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Sumário
Conceitos Iniciais da Contabilidade Pública.....................................................................................................3
Campo de Aplicação.....................................................................................................................................3
Objeto.......................................................................................................................................................... 4
Objetivos...................................................................................................................................................... 4
Características Qualitativas..........................................................................................................................5
Mensuração e Reconhecimento.................................................................................................................. 7
Princípios Orçamentários...............................................................................................................................11
Receitas.......................................................................................................................................................... 15
Classificação Quanto à Forma de Ingresso (Quanto a Natureza – cuidado!).............................................15
Classificação Segundo MCASP....................................................................................................................15
Classificação Segundo MTO....................................................................................................................... 23
Outras Classificações da Receita Orçamentária.........................................................................................23
Receita Intraorçamentária......................................................................................................................... 25
Recursos Financeiros não reconhecidos como Receita Orçamentária.......................................................25
Regimes da Contabilidade Aplicada ao Setor Público................................................................................26
Etapas/Estágios da Receita........................................................................................................................ 26
Dívida Ativa................................................................................................................................................ 27
Despesa Pública............................................................................................................................................. 29
Classificações da Despesa.......................................................................................................................... 29
Classificações Doutrinárias.........................................................................................................................37
Estrutura da Programação Orçamentária da Despesa...............................................................................38
Identificadores........................................................................................................................................... 39
Classificação Segundo a Lei 4320/64..........................................................................................................41
Créditos Orçamentários Iniciais e Adicionais.............................................................................................45
Estágios (Etapas) da Despesa..................................................................................................................... 46
Relacionamento do Regime Orçamentário com o Regime Contábil..........................................................47
Restos a Pagar, DEA e Suprimento de fundos............................................................................................48
Princípios da Contabilidade........................................................................................................................... 57
Patrimônio Público.........................................................................................................................................58
Procedimentos Contábeis.............................................................................................................................. 62
Estoques..................................................................................................................................................... 63
Material de Consumo x Material Permanente...........................................................................................64
Ativo Biológico........................................................................................................................................... 65
Propriedade para Investimento................................................................................................................. 65
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Investimentos permanentes...................................................................................................................... 67
Imobilizado................................................................................................................................................ 68
Ativo Intangível.......................................................................................................................................... 70
Depreciação, Amortização e Exaustão.......................................................................................................71
Redução ao Valor Recuperável.................................................................................................................. 72
Reavaliação................................................................................................................................................ 75
Transação Sem Contraprestação............................................................................................................... 77
Transação Com Contraprestação...............................................................................................................79
Passivo Contingente e Provisão................................................................................................................. 80
Ativo Contingente...................................................................................................................................... 81
Reestruturação.......................................................................................................................................... 81
Recebimentos Antecipados........................................................................................................................82
Receita de Venda....................................................................................................................................... 82
Plano de Contas............................................................................................................................................. 84
Lançamentos Típicos do Setor Público.......................................................................................................91
Balanço Orçamentário................................................................................................................................... 96
Análise do Balanço Orçamentário............................................................................................................100
Balanço Financeiro....................................................................................................................................... 104
Balanço Patrimonial..................................................................................................................................... 109
Notas Explicativas.................................................................................................................................... 117
Demonstração das Variações Patrimoniais..................................................................................................119
Demonstração dos Fluxos de Caixa..............................................................................................................126
Demonstração das Mutações do PL.............................................................................................................134
Notas Explicativas........................................................................................................................................ 137
NBC TSP Estrutura Conceitual...................................................................................................................... 140
Contratos de Concessão de Serviços Públicos (MCASP e NBC TSP 05).........................................................142
Custos de Empréstimos (MCASP e NBC TSP 14)...........................................................................................144
NBC TSP 16 - Demonstrações Contábeis Separadas....................................................................................147
NBC T 16.11 - Sistema de Informação de Custos do Setor Público (TSP 34 nova)........................................148
Combinações no Setor Público (MCASP e NBC TSP 21)................................................................................153
Divulgação Sobre Partes Relacionadas (MCASP e NBC TSP 22)....................................................................155
Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro (MCASP e NBC TSP 23).........................157
Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio (MCASP e NBC TSP 24)...........................................................159
Evento Subsequente (MCASP e NBC TSP 25)...............................................................................................161
Ativo Biológico e Produto Agrícola (MCASP e NBC TSP 26)..........................................................................163
Informações por Segmento (MCASP e NBC TSP 27).....................................................................................165
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Conceitos Iniciais da Contabilidade Pública
Campo de Aplicação
O Sistema S (e demais serviços sociais autônomos) estão no escopo obrigatório da CASP, por
determinação do TCU. Em relação a NBC TSP – Estrutura Conceitual é facultativo.
As pessoas físicas ou jurídicas prestadoras de serviços públicos para o Poder Público não estão no
campo de aplicação da CASP. O recurso público recebido por essas pessoas trata-se tão somente de
remuneração por serviço prestado.
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Objeto
Objetivos
O objetivo da Contabilidade Aplicada ao Setor Público é fornecer aos usuários informações sobre
os resultados alcançados e os aspectos de natureza orçamentária, econômica, financeira e física do
patrimônio da entidade do setor público e suas mutações, em apoio ao processo de tomada de decisão; a
adequada prestação de contas; e o necessário suporte para a instrumentalização do controle social.
(Norma revogada)
A Estrutura Conceitual do Setor Público destaca que o objetivo principal da maioria das entidades
do setor público é prestar serviços à sociedade, em vez de obter lucros e gerar retorno financeiro aos
investidores. Para atender esse objetivo, o instrumento utilizado são os Relatórios Contábeis de Propósito
Geral das Entidades do Setor Público (RCPGs).
Os usuários primários dos RCPGs são os usuários dos serviços e seus representantes (membros do
Poder Legislativo) e os provedores de recursos e seus representantes. Os RCPGs não são elaborados e
divulgados para atender a necessidades de informações específicas ou particulares.
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(b) as atividades de prestação de serviços e os seus respectivos resultados durante o exercício; e
(c) as expectativas relacionadas às atividades da prestação de serviços e outras atividades no
futuro, bem como as consequências, em longo prazo, das decisões tomadas e das atividades realizadas
durante o exercício, inclusive aquelas que possam impactar as expectativas sobre o futuro.
Características Qualitativas
São seis características qualitativas, as mesmas trazidas pelo CPC 00: relevância, representação
fidedigna, compreensibilidade, tempestividade, comparabilidade e verificabilidade. É importante que esses
nomes sejam memorizados. Para tanto, utilizaremos o seguinte mnemônico: “ReRe CoCoTeVe"
Re – Relevância
Re – Representação Fidedigna
Co – Compreensibilidade
Co – Comparabilidade
Te – Tempestividade
Ve – Verificabilidade
3.10 Para ser útil como informação contábil, a informação deve corresponder à representação
fidedigna dos fenômenos econômicos e outros que se pretenda representar. A representação fidedigna é
alcançada quando a representação do fenômeno é completa, neutra e livre de erro material. A informação
que representa fielmente um fenômeno econômico ou outro fenômeno retrata a substância da transação,
a qual pode não corresponder, necessariamente, à sua forma jurídica.
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classificada e apresentada de maneira clara e sucinta. A comparabilidade pode também aprimorar a
compreensibilidade.
3.19 Tempestividade significa ter informação disponível para os usuários antes que ela perca a
sua capacidade de ser útil para fins de prestação de contas e responsabilização (accountability) e
tomada de decisão. Ter informação disponível mais rapidamente pode aprimorar a sua utilidade como
insumo para processos de avaliação da prestação de contas e responsabilização (accountability) e a sua
capacidade de informar e influenciar os processos decisórios. A ausência de tempestividade pode tornar a
informação menos útil.
3.23 A comparabilidade também difere da uniformidade. Para que a informação seja comparável,
coisas semelhantes devem parecer semelhantes e coisas distintas devem parecer distintas. A ênfase
demasiada na uniformidade pode reduzir a comparabilidade ao fazer com que coisas distintas pareçam
semelhantes. A comparabilidade da informação nos RCPGs não é aprimorada ao se fazer com que coisas
distintas pareçam semelhantes, assim como ao fazer com que coisas semelhantes pareçam distintas.
3.26 A verificabilidade é a qualidade da informação que ajuda a assegurar aos usuários que a
informação contida nos RCPGs representa fielmente os fenômenos econômicos ou de outra natureza que se
propõe a representar. A suportabilidade, ou seja, a qualidade referente àquilo que dá suporte a algo,
algumas vezes é utilizada para descrever esta qualidade, quando aplicada em relação à informação
explicativa e à informação quantitativa financeira e não financeira prospectiva divulgada nos RCPGs. Quer
referida como verificabilidade ou como suportabilidade, a característica implica que dois observadores
esclarecidos e independentes podem chegar ao consenso geral, mas não necessariamente à
concordância completa, em que:
a) a informação representa os fenômenos econômicos e de outra natureza, os quais se pretende
representar sem erro material ou viés; ou
b) o reconhecimento apropriado, a mensuração ou o método de representação foi aplicado sem
erro material ou viés.
3.3 As restrições inerentes à informação contida nos RCPGs são a materialidade, o custo-benefício
e o alcance do equilíbrio apropriado entre as características qualitativas.
Materialidade
3.32 A informação é material se a sua omissão ou distorção puder influenciar o cumprimento do
dever de prestação de contas e responsabilização (accountability), ou as decisões que os usuários tomam
com base nos RCPGs elaborados para aquele exercício. A materialidade depende tanto da natureza quanto
do montante do item analisado dentro das particularidades de cada entidade. Os RCPGs podem englobar
informação qualitativa e quantitativa acerca do cumprimento da prestação de serviços durante o período
de referência e das expectativas sobre a prestação de serviço e o desempenho no futuro.
Consequentemente, não é possível especificar um limite quantitativo uniforme no qual determinada
informação se torna material.
3.6 As informações financeiras e não financeiras são relevantes caso sejam capazes de influenciar
significativamente o cumprimento dos objetivos da elaboração e da divulgação da informação contábil. As
informações financeiras e não financeiras são capazes de exercer essa influência quando têm valor
confirmatório, preditivo ou ambos. A informação pode ser capaz de influenciar e, desse modo, ser
relevante, mesmo se alguns usuários decidirem não considerá-la ou já estiverem cientes dela.
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Mensuração e Reconhecimento
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7.24 Valor de mercado para ativos é o montante pelo qual um ativo pode ser trocado entre partes
cientes e dispostas, em transação sob condições normais de mercado.
7.30 A receita da prestação de serviços evidenciada nas demonstrações contábeis deve ser
mensurada com base nos valores relativos ao exercício. Caso os ativos utilizados para prestar os serviços
sejam mensurados pelo valor de mercado, a alocação do custo dos ativos para refletir o seu consumo no
período se baseia nele.
7.37 Custo de reposição(*) ou substituição é o custo mais econômico exigido para a entidade
substituir o potencial de serviços de ativo (inclusive o montante que a entidade recebe a partir de sua
alienação ao final da sua vida útil) na data do relatório.
(*) O termo completo é “custo de reposição depreciado otimizado”, que se refere à reposição do
potencial de serviços incorporado em ativo e, não, o próprio ativo (ver item 7.41). O termo “custo de
reposição” foi utilizado para fins desta estrutura conceitual.
7.49 Preço líquido de venda é o montante que a entidade pode obter com a venda do ativo após
deduzir os gastos para a venda.
7.58 Valor em uso é o valor presente, para a entidade, do potencial de serviços ou da capacidade
de gerar benefícios econômicos remanescentes do ativo, caso este continue a ser utilizado, e do valor
líquido que a entidade receberá pela sua alienação ao final da sua vida útil [não faz sentido usar para
VALORES DE SAÍDA].
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7.70 Custo histórico para o passivo é a importância recebida para se assumir uma obrigação, a
qual corresponde ao caixa ou equivalentes de caixa, ou ao valor de outra importância recebida à época na
qual a entidade incorreu no passivo.
7.82 O custo de liberação é o termo utilizado no contexto dos passivos para se referir ao mesmo
conceito de preço líquido de venda utilizado no contexto dos ativos. O custo de liberação se refere ao
montante que corresponde à baixa imediata da obrigação. O custo de liberação é o montante que o credor
aceita no cumprimento da sua demanda, ou que terceiros cobrariam para aceitar a transferência do
passivo do devedor. Quando há mais de um modo de garantir a liberação do passivo, o custo de liberação é
aquele que representa o menor montante — isso é consistente com a abordagem para os ativos, em que,
por exemplo, o preço líquido de venda não refletiria o montante que deveria ser recebido na venda a
sucateiro, caso o preço maior pudesse ser obtido na venda para o comprador que utilizaria o ativo.
7.87 O preço presumido é o termo utilizado no contexto dos passivos para se referir ao mesmo
conceito do custo de reposição para os ativos. Do mesmo modo que o custo de reposição representa o
montante que a entidade pagaria racionalmente para adquirir o ativo, o preço presumido representa o
montante que a entidade racionalmente aceitaria na troca pela assunção do passivo existente. As
transações com contraprestação realizadas em condições normais fornecem evidência do preço presumido
– esse não é o caso das transações sem contraprestação.
7.8 As bases de mensuração podem fornecer valores de entrada e valores de saída. Para o ativo, os
valores de entrada refletem o custo da compra. O custo histórico e o custo de reposição são valores de
entrada. Os valores de saída refletem os benefícios econômicos da venda e também o montante que será
obtido com a utilização do ativo. Em economia diversificada, os valores de entrada e saída diferem à
medida que as entidades, normalmente:
a) adquirem ativos concebidos para suas particularidades operacionais para as quais outros
participantes do mercado não estariam dispostos a pagar valor semelhante; e
b) incorrem em custos de transação na aquisição.
7.9 As bases de mensuração para o passivo também podem ser classificadas em termos de valores
de entrada ou de saída. Os valores de entrada se relacionam à transação na qual a obrigação é contraída
ou ao montante que a entidade aceitaria para assumir um passivo. Os valores de saída refletem o
montante exigido para cumprir a obrigação ou o montante exigido para liberar a entidade da obrigação .
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Princípios Orçamentários
Lei 4.320/64. Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a
evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios
de unidade, universalidade e anualidade.
PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE
Premissa: o orçamento deve conter todas as receitas e todas as despesas do Estado.
Exceções: As seguintes exceções são citadas na doutrina:
i. Cobrança de tributo se houver sido cobrado após o orçamento, mas antes do início do
respectivo exercício financeiro (Súmula 66 do STF);
ii. Receitas e despesas operacionais das empresas públicas e sociedades de economia
mistas,
consideradas estatais independentes;
iii. Ingressos Extraorçamentários do art. 3º da Lei n. 4.320/64: ARO, emissões de papel-
moeda e entradas compensatórias no ativo e passivo financeiro.
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promoção social (somente Estados e Distrito Federal), ao fundo estadual de fomento à cultura (somente
Estados e Distrito Federal), à seguridade social (contribuições sociais).
PRINCÍPIO DA EXCLUSIVIDADE
Premissa: A LOA não pode conter dispositivo estranho à fixação das despesas e previsão das
receitas. Impedir as “caudas orçamentárias”.
Exceções:
a) autorização para a abertura de créditos SUPLEMENTARES;
b) autorização para a realização de operações de crédito, inclusive por antecipação de receita
orçamentária.
PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO
Premissa: A LOA deverá manter o equilíbrio, do ponto de vista contábil, entre os valores de
receita e de despesa.
Não existe previsão expressa na CF/88, porém este princípio está previsto indiretamente na Regra
de Ouro (art. 167, III, CF/88):
Art. 167. São vedados:
III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital,
ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa,
aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;
A partir da LRF surge um novo conceito relacionado ao princípio do equilíbrio: o EQUILÍBRIO FISCAL.
Nesse sentido, exige-se mais que o equilíbrio, exige-se um superávit (fiscal), ou seja, a receita (primária)
deve superar a despesa (primária) de forma que o saldo possa ser utilizado para pagamento do serviço da
dívida pública.
Exceção: O Poder Legislativo pode alterar a proposta inicial e aprovar a LOA em desequilíbrio.
PRINCÍPIO DA PROGRAMAÇÃO
Premissa: Utilização do orçamento como auxiliar efetivo da administração, especialmente como
técnica de ligação entre as funções de planejamento e gerência.
Princípio da Clareza
Premissa: A LOA deve ser apresentada em linguagem clara e compreensível a todas as pessoas
que necessitam manipulá-la.
Princípio da Legalidade
Premissa: A arrecadação de receitas e a execução de despesas públicas deve ser precedida de
expressa autorização do Poder Legislativo. O Planejamento e orçamento são realizados por meio de leis
(PPA, LDO e LOA).
Princípio da Transparência
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Premissa: Segundo o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP), o princípio da
transparência aplica-se também ao orçamento público, pelas disposições contidas nos arts. 48, 48-A e 49
da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, que determinam ao governo, por exemplo: divulgar o orçamento
público de forma ampla à sociedade; publicar relatórios sobre a execução orçamentária e a gestão fiscal;
disponibilizar, para qualquer pessoa, informações sobre a arrecadação da receita e a execução da despesa.
Princípio da Publicidade
Premissa: Justifica-se pelo fato de o orçamento ser fixado em lei, e esta, para criar, modificar,
extinguir, ou condicionar direitos e deveres, obrigando a todos, há que ser publicada. José Afonso Silva
Princípio da Sinceridade/Exatidão
Premissa: As leis orçamentárias devem apresentar de maneira sincera (exata) o conjunto dos
recursos e dos encargos do Estado.
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Regimes Orçamentário e Patrimonial
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Receitas
Objetivo: refletir o fato gerador que ocasionou o ingresso dos recursos aos cofres públicos.
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Categoria Econômica
O nível de classificação por natureza obedece ao critério econômico. É utilizado para mensurar o
impacto das decisões do governo na economia nacional (formação de capital, custeio, investimentos etc.).
Em outras palavras, a classificação por natureza é a de nível mais analítico da receita; por isso, auxilia na
elaboração de análises econômico-financeiras sobre a atuação estatal.
Lei 4.320/64:
Art. 11 - A receita classificar-se-á nas seguintes categorias econômicas: Receitas
Correntes e Receitas de Capital.
§ 1º - São Receitas Correntes as receitas tributária, de contribuições, patrimonial, agropecuária,
industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras
pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas
Correntes.
§ 2º - São Receitas de Capital as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de
constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras
pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital
e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente.
Alienação de bens: O art. 44 da LRF veda a aplicação da receita de capital decorrente da alienação
de bens e direitos que integrem o patrimônio público para financiar despesas correntes, salvo as
destinadas por lei ao RGPS ou ao regime próprio do servidor público.
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Receitas Intraorçamentárias: são receitas oriundas de operações realizadas entre órgãos e demais
entidades da Administração Pública integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social de uma mesma
esfera de governo. São chamadas também de ingressos intraorçamentários. Têm a finalidade de
discriminar as receitas referentes às operações entre órgãos, fundos, autarquias, fundações públicas,
empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social.
Em outras palavras, não representam novas entradas de recursos nos cofres públicos do ente, mas apenas
remanejamento de receitas entre seus órgãos.
O elemento motivador da criação dessas receitas foi a inclusão, na Portaria Interministerial
STN/SOF 163, de 4 de maio de 2001, da modalidade de aplicação “91 – Aplicação Direta Decorrente de
Operação entre Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social”.
Origem
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São receitas patrimoniais decorrentes de Valores Mobiliários: Juros e Correções Monetárias,
Dividendos e Participações. Nesse caso, são classificados como receitas patrimoniais os juros e as correções
monetárias associados a aplicações do ente público, como Remuneração de Depósitos Bancários,
Remuneração de Depósitos Especiais, Remuneração de Saldos de Recursos Não Desembolsados,
Remuneração dos Recursos do Regime Próprio de Previdência Social – RPPS, Juros de Títulos de Renda e
Juros sobre o Capital Próprio.
A doação de bens recebidos não se enquadra como receita, pois gera, na contabilidade pública, o
reconhecimento de um aumento na situação líquida patrimonial (variação patrimonial aumentativa). O bem
oriundo da doação será classificado como receita de capital apenas quando for vendido.
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De acordo com o MTO, são ingressos financeiros provenientes da amortização de financiamentos
ou empréstimos que o ente público tenha previamente concedido. Embora a amortização do empréstimo
seja origem da categoria econômica Receitas de Capital, os juros recebidos associados ao empréstimo são
classificados em Receitas Correntes de: Serviço / Serviços e Atividades Financeiras/Retorno de
Operações, Juros e Encargos Financeiros; pois os juros representam a remuneração do capital.
