2009)
Acesso Meio urbano / rural 2001 (em %) 2006 (em %) 2008 – 2009
Energia
O sistema elétrico nacional é constituído por sete organismos principais, com diferentes
63
funções e responsabilidades .
Organismos Competências
1. Ministério das Obras Públicas e Recursos Naturais Supervisiona as atividades da EMAE (aspetos técnicos)
(MOPRN)
Supervisiona as atividades da EMAE (aspetos financeiros,
2. Ministério do Plano e Desenvolvimento (MPD) tarifas e investimentos)
O fornecimento de eletricidade constitui um desafio para São Tomé e Príncipe. Os desastres de cargas são
comuns e as perdas de eletricidade algo significativas (correspondem a mais de 45% da produção energética,
num país onde a procura não satisfeita ascende a 45%).
A eletricidade provém, na sua maioria, de centrais hidroelétricas ou térmicas alimentadas com gasóleo, o que
no caso desta última, torna o custo por unidade muito elevado. De acordo com o Banco Mundial, o setor
produtivo perde anualmente, entre 0,2% e 1,1% do PIB devido aos elevados custos do setor energético. Por
outro lado, com desastres frequentes, o desenvolvimento de algumas atividades no país fica comprometido, e
a solução é, na maioria das vezes, o recurso a geradores privados (solução adotada nos grandes hotéis, por
60
ENRP II 2012 - 2016
61
OMD - Objectivos do Milénio para o Desenvolvimento
62
Instituto de Estudos do Desenvolvimento (Institute of Development Studies)
63
Ministério das Obras Públicas e Recursos Naturais – Panorama Energético Nacional, 2011
117
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
exemplo). Esta solução permite assegurar simultaneamente a regularidade dos abastecimentos e uma relativa
redução dos custos.
A empresa responsável pela maioria da produção de eletricidade é a EMAE, empresa pública que detém o
monopólio da distribuição e que é a principal produtora de eletricidade - produz atualmente cerca de 12 MW de
energia, 80% provenientes de centrais termoelétricas e 20% de centrais hidroelétricas nos rios Contador e
Gué-Gué (figura seguinte).
Existe ainda outra empresa, a Hidroeléctrica STP Lda., que também contribui para a produção, embora a uma
escala mais reduzida (22%). Esta última é detida por dois acionistas, a EMAE, com 40%, e a Hidroequador
64
Santomense, pertencente a um grupo português , com 60%.
A EMAE opera sob o estrito controlo do Estado, o que significa que não pode decidir sobre os preços de
comercialização da energia produzida, sendo estes fixados pelo Estado a níveis inferiores ao custo real.
C – Central Contador
G – Central Guégué
P – Central Pagaio
64
De acordo com o Relatório e Contas do 3º Trimestre de 2013, do Grupo Soares da Costa SGPS, SA, a Hidroequador é detida pelo
Grupo.
118
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Produção de eletricidade na CPLP: São Tomé e Príncipe, o Estado Membro com maior crescimento em
2008
AO – Angola; BR – Brasil; CV – Cabo Verde; GW – Guiné Bissau; MZ – Moçambique; PT – Portugal; STP – São Tomé e
Príncipe; TL – Timor Leste
As taxas médias anuais de produção de eletricidade, entre 2004 e 2010, tiveram tendência positiva
em qualquer um dos países da CPLP.
Angola encontra-se em primeiro lugar, com uma taxa média de variação de 15,0%. Seguido por
Timor Leste (87%), Cabo Verde (7,5%), São Tomé e Príncipe e Moçambique (6,4%), Brasil (4,0%),
Guiné-Bissau (2,5%) e Portugal (2,1%). STP foi o país que mais cresceu a partir de 2008.
119
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Portos e aeroportos
O aeroporto de São Tomé é limitado, devido à reduzida dimensão da sua única pista, que não permite o
acesso aos aviões de grande porte, e aos problemas de iluminação, que tornam a sua utilização arriscada a
partir de determinadas horas do dia.
Estradas
O estado das estradas em São Tomé e Príncipe constitui outro desafio ao desenvolvimento
do país. De acordo com o BAfD, apenas um terço da rede viária está alcatroada. A restante
parte permanece “quase intransitável durante a época das chuvas tropicais. Com cerca de
250 km de estrada asfaltada (AIP, 2004), a STP concentra a maior parte da sua rede
rodoviária junto ao litoral (ver página seguinte).
Apesar dos esforços que têm sido feitos, no sentido de melhorar e desenvolver a rede rodoviária no país,
existem alguns fatores que dificultam as ações do Governo, nomeadamente:
Telecomunicações
O uso da Internet é marginal, sendo inferior a 1%. Comparativamente com os países vizinhos, os custos das
comunicações são bastante superiores, o que pode em parte ser justificado pelo tipo de ligação utilizado.
Neste mercado existe apenas um operador com capital maioritariamente público: a Companhia Santomense
120
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
de Telecomunicações, detida em 49% pelo Estado e em 51% pela Portugal Telecom. A CST beneficia de uma
concessão de 20 anos, que só termina em 2027.
65
Figura 15 – Rede Nacional de Estradas em São Tomé
De acordo com o OGE 2013, o Ministério de Obras Públicas e Recursos Naturais (MOPRN) seria responsável
pela realização de 43,6% do total das despesas de investimentos públicos planeadas para 2013 (62%). Esta
distribuição demonstra bem o interesse do Governo em criar infraestruturas novas e melhorar as já existentes,
como por exemplo a reabilitação da estrada nacional que liga a cidade de São Tomé à cidade de Neves (EN1),
reabilitação de estradas e pontes que ligam a Cidade de São Tomé à cidade de Portalegre (EN2), reabilitação
da estrada nacional que liga cidade de São Tomé à Monte-Café, construção de salas de aula, centros de
saúde e infraestruturas de produção agrícola.
Dos 43,6% estimados, a maior percentagem do orçamento (27,4%) seria canalizada para “Transportes e
comunicações”, nomeadamente estradas, pontes, pistas rurais e serviços de telecomunicação.
Na ENRP II, o Governo projetou alguns programas que visam o (1) desenvolvimento das redes de
infraestruturas e transportes (transportes marítimos, rodoviários e aeroportuários) e o (2) desenvolvimento de
infraestruturas “de apoio” ao desenvolvimento (energia, telecomunicações, ordenamento do território e
urbanismo).
A. Transportes marítimos
O desenvolvimento dos transportes marítimos constitui uma prioridade para o país, uma
vez que assegura cerca de 90% das trocas inter-ilhas e entre o arquipélago e o resto do
mundo. Principais medidas políticas:
O estudo de viabilidade técnico-económica para a construção do porto de águas profundas em Fernão Dias,
orçamentado em 475.990 US$ já foi elaborado pelo Governo. Em julho de 2007, foi assinado um acordo com o
terceiro maior operador de contentores (Terminal Link) para a construção do porto de águas profundas, mas
até ao momento as obras de construção ainda não foram iniciadas.
B. Transportes rodoviários
O programa do Governo para a reabilitação e construção da rede rodoviária, tem como
objetivo melhorar as condições operacionais das estradas, contribuindo assim para a
redução dos custos de transporte, e para a criação de condições para a promoção de
economia local.
122
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
C. Transportes aeroportuários
A modernização e extensão dos aeroportos de STP, e em particular do aeroporto
internacional de S. Tomé, constitui um fator essencial para a promoção do desenvolvimento
do país. Estas intervenções têm como principal objetivo melhorar a ligação entre as ilhas e o
resto do mundo.
A. Energia
O fornecimento seguro de energia elétrica desempenha um importante papel no progresso
das atividades económicas e sociais do país. O investimento destinado à eletrificação é
considerado uma das condições mais importantes para conseguir estimular o
desenvolvimento económico e social.
Em 2008, o Governo assinou um contrato com a Hidroelétrica STP, Lda, para o desenvolvimento da energia
hidroelétrica em STP, sendo a EMAE um dos principais parceiros deste projeto.
O contrato previa a construção de 14 centrais hidroelétricas (figura seguinte), que já está em vigor.
67
Ministério das Obras Públicas e Recursos Naturais – Panorama Energético Nacional, 2011
123
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Construção de 14
centrais hidroelétricas
Para 2014, prevê-se o alargamento da capacidade instalada, para valores entre 17.666 KW e 28.265 KW.
