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CÓD: OP-118DZ-22

7908403531271

BANCO DO BRASIL S.A


Escriturário
Agente Comercial

EDITAL Nº 1 - 2022/001 BB, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2022


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Apostilas Opção, a Opção certa para a sua realização.


ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Compreensão de textos ..................................................................................................................................................... 7
2. Ortografia oficial ................................................................................................................................................................. 16
3. Classe e emprego de palavras. Colocação dos pronomes oblíquos átonos (próclise, mesóclise e ênclise) .............................. 17
4. Emprego do acento indicativo de crase .............................................................................................................................. 23
5. Sintaxe da oração e do período .......................................................................................................................................... 23
6. Emprego dos sinais de pontuação ...................................................................................................................................... 26
7. Concordância verbal e nominal .......................................................................................................................................... 27
8. Regência verbal e nominal ................................................................................................................................................. 28

Língua Inglesa
1. Conhecimento de um vocabulário fundamental e dos aspectos gramaticais básicos para a compreensão de textos .................... 37

Matemática
1. Números inteiros, racionais e reais .............................................................................................................................................. 77
2. Problemas de contagem ............................................................................................................................................................... 85
3. Razões e proporções; divisão proporcional .................................................................................................................................. 90
4. Regras de três simples e compostas ............................................................................................................................................. 91
5. Porcentagens ................................................................................................................................................................................ 92
6. Lógica proposicional ..................................................................................................................................................................... 94
7. Noções de conjuntos .................................................................................................................................................................... 114
8. Relações e funções; Funções polinomiais; Funções exponenciais e logarítmicas ......................................................................... 116
9. Matrizes. Determinantes. Sistemas lineares ................................................................................................................................ 128
10. Sequências. Progressões aritméticas e progressões geométricas ............................................................................................... 138

Atualidades do Mercado Financeiro


1. Os bancos na Era Digital: Atualidade, tendências e desafios. Internet banking. Mobile banking. Open banking. Novos
modelos de negócios. Fintechs, startups e big techs. Sistema de bancos-sombra (Shadow banking). O dinheiro na era
digital: blockchain, bitcoin e demais criptomoedas. Segmentação e interações digitais. Transformação digital no Sistema
Financeiro .............................................................................................................................................................................. 147
2. Funções da moeda .................................................................................................................................................................. 151
3. Marketplace........................................................................................................................................................................... 151
4. Correspondentes bancários ................................................................................................................................................... 151
5. Arranjos de pagamentos ........................................................................................................................................................ 151
6. Sistema de pagamentos instantâneos (PIX) ........................................................................................................................... 151
ÍNDICE

Matemática Financeira
1. Conceitos gerais - O conceito do valor do dinheiro no tempo; Capital, juros, taxas de juros; Capitalização, regimes de
capitalização; Fluxos de caixa e diagramas de fluxo de caixa; Equivalência financeira. Juros simples - Cálculo do montante,
dos juros, da taxa de juros, do principal e do prazo da operação financeira. Juros compostos - Cálculo do montante, dos
juros, da taxa de juros, do principal e do prazo da operação financeira. Sistemas de amortização - Sistema price; Sistema
SAC.......................................................................................................................................................................................... 157

Conhecimentos Bancários
1. Sistema Financeiro Nacional: Estrutura do Sistema Financeiro Nacional; Órgãos normativos e instituições supervisoras, execu-
toras e operadoras ...................................................................................................................................................................... 183
2. Mercado financeiro e seus desdobramentos (mercados monetário, de crédito, de capitais e cambial) ..................................... 187
3. Moeda e política monetária: Políticas monetárias convencionais e nãoconvencionais (Quantitative Easing); Taxa SELIC e ope-
rações compromissadas; O debate sobre os depósitos remunerados dos bancos comerciais no Banco Central do Brasil .......... 187
4. Orçamento público, títulos do Tesouro Nacional e dívida pública ............................................................................................... 189
5. Produtos Bancários: Noções de cartões de crédito e débito, crédito direto ao consumidor, crédito rural, poupança, capitali-
zação, previdência, consórcio, investimentos e seguros ............................................................................................................. 189
6. Noções de Mercado de capitais .................................................................................................................................................. 195
7. Noções de Mercado de Câmbio: Instituições autorizadas a operar e operações básicas ............................................................ 195
8. Regimes de taxas de câmbio fixas, flutuantes e regimes intermediários ..................................................................................... 196
9. Taxas de câmbio nominais e reais ............................................................................................................................................... 196
10. Impactos das taxas de câmbio sobre as exportações e importações ........................................................................................... 196
11. Diferencial de juros interno e externo, prêmios de risco, fluxo de capitais e seus impactos sobre as taxas de câmbio ................... 196
12. Dinâmica do Mercado: Operações no mercado interbancário .................................................................................................... 197
13. Mercado bancário: Operações de tesouraria, varejo bancário e recuperação de crédito ........................................................... 197
14. Taxas de juros de curto prazo e a curva de juros; taxas de juros nominais e reais ........................................................................ 197
15. Garantias do Sistema Financeiro Nacional: aval; fiança; penhor mercantil; alienação fiduciária; hipoteca; fianças bancárias .... 198
16. Crime de lavagem de dinheiro: conceito e etapas; Prevenção e combate ao crime de lavagem de dinheiro: Lei nº 9.613/98 e
suas alterações ............................................................................................................................................................................ 199
17. Circular nº 3.978, de 23 de janeiro de 2020 ................................................................................................................................ 204
18. Carta Circular nº 4.001, de 29 de janeiro de 2020 e suas alterações. .......................................................................................... 213
19. Autorregulação bancária e Normativos SARB. ............................................................................................................................ 216
20. Sigilo Bancário: Lei Complementar nº 105/2001 e suas alterações ............................................................................................. 216
21. Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD): Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 e suas alterações ............................................ 218
22. Legislação anticorrupção: Lei nº 12.846/2013 ............................................................................................................................ 230
23. Decreto nº 11.129, de 11/07/2022 ............................................................................................................................................. 234
24. Segurança cibernética: Resolução CMN nº 4.893, de 26/02/2021 .............................................................................................. 243
25. Ética aplicada: ética, moral, valores e virtudes ............................................................................................................................ 247
26. noções de ética empresarial e profissional. ................................................................................................................................ 247
27. A gestão da ética nas empresas públicas e privadas. ................................................................................................................... 248
28. Código de Ética do Banco do Brasil (disponível no sítio do BB na internet). ................................................................................ 249
29. Política de Responsabilidade Socioambiental do Banco do Brasil (disponível no sítio do BB na internet) ................................... 260
30. ASG (Ambiental, Social e Governança): Economia Sustentável; Financiamentos; Mercado PJ .................................................... 260
ÍNDICE

Conhecimentos de Informática
1. Noções de sistemas operacionais - Windows 10 (32-64 bits) e ambiente Linux (SUSE SLES 15 SP2)...................................... 269
2. Edição de textos, planilhas e apresentações (ambientes Microsoft Office - Word, Excel e PowerPoint - versão O365)............ 272
3. Segurança da informação: fundamentos, conceitos e mecanismos de segurança. Proteção de estações de trabalho: Controle
de dispostivos USB, hardening, antimalware e firewall pessoal............................................................................................ 277
4. Conceitos de organização e de gerenciamento de informações, arquivos, pastas e programas........................................... 280
5. Redes de computadores: Conceitos básicos, ferramentas, aplicativos e procedimentos de Internet e intranet. Navegador
Web (Microsoft Edge versão 91 e Mozilla Firefox versão 78 ESR), busca e pesquisa na Web.................................................. 282
6. Correio eletrônico.................................................................................................................................................................. 288
7. Grupos de discussão.............................................................................................................................................................. 293
8. Fóruns e wikis........................................................................................................................................................................ 294
9. Redes Sociais (Twitter, Facebook, Linkedin, WhatsApp, YouTube, Instagram e Telegram).................................................... 295
10. Visão geral sobre sistemas de suporte à decisão e inteligência de negócio.......................................................................... 298
11. Fundamentos sobre análise de dados................................................................................................................................... 298
12. Conceitos de educação a distância........................................................................................................................................ 303
13. Conceitos de tecnologias e ferramentas multimídia, de reprodução de áudio e vídeo........................................................ 304
14. Ferramentas de produtividade e trabalho a distância (Microsoft Teams, Cisco Webex, Google Hangout, Google Drive
e Skype)................................................................................................................................................................................ 311

Vendas e Negociação
1. Noções de estratégia empresarial: análise de mercado, forças competitivas, imagem institucional, identidade e
posicionamento ................................................................................................................................................................... 327
2. Segmentação de mercado .................................................................................................................................................... 329
3. Ações para aumentar o valor percebido pelo cliente ........................................................................................................... 330
4. Gestão da experiência do cliente ......................................................................................................................................... 331
5. Aprendizagem e sustentabilidade organizacional ................................................................................................................ 332
6. Características dos serviços: intangibilidade, inseparabilidade, variabilidade e perecibilidade ........................................... 334
7. Gestão da qualidade em serviços ......................................................................................................................................... 335
8. Técnicas de vendas: da pré-abordagem ao pós-vendas ....................................................................................................... 339
9. Noções de marketing digital: geração de leads; técnica de copywriting; gatilhos mentais; Inbound marketing .................... 341
10. Ética e conduta profissional em vendas ............................................................................................................................... 345
11. Padrões de qualidade no atendimento aos clientes ............................................................................................................. 347
12. Utilização de canais remotos para vendas ............................................................................................................................ 349
13. Comportamento do consumidor e sua relação com vendas e negociação ........................................................................... 349
14. Política de Relacionamento com o Cliente: Resolução nº 4.949, de 30 de setembro de 2021 .............................................. 351
15. Resolução CMN nº 4.860, de 23 de outubro de 2020 que dispõe sobre a constituição e o funcionamento de componente
organizacional de ouvidoria pelas instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco
Central do Brasil ................................................................................................................................................................... 353
16. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência): Lei nº 13.146, de 06 de julho
de 2015................................................................................................................................................................................. 356
17. Código de Proteção e Defesa do Consumidor: Lei nº 8.078/1990 (versão atualizada) .......................................................... 372
LÍNGUA PORTUGUESA

Tipos textuais
COMPREENSÃO DE TEXTOS A tipologia textual se classifica a partir da estrutura e da finali-
dade do texto, ou seja, está relacionada ao modo como o texto se
Compreender e interpretar textos é essencial para que o obje- apresenta. A partir de sua função, é possível estabelecer um padrão
tivo de comunicação seja alcançado satisfatoriamente. Com isso, é específico para se fazer a enunciação.
importante saber diferenciar os dois conceitos. Vale lembrar que o Veja, no quadro abaixo, os principais tipos e suas característi-
texto pode ser verbal ou não-verbal, desde que tenha um sentido cas:
completo.
A compreensão se relaciona ao entendimento de um texto e Apresenta um enredo, com ações e
de sua proposta comunicativa, decodificando a mensagem explíci- relações entre personagens, que ocorre
ta. Só depois de compreender o texto que é possível fazer a sua em determinados espaço e tempo. É
interpretação. TEXTO NARRATIVO
contado por um narrador, e se estrutura
A interpretação são as conclusões que chegamos a partir do da seguinte maneira: apresentação >
conteúdo do texto, isto é, ela se encontra para além daquilo que desenvolvimento > clímax > desfecho
está escrito ou mostrado. Assim, podemos dizer que a interpreta-
Tem o objetivo de defender determinado
ção é subjetiva, contando com o conhecimento prévio e do reper-
TEXTO ponto de vista, persuadindo o leitor a
tório do leitor.
DISSERTATIVO partir do uso de argumentos sólidos.
Dessa maneira, para compreender e interpretar bem um texto, ARGUMENTATIVO Sua estrutura comum é: introdução >
é necessário fazer a decodificação de códigos linguísticos e/ou vi- desenvolvimento > conclusão.
suais, isto é, identificar figuras de linguagem, reconhecer o sentido
de conjunções e preposições, por exemplo, bem como identificar Procura expor ideias, sem a necessidade
expressões, gestos e cores quando se trata de imagens. de defender algum ponto de vista. Para
isso, usa-se comparações, informações,
TEXTO EXPOSITIVO
Dicas práticas definições, conceitualizações etc. A
estrutura segue a do texto dissertativo-
1. Faça um resumo (pode ser uma palavra, uma frase, um con-
argumentativo.
ceito) sobre o assunto e os argumentos apresentados em cada pa-
rágrafo, tentando traçar a linha de raciocínio do texto. Se possível, Expõe acontecimentos, lugares, pessoas,
adicione também pensamentos e inferências próprias às anotações. de modo que sua finalidade é descrever,
2. Tenha sempre um dicionário ou uma ferramenta de busca TEXTO DESCRITIVO ou seja, caracterizar algo ou alguém.
por perto, para poder procurar o significado de palavras desconhe- Com isso, é um texto rico em adjetivos e
cidas. em verbos de ligação.
3. Fique atento aos detalhes oferecidos pelo texto: dados, fon- Oferece instruções, com o objetivo de
te de referências e datas. TEXTO INJUNTIVO orientar o leitor. Sua maior característica
4. Sublinhe as informações importantes, separando fatos de são os verbos no modo imperativo.
opiniões.
5. Perceba o enunciado das questões. De um modo geral, ques-
tões que esperam compreensão do texto aparecem com as seguin- Gêneros textuais
tes expressões: o autor afirma/sugere que...; segundo o texto...; de A classificação dos gêneros textuais se dá a partir do reconhe-
acordo com o autor... Já as questões que esperam interpretação do cimento de certos padrões estruturais que se constituem a partir
texto aparecem com as seguintes expressões: conclui-se do texto da função social do texto. No entanto, sua estrutura e seu estilo
que...; o texto permite deduzir que...; qual é a intenção do autor não são tão limitados e definidos como ocorre na tipologia textual,
quando afirma que... podendo se apresentar com uma grande diversidade. Além disso, o
padrão também pode sofrer modificações ao longo do tempo, as-
Tipologia Textual sim como a própria língua e a comunicação, no geral.
A partir da estrutura linguística, da função social e da finali-
dade de um texto, é possível identificar a qual tipo e gênero ele Alguns exemplos de gêneros textuais:
pertence. Antes, é preciso entender a diferença entre essas duas • Artigo
classificações. • Bilhete
• Bula
• Carta
• Conto
• Crônica
• E-mail

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LÍNGUA PORTUGUESA
• Lista Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento:
• Manual A é igual a B.
• Notícia A é igual a C.
• Poema Então: C é igual a B.
• Propaganda
• Receita culinária Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente,
• Resenha que C é igual a A.
• Seminário Outro exemplo:
Todo ruminante é um mamífero.
Vale lembrar que é comum enquadrar os gêneros textuais em A vaca é um ruminante.
determinados tipos textuais. No entanto, nada impede que um tex- Logo, a vaca é um mamífero.
to literário seja feito com a estruturação de uma receita culinária,
por exemplo. Então, fique atento quanto às características, à finali- Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão
dade e à função social de cada texto analisado. também será verdadeira.
No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele,
ARGUMENTAÇÃO a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma se mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais
informação a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem plausível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-
positiva de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, se mais confiável do que os concorrentes porque existe desde a
ou inteligente, ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz chegada da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-
seja admitido como verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de nos que um banco com quase dois séculos de existência é sólido
convencer, ou seja, tem o desejo de que o ouvinte creia no que o e, por isso, confiável. Embora não haja relação necessária entre
texto diz e faça o que ele propõe. a solidez de uma instituição bancária e sua antiguidade, esta tem
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo peso argumentativo na afirmação da confiabilidade de um banco.
texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o Portanto é provável que se creia que um banco mais antigo seja
conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir mais confiável do que outro fundado há dois ou três anos.
a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase
tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer
vista defendidos. as pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante
As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas entender bem como eles funcionam.
uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso
veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o
acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocutor auditório, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais
a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o que fácil quanto mais os argumentos estiverem de acordo com suas
está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio da crenças, suas expectativas, seus valores. Não se pode convencer
retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recursos um auditório pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas
de linguagem. que ele abomina. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas
Para compreender claramente o que é um argumento, é bom que ele considera positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem
voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa com frequência associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos
obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de Estados Unidos, essa associação certamente não surtiria efeito,
escolher entre duas ou mais coisas”. porque lá o futebol não é valorizado da mesma forma que no Brasil.
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e O poder persuasivo de um argumento está vinculado ao que é
uma desvantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos valorizado ou desvalorizado numa dada cultura.
argumentar. Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher
entre duas coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse Tipos de Argumento
caso, precisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável. Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado
O argumento pode então ser definido como qualquer recurso que a fazer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um
torna uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua argumento. Exemplo:
no domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor
crer que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais Argumento de Autoridade
possível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra. É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas
O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber,
um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o para servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse
enunciador está propondo. recurso produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do
Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação. produtor do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao
O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende texto a garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do
demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das texto um amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e
premissas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos verdadeira. Exemplo:
postulados admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não “A imaginação é mais importante do que o conhecimento.”
dependem de crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas
apenas do encadeamento de premissas e conclusões.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente
ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que
conhecimento. Nunca o inverso. concorrem para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir
Alex José Periscinoto. do tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se
In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2 fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais
com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais indevidas.
importante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir
a ela, o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo. Argumento do Atributo
Se um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem É aquele que considera melhor o que tem propriedades típicas
acreditar que é verdade. daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais
raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o
Argumento de Quantidade que é mais grosseiro, etc.
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência,
número de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior celebridades recomendando prédios residenciais, produtos de
duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento beleza, alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o
desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz consumidor tende a associar o produto anunciado com atributos
largo uso do argumento de quantidade. da celebridade.
Uma variante do argumento de atributo é o argumento da
Argumento do Consenso competência linguística. A utilização da variante culta e formal
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se da língua que o produtor do texto conhece a norma linguística
em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como socialmente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um
verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que texto em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o
o objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia modo de dizer dá confiabilidade ao que se diz.
de que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de
indiscutível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que saúde de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas
não desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo, maneiras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais
as afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de adequada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria
que as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos. certa estranheza e não criaria uma imagem de competência do
Ao confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos médico:
argumentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as - Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em
frases carentes de qualquer base científica. conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve
por bem determinar o internamento do governador pelo período
Argumento de Existência de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001.
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar - Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque
aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas alguns deles são barrapesada, a gente botou o governador no
provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o hospital por três dias.
argumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na
mão do que dois voando”. Como dissemos antes, todo texto tem uma função
Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais argumentativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério,
(fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas para ser ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de
concretas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. comunicação deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que
Durante a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o pretenda ser, um texto tem sempre uma orientação argumentativa.
exército americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante
Essa afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um
ser vista como propagandística. No entanto, quando documentada homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo
pela comparação do número de canhões, de carros de combate, de ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza.
navios, etc., ganhava credibilidade. O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto
dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos
Argumento quase lógico episódios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e
É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa não outras, etc. Veja:
e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios “O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras
são chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios trocavam abraços afetuosos.”
lógicos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias
entre os elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras
plausíveis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse
C”, “então A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até,
lógica. Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada.
amigo” não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade
provável.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Além dos defeitos de argumentação mencionados quando um texto dissertativo. É necessária também a exposição dos
tratamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros: fundamentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de
- Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão vista.
amplo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude
contrário. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente, argumentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de
pode ser usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras discurso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia.
podem ter valor positivo (paz, justiça, honestidade, democracia)
ou vir carregadas de valor negativo (autoritarismo, degradação do Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições,
meio ambiente, injustiça, corrupção). é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vista e
- Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas vezes,
um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sempre,
ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício
o argumento. para aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em
- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do desenvolver as seguintes habilidades:
contexto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e - argumentação: anotar todos os argumentos a favor de
atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por uma ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição
exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias não permite totalmente contrária;
que outras crescam”, em que o termo imperialismo é descabido, - contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os
uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apresentaria
outros à sua dependência política e econômica”. contra a argumentação proposta;
- refutação: argumentos e razões contra a argumentação
A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situação oposta.
concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvidos
na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação, o A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto,
assunto, etc). argumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclusões
Convém ainda alertar que não se convence ninguém com válidas, como se procede no método dialético. O método dialético
manifestações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas.
mentir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo
feitas (como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é de sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno
evidente, afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer, em questão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na
em seu texto, sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o sociedade.
enunciador deve construir um texto que revele isso. Em outros Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou
termos, essas qualidades não se prometem, manifestam-se na ação. o método de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que
A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer parte do simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência
verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa a são a mesma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a
que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz. conclusões verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em
Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um partes, começando-se pelas proposições mais simples até alcançar,
ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui por meio de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio
a argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir. cartesiana, é fundamental determinar o problema, dividi-lo em
Argumentar é o processo pelo qual se estabelecem relações partes, ordenar os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os
para chegar à conclusão, com base em premissas. Persuadir é seus elementos e determinar o lugar de cada um no conjunto da
um processo de convencimento, por meio da argumentação, no dedução.
qual procura-se convencer os outros, de modo a influenciar seu A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a
pensamento e seu comportamento. argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs quatro
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, uma
válida, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em busca
ou proposição, e o interlocutor pode questionar cada passo da verdade:
do raciocínio empregado na argumentação. A persuasão não - evidência;
válida apoia-se em argumentos subjetivos, apelos subliminares, - divisão ou análise;
chantagens sentimentais, com o emprego de “apelações”, como a - ordem ou dedução;
inflexão de voz, a mímica e até o choro. - enumeração.
Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades,
expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, razões a favor A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão
e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresenta e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode quebrar o
dados sem a intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos encadeamento das ideias, indispensável para o processo dedutivo.
dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma A forma de argumentação mais empregada na redação
“tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na dissertação, acadêmica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas,
ainda que sem a apresentação explícita de argumentos. Desse que contém três proposições: duas premissas, maior e menor,
ponto de vista, a dissertação pode ser definida como discussão, e a conclusão. As três proposições são encadeadas de tal forma,
debate, questionamento, o que implica a liberdade de pensamento, que a conclusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A
a possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. A liberdade premissa maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois
de questionar é fundamental, mas não é suficiente para organizar alguns não caracteriza a universalidade.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução “simples inspeção” é a ausência de análise ou análise superficial
(silogística), que parte do geral para o particular, e a indução, que vai dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, baseados nos
do particular para o geral. A expressão formal do método dedutivo sentimentos não ditados pela razão.
é o silogismo. A dedução é o caminho das consequências, baseia-se Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não
em uma conexão descendente (do geral para o particular) que leva fundamentais, que contribuem para a descoberta ou comprovação
à conclusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias gerais, da verdade: análise, síntese, classificação e definição. Além desses,
de verdades universais, pode-se chegar à previsão ou determinação existem outros métodos particulares de algumas ciências, que
de fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da causa adaptam os processos de dedução e indução à natureza de uma
para o efeito. Exemplo: realidade particular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu
método próprio demonstrativo, comparativo, histórico etc. A
Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal) análise, a síntese, a classificação a definição são chamadas métodos
Fulano é homem (premissa menor = particular) sistemáticos, porque pela organização e ordenação das ideias visam
Logo, Fulano é mortal (conclusão) sistematizar a pesquisa.
Análise e síntese são dois processos opostos, mas interligados;
A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, baseiase a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes para
em uma conexão ascendente, do particular para o geral. Nesse caso, o todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo, uma
as constatações particulares levam às leis gerais, ou seja, parte de depende da outra. A análise decompõe o todo em partes, enquanto
fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, desconhecidos. O a síntese recompõe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém,
percurso do raciocínio se faz do efeito para a causa. Exemplo: que o todo não é uma simples justaposição das partes. Se alguém
O calor dilata o ferro (particular) reunisse todas as peças de um relógio, não significa que reconstruiu
O calor dilata o bronze (particular) o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria
O calor dilata o cobre (particular) todo se as partes estivessem organizadas, devidamente combinadas,
O ferro, o bronze, o cobre são metais seguida uma ordem de relações necessárias, funcionais, então, o
Logo, o calor dilata metais (geral, universal) relógio estaria reconstruído.
Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo
Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido por meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num
e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas conjunto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a
também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos análise, que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma
fatos, pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma decomposição organizada, é preciso saber como dividir o todo em
conclusão falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição partes. As operações que se realizam na análise e na síntese podem
inexata, uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa ser assim relacionadas:
analogia são algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe Análise: penetrar, decompor, separar, dividir.
má fé, intenção deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir.
sofisma não tem essas intenções propositais, costuma-se chamar
esse processo de argumentação de paralogismo. Encontra-se um A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias
exemplo simples de sofisma no seguinte diálogo: a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da criação de
- Você concorda que possui uma coisa que não perdeu? abordagens possíveis. A síntese também é importante na escolha
- Lógico, concordo. dos elementos que farão parte do texto.
- Você perdeu um brilhante de 40 quilates? Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou
- Claro que não! informal. A análise formal pode ser científica ou experimental;
- Então você possui um brilhante de 40 quilates... é característica das ciências matemáticas, físico-naturais e
experimentais. A análise informal é racional ou total, consiste
Exemplos de sofismas: em “discernir” por vários atos distintos da atenção os elementos
constitutivos de um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou
Dedução fenômeno.
Todo professor tem um diploma (geral, universal) A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabelece
Fulano tem um diploma (particular) as necessárias relações de dependência e hierarquia entre as
Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa) partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se
confundir uma com a outra, contudo são procedimentos diversos:
Indução análise é decomposição e classificação é hierarquisação.
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenômenos
(particular) por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais, a
Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular) classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou
Rio de Janeiro e Taubaté são cidades. menos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores
Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral são empregados de modo mais ou menos convencional. A
– conclusão falsa) classificação, no reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens,
gêneros e espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas
Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão pode características comuns e diferenciadoras. A classificação dos
ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são professores; variados itens integrantes de uma lista mais ou menos caótica é
nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Redentor. Comete- artificial.
se erro quando se faz generalizações apressadas ou infundadas. A

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LÍNGUA PORTUGUESA
Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão, - o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os
canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio, exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente restrito
sabiá, torradeira. para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade;
Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá. - deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade,
Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo. definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”;
Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira. - deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui
Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus. definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem”
não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem);
Os elementos desta lista foram classificados por ordem - deve ser breve (contida num só período). Quando a definição,
alfabética e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de períodos
critérios de classificação das ideias e argumentos, pela ordem ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição
de importância, é uma habilidade indispensável para elaborar expandida;d
o desenvolvimento de uma redação. Tanto faz que a ordem seja - deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) +
crescente, do fato mais importante para o menos importante, ou cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos (as
decrescente, primeiro o menos importante e, no final, o impacto diferenças).
do mais importante; é indispensável que haja uma lógica na
classificação. A elaboração do plano compreende a classificação As definições dos dicionários de língua são feitas por meio
das partes e subdivisões, ou seja, os elementos do plano devem de paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística
obedecer a uma hierarquização. (Garcia, 1973, p. 302304.) que consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a
Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na palavra e seus significados.
introdução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para A força do texto dissertativo está em sua fundamentação.
expressar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara Sempre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira
e racionalmente as posições assumidas e os argumentos que as e necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada
justificam. É muito importante deixar claro o campo da discussão e com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional
a posição adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também do mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma
os pontos de vista sobre ele. fundamentação coerente e adequada.
A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica
linguagem e consiste na enumeração das qualidades próprias clássica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o
de uma ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento julgamento da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é
conforme a espécie a que pertence, demonstra: a característica que clara e pode reconhecer-se facilmente seus elementos e suas
o diferencia dos outros elementos dessa mesma espécie. relações; outras vezes, as premissas e as conclusões organizam-se
Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição de modo livre, misturando-se na estrutura do argumento. Por isso,
é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências. é preciso aprender a reconhecer os elementos que constituem um
A definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às argumento: premissas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar
palavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou se tais elementos são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar
metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica se o argumento está expresso corretamente; se há coerência e
tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos: adequação entre seus elementos, ou se há contradição. Para isso
- o termo a ser definido; é que se aprende os processos de raciocínio por dedução e por
- o gênero ou espécie; indução. Admitindo-se que raciocinar é relacionar, conclui-se que
- a diferença específica. o argumento é um tipo específico de relação entre as premissas e
a conclusão.
O que distingue o termo definido de outros elementos da Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos
mesma espécie. Exemplo: argumentativos mais empregados para comprovar uma afirmação:
Na frase: O homem é um animal racional classifica-se: exemplificação, explicitação, enumeração, comparação.
Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio
de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns
nesse tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de
Elemento especiediferença maior relevância que. Empregam-se também dados estatísticos,
a ser definidoespecífica acompanhados de expressões: considerando os dados; conforme
os dados apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela
É muito comum formular definições de maneira defeituosa, apresentação de causas e consequências, usando-se comumente as
por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em expressões: porque, porquanto, pois que, uma vez que, visto que,
partes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando por causa de, em virtude de, em vista de, por motivo de.
é advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é explicar
forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importante ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcançar
é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973, esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpretação.
p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”. Na explicitação por definição, empregamse expressões como: quer
Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos: dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista, ou
- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme,
que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no
realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta
ou instalação”;

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LÍNGUA PORTUGUESA
entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação
interpretação, em que são comuns as seguintes expressões: parece, demonstrando o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a
assim, desse ponto de vista. contraargumentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o
Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de cordeiro”;
elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses
de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga
frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes, verdadeira;
depois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente, Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento
depois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente, à opinião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a
respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de universalidade da afirmação;
espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí, Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade:
além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no consiste em refutar um argumento empregando os testemunhos de
interior, nas grandes cidades, no sul, no leste... autoridade que contrariam a afirmação apresentada;
Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em
de se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar desautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador
uma ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da baseou-se em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou
mesma forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente. inconsequentes. Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por
Para estabelecer contraste, empregam-se as expressões: mais que, meio de dados estatísticos, que “o controle demográfico produz o
menos que, melhor que, pior que. desenvolvimento”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois
Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar baseia-se em uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada.
o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se: Para contraargumentar, propõese uma relação inversa: “o
Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade desenvolvimento é que gera o controle demográfico”.
reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para
afirmação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adaptadas
credibilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações literais ao desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em
no corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao seguida, sugerem-se os procedimentos que devem ser adotados
fazer uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos para a elaboração de um Plano de Redação.
na linha de raciocínio que ele considera mais adequada para
explicar ou justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução
tem mais caráter confirmatório que comprobatório. tecnológica
- Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder
Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da
explicação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido resposta, justificar, criando um argumento básico;
por consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural. - Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e
Nesse caso, incluem-se construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação
- A declaração que expressa uma verdade universal (o homem, que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la
mortal, aspira à imortalidade); (rever tipos de argumentação);
- A declaração que é evidente por si mesma (caso dos - Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias
postulados e axiomas); que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de podem ser listadas livremente ou organizadas como causa e
natureza subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria consequência);
razão desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto - Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o
não se discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda argumento básico;
que parece absurdo). - Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que
poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se
Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de em argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do
um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados argumento básico;
concretos, estatísticos ou documentais. - Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma
Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação sequência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo
se realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica: às partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou
causa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência. menos a seguinte:
Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações,
julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opiniões Introdução
pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprovada, - função social da ciência e da tecnologia;
e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que - definições de ciência e tecnologia;
expresse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na - indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico.
evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade
dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da contra- Desenvolvimento
argumentação ou refutação. São vários os processos de contra- - apresentação de aspectos positivos e negativos do
argumentação: desenvolvimento tecnológico;
- como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as
condições de vida no mundo atual;

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LÍNGUA PORTUGUESA
- a tecnocracia: oposição entre uma sociedade Tipos de Intertextualidade
tecnologicamente desenvolvida e a dependência tecnológica dos A intertextualidade acontece quando há uma referência
países subdesenvolvidos; explícita ou implícita de um texto em outro. Também pode
- enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social; ocorrer com outras formas além do texto, música, pintura, filme,
- comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do novela etc. Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a
passado; apontar semelhanças e diferenças; intertextualidade.
- analisar as condições atuais de vida nos grandes centros Por isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo,
urbanos; um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um
- como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar diálogo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando
mais a sociedade. as mesmas ideias da obra citada ou contestando-as.
Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do
Conclusão texto é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar,
- a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/ reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer
consequências maléficas; com outras palavras o que já foi dito.
- síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos
apresentados. A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros
textos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso
Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de é objeto de interesse para os estudiosos da língua e das artes.
redação: é um dos possíveis. Ocorre, aqui, um choque de interpretação, a voz do texto original
Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece é retomada para transformar seu sentido, leva o leitor a uma
entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na reflexão crítica de suas verdades incontestadas anteriormente, com
criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualidade esse processo há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos
como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já e uma busca pela verdade real, concebida através do raciocínio e
existente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem da crítica. Os programas humorísticos fazem uso contínuo dessa
funções diferentes que dependem muito dos textos/contextos em arte, frequentemente os discursos de políticos são abordados
que ela é inserida. de maneira cômica e contestadora, provocando risos e também
O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento, reflexão a respeito da demagogia praticada pela classe dominante.
não se restringindo única e exclusivamente a textos literários.
Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume A Epígrafe é um recurso bastante utilizado em obras, textos
a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a científicos, desde artigos, resenhas, monografias, uma vez que
cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura, consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha alguma
escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois relação com o que será discutido no texto. Do grego, o termo
textos caracterizada por um citar o outro. “epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) e
A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando “graphé” (escrita). Como exemplo podemos citar um artigo sobre
um texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma maneira, Patrimônio Cultural e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322
se utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois textos a.C.): “A cultura é o melhor conforto para a velhice”.
– a fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo gênero
ou de gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou propósitos A Citação é o Acréscimo de partes de outras obras numa
diferentes. Assim, como você constatou, uma história em produção textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem
quadrinhos pode utilizar algo de um texto científico, assim como expressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro
um poema pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de autor. Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação
opinião pode mencionar um provérbio conhecido. sem relacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o
Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade com termo “citação” (citare) significa convocar.
outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo com
outras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá-lo, ao A Alusão faz referência aos elementos presentes em outros
tomá-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-lo, ao textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois
ironizá-lo ou ao compará-lo com outros. termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar).
Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum
grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos, Pastiche é uma recorrência a um gênero.
desenhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos
expressamos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que A Tradução está no campo da intertextualidade porque implica
já foram formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los a recriação de um texto.
ou mesmo contradizê-los. Em outras palavras, não há textos
absolutamente originais, pois eles sempre – de maneira explícita ou Evidentemente, a intertextualidade está ligada ao
implícita – mantêm alguma relação com algo que foi visto, ouvido “conhecimento de mundo”, que deve ser compartilhado, ou seja,
ou lido. comum ao produtor e ao receptor de textos.
A intertextualidade pressupõe um universo cultural muito
amplo e complexo, pois implica a identificação / o reconhecimento de
remissões a obras ou a textos / trechos mais, ou menos conhecidos,
além de exigir do interlocutor a capacidade de interpretar a função
daquela citação ou alusão em questão.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Intertextualidade explícita e intertextualidade implícita Introdução
A intertextualidade pode ser caracterizada como explícita ou É a apresentação direta e objetiva da ideia central do texto. A
implícita, de acordo com a relação estabelecida com o texto fonte, introdução é caracterizada por ser o parágrafo inicial.
ou seja, se mais direta ou se mais subentendida.
Desenvolvimento
A intertextualidade explícita: Quando tratamos de estrutura, é a maior parte do texto. O
– é facilmente identificada pelos leitores; desenvolvimento estabelece uma conexão entre a introdução e a
– estabelece uma relação direta com o texto fonte; conclusão, pois é nesta parte que as ideias, argumentos e posicio-
– apresenta elementos que identificam o texto fonte; namento do autor vão sendo formados e desenvolvidos com a fina-
– não exige que haja dedução por parte do leitor; lidade de dirigir a atenção do leitor para a conclusão.
– apenas apela à compreensão do conteúdos. Em um bom desenvolvimento as ideias devem ser claras e ap-
tas a fazer com que o leitor anteceda qual será a conclusão.
A intertextualidade implícita:
– não é facilmente identificada pelos leitores; São três principais erros que podem ser cometidos na elabora-
– não estabelece uma relação direta com o texto fonte; ção do desenvolvimento:
– não apresenta elementos que identificam o texto fonte; - Distanciar-se do texto em relação ao tema inicial.
– exige que haja dedução, inferência, atenção e análise por - Focar em apenas um tópico do tema e esquecer dos outros.
parte dos leitores; - Falar sobre muitas informações e não conseguir organizá-las,
– exige que os leitores recorram a conhecimentos prévios para dificultando a linha de compreensão do leitor.
a compreensão do conteúdo.
Conclusão
PONTO DE VISTA Ponto final de todas as argumentações discorridas no desen-
O modo como o autor narra suas histórias provoca diferentes volvimento, ou seja, o encerramento do texto e dos questionamen-
sentidos ao leitor em relação à uma obra. Existem três pontos tos levantados pelo autor.
de vista diferentes. É considerado o elemento da narração que Ao fazermos a conclusão devemos evitar expressões como:
compreende a perspectiva através da qual se conta a história. “Concluindo...”, “Em conclusão, ...”, “Como já dissemos antes...”.
Trata-se da posição da qual o narrador articula a narrativa. Apesar
de existir diferentes possibilidades de Ponto de Vista em uma Parágrafo
narrativa, considera-se dois pontos de vista como fundamentais: O Se caracteriza como um pequeno recuo em relação à margem
narrador-observador e o narrador-personagem. esquerda da folha. Conceitualmente, o parágrafo completo deve
conter introdução, desenvolvimento e conclusão.
Primeira pessoa - Introdução – apresentação da ideia principal, feita de maneira
Um personagem narra a história a partir de seu próprio ponto sintética de acordo com os objetivos do autor.
de vista, ou seja, o escritor usa a primeira pessoa. Nesse caso, lemos - Desenvolvimento – ampliação do tópico frasal (introdução),
o livro com a sensação de termos a visão do personagem podendo atribuído pelas ideias secundárias, a fim de reforçar e dar credibili-
também saber quais são seus pensamentos, o que causa uma dade na discussão.
leitura mais íntima. Da mesma maneira que acontece nas nossas - Conclusão – retomada da ideia central ligada aos pressupos-
vidas, existem algumas coisas das quais não temos conhecimento e tos citados no desenvolvimento, procurando arrematá-los.
só descobrimos ao decorrer da história.
Exemplo de um parágrafo bem estruturado (com introdução,
Segunda pessoa desenvolvimento e conclusão):
O autor costuma falar diretamente com o leitor, como um
diálogo. Trata-se de um caso mais raro e faz com que o leitor se “Nesse contexto, é um grave erro a liberação da maconha.
sinta quase como outro personagem que participa da história. Provocará de imediato violenta elevação do consumo. O Estado
perderá o precário controle que ainda exerce sobre as drogas psico-
Terceira pessoa trópicas e nossas instituições de recuperação de viciados não terão
Coloca o leitor numa posição externa, como se apenas estrutura suficiente para atender à demanda. Enfim, viveremos o
observasse a ação acontecer. Os diálogos não são como na narrativa caos. ”
em primeira pessoa, já que nesse caso o autor relata as frases como (Alberto Corazza, Isto É, com adaptações)
alguém que estivesse apenas contando o que cada personagem
disse. Elemento relacionador: Nesse contexto.
Sendo assim, o autor deve definir se sua narrativa será Tópico frasal: é um grave erro a liberação da maconha.
transmitida ao leitor por um ou vários personagens. Se a história Desenvolvimento: Provocará de imediato violenta elevação do
é contada por mais de um ser fictício, a transição do ponto de consumo. O Estado perderá o precário controle que ainda exerce
vista de um para outro deve ser bem clara, para que quem estiver sobre as drogas psicotrópicas e nossas instituições de recuperação
acompanhando a leitura não fique confuso. de viciados não terão estrutura suficiente para atender à demanda.
Conclusão: Enfim, viveremos o caos.
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO TEXTO E DOS
PARÁGRAFOS
São três os elementos essenciais para a composição de um tex-
to: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Vamos estudar
cada uma de forma isolada a seguir:

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LÍNGUA PORTUGUESA
Coerência e a coesão
A coerência e a coesão são essenciais na escrita e na interpretação de textos. Ambos se referem à relação adequada entre os compo-
nentes do texto, de modo que são independentes entre si. Isso quer dizer que um texto pode estar coeso, porém incoerente, e vice-versa.
Enquanto a coesão tem foco nas questões gramaticais, ou seja, ligação entre palavras, frases e parágrafos, a coerência diz respeito ao
conteúdo, isto é, uma sequência lógica entre as ideias.

Coesão
A coesão textual ocorre, normalmente, por meio do uso de conectivos (preposições, conjunções, advérbios). Ela pode ser obtida a
partir da anáfora (retoma um componente) e da catáfora (antecipa um componente).
Confira, então, as principais regras que garantem a coesão textual:

REGRA CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS


Pessoal (uso de pronomes pessoais ou possessivos) – anafórica João e Maria são crianças. Eles são irmãos.
Demonstrativa (uso de pronomes demonstrativos e advérbios) Fiz todas as tarefas, exceto esta: colonização
REFERÊNCIA
– catafórica africana.
Comparativa (uso de comparações por semelhanças) Mais um ano igual aos outros...
Maria está triste. A menina está cansada de
SUBSTITUIÇÃO Substituição de um termo por outro, para evitar repetição
ficar em casa.
No quarto, apenas quatro ou cinco convidados.
ELIPSE Omissão de um termo
(omissão do verbo “haver”)
Eu queria ir ao cinema, mas estamos de
CONJUNÇÃO Conexão entre duas orações, estabelecendo relação entre elas
quarentena.
Utilização de sinônimos, hiperônimos, nomes genéricos ou
A minha casa é clara. Os quartos, a sala e a
COESÃO LEXICAL palavras que possuem sentido aproximado e pertencente a um
cozinha têm janelas grandes.
mesmo grupo lexical.

Coerência
Nesse caso, é importante conferir se a mensagem e a conexão de ideias fazem sentido, e seguem uma linha clara de raciocínio.
Existem alguns conceitos básicos que ajudam a garantir a coerência. Veja quais são os principais princípios para um texto coerente:
• Princípio da não contradição: não deve haver ideias contraditórias em diferentes partes do texto.
• Princípio da não tautologia: a ideia não deve estar redundante, ainda que seja expressa com palavras diferentes.
• Princípio da relevância: as ideias devem se relacionar entre si, não sendo fragmentadas nem sem propósito para a argumentação.
• Princípio da continuidade temática: é preciso que o assunto tenha um seguimento em relação ao assunto tratado.
• Princípio da progressão semântica: inserir informações novas, que sejam ordenadas de maneira adequada em relação à progressão
de ideias.

Para atender a todos os princípios, alguns fatores são recomendáveis para garantir a coerência textual, como amplo conhecimento
de mundo, isto é, a bagagem de informações que adquirimos ao longo da vida; inferências acerca do conhecimento de mundo do leitor;
e informatividade, ou seja, conhecimentos ricos, interessantes e pouco previsíveis.

ORTOGRAFIA OFICIAL

A ortografia oficial diz respeito às regras gramaticais referentes à escrita correta das palavras. Para melhor entendê-las, é preciso ana-
lisar caso a caso. Lembre-se de que a melhor maneira de memorizar a ortografia correta de uma língua é por meio da leitura, que também
faz aumentar o vocabulário do leitor.
Neste capítulo serão abordadas regras para dúvidas frequentes entre os falantes do português. No entanto, é importante ressaltar que
existem inúmeras exceções para essas regras, portanto, fique atento!

Alfabeto
O primeiro passo para compreender a ortografia oficial é conhecer o alfabeto (os sinais gráficos e seus sons). No português, o alfabeto
se constitui 26 letras, divididas entre vogais (a, e, i, o, u) e consoantes (restante das letras).
Com o Novo Acordo Ortográfico, as consoantes K, W e Y foram reintroduzidas ao alfabeto oficial da língua portuguesa, de modo que
elas são usadas apenas em duas ocorrências: transcrição de nomes próprios e abreviaturas e símbolos de uso internacional.

Uso do “X”
Algumas dicas são relevantes para saber o momento de usar o X no lugar do CH:
• Depois das sílabas iniciais “me” e “en” (ex: mexerica; enxergar)
• Depois de ditongos (ex: caixa)
• Palavras de origem indígena ou africana (ex: abacaxi; orixá)

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LÍNGUA PORTUGUESA
Uso do “S” ou “Z”
Algumas regras do uso do “S” com som de “Z” podem ser observadas:
• Depois de ditongos (ex: coisa)
• Em palavras derivadas cuja palavra primitiva já se usa o “S” (ex: casa > casinha)
• Nos sufixos “ês” e “esa”, ao indicarem nacionalidade, título ou origem. (ex: portuguesa)
• Nos sufixos formadores de adjetivos “ense”, “oso” e “osa” (ex: populoso)

Uso do “S”, “SS”, “Ç”


• “S” costuma aparecer entre uma vogal e uma consoante (ex: diversão)
• “SS” costuma aparecer entre duas vogais (ex: processo)
• “Ç” costuma aparecer em palavras estrangeiras que passaram pelo processo de aportuguesamento (ex: muçarela)

Os diferentes porquês

POR QUE Usado para fazer perguntas. Pode ser substituído por “por qual motivo”
PORQUE Usado em respostas e explicações. Pode ser substituído por “pois”
O “que” é acentuado quando aparece como a última palavra da frase, antes da pontuação final (interrogação, exclamação,
POR QUÊ
ponto final)
PORQUÊ É um substantivo, portanto costuma vir acompanhado de um artigo, numeral, adjetivo ou pronome

Parônimos e homônimos
As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pronúncia semelhantes, porém com significados distintos.
Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfego (trânsito) X tráfico (comércio ilegal).
Já as palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo
“rir”) X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta).

CLASSE E EMPREGO DE PALAVRAS. COLOCAÇÃO DOS PRONOMES OBLÍQUOS ÁTONOS (PRÓCLISE, MESÓCLISE E
ÊNCLISE)

Classes de Palavras
Para entender sobre a estrutura das funções sintáticas, é preciso conhecer as classes de palavras, também conhecidas por classes
morfológicas. A gramática tradicional pressupõe 10 classes gramaticais de palavras, sendo elas: adjetivo, advérbio, artigo, conjunção, in-
terjeição, numeral, pronome, preposição, substantivo e verbo.
Veja, a seguir, as características principais de cada uma delas.

CLASSE CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS


Menina inteligente...
Expressar características, qualidades ou estado dos seres Roupa azul-marinho...
ADJETIVO
Sofre variação em número, gênero e grau Brincadeira de criança...
Povo brasileiro...
A ajuda chegou tarde.
Indica circunstância em que ocorre o fato verbal
ADVÉRBIO A mulher trabalha muito.
Não sofre variação
Ele dirigia mal.
Determina os substantivos (de modo definido ou indefinido) A galinha botou um ovo.
ARTIGO
Varia em gênero e número Uma menina deixou a mochila no ônibus.
Liga ideias e sentenças (conhecida também como conectivos) Não gosto de refrigerante nem de pizza.
CONJUNÇÃO
Não sofre variação Eu vou para a praia ou para a cachoeira?
Exprime reações emotivas e sentimentos Ah! Que calor...
INTERJEIÇÃO
Não sofre variação Escapei por pouco, ufa!
Atribui quantidade e indica posição em alguma sequência Gostei muito do primeiro dia de aula.
NUMERAL
Varia em gênero e número Três é a metade de seis.
Posso ajudar, senhora?
Acompanha, substitui ou faz referência ao substantivo Ela me ajudou muito com o meu trabalho.
PRONOME
Varia em gênero e número Esta é a casa onde eu moro.
Que dia é hoje?
Relaciona dois termos de uma mesma oração Espero por você essa noite.
PREPOSIÇÃO
Não sofre variação Lucas gosta de tocar violão.

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LÍNGUA PORTUGUESA

SUBSTANTI- Nomeia objetos, pessoas, animais, alimentos, lugares etc. A menina jogou sua boneca no rio.
VO Flexionam em gênero, número e grau. A matilha tinha muita coragem.
Indica ação, estado ou fenômenos da natureza Ana se exercita pela manhã.
Sofre variação de acordo com suas flexões de modo, tempo, número, Todos parecem meio bobos.
VERBO
pessoa e voz. Chove muito em Manaus.
Verbos não significativos são chamados verbos de ligação A cidade é muito bonita quando vista do alto.

Substantivo
Tipos de substantivos
Os substantivos podem ter diferentes classificações, de acordo com os conceitos apresentados abaixo:
• Comum: usado para nomear seres e objetos generalizados. Ex: mulher; gato; cidade...
• Próprio: geralmente escrito com letra maiúscula, serve para especificar e particularizar. Ex: Maria; Garfield; Belo Horizonte...
• Coletivo: é um nome no singular que expressa ideia de plural, para designar grupos e conjuntos de seres ou objetos de uma mesma
espécie. Ex: matilha; enxame; cardume...
• Concreto: nomeia algo que existe de modo independente de outro ser (objetos, pessoas, animais, lugares etc.). Ex: menina; cachor-
ro; praça...
• Abstrato: depende de um ser concreto para existir, designando sentimentos, estados, qualidades, ações etc. Ex: saudade; sede;
imaginação...
• Primitivo: substantivo que dá origem a outras palavras. Ex: livro; água; noite...
• Derivado: formado a partir de outra(s) palavra(s). Ex: pedreiro; livraria; noturno...
• Simples: nomes formados por apenas uma palavra (um radical). Ex: casa; pessoa; cheiro...
• Composto: nomes formados por mais de uma palavra (mais de um radical). Ex: passatempo; guarda-roupa; girassol...

Flexão de gênero
Na língua portuguesa, todo substantivo é flexionado em um dos dois gêneros possíveis: feminino e masculino.
O substantivo biforme é aquele que flexiona entre masculino e feminino, mudando a desinência de gênero, isto é, geralmente o final
da palavra sendo -o ou -a, respectivamente (Ex: menino / menina). Há, ainda, os que se diferenciam por meio da pronúncia / acentuação
(Ex: avô / avó), e aqueles em que há ausência ou presença de desinência (Ex: irmão / irmã; cantor / cantora).
O substantivo uniforme é aquele que possui apenas uma forma, independente do gênero, podendo ser diferenciados quanto ao gêne-
ro a partir da flexão de gênero no artigo ou adjetivo que o acompanha (Ex: a cadeira / o poste). Pode ser classificado em epiceno (refere-se
aos animais), sobrecomum (refere-se a pessoas) e comum de dois gêneros (identificado por meio do artigo).
É preciso ficar atento à mudança semântica que ocorre com alguns substantivos quando usados no masculino ou no feminino, trazen-
do alguma especificidade em relação a ele. No exemplo o fruto X a fruta temos significados diferentes: o primeiro diz respeito ao órgão
que protege a semente dos alimentos, enquanto o segundo é o termo popular para um tipo específico de fruto.

Flexão de número
No português, é possível que o substantivo esteja no singular, usado para designar apenas uma única coisa, pessoa, lugar (Ex: bola;
escada; casa) ou no plural, usado para designar maiores quantidades (Ex: bolas; escadas; casas) — sendo este último representado, geral-
mente, com o acréscimo da letra S ao final da palavra.
Há, também, casos em que o substantivo não se altera, de modo que o plural ou singular devem estar marcados a partir do contexto,
pelo uso do artigo adequado (Ex: o lápis / os lápis).

Variação de grau
Usada para marcar diferença na grandeza de um determinado substantivo, a variação de grau pode ser classificada em aumentativo
e diminutivo.
Quando acompanhados de um substantivo que indica grandeza ou pequenez, é considerado analítico (Ex: menino grande / menino
pequeno).
Quando acrescentados sufixos indicadores de aumento ou diminuição, é considerado sintético (Ex: meninão / menininho).

Novo Acordo Ortográfico


De acordo com o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, as letras maiúsculas devem ser usadas em nomes próprios de
pessoas, lugares (cidades, estados, países, rios), animais, acidentes geográficos, instituições, entidades, nomes astronômicos, de festas e
festividades, em títulos de periódicos e em siglas, símbolos ou abreviaturas.
Já as letras minúsculas podem ser usadas em dias de semana, meses, estações do ano e em pontos cardeais.
Existem, ainda, casos em que o uso de maiúscula ou minúscula é facultativo, como em título de livros, nomes de áreas do saber,
disciplinas e matérias, palavras ligadas a alguma religião e em palavras de categorização.

Adjetivo
Os adjetivos podem ser simples (vermelho) ou compostos (mal-educado); primitivos (alegre) ou derivados (tristonho). Eles podem
flexionar entre o feminino (estudiosa) e o masculino (engraçado), e o singular (bonito) e o plural (bonitos).

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LÍNGUA PORTUGUESA
Há, também, os adjetivos pátrios ou gentílicos, sendo aqueles que indicam o local de origem de uma pessoa, ou seja, sua nacionali-
dade (brasileiro; mineiro).
É possível, ainda, que existam locuções adjetivas, isto é, conjunto de duas ou mais palavras usadas para caracterizar o substantivo. São
formadas, em sua maioria, pela preposição DE + substantivo:
• de criança = infantil
• de mãe = maternal
• de cabelo = capilar

Variação de grau
Os adjetivos podem se encontrar em grau normal (sem ênfases), ou com intensidade, classificando-se entre comparativo e superlativo.
• Normal: A Bruna é inteligente.
• Comparativo de superioridade: A Bruna é mais inteligente que o Lucas.
• Comparativo de inferioridade: O Gustavo é menos inteligente que a Bruna.
• Comparativo de igualdade: A Bruna é tão inteligente quanto a Maria.
• Superlativo relativo de superioridade: A Bruna é a mais inteligente da turma.
• Superlativo relativo de inferioridade: O Gustavo é o menos inteligente da turma.
• Superlativo absoluto analítico: A Bruna é muito inteligente.
• Superlativo absoluto sintético: A Bruna é inteligentíssima.

Adjetivos de relação
São chamados adjetivos de relação aqueles que não podem sofrer variação de grau, uma vez que possui valor semântico objetivo, isto
é, não depende de uma impressão pessoal (subjetiva). Além disso, eles aparecem após o substantivo, sendo formados por sufixação de um
substantivo (Ex: vinho do Chile = vinho chileno).

Advérbio
Os advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. Eles se classificam de acordo com a tabela
abaixo:

CLASSIFICAÇÃO ADVÉRBIOS LOCUÇÕES ADVERBIAIS


DE MODO bem; mal; assim; melhor; depressa ao contrário; em detalhes
ontem; sempre; afinal; já; agora; doravante; primei- logo mais; em breve; mais tarde, nunca mais, de
DE TEMPO
ramente noite
DE LUGAR aqui; acima; embaixo; longe; fora; embaixo; ali Ao redor de; em frente a; à esquerda; por perto
DE INTENSIDADE muito; tão; demasiado; imenso; tanto; nada em excesso; de todos; muito menos
DE AFIRMAÇÃO sim, indubitavelmente; certo; decerto; deveras com certeza; de fato; sem dúvidas
DE NEGAÇÃO não; nunca; jamais; tampouco; nem nunca mais; de modo algum; de jeito nenhum
DE DÚVIDA Possivelmente; acaso; será; talvez; quiçá Quem sabe

Advérbios interrogativos
São os advérbios ou locuções adverbiais utilizadas para introduzir perguntas, podendo expressar circunstâncias de:
• Lugar: onde, aonde, de onde
• Tempo: quando
• Modo: como
• Causa: por que, por quê

Grau do advérbio
Os advérbios podem ser comparativos ou superlativos.
• Comparativo de igualdade: tão/tanto + advérbio + quanto
• Comparativo de superioridade: mais + advérbio + (do) que
• Comparativo de inferioridade: menos + advérbio + (do) que
• Superlativo analítico: muito cedo
• Superlativo sintético: cedíssimo

Curiosidades
Na linguagem coloquial, algumas variações do superlativo são aceitas, como o diminutivo (cedinho), o aumentativo (cedão) e o uso
de alguns prefixos (supercedo).
Existem advérbios que exprimem ideia de exclusão (somente; salvo; exclusivamente; apenas), inclusão (também; ainda; mesmo) e
ordem (ultimamente; depois; primeiramente).

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LÍNGUA PORTUGUESA
Alguns advérbios, além de algumas preposições, aparecem Os tempos verbais compostos são formados por um verbo
sendo usados como uma palavra denotativa, acrescentando um auxiliar e um verbo principal, de modo que o verbo auxiliar sofre
sentido próprio ao enunciado, podendo ser elas de inclusão (até, flexão em tempo e pessoa, e o verbo principal permanece no parti-
mesmo, inclusive); de exclusão (apenas, senão, salvo); de designa- cípio. Os verbos auxiliares mais utilizados são “ter” e “haver”.
ção (eis); de realce (cá, lá, só, é que); de retificação (aliás, ou me- • Tempos compostos do modo indicativo: pretérito perfeito,
lhor, isto é) e de situação (afinal, agora, então, e aí). pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente, futuro do preté-
rito.
Pronomes • Tempos compostos do modo subjuntivo: pretérito perfeito,
Os pronomes são palavras que fazem referência aos nomes, pretérito mais-que-perfeito, futuro.
isto é, aos substantivos. Assim, dependendo de sua função no As formas nominais do verbo são o infinitivo (dar, fazerem,
enunciado, ele pode ser classificado da seguinte maneira: aprender), o particípio (dado, feito, aprendido) e o gerúndio (dando,
• Pronomes pessoais: indicam as 3 pessoas do discurso, e po- fazendo, aprendendo). Eles podem ter função de verbo ou função
dem ser retos (eu, tu, ele...) ou oblíquos (mim, me, te, nos, si...). de nome, atuando como substantivo (infinitivo), adjetivo (particí-
• Pronomes possessivos: indicam posse (meu, minha, sua, teu, pio) ou advérbio (gerúndio).
nossos...)
• Pronomes demonstrativos: indicam localização de seres no Tipos de verbos
tempo ou no espaço. (este, isso, essa, aquela, aquilo...) Os verbos se classificam de acordo com a sua flexão verbal.
• Pronomes interrogativos: auxiliam na formação de questio- Desse modo, os verbos se dividem em:
namentos (qual, quem, onde, quando, que, quantas...) Regulares: possuem regras fixas para a flexão (cantar, amar,
• Pronomes relativos: retomam o substantivo, substituindo-o vender, abrir...)
na oração seguinte (que, quem, onde, cujo, o qual...) • Irregulares: possuem alterações nos radicais e nas termina-
• Pronomes indefinidos: substituem o substantivo de maneira ções quando conjugados (medir, fazer, poder, haver...)
imprecisa (alguma, nenhum, certa, vários, qualquer...) • Anômalos: possuem diferentes radicais quando conjugados
• Pronomes de tratamento: empregados, geralmente, em situ- (ser, ir...)
ações formais (senhor, Vossa Majestade, Vossa Excelência, você...) • Defectivos: não são conjugados em todas as pessoas verbais
(falir, banir, colorir, adequar...)
Colocação pronominal • Impessoais: não apresentam sujeitos, sendo conjugados sem-
Diz respeito ao conjunto de regras que indicam a posição do pre na 3ª pessoa do singular (chover, nevar, escurecer, anoitecer...)
pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe, lhes, o, a, os, as, lo, • Unipessoais: apesar de apresentarem sujeitos, são sempre
la, no, na...) em relação ao verbo, podendo haver próclise (antes do conjugados na 3ª pessoa do singular ou do plural (latir, miar, custar,
verbo), ênclise (depois do verbo) ou mesóclise (no meio do verbo). acontecer...)
Veja, então, quais as principais situações para cada um deles: • Abundantes: possuem duas formas no particípio, uma regular
• Próclise: expressões negativas; conjunções subordinativas; e outra irregular (aceitar = aceito, aceitado)
advérbios sem vírgula; pronomes indefinidos, relativos ou demons- • Pronominais: verbos conjugados com pronomes oblíquos
trativos; frases exclamativas ou que exprimem desejo; verbos no átonos, indicando ação reflexiva (suicidar-se, queixar-se, sentar-se,
gerúndio antecedidos por “em”. pentear-se...)
Nada me faria mais feliz. • Auxiliares: usados em tempos compostos ou em locuções
verbais (ser, estar, ter, haver, ir...)
• Ênclise: verbo no imperativo afirmativo; verbo no início da • Principais: transmitem totalidade da ação verbal por si pró-
frase (não estando no futuro e nem no pretérito); verbo no gerún- prios (comer, dançar, nascer, morrer, sorrir...)
dio não acompanhado por “em”; verbo no infinitivo pessoal. • De ligação: indicam um estado, ligando uma característica ao
Inscreveu-se no concurso para tentar realizar um sonho. sujeito (ser, estar, parecer, ficar, continuar...)

• Mesóclise: verbo no futuro iniciando uma oração. Vozes verbais


Orgulhar-me-ei de meus alunos. As vozes verbais indicam se o sujeito pratica ou recebe a ação,
podendo ser três tipos diferentes:
DICA: o pronome não deve aparecer no início de frases ou ora- • Voz ativa: sujeito é o agente da ação (Vi o pássaro)
ções, nem após ponto-e-vírgula. • Voz passiva: sujeito sofre a ação (O pássaro foi visto)
• Voz reflexiva: sujeito pratica e sofre a ação (Vi-me no reflexo
Verbos do lago)
Os verbos podem ser flexionados em três tempos: pretérito
(passado), presente e futuro, de maneira que o pretérito e o futuro Ao passar um discurso para a voz passiva, é comum utilizar a
possuem subdivisões. partícula apassivadora “se”, fazendo com o que o pronome seja
Eles também se dividem em três flexões de modo: indicativo equivalente ao verbo “ser”.
(certeza sobre o que é passado), subjuntivo (incerteza sobre o que é
passado) e imperativo (expressar ordem, pedido, comando). Conjugação de verbos
• Tempos simples do modo indicativo: presente, pretérito per- Os tempos verbais são primitivos quando não derivam de ou-
feito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do tros tempos da língua portuguesa. Já os tempos verbais derivados
presente, futuro do pretérito. são aqueles que se originam a partir de verbos primitivos, de modo
• Tempos simples do modo subjuntivo: presente, pretérito im- que suas conjugações seguem o mesmo padrão do verbo de ori-
perfeito, futuro. gem.

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• 1ª conjugação: verbos terminados em “-ar” (aproveitar, imaginar, jogar...)
• 2ª conjugação: verbos terminados em “-er” (beber, correr, erguer...)
• 3ª conjugação: verbos terminados em “-ir” (dormir, agir, ouvir...)

Confira os exemplos de conjugação apresentados abaixo:

Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-lutar

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LÍNGUA PORTUGUESA

Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-impor

Preposições
As preposições são palavras invariáveis que servem para ligar dois termos da oração numa relação subordinada, e são divididas entre
essenciais (só funcionam como preposição) e acidentais (palavras de outras classes gramaticais que passam a funcionar como preposição
em determinadas sentenças).
Preposições essenciais: a, ante, após, de, com, em, contra, para, per, perante, por, até, desde, sobre, sobre, trás, sob, sem, entre.
Preposições acidentais: afora, como, conforme, consoante, durante, exceto, mediante, menos, salvo, segundo, visto etc.
Locuções prepositivas: abaixo de, afim de, além de, à custa de, defronte a, a par de, perto de, por causa de, em que pese a etc.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Ao conectar os termos das orações, as preposições estabele-
cem uma relação semântica entre eles, podendo passar ideia de: EMPREGO DO ACENTO INDICATIVO DE CRASE
• Causa: Morreu de câncer.
• Distância: Retorno a 3 quilômetros. Crase é o nome dado à contração de duas letras “A” em uma
• Finalidade: A filha retornou para o enterro. só: preposição “a” + artigo “a” em palavras femininas. Ela é de-
• Instrumento: Ele cortou a foto com uma tesoura. marcada com o uso do acento grave (à), de modo que crase não
• Modo: Os rebeldes eram colocados em fila. é considerada um acento em si, mas sim o fenômeno dessa fusão.
• Lugar: O vírus veio de Portugal. Veja, abaixo, as principais situações em que será correto o em-
• Companhia: Ela saiu com a amiga. prego da crase:
• Posse: O carro de Maria é novo. • Palavras femininas: Peça o material emprestado àquela alu-
• Meio: Viajou de trem. na.
• Indicação de horas, em casos de horas definidas e especifica-
Combinações e contrações das: Chegaremos em Belo Horizonte às 7 horas.
Algumas preposições podem aparecer combinadas a outras pa- • Locuções prepositivas: A aluna foi aprovada à custa de muito
lavras de duas maneiras: sem haver perda fonética (combinação) e estresse.
havendo perda fonética (contração). • Locuções conjuntivas: À medida que crescemos vamos dei-
• Combinação: ao, aos, aonde xando de lado a capacidade de imaginar.
• Contração: de, dum, desta, neste, nisso • Locuções adverbiais de tempo, modo e lugar: Vire na próxima
à esquerda.
Conjunção
As conjunções se subdividem de acordo com a relação estabe- Veja, agora, as principais situações em que não se aplica a cra-
lecida entre as ideias e as orações. Por ter esse papel importante se:
de conexão, é uma classe de palavras que merece destaque, pois • Palavras masculinas: Ela prefere passear a pé.
reconhecer o sentido de cada conjunção ajuda na compreensão e • Palavras repetidas (mesmo quando no feminino): Melhor ter-
interpretação de textos, além de ser um grande diferencial no mo- mos uma reunião frente a frente.
mento de redigir um texto. • Antes de verbo: Gostaria de aprender a pintar.
Elas se dividem em duas opções: conjunções coordenativas e • Expressões que sugerem distância ou futuro: A médica vai te
conjunções subordinativas. atender daqui a pouco.
• Dia de semana (a menos que seja um dia definido): De terça
Conjunções coordenativas a sexta. / Fecharemos às segundas-feiras.
As orações coordenadas não apresentam dependência sintáti- • Antes de numeral (exceto horas definidas): A casa da vizinha
ca entre si, servindo também para ligar termos que têm a mesma fica a 50 metros da esquina.
função gramatical. As conjunções coordenativas se subdividem em
cinco grupos: Há, ainda, situações em que o uso da crase é facultativo
• Aditivas: e, nem, bem como. • Pronomes possessivos femininos: Dei um picolé a minha filha.
• Adversativas: mas, porém, contudo. / Dei um picolé à minha filha.
• Alternativas: ou, ora…ora, quer…quer. • Depois da palavra “até”: Levei minha avó até a feira. / Levei
• Conclusivas: logo, portanto, assim. minha avó até à feira.
• Explicativas: que, porque, porquanto. • Nomes próprios femininos (desde que não seja especificado):
Enviei o convite a Ana. / Enviei o convite à Ana. / Enviei o convite à
Conjunções subordinativas Ana da faculdade.
As orações subordinadas são aquelas em que há uma relação DICA: Como a crase só ocorre em palavras no feminino, em
de dependência entre a oração principal e a oração subordinada. caso de dúvida, basta substituir por uma palavra equivalente no
Desse modo, a conexão entre elas (bem como o efeito de sentido) masculino. Se aparecer “ao”, deve-se usar a crase: Amanhã iremos
se dá pelo uso da conjunção subordinada adequada. à escola / Amanhã iremos ao colégio.
Elas podem se classificar de dez maneiras diferentes:
• Integrantes: usadas para introduzir as orações subordinadas
substantivas, definidas pelas palavras que e se. SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
• Causais: porque, que, como.
• Concessivas: embora, ainda que, se bem que. A sintaxe estuda o conjunto das relações que as palavras esta-
• Condicionais: e, caso, desde que. belecem entre si. Dessa maneira, é preciso ficar atento aos enuncia-
• Conformativas: conforme, segundo, consoante. dos e suas unidades: frase, oração e período.
• Comparativas: como, tal como, assim como. Frase é qualquer palavra ou conjunto de palavras ordenadas
• Consecutivas: de forma que, de modo que, de sorte que. que apresenta sentido completo em um contexto de comunicação
• Finais: a fim de que, para que. e interação verbal. A frase nominal é aquela que não contém verbo.
• Proporcionais: à medida que, ao passo que, à proporção que. Já a frase verbal apresenta um ou mais verbos (locução verbal).
• Temporais: quando, enquanto, agora. Oração é um enunciado organizado em torno de um único ver-
bo ou locução verbal, de modo que estes passam a ser o núcleo
da oração. Assim, o predicativo é obrigatório, enquanto o sujeito é
opcional.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Período é uma unidade sintática, de modo que seu enunciado é organizado por uma oração (período simples) ou mais orações (perí-
odo composto). Eles são iniciados com letras maiúsculas e finalizados com a pontuação adequada.

Análise sintática
A análise sintática serve para estudar a estrutura de um período e de suas orações. Os termos da oração se dividem entre:
• Essenciais (ou fundamentais): sujeito e predicado
• Integrantes: completam o sentido (complementos verbais e nominais, agentes da passiva)
• Acessórios: função secundária (adjuntos adnominais e adverbiais, apostos)

Termos essenciais da oração


Os termos essenciais da oração são o sujeito e o predicado. O sujeito é aquele sobre quem diz o resto da oração, enquanto o predicado
é a parte que dá alguma informação sobre o sujeito, logo, onde o verbo está presente.

O sujeito é classificado em determinado (facilmente identificável, podendo ser simples, composto ou implícito) e indeterminado,
podendo, ainda, haver a oração sem sujeito (a mensagem se concentra no verbo impessoal):
Lúcio dormiu cedo.
Aluga-se casa para réveillon.
Choveu bastante em janeiro.

Quando o sujeito aparece no início da oração, dá-se o nome de sujeito direto. Se aparecer depois do predicado, é o caso de sujeito
inverso. Há, ainda, a possibilidade de o sujeito aparecer no meio da oração:
Lívia se esqueceu da reunião pela manhã.
Esqueceu-se da reunião pela manhã, Lívia.
Da reunião pela manhã, Lívia se esqueceu.

Os predicados se classificam em: predicado verbal (núcleo do predicado é um verbo que indica ação, podendo ser transitivo, intran-
sitivo ou de ligação); predicado nominal (núcleo da oração é um nome, isto é, substantivo ou adjetivo); predicado verbo-nominal (apre-
senta um predicativo do sujeito, além de uma ação mais uma qualidade sua)
As crianças brincaram no salão de festas.
Mariana é inteligente.
Os jogadores venceram a partida. Por isso, estavam felizes.

Termos integrantes da oração


Os complementos verbais são classificados em objetos diretos (não preposicionados) e objetos indiretos (preposicionado).
A menina que possui bolsa vermelha me cumprimentou.
O cão precisa de carinho.

Os complementos nominais podem ser substantivos, adjetivos ou advérbios.


A mãe estava orgulhosa de seus filhos.
Carlos tem inveja de Eduardo.
Bárbara caminhou vagarosamente pelo bosque.

Os agentes da passiva são os termos que tem a função de praticar a ação expressa pelo verbo, quando este se encontra na voz passiva.
Costumam estar acompanhados pelas preposições “por” e “de”.
Os filhos foram motivo de orgulho da mãe.
Eduardo foi alvo de inveja de Carlos.
O bosque foi caminhado vagarosamente por Bárbara.

Termos acessórios da oração


Os termos acessórios não são necessários para dar sentido à oração, funcionando como complementação da informação. Desse
modo, eles têm a função de caracterizar o sujeito, de determinar o substantivo ou de exprimir circunstância, podendo ser adjunto adver-
bial (modificam o verbo, adjetivo ou advérbio), adjunto adnominal (especifica o substantivo, com função de adjetivo) e aposto (caracteriza
o sujeito, especificando-o).
Os irmãos brigam muito.
A brilhante aluna apresentou uma bela pesquisa à banca.
Pelé, o rei do futebol, começou sua carreira no Santos.

Tipos de Orações
Levando em consideração o que foi aprendido anteriormente sobre oração, vamos aprender sobre os dois tipos de oração que existem
na língua portuguesa: oração coordenada e oração subordinada.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Orações coordenadas
São aquelas que não dependem sintaticamente uma da outra, ligando-se apenas pelo sentido. Elas aparecem quando há um período
composto, sendo conectadas por meio do uso de conjunções (sindéticas), ou por meio da vírgula (assindéticas).
No caso das orações coordenadas sindéticas, a classificação depende do sentido entre as orações, representado por um grupo de
conjunções adequadas:

CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICAS CONJUNÇÕES


ADITIVAS Adição da ideia apresentada na oração anterior e, nem, também, bem como, não só, tanto...
Oposição à ideia apresentada na oração anterior (inicia
ADVERSATIVAS mas, porém, todavia, entretanto, contudo...
com vírgula)
Opção / alternância em relação à ideia apresentada na
ALTERNATIVAS ou, já, ora, quer, seja...
oração anterior
CONCLUSIVAS Conclusão da ideia apresentada na oração anterior logo, pois, portanto, assim, por isso, com isso...
EXPLICATIVAS Explicação da ideia apresentada na oração anterior que, porque, porquanto, pois, ou seja...

Orações subordinadas
São aquelas que dependem sintaticamente em relação à oração principal. Elas aparecem quando o período é composto por duas ou
mais orações.
A classificação das orações subordinadas se dá por meio de sua função: orações subordinadas substantivas, quando fazem o papel
de substantivo da oração; orações subordinadas adjetivas, quando modificam o substantivo, exercendo a função do adjetivo; orações
subordinadas adverbiais, quando modificam o advérbio.
Cada uma dessas sofre uma segunda classificação, como pode ser observado nos quadros abaixo.

SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS FUNÇÃO EXEMPLOS


APOSITIVA aposto Esse era meu receio: que ela não discursasse outra vez.
COMPLETIVA NOMINAL complemento nominal Tenho medo de que ela não discurse novamente.
OBJETIVA DIRETA objeto direto Ele me perguntou se ela discursaria outra vez.
OBJETIVA INDIRETA objeto indireto Necessito de que você discurse de novo.
PREDICATIVA predicativo Meu medo é que ela não discurse novamente.
SUBJETIVA sujeito É possível que ela discurse outra vez.

SUBORDINADAS
CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS
ADJETIVAS
Esclarece algum detalhe, adicionando uma informação. O candidato, que é do partido socialista, está
EXPLICATIVAS
Aparece sempre separado por vírgulas. sendo atacado.
Restringe e define o sujeito a que se refere.
As pessoas que são racistas precisam rever seus
RESTRITIVAS Não deve ser retirado sem alterar o sentido.
valores.
Não pode ser separado por vírgula.
Introduzidas por conjunções, pronomes e locuções conjun-
Ele foi o primeiro presidente que se preocupou
DESENVOLVIDAS tivas.
com a fome no país.
Apresentam verbo nos modos indicativo ou subjuntivo.
Não são introduzidas por pronomes, conjunções sou locu-
ções conjuntivas. Assisti ao documentário denunciando a corrup-
REDUZIDAS
Apresentam o verbo nos modos particípio, gerúndio ou ção.
infinitivo

SUBORDINADAS ADVERBIAIS FUNÇÃO PRINCIPAIS CONJUNÇÕES


CAUSAIS Ideia de causa, motivo, razão de efeito porque, visto que, já que, como...
COMPARATIVAS Ideia de comparação como, tanto quanto, (mais / menos) que, do que...
CONCESSIVAS Ideia de contradição embora, ainda que, se bem que, mesmo...
CONDICIONAIS Ideia de condição caso, se, desde que, contanto que, a menos que...
CONFORMATIVAS Ideia de conformidade como, conforme, segundo...
CONSECUTIVAS Ideia de consequência De modo que, (tal / tão / tanto) que...

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LÍNGUA PORTUGUESA

FINAIS Ideia de finalidade que, para que, a fim de que...


quanto mais / menos... mais /menos, à medida que,
PROPORCIONAIS Ideia de proporção
na medida em que, à proporção que...
TEMPORAIS Ideia de momento quando, depois que, logo que, antes que...

EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO

Os sinais de pontuação são recursos gráficos que se encontram na linguagem escrita, e suas funções são demarcar unidades e sinalizar
limites de estruturas sintáticas. É também usado como um recurso estilístico, contribuindo para a coerência e a coesão dos textos.
São eles: o ponto (.), a vírgula (,), o ponto e vírgula (;), os dois pontos (:), o ponto de exclamação (!), o ponto de interrogação (?), as
reticências (...), as aspas (“”), os parênteses ( ( ) ), o travessão (—), a meia-risca (–), o apóstrofo (‘), o asterisco (*), o hífen (-), o colchetes
([]) e a barra (/).
Confira, no quadro a seguir, os principais sinais de pontuação e suas regras de uso.

SINAL NOME USO EXEMPLOS


Indicar final da frase declarativa Meu nome é Pedro.
. Ponto Separar períodos Fica mais. Ainda está cedo
Abreviar palavras Sra.
A princesa disse:
Iniciar fala de personagem
- Eu consigo sozinha.
Antes de aposto ou orações apositivas, enumerações
Esse é o problema da pandemia: as pessoas
: Dois-pontos ou sequência de palavras para resumir / explicar ideias
não respeitam a quarentena.
apresentadas anteriormente
Como diz o ditado: “olho por olho, dente por
Antes de citação direta
dente”.
Indicar hesitação
Sabe... não está sendo fácil...
... Reticências Interromper uma frase
Quem sabe depois...
Concluir com a intenção de estender a reflexão
Isolar palavras e datas A Semana de Arte Moderna (1922)
() Parênteses Frases intercaladas na função explicativa (podem substituir Eu estava cansada (trabalhar e estudar é
vírgula e travessão) puxado).
Indicar expressão de emoção Que absurdo!
Ponto de
! Final de frase imperativa Estude para a prova!
Exclamação
Após interjeição Ufa!
Ponto de
? Em perguntas diretas Que horas ela volta?
Interrogação
A professora disse:
Iniciar fala do personagem do discurso direto e indicar — Boas férias!
— Travessão mudança de interloculor no diálogo — Obrigado, professora.
Substituir vírgula em expressões ou frases explicativas O corona vírus — Covid-19 — ainda está sendo
estudado.

Vírgula
A vírgula é um sinal de pontuação com muitas funções, usada para marcar uma pausa no enunciado. Veja, a seguir, as principais regras
de uso obrigatório da vírgula.
• Separar termos coordenados: Fui à feira e comprei abacate, mamão, manga, morango e abacaxi.
• Separar aposto (termo explicativo): Belo Horizonte, capital mineira, só tem uma linha de metrô.
• Isolar vocativo: Boa tarde, Maria.
• Isolar expressões que indicam circunstâncias adverbiais (modo, lugar, tempo etc): Todos os moradores, calmamente, deixaram o
prédio.
• Isolar termos explicativos: A educação, a meu ver, é a solução de vários problemas sociais.
• Separar conjunções intercaladas, e antes dos conectivos “mas”, “porém”, “pois”, “contudo”, “logo”: A menina acordou cedo, mas não
conseguiu chegar a tempo na escola. Não explicou, porém, o motivo para a professora.
• Separar o conteúdo pleonástico: A ela, nada mais abala.

No caso da vírgula, é importante saber que, em alguns casos, ela não deve ser usada. Assim, não há vírgula para separar:
• Sujeito de predicado.
• Objeto de verbo.
• Adjunto adnominal de nome.
• Complemento nominal de nome.

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LÍNGUA PORTUGUESA
• Predicativo do objeto do objeto.
• Oração principal da subordinada substantiva.
• Termos coordenados ligados por “e”, “ou”, “nem”.

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL

Concordância é o efeito gramatical causado por uma relação harmônica entre dois ou mais termos. Desse modo, ela pode ser verbal
— refere-se ao verbo em relação ao sujeito — ou nominal — refere-se ao substantivo e suas formas relacionadas.
• Concordância em gênero: flexão em masculino e feminino
• Concordância em número: flexão em singular e plural
• Concordância em pessoa: 1ª, 2ª e 3ª pessoa

Concordância nominal
Para que a concordância nominal esteja adequada, adjetivos, artigos, pronomes e numerais devem flexionar em número e gênero,
de acordo com o substantivo. Há algumas regras principais que ajudam na hora de empregar a concordância, mas é preciso estar atento,
também, aos casos específicos.
Quando há dois ou mais adjetivos para apenas um substantivo, o substantivo permanece no singular se houver um artigo entre os
adjetivos. Caso contrário, o substantivo deve estar no plural:
• A comida mexicana e a japonesa. / As comidas mexicana e japonesa.

Quando há dois ou mais substantivos para apenas um adjetivo, a concordância depende da posição de cada um deles. Se o adjetivo
vem antes dos substantivos, o adjetivo deve concordar com o substantivo mais próximo:
• Linda casa e bairro.

Se o adjetivo vem depois dos substantivos, ele pode concordar tanto com o substantivo mais próximo, ou com todos os substantivos
(sendo usado no plural):
• Casa e apartamento arrumado. / Apartamento e casa arrumada.
• Casa e apartamento arrumados. / Apartamento e casa arrumados.

Quando há a modificação de dois ou mais nomes próprios ou de parentesco, os adjetivos devem ser flexionados no plural:
• As talentosas Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles estão entre os melhores escritores brasileiros.

Quando o adjetivo assume função de predicativo de um sujeito ou objeto, ele deve ser flexionado no plural caso o sujeito ou objeto
seja ocupado por dois substantivos ou mais:
• O operário e sua família estavam preocupados com as consequências do acidente.

CASOS ESPECÍFICOS REGRA EXEMPLO


É PROIBIDO Deve concordar com o substantivo quando há presença
É proibida a entrada.
É PERMITIDO de um artigo. Se não houver essa determinação, deve
É proibido entrada.
É NECESSÁRIO permanecer no singular e no masculino.
OBRIGADO / Mulheres dizem “obrigada” Homens dizem
Deve concordar com a pessoa que fala.
OBRIGADA “obrigado”.
As bastantes crianças ficaram doentes com a volta às
Quando tem função de adjetivo para um substantivo, aulas.
BASTANTE concorda em número com o substantivo. Bastante criança ficou doente com a volta às aulas.
Quando tem função de advérbio, permanece invariável. O prefeito considerou bastante a respeito da
suspensão das aulas.
É sempre invariável, ou seja, a palavra “menas” não Havia menos mulheres que homens na fila para a
MENOS
existe na língua portuguesa. festa.

MESMO Devem concordar em gênero e número com a pessoa a As crianças mesmas limparam a sala depois da aula.
PRÓPRIO que fazem referência. Eles próprios sugeriram o tema da formatura.

Quando tem função de numeral adjetivo, deve


concordar com o substantivo. Adicione meia xícara de leite.
MEIO / MEIA
Quando tem função de advérbio, modificando um Manuela é meio artista, além de ser engenheira.
adjetivo, o termo é invariável.
Segue anexo o orçamento.
Seguem anexas as informações adicionais
ANEXO INCLUSO Devem concordar com o substantivo a que se referem.
As professoras estão inclusas na greve.
O material está incluso no valor da mensalidade.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Concordância verbal
Para que a concordância verbal esteja adequada, é preciso haver flexão do verbo em número e pessoa, a depender do sujeito com o
qual ele se relaciona.

Quando o sujeito composto é colocado anterior ao verbo, o verbo ficará no plural:


• A menina e seu irmão viajaram para a praia nas férias escolares.

Mas, se o sujeito composto aparece depois do verbo, o verbo pode tanto ficar no plural quanto concordar com o sujeito mais próximo:
• Discutiram marido e mulher. / Discutiu marido e mulher.

Se o sujeito composto for formado por pessoas gramaticais diferentes, o verbo deve ficar no plural e concordando com a pessoa que
tem prioridade, a nível gramatical — 1ª pessoa (eu, nós) tem prioridade em relação à 2ª (tu, vós); a 2ª tem prioridade em relação à 3ª (ele,
eles):
• Eu e vós vamos à festa.

Quando o sujeito apresenta uma expressão partitiva (sugere “parte de algo”), seguida de substantivo ou pronome no plural, o verbo
pode ficar tanto no singular quanto no plural:
• A maioria dos alunos não se preparou para o simulado. / A maioria dos alunos não se prepararam para o simulado.

Quando o sujeito apresenta uma porcentagem, deve concordar com o valor da expressão. No entanto, quanto seguida de um subs-
tantivo (expressão partitiva), o verbo poderá concordar tanto com o numeral quanto com o substantivo:
• 27% deixaram de ir às urnas ano passado. / 1% dos eleitores votou nulo / 1% dos eleitores votaram nulo.

Quando o sujeito apresenta alguma expressão que indique quantidade aproximada, o verbo concorda com o substantivo que segue
a expressão:
• Cerca de duzentas mil pessoas compareceram à manifestação. / Mais de um aluno ficou abaixo da média na prova.

Quando o sujeito é indeterminado, o verbo deve estar sempre na terceira pessoa do singular:
• Precisa-se de balconistas. / Precisa-se de balconista.

Quando o sujeito é coletivo, o verbo permanece no singular, concordando com o coletivo partitivo:
• A multidão delirou com a entrada triunfal dos artistas. / A matilha cansou depois de tanto puxar o trenó.

Quando não existe sujeito na oração, o verbo fica na terceira pessoa do singular (impessoal):
• Faz chuva hoje

Quando o pronome relativo “que” atua como sujeito, o verbo deverá concordar em número e pessoa com o termo da oração principal
ao qual o pronome faz referência:
• Foi Maria que arrumou a casa.

Quando o sujeito da oração é o pronome relativo “quem”, o verbo pode concordar tanto com o antecedente do pronome quanto com
o próprio nome, na 3ª pessoa do singular:
• Fui eu quem arrumei a casa. / Fui eu quem arrumou a casa.

Quando o pronome indefinido ou interrogativo, atuando como sujeito, estiver no singular, o verbo deve ficar na 3ª pessoa do singular:
• Nenhum de nós merece adoecer.

Quando houver um substantivo que apresenta forma plural, porém com sentido singular, o verbo deve permanecer no singular. Ex-
ceto caso o substantivo vier precedido por determinante:
• Férias é indispensável para qualquer pessoa. / Meus óculos sumiram.

REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

A regência estuda as relações de concordâncias entre os termos que completam o sentido tanto dos verbos quanto dos nomes. Dessa
maneira, há uma relação entre o termo regente (principal) e o termo regido (complemento).
A regência está relacionada à transitividade do verbo ou do nome, isto é, sua complementação necessária, de modo que essa relação
é sempre intermediada com o uso adequado de alguma preposição.

Regência nominal
Na regência nominal, o termo regente é o nome, podendo ser um substantivo, um adjetivo ou um advérbio, e o termo regido é o
complemento nominal, que pode ser um substantivo, um pronome ou um numeral.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Vale lembrar que alguns nomes permitem mais de uma preposição. Veja no quadro abaixo as principais preposições e as palavras que
pedem seu complemento:

PREPOSIÇÃO NOMES
acessível; acostumado; adaptado; adequado; agradável; alusão; análogo; anterior; atento; benefício; comum;
A contrário; desfavorável; devoto; equivalente; fiel; grato; horror; idêntico; imune; indiferente; inferior; leal; necessário;
nocivo; obediente; paralelo; posterior; preferência; propenso; próximo; semelhante; sensível; útil; visível...
amante; amigo; capaz; certo; contemporâneo; convicto; cúmplice; descendente; destituído; devoto; diferente;
DE dotado; escasso; fácil; feliz; imbuído; impossível; incapaz; indigno; inimigo; inseparável; isento; junto; longe; medo;
natural; orgulhoso; passível; possível; seguro; suspeito; temeroso...
SOBRE opinião; discurso; discussão; dúvida; insistência; influência; informação; preponderante; proeminência; triunfo...
acostumado; amoroso; analogia; compatível; cuidadoso; descontente; generoso; impaciente; ingrato; intolerante;
COM
mal; misericordioso; ocupado; parecido; relacionado; satisfeito; severo; solícito; triste...
abundante; bacharel; constante; doutor; erudito; firme; hábil; incansável; inconstante; indeciso; morador; negligente;
EM
perito; prático; residente; versado...
atentado; blasfêmia; combate; conspiração; declaração; fúria; impotência; litígio; luta; protesto; reclamação;
CONTRA
representação...
PARA bom; mau; odioso; próprio; útil...

Regência verbal
Na regência verbal, o termo regente é o verbo, e o termo regido poderá ser tanto um objeto direto (não preposicionado) quanto um
objeto indireto (preposicionado), podendo ser caracterizado também por adjuntos adverbiais.
Com isso, temos que os verbos podem se classificar entre transitivos e intransitivos. É importante ressaltar que a transitividade do
verbo vai depender do seu contexto.

Verbos intransitivos: não exigem complemento, de modo que fazem sentido por si só. Em alguns casos, pode estar acompanhado
de um adjunto adverbial (modifica o verbo, indicando tempo, lugar, modo, intensidade etc.), que, por ser um termo acessório, pode ser
retirado da frase sem alterar sua estrutura sintática:
• Viajou para São Paulo. / Choveu forte ontem.

Verbos transitivos diretos: exigem complemento (objeto direto), sem preposição, para que o sentido do verbo esteja completo:
• A aluna entregou o trabalho. / A criança quer bolo.

Verbos transitivos indiretos: exigem complemento (objeto indireto), de modo que uma preposição é necessária para estabelecer o
sentido completo:
• Gostamos da viagem de férias. / O cidadão duvidou da campanha eleitoral.

Verbos transitivos diretos e indiretos: em algumas situações, o verbo precisa ser acompanhado de um objeto direto (sem preposição)
e de um objeto indireto (com preposição):
• Apresentou a dissertação à banca. / O menino ofereceu ajuda à senhora.

QUESTÕES

1. CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR - Administrador


De acordo com as exigências da norma-padrão da Língua Portuguesa, a palavra destacada está corretamente empregada em:
(A) Os estudiosos na área de tecnologia e as empresas de desenvolvimento de softwares estão interessadas na ampliação do uso da
internet em nossa sociedade.
(B) As instituições escolares encontram bastantes motivos para inserir computadores e celulares nas escolas públicas e privadas para
a melhoria do ensino.
(C) O acesso a empregos formais e a redução das taxas de pobreza precisam ser abordadas com urgência nos planejamentos gover-
namentais.
(D) A preocupação com o aparecimento de novas pandemias tem se tornado extremamente imperativas para manter a saúde da
população.
(E) Os empresários compraram uniformes azuis-marinhos para os trabalhadores responsáveis pela manutenção da limpeza dos es-
critórios.

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LÍNGUA PORTUGUESA
2. CESGRANRIO - 2021 - Banco do Brasil - Escriturário - Agente 3. CESGRANRIO - 2021 - Banco da Amazônia - Técnico Científico
Comercial - Prova A

Disponível em:<https://digitalks.com.br/artigos/privacidade-digital-
-quais-sao-os-limites> . 7/04/2019. Acesso em: 3 fev. 2021. Adaptado.

O grupo de palavras que atende às exigências relativas ao em-


prego ou não do hífen, segundo o Vocabulário Ortográfico da Lín-
gua Portuguesa, é
(A) extra-escolar / médico-cirurgião
(B) bem-educado / vagalume
(C) portarretratos / dia a dia LISPECTOR, Clarice. Medo da eternidade. Jornal do Brasil, Rio de Janei-
(D) arco-íris / contra-regra ro, Caderno B, p.2, 6 jun. 1970.
(E) subutilizar / sub-reitor

30
LÍNGUA PORTUGUESA
No texto, foram empregadas as palavras aí (l. 31) e ótimo (l. 35), A palavra destacada em “bem mais portáteis” (parágrafo 4) traz
ambas acentuadas graficamente. para o trecho uma ideia de
Duas outras palavras corretamente acentuadas pelos mesmos (A) adição
motivos que aí e ótimo são, respectivamente, (B) adversidade
(A) juíz e ébano (C) comparação
(B) Icaraí e rítmo (D) extensão
(C) caquís e incrédulo (E) soma
(D) país e sonâmbulo
(E) abacaxí e econômia 6. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
cial/2021/”Prova A”
4. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer- Privacidade digital: quais são os limites
cial/2021/”Prova C” Atualmente, somos mais de 126,4 milhões de brasileiros usuá-
O período em que a palavra ou a expressão em destaque NÃO rios de internet, representando cerca de 69,8% da população com
está empregada de acordo com a norma-padrão é: 10 anos ou mais. Ao redor do mundo, cerca de 4 bilhões de pessoas
(A) As professoras de que falamos são ótimas. usam a rede mundial, sendo que 2,9 bilhões delas fazem isso pelo
(B) A folha em que deve ser feita a prova é essa. smartphone.
(C) A argumentação onde é provado o crime foi dele. Nesse cenário, pensar em privacidade digital é (quase) utópico.
(D) O aluno cujo pai chegou é Pedro. Uma vez na rede, a informação está registrada para sempre: deixa-
(E) As meninas que querem cortar os cabelos são aquelas. mos rastros que podem ser descobertos a qualquer momento.
Ainda assim, mesmo diante de tamanha exposição, essa é uma
5. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer- discussão que precisa ser feita. Ela é importante, inclusive, para tra-
cial/2021/”Prova C” zer mais clareza e consciência para os usuários. Vale lembrar, por
A palavra salário vem mesmo de “sal”? exemplo, que não são apenas as redes sociais que expõem as pes-
Vem. A explicação mais popular diz que os soldados da Roma soas. Infelizmente, basta ter um endereço de e-mail para ser rastre-
Antiga recebiam seu ordenado na forma de sal. Faz sentido. O di- ado por diferentes empresas e provedores.
nheiro como o conhecemos surgiu no século 7 a.C., na forma de A questão central não se resume somente à política de privaci-
discos de metal precioso (moedas), e só foi adotado em Roma 300 dade das plataformas X ou Y, mas, sim, ao modo como cada socie-
anos depois. dade vem paulatinamente estruturando a sua política de proteção
Antes disso, o que fazia o papel de dinheiro eram itens não de dados.
perecíveis e que tinham demanda garantida: barras de cobre (fun- A segurança da informação já se transformou em uma área es-
damentais para a fabricação de armas), sacas de grãos, pepitas de tratégica para qualquer tipo de empresa. Independentemente da
ouro (metal favorito para ostentar como enfeite), prata (o ouro de demanda de armazenamento de dados de clientes, as organizações
segunda divisão) e, sim, o sal. têm um universo de dados institucionais que precisam ser salva-
Num mundo sem geladeiras, o cloreto de sódio era o que ga- guardados.
rantia a preservação da carne. A demanda por ele, então, tendia ao Estamos diante de uma realidade já configurada: a coleta de
infinito. Ter barras de sal em casa funcionava como poupança. Você informações da internet não para, e esse é um caminho sem vol-
poderia trocá-las pelo que quisesse, a qualquer momento. ta. Agora, a questão é: nós, clientes, estamos prontos e dispostos
As moedas, bem mais portáteis, acabariam se tornando o gran- a definir o limite da privacidade digital? O interesse maior é nosso!
de meio universal de troca – seja em Roma, seja em qualquer outro Esse limite poderia ser dado pelo próprio consumidor, se ele assim
lugar. Mas a palavra “salário” segue viva, como um fóssil etimoló- quiser? O conteúdo é realmente do usuário?
gico. Se considerarmos a atmosfera das redes sociais, muito possi-
Só há um detalhe: não há evidência de que soldados romanos velmente não. Isso porque, embora muitas pessoas não saibam, a
recebiam mesmo um ordenado na forma de sal. Roma não tinha maioria das redes sociais prevê que, a partir do momento em que
um exército profissional no século 4 a.C. A força militar da época um conteúdo é postado, ele faz parte da rede e não é mais do usu-
era formada por cidadãos comuns, que abandonavam seus afaze- ário.
res voluntariamente para lutar em tempos de guerra (questão de Daí a importância da conscientização. É preciso que tanto clien-
sobrevivência). tes como empresas busquem mais informação e conteúdo técni-
A ideia de que havia pagamentos na forma de sal vem do his- co sobre o tema. Às organizações, cabe o desafio de orientar seus
toriador Plínio, o Velho (um contemporâneo de Jesus Cristo). Ele clientes, já que, na maioria das vezes, eles não sabem quais são os
escreveu o seguinte: “Sal era uma das honrarias que os soldados re- limites da privacidade digital.
cebiam após batalhas bem-sucedidas. Daí vem nossa palavra sala- Vivemos em uma época em que todo mundo pode falar per-
rium.” Ou seja: o sal era um bônus para voluntários, não um salário manentemente o que quer. Nesse contexto, a informação deixou
para valer. Quando Roma passou a ter uma força militar profissional de ser algo confiável e cabe a cada um de nós aprender a ler isso e
e permanente, no século 3 a.C., o soldo já era mesmo pago na for- se proteger. Precisamos de consciência, senso crítico, responsabi-
ma de moedas. lidade e cuidado para levar a internet a um outro nível. É fato que
ela não é segura, a questão, então, é como usá-la de maneira mais
VERSIGNASSI, A. A palavra salário vem mesmo de “sal” inteligente e contribuir para fortalecer a privacidade digital? Essa é
VC S/A, São Paulo: Abril, p. 67, Jun. 2021. Adaptado. uma causa comum a todos os usuários da rede.

Disponível em: <https://digitalks.com.br/artigos/privacidade-digital-


-quais-sao-os-limites>. 7/04/2019. Acesso em: 3 fev. 2021. Adaptado.

31
LÍNGUA PORTUGUESA
No trecho “Às organizações, cabe o desafio de orientar seus feitos, e a tendência continuará. Isso ocorre porque um algoritmo
clientes, já que, na maioria das vezes, eles não sabem quais são os pode executar essas tarefas com mais rapidez e precisão do que um
limites da privacidade digital” (parágrafo 8), a expressão destacada humano.
expressa a noção de Para evitar a obsolescência, os trabalhadores que cumprem es-
(A) condição sas funções precisam desenvolver novas habilidades, como a criati-
(B) finalidade vidade para resolver novos problemas, empatia para se comunicar
(C) concessão melhor e responsabilidade.
(D) causalidade Edmondson diz que toda profissão vai exigir adaptabilidade e
(E) comparação flexibilidade, do setor bancário às artes. Digamos que você é um
contador. Seu QI o ajuda nas provas pelas quais precisa passar para
7. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer- se qualificar; seu QE contribui na conexão com um recrutador e de-
cial/2021/”Prova A” pois no relacionamento com colegas e clientes no emprego. Então,
O pronome destacado foi utilizado na posição correta, segundo quando os sistemas mudam ou os aspectos do trabalho são auto-
as exigências da norma-padrão da língua portuguesa, em: matizados, você precisa do QA para se acomodar a novos cenários.
(A) A associação brasileira de mercados financeiros publicou Ter QI, mas nenhum QA, pode ser um bloqueio para as habili-
uma diretriz de segurança, na qual mostra-se a necessidade de dades existentes diante de novas maneiras de trabalhar. No mundo
adequação de proteção de dados. corporativo, o QA está sendo cada vez mais buscado na hora da
(B) A segurança da informação já transformou-se em uma área contratação. Uma coisa boa do QA é que, mesmo que seja difícil
estratégica para qualquer tipo de empresa. mensurá-lo, especialistas dizem que ele pode ser desenvolvido.
(C) Naquele evento, ninguém tinha-se incomodado com o pa- Como diz Edmondson: “Aprender a aprender é uma missão
lestrante no início do debate a respeito de privacidade digital. crítica. A capacidade de aprender, mudar, crescer, experimentar se
(D) Apesar das dificuldades encontradas, sempre referimo-nos tornará muito mais importante do que o domínio de um assunto.”
com cuidado aos nossos dados pessoais, como CPF, RG, e-mail, Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/vert-
para proteção da vida privada. -cap-50429043>.Acesso em: 9 jul. 2021. (Adaptado)
(E) Quando a privacidade dos dados bancários é mantida, como
nos garantem as instituições, ficamos tranquilos. A colocação do pronome oblíquo átono destacado está de
acordo com o que prevê a norma-padrão da língua portuguesa no
8. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer- seguinte período:
cial/2021/”Prova B” (A) Consideraria-se o QA mais importante que o QI há duas dé-
O que é o QA e por que ele pode ser mais importante que o QI cadas?
no mercado de trabalho (B) Se busca investir naquilo que pode fazer a diferença entre a
Há algum tempo, se você quisesse avaliar as perspectivas de al- máquina e o homem.
guém crescer na carreira, poderia considerar pedir um teste de QI, (C) As mudanças no mercado de trabalho jamais dar-se-ão sem
o quociente de inteligência, que mede indicadores como memória investimento no capital humano.
e habilidade matemática. (D) Os candidatos que saem-se melhor nas entrevistas são con-
Mais recentemente, passaram a ser avaliadas outras letrinhas: tratados mais rapidamente.
o quociente de inteligência emocional (QE), uma combinação de (E) Alguns se consideram mais preparados para enfrentar ad-
habilidades interpessoais, autocontrole e comunicação. Não só no versidades no trabalho do que em família.
mundo do trabalho, o QE é visto como um kit de habilidades que
pode nos ajudar a ter sucesso em vários aspectos da vida. 9. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
Tanto o QI quanto o QE são considerados importantes para o cial/2021/”Prova C”
sucesso na carreira. Hoje, porém, à medida que a tecnologia rede- A colocação do pronome oblíquo destacado está de acordo
fine como trabalhamos, as habilidades necessárias para prosperar com a norma-padrão em:
no mercado de trabalho também estão mudando. Entra em cena (A) O dinheiro não foi-me bastante.
então um novo quociente, o de adaptabilidade (QA), que considera (B) O depósito só estará concretizado, se houver quem validá-
a capacidade de se posicionar e prosperar em um ambiente de mu- -lo.
danças rápidas e frequentes. (C) Se você pudesse emprestar esse dinheiro, depositaria-o ain-
O QA não é apenas a capacidade de absorver novas informa- da esta semana?
ções, mas de descobrir o que é relevante, deixar para trás noções (D) Explique-me como funciona esse financiamento.
obsoletas, superar desafios e fazer um esforço consciente para mu- (E) Me empreste seu cartão, que eu faço a transação hoje.
dar. Esse quociente envolve também características como flexibili-
dade, curiosidade, coragem e resiliência. Prezado candidato, de acordo com o texto a seguir responda as
Amy Edmondson, professora de Administração da Harvard Bu- questões 10 e 11.
siness School, diz que é a velocidade vertiginosa das mudanças no
mercado de trabalho que fará o QA vencer o QI. Automatiza-se fa- Lições após um ano de ensino remoto na pandemia
cilmente qualquer função que envolva detectar padrões nos dados No momento em que se tornam ainda mais complexas as dis-
(advogados revisando documentos legais ou médicos buscando o cussões sobre a volta às aulas presenciais, o ensino remoto conti-
histórico de um paciente, por exemplo), diz Dave Coplin, diretor da nua a ser a rotina de muitas famílias, atualmente.
The Envisioners, consultoria de tecnologia sediada no Reino Unido. Mas um ano sem precedentes na história veio acompanhado
A tecnologia mudou bastante a forma como alguns trabalhos são de lições inéditas para professores, alunos e estudiosos. Diante do
pouco acesso a planos de dados ou a dispositivos, a alternativa de
muitas famílias e professores tem sido se conectar regularmente via
aplicativos de mensagens.

32
LÍNGUA PORTUGUESA
Uma pesquisa apontou que 83% dos professores mantinham (C) As empresas têm mantido-se atentas às leis de proteção
contato com seus alunos por meio dos aplicativos de mensagens, ambiental vigentes no país poderão ser penalizadas.
muito mais do que pelas próprias plataformas de aprendizagem. (D) Os dirigentes devem esforçar-se para que os funcionários
Esse uso foi uma grande surpresa, mas é porque não temos outras tenham consciência de ações de proteção ao meio ambiente.
ferramentas de massificação. A maior parte do ensino foi feita pelo (E) Os trabalhadores das áreas rurais nunca enganaram-se a
celular e, geralmente, por um celular compartilhado (entre vários respeito da importância da agricultura para a subsistência da
membros da família), o que é algo muito desafiador. humanidade.
Outro aspecto a ser considerado é que, felizmente, mensagens
direcionadas são uma forma relativamente barata de comunicação. 13. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
A importância de cultivar interações entre os estudantes, mesmo cial/2021/”Prova A”
que eles não estejam no mesmo ambiente físico, também é uma De acordo com as exigências da norma-padrão da língua por-
forma de motivá-los e melhorar seus resultados. Recentemente, tuguesa, a concordância verbal está corretamente empregada na
uma pesquisadora afirmou que “Aprendemos que precisamos dos forma destacada em:
demais: comparar estratégias, falar com alunos, com outros profes- (A) Para entender o público das plataformas digitais, analisa-
sores e dar mais oportunidades de trabalho coletivo, mesmo que ram-se, durante dez semanas, o comportamento de jovens
seja cada um na sua casa. Além disso, a pandemia ressaltou a im- considerados viciados em aplicativos.
portância do vínculo anterior entre escolas e comunidades”. (B) Em grupos de jovens usuários de redes sociais, constata-
Embora seja difícil prever exatamente como o fechamento das ram-se inúmeras situações de dependência crônica do uso de
aparelhos celulares.
escolas vai afetar o desenvolvimento futuro dos alunos, educado-
(C) Nos serviços de ouvidoria das empresas de comunicação,
res internacionais estimam que estudantes da educação básica já
atendem-se a reclamações de todos os tipos sobre falhas nas
foram impactados. É preciso pensar em como agrupar esses alunos
conexões telefônicas.
e averiguar os que tiveram ensino mínimo ou nulo e decidir como
(D Nas análises sobre privacidade dos usuários, atribuem-se
enfrentar essa ruptura, com aulas ou encontros extras, com anos corretamente aos aplicativos de conversas a maior responsabi-
(letivos) de transição. lidade pela situação atual.
IDOETA, P.A. 8 lições após um ano de ensino remoto na pandemia. Dis- (E) Com base em dados estatísticos, estimam-se que os jovens
ponível em: <https://educacao.uol.com.br/noticias/bbc/2021/04/24/ sejam os maiores responsáveis pela navegação nas redes so-
8-licoes-apos-um-ano-de-ensino-remoto-na-pandemia. htm>. Acesso ciais.
em: 21 jul. 2021. Adaptado.
14. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
10. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente de Tecnologia/2021 cial/2021/”Prova C”
O pronome oblíquo átono em destaque está colocado de acor- A concordância verbal está de acordo com as exigências da nor-
do com a norma-padrão em: ma-padrão da língua portuguesa, na forma verbal destacada em:
(A) No processo ensino-aprendizagem, o objetivo deve ser de-
(A) Todas as pessoas do gabinete do diretor foi à reunião.
senvolver aptidões para que os alunos sempre mantenham-se
(B) Os 10% dos funcionários da agência do sul gosta de cho-
em dia com os avanços da ciência.
colate.
(B) Se reclama muito das dificuldades do ensino remoto devido
(C) Já deu sete horas no meu relógio.
a problemas de conexão.
(D) Surge, quando menos se espera, novos trabalhos para fazer.
(C) Os profissionais da educação nunca cansam-se de estudar
(E) Pesquisam-se novas fórmulas de vacinas mais duráveis.
os conteúdos que possam interessar os alunos nas aulas.
(D) Para garantir o progresso dos estudantes, os professores
sempre dedicam-se a pesquisar novos métodos de ensino. 15. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2018
(E) Quando as escolas se preocuparem em empregar novas De acordo com as exigências da norma-padrão da língua portu-
metodologias no ensino-aprendizagem, alcançarão melhores guesa, o verbo destacado está corretamente empregado em:
resultados. (A) No mundo moderno, conferem-se às grandes metrópoles
importante papel no desenvolvimento da economia e da geo-
11. No trecho “A importância de cultivar interações entre os política mundiais, por estarem no topo da hierarquia urbana.
estudantes, mesmo que eles não estejam no mesmo ambiente físi- (B) Conforme o grau de influência e importância internacional,
classificou-se as 50 maiores cidades em três diferentes classes,
co” (parágrafo 4), a expressão destacada estabelece com a oração
a maior parte delas na Europa.
principal a relação de
(C) Há quase duzentos anos, atribuem-se às cidades a respon-
(A) condição
sabilidade de motor propulsor do desenvolvimento e a condi-
(B) concessão
ção de lugar privilegiado para os negócios e a cultura.
(C) comparação (D) Em centros com grandes aglomerações populacionais, rea-
(D) conformidade liza-se negócios nacionais e internacionais, além de um atendi-
(E) proporcionalidade mento bastante diversificado, como jornais, teatros, cinemas,
entre outros.
12. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2018 (E) Em todos os estudos geopolíticos, considera-se as cidades
O pronome destacado foi utilizado na posição correta, segundo globais como verdadeiros polos de influência internacional, de-
as exigências da norma-padrão da língua portuguesa, em: vido à presença de sedes de grandes empresas transnacionais
(A) Quando as carreiras tradicionais saturam-se, os futuros pro- e importantes centros de pesquisas.
fissionais têm de recorrer a outras alternativas.
(B) Caso os responsáveis pela limpeza urbana descuidem-se de
sua tarefa, muitas doenças transmissíveis podem proliferar.

33
LÍNGUA PORTUGUESA
16. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2018 19. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2018
A regência do verbo destacado está de acordo com as exigên- De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, a pontu-
cias da norma-padrão da língua portuguesa em: ação está corretamente empregada em:
(A) Para ganhar espaço no mercado imobiliário, os bancos cos- (A) O conjunto de preocupações e ações efetivas, quando aten-
tumam a ampliar prazos e limites e baratear o financiamento dem, de forma voluntária, aos funcionários e à comunidade em
da casa própria. geral, pode ser definido como responsabilidade social.
(B) O planejamento econômico é fundamental para o sucesso (B) As empresas que optam por encampar a prática da respon-
de um empreendimento familiar, o que envolve ao ato de pes- sabilidade social, beneficiam-se de conseguir uma melhor ima-
quisar as melhores oportunidades disponíveis. gem no mercado.
(C) Antes de se comprometer com a aquisição de um imóvel (C) A noção de responsabilidade social foi muito utilizada em
acima de sua renda, recomenda-se ao comprador que pesqui- campanhas publicitárias: por isso, as empresas precisam rela-
se melhores condições de mercado. cionar-se melhor, com a sociedade.
(D) A inadimplência ocorre quando o cidadão não acata às cláu- (D) A responsabilidade social explora um leque abrangente de
sulas que determinam os prazos dos empréstimos bancários. beneficiários, envolvendo assim: a qualidade de vida o bem-
(E) Grande parte das pessoas que se candidatam a emprésti- -estar dos trabalhadores, a redução de impactos negativos, no
mos bancários aspiram a construção da casa própria. meio ambiente.
(E) Alguns críticos da responsabilidade social defendem a ideia
17. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2018 de que: o objetivo das empresas é o lucro e a geração de em-
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o uso do pregos não a preocupação com a sociedade como um todo.
acento grave indicativo da crase é obrigatório na palavra destacada
em: 20. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
(A) Os pais, inseguros na sua tarefa de educar, não percebem cial/2021/”Prova C”
que falta de limites e superproteção comprometem a formação A palavra salário vem mesmo de “sal”?
dos filhos. Vem. A explicação mais popular diz que os soldados da Roma
(B) A indisciplina nas salas de aula aumentou a partir do mo- Antiga recebiam seu ordenado na forma de sal. Faz sentido. O di-
mento em que as mídias divulgaram a necessidade de dar nheiro como o conhecemos surgiu no século 7 a.C., na forma de
maior liberdade aos estudantes. discos de metal precioso (moedas), e só foi adotado em Roma 300
(C) A atenção e a motivação são condições que levam a pessoa anos depois.
a pensar e agir de forma satisfatória para desenvolver o proces- Antes disso, o que fazia o papel de dinheiro eram itens não
so de aprendizagem. perecíveis e que tinham demanda garantida: barras de cobre (fun-
(D) As famílias e as escolas encontram-se, na atualidade, fren- damentais para a fabricação de armas), sacas de grãos, pepitas de
te a jovens com quem não conseguem estabelecer um diálogo ouro (metal favorito para ostentar como enfeite), prata (o ouro de
produtivo. segunda divisão) e, sim, o sal.
(E) As escolas chegaram a etapa em que os professores estão Num mundo sem geladeiras, o cloreto de sódio era o que ga-
cada vez mais com dificuldade para exercer o seu importante rantia a preservação da carne. A demanda por ele, então, tendia ao
papel de ensinar.
infinito. Ter barras de sal em casa funcionava como poupança. Você
poderia trocá-las pelo que quisesse, a qualquer momento.
18. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
As moedas, bem mais portáteis, acabariam se tornando o gran-
cial/2021/”Prova A”
de meio universal de troca – seja em Roma, seja em qualquer outro
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o em-
lugar. Mas a palavra “salário” segue viva, como um fóssil etimoló-
prego do acento grave indicativo da crase é obrigatório na palavra
gico.
destacada em:
Só há um detalhe: não há evidência de que soldados romanos
(A) A exigência de entrar em contato com instituições financei-
recebiam mesmo um ordenado na forma de sal. Roma não tinha
ras obrigou o cliente a criar senhas para ter acesso aos serviços
um exército profissional no século 4 a.C. A força militar da época
bancários.
era formada por cidadãos comuns, que abandonavam seus afaze-
(B) A falta de leis sobre privacidade digital exige que os indiví-
duos se preparem para enfrentar a invasão do acesso a suas res voluntariamente para lutar em tempos de guerra (questão de
vidas privadas. sobrevivência).
(C) A revolução da tecnologia da informação modificou a re- A ideia de que havia pagamentos na forma de sal vem do his-
alidade social, penetrando em todas as esferas da atividade toriador Plínio, o Velho (um contemporâneo de Jesus Cristo). Ele
humana. escreveu o seguinte: “Sal era uma das honrarias que os soldados re-
(D) As pesquisas tecnológicas são indispensáveis devido a im- cebiam após batalhas bem-sucedidas. Daí vem nossa palavra sala-
portância de solucionar problemas causados pela invasão de rium.” Ou seja: o sal era um bônus para voluntários, não um salário
dados. para valer. Quando Roma passou a ter uma força militar profissional
(E) O surgimento das redes sociais e dos sites de compartilha- e permanente, no século 3 a.C., o soldo já era mesmo pago na for-
mento conduziu as pessoas a novas situações de risco na so- ma de moedas.
ciedade atual.
VERSIGNASSI, A. A palavra salário vem mesmo de “sal” VC S/A, São
Paulo: Abril, p. 67, Jun. 2021. Adaptado.

34
LÍNGUA PORTUGUESA
O período em que o sinal de dois pontos é empregado para
introduzir uma enumeração, como no trecho que segue “demanda
ANOTAÇÕES
garantida” (parágrafo 2), é:
(A) A remuneração faz parte do conjunto de ganhos de um ______________________________________________________
prestador de serviço; ou seja: todos os ganhos auferidos pela
pessoa compõem sua remuneração. ______________________________________________________
(B) As horas extras, o vale-transporte e o plano de saúde po-
dem fazer parte da remuneração: muitos trabalhadores esco- ______________________________________________________
lhem seus empregos com base nessas vantagens.
(C) O gerente informou aos candidatos como seria a remune- ______________________________________________________
ração pelos serviços: “O valor mensal vai depender de diversos ______________________________________________________
itens, a serem combinados.”
(D) Muitos itens já fizeram papel de dinheiro: o sal, usado até ______________________________________________________
hoje por tribos da Etiópia, a cachaça, utilizada no Brasil colo-
nial, e o bacalhau, antes usado na Escandinávia. ______________________________________________________
(E) O tabaco também já foi usado como moeda de troca: no sé-
culo XVIII, o estado americano de Virginia adotou esse método. ______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

1 B ______________________________________________________
2 E ______________________________________________________
3 D
______________________________________________________
4 C
______________________________________________________
5 C
6 D ______________________________________________________
7 E ______________________________________________________
8 E
______________________________________________________
9 D
10 E ______________________________________________________

11 B ______________________________________________________
12 D
______________________________________________________
13 B
______________________________________________________
14 E
15 C ______________________________________________________
16 C ______________________________________________________
17 E
_____________________________________________________
18 D
19 A _____________________________________________________

20 D ______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA INGLESA

• Palavras-chave: são fundamentais para a compreensão do


CONHECIMENTO DE UM VOCABULÁRIO texto, pois se trata de palavras relacionadas à área e ao assunto
FUNDAMENTAL E DOS ASPECTOS GRAMATICAIS abordado pelo texto. São de fácil compreensão, pois, geralmente,
BÁSICOS PARA A COMPREENSÃO DE TEXTOS
aparecem repetidamente no texto e é possível obter sua ideia atra-
vés do contexto.
Reading Comprehension • Grupos nominais: formados por um núcleo (substantivo) e
Interpretar textos pode ser algo trabalhoso, dependendo do um ou mais modificadores (adjetivos ou substantivos). Na língua
assunto, ou da forma como é abordado. Tem as questões sobre o inglesa o modificador aparece antes do núcleo, diferente da língua
texto. Mas, quando o texto é em outra língua? Tudo pode ser mais portuguesa.
assustador. • Afixos: são prefixos e/ou sufixos adicionados a uma raiz, que
Se o leitor manter a calma, e se embasar nas estratégias do modifica o significado da palavra. Assim, conhecendo o significado
Inglês Instrumental e ter certeza que ninguém é cem por cento leigo de cada afixo pode-se compreender mais facilmente uma palavra
em nada, tudo pode ficar mais claro. composta por um prefixo ou sufixo.
Vejamos o que é e quais são suas estratégias de leitura: • Conhecimento prévio: para compreender um texto, o leitor
depende do conhecimento que ele já tem e está armazenado em
Inglês Instrumental sua memória. É a partir desse conhecimento que o leitor terá o
Também conhecido como Inglês para Fins Específicos - ESP, o entendimento do assunto tratado no texto e assimilará novas in-
Inglês Instrumental fundamenta-se no treinamento instrumental formações. Trata-se de um recurso essencial para o leitor formular
dessa língua. Tem como objetivo essencial proporcionar ao aluno, hipóteses e inferências a respeito do significado do texto.
em curto prazo, a capacidade de ler e compreender aquilo que for
de extrema importância e fundamental para que este possa desem- O leitor tem, portanto, um papel ativo no processo de leitura
penhar a atividade de leitura em uma área específica. e compreensão de textos, pois é ele que estabelecerá as relações
entre aquele conteúdo do texto e os conhecimentos de mundo que
Estratégias de leitura ele carrega consigo. Ou mesmo, será ele que poderá agregar mais
• Skimming: trata-se de uma estratégia onde o leitor vai buscar profundidade ao conteúdo do texto a partir de sua capacidade de
a ideia geral do texto através de uma leitura rápida, sem apegar-se buscar mais conhecimentos acerca dos assuntos que o texto traz e
a ideias mínimas ou específicas, para dizer sobre o que o texto trata. sugere.
• Scanning: através do scanning, o leitor busca ideias especí- Não se esqueça que saber interpretar textos em inglês é muito
ficas no texto. Isso ocorre pela leitura do texto à procura de um importante para ter melhor acesso aos conteúdos escritos fora do
detalhe específico. Praticamos o scanning diariamente para encon- país, ou para fazer provas de vestibular ou concursos.
trarmos um número na lista telefônica, selecionar um e-mail para
ler, etc. Regular and irregular plural of nouns: To form the plural of the
• Cognatos: são palavras idênticas ou parecidas entre duas nouns is very easy, but you must practice and observe some rules.
línguas e que possuem o mesmo significado, como a palavra “ví-
rus” é escrita igualmente em português e inglês, a única diferença Regular plural of nouns
é que em português a palavra recebe acentuação. Porém, é preciso • Regra Geral: forma-se o plural dos substantivos geralmente
atentar para os chamados falsos cognatos, ou seja, palavras que são acrescentando-se “s” ao singular.
escritas igual ou parecidas, mas com o significado diferente, como Ex.: Motherboard – motherboards
“evaluation”, que pode ser confundida com “evolução” onde na ver- Printer – printers
dade, significa “avaliação”. Keyboard – keyboards
• Inferência contextual: o leitor lança mão da inferência, ou
seja, ele tenta adivinhar ou sugerir o assunto tratado pelo texto, e • Os substantivos terminados em y precedido de vogal seguem
durante a leitura ele pode confirmar ou descartar suas hipóteses. a regra geral: acrescentam s ao singular.
• Reconhecimento de gêneros textuais: são tipo de textos que Ex.: Boy – boys Toy – toys
se caracterizam por organização, estrutura gramatical, vocabulário Key – keys
específico e contexto social em que ocorrem. Dependendo das mar-
cas textuais, podemos distinguir uma poesia de uma receita culiná- • Substantivos terminados em s, x, z, o, ch e sh, acrescenta-se
ria, por exemplo. es.
• Informação não-verbal: é toda informação dada através de Ex.: boss – bosses tax – taxes bush – bushes
figuras, gráficos, tabelas, mapas, etc. A informação não-verbal deve
ser considerada como parte da informação ou ideia que o texto de- • Substantivos terminados em y, precedidos de consoante, tro-
seja transmitir. cam o y pelo i e acrescenta-se es. Consoante + y = ies
Ex.: fly – flies try – tries curry – curries

37
LÍNGUA INGLESA
Irregular plurals of nouns
There are many types of irregular plural, but these are the most common:

• Substantivos terminados em f e trocam o f pelo v e acrescenta-se es.


Ex.: knife – knives
life – lives
wife – wives

• Substantivos terminados em f trocam o f pelo v; então, acrescenta-se es.


Ex.: half – halves wolf – wolves loaf – loaves
• Substantivos terminados em o, acrescenta-se es.
Ex.: potato – potatoes tomato – tomatoes volcano – volcanoes

• Substantivos que mudam a vogal e a palavra.


Ex.: foot – feet child – children person – people tooth – teeth mouse – mice
Countable and Uncountable nouns

• Contáveis são os substantivos que podemos enumerar e contar, ou seja, que podem possuir tanta forma singular quanto plural. Eles
são chamados de countable nouns em inglês.
Por exemplo, podemos contar orange. Podemos dizer one orange, two oranges, three oranges, etc.

• Incontáveis são os substantivos que não possuem forma no plural. Eles são chamados de uncountable nouns, de non-countable
nouns em inglês. Podem ser precedidos por alguma unidade de medida ou quantificador. Em geral, eles indicam substâncias, líquidos, pós,
conceitos, etc., que não podemos dividir em elementos separados. Por exemplo, não podemos contar “water”. Podemos contar “bottles
of water” ou “liters of water”, mas não podemos contar “water” em sua forma líquida.
Alguns exemplos de substantivos incontáveis são: music, art, love, happiness, advice, information, news, furniture, luggage, rice, sugar,
butter, water, milk, coffee, electricity, gas, power, money, etc.

Veja outros de countable e uncountable nouns:

38
LÍNGUA INGLESA
Definite Article – Antes de nomes de estações do ano.
THE = o, a, os, as Summer is hot, but winter is cold.

• Usos • Casos especiais


– Antes de substantivos tomados em sentido restrito. – Não se usa o artigo THE antes das palavras church, school,
THE coffee produced in Brazil is of very high quality. prison, market, bed, hospital, home, university, college, market,
I hate THE music they’re playing. quando esses elementos forem usados para seu primeiro propósito.
She went to church. (para rezar)
– Antes de nomes de países no plural ou que contenham as She went to THE church. (talvez para falar com alguém)
palavras Kingdom, Republic, Union, Emirates.
THE United States – Sempre se usa o artigo THE antes de office, cathedral, cine-
THE Netherlands ma, movies e theater.
THE United Kingdom Let’s go to THE theater.
THE Dominican Republic They went to THE movies last night.

– Antes de adjetivos ou advérbios no grau superlativo. Indefinite Article


John is THE tallest boy in the family. A / AN = um, uma

– Antes de acidentes geográficos (rios, mares, oceanos, cadeias •A


de montanhas, desertos e ilhas no plural), mesmo que o elemento – Antes de palavras iniciadas por consoantes.
geográfico tenha sido omitido. A boy, A girl, A woman
THE Nile (River)
THE Sahara (Desert) – Antes de palavras iniciadas por vogais, com som consonantal.
A uniform, A university, A European
– Antes de nomes de famílias no plural.
THE Smiths have just moved here. • AN
– Antes de palavras iniciadas por vogais.
– Antes de adjetivos substantivados. AN egg, AN orange, AN umbrella
You should respect THE old.
– Antes de palavras iniciadas por H mudo (não pronunciado).
– Antes de numerais ordinais. AN hour, AN honor, AN heir
He is THE eleventh on the list.
• Usos
– Antes de nomes de hotéis, restaurantes, teatros, cinemas, – Para se dar ideia de representação de um grupo, antes de
museus. substantivos.
THE Hilton (Hotel) A chicken lays eggs. (Todas as galinhas põem ovos.)

– Antes de nacionalidades. – Antes de nomes próprios no singular, significando “um tal de”.
THE Dutch A Mr. Smith phoned yesterday.

– Antes de nomes de instrumentos musicais. – No modelo:


She plays THE piano very well. WHAT + A / AN = adj. + subst.

– Antes de substantivos seguidos de preposição. What A nice woman!


THE Battle of Trafalgar
– Em algumas expressões de medida e frequência.
• Omissões A dozen
– Antes de substantivos tomados em sentido genérico. A hundred
Roses are my favorite flowers. Twice A year

–Antes de nomes próprios no singular. - Em certas expressões.


She lives in South America. It’s A pity, It’s A shame, It’s AN honor...

–Antes de possessivos. – Antes de profissão ou atividades.


My house is more comfortable than theirs. James is A lawyer.
Her sister is A physician.
– Antes de nomes de idiomas, não seguidos da palavra langua-
ge. • Omissão
She speaks French and English. (Mas: She speaks THE French – Antes de substantivos contáveis no plural.
language.) Lions are wild animals.

39
LÍNGUA INGLESA
– Antes de substantivos incontáveis. 2. Usamos os sufixos –er ou –est com adjetivos de duas sílabas.
Water is good for our health. Exemplos:
* Em alguns casos, podemos usar SOME antes dos substanti- happier than = mais feliz que
vos. cleverer than = mais esperto que
the happiest = o mais feliz
Em Inglês utilizamos adjetivos para comparar duas coisas ou the cleverest = o mais esperto
mais. Eles podem ser classificados em dois graus: comparativo e
superlativo. 3. Usamos os prefixos more e most com adjetivos de mais de
O grau comparativo é usado para comparar duas coisas. Já o duas sílabas.
superlativo, usamos para dizer que uma coisa se destaca num grupo Exemplos:
de três ou mais. More comfortable than = mais confortável que
More careful than = mais cuidadoso que
The most comfortable = o mais confortável
The most careful = o mais cuidadoso

4. Usamos os prefixos more e most com advérbios de duas sí-


labas.
Exemplos:
More afraid than = mais amedrontado que
More asleep than = mais adormecido que
The most afraid = o mais amedrontado
The most asleep = o mais adormecido

5. Usamos os prefixos more e most com qualquer adjetivo ter-


minado em –ed, –ing, –ful, –re, –ous.
Exemplos:
tired – more tired than – the most tired (cansado)
charming – more charming than – the most charming (char-
Exemplos: moso)
As cold as = tão frio quanto hopeful – more hopeful than – the most hopeful (esperançoso)
Not so (as) cold as = não tão frio quanto sincere – more sincere than – the most sincere (sincero)
Less cold than = menos frio que famous – more famous than – the most famous (famoso)
The least cold = o menos frio
As expensive as = tão caro quanto Variações ortográficas
Not so (as) expensive as = não tão caro quanto – Adjetivos monossilábicos terminados em uma só consoante,
Less expensive than = menos caro que precedida de uma só vogal dobram a consoante final antes de rece-
The least expensive = o menos caro berem –er ou –est.
Exemplos:
fat – fatter than – the fattest (gordo)
thin – thinner than – the thinnest (magro)

– Adjetivos terminados em Y, precedido de vogal, trocam o Y


por I antes do acréscimo de –er ou –est:
Exemplos:
angry – angrier than – the angriest (zangado)
happy – happier than – the happiest (feliz)
Exceção
shy - shyer than - the shyest (tímido)

– Adjetivos terminados em E recebem apenas –r ou –st.