O sétimo dígito será utilizado para atendimento das peculiaridades e necessidades gerenciais dos
entes, ressaltando que sempre deverá haver portaria específica da STN para fins de estabelecimento de
tais códigos.
Tipo
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Classificação da Receita para Apuração do Resultado Primário
Esta classificação orçamentária da receita não tem caráter obrigatório para todos os entes e foi
instituída para a União com o objetivo de identificar quais são as receitas e as despesas que compõem o
resultado primário do Governo Federal, que é representado pela diferença entre as receitas primárias e as
despesas primárias.
Primárias (P): quando seus valores são incluídos no cálculo do resultado primário. São receitas que
diminuem a dívida líquida do setor público e que não têm relação com a apropriação de juros aos estoques
dessa mesma dívida.
As receitas financeiras são aquelas que não contribuem para o resultado primário no exercício
financeiro correspondente, ou seja, não alteram o endividamento líquido do Governo (setor público não
financeiro), uma vez que criam uma obrigação ou extinguem um direito, ambos de natureza financeira,
junto ao setor privado interno e/ou externo, alterando concomitantemente o ativo e o passivo financeiros.
São adquiridas junto ao mercado financeiro, decorrentes da emissão de títulos, da contratação de
operações de crédito por organismos oficiais, das receitas de aplicações financeiras da União (juros
recebidos, por exemplo), das privatizações, amortização de empréstimos concedidos e outras.
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De acordo com o MTO, a partir de 2021, o grupo de fontes de recursos foi alterado. Agora a
sistematização é a seguinte:
Por meio da classificação por fontes, possibilita-se o atendimento aos seguintes dispositivos da Lei
de Responsabilidade Fiscal:
⇒ Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados exclusivamente para
atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso.
⇒ A disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo que os recursos vinculados a
órgão, fundo ou despesa obrigatória fiquem identificados e escriturados de forma individualizada.
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Classificação por Esfera Orçamentária
- Receitas do Orçamento Fiscal: Referem-se às receitas arrecadadas pelos Poderes da União, seus
órgãos, entidades fundos e fundações, inclusive pelas empresas estatais dependentes [vide art. 2º, inciso
III, da LRF], excluídas as receitas vinculadas à Seguridade Social e as receitas das Empresas Estatais não
dependentes que compõe o Orçamento de Investimento.
- Receitas do Orçamento de Investimento das Empresas Estatais: referem-se aos recursos das
empresas estatais não dependentes [não enquadradas no art. 2º, inciso III, da LRF] em que a União,
direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.
LRF, Art. 2º. (...) III - empresa estatal dependente: empresa controlada que receba do ente
controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de
capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária;
Entende-se por receita da União todo e qualquer ingresso de caráter originário ou derivado,
ordinário ou extraordinário e de natureza orçamentária ou extraorçamentária, seja geral ou vinculado, que
tenha sido decorrente, produzido ou realizado direta ou indiretamente pelos órgãos competentes.
Receitas Públicas Originárias, segundo a doutrina, seriam aquelas arrecadadas por meio da
exploração de atividades econômicas pela Administração Pública. Resultariam, principalmente, de rendas
do patrimônio mobiliário e imobiliário do Estado (receita de aluguel), de preços públicos, de prestação de
serviços comerciais e de venda de produtos industriais ou agropecuários.
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Classificação quanto ao Impacto na Situação Líquida Patrimonial
De acordo com o MCASP, a Receita Orçamentária Não Efetiva é aquela cujos ingressos de
disponibilidades de recursos são precedidos de registro do reconhecimento do direito ou constituem
obrigações correspondentes, como é o caso das operações de crédito.
Nada acrescentam ao patrimônio público, pois referem-se às entradas ou alterações
compensatórias nos elementos que o compõem. São não efetivas todas as receitas de capital, com
exceção do recebimento de transferências de capital, que causa acréscimo patrimonial e, assim, é receita
efetiva.
Ordinárias: compostas por ingressos permanentes e estáveis, com arrecadação regular em cada
exercício financeiro. Assim, são perenes e possuem característica de continuidade, como a maioria dos
tributos: IR, ICMS, IPVA, IPTU etc.
Extraordinárias: não integram sempre o orçamento. São ingressos de caráter não continuado,
eventual, inconstante, imprevisível, como as receitas provenientes de guerras, doações, indenizações em
favor do Estado, recursos de repatriação, etc.
Classifica as receitas de acordo com o poder de tributar que compete a cada ente da Federação,
considerando e distribuindo as receitas obtidas como pertencentes aos respectivos entes, quais sejam:
governo federal, estadual, do Distrito Federal e municipal.
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Receita Intraorçamentária
São receitas oriundas de operações realizadas entre órgãos e demais entidades da Administração
Pública integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social de uma mesma esfera de governo. São
chamadas também de ingressos intraorçamentários. Não inclui o Orçamento de Investimento das
Estatais.
MCASP 9ª Edição: Com base no disposto na legislação, deve ocorrer o registro de receita e despesa
intraorçamentárias quando envolver aquisição de materiais, bens e serviços ou pagamento de impostos,
taxas e contribuições entre órgãos, fundos e entidades que integram o mesmo orçamento fiscal e da
seguridade. Alguns exemplos são:
• Recolhimento de contribuições patronais ao RPPS.
• Recolhimento de tributos do próprio ente por empresas estatais dependentes.
• Contratações de empresas estatais dependentes e demais entidades que integram o Orçamento Fiscal e
da Seguridade Social para publicações em Diário Oficial, para prestação de serviços de treinamento,
realização de concursos públicos ou para fornecimentos de bens.
Resumo de Receita Intraorçamentária:
Transação entre unidade institucional do OFSS do ente X e outra unidade do OFSS do ente X.
A transação é despesa orçamentária para um e receita intraorçamentária para o outro.
Não é intra:
se mudou o ente
se, mesmo não tendo mudado o ente, é transação entre OFSS e OI.
Atenção com pegadinhas:
se citar estatal dependente, lembre-se que ela pertence ao OFSS e não ao OI
descentralizações financeiras para execução do orçamento não geram receita
intraorçamentária
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Regimes da Contabilidade Aplicada ao Setor Público
Etapas/Estágios da Receita
Segundo o MCASP (9ª edição), são etapas (estágios) da receita: a previsão, o lançamento, a
arrecadação e o recolhimento.
3.5.1. Previsão
Compreende a previsão de arrecadação da receita orçamentária constante da Lei Orçamentária
Anual (LOA), resultante de metodologias de projeção usualmente adotadas, observada as disposições
constantes na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
A previsão implica planejar e estimar a arrecadação das receitas orçamentárias que constarão na
proposta orçamentária12. Isso deverá ser realizado em conformidade com as normas técnicas e legais
correlatas e, em especial, com as disposições constantes na LRF. Sobre o assunto, vale citar o art. 12 da
referida norma:
Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das
alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer
outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da
projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas
utilizadas.
A previsão de receitas é a etapa que antecede à fixação do montante de despesas que irão constar
nas leis de orçamento, além de ser base para se estimar as necessidades de financiamento do governo.
LRF, Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos
das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer
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outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da
projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas
utilizadas.
Exceção: doação.
Antecede à fixação do montante de despesas.
Lei 4320/64. Art. 52. São objeto de lançamento os impostos diretos e quaisquer outras rendas com
vencimento determinado em lei, regulamento ou contrato.
Art. 52. São objeto de lançamento os impostos diretos e quaisquer outras rendas com vencimento
determinado em lei, regulamento ou contrato.
Art. 53. O lançamento da receita é ato da repartição competente, que verifica a procedência do
crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta.
Exceção: doação.
Arrecadação: Nos termos do MCASP, corresponde à ENTREGA dos recursos devidos ao Tesouro
pelos contribuintes ou devedores, por meio dos agentes arrecadadores ou instituições financeiras
autorizadas pelo ente.
Vale destacar que, segundo o art. 35 da Lei nº 4.320/1964, pertencem ao exercício financeiro as
receitas nele arrecadadas, o que representa a adoção do regime de caixa para o ingresso das receitas
públicas.
Dívida Ativa
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Despesa Pública
Classificações da Despesa
As classificações por natureza e funcional, nos termos do MCASP, são de aplicação comum e
obrigatória para todos os entes federados e esferas de governo.
Já as classificações institucional e programática, o ente tem liberdade de definir o detalhamento da
despesa.
A legislação orienta que a classificação da despesa no orçamento público deve ser desdobrada de
acordo com os seguintes critérios: institucional (órgão e unidade orçamentária), funcional (função e
subfunção), por programas (programa, projeto, atividade e operações especiais) e segundo a natureza da
despesa (categorias econômicas, grupos, modalidades de aplicação e elementos).
Classificação Institucional
Lei n. 4.320/64, Art. 14. Constitui unidade orçamentária o agrupamento de serviços subordinados
ao mesmo órgão ou repartição a que serão consignadas dotações próprias.
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Classificação Funcional
A função reflete a competência institucional do órgão, como, por exemplo, cultura, educação,
saúde, defesa, que guarda relação com os respectivos Ministérios. O MCASP destaca que se deve adotar
como função aquela que é típica ou principal do órgão.
A subfunção, nos termos do MCASP, representa um nível de agregação imediatamente inferior à
função e deve evidenciar cada área da atuação governamental por intermédio da agregação de
determinado
subconjunto de despesas e identificação da natureza básica das ações que se aglutinam em torno das
funções. A subfunção é escolhida de acordo com a especificidade de cada ação governamental.
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Classificação por Estrutura Programática
As categorias que constituem a classificação por programas são: programa, ação (projeto, atividade
e operações especiais) e subtítulo (localizador de gasto).
As ações são operações das quais resultam produtos (bens ou serviços) que contribuem para
atender ao objetivo de um programa. Incluem-se também no conceito de ação as transferências
obrigatórias ou voluntárias a outros entes da Federação e a pessoas físicas e jurídicas, na forma de
subsídios, subvenções, auxílios, contribuições, entre outros, e os financiamentos. As ações podem ser de 3
(três) tipos, quais sejam: projeto, atividade e operação especial.
A atividade é o instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um programa,
envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais
resulta um produto ou serviço necessário à manutenção da ação de Governo. As ações do tipo Atividade
mantêm o mesmo nível da produção pública.
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O projeto é o instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um programa,
envolvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre
para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação de governo. As ações do tipo Projeto expandem a
produção pública ou criam infraestrutura para novas atividades, ou, ainda, implementam ações inéditas
num prazo determinado.
A operação especial engloba as despesas que não contribuem para a manutenção, expansão ou
aperfeiçoamento das ações de governo, das quais não resulta um produto e não geram contraprestação
direta sob a forma de bens ou serviços. As operações especiais caracterizam-se por não retratar a atividade
produtiva no âmbito federal, podendo, entretanto, contribuir para a produção de bens ou serviços à
sociedade, quando caracterizada por transferências a outros entes. O MCASP destaca que, em grande
medida, as operações especiais estão associadas aos programas do tipo Operações Especiais, os quais
constarão apenas do orçamento, não integrando o PPA.
33
Segundo o art. 6º da Portaria Interministerial n. 163/2001, na LOA, a discriminação da despesa,
quanto à sua natureza, far-se-á, no mínimo, por categoria econômica, grupo de natureza de despesa e
modalidade de aplicação.
Categoria Econômica
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35
Algumas informações importantes sobre as diferenças da classificação:
→ Inativos são TRANSFERÊNCIAS CORRENTES na lei 4.320/64, mas são PESSOAL E ENCARGOS
SOCIAIS na Portaria 163/2001;
→ Material de consumo são DESPESAS DE CUSTEIO na lei 4.320/64, mas são OUTRAS DESPESAS
CORRENTES na Portaria 163/2001;
→ O grupo Amortização da Dívida deverá ser classificado na categoria econômica de despesas de
capital. Não confunda com Amortização de Empréstimos, que é uma das origens das receitas de capital.
→ O grupo Juros e Encargos da Dívida deverá ser classificado na categoria econômica de despesas
correntes.
Reservas: Com relação à natureza da despesa orçamentária, as reservas não são classificadas como
despesas correntes nem como despesas de capital. Para efeito de classificação, as reservas do RPPS e de
contingência serão identificadas como grupo “9”, todavia, não são passíveis de execução, servindo de fonte
para abertura de créditos adicionais, mediante os quais se dará efetivamente a despesa que será
classificada nos respectivos grupos.
RESERVA DO REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA DO SERVIDOR – RPPS: consoante o Manual de
Contabilidade Aplicada ao Setor Público – MCASP, os ingressos previstos que ultrapassarem as despesas
orçamentárias fixadas em um determinado exercício constituem o superávit orçamentário inicial,
destinado a garantir desembolsos futuros do RPPS, do ente respectivo. Assim sendo, esse superávit
orçamentário representará a fração de ingressos que serão recebidos sem a expectativa de execução de
despesa orçamentária no exercício e constituirá a reserva orçamentária para suportar déficits futuros, em
que as receitas orçamentárias previstas serão menores que as despesas orçamentárias.
RESERVA DE CONTINGÊNCIA: é definida na LDO com base na Receita Corrente Líquida.
Compreende o volume de recursos destinados ao atendimento de passivos contingentes e outros riscos,
bem como eventos fiscais imprevistos. Os passivos contingentes são representados por demandas judiciais,
dívidas em processo de reconhecimento e operações de aval e garantias dadas pelo Poder Público. Os
outros riscos a que se refere o § 3º do art. 4º da LRF são classificados em duas categorias: Riscos Fiscais
Orçamentários e Riscos Fiscais de Dívida.
36
então, diretamente pela unidade detentora do crédito orçamentário, ou por outro órgão ou entidade no
âmbito do mesmo nível de Governo. Exemplos:
20 Transferências à União.
30 Transferências a estados e ao Distrito Federal.
40 Transferências a municípios.
41 Transferências a municípios – Fundo a Fundo
50 Transferências a instituições privadas sem fins lucrativos.
60 Transferências a instituições privadas com fins lucrativos.
70 Transferências a instituições multigovernamentais.
80 Transferências ao exterior.
90 Aplicações diretas. (MAIS UTILIZADA)
91 Aplicação direta decorrente de operação entre órgãos, fundos e entidades integrantes dos
orçamentos fiscal e da seguridade social.
99 A definir.
O elemento de despesa tem por finalidade identificar os objetos de gasto, tais como vencimentos
e vantagens fixas, juros, diárias, material de consumo, serviços de terceiros prestados sob qualquer forma,
subvenções sociais, obras e instalações, equipamentos e material permanente, auxílios, amortização e
outros que a Administração Pública utiliza para a consecução de seus fins.
Os códigos dos elementos de despesa estão definidos no Anexo II da Portaria Interministerial 163,
de 2001. Exemplos: 11 – Vencimentos e Vantagens fixas − Pessoal Civil; 39 – Outros Serviços de Terceiros –
Pessoa Jurídica (exemplo: energia elétrica); 61 – Aquisição de imóveis; 91 – Sentenças Judiciais etc.
37
43 - Subvenções Sociais: despesas orçamentárias para cobertura de despesas de instituições
privadas de caráter assistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa, de acordo com os arts. 16, parágrafo
único, e 17 da Lei n° 4.320, de 1964, observado o disposto no art. 26 da LRF.
45 - Subvenções Econômicas: despesas orçamentárias com o pagamento de subvenções
econômicas, a qualquer título, autorizadas em leis específicas, tais como: ajuda financeira a entidades
privadas com fins lucrativos; concessão de bonificações a produtores, distribuidores e vendedores;
cobertura, direta ou indireta, de parcela de encargos de empréstimos e financiamentos e dos custos de
aquisição, de produção, de escoamento, de distribuição, de venda e de manutenção de bens, produtos e
serviços em geral; e, ainda, outras operações com características semelhantes.
Classificações Doutrinárias
Orçamentárias — são as despesas fixadas nas leis orçamentárias ou nas de créditos adicionais,
instituídas em bases legais. Assim, dependem de autorização legislativa. Obedecem aos estágios da
despesa: fixação, empenho, liquidação e pagamento. As despesas de caráter orçamentário necessitam de
recurso público para sua realização e constituem instrumento para alcançar os fins dos programas
governamentais. Exemplos: construção de prédios públicos, manutenção de rodovias, pagamento de
servidores etc.
Despesas Efetivas: aquela que, no momento de sua realização, reduz a situação líquida patrimonial
da entidade. Constitui fato contábil modificativo diminutivo. Exemplos: despesas correntes, exceto
aquisição de materiais para estoque e a despesa com adiantamento, que representam fatos permutativos
e, assim, são despesas não efetivas.
Despesas Não Efetivas ou Por Mutação Patrimonial: aquela que, no momento da sua realização,
não reduz a situação líquida patrimonial da entidade. Constitui fato contábil permutativo. Exemplo:
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despesas de capital, exceto as transferências de capital que causam decréscimo patrimonial e, assim, são
efetivas.
Despesas Ordinárias: sãs as despesas destinadas à manutenção contínua dos serviços públicos.
Sendo assim, se repetem anualmente. Como exemplo, pode-se citar: material de consumo, encargos,
despesas com pessoal, serviços de terceiros, etc.
Classifica as despesas de acordo com o ente político competente à sua instituição ou realização,
quais sejam: governo federal, estadual, do Distrito Federal e municipal.
Segundo o Manual Técnico do Orçamento (MTO), na estrutura atual, o orçamento público está
organizado em programas de trabalho, que contêm informações qualitativas e quantitativas, sejam físicas
ou financeiras.
39
Segundo o MTO-2023, o conceito de “programações orçamentárias” é utilizado de maneira análoga
ao uso da expressão “categorias de programação”, compreendendo o detalhamento da despesa por
função, subfunção, unidade orçamentária, ação e subtítulo. Dessa forma, a categoria de programação, em
seu conjunto de classificadores, comunica a finalidade e o escopo da atuação governamental.
Já a programação financeira define o que adquirir e com quais recursos, por meio da natureza da
despesa, do identificador de uso, da fonte de recursos, do identificador de operações de crédito, do
identificador de resultado primário e da dotação. Ou seja, a dimensão física define a quantidade de bens e
serviços a serem entregues.
40
(CESPE – Técnico – MPU – 2018) Os objetivos da estrutura de programação orçamentária incluem
atender às necessidades de informação das organizações privadas, da sociedade em geral e de outros
interessados.
Identificadores
Para tanto, vamos nos basear no Manual Técnico do Orçamento. Nesse sentido, a seguir serão
descritos alguns identificadores, mecanismos classificatórios da despesa com finalidades especiais, quais
sejam: Identificador de Uso (IDUSO), Identificador de Doação e de Operações de Crédito (IDOC) e
Identificador de Resultado Primário.
41
Segundo o MTO, esse código vem completar a informação concernente à aplicação dos recursos e
destina-se a indicar se os recursos compõem contrapartida nacional de empréstimos ou de doações ou
destinam-se a outras aplicações, constando da LOA e de seus créditos adicionais. Segundo as últimas
LDOs, a especificação é a seguinte:
O número do IDOC também pode ser usado nas ações de pagamento de amortização, juros e
encargos para identificar a operação de crédito a que se referem os pagamentos.
Nos termos do MTO, o identificador de resultado primário, de caráter indicativo, tem como
finalidade auxiliar a apuração do resultado primário previsto na LDO, devendo constar no PLOA e na
respectiva Lei em todos os GNDs, identificando, de acordo com a metodologia de cálculo das necessidades
de financiamento, cujo demonstrativo constará em anexo à LOA. A seguir temos a descrição do
classificador, conforme disposto no MTO 2024:
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Classificação Segundo a Lei 4320/64
Art. 12. A despesa será classificada nas seguintes categorias econômicas: (despesas correntes e de
capital)
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DESPESAS CORRENTES: Classificam-se nessa categoria todas as despesas que não contribuem,
diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital.
Despesas de Custeio: Pessoa Civil, Pessoal Militar, Material de Consumo, Serviços de Terceiros e
Encargos Diversos. Entende-se por despesa de custeio todo tipo de despesa que faz manutenção da
máquina pública, ou seja, faz o serviço público funcionar.
Ademais, quando a lei fala em obras de conservação e adaptação de bens imóveis, podemos dizer
que uma simples pintura nas paredes de um órgão público é despesa de custeio, desde que não promova
nenhum acréscimo ou melhoria.
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DESPESAS DE CAPITAL: Classificam-se nessa categoria aquelas despesas que contribuem,
diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital.