Ação Ano
Continuar a implementação do projeto inicial e alargar a
2012 2013 2014
capacidade instalada
Período de execução
3
Custo total previsto (10 Euros) 1.063,09 886,75 886,75
De 2015 e até 2022, prevê-se o aumento da capacidade instalada para valores entre 25.361 KW e 40.478 KW.
Ação Ano
Alargar a capacidade
2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
instalada
Planeamento
Projeto
Construção
3
Custo total previsto (10
1.712 3.424 5.136 8.560 10.273 5.136 3.424 1.713
Euros)
124
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
B. Telecomunicações
O programa destinado às telecomunicações, pretende implementar uma ampla reforma neste
setor, assente numa estratégia para a maximização das oportunidades de investimento,
satisfação da procura de novos serviços e a melhoria da eficácia e da eficiência.
125
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
A abertura da economia de São Tomé e Príncipe tem-se traduzido em diversas alterações estruturais
relevantes, como seja a reforma tributária, a modernização do sistema financeiro e a mudança de regime
cambial.
Importações
Entre 2009 e 2012, as importações continuaram a aumentar, face à quebra observada em 2009.
Portugal constitui o principal fornecedor de São Tomé e Príncipe, tendo representado 52% do total das
importações em 2012, seguido, por um grande distância por Angola, e pela Bélgica, com quotas de 22% e de
3%, respetivamente.
Para os próximos anos é esperado um ligeiro aumento das importações, induzido pelos investimentos nas
infraestruturas e atividades relacionadas com a exploração petrolífera.
126
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Gráfico 82 - Evolução das importações de São Tomé e Príncipe e principais países de origem
100% 160
90% Espanha
134 141 140
2.65%
80%
120 Portugal
1%
60%
61%
62% 52.03%
50%
57% 80
Gabão
60%
40%
60
Bélgica
30%
3% 2.15%
2% 3.45% 40
20% 5% Angola
3% 3%
2%
2% 20
23% 2% 22.47%
10%
15% 16% Importações
11%
total
0%
2008 2009 2010 2011 2012
Portugal tem conseguido aumentar as suas exportações para STP, aumentando igualmente o seu peso
relativo no total das importações do país – representou em 2012 mais de 50% das importações do país.
Angola teve algum relevo no peso das importações entre 2008 e 2010, perdendo, a partir de 2011, importância
enquanto fornecedor de São Tomé e Príncipe. Em 2012 conseguiu inverter esta tendência para um valor
próximo do máximo alcançado no período 2008-2012.
140
Importações (milhões US$)
120
100 1
11 1 1 1
0
80 26 0
18
15
60
84 88
40 70
70
58
20
-
2008 2009 2010 2011 2012
Comparativamente às exportações, que estão muito concentradas nas matérias-primas, a composição das
importações de STP é naturalmente mais diversificada. Não obstante, apresenta três grupos de produtos que
são tradicionalmente dominantes: maquinaria e equipamentos de transporte; alimentos; e bens
manufaturados. Ao analisar a natureza destes produtos, verifica-se uma dependência relevante de São Tomé
e Príncipe dos países industrializados.
127
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Bebidas e tabaco
9%
Outros artigos manufaturados
Não obstante o peso dos produtos importados, em particular máquinas e equipamentos de transporte, importa
realçar o crescimento que as importações de combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados
tiveram entre 2010 e 2012 (mais 3% em 2011, face ao ano anterior, e mais 15% em 2012, face a 2011).
160
Outros artigos manufaturados
140
8 Maquinaria e equipamentos de
13 transporte
120 28 Bens manufaturados
9 9 32
100 6
Milhões US$
128
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Portugal:
52% das importações de São
Tomé e Príncipe
Maquinaria e equipamentos
de transporte
Combustíveis minerais,
lubrificantes e materiais
A maquinaria e equipamentos de
4%
6% relacionados transporte representam a maior
fatia nas importações de São
8% Bens manufaturados Tomé e Príncipe, provenientes de
35%
Portugal.
129
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
130
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Exportações
Em 2012, as exportações atingiram 11 milhões de US$ (tendência mantida em 2010 e 2011), o que, face a
2009, demonstra uma evolução bastante positiva (um aumento de 3 milhões de US$).
68
De acordo com os dados do International Trade Center (ITC ), verifica-se que Aruba, um território autónomo
holandês das Caraíbas, localizado ao largo da costa da Venezuela, ultrapassou a Bélgica, em 2009, enquanto
principal destino das exportações santomenses, assumindo um peso cada vez mais relevante (23% do total
em 2009, 36% em 2010, 48% em 2011, e 31% do total em 2012). Por outro lado, Portugal tem vindo a perder
importância relativa enquanto destino de exportações de STP, representando em 2012 apenas 1%, quando
em 2008 representava 5%.
Gráfico 88 - Evolução das exportações de São Tomé e Príncipe e principais países de destino
100% 12
11 11 11
11 Austrália
90% 3%
2%
Peso nas exportações de São Tomé e Príncipe
2% Índia
4% 3% 10
80% 3% 3%
5% 1% 3% Portugal
8 2% 3%
70% 4% 15% 7% Nigéria
8
60% 5% 10% EUA
11.28% 1% 13%
5% 15%
2.56% França
50% 6
7.61% 13% 21%
Polónia
40% 1.25% 21%
Espanha
4
30% 20.93% 16%
Bélgica
48%
20% Holanda
36% 2
31%
10% 23% Aruba
19.52%
0% -
2008 2009 2010 2011 2012
As exportações de São Tomé e Príncipe para a CPLP representam uma percentagem muito pequena –
apenas 3% em 2012 – fruto das importações angolanas e portuguesas de combustíveis minerais, lubrificantes
e materiais relacionados, assim como bens manufaturados a STP. O quadro de relações de exportação para a
CPLP é residual para os restantes países.
68
ITC – Centro Internacional de Comércio
131
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
3,500
Exportações santomenses em milhares de US$
3,000
2,500 1,199
2,000
1,500
1,000
1,934
513
500
564 282
334 256
16 185 20
-
2008 2009 2010 2011 2012
Angola Portugal
Portugal é atualmente o principal destino das exportações santomenses dentro da CPLP, absorvendo cerca de
2,4% das exportações totais do país. No entanto, tanto a nível relativo como em termos absolutos, as
exportações santomenses para os demais países lusófonos têm vindo a diminuir.
Portugal:
2,4% das
exportações
santomenses
132
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
No entanto, a economia continua marcada por deficiências estruturais significativas, que se traduzem numa
base produtiva e num setor exportador muito reduzidos e que estão na origem dos elevados desequilíbrios
externos. A base de exportações do país, constituída principalmente pelo cacau e pelo setor emergente do
turismo, é diminuta e está fortemente dependente de bens importados.
Tendo em conta o elevado nível de investimento em infraestruturas que está planeado pelo Governo, a
redução da pobreza e a melhoria das condições de vida da população (aumento do rendimento per capita),
são identificados alguns setores, e respetivas oportunidades, com elevado potencial nos próximos anos.
- Culturas com potencial de exportação: baunilha, pimenta, cacau (biológico); café; essências
para perfumaria; arroz; milho; feijão; frutas tropicais (manga, goiaba, abacate); plantas
Agricultura ornamentais e medicinais; coco (produção de derivados); batata-doce; mandioca; inhame;
matabala;
- Exportação de produtos alimentares e flores.
69
JURISTEP
133
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
- Construções de estradas;
Construções / obras
- Construções de equipamentos sociais (por exemplo escolas, hospitais, casas sociais);
públicas
- Construções para comércio e indústria;
- Construções para habitação (segmento de luxo e classe média).
- Serviços de segurança;
Comércio e serviços (não
- Comércio a retalho e a grosso;
financeiros)
- Comércio de bens de consumo, automóveis, equipamentos de escritório, eletrodomésticos
e eletrónicos.
- Privatização (parcial) dos Correios de São Tomé e Príncipe, que opera em regime de
Serviços postais
monopólio;
- Diversificação do tipo de serviços postais prestados à população.
134
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
70
UNCTAD
135
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Apesar do investimento reduzido, o IDE tem estado ligado a setores da economia santomense que despertam
elevado interesse em Portugal e Angola, como é o caso das telecomunicações, banca, petróleo e turismo.