Exemplos:
nice – nicer than – the nicest (bonito, simpático)
brave – braver than – the bravest (corajoso)

Observações:
1. Usamos os sufixos –er ou –est com adjetivos / advérbios de
uma só sílaba.
Exemplos:
taller than = mais alto que / the tallest = o mais alto
bigger than = maior que / the biggest = o maior

40
LÍNGUA INGLESA
Formas irregulares Object Pronous
Alguns adjetivos e advérbios têm formas irregulares no compa- São usados como objeto da frase. Aparecem sempre depois do
rativo e superlativo de superioridade. verbo.

good (bom / boa) ME


better than - the best
well (bem) YOU
bad (ruim / mau)
- the worst HIM
badly (mal)
HER
little (pouco) less than - the least
IT
Alguns adjetivos e advérbios têm mais de uma forma no com- US
parativo e superlativo de superioridade.
YOU
far (longe)
farther than – the farthest (distância) THEM
further (than) – the furthest (distância / adicional)
old (velho) Exemplos:
older than – the oldest They told me the news.
elder – the eldest (só para elementos da mesma família) She loves him so much.
late (tarde)
the latest (o mais recente) Demonstrative Pronouns
the last (o último da série) Os pronomes demonstrativos são utilizados para demonstrar
alguém ou alguma coisa que está perto ou longe da pessoa que fala
O estudo dos pronomes é algo simples e comum. Em inglês ou de quem se fala, ou seja, indica posição em relação às pessoas
existe apenas uma especificidade, que pode causar um pouco de do discurso.
estranheza, que é o pronome “it”, o qual não utilizamos na língua Veja quais são em inglês:
portuguesa; mas, com a prática, você vai conseguir entender e
aprender bem rápido. SINGULAR PLURAL SINGULAR PLURAL
THIS THESE THAT THOSE
Subject Pronouns
Este/esta/isto Estes/estas Aquele/aquela/ Aqueles/
aquilo aquelas
I (eu) I am a singer.
YOU (você, tu, vocês) You are a student. Usa-se o demonstrativo THIS/THESE para indicar seres que es-
HE (ele) He is a teacher. tão perto de quem fala. Observe o emprego dos pronomes demons-
trativos nas frases abaixo:
SHE (ela) She is a nurse.
This method will work.
IT (ele, ela) It is a dog/ It is a table. These methods will work.
WE (nós) We are friends.
O pronome demonstrativo THAT/THOSE é usado para indicar
THEY (eles) They are good dancers.
seres que estão distantes da pessoa que fala. Observe:
That computer technology is one of the most fundamental dis-
O pronome pessoal (subject pronoun) é usado apenas no lugar
ciplines of engineering.
do sujeito (subject), como mostra o exemplo abaixo:
Those computers technology are the most fundamental disci-
Mary is intelligent = She is intelligent.
plines of engineering.
Uso do pronome “it”
Possessive Adjectives and Possessive Pronouns
– To refer an object, thing, animal, natural phenomenon.
Em inglês há, também, dois tipos de pronomes possessivos, os
Example: The dress is ugly. It is ugly.
Possessive Adjectives e os Possessive Pronouns.
The pen is red. It is red.
The dog is strong. It is strong.
POSSESSIVE ADJECTIVES POSSESSIVE PRONOUNS
– Attention My Mine
a) If you talk about a pet use HE or SHE
Your Yours
Dick is the name of my little dog. He’s very intelligent!
b) If you talk about a baby/children that you don’t know if is a His His
girl or a boy. Her Hers
The baby is in tears. It is in tears. The child is happy. It is happy.
Its Its
Our Ours
Your Yours
Their Theirs

41
LÍNGUA INGLESA
• Possessive Adjectives são usados antes de substantivos, pre- Turn the TV down. – Desligue a televisão.
cedidos ou não de adjetivos. Complete all the sentences. – Complete todas as sentenças.
Exemplos: Be quiet, please! – Fique quieto, por favor!
Our house is close.
I want to know your name. Frases na forma negativa sempre acrescentamos o Don’t antes
do verbo.
• Possessive Pronouns são usados para substituir a construção Exemplos:
possessive adjective + substantivo, evitando assim a repetição. Don’t be late! – Não se atrase!
Exemplo: Don’t yell in the church! – Não grite na igreja!
My house is yellow and hers is white. Don’t be scared. – Não se assuste.
Theirs is the most beautiful car in the town. Don’t worry! – Não se preocupe!
Infinitive Don’t drink and drive. – Não beba e dirija.

A forma infinitiva do inglês é to + verbo Simple Present


O Simple Present é a forma verbal simples do presente. O você
Usos: precisa fazer para usar o Simple Present é saber os verbos na sua
- após numerais ordinais forma mais simples. Por exemplo “to go” que significa ir, é usado em
He was the first to answer the prohne. “I go” para dizer eu corro.
Exemplos de Simple Present:
- com too e enough I run – Eu corro
This house is too expensive for me to buy. You run – Você corre/Vocês correm
He had bought food enough to feed a city! We run – Nós corremos
They run – Eles correm
- após o verbo want
I want you to translate the message. Regras do Simple Present
As únicas alterações que acontecem nos verbos se limitam aos
- após os verbos make, let e have (sem to) pronomes he, she e it. De modo geral, quando vamos usar o Simple
This makes me feel happy. Present para nos referirmos a ele, ela e indefinido, a maioria dos
Let me know if you need any information. verbos recebe um “s” no final:
He runs – Ele corre
- após o verbo help (com ou sem to) She runs – Ela corre
She helped him (to) choose a new car. It runs – Ele/ela corre

Observações: Para verbos que têm algumas terminações específicas com “o”,
Certos verbos admitem o gerund ou infinitive sem alteração “s”, “ss”, “sh”, “ch” “x” ou “z”, deve-se acrescentar “es” no final:
de sentido. He goes – Ele vai
It started raining. / It started to rain. She does – Ela faz
It watches – Ele/ela assiste
He began to clean the house. / He began cleaning the house.
Quando o verbo termina com consoantes e “y” no final. Por
O verbo STOP admite tanto o gerund quanto o infinitive com exemplo, os verbos study, try e cry e têm consoantes antes do “y”.
alteração de sentido. Nesses casos, você deve tirar o “y” e acrescentar “ies” no lugar. Veja
o exemplo:
He stopped smoking. He studies – Ele estuda
(= Ele parou de fumar.) She tries – Ela tenta
It cries – Ele/ela chora
He stopped to smoke.
(= Ele parou para fumar.) Com verbos que também terminam com “y” e têm uma vogal
antes, permanece a regra geral da maioria dos verbos: acrescentar
Imperative apenas o “s” ao final da palavra.
He enjoys – Ele gosta
O imperativo, é usado para dar ordens, instruções, fazer pedi- She stays – Ela fica
dos e até mesmo aconselhar alguém. É uma forma verbal utilizada It plays – Ele/ela brinca
diariamente e que muita gente acaba não conhecendo.

A forma afirmativa sempre inicia com o verbo.


Exemplos:
Eat the salad. – Coma a salada.
Sit down! – Sente-se
Help me! – Me ajude!
Tell me what you want. – Me diga o que você quer.
Be careful! – Tome cuidado!

42
LÍNGUA INGLESA
Formas afirmativa, negativa e interrogativa - Verbos terminados em –y recebem –ing, sem perder o –y.
Exemplos:
study → studying
say → saying

- Verbos terminados em –ie, quando do acréscimo de –ing, per-


dem o –ie e recebem –ying.
Exemplos:
lie → lying
die → dying
Porém, os terminados em –ye não sofrem alterações.
dye → dyeing

Formas afirmativa, negativa e interrogativa

Present Continuous
- Usamos o Present Continuous para ações ou acontecimentos
ocorrendo no momento da fala com as expressões now, at present,
at this moment, right now e outras.
Exemplo:
She is running at the park now.

- Usamos também para ações temporárias.


Exemplos:
He is sleeping on a sofá these days because his bed is broken.

- Futuro próximo.
Exemplo:
The train leaves at 9 pm.
Immediate Future
Observações: O simple future é um das formas usadas para expressar ações
- Alguns verbos não são normalmente usados nos tempos con- futuras. Em geral vem acompanhado de palavras que indicam fu-
tínuos. Devemos usá-los, preferencialmente, nas formas simples: turo, como: tomorrow, next. Geralmente, usamos a palavra “will”.
see, hear, smell, notice, realize, want, wish, recognize, refuse, un- Posteriormente, você verá que também podemos utilizar “be going
derstand, know, like, love, hate, forget, belong, seem, suppose, to” para formar o futuro e a diferença de utilização entre eles.
appear, have (= ter, possuir), think (= acreditar). Example:

- Verbos monossilábicos terminados em uma só consoante, Interrogative: What will you study?
precedida de uma só vogal, dobram a consoante final antes do Affirmative: I will study English.
acréscimo de –ing. Negative: I won’t study English.
Exemplos:
Run → running Note: we use the auxiliary verb WILL + verbs in infinitive (wi-
swim → swimming thout “to” ).

- Verbos dissilábicos terminados em uma só consoante, prece-


dida de uma só vogal, dobram a consoante final somente se o acen-
to tônico incidir na segunda sílaba.
Exemplos:
prefer → preferring
admit → admitting
listen → listening
enter → entering

- Verbos terminados em –e perdem o –e antes do acréscimo de


–ing, mas os terminados em –ee apenas acrescentam –ing.
Exemplos:
make → making
dance → dancing
agree → agreeing
flee → fleeing

43
LÍNGUA INGLESA
Forma contraída
I will study - I’ll study
You will travel - You’ll travel
He will / She will eat - He’ll / She’ll eat
It will happen - It’ll happen
We will work - We’ll work
You will dance - You’ll dance
They will do - They’ll do

Simple Past
With most verbs, the simple past is created simply by adding “ED”. That form belongs for all to the people, not varying in the 3rd
person.
Simple past is used to indicate an accomplished action and totally finished in the past, corresponding in Portuguese, the perfect pre-
terite as imperfect preterite.
Ex.: Santos Dumont lived in France. He created the 14 Bis.

Regra geral Acrescenta-se “ed” Play – played


Verbos terminados em “e” Acrescenta-se “d” Like – liked
Verbos terminados em y precedido de consoante Mudam o y para i e acrescentam “ed” Study – studied

Example:
To work
I worked
You worked
He worked
She worked
It worked
We worked
They worked

Simple past – negative and interrogative form


Usos:
– ações definidas no passa do com yesterday, ...ago, last night (week,month etc) e expressõesque indiquem ações completamente
terminadas no passado.
Exemplos:
Peter flew to London last night.
Cabral discovered Brazil in 1500.

– ações habituais no passado com as mesmas expressões e advérbios que indicam ações habituais no presente.
Exemplos:
They visited rarely visited their grandparents.
She often got up at 6.

– após as if e as though (= como se) e após o verbo wish.


Exemplos:
She behaves as if she knew him.
I wish I had more time to study.

44
LÍNGUA INGLESA
– No caso do verbo BE, todas as pessoas terão a mesma forma
(were).
Exemplos:
She acts as though she were a queen.
I wish I were younger.

– após if only (= se ao menos)


Exemplos:
If only I knew the truth.
If only he understood me.

OBSERVAÇÕES
1. As regras de “dobra” de consoantes existentes para o acrés-
cimo de -ing aplicam-se quando acrescentarmos -ed. Present Perfect
stop → stopped
prefer → preferred Usos:
– ação indefinida no passado, sem marca de tempo. Isso o dife-
2. Verbos terminados em -y perdem o -y e recebem o acrés- rencia do Simple Past.
cimo de -ed quando o -y aparecer depois de umaconsoante. Caso We have finished our homework.
contrário, o -y permanece. Jane has traveled to London.
rely → relied They have accepted the job offer.
play → played
– com os advérbios EVER, NEVER, ALREADY, YET, JUST, SO FAR,
LATELY, RECENTLY e expressões como ONCE, TWICE, MANY TIMES,
FEW TIMES etc.

Have you EVER seen a camel?


She has NEVER been to Greece.
The students have ALREADY written their compositions.
The bell hasn’t rung YET.
Our cousins have JUST arrived.
We have read five chapters SO FAR.
She has traveled a lot LATELY.
Have you seen any good films RECENTLY?
I have flown on an airplane MANY TIMES.

– com SINCE (= desde) e FOR (= há, faz)


She has lived in New York SINCE 2013.
Past Continuous She has lived in New York FOR 7 years.

Usos:
– ação que estava ocorrendo no passado quando outra ação
passada começou.
Exemplos:
They were having a bath when the phone rang.
She was watching TV when Stanley arrived.

– ação ou acontecimento que continuou por algum tempo no


passado.
Exemplos:
This time last year I was living in London.
I saw you last night. You were waiting for a bus. O verbo can geralmente significa poder e/ou conseguir e é usa-
do para indicar várias situações:
– Possibilidade
– Capacidade/habilidade
– Permissão
– Pedido

Capacidade, habilidade
She can speak five languages. (present)
She could play tennis when she was younger. (past)
She will be able to translate the text. (future)

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LÍNGUA INGLESA
Permissão
You can use my car.
She can sit anywhere.

O verbo can é sempre acompanhado do verbo principal no infinitivo sem o to. Ele pode ser usado para construir frases afirmativas,
negativas e interrogativas.

AFFIRMATIVE NEGATIVE INTERROGATIVE


I can dance I can’t/cannot dance Can I dance?
You can dance You can’t/cannot dance Can you dance?
He/she/it can dance He/she/it can’t/cannot dance Can he/she/it dance?
We can dance We can’t/cannot dance Can we dance?
You can dance You can’t/cannot dance Can you dance?
They can dance They can’t/cannot dance Can they dance?

Advérbios de frequência (OFTEN, GENERALLY, SOMETIMES, NEVER, SELDOM, ALWAYS...) são colocados, de preferência, ANTES do
verbo principal ou APÓS o verbo auxiliar ou o verbo to be.

They USUALLY watch TV in the evenings.


She is ALWAYS late.
These curtains have NEVER been cleaned.

Expressões adverbiais de freqüência são colocadas no final ou no início de uma oração.


They watch TV EVERY EVENING.
ONCE A WEEK they go swimming.

Advérbios de probabilidade (POSSIBLY, PROBABLY, CERTAINLY...) são colocados antes do verbo principal mas após be ou um verbo
auxiliar.
He PROBABLY knows her phone number.
He is CERTAINLY at home now.

PERHAPS e MAYBE aparecem normalmente no começo de uma oração.


PERHAPS I’ll see her later.
MAYBE you’re right.
Advérbios de tempo (TODAY, TOMORROW, NOW, SOON, LATELY...) são colocados no final ou no início de uma oração.
He bought a new camera YESTERDAY.
ON MONDAY I’m going to London.

Advérbios de modo (SLOWLY, QUICKLY, GENTLY, SOFTLY, WELL...) aparecem normalmente no final da oração. Alguns advérbios podem
também aparecer no início de uma oração se quisermos enfatizá-los.
She entered the room SLOWLY.
SLOWLY she entered the room.

Grande parte dos advérbios de modo é formada pelo acréscimo de LY ao adjetivo.

serious – seriousLY
careful – carefulLY
quiet – quietLY
heavy – heaviLY
bad – badLY

Porém, nem todas as palavras terminadas em LY são advérbios.

lonely = solitário (adjetivo)


lovely = encantador (adjetivo)
silly = tolo (adjetivo)
elderly = idoso (adjetivo)

46
LÍNGUA INGLESA
Advérbios de lugar (HERE, THERE, EVERYWHERE...) são usados no início ou no final de orações.
You’ll find what you want HERE.
THERE comes the bus.
Modo, lugar, tempo
A posição normal dos advérbios em uma oração é:

He did his job CAREFULLYAT HOMEYESTERDAY.

MODO LUGAR TEMPO

Lugar, modo, tempo


Com verbos de movimento, a posição normal é:

She traveled TO LONDONBY PLANELAST WEEK.

LUGAR MODO TEMPO

As preposições são muito utilizadas na estrutura das frases. Em inglês não poderia ser diferente. As preposições expressam lugar ou
posição, direção, tempo, maneira (modo), e agente (ou instrumento).
The keyboard is on the desk - (lugar ou posição).
Raphaelran toward the hotel - (direção).
The plane arrived at eleveno’clock - (tempo).
David travels by train - (maneira ou modo).
The computer was broken by him - (agente).

PREPOSIÇÕES
Horas The airplane will arrive at five o’clock.
Datas We have a big party at Christmas.
Lugares He is at the drugstore.
AT
Cidades pequenas She lives at Barcelos.
Períodos do dia She works at night.(noon,night, midnight, dawn)
Endereços completosFabrizio lives at 107 Boulevard Street.
Períodos do diaMarcus works in the morning. (exceto noon, night, midnight e dawn)
Meses The case will arrive in March.
IN
Estações do ano It’s very hot in summer.
Anos David graduaded in 2008.
Séculos Manaus was created in 18th century.
Expressões do tempo The computer will be working in few days.
Expressões de lugar (dentro) The memory is in the CPU.
August lives in São Paulo.
Estados, Cidades grandes, Países, Continentes
There are many developed countries in Europe.
“sobre” Our bags are on the reception desk.
Dias da semana He has class on Friday.

Datas He has class on Friday.


ON
Transportes coletivos There are a lot of people on that plane.
Nomes de ruas ou avenidas The CETAM is on Djalma Street.
“floor” Gabriel lives on the 8th floor.

47
LÍNGUA INGLESA
Prepositions of Place

Vestimentas

48
LÍNGUA INGLESA
T-shirt = camiseta Subjects
Sweatshirt = Blusa de moletom Inglês: English
Shirt = camisa Matemática: Mathematics (Math)
Suit = terno História: History
Pants:calça Geografia: Geography
Tie = gravata Química: Chemistry
Wedding dress = vestido de noiva Física: Physics
Jacket = jaqueta Ciência: Science
Skirt = saia Biologia: Biology
Coat = casaco Educação Física: Physical Education (P.E.)
Shorts = Bermuda Artes: Arts
Dress = vestido Música: Music
Underpants = cueca Literatura: Literature
Panties = calcinha Redação: Writing
Bra = sutiã Português: Portuguese
Nightgown = camisola Espanhol: Spanish
Pajamas = pijama
Robe = roupão Diversão e mídia
Scarf = cachecol Movies/cinema = cnema
Uniform = uniforme Theater = teatro
Singlet = regata Bar/Pub = bar
Swimming Trunks = sunga Restaurant = restaurante
Swimsuit = maiô Café = lanchonete
Bikini = biquíni Park = parque
Concert = show
Cotidiano Play = peça de teatro

U.S. Money Tecnologia


US$ 1 Dollar = 100 cents Cellphone/mobile phone = celular
bills - $1, $5, $10, $20, $50, $100 Laptop = notebook
Coins – 1c, 5c, 10c, 25c, $1 Personal computer(PC) = Computador
Penny = 1 cent Printer = impressora
Nickel = 5 cents Keyboard = teclado
Dime = 10 cents Mouse = mouse
Quarter = 25 cents Television = televisão

Ways to pay Meio ambiente


Check = cheque Environment = meio ambiente
Cash = em dinheiro Ozone layer = camada de ozônio
Note/bill = nota Water = água
Coin = moeda Tree = árvore
Credit card = cartão de crédito Weather = clima
Animals = animais
Materials Air = ar
Acrylic = acrílico Wind = vento
Cotton = algodão Rain = chuva
Denim = brim Snow = neve
Fleece/wool = lã Fog = neblina
Gold = ouro Hurricane = furacão
Leather = couro Storm = tempestade
Linen = linho Lightning = relâmpago
Plastic= plástico Thunder = trovão
Rubber = borracha
Silk = seda Comida e bebida
Silver = prata Bread — Pão
Butter — Manteiga
Educação Cake — Bolo
Nursery School = pré-escola Cheese — Queijo
Elementary school ou Primary School = Ensino fundamental I Chicken — Frango
Secondary school = Ensino fundamental II Chips — Salgadinhos
High school = Ensino médio Chocolate — Chocolate
College/University = Faculdade/universidade Corn flakes — Cereal

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LÍNGUA INGLESA
Egg — Ovo T-bone steak — Bife t-bone
Fish — Peixe Tenderloin — Filé mignon
French fries — Batata-frita Tuna — Atum
Ham — Presunto Turkey — Peru
Ice cream — Sorvete Veal — Vitela
Jam — Geleia
Jello — Gelatina Vegetables (vegetais)
Margarine — Margarina Anise — Anis
Mashed potatoes — Purê de batatas Asparagus — Espargos
Meat — Carne Beans — Feijão
Pancacke — Panqueca Beet — Beterraba
Pasta — Macarrão Broccoli — Brócolis
Peanut — Amendoim Cabbage — Repolho
Peanut butter — pasta de amendoim Carrot — Cenoura
Pepper — Pimenta Cauliflower — Couve-flor
Pie — Torta Celery — Aipo/Salsão
Pizza — Pizza Corn — Milho
Popsicle — Picolé Cucumbers — Pepinos
Potato chips — Batata-frita Eggplant — Berinjela
Rice — Arroz Garlic — Alho
Salt — Sal Ginger — Gengibre
Sandwich — Sanduíche Green onion — Cebolinha verde
Sliced bread — Pão fatiado Heart of Palms — Palmito
Soup — Sopa Leeks — Alho-poró
Sugar — Açúcar Lettuce — Alface
Toast — Torrada Manioc — Mandioca
Water cracker — Bolacha de água e sal Mushroom — Cogumelo
Okra — Quiabo
Meat (carne) Olives — Azeitonas
Bacon — Bacon Onion — Cebola
Barbecue — Churrasco Pepper — Pimenta
Beef — Carne de vaca Pickles — Picles
Beef Jerky — Carne seca Potato — Batata
Blood sausage —Chouriço Pumpkin — Abóbora
Carp — Carpa Radish — Rabanete
Chicken — Frango Rucola — Rúcula
Chicken legs — Pernas de Frango Snow pea — Ervilha
Chicken wings — Asas de Frango Spinach — Espinafre
Cod — Bacalhau Sweet potato — Batata doce
Crab — Caranguejo Tomato — Tomate
Duck — Pato Turnip — Nabo
Fish — Peixe Watercress — Agrião
Grilled fish — Peixe grelhado Yams — Inhame
Ground beef — Carne moída
Hamburger — Hambúrguer Fruits (frutas)
Lobster — Lagosta Apple — Maçã
Meatball — Almôndega Apricots — Damascos
Mortadella — Mortadela Avocado — Abacate
Pork chops — Costeletas de porco Banana — Banana
Pork legs — Pernas de porco Blackberry — Amora
Pork loin — Lombo de porco Blueberry — Mirtilo
Rib cuts — Costela Cashew nut — Castanha de Cajú
Roast chicken — Frango assado Cherry — Cereja
Salami — Salame Coconut — Coco
Salmon — Salmão Figs — Figos
Sausage — Linguiça Grapes — Uvas
Shrimp — Camarão Guava — Goiaba
Sirloin — Lombo Honeydew melon — Melão
Smoked sausage — salsicha defumada Jackfruit — Jaca
Squid — Lula Kiwi — Kiwi
Steak — Bife Lemon — Limão
Stew meat — Guisado de carne Mango — Manga

50
LÍNGUA INGLESA
Orange — Laranja Playing video games = jogar vídeo games
Papaya — Mamão Reading = leitura
Passion fruit — Maracujá Riding a bike = andar de bicicleta
Peach — Pêssego Sculpting = esculpir
Pear — Pera Sewing = costurar
Pineapple — Abacaxi Singing = cantar
Plum — Ameixa Skating = andar de patins ou skate
Prune — Ameixa-seca Skiing = esquiar
Start fruit — Carambola Stamp collecting = colecionar selos
Strawberry — Morango Surfing = surfar
Tamarind — Tamarindo Working out = malhar
Tangerine — Tangerina
Watermelon — Melancia Saúde e exercícios

Drinks (bebidas)
Beer — Cerveja
Brandy — Aguardente
Champagne — Champanhe
Chocolate — Chocolate
Cocktail — Coquetel
Coffee — Café
Coffee-and-milk — Café-com-leite
Draft beer — Chope
Gin — Gim
Hot chocolate — Chocolate quente
Juice — Suco
Lime juice — Limonada
Liqueur — Licor
Milk — Leite
Mineral water — Água mineral
Red wine — Vinho tinto
Rum — Rum Health Problems and Diseases (problemas de saúde e doen-
Soda — Refrigerante ças)
Sparkling mineral water — Água mineral com gás
Still mineral water — Água mineral sem gás Skin occurrences (Ocorrências na pele)
Tonic water — Água tônica Blemish – mancha
Vodka — Vodca Bruise - contusão
Water — Água Dandruff - caspa
Whiskey —Uísque Freckle – sarda
White wine —Vinho branco Itching – coceira
Pimple – espinha
Yogurt — Iogurte
Rasch – erupção da pele
Scar - cicatriz
Tempo livre, “hobbies” e lazer
Spot – sinal, marca
Bowling = boliche
Wart – verruga
Camping = acampar Wound - ferida
Canoeing = canoagem Wrinkle – ruga
Card games = jogos de baralho
Chess = xadrez Aches (Dores)
Cooking = cozinhar Backache – dor nas costas
Crossword puzzl = palavras cruzadas Earache – dor de ouvido
Dancing = dançar Headache – dor de cabeça
Drawing = desenhar Heartache – dor no peito
Embroidery = bordado stomachache – dor de estômago
Fishing = pesca Toothache – dor de dente
Gardening = jardinagem
Hiking = caminhar Cold and Flu (Resfriado e Gripe)
Hunting = caçar Cough – tosse
Jogging = corrida Fever – febre
Knitting = tricotar Running nose – nariz entupido
Mountaineering = escalar montanhas Sneeze – espirro
Painting = pintar Sore throat – garganta inflamada
Photography = fotografia Tonsilitis – amigdalitis

51
LÍNGUA INGLESA
Other Diseases (Outras doenças)
Aneurism - aneurisma
Appendicitis - apendicite
Asthma – asma
Bronchitis – bronquite
Cancer – câncer
Cirrhosis - cirrose
Diabetes – diabetes
Hepatitis – hepatite
High Blood Pressure – hipertensão (pressão alta)
Pneumonia – pneumonia
Rheumatism – reumatismo
Tuberculosis – tuberculose
Moradia;

Povos e línguas

Sentimentos, opiniões e experiências


Happy = feliz
Afraid = com medo
Sad = triste
Hot = com calor
Amused = divertido
Bored = entediado
Anxious = ansioso
Confident = confiante
Cold = com frio
Suspicious = suspeito
Surprised = surpreso
Loving= amoroso
Curious = curioso
Envious = invejoso
Jealous = ciumento
Miserable = miserável
Confused = confuso
Stupid = burro
Angry = com raiva
Sick = enjoado/doente
Ashamed = envergonhado
Indifferent = indiferente
Determined = determinado
Crazy = louco
Depressed = depressivo

52
LÍNGUA INGLESA
Frightened = assustado Building – Edifício ou Prédio
Interested = interessado Bus station – Rodoviária
Shy = tímido Bus stop – Ponto de ônibus
Hopeful = esperançoso Butcher shop – Açougue
Regretful = arrependido Cabstand ou Taxi stand – Ponto de taxi
Scared = assustado Capital – Capital
Stubborn = teimoso Cathedral – Catedral
Thirsty = com sede Cemetery – Cemitério
Guilty = culpado Chapel – Capela
Nervous = nervoso Church – Igreja
Embarrassed = envergonhado Circus – Circo
Disgusted = enojado City – Cidade
Proud = orgulhoso Clothing store – Loja de roupas
Lonely = solitário Club – Clube
Frustrated = frustrado Coffee shop – Cafeteria
Hurt= magoado College – Faculdade
Hungry = com fome Computer store – Loja de informática
Tired= cansado Concert hall – Casa de espetáculos ou Sala de concertos
Thoughtful = pensativo Convenience store – Loja de conveniência
Optimistic = otimista Corner – Esquina
Relieved = aliviado Costume store – Loja de Fantasia
Shocked = chocado Court – Quadra de esportes ou pode ser Tribunal ou comumen-
Sleepy = com sono te chamado de Fórum, depende do contexto.
Excited = animado Crosswalk/Pedestrian crossing/Zebra crossing – Faixa de pe-
Bad = mal destres
Worried = preocupado Cul-de-sac ou Dead end street – Beco ou Rua sem saída
City hall – Prefeitura
Identificação pessoal Dental clinic – Clinica dentária ou Consultório Odontológico
First name = Primeiro nome Downtown – Centro da cidade
Middle name = Nome do meio Driving school – Auto escola
Last name = Último nome Drugstore – Farmácia ou Drogaria
Full name = Nome completo Factory – Fábrica
Date of Birth = Data de nascimento Field – Campo
Age = Idade Fire station – Posto ou Quartel de bombeiros
Sex = Sexo Fishmonger’s – Peixaria
Place of Birth = Local de nascimento Flower show – Floricultura
Nationality = Nacionalidade Food Truck – Food Truck ou Caminhão que vende comida
Occupation = Ocupação/profissão Gas station – Posto de gasolina
Address = Endereço Glasses store ou Optical store – Loja de Ótica
City = Cidade Greengrocer – Quitanda
Country = País Grocery store – Mercearia
Zip code/Post code = Código postal (CEP) Gym – Academia de ginástica
Phone number = Número de telefone Hair salon – Cabeleireiro
E-mail address = Endereço de e-mail Hardware store – Loja de ferramentas
Health Clinic/Center – Clinica ou Posto de saúde
Lugares e edificações Hospital – Hospital
Airport – Aeroporto Hotel – Hotel
Amusement park – Parque de diversões House – Casa
Aquarium – Aquário Ice Cream Shop/Parlor – Sorveteria
Art gallery – Galeria de arte Intersection ou Crossroad – Cruzamento
ATM (Automatic Teller Machine) – Caixa eletrônico Jail ou Prison – Cadeia ou Prisão
Auto repair shop ou Garage – Oficina mecânica Jewelry store – Joalheria
Avenue – Avenida Kiosk – Quiosque
Baby store – Loja infantil ou bebê Lake – Lago
Barber shop – Barbearia Laundromat ou Laundry – Lavanderia
Bakery – Padaria Library – Biblioteca
Bank – Banco Lottery retailer ou Lottery kiosk – Casa lotérica
Beach – Praia Mall – Shopping center
Beauty salon/parlor/shop – Salão de beleza Metropolis – metrópole
Block – Quarteirão Monument – Monumento
Bookstore ou Bookshop – Livraria Mosque – Mesquita
Bridge – Ponte Movie theater – Cinema

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LÍNGUA INGLESA
Museum – Museu Uncle – tio
Neighborhood – Bairro Aunt – tia
Newsstand – Banca de jornal Cousin – primo e prima
Office – Escritório Nephew – sobrinho
One-way street – Rua de mão única ou sentido único Niece – sobrinha
Outskirts ou Suburb – Periferia ou Subúrbio Grandparents – avós
Park – Parque Grandfather – avô
Parking lot – Estacionamento Grandmother – avó
Penitentiary – Presídio ou Penitenciária Grandson – neto
Perfume shop – Perfumaria Granddaughter – neta
Pet Shop – Pet Shop Great grandfather – bisavô
Pizzeria – Pizzaria Great grandmother – bisavó
Place – Lugar Great grandson – bisneto
Playground – Parque infantil Great granddaughter – bisneta
Police station – Delegacia de polícia Father-in-law – sogro
Port – Porto Mother-in-law – sogra
Post office – Agência de correios Brother-in-law – cunhado
Pub – Bar Sister-in-law – cunhada
Real estate agency – Imobiliária Stepfather – padrasto
Reference point ou Landmark – Ponto de referência Stepmother – madrasta
Restaurant – Restaurante Stepson – enteado
River – Rio Stepdaughter – enteada
Road – Estrada Foster parents – pais adotivos
Rotary ou Roundabout – Rotatória Foster father – pai adotivo
School – Escola Foster mother – mãe adotiva
Shoe store – Sapataria
Sidewalk – Calçada Transporte e serviços
Snack bar – Lanchonete Airliner: Avião comercial (Aviões maiores geralmente chama-
Square – Praça dos de boeing)
Stadium – Estádio Airplane ou apenas plane: Avião
Station – Estação Bike: Bicicleta
Stationery store – Papelaria Boat: Barco ou bote
Steak House – Churrascaria Bus: Ônibus
Store – Loja Canoe: Canoa
Street – Rua Car: Carro
Subway station – Estação de metrô Carriage: Carruagem
Supermarket – Supermercado Cruiser: Cruzeiro
Synagogue – Sinagoga Ferry: Balsa
Temple – Templo Glider: Planador
Town – Cidade pequena ou Município Helicopter ou chopper (informal): Helicóptero
Toy store ou Toy shop – Loja de brinquedos Jet: Jato ou como falamos às vezes, jatinho
Train station – Estação de trem Moped ou scooter: Motocicleta ou mobilete (Patinete também
Travel agency – Agência de viagens pode ser chamado de scooter)
University – Universidade Motorbike: Motocicleta ou simplesmente moto
Zoo – Zoológico Motorboat: Lancha
Ocean liner: Transatlântico
Relacionamento com outras pessoas On foot: A pé
Parents – pais Pickup truck: Caminhonete
Father – pai Raft: Jangada
Mother – mãe Roller skates: Patins
Son – filho Sailboat: Veleiro ou barco à vela
Daughter – filha School bus: Ônibus escolar
Siblings – irmãos Ship: Navio
Brother – irmão Skateboard: Skate
Sister – irmã Streetcar ou trolley: Bonde
Halfbrother – meio-irmão Subway ou metro (inglês americano) ou The underground ou
Halfsister – meia-irmã informalmente the tube (inglês britânico): Metrô
Only child – filho único Taxi ou cab: Táxi
Wife – esposa Train: Trem
Husband – esposo Truck: Caminhão
Fiancé – noivo Van: Furgão ou van
Bride – noiva

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LÍNGUA INGLESA
Compras Rhythmic Gymnastics - Ginástica Rítmica
Algumas placas com informações importantes: Rugby - Rúgbi
Out to lunch – Horário de almoço Soccer - Futebol
Buy one get one free – Pague um, leve dois. Outras formas de Synchronized Swimming - Nado Sincronizado
passar essa mesma ideia são: BOGOF (sigla para a mesma expres- Volleyball - Vôlei
são) e two for one (dois por um). Water Polo - Polo Aquático
Clearance sale/Reduced to clear/Closing down sale – Liquida-
ção Mundo natural

Conversando com atendentes Animais em inglês: principais animais domésticos (pets)


Excuse me, I’m looking for… – Licença, eu estou procurando Bird: Pássaro;
por… Bunny: Coelhinho;
I’m just looking/browsing, thanks. – Estou só olhando, obri- Cat: Gato;
gado(a). Dog: Cachorro;
Do you have this in… – Você tem isso em…Complete com o que GuineaPig: Porquinho da Índia;
você precisa que mude na peça: A bigger size (um tamanho maior)? Mouse: Rato/Camundongo;
/ Yellow (amarelo)? / Pink (rosa)? Parrot: Papagaio;
Could I return this? – Eu poderia devolver isso? Rabbit: Coelho;
Could I try this on? – Posso provar? Turtle: Tartaruga.
What are the store’s opening hours? – Qual o horário em que
a loja abre? Animais em inglês: principais nomes de aves
Chicken: Galinha;
Esporte Rooster: Galo;
Individual Sports - Esportes Individuais Pigeon: Pomba;
Athletics - Atletismo Peacock: Pavão;
Automobilism - Automobilismo Hawk: Falcão;
Artistic Gymnastics - Ginástica Artística Swan: Cisne;
Boxing - Boxe Sparrow: Pardal;
Bowling - Boliche Duck: Pato.
Canoeing - Canoagem
Cycling - Ciclismo Animais em inglês: principais animais selvagens
Equestrianism - Hipismo Alligator: Jacaré;
Fencing - Esgrima Bat: Morcego;
Golf - Golfe Bear: Urso;
Jiujitsu - Jiu-Jítsu Crocodile: Crocodilo;
Judo - Judô Deer: Viado;
Karate - Caratê Elephant: Elefante;
Motorcycling - Motociclismo Eagle: Águia;
Mountaineering - Alpinismo Giraffe: Girafa;
Olympic Diving - Salto Ornamental Hippo: Hipopótamo;
Skiing - Esqui Kangaroo: Canguru;
Sumo - Sumô Lion: Leão;
Surfing - Surfe Monkey: Macaco;
Swimming - Natação Owl: curuja;
Table tennis - Tênis de mesa/Pingue-pongue Pig: Porco;
Taekwon-Do - Taekwon-Do Snake: Cobra;
Tennis - Tênis Squirrel: Esquilo;
Triathlon - Triatlo Stag: Cervo;
Weightlifting - Halterofilismo Tiger: Tigre;
Zebra: Zebra;
Team Sports - Esportes Coletivos Wolf: Lobo.
Badminton – Badminton
Baseball - Beisebol Animais em inglês: principais insetos
Basketball - Basquete Ant: Formiga;
Beach Soccer - Futebol de Areia Mite: Ácaro;
Beach Volleyball - Vôlei de Praia Bee: Abelha;
Football – Futebol Americano Beetle: Besouro;
Footvolley - Futevôlei Butterfly: Borboleta;
Futsal - Futsal Caterpillar: Lagarta;
Handball - Handebol Cockroach: Barata;
Hockey - Hóquei Cricket: Grilo;
Polo - Polo Fly: Mosca;

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LÍNGUA INGLESA
Flea: Pulga;
bétula birch
Firefly: Vagalume;
Grasshoper: Grilo; canela cinnamon
Ladybug: Joaninha;
Louseorlice: Piolho; carvalho oak
Mosquito: Pernilongo/Mosquito;
castanheiro horse chestnut tree
Snail: Caracol;
Spider: Aranha; caule stem
Tick: Carrapato;
Termite: Cupim. cebola onion

Animais em inglês: principais animais marítimos cebolinha green onion


Crab: Caranguejo; cedro cedar
Dolphin: Golfinho;
Fish: Peixe; cerejeira cherry tree
Octopus: Polvo;
Penguin: Pinguim; coentro cilantro
Seal: Foca; colorau red spice mix
Shark: Tubarão;
Whale: Baleia. cominho cumin

Animais em inglês: principais tipos de peixes coqueiro coconut tree


Carp: Carpa; cravo clove
Dogfish: Cação;
Dried Salted Cod: Bacalhau; erva herb
Flounder: Linguado;
Hake: Pescada; ervas finas fine herbs
Scabbardfish: PeixeEspada; figueira fig tree
Tuna: Atum;
Tilapia: Tilápia; folha de louro bay leaves
Trout: Truta.
gengibre ginger
Animais brasileiros em inglês
girassol sunflower
Capivara: Capybara;
Boto Cor-de-rosa: Pink Dolphin; grama grass
Lobo guará: Maned Wolf;
Mico Leão Dourado: Golden Lion Tamarin; lírio lily
Onça Pintada: Jaguar;
macieira apple tree
Tamanduá Bandira: Giantanteater;
Tatu: Armadilo; manjericão basil
Tucano: Toucan;
Quati: Coati. margarida daisy

melissa melissa
Plantas em inglês
musgo moss
PORTUGUÊS INGLÊS noz moscada nutmeg
árvore tree oliveira olive tree
alecrim rosemary orquídea orchid
ameixieira plum tree orégano oregano
arbusto bush / shrub papoula poppy
azaleia azalea pereira pear tree
azevinho holly pinheiro pine tree
açafrão turmeric planta plant
bordo maple páprica paprika
bromélia bromeliads

56
LÍNGUA INGLESA
Played beach soccer. — Jogou futebol de areia.
rosa rose
Make a bonfire. — Fazer uma fogueira.
salgueiro willow Made a bonfire. — Fez uma fogueira
Play the guitar. — Tocar violão.
salsa parsley Played the guitar. — Tocou violão.
Throw a bonfire party. — Dar uma festa com fogueira.
samambaia fern
Threw a bonfire party. — Deu uma festa com fogueira.
tulipa tulip Write messages in the sand. — Escrever mensagens na areia.
Wrote messages in the sand. — Escreveu mensagens na areia.
violeta violet Walk on the boardwalk. — Caminhar no calçadão de madeira.
Walked on the boardwalk. — Caminhou no calçadão de ma-
vitória-régia waterlily deira.
atch free summer concerts. — Assistir shows de verão gratuito.
Viagens e férias Watched free summer concerts. — Assistiu shows de verão gra-
tuito.
Vocabulário Have a picnic. — Ter um piquenique.
Time off. — Tempo fora do trabalho. Had a picnic. — Teve um piquenique.
Day off. — Dia de folga. Play frisbee. — Jogar frisbee.
Vacation. — Férias. Played frisbee. — Jogou frisbee.
Go away. — Ir viajar. Look for seashells. — Procurar por conchas do mar.
Travel. — Viajar. Looked for seashells. — Procurou por conchas do mar.
Take a trip. — Fazer uma viagem. Watch the sunset. — Assistir o pôr-do-sol.
Take time off. — Tirar um tempo fora do trabalho. Watched the sunset. — Assistiu o pôr-do-sol.
Go to the beach. — Ir para a praia. Search for historic sites. — Procurar por lugares históricos.
Go to the country. — Ir para o interior. Searched for historic sites. — Procurou por lugares históricos.
Get a tan. — Pegar um bronzeado.
Como foram suas férias Got a tan. — Pegou um bronzeado.
How was your vacation? — Como foram as suas férias? Go sunbathing ou go tanning. — Ir tomar banho de sol, se bron-
It was good. — Foram boas. zear.
It was amazing. — Foram demais. Went sunbathing. — Foi se bronzear.
It was very relaxing. — Foi muito relaxante. Get a sunburn. — Pegar uma queimadura do sol.
Got a sunburn. — Pegou uma queimadura do sol.
Para onde você foi Get sunburn. — Se queimar, ser queimado pelo sol.
Where did you go? — Onde você foi? Got sunburn. — Se queimou do sol.
We went to the beach. — Nós fomos para a praia. Wear sunscreen ou wear sunblock. — Usar protetor solar.
I went to the country with my family. — Eu fui para o interior Wore sunscreen. — Usou protetor solar.
com minha família. Use tanning lotion. — Usar bronzeador.
We took a trip to Hawaii. — Nós fizemos uma viagem para o Used tanning lotion. — Usou bronzeador.
Hawaii.
We went to visit our family in France. — Nós fomos visitar a Tempo
nossa família na França. As horas em inglês podem vir acompanhadas de algumas ex-
Who did you go with? — Com quem você foi? pressões de tempo como:
I went with my sister and brother. — Eu fui com a minha irmã Day: dia
e meu irmão. Today: hoje
I went with my husband and kids. — Eu fui com meu marido, Yesterday: ontem
esposo e crianças. The day before yesterday: anteontem
I went with my wife and kids. — Eu fui com a minha esposa e Tomorrow: amanhã
crianças. The day after tomorrow: depois de amanhã
I went with my classmates. — Eu fui com os meus colegas de Morning: manhã
aula. Afternoon: tarde
Evening: noite
Como você viajou Night: noite
How did you go? — Como que você foi? Tonight: esta noite
We went by plane. — Nós fomos de avião. Midday: meio-dia
We went by car. — Nós fomos de carro. At noon: ao meio-dia
Midnight: meia noite
Coisas para fazer nas férias At midnight: à meia-noite
Read. — Ler.
Read. — Leu. (Só muda a pronúncia)
Go swimming. — Ir nadar ou nadar.
Went swimming. — Fui ou foi nadar.
Play beach soccer. — Jogar futebol de areia ou de praia.

57
LÍNGUA INGLESA
Barber = barbeiro
Barista = barista (quem tira café em casas especializadas)
Bartender = barman
Bellhop, bellboy = mensageiro (em hotel)
Biologist = biólogo
Biomedical scientist = biomédico
Blacksmith = ferreiro
Bricklayer, mason = pedreiro
Broker = corretor (de seguros, de investimentos etc., menos de
imóveis)
Butcher = açougueiro
Butler, major-domo = mordomo
Buyer = comprador
Cabdriver, cab driver, taxi driver, cabby, cabbie = taxista
Cabinet-maker = marceneiro
Carpenter = carpinteiro
Cartoonist = cartunista
Para informar as horas em inglês usa-se o “it is” ou “it’s” e os Cattle breeder, cattle raiser, cattle farmer, cattle rancher = pe-
números correspondentes (da hora e dos minutos): cuarista
Exemplo: 4:35 – It is four thirty-five. Cashier = caixa
Chef = chef
A expressão “o’clock” é utilizada para indicar as horas exatas: Chemist (bre) = farmacêutico
Exemplo: 3:00 – It is three o’clock. Chemist (ame) = químico
Civil Servant = servidor público, funcionário público
A expressão “past” é usada para indicar os minutos antes do Clerk = auxiliar de escritório
30: Coach = treinador, técnico esportivo
Exemplo: 6:20 – It is six twenty ou It is twenty past six. Cobbler = sapateiro
Comedian = comediante
A expressão “a quarter” é usada para indicar um quarto de Commentator = comentarista (rádio e TV)
hora (15 minutos): Composer = compositor
Exemplo: 3:15 – It is three fifteen ou It is a quarter past three. Computer programmer = programador
Conference interpreter = intérprete de conferência
A expressão “half past” é usada para indicar meia hora (30 mi- Contractor = empreiteiro
nutos): Consultant = consultor
Exemplo: 8:30 – It is eight thirty ou It is half past eight. Cook = cozinheiro
Dancer = dançarino
Note que depois dos 30 minutos, em vez da expressão “past”, Dentist = dentista
utilizamos o “to”: Designer = designer, projetista, desenhista
Exemplo: 8.45 – It is eight forty-five ou It is a quarter to nine. Diplomat = diplomata
Doctor, medical doctor, physician = médico
Utilizamos as expressões a.m. e p.m. para indicar quando o ho- Doorman = porteiro
rário em inglês ocorre antes ou depois de meio-dia. Driver = motorista, piloto de automóvel
a.m. – antes do meio-dia Economist = economista
p.m. – depois do meio-dia Editor = editor; revisor
Electrician = eletricista
Trabalho e empregos Engineer = engenheiro, maquinista
Accountant = contador Farmer = fazendeiro; produtor rural; agricultor
Actor = ator Filmmaker = cineasta, produtor de cinema, diretor de cinema
Actress = atriz Firefighter, fireman = bombeiro
Administrator = administrador Fisherman = pescador
Agronomist = agrônomo Flight attendant = comissário de bordo
Anthropologist = antropólogo Foreman = capataz; encarregado
Archaeologist / archeologist = arqueólogo Garbageman (ame); dustman (bre) = lixeiro
Architect = arquiteto Gardener = jardineiro
Astronaut = astronauta Geographer = geógrafo
Astronomer = astrônomo Geologist = geólogo Geographer Geógrafo(a)
Athlete = atleta Glazer = vidraceiro
Babysitter, baby-sitter, sitter, nanny (ame) = babá Graphic designer = designer gráfico
Baker = padeiro Gravedigger = coveiro
Bank clerk = bancário Guide = guia
Banker = banqueiro; bancário Hairdresser, hairstylist = cabeleireiro
Bank teller = caixa de banco Headmaster, principal (ame) = diretor (de escola)

58
LÍNGUA INGLESA
Historian = historiador Saleswoman* = vendedora
Housewife = dona de casa Scientist = cientista
Illustrator = ilustrador Screenwriter = roteirista
Interior designer = designer de interiores, decorador Sculptor = escultor
Interpreter = intérprete Seamstress = costureira
Jailer = carcereiro Secretary = secretária
Janitor, superintendent, custodian = zelador Shopkeeper (ame), storekeeper (bre), shop owner, merchant =
Journalist = jornalista lojista, comerciante
Jeweller (bre), Jeweler (ame) = joalheiro Singer, vocalist = cantor
Judge = juiz (de direito) Social worker = assistente social
Lawyer = advogado Speech therapist = fonoaudiólogo
Librarian = bibliotecário Statistician = estatístico
Lifeguard = salva-vidas, guarda-vidas Systems analyst = analista de sistemas
Locksmith = serralheiro; chaveiro Tailor = alfaiate
Maid = empregada doméstica Teacher = professor
Male nurse = enfermeiro Operator = operador
Manager = gerente Operator, telephone operator = telefonista
Mathematician = matemático Teller = caixa (geralmente de banco)
Mechanic = mecânico Trader = trader, operador (em bolsa de valores)
Medic = militar do Serviço de Saúde; médico Translator = tradutor
Meteorologist = meteorologista Travel agent = agente de viagens
Midwife = parteira Treasurer = tesoureiro
Miner = mineiro Valet = manobrista
Milkman = leiteiro Vet, veterinarian = veterinário
model = modelo Waiter* = garçom
Musician = músico Waitress* = garçonete
Nanny (ame) = babá Welder = soldador
Nurse = enfermeiro, enfermeira Writer = escritor
Occupational therapist = terapeuta ocupacional Zoologist = zoólogo
Optician, optometrist = oculista
Painter = pintor A Marinha
Paleontologist = paleontólogo Proa = Bow
Paramedic = paramédico Popa = Stern \ astern
Personal TRAINER = personal Bombordo = port
Pharmacist = farmacêutico (ame) Cf. CHEMIST Boreste = starboard
Philosopher = filósofo Convés = deck
Photographer = fotógrafo Linha d aqua = water line
Physicist = físico Castelo de Proa = forecastle
Physiotherapist = fisioterapeuta Boca = beans
Pilot = piloto (menos de automóvel), prático Comprimento (LOA) = length overall
Playwright = dramaturgo Obras Vivas = botton
Plumber = encanador, bombeiro (RJ) Obras Mortas = topsides
Poet = poeta Pontal = depth
Police officer, officer, constable = policial Calado de Vante = Draught forward
Politician = político Tombadilho = Fanny
Porter = porteiro Calado a ré = draught forward
Postman, mailman = carteiro Costado = ribcage
Producer = produtor (em geral artístico) Plano diametral = diametral plane
Professor = professor (universitário) Bochecha = tack
Proofreader = revisor Alheta = wing \ quarter
Psychiatrist = psiquiatra Passadisso = gangway \ bridge
Psychologist = psicólogo Casco = hull
Publisher = editor Borda livre = free board
Real estate agent, realtor = corretor de imóveis Displacement = tonelagem
Receptionist = recepcionista Notice to marine = aviso aos navegantes
Referee = árbitro, juiz (esportes), perito (responsável por análi- List of Lights = lista de faróis
se de artigos científicos) Full Load = plena carga
Reporter = repórter Fuel = combustível
Researcher = pesquisador Cruising speed = velocidade de cruzeiro
Sailor, seaman = marinheiro Draft = projeto
Salesman* = vendedor Length = comprimento
Sales representative, sales rep = vendedor Inland Waters = águas interiores

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LÍNGUA INGLESA
Bússula = compass Bosun’s Locker = paiol do mestre
Ship = navio Oars = remos
Ocean liner = navio transatlântico Buoy = boia
Tug = rebocador Fire Alarm = alarme de incêndio
Gross Tonnage = arqueação bruta Rope Ladder = escada de quebra peito
Tanker Ship = Navio Petroleiro Gangway = passadiço
Plataform Ship = navio plataforma Ports = portos
Vessel = navio embarcação Port Captaincy = capitania dos portos
Broken = quebrado Yacht Harbours = docas de recreio
Rope = cabo Coast Guard = guarda costeira
Boom = pau de carga Watch Tower = posto de vigia
Starboard = boreste Life Boat Station = Estação de Salva Vidas
Port = bombordo
Speed = velocidade Dependências a bordo
Ahead = a frente Galley = cozinha
Crew = tripulação Crew Mess = refeitório da tripulação
Stern = popa Stateroom = cabine de dormir
Fire = fogo
Fireman = bombeiro Amarração de cabos
Hose = mangueira Rope = cabo \ corda
Fire Hose = mangueira de incêndio Dock line = cabo de amarração
Tonnage Length = comprimento tonelagem Warp = lais de guia
Scend = Caturro Reef Knot = nó direito
Heel = adernar (mesmo que banda) Volta do Fiel = clove hitch
Bulkhead = Antepara Fisherman’s Bend = volta do Anete
Flush Deck = convés corrido Kink = coca (nó na mangueira)
Hold = porão Yarn = fibra
Bollard = cabeço no cais Order = ordem
Bitt = cabeço no navio Anchor = ancora

Profissões a bordo no navio Estivagem de carga


Captain of Long Haul = capitão de longo curso Rope Sling = linga de cabo
Auxiliary Health = auxiliar de saúde Bags Balles = bolsas de fardos
Steward = taifeiro Steel plates = chapas de aço
Cook = cozinheiro Homem ao mar = man over board
Pumpman = bombeiro (trabalha com bombas) Merchant Ship = Navio mercante
Nurse = enfermeiro
Officer = oficial Chamadas e comunicações
Skipper = patrão Não especificado = unspecified
Helmsman = timoneiro Explosion = explosão
Bo’sun = mestre ou contra mestre Alagado = flooding
Seaman = homem do mar Collision = colisão
Sailor = marinheiro Grounding = encalhando
Engineer = chefe de máquinas Adernado = listing
Mid Ship = meio navio Capsizing = emborcando
Ship’s Articles = rol de equipagem Sin King = naufragando
Ship’s Log = diário de bordo Disabled = sem governo
Insurance Certificate = certificado de seguro Adrift = a deriva
Customs Clearance = aduaneiro Abandonar o navio = abandoning ship
Charter Party = Fretamento Piracy = pirataria
Bill of Health = certificado de saúde Ataque armado = armed attack
Charts = cartas hidrográficas Grande = big
International Convention for the Safety of Live at Sea = conven-
ção internacional de salvaguarda da vida humana no mar. (Solas) Os Interrogativos (Question Words) são usados para se obter
STCW = Standards of training certification and watchkeeping = informações específicas. As perguntas elaboradas com eles são
convenção internacional sobre normas de formação certificação e chamadas wh-questions, pois todos os interrogativos, com exceção
service de quarto para marinheiro. apenas de how (como), começam com as letras wh.
EPP = personal projective equipament = EPI equipamento de Há perguntas em inglês iniciadas por pronomes interrogativos
proteção individual. para se obter informações do tipo: “quem, o que, como, quando,
Fire Extinguisher = extintor de incêndio onde”.
Rudder = leme
Helm = timão

60
LÍNGUA INGLESA
WHAT = (o) que, qual WHAT about...? = Que tal, o que você acha de...?
What about having lunch now?
Funciona como sujeito ou objeto da oração.
WHAT do you call...? = como se chama...? qual é o nome...?
What makes you happy? (sujeito) What do you call this device?
verbo objeto - WHAT ... FOR? = por que, para que?
principal What are you doing this for?

What did you say? (objeto) - HOW


HOW FAR = Qual é a distância?
auxiliar sujeito verbo HOW DEEP = Qual é a profundidade?
principal HOW LONG = Qual é o comprimento? Quanto tempo?
HOW WIDE = Qual é a largura?
WHO = quem HOW TALL = Qual é a altura? (pessoas)
HOW HIGH = Qual é a altura? (coisas)
Funciona como sujeito ou objeto da oração. HOW OLD = Qual é a idade?
HOW MUCH = Quanto(a)?
Who arrived late yesterday? (sujeito) HOW MANY = Quantos(as)?
HOW OFTEN = Com que frequência?
verbo principal HOW FAST = A que velocidade?

Who does she love? (objeto) A estrutura básica das frases em inglês é semelhante à nossa,
auxiliar sujeito verbo no português. Ela segue um esquema que chamamos SVO, ou seja
Sujeito-Verbo-Objeto. O mesmo vale para frases negativas, em que
principal simplesmente se adiciona ao verbo auxiliar a forma negativa not a
essa estrutura afirmativa. Do mesmo jeito que, no português, usa-
WHOM = quem mos um advérbio de negação, como “não”.
Funciona só como objeto de oração ou é usado após preposi- Formar uma frase interrogativa em inglês também não é com-
ções. plicado, embora os componentes da frase mudem um pouco de
posição em relação ao português. O mesmo vale para frases excla-
Whom did you talk to yesterday? (objeto) mativas.
verbo sujeito verbo Para formar frases afirmativas, o inglês usa o mesmo esquema
Sujeito-Verbo-Objeto que usamos no português. Já para frases ne-
auxiliar principal
gativas devemos apenas adicionar o not a essa estrutura afirmati-
va — exatamente como fazemos em nosso idioma — mas também
To whom did you talk?
inserir um verbo auxiliar em inglês.
WHICH = que, qual, quais - Indica escolha ou opção.
Já para interrogações e exclamações, os componentes das fra-
Which shirt do you prefer: the blue one or the red one?
ses em inglês mudam um pouco, em relação aos do português.
Which of those ladies is your mother?
Tradução literal não tem como funcionar porque cada língua é
parte de uma cultura e as culturas são completamente diferentes.
WHERE = onde
Fica fácil não cometer mais este erro se você lembrar que as
Where are you going tonight?
frases em Inglês sempre precisam ter um sujeito (considerando so-
mente a frase central). As únicas que começam direto do verbo são
WHY = por que
as imperativas como tell me, stand up e ask her.
Why don’t you come to the movies with us?
Entender a estrutura de um idioma é muito mais importante do
que tentar traduzir tudo ao pé-da-letra.
WHEN = quando
“When were you born?” “In 1970.”
Sujeito
O sujeito, que sempre ocupa a primeira posição na frase, con-
HOW = como
trário ao que ocorre na língua portuguesa, nunca é omitido. O su-
“How is his sister?” “Fine.”
jeito pode ser representado por um ou vários substantivos ou por
pronomes pessoais.
WHOSE = de quem
“Whose dictionary is this?” “John’s.”
Verbo
Como se pode observar nos exemplos anteriores, o verbo ou a
Formas compostas de WHAT e HOW
locução verbal (sublinhados) ocupa a segunda posição na estrutura
frasal inglesa.
- WHAT
Na poesia, na música ou no inglês falado coloquial, pode-se en-
WHAT + to be + like? = como é...?
contrar exemplos em que esta regra não é observada.
“What is your boyfriend like?”
Entretanto, em linguagem técnico-científica, como no inglês
“He’s tall and slim.”
computacional, o formato S+V+C é usado rigorosamente.

61
LÍNGUA INGLESA
Complementos Today, soccer robots are entirely autonomous. They wireless
Os complementos são palavras ou frases inteiras que detalham “talk” to each other, make decisions regarding strategy in real-time,
ou completam as informações estabelecidas pelo sujeito e o verbo, replace an “injured” player, and shoot goals. The only person in a
que são os únicos termos essenciais da oração. RoboCup game is the referee. The team coaches are engineers in
Analisemos estas frases: “A secretária chegou”, “O ônibus saiu”, charge of training the RoboCups’ artificial intelligence for fair play:
“O avião caiu”. Sintaticamente, já temos os dois elementos indis- the robots don’t smash against each other or pull their shirts.
pensáveis: O sujeito que determina quem está envolvido na exe-
cução de uma determinada ação e o verbo que responde pelo ato The next RoboCup competition will soon be played, virtually,
executado with rules that will allow teams to participate without establishing
physical contact.
QUESTÕES
Available at:<https://www.ua-magazine.com/2021/05/12/robots-
-the-next-generation-of-soccer-players>. Retrieved on: July 4th, 2021.
1.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2021/”Pro- Adapted.
va A”
Robots, the next generation of soccer players In the text fragment of the sixth paragraph “RoboCup Soccer
If you think a robot will steal your job, you are not alone. Soccer Federation, the “FIFA” of robots, which supports five leagues, impo-
players should be worried too. The next Messi probably won’t be of ses restrictions on players’ design and rules of the game”, the word
flesh and blood but plastic and metal. which refers to
(A) game
The concept emerged during the conference “Workshop on (B) FIFA
grand challenges in artificial intelligence,” held in Tokyo in 1992, and (C) players
independently, in 1993, when Professor Alan Mackworth from the (D) leagues
University of Bristol in Canada described an experiment with small (E) RoboCup Soccer Federation
soccer players in a scientific article.
2.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2021/”Pro-
Over 40 teams already participated in the first RoboCup tour- va A”
nament in 1997, and the competition is held every year. The Robo- Robots, the next generation of soccer players
Cup Federation wants to play and win a game against a real-world If you think a robot will steal your job, you are not alone. Soccer
cup humans’ team by 2050. players should be worried too. The next Messi probably won’t be of
flesh and blood but plastic and metal.
The idea behind artificially intelligent players is to investigate
how robots perceive motion and communicate with each other. The concept emerged during the conference “Workshop on
Physical abilities like walking, running, and kicking the ball while grand challenges in artificial intelligence,” held in Tokyo in 1992, and
maintaining balance are crucial to improving robots for other tasks independently, in 1993, when Professor Alan Mackworth from the
like rescue, home, industry, and education. University of Bristol in Canada described an experiment with small
soccer players in a scientific article.
Designing robots for sports requires much more than experts in
state-of-the-art technology. Humans and machines do not share the Over 40 teams already participated in the first RoboCup tour-
same skills. Engineers need to impose limitations on soccer robots nament in 1997, and the competition is held every year. The Robo-
to imitate soccer players as much as possible and ensure following Cup Federation wants to play and win a game against a real-world
the game’s rules. cup humans’ team by 2050.

RoboCup Soccer Federation, the “FIFA” of robots, which su- The idea behind artificially intelligent players is to investigate
pports five leagues, imposes restrictions on players’ design and ru- how robots perceive motion and communicate with each other.
les of the game. Each has its own robot design and game rules to Physical abilities like walking, running, and kicking the ball while
give room for different scientific goals. The number of players, their maintaining balance are crucial to improving robots for other tasks
size, the ball type, and the field dimensions are different for each like rescue, home, industry, and education.
league.
Designing robots for sports requires much more than experts in
In the humanoid league the players are humanlike robots with state-of-the-art technology. Humans and machines do not share the
human-like senses. However, they are rather slow. Many of the same skills. Engineers need to impose limitations on soccer robots
skills needed to fully recreate actual soccer player movements are to imitate soccer players as much as possible and ensure following
still in the early stages of research. the game’s rules.

The game becomes exciting for middle and small size leagues. RoboCup Soccer Federation, the “FIFA” of robots, which su-
The models are much simpler; they are just boxes with a cyclopean pports five leagues, imposes restrictions on players’ design and ru-
eye. Their design focuses on team behavior: recognizing an oppo- les of the game. Each has its own robot design and game rules to
nent, cooperating with team members, receiving and giving a stan- give room for different scientific goals. The number of players, their
dard FIFA size ball. size, the ball type, and the field dimensions are different for each
league.

62
LÍNGUA INGLESA
In the humanoid league the players are humanlike robots with Providing seamless digital customer experiences was therefore
human-like senses. However, they are rather slow. Many of the already a ‘must’. Every year, Temenos partners with the Economist
skills needed to fully recreate actual soccer player movements are Intelligence Unit (EIU) for a global study on the future of banking.
still in the early stages of research. More than 300 banking leaders are interviewed from retail, com-
mercial and private banks. Over half of these are at C-suite level.
The game becomes exciting for middle and small size leagues.
The models are much simpler; they are just boxes with a cyclopean In 2020, the study took place amid the Covid-19 crisis. The re-
eye. Their design focuses on team behavior: recognizing an oppo- sults give a fascinating insight into banking leaders’ approach during
nent, cooperating with team members, receiving and giving a stan- these unprecedented times. But they also show how they see their
dard FIFA size ball. industry in the years to come.

Today, soccer robots are entirely autonomous. They wireless And the findings suggest three trends which will shape the fu-
“talk” to each other, make decisions regarding strategy in real-time, ture of banking:
replace an “injured” player, and shoot goals. The only person in a 1. New technologies will be the key driver of banking transfor-
RoboCup game is the referee. The team coaches are engineers in mation over the next 5 years. 77% of respondents strongly believed
charge of training the RoboCups’ artificial intelligence for fair play: that Artificial Intelligence (AI) will be the most game-changing of
the robots don’t smash against each other or pull their shirts. these technologies. They see a diverse range of uses for AI — from
The next RoboCup competition will soon be played, virtually, personalised customer experience to fraud detection.
with rules that will allow teams to participate without establishing 2. Banks will overhaul their business models to create digital
physical contact. ecosystems. 80% of respondents believe that banking will become
part of a platform of services. 45% are committed to transforming
Available at:<https://www.ua-magazine.com/2021/05/12/robots- their business models into digital ecosystems.
-the-next-generation-of-soccer-players>. Retrieved on: July 4th, 2021. 3. The sun will set on branch banking. World Bank data shows
Adapted. that visits to branches have been steadily declining globally over
the last decade. As a result of coronavirus, customers are now more
In paragraph 7, the word However in the fragment “In the hu- concerned about visiting their branch, and so even more people are
manoid league, the players are human-like robots with human-like willing to try digital applications. This combination of pandemic and
senses. However, they are rather slow” can be replaced, without increasingly transformative advanced technology has led a majority
change in meaning, by of respondents (59%) to our survey with the EIU to state that tradi-
(A) unless tional branch-based banking model will be dead in just five years.
(B) indeed That’s a 34% increase from last year.
(C) furthermore
(D) nevertheless The current environment is undoubtedly challenging for banks.
(E) consequently But they have the capital, customer relationships and customer
data. They are regulated. And most importantly: they still enjoy
3.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2021/”Pro- their customers’ trust.
va B”
Revolution Accelerated In short, banks are best-placed to succeed if they commit to en-
How Digital Transformation is Shaping the Future of Banking d-to-end digital transformation. That means a fully digital front of-
Like all businesses, banks have had to act fast to respond to the fice which creates hyper-personalized experiences and ecosystems.
unprecedented human and economic impact of Covid-19. And a back office driving efficient operations and rapid innovation.
First, they needed to keep the lights on and ensure business By embracing modern banking technology, banks can support their
continuity. Second, they had to meet the changing ways customers customers today, create new value for the future and drive new le-
wanted to engage. Finally, they sought to balance their business vels of future growth.
priorities with a responsibility to support society. Previous crises
cast the banks as part of the problem — this time they are part of Available at: <https://www.cnbc.com/advertorial/how-digital-trans-
the solution. formation-is-shaping-the-future-of-banking>. Retrieved on:July 13th,
Banks who have embraced modern banking technology have 2021. Adapted.
fared better in meeting these challenges. They’ve moved seamles-
sly to remote working, kept up service for their customers, coped In paragraph 6, the personal pronoun they, used twice in the
with huge increases in demand and quickly adapted their products. sentence “But they also show how they see their industry in the
In contrast, banks using legacy ‘spaghetti’ software have struggled. years to come”, refers to the following fragment at the same para-
Covid-19 has accelerated the need for modern banking techno- graph:
logy, but it didn’t create it. Before coronavirus, the 2020s were alre- (A) the study
ady being framed as the decade for digital in the banking industry. (B) the results
Banks’ return on equity were too low and their cost-income ratios (C) banking leaders
were too high. Meanwhile, regulation like open banking was disrup- (D) Covid-19 crisis
ting the industry and increasing competition from new entrants like (E) unprecedented times
the GAAFAs (Google, Amazon, Alibaba, Facebook, Apple).

63
LÍNGUA INGLESA
4.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2021/”Pro- In short, banks are best-placed to succeed if they commit to en-
va B” d-to-end digital transformation. That means a fully digital front of-
Revolution Accelerated fice which creates hyper-personalized experiences and ecosystems.
How Digital Transformation is Shaping the Future of Banking And a back office driving efficient operations and rapid innovation.
Like all businesses, banks have had to act fast to respond to the By embracing modern banking technology, banks can support their
unprecedented human and economic impact of Covid-19. customers today, create new value for the future and drive new le-
First, they needed to keep the lights on and ensure business vels of future growth.
continuity. Second, they had to meet the changing ways customers
wanted to engage. Finally, they sought to balance their business Available at: <https://www.cnbc.com/advertorial/how-digital-trans-
priorities with a responsibility to support society. Previous crises formation-is-shaping-the-future-of-banking>. Retrieved on:July 13th,
cast the banks as part of the problem — this time they are part of 2021. Adapted.
the solution.
In the sentence of the last paragraph “In short, banks are best-
Banks who have embraced modern banking technology have -placed to succeed if they commit to end-to-end digital transforma-
fared better in meeting these challenges. They’ve moved seamles- tion”, the phrase In short conveys an idea of
sly to remote working, kept up service for their customers, coped (A) cause
with huge increases in demand and quickly adapted their products. (B) addition
In contrast, banks using legacy ‘spaghetti’ software have struggled. (C) emphasis
(D) conclusion
Covid-19 has accelerated the need for modern banking techno- (E) time sequence
logy, but it didn’t create it. Before coronavirus, the 2020s were alre-
ady being framed as the decade for digital in the banking industry. 5.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2021/”Pro-
Banks’ return on equity were too low and their cost-income ratios va C”
were too high. Meanwhile, regulation like open banking was disrup- U.S. Finds No Evidence of Alien Technology
ting the industry and increasing competition from new entrants like in Flying Objects, but can’t rule it out, either
the GAAFAs (Google, Amazon, Alibaba, Facebook, Apple). WASHINGTON — American intelligence officials have found no
evidence that aerial phenomena observed by Navy pilots in recent
Providing seamless digital customer experiences was therefore years are alien spacecraft, but they still cannot explain the unusual
already a ‘must’. Every year, Temenos partners with the Economist movements that have mystified scientists and the military.
Intelligence Unit (EIU) for a global study on the future of banking.
More than 300 banking leaders are interviewed from retail, com- The report determines that a vast majority of more than 120
mercial and private banks. Over half of these are at C-suite level. incidents over the past two decades did not originate from any
American military or other advanced US government technology,
In 2020, the study took place amid the Covid-19 crisis. The re- the officials said. That determination would appear to eliminate the
sults give a fascinating insight into banking leaders’ approach during possibility that Navy pilots who reported seeing unexplained air-
these unprecedented times. But they also show how they see their craft might have encountered programs the government meant to
industry in the years to come. keep secret.

And the findings suggest three trends which will shape the fu- But that is about the only conclusive finding in the classified in-
ture of banking: telligence report, the officials said. And while a forthcoming unclas-
1. New technologies will be the key driver of banking transfor- sified version, expected to be released to Congress by June 25, will
mation over the next 5 years. 77% of respondents strongly believed present few other firm conclusions, senior officials briefed on the
that Artificial Intelligence (AI) will be the most game-changing of intelligence conceded that the very ambiguity of the findings me-
these technologies. They see a diverse range of uses for AI — from ant the government could not definitively rule out theories that the
personalised customer experience to fraud detection. phenomena observed by military pilots might be alien spacecraft.
2. Banks will overhaul their business models to create digital
ecosystems. 80% of respondents believe that banking will become Americans’ long-running fascination with UFOs has intensified
part of a platform of services. 45% are committed to transforming in recent weeks in anticipation of the release of the government
their business models into digital ecosystems. report. Former President Barack Obama encouraged the interest
3. The sun will set on branch banking. World Bank data shows when he gave an interview last month about the incidents on “The
that visits to branches have been steadily declining globally over Late Late Show with James Corden” on CBS.
the last decade. As a result of coronavirus, customers are now more
concerned about visiting their branch, and so even more people are “What is true, and I’m really being serious here,” Mr. Obama
willing to try digital applications. This combination of pandemic and said, “is that there is film and records of objects in the skies that we
increasingly transformative advanced technology has led a majority don’t know exactly what they are.’’
of respondents (59%) to our survey with the EIU to state that tradi-
tional branch-based banking model will be dead in just five years. The report concedes that much about the observed phenome-
That’s a 34% increase from last year. na remains difficult to explain, including their acceleration, as well
The current environment is undoubtedly challenging for banks. as ability to change direction and submerge. One possible expla-
But they have the capital, customer relationships and customer nation — that the phenomena could be weather balloons or other
data. They are regulated. And most importantly: they still enjoy
their customers’ trust.

64
LÍNGUA INGLESA
research balloons — does not hold up in all cases, the officials said, “What is true, and I’m really being serious here,” Mr. Obama
because of changes in wind speed at the times of some of the in- said, “is that there is film and records of objects in the skies that we
teractions. don’t know exactly what they are.’’

Many of the more than 120 incidents examined in the report The report concedes that much about the observed phenome-
are from Navy personnel, officials said. The report also examined in- na remains difficult to explain, including their acceleration, as well
cidents involving foreign militaries over the last two decades. Intelli- as ability to change direction and submerge. One possible expla-
gence officials believe that at least some of the aerial phenomena nation — that the phenomena could be weather balloons or other
could have been experimental technology from a rival power, most research balloons — does not hold up in all cases, the officials said,
likely Russia or China. because of changes in wind speed at the times of some of the in-
teractions.
One senior official said without hesitation that U.S. officials
knew it was not American technology. He said there was worry Many of the more than 120 incidents examined in the report
among intelligence and military officials that China or Russia could are from Navy personnel, officials said. The report also examined in-
be experimenting with hypersonic technology. cidents involving foreign militaries over the last two decades. Intelli-
gence officials believe that at least some of the aerial phenomena
He and other officials spoke about the classified findings in the could have been experimental technology from a rival power, most
report on the condition of anonymity. likely Russia or China.

Available at: <https://www.nytimes.com/2021/06/03/us/politics/ufos- One senior official said without hesitation that U.S. officials
-sighting-alien-spacecraft-pentagon.html>. Retrieved on:July 7, 2021. knew it was not American technology. He said there was worry
among intelligence and military officials that China or Russia could
In the 2nd paragraph of the text, in the fragment “That deter- be experimenting with hypersonic technology.
mination would appear to eliminate the possibility that Navy pilots
who reported seeing unexplained aircraft”, the word who refers to He and other officials spoke about the classified findings in the
(A) alien report on the condition of anonymity.
(B) military
(C) officials Available at: <https://www.nytimes.com/2021/06/03/us/politics/ufos-
(D) scientists -sighting-alien-spacecraft-pentagon.html>. Retrieved on:July 7, 2021.
(E) Navy pilots
In the 6th paragraph of the text, the highlighted expression as
6.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2021/”Pro- well as, in the fragment “as well as ability to change direction and
va C” submerge” is associated with the idea of
U.S. Finds No Evidence of Alien Technology (A) time
in Flying Objects, but can’t rule it out, either (B) addition
WASHINGTON — American intelligence officials have found no (C) purpose
evidence that aerial phenomena observed by Navy pilots in recent (D) condition
years are alien spacecraft, but they still cannot explain the unusual (E) consequence
movements that have mystified scientists and the military.
7.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente de Tecnologia/2021
The report determines that a vast majority of more than 120 COVID-19 Economy: Expert insights on what
incidents over the past two decades did not originate from any you need to know
American military or other advanced US government technology,
the officials said. That determination would appear to eliminate the As we practice social distancing and businesses struggle to
possibility that Navy pilots who reported seeing unexplained air- adapt, it’s no secret the unique challenges of Covid-19 are profoun-
craft might have encountered programs the government meant to dly shaping our economic climate. U.S. Bank financial industry and
keep secret. regulatory affairs expert Robert Schell explains what you need to
know in this uncertain time.
But that is about the only conclusive finding in the classified in-
telligence report, the officials said. And while a forthcoming unclas- • Don’t panic while things are “on pause”
sified version, expected to be released to Congress by June 25, will Imagine clicking the pause button on your favorite TV show.
present few other firm conclusions, senior officials briefed on the Whether you stopped to make dinner or put kids to bed, hitting
intelligence conceded that the very ambiguity of the findings me- pause gives you time to tackle what matters most. Today’s economy
ant the government could not definitively rule out theories that the is similar. While we prioritize health and safety, typical activities like
phenomena observed by military pilots might be alien spacecraft. driving to work, eating at restaurants, traveling and attending spor-
ting events are on hold. This widespread social distancing takes a
Americans’ long-running fascination with UFOs has intensified toll on our economy, putting strain on businesses and individuals
in recent weeks in anticipation of the release of the government alike.
report. Former President Barack Obama encouraged the interest Keep your financial habits as normal as possible during this
when he gave an interview last month about the incidents on “The time. Make online purchases, order takeout, pay bills and buy gro-
Late Late Show with James Corden” on CBS. ceries. These everyday purchases put money back into the economy
and prevent it from dipping further into a recession.

65
LÍNGUA INGLESA
• Low interest rates could help make ends meet Education and Training Requirements
In March, the Federal Reserve cut rates drastically to boost Bank clerks usually need a high school education with an em-
economic activity and make borrowing more affordable. For you, phasis on basic skills in typing, bookkeeping, and business math.
this means interest rates are low for credit cards, loans and lines of Knowledge of computers and business machines is also helpful.
credit, and even fixed-rate mortgages. Consider taking advantage Prospective bank workers may be tested on their clerical skills when
of these low rates if you need extra help paying your bills, keeping they are interviewed. Most banks provide new employees with on-
your business running or withstanding a period of unemployment. -the-job training.

• Spend on small businesses Getting the Job


Looking to make a positive impact? Supporting small busines- Sometimes bank recruiters visit high schools to look for future
ses is an easy and powerful way to help. You can order takeout, tip employees. High school placement offices can tell students whe-
generously or donate to your local brick-and-mortar retail store, if ther this is the practice at their school. If not, prospective bank
they provide that option. Your support makes a big impact for stru- workers can apply directly to local banks through their personnel
ggling business owners. departments. Bank jobs may be listed with state and private em-
ployment agencies. Candidates can also check Internet job sites and
• Prior economic strength may help us bounce back the classified ads in local newspapers as well.
The thriving economy of 2019 isn’t just a distant, bittersweet
memory. When our health is no longer at risk and social distancing Advancement Possibilities and Employment Outlook
mandates begin to diminish, we’ll slowly start to rebuild. The sta- Banks prefer to promote their employees rather than hire new
bility, low unemployment rate and upward-trending market we ex- workers for jobs that require experience. Clerks frequently become
perienced prior to Covid-19 puts us in a good position to kick-start tellers or supervisors. Many banks encourage their employees to
economic activity and rebound more quickly. further their education at night.
According to the U.S. Bureau of Labor Statistics, employment
Available at <https://www.usbank.com/fi nancialiq/ manage-your- of bank clerks was expected to decline through the year 2014, be-
-household/personal-finance/covid-economy-expert-insights. cause many banks are electronically automating their systems and
html>. Retrieved on: Jul. 20, 2021. Adapted. eliminating paperwork as well as many clerical tasks. Workers with
knowledge of data processing and computers will have the best
In the 3rd paragraph, in the fragment “These everyday purcha- opportunities. In addition to jobs created through expansion, ope-
ses put money back into the economy and prevent it from dipping nings at the clerical level often occur as workers move up to posi-
further into a recession”, the pronoun it refers to tions of greater responsibility.
(A) money
(B) purchases Working Conditions
(C) recession Although banks usually provide a pleasant working atmosphe-
(D) economy re, clerks often work alone, at times performing repetitive tasks.
(E) back Bank clerks generally work between thirty-five and forty hours per
week, but they may be expected to take on evening and Saturday
8.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2018 shifts depending on bank hours.
Bank Clerk Job Description
Earnings and Benefits
Definition and Nature of the Work The salaries of bank clerks vary widely depending on the size
Banks simplify people’s lives, but the business of banking is and location of the bank and the clerk’s experience. According to
anything but simple. Every transaction — from cashing a check to the Bureau of Labor Statistics, median salaries ranged from $23,317
taking out a loan — requires careful record keeping. Behind the sce- to $27,310 per year in 2004 depending on experience and title. Ge-
nes in every bank or savings and loan association there are dozens nerally, loan clerks are on the high end of this range, whereas gene-
of bank clerks, each an expert at keeping one area of he bank’s bu- ral office clerks are on the lower end.
siness running smoothly. Banks typically offer their employees excellent benefits. Besi-
New account clerks open and close accounts and answer ques- des paid vacations and more than the usual number of paid ho-
tions for customers. Interest clerks record interest due to savings lidays, employees may receive health and life insurance and par-
account customers, as well as the interest owed to the bank on lo- ticipate in pension and profit-sharing plans. Some banks provide
ans and other investments. Exchange clerks, who work on interna- financial aid so that workers can continue their education.
tional accounts, translate foreign currency values into dollars and
vice versa. Loan clerks sort and record information about loans. Available at: <http://careers.stateuniversity.com/pages/151/Bank-
Statement clerks are responsible for preparing the monthly balance -Clerk.html>. Retrieved on: Aug. 22, 2017. Adapted.
sheets of checking account customers. Securities clerks record, file,
and maintain stocks, bonds, and other investment certificates. They In “Candidates can also check Internet job sites and the classi-
also keep track of dividends and interest on these certificates. fied ads in local newspapers as well”, the modal verb can is repla-
Other clerks operate the business machines on which modern ced, without change in meaning, by
banks rely. Proof operators sort checks and record the amount of (A) should
each check. Bookkeeping clerks keep records of each customer’s (B) must
account. In addition to these specialists, banks need general clerical (C) will
help — data entry keyers, file clerks, mail handlers, and messengers (D) may
— just as any other business does. (E) need

66
LÍNGUA INGLESA
9.CESGRANRIO - Profissional Petrobras de Nível Superior (PE- They point to projects instigated by the US National Labs pro-
TROBRAS)/Enfermagem do Trabalho/2018 (e mais 14 concursos) ducing more commercially-viable technologies than those dictated
Clean energy: Experts outline how governments by DoE headquarters — despite the Labs holding a mere 4% of the
can successfully invest before it’s too late DoE’s overall budget.

Governments need to give technical experts more autonomy The six evidence-based guiding principles for clean energy in-
and hold their nerve to provide more long-term stability when in- vestment are:
vesting in clean energy, argue researchers in climate change and Give researchers and technical experts more autonomy and in-
innovation policy in a new paper published today. fluence over funding decisions.
Writing in the journal Nature, the authors from UK and US insti- Build technology transfer into research organisations.
tutions have set out guidelines for investment based on an analysis Focus demonstration projects on learning.
of the last twenty years of “what works” in clean energy research Incentivise international collaboration.
and innovation programs. Adopt an adaptive learning strategy.
Their six simple “guiding principles” also include the need to Keep funding stable and predictable.
channel innovation into the private sector through formal tech
transfer programs, and to think in terms of lasting knowledge cre- From US researchers using the pace of Chinese construction
ation rather than ‘quick win’ potential when funding new projects. markets to test energy reduction technologies, to the UK govern-
The authors offer a stark warning to governments and poli- ment harnessing behavioural psychology to promote energy effi-
cymakers: learn from and build on experience before time runs out, ciency, the authors highlight examples of government investment
rather than constantly reinventing aims and processes for the sake that helped create or improve clean energy initiatives across the
of political vanity. world.
“As the window of opportunity to avert dangerous climate “Let’s learn from experience on how to accelerate the transi-
change narrows, we urgently need to take stock of policy initiatives tion to a cleaner, safer and more affordable energy system,” they
around the world that aim to accelerate new energy technologies write.
and stem greenhouse gas emissions,” said Laura Diaz Anadon, Pro-
fessor of Climate Change Policy at the University of Cambridge. Available at: <http://www.sciencedaily. com relea-
“If we don’t build on the lessons from previous policy successes ses/2017/12/171206132223.htm>. Retrieved on: 28 Dec 2017. Adap-
and failures to understand what works and why, we risk wasting ted.
time and money in a way that we simply can’t afford,” said Anadon,
who authored the new paper with colleagues from the Harvard Ke- In the fragment of Text “Rather than repeated overhauls, exis-
nnedy School as well as the University of Minnesota’s Prof Gabriel ting programs should be continuously evaluated and updated”,
Chan. should be expresses a(n)
Public investments in energy research have risen since the lows (A) strong ability
of the mid-1990s and early 2000s. OECD members spent US$16.6 (B) vague necessity
billion on new energy research and development (R&D) in 2016 (C) weak probability
compared to $10b in 2010. The EU and other nations pledged to (D) future permission
double clean energy investment as part of 2015’s Paris Climate (E) strong recommendation
Change Agreement.
Recently, the UK government set out its own Clean Growth 10.CESGRANRIO - Profissional Petrobras de Nível Superior (PE-
Strategy, committing £2.5 billion between 2015 and 2021, with hun- TROBRAS)/Medicina do Trabalho/2017
dreds of million to be invested in new generations of small nuclear Text
power stations and offshore wind turbines. Oil
However, Anadon and colleagues point out that government
funding for energy innovation has, in many cases, been highly vola- Overview
tile in the recent past: with political shifts resulting in huge budget The oil industry has a less-than-stellar environmental record in
fluctuations and process reinventions in the UK and US. general, but it becomes even worse in tropical rainforest regions,
For example, the research team found that every single year which often contain rich deposits of petroleum. The most notorious
between 1990 and 2017, one in five technology areas funded by examples of rainforest havoc caused by oil firms are Shell Oil in Ni-
the US Department of Energy (DoE) saw a budget shift of more than geria and Texaco in Ecuador. The operations run by both companies
30% up or down. The Trump administration’s current plan is to slash degraded the environment and affected local and indigenous peo-
2018’s energy R&D budget by 35% across the board. ple by their activities. The Texaco operation in Ecuador was respon-
“Experimentation has benefits, but also costs,” said Anadon. sible for spilling some 17 million gallons of oil into the biologically
“Researchers are having to relearn new processes, people and pro- rich tributaries of the upper Amazon, while in the 1980s and 1990s
grammes with every political transition -- wasting time and effort Shell Oil cooperated with the oppressive military dictatorship in Ni-
for scientists, companies and policymakers.” geria in the suppression and harassment of local people.
“Rather than repeated overhauls, existing programs should be
continuously evaluated and updated. New programs should only be Action
set up if they fill needs not currently met.” The simplest and most reliable way to mitigate damage from oil
More autonomy for project selection should be passed to acti- operations would be to prohibit oil extraction in the tropical rainfo-
ve scientists, who are “best placed to spot bold but risky opportuni- rest. But that is unlikely given the number of tropical countries that
ties that managers miss,” say the authors of the new paper. produce oil and the wealth of oil deposits located in forest areas.
Thus the focus is on reducing pollution and avoiding spills through

67
LÍNGUA INGLESA
better pipeline management, reinjection techniques, and halting of sustainable development without overexploitation in the face of
methane flaring. Limiting road development and restricting access growing demand for forest products; determination of the best way
can help avoid deforestation associated with settlement. to use forests; and the consideration of many other factors.

Biofuels Almost none of these economic possibilities can become re-


The energy and technology sectors are investing heavily in al- alities if the rainforests are completely stripped. Useful products
ternatives to conventional fossil fuels, but early efforts to use crop- cannot be harvested from species that no longer exist, just as eco-
-based biofuels have had serious environmental consequences. -tourists will not visit the vast stretches of wasteland that were once
While some believed biofuels—fuels that are derived from lush forest. Thus some of the primary rainforests must be salvaged
biomass, including recently living organisms like plants or their me- for sustainable development to be at all successful.
tabolic byproducts like cow manure— would offer environmental
benefits over conventional fossils fuels, the production and use of Available at: <http://rainforests.mongabay.com/1013.htm>. Retrieved
biofuels derived from palm oil, soy, corn, rapeseed, and sugar cane on: Aug, 10th, 2017. Adapted.
have in recent years driven up food prices, promoted large-scale
deforestation, depleted water supplies, worsened soil erosion, and In the sentence of Text “Today the importance of oil to the eco-
lead to increased air and water pollution. Still, there is hope that the nomy is still diminishing”, the verb form is diminishing indicates
next generation of biofuels, derived from farm waste, algae, and na- (A) a habitual present action
tive grasses and weeds, could eliminate many of the worse effects (B) a concluded past action
seen during the current rush into biofuels. (C) a prediction for the future
(D) an action in progress
Efficiency (E) an action in progress in the past
Good old-fashioned oil conservation is effective in reducing de-
mand for oil products. After the first OPEC embargo in 1973, the 11.CESGRANRIO - Técnico em Regulação de Petróleo e Deriva-
United States realized the importance of oil efficiency and initiated dos, Álcool Combustível e Gás Natural (ANP)/Geral/2016 (e mais 1
policies to do away with wasteful practices. By 1985, the U.S. was concurso)
25 percent more energy efficient and 32 percent more oil efficient Obama Rejects Keystone XL Pipeline
than in 1973. Of course the U.S. was upstaged by the Japanese who Why Keystone XL Is Dead
in the same period improved their energy efficiency by 31 percent President Obama announced Friday morning that he has de-
and their oil efficiency by 51 percent. Today the importance of oil to nied TransCanada’s permit application to build the Keystone XL oil
the economy is still diminishing. Despite the 51 percent growth in pipeline in the U.S.
the American economy between 1990 and 2004, carbon emissions “The State Department has decided that the Keystone XL pi-
only increased 19% suggesting that those who insist that economic peline would not serve the national interest of the United States,”
growth and carbon dioxide emissions move in tandem are wrong. Obama said. “I agree with that decision.”

Develop new technology Obama said America is a global leader on taking action on cli-
The developed world can seek alternative methods to oil explo- mate change, and approving Keystone XL would have undercut that
ration, by developing new technologies that rely less on processes leadership. Some crude oil needs to be left in the ground to keep
that are ecologically damaging. For example, compressed natural the climate from warming further, and rejecting Keystone XL will
gas is a cleaner-burning fuel than gasoline, is already used in some help meet that goal, he said.
cars, and is available in vast quantities. Electric cars are potentially
even more environmentally sound. Among the reasons for rejecting Keystone XL, Obama said the
To encourage investment in research and development of “gre- pipeline would not make a meaningful long-term contribution to
ener” technologies, governments can help by eliminating subsidies the U.S. economy, nor would it increase U.S. energy security or help
for the oil and gas industry and imposing higher taxes on heavy to lower gas prices, which have already declined dramatically over
polluters. While governments will play a role in cleaner-energy de- the last year.
velopment, it is likely that the private sector will provide most of
the funding and innovation for new energy projects. Venture capital TransCanada said in a statement that it “would review all of its
firms and corporations have put billions into new technologies since options in light of a permit denial for Keystone XL,” including the
the mid-2000s, while corporations are getting on board as well. possibility of filing a new permit application for a pipeline.
As experiences with biofuels have shown, there are often
downsides to alternative energy sources. For example, hydroelec- “TransCanada and its shippers remain absolutely committed to
tric projects have destroyed river systems and flooded vast areas building this important energy infrastructure project,” TransCanada
of forests. Thus when undertaking any large-scale energy project — CEO Russ Girling said in a statement.
whether it’s wind, solar, tidal, geothermal, or something else — it is
important to conduct a proper assessment of its impact. State Department officials said at a news conference Friday
that TransCanada is free to apply for a new permit to build a cross-
Conclusion -border pipeline and it is up to the company to do so.
Admittedly, there are many challenges facing sustainable use of
tropical rainforests. In arriving at a solution many issues must be ad- The $8 billion Keystone XL pipeline was slated to stretch 1,179
dressed, including the resolution of conflicting claims to land consi- miles from east-central Alberta, Canada, to the Texas Gulf Coast.
dered to be in the public domain; barriers to markets; the assurance It would transport 830,000 barrels of crude oil per day from the
Canadian tar sands to refineries near Houston. Proposed in 2008,

68
LÍNGUA INGLESA
the 875-mile section between the Canadian border and Steele City, Transport geography, as a discipline, emerged as a branch of
Neb., needed State Department approval because it crossed an in- economic geography in the second half of the twentieth century.
ternational border. In earlier considerations, particularly in commercial geography (late
Other parts of TransCanada’s Keystone Project between central 19th and early 20th century), transportation was an important fac-
Nebraska and Texas have already been built and are carrying tar tor behind the economic representations of the geographic spa-
sands oil to refineries along the Gulf Coast today. Environmental ce, namely in terms of the location of economic activities and the
advocates have rallied against the unbuilt portion and urged the monetary costs of distance. These cost considerations became the
Obama administration to reject it, saying emissions from the pro- foundation of several geographical theories such as central places
duction and burning of tar sands oil it would carry could worsen and location analysis. The growing mobility of passengers and frei-
climate change. ght justified the emergence of transport geography as a specialized
The U.S. Environmental Protection Agency calculated that the field of investigation.
tar sands oil the pipeline would carry is highly damaging to the cli-
mate, emitting about 1.3 billion more tons of greenhouse emissions In the 1960s, transport had to be formalized as key factors in
over the pipeline’s 50-year lifespan than if it were carrying conven- location theories and transport geography began to rely increasin-
tional crude oil. The production of tar sands oil releases 17 percent gly on quantitative methods, particularly over network and spatial
more CO2 into the atmosphere than the average barrel of crude oil interactions analysis. However, from the 1970s, technical, political
produced elsewhere, according to the State Department. and economic changes challenged the centrality of transportation
“Construction of the Keystone XL pipeline would be inconsis- in many geographical and regional development investigations. The
tent with stabilizing global warming below dangerous levels,” Penn strong spatial anchoring effect of high transportation costs receded
State University climate scientist Michael Mann said. “I am pleased and decentralization was a dominant paradigm that was observed
that the administration has made good on their promise to take within cities (suburbanization), but also within regions. The spatial
seriously the task of acting on climate by rejecting the construction theory foundations of transport geography, particularly the friction
of the pipeline.” of distance, became less relevant, or less evident, in explaining so-
cioeconomic processes. As a result, transportation became under-
Available at: <http://www.scientifi camerican.com/article/obamare- represented in economic geography in the 1970s and 1980s, even
jects-keystone-xl-pipeline/>. Retrieved on: Nov. 10th, 2015. Adapted if the mobility of people and freight and low transport costswere
considered as important factors behind the globalization of trade
In the fragment of the text “Among the reasons for rejecting and production.
Keystone XL, Obama said the pipeline would not make a meaningful
long-term contribution to the U.S. economy, nor would it increase Since the 1990s, transport geography has received renewed
U.S. energy security or help to lower gas prices, which have already attention with new realms of investigation. The issues of mobili-
declined dramatically over the last year”, the pronoun which refers ty, production and distribution became interrelated in a complex
to geographical setting where the local, regional and global became
(A) U.S. economy increasingly blurred through the development of new passengers
(B) U.S. energy security and freight transport systems (Hoyle and Knowles, 1998). For ins-
(C) pipeline tance, suburbanization resulted in an array of challenges related
(D) gas prices to congestion and automobile dependency. Rapid urbanization in
(E) long-term contribution developing economies underlined the challenges of transport in-
frastructure investment for private as well as collective uses. Glo-
12.CESGRANRIO - Auditor Júnior (TRANSPETRO)/2016 balization supported the development of complex air and maritime
Transportation in Geography transportation networks, many of which supporting global supply
The world is obviously not a place where features such as re- chains and trade relations across long distances. The role of infor-
sources, people and economic activities are randomly distributed; mation and communication technologies was also being felt, often
there is a logic, or an order, to spatial distribution. Geography seeks as a support or as an alternative to mobility. All of the above were
to understand the spatial order of things as well as their interac- linked with new and expanded mobilities of passengers, freight and
tions, particularly when the spatial order is less evident. Transpor- information.
tation is one element of this spatial order as it is at the same time
influenced by geography as well as having an influence on it. For Adapted from: <https://people.hofstra.edu/geotrans/eng/ch1en/
instance, the path followed by a road is influenced by regional eco- conc1en/ch1c1en.html>. Retrieved on: Jan. 9th, 2015.
nomic and physical attributes, but once constructed the same road
will shape future regional developments. In the fragment “In the 1960s, transport had to be formalized
as key factors in location theories”, the modal verb had to implies
Transportation is of relevance to geography for two main re- an idea of
asons. First, transport infrastructures, terminals, modes and ne- (A) advice
tworks occupy an important place in space and constitute the (B) possibility
basis of a complex spatial system. Second, since geography seeks (C) probability
to explain spatial relationships, transport networks are of specific (D) prediction
interest because they are the main physical support of these inte- (E) necessity
ractions.

69
LÍNGUA INGLESA
13.CESGRANRIO - Auditor Júnior (TRANSPETRO)/2016 chains and trade relations across long distances. The role of infor-
Transportation in Geography mation and communication technologies was also being felt, often
The world is obviously not a place where features such as re- as a support or as an alternative to mobility. All of the above were
sources, people and economic activities are randomly distributed; linked with new and expanded mobilities of passengers, freight and
there is a logic, or an order, to spatial distribution. Geography seeks information.
to understand the spatial order of things as well as their interac-
tions, particularly when the spatial order is less evident. Transpor- Adapted from: <https://people.hofstra.edu/geotrans/eng/ch1en/
tation is one element of this spatial order as it is at the same time conc1en/ch1c1en.html>. Retrieved on: Jan. 9th, 2015.
influenced by geography as well as having an influence on it. For
instance, the path followed by a road is influenced by regional eco- In the fragment from the text “Globalization supported the de-
nomic and physical attributes, but once constructed the same road velopment of complex air and maritime transportation networks,
will shape future regional developments. many of which supporting global supply chains and trade relations
across long distances”, the word which refers to
Transportation is of relevance to geography for two main re- (A) chains
asons. First, transport infrastructures, terminals, modes and ne- (B) relations
tworks occupy an important place in space and constitute the (C) networks
basis of a complex spatial system. Second, since geography seeks (D) globalization
to explain spatial relationships, transport networks are of specific (E) transportation
interest because they are the main physical support of these inte-
ractions. 14.CESGRANRIO - Segundo Oficial (TRANSPETRO)/Máqui-
nas/2016 (e mais 1 concurso)
Transport geography, as a discipline, emerged as a branch of From Security to Efficiency: Modern Vessel Tracking
economic geography in the second half of the twentieth century. More so than many other fields of business, the maritime in-
In earlier considerations, particularly in commercial geography (late dustry is focused on cost, which in turn gives the appearance of
19th and early 20th century), transportation was an important fac- being conservative towards technology. Certainly, we have tech-
tor behind the economic representations of the geographic spa- nical ships magnificently operating with equipment that wouldn’t
ce, namely in terms of the location of economic activities and the look out of place in a NASA lab, but generally, it can take decades for
monetary costs of distance. These cost considerations became the a technology to become mainstream. Unless it becomes mandated
foundation of several geographical theories such as central places by the IMO (International Maritime Organization). Vessel tracking is
and location analysis. The growing mobility of passengers and frei- a partial exception to the rule though, with many fleet owners rea-
ght justified the emergence of transport geography as a specialized lizing its potential for more cost-effective operation and personnel
field of investigation. security.

In the 1960s, transport had to be formalized as key factors in Knowing the exact position of all vessels in a fleet, in a softwa-
location theories and transport geography began to rely increasin- re solution designed to fit with your own logistical processes, can
gly on quantitative methods, particularly over network and spatial significantly improve efficiency. If a ship arrives early or late, more
interactions analysis. However, from the 1970s, technical, political often than not there will be an associated cost. If this can be iden-
and economic changes challenged the centrality of transportation tified during transit then the early or late arrival can be negated or
in many geographical and regional development investigations. The at least planned for. Likewise, if by knowing the positions of your
strong spatial anchoring effect of high transportation costs receded fleet of workboats means that you can route the closest vessel to
and decentralization was a dominant paradigm that was observed the next job, then significant fuel cost savings can be made. With
within cities (suburbanization), but also within regions. The spatial modern tracking systems, the way data is used is just as important
theory foundations of transport geography, particularly the friction as knowing where a vessel is at all times. But there are countless
of distance, became less relevant, or less evident, in explaining so- ways to apply the data to the benefit of efficiency for a single ship
cioeconomic processes. As a result, transportation became under- or fleet. So providing easy and reliable access to position reports is
represented in economic geography in the 1970s and 1980s, even essential.
if the mobility of people and freight and low transport costswere
considered as important factors behind the globalization of trade A new tracking unit
and production. RockFLEET is an advanced new tracking unit for the professio-
nal maritime environment. During its design phase, the team deci-
Since the 1990s, transport geography has received renewed ded that in order for the position data it provides to be of the most
attention with new realms of investigation. The issues of mobili- use, as well as being available via Rock Seven’s own fleet viewer
ty, production and distribution became interrelated in a complex ‘The Core,’ it must also be available in any software system the user
geographical setting where the local, regional and global became chooses. Using a standards-based API (Application Programming
increasingly blurred through the development of new passengers Interface.), the customer can integrate tracking data from RockFLE-
and freight transport systems (Hoyle and Knowles, 1998). For ins- ET into their own applications. Typically this means that RockFLEET
tance, suburbanization resulted in an array of challenges related tracked assets can be added to existing fleet management softwa-
to congestion and automobile dependency. Rapid urbanization in re, which invariably is designed around an owner or operators own
developing economies underlined the challenges of transport in- logistics.
frastructure investment for private as well as collective uses. Glo-
balization supported the development of complex air and maritime
transportation networks, many of which supporting global supply

70
LÍNGUA INGLESA
With precise vessel location data available, the opportunities 15..CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2015/1
are unlimited and only down to the creativity of the user. For ins- Why Millennials Don’t Like Credit Cards
tance, a current Rock Seven customer uses location data to manage
payroll of personnel. Essentially, personnel get paid different amou- by Holly Johnson
nts depending on whether the ship is at sea, in international waters, Cheap, easy credit might have been tempting to young people
in port or transiting regions with high piracy incidents. in the past, but not to today’s millennials. According to a recent
survey by Bankrate of over 1,161 consumers, 63% of adults ages 18
RockFLEET, a unique device to 29 live without a credit card of any kind, and another 23% only
The above user is a private security company involved in an- carry one card.
ti-piracy operations. It actually gets location data using RockSTAR,
the handheld version of RockFLEET, which is a new fixed unit that The Impact of the Great Recession
can be fitted anywhere on board. Completely waterproof and with Research shows that the environment millennials grew up in
no moving parts, it is a robust, ultra-compact (13cm diameter/4cm might have an impact on their finances. Unlike other generations,
high) device with multiple mounting options. The physical design millennials lived through economic hardships during a time when
of RockFLEET was in part driven by the security challenges faced by their adult lives were beginning. According to the Bureau of Labor
vessels facing the issues of modern piracy. Statistics, the Great Recession caused millennials to stray from his-
The unit itself is designed to look anonymous; as standard toric patterns when it comes to purchasing a home and having chil-
there’s no name on the outside. It works from ship’s power, but it dren, and a fear of credit cards could be another symptom of the
uniquely has a backup battery inside. Which is important should a economic environment of the times.
vessel be hijacked and the main power cut.
Knowing the location of all friendly vessels in a region is vital to And there’s much data when it comes to proving that millen-
organisations with a stake in ensuring safe passage through known nials grew up on shaky economic ground. The Pew Research Center
piracy hotspots. With an operational vessel/fleet tracking system, reports that 36% of millennials lived at home with their parents in
ship owners and fleet managers will know where their ships are at 2012. Meanwhile, the unemployment rate for people ages 16 to 24
all times. This information can be fed to authorities, private anti- was 14.2% (more than twice the national rate) in early 2014, accor-
-piracy companies and the naval forces patrolling piracy hotspots ding to the BLS. With those figures, it’s no wonder that millennials
to build a clear, near real-time picture for domain awareness. The are skittish when it comes to credit cards. It makes sense that young
value of this information should a vessel be hijacked is obvious: people would be afraid to take on any new forms of debt.
knowing the last whereabouts of a vessel provides responders with
a starting point should a hijacked vessel’s tracking system be disa- A Generation Plagued with Student Loan Debt
bled by pirates. But the Great Recession isn’t the only reason millennials could
Today’s pirates know that many commercial vessels are tra- be fearful of credit. Many experts believe that the nation’s student
cked, especially those would be targets sailing in what are known to loan debt level might be related to it. According to the Institute for
be hostile waters. So disabling vessel tracking equipment on board College Access & Success, 71% of millennials (or 1.3 million stu-
is a sensible action for said pirates after a hijacked ship’s crew have dents) who graduated from college in 2012 left school with at least
been subdued and because most tracking units are powered by the some student loan debt, with the average amount owed around
vessel, finding and cutting the power supply isn’t hard. RockFLEET, $29,400.
however, is the only device of its kind with an internal battery ba-
ckup, so it can continue to transmit position for up to two weeks if With so much debt already under their belts, millennials are
external power is cut. worried about adding any credit card debt to the pile. After all,
many adults with student loan debt need to make payments for ye-
With facility to mount covertly, this makes it especially suitable ars, and even decades.
for vessels traversing piracy hotspots.
How Millennials Can Build Credit Without a Credit Card
Available at: <http://maritime-connector.com/from-security-toeffi The fact that millennials are smart enough to avoid credit card
ciency-modern-vessel-tracking/>. Retrieved on: Jan, 7th, 2015. Adap- debt is a good thing, but that doesn’t mean the decision has its
ted. drawbacks. According to Experian, most adults need a positive cre-
dit history in order to qualify for an auto loan or mortgage. Even
The boldfaced verb conveys the idea of hypothesis in worse, having no credit history is almost as bad as having a negative
(A) “More so than many other fields of business, the maritime credit history in some cases.
industry is focused on cost”
(B) “more often than not there will be an associated cost” Still, there are plenty of ways millennials can build a credit his-
(C) “it must also be available in any software system the user tory without a credit card. A few tips:
chooses” Make payments on installment loans on time. Whether it’s a
(D) “The value of this information should a vessel be hijacked car loan, student loan or personal loan, make sure to mail in those
is obvious” payments on time and pay at least the minimum amount required.
(E) “so it can continue to transmit position for up to two weeks” Put at least one household or utility bill in your name. Paying
your utility or household bills on time can help you build a positive
credit history.

71
LÍNGUA INGLESA
Get a secured credit card. Unlike traditional credit cards, the assessments to measure employability – a comprehensive evalua-
funds secured credit cards offer are backed by money the user de- tion of hard and soft skills and overall potential – improves the odds
posits. Signing up for a secured card is one way to build a positive of finding the right hires for the business.
credit history without any risk.
The fact that millennials are leery of credit cards is probably a 2. Use, but don’t overestimate, social media
good thing in the long run. After all, not having a credit card is the Unsurprisingly, millennials are more likely than any other ge-
perfect way to stay out of credit card debt. Even though it might be neration to use social media to learn about organizations. None-
harder to build a credit history without credit cards, the vast majo- theless, less than a third actually trust the information they receive
rity of millennials have decided that the plastic just isn’t worth it. through social channels. Regardless of generation, job seekers place
the most trust in personal connections such as friends and family,
Available at: <http://money.usnews.com/money/blogs/my-mo- so continue to invest in traditional channels such as on-campus
ney/2014/11/04/why-millennials-dont-like-creditcards>. Retrieved on: recruiting, job fairs, and referral programs. Using technology and
Nov. 10th, 2014. Adapted. social media in the recruiting process is important, but they should
supplement and enhance existing efforts rather than replace them.
In the sentence of the text “Still, there are plenty of ways mil-
lennials can build a credit history without a credit card”, the quanti- 3. Understand millennial motivations
fier plenty of can be replaced, with no change in meaning, by To attract the best millennial workers, understand what moti-
(A) some vates them. Our research shows this generation is actually motiva-
(B) few ted by opportunities to develop and grow, demonstrate the talents
(C) a few they have, and move up in the company, rather than by salary. Inci-
(D) a little dentally, other generations are interested in these things too, and
(E) lots of showing a commitment to developing employees will help retain
existing employees as well as attract new ones.
16.CESGRANRIO - Profissional Petrobras de Nível Superior (PE-
TROBRAS)/Direito/2015 4. Remember that new hires don’t always have to be work-re-
Millennials – The next generation of oil and gas talent ady
Graduate hires may not have the necessary skills to be success-
Good oil and gas talent is in short supply. Combine the so-called ful on day one. When casting a wider net to find new talent, look for
“Big Shift Change” with the reduced number of students applying ways to assess candidates’ capacity to learn, drive for achievement
for and completing STEM (Science, Technology, Engineering and and ability to work effectively with others. There is an increased
Mathematics) courses in college, and there is a serious concern likelihood that candidates with high measures in those areas can
about where the next generation of industry talent will come from. develop into successful employees, even if they do not possess the
full range of technical knowledge and skills when hired. Once they
As oil and gas companies bring in new talent to meet staffing are hired, identify and invest in developing the skills that graduates
demands, CEB research shows that five-in-six hiring managers be- need to flourish in the job today and prepare for future roles.
lieve their new graduate hires present a lack of the skills and know-
ledge they consider necessary. But rather than changing their hiring 5. Avoid recruiting simply to fill vacancies
strategies to find candidates with the potential to learn and develop Successful companies find a balance between responding to
those skills and knowledge, many companies continue to waste mo- management demands to fill current vacancies and securing the
ney on ineffective and poorly targeted recruitment programs. As a right people to meet long-term business needs. Openings will alwa-
result, these companies are forced to replace a growing percentage ys need to be filled, but the urgency to hire for today’s vacancies
of their graduate hires within the first year. should be tempered with the goal of hiring people who will grow
with the organization. Many successful oil and gas companies are
One thing is for certain – millennials, or workers born between hiring for fit with the overall company rather than for a specific job.
1980 and 2000, will be a critical part of the oil and gas workforce of A talented engineer with strong capacity for learning and potential
tomorrow. So how can today’s oil and gas leaders find strong mil- for growth is someone worth investing in, even if a perfect role isn’t
lennial talent who make an impact quickly? We’ve identified several available at the present time.
tips for companies that want to see greater return on investment
for millennial recruitment. 6. Offer diverse experiences
A common myth about millennials is that they are only looking
1. Broaden your net beyond only those with top grades and use to stay with a given company for a short time before moving on.
objective assessments However, our research shows that millennials view employment
Strong academic performers aren’t always those who will per- stability as very important but they are also looking for varied ex-
form best in the job. Recruiting from good schools and evaluating periences. By offering diverse career experiences and clarifying the
academic performance will always be important, and every com- benefit of moves with the organization, millennials will be more li-
pany wants to hire smart people. However, grades are not a perfect kely to stay in one place.
measure of how smart someone is, and they do not necessarily re-
flect all the characteristics that make a person successful on the job. With a growing need for new talent in the sector, most oil and
The job candidate with a 3.1 GPA who worked full-time while going gas companies will feel pressure to hire new millennial employe-
to school may have demonstrated drive, motivation, time manage- es as rapidly as possible. However, making incorrect assumptions
ment and resourcefulness – all of which are beneficial on the job. about how millennials think and hiring for short-term rather than
This person can be just as qualified as a top student. Using objective

72
LÍNGUA INGLESA
long-term goals will be ineffective. Companies will see the most The relative pronoun which in the fragment of the text “which
success in attracting top millennial talent by taking a more though- include banks, insurance companies, pension funds, organized ex-
tful, objective and company-specific approach to hiring. changes, and the many other companies” refers to
(A) financial institutions
Available at: <http://www.pennenergy.com/articles/pennenergy/ (B) other companies
2014/10/millennials-the-next-generation-of-oil-and-gas-talent.html>. (C) purposes
Retrieved on: Apr. 30th, 2015. Adapted. (D) return
(E) products and services
In the fragment of Text “We’ve identified several tips for com-
panies that want to see greater return on investment for millennial 18.CESGRANRIO - Profissional Júnior (BR)/Administração/2015
recruitment”, the verb form in bold indicates that the (e mais 13 concursos)
(A) identification of the tips happened last year. Natural gas waits for its moment
(B) identification of the tips will soon be finished.
(C) identification of the tips is an ongoing process. Paul Stenquist
(D) results of the identification of the tips are important now. Cars and trucks powered by natural gas make up a significant
(E) results of the identification of the tips were considered im- portion of the vehicle fleet in many parts of the world. Iran has
portant in the past. more than two million natural gas vehicles on the road. As of 2009,
Argentina had more than 1.8 million in operation and almost 2,000
17..CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2015/2 natural gas filling stations. Brazil was not far behind. Italy and Ger-
Financial System many have substantial natural gas vehicle fleets. Is America next?
With natural gas in plentiful supply at bargain prices in the Uni-
People have virtually unlimited needs, but the economic re- ted States, issues that have limited its use in cars are being rethou-
sources to supply those needs are limited. Therefore, the greatest ght, and its market share could increase, perhaps substantially.
benefit of an economy is to provide the most desirable consumer According to Energy Department Price Information from July,
goods and services in the most desirable amounts - what is known natural gas offers economic advantages over gasoline and diesel
as the efficient allocation of economic resources. To produce these fuels. If a gasoline-engine vehicle can take you 40 miles on one
consumer goods and services requires capital in the form of labor, gallon, the same vehicle running on compressed natural gas can do
land, capital goods used to produce a desired product or service, it for about $1.50 less at today’s prices. To that savings add lower
and entrepreneurial ability to use these resources together to the maintenance costs. A study of New York City cabs running on na-
greatest efficiency in producing what consumers want most. Real tural gas found that oil changes need not be as frequent because
capital consists of the land, labor, tools and machinery, and entre- of the clean burn of the fuel, and exhaustsystem parts last longer
preneurial ability to produce consumer goods and services, and to because natural gas is less corrosive than other fuels.
acquire real capital costs money. Today, those economic benefits are nullified by the initial cost
The financial system of an economy provides the means to col- of a natural gas vehicle — 20 to 30 percent more than a comparab-
lect money from the people who have it and distribute it to those le gasoline-engine vehicle. But were production to increase signifi-
who can use it best. Hence, the efficient allocation of economic re- cantly, economies of scale would bring prices down. In an interview
sources is achieved by a financial system that allocates money to by phone, Jon Coleman, fleet sustainability manager at the Ford
those people and for those purposes(c) that will yield the greatest Motor Company, said that given sufficient volume, the selling price
return(d). of natural gas vehicles could be comparable to that of conventional
The financial system is composed of the products and servi- vehicles.
ces(e) provided by financial institutions(a), which include banks, It may be years before the economic benefits of natural gas
insurance companies, pension funds, organized exchanges, and vehicles can be realized, but the environmental benefits appear to
the many other companies(b) that serve to facilitate economic be immediate. According to the Energy Department’s website, na-
transactions. Virtually all economic transactions are effected by tural gas vehicles have smaller carbon footprints than gasoline or
one or more of these financial institutions. They create financial diesel automobiles, even when taking into account the natural gas
instruments, such as stocks and bonds, pay interest on deposits, production process, which releases carbon-rich methane into the
lend money to creditworthy borrowers, and create and maintain atmosphere.
the payment systems of modern economies. The United States government appears to favor natural gas as
These financial products and services are basedon the following a motor vehicle fuel. To promote the production of vehicles with
fundamental objectives of any modern financial system: fewer carbon emissions, it has allowed automakers to count cer-
to provide a payment system; tain vehicle types more than once when calculating their Corporate
to give money time value; Average Fuel Economy, under regulations mandating a fleet average
to offer products and services to reduce financial risk or to of 54.5 miles per gallon by 2025. Plug-in hybrids and natural gas
compensate risk-taking for desirableobjectives; vehicles can be counted 1.6 times under the CAFE standards, and
to collect and disperse information that allows the most effi- electric vehicles can be counted twice.
cient allocation of economic resources; Adapting natural gas as a vehicle fuel introduces engineering
to create and maintain financial markets that provide prices, challenges. While the fuel burns clean, it is less energy dense than
which indicates how well investments are performing, which also gasoline, so if it is burned in an engine designed to run on conven-
determines the subsequent allocation of resources, and to maintain tional fuel, performance and efficiency are degraded.
economic stability.
Available at: <http://thismatter.com/money/banking/ financial-sys-
tem.htm>. Retrieved on: July 27th, 2015. Adapted.

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LÍNGUA INGLESA
But since natural gas has an octane rating of 130, compared tural gas found that oil changes need not be as frequent because
with 93 for the best gasoline, an engine designed for it can run with of the clean burn of the fuel, and exhaustsystem parts last longer
very high cylinder pressure, which would cause a regular gasoline because natural gas is less corrosive than other fuels.
engine to knock from premature ignition. More cylinder pressure Today, those economic benefits are nullified by the initial cost
yields more power, and thus the energy-density advantage of gaso- of a natural gas vehicle — 20 to 30 percent more than a comparab-
line can be nullified.[...] le gasoline-engine vehicle. But were production to increase signifi-
Until the pressurized fuel tanks of natural gas vehicles can be cantly, economies of scale would bring prices down. In an interview
easily and quickly refueled, the fleet cannot grow substantially. The by phone, Jon Coleman, fleet sustainability manager at the Ford
number of commercial refueling stations for compressed natural Motor Company, said that given sufficient volume, the selling price
gas has been increasing at a rate of 16 percent yearly, the Energy of natural gas vehicles could be comparable to that of conventional
Department says. And, while the total is still small, advances in re- vehicles.
fueling equipment should increase the rate of expansion. Much of It may be years before the economic benefits of natural gas
the infrastructure is already in place: America has millions of miles vehicles can be realized, but the environmental benefits appear to
of natural gas pipeline. Connecting that network to refueling equi- be immediate. According to the Energy Department’s website, na-
pment is not difficult. tural gas vehicles have smaller carbon footprints than gasoline or
Although commercial refueling stations will be necessary to diesel automobiles, even when taking into account the natural gas
support a substantial fleet of natural gas vehicles, home refueling production process, which releases carbon-rich methane into the
may be the magic bullet that makes the vehicles practical. Electric atmosphere.
vehicles depend largely on home charging and most have less than The United States government appears to favor natural gas as
half the range of a fully fueled natural gas vehicle. Somecompressed a motor vehicle fuel. To promote the production of vehicles with
natural gas home refueling products are available, but they can cost fewer carbon emissions, it has allowed automakers to count cer-
as much as $5,000. tain vehicle types more than once when calculating their Corporate
Seeking to change that, the Energy Department has awarded Average Fuel Economy, under regulations mandating a fleet average
grants to a number of companies in an effort to develop affordable of 54.5 miles per gallon by 2025. Plug-in hybrids and natural gas
home-refueling equipment. vehicles can be counted 1.6 times under the CAFE standards, and
[...] electric vehicles can be counted twice.
Adapting natural gas as a vehicle fuel introduces engineering
Available at: <http://www.nytimes.com/2013/10/30/automobiles/ challenges. While the fuel burns clean, it is less energy dense than
natural-gas-waits-for-its-moment.html?page wanted=all&module=Se- gasoline, so if it is burned in an engine designed to run on conven-
arch&mabReward=relbias%3A r%2C%7B%222%22%3A%22RI%3A18% tional fuel, performance and efficiency are degraded.
22%7D>. Retrieved on: Sept 3rd, 2014. Adapted. But since natural gas has an octane rating of 130, compared
with 93 for the best gasoline, an engine designed for it can run with
In the statement “As of 2009, Argentina had more than 1.8 very high cylinder pressure, which would cause a regular gasoline
million in operation and almost 2,000 natural gas filling stations”, engine to knock from premature ignition. More cylinder pressure
the expression as of means: yields more power, and thus the energy-density advantage of gaso-
(A) In 2009 line can be nullified.[...]
(B) Since 2009 Until the pressurized fuel tanks of natural gas vehicles can be
(C) Around 2009 easily and quickly refueled, the fleet cannot grow substantially. The
(D) Before 2009 number of commercial refueling stations for compressed natural
(E) Comparing to 2009 gas has been increasing at a rate of 16 percent yearly, the Energy
Department says. And, while the total is still small, advances in re-
19.CESGRANRIO - Profissional Júnior (BR)/Administração/2015 fueling equipment should increase the rate of expansion. Much of
(e mais 13 concursos) the infrastructure is already in place: America has millions of miles
Natural gas waits for its moment of natural gas pipeline. Connecting that network to refueling equi-
Paul Stenquist pment is not difficult.
Cars and trucks powered by natural gas make up a significant Although commercial refueling stations will be necessary to
portion of the vehicle fleet in many parts of the world. Iran has support a substantial fleet of natural gas vehicles, home refueling
more than two million natural gas vehicles on the road. As of 2009, may be the magic bullet that makes the vehicles practical. Electric
Argentina had more than 1.8 million in operation and almost 2,000 vehicles depend largely on home charging and most have less than
natural gas filling stations. Brazil was not far behind. Italy and Ger- half the range of a fully fueled natural gas vehicle. Somecompressed
many have substantial natural gas vehicle fleets. Is America next? natural gas home refueling products are available, but they can cost
With natural gas in plentiful supply at bargain prices in the Uni- as much as $5,000.
ted States, issues that have limited its use in cars are being rethou- Seeking to change that, the Energy Department has awarded
ght, and its market share could increase, perhaps substantially. grants to a number of companies in an effort to develop affordable
According to Energy Department Price Information from July, home-refueling equipment.
natural gas offers economic advantages over gasoline and diesel [...]
fuels. If a gasoline-engine vehicle can take you 40 miles on one
gallon, the same vehicle running on compressed natural gas can do Available at: <http://www.nytimes.com/2013/10/30/automobiles/
it for about $1.50 less at today’s prices. To that savings add lower natural-gas-waits-for-its-moment.html?page wanted=all&module=Se-
maintenance costs. A study of New York City cabs running on na- arch&mabReward=relbias%3A r%2C%7B%222%22%3A%22RI%3A18%
22%7D>. Retrieved on: Sept 3rd, 2014. Adapted.

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LÍNGUA INGLESA
The modal verb may in the fragment of the text “It may be ye- engine to knock from premature ignition. More cylinder pressure
ars before the economic benefits of natural gas vehicles can be rea- yields more power, and thus the energy-density advantage of gaso-
lized” is associated with the idea of line can be nullified.[...]
(A) permission Until the pressurized fuel tanks of natural gas vehicles can be
(B) obligation easily and quickly refueled, the fleet cannot grow substantially. The
(C) certainty number of commercial refueling stations for compressed natural
(D) inference gas has been increasing at a rate of 16 percent yearly, the Energy
(E) probability Department says. And, while the total is still small, advances in re-
fueling equipment should increase the rate of expansion. Much of
20.CESGRANRIO - Profissional Júnior (BR)/Administração/2015 the infrastructure is already in place: America has millions of miles
(e mais 13 concursos) of natural gas pipeline. Connecting that network to refueling equi-
Natural gas waits for its moment pment is not difficult.
Although commercial refueling stations will be necessary to
Paul Stenquist support a substantial fleet of natural gas vehicles, home refueling
Cars and trucks powered by natural gas make up a significant may be the magic bullet that makes the vehicles practical. Electric
portion of the vehicle fleet in many parts of the world. Iran has vehicles depend largely on home charging and most have less than
more than two million natural gas vehicles on the road. As of 2009, half the range of a fully fueled natural gas vehicle. Somecompressed
Argentina had more than 1.8 million in operation and almost 2,000 natural gas home refueling products are available, but they can cost
natural gas filling stations. Brazil was not far behind. Italy and Ger- as much as $5,000.
many have substantial natural gas vehicle fleets. Is America next? Seeking to change that, the Energy Department has awarded
With natural gas in plentiful supply at bargain prices in the Uni- grants to a number of companies in an effort to develop affordable
ted States, issues that have limited its use in cars are being rethou- home-refueling equipment.
ght, and its market share could increase, perhaps substantially. [...]
According to Energy Department Price Information from July,
natural gas offers economic advantages over gasoline and diesel Available at: <http://www.nytimes.com/2013/10/30/automobiles/
fuels. If a gasoline-engine vehicle can take you 40 miles on one natural-gas-waits-for-its-moment.html?page wanted=all&module=Se-
gallon, the same vehicle running on compressed natural gas can do arch&mabReward=relbias%3A r%2C%7B%222%22%3A%22RI%3A18%
it for about $1.50 less at today’s prices. To that savings add lower 22%7D>. Retrieved on: Sept 3rd, 2014. Adapted.
maintenance costs. A study of New York City cabs running on na-
tural gas found that oil changes need not be as frequent because The personal pronoun it in “so if it is burned in an engine desig-
of the clean burn of the fuel, and exhaustsystem parts last longer ned to run on conventional fuel” refers to
because natural gas is less corrosive than other fuels. (A) natural gas
Today, those economic benefits are nullified by the initial cost (B) degrading fuel
of a natural gas vehicle — 20 to 30 percent more than a comparab- (C) unconventional fuel
le gasoline-engine vehicle. But were production to increase signifi- (D) 93-octane rating fuel
cantly, economies of scale would bring prices down. In an interview (E) more energy-dense fuel
by phone, Jon Coleman, fleet sustainability manager at the Ford
Motor Company, said that given sufficient volume, the selling price GABARITO
of natural gas vehicles could be comparable to that of conventional
vehicles.
It may be years before the economic benefits of natural gas 1 E
vehicles can be realized, but the environmental benefits appear to
be immediate. According to the Energy Department’s website, na- 2 D
tural gas vehicles have smaller carbon footprints than gasoline or 3 B
diesel automobiles, even when taking into account the natural gas
4 D
production process, which releases carbon-rich methane into the
atmosphere. 5 E
The United States government appears to favor natural gas as 6 B
a motor vehicle fuel. To promote the production of vehicles with
fewer carbon emissions, it has allowed automakers to count cer- 7 D
tain vehicle types more than once when calculating their Corporate 8 D
Average Fuel Economy, under regulations mandating a fleet average 9 E
of 54.5 miles per gallon by 2025. Plug-in hybrids and natural gas
vehicles can be counted 1.6 times under the CAFE standards, and 10 D
electric vehicles can be counted twice. 11 D
Adapting natural gas as a vehicle fuel introduces engineering
12 E
challenges. While the fuel burns clean, it is less energy dense than
gasoline, so if it is burned in an engine designed to run on conven- 13 C
tional fuel, performance and efficiency are degraded. 14 D
But since natural gas has an octane rating of 130, compared
15 E
with 93 for the best gasoline, an engine designed for it can run with
very high cylinder pressure, which would cause a regular gasoline

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LÍNGUA INGLESA
______________________________________________________
16 D
17 A ______________________________________________________
18 B ______________________________________________________
19 E
______________________________________________________
20 A
______________________________________________________

ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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MATEMÁTICA

NÚMEROS INTEIROS, RACIONAIS E REAIS

Conjunto dos números inteiros - z


O conjunto dos números inteiros é a reunião do conjunto dos números naturais N = {0, 1, 2, 3, 4,..., n,...},(N C Z); o conjunto dos opos-
tos dos números naturais e o zero. Representamos pela letra Z.

N C Z (N está contido em Z)

Subconjuntos:

SÍMBOLO REPRESENTAÇÃO DESCRIÇÃO


* Z* Conjunto dos números inteiros não nulos
+ Z+ Conjunto dos números inteiros não negativos
*e+ Z*+ Conjunto dos números inteiros positivos
- Z_ Conjunto dos números inteiros não positivos
*e- Z*_ Conjunto dos números inteiros negativos

Observamos nos números inteiros algumas características:


• Módulo: distância ou afastamento desse número até o zero, na reta numérica inteira. Representa-se o módulo por | |. O módulo de
qualquer número inteiro, diferente de zero, é sempre positivo.
• Números Opostos: dois números são opostos quando sua soma é zero. Isto significa que eles estão a mesma distância da origem
(zero).

Somando-se temos: (+4) + (-4) = (-4) + (+4) = 0

Operações
• Soma ou Adição: Associamos aos números inteiros positivos a ideia de ganhar e aos números inteiros negativos a ideia de perder.

ATENÇÃO: O sinal (+) antes do número positivo pode ser dispensado, mas o sinal (–) antes do número negativo nunca pode ser
dispensado.

77
MATEMÁTICA
• Subtração: empregamos quando precisamos tirar uma quan- Exemplo:
tidade de outra quantidade; temos duas quantidades e queremos (PREF.DE NITERÓI) Um estudante empilhou seus livros, obten-
saber quanto uma delas tem a mais que a outra; temos duas quan- do uma única pilha 52cm de altura. Sabendo que 8 desses livros
tidades e queremos saber quanto falta a uma delas para atingir a possui uma espessura de 2cm, e que os livros restantes possuem
outra. A subtração é a operação inversa da adição. O sinal sempre espessura de 3cm, o número de livros na pilha é:
será do maior número. (A) 10
ATENÇÃO: todos parênteses, colchetes, chaves, números, ..., (B) 15
entre outros, precedidos de sinal negativo, tem o seu sinal inverti- (C) 18
do, ou seja, é dado o seu oposto. (D) 20
(E) 22
Exemplo:
(FUNDAÇÃO CASA – AGENTE EDUCACIONAL – VUNESP) Para Resolução:
zelar pelos jovens internados e orientá-los a respeito do uso ade- São 8 livros de 2 cm: 8.2 = 16 cm
quado dos materiais em geral e dos recursos utilizados em ativida- Como eu tenho 52 cm ao todo e os demais livros tem 3 cm,
des educativas, bem como da preservação predial, realizou-se uma temos:
dinâmica elencando “atitudes positivas” e “atitudes negativas”, no 52 - 16 = 36 cm de altura de livros de 3 cm
entendimento dos elementos do grupo. Solicitou-se que cada um 36 : 3 = 12 livros de 3 cm
classificasse suas atitudes como positiva ou negativa, atribuindo O total de livros da pilha: 8 + 12 = 20 livros ao todo.
(+4) pontos a cada atitude positiva e (-1) a cada atitude negativa. Resposta: D
Se um jovem classificou como positiva apenas 20 das 50 atitudes
anotadas, o total de pontos atribuídos foi • Potenciação: A potência an do número inteiro a, é definida
(A) 50. como um produto de n fatores iguais. O número a é denominado a
(B) 45. base e o número n é o expoente.an = a x a x a x a x ... x a , a é multi-
(C) 42. plicado por a n vezes. Tenha em mente que:
(D) 36. – Toda potência de base positiva é um número inteiro positivo.
(E) 32. – Toda potência de base negativa e expoente par é um número
inteiro positivo.
Resolução: – Toda potência de base negativa e expoente ímpar é um nú-
50-20=30 atitudes negativas mero inteiro negativo.
20.4=80
30.(-1)=-30 Propriedades da Potenciação
80-30=50 1) Produtos de Potências com bases iguais: Conserva-se a base
Resposta: A e somam-se os expoentes. (–a)3 . (–a)6 = (–a)3+6 = (–a)9
2) Quocientes de Potências com bases iguais: Conserva-se a
• Multiplicação: é uma adição de números/ fatores repetidos. base e subtraem-se os expoentes. (-a)8 : (-a)6 = (-a)8 – 6 = (-a)2
Na multiplicação o produto dos números a e b, pode ser indicado 3) Potência de Potência: Conserva-se a base e multiplicam-se
por a x b, a . b ou ainda ab sem nenhum sinal entre as letras. os expoentes. [(-a)5]2 = (-a)5 . 2 = (-a)10
4) Potência de expoente 1: É sempre igual à base. (-a)1 = -a e
• Divisão: a divisão exata de um número inteiro por outro nú- (+a) = +a
1

mero inteiro, diferente de zero, dividimos o módulo do dividendo 5) Potência de expoente zero e base diferente de zero: É igual
pelo módulo do divisor. a 1. (+a)0 = 1 e (–b)0 = 1

ATENÇÃO: Conjunto dos números racionais – Q m


1) No conjunto Z, a divisão não é comutativa, não é associativa Um número racional é o que pode ser escrito na forma n , onde
e não tem a propriedade da existência do elemento neutro. m e n são números inteiros, sendo que n deve ser diferente de zero.
2) Não existe divisão por zero. Frequentemente usamos m/n para significar a divisão de m por n.
3) Zero dividido por qualquer número inteiro, diferente de zero,
é zero, pois o produto de qualquer número inteiro por zero é igual
a zero.

Na multiplicação e divisão de números inteiros é muito impor-


tante a REGRA DE SINAIS:

Sinais iguais (+) (+); (-) (-) = resultado sempre positivo.


Sinais diferentes (+) (-); (-) (+) = resultado sempre negativo.