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Os investimentos serão discriminados na Lei de Orçamento segundo os projetos de obras e de
outras aplicações. Os programas especiais de trabalho que, por sua natureza, não possam cumprir-se
subordinadamente às normas gerais de execução da despesa poderão ser custeados por dotações globais,
classificadas entre as despesas de capital. Trata-se de uma exceção ao princípio da discriminação.
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Inativos são TRANSFERÊNCIAS CORRENTES na lei 4.320/64, mas são PESSOAL E ENCARGOS SOCIAIS
na Portaria 163/2001
Material de consumo são DESPESAS DE CUSTEIO na lei 4.320/64, mas são OUTRAS DESPESAS
CORRENTES na Portaria 163/2001
Juros são TRANSFERÊNCIAS CORRENTES na lei 4.320/64, mas são um grupo próprio chamado de
JUROS E ENCARGOS DA DÍVIDA na Portaria 163/2001.
Créditos Suplementares
Os créditos suplementares possuem as seguintes características:
▪ Deve ser autorizado por lei (pode ser a própria LOA);
▪ Necessita de recursos disponíveis e de exposição justificativa;
▪ É aberto por meio de decreto executivo (na União, são considerados autorizados e abertos com a
sanção e publicação da respectiva lei);
▪ Não pode ser executado em exercício posterior.
Destaca-se que o crédito suplementar é a única espécie de crédito que figura como exceção ao
princípio orçamentário da exclusividade, o qual determina que a lei orçamentária anual não deverá conter
dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação de despesa.
Créditos Especiais
Os créditos especiais possuem as seguintes características:
▪ Deve ser autorizado por lei (não pode ser por meio da LOA);
▪ Necessita de recursos disponíveis e de exposição justificativa;
▪ É aberto por meio de decreto executivo (na União, são considerados autorizados e abertos com a
sanção e publicação da respectiva lei);
▪ Pode ser executado em exercício posterior à abertura, nos casos em que o ato de autorização for
promulgado nos últimos quatro meses do exercício financeiro. (exceção ao princípio da anualidade)
Créditos Extraordinários
Os créditos extraordinários possuem as seguintes características:
▪ É aberto por medida provisória, no caso da União e dos entes federados que tenham previsto essa
espécie normativa em sua Constituição ou Lei Orgânica. Caso não tenham instituído, a abertura se dá por
decreto executivo (porém, em qualquer caso, exige-se a imediata comunicação do ato ao Poder
Legislativo);
▪ Não há necessidade de indicação de disponibilidade de recursos;
▪ Pode ser executado em exercício posterior à abertura, nos casos em que o ato de autorização for
promulgado nos últimos quatro meses do exercício financeiro. (exceção ao princípio da anualidade)
É importante saber que, segundo a jurisprudência do STF, compete ao STF verificar a
imprevisibilidade ou não de um crédito orçamentário para o fim de julgar a possibilidade ou não de ele
constar como crédito extraordinário em medida provisória.
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Fontes de Recursos
Planejamento
Abrange, de modo geral, toda a análise para a formulação do plano e ações governamentais que
serviram de base para a fixação da despesa orçamentária, a descentralização/movimentação de créditos, a
programação orçamentária e financeira, e o processo de licitação e contratação.
Execução
Empenho: Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria
para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição.
▪ Ordinário: é o tipo de empenho utilizado para as despesas de valor fixo e previamente
determinado, cujo pagamento deva ocorrer de uma só vez;
▪ Estimativo: é o tipo de empenho utilizado para as despesas cujo montante não se pode
determinar previamente, tais como serviços de fornecimento de água e energia elétrica, aquisição de
combustíveis e lubrificantes e outros; e
▪ Global: é o tipo de empenho utilizado para despesas contratuais ou outras de valor determinado,
sujeitas a parcelamento, como, por exemplo, os compromissos decorrentes de aluguéis.
Art. 61. Para cada empenho será extraído um documento denominado "nota de empenho" que
indicará o nome do credor, a representação e a importância da despesa bem como a dedução desta do
saldo da dotação própria.
MCASP 9ª Edição:
É recomendável constar no instrumento contratual o número da nota de empenho, visto que
representa a garantia ao credor de que existe crédito orçamentário disponível e suficiente para atender a
despesa objeto do contrato. Nos casos em que o instrumento de contrato é facultativo, a Lei nº 8.666/1993
admite a possibilidade de substituí-lo pela nota de empenho de despesa, hipótese em que o empenho
representa o próprio contrato.
A liquidação consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e
documentos comprobatórios do respectivo crédito.
Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por
base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito.
§ 1° Essa verificação tem por fim apurar:
I - a origem e o objeto do que se deve pagar;
II - a importância exata a pagar;
III - a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.
§ 2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados terá por base:
I - o contrato, ajuste ou acordo respectivo;
II - a nota de empenho;
III - os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço.
O pagamento consiste na entrega de numerário ao credor por meio de cheque nominativo, ordens
de pagamentos ou crédito em conta, e só pode ser efetuado após a regular liquidação da despesa. Perceba
que o pagamento é desenvolvido em dois momentos distintos: a emissão da ordem de pagamento e o
pagamento propriamente dito.
49
Existe a possibilidade de apropriação da VPD antes da liquidação. Exemplo 1: Registro da
apropriação mensal para 13º salário, referente aos direitos do trabalhador em decorrência do mês
trabalhado; Exemplo 2: Recebimento de nota fiscal referente à compra de 100 computadores no dia 28 de
dezembro, sem tempo hábil para execução do segundo estágio da despesa orçamentária (liquidação).
Restos a Pagar
Os restos a pagar são as despesas empenhadas, mas não pagas até o dia 31 de dezembro,
distinguindo-se as processadas das não processadas.
A inscrição de despesa em restos a pagar não processados é procedida após a anulação dos
empenhos que não podem ser inscritos em virtude de restrição em norma do ente. No âmbito federal, a
norma que regula a inscrição é o Decreto n. 93.872/86 e suas atualizações. Referido Decreto estabelece em
seu art. 35 que o empenho de despesa não liquidada deverá ser anulado antes do processo de inscrição
de Restos a Pagar, salvo quando:
a) vigente o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor;
50
b) mesmo que vencido o prazo de que trata o item anterior, se estiver em curso a liquidação da
despesa, ou seja, quando é de interesse da administração exigir o cumprimento da obrigação assumida
pelo credor;
c) destinar-se a transferências a instituições públicas ou privadas; ou
d) corresponder a compromissos assumidos no exterior.
Validade dos restos a pagar: Em regra, após 1 ano e meio (30 de junho do segundo ano
subsequente ao de sua inscrição) os restos a pagar não processados e que não forem liquidados serão
bloqueados pela Secretaria do Tesouro Nacional por meio do SIAFI (Sistema Integrado de Administração
Financeira).
Caso as despesas se refiram às despesas executadas diretamente pelos órgãos e entidades da União
ou mediante transferência ou descentralização aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, as UGs
responsáveis providenciarão os referidos desbloqueios para serem utilizados, devendo a STN providenciar
o posterior cancelamento no SIAFI dos saldos que permanecerem bloqueados. Caso não sejam liquidados
esses RPs desbloqueados até 31 de dezembro do ano subsequente ao do bloqueio eles serão cancelados
nesta data (31/12).
Após o cancelamento da inscrição da despesa como Restos a Pagar, o pagamento que vier a ser
reclamado poderá ser atendido à conta de dotação destinada a despesas de exercícios anteriores
(DEA).
Despesas de Exercícios Anteriores x Restos a Pagar não Processados: Devemos ter sempre
presente a distinção entre despesas de exercícios anteriores e restos a pagar não processados.
51
Na DEA, pelo regime de competência que informa as despesas públicas, o gasto diz respeito a um
exercício financeiro pretérito, mas seu empenho e liquidação ocorrem no ano em que a despesa é
reconhecida. Portanto, será necessária a existência de dotação disponível no orçamento do ano de
reconhecimento da despesa para sua realização.
Diferentemente, nos restos a pagar não processados, o empenho deu-se em ano anterior, apenas a
liquidação e o pagamento são efetivados posteriormente. No exercício em que se fará o pagamento dos
restos a pagar, o orçamento não será sensibilizado, não existindo a necessidade de dotação disponível para
esse fim.
A doutrina destaca, ainda, outra hipótese a ensejar o pagamento a título de despesas de exercícios
anteriores, qual seja: Quando o valor inscrito em restos a pagar for menor que o valor real a ser pago. A
diferença deve ser empenhada como despesa de exercícios anteriores.
Decreto 93.872/86:
Art. 22. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava
crédito próprio com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem
como os Restos a Pagar com prescrição interrompida, e os compromissos reconhecidos após o
encerramento do exercício correspondente, poderão ser pagos à conta de dotação destinada a atender
despesas de exercícios anteriores, respeitada a categoria econômica própria (Lei nº 4.320/64, art. 37).
§ 1º O reconhecimento da obrigação de pagamento, de que trata este artigo, cabe à autoridade
competente para empenhar a despesa.
§ 2º Para os efeitos deste artigo, considera-se:
a) despesas que não se tenham processado na época própria, aquelas cujo empenho tenha sido
considerado insubsistente e anulado no encerramento do exercício correspondente, mas que, dentro do
prazo estabelecido, o credor tenha cumprido sua obrigação;
b) restos a pagar com prescrição interrompida, a despesa cuja inscrição como restos a pagar tenha
sido cancelada, mas ainda vigente o direito do credor;
c) compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício, a obrigação de
pagamento criada em virtude de lei, mas somente reconhecido o direito do reclamante após o
encerramento do exercício correspondente.
Suprimento de Fundos
52
O regime de adiantamento (suprimento de fundos) é aplicável aos casos de despesas
expressamente definidos em lei e consiste na entrega de numerário a servidor, sempre precedida de
empenho na dotação própria para o fim de realizar despesas, que não possam subordinar-se ao processo
normal de aplicação.
O Decreto 93.872/86, em seu Art. 45, estabelece os casos em que serão concedidos suprimentos de
fundos:
Art. 45. Excepcionalmente, a critério do ordenador de despesa e sob sua inteira responsabilidade,
poderá ser concedido suprimento de fundos a servidor, sempre precedido do empenho na dotação própria
às despesas a realizar, e que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação, nos seguintes
casos:
I - para atender despesas eventuais, inclusive em viagens e com serviços especiais, que
exijam pronto pagamento; (excluída nesse caso a possibilidade de uso do Cartão para o pagamento de
bilhetes de passagens e diárias a servidores)
II - quando a despesa deva ser feita em caráter sigiloso, conforme se classificar em regulamento; e
III - para atender despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas cujo valor, em cada caso,
não ultrapassar limite estabelecido em Portaria do Ministro da Fazenda.
Atenção! repare que o ordenador da despesa é o único responsável sobre os suprimentos de fundos.
O Suprimento de Fundos somente pode ser concedido a servidor público ou ocupante de cargo em
comissão em efetivo exercício no órgão, e que preencha as seguintes condições:
a) não ser responsável por dois suprimentos de fundos em fase de aplicação e/ou de prestação de
contas;
b) não tenha a seu cargo a guarda do material a adquirir, salvo quando não houver na repartição
outro servidor que reúna condições de receber o Suprimento de Fundos;
c) não ser responsável por Suprimento de Fundos que, esgotado o prazo, esteja pendente de
prestação de contas;
d) não ter sido declarado em alcance, assim entendido aquele que tenha cometido apropriação
indevida, extravio, desvio ou falta verificada na prestação de contas, de dinheiro ou valores confiados à sua
guarda;
e) não tenha tido prestação de contas da aplicação de suprimento fundos com despesas
impugnadas pelo Ordenador de Despesas ou que estejam em processo de Tomada de Contas Especial;
f) não se confunda com a pessoa do Ordenador de Despesas; e
g) não seja o próprio demandante da aquisição/contratação de serviço, exceto em viagem a serviço.
53
O prazo de aplicação do Suprimento de Fundos é de até 90 (noventa) dias, contado da assinatura
do ato de concessão e não ultrapassará o término do exercício financeiro.
Para a prestação de contas, o prazo é de até 30 (trinta) dias, contado a partir do término do prazo
de aplicação.
Sendo assim, o servidor dispõe de até 90 (noventa) dias para aplicar e mais 30 (trinta) dias para
prestar contas, totalizando assim até 120 (cento e vinte) dias.
O Suprimento de Fundos passa por 05 momentos:
Momento 1 - Empenho da Despesa
Momento 2 - Liquidação da Despesa
Momento 3 - Pagamento ao Suprido
Momento 4 - Prestação de Contas
Momento 5.A - Devolução de valores não utilizados (se no mesmo exercício)
Momento 5.B - Devolução de valores não utilizados (se em exercício posterior ao da concessão do SF)
Momento 3 (PAGAMENTO)
D. Suprimento de Fundos
C. Disponibilidades (no momento 3 é quando eu, Adm., tiro o dinheiro do "caixa" e entrego ao suprido)
Momento 5.A e B
D. Disponibilidades
C. Adiantamentos Concedidos a Pessoal
Ambos possuem o mesmo tratamento no enfoque patrimonial, o que muda é o enfoque
orçamentário:
A Devolução de valores não aplicados no mesmo exercício da concessão representa
uma ANULAÇÃO DE DESPESA, enquanto a Devolução de valores não aplicados no exercício seguinte ao da
concessão representa uma RECEITA ORÇAMENTÁRIA, conforme MCASP 9ª Edição.
54
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57
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Princípios da Contabilidade
Vamos destrinchar cada princípio:
PRUDÊNCIA: determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para
os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das
mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.
Resumindo:
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Patrimônio Público
O regime contábil (patrimonial) deve ser aplicado ao setor público em sua integralidade para
reconhecimento de fatos contábeis.
A tabela a seguir retirada do MCASP demonstra a diferença dos regimes nas bases normativas.
60
Para avaliar se a entidade controla o recurso no presente, deve ser observada a existência dos
seguintes indicadores de controle:
a. Propriedade legal;
b. Acesso ao recurso ou a capacidade de negar ou restringir o acesso a esses;
c. Meios que assegurem que o recurso seja utilizado para alcançar os seus objetivos; ou
d. A existência de direito legítimo ao potencial de serviços ou à capacidade para gerar os benefícios
econômicos advindos do recurso.
31. (ESAF/Analista/DNIT/2013) Assinale a opção em que as transações realizadas pelo ente público
provocam, respectivamente, variação patrimonial qualitativa e quantitativa do patrimônio, decorrentes da
execução orçamentária.
a) Permuta de bens entre unidades gestoras e baixa de material considerado inservível.
b) Venda de equipamentos de uso permanente e pagamento de despesa com pessoal.
c) Pagamento de prestador de serviços e recebimento de bens por doação.
d) Transferência de recursos mediante convênios e aquisição de material de consumo para estoque no
almoxarifado.
e) Requisição de material de consumo no almoxarifado e emissão de nota de empenho.
Comentários
Vamos analisar as assertivas.
a) Permuta de bens entre unidades gestoras = qualitativa extraorçamentária
e baixa de material considerado inservível = quantitativa extraorçamentária
Errada.
b) Venda de equipamentos de uso permanente = qualitativa orçamentária
e pagamento de despesa com pessoal = quantitativa orçamentária
Certa.
c) Pagamento de prestador de serviços = quantitativa orçamentária
e recebimento de bens por doação = quantitativa extraorçamentária
Errada.
d) Transferência de recursos mediante convênios = quantitativa orçamentária
e aquisição de material de consumo para estoque no almoxarifado = qualitativa orçamentária
Errada.
e) Requisição de material de consumo no almoxarifado = quantitativa extraorçamentária
e emissão de nota de empenho = trata-se apenas de um ato orçamentário
Errada.
Gabarito: B
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Procedimentos Contábeis
Lei 4320/64. Art. 106. A avaliação dos elementos patrimoniais obedecerá as normas seguintes:
I - os débitos e créditos, bem como os títulos de renda, pelo seu valor nominal, feita a conversão,
quando em moeda estrangeira, à taxa de câmbio vigente na data do balanço;
II - os bens móveis e imóveis, pelo valor de aquisição ou pelo custo de produção ou de construção;
III - os bens de almoxarifado, pelo preço médio ponderado das compras.
§ 1° Os valores em espécie, assim como os débitos e créditos, quando em moeda estrangeira,
deverão figurar ao lado das correspondentes importâncias em moeda nacional.
§ 2º As variações resultantes da conversão dos débitos, créditos e valores em espécie serão levadas
à conta patrimonial.
§ 3º Poderão ser feitas reavaliações dos bens móveis e imóveis.
Disponibilidades: são mensuradas ou avaliadas pelo valor original, feita a conversão, quando em
moeda estrangeira, à taxa de câmbio vigente na data das demonstrações contábeis (balanço patrimonial).
Aplicações financeiras de liquidez imediata: são mensuradas ou avaliadas pelo valor justo,
atualizadas até a data das demonstrações contábeis (balanço patrimonial). As atualizações apuradas são
contabilizadas em contas de resultado, ou seja, variações patrimoniais aumentativas (VPAs) e variações
patrimoniais diminutivas (VPDs).
Riscos de recebimento de direitos: são reconhecidos em conta de ajuste, a qual será reduzida ou
anulada quando deixarem de existir os motivos que a originaram.
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Direitos, os títulos de crédito e as obrigações prefixadas: são ajustados a valor presente.
Estoques
MCASP 9ª Edição: Para esta edição do manual, os procedimentos contábeis aqui descritos se
aplicam a todos os estoques com exceção dos seguintes:
a. Produção em andamento proveniente de contratos de construção, incluindo contratos de
serviços diretamente relacionados;
b. Instrumentos financeiros;
c. Ativos biológicos relacionados com a atividade agrícola e o produto agrícola no ponto da colheita;
d. Serviços em andamento proporcionados sem custos ou por valor irrisório diretamente cobrado
do beneficiário;
e. Estoques mantidos por produtores de produtos agrícolas e florestais, produtos agrícolas após o
ponto da colheita, minerais e produtos minerais, na medida em que eles sejam mensurados pelo valor
realizável líquido.
f. Estoques mantidos por operadores de commodities que mensurem seus estoques pelo valor
justo deduzido dos custos de venda.
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b. Os bens de almoxarifado, que devem ser mensurados pelo preço médio ponderado das
compras, em conformidade com o inciso III do art. 106 da Lei n. 4.320/64.
Valor realizável líquido é a quantia que a entidade do setor público espera obter com a alienação
ou a utilização de itens de inventário quando deduzidos os gastos estimados para seu acabamento,
alienação ou utilização.
A NBC TSP 04 destaca que devem ser mensurados pelo custo histórico ou pelo custo corrente de
reposição, dos dois o menor, os estoques mantidos para:
▪ Distribuição gratuita ou de valor irrisório. Exemplo (MCASP): produtos a serem distribuídos por
meio de cesta básica.
▪ Consumo no processo de produção de bens a serem distribuídos gratuitamente ou por valor
irrisório. Exemplo (MCASP): estoque para merenda escolar (quando a entidade possui merendeira que
prepara a comida).
Vale destacar que o custo corrente de reposição é o custo que a entidade incorreria para adquirir o
mesmo ativo na data da demonstração contábil.
O ente deve usar o critério de valoração de custo uniforme para todos os estoques que possuam
natureza e uso semelhantes. Sempre que possível, deve ser atribuído pelo uso da identificação específica
dos seus custos individuais. Quando não for possível a identificação específica, o ente pode utilizar o
critério primeiro a entrar, primeiro a sair (PEPS) ou pelo critério do custo médio ponderado.
MCASP 9ª Edição
Um material é considerado de consumo caso atenda um, e pelo menos um, dos critérios a seguir:
a. Critério da Durabilidade: se em uso normal perde ou tem reduzidas as suas condições de
funcionamento, no prazo máximo de dois anos;
b. Critério da Fragilidade: se sua estrutura for quebradiça, deformável ou danificável,
caracterizando sua irrecuperabilidade e perda de sua identidade ou funcionalidade;
c. Critério da Perecibilidade: se está sujeito a modificações (químicas ou físicas) ou se deteriora ou
perde sua característica pelo uso normal;
d. Critério da Incorporabilidade: se está destinado à incorporação a outro bem, e não pode ser
retirado sem prejuízo das características físicas e funcionais do principal. Pode ser utilizado para a
constituição de novos bens, melhoria ou adições complementares de bens em utilização (sendo
classificado como 4.4.90.30), ou para a reposição de peças para manutenção do seu uso normal que
contenham a mesma configuração (sendo classificado como 3.3.90.30);
e. Critério da Transformabilidade: se foi adquirido para fim de transformação.
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Ativo Biológico
O ativo biológico deve ser mensurado pelo seu valor justo líquido de despesas de venda no
momento do reconhecimento inicial e na data das demonstrações contábeis, inclusive quando a entidade
adquire ativo biológico por meio de transação sem contraprestação.