Algumas das entidades que efetuaram investimentos significativos nestas áreas, foram a Unitel, BAI e
Sonangol, do lado angolano, bem como a GALP e o Grupo Pestana, do lado português.
Para os próximos anos será fundamental para a atração de IDE um maior investimento na modernização das
infraestruturas físicas do país (porto, aeroporto, estradas), e a reforma do setor energético.
Figura 21 - Estrutura
Estrutura acionista
acionista bancáriabancária em África De acordo com o mais recente relatório anual do
Banco Central (Relatório BCSTP, 2010), os três
principais bancos de STP, nomeadamente o
BISTP, o Afriland First Bank e o Banco Ecuador,
totalizam mais de 75% dos ativos bancários.
Predominantemente local
Equilibrada
Estrangeira e Governo
Predominantemente estrangeira
Predominantemente Governo
Excluído
71 Ambiente do investimento privado em São Tomé e Príncipe – Banco Africano de Desenvolvimento 2012
136
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Oceanic Cobstp
6% 4%
Island
7%
Ecobank
8%
BISTP
49%
BE
11%
Afriland
15%
72
Tabela 28 – Instituições de crédito
Em 2008, de acordo com o Banco Central de STP, os bancos tinham um total de 15 agências. Em 2012,
existiam já 26 agências, na sua maioria localizadas na capital ou na sua periferia. O distrito de Água Grande
conta com a maioria das sucursais.
25
21
20 18 26 Agências
17
bancárias em
15 STP (2012)
10
5 2 2 2
1 1 1 1 1 1 1
0 0
-
2010 2011 2012
Água Grande R.A. Príncipe Lembá Me - Zochi Cantagalo
72
Banco Central de São Tomé e Príncipe (2008)
137
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
A maior parte da população é servida pelas instituições de crédito que se encontram localizadas nas principais
zonas urbanas do país. Estão direcionadas, preferencialmente, para as populações de rendimento médio e
alto, não apostando por isso nas populações de baixo rendimento.
“O sistema financeiro
nacional tem registado
avanços significativos no
decorrer das últimas
décadas, em particular,
registou-se uma melhoria no
número de instituições
bancárias”
BCSTP
Após o aumento significativo da Taxa de Bancarização entre 2009 e 2010, registou-se um crescimento menos
acentuado nos anos subsequentes.
73
Gráfico 91 – Inclusão financeira – situação atual
200,000 188,098.00 45
20,000 5
- 0
2008 2009 2010 2011 2012
Cerca de 30% da população adulta, na sua maioria de baixo rendimento, não tem acesso a crédito, poupanças
ou outros serviços financeiros.
Existem ainda alguns outros obstáculos que dificultam o acesso à abertura ou posse de uma conta bancária,
por parte da população, nomeadamente:
73
Banco Central de São Tomé e Príncipe (2013)
138
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Para potenciar a eficácia das políticas de inclusão Figura 24Contas bancárias (% +15anos)
- Contas bancárias (% +15 anos) em
financeira, é importante desenvolver ações de África
literacia financeira, divulgando as vantagens
inerentes à utilização de produtos e serviços
financeiros básicos, e promovendo a utilização
responsável e eficiente destes produtos.
> 40%
Não disponível
3.9.3. Microcrédito74
A existência de programas de microcrédito em São Tomé e Príncipe é muito limitada. Desde 2003, existiram
apenas dois projetos que beneficiaram um total de 112 famílias: o Projeto Micondó (2003-06) e o Projeto de
Caué (2004-09).
Estes projetos resultaram em prejuízos para a agência promotora, o PNUD, porque as ONGs responsáveis
pela sua implementação não estavam suficientemente capacitadas para garantir o nível de acompanhamento
necessário aos projetos financiados.
A política cambial seguida ao longo da última década (taxa flutuante), aliada a uma política monetária
expansionista (propiciada pelo fluxo de IDE entre 2006 e 2009), num contexto de subida dos preços dos
hidrocarbonetos e dos produtos alimentares, contribuiu para atenuar a inflação.
Depois de ter atingido a taxa de 27,6% em 2007, a inflação diminuiu para 16% em 2009, 12,9% em 2010, e
11,9% em 2011. Um dos efeitos desta política foi a forte depreciação da moeda nacional (a dobra), na ordem
75
dos 210%, entre 2000 e 2009 .
74
Dissertação apresentada à Universidade Católica Portuguesa, 2012
75
Ambiente do investimento privado em São Tomé e Príncipe – Banco Africano de Desenvolvimento 2012
139
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
2. Taxas ativas76
3. Taxas passivas
3.1 Depósitos até 90 dias 12,3 10,2 10,2 11,6 12,2 12,2 12,2
3.2 Depósitos de 91 dias a 1 ano 13,2 11,3 11,3 13,2 13,7 13,7 13,7
3.3 Depósitos a mais de um ano Negociável Negociável Negociável 13,9 12,8 12,8 12,8
77
Gráfico 92 – Taxa de inflação (t.v. homóloga anual), %
30
27.6
25 24.8
20
16.1 16.6
15
11.9
12.9 11.6
10
-
2007 (Dez) 2008 (Dez) 2009 (Dez) 2010 (Dez) 2011 (Jun) 2011 (Dez) 2012 (Jul)
76
Taxas de juro ativas são as cobradas aos clientes pelas instituições de créditos. Taxas de juro passiva, sãs as taxas pagas pelas
instituições de crédito aos depositantes. A diferença entre ambas denomina-se margem financeira
77
Banco de Portugal
140
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
4. Investir em
São Tomé e
Príncipe
ipe
141
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
São Tomé e Príncipe tem uma população de cerca de 163 mil habitantes, estruturalmente muito jovem, com
uma esperança média de vida de cerca de 65 anos.
Não obstante o nível elevado de população ativa – cerca de 73% da população tem algum tipo de ocupação
profissional – prevalece um regime de trabalho muito precário em que predomina a economia paralela e
informal. Atualmente, o mercado de trabalho santomense está fortemente dependente dos serviços, como
sejam o comércio e retalho, a hotelaria e restauração, os transportes e a comunicação, e do setor da
construção civil.
Com cerca de metade da população a viver abaixo do limiar de pobreza e cerca de 16% da população em
pobreza extrema, existe ainda um árduo trabalho a desenvolver no combate à deficiente criação de emprego e
ao baixo poder de compra. Estes fatores, aliados ao alto nível de inflação, à fraca qualidade da gestão de
recursos públicos e às pobres infraestruturas na área da saúde, têm contribuído para a elevada emigração que
se tem verificado no país, ao longo dos últimos anos.
4.1.2. Desemprego
A taxa de desemprego em São Tomé e Príncipe é de cerca de 12%, mas é expectável que esta venha a
reduzir-se no futuro, na sequência da recente descoberta de jazidas de petróleo.
No entanto, no curto prazo, persistirão ainda constrangimentos que poderão limitar o efeito benéfico que esta
descoberta poderá causar nos níveis de emprego, como sejam a deficiência das infraestruturas, o baixo nível
de mão-de-obra qualificada para este efeito, a incerteza quanto aos direitos de propriedade e o nível de
subdesenvolvimento dos sistemas privado e financeiro.
Não obstante os razoáveis níveis de alfabetização – a taxa de analfabetismo do país situa-se nos 8%, sendo
que cerca de 95% dos jovens são alfabetizados –, as fracas condições de emprego têm levado à fuga para o
exterior da mão-de-obra qualificada, pelo que o recurso a expatriados por parte do setor privado é uma
constante, nomeadamente no que respeita aos quadros médios.
4.1.3. Desigualdades
A discriminação entre géneros, nomeadamente no acesso ao emprego, é uma realidade em São Tomé e
Príncipe, ainda que em pequena escala. De fato, o nível de pobreza é mais elevado no caso das mulheres do
que no caso dos homens, não obstante a promoção da igualdade de géneros e dos direitos da mulher.
Face a esta realidade, o Governo de São Tomé e Príncipe tem vindo a implementar reformas e a criar projetos
com o objetivo de diminuir as disparidades quer no que respeita à igualdade de géneros, quer no que respeita
ao acesso ao ensino, ao combate às disparidades e desigualdades económicas e às assimetrias regionais.