N C Z C Q (N está contido em Z que está contido em Q)

78
MATEMÁTICA
Subconjuntos:

SÍMBOLO REPRESENTAÇÃO DESCRIÇÃO


* Q* Conjunto dos números racionais não nulos
+ Q+ Conjunto dos números racionais não negativos
*e+ Q*+ Conjunto dos números racionais positivos
- Q_ Conjunto dos números racionais não positivos
*e- Q*_ Conjunto dos números racionais negativos

Representação decimal
Podemos representar um número racional, escrito na forma de fração, em número decimal. Para isso temos duas maneiras possíveis:
1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, um número finito de algarismos. Decimais Exatos:

2
= 0,4
5

2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, infinitos algarismos (nem todos nulos), repetindo-se periodicamente Decimais
Periódicos ou Dízimas Periódicas:

1
= 0,333...
3

Representação Fracionária
É a operação inversa da anterior. Aqui temos duas maneiras possíveis:

1) Transformando o número decimal em uma fração numerador é o número decimal sem a vírgula e o denominador é composto pelo
numeral 1, seguido de tantos zeros quantas forem as casas decimais do número decimal dado.
Ex.:
0,035 = 35/1000

2) Através da fração geratriz. Aí temos o caso das dízimas periódicas que podem ser simples ou compostas.
– Simples: o seu período é composto por um mesmo número ou conjunto de números que se repeti infinitamente.
Exemplos:

Procedimento: para transformarmos uma dízima periódica simples em fração basta utilizarmos o dígito 9 no denominador para cada
quantos dígitos tiver o período da dízima.

– Composta: quando a mesma apresenta um ante período que não se repete.


a)

79
MATEMÁTICA
Procedimento: para cada algarismo do período ainda se coloca um algarismo 9 no denominador. Mas, agora, para cada algarismo do
antiperíodo se coloca um algarismo zero, também no denominador.
b)

Procedimento: é o mesmo aplicado ao item “a”, acrescido na frente da parte inteira (fração mista), ao qual transformamos e obtemos
a fração geratriz.

Exemplo:
(PREF. NITERÓI) Simplificando a expressão abaixo

Obtém-se :

(A) ½
(B) 1
(C) 3/2
(D) 2
(E) 3

Resolução:

Resposta: B

Caraterísticas dos números racionais


O módulo e o número oposto são as mesmas dos números inteiros.

Inverso: dado um número racional a/b o inverso desse número (a/b)–n, é a fração onde o numerador vira denominador e o denomi-
nador numerador (b/a)n.

Representação geométrica

Observa-se que entre dois inteiros consecutivos existem infinitos números racionais.

80
MATEMÁTICA
Operações Exemplo:
• Soma ou adição: como todo número racional é uma fração (PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB) Numa operação
ou pode ser escrito na forma de uma fração, definimos a adição policial de rotina, que abordou 800 pessoas, verificou-se que 3/4
entre os números racionais a e c , da mesma forma que a soma dessas pessoas eram homens e 1/5 deles foram detidos. Já entre as
de frações, através de: b d mulheres abordadas, 1/8 foram detidas.
Qual o total de pessoas detidas nessa operação policial?
(A) 145
(B) 185
(C) 220
(D) 260
• Subtração: a subtração de dois números racionais p e q é a (E) 120
própria operação de adição do número p com o oposto de q, isto é:
p – q = p + (–q) Resolução:

ATENÇÃO: Na adição/subtração se o denominador for igual,


conserva-se os denominadores e efetua-se a operação apresen-
tada.

Exemplo:
(PREF. JUNDIAI/SP – AGENTE DE SERVIÇOS OPERACIONAIS
– MAKIYAMA) Na escola onde estudo, ¼ dos alunos tem a língua
portuguesa como disciplina favorita, 9/20 têm a matemática como
favorita e os demais têm ciências como favorita. Sendo assim, qual
fração representa os alunos que têm ciências como disciplina favo-
rita?
(A) 1/4 Resposta: A
(B) 3/10
(C) 2/9 • Potenciação: é válido as propriedades aplicadas aos núme-
(D) 4/5 ros inteiros. Aqui destacaremos apenas as que se aplicam aos nú-
(E) 3/2 meros racionais.

Resolução: A) Toda potência com expoente negativo de um número ra-


Somando português e matemática: cional diferente de zero é igual a outra potência que tem a base
igual ao inverso da base anterior e o expoente igual ao oposto do
expoente anterior.

O que resta gosta de ciências:

B) Toda potência com expoente ímpar tem o mesmo sinal da


Resposta: B base.

• Multiplicação: como todo número racional é uma fração ou


pode ser escrito na forma de uma fração, definimos o produto de
dois números racionais a e c , da mesma forma que o produto de
b d
frações, através de:

C) Toda potência com expoente par é um número positivo.

• Divisão: a divisão de dois números racionais p e q é a própria


operação de multiplicação do número p pelo inverso de q, isto é: p
÷ q = p × q-1

81
MATEMÁTICA
Expressões numéricas Múltiplos
São todas sentenças matemáticas formadas por números, suas Dizemos que um número é múltiplo de outro quando o primei-
operações (adições, subtrações, multiplicações, divisões, potencia- ro é resultado da multiplicação entre o segundo e algum número
ções e radiciações) e também por símbolos chamados de sinais de natural e o segundo, nesse caso, é divisor do primeiro. O que sig-
associação, que podem aparecer em uma única expressão. nifica que existem dois números, x e y, tal que x é múltiplo de y se
existir algum número natural n tal que:
Procedimentos x = y·n
1) Operações:
- Resolvermos primeiros as potenciações e/ou radiciações na Se esse número existir, podemos dizer que y é um divisor de x e
ordem que aparecem; podemos escrever: x = n/y
- Depois as multiplicações e/ou divisões;
- Por último as adições e/ou subtrações na ordem que apare- Observações:
cem. 1) Todo número natural é múltiplo de si mesmo.
2) Todo número natural é múltiplo de 1.
2) Símbolos: 3) Todo número natural, diferente de zero, tem infinitos múltiplos.
- Primeiro, resolvemos os parênteses ( ), até acabarem os cál- 4) O zero é múltiplo de qualquer número natural.
culos dentro dos parênteses, 5) Os múltiplos do número 2 são chamados de números pares,
-Depois os colchetes [ ]; e a fórmula geral desses números é 2k (k ∈ N). Os demais são cha-
- E por último as chaves { }. mados de números ímpares, e a fórmula geral desses números é 2k
+ 1 (k ∈ N).
ATENÇÃO: 6) O mesmo se aplica para os números inteiros, tendo k ∈ Z.
– Quando o sinal de adição (+) anteceder um parêntese, col-
chetes ou chaves, deveremos eliminar o parêntese, o colchete ou Critérios de divisibilidade
chaves, na ordem de resolução, reescrevendo os números internos São regras práticas que nos possibilitam dizer se um número é ou
com os seus sinais originais. não divisível por outro, sem que seja necessário efetuarmos a divisão.
– Quando o sinal de subtração (-) anteceder um parêntese, col- No quadro abaixo temos um resumo de alguns dos critérios:
chetes ou chaves, deveremos eliminar o parêntese, o colchete ou
chaves, na ordem de resolução, reescrevendo os números internos
com os seus sinais invertidos.

Exemplo:
(MANAUSPREV – ANALISTA PREVIDENCIÁRIO – ADMINISTRATI-
VA – FCC) Considere as expressões numéricas, abaixo.
A = 1/2 + 1/4+ 1/8 + 1/16 + 1/32 e
B = 1/3 + 1/9 + 1/27 + 1/81 + 1/243

O valor, aproximado, da soma entre A e B é


(A) 2
(B) 3
(C) 1
(D) 2,5
(E) 1,5

Resolução:
Vamos resolver cada expressão separadamente:

(Fonte: https://www.guiadamatematica.com.br/criterios-de-divisibili-
dade/ - reeditado)

Vale ressaltar a divisibilidade por 7: Um número é divisível por


7 quando o último algarismo do número, multiplicado por 2, sub-
traído do número sem o algarismo, resulta em um número múltiplo
de 7. Neste, o processo será repetido a fim de diminuir a quantida-
de de algarismos a serem analisados quanto à divisibilidade por 7.

Resposta: E

82
MATEMÁTICA
Outros critérios Máximo divisor comum (MDC)
Divisibilidade por 12: Um número é divisível por 12 quando é É o maior número que é divisor comum de todos os números
divisível por 3 e por 4 ao mesmo tempo. dados. Para o cálculo do MDC usamos a decomposição em fatores
Divisibilidade por 15: Um número é divisível por 15 quando é primos. Procedemos da seguinte maneira:
divisível por 3 e por 5 ao mesmo tempo. Após decompor em fatores primos, o MDC é o produto dos FA-
TORES COMUNS obtidos, cada um deles elevado ao seu MENOR
Fatoração numérica EXPOENTE.
Trata-se de decompor o número em fatores primos. Para de-
compormos este número natural em fatores primos, dividimos o Exemplo:
mesmo pelo seu menor divisor primo, após pegamos o quociente MDC (18,24,42) =
e dividimos o pelo seu menor divisor, e assim sucessivamente até
obtermos o quociente 1. O produto de todos os fatores primos re-
presenta o número fatorado. Exemplo:

Divisores
Os divisores de um número n, é o conjunto formado por todos Observe que os fatores comuns entre eles são: 2 e 3, então
os números que o dividem exatamente. Tomemos como exemplo o pegamos os de menores expoentes: 2x3 = 6. Logo o Máximo Divisor
número 12. Comum entre 18,24 e 42 é 6.

Mínimo múltiplo comum (MMC)


É o menor número positivo que é múltiplo comum de todos
os números dados. A técnica para acharmos é a mesma do MDC,
apenas com a seguinte ressalva:
O MMC é o produto dos FATORES COMUNS E NÃO-COMUNS,
cada um deles elevado ao SEU MAIOR EXPOENTE.
Pegando o exemplo anterior, teríamos:
Um método para descobrimos os divisores é através da fato- MMC (18,24,42) =
ração numérica. O número de divisores naturais é igual ao produto Fatores comuns e não-comuns= 2,3 e 7
dos expoentes dos fatores primos acrescidos de 1. Com maiores expoentes: 2³x3²x7 = 8x9x7 = 504. Logo o Mínimo
Logo o número de divisores de 12 são: Múltiplo Comum entre 18,24 e 42 é 504.

Temos ainda que o produto do MDC e MMC é dado por: MDC


(A,B). MMC (A,B)= A.B

Os cálculos desse tipo de problemas, envolvem adições e sub-


Para sabermos quais são esses 6 divisores basta pegarmos cada trações, posteriormente as multiplicações e divisões. Depois os pro-
fator da decomposição e seu respectivo expoente natural que varia blemas são resolvidos com a utilização dos fundamentos algébricos,
de zero até o expoente com o qual o fator se apresenta na decom- isto é, criamos equações matemáticas com valores desconhecidos
posição do número natural. (letras). Observe algumas situações que podem ser descritas com
12 = 22 . 31 = utilização da álgebra.
22 = 20,21 e 22 ; 31 = 30 e 31, teremos: É bom ter mente algumas situações que podemos encontrar:
20 . 30=1
20 . 31=3
21 . 30=2
21 . 31=2.3=6
22 . 31=4.3=12
22 . 30=4

O conjunto de divisores de 12 são: D (12)={1, 2, 3, 4, 6, 12}


A soma dos divisores é dada por: 1 + 2 + 3 + 4 + 6 + 12 = 28

83
MATEMÁTICA
Exemplos: Resolução:
(PREF. GUARUJÁ/SP – SEDUC – PROFESSOR DE MATEMÁTICA – Chamemos o número de lâmpadas queimadas de ( Q ) e o nú-
CAIPIMES) Sobre 4 amigos, sabe-se que Clodoaldo é 5 centímetros mero de lâmpadas boas de ( B ). Assim:
mais alto que Mônica e 10 centímetros mais baixo que Andreia. Sa- B + Q = 360 , ou seja, B = 360 – Q ( I )
be-se também que Andreia é 3 centímetros mais alta que Doralice e
que Doralice não é mais baixa que Clodoaldo. Se Doralice tem 1,70
metros, então é verdade que Mônica tem, de altura: , ou seja, 7.Q = 2.B ( II )
(A) 1,52 metros.
(B) 1,58 metros. Substituindo a equação ( I ) na equação ( II ), temos:
(C) 1,54 metros. 7.Q = 2. (360 – Q)
(D) 1,56 metros. 7.Q = 720 – 2.Q
7.Q + 2.Q = 720
Resolução: 9.Q = 720
Escrevendo em forma de equações, temos: Q = 720 / 9
C = M + 0,05 ( I ) Q = 80 (queimadas)
C = A – 0,10 ( II ) Como 10 lâmpadas boas quebraram, temos:
A = D + 0,03 ( III ) Q’ = 80 + 10 = 90 e B’ = 360 – 90 = 270
D não é mais baixa que C
Se D = 1,70 , então:
( III ) A = 1,70 + 0,03 = 1,73
( II ) C = 1,73 – 0,10 = 1,63 Resposta: B
( I ) 1,63 = M + 0,05
M = 1,63 – 0,05 = 1,58 m Fração é todo número que pode ser escrito da seguinte forma
Resposta: B a/b, com b≠0. Sendo a o numerador e b o denominador. Uma fra-
ção é uma divisão em partes iguais. Observe a figura:
(CEFET – AUXILIAR EM ADMINISTRAÇÃO – CESGRANRIO) Em
três meses, Fernando depositou, ao todo, R$ 1.176,00 em sua ca-
derneta de poupança. Se, no segundo mês, ele depositou R$ 126,00
a mais do que no primeiro e, no terceiro mês, R$ 48,00 a menos do
que no segundo, qual foi o valor depositado no segundo mês?
(A) R$ 498,00 O numerador indica quantas partes tomamos do total que foi
(B) R$ 450,00 dividida a unidade.
(C) R$ 402,00 O denominador indica quantas partes iguais foi dividida a
(D) R$ 334,00 unidade.
(E) R$ 324,00 Lê-se: um quarto.

Resolução: Atenção:
Primeiro mês = x • Frações com denominadores de 1 a 10: meios, terços, quar-
Segundo mês = x + 126 tos, quintos, sextos, sétimos, oitavos, nonos e décimos.
Terceiro mês = x + 126 – 48 = x + 78 • Frações com denominadores potências de 10: décimos,
Total = x + x + 126 + x + 78 = 1176 centésimos, milésimos, décimos de milésimos, centésimos de
3.x = 1176 – 204 milésimos etc.
x = 972 / 3 • Denominadores diferentes dos citados anteriormente: Enun-
x = R$ 324,00 (1º mês) cia-se o numerador e, em seguida, o denominador seguido da pa-
* No 2º mês: 324 + 126 = R$ 450,00 lavra “avos”.
Resposta: B
Tipos de frações
(PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO/SP – AGENTE – Frações Próprias: Numerador é menor que o denominador.
DE ADMINISTRAÇÃO – VUNESP) Uma loja de materiais elétricos Ex.: 7/15
testou um lote com 360 lâmpadas e constatou que a razão entre o – Frações Impróprias: Numerador é maior ou igual ao denomi-
número de lâmpadas queimadas e o número de lâmpadas boas era nador. Ex.: 7/6
2 / 7. Sabendo-se que, acidentalmente, 10 lâmpadas boas quebra- – Frações aparentes: Numerador é múltiplo do denominador.
ram e que lâmpadas queimadas ou quebradas não podem ser ven- As mesmas pertencem também ao grupo das frações impróprias.
didas, então a razão entre o número de lâmpadas que não podem Ex.: 6/3
ser vendidas e o número de lâmpadas boas passou a ser de – Frações mistas: Números compostos de uma parte inteira e
(A) 1 / 4. outra fracionária. Podemos transformar uma fração imprópria na
(B) 1 / 3. forma mista e vice e versa. Ex.: 1 1/12 (um inteiro e um doze avos)
(C) 2 / 5. – Frações equivalentes: Duas ou mais frações que apresentam
(D) 1 / 2. a mesma parte da unidade. Ex.: 2/4 = 1/2
(E) 2 / 3. – Frações irredutíveis: Frações onde o numerador e o denomi-
nador são primos entre si. Ex.: 5/11 ;

84
MATEMÁTICA
Operações com frações
• Adição e Subtração
Com mesmo denominador: Conserva-se o denominador e so- (D)
ma-se ou subtrai-se os numeradores.

(E)

Resolução:
Se cada garrafa contém X litros de suco, e eu tenho 3 garrafas,
então o total será de 3X litros de suco. Precisamos dividir essa quan-
Com denominadores diferentes: é necessário reduzir ao mesmo tidade de suco (em litros) para 5 pessoas, logo teremos:
denominador através do MMC entre os denominadores. Usamos
tanto na adição quanto na subtração.

Onde x é litros de suco, assim a fração que cada um recebeu de


suco é de 3/5 de suco da garrafa.

Resposta: B
O MMC entre os denominadores (3,2) = 6
PROBLEMAS DE CONTAGEM
• Multiplicação e Divisão
Multiplicação: É produto dos numerados pelos denominadores
dados. Ex.: A Análise Combinatória é a parte da Matemática que desen-
volve meios para trabalharmos com problemas de contagem. Ve-
jamos eles:

Princípio fundamental de contagem (PFC)


É o total de possibilidades de o evento ocorrer.
• Princípio multiplicativo: P1. P2. P3. ... .Pn.(regra do “e”). É
um princípio utilizado em sucessão de escolha, como ordem.
• Princípio aditivo: P1 + P2 + P3 + ... + Pn. (regra do “ou”). É o
princípio utilizado quando podemos escolher uma coisa ou outra.

– Divisão: É igual a primeira fração multiplicada pelo inverso da Exemplos:


segunda fração. Ex.: (BNB) Apesar de todos os caminhos levarem a Roma, eles pas-
sam por diversos lugares antes. Considerando-se que existem três
caminhos a seguir quando se deseja ir da cidade A para a cidade
B, e que existem mais cinco opções da cidade B para Roma, qual a
quantidade de caminhos que se pode tomar para ir de A até Roma,
passando necessariamente por B?
(A) Oito.
(B) Dez.
(C) Quinze.
Obs.: Sempre que possível podemos simplificar o resultado da (D) Dezesseis.
fração resultante de forma a torna-la irredutível. (E) Vinte.

Exemplo: Resolução:
(EBSERH/HUPES – UFBA – TÉCNICO EM INFORMÁTICA – IADES) Observe que temos uma sucessão de escolhas:
O suco de três garrafas iguais foi dividido igualmente entre 5 pes- Primeiro, de A para B e depois de B para Roma.
soas. Cada uma recebeu 1ª possibilidade: 3 (A para B).
Obs.: o número 3 representa a quantidade de escolhas para a
(A) primeira opção.

2ª possibilidade: 5 (B para Roma).


(B) Temos duas possibilidades: A para B depois B para Roma, logo,
uma sucessão de escolhas.
Resultado: 3 . 5 = 15 possibilidades.
(C) Resposta: C.

85
MATEMÁTICA
(PREF. CHAPECÓ/SC – ENGENHEIRO DE TRÂNSITO – IOBV) Em • Com repetição
um restaurante os clientes têm a sua disposição, 6 tipos de carnes, Os elementos que compõem o conjunto podem aparecer re-
4 tipos de cereais, 4 tipos de sobremesas e 5 tipos de sucos. Se o petidos em um agrupamento, ou seja, ocorre a repetição de um
cliente quiser pedir 1 tipo carne, 1 tipo de cereal, 1 tipo de sobre- mesmo elemento em um agrupamento.
mesa e 1 tipo de suco, então o número de opções diferentes com A fórmula geral para o arranjo com repetição é representada
que ele poderia fazer o seu pedido, é: por:
(A) 19
(B) 480
(C) 420
(D) 90
Exemplo: Seja P um conjunto com elementos: P = {A,B,C,D},
Resolução: tomando os agrupamentos de dois em dois, considerando o arranjo
A questão trata-se de princípio fundamental da contagem, logo com repetição quantos agrupamentos podemos obter em relação
vamos enumerar todas as possibilidades de fazermos o pedido: ao conjunto P.
6 x 4 x 4 x 5 = 480 maneiras. Resolução:
Resposta: B. P = {A, B, C, D}
n=4
p=2
Fatorial A(n,p)=np
Sendo n um número natural, chama-se de n! (lê-se: n fatorial) A(4,2)=42=16
a expressão:
n! = n (n - 1) (n - 2) (n - 3). ... .2 . 1, como n ≥ 2. Permutação
É a TROCA DE POSIÇÃO de elementos de uma sequência. Utili-
Exemplos: zamos todos os elementos.
5! = 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 120.
7! = 7 . 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 5.040. • Sem repetição

ATENÇÃO
0! = 1
Atenção: Todas as questões de permutação simples podem ser
1! = 1
resolvidas pelo princípio fundamental de contagem (PFC).
Tenha cuidado 2! = 2, pois 2 . 1 = 2. E 3!
Não é igual a 3, pois 3 . 2 . 1 = 6. Exemplo:
(PREF. LAGOA DA CONFUSÃO/TO – ORIENTADOR SOCIAL –
Arranjo simples IDECAN) Renato é mais velho que Jorge de forma que a razão entre
Arranjo simples de n elementos tomados p a p, onde n>=1 e p o número de anagramas de seus nomes representa a diferença en-
é um número natural, é qualquer ordenação de p elementos dentre tre suas idades. Se Jorge tem 20 anos, a idade de Renato é
os n elementos, em que cada maneira de tomar os elementos se (A) 24.
diferenciam pela ordem e natureza dos elementos. (B) 25.
(C) 26.
Atenção: Observe que no grupo dos elementos: {1,2,3} um dos (D) 27.
arranjos formados, com três elementos, 123 é DIFERENTE de 321, e (E) 28.
assim sucessivamente.
Resolução:
• Sem repetição Anagramas de RENATO
A fórmula para cálculo de arranjo simples é dada por: ______
6.5.4.3.2.1=720

Anagramas de JORGE
_____
5.4.3.2.1=120
Onde:
n = Quantidade total de elementos no conjunto. Razão dos anagramas: 720/120=6
P =Quantidade de elementos por arranjo Se Jorge tem 20 anos, Renato tem 20+6=26 anos.
Resposta: C.
Exemplo: Uma escola possui 18 professores. Entre eles, serão
escolhidos: um diretor, um vice-diretor e um coordenador pedagó- • Com repetição
gico. Quantas as possibilidades de escolha? Na permutação com elementos repetidos ocorrem permuta-
n = 18 (professores) ções que não mudam o elemento, pois existe troca de elementos
p = 3 (cargos de diretor, vice-diretor e coordenador pedagógico) iguais. Por isso, o uso da fórmula é fundamental.

86
MATEMÁTICA
Exemplo:
(CESPE) Considere que um decorador deva usar 7 faixas coloridas de dimensões iguais, pendurando-as verticalmente na vitrine de
uma loja para produzir diversas formas. Nessa situação, se 3 faixas são verdes e indistinguíveis, 3 faixas são amarelas e indistinguíveis e 1
faixa é branca, esse decorador conseguirá produzir, no máximo, 140 formas diferentes com essas faixas.
( ) Certo
( ) Errado

Resolução:
Total: 7 faixas, sendo 3 verdes e 3 amarelas.

Resposta: Certo.

• Circular
A permutação circular é formada por pessoas em um formato circular. A fórmula é necessária, pois existem algumas permutações
realizadas que são iguais. Usamos sempre quando:
a) Pessoas estão em um formato circular.
b) Pessoas estão sentadas em uma mesa quadrada (retangular) de 4 lugares.

Exemplo:
(CESPE) Uma mesa circular tem seus 6 lugares, que serão ocupados pelos 6 participantes de uma reunião. Nessa situação, o número
de formas diferentes para se ocupar esses lugares com os participantes da reunião é superior a 102.
( ) Certo
( ) Errado

Resolução:
É um caso clássico de permutação circular.
Pc = (6 - 1) ! = 5! = 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 120 possibilidades.
Resposta: CERTO.

Combinação
Combinação é uma escolha de um grupo, SEM LEVAR EM CONSIDERAÇÃO a ordem dos elementos envolvidos.

• Sem repetição
Dados n elementos distintos, chama-se de combinação simples desses n elementos, tomados p a p, a qualquer agrupamento de p
elementos distintos, escolhidos entre os n elementos dados e que diferem entre si pela natureza de seus elementos.

Fórmula:

Exemplo:
(CRQ 2ª REGIÃO/MG – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – FUNDEP) Com 12 fiscais, deve-se fazer um grupo de trabalho com 3 deles. Como
esse grupo deverá ter um coordenador, que pode ser qualquer um deles, o número de maneiras distintas possíveis de se fazer esse grupo
é:
(A) 4
(B) 660
(C) 1 320
(D) 3 960

87
MATEMÁTICA
Resolução:
Como trata-se de Combinação, usamos a fórmula:

Onde n = 12 e p = 3

Como cada um deles pode ser o coordenado, e no grupo tem 3 pessoas, logo temos 220 x 3 = 660.
Resposta: B.

As questões que envolvem combinação estão relacionadas a duas coisas:


– Escolha de um grupo ou comissões.
– Escolha de grupo de elementos, sem ordem, ou seja, escolha de grupo de pessoas, coisas, objetos ou frutas.

• Com repetição
É uma escolha de grupos, sem ordem, porém, podemos repetir elementos na hora de escolher.

Exemplo:
Em uma combinação com repetição classe 2 do conjunto {a, b, c}, quantas combinações obtemos?
Utilizando a fórmula da combinação com repetição, verificamos o mesmo resultado sem necessidade de enumerar todas as possibi-
lidades:
n=3ep=2

SISTEMA LEGAL DE MEDIDAS

O sistema métrico decimal é parte integrante do Sistema de Medidas. É adotado no Brasil tendo como unidade fundamental de me-
dida o metro.
O Sistema de Medidas é um conjunto de medidas usado em quase todo o mundo, visando padronizar as formas de medição.

Medidas de comprimento
Os múltiplos do metro são usados para realizar medição em grandes distâncias, enquanto os submúltiplos para realizar medição em
pequenas distâncias.

MÚLTIPLOS UNIDADE FUNDAMENTAL SUBMÚLTIPLOS


Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
km hm Dam m dm cm mm
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

Para transformar basta seguir a tabela seguinte (esta transformação vale para todas as medidas):

88
MATEMÁTICA
Medidas de superfície e área
As unidades de área do sistema métrico correspondem às unidades de comprimento da tabela anterior.
São elas: quilômetro quadrado (km2), hectômetro quadrado (hm2), etc. As mais usadas, na prática, são o quilômetro quadrado, o me-
tro quadrado e o hectômetro quadrado, este muito importante nas atividades rurais com o nome de hectare (ha): 1 hm2 = 1 ha.
No caso das unidades de área, o padrão muda: uma unidade é 100 vezes a menor seguinte e não 10 vezes, como nos comprimentos.
Entretanto, consideramos que o sistema continua decimal, porque 100 = 102. A nomenclatura é a mesma das unidades de comprimento
acrescidas de quadrado.

Vejamos as relações entre algumas essas unidades que não fazem parte do sistema métrico e as do sistema métrico decimal (valores
aproximados):
1 polegada = 25 milímetros
1 milha = 1 609 metros
1 légua = 5 555 metros
1 pé = 30 centímetros

Medidas de Volume e Capacidade


Na prática, são muitos usados o metro cúbico(m3) e o centímetro cúbico(cm3).
Nas unidades de volume, há um novo padrão: cada unidade vale 1000 vezes a unidade menor seguinte. Como 1000 = 103, o sistema
continua sendo decimal. Acrescentamos a nomenclatura cúbico.
A noção de capacidade relaciona-se com a de volume. A unidade fundamental para medir capacidade é o litro (l); 1l equivale a 1 dm3.

Medidas de Massa
O sistema métrico decimal inclui ainda unidades de medidas de massa. A unidade fundamental é o grama(g). Assim as denominamos:
Kg – Quilograma; hg – hectograma; dag – decagrama; g – grama; dg – decigrama; cg – centigrama; mg – miligrama
Dessas unidades, só têm uso prático o quilograma, o grama e o miligrama. No dia-a-dia, usa-se ainda a tonelada (t). Medidas Especiais:
1 Tonelada(t) = 1000 Kg
1 Arroba = 15 Kg
1 Quilate = 0,2 g

Em resumo temos:

Relações importantes

1 kg = 1l = 1 dm3
1 hm2 = 1 ha = 10.000m2
1 m3 = 1000 l

Exemplos:
(CLIN/RJ - GARI E OPERADOR DE ROÇADEIRA - COSEAC) Uma peça de um determinado tecido tem 30 metros, e para se confeccionar
uma camisa desse tecido são necessários 15 decímetros. Com duas peças desse tecido é possível serem confeccionadas:
(A) 10 camisas
(B) 20 camisas
(C) 40 camisas
(D) 80 camisas

89
MATEMÁTICA
Resolução: Razões Especiais
Como eu quero 2 peças desse tecido e 1 peça possui 30 metros São aquelas que recebem um nome especial. Vejamos algu-
logo: mas:
30 . 2 = 60 m. Temos que trabalhar com todas na mesma unida- Velocidade: é razão entre a distância percorrida e o tempo gas-
de: 1 m é 10dm assim temos 60m . 10 = 600 dm, como cada camisa to para percorrê-la.
gasta um total de 15 dm, temos então:
600/15 = 40 camisas.
Resposta: C

(CLIN/RJ - GARI E OPERADOR DE ROÇADEIRA - COSEAC) Um


veículo tem capacidade para transportar duas toneladas de carga. Densidade: é a razão entre a massa de um corpo e o seu volu-
Se a carga a ser transportada é de caixas que pesam 4 quilogramas me ocupado por esse corpo.
cada uma, o veículo tem capacidade de transportar no máximo:
(A) 50 caixas
(B) 100 caixas
(C) 500 caixas
(D) 1000 caixas
Proporção
Resolução: É uma igualdade entre duas frações ou duas razões.
Uma tonelada(ton) é 1000 kg, logo 2 ton. 1000kg= 2000 kg
Cada caixa pesa 4kg
2000 kg/ 4kg = 500 caixas.
Resposta: C

Lemos: a esta para b, assim como c está para d.


RAZÕES E PROPORÇÕES; DIVISÃO PROPORCIONAL Ainda temos:

Razão
É uma fração, sendo a e b dois números a sua razão, chama-se
razão de a para b: a/b ou a:b , assim representados, sendo b ≠ 0.
Temos que:

Exemplo:
(SEPLAN/GO – PERITO CRIMINAL – FUNIVERSA) Em uma ação • Propriedades da Proporção
policial, foram apreendidos 1 traficante e 150 kg de um produto – Propriedade Fundamental: o produto dos meios é igual ao
parecido com maconha. Na análise laboratorial, o perito constatou produto dos extremos:
que o produto apreendido não era maconha pura, isto é, era uma a.d=b.c
mistura da Cannabis sativa com outras ervas. Interrogado, o trafi-
cante revelou que, na produção de 5 kg desse produto, ele usava – A soma/diferença dos dois primeiros termos está para o pri-
apenas 2 kg da Cannabis sativa; o restante era composto por várias meiro (ou para o segundo termo), assim como a soma/diferença
“outras ervas”. Nesse caso, é correto afirmar que, para fabricar todo dos dois últimos está para o terceiro (ou para o quarto termo).
o produto apreendido, o traficante usou
(A) 50 kg de Cannabis sativa e 100 kg de outras ervas.
(B) 55 kg de Cannabis sativa e 95 kg de outras ervas.
(C) 60 kg de Cannabis sativa e 90 kg de outras ervas.
(D) 65 kg de Cannabis sativa e 85 kg de outras ervas.
(E) 70 kg de Cannabis sativa e 80 kg de outras ervas.

Resolução:
O enunciado fornece que a cada 5kg do produto temos que 2kg
da Cannabis sativa e os demais outras ervas. Podemos escrever em – A soma/diferença dos antecedentes está para a soma/dife-
forma de razão , logo : rença dos consequentes, assim como cada antecedente está para
o seu consequente.

Resposta: C

90
MATEMÁTICA
Exemplo: De acordo com essas informações, o número de casos regis-
(MP/SP – AUXILIAR DE PROMOTORIA I – ADMINISTRATIVO – trados na cidade de Campinas, até 28 de abril de 2014, teve um
VUNESP) A medida do comprimento de um salão retangular está aumento em relação ao número de casos registrados em 2007,
para a medida de sua largura assim como 4 está para 3. No piso aproximadamente, de
desse salão, foram colocados somente ladrilhos quadrados inteiros, (A) 70%.
revestindo-o totalmente. Se cada fileira de ladrilhos, no sentido do (B) 65%.
comprimento do piso, recebeu 28 ladrilhos, então o número míni- (C) 60%.
mo de ladrilhos necessários para revestir totalmente esse piso foi (D) 55%.
igual a (E) 50%.
(A) 588.
(B) 350. Resolução:
(C) 454. Utilizaremos uma regra de três simples:
(D) 476.
(E) 382. ano %
Resolução: 11442 100
17136 x

11442.x = 17136 . 100


Fazendo C = 28 e substituindo na proporção, temos: x = 1713600 / 11442 = 149,8% (aproximado)
149,8% – 100% = 49,8%
Aproximando o valor, teremos 50%
Resposta: E
4L = 28 . 3
L = 84 / 4 (PRODAM/AM – AUXILIAR DE MOTORISTA – FUNCAB) Numa
L = 21 ladrilhos transportadora, 15 caminhões de mesma capacidade transportam
Assim, o total de ladrilhos foi de 28 . 21 = 588 toda a carga de um galpão em quatro horas. Se três deles quebras-
Resposta: A sem, em quanto tempo os outros caminhões fariam o mesmo tra-
balho?
(A) 3 h 12 min
REGRAS DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTAS (B) 5 h
(C) 5 h 30 min
Regra de três simples (D) 6 h
Os problemas que envolvem duas grandezas diretamente ou (E) 6 h 15 min
inversamente proporcionais podem ser resolvidos através de um
processo prático, chamado REGRA DE TRÊS SIMPLES. Resolução:
• Duas grandezas são DIRETAMENTE PROPORCIONAIS quando Vamos utilizar uma Regra de Três Simples Inversa, pois, quanto me-
ao aumentarmos/diminuirmos uma a outra também aumenta/di- nos caminhões tivermos, mais horas demorará para transportar a carga:
minui.
• Duas grandezas são INVERSAMENTE PROPORCIONAIS quan- caminhões horas
do ao aumentarmos uma a outra diminui e vice-versa.
15 4
Exemplos: (15 – 3) x
(PM/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO – VUNESP) Em 3 de maio
de 2014, o jornal Folha de S. Paulo publicou a seguinte informação 12.x = 4 . 15
sobre o número de casos de dengue na cidade de Campinas. x = 60 / 12
x=5h
Resposta: B

Regra de três composta


Chamamos de REGRA DE TRÊS COMPOSTA, problemas que
envolvem mais de duas grandezas, diretamente ou inversamente
proporcionais.

Exemplos:
(CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO
– FCC) O trabalho de varrição de 6.000 m² de calçada é feita em
um dia de trabalho por 18 varredores trabalhando 5 horas por dia.
Mantendo-se as mesmas proporções, 15 varredores varrerão 7.500
m² de calçadas, em um dia, trabalhando por dia, o tempo de
(A) 8 horas e 15 minutos.
(B) 9 horas.
(C) 7 horas e 45 minutos.
(D) 7 horas e 30 minutos.
(E) 5 horas e 30 minutos.

91
MATEMÁTICA
Resolução: Exemplo:
Comparando- se cada grandeza com aquela onde está o x. (CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP – ANA-
LISTA TÉCNICO LEGISLATIVO – DESIGNER GRÁFICO – VUNESP) O
M² ↑ varredores ↓ horas ↑ departamento de Contabilidade de uma empresa tem 20 funcio-
nários, sendo que 15% deles são estagiários. O departamento de
6000 18 5 Recursos Humanos tem 10 funcionários, sendo 20% estagiários. Em
7500 15 x relação ao total de funcionários desses dois departamentos, a fra-
ção de estagiários é igual a
Quanto mais a área, mais horas (diretamente proporcionais) (A) 1/5.
Quanto menos trabalhadores, mais horas (inversamente pro- (B) 1/6.
porcionais) (C) 2/5.
(D) 2/9.
(E) 3/5.

Resolução:

Como 0,5 h equivale a 30 minutos, logo o tempo será de 7 ho-


ras e 30 minutos.
Resposta: D
Resposta: B
(PREF. CORBÉLIA/PR – CONTADOR – FAUEL) Uma equipe cons-
tituída por 20 operários, trabalhando 8 horas por dia durante 60 Lucro e Prejuízo em porcentagem
dias, realiza o calçamento de uma área igual a 4800 m². Se essa É a diferença entre o preço de venda e o preço de custo. Se
equipe fosse constituída por 15 operários, trabalhando 10 horas a diferença for POSITIVA, temos o LUCRO (L), caso seja NEGATIVA,
por dia, durante 80 dias, faria o calçamento de uma área igual a: temos PREJUÍZO (P).
(A) 4500 m² Logo: Lucro (L) = Preço de Venda (V) – Preço de Custo (C).
(B) 5000 m²
(C) 5200 m²
(D) 6000 m²
(E) 6200 m²

Resolução:

Operários ↑ horas ↑ dias ↑ área ↑

20 8 60 4800
15 10 80 x

Todas as grandezas são diretamente proporcionais, logo:


Exemplo:
(CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO –
FCC) O preço de venda de um produto, descontado um imposto de
16% que incide sobre esse mesmo preço, supera o preço de com-
pra em 40%, os quais constituem o lucro líquido do vendedor. Em
quantos por cento, aproximadamente, o preço de venda é superior
ao de compra?
Resposta: D (A) 67%.
(B) 61%.
(C) 65%.
PORCENTAGENS (D) 63%.
(E) 69%.
São chamadas de razões centesimais ou taxas percentuais ou
simplesmente de porcentagem, as razões de denominador 100, ou
seja, que representam a centésima parte de uma grandeza. Costu-
mam ser indicadas pelo numerador seguido do símbolo %. (Lê-se:
“por cento”).

92
MATEMÁTICA
Resolução:
Preço de venda: V
Preço de compra: C
V – 0,16V = 1,4C
0,84V = 1,4C

O preço de venda é 67% superior ao preço de compra.


Resposta: A

Aumento e Desconto em porcentagem


– Aumentar um valor V em p%, equivale a multiplicá-lo por

Logo:

- Diminuir um valor V em p%, equivale a multiplicá-lo por

Logo:

Fator de multiplicação

É o valor final de , é o que chamamos de fator de multiplicação, muito útil para resolução de cálculos de
porcentagem. O mesmo pode ser um acréscimo ou decréscimo no valor do produto.

Aumentos e Descontos sucessivos em porcentagem


São valores que aumentam ou diminuem sucessivamente. Para efetuar os respectivos descontos ou aumentos, fazemos uso dos fato-
res de multiplicação. Basta multiplicarmos o Valor pelo fator de multiplicação (acréscimo e/ou decréscimo).
Exemplo: Certo produto industrial que custava R$ 5.000,00 sofreu um acréscimo de 30% e, em seguida, um desconto de 20%. Qual o
preço desse produto após esse acréscimo e desconto?

Resolução:
VA = 5000 .(1,3) = 6500 e
VD = 6500 .(0,80) = 5200, podemos, para agilizar os cálculos, juntar tudo em uma única equação:
5000 . 1,3 . 0,8 = 5200
Logo o preço do produto após o acréscimo e desconto é de R$ 5.200,00

93
MATEMÁTICA

LÓGICA PROPOSICIONAL

Caro(a) candidato(a), para que você possa entender o conteúdo de Álgebra das Proposições (ou Lógica Proposicional), é necessário
ficar atento a alguns itens que estão diretamente relacionados, muito abordado em concursos.
Lógica Proposicional é formada por combinação das proposições, que utiliza conectivos lógicos e um sistema de regras de derivação.
Para isso é necessário estudarmos conceitos de proposições (simples ou atômicas, abertas ou fechadas, etc.), tabela verdade, os ope-
radores lógicos e suas propriedades, implicações lógicas.
Portanto é um amplo conhecimento necessário, assim sendo, esse assunto você poderá encontrar nos conceitos apresentados em
nosso material.

RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO


Este tipo de raciocínio testa sua habilidade de resolver problemas matemáticos, e é uma forma de medir seu domínio das diferentes
áreas do estudo da Matemática: Aritmética, Álgebra, leitura de tabelas e gráficos, Probabilidade e Geometria etc. Essa parte consiste nos
seguintes conteúdos:
- Operação com conjuntos.
- Cálculos com porcentagens.
- Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geométricos e matriciais.
- Geometria básica.
- Álgebra básica e sistemas lineares.
- Calendários.
- Numeração.
- Razões Especiais.
- Análise Combinatória e Probabilidade.
- Progressões Aritmética e Geométrica.

RACIOCÍNIO LÓGICO DEDUTIVO


Este tipo de raciocínio está relacionado ao conteúdo Lógica de Argumentação.

ORIENTAÇÕES ESPACIAL E TEMPORAL


O raciocínio lógico espacial ou orientação espacial envolvem figuras, dados e palitos. O raciocínio lógico temporal ou orientação tem-
poral envolve datas, calendário, ou seja, envolve o tempo.
O mais importante é praticar o máximo de questões que envolvam os conteúdos:
- Lógica sequencial
- Calendários

RACIOCÍNIO VERBAL
Avalia a capacidade de interpretar informação escrita e tirar conclusões lógicas.
Uma avaliação de raciocínio verbal é um tipo de análise de habilidade ou aptidão, que pode ser aplicada ao se candidatar a uma vaga.
Raciocínio verbal é parte da capacidade cognitiva ou inteligência geral; é a percepção, aquisição, organização e aplicação do conhecimento
por meio da linguagem.
Nos testes de raciocínio verbal, geralmente você recebe um trecho com informações e precisa avaliar um conjunto de afirmações,
selecionando uma das possíveis respostas:
A – Verdadeiro (A afirmação é uma consequência lógica das informações ou opiniões contidas no trecho)
B – Falso (A afirmação é logicamente falsa, consideradas as informações ou opiniões contidas no trecho)
C – Impossível dizer (Impossível determinar se a afirmação é verdadeira ou falsa sem mais informações)

ESTRUTURAS LÓGICAS
Precisamos antes de tudo compreender o que são proposições. Chama-se proposição toda sentença declarativa à qual podemos atri-
buir um dos valores lógicos: verdadeiro ou falso, nunca ambos. Trata-se, portanto, de uma sentença fechada.

Elas podem ser:


• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto, não
é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro do
meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1

• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será considerada
uma frase, proposição ou sentença lógica.

Proposições simples e compostas


• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.

94
MATEMÁTICA
• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.

ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.

Proposições Compostas – Conectivos


As proposições compostas são formadas por proposições simples ligadas por conectivos, aos quais formam um valor lógico, que po-
demos vê na tabela a seguir:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

95
MATEMÁTICA
Em síntese temos a tabela verdade das proposições que facilitará na resolução de diversas questões

Exemplo:
(MEC – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA OS POSTOS 9,10,11 E 16 – CESPE)

A figura acima apresenta as colunas iniciais de uma tabela-verdade, em que P, Q e R representam proposições lógicas, e V e F corres-
pondem, respectivamente, aos valores lógicos verdadeiro e falso.
Com base nessas informações e utilizando os conectivos lógicos usuais, julgue o item subsecutivo.
A última coluna da tabela-verdade referente à proposição lógica P v (Q↔R) quando representada na posição horizontal é igual a

( ) Certo
( ) Errado

Resolução:
P v (Q↔R), montando a tabela verdade temos:

R Q P [P v (Q ↔ R) ]
V V V V V V V V
V V F F V V V V
V F V V V F F V
V F F F F F F V
F V V V V V F F
F V F F F V F F
F F V V V F V F
F F F F V F V F
Resposta: Certo

Proposição
Conjunto de palavras ou símbolos que expressam um pensamento ou uma ideia de sentido completo. Elas transmitem pensamentos,
isto é, afirmam fatos ou exprimem juízos que formamos a respeito de determinados conceitos ou entes.

96
MATEMÁTICA
Valores lógicos
São os valores atribuídos as proposições, podendo ser uma verdade, se a proposição é verdadeira (V), e uma falsidade, se a proposi-
ção é falsa (F). Designamos as letras V e F para abreviarmos os valores lógicos verdade e falsidade respectivamente.
Com isso temos alguns aximos da lógica:
– PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: uma proposição não pode ser verdadeira E falsa ao mesmo tempo.
– PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: toda proposição OU é verdadeira OU é falsa, verificamos sempre um desses casos, NUNCA
existindo um terceiro caso.

“Toda proposição tem um, e somente um, dos valores, que são: V ou F.”

Classificação de uma proposição


Elas podem ser:
• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto, não
é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro do
meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1

• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será considerada
uma frase, proposição ou sentença lógica.

Proposições simples e compostas


• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.

Exemplos
r: Thiago é careca.
s: Pedro é professor.

• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.

Exemplo
P: Thiago é careca e Pedro é professor.

ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.

Exemplos:
1. (CESPE/UNB) Na lista de frases apresentadas a seguir:
– “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
– A expressão x + y é positiva.
– O valor de √4 + 3 = 7.
– Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
– O que é isto?

Há exatamente:
(A) uma proposição;
(B) duas proposições;
(C) três proposições;
(D) quatro proposições;
(E) todas são proposições.

Resolução:
Analisemos cada alternativa:
(A) “A frase dentro destas aspas é uma mentira”, não podemos atribuir valores lógicos a ela, logo não é uma sentença lógica.
(B) A expressão x + y é positiva, não temos como atribuir valores lógicos, logo não é sentença lógica.
(C) O valor de √4 + 3 = 7; é uma sentença lógica pois podemos atribuir valores lógicos, independente do resultado que tenhamos
(D) Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira, também podemos atribuir valores lógicos (não estamos considerando a quantidade
certa de gols, apenas se podemos atribuir um valor de V ou F a sentença).
(E) O que é isto? - como vemos não podemos atribuir valores lógicos por se tratar de uma frase interrogativa.
Resposta: B.

97
MATEMÁTICA
Conectivos (conectores lógicos)
Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos. São eles:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

Exemplo:
2. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos (da
linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que apre-
senta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q

98
MATEMÁTICA
Resolução: R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclusão no
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o regime fechado.
conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre- S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposi-
ção simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não recordar
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representa- qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
da pelo símbolo (→). Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item
Resposta: B. que se segue.
A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre verdadeira, in-
Tabela Verdade dependentemente das valorações de P e Q como verdadeiras ou
Quando trabalhamos com as proposições compostas, determi- falsas.
namos o seu valor lógico partindo das proposições simples que a ( ) Certo
compõe. O valor lógico de qualquer proposição composta depen- ( ) Errado
de UNICAMENTE dos valores lógicos das proposições simples com-
ponentes, ficando por eles UNIVOCAMENTE determinados. Resolução:
Considerando P e Q como V.
• Número de linhas de uma Tabela Verdade: depende do nú- (V→V) ↔ ((F)→(F))
mero de proposições simples que a integram, sendo dado pelo se- (V) ↔ (V) = V
guinte teorema: Considerando P e Q como F
“A tabela verdade de uma proposição composta com n* pro- (F→F) ↔ ((V)→(V))
posições simples componentes contém 2n linhas.” (V) ↔ (V) = V
Então concluímos que a afirmação é verdadeira.
Exemplo: Resposta: Certo.
3. (CESPE/UNB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições sim-
ples e distintas, então o número de linhas da tabela-verdade da pro- Equivalência
posição (A → B) ↔ (C → D) será igual a: Duas ou mais proposições compostas são equivalentes, quan-
(A) 2; do mesmo possuindo estruturas lógicas diferentes, apresentam a
(B) 4; mesma solução em suas respectivas tabelas verdade.
(C) 8; Se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas TAUTOLO-
(D) 16; GIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES.
(E) 32.

Resolução:
Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio acima,
então teremos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Resposta D.

Conceitos de Tautologia , Contradição e Contigência


• Tautologia: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade
(última coluna), V (verdades).
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma tautologia,
então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma tautologia, quaisquer que
sejam as proposições P0, Q0, R0, ...

• Contradição: possui todos os valores lógicos, da tabela ver-


dade (última coluna), F (falsidades). A contradição é a negação da
Tautologia e vice versa.
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma contradição, Exemplo:
então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma contradição, quaisquer que 5. (VUNESP/TJSP) Uma negação lógica para a afirmação “João é
sejam as proposições P0, Q0, R0, ... rico, ou Maria é pobre” é:
(A) Se João é rico, então Maria é pobre.
• Contingência: possui valores lógicos V e F ,da tabela verdade (B) João não é rico, e Maria não é pobre.
(última coluna). Em outros termos a contingência é uma proposição (C) João é rico, e Maria não é pobre.
composta que não é tautologia e nem contradição. (D) Se João não é rico, então Maria não é pobre.
(E) João não é rico, ou Maria não é pobre.
Exemplos:
4. (DPU – ANALISTA – CESPE) Um estudante de direito, com o
objetivo de sistematizar o seu estudo, criou sua própria legenda, na
qual identificava, por letras, algumas afirmações relevantes quanto
à disciplina estudada e as vinculava por meio de sentenças (proposi-
ções). No seu vocabulário particular constava, por exemplo:
P: Cometeu o crime A.
Q: Cometeu o crime B.

99
MATEMÁTICA
Resolução:
Nesta questão, a proposição a ser negada trata-se da disjunção de duas proposições lógicas simples. Para tal, trocamos o conectivo
por “e” e negamos as proposições “João é rico” e “Maria é pobre”. Vejam como fica:

Resposta: B.

Leis de Morgan
Com elas:
– Negamos que duas dadas proposições são ao mesmo tempo verdadeiras equivalendo a afirmar que pelo menos uma é falsa
– Negamos que uma pelo menos de duas proposições é verdadeira equivalendo a afirmar que ambas são falsas.

ATENÇÃO
As Leis de Morgan exprimem que NEGAÇÃO CONJUNÇÃO em DISJUNÇÃO
transforma: DISJUNÇÃO em CONJUNÇÃO

CONECTIVOS
Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos.

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA EXEMPLOS


Negação ~ Não p A cadeira não é azul.
Conjunção ^ peq Fernando é médico e Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Inclusiva v p ou q Fernando é médico ou Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Exclusiva v Ou p ou q Ou Fernando é médico ou João é Engenheiro.
Condicional → Se p então q Se Fernando é médico então Nicolas é Engenheiro.
Bicondicional ↔ p se e somente se q Fernando é médico se e somente se Nicolas é Engenheiro.

Conectivo “não” (~)


Chamamos de negação de uma proposição representada por “não p” cujo valor lógico é verdade (V) quando p é falsa e falsidade (F)
quando p é verdadeira. Assim “não p” tem valor lógico oposto daquele de p. Pela tabela verdade temos:

Conectivo “e” (˄)


Se p e q são duas proposições, a proposição p ˄ q será chamada de conjunção. Para a conjunção, tem-se a seguinte tabela-verdade:

ATENÇÃO: Sentenças interligadas pelo conectivo “e” possuirão o valor verdadeiro somente quando todas as sentenças, ou argumen-
tos lógicos, tiverem valores verdadeiros.

100
MATEMÁTICA
Conectivo “ou” (v)
Este inclusivo: Elisabete é bonita ou Elisabete é inteligente.
(Nada impede que Elisabete seja bonita e inteligente).

Observe que uma subjunção p→q somente será falsa quando


a primeira proposição, p, for verdadeira e a segunda, q, for falsa.

Conectivo “Se e somente se” (↔)


Conectivo “ou” (v) Se p e q são duas proposições, a proposição p↔q1 é chamada
Este exclusivo: Elisabete é paulista ou Elisabete é carioca. (Se bijunção ou bicondicional, que também pode ser lida como: “p é
Elisabete é paulista, não será carioca e vice-versa). condição necessária e suficiente para q” ou, ainda, “q é condição
necessária e suficiente para p”.
Considere, agora, a seguinte bijunção: “Irei à praia se e somen-
te se fizer sol”. Podem ocorrer as situações:
1. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
2. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
3. Não fez sol e fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade). Sua tabela
verdade:

• Mais sobre o Conectivo “ou”


– “inclusivo”(considera os dois casos)
– “exclusivo”(considera apenas um dos casos)

Exemplos:
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa

No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das Observe que uma bicondicional só é verdadeira quando as pro-
proposições é verdadeira, podendo ser ambas. posições formadoras são ambas falsas ou ambas verdadeiras.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das
proposições poderá ser verdadeira ATENÇÃO: O importante sobre os conectivos é ter em mente a
tabela de cada um deles, para que assim você possa resolver qual-
Ele pode ser “inclusivo”(considera os dois casos) ou “exclusi- quer questão referente ao assunto.
vo”(considera apenas um dos casos)
Ordem de precedência dos conectivos:
Exemplo: O critério que especifica a ordem de avaliação dos conectivos
R: Paulo é professor ou administrador ou operadores lógicos de uma expressão qualquer. A lógica mate-
S: Maria é jovem ou idosa mática prioriza as operações de acordo com a ordem listadas:

No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das


proposições é verdadeira, podendo ser ambas.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das Em resumo:
proposições poderá ser verdadeiro

Conectivo “Se... então” (→)


Se p e q são duas proposições, a proposição p→q é chamada
subjunção ou condicional. Considere a seguinte subjunção: “Se fizer
sol, então irei à praia”.
1. Podem ocorrer as situações:
2. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
3. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade)
5. Não fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade, pois eu não dis-
se o que faria se não fizesse sol. Assim, poderia ir ou não ir à praia).
Temos então sua tabela verdade:

101
MATEMÁTICA
Exemplo: Exemplo:
(PC/SP - DELEGADO DE POLÍCIA - VUNESP) Os conectivos ou
operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbo-
los (da linguagem formal) utilizados para conectar proposições de
acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa
que apresenta exemplos de conjunção, negação e implicação, res-
pectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p Observe:
(D) p v p, p -> q, ¬ q
- Toda proposição implica uma Tautologia:
(E) p v q, ¬ q, p v q

Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o
conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposi-
ção simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representa-
da pelo símbolo (→).
Resposta: B - Somente uma contradição implica uma contradição:

CONTRADIÇÕES
São proposições compostas formadas por duas ou mais propo-
sições onde seu valor lógico é sempre FALSO, independentemente
do valor lógico das proposições simples que a compõem. Vejamos:
A proposição: p ^ ~p é uma contradição, conforme mostra a sua
tabela-verdade:

Propriedades
• Reflexiva:
– P(p,q,r,...) ⇒ P(p,q,r,...)
Exemplo:
– Uma proposição complexa implica ela mesma.
(PEC-FAZ) Conforme a teoria da lógica proposicional, a propo-
sição ~P ∧ P é:
(A) uma tautologia. • Transitiva:
(B) equivalente à proposição ~p ∨ p. – Se P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...) e
(C) uma contradição. Q(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...), então
(D) uma contingência. P(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...)
(E) uma disjunção. – Se P ⇒ Q e Q ⇒ R, então P ⇒ R

Resolução: Regras de Inferência


Montando a tabela teremos que: • Inferência é o ato ou processo de derivar conclusões lógicas
de proposições conhecidas ou decididamente verdadeiras. Em ou-
P ~p ~p ^p tras palavras: é a obtenção de novas proposições a partir de propo-
sições verdadeiras já existentes.
V F F
V F F Regras de Inferência obtidas da implicação lógica
F V F
F V F

Como todos os valores são Falsidades (F) logo estamos diante


de uma CONTRADIÇÃO.
Resposta: C

A proposição P(p,q,r,...) implica logicamente a proposição Q(p,- • Silogismo Disjuntivo


q,r,...) quando Q é verdadeira todas as vezes que P é verdadeira.
Representamos a implicação com o símbolo “⇒”, simbolicamente
temos:
P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...).

ATENÇÃO: Os símbolos “→” e “⇒” são completamente distin-


tos. O primeiro (“→”) representa a condicional, que é um conec-
tivo. O segundo (“⇒”) representa a relação de implicação lógica
que pode ou não existir entre duas proposições.

102
MATEMÁTICA
• Modus Ponens A proposição “(p ↔ q) ^ p” implica a proposição “q”, pois a
condicional “(p ↔ q) ^ p → q” é tautológica.

Lógica de primeira ordem


Existem alguns tipos de argumentos que apresentam proposi-
ções com quantificadores. Numa proposição categórica, é impor-
tante que o sujeito se relacionar com o predicado de forma coeren-
te e que a proposição faça sentido, não importando se é verdadeira
ou falsa.

Vejamos algumas formas:


• Modus Tollens - Todo A é B.
- Nenhum A é B.
- Algum A é B.
- Algum A não é B.

Onde temos que A e B são os termos ou características dessas


proposições categóricas.

• Classificação de uma proposição categórica de acordo com


o tipo e a relação
Elas podem ser classificadas de acordo com dois critérios fun-
damentais: qualidade e extensão ou quantidade.
– Qualidade: O critério de qualidade classifica uma proposição
categórica em afirmativa ou negativa.
– Extensão: O critério de extensão ou quantidade classifica
uma proposição categórica em universal ou particular. A classifica-
ção dependerá do quantificador que é utilizado na proposição.
Tautologias e Implicação Lógica

• Teorema
P(p,q,r,..) ⇒ Q(p,q,r,...) se e somente se P(p,q,r,...) → Q(p,q,r,...)

Entre elas existem tipos e relações de acordo com a qualidade


e a extensão, classificam-se em quatro tipos, representados pelas
letras A, E, I e O.

• Universal afirmativa (Tipo A) – “TODO A é B”


Teremos duas possibilidades.

Observe que:
→ indica uma operação lógica entre as proposições. Ex.: das
proposições p e q, dá-se a nova proposição p → q.
⇒ indica uma relação. Ex.: estabelece que a condicional P →
Q é tautológica.

Inferências Tais proposições afirmam que o conjunto “A” está contido no


• Regra do Silogismo Hipotético conjunto “B”, ou seja, que todo e qualquer elemento de “A” é tam-
bém elemento de “B”. Observe que “Toda A é B” é diferente de
“Todo B é A”.

• Universal negativa (Tipo E) – “NENHUM A é B”


Tais proposições afirmam que não há elementos em comum
Princípio da inconsistência entre os conjuntos “A” e “B”. Observe que “nenhum A é B” é o mes-
– Como “p ^ ~p → q” é tautológica, subsiste a implicação lógica mo que dizer “nenhum B é A”.
p ^ ~p ⇒ q
– Assim, de uma contradição p ^ ~p se deduz qualquer propo-
sição q.

103
MATEMÁTICA
Podemos representar esta universal negativa pelo seguinte dia- – Negando uma proposição de natureza afirmativa geramos,
grama (A ∩ B = ø): sempre, uma proposição de natureza negativa; e, pela recíproca,
negando uma proposição de natureza negativa geramos, sempre,
uma proposição de natureza afirmativa.
Em síntese:

• Particular afirmativa (Tipo I) - “ALGUM A é B”


Podemos ter 4 diferentes situações para representar esta pro-
posição:

Exemplos:
(DESENVOLVE/SP - CONTADOR - VUNESP) Alguns gatos não
são pardos, e aqueles que não são pardos miam alto.
Uma afirmação que corresponde a uma negação lógica da afir-
mação anterior é:
(A) Os gatos pardos miam alto ou todos os gatos não são par-
dos.
(B) Nenhum gato mia alto e todos os gatos são pardos.
(C) Todos os gatos são pardos ou os gatos que não são pardos
não miam alto.
Essas proposições Algum A é B estabelecem que o conjunto “A” (D) Todos os gatos que miam alto são pardos.
tem pelo menos um elemento em comum com o conjunto “B”. Con- (E) Qualquer animal que mia alto é gato e quase sempre ele é
tudo, quando dizemos que Algum A é B, presumimos que nem todo pardo.
A é B. Observe “Algum A é B” é o mesmo que “Algum B é A”.
Resolução:
• Particular negativa (Tipo O) - “ALGUM A não é B” Temos um quantificador particular (alguns) e uma proposição
Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, temos as três do tipo conjunção (conectivo “e”). Pede-se a sua negação.
representações possíveis: O quantificador existencial “alguns” pode ser negado, seguindo
o esquema, pelos quantificadores universais (todos ou nenhum).
Logo, podemos descartar as alternativas A e E.
A negação de uma conjunção se faz através de uma disjunção,
em que trocaremos o conectivo “e” pelo conectivo “ou”. Descarta-
mos a alternativa B.
Vamos, então, fazer a negação da frase, não esquecendo de
que a relação que existe é: Algum A é B, deve ser trocado por: Todo
A é não B.
Todos os gatos que são pardos ou os gatos (aqueles) que não
são pardos NÃO miam alto.
Resposta: C

(CBM/RJ - CABO TÉCNICO EM ENFERMAGEM - ND) Dizer que a


afirmação “todos os professores é psicólogos” e falsa, do ponto de
Proposições nessa forma: Algum A não é B estabelecem que o vista lógico, equivale a dizer que a seguinte afirmação é verdadeira
conjunto “A” tem pelo menos um elemento que não pertence ao (A) Todos os não psicólogos são professores.
conjunto “B”. Observe que: Algum A não é B não significa o mesmo (B) Nenhum professor é psicólogo.
que Algum B não é A. (C) Nenhum psicólogo é professor.
(D) Pelo menos um psicólogo não é professor.
• Negação das Proposições Categóricas (E) Pelo menos um professor não é psicólogo.
Ao negarmos uma proposição categórica, devemos observar as
seguintes convenções de equivalência: Resolução:
– Ao negarmos uma proposição categórica universal geramos Se a afirmação é falsa a negação será verdadeira. Logo, a nega-
uma proposição categórica particular. ção de um quantificador universal categórico afirmativo se faz atra-
– Pela recíproca de uma negação, ao negarmos uma proposição vés de um quantificador existencial negativo. Logo teremos: Pelo
categórica particular geramos uma proposição categórica universal. menos um professor não é psicólogo.
Resposta: E

104
MATEMÁTICA
• Equivalência entre as proposições Vejamos a tabela abaixo as proposições categóricas:
Basta usar o triângulo a seguir e economizar um bom tempo na
resolução de questões. TIPO PREPOSIÇÃO DIAGRAMAS

TODO
A
AéB
Se um elemento pertence ao conjunto A,
então pertence também a B.

NENHUM
E
Exemplo: AéB
(PC/PI - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - UESPI) Qual a negação
lógica da sentença “Todo número natural é maior do que ou igual Existe pelo menos um elemento que pertence
a cinco”? a A, então não pertence a B, e vice-versa.
(A) Todo número natural é menor do que cinco.
(B) Nenhum número natural é menor do que cinco.
(C) Todo número natural é diferente de cinco.
(D) Existe um número natural que é menor do que cinco.
(E) Existe um número natural que é diferente de cinco.

Resolução:
Do enunciado temos um quantificador universal (Todo) e pede-
-se a sua negação. Existe pelo menos um elemento comum aos
O quantificador universal todos pode ser negado, seguindo o conjuntos A e B.
esquema abaixo, pelo quantificador algum, pelo menos um, existe Podemos ainda representar das seguintes for-
ao menos um, etc. Não se nega um quantificador universal com To- ALGUM mas:
I
dos e Nenhum, que também são universais. AéB

Portanto, já podemos descartar as alternativas que trazem


quantificadores universais (todo e nenhum). Descartamos as alter-
nativas A, B e C.
Seguindo, devemos negar o termo: “maior do que ou igual a
cinco”. Negaremos usando o termo “MENOR do que cinco”.
Obs.: maior ou igual a cinco (compreende o 5, 6, 7...) ao ser
negado passa a ser menor do que cinco (4, 3, 2,...).
Resposta: D ALGUM
O
A NÃO é B
Diagramas lógicos
Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários proble-
mas. É uma ferramenta para resolvermos problemas que envolvam
Perceba-se que, nesta sentença, a atenção está
argumentos dedutivos, as quais as premissas deste argumento po-
sobre o(s) elemento (s) de A que não são B (en-
dem ser formadas por proposições categóricas.
quanto que, no “Algum A é B”, a atenção estava
sobre os que eram B, ou seja, na intercessão).
ATENÇÃO: É bom ter um conhecimento sobre conjuntos para
Temos também no segundo caso, a diferença en-
conseguir resolver questões que envolvam os diagramas lógicos.
tre conjuntos, que forma o conjunto A - B

105
MATEMÁTICA
Exemplo: (C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. – Errado,
(GDF–ANALISTA DE ATIVIDADES CULTURAIS ADMINISTRAÇÃO a primeira proposição já nos afirma o contrário. O diagrama nos
– IADES) Considere as proposições: “todo cinema é uma casa de afirma isso
cultura”, “existem teatros que não são cinemas” e “algum teatro é
casa de cultura”. Logo, é correto afirmar que
(A) existem cinemas que não são teatros.
(B) existe teatro que não é casa de cultura.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro.
(D) existe casa de cultura que não é cinema.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema.

Resolução:
Vamos chamar de: (D) existe casa de cultura que não é cinema. – Errado, a justifi-
Cinema = C cativa é observada no diagrama da alternativa anterior.
Casa de Cultura = CC (E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. – Cor-
Teatro = T reta, que podemos observar no diagrama abaixo, uma vez que todo
Analisando as proposições temos: cinema é casa de cultura. Se o teatro não é casa de cultura também
- Todo cinema é uma casa de cultura não é cinema.

- Existem teatros que não são cinemas Resposta: E

LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
Chama-se argumento a afirmação de que um grupo de propo-
sições iniciais redunda em outra proposição final, que será conse-
quência das primeiras. Ou seja, argumento é a relação que associa
um conjunto de proposições P1, P2,... Pn , chamadas premissas do
argumento, a uma proposição Q, chamada de conclusão do argu-
mento.

- Algum teatro é casa de cultura

Exemplo:
P1: Todos os cientistas são loucos.
P2: Martiniano é louco.
Visto que na primeira chegamos à conclusão que C = CC Q: Martiniano é um cientista.
Segundo as afirmativas temos:
(A) existem cinemas que não são teatros- Observando o último O exemplo dado pode ser chamado de Silogismo (argumento
diagrama vimos que não é uma verdade, pois temos que existe pelo formado por duas premissas e a conclusão).
menos um dos cinemas é considerado teatro. A respeito dos argumentos lógicos, estamos interessados em
verificar se eles são válidos ou inválidos! Então, passemos a enten-
der o que significa um argumento válido e um argumento inválido.

Argumentos Válidos
Dizemos que um argumento é válido (ou ainda legítimo ou bem
construído), quando a sua conclusão é uma consequência obrigató-
ria do seu conjunto de premissas.

(B) existe teatro que não é casa de cultura. – Errado, pelo mes-
mo princípio acima.

106
MATEMÁTICA
Exemplo: NENHUM homem é animal – com o desenho das premissas
O silogismo... será que podemos dizer que esta conclusão é uma consequência
P1: Todos os homens são pássaros. necessária das premissas? Claro que sim! Observemos que o con-
P2: Nenhum pássaro é animal. junto dos homens está totalmente separado (total dissociação!) do
Q: Portanto, nenhum homem é animal. conjunto dos animais. Resultado: este é um argumento válido!
... está perfeitamente bem construído, sendo, portanto, um
argumento válido, muito embora a veracidade das premissas e da Argumentos Inválidos
conclusão sejam totalmente questionáveis. Dizemos que um argumento é inválido – também denominado
ilegítimo, mal construído, falacioso ou sofisma – quando a verdade das
ATENÇÃO: O que vale é a CONSTRUÇÃO, E NÃO O SEU CON- premissas não é suficiente para garantir a verdade da conclusão.
TEÚDO! Se a construção está perfeita, então o argumento é válido,
independentemente do conteúdo das premissas ou da conclusão! Exemplo:
P1: Todas as crianças gostam de chocolate.
• Como saber se um determinado argumento é mesmo váli- P2: Patrícia não é criança.
do? Q: Portanto, Patrícia não gosta de chocolate.
Para se comprovar a validade de um argumento é utilizando
diagramas de conjuntos (diagramas de Venn). Trata-se de um mé- Este é um argumento inválido, falacioso, mal construído, pois as
todo muito útil e que será usado com frequência em questões que premissas não garantem (não obrigam) a verdade da conclusão. Patrícia
pedem a verificação da validade de um argumento. Vejamos como pode gostar de chocolate mesmo que não seja criança, pois a primeira
funciona, usando o exemplo acima. Quando se afirma, na premissa premissa não afirmou que somente as crianças gostam de chocolate.
P1, que “todos os homens são pássaros”, poderemos representar Utilizando os diagramas de conjuntos para provar a validade
essa frase da seguinte maneira: do argumento anterior, provaremos, utilizando-nos do mesmo arti-
fício, que o argumento em análise é inválido. Comecemos pela pri-
meira premissa: “Todas as crianças gostam de chocolate”.

Observem que todos os elementos do conjunto menor (ho-


mens) estão incluídos, ou seja, pertencem ao conjunto maior (dos
pássaros). E será sempre essa a representação gráfica da frase
“Todo A é B”. Dois círculos, um dentro do outro, estando o círculo Analisemos agora o que diz a segunda premissa: “Patrícia não é
menor a representar o grupo de quem se segue à palavra TODO. criança”. O que temos que fazer aqui é pegar o diagrama acima (da
Na frase: “Nenhum pássaro é animal”. Observemos que a pa- primeira premissa) e nele indicar onde poderá estar localizada a Pa-
lavra-chave desta sentença é NENHUM. E a ideia que ela exprime é trícia, obedecendo ao que consta nesta segunda premissa. Vemos
de uma total dissociação entre os dois conjuntos. facilmente que a Patrícia só não poderá estar dentro do círculo das
crianças. É a única restrição que faz a segunda premissa! Isto posto,
concluímos que Patrícia poderá estar em dois lugares distintos do
diagrama:
1º) Fora do conjunto maior;
2º) Dentro do conjunto maior. Vejamos:

Será sempre assim a representação gráfica de uma sentença “Ne-


nhum A é B”: dois conjuntos separados, sem nenhum ponto em comum.
Tomemos agora as representações gráficas das duas premissas
vistas acima e as analisemos em conjunto. Teremos:

Finalmente, passemos à análise da conclusão: “Patrícia não


gosta de chocolate”. Ora, o que nos resta para sabermos se este ar-
gumento é válido ou não, é justamente confirmar se esse resultado
(se esta conclusão) é necessariamente verdadeiro!
Comparando a conclusão do nosso argumento, temos:

107
MATEMÁTICA
- É necessariamente verdadeiro que Patrícia não gosta de chocolate? Olhando para o desenho acima, respondemos que não! Pode
ser que ela não goste de chocolate (caso esteja fora do círculo), mas também pode ser que goste (caso esteja dentro do círculo)! Enfim, o
argumento é inválido, pois as premissas não garantiram a veracidade da conclusão!

Métodos para validação de um argumento


Aprenderemos a seguir alguns diferentes métodos que nos possibilitarão afirmar se um argumento é válido ou não!
1º) Utilizando diagramas de conjuntos: esta forma é indicada quando nas premissas do argumento aparecem as palavras TODO, AL-
GUM E NENHUM, ou os seus sinônimos: cada, existe um etc.
2º) Utilizando tabela-verdade: esta forma é mais indicada quando não for possível resolver pelo primeiro método, o que ocorre quan-
do nas premissas não aparecem as palavras todo, algum e nenhum, mas sim, os conectivos “ou” , “e”, “” e “↔”. Baseia-se na construção
da tabela-verdade, destacando-se uma coluna para cada premissa e outra para a conclusão. Este método tem a desvantagem de ser mais
trabalhoso, principalmente quando envolve várias proposições simples.
3º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos e considerando as premissas verdadeiras.
Por este método, fácil e rapidamente demonstraremos a validade de um argumento. Porém, só devemos utilizá-lo na impossibilidade
do primeiro método.
Iniciaremos aqui considerando as premissas como verdades. Daí, por meio das operações lógicas com os conectivos, descobriremos o
valor lógico da conclusão, que deverá resultar também em verdade, para que o argumento seja considerado válido.
4º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos, considerando premissas verdadeiras e conclusão falsa.
É indicado este caminho quando notarmos que a aplicação do terceiro método não possibilitará a descoberta do valor lógico da con-
clusão de maneira direta, mas somente por meio de análises mais complicadas.

Em síntese:

108
MATEMÁTICA
Exemplo: • Quando Cláudio sai de casa, não faz frio.
Diga se o argumento abaixo é válido ou inválido: • Quando Fernando está estudando, não chove.
• Durante a noite, faz frio.
(p ∧ q) → r
_____~r_______ Tendo como referência as proposições apresentadas, julgue o
~p ∨ ~q item subsecutivo.
Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estudando.
Resolução: ( ) Certo
-1ª Pergunta) O argumento apresenta as palavras todo, algum ( ) Errado
ou nenhum?
A resposta é não! Logo, descartamos o 1º método e passamos Resolução:
à pergunta seguinte. A questão trata-se de lógica de argumentação, dadas as pre-
- 2ª Pergunta) O argumento contém no máximo duas proposi- missas chegamos a uma conclusão. Enumerando as premissas:
ções simples? A = Chove
A resposta também é não! Portanto, descartamos também o B = Maria vai ao cinema
2º método. C = Cláudio fica em casa
- 3ª Pergunta) Há alguma das premissas que seja uma proposi- D = Faz frio
ção simples ou uma conjunção? E = Fernando está estudando
A resposta é sim! A segunda proposição é (~r). Podemos optar F = É noite
então pelo 3º método? Sim, perfeitamente! Mas caso queiramos A argumentação parte que a conclusão deve ser (V)
seguir adiante com uma próxima pergunta, teríamos: Lembramos a tabela verdade da condicional:
- 4ª Pergunta) A conclusão tem a forma de uma proposição
simples ou de uma disjunção ou de uma condicional? A resposta
também é sim! Nossa conclusão é uma disjunção! Ou seja, caso
queiramos, poderemos utilizar, opcionalmente, o 4º método!
Vamos seguir os dois caminhos: resolveremos a questão pelo
3º e pelo 4º métodos.

Resolução pelo 3º Método


Considerando as premissas verdadeiras e testando a conclusão
verdadeira. Teremos:
- 2ª Premissa) ~r é verdade. Logo: r é falsa! A condicional só será F quando a 1ª for verdadeira e a 2ª falsa,
- 1ª Premissa) (p ∧ q)r é verdade. Sabendo que r é falsa, utilizando isso temos:
concluímos que (p ∧ q) tem que ser também falsa. E quando uma O que se quer saber é: Se Maria foi ao cinema, então Fernando
conjunção (e) é falsa? Quando uma das premissas for falsa ou am- estava estudando. // B → ~E
bas forem falsas. Logo, não é possível determinamos os valores Iniciando temos:
lógicos de p e q. Apesar de inicialmente o 3º método se mostrar 4º - Quando chove (F), Maria não vai ao cinema. (F) // A → ~B
adequado, por meio do mesmo, não poderemos determinar se o = V – para que o argumento seja válido temos que Quando chove
argumento é ou NÃO VÁLIDO. tem que ser F.
3º - Quando Cláudio fica em casa (V), Maria vai ao cinema (V).
Resolução pelo 4º Método // C → B = V - para que o argumento seja válido temos que Maria
Considerando a conclusão falsa e premissas verdadeiras. Tere- vai ao cinema tem que ser V.
mos: 2º - Quando Cláudio sai de casa(F), não faz frio (F). // ~C → ~D
- Conclusão) ~p v ~q é falso. Logo: p é verdadeiro e q é verda- = V - para que o argumento seja válido temos que Quando Cláudio
deiro! sai de casa tem que ser F.
Agora, passamos a testar as premissas, que são consideradas 5º - Quando Fernando está estudando (V ou F), não chove (V).
verdadeiras! Teremos: // E → ~A = V. – neste caso Quando Fernando está estudando pode
- 1ª Premissa) (p∧q)r é verdade. Sabendo que p e q são ver- ser V ou F.
dadeiros, então a primeira parte da condicional acima também é 1º- Durante a noite(V), faz frio (V). // F → D = V
verdadeira. Daí resta que a segunda parte não pode ser falsa. Logo:
r é verdadeiro. Logo nada podemos afirmar sobre a afirmação: Se Maria foi ao
- 2ª Premissa) Sabendo que r é verdadeiro, teremos que ~r é cinema (V), então Fernando estava estudando (V ou F); pois temos
falso! Opa! A premissa deveria ser verdadeira, e não foi! dois valores lógicos para chegarmos à conclusão (V ou F).
Resposta: Errado
Neste caso, precisaríamos nos lembrar de que o teste, aqui no
4º método, é diferente do teste do 3º: não havendo a existência si- (PETROBRAS – TÉCNICO (A) DE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO
multânea da conclusão falsa e premissas verdadeiras, teremos que JÚNIOR – INFORMÁTICA – CESGRANRIO) Se Esmeralda é uma fada,
o argumento é válido! Conclusão: o argumento é válido! então Bongrado é um elfo. Se Bongrado é um elfo, então Monarca
é um centauro. Se Monarca é um centauro, então Tristeza é uma
Exemplos: bruxa.
(DPU – AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE) Considere que as Ora, sabe-se que Tristeza não é uma bruxa, logo
seguintes proposições sejam verdadeiras. (A) Esmeralda é uma fada, e Bongrado não é um elfo.
• Quando chove, Maria não vai ao cinema. (B) Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
• Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema. (C) Bongrado é um elfo, e Monarca é um centauro.

109
MATEMÁTICA
(D) Bongrado é um elfo, e Esmeralda é uma fada
(E) Monarca é um centauro, e Bongrado não é um elfo.

Resolução:
Vamos analisar cada frase partindo da afirmativa Trizteza não é bruxa, considerando ela como (V), precisamos ter como conclusão o
valor lógico (V), então:
(4) Se Esmeralda é uma fada(F), então Bongrado é um elfo (F) → V
(3) Se Bongrado é um elfo (F), então Monarca é um centauro (F) → V
(2) Se Monarca é um centauro(F), então Tristeza é uma bruxa(F) → V
(1) Tristeza não é uma bruxa (V)

Logo:
Temos que:
Esmeralda não é fada(V)
Bongrado não é elfo (V)
Monarca não é um centauro (V)

Como a conclusão parte da conjunção, o mesmo só será verdadeiro quando todas as afirmativas forem verdadeiras, logo, a única que
contém esse valor lógico é:
Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
Resposta: B

LÓGICA MATEMÁTICA QUALITATIVA


Aqui veremos questões que envolvem correlação de elementos, pessoas e objetos fictícios, através de dados fornecidos. Vejamos o
passo a passo:

01. Três homens, Luís, Carlos e Paulo, são casados com Lúcia, Patrícia e Maria, mas não sabemos quem ê casado com quem. Eles tra-
balham com Engenharia, Advocacia e Medicina, mas também não sabemos quem faz o quê. Com base nas dicas abaixo, tente descobrir o
nome de cada marido, a profissão de cada um e o nome de suas esposas.
a) O médico é casado com Maria.
b) Paulo é advogado.
c) Patrícia não é casada com Paulo.
d) Carlos não é médico.

Vamos montar o passo a passo para que você possa compreender como chegar a conclusão da questão.
1º passo – vamos montar uma tabela para facilitar a visualização da resolução, a mesma deve conter as informações prestadas no
enunciado, nas quais podem ser divididas em três grupos: homens, esposas e profissões.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia
Patrícia
Maria

Também criamos abaixo do nome dos homens, o nome das esposas.

2º passo – construir a tabela gabarito.


Essa tabela não servirá apenas como gabarito, mas em alguns casos ela é fundamental para que você enxergue informações que ficam
meio escondidas na tabela principal. Uma tabela complementa a outra, podendo até mesmo que você chegue a conclusões acerca dos
grupos e elementos.

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos
Luís
Paulo

110
MATEMÁTICA
3º passo preenchimento de nossa tabela, com as informações mais óbvias do problema, aquelas que não deixam margem a nenhuma
dúvida. Em nosso exemplo:
- O médico é casado com Maria: marque um “S” na tabela principal na célula comum a “Médico” e “Maria”, e um “N” nas demais
células referentes a esse “S”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

ATENÇÃO: se o médico é casado com Maria, ele NÃO PODE ser casado com Lúcia e Patrícia, então colocamos “N” no cruzamento
de Medicina e elas. E se Maria é casada com o médico, logo ela NÃO PODE ser casada com o engenheiro e nem com o advogado (logo
colocamos “N” no cruzamento do nome de Maria com essas profissões).

– Paulo é advogado: Vamos preencher as duas tabelas (tabela gabarito e tabela principal) agora.
– Patrícia não é casada com Paulo: Vamos preencher com “N” na tabela principal
– Carlos não é médico: preenchemos com um “N” na tabela principal a célula comum a Carlos e “médico”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

Notamos aqui que Luís então é o médico, pois foi a célula que ficou em branco. Podemos também completar a tabela gabarito.
Novamente observamos uma célula vazia no cruzamento de Carlos com Engenharia. Marcamos um “S” nesta célula. E preenchemos
sua tabela gabarito.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro
Luís Médico
Paulo Advogado

111
MATEMÁTICA
4º passo – após as anotações feitas na tabela principal e na tabela gabarito, vamos procurar informações que levem a novas conclu-
sões, que serão marcadas nessas tabelas.
Observe que Maria é esposa do médico, que se descobriu ser Luís, fato que poderia ser registrado na tabela-gabarito. Mas não vamos
fazer agora, pois essa conclusão só foi facilmente encontrada porque o problema que está sendo analisado é muito simples. Vamos con-
tinuar o raciocínio e fazer as marcações mais tarde. Além disso, sabemos que Patrícia não é casada com Paulo. Como Paulo é o advogado,
podemos concluir que Patrícia não é casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N N
Maria S N N

Verificamos, na tabela acima, que Patrícia tem de ser casada com o engenheiro, e Lúcia tem de ser casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N N S
Patrícia N S N
Maria S N N

Concluímos, então, que Lúcia é casada com o advogado (que é Paulo), Patrícia é casada com o engenheiro (que e Carlos) e Maria é
casada com o médico (que é Luís).
Preenchendo a tabela-gabarito, vemos que o problema está resolvido:

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro Patrícia
Luís Médico Maria
Paulo Advogado Lúcia

Exemplo:
(TRT-9ª REGIÃO/PR – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC) Luiz, Arnaldo, Mariana e Paulo viajaram em janeiro, todos
para diferentes cidades, que foram Fortaleza, Goiânia, Curitiba e Salvador. Com relação às cidades para onde eles viajaram, sabe-se que:
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador;
− Mariana viajou para Curitiba;
− Paulo não viajou para Goiânia;
− Luiz não viajou para Fortaleza.

É correto concluir que, em janeiro,


(A) Paulo viajou para Fortaleza.
(B) Luiz viajou para Goiânia.
(C) Arnaldo viajou para Goiânia.
(D) Mariana viajou para Salvador.
(E) Luiz viajou para Curitiba.

112
MATEMÁTICA
Resolução: Tipos de quantificadores
Vamos preencher a tabela:
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador; • Quantificador universal (∀)
O símbolo ∀ pode ser lido das seguintes formas:
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
Luiz N
Arnaldo N
Mariana
Paulo Exemplo:
Todo homem é mortal.
− Mariana viajou para Curitiba; A conclusão dessa afirmação é: se você é homem, então será
mortal.
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador Na representação do diagrama lógico, seria:

Luiz N N
Arnaldo N N
Mariana N N S N
Paulo N

− Paulo não viajou para Goiânia;


ATENÇÃO: Todo homem é mortal, mas nem todo mortal é ho-
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador mem.
A frase “todo homem é mortal” possui as seguintes conclusões:
Luiz N N 1ª) Algum mortal é homem ou algum homem é mortal.
Arnaldo N N 2ª) Se José é homem, então José é mortal.
Mariana N N S N
A forma “Todo A é B” pode ser escrita na forma: Se A então B.
Paulo N N A forma simbólica da expressão “Todo A é B” é a expressão (∀
(x) (A (x) → B).
− Luiz não viajou para Fortaleza. Observe que a palavra todo representa uma relação de inclusão
de conjuntos, por isso está associada ao operador da condicional.
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
Aplicando temos:
Luiz N N N x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Agora, se escrevermos da for-
Arnaldo N N ma ∀ (x) ∈ N / x + 2 = 5 ( lê-se: para todo pertencente a N temos x
+ 2 = 5), atribuindo qualquer valor a x a sentença será verdadeira?
Mariana N N S N
A resposta é NÃO, pois depois de colocarmos o quantificador,
Paulo N N a frase passa a possuir sujeito e predicado definidos e podemos jul-
gar, logo, é uma proposição lógica.
Agora, completando o restante:
Paulo viajou para Salvador, pois a nenhum dos três viajou. En- • Quantificador existencial (∃)
tão, Arnaldo viajou para Fortaleza e Luiz para Goiânia O símbolo ∃ pode ser lido das seguintes formas:

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador


Luiz N S N N
Arnaldo S N N N
Mariana N N S N
Exemplo:
Paulo N N N S “Algum matemático é filósofo.” O diagrama lógico dessa frase
é:
Resposta: B

Quantificador
É um termo utilizado para quantificar uma expressão. Os quan-
tificadores são utilizados para transformar uma sentença aberta ou
proposição aberta em uma proposição lógica.
O quantificador existencial tem a função de elemento comum.
QUANTIFICADOR + SENTENÇA ABERTA = SENTENÇA FECHADA A palavra algum, do ponto de vista lógico, representa termos co-
muns, por isso “Algum A é B” possui a seguinte forma simbólica: (∃
(x)) (A (x) ∧ B).

113
MATEMÁTICA
Aplicando temos:
x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Escrevendo da forma (∃ x) ∈ NOÇÕES DE CONJUNTOS
N / x + 2 = 5 (lê-se: existe pelo menos um x pertencente a N tal que x
+ 2 = 5), atribuindo um valor que, colocado no lugar de x, a sentença Um conjunto é uma coleção de objetos, chamados elementos,
será verdadeira? que possuem uma propriedade comum ou que satisfazem determi-
A resposta é SIM, pois depois de colocarmos o quantificador, nada condição.
a frase passou a possuir sujeito e predicado definidos e podemos
julgar, logo, é uma proposição lógica. Representação de um conjunto
Podemos representar um conjunto de várias maneiras.
ATENÇÃO:
– A palavra todo não permite inversão dos termos: “Todo A é B” ATENÇÃO: Indicamos os conjuntos utilizando as letras maiúscu-
é diferente de “Todo B é A”. las e os elementos destes conjuntos por letras minúsculas.
– A palavra algum permite a inversão dos termos: “Algum A é
B” é a mesma coisa que “Algum B é A”. Vejamos:
1) os elementos do conjunto são colocados entre chaves sepa-
Forma simbólica dos quantificadores rados por vírgula, ou ponto e vírgula.
Todo A é B = (∀ (x) (A (x) → B). A = {a, e, i, o, u}
Algum A é B = (∃ (x)) (A (x) ∧ B).
Nenhum A é B = (~ ∃ (x)) (A (x) ∧ B). 2) os elementos do conjunto são representados por uma ou
Algum A não é B= (∃ (x)) (A (x) ∧ ~ B). mais propriedades que os caracterize.

Exemplos:
Todo cavalo é um animal. Logo,
(A) Toda cabeça de animal é cabeça de cavalo.
(B) Toda cabeça de cavalo é cabeça de animal.
(C) Todo animal é cavalo. 3) os elementos do conjunto são representados por meio de
(D) Nenhum animal é cavalo. um esquema denominado diagrama de Venn.

Resolução:
A frase “Todo cavalo é um animal” possui as seguintes conclu-
sões:
– Algum animal é cavalo ou Algum cavalo é um animal.
– Se é cavalo, então é um animal.
Nesse caso, nossa resposta é toda cabeça de cavalo é cabeça
de animal, pois mantém a relação de “está contido” (segunda forma
de conclusão).
Resposta: B

(CESPE) Se R é o conjunto dos números reais, então a proposi- Relação de pertinência


ção (∀ x) (x ∈ R) (∃ y) (y ∈ R) (x + y = x) é valorada como V. Usamos os símbolos ∈ (pertence) e ∉ (não pertence) para rela-
cionar se um elemento faz parte ou não do conjunto.
Resolução:
Lemos: para todo x pertencente ao conjunto dos números reais Tipos de Conjuntos
(R) existe um y pertencente ao conjunto dos números dos reais (R) • Conjunto Universo: reunião de todos os conjuntos que esta-
tal que x + y = x.
mos trabalhando.
– 1º passo: observar os quantificadores.
• Conjunto Vazio: é aquele que não possui elementos. Repre-
X está relacionado com o quantificador universal, logo, todos
senta-se por 0/ ou, simplesmente { }.
os valores de x devem satisfazer a propriedade.
• Conjunto Unitário: possui apenas um único elemento.
Y está relacionado com o quantificador existencial, logo, é ne-
• Conjunto Finito: quando podemos enumerar todos os seus
cessário pelo menos um valor de x para satisfazer a propriedade.
elementos.
– 2º passo: observar os conjuntos dos números dos elementos
x e y. • Conjunto Infinito: contrário do finito.
O elemento x pertence ao conjunto dos números reais.
O elemento y pertence ao conjunto os números reais. Relação de inclusão
– 3º passo: resolver a propriedade (x+ y = x). É usada para estabelecer relação entre conjuntos com conjun-
A pergunta: existe algum valor real para y tal que x + y = x? tos, verificando se um conjunto é subconjunto ou não de outro con-
Existe sim! y = 0. junto. Usamos os seguintes símbolos de inclusão:
X + 0 = X.
Como existe pelo menos um valor para y e qualquer valor de
x somado a 0 será igual a x, podemos concluir que o item está cor-
reto.
Resposta: CERTO

114
MATEMÁTICA
Igualdade de conjuntos • Intersecção de conjuntos: é o conjunto formado por todos os
Dois conjuntos A e B são IGUAIS, indicamos A = B, quando pos- elementos que pertencem, simultaneamente, a A e a B. Represen-
suem os mesmos elementos. ta-se por A ∩ B. Simbolicamente: A ∩ B = {x | x ∈ A e x ∈ B}
Dois conjuntos A e B são DIFERENTES, indicamos por A ≠ B, se
pelo menos UM dos elementos de um dos conjuntos NÃO pertence
ao outro.

Subconjuntos
Quando todos os elementos de um conjunto A são também
elementos de um outro conjunto B, dizemos que A é subconjunto
de B. Exemplo: A = {1,3,7} e B = {1,2,3,5,6,7,8}.

OBSERVAÇÃO: Se A ∩ B = φ , dizemos que A e B são conjun-


tos disjuntos.

Propriedades da união e da intersecção de conjuntos

1ª) Propriedade comutativa


Os elementos do conjunto A estão contidos no conjunto B. A U B = B U A (comutativa da união)
A ∩ B = B ∩ A (comutativa da intersecção)
ATENÇÃO:
1) Todo conjunto A é subconjunto dele próprio; 2ª) Propriedade associativa
2) O conjunto vazio, por convenção, é subconjunto de qualquer (A U B) U C = A U (B U C) (associativa da união)
conjunto; (A ∩ B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C) (associativa da intersecção)
3) O conjunto das partes é o conjunto formado por todos os
subconjuntos de A. 3ª) Propriedade associativa
4) O número de seu subconjunto é dado por: 2n; onde n é o nú- A ∩ (B U C) = (A ∩ B) U (A ∩ C) (distributiva da intersecção em
mero de elementos desse conjunto. relação à união)
A U (B ∩ C) = (A U B) ∩ (A U C) (distributiva da união em relação
Operações com Conjuntos à intersecção)
Tomando os conjuntos: A = {0,2,4,6} e B = {0,1,2,3,4}, como
exemplo, vejamos: 4ª) Propriedade
• União de conjuntos: é o conjunto formado por todos os ele- Se A ⊂ B, então A U B = B e A ∩ B = A, então A ⊂ B
mentos que pertencem a A ou a B. Representa-se por A ∪ B. Sim-
bolicamente: A ∪ B = {x | x ∈ A ou x ∈ B}. Exemplo: Número de Elementos da União e da Intersecção de Conjuntos
E dado pela fórmula abaixo:

115
MATEMÁTICA
Exemplo: Exemplo:
(CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – (PREF. CAMAÇARI/BA – TÉC. VIGILÂNCIA EM SAÚDE NM –
FCC) Dos 43 vereadores de uma cidade, 13 dele não se inscreveram AOCP) Considere dois conjuntos A e B, sabendo que assinale a al-
nas comissões de Educação, Saúde e Saneamento Básico. Sete dos ternativa que apresenta o conjunto B.
vereadores se inscreveram nas três comissões citadas. Doze deles (A) {1;2;3}
se inscreveram apenas nas comissões de Educação e Saúde e oito (B) {0;3}
deles se inscreveram apenas nas comissões de Saúde e Saneamen- (C) {0;1;2;3;5}
to Básico. Nenhum dos vereadores se inscreveu em apenas uma (D) {3;5}
dessas comissões. O número de vereadores inscritos na comissão (E) {0;3;5}
de Saneamento Básico é igual a
(A) 15. Resolução:
(B) 21. A intersecção dos dois conjuntos, mostra que 3 é elemento de B.
(C) 18. A – B são os elementos que tem em A e não em B.
(D) 27. Então de A ∪ B, tiramos que B = {0; 3; 5}.
(E) 16.
Resposta: E
Resolução:
De acordo com os dados temos: • Complementar: chama-se complementar de B (B é subcon-
7 vereadores se inscreveram nas 3. junto de A) em relação a A o conjunto A - B, isto é, o conjunto dos
APENAS 12 se inscreveram em educação e saúde (o 12 não elementos de A que não pertencem a B. Exemplo: A = {0,1,2,3,4} e
deve ser tirado de 7 como costuma fazer nos conjuntos, pois ele já B = {2,3}
desconsidera os que se inscreveram nos três)
APENAS 8 se inscreveram em saúde e saneamento básico.
São 30 vereadores que se inscreveram nessas 3 comissões, pois
13 dos 43 não se inscreveram.
Portanto, 30 – 7 – 12 – 8 = 3
Se inscreveram em educação e saneamento 3 vereadores.

RELAÇÕES E FUNÇÕES; FUNÇÕES POLINOMIAIS;


FUNÇÕES EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS

Funções lineares
Chama-se função do 1º grau ou afim a função f: R  R definida
por y = ax + b, com a e b números reais e a 0. a é o coeficiente an-
gular da reta e determina sua inclinação, b é o coeficiente linear da
Em saneamento se inscreveram: 3 + 7 + 8 = 18 reta e determina a intersecção da reta com o eixo y.

Resposta: C

• Diferença: é o conjunto formado por todos os elementos que


pertencem a A e não pertencem a B. Representa-se por A – B. Para
determinar a diferença entre conjuntos, basta observamos o que
o conjunto A tem de diferente de B. Tomemos os conjuntos: A =
{1,2,3,4,5} e B = {2,4,6,8} Com a ϵ R* e b ϵ R.

Atenção
Usualmente chamamos as funções polinomiais de: 1º grau, 2º
etc, mas o correto seria Função de grau 1,2 etc. Pois o classifica a
função é o seu grau do seu polinômio.

A função do 1º grau pode ser classificada de acordo com seus


gráficos. Considere sempre a forma genérica y = ax + b.

Note que: A – B ≠ B - A

116
MATEMÁTICA
• Função constante • Função Sobrejetora
Se a = 0, então y = b, b ∈ R. Desta maneira, por exemplo, se y É quando todos os elementos do domínio forem imagens de
= 4 é função constante, pois, para qualquer valor de x, o valor de y PELO MENOS UM elemento do domínio.
ou f(x) será sempre 4.

• Função identidade
Se a = 1 e b = 0, então y = x. Nesta função, x e y têm sempre
os mesmos valores. Graficamente temos: A reta y = x ou f(x) = x é • Função Bijetora
denominada bissetriz dos quadrantes ímpares. É uma função que é ao mesmo tempo injetora e sobrejetora.

Mas, se a = -1 e b = 0, temos então y = -x. A reta determinada


por esta função é a bissetriz dos quadrantes pares, conforme mos-
tra o gráfico ao lado. x e y têm valores iguais em módulo, porém
• Função Par
com sinais contrários.
Quando para todo elemento x pertencente ao domínio temos
f(x)=f(-x), ∀ x ∈ D(f). Ou seja, os valores simétricos devem possuir
a mesma imagem.

• Função linear
É a função do 1º grau quando b = 0, a ≠ 0 e a ≠ 1, a e b ∈ R.
• Função ímpar
• Função afim
Quando para todo elemento x pertencente ao domínio, temos
É a função do 1º grau quando a ≠ 0, b ≠ 0, a e b ∈ R.
f(-x) = -f(x) ∀ x є D(f). Ou seja, os elementos simétricos do domínio
terão imagens simétricas.
• Função Injetora
É a função cujo domínio apresenta elementos distintos e tam-
bém imagens distintas.

117
MATEMÁTICA
Gráfico da função do 1º grau Exemplos:
A representação geométrica da função do 1º grau é uma reta, por- (PM/SP – CABO – CETRO) O gráfico abaixo representa o salário bru-
tanto, para determinar o gráfico, é necessário obter dois pontos. Em to (S) de um policial militar em função das horas (h) trabalhadas em certa
particular, procuraremos os pontos em que a reta corta os eixos x e y. cidade. Portanto, o valor que este policial receberá por 186 horas é
De modo geral, dada a função f(x) = ax + b, para determinarmos
a intersecção da reta com os eixos, procedemos do seguinte modo:

(A) R$ 3.487,50.
(B) R$ 3.506,25.
1º) Igualamos y a zero, então ax + b = 0 ⇒ x = - b/a, no eixo x (C) R$ 3.534,00.
encontramos o ponto (-b/a, 0). (D) R$ 3.553,00.
2º) Igualamos x a zero, então f(x) = a. 0 + b ⇒ f(x) = b, no eixo y
encontramos o ponto (0, b). Resolução:
• f(x) é crescente se a é um número positivo (a > 0);
• f(x) é decrescente se a é um número negativo (a < 0).

Resposta: A

(CBTU/RJ - ASSISTENTE OPERACIONAL - CONDUÇÃO DE VEÍ-


CULOS METROFERROVIÁRIOS – CONSULPLAN) Qual dos pares de
pontos a seguir pertencem a uma função do 1º grau decrescente?
Raiz ou zero da função do 1º grau (A) Q(3, 3) e R(5, 5).
A raiz ou zero da função do 1º grau é o valor de x para o qual y = (B) N(0, –2) e P(2, 0).
f(x) = 0. Graficamente, é o ponto em que a reta “corta” o eixo x. Por- (C) S(–1, 1) e T(1, –1).
tanto, para determinar a raiz da função, basta a igualarmos a zero: (D) L(–2, –3) e M(2, 3).

Resolução:
Para pertencer a uma função polinomial do 1º grau decrescen-
te, o primeiro ponto deve estar em uma posição “mais alta” do que
o 2º ponto.
Estudo de sinal da função do 1º grau Vamos analisar as alternativas:
Estudar o sinal de uma função do 1º grau é determinar os valo- ( A ) os pontos Q e R estão no 1º quadrante, mas Q está em uma
res de x para que y seja positivo, negativo ou zero. posição mais baixa que o ponto R, e, assim, a função é crescente.
1º) Determinamos a raiz da função, igualando-a a zero: (raiz: x =- b/a) ( B ) o ponto N está no eixo y abaixo do zero, e o ponto P está no
2º) Verificamos se a função é crescente (a>0) ou decrescente (a eixo x à direita do zero, mas N está em uma posição mais baixa que
< 0); temos duas possibilidades: o ponto P, e, assim, a função é crescente.
( D ) o ponto L está no 3º quadrante e o ponto M está no 1º
quadrante, e L está em uma posição mais baixa do que o ponto M,
sendo, assim, crescente.
( C ) o ponto S está no 2º quadrante e o ponto T está no 4º qua-
drante, e S está em uma posição mais alta do que o ponto T, sendo,
assim, decrescente.
Resposta: C

Equações lineares
As equações do tipo a1x1 + a2x2 + a3x3 + .....+ anxn = b, são equa-
ções lineares, onde a1, a2, a3, ... são os coeficientes; x1, x2, x3,... as
incógnitas e b o termo independente.

118
MATEMÁTICA
Por exemplo, a equação 4x – 3y + 5z = 31 é uma equação linear. Os coeficientes são 4, –3 e 5; x, y e z as incógnitas e 31 o termo inde-
pendente.
Para x = 2, y = 4 e z = 7, temos 4.2 – 3.4 + 5.7 = 31, concluímos que o terno ordenado (2,4,7) é solução da equação linear
4x – 3y + 5z = 31.

Funções quadráticas
Chama-se função do 2º grau ou função quadrática, de domínio R e contradomínio R, a função:

Com a, b e c reais e a ≠ 0.

Onde:
a é o coeficiente de x2
b é o coeficiente de x
c é o termo independente

Atenção:
Chama-se função completa aquela em que a, b e c não são nulos, e função incompleta aquela em que b ou c são nulos.

Raízes da função do 2ºgrau


Analogamente à função do 1º grau, para encontrar as raízes da função quadrática, devemos igualar f(x) a zero. Teremos então:
ax2 + bx + c = 0

A expressão assim obtida denomina-se equação do 2º grau. As raízes da equação são determinadas utilizando-se a fórmula de Bhaska-
ra:

Δ (letra grega: delta) é chamado de discriminante da equação. Observe que o discriminante terá um valor numérico, do qual temos de
extrair a raiz quadrada. Neste caso, temos três casos a considerar:
Δ > 0 ⇒ duas raízes reais e distintas;
Δ = 0 ⇒ duas raízes reais e iguais;
Δ < 0 ⇒ não existem raízes reais (∄ x ∈ R).

Gráfico da função do 2º grau

• Concavidade da parábola
Graficamente, a função do 2º grau, de domínio r, é representada por uma curva denominada parábola. Dada a função y = ax2 + bx + c,
cujo gráfico é uma parábola, se:

• O termo independente
Na função y = ax2 + bx + c, se x = 0 temos y = c. Os pontos em que x = 0 estão no eixo y, isto significa que o ponto (0, c) é onde a pará-
bola “corta” o eixo y.

119
MATEMÁTICA
• Raízes da função
Considerando os sinais do discriminante (Δ) e do coeficiente de x2, teremos os gráficos que seguem para a função y = ax2 + bx + c.

Vértice da parábola – Máximos e mínimos da função


Observe os vértices nos gráficos:

O vértice da parábola será:


• o ponto mínimo se a concavidade estiver voltada para cima (a > 0);
• o ponto máximo se a concavidade estiver voltada para baixo (a < 0).
A reta paralela ao eixo y que passa pelo vértice da parábola é chamada de eixo de simetria.

Coordenadas do vértice
As coordenadas do vértice da parábola são dadas por:

Estudo do sinal da função do 2º grau


Estudar o sinal da função quadrática é determinar os valores de x para que y seja: positivo, negativo ou zero. Dada a função f(x) = y =
ax2 + bx + c, para saber os sinais de y, determinamos as raízes (se existirem) e analisamos o valor do discriminante.

120
MATEMÁTICA
Exemplos: (TRANSPETRO – TÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO E CONTROLE
(CBM/MG – OFICIAL BOMBEIRO MILITAR – FUMARC) Duas JÚNIOR – CESGRANRIO) A raiz da função f(x) = 2x − 8 é também raiz
cidades A e B estão separadas por uma distância d. Considere um da função quadrática g(x) = ax²+ bx + c. Se o vértice da parábola, grá-
ciclista que parte da cidade A em direção à cidade B. A distância d, fico da função g(x), é o ponto V(−1, −25), a soma a + b + c é igual a:
em quilômetros, que o ciclista ainda precisa percorrer para chegar (A) − 25
ao seu destino em função do tempo t, em horas, é dada pela função (B) − 24
. Sendo assim, a velocidade média desenvolvida (C) − 23
(D) − 22
pelo ciclista em todo o percurso da cidade A até a cidade B é igual a (E) – 21
(A) 10 Km/h Resolução:
(B) 20 Km/h 2x-8=0
(C) 90 Km/h 2x=8
(D) 100 Km/h X=4

Resolução:
Vamos calcular a distância total, fazendo t = 0:

Agora, vamos substituir na função:

100 – t² = 0
– t² = – 100 . (– 1) Lembrando que para encontrar a equação, temos:
t² = 100 (x - 4)(x + 6) = x² + 6x - 4x - 24 = x² + 2x - 24
t= √100=10km/h a=1
Resposta: A b=2
c=-24
(IPEM – TÉCNICO EM METROLOGIA E QUALIDADE – VUNESP)
a + b + c = 1 + 2 – 24 = -21
A figura ilustra um arco decorativo de parábola AB sobre a porta da
Resposta: E
entrada de um salão:
Função exponencial
Antes seria bom revisarmos algumas noções de potencializa-
ção e radiciação.
Sejam a e b bases reais e diferentes de zero e m e n expoentes
inteiros, temos:

Considere um sistema de coordenadas cartesianas com centro


em O, de modo que o eixo vertical (y) passe pelo ponto mais alto do
arco (V), e o horizontal (x) passe pelos dois pontos de apoio desse
arco sobre a porta (A e B).
Sabendo-se que a função quadrática que descreve esse arco é
f(x) = – x²+ c, e que V = (0; 0,81), pode-se afirmar que a distância ,
em metros, é igual a
(A) 2,1.
(B) 1,8. Equação exponencial
(C) 1,6. A equação exponencial caracteriza-se pela presença da incóg-
(D) 1,9. nita no expoente. Exemplos:
(E) 1,4.

Resolução:
C=0,81, pois é exatamente a distância de V
F(x)=-x²+0,81
0=-x²+0,81
X²=0,81
X=±0,9
A distância AB é 0,9+0,9=1,8
Resposta: B

121
MATEMÁTICA
Para resolver estas equações, além das propriedades de potências, utilizamos a seguinte propriedade:
Se duas potências são iguais, tendo as bases iguais, então os expoentes são iguais: am = an ⇔ m = n, sendo a > 0 e a ≠ 1.

Gráficos da função exponencial


A função exponencial f, de domínio R e contradomínio R, é definida por y = ax, onde a > 0 e a ≠1.

Exemplos:
01. Considere a função y = 3x.
Vamos atribuir valores a x, calcular y e a seguir construir o gráfico:

02. Considerando a função, encontre a função: y = (1/3)x

Observando as funções anteriores, podemos concluir que para y = ax:


• se a > 1, a função exponencial é crescente;
• se 0 < a < 1, a função é decrescente.

Graficamente temos:

Inequação exponencial
A inequação exponencial caracteriza-se pela presença da incógnita no expoente e de um dos sinais de desigualdade: >, <, ≥ ou ≤.
Analisando seus gráficos, temos:

122
MATEMÁTICA
Observando o gráfico, temos que: (A) 20 anos.
• na função crescente, conservamos o sinal da desigualdade (B) 25 anos.
para comparar os expoentes: (C) 50 anos.
(D) 15 anos.
(E) 10 anos.

Resolução:

• na função decrescente, “invertemos” o sinal da desigualdade


para comparar os expoentes:

Vamos simplificar as bases (5), sobrando somente os expoen-


tes. Assim:
0,1 . t = 2
t = 2 / 0,1
Desde que as bases sejam iguais. t = 20 anos
Resposta: A
Exemplos:
(CORPO DE BOMBEIROS MILITAR/MT – OFICIAL BOMBEIRO Função logarítmica
MILITAR – COVEST – UNEMAT) As funções exponenciais são muito • Logaritmo
usadas para modelar o crescimento ou o decaimento populacional O logaritmo de um número b, na base a, onde a e b são positi-
de uma determinada região em um determinado período de tem- vos e a é diferente de um, é um número x, tal que x é o expoente de
po. A função P(t) = 234(1,023)t modela o comportamento de uma a para se obter b, então:
determinada cidade quanto ao seu crescimento populacional em
um determinado período de tempo, em que P é a população em
milhares de habitantes e t é o número de anos desde 1980.
Qual a taxa média de crescimento populacional anual dessa
cidade?
(A) 1,023% Onde:
(B) 1,23% b é chamado de logaritmando
(C) 2,3% a é chamado de base
(D) 0,023% x é o logaritmo
(E) 0,23%
OBSERVAÇÕES
Resolução: – loga a = 1, sendo a > 0 e a ≠ 1
– Nos logaritmos decimais, ou seja, aqueles em que a base é
10, está frequentemente é omitida. Por exemplo: logaritmo de 2 na
base 10; notação: log 2
Primeiramente, vamos calcular a população inicial, fazendo t
= 0: Propriedades decorrentes da definição

• Domínio (condição de existência)


Agora, vamos calcular a população após 1 ano, fazendo t = 1: Segundo a definição, o logaritmando e a base devem ser positi-
vos, e a base deve ser diferente de 1. Portanto, sempre que encon-
tramos incógnitas no logaritmando ou na base devemos garantir a
existência do logaritmo.
Por fim, vamos utilizar a Regra de Três Simples:
População----------% – Propriedades
234 --------------- 100
239,382 ------------ x

234.x = 239,382 . 100


x = 23938,2 / 234
x = 102,3%
102,3% = 100% (população já existente) + 2,3% (crescimento)
Resposta: C
Logaritmo decimal - característica e mantissa
(POLÍCIA CIVIL/SP – DESENHISTA TÉCNICO-PERICIAL – VU- Normalmente eles são calculados fazendo-se o uso da calcula-
NESP) Uma população P cresce em função do tempo t (em anos), dora e da tabela de logaritmos. Mas fique tranquilo em sua prova as
segundo a sentença P = 2000.50,1t. Hoje, no instante t = 0, a popu- bancas fornecem os valores dos logaritmos.
lação é de 2 000 indivíduos. A população será de 50 000 indivíduos
daqui a

123
MATEMÁTICA
Exemplo: Determine log 341.

Resolução:
Sabemos que 341 está entre 100 e 1.000:
102 < 341 < 103
Como a característica é o expoente de menor potência de 10, temos que c = 2.
Consultando a tabela para 341, encontramos m = 0,53275. Logo: log 341 = 2 + 0,53275  log 341 = 2,53275.

Propriedades operatórias dos logaritmos

Cologaritmo
cologa b = - loga b, sendo b> 0, a > 0 e a ≠ 1

Mudança de base
Para resolver questões que envolvam logaritmo com bases diferentes, utilizamos a seguinte expressão:

Função logarítmica
Função logarítmica é a função f, de domínio R*+ e contradomínio R, que associa cada número real e positivo x ao logaritmo de x na
base a, onde a é um número real, positivo e diferente de 1.

Gráfico da função logarítmica


Vamos construir o gráfico de duas funções logarítmicas como exemplo:
A) y = log3 x
Atribuímos valores convenientes a x, calculamos y, conforme mostra a tabela. Localizamos os pontos no plano cartesiano obtendo a
curva que representa a função.

124
MATEMÁTICA
B) y = log1/3 x
Vamos tabelar valores convenientes de x, calculando y. Localizamos os pontos no plano cartesiano, determinando a curva correspon-
dente à função.

Observando as funções anteriores, podemos concluir que para y = logax:


• se a > 1, a função é crescente;
• se 0 < a < 1, a função é decrescente.

Equações logarítmicas
A equação logarítmica caracteriza-se pela presença do sinal de igualdade e da incógnita no logaritmando.
Para resolver uma equação, antes de mais nada devemos estabelecer a condição de existência do logaritmo, determinando os valores
da incógnita para que o logaritmando e a base sejam positivos, e a base diferente de 1.

Inequações logarítmicas
Identificamos as inequações logarítmicas pela presença da incógnita no logaritmando e de um dos sinais de desigualdade: >, <, ≥ ou ≤.
Assim como nas equações, devemos garantir a existência do logaritmo impondo as seguintes condições: o logaritmando e a base
devem ser positivos e a base deve ser diferente de 1.
Na resolução de inequações logarítmicas, procuramos obter logaritmos de bases iguais nos dois membros da inequação, para poder
comparar os logaritmandos. Porém, para que não ocorram distorções, devemos verificar se as funções envolvidas são crescentes ou de-
crescentes. A justificativa será feita por meio da análise gráfica de duas funções:

Na função crescente, os sinais coincidem na comparação dos logaritmandos e, posteriormente, dos respectivos logaritmos; porém,
o mesmo não ocorre na função decrescente. De modo geral, quando resolvemos uma inequação logarítmica, temos de observar o valor
numérico da base pois, sendo os dois membros da inequação compostos por logaritmos de mesma base, para comparar os respectivos
logaritmandos temos dois casos a considerar:
• se a base é um número maior que 1 (função crescente), utilizamos o mesmo sinal da inequação;
• se a base é um número entre zero e 1 (função decrescente), utilizamos o “sinal inverso” da inequação.

125
MATEMÁTICA
Concluindo, dada a função y = loga x e dois números reais x1 e x2:

Exemplos:
(PETROBRAS-GEOFISICO JUNIOR – CESGRANRIO) Se log x representa o logaritmo na base 10 de x, então o valor de n tal que log n =
3 - log 2 é:
(A) 2000
(B) 1000
(C) 500
(D) 100
(E) 10

Resolução:
log n = 3 - log 2
log n + log 2 = 3 * 1
onde 1 = log 10 então:
log (n * 2) = 3 * log 10
log(n*2) = log 10 ^3
2n = 10^3
2n = 1000
n = 1000 / 2
n = 500
Resposta: C

(MF – ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ESAF) Sabendo-se que log x representa o logaritmo de x na base 10, calcule o valor
da expressão log 20 + log 5.
(A) 5
(B) 4
(C) 1
(D) 2
(E) 3

Resolução:
E = log20 + log5
E = log(2 x 10) + log5
E = log2 + log10 + log5
E = log10 + log (2 x 5)
E = log10 + log10
E = 2 log10
E=2
Resposta: D

Funções trigonométricas
Podemos generalizar e escrever todos os arcos com essa característica na seguinte forma: π/2 + 2kπ, onde k Є Z. E de uma forma geral
abrangendo todos os arcos com mais de uma volta, x + 2kπ.
Estes arcos são representados no plano cartesiano através de funções circulares como: função seno, função cosseno e função tangente.

126
MATEMÁTICA
• Função Seno
É uma função f : R → R que associa a cada número real x o seu seno, então f(x) = sem x. O sinal da função f(x) = sem x é positivo no 1º
e 2º quadrantes, e é negativo quando x pertence ao 3º e 4º quadrantes.

• Função Cosseno
É uma função f : R → R que associa a cada número real x o seu cosseno, então f(x) = cos x. O sinal da função f(x) = cos x é positivo no
1º e 4º quadrantes, e é negativo quando x pertence ao 2º e 3º quadrantes.

127
MATEMÁTICA
• Função Tangente
É uma função f : R → R que associa a cada número real x a sua tangente, então f(x) = tg x.
Sinais da função tangente:
- Valores positivos nos quadrantes ímpares.
- Valores negativos nos quadrantes pares.
- Crescente em cada valor.

MATRIZES. DETERMINANTES. SISTEMAS LINEARES

Matriz
Uma matriz é uma tabela de números reais dispostos segundo linhas horizontais e colunas verticais.
O conjunto ordenado dos números que formam a tabela, é denominado matriz, e cada número pertencente a ela é chamado de ele-
mento da matriz.

• Tipo ou ordem de uma matriz


As matrizes são classificadas de acordo com o seu número de linhas e de colunas. Assim, a matriz representada a seguir é denominada
matriz do tipo, ou ordem, 3 x 4 (lê-se três por quatro), pois tem três linhas e quatro colunas. Exemplo:

128
MATEMÁTICA
• Representação genérica de uma matriz
Costumamos representar uma matriz por uma letra maiúscula (A, B, C...), indicando sua ordem no lado inferior direito da letra. Quan-
do desejamos indicar a ordem de modo genérico, fazemos uso de letras minúsculas. Exemplo: Am x n.
Da mesma maneira, indicamos os elementos de uma matriz pela mesma letra que a denomina, mas em minúscula. A linha e a coluna
em que se encontra tal elemento é indicada também no lado inferior direito do elemento. Exemplo: a11.

Exemplo:
(PM/SE – SOLDADO 3ª CLASSE – FUNCAB) A matriz abaixo registra as ocorrências policiais em uma das regiões da cidade durante
uma semana.

Sendo M=(aij)3x7 com cada elemento aij representando o número de ocorrência no turno i do dia j da semana.
O número total de ocorrências no 2º turno do 2º dia, somando como 3º turno do 6º dia e com o 1º turno do 7º dia será:
(A) 61
(B) 59
(C) 58
(D) 60
(E) 62

Resolução:
Turno i –linha da matriz
Turno j- coluna da matriz
2º turno do 2º dia – a22=18
3º turno do 6º dia-a36=25
1º turno do 7º dia-a17=19
Somando:18+25+19=62
Resposta: E

• Igualdade de matrizes
Duas matrizes A e B são iguais quando apresentam a mesma ordem e seus elementos correspondentes forem iguais.

• Operações com matrizes


– Adição: somamos os elementos correspondentes das matrizes, por isso, é necessário que as matrizes sejam de mesma ordem.
A=[aij]m x n; B = [bij]m x n, portanto C = A + B ⇔ cij = aij + bij.

129
MATEMÁTICA
Exemplo:
(PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO) Considere a seguinte sentença envolvendo matrizes:

Diante do exposto, assinale a alternativa que apresenta o valor de y que torna a sentença verdadeira.
(A) 4.
(B) 6.
(C) 8.
(D) 10.

Resolução:

y=10
Resposta: D

– Multiplicação por um número real: sendo k ∈ R e A uma matriz de ordem m x n, a matriz k . A é obtida multiplicando-se todos os
elementos de A por k.

– Subtração: a diferença entre duas matrizes A e B (de mesma ordem) é obtida por meio da soma da matriz A com a oposta de B.

– Multiplicação entre matrizes: consideremos o produto A . B = C. Para efetuarmos a multiplicação entre A e B, é necessário, antes de
mais nada, determinar se a multiplicação é possível, isto é, se o número de colunas de A é igual ao número de linhas de B, determinando
a ordem de C: Am x n x Bn x p = Cm x p, como o número de colunas de A coincide com o de linhas de B(n) então torna-se possível o produto, e a
matriz C terá o número de linhas de A(m) e o número de colunas de B(p)

De modo geral, temos:

130
MATEMÁTICA
Exemplo:
(CPTM – ALMOXARIFE – MAKIYAMA) Assinale a alternativa que apresente o resultado da multiplicação das matrizes A e B abaixo:

(A)

(B)

(C)

(D)

(E)

Resolução:

Resposta: B

• Casos particulares
– Matriz identidade ou unidade: é a matriz quadrada que possui os elementos de sua diagonal principal iguais a 1 e os demais ele-
mentos iguais a 0. Indicamos a matriz identidade de Ιn, onde n é a ordem da matriz.

– Matriz transposta: é a matriz obtida pela troca ordenada de linhas por colunas de uma matriz. Dada uma matriz A de ordem m x n,
obtém-se uma outra matriz de ordem n x m, chamada de transposta de A. Indica-se por At.

Exemplo:
(CPTM – ANALISTA DE COMUNICAÇÃO JÚNIOR – MAKIYAMA) Para que a soma de uma matriz e sua respectiva matriz transposta At
em uma matriz identidade, são condições a serem cumpridas:
(A) a=0 e d=0
(B) c=1 e b=1
(C) a=1/c e b=1/d
(D) a²-b²=1 e c²-d²=1
(E) b=-c e a=d=1/2

131
MATEMÁTICA
Resolução:

2a=1
a=1/2
b+c=0
b=-c
2d=1
D=1/2
Resposta: E

– Matriz inversa: dizemos que uma matriz quadrada A, de ordem n, admite inversa se existe uma matriz A-1, tal que:

Determinantes
Determinante é um número real associado a uma matriz quadrada. Para indicar o determinante, usamos barras. Seja A uma matriz
quadrada de ordem n, indicamos o determinante de A por:

• Determinante de uma matriz de 1ª- ordem


A matriz de ordem 1 só possui um elemento. Por isso, o determinante de uma matriz de 1ª ordem é o próprio elemento.

• Determinante de uma matriz de 2ª- ordem


Em uma matriz de 2ª ordem, obtém-se o determinante por meio da diferença do produto dos elementos da diagonal principal pelo
produto dos elementos da diagonal secundária.

Exemplo:
(PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO) É correto afirmar que o determinante é igual a zero para x igual a
(A) 1.
(B) 2.
(C) -2.
(D) -1.

Resolução:
D = 4 - (-2x)
0 = 4 + 2x
x=-2
Resposta: C

• Regra de Sarrus
Esta técnica é utilizada para obtermos o determinante de matrizes de 3ª ordem. Utilizaremos um exemplo para mostrar como aplicar
a regra de Sarrus. A regra de Sarrus consiste em:
a) Repetir as duas primeiras colunas à direita do determinante.
b) Multiplicar os elementos da diagonal principal e os elementos que estiverem nas duas paralelas a essa diagonal, conservando os
sinais desses produtos.

132
MATEMÁTICA
c) Efetuar o produto dos elementos da diagonal secundária e dos elementos que estiverem nas duas paralelas à diagonal e multipli-
cá-los por -1.
d) Somar os resultados dos itens b e c. E assim encontraremos o resultado do determinante.

Simplificando temos:

Exemplo:
(PREF. ARARAQUARA/SP – AGENTE DA ADMINISTRAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO – CETRO) Dada a matriz

, assinale a alternativa que apresenta o valor do determinante de A é

(A) -9.
(B) -8.
(C) 0.
(D) 4.

Resolução:

detA = - 1 – 4 + 2 - (2 + 2 + 2) = - 9

Resposta: A

• Teorema de Laplace
Para matrizes quadradas de ordem n ≥ 2, o teorema de Laplace oferece uma solução prática no cálculo dos determinantes. Pelo teo-
rema, o determinante de uma matriz quadrada A de ordem n (n ≥ 2) é igual à soma dos produtos dos elementos de uma linha ou de uma
coluna qualquer, pelos respectivos co-fatores. Exemplo:

Dada a matriz quadrada de ordem 3, , vamos calcular det A usando o teorema de Laplace.
Podemos calcular o determinante da matriz A, escolhendo qualquer linha ou coluna. Por exemplo, escolhendo a 1ª linha, teremos:
det A = a11. A11 + a12. A12 + a13. A13

Portanto, temos que:


det A = 3. (-21) + 2. 6 + 1. (-12) ⇒ det A = -63 + 12 – 12 ⇒ det A = -63

133
MATEMÁTICA
Exemplo:
(TRANSPETRO – ENGENHEIRO JÚNIOR – AUTOMAÇÃO – CESGRANRIO) Um sistema dinâmico, utilizado para controle de uma rede
automatizada, forneceu dados processados ao longo do tempo e que permitiram a construção do quadro abaixo.

1 3 2 0
3 1 0 2
2 3 0 1
0 2 1 3

A partir dos dados assinalados, mantendo-se a mesma disposição, construiu-se uma matriz M. O valor do determinante associado à
matriz M é
(A) 42
(B) 44
(C) 46
(D) 48
(E) 50

Resolução:

Como é uma matriz 4x4 vamos achar o determinante através do teorema de Laplace. Para isso precisamos, calcular os cofatores. Dica:
pela fileira que possua mais zero. O cofator é dado pela fórmula: . Para o determinante é usado os números

que sobraram tirando a linha e a coluna.

Resposta: D

• Determinante de uma matriz de ordem n > 3


Para obtermos o determinante de matrizes de ordem n > 3, utilizamos o teorema de Laplace e a regra de Sarrus.

Exemplo:

134
MATEMÁTICA
Escolhendo a 1ª linha para o desenvolvimento do teorema de Laplace. Temos então:
det A = a11. A11 + a12. A12 + a13. A13 + a14. A14

Como os determinantes são, agora, de 3ª ordem, podemos aplicar a regra de Sarrus em cada um deles. Assim:
det A= 3. (188) - 1. (121) + 2. (61) ⇒ det A = 564 - 121 + 122 ⇒ det A = 565

• Propriedades dos determinantes


a) Se todos os elementos de uma linha ou de uma coluna são nulos, o determinante é nulo.

b) Se uma matriz A possui duas linhas ou duas colunas iguais, então o determinante é nulo.

c) Em uma matriz cuja linha ou coluna foi multiplicada por um número k real, o determinante também fica multiplicado pelo mesmo
número k.

d) Para duas matrizes quadradas de mesma ordem, vale a seguinte propriedade:

det (A. B) = det A + det B.


e) Uma matriz quadrada A será inversível se, e somente se, seu determinante for diferente de zero.

Sistemas lineares
Entendemos por sistema linear um conjunto de equações lineares reunidas com o objetivo de se obterem soluções comuns a todas
essas equações.

• Equação linear
Chamamos de equações lineares as equações do 1º grau que apresentam a forma:
a1x1 + a2x2 + a3x3+...anxn = b,

onde a1, a2, a3,.., an e b são números reais


x1, x2, x3,.., xn são as incógnitas.
Os números reais a1, a2, a3..., an são chamados de coeficientes e b é o termo independente.

135
MATEMÁTICA
ATENÇÃO: TODOS os expoentes de todas as variáveis são • Sistema normal
SEMPRE iguais a 1. É o sistema em que o número de equações é igual ao número
de incógnitas (m = n) e o determinante da matriz dos coeficientes é
• Solução de uma equação linear diferente de zero.
Dada uma equação linear com n incógnitas:
a1x1 + a2x2 + ... + anxn = b, temos que sua solução é a sequência Exemplo:
de números reais (k1, k2, ..., kn) que, colocados correspondentemen- Dado o sistema S: , temos
te no lugar de x1, x2, ..., xn, tornam verdadeira a igualdade.
Quando a equação linear for homogênea, então ela admitirá
pelo menos a solução (0, 0, ..., 0), chamada de solução trivial.

• Representação genérica de um sistema linear


Um sistema linear de m equações nas n incógnitas x1, x2, ..., xn
é da forma:

Logo, o sistema linear S é normal.

• Classificação de um sistema linear


Classificar um sistema linear é considerá-lo em relação ao nú-
mero de soluções que ele apresenta. Assim, os sistemas lineares
podem ser:
a) Sistema impossível ou incompatível: quando não admite so-
lução. O sistema não admite solução quando o det A for nulo, e pelo
onde a11, a12 , ..., an e b1, b2 , ..., bn são números reais. menos um dos determinantes relativos às incógnitas for diferente
de zero, isto é: det A 1 0 ou det A2 0 ou ... ou det An 0.
Se o conjunto de números reais (k1, k2, ..., kn) torna verdadeiras b) Sistema possível ou compatível: quando admite pelo menos
todas as equações do sistema, dizemos que esse conjunto é solu- uma solução. Este sistema pode ser:
ção do sistema linear. Como as equações lineares são homogêneas – Determinado: quando admitir uma única solução. ‘O sistema
quando b = 0, então, consequentemente, um sistema linear será é determinado quando det A 0.
homogêneo quando b1 = b2 = ... = bn = 0. Assim, o sistema admitirá Em resumo temos:
a solução trivial, (0, 0, ... 0).

Exemplo:
Na equação 4x – y = 2, o par ordenado (3,10) é uma solução,
pois ao substituirmos esses valores na equação obtemos uma igual-
dade.
4. 3 – 10 → 12 – 10 = 2
Já o par (3,0) não é a solução, pois 4.3 – 0 = 2 → 12 ≠ 2

• Representação de um sistema linear por meio de matrizes


Um sistema linear de m equações com n incógnitas pode ser
escrito sob a forma de matrizes, bastando separar seus componen-
tes por matriz.
Sejam:
Amn ⇒ a matriz dos coeficientes das incógnitas; • Regra de Cramer
Xn1 ⇒ a matriz das incógnitas; Para a resolução de sistemas normais, utilizaremos a regra de
Bn1 ⇒ a matriz dos termos independentes. Cramer.

Consideramos os sistemas .

Suponhamos que a ≠ 0. Observamos que a matriz incompleta


desse sistema é

, cujo determinante é indicado por D = ad – bc.

Portanto, podemos escrever o sistema sob a forma matricial: Escalonando o sistema, obtemos:

Se substituirmos em M a 2ª coluna (dos coeficientes de y) pela


coluna dos coeficientes independentes, obteremos , cujo de-
terminante é indicado por Dy = af – ce.

136
MATEMÁTICA
Assim, em (*), na 2ª equação, obtemos D. y = Dy. Se D ≠ 0, se

gue que

Substituindo esse valor de y na 1ª equação de (*) e conside

rando a matriz , cujo determinante é indicado por Dx =

ed – bf, obtemos , D ≠ 0.

Em síntese, temos:

O sistema é possível e determinado quando , e a solução desse sistema é dada por:

Esta regra é um importante recurso na resolução de sistemas lineares possíveis e determinados, especialmente quando o escalona-
mento se torna trabalhoso (por causa dos coeficientes das equações) ou quando o sistema é literal.

Exemplo:
Aplicando a Regra de Cramer para resolver os sistemas

Temos que , dessa forma, SPD.

Uma alternativa para encontrar o valor de z seria substituir x por -2 e y por 3 em qualquer uma das equações do sistema.
Assim, S = {(-2,3-1)}.

Exemplos:
(UNIOESTE – ANALISTA DE INFORMÁTICA – UNIOESTE) Considere o seguinte sistema de equações lineares

Assinale a alternativa correta.


(A) O determinante da matriz dos coeficientes do sistema é um número estritamente positivo.
(B) O sistema possui uma única solução (1, 1, -1).
(C) O sistema possui infinitas soluções.
(D) O posto da matriz ampliada associada ao sistema é igual a 3.
(E) Os vetores linha (1, 2, 3/2) e (2, 4, 3) não são colineares.

137
MATEMÁTICA
Resolução: • Cálculo da razão
A razão de uma P.A. é dada pela diferença de um termo qual-
quer pelo termo imediatamente anterior a ele.
r = a2 – a1 = a3 – a2 = a4 – a3 = a5 – a4 = .......... = an – an – 1

Exemplos:
- (5, 9, 13, 17, 21, 25,......) é uma P.A. onde a1 = 5 e razão r = 4
O sistema pode ser SI(sistema impossível) ou SPI(sistema pos- - (2, 9, 16, 23, 30,.....) é uma P.A. onde a1 = 2 e razão r = 7
sível indeterminado) - (23, 21, 19, 17, 15,....) é uma P.A. onde a1 = 23 e razão r = - 2.
Para ser SI Dx = 0 e SPI Dx ≠ 0
• Classificação
Uma P.A. é classificada de acordo com a razão.