Como exceção a essa regra, quando o valor ou preço determinado pelo mercado não estiver
disponível e as estimativas do valor justo não forem confiáveis, o ativo biológico deve ser mensurado pelo
seu custo, menos qualquer depreciação acumulada e qualquer perda por redução ao valor recuperável
acumulada.
Em alguns casos, a entidade possui propriedade que está arrendada e ocupada por sua
controladora ou por outra controlada. A propriedade não se qualifica como propriedade para
investimento nas demonstrações contábeis consolidadas, porque a propriedade está ocupada pelo
proprietário sob a perspectiva do grupo. A NBC TSP 06 estabelece que, sob a perspectiva da entidade que a
possui, tal propriedade deve ser considerada propriedade para investimento se satisfizer à definição,
sendo apresentada como tal nas suas demonstrações contábeis individuais. No entanto, tendo em vista a
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metodologia atualmente em vigor para a consolidação das contas nacionais, que dificulta a aplicação desta
determinação, recomenda-se que o ativo seja contabilizado como imobilizado, inclusive nas
demonstrações individuais, de acordo com o capítulo de Ativo Imobilizado deste Manual.
Mensuração
A propriedade para investimento deve ser inicialmente mensurada pelo seu custo, incluídos os
custos de transação.
Quando a propriedade para investimento é adquirida por meio de transação sem contraprestação,
seu custo deve ser mensurado pelo seu valor justo na data da aquisição. Exemplos de aquisição de
propriedade por meio de transação sem contraprestação:
a) transferência de um edifício de escritórios do governo nacional (União) para o governo
subnacional (Estado), que, por sua vez, aluga-o a preços de mercado;
b) confisco.
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Permuta: em regra, o custo inicial de tal propriedade deve ser mensurado pelo valor justo, sendo a
regra:
1. valor justo dos ativos cedidos, quando o ativo recebido e o ativo cedido forem mensurados
confiavelmente ;
2. valor justo do(s) ativo(s) recebido(s), quando o ativo cedido não puder ser mensurado
confiavelmente;
3. valor contábil do ativo cedido, quando os ativos não puderem ser mensurados confiavelmente
ou quando a operação não tiver natureza comercial;
O valor justo é facilmente identificado quando existem transações de mercado para esse ativo.
Quando não houver transações comparáveis, o valor de mercado é considerado confiavelmente
mensurável se:
a) a variabilidade na faixa de estimativas razoáveis do valor justo não for significativa para esse
ativo; ou
b) as probabilidades de várias estimativas dentro dessa faixa puderem ser razoavelmente avaliadas
e utilizadas na mensuração do valor justo.
Os imóveis para aluguel podem ser classificados tanto no imobilizado como em investimentos, a
depender da finalidade desse aluguel.
Será classificado no imobilizado (aplicação da NBC TSP 07 – Ativo Imobilizado) quando o aluguel
estiver relacionado às atividades fins da entidade do setor público.
Caso o aluguel não esteja relacionado com as atividades da entidade do setor público
classificamos como investimentos (propriedade para investimento, aplicação da NBC TSP 06).
Investimentos permanentes
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Influência significativa é o poder de participar das decisões sobre políticas financeiras e
operacionais de uma investida, mas sem que haja o controle individual ou conjunto dessas políticas.
MCASP 8ª Edição: Influência significativa é o poder de uma entidade do setor público participar
nas decisões de políticas financeiras e operacionais de outra entidade que dela receba recursos financeiros
a qualquer título ou que represente participação acionária, sem controlar de forma individual ou conjunta
essas políticas
O controle ocorre quando a investidora (controladora) tem direta ou indiretamente mais de 50%
das ações com direito a voto da investida (controlada).
Imobilizado
Ativos Imobilizados Obtidos a Título Gratuito: estes devem ser registrados pelo valor justo na
data de sua aquisição, sendo que deverá ser considerado o valor resultante da avaliação obtida com base
em procedimento técnico ou valor patrimonial definido nos termos da doação.
Segundo a NBC TSP 07, as demonstrações contábeis devem divulgar, para cada classe de ativo
imobilizado:
▪ os critérios de mensuração utilizados para determinar o valor contábil bruto;
▪ os métodos de depreciação utilizados;
▪ a conciliação do valor contábil no início e no final do período demonstrando: (i) adições; (ii)
alienações.
Além disso, a Norma destaca que as demonstrações contábeis devem divulgar para cada classe de
ativo a existência e os valores de restrições a ativos imobilizados oferecidos como garantia de obrigações.
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Ativos de Infraestrutura: Exemplos desses ativos incluem redes rodoviárias, sistemas de esgoto,
sistemas de abastecimento de água e energia, rede de comunicação, pontes, calçadas, calçadões, dentre
outros. O reconhecimento e a mensuração dos ativos de infraestrutura seguem a mesma base utilizada
para os demais ativos imobilizados.
O MCASP informa que, para os casos de reconhecimento inicial e para ajustes ou reclassificações
em atendimento às novas práticas contábeis, não havendo nenhuma evidência disponível para determinar
o valor de mercado devido a sua natureza especializada, o valor justo pode ser estimado usando-se o custo
de reposição depreciado.
Segundo o MCASP, para a mensuração inicial do custo de um item de ativo imobilizado pode haver
duas alternativas:
▪ a do preço à vista; ou
▪ o valor justo na data do reconhecimento, quando um ativo é adquirido por meio de uma
transação sem contraprestação.
Quando o ativo imobilizado for adquirido por meio de permuta por ativo não monetário, ou
combinação de ativos monetários e não monetários, deve ser mensurado pelo valor justo a não ser que:
▪ a operação de permuta não tenha natureza comercial; ou
▪ o valor justo do ativo recebido e do ativo cedido não possam ser mensurados com segurança.
Ainda no caso de permuta, o MCASP destaca que o ativo adquirido deverá ser mensurado pelo
valor justo mesmo que a entidade não consiga dar baixa imediata ao ativo cedido. Se o ativo adquirido
não for mensurável ao valor justo, seu custo é determinado pelo valor contábil do ativo cedido.
No caso de transferências de ativos, o valor a atribuir deve ser o valor contábil líquido constante
nos registros da entidade de origem. Em caso de divergência deste critério com o fixado no instrumento de
autorização da transferência, este deve ser evidenciado em notas explicativas.
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Ativo Intangível
Um ativo intangível pode ser adquirido por meio de transações sem contraprestação. Isso pode
ocorrer quando outra entidade do setor público transfere ativos intangíveis a outra entidade em uma
transação sem contraprestação, como direito de aterrissagem em aeroporto, licenças para operação de
estações de rádio ou de televisão, licenças de importação ou quotas ou direitos de acesso a outros
recursos restritos.
O ativo intangível adquirido por meio de transação sem contraprestação é mensurado
inicialmente pelo valor justo na data da aquisição e não constitui uma reavaliação. Posteriormente ao
reconhecimento inicial pelo valor justo, esses ativos poderão utilizar o modelo de reavaliação, caso seja
necessário.
Nos termos do MCASP/NBC TSP 08, os ativos intangíveis podem ser adquiridos por meio de
permuta por um ou mais ativos não monetários, ou pela combinação de ativos monetários e não
monetários. Uma das condições de reconhecimento de ativo intangível deve ser a mensuração do seu
custo confiavelmente.
Os ativos intangíveis recebidos e cedidos que forem mensurados confiavelmente serão avaliados
pelo valor justo. Caso o valor justo do ativo recebido e do ativo cedido sejam mensurados confiavelmente,
o valor justo do ativo cedido será utilizado para determinar o custo. Se o ativo adquirido não for
mensurável pelo valor justo, seu custo é determinado pelo valor contábil do ativo cedido.
Segundo o MCASP/NBC TSP 08, alguns entes podem possuir ativos intangíveis do patrimônio
cultural com valores expressivos, que foram adquiridos ao longo dos anos por meio de compra, doação,
desapropriação. Entretanto, esses bens raramente são reconhecidos, pois pode haver impedimentos
legais ou sociais para utilizá-los e também dificuldade na capacidade de gerar fluxos de caixa. Exemplos:
gravações de eventos históricos significativos, direitos de uso da imagem de pessoa pública em selos
postais ou em moedas.
Deve-se presumir que o valor residual de ativo intangível com vida útil definida é zero, exceto
quando:
a. Haja compromisso de terceiro para comprar o ativo ao final da sua vida útil; ou
b. Exista mercado ativo para ele e, cumulativamente:
i. O valor residual possa ser determinado em relação a esse mercado;
ii. Seja provável que esse mercado continuará a existir ao final da vida útil do ativo.
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A vida útil de um ativo intangível que não é amortizado deve ser revisada periodicamente para
determinar se eventos e circunstâncias continuam a consubstanciar a avaliação de vida útil indefinida.
Caso contrário, a mudança na avaliação de vida útil de indefinida para definida deve ser contabilizada
como mudança de estimativa contábil.
O ativo intangível com vida útil indefinida não deve ser amortizado. A entidade deve testar a
perda de valor dos ativos intangíveis com vida útil indefinida, ou aqueles ainda não disponíveis para o uso,
comparando o valor recuperável com o seu valor contábil sempre que existir indícios de que ativo intangível
pode ter perdido valor.
Para determinar se o ativo intangível deve ser objeto de redução ao valor recuperável, a entidade
deve observar o disposto no capítulo sobre Redução ao Valor Recuperável desse manual, o qual dispõe
sobre os procedimentos aplicáveis para os ativos geradores de caixa e não-geradores de caixa.
A entidade deve avaliar na data de encerramento das demonstrações contábeis se há alguma
indicação, com base nas fontes externas e internas de informação, de que uma perda por redução ao valor
recuperável reconhecida em anos anteriores deva ser reduzida (revertida) ou eliminada.
O período e o método de amortização de ativo intangível com vida útil definida devem ser revisados
pelo menos ao final de cada exercício.
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Caso o bem a ser depreciado já tenha sido usado anteriormente à sua posse pela Administração
Pública, pode-se estabelecer como novo prazo de vida útil para o bem:
a. Metade do tempo de vida útil dessa classe de bens;
b. Resultado de uma avaliação técnica que defina o tempo de vida útil pelo qual o bem ainda
poderá gerar benefícios para o ente; e
c. Restante do tempo de vida útil do bem, levando em consideração a primeira instalação desse
bem.
A redução ao valor recuperável pode ser aplicada para o ativo não-gerador de caixa (aquele
mantido com o objetivo principal de prestar serviços) bem como para o gerador de caixa (objetivo
principal de gerar retorno comercial).
Para esta edição do manual, os procedimentos contábeis aqui descritos devem ser aplicados para a
contabilização da redução ao valor recuperável de ativos (geradores ou não geradores de caixa), exceto:
a. Estoques;
b. Ativos advindos de contratos de construção;
c. Ativos financeiros que representem:
i. Caixa;
ii. Instrumento patrimonial de entidade não controlada (individual ou
conjuntamente) ou não coligada;
iii. Direito contratual para receber dinheiro ou outro ativo financeiro ou para
permutar ativos e passivos financeiros em condições favoráveis;
iv. Contrato que pode ser liquidado por instrumentos patrimoniais não derivativos; e
v. Contrato que pode ser liquidado por instrumentos patrimoniais derivativos que
possam ser liquidados por número fixo de instrumentos patrimoniais não derivativos;
d. Propriedades para investimento mensuradas pelo modelo do valor justo;
e. Ativo imobilizado (gerador ou não gerador de caixa) mensurado pelo valor de reavaliação;
f. Ativos intangíveis (geradores ou não de caixa) mensurados pelo valor de reavaliação;
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g. Ativos tributários diferidos;
h. Ativos oriundos de benefícios a empregados;
i. Ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill);
j. Ativos biológicos relativos à atividade agrícola mensurados pelo valor justo líquido de despesas de
venda;
k. Custos de aquisição diferidos e ativos intangíveis oriundos de direitos contratuais do segurador
em contratos de seguro; e
l. Ativos não circulantes (ou grupos de ativos) classificados como mantidos para venda e
mensurados pelo menor valor entre o valor contábil e o valor justo líquido de despesas de venda
relacionadas a tais ativos e operações descontinuada.
Além desses, esse capítulo exclui do seu alcance os ativos intangíveis que são regularmente
reavaliados pelo seu valor justo.
Valor recuperável: É o maior montante entre o valor justo líquido de despesas de venda do ativo
(ou da unidade geradora de caixa) e o seu valor em uso.
Unidade geradora de caixa: É o menor grupo identificável de ativos mantido com o objetivo
principal de gerar retorno comercial que produz entradas de caixa pelo uso contínuo, as quais são em
grande parte independentes das entradas de caixa de outros ativos ou grupos de ativos.
Valor justo líquido de despesas de venda: É o montante que pode ser obtido pela venda de ativo
em transação sem favorecimentos entre partes conhecedoras e interessadas, menos as despesas de
venda.
Despesas de venda: São despesas incrementais diretamente atribuíveis à venda do ativo, com
exceção das despesas financeiras e de tributos sobre a renda. As despesas de venda, exceto as que já
tenham sido reconhecidas como passivo, devem ser deduzidas na determinação do valor justo líquido de
despesas de venda. Exemplos de tais despesas são as legais, as taxas e impostos, de remoção do ativo e
despesas diretas incrementais para deixar o ativo em condição de venda.
NBC TSP 09:
42. Se não houver contrato de compra e venda ou mercado ativo, o valor justo líquido de despesas
de venda baseia-se na melhor informação disponível para refletir o valor que a entidade poderia obter, na
data das demonstrações contábeis, pela alienação do ativo em transação sem favorecimentos entre
partes conhecedoras e interessadas, após deduzir as despesas de venda.
Valor em uso de ativo não gerador de caixa: É o valor presente do potencial de serviços
remanescente do ativo.
a. Abordagem do custo de reposição depreciado.
b. Abordagem do custo de recuperação.
c. Abordagem das unidades de serviço.
Valor em uso de ativo gerador de caixa: É o valor presente da estimativa dos fluxos de caixa
futuros esperados do uso contínuo dos ativos e de sua alienação ao final de sua vida útil.
a. Estimar futuras entradas e saídas de caixa decorrentes do uso contínuo do ativo e de sua
alienação no final; e
b. Aplicar a taxa de desconto adequada a esses fluxos de caixa futuros. A taxa de desconto
deve ser a taxa, antes dos tributos, que reflita as avaliações correntes de mercado acerca: a.
75
Do valor da moeda no tempo, representado pela taxa de juros corrente livre de risco; e b.
Dos riscos específicos do ativo para os quais as futuras estimativas de fluxo de caixa não
foram ajustadas.
MENSURAÇÃO
Reversão da perda por redução ao valor recuperável do ativo não gerador de caixa
Fontes Externas de Informação:
a. Ressurgimento da demanda ou da necessidade de serviços fornecidos pelo ativo;
b. Mudanças significativas de longo prazo com efeito favorável sobre a entidade, que
ocorreram durante o período ou que ocorrerão em futuro próximo, no ambiente
tecnológico, legal ou de política governamental no qual a entidade opera.
Fontes Internas de Informação:
a. Mudanças significativas de longo prazo com efeito favorável sobre a entidade, que
ocorreram durante o período ou ocorrerão em futuro próximo, na extensão ou maneira pela qual o
ativo é ou se espera que seja utilizado. Essas mudanças incluem custos incorridos durante o período
para melhorar o desempenho do ativo ou reestruturar a operação à qual o ativo pertence;
b. Decisão para recomeçar a construção do ativo que foi anteriormente interrompida antes
da sua conclusão ou de estar em condições de uso; e
c. Evidência disponível nos relatórios internos que indica que o desempenho do serviço do
ativo é, ou será, melhor do que o esperado.
76
Mensuração de Ativo Gerador de Caixa
Fontes Externas de Informação
a. Durante o período, o valor de mercado do ativo tem diminuído significativamente mais do
que o esperado pela passagem do tempo ou por seu uso normal.
b. Mudanças significativas com efeito adverso sobre a entidade, que ocorreram durante o
período ou ocorrerão em futuro próximo, no ambiente tecnológico ou legal no qual a entidade
opera;
c. As taxas de juros de mercado ou outras taxas de retorno de mercado sobre investimentos
têm aumentado durante o período e esses aumentos provavelmente afetam a taxa de desconto
utilizada no cálculo do valor em uso do ativo e diminuem significativamente seu valor recuperável.
Fontes Internas de Informação
a. Evidência disponível de obsolescência ou dano físico do ativo.
b. Mudanças significativas de longo prazo com efeito adverso sobre a entidade, que
ocorreram durante o período ou ocorrerão em futuro próximo, na extensão ou maneira em que o
ativo é, ou se espera que seja, utilizado.
c. Decisão de interromper a construção do ativo antes da sua conclusão ou de estar em
condição de uso.
d. Evidência disponível proveniente de relatório interno que indique que o desempenho do
serviço do ativo é, ou será, consideravelmente pior do que o esperado.
Reavaliação
Reavaliação é a adoção do valor de mercado ou de consenso entre as partes para bens do ativo.
O MCASP informa que a frequência com que as reavaliações são realizadas depende das mudanças
do valores justos dos itens do ativo que serão reavaliados.
Segundo o MCASP, após o seu reconhecimento inicial, um ativo intangível pode ser apresentado
pelo seu valor reavaliado, correspondente ao seu valor justo à data da reavaliação menos qualquer
amortização acumulada. O valor justo deve ser apurado em relação a um mercado ativo. Se não existe
mercado ativo para ele, este somente pode ser mensurado pelo custo menos a amortização acumulada e a
perda por irrecuperabilidade.
Se um ativo intangível for reavaliado, a amortização acumulada na data da reavaliação deve ser
eliminada contra o valor contábil bruto do ativo, atualizando-se o valor líquido pelo seu valor reavaliado.
Registro Contábil da Reavaliação de Ativos: Conforme previsto nas NBC TSP, se o valor contábil do
ativo (imobilizado/intangível) aumentar em virtude da reavaliação, esse aumento deve ser creditado
diretamente à conta de reserva de reavaliação (no PL).
No entanto, o aumento deve ser reconhecido no resultado do período quando se tratar da reversão
de decréscimo por reavaliação da classe do ativo anteriormente reconhecido no resultado.
O saldo acumulado relativo à reavaliação do ativo incluída no patrimônio líquido somente será
transferido para resultados acumulados quando for realizado a baixa ou a alienação do ativo.
Enquanto o ativo for utilizado pela entidade parte da reserva de reavaliação poderá ser realizada,
neste caso o valor da reserva de reavaliação a ser realizado é a diferença entre a depreciação/amortização
baseada no valor contábil reavaliado do ativo e a depreciação/amortização que teria sido reconhecida com
base no custo histórico original do ativo.
As transferências da reserva de reavaliação para resultados acumulados não transitam pelo
resultado do período.
Considerando tais informações, o valor que deve ser adicionado ao custo de aquisição para fins de
reconhecimento inicial do ativo, por se referir a custos diretamente atribuíveis, é:
a) R$ 58.500,00;
b) R$ 62.500,00;
79
c) R$ 63.500,00;
d) R$ 73.500,00;
e) R$ 80.000,00.
Comentários
São custos diretamente atribuíveis:
Frete e manuseio 20.000,00
Honorários 10.000,00
Instalação e montagem 9.000,00
Preparação do local 12.000,00
Testes 7.500,00
Total 58.500,00
Gabarito: A
Transação sem contraprestação em geral, é aquela em que a entidade recebe ativos ou serviços
ou tem passivos extintos e em contrapartida entrega valor irrisório ou nenhum valor em troca.
Ativo
O MCASP destaca que o ativo obtido por meio de uma transação sem contraprestação deverá ser
inicialmente mensurado pelo seu valor justo na data de aquisição.
Caso o ente receba numa transação sem contraprestação um item que possua características
essenciais de ativo, mas que não satisfaça os critérios para o reconhecimento, essa situação pode justificar
sua evidenciação em notas explicativas como ativo contingente.
Segundo a NBC TSP 01, os serviços em espécie são serviços fornecidos pelos indivíduos às
entidades do setor público em transação sem contraprestação.
A Norma nos retorna os seguintes exemplos de serviços em espécie, recebidos de modo voluntário
ou não:
▪ assistência técnica de outros governos ou organizações internacionais;
▪ as pessoas condenadas por infrações podem ser obrigadas a executar serviços comunitários para
entidade do setor público;
▪ os hospitais públicos podem receber os serviços de voluntários;
▪ as escolas públicas podem receber serviços voluntários de pais como professores substitutos ou como
conselheiros;
▪ os governos locais podem receber os serviços de bombeiros voluntários.