142
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
A Lei nº. 7/04, de 4 de novembro, (designada Lei de Enquadramento da Proteção Social), regula o sistema de
proteção social em São Tomé e Príncipe, o qual está estruturado em três regimes:
- Regime obrigatório: aplicável a trabalhadores por conta de outrem e a trabalhadores independentes, sendo
financiado com as contribuições dos trabalhadores e das respetivas entidades empregadoras;
- Regime complementar: de adesão facultativa, tendo por objetivo reforçar a cobertura dos benefícios
proporcionados pelo regime obrigatório;
- Regime social: tem por objetivo proporcionar proteção social a pessoas em situação de risco que não
estejam abrangidas pelo regime obrigatório e é inteiramente financiado pelo Estado.
As prestações sociais previstas visam cobrir situações de velhice, invalidez e sobrevivência, bem como outras
situações socialmente relevantes (maternidade, doença e funeral).
Atualmente a taxa contributiva para o regime obrigatório do sistema de Segurança Social ascende a 10% do
montante das prestações pecuniárias periódicas, recaindo sobre a entidade patronal a obrigatoriedade de
entrega dos montantes devidos, não obstante o respetivo encargo ser repartido entre ambas as partes
(empregador: 6%, trabalhador: 4%).
Para este efeito, qualificam como investimento a instalação, reabilitação e expansão de atividades económicas
que concorram para o desenvolvimento do país. Estão, no entanto, excluídos do âmbito de aplicação do
Código de Investimentos os projetos de investimentos realizados no domínio da pesquisa e extração de
hidrocarbonetos a montante da indústria petrolífera e das Zonas Francas, que são regulados por lei especial.
As condições previstas no Código de Investimentos são aplicáveis quer a investidores nacionais, quer a
investidores estrangeiros.
IDE: qualquer das formas de contribuição do capital estrangeiro suscetível de avaliação pecuniária,
que constitua recurso próprio ou sob conta e risco do investidor estrangeiro, provenientes do
estrangeiro, e destinadas à incorporação no investimento para a realização de um projeto de atividade
económica através de uma empresa registada em São Tomé e Príncipe e a operar a partir do território
nacional;
Investimento Direto Nacional: qualquer das formas de contribuição de capital nacional suscetível de
avaliação pecuniária, que constitua capital ou recursos próprios ou sob conta e risco do investidor
nacional, destinadas à incorporação no investimento para a realização de um projeto de atividade
143
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
económica através de uma empresa registada em São Tomé e Príncipe e a operar a partir do território
nacional.
O Estado de São Tomé e Príncipe assegura aos investidores cujos investimentos qualifiquem para efeitos de
aplicação do Código de Investimentos as seguintes garantias:
Direito à proteção da propriedade privada;
Direito às garantias previstas em acordos ou tratados internacionais;
Direito à igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, em todo o processo de investimento;
Direito à transferência da totalidade do capital e dos seus rendimentos;
Direito de exportação dos produtos de liquidação dos investimentos realizados.
De notar que os lucros exportáveis correspondem à parte dos lucros resultantes da atividade do projeto que
envolva IDE elegível à exportação de lucros de acordo com a Lei Cambial em vigor, cuja remessa para o
exterior possa ser efetuada por livre iniciativa do investidor, uma vez assegurados o pagamento dos impostos
e outras obrigações devidas ao Estado Santomense e as deduções legais relativas à constituição ou reposição
de fundos de reserva.
Processo de candidatura
O gozo das garantias e incentivos previstos no Código de Investimento depende da celebração de contrato
entre o investidor e o Estado. Para tal, os projetos de investimento em São Tomé e Príncipe devem ser
submetidos à aprovação do Ministério responsável pelo Planeamento, que decidirá no prazo máximo de 45
dias após a data da receção do dossier completo de candidatura. Decorrido esse prazo sem que seja remetida
uma resposta ao investidor, o projeto de investimento é considerado tacitamente autorizado pelas autoridades
governamentais.
Após a aprovação, expressa ou tácita, do projeto de investimento, o mesmo deverá ser implementado no
prazo de 90 dias, sob pena da autorização para o investimento caducar.
O Governo de São Tomé e Príncipe implementou uma plataforma – Guiché Único da Empresa – com o
objetivo de conferir celeridade aos processos de constituição, alteração ou extinção de empresas e atos afins,
cujas competências incluem a verificação da admissibilidade do nome da empresa, o registo estatístico e
comercial da empresa e a emissão da respetiva certidão de registo, a atribuição de número de contribuinte às
empresas e a inscrição dos contribuintes e beneficiários de segurança social.
Assim, os investidores poderão criar uma empresa através da plataforma Guiché Único da Empresa, mediante
a apresentação dos seguintes documentos, no caso de sócios que sejam pessoas singulares:
Certificado de admissibilidade;
Estatuto da empresa/pacto social em formato digital;
Cópias do bilhete de identidade, número de identificação fiscal e número de identificação bancária ou
de passaporte e/ou cartão de residente válido;
Informação quanto ao estado civil, dados do cônjuge e regime de casamento, se aplicável;
Caso existam mandatários, procuração ou fotocópia da procuração autenticada;
Atas ou fotocopias autenticadas (caso confiram poderes de representação, as assinaturas devem ser
reconhecidas).
144
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Caso pelo menos um dos sócios seja pessoa coletiva, deverão ainda ser entregues os seguintes documentos:
Cópias da escritura pública de constituição da “sociedade”, certidão do Registo Comercial e Alvará;
Ata da Assembleia Geral que delibere sobre a participação da mesma numa sociedade de direito São-
Tomense.
Cópias do documento de identificação dos sócios/ acionistas.
Por outro lado, para efeitos de registo de uma sucursal ou filial de empresa estrangeira em São Tomé e
Príncipe, deverão ser entregues os seguintes documentos:
Todos os documentos referidos acima que estejam em língua estrangeira devem ser traduzidos para língua
portuguesa, para este efeito, por um tradutor público em São Tomé e Príncipe.
Inscrição de sociedade/sucursal/filial no prazo normal: 5.150.000,00 STD (cerca de 285 US$ ou 210
Euros);
Inscrição de sociedade/sucursal/filial com carácter de urgência: 10.150.000,00 STD (cerca de 560 US$
ou 415 Euros).
Para além de definir o regime jurídico aplicável ao investimento interno e externo, a Lei n.º 7/08, de 27 de
agosto – Código de Investimentos – regula também o regime de benefícios e incentivos aplicáveis aos
investimentos.
Por forma a beneficiar destes incentivos, o investidor deverá submeter ao Guiché Único da Empresa um
dossier de candidatura de que conste a seguinte documentação:
Uma vez atribuído, o direito a incentivos fiscais ao investimento é irrevogável pelo período da sua duração, a
não ser que o beneficiário cometa alguma infração prevista no Código de Investimentos. Os benefícios fiscais
atribuídos no âmbito do Código de Investimentos são ainda cumuláveis com quaisquer outros, de natureza
financeira ou especial.
145
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Atualmente, os benefícios fiscais existentes estão dispersos por vários diplomas, estando prevista a
publicação de um Código de Benefícios Fiscais, que venha sistematizar e uniformizar a aplicação dos
mesmos, e colmate assim a lacuna introduzida pela revogação da Lei n.º 13/92 de 18 de junho (o anterior
Código de Investimentos).
Zonas Francas
Ao abrigo do Regime Franco, definido no Decreto-Lei n.º 61/95 de 31 de dezembro, as empresas que operem
em zona franca, e que estejam como tal homologadas, não estão sujeitas a imposto nas suas atividades
objeto de homologação, durante um período de 10 anos. Adicionalmente, não estão também sujeitos a
impostos os dividendos, juros, taxas ou remunerações de serviços pagos por essa entidade a entidades não
residentes em São Tomé e Príncipe (exceto se a entidade não residente exercer ela própria atividade no país).
Adicionalmente, as atividades realizadas no âmbito do Regime Franco são consideradas, para efeitos
aduaneiros, como sendo situadas fora do território aduaneiro de São Tomé e Príncipe, estando assim isento
de direitos e taxas de importação e exportação o trânsito de mercadorias entre:
Entidades que exerçam as suas atividades ao abrigo do Regime Franco, por um lado, e em território
exterior ao de São Tomé e Príncipe, por outro.