Se r > 0 ⇒ Se r < 0 ⇒ Se r = 0 ⇒
CRESCENTE. DECRESCENTE. CONSTANTE.
Dx ≠ 0, portanto o sistema tem infinitas soluções.
• Fórmula do Termo Geral
Resposta: C
Em toda P.A., cada termo é o anterior somado com a razão,
então temos:
(SEDUC/RJ - PROFESSOR – MATEMÁTICA – CEPERJ) Sabendo-
1° termo: a1
-se que 2a + 3b + 4c = 17 e que 4a + b - 2c = 9, o valor de a + b + c é:
2° termo: a2 = a1 + r
(A) 3.
3° termo: a3 = a2 + r = a1 + r + r = a1 + 2r
(B) 4.
4° termo: a4 = a3 + r = a1 + 2r + r = a1 + 3r
(C) 5.
5° termo: a5 = a4 + r = a1 + 3r + r = a1 + 4r
(D) 6.
6° termo: a6 = a5 + r = a1 + 4r + r = a1 + 5r
(E) 7.
. . . . . .
. . . . . .
Resolução:
. . . . . .
(I) 2a + 3b + 4c = 17 x(-2)
n° termo é:
(II) 4a + b – 2c = 9
Multiplicamos a primeira equação por – 2 e somamos com a
segunda, cancelando a variável a:
(I) 2a + 3b + 4c = 17
(II) – 5b – 10c = - 25 : (- 5)

Então:
(I) 2a + 3b + 4c = 17
(II) b +2c = 5
Um sistema com três variáveis e duas equações é possível e
indeterminado (tem infinitas soluções), então fazendo a variável c =
Exemplo:
α (qualquer letra grega).
(PREF. AMPARO/SP – AGENTE ESCOLAR – CONRIO) Descubra o
Substituímos c em (II):
99º termo da P.A. (45, 48, 51,...)
b + 2α = 5
(A) 339
Resposta: D
(B) 337
(C) 333
SEQUÊNCIAS. PROGRESSÕES ARITMÉTICAS E (D) 331
PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS
Resolução:
Progressão aritmética (P.A.)
É toda sequência numérica em que cada um de seus termos,
a partir do segundo, é igual ao anterior somado a uma constante
r, denominada razão da progressão aritmética. Como em qualquer
sequência os termos são chamados de a1, a2, a3, a4,.......,an,....
Resposta: A

Propriedades
1) Numa P.A. a soma dos termos equidistantes dos extremos é
igual à soma dos extremos.
2) Numa P.A. com número ímpar de termos, o termo médio é
igual à média aritmética entre os extremos.

138
MATEMÁTICA
Exemplo:

3) A sequência (a, b, c) é P.A. se, e somente se, o termo médio é igual à média aritmética entre a e c, isto é:

Soma dos n primeiros termos

Progressão geométrica (P.G.)


É uma sequência onde cada termo é obtido multiplicando o anterior por uma constante. Essa constante é chamada de razão da P.G.
e simbolizada pela letra q.

Cálculo da razão
A razão da P.G. é obtida dividindo um termo por seu antecessor. Assim: (a1, a2, a3, ..., an - 1, an, ...) é P.G. ⇔ an = (an - 1) q, n ≥ 2

Exemplos:

139
MATEMÁTICA
Classificação
Uma P.G. é classificada de acordo com o primeiro termo e a razão.

CRESCENTE DECRESCENTE ALTERNANTE CONSTANTE SINGULAR


a1 > 0 e q > 1 a1 > 0 e 0 < q < 1 Cada termo apresenta sinal contrário q = 1. a1 = 0
ou quando ou quando ao do anterior. Isto ocorre quando. (também é chamada de Esta- ou
a1 < 0 e 0 < q < 1. a1 < 0 e q > 1. q<0 cionária) q = 0.

Fórmula do termo geral


Em toda P.G. cada termo é o anterior multiplicado pela razão, então temos:
1° termo: a1
2° termo: a2 = a1.q
3° termo: a3 = a2.q = a1.q.q = a1q2
4° termo: a4 = a3.q = a1.q2.q = a1.q3
5° termo: a5 = a4.q = a1.q3.q = a1.q4
. . . . .
. . . . .
. . . . .

n° termo é:

Exemplo:
(TRF 3ª – ANALISTA JUDICIÁRIO - INFORMÁTICA – FCC) Um tabuleiro de xadrez possui 64 casas. Se fosse possível colocar 1 grão de
arroz na primeira casa, 4 grãos na segunda, 16 grãos na terceira, 64 grãos na quarta, 256 na quinta, e assim sucessivamente, o total de
grãos de arroz que deveria ser colocado na 64ª casa desse tabuleiro seria igual a
(A) 264.
(B) 2126.
(C) 266.
(D) 2128.
(E) 2256.

Resolução:
Pelos valores apresentados, é uma PG de razão 4
a64 = ?
a1 = 1
q=4
n = 64

Resposta: B

Propriedades
1) Em qualquer P.G., cada termo, exceto os extremos, é a média geométrica entre o precedente e o consequente.
2) Em toda P.G. finita, o produto dos termos equidistantes dos extremos é igual ao produto dos extremos.

140
MATEMÁTICA
3) Em uma P.G. de número ímpar de termos, o termo médio é a média geométrica entre os extremos.
Em síntese temos:

4) Em uma PG, tomando-se três termos consecutivos, o termo central é a média geométrica dos seus vizinhos.

Soma dos n primeiros termos


A fórmula para calcular a soma de todos os seus termos é dada por:

Produto dos n termos

Temos as seguintes regras para o produto:


1) O produto de n números positivos é sempre positivo.
2) No produto de n números negativos:
a) se n é par: o produto é positivo.
b) se n é ímpar: o produto é negativo.

Soma dos infinitos termos


A soma dos infinitos termos de uma P.G de razão q, com -1 < q < 1, é dada por:

Exemplo:
A soma dos elementos da sequência numérica infinita (3; 0,9; 0,09; 0,009; …) é
(A) 3,1
(B) 3,9
(C) 3,99
(D) 3, 999
(E) 4

Resolução:
Sejam S as somas dos elementos da sequência e S1 a soma da PG infinita (0,9; 0,09; 0,009;…) de razão q = 0,09/0,9 = 0,1. Assim:
S = 3 + S1
Como -1 < q < 1 podemos aplicar a fórmula da soma de uma PG infinita para obter S1:
S1 = 0,9/(1 - 0,1) = 0,9/0,9 = 1 → S = 3 + 1 = 4
Resposta: E

141
MATEMÁTICA
4. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER-
QUESTÕES CIAL/2021/”PROVA C”
De quantas formas diferentes, em relação à ordem entre as
1. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER- pessoas, dois homens e quatro mulheres poderão ser dispostos em
CIAL/2021/”PROVA A” fila indiana, de modo que entre os dois homens haja, pelo menos,
Antes de iniciar uma campanha publicitária, um banco fez uma uma mulher?
pesquisa, entrevistando 1000 de seus clientes, sobre a intenção de (A) 10
adesão aos seus dois novos produtos. Dos clientes entrevistados, (B) 20
430 disseram que não tinham interesse em nenhum dos dois pro- (C) 48
dutos, 270 mostraram- -se interessados no primeiro produto, e 400 (D) 480
mostraram-se interessados no segundo produto. (E) 720
Qual a porcentagem do total de clientes entrevistados que se
mostrou interessada em ambos os produtos? 5. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER-
(A) 10% CIAL/2018
(B) 15% Uma professora do jardim da infância entregou um mesmo de-
(C) 20% senho para cada um de seus 10 alunos e distribuiu vários lápis de
(D) 25% cor entre eles. A tarefa era pintar o desenho, que possuía diversas
(E) 30% regiões. Cada uma dessas regiões apresentava a cor com a qual de-
veria ser pintada. Todos os alunos receberam a mesma quantidade
2. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER- de lápis de cor, mas nenhum aluno recebeu todas as cores neces-
CIAL/2021/”PROVA B” sárias para pintar todo o desenho e, portanto, eles precisavam se
Um banco está selecionando um novo escriturário e recebeu agrupar para conseguir completar a tarefa. Formando qualquer gru-
um total de 50 currículos. Para o exercício desse cargo, três habi- po de 6 alunos, uma região não poderia ser pintada, mas qualquer
lidades foram especificadas: comunicação, relacionamento inter- grupo de 7 alunos conseguiria completar a tarefa. Todas as regiões
pessoal e conhecimento técnico. As seguintes características foram deveriam receber cores diferentes, e a professora distribuiu o me-
detectadas entre os candidatos a essa vaga: nor número de lápis de cor para cada aluno.
• 15 apresentavam habilidade de comunicação; Quantos lápis de cor cada aluno recebeu?
• 18 apresentavam habilidade de relacionamento interpessoal; (A) 42
• 25 apresentavam conhecimento técnico; (B) 63
• Seis apresentavam habilidade de relacionamento interpesso- (C) 210
al e de comunicação; (D) 105
• Oito apresentavam habilidade de relacionamento interpesso- (E) 84
al e conhecimento técnico;
• Dois candidatos apresentavam todas as habilidades; 6. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER-
• Oito candidatos não apresentavam nenhuma das habilidades. CIAL/2018
Um professor elaborou 10 questões diferentes para uma prova,
Com base nessas informações, qual o número total de candida- das quais 2 são fáceis, 5 são de dificuldade média, e 3 são difíceis.
tos que apresentam apenas uma das três habilidades apontadas? No momento, o professor está na fase de montagem da prova. A
(A) 28 montagem da prova é a ordem segundo a qual as 10 questões serão
(B) 38 apresentadas. O professor estabeleceu o seguinte critério de distri-
(C) 21 buição das dificuldades das questões, para ser seguido na monta-
(D) 13 gem da prova:
(E) 15

3. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER-


CIAL/2018
Considere o conjunto A cujos 5 elementos são números intei-
ros, e o conjunto B formado por todos os possíveis produtos de três
elementos de A.
Se B = {–30, –20, –12, 0, 30}, qual o valor da soma de todos os
elementos de A?
(A) 5
(B) 3
(C) 12
(D) 8
(E) –12

142
MATEMÁTICA
De quantas formas diferentes o professor pode montar a prova
seguindo o critério estabelecido?
(A) 2520
(B) 128
(C) 6
(D) 1440
(E) 252

7. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER-


CIAL/2021/”PROVA B”
Uma empresa paga um salário bruto mensal de R$ 1.000,00 a
um de seus funcionários. Além desses honorários, a empresa deve Considerando-se que, ao longo do ano de 2020, essa empresa
recolher o FGTS desse empregado. reparou 1.000 unidades do modelo A, 600 unidades do modelo B
Sabendo-se que o valor pago corresponde a, aproximadamen- e 400 unidades do modelo C, qual foi a porcentagem destes aten-
te, 8,33% do salário bruto, qual o valor pago, a título de FGTS, por dimentos, nesse período, que tiveram tempo de serviço Curto ou
esse funcionário? Médio?
(A) R$ 1.008,33 (A) 29%
(B) R$ 8,33 (B) 48%
(C) R$ 83,30 (C) 52%
(D) R$ 991,67 (D) 58%
(E) R$ 1.083,30 (E) 96%

8. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER- 11. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER-


CIAL/2021/”PROVA C” CIAL/2018
Uma profissional liberal comprou dois apartamentos com o ob- O dono de uma loja deu um desconto de 20% sobre o preço de
jetivo de vendê-los. Na venda do primeiro deles, obteve um lucro venda (preço original) de um de seus produtos e, ainda assim, obte-
de 36% sobre o preço de compra e, na do segundo, um lucro de ve um lucro de 4% sobre o preço de custo desse produto.
12%, também sobre o preço de compra. Ela recebeu por essas duas Se vendesse pelo preço original, qual seria o lucro obtido sobre
vendas uma quantia 27% maior do que a soma das quantias pagas o preço de custo?
na compra dos dois apartamentos. (A) 40%
Nessas condições, sendo P a quantia paga pelo primeiro apar- (B) 30%
tamento, e S a quantia paga pelo segundo, a razão P/S é igual a (C) 10%
(A) 8/5 (D) 20%
(B) 5/3 (E) 25%
(C) 12/5
(D) 17/14 12. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER-
(E) 9/8 CIAL/2018
Uma empresa cria uma campanha que consiste no sorteio de
9. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE DE TECNO- cupons premiados. O sorteio será realizado em duas etapas. Primei-
LOGIA/2021 ramente, o cliente lança uma moeda honesta:
Durante um atendimento, o cliente de um banco relata ao geren- se o resultado for “cara”, o cliente seleciona, aleatoriamente,
te de atendimento sua disponibilidade para investir R$400.000,00. um cupom da urna 1;
O gerente tem ao seu dispor 5 opções de investimento: renda fixa, se o resultado for “coroa”, o cliente seleciona, aleatoriamente,
CDB, fundo de ações, LCI e LCA. Ao cliente foi oferecida uma carteira um cupom da urna 2.
diversificada de 20%, 10%, 30%, 15% e 25%, respectivamente. Sabe-se que 30% dos cupons da urna 1 são premiados, e que
Sendo assim, verifica-se que o valor sugerido para 40% de todos os cupons são premiados.
(A) renda fixa foi de R$80.000,00
(B) CDB foi de R$60.000,00 Antes de começar o sorteio, a proporção de cupons premiados
(C) fundo de ações foi de R$40.000,00 na urna 2 é de
(D) LCI foi de R$100.000,00 (A) 50%
(E) LCA foi de R$120.000,00 (B) 25%
(C) 5%
10. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE DE TECNO- (D) 10%
LOGIA/2021 (E) 15%
Uma central de assistência técnica de celulares trabalha com
três modelos de um mesmo fabricante. Para melhor organizar seu
sistema, foi medido o tempo de serviço para o conserto de cada
aparelho, desde a chegada do pedido de manutenção até a entrega
do aparelho consertado, e cada um desses prazos foi classificado
como Curto, Médio ou Longo.
A Tabela abaixo mostra a distribuição dos tempos de serviço
para cada um dos três modelos aos quais a empresa prestou assis-
tência em 2020.

143
MATEMÁTICA
13. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE DE TECNO- III - a partir desse ponto, aplica-se o intervalo de seleção da
LOGIA/2021 amostra: o segundo elemento selecionado é o 35º (15+20), o ter-
André, Bianca e Carol precisam pintar um painel de 50m2. Para ceiro é o 55º (15+40), o quarto é o 75º (15+60), e assim sucessiva-
pintar 1m2, André gasta 12 minutos, Bianca gasta 20 minutos, e Ca- mente.
rol, 15 minutos.
Supondo-se que os três pintaram, juntos, o mesmo painel, sem O último elemento selecionado nessa amostra é o
fazer pausas e a velocidades constantes, quanto tempo eles leva- (A) 19.997º
ram para a conclusão da tarefa? (B) 19.995º
(A) 3h 40min (C) 19.965º
(B) 4h 10min (D) 19.975º
(C) 5h 50min (E) 19.980º
(D) 6h
(E) 6h 20min 17. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER-
CIAL/2021/”PROVA B”
14. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE DE TECNO- Um banco está planejando abrir uma nova agência em uma
LOGIA/2021 cidade do interior. O departamento de Marketing estima que o nú-
Um escriturário mantém um desempenho de preencher 30 re- mero de clientes da agência (NC) em função do número de meses
latórios por hora e faz uma pausa de 10 minutos às 13h. Durante a decorridos (t) desde a inauguração seguirá a seguinte função expo-
pausa, seu chefe pergunta a que horas receberá todos os relatórios nencial:
preenchidos. NC(t)=100×(2t)
Se falta apenas 1 relatório e meio, e o escriturário pretende
manter seu desempenho, a partir de que horas o chefe pode contar Quantos meses completos, após a inauguração, o número esti-
com todos os relatórios preenchidos? mado de clientes da agência será superior a 2.000?
(A) 13h02min (A) 1
(B) 13h03min (B) 2
(C) 13h10min (C) 3
(D) 13h12min (D) 4
(E) 13h13min (E) 5

15. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER- 18. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER-
CIAL/2021/”PROVA B” CIAL/2018
Um garçom ganha um salário fixo por mês mais gorjetas diá- Sabe-se que g é uma função par e está definida em todo do-
rias. Como regra, ele se propôs a cada dia do mês guardar um pouco mínio da função f, e a função f pode ser expressa por f(x) = x 2 + k
do que ganha de gorjetas para fazer uma reserva financeira, que é . x . g(x).
depositada no banco ao fim do dia 30, exceto em fevereiro. No dia Se f(1) = 7, qual o valor de f(–1)?
1, ele guarda R$ 1,00; no dia 2, guarda R$ 2,00; no dia 3, R$ 3,00, (A) 7
e assim, sucessivamente, até que no dia 30, ele junta R$ 30,00 ao (B) 5
que vinha guardando e faz o depósito. Em um determinado mês de (C) –7
30 dias, ele precisou gastar tudo que havia juntado até o fim do dia (D) –6
15, mas quis repor esse gasto. Para isso, guardou do dia 16 até o dia (E) –5
30 um valor fixo de x reais por dia, de modo que, no fim do mês,
depositou a mesma quantia que vinha depositando todos os meses, 19. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER-
exceto em fevereiro. CIAL/2021/”PROVA A”
Qual é o valor de x? Uma loja vende um produto em dois tipos de embalagem: uni-
(A) 20 tária (com uma unidade do produto) e dupla (com duas unidades
(B) 23 do produto). Em certo mês, foram vendidas 16 embalagens duplas
(C) 25 e 20 unitárias, gerando uma receita para a loja de R$ 488,00. No
(D) 27 mês seguinte, foram vendidas 30 embalagens duplas e 25 unitárias,
(E) 31 gerando uma receita de R$ 790,00.
Qual foi a porcentagem do desconto dado em cada unidade do
16. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER- produto ao se comprar a embalagem dupla?
CIAL/2018 (A) 5%
Para obter uma amostra de tamanho 1.000 dentre uma popu- (B) 8%
lação de tamanho 20.000, organizada em um cadastro em que cada (C) 10%
elemento está numerado sequencialmente de 1 a 20.000, um pes- (D) 12%
quisador utilizou o seguinte procedimento: (E) 15%
I - calculou um intervalo de seleção da amostra, dividindo o
total da população pelo tamanho da amostra: 20.000/1.000 = 20;
II - sorteou aleatoriamente um número inteiro, do intervalo [1,
20]. O número sorteado foi 15; desse modo, o primeiro elemento
selecionado é o 15º;

144
MATEMÁTICA
20. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER-
CIAL/2021/”PROVA C”
ANOTAÇÕES
Um banco tem agências em três regiões do país. Em cada re-
gião, trabalha-se com a comercialização de três segmentos: segu- ______________________________________________________
ros (X), previdência (Y) e consórcios (Z). Cada equação linear que
compõe o sistema abaixo representa a capacidade de uma regional ______________________________________________________
produzir valor agregado para o banco, em cada segmento de atua-
ção (lado esquerdo das equações), visando ao alcance das metas de ______________________________________________________
lucro operacional em milhares de reais (lado direito das equações).
______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

De acordo com esses dados, verifica-se que a contribuição de ______________________________________________________


um dado segmento que atinge exatamente a meta de sua região é
de ______________________________________________________
(A) R$160.000,00 no segmento seguros, na região Sul
______________________________________________________
(B) R$400.000,00 no segmento previdência, na região Sudeste
(C) R$180.000,00 no segmento consórcio, na região Norte ______________________________________________________
(D) R$90.000,00 no segmento seguros, na região Norte
(E) R$180.000,00 no segmento previdência, na região Sul ______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________
1 A ______________________________________________________
2 A
______________________________________________________
3 D
4 D ______________________________________________________

5 E ______________________________________________________
6 D ______________________________________________________
7 C
______________________________________________________
8 B
9 A ______________________________________________________
10 B ______________________________________________________
11 B
______________________________________________________
12 A
_____________________________________________________
13 B
14 E _____________________________________________________
15 E ______________________________________________________
16 B
______________________________________________________
17 E
18 E ______________________________________________________
19 C ______________________________________________________
20 A
______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

145
MATEMÁTICA
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146
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

Facilitam na rapidez e no sentido de evitar idas nas agências, ape-


OS BANCOS NA ERA DIGITAL: ATUALIDADE, nas para tais serviços. Promove também o conforto e a segurança do
TENDÊNCIAS E DESAFIOS. INTERNET BANKING. cliente que não necessita da utilização de dinheiro em espécie para
MOBILE BANKING. OPEN BANKING. NOVOS MODELOS suas operações financeiras. Reduz custos para as instituições financei-
DE NEGÓCIOS. FINTECHS, STARTUPS E BIG TECHS. ras e promove a garantia do recebimento para os comerciantes.
SISTEMA DE BANCOS-SOMBRA (SHADOW BANKING). Os cartões mais utilizados são:
O DINHEIRO NA ERA DIGITAL: BLOCKCHAIN, BITCOIN • Cartões de débito – Débito automático na conta do cliente
E DEMAIS CRIPTOMOEDAS. SEGMENTAÇÃO E do valor referente a compra. Segurança também para o estabele-
INTERAÇÕES DIGITAIS. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO cimento, pois tem a certeza que o pagamento já saiu da conta do
SISTEMA FINANCEIRO cliente.
• Cartão de crédito – Incentiva o consumo, pois o pagamento
Presente, tendências e desafios de suas compras ocorrerá apenas no vencimento da fatura, inclusi-
Os bancos “tradicionais” já utilizam a tecnologia para oferecer ve em parcelas.
serviços e facilidades aos seus clientes. Seja através de internet • Cartões múltiplos – Que exercem duas funções simultâneas
banking ou móbile banking. No entanto, esses bancos precisam ino- (débito e crédito).
var tecnologicamente o mais rápido possível, caso contrário, serão
substituídos pelos bancos digitais. Mobile banking
O maior desafio de um banco digital no Brasil é transformar É a tecnologia do banco voltada para a tela do celular ou outros
uma cultura de muitos anos de contatos diretos com atendentes, dispositivos móveis, 365 dias por ano, permitindo a realização de
gerentes e pagamentos via operadores de caixa em agências físi- diversas transações financeiras através de aplicativos que são bai-
cas para o atendimento virtual. Pois ainda existe a desconfiança de xados em smartphones, relógios inteligentes, etc.
muitos clientes, principalmente aqueles com idades mais elevadas; Possibilita aos clientes rapidez e comodidade, devido acesso
inclusive a dificuldade e insegurança para o acesso. em qualquer localidade e sem a necessidade de idas as agências
Para conquistarem mais clientes, os bancos digitais inovam físicas; o que também reduz custos das instituições financeiras.
cada vez mais em tecnologia e resolução de problemas de forma
mais simples e rápido, trazendo um conceito de valor e utilidade Open banking e o modelo de bank as a service
para seus usuários.
Open Banking
Internet banking, banco virtual e “dinheiro de plástico” É um conjunto de práticas que torna o cliente detentor de seus
dados financeiros, como por exemplo, datas e valores de transfe-
Internet Banking rências, pagamentos, ou produtos que selecionou para investimen-
É a plataforma bancária que utiliza a tecnologia como sua alia- tos. O que proporciona inovação e concorrência entre os serviços
da. É o ambiente que fica na internet em que os clientes realizam financeiros.
operações bancárias, em ambiente fora da agência. Em abril de 2019, o Banco Central do Brasil, iniciou a imple-
No site do banco, os clientes podem realizar operações de ex- mentação do Open Banking no Brasil.
tratos, saldos, pagamentos, empréstimos, etc.; permitindo que as Essas novas ações possibilitam que o consumidor tenha o po-
movimentações sejam realizadas com mais conforto e comodidade, der de escolha de transferir seus dados do banco A para o banco
pois não há necessidade de se deslocar até uma agência. B; pois acredita, por exemplo, que no segundo banco terá melhor
condições de taxas de juros, tarifas ou até mesmo, melhor atendi-
Banco virtual mento.
São plataformas tecnológicas, também conhecidas como finte- Assim, o usuário tem a propriedade de seus dados e escolhe
chs (empresas que inovaram no modelo de negócios e operação) do com quem compartilhá-los.
Sistema Financeiro Nacional.
Foram criados para com a intenção de permitir o acesso ao siste- Modelo de bank as a service
ma bancário aos brasileiros que não tem acesso aos bancos comuns. Também conhecido por “banco como serviço”, é uma solução
Toda sua operação é realizada de modo virtual, sem agências fí- que tem o potencial de ampliar a competitividade e a colaboração
sicas abertas. Desde a abertura de contas até as movimentações de na prestação de serviços financeiros.
pagamentos, consultas diversas, transferências são realizadas por Com o bank as a service, empresas de qualquer segmento de
meio de sites ou aplicativos. mercado, passam a ter condições de oferecer serviços bancários de
uma forma simples e rápida.
“Dinheiro de plástico” Os grandes benefícios para o consumidor é a variedade de em-
É o meio físico de pagamento, mais conhecido como “cartão”, presas oferecendo serviços bancários, as filas em bancos ficam ape-
utilizado para pagamentos, saques e diversas movimentações em nas na lembrança, pois tudo é realizado por meio digital.
caixas eletrônicos.

147
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
O comportamento do consumidor na relação com o banco Fintechs, Startups e Big Techs
Cada vez mais ligados as tecnologias, consumidores tem bus- As fintechs (finanças + tecnologia) são startups que trabalham
cado facilidade, comodidade e rapidez nos serviços em geral. Em para otimizar o processo tradicional dos serviços financeiros e tam-
relação aos serviços bancários não seria diferente. bém resolver através da tecnologia, problemas específicos de pes-
Os bancos digitais preencheram grande parte dessas necessi- soas físicas ou jurídicas.
dades, através da redução de burocracia, fim das filas e idas em Em geral, trazem produtos altamente inovadores, simples e mui-
agências físicas dos bancos tradicionais. Com essas instituições já é to eficientes. Muitas vezes, analisando e preenchendo espaços que
possível abrir contas, realizar aplicações, obter financiamentos por deveriam ser dos bancos tradicionais, atendendo um público que em
aplicativos de forma rápida e segura. muitos casos, não tem acesso as instituições financeiras comuns.
Desde a entrada dos bancos virtuais, os clientes mudaram o Big Techs são grandes empresas de tecnologia que dominam o
relacionamento e o comportamento com os bancos, deixando a de- mercado, moldam como as pessoas compra, vendem, consomem
pendência física das agências, passando a se comunicar pelo inter- e trabalham. Tem como motor a inovação, sempre definindo novas
net banking e móbile banking na utilização dos serviços financeiros. tecnologias e serviços. Entre as principais estão a Apple, Amazon e
Microsoft.
A experiência do usuário
A experiência do usuário (user experience – UX) é o termo uti- Soluções mobile e service design
lizado para mencionar a relação de uma pessoa com um produto,
serviço, objeto, etc. Essa relação de utilidade vai definir se a expe- Soluções Mobile
riência foi boa ou ruim. Utilização de aplicativos na tecnologia da resolução das necessi-
Os bancos digitais tem concentrado todos os esforços para que dades dos clientes. Para que esse processo ocorra de maneira mais
a experiências de seus clientes seja a melhor possível. Para isso, de- eficaz, é necessário identificar quais serviços e produtos os usuários
senvolvem a todo momento, produtos e serviços que atendam às mais precisam.
necessidades dos usuários, tanto na forma de redução de burocracia No sistema bancário, são os aplicativos que permitem abertura
de atendimento, facilidade e rapidez na solução de problemas, reali- de conta e a realização de todas as transações bancárias e atendi-
zação de tarefas de maneira mais ágil. mento ao cliente no local em que estiver, através de um smartpho-
São produtos e serviços cada vez mais inovadores e tecnológicos, ne.
que proporcionam aos clientes e as empresas geração de valor.
Service Design
Inteligência artificial cognitiva Serviço capaz de oferecer aos clientes utilidade, eficiência, efi-
É a utilização da inteligência de computadores (robôs) que ad- cácia, ou seja, o serviço que é reconhecido pelos clientes a ponto de
quirem conhecimento com o passar do tempo. Ao utilizar essa tecno- gerar valor para ambas as partes.
logia em seus serviços, as instituições financeiras tem como objetivo No setor financeiro, os bancos digitais procuram oferecer servi-
principal, a eficácia, rapidez no atendimento. E personalização dos ços de qualidade, otimizando tempo e custos de clientes e trazendo
serviços oferecidos. soluções simples e rápidas para problemas financeiros.
A cada acesso, o computador é abastecido com as informações
do cliente, percebendo suas necessidades e preferências, por isso O dinheiro na era digital: blockchain, bitcoin e demais cripto-
que o sistema fica cada vez mais inteligente; por exemplo, ao acessar moedas
o internet banking. É a tecnologia em constante desenvolvimento.
Essa tecnologia é utilizada principalmente no atendimento tele- Blockchain
fônico das instituições, nos caixas eletrônicos através da leitura bio- É a tecnologia que permite o registro de informações de forma
métrica e também na internet e móbile banking. segura. Através dela, ocorre a transferência de valores digitalmente
mesmo sem a intermediação de instituições financeiras. Devido seu
Banco digitalizado versus banco digital nível de segurança, não há necessidade da confiança entre terceiros
Banco digitalizado é a modalidade já conhecida de bancos “tra- para as transações.
dicionais” (Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, etc.) que utili- Essa tecnologia pode ter outras funções, como a utilização na
zaram a tecnologia para modernizar o atendimento e inovar o modo indústria, para que a cadeia produtiva seja mais passível de rastrea-
como seus clientes realizam as transações. Através da digitalização, mento e suas informações fiquem registradas de forma imutável e,
conseguiram mudar o foco das agências para internet banking e mó- ainda, para que seus dados seu se percam.
bile banking. Tudo pode ser registrado na blockchain, pois sua composição
Porém, mesmo passando por essa inovação, não são totalmente se assemelha a uma grande biblioteca e a chave pública pode ser
digitais e ainda possuem agências físicas para apoio presencial com comparada a pastas de arquivos.
operadores de caixa, atendentes e gerentes. Para utilizar seus recursos, os usuários devem possuir um ende-
Os bancos digitais são aqueles totalmente virtuais, não possuem reço na própria blockchain.
atendimento em agências físicas, por exemplo, Nubank e Neon.
Já foram criados nesse novo conceito e seus clientes utilizam Bitcoin
100% de internet banking e móbile banking para realizar operações Bitcoin é uma moeda em forma de código, que não existe fisi-
como pagamentos, transferências, consultas, etc.; o saque ocorre em camente e não tem um banco central que organize sua organização.
caixas eletrônicos espalhados por estabelecimentos diversos. Ou seja, só existe no mundo virtual.
Para abrir uma conta nos bancos digitais, todo o processo é via Ela surgiu em 2008, tendo sua criação associada a um grupo de
ambiente virtual. O interessado se cadastra, faz a solicitação e após a um grupo de programadores, usando um pseudônimo de Satoshi
aprovação; envia os documentos e assinatura digitalizados. Nakamoto. Para isso, seus criadores utilizaram a soma do processa-
mento de seus computadores para acelerar tal ação; pois um com-
putador apenas levaria aproximadamente um ano para a realização
de uma fração de bitcoin.

148
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
Para ser dono de bitcoins é necessário possuir uma carteira vir- O material genético de uma Startup é a palavra “inovação”, e o
tual, representada por um aplicativo em que fica armazenado uma objetivo principal é a transformação com vistas a um “melhor servir”. Por
sequência de letras, que representa o dinheiro do comprador. Caso serem segmentos novos no mercado, o futuro é incerto, mas altamente
esse código seja perdido, o resultado será a perda do investimento. promissor, tanto que a cada ano o crescimento é exponencial.
Atualmente existem diversas corretoras que trabalham com a Ainda que diante de toda incerteza verifica-se que as Startups
venda de bitcoins. estão presentes em todos os segmentos da sociedade, como exemplo:
saúde, lazer, agronegócios, alimentação, vestuário, financeiros,
Demais criptomoedas bancário, entre outros.
As principais criptomoedas negociadas são: Dando ênfase ao segmento bancário tem-se que as Startups
• XRP Ripple – Criptomoeda centralizada, projetada para au- atuantes neste contexto são denominadas de Fintechs, as quais são
xiliar instituições financeirasa movimentar dinheiro de forma mais empresas que inovam quanto à forma de dispor os serviços financeiros
rápida, global e também com redução de custos. e bancários, trazendo facilidades atribuídas pelo rompimento da
• Litecan – Criptomoeda criada para transações mais rápidas e burocracia dos métodos tradicionais de fornecimento de bens e serviços.
com menos custos que a bitcoin, para ser utilizada em pagamentos Das definições apresentadas entende-se que, as Fintechs são
do dia a dia. Startups especializadas no setor financeiro/bancário tendo como
• Bitcoin Cash – Projetada para transações mais rápidas e roti- propósito a desburocratização e capilarização dos serviços e produtos
neiras, com taxas mais baixas. financeiros. O objetivo maior é o fornecimento de soluções ágeis e
• Ethereum – Blockchain que permite o armazenamento de eficazes para cada usuário, melhorando assim, a experiência no consumo
contratos inteligentes e aplicativos em sua rede. Utiliza como crip- de bens e produtos do segmento.
tomoeda a Ether, lançada em 2017. Atualmente, atribui-se às Startups e Fintechs, a fonte impulsionadora
dos grandes movimentos tecnológicos, já que figuram como agentes
Sistema de bancos-sombra (shadow banking) de transformação. A demanda pelo universo digital vem crescendo a
É um conjunto de operações não-regulamentadas de intermediá- passos largos, devido as facilidades oferecidas e a boa aceitação dos
rios financeiros, que fornecem crédito no sistema financeiro global de usuários.
forma “informal”. Ou seja, de forma indireta, sem passar por supervisão As Startups e Fintechs vieram para revolucionar a forma de
ou regulamentação bancária, algumas instituições conseguem realizar como se executa algo, seu objetivo principal é facilitar a vida de seus
financiamentos e empréstimos com suas atividades paralelas ao sistema usuários em busca da satisfação, ingrediente primordial para o
bancário tradicional. sucesso de qualquer organização no mercado.
Operações desse tipo oferecem maiores riscos de mercado, visto que, Nesse contexto, a disputa ente as Fintechs e os grandes bancos
na maior parte das vezes, não possuem uma garantia de capital reserva, o no Brasil são acirradas, já que aquelas são estruturas enxutas
que não impediu seu crescimento à nível global, de modo que se estima e altamente dinâmicas no quesito digital, o que lhes garantem
que há que quase 100 trilhões de dólares circulam em ativos financeiros maior flexibilidade e possibilidade de desenvoltura, já os bancos
desse tipo, tornando-o importante e relevante na estrutura financeira glo- tradicionais precisam se reinventar a cada dia, para fazer frente à
bal, como fornecedor de capital e crédito para investidores e corporações. manutenção de seus clientes e usuários, de forma a garantir que no
Contudo, observa-se um papel crítico atender esse tipo de deman- futuro tenham espaço no mercado.
da, de modo que muitos argumentam que esses mercados paralelos co-
laboraram para grandes crises financeiras, como a de 2008 nos Estados O desenvolvimento tecnológico aplicado ao segmento
Unidos, por isso tenta-se desde então aprovar uma série de medidas bancário
para regular ou limitar esse tipo de operação, visto que seus números A evolução digital vem revolucionando a forma de como se
alavancados e sem garantia seguem expondo os sistemas financeiros do realiza negócios em todos os segmentos do mercado. Em especial,
mundo todo em risco. o setor bancário tradicional é altamente afetado pelos reflexos
das variações tecnológicas, e por conta disso, busca a cada dia
Segmentação e interações digitais se adequar às inovações, para garantir sua permanência em um
A era dos avanços tecnológicos traz em seu bojo inúmeras mercado altamente competitivo.
transformações, em especial na forma de como os negócios tradicionais Em uma análise de contexto específico sobre essas mudanças
no mercado se realizam. Quanto a transformação digital do setor que a era digital vem ocasionando no mercado financeiro, área
bancário, por muitos anos, esse era um setor cheio de formalidades, onde circulam grande volume de negócios, pode-se perceber a
com muitas agências físicas, grandes filas e alguns procedimentos ocorrência de uma constante ruptura do formalismo bancário
exigiam retorno duas ou mais vezes às agências, ou seja, era sinônimo tradicional, exigido pela legislação que afeta ao segmento, para
de preocupação ao usuário. O cenário era de concentração de mercado, muitas flexibilizações e facilidades na forma de disponibilizar seus
pautada no domínio centrado em poucas instituições contribuindo para produtos e serviços a seus consumidores de forma eficiente e com
desbancarização de muitas pessoas1. rapidez.
Diante da mudança de cenário, onde o modelo digital de negócios Essas mudanças de paradigmas demonstradas com o avanço da
cresce a cada dia surgem as Startups voltadas ao meio financeiro tecnologia impulsionaram os bancos tradicionais a se adaptarem às
denominadas de Fintechs, que são empresas de tecnologia financeira mesmas, por conta do desenvolvimento tecnológico responsável por
com o objetivo de cobrir os gargalos do sistema financeiro tradicional, despontar no mercado, em especial o financeiro, novos prestadores
com o lema “inovação”. A ideia vem apresentando forte crescimento e se de produtos e serviços carregados de novidades e transformações
demonstrando como tendência mundial. O sucesso das Fintechs se deve aos usuários, como as Startups e Fintechs, disputando o competitivo
ao fato das facilidades e efetividade do suprimento das necessidades dos e pouco aberto mercado financeiro.
clientes e usuários. Neste cenário, pode-se perceber que a expansão das Fintechs no
Brasil é recente, por volta de 2010, a mudança ainda era silenciosa,
mas hoje essas empresas comandam uma grande transformação
nesse mercado. Com o surgimento das primeiras Fintechs, observa-
1 https://www.famaqui.edu.br/app/webroot/ojs/index.php/saberes/article/
download/26/25/.

149
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
se no mercado um vertiginoso crescimento destas, impulsionando O cenário de atuação bancária é de risco, e, portanto, são
e influenciando mudanças aos participantes do mercado financeiro, extremamente necessários os investimentos de tecnologia aliados
em especial os bancos tradicionais. com a segurança, com vistas a garantir que seus usuários e clientes
É importante salientar que no desenvolvimento tecnológico no tenham a proteção necessária, o que culminará com o sucesso da
segmento bancário despontam as Fintechs, empresas 100% (cem instituição no mercado.
por cento) digitais, que se dedicam a área financeira, facilitando a A iminente concorrência de mercado ocasionada pelos players
concessão de produtos e serviços, como por exemplo: digitais, como as Fintechs, bem como o acelerado mundo dos negócios
→ a disponibilização de crédito rápido, menos burocrático e traz o despertar e a necessidade de incorporar a tecnologia aos
com reduzidas taxas de juros; processos bancários. Junto a esta necessidade, os bancos investem
→ abertura de conta corrente sem custos; maciçamente em segurança, pois de nada adiantaria tecnologia que
→ concessão de cartões de créditos com limites que agradam colocasse em risco os usuários e clientes.
os usuários e sem anuidades;
→ serviços bancários como: transferências, pagamentos, As parcerias digitais como forma de cooperação
seguros e investimentos; É notória a presença crescente das Startups e Fintechs em
→ atendimento remoto e muito ágil, facilitando a rotina dos parcela significativa do mercado financeiro, e a principal causa desse
usuários, já que não é necessário atendimento presencial, ou seja, crescimento, é sem dúvida, a facilitação na contratação de serviços
agradável ao público a que se destina. ou na aquisição de produtos do segmento.
Nesse cenário de crescimento digital no ramo dos negócios,
Diante dessas facilidades, verifica-se o crescimento das os bancos no movimento de observar os players do mercado
Startups e Fintechs por atuarem e buscarem parcela de clientes tecnológico (aqui definidos como grupos com muita expertise no
não bancarizados, ou descontentes com a forma de prestação de ramo, investidores em mercados não tão promissores, mas com
serviço bancário tradicional. Parcela de clientes que na maioria das grande perspectiva de desenvolvimento), adotam a posição para
vezes possui ampla voz ativa no mercado, aliados com contribuição mitigação de riscos inerentes à atividade, cuja forma mais comum se
que o marketing digital disponibiliza para a expansão crescente dá por meio das parcerias.
deste modelo de negócio. Consta-se que muitas das Fintechs ainda não contabilizam lucros,
Verifica-se que as Startups e Fintechs possuem hoje presença por dependerem de aportes pecuniários externos, fator determinante
mínima no mercado financeiro, porém suficiente para impulsionar para sua sobrevivência. Os bancos tradicionais conhecedores dessa
as mudanças no segmento, já que disponibiliza facilidades nunca realidade frequentemente firmam parcerias em forma de capital
antes vistas na forma de ofertar produtos e serviços financeiros x tecnologia, onde injetam recursos financeiros em troca de toda
aos diversos clientes, que precisam de novidades como medida de tecnologia desenvolvida para aplicarem em seus negócios. Os
atração e segurança, e uma forma de fidelização em negócios de alta resultados geralmente são de altas performances financeiras.
competitividade. Sobre a relação de parceria entre as Fintechs e bancos, a
Neste cenário, as instituições bancárias tradicionais cientes das mesma se restringe a preocupação de Fintechs com uma chamada
evoluções tecnológicas buscam moldar-se às tendências de mercado, deexperiência do cliente, algo que os bancos também estão buscando
para assegurar sua permanência no competitivo mercado financeiro. alcançar um novo desenvolvimento de serviços.
Observa-se que por meio das parcerias se obtêm grande
Transformação digital no Sistema Financeiro compartilhamento de informações, e essas permitem o crescimento
e fortalecimento das organizações. Importante destacar, que
Disruptura do método tradicional de atendimento bancário as parcerias entre as Fintechs e grandes bancos, ocorrem em
Sobre a conceituação do termo disruptura, que significa ruptura formatos variados das mais rápidas e pontuais: como maratonas de
ou quebra da continuidade, diante do poder de influência das programação, conhecidas por hackathons; até níveis mais profundos
Startups e Fintechs, os bancos a cada dia criam formas de se ajustar de relacionamento e investimento, exemplo: a constituição de fundos
a oferta de produtos e serviços seguindo as tendências de mercado, para aporte em startups.
que em termos de avanços tecnológicos muitas mudanças deverão Os grandes bancos e correlatas do segmento que patrocinam as
ocorrer para melhorias continuas dos processos. Para tanto, a prática hackathons (maratonas de programação) buscam encontrar soluções
mais adotada pelas instituições financeiras é a implementação dos inovadoras para seus produtos e serviços. Complementando
canais digitais. Hoje os principais players do mercado financeiro estão tem-se os aportes financeiros vultosos de grandes bancos e suas
altamente digitalizados2. subsidiárias nos chamados laboratórios de inovação, responsáveis
Nesse sentido, as principais ferramentas implementadas foram: pela experimentação de novas tecnologias a serem aplicadas através
acesso ao mobile banking; internet banking; correspondentes de testes.
bancários e terminais de autoatendimento. Destes canais, o que mais Hoje existe uma única certeza no mercado financeiro: que
cresceu foi o mobile banking devido aos smartphones ganharem todo grande banco precisa pensar como Fintech se não quiser
significativo espaço no quotidiano das pessoas. ser incomodado por elas. Diante dessa constatação as grandes
Os negócios bancários digitais, ou seja, aqui entendidos como instituições bancárias no Brasil, já sinalizaram que entenderam o
os produtos e serviços bancários transacionados por meios digitais, recado do mercado, e por conta disso, percebe-se a evolução digital
se solidificam a cada dia, devido à percepção ao usuário externo nos negócios bancários.
da segurança e agilidade que possuem. Neste sentido, os bancos, Pode-se afirmar que nesse regime de parceria, os bancos detêm
se consubstanciam como o setor de mercado que mais investe em uma vantagem em relação às Fintechs, que é o requisito confiança. Por
segurança no meio digital. representarem solidez no mercado vislumbra-se que ao adequarem
a tecnologia ao meio digital, podem atingir resultados sustentáveis
e crescentes. Os grandes conglomerados bancários despontam na
vanguarda da tecnologia digital, modernizando sua estrutura de
atendimento de forma a proporcionar a melhor experiência a seus
2 https://www.famaqui.edu.br/app/webroot/ojs/index.php/saberes/article/ usuários.
download/26/25/.

150
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
Percebe-se que todo grande banco precisará pensar e agir como
uma Fintech, caso deseje perpetuar no mercado competitivo e ARRANJOS DE PAGAMENTOS
altamente digital. Trata-se de um novo processo de gestão bancária,
onde a implementação das tecnologias tem a finalidade de melhorias Arranjos de pagamentos
nos processos, bem como a fidelização com o cliente de forma a Conjunto de procedimentos e regras que regem e disciplinam a
dispor ao público produtos e serviços com segurança e rapidez. prestação de serviços de pagamento ao público. Essas regras simpli-
ficam as transações financeiras que usam dinheiro eletrônico, por
exemplo, um cliente só consegue pagar uma conta com o cartão
FUNÇÕES DA MOEDA de determinada bandeira de crédito, pois o fornecedor possui uma
máquina que aceita tal bandeira.
Funções da moeda
Moeda é definida com base em suas três funções básicas: reser-
va de valor, meio de troca e unidade de conta. SISTEMA DE PAGAMENTOS INSTANTÂNEOS (PIX)
No que diz respeito à função de “meio de troca”, ela serve para
eliminar a necessidade de dupla coincidência de desejos em uma Sistema de pagamentos e transferências desenvolvido pelo
transação comercial. Antes, numa economia de escambo, dependia- Banco Central do Brasil. As transações realizadas através dele são
-se desse desejo comum relacionado a produtos para um mercado instantâneas, acontecendo no máximo em 10 segundos.
funcionar, porém com a moeda, um objeto único para esse fim, a Funciona 24 por dia, todos os dias do ano, inclusive finais de
economia se descomplicou nesse sentido. semana e feriados.
Como reserva de valor, nos referimos à capacidade que determi- As transações podem ocorrer entre pessoas físicas, pessoas fí-
nados bens possuem de preservar o poder de compra com o tempo. sicas e jurídicas, pessoas jurídicas e entre órgãos públicos para pa-
Quem troca algum bem pela moeda pode usar tal moeda em troca de gamentos de impostos e taxas.
outros bens, é claro que muitos ativos também servem como reser- A intenção é integrar o sistema bancário, assim as transferên-
va de valor, inclusive a moeda em si tende a se desvalorizar por não cias poderão ocorrer entre diferentes instituições.
pagar juros, ficando atrás da inflação, mas ela tem a vantagem de ser Para fazer um PIX é necessário ter uma conta aberta em ban-
universalmente aceita em transações. co, numa fintech ou em uma instituição de pagamento. Será criada
Por fim, como unidade de conta, disse-se que a moeda é utiliza- uma chave com alguns dados, utilizados dentro da própria conta
da como base para medir o preço dos demais bens. Ou seja, no caso bancária.
da nossa moeda, os bens em si passam a ser medidos e avaliados
em “quantos reais” são necessários para adquiri-los. • Diferença entre Pix e outros meios de transferência e de pa-
gamento
O Pix foi criado para ser um meio de pagamento bastante am-
MARKETPLACE plo. Qualquer pagamento ou transferência que hoje é feito usando
diferentes meios (TED, cartão, boleto etc.), poderá ser feito com o
Marketplace Pix, simplesmente com o uso do aparelho celular.
É uma plataforma online que conecta ofertas de produtos e As transferências tradicionais no Brasil são entre contas da
serviços. Ela reúne vendedores e prestadores de serviço em um mesma instituição (transferência simples) ou entre contas de insti-
único lugar onde clientes pode acessar e fazer suas compras. Basi- tuições diferentes (TED e DOC). O Pix é mais uma opção disponível
camente, Marketplace é um shopping center online. à população que convive com os tipos tradicionais. A diferença é
Um Marketplace oferece vantagens para todos os envolvidos. que, com o Pix, não é necessário saber onde a outra pessoa tem
Primeiramente o fornecedor da plataforma vende produtos sem conta. Você realiza a transferência a partir, por exemplo, de um te-
precisar se preocupar em possuir tais produtos, visto que recebe lefone na sua lista de contatos, usando a Chave Pix. Outra diferença
comissão sobre a vende dos lojistas cadastrados; em segundo os é que o Pix não tem limite de horário, nem de dia da semana e os
lojistas e fornecedores têm acesso a uma vitrine online, com pre- recursos são disponibilizados ao recebedor em poucos segundos. O
ços acessíveis de assinatura, onde podem expor seu produtos para Pix funciona 24 horas, 7 dias por semana, entre quaisquer bancos,
o Brasil e o mundo, excluindo muitas vezes a necessidade de lojas de banco para fintech, de fintech para instituição de pagamento,
físicas, por exemplo, e eliminando boa parte dos custos; e por fim, entre outros.
o cliente tem acesso a um universo de possibilidades nesses sho- As transações de pagamento por meio de boleto exigem a lei-
ppings centers no conforto do lar. As plataformas de venda do tipo tura de código de barras, enquanto o Pix pode fazer a leitura de um
revolucionaram a maneira de se fazer compras e vender online. QR Code. A diferença é que, no Pix a liquidação é em tempo real, o
pagador e o recebedor são notificados a respeito da conclusão da
transação e o pagamento pode ser feito em qualquer dia e horário.
CORRESPONDENTES BANCÁRIOS As transações de pagamento utilizando cartão de débito exi-
gem uso de maquininhas ou instrumento similar. Com Pix, as tran-
Correspondentes bancários sações podem ser iniciadas por meio do telefone celular, sem a ne-
São empresas contratadas por instituições financeiras autori- cessidade de qualquer outro instrumento.
zadas pelo Banco Central para prestar serviços para seus clientes. O Pix tende a ter um custo de aceitação menor por sua estrutu-
São como agentes intermediários entre as instituições bancárias e ra ter menos intermediários.
clientes que buscam crédito. Entre as mais conhecidas estão loté- Mais detalhes sobre a diferenciação entre o Pix e os demais
ricas, fintechs, lojas de crédito e empréstimo pessoal, ou seja, não meios de transferência e de pagamento podem ser visualizadas na
são bancos, mas prestadores de serviços financeiros diversos e re- FAQ do Pix.
gulamentados para simplificar processos tradicionais.

151
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
• Com quem é possível fazer um Pix 3. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER-
O Pix pode ser utilizado para transferências e pagamentos: CIAL/2021/”PROVA A”
— entre pessoas (transações P2P, person to person); Com evidências do enorme descolamento entre as taxas de
— entre pessoas e estabelecimentos comerciais, incluindo co- juros de curto e de longo prazo no Brasil, o texto abaixo reproduz
mércio eletrônico (transações P2B, person to business); matéria jornalística, publicada no início de agosto de 2020, dando
— entre estabelecimentos, como pagamentos de fornecedo- conta da enorme incerteza futura associada aos impactos adversos
res, por exemplo (transações B2B, business to business); decorrentes da crise pandêmica da Covid-19 sobre a economia bra-
— para transferências envolvendo entes governamentais, sileira.
como pagamentos de taxas e impostos (transações P2G e B2G, per- Os juros futuros encerraram os negócios desta segunda- feira
son to government e business to government). em alta firme, afetados por um movimento de maior incorpora-
ção de prêmio de risco ao longo da curva a termo, especialmente
• Limite de valor nas transações nos trechos mais longos (com vencimento no longo prazo). No fim
Não há limite mínimo para pagamentos ou transferências via da sessão regular, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro
Pix. Isso quer dizer que você pode fazer transações a partir de (DI) para janeiro de 2021 passava de 1,87% no ajuste anterior para
R$0,01. Em geral, também não há limite máximo de valores. Entre- 1,88%; a do DI para janeiro de 2022 ia de 2,65% para 2,67%; a do
tanto, as instituições que ofertam o Pix poderão estabelecer limites contrato para janeiro de 2023 subia de 3,76% para 3,79%; a do DI
máximos de valor baseados em critérios de mitigação de riscos de para janeiro de 2025 escalava de 5,40% para 5,47%; e a do contrato
fraude e de critérios de prevenção à lavagem de dinheiro e ao finan- para janeiro de 2027 saltava de 6,35% para 6,43%.
ciamento do terrorismo.” REZENDE, V. Risco fiscal leva a alta das taxas de juros futuros ecur-
va tem maior inclinação desde fim de junho. Valor Econômico,
10/08/2020. Disponível em: <https://valorinveste.globo.com/produ-
QUESTÕES tos/renda-fixa/noticia/2020/08/10/risco-fiscal-leva-a-alta-das-taxas-
-de-juros-futuro-e-curva-tem-maior-inclinacao-desde-fim-de-junho.
1. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER- ghtml>. Acesso em: 7 fev. 2021. Adaptado.
CIAL/2021/”PROVA A”
Considere o texto a seguir para responder à questão. Para minorar os impactos da crise, a Emenda Constitucional
A crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus nº 106, de 7 de maio de 2020, conhecida como o “Orçamento de
provocou a maior fuga de capitais da história do Brasil. Dados divul- Guerra”, instituiu uma diversidade de medidas nos âmbitos fiscal,
gados nesta quarta-feira (24/6) pelo Banco Central (BC) explicam financeiro e de contratações para enfrentamento da calamidade
que os investidores estrangeiros retiraram US$ 31,7 bilhões do mer- pública nacional, decorrente da pandemia da Covid-19. Dentre as
cado brasileiro de títulos e ações só em março, abril e maio deste medidas aprovadas, o Banco Central do Brasil ficou autorizado,
ano. Por isso, as retiradas somam R$ 50,9 bilhões nos últimos 12 temporariamente, a operar com instrumentos de política mone-
meses; o maior índice da série histórica do BC. tária considerados não convencionais. A medida de política mone-
Considerando-se os efeitos sanitários, econômicos e sociais de- tária não convencional, por parte do Banco Central do Brasil, que
correntes da pandemia da Covid-19 na economia global, o principal poderia ter estimulado a redução das taxas de juros de longo prazo
fator que justifica tamanha fuga de capitais do Brasil no ano passa- no ano passado é a
do é o(a) (A) redução da taxa de juros básica de curto prazo (Selic)
(A) aumento desenfreado da dívida externa brasileira. (B) venda de títulos públicos e privados no mercado secundário
(B) aumento das taxas de juros no mercado internacional. (C) compra de títulos públicos e privados no mercado secun-
(C) necessidade de recursos, no estrangeiro, para financiar as dário
pesquisas científicas de vacinas contra o coronavírus. (D) redução do percentual dos depósitos compulsórios
(D) manipulação das taxas de câmbio nos mercados globais. (E) venda de títulos mediante operações compromissadas
(E) maior percepção de risco, por parte dos estrangeiros, em
investir em ativos denominados em moeda brasileira. 4. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER-
CIAL/2021/”PROVA C”
2. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER- A inserção dos bancos digitais no Sistema Financeiro Nacional
CIAL/2021/”PROVA A” acarreta a disseminação de tecnologias e culturas inovadoras, den-
Considere o texto a seguir para responder à questão. tre as quais merece menção o (a)
A crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus (A) maior contato físico entre bancos e clientes
provocou a maior fuga de capitais da história do Brasil. Dados divul- (B) dispensa do armazenamento de dados dos clientes
gados nesta quarta-feira (24/6) pelo Banco Central (BC) explicam (C) uso de inteligência artificial
que os investidores estrangeiros retiraram US$ 31,7 bilhões do mer- (D) generalização de plataformas off-line
cado brasileiro de títulos e ações só em março, abril e maio deste (E) utilização mínima de big-data
ano. Por isso, as retiradas somam R$ 50,9 bilhões nos últimos 12
meses; o maior índice da série histórica do BC. 5. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER-
O principal impacto decorrente da enorme fuga de capitais do CIAL/2021/”PROVA A”
Brasil em 2020, descrita na reportagem mencionada anteriormen- A partir do início de 2021, começou a primeira fase de im-
te, foi o(a) plantação do open banking (sistema financeiro aberto) no Brasil.
(A) expressiva desvalorização do real brasileiro As instituições financeiras participantes devem obedecer a regras
(B) queda das taxas de juros internas definidas pelo Banco Central e pelo Conselho Monetário Nacional.
(C) aumento do preço das ações na Bovespa O open banking tem, entre outros, o objetivo de
(D) valorização dos ativos brasileiros (A) criar um mercado eletrônico exclusivo para operação das
(E) aumento da dívida interna do Tesouro fintechs.
(B) permitir que mais instituições participem como bancos co-

152
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
merciais do mercado brasileiro, abrindo esse mercado. (B) prestam serviços ao BCB, notadamente a preparação de Re-
(C) possibilitar o compartilhamento de informações, median- latórios contendo dados e informações sobre as operações de
te autorização expressa de cada cliente, e a movimentação de crédito e de câmbio de todas as instituições financeiras.
suas respectivas contas bancárias, entre diferentes instituições (C) prestam serviços ao BCB, notadamente a criação de siste-
financeiras. mas de informações on-line que permitem o compartilhamen-
(D) controlar as operações de concessão de crédito de cada ins- to de dados entre diversos órgãos reguladores, como o próprio
tituição financeira participante autorizada pelo Banco Central, BCB, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Superinten-
dando mais transparência ao setor. dência de Seguros Privados (Susep).
(E) recomendar a utilização de um sistema de informações úni- (D) empregam tecnologias digitais de última geração e ofere-
co, de código aberto, para gestão de contas-correntes e suas cem serviços financeiros à margem do sistema bancário tradi-
movimentações, de modo a ser adotado por todas as institui- cional, estando, portanto, livres da regulação do BCB.
ções financeiras em operação no Brasil. (E) atuam por meio de plataformas on-line, lançando inovações
no mercado financeiro, mediante uso intenso de tecnologias
6. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE DE TECNO- digitais com elevado potencial de criação de novos modelos de
LOGIA/2021 negócios.
O Conselho Monetário Nacional e o Banco Central do Bra-
sil (BCB) vêm estabelecendo novas regras no Sistema Financeiro 10. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER-
Nacional. Uma delas abre a possibilidade de clientes de produtos CIAL/2021/”PROVA B”
financeiros permitirem o compartilhamento de dados cadastrais Uma pessoa estava querendo fazer um empréstimo e desco-
entre diferentes instituições financeiras autorizadas pelo BCB, bem briu que algumas instituições que praticam o shadow banking (“sis-
como a movimentação de suas contas bancárias a partir de dife- tema bancário sombra”) geralmente servem como intermediários
rentes plataformas, e não apenas pelo aplicativo ou site do banco. entre credores e tomadores de empréstimos, fornecendo crédito e
A essa nova modalidade denomina-se capital para investidores e corporações. Ao fazer uso dessas institui-
(A) Fintech ções para fazer um empréstimo, a pessoa incorre em riscos?
(B) Open banking (A) Não, pois vai ter toda a assessoria para fazer o empréstimo.
(C) Shadow banking (B) Não, pois o shadow banking realiza operações passando por
(D) Internet banking toda a supervisão ou regulação dos sistemas financeiros/ ban-
(E) Pix cários do país.
(C) Sim, pois essas instituições não são bancárias, não recebem
7. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER- depósitos tradicionais como um banco tradicional e são estru-
CIAL/2021/”PROVA B” turas paralelas aos mercados tradicionais.
Um indivíduo abriu uma conta em um banco digital. Essa insti- (D) Sim, pois o shadow banking é uma estrutura paralela aos
tuição tem um modelo de negócio que desburocratizou o mercado mercados tradicionais, embora passe por todas as regulações e
e oferece soluções simples por meio da tecnologia, otimizando ser- seja uma instituição bancária.
viços e deixando de repassar custos operacionais da empresa para (E) Sim, pois o shadow banking não é uma instituição financei-
seus clientes. ra, embora tenha registro no Banco Central.
Como são chamadas as empresas que introduzem inovações
nos mercados financeiros por meio do uso intenso de tecnologia, 11. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER-
com potencial para criar novos modelos de negócios? CIAL/2021/”PROVA C”
(A) Nutechs Considere o texto a seguir, retirado de Relatório do Banco Cen-
(B) Inovatechs tral do Brasil.
(C) Fintechs No sistema financeiro mundial, existem muitas entidades que
(D) SmartTechs oferecem serviços de intermediação financeira, mas funcionam à
(E) HealthTechs margem do sistema de supervisão e regulação bancária. No Rela-
tório de Estabilidade Financeira, de 2015, o Banco Central do Brasil
8. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER- (BCB) estima o valor total dos ativos dessas entidades no país e ad-
CIAL/2021/”PROVA C” verte que elas podem “ser fonte de risco sistêmico, por envolver,
As startups têm transformado os negócios. sem a devida supervisão e regulação, riscos tipicamente bancários,
Um dos motivos para isso é que elas tais como alavancagem, transformações de maturidade e de liqui-
(A) são ágeis, sempre vendem os seus produtos mais barato e dez e transferência de risco de crédito”.
visam a tornar-se um unicórnio. As entidades financeiras descritas formam o sistema denomi-
(B) inovam, transformam processos e têm potencial de rápido nado
crescimento. (A) shadow banking
(C) sempre são compradas com valores mais baixos que o mer- (B) internet banking
cado. (C) open banking
(D) sempre possuem aplicativos para agilizar suas operações. (D) mobile banking
(E) são sempre empresas de internet. (E) blockchain

9. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE DE TECNO- 12. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER-


LOGIA/2021 CIAL/2021/”PROVA A”
Fintechs são empresas que Uma investidora está querendo saber a relação entre a block-
(A) funcionam com o principal objetivo de compartilhar dados chain e o bitcoin.
cadastrais entre diferentes instituições financeiras autorizadas Em sua pesquisa, ela esclareceu sua dúvida, ao descobrir que
pelo Banco Central do Brasil (BCB). (A) blockchain é o meio utilizado para registrar e armazenar

153
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
transações de bitcoin. (A) zen e bitemoeda
(B) blockchain é a tecnologia de inteligência artificial aplicada (B) bitcoin e tokecardume
na bitcoin. (C) bitcoin e bitemoeda
(C) bitcoin é uma moeda digital e blockchain é uma moeda em (D) bitcoin e ethereum
blocos. (E) ethereum e tokecardume
(D) bitcoin é tecnologia usada para implementar a blockchain.
(E) bitcoin e blockchain são duas formas de implementar crip- 16. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE DE TECNO-
tomoedas. LOGIA/2021
Um dos objetivos almejados pelo Banco Central do Brasil, ao
13. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER- criar o Pix, é
CIAL/2021/”PROVA B” (A) reduzir a velocidade de circulação da moeda.
A blockchain é um tipo específico de banco de dados distribuí- (B) inibir a concorrência bancária.
do, no qual há uma cadeia de blocos ordenados e interligados, com (C) aumentar os fluxos de pagamento com cartões eletrônicos.
garantia de ordem cronológica. Os dados registrados nos blocos po- (D) disseminar os fluxos de pagamento de forma eletrônica.
dem variar de transações financeiras a contratos inteligentes. (E) aumentar o número de intermediários financeiros envolvi-
Na blockchain da bitcoin, as entidades que registram novos blo- dos nos fluxos de pagamentos.
cos na cadeia são chamadas de
(A) registradores 17. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER-
(B) mineradores CIAL/2021/”PROVA A”
(C) trabalhadores Um token físico, no contexto de transações bancárias, é um dis-
(D) gerenciadores positivo eletrônico que possui um botão de ativação e um pequeno
(E) conectores visor. O token permite gerar senhas aleatórias, temporárias e nu-
méricas (por exemplo, de seis dígitos). Essa senha é utilizada para
14. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER- dar mais segurança às transações bancárias realizadas via internet.
CIAL/2021/”PROVA B” No passado, os bancos comerciais disponibilizavam esses pequenos
Leia as considerações seguintes sobre o expressivo crescimento dispositivos aos seus clientes, de modo que pudessem ser afixados
das criptomoedas nas movimentações financeiras internacionais. a um chaveiro.
Criptomoeda, ou moeda criptografada, é um ativo digital de- Mais recentemente, nos últimos 10 anos, esses dispositivos fo-
nominado na própria unidade de conta que é emitido e transacio- ram sendo gradativamente substituídos para a grande maioria dos
nado de modo descentralizado, independentemente de registro clientes, por um
ou validação por parte de intermediários centrais, com validade e (A) dispositivo que continua com apenas essa funcionalidade,
integridade de dados assegurada por tecnologia criptográfica e de porém um pouco maior, mas que ainda assim cabe em um bol-
consenso em rede. Trata-se de instrumentos desenhados para via- so de camisa.
bilizar transferências de valores em rede de maneira segura e inde- (B) aplicativo de cada banco, instalado e configurado no celular
pendente de um sistema de intermediação financeira (...). Outro as- do correntista.
pecto econômico que merece destaque é o lado político-econômico (C) porta-moedas eletrônico, semelhante aos cartões que dão
da atribuição de valor a uma moeda. As moedas estatais de curso acesso a meios de transporte.
forçado contam não apenas com reservas legais, mas também com (D) cartão de crédito que permite autorizar operações por
uma infraestrutura estatal ou privada (fortemente regulada) e com aproximação.
as políticas monetária e cambial oficiais (...). Muitas criptomoedas, (E) sensor específico para captura de impressões digitais.
mesmo que funcionem como instrumentos descentralizados, têm
grande parte de sua base monetária em poder da organização que
a desenvolveu. GABARITO
O texto sugere que o mercado de criptomoedas é fonte de
enorme instabilidade e preocupação dos bancos centrais, porque
1 E
as empresas emissoras desses ativos monetários
(A) são reguladas pelos bancos centrais. 2 A
(B) têm enorme capacidade de manipulação da taxa de câmbio 3 C
entre a criptomoeda emitida e os demais ativos digitais.
(C) conseguiram transformá-los no principal meio de troca uti- 4 C
lizado nas transações financeiras internacionais. 5 C
(D) vinculam a unidade de conta da criptomoeda às principais
6 B
moedas conversíveis, como o dólar norte-americano e o euro.
(E) forçam o enquadramento das criptomoedas emitidas na 7 C
mesma categoria das demais moedas eletrônicas já existentes. 8 B
15. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER- 9 E
CIAL/2021/”PROVA C” 10 C
A cliente de um banco está chateada com as taxas bancárias
sobre as suas transações e para manter a sua conta-corrente. Ela 11 A
está pensando em investir em criptomoedas para ter mais domínio 12 A
sobre o seu dinheiro e não pagar tantas taxas.
13 B
As criptomoedas válidas que ela tem para investir neste mo-
mento são 14 B

154
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
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15 D
16 D ______________________________________________________
17 B ______________________________________________________

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ANOTAÇÕES
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ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
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MATEMÁTICA FINANCEIRA

Exemplo:
CONCEITOS GERAIS - O CONCEITO DO VALOR DO (PRODAM/AM – Assistente – FUNCAB) Qual é o capital que,
DINHEIRO NO TEMPO; CAPITAL, JUROS, TAXAS DE investido no sistema de juros simples e à taxa mensal de 2,5 %, pro-
JUROS; CAPITALIZAÇÃO, REGIMES DE CAPITALIZAÇÃO; duzirá um montante de R$ 3.900,00 em oito meses?
FLUXOS DE CAIXA E DIAGRAMAS DE FLUXO DE (A) R$ 1.650,00
CAIXA; EQUIVALÊNCIA FINANCEIRA. JUROS SIMPLES (B) R$ 2.225,00
- CÁLCULO DO MONTANTE, DOS JUROS, DA TAXA DE (C) R$ 3.250,00
JUROS, DO PRINCIPAL E DO PRAZO DA OPERAÇÃO (D) R$ 3.460,00
FINANCEIRA. JUROS COMPOSTOS - CÁLCULO DO (E) R$ 3.500,00
MONTANTE, DOS JUROS, DA TAXA DE JUROS, DO
PRINCIPAL E DO PRAZO DA OPERAÇÃO FINANCEIRA. Resolução:
SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO - SISTEMA PRICE; Montante = Capital + juros, ou seja: j = M – C , que fica: j =
SISTEMA SAC
3900 – C ( I )
Agora, é só substituir ( I ) na fórmula do juros simples:
Juros simples (ou capitalização simples)
Os juros são determinados tomando como base de cálculo o
capital da operação, e o total do juro é devido ao credor (aquele que
empresta) no final da operação. Devemos ter em mente:
– Os juros são representados pela letra J*.
– O dinheiro que se deposita ou se empresta chamamos de ca-
pital e é representado pela letra C (capital) ou P(principal) ou VP ou
PV (valor presente) *.
– O tempo de depósito ou de empréstimo é representado pela 390000 – 100.C = 2,5 . 8 . C
letra t ou n.* – 100.C – 20.C = – 390000 . (– 1)
– A taxa de juros é a razão centesimal que incide sobre um ca- 120.C = 390000
pital durante certo tempo. É representado pela letra i e utilizada C = 390000 / 120
para calcular juros. C = R$ 3250,00
*Varia de acordo com a bibliografia estudada. Resposta: C

ATENÇÃO: Devemos sempre relacionar a taxa e o tempo na Juros compostos (capitalização composta)
mesma unidade para efetuarmos os cálculos. A taxa de juros incide sobre o capital de cada período. Também
conhecido como “juros sobre juros”.
Usamos a seguinte fórmula:
Usamos a seguinte fórmula:

Em juros simples:
– O capital cresce linearmente com o tempo; O (1+i)t ou (1+i)n é chamado de fator de acumulação de capital.
– O capital cresce a uma progressão aritmética de razão: J=C.i
– A taxa i e o tempo t devem ser expressos na mesma unidade. ATENÇÃO: as unidades de tempo referentes à taxa de juros (i) e
– Devemos expressar a taxa i na forma decimal. do período (t), tem de ser necessariamente iguais.
– Montante (M) ou FV (valor futuro) é a soma do capital com
os juros, ou seja:
M=C+J
M = C.(1+i.t)

157
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Exemplo:
(FGV-SP) Uma aplicação financeira rende juros de 10% ao ano,
compostos anualmente. Utilizando para cálculos a aproximação de
, pode-se estimar que uma aplicação de R$ 1.000,00 seria resgatada
no montante de R$ 1.000.000,00 após:
(A) Mais de um século.
(B) 1 século
(C) 4/5 de século
(D) 2/3 de século
(E) ¾ de século

Resolução:
A fórmula de juros compostos é M = C(1 + i)t e do enunciado
temos que M = 1.000.000, C = 1.000, i = 10% = 0,1:
1.000.000 = 1.000(1 + 0,1)t

O crescimento do principal (capital) em:


– juros simples é LINEAR, CONSTANTE;
– juros compostos é EXPONENCIAL, GEOMÉTRICO e, portanto
tem um crescimento muito mais “rápido”; (agora para calcular t temos que usar lo-
Observe no gráfico que: garitmo nos dois lados da equação para pode utilizar a propriedade
– O montante após 1º tempo é igual tanto para o regime de , o expoente m passa multiplicando)
juros simples como para juros compostos;
– Antes do 1º tempo o montante seria maior no regime de
juros simples;
– Depois do 1º tempo o montante seria maior no regime de
juros compostos.

Exemplo:
(PREF. GUARUJÁ/SP – SEDUC – PROFESSOR DE MATEMÁTICA
– CAIPIMES) Um capital foi aplicado por um período de 3 anos, com t.0,04 = 3
taxa de juros compostos de 10% ao ano. É correto afirmar que essa
aplicação rendeu juros que corresponderam a, exatamente:
(A) 30% do capital aplicado.
(B) 31,20% do capital aplicado.
(C) 32% do capital aplicado.
(D) 33,10% do capital aplicado.

Resolução:
Resposta: E

Taxas de juros
Índices fundamentais no estudo da matemática financeira,
sendo incorporadas sempre ao capital. São elas:

Taxa efetiva: são aquelas onde a taxa da unidade de tempo


coincide com a unidade de tempo do período de capitalização(valo-
rização). Exemplo: Uma taxa de 13% ao trimestre com capitalização
Como, M = C + j , ou seja , j = M – C , temos: trimestral.
j = 1,331.C – C = 0,331 . C
0,331 = 33,10 / 100 = 33,10% ATENÇÃO: Quando no enunciado não estiver citando o período
Resposta: D de capitalização, a mesma vai coincidir com unidade da taxa. Em
outras palavras iremos trabalhar com taxa efetiva!!!
Juros Compostos utilizando Logaritmos
Algumas questões que envolvem juros compostos, precisam de Taxa nominal: são aquelas cujas unidade de tempo NÂO coin-
conceitos de logaritmos, principalmente aquelas as quais precisa- cide com as unidades de tempo do período de capitalização.
mos achar o tempo/prazo. Normalmente as questões informam os
valores do logaritmo, então não é necessário decorar os valores da Exemplo:
tabela. (TJ/PE- ANALISTA JUDICIÁRIO-CONTADOR-FCC) Uma taxa de
juros nominal de 21% ao trimestre, com juros capitalizados men-
salmente, apresenta uma taxa de juros efetiva, trimestral de, apro-
ximadamente,
(A) 21,7%.
(B) 22,5%.

158
MATEMÁTICA FINANCEIRA
(C) 24,8%.
(D) 32,4%.
(E) 33,7%.

Resolução:
21% a. t capitalizados mensalmente (taxa nominai), como um trimestre tem 3 meses, 21/3 = 7% a.m(taxa efetiva).
im = taxa ao mês
it= taxa ao trimestre.
(1+im)3 = (1+it)  (1+0,07)3 = 1+it  (1,07)3 = 1+it  1,225043 = 1+it  it= 1,225043-1  it = 0,225043 x 100  it= 22,5043%
Resposta: B

ATENÇÃO: Para resolução de questões com taxas nominais devemos primeiramente descobri a taxa efetiva (multiplicando ou dividin-
do a taxa)

Toda taxa nominal traz implícita uma taxa efetiva que deve ser calculada proporcionalmente.

Taxas proporcionais (regime de juros simples): são taxas em unidade de tempo diferente que aplicadas sobre o mesmo capital ao
mesmo período de tempo irão gerar o mesmo montante.

Exemplo:
(PREF. FLORIANÓPOLIS/SC – AUDITOR FISCAL – FEPESE) A taxa de juros simples mensais de 4,25% equivalente à taxa de:
(A) 12,5% trimestral.
(B) 16% quadrimestral.
(C) 25,5% semestral.
(D) 36,0% anual.
(E) 52% anual.

Resolução:
Sabemos que taxas a juros simples são ditas taxas proporcionais ou lineares. Para resolução das questões vamos avaliar item a item
para sabermos se está certo ou errado:
4,25% a.m
Trimestral = 4,25 .3 = 12,75 (errada)
Quadrimestral = 4,25 . 4 = 17% (errada)
Semestral= 4,25 . 6 = 25,5 % (correta)
Anual = 4,25.12 = 51% (errada)
Resposta: C

Taxas equivalentes (regime de juros compostos): as taxas de juros se expressam também em função do tempo da operação, porém
não de forma proporcional, mas de forma exponencial, ou seja, as taxas são ditas equivalentes.

Exemplo:

Taxa Real, Aparente e Inflação


– Taxa real (ir) = taxa que considera os efeitos da inflação e seus ganhos.
– Taxa aparente (ia) = taxa que não considera os efeitos da inflação (são as taxas efetivas/nominais).
– Taxa de inflação (ii) = a inflação representa a perda do poder de compra.

159
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Escrevendo todas as taxas em função uma das outras, temos:

(1+ia) = (1+ir).(1+ii)

Onde: , independe da quantidade de períodos e do regime de juros.

Descontos
É a diferença entre o valor título (valor nominal) e o valor recebido (valor atual).

D=N–A

Onde:
D = desconto
N = valor nominal
A = valor atual

ATENÇÃO: Comparando com o regime de juros, observamos que:


– o Valor Atual, ou valor futuro (valor do resgate) nos dá ideia de Montante;
– o Valor Nominal, nome do título (valor que resgatei) nos dá ideia de Capital;
– e o Desconto nos dá ideia de Juros.
Os descontos podem ser:

Desconto racional simples (por dentro): nos passa a ideia de “honesto”, pois todas a taxas são cobradas em cima do valor atual (A) do
título. Associando com os juros simples teremos:

Também podemos escrever a seguinte fórmula:

Exemplo:
(ASSAF NETO) Seja um título de valor nominal de R$ 4.000,00 vencível em um ano, que está sendo liquidado 3 meses antes de seu
vencimento. Sendo de 42% a.a. a taxa nominal de juros corrente, pede-se calcular o desconto e o valor descontado desta operação.
N = 4 000
t = 3 meses
i = 42% a.a = 42 / 12 = 3,5% a.m = 0,035
D=?
Vd = ?

Vd = 4 000 – 380,10 = 3 619,90

160
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Desconto comercial simples ou bancário (por fora): nos passa a ideia de que alguém está “levando” um por fora, pois, todas as taxas
são cobradas em cima do valor nominal (N) do título. O valor nominal é sempre maior e é justamente onde eles querem ganhar.

• Desconto comercial (bancário) acrescido de uma taxa pré-fixada: quando se utiliza taxas pré-fixadas aos títulos, que são as taxas
de despesas bancárias/administrativas (comissões, taxas de serviços, ...) cobradas sobre o valor nominal (N). Fazemos uso da seguinte
formula:

Dc = N. (i.t + h)

Onde:
Dc = desconto comercial ou bancário
N = valor nominal
i = taxa de juros cobrada
t = tempo ou período
h = taxa de despesas administrativas ou bancárias.

Exemplo:
Um banco ao descontar notas promissórias, utiliza o desconto comercial a uma taxa de juros simples de 12% a.m.. O banco cobra,
simultaneamente uma comissão de 4% sobre o valor nominal da promissória. Um cliente do banco recebe R$ 300.000,00 líquidos, ao
descontar uma promissória vencível em três meses. O valor da comissão é de:

Resolução:
h = 0,04
t=3
iB = 0,12 . 3
AB = N . [1 - (iB + h)]
300 000 = N . [1 - (0,12.3 + 0,04)]
300 000 = N . [1 – 0,4]
N = 500 000
Vc = 0,04 . N
Vc = 0,04 . 500 000
Vc = 20 000

Resposta: 200 000

– Relação entre Desconto Comercial (Dc) e Desconto Racional (Dr): para sabermos o valor do desconto caso fosse utilizado o desconto
comercial e precisássemos saber o desconto racional e vice-versa, utilizamos a seguinte relação: Dc = Dr . (1 + i.t)

Desconto Racional Composto (por dentro): as fórmulas estão associando com os juros compostos, assim teremos:

161
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Desconto Comercial Composto (por fora): como a taxa incide 2. construa, a partir do enunciado do problema, um diagrama
sobre o Valor Nominal (maior valor), trocamos na fórmula o N pelo de fluxo de caixa esquemático, colocando na parte de cima o plano
A e vice-versa, mudando o sinal da taxa (de positivo para negativo). original de pagamento e na parte de baixo o plano alternativo pro-
posto, indicando todos os valores envolvidos, as datas respectivas
e as incógnitas a serem descobertas – esse diagrama é importante
porque permite visualizar os grupos de capitais equivalentes e esta-
belecer facilmente a equação de valor para resolução do problema;
3. observe se os prazos de vencimento dos títulos e compro-
missos estão na mesma unidade de medida de tempo periodicida-
de da taxa; se não estiverem, faça as transformações necessárias
(ou você expressa a taxa na unidade de tempo do prazo ou expressa
o prazo na unidade de tempo da taxa – escolha a transformação que
torne os cálculos mais simples);
Exemplo: 4. leve todos os valores para a data escolhida para a negociação
(PREFEITURA DE SÃO PAULO/SP - AUDITOR FISCAL MUNICI- (data focal), lembrando sempre que capitais exigíveis antes da data
PAL – CETRO) Com adiantamento de dois meses do vencimento, um focal deverão ser capitalizados através da fórmula do montante M =
título de valor nominal de R$30.000,00 é descontado a uma taxa C (1 + in), dependendo da modalidade de desconto utilizada;
composta de 10% a.m.. A diferença entre o desconto racional com- 5. tendo transportado todos os capitais para a data focal e com
posto e o desconto comercial composto será de: base no diagrama de fluxo de caixa que você esquematizou, monte
(A) R$246,59. a EQUAÇÃO DE VALOR, impondo que a soma dos valores dos títulos
(B) R$366,89. (transportados para a data focal) da parte de cima do diagrama de
(C) R$493,39. fluxo de caixa seja igual à soma dos valores dos títulos (transpor-
(D) R$576,29. tados para a data focal) da parte de baixo do diagrama de fluxo de
(E) R$606,49. caixa;
6. resolva a equação de valor;
Resolução: 7. releia a PERGUNTA do problema e verifique se o valor que
N = 30000 você encontrou corresponde ao que o problema está pedindo (às
t = 2 meses vezes, devido à pressa, o candidato se perde nos cálculos, encontra
i = 10% am = 0,10 um resultado intermediário e assinala a alternativa que o contém,
Vamos utilizar a formula do Drc: colocada ali para induzi-lo em erro, quando seria necessário ainda
N = A(1 + i)t  30.000= A (1+ 0,1)2  30000 = A (1,1)2  30000 uma passo a mais para chegar ao resultado final correto).
= A.1,21
A = 30000 / 1,21 = 24793,39 Exemplo:
Como D = N – A A aplicação de R$ 2.000,00 foi feita pelo prazo de 9 meses, con-
D = 30000 – 24793,39 tratando-se a taxa de juros de 28% a.a. Além dessa aplicação, existe
Drc = 30.000 - 24.793,39 = 5206,61 outra de valor nominal R$ 7.000,00 com vencimento a 18 meses.
Para o desconto comercial composto (lembre-se que a taxa re- Considerando-se a taxa de juros de 18% a.a., o critério de desconto
caí sobre o nominal, então trocamos na formula o A pelo N e vice e racional e a data focal 12 meses, a soma das aplicações é, em R$:
versa e mudamos o sinal), temos:
A = N.(1 - i)t Resolução:
A = 30000 . (1 - 0,1)2 Inicialmente, precisamos calcular o valor nominal da primeira
A = 30000 . 0,81 aplicação. Considerando n = 9 meses = 0,75 anos, temos que:
A = 24300 N = C (1 + in)
Como D = N – A N = 2.000 (1 + 0,28 . 0,75) = 2.000 (1,21) = 2.420
D = 30000 – 24300 = 5700, que é o desconto comercial com- Observando o diagrama de fluxo de caixa, vemos que, para se-
posto rem transportados à data doze, o título de 2.420 terá que ser capi-
A diferença será dada pelo módulo, uma vez que sabemos que talizado de três meses, ao passo que o título de 7.000 terá que ser
o Desconto Comercial é maior que o racional: |Drc - Dcc| descapitalizado de 6 meses. Além disso, a taxa de 18% a.a., consi-
|5.206,61 - 5.700 | = 493,39 derando-se capitalização simples, é equivalente a 1,5% a.m. = 0,015
a.m. Desta forma, podemos escrever que:
Resposta: C 2.420 (1 + 0,015 . 3) + 7.000/1 + 0,015 . 6 = x
2.420 (1,045) + 7.000/1,09 = x
Equivalência de capitais 2.528,9 + 6.422,02 = x
Dois ou mais capitais que se encontram em datas diferentes, x = 8.950,92
são chamados de equivalentes quando, levados para uma mesma
data, nas mesmas condições, apresentam o mesmo VALOR nessa Anuidades
data. Séries Financeiras também conhecidas como Rendas Certas ou
Anuidades. São séries de depósitos ou prestações periódicas ou não
• Equação de Valor periódicas, em datas de previamente estabelecidas, por um deter-
Va1 + Va2 + Va3 + … = Vaa + Vab + Vac + … minado período de tempo. Os depósitos ou prestações podem ser
uniformes quando todos são iguais ou variáveis quando os valores
• Resolução de Problemas de Equivalência são diferentes.
1. leia o problema todo;

162
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Quando as séries financeiras que tem como objetivo de acumular capital ou produzir certo montante temos uma Capitalização e quan-
do as séries financeiras têm como objetivo pagar ou amortizar uma dívida temos uma Amortização.

Elementos das séries financeiras


– Valor presente (VP) = Numa série de pagamentos, definimos VALOR ATUAL como sendo a parcela única que equivale (ou que subs-
titui) a todos os termos (devidamente descapitalizados) até o início do fluxo. É a soma dos valores atuais de todos os termos que compõe
a série.
– Valor futuro (VF) = Numa série de pagamentos, definimos MONTANTE como sendo a parcela única, que equivale (ou substitui) a
todos os termos (devidamente capitalizados) até o final do fluxo. É a soma dos montantes de todos os termos que compõe a série.
– Prestações (P) = Numa série de pagamentos, definimos Prestações como sendo o valor que é pago (ou recebido) a cada período de
capitalização de uma Série Pagamentos.
– Número de prestações (n) = número de Parcelas, Depósitos ou Pagamentos.
– Taxa efetiva de juro (i)= com capitalização na periodicidade das Prestações.

Séries financeiras postecipadas


São aquelas em que as prestações, pagamentos ou depósitos são efetuados no final de cada período.

Valor Futuro Postecipado (VFp)


O Valor Futuro (VF) produzido por uma série de n prestações P postecipadas, iguais e periódicas, aplicadas a uma taxa de juros i, na
forma unitária, no mesmo período das prestações, será igual à soma de todos esses depósitos capitalizados para uma mesma data focal,
coincidindo com o último depósito.

Fazemos uso da seguinte fórmula:

O valor capitalizado de cada um dos termos da Série de Pagamentos forma uma Progressão Geométrica (PG) cuja soma resulta na
seguinte expressão:

Fator de Capitalização Postecipado

163
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Valor Presente postecipado (VPp)
O Valor Presente (VP) produzido por uma série de n prestações P, iguais e periódicas, aplicadas a uma taxa de juros i, na forma unitária,
no mesmo período das prestações, será igual à soma de todos esses depósitos descapitalizados para uma mesma data focal 0.

O valor descapitalizado de cada um dos termos de uma Série de Financeira postecipada forma uma Progressão Geométrica (PG) cuja
soma resulta na seguinte expressão:

Fator de Descapitalização Postecipado

Séries financeiras antecipadas


São aquelas em que o depósito ou pagamento é efetuado no início de cada período e o valor futuro é obtido em um período de tempo
após o último depósito ou pagamento da última prestação.

Valor Futuro antecipado (VFa)

O Valor Futuro de uma série financeira é obtido fazendo-se a capitalização da entrada e de cada um dos pagamentos, realizando-se a
soma destes valores no final, conforme a seguir:

O valor capitalizado de cada uma das prestações de uma Série de Pagamentos forma uma Progressão Geométrica (PG) cuja soma
resulta na seguinte expressão:

164
MATEMÁTICA FINANCEIRA

Fator de Capitalização Antecipado

O valor da prestação é obtido isolando-se a P na equação anterior.

Valor Presente antecipado (VPa)

O Valor Presente de uma série financeira antecipada é obtido fazendo-se a descapitalização de cada uma das prestações, somando-se
no final a entrada e cada um destes valores, conforme a seguir:

O valor descapitalizado de cada um dos termos de uma Série de Financeira forma uma Progressão Geométrica cuja soma resulta na
seguinte expressão:

O Fator de Descapitalização Antecipado

165
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Séries financeiras diferidas ou com carência
Uma série de pagamentos possui DIFERIMENTO INICIAL quando ANTES do início do primeiro pagamento, é dado um prazo de dois ou
mais períodos, nos quais não ocorrem pagamentos pertencentes à série.
Uma série de pagamentos possui DIFERIMENTO FINAL quando APÓS o último pagamento, é dado um prazo de dois ou mais períodos,
nos quais não ocorrem pagamentos pertencentes à série.

Valor Presente com diferimento inicial


Podemos calcular o Valor Presente de duas maneiras: postecipado ou antecipado.

Cálculo do Valor Presente postecipado com diferimento inicial (VPpdi)


Numa série de pagamentos com diferimento inicial, vamos primeiro calcular o valor presente da série financeira postecipada, em
seguida, vamos efetuar a descapitalização deste valor a juros compostos até o início do prazo da contratação (data focal 0).

CÁLCULO DO VP DA SÉRIE CÁLCULO DA DESCAPITALIZAÇÃO CÁLCULO DIRETO DO VPA COM


ANTECIPADA: DO PERÍODO DE DIFERIMENTO: D DIFERIMENTO INICIAL:

Valor futuro com diferimento final


Podemos calcular o Valor Futuro de duas maneiras: postecipado ou antecipado.

Cálculo do Valor Futuro postecipado com diferimento final (VFpdf)


Numa série de pagamento com diferimento final, vamos primeiro calcular o valor futuro da série financeira postecipada, onde esse
valor futuro é obtido logo após o último pagamento.
Já o cálculo com o diferimento final, temos que efetuar a capitalização desse valor, a juros compostos, até o prazo final do período de
carência. Pode ocorrer que no período de carência a taxa de juros não seja a mesma da série financeira.

O VALOR FUTURO DA SÉRIE DE CAPITALIZAÇÃO DO PERÍODO DE CÁLCULO DIRETO DO VFP COM


PAGAMENTOS POSTECIPADA CARÊNCIA DIFERIMENTO FINAL

Cálculo do Valor Futuro antecipado com diferimento final (VFadf)


Numa série de pagamento com diferimento final, vamos primeiro calcular o valor futuro da série financeira antecipada, onde esse
valor futuro é obtido um período após o último pagamento.

166
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Já o cálculo com o diferimento final, temos que efetuar a capitalização desse valor, a juros compostos, até o prazo final do período de
carência. Pode ocorrer que no período de carência a taxa de juros não seja a mesma da série financeira.

O VALOR FUTURO DA SÉRIE DE CAPITALIZAÇÃO DO PERÍODO DE CÁLCULO DIRETO DO VFA COM


PAGAMENTOS ANTECIPADA CARÊNCIA DIFERIMENTO FINAL

Exemplo:
Uma máquina é vendida a prazo através de oito prestações mensais de $4.000,00 sendo que o primeiro pagamento só irá ocorrer após
três meses da compra. Determine o preço à vista, dada uma taxa de 5% ao mês.

Resolução:
R = $4.000,00
i = 5% a.m.
n = 8 meses
m = 2 meses

Pd = $23.449,30

Sistema de amortização
Visam liquidar uma dívida mediante de pagamentos periódicos e sucessivos.

Principais conceitos
Sempre que efetuamos um pagamento estamos pagando parte do valor relativo aos juros, que são calculados sobre o saldo devedor
e outra parte chamada de amortização, que faz com que o saldo devedor diminua.
– Saldo devedor: é o valor nominal do empréstimo ou financiamento ou simplesmente o Valor Presente (VP) na data focal 0, que é
diminuído da parcela de amortização a cada período.
– Amortização: é a parcela que é deduzida do saldo devedor a cada pagamento.
– Juros: é o valor calculado a partir do saldo devedor e posteriormente somado à parcela de amortização.
– Prestação: é o pagamento efetuado a cada período, composto pela parcela de juros mais a amortização: PRESTAÇÃO = JUROS +
AMORTIZAÇÃO

Existem diversos sistemas de amortização de financiamentos e empréstimos, dos quais os mais usados são:
– Sistema de Amortização Francês (Tabela Price):
– Sistema de Amortização Constante (SAC):
– Sistema de Amortização Crescente (SACRE) ou Sistema de Amortização Misto (SAM).

167
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Sistema de Amortização Francês (SAF)
Este sistema utiliza a chamada TABELA PRICE que consiste no cálculo do fator de descapitalização postecipado representado por
fdp(i%,n) e é normalmente usada para financiamento em geral de bens de consumo, tipo: carros, eletrodomésticos, empréstimos bancá-
rios de curto prazo, etc.
O SAF caracteriza-se por PRESTAÇÕES CONSTANTES E IGUAIS, normalmente mensais e decrescentes, com isso, as parcelas de amorti-
zações são crescentes. Isto é, o valor amortizado é crescente ao longo do tempo, ao contrário dos juros, que decrescem proporcionalmente
ao saldo devedor.
Logo, as principais características do SAF são:
a) A prestação é constante durante todo o período de financiamento;
b) A parcela de amortização aumenta a cada período;
c) Os juros diminuem a cada período;
d) O percentual de prestações pagas não é igual ao percentual de quitação da dívida, pois no início das prestações os juros são maiores
que as amortizações, sendo que do meio para o final das prestações esta situação é invertida.
e) Nos juros, temos uma PG (Progressão geométrica) de razão descrente.

Utilizamos as seguintes fórmulas:

Com isso podemos reescrever da seguinte forma, sabendo que :

Sistema de Amortização Constante (SAC)


O SAC foi bastante usado pelo Sistema Financeiro de Habitação no início dos anos 70 e, atualmente, é amplamente utilizado para
financiamentos bancários de longo prazo de imóveis.
O tomador do empréstimo pagará uma prestação decrescente em cada período, a qual é composta por duas parcelas: a amortização
e os juros.
As principais características do SAC são:
a) A parcela de amortização é constante em todo período de financiamento;
b) A prestação é decrescente durante todo o período;
c) Os juros diminuem uniformemente a cada período;
d) O percentual de prestações pagas é igual ao percentual de quitação da dívida.
e) Nos Juros e nas Prestações observa-se de uma PA (Progressão Aritmética) de razão decrescente.

Fórmulas do Cálculo da Prestação (Séries Postecipadas)

UTILIZANDO O CAPITAL UTILIZANDO O MONTANTE

CASO O EXPOENTE SEJA NEGATIVO, UTILIZA-SE:

Para séries antecipadas (com entrada), basta multiplicar o valor da prestação por .

168
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Sistema de Amortização Crescente (SACRE) ou Sistema de Amortização Misto (SAM)
No Sistema de Amortização Crescente ou Sistema de Amortização Misto, cada prestação é a média aritmética das prestações nos
sistemas Francês (Tabela Price) e Sistema de Amortização Constante (SAC), quando a proporção for de 50% para o Sistema de Amortização
Frances (SAF) e 50% para o Sistema de Amortização Constante (SAC), com isto as primeiras prestações são maiores que no SAF e menores
que no SAC, sendo que a partir da metade do período do financiamento a situação é invertida. As parcelas de juros, das amortizações e
dos saldos devedores de cada período também são obtidas pela média aritmética dos dois sistemas.

Exemplos:
(UFGD – ANALISTA ADMINISTRATIVO – ECONOMIA – AOCP) O sistema que consiste no plano de amortização de uma dívida em pres-
tações periódicas, sucessivas e decrescentes, em progressão aritmética, denomina-se:
(A) Sistema de Amortização Misto.
(B) Sistema Price.
(C) Sistema de Amortização Constante.
(D) Sistema Americano com fundo de amortização.
(E) Sistema Alemão.

Resolução:
Como vimos no estudo dos tipos de Amortização, a única que apresenta esta característica é o Sistema de Amortização Constante
(SAC).
Resposta: C

(PREF. FLORIANÓPOLIS/SC – AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS MUNICIPAIS – FEPESE) Uma pessoa financiou 100% de um imóvel no
valor de R$ 216.000,00 em 9 anos. O pagamento será em prestações mensais e o sistema de amortização é o sistema de amortização
constante (SAC).
Sabendo que o valor da terceira prestação é de R$2.848,00, a taxa de juros mensal cobrada é de:
(A) 0,2%.
(B) 0,4%.
(C) 0,5%.
(D) 0,6%.
(E) 0,8%.

Resolução:
Sabemos que no SAC Amortizações são constantes:
Sabemos que E = 216.000
n = 9 anos x 12(mensal) = 108 parcelas
A=?

Com a cota de amortização, podemos calcular o Saldo Devedor para todos os períodos:

PERÍODO SALDO DEVEDOR AMORTIZAÇÃO JUROS PRESTAÇÃO


0 216.000 - - -
1 216.000 – 2.000 = 214.000 2.000
2 214.000 – 2.000 = 212.000 2.000
3 212.000 – 2.000 = 210.000 2.000
...

Sabemos a prestação do período 3 que é R$ 2.848,00. Lembrando que P = A + J, temos que para o período 3:
P = A + J  2 848 = 2 000 + J  J = 2 848 – 2 000 = 848. Os juros incidem sobre o capital do período anterior que neste caso é o 2.O
tempo é 1
J = C.i.t  848 = 212 000.i.1  i = 848 / 212 000  i = 0,004 x 100%  i = 0,4%
Resposta: B

169
MATEMÁTICA FINANCEIRA
FLUXO DE CAIXA Limitados - o prazo total do fluxo de caixa é conhecido a prio-
ri, sendo finito o número de termos (pagamentos e recebimentos).
Um fluxo de caixa1 representa uma série de pagamentos ou de Por exemplo, um financiamento por 2 anos envolve desembolsos
recebimentos que se estima ocorrer em determinado intervalo de neste intervalo fixo de tempo sendo, consequentemente, limitado o
tempo. É bastante comum, na prática, defrontar-se com operações número de termos do fluxo (prestações do financiamento).
financeiras que se representam por um fluxo de caixa. Por exem-
plo, empréstimos e financiamentos de diferentes tipos costumam Constantes - indica que os valores dos termos que compõem o
envolver uma sequência de desembolsos periódicos de caixa. De fluxo de caixa são iguais entre si.
maneira idêntica, têm-se os fluxos de pagamentos/recebimentos
de aluguéis, de prestações oriundas de compras a prazo, de investi- Periódicos - é quando os intervalos entre os termos do fluxo
mentos empresariais, de dividendos etc. são idênticos entre si. Ou seja, o tempo entre um fluxo e outro é
Os fluxos de caixa podem ser verificados das mais variadas for- constante.
mas e tipos em termos de períodos de ocorrência (postecipados,
antecipados ou diferidos), de periodicidade (períodos iguais entre Graficamente, o fluxo de caixa uniforme (padrão) é representa-
si ou diferentes), de duração (limitados ou indeferidos) e de valores do da forma seguinte:
(constantes ou variáveis). Os termos dos fluxos de caixa são gene-
ricamente simbolizados por PMT, sendo para as demais variáveis
empregada a mesma simbologia adotada em capítulos anteriores
(PV, FV n, i).

Modelo Padrão

Os fluxos de caixa podem ser representados sob diferentes for- Observe que a estrutura desse fluxo obedece à classificação-
mas e tipos, exigindo cada um deles um tratamento específico em -padrão apresentada anteriormente:
termos de formulações. Esquematicamente, os fluxos de caixa são - o PMT inicial ocorre em n = 1: postecipado;
identificados com base na seguinte classificação: - a diferença entre a data de um termo e outro é constante:
periódico;
- o prazo do fluxo é preestabelecido (fixo), apresentando n pe-
ríodos: limitado ou finito;
- os valores PMT são uniformes (iguais): constantes.

Valor presente e fator de valor presente

O valor presente de um fluxo de caixa uniforme, conforme


discutido no item precedente, para uma taxa periódica de juros, é
determinado pelo somatório dos valores presentes de cada um de
seus valores. Reportando-se à representação gráfica do fluxo-pa-
drão apresentado, tem-se:

O modelo-padrão de um fluxo de caixa, conforme grifado no


esquema acima, é verificado quando os termos de uma sucessão Logo:
de pagamentos ou recebimentos apresentam, ao mesmo tempo, as
seguintes classificações: Colocando-se em evidência:

Postecipados - indica que os fluxos de pagamentos ou recebi- FPV


mentos começam a ocorrer ao final do primeiro intervalo de tempo. A expressão entre colchetes é denominada de Fator de Valor
Por exemplo, não havendo carência, a prestação inicial de um finan- Presente, sendo representada pela Matemática Financeira da forma
ciamento é paga ao final do primeiro período do prazo contratado, seguinte:
vencendo as demais em intervalos sequenciais.
FPV (i, n)

Com isso, a formulação genérica do valor presente assume a


expressão:
1FARIA, Rogério Gomes de. Matemática Comercial e Financeira. 5 ed. São
Paulo: Pearson Education do Brasil, 2000.
PV = PMT x FPV (i,n)
FRANCISCO, Walter De. Matemática Financeira. 7 ed. São Paulo: Atlas, 1991.
NETO, Alexandre Assaf. Matemática Financeira e suas Aplicações.12 ed. São
Paulo: Atlas, 2012.
NETTO, Scipione Di Pierro; TEIXEIRA, James. Matemática Financeira. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 1998.

170
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Observe que FPV, conforme é apresentado na formulação an- PV = PMT x FPV (i,n)
terior entre colchetes, equipara-se à soma de uma progressão geo-
métrica (PG) DE n termos, sendo o primeiro termo (a1) e a razão (q) Exemplo
igual a (1 + i)-1, e o n-ésimo termo (an) igual a (1 + i)-n. Determinar o valor presente de um fluxo de 12 pagamentos
trimestrais, iguais e sucessivos de $ 700,00 sendo a taxa de juros
A fórmula de cálculo da soma de uma PG é dada por: igual a 1,7% a.m.

Substituindo-se os valores da expressão na soma dos termos Resposta


de uma PG, tem-se:
PMT = $ 700,00
n = 12 pagamentos trimestrais
i = 1,7% a.m. ou: - 1 = 5,19% a.t.
PV = PMT x FPV (i, n)
PV = $ 700,00 x FPV (5,19%, 12)
PV = $ 700,00 x 8,769034
PV = $ 6.138,30
Seguindo-se a sequência de dedução adotada por Mathias e
Gomes2 multiplica-se o numerador e o denominador por (1 + i), ob- Valor futuro e fator de valor futuro
tendo-se:
O valor futuro, para determinada taxa de juros por período, é a
soma dos momentos de cada um dos termos da série de pagamen-
tos/recebimentos. Graficamente, tem-se a seguinte representação:

O valor futuro pelo padrão ocorre junto com o último termo


do fluxo de caixa. Capitalizando-se cada um dos valores da série,
apura-se a seguinte expressão:

Essa expressão é muitas vezes representada da maneira se- Colocando-se PMT em evidência:
guinte:

Identicamente, a expressão entre colchetes é definida por Fa-


tor de Valor Futuro e representada por:

FFV (i,n)

A formulação genérica do valor futuro de um fluxo de caixa uni-


forme é expressa da forma seguinte:

FV = PMT x FFV (i, n)


Mediante o FPV, a fórmula do valor presente de um fluxo de
caixa uniforme é apresentada da maneira seguinte: Da mesma maneira em relação ao desenvolvimento da fórmula
do valor presente, observe que a expressão do FFV representa a
PV = PMT x soma dos termos de uma progressão geométrica, onde = 1; q = (1
+ i) e = . Pela mesma equação de cálculo da soma dos valores de
ou uma PG, tem-se:
2 MATHIAS, N. Franco; GOMES, J. Maria. Matemática financeira. 2ed.. São
= FFV x (i,n) =
Paulo: Atlas, 1998. p. 242.

171
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Promovendo os mesmos ajustes e simplificações desenvolvidos na identidade do valor presente, chega-se a:

FFV (i, n) =

Assim, a partir do FFV pode-se elaborar a expressão de cálculo do valor futuro (montante) de um fluxo de caixa uniforme, ou seja:

FV = PMT x

Ou

FV = PMT x FFV (i,n)

Exemplo
Calcular o montante acumulado ao final do 7º mês de uma sequência de 7 depósitos mensais e sucessivos, no valor de $ 800,00 cada,
numa conta de poupança que remunera a uma taxa de juros de 2,1% a.m.

Resposta

O valor futuro pode ser calculado pela soma do montante de cada depósito, isto é:

FV = 800,00 + 800,00 (1,021) + 800,00


+ 800,00 + ... + 800,00
FV = $ 5.965,41

Aplicando-se a fórmula-padrão de apuração do valor futuro, tem-se, de forma abreviada, o mesmo resultado:

FV = PMT x FFV (i,n)

FV = PMT x

FV = 800,00 x

FV = 800,00 x 7,456763 = $ 5.965,41

Equivalência financeira e fluxos de caixa

Deve ser ressaltado também no estudo do fluxo de caixa o conceito de equivalência financeira. Esse raciocínio é de fundamental im-
portância para a Matemática Financeira, permitindo o correto entendimento e uso de seus resultados. A equivalência financeira encontra
extensas aplicações práticas, estando presente na tomada de decisões financeiras, na seleção de planos de empréstimos e financiamentos
mais atraentes, em propostas de refinanciamento e reescalonamento de dívidas etc.
De acordo com o que foi desenvolvido anteriormente, diz-se que dois ou mais fluxos de caixa (capitais) são equivalentes quando pro-
duzem idênticos valores presentes num mesmo momento, convencionando-se determinada taxa de juros.
Por exemplo, os 4 fluxos de caixa ilustrados a seguir são equivalentes para uma taxa de juros de 5% ao mês, pois geram, para uma
mesma taxa e juros, valores iguais em qualquer data focal escolhida.

Definindo-se (momento presente como data focal):

172
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Registre-se, uma vez mais, que a equivalência financeira no regime de juros compostos, para dada taxa de juros, pode ser verificada
em qualquer momento tomado como referência (data focal). Por exemplo, se a data for definida em , tem-se:

414,00 = 267,00 = 220,00


= 190,00

e assim por diante.

A equivalência de dois ou mais capitais, para determinada taxa de juros, ocorre em qualquer data tomada como referência. Alteran-
do-se a taxa, a equivalência evidentemente deixa de existir, dado que o conceito depende da taxa de juros. Algumas ilustrações práticas
evidenciando o uso do conceito de equivalência financeira são desenvolvidas a seguir.

Exemplo
Admita que uma empresa esteja avaliando quatro planos de pagamentos de um financiamento de $ 300.000,00 conforme apresenta-
dos a seguir. A taxa de juros considerada nas propostas é de 7% a.m. Qual a opção de pagamento economicamente mais atraente?

Resposta
Os planos de pagamento formulados apresentam o mesmo valor presente (data zero) quando descontados à taxa de juros de 7% a.m.
O resultado atualizado continua igual, mesmo se definida outra data focal. Logo, conclui-se que os fluxos de pagamento do financiamento
são equivalentes, apresentando o mesmo custo.
Assim, em termos estritamente econômicos de atratividade, torna-se indiferente (equivalente) a escolha de uma ou outra forma de
pagamento. Mesmo que a soma das prestações seja diferente em cada proposta, o fundamental na avaliação econômica é a comparação
entre valores expressos em uma mesma unidade de tempo.
A decisão, dessa forma, deve ser tomada levando em conta o aspecto financeiro do desembolso, pois os fluxos de caixa são diferentes
em cada plano em termos de valores e data de ocorrência. A forma de pagamento escolhida deve, evidentemente, adequar-se à capacida-
de financeira do tomador de recursos e ao comportamento das taxas de juros de mercado.

Fluxos de caixa não convencionais

Os fluxos definidos no denominado modelo-padrão foram amplamente estudados no início do capítulo. Esta parte dedica-se, mais
especificamente, aos demais tipos de caixa, não considerados no modelo-padrão. A seguir são desenvolvidos as várias classificações não
convencionais dos fluxos de caixa.

Período de ocorrência

Com relação ao período em que a ocorrer, o fluxo de caixa pode ser identificado como postecipado, antecipado e diferido.

- Postecipado

173
MATEMÁTICA FINANCEIRA
No tipo postecipado, a série de pagamentos/recebimentos começa a acorrer exatamente ao final do primeiro período, de acordo com
a ilustração gráfica acima. Esse fluxo enquadra-se no modelo-padrão detalhado inicialmente, não havendo nada mais a acrescentar.

- Antecipado

O fluxo de caixa antecipado indica que a série de valores começa a ocorrer antes do final do primeiro período, conforme é represen-
tado graficamente acima. Por exemplo, um aluguel pago no início do período de competência (geralmente no início do mês) enquadra-se
como um fluxo de caixa antecipado por um período (mês). Se dois aluguéis forem adiantados ao locador, a antecipação é de dois períodos,
e assim por diante.
A determinação do valor presente e montante de um fluxo de caixa antecipado não apresenta maiores novidades. Além de ter-se
sempre a opção de atualizar ou corrigir os seus termos individualmente, pode-se também utilizar a fórmula do modelo-padrão para a parte
convencional do fluxo, e adicionar os termos antecipados (corrigidos) a esse resultado.
Por exemplo, admita o seguinte fluxo de caixa com antecipação de dois períodos:

Para uma taxa de juros de 4% por período, tem-se:


PV = [70,00 FPV (4%, 8)] + 70,00 + 70,00 (1,04)
PV = (70,00 6,732745) + 70,00 + 72,80
PV = 471,29 + 70,00 + 72,80 = $614,09
FV = [70,00 FPV (4%, 8) + 70,00] + 70,00
FV = (70,00 9,214226) + 95,80 + 99,63
FV = 645,00 + 95,80 + 99,63 = $ 840,43

- Diferido (Carência)

O diferimento indica que os termos da série começam a ocorrer após o final do primeiro período, conforme ilustrado no gráfico an-
terior.
Nessa ilustração, a série inicia-se no período imediatamente após o final do primeiro intervalo de tempo, indicando consequentemen-
te uma carência de um período. Se a série começar a ocorrer no momento 3 do gráfico, a carência atinge dois períodos: no momento 4
tem-se uma carência de 3 períodos; e assim por diante.
Em suma, a base de comparação para se definir uma carência é o final do primeiro período. Para a matemática financeira, a carência
existe quando o primeiro fluxo de caixa se verificar após o final do primeiro período, ou seja, após ter decorrido c períodos de tempo.
A determinação do montante de um fluxo de caixa com carência segue a formulação desenvolvida do modelo-padrão. Deve ser res-
saltado, uma vez mais, que nesse caso n representa o número de termos da série, e não o seu prazo total.
A formulação do valor presente, no entanto, requer um pequeno ajuste, de forma a ser expresso na data zero, ou seja:

PV = PMT x FPV (i, n) x FAC (i, c)

174
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Onde:
c = número de períodos de carência.
FAC = Fator de Atualização de Capital (valor presente).
FAC = 1/ (1 + i)n

Por exemplo, admita o seguinte fluxo de caixa diferido por 2 períodos:

- Diferido (Carência)

Observe que o fluxo de caixa apresenta um prazo total de 9 períodos, sendo o número determos igual a 7 (n = 7), e a carência de 2
períodos (c = 2).
Para uma taxa de juros de 2,2% por período, têm-se os seguintes resultados:
PV = 100,00 x FPV (2,2%, 7) x FAC (2,2%, 2)
PV = 100,00 x 6,422524 x 0,957410 = $ 614,90
FV = 100,00 x FFV (2,2%, 7)
FV = 100,00 x 7,479318 = $747,93

Periodicidade

A periodicidade reflete os intervalos de tempo em que os fluxos de caixa ocorrem. Se esses intervalos forem sempre iguais, diz-se
que os fluxos são periódicos, enquadrando-se no modelo-padrão apresentado. Se, por outro lado, os termos se verificarem em intervalos
irregulares (diferentes entre si), tem-se o que se denomina de fluxos de caixa não periódicos. O gráfico a seguir ilustra um fluxo de caixa
não periódico, onde os valores não se verificam uniformemente em termos de sua periodicidade.

Tanto o cálculo do valor presente, como o do valor futuro, devem ser processados, respectivamente, pelo somatório da atualização
e capitalização de cada um dos termos.
Genericamente, têm-se as seguintes expressões:

Ilustrativamente, admita o seguinte fluxo de caixa não periódico:

Para uma taxa de juros de 1,9% a.m., tem-se:

PV = 100,00 + + + +

PV= 100,00 + 94,51 + 92,75 + 86,02 + 75,40

175
MATEMÁTICA FINANCEIRA
PV = $ 448,68

FV = 100,00 + 100,00 (1,019)7 + 100,00 (1,019)11 + 100,00


(1,019)12 + 100,00 (1,019)15
Em outras palavras, o valor presente desse fluxo é determinado
FV = 100,00 + 114,08 + 123,00 + 125,34 + 132,62 pela relação entre o pagamento/recebimento periódico, igual e su-
FV = $ 595,04 ou FV = 448,68 x (1,019)15 = $ 595,04. cessivo, e a taxa de juros considerada. As séries indeterminadas en-
contram aplicações práticas principalmente em avaliações de imó-
Duração veis efetuadas com base nos rendimentos de aluguéis, na apuração
do preço de mercado de uma ação a partir do fluxo previsto de di-
A duração de um fluxo de caixa pode ser finita, característica videndos etc. Com o intuito de proceder a uma aplicação prática do
do modelo-padrão, ou indeterminada (indefinida), quando o prazo cálculo do valor presente de um fluxo indeterminado, admita que
não é conhecido previamente. No caso de uma série infinita, deter- um imóvel esteja rendendo $ 2.000,00 de aluguel mensalmente.
mina-se unicamente o seu valor presente. Para algumas situações Sendo de 2% a.m.o custo de oportunidade de mercado (ganho da
específicas podem ser atribuídas probabilidades para se definir a melhor alternativa de aplicação disponível), pode-se avaliar preli-
duração de um fluxo, como é o caso da atividade de seguros. No minarmente que o valor deste imóvel atinge $ 100.000,00, isto é:
entanto, este tipo de situação não será tratada aqui, ficando mais
restrito estudo da Matemática Atuarial.
A representação gráfica de uma série indefinida pode ser ilus-
trada da forma seguinte:

O valor de referência do imóvel, válido para uma avaliação ini-


cial, é o valor presente do fluxo de rendimentos mensais (aluguéis)
previsto por um prazo indeterminado, descontado a um custo de
oportunidade.

O cálculo do valor presente é efetuado pelo somatório do valor Valores


atualizado de cada um de seus termos, isto é:
No que se refere aos valores, os termos de caixa podem ser
constantes, se os fluxos de caixa apresentarem-se sempre iguais, ou
variáveis, se os fluxos não forem sempre iguais entre si. Se os va-
lores de caixa forem constantes, o fluxo identifica-se com o mode-
lo-padrão estudado. No entanto, se os valores de caixa apresenta-
Genericamente: rem-se desiguais (variáveis), o valor presente é calculado pela soma
dos valores atualizados de cada um de seus termos. O valor futuro,
por seu lado, é determinado pelo somatório dos montantes de cada
um dois termos ou, ainda, capitalizando-se o valor presente para a
data futura. Identicamente aos fluxos de caixa não periódicos, têm-
-se as seguintes generalizações:

Detalhando a formulação:

Ou

Por exemplo, admita um fluxo de caixa com os seguintes valo-


res, ocorrendo respectivamente ao final de cada um dos próximos
5 anos: $ 80,00, $ 126,00, $ 194,00, $ 340,00 e $ 570,00. Para uma
Os valores entre colchetes representam a soma dos termos de taxa de juros de 4% a.a., têm-se os seguintes resultados:
uma progressão geométrica indefinida, cuja razão é menor que 1.
Aplicando-se o teorema de limite na fórmula da soma dos termos,
tem-se:

Processando-se as deduções e simplificações pertinentes a par-


tir dessa expressão, chega-se ao valor presente de um fluxo de caixa
igual, constante, periódico e indeterminado, ou seja:

176
MATEMÁTICA FINANCEIRA

Questões

01. Uma mercadoria é vendida a prazo em 5 pagamentos mensais de $ 700,00. Sendo de 3,5% a.m. a taxa de juros, determinar o seu
preço à vista admitindo que o primeiro pagamento é efetuado no ato da compra:
(A) R$ 3.500,00
(B) R$ 3.377,50
(C) R$ 3.271,16
(D) R$ 3.200,85
(E) R$ 3.429,29

02. Uma pessoa irá necessitar de $ 7.000,00 daqui a 10 meses. Quanto deverá ela depositar mensalmente num fundo de poupança
que rende 1,7% a.m. de juros?
(A) 625,15
(B) 586,10
(C) 648,10
(D) 500,18
(E) 700,00

03. Um veículo, cujo preço à vista é de $ 30.000,00, está sendo vendido nas seguintes condições:
a) entrada = 30%
b) saldo em 6 prestações mensais, iguais e sucessivas, vencendo a primeira daqui a dois meses.

Determinar o valor de cada prestação, admitindo uma taxa de juros de 2% a.m.


(A) $ 4.541,50
(B) $ 4.000,00
(C) $ 3.010,02
(D) $ 2.100,02
(E) $ 3.824,02

04. Determinado produto está sendo vendido por $ 1.800,00 a vista, ou em 3 pagamento mensais e iguais de $ 650,00. Estando atual-
mente em 3,3% a.m. as taxas de juros de mercado, a melhor alternativa de compra é a compra à vista.
( )Certo
( )Errado

05. Determinada mercadoria é vendida por $ 2.500,00 a vista ou por 20% de entrada mais prestações mensais de $ 309,00. Sendo de
2% a.m. a taxa corrente de juros, determinar o número de prestações mensais.
(Dado: log 1,2 = e log 0,870550 = )
(A) 6 prestações
(B) 7 prestações
(C) 8 prestações
(D) 9 prestações
(E) 10 prestações

06. Determinado bem é vendido em 7 pagamentos mensais, iguais e consecutivos de $ 4.000,00. Para uma taxa de juros de 2,6% a.m.,
até que preço compensa adquirir o aparelho à vista?
(A) $ 25.000,00
(B) $ 26.001,18
(C) $ 23.300,18
(D) $ 25.301,18
(E) $ 21.201,00

177
MATEMÁTICA FINANCEIRA
07. Um veículo novo está sendo vendido por $ 4.000,00 de entrada mais 6 pagamentos mensais, iguais e consecutivos de $ 3.000,00.
Sabendo-se que a taxa de juros de mercado é de 5,5% a.m., determinar até que preço interessa comprar o veículo a vista.
(A) 18.986,59
(B) 20.586,59
(C) 17.746,50
(D) 16.500,50
(E) 19.999,59

Respostas

01. Resposta: C.

PV = 700,00 + [700,00 x FPV (3,5%, 4)]


PV = 700,00 + (700,00 x 3,673079)
PV = R$ 3.271,16

02. Resposta: C.

03. Resposta: E.

Valor a financiar = 30.000,00 - 9.000,00 = $ 21.000,00


PV = PMT x FPV (2%, 6) x FAC (2%, 1)

21.000,00 = PMT x x (1,02)-1

21.000,00 = PMT x 5,601431 x 0,980392


21.000,00 = pmt X 5.491598

178
MATEMÁTICA FINANCEIRA
PMT = = $ 3.824,02

04. Resposta: Certo.


A indicação da alternativa de compra mais interessante pode
ser obtida pelo valor presente das duas propostas (escolhe-se evi-
dentemente aquela de menor PV), ou pela determinação do custo Resolvendo-se a expressão chega-se, evidentemente, ao mes-
mensal da venda a prazo (o percentual apurado é comparado com mo resultado: PV = $ 25.301,18.
a taxa de mercado).
PV (a vista) = $ 1.800,00 07. Resposta: A.
PV = (a prazo) = 650,00 x FPV (3,3%, 3)
650,000 x 2,812375
= $ 1.828,04

A venda a prazo, por apresentar um PV maior que o valor a


vista, indica um custo maior que a taxa de mercado (3,3% a.m.).
Interessa a compra à vista.
O custo mensal da compra a prazo é calculado:
O preço à vista é formado pela entrada de $ 4.000,00 mais a
PV = PMT x FPV (i, n) soma dos valores atuais das prestações de $ 3.000,00 cada, ou seja:
PV = Entrada + [PMT x FPV (i,n)]
1.800,00 = 650,00 x PV = 4.000,00 + 3.000,00 x FPV (5,5%, 6)
i = 4,11% a.m. PV = 4.000,00 + 3.000,00 x 4,995530
Confirma-se um custo embutido na venda a prazo de 4,11% PV = 18.986,59
a.m. maior que os juros de mercado (3,3% a.m.).
QUESTÕES
05. Resposta: B.
Valor a financiar: 2.500,00 - 20% = $ 2.000,00
PV = PMT + FPV (i, n) 1. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
2.000,00 = 309,00 x FPV (2,0%, n) cial/2021/”Prova A”
x 0,02 = 1 - (1,02)-n Devido às oscilações de receita em seu negócio durante a pan-
demia, um cliente vai precisar pagar um boleto, cujo principal (até
0,129450 = 1 - (1,02)-n a data de vencimento) é de R$ 25.000,00, com 12 dias de atraso.
(1,02)-n = 0,870550 Nesse caso, são cobrados adicionalmente, sobre o valor do princi-
pal, dois encargos: 2% de multa, mais juros simples de 0,2% ao dia.
Aplicando-se a propriedade de logaritmo: Por causa dos juros altos, o cliente procurou seu gerente, que não
- n x log 1,02 = log 0,870550 conseguiu uma solução menos custosa.
Com isso, nas condições dadas, o cliente deverá pagar nessa
n=- operação um valor total de
(A) R$ 25.600,00
n = - = 7 meses (prestações mensais) (B) R$ 25.800,00
(C) R$ 26.100,00
06. Resposta: D. (D) R$ 26.300,00
PMT = $ 4.000,00 PV= ? (E) R$ 26.500,00

2. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-


cial/2021/”Prova B”
No boleto bancário da sua prestação, uma pessoa leu que é
cobrada uma multa de 1,2% por dia de atraso sobre o valor da pres-
tação, condicionada a atrasos não maiores que 30 dias. Em certo
mês, essa pessoa pagou uma prestação com atraso, tendo de de-
sembolsar R$ 233,20 em vez dos R$ 220,00 normalmente pagos nos
meses em que não houve atraso no pagamento.
Ou Por quantos dias ela atrasou a prestação nesse mês?
(A) 5
(B) 10
(C) 15
(D) 20
(E) 25

3. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-


cial/2021/”Prova B”
Um banco fez um empréstimo de R$10.000,00 a um cliente,
O valor presente pode também ser calculado pela atualização pelo prazo de um mês, cobrando o valor de R$ 100,00 a título de
de cada uma dos termos do fluxo, ou seja: juros.

179
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Qual foi a taxa de juros que o banco cobrou do cliente? 8. CESGRANRIO - Profissional (LIQUIGÁS)/Vendas/Júnior/2018/
(A) 0,01 ao mês Edital 02
(B) 10% ao ano Um funcionário da Liquigás pretende fazer uma pequena re-
(C) 1% ao ano forma em sua casa daqui a 1 ano e gostaria de ter, em sua conta
(D) 0,1 ao mês investimento, R$ 3.000,00 no momento de iniciar a reforma.
(E) 0,05 ao mês Considerando que suas economias rendem juros de 20% a.a.,
quanto ele deveria ter hoje, em sua conta investimento, para ter
4. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer- exatamente a quantia desejada daqui a 1 ano, sem que seja feito
cial/2021/”Prova C” nenhum depósito?
Uma pessoa está planejando comprar uma geladeira no valor (A) R$ 2.800,00
de R$1.300,00, no futuro. (B) R$ 2.600,00
Sabendo-se que ela pretende gastar exatamente esse valor e (C) R$ 2.500,00
que dispõe de um capital de R$1.000,00, que será aplicado no dia (D) R$ 2.400,00
de hoje a uma taxa de juros simples de 1,5% ao mês, qual será o (E) R$ 2.333,33
prazo dessa aplicação, em meses, para que ela consiga comprar a
geladeira à vista, o mais rápido possível? 9 CESGRANRIO - Profissional (LIQUIGÁS)/Economia/Jú-
(A) 2 nior/2018/Edital 02
(B) 16 Uma empresa toma um empréstimo de R$ 350.000,00 por 25
(C) 20 dias, a uma taxa de juro simples de 4,8% ao mês, em um mês com
(D) 50 30 dias. Considere que, ao final desse período, a empresa quita a
(E) 200 dívida pagando, além dos juros, uma taxa de utilização de crédito
igual a 0,5% do valor tomado emprestado.
5. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer- Assim, o valor mais próximo do custo total do empréstimo no
cial/2021/”Prova C” momento da quitação, em reais, é igual a
Qual é a taxa de juros simples utilizada por uma aplicação (A) 13.500,00
para tornar um capital inicial de R$1.000,00 em um montante de (B) 14.250,00
R$1.240,00, em um período de um ano? (C) 15.750,00
(A) 0,02 ao mês (D) 16.800,00
(B) 0,02% ao mês (E) 18.550,00
(C) 0,02 ao ano
(D) 0,02% ao ano 10. CESGRANRIO - Técnico Bancário (BASA)/2022
(E) 0,24% ao ano Um banco oferece um financiamento utilizando uma taxa de
juros simples de 6% a.a.
6. CESGRANRIO - Assistente (LIQUIGÁS)/Administrativo I/2018/ Qual a taxa trimestral equivalente à taxa oferecida pelo banco?
Edital 02 (A) 0,0147 a.t.
Uma empresa toma um empréstimo de R$ 200.000,00, por 20 (B) 0,15 a.t.
dias, a uma determinada taxa de juro, no regime de simples. Consi- (C) 0,50% a.t.
dere que, ao final desse período, os juros pagos são de R$ 8.800,00. (D) 1,47% a.t.
Assim, a taxa mensal de juro simples cobrada nesse emprésti- (E) 1,50% a.t.
mo, considerando o mês com 30 dias, foi igual a
(A) 4,0% 11. CESGRANRIO - Profissional Petrobras de Nível Superior (PE-
(B) 4,4% TROBRAS)/Auditoria/2018
(C) 6,0% Um cliente de uma loja de eletrodomésticos deseja antecipar
(D) 6,6% duas parcelas iguais de R$ 1.000,00 de seu financiamento, com ven-
(E) 8,8% cimento para, respectivamente, 30 e 60 dias a partir de hoje.
Considerando-se uma taxa de desconto de 2% a.m., desconto
7. CESGRANRIO - Assistente (LIQUIGÁS)/Administrativo I/2018/ comercial simples e calendário comercial, quanto será exigido do
Edital 02 cliente para quitar as duas parcelas?
Um comprador tem duas opções de pagamento: pagar à vista, (A) R$ 1.940,00
com desconto de 20% sobre o preço de tabela ou a prazo, um mês (B) R$ 1.940,40
após a data da compra, com um acréscimo de 10% sobre o preço (C) R$ 1.941,93
de tabela. (D) R$ 1.960,00
O valor mais próximo da taxa de juro mensal cobrada nessa (E) R$ 2.000,00
operação, comparando-se o valor a ser pago, por um mesmo produ-
to, em cada uma das opções apresentadas, é igual a 12. CESGRANRIO - Analista Júnior (TRANSPETRO)/Financei-
(A) 10% ro/2018
(B) 22% Um título, cujo valor de resgate é de R$ 260.000,00, está sendo
(C) 30% negociado exatamente dois meses antes do seu vencimento por R$
(D) 33% 244.361,00. Nessas condições, o valor mais próximo da taxa de des-
(E) 38% conto bancário cobrada nessa operação é igual a
(A) 2,0%
(B) 2,4%
(C) 3,0%

180
MATEMÁTICA FINANCEIRA
(D) 3,8% A melhor aproximação para o valor da taxa de juros trimestral
(E) 4,5% desse novo modelo de financiamento é:
(A) 2,48%
13. CESGRANRIO - Profissional (LIQUIGÁS)/Economia/Jú- (B) 6,00%
nior/2018/Edital 02 (C) 6,12%
Suponha uma operação simples de desconto realizada em um (D) 7,28%
banco, 4 meses antes do vencimento de um título, com valor no- (E) 8,00%
minal de resgate e taxa de juros definidos. Essa operação é livre
de despesas bancárias ou quaisquer outros encargos, além dos já 17. CESGRANRIO - Analista Júnior (TRANSPETRO)/Comercializa-
definidos. ção e Logística Júnior/Comércio e Suprimento/2018
Nessa operação, utilizando-se os métodos de descontos “por Considere que uma empresa vai realizar uma aplicação de 10
dentro” (racional) ou “por fora” (comercial ou bancário) verifica-se milhões de reais, com prazo de resgate para 1 ano, a partir de hoje,
que o valor e precisa decidir entre as cinco opções apresentadas a seguir.
(A) líquido liberado para o tomador será maior se o método de Opção I – taxa de 24% ao ano, com capitalização mensal
desconto praticado for o desconto “por fora”. Opção II – taxa efetiva de 24% ao ano
(B) líquido liberado para o tomador será o mesmo para ambos Opção III – taxa de 24% ao ano, com capitalização quadrimes-
os métodos. tral
(C) de resgate será menor para o desconto “por dentro”. Opção IV – taxa de 2,2% ao mês, no regime de juros simples
(D) de resgate será o mesmo, seja qual for o método de des- Opção V – taxa de 24% ao ano, com capitalização semestral
conto utilizado. Considerando-se 1,27 como aproximação para 1,02 12, a op-
(E) de resgate será maior para o desconto “por fora”. ção que apresenta a maior taxa anual de retorno, dentre as cinco
apresentadas, é a
14. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer- (A) I
cial/2021/”Prova A” (B) II
Um cliente fez um investimento de R$ 100.000,00 em janei- (C) III
ro de 2019, comprando cotas de um fundo imobiliário, o que lhe (D) IV
proporcionou uma taxa de retorno de 21%, ao final de 12 meses (E) V
de aplicação. Em janeiro de 2020, buscando maior rentabilidade,
procurou um especialista financeiro indicado pelo seu gerente, que 18. CESGRANRIO - Técnico Júnior (TRANSPETRO)/Administra-
lhe recomendou aplicar todo o montante da operação anterior em ção e Controle Júnior/2018
renda variável. O cliente fez conforme recomendado, o que lhe pro- Uma empresa avalia antecipar o pagamento das duas últimas
porcionou um retorno de 96% em 12 meses, resgatando o novo parcelas de um financiamento, realizado a uma taxa de juro de 5%
montante em janeiro de 2021. ao mês, para abril de 2018. As parcelas, no valor de R$ 8.820,00
Considerando-se um sistema de juros compostos, a taxa de re- cada uma, têm data de vencimento para maio de 2018 e junho de
torno equivalente, obtida em cada período de 12 meses pelo clien- 2018.
te, de janeiro de 2019 a janeiro de 2021, foi igual a Considerando-se o desconto racional composto, o valor de qui-
(A) 54% tação total das duas parcelas, se o pagamento das duas for realiza-
(B) 56% do em abril de 2018, é igual a
(C) 58% (A) R$ 15.876,00
(D) 60% (B) R$ 16.000,00
(E) 62% (C) R$ 16.400,00
(D) R$ 16.800,00
15. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer- (E) R$ 17.640,00
cial/2021/”Prova B”
Um cliente deseja fazer uma aplicação em uma instituição fi- 19. CESGRANRIO - Profissional Petrobras de Nível Superior (PE-
nanceira, que paga uma taxa de juros compostos de 10% ao ano, TROBRAS)/Auditoria/2018
por um período de 3 anos, já que, ao final da aplicação, planeja Uma construtora anuncia a venda de um imóvel à taxa nominal
comprar uma TV no valor de R$ 3.500,00 à vista. de juros de 12% a.a. com correção mensal do saldo e das presta-
Qual o valor aproximado a ser investido para esse objetivo ser ções.
alcançado? Qual é a taxa real anual, aproximada, do financiamento, consi-
(A) R$ 2.629,60 derando-se uma inflação anual de 10%?
(B) R$ 2.450,00 (A) 2,44%
(C) R$ 2.692,31 (B) 2,00%
(D) R$ 2.341,50 (C) 1,98%
(E) R$ 2.525,00 (D) 1,82%
(E)- 2,38%
16. CESGRANRIO - Técnico Bancário Novo (CEF)/”Sem
Área”/2021/PcD 20. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
Um banco possui, atualmente, um modelo de financiamento cial/2021/”Prova B”
em regime de juros compostos, em que as parcelas são pagas, men- Um banco ofereceu a um cliente um financiamento de R$
salmente, a uma taxa de juros de 2% ao mês. Para um certo perfil 120.000,00, pelo sistema SAC, a uma taxa de juros de 10% a.m.,
de clientes, o banco pretende possibilitar o pagamento da dívida a para ser pago em 4 prestações mensais ao final de cada mês, sendo
cada três meses, a uma taxa de juros trimestral equivalente à prati- a primeira prestação no valor de R$ 42.000,00. A Tabela abaixo po-
cada no modelo atual. derá ser usada para seus cálculos.