80
Nos termos da Norma, a entidade pode, mas não é obrigada, reconhecer os serviços em espécie
como receita e como ativo.
Devido às muitas incertezas sobre os serviços em espécie, incluindo a capacidade de julgar o
controle sobre os serviços e a mensuração do seu valor justo, a norma não exige o reconhecimento dos
serviços em espécie. Entretanto, incentiva a divulgação da natureza e do tipo de serviços em espécie
recebidos durante o exercício. A divulgação relacionada aos serviços em espécie somente deve ser
realizada se for material.
Para algumas entidades do setor público, os serviços fornecidos por voluntários não são materiais
em montante, mas podem ser materiais na sua natureza.
Passivo
Tributos
De acordo com a NBC TSP 01, os ativos em geral devem ser mensurados pelo seu valor justo na
data de aquisição. Contudo, os ativos oriundos de transações tributárias, enquanto não efetivamente
arrecadados, devem ser mensurados pela melhor estimativa de entrada de recursos para a entidade, que
deve desenvolver políticas contábeis, em conformidade com as exigências da norma em comento, as quais
devem levar em consideração tanto a probabilidade de que os recursos oriundos de transações tributárias
fluam para o governo quanto o valor justo dos ativos resultantes.
Além do reconhecimento do crédito a receber de tributos, o MCASP destaca que a entidade deve
constituir ajuste para perdas de créditos relativos a tributos.
Transação Com Contraprestação
Segundo o MCASP, a VPA decorrente da transação com contraprestação deve ser reconhecida
tomando por base a proporção dos serviços prestados até a data de apresentação das demonstrações
contábeis. Trata-se do método da percentagem de execução.
Empréstimos e financiamentos não se caracterizam como transações com contraprestação por não
impactarem a situação patrimonial líquida.
Nos casos de permutas de bens ou serviços por outras de natureza e valor similar, a troca não é
considerada como uma transação geradora de VPA.
Por outro lado, quando os bens ou serviços foram vendidos ou trocados por outros bens ou serviços
não similares, a operação é reconhecida como uma transação que gera VPA. Nessas ocorrências a VPA é
mensurada pelo valor justo dos bens ou serviços recebidos, ajustada pela quantia transferida em caixa ou
equivalente de caixa. Quando o valor justo dos bens ou serviços recebidos não puder ser mensurado
confiavelmente, a VPA é mensurada pelo valor justo dos bens ou serviços entregues, ajustados pelo
montante transferido em caixa ou equivalente de caixa.
81
MCASP 9 pg. 285/286:
15. RECEITA DE TRANSAÇÃO COM CONTRAPRESTAÇÃO
Os procedimentos aqui descritos aplicam-se às VPA decorrentes de transações e
eventos com contraprestação, tais como as originadas da prestação de serviços, da venda de bens e
do uso de ativos por terceiros (geradores de juros, royalties e dividendos ou distribuições
assemelhadas). Excluem-se do escopo deste capítulo os seguintes itens:
a. Contratos de arrendamento mercantil;
b. Dividendos ou distribuições similares provenientes de investimentos contabilizados pelo método da
equivalência patrimonial;
c. Ganhos decorrentes da venda de itens do ativo imobilizado;
d. Contratos de seguro dentro do escopo de normas contábeis nacionais ou internacionais;
e. Mudanças no valor justo de ativos e passivos financeiros ou de sua alienação;
f. Mudanças no valor de outros ativos circulantes;
g. Reconhecimento inicial, e decorrente de mudanças no valor justo de ativos biológicos relacionados à
atividade agrícola;
h. Reconhecimento inicial de produtos agrícolas; e
i. Extração de recursos minerais.
Segundo o MCASP (e a NBC T SP 03), os passivos contingentes não devem ser reconhecidos em
contas patrimoniais. No entanto, deverão ser registrados em contas de controle do PCASP e divulgados
em notas explicativas. A divulgação só é dispensada nos casos em que a saída de recursos for considerada
remota.
Segundo o MCASP,
As provisões devem ser reavaliadas na data de apresentação das demonstrações contábeis e
ajustadas para refletir a melhor estimativa corrente. Quando não houver mais incertezas quanto ao valor
82
e ao prazo de determinado passivo este deixará de ser uma provisão, devendo ser reconhecida a
obrigação a pagar correspondente. O valor da obrigação a pagar poderá ser exatamente igual ao valor
provisionado, situação na qual haverá o registro de um fato meramente permutativo. Entretanto, o valor
da obrigação a pagar poderá ser inferior ou superior ao valor da provisão. Nesses casos, deverá ser
registrada uma variação patrimonial diminutiva com a complementação ou uma variação patrimonial
aumentativa com a reversão da provisão, respectivamente.
Além disso, são reconhecidas como provisões apenas as obrigações decorrentes de eventos
passados que existam independentemente das ações futuras da entidade. Assim, uma decisão da
entidade não origina uma obrigação, exceto se a decisão tenha sido comunicada a terceiros e gere uma
expectativa válida de que a entidade cumprirá com suas responsabilidades.
Ativo Contingente
O MCASP destaca que os ativos contingentes não devem ser reconhecidos em contas
patrimoniais, uma vez que podem resultar no reconhecimento de receitas que nunca virão a ser
realizadas. No entanto, quando uma entrada de recursos for considerada provável, eles deverão ser
registrados em contas de controle do PCASP e divulgados em notas explicativas.
Reestruturação
Segundo o MCASP, uma entidade do setor público deverá registrar uma provisão para
reestruturação quando for provável uma saída de recursos decorrentes deste processo. Uma obrigação
não formalizada para reestruturação surge apenas quando a entidade tiver um plano formal para
reestruturação e tiver criado uma expectativa válida naqueles por ela afetados, seja ao começar a
implantação desse plano ou ao anunciar as suas principais características.
83
▪ Alterações na estrutura de gestão como, por exemplo, a eliminação de um nível de gerência;
▪ Reorganizações fundamentais que têm um efeito material na natureza e no foco das operações da
entidade.
O MCASP destaca que um plano formal para reestruturação deverá identificar pelo menos:
▪ O negócio ou parte do negócio em questão;
▪ Os principais locais afetados;
▪ O local, a função e o número aproximado de empregados que serão compensados financeiramente por
seu desligamento;
▪ Os desembolsos que serão realizados; e
▪ Quando o plano será executado.
Além disso, o MCASP informa que quando a reestruturação envolver venda ou transferência de
operações, nenhuma obrigação deverá ser registrada até que haja um acordo obrigatório de venda ou
transferência, ainda que a entidade tenha anunciado publicamente sua decisão. Quando a venda for
somente uma parte da reestruturação, uma obrigação não formalizada pode surgir para as outras partes.
Provisão de reestruturação
95. Perdas operacionais futuras na data da reestruturação não devem ser incluídas na provisão, a
menos que sejam relacionadas a contratos onerosos, como definido no item 18.
96. Conforme exigência do item 61, a expectativa de ganhos decorrentes de alienação de ativos não
deve ser levada em consideração quando da mensuração da provisão para reestruturação, mesmo que a
venda de ativos esteja prevista como parte dessa reestruturação
Recebimentos Antecipados
Os recebimentos antecipados relativos a tributos e transferências por meio de acordos que ainda
não se tornaram obrigatórios não são fundamentalmente diferentes de outros recebimentos
antecipados.
84
Receita de Venda
Segundo a NBC TSP 02, a receita decorrente da venda de bens deve ser reconhecida quando as
seguintes condições tiverem sido satisfeitas:
▪ a entidade tiver transferido ao comprador todos os riscos e benefícios significativos inerentes à
propriedade dos bens;
▪ a entidade não mantiver envolvimento continuado na gestão dos bens vendidos, nem em grau
normalmente associado à sua propriedade nem relacionado ao efetivo controle de tais bens;
▪ o valor da receita puder ser mensurado confiavelmente;
▪ for provável que os benefícios econômicos ou potencial de serviços associados à transação fluirão para a
entidade; e
▪ os custos incorridos na transação e os custos para concluir a transação puderem ser mensurados
confiavelmente.
85
86
Plano de Contas
De acordo com o item 2.6 da Parte IV do MCASP, 9ª ed., o PCASP é atualizado anualmente e
publicado exclusivamente na Internet para uso obrigatório no exercício seguinte.
87
O PCASP está estruturado de acordo com as seguintes naturezas das informações contábeis:
a. Natureza de Informação Orçamentária: registra, processa e evidencia os atos e os fatos
relacionados ao planejamento e à execução orçamentária.
b. Natureza de Informação Patrimonial: registra, processa e evidencia os fatos financeiros e não
financeiros relacionados com a composição do patrimônio público e suas variações qualitativas e
quantitativas.
c. Natureza de Informação de Controle: registra, processa e evidencia os atos de gestão cujos
efeitos possam produzir modificações no patrimônio da entidade do setor público, bem como aqueles com
funções específicas de controle.
88
O PCASP possui a seguinte estrutura básica, em nível de classe (1º nível) e grupo (2º nível):
Já no 3º nível (Classe, Grupo e Subgrupo), no caso das classes 1 e 2, para fins de exemplo, temos:
89
90
Segundo o MCASP,
A fim de possibilitar a consolidação das contas públicas nos diversos níveis de governo, com a
adequada elaboração das DCASP e do BSPN, foi criado no PCASP um mecanismo para a segregação dos
valores das transações que serão incluídas ou excluídas na consolidação. Este mecanismo consiste na
utilização do 5º nível (Subtítulo) das classes 1, 2, 3 e 4 do PCASP (contas de natureza patrimonial) para
identificar os saldos recíprocos.
91
Segundo o MCASP, não é possível movimentar contas do atributo permanente em contrapartida
do atributo financeiro.
Sabe-se que a Lei nº 4.320/1964 confere viés orçamentário ao Balanço Patrimonial ao separar o
ativo e o passivo em dois grupos, Financeiro e Permanente, em função da dependência ou não de
autorização legislativa ou orçamentária para realização dos itens que o compõem.
92
93
Lançamentos Típicos do Setor Público
94
Contratação da Operação de Crédito
Reconhecimento
96
97
98
Balanço Orçamentário
Lei n. 4.320/64: Art. 102. O Balanço Orçamentário demonstrará as receitas e despesas previstas em
confronto com as realizadas.
O balanço orçamentário visa comparar o realizado e o orçado no exercício. O termo “orçado” é
sinônimo de previsto/fixado. Receita orçada = receita prevista. Despesa orçada = despesa fixada.
Segundo a estrutura da Lei n. 4.320/64, as receitas orçamentárias são detalhadas em dois níveis:
1º Nível: categoria econômica (corrente ou capital);
2º Nível: origem.
Há discriminação do que foi previsto, executado e a diferença.
As despesas orçamentárias são detalhadas por tipo de crédito: orçamentário (inicial) ou adicional
(suplementar, especial ou extraordinário). Além disso, são detalhadas por categoria econômica e grupo de
natureza da despesa.
Assim, como na coluna da receita, há discriminação do que foi previsto, executado e a diferença.
99
MCASP 9ª Edição:
2.2.1. Quadro Principal
O quadro principal apresentará as receitas e despesas previstas em confronto com as realizadas. As
receitas e despesas serão apresentadas conforme a classificação por natureza. No caso da despesa, a
classificação funcional também será utilizada complementarmente à classificação por natureza.
As receitas deverão ser informadas pelos valores líquidos das respectivas deduções, tais como
restituições, descontos, retificações, deduções para o Fundeb e repartições de receita tributária entre os
entes da Federação, quando registradas como dedução, conforme orientação da Parte I – Procedimentos
Contábeis Orçamentários (PCO).
100
Orçamento anual significa o orçamento aprovado para um ano. Não inclui estimativas futuras ou
projeções divulgadas para períodos além daquele a que se refere o orçamento.
Dotação orçamentária é a autorização concedida pelo Poder Legislativo ou autoridade com
prerrogativa semelhante para alocar recursos para os fins por eles especificados.
Orçamento aprovado corresponde à autorização para realização de despesa oriunda de lei ou
outro instrumento que contenha decisões relacionadas à alocação das receitas orçamentárias estimadas
relativas a determinado período.
Regime orçamentário refere-se ao regime adotado no orçamento (de competência, de caixa ou
outro) que foi aprovado pelo Poder Legislativo ou outra autoridade com prerrogativa semelhante
Orçamento plurianual é o orçamento aprovado para período maior do que um ano. Não inclui a
publicação de estimativas ou projeções futuras para períodos posteriores ao período a que se refere o
orçamento.
Segundo as Normas/MCASP
Recebimentos Extraorçamentários
Compreendem os ingressos não previstos no orçamento, por exemplo:
a. ingressos de recursos relativos a consignações em folha de pagamento, fianças, cauções, dentre outros;
e
b. inscrição de restos a pagar.
Pagamentos Extraorçamentários
Compreendem os pagamentos que não precisam se submeter ao processo de execução orçamentária, por
exemplo:
a. relativos a obrigações que representaram ingressos extraorçamentárias (ex. devolução de depósitos); e
b. restos a pagar inscritos em exercícios anteriores e pagos no exercício.
Vamos visualizar a estrutura do balanço orçamentário (quadro principal) segundo o MCASP e
destacar as diferenças existentes entre essa estrutura e aquela da Lei n. 4.320/64.
101
* Recursos Arrecadados em exercícios anteriores: São recursos incluídos na LOA para demonstrar
o equilíbrio do orçamento, mas não podem ser classificados como superávit financeiro para fins de
elaboração da LOA, nem são passíveis de execução. Exemplo: Recursos de RPPS.
Previsão Atualizada:
Demonstra os valores da previsão atualizada das receitas, que refletem a reestimativa da receita
decorrente de, por exemplo:
a. registro de excesso de arrecadação ou contratação de operações de crédito, ambas podendo
ser utilizadas para abertura de créditos adicionais;
b. criação de novas naturezas de receita não previstas na LOA;
c. remanejamento entre naturezas de receita; ou
d. atualizações monetárias autorizadas por lei, efetuadas após a data da publicação da LOA.
102
Quadro da Execução dos Restos a Pagar Não Processados
Quadro da Execução dos Restos a Pagar Processados e Restos a Pagar Não Processados Liquidados
103
Balanço orçamentário e as notas explicativas
Segundo o MCASP, o Balanço Orçamentário deverá ser acompanhado de notas explicativas que
divulguem, ao menos:
a. o detalhamento das receitas e despesas intraorçamentárias, quando relevante;
b. o detalhamento das despesas executadas por tipos de créditos (inicial, suplementar, especial e
extraordinário);
c. a utilização do superávit financeiro e da reabertura de créditos especiais e extraordinários, bem
como suas influências no resultado orçamentário;
d. as atualizações monetárias autorizadas por lei, efetuadas antes e após a data da publicação da
LOA, que compõem a coluna Previsão Inicial da receita orçamentária;
e. o procedimento adotado em relação aos restos a pagar não processados liquidados, ou seja, se o
ente transfere o saldo ao final do exercício para restos a pagar processados ou se mantém o controle dos
restos a pagar não processados liquidados separadamente;
f. o detalhamento dos “recursos de exercícios anteriores” utilizados para financiar as despesas
orçamentárias do exercício corrente, destacando-se os recursos vinculados ao RPPS e outros com
destinação vinculada.
A partir do orçamento aprovado podemos realizar três tipos de análises, quais sejam:
a) Cumprimento da Regra de Ouro: cf, art. 167, III. Operações de crédito devem ser menor ou igual
ao somatório de todas as despesas de capital (investimentos, inversões financeiras e amortização da
dívida).
104
Análise a partir da Execução do Orçamento
A partir da execução orçamentária podemos realizar três tipos de análises, quais sejam:
105
Esse desequilíbrio ocorre porque o superávit financeiro de exercícios anteriores, quando utilizado
como fonte de recursos para abertura de créditos adicionais, não pode ser demonstrado como parte da
receita orçamentária do Balanço Orçamentário que integra o cálculo do resultado orçamentário. O
superávit financeiro não é receita do exercício de referência , pois já o foi em exercício anterior, mas
constitui disponibilidade para utilização no exercício de referência. Por outro lado, as despesas
executadas à conta do superávit financeiro são despesas do exercício de referência, por força legal, visto
que não foram empenhadas no exercício anterior. Esse desequilíbrio também ocorre pela reabertura de
créditos adicionais porque aumentam a despesa fixada sem necessidade de nova arrecadação. Tanto o
superávit financeiro utilizado quanto a reabertura de créditos adicionais estão detalhados no campo Saldo
de Exercícios Anteriores, do Balanço Orçamentário.
Dessa forma, no momento inicial da execução orçamentária, tem-se, em geral, o equilíbrio entre
receita prevista e despesa fixada. No entanto, iniciada a execução do orçamento, quando há superávit
financeiro de exercícios anteriores, tem-se um recurso disponível para abertura de créditos para as
despesas não fixadas ou não totalmente contempladas pela lei orçamentária.
Dessa forma, o equilíbrio entre receita prevista e despesa fixada no Balanço Orçamentário pode ser
verificado (sem influenciar o seu resultado) somando-se os valores da linha Total e da linha Saldos de
Exercícios Anteriores, constantes da coluna Previsão Atualizada, e confrontando-se esse montante com o
total da coluna Dotação Atualizada.
106
107
Balanço Financeiro
Lei n. 4.320/64:
Art. 103. O Balanço Financeiro demonstrará a receita e a despesa orçamentárias bem como os
recebimentos e os pagamentos de natureza extraorçamentária, conjugados com os saldos em espécie
provenientes do exercício anterior, e os que se transferem para o exercício seguinte.
Parágrafo único. Os Restos a Pagar do exercício serão computados na receita extraorçamentária
para compensar sua inclusão na despesa orçamentária.
Segundo a estrutura do MCASP, o Balanço Financeiro é composto por um único quadro que
evidencia a movimentação financeira das entidades do setor público, demonstrando:
▪ a receita orçamentária realizada e a despesa orçamentária executada, por fonte/destinação de
recurso, discriminando as ordinárias e as vinculadas (diferença para lei 4320/64);
▪ As receitas orçamentárias são apresentadas líquidas de suas deduções. O detalhamento das
deduções da receita orçamentária pode ser apresentado em quadros anexos ao balanço financeiro e nas
notas explicativas. Não confunda com o princípio do orçamento bruto (que se aplica na previsão da receita
e na fixação da receita).
▪ o MCASP informa que deverão ser detalhadas, no mínimo, as vinculações à educação, saúde,
previdência social (RPPS e RGPS) e seguridade social.
▪ os recebimentos e os pagamentos extraorçamentários;
108
▪ as transferências financeiras recebidas e concedidas, decorrentes ou independentes da execução
orçamentária, destacando os aportes de recursos para o RPPS; e
▪ o saldo em espécie do exercício anterior e para o exercício seguinte.
O Manual recomenda que as vinculações agrupadas nas linhas Outras Destinações de Recursos não
ultrapassem 10% do total da receita ou despesa orçamentária.
109
Conforme orienta o MCASP, o Balanço Financeiro será elaborado utilizando-se as seguintes classes
do Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP):
▪ Classes 1 (Ativo) e 2 (Passivo) para os Recebimentos e Pagamentos Extraorçamentários, bem
como para o saldo em espécie do exercício anterior e o saldo em espécie a transferir para o exercício
seguinte;
▪ Classe 3 (Variações Patrimoniais Diminutivas) para as Transferências Financeiras Concedidas;
▪ Classe 4 (Variações Patrimoniais Aumentativas) para as Transferências Financeiras Recebidas;
▪ Classe 5 (Orçamento Aprovado) para a Inscrição de Restos a Pagar; e
▪ Classe 6 (Execução do Orçamento) para a Receita Orçamentária, Despesa Orçamentária e
Pagamento de Restos a Pagar.
O Manual destaca que como a classificação por fonte/destinação de recursos não é padronizada
para a Federação, cabe a cada ente adaptá-la à classificação por ele adotada, criando uma linha para cada
fonte/destinação de recursos existente.
Notas Explicativas
Cálculo do Resultado Financeiro: para calcularmos o resultado financeiro do exercício temos duas
formas possíveis:
1ª) Resultado Financeiro = Saldo atual (exercício seguinte) – Saldo do Exercício Anterior
2ª) Resultado Financeiro = Total de Ingressos – Total de Dispêndios;
Não podemos confundir o resultado financeiro (variável fluxo) com o saldo financeiro (variável
estoque).