Para que possam beneficiar do regime franco, as empresas devem ser constituídas sob a forma de
sociedades offshore, devendo efetuar o pagamento de uma licença. Podem beneficiar do regime franco as
empresas que:
146
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Neste âmbito, podem apresentar projetos de investimento à SOFID empresas privadas e públicas, desde que
geridas de forma comercial, e com uma participação acionista portuguesa mínima de 20%, cujos projetos
cumpram os seguintes requisitos:
Sejam efetuados no âmbito de programas setoriais (múltiplos projetos promovidos por um único
mutuário, parcerias público privadas, projetos regionais, parcerias entre empresas/empresários
portugueses e de outros países);
Estão excluídos os projetos com impactes sociais ou ambientais negativos, e os projetos de caráter
especulativo ou que envolvam trabalho infantil, entre outros;
São apoiados todos os setores relevantes para o desenvolvimento sustentado dos países de destino
e que correspondam aos interesses da economia e das empresas portuguesas, sendo no entanto
privilegiados os setores da agro-indústria, da indústria transformadora, das infraestruturas, da energia,
do turismo, comércio e serviços e ainda o setor financeiro;
Os mutuários não sejam sociedades offshore sedeadas em locais que integrem a lista da OCDE de
regimes fiscais privilegiados não cooperantes.
79
A SOFID é uma instituição portuguesa membro da EDFI (Association of European Development Finance
Institutions). Regra geral, os produtos financeiros disponibilizados pelas Instituições Financeiras ao
Desenvolvimento locais podem ser dos seguintes tipos:
Através da SOFID, é possível também aceder a financiamento no âmbito do Fundo Fiduciário EU-África para
as Infraestruturas, que canaliza fundos do Banco Europeu de Investimento (BEI), quer para entidades privadas
quer para entidades públicas, para investimentos com carácter transfronteiriço ou regional nos setores da
energia, transportes, água, saneamento e tecnologias de informação.
78 Nota: As referências a esta entidade devem lidas como SOFID ou como futuro banco de fomento.
79
EDFI - Instituições Financeiras Europeias de Desenvolvimento
147
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
No contexto da CEMAC, São Tomé e Príncipe está bem posicionado no que se refere à facilidade de se fazer
negócios, de acordo com o relatório do Banco Mundial, ocupando, contudo, a última posição quando é
avaliada a facilidade de obtenção de crédito.
Facilidade de Obtenção de
Abertura de Obtenção Registo de Obtenção
Países se fazer alvarás de
empresas eletricidade propriedade de crédito
negócios construção
São Tomé e
160 100 91 72 161 180
Príncipe
Guiné
162 182 107 86 103 104
Equatorial
República do
183 180 149 170 156 104
Congo
República
Centro- 185 170 147 173 132 104
Africana
80
De acordo com o World Investment Report do UNCTAD publicado em 2013, São Tomé e Príncipe registou
em 2012 um volume de IDE de 344 milhões de dólares, o que representa um dos valores mais baixos no
contexto da CEMAC, só ultrapassando o Burundi, que apenas registou um valor de 9 milhões de dólares.
Ao longo dos anos, contudo, a posição de São Tomé e Príncipe como país recetor de IDE tem vindo a
melhorar, conforme demonstra o estudo da UNCTAD, para o que tem contribuído a descoberta de petróleo
nas suas águas, e a exploração quer na ZDC (parceria entre São Tomé e Príncipe e a Nigéria), quer na ZEE.
A realização de importações ou exportações a título comercial, efetuada por pessoas singulares, coletivas
privadas, mistas, estatais e cooperativas, implica o registo obrigatório como exportador ou importador na
Direção do Comércio daquele país.
O processo de desembaraço aduaneiro é regulado pelo Decreto-Lei nº 39/2009 de 13 de outubro, que aprovou
o Código Aduaneiro, sendo a Direção Geral das Alfândegas a entidade responsável pela fiscalização das
atividades alfandegárias em São Tomé e Príncipe.
Em regra, a importação de mercadorias é livre, com exceções justificadas por razões de segurança, ordem
moral, defesa do património, da fauna e da flora, entre outras. A realização de uma importação implica a
obtenção dos seguintes documentos:
Certificado de origem;
Declaração aduaneira emitida pelo país de embarque – DU (quando solicitada pela Alfândega).
Desde a implementação, em 2000, de um sistema tarifário de três níveis, as mercadorias importadas estão
sujeitas a taxas de 5% para produtos de primeira necessidade, 10% para outros bens e 20% para produtos de
luxo. Contudo, certos bens estão sujeitos a uma sobretaxa, por exemplo:
Para além dos direitos, são devidos outros montantes, nomeadamente a título de taxas. Por sua vez, não são
devidos direitos aduaneiros sobre as exportações, mas apenas devidas algumas taxas.
149
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Conforme referido acima, existem regras especiais relativamente aos investimentos efetuados nas zonas
francas.
Conforme referido no ponto 4.2 supra, o Estado de São Tomé e Príncipe garante aos investidores estrangeiros
o direito à transferência da totalidade do capital e dos seus rendimentos, desde que estejam reunidos os
demais pressupostos legais.
A realização de vendas de divisas e transferência para o exterior para realização de importações estão
totalmente liberalizadas, mas estas operações apenas podem ser efetuadas pelos bancos comerciais e pelo
Banco Central.
O Banco Central garante a convertibilidade e a transferência das divisas para o exterior, quando o importador
disponha de fundos para cobertura dos valores nos bancos comerciais.
No que se refere às divisas recebidas em virtude de exportações, os exportadores poderão dispor livremente
das mesmas, exceto no que respeita à verba retida pelo Banco Central.
As divisas provenientes de exportações deverão ser entregues na sua totalidade, ao sistema financeiro de São
Tomé e Príncipe.
Por sua vez, as vendas de divisas e transferências para o exterior estão dependentes de prévia autorização do
Banco Central, nos seguintes casos:
150
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Nos últimos anos, São Tomé e Príncipe procedeu a uma reforma profunda do seu sistema tributário, com o
objetivo de o modernizar e de o tornar mais eficaz.
Sujeitos passivos:
- Entidades, com ou sem personalidade jurídica, que não tenham sede nem
Imposto sobre o direção efetiva em território nacional.
Rendimento das
Pessoas Coletivas Base tributável:
- Lucro das pessoas e entidades referidas nos dois pontos anteriores que
IRC
exerçam uma atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola;
Imposto sobre o
Taxa Incidência objetiva:
Rendimento
Progressiva
de Pessoas - Rendimentos provenientes das categorias seguintes:
(10% a 25%)
Singulares (IRS) Categoria A: rendimentos do trabalho dependente e de pensões;
Categoria B: rendimentos empresariais e profissionais;
Categoria C: rendimentos de capais;
Categoria D: incrementos patrimoniais.
Sujeitos passivos:
- Pessoas singulares ou coletivas que produzam, transformem ou embalem
mercadorias, sejam quais forem os processos ou meios utilizados
Incidência objetiva:
- Valor patrimonial tributário do imóvel.
Contribuição
0,1%
predial urbana
Sujeito passivo:
- Proprietário do imóvel.
Imposto de selo
3% - Emissões de faturas e recibos.
São Tomé e Príncipe, comparativamente com os seus pares da CEEAC, e tal como se pode concluir da tabela
seguinte, ocupa uma das melhores posições da tabela de competitividade do Relatório Paying Taxes da PwC,
apesar do excessivo número de horas necessárias para cumprir as respetivas obrigações fiscais.
152
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
São Tomé e
156 42 424 22,1 6,8 3,6 32,5
Príncipe
República do
183 49 602 0,0 31,3 32,5 63,8
Congo
República
188 56 483 0,0 19,8 67,8 87,6
Centro-Africana
Por sua vez, comparativamente com os vários países da CPLP, São Tomé e Príncipe encontra-se a meio da
tabela no que se refere ao nível de competitividade fiscal (conforme Tabela 32 incluída na pág. seguinte).
153
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Contribs.
Imposto Outros Total
Pagamentos Tempo impostos sobre o
Países Ranking s/ lucros impostos (%
(n.º) (horas/ano) trabalho
(% lucros) (% lucros) lucros)
(% lucros)
São Tomé e
156 42 424 22,1 6,8 3,6 32,5
Príncipe
154
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
O Regime Jurídico dos Cidadãos Estrangeiros, aprovado em 2008, impõe 5 requisitos para que um cidadão
estrangeiro possa entrar em São Tomé:
Tipo Requisito
Visto oficial, diplomático e de Concedidos pelo Ministério que tutela o setor das relações
cortesia: exteriores, são válidos por 30 dias no máximo por duas
entradas.