181
MATEMÁTICA FINANCEIRA
______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________
Quais os valores aproximados que serão pagos, pelo cliente,
a título de juros e prestação, respectivamente, ao final do terceiro ______________________________________________________
mês?
(A) R$ 12.000,00; R$ 42.000,00 ______________________________________________________
(B) R$ 3.000,00; R$ 39.000,00
(C) R$ 12.000,00; R$ 30.000,00 ______________________________________________________
(D) R$ 6.000,00; R$ 36.000,00
(E) R$ 9.000,00; R$ 33.000,00 ______________________________________________________

______________________________________________________

GABARITO ______________________________________________________

______________________________________________________
1 C
______________________________________________________
2 A
______________________________________________________
3 A
4 C ______________________________________________________
5 A ______________________________________________________
6 D
______________________________________________________
7 E
8 C ______________________________________________________
9 C ______________________________________________________
10 E
______________________________________________________
11 A
______________________________________________________
12 C
13 D ______________________________________________________
14 A ______________________________________________________
15 A
______________________________________________________
16 C
17 A ______________________________________________________

18 C ______________________________________________________
19 A
______________________________________________________
20 D
______________________________________________________

ANOTAÇÕES ______________________________________________________

______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
_____________________________________________________ ______________________________________________________
_____________________________________________________

182
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL; ÓRGÃOS NORMATIVOS E INS-
TITUIÇÕES SUPERVISORAS, EXECUTORAS E OPERADORAS

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL


O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é um conjunto de organizações financeiras que promove a movimentação de recursos entre os
agentes econômicos (pessoas físicas, empresas, governo) credores e tomadores de dinheiro.
Conforme a Constituição Federal, em seu Art. 192, o STF:
“O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da
coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que
disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram.”
A função principal do SFN é a transferência de recursos através de seus usuários, os agentes com renda superior as despesas (supe-
ravitários) para os agentes com renda inferior as despesas (deficitários); e também a prestação de serviços envolvendo recursos de seus
usuários (abertura de contas correntes, oferta de cartões e cheques, oferta de diversas modalidades de seguros, pagamento e recebimen-
to de títulos, etc.).
Os agentes deficitários são aqueles que necessitam de dinheiro, pois tem intenção de gastar valores superiores ao limite de sua renda,
pagando juros por esse capital emprestado.
Os agentes superavitários são aqueles que após pagas suas despesas, ficam com uma “sobra” de renda, necessitando investir esse
valor e receber por isto, através da remuneração em investimentos financeiros.
O SFN tem atuação direta nos mercados monetário, de crédito, de capitais e de câmbio.

ESTRUTURA DO SFN
A estrutura do Sistema Financeiro Nacional é dividida em três categorias de entidades:
1. Normativas – Aquelas que estabelecem a regulação do SFN. Compostas por órgãos normativos que criam normas e regras e
também fiscalizam os participantes do SFN.
2. Supervisoras: São entidades que além de supervisionar, acatam a função de executar as diretrizes dos órgãos normativos, assim
como fiscalizar as instituições compõem seu segmento dentro do Sistema Financeiro Nacional.
3. Operadoras: Todas as entidades que não se enquadram nas características de Normativas ou Supervisoras. Ou seja, todas as de-
mais instituições financeiras que atendem ao público em geral, através da intermediação de operações de aplicações e empréstimos, ou
serviços como abertura de conta corrente, emissão de cartões, etc.
Abaixo, é possível acompanhar a estrutura disponível no site do Banco Central:

183
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
* Dependendo de suas atividades corretoras e distribuidoras • Prescrever os critérios de constituição das Sociedades Segu-
também são fiscalizadas pela CVM. radoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada
** As Instituições de Pagamento não compõem o SFN, mas são Aberta e Resseguradores, com fixação dos limites legais e téc-
reguladas e fiscalizadas pelo BCB, conforme diretrizes estabelecidas nicos das respectivas operações.
pelo CMN. • Disciplinar a corretagem do mercado e a profissão do corretor.

ÓRGÃOS NORMATIVOS CONSELHO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR


(CNPC)
CONSELHO MONETÁRIO NACINAL (CMN) O Conselho Nacional de Previdência Complementar - CNPC é
O Conselho Monetário Nacional (CMN) é considerado o órgão o órgão responsável por regular o regime de previdência comple-
máximo dentro da hierarquia do Sistema Financeiro Nacional. É um mentar operado pelas entidades fechadas de previdência comple-
órgão normativo, responsável por criar as normas e regras da polí- mentar.
tica monetária e do crédito; mantendo a estabilidade da moeda, o O CNPC é composto pelo Ministro da Previdência Social e por
crescimento e o desenvolvimento socioeconômico do país. representantes da Superintendência Nacional de Previdência Com-
O CMN foi criado junto com o Banco Central, pela Lei nº 4.595, plementar (Previc), da Casa Civil da Presidência da República, do
de 31 de dezembro de 1964. O Conselho iniciou suas atividades em Ministério da Economia, das entidades fechadas de previdência
31 de março de 1965. complementar, dos patrocinadores e instituidores de planos de
benefícios das entidades fechadas de previdência complementar e
Conforme a Lei da Reforma Bancária, suas competências são:
• Regulamentar as operações de crédito das instituições fi- dos participantes e assistidos de planos de benefícios das referidas
nanceiras brasileiras. entidades.
• Regular a moeda do país. O Decreto nº 7.123, de 03 de março de 2010, dispõe sobre a or-
• Supervisionar suas reservas em ouro e cambiais. ganização e o funcionamento do Conselho Nacional de Previdência
• Determinar suas políticas de poupança e investimento. Complementar (CNPC) e dá outras providências.
• Regulamentar os mercados de capitais brasileiros.
• Supervisionar as atividades do Banco Central e da Comis- Atribuições
são de Valores Mobiliários. • Realizar sessões ordinárias e extraordinárias sobe assun-
tos relacionados à previdência complementar fechada que culmi-
​As reuniões ocorrem uma vez por mês para deliberar sobre nam em resoluções, recomendações e outros atos do CNPC, após
assuntos como adaptar o volume dos meios de pagamento às re- os votos de todos os seus integrantes.
ais necessidades da economia; regular o valor interno e externo da
moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos; orientar a apli- INSTITUIÇÕES SUPERVISORAS E EXECUTORAS
cação dos recursos das instituições financeiras; propiciar o aper- São as instituições do Sistema Financeiro Nacional que buscam
feiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros; zelar através de ações executoras, fazer com que todos os integrantes
pela liquidez e solvência das instituições financeiras; e coordenar cumpram as regras e normas de seu segmento.
as políticas monetária, creditícia, orçamentária e da dívida pública
interna e externa. BANCO CENTRAL DO BRASIL (BCB)
Em casos extraordinários, pode acontecer mais de uma reunião O Banco Central é uma autarquia,   criado pela  Lei nº
por mês. As matérias aprovadas são regulamentadas por meio de 4.595/1964 e com autonomia estabelecida pela Lei Complementar
Resoluções divulgadas no Diário Oficial da União (DOU) e na página nº 179/2021. A lei que prevê a autonomia ao Banco Central de-
de normas do Conselho e do Banco Central (BC). termina que o presidente do banco tenha mandato fixo de quatro
Sua composição é dada pelo Ministro da Economia (presidente anos, não coincidente com o de Presidente da República. Essa no-
do Conselho), o Presidente do Banco Central e também o Secretário meação continua sendo feita pelo Presidente da República e apro-
Especial de Fazenda do Ministério da Economia. vada pelo Senado. Os diretores também passam a ter mandatos
não coincidentes com o do presidente do banco, para preservar a
CONSELHO NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS (CNSP) boa governança.
O Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP é órgão res- Antes da Lei complementar, o Banco Central era vinculado ao
ponsável por fixar as diretrizes e normas da política de seguros pri- Ministério da Economia.
vados, resseguros, previdência complementar aberta e capitaliza- O Banco Central é dirigido por sua Diretoria Colegiada, com-
ção. posta pelos seguintes integrantes, todos indicados pelo presidente
É composto pelo Ministro da Economia (Presidente), Superin- da República e aprovados pelo Senado, o presidente e mais oito
tendente da SUSEP, e por representantes do Ministério da Justiça, diretores.
do Ministério da Previdência e Assistência Social, do Banco Central Sua missão é garantir a estabilidade do poder de compra da
do Brasil e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). moeda, zelar por um sistema financeiro sólido, eficiente e com-
petitivo, e fomentar o bem-estar econômico da sociedade. É uma
Atribuições
• Fixar diretrizes e normas da política de seguros privados.
das principais entidades monetárias do país, considerado guardião
• Regular a constituição, organização, funcionamento e fisca-
dos valores e apesar de ser chamado de banco não tem operações
como os demais e não é possível a abertura de uma conta corrente.
lização dos que exercem atividades subordinadas ao Sistema
É considerado o banco dos bancos, pois é aquele que tem po-
Nacional de Seguros Privados, bem como a aplicação das pe-
nalidades previstas. der máximo sobre os demais. Sua característica principal é fiscalizar
• Fixar as características gerais dos contratos de seguros, previ- e regulamentar as normas para todas as instituições financeiras do
dência privada aberta, capitalização e resseguro. país.
• Estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro.
• Conhecer dos recursos de decisão da SUSEP e o IRB.

184
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
O Banco Central é o agente financeiro do governo, pois auxilia 5. Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição,
na área econômica e representa o Sistema Financeiro Nacional em assegurando sua expansão e o funcionamento das entidades que
todo o cenário mundial. neles operem;
Sua atuação na economia vai desde o controle da quantidade 6. Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que inte-
de moeda em circulação, a regulação das taxas de juros e também gram o mercado;
do controle da quantidade de moeda estrangeira circulante no país. 7. Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas enti-
Suas funções mais importantes são a emissão do papel-moeda dades, em especial os efetuados em bens garantidores de provisões
(que ocorre através da Casa da Moeda), o controle de depósitos técnicas;
compulsórios e a multiplicação bancária. 8. Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer
as atividades que por este forem delegadas;
COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (CVM) 9. Prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi criada em
07/12/1976 pela Lei 6.385/76, com o objetivo de fiscalizar, norma- SUPERINTENDÊNCIA NACIONAL DE PREVIDÊNCIA COMPLE-
tizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no MENTAR (PREVIC)
Brasil. A Superintendência Nacional de Previdência Complementar
A CVM é uma entidade autárquica em regime especial, vin- (Previc) é uma autarquia, que segue as normas do CNPC, vinculada
culada ao Ministério da Economia, com personalidade jurídica e ao Ministério da Economia, responsável pela supervisão, fiscaliza-
patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa inde- ção e execução de políticas das entidades fechadas de previdência
pendente, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e complementar (fundos de pensão).
estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e orçamen- A Previc, de acordo com o Decreto nº 8.992, de 20 de feverei-
tária. ro de 2017, é administrada por um Diretor-Superintendente e mais
Sua administração é composta por um presidente e quatro di-
quatro diretores.
retores, nomeado pelo presidente da República, com aprovação do
Senado.
Atribuições
As competências da CVM são: As  principais competências da Previc, segundo o Decreto nº
• Desenvolvimento do mercado. 8.992, de 20 de fevereiro de 2017, são:
• Eficiência e funcionamento do mercado 1. proceder à fiscalização das atividades das entidades fe-
• Proteção dos investidores chadas de previdência complementar e das suas operações;
• Acesso à informação adequada 2. apurar e julgar as infrações e aplicar as penalidades cabí-
• Fiscalização e punição veis;
1. expedir instruções e estabelecer procedimentos
para a aplicação das normas relativas à sua área de competência;
SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS (SUSEP) 2. autorizar: a constituição e o funcionamento das
A SUSEP é uma autarquia que segue as normas do CNSP, vin- entidades fechadas de previdência complementar e a aplicação dos
culada ao Ministério da Economia. A SUSEP é o órgão responsável respectivos estatutos e dos regulamentos de planos de benefícios;
pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência as operações de fusão, cisão, incorporação ou qualquer outra for-
complementar aberta, capitalização e resseguro (seguro de um se- ma de reorganização societária, relativas às entidades fechadas de
guro já existente). Foi criada pelo Decreto-lei nº 73, de 21 de no- previdência complementar; a celebração de convênios e termos de
adesão por patrocinadores e instituidores e as retiradas de patro-
vembro de 1966.
cinadores e instituidores; e as transferências de patrocínio, grupos
A SUSEP é administrada por um Conselho Diretor, com- de participantes e assistidos, planos de benefícios e reservas entre
posto pelo Superintendente e por quatro Diretores. Compe- entidades fechadas de previdência complementar;
te ao Colegiado fixar as políticas gerais da Autarquia, com vis- 3. harmonizar as atividades das entidades fechadas
tas à ordenação das atividades do mercado, cumprir e fazer de previdência complementar com as normas e as políticas estabe-
cumprir as deliberações do CNSP e aprovar instruções, circula- lecidas para o segmento;
res e pareceres de orientação em matérias de sua competência. 4. decretar intervenção e liquidação extrajudicial
A presidência do Colegiado cabe ao Superintendente que tem, ain- das entidades fechadas de previdência complementar e nomear in-
da, como atribuições, promover os atos de gestão da Autarquia e terventor ou liquidante, nos termos da lei;
5. nomear administrador especial de plano de be-
sua representação perante o Governo e à Sociedade. nefícios específico, podendo atribuir-lhe poderes de intervenção e
liquidação extrajudicial, na forma da lei;
Atribuições 6. promover a mediação e a conciliação entre enti-
1. Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e dades fechadas de previdência complementar e entre as entidades
operação das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades e seus participantes, assistidos, patrocinadores ou instituidores,
de Previdência Privada Aberta e Resseguradores, na qualidade de bem como dirimir os litígios que lhe forem submetidos na forma da
executora da política traçada pelo CNSP; Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996;
2. Atuar no sentido de proteger a captação de poupança po- 7. enviar relatório anual de suas atividades ao Mi-
pular que se efetua através das operações de seguro, previdência nistério da Fazenda e, por seu intermédio, ao Presidente da Repú-
privada aberta, de capitalização e resseguro; blica e ao Congresso Nacional; e adotar as providências necessárias
3. Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos ao cumprimento de seus objetivos.
mercados supervisionados;
4. Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instru-
mentos operacionais a eles vinculados, com vistas à maior eficiên-
cia do Sistema Nacional de Seguros Privados e do Sistema Nacional
de Capitalização;

185
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
INSTITUIÇÕES OPERADORAS são supervisionadas pelo Banco Central do Brasil, e contam com a
São todas as instituições que não fazem parte dos sistemas nor- proteção do Fundo Garantidor de Crédito, que devolve o dinheiro
mativos ou supervisor, aquelas que lidam com o público, através de de depósito dos clientes até um valor determinado.
serviços de intermediação financeira ou demais serviços financei- Diferente dos bancos, as cooperativas de crédito não visam lu-
ros. cro.
Bancos - São as instituições financeiras que fazem a interme-
diação entre os recursos dos agentes poupadores e tomadores de Corretoras e Distribuidoras – São empresas constituídas sob
recursos. Além disso, prestam serviços de custódia de dinheiro e a forma de sociedade anônima, que intermediam investimentos
demais serviços financeiros, como abertura de contas, financia- entre as bolsas de valores e os investidores. Necessitam de obri-
mentos, emissão de cartões, recebimentos de títulos, etc. gatoriamente de autorização da CMV e do Banco Central para que
Os bancos estão sob a supervisão do Banco Central. possam atuar no SFN.
Os bancos podem ser classificados em: Bancos múltiplos, ban-
cos comerciais, bancos de investimento, bancos de desenvolvimen- Bolsa de Mercadorias e Futuros – Desde 2017, a BM&F Boves-
to, bancos de câmbio e bancos digitais. pa se uniu com a Cetip, formando a B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), uma
das principais empresas de infraestrutura de mercado financeiro do
Administradoras de Consórcio – É a pessoa jurídica, autorizada mundo.
pelo Banco Central a prestar serviços na formação e administração
de grupos de consórcio. Apenas empresas cadastradas e fiscaliza- Entidades Abertas de Previdência – Grupos que administram
das pelo Banco Central podem operar nesse segmento, pois infor- previdências privadas destinadas ao público em geral nem necessi-
mam periodicamente o órgão sobre seus registros das atividades dade de fazer parte de uma determinada categoria. Por exemplo, a
dos consórcios. previdência oferecida pelos bancos e instituições financeiras.

Bolsa de Valores – É o ambiente onde ocorrem as negociações Instituições de Pagamentos – É uma pessoa jurídica que exerce
de ativos financeiros, como ações e títulos. Quando uma empresa atividades de compra e venda e movimentação de recursos, através
tem necessidade em captar recursos financeiros e não tem interes- de um arranjo de pagamento, sem a concessão de empréstimos e fi-
se nos investimentos oferecidos pelas instituições financeiras, ela nanciamentos. Assim, o cliente pode realizar transações financeiras
pode oferecer suas ações na bolsa de valores. sem a necessidade de vínculos com bancos ou outras instituições
É função das bolsas de valores permitir que as negociações financeiras; apenas utilizando um instrumento como cartão pré-pa-
ocorram de forma mais segura, eficiente e justa. As corretoras fa- go ou aparelho móvel.
zem as intermediações entre compradores e vendedores. As instituições são geralmente regulamentadas e fiscalizadas
pelo Banco Central. São classificadas nas seguintes modalidades:
Seguradoras e Resseguradoras – As seguradoras são empresas • Emissor de moeda eletrônica: instituição que disponibiliza
que assumem o risco e indenizam o segurado dentro das condições o serviço do tipo pré-pago. Nesse caso, os recursos devem estar
da apólice. Porém, elas trabalham com um limite de aceitação de disponíveis no momento da transação. Como, emissores de cartão
riscos, para que não ocorra incapacidade no cumprimento dessas vale-refeição.
obrigações. • Emissor de instrumento de pagamento pós-pago: insti-
As resseguradoras colocam a disposição das seguradoras o ca- tuição de pagamento que gerencia contas de pagamento do tipo
pital financeiro necessário para que sejam aceitos riscos acima do pós-paga, em que os recursos depositados já estão comprometidos.
limite estabelecido. Exemplo, instituições financeiras emissoras de cartão de crédito (o
cartão de crédito é o instrumento de pagamento).
Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Fundos • Credenciador: instituição de pagamento que habilita re-
de Pensão) – São grupos que administram previdências privadas cebedores a aceitarem instrumentos de pagamentos. Por exemplo,
de uma determinada categoria. Funcionam através da capitalização instituições com em estabelecimento comercial que aceite cartão
de recursos de uma empresa e de um empregado, por exemplo, de pagamento.
bancários. • Iniciador de transações de pagamento: Não gerencia con-
ta de pagamento ou tem poder sobre os recursos sobre os recursos
Caixas Econômicas - Empresas públicas, com prestação de transferidos nas transações de pagamentos iniciadas. Como, insti-
serviços de bancos comerciais, porém, com foco em programas de tuições financeiras ou de pagamento em que as transações sejam
desenvolvimento socioeconômico. No Brasil, a única instituição em realizadas sem a utilização de cartão.
funcionamento desse tipo é a Caixa Econômica Federal (CEF).
A CEF é a responsável pelos recursos do Fundo de Garantia por Instituições não bancárias – Aquelas que não recebem depó-
Tempo de Serviço (FGTS), do PIS, Seguro-Desemprego e detentora sitos à vista, nem podem criar moeda. Operam apenas com ativos
da venda dos jogos da loteria federal. Sua prioridade é a concessão não monetários, como ações, CDBs, títulos, letras de Câmbio e de-
de recursos para investimentos em programas sociais, como habita- bêntures.
ção, saúde, emprego e renda, esporte, etc.
Sociedades de capitalização - são entidades, constituídas sob a
Cooperativas de Crédito – São organizações formadas por um forma de sociedades anônimas, que negociam contratos (títulos de
grupo de pessoas unidas por um objetivo coletivo. As cooperativas capitalização) que têm por objeto o depósito periódico de presta-
de crédito prestam serviços financeiros, como abertura de conta ções pecuniárias pelo contratante, o qual terá, depois de cumprido
corrente, emissão de cheques e cartões, aplicações financeiras, o prazo contratado, o direito de resgatar parte dos valores deposita-
financiamentos, etc. Porém, nas cooperativas de créditos, o clien- dos corrigidos por uma taxa de juros estabelecida contratualmente;
te também pode ser dono do negócio. Assim como os bancos, as conferindo, ainda, quando previsto, o direito de concorrer a sor-
cooperativas também são uma opção segura, pois suas atividades teios de prêmios em dinheiro.

186
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
REFERÊNCIAS As principais operações são:
Disponível em: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/sfn, • Pessoa física - crédito ao consumidor, crédito consignado,
acesso em 13/07/2021. cheque especial, cartão de crédito, leasing, etc.
Disponível em: https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/cmn, aces- • Pessoa jurídica - empréstimo para capital de giro, financia-
so em 13/07/2021. mento de máquinas e equipamentos, financiamento de projetos,
Disponível em: https://www.gov.br/fazenda/pt-br/assuntos/cmn, etc.
acesso em 13/07/2021.
Disponível em: http://novosite.susep.gov.br/, acesso em 14/07/2021. Essas relações tem algumas características que precisam ser
Disponível em: http://www.susep.gov.br/menu/a-susep/ definidas em contrato, que se fundamentam em normas e fiscaliza-
apresentacao?_ga=2.180533860.2111541974.1626328556- ções do mercado financeiro para que possam ser realizadas, como
1054157232.1626220132, acesso em 14/07/2021. os períodos que podem ser de curto, médio ou longo prazo; valor,
Disponível em: http://www.susep.gov.br/setores-susep/seger/estrutu- forma de liquidação, taxa de juros, riscos, garantias e destinação
ra, acesso em 15/07/2021. dos recursos.
Disponível em: https://www.gov.br/economia/pt-br/orgaos/entidades-
-vinculadas/autarquias/previc/acesso-a-informacao/institucional/a- Mercado de Capitais
-previc, acesso em 15/07/2021. É o ambiente composto por empresas e investidores. Muitas
Disponível em: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/coope- vezes as empresas necessitam de recursos para projetos diversos e
rativacredito, acesso em 15/07/2021. buscam os investidores, que são as pessoas com recursos e interes-
Disponível em: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/bancos- se disponíveis.
caixaseconomicas, acesso em 15/07/2021. Sua principal função é possibilitar aos investidores boas opor-
Disponível em: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/institui- tunidades de investimento através de empresas que estão dispos-
coesnaobancarias, acesso em 15/07/2021. tas a aceitar novos sócios.
Disponível em: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/admi- No mercado de capitais a empresa assume o compromisso de
nistradoraconsorcio, acesso em 15/07/2021. retorno com o investidor, através da emissão de títulos e ações, dis-
Disponível em: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/admi- ponibilizadas no mercado. Dessa forma o mercado de capitais sur-
nistradoraconsorcio, acesso em 15/07/2021. giu para aproximar aqueles investidores que gostariam de investir
Disponível em: https://www.bcb.gov.br/pre/composicao/sc.asp?fra- em empresas e de empresas que precisam de recursos para proje-
me=1, acesso em 15/07/2021. tos de investimento.
Disponível em: http://www.b3.com.br/pt_br/, acesso em 15/07/2021.,
acesso em 15/07/2021. Mercado Cambial
Disponível em: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/institui- É um dos principais mercados existentes dentro mercado finan-
caopagamento, acesso em 15/07/2021. ceiro, fazendo parte do Sistema Financeiro Nacional, sendo norma-
Disponível em: https://www.gov.br/cvm/pt-br/acesso-a-informacao-c- tizado e supervisionado pelo CMN e pelo Banco Central.
vm/institucional/sobre-a-cvm, acesso em 15/07/2021. É o local em que ocorrem as transações envolvendo moedas de
Disponível em: http://www.b3.com.br/pt_br/b3/institucional/quem- diversos países (divisas internacionais). Essas operações consistem
-somos/, acesso em 15/07/2021 na troca de uma moeda base por outra moeda cotada, como paga-
mentos, recebimentos, transferências, investimentos, etc.
Por ser globalizado, este mercado, tem seu funcionamento du-
MERCADO FINANCEIRO E SEUS DESDOBRAMENTOS rante 24 horas em cinco dias da semana; tendo ainda a facilidade
(MERCADOS MONETÁRIO, DE CRÉDITO, DE CAPITAIS E de ser descentralizado e eletrônico. É dividido em duas partes, sen-
CAMBIAL) do o mercado primário aquele que realiza transações por turistas,
importadores e exportadores, e o secundário, em que ocorrem as
transações autorizadas pelo Banco Central. Ou seja, mercado cam-
Mercado Monetário bial, é onde as moedas dos países são negociadas, possibilitando o
O mercado monetário é um dos mercados que faz parte do comércio, turismo e investimentos internacionais.
mercado financeiro e do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Logo,
é regulamentado e supervisionado pelo CMN e Banco Central do
Brasil. MOEDA E POLÍTICA MONETÁRIA: POLÍTICAS MO-
O mercado monetário é caracterizado pelas negociações de tí- NETÁRIAS CONVENCIONAIS E NÃOCONVENCIONAIS
tulos públicos do Tesouro Nacional (LTN LFN) e privados (CDB), de (QUANTITATIVE EASING); TAXA SELIC E OPERAÇÕES
curto e curtíssimo prazo, e tem desempenho fundamental com a COMPROMISSADAS; O DEBATE SOBRE OS DEPÓSITOS
liquidez monetária, que por sua vez influencia toda economia, atra- REMUNERADOS DOS BANCOS COMERCIAIS NO BAN-
vés da inflação e a taxa de juros. É por meio dos títulos públicos que CO CENTRAL DO BRASIL
o Banco Central atua neste mercado visando atingir os objetivos do
governo quanto à inflação e a taxa de juros, visto que ao comprar
títulos públicos, ele aumenta a oferta de moeda no sistema, geran- Políticas monetárias convencionais
do uma baixa na taxa de juros e uma alta na inflação e, ao vender Política monetária convencional é um dos instrumentos para
títulos públicos, ele diminui a oferta de moeda no sistema, gerando manter a economia em plena estabilidade. Esse tipo de política
uma alta na taxa de juros e uma baixa na inflação. monetária é utilizado quando apenas os instrumentos básicos são
capazes de equilibrar o mercado.
Mercado de Crédito Sendo assim, é por meio dela que se dá o controle da oferta de
O mercado de crédito é aquele onde se encontram os agentes dinheiro no país. Suas diretrizes são determinadas pelo Conselho
econômicos tomadores e tomadores de recursos. Os agentes eco- monetário Nacional (CMN).
nômicos são as pessoas físicas e jurídicas e as instituições financei- Para controlar a oferta de dinheiro no país, a política monetária
ras, que buscam e oferecem recursos e financiamentos. atua utilizando as seguintes ferramentas:

187
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
• Depósito Compulsório – É o valor mínimo que cada ban- Quando um banco pega dinheiro emprestado pagando a SELIC
co deve ter guardado em seus cofres ao final do dia, mesmo com de juros para sustentar seu negócio, ele vai emprestar esse dinheiro
grande movimento de saque por parte dos clientes, este valor é para seus clientes cobrando no mínimo, a SELIC mais seus custos.
uma espécie de reserva dos bancos. Existe um percentual de de- Por isso que as taxas de juros cobradas nos empréstimos, financia-
pósito compulsório, porém, não é fixo. Quando o governo quer que mentos, cheque especial, ou no cartão de crédito são maiores que
os bancos emprestem mais recursos, esse valor é reduzido; para o a SELIC; pois as instituições incluem no valor principal custos opera-
caso de menos dinheiro circulando, há um aumento desse percen- cionais; o risco de inadimplência, a taxa de impostos e o seu lucro.
tual. Quando a SELIC sobe, todas as outras taxas de juros aumen-
• Compra e venda de títulos públicos – Quando o governo tam. Com juros mais altos as pessoas pegam menos empréstimos e
tem a necessidade de tirar dinheiro da economia, vende títulos pú- financiamentos. Esse movimento desestimula o consumo e favore-
blicos ao mercado com uma taxa atrativa, mantendo o valor arreca- ce a queda da inflação. Quando a SELIC é reduzida, as outras taxas
dado em caixa. No caso contrário, o governo recompra esses títulos de juros tendem a cair também, estimulando o consumo. Quem
públicos e permite uma oferta maior de crédito. É uma operação decide a Taxa Selic é o COPOM (Comitê de Política Monetária). O
realizada pelo Banco Central, mantendo o equilíbrio de moeda na COPOM é formado pelo Presidente e pelos diretores do Banco Cen-
economia. tral. Eles se reúnem oito vezes ao ano, a cada 45 dias, na sede do
• Redesconto bancário – É a taxa cobrada pelo emprésti- Banco Central em Brasília. Nessa reunião é definido se a Taxa SELIC
mo de dinheiro aos bancos que não conseguiram manter ao final aumenta, diminui ou se mantém. A taxa SELIC é uma meta defini-
do dia, o valor do depósito compulsório determinado pelo Banco da pelo COPOM, portanto ela não é cumprida por força de norma,
Central. Essa taxa é que vai determinar se ao longo do expediente e sim da compra e venda de títulos públicos do Governo Federal,
os bancos emprestaram mais ou menos recursos; pois quando está uma operação que busca aproximar a taxa real da meta definida
baixa é mais favorável pegar dinheiro com o Banco Central para su- pelo COPOM. E esses títulos são negociados em um sistema admi-
prir o depósito compulsório. nistrado pelo próprio Banco Central, chamado Sistema Especial de
Liquidação e Custódia, por isso, o nome da Taxa Selic.
O governo pode também, através da política monetária, atuar
de forma expansionista, deixando mais dinheiro na economia. Para Operações Compromissadas
isso, basta diminuir o depósito compulsório, comprar títulos públi- Trata-se de uma operação de compra e venda através de ban-
cos e diminuir a taxa de redesconto. co ou outra instituição financeira, que é feita com o compromisso
Já, para reduzir a quantidade de recursos na economia e atuar de ser refeita, porém, ao contrário, envolvendo ativos financeiros,
de forma contracionista, faz o processo inverso, aumentando o va- como títulos públicos, por exemplo.
lor do depósito compulsório, vendendo títulos e elevando a taxa de Assim, o vendedor assume o compromisso de recompra do tí-
redesconto. tulo, enquanto o comprador compromete-se a vender esse título
com a mesma instituição da primeira operação, em data menciona-
Políticas monetárias não convencionais (Quantitative Easing) das pelas partes em contrato.
Quantative Easing (QE) são formas de políticas monetárias não As negociações ocorrem em duas etapas, a primeira chamada
convencionais. Apesar de não muito usuais, tem função de estimu- “ida”, pois é quando a instituição vende o título; a segunda chama-
lar a economia. Utilizados quando a economia está em crise, com da “volta”, quando há a recompra do mesmo título. No momento
inflação muito baixa, taxas de juros também muito baixas; em que da negociação, deverão constar em contrato, algumas informações,
o Banco Central já praticamente esgotou todas as formas conven- como a data da recompra e o valor, que geralmente é o mesmo.
cionais da política monetária. Podem adquirir títulos nessas condições qualquer pessoa física
Sãos medida em que o Banco Central compra títulos do gover- ou jurídica, no entanto, só poderá vender instituições autorizadas
no ou demais títulos do mercado para reduzir as taxas de juros e para este tipo de serviço e que sigam as normas previstas na Re-
aumentar a oferta de dinheiro na economia. Alguns especialistas solução 3.339/20076, emitida pelo Conselho Monetário Nacional.
consideram essas ações como políticas artificias de criação de moe-
da, pois o dinheiro é circulado apenas de forma eletrônica. O debate sobre os depósitos remunerados dos bancos comer-
Num cenário de possível recessão, apesar da demanda por cré- ciais do Banco Central do Brasil
dito, as instituições financeiras irão se resguardar e manter dinheiro Foi aprovado em 22/06/2021, o Projeto de Lei nº 3.877/2020,
em seus caixas. Assim, é necessário que o Banco Central estimule a autorizando o Banco Central a receber das instituições financeiras
economia utilizando opções não convencionais. depósitos voluntários, mediante remuneração. Segue agora para
Esse aumento de liquidez impacta a economia, por exemplo, sanção do Presidente.
estimulando o consumo, investimentos e financiamentos; a moeda O objetivo é que o Banco Central disponha de mais um instru-
perde o valor, aumentando a inflação até a sua meta; queda da taxa mento para controlar a quantidade de moeda que circula na econo-
de juros mais longas, proporcionando maior oferta de crédito. mia e também a inflação, sem aumentar a dívida pública.
Atualmente o Banco Central utiliza como principal ferramenta
Taxa SELIC de controle de liquidez as operações compromissadas, porém esta
A SELIC é a taxa básica de juros da economia e o principal ins- faz a dívida pública aumentar, pois é incluída diretamente em seu
trumento de política monetária aplicado pelo Banco Central do total.
Brasil. Ela é utilizada pelos bancos e outras instituições financeiras.
Quando um banco está precisando de dinheiro para fechar a conta
do dia, ele pode pegar um empréstimo com outro banco, dando
como garantia títulos emitidos pelo Governo. A taxa Selic é a refe-
rência para as demais taxas de juros da economia, ou seja, é a base
para definir o custo do crédito no Brasil.

188
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Os títulos do Tesouro Nacional são:
ORÇAMENTO PÚBLICO, TÍTULOS DO TESOURO NACIO- • Tesouro prefixado - Esse título vence em 01/07/2024. Tí-
NAL E DÍVIDA PÚBLICA tulo prefixado, ou seja, no momento da compra, você já sabe exata-
mente quanto irá receber no futuro (sempre R$ 1.000 por unidade
de título). Atualmente sua rentabilidade anual é de 8,14%, com in-
Orçamento Público
vestimento mínimo de R$ 31,63.
Orçamento público é o planejamento público financeiro que • Tesouro IPCA+ - Esse título vence em 15/08/2026. Título
detalha o quanto haverá de entradas e saídas de dinheiro do gover-
pós-fixado, uma vez que parte do seu rendimento acompanha a va-
no para manter os serviços públicos funcionando em equilíbrio com
riação da taxa de inflação (IPCA). Sua rentabilidade atual é de 3,74%
as contas públicas.
e seu investimento mínimo é de R$ 59,02.
Existem três instrumentos importantes que devem ser conside- • Tesouro SELIC - Esse título vence em 01/09/2024. Título
rados no momento da definição desse orçamento nas esferas muni-
com rentabilidade diária vinculada à taxa de juros da economia
cipal, estadual e federal:
• Plano Plurianual (PPA) – Documento que prevê metas e (taxa Selic). Isso significa que se a taxa Selic aumentar a sua rentabi-
lidade aumenta e se a taxa Selic diminuir, sua rentabilidade diminui.
objetivos de médio prazo para o governo. Considerado um planeja-
Rentabilidade atual de 0,2323%, com investimento mínimo de R$
mento estratégico de grandes investimentos. Contém a realização
108,12.
de obras grandiosas, como a manutenção ou construção de rodo-
vias, hidrelétricas, aeroportos etc. Além disso, o PPA é elaborado e
Dívida Pública
discutido a cada quatro anos.
• Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) – É elabora e dis- É o conjunto de títulos emitidos pelo governo para obter di-
nheiro de seus cidadãos, de outros países ou do mercado financeiro
cutida anualmente para definir as prioridades de curto prazo do
e custear suas despesas. Na venda desses títulos, o governo se com-
governo, além de orientar a maneira que serão executadas no ano
promete em receber o título e devolver o valor pago, acrescido de
seguinte, como reajuste do salário-mínimo, tributos, o quanto o go-
juros, na data de seu vencimento.
verno deve poupar para pagar a própria dívida, investimentos em
O governo recorre a venda de títulos e se endivida, pois mui-
agências de fomento etc. O Presidente da República tem até a data
tas vezes, o valor da arrecadação de impostos não é suficiente para
de 15 de abril para enviar esse documento para a Comissão Mista de
cobrir todas as despesas e custos com serviços oferecidos a popu-
Orçamento, que é formada com o intuito de analisar essa proposta,
lação, compra de bens e serviços e com o pagamento de seus ser-
seguindo para a votação no Congresso. Essa votação deve ocorrer
vidores.
até a data de 07 de julho; prazos definidos pela Constituição.
• Lei Orçamentária Anual (LOA) – Plano de ação apresen-
tado e discutido sempre no final do ano, com base nos objetivos PRODUTOS BANCÁRIOS: NOÇÕES DE CARTÕES DE CRÉDI-
do PPA e nas prioridades da LDO. Nela estão descritas receitas e TO E DÉBITO, CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR, CRÉDI-
despesas. O Presidente da República tem até o dia 3 de agosto para TO RURAL, POUPANÇA, CAPITALIZAÇÃO, PREVIDÊNCIA,
encaminhar esse documento à Comissão Mista de Orçamento, se- CONSÓRCIO, INVESTIMENTOS E SEGUROS
guindo depois para o plenário do Congresso, onde será votado até
o dia 22 de dezembro.
Segundo a Constituição, esse é o caminho que o orçamento pú- Cartões de crédito e débito
blico deve percorrer, passando pelas etapas do PPA, LDO e LOA, de
forma organizada e planejada. Cartões de crédito
Para a utilização de cartões de crédito não é necessário ter di-
Títulos do Tesouro Nacional nheiro em conta, pois as compras vêm para pagamento através de
O Tesouro Direto é o Programa do Tesouro Nacional, em parce- uma fatura com prazo de vencimento de até 40 dias após o consu-
ria com a B3. Ao investir nesses títulos, os recursos serão empres- mo, ou em várias parcelas.
tados para o governo federal aumentar investimentos em saúde, É uma espécie de empréstimo, com a administradora ou ins-
educação, segurança etc. Em troca, o investidor recebe será remu- tituição financeira, pois os comerciantes recebem em poucos dias
nerado, através do principal mais juros. após a compra, mas o pagamento ocorre em um período posterior.
São investimentos considerados com o menor risco do merca- Caso a fatura não seja paga na data, ocorrerão acréscimos de
do, pois estão 100% garantidos pelo Tesouro Nacional. A rentabili-
multas e juros. Se for paga na data do vencimento, com valor menor
dade varia conforme o título escolhido e se a remuneração é pré ou
que o total, o cliente utilizará o crédito rotativo.
pós-fixada; e se será recebido em parcelas semestrais ou acumula-
dos no vencimento.
Existem títulos de curto, médio e longo prazos, e todos pos- Cartões de débito
suem liquidez diária; assim, o resgate antecipado pode ocorrer con- Ao realizar pagamentos utilizando os cartões de débito, o des-
forme a necessidade do investidor, pois a recompra dos títulos é ga- conto será automático do saldo de conta corrente (saldo positivo ou
rantida pelo governo. O Tesouro Nacional pagará o valor pelo qual o cheque especial). É considerado sempre como pagamento à vista,
título está sendo negociado na data; valor este que não é fixo. pois utiliza o dinheiro que já disponível.
Como os demais investimentos, existem as taxas de administra-
ção da instituição financeira e a taxa de custódia da B3, além de IR e Rede de aceitação (adquirências)
IOF. Antes de investir é importante observar qual o título que possui As adquirentes são as redes de aceitação de cartões, como a
as melhores condições conforme o objetivo do investidor. Cielo, Rede, GetNet, etc. São responsáveis por fazer a comunicação
da bandeira do cartão.
Elas irão processar os dados e após alguns dias farão o repasse
do valor das compras aos lojistas, mediante taxa de transação.

189
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
As adquirentes vão garantir algumas vantagens como, facilida- Letras de câmbio LC’s)
de na cobrança e menor taxa na transação. Porém, também podem São títulos de renda fixa que permitem que o dinheiro seja em-
trazer alguns problemas, como falta de comunicação por alguns prestado a uma financeira. Podem ser pré e pós fixadas ou híbridas.
instantes; nesse caso o lojista fica impossibilitado de receber suas Pré fixada: Indicam a rentabilidade final no momento da apli-
vendas. Além do fato de, no caso algum serviço complementar ser cação inicial.
necessário, deverá em muitos casos, optar pela contratação a parte, Pós fixada: A rentabilidade total será apresentada apenas no
o que aumenta a burocracia para lojistas de pequeno porte. vencimento do título.
Com o tempo, foram criadas as subadquirentes, que são in- Híbrida: Parte do valor está na modalidade pré e a outra meta-
termediárias de pagamentos, fazendo a mediação entre lojistas e de na pós fixada.
adquirentes. Capazes também de aprovar transações, além de ter São asseguradas pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), no
serviços antifraudes. valor de até R$ 250.000,00, com um limite total de R$ 1.000.000,00.
Existem também as empresas conhecidas como gateways, Sofrem incidência de IOF e também de IR.
que atuam apenas no mundo virtual, da mesma maneira que as
“maquininhas” de recebimento, porém, apenas nas empresas de Cobrança e pagamento de títulos e carnês
e-commerce. A movimentação de títulos e carnês tem objetivo de processar
e controlar as operações realizadas com títulos e carnês enviados as
Bandeiras de cartão instituições financeiras por empresas ou pessoas físicas.
Empresas como Visa, Mastercard, Elo, etc. representam as
bandeiras dos cartões. Elas trabalham para definir onde os cartões Boleto
Título de cobrança regulamentado pelo BACEN. É muito popu-
serão aceitos, pois também indicam as máquinas dos estabeleci-
lar, podendo ser emitido por pessoas físicas e jurídicas, inclusive
mentos.
para pessoas que não possuem vínculo com algum banco, porém,
Visa e Mastercard são as bandeiras mais aceitas no mundo; a
seu emissor dever ter conta corrente para que os valores recebidos
Elo é uma bandeira nacional, ainda aceita apenas no Brasil. sejam por lá, depositados. Seu pagamento pode ocorrer em esta-
Além da aceitação, a bandeira é responsável pela comunicação belecimentos variados, como supermercados, lotéricas, etc. O valor
entre ela, a empresa da máquina e o emissor do cartão no momen- estará disponível em conta, um dia após a sua liquidação. Tem a
to em que ocorre a compra para a conclusão da transação. facilidade de ser pago em supermercados, lotéricas, etc.
A bandeira pode oferecer também promoções, descontos, se- Para a realização deste serviço, os bancos estão autorizados a
guros e vantagens exclusivas para seus clientes. Quanto melhor a cobrar tarifas conforme o contrato da conta corrente do cliente.
modalidade do cartão, melhores serão os benefícios oferecidos.
Carnê
Depósitos à vista, depósitos a prazo (CDB e RDB) e letras de Também um título de cobrança, representa a união de vários
câmbio boletos. São emitidos para compras parceladas, formalizando uma
relação de crédito concedido entre vendedor e consumidor. Antes
Depósitos à vista de sua emissão, é necessário análise dos dados do cliente, com a fi-
Conhecidos como depósitos em conta corrente, representam a nalidade de determinar se este tem condições de pagar pelo objeto
entrega de valores as instituições financeiras, para que sejam guar- de compra.
dados ou aplicados, com resgate total ou parcial no momento em
que o cliente necessitar. Transferência automática de fundos
Também é uma forma de captação de recursos pelos bancos, Prestação de serviços em que a instituição financeira movimen-
porém, sem remuneração, já que possuem liquidez imediata. ta recursos de uma ou mais contas correntes para um ou mais fun-
dos. Para isso, o cliente antecipadamente autoriza o banco o movi-
Depósitos a prazo mentar suas contas.
Investimentos em que o cliente deve aguardar o prazo de ven- É um serviço sem cobrança adicional para o cliente, além de
cimento para resgatá-lo, conforme contrato. ser considerada uma maneira de gerenciar recursos do cliente, pois
Certificado de Depósito bancário (CDB) e Recibo de Depósito dada a autorização, o banco pode também fazer o resgate de va-
Bancário (RDB) são os principais instrumentos de depósitos a prazo. lores (resgate automático), transferindo-os da conta de aplicação
Considerados investimentos, pois são aplicados em troca de remu- para a conta corrente quando houver necessidade da cobertura de
neração de juros. possíveis valores que não estejam disponíveis.
CDB – Possui liquidez diária e pode ser regatado a qualquer
momento (sob aviso prévio). Tem emissão digital e física. Suscetí- Commercial papers
veis a incidência de IR e IOF, possuem garantia pelo Fundo Garanti- São títulos de crédito emitidos por empresas não financeiras
dor de Crédito em até R$ 250.000,00 por título, (limitado a quatro da modalidade Sociedades Anônimas (S.A’s), com necessidade de
por CPF ou CNPJ). captar recursos no mercado interno para financiar suas necessida-
des de fluxo de caixa.
RDB – Título de renda fixa emitido pelas instituições finan-
Tem um prazo de mínimo de 30 dias e máximo de 180 ou 360.
ceiras. Nesse investimento o cliente empresta dinheiro para uma
Para S.A’s de capital fechado é de até 180 e com capital aberto de
instituição financeira e no vencimento tem o retorno do capital in-
até 360.
vestido mais o rendimento. Sofre incidência de IR e de IOF apenas É uma operação considerada alternativa para empréstimos
quando resgatado num prazo menor que 30 dias após a aplicação. bancários convencionais, possibilitando redução nas taxas de juros
Tem a segurança do Fundo Garantidor de Crédito nas mesmas con- devida eliminação da intermediação financeira e também mais ra-
dições do CDB. pidez e simplicidade na negociação entre tomadores e investidores.

190
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Arrecadação de tributos e tarifas públicas ‘Contas garantidas
Toda a arrecadação de tributos e tarifas públicas, obrigatoria- É uma linha de crédito disponível na conta corrente para utili-
mente transita pelas instituições financeiras para seu pagamento. zação no curtíssimo prazo. Está vinculada a uma garantia, como al-
São serviços prestados através de convênios específicos de arreca- gum recebível ou garantia real (hipoteca, penhor, anticrese). Após a
dação e repasse. realização do contrato entre cliente e instituição financeira, o limite
Geralmente, o poder público mantém um banco preferencial estabelecido é disponibilizado.
conveniado para centralizar suas arrecadações e identificar paga- Costumam ter taxas de juros mais baixas e limite de crédito
mento dos contribuintes. mais elevado devido as garantias.
Tributo: Cobrança coercitiva, realizada pelo agente público
(união, estados e municípios) em relação à pessoa física e jurídica Crédito rotativo
(impostos, taxas e contribuições). Modalidade de crédito muito utilizada para pagamento de car-
Tarifas Públicas: Pagamento de serviços realizados por conces- tões de créditos, porém, também para cheque especial, caução de
sionárias (água, luz, telefone e gás). duplicatas. Pessoas físicas e jurídica podem contar com este recur-
so.
Home/office banking e remote banking O limite de crédito é utilizado em um período curto, mediante
Home/Office Banking: Tecnologia desenvolvida para que os o pagamento com juros.
clientes realizem operações bancárias fora das agências, através Ex. Fatura do cartão de crédito no valor de R$ 5.000,00; com
dos recursos da internet, permitindo economia de tempo. Esse sis- pagamento mínimo obrigatório de R$ 1.000,00; pagamento reali-
tema favorece também a redução de custos e expansão de serviços zado de R$ 800,00. O saldo restante a pagar de R$ 4.200,00 é o
para as instituições financeiras. crédito rotativo.
Remote Banking: Serviços disponíveis para que o cliente tenha
acesso a todo tipo de acesso fora de uma agência. Objetiva reduzir Descontos de títulos
custos de operação e geração de eficiência na relação entre ban- Modalidade de crédito, conhecida como a antecipação de re-
co e cliente. Ex. Banco 24 horas, atendimento telefônico, aplicati- cebíveis que o cliente tem e já apresentou a instituição financeira
vos para celular e computadores diversos, atendimento via chat e como forma de garantia (nota promissória, cheques, etc.).
WhatsApp. Por essa antecipação, o banco cobra uma taxa, chamada de
taxa de redesconto, definida a partir de um percentual sobre o valor
Corporate finance nominal ou futuro do título. Nessa antecipação de recurso incide o
É a prestação de serviços de instituições financeiras de inves- IOF; e outros encargos bancários contratuais.
timento, para grandes empresas em negociações de aquisições, ci- É geralmente utilizado por pessoas jurídicas, mas pessoas físi-
sões, fusões, incorporações, etc. cas também tem acesso.
Os bancos, através de seus profissionais especialistas, auxiliam
na análise de cálculo do valor das empresas envolvidas (valuation), Financiamento de capital de giro
pesquisas de mercado para assegurar a justificativa da operação. O financiamento do capital de giro pode ocorrer de duas for-
Além desse serviço, o banco concede, em muitos casos, em- mas:
préstimos ou apoio na captação de recursos internos ou externos a) Quando o capital de giro não está vinculado a algum gasto
para a realização da operação. É cobrada uma comissão sobre a exclusivo.
operação, geralmente uma taxa fixa, acordada em contrato. b) Quando está vinculado a compra de insumos ou material de
estoque.
Fundos mútuos de investimento
São fundos de investimentos gerenciados por profissionais es- A movimentação dos recursos ocorre através de transferência
pecialistas no mercado financeiro. Os fundos gerenciam recursos de para a conta do tomador.
um grupo de investidores, em carteiras diversificadas de títulos e O limite de financiamento é determinado pela análise de crédi-
valores mobiliários, com divisão de recursos (cotas de participação) to do cliente e sua capacidade de pagamento. Os pagamentos po-
em partes iguais para todos. dem variar conforme a necessidade da empresa.
Os fundos são individuais, cada um com seu grau de risco e Os bancos comerciais costumam ter muitas opções para finan-
custo de serviços definidos desde o início. Os recursos arrecadados ciamento de capital de giro quanto a prazos, taxas, garantias. Po-
com as vendas das cotas são investidos em títulos, que resultarão rém, ocorre dessa modalidade de financiamento ter taxas de juros
na rentabilidade dos fundos mais baixas. Os recursos liberados podem ocorrer de forma isolada
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é o órgão responsá- ou associada a investimentos fixos e possuem incidência de IOF.
vel por normas, registros, autorizações, e supervisão dos fundos. As garantias para essa linha de crédito incluem alienação fidu-
ciária, penhora de recebíveis, hipoteca, etc.
Hotmoney
São empréstimos de curtíssimo prazo (de 1 a 29 dias), desti- Vendor Finance e Compror Finance
nados as pessoas jurídicas para financiar o capital de giro. Nesse Vendor finance: É a operação de financiamento em que a ins-
sistema, os recursos são transferidos entre mercados, com rapidez tituição financeira intercede por meio de convênio à negociação de
e eficiência referente aos ganhos. No entanto, suas taxas de juros compra de venda entre duas empresas.
são altas e seus prazos de pagamento, muito pequenos. A negociação é formalizada em contrato com a empresa ven-
As empresas optantes pelo hotmoney contratam o serviço dedora, mencionando que o banco financiará recursos para a com-
através de instituição financeira e celebração de contrato. pradora, realizando o pagamento da compra à vista, mediante des-
conto.
Neste caso, apenas a empresa vendedora é cliente do banco,
por isso, celebra o contrato, a empresa compradora, que recebe o
crédito não precisa ser correntista.

191
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Compror finance: É a operação de financiamento em que a ins- Crédito Direto (CD): Semelhante ao CDCI, em que a instituição
tituição financeira intermedia através de convênio uma negociação se apropria da carteira dos lojistas e assume os riscos do crédito.
de compra e venda entre duas empresas. Nesta situação, a empre- Crédito Automático por Cheque: Concedido aos clientes espe-
sa compradora, cliente do banco firma contrato para aquisição de ciais, como um cheque especial. Com pagamento parcelado, com
mercadorias a vista, sendo financiada pela instituição financeira. taxas de juros pré fixadas ou flutuantes, aceitas pelos clientes e
Não há necessidade do envolvimento da vendedora. O paga- acordadas em contratos.
mento acontecerá em data futura, acordado em contrato.
As garantias para essa linha de crédito incluem alienação fidu-
Leasing (tipos, funcionamento, bens) ciária, penhora de recebíveis, hipoteca, etc.
Leasing é um arrendamento mercantil. Neste processo, exis-
tem duas partes envolvidas, que podem ser tanto pessoas físicas Crédito direto ao consumidor
como jurídicas. Linha de crédito, também conhecida como empréstimo pesso-
O arrendatário é que tem o direito da posse de uso temporário al; destinada geralmente a pessoas físicas. Realizado por instituição
de um bem, em troca do pagamento de parcelas mensais a empresa bancária ou instituição particular (como lojas de departamento). Os
que fez o arrendamento. É uma forma de desfrutar do bem, sem ne- juros são considerados altos, devido a poucas garantias, pois o valor
cessidade de comprá-lo. Para que essa relação aconteça, é preciso é descontado diretamente da conta corrente.
do arrendador (empresa).
Crédito rural
Existem três tipos de leasing: Crédito destinado aos produtores rurais, cooperativas de pro-
a) Leasing financeiro: de longo prazo, em que o cliente manifes- dutores rurais, associação de produtores rurais, etc. Os recursos são
ta o interesse na aquisição do bem. Ao finalizar o contrato, o bem já disponibilizados por instituições financeiras, considerados especiais
terá sido pago. Caso não haja interesse em permanecer com o bem, por terem taxas de juros abaixo do mercado.
este será vendido e se o recebido for menor que o valor de aqui- Seu objetivo é estimular o crescimento da área rural, incenti-
sição, o arrendatário pagará por essa diferença; sendo este valor vando e fortalecendo pequenos produtores, desenvolvendo as ati-
maior, receberá o valor correspondente; chamado de Valor Residual vidades florestais e pecuárias, aumentando a produção através de
Garantido (VRG). Para os bens com vida útil de até cinco anos, o pra- métodos eficazes; estimulando a geração de renda e a mão de obra
zo do contrato será de dois anos. Já os bens com vida útil superior a para agricultura familiar e aquisição de equipamentos.
cinco anos, o contrato deverá ser de no mínimo, três anos. Financia as atividades de custeio, investimento e beneficia-
b) Leasing operacional: de curto prazo, em que o arrendatá- mento ou industrialização. Serve também para o custeio de despe-
rio manifesta logo de início sua opção por não obrigatoriedade em sas de produção, investimento na produção e custeio das despesas
adquirir o bem. São três opções ao final desse contrato: adquirir o pós produção.
bem, renovar o bem, ou não renovar. Nessa modalidade, não existe
o VRG. Prazo mínimo de contrato, por 90 dias, não podendo ultra- Por ser um programa do governo tem algumas, devem ser obe-
passar 75% da vida útil do bem. decidas algumas exigências:
c) Sale and leaseback: modalidade em que o arrendatário ven- • Idoneidade
de o bem a um terceiro, no entanto, continua fazendo uso deste por • Orçamento do Projeto e viabilidade econômica
meio de aluguel, formalizado em contrato. • Acompanhamento do cronograma indicado no projeto
• Fiscalização do financiador
Todos os contratos de leasing podem ter bens móveis e imó- • Cumprimento das regras de zoneamento.
veis. Pode ser concedido para pessoas físicas ou jurídicas, inclusive
para quem não é produtor rural; desde que esteja vinculado a ativi-
Financiamento de capital fixo dades pertinentes a agricultura, pecuária, pesquisa, etc.
As instituições financeiras não tem muita opção para crédito São necessárias garantias como penhor, aval, fiança, hipoteca,
quando se trata de capital fixo. Esse capital geralmente necessita etc.
de valores muito altos, o que gera muita insegurança nos bancos, A lei que define o crédito rural é a Lei nº 4.829, de 05/12/1965.
quanto ao cumprimento dessa obrigação, pelo volume de recursos O pagamento será realizado conforme seu valor original e po-
e pelo período de amortização muito longo. derá ser desde uma única parcela, ou amortizações conforme con-
Os recursos são liberados para financiar itens que contribuam trato.
para o crescimento e desenvolvimento e funcionamento das em-
presas, como máquinas e equipamentos, instalações, etc. Cadernetas de poupança
Assim, as instituições governamentais se dispõem com maior A aplicação mais popular, devido sua segurança e facilidade e
facilidade a financiar em longo prazo, o capital fixo; como o Banco liquidez imediata.
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Pode ter resgate em qualquer momento, porém a remunera-
ção só ocorrer para valores que ficam parados a partir de 30 dias.
As modalidades de crédito são: Para cálculos de juros, será observado o índice de 0,5% a.m., sem-
Crédito Direto ao Consumidor (CDC): Concedidos por bancos e pre que a taxa SELIC for maior que 8,5% a.a.; se a meta for inferior
financeiras, as pessoas físicas e jurídicas, na aquisição de bens e ser- ou igual a 8,5% a.a., o índice corresponderá a 70% do valor da meta.
viços. Com pagamentos geralmente realizado em prestações men- A poupança foi criada para estimular o sistema habitacional do
sais. Com incidência de juros, IOF e taxas de abertura de crédito. país.
CDC com Interveniência (CDCI): Liberados apenas para empre- Não há limite de aplicação ou de resgate. Está isenta da tri-
sas exclusivos intermediários de seus clientes, garantindo o paga- butação do IR e IOF. Os bancos não cobram pela manutenção das
mento. Tem os mesmos prazos e taxas do CDC, porém, menores; cadernetas de poupança.
pois não há risco por parte do cliente, mas sim, do seu intervenien-
te.

192
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Financiamento à importação e à exportação: repasses de re- Exportação
cursos do BNDES O BNDES financia as exportações, atuando no pré embarque,
com apoio a produção e no pós embarque, quando a produção já
Importação está sendo comercializada. Esse crédito permite a competitividade
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BN- das empresas em âmbito internacional, trazendo retornos positivos
DES) é uma empresa pública e um dos maiores bancos de desenvol- na economia interna.
vimento do mundo.
Por se tratar de um banco público e instrumento principal da De acordo com o BNDES:
União para financiamento e investimento de longo prazo; antes de “Pré-embarque – financiamento à produção para
conceder crédito, avalia o impacto que esse recurso causará nos exportação
setores socioambiental e econômico do Brasil. O produto BNDES Exim Pós-embarque compreende as seguin-
Assim, antes de conceder financiamentos para a importação tes linhas de financiamento: BNDES Exim Pós-embarque Bens, BN-
fará uma análise minuciosa para identificar se o bem a ser adquirido DES Exim Pós-embarque Serviços, BNDES Exim Pós-embarque Aero-
não possui semelhança ou equivalência a outro produzido interna- naves e BNDES Exim Automático.
mente. Pois, a importação desse item permitiria concorrência para No produto pós-embarque, o objeto do financiamento é a
a produção daquele já existente, causando prejuízos e danos eco- comercialização de bens e serviços brasileiros. Nesse caso, o BN-
nômicos a economia e ao desenvolvimento sustentável da nação. DES antecipa à empresa brasileira exportadora o valor dos bens ou
serviços devidos pelo importador estrangeiro. Esse desembolso de
Conforme o BNDES: recursos se dá em reais no Brasil, e o importador estrangeiro passa
“O apoio à importação de bens ficará condicionado à compro- a dever ao BNDES. Portanto, não há remessa de divisas ao exte-
vação de inexistência de similar nacional, utilizando-se, para essa rior. O pagamento do financiamento pelo importador estrangeiro
comprovação, um dos seguintes documentos: é realizado por intermédio de banco mandatário, que entre outras
a) Resolução da Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) com a atribuições, fecha o câmbio e repassa o valor em reais ao BNDES.
lista de bens contemplados pelo regime de Ex-tarifário, constando O financiamento à comercialização pode ser realizado por meio
o bem a ser financiado. A Resolução deverá estar em vigor na data de duas modalidades operacionais: supplier credit ou buyer credit,
da aprovação e da contratação da operação; além da linha BNDES Exim Automático.
b) Anotação realizada pelo Departamento de Comércio Exte-
rior (DECEX) na própria licença de importação do bem financiado, Supplier credit
atestando a inexistência de similar nacional; Refinanciamento ao exportador por meio do desconto de títu-
c) Atestado de entidade representativa ou de classe, de âmbito los. Veja como funciona:
nacional e que já prestem serviço semelhante para a Secretaria de • O exportador concede ao importador financiamento por
Comércio Exterior, de inexistência meio de carta de crédito, letras de câmbio ou notas promissórias.
de produção ou similar nacional. Esses títulos deverão ser cedidos ou endossados pelo exportador
Em caso de oposição das partes interessadas (Postulante, In- ao BNDES.
tervenientes, dentre outros) em relação ao referido atestado, será • O BNDES realiza o refinanciamento mediante o desconto dos
solicitado ainda laudo técnico emitido por entidade tecnológica de instrumentos de pagamento, e desembolsa os recursos ao exporta-
reconhecida idoneidade e competência técnica, preferencialmente dor, à vista, em reais, no Brasil.
contendo os seguintes fatores: produtividade, qualidade, prazo de • O importador pagará ao BNDES no prazo definido.
entrega usual para o equipamento, fornecimentos anteriores, con- • O banco mandatário realiza as transferências de recursos e
sumo de energia e de matérias-primas e outros fatores de desem- documentos relativos à operação.
penho específicos do caso;
d) Comprovação de credenciamento do Beneficiário perante Fluxo Operacional – BNDES Exim Pós-embarque Supplier Cre-
o CNPq, mediante publicação do respectivo certificado no D.O.U., dit
e (ii) da apresentação da licença de importação dos bens deferida 1. Após aprovada pelo BNDES a operação na modalidade Su-
pelo CNPq, extraída do Sistema Integrado de Comércio Exterior – pplier Credit, o Exportador pode embarcar os produtos/executar os
SISCOMEX, nos casos de dispensa de exame de similaridade previs- serviços para o Importador.
tos na Lei 8.010, de 1990. 2. O Importador apresenta títulos ou cartas de crédito emitidos
em favor do Exportador.
Observações 3. O Exportador realiza o endosso dos títulos ou a cessão das
Os critérios mencionados serão observados, no que couber, cartas de crédito em favor do BNDES.
para o financiamento de serviços importados. 4. O Banco Mandatário envia ao BNDES a documentação com-
No que se refere ao item “c” anterior, o BNDES: probatória da exportação e o pedido de liberação de recursos.
I. terá a faculdade de acolher ou não a indicação, feita pelas 5. O BNDES analisa a documentação e, caso esteja em boa or-
partes interessadas, de entidade representativa ou entidade tec- dem, realiza o desembolso de recursos ao Banco Mandatário.
nológica como responsáveis pela comprovação da inexistência de 6. Em seguida, o Banco Mandatário repassa os recursos ao Ex-
produção ou similar nacional; portador.
II. não ficará vinculado ao entendimento constante dos docu- 7. Após o término da carência de principal do financiamento, o
mentos apresentados pelas referidas entidades sobre a inexistência Importador inicia a amortização das prestações, via Banco Manda-
de similar nacional; tário, até a total liquidação financeira do contrato.
O BNDES poderá, caso entenda necessário e em caráter com- 8. Em seguida, o Banco Mandatário repassa os pagamentos ao
plementar, consultar os fabricantes nacionais sobre a existência de BNDES, até a total liquidação do financiamento.
produção ou similar nacional”.

193
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Buyer credit 5. O BNDES analisa a documentação e, caso esteja em boa or-
Financiamento à exportação mediante celebração de contrato dem, realiza o desembolso de recursos ao Banco Mandatário.
com o importador, com interveniência do exportador. Operações 6. Em seguida, o Banco Mandatário libera os recursos ao Ex-
mais complexas e que envolvem diretamente o importador es- portador.
trangeiro são em geral realizadas por meio desta modalidade. Veja 7. Após o término da carência de principal do financiamento,
como funciona: o Banco no exterior inicia a amortização das prestações, até a total
• O BNDES concede ao importador financiamento mediante a liquidação do financiamento”.
celebração de contrato de financiamento, firmado entre o BNDES e
o importador, ou entre o BNDES e o devedor, com a interveniência Cartões de crédito
do exportador. Modalidade de crédito que beneficia o consumidor no mo-
• O BNDES desembolsa os recursos ao exportador, em reais, mento da compra de um produto ou serviço, já que o vencimento
no Brasil. da fatura (documento que detalhas as despesas) ocorrerá em data
• O importador ou o devedor pagará ao BNDES no prazo defi- posterior, inclusive com situações de parcelamento. Por isso, não é
nido. necessário dispor de dinheiro no momento da aquisição.
• O banco mandatário realiza as transferências de recursos e No entanto, o vendedor/prestador receber em poucos dias
documentos relativos à operação. através da instituição financeira ou da administradora de cartões.
Caso o valor não seja pago com atrasos ou em data diferente do
Fluxo Operacional – BNDES Exim Pós-embarque Buyer Credit vencimento, há incidência de juros conforme contrato.
1. O Exportador firma um contrato comercial com o Importa-
dor, para entrega futura de bens/serviços. Títulos de capitalização
2. O Exportador encaminha ao BNDES a consulta prévia, com Título de crédito, regulamentado pela Superintendência de
informações sobre a operação de exportação. O BNDES avalia, de Seguros Privados (SUSEP) com prazo e regras estabelecidos em
acordo com parâmetros previamente estabelecidos, e aprova a contrato. É conhecido popularmente como uma forma segura de
operação, que é formalizada por meio de um contrato de financia- guardar dinheiro e concorrer sorteio de prêmios.
mento com o Importador/devedor, com interveniência do Expor- O capital é separado em três partes:
tador. 1ª. É acumulada com juros corrigidos ao longo do tempo.
3. O Exportador embarca os produtos/executa os serviços ao 2ª. Destinada para custear os sorteios.
Importador. 3ª. Reservada para custear as despesas administrativas.
4. O Exportador envia documentos comprobatórios da exporta- Além de ser vendido em agências bancárias, pode ser encon-
ção e quaisquer outros relacionados no contrato de financiamento trado em lotéricas, correios, etc. Suas principais características são:
para o Banco Mandatário. • Prazo de vigência – mínimo de 12 meses, organizadas em sé-
5. O Banco Mandatário envia ao BNDES a documentação e o ries visíveis no próprio título, com emissão de ao menos, 10.000
pedido de liberação de recursos. unidades.
6. O BNDES analisa a documentação e, caso esteja em boa or- • Forma de pagamento – mensal, periódico ou único.
dem, realiza o desembolso de recursos ao Banco Mandatário.
7. Em seguida, o Banco Mandatário repassa os recursos ao Ex- Muitas vezes, o título de capitalização pode ser confundido
portador. com uma espécie de poupança com premiação através de sorteios,
8. Após o término da carência de principal do financiamento, o porém, no final do contrato, o valor resgatado é menor que o valor
Importador inicia a amortização das prestações, até a total liquida- inicial investido. Sua rentabilidade mínima oferecida deve ser a par-
ção financeira do contrato. tir do valor da Taxa Referencial (TR), somada a 20% da taxa de juros
mensal aplicada a caderneta de poupança.
BNDES Exim Automático Não possui liquidez imediata e de acordo com o contrato, po-
Apoio à comercialização no exterior de bens de fabricação na- derá ou não ser resgatada antes do vencimento. Sendo possível, o
cional mediante a abertura de linha de crédito a instituições finan- valor será menor do que o valor total pago até o momento.
ceiras no exterior. O importador terá acesso ao financiamento do
BNDES para adquirir bens brasileiros, por meio de bancos no seu Planos de aposentadoria e pensão privados.
próprio país. O desembolso de recursos pelo BNDES ao exporta- Plano de previdência privada é um tipo de produto financeiro,
dor, por intermédio do banco mandatário, é realizado em reais, no uma forma de seguro em que o investidor acumula capital, remune-
Brasil. Por sua vez, o banco no exterior, responsável pelo risco da rado conforme as aplicações escolhidas pelo administrador do pla-
operação, efetua os pagamentos via banco mandatário ao BNDES. no. O fundo de previdência é o canal de investimento dos planos.
A Previdência privada foi criada com o objetivo de complemen-
Fluxo Operacional – BNDES Exim Automático tar a previdência social, porém, também, como um seguro para os
1. O Exportador realiza uma negociação comercial com o Im- trabalhadores que não contribuem para o INSS.
portador, para entrega futura de bens. Os principais planos são PGBL e VGBL, que se diferenciam pela
2. O Banco no exterior aprova o crédito do Importador. tributação. No VGBL, a incidência do IR ocorre apenas sobre os ren-
3. O Exportador encaminha ao BNDES o pedido de financia- dimentos; no PGBL o IR incide sobre o valor resgatado ou no rece-
mento, com informações sobre a operação de exportação. O BNDES bimento da renda.
avalia, de acordo com parâmetros previamente estabelecidos, e ho- Conforme a SUSEP:
mologa a operação. “VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres) e PGBL (Plano Gera-
4. O Exportador embarca os bens ao Importador envia docu- dor de Benefícios Livres) são planos por sobrevivência (de seguro
mentos comprobatórios da exportação para o Banco Mandatário, de pessoas e de previdência complementar aberta, respectivamen-
que envia ao BNDES a documentação e o pedido de liberação de te) que, após um período de acumulação de recursos (período de
recursos. diferimento), proporcionam aos investidores (segurados e partici-
pantes) uma renda mensal - que poderá ser vitalícia ou por período

194
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
determinado - ou um pagamento único. O primeiro (VGBL) é clas- O mercado de capitais está dividido em outros dois mercados:
sificado como seguro de pessoa, enquanto o segundo (PGBL) é um  Mercado primário –Quando uma empresa lança pela pri-
plano de previdência complementar. meira vez um título.
No caso do PGBL, os participantes que utilizam o modelo com-  Mercado secundário – Quando um título já está em poder
pleto de declaração de ajuste anual do I.R.P.F podem deduzir as de um investidor, porém, este o oferece no mercado, devido a ne-
contribuições do respectivo exercício, no limite máximo de 12% cessidade de liquidez.
de sua renda bruta anual. Os prêmios/contribuições pagos a pla-
nos VGBL não podem ser deduzidos na declaração de ajuste anual
do I.R.P.F e, portanto, este tipo de plano seria mais adequado aos NOÇÕES DE MERCADO DE CÂMBIO: INSTITUIÇÕES AU-
consumidores que utilizam o modelo simplificado de declaração de TORIZADAS A OPERAR E OPERAÇÕES BÁSICAS
ajuste anual do I.R.P.F ou aos que já ultrapassaram o limite de 12%
da renda bruta anual para efeito de dedução dos prêmios e ainda Instituições Autorizadas a operar
desejam contratar um plano de acumulação para complementação As instituições que operam neste mercado são os bancos múlti-
de renda”. plos, bancos comerciais, caixas econômicas, bancos de investimen-
to, bancos de câmbio (realizam todas as operações previstas para o
Planos de seguros mercado de câmbio).
Seguro é todo contrato pelo qual uma das partes, segurador, Os bancos de desenvolvimento, agências de fomento e as so-
se obriga a indenizar a outra, segurado, em caso da ocorrência de ciedades de crédito, financiamento e investimento; podem execu-
determinado sinistro, em troca do recebimento de um prêmio de tar apenas algumas operações autorizadas pelo BACEN.
seguro. Os seguros são acionados por diversas ocasiões, por isso As sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, socie-
existem os planos de seguro. dades distribuidoras de títulos e valores mobiliários e sociedades
Os planos de seguros fazem parte do Sistema Nacional de Se- de câmbio; realizam operações de câmbio com clientes para liqui-
guros Privados; instituído pelo Decreto Lei nº 73/1.966. Constituído dação de até US$ 100 mil ou em moedas de outras nacionalidades e
pelo Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP; pela Superin- operações no mercado interbancário, arbitragens no país e através
tendência de Seguros Privados – SUSEP; pelos resseguradores; por de banco autorizado a operar no mercado de câmbio e arbitragem
sociedades autorizadas a operar em seguros privados; e por corre- com o exterior.
tores habilitados.
Um plano de seguro é um serviço oferecido por empresas pri- Operações Básicas
vadas que disponibilizam atendimentos para situações de sinistro. Qualquer modalidade de pagamentos ou recebimentos em
Os planos são individualizados para atender cada cliente conforme moeda estrangeira, inclusive, aplicações no mercado financeiro ex-
suas necessidades. Para isso, é necessário formalizar o plano atra- terno, transferências.
vés de um contrato chamado apólice. Todas as operações de câmbio são formalizadas e registradas
A apólice é o contrato da cobertura com direitos e obrigações no sistema de câmbio – Sistema Integrado de Registro de Opera-
para as partes envolvidas. Nela devem constar todas as informa- ções de Câmbio.
ções sobre o objeto do seguro, como dados do segurado e do bem
a ser coberto, período de contratação, localização do bem, riscos Características de Contratos de Câmbio
envolvidos, prêmio, tipos de sinistros, valor e condições gerais da Operações que envolvem a movimentação de valores para o
indenização, franquia. Os planos de seguro são contratados como exterior. Implica uma negociação de troca de moedas, regulamen-
forma de prevenção, no entanto podem não se concretizar, caso tado pelo BACEN, através da circular nº 3591, de 16/12/2013. Nesse
não haja sinistros. contrato, devem constar as partes interessadas, ou seja, a institui-
ção que está autorizada a operar o câmbio, a parte que está no Bra-
NOÇÕES DE MERCADO DE CAPITAIS sil e a parte que se encontra no exterior.
É necessário, discriminar no documento; o custo da operação,
a taxa de câmbio, o prazo para liquidação da operação, o intermedi-
É o ambiente onde são negociados os títulos que representam ário (casa de câmbio) e a taxa da comissão de corretagem.
o capital das empresas (ações) ou títulos de dívidas (debêntures).
Neste local se encontram empresas e investidores (pessoas físicas e Taxas de Câmbio
jurídicas). As empresas estão em busca de alavancar seu capital de Processo da relação de troca entre moedas. É possível quan-
giro ou fixo através da emissão de títulos. São operações geralmen- tificar como o montante de Real necessário para trocar por dólar,
te de longo prazo, sem a intermediação de instituições financeiras, euro, etc.
porém, as instituições responsáveis pela negociação entre empre- A relação entre a taxa de Câmbio surge entre a demanda e a
sas e investidores devem estar autorizadas a operar no Sistema Fi- oferta pelas demais moedas em relação ao Real.
nanceiro Nacional. Exemplo: Os exportadores compram produtos no Brasil e ven-
As ações são os títulos mais negociados no mercado de capi- dem para o resto do mundo, logo, recebem dos compradores em
tais. Podem ser ordinárias (com direito a votos) ou preferenciais dólar que entram na economia brasileira. Enquanto isso, no Bra-
(preferência na distribuição de resultados). sil, os fornecedores precisam receber em Real. Já, os importadores
O mercado de capitais é constituído por: compram mercadorias no exterior e trazem para o país, vendem
• Bolsa de Valores – Local onde as companhias são listadas. e recebem em Real; porém, os fornecedores estrangeiros querem
• Corretoras – Responsáveis pelo intermédio entre Bolsas e levar dólares para o exterior. Temos assim, a relação de oferta e de-
investidores. manda, com exportadores ofertando dólares e precisando de reais
• Bancos – Responsáveis pelos estudos de viabilidade das e importadores oferecendo reais e precisando de dólares. Assim de-
empresas. manda e oferta se igualam, criando um equilíbrio, a chamada taxa
• CVM – Comissão de Valores Mobiliários, órgão regulador de câmbio.
desse mercado.

195
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Taxa de câmbio alta desestimula importações, pois produtos saem muitos dólares da economia, fazendo com que o preço fique
e insumos importados ficam mais caros e com isso, uma possível muito elevado, o Banco Central normalmente vende a quantidade
redução da oferta de produtos no mercado interno. A inflação ten- dessa moeda que tem em caixa, para segurar seu preço.
de a se elevar e as demandas internacionais por bens e serviços Banda cambiais, nesse caso a taxa de câmbio pode variar den-
aumentam. tro de um limite pré-estabelecido pelo Banco Central. Foi adotado
Quando a taxa de câmbio está baixa, há um estímulo as impor- durante um período no Plano Real.
tações de produtos e insumos importados mais baratos. Ocorre au-
mento da competitividade entre produtos nacionais e estrangeiros.
A tendência da inflação é diminuir demandas internacionais por TAXAS DE CÂMBIO NOMINAIS E REAIS
bens e serviços.
Taxas de câmbio nominais
Remessas
Representam uma forma segura do envio de dinheiro para fora Conceito mais frequente e utilizado entre as taxas de câmbio. É
do país, sendo muito semelhante a uma transferência entre contas. o valor da moeda em referência a outra.
Por ocorrer entre países diferentes, possuem regras específicas, por
exemplo, na compra é necessário a comprovação de uma fatura pró Taxas de câmbio reais
forma, documento que registra e formaliza a intenção da compra e É a taxa de câmbio nominal corrigida pela diferença de inflação
venda; com o objetivo de rastrear a origem das transações, evitan- entre os dois países. Quando referência ao dólar, será uma correção
do fraudes e evasão de divisas de um país para outro. de inflação entre Brasil e Estados Unidos, por exemplo.
Dados pessoais e bancários são necessários para ajudar os go-
vernos dos países envolvidos na transação e identificar origem da
saída e destino desse envio. IMPACTOS DAS TAXAS DE CÂMBIO SOBRE AS EXPORTA-
É preciso contar com uma instituição financeira para interme- ÇÕES E IMPORTAÇÕES
diar esse processo.
O motivo do envio também deve ser explicado, para que se
adeque ao enquadramento de câmbio do BACEN do Brasil. Quando a taxa de câmbio está alta e o real desvalorizado, são
A remessa internacional é uma operação sujeita ao IOF e tam- necessários muitos reais para comprar um dólar.
bém outros impostos sobre o valor, dependendo do enquadramen- Por exemplo, no caso de um produtor de soja que exportará
to do BACEN. Os enquadramentos mais comuns são: pagamento de sua mercadoria que é cotada em dólar, por se tratar de uma com-
cursos, manutenção de residências e compra de imóveis no exterior. moditie; haverá necessidade de multiplicar o preço em dólar por
Além disso, uma taxa de envio deve ser paga a instituição que
viabiliza a transação; o valor muda de instituição para instituição. muitos reais. Assim, será uma ótima oportunidade para essa ex-
portação. As exportações então, estarão estimuladas, com isso o
SISCOMEX produtor brasileiro ganhará dinheiro. No entanto, as importações
Programa integrado de comércio exterior que possibilita as serão desestimuladas, pois será necessário comprar em dólares,
operações de compra e venda no mercado internacional. nessa conversão, multiplicar o valor em dólar por uma taxa de câm-
Foi criado em 1992, iniciando suas operações na exportação no bio muito alta, pagando muito caro pela mercadoria importada.
ano seguinte; e em 1997 foi implantado seu módulo de importação. O contrário ocorrerá quando o real estiver valorizado. As expor-
Integra todo o país na área de comércio exterior, sendo ope- tações serão desestimuladas e as importações estimuladas.
racionalizado pela rede SERPRO. Para sua utilização, é necessário o
cadastro da empresa na Receita Federal, para os processamentos
de registros na importação e exportação. DIFERENCIAL DE JUROS INTERNO E EXTERNO, PRÊ-
Seu objetivo é simplificar e padronizar as operações de comér- MIOS DE RISCO, FLUXO DE CAPITAIS E SEUS IMPACTOS
cio exterior, agilizando as operações de embarque de mercadoria, SOBRE AS TAXAS DE CÂMBIO
diminuindo o período de liberação dos importados, dispondo de
controle automático, gerando dados confiáveis, inibindo possíveis
fraudes, ampliando atendimentos, motivando a entrada de novas Houve um certo momento no Brasil, que o regime de câmbio
empresas do comércio exterior. foi praticamente fixo. Isso aconteceu na década de 90, quando a
diferença de juros interno e externo era uma variável fundamen-
REGIMES DE TAXAS DE CÂMBIO FIXAS, FLUTUANTES E tal para a política monetária interna. Os juros altos atraíam capitais
REGIMES INTERMEDIÁRIOS estrangeiros e mantinham o câmbio fixo, suportando também a in-
flação.
Ao ser adotado regime de metas de inflação, em 1999, os ju-
Regimes de taxas de câmbio fixas ros internos passaram ser fixos apenas com o objetivo controlar a
Quando o governo do país estabelece uma paridade fixa entre inflação.
sua moeda e a moeda estrangeira. Atualmente a diferença entre os juros internos e externos ain-
da é importante para o equilíbrio da economia e para o câmbio,
Regime de câmbio flutuante pois quando os juros internos estão baixos, os capitais buscam in-
Quando o preço da moeda é estabelecido pela competição vestimentos fora do país, e quando os juros internos estão altos,
ente a oferta e a demanda da mesma no mercado doméstico. capitais nacionais permanecem e entram recursos estrangeiros bus-
cando rendimentos.
Regimes intermediários
Também chamada de flutuante suja, pois o Banco Central tem Prêmio de risco
interferência frequente nesta cotação, ou seja, se entrou muito dó- É a relação entre o risco e o rendimento que se espera de um
lar no país e a taxa de câmbio tende a cair muito, o Banco Cen- investimento. Pode ser considerado como a diferença entre o re-
tral faz a compra dessa moeda, para assim, tirá-la da economia, torno de um investimento com risco comparado a um investimento
mantendo seu preço. A situação contrária também ocorre, quando sem risco.

196
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Por exemplo, ao comparar duas aplicações financeiras, a pri- Varejo bancário
meira tem o rendimento de 10% a.a. garantido e a segunda, pode Caracteriza-se pelo atendimento de muitos clientes, ou seja, o
dar 15%a.a., porém, sem garantias. Nesse caso, o prêmio de risco é público em geral, composto por pessoas físicas e jurídicas, com si-
representado através dos 5% de expectativa de retorno, em função tuações financeiras diversificadas. Oferece produtos, independente
do risco que se corre, por não haver garantias desse recebimento. da necessidade do cliente, visando o lucro.
Não há seletividade entre os clientes, o atendimento é geral,
Fluxo de capitais e seus impactos sobre as taxas de câmbio sem gerente específico para as contas; os clientes podem ser aten-
As taxas de câmbio sofrem influências de diversas variáveis, didos por quem estiver disponível.
mas o fluxo de capitais é o principal deles. Quanto mais investimen- Os serviços oferecidos são diversos, incluindo abertura de con-
tos, mais recursos de diversas transações circularão na economia. tas, pagamento de contas e títulos, transferências etc.
Esse aumento de dinheiro, incluindo moedas estrangeiras permite
que o câmbio diminua e o real seja valorizado. Recuperação de crédito
No entanto, essa economia deve estar fortalecida e ter atrati- É um processo realizado por empresas especializadas no recebi-
vos para atrair e manter internamente capital externo. Juros altos mento de dívidas, que são contratadas por instituições financeiras.
são atrativos, mas também impedimento ao desenvolvimento pro- Em muitos casos, as empresas recuperadoras de crédito compram
dutivo interno, e muitas vezes trazem apenas capitais especulativos. as dívidas das instituições, ficando responsáveis pela cobrança e re-
Essa volatilidade dos fluxos de capital representa instabilidade cebimento das contas atrasadas.
e afeta diretamente a taxa de câmbio que permanece elevada, cola- Quando a dívida passa para a empresa recuperadora, o valor
borando para a desvalorização do real não muda; porém, as formas de negociação podem ser alteradas,
através de desconto ou parcelamento. Para a recuperação de crédi-
to, a empresa responsável contata o cliente para negociar somente
DINÂMICA DO MERCADO: OPERAÇÕES NO MERCADO dívidas negativadas, incluindo um valor que fique confortável ao
INTERBANCÁRIO cliente quitar. Pois além de receber, a empresa quer que o cliente
tenha o nome “limpo” com crédito recuperado.
Operações no mercado interbancário
As operações no mercado interbancário ou mercado secundá- TAXAS DE JUROS DE CURTO PRAZO E A CURVA DE JU-
rio, fazem parte da estrutura do mercado cambial. As negociações ROS; TAXAS DE JUROS NOMINAIS E REAIS
são realizadas entre bancos e demais agentes autorizados pelo Ban-
co Central.
Não há necessidade do registro de entrada e saída de moeda Taxa de juros de curto prazo
estrangeira, já que esse fluxo ocorre entre instituições financeiras Apesar da grandeza tempo ser a grande diferença entre uma
apenas; excluindo assim, turismo e importações por exemplo. taxa de juros de curto e longo prazo, para as instituições financeiras,
Conforme o Regulamento do Mercado de câmbio e Capitais In- quanto menor o prazo, menores serão os juros; principalmente pelo
ternacionais do Banco Central do Brasil: seu fator risco.
− As operações no mercado interbancário podem ser cele- Ao projetar cenários futuros, fica mais viável prever juros que
bradas para liquidação pronta, futura ou a termo, vedados o cance- serão menos afetados por decisões diversas, no caso, os de curto
lamento, a baixa, a prorrogação ou a liquidação antecipada delas. prazo; pois a economia é influenciada no curto prazo de maneiras
− As operações de câmbio interbancárias a termo têm as distintas do que no longo prazo.
seguintes características: a) a taxa de câmbio é livremente pactu- Políticas monetárias utilizam os juros de curto prazo para gerar
ada entre as partes e deve espelhar o preço negociado da moeda resultados rápidos (quase que imediatos) na economia.
estrangeira para a data da liquidação da operação de câmbio; b) As partes interessadas, tomadoras e credoras, tem consciência
possuem código de natureza de operação específico; de quanto menor tempo o valor ficar emprestado, menor será o
c) são celebradas para liquidação em data futura, com entrega custo desse dinheiro.
efetiva e simultânea das moedas, nacional e estrangeira, na data da
liquidação das operações de câmbio; Curva de juros
d) não são admitidos adiantamentos das moedas. A curva de juros representa os diversos tipos de taxas de juros
− As operações no mercado interbancário são realizadas para os diversos vencimentos. É a expectativa da taxa SELIC para os
com ou sem intermediação de câmara ou prestador de serviços de próximos anos.
compensação e de liquidação cujo sistema tenha sido autorizado Supondo que a expectativa da SELIC para o final de 2022 seja
pelo Banco Central do Brasil para liquidação de operações de câm- de 6,5%; para final de 2023 seja 7%. Caso esses valores sejam colo-
bio. cados num gráfico, será formada uma curva. Isto significa que se um
empréstimo for solicitado para 2022.
Como a curva é apenas uma expectativa par aos próximos anos,
MERCADO BANCÁRIO: OPERAÇÕES DE TESOURARIA, então não é fixa, podendo ser alterada de acordo com questões que
VAREJO BANCÁRIO E RECUPERAÇÃO DE CRÉDITO podem ser de eventos econômicos e até de cenários políticos.
As ações de abertura e fechamento da curva se devem exata-
Operações de tesouraria mente a mudanças de expectativas. Abertura é para situações de
A equipe de tesouraria das instituições financeiras auxilia os aumento e fechamento para casos de redução da taxa de juros.
clientes na redução de riscos financeiros resultantes de suas ativi-
dades. Após uma análise detalhada, são oferecidos produtos que
controlam e reduzem riscos para os clientes, focando principalmen-
te a exposição de moeda, taxa de juros etc.; sempre protegendo
as finanças. Os produtos utilizados para maior proteção são swaps,
hedge, termo de moedas, opções, combinação de derivativos etc.

197
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Taxa de juros nominais e reais
Para conceituar as taxas nominais e reais, é necessário antes conhecer as duas situações, de devedor e de credor.

Taxa de juros nominal Taxa de juros real


Devedor Devedor
É a taxa que as instituições financeiras divulgam. É a taxa que considera o custo efetivo total (CET), incluindo impos-
A taxa que considera apenas o custo básico do dinheiro. tos, taxas, etc.
A taxa de juros real é > que a taxa de juros nominal.
Credor Credor
É a taxa que se recebe ao aplicar o dinheiro em É a taxa de retorno real do dinheiro, já que a taxa de juros menos
determinado investimento. A taxa que considera os custos administrativos, inflação, impostos, etc.
apenas o retorno do dinheiro investido. Taxa de juros nominal > que a Taxa de juros real.

Segue exemplo:

Taxa de juros nominal Taxa de juros real


Devedor Devedor
Empréstimo: 4,5% a.m. Empréstimo: 4,5% a.m. + IOF + Tx. Adm. = 5 % a.m.
Taxa de juros nominal > que a Taxa de juros real
Credor Credor
Fundo de R.F.: 1,7% a.m. Fundo de R.F.: 1,7% - IR – IP – Tx. Adm. = 1,1% a.m.
Taxa de juros nominal > que a Taxa de juros real

GARANTIAS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: AVAL; FIANÇA; PENHOR MERCANTIL; ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA;
HIPOTECA; FIANÇAS BANCÁRIAS

São obrigações assumidas por meio do oferecimento do patrimônio para garantir uma dívida.
Aval: Declaração unilateral através da qual o avalista assume as obrigações previstas no título.
Fiança: O fiador garante satisfazer o credor através da quitação da dívida, caso o devedor não o faça.
Penhor mercantil: Válido para as negociações comerciais. Garantia real sobre bens móveis. Estabelecido em favor do credor para que
haja mais certeza que o seu direito será realizado. O devedor transfere para o credor a posse de um bem (estoque, veículos, joias) móvel
até que sua dívida seja quitada, desta forma o se devolve a posse do bem para seu dono.
Alienação fiduciária: Transferência da posse de um bem à instituição financeira. É realizado principalmente, nos contratos de financia-
mento de veículos e imóveis. A informação de que o comparador tem direito de usufruir do bem, mas juridicamente pertence a instituição
que concedeu o crédito até seu pagamento total.
Hipoteca: Na contratação de um crédito se oferece um bem imóvel de sua propriedade que ficará e caso não ocorra o pagamento,
o bem poderá ser tomado pelo credor.
Fiança bancária: Garantia concedida pela instituição financeira quando o cliente não possui outro tipo de fiador.
Fundo Garantidor de Crédito (FGC): Instituição sem fins lucrativos, criada em 1995, com a finalidade de proteger o investidor em
eventuais riscos nas empresas administradores desses recursos. Alguns produtos são cobertos pelas garantias de até R$ 250.000,00, como
depósitos a vista, depósitos de poupança, Letras de Câmbio, Letras hipotecárias, depósitos a prazo, com ou sem emissão de CDB e RDB,
etc.

Segundo o FGC, quanto ao limite da garantia de até R$ 1 milhão:


“O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou, em 21 de dezembro de 2017, a alteração promovida no Regulamento do Fundo
Garantidor de Créditos (FGC), que estabelece teto de R$ 1 milhão, a cada período de 4 anos, para garantias pagas para cada CPF ou CNPJ.
Teto para investidor vale para cada período de 4 anos, por CPF ou CNPJ. Após 4 anos, o teto é restabelecido.
A contagem do período de 4 anos se inicia na data da liquidação ou intervenção em instituição financeira onde o investidor detenha
valor garantido pelo FGC.
Permanece inalterado o limite de R​ $ 250 mil por CPF ou CNPJ e conglomerado financeiro.
Aos investimentos contratados ou repactuados até 21 de dezembro de 2017 não se aplica o teto de R$ 1 milhão a cada período de 4
anos”.

198
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

COMO ERA COMO FICOU


Garantia de até R$ 250 mil por CPF/CNPJ e conglomerado finan-
ceiro, em depósitos cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos e Limite permanece inalterado.
emitidos por instituições associadas à entidade.
Não havia teto para garantia paga pelo FGC por CPF ou CNPJ em Teto de R$ 1 milhão por CPF ou CNPJ, a cada período
qualquer período. de 4 anos, para a garantia paga pelo FGC.
Investidores não-residentes passam a contar com a
Investidores não-residentes não contavam com a garantia do FGC.
garantia, para investimentos elegíveis.

Fonte: https://www.fgc.org.br/garantia-fgc/fgc-nova-garantia

CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO: CONCEITO E ETAPAS; PREVENÇÃO E COMBATE AO CRIME DE LAVAGEM DE DI-
NHEIRO: LEI Nº 9.613/98 E SUAS ALTERAÇÕES

LEI Nº 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998.

Dispõe sobre os crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores; a prevenção da utilização do sistema financeiro para os
ilícitos previstos nesta Lei; cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DOS CRIMES DE “LAVAGEM” OU OCULTAÇÃO DE BENS, DIREITOS E VALORES

Art. 1oOcultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores
provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
I - (revogado);(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
III - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
IV - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
V - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
VI - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
VII - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
VIII - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa.(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 1oIncorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de infração penal:
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
I - os converte em ativos lícitos;
II - os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em depósito, movimenta ou transfere;
III - importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros.
§ 2oIncorre, ainda, na mesma pena quem:(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
I - utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores provenientes de infração penal;(Redação dada pela Lei nº
12.683, de 2012)
II - participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua atividade principal ou secundária é dirigida à prática
de crimes previstos nesta Lei.
§ 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do Código Penal.
§ 4oA pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos nesta Lei forem cometidos de forma reiterada ou por inter-
médio de organização criminosa. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 5oA pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de
aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente
com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à identificação dos autores, coautores e
partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 6º Para a apuração do crime de que trata este artigo, admite-se a utilização da ação controlada e da infiltração de agentes.(Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)

199
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CAPÍTULO II da, mediante petição autônoma, que será autuada em apartado e
DISPOSIÇÕES PROCESSUAIS ESPECIAIS cujos autos terão tramitação em separado em relação ao processo
principal.(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei: § 1oO requerimento de alienação deverá conter a relação de
I – obedecem às disposições relativas ao procedimento comum todos os demais bens, com a descrição e a especificação de cada
dos crimes punidos com reclusão, da competência do juiz singular; um deles, e informações sobre quem os detém e local onde se en-
II - independem do processo e julgamento das infrações pe- contram. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
nais antecedentes, ainda que praticados em outro país, cabendo § 2oO juiz determinará a avaliação dos bens, nos autos apar-
ao juiz competente para os crimes previstos nesta Lei a decisão so- tados, e intimará o Ministério Público.(Incluído pela Lei nº 12.683,
bre a unidade de processo e julgamento;(Redação dada pela Lei nº de 2012)
12.683, de 2012) § 3oFeita a avaliação e dirimidas eventuais divergências sobre
III - são da competência da Justiça Federal: o respectivo laudo, o juiz, por sentença, homologará o valor atribu-
a) quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem ído aos bens e determinará sejam alienados em leilão ou pregão,
econômico-financeira, ou em detrimento de bens, serviços ou in- preferencialmente eletrônico, por valor não inferior a 75% (seten-
teresses da União, ou de suas entidades autárquicas ou empresas ta e cinco por cento) da avaliação. (Incluído pela Lei nº 12.683, de
públicas; 2012)
b) quando a infração penal antecedente for de competência da § 4oRealizado o leilão, a quantia apurada será depositada em
Justiça Federal. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) conta judicial remunerada, adotando-se a seguinte disciplina:(In-
§ 1oA denúncia será instruída com indícios suficientes da exis- cluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
tência da infração penal antecedente, sendo puníveis os fatos pre- I - nos processos de competência da Justiça Federal e da Justiça
vistos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor, do Distrito Federal: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
ou extinta a punibilidade da infração penal antecedente. (Redação a) os depósitos serão efetuados na Caixa Econômica Federal ou
dada pela Lei nº 12.683, de 2012) em instituição financeira pública, mediante documento adequado
§ 2oNo processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o para essa finalidade; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
disposto no art. 366 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de b) os depósitos serão repassados pela Caixa Econômica Federal
1941 (Código de Processo Penal), devendo o acusado que não com- ou por outra instituição financeira pública para a Conta Única do
parecer nem constituir advogado ser citado por edital, prosseguin- Tesouro Nacional, independentemente de qualquer formalidade,
do o feito até o julgamento, com a nomeação de defensor dativo. no prazo de 24 (vinte e quatro) horas; e(Incluída pela Lei nº 12.683,
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) de 2012)
Art. 3º(Revogado pela Lei nº 12.683, de 2012) c) os valores devolvidos pela Caixa Econômica Federal ou por
Art. 4oO juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público instituição financeira pública serão debitados à Conta Única do Te-
ou mediante representação do delegado de polícia, ouvido o Minis- souro Nacional, em subconta de restituição; (Incluída pela Lei nº
tério Público em 24 (vinte e quatro) horas, havendo indícios sufi- 12.683, de 2012)
cientes de infração penal, poderá decretar medidas assecuratórias II - nos processos de competência da Justiça dos Estados: (In-
de bens, direitos ou valores do investigado ou acusado, ou exis- cluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
tentes em nome de interpostas pessoas, que sejam instrumento, a) os depósitos serão efetuados em instituição financeira de-
produto ou proveito dos crimes previstos nesta Lei ou das infrações signada em lei, preferencialmente pública, de cada Estado ou, na
penais antecedentes. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) sua ausência, em instituição financeira pública da União;(Incluída
§ 1oProceder-se-á à alienação antecipada para preservação do pela Lei nº 12.683, de 2012)
valor dos bens sempre que estiverem sujeitos a qualquer grau de b) os depósitos serão repassados para a conta única de cada
deterioração ou depreciação, ou quando houver dificuldade para Estado, na forma da respectiva legislação. (Incluída pela Lei nº
sua manutenção. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) 12.683, de 2012)
§ 2oO juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens, § 5oMediante ordem da autoridade judicial, o valor do depósi-
direitos e valores quando comprovada a licitude de sua origem, to, após o trânsito em julgado da sentença proferida na ação penal,
mantendo-se a constrição dos bens, direitos e valores necessários será: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
e suficientes à reparação dos danos e ao pagamento de prestações I - em caso de sentença condenatória, nos processos de com-
pecuniárias, multas e custas decorrentes da infração penal. (Reda- petência da Justiça Federal e da Justiça do Distrito Federal, incor-
ção dada pela Lei nº 12.683, de 2012) porado definitivamente ao patrimônio da União, e, nos processos
§ 3oNenhum pedido de liberação será conhecido sem o com- de competência da Justiça Estadual, incorporado ao patrimônio do
parecimento pessoal do acusado ou de interposta pessoa a que se Estado respectivo; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
refere o caput deste artigo, podendo o juiz determinar a prática de II - em caso de sentença absolutória extintiva de punibilidade,
atos necessários à conservação de bens, direitos ou valores, sem colocado à disposição do réu pela instituição financeira, acrescido
prejuízo do disposto no § 1o. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de da remuneração da conta judicial. (Incluído pela Lei nº 12.683, de
2012) 2012)
§ 4oPoderão ser decretadas medidas assecuratórias sobre § 6oA instituição financeira depositária manterá controle dos
bens, direitos ou valores para reparação do dano decorrente da valores depositados ou devolvidos. (Incluído pela Lei nº 12.683, de
infração penal antecedente ou da prevista nesta Lei ou para paga- 2012)
mento de prestação pecuniária, multa e custas. (Redação dada pela § 7oSerão deduzidos da quantia apurada no leilão todos os tri-
Lei nº 12.683, de 2012) butos e multas incidentes sobre o bem alienado, sem prejuízo de
Art. 4o-A.A alienação antecipada para preservação de valor de iniciativas que, no âmbito da competência de cada ente da Fede-
bens sob constrição será decretada pelo juiz, de ofício, a requeri- ração, venham a desonerar bens sob constrição judicial daqueles
mento do Ministério Público ou por solicitação da parte interessa- ônus. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)

200
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 8oFeito o depósito a que se refere o § 4o deste artigo, os II - a interdição do exercício de cargo ou função pública de
autos da alienação serão apensados aos do processo principal. (In- qualquer natureza e de diretor, de membro de conselho de admi-
cluído pela Lei nº 12.683, de 2012) nistração ou de gerência das pessoas jurídicas referidas no art. 9º,
§ 9oTerão apenas efeito devolutivo os recursos interpostos pelo dobro do tempo da pena privativa de liberdade aplicada.
contra as decisões proferidas no curso do procedimento previsto § 1oA União e os Estados, no âmbito de suas competências,
neste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) regulamentarão a forma de destinação dos bens, direitos e valores
§ 10.Sobrevindo o trânsito em julgado de sentença penal con- cuja perda houver sido declarada, assegurada, quanto aos proces-
denatória, o juiz decretará, em favor, conforme o caso, da União ou sos de competência da Justiça Federal, a sua utilização pelos órgãos
do Estado: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) federais encarregados da prevenção, do combate, da ação penal e
I - a perda dos valores depositados na conta remunerada e da do julgamento dos crimes previstos nesta Lei, e, quanto aos proces-
fiança; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) sos de competência da Justiça Estadual, a preferência dos órgãos
II - a perda dos bens não alienados antecipadamente e daque- locais com idêntica função. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
les aos quais não foi dada destinação prévia; e(Incluído pela Lei nº § 2oOs instrumentos do crime sem valor econômico cuja perda
12.683, de 2012) em favor da União ou do Estado for decretada serão inutilizados ou
III - a perda dos bens não reclamados no prazo de 90 (noventa) doados a museu criminal ou a entidade pública, se houver interesse
dias após o trânsito em julgado da sentença condenatória, ressal- na sua conservação. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
vado o direito de lesado ou terceiro de boa-fé.(Incluído pela Lei nº
12.683, de 2012) CAPÍTULO IV
§ 11.Os bens a que se referem os incisos II e III do § 10 deste DOS BENS, DIREITOS OU VALORES ORIUNDOS DE CRIMES
artigo serão adjudicados ou levados a leilão, depositando-se o sal- PRATICADOS NO ESTRANGEIRO
do na conta única do respectivo ente. (Incluído pela Lei nº 12.683,
de 2012) Art. 8oO juiz determinará, na hipótese de existência de tratado
§ 12.O juiz determinará ao registro público competente que ou convenção internacional e por solicitação de autoridade estran-
emita documento de habilitação à circulação e utilização dos bens geira competente, medidas assecuratórias sobre bens, direitos ou
colocados sob o uso e custódia das entidades a que se refere o valores oriundos de crimes descritos no art. 1o praticados no es-
caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) trangeiro.(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 13.Os recursos decorrentes da alienação antecipada de bens, § 1º Aplica-se o disposto neste artigo, independentemente de
direitos e valores oriundos do crime de tráfico ilícito de drogas e tratado ou convenção internacional, quando o governo do país da
que tenham sido objeto de dissimulação e ocultação nos termos autoridade solicitante prometer reciprocidade ao Brasil.
desta Lei permanecem submetidos à disciplina definida em lei es- § 2oNa falta de tratado ou convenção, os bens, direitos ou va-
pecífica. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) lores privados sujeitos a medidas assecuratórias por solicitação de
Art. 4o-B.A ordem de prisão de pessoas ou as medidas asse- autoridade estrangeira competente ou os recursos provenientes da
curatórias de bens, direitos ou valores poderão ser suspensas pelo sua alienação serão repartidos entre o Estado requerente e o Brasil,
juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata na proporção de metade, ressalvado o direito do lesado ou de ter-
puder comprometer as investigações.(Incluído pela Lei nº 12.683, ceiro de boa-fé. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
de 2012)
Art. 5oQuando as circunstâncias o aconselharem, o juiz, ouvido CAPÍTULO V
o Ministério Público, nomeará pessoa física ou jurídica qualificada (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 12.683, DE 2012)
para a administração dos bens, direitos ou valores sujeitos a me- DAS PESSOAS SUJEITAS AO MECANISMO DE CONTROLE
didas assecuratórias, mediante termo de compromisso.(Redação (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 12.683, DE 2012)
dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
Art. 6oA pessoa responsável pela administração dos bens:(Re- Art. 9oSujeitam-se às obrigações referidas nos arts. 10 e 11 as
dação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) pessoas físicas e jurídicas que tenham, em caráter permanente ou
I - fará jus a uma remuneração, fixada pelo juiz, que será satis- eventual, como atividade principal ou acessória, cumulativamente
feita com o produto dos bens objeto da administração; ou não: (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
II - prestará, por determinação judicial, informações periódicas I - a captação, intermediação e aplicação de recursos financei-
da situação dos bens sob sua administração, bem como explicações ros de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira;
e detalhamentos sobre investimentos e reinvestimentos realizados. II – a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ati-
Parágrafo único.Os atos relativos à administração dos bens su- vo financeiro ou instrumento cambial;
jeitos a medidas assecuratórias serão levados ao conhecimento do III - a custódia, emissão, distribuição, liqüidação, negociação,
Ministério Público, que requererá o que entender cabível.(Redação intermediação ou administração de títulos ou valores mobiliários.
dada pela Lei nº 12.683, de 2012) Parágrafo único. Sujeitam-se às mesmas obrigações:
I – as bolsas de valores, as bolsas de mercadorias ou futuros e
CAPÍTULO III os sistemas de negociação do mercado de balcão organizado; (Re-
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO dação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
II - as seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades de
Art. 7º São efeitos da condenação, além dos previstos no Có- previdência complementar ou de capitalização;
digo Penal: III - as administradoras de cartões de credenciamento ou car-
I - a perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos de tões de crédito, bem como as administradoras de consórcios para
competência da Justiça Estadual -, de todos os bens, direitos e valo- aquisição de bens ou serviços;
res relacionados, direta ou indiretamente, à prática dos crimes pre- IV - as administradoras ou empresas que se utilizem de cartão
vistos nesta Lei, inclusive aqueles utilizados para prestar a fiança, ou qualquer outro meio eletrônico, magnético ou equivalente, que
ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé;(Redação permita a transferência de fundos;
dada pela Lei nº 12.683, de 2012)

201
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
V - as empresas de arrendamento mercantil (leasing), as em- XVIII - as dependências no exterior das entidades mencionadas
presas de fomento comercial (factoring) e as Empresas Simples de neste artigo, por meio de sua matriz no Brasil, relativamente a resi-
Crédito (ESC); (Redação dada pela Lei Complementar nº 167, de dentes no País. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
2019)
VI - as sociedades que, mediante sorteio, método assemelha- CAPÍTULO VI
do, exploração de loterias, inclusive de apostas de quota fixa, ou DA IDENTIFICAÇÃO DOS CLIENTES
outras sistemáticas de captação de apostas com pagamento de prê- E MANUTENÇÃO DE REGISTROS
mios, realizem distribuição de dinheiro, de bens móveis, de bens
imóveis e de outras mercadorias ou serviços, bem como concedam Art. 10. As pessoas referidas no art. 9º:
descontos na sua aquisição ou contratação; (Redação dada pela I - identificarão seus clientes e manterão cadastro atualizado,
Lei nº 14.183, de 2021) nos termos de instruções emanadas das autoridades competentes;
VII - as filiais ou representações de entes estrangeiros que II - manterão registro de toda transação em moeda nacional ou
exerçam no Brasil qualquer das atividades listadas neste artigo, ain- estrangeira, títulos e valores mobiliários, títulos de crédito, metais,
da que de forma eventual; ou qualquer ativo passível de ser convertido em dinheiro, que ultra-
VIII - as demais entidades cujo funcionamento dependa de au- passar limite fixado pela autoridade competente e nos termos de
torização de órgão regulador dos mercados financeiro, de câmbio, instruções por esta expedidas;
de capitais e de seguros; III - deverão adotar políticas, procedimentos e controles inter-
IX - as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, nos, compatíveis com seu porte e volume de operações, que lhes
que operem no Brasil como agentes, dirigentes, procuradoras, permitam atender ao disposto neste artigo e no art. 11, na forma
comissionárias ou por qualquer forma representem interesses de disciplinada pelos órgãos competentes;(Redação dada pela Lei nº
ente estrangeiro que exerça qualquer das atividades referidas nes- 12.683, de 2012)
te artigo; IV - deverão cadastrar-se e manter seu cadastro atualizado no
X - as pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades de órgão regulador ou fiscalizador e, na falta deste, no Conselho de
promoção imobiliária ou compra e venda de imóveis; (Redação Controle de Atividades Financeiras (Coaf), na forma e condições por
dada pela Lei nº 12.683, de 2012) eles estabelecidas; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
XI - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem jóias, pe- V - deverão atender às requisições formuladas pelo Coaf na pe-
dras e metais preciosos, objetos de arte e antigüidades. riodicidade, forma e condições por ele estabelecidas, cabendo-lhe
XII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de preservar, nos termos da lei, o sigilo das informações prestadas.
luxo ou de alto valor, intermedeiem a sua comercialização ou exer- (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
çam atividades que envolvam grande volume de recursos em espé- § 1º Na hipótese de o cliente constituir-se em pessoa jurídica,
cie; (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) a identificação referida no inciso I deste artigo deverá abranger as
XIII - as juntas comerciais e os registros públicos;(Incluído pela pessoas físicas autorizadas a representá-la, bem como seus pro-
Lei nº 12.683, de 2012) prietários.
XIV - as pessoas físicas ou jurídicas que prestem, mesmo que § 2º Os cadastros e registros referidos nos incisos I e II deste
eventualmente, serviços de assessoria, consultoria, contadoria, au- artigo deverão ser conservados durante o período mínimo de cinco
ditoria, aconselhamento ou assistência, de qualquer natureza, em anos a partir do encerramento da conta ou da conclusão da tran-
operações: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) sação, prazo este que poderá ser ampliado pela autoridade com-
a) de compra e venda de imóveis, estabelecimentos comerciais petente.
ou industriais ou participações societárias de qualquer natureza; § 3º O registro referido no inciso II deste artigo será efetuado
(Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012) também quando a pessoa física ou jurídica, seus entes ligados, hou-
b) de gestão de fundos, valores mobiliários ou outros ativos; ver realizado, em um mesmo mês-calendário, operações com uma
(Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012) mesma pessoa, conglomerado ou grupo que, em seu conjunto, ul-
c) de abertura ou gestão de contas bancárias, de poupança, trapassem o limite fixado pela autoridade competente.
investimento ou de valores mobiliários; (Incluída pela Lei nº 12.683, Art. 10A. O Banco Central manterá registro centralizado for-
de 2012) mando o cadastro geral de correntistas e clientes de instituições
d) de criação, exploração ou gestão de sociedades de qualquer financeiras, bem como de seus procuradores. (Incluído pela Lei nº
natureza, fundações, fundos fiduciários ou estruturas análogas; (In- 10.701, de 2003)
cluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
e) financeiras, societárias ou imobiliárias; e (Incluída pela Lei nº CAPÍTULO VII
12.683, de 2012) DA COMUNICAÇÃO DE OPERAÇÕES FINANCEIRAS
f) de alienação ou aquisição de direitos sobre contratos relacio-
nados a atividades desportivas ou artísticas profissionais; (Incluída Art. 11. As pessoas referidas no art. 9º:
pela Lei nº 12.683, de 2012) I - dispensarão especial atenção às operações que, nos termos
XV - pessoas físicas ou jurídicas que atuem na promoção, in- de instruções emanadas das autoridades competentes, possam
termediação, comercialização, agenciamento ou negociação de di- constituir-se em sérios indícios dos crimes previstos nesta Lei, ou
reitos de transferência de atletas, artistas ou feiras, exposições ou com eles relacionar-se;
eventos similares; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) II - deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar ciência de
XVI - as empresas de transporte e guarda de valores; (Incluído tal ato a qualquer pessoa, inclusive àquela à qual se refira a infor-
pela Lei nº 12.683, de 2012) mação, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a proposta ou reali-
XVII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de zação: (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
alto valor de origem rural ou animal ou intermedeiem a sua comer- a) de todas as transações referidas no inciso II do art. 10, acom-
cialização; e (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) panhadas da identificação de que trata o inciso I do mencionado
artigo; e(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)

202
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
b) das operações referidas no inciso I;(Redação dada pela Lei § 3º A inabilitação temporária será aplicada quando forem ve-
nº 12.683, de 2012) rificadas infrações graves quanto ao cumprimento das obrigações
III - deverão comunicar ao órgão regulador ou fiscalizador da constantes desta Lei ou quando ocorrer reincidência específica, de-
sua atividade ou, na sua falta, ao Coaf, na periodicidade, forma e vidamente caracterizada em transgressões anteriormente punidas
condições por eles estabelecidas, a não ocorrência de propostas, com multa.
transações ou operações passíveis de serem comunicadas nos ter- § 4º A cassação da autorização será aplicada nos casos de rein-
mos do inciso II.(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) cidência específica de infrações anteriormente punidas com a pena
§ 1º As autoridades competentes, nas instruções referidas prevista no inciso III do caput deste artigo.
no inciso I deste artigo, elaborarão relação de operações que, por Art. 13. (Revogado pela Lei nº 13.974, de 2020)
suas características, no que se refere às partes envolvidas, valores,
forma de realização, instrumentos utilizados, ou pela falta de fun-
damento econômico ou legal, possam configurar a hipótese nele CAPÍTULO IX
prevista. DO CONSELHO DE CONTROLE
§ 2º As comunicações de boa-fé, feitas na forma prevista neste DE ATIVIDADES FINANCEIRAS
artigo, não acarretarão responsabilidade civil ou administrativa.
§ 3oO Coaf disponibilizará as comunicações recebidas com Art. 14.Fica criado, no âmbito do Ministério da Economia, o
base no inciso II do caput aos respectivos órgãos responsáveis pela Conselho de Controle de Atividades Financeiras - Coaf, com a fina-
regulação ou fiscalização das pessoas a que se refere o art. 9o. (Re- lidade de disciplinar, aplicar penas administrativas, receber, exami-
dação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) nar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades ilícitas pre-
Art. 11-A.As transferências internacionais e os saques em espé- vistas nesta Lei, sem prejuízo das competências de outros órgãos e
cie deverão ser previamente comunicados à instituição financeira, entidades. (Redação dada pela Medida Provisória nº 886, de 2019)
nos termos, limites, prazos e condições fixados pelo Banco Central § 1º As instruções referidas no art. 10 destinadas às pessoas
do Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) mencionadas no art. 9º, para as quais não exista órgão próprio fis-
calizador ou regulador, serão expedidas pelo COAF, competindo-
CAPÍTULO VIII -lhe, para esses casos, a definição das pessoas abrangidas e a apli-
DA RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA cação das sanções enumeradas no art. 12.
§ 2º O COAF deverá, ainda, coordenar e propor mecanismos
Art. 12. Às pessoas referidas no art. 9º, bem como aos admi- de cooperação e de troca de informações que viabilizem ações rá-
nistradores das pessoas jurídicas, que deixem de cumprir as obriga- pidas e eficientes no combate à ocultação ou dissimulação de bens,
ções previstas nos arts. 10 e 11 serão aplicadas, cumulativamente direitos e valores.
ou não, pelas autoridades competentes, as seguintes sanções: § 3o O COAF poderá requerer aos órgãos da Administração Pú-
I - advertência; blica as informações cadastrais bancárias e financeiras de pessoas
II - multa pecuniária variável não superior: (Redação dada pela envolvidas em atividades suspeitas. (Incluído pela Lei nº 10.701, de
Lei nº 12.683, de 2012) 2003)
a) ao dobro do valor da operação; (Incluída pela Lei nº 12.683, Art. 15. O COAF comunicará às autoridades competentes para
de 2012) a instauração dos procedimentos cabíveis, quando concluir pela
b) ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente seria existência de crimes previstos nesta Lei, de fundados indícios de
obtido pela realização da operação; ou(Incluída pela Lei nº 12.683, sua prática, ou de qualquer outro ilícito.
de 2012) Art. 16. (Revogado pela Lei nº 13.974, de 2020)
c) ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais); (Inclu- Art. 17. (Revogado pela Lei nº 13.974, de 2020)
ída pela Lei nº 12.683, de 2012)
III - inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos, para o CAPÍTULO X
exercício do cargo de administrador das pessoas jurídicas referidas (INCLUÍDO PELA LEI Nº 12.683, DE 2012)
no art. 9º;
IV - cassação ou suspensão da autorização para o exercício de DISPOSIÇÕES GERAIS
atividade, operação ou funcionamento.(Redação dada pela Lei nº (INCLUÍDO PELA LEI Nº 12.683, DE 2012)
12.683, de 2012)
§ 1º A pena de advertência será aplicada por irregularidade no Art. 17-A.Aplicam-se, subsidiariamente, as disposições do De-
cumprimento das instruções referidas nos incisos I e II do art. 10. creto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo
§ 2oA multa será aplicada sempre que as pessoas referidas Penal), no que não forem incompatíveis com esta Lei. (Incluído pela
no art. 9o, por culpa ou dolo:(Redação dada pela Lei nº 12.683, de Lei nº 12.683, de 2012)
2012) Art. 17-B.A autoridade policial e o Ministério Público terão
I – deixarem de sanar as irregularidades objeto de advertência, acesso, exclusivamente, aos dados cadastrais do investigado que
no prazo assinalado pela autoridade competente; informam qualificação pessoal, filiação e endereço, independente-
II - não cumprirem o disposto nos incisos I a IV do art. 10;(Re- mente de autorização judicial, mantidos pela Justiça Eleitoral, pelas
dação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) empresas telefônicas, pelas instituições financeiras, pelos provedo-
III - deixarem de atender, no prazo estabelecido, a requisição res de internet e pelas administradoras de cartão de crédito. (Inclu-
formulada nos termos do inciso V do art. 10;(Redação dada pela Lei ído pela Lei nº 12.683, de 2012)
nº 12.683, de 2012) Art. 17-C.Os encaminhamentos das instituições financeiras e
IV - descumprirem a vedação ou deixarem de fazer a comunica- tributárias em resposta às ordens judiciais de quebra ou transfe-
ção a que se refere o art. 11. rência de sigilo deverão ser, sempre que determinado, em meio in-
formático, e apresentados em arquivos que possibilitem a migração
de informações para os autos do processo sem redigitação. (Incluí-
do pela Lei nº 12.683, de 2012)

203
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 17-D.Em caso de indiciamento de servidor público, este CAPÍTULO II
será afastado, sem prejuízo de remuneração e demais direitos pre- DA POLÍTICA DE PREVENÇÃO À LAVAGEM DE DINHEIRO E AO
vistos em lei, até que o juiz competente autorize, em decisão fun- FINANCIAMENTO DO TERRORISMO
damentada, o seu retorno. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
Art. 17-E.A Secretaria da Receita Federal do Brasil conservará Art. 2º As instituições mencionadas no art. 1º devem imple-
os dados fiscais dos contribuintes pelo prazo mínimo de 5 (cinco) mentar e manter política formulada com base em princípios e di-
anos, contado a partir do início do exercício seguinte ao da declara- retrizes que busquem prevenir a sua utilização para as práticas de
ção de renda respectiva ou ao do pagamento do tributo. (Incluído lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo.
pela Lei nº 12.683, de 2012) Parágrafo único. A política de que trata o caput deve ser com-
Art. 18. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. patível com os perfis de risco:
I - dos clientes;
CIRCULAR Nº 3.978, DE 23 DE JANEIRO DE 2020 II - da instituição;
III - das operações, transações, produtos e serviços; e
IV - dos funcionários, parceiros e prestadores de serviços ter-
CIRCULAR Nº 3.978, DE 23 DE JANEIRO DE 2020 ceirizados.
Art. 3º A política referida no art. 2º deve contemplar, no mí-
Dispõe sobre a política, os procedimentos e os controles in- nimo:
ternos a serem adotados pelas instituições autorizadas a funcionar I - as diretrizes para:
pelo Banco Central do Brasil visando à prevenção da utilização do a) a definição de papéis e responsabilidades para o cumpri-
sistema financeiro para a prática dos crimes de “lavagem” ou ocul- mento das obrigações de que trata esta Circular;
tação de bens, direitos e valores, de que trata a Lei nº 9.613, de 3 de
b) a definição de procedimentos voltados à avaliação e à análi-
março de 1998, e de financiamento do terrorismo, previsto na Lei
se prévia de novos produtos e serviços, bem como da utilização de
nº 13.260, de 16 de março de 2016.
novas tecnologias, tendo em vista o risco de lavagem de dinheiro e
A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil, em sessão
de financiamento do terrorismo;
realizada em 22 de janeiro de 2020, com base nos arts. 9º da Lei nº
c) a avaliação interna de risco e a avaliação de efetividade de
4.595, de 31 de dezembro de 1964, 10, 11 e 11-A da Lei nº 9.613,
que tratam os arts. 10 e 62;
de 3 de março de 1998, 6º e 7º, inciso III, da Lei nº 11.795, de 8
d) a verificação do cumprimento da política, dos procedimen-
de outubro de 2008, e 15 da Lei nº 12.865, de 9 de outubro de
tos e dos controles internos de que trata esta Circular, bem como a
2013, e tendo em vista o disposto na Lei nº 13.260, de 16 de março
identificação e a correção das deficiências verificadas;
de 2016, na Convenção contra o Tráfico Ilícito de Entorpecentes e
e) a promoção de cultura organizacional de prevenção à lava-
Substâncias Psicotrópicas, promulgada pelo Decreto nº 154, de 26
gem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, contemplando,
de junho de 1991, na Convenção das Nações Unidas contra o Cri-
inclusive, os funcionários, os parceiros e os prestadores de serviços
me Organizado Transnacional, promulgada pelo Decreto nº 5.015,
terceirizados;
de 12 de março de 2004, na Convenção Interamericana contra o
f) a seleção e a contratação de funcionários e de prestadores
Terrorismo, promulgada pelo Decreto nº 5.639, de 26 de dezembro
de serviços terceirizados, tendo em vista o risco de lavagem de di-
de 2005, na Convenção Internacional para Supressão do Financia-
nheiro e de financiamento do terrorismo; e
mento do Terrorismo, promulgada pelo Decreto nº 5.640, de 26
g) a capacitação dos funcionários sobre o tema da prevenção
de dezembro de 2005, e na Convenção das Nações Unidas contra
à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, incluindo
a Corrupção, promulgada pelo Decreto nº 5.687, de 31 de janeiro
os funcionários dos correspondentes no País que prestem atendi-
de 2006, resolve:
mento em nome das instituições mencionadas no art. 1º;
II - as diretrizes para implementação de procedimentos:
CAPÍTULO I
a) de coleta, verificação, validação e atualização de informa-
DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO
ções cadastrais, visando a conhecer os clientes, os funcionários, os
parceiros e os prestadores de serviços terceirizados;
Art. 1º Esta Circular dispõe sobre a política, os procedimentos
b) de registro de operações e de serviços financeiros;
e os controles internos a serem adotados pelas instituições autori-
c) de monitoramento, seleção e análise de operações e situa-
zadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil visando à prevenção
ções suspeitas; e
da utilização do sistema financeiro para a prática dos crimes de “la-
d) de comunicação de operações ao Conselho de Controle de
vagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, de que trata a Lei
Atividades Financeiras (Coaf); e
nº 9.613, de 3 de março de 1998, e de financiamento do terrorismo,
III - o comprometimento da alta administração com a efetivi-
previsto na Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016.
dade e a melhoria contínua da política, dos procedimentos e dos
Parágrafo único. Para os fins desta Circular, os crimes referidos
controles internos relacionados com a prevenção à lavagem de di-
no caput serão denominados genericamente “lavagem de dinhei-
nheiro e ao financiamento do terrorismo.
ro” e “financiamento do terrorismo”.
Art. 4º Admite-se a adoção de política de prevenção à lavagem
de dinheiro e ao financiamento do terrorismo única por conglome-
rado prudencial e por sistema cooperativo de crédito.
Parágrafo único. As instituições que não constituírem política
própria, em decorrência do disposto no caput, devem formalizar a
opção por essa faculdade em reunião do conselho de administra-
ção ou, se inexistente, da diretoria da instituição.

204
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 5º As instituições mencionadas no art. 1º devem assegurar § 4º Devem ser utilizadas como subsídio à avaliação interna
a aplicação da política referida no art. 2º em suas unidades situadas de risco, quando disponíveis, avaliações realizadas por entidades
no exterior. públicas do País relativas ao risco de lavagem de dinheiro e de fi-
Parágrafo único. Na hipótese de impedimento ou limitação le- nanciamento do terrorismo.
gal à aplicação da política referida no caput à unidade da instituição Art. 11. A avaliação interna de risco pode ser realizada de for-
situada no exterior, deverá ser elaborado relatório justificando o ma centralizada em instituição do conglomerado prudencial e do
impedimento ou a limitação. sistema cooperativo de crédito.
Art. 6º A política referida no art. 2º deve ser divulgada aos Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar a ava-
funcionários da instituição, parceiros e prestadores de serviços ter- liação interna de risco na forma do caput devem formalizar essa
ceirizados, mediante linguagem clara e acessível, em nível de de- opção em reunião do conselho de administração ou, se inexistente,
talhamento compatível com as funções desempenhadas e com a da diretoria da instituição.
sensibilidade das informações. Art. 12. A avaliação interna de risco deve ser:
Art. 7º A política referida no art. 2º deve ser: I - documentada e aprovada pelo diretor referido no art. 9º;
I - documentada; II - encaminhada para ciência:
II - aprovada pelo conselho de administração ou, se inexisten- a) ao comitê de risco, quando houver;
te, pela diretoria da instituição; e b) ao comitê de auditoria, quando houver; e
III - mantida atualizada. c) ao conselho de administração ou, se inexistente, à diretoria
da instituição; e
CAPÍTULO III III - revisada a cada dois anos, bem como quando ocorrerem
DA GOVERNANÇA DA POLÍTICA DE PREVENÇÃO À LAVAGEM alterações significativas nos perfis de risco mencionados no art. 10,
DE DINHEIRO E AO FINANCIAMENTO DO TERRORISMO § 1º.

Art. 8º As instituições mencionadas no art. 1º devem dispor de CAPÍTULO V


estrutura de governança visando a assegurar o cumprimento da po- DOS PROCEDIMENTOS DESTINADOS
lítica referida no art. 2º e dos procedimentos e controles internos A CONHECER OS CLIENTES
de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terro-
rismo previstos nesta Circular. SEÇÃO I
Art. 9º As instituições referidas no art. 1º devem indicar for- DOS PROCEDIMENTOS
malmente ao Banco Central do Brasil diretor responsável pelo cum-
primento das obrigações previstas nesta Circular. Art. 13. As instituições mencionadas no art. 1º devem imple-
§ 1º O diretor mencionado no caput pode desempenhar outras mentar procedimentos destinados a conhecer seus clientes, in-
funções na instituição, desde que não haja conflito de interesses. cluindo procedimentos que assegurem a devida diligência na sua
§ 2º A responsabilidade mencionada no caput deve ser obser- identificação, qualificação e classificação.
vada em cada instituição, mesmo no caso de opção pela faculdade § 1º Os procedimentos referidos no caput devem ser compa-
estabelecida nos arts. 4º, 11, 42, 46 e 52. tíveis com:
I - o perfil de risco do cliente, contemplando medidas refor-
CAPÍTULO IV çadas para clientes classificados em categorias de maior risco, de
DA AVALIAÇÃO INTERNA DE RISCO acordo com a avaliação interna de risco referida no art. 10;
II - a política de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financia-
Art. 10. As instituições referidas no art. 1º devem realizar ava- mento do terrorismo de que trata o art. 2º; e
liação interna com o objetivo de identificar e mensurar o risco de III - a avaliação interna de risco de que trata o art. 10.
§ 2º Os procedimentos mencionados no caput devem ser for-
utilização de seus produtos e serviços na prática da lavagem de di-
malizados em manual específico.
nheiro e do financiamento do terrorismo.
§ 3º O manual referido no § 2º deve ser aprovado pela direto-
§ 1º Para identificação do risco de que trata o caput, a avalia-
ria da instituição e mantido atualizado.
ção interna deve considerar, no mínimo, os perfis de risco: Art. 14. As informações obtidas e utilizadas nos procedimentos
I - dos clientes; referidos no art. 13 devem ser armazenadas em sistemas informa-
II - da instituição, incluindo o modelo de negócio e a área geo- tizados e utilizadas nos procedimentos de que trata o Capítulo VII.
gráfica de atuação; Art. 15. Os procedimentos previstos neste Capítulo devem ser
III - das operações, transações, produtos e serviços, abrangen- observados sem prejuízo do disposto na regulamentação que disci-
do todos os canais de distribuição e a utilização de novas tecnolo- plina produtos e serviços específicos.
gias; e
IV - das atividades exercidas pelos funcionários, parceiros e SEÇÃO II
prestadores de serviços terceirizados. DA IDENTIFICAÇÃO DOS CLIENTES
§ 2º O risco identificado deve ser avaliado quanto à sua pro-
babilidade de ocorrência e à magnitude dos impactos financeiro, Art. 16. As instituições referidas no art. 1º devem adotar proce-
jurídico, reputacional e socioambiental para a instituição. dimentos de identificação que permitam verificar e validar a iden-
§ 3º Devem ser definidas categorias de risco que possibilitem tidade do cliente.
a adoção de controles de gerenciamento e de mitigação reforçados § 1º Os procedimentos referidos no caput devem incluir a ob-
para as situações de maior risco e a adoção de controles simplifica- tenção, a verificação e a validação da autenticidade de informações
dos nas situações de menor risco. de identificação do cliente, inclusive, se necessário, mediante con-
frontação dessas informações com as disponíveis em bancos de da-
dos de caráter público e privado.