Questão
Atenção: Para responder às questões, considere as informações abaixo extraídas das
demonstrações contábeis de uma determinada entidade pública referentes ao exercício financeiro de
2017:
Receita Orçamentária Lançada:............................................................................... 44.000.000,00
Receita Orçamentária Arrecadada: ......................................................................... 39.500.000,00
Dotação Atualizada: ................................................................................................. 45.000.000,00
Despesa Orçamentária Empenhada: ...................................................................... 36.900.000,00
Despesa Orçamentária Liquidada: .......................................................................... 29.400.000,00
Despesa Orçamentária Paga: .................................................................................. 25.000.000,00
111
Transferências Financeiras Recebidas: ................................................................... 10.000.000,00
Recebimento de Depósito Caução: ......................................................................... 500.000,00
Pagamento de Restos a Pagar: ................................................................................ 8.500.000,00
Reconhecimento da Depreciação de Bens Móveis: ................................................ 6.200.000,00
112
113
Balanço Patrimonial
Nos termos do MCASP, o Balanço Patrimonial é a demonstração contábil que evidencia, qualitativa
e quantitativamente, a situação patrimonial da entidade pública por meio de contas representativas do
patrimônio público, bem como os atos potenciais, que são registrados em contas de compensação
(natureza de informação de controle).
O MCASP destaca que a Lei nº 4.320/1964 confere viés orçamentário ao Balanço Patrimonial ao
separar o ativo e o passivo em dois grupos, Financeiro e Permanente, em função da dependência ou não
de autorização legislativa ou orçamentária para realização dos itens que o compõem.
Dívida Flutuante: é a contraída pelo Tesouro Nacional, por um breve e determinado período de
tempo, quer como administrador de terceiros, confiados à sua guarda, quer para atender às momentâneas
necessidades de caixa. Independe de autorização legislativa.
Segundo a Lei n. 4.320/64, art. 92, a dívida flutuante compreende:
▪ Os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;
▪ Os serviços de dívida (amortização do principal + juros) a pagar;
▪ Os depósitos;
▪ Os débitos de tesouraria.
Cabe destacar que, segundo a LRF, a dívida flutuante não compreende parcelas não pagas de
precatórios (essas parcelas integram a dívida fundada ou consolidada para fins de apuração dos limites
para endividamento).
114
115
Estrutura (Lei n. 4.320/64)
Vale destacar que o saldo patrimonial é obtido por meio do confronto entre o ativo real e o passivo
real. Assim, temos: Saldo Patrimonial = Ativo Real – Passivo Real
116
Estrutura (MCASP/Normas)
Segundo o MCASP, a fim de atender aos novos padrões da Contabilidade Aplicada ao Setor Público
(CASP), as estruturas das demonstrações contábeis contidas nos anexos da Lei nº 4.320/1964 foram
alteradas pela Portaria STN nº 438/2012.
Quadro Principal
Segundo o MCASP, no quadro principal tem-se a visão patrimonial como base para análise e
registro dos fatos contábeis. O Quadro Principal do Balanço Patrimonial será elaborado utilizando-se a
classe 1 (Ativo) e a classe 2 (Passivo e Patrimônio Líquido) do Plano de Contas Aplicado ao Setor Público
(PCASP).
Os ativos e passivos serão apresentados em níveis sintéticos (3º nível – Subgrupo ou 4º nível -
Título).
Os saldos das contas intragovernamentais deverão ser excluídos para viabilizar a consolidação das
contas no ente.
A NBC TSP 11 prevê a adoção das seguintes formas de apresentação dos ativos e passivos:
a. Segregação em ativos circulantes e não circulantes e passivos circulantes e não circulantes, sendo
este o modelo que deve ser adotado preferencialmente;
b. Apresentação baseada na liquidez, aplicável apenas quando proporcionar informação que seja
mais relevante. Tal situação pode ocorrer, por exemplo, em instituições financeiras, pelo fato de que tais
instituições não fornecem bens ou serviços dentro de ciclo operacional claramente identificável.
A norma dispõe ainda sobre a possibilidade de adoção de uma base mista, quando a entidade tem
diversos tipos de operações.
O MCASP destaca que para fins de consolidação e consistência das informações, as entidades do
setor público deverão utilizar a forma de apresentação que segrega os ativos e passivos em circulante e
não circulantes, sendo a apresentação baseada na liquidez utilizada de forma subsidiária. Ressalta-se que o
Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP), de uso obrigatório pelos entes federados, já observa
esta forma de apresentação em sua estrutura.
Segundo o MCASP/NBC TSP 11, o ativo deve ser classificado como circulante quando satisfizer a
qualquer dos seguintes critérios:
a. espera-se que esse ativo seja realizado, ou pretende-se que seja mantido com o propósito de ser
vendido ou consumido no decurso normal do ciclo operacional da entidade;
b. o ativo está mantido essencialmente com o propósito de ser negociado;
c. espera-se que o ativo seja realizado até doze meses após a data das demonstrações contábeis; ou
117
d. o ativo seja caixa ou equivalente de caixa, a menos que sua troca ou uso para pagamento de
passivo se encontre vedada durante pelo menos doze meses após a data das demonstrações contábeis.
Os ativos circulantes incluem ativos que são vendidos, consumidos ou realizados como parte do
ciclo
operacional normal, mesmo quando não se espera que sejam realizados no período de até doze meses
após
a data das demonstrações contábeis, tais como impostos a receber, multas e tarifas regulatórias a receber
e estoques. Os ativos circulantes também incluem ativos essencialmente mantidos com a finalidade de
serem negociados (exemplos incluem alguns ativos monetários classificados como “mantidos para
negociação”) e a parcela circulante de ativos monetários não circulantes.
O ciclo operacional da entidade é o tempo levado para converter entradas (inputs) ou recursos em
saídas (outputs). Quando o ciclo operacional normal da entidade não for claramente identificável,
pressupõe-se que sua duração seja de doze meses.
Segundo o NBC TSP 11, o passivo deve ser classificado como circulante quando satisfizer a qualquer
dos seguintes critérios:
a. espera-se que o passivo seja pago durante o ciclo operacional normal da entidade;
b. o passivo está mantido essencialmente para a finalidade de ser negociado;
c. o passivo deve ser pago no período de até doze meses após a data das demonstrações contábeis;
ou
d. a entidade não tem direito incondicional de diferir a liquidação do passivo durante pelo menos
doze meses após a data do balanço.
MCASP 9ª Edição:
Um passivo deve ser reconhecido quando:
a. Satisfizer a definição de passivo; e
b. Puder ser mensurado de maneira que observe as características qualitativas, levando em
consideração as restrições sobre a informação contábil.
Também é passivo circulante valores de terceiros ou retenções em nome deles, quando a entidade
do setor público for fiel depositária, independentemente do prazo de exigibilidade.
118
Outros passivos circulantes não são pagos como parte do ciclo operacional normal, mas têm sua
liquidação prevista para o período de até doze meses após a data das demonstrações contábeis ou estão
essencialmente mantidos com a finalidade de serem negociados. Exemplos disso são os passivos
financeiros classificados como “mantidos para negociação”, saldos bancários negativos de cheques
especiais e a parte circulante de passivos financeiros não circulantes, dividendos a pagar, imposto de renda
e outras dívidas a pagar não comerciais.
Se a entidade espera – e tiver a possibilidade de refinanciar ou rolar a dívida durante pelo menos
doze meses após a data das demonstrações contábeis, segundo as condições de flexibilidade do
empréstimo existente – , deve classificar a obrigação como não circulante. Contudo, quando o
refinanciamento ou substituição da obrigação não depender somente da entidade (por exemplo, se não
houver acordo de refinanciamento), o simples potencial de refinanciamento não é considerado suficiente
para a classificação como não circulante e, portanto, a obrigação deve ser classificada como circulante.
Quando a entidade não cumprir compromisso, segundo acordo de empréstimo em longo prazo até
a data das demonstrações contábeis, tendo como consequência a condição de o passivo se tornar vencido
e pagável à ordem do credor, o passivo deve ser classificado como circulante. Entretanto, se o credor tiver
concordado, até a data das demonstrações contábeis, em proporcionar um período de carência a terminar
pelo menos doze meses após a data das demonstrações contábeis, o passivo deve ser classificado como
não circulante.
A NBC TSP 11 apresenta uma lista de itens que devem ser apresentados de forma individualizada no
balanço patrimonial devido à sua natureza ou função, sem, entretanto, determinar a ordem ou formato de
apresentação. Tal dispositivo deverá ser observado pelo PCASP, sempre que possível. Além disto, a norma
traz alguns dispositivos a serem observados para criação de outras contas, os quais são replicados abaixo e
deverão ser observados pelos entes no detalhamento de seus planos de contas, bem como na
apresentação
de seu balanço:
▪ Contas adicionais, cabeçalhos e subtotais devem ser apresentados no balanço patrimonial sempre
que tais apresentações sejam relevantes para o entendimento da posição financeira e patrimonial da
entidade;
▪ Contas do balanço patrimonial devem ser incluídas sempre que o tamanho, natureza ou função de
item ou agregação de itens similares apresentados separadamente seja relevante na compreensão da
posição financeira da entidade; e
▪ A nomenclatura de contas utilizada e sua ordem de apresentação dos itens e das agregações de
itens semelhantes podem ser modificadas de acordo com a natureza da entidade e de suas transações, no
sentido de fornecer informação que seja relevante para a compreensão da situação patrimonial da
entidade.
▪ A entidade deve julgar a adequação da apresentação de contas adicionais separadamente com
base
na avaliação: i. da natureza e liquidez dos ativos; ii. da função dos ativos na entidade; e iii. Dos montantes,
natureza e prazo dos passivos.
▪ A utilização de distintos critérios de mensuração de classes diferentes de ativos sugere que suas
naturezas ou funções são distintas e, portanto, devam ser apresentadas em contas separadas. É o caso, por
exemplo, de diferentes classes de imobilizado, que podem ser reconhecidas ao custo ou pelo valor de
reavaliação.
Patrimônio Líquido
119
Adiantamento Para Futuro Aumento de Capital
Compreende os recursos recebidos pela entidade de seus acionistas ou quotistas destinados a serem
utilizados para aumento de capital, quando não haja a possibilidade de devolução destes recursos.
Reservas de Capital
Compreende os valores acrescidos ao patrimônio que não transitaram pelo resultado como variações
patrimoniais aumentativas (VPA).
Resultados Acumulados
Compreende o saldo remanescente dos lucros ou prejuízos líquidos das empresas e os superávits ou déficits
acumulados da administração direta, autarquias, fundações e fundos.
120
Quadro dos Ativos e Passivos Financeiros e Permanentes
Será elaborado utilizando-se a classe 1 (Ativo), a classe 2 (Passivo e Patrimônio Líquido) do PCASP,
bem como as contas que representem passivos financeiros, mas que não apresentam passivos
patrimoniais associados, como as contas da classe 6 “Crédito Empenhado a Liquidar” e “Restos a Pagar Não
Processados a Liquidar”.
O MCASP destaca que os ativos e passivos financeiros e permanentes e o saldo patrimonial serão
apresentados pelos seus valores totais, sendo facultativo o detalhamento dos saldos em notas explicativas.
121
Quadro das Contas de Compensação
Conforme orientação do MCASP, este quadro apresenta os atos potenciais do ativo e do passivo a
executar, que potencialmente podem afetar o patrimônio do ente. Os valores dos atos potenciais já
executados não devem ser considerados.
O PCASP não padroniza o desdobramento dos atos potenciais ativos e passivos em nível que
permita segregar os atos executados daqueles a executar. Tal desdobramento deverá ser feito por cada
ente, a nível de item e subitem (6º nível e 7º nível).
Segundo o MCASP, este quadro apresenta o superávit / déficit financeiro, apurado conforme o § 2º
do art. 43 da Lei n. 4.320/1964.
122
Será elaborado utilizando-se o saldo da conta 8.2.1.1.1.00.00 – Disponibilidade por Destinação de
Recurso (DDR), segregado por fonte / destinação de recursos.
Como a classificação por fonte / destinação de recursos não é padronizada, cabe a cada ente
adaptá-lo à classificação por ele adotada.
Poderão ser apresentadas algumas fontes com déficit e outras com superávit financeiro, de modo
que o total seja igual ao superávit / déficit financeiro apurado pela diferença entre o Ativo Financeiro e o
Passivo Financeiro, conforme o quadro dos ativos e passivos financeiros e permanentes.
Notas Explicativas
Nos termos do MCASP, o Balanço Patrimonial deverá ser acompanhado de notas explicativas em
função da dimensão e da natureza dos valores envolvidos nos ativos e passivos. A entidade deve divulgar,
no balanço patrimonial ou nas notas explicativas, rubricas adicionais às contas apresentadas
(subclassificações), classificadas de forma adequada às operações da entidade. Recomenda-se o
detalhamento das seguintes contas:
▪ Créditos a Curto Prazo e a Longo Prazo;
▪ Imobilizado;
▪ Intangível;
▪ Obrigações Trabalhistas, Previdenciárias e Assistenciais a Curto Prazo e a Longo Prazo;
▪ Provisões a Curto Prazo e a Longo Prazo, segregando as provisões para benefícios a empregados
dos demais itens;
▪ Componentes do patrimônio líquido, segregando o capital integralizado, resultados acumulados e
quaisquer reservas;
▪ Demais elementos patrimoniais, quando relevantes.
Também é recomendado que as políticas contábeis relevantes que tenham reflexos no patrimônio
sejam evidenciadas, como as políticas de depreciação, amortização e exaustão.
Muitas entidades do setor público não possuem capital representado por ações, sendo controlada
exclusivamente por outra entidade do setor público. A natureza da participação do governo no patrimônio
123
líquido da entidade é, provavelmente, a combinação de capital integralizado e do valor resultante dos
resultados acumulados e reservas.
Quando a entidade não possui nenhuma parcela de capital representado por ações, ela deve
demonstrar separadamente:
a. o capital integralizado, consistindo do valor total acumulado, na data das demonstrações
contábeis, das contribuições dos proprietários menos as distribuições aos proprietários;
b. resultados acumulados;
c. reservas, incluindo descrição da natureza e propósito de cada reserva dentro do patrimônio
líquido; e
d. participação dos não controladores.
Quando a entidade possui seu capital representado por ações, ela deve divulgar também as
seguintes informações:
a. para cada classe de ações do capital:
i. a quantidade de ações autorizadas;
ii. a quantidade de ações subscritas e inteiramente integralizadas, e subscritas mas não
integralizadas;
iii. o valor nominal por ação, ou informar que as ações não têm valor nominal;
iv. a conciliação entre as quantidades de ações em circulação no início e no fim do período;
v. os direitos, preferências e restrições associados a essa classe de ações, incluindo
restrições na distribuição de dividendos e no reembolso de capital;
vi. ações ou quotas da entidade mantidas pela própria entidade (ações ou quotas em
tesouraria) ou por controladas ou coligadas; e
vii. ações reservadas para emissão em função de opções e contratos para a venda de ações,
incluindo os prazos e respectivos montantes; e
b. a descrição da natureza e da finalidade de cada reserva dentro do patrimônio líquido.
124
Demonstração das Variações Patrimoniais
Lei n. 4.320/64, art. 104:
Art. 104. A Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as alterações verificadas no
patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária, e indicará o resultado patrimonial
do exercício.
Elaboração
Os itens de VPA e VPD não devem ser compensados, exceto quando exigido ou permitido por
norma específica.
Caso haja contas intraorçamentárias (nível de consolidação 2), estas devem ser excluídas para fins
de consolidação das demonstrações contábeis no âmbito de cada ente. Entretanto, se a DVP se referir
apenas às contas de um órgão, uma entidade ou uma empresa pública, então não há exclusão das contas
intraorçamentárias.
De acordo a NBC TSP 11, a demonstração do resultado (aqui denominada demonstração das
variações patrimoniais – DVP) deve incluir itens que apresentam os seguintes valores do período contábil:
▪ receita, correspondente às variações patrimoniais aumentativas;
▪ despesa, correspondente às variações patrimoniais diminutivas;
▪ parcela do resultado de coligadas e empreendimento controlado em conjunto mensurada pelo
método da equivalência patrimonial;
▪ ganhos ou perdas antes dos tributos reconhecidos na alienação de ativos ou pagamento de
passivos relativos a operações em descontinuidade; e
▪ resultado do período.
Outros itens e contas, títulos e subtotais devem ser apresentados na demonstração do resultado
quando tal apresentação for relevante para a compreensão do desempenho financeiro da entidade. Os
fatores a serem considerados incluem a materialidade, a natureza e a função dos componentes das VPA e
VPD.
Estrutura
125
Estrutura segundo o MCASP
O MCASP destaca que a DVP tem função semelhante à Demonstração do Resultado do Exercício
(DRE) do setor privado. Contudo, o Manual ressalta que a DRE apura o resultado em termos de lucro ou
prejuízo líquido, como um dos principais indicadores de desempenho da entidade. Já no setor público, o
resultado patrimonial não é um indicador de desempenho, mas um medidor do quanto o serviço público
ofertado promoveu alterações quantitativas dos elementos patrimoniais.
Por fim, o MCASP destaca que a DVP permite a análise de como as políticas adotadas provocaram
alterações no patrimônio público, considerando-se a finalidade de atender às demandas da sociedade.
126
Definições (Estrutura MCASP)
Uso de Bens, Serviços e Consumo de Capital Fixo: Representa o somatório das variações patrimoniais
diminutivas com manutenção e operação da máquina pública, exceto despesas com pessoal e encargos que
serão registradas em grupo específico (Despesas de Pessoal e Encargos). Compreende: diárias, material de
consumo, depreciação, amortização etc.
Notas Explicativas
O MCASP destaca que algumas circunstâncias poderão ser apresentadas em notas explicativas, ainda
que seus valores não sejam relevantes, por exemplo:
▪ Redução ao valor recuperável no ativo imobilizado, bem como as reversões de tais reduções;
▪ Baixas de itens do ativo imobilizado;
▪ Baixas de investimento;
▪ Reestruturações das atividades da entidade e reversões de quaisquer provisões para gastos de
reestruturação;
▪ Unidades operacionais descontinuadas;
▪ Constituição ou reversão de provisões.
Quando a entidade distribui dividendos ou outro item similar para os seus proprietários e possui
capital representado por ações, ela deve divulgar, na demonstração do resultado (DVP), na demonstração
das mutações do patrimônio líquido (DMPL) ou nas notas explicativas, o valor de dividendos ou outro item
similar distribuídos e reconhecidos como distribuições aos proprietários durante o período e o respectivo
valor por ação.
A NBC TSP 11 incentiva a apresentação de análise das VPDs utilizando a classificação baseada em dois
métodos alternativos: quanto à natureza ou quanto à sua função dentro da entidade.
Segundo a norma, deve-se selecionar o critério que proporcionar informação que seja representação
fidedigna e seja mais relevante. O MCASP ressalta que, para tal finalidade, os termos “natureza da
despesa” e “classificação funcional” não se confundem com os termos correspondentes utilizados na
execução orçamentária.
128
Como a estrutura do PCASP detalha as VPD conforme a abordagem da natureza, a utilização do
método da NATUREZA é OBRIGATÓRIA para todos os entes, sendo facultado publicar, adicionalmente,
análise segundo o método da função.
Método da Natureza: segundo esse método, as VPDs são agregadas na DVP de acordo com a sua
natureza, como, por exemplo: depreciações, consumo de materiais, despesas com transporte, benefícios a
empregados e despesas de publicidade.
Método da função: segundo esse método, as VPDs são classificadas de acordo com o programa ou
o
propósito para o qual elas foram incorridas. Esse método pode proporcionar informação mais relevante
aos
usuários, mas a alocação de despesas às funções pode exigir alocações arbitrárias e envolver
considerável capacidade de julgamento. As despesas (VPDs) associadas às principais funções
empreendidas pela entidade
são apresentadas separadamente.
Superveniências e Insubsistências
129
Interferência Ativa Extraorçamentária: representa o aumento no ativo decorrente de: (i)
transferências financeiras para atender o pagamento de restos a pagar; e (ii) transferências de bens e
valores recebidos.
Interferência Passiva Orçamentária: representa a redução do ativo decorrente da transferência de
recursos financeiros intragovernamentais (cota concedida, repasse concedido, sub-repasse concedido).
Outras Definições
130
Observação: também faz parte da despesa a parcela de empenhadas não liquidadas inscritas em
restos a pagar não processados, como consequência da adoção do regime de competência orçamentária
da despesa estabelecido nos arts. 35 e 36 da Lei n° 4.320/64.
- Interferência Passiva Orçamentária: representa a redução do ativo decorrente da transferência de
disponibilidades financeiras intragovernamental.