Países com os quais São Tomé e Príncipe assinou acordos de supressão de vistos
155
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
São Tomé e Príncipe é parte no Acordo sobre supressão de vistos para cidadãos dos países da CPLP titulares
de passaportes diplomáticos, de serviço e especiais.
Os pedidos de vistos de entrada devem ser efetuados, numa Embaixada ou Consulado de São Tomé e
Príncipe com o mínimo de 7 dias de antecedência, salvo se respeitarem a elementos de organizações
internacionais, caso em que prazo mínimo deve ser de 72 horas.
Nos países ou áreas geográficas onde não exista representação diplomática ou consular de São Tomé e
Príncipe o visto pode ser solicitado diretamente ao Serviço de Migração e Fronteiras, usando o “eVisaST”
através do sítio de internet www.smf.st/virtualvisa, também com o prazo mínimo de 7 dias úteis de
antecedência.
Apesar de não ser obrigatório, é aconselhável obter um contrato de seguro sobre as mercadorias e bens com
destino a São Tomé e Príncipe.
A cobertura de risco das exportações de Portugal para São Tomé e Princípe poderá ser realizada por
empresas seguradoras privadas tendo em consideração que, no caso dos seguros de créditos com Garantia
do Estado, o operador único, por protocolo com o Estado Português, é a empresa Companhia de Seguro de
Créditos (COSEC) que, para além do seguro de crédito à exportação dispõe de um mecanismo de garantias
de seguro de caução.
Esta companhia de seguros de crédito cobre riscos quanto a apólices individuais a curto prazo, apesar de o
fazer numa base muito restritiva. Contudo, esta cobertura não é possível numa apólice global, relativamente a
exportações para São Tomé e Príncipe.
156
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Sociedade Unipessoal por Quotas – É uma sociedade constituída apenas por um sócio único, que
pode ser pessoa singular ou coletiva. O capital social mínimo é de Dbs. 20.000.000.
A Lei de bases do Sistema Judiciário aprovada em 2010, estabeleceu uma divisão do território em três regiões
judiciais:
Região de Água que engloba os distritos de Água Grande, Mé-Zóchi, Lobata, Cantagalo e Caué;
Região de Lembá;
Região Autónoma do Príncipe.
Tipos de Tribunais
Competência Organização Nº de Tribunais
Judiciários
O Supremo Tribunal de
Está dividido em duas
Justiça é o órgão superior
secções, uma de matéria
Supremo Tribunal de de hierarquia dos tribunais
penal e outra que engloba 1
Justiça judiciais e apenas decide
matéria cível,
questões em matéria de
administrativa e fiscal.
direito.
Existem dois meios alternativos de resolução extrajudicial de litígios relacionados com investimentos em São
Tomé e Príncipe:
Existe um Centro de Arbitragem na cidade de São Tomé criado, em 2006, pela Lei de Arbitragem Voluntária
que funciona com um mínimo de 3 juízes nomeados pela Câmara de Comércio, Agricultura e Indústria.
O acesso a este Centro é permitido em relação a qualquer litígio que não envolva direitos alienáveis de
natureza agrícola, comercial, industrial ou de serviços, e que não esteja legalmente adstrito aos tribunais ou à
arbitragem obrigatória, nos seguintes termos:
Tem de ser submetido ao Centro de Arbitragem pelas partes através de um acordo de arbitragem;
O objeto do acordo de arbitragem pode basear-se num litígio corrente, mesmo que já esteja a correr
num tribunal (compromisso arbitral), ou um litígio potencial decorrente de uma relação jurídica
contratual ou não contratual (cláusula de arbitragem);
157
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Para além das questões de natureza litigiosa em sentido estrito, as partes podem convencionar
livremente sobre que assuntos querem ver resolvidos pela arbitragem tais como: questões que
envolvem a necessidade de clarificar, completar, atualizar ou rever os contratos ou as relações
jurídicas;
O Estado e outras entidades de direito público podem celebrar acordos de arbitragem nos casos
permitidos por lei ou se tiverem por objeto litígios respeitantes a relações de direito privado.
A arbitragem internacional só pode ser acionada por investidores estrangeiros, que tenham um contrato inicial
com o Governo santomense. Neste contrato terá de ser expressamente mencionado que qualquer litígio
superveniente daquela relação contratual será dirimido através deste tipo de arbitragem.
Devido ao acordo bilateral de investimento celebrado entre Portugal e São Tomé em 1997, qualquer litígio
entre investidores portugueses e o Estado santomense poderá ser resolvido através da negociação entre as
partes, ou caso esta não tenha êxito, com recurso ao International Centre for Settlement of Investment
81
Disputes (ICSID) .
Os EM que integram a CEMAC celebraram protocolos para as indústrias que visam desenvolver a economia,
incluindo os setores agrícola, industrial, dos transportes, comunicações, ciência, tecnologia, energia, recursos
naturais, entre outros. Esta comunidade pretende estabelecer protocolos aduaneiros e de livre circulação de
materiais em indústrias relevantes na região.
Há um conjunto de acordos bilaterais que são essenciais para compreender os mecanismos que poderão
facilitar o acesso dos investidores aos mercados: os acordos comerciais de investimento, os acordos de
promoção e proteção recíproca de investimentos e os acordos para evitar a dupla tributação. São Tomé e
Príncipe não dispõe de muitos acordos em vigor.
São Tomé e Príncipe não é membro da OMC, mas tem o estatuto de observador. Este território
também não pertence à CEDEAO, apesar de ter assinado diversos acordos bilaterais de comércio,
nomeadamente com Angola, Gabão e Nigéria e de ter uma relação de comércio livre com a CEMAC;
São Tomé e Príncipe ratificou a Convenção de Paris para a Proteção da Propriedade Industrial para a
proteção de marcas e patentes, a Convenção de Nova Iorque sobre o Reconhecimento e a Execução
de Sentenças Arbitrais Estrangeiras e a Convenção de Washington para a Resolução de Disputas
relativas a Investimentos entre Estados e Nacionais de Outros Estados;
São Tomé e Príncipe assinou o Acordo sobre Aspetos dos Direitos da Propriedade Intelectual na
sequência do Acordo de Marrakesh que criou a OMC;
São Tomé e Príncipe assinou o Tratado que estabelece o Mercado Comum da África Oriental e
Austral (COMESA) e o Tratado que estabelece a Comunidade da África Oriental;
159
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
A Lei de Crescimento e Oportunidades para África (AGOA), aprovada em 2000, tem vindo a permitir desde
então a exportação de bens e produtos para os EUA, com isenção de taxas alfandegárias. Para beneficiarem
deste regime fiscal é necessário que os produtos sejam originários de países africanos, e que os países sejam
reconhecidos como estando a implementar medidas que possibilitem uma economia de mercado livre e com
políticas democráticas.
Foi também celebrado um acordo de incentivo ao investimento entre os Governos dos EUA e da República
Democrática de São Tomé e Príncipe.
O Acordo de Cotonu
O Acordo de Cotonu, assinado por 79 países em 2000, é o principal instrumento para a prestação de
assistência pela UE em matéria de cooperação para o desenvolvimento com os Estados de África, das
Caraíbas e do Pacífico (ACP), e de cooperação da UE com os países e territórios ultramarinos.
O Acordo de Cotonu tem por objetivo promover e acelerar o desenvolvimento económico, cultural e social dos
países ACP e trouxe uma nova visão de cooperação. A nova parceria combina a ajuda para o
desenvolvimento, a dimensão política e os aspetos comerciais. O seu principal objetivo é a redução da
pobreza nos Estados ACP do qual faz parte São Tomé e Príncipe.
O Acordo de Cotonu previu a criação de um importante instrumento financeiro de apoio aos seus objetivos, o
Fundo Europeu de Desenvolvimento (FED).
O Acordo Cotonu prevê também a promoção de instrumentos de dinamização do IDE para os países ACP:
Promoção do investimento;
Apoio e financiamento dos investimentos nos países da ACP através de subsídios para
assistência financeira e técnica, serviços de assessoria e consultoria, capitais de risco para
participações no capital ou operações assimiláveis, garantias de apoio a investimentos
privados, nacionais e estrangeiros, bem como empréstimos e linhas de crédito, empréstimos a
partir dos recursos próprios do BEI.