205
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 2º No processo de identificação do cliente devem ser coleta- Art. 19. Os procedimentos de qualificação referidos no art. 18
dos, no mínimo: devem incluir a verificação da condição do cliente como pessoa ex-
I - o nome completo e o número de registro no Cadastro de posta politicamente, nos termos do art. 27, bem como a verifica-
Pessoas Físicas (CPF), no caso de pessoa natural; e (Redação dada, ção da condição de representante, familiar ou estreito colaborador
a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.) dessas pessoas.
II - a firma ou denominação social e o número de registro no § 1º Para os fins desta Circular, considera-se:
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), no caso de pessoa jurí- I - familiar, os parentes, na linha reta ou colateral, até o segun-
dica. (Redação dada, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº do grau, o cônjuge, o companheiro, a companheira, o enteado e a
119, de 27/7/2021.) enteada; e
§ 3º No caso de cliente pessoa natural residente no exterior II - estreito colaborador:
desobrigada de inscrição no CPF, na forma definida pela Secretaria a) pessoa natural conhecida por ter qualquer tipo de estreita
da Receita Federal do Brasil, admite-se a utilização de documento relação com pessoa exposta politicamente, inclusive por:
de viagem na forma da Lei, devendo ser coletados, no mínimo, o 1. ter participação conjunta em pessoa jurídica de direito pri-
país emissor, o número e o tipo do documento. vado;
§ 4º No caso de cliente pessoa jurídica com domicílio ou sede 2. figurar como mandatária, ainda que por instrumento parti-
no exterior desobrigada de inscrição no CNPJ, na forma definida cular da pessoa mencionada no item 1; ou
pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, as instituições devem 3. ter participação conjunta em arranjos sem personalidade
coletar, no mínimo, o nome da empresa, o endereço da sede e o jurídica; e
número de identificação ou de registro da empresa no respectivo b) pessoa natural que tem o controle de pessoas jurídicas ou
país de origem. de arranjos sem personalidade jurídica, conhecidos por terem sido
Art. 17. As informações referidas no art. 16 devem ser manti- criados para o benefício de pessoa exposta politicamente.
das atualizadas. § 2º Para os clientes qualificados como pessoa exposta politi-
camente ou como representante, familiar ou estreito colaborador
SEÇÃO III dessas pessoas, as instituições mencionadas no art. 1º devem:
DA QUALIFICAÇÃO DOS CLIENTES I - adotar procedimentos e controles internos compatíveis com
essa qualificação;
Art. 18. As instituições mencionadas no art. 1º devem adotar II - considerar essa qualificação na classificação do cliente nas
procedimentos que permitam qualificar seus clientes por meio da categorias de risco referidas no art. 20; e
coleta, verificação e validação de informações, compatíveis com o III - avaliar o interesse no início ou na manutenção do relacio-
perfil de risco do cliente e com a natureza da relação de negócio. namento com o cliente.
§ 1º Os procedimentos de qualificação referidos no caput de- § 3º A avaliação mencionada no § 2º, inciso III, deve ser realiza-
vem incluir a coleta de informações que permitam: (Redação dada, da por detentor de cargo ou função de nível hierárquico superior ao
a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.) do responsável pela autorização do relacionamento com o cliente.
I - identificar o local de residência, no caso de pessoa natural;
(Incluído, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de SEÇÃO IV
27/7/2021.) DA CLASSIFICAÇÃO DOS CLIENTES
II - identificar o local da sede ou filial, no caso de pessoa jurídi-
ca; e (Incluído, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, Art. 20. As instituições mencionadas no art. 1º devem classifi-
de 27/7/2021.) car seus clientes nas categorias de risco definidas na avaliação in-
III - avaliar a capacidade financeira do cliente, incluindo a ren- terna de risco mencionada no art. 10, com base nas informações
da, no caso de pessoa natural, ou o faturamento, no caso de pes- obtidas nos procedimentos de qualificação do cliente referidos no
soa jurídica. (Incluído, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº art. 18.
119, de 27/7/2021.) Parágrafo único. A classificação mencionada no caput deve ser:
§ 2º A necessidade de verificação e de validação das informa- I - realizada com base no perfil de risco do cliente e na natureza
ções referidas no § 1º deve ser avaliada pelas instituições de acordo da relação de negócio; e
com o perfil de risco do cliente e com a natureza da relação de II - revista sempre que houver alterações no perfil de risco do
negócio. cliente e na natureza da relação de negócio.
§ 3º Nos procedimentos de que trata o caput, devem ser cole-
tadas informações adicionais do cliente compatíveis com o risco de SEÇÃO V
utilização de produtos e serviços na prática da lavagem de dinheiro DISPOSIÇÕES COMUNS À IDENTIFICAÇÃO, À QUALIFICAÇÃO
e do financiamento do terrorismo. E À CLASSIFICAÇÃO DOS CLIENTES
§ 4º A qualificação do cliente deve ser reavaliada de forma per-
manente, de acordo com a evolução da relação de negócio e do Art. 21. As instituições referidas no art. 1º devem adotar os
perfil de risco. procedimentos de identificação, de qualificação e de classificação
§ 5º As informações coletadas na qualificação do cliente de- previstos neste Capítulo para os administradores de clientes pesso-
vem ser mantidas atualizadas. as jurídicas e para os representantes de clientes.
§ 6º O Banco Central do Brasil poderá divulgar rol de informa- Parágrafo único. Os procedimentos referidos no caput devem
ções a serem coletadas, verificadas e validadas em procedimentos ser compatíveis com a função exercida pelo administrador e com a
específicos de qualificação de clientes. abrangência da representação.

206
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 22. Os critérios utilizados para a definição das informações a) governos, entidades governamentais e bancos centrais, as-
necessárias e dos procedimentos de verificação, validação e atu- sim como fundos soberanos ou companhias de investimento con-
alização das informações para cada categoria de risco devem ser troladas por fundos soberanos e similares; (Incluída, a partir de
previstos no manual de que trata o art. 13, § 2º. 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.)
Art. 23. É vedado às instituições referidas no art. 1º iniciar re- b) organismos multilaterais; (Incluída, a partir de 1º/9/2021,
lação de negócios sem que os procedimentos de identificação e de pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.)
qualificação do cliente estejam concluídos. c) companhias abertas ou equivalentes; (Incluída, a partir de
Parágrafo único. Admite-se, por um período máximo de trinta 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.)
dias, o início da relação de negócios em caso de insuficiência de d) instituições financeiras ou similares, operando por conta
informações relativas à qualificação do cliente, desde que não haja própria; (Incluída, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº
prejuízo aos procedimentos de monitoramento e seleção de que 119, de 27/7/2021.)
trata o art. 39. e) administradores de carteiras, operando por conta própria;
(Incluída, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de
SEÇÃO VI 27/7/2021.)
DA IDENTIFICAÇÃO E DA QUALIFICAÇÃO DO BENEFICIÁRIO f) sociedades seguradoras e entidades de previdência privada;
FINAL e (Incluída, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de
27/7/2021.)
Art. 24. Os procedimentos de qualificação do cliente pessoa g) fundos de investimento, desde que, cumulativamente:
jurídica devem incluir a análise da cadeia de participação societária (Incluída, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de
até a identificação da pessoa natural caracterizada como seu bene- 27/7/2021.)
ficiário final, observado o disposto no art. 25. 1. o número de cotistas seja igual ou superior a cem e nenhum
§ 1º Devem ser aplicados à pessoa natural referida no caput, deles detenha mais de 25% (vinte e cinco por cento) das cotas; e
no mínimo, os procedimentos de qualificação definidos para a cate- (Incluído, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de
goria de risco do cliente pessoa jurídica na qual o beneficiário final 27/7/2021.)
detenha participação societária. 2. a administração da carteira de ativos seja feita de forma dis-
§ 2º É também considerado beneficiário final o representante, cricionária por administrador profissional sujeito à fiscalização de
inclusive o procurador e o preposto, que exerça o comando de fato autoridade supervisora com a qual o Banco Central do Brasil man-
sobre as atividades da pessoa jurídica. tenha convênio para a troca de informações relativas à prevenção
§ 3º Excetuam-se do disposto no caput: (Redação dada, a partir da utilização do sistema financeiro para a prática dos crimes de la-
de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.) vagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo. (Incluído, a
I - as pessoas jurídicas caracterizadas como companhia aber- partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.)
ta; (Incluído, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de § 4º No caso das entidades relacionadas no § 3º, as informa-
27/7/2021.) ções coletadas devem abranger as das pessoas naturais autoriza-
II - as entidade sem fins lucrativos; (Incluído, a partir de das a representá-las, bem como as de seus controladores, adminis-
1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.) tradores ou gestores, e diretores, se houver. (Incluído, a partir de
III - as cooperativas; (Incluído, a partir de 1º/9/2021, pela Reso- 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.)
lução BCB nº 119, de 27/7/2021.) Art. 25. As instituições mencionadas no art. 1º devem estabe-
IV - os fundos e clubes de investimento registrados na Comis- lecer valor mínimo de referência de participação societária para a
são de Valores Mobiliários, desde que, cumulativamente: (Incluído, identificação de beneficiário final.
a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.) § 1º O valor mínimo de referência de participação societária
a) não sejam fundos exclusivos; (Incluída, a partir de 1º/9/2021, de que trata o caput deve ser estabelecido com base no risco e não
pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.) pode ser superior a 25% (vinte e cinco por cento), considerada, em
b) obtenham recursos de investidores com o propósito de atri- qualquer caso, a participação direta e a indireta.
buir o desenvolvimento e a gestão de uma carteira de investimento § 2º O valor de referência de que trata o caput deve ser justi-
a um gestor qualificado que deve ter plena discricionariedade na ficado e documentado no manual de procedimentos referido no
representação e na tomada de decisão perante as entidades investi- art. 13, § 2º.
das, não sendo obrigado a consultar os cotistas para essas decisões Art. 26. No caso de relação de negócio com cliente residente
e tampouco indicar os cotistas ou partes a eles ligadas para atuar no exterior, que também seja cliente de instituição do mesmo gru-
nas entidades investidas; e (Incluída, a partir de 1º/9/2021, pela Re- po no exterior, fiscalizada por autoridade supervisora com a qual o
solução BCB nº 119, de 27/7/2021.) Banco Central do Brasil mantenha convênio para a troca de infor-
c) seja informado o número de registro no CPF, no caso de pes- mações, admite-se que as informações relativas ao beneficiário fi-
soa natural, ou do número de registro no CNPJ, no caso de pessoa nal sejam obtidas da instituição no exterior, desde que assegurado
jurídica, de todos os cotistas para a Secretaria Especial da Receita ao Banco Central do Brasil o acesso às informações e aos procedi-
Federal do Brasil (RFB), na forma por esta definida em regulamenta- mentos adotados.
ção específica; (Incluída, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB
nº 119, de 27/7/2021.) SEÇÃO VII
V - os fundos de investimento registrados na Comissão de Va- DA QUALIFICAÇÃO COMO PESSOA EXPOSTA POLITICAMENTE
lores Mobiliários, constituídos na forma de condomínio fechado,
cujas cotas sejam negociadas em mercado organizado; e (Incluído, Art. 27. As instituições mencionadas no art. 1º devem imple-
a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.) mentar procedimentos que permitam qualificar seus clientes como
VI - os investidores não residentes classificados como: (Incluído, pessoa exposta politicamente.
a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.) § 1º Consideram-se pessoas expostas politicamente:

207
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
I - os detentores de mandatos eletivos dos Poderes Executivo admite-se que as informações de qualificação de pessoa exposta
e Legislativo da União; politicamente sejam obtidas da instituição no exterior, desde que
II - os ocupantes de cargo, no Poder Executivo da União, de: assegurado ao Banco Central do Brasil o acesso aos respectivos da-
a) Ministro de Estado ou equiparado; dos e procedimentos adotados.
b) Natureza Especial ou equivalente;
c) presidente, vice-presidente e diretor, ou equivalentes, de CAPÍTULO VI
entidades da administração pública indireta; e DO REGISTRO DE OPERAÇÕES
d) Grupo Direção e Assessoramento Superiores (DAS), nível 6,
ou equivalente; SEÇÃO I
III - os membros do Conselho Nacional de Justiça, do Supremo DISPOSIÇÕES GERAIS
Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores, dos Tribunais Regionais
Federais, dos Tribunais Regionais do Trabalho, dos Tribunais Regio- Art. 28. As instituições referidas no art. 1º devem manter regis-
nais Eleitorais, do Conselho Superior da Justiça do Trabalho e do tros de todas as operações realizadas, produtos e serviços contrata-
Conselho da Justiça Federal; dos, inclusive saques, depósitos, aportes, pagamentos, recebimen-
IV - os membros do Conselho Nacional do Ministério Público, o tos e transferências de recursos.
Procurador-Geral da República, o Vice-Procurador-Geral da Repú- § 1º Os registros referidos no caput devem conter, no mínimo,
blica, o Procurador-Geral do Trabalho, o Procurador-Geral da Justi- as seguintes informações sobre cada operação:
ça Militar, os Subprocuradores-Gerais da República e os Procurado- I - tipo;
res-Gerais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal; II - valor, quando aplicável;
V - os membros do Tribunal de Contas da União, o Procurador- III - data de realização;
-Geral e os Subprocuradores-Gerais do Ministério Público junto ao IV - nome e número de inscrição no CPF ou no CNPJ do titular
Tribunal de Contas da União; e do beneficiário da operação, no caso de pessoa residente ou se-
VI - os presidentes e os tesoureiros nacionais, ou equivalentes, diada no País; e
de partidos políticos; V - canal utilizado.
VII - os Governadores e os Secretários de Estado e do Distri- § 2º No caso de operações envolvendo pessoa natural residen-
to Federal, os Deputados Estaduais e Distritais, os presidentes, ou te no exterior desobrigada de inscrição no CPF, na forma definida
equivalentes, de entidades da administração pública indireta esta- pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, as instituições devem
dual e distrital e os presidentes de Tribunais de Justiça, Tribunais incluir no registro as seguintes informações:
Militares, Tribunais de Contas ou equivalentes dos Estados e do I - nome;
Distrito Federal; e II - tipo e número do documento de viagem e respectivo país
VIII - os Prefeitos, os Vereadores, os Secretários Municipais, os emissor; e
presidentes, ou equivalentes, de entidades da administração pú- III - organismo internacional de que seja representante para o
blica indireta municipal e os Presidentes de Tribunais de Contas ou exercício de funções específicas no País, quando for o caso.
equivalentes dos Municípios. § 3º No caso de operações envolvendo pessoa jurídica com do-
§ 2º São também consideradas expostas politicamente as pes- micílio ou sede no exterior desobrigada de inscrição no CNPJ, na
soas que, no exterior, sejam: forma definida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, as insti-
I - chefes de estado ou de governo; tuições devem incluir no registro as seguintes informações:
II - políticos de escalões superiores; I - nome da empresa; e
III - ocupantes de cargos governamentais de escalões superio- II - número de identificação ou de registro da empresa no res-
res; pectivo país de origem.
IV - oficiais-generais e membros de escalões superiores do Po- Art. 29. Os registros de que trata este Capítulo devem ser reali-
der Judiciário; zados inclusive nas situações em que a operação ocorrer no âmbito
V - executivos de escalões superiores de empresas públicas; ou da mesma instituição.
VI - dirigentes de partidos políticos.
§ 3º São também consideradas pessoas expostas politicamente SEÇÃO II
os dirigentes de escalões superiores de entidades de direito inter- DO REGISTRO DE OPERAÇÕES DE PAGAMENTO, DE RECEBI-
nacional público ou privado. MENTO E DE TRANSFERÊNCIA DE RECURSOS
§ 4º No caso de clientes residentes no exterior, para fins do
disposto no caput, as instituições mencionadas no art. 1º devem Art. 30. No caso de operações relativas a pagamentos, rece-
adotar pelo menos duas das seguintes providências: bimentos e transferências de recursos, por meio de qualquer ins-
I - solicitar declaração expressa do cliente a respeito da sua trumento, as instituições referidas no art. 1º devem incluir nos
qualificação; registros mencionados no art. 28 as informações necessárias à
II - recorrer a informações públicas disponíveis; e identificação da origem e do destino dos recursos.
III - consultar bases de dados públicas ou privadas sobre pesso- § 1º A origem mencionada no caput refere-se à instituição pa-
as expostas politicamente. gadora, sacada ou remetente e à pessoa sacada ou remetente dos
§ 5º A condição de pessoa exposta politicamente deve ser apli- recursos, bem como ao instrumento de transferência ou de paga-
cada pelos cinco anos seguintes à data em que a pessoa deixou de mento utilizado na transação.
se enquadrar nas categorias previstas nos §§ 1º, 2º, e 3º. § 2º O destino mencionado no caput refere-se à instituição re-
§ 6º No caso de relação de negócio com cliente residente no cebedora ou destinatária e à pessoa recebedora ou destinatária dos
exterior que também seja cliente de instituição do mesmo grupo no recursos, bem como ao instrumento de transferência ou de paga-
exterior, fiscalizada por autoridade supervisora com a qual o Banco mento utilizado na transação.
Central do Brasil mantenha convênio para troca de informações,

208
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 3º Para fins do cumprimento do disposto no caput, devem Parágrafo único. Na hipótese de recusa do cliente ou do porta-
ser incluídas no registro das operações, no mínimo, as seguintes dor dos recursos em prestar a informação referida no inciso III do
informações, quando couber: caput, a instituição deve registrar o fato e utilizar essa informação
I - nome e número de inscrição no CPF ou no CNPJ do reme- nos procedimentos de monitoramento, seleção e análise de que
tente ou sacado; tratam os art. 38 a 47.
II - nome e número de inscrição no CPF ou no CNPJ do recebe- Art. 35. No caso de operações de saque, inclusive as realizadas
dor ou beneficiário; por meio de cheque ou ordem de pagamento, de valor individual
III - códigos de identificação, no sistema de liquidação de paga- igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil reais), as institui-
mentos ou de transferência de fundos, das instituições envolvidas ções referidas no art. 1º devem incluir no registro, além das infor-
na operação; e mações previstas nos arts. 28 e 30:
IV - números das dependências e das contas envolvidas na ope- I - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF ou no
ração. CNPJ, conforme o caso, do destinatário dos recursos;
§ 4º No caso de transferência de recursos por meio de cheque, II - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF do por-
as instituições mencionadas no art. 1º devem incluir no registro da tador dos recursos;
operação, além das informações referidas no § 3º, o número do III - a finalidade do saque; e
cheque. IV - o número do protocolo referido no art. 36, § 2º, inciso II.
Art. 31. Caso as instituições referidas no art. 1º estabeleçam Parágrafo único. Na hipótese de recusa do cliente ou do porta-
relação de negócio com terceiros não sujeitos a autorização para dor dos recursos em prestar a informação referida no inciso III do
funcionar do Banco Central do Brasil, participantes de arranjo de caput, a instituição deve registrar o fato e utilizar essa informação
pagamento do qual a instituição também participe, deve ser esti- nos procedimentos de monitoramento, seleção e análise de que
pulado em contrato o acesso da instituição à identificação dos des- tratam os art. 38 a 47.
tinatários finais dos recursos, para fins de prevenção à lavagem de Art. 36. As instituições mencionadas no art. 1º devem requerer
dinheiro e do financiamento do terrorismo. dos sacadores clientes e não clientes solicitação de provisionamen-
Parágrafo único. O disposto no caput se aplica inclusive no caso to com, no mínimo, três dias úteis de antecedência, das operações
de relação de negócio que envolva a interoperabilidade com arran- de saque, inclusive as realizadas por meio de cheque ou ordem de
jo de pagamento não sujeito a autorização pelo Banco Central do pagamento, de valor igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta
Brasil, do qual as instituições referidas no art. 1º não participem. mil reais).
Art. 32. No caso de transferência de recursos por meio da § 1º As operações de saque de que trata o caput devem ser
compensação interbancária de cheque, a instituição sacada deve consideradas individualmente, para efeitos de observação do limite
informar à instituição depositária, e a instituição depositária deve previsto no caput.
informar à instituição sacada, os números de inscrição no CPF ou § 2º As instituições referidas no caput devem:
no CNPJ dos titulares da conta sacada e da conta depositária, res- I - possibilitar a solicitação de provisionamento por meio do
pectivamente. sítio eletrônico da instituição na internet e das agências ou Postos
de Atendimento;
SEÇÃO III II - emitir protocolo de atendimento ao cliente ou ao sacador
DO REGISTRO DAS OPERAÇÕES EM ESPÉCIE não cliente, no qual devem ser informados o valor da operação, a
dependência na qual deverá ser efetuado o saque e a data progra-
Art. 33. No caso de operações com utilização de recursos em mada para o saque; e
espécie de valor individual superior a R$2.000,00 (dois mil reais), III - registrar, no ato da solicitação de provisionamento, as in-
as instituições referidas no art. 1º devem incluir no registro, além formações indicadas no art. 35, conforme o caso.
das informações previstas nos arts. 28 e 30, o nome e o respectivo § 3º No caso de saque em espécie a ser realizado por meio de
número de inscrição no CPF do portador dos recursos. cheque por sacador não cliente, a solicitação de provisionamento
Parágrafo único. Nas operações de que trata o caput, realizadas de que trata o caput deve ser realizada exclusivamente em agências
por empresa de transporte de valores devidamente autorizada e ou em Postos de Atendimento.
registrada na autoridade competente, nos termos da legislação em § 4º O disposto neste artigo deve ser observado sem prejuízo
vigor, considera-se essa empresa como a portadora dos recursos, a do art. 2º da Resolução nº 3.695, de 26 de março de 2009.
qual será identificada por meio do registro do número de inscrição Art. 37. As instituições referidas no art. 1º devem manter regis-
no CNPJ e da firma ou denominação social. (Incluído, a partir de tro específico de recebimentos de boleto de pagamento pagos com
1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.) recursos em espécie.
Art. 34. No caso de operações de depósito ou aporte em espé- Parágrafo único. A instituição que receber boleto de pagamen-
cie de valor individual igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta to que não seja de sua emissão deve remeter à instituição emissora
mil reais), as instituições referidas no art. 1º devem incluir no regis- a informação de que o boleto foi pago em espécie.
tro, além das informações previstas nos arts. 28 e 30:
I - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF ou no
CNPJ, conforme o caso, do proprietário dos recursos;
II - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF do por-
tador dos recursos; e
III - a origem dos recursos depositados ou aportados.

209
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CAPÍTULO VII e) as operações com pessoas expostas politicamente estran-
DO MONITORAMENTO, DA SELEÇÃO E DA ANÁLISE DE OPE- geiras;
RAÇÕES E SITUAÇÕES SUSPEITAS f) os clientes e as operações em relação aos quais não seja pos-
sível identificar o beneficiário final;
SEÇÃO I g) as operações oriundas ou destinadas a países ou territórios
DOS PROCEDIMENTOS DE MONITORAMENTO, SELEÇÃO E com deficiências estratégicas na implementação das recomenda-
ANÁLISE DE OPERAÇÕES E SITUAÇÕES SUSPEITAS ções do Grupo de Ação Financeira (Gafi); e
h) as situações em que não seja possível manter atualizadas as
Art. 38. As instituições referidas no art. 1º devem implemen- informações cadastrais de seus clientes; e
tar procedimentos de monitoramento, seleção e análise de opera- II - as operações e situações que possam indicar suspeitas de
ções e situações com o objetivo de identificar e dispensar especial financiamento do terrorismo.
atenção às suspeitas de lavagem de dinheiro e de financiamento Parágrafo único. O período para a execução dos procedimen-
do terrorismo. tos de monitoramento e de seleção das operações e situações sus-
§ 1º Para os fins desta Circular, operações e situações suspeitas peitas não pode exceder o prazo de quarenta e cinco dias, contados
referem-se a qualquer operação ou situação que apresente indícios a partir da data de ocorrência da operação ou da situação.
de utilização da instituição para a prática dos crimes de lavagem de Art. 40. As instituições referidas no art. 1º devem assegurar
dinheiro e de financiamento do terrorismo. que os sistemas utilizados no monitoramento e na seleção de ope-
§ 2º Os procedimentos de que trata o caput devem ser aplica- rações e situações suspeitas contenham informações detalhadas
dos, inclusive, às propostas de operações. das operações realizadas e das situações ocorridas, inclusive infor-
§ 3º Os procedimentos mencionados no caput devem: mações sobre a identificação e a qualificação dos envolvidos.
I - ser compatíveis com a política de prevenção à lavagem de § 1º As instituições devem manter documentação detalhada
dinheiro e ao financiamento do terrorismo de que trata o art. 2º; dos parâmetros, variáveis, regras e cenários utilizados no monitora-
II - ser definidos com base na avaliação interna de risco de que mento e seleção de operações e situações que possam indicar sus-
trata o art. 10; peitas de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo.
III - considerar a condição de pessoa exposta politicamente, § 2º Os sistemas e os procedimentos utilizados no monitora-
nos termos do art. 27, bem como a condição de representante, mento e na seleção de operações e situações suspeitas devem ser
familiar ou estreito colaborador da pessoa exposta politicamente, passíveis de verificação quanto à sua adequação e efetividade.
nos termos do art. 19; e Art. 41. Devem ser incluídos no manual referido no art. 38, §
IV - estar descritos em manual específico, aprovado pela dire- 3º, inciso IV:
toria da instituição. I - os critérios de definição da periodicidade de execução dos
procedimentos de monitoramento e seleção para os diferentes ti-
SEÇÃO II pos de operações e situações monitoradas; e
DO MONITORAMENTO E DA SELEÇÃO DE OPERAÇÕES E SITU- II - os parâmetros, as variáveis, as regras e os cenários utiliza-
AÇÕES SUSPEITAS dos no monitoramento e seleção para os diferentes tipos de ope-
rações e situações.
Art. 39. As instituições referidas no art. 1º devem implementar Art. 42. Os procedimentos de monitoramento e seleção referi-
procedimentos de monitoramento e seleção que permitam identi- dos no art. 39 podem ser realizados de forma centralizada em ins-
ficar operações e situações que possam indicar suspeitas de lava- tituição do conglomerado prudencial e do sistema cooperativo de
gem de dinheiro e de financiamento do terrorismo, especialmente: crédito.
I - as operações realizadas e os produtos e serviços contrata- Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar os
dos que, considerando as partes envolvidas, os valores, as formas procedimentos de monitoramento e seleção na forma do caput de-
de realização, os instrumentos utilizados ou a falta de fundamento vem formalizar essa opção em reunião do conselho de administra-
econômico ou legal, possam configurar a existência de indícios de ção ou, se inexistente, da diretoria da instituição.
lavagem de dinheiro ou de financiamento do terrorismo, inclusive:
a) as operações realizadas ou os serviços prestados que, por SEÇÃO III
sua habitualidade, valor ou forma, configurem artifício que objeti- DOS PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DE OPERAÇÕES E SITUA-
ve burlar os procedimentos de identificação, qualificação, registro, ÇÕES SUSPEITAS
monitoramento e seleção previstos nesta Circular;
b) as operações de depósito ou aporte em espécie, saque em Art. 43. As instituições referidas no art. 1º devem implementar
espécie, ou pedido de provisionamento para saque que apresen- procedimentos de análise das operações e situações selecionadas
tem indícios de ocultação ou dissimulação da natureza, da origem, por meio dos procedimentos de monitoramento e seleção de que
da localização, da disposição, da movimentação ou da propriedade trata o art. 39, com o objetivo de caracterizá-las ou não como sus-
de bens, direitos e valores; peitas de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo.
c) as operações realizadas e os produtos e serviços contratados § 1º O período para a execução dos procedimentos de análise
que, considerando as partes e os valores envolvidos, apresentem das operações e situações selecionadas não pode exceder o prazo
incompatibilidade com a capacidade financeira do cliente, incluin- de quarenta e cinco dias, contados a partir da data da seleção da
do a renda, no caso de pessoa natural, ou o faturamento, no caso operação ou situação.
de pessoa jurídica, e o patrimônio; § 2º A análise mencionada no caput deve ser formalizada em
d) as operações com pessoas expostas politicamente de nacio- dossiê, independentemente da comunicação ao Coaf referida no
nalidade brasileira e com representantes, familiares ou estreitos art. 48.
colaboradores de pessoas expostas politicamente; Art. 44. É vedada:

210
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
I - a contratação de terceiros para a realização da análise refe- II - as operações relativas a pagamentos, recebimentos e trans-
rida no art. 43; e ferências de recursos, por meio de qualquer instrumento, contra
II - a realização da análise referida no art. 43 no exterior. pagamento em espécie, de valor igual ou superior a R$50.000,00
Parágrafo único. A vedação mencionada no caput não inclui a (cinquenta mil reais); e
contratação de terceiros para a prestação de serviços auxiliares à III - a solicitação de provisionamento de saques em espécie de
análise referida no art. 43. valor igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil reais) de que
Art. 45. As instituições referidas no art. 1º devem dispor, no trata o art. 36.
País, de recursos e competências necessários à análise de opera- Parágrafo único. A comunicação mencionada no caput deve
ções e situações suspeitas referida no art. 43. ser realizada até o dia útil seguinte ao da ocorrência da operação
Art. 46. Os procedimentos de análise referidos no art. 43 po- ou do provisionamento.
dem ser realizados de forma centralizada em instituição do conglo-
merado prudencial e do sistema cooperativo de crédito. SEÇÃO III
Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar os DISPOSIÇÕES GERAIS
procedimentos de análise na forma do caput devem formalizar a
opção em reunião do conselho de administração ou, se inexistente, Art. 50. As instituições referidas no art. 1º devem realizar as
da diretoria da instituição. comunicações mencionadas nos arts. 48 e 49 sem dar ciência aos
envolvidos ou a terceiros.
SEÇÃO IV Art. 51. As comunicações alteradas ou canceladas após o quin-
DISPOSIÇÕES GERAIS to dia útil seguinte ao da sua realização devem ser acompanhadas
de justificativa da ocorrência.
Art. 47. No caso de contratação de serviços de processamento Art. 52. As comunicações podem ser realizadas de forma cen-
e armazenamento de dados e de computação em nuvem utilizados tralizada por meio de instituição do conglomerado prudencial e de
para monitoramento e seleção de operações e situações suspeitas, sistema cooperativo de crédito, em nome da instituição na qual
bem como de serviços auxiliares à análise dessas operações e situa- ocorreu a operação ou a situação.
ções, as instituições referidas no art. 1º devem observar: Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar as
I - o disposto no Capítulo III da Circular nº 3.909, de 16 de agos- comunicações de forma centralizada, nos termos do caput, devem
to de 2018, e, no que couber, nos Capítulos IV e V da referida Circu- formalizar a opção em reunião do conselho de administração ou, se
lar, no caso de instituições de pagamento; e inexistente, da diretoria da instituição.
II - o disposto no Capítulo III da Resolução nº 4.658, de 26 de Art. 53. As comunicações referidas nos arts. 48 e 49 devem es-
abril de 2018, e, no que couber, nos Capítulos IV e V da referida pecificar, quando for o caso, se a pessoa objeto da comunicação:
Resolução, no caso de instituições financeiras e demais instituições I - é pessoa exposta politicamente ou representante, familiar
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil. ou estreito colaborador dessa pessoa;
II - é pessoa que, reconhecidamente, praticou ou tenha inten-
CAPÍTULO VIII tado praticar atos terroristas ou deles participado ou facilitado o
DOS PROCEDIMENTOS DE COMUNICAÇÃO AO COAF seu cometimento; e
III - é pessoa que possui ou controla, direta ou indiretamente,
SEÇÃO I recursos na instituição, no caso do inciso II.
DA COMUNICAÇÃO DE OPERAÇÕES E SITUAÇÕES SUSPEITAS Art. 54. As instituições de que trata o art. 1º que não tiverem
efetuado comunicações ao Coaf em cada ano civil deverão pres-
Art. 48. As instituições referidas no art. 1º devem comunicar ao tar declaração, até dez dias úteis após o encerramento do referido
Coaf as operações ou situações suspeitas de lavagem de dinheiro e ano, atestando a não ocorrência de operações ou situações passí-
de financiamento do terrorismo. veis de comunicação.
§ 1º A decisão de comunicação da operação ou situação ao Art. 55. As instituições referidas no art. 1º devem se habilitar
Coaf deve: para realizar as comunicações no Sistema de Controle de Ativida-
I - ser fundamentada com base nas informações contidas no des Financeiras (Siscoaf), do Coaf.
dossiê mencionado no art. 43, § 2º;
II - ser registrada de forma detalhada no dossiê mencionado CAPÍTULO IX
no art. 43, § 2º; e DOS PROCEDIMENTOS DESTINADOS A CONHECER FUNCIO-
III - ocorrer até o final do prazo de análise referido no art. 43, NÁRIOS, PARCEIROS E PRESTADORES DE SERVIÇOS TERCEIRI-
§ 1º. ZADOS
§ 2º A comunicação da operação ou situação suspeita ao Coaf
deve ser realizada até o dia útil seguinte ao da decisão de comuni- Art. 56. As instituições mencionadas no art. 1º devem imple-
cação. mentar procedimentos destinados a conhecer seus funcionários,
parceiros e prestadores de serviços terceirizados, incluindo proce-
SEÇÃO II dimentos de identificação e qualificação.
DA COMUNICAÇÃO DE OPERAÇÕES EM ESPÉCIE Parágrafo único. Os procedimentos referidos no caput devem
ser compatíveis com a política de prevenção à lavagem de dinheiro
Art. 49. As instituições mencionadas no art. 1º devem comu- e ao financiamento do terrorismo de que trata o art. 2º e com a
nicar ao Coaf: avaliação interna de risco de que trata o art. 10.
I - as operações de depósito ou aporte em espécie ou saque Art. 57. Os procedimentos referidos no art. 56 devem ser for-
em espécie de valor igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil malizados em documento específico aprovado pela diretoria da
reais); instituição.

211
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Parágrafo único. O documento mencionado no caput deve ser CAPÍTULO XI
mantido atualizado. DA AVALIAÇÃO DE EFETIVIDADE
Art. 58. As instituições referidas no art. 1º devem classificar as
atividades exercidas por seus funcionários, parceiros e prestadores Art. 62. As instituições referidas no art. 1º devem avaliar a efe-
de serviços terceirizados nas categorias de risco definidas na avalia- tividade da política, dos procedimentos e dos controles internos de
ção interna de risco, nos termos do art. 10. que trata esta Circular.
§ 1º A classificação em categorias de risco mencionada no § 1º A avaliação referida no caput deve ser documentada em
caput deve ser mantida atualizada. relatório específico.
§ 2º Os critérios para a classificação em categorias de risco re- § 2º O relatório de que trata o § 1º deve ser:
ferida no caput devem estar previstos no documento mencionado I - elaborado anualmente, com data-base de 31 de dezembro; e
no art. 57. II - encaminhado, para ciência, até 31 de março do ano seguin-
§ 3º As informações relativas aos funcionários, parceiros e te ao da data-base:
prestadores de serviços terceirizados devem ser mantidas atuali- a) ao comitê de auditoria, quando houver; e
zadas, considerando inclusive eventuais alterações que impliquem b) ao conselho de administração ou, se inexistente, à diretoria
mudança de classificação nas categorias de risco. da instituição.
Art. 59. As instituições referidas no art. 1º, na celebração de Art. 63. O relatório referido no art. 62, § 1º, deve:
contratos com instituições financeiras sediadas no exterior, devem: I - conter informações que descrevam:
I - obter informações sobre o contratado que permitam com- a) a metodologia adotada na avaliação de efetividade;
preender a natureza de sua atividade e a sua reputação; b) os testes aplicados;
II - verificar se o contratado foi objeto de investigação ou de c) a qualificação dos avaliadores; e
ação de autoridade supervisora relacionada com lavagem de di- d) as deficiências identificadas; e
nheiro ou com financiamento do terrorismo; II - conter, no mínimo, a avaliação:
III - certificar que o contratado tem presença física no país onde a) dos procedimentos destinados a conhecer clientes, incluin-
está constituído ou licenciado; do a verificação e a validação das informações dos clientes e a ade-
IV - conhecer os controles adotados pelo contratado relativos quação dos dados cadastrais;
à prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terro- b) dos procedimentos de monitoramento, seleção, análise e
rismo; comunicação ao Coaf, incluindo a avaliação de efetividade dos pa-
V - obter a aprovação do detentor de cargo ou função de nível râmetros de seleção de operações e de situações suspeitas;
hierárquico superior ao do responsável pela contratação; e c) da governança da política de prevenção à lavagem de dinhei-
VI - dar ciência do contrato de parceria ao diretor mencionado ro e ao financiamento do terrorismo;
no art. 9º. d) das medidas de desenvolvimento da cultura organizacional
Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se inclusive às re- voltadas à prevenção da lavagem de dinheiro e ao financiamento
lações de parceria estabelecidas com bancos correspondentes no do terrorismo;
exterior. e) dos programas de capacitação periódica de pessoal;
Art. 60. As instituições referidas no art. 1º, na celebração de f) dos procedimentos destinados a conhecer os funcionários,
contratos com terceiros não sujeitos a autorização para funcionar parceiros e prestadores de serviços terceirizados; e
do Banco Central do Brasil, participantes de arranjo de pagamento g) das ações de regularização dos apontamentos oriundos da
do qual a instituição também participe, devem: auditoria interna e da supervisão do Banco Central do Brasil.
I - obter informações sobre o terceiro que permitam compre- Art. 64. Admite-se a elaboração de um único relatório de ava-
ender a natureza de sua atividade e a sua reputação; liação de efetividade nos termos do art. 62, § 1º, relativo às insti-
II - verificar se o terceiro foi objeto de investigação ou de ação tuições do conglomerado prudencial e do sistema cooperativo de
de autoridade supervisora relacionada com lavagem de dinheiro ou crédito.
com financiamento do terrorismo; Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar o re-
III - certificar que o terceiro tem licença do instituidor do arran- latório de avaliação de efetividade na forma do caput devem for-
jo para operar, quando for o caso; malizar a opção em reunião do conselho de administração ou, se
IV - conhecer os controles adotados pelo terceiro relativos à inexistente, da diretoria da instituição.
prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terroris- Art. 65. As instituições referidas no art. 1º devem elaborar pla-
mo; e no de ação destinado a solucionar as deficiências identificadas por
V - dar ciência do contrato ao diretor mencionado no art. 9º. meio da avaliação de efetividade de que trata o art. 62.
§ 1º O acompanhamento da implementação do plano de ação
CAPÍTULO X referido no caput deve ser documentado por meio de relatório de
DOS MECANISMOS DE ACOMPANHAMENTO E DE CONTROLE acompanhamento.
§ 2º O plano de ação e o respectivo relatório de acompanha-
Art. 61. As instituições mencionadas no art. 1º devem instituir mento devem ser encaminhados para ciência e avaliação, até 30 de
mecanismos de acompanhamento e de controle de modo a assegu- junho do ano seguinte ao da data-base do relatório de que trata o
rar a implementação e a adequação da política, dos procedimentos art. 62, § 1º:
e dos controles internos de que trata esta Circular, incluindo: I - do comitê de auditoria, quando houver;
I - a definição de processos, testes e trilhas de auditoria; II - da diretoria da instituição; e
II - a definição de métricas e indicadores adequados; e III - do conselho de administração, quando existente.
III - a identificação e a correção de eventuais deficiências.
Parágrafo único. Os mecanismos de que trata o caput devem
ser submetidos a testes periódicos pela auditoria interna, quando
aplicáveis, compatíveis com os controles internos da instituição.

212
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CAPÍTULO XII “Art. 18. Os agentes autorizados a operar no mercado de
DISPOSIÇÕES FINAIS câmbio devem verificar a legalidade das operações, as responsa-
bilidades das partes envolvidas, bem como identificar seus clientes
Art. 66. Devem permanecer à disposição do Banco Central do previamente à realização das operações no mercado de câmbio na
Brasil: forma prevista pela regulamentação sobre a política, os procedi-
I - o documento de que trata o art. 7º, inciso I, relativo à política mentos e os controles internos na prevenção à prática dos crimes
de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terro- de ‘lavagem’ ou ocultação de bens, direitos e valores, previstos na
rismo de que trata o art. 2º; Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, e de financiamento do terro-
II - a ata de reunião do conselho de administração ou, na sua rismo, de que trata a Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016.” (NR)
inexistência, da diretoria da instituição, no caso de ser formalizada “Art. 135. As instituições autorizadas a operar no mercado de
a opção de que trata o caput do art. 4º; câmbio devem desenvolver mecanismos que permitam evitar a
III - o relatório de que trata o art. 5º, parágrafo único, se exis- prática de operações que visem a burlar os limites e outros reque-
tente; rimentos estabelecidos nesta Circular.” (NR)
IV - o documento relativo à avaliação interna de risco de que “Art. 139. As instituições autorizadas a operar no mercado de
trata o art. 12, inciso I, juntamente com a documentação de supor- câmbio devem certificar-se da qualificação de seus clientes, me-
te à sua elaboração; diante documentação em meio físico ou eletrônico e mediante a
V - o contrato referido no art. 31; realização, entre outras providências pertinentes, de avaliação de
VI - a ata de reunião do conselho de administração ou, na sua desempenho, de procedimentos comerciais e de capacidade finan-
inexistência, da diretoria da instituição, no caso de serem formali- ceira.” (NR)
zadas as opções mencionadas nos arts. 11, 42, 46, 52 e 64; Art. 69. Ficam revogados:
VII - o relatório de avaliação de efetividade de que trata o art. I - a Circular nº 3.461, de 24 de julho de 2009;
62, § 1º; II - a Circular nº 3.517, de 7 de dezembro de 2010;
VIII - as versões anteriores da avaliação interna de risco de que III - a Circular nº 3.583, de 12 de março de 2012;
trata o art. 10; IV - a Circular nº 3.654, de 27 de março de 2013;
IX - o manual relativo aos procedimentos destinados a conhe- V - a Circular nº 3.839, de 28 de junho de 2017;
cer os clientes referido no art. 13, § 2º; VI - a Circular nº 3.889, de 28 de março de 2018;
X - o manual relativo aos procedimentos de monitoramento, VII - os arts. 6º, 6º-A e 6º-B da Circular nº 3.680, de 4 de no-
seleção e análise de operações e situações suspeitas mencionado vembro de 2013;
no art. 38, § 3º, inciso IV; VIII - o § 2º do art. 11 da Circular nº 3.691, de 2013;
XI - o documento relativo aos procedimentos destinados a co- IX - o parágrafo único do art. 19 da Circular nº 3.691, de 2013;
nhecer os funcionários, parceiros e prestadores de serviços tercei- X - o art. 32 da Circular nº 3.691, de 2013;
rizados mencionado no art. 57; XI - o inciso IV do art. 32-A da Circular nº 3.691, de 2013;
XII - as versões anteriores do relatório de avaliação de efetivi- XII - os incisos I e II do art. 139 da Circular nº 3.691, de 2013;
dade de que trata o art. 62, § 1º; XIII - o art. 166 da Circular nº 3.691, de 2013;
XIII - os dados, os registros e as informações relativas aos me- XIV - o art. 170 da Circular nº 3.691, de 2013;
canismos de acompanhamento e de controle de que trata o art. XV - o art. 213 da Circular nº 3.691, de 2013;
61; e XVI - o art. 2º da Circular nº 3.727, de 6 de novembro de 2014;
XIV - os documentos relativos ao plano de ação e ao respectivo XVII - o art. 3º da Circular nº 3.780, de 21 de janeiro de 2016; e
relatório de acompanhamento mencionados no art. 65. XVIII - o art. 18 da Circular nº 3.858, de 14 de novembro de
§ 1º O contrato referido no inciso V do caput deve permanecer 2017.
à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo mínimo de cinco Art. 70. Esta Circular entra em vigor em 1º de julho de 2020.
anos após o encerramento da relação contratual.
§ 2º Os documentos e informações referidos nos incisos VIII a
XIV do caput devem permanecer à disposição do Banco Central do CARTA CIRCULAR Nº 4.001, DE 29 DE JANEIRO DE 2020
Brasil pelo prazo mínimo de cinco anos. E SUAS ALTERAÇÕES.
Art. 67. As instituições referidas no art. 1º devem manter à dis-
posição do Banco Central do Brasil e conservar pelo período míni- CARTA CIRCULAR Nº 4.001, DE 29 DE JANEIRO DE 2020
mo de dez anos:
I - as informações coletadas nos procedimentos destinados a Documento normativo revogado pela Resolução BCB nº 145, de
conhecer os clientes de que tratam os arts. 13, 16 e 18, contado o
24/9/2021, após a produção de seus efeitos no período de cálculo
prazo referido no caput a partir do primeiro dia do ano seguinte ao
com início em 1º de novembro de 2021 e término em 5 de novembro
término do relacionamento com o cliente;
de 2021, cujo ajuste ocorrerá em 16 de novembro de 2021.
II - as informações coletadas nos procedimentos destinados a
conhecer os funcionários, parceiros e prestadores de serviços ter-
ceirizados de que trata o art. 56, contado o prazo referido no caput RESOLUÇÃO BCB Nº 145, DE 24 DE SETEMBRO DE 2021
a partir da data de encerramento da relação contratual;
III - as informações e registros de que tratam os arts. 28 a 37, Define e consolida as regras do recolhimento compulsório so-
contado o prazo referido no caput a partir do primeiro dia do ano bre recursos a prazo.
seguinte ao da realização da operação; e A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil, em sessão re-
IV - o dossiê referido no art. 43, § 2º. alizada em 23 de setembro de 2021, com base no art. 10, incisos III
Art. 68. A Circular nº 3.691, de 16 de dezembro de 2013, passa e IV, da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, e no art. 66 da Lei
a vigorar com as seguintes alterações: nº 9.069, de 29 de junho de 1995,
RESOLVE:

213
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CAPÍTULO I III - R$1.200.000.000,00 (um bilhão e duzentos milhões de
DAS REGRAS GERAIS reais), para instituições financeiras independentes ou integrantes
de conglomerado financeiro cujo Nível I do PR seja igual ou su-
Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre o recolhimento compulsó- perior a R$10.000.000.000,00 (dez bilhões de reais) e inferior a
rio sobre recursos a prazo. R$15.000.000.000,00 (quinze bilhões de reais); e
Art. 2º Sujeitam-se ao recolhimento compulsório sobre recur- IV - 0 (zero), para instituições financeiras independentes ou in-
sos a prazo os bancos comerciais, bancos múltiplos, bancos de de- tegrantes de conglomerado financeiro cujo Nível I do PR seja igual
senvolvimento, bancos de investimento, bancos de câmbio, caixas ou superior a R$15.000.000.000,00 (quinze bilhões de reais).
econômicas e sociedades de crédito, financiamento e investimento. § 1º Para fins da dedução de que trata este artigo, será consi-
Art. 3º Constitui Valor Sujeito a Recolhimento (VSR) a soma dos derado, para as instituições financeiras independentes ou integran-
saldos inscritos nas seguintes rubricas contábeis do Plano Contábil tes de conglomerado financeiro, o Nível I do PR relativo a 30 de
das Instituições do Sistema Financeiro Nacional (Cosif): junho de 2018, apurado na forma estabelecida pela Resolução BCB
I - 4.1.5.10.00-9 Depósitos a Prazo; que dispõe sobre a metodologia para apuração do PR.
II - 4.3.1.00.00-8 Recursos de Aceites Cambiais; § 2º Em caso de ausência da informação do Nível I do PR rela-
III - 4.3.4.50.00-2 Cédulas Pignoratícias de Debêntures; tivo a 30 de junho de 2018, será considerada, como critério para a
IV - 4.2.1.10.80-0 Títulos de Emissão Própria; e dedução de que trata este artigo, a informação do último Nível I do
V - 4.9.9.12.20-7 Contratos de Assunção de Obrigações - Vincu- PR anterior a 30 de junho de 2018 prestada pela instituição.
lados a Operações Realizadas no Exterior. § 3º Para as instituições financeiras em início de atividade, o
Parágrafo único. Não integram o VSR os depósitos a prazo valor de dedução será calculado conforme a primeira posição in-
resultantes de operações de assistência ou de suporte financeiro formada ao Banco Central do Brasil do Nível I do PR ou 0 (zero),
contratadas com fundos ou outros mecanismos constituídos pelas enquanto ela não for informada.
instituições do Sistema Financeiro Nacional na forma do § 1º do art. Art. 8º Sobre a exigibilidade, calculada na forma dos arts. 5º,
28 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, inclusive 6º e 7º, incidirá dedução do valor equivalente a 15% (quinze por
com aqueles de que trata o art. 12, inciso IV, da Lei Complementar cento) do saldo devedor atualizado, verificados no último dia útil
nº 130, de 17 de abril de 2009. do período de cálculo, dos financiamentos concedidos no âmbito
Art. 4º A base de cálculo da exigibilidade de recolhimento com- do Programa Emergencial de Suporte a Empregos, instituído pela
pulsório sobre recursos a prazo corresponde à média aritmética dos Lei nº 14.043, de 19 de agosto de 2020.
VSR apurados nos dias úteis do período de cálculo, deduzida de Parágrafo único. A dedução de que trata o caput poderá ser
R$30.000.000,00 (trinta milhões de reais). efetuada pela instituição financeira enquanto os referidos financia-
Parágrafo único. O período de cálculo compreende os dias mentos estiverem contabilizados em seu ativo.
úteis de uma semana, com início na segunda-feira e término na sex- Art. 9º Sobre a exigibilidade, calculada na forma dos arts. 5º,
ta-feira. 6º, 7º e 8º, incidirá a dedução remanescente relativa ao saldo de
Art. 5º A exigibilidade do recolhimento compulsório é apurada Letras Financeiras de emissão própria recompradas pela instituição
aplicando-se, sobre a base de cálculo de que trata o art. 4º, a alí- financeira emissora na forma do § 6º do art. 10 da Resolução nº
quota de 20% (vinte por cento). 4.733, de 27 de junho de 2019, apurado na forma dos arts. 5º-B e
5º-C da Circular nº 3.916, de 22 de novembro de 2018, na data de
CAPÍTULO II referência de 30 de abril de 2020.
DAS DEDUÇÕES E ISENÇÕES Parágrafo único. O valor remanescente utilizado para a dedu-
ção de que trata o caput é o valor de base apurado na data de refe-
Art. 6º A exigibilidade, calculada na forma do art. 5º, será de- rência de 30 de abril de 2020, progressivamente reduzido pelo valor
duzida pela média, no período de cálculo, do valor do Limite Finan- nominal constante de 2% (dois por cento) do valor de base a cada
ceiro Total para operações da Linha de Liquidez a Termo (LLT) de período de cálculo a partir do período com início em 21 de junho de
que trata o art. 44 do Regulamento anexo à Resolução BCB nº 110, 2021 e término em 25 de junho de 2021, até sua extinção.
de 1º de julho de 2021.
§ 1º A dedução de que trata o caput é limitada ao valor de 3% CAPÍTULO III
(três por cento) da base de cálculo, na forma do art. 4º. DO RECOLHIMENTO
§ 2º O valor do limite financeiro total da LLT, usado no cálculo
da média, é o informado na abertura diária do sistema de Linha Art. 10. A exigibilidade apurada vigora da segunda-feira da se-
Financeira de Liquidez (LFL). gunda semana posterior ao encerramento do período de cálculo,
Art. 7º A exigibilidade, calculada na forma do art. 5º, será de- ou dia útil seguinte, se a segunda-feira não for dia útil, até a sexta-
duzida das seguintes parcelas: -feira subsequente, devendo ser cumprida em espécie, mediante
I - R$3.600.000.000,00 (três bilhões e seiscentos milhões de re- recolhimento em conta específica.
ais), para instituições financeiras independentes ou integrantes de § 1º O saldo de encerramento diário da respectiva conta de
conglomerado financeiro cujo Nível I do Patrimônio de Referência recolhimento deve corresponder a 100% (cem por cento) da exigi-
(PR) seja inferior a R$3.000.000.000,00 (três bilhões de reais); bilidade.
II - R$2.400.000.000,00 (dois bilhões e quatrocentos milhões § 2º As instituições financeiras cujas exigibilidades sejam iguais
de reais), para instituições financeiras independentes ou integran- ou inferiores a R$500.000,00 (quinhentos mil reais) estão isentas do
tes de conglomerado financeiro cujo Nível I do PR seja igual ou recolhimento compulsório de que trata esta Resolução, devendo,
superior a R$3.000.000.000,00 (três bilhões de reais) e inferior a no entanto, prestar as informações conforme estabelecido no art.
R$10.000.000.000,00 (dez bilhões de reais); 12 desta Resolução.

214
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 3º O recolhimento da exigibilidade deve ser efetuado exclu- CAPÍTULO V
sivamente por instituição titular de conta Reservas Bancárias ou de DO ENVIO DA INFORMAÇÃO
Conta de Liquidação, que comandará a respectiva transferência a
crédito da conta de recolhimento. Art. 12. A instituição deve fornecer, até o dia útil imediatamen-
§ 4º A conta de recolhimento pode ser livremente movimen- te anterior à data em que se inicia a vigência da respectiva exigibili-
tada pela instituição titular, a crédito de sua conta Reservas Bancá- dade, os dados diários relativos ao VSR do período de cálculo.
rias ou Conta de Liquidação, durante o horário estabelecido para o § 1º A instituição financeira está dispensada de prestar as in-
funcionamento do Sistema de Transferência de Reservas (STR) do formações de que trata este artigo caso os valores sujeitos a re-
Banco Central do Brasil. colhimento e outros relativos ao cumprimento da exigibilidade e
§ 5º A instituição não titular de conta Reservas Bancárias nem deduções de recolhimento permaneçam inalterados em relação à
de Conta de Liquidação pode movimentar sua conta de recolhimen- última posição informada.
to a crédito de conta Reservas Bancárias de sua livre escolha a cada § 2º Na hipótese de ausência de informações relativas a um
movimentação. ou mais dias do período de cálculo até o final do prazo fixado no
caput, será atribuído a cada posição não informada o valor relativo
CAPÍTULO IV à última posição informada.
DO CUSTO FINANCEIRO § 3º A instituição financeira que informar ou alterar os dados
após o prazo fixado neste artigo sujeita-se às penalidades previstas
Art. 11. A instituição financeira que não observar as normas na regulamentação em vigor.
relativas à manutenção de saldo na conta de recolhimento compul- Art. 13. A instituição financeira sujeita ao recolhimento com-
sório sobre recursos a prazo incorre no pagamento de custo finan- pulsório de que trata esta Resolução, não titular de conta Reservas
ceiro, que é devido no dia útil seguinte à data em que for verificada Bancárias ou de Conta de Liquidação, deverá indicar a instituição
a deficiência e calculado com a utilização da seguinte fórmula: financeira titular de conta Reservas Bancárias à qual serão enca-
minhadas as cobranças pertinentes a custos financeiros, creditadas
eventuais devoluções e realizadas as transferências de recursos en-
tre a conta Reservas Bancárias da liquidante e a conta de recolhi-
mento da instituição financeira.

Cvt = custo financeiro sobre a deficiência na posição diária ve- CAPÍTULO VI


rificada no dia “t”, expresso com 2 (duas) casas decimais, com arre- DA REMUNERAÇÃO
dondamento matemático;
s = Taxa Selic da data da deficiência (“t”), expressa de forma Art. 14. O saldo de encerramento diário da conta de recolhi-
unitária, com 4 (quatro) casas decimais; mento no Banco Central do Brasil, limitado ao valor da exigibilidade,
r = acréscimo à Taxa Selic, correspondendo a 4% (quatro por receberá remuneração calculada com base na Taxa Selic, mediante
cento) ao ano, expresso com 4 (quatro) casas decimais; utilização da seguinte fórmula:
dvt = deficiência na posição diária do recolhimento compulsó-
rio no dia “t”, em que dvt = E -St, para todo St < E, sendo:
St = posição do dia “t” ou saldo de encerramento da respectiva
conta de recolhimento no dia útil “t”; e
E = exigibilidade apurada na forma dos arts. 5º ao 9º para o
respectivo período de movimentação. R = remuneração a ser creditada, expressa com 2 (duas) casas
§ 1º Os resultados parciais de multiplicação, divisão e poten- decimais, com arredondamento matemático;
ciação utilizados nas expressões algébricas do cálculo dos custos S = saldo de encerramento da conta de recolhimento, limitado
financeiros de que trata esta Resolução devem conter 8 (oito) casas ao valor da exigibilidade calculada na forma dos arts. 5º ao 9º;
decimais, com arredondamento matemático. Selic = Taxa Selic anual, no formato unitário, expressa com 4
§ 2º Os custos financeiros de que trata esta Resolução, quando (quatro) casas decimais, referente à data do saldo a ser remune-
pagos em data posterior à data em que devidos, serão atualizados rado.
desde a data em que devidos até a data do pagamento, com base § 1º A remuneração de que trata o caput é creditada na res-
na Taxa Selic. pectiva conta de recolhimento até as 16h30 do dia útil seguinte.
§ 3º A devolução de custo previsto nesta Resolução, em decor- § 2º Os resultados parciais de multiplicação, divisão e poten-
rência de pagamento indevido, será feita com atualização do valor, ciação utilizados na expressão algébrica do cálculo da remuneração
desde a data do pagamento até a data de devolução, com base na devem conter 8 (oito) casas decimais, com arredondamento mate-
Taxa Selic. mático.
§ 4º Toda a movimentação relativa à cobrança ou à devolução
dos custos financeiros de que trata esta Resolução será efetuada CAPÍTULO VII
por meio do Sistema de Lançamentos do Banco Central (SLB). DISPOSIÇÕES FINAIS
§ 5º A instituição financeira que apresentar deficiência na posi-
ção diária do recolhimento compulsório sobre recursos a prazo por Art. 15. O disposto nesta Resolução deverá ser observado a
3 (três) dias úteis, consecutivos ou não, no período de 10 (dez) dias partir do período de cálculo com início em 8 de novembro e tér-
úteis, deverá encaminhar, imediatamente, ao Departamento de mino em 12 de novembro de 2021, cujo ajuste ocorrerá em 22 no-
Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos do Banco Central vembro de 2021.
do Brasil (Deban) onde jurisdicionada, justificativas para a ocorrên- Art. 16. Fica o Deban autorizado a adotar as medidas necessá-
cia, independentemente do pagamento do custo financeiro. rias à execução do disposto nesta Resolução.

215
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 17. Ficam revogadas, após a produção de seus efeitos no XIII – outras sociedades que, em razão da natureza de suas
período de cálculo com início em 1º de novembro de 2021 e tér- operações, assim venham a ser consideradas pelo Conselho Mo-
mino em 5 de novembro de 2021, cujo ajuste ocorrerá em 16 de netário Nacional.
novembro de 2021: § 2o As empresas de fomento comercial ou factoring, para os
I - a Circular nº 3.916, de 22 de novembro de 2018; efeitos desta Lei Complementar, obedecerão às normas aplicáveis
II - a Circular nº 3.943, de 23 de maio de 2019; às instituições financeiras previstas no § 1o.
III - a Circular nº 3.997, de 6 de abril de 2020; § 3o Não constitui violação do dever de sigilo:
IV - a Circular nº 4.001, de 13 de abril de 2020; e I – a troca de informações entre instituições financeiras, para
V - a Resolução BCB nº 78, de 10 de março de 2021. fins cadastrais, inclusive por intermédio de centrais de risco, obser-
Art. 18. Esta Resolução entra em vigor em 1º de novembro de vadas as normas baixadas pelo Conselho Monetário Nacional e pelo
2021. Banco Central do Brasil;
II - o fornecimento de informações constantes de cadastro
Bruno Serra Fernandes de emitentes de cheques sem provisão de fundos e de devedores
Diretor de Política Monetária inadimplentes, a entidades de proteção ao crédito, observadas as
normas baixadas pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco
Central do Brasil;
AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA E NORMATIVOS SARB.
III – o fornecimento das informações de que trata o § 2o do art.
11 da Lei no 9.311, de 24 de outubro de 1996;
A Autorregulação bancária é um conjunto de normas criado IV – a comunicação, às autoridades competentes, da prática de
em 2007 pela FEBRABAN, com aprovação e publicação em 2008, ilícitos penais ou administrativos, abrangendo o fornecimento de
para que o setor tenha serviços prestados com mais qualidade e informações sobre operações que envolvam recursos provenientes
satisfação para os clientes e também a redução de reclamações nos de qualquer prática criminosa;
órgãos de proteção ao consumidor, incluindo ações judiciais. V – a revelação de informações sigilosas com o consentimento
Desde sua aprovação, a Autorregulação incluiu em seu siste- expresso dos interessados;
ma de atuação, temas como Prevenção e Combate à Lavagem de VI – a prestação de informações nos termos e condições esta-
Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo e a Responsabilidade belecidos nos artigos 2o, 3o, 4o, 5o, 6o, 7o e 9 desta Lei Comple-
Socioambiental. mentar.
A última alteração na Autorregulação bancária, ocorreu a partir VII - o fornecimento de dados financeiros e de pagamentos,
de 23/03/2021, em que todos os contratos novos e refinanciamen- relativos a operações de crédito e obrigações de pagamento adim-
tos com agregação de margem, serão consultados no sistema do plidas ou em andamento de pessoas naturais ou jurídicas, a gesto-
SRCC (Serviço de Registro de Crédito Consignado) após a averbação res de bancos de dados, para formação de histórico de crédito, nos
do contrato. Realizada a consulta, o sistema retorna ao banco com termos de lei específica. (Incluído pela Lei Complementar nº 166,
a informação se a comissão sobre a operação pode ou não ser paga.
de 2019) (Vigência)
A finalidade principal da Autorregulação é promover a padro-
§ 4o A quebra de sigilo poderá ser decretada, quando neces-
nização nas ações de todas as instituições financeiras participantes.
sária para apuração de ocorrência de qualquer ilícito, em qualquer
fase do inquérito ou do processo judicial, e especialmente nos se-
SIGILO BANCÁRIO: LEI COMPLEMENTAR Nº 105/2001 E guintes crimes:
SUAS ALTERAÇÕES I – de terrorismo;
II – de tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas
afins;
LEI COMPLEMENTAR Nº 105, DE 10 DE JANEIRO DE 2001. III – de contrabando ou tráfico de armas, munições ou material
destinado a sua produção;
Dispõe sobre o sigilo das operações de instituições financeiras IV – de extorsão mediante seqüestro;
e dá outras providências. V – contra o sistema financeiro nacional;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- VI – contra a Administração Pública;
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar: VII – contra a ordem tributária e a previdência social;
Art. 1o As instituições financeiras conservarão sigilo em suas VIII – lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos e va-
operações ativas e passivas e serviços prestados. lores;
§ 1o São consideradas instituições financeiras, para os efeitos IX – praticado por organização criminosa.
desta Lei Complementar: Art. 2o O dever de sigilo é extensivo ao Banco Central do Brasil,
I – os bancos de qualquer espécie; em relação às operações que realizar e às informações que obtiver
II – distribuidoras de valores mobiliários; no exercício de suas atribuições.
III – corretoras de câmbio e de valores mobiliários; § 1o O sigilo, inclusive quanto a contas de depósitos, aplicações
IV – sociedades de crédito, financiamento e investimentos; e investimentos mantidos em instituições financeiras, não pode ser
V – sociedades de crédito imobiliário; oposto ao Banco Central do Brasil:
VI – administradoras de cartões de crédito; I – no desempenho de suas funções de fiscalização, compre-
VII – sociedades de arrendamento mercantil; endendo a apuração, a qualquer tempo, de ilícitos praticados por
VIII – administradoras de mercado de balcão organizado; controladores, administradores, membros de conselhos estatutá-
IX – cooperativas de crédito; rios, gerentes, mandatários e prepostos de instituições financeiras;
X – associações de poupança e empréstimo; II – ao proceder a inquérito em instituição financeira submeti-
XI – bolsas de valores e de mercadorias e futuros; da a regime especial.
XII – entidades de liquidação e compensação;

216
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 2o As comissões encarregadas dos inquéritos a que se refere § 2o As solicitações de que trata este artigo deverão ser pre-
o inciso II do § 1o poderão examinar quaisquer documentos rela- viamente aprovadas pelo Plenário da Câmara dos Deputados, do
tivos a bens, direitos e obrigações das instituições financeiras, de Senado Federal, ou do plenário de suas respectivas comissões par-
seus controladores, administradores, membros de conselhos esta- lamentares de inquérito.
tutários, gerentes, mandatários e prepostos, inclusive contas cor- Art. 5o O Poder Executivo disciplinará, inclusive quanto à pe-
rentes e operações com outras instituições financeiras. riodicidade e aos limites de valor, os critérios segundo os quais as
§ 3o O disposto neste artigo aplica-se à Comissão de Valores instituições financeiras informarão à administração tributária da
Mobiliários, quando se tratar de fiscalização de operações e ser- União, as operações financeiras efetuadas pelos usuários de seus
viços no mercado de valores mobiliários, inclusive nas instituições serviços. (Regulamento)
financeiras que sejam companhias abertas. § 1o Consideram-se operações financeiras, para os efeitos des-
§ 4o O Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobi- te artigo:
liários, em suas áreas de competência, poderão firmar convênios: I – depósitos à vista e a prazo, inclusive em conta de poupança;
I - com outros órgãos públicos fiscalizadores de instituições fi- II – pagamentos efetuados em moeda corrente ou em cheques;
nanceiras, objetivando a realização de fiscalizações conjuntas, ob- III – emissão de ordens de crédito ou documentos assemelha-
servadas as respectivas competências; dos;
II - com bancos centrais ou entidades fiscalizadoras de outros IV – resgates em contas de depósitos à vista ou a prazo, inclu-
países, objetivando: sive de poupança;
a) a fiscalização de filiais e subsidiárias de instituições financei- V – contratos de mútuo;
ras estrangeiras, em funcionamento no Brasil e de filiais e subsidiá- VI – descontos de duplicatas, notas promissórias e outros títu-
rias, no exterior, de instituições financeiras brasileiras; los de crédito;
b) a cooperação mútua e o intercâmbio de informações para a VII – aquisições e vendas de títulos de renda fixa ou variável;
investigação de atividades ou operações que impliquem aplicação, VIII – aplicações em fundos de investimentos;
negociação, ocultação ou transferência de ativos financeiros e de IX – aquisições de moeda estrangeira;
valores mobiliários relacionados com a prática de condutas ilícitas. X – conversões de moeda estrangeira em moeda nacional;
§ 5o O dever de sigilo de que trata esta Lei Complementar es- XI – transferências de moeda e outros valores para o exterior;
tende-se aos órgãos fiscalizadores mencionados no § 4o e a seus XII – operações com ouro, ativo financeiro;
agentes. XIII - operações com cartão de crédito;
§ 6o O Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobili- XIV - operações de arrendamento mercantil; e
ários e os demais órgãos de fiscalização, nas áreas de suas atribui- XV – quaisquer outras operações de natureza semelhante que
ções, fornecerão ao Conselho de Controle de Atividades Financei- venham a ser autorizadas pelo Banco Central do Brasil, Comissão
ras – COAF, de que trata o art. 14 da Lei no 9.613, de 3 de março de Valores Mobiliários ou outro órgão competente.
de 1998, as informações cadastrais e de movimento de valores re- § 2o As informações transferidas na forma do caput deste ar-
lativos às operações previstas no inciso I do art. 11 da referida Lei. tigo restringir-se-ão a informes relacionados com a identificação
Art. 3o Serão prestadas pelo Banco Central do Brasil, pela Co- dos titulares das operações e os montantes globais mensalmente
missão de Valores Mobiliários e pelas instituições financeiras as movimentados, vedada a inserção de qualquer elemento que per-
informações ordenadas pelo Poder Judiciário, preservado o seu mita identificar a sua origem ou a natureza dos gastos a partir deles
caráter sigiloso mediante acesso restrito às partes, que delas não efetuados.
poderão servir-se para fins estranhos à lide. § 3o Não se incluem entre as informações de que trata este
§ 1o Dependem de prévia autorização do Poder Judiciário a artigo as operações financeiras efetuadas pelas administrações
prestação de informações e o fornecimento de documentos sigilo- direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
sos solicitados por comissão de inquérito administrativo destinada Municípios.
a apurar responsabilidade de servidor público por infração pratica- § 4o Recebidas as informações de que trata este artigo, se de-
da no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as tectados indícios de falhas, incorreções ou omissões, ou de come-
atribuições do cargo em que se encontre investido. timento de ilícito fiscal, a autoridade interessada poderá requisitar
§ 2o Nas hipóteses do § 1o, o requerimento de quebra de sigilo as informações e os documentos de que necessitar, bem como rea-
independe da existência de processo judicial em curso. lizar fiscalização ou auditoria para a adequada apuração dos fatos.
§ 3o Além dos casos previstos neste artigo o Banco Central do § 5o As informações a que refere este artigo serão conservadas
Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários fornecerão à Advoca- sob sigilo fiscal, na forma da legislação em vigor.
cia-Geral da União as informações e os documentos necessários à Art. 6o As autoridades e os agentes fiscais tributários da União,
defesa da União nas ações em que seja parte. dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente pode-
Art. 4o O Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mo- rão examinar documentos, livros e registros de instituições finan-
biliários, nas áreas de suas atribuições, e as instituições financeiras ceiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações
fornecerão ao Poder Legislativo Federal as informações e os docu- financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou
mentos sigilosos que, fundamentadamente, se fizerem necessários procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados in-
ao exercício de suas respectivas competências constitucionais e dispensáveis pela autoridade administrativa competente. (Re-
legais. gulamento)
§ 1o As comissões parlamentares de inquérito, no exercício Parágrafo único. O resultado dos exames, as informações e os
de sua competência constitucional e legal de ampla investigação, documentos a que se refere este artigo serão conservados em sigi-
obterão as informações e documentos sigilosos de que necessita- lo, observada a legislação tributária.
rem, diretamente das instituições financeiras, ou por intermédio Art. 7o Sem prejuízo do disposto no § 3o do art. 2o, a Comissão
do Banco Central do Brasil ou da Comissão de Valores Mobiliários. de Valores Mobiliários, instaurado inquérito administrativo, poderá
solicitar à autoridade judiciária competente o levantamento do si-

217
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
gilo junto às instituições financeiras de informações e documentos CAPÍTULO I
relativos a bens, direitos e obrigações de pessoa física ou jurídica DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
submetida ao seu poder disciplinar.
Parágrafo único. O Banco Central do Brasil e a Comissão de Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o tratamento de dados pessoais,
Valores Mobiliários, manterão permanente intercâmbio de infor- inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurí-
mações acerca dos resultados das inspeções que realizarem, dos dica de direito público ou privado, com o objetivo de proteger os
inquéritos que instaurarem e das penalidades que aplicarem, sem- direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desen-
pre que as informações forem necessárias ao desempenho de suas volvimento da personalidade da pessoa natural.
atividades. Parágrafo único. As normas gerais contidas nesta Lei são de
Art. 8o O cumprimento das exigências e formalidades previs- interesse nacional e devem ser observadas pela União, Estados,
tas nos artigos 4o, 6o e 7o, será expressamente declarado pelas Distrito Federal e Municípios. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
autoridades competentes nas solicitações dirigidas ao Banco Cen- Vigência
tral do Brasil, à Comissão de Valores Mobiliários ou às instituições Art. 2º A disciplina da proteção de dados pessoais tem como
financeiras. fundamentos:
Art. 9o Quando, no exercício de suas atribuições, o Banco I - o respeito à privacidade;
Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários verificarem II - a autodeterminação informativa;
a ocorrência de crime definido em lei como de ação pública, ou III - a liberdade de expressão, de informação, de comunicação
indícios da prática de tais crimes, informarão ao Ministério Público, e de opinião;
juntando à comunicação os documentos necessários à apuração ou IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem;
comprovação dos fatos. V - o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação;
§ 1o A comunicação de que trata este artigo será efetuada pe- VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consu-
los Presidentes do Banco Central do Brasil e da Comissão de Valores midor; e
Mobiliários, admitida delegação de competência, no prazo máximo VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personali-
de quinze dias, a contar do recebimento do processo, com manifes- dade, a dignidade e o exercício da cidadania pelas pessoas naturais.
tação dos respectivos serviços jurídicos. Art. 3º Esta Lei aplica-se a qualquer operação de tratamento
§ 2o Independentemente do disposto no caput deste artigo, o realizada por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito públi-
Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários comu- co ou privado, independentemente do meio, do país de sua sede ou
nicarão aos órgãos públicos competentes as irregularidades e os do país onde estejam localizados os dados, desde que:
ilícitos administrativos de que tenham conhecimento, ou indícios I - a operação de tratamento seja realizada no território na-
de sua prática, anexando os documentos pertinentes. cional;
Art. 10. A quebra de sigilo, fora das hipóteses autorizadas nesta II - a atividade de tratamento tenha por objetivo a oferta ou
Lei Complementar, constitui crime e sujeita os responsáveis à pena o fornecimento de bens ou serviços ou o tratamento de dados de
de reclusão, de um a quatro anos, e multa, aplicando-se, no que indivíduos localizados no território nacional; ou (Redação dada pela
couber, o Código Penal, sem prejuízo de outras sanções cabíveis. Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem omitir, re- III - os dados pessoais objeto do tratamento tenham sido cole-
tardar injustificadamente ou prestar falsamente as informações tados no território nacional.
requeridas nos termos desta Lei Complementar. § 1º Consideram-se coletados no território nacional os dados
Art. 11. O servidor público que utilizar ou viabilizar a utilização pessoais cujo titular nele se encontre no momento da coleta.
de qualquer informação obtida em decorrência da quebra de sigilo § 2º Excetua-se do disposto no inciso I deste artigo o tratamen-
de que trata esta Lei Complementar responde pessoal e diretamen- to de dados previsto no inciso IV do caput do art. 4º desta Lei.
te pelos danos decorrentes, sem prejuízo da responsabilidade ob- Art. 4º Esta Lei não se aplica ao tratamento de dados pessoais:
jetiva da entidade pública, quando comprovado que o servidor agiu I - realizado por pessoa natural para fins exclusivamente parti-
de acordo com orientação oficial. culares e não econômicos;
Art. 12. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua II - realizado para fins exclusivamente:
publicação. a) jornalístico e artísticos; ou
Art. 13. Revoga-se o art. 38 da Lei no 4.595, de 31 de dezembro b) acadêmicos, aplicando-se a esta hipótese os arts. 7º e 11
de 1964. desta Lei;
III - realizado para fins exclusivos de:
a) segurança pública;
LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (LGPD): LEI Nº
b) defesa nacional;
13.709, DE 14 DE AGOSTO DE 2018 E SUAS ALTERAÇÕES
c) segurança do Estado; ou
d) atividades de investigação e repressão de infrações penais;
LEI Nº 13.709, DE 14 DE AGOSTO DE 2018. ou
IV - provenientes de fora do território nacional e que não sejam
Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). (Redação objeto de comunicação, uso compartilhado de dados com agentes
dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência de tratamento brasileiros ou objeto de transferência internacional
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- de dados com outro país que não o de proveniência, desde que o
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: país de proveniência proporcione grau de proteção de dados pes-
soais adequado ao previsto nesta Lei.

218
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 1º O tratamento de dados pessoais previsto no inciso III será XIV - eliminação: exclusão de dado ou de conjunto de dados
regido por legislação específica, que deverá prever medidas pro- armazenados em banco de dados, independentemente do proce-
porcionais e estritamente necessárias ao atendimento do interesse dimento empregado;
público, observados o devido processo legal, os princípios gerais de XV - transferência internacional de dados: transferência de da-
proteção e os direitos do titular previstos nesta Lei. dos pessoais para país estrangeiro ou organismo internacional do
§ 2º É vedado o tratamento dos dados a que se refere o inciso qual o país seja membro;
III do caput deste artigo por pessoa de direito privado, exceto em XVI - uso compartilhado de dados: comunicação, difusão,
procedimentos sob tutela de pessoa jurídica de direito público, que transferência internacional, interconexão de dados pessoais ou tra-
serão objeto de informe específico à autoridade nacional e que de- tamento compartilhado de bancos de dados pessoais por órgãos e
verão observar a limitação imposta no § 4º deste artigo. entidades públicos no cumprimento de suas competências legais,
§ 3º A autoridade nacional emitirá opiniões técnicas ou reco- ou entre esses e entes privados, reciprocamente, com autorização
mendações referentes às exceções previstas no inciso III do caput específica, para uma ou mais modalidades de tratamento permiti-
deste artigo e deverá solicitar aos responsáveis relatórios de impac- das por esses entes públicos, ou entre entes privados;
to à proteção de dados pessoais. XVII - relatório de impacto à proteção de dados pessoais: do-
§ 4º Em nenhum caso a totalidade dos dados pessoais de ban- cumentação do controlador que contém a descrição dos proces-
co de dados de que trata o inciso III do caput deste artigo poderá sos de tratamento de dados pessoais que podem gerar riscos às
ser tratada por pessoa de direito privado, salvo por aquela que pos- liberdades civis e aos direitos fundamentais, bem como medidas,
sua capital integralmente constituído pelo poder público. (Redação salvaguardas e mecanismos de mitigação de risco;
dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência XVIII - órgão de pesquisa: órgão ou entidade da administração
Art. 5º Para os fins desta Lei, considera-se: pública direta ou indireta ou pessoa jurídica de direito privado sem
I - dado pessoal: informação relacionada a pessoa natural iden- fins lucrativos legalmente constituída sob as leis brasileiras, com
tificada ou identificável; sede e foro no País, que inclua em sua missão institucional ou em
II - dado pessoal sensível: dado pessoal sobre origem racial ou seu objetivo social ou estatutário a pesquisa básica ou aplicada de
étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou caráter histórico, científico, tecnológico ou estatístico; e (Redação
a organização de caráter religioso, filosófico ou político, dado refe- dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
rente à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico, quan- XIX - autoridade nacional: órgão da administração pública res-
do vinculado a uma pessoa natural; ponsável por zelar, implementar e fiscalizar o cumprimento desta
III - dado anonimizado: dado relativo a titular que não possa ser Lei em todo o território nacional. (Redação dada pela Lei nº 13.853,
identificado, considerando a utilização de meios técnicos razoáveis de 2019) Vigência
e disponíveis na ocasião de seu tratamento; Art. 6º As atividades de tratamento de dados pessoais deverão
IV - banco de dados: conjunto estruturado de dados pessoais, observar a boa-fé e os seguintes princípios:
estabelecido em um ou em vários locais, em suporte eletrônico ou I - finalidade: realização do tratamento para propósitos legí-
físico; timos, específicos, explícitos e informados ao titular, sem possibi-
V - titular: pessoa natural a quem se referem os dados pessoais lidade de tratamento posterior de forma incompatível com essas
que são objeto de tratamento; finalidades;
VI - controlador: pessoa natural ou jurídica, de direito público II - adequação: compatibilidade do tratamento com as finali-
ou privado, a quem competem as decisões referentes ao tratamen- dades informadas ao titular, de acordo com o contexto do trata-
to de dados pessoais; mento;
VII - operador: pessoa natural ou jurídica, de direito público ou III - necessidade: limitação do tratamento ao mínimo neces-
privado, que realiza o tratamento de dados pessoais em nome do sário para a realização de suas finalidades, com abrangência dos
controlador; dados pertinentes, proporcionais e não excessivos em relação às
VIII - encarregado: pessoa indicada pelo controlador e opera- finalidades do tratamento de dados;
dor para atuar como canal de comunicação entre o controlador, os IV - livre acesso: garantia, aos titulares, de consulta facilitada e
titulares dos dados e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados gratuita sobre a forma e a duração do tratamento, bem como sobre
(ANPD); (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência a integralidade de seus dados pessoais;
IX - agentes de tratamento: o controlador e o operador; V - qualidade dos dados: garantia, aos titulares, de exatidão,
X - tratamento: toda operação realizada com dados pessoais, clareza, relevância e atualização dos dados, de acordo com a ne-
como as que se referem a coleta, produção, recepção, classificação, cessidade e para o cumprimento da finalidade de seu tratamento;
utilização, acesso, reprodução, transmissão, distribuição, processa- VI - transparência: garantia, aos titulares, de informações
mento, arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação ou claras, precisas e facilmente acessíveis sobre a realização do tra-
controle da informação, modificação, comunicação, transferência, tamento e os respectivos agentes de tratamento, observados os
difusão ou extração; segredos comercial e industrial;
XI - anonimização: utilização de meios técnicos razoáveis e VII - segurança: utilização de medidas técnicas e administrati-
disponíveis no momento do tratamento, por meio dos quais um vas aptas a proteger os dados pessoais de acessos não autorizados
dado perde a possibilidade de associação, direta ou indireta, a um e de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração,
indivíduo; comunicação ou difusão;
XII - consentimento: manifestação livre, informada e inequívo- VIII - prevenção: adoção de medidas para prevenir a ocorrência
ca pela qual o titular concorda com o tratamento de seus dados de danos em virtude do tratamento de dados pessoais;
pessoais para uma finalidade determinada; IX - não discriminação: impossibilidade de realização do trata-
XIII - bloqueio: suspensão temporária de qualquer operação mento para fins discriminatórios ilícitos ou abusivos;
de tratamento, mediante guarda do dado pessoal ou do banco de
dados;

219
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
X - responsabilização e prestação de contas: demonstração, § 7º O tratamento posterior dos dados pessoais a que se re-
pelo agente, da adoção de medidas eficazes e capazes de compro- ferem os §§ 3º e 4º deste artigo poderá ser realizado para novas
var a observância e o cumprimento das normas de proteção de da- finalidades, desde que observados os propósitos legítimos e espe-
dos pessoais e, inclusive, da eficácia dessas medidas. cíficos para o novo tratamento e a preservação dos direitos do titu-
lar, assim como os fundamentos e os princípios previstos nesta Lei.
CAPÍTULO II (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS Art. 8º O consentimento previsto no inciso I do art. 7º desta Lei
deverá ser fornecido por escrito ou por outro meio que demonstre
SEÇÃO I a manifestação de vontade do titular.
DOS REQUISITOS PARA O TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS § 1º Caso o consentimento seja fornecido por escrito, esse de-
verá constar de cláusula destacada das demais cláusulas contratu-
Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente poderá ser ais.
realizado nas seguintes hipóteses: § 2º Cabe ao controlador o ônus da prova de que o consenti-
I - mediante o fornecimento de consentimento pelo titular; mento foi obtido em conformidade com o disposto nesta Lei.
II - para o cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo § 3º É vedado o tratamento de dados pessoais mediante vício
controlador; de consentimento.
III - pela administração pública, para o tratamento e uso com- § 4º O consentimento deverá referir-se a finalidades determi-
partilhado de dados necessários à execução de políticas públicas nadas, e as autorizações genéricas para o tratamento de dados pes-
previstas em leis e regulamentos ou respaldadas em contratos, soais serão nulas.
convênios ou instrumentos congêneres, observadas as disposições § 5º O consentimento pode ser revogado a qualquer momento
do Capítulo IV desta Lei; mediante manifestação expressa do titular, por procedimento gra-
IV - para a realização de estudos por órgão de pesquisa, ga- tuito e facilitado, ratificados os tratamentos realizados sob amparo
rantida, sempre que possível, a anonimização dos dados pessoais; do consentimento anteriormente manifestado enquanto não hou-
V - quando necessário para a execução de contrato ou de pro- ver requerimento de eliminação, nos termos do inciso VI do caput
cedimentos preliminares relacionados a contrato do qual seja parte do art. 18 desta Lei.
o titular, a pedido do titular dos dados; § 6º Em caso de alteração de informação referida nos incisos
VI - para o exercício regular de direitos em processo judicial, I, II, III ou V do art. 9º desta Lei, o controlador deverá informar ao
administrativo ou arbitral, esse último nos termos da Lei nº 9.307, titular, com destaque de forma específica do teor das alterações,
de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem) ; podendo o titular, nos casos em que o seu consentimento é exigido,
VII - para a proteção da vida ou da incolumidade física do titu- revogá-lo caso discorde da alteração.
lar ou de terceiro; Art. 9º O titular tem direito ao acesso facilitado às informações
VIII - para a tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento sobre o tratamento de seus dados, que deverão ser disponibiliza-
realizado por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autorida- das de forma clara, adequada e ostensiva acerca de, entre outras
de sanitária; (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência características previstas em regulamentação para o atendimento
IX - quando necessário para atender aos interesses legítimos do princípio do livre acesso:
do controlador ou de terceiro, exceto no caso de prevalecerem di- I - finalidade específica do tratamento;
reitos e liberdades fundamentais do titular que exijam a proteção II - forma e duração do tratamento, observados os segredos
dos dados pessoais; ou comercial e industrial;
X - para a proteção do crédito, inclusive quanto ao disposto na III - identificação do controlador;
legislação pertinente. IV - informações de contato do controlador;
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) V - informações acerca do uso compartilhado de dados pelo
Vigência controlador e a finalidade;
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) VI - responsabilidades dos agentes que realizarão o tratamen-
Vigência to; e
§ 3º O tratamento de dados pessoais cujo acesso é público VII - direitos do titular, com menção explícita aos direitos con-
deve considerar a finalidade, a boa-fé e o interesse público que jus- tidos no art. 18 desta Lei.
tificaram sua disponibilização. § 1º Na hipótese em que o consentimento é requerido, esse
§ 4º É dispensada a exigência do consentimento previsto no será considerado nulo caso as informações fornecidas ao titular te-
caput deste artigo para os dados tornados manifestamente públi- nham conteúdo enganoso ou abusivo ou não tenham sido apresen-
cos pelo titular, resguardados os direitos do titular e os princípios tadas previamente com transparência, de forma clara e inequívoca.
previstos nesta Lei. § 2º Na hipótese em que o consentimento é requerido, se hou-
§ 5º O controlador que obteve o consentimento referido no ver mudanças da finalidade para o tratamento de dados pessoais
inciso I do caput deste artigo que necessitar comunicar ou com- não compatíveis com o consentimento original, o controlador de-
partilhar dados pessoais com outros controladores deverá obter verá informar previamente o titular sobre as mudanças de finalida-
consentimento específico do titular para esse fim, ressalvadas as de, podendo o titular revogar o consentimento, caso discorde das
hipóteses de dispensa do consentimento previstas nesta Lei. alterações.
§ 6º A eventual dispensa da exigência do consentimento não § 3º Quando o tratamento de dados pessoais for condição
desobriga os agentes de tratamento das demais obrigações previs- para o fornecimento de produto ou de serviço ou para o exercício
tas nesta Lei, especialmente da observância dos princípios gerais e de direito, o titular será informado com destaque sobre esse fato
da garantia dos direitos do titular. e sobre os meios pelos quais poderá exercer os direitos do titular
elencados no art. 18 desta Lei.

220
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 10. O legítimo interesse do controlador somente poderá § 4º É vedada a comunicação ou o uso compartilhado entre
fundamentar tratamento de dados pessoais para finalidades legí- controladores de dados pessoais sensíveis referentes à saúde com
timas, consideradas a partir de situações concretas, que incluem, objetivo de obter vantagem econômica, exceto nas hipóteses rela-
mas não se limitam a: tivas a prestação de serviços de saúde, de assistência farmacêutica
I - apoio e promoção de atividades do controlador; e e de assistência à saúde, desde que observado o § 5º deste artigo,
II - proteção, em relação ao titular, do exercício regular de seus incluídos os serviços auxiliares de diagnose e terapia, em benefí-
direitos ou prestação de serviços que o beneficiem, respeitadas as cio dos interesses dos titulares de dados, e para permitir: (Redação
legítimas expectativas dele e os direitos e liberdades fundamentais, dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
nos termos desta Lei. I - a portabilidade de dados quando solicitada pelo titular; ou
§ 1º Quando o tratamento for baseado no legítimo interesse (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
do controlador, somente os dados pessoais estritamente necessá- II - as transações financeiras e administrativas resultantes do
rios para a finalidade pretendida poderão ser tratados. uso e da prestação dos serviços de que trata este parágrafo. (Inclu-
§ 2º O controlador deverá adotar medidas para garantir a ído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
transparência do tratamento de dados baseado em seu legítimo § 5º É vedado às operadoras de planos privados de assistência
interesse. à saúde o tratamento de dados de saúde para a prática de sele-
§ 3º A autoridade nacional poderá solicitar ao controlador re- ção de riscos na contratação de qualquer modalidade, assim como
latório de impacto à proteção de dados pessoais, quando o trata- na contratação e exclusão de beneficiários. (Incluído pela Lei nº
mento tiver como fundamento seu interesse legítimo, observados 13.853, de 2019) Vigência
os segredos comercial e industrial. Art. 12. Os dados anonimizados não serão considerados dados
pessoais para os fins desta Lei, salvo quando o processo de ano-
SEÇÃO II nimização ao qual foram submetidos for revertido, utilizando ex-
DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS SENSÍVEIS clusivamente meios próprios, ou quando, com esforços razoáveis,
puder ser revertido.
Art. 11. O tratamento de dados pessoais sensíveis somente po- § 1º A determinação do que seja razoável deve levar em con-
derá ocorrer nas seguintes hipóteses: sideração fatores objetivos, tais como custo e tempo necessários
I - quando o titular ou seu responsável legal consentir, de for- para reverter o processo de anonimização, de acordo com as tecno-
ma específica e destacada, para finalidades específicas; logias disponíveis, e a utilização exclusiva de meios próprios.
II - sem fornecimento de consentimento do titular, nas hipóte- § 2º Poderão ser igualmente considerados como dados pesso-
ses em que for indispensável para: ais, para os fins desta Lei, aqueles utilizados para formação do perfil
a) cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo contro- comportamental de determinada pessoa natural, se identificada.
lador; § 3º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões e
b) tratamento compartilhado de dados necessários à execu- técnicas utilizados em processos de anonimização e realizar veri-
ção, pela administração pública, de políticas públicas previstas em ficações acerca de sua segurança, ouvido o Conselho Nacional de
leis ou regulamentos; Proteção de Dados Pessoais.
c) realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida, sem- Art. 13. Na realização de estudos em saúde pública, os órgãos
pre que possível, a anonimização dos dados pessoais sensíveis; de pesquisa poderão ter acesso a bases de dados pessoais, que se-
d) exercício regular de direitos, inclusive em contrato e em pro- rão tratados exclusivamente dentro do órgão e estritamente para
cesso judicial, administrativo e arbitral, este último nos termos da a finalidade de realização de estudos e pesquisas e mantidos em
Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem) ; ambiente controlado e seguro, conforme práticas de segurança
e) proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou de previstas em regulamento específico e que incluam, sempre que
terceiro; possível, a anonimização ou pseudonimização dos dados, bem
f) tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado como considerem os devidos padrões éticos relacionados a estu-
por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autoridade sanitá- dos e pesquisas.
ria; ou (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência § 1º A divulgação dos resultados ou de qualquer excerto do es-
g) garantia da prevenção à fraude e à segurança do titular, nos tudo ou da pesquisa de que trata o caput deste artigo em nenhuma
processos de identificação e autenticação de cadastro em sistemas hipótese poderá revelar dados pessoais.
eletrônicos, resguardados os direitos mencionados no art. 9º desta § 2º O órgão de pesquisa será o responsável pela segurança
Lei e exceto no caso de prevalecerem direitos e liberdades funda- da informação prevista no caput deste artigo, não permitida, em
mentais do titular que exijam a proteção dos dados pessoais. circunstância alguma, a transferência dos dados a terceiro.
§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo a qualquer tratamento § 3º O acesso aos dados de que trata este artigo será objeto de
de dados pessoais que revele dados pessoais sensíveis e que possa regulamentação por parte da autoridade nacional e das autorida-
causar dano ao titular, ressalvado o disposto em legislação especí- des da área de saúde e sanitárias, no âmbito de suas competências.
fica. § 4º Para os efeitos deste artigo, a pseudonimização é o tra-
§ 2º Nos casos de aplicação do disposto nas alíneas “a” e “b” tamento por meio do qual um dado perde a possibilidade de as-
do inciso II do caput deste artigo pelos órgãos e pelas entidades pú- sociação, direta ou indireta, a um indivíduo, senão pelo uso de in-
blicas, será dada publicidade à referida dispensa de consentimento, formação adicional mantida separadamente pelo controlador em
nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei. ambiente controlado e seguro.
§ 3º A comunicação ou o uso compartilhado de dados pessoais
sensíveis entre controladores com objetivo de obter vantagem eco-
nômica poderá ser objeto de vedação ou de regulamentação por
parte da autoridade nacional, ouvidos os órgãos setoriais do Poder
Público, no âmbito de suas competências.

221
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
SEÇÃO III CAPÍTULO III
DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS DE CRIANÇAS E DOS DIREITOS DO TITULAR
DE ADOLESCENTES
Art. 17. Toda pessoa natural tem assegurada a titularidade de
Art. 14. O tratamento de dados pessoais de crianças e de ado- seus dados pessoais e garantidos os direitos fundamentais de liber-
lescentes deverá ser realizado em seu melhor interesse, nos termos dade, de intimidade e de privacidade, nos termos desta Lei.
deste artigo e da legislação pertinente. Art. 18. O titular dos dados pessoais tem direito a obter do con-
§ 1º O tratamento de dados pessoais de crianças deverá ser trolador, em relação aos dados do titular por ele tratados, a qual-
realizado com o consentimento específico e em destaque dado por quer momento e mediante requisição:
pelo menos um dos pais ou pelo responsável legal. I - confirmação da existência de tratamento;
§ 2º No tratamento de dados de que trata o § 1º deste artigo, II - acesso aos dados;
os controladores deverão manter pública a informação sobre os ti- III - correção de dados incompletos, inexatos ou desatualiza-
pos de dados coletados, a forma de sua utilização e os procedimen- dos;
tos para o exercício dos direitos a que se refere o art. 18 desta Lei. IV - anonimização, bloqueio ou eliminação de dados desneces-
§ 3º Poderão ser coletados dados pessoais de crianças sem o sários, excessivos ou tratados em desconformidade com o disposto
consentimento a que se refere o § 1º deste artigo quando a coleta nesta Lei;
for necessária para contatar os pais ou o responsável legal, utiliza- V - portabilidade dos dados a outro fornecedor de serviço ou
dos uma única vez e sem armazenamento, ou para sua proteção, e produto, mediante requisição expressa, de acordo com a regula-
em nenhum caso poderão ser repassados a terceiro sem o consen- mentação da autoridade nacional, observados os segredos comer-
timento de que trata o § 1º deste artigo. cial e industrial; (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigên-
§ 4º Os controladores não deverão condicionar a participação cia
dos titulares de que trata o § 1º deste artigo em jogos, aplicações VI - eliminação dos dados pessoais tratados com o consenti-
de internet ou outras atividades ao fornecimento de informações mento do titular, exceto nas hipóteses previstas no art. 16 desta
pessoais além das estritamente necessárias à atividade. Lei;
§ 5º O controlador deve realizar todos os esforços razoáveis VII - informação das entidades públicas e privadas com as quais
para verificar que o consentimento a que se refere o § 1º deste o controlador realizou uso compartilhado de dados;
artigo foi dado pelo responsável pela criança, consideradas as tec- VIII - informação sobre a possibilidade de não fornecer consen-
nologias disponíveis. timento e sobre as consequências da negativa;
§ 6º As informações sobre o tratamento de dados referidas IX - revogação do consentimento, nos termos do § 5º do art.
neste artigo deverão ser fornecidas de maneira simples, clara e 8º desta Lei.
acessível, consideradas as características físico-motoras, percepti- § 1º O titular dos dados pessoais tem o direito de peticionar em
vas, sensoriais, intelectuais e mentais do usuário, com uso de re- relação aos seus dados contra o controlador perante a autoridade
cursos audiovisuais quando adequado, de forma a proporcionar a nacional.
informação necessária aos pais ou ao responsável legal e adequada § 2º O titular pode opor-se a tratamento realizado com funda-
ao entendimento da criança. mento em uma das hipóteses de dispensa de consentimento, em
caso de descumprimento ao disposto nesta Lei.
SEÇÃO IV § 3º Os direitos previstos neste artigo serão exercidos median-
DO TÉRMINO DO TRATAMENTO DE DADOS te requerimento expresso do titular ou de representante legalmen-
te constituído, a agente de tratamento.
Art. 15. O término do tratamento de dados pessoais ocorrerá § 4º Em caso de impossibilidade de adoção imediata da pro-
nas seguintes hipóteses: vidência de que trata o § 3º deste artigo, o controlador enviará ao
I - verificação de que a finalidade foi alcançada ou de que os titular resposta em que poderá:
dados deixaram de ser necessários ou pertinentes ao alcance da I - comunicar que não é agente de tratamento dos dados e in-
finalidade específica almejada; dicar, sempre que possível, o agente; ou
II - fim do período de tratamento; II - indicar as razões de fato ou de direito que impedem a ado-
III - comunicação do titular, inclusive no exercício de seu direito ção imediata da providência.
de revogação do consentimento conforme disposto no § 5º do art. § 5º O requerimento referido no § 3º deste artigo será atendi-
8º desta Lei, resguardado o interesse público; ou do sem custos para o titular, nos prazos e nos termos previstos em
IV - determinação da autoridade nacional, quando houver vio- regulamento.
lação ao disposto nesta Lei. § 6º O responsável deverá informar, de maneira imediata, aos
Art. 16. Os dados pessoais serão eliminados após o término de agentes de tratamento com os quais tenha realizado uso comparti-
seu tratamento, no âmbito e nos limites técnicos das atividades, lhado de dados a correção, a eliminação, a anonimização ou o blo-
autorizada a conservação para as seguintes finalidades: queio dos dados, para que repitam idêntico procedimento, exceto
I - cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo contro- nos casos em que esta comunicação seja comprovadamente impos-
lador; sível ou implique esforço desproporcional. (Redação dada pela Lei
II - estudo por órgão de pesquisa, garantida, sempre que possí- nº 13.853, de 2019) Vigência
vel, a anonimização dos dados pessoais; § 7º A portabilidade dos dados pessoais a que se refere o inciso
III - transferência a terceiro, desde que respeitados os requisi- V do caput deste artigo não inclui dados que já tenham sido anoni-
tos de tratamento de dados dispostos nesta Lei; ou mizados pelo controlador.
IV - uso exclusivo do controlador, vedado seu acesso por tercei- § 8º O direito a que se refere o § 1º deste artigo também po-
ro, e desde que anonimizados os dados. derá ser exercido perante os organismos de defesa do consumidor.

222
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 19. A confirmação de existência ou o acesso a dados pesso- I - sejam informadas as hipóteses em que, no exercício de suas
ais serão providenciados, mediante requisição do titular: competências, realizam o tratamento de dados pessoais, fornecen-
I - em formato simplificado, imediatamente; ou do informações claras e atualizadas sobre a previsão legal, a fina-
II - por meio de declaração clara e completa, que indique a lidade, os procedimentos e as práticas utilizadas para a execução
origem dos dados, a inexistência de registro, os critérios utilizados dessas atividades, em veículos de fácil acesso, preferencialmente
e a finalidade do tratamento, observados os segredos comercial e em seus sítios eletrônicos;
industrial, fornecida no prazo de até 15 (quinze) dias, contado da II - (VETADO); e
data do requerimento do titular. III - seja indicado um encarregado quando realizarem opera-
§ 1º Os dados pessoais serão armazenados em formato que ções de tratamento de dados pessoais, nos termos do art. 39 desta
favoreça o exercício do direito de acesso. Lei; e (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
§ 2º As informações e os dados poderão ser fornecidos, a cri- IV - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
tério do titular: § 1º A autoridade nacional poderá dispor sobre as formas de
I - por meio eletrônico, seguro e idôneo para esse fim; ou publicidade das operações de tratamento.
II - sob forma impressa. § 2º O disposto nesta Lei não dispensa as pessoas jurídicas
§ 3º Quando o tratamento tiver origem no consentimento do mencionadas no caput deste artigo de instituir as autoridades de
titular ou em contrato, o titular poderá solicitar cópia eletrônica que trata a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Aces-
integral de seus dados pessoais, observados os segredos comercial so à Informação) .
e industrial, nos termos de regulamentação da autoridade nacional, § 3º Os prazos e procedimentos para exercício dos direitos do
em formato que permita a sua utilização subsequente, inclusive em titular perante o Poder Público observarão o disposto em legislação
outras operações de tratamento. específica, em especial as disposições constantes da Lei nº 9.507,
§ 4º A autoridade nacional poderá dispor de forma diferencia- de 12 de novembro de 1997 (Lei do Habeas Data) , da Lei nº 9.784,
da acerca dos prazos previstos nos incisos I e II do caput deste arti- de 29 de janeiro de 1999 (Lei Geral do Processo Administrativo) ,
go para os setores específicos. e da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à
Art. 20. O titular dos dados tem direito a solicitar a revisão de Informação) .
decisões tomadas unicamente com base em tratamento automa- § 4º Os serviços notariais e de registro exercidos em caráter
tizado de dados pessoais que afetem seus interesses, incluídas as privado, por delegação do Poder Público, terão o mesmo tratamen-
decisões destinadas a definir o seu perfil pessoal, profissional, de to dispensado às pessoas jurídicas referidas no caput deste artigo,
consumo e de crédito ou os aspectos de sua personalidade. (Reda- nos termos desta Lei.
ção dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência § 5º Os órgãos notariais e de registro devem fornecer acesso
§ 1º O controlador deverá fornecer, sempre que solicitadas, aos dados por meio eletrônico para a administração pública, tendo
informações claras e adequadas a respeito dos critérios e dos pro- em vista as finalidades de que trata o caput deste artigo.
cedimentos utilizados para a decisão automatizada, observados os Art. 24. As empresas públicas e as sociedades de economia
segredos comercial e industrial. mista que atuam em regime de concorrência, sujeitas ao disposto
§ 2º Em caso de não oferecimento de informações de que trata no art. 173 da Constituição Federal , terão o mesmo tratamento
o § 1º deste artigo baseado na observância de segredo comercial e dispensado às pessoas jurídicas de direito privado particulares, nos
industrial, a autoridade nacional poderá realizar auditoria para veri- termos desta Lei.
ficação de aspectos discriminatórios em tratamento automatizado Parágrafo único. As empresas públicas e as sociedades de eco-
de dados pessoais. nomia mista, quando estiverem operacionalizando políticas pú-
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência blicas e no âmbito da execução delas, terão o mesmo tratamento
Art. 21. Os dados pessoais referentes ao exercício regular de dispensado aos órgãos e às entidades do Poder Público, nos termos
direitos pelo titular não podem ser utilizados em seu prejuízo. deste Capítulo.
Art. 22. A defesa dos interesses e dos direitos dos titulares de Art. 25. Os dados deverão ser mantidos em formato interope-
dados poderá ser exercida em juízo, individual ou coletivamente, rável e estruturado para o uso compartilhado, com vistas à execu-
na forma do disposto na legislação pertinente, acerca dos instru- ção de políticas públicas, à prestação de serviços públicos, à des-
mentos de tutela individual e coletiva. centralização da atividade pública e à disseminação e ao acesso das
informações pelo público em geral.
CAPÍTULO IV Art. 26. O uso compartilhado de dados pessoais pelo Poder
DO TRATAMENTO DE DADOS Público deve atender a finalidades específicas de execução de po-
PESSOAIS PELO PODER PÚBLICO líticas públicas e atribuição legal pelos órgãos e pelas entidades
públicas, respeitados os princípios de proteção de dados pessoais
SEÇÃO I elencados no art. 6º desta Lei.
DAS REGRAS § 1º É vedado ao Poder Público transferir a entidades privadas
dados pessoais constantes de bases de dados a que tenha acesso,
Art. 23. O tratamento de dados pessoais pelas pessoas jurídicas exceto:
de direito público referidas no parágrafo único do art. 1º da Lei nº I - em casos de execução descentralizada de atividade pública
12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação) , que exija a transferência, exclusivamente para esse fim específico
deverá ser realizado para o atendimento de sua finalidade pública, e determinado, observado o disposto na Lei nº 12.527, de 18 de
na persecução do interesse público, com o objetivo de executar as novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação) ;
competências legais ou cumprir as atribuições legais do serviço pú- II - (VETADO);
blico, desde que: III - nos casos em que os dados forem acessíveis publicamente,
observadas as disposições desta Lei.

223
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
IV - quando houver previsão legal ou a transferência for res- d) selos, certificados e códigos de conduta regularmente emi-
paldada em contratos, convênios ou instrumentos congêneres; ou tidos;
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência III - quando a transferência for necessária para a cooperação
V - na hipótese de a transferência dos dados objetivar exclusi- jurídica internacional entre órgãos públicos de inteligência, de in-
vamente a prevenção de fraudes e irregularidades, ou proteger e vestigação e de persecução, de acordo com os instrumentos de di-
resguardar a segurança e a integridade do titular dos dados, desde reito internacional;
que vedado o tratamento para outras finalidades. (Incluído pela Lei IV - quando a transferência for necessária para a proteção da
nº 13.853, de 2019) Vigência vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiro;
§ 2º Os contratos e convênios de que trata o § 1º deste artigo V - quando a autoridade nacional autorizar a transferência;
deverão ser comunicados à autoridade nacional. VI - quando a transferência resultar em compromisso assumido
Art. 27. A comunicação ou o uso compartilhado de dados pes- em acordo de cooperação internacional;
soais de pessoa jurídica de direito público a pessoa de direito priva- VII - quando a transferência for necessária para a execução de
do será informado à autoridade nacional e dependerá de consenti- política pública ou atribuição legal do serviço público, sendo dada
mento do titular, exceto: publicidade nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei;
I - nas hipóteses de dispensa de consentimento previstas nesta VIII - quando o titular tiver fornecido o seu consentimento es-
Lei; pecífico e em destaque para a transferência, com informação pré-
II - nos casos de uso compartilhado de dados, em que será dada via sobre o caráter internacional da operação, distinguindo clara-
publicidade nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei; ou mente esta de outras finalidades; ou
III - nas exceções constantes do § 1º do art. 26 desta Lei. IX - quando necessário para atender as hipóteses previstas nos
Parágrafo único. A informação à autoridade nacional de que incisos II, V e VI do art. 7º desta Lei.
trata o caput deste artigo será objeto de regulamentação. (Incluído Parágrafo único. Para os fins do inciso I deste artigo, as pessoas
pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência jurídicas de direito público referidas no parágrafo único do art. 1º
Art. 28. (VETADO). da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Infor-
Art. 29. A autoridade nacional poderá solicitar, a qualquer mo- mação) , no âmbito de suas competências legais, e responsáveis, no
mento, aos órgãos e às entidades do poder público a realização de âmbito de suas atividades, poderão requerer à autoridade nacional
operações de tratamento de dados pessoais, informações específi- a avaliação do nível de proteção a dados pessoais conferido por
cas sobre o âmbito e a natureza dos dados e outros detalhes do tra- país ou organismo internacional.
tamento realizado e poderá emitir parecer técnico complementar Art. 34. O nível de proteção de dados do país estrangeiro ou
para garantir o cumprimento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº do organismo internacional mencionado no inciso I do caput do art.
13.853, de 2019) Vigência 33 desta Lei será avaliado pela autoridade nacional, que levará em
Art. 30. A autoridade nacional poderá estabelecer normas consideração:
complementares para as atividades de comunicação e de uso com- I - as normas gerais e setoriais da legislação em vigor no país de
partilhado de dados pessoais. destino ou no organismo internacional;
II - a natureza dos dados;
SEÇÃO II III - a observância dos princípios gerais de proteção de dados
DA RESPONSABILIDADE pessoais e direitos dos titulares previstos nesta Lei;
IV - a adoção de medidas de segurança previstas em regula-
Art. 31. Quando houver infração a esta Lei em decorrência do mento;
tratamento de dados pessoais por órgãos públicos, a autoridade V - a existência de garantias judiciais e institucionais para o res-
nacional poderá enviar informe com medidas cabíveis para fazer peito aos direitos de proteção de dados pessoais; e
cessar a violação. VI - outras circunstâncias específicas relativas à transferência.
Art. 32. A autoridade nacional poderá solicitar a agentes do Art. 35. A definição do conteúdo de cláusulas-padrão contra-
Poder Público a publicação de relatórios de impacto à proteção de tuais, bem como a verificação de cláusulas contratuais específicas
dados pessoais e sugerir a adoção de padrões e de boas práticas para uma determinada transferência, normas corporativas globais
para os tratamentos de dados pessoais pelo Poder Público. ou selos, certificados e códigos de conduta, a que se refere o inci-
so II do caput do art. 33 desta Lei, será realizada pela autoridade
CAPÍTULO V nacional.
DA TRANSFERÊNCIA INTERNACIONAL DE DADOS § 1º Para a verificação do disposto no caput deste artigo, deve-
rão ser considerados os requisitos, as condições e as garantias mí-
Art. 33. A transferência internacional de dados pessoais so- nimas para a transferência que observem os direitos, as garantias e
mente é permitida nos seguintes casos: os princípios desta Lei.
I - para países ou organismos internacionais que proporcionem § 2º Na análise de cláusulas contratuais, de documentos ou de
grau de proteção de dados pessoais adequado ao previsto nesta normas corporativas globais submetidas à aprovação da autorida-
Lei; de nacional, poderão ser requeridas informações suplementares ou
II - quando o controlador oferecer e comprovar garantias de realizadas diligências de verificação quanto às operações de trata-
cumprimento dos princípios, dos direitos do titular e do regime de mento, quando necessário.
proteção de dados previstos nesta Lei, na forma de: § 3º A autoridade nacional poderá designar organismos de cer-
a) cláusulas contratuais específicas para determinada transfe- tificação para a realização do previsto no caput deste artigo, que
rência; permanecerão sob sua fiscalização nos termos definidos em regu-
b) cláusulas-padrão contratuais; lamento.
c) normas corporativas globais;

224
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 4º Os atos realizados por organismo de certificação poderão § 3º A autoridade nacional poderá estabelecer normas com-
ser revistos pela autoridade nacional e, caso em desconformidade plementares sobre a definição e as atribuições do encarregado,
com esta Lei, submetidos a revisão ou anulados. inclusive hipóteses de dispensa da necessidade de sua indicação,
§ 5º As garantias suficientes de observância dos princípios ge- conforme a natureza e o porte da entidade ou o volume de opera-
rais de proteção e dos direitos do titular referidas no caput deste ções de tratamento de dados.
artigo serão também analisadas de acordo com as medidas técnicas § 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
e organizacionais adotadas pelo operador, de acordo com o previs-
to nos §§ 1º e 2º do art. 46 desta Lei. SEÇÃO III
Art. 36. As alterações nas garantias apresentadas como sufi- DA RESPONSABILIDADE E DO RESSARCIMENTO DE DANOS
cientes de observância dos princípios gerais de proteção e dos di-
reitos do titular referidas no inciso II do art. 33 desta Lei deverão ser Art. 42. O controlador ou o operador que, em razão do exercí-
comunicadas à autoridade nacional. cio de atividade de tratamento de dados pessoais, causar a outrem
dano patrimonial, moral, individual ou coletivo, em violação à legis-
CAPÍTULO VI lação de proteção de dados pessoais, é obrigado a repará-lo.
DOS AGENTES DE TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS § 1º A fim de assegurar a efetiva indenização ao titular dos da-
dos:
SEÇÃO I I - o operador responde solidariamente pelos danos causados
DO CONTROLADOR E DO OPERADOR pelo tratamento quando descumprir as obrigações da legislação de
proteção de dados ou quando não tiver seguido as instruções lícitas
Art. 37. O controlador e o operador devem manter registro das do controlador, hipótese em que o operador equipara-se ao con-
operações de tratamento de dados pessoais que realizarem, espe- trolador, salvo nos casos de exclusão previstos no art. 43 desta Lei;
cialmente quando baseado no legítimo interesse. II - os controladores que estiverem diretamente envolvidos no
Art. 38. A autoridade nacional poderá determinar ao contro- tratamento do qual decorreram danos ao titular dos dados respon-
lador que elabore relatório de impacto à proteção de dados pes- dem solidariamente, salvo nos casos de exclusão previstos no art.
soais, inclusive de dados sensíveis, referente a suas operações de 43 desta Lei.
tratamento de dados, nos termos de regulamento, observados os § 2º O juiz, no processo civil, poderá inverter o ônus da prova
segredos comercial e industrial. a favor do titular dos dados quando, a seu juízo, for verossímil a
Parágrafo único. Observado o disposto no caput deste artigo, o alegação, houver hipossuficiência para fins de produção de prova
relatório deverá conter, no mínimo, a descrição dos tipos de dados ou quando a produção de prova pelo titular resultar-lhe excessiva-
coletados, a metodologia utilizada para a coleta e para a garantia mente onerosa.
da segurança das informações e a análise do controlador com re- § 3º As ações de reparação por danos coletivos que tenham
lação a medidas, salvaguardas e mecanismos de mitigação de risco por objeto a responsabilização nos termos do caput deste artigo
adotados. podem ser exercidas coletivamente em juízo, observado o disposto
Art. 39. O operador deverá realizar o tratamento segundo as na legislação pertinente.
instruções fornecidas pelo controlador, que verificará a observân- § 4º Aquele que reparar o dano ao titular tem direito de regres-
cia das próprias instruções e das normas sobre a matéria. so contra os demais responsáveis, na medida de sua participação
Art. 40. A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões no evento danoso.
de interoperabilidade para fins de portabilidade, livre acesso aos Art. 43. Os agentes de tratamento só não serão responsabiliza-
dados e segurança, assim como sobre o tempo de guarda dos re- dos quando provarem:
gistros, tendo em vista especialmente a necessidade e a transpa- I - que não realizaram o tratamento de dados pessoais que lhes
rência. é atribuído;
II - que, embora tenham realizado o tratamento de dados pes-
SEÇÃO II soais que lhes é atribuído, não houve violação à legislação de pro-
DO ENCARREGADO PELO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS teção de dados; ou
III - que o dano é decorrente de culpa exclusiva do titular dos
Art. 41. O controlador deverá indicar encarregado pelo trata- dados ou de terceiro.
mento de dados pessoais. Art. 44. O tratamento de dados pessoais será irregular quando
§ 1º A identidade e as informações de contato do encarrega- deixar de observar a legislação ou quando não fornecer a seguran-
do deverão ser divulgadas publicamente, de forma clara e objetiva, ça que o titular dele pode esperar, consideradas as circunstâncias
preferencialmente no sítio eletrônico do controlador. relevantes, entre as quais:
§ 2º As atividades do encarregado consistem em: I - o modo pelo qual é realizado;
I - aceitar reclamações e comunicações dos titulares, prestar II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
esclarecimentos e adotar providências; III - as técnicas de tratamento de dados pessoais disponíveis à
II - receber comunicações da autoridade nacional e adotar pro- época em que foi realizado.
vidências; Parágrafo único. Responde pelos danos decorrentes da viola-
III - orientar os funcionários e os contratados da entidade a res- ção da segurança dos dados o controlador ou o operador que, ao
peito das práticas a serem tomadas em relação à proteção de dados deixar de adotar as medidas de segurança previstas no art. 46 desta
pessoais; e Lei, der causa ao dano.
IV - executar as demais atribuições determinadas pelo contro- Art. 45. As hipóteses de violação do direito do titular no âmbito
lador ou estabelecidas em normas complementares. das relações de consumo permanecem sujeitas às regras de res-
ponsabilidade previstas na legislação pertinente.