- Mutação Passiva: representa a desincorporação de itens do ativo em decorrência da venda de bens e da
conversão em espécie de direitos, bem como a incorporação de itens do passivo em decorrência da
realização de operações de crédito, ambas vinculadas à execução do orçamento da receita não efetiva.
131
132
Demonstração dos Fluxos de Caixa
Segundo a NBC TSP 12, a DFC identifica:
▪ as origens dos fluxos de entradas de caixa,
▪ os itens que geraram desembolsos de caixa durante o período das demonstrações contábeis; e
▪ o saldo do caixa na data das demonstrações contábeis.
Nesse sentido, informação sobre fluxos de caixa da entidade é útil ao auxiliar usuários a prever:
▪ futuras necessidades de caixa da entidade;
▪ sua capacidade de gerar fluxos de caixa no futuro; e
▪ sua capacidade de financiar mudanças no alcance e na natureza de suas atividades.
A informação dos fluxos de caixa permite aos usuários avaliar como a entidade do setor público
obteve recursos para financiar suas atividades e a maneira como os recursos de caixa foram utilizados. Tais
informações são úteis para fornecer aos usuários das demonstrações contábeis informações para
prestação
de contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão.
A soma dos três fluxos deverá corresponder à diferença entre os saldos iniciais e finais de Caixa e
Equivalentes de Caixa do exercício de referência.
Definições
Equivalentes de caixa: são aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, que são
prontamente conversíveis em valor conhecido de caixa e que estão sujeitas a insignificante risco de
mudança de valor.
A DFC deve apresentar os fluxos de caixa do período classificados por atividades operacionais, de
investimento e de financiamento.
Atividades Operacionais
133
Segundo a NBC TSP 12/MCASP, o montante dos fluxos de caixa líquidos decorrentes das atividades
operacionais é um indicador-chave da extensão na qual as operações da entidade são financiadas:
a. por meio de tributos (direta e indiretamente);
b. pelos destinatários dos bens e serviços oferecidos pela entidade.
A NBC TSP 12/MCASP nos apresenta exemplos de fluxos de caixa relacionados às atividades
operacionais, os quais organizamos no quadro abaixo:
Atividades de Investimento
134
São exemplos de fluxos de caixa relacionados às atividades de investimento:
a. pagamentos em caixa para aquisição de ativo imobilizado, intangível e outros ativos de longo
prazo. Esses pagamentos incluem os custos de desenvolvimento ativados e ativos imobilizados de
construção própria;
b. recebimentos de caixa resultantes da venda de ativo imobilizado, intangível e outros ativos de
longo prazo;
c. pagamentos para aquisição de instrumentos patrimoniais ou instrumentos de dívida de outras
entidades e participações em empreendimentos controlados em conjunto (exceto aqueles mantidos
como equivalentes de caixa, mantidos para negociação imediata ou disponível para venda);
d. recebimentos de caixa provenientes da venda de instrumentos patrimoniais ou instrumentos de
dívida de outras entidades e participações em empreendimentos controlados em conjunto (exceto aqueles
mantidos como equivalentes de caixa, mantidos para negociação imediata ou disponível para venda);
e. adiantamentos em caixa e empréstimos concedidos a terceiros (exceto aqueles adiantamentos e
empréstimos feitos por instituição financeira pública);
f. recebimentos de caixa por liquidação de adiantamentos ou amortização de empréstimos
concedidos a terceiros (exceto adiantamentos e empréstimos concedidos por instituição financeira
pública);
g. pagamentos em caixa por contratos futuros, a termo, de opção e swap, exceto quando tais
contratos forem mantidos para negociação imediata ou disponível para venda ou os pagamentos forem
classificados como atividades de financiamento; e
h. recebimentos de caixa por contratos futuros, a termo, de opção e swap, exceto quando tais
contratos forem mantidos para negociação imediata ou disponível para venda ou os recebimentos forem
classificados como atividades de financiamento.
Atividades de Financiamento
135
Atenção:
Valores de terceiros, depósitos, consignações e demais retenções sob guarda do ente
sendo utilizados/financiados nas atividades: fluxo de caixa de financiamentos
Valores de terceiros, depósitos, consignações e demais retenções sob guarda do ente
que NÃO estão sendo utilizados/financiados nas atividades: fluxo de caixa operacional
Estrutura
A Demonstração dos Fluxos de Caixa é composta por:
▪ Quadro Principal;
▪ Quadro de Transferências Recebidas e Concedidas.
▪ Quadro de Desembolsos de Pessoal e Demais Despesas por Função.
▪ Quadro de Juros e Encargos da Dívida.
136
137
Métodos
Método Direto: nesse método as principais classes de recebimentos brutos e pagamentos brutos
são informadas.
Método Indireto: nesse método o resultado do período é ajustado pelos efeitos de transações que
não envolvam caixa, pelos efeitos de quaisquer diferimentos ou apropriações por competência sobre
recebimentos ou pagamentos em caixa operacionais passados ou futuros e pelos efeitos de itens de receita
ou despesa associados com fluxos de caixa das atividades de investimento ou de financiamento.
138
A NBC TSP 12 incentiva a divulgar os fluxos de caixa das atividades operacionais utilizando o
método direto.
Segundo o MCASP, para fins de padronização optou-se pela utilização no MÉTODO DIRETO como
OBRIGATÓRIO para todos os entes da Federação. No método direto são informadas as principais classes
de recebimentos e pagamentos brutos.
Todavia, não há consenso sobre a classificação desses fluxos de caixa para os outros tipos de
entidades.
Para fins de padronização e consolidação das contas públicas e, considerando que os juros pagos e
recebidos compõem o cálculo do resultado do exercício, o MCASP recomenda sua classificação como
fluxo das atividades operacionais.
A NBC TSP 12 descreve os seguintes exemplos de transações que não envolvem caixa ou
equivalentes de caixa:
a) a aquisição de ativos por meio da troca de ativos, por meio da assunção direta do respectivo
passivo ou ainda por meio de arrendamento financeiro; e
b) a conversão de dívida com terceiros em patrimônio líquido.
139
A entidade deve divulgar, de modo agregado, com relação tanto à aquisição quanto à venda das
entidades controladas ou outras unidades operacionais durante o período, cada um dos seguintes itens:
▪ o valor total pago para aquisição ou o valor total recebido na venda;
▪ a parcela do valor total da compra ou da venda que foi paga ou recebida exclusivamente por meio
de caixa e equivalentes de caixa;
▪ o montante de caixa e equivalentes de caixa de entidade controlada ou de outra unidade
operacional adquirida ou vendida; e
▪ o montante dos ativos e passivos, exceto caixa e equivalentes de caixa, reconhecidos pela
entidade controlada ou por outra unidade operacional adquirida ou vendida, resumido pelas principais
classificações.
Os fluxos de caixa de entidade controlada no exterior devem ser convertidos pela aplicação das
taxas de câmbio entre a moeda funcional e a moeda estrangeira observadas na data da ocorrência dos
fluxos de caixa.
Ganhos e perdas não realizados resultantes de mudanças nas taxas de câmbio de moedas
estrangeiras não são fluxos de caixa. Todavia, o efeito das mudanças nas taxas cambiais sobre o caixa e
equivalentes de caixa, mantidos ou devidos em moeda estrangeira, deve ser apresentado na
demonstração dos fluxos de caixa, a fim de conciliar o caixa e equivalentes de caixa no começo e no fim
do período. Esse valor deve ser apresentado separadamente dos fluxos de caixa das atividades
operacionais, de investimento e de financiamento e inclui as diferenças, se existirem, caso tais fluxos de
caixa tenham sido convertidos e registrados com base nas taxas de câmbio do fim do período.
Notas Explicativas
A NBC TSP 12/MCASP destaca que informações adicionais podem ser importantes para que os
usuários entendam a posição financeira e a liquidez da entidade. A divulgação de tais informações,
juntamente com as respectivas descrições contidas em notas explicativas, é recomendada e pode incluir:
▪ o montante de linhas de crédito obtidas, mas não utilizadas, que podem estar disponíveis para
futuras atividades operacionais e para satisfazer a compromissos de capital, indicando restrições, se
houver, sobre o uso de tais linhas de crédito; e
▪ o montante e a natureza de saldos de caixa não disponíveis;
▪ descrição dos itens incluídos no conceito de caixa e equivalente de caixas.
▪ conciliação do saldo de caixa e equivalente de caixas apresentado na DFC com o valor
apresentado no Balanço Patrimonial, justificando eventuais diferenças.
140
Outro destaque importante é que as transações de investimento e financiamento que não
envolvem o uso de caixa ou equivalentes de caixa, como aquisições financiadas de bens e arrendamento
financeiro, não devem ser incluídas na DFC. Tais transações devem ser divulgadas nas notas explicativas à
demonstração, de modo que forneçam todas as informações relevantes sobre essas transações.
Por fim, a NBC TSP 12/MCASP informa que algumas operações podem interferir na elaboração da
DFC, como, por exemplo, as retenções. Dependendo da forma como as retenções são contabilizadas, os
saldos de caixa e equivalente de caixa podem ser afetados.
Basicamente, a diferença será sob o aspecto temporal. Se o ente considerar a retenção como paga
no momento da liquidação, então deverá promover um ajuste no saldo da conta caixa e equivalentes de
caixa a fim de demonstrar que há um saldo vinculado a ser deduzido.
Entretanto, se o ente considerar a retenção como paga apenas na baixa da obrigação, nenhum
ajuste será promovido. Dessa forma, eventuais ajustes relacionados às retenções deverão ser
evidenciados em notas explicativas.
141
Demonstração das Mutações do PL
Dentre os itens demonstrados, o MCASP cita:
▪ o resultado do período (superávit ou déficit patrimonial);
▪ cada item de receita e de despesa do período que seja reconhecido diretamente no patrimônio
líquido em virtude de norma específica (Ex.: aumento ou redução por reavaliação e ganhos, quando
utilizada a reserva de reavaliação, ou perdas decorrentes de ajustes específicos de conversão para moeda
estrangeira);
▪ os ajustes de exercícios anteriores;
▪ a destinação do resultado, como por exemplo, constituição de reservas e a distribuição de
dividendos;
▪ as transações de capital com os proprietários como, por exemplo: o aumento de capital, a
aquisição ou venda de ações em tesouraria, os juros sobre capital próprio e as distribuições aos
proprietários;
▪ para cada item do patrimônio líquido divulgado, os efeitos das alterações nas políticas contábeis e
da correção de erros.
A DMPL complementa o Anexo de Metas Fiscais (AMF), integrante do Projeto de Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO).
🔔A DMPL será elaborada através da utilização da classe 2 (passivo) e grupo 3 (patrimônio líquido)
do PCASP (codificação 2.3).
Obrigatoriedade
Estrutura
142
Definições da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
▪ Patrimônio Social / Capital Social: Compreende o patrimônio social das autarquias, fundações e
fundos e o capital social das demais entidades da administração indireta.
▪ Reservas de Capital: Compreende os valores acrescidos ao patrimônio que não transitaram pelo
resultado como variações patrimoniais aumentativas (VPA).
▪ Reservas de Lucros: Compreende as reservas constituídas com parcelas do lucro líquido das
entidades para finalidades especificas.
143
▪ Demais Reservas: Compreende as demais reservas, não classificadas como reservas de capital ou
de lucro, inclusive aquelas que terão seus saldos realizados por terem sido extintas pela legislação.
▪ Resultados Acumulados: Compreende o saldo remanescente dos lucros ou prejuízos líquidos das
empresas e os superávits ou déficits acumulados da administração direta, autarquias, fundações e fundos.
A conta Ajustes de Exercícios Anteriores, que registra os efeitos da mudança de critério contábil ou da
retificação de erro imputável a exercício anterior que não possam ser atribuídos a fatos subsequentes,
integra a conta Resultados Acumulados.
▪ Ações / Cotas em Tesouraria: Compreende o valor das ações ou cotas da entidade que foram
adquiridas pela própria entidade.
Notas Explicativas
144
Notas Explicativas
Segundo o MCASP, as notas explicativas são informações adicionais às apresentadas nos quadros
das Demonstrações Contábeis.
São consideradas parte integrante das demonstrações. Seu objetivo é facilitar a compreensão das
demonstrações contábeis a seus diversos usuários. Portanto, devem ser claras, sintéticas e objetivas.
Englobam informações de qualquer natureza exigidas pela lei, pelas normas contábeis e outras
informações relevantes não suficientemente evidenciadas ou que não constam nas demonstrações.
MCASP: As notas explicativas devem divulgar os pressupostos das estimativas dos riscos
significativos que podem vir a causar um ajuste material nos valores contábeis dos ativos e passivos ao
longo dos próximos doze meses. Devem ser detalhadas a natureza e o valor contábil desses ativos e
passivos na data das demonstrações.
Estrutura
Nos termos do MCASP, as notas explicativas devem ser apresentadas de forma sistemática. Cada
quadro ou item a que uma nota explicativa se aplique deverá ter referência cruzada com a respectiva nota
explicativa.
Nesse sentido, a fim de facilitar a compreensão e a comparação das DCASP com as de outras
entidades, o Manual sugere que as notas explicativas sejam apresentadas na seguinte ordem:
a. Informações gerais:
▪ Natureza jurídica da entidade.
▪ Domicílio da entidade.
▪ Natureza das operações e principais atividades da entidade.
▪ Declaração de conformidade com a legislação e com as normas de contabilidade aplicáveis.
Segundo o MCASP, os julgamentos exercidos pela aplicação das políticas contábeis que afetem
significativamente os montantes reconhecidos nas demonstrações contábeis devem ser divulgados em
notas explicativas, por exemplo:
▪ classificação de ativos;
▪ constituição de provisões;
▪ reconhecimento de variações patrimoniais; e
▪ transferência de riscos e benefícios significativos sobre a propriedade de ativos para outras
entidades.
Divulgação de Estimativas
O MCASP destaca que as notas explicativas devem divulgar os pressupostos das estimativas dos
riscos significativos que podem vir a causar um ajuste material nos valores contábeis dos ativos e passivos
ao longo dos próximos doze meses.
Nesse sentido, o Manual informa que devem ser detalhadas a natureza e o valor contábil desses
ativos e passivos na data das demonstrações. O uso de estimativas adequadas é parte da ciência contábil e
não reduz a confiabilidade das demonstrações contábeis. Uma mudança de método de avaliação é uma
mudança na política contábil e não uma mudança na estimativa contábil e deve ser evidenciada nas
notas explicativas. Se o montante não for evidenciado porque sua estimativa é impraticável, a entidade
também deve evidenciar tal fato.
146
147
NBC TSP Estrutura Conceitual
3.2 As características qualitativas da informação incluída nos RCPGs são a relevância, a
representação fidedigna, a compreensibilidade, a tempestividade, a comparabilidade e a verificabilidade.
2.4 Consequentemente, os RCPGs devem ser elaborados e divulgados, principalmente, para atender
às necessidades de informações dos usuários dos serviços e dos provedores de recursos, quando estes não
detêm a prerrogativa de exigir que a entidade do setor público divulgue as informações que atendam às
suas necessidades específicas. Os membros do poder Legislativo são também usuários primários dos
RCPGs e utilizam extensiva e continuamente esses relatórios enquanto atuam como representantes dos
interesses dos usuários de serviços e dos provedores de recursos. Assim, para os propósitos desta
estrutura conceitual, os usuários primários dos RCPGs são os usuários dos serviços e seus representantes e
os provedores de recursos e seus representantes (doravante identificados como usuários dos serviços e
provedores de recursos, a não ser que sejam identificados de outra forma).
5.6 Ativo é um recurso controlado no presente pela entidade como resultado de evento passado.
5.7 Recurso é um item com potencial de serviços ou com a capacidade de gerar benefícios
econômicos. A forma física não é uma condição necessária para um recurso. O potencial de serviços ou a
capacidade de gerar benefícios econômicos podem surgir diretamente do próprio recurso ou dos direitos de
sua utilização.
5.9 Os ativos do setor público que ensejam potencial de serviços podem ser representados
pelos ativos de recreação, do patrimônio cultural, comunitários, de defesa nacional e outros que sejam
mantidos pelos governos e outras entidades do setor público e que sejam utilizados para a prestação de
serviços a terceiros. Tais serviços podem ser para consumo coletivo ou individual. Vários serviços podem ser
fornecidos em áreas onde não haja concorrência de mercado ou concorrência limitada de mercado. A
utilização e a alienação de tais ativos podem ser restritas, já que muitos ativos que ensejam potencial de
serviços são especializados por natureza.
5.12 Para avaliar se a entidade controla o recurso no presente, deve ser observada a existência dos
seguintes indicadores de controle:
(a) propriedade legal;
(b) acesso ao recurso ou a capacidade de negar ou restringir o acesso a esses;
(c) meios que assegurem que o recurso seja utilizado para alcançar os seus objetivos; ou
(d) a existência de direito legítimo ao potencial de serviços ou à capacidade para gerar os benefícios
econômicos advindos do recurso.
Embora esses indicadores não sejam determinantes conclusivos acerca da existência do controle,
sua identificação e análise podem subsidiar essa decisão.
5.29 Receita corresponde a aumentos na situação patrimonial líquida da entidade não oriundos de
contribuições dos proprietários.
5.30 Despesa corresponde a diminuições na situação patrimonial líquida da entidade não oriundas
de distribuições aos proprietários.
10. Muitos programas do setor público são de longo prazo, e a capacidade para cumprir os
compromissos depende dos tributos e das contribuições a serem arrecadados no futuro.
148
14. No setor público, a principal razão de se manterem ativos imobilizados e outros ativos é voltada
para o potencial de serviços desses ativos e, não, para a sua capacidade de gerar fluxos de caixa
20. Muitos governos produzem dois tipos de informações financeiras ex-post: (a) Estatísticas de
Finanças Públicas (EFP) do Setor Governo Geral (SGG), com o propósito de permitir a análise
macroeconômica e a tomada de decisão; e (b) Demonstrações Contábeis de Propósito Geral
(Demonstrações Contábeis) para a prestação de contas e responsabilização (accountability) e tomada de
decisão ao nível da entidade, incluindo as demonstrações contábeis consolidadas do governo.
20A. Os objetivos das informações contábeis e das estatísticas de finanças públicas são distintos e
podem ocasionar interpretações diferentes para o mesmo fenômeno, mas deve-se buscar, sempre que
possível, o alinhamento entre essas informações.
149
Contratos de Concessão de Serviços Públicos (MCASP e NBC TSP 05)
Modelo bifurcado
27. Se a concedente paga pela construção, desenvolvimento, aquisição, ou melhoria de um ativo
da concessão de serviço, em parte por meio da assunção de passivo financeiro e em parte pela
concessão de direito à concessionária, deve ser contabilizada separadamente cada parte do passivo,
conforme o item 14. O montante inicialmente reconhecido para o passivo total deve ser o mesmo que
aquele especificado no item 15.
150
151
Custos de Empréstimos (MCASP e NBC TSP 14)
Definições
5. Os termos a seguir são utilizados nesta norma com os seguintes significados:
Custos de empréstimos são os juros e outros custos que a entidade incorre relacionados com o
empréstimo de recursos.
Ativo qualificável é o ativo que, necessariamente, leva um período substancial para ficar pronto
para seu uso ou venda pretendidos.
Ativo qualificável
13. Exemplos de ativos qualificáveis são edifícios, ativos de infraestrutura, como rodovias,
pontes, usinas de geração de energia elétrica e estoques que exijam um considerável período para
alcançarem a condição de estarem prontos para uso ou venda. Outros investimentos e ativos que são
produzidos repetidamente durante curto período não são ativos qualificáveis. Os ativos que estão prontos
para os seus devidos usos ou venda quando adquiridos também não são ativos qualificáveis.
26. Somente os custos de empréstimos assumidos pela entidade podem ser capitalizados.
Quando a entidade CONTROLADORA obtém empréstimos que serão repassados à
entidade controlada sem cobrar os custos de empréstimos, ou cobrando-os parcialmente, a entidade
controlada somente pode capitalizar os custos de empréstimos nos quais ela mesma incorreu.
Caso a entidade CONTROLADA receba contribuição de capital ou transferência de
capital SEM a incidência de juros, isso não acarreta nenhum custo de empréstimo obtido e
consequentemente não deve capitalizá-lo.
27. Quando a entidade CONTROLADORA transfere empréstimos a custos parciais para a entidade
controlada, a entidade CONTROLADA pode capitalizar a parcela dos custos de empréstimos na qual ela
mesma incorreu.
Nas demonstrações contábeis da entidade econômica, o valor total dos custos de
empréstimos pode ser capitalizado ao ativo qualificável, desde que os devidos ajustes de consolidação
sejam feitos para eliminar os custos capitalizados pela entidade CONTROLADA.