160
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Estes mecanismos de apoio às empresas têm vindo a ser promovidos, entre outros, pelas Instituições
Financeiras para o Desenvolvimento.
Outros Acordos
Além do Acordo de Cotonu existe um conjunto de outras convenções e compromissos políticos assinados
entre a UE e São Tomé e Príncipe.
Entre estes contam-se a Declaração de Paris sobre a eficácia da ajuda, de 2 de Março de 2005, e
instrumentos subsequentes e a Parceria Estratégica África-UE de 2007.
Estão a ser negociados Acordos de Parceria Económica entre a UE e a CEEAC, mas à data de realização
deste estudo ainda não foram concluídas as negociações.
161
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
162
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
5. CPLP
Atratividade de São Tomé e
Príncipe no contexto da CPLP
163
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
O valor global dos fluxos de IDE nos países da CPLP ascende a US$ 79,5 mil milhões, contudo, São Tomé e
Príncipe tem pouca expressão em termos globais.
Gráfico 93 - Valores (milhões US$) e percentagens de IDE na CPLP no ano de 2012, UNCTAD
70000
IDE na CPLP
60000
Brasil
50000
Portugal
40000
7%
11% Moçambique 30000
10000
São Tomé e Príncipe
82% 0
Timor-Leste
Guiné-Bissau
De acordo com o estudo “Doing Business 2013” do Banco Mundial, São Tomé e Príncipe tem vindo a
implementar diversas medidas visando aumentar a sua atratividade, nomeadamente, a reforma tributária, a
modernização do sistema financeiro, a mudança de regime cambial e a simplificação do processo de abertura
de empresas e do processo de licenciamento.
No contexto da CPLP, algumas das reformas acima referidas permitiram que São Tomé e Príncipe esteja bem
posicionado no que se refere ao processo de constituição de empresas e obtenção de licenças, mas tal como
já referido acima, também no contexto da CPLP ocupa a última posição quando se avalia a facilidade de
obtenção de crédito.
Facilidade em Obtenção de
Abertura de Obtenção de Registo de Obtenção
Países fazer alvarás de
empresas eletricidade propriedade de crédito
negócios construção
Portugal 30 31 78 35 30 104
164
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
São Tomé e
160 100 91 72 161 180
Príncipe
A intensificação das trocas comerciais exige complementaridade industrial das economias, implicando níveis
de especialização diferenciada entre parceiros.
Como indicador, revela igualmente, o potencial dos acordos de comércios regionais para as trocas comerciais.
Nessa medida analisou-se o grau de complementaridade da CPLP e da RAE de Macau como um bloco
económico.
País exportador
São Tomé e
Angola Brasil Cabo Verde Guiné-Bissau Moçambique Timor Leste Portugal Macau
Príncipe
Angola 5 1 2 4 2 1 80 0
Brasil 40 32 19 31 24 23 47 13
Cabo Verde 6 5 3 8 4 3 2 7
País importador
Guiné-Bissau 2 5 3 4 1 1 1 0
Moçambique 15 12 13 10 11 10 9 9
São Tomé e Príncipe 18 13 18 19 19 6 3 8
Timor Leste 5 1 5 3 7 4 1 4
Portugal 83 48 72 38 66 51 37 35
Macau 11 8 9 5 12 6 5 1
Fonte: Cálculo realizado pela PwC com base nos dados do UNCTAD, UNCTADstat
O nível de complementaridade comercial das economias da CPLP e Macau é muito baixo, excetuando no
relacionamento entre Portugal e Angola.
De facto apenas 2,9% das exportações dos países da CPLP se destinam a outros países da CPLP, peso
relativo que tem vindo a reduzir-se desde 2008. Apesar das exportações intrarregião evidenciarem um
decréscimo médio anual 0,4% de 2008 a 2012, verifica-se uma retoma favorável das exportações intrarregião
de 20,8% (crescimento médio anual) a partir de 2010.
O ICC entre Portugal e Angola (83 pts e 80 pts) revela uma relação potencial biunívoca.
165
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
A estrutura de importações de Portugal poderá também potenciar as suas relações com o Brasil (48 pts),
Guiné-Bissau (38 pts), Moçambique (66 pts), São Tomé e Príncipe (51 pts) e Timor Leste (37 pts).
Por seu lado, a estrutura de importações do Brasil poderá apresentar algum grau de complementaridade com
as estruturas exportadoras de Angola (40 pts) e Portugal (47 pts). Por outro lado, o ICC entre Portugal e Cabo
Verde evidencia uma relação potencial unívoca, apresentando um grau de complementaridade de 72 pts.
De facto, é notório que a alavancagem comercial intra-CPLP poderá ser potenciada fundamentalmente por 2
motores, por Angola - país com maior relevância nas exportações intrarregião e por Portugal – país CPLP que
mais destaca nas importações intrarregião.
85
Nesta medida Portugal poderá potenciar-se como hub comercial da CPLP, assumindo um papel fundamental
de porta de entrada para os países da CPLP e destes para a UE.
São Tomé e Príncipe – Valor total das importações totais, US$ 141 milhões, 2012
Veículos automóveis
Equipamento eletrónico
Veículos automóveis para transporte de
Maquinaria e equipamento de pessoas Brasil
transporte Veículos a motor para transporte de Portugal
mercadorias
Máquinas de processamento de dados
Máquinas e aparelhos elétricos
Brasil
Bebidas alcoólicas
Bebidas Portugal
Bebidas não alcoólicas
Angola
Matéria-prima (exceto Portugal
Cal e cimento
combustíveis) Brasil
Portugal
Produtos químicos Sabonetes, limpeza e de polimento
Brasil
Estruturas e peças de ferro, aço, Portugal
Artigos manufaturados
alumínio Brasil
Mobiliário e peças
Outros artigos manufaturados Portugal
Artigos de plástico
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat *Indiretamente, produz matéria prima
167
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Índice de Tabelas
Tabela 1 - Indicadores dos Estados Membros da CEEAC .................................................................................................... 28
Tabela 2 – Índice de Complementaridade Comercial (ICC) intra-CEEAC (%) ...................................................................... 42
Tabela 3 - Comunidades económicas regionais em perspetiva ............................................................................................ 43
Tabela 4 - IDE nos Estados Membros da CEEAC – inward flow, (M US$) ........................................................................... 57
Tabela 5 - Evolução das receitas petrolíferas ....................................................................................................................... 68
Tabela 6 - Despesas orçamentais ......................................................................................................................................... 68
Tabela 7 - Finanças Públicas do Gabão, 2009-2014 (Percentagem do PIB) ........................................................................ 68
Tabela 8 - Notação de crédito da dívida pública do Gabão (2012) ....................................................................................... 70
Tabela 9 – Participação do Estado no capital das sociedades, 2013 .................................................................................... 71
Tabela 10 – Lista das empresas privatizadas/em curso depois de 2006 .............................................................................. 73
Tabela 11 – Principais objetivos estratégicos........................................................................................................................ 77
Tabela 12 - Características das províncias do Gabão ........................................................................................................... 79
Tabela 13 – Total dos investimentos dos projetos (Milhares de francos CFA) ...................................................................... 84
Tabela 14 - Indicadores caracterizadores da economia externa do Gabão .......................................................................... 85
Tabela 15 - Evolução das taxas de juro no Gabão (2008-2012) ......................................................................................... 100
Tabela 16 - Indicadores sociais de São Tomé e Príncipe ................................................................................................... 104
Tabela 17 - Taxa de crescimento do PIB real por setor de atividade .................................................................................. 109
Tabela 18 – Objetivos específicos para 2012 – 2016 do Eixo 1 .......................................................................................... 115
Tabela 19 – Objetivos específicos para 2012 – 2016 do Eixo 2 .......................................................................................... 115
Tabela 20 – Objetivos específicos para 2012 – 2016 do Eixo 3 .......................................................................................... 115
Tabela 21 – Objetivos específicos para 2012 – 2016 do Eixo 4 .......................................................................................... 115
Tabela 22 – Taxa de acesso à água potável (2001 – 2006) ............................................................................................... 116
Tabela 23 – Cobertura de saneamento (2001 e 2009) ........................................................................................................ 117
Tabela 24 - Competências no âmbito do sistema elétrico de São Tomé e Príncipe ........................................................... 117
Tabela 25 – Abertura da economia de São Tomé e Príncipe .............................................................................................. 126
Tabela 26 - Principais setores de oportunidade em São Tomé e Príncipe .......................................................................... 133
Tabela 27 – Inward de IDE por EM da CEEAC ................................................................................................................... 135
Tabela 28 – Instituições de crédito ...................................................................................................................................... 137
Tabela 29 - Doing Business 2013 – Posição por EM da CEMAC ....................................................................................... 148
Tabela 30 - Quadro resumo com os principais impostos de São Tomé e Príncipe ............................................................. 151
Tabela 31 - Paying Taxes, PwC, 2014 - CEEAC................................................................................................................. 153
Tabela 32 - Paying Taxes, PwC, 2014 – CPLP ................................................................................................................... 154
Tabela 33 – Tribunais judiciários em São Tomé e Príncipe ................................................................................................ 157
Tabela 34 - Acordos bilaterais de São Tomé e Príncipe ..................................................................................................... 159
Tabela 35 - Doing Business 2013 – Posição por país da CPLP.......................................................................................... 164
Tabela 36 – ICC da CPLP e Macau (%) .............................................................................................................................. 165
168
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Índice de Gráficos
Gráfico 1 – PIB por setor - CEEAC........................................................................................................................................ 29
Gráfico 2 - PIB por Estado Membro, milhões US$ ............................................................................................................... 30
9
Gráfico 3 - Contribuição de cada Estado Membro para o PIB da CEEAC ........................................................................... 30
Gráfico 4 - Evolução das economias da CEEAC ................................................................................................................... 31