225
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CAPÍTULO VII práticas e de governança que estabeleçam as condições de orga-
DA SEGURANÇA E DAS BOAS PRÁTICAS nização, o regime de funcionamento, os procedimentos, incluindo
reclamações e petições de titulares, as normas de segurança, os
SEÇÃO I padrões técnicos, as obrigações específicas para os diversos envol-
DA SEGURANÇA E DO SIGILO DE DADOS vidos no tratamento, as ações educativas, os mecanismos internos
de supervisão e de mitigação de riscos e outros aspectos relaciona-
Art. 46. Os agentes de tratamento devem adotar medidas de dos ao tratamento de dados pessoais.
segurança, técnicas e administrativas aptas a proteger os dados § 1º Ao estabelecer regras de boas práticas, o controlador e
pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou o operador levarão em consideração, em relação ao tratamento e
ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou qualquer aos dados, a natureza, o escopo, a finalidade e a probabilidade e a
forma de tratamento inadequado ou ilícito. gravidade dos riscos e dos benefícios decorrentes de tratamento de
§ 1º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões técni- dados do titular.
cos mínimos para tornar aplicável o disposto no caput deste artigo, § 2º Na aplicação dos princípios indicados nos incisos VII e VIII
considerados a natureza das informações tratadas, as característi- do caput do art. 6º desta Lei, o controlador, observados a estrutura,
cas específicas do tratamento e o estado atual da tecnologia, es- a escala e o volume de suas operações, bem como a sensibilidade
pecialmente no caso de dados pessoais sensíveis, assim como os dos dados tratados e a probabilidade e a gravidade dos danos para
princípios previstos no caput do art. 6º desta Lei. os titulares dos dados, poderá:
§ 2º As medidas de que trata o caput deste artigo deverão ser I - implementar programa de governança em privacidade que,
observadas desde a fase de concepção do produto ou do serviço no mínimo:
até a sua execução. a) demonstre o comprometimento do controlador em adotar
Art. 47. Os agentes de tratamento ou qualquer outra pessoa processos e políticas internas que assegurem o cumprimento, de
que intervenha em uma das fases do tratamento obriga-se a ga- forma abrangente, de normas e boas práticas relativas à proteção
rantir a segurança da informação prevista nesta Lei em relação aos de dados pessoais;
dados pessoais, mesmo após o seu término. b) seja aplicável a todo o conjunto de dados pessoais que es-
Art. 48. O controlador deverá comunicar à autoridade nacional tejam sob seu controle, independentemente do modo como se re-
e ao titular a ocorrência de incidente de segurança que possa acar- alizou sua coleta;
retar risco ou dano relevante aos titulares. c) seja adaptado à estrutura, à escala e ao volume de suas ope-
§ 1º A comunicação será feita em prazo razoável, conforme rações, bem como à sensibilidade dos dados tratados;
definido pela autoridade nacional, e deverá mencionar, no mínimo: d) estabeleça políticas e salvaguardas adequadas com base em
I - a descrição da natureza dos dados pessoais afetados; processo de avaliação sistemática de impactos e riscos à privaci-
II - as informações sobre os titulares envolvidos; dade;
III - a indicação das medidas técnicas e de segurança utilizadas e) tenha o objetivo de estabelecer relação de confiança com o
para a proteção dos dados, observados os segredos comercial e in- titular, por meio de atuação transparente e que assegure mecanis-
dustrial; mos de participação do titular;
IV - os riscos relacionados ao incidente; f) esteja integrado a sua estrutura geral de governança e es-
V - os motivos da demora, no caso de a comunicação não ter tabeleça e aplique mecanismos de supervisão internos e externos;
sido imediata; e g) conte com planos de resposta a incidentes e remediação; e
VI - as medidas que foram ou que serão adotadas para reverter h) seja atualizado constantemente com base em informações
ou mitigar os efeitos do prejuízo. obtidas a partir de monitoramento contínuo e avaliações periódi-
§ 2º A autoridade nacional verificará a gravidade do incidente cas;
e poderá, caso necessário para a salvaguarda dos direitos dos ti- II - demonstrar a efetividade de seu programa de governança
tulares, determinar ao controlador a adoção de providências, tais em privacidade quando apropriado e, em especial, a pedido da au-
como: toridade nacional ou de outra entidade responsável por promover
I - ampla divulgação do fato em meios de comunicação; e o cumprimento de boas práticas ou códigos de conduta, os quais,
II - medidas para reverter ou mitigar os efeitos do incidente. de forma independente, promovam o cumprimento desta Lei.
§ 3º No juízo de gravidade do incidente, será avaliada eventual § 3º As regras de boas práticas e de governança deverão ser
comprovação de que foram adotadas medidas técnicas adequadas publicadas e atualizadas periodicamente e poderão ser reconheci-
que tornem os dados pessoais afetados ininteligíveis, no âmbito e das e divulgadas pela autoridade nacional.
nos limites técnicos de seus serviços, para terceiros não autoriza- Art. 51. A autoridade nacional estimulará a adoção de padrões
dos a acessá-los. técnicos que facilitem o controle pelos titulares dos seus dados pes-
Art. 49. Os sistemas utilizados para o tratamento de dados soais.
pessoais devem ser estruturados de forma a atender aos requisitos
de segurança, aos padrões de boas práticas e de governança e aos CAPÍTULO VIII
princípios gerais previstos nesta Lei e às demais normas regulamen- DA FISCALIZAÇÃO
tares.
SEÇÃO I
SEÇÃO II DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
DAS BOAS PRÁTICAS E DA GOVERNANÇA
Art. 52. Os agentes de tratamento de dados, em razão das in-
Art. 50. Os controladores e operadores, no âmbito de suas frações cometidas às normas previstas nesta Lei, ficam sujeitos às
competências, pelo tratamento de dados pessoais, individualmen- seguintes sanções administrativas aplicáveis pela autoridade nacio-
te ou por meio de associações, poderão formular regras de boas nal: (Vigência)

226
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
I - advertência, com indicação de prazo para adoção de medi- rial em que ocorreu a infração, definido pela autoridade nacional,
das corretivas; ou quando o valor for apresentado de forma incompleta ou não for
II - multa simples, de até 2% (dois por cento) do faturamento demonstrado de forma inequívoca e idônea.
da pessoa jurídica de direito privado, grupo ou conglomerado no § 5º O produto da arrecadação das multas aplicadas pela
Brasil no seu último exercício, excluídos os tributos, limitada, no ANPD, inscritas ou não em dívida ativa, será destinado ao Fundo de
total, a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais) por infração; Defesa de Direitos Difusos de que tratam o art. 13 da Lei nº 7.347,
III - multa diária, observado o limite total a que se refere o in- de 24 de julho de 1985, e a Lei nº 9.008, de 21 de março de 1995.
ciso II; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
IV - publicização da infração após devidamente apurada e con- § 6º As sanções previstas nos incisos X, XI e XII do caput deste
firmada a sua ocorrência; artigo serão aplicadas: (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
V - bloqueio dos dados pessoais a que se refere a infração até I - somente após já ter sido imposta ao menos 1 (uma) das
a sua regularização; sanções de que tratam os incisos II, III, IV, V e VI do caput deste
VI - eliminação dos dados pessoais a que se refere a infração; artigo para o mesmo caso concreto; e (Incluído pela Lei nº 13.853,
VII - (VETADO); de 2019)
VIII - (VETADO); II - em caso de controladores submetidos a outros órgãos e
IX - (VETADO). entidades com competências sancionatórias, ouvidos esses órgãos.
X - suspensão parcial do funcionamento do banco de dados a (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
que se refere a infração pelo período máximo de 6 (seis) meses, § 7º Os vazamentos individuais ou os acessos não autorizados
prorrogável por igual período, até a regularização da atividade de de que trata o caput do art. 46 desta Lei poderão ser objeto de con-
tratamento pelo controlador; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) ciliação direta entre controlador e titular e, caso não haja acordo, o
XI - suspensão do exercício da atividade de tratamento dos da- controlador estará sujeito à aplicação das penalidades de que trata
dos pessoais a que se refere a infração pelo período máximo de este artigo. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
6 (seis) meses, prorrogável por igual período; (Incluído pela Lei nº Art. 53. A autoridade nacional definirá, por meio de regula-
13.853, de 2019) mento próprio sobre sanções administrativas a infrações a esta Lei,
XII - proibição parcial ou total do exercício de atividades rela- que deverá ser objeto de consulta pública, as metodologias que
cionadas a tratamento de dados. (Incluído pela Lei nº 13.853, de orientarão o cálculo do valor-base das sanções de multa. (Vigência)
2019) § 1º As metodologias a que se refere o caput deste artigo de-
§ 1º As sanções serão aplicadas após procedimento adminis- vem ser previamente publicadas, para ciência dos agentes de trata-
trativo que possibilite a oportunidade da ampla defesa, de forma mento, e devem apresentar objetivamente as formas e dosimetrias
gradativa, isolada ou cumulativa, de acordo com as peculiaridades para o cálculo do valor-base das sanções de multa, que deverão
do caso concreto e considerados os seguintes parâmetros e crité- conter fundamentação detalhada de todos os seus elementos, de-
rios: monstrando a observância dos critérios previstos nesta Lei.
I - a gravidade e a natureza das infrações e dos direitos pessoais § 2º O regulamento de sanções e metodologias corresponden-
afetados; tes deve estabelecer as circunstâncias e as condições para a adoção
II - a boa-fé do infrator; de multa simples ou diária.
III - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator; Art. 54. O valor da sanção de multa diária aplicável às infrações
IV - a condição econômica do infrator; a esta Lei deve observar a gravidade da falta e a extensão do dano
V - a reincidência; ou prejuízo causado e ser fundamentado pela autoridade nacional.
VI - o grau do dano; (Vigência)
VII - a cooperação do infrator; Parágrafo único. A intimação da sanção de multa diária deverá
VIII - a adoção reiterada e demonstrada de mecanismos e pro- conter, no mínimo, a descrição da obrigação imposta, o prazo razo-
cedimentos internos capazes de minimizar o dano, voltados ao ável e estipulado pelo órgão para o seu cumprimento e o valor da
tratamento seguro e adequado de dados, em consonância com o multa diária a ser aplicada pelo seu descumprimento.
disposto no inciso II do § 2º do art. 48 desta Lei;
IX - a adoção de política de boas práticas e governança; CAPÍTULO IX
X - a pronta adoção de medidas corretivas; e DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS
XI - a proporcionalidade entre a gravidade da falta e a intensi- (ANPD) E DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS
dade da sanção. PESSOAIS E DA PRIVACIDADE
§ 2º O disposto neste artigo não substitui a aplicação de san-
ções administrativas, civis ou penais definidas na Lei nº 8.078, de SEÇÃO I
11 de setembro de 1990, e em legislação específica. (Redação dada DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS
pela Lei nº 13.853, de 2019) (ANPD)
§ 3º O disposto nos incisos I, IV, V, VI, X, XI e XII do caput deste
artigo poderá ser aplicado às entidades e aos órgãos públicos, sem Art. 55. (VETADO).
prejuízo do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, Art. 55-A. Fica criada a Autoridade Nacional de Proteção de Da-
na Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, e na Lei nº 12.527, de 18 de dos (ANPD), autarquia de natureza especial, dotada de autonomia
novembro de 2011. (Promulgação partes vetadas) técnica e decisória, com patrimônio próprio e com sede e foro no
§ 4º No cálculo do valor da multa de que trata o inciso II do Distrito Federal. (Redação dada pela Lei nº 14.460, de 2022)
caput deste artigo, a autoridade nacional poderá considerar o fa- § 1º (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022)
turamento total da empresa ou grupo de empresas, quando não § 2º (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022)
dispuser do valor do faturamento no ramo de atividade empresa- § 3º (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022)
Art. 55-B. (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022)

227
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 55-C. A ANPD é composta de: (Incluído pela Lei nº 13.853, Art. 55-H. Os cargos em comissão e as funções de confiança da
de 2019) ANPD serão remanejados de outros órgãos e entidades do Poder
I - Conselho Diretor, órgão máximo de direção; (Incluído pela Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Lei nº 13.853, de 2019) Art. 55-I. Os ocupantes dos cargos em comissão e das funções
II - Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Pri- de confiança da ANPD serão indicados pelo Conselho Diretor e no-
vacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) meados ou designados pelo Diretor-Presidente. (Incluído pela Lei
III - Corregedoria; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) nº 13.853, de 2019)
IV - Ouvidoria; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Art. 55-J. Compete à ANPD: (Incluído pela Lei nº 13.853, de
V - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.460, de 2022) 2019)
V-A - Procuradoria; e (Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022) I - zelar pela proteção dos dados pessoais, nos termos da legis-
VI - unidades administrativas e unidades especializadas neces- lação; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
sárias à aplicação do disposto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.853, II - zelar pela observância dos segredos comercial e industrial,
de 2019) observada a proteção de dados pessoais e do sigilo das informa-
Art. 55-D. O Conselho Diretor da ANPD será composto de 5 ções quando protegido por lei ou quando a quebra do sigilo violar
(cinco) diretores, incluído o Diretor-Presidente. (Incluído pela Lei os fundamentos do art. 2º desta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853,
nº 13.853, de 2019) de 2019)
§ 1º Os membros do Conselho Diretor da ANPD serão escolhi- III - elaborar diretrizes para a Política Nacional de Proteção de
dos pelo Presidente da República e por ele nomeados, após apro- Dados Pessoais e da Privacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de
vação pelo Senado Federal, nos termos da alínea ‘f’ do inciso III do 2019)
art. 52 da Constituição Federal, e ocuparão cargo em comissão do IV - fiscalizar e aplicar sanções em caso de tratamento de da-
Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, no mínimo, de dos realizado em descumprimento à legislação, mediante processo
nível 5. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) administrativo que assegure o contraditório, a ampla defesa e o di-
§ 2º Os membros do Conselho Diretor serão escolhidos dentre reito de recurso; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
brasileiros que tenham reputação ilibada, nível superior de educa- V - apreciar petições de titular contra controlador após com-
ção e elevado conceito no campo de especialidade dos cargos para provada pelo titular a apresentação de reclamação ao controlador
os quais serão nomeados. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) não solucionada no prazo estabelecido em regulamentação; (Inclu-
§ 3º O mandato dos membros do Conselho Diretor será de 4 ído pela Lei nº 13.853, de 2019)
(quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) VI - promover na população o conhecimento das normas e das
§ 4º Os mandatos dos primeiros membros do Conselho Diretor políticas públicas sobre proteção de dados pessoais e das medidas
nomeados serão de 2 (dois), de 3 (três), de 4 (quatro), de 5 (cinco) de segurança; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
e de 6 (seis) anos, conforme estabelecido no ato de nomeação. (In- VII - promover e elaborar estudos sobre as práticas nacionais e
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) internacionais de proteção de dados pessoais e privacidade; (Inclu-
§ 5º Na hipótese de vacância do cargo no curso do mandato de ído pela Lei nº 13.853, de 2019)
membro do Conselho Diretor, o prazo remanescente será comple- VIII - estimular a adoção de padrões para serviços e produtos
tado pelo sucessor. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) que facilitem o exercício de controle dos titulares sobre seus dados
Art. 55-E. Os membros do Conselho Diretor somente perderão pessoais, os quais deverão levar em consideração as especificida-
seus cargos em virtude de renúncia, condenação judicial transitada des das atividades e o porte dos responsáveis; (Incluído pela Lei nº
em julgado ou pena de demissão decorrente de processo adminis- 13.853, de 2019)
trativo disciplinar. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) IX - promover ações de cooperação com autoridades de prote-
§ 1º Nos termos do caput deste artigo, cabe ao Ministro de ção de dados pessoais de outros países, de natureza internacional
Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República instaurar o ou transnacional; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
processo administrativo disciplinar, que será conduzido por comis- X - dispor sobre as formas de publicidade das operações de
são especial constituída por servidores públicos federais estáveis. tratamento de dados pessoais, respeitados os segredos comercial e
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) industrial; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
§ 2º Compete ao Presidente da República determinar o afas- XI - solicitar, a qualquer momento, às entidades do poder pú-
tamento preventivo, somente quando assim recomendado pela blico que realizem operações de tratamento de dados pessoais in-
comissão especial de que trata o § 1º deste artigo, e proferir o jul- forme específico sobre o âmbito, a natureza dos dados e os demais
gamento. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) detalhes do tratamento realizado, com a possibilidade de emitir
Art. 55-F. Aplica-se aos membros do Conselho Diretor, após o parecer técnico complementar para garantir o cumprimento desta
exercício do cargo, o disposto no art. 6º da Lei nº 12.813, de 16 de Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
maio de 2013. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) XII - elaborar relatórios de gestão anuais acerca de suas ativida-
Parágrafo único. A infração ao disposto no caput deste artigo des; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
caracteriza ato de improbidade administrativa. (Incluído pela Lei nº XIII - editar regulamentos e procedimentos sobre proteção de
13.853, de 2019) dados pessoais e privacidade, bem como sobre relatórios de impac-
Art. 55-G. Ato do Presidente da República disporá sobre a es- to à proteção de dados pessoais para os casos em que o tratamento
trutura regimental da ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) representar alto risco à garantia dos princípios gerais de proteção
§ 1º Até a data de entrada em vigor de sua estrutura regimen- de dados pessoais previstos nesta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853,
tal, a ANPD receberá o apoio técnico e administrativo da Casa Civil de 2019)
da Presidência da República para o exercício de suas atividades. (In- XIV - ouvir os agentes de tratamento e a sociedade em maté-
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) rias de interesse relevante e prestar contas sobre suas atividades e
§ 2º O Conselho Diretor disporá sobre o regimento interno da planejamento; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)

228
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
XV - arrecadar e aplicar suas receitas e publicar, no relatório específicos da atividade econômica e governamental, a fim de faci-
de gestão a que se refere o inciso XII do caput deste artigo, o deta- litar as competências regulatória, fiscalizatória e punitiva da ANPD.
lhamento de suas receitas e despesas; (Incluído pela Lei nº 13.853, (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
de 2019) § 5º No exercício das competências de que trata o caput deste
XVI - realizar auditorias, ou determinar sua realização, no âm- artigo, a autoridade competente deverá zelar pela preservação do
bito da atividade de fiscalização de que trata o inciso IV e com a segredo empresarial e do sigilo das informações, nos termos da lei.
devida observância do disposto no inciso II do caput deste artigo, (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
sobre o tratamento de dados pessoais efetuado pelos agentes de § 6º As reclamações colhidas conforme o disposto no inciso V
tratamento, incluído o poder público; (Incluído pela Lei nº 13.853, do caput deste artigo poderão ser analisadas de forma agregada, e
de 2019) as eventuais providências delas decorrentes poderão ser adotadas
XVII - celebrar, a qualquer momento, compromisso com agen- de forma padronizada. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
tes de tratamento para eliminar irregularidade, incerteza jurídica Art. 55-K. A aplicação das sanções previstas nesta Lei compe-
ou situação contenciosa no âmbito de processos administrativos, te exclusivamente à ANPD, e suas competências prevalecerão, no
de acordo com o previsto no Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setem- que se refere à proteção de dados pessoais, sobre as competências
bro de 1942; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) correlatas de outras entidades ou órgãos da administração pública.
XVIII - editar normas, orientações e procedimentos simplifi- (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
cados e diferenciados, inclusive quanto aos prazos, para que mi- Parágrafo único. A ANPD articulará sua atuação com outros ór-
croempresas e empresas de pequeno porte, bem como iniciativas gãos e entidades com competências sancionatórias e normativas
empresariais de caráter incremental ou disruptivo que se autode- afetas ao tema de proteção de dados pessoais e será o órgão cen-
clarem startups ou empresas de inovação, possam adequar-se a tral de interpretação desta Lei e do estabelecimento de normas e
esta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) diretrizes para a sua implementação. (Incluído pela Lei nº 13.853,
XIX - garantir que o tratamento de dados de idosos seja efetu- de 2019)
ado de maneira simples, clara, acessível e adequada ao seu enten- Art. 55-L. Constituem receitas da ANPD: (Incluído pela Lei nº
dimento, nos termos desta Lei e da Lei nº 10.741, de 1º de outubro 13.853, de 2019)
de 2003 (Estatuto do Idoso); (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) I - as dotações, consignadas no orçamento geral da União, os
XX - deliberar, na esfera administrativa, em caráter terminati- créditos especiais, os créditos adicionais, as transferências e os re-
vo, sobre a interpretação desta Lei, as suas competências e os casos passes que lhe forem conferidos; (Incluído pela Lei nº 13.853, de
omissos; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) 2019)
XXI - comunicar às autoridades competentes as infrações pe- II - as doações, os legados, as subvenções e outros recursos que
nais das quais tiver conhecimento; (Incluído pela Lei nº 13.853, de lhe forem destinados; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
2019) III - os valores apurados na venda ou aluguel de bens móveis e
XXII - comunicar aos órgãos de controle interno o descumpri- imóveis de sua propriedade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
mento do disposto nesta Lei por órgãos e entidades da administra- IV - os valores apurados em aplicações no mercado financeiro
ção pública federal; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) das receitas previstas neste artigo; (Incluído pela Lei nº 13.853, de
XXIII - articular-se com as autoridades reguladoras públicas 2019)
para exercer suas competências em setores específicos de ativida- V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
des econômicas e governamentais sujeitas à regulação; e (Incluído VI - os recursos provenientes de acordos, convênios ou con-
pela Lei nº 13.853, de 2019) tratos celebrados com entidades, organismos ou empresas, públi-
XXIV - implementar mecanismos simplificados, inclusive por cos ou privados, nacionais ou internacionais; (Incluído pela Lei nº
meio eletrônico, para o registro de reclamações sobre o tratamen- 13.853, de 2019)
to de dados pessoais em desconformidade com esta Lei. (Incluído VII - o produto da venda de publicações, material técnico, da-
pela Lei nº 13.853, de 2019) dos e informações, inclusive para fins de licitação pública. (Incluído
§ 1º Ao impor condicionantes administrativas ao tratamento pela Lei nº 13.853, de 2019)
de dados pessoais por agente de tratamento privado, sejam eles Art. 55-M. Constituem o patrimônio da ANPD os bens e os di-
limites, encargos ou sujeições, a ANPD deve observar a exigência de reitos: (Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022)
mínima intervenção, assegurados os fundamentos, os princípios e I - que lhe forem transferidos pelos órgãos da Presidência da
os direitos dos titulares previstos no art. 170 da Constituição Fede- República; e (Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022)
ral e nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) II - que venha a adquirir ou a incorporar. (Incluído pela Lei nº
§ 2º Os regulamentos e as normas editados pela ANPD devem 14.460, de 2022)
ser precedidos de consulta e audiência públicas, bem como de aná- Art. 56. (VETADO).
lises de impacto regulatório. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Art. 57. (VETADO).
§ 3º A ANPD e os órgãos e entidades públicos responsáveis
pela regulação de setores específicos da atividade econômica e SEÇÃO II
governamental devem coordenar suas atividades, nas correspon- DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS PES-
dentes esferas de atuação, com vistas a assegurar o cumprimento SOAIS E DA PRIVACIDADE
de suas atribuições com a maior eficiência e promover o adequado
funcionamento dos setores regulados, conforme legislação especí- Art. 58. (VETADO).
fica, e o tratamento de dados pessoais, na forma desta Lei. (Incluído Art. 58-A. O Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais
pela Lei nº 13.853, de 2019) e da Privacidade será composto de 23 (vinte e três) representan-
§ 4º A ANPD manterá fórum permanente de comunicação, in- tes, titulares e suplentes, dos seguintes órgãos: (Incluído pela Lei
clusive por meio de cooperação técnica, com órgãos e entidades nº 13.853, de 2019)
da administração pública responsáveis pela regulação de setores

229
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
I - 5 (cinco) do Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei nº Art. 59. (VETADO).
13.853, de 2019)
II - 1 (um) do Senado Federal; (Incluído pela Lei nº 13.853, de CAPÍTULO X
2019) DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
III - 1 (um) da Câmara dos Deputados; (Incluído pela Lei nº
13.853, de 2019) Art. 60. A Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014 (Marco Civil da
IV - 1 (um) do Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Lei Internet) , passa a vigorar com as seguintes alterações:
nº 13.853, de 2019) “Art. 7º ..................................................................
V - 1 (um) do Conselho Nacional do Ministério Público; (Incluí- .......................................................................................
do pela Lei nº 13.853, de 2019) X - exclusão definitiva dos dados pessoais que tiver fornecido a
VI - 1 (um) do Comitê Gestor da Internet no Brasil; (Incluído determinada aplicação de internet, a seu requerimento, ao térmi-
pela Lei nº 13.853, de 2019) no da relação entre as partes, ressalvadas as hipóteses de guarda
VII - 3 (três) de entidades da sociedade civil com atuação rela- obrigatória de registros previstas nesta Lei e na que dispõe sobre a
cionada a proteção de dados pessoais; (Incluído pela Lei nº 13.853, proteção de dados pessoais;
de 2019) ..............................................................................” (NR)
VIII - 3 (três) de instituições científicas, tecnológicas e de inova- “Art. 16. .................................................................
ção; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) .......................................................................................
IX - 3 (três) de confederações sindicais representativas das II - de dados pessoais que sejam excessivos em relação à fina-
categorias econômicas do setor produtivo; (Incluído pela Lei nº lidade para a qual foi dado consentimento pelo seu titular, exceto
13.853, de 2019) nas hipóteses previstas na Lei que dispõe sobre a proteção de da-
X - 2 (dois) de entidades representativas do setor empresarial dos pessoais.” (NR)
relacionado à área de tratamento de dados pessoais; e (Incluído Art. 61. A empresa estrangeira será notificada e intimada de to-
pela Lei nº 13.853, de 2019) dos os atos processuais previstos nesta Lei, independentemente de
XI - 2 (dois) de entidades representativas do setor laboral. (In- procuração ou de disposição contratual ou estatutária, na pessoa
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) do agente ou representante ou pessoa responsável por sua filial,
§ 1º Os representantes serão designados por ato do Presidente agência, sucursal, estabelecimento ou escritório instalado no Brasil.
da República, permitida a delegação. (Incluído pela Lei nº 13.853, Art. 62. A autoridade nacional e o Instituto Nacional de Estudos
de 2019) e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no âmbito de suas
§ 2º Os representantes de que tratam os incisos I, II, III, IV, V e competências, editarão regulamentos específicos para o acesso a
VI do caput deste artigo e seus suplentes serão indicados pelos titu- dados tratados pela União para o cumprimento do disposto no § 2º
lares dos respectivos órgãos e entidades da administração pública. do art. 9º da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Dire-
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) trizes e Bases da Educação Nacional) , e aos referentes ao Sistema
§ 3º Os representantes de que tratam os incisos VII, VIII, IX, Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), de que trata
X e XI do caput deste artigo e seus suplentes: (Incluído pela Lei nº a Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004 .
13.853, de 2019) Art. 63. A autoridade nacional estabelecerá normas sobre a
I - serão indicados na forma de regulamento; (Incluído pela Lei adequação progressiva de bancos de dados constituídos até a data
nº 13.853, de 2019) de entrada em vigor desta Lei, consideradas a complexidade das
II - não poderão ser membros do Comitê Gestor da Internet no operações de tratamento e a natureza dos dados.
Brasil; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Art. 64. Os direitos e princípios expressos nesta Lei não ex-
III - terão mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) recon- cluem outros previstos no ordenamento jurídico pátrio relaciona-
dução. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) dos à matéria ou nos tratados internacionais em que a República
§ 4º A participação no Conselho Nacional de Proteção de Da- Federativa do Brasil seja parte.
dos Pessoais e da Privacidade será considerada prestação de servi- Art. 65. Esta Lei entra em vigor: (Redação dada pela Lei nº
ço público relevante, não remunerada. (Incluído pela Lei nº 13.853, 13.853, de 2019)
de 2019) I - dia 28 de dezembro de 2018, quanto aos arts. 55-A, 55-B, 55-
Art. 58-B. Compete ao Conselho Nacional de Proteção de Da- C, 55-D, 55-E, 55-F, 55-G, 55-H, 55-I, 55-J, 55-K, 55-L, 58-A e 58-B; e
dos Pessoais e da Privacidade: (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
I - propor diretrizes estratégicas e fornecer subsídios para a I-A – dia 1º de agosto de 2021, quanto aos arts. 52, 53 e 54;
elaboração da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da (Incluído pela Lei nº 14.010, de 2020)
Privacidade e para a atuação da ANPD; (Incluído pela Lei nº 13.853, II - 24 (vinte e quatro) meses após a data de sua publicação,
de 2019) quanto aos demais artigos. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
II - elaborar relatórios anuais de avaliação da execução das
ações da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Pri-
LEGISLAÇÃO ANTICORRUPÇÃO: LEI Nº 12.846/2013
vacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
III - sugerir ações a serem realizadas pela ANPD; (Incluído pela
Lei nº 13.853, de 2019) LEI Nº 12.846, DE 1º DE AGOSTO DE 2013.
IV - elaborar estudos e realizar debates e audiências públicas
sobre a proteção de dados pessoais e da privacidade; e (Incluído Dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pes-
pela Lei nº 13.853, de 2019) soas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública,
V - disseminar o conhecimento sobre a proteção de dados pes- nacional ou estrangeira, e dá outras providências.
soais e da privacidade à população. (Incluído pela Lei nº 13.853, de A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
2019) cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

230
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CAPÍTULO I a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qual-
DISPOSIÇÕES GERAIS quer outro expediente, o caráter competitivo de procedimento li-
citatório público;
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva admi- b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato
nistrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a de procedimento licitatório público;
administração pública, nacional ou estrangeira. c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude ou
Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às sociedades oferecimento de vantagem de qualquer tipo;
empresárias e às sociedades simples, personificadas ou não, in- d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente;
dependentemente da forma de organização ou modelo societário e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para
adotado, bem como a quaisquer fundações, associações de entida- participar de licitação pública ou celebrar contrato administrativo;
des ou pessoas, ou sociedades estrangeiras, que tenham sede, filial f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulen-
ou representação no território brasileiro, constituídas de fato ou de to, de modificações ou prorrogações de contratos celebrados com
direito, ainda que temporariamente. a administração pública, sem autorização em lei, no ato convoca-
Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetiva- tório da licitação pública ou nos respectivos instrumentos contra-
mente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos atos lesivos pre- tuais; ou
vistos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos
ou não. contratos celebrados com a administração pública;
Art. 3º A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a res- V - dificultar atividade de investigação ou fiscalização de ór-
ponsabilidade individual de seus dirigentes ou administradores ou gãos, entidades ou agentes públicos, ou intervir em sua atuação,
de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato inclusive no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de fisca-
ilícito. lização do sistema financeiro nacional.
§ 1º A pessoa jurídica será responsabilizada independente- § 1º Considera-se administração pública estrangeira os órgãos
mente da responsabilização individual das pessoas naturais refe- e entidades estatais ou representações diplomáticas de país es-
ridas no caput . trangeiro, de qualquer nível ou esfera de governo, bem como as
§ 2º Os dirigentes ou administradores somente serão respon- pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder
sabilizados por atos ilícitos na medida da sua culpabilidade. público de país estrangeiro.
Art. 4º Subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica na hipó- § 2º Para os efeitos desta Lei, equiparam-se à administração
tese de alteração contratual, transformação, incorporação, fusão pública estrangeira as organizações públicas internacionais.
ou cisão societária. § 3º Considera-se agente público estrangeiro, para os fins des-
§ 1º Nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsabilida- ta Lei, quem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração,
de da sucessora será restrita à obrigação de pagamento de multa exerça cargo, emprego ou função pública em órgãos, entidades
e reparação integral do dano causado, até o limite do patrimônio estatais ou em representações diplomáticas de país estrangeiro,
transferido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas assim como em pessoas jurídicas controladas, direta ou indireta-
nesta Lei decorrentes de atos e fatos ocorridos antes da data da mente, pelo poder público de país estrangeiro ou em organizações
fusão ou incorporação, exceto no caso de simulação ou evidente públicas internacionais.
intuito de fraude, devidamente comprovados.
§ 2º As sociedades controladoras, controladas, coligadas ou, CAPÍTULO III
no âmbito do respectivo contrato, as consorciadas serão solida- DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
riamente responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei,
restringindo-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento de Art. 6º Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas ju-
multa e reparação integral do dano causado. rídicas consideradas responsáveis pelos atos lesivos previstos nesta
Lei as seguintes sanções:
CAPÍTULO II I - multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte
DOS ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NACIO- por cento) do faturamento bruto do último exercício anterior ao
NAL OU ESTRANGEIRA da instauração do processo administrativo, excluídos os tributos, a
qual nunca será inferior à vantagem auferida, quando for possível
Art. 5º Constituem atos lesivos à administração pública, nacio- sua estimação; e
nal ou estrangeira, para os fins desta Lei, todos aqueles praticados II - publicação extraordinária da decisão condenatória.
pelas pessoas jurídicas mencionadas no parágrafo único do art. 1º , § 1º As sanções serão aplicadas fundamentadamente, isolada
que atentem contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro, ou cumulativamente, de acordo com as peculiaridades do caso con-
contra princípios da administração pública ou contra os compro- creto e com a gravidade e natureza das infrações.
missos internacionais assumidos pelo Brasil, assim definidos: § 2º A aplicação das sanções previstas neste artigo será prece-
I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vanta- dida da manifestação jurídica elaborada pela Advocacia Pública ou
gem indevida a agente público, ou a terceira pessoa a ele relacio- pelo órgão de assistência jurídica, ou equivalente, do ente público.
nada; § 3º A aplicação das sanções previstas neste artigo não exclui,
II - comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de em qualquer hipótese, a obrigação da reparação integral do dano
qualquer modo subvencionar a prática dos atos ilícitos previstos causado.
nesta Lei; § 4º Na hipótese do inciso I do caput , caso não seja possível
III - comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física utilizar o critério do valor do faturamento bruto da pessoa jurídica,
ou jurídica para ocultar ou dissimular seus reais interesses ou a a multa será de R$ 6.000,00 (seis mil reais) a R$ 60.000.000,00 (ses-
identidade dos beneficiários dos atos praticados; senta milhões de reais).
IV - no tocante a licitações e contratos:

231
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 5º A publicação extraordinária da decisão condenatória ocor- § 1º O ente público, por meio do seu órgão de representação
rerá na forma de extrato de sentença, a expensas da pessoa jurídi- judicial, ou equivalente, a pedido da comissão a que se refere o
ca, em meios de comunicação de grande circulação na área da prá- caput , poderá requerer as medidas judiciais necessárias para a in-
tica da infração e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua falta, em vestigação e o processamento das infrações, inclusive de busca e
publicação de circulação nacional, bem como por meio de afixação apreensão.
de edital, pelo prazo mínimo de 30 (trinta) dias, no próprio estabe- § 2º A comissão poderá, cautelarmente, propor à autoridade
lecimento ou no local de exercício da atividade, de modo visível ao instauradora que suspenda os efeitos do ato ou processo objeto da
público, e no sítio eletrônico na rede mundial de computadores. investigação.
§ 6º (VETADO). § 3º A comissão deverá concluir o processo no prazo de 180
Art. 7º Serão levados em consideração na aplicação das san- (cento e oitenta) dias contados da data da publicação do ato que a
ções: instituir e, ao final, apresentar relatórios sobre os fatos apurados e
I - a gravidade da infração; eventual responsabilidade da pessoa jurídica, sugerindo de forma
II - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator; motivada as sanções a serem aplicadas.
III - a consumação ou não da infração; § 4º O prazo previsto no § 3º poderá ser prorrogado, mediante
IV - o grau de lesão ou perigo de lesão; ato fundamentado da autoridade instauradora.
V - o efeito negativo produzido pela infração; Art. 11. No processo administrativo para apuração de respon-
VI - a situação econômica do infrator; sabilidade, será concedido à pessoa jurídica prazo de 30 (trinta)
VII - a cooperação da pessoa jurídica para a apuração das in- dias para defesa, contados a partir da intimação.
frações; Art. 12. O processo administrativo, com o relatório da comis-
VIII - a existência de mecanismos e procedimentos internos de são, será remetido à autoridade instauradora, na forma do art. 10,
integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e para julgamento.
a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da Art. 13. A instauração de processo administrativo específico de
pessoa jurídica; reparação integral do dano não prejudica a aplicação imediata das
IX - o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o sanções estabelecidas nesta Lei.
órgão ou entidade pública lesados; e Parágrafo único. Concluído o processo e não havendo paga-
X - (VETADO). mento, o crédito apurado será inscrito em dívida ativa da fazenda
Parágrafo único. Os parâmetros de avaliação de mecanismos e pública.
procedimentos previstos no inciso VIII do caput serão estabelecidos Art. 14. A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada
em regulamento do Poder Executivo federal. sempre que utilizada com abuso do direito para facilitar, encobrir
ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei ou para
CAPÍTULO IV provocar confusão patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE RESPONSABILIZA- das sanções aplicadas à pessoa jurídica aos seus administradores e
ÇÃO sócios com poderes de administração, observados o contraditório
e a ampla defesa.
Art. 8º A instauração e o julgamento de processo administrati- Art. 15. A comissão designada para apuração da responsabili-
vo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica cabem à dade de pessoa jurídica, após a conclusão do procedimento admi-
autoridade máxima de cada órgão ou entidade dos Poderes Execu- nistrativo, dará conhecimento ao Ministério Público de sua existên-
tivo, Legislativo e Judiciário, que agirá de ofício ou mediante provo- cia, para apuração de eventuais delitos.
cação, observados o contraditório e a ampla defesa.
§ 1º A competência para a instauração e o julgamento do pro- CAPÍTULO V
cesso administrativo de apuração de responsabilidade da pessoa DO ACORDO DE LENIÊNCIA
jurídica poderá ser delegada, vedada a subdelegação.
§ 2º No âmbito do Poder Executivo federal, a Controladoria- Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pú-
-Geral da União - CGU terá competência concorrente para instau- blica poderá celebrar acordo de leniência com as pessoas jurídicas
rar processos administrativos de responsabilização de pessoas ju- responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que colabo-
rídicas ou para avocar os processos instaurados com fundamento rem efetivamente com as investigações e o processo administrati-
nesta Lei, para exame de sua regularidade ou para corrigir-lhes o vo, sendo que dessa colaboração resulte:
andamento. I - a identificação dos demais envolvidos na infração, quando
Art. 9º Competem à Controladoria-Geral da União - CGU a apu- couber; e
ração, o processo e o julgamento dos atos ilícitos previstos nesta II - a obtenção célere de informações e documentos que com-
Lei, praticados contra a administração pública estrangeira, obser- provem o ilícito sob apuração.
vado o disposto no Artigo 4 da Convenção sobre o Combate da § 1º O acordo de que trata o caput somente poderá ser cele-
Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações brado se preenchidos, cumulativamente, os seguintes requisitos:
Comerciais Internacionais, promulgada pelo Decreto nº 3.678, de I - a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu
30 de novembro de 2000. interesse em cooperar para a apuração do ato ilícito;
Art. 10. O processo administrativo para apuração da responsa- II - a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento
bilidade de pessoa jurídica será conduzido por comissão designada na infração investigada a partir da data de propositura do acordo;
pela autoridade instauradora e composta por 2 (dois) ou mais ser- III - a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coo-
vidores estáveis. pere plena e permanentemente com as investigações e o processo
administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que so-
licitada, a todos os atos processuais, até seu encerramento.

232
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
2º A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa jurídi- § 3º As sanções poderão ser aplicadas de forma isolada ou
ca das sanções previstas no inciso II do art. 6º e no inciso IV do art. cumulativa.
19 e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa aplicável. § 4º O Ministério Público ou a Advocacia Pública ou órgão de
§ 3º O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obri- representação judicial, ou equivalente, do ente público poderá re-
gação de reparar integralmente o dano causado. querer a indisponibilidade de bens, direitos ou valores necessários
§ 4º O acordo de leniência estipulará as condições necessárias à garantia do pagamento da multa ou da reparação integral do
para assegurar a efetividade da colaboração e o resultado útil do dano causado, conforme previsto no art. 7º , ressalvado o direito
processo. do terceiro de boa-fé.
§ 5º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pes- Art. 20. Nas ações ajuizadas pelo Ministério Público, poderão
soas jurídicas que integram o mesmo grupo econômico, de fato e ser aplicadas as sanções previstas no art. 6º , sem prejuízo daque-
de direito, desde que firmem o acordo em conjunto, respeitadas as las previstas neste Capítulo, desde que constatada a omissão das
condições nele estabelecidas. autoridades competentes para promover a responsabilização ad-
§ 6º A proposta de acordo de leniência somente se tornará pú- ministrativa.
blica após a efetivação do respectivo acordo, salvo no interesse das Art. 21. Nas ações de responsabilização judicial, será adotado o
investigações e do processo administrativo. rito previsto na Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985.
§ 7º Não importará em reconhecimento da prática do ato ilícito Parágrafo único. A condenação torna certa a obrigação de re-
investigado a proposta de acordo de leniência rejeitada. parar, integralmente, o dano causado pelo ilícito, cujo valor será
§ 8º Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a apurado em posterior liquidação, se não constar expressamente da
pessoa jurídica ficará impedida de celebrar novo acordo pelo prazo sentença.
de 3 (três) anos contados do conhecimento pela administração pú-
blica do referido descumprimento. CAPÍTULO VII
§ 9º A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo DISPOSIÇÕES FINAIS
prescricional dos atos ilícitos previstos nesta Lei.
§ 10. A Controladoria-Geral da União - CGU é o órgão compe- Art. 22. Fica criado no âmbito do Poder Executivo federal o Ca-
tente para celebrar os acordos de leniência no âmbito do Poder dastro Nacional de Empresas Punidas - CNEP, que reunirá e dará
Executivo federal, bem como no caso de atos lesivos praticados publicidade às sanções aplicadas pelos órgãos ou entidades dos
contra a administração pública estrangeira. Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esferas de
Art. 17. A administração pública poderá também celebrar acor- governo com base nesta Lei.
do de leniência com a pessoa jurídica responsável pela prática de § 1º Os órgãos e entidades referidos no caput deverão infor-
ilícitos previstos na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, com vistas mar e manter atualizados, no Cnep, os dados relativos às sanções
à isenção ou atenuação das sanções administrativas estabelecidas por eles aplicadas.
em seus arts. 86 a 88. § 2º O Cnep conterá, entre outras, as seguintes informações
acerca das sanções aplicadas:
CAPÍTULO VI I - razão social e número de inscrição da pessoa jurídica ou en-
DA RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL tidade no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ;
II - tipo de sanção; e
Art. 18. Na esfera administrativa, a responsabilidade da pessoa III - data de aplicação e data final da vigência do efeito limita-
jurídica não afasta a possibilidade de sua responsabilização na es- dor ou impeditivo da sanção, quando for o caso.
fera judicial. § 3º As autoridades competentes, para celebrarem acordos
Art. 19. Em razão da prática de atos previstos no art. 5º des- de leniência previstos nesta Lei, também deverão prestar e man-
ta Lei, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por ter atualizadas no Cnep, após a efetivação do respectivo acordo, as
meio das respectivas Advocacias Públicas ou órgãos de representa- informações acerca do acordo de leniência celebrado, salvo se esse
ção judicial, ou equivalentes, e o Ministério Público, poderão ajui- procedimento vier a causar prejuízo às investigações e ao processo
zar ação com vistas à aplicação das seguintes sanções às pessoas administrativo.
jurídicas infratoras: § 4º Caso a pessoa jurídica não cumpra os termos do acordo
I - perdimento dos bens, direitos ou valores que representem de leniência, além das informações previstas no § 3º , deverá ser
vantagem ou proveito direta ou indiretamente obtidos da infração, incluída no Cnep referência ao respectivo descumprimento.
ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé; § 5º Os registros das sanções e acordos de leniência serão ex-
II - suspensão ou interdição parcial de suas atividades; cluídos depois de decorrido o prazo previamente estabelecido no
III - dissolução compulsória da pessoa jurídica; ato sancionador ou do cumprimento integral do acordo de leniên-
IV - proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, cia e da reparação do eventual dano causado, mediante solicitação
doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de ins- do órgão ou entidade sancionadora.
tituições financeiras públicas ou controladas pelo poder público, Art. 23. Os órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Legisla-
pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos. tivo e Judiciário de todas as esferas de governo deverão informar e
§ 1º A dissolução compulsória da pessoa jurídica será determi- manter atualizados, para fins de publicidade, no Cadastro Nacional
nada quando comprovado: de Empresas Inidôneas e Suspensas - CEIS, de caráter público, ins-
I - ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual tituído no âmbito do Poder Executivo federal, os dados relativos às
para facilitar ou promover a prática de atos ilícitos; ou sanções por eles aplicadas, nos termos do disposto nos arts. 87 e 88
II - ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993.
ilícitos ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados. Art. 24. A multa e o perdimento de bens, direitos ou valores
§ 2º (VETADO). aplicados com fundamento nesta Lei serão destinados preferencial-
mente aos órgãos ou entidades públicas lesadas.

233
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 25. Prescrevem em 5 (cinco) anos as infrações previstas II - no todo ou em parte no território nacional ou que nele pro-
nesta Lei, contados da data da ciência da infração ou, no caso de duzam ou possam produzir efeitos; ou
infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado. III - no exterior, quando praticados contra a administração pú-
Parágrafo único. Na esfera administrativa ou judicial, a pres- blica nacional.
crição será interrompida com a instauração de processo que tenha § 2º São passíveis de responsabilização nos termos do disposto
por objeto a apuração da infração. na Lei nº 12.846, de 2013, as pessoas jurídicas que tenham sede,
Art. 26. A pessoa jurídica será representada no processo admi- filial ou representação no território brasileiro, constituídas de fato
nistrativo na forma do seu estatuto ou contrato social. ou de direito.
§ 1º As sociedades sem personalidade jurídica serão represen- Art. 2º A apuração da responsabilidade administrativa de pes-
tadas pela pessoa a quem couber a administração de seus bens. soa jurídica, decorrente do exercício do poder sancionador da ad-
§ 2º A pessoa jurídica estrangeira será representada pelo ge- ministração pública, será efetuada por meio de Processo Adminis-
rente, representante ou administrador de sua filial, agência ou su- trativo de Responsabilização - PAR ou de acordo de leniência.
cursal aberta ou instalada no Brasil.
Art. 27. A autoridade competente que, tendo conhecimento CAPÍTULO II
das infrações previstas nesta Lei, não adotar providências para a DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
apuração dos fatos será responsabilizada penal, civil e administrati-
vamente nos termos da legislação específica aplicável. SEÇÃO I
Art. 28. Esta Lei aplica-se aos atos lesivos praticados por pessoa DA INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR
jurídica brasileira contra a administração pública estrangeira, ainda
que cometidos no exterior. Art. 3º O titular da corregedoria da entidade ou da unidade
Art. 29. O disposto nesta Lei não exclui as competências do competente, ao tomar ciência da possível ocorrência de ato lesivo à
Conselho Administrativo de Defesa Econômica, do Ministério da administração pública federal, em sede de juízo de admissibilidade
Justiça e do Ministério da Fazenda para processar e julgar fato que e mediante despacho fundamentado, decidirá:
constitua infração à ordem econômica. I - pela abertura de investigação preliminar;
Art. 30. A aplicação das sanções previstas nesta Lei não afeta II - pela recomendação de instauração de PAR; ou
os processos de responsabilização e aplicação de penalidades de- III - pela recomendação de arquivamento da matéria.
correntes de: § 1º A investigação de que trata o inciso I do caput terá cará-
I - ato de improbidade administrativa nos termos da Lei nº ter sigiloso e não punitivo e será destinada à apuração de indícios
8.429, de 2 de junho de 1992 ; e de autoria e materialidade de atos lesivos à administração pública
II - atos ilícitos alcançados pela Lei nº 8.666, de 21 de junho de federal.
1993, ou outras normas de licitações e contratos da administração § 2º A investigação preliminar será conduzida diretamente
pública, inclusive no tocante ao Regime Diferenciado de Contrata- pela corregedoria da entidade ou unidade competente, na forma
ções Públicas - RDC instituído pela Lei nº 12.462, de 4 de agosto de estabelecida em regulamento, ou por comissão composta por dois
2011. ou mais membros, designados entre servidores efetivos ou empre-
Art. 31. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após gados públicos.
a data de sua publicação. § 3º Na investigação preliminar, serão praticados os atos ne-
cessários à elucidação dos fatos sob apuração, compreendidas to-
das as diligências admitidas em lei, notadamente:
DECRETO Nº 11.129, DE 11/07/2022
I - proposição à autoridade instauradora da suspensão cautelar
dos efeitos do ato ou do processo objeto da investigação;
DECRETO Nº 11.129, DE 11 DE JULHO DE 2022 II - solicitação de atuação de especialistas com conhecimentos
técnicos ou operacionais, de órgãos e entidades públicos ou de ou-
Regulamenta a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, que tras organizações, para auxiliar na análise da matéria sob exame;
dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas III - solicitação de informações bancárias sobre movimentação
jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, na- de recursos públicos, ainda que sigilosas, nesta hipótese, em sede
cional ou estrangeira. de compartilhamento do sigilo com órgãos de controle;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe IV - requisição, por meio da autoridade competente, do com-
confere o art. 84, caput, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista partilhamento de informações tributárias da pessoa jurídica inves-
o disposto na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, tigada, conforme previsto no inciso II do § 1º do art. 198 da Lei nº
DECRETA: 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional;
V - solicitação, ao órgão de representação judicial ou equiva-
CAPÍTULO I lente dos órgãos ou das entidades lesadas, das medidas judiciais
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES necessárias para a investigação e para o processamento dos atos
lesivos, inclusive de busca e apreensão, no Brasil ou no exterior; ou
Art. 1º Este Decreto regulamenta a responsabilização objetiva VI - solicitação de documentos ou informações a pessoas físicas
administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra ou jurídicas, de direito público ou privado, nacionais ou estrangei-
a administração pública, nacional ou estrangeira, de que trata a Lei ras, ou a organizações públicas internacionais.
nº 12.846, de 1º de agosto de 2013. § 4º O prazo para a conclusão da investigação preliminar não
§ 1º A Lei nº 12.846, de 2013, aplica-se aos atos lesivos prati- excederá cento e oitenta dias, admitida a prorrogação, mediante
cados: ato da autoridade a que se refere o caput.
I - por pessoa jurídica brasileira contra administração pública
estrangeira, ainda que cometidos no exterior;

234
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 5º Ao final da investigação preliminar, serão enviadas à auto- § 4º Caso a pessoa jurídica processada não apresente sua de-
ridade competente as peças de informação obtidas, acompanhadas fesa escrita no prazo estabelecido no caput, contra ela correrão os
de relatório conclusivo acerca da existência de indícios de autoria e demais prazos, independentemente de notificação ou intimação,
materialidade de atos lesivos à administração pública federal, para podendo intervir em qualquer fase do processo, sem direito à repe-
decisão sobre a instauração do PAR. tição de qualquer ato processual já praticado.
Art. 7º As intimações serão feitas por qualquer meio físico ou
SEÇÃO II eletrônico que assegure a certeza de ciência da pessoa jurídica pro-
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE RESPONSABILIZA- cessada.
ÇÃO § 1º Os prazos começam a correr a partir da data da cientifica-
ção oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo-
Art. 4º A competência para a instauração e para o julgamento -se o dia do vencimento, observado o disposto no Capítulo XVI da
do PAR é da autoridade máxima da entidade em face da qual foi Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
praticado o ato lesivo ou, em caso de órgão da administração públi- § 2º Na hipótese prevista no § 4º do art. 6º, dispensam-se as
ca federal direta, do respectivo Ministro de Estado. demais intimações processuais, até que a pessoa jurídica interessa-
Parágrafo único. A competência de que trata o caput será exer- da se manifeste nos autos.
cida de ofício ou mediante provocação e poderá ser delegada, ve- § 3º A pessoa jurídica estrangeira poderá ser notificada e in-
dada a subdelegação. timada de todos os atos processuais, independentemente de pro-
Art. 5º No ato de instauração do PAR, a autoridade designará curação ou de disposição contratual ou estatutária, na pessoa do
comissão, composta por dois ou mais servidores estáveis. gerente, representante ou administrador de sua filial, agência, su-
§ 1º Em entidades da administração pública federal cujos qua- cursal, estabelecimento ou escritório instalado no Brasil.
dros funcionais não sejam formados por servidores estatutários, a Art. 8º Recebida a defesa escrita, a comissão avaliará a perti-
comissão a que se refere o caput será composta por dois ou mais nência de produzir as provas eventualmente requeridas pela pes-
empregados permanentes, preferencialmente com, no mínimo, soa jurídica processada, podendo indeferir de forma motivada os
três anos de tempo de serviço na entidade. pedidos de produção de provas que sejam ilícitas, impertinentes,
§ 2º A comissão a que se refere o caput exercerá suas ativida- desnecessárias, protelatórias ou intempestivas.
des com imparcialidade e observará a legislação, os regulamentos e § 1º Caso sejam produzidas provas após a nota de indiciação,
as orientações técnicas vigentes. a comissão poderá:
§ 3º Será assegurado o sigilo do PAR, sempre que necessário I - intimar a pessoa jurídica para se manifestar, no prazo de dez
à elucidação do fato ou quando exigido pelo interesse da adminis- dias, sobre as novas provas juntadas aos autos, caso tais provas não
tração pública, garantido à pessoa jurídica processada o direito à justifiquem a alteração da nota de indiciação; ou
ampla defesa e ao contraditório. II - lavrar nova indiciação ou indiciação complementar, caso as
§ 4º O prazo para a conclusão dos trabalhos da comissão de novas provas juntadas aos autos justifiquem alterações na nota de
PAR não excederá cento e oitenta dias, admitida a prorrogação, me- indiciação inicial, devendo ser observado o disposto no caput do
diante solicitação justificada do presidente da comissão à autorida- art. 6º.
de instauradora, que decidirá de maneira fundamentada. § 2º Caso a pessoa jurídica apresente em sua defesa informa-
Art. 6º Instaurado o PAR, a comissão avaliará os fatos e as cir- ções e documentos referentes à existência e ao funcionamento de
cunstâncias conhecidas e indiciará e intimará a pessoa jurídica pro- programa de integridade, a comissão processante deverá examiná-
cessada para, no prazo de trinta dias, apresentar defesa escrita e -lo segundo os parâmetros indicados no Capítulo V, para a dosime-
especificar eventuais provas que pretenda produzir. tria das sanções a serem aplicadas.
§ 1º A intimação prevista no caput: Art. 9º A pessoa jurídica poderá acompanhar o PAR por meio
I - facultará expressamente à pessoa jurídica a possibilidade de de seus representantes legais ou procuradores, sendo-lhes assegu-
apresentar informações e provas que subsidiem a análise da comis- rado amplo acesso aos autos.
são de PAR no que se refere aos elementos que atenuam o valor da
multa, previstos no art. 23; e Parágrafo único. É vedada a retirada de autos físicos da repar-
II - solicitará a apresentação de informações e documentos, tição pública, sendo autorizada a obtenção de cópias, preferencial-
nos termos estabelecidos pela Controladoria-Geral da União, que mente em meio digital, mediante requerimento.
permitam a análise do programa de integridade da pessoa jurídica. Art. 10. A comissão, para o devido e regular exercício de suas
§ 2º O ato de indiciação conterá, no mínimo: funções, poderá praticar os atos necessários à elucidação dos fatos
I - a descrição clara e objetiva do ato lesivo imputado à pessoa sob apuração, compreendidos todos os meios probatórios admiti-
jurídica, com a descrição das circunstâncias relevantes; dos em lei, inclusive os previstos no § 3º do art. 3º.
II - o apontamento das provas que sustentam o entendimento Art. 11. Concluídos os trabalhos de apuração e análise, a co-
da comissão pela ocorrência do ato lesivo imputado; e missão elaborará relatório a respeito dos fatos apurados e da even-
III - o enquadramento legal do ato lesivo imputado à pessoa tual responsabilidade administrativa da pessoa jurídica, no qual su-
jurídica processada. gerirá, de forma motivada:
§ 3º Caso a intimação prevista no caput não tenha êxito, será I - as sanções a serem aplicadas, com a respectiva indicação da
feita nova intimação por meio de edital publicado na imprensa ofi- dosimetria, ou o arquivamento do processo;
cial e no sítio eletrônico do órgão ou da entidade pública respon- II - o encaminhamento do relatório final à autoridade compe-
sável pela condução do PAR, hipótese em que o prazo para apre- tente para instrução de processo administrativo específico para
sentação de defesa escrita será contado a partir da última data de reparação de danos, quando houver indícios de que do ato lesivo
publicação do edital. tenha resultado dano ao erário;

235
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
III - o encaminhamento do relatório final à Advocacia-Geral da II - exclusiva para avocar os processos instaurados para exame
União, para ajuizamento da ação de que trata o art. 19 da Lei nº de sua regularidade ou para lhes corrigir o andamento, inclusive
12.846, de 2013, com sugestão, de acordo com o caso concreto, promovendo a aplicação da penalidade administrativa cabível.
da aplicação das sanções previstas naquele artigo, como retribuição § 1º A Controladoria-Geral da União poderá exercer, a qual-
complementar às do PAR ou para a prevenção de novos ilícitos; quer tempo, a competência prevista no caput, se presentes quais-
IV - o encaminhamento do processo ao Ministério Público, nos quer das seguintes circunstâncias:
termos do disposto no art. 15 da Lei nº 12.846, de 2013; e I - caracterização de omissão da autoridade originariamente
V - as condições necessárias para a concessão da reabilitação, competente;
quando cabível. II - inexistência de condições objetivas para sua realização no
Art. 12. Concluído o relatório final, a comissão lavrará ata de órgão ou na entidade de origem;
encerramento dos seus trabalhos, que formalizará sua desconsti- III - complexidade, repercussão e relevância da matéria;
tuição, e encaminhará o PAR à autoridade instauradora, que deter- IV - valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o
minará a intimação da pessoa jurídica processada do relatório final órgão ou com a entidade atingida; ou
para, querendo, manifestar-se no prazo máximo de dez dias. V - apuração que envolva atos e fatos relacionados com mais de
Parágrafo único. Transcorrido o prazo previsto no caput, a au- um órgão ou entidade da administração pública federal.
toridade instauradora determinará à corregedoria da entidade ou à § 2º Ficam os órgãos e as entidades da administração pública
unidade competente que analise a regularidade e o mérito do PAR. obrigados a encaminhar à Controladoria-Geral da União todos os
Art. 13. Após a análise de regularidade e mérito, o PAR será documentos e informações que lhes forem solicitados, incluídos os
encaminhado à autoridade competente para julgamento, o qual autos originais dos processos que eventualmente estejam em cur-
será precedido de manifestação jurídica, elaborada pelo órgão de so.
assistência jurídica competente. Art. 18. Compete à Controladoria-Geral da União instaurar,
Parágrafo único. Na hipótese de decisão contrária ao relatório apurar e julgar PAR pela prática de atos lesivos a administração pú-
da comissão, esta deverá ser fundamentada com base nas provas blica estrangeira, o qual seguirá, no que couber, o rito procedimen-
produzidas no PAR. tal previsto neste Capítulo.
Art. 14. A decisão administrativa proferida pela autoridade jul- Parágrafo único. Os órgãos e as entidades da administração
gadora ao final do PAR será publicada no Diário Oficial da União e no pública federal direta e indireta deverão comunicar à Controlado-
sítio eletrônico do órgão ou da entidade pública responsável pelo ria-Geral da União os indícios da ocorrência de atos lesivos a ad-
julgamento do PAR. ministração pública estrangeira, identificados no exercício de suas
Art. 15. Da decisão administrativa sancionadora cabe pedido atribuições, juntando à comunicação os documentos já disponíveis
de reconsideração com efeito suspensivo, no prazo de dez dias, con- e necessários à apuração ou à comprovação dos fatos, sem prejuízo
tado da data de publicação da decisão. do envio de documentação complementar, na hipótese de novas
§ 1º A pessoa jurídica contra a qual foram impostas sanções no provas ou informações relevantes, sob pena de responsabilização. 
PAR e que não apresentar pedido de reconsideração deverá cumpri-
-las no prazo de trinta dias, contado do fim do prazo para interposi- CAPÍTULO III
ção do pedido de reconsideração. DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DOS ENCAMINHA-
§ 2º A autoridade julgadora terá o prazo de trinta dias para MENTOS JUDICIAIS
decidir sobre a matéria alegada no pedido de reconsideração e pu-
blicar nova decisão. SEÇÃO I
§ 3º Mantida a decisão administrativa sancionadora, será con- DISPOSIÇÕES GERAIS
cedido à pessoa jurídica novo prazo de trinta dias para o cumpri-
mento das sanções que lhe foram impostas, contado da data de Art. 19. As pessoas jurídicas estão sujeitas às seguintes san-
publicação da nova decisão. ções administrativas, nos termos do disposto no art. 6º da Lei nº
Art. 16. Os atos previstos como infrações administrativas à Lei 12.846, de 2013:
nº 14.133, de 1º de abril de 2021, ou a outras normas de licitações I - multa; e
e contratos da administração pública que também sejam tipifica- II - publicação extraordinária da decisão administrativa sancio-
dos como atos lesivos na Lei nº 12.846, de 2013, serão apurados nadora.
e julgados conjuntamente, nos mesmos autos, aplicando-se o rito Parágrafo único. Caso os atos lesivos apurados envolvam infra-
procedimental previsto neste Capítulo. ções administrativas à Lei nº 14.133, de 2021, ou a outras normas
§ 1º Concluída a apuração de que trata o caput e havendo au- de licitações e contratos da administração pública e tenha ocorrido
toridades distintas competentes para o julgamento, o processo será a apuração conjunta prevista no art. 16, a pessoa jurídica também
encaminhado primeiramente àquela de nível mais elevado, para estará sujeita a sanções administrativas que tenham como efeito a
que julgue no âmbito de sua competência, tendo precedência o jul- restrição ao direito de participar em licitações ou de celebrar con-
gamento pelo Ministro de Estado competente. tratos com a administração pública, a serem aplicadas no PAR.
§ 2º Para fins do disposto no caput, o chefe da unidade res-
ponsável no órgão ou na entidade pela gestão de licitações e con- SEÇÃO II
tratos deve comunicar à autoridade a que se refere o caput do art. DA MULTA
3º eventuais fatos que configurem atos lesivos previstos no art. 5º
da Lei nº 12.846, de 2013. Art. 20. A multa prevista no inciso I do caput do art. 6º da Lei
Art. 17. A Controladoria-Geral da União possui, no âmbito do nº 12.846, de 2013, terá como base de cálculo o faturamento bruto
Poder Executivo federal, competência: da pessoa jurídica no último exercício anterior ao da instauração do
I - concorrente para instaurar e julgar PAR; e PAR, excluídos os tributos.

236
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 1º Os valores que constituirão a base de cálculo de que trata d) quatro por cento, no caso de o somatório dos instrumentos
o caput poderão ser apurados, entre outras formas, por meio de: totalizar valor superior a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de
I - compartilhamento de informações tributárias, na forma do reais); ou
disposto no inciso II do § 1º do art. 198 da Lei nº 5.172, de 1966 - e) cinco por cento, no caso de o somatório dos instrumentos
Código Tributário Nacional; totalizar valor superior a R$ 250.000.000,00 (duzentos e cinquenta
II - registros contábeis produzidos ou publicados pela pessoa milhões de reais).
jurídica acusada, no Brasil ou no exterior; Parágrafo único. No caso de acordo de leniência, o prazo cons-
III - estimativa, levando em consideração quaisquer informa- tante do inciso V do caput será contado a partir da data de celebra-
ções sobre a sua situação econômica ou o estado de seus negócios, ção até cinco anos após a declaração de seu cumprimento.
tais como patrimônio, capital social, número de empregados, con- Art. 23. Do resultado da soma dos fatores previstos no art. 22
tratos, entre outras; e serão subtraídos os valores correspondentes aos seguintes percen-
IV - identificação do montante total de recursos recebidos pela tuais da base de cálculo:
pessoa jurídica sem fins lucrativos no ano anterior ao da instaura- I - até meio por cento no caso de não consumação da infração;
ção do PAR, excluídos os tributos incidentes sobre vendas. II - até um por cento no caso de:
§ 2º Os fatores previstos nos art. 22 e art. 23 deste Decreto se- a) comprovação da devolução espontânea pela pessoa jurídica
rão avaliados em conjunto para os atos lesivos apurados no mesmo da vantagem auferida e do ressarcimento dos danos resultantes do
PAR, devendo-se considerar, para o cálculo da multa, a consolidação ato lesivo; ou
dos faturamentos brutos de todas as pessoas jurídicas pertencentes b) inexistência ou falta de comprovação de vantagem auferida
de fato ou de direito ao mesmo grupo econômico que tenham pra- e de danos resultantes do ato lesivo;
ticado os ilícitos previstos no art. 5º da Lei nº 12.846, de 2013, ou III - até um e meio por cento para o grau de colaboração da
concorrido para a sua prática. pessoa jurídica com a investigação ou a apuração do ato lesivo, in-
Art. 21. Caso a pessoa jurídica comprovadamente não tenha dependentemente do acordo de leniência;
tido faturamento no último exercício anterior ao da instauração do IV - até dois por cento no caso de admissão voluntária pela pes-
PAR, deve-se considerar como base de cálculo da multa o valor do soa jurídica da responsabilidade objetiva pelo ato lesivo; e
último faturamento bruto apurado pela pessoa jurídica, excluídos V - até cinco por cento no caso de comprovação de a pessoa
os tributos incidentes sobre vendas, que terá seu valor atualizado jurídica possuir e aplicar um programa de integridade, conforme os
até o último dia do exercício anterior ao da instauração do PAR. parâmetros estabelecidos no Capítulo V.
Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput, o valor da mul- Parágrafo único. Somente poderão ser atribuídos os percentu-
ta será estipulado observando-se o intervalo de R$ 6.000,00 (seis ais máximos, quando observadas as seguintes condições:
mil reais) a R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais) e o limite I - na hipótese prevista na alínea “a” do inciso II do caput, quan-
mínimo da vantagem auferida, quando for possível sua estimação. do ocorrer a devolução integral dos valores ali referidos;
Art. 22. O cálculo da multa se inicia com a soma dos valores II - na hipótese prevista no inciso IV do caput, quando a admis-
correspondentes aos seguintes percentuais da base de cálculo: são ocorrer antes da instauração do PAR; e
I - até quatro por cento, havendo concurso dos atos lesivos; III - na hipótese prevista no inciso V do caput, quando o plano
II - até três por cento para tolerância ou ciência de pessoas do de integridade for anterior à prática do ato lesivo.
corpo diretivo ou gerencial da pessoa jurídica; Art. 24. A existência e quantificação dos fatores previstos nos
III - até quatro por cento no caso de interrupção no forneci- art. 22 e art. 23 deverá ser apurada no PAR e evidenciada no relató-
mento de serviço público, na execução de obra contratada ou na rio final da comissão, o qual também conterá a estimativa, sempre
entrega de bens ou serviços essenciais à prestação de serviços pú- que possível, dos valores da vantagem auferida e da pretendida.
blicos ou no caso de descumprimento de requisitos regulatórios; Art. 25. Em qualquer hipótese, o valor final da multa terá como
IV - um por cento para a situação econômica do infrator que limite:
apresente índices de solvência geral e de liquidez geral superiores I - mínimo, o maior valor entre o da vantagem auferida, quando
a um e lucro líquido no último exercício anterior ao da instauração for possível sua estimativa, e:
do PAR; a) um décimo por cento da base de cálculo; ou
V - três por cento no caso de reincidência, assim definida a b) R$ 6.000,00 (seis mil reais), na hipótese prevista no art. 21; e
ocorrência de nova infração, idêntica ou não à anterior, tipificada II - máximo, o menor valor entre:
como ato lesivo pelo art. 5º da Lei nº 12.846, de 2013, em menos a) três vezes o valor da vantagem pretendida ou auferida, o que
de cinco anos, contados da publicação do julgamento da infração for maior entre os dois valores;
anterior; e b) vinte por cento do faturamento bruto do último exercício
VI - no caso de contratos, convênios, acordos, ajustes e outros anterior ao da instauração do PAR, excluídos os tributos incidentes
instrumentos congêneres mantidos ou pretendidos com o órgão ou sobre vendas; ou
com as entidades lesadas, nos anos da prática do ato lesivo, serão c) R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais), na hipótese
considerados os seguintes percentuais: prevista no art. 21, desde que não seja possível estimar o valor da
a) um por cento, no caso de o somatório dos instrumentos to- vantagem auferida.
talizar valor superior a R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais); § 1º O limite máximo não será observado, caso o valor resul-
b) dois por cento, no caso de o somatório dos instrumentos tante do cálculo desse parâmetro seja inferior ao resultado calcula-
totalizar valor superior a R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos do para o limite mínimo.
mil reais); § 2º Na ausência de todos os fatores previstos nos art. 22 e art.
c) três por cento, no caso de o somatório dos instrumentos to- 23 ou quando o resultado das operações de soma e subtração for
talizar valor superior a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais); igual ou menor que zero, o valor da multa corresponderá ao limite
mínimo estabelecido no caput.

237
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 26. O valor da vantagem auferida ou pretendida corres- § 1º Feito o recolhimento, a pessoa jurídica sancionada apre-
ponde ao equivalente monetário do produto do ilícito, assim enten- sentará ao órgão ou à entidade que aplicou a sanção documento
dido como os ganhos ou os proveitos obtidos ou pretendidos pela que ateste o pagamento integral do valor da multa imposta.
pessoa jurídica em decorrência direta ou indireta da prática do ato § 2º Decorrido o prazo previsto no caput sem que a multa te-
lesivo. nha sido recolhida ou não tendo ocorrido a comprovação de seu pa-
§ 1º O valor da vantagem auferida ou pretendida poderá ser gamento integral, o órgão ou a entidade que a aplicou encaminhará
estimado mediante a aplicação, conforme o caso, das seguintes me- o débito para inscrição em Dívida Ativa da União ou das autarquias
todologias: e fundações públicas federais.
I - pelo valor total da receita auferida em contrato administrati- § 3º Caso a entidade que aplicou a multa não possua Dívida
vo e seus aditivos, deduzidos os custos lícitos que a pessoa jurídica Ativa, o valor será cobrado independentemente de prévia inscrição.
comprove serem efetivamente atribuíveis ao objeto contratado, na § 4º A multa aplicada pela Controladoria-Geral da União em
hipótese de atos lesivos praticados para fins de obtenção e execu- acordos de leniência ou nas hipóteses previstas nos art.17 e art. 18
ção dos respectivos contratos; será destinada à União e recolhida à conta única do Tesouro Nacio-
II - pelo valor total de despesas ou custos evitados, inclusive nal.
os de natureza tributária ou regulatória, e que seriam imputáveis à § 5º Os acordos de leniência poderão pactuar prazo distinto do
pessoa jurídica caso não houvesse sido praticado o ato lesivo pela previsto no caput para recolhimento da multa aplicada ou de qual-
pessoa jurídica infratora; ou quer outra obrigação financeira imputada à pessoa jurídica.
III - pelo valor do lucro adicional auferido pela pessoa jurídica
decorrente de ação ou omissão na prática de ato do Poder Público SEÇÃO V
que não ocorreria sem a prática do ato lesivo pela pessoa jurídica DOS ENCAMINHAMENTOS JUDICIAIS
infratora.
§ 2º Os valores correspondentes às vantagens indevidas pro- Art. 30. As medidas judiciais, no Brasil ou no exterior, como a
metidas ou pagas a agente público ou a terceiros a ele relacionados cobrança da multa administrativa aplicada no PAR, a promoção da
não poderão ser deduzidos do cálculo estimativo de que trata o § publicação extraordinária, a persecução das sanções previstas no
1º. caput do art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013 , a reparação integral dos
Art. 27. Com a assinatura do acordo de leniência, a multa apli- danos e prejuízos, além de eventual atuação judicial para a finali-
cável será reduzida conforme a fração nele pactuada, observado o dade de instrução ou garantia do processo judicial ou preservação
limite previsto no § 2º do art. 16 da Lei nº 12.846, de 2013. do acordo de leniência, serão solicitadas ao órgão de representação
§ 1º O valor da multa prevista no caput poderá ser inferior ao judicial ou equivalente dos órgãos ou das entidades lesadas.
limite mínimo previsto no art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013. Art. 31. No âmbito da administração pública federal direta, in-
§ 2º No caso de a autoridade signatária declarar o descumpri- clusive nas hipóteses de que tratam os art. 17 e art. 18, a atuação
mento do acordo de leniência por falta imputável à pessoa jurídica judicial será exercida pela Procuradoria-Geral da União, observadas
colaboradora, o valor integral encontrado antes da redução de que as atribuições da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para ins-
trata o caput será cobrado na forma do disposto na Seção IV, des- crição e cobrança de créditos da União inscritos em Dívida Ativa.
contando-se as frações da multa eventualmente já pagas. Parágrafo único. No âmbito das autarquias e das fundações
públicas federais, a atuação judicial será exercida pela Procurado-
SEÇÃO III ria-Geral Federal, inclusive no que se refere à cobrança da multa
DA PUBLICAÇÃO EXTRAORDINÁRIA DA DECISÃO ADMI- administrativa aplicada no PAR, respeitadas as competências da
NISTRATIVA SANCIONADORA Procuradoria-Geral do Banco Central.

Art. 28. A pessoa jurídica sancionada administrativamente pela CAPÍTULO IV


prática de atos lesivos contra a administração pública, nos termos DO ACORDO DE LENIÊNCIA
da Lei nº 12.846, de 2013, publicará a decisão administrativa san-
cionadora na forma de extrato de sentença, cumulativamente: Art. 32. O acordo de leniência é ato administrativo negocial
I - em meio de comunicação de grande circulação, física ou ele- decorrente do exercício do poder sancionador do Estado, que visa
trônica, na área da prática da infração e de atuação da pessoa jurídi- à responsabilização de pessoas jurídicas pela prática de atos lesivos
ca ou, na sua falta, em publicação de circulação nacional; contra a administração pública nacional ou estrangeira.
II - em edital afixado no próprio estabelecimento ou no local Parágrafo único. O acordo de leniência buscará, nos termos
de exercício da atividade, em localidade que permita a visibilidade da lei:
pelo público, pelo prazo mínimo de trinta dias; e I - o incremento da capacidade investigativa da administração
III - em seu sítio eletrônico, pelo prazo mínimo de trinta dias e pública;
em destaque na página principal do referido sítio. II - a potencialização da capacidade estatal de recuperação de
Parágrafo único. A publicação a que se refere o caput será feita ativos; e
a expensas da pessoa jurídica sancionada. III - o fomento da cultura de integridade no setor privado.
Art. 33. O acordo de leniência será celebrado com as pessoas
SEÇÃO IV jurídicas responsáveis pela prática dos atos lesivos previstos na Lei
DA COBRANÇA DA MULTA APLICADA nº 12.846, de 2013, e dos ilícitos administrativos previstos na Lei nº
14.133, de 2021, e em outras normas de licitações e contratos, com
Art. 29. A multa aplicada será integralmente recolhida pela vistas à isenção ou à atenuação das respectivas sanções, desde que
pessoa jurídica sancionada no prazo de trinta dias, observado o dis- colaborem efetivamente com as investigações e o PAR, devendo re-
posto no art. 15. sultar dessa colaboração:

238
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
I - a identificação dos demais envolvidos nos ilícitos, quando Art. 38. A proposta de celebração de acordo de leniência deve-
couber; e rá ser feita de forma escrita, oportunidade em que a pessoa jurídica
II - a obtenção célere de informações e documentos que com- proponente declarará expressamente que foi orientada a respeito
provem a infração sob apuração. de seus direitos, garantias e deveres legais e de que o não atendi-
Art. 34. Compete à Controladoria-Geral da União celebrar mento às determinações e às solicitações durante a etapa de nego-
acordos de leniência no âmbito do Poder Executivo federal e nos ciação importará a desistência da proposta.
casos de atos lesivos contra a administração pública estrangeira. § 1º A proposta deverá ser apresentada pelos representantes
Art. 35. Ato conjunto do Ministro de Estado da Controladoria- da pessoa jurídica, na forma de seu estatuto ou contrato social, ou
-Geral da União e do Advogado-Geral da União: por meio de procurador com poderes específicos para tal ato, ob-
I - disciplinará a participação de membros da Advocacia-Geral servado o disposto no art. 26 da Lei nº 12.846, de 2013.
da União nos processos de negociação e de acompanhamento do § 2º A proposta poderá ser feita até a conclusão do relatório a
cumprimento dos acordos de leniência; e ser elaborado no PAR.
II - disporá sobre a celebração de acordos de leniência pelo Mi- § 3º A proposta apresentada receberá tratamento sigiloso e o
nistro de Estado da Controladoria-Geral da União conjuntamente acesso ao seu conteúdo será restrito no âmbito da Controladoria-
com o Advogado-Geral da União. -Geral da União.
Parágrafo único. A participação da Advocacia-Geral da União § 4º A proponente poderá divulgar ou compartilhar a existên-
nos acordos de leniência, consideradas as condições neles estabe- cia da proposta ou de seu conteúdo, desde que haja prévia anuên-
lecidas e observados os termos da Lei Complementar nº 73, de 10 cia da Controladoria-Geral da União.
de fevereiro de 1993, e da Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015, § 5º A análise da proposta de acordo de leniência será instru-
poderá ensejar a resolução consensual das penalidades previstas ída em processo administrativo específico, que conterá o registro
no art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013. dos atos praticados na negociação.
Art. 36. A Controladoria-Geral da União poderá aceitar delega- Art. 39. A proposta de celebração de acordo de leniência será
ção para negociar, celebrar e monitorar o cumprimento de acordos submetida à análise de juízo de admissibilidade, para verificação da
de leniência relativos a atos lesivos contra outros Poderes e entes existência dos elementos mínimos que justifiquem o início da ne-
federativos. gociação.
Art. 37. A pessoa jurídica que pretenda celebrar acordo de le- § 1º Admitida a proposta, será firmado memorando de enten-
niência deverá: dimentos com a pessoa jurídica proponente, definindo os parâme-
I - ser a primeira a manifestar interesse em cooperar para a tros da negociação do acordo de leniência.
apuração de ato lesivo específico, quando tal circunstância for re- § 2º O memorando de entendimentos poderá ser resilido a
levante; qualquer momento, a pedido da pessoa jurídica proponente ou a
II - ter cessado completamente seu envolvimento no ato lesivo critério da administração pública federal.
a partir da data da propositura do acordo; § 3º A assinatura do memorando de entendimentos:
III - admitir sua responsabilidade objetiva quanto aos atos le- I - interrompe a prescrição; e
sivos; II - suspende a prescrição pelo prazo da negociação, limitado,
IV - cooperar plena e permanentemente com as investigações e em qualquer hipótese, a trezentos e sessenta dias.
o processo administrativo e comparecer, sob suas expensas e sem- Art. 40. A critério da Controladoria-Geral da União, o PAR ins-
pre que solicitada, aos atos processuais, até o seu encerramento; taurado em face de pessoa jurídica que esteja negociando a cele-
V - fornecer informações, documentos e elementos que com- bração de acordo de leniência poderá ser suspenso.
provem o ato ilícito; Parágrafo único. A suspensão ocorrerá sem prejuízo:
VI - reparar integralmente a parcela incontroversa do dano cau- I - da continuidade de medidas investigativas necessárias para
sado; e o esclarecimento dos fatos; e
VII - perder, em favor do ente lesado ou da União, conforme o II - da adoção de medidas processuais cautelares e assecurató-
caso, os valores correspondentes ao acréscimo patrimonial indevi- rias indispensáveis para se evitar perecimento de direito ou garantir
do ou ao enriquecimento ilícito direta ou indiretamente obtido da a instrução processual.
infração, nos termos e nos montantes definidos na negociação. Art. 41. A Controladoria-Geral da União poderá avocar os autos
§ 1º Os requisitos de que tratam os incisos III e IV do caput se- de processos administrativos em curso em outros órgãos ou enti-
rão avaliados em face da boa-fé da pessoa jurídica proponente em dades da administração pública federal relacionados com os fatos
reportar à administração a descrição e a comprovação da integrali- objeto do acordo em negociação.
dade dos atos ilícitos de que tenha ou venha a ter ciência, desde o Art. 42. A negociação a respeito da proposta do acordo de leni-
momento da propositura do acordo até o seu total cumprimento. ência deverá ser concluída no prazo de cento e oitenta dias, conta-
§ 2º A parcela incontroversa do dano de que trata o inciso VI do da data da assinatura do memorando de entendimentos.
do caput corresponde aos valores dos danos admitidos pela pessoa Parágrafo único. O prazo de que trata o caput poderá ser pror-
jurídica ou àqueles decorrentes de decisão definitiva no âmbito do rogado, caso presentes circunstâncias que o exijam.
devido processo administrativo ou judicial. Art. 43. A desistência da proposta de acordo de leniência ou a
§ 3º Nas hipóteses em que de determinado ato ilícito decor- sua rejeição não importará em reconhecimento da prática do ato
ra, simultaneamente, dano ao ente lesado e acréscimo patrimonial lesivo.
indevido à pessoa jurídica responsável pela prática do ato, e haja § 1º Não se fará divulgação da desistência ou da rejeição da
identidade entre ambos, os valores a eles correspondentes serão: proposta do acordo de leniência, ressalvado o disposto no § 4º do
I - computados uma única vez para fins de quantificação do va- art. 38.
lor a ser adimplido a partir do acordo de leniência; e § 2º Na hipótese prevista no caput, a administração pública
II - classificados como ressarcimento de danos para fins contá- federal não poderá utilizar os documentos recebidos durante o pro-
beis, orçamentários e de sua destinação para o ente lesado. cesso de negociação de acordo de leniência.

239
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 3º O disposto no § 2º não impedirá a apuração dos fatos re- Art. 50. Com a celebração do acordo de leniência, serão con-
lacionados com a proposta de acordo de leniência, quando decorrer cedidos em favor da pessoa jurídica signatária, nos termos previa-
de indícios ou provas autônomas que sejam obtidos ou levados ao mente firmados no acordo, um ou mais dos seguintes efeitos:
conhecimento da autoridade por qualquer outro meio. I - isenção da publicação extraordinária da decisão administra-
Art. 44. O acordo de leniência estipulará as condições para as- tiva sancionadora;
segurar a efetividade da colaboração e o resultado útil do processo II - isenção da proibição de receber incentivos, subsídios, sub-
e conterá as cláusulas e obrigações que, diante das circunstâncias venções, doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicos
do caso concreto, reputem-se necessárias. e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo Poder Pú-
Art. 45. O acordo de leniência conterá, entre outras disposi- blico;
ções, cláusulas que versem sobre: III - redução do valor final da multa aplicável, observado o dis-
I - o compromisso de cumprimento dos requisitos previstos nos posto no art. 27; ou
incisos II a VII do caput do art. 37; IV - isenção ou atenuação das sanções administrativas previs-
II - a perda dos benefícios pactuados, em caso de descumpri- tas no art. 156 da Lei nº 14.133, de 2021, ou em outras normas de
mento do acordo; licitações e contratos.
III - a natureza de título executivo extrajudicial do instrumento § 1º No acordo de leniência poderá ser pactuada a resolução
do acordo, nos termos do disposto no inciso II do caput do art. 784 de ações judiciais que tenham por objeto os fatos que componham
da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 - Código de Processo Civil; o escopo do acordo.
IV - a adoção, a aplicação ou o aperfeiçoamento de programa § 2º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pes-
de integridade, conforme os parâmetros estabelecidos no Capítulo soas jurídicas que integrarem o mesmo grupo econômico, de fato
V, bem como o prazo e as condições de monitoramento; ou de direito, desde que tenham firmado o acordo em conjunto,
V - o pagamento das multas aplicáveis e da parcela a que se respeitadas as condições nele estabelecidas.
refere o inciso VI do caput do art. 37; e Art. 51. O monitoramento das obrigações de adoção, imple-
VI - a possibilidade de utilização da parcela a que se refere o mentação e aperfeiçoamento do programa de integridade de que
inciso VI do caput do art. 37 para compensação com outros valo- trata o inciso IV do caput do art. 45 será realizado, direta ou indire-
res porventura apurados em outros processos sancionatórios ou de tamente, pela Controladoria-Geral da União, podendo ser dispen-
prestação de contas, quando relativos aos mesmos fatos que com- sado, a depender das características do ato lesivo, das medidas de
põem o escopo do acordo. remediação adotadas pela pessoa jurídica e do interesse público.
Art. 46. A Controladoria-Geral da União poderá conduzir e jul- § 1º O monitoramento a que se refere o caput será realizado,
gar os processos administrativos que apurem infrações administra- dentre outras formas, pela análise de relatórios, documentos e in-
tivas previstas na Lei nº 12.846, de 2013, na Lei nº 14.133, de 2021, formações fornecidos pela pessoa jurídica, obtidos de forma inde-
e em outras normas de licitações e contratos, cujos fatos tenham pendente ou por meio de reuniões, entrevistas, testes de sistemas
sido noticiados por meio do acordo de leniência. e de conformidade com as políticas e visitas técnicas.
Art. 47. O percentual de redução do valor da multa aplicável § 2º As informações relativas às etapas do processo de monito-
de que trata o § 2º do art. 16 da Lei nº 12.846, de 2013, levará em ramento serão publicadas em transparência ativa no sítio eletrônico
consideração os seguintes critérios: da Controladoria-Geral da União, respeitados os sigilos legais e o
I - a tempestividade da autodenúncia e o ineditismo dos atos interesse das investigações.
lesivos; Art. 52. Cumprido o acordo de leniência pela pessoa jurídica
II - a efetividade da colaboração da pessoa jurídica; e colaboradora, a autoridade competente declarará:
III - o compromisso de assumir condições relevantes para o I - o cumprimento das obrigações nele constantes;
cumprimento do acordo. II - a isenção das sanções previstas no inciso II do caput do art.
Parágrafo único. Os critérios previstos no caput serão objeto 6º e no inciso IV do caput do art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013, bem
de ato normativo a ser editado pelo Ministro de Estado da Contro- como das demais sanções aplicáveis ao caso;
ladoria-Geral da União. III - o cumprimento da sanção prevista no inciso I do caput do
Art. 48. O acesso aos documentos e às informações comercial- art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013; e
mente sensíveis da pessoa jurídica será mantido restrito durante a IV - o atendimento dos compromissos assumidos de que tra-
negociação e após a celebração do acordo de leniência. tam os incisos II a VII do caput do art. 37 deste Decreto.
§ 1º Até a celebração do acordo de leniência, a identidade da Art. 53. Declarada a rescisão do acordo de leniência pela au-
pessoa jurídica signatária do acordo não será divulgada ao público, toridade competente, decorrente do seu injustificado descumpri-
ressalvado o disposto no § 4º do art. 38. mento:
§ 2º As informações e os documentos obtidos em decorrência I - a pessoa jurídica perderá os benefícios pactuados e ficará
da celebração de acordos de leniência poderão ser compartilhados impedida de celebrar novo acordo pelo prazo de três anos, contado
com outras autoridades, mediante compromisso de sua não utiliza- da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa que
ção para sancionar a própria pessoa jurídica em relação aos mes- julgar rescindido o acordo;
mos fatos objeto do acordo de leniência, ou com concordância da II - haverá o vencimento antecipado das parcelas não pagas e
própria pessoa jurídica. serão executados:
Art. 49. A celebração do acordo de leniência interrompe o pra- a) o valor integral da multa, descontando-se as frações eventu-
zo prescricional da pretensão punitiva em relação aos atos ilícitos almente já pagas; e
objeto do acordo, nos termos do disposto no § 9º do art. 16 da Lei b) os valores integrais referentes aos danos, ao enriquecimento
nº 12.846, de 2013, que permanecerá suspenso até o cumprimento indevido e a outros valores porventura pactuados no acordo, des-
dos compromissos firmados no acordo ou até a sua rescisão, nos contando-se as frações eventualmente já pagas; e
termos do disposto no art. 34 da Lei nº 13.140, de 2015. III - serão aplicadas as demais sanções e as consequências pre-
vistas nos termos dos acordos de leniência e na legislação aplicável.

240
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Parágrafo único. O descumprimento do acordo de leniência V - gestão adequada de riscos, incluindo sua análise e reavalia-
será registrado pela Controladoria-Geral da União, pelo prazo de ção periódica, para a realização de adaptações necessárias ao pro-
três anos, no Cadastro Nacional de Empresas Punidas - CNEP. grama de integridade e a alocação eficiente de recursos;
Art. 54. Excepcionalmente, as autoridades signatárias poderão VI - registros contábeis que reflitam de forma completa e preci-
deferir pedido de alteração ou de substituição de obrigações pac- sa as transações da pessoa jurídica;
tuadas no acordo de leniência, desde que presentes os seguintes VII - controles internos que assegurem a pronta elaboração e a
requisitos: confiabilidade de relatórios e demonstrações financeiras da pessoa
I - manutenção dos resultados e requisitos originais que funda- jurídica;
mentaram o acordo de leniência, nos termos do disposto no art. 16 VIII - procedimentos específicos para prevenir fraudes e ilícitos
da Lei nº 12.846, de 2013; no âmbito de processos licitatórios, na execução de contratos admi-
II - maior vantagem para a administração, de maneira que se- nistrativos ou em qualquer interação com o setor público, ainda que
jam alcançadas melhores consequências para o interesse público intermediada por terceiros, como pagamento de tributos, sujeição
do que a declaração de descumprimento e a rescisão do acordo; a fiscalizações ou obtenção de autorizações, licenças, permissões e
III - imprevisão da circunstância que dá causa ao pedido de certidões;
modificação ou à impossibilidade de cumprimento das condições IX - independência, estrutura e autoridade da instância interna
originalmente pactuadas; responsável pela aplicação do programa de integridade e pela fisca-
IV - boa-fé da pessoa jurídica colaboradora em comunicar a lização de seu cumprimento;
impossibilidade do cumprimento de uma obrigação antes do ven- X - canais de denúncia de irregularidades, abertos e amplamen-
cimento do prazo para seu adimplemento; e te divulgados a funcionários e terceiros, e mecanismos destinados
V - higidez das garantias apresentadas no acordo. ao tratamento das denúncias e à proteção de denunciantes de bo-
Parágrafo único. A análise do pedido de que trata o caput con- a-fé;
siderará o grau de adimplência da pessoa jurídica com as demais XI - medidas disciplinares em caso de violação do programa de
condições pactuadas, inclusive as de adoção ou de aperfeiçoamen- integridade;
to do programa de integridade. XII - procedimentos que assegurem a pronta interrupção de ir-
Art. 55. Os acordos de leniência celebrados serão publicados regularidades ou infrações detectadas e a tempestiva remediação
em transparência ativa no sítio eletrônico da Controladoria-Geral da dos danos gerados;
União, respeitados os sigilos legais e o interesse das investigações. XIII - diligências apropriadas, baseadas em risco, para:
a) contratação e, conforme o caso, supervisão de terceiros, tais
CAPÍTULO V como fornecedores, prestadores de serviço, agentes intermediá-
DO PROGRAMA DE INTEGRIDADE rios, despachantes, consultores, representantes comerciais e asso-
ciados;
Art. 56. Para fins do disposto neste Decreto, programa de in- b) contratação e, conforme o caso, supervisão de pessoas ex-
tegridade consiste, no âmbito de uma pessoa jurídica, no conjunto postas politicamente, bem como de seus familiares, estreitos cola-
de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria boradores e pessoas jurídicas de que participem; e
e incentivo à denúncia de irregularidades e na aplicação efetiva de c) realização e supervisão de patrocínios e doações;
códigos de ética e de conduta, políticas e diretrizes, com objetivo XIV - verificação, durante os processos de fusões, aquisições e
de: reestruturações societárias, do cometimento de irregularidades ou
I - prevenir, detectar e sanar desvios, fraudes, irregularidades e ilícitos ou da existência de vulnerabilidades nas pessoas jurídicas
atos ilícitos praticados contra a administração pública, nacional ou envolvidas; e
estrangeira; e XV - monitoramento contínuo do programa de integridade
II - fomentar e manter uma cultura de integridade no ambiente visando ao seu aperfeiçoamento na prevenção, na detecção e no
organizacional. combate à ocorrência dos atos lesivos previstos no art. 5º da Lei nº
Parágrafo único. O programa de integridade deve ser estrutu- 12.846, de 2013.
rado, aplicado e atualizado de acordo com as características e os § 1º Na avaliação dos parâmetros de que trata o caput, serão
riscos atuais das atividades de cada pessoa jurídica, a qual, por sua considerados o porte e as especificidades da pessoa jurídica, por
vez, deve garantir o constante aprimoramento e a adaptação do re- meio de aspectos como:
ferido programa, visando garantir sua efetividade. I - a quantidade de funcionários, empregados e colaboradores;
Art. 57. Para fins do disposto no inciso VIII do caput do art. 7º II - o faturamento, levando ainda em consideração o fato de
da Lei nº 12.846, de 2013, o programa de integridade será avaliado, ser qualificada como microempresa ou empresa de pequeno porte;
quanto a sua existência e aplicação, de acordo com os seguintes III - a estrutura de governança corporativa e a complexidade de
parâmetros: unidades internas, tais como departamentos, diretorias ou setores,
I - comprometimento da alta direção da pessoa jurídica, inclu- ou da estruturação de grupo econômico;
ídos os conselhos, evidenciado pelo apoio visível e inequívoco ao IV - a utilização de agentes intermediários, como consultores
programa, bem como pela destinação de recursos adequados; ou representantes comerciais;
II - padrões de conduta, código de ética, políticas e procedi- V - o setor do mercado em que atua;
mentos de integridade, aplicáveis a todos os empregados e admi- VI - os países em que atua, direta ou indiretamente;
nistradores, independentemente do cargo ou da função exercida; VII - o grau de interação com o setor público e a importância
III - padrões de conduta, código de ética e políticas de integri- de contratações, investimentos e subsídios públicos, autorizações,
dade estendidas, quando necessário, a terceiros, tais como fornece- licenças e permissões governamentais em suas operações; e
dores, prestadores de serviço, agentes intermediários e associados; VIII - a quantidade e a localização das pessoas jurídicas que in-
IV - treinamentos e ações de comunicação periódicos sobre o tegram o grupo econômico.
programa de integridade;

241
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 2º A efetividade do programa de integridade em relação ao I - nome ou razão social da pessoa física ou jurídica sancionada;
ato lesivo objeto de apuração será considerada para fins da avalia- II - número de inscrição da pessoa jurídica no Cadastro Nacio-
ção de que trata o caput. nal da Pessoa Jurídica - CNPJ ou da pessoa física no Cadastro de
Pessoas Físicas - CPF;
CAPÍTULO VI III - tipo de sanção;
DO CADASTRO NACIONAL DE EMPRESAS INIDÔNEAS E IV - fundamentação legal da sanção;
SUSPENSAS E DO CADASTRO NACIONAL DE EMPRESAS PUNI- V - número do processo no qual foi fundamentada a sanção;
DAS VI - data de início de vigência do efeito limitador ou impeditivo
da sanção ou data de aplicação da sanção;
Art. 58. O Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspen- VII - data final do efeito limitador ou impeditivo da sanção,
sas - CEIS conterá informações referentes às sanções administrati- quando couber;
vas impostas a pessoas físicas ou jurídicas que impliquem restrição VIII - nome do órgão ou da entidade sancionadora;
IX - valor da multa, quando couber; e
ao direito de participar de licitações ou de celebrar contratos com a
X - escopo de abrangência da sanção, quando couber.
administração pública de qualquer esfera federativa, entre as quais:
Art. 61. Os registros no CEIS e no CNEP deverão ser realizados
I - suspensão temporária de participação em licitação e impedi-
imediatamente após o transcurso do prazo para apresentação do
mento de contratar com a administração pública, conforme dispos-
pedido de reconsideração ou recurso cabível ou da publicação de
to no inciso III do caput do art. 87 da Lei nº 8.666, de 21 de junho sua decisão final, quando lhe for atribuído efeito suspensivo pela
de 1993; autoridade competente.
II - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Art. 62. A exclusão dos dados e das informações constantes do
administração pública, conforme disposto no inciso IV do caput do CEIS ou do CNEP se dará:
art. 87 da Lei nº 8.666, de 1993, e no inciso IV do caput do art. 156 I - com o fim do prazo do efeito limitador ou impeditivo da san-
da Lei nº 14.133, de 2021; ção ou depois de decorrido o prazo previamente estabelecido no
III - impedimento de licitar e contratar com a União, os Estados, ato sancionador; ou
o Distrito Federal ou os Municípios, conforme disposto no art. 7º da II - mediante requerimento da pessoa jurídica interessada,
Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, no art. 47 da Lei nº 12.462, após cumpridos os seguintes requisitos, quando aplicáveis:
de 4 de agosto de 2011, e no inciso III do caput do art. 156 da Lei nº a) publicação da decisão de reabilitação da pessoa jurídica san-
14.133, de 2021; cionada;
IV - suspensão temporária de participação em licitação e im- b) cumprimento integral do acordo de leniência;
pedimento de contratar com a administração pública, conforme c) reparação do dano causado;
disposto no inciso IV do caput do art. 33 da Lei nº 12.527, de 18 de d) quitação da multa aplicada; e
novembro de 2011; e) cumprimento da pena de publicação extraordinária da deci-
V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a são administrativa sancionadora.
administração pública, conforme disposto no inciso V do caput do Art. 63. O fornecimento dos dados e das informações de que
art. 33 da Lei nº 12.527, de 2011; trata este Capítulo pelos órgãos e pelas entidades dos Poderes Exe-
VI - declaração de inidoneidade para participar de licitação com cutivo, Legislativo e Judiciário de cada uma das esferas de governo
a administração pública federal, conforme disposto no art. 46 da Lei será disciplinado pela Controladoria-Geral da União.
nº 8.443, de 16 de julho de 1992; Parágrafo único. O registro e a exclusão dos registros no CEIS
VII - proibição de contratar com o Poder Público, conforme dis- e no CNEP são de competência e responsabilidade do órgão ou da
posto no art. 12 da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992; entidade sancionadora.
VIII - proibição de contratar e participar de licitações com o Po-
CAPÍTULO VII
der Público, conforme disposto no art. 10 da Lei nº 9.605, de 12 de
DISPOSIÇÕES FINAIS
fevereiro de 1998; e
IX - declaração de inidoneidade, conforme disposto no inciso V
Art. 64. As informações referentes ao PAR instaurado no âm-
do caput do art. 78-A combinado com o art. 78-I da Lei nº 10.233,
bito dos órgãos e das entidades do Poder Executivo federal serão
de 5 de junho de 2001. registradas no sistema de gerenciamento eletrônico de processos
Parágrafo único. Poderão ser registradas no CEIS outras san- administrativos sancionadores mantido pela Controladoria-Geral
ções que impliquem restrição ao direito de participar em licitações da União, conforme ato do Ministro de Estado da Controladoria-
ou de celebrar contratos com a administração pública, ainda que -Geral da União.
não sejam de natureza administrativa. Art. 65. Os órgãos e as entidades da administração pública, no
Art. 59. O CNEP conterá informações referentes: exercício de suas competências regulatórias, disporão sobre os efei-
I - às sanções impostas com fundamento na Lei nº 12.846, de tos da Lei nº 12.846, de 2013, no âmbito das atividades reguladas,
2013; e inclusive no caso de proposta e celebração de acordo de leniência.
II - ao descumprimento de acordo de leniência celebrado com Art. 66. O processamento do PAR ou a negociação de acordo
fundamento na Lei nº 12.846, de 2013. de leniência não interfere no seguimento regular dos processos ad-
Parágrafo único. As informações sobre os acordos de leniên- ministrativos específicos para apuração da ocorrência de danos e
cia celebrados com fundamento na Lei nº 12.846, de 2013, serão prejuízos à administração pública federal resultantes de ato lesivo
registradas em relação específica no CNEP, após a celebração do cometido por pessoa jurídica, com ou sem a participação de agente
acordo, exceto se sua divulgação causar prejuízos às investigações público.
ou ao processo administrativo. Art. 67. Compete ao Ministro de Estado da Controladoria-Ge-
Art. 60. Constarão do CEIS e do CNEP, sem prejuízo de outros ral da União editar orientações, normas e procedimentos comple-
a serem estabelecidos pela Controladoria-Geral da União, dados e mentares para a execução deste Decreto, notadamente no que diz
informações referentes a: respeito a:

242
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
I - fixação da metodologia para a apuração do faturamento bru- CAPÍTULO II
to e dos tributos a serem excluídos para fins de cálculo da multa a DA POLÍTICA DE SEGURANÇA CIBERNÉTICA
que se refere o art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013;
II - forma e regras para o cumprimento da publicação extraordi- SEÇÃO I
nária da decisão administrativa sancionadora; DA IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA DE SEGURANÇA CI-
III - avaliação do programa de integridade, inclusive sobre a for- BERNÉTICA
ma de avaliação simplificada no caso de microempresas e empresas
de pequeno porte; e Art. 2º As instituições referidas no art. 1º devem implementar
IV - gestão e registro dos procedimentos e sanções aplicadas e manter política de segurança cibernética formulada com base em
em face de pessoas jurídicas e entes privados. princípios e diretrizes que busquem assegurar a confidencialidade,
Art. 68. O Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Advoca- a integridade e a disponibilidade dos dados e dos sistemas de infor-
cia-Geral da União e a Controladoria-Geral da União: mação utilizados.
I - estabelecerão canais de comunicação institucional:
§ 1º A política mencionada no caput deve ser compatível com:
a) para o encaminhamento de informações referentes à prática
I - o porte, o perfil de risco e o modelo de negócio da institui-
de atos lesivos contra a administração pública nacional ou estran-
ção;
geira ou derivadas de acordos de colaboração premiada e acordos
II - a natureza das operações e a complexidade dos produtos,
de leniência; e
b) para a cooperação jurídica internacional e recuperação de serviços, atividades e processos da instituição; e
ativos; e III - a sensibilidade dos dados e das informações sob responsa-
II - poderão, por meio de acordos de colaboração técnica, ar- bilidade da instituição.
ticular medidas para o enfrentamento da corrupção e de delitos § 2º Admite-se a adoção de política de segurança cibernética
conexos. única por:
Art. 69. As disposições deste Decreto se aplicam imediatamen- I - conglomerado prudencial; e
te aos processos em curso, resguardados os atos praticados antes II - sistema cooperativo de crédito.
de sua vigência. § 3º As instituições que não constituírem política de seguran-
Art. 70. Fica revogado o Decreto nº 8.420, de 18 de março de ça cibernética própria em decorrência do disposto no § 2º devem
2015. formalizar a opção por essa faculdade em reunião do conselho de
Art. 71. Este Decreto entra em vigor em 18 de julho de 2022. administração ou, na sua inexistência, da diretoria da instituição.
Brasília, 11 de julho de 2022; 201º da Independência e 134º da Art. 3º A política de segurança cibernética deve contemplar, no
República. mínimo:
I - os objetivos de segurança cibernética da instituição;
II - os procedimentos e os controles adotados para reduzir a
SEGURANÇA CIBERNÉTICA: RESOLUÇÃO CMN Nº
vulnerabilidade da instituição a incidentes e atender aos demais ob-
4.893, DE 26/02/2021
jetivos de segurança cibernética;
III - os controles específicos, incluindo os voltados para a ras-
RESOLUÇÃO CMN Nº 4.893, DE 26 DE FEVEREIRO DE 2021 treabilidade da informação, que busquem garantir a segurança das
informações sensíveis;
Dispõe sobre a política de segurança cibernética e sobre os re- IV - o registro, a análise da causa e do impacto, bem como o
quisitos para a contratação de serviços de processamento e arma- controle dos efeitos de incidentes relevantes para as atividades da
zenamento de dados e de computação em nuvem a serem obser- instituição;
vados pelas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central V - as diretrizes para:
do Brasil. a) a elaboração de cenários de incidentes considerados nos tes-
O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595, tes de continuidade de negócios;
de 31 de dezembro de 1964, torna público que o Conselho Monetá- b) a definição de procedimentos e de controles voltados à pre-
rio Nacional, em sessão realizada em 25 de fevereiro de 2021, com venção e ao tratamento dos incidentes a serem adotados por em-
base nos arts. 4º, inciso VIII, da referida Lei, 9º da Lei nº 4.728, de presas prestadoras de serviços a terceiros que manuseiem dados ou
14 de julho de 1965, 7º e 23, alínea “a”, da Lei nº 6.099, de 12 de informações sensíveis ou que sejam relevantes para a condução das
setembro de 1974, 1º, inciso II, da Lei nº 10.194, de 14 de fevereiro atividades operacionais da instituição;
de 2001, e 1º, § 1º, da Lei Complementar nº 130, de 17 de abril de c) a classificação dos dados e das informações quanto à rele-
2009, resolve: vância; e
d) a definição dos parâmetros a serem utilizados na avaliação
CAPÍTULO I da relevância dos incidentes;
DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO VI - os mecanismos para disseminação da cultura de segurança
cibernética na instituição, incluindo:
Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre a política de segurança ci- a) a implementação de programas de capacitação e de avalia-
bernética e sobre os requisitos para a contratação de serviços de ção periódica de pessoal;
processamento e armazenamento de dados e de computação em b) a prestação de informações a clientes e usuários sobre pre-
nuvem a serem observados pelas instituições autorizadas a funcio- cauções na utilização de produtos e serviços financeiros; e
nar pelo Banco Central do Brasil. c) o comprometimento da alta administração com a melhoria
Parágrafo único. O disposto nesta Resolução não se aplica às contínua dos procedimentos relacionados com a segurança ciber-
instituições de pagamento, que devem observar a regulamentação nética; e
emanada do Banco Central do Brasil, no exercício de suas atribui-
ções legais.

243
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
VII - as iniciativas para compartilhamento de informações sobre Art. 8º As instituições referidas no art. 1º devem elaborar rela-
os incidentes relevantes, mencionados no inciso IV, com as demais tório anual sobre a implementação do plano de ação e de resposta
instituições referidas no art. 1º. a incidentes, mencionado no art. 6º, com data-base de 31 de de-
§ 1º Na definição dos objetivos de segurança cibernética re- zembro.
feridos no inciso I do caput, deve ser contemplada a capacidade § 1º O relatório de que trata o caput deve abordar, no mínimo:
da instituição para prevenir, detectar e reduzir a vulnerabilidade a I - a efetividade da implementação das ações descritas no art.
incidentes relacionados com o ambiente cibernético. 6º, parágrafo único, inciso I;
§ 2º Os procedimentos e os controles de que trata o inciso II do II - o resumo dos resultados obtidos na implementação das ro-
caput devem abranger, no mínimo, a autenticação, a criptografia, a tinas, dos procedimentos, dos controles e das tecnologias a serem
prevenção e a detecção de intrusão, a prevenção de vazamento de utilizados na prevenção e na resposta a incidentes descritos no art.
informações, a realização periódica de testes e varreduras para de- 6º, parágrafo único, inciso II;
tecção de vulnerabilidades, a proteção contra softwares maliciosos, III - os incidentes relevantes relacionados com o ambiente ci-
o estabelecimento de mecanismos de rastreabilidade, os controles bernético ocorridos no período; e
de acesso e de segmentação da rede de computadores e a manu- IV - os resultados dos testes de continuidade de negócios, con-
tenção de cópias de segurança dos dados e das informações. siderando cenários de indisponibilidade ocasionada por incidentes.
§ 3º Os procedimentos e os controles citados no inciso II do § 2º O relatório mencionado no caput deve ser:
caput devem ser aplicados, inclusive, no desenvolvimento de siste- I - submetido ao comitê de risco, quando existente; e
mas de informação seguros e na adoção de novas tecnologias em- II - apresentado ao conselho de administração ou, na sua ine-
pregadas nas atividades da instituição. xistência, à diretoria da instituição até 31 de março do ano seguinte
§ 4º O registro, a análise da causa e do impacto, bem como o ao da data-base.
controle dos efeitos de incidentes, citados no inciso IV do caput, Art. 9º A política de segurança cibernética referida no art. 2º e
devem abranger inclusive informações recebidas de empresas pres- o plano de ação e de resposta a incidentes mencionado no art. 6º
tadoras de serviços a terceiros. devem ser aprovados pelo conselho de administração ou, na sua
§ 5º As diretrizes de que trata o inciso V, alínea “b”, do caput, inexistência, pela diretoria da instituição.
devem contemplar procedimentos e controles em níveis de com- Art. 10. A política de segurança cibernética e o plano de ação e
plexidade, abrangência e precisão compatíveis com os utilizados de resposta a incidentes devem ser documentados e revisados, no
pela própria instituição. mínimo, anualmente.

SEÇÃO II CAPÍTULO III


DA DIVULGAÇÃO DA POLÍTICA DE SEGURANÇA CIBERNÉ- DA CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE PROCESSAMENTO
TICA E ARMAZENAMENTO DE DADOS E DE COMPUTAÇÃO EM
NUVEM
Art. 4º A política de segurança cibernética deve ser divulgada
aos funcionários da instituição e às empresas prestadoras de servi- Art. 11. As instituições referidas no art. 1º devem assegurar
ços a terceiros, mediante linguagem clara, acessível e em nível de que suas políticas, estratégias e estruturas para gerenciamento de
detalhamento compatível com as funções desempenhadas e com a riscos previstas na regulamentação em vigor, especificamente no
sensibilidade das informações. tocante aos critérios de decisão quanto à terceirização de serviços,
Art. 5º As instituições devem divulgar ao público resumo con- contemplem a contratação de serviços relevantes de processamen-
tendo as linhas gerais da política de segurança cibernética. to e armazenamento de dados e de computação em nuvem, no País
ou no exterior.
SEÇÃO III Art. 12. As instituições mencionadas no art. 1º, previamente à
DO PLANO DE AÇÃO E DE RESPOSTA A INCIDENTES contratação de serviços relevantes de processamento e armazena-
mento de dados e de computação em nuvem, devem adotar proce-
Art. 6º As instituições referidas no art. 1º devem estabelecer dimentos que contemplem:
plano de ação e de resposta a incidentes visando à implementação I - a adoção de práticas de governança corporativa e de gestão
da política de segurança cibernética. proporcionais à relevância do serviço a ser contratado e aos riscos a
Parágrafo único. O plano mencionado no caput deve abranger, que estejam expostas; e
no mínimo: II - a verificação da capacidade do potencial prestador de ser-
I - as ações a serem desenvolvidas pela instituição para ade- viço de assegurar:
quar suas estruturas organizacional e operacional aos princípios e a) o cumprimento da legislação e da regulamentação em vigor;
às diretrizes da política de segurança cibernética; b) o acesso da instituição aos dados e às informações a serem
II - as rotinas, os procedimentos, os controles e as tecnologias a processados ou armazenados pelo prestador de serviço;
serem utilizados na prevenção e na resposta a incidentes, em con- c) a confidencialidade, a integridade, a disponibilidade e a recu-
formidade com as diretrizes da política de segurança cibernética; e peração dos dados e das informações processados ou armazenados
III - a área responsável pelo registro e controle dos efeitos de pelo prestador de serviço;
incidentes relevantes. d) a sua aderência a certificações exigidas pela instituição para
Art. 7º As instituições referidas no art. 1º devem designar dire- a prestação do serviço a ser contratado;
tor responsável pela política de segurança cibernética e pela execu- e) o acesso da instituição contratante aos relatórios elaborados
ção do plano de ação e de resposta a incidentes. por empresa de auditoria especializada independente contratada
Parágrafo único. O diretor mencionado no caput pode desem- pelo prestador de serviço, relativos aos procedimentos e aos con-
penhar outras funções na instituição, desde que não haja conflito troles utilizados na prestação dos serviços a serem contratados;
de interesses.

244
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
f) o provimento de informações e de recursos de gestão ade- Art. 16. A contratação de serviços relevantes de processamen-
quados ao monitoramento dos serviços a serem prestados; to, armazenamento de dados e de computação em nuvem presta-
g) a identificação e a segregação dos dados dos clientes da ins- dos no exterior deve observar os seguintes requisitos:
tituição por meio de controles físicos ou lógicos; e I - a existência de convênio para troca de informações entre o
h) a qualidade dos controles de acesso voltados à proteção dos Banco Central do Brasil e as autoridades supervisoras dos países
dados e das informações dos clientes da instituição. onde os serviços poderão ser prestados;
§ 1º Na avaliação da relevância do serviço a ser contratado, II - a instituição contratante deve assegurar que a prestação dos
mencionada no inciso I do caput, a instituição contratante deve serviços referidos no caput não cause prejuízos ao seu regular fun-
considerar a criticidade do serviço e a sensibilidade dos dados e cionamento nem embaraço à atuação do Banco Central do Brasil;
das informações a serem processados, armazenados e gerenciados III - a instituição contratante deve definir, previamente à con-
pelo contratado, levando em conta, inclusive, a classificação realiza- tratação, os países e as regiões em cada país onde os serviços po-
da nos termos do art. 3º, inciso V, alínea “c”. derão ser prestados e os dados poderão ser armazenados, proces-
§ 2º Os procedimentos de que trata o caput, inclusive as infor- sados e gerenciados; e
mações relativas à verificação mencionada no inciso II, devem ser IV - a instituição contratante deve prever alternativas para a
documentados. continuidade dos negócios, no caso de impossibilidade de manu-
§ 3º No caso da execução de aplicativos por meio da internet, tenção ou extinção do contrato de prestação de serviços.
referidos no inciso III do art. 13, a instituição deve assegurar que o § 1º No caso de inexistência de convênio nos termos do inciso
potencial prestador dos serviços adote controles que mitiguem os I do caput, a instituição contratante deverá solicitar autorização do
efeitos de eventuais vulnerabilidades na liberação de novas versões Banco Central do Brasil para:
do aplicativo. I - a contratação do serviço, no prazo mínimo de sessenta dias
§ 4º A instituição deve possuir recursos e competências neces- antes da contratação, observado o disposto no art. 15, § 1º, desta
sários para a adequada gestão dos serviços a serem contratados, Resolução; e
inclusive para análise de informações e uso de recursos providos II - as alterações contratuais que impliquem modificação das in-
nos termos da alínea “f” do inciso II do caput. formações de que trata o art. 15, § 1º, observando o prazo mínimo
Art. 13. Para os fins do disposto nesta Resolução, os serviços de sessenta dias antes da alteração contratual.
de computação em nuvem abrangem a disponibilidade à instituição § 2º Para atendimento aos incisos II e III do caput, as instituições
contratante, sob demanda e de maneira virtual, de ao menos um deverão assegurar que a legislação e a regulamentação nos países
dos seguintes serviços: e nas regiões em cada país onde os serviços poderão ser prestados
I - processamento de dados, armazenamento de dados, infra- não restringem nem impedem o acesso das instituições contratan-
estrutura de redes e outros recursos computacionais que permitam tes e do Banco Central do Brasil aos dados e às informações.
à instituição contratante implantar ou executar softwares, que po- § 3º A comprovação do atendimento aos requisitos de que tra-
dem incluir sistemas operacionais e aplicativos desenvolvidos pela tam os incisos I a IV do caput e o cumprimento da exigência de que
instituição ou por ela adquiridos; trata o § 2º devem ser documentados.
II - implantação ou execução de aplicativos desenvolvidos pela Art. 17. Os contratos para prestação de serviços relevantes de
instituição contratante, ou por ela adquiridos, utilizando recursos processamento, armazenamento de dados e computação em nu-
computacionais do prestador de serviços; ou vem devem prever:
III - execução, por meio da internet, de aplicativos implantados I - a indicação dos países e da região em cada país onde os ser-
ou desenvolvidos pelo prestador de serviço, com a utilização de re- viços poderão ser prestados e os dados poderão ser armazenados,
cursos computacionais do próprio prestador de serviços. processados e gerenciados;
Art. 14. A instituição contratante dos serviços mencionados no II - a adoção de medidas de segurança para a transmissão e
art. 12 é responsável pela confiabilidade, pela integridade, pela dis- armazenamento dos dados citados no inciso I do caput;
ponibilidade, pela segurança e pelo sigilo em relação aos serviços III - a manutenção, enquanto o contrato estiver vigente, da se-
contratados, bem como pelo cumprimento da legislação e da regu- gregação dos dados e dos controles de acesso para proteção das
lamentação em vigor. informações dos clientes;
Art. 15. A contratação de serviços relevantes de processamen- IV - a obrigatoriedade, em caso de extinção do contrato, de:
to, armazenamento de dados e de computação em nuvem deve ser a) transferência dos dados citados no inciso I do caput ao novo
comunicada pelas instituições referidas no art. 1º ao Banco Central prestador de serviços ou à instituição contratante; e
do Brasil. b) exclusão dos dados citados no inciso I do caput pela empresa
§ 1º A comunicação mencionada no caput deve conter as se- contratada substituída, após a transferência dos dados prevista na
guintes informações: alínea “a” e a confirmação da integridade e da disponibilidade dos
I - a denominação da empresa contratada; dados recebidos;
II - os serviços relevantes contratados; e V - o acesso da instituição contratante a:
III - a indicação dos países e das regiões em cada país onde os a) informações fornecidas pela empresa contratada, visando a
serviços poderão ser prestados e os dados poderão ser armazena- verificar o cumprimento do disposto nos incisos I a III do caput;
dos, processados e gerenciados, definida nos termos do inciso III do b) informações relativas às certificações e aos relatórios de au-
art. 16, no caso de contratação no exterior. ditoria especializada, citados no art. 12, inciso II, alíneas “d” e “e”; e
§ 2º A comunicação de que trata o caput deve ser realizada até c) informações e recursos de gestão adequados ao monitora-
dez dias após a contratação dos serviços. mento dos serviços a serem prestados, citados no art. 12, inciso II,
§ 3º As alterações contratuais que impliquem modificação das alínea “f”;
informações de que trata o § 1º devem ser comunicadas ao Banco VI - a obrigação de a empresa contratada notificar a instituição
Central do Brasil até dez dias após a alteração contratual. contratante sobre a subcontratação de serviços relevantes para a
instituição;

245
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
VII - a permissão de acesso do Banco Central do Brasil aos con- III - a comunicação tempestiva ao Banco Central do Brasil das
tratos e aos acordos firmados para a prestação de serviços, à docu- ocorrências de incidentes relevantes e das interrupções dos ser-
mentação e às informações referentes aos serviços prestados, aos viços relevantes citados no inciso I do caput que configurem uma
dados armazenados e às informações sobre seus processamentos, situação de crise pela instituição financeira, bem como das provi-
às cópias de segurança dos dados e das informações, bem como aos dências para o reinício das suas atividades.
códigos de acesso aos dados e às informações; Parágrafo único. As instituições devem estabelecer e documen-
VIII - a adoção de medidas pela instituição contratante, em de- tar os critérios que configurem uma situação de crise de que trata
corrência de determinação do Banco Central do Brasil; e o inciso III do caput.
IX - a obrigação de a empresa contratada manter a instituição Art. 21. As instituições de que trata o art. 1º devem instituir
contratante permanentemente informada sobre eventuais limita- mecanismos de acompanhamento e de controle com vistas a as-
ções que possam afetar a prestação dos serviços ou o cumprimento segurar a implementação e a efetividade da política de segurança
da legislação e da regulamentação em vigor. cibernética, do plano de ação e de resposta a incidentes e dos re-
Parágrafo único. Os contratos mencionados no caput devem quisitos para contratação de serviços de processamento e armaze-
prever, para o caso da decretação de regime de resolução da insti- namento de dados e de computação em nuvem, incluindo:
tuição contratante pelo Banco Central do Brasil: I - a definição de processos, testes e trilhas de auditoria;
I - a obrigação de a empresa contratada conceder pleno e ir- II - a definição de métricas e indicadores adequados; e
restrito acesso do responsável pelo regime de resolução aos con- III - a identificação e a correção de eventuais deficiências.
tratos, aos acordos, à documentação e às informações referentes § 1º As notificações recebidas sobre a subcontratação de servi-
aos serviços prestados, aos dados armazenados e às informações ços relevantes descritas no art. 17, inciso VI, devem ser considera-
sobre seus processamentos, às cópias de segurança dos dados e das das na definição dos mecanismos de que trata o caput.
informações, bem como aos códigos de acesso citados no inciso VII § 2º Os mecanismos de que trata o caput devem ser subme-
do caput que estejam em poder da empresa contratada; e tidos a testes periódicos pela auditoria interna, quando aplicável,
II - a obrigação de notificação prévia do responsável pelo re- compatíveis com os controles internos da instituição.
gime de resolução sobre a intenção de a empresa contratada in- Art. 22. Sem prejuízo do dever de sigilo e da livre concorrência,
terromper a prestação de serviços, com pelo menos trinta dias de as instituições mencionadas no art. 1º devem desenvolver iniciati-
antecedência da data prevista para a interrupção, observado que: vas para o compartilhamento de informações sobre os incidentes
a) a empresa contratada obriga-se a aceitar eventual pedido relevantes de que trata o art. 3º, inciso IV.
de prazo adicional de trinta dias para a interrupção do serviço, feito § 1º O compartilhamento de que trata o caput deve abranger
pelo responsável pelo regime de resolução; e informações sobre incidentes relevantes recebidas de empresas
b) a notificação prévia deverá ocorrer também na situação em prestadoras de serviços a terceiros.
que a interrupção for motivada por inadimplência da contratante. § 2º As informações compartilhadas devem estar disponíveis
Art. 18. O disposto nos arts. 11 a 17 não se aplica à contratação ao Banco Central do Brasil.
de sistemas operados por câmaras, por prestadores de serviços de
compensação e de liquidação ou por entidades que exerçam ativi- CAPÍTULO V
dades de registro ou de depósito centralizado. DISPOSIÇÕES FINAIS

CAPÍTULO IV Art. 23. Devem ficar à disposição do Banco Central do Brasil


DISPOSIÇÕES GERAIS pelo prazo de cinco anos:
I - o documento relativo à política de segurança cibernética, de
Art. 19. As instituições referidas no art. 1º devem assegurar que que trata o art. 2º;
suas políticas para gerenciamento de riscos previstas na regulamen- II - a ata de reunião do conselho de administração ou, na sua
tação em vigor disponham, no tocante à continuidade de negócios, inexistência, da diretoria da instituição, no caso de ser formalizada
sobre: a opção de que trata o art. 2º, § 2º;
I - o tratamento dos incidentes relevantes relacionados com o III - o documento relativo ao plano de ação e de resposta a inci-
ambiente cibernético de que trata o art. 3º, inciso IV; dentes, de que trata o art. 6º;
II - os procedimentos a serem seguidos no caso da interrupção IV - o relatório anual, de que trata o art. 8º;
de serviços relevantes de processamento e armazenamento de da- V - a documentação sobre os procedimentos de que trata o art.
dos e de computação em nuvem contratados, abrangendo cenários 12, § 2º;
que considerem a substituição da empresa contratada e o reestabe- VI - a documentação de que trata o art. 16, § 3º, no caso de
lecimento da operação normal da instituição; e serviços prestados no exterior;
III - os cenários de incidentes considerados nos testes de conti- VII - os contratos de que trata o art. 17, contado o prazo referi-
nuidade de negócios de que trata o art. 3º, inciso V, alínea “a”. do no caput a partir da extinção do contrato;
Art. 20. Os procedimentos adotados pelas instituições para ge- VIII - os dados, os registros e as informações relativas aos me-
renciamento de riscos previstos na regulamentação em vigor de- canismos de acompanhamento e de controle de que trata o art. 21,
vem contemplar, no tocante à continuidade de negócios: contado o prazo referido no caput a partir da implementação dos
I - o tratamento previsto para mitigar os efeitos dos incidentes citados mecanismos; e
relevantes de que trata o inciso IV do art. 3º e da interrupção dos IX - a documentação com os critérios que configurem uma situ-
serviços relevantes de processamento, armazenamento de dados e ação de crise de que trata o art. 20, Parágrafo único.
de computação em nuvem contratados; Art. 24. O Banco Central do Brasil poderá adotar as medidas
II - o prazo estipulado para reinício ou normalização das suas necessárias para cumprimento do disposto nesta Resolução, bem
atividades ou dos serviços relevantes interrompidos, citados no in- como estabelecer:
ciso I do caput; e

246
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
I - os requisitos e os procedimentos para o compartilhamento com o ambiente onde estamos inseridos. É comum existir certa
de informações, nos termos do art. 22; confusão entre valores e princípios, todavia, os conceitos e as
II - a exigência de certificações e outros requisitos técnicos a aplicações são diferentes.
serem requeridos das empresas contratadas, pela instituição finan- Diferente dos princípios, os valores são pessoais, subjetivos
ceira contratante, na prestação dos serviços de que trata o art. 12; e, acima de tudo, contestáveis. O que vale para você não vale ne-
III - os prazos máximos de que trata o art. 20, inciso II para rei- cessariamente para os demais colegas de trabalho. Sua aplicação
nício ou normalização das atividades ou dos serviços relevantes in- pode ou não ser ética e depende muito do caráter ou da persona-
terrompidos; e lidade da pessoa que os adota.
IV - os requisitos técnicos e procedimentos operacionais a se- Na prática, é muito mais simples ater-se aos valores do que
rem observados pelas instituições para o cumprimento desta Re- aos princípios, pois este último exige muito de nós. Os valores
solução. completamente equivocados da nossa sociedade – dinheiro, su-
Art. 25. As instituições referidas no art. 1º que, em 26 de abril cesso, luxo e riqueza – estão na ordem do dia, infelizmente. Todos
de 2018, já tinham contratado a prestação de serviços relevantes os dias somos convidados a negligenciar os princípios e adotar os
de processamento, armazenamento de dados e de computação em valores ditados pela sociedade.
nuvem devem adequar o contrato para a prestação de tais serviços: Virtudes, segundo o Aurélio, são disposições constantes do
I - ao cumprimento do disposto no art. 16, incisos I, II, IV e § 2º, espírito, as quais, por um esforço da vontade, inclinam à prática
no caso de serviços prestados no exterior; e do bem. Aristóteles afirmava que há duas espécies de virtudes:
II - ao disposto nos arts. 15, § 1º, e 17. a intelectual e a moral. A primeira deve, em grande parte, sua
Parágrafo único. O prazo previsto para adequação ao disposto geração e crescimento ao ensino, e por isso requer experiência e
no caput não pode ultrapassar 31 de dezembro 2021. tempo; ao passo que a virtude moral é adquirida com o resultado
Art. 26. O Banco Central do Brasil poderá vetar ou impor restri- do hábito.
ções para a contratação de serviços de processamento e armazena- Segundo Aristóteles, nenhuma das virtudes morais surge em
mento de dados e de computação em nuvem quando constatar, a nós por natureza, visto que nada que existe por natureza pode ser
qualquer tempo, a inobservância do disposto nesta Resolução, bem alterado pela força do hábito, portanto, virtudes nada mais são do
como a limitação à atuação do Banco Central do Brasil, estabelecen- que hábitos profundamente arraigados que se originam do meio
do prazo para a adequação dos referidos serviços. onde somos criados e condicionados através de exemplos e com-
Art. 27. Ficam revogadas: portamentos semelhantes.
I - a Resolução nº 4.658, de 26 de abril de 2018; e Uma pessoa pode ter valores e não ter princípios. Hitler, por
II - a Resolução nº 4.752, de 26 de setembro de 2019. exemplo, conhecia os princípios, mas preferiu ignorá-los e adotar
Art. 28. Esta Resolução entra em vigor em 1º de julho de 2021. valores como a supremacia da raça ariana, a aniquilação da oposi-
ção e a dominação pela força.
No mundo corporativo não é diferente. Embora a convivên-
ÉTICA APLICADA: ÉTICA, MORAL, VALORES E VIRTU-
cia seja, por vezes, insuportável, deparamo-nos com profissionais
DES
que atropelam os princípios, como se isso fosse algo natural, um
meio de sobrevivência, e adotam valores que nada tem a ver com
Princípios, Valores e Virtudes duas grandes necessidades corporativas: a convivência pacífica e
Princípios são preceitos, leis ou pressupostos considerados o espírito de equipe. Nesse caso, virtude é uma palavra que não
universais que definem as regras pela qual uma sociedade civiliza- faz parte do seu vocabulário e, apesar da falta de escrúpulo, leva
da deve se orientar. tempo para destituí-los do poder.
Em qualquer lugar do mundo, princípios são incontestáveis, Valores e virtudes baseados em princípios universais são ine-
pois, quando adotados não oferecem resistência alguma. Enten- gociáveis e, assim como a ética e a lealdade, ou você tem, ou não
de-se que a adoção desses princípios está em consonância com o tem. Entretanto, conceitos como liberdade, felicidade ou riqueza
pensamento da sociedade e vale tanto para a elaboração da cons- não podem ser definidos com exatidão. Cada pessoa tem recorda-
tituição de um país quanto para acordos políticos entre as nações ções, experiências, imagens internas e sentimentos que dão um
ou estatutos de condomínio. sentido especial e particular a esses conceitos.
O princípios se aplicam em todas as esferas, pessoa, profissio- O importante é que você não perca de vista esses conceitos
nal e social, eis alguns exemplos: amor, felicidade, liberdade, paz e tenha em mente que a sua contribuição, no universo pessoal
e plenitude são exemplos de princípios considerados universais. e profissional, depende da aplicação mais próxima possível do
Como cidadãos – pessoas e profissionais -, esses princípios senso de justiça. E a justiça é uma virtude tão difícil, e tão ne-
fazem parte da nossa existência e durante uma vida estaremos gligenciada, que a própria justiça sente dificuldades em aplicá-la,
lutando para torná-los inabaláveis. Temos direito a todos eles, portanto, lute pelos princípios que os valores e as virtudes fluirão
contudo, por razões diversas, eles não surgem de graça. A base naturalmente.
dos nossos princípios é construída no seio da família e, em muitos
casos, eles se perdem no meio do caminho. NOÇÕES DE ÉTICA EMPRESARIAL E PROFISSIONAL.
De maneira geral, os princípios regem a nossa existência e
são comuns a todos os povos, culturas, eras e religiões, queiramos
ou não. Quem age diferente ou em desacordo com os princípios CONCEITO DE ÉTICA EMPRESARIAL
universais acaba sendo punido pela sociedade e sofre todas as A ética empresarial envolve os valores de uma empresa e
consequências. seus princípios morais dentro da sociedade. Esse conceito é fun-
Valores são normas ou padrões sociais geralmente aceitos ou damental para uma organização que pretende construir uma boa
mantidos por determinado indivíduo, classe ou sociedade, por- imagem perante seus clientes internos e externos, parceiros e
tanto, em geral, dependem basicamente da cultura relacionada concorrentes. Nesse sentido, uma empresa ética é aquela que

247
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
pratica os preceitos coletivos e se preocupa com as demandas da e têm uma postura flexível, tolerante e humilde com seus colegas,
população, tendo sua conduta orientada pela responsabilidade por isso, são muito procurados no mercado e fazem um bom net-
social e ambiental. working.
Prezar pela ética empresarial é importante para qualquer em- Antes de tudo, é sempre bom compreender a ética empre-
presa, independentemente do seu porte, se é do setor público ou sarial e profissional como formas de manter a consciência limpa
privado. Ao demonstrar que é uma organização transparente, a ao exercer suas atividades sem prejudicar os outros. Esse fator é
organização será reconhecida por todos pela sua credibilidade e indispensável para o nosso desenvolvimento como pessoas.
responsabilidade. Essa postura ajudará a companhia a ser apon-
tada como referência no mercado, atraindo clientes, investidores
A GESTÃO DA ÉTICA NAS EMPRESAS PÚBLICAS E PRI-
e bons profissionais.
VADAS.
A ética empresarial deve estar presente nas atividades inter-
nas e externas de uma organização. As empresas devem prezar
pela boa conduta de todos os seus funcionários. Quando o rela- A gestão pública só toma ações se estiver previsto em lei e
cionamento interpessoal é baseado em atitudes e valores positi- a gestão privada pode tomar todas as ações que achar necessá-
vos, há a construção de um ambiente de trabalho agradável para rias para a empresa. As empresas que querem ter um programa
todos. Os funcionários passam a respeitar as regras e normas da de ética tem que ter comprometimento, clareza e transparência
organização e ficam mais abertos a cooperar uns com os outros. e todos devem participar, principalmente a alta direção para que
Todos esses fatores influenciam no aumento da produtividade. seja um sucesso.
Mas, em nenhum outro campo a ética empresarial está tão
envolvida quanto na obtenção do lucro. Ter uma boa rentabili- Mas porque as empresas criam um programa de ética:
dade é objetivo de praticamente todas as organizações, mas os – Sobrevivência;
ganhos devem ser baseados em um trabalho honesto e que satis- – Aumentar os lucros;
faça as necessidades dos clientes, sem prejudicar as pessoas ou o – Credibilidade;
meio ambiente. – Manutenção ( ou melhoria ) de uma boa imagem;
Além das atitudes morais que devem nortear todas as suas – Competitividade;
atividades, a empresa pode demonstrar que é ética à sociedade – Melhoria do ambiente de trabalho;
por meio de ações que promovam o bem-estar da comunidade – Aumento da produtividade;
em que está inserida ou que ajudem a preservar o meio ambiente. – Concorrência
Esse senso de responsabilidade social e ambiental revela que a – Consumidores; etc
companhia não está alienada aos problemas que a rodeiam e se
interessam em contribuir para combatê-los. Programas que be- A gestão deve ser baseada em recompensas e punições,
neficiam a população em geral e de sustentabilidade são alguns evitando moralismo, sendo coerente, confiando e apoiando as
exemplos disso. pessoas, orientando em casos de dúvidas, permitindo condições
favoráveis, inclusive incentivando ações que promovam as práti-
DEFINIÇÃO DE ÉTICA PROFISSIONAL cas éticas e, principalmente, envolver o máximo de pessoas no
A definição de ética profissional, por sua vez, está associada programa de ética.
a um conjunto de preceitos éticos e morais que guiam as atitudes
e ações de colaboradores e determinam os princípios em que de- Este, inclusive, é um dos principais motivos para a cobrança
vem pautar sua conduta durante o exercício da profissão. do conhecimento em relação a este tema em concursos, pois co-
Ter uma postura ética como profissional é cumprir as suas nhecendo a ética da empresa, você já entra preparado para seguir
obrigações de acordo com os princípios determinados pelo seu o que dita o código de ética da mesma.
grupo de trabalho. Cada categoria profissional tem seu próprio
Código de Ética, um conjunto de normas elaboradas pelos Con- Para você compreender ainda melhor o assunto, gostaria de
selhos que representam e fiscalizam cada área de atuação. Para citar a seguir alguns dos principais alicerces da ética:
obter o diploma, o recém-formado precisa fazer um juramento de – Credibilidade;
que seguirá todas essas normas durante a sua carreira. – Humildade;
Apesar disso, muitos elementos se repetem em Códigos de – Transparência e coragem;
Ética de variadas profissões. Em sua maioria, são princípios uni- – O exemplo sempre deve vir de cima;
versais, que buscam valorizar as pessoas com as quais o profis- – O seu direito acaba quando começa o do outro;
sional se relacionará ao desempenhar suas atividades. Entre eles – Nada de jeitinho brasileiro;
estão: honestidade, responsabilidade, competência, respeito, en- – Trate ao próximo assim como você gostaria de ser tratado
tre outros.
Em tempos em que os valores humanos estão cada vez mais Gestão ética nas empresas públicas
sendo colocados de lado em nome de maiores lucros, a ética no Quando falamos em empresas públicas, estamos falando de
ambiente corporativo tem se tornado, infelizmente, um diferen- empresas que utilizam nosso dinheiro de alguma forma em suas
cial. As empresas referências de boa conduta no mercado conse- atividades. Tudo que vale para as empresas privadas, também
guem agregar valor à sua marca e imagem e usufruem de maior vale para as públicas, porém nestas, pelo motivo já citado, a ges-
credibilidade. Já os profissionais que têm uma conduta ética des- tão ética é incrementada por alguns princípios que procuram evi-
tacam-se por ajudarem a construir bom relacionamento interpes- tar o uso indevido dos valores.
soal em seu ambiente de trabalho. Eles sabem assumir seus erros

248
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Políticos eleitos são funcionários do povo ( regra da democra-
cia ) em nosso País para defender nossos interesses, dirigentes in- CÓDIGO DE ÉTICA DO BANCO DO BRASIL (DISPONÍ-
dicados para as estatais são funcionários do povo, eles devem sim VEL NO SÍTIO DO BB NA INTERNET).
em suas ações preocuparem-se em oferecer o melhor que podem
para atender as necessidades da população. O Código de Ética do Banco do Brasil é o instrumento de forma-
Ética pública significa responsabilidade em dobro aos respon- lização da visão, dos valores, do propósito e dos princípios da Or-
sáveis pela condução da mesma, inclusive existem várias leis que ganização, o qual apresenta os compromissos e diretrizes do Banco
regulamenta as ações éticas do servidor público ( lembram da his- em relação ao seu público de relacionamento (clientes e usuários;
tória da gestão pública só poder agir se existir uma lei para tal alta administração, funcionários e colaboradores; fornecedores;
finalidade? eis um bom exemplo ). Aqui temos duas leis para você acionistas, investidores e credores; parceiros; concorrentes; gover-
ter uma ideia: no; comunidades e órgãos reguladores).
Rege, também, os deveres e indica os comportamentos con-
Lei nº 8.027/1990 que dispõe sobre normas de conduta dos siderados desejáveis no ambiente de trabalho. O documento con-
servidores públicos civis da União, das Autarquias e das Funda- templa diretrizes específicas relacionadas a conflito de interesses;
ções Públicas. presentes e favores; ambiente de trabalho; boas práticas de rela-
Decreto nº 1.171/1994 que aprova o Código de Ética Profis- cionamento; bens e recursos do Banco do Brasil; segurança e trata-
sional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. mento da informação; envolvimento com a comunidade e susten-
Diante disto, gostaria de transcrever a seguir os principais tabilidade; uso responsável das mídias digitais; tomada de decisão;
princípios do serviço público e que norteiam a gestão de ética pú- responsabilidade do segmento gerencial e responsabilidade da alta
blica de uma forma geral: administração.
• Os servidores públicos devem ser leais as suas Constitui- A principal função destes direcionadores é promover os prin-
ções, leis e princípios éticos acima dos interesses privados; cípios éticos e orientar as ações da alta administração, dos funcio-
• Os servidores não poderão ter interesses financeiros que nários (no Brasil e no exterior), dos colaboradores, e daqueles que
causem conflitos ao desempenho de sua atividade; estejam atuando ou prestando serviços em nome ou para o Banco
• Os servidores deverão usar de sigilo, não utilizando infor- do Brasil cabendo-lhes conhecer e zelar pelos preceitos contidos
mações governamentais para seu próprio interesse. Além disso, nos documentos. Tratam-se, portanto de referenciais que, obriga-
não poderão fazer promessas não autorizadas que comprometam toriamente, devem ser cumpridos por todos.
o governo; O Código de Ética é revisado periodicamente para que forneça
• Os servidores deverão ser honestos no cumprimento de as diretrizes sobre como a Empresa deve agir perante os desafios da
suas funções; atualidade. Além disso, integra o conteúdo programático das sele-
•Os servidores não poderão aceitar presente ou item de valor ções externas, e os procedimentos pré-admissionais. O documento
de qualquer pessoa ou instituição em busca de benefícios, nem possui versões em inglês, espanhol, alemão, japonês e mandarim.
fazer negócios ou atividades reguladas pelo órgão do servidor ex- Todos os funcionários no Brasil e no exterior, estagiários e aprendi-
ceto se permitido pelo responsável do órgão; zes são incentivados a realizar sua leitura anualmente.
• Os servidores não poderão usar seu cargo para ganhos pri-
vados; MENSAGEM DO PRESIDENTE
• Os servidores devem agir com imparcialidade e não devem Olá,
dar tratamento diferenciado a nenhuma organização individual ou Você está diante da nova versão do Código de Ética do Banco
privada; do Brasil.
• Os servidores deverão proteger e conservar o patrimônio A solidez e a perenidade do BB no mercado só são possíveis
do Estado, não os utilizando para fins não autorizados; com o comprometimento de seus colaboradores no cumprimento
• Os servidores deverão confessar fraudes, corrupção, des- dos padrões de conduta e princípios contidos nas suas Políticas, no
perdícios e abusos as autoridades responsáveis. Código de Governança Corporativa, no Programa de Compliance e
• Os servidores deverão de boa fé satisfazer suas obrigações nos normativos e regulamentos internos.
de cidadãos, incluindo obrigações financeiras; O compromisso e o engajamento de cada um contribuem para
• Os servidores deverão apoiar todos os regulamentos e leis o alcance do Propósito e Visão do Banco do Brasil, bem como dos
que asseguram oportunidades iguais para todos; pilares que constituem sua Estratégia.
• Os servidores deverão evitar toda a ação que crie a aparên- O Código de Ética é um documento que consolida o que o BB
cia de que estão violando as leis ou normas éticas. espera do seu corpo funcional.
• O Código de Ética dos Servidores Públicos Civil do Poder Suas revisões periódicas visam torná-lo mais representativo,
Executivo Federal foi aprovado pelo decreto n° 1.171 de 22 de reforçando conceitos e orientações para o relacionamento com co-
junho de 1994 destinado aos servidores públicos federais. laboradores, clientes e fornecedores dentre outros públicos com os
quais o BB se relaciona.
Para que tenhamos êxito, o documento corporativo deve ser
norteador de sua conduta. Pautar suas atividades e comportamen-
tos pelos princípios éticos é fundamental.
Portanto, a leitura e o registro de ciência do Código de Ética não
é apenas um procedimento administrativo. Conhecer a ética corpo-
rativa e aplicá-la no dia a dia são ações que agregam valor à organi-
zação, à sua imagem e impacto na sociedade. O agir ético fortalece
o BB enquanto empresa íntegra e confiável. Aos funcionários sugiro

249
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
que, em caso de dúvida, não hesitem em conversar com o seu ges- PRINCÍPIOS do Código de Ética
tor ou consultar o Comitê de Ética do seu Estado. Todos somos res- Cada um de nós tem o desafio de transformar princípios éticos
ponsáveis pelo BB e somos protagonistas na sua perenidade. em parte essencial de nossas responsabilidades.
São princípios que ditam a direção que devemos tomar, prin-
“A CONFIANÇA, TÃO VALIOSA NA ATIVIDADE BANCÁRIA, É O cipalmente quando vivenciamos dilemas éticos e precisamos to-
RESULTADO DA CONSTRUÇÃO DE UMA CULTURA DE ÉTICA NA EM- mar decisões aderentes às expectativas do Banco, ainda que não
PRESA, E O COMPROMISSO ÉTICO DO CORPO FUNCIONAL ENVOL- tenham sido previstas em normas específicas.
VE TANTO PEQUENAS ATITUDES NO DIA A DIA QUANTO DECISÕES Honestidade: O Banco espera que a conduta de seus funcio-
COMPLEXAS.” nários tenha como padrão a honestidade. Devemos fazer somente
Fausto de Andrade Ribeiro aquilo que é correto, devemos agir de boa-fé, com integridade e
Presidente sinceridade nos assuntos que afetam deveres e interesses do Ban-
co.
PROPÓSITO, VISÃO E VALORES Responsabilidade: Cada membro do Banco é responsável por
Propósito: “Cuidar do que é valioso para as pessoas”. suas ações e decisões. Devemos, independentemente da posição
Visão: “Ser a empresa que proporciona a melhor experiência que ocupamos, ser responsáveis pela criação de um ambiente
para a vida das pessoas e promove o desenvolvimento da sociedade transparente, respeitoso e seguro, a fim de que os negócios sejam
de forma inovadora, eficiente e sustentável.” éticos e sustentáveis. Também é nossa responsabilidade zelar para
Valores: Foco no Cliente: Estamos sempre atentos àquilo que é que atos irregulares não ocorram no Banco.
valioso para nossos clientes. Inovação: Somos movidos pela inova- Transparência: O Banco zela pela transparência de suas ações.
ção e agentes da transformação. As informações devem ser completas, precisas e claras. A confiança
Ética: Adotamos a ética como fundamento de nossa prática de nossos parceiros está ligada ao livre acesso que o Banco dá às
empresarial. informações de seus relatórios, prestações de contas e tomadas de
Senso de Dono: Assumimos a responsabilidade por empreen- decisão. O sigilo e a confidencialidade das informações permeiam e
der soluções de excelência e atuamos com protagonismo. são exigidos em nossas ações no Banco. Entretanto, ações executa-
Confiabilidade: Somos comprometidos com a transparência e das deliberadamente às escondidas não são éticas.
a solidez de nossas ações. Respeito: O Banco do Brasil não tolera desrespeito à dignidade,
Eficiência: Otimizamos os recursos disponíveis para criar valor à igualdade, à diversidade e à privacidade das pessoas. O ambiente
aos nossos públicos de relacionamento. de trabalho deve ser um local de profissionalismo, em que se res-
Espírito Público: Consideramos o interesse coletivo na tomada peitam as diferentes culturas e compreensões de mundo e onde o
de nossas decisões. respeito às leis e aos regulamentos internos do BB são prioridade.

PRINCÍPIOS DO CÓDIGO DE ÉTICA O que esses princípios significam na prática?