28. Quando a entidade CONTROLADORA transferir empréstimos sem custos para a entidade
controlada, nenhuma das duas preenche os critérios para capitalização dos custos de empréstimos. No
entanto, se a entidade econômica preenchesse os critérios para capitalização dos custos de empréstimos,
ela seria capaz de capitalizar esses custos ao ativo qualificável em suas demonstrações contábeis.
29. Em algumas circunstâncias, pode ser apropriado incluir todos os empréstimos da controladora e
de suas controladas quando do cálculo da média ponderada dos custos de empréstimos; em outras
circunstâncias, é apropriado para cada controlada utilizar a média ponderada dos custos de empréstimos
aplicável aos seus próprios empréstimos.
31. A entidade deve iniciar a capitalização dos custos de empréstimos como parte do custo do
ativo qualificável quando:
(a) incorrer em gastos com o ativo;
(b) incorrer em custos de empréstimos; e
(c) iniciar as atividades que são necessárias para colocar o ativo em uso ou venda pretendidos.
152
34. A entidade deve suspender a capitalização dos custos de empréstimos durante períodos
extensos nos quais as atividades de desenvolvimento do ativo qualificável são suspensas e deve reconhecê-
los como despesa.
35. A entidade pode incorrer em custos de empréstimos durante um período extenso no qual as
atividades necessárias para colocar o ativo em uso ou venda pretendidos são suspensas. Esses custos são
aqueles necessários para a manutenção de ativos parcialmente completos e não se qualificam para
capitalização. Entretanto, a entidade normalmente não suspende a capitalização dos custos de
empréstimos durante o período no qual substancial trabalho técnico e administrativo está sendo feito. A
entidade também não suspende a capitalização de custos de empréstimos quando o atraso temporário é
parte necessária do processo de concluir o ativo para seu uso ou venda pretendidos. Por exemplo, a
capitalização continua durante o período em que o nível elevado das águas atrasar a construção de uma
ponte, se esse nível for comum durante o período de construção naquela região geográfica envolvida.
MCASP 9ª edição
Já nos financiamentos, os recursos financeiros liberados pelo banco devem ser usados com uma
finalidade específica, estabelecida em contrato, geralmente para a aquisição de um bem ou serviço. Os
financiamentos são operações de crédito com garantia e objetivo específico. Geralmente, em um
financiamento do tipo aquisição financiada de bem, o próprio bem que será comprado é usado como
garantia do contrato (alienação fiduciária). Por esse motivo, essa operação é mais segura para o banco e
possui juros e encargos menores. Em síntese, no caso dos financiamentos, há uma análise mais detalhada
para a liberação dos recursos, os juros tendem a ser mais baixos, pois o bem financiado serve como
garantia, os prazos geralmente são mais longos e os recursos financeiros têm destinação específica.
153
154
NBC TSP 16 - Demonstrações Contábeis Separadas
16. Dividendos ou distribuições similares de controladas, de empreendimentos controlados em
conjunto ou de coligadas, devem ser reconhecidos nas demonstrações separadas da entidade quando o
direito ao seu recebimento pela entidade for estabelecido. O dividendo ou distribuição similar deve ser
reconhecido no resultado, a menos que a entidade opte por utilizar o método da equivalência patrimonial,
caso em que o dividendo ou distribuição similar deve ser reconhecido como redução do valor contábil do
investimento.
MCASP 9ª Edição
As participações em empresas sobre cuja administração se tenha influência significativa devem ser
mensuradas ou avaliadas pelo método da equivalência patrimonial. O método da equivalência
patrimonial será utilizado para os investimentos em coligadas ou em controladas e em outras sociedades
que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum.
Pelo método da equivalência patrimonial, o investimento é inicialmente registrado a preço de custo
e o valor contábil é aumentado ou reduzido conforme o Patrimônio Líquido da investida aumente ou
diminua em contrapartida à conta de resultado
155
NBC T 16.11 - Sistema de Informação de Custos do Setor Público (TSP 34 nova)
Os atributos da informação de custos costumam ser cobrados nas provas! Tente focar nas palavras
grifadas, pois a memorização das características de todos os atributos é difícil, embora a maioria seja
intuitiva.
Relevância – entendida como a qualidade que a informação tem de influenciar as decisões de seus
usuários auxiliando na avaliação de eventos passados, presentes e futuros
Utilidade – deve ser útil à gestão tendo a sua relação custo benefício sempre positiva
Oportunidade – qualidade de a informação estar disponível no momento adequado à tomada de
decisão
Valor social – deve proporcionar maior transparência e evidenciação do uso dos recursos públicos
Fidedignidade – referente à qualidade que a informação tem de estar livre de erros materiais e de
juízos prévios, devendo, para esse efeito, apresentar as operações e acontecimentos de acordo
com sua substância e realidade econômica e, não, meramente com a sua forma legal
Especificidade – informações de custos devem ser elaboradas de acordo com a finalidade
específica pretendida pelos usuários
Comparabilidade – entende-se a qualidade que a informação deve ter de registrar as operações e
acontecimentos de forma consistente e uniforme, a fim de conseguir comparabilidade entre as
distintas instituições com características similares. É fundamental que o custo seja mensurado pelo
mesmo critério no tempo e, quando for mudada, esta informação deve constar em nota explicativa.
Adaptabilidade – deve permitir o detalhamento das informações em razão das diferentes
expectativas e necessidades informacionais das diversas unidades organizacionais e seus
respectivos usuários.
Granularidade – sistema que deve ser capaz de produzir informações em diferentes níveis de
detalhamento, mediante a geração de diferentes relatórios, sem perder o atributo da
comparabilidade.
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Custeio Direto: é o custeio que aloca todos os custos – fixos e variáveis – diretamente a todos os
objetos de custo sem qualquer tipo de rateio ou apropriação.
Custeio por Atividade: considera que todas as atividades são geradoras de custos e consomem
recursos. Utiliza direcionadores de custos para determinar quanto de cada atividade é consumida
pelo objeto de custo.
Custeio por Absorção: apropria todos os custos de produção aos produtos e serviços.
Custeio Pleno: apropria todos os custos de produção e despesas aos produtos e serviços.
1.5. O SICSP é apoiado em três elementos: Sistema de acumulação; Sistema de custeio e Método de
custeio.
Sistema de acumulação corresponde à forma como os custos são acumulados e apropriados aos
bens e serviços e outros objetos de custos e está relacionado ao fluxo físico e real da produção. Os sistemas
de acumulação de custos no setor público ocorrem por ordem de serviço ou produção e de forma contínua.
Método de custeio se refere ao método de apropriação de custos e está associado ao processo de
identificação e associação do custo ao objeto que está sendo custeado. Os principais métodos de custeio
são: direto; variável; por absorção; por atividade; pleno.
Sistema de custeio: está associado ao modelo de mensuração e desse modo podem ser custeados
os diversos agentes de acumulação de acordo com diferentes unidades de medida, dependendo das
necessidades dos tomadores de decisões. No âmbito do sistema de custeio, podem ser utilizadas as
seguintes unidades de medida: custo histórico; custo-corrente; custo estimado; e custo padrão.
3. O SICSP de bens e serviços e outros objetos de custos públicos têm por objetivo:
(a) mensurar, registrar e evidenciar os custos dos produtos, serviços, programas, projetos,
atividades, ações, órgãos e outros objetos de custos da entidade;
(b) apoiar a avaliação de resultados e desempenhos, permitindo a comparação entre os custos da
entidade com os custos de outras entidades públicas, estimulando a melhoria do desempenho dessas
entidades;
(c) apoiar a tomada de decisão em processos, tais como comprar ou alugar, produzir
internamente ou terceirizar determinado bem ou serviço;
(d) apoiar as funções de planejamento e orçamento, fornecendo informações que permitam
projeções mais aderentes à realidade com base em custos incorridos e projetados;
(e) apoiar programas de controle de custos e de melhoria da qualidade do gasto. (Redação dada
pela Resolução CFC n.º 1.437/13)
6. É recomendável o uso de ferramentas que permitem acesso rápido aos dados, conjugado com
tecnologias de banco de dados de forma a facilitar a criação de relatórios e a análise dos dados
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(c) oportunidade – qualidade de a informação estar disponível no momento adequado à tomada de
decisão;
(d) valor social – deve proporcionar maior transparência e evidenciação do uso dos recursos
públicos;
(e) Fidedignidade, referente à qualidade que a informação tem de estar livre de erros materiais e de
juízos prévios, devendo para esse efeito apresentar as operações e acontecimentos de acordo com sua
substância e realidade econômica e não meramente com a sua forma legal;
(f) Especificidade: As informações de custos devem ser elaboradas de acordo com a finalidade
especifica pretendida pelos usuários.
(g) Comparabilidade entende-se a qualidade que a informação deve ter, de registrar as operações e
acontecimentos de forma consistente e uniforme, a fim de conseguir comparabilidade entre as distintas
instituições com características similares. É fundamental que o custo seja mensurado por um mesmo
critério no tempo e quando o critério for mudado esta informação deve constar em nota explicativa.
(h) Adaptabilidade deve-se permitir o detalhamento das informações em razão das diferentes
expectativas e necessidades informacionais das diversas unidades organizacionais e seus respectivos
usuários.
(i) Granularidade o sistema deve ser capaz de produzir informações em diferentes níveis de
detalhamento, mediante a geração de diferentes relatórios, sem perder o atributo da comparabilidade.
25. As informações de custos descritas nesta Norma podem subsidiar a elaboração de relatórios de
custos, inclusive da Demonstração do Resultado Econômico (DRE).
26. A DRE evidencia o resultado econômico de ações do setor público.
27. A DRE deve ser elaborada considerando sua interligação com o subsistema de custos e
apresentar na forma dedutiva, pelo menos, a seguinte estrutura:
(a) receita econômica dos serviços prestados, dos bens e dos produtos fornecidos;
(b) custos e despesas identificados com a execução da ação pública; e
(c) resultado econômico apurado.
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Combinações no Setor Público (MCASP e NBC TSP 21)
FUSÃO
Dá origem a uma entidade resultante, em que:
1. Nenhuma das partes da combinação obtém o controle de uma ou mais operações; ou
2. Uma das partes da combinação obtém o controle de uma ou mais operações e há INDICADORES
que a combinação tem a essência econômica de fusão.
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Divulgação Sobre Partes Relacionadas (MCASP e NBC TSP 22)
Partes relacionadas são consideradas relacionadas se uma parte tem a capacidade de (a) controlar
a outra parte, ou (b) exercer influência significativa sobre a outra parte nas decisões financeiras e
operacionais, ou se a entidade considerada parte relacionada e outra entidade estão sujeitas a controle
comum. Partes relacionadas incluem:
(a) entidades que direta, ou indiretamente por meio de um ou mais intermediários, controlam ou
são controladas pela entidade que reporta;
(b) coligadas (ver NBC TSP 18 – Investimento em Coligada e em Empreendimento Controlado em
Conjunto);
(c) indivíduos que possuem, direta ou indiretamente, participação na entidade que reporta que os
permita ter influência significativa sobre ela, e membros próximos da família de cada indivíduo;
(d) pessoas-chave da administração e membros próximos da família do pessoal chave da
administração; e
(e) entidades nas quais uma participação substancial é mantida, direta ou indiretamente, por
qualquer pessoa descrita nas alíneas (c) ou (d), ou sobre as quais essa pessoa é capaz de exercer influência
significativa.
5. É necessário o exercício de julgamento para determinar se uma pessoa deve ser identificada
como membro próximo da família de indivíduo para fins de aplicação desta Norma. Na ausência de
evidência em contrário, tal como o cônjuge ou outro parente estar afastado do indivíduo, presume-se que
os seguintes membros imediatos da família e parentes próximos discriminados abaixo, tenham ou estejam
sujeitos a tal influência de forma a satisfazer à definição de membros próximos da família de indivíduo:
(a) cônjuge, companheiro(a), filho(a) dependente ou parente vivendo na mesma residência;
(b) avô(ó), pai(mãe), filho(a) não dependente, neto(a), irmão ou irmã; e
(c) cônjuge ou companheiro(a) de filho(a), sogro(a), cunhado(a).
12. No contexto desta Norma, considera-se que não são partes relacionadas:
(a) (i) entidades que proporcionam financiamento no exercício de seus negócios; e
(ii) sindicatos
(b) entidade cujo relacionamento é apenas de agente (intermediário).
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Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro (MCASP e
NBC TSP 23)
27. Observado o disposto no item 28, quando uma mudança na política contábil é aplicada,
retrospectivamente, conforme os itens 24(a) ou (b), a entidade deve ajustar o saldo de abertura de cada
item do patrimônio líquido afetado referente ao período anterior mais antigo apresentado e ajustar
também os demais montantes comparativos divulgados referentes ao período anterior apresentado,
como se a nova política contábil tivesse sempre sido aplicada.
28. Quando a aplicação retrospectiva for exigida pelos itens 24(a) ou (b), a mudança de política
contábil deve ser aplicada retrospectivamente, exceto quando for impraticável determinar os efeitos
específicos do período ou o efeito cumulativo da mudança.
MCASP 9ª Edição:
Na aplicação retrospectiva, a entidade deve ajustar o saldo de abertura de cada item patrimonial
afetado desde a publicação mais antiga e até o período anterior apresentado.
Porém, não se deve alterar os registros contábeis de exercícios anteriores, ou seja, os
lançamentos contábeis realizados, mas apenas reexibir os saldos comparativos dos itens de forma sintética
nas Demonstrações Contábeis, em regra, tais fatos devem ser evidenciados em notas explicativas
específicas acompanhadas de quadros para esta finalidade.
Por exemplo, uma mudança de política contábil que impacte itens de estoques, será necessário
reexibir o saldo de estoques ou mudanças de políticas que afetem determinados fornecedores, será
necessário reexibir o saldo da conta de passivo Fornecedores e eventualmente a provisão correspondente.
Quando for impraticável determinar o efeito cumulativo, no início do exercício corrente, da
aplicação de nova política contábil a todos os exercícios anteriores, a entidade deve ajustar a informação
comparativa para aplicar a nova política contábil, prospectivamente, a partir do exercício mais antigo
possível.
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Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio (MCASP e NBC TSP 24)
Moeda funcional é a moeda do ambiente econômico principal em que a entidade opera.
Moeda de apresentação é a moeda na qual as demonstrações contábeis são apresentadas
11. O ambiente econômico principal no qual a entidade opera é, em geral, aquele em que ela
fundamentalmente gera e utiliza caixa. A entidade deve considerar os seguintes fatores na determinação
de sua moeda funcional:
(a) a moeda:
(i) que é gerada a partir de receitas, tais como tributos, doações e multas;
(ii) que mais influencia os preços de bens e serviços (geralmente, é a moeda na qual o preço
de venda de seus produtos e serviços são determinados e estabelecidos); e
(iii) do país cuja concorrência e regulação mais influenciam a determinação do preço de
venda de seus produtos e serviços;
(b) a moeda que mais influencia mão de obra, material e outros custos para o fornecimento de
produtos ou serviços (geralmente é a moeda na qual tais custos são determinados e estabelecidos).
MCASP 9ª Edição
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Evento Subsequente (MCASP e NBC TSP 25)
Evento subsequente é aquele evento, seja favorável ou desfavorável, que ocorre entre a data das
demonstrações contábeis e a data na qual é autorizada a emissão dessas demonstrações e podem ser de
2 tipos:
a)eventos subsequentes que dão origem a ajustes os que evidenciam condições que já
existiam na data das demonstrações contábeis;
b)eventos subsequentes que não dão origem a ajustes os que são indicativos de condições que
surgiram após a data das demonstrações contábeis.
11. A seguir são apresentados exemplos de eventos subsequentes que exigem que a entidade
ajuste o montante reconhecido em suas demonstrações contábeis, ou reconheça os itens que não tenham
sido previamente reconhecidos:
(a) decisão em processo judicial após a data das demonstrações contábeis, confirmando que a
entidade já tinha a obrigação presente naquela data. A entidade deve ajustar qualquer provisão
relacionada ao processo anteriormente reconhecida, de acordo com a NBC TSP 03 - Provisões, Passivos
Contingentes e Ativos Contingentes, ou reconhecer uma nova provisão. A entidade não deve divulgar
meramente um passivo contingente porque a decisão proporciona evidências adicionais que seriam
consideradas de acordo com o item 24 da NBC TSP 03;
(b) a obtenção de informação, após a data das demonstrações contábeis, indicando que um ativo
teve seu valor reduzido ao final daquele período ou que o montante da perda por redução ao valor
recuperável do ativo previamente reconhecido precisa ser ajustado. Por exemplo:
(i) a falência de devedor ocorrida após a data das demonstrações contábeis
geralmente confirma que a perda já existia em contas a receber naquela data, e que a
entidade necessita ajustar o valor contábil dessa conta a receber; e
(ii) a venda de estoque após a data das demonstrações contábeis pode proporcionar
evidências sobre seus valores realizáveis líquidos naquela data;
(c) a determinação, após a data das demonstrações contábeis, do custo dos ativos adquiridos ou do
valor recebido pela venda de ativos, antes da data das demonstrações contábeis;
(d) a determinação, após a data das demonstrações contábeis, de que o montante da receita
arrecadada durante o período precisa ser compartilhado com outro governo, em razão de acordo de
compartilhamento estabelecido durante o período;
(e) a determinação, após a data das demonstrações contábeis, dos pagamentos de bonificação por
desempenho a serem efetuados aos funcionários, no caso de a entidade ter, na data das demonstrações
contábeis, uma obrigação presente legal ou construtiva de fazer tais pagamentos em decorrência de
eventos ocorridos antes daquela data; e
(f) a descoberta de fraude ou erros que demostram que as demonstrações contábeis estavam
incorretas.
13. A seguir são apresentados exemplos de eventos subsequentes à data das demonstrações
contábeis que não exigem que a entidade ajuste o montante reconhecido nas suas demonstrações:
(a) declínio do valor justo de propriedade ocorrido no período compreendido entre a data das
demonstrações e a data de autorização para emissão dessas demonstrações, quando a entidade adota
uma política em que regularmente avalia a propriedade a valor justo. Esse declínio normalmente não está
relacionado à condição da propriedade na data das demonstrações contábeis, mas reflete circunstâncias
que surgiram no período seguinte. Assim, apesar de sua política de mensuração a valor justo, a entidade
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não ajusta o montante reconhecido para as propriedades nas suas demonstrações contábeis. Da mesma
forma, a entidade não deve atualizar o montante divulgado para as propriedades na data das
demonstrações contábeis, embora possa ser solicitada a fornecer divulgações adicionais conforme o item
29; e
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Ativo Biológico e Produto Agrícola (MCASP e NBC TSP 26)
16. O ativo biológico deve ser mensurado pelo seu valor justo líquido de despesas de venda no
momento do reconhecimento inicial e na data das demonstrações contábeis, exceto para o caso descrito
no item 34, em que o valor justo não pode ser mensurado confiavelmente.
34. Há o pressuposto de que o valor justo do ativo biológico possa ser mensurado confiavelmente.
Contudo, tal pressuposto pode ser contestado somente no reconhecimento inicial de ativo biológico para o
qual o valor ou preço determinado pelo mercado não estiver disponível e as estimativas do valor justo
estarem claramente não confiáveis. Nesse caso, o ativo biológico deve ser mensurado pelo seu custo,
menos qualquer depreciação acumulada e qualquer perda por redução ao valor recuperável
acumulada. Quando o valor justo de tal ativo biológico se tornar confiavelmente mensurável, a entidade
deve mensurá-lo pelo seu valor justo líquido de despesas de venda. Quando o ativo biológico classificado
no ativo não circulante satisfizer aos critérios para ser classificado como ativo mantido para venda (ou
incluído em grupo de ativo que é classificado como mantido para venda), presume-se que o valor justo
possa ser mensurado confiavelmente.
35. O pressuposto descrito no item 34 (não conseguir mensurar o VJ) pode ser rejeitado somente no
reconhecimento inicial. A entidade que tenha mensurado previamente o ativo biológico pelo seu valor justo
líquido de despesas de venda deve continuar a mensurá-lo dessa forma até a sua alienação.
36. Em todos os casos, a entidade deve mensurar a produção agrícola no momento da obtenção
do produto agrícola pelo seu valor justo líquido de despesas de venda. Esta Norma reflete o ponto de
vista de que o valor justo da produção agrícola, no momento da obtenção do produto agrícola, pode ser
sempre mensurado confiavelmente.
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Informações por Segmento (MCASP e NBC TSP 27)
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