Gráfico 5 - Ranking do Doing Business – CEEAC ................................................................................................................ 32
Gráfico 6 - Como é que a CEEAC se classifica no ranking “Doing Business”? ..................................................................... 32
Gráfico 7 - Facilidade em começar um negócio .................................................................................................................... 33
Gráfico 8 – Nº de dias médio para abrir uma empresa.......................................................................................................... 33
Gráfico 9 - Obtenção de eletricidade ..................................................................................................................................... 33
Gráfico 10 – Nº médio de dias para ter eletricidade .............................................................................................................. 33
Gráfico 11 - Obtenção de crédito .......................................................................................................................................... 33
Gráfico 12 - Proteção dos investidores.................................................................................................................................. 33
Gráfico 13 – Relação entre o crescimento do PIB e a variação no ICG ................................................................................ 34
Gráfico 14 – PIB por setor - Angola ....................................................................................................................................... 36
Gráfico 15 – PIB por setor - Camarões ................................................................................................................................. 37
Gráfico 16 – PIB por setor – República Centro - Africana ..................................................................................................... 37
Gráfico 17 – PIB por setor - Burundi ..................................................................................................................................... 38
Gráfico 18 – PIB por setor – República Democrática do Congo ............................................................................................ 38
Gráfico 20 – PIB por setor - Congo ....................................................................................................................................... 39
Gráfico 21 - PIB por setor - Chade ........................................................................................................................................ 40
Gráfico 22 – PIB por setor – Guiné Equatorial ...................................................................................................................... 40
Gráfico 23 – PIB por setor – São Tomé e Príncipe ............................................................................................................... 41
Gráfico 23 - Evolução do comércio intra-CEEAC vs. evolução do PIB da região .................................................................. 44
Gráfico 24 - Peso das exportações/importações intra-CEEAC no total da região ................................................................. 45
Gráfico 25 - Trocas intra-CEEAC (2012) ............................................................................................................................... 46
Gráfico 26 - Evolução das importações da CEEAC e principais países de origem ............................................................... 47
Gráfico 27 - Importações da CEEAC - Top Produtos ............................................................................................................ 48
Gráfico 28 - Importações da CEEAC à China ....................................................................................................................... 48
Gráfico 29 - Importações da CEEAC a França...................................................................................................................... 49
Gráfico 30 - Importações da CEEAC a Portugal ................................................................................................................... 49
Gráfico 31 - Evolução das exportações da CEEAC e principais países de destino .............................................................. 50
Gráfico 32 - Exportações da CEEAC – Top produtos ........................................................................................................... 50
Gráfico 33 - Exportações da CEEAC para China .................................................................................................................. 51
Gráfico 34 - Exportações da CEEAC para os EUA ............................................................................................................... 51
Gráfico 35 - Exportações da CEEAC para a Índia ................................................................................................................. 51
Gráfico 36 - Exportações da CEEAC para Taiwan ................................................................................................................ 51
Gráfico 37 – Importações da CEEAC à CPLP ....................................................................................................................... 52
Gráfico 38 – Importações da CEEAC a Portugal ................................................................................................................... 53
Gráfico 39 – Importações da CEEAC ao Brasil ..................................................................................................................... 54
Gráfico 40 – Exportações da CEEAC para a CPLP .............................................................................................................. 54
Gráfico 41 – Exportações da CEEAC para Portugal ............................................................................................................. 55
Gráfico 42 – Exportações da CEEAC para o Brasil ............................................................................................................... 55
Gráfico 43 - IDE na CEEAC – Inward e Outward .................................................................................................................. 56
Gráfico 44 - Representação da percentagem do PIB dos EM da CEEAC............................................................................. 66
Gráfico 45 - Evolução anual do PIB do Gabão (últimos 5 anos) ........................................................................................... 67
Gráfico 46 - Dívida pública total (%) ...................................................................................................................................... 69
Gráfico 47 - Gabão, PIB por setor 2012 (%) .......................................................................................................................... 70
Gráfico 48 – Crescimento do PIB real ................................................................................................................................... 75
Gráfico 49 - Evolução das importações do Gabão e principais países de origem ................................................................. 86
Gráfico 50 – Evolução das importações gabonesas por produtos ........................................................................................ 86
Gráfico 51 - Importações do Gabão – Top produtos ............................................................................................................. 87
Gráfico 52 – Importações gabonesas de França ................................................................................................................... 87
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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
170
São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP
Índice de Figuras
Figura 1- OMC – Membros e observadores .......................................................................................................................... 27
Figura 2 - Índice de Competitividade Global (ICG) ................................................................................................................ 34
Figura 3 - Estimativas de crescimento do PIB em África, 2013 ............................................................................................. 35
Figura 5 – Principais destinos de exportação de Portugal para a CEEAC ............................................................................ 52
Figura 6 - Principais destinos de exportação do Brasil para a CEEAC ................................................................................. 53
Figura 6 - Mapa do continente africano ................................................................................................................................. 65
Figura 8 - O estado das infraestruturas em África - Gabão ................................................................................................... 78
Figura 8 – Mapa dos corredores do Gabão ........................................................................................................................... 80
Figura 9 - Principais importações do Gabão provenientes do Brasil ..................................................................................... 90
Figura 11 - Estrutura acionista bancária em África ................................................................................................................ 98
Figura 12 - Contas bancárias (% +15 anos) em África .......................................................................................................... 99
Figura 13 - O continente Africano – São Tomé e Príncipe .................................................................................................. 102
Figura 14 – Estratégia de STP: objetivos e eixos estratégicos ............................................................................................ 114
Figura 15 - Centrais de energia hidroelétrica existente ....................................................................................................... 118
Figura 15 – Rede Nacional de Estradas em São Tomé ...................................................................................................... 121
Figura 17 – Plano de desenvolvimento hidroelétrico ........................................................................................................... 124
Figura 17 – Principais importações santomenses de Portugal ............................................................................................ 129
Figura 19 – Principais importações santomenses do Brasil ................................................................................................ 130
Figura 19 - Principais exportações santomenses para Portugal ......................................................................................... 132
Figura 20 - Inward e outward de IDE em STP (milhões US$) ............................................................................................ 135
Figura 22 - Estrutura acionista bancária em África .............................................................................................................. 136
Figura 22 – Repartição dos ativos bancários em STP ........................................................................................................ 137
Figura 24 - Distribuição geográfica dos pontos de acesso – agências bancárias ............................................................... 137
Figura 25 - Contas bancárias (% +15 anos) em África ........................................................................................................ 139
171
Título ou nome da empresa
ente.