• HONESTIDADE • Respeito é um dever, é bom e todo mundo gosta.
• RESPONSABILIDADE • Faça o que é certo.
• TRANSPARÊNCIA • Você é responsável pelas consequências de suas atitudes.
• RESPEITO • Cuide do Banco! O que afeta ele, afeta você.
• Se você precisa esconder a sua ação, ela não é ética.
SÃO OS PRINCÍPIOS QUE DITAM A DIREÇÃO QUE DEVEMOS • Não basta ser ético; é necessário também parecer ético.
TOMAR, PRINCIPALMENTE QUANDO VIVENCIAMOS DILEMAS ÉTI- • Na dúvida sobre como agir, pare e procure ajuda
COS E PRECISAMOS TOMAR DECISÕES ADERENTES ÀS EXPECTATI-
VAS DO BANCO, AINDA QUE NÃO TENHAM SIDO PREVISTAS EM Quais são os ganhos e os benefícios de manter-se uma pos-
NORMAS ESPECÍFICAS. tura ética?
A postura ética de cada um colabora decisivamente para o de-
PÚBLICO ALVO senvolvimento de uma cultura organizacional saudável. O ambiente
O CÓDIGO DE ÉTICA É APLICADO : de trabalho se torna seguro e as pessoas se sentem engajadas. Com
a postura ética de seus funcionários, a Empresa ganha respeito nos
À ALTA ADMINISTRAÇÃO seus negócios e aprovação da comunidade.
– Conselheiros, Presidente, VicePresidentes e Diretores, inclu-
sive de empresas controladas CAPÍTULO 1
RESPEITO AO INDIVÍDUO
AOS FUNCIONÁRIOS
– lotados no Brasil e no exterior 1.1. Respeitamos a diversidade das pessoas que formam o am-
biente de trabalho e que mantêm relacionamento com o Banco do
AOS COLABORADORES Brasil.
– estagiários, aprendizes, dirigentes e empregados de empre- 1.2. Encorajamos a cultura de respeito e repudiamos a violên-
sas contratadas cia.
1.3 Devemos zelar pelo estabelecimento de um ambiente de
DEMAIS trabalho digno e saudável, pautando as relações pelo respeito e cor-
– Àqueles que estejam atuando ou prestando serviços em dialidade, independentemente da posição exercida na organização.
nome do Banco do Brasil ou para o Banco do Brasil.

250
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Exemplo Ilustrativo - Desrespeito no ambiente de trabalho: “O trabalho remoto é, ao mesmo tempo, um privilégio e um
Um colega, no ambiente de trabalho, rotineiramente, faz pia- desafio, pois o sucesso nessa modalidade de trabalho requer adap-
das inconvenientes diante dos colegas. Embora tenham conversa- tar rotinas do funcionário e das pessoas que coabitam”
do sobre isso, ele não cessa esse tipo de comportamento, gerando Céssia Freitas de Figueiredo - funcionária
uma sensação de desconforto e constrangimento nos demais.
TODA CONDUTA INADEQUADA QUE GERE DESENTENDIMEN-
Posicionamento do BB TO PODE SER CONSIDERADA ASSÉDIO MORAL?
O Banco do Brasil não tolera atos de desrespeito ou discrimina- Entende-se por assédio moral toda conduta abusiva, a exem-
ção. Se isso ocorrer, procure seu gestor e setores competentes para plo de gestos, palavras e atitudes que se repitam de forma siste-
manifestar seu desconforto. mática, atingindo a dignidade ou integridade psíquica ou física do
trabalhador.
”PARA MIM, ÉTICA É A SEMENTE; RESPEITO À DIVERSIDADE É Fonte: Cartilha de Prevenção ao Assédio Moral - Pare e Repare
O NOSSO FRUTO.” – Por um Ambiente de Trabalho mais Positivo - Secretaria de Comu-
Raysa Gonzaga - funcionária nicação Social do TST.
1.4 Devemos pautar nossas relações pelo respeito às diferen-
ças, sendo elas físicas, raciais, culturais, religiosas, de orientação O assédio moral é uma forma de violência grave e que tem
sexual, sociais, linguísticoregionais, etárias, de ideias, de origem, de como objetivo desestabilizar emocional e profissionalmente a
capacidade, de aparência, de classe, de estado civil ou de identida- pessoa de forma direta – acusações, insultos, ofensas, hostili-
de de gênero. dade, gritos, humilhações públicas – ou indireta – propagação
1.5 Devemos respeitar as normas sociais e culturais da comu- de boatos, isolamento, recusa na comunicação, exclusão social.
nidade em que atuamos, apresentando-nos e nos comportando de O sofrimento gerado impacta a autoestima, gera desmotivação,
maneira adequada e alinhada à posição exercida. podendo evoluir para a incapacidade laboral e/ou quadros de
1.6 Devemos prevenir constrangimentos e prejuízos à imagem adoecimento.
do Banco e de seus funcionários.
1.7 Desautorizamos que se inicie ou divulgue, em qualquer Condutas pontuais ou isoladas não caracterizam assédio
meio - interno ou externo - críticas ofensivas à honra ou calúnias moral.
que exponham a imagem do BB ou de quaisquer de nossas áreas
ou funcionários. QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DO ASSÉDIO SEXUAL?
2.14 Repudiamos condutas que possam caracterizar discri-
CAPÍTULO 2 minação ou sua indução; coação, perseguição ou constrangi-
BOAS PRÁTICAS DE RELACIONAMENTO mento; desrespeito às atribuições funcionais; desqualificação
pública, ofensa ou ameaça.
Ambiente de Trabalho Presencial, Remoto ou Contingencial 2.15 Orientamos que funcionários mantenham situação
2.1 Primamos pela confiança, honestidade e ética em nossas econômicofinanceira compatível com a ocupação e a renda com-
práticas comerciais, atuando de forma transparente, imparcial e provadas.
íntegra. 2.16 Devemos supervisionar e adotar medidas inibidoras de
2.2 Devemos oferecer produtos e serviços, bem como, prestar irregularidades.
atendimento com honestidade, diligência e ética.
2.3 Devemos nos comprometer com o bom clima de trabalho, O assédio sexual no trabalho caracteriza-se, em regra, pela
pautando nossas condutas pelo respeito e tolerância. conduta que viola a liberdade sexual de alguém
2.4 Devemos manter a comunicação respeitosa e profissional
com nossos pares, gestores, subordinados, clientes internos e ex- A definição está descrita no art.
ternos 216-A do Código Penal:
2.5 Desautorizamos a emissão ou reprodução de comentários “Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou
que possam prejudicar a convivência harmoniosa no ambiente de favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição
trabalho. de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de
2.6 Devemos desenvolver atividades com responsabilidade, emprego, cargo ou função”. Também são considerados como as-
autonomia e comprometimento. sédio sexual: atos, insinuações, contatos físicos forçados, convi-
2.7 Devemos realizar as atividades que nos são confiadas, assu- tes impertinentes como condição clara para manter o emprego;
mindo a responsabilidade pela tarefa. influir nas promoções da carreira do assediado ou prejudicar o
2.8 Devemos desenvolver nosso trabalho diário observando as rendimento profissional, humilhar, insultar ou intimidar a vítima
orientações de segurança. 2.17 Esperamos que nossos líderes promovam o desenvol-
2.9 Consideramos a segurança e a saúde no trabalho pilares vimento e inspirem suas equipes, estimulando o engajamento e
institucionais. buscando formar sucessores para desafios atuais e futuros.
2.10 Devemos cumprir as normas de segurança e saúde do tra- 2.18 Esperamos que os nossos líderes construam uma relação
balho. sólida com os clientes, fornecendo soluções adequadas para eles.
2.11 Proibimos que se trabalhe embriagado e/ou sob efeito de 2.19 Esperamos que nossos líderes atuem com visão e pro-
drogas ilícitas. pósito, apresentando a estratégia do BB de uma perspectiva as-
2.12 Devemos contribuir, nas nossas atividades diárias, para a sertiva para obter o apoio e o comprometimento dos liderados.
manutenção do caráter laico e apartidário da Empresa.
2.13 Repudiamos condutas que possam caracterizar assédio de
qualquer natureza

251
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
2.20 Exigimos que os nossos líderes sejam éticos, referência 2.35 Exigimos que os impactos socioambientais sejam medi-
de postura adequada e incentivadores do trabalho em equipe dos e considerados na realização de parcerias, convênios, proto-
como prática de colaboração e de compartilhamento de conhe- colos de intenções e de cooperação técnicofinanceira com enti-
cimentos e experiências. dades externas privadas ou públicas.
2.36 Orientamos que contatos e negócios com clientes se-
LÍDERES jam pautados pelo respeito, idoneidade e profissionalismo e que
2.21 Determinamos que a comunicação dos nossos líderes os produtos e serviços oferecidos sejam adequados ao perfil dos
esteja alinhada à estratégia do Banco, buscando o equilíbrio en- clientes e de acordo com a legislação.
tre pessoas, processos e resultados, demonstrando cuidado com 2.37 Orientamos que entidades ligadas ao Banco do Brasil
clientes, funcionários, sociedade e acionistas. pautem seus direcionamentos estratégicos e de negócios por
2.22 Esperamos dos nossos líderes coragem para ousar e princípios éticos.
que desenvolvam adaptabilidade, resiliência e sabedoria frente 2.38 Respeitamos a liberdade de associação sindical e bus-
a circunstâncias desafiadoras, fazendo constantemente a gestão camos conciliar, de forma transparente, interesses da empresa
dos riscos. com interesses de funcionários e de nossas entidades represen-
2.23 Recomendamos que os nossos líderes tenham empatia, tativas tendo a negociação como prática permanente.
controle emocional e respeito à individualidade dos liderados.
2.24 Esperamos que nossos líderes sejam promotores do di- FORNECEDORES
álogo com respeito, boa educação e assertividade, colocando em SE VOCÊ PERCEBER IRREGULARIDADE OU INCONSISTÊNCIA
prática a Comunicação Não Violenta e a escuta ativa. POR PARTE DE FORNECEDORES, DEVE COMUNICAR O FATO A SEU
2.25 Esperamos que os nossos líderes contribuam para o de- SUPERIOR E À UNIDADE RESPONSÁVEL PELA ADMINISTRAÇÃO DE
senvolvimento dos liderados, incentivando a autonomia, a ino- CONTRATOS PELO E-MAIL CESUP.ADCON@BB.COM.BR OU, SE PRE-
vação e a transformação cultural. FERIR, REGISTRAR DEMANDA NA OUVIDORIA INTERNA.
2.26 Desejamos que os nossos líderes valorizem vitórias e 2.39 Devemos conduzir processos de licitação, contratação e
conquistas da equipe como incentivo à continuidade dos bons formalização de acordos, convênios e parcerias com lisura, ética,
resultados. integridade e imparcialidade.
2.27 Esperamos dos nossos líderes conhecimento de pro- 2.40 Devemos adotar ações e procedimentos para prevenir
cessos mais eficazes e eficientes, antecipando e adotando inicia- fraudes e ilícitos nos processos licitatórios, na execução e acom-
tivas inovadoras no desenvolvimento de soluções digitais para panhamento de contratos administrativos ou em interação com
obter resultados consistentes. o setor público.
2.28 Esperamos dos nossos líderes, além da conduta ética, a 2.41 Orientamos que critérios de seleção, contratação e ava-
disseminação dos valores da organização e preceitos do Código liação devem ser determinados de forma imparcial e transparen-
de Ética, contribuindo para a aplicação deste documento. te, permitindo pluralidade e concorrência entre fornecedores.
2.42 Devemos exigir de fornecedores:
LIDERADOS •cumprimento da legislação trabalhista, previdenciária e
2.29 Exigimos que os nossos liderados respeitem o Código fiscal;
de Ética e a Política de Relacionamento com Clientes e Usuários. • cumprimento da legislação e das regulamentações relati-
2.30 Esperamos que os nossos liderados tenham respeito, vas à prevenção e ao combate à corrupção;
tolerância, controle emocional e maturidade, colocando em prá- • não utilização de trabalho infantil ou escravo;
tica a Comunicação Não Violenta e a escuta ativa. • adoção de boas práticas de preservação ambiental;
2.31 Esperamos que os nossos liderados sejam protagonis- • não adoção de atos de corrupção contra governos e a ad-
tas da sua carreira e promovam seu autodesenvolvimento, de- ministração pública brasileira ou estrangeira.
monstrando iniciativa e comprometimento, além de capacidade
de adaptação a mudanças de cenário. Exemplo ilustrativo
2.32 Esperamos dos nossos liderados a parceria com a ges- Relação com fornecedores
tão, com foco nas boas práticas de relacionamento e na condu- No cafezinho, a copeira revela a um funcionário que não rece-
ção dos processos. beu seu salário.
2.33 Esperamos que os nossos liderados desenvolvam o
pensamento estratégico, a destreza digital, a leitura de cenário, Posicionamento do BB
a criatividade e inovação. O Banco do Brasil deve zelar para que seus fornecedores cum-
pram a legislação, pois, além da questão ética, o Banco poderá res-
MEU GESTOR ME MANDOU FAZER ALGO QUE FERE O CÓDI- ponder pelo descumprimento.
GO DE ÉTICA. O QUE EU FAÇO? 2.43 Orientamos os fornecedores a seguir as diretrizes deste
Converse com seu gestor e verifique se não houve proble- Código de Ética.
ma de comunicação. Se você perceber algo que fere o Código
de Ética, busque ajuda na Ouvidoria Interna ou em outro canal ACIONISTAS, INVESTIDORES E CREDORES
do Banco. Você não pode ser conivente com atos que violam o 2.44 Somos transparentes e ágeis no fornecimento de informa-
Código de Ética. ções, observando regras de sigilo e confidencialidade.
2.45 Elaboramos demonstrações financeiras em conformidade
PARCEIROS com a lei, princípios e normas de contabilidade para representar
2.34 Orientamos parcerias com agentes que assegurem va- adequadamente o resultado das operações, os fluxos de caixa e a
lores como: integridade, ética, idoneidade e respeito à comuni- posição patrimonial e financeira da Empresa.
dade e ao meio ambiente.

252
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
2.46 ADOTAMOS PROCEDIMENTOS E CONTROLES INTERNOS CAPÍTULO 3
PARA ASSEGURAR O DETALHAMENTO, A VERACIDADE E A TRANS- NECESSIDADE DA OBEDIÊNCIA AO QUE É LEGAL
PARÊNCIA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DO BB. 3.1 Pautamos nossa atuação pelos princípios da legalidade, im-
pessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
CONCORRENTES 3.2 Repudiamos práticas ilícitas, principalmente fraude, subor-
2.47 Definimos que a ética, a integridade e a civilidade devem no, extorsão, corrupção, propina, agiotagem, lavagem de dinheiro,
ser princípios norteadores das nossas relações com a concorrência. evasão de divisas e financiamento do terrorismo.
Trocas de informações só podem ocorrer de maneira lícita, trans-
parente e fidedigna, preservando os princípios do sigilo bancário e EXEMPLO ILUSTRATIVO
os interesses da Empresa. CORRUPÇÃO
2.48 Desaprovamos a emissão de juízo de valor sobre a concor- Uma funcionária que trabalhava com agricultores familiares e
rência ou a depreciação de seus produtos e serviços. pequenos pecuaristas visitou a assistência técnica de um cliente,
2.49 Proibimos práticas inadequadas na oferta de produtos e que lhe pediu que direcionasse as demandas por projetos rurais
serviços, inclusive a imposição na efetivação de negócios. para a empresa dele. A funcionária passou, então, a indicar a em-
presa do cliente e, em troca do “favor”, recebia depósitos em sua
GOVERNOS conta-corrente originados da empresa da assistência técnica.
2.50 Somos parceiros do poder público na implementação de Posicionamento BB
políticas, projetos e programas socioeconômicos voltados para o Nunca se deve direcionar negócios nem receber valor/presen-
desenvolvimento sustentável do Brasil e dos países em que atua- te/ brinde/hospitalidade de terceiro como pagamento de “comis-
mos. são” pelos serviços prestados pelo Banco.
2.51 Articulamos interesses e necessidades da Administração
Pública com segmentos econômicos das sociedades com as quais CONFORMIDADE
nos relacionamos. 3.3 Ratificamos a necessidade de todos os funcionários e os
2.52 Devemos atuar nas relações com o poder público em membros da alta administração possuírem conhecimentos sobre as
conformidade com diretrizes internacionais no que diz respeito Políticas do Banco, a legislação e a regulamentação em vigor ineren-
prevenção e combate à evasão fiscal, à corrupção, à lavagem de tes às suas atividades.
dinheiro e ao financiamento do terrorismo. 3.4 Devemos atuar em conformidade com os normativos in-
2.53 Repudiamos atos de corrupção praticados contra gover- ternos, as leis e normas de ordenamento jurídico brasileiro e dos
nos e a administração pública brasileira ou estrangeira, como, por países onde atuamos.
exemplo:
• garantir, prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, ATENÇÃO
qualquer vantagem indevida a agente público ou a terceiro a ele 3.5 Vedamos o relacionamento negocial com pessoas e organi-
relacionado; zações envolvidas em atividades ilícitas.
• financiar, custear, patrocinar ou de qualquer modo subven-
cionar prática de ato ilícito; ATENÇÃO
• induzir a realizar ou deixar de realizar ação em violação às 3.6 Desautorizamos a prática de ato que possa acarretar ação
obrigações legais; cível ou trabalhista ou que cause prejuízo ao Banco.
• obter, manter ou direcionar negócios de maneira indevida; 3.7 Proibimos a formalização de decisões relativas a operações
• praticar sonegação de impostos, evasão de divisas e demais sem prévia e formal autorização do cliente.
crimes fiscais; 3.8 Proibimos a comercialização e o consumo de drogas ilícitas
• afetar ou influenciar ato ou decisão; no ambiente de trabalho.
• utilizar intermediário - pessoa física ou jurídica - para ocul- 3.9 Devemos atender às solicitações de órgãos externos de re-
tar ou dissimular interesse ou identidade de beneficiários de atos gulamentação e fiscalização e de auditorias externa e interna nos
praticados; prazos estabelecidos.
• frustrar, fraudar, obter vantagem ou benefício indevido, im-
pedir, perturbar ou manipular caráter competitivo de procedimen- TUDO QUE NÃO ESTÁ ESCRITO NOS NORMATIVOS É PERMI-
to licitatório; TIDO?
• dificultar atividade de investigação ou fiscalização ou intervir Os normativos do Banco são bons condutores de nossas ações.
em nossa atuação. Se você, porém, estiver diante de situação em que não encontra
nos normativos explicação clara de como deve agir, peça ajuda ao
2.54 Devemos estabelecer independentemente de convicções seu gestor e pelos canais de atendimento. Se determinada situação
ideológicas individuais, relacionamento cortês com o poder público não está prevista nos normativos, não significa que é permitida.
brasileiro e com o dos países em que atuamos. “É IMPORTANTE ZELAR PELA ÉTICA E DENUNCIAR ATOS INCOR-
2.55 Proibimos o financiamento de partidos políticos ou can- RETOS, MESMO QUANDO NOS SENTIMOS PRESSIONADOS A FAZER
didatos a cargos públicos no Brasil e nos países em que atuamos. O CONTRÁRIO.”
2.56 Proibimos dar, oferecer, prometer ou autorizar que se
dê qualquer coisa de valor a funcionário do governo brasileiro ou Duílio Benício e Silva - funcionário
estrangeiro, diretamente ou por meio de intermediário, a fim de
influenciar ação para obter vantagem indevida. ATENÇÃO
3.10 Devemos assegurar informação legítima, objetiva, atual e
clara em divulgações públicas, relatórios e documentos disponibili-
zados aos órgãos reguladores de países onde atuamos.

253
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
3.11 Orientamos os funcionários e os membros da alta admi- Posicionamento BB
nistração a realizarem anualmente capacitação sobre ética disse- Não podemos utilizar informação interna para realizar negócios
minando os preceitos contidos neste Código e na Trilha da Ética e pessoais com terceiros, como clientes, fornecedores, prestadores
sobre as Políticas associadas à gestão de riscos. de serviços, parceiros de negócios, correspondentes, etc.
3.12 Orientamos os funcionários, estagiários e aprendizes a re- 4.6 Advertimos que as ações exemplificadas a seguir configu-
gistrar ciência do Código de Ética do BB a cada campanha de leitura. ram conflito de interesses:
•Deliberar sobre assuntos de interesse conflitante com o do
ALTA ADMINISTRAÇÃO Banco.
Um diretor do Banco recebeu uma proposta para assumir de •Celebrar contrato administrativo ou celebrar contrato em
imediato o cargo de CEO de uma fintech de pagamentos digitais . nome do Banco, excetuada contratação de operações bancárias,
desde que observados os limites dispostos nos termos da legisla-
Posicionamento BB ção, regulamentações aplicáveis bem como nas Políticas Especificas
Nesse caso, o diretor deverá cumprir a quarentena que con- de Transações com Partes Relacionadas (TPR) e Políticas de Credito
siste no período de interdição de quatro meses, a partir da data de do Banco, com pessoa que tenha relação de parentesco até o ter-
exoneração. ceiro grau com:
a) dirigente do BB;
3.13 Orientamos a Alta Administração a observar normas jurí- b) empregado do BB cujas atribuições envolvam atuação na
dicas que lhe são aplicáveis no exercício da função, inclusive as de área responsável pela licitação ou contratação;
direito público. c) autoridade de ente público a que o BB está vinculado.
3.14 Orientamos os Estatutários a seguir, além deste Código de • Manter sob subordinação hierárquica direta cônjuge, compa-
Ética, o Código de Conduta da Alta Administração Federal, que dis- nheiro(a) ou parente em linha reta ou colateral, por consanguinida-
põe, entre outros assuntos, sobre: de ou afinidade, até o 3º grau.
• conflito de interesses;
• sigilo e comunicação de informações relevantes obtidas em Exemplo Ilustrativo I
razão da função ocupada; A empresa promotora de eventos, que tem como sócia a es-
• quarentena estatutária posa do diretor BB, demonstra interesse em fechar contrato com o
Banco para a promoção dos eventos institucionais.
QUEM DEVE DECIDIR SOBRE O CUMPRIMENTO OU NÃO DA Posicionamento BB
QUARENTENA? COMO SE DEVE PROCEDER? Essa situação configura conflito de interesses, porque é vedado
“Compete à Comissão de Ética Pública – CEP avaliar cada situ- celebrar contrato administrativo com parente ate o terceiro grau
ação. O estatutário deverá consultar previamente a CEP sobre as de dirigente do BB.
atividades e serviços que pretenda exercer ou prestar durante o pe-
ríodo de quarentena.” Exemplo Ilustrativo II
Fonte: Código de Conduta da Alta Administração Federal A empresa promotora de eventos, que tem como sócia a es-
posa do diretor BB, pretende solicitar um financiamento junto ao
CAPÍTULO 4 Banco, para renovar a frota de automóveis da empresa.
CONFLITO DE INTERESSES
Posicionamento BB
4.1 Compreendemos que há conflito quando um funcionário A celebração de contrato de operações com parente de diri-
tem interesses privados que influenciam no desempenho de seus gente do BB, não configura conflito de interesses, desde que ob-
deveres e responsabilidades no Banco. servados os limites dispostos nos termos da legislação, regulamen-
4.2 Entendemos que a forma correta de evitar o conflito de tações aplicáveis, bem como na Políticas Especificas de Transações
interesses é buscando a imparcialidade. Agir de forma imparcial com Partes Relacionadas (TPR) e Políticas de Crédito do Banco.
significa, por vezes, declarar-se impedido de realizar determinadas
atividades. • Conduzir assuntos ou negócios com agente público com po-
4.3 Devemos exercer nossa atividade de forma isenta, eximin- der decisório no âmbito dos órgãos e entidades do governo com o
do-nos de usar a condição de funcionário para obter vantagens para qual tenha relação de parentesco, em linha reta ou colateral, por
nós ou para terceiros. É dever de cada um evitar a ocorrência de consanguinidade ou afinidade, até 3º grau.
conflito de interesses • Permitir que atividades internas extrapolem o ambiente res-
4.4 Devemos comunicar, de forma imediata, casos de conflito trito, afetando interesses do Banco.
de interesses ou presunção de sua existência ao superior hierárqui- • Utilizar a condição de funcionário para obter empréstimo pe-
co ou à Ouvidoria Interna. cuniário de cliente, fornecedor ou prestador de serviços.
4.5 Devemos apoiar e participar de estratégias de prevenção • Utilizar informação privilegiada sobre ato ou fato relevante
organizadas pelo BB que busquem alertar a ocorrência de conflito ainda não divulgado no mercado a que tenha tido acesso em razão
de interesses. de cargo ou função.

EXEMPLO ILUSTRATIVO CONFLITO DE INTERESSES Em função das atividades desenvolvidas no BB, um funcioná-
Um funcionário do Banco monitora os leilões de imóveis reali- rio obtém informações de determinada empresa listada em bolsa
zados pelo Banco e indica a compra desses imóveis para seus clien- de valores. Ciente da valorização de seus papéis, adquire elevada
tes, recebendo uma “comissão” pela indicação, atuando como um quantidade, a fim de lucrar com o movimento.
“corretor de imóveis”.

254
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Posicionamento BB Posicionamento BB
Funcionários devem se abster de realizar negócios a partir de Neste caso, configura-se Conflito de Interesses, porque a ativi-
informações obtidas em função das atividades desenvolvidas no dade de consultoria financeira concorre com a atividade bancária.
Banco ainda não divulgadas ao mercado, além de mantê-las sob
sigilo até que sejam de conhecimento público. 4.7 Vedamos a realização de Transações com Partes Relaciona-
das (TPR) em condições diversas às de mercado.
Somente a alta administração tem acesso a informações pri-
vilegiadas? ATENÇÃO
NÃO. Informação privilegiada envolve conhecimentos e dados Casos de conflito de interesses envolvendo os integrantes da
que todos nós possuímos dentro do Banco em decorrência das Diretoria Executiva (Presidente, Vice-presidentes e Diretores) deve-
atividades que desempenhamos - em maior ou menor grau. São rão ser encaminhados à análise da Comissão de Ética Pública da
informações estratégicas ou que podem gerar algum impacto nos Presidência da República.
negócios e processos internos.
Por exemplo: CAPÍTULO 5
-orientar alguém a aguardar para fazer um investimento por TOMADA DE DECISÃO
saber que o Banco lançará um novo produto no mercado (ainda
não divulgado);
-desobedecer a quarentena estatutária e passar a atuar em
empresa com atividade concorrente ao Banco, utilizando-se de in-
formações que detinha no BB;
-usar acessos em ambientes corporativos - físicos ou virtuais -
para obtenção de informações para uso particular;
-compartilhar com terceiros informações, ainda não públicas,
de clientes, as quais obteve em função da prestação de consultoria;
-divulgar informação sigilosa a respeito de estudos sobre even-
tual parceria estratégica ou operação societária de participações do
Banco a terceiros.
• Utilizar informação interna para realizar negócios pessoais
com terceiros, como clientes, fornecedores, prestadores de servi-
ços, parceiros de negócios, correspondentes, etc.
• Utilizar o nome do Banco do Brasil no exercício de seus direi- A ética atrapalha o lucro?
tos políticos. A ética não atrapalha o lucro, ela traz confiança. A confiabili-
• Conduzir carreira no Banco recorrendo à intermediação de dade é um dos maiores bens do mercado. Empresa transparente
terceiros. e ética atrai investidores e clientes. A ética cria senso de pertenci-
• Usar de sua posição e poder para nomear, contratar ou favo- mento nos funcionários. Investir em ética é investir no maior bem
recer um ou mais parentes em detrimento de pessoas e empresas da empresa: a confiança no seu nome.
com perfil e competências mais adequados, configurando prática
de nepotismo. “NUMA DECISÃO DE TRABALHO, SEMPRE QUE VOCÊ DER PRE-
• Desempenhar atividades externas que possam constituir pre- FERÊNCIA A UM INTERESSE PESSOAL, REPENSE, POIS PODE HAVER
juízo ou concorrência para o Banco. UM CONFLITO DE INTERESSES.”
MÁRCIA DOSI - FUNCIONÁRIA
EXEMPLO ILUSTRATIVO INTERFERÊNCIA NO TAO
Funcionário tem uma trajetória exemplar no Banco, desempe- CAPÍTULO 6
nho satisfatório e é considerado apto para assumir novas funções PRESENTES,BRINDES, HOSPITALIDADE E FAVORES
na empresa. 6.1 As regras a seguir referem-se ao relacionamento do Banco
Entretanto, nas concorrências no TAO não figura entre os clas- do Brasil com terceiros, como cliente, fornecedor, prestador de ser-
sificados. viço, parceiro de negócios, correspondente, etc
Esse funcionário pode contatar os demais inscritos e solicitar- 6.2 Vedamos o recebimento pelo funcionário do BB de qual-
-lhes que retirem suas concorrências para que ele melhore sua clas- quer valor em espécie como benefício próprio.
sificação? 6.3 Proibimos o recebimento e solicitação de benefício ou re-
muneração em retorno por serviço prestado na realização de nos-
Posicionamento BB sas atividades na qualidade de funcionários do BB
Não! O funcionário deve pesquisar os parâmetros das oportu- 6.4 Desaprovamos o recebimento ou a oferta de presentes ou
nidades em que está inscrito (Pessoal 43-05) e envidar esforços na brindes que comprometam a percepção de profissionalismo e de
melhoria de sua pontuação, por exemplo, fazendo os cursos UniBB imparcialidade da empresa, independentemente do valor
e certificações indicados. Fazer contato com colega melhor pontua-
do é antiético, fragiliza o processo e pode ser analisado sob aspecto EXEMPLO ILUSTRATIVO -PRESENTES E BRINDES
disciplinar. Um cliente de uma agência trouxe uma garrafa de vinho de
presente para seu gerente. Durante o atendimento, foi identificado
Funcionário deseja abrir empresa de consultoria financeira. que ele gostaria de ter benefícios anteriormente negados, como,
por exemplo, o aumento de seu limite de crédito.

255
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Posicionamento BB 8.3 Devemos observar normas da propriedade intelectual de
Nunca se deve aceitar presentes que configurem troca de fa- livros, textos, imagens e outros produtos protegidos por direito au-
vores, independentemente do valor. O Banco não autoriza ato que toral.
possa ser entendido como suborno, propina ou vantagem indevida. 8.4 Devemos observar diretrizes e políticas de segurança da in-
formação do BB, atentando-nos para a criticidade das informações.
“PARECER ÉTICO É TÃO IMPORTANTE QUANTO SER ÉTICO!” 8.5 Proibimos que funcionários tratem de assuntos sigilosos e
SYLVIA REJANE - FUNCIONÁRIA de uso interno em salas de conversação, redes sociais e aplicativos
6.5 Autorizamos aceitar presente ou brinde avaliado em até com acesso pela internet não autorizados pelo Banco.
100 reais, desde que não caracterize manipulação de processos de- 8.6 DEVEMOS PROTEGER INFORMAÇÕES DE PROPRIEDADE
cisórios ou obtenção de vantagens indevidas. DO BANCO DO BRASIL COMO FORMA DE GARANTIR INTEGRIDADE,
6.6 Orientamos a doação à Fundação Banco do Brasil ou à ins- CONFIDENCIALIDADE E DISPONIBILIDADE. NÃO PODERÃO SER DI-
tituição beneficente sem fins lucrativos presentes recebidos em VULGADOS SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO ESTUDOS, METODOLOGIAS,
desacordo com este Código cuja devolução não seja possível. A do- TÉCNICAS, MATERIAIS OU MODELOS DESENVOLVIDOS PARA O BAN-
ação deve ser comunicada no Portal Pessoas (dipes.bb.com.br) > CO.
Crachá > Você > Atuação > Presentes/Brindes > Incluir Novo Item. 8.7 Devemos consultar o cadastro e as informações de produ-
6.7Orientamos que, para oferecer brindes e presentes em tos e serviços de funcionários e correntistas apenas por necessida-
nome do BB para agente público, sejam observados os limites es- de do serviço, preservando o sigilo cadastral, bancário, empresarial
tabelecidos na legislação local, na legislação que trata de suborno e profissional.
transnacional e nas regras e políticas da instituição daquele que re- 8.8 Devemos resguardar o sigilo de informação do Banco do
ceberá a cortesia. Brasil, relativas a ato ou fato relevante às quais tenham acesso pri-
vilegiado em razão da posição ou função que ocupamos.
Se você ainda estiver em dúvida se deve ou não receber pre-
sentes, consulte o seu gestor. ÉTICA
8.9 Devemos prestar esclarecimentos fidedignos e tempestivos
CAPÍTULO 7 quando solicitados pelo Banco, mesmo quando estivermos em situ-
BENS E RECURSOS DO BANCO DO BRASIL ação de disponibilidade para outra empresa ou cedido para órgão
7.1 Proibimos o uso de recursos físicos, tecnológicos, bens e externo.
serviços exclusivos ao desempenho de nossas atribuições, para fins 8.10 Devemos assegurar que registros contábeis e demonstra-
particulares. ções financeiras sejam verdadeiros, completos, precisos, claros e
7.2Devemos nos limitar a instalar, usar ou permitir o uso de estejam em conformidade com a legislação, os princípios e as nor-
programa de computador (software) licenciados ou autorizados. mas de contabilidade e controles internos
7.3 Devemos preservar a identidade institucional, evitando
usar o nome da Empresa, marcas e símbolos privativos sem auto- Uso Ético dos Dados
rização. 8.11 Tratamos de maneira responsável e ética os dados inter-
7.4 Devemos observar a competência restrita dos porta-vozes nos e externos coletados, de acordo com a legislação, durante todo
para atender demanda de informações pela mídia, conforme dire- o ciclo de vida da informação.
trizes do discurso institucional. 8.12 Utilizamos mecanismos de segurança para proteção de
7.5 Proibimos o uso de instalações, equipamentos, materiais dados e informações de clientes, fornecedores, parceiros e demais
de trabalho e rede eletrônica de comunicações para assuntos polí- intervenientes.
ticopartidários, religiosos ou de interesse comercial próprio ou Fon 8.13 Devemos realizar nossas atividades respeitando a privaci-
de terceiros. dade do cliente e a legislação relativa ao assunto, inclusive no uso e
7.6 Devemos zelar pelo patrimônio e imagem do BB e dissemi- tratamento de bases de dados analíticas.
nar este cuidado
São porta-vozes do BB os gerentes gerais, superintendentes, Exemplo ilustrativo - Propriedade da Informação
gerentes executivos, diretores e integrantes do Conselho Diretor Um funcionário contou em uma reunião de família que o Banco
Um funcionário usou a logo do Banco como foto de seu perfil está desenvolvendo uma nova estratégia de captação de clientes.
em rede social. Falou, inclusive, da metodologia a ser utilizada para impactar o mer-
Frequentemente, ele se manifesta sobre questões político-par- cado.
tidárias atuais. Isso é correto? Somente mais tarde se deu conta de que um de seus parentes
A utilização da logo do Banco exige, previamente, avaliação que estava presente tem amigos em banco concorrente.
criteriosa da área gestora da marca. Além disso, a vinculação da
marca a manifestações político-partidárias é vedada pelo Banco. Posicionamento BB
Cada um de nós é responsável pelo sigilo e uso adequado das
CAPÍTULO 8 informações do Banco. Às vezes, o dano pode ser irreparável para
PROPRIEDADE INTELECTUAL E PROPRIEDADE DA INFORMA- a Instituição.
ÇÃO
CAPÍTULO 9
8.1 Preservamos a segurança da informação, pois a informação ENVOLVIMENTO COM A COMUNIDADE E SUSTENTABILIDADE
corporativa é um ativo e possui valor para a organização. 9.1 Adotamos a responsabilidade socioambiental na definição
8.2 Devemos estar cientes da responsabilidade no tratamento de políticas, normas e procedimentos de prevenção e combate à
das informações corporativas durante todo o seu ciclo de vida. corrupção, bem como à lavagem de dinheiro e ao financiamento
do terrorismo.

256
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
9.2 Estimulamos ações empreendedoras com parceiros que Minhas ações na esfera privada podem gerar consequências
abordam proativamente impactos ambientais. no Banco?
9.3 Repudiamos o trabalho degradante: infantil, forçado e es- Sempre que você, na vida privada, envolve o nome do Ban-
cravo. co em ações ilegais e/ou não éticas, gera consequências danosas
para o Banco e para si. Ações que suscitem repulsa ou reprovação,
Sustentabilidade é uma questão de atitude e espírito público. ainda que não vinculadas diretamente ao nome do BB, podem ser
9.4 Valorizamos vínculos estabelecidos com as comunidades tratadas administrativamente – inclusive sob aspecto ético e/ou
nas quais atuamos e respeitamos seus valores culturais pois reco- disciplinar.
nhecemos a necessidade de retribuir à comunidade parcela do va-
lor agregado aos negócios. CAPÍTULO 11
9.5 Apoiamos iniciativas de desenvolvimento sustentável e par- DÚVIDAS E DENÚNCIAS
ticipamos de empreendimentos voltados à melhoria das condições 11.1 Valorizamos sua manifestação. Se perceber algo que fira o
sociais da população. Código de Ética do Banco do Brasil, é seu dever denunciar
11.2 Repudiamos qualquer tipo de retaliação ao autor de de-
Por que a sustentabilidade ética é uma responsabilidade do núncias
Banco?
A sustentabilidade é pautada por três aspectos indissociáveis: Denúncias devem ser encaminhadas para a Ouvidoria Interna,
ambiental, social e econômico. Esse tripé determina que os negó- mesmo de forma anônima. O sigilo da fonte e a confidencialidade
cios do Banco causem o menor impacto ao meio ambiente e agre- são premissas da Ouvidoria Interna.
guem valor à sociedade.
Casos desta natureza serão avaliados sob aspecto ético e po-
CAPÍTULO 10 dem ser encaminhados para tratamento disciplinar.
USO RESPONSÁVEL DAS MÍDIAS DIGITAIS 11.3 Entendemos que o descumprimento das diretrizes deste
Código de Ética representa grave manifestação contra a ética e con-
10.1 Entendemos que a comunicação interna deve contribuir tra princípios administrativos do Banco do Brasil. Quem descumprir
para o fortalecimento o Código de Ética está sujeito às penalidades das instruções norma-
da relação entre a Empresa e os funcionários. tivas e poderá ser responsabilizado na Fon esfera judicial
10.2 Primamos pela comunicação inclusiva e que cria condi-
ções favoráveis à ação negocial e à realização do trabalho, com foco Fazer uma denúncia é ser “dedo-duro”?
na transparência, clareza e objetividade. NÃO.
10.3 Devemos usar de forma responsável as mídias digitais e Fazer uma denúncia é cumprir com seu dever ético e repre-
aplicar boas práticas de comunicação alinhadas aos princípios de senta cuidado com a nossa empresa. Deixar de denunciar com-
integridade, transparência e respeito. portamento inadequado é ser conivente com o erro. A denúncia
representa respeito aos princípios e condutas defendidas pelo Ban-
EXEMPLO ILUSTRATIVO - MÍDIAS DIGITAIS co. Permanecer em silêncio pode ser considerado ato de honra em
Um colega faz comentários depreciativos sobre um setor do determinadas culturas, porém jamais poderá ser considerado ato
Banco e colegas que lá trabalham. Mesmo que o tenha feito em ético. Nem a honra está acima dos princípios éticos. É considerado
grupo fechado, suas mensagens podem gerar prejuízos pessoais e conflito de interesses defender, proteger ou acobertar pessoas ou
profissionais. grupos em detrimento dos interesses do Banco. Lembre-se de que
o sentimento de culpa não deve ser do denunciante, mas daquele
Posicionamento BB que praticou a ação incorreta.
Em grupos fechados, mensagens são públicas. Elas se espa-
lham rapidamente e de maneira fácil. O descontrole e a impossibi- As denúncias são conduzidas por instâncias autônomas e es-
lidade de remoção das mensagens podem gerar danos irreparáveis pecializadas.
às pessoas e à instituição. A OUVIDORIA INTERNA pode ser contatada pelos seguintes
canais:
PROTAGONISMO E DEBATE COLABORATIVO E-mail: ouvidoriainterna@bb.com.br
10.4 Valorizamos manifestações no ambiente digital que res- Telefone: (61) 3108-7488
peitem a diversidade de ideias e o posicionamento da Empresa. Intranet: aba “ouvidoria interna” Carta e Atendimento presen-
10.5 Proibimos a vinculação do Banco do Brasil a comentários cial: SAUN Quadra 5, Bloco B, Torre Central, 5º andar, Asa Norte
e postagens de informações ou imagens ofensivos e/ou que violem - CEP: 70.040-912 Brasília-DF
a privacidade de funcionários e terceiros em mídias digitais e redes
sociais. A OUVIDORIA EXTERNA pode ser contatada pelos seguintes
10.6 Proibimos a emissão ou compartilhamento de informa- canais:
ções de caráter discriminatório ou ofensivo que exponha a imagem SAC: 0800 729 0722
do Banco, de seus funcionários e do Conglomerado. Ouvidoria Externa: 0800 729 5678
Deficientes Auditivos: 0800 729 0088
#cuidardoqueévaliosoparaaspessoas
Antes de escrever nas redes sociais, lembre-se de que todo
conteúdo é público. Pense no impacto na sua vida profissional, na
sua privacidade e na dos outros

257
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
COMO FAZER UMA DENÚNCIA ÀOUVIDORIA INTERNA? Membro: Rachel de Oliveira Maia
Toda denúncia deve ser formalizada. No registro, procure res- Membro: Débora Cristina Fonseca
ponder às seguintes perguntas: Quem está sendo denunciado? O Membro: Waldery Rodrigues Júnior
que ele fez? (se possível, identifique qual item do Código foi des- Membro: Paulo Roberto Evangelista de Lima
cumprido) Como aconteceu? Quando ocorreu o fato? Há testemu- Membro: Aramis Sá de Andrade
nhas ou provas? (indique-as)
Membros CD
11.4 Orientamos comunicar à Diretoria de Controles Interno- Presidente: Fausto de Andrade Ribeiro
-Dicoi/DF indício de corrupção, por meio do Canal de Denúncia de Vifin: José Ricardo Fagonde Forni
Ilícitos, disponível no Portal BB, inclusive de maneira anônima. Vivar: Carlos Motta dos Santos
11.5 Recomendamos que, em caso de dúvida quanto ao exer- Vicri: Ana Paula Teixeira
cício de atividade laboral remunerada ou não, paralela ao Banco, Vitec: Gustavo de Souza Fosse
o funcionário encaminhe consulta por meio do Sistema Eletrônico Vigov: João Pinto Rabelo Júnior
de Prevenção de Conflito de Interesses (SeCI), disponível no site da Vicor: Ênio Mathias Ferreira
Controladoria-Geral da União - CGU. Vipat: João Carlos de Nobrega Pecego
11.6 Sugerimos que, em caso de dúvida quanto à aplicação do
Código de Ética, converse com seu gestor ou consulte o Comitê Es- GLOSSÁRIO
tadual de Ética, por meio de registro no Portal da Ouvidoria Interna, Ética: Palavra de origem grega. Significa costume ou hábito. É
na intranet. uma parte da filosofia que se dedica a responder como deveríamos
agir.
Qual é a finalidade e a importância do Comitê de Ética?
O Comitê de Ética atua principalmente na prevenção de pro- Moral: Tradução latina da palavra ética, do grego. Com o passar
blemas éticos e investe em ações de educação; responde a con- do tempo, a literatura especializada optou por definir como moral
sultas e dúvidas de funcionários sobre como se deve agir; busca todo sistema público de regras próprio de diferentes grupos sociais.
minimizar conflitos e também age quando há descumprimento do
Código de Ética. O Comitê de Ética é um parceiro do funcionário no Código de Ética do Banco do Brasil: Conjunto de princípios e
seu dia a dia. regras que orientam como devemos agir no ambiente de trabalho.
É ferramenta de educação para a Ética.
CARTA DE ENCERRAMENTO
Este Código de Ética foi elaborado pela Diretoria Gestão da Cul- Cultura da Ética: Se caracteriza pela busca diária dos funcio-
tura e de Pessoas com a participação de vários colegas, validado nários pelo desenvolvimento de bons hábitos de comportamento
por todas as Unidades Estratégicas do BB, pelo Comitê Executivo ético, pensando sempre no outro e na instituição, antes de agir,
Pessoas e Cultura Organizacional, Conselho Diretor e Conselho de colaborando pelo desenvolvimento de boas práticas. Constitui-se
Administração do BB. Essa construção colaborativa retrata que a cultura por tratar-se de preocupação comum, de algo que se torna
ética faz parte da cultura do Banco do Brasil. valor de todos.
O documento deve ser revisado a cada três anos ou, extraordi-
nariamente, a qualquer tempo. Compromisso com a Ética: Cada um tem uma parte de respon-
A Diretoria Gestão da Cultura e de Pessoas é a área responsá- sabilidade pela efetivação da ética que é só sua. Compromisso é
vel pela estruturação, atualização, disseminação e implementação a responsabilidade individual que nos vincula com a necessidade
deste Código. de colocarmos os princípios da ética como parte integrante da vida
Para facilitar seu entendimento, utilizou-se linguagem simples pessoal e da vida institucional.
e clara. Exemplos, perguntas e respostas foram construídos com
o objetivo de ilustrar a aplicação da ética no dia a dia de trabalho. Educação para a Ética: É a formação de bons hábitos sob orien-
Além de ser um instrumento que orienta os funcionários na to- tação de regras e princípios éticos, que oferece fundamentação ne-
mada de decisões, o Código de Ética apresenta condutas esperadas cessária para escolha correta de nossa conduta social.
pelo BB e as que são expressamente vedadas, indicando, de forma
objetiva e prática, as responsabilidades dos colaboradores, inclu- Prevenção de Problemas Éticos: Prevenir é a melhor estraté-
sive da Alta Administração, a fim de contribuir para credibilidade, gia de desenvolvimento de ambientes saudáveis. É o ato de sermos
idoneidade e perenidade de nossa Organização. guardiões de nossas próprias ações, de zelarmos por todos e pela
Os pressupostos e orientações constantes no Código de Ética instituição.
do Banco do Brasil devem ser observados com atenção, cuidado
e visão de protagonismo, pois a responsabilidade pela aplicação e Conflito de Interesses: O conflito de interesses surge quando
disseminação é de todos nós. uma pessoa se encontra envolvida em processo decisório em que
ela tenha o poder de influenciar o resultado final, assegurando ga-
AFINAL, SOMOS TODOS RESPONSÁVEIS POR CUIDAR DO QUE nho para si, algum familiar, ou terceiro com o qual esteja envol-
É VALIOSO PARA AS PESSOAS. vido, ou ainda que possa interferir na capacidade de julgamento,
sem isenção. Há conflito de interesses quando alguém não é inde-
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO E CONSELHO DIRETOR pendente em relação à matéria em discussão, e pode influenciar
Membros CA ou tomar decisões motivadas por interesses distintos daqueles da
Presidente: Iêda Aparecida de Moura Cagni organização.
Vice-Presidente: Walter Eustáquio Ribeiro
Membro: Fausto de Andrade Ribeiro

258
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Quarentena estatutária: É o período de interdição, contados
a partir da data de exoneração, no qual o estatutário fica impedi-
do de realizar atividade incompatível com o cargo anteriormente
exercido.

Subordinação Hierárquica Direta: Caracteriza-se pela vincula-


ção direta entre o funcionário e o seu superior hierárquico e mate-
rializa-se pela sujeição do funcionário e ordens diretas, à avaliação
de desempenho - GDP - validação de ponto eletrônico, despacho
de férias, autorizações e deferimentos diversos, entre outras situ-
ações.

O QUE MUDOU NO CÓDIGO DE ÉTICA?


Numeração das páginas do Código de Ética.
Alteração da numeração dos itens de acordo com o capítulo.
Atualização da mensagem do Presidente.
Alteração da imagem da contra-capa.
Alteração da imagem do verso da página da carta do Presiden-
te.
Alteração da imagem (pág. 8).
Inclusão do item 2.4 (pág. 11).
Inclusão dos itens 2.6; 2.7 e 2.8 (pág. 11).
Inclusão dos itens 2.18, 2.19, 2.22 e 2.23 (pág 14).
Inclusão dos itens 2.25, 2.26, 2.27, 2.29, 2.30, 2.31, 2.32 e 2.33
(pág. 15).
Inclusão de exemplos (págs. 24 e 26).
Migração do item 2.38 do subtítulo “Governos” para “Parcei-
ros” (pág. 37).
Inclusão do item 3.3 (pág. 23).
Inclusão no item 4.6 de exemplo do conflito de interesse (págs.
26 e 27)
Exclusão no texto do trecho: “Mais exemplos de conflito de in-
teresses:”
Alteração das imagens das págs: 7, 8, 9, 11, 14, 17, 19, 20, 24,
25 e 37.
Alteração da citação da pág. 11.
Inclusão do subtítulo “Liderado” (pág. 15).
Inclusão no glossário o item “Subordinação Hierárquica Direta”
(pág. 44).

259
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
9. Adotamos estrutura de gerenciamento de riscos que tem por
POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL objetivo identificar, classificar, avaliar, monitorar, mitigar e controlar
DO BANCO DO BRASIL (DISPONÍVEL NO SÍTIO DO BB o risco socioambiental.
NA INTERNET) 10. Avaliamos, atualizamos e publicamos sistematicamente
nossos desafios e ações em sustentabilidade, bem como o reporte
Política de Responsabilidade Socioambiental * dos resultados alcançados, de acordo com padrões reconhecidos
Abrangência: Esta política orienta o comportamento do Banco pelo mercado.
do Brasil, que pautado pelos princípios da relevância, proporciona-
lidade e da eficiência, se compromete a envidar esforços para co- ASG (AMBIENTAL, SOCIAL E GOVERNANÇA): ECONO-
laborar com as empresas controladas, coligadas e simples partici- MIA SUSTENTÁVEL; FINANCIAMENTOS; MERCADO PJ
pações, a fim de que definam seus direcionamentos a partir destas
orientações, considerando as necessidades específicas e os aspec-
tos legais e regulamentares a que estão sujeitas.
Regulamentação: Resolução do Conselho Monetário Nacional Já ouviu falar em práticas ASG ou ESG? A sigla em português,
4.327, de 25/04/2014 e Normativo SARB nº 14, de 28/08/2014 (Au- que significa Ambiental, Social e Governança Corporativa (ASG),
torregulação FEBRABAN) Environmental, Social and Corporate Governance (ESG), em inglês,
Introdução: Esta política orienta o comportamento do Banco ganhou um peso importante na estratégia de diversas empresas, de
do Brasil em relação à responsabilidade socioambiental e seus prin- todos os portes, ao redor do mundo.
cípios também se encontram inseridos em políticas específicas. Os consumidores passaram a cobrar condutas mais responsá-
1. Pautamos a atuação em responsabilidade socioambiental veis e igualitárias das marcas e empresas. A sociedade agora de-
pelas nossas definições estratégicas, alinhadas às leis e normas que manda uma consciência maior dos empreendedores em relação
disciplinam o assunto. aos impactos no meio ambiente. A necessidade de maior demo-
2. Adotamos e difundimos princípios de atuação em bases so- cratização de acesso, além da inserção da diversidade de gênero no
cial e ambientalmente responsáveis, considerando: mundo corporativo ser pauta fundamental.
a) a ética, a promoção dos direitos humanos, dos direitos fun- Com o mercado mais engajado nesses aspectos, as instituições
damentais do trabalho, meio ambiente e o desenvolvimento sus- e os investidores passaram a incorporar as práticas ASG nos seus
tentável e a contribuição para a universalização dos direitos sociais planejamentos de negócio.
e da cidadania; Se você também preza pela sustentabilidade como consumidor
b) o respeito e a valorização da diversidade e da equidade nas ou quer adotar uma governança corporativa mais responsável na
relações; sua empresa, é bom conhecer o tema. E ainda descobrir as tendên-
c) a contribuição para que o potencial dos funcionários e de- cias e principais transformações.
mais colaboradores possa ser aproveitado pela sociedade;
d) o estímulo, a difusão e a implementação de práticas de de- PRÁTICAS ASG: COMO ESTÃO TRANSFORMANDO O MUN-
senvolvimento sustentável; DO CORPORATIVO?
e) a melhoria contínua de nosso desempenho socioambiental; Em 2004, a nomenclatura em inglês Environmental, Social and
f) o desenvolvimento de ações voltadas para a ecoeficiência e Corporate Governance (ESG) foi usada pela primeira vez em um re-
para a prevenção da poluição e das emissões de carbono em produ- latório do Pacto Global da ONU. O documento, em parceria com o
tos, serviços e processos, bem como o zelo pela adequada destina- Banco Mundial, surgiu de uma demanda do então secretário geral
ção dos resíduos gerados. das Nações Unidas, Kofi Annan, aos 50 maiores CEOs globais de ins-
g) o apoio a iniciativas que visem à redução da emissão ou à es- tituições financeiras, sobre como integrar, no mercado de capitais,
tabilização da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera. os fatores de governança, sociais e ambientais.
3. Adotamos estrutura de governança da responsabilidade so- Em português, a sigla ASG norteia ações mais responsáveis
cioambiental e gestão de riscos socioambientais compatíveis com o entre as organizações. As relações são cada vez mais pautadas por
nosso porte, a natureza do negócio, a complexidade dos produtos sustentabilidade, responsabilidade social e transparência nas suas
e serviços, e as relações estabelecidas com os diversos públicos de políticas corporativas.
interesse.
4. Engajamos e capacitamos a alta administração e o nosso pú- Relevância no mercado
blico interno, em todos os seus níveis, para o cumprimento desta Apesar de terem sido criadas há quase duas décadas, as práti-
Política. cas ESG vêm se tornando cada vez mais relevantes. Tanto a socie-
5. Estimulamos a participação dos nossos públicos de interesse dade vem demandando cada vez mais atenção ao tema, quanto as
no desenvolvimento desta Política. empresas têm se adaptado e, com isso, obtendo ganhos e melho-
6. Atuamos em conjunto com empresas, governos e sociedade rias nas suas atividades.
na definição de iniciativas voltadas à redução de riscos e ao aprovei- A sustentabilidade da empresa não importa mais apenas para
tamento de oportunidades relacionadas às questões socioambien- cumprir leis e novas regras ambientais. Hoje ela dita a imagem pe-
tais, inclusive às mudanças climáticas. rante o público, o valor diante de acionistas e até a capacidade de
7. Buscamos, por meio da nossa atuação negocial, favorecer a se manter e prosperar no futuro.
inclusão e a educação financeira, a geração de emprego e renda e a No Brasil, uma pesquisa de 2019 da Union Webster mostrou
melhoria contínua das condições de vida para clientes e sociedade. que 87% das pessoas preferem comprar de negócios sustentáveis.
8. Buscamos o alinhamento entre o investimento social privado Como você verá a seguir, essa preferência só foi aumentando.
e a nossa atuação negocial, considerando práticas ambientalmente
corretas.

260
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Impactos da pandemia Isso é feito por meio do incentivo de soluções financeiras vol-
Se essa já era uma demanda crescente de mercado, a pande- tadas à aquisição de sistemas, como painéis solares, equipamentos
mia acelerou ainda mais o interesse sobre o tema. Por conta da cri- mais eficientes, entre outros. Tanto em casas e empresas quanto
se sanitária e principalmente dos seus reflexos sobre a economia, no campo.
aumentaram as cobranças em relação à postura socioambiental dos
negócios. Incentivo à Agricultura Sustentável
As pesquisas da população pelo termo, em inglês, ESG na inter- O Banco do Brasil presta apoio à agricultura familiar e preza por
net quase triplicaram nos 12 meses anteriores a fevereiro de 2022. incentivos para melhores práticas agrícolas.
Em relação ao tema ASG como um todo, as buscas aumentaram
150% no Brasil, segundo uma pesquisa do Google Trends. As metas nesta área são ambiciosas. Até 2025, a instituição
pretende destinar R$ 125 bilhões para créditos contratados nesse
Perspectivas de crescimento segmento. O foco são ações mais eficientes de plantio e colheita
Um estudo da McKinsey aponta como o mercado responde ra- e uma produção mais alinhada às demandas de desenvolvimento
pidamente ao aumento da demanda por empresas ESG. De acordo do país.
com a consultoria, 83% dos executivos e investidores esperam que
a adoção dessas práticas esteja diretamente relacionada ao aumen- Fomento ao Empreendedorismo
to de valor das organizações nos próximos cinco anos. O apoio ao desenvolvimento dos brasileiros também possui
Essa conscientização maior e os consequentes ganhos da socie- impactos diretos em termos socioambientais. Por isso, a instituição
dade com a adoção, por parte das empresas, dessas práticas, tor- auxilia empreendedores com crédito e conteúdos sobre educação
naram-nas fundamentais para os negócios. A adaptação é a melhor financeira.
forma de prosperar.
Até 2025, o Banco do Brasil deseja ter 1 milhão de clientes em-
Tendências de ASG para 2022 preendedores. E assim, tornar-se fundamental com crédito para
A fim de aderir às novas demandas do mundo dos negócios geração de mais empregos e promoção de crescimento econômico.
e fazer parte desse movimento de transformação, é fundamental
conhecer as suas tendências. Para 2022, alguns temas devem atrair Ampliação da Eficiência Estadual e Municipal
os interesses dos investidores que valorizam práticas sustentáveis. Estados e municípios também receberão ajuda em melhorias
Segundo estudo realizado pela consultoria Deloitte, dentre administrativas, educativas, de eficiência energética, entre outras.
eles: redução dos gases do efeito estufa, regulamentação dos mer- Já há metas para até 2025 nesta área.
cados de crédito de carbono, diversidade e inclusão. O mesmo do-
cumento indica que 74% das organizações com ações na bolsa pla- O principal objetivo é desembolsar R$ 20 bilhões em apoio ao
nejam ampliar o seu orçamento direcionado à ASG ainda neste ano. programa Eficiência Estadual e Municipal. Ele engloba desde me-
lhorias administrativas até nas áreas de educação, meio ambiente,
O ASG é uma mudança de modelo no capitalismo mobilidade, entre outras.
Quando se trata do tema de ASG no Brasil, o nome de Sônia
Consiglio tende a ser imediatamente lembrado. Jornalista e espe- Ampliação dos Investimentos ASG
cialista em desenvolvimento sustentável, Sônia tem, na sua carrei- A instituição direciona cada vez mais recursos a investimentos
ra, passagem pelas diretorias de comunicação e sustentabilidade de ESG. Com isso, desempenha um papel relevante para motivar ações
instituições financeiras de peso, como o BankBoston, o Itaú Uniban- voltadas à adoção de práticas com viés ambiental, social e de gover-
co e a Bolsa de Valores B3. nança corporativa.
Em 2016, foi eleita SDG Pioneer pelo Pacto Global da ONU, por
ter trabalhado para o desenvolvimento de um mercado de ações Há uma meta de chegar a 2025 com R$ 20 bilhões aplicados em
mais transparente e sustentável na B3. A honraria é destinada empresas alinhadas a essas causas. O banco também realizará uma
àqueles líderes empresariais que tiveram reconhecida atuação em avaliação, até o final de 2022, sobre os critérios ESG de 100% dos
prol do desenvolvimento sustentável. ativos aplicáveis sob gestão da BB DTVM.

Os dez compromissos do Banco do Brasil para um mundo mais Originação de Títulos Sustentáveis
sustentável Por meio da Originação de Títulos Sustentáveis, o Banco do
Um dos maiores bancos brasileiros não poderia ficar de fora Brasil atua na criação de investimentos com impactos positivos em
dessa, né? Tendo em vista esse aumento da demanda por uma nova diferentes âmbitos sociais e ambientais.
economia mais sustentável, voltada para o meio ambiente e social,
sempre pensando na melhora da governança, o Banco do Brasil es- O grande objetivo é disponibilizar o equivalente a R$ 30 bilhões
tabeleceu dez compromissos no tema ASG. em recursos sustentáveis negociados no mercado de capitais. Dessa
maneira, procura-se fazer com que os próprios investidores reco-
Quer conhecer? Veja a seguir. nheçam a sustentabilidade como um excelente negócio.

Fomento à Energia Renovável Aumento do cuidado ambiental


O banco tem o compromisso de fomentar soluções que ajudem O banco amplia constantemente o seu foco nos princípios de
a melhorar a eficiência das fontes energéticas. Assim, ele contribui preservação do meio ambiente, guiando-se por medidas específi-
para reduzir o consumo de fontes não renováveis e agressivas ao cas. Elas incluem a aquisição de energia renovável além da redução
meio ambiente. e compensação de emissões de gases do efeito estufa.

261
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Desde 2021, 100% das emissões indiretas desses gases são 2. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – MÉDIO – FGV – 2018) O
compensadas, e a meta é reduzir, até 2030, um total de 30% das mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mo-
emissões diretas. biliários que visa proporcionar liquidez aos títulos de emissão de
empresas e viabilizar seu processo de capitalização. É constituído
Já para 2024, a meta é que 90% das fontes de energia da insti- pelas bolsas, corretoras e outras instituições financeiras autoriza-
tuição sejam renováveis. das, e seus produtos principais incluem:
(A) certificados de depósitos bancários e letras financeiras;
Valorização da diversidade (B) títulos emitidos pelo Tesouro Nacional;
O Banco do Brasil realiza ações em prol da inclusão, principal- (C) cartas de fiança e garantias;
mente voltadas à equidade de gênero e de raça em cargos de lide- (D) empréstimos-ponte e financiamentos de projetos;
rança. (E) ações e debêntures.

Nesse quesito, os investimentos mais significativos atualmente 3. (TRANSPETRO – PROFISSIONAL DE COMUNICAÇÃO/JORNA-


são na formação de futuros líderes. Até 2025, haverá ao menos um LISMO – SUPERIOR – CESGRANRIO – 2018) No contexto recente
terço de mulheres e 23% de pessoas pretas e pardas liderando a da economia brasileira a valorização cambial vem sendo utilizada
instituição. como instrumento no combate à inflação. Mas a conservação des-
ta política, contudo, tende a expor setores econômicos mais volta-
dos ao mercado interno a um grau de concorrência crescente com
Ampliação da maturidade digital
empresas internacionais, o que pode vir a acarretar em queda do
Quanto mais digitais são os serviços prestados, menores são os
emprego e da renda internos. Um contexto de valorização cambial,
impactos para o meio ambiente. Ao mesmo tempo, isso permite, no Brasil:
aos clientes, ganhos em comodidade, tempo e satisfação. (A) Reduzirá a dívida externa em dólar.
(B) Trará importações mais baratas.
Sabendo disso, o banco pretende ter 17 milhões de clientes (C) Valorizará os termos de troca.
mais conectados até 2025. O foco é atender às demandas de pratici- (D) Propicia o acesso de capitais internacionais.
dade e inovação da sociedade, sem abrir mão da solidez financeira.
4. (BANESTES – TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO – MÉ-
Contribuição à sociedade DIO – FGV – 2018) É competência do Comitê de Política Monetária
Constantemente, a instituição promove projetos de educação, – Copom a fixação:
tecnologias sociais e sustentabilidade. Eles são criados e viabiliza- (A) da taxa do CDI;
dos graças aos investimentos na Fundação Banco do Brasil. (B) da taxa Selic diária;
(C) da meta para a taxa Selic;
Até 2030, a meta é investir mais de R$ 1 bilhão em projetos (D) da Taxa de Juros de Longo Prazo;
educativos, ações de inclusão socioprodutiva. Esta parte abrange (E) do superávit primário.
cuidados com o meio ambiente, incentivo ao voluntariado e desen-
volvimento de novas tecnologias sociais. 5. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – MÉDIO – FGV – 2018) Em
referência aos papéis exercidos pelo Copom e pela mesa de opera-
Gostou de saber mais sobre esse assunto tão importante para ções do mercado aberto do Banco Central do Brasil, com relação à
a economia no futuro? Então entenda mais sobre ASG no Blog BB e taxa Selic, é estabelecido que:
conheça as oportunidades de investir em fundos com essas carac- (A) a mesa de operações determina a meta para a Selic e o Co-
terísticas. pom é responsável por manter a taxa diária próxima da meta;
(B) o Copom determina a meta para a Selic e é também respon-
Fonte: Disponível em: https://blog.bb.com.br/entenda-o-que-sao-as- sável por manter a taxa diária próxima da meta;
-praticas-asg/ Acesso em: 23.dez.2022 (C) o Copom determina a meta para a Selic e a mesa de opera-
ções é responsável por manter a taxa diária próxima da meta;
(D) a mesa de operações determina a meta para a Selic e é tam-
EXERCÍCIOS bém responsável por manter a taxa diária próxima da meta;
(E) o Copom persegue uma meta estabelecida pelo Conselho
1. (BANESTES – TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO – MÉ- Monetário Nacional (CMN).
DIO – FGV – 2018) O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é dividido
em segmentos especializados e um dos ramos de maior importân- 6. (SETRABES – ADMINISTRADOR – SUPERIOR – UERR - 2018)
cia é o Mercado de Crédito, responsável por: Sobre o Plano Plurianual - PPA de que trata o art. 165 da Constitui-
(A) fornecer recursos para o consumo das pessoas em geral e ção Federal marque a alternativa incorreta:
para o funcionamento das empresas; (A) A duração atual é de quatro anos.
(B) fornecer à economia papel-moeda e moeda escritural, (B) Estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos
aquela depositada em conta-corrente; e metas da Administração Pública para as despesas de capital.
(C) permitir às empresas em geral captar recursos de terceiros (C) A elaboração dá-se no primeiro ano do mandato do gover-
e, portanto, compartilhar os ganhos e os riscos; nante.
(D) facilitar a compra e a venda de moeda estrangeira; (D) Estabelece um conjunto de metas de política governamen-
(E) permitir operações em mercados futuros. tal que envolve programas de duração prolongada.
(E) O Plano Plurianual é a lei que define as prioridades do exe-
cutivo para o ano seguinte ao de sua aprovação, e que devem
ser observadas na elaboração da lei Orçamentária Anual.

262
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
7. (SETRABES – ADMINISTRADOR – SUPERIOR – UERR - 2018) So- (C) procurar um banco, uma corretora ou uma distribuidora de
bre a Lei de Diretrizes Orçamentárias (CF/1988 e Lei nº 4.320/1964), valores mobiliários, que participem do lançamento das ações
analise as assertivas: pretendidas.
I - A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remu- (D) solicitar autorização no Banco Central do Brasil, o qual é
neração, pelos órgãos e entidades da administração direta ou in- o responsável pela gestão financeira do mercado de capitais
direta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder pú- brasileiro.
blico, só poderão ser feitas se houver prévia dotação orçamentária (E) entrar em contato direto com a empresa da qual tenha inte-
suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos resse em adquirir ações.
acréscimos dela decorrentes e, ressalvadas as empresas públicas e
as sociedades de economia mista, autorização específica presente. 12. (AL/APA – ECONOMISTA – SUPERIOR – FCC – 2020) O com-
II- A proibição de aquisição de veículos de representação, cons- portamento do balanço de pagamentos é sensível ao regime cam-
tante na lei de diretrizes orçamentárias vigente, em face da auto- bial adotado pelo país. Assim, em um regime de
nomia administrativa e financeira dos Poderes da República, não (A) taxa de câmbio flutuante, a política monetária é eficaz em
vincula o Poder Judiciário. determinar a taxa de câmbio real, muito embora não tenha
III- De acordo com a Constituição Federal, foi reservada à Lei controle sobre a taxa nominal de câmbio. (B) flutuação suja ou
de Diretrizes Orçamentárias a função de dispor sobre alterações na controlada, a taxa de câmbio nominal é mantida fixa de sorte a
legislação tributária. atrair capitais estrangeiros interessados em carry trade.
(C) câmbio fixo, o crescimento sustentado da economia basea-
Assinale a alternativa correta: do em déficits em transações correntes torna o equilíbrio das
(A) se todas as afirmativas estiverem corretas. contas externas diretamente dependente da liquidez no mer-
(B) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. cado financeiro internacional.
(C) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. (D) câmbio fixo, aumenta a eficácia da política monetária ao
(D) se apenas a afirmativa II estiver correta. isolar a economia de variações nos preços internacionais dos
(E) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas. bens importados.
(E) câmbio fixo, é maior o espaço de decisão à política mone-
8. (SETRABES – ADMINISTRADOR – SUPERIOR – UERR - 2018) tária doméstica, razão pela qual é preferível ao regime de flu-
Marque a alternativa correta. Todas as receitas e despesas consta- tuação.
rão pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. Esta afirmação
refere-se à: 13. (GASBRASILIANO – ECONOMISTA JR. – SUPERIOR – IESES
(A) LRF- Lei de Responsabilidade Fiscal. – 2017) Quando a taxa de câmbio nominal é predominantemente
(B) LOA- Lei Orçamentária Anual. determinada pela lei da oferta e da procura de mercado, estamos
(C) LDO- Lei de Diretrizes Orçamentárias. diante de um regime cambial de taxas ___________.
(A) Sujas.
(D) LTF- Lei de Transparência Fiscal.
(B) Fixas.
(E) PPA- Plano Plurianual
(C) Flutuantes.
(D) Mistas.
9. (BANESTES – TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO –
MÉDIO – FGV – 2018) O Sistema Financeiro Nacional (SFN) possui
14. (PREFEITURA DE VIANA/ES – AUDITOR FISCAL DE TRIBU-
órgãos normativos, supervisores e executores, com papéis bem de-
TOS/ECONOMIA – SUPERIOR – CONSULPLAN – 2019) O regime
finidos. A supervisão do mercado de capitais é responsabilidade:
cambial de uma economia é a estrutura na qual a taxa de câmbio é
(A) do Conselho Monetário Nacional (CMN);
gerada. Dentro de um modelo simplificado podemos dizer que um
(B) do Banco Central do Brasil;
regime cambial pode ser fixo ou flutuante. No primeiro caso, o Ban-
(C) da Bolsa de Valores;
co Central estipula um valor fixo para a taxa de câmbio, vide início
(D) do Ministério da Fazenda;
do Plano Real no Brasil, já no segundo, regime flutuante, a taxa de
(E) da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
câmbio variará de acordo com as conjunturas de mercado. Saindo
do modelo simplificado, dentro desses dois regimes, existem ainda
10. (CRO/AC – ANALISTA FINANCEIRO – SUPERIOR – QUADRIX –
tipos específicos. Sobre o comportamento dos regimes cambiais,
2019) Julgue os itens, relativos à gestão financeira das empre
NÃO podemos afirmar que:
sas. O mercado de capitais compreende todos os mercados de
(A) O regime flutuante de moeda que apresenta mediações es-
recursos financeiros edeintermediaçãodeoperações de crédito do
sistema econômico porádicas por parte do Banco Central com a intenção de atenu-
( ) CERTO ( ar as oscilações especulativas da taxa de câmbio é conhecido
( ) ERRADO por flutuação suja.
(B) O maior benefício do regime fixo de câmbio é o de ele sim-
11. (BANPARÁ – TÉCNICO BANCÁRIO – MÉDIO – FADESP – plificar a tomada de decisão por parte dos agentes econômicos.
2018) O Mercado Secundário é onde ocorre a negociação contínua (C) A taxa de câmbio nominal é o instrumento usado nas tran-
dos papéis (ações) emitidos no passado. Sendo assim, um investi- sações internacionais de troca de bens e serviços de uma nação
dor que queira operar nesse mercado deve por bens e serviços de outra nação.
(A) pedir autorização para Comissão de Valores Mobiliários (D) No regime puro de flutuação das taxas de câmbio o Banco
(CVM). Central não executa operações de compra e venda de moedas
(B) dirigir-se a uma sociedade corretora membro de uma bolsa estrangeiras.
de valores, na qual receberá orientações e esclarecimentos na
seleção dos investimentos.

263
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
15. (BANCO DA AMAZÔNIA – TÉCNICO CIENTÍFICO – SUPERIOR Conforme o entendimento do STF, o dispositivo anteriormente
– CESGRANRIO – 2021) De acordo com os dados do Banco Central transcrito
do Brasil, entre dezembro de 2019 e outubro de 2020, a taxa de (A) fere o direito à privacidade e à intimidade.
câmbio aumentou, em média, de R$4,11/US$ para R$5,63/US$, (B) é inconstitucional, pois o acesso a dados bancários pelo fis-
representando uma depreciação de 37% da moeda brasileira, em co depende de autorização judicial.
termos nominais, e de 35%, em termos reais. Considerando os fa-
(C) não ofende o direito ao sigilo bancário.
tores que determinam as alterações na taxa de câmbio ao longo do
(D) trata especificamente da quebra de sigilo bancário.
tempo, a depreciação observada no período assinalado refletiu a(o)
(E) baseia-se no princípio da transparência dos tributos.
(A) entrada líquida expressiva de dólares no Brasil.
(B) venda de reservas internacionais por parte do Banco Cen-
tral do Brasil. 19. Acerca da Lei Complementar nº 105/2001, que dispõe
(C) fuga de capitais, diante da incerteza com respeito aos im- quanto ao sigilo das operações de instituições financeiras, assinale
pactos da crise pandêmica. (D) aumento do diferencial entre as a alternativa correta.
taxas de juros internas e externas. (A) O dever de sigilo não é aplicável à BRB Distribuidora de Tí-
(E) aumento das posições compradas da moeda brasileira nos tulos e Valores Mobiliários, tendo em vista que ela não é consi-
mercados futuros de câmbio derada instituição financeira.
(B) O Fisco não pode requisitar diretamente ao BRB informa-
16. (CRQ/4ª. REGIÃO – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – MÉDIO – ções a respeito da movimentação bancária dos respectivos
QUADRIX – 2018) Julgue os itens, relativos à aplicação da matemáti- clientes, independentemente de autorização judicial.
ca financeira e ao financiamento do sistema bancário. Os juros reais (C) Mediante a decisão fundamentada do respectivo presiden-
são os juros resultantes, após a subtração da taxa de crescimento
te, uma CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal pode re-
da economia, dos juros nominais.
quisitar ao BRB informações a respeito da movimentação ban-
( ) CERTO
( ) ERRADO cária de clientes da instituição financeira.
(D) As operações financeiras que envolvam recursos públicos
17.(BRB – ESCRITURÁRIO – MÉDIO – IADES – 2019) As entida- não estão abrangidas pelo sigilo de que trata a referida lei com-
des representativas das instituições financeiras, a exemplo da Fe- plementar de acordo com jurisprudência do STJ.
deração Brasileira de Bancos (Febraban), têm envidado esforços (E) O dever de sigilo não é aplicável às empresas de fomento
para a criação e o aprimoramento contínuo de sistemas de autor- mercantil (factoring), tendo em vista que elas não são conside-
regulação destinados a reforçar publicamente o compromisso do radas instituições financeiras.
setor financeiro com a observância dos princípios da integridade,
equidade, transparência, sustentabilidade e confiança, orientando, 20. De acordo com a Lei Complementar n.º 105/2001, as ins-
no relacionamento com o consumidor, o atendimento das necessi-
dades e dos interesses deste de forma justa, digna e cortês, a fim de tituições financeiras devem conservar o sigilo de suas operações,
garantir a respectiva liberdade de escolha e a tomada de decisões sendo uma violação desse dever
conscientes, sem prejuízo da adoção de políticas e medidas volta- (A) a revelação de informações sigilosas, ainda que com o con-
das à responsabilidade socioambiental, prevenção de situações de sentimento expresso do interessado.
conflitos de interesse e de fraude, além da prevenção e do combate (B) a comunicação, às autoridades competentes, da prática de
à corrupção, à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terroris- ilícitos penais ou administrativos, sem ordem judicial.
mo. No que se refere aos sistemas de Autorregulação mencionados, (C) a troca de informações entre instituições financeiras, para
assinale a alternativa correta. fins cadastrais, ainda que observadas as normas do Banco Cen-
(A) Podem ser revogados por ato do Banco Central do Brasil. tral e do Conselho Monetário Nacional.
(B) São aplicáveis a todas as instituições financeiras e demais (D) o fornecimento, a gestores de bancos de dados, de informa-
instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Bra- ções financeiras relativas a operações de crédito adimplidas,
sil, independentemente de vínculo associativo ou adesão vo- para formação de histórico de crédito.
luntária. (E) a transferência, à autoridade tributária, de informações re-
(C) Decorrem de lei. lativas a operações com cartão de crédito que permitam iden-
(D) Constituem-se de recomendações sem força obrigatória, tificar a natureza dos gastos efetuados.
não havendo previsão de aplicação de sanções em caso de des-
cumprimento.
(E) A criação, a organização e o funcionamento desses sistemas 21. Considerando os crimes praticados contra a Administração
não dependem de autorização do Banco Central do Brasil. Pública e a Lei 9.613/96, marque a alternativa CORRETA.
(A) Aquele que solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para
18. Lei Complementar n.º 105/2001 outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de
Art. 6.º As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, influir em ato praticado por funcionário público no exercício da
dos estados, do Distrito Federal e dos municípios somente poderão função, pratica o crime de exploração de prestígio.
examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras, (B) Aquele que solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra
inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financei- utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Minis-
ras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedi- tério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete
mento fiscal em curso e tais exames forem considerados indispen- ou testemunha, pratica o crime de tráfico de influência.
sáveis pela autoridade administrativa competente. (C) Aquele que patrocinar, direta ou indiretamente, interesse
privado perante a administração pública, valendo-se da qua-
lidade de funcionário, pratica o crime de tráfico de influência.

264
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
(D) No que se refere à Lei 9.613/98 (Lavagem de Dinheiro), alte- 25. Em relação à responsabilização objetiva, administrativa e
rada pela Lei 12.683/12, é correto afirmar que atualmente não civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a Administra-
é possível a prática de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos ção Pública, de acordo com a Lei nº 12.846/13, assinale a afirmativa
e valores na modalidade tentada. correta.
(E) É crime praticado por funcionário público contra a admi- (A) A responsabilização da pessoa jurídica exclui a responsabili-
nistração em geral, dar às verbas ou rendas públicas aplicação dade individual de seus dirigentes e administradores.
diversa da estabelecida em lei. (B) Quando há cisão, as sucessoras serão responsabilizadas
somente pelo pagamento da muita devida, na proporção do
22. A lei que dispõe sobre o crime de lavagem ou ocultação de patrimônio líquido.
bens, direitos e valores (C) As pessoas jurídicas serão responsabilizadas pelos atos con-
(A) adotou o modelo legislativo de segunda geração de comba- tra a Administração Pública apenas quando estes foram prati-
te ao crime de lavagem de dinheiro, visto prever rol taxativo de cados exclusivamente em seu benefício.
crimes antecedentes. (D) Quando há fusão e incorporação, a sucessora será respon-
(B) permite ao Juiz reduzir ou deixar de aplicar a pena ao autor sabilizada e sobre ela serão aplicadas as sanções previstas em
que colaborar espontaneamente, prestando esclarecimentos Lei e o pagamento da multa devida, quando aplicável.
que conduzam à identificação de autores, coautores e partíci- (E) As sociedades controladoras, controladas e coligadas se-
pes, a qualquer tempo. rão solidariamente responsáveis pela prática dos atos contra
(C) permite à Autoridade Policial e ao Ministério Público o aces- a Administração Pública, restringindo-se tal responsabilidade à
so direto a documentos relativos a movimentações bancárias obrigação de pagamento de multa e à reparação integral do
de investigados por crime de lavagem de dinheiro. dano causado.
(D) estabelece ser de competência da Justiça Federal a apura-
ção e julgamento do crime de lavagem de dinheiro. 26. Assinale a alternativa correta de acordo com a Lei Anticor-
(E) prevê a modalidade da lavagem de dinheiro culposa. rupção no 12.846, de 1o de agosto de 2013, que dispõe sobre a res-
ponsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela práti-
23. A Lei Geral de Proteção de Dados considera como dados ca de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.
pessoais sensíveis os dados sobre (A) Não será levada em consideração na aplicação das sanções
(A) contas bancárias. a consumação ou não da infração, nem a cooperação da pessoa
(B) viagens realizadas. jurídica para a apuração das infrações.
(C) formação acadêmica. (B) As pessoas jurídicas somente serão responsabilizadas por
(D) origem racial ou étnica. atos ilícitos na medida da sua culpabilidade, enquanto os di-
(E) numeração de documentos. rigentes ou administradores serão responsabilizados objetiva-
mente.
(C) O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obri-
24. Nos termos da Lei Brasileira que trata da Proteção de Da- gação de reparar integralmente o dano causado.
dos, Lei nº 13.709/2018, a respeito da Autoridade Nacional de Pro- (D) Na esfera administrativa, será aplicada multa à pessoa jurí-
teção de Dados (ANPD), assinale a alternativa correta. dica considerada responsável pelas práticas ilícitas, no valor de
(A) A natureza jurídica da ANPD é permanente, podendo ser 1 a 50% do faturamento bruto.
transformada pelo Poder Executivo em entidade da adminis- (E) A responsabilidade da pessoa jurídica na esfera administra-
tração pública federal indireta, submetida a regime autárquico tiva afasta a possibilidade de sua responsabilização na esfera
especial e vinculada à Presidência da República. judicial.
(B) Ato do Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comu-
nicações disporá sobre a estrutura regimental da ANPD. 27. De acordo com o Decreto nº 8.420/2015, consiste, no âm-
(C) Não é da competência da ANDP apreciar petições de titular bito de uma pessoa jurídica, no conjunto de mecanismos e proce-
contra controlador após comprovada pelo titular a apresenta- dimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia
ção de reclamação ao controlador não solucionada no prazo de irregularidades e na aplicação efetiva de códigos de ética e de
estabelecido em regulamentação. conduta, políticas e diretrizes com objetivo de detectar e sanar des-
(D) Os valores apurados na venda ou no aluguel de bens mó- vios, fraudes, irregularidades e atos ilícitos praticados contra a ad-
veis e imóveis de sua propriedade não constituem receitas da ministração pública, nacional ou estrangeira. A que termo se refere
ANDP. a descrição acima?
(E) Os cargos em comissão e as funções de confiança da ANPD (A) Sistema de Controles Internos.
serão remanejados de outros órgãos e entidades do Poder Exe- (B) Sistema de Combate a Atos Ilícitos Contra a Administração
cutivo federal. Pública.
(C) Programa de Integridade.
(D) Política de Governança Corporativa.
(E) Processo Administrativo de Responsabilização.

265
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
28. De acordo com o Decreto no 8.420/2015, a apuração da (C) colaboração não consistente em financiamento a progra-
responsabilidade administrativa de pessoa jurídica que possa resul- mas e projetos sociais.
tar na aplicação das sanções previstas no art. 6o da Lei no 12.846, (D) integração de outras instituições financeiras como requisito
de 2013, será efetuada por meio de Processo Administrativo de de participação.
(A) Especialização (E) neutralidade na intervenção em projetos sociais em comu-
(B) Fixação nidades carentes por ausência de recursos para todos.
(C) Contribuição
(D) Responsabilização 32. CESGRANRIO - ESC BB/BB/AGENTE COMERCIAL/2021
(E) Proporcionalização Com o intuito de incentivar o desenvolvimento de novos negó-
cios voltados às futuras gerações, determinada instituição financei-
29. Certa pessoa jurídica privada é acusada de praticar ato ra estabeleceu convênio com duas renomadas instituições nacio-
lesivo a autarquia municipal de Boituva consistente em fraudar o nais de ensino e pesquisa, possuidoras de organismos internos que
caráter competitivo de procedimento licitatório público e oferecer incentivam empreendimentos inovadores. Ao final de cada ano, os
vantagem indevida a agente público. Levando em conta o caso hi- projetos escolhidos devem receber aporte de recursos para desen-
potético e considerado o disposto na Lei n° 12.846/2013, assinale a volvimento dos seus produtos.
alternativa correta: Nos termos da Política de Responsabilidade Socioambiental do
(A) É possível a responsabilização, na esfera administrativa, da Banco do Brasil, o critério que deve ser preponderante na escolha
empresa em questão, o que afasta a possibilidade de responsa- dos vencedores consiste em analisar o mais bem apresentado
bilização na esfera judicial. (A) custo
(B) Caso ocorra a responsabilização da empresa na esfera ad- (B) rendimento
ministrativa, com a imposição de multa em percentual do fatu- (C) benefício ambiental
ramento, estará a empresa automaticamente desobrigada com (D) influxo geracional
relação à reparação integral do dano causado. (E) lucro
(C) A responsabilização da empresa na esfera administrativa
afasta a possibilidade de responsabilização individual dos diri- 33. CESGRANRIO - ESC BB/BB/AGENTE DE TECNOLO-
gentes ou administradores partícipes dos atos ilícitos. GIA/2021
(D) A lei prevê a possibilidade de celebração de acordo de le- Sr. Z resolve empreender na área agrícola, estabelecendo sua
niência, com identificação dos envolvidos e obtenção de infor- sede no interior do Brasil onde seus estudos identificaram uma
mações, o que implica na isenção das sanções e exime a pessoa maior necessidade de empregos. Após realizar as contratações de
jurídica da obrigação de reparação dos danos causados. praxe, inicia suas atividades, gerando um forte crescimento na re-
(E) É possível a propositura de ação judicial com vistas à apli- gião onde atua. Não desejando aumentar o número de emprega-
cação, dentre outras, das sanções de suspensão ou interdição dos, diante dos custos fixos da mão de obra, resolve ampliar sua
parcial das atividades e dissolução compulsória da pessoa ju- produção, negociando com pequenos empreendimentos locais.
rídica. Necessitando de aporte financeiro, ele apresenta pedido de em-
préstimo ao Banco Y, que encaminha equipe de auditoria à sede do
30. CESGRANRIO - ESC BB/BB/AGENTE COMERCIAL/2021 pretendente. Para surpresa de todos, a auditoria constata em vários
O Banco do Brasil (BB) oferece diversas linhas de crédito des- pequenos empreendimentos, trabalho infantil não autorizado pela
tinadas a custear os dispêndios realizados pelos produtores rurais. legislação e, por força disso, propõe que o empréstimo seja negado.
A modalidade de crédito rural, oferecida pelo BB, destinada ao Nos termos da Política de Responsabilidade Socioambiental do
beneficiamento, custeio e industrialização da produção é denomi- Banco do Brasil, constatado idêntico ilícito por parte de fornecedor,
nada ocorreria a
(A) Funcafé Custeio (A) manutenção do vínculo contratual, por ser relação exterior.
(B) Custeio Agropecuário (B) suspensão do vínculo até regularização dos atos.
(C) Pronamp Custeio (C) majoração dos juros do empréstimo, pelo risco aumentado.
(D) Pronaf Agroindústria (D) análise da relação temporal com o Banco e o valor dos in-
(E) Crédito Rural Pronaf Custeio vestimentos.
(E) decisão de realizar o empréstimo, para bater as metas ge-
31. CESGRANRIO - ESC BB/BB/AGENTE COMERCIAL/2021 renciais.
Um jovem atua em uma organização social com inúmeros pro-
jetos em comunidades carentes situada em região metropolitana
GABARITO
de uma grande capital brasileira. A organização possui vários em-
pregados, recrutados diretamente nas comunidades, e conta com
financiamento de pessoas físicas e jurídicas. Com o intuito de am- 1 A
pliar sua base de colaboradores, agenda diversos compromissos 2 E
com empreendedores que tenham interesse na região.
Nos termos da Política de Responsabilidade Socioambiental do 3 B
Banco do Brasil, seria adequado que houvesse 4 C
(A) percentual de funcionários que exercesse atividade remu-
5 C
nerada decorrente de atuação nas organizações sociais.
(B) incentivo aos funcionários do banco para que desempe- 6 E
nhassem atividades voluntárias no projeto. 7 E

266
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
______________________________________________________
8 B
9 E ______________________________________________________
10 E ______________________________________________________
11 B
______________________________________________________
12 C
13 C ______________________________________________________
14 C ______________________________________________________
15 C
______________________________________________________
16 E
______________________________________________________
17 E
18 C ______________________________________________________
19 D ______________________________________________________
20 E
______________________________________________________
21 E
22 B ______________________________________________________

23 D ______________________________________________________
24 E
______________________________________________________
25 E
______________________________________________________
26 C
27 C ______________________________________________________
28 D ______________________________________________________
29 E
______________________________________________________
30 D
31 B ______________________________________________________

32 C ______________________________________________________
33 B ______________________________________________________

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ANOTAÇÕES
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
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268
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

NOÇÕES DE SISTEMAS OPERACIONAIS - WINDOWS 10


(32-64 BITS) E AMBIENTE LINUX (SUSE SLES 15 SP2)

WINDOWS 10

Conceito de pastas e diretórios Área de trabalho


Pasta algumas vezes é chamada de diretório, mas o nome “pas-
ta” ilustra melhor o conceito. Pastas servem para organizar, armaze-
nar e organizar os arquivos. Estes arquivos podem ser documentos
de forma geral (textos, fotos, vídeos, aplicativos diversos).
Lembrando sempre que o Windows possui uma pasta com o
nome do usuário onde são armazenados dados pessoais.
Dentro deste contexto temos uma hierarquia de pastas.

Área de transferência
A área de transferência é muito importante e funciona em se-
gundo plano. Ela funciona de forma temporária guardando vários
tipos de itens, tais como arquivos, informações etc.
– Quando executamos comandos como “Copiar” ou “Ctrl + C”,
estamos copiando dados para esta área intermediária.
– Quando executamos comandos como “Colar” ou “Ctrl + V”,
No caso da figura acima temos quatro pastas e quatro arquivos. estamos colando, isto é, estamos pegando o que está gravado na
área de transferência.
Arquivos e atalhos
Como vimos anteriormente: pastas servem para organização, Manipulação de arquivos e pastas
vimos que uma pasta pode conter outras pastas, arquivos e atalhos. A caminho mais rápido para acessar e manipular arquivos e
• Arquivo é um item único que contém um determinado dado. pastas e outros objetos é através do “Meu Computador”. Podemos
Estes arquivos podem ser documentos de forma geral (textos, fotos, executar tarefas tais como: copiar, colar, mover arquivos, criar pas-
vídeos e etc..), aplicativos diversos, etc. tas, criar atalhos etc.
• Atalho é um item que permite fácil acesso a uma determina-
da pasta ou arquivo propriamente dito.

269
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Uso dos menus

• O recurso de backup e restauração do Windows é muito im-


portante pois pode ajudar na recuperação do sistema, ou até mes-
mo escolher seus arquivos para serem salvos, tendo assim uma có-
Programas e aplicativos e interação com o usuário pia de segurança.
Vamos separar esta interação do usuário por categoria para en-
tendermos melhor as funções categorizadas.
– Música e Vídeo: Temos o Media Player como player nativo
para ouvir músicas e assistir vídeos. O Windows Media Player é uma
excelente experiência de entretenimento, nele pode-se administrar
bibliotecas de música, fotografia, vídeos no seu computador, copiar
CDs, criar playlists e etc., isso também é válido para o media center.

Inicialização e finalização

– Ferramentas do sistema Quando fizermos login no sistema, entraremos direto no Win-


• A limpeza de disco é uma ferramenta importante, pois o pró- dows, porém para desligá-lo devemos recorrer ao e:
prio Windows sugere arquivos inúteis e podemos simplesmente
confirmar sua exclusão.

LINUX
O Linux não é um ambiente gráfico como o Windows, mas po-
demos carregar um pacote para torná-lo gráfico assumindo assim
uma interface semelhante ao Windows. Neste caso vamos carregar
o pacote Gnome no Linux. Além disso estaremos também usando a
• O desfragmentador de disco é uma ferramenta muito impor- distribuição Linux Ubuntu para demonstração, pois sabemos que o
tante, pois conforme vamos utilizando o computador os arquivos Linux possui várias distribuições para uso.
ficam internamente desorganizados, isto faz que o computador fi-
que lento. Utilizando o desfragmentador o Windows se reorganiza
internamente tornando o computador mais rápido e fazendo com
que o Windows acesse os arquivos com maior rapidez.

270
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
No caso da figura acima temos quatro pastas e quatro arquivos.

Arquivos e atalhos
Como vimos anteriormente: pastas servem para organização,
vimos que uma pasta pode conter outras pastas, arquivos e atalhos.
• Arquivo é um item único que contém um determinado dado.
Estes arquivos podem ser documentos de forma geral (textos, fotos,
vídeos e etc..), aplicativos diversos, etc.
• Atalho é um item que permite fácil acesso a uma determina-
da pasta ou arquivo propriamente dito.
Vamos olhar abaixo o
No caso do Linux temos que criar um lançador que funciona
Linux Ubuntu em modo texto: como um atalho, isto é, ele vai chamar o item indicado.

Linux Ubuntu em modo gráfico (Área de trabalho):

Perceba que usamos um comando para criar um lançador, mas


nosso objetivo aqui não é detalhar comandos, então a forma mais
rápida de pesquisa de aplicativos, pastas e arquivos é através do
botão:

Conceito de pastas e diretórios


Pasta algumas vezes é chamada de diretório, mas o nome “pas-
ta” ilustra melhor o conceito. Pastas servem para organizar, armaze-
nar e organizar os arquivos. Estes arquivos podem ser documentos
de forma geral (textos, fotos, vídeos, aplicativos diversos).

Dentro deste contexto temos uma hierarquia de pastas.

Desta forma já vamos direto ao item desejado

Área de transferência
Perceba que usando a interface gráfica funciona da mesma for-
ma que o Windows.
A área de transferência é muito importante e funciona em se-
gundo plano. Ela funciona de forma temporária guardando vários
tipos de itens, tais como arquivos, informações etc.
– Quando executamos comandos como “Copiar” ou “Ctrl + C”,
estamos copiando dados para esta área intermediária.
– Quando executamos comandos como “Colar” ou “Ctrl + V”,
estamos colando, isto é, estamos pegando o que está gravado na
área de transferência.

271
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Manipulação de arquivos e pastas
No caso da interface gráfica as funcionalidades são semelhan- EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS E APRESENTAÇÕES
tes ao Windows como foi dito no tópico acima. Entretanto, pode- (AMBIENTES MICROSOFT OFFICE - WORD, EXCEL E
mos usar linha de comando, pois já vimos que o Linux originalmen- POWERPOINT - VERSÃO O365)
te não foi concebido com interface gráfica.
Microsoft Office

Na figura acima utilizamos o comando ls e são listadas as pastas


na cor azul e os arquivos na cor branca.

Uso dos menus


Como estamos vendo, para se ter acesso aos itens do Linux são
necessários diversos comandos. Porém, se utilizarmos uma inter-
face gráfica a ação fica mais intuitiva, visto que podemos utilizar o
mouse como no Windows. Estamos utilizando para fins de aprendi-
zado a interface gráfica “GNOME”, mas existem diversas disponíveis
para serem utilizadas.

O Microsoft Office é um conjunto de aplicativos essenciais para


uso pessoal e comercial, ele conta com diversas ferramentas, mas
em geral são utilizadas e cobradas em provas o Editor de Textos –
Word, o Editor de Planilhas – Excel, e o Editor de Apresentações –
PowerPoint. A seguir verificamos sua utilização mais comum:

Word
O Word é um editor de textos amplamente utilizado. Com ele
podemos redigir cartas, comunicações, livros, apostilas, etc. Vamos
então apresentar suas principais funcionalidades.

• Área de trabalho do Word


Nesta área podemos digitar nosso texto e formata-lo de acordo
com a necessidade.

Programas e aplicativos
Dependendo da distribuição Linux escolhida, esta já vem com
alguns aplicativos embutidos, por isso que cada distribuição tem
um público alvo. O Linux em si é puro, mas podemos destacar duas
bem comuns:
• Firefox (Navegador para internet);
• Pacote LibreOffice (Pacote de aplicativos semelhante ao Mi-
crosoft Office).

272
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• Iniciando um novo documento • Marcadores
Muitas vezes queremos organizar um texto em tópicos da se-
guinte forma:

Podemos então utilizar na página inicial os botões para operar


diferentes tipos de marcadores automáticos:

A partir deste botão retornamos para a área de trabalho do • Outros Recursos interessantes:
Word, onde podemos digitar nossos textos e aplicar as formatações
desejadas.
GUIA ÍCONE FUNÇÃO
• Alinhamentos - Mudar
Ao digitar um texto, frequentemente temos que alinhá-lo para Forma
atender às necessidades. Na tabela a seguir, verificamos os alinha- Página - Mudar cor
mentos automáticos disponíveis na plataforma do Word. inicial de Fundo
- Mudar cor
do texto
GUIA PÁGINA TECLA DE
ALINHAMENTO
INICIAL ATALHO - Inserir
Justificar (arruma a direito Tabelas
Inserir
e a esquerda de acordo Ctrl + J - Inserir
com a margem Imagens

Alinhamento à direita Ctrl + G


Verificação e
Centralizar o texto Ctrl + E Revisão correção ortográ-
fica
Alinhamento à esquerda Ctrl + Q

• Formatação de letras (Tipos e Tamanho) Arquivo Salvar


Presente em Fonte, na área de ferramentas no topo da área de
trabalho, é neste menu que podemos formatar os aspectos básicos
de nosso texto. Bem como: tipo de fonte, tamanho (ou pontuação), Excel
se será maiúscula ou minúscula e outros itens nos recursos auto- O Excel é um editor que permite a criação de tabelas para cál-
máticos. culos automáticos, análise de dados, gráficos, totais automáticos,
dentre outras funcionalidades importantes, que fazem parte do dia
a dia do uso pessoal e empresarial.
São exemplos de planilhas:
– Planilha de vendas;
– Planilha de custos.
GUIA PÁGINA INICIAL FUNÇÃO
Desta forma ao inserirmos dados, os valores são calculados au-
Tipo de letra
tomaticamente.

Tamanho • Mas como é uma planilha de cálculo?


– Quando inseridos em alguma célula da planilha, os dados são
calculados automaticamente mediante a aplicação de fórmulas es-
Aumenta / diminui tamanho pecíficas do aplicativo.
– A unidade central do Excel nada mais é que o cruzamento
Recursos automáticos de caixa-altas entre a linha e a coluna. No exemplo coluna A, linha 2 ( A2 )
e baixas

Limpa a formatação

273
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• Fórmulas de comum interesse

MÉDIA (em um intervalo de


=MEDIA(célula X:célulaY)
células)
MÁXIMA (em um intervalo
=MAX(célula X:célulaY)
de células)
MÍNIMA (em um intervalo
=MIN(célula X:célulaY)
de células)

PowerPoint
O PowerPoint é um editor que permite a criação de apresenta-
ções personalizadas para os mais diversos fins. Existem uma série
de recursos avançados para a formatação das apresentações, aqui
veremos os princípios para a utilização do aplicativo.
– Podemos também ter o intervalo A1..B3 • Área de Trabalho do PowerPoint

– Para inserirmos dados, basta posicionarmos o cursor na cé- Nesta tela já podemos aproveitar a área interna para escre-
lula, selecionarmos e digitarmos. Assim se dá a iniciação básica de ver conteúdos, redimensionar, mover as áreas delimitadas ou até
uma planilha. mesmo excluí-las. No exemplo a seguir, perceba que já movemos as
caixas, colocando um título na superior e um texto na caixa inferior,
• Formatação células também alinhamos cada caixa para ajustá-las melhor.

Perceba que a formatação dos textos é padronizada. O mesmo


tipo de padrão é encontrado para utilizarmos entre o PowerPoint, o
• Fórmulas básicas Word e o Excel, o que faz deles programas bastante parecidos, no que
diz respeito à formatação básica de textos. Confira no tópico referente
ADIÇÃO =SOMA(célulaX;célulaY) ao Word, itens de formatação básica de texto como: alinhamentos, ti-
pos e tamanhos de letras, guias de marcadores e recursos gerais.
SUBTRAÇÃO =(célulaX-célulaY)
Especificamente sobre o PowerPoint, um recurso amplamente
MULTIPLICAÇÃO =(célulaX*célulaY) utilizado a guia Design. Nela podemos escolher temas que mudam
DIVISÃO =(célulaX/célulaY) a aparência básica de nossos slides, melhorando a experiência no
trabalho com o programa.

274
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Tendo passado pelos aspectos básicos da criação de uma apre-
sentação, e tendo a nossa pronta, podemos apresentá-la bastando
clicar no ícone correspondente no canto inferior direito.

Um último recurso para chamarmos atenção é a possibilidade


de acrescentar efeitos sonoros e interativos às apresentações, le-
vando a experiência dos usuários a outro nível.

Office 2013
A grande novidade do Office 2013 foi o recurso para explorar
a navegação sensível ao toque (TouchScreen), que está disponível
Com o primeiro slide pronto basta duplicá-lo, obtendo vários nas versões 32 e 64. Em equipamentos com telas sensíveis ao toque
no mesmo formato. Assim liberamos uma série de miniaturas, pe- (TouchScreen) pode-se explorar este recurso, mas em equipamen-
las quais podemos navegador, alternando entre áreas de trabalho. tos com telas simples funciona normalmente.
A edição em cada uma delas, é feita da mesma maneira, como já O Office 2013 conta com uma grande integração com a nuvem,
apresentado anteriormente. desta forma documentos, configurações pessoais e aplicativos po-
dem ser gravados no Skydrive, permitindo acesso através de smart-
fones diversos.

• Atualizações no Word
– O visual foi totalmente aprimorado para permitir usuários
trabalhar com o toque na tela (TouchScreen);
– As imagens podem ser editadas dentro do documento;
– O modo leitura foi aprimorado de modo que textos extensos
agora ficam disponíveis em colunas, em caso de pausa na leitura;
– Pode-se iniciar do mesmo ponto parado anteriormente;
– Podemos visualizar vídeos dentro do documento, bem como
editar PDF(s).

• Atualizações no Excel
– Além de ter uma navegação simplificada, um novo conjunto
de gráficos e tabelas dinâmicas estão disponíveis, dando ao usuário
melhores formas de apresentar dados.
– Também está totalmente integrado à nuvem Microsoft.

• Atualizações no PowerPoint
– O visual teve melhorias significativas, o PowerPoint do Offi-
ce2013 tem um grande número de templates para uso de criação
Percebemos agora que temos uma apresentação com quatro de apresentações profissionais;
slides padronizados, bastando agora editá-lo com os textos que se – O recurso de uso de múltiplos monitores foi aprimorado;
fizerem necessários. Além de copiar podemos mover cada slide de – Um recurso de zoom de slide foi incorporado, permitindo o
uma posição para outra utilizando o mouse. destaque de uma determinada área durante a apresentação;
As Transições são recursos de apresentação bastante utilizados – No modo apresentador é possível visualizar o próximo slide
no PowerPoint. Servem para criar breves animações automáticas antecipadamente;
para passagem entre elementos das apresentações. – Estão disponíveis também o recurso de edição colaborativa
de apresentações.

Office 2016
O Office 2016 foi um sistema concebido para trabalhar junta-
mente com o Windows 10. A grande novidade foi o recurso que
permite que várias pessoas trabalhem simultaneamente em um
mesmo projeto. Além disso, tivemos a integração com outras fer-
ramentas, tais como Skype. O pacote Office 2016 também roda em
smartfones de forma geral.

275
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• Atualizações no Word – Outro recurso que foi implementado foi o “Ler em voz alta”.
– No Word 2016 vários usuários podem trabalhar ao mesmo Ao clicar no botão o Word vai ler o texto para você.
tempo, a edição colaborativa já está presente em outros produtos,
mas no Word agora é real, de modo que é possível até acompanhar
quando outro usuário está digitando;
– Integração à nuvem da Microsoft, onde se pode acessar os
documentos em tablets e smartfones;
– É possível interagir diretamente com o Bing (mecanismo de
pesquisa da Microsoft, semelhante ao Google), para utilizar a pes-
quisa inteligente;
– É possível escrever equações como o mouse, caneta de to-
que, ou com o dedo em dispositivos touchscreen, facilitando assim
a digitação de equações.

• Atualizações no Excel • Atualizações no Excel


– O Excel do Office 2016 manteve as funcionalidades dos ante- – Foram adicionadas novas fórmulas e gráficos. Tendo como
riores, mas agora com uma maior integração com dispositivos mó- destaque o gráfico de mapas que permite criar uma visualização de
veis, além de ter aumentado o número de gráficos e melhorado a algum mapa que deseja construir.
questão do compartilhamento dos arquivos.

• Atualizações no PowerPoint
– O PowerPoint 2016 manteve as funcionalidades dos ante-
riores, agora com uma maior integração com dispositivos moveis,
além de ter aumentado o número de templates melhorado a ques-
tão do compartilhamento dos arquivos;
– O PowerPoint 2016 também permite a inserção de objetos
3D na apresentação.

Office 2019
O OFFICE 2019 manteve a mesma linha da Microsoft, não hou-
ve uma mudança tão significativa. Agora temos mais modelos em
3D, todos os aplicativos estão integrados como dispositivos sensí-
veis ao toque, o que permite que se faça destaque em documentos.

• Atualizações no Word
– Houve o acréscimo de ícones, permitindo assim um melhor
desenvolvimento de documentos;

• Atualizações no PowerPoint
– Foram adicionadas a ferramenta transformar e a ferramenta
de zoom facilitando assim o desenvolvimento de apresentações;
– Inclusão de imagens 3D na apresentação.

276
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
– Disponibilidade: é preciso garantir que os dados estejam
acessíveis para uso por tais pessoas quando for necessário, ou seja,
de modo permanente a elas.
– Integridade: a informação protegida deve ser íntegra, ou seja,
sem sofrer qualquer alteração indevida, não importa por quem e
nem em qual etapa, se no processamento ou no envio.
– Autenticidade: a ideia aqui é assegurar que a origem e auto-
ria do conteúdo seja mesmo a anunciada.

Existem outros termos importantes com os quais um profissio-


nal da área trabalha no dia a dia.
Podemos citar a legalidade, que diz respeito à adequação do
conteúdo protegido à legislação vigente; a privacidade, que se re-
fere ao controle sobre quem acessa as informações; e a auditoria,
que permite examinar o histórico de um evento de segurança da
informação, rastreando as suas etapas e os responsáveis por cada
uma delas.

Alguns conceitos relacionados à aplicação dos pilares


– Vulnerabilidade: pontos fracos existentes no conteúdo pro-
tegido, com potencial de prejudicar alguns dos pilares de segurança
da informação, ainda que sem intenção
– Ameaça: elemento externo que pode se aproveitar da vulne-
rabilidade existente para atacar a informação sensível ao negócio.
Office 365 – Probabilidade: se refere à chance de uma vulnerabilidade ser
O Office 365 é uma versão que funciona como uma assinatura explorada por uma ameaça.
semelhante ao Netflix e Spotif. Desta forma não se faz necessário – Impacto: diz respeito às consequências esperadas caso o con-
sua instalação, basta ter uma conexão com a internet e utilizar o teúdo protegido seja exposto de forma não autorizada.
Word, Excel e PowerPoint. – Risco: estabelece a relação entre probabilidade e impacto,
ajudando a determinar onde concentrar investimentos em seguran-
Observações importantes: ça da informação.
– Ele é o mais atualizado dos OFFICE(s), portanto todas as me-
lhorias citadas constam nele; Tipos de ataques
– Sua atualização é frequente, pois a própria Microsoft é res- Cada tipo de ataque tem um objetivo específico, que são eles3:
ponsável por isso; – Passivo: envolve ouvir as trocas de comunicações ou gravar
– No nosso caso o Word, Excel e PowerPoint estão sempre de forma passiva as atividades do computador. Por si só, o ataque
atualizados. passivo não é prejudicial, mas a informação coletada durante a ses-
são pode ser extremamente prejudicial quando utilizada (adultera-
ção, fraude, reprodução, bloqueio).
SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO: FUNDAMENTOS, – Ativos: neste momento, faz-se a utilização dos dados cole-
CONCEITOS E MECANISMOS DE SEGURANÇA. tados no ataque passivo para, por exemplo, derrubar um sistema,
PROTEÇÃO DE ESTAÇÕES DE TRABALHO: CONTROLE infectar o sistema com malwares, realizar novos ataques a partir da
DE DISPOSTIVOS USB, HARDENING, ANTIMALWARE E máquina-alvo ou até mesmo destruir o equipamento (Ex.: intercep-
FIREWALL PESSOAL tação, monitoramento, análise de pacotes).

SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO Política de Segurança da Informação


Segurança da informação é o conjunto de ações para proteção Este documento irá auxiliar no gerenciamento da segurança
de um grupo de dados, protegendo o valor que ele possui, seja para da organização através de regras de alto nível que representam os
um indivíduo específico no âmbito pessoal, seja para uma organi- princípios básicos que a entidade resolveu adotar de acordo com
zação1. a visão estratégica da mesma, assim como normas (no nível táti-
É essencial para a proteção do conjunto de dados de uma cor- co) e procedimentos (nível operacional). Seu objetivo será manter
poração, sendo também fundamentais para as atividades do negó- a segurança da informação. Todos os detalhes definidos nelas serão
cio. para informar sobre o que pode e o que é proibido, incluindo:
Quando bem aplicada, é capaz de blindar a empresa de ata- • Política de senhas: define as regras sobre o uso de senhas nos
ques digitais, desastres tecnológicos ou falhas humanas. Porém, recursos computacionais, como tamanho mínimo e máximo, regra
qualquer tipo de falha, por menor que seja, abre brecha para pro- de formação e periodicidade de troca.
blemas. • Política de backup: define as regras sobre a realização de có-
A segurança da informação se baseia nos seguintes pilares2: pias de segurança, como tipo de mídia utilizada, período de reten-
– Confidencialidade: o conteúdo protegido deve estar disponí- ção e frequência de execução.
vel somente a pessoas autorizadas. • Política de privacidade: define como são tratadas as infor-
mações pessoais, sejam elas de clientes, usuários ou funcionários.

1 https://ecoit.com.br/seguranca-da-informacao/ 3 https://www.diegomacedo.com.br/modelos-e-mecanismos-de-seguranca-da-
2 https://bit.ly/2E5beRr -informacao/

277
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• Política de confidencialidade: define como são tratadas as informações institucionais, ou seja, se elas podem ser repassadas a ter-
ceiros.

Mecanismos de segurança
Um mecanismo de segurança da informação é uma ação, técnica, método ou ferramenta estabelecida com o objetivo de preservar o
conteúdo sigiloso e crítico para uma empresa.
Ele pode ser aplicado de duas formas:
– Controle físico: é a tradicional fechadura, tranca, porta e qualquer outro meio que impeça o contato ou acesso direto à informação
ou infraestrutura que dá suporte a ela
– Controle lógico: nesse caso, estamos falando de barreiras eletrônicas, nos mais variados formatos existentes, desde um antivírus,
firewall ou filtro anti-spam, o que é de grande valia para evitar infecções por e-mail ou ao navegar na internet, passa por métodos de en-
criptação, que transformam as informações em códigos que terceiros sem autorização não conseguem decifrar e, há ainda, a certificação
e assinatura digital, sobre as quais falamos rapidamente no exemplo antes apresentado da emissão da nota fiscal eletrônica.

Todos são tipos de mecanismos de segurança, escolhidos por profissional habilitado conforme o plano de segurança da informação da
empresa e de acordo com a natureza do conteúdo sigiloso.

Criptografia
É uma maneira de codificar uma informação para que somente o emissor e receptor da informação possa decifrá-la através de uma
chave que é usada tanto para criptografar e descriptografar a informação4.
Tem duas maneiras de criptografar informações:
• Criptografia simétrica (chave secreta): utiliza-se uma chave secreta, que pode ser um número, uma palavra ou apenas uma sequên-
cia de letras aleatórias, é aplicada ao texto de uma mensagem para alterar o conteúdo de uma determinada maneira. Tanto o emissor
quanto o receptor da mensagem devem saber qual é a chave secreta para poder ler a mensagem.
• Criptografia assimétrica (chave pública):tem duas chaves relacionadas. Uma chave pública é disponibilizada para qualquer pessoa
que queira enviar uma mensagem. Uma segunda chave privada é mantida em segredo, para que somente você saiba.

Qualquer mensagem que foi usada a chave púbica só poderá ser descriptografada pela chave privada.
Se a mensagem foi criptografada com a chave privada, ela só poderá ser descriptografada pela chave pública correspondente.
A criptografia assimétrica é mais lenta o processamento para criptografar e descriptografar o conteúdo da mensagem.
Um exemplo de criptografia assimétrica é a assinatura digital.
• Assinatura Digital: é muito usado com chaves públicas e permitem ao destinatário verificar a autenticidade e a integridade da infor-
mação recebida. Além disso, uma assinatura digital não permite o repúdio, isto é, o emitente não pode alegar que não realizou a ação. A
chave é integrada ao documento, com isso se houver alguma alteração de informação invalida o documento.
• Sistemas biométricos: utilizam características físicas da pessoa como os olhos, retina, dedos, digitais, palma da mão ou voz.

Firewall
Firewall ou “parede de fogo” é uma solução de segurança baseada em hardware ou software (mais comum) que, a partir de um con-
junto de regras ou instruções, analisa o tráfego de rede para determinar quais operações de transmissão ou recepção de dados podem
ser executadas. O firewall se enquadra em uma espécie de barreira de defesa. A sua missão, por assim dizer, consiste basicamente em
bloquear tráfego de dados indesejado e liberar acessos bem-vindos.

Representação de um firewall.5

Formas de segurança e proteção


– Controles de acesso através de senhas para quem acessa, com autenticação, ou seja, é a comprovação de que uma pessoa que está
acessando o sistema é quem ela diz ser6.

4 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/19/conceitos-de-protecao-e-seguranca-da-informacao-parte-2/
5 Fonte: https://helpdigitalti.com.br/o-que-e-firewall-conceito-tipos-e-arquiteturas/#:~:text=Firewall%20%C3%A9%20uma%20solu%C3%A7%C3%A3o%20
de,de%20dados%20podem%20ser%20executadas.
6 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/19/conceitos-de-protecao-e-seguranca-da-informacao-parte-3/

278
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
– Se for empresa e os dados a serem protegidos são extremamente importantes, pode-se colocar uma identificação biométrica como
os olhos ou digital.
– Evitar colocar senhas com dados conhecidos como data de nascimento ou placa do seu carro.
– As senhas ideais devem conter letras minúsculas e maiúsculas, números e caracteres especiais como @ # $ % & *.
– Instalação de antivírus com atualizações constantes.
– Todos os softwares do computador devem sempre estar atualizados, principalmente os softwares de segurança e sistema operacio-
nal. No Windows, a opção recomendada é instalar atualizações automaticamente.
– Dentre as opções disponíveis de configuração qual opção é a recomendada.
– Sempre estar com o firewall ativo.
– Anti-spam instalados.
– Manter um backup para caso de pane ou ataque.
– Evite sites duvidosos.
– Não abrir e-mails de desconhecidos e principalmente se tiver anexos (link).
– Evite ofertas tentadoras por e-mail ou em publicidades.
– Tenha cuidado quando solicitado dados pessoais. Caso seja necessário, fornecer somente em sites seguros.
– Cuidado com informações em redes sociais.
– Instalar um anti-spyware.
– Para se manter bem protegido, além dos procedimentos anteriores, deve-se ter um antivírus instalado e sempre atualizado.

NOÇÕES DE VÍRUS, ANTIVÍRUS

Noções de vírus, worms e pragas virtuais (Malwares)


– Malwares (Pragas): São programas mal intencionados, isto é, programas maliciosos que servem pra danificar seu sistema e diminuir
o desempenho do computador;
– Vírus: São programas maliciosos que, para serem iniciados, é necessária uma ação (por exemplo um click por parte do usuário);
– Worms: São programas que diminuem o desempenho do sistema, isto é, eles exploram a vulnerabilidade do computador se instalam
e se replicam, não precisam de clique do mouse por parte do usuário ou ação automática do sistema.

Aplicativos para segurança (antivírus, firewall, antispyware etc.)

• Antivírus
O antivírus é um software que encontra arquivos e programas maléficos no computador. Nesse sentido o antivírus exerce um papel
fundamental protegendo o computador. O antivírus evita que o vírus explore alguma vulnerabilidade do sistema ou até mesmo de uma
ação inesperada em que o usuário aciona um executável que contém um vírus. Ele pode executar algumas medidas como quarentena,
remoção definitiva e reparos.
O antivírus também realiza varreduras procurando arquivos potencialmente nocivos advindos da Internet ou de e-mails e toma as
medidas de segurança.

• Firewall
Firewall, no caso, funciona como um filtro na rede. Ele determina o que deve passar em uma rede, seja ela local ou corporativa, blo-
queando entradas indesejáveis e protegendo assim o computador. Pode ter regras simples ou complexas, dependendo da implementação,
isso pode ser limitado a combinações simples de IP / porta ou fazer verificações completas.

• Antispyware
Spyware é um software espião, que rouba as informações, em contrário, o antispyware protege o computador funcionando como o
antivírus em todos os sentidos, conforme relatado acima. Muitos antivírus inclusive já englobam tais funções em sua especificação.

279
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

CONCEITOS DE ORGANIZAÇÃO E DE GERENCIAMENTO DE INFORMAÇÕES, ARQUIVOS, PASTAS E PROGRAMAS

Pasta
São estruturas que dividem o disco em várias partes de tamanhos variados as quais podem pode armazenar arquivos e outras pastas
(subpastas)7.

Arquivo
É a representação de dados/informações no computador os quais ficam dentro das pastas e possuem uma extensão que identifica o
tipo de dado que ele representa.

Extensões de arquivos

Existem vários tipos de arquivos como arquivos de textos, arquivos de som, imagem, planilhas, etc. Alguns arquivos são universais
podendo ser aberto em qualquer sistema. Mas temos outros que dependem de um programa específico como os arquivos do Corel Draw
que necessita o programa para visualizar. Nós identificamos um arquivo através de sua extensão. A extensão são aquelas letras que ficam
no final do nome do arquivo.
Exemplos:
.txt: arquivo de texto sem formatação.
.html: texto da internet.
.rtf: arquivo do WordPad.
.doc e .docx: arquivo do editor de texto Word com formatação.

É possível alterar vários tipos de arquivos, como um documento do Word (.docx) para o PDF (.pdf) como para o editor de texto do
LibreOffice (.odt). Mas atenção, tem algumas extensões que não são possíveis e caso você tente poderá deixar o arquivo inutilizável.

Nomenclatura dos arquivos e pastas


Os arquivos e pastas devem ter um nome o qual é dado no momento da criação. Os nomes podem conter até 255 caracteres (letras,
números, espaço em branco, símbolos), com exceção de / \ | > < * : “ que são reservados pelo sistema operacional.

Bibliotecas
Criadas para facilitar o gerenciamento de arquivos e pastas, são um local virtual que agregam conteúdo de múltiplos locais em um só.
Estão divididas inicialmente em 4 categorias:
– Documentos;
7 https://docente.ifrn.edu.br/elieziosoares/disciplinas/informatica/aula-05-manipulacao-de-arquivos-e-pastas

280
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
– Imagens;
– Músicas;
– Vídeos.

Windows Explorer
O Windows Explorer é um gerenciador de informações, arquivos, pastas e programas do sistema operacional Windows da Microsoft8.
Todo e qualquer arquivo que esteja gravado no seu computador e toda pasta que exista nele pode ser vista pelo Windows Explorer.
Possui uma interface fácil e intuitiva.
Na versão em português ele é chamado de Gerenciador de arquivo ou Explorador de arquivos.
O seu arquivo é chamado de Explorer.exe
Normalmente você o encontra na barra de tarefas ou no botão Iniciar > Programas > Acessórios.
Na parte de cima do Windows Explorer você terá acesso a muitas funções de gerenciamento como criar pastas, excluir, renomear, ex-
cluir históricos, ter acesso ao prompt de comando entre outras funcionalidades que aparecem sempre que você selecionar algum arquivo.
A coluna do lado esquerdo te dá acesso direto para tudo que você quer encontrar no computador. As pastas mais utilizadas são as de
Download, documentos e imagens.

Operações básicas com arquivos do Windows Explorer


• Criar pasta: clicar no local que quer criar a pasta e clicar com o botão direito do mouse e ir em novo > criar pasta e nomear ela. Você
pode criar uma pasta dentro de outra pasta para organizar melhor seus arquivos. Caso você queira salvar dentro de uma mesma pasta um
arquivo com o mesmo nome, só será possível se tiver extensão diferente. Ex.: maravilha.png e maravilha.doc
Independente de uma pasta estar vazia ou não, ela permanecerá no sistema mesmo que o computador seja reiniciado
• Copiar: selecione o arquivo com o mouse e clique Ctrl + C e vá para a pasta que quer colar a cópia e clique Ctrl +V. Pode também
clicar com o botão direito do mouse selecionar copiar e ir para o local que quer copiar e clicar novamente como o botão direito do mouse
e selecionar colar.
• Excluir: pode selecionar o arquivo e apertar a tecla delete ou clicar no botão direito do mouse e selecionar excluir
• Organizar: você pode organizar do jeito que quiser como, por exemplo, ícones grandes, ícones pequenos, listas, conteúdos, lista com
detalhes. Estas funções estão na barra de cima em exibir ou na mesma barra do lado direito.
• Movimentar: você pode movimentar arquivos e pastas clicando Ctrl + X no arquivo ou pasta e ir para onde você quer colar o arquivo
e Clicar Ctrl + V ou clicar com o botão direito do mouse e selecionar recortar e ir para o local de destino e clicar novamente no botão direito
do mouse e selecionar colar.

Localizando Arquivos e Pastas


No Windows Explorer tem duas:
Tem uma barra de pesquisa acima na qual você digita o arquivo ou pasta que procura ou na mesma barra tem uma opção de Pesquisar.
Clicando nesta opção terão mais opções para você refinar a sua busca.

8 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/05/conceitos-de-organizacao-e-de-gerenciamento-de-informacoes-arquivos-pastas-e-programas/

281
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Arquivos ocultos
São arquivos que normalmente são relacionados ao sistema. Eles ficam ocultos (invisíveis) por que se o usuário fizer alguma alteração,
poderá danificar o Sistema Operacional.
Apesar de estarem ocultos e não serem exibido pelo Windows Explorer na sua configuração padrão, eles ocupam espaço no disco.

REDES DE COMPUTADORES: CONCEITOS BÁSICOS, FERRAMENTAS, APLICATIVOS E PROCEDIMENTOS DE INTERNET E


INTRANET. NAVEGADOR WEB (MICROSOFT EDGE VERSÃO 91 E MOZILLA FIREFOX VERSÃO 78 ESR), BUSCA E PESQUISA
NA WEB

Tipos de rede de computadores


• LAN: Rele Local, abrange somente um perímetro definido. Exemplos: casa, escritório, etc.

• MAN: Rede Metropolitana, abrange uma cidade, por exemplo.

282
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• WAN: É uma rede com grande abrangência física, maior que Internet Explorer 11
a MAN, Estado, País; podemos citar até a INTERNET para entender-
mos o conceito.

• Identificar o ambiente

O Internet Explorer é um navegador desenvolvido pela Micro-


soft, no qual podemos acessar sites variados. É um navegador sim-
plificado com muitos recursos novos.
Navegação e navegadores da Internet Dentro deste ambiente temos:
– Funções de controle de privacidade: Trata-se de funções que
• Internet protegem e controlam seus dados pessoais coletados por sites;
É conhecida como a rede das redes. A internet é uma coleção – Barra de pesquisas: Esta barra permite que digitemos um en-
global de computadores, celulares e outros dispositivos que se co- dereço do site desejado. Na figura temos como exemplo: https://
municam. www.gov.br/pt-br/
– Guias de navegação: São guias separadas por sites aberto. No
• Procedimentos de Internet e intranet exemplo temos duas guias sendo que a do site https://www.gov.br/
Através desta conexão, usuários podem ter acesso a diversas pt-br/ está aberta.
informações, para trabalho, laser, bem como para trocar mensa- – Favoritos: São pastas onde guardamos nossos sites favoritos
gens, compartilhar dados, programas, baixar documentos (down- – Ferramentas: Permitem realizar diversas funções tais como:
load), etc. imprimir, acessar o histórico de navegação, configurações, dentre
outras.

Desta forma o Internet Explorer 11, torna a navegação da inter-


net muito mais agradável, com textos, elementos gráficos e vídeos
que possibilitam ricas experiências para os usuários.

• Sites
Uma coleção de páginas associadas a um endereço www. é
chamada web site. Através de navegadores, conseguimos acessar
web sites para operações diversas.

• Links
O link nada mais é que uma referência a um documento, onde
o usuário pode clicar. No caso da internet, o Link geralmente aponta
para uma determinada página, pode apontar para um documento
qualquer para se fazer o download ou simplesmente abrir.

Dentro deste contexto vamos relatar funcionalidades de alguns


dos principais navegadores de internet: Microsoft Internet Explorer,
Mozilla Firefox e Google Chrome.

283
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• Características e componentes da janela principal do Internet Explorer

À primeira vista notamos uma grande área disponível para visualização, além de percebemos que a barra de ferramentas fica automa-
ticamente desativada, possibilitando uma maior área de exibição.

Vamos destacar alguns pontos segundo as indicações da figura:


1. Voltar/Avançar página
Como o próprio nome diz, clicando neste botão voltamos página visitada anteriormente;

2. Barra de Endereços
Esta é a área principal, onde digitamos o endereço da página procurada;

3. Ícones para manipulação do endereço da URL


Estes ícones são pesquisar, atualizar ou fechar, dependendo da situação pode aparecer fechar ou atualizar.

4. Abas de Conteúdo
São mostradas as abas das páginas carregadas.

5. Página Inicial, favoritos, ferramentas, comentários

6. Adicionar à barra de favoritos

Mozila Firefox

Vamos falar agora do funcionamento geral do Firefox, objeto de nosso estudo:

284
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Vejamos de acordo com os símbolos da imagem:

1 Botão Voltar uma página

2 Botão avançar uma página

3 Botão atualizar a página

4 Voltar para a página inicial do Firefox

5 Barra de Endereços

6 Ver históricos e favoritos


Vejamos de acordo com os símbolos da imagem:
Mostra um painel sobre os favoritos (Barra,
7
Menu e outros)
1 Botão Voltar uma página
Sincronização com a conta FireFox (Vamos
8
detalhar adiante) 2 Botão avançar uma página
Mostra menu de contexto com várias
9 3 Botão atualizar a página
opções

– Sincronização Firefox: Ato de guardar seus dados pessoais na 4 Barra de Endereço.


internet, ficando assim disponíveis em qualquer lugar. Seus dados
como: Favoritos, históricos, Endereços, senhas armazenadas, etc., 5 Adicionar Favoritos
sempre estarão disponíveis em qualquer lugar, basta estar logado
com o seu e-mail de cadastro. E lembre-se: ao utilizar um computa- 6 Usuário Atual
dor público sempre desative a sincronização para manter seus da- Exibe um menu de contexto que iremos relatar
dos seguros após o uso. 7
seguir.
Google Chrome O que vimos até aqui, são opções que já estamos acostuma-
dos ao navegar na Internet, mesmo estando no Ubuntu, percebe-
mos que o Chrome é o mesmo navegador, apenas está instalado
em outro sistema operacional. Como o Chrome é o mais comum
atualmente, a seguir conferimos um pouco mais sobre suas funcio-
nalidades.

• Favoritos
No Chrome é possível adicionar sites aos favoritos. Para adi-
cionar uma página aos favoritos, clique na estrela que fica à direita
O Chrome é o navegador mais popular atualmente e disponi- da barra de endereços, digite um nome ou mantenha o sugerido, e
biliza inúmeras funções que, por serem ótimas, foram implementa- pronto.
das por concorrentes. Por padrão, o Chrome salva seus sites favoritos na Barra de Fa-
Vejamos: voritos, mas você pode criar pastas para organizar melhor sua lista.
Para removê-lo, basta clicar em excluir.
• Sobre as abas
No Chrome temos o conceito de abas que são conhecidas tam-
bém como guias. No exemplo abaixo temos uma aba aberta, se qui-
sermos abrir outra para digitar ou localizar outro site, temos o sinal
(+).
A barra de endereços é o local em que se digita o link da página
visitada. Uma outra função desta barra é a de busca, sendo que ao
digitar palavras-chave na barra, o mecanismo de busca do Google é
acionado e exibe os resultados.

285
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• Histórico • Sincronização
O Histórico no Chrome funciona de maneira semelhante ao Uma nota importante sobre este tema: A sincronização é im-
Firefox. Ele armazena os endereços dos sites visitados e, para aces- portante para manter atualizadas nossas operações, desta forma,
sá-lo, podemos clicar em Histórico no menu, ou utilizar atalho do se por algum motivo trocarmos de computador, nossos dados esta-
teclado Ctrl + H. Neste caso o histórico irá abrir em uma nova aba, rão disponíveis na sua conta Google.
onde podemos pesquisá-lo por parte do nome do site ou mesmo Por exemplo:
dia a dia se preferir. – Favoritos, histórico, senhas e outras configurações estarão
disponíveis.
– Informações do seu perfil são salvas na sua Conta do Google.

No canto superior direito, onde está a imagem com a foto do


usuário, podemos clicar no 1º item abaixo para ativar e desativar.

• Pesquisar palavras
Muitas vezes ao acessar um determinado site, estamos em Safari
busca de uma palavra ou frase específica. Neste caso, utilizamos
o atalho do teclado Ctrl + F para abrir uma caixa de texto na qual
podemos digitar parte do que procuramos, e será localizado.

• Salvando Textos e Imagens da Internet


Vamos navegar até a imagem desejada e clicar com o botão
direito do mouse, em seguida salvá-la em uma pasta.

• Downloads
Fazer um download é quando se copia um arquivo de algum
site direto para o seu computador (texto, músicas, filmes etc.). Nes- O Safari é o navegador da Apple, e disponibiliza inúmeras fun-
te caso, o Chrome possui um item no menu, onde podemos ver o ções implementadas.
progresso e os downloads concluídos.

286
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Vejamos:

• Guias

– Para abrirmos outras guias podemos simplesmente teclar CTRL + T ou

Vejamos os comandos principais de acordo com os símbolos da imagem:

1 Botão Voltar uma página

2 Botão avançar uma página

3 Botão atualizar a página

4 Barra de Endereço.

5 Adicionar Favoritos

6 Ajustes Gerais

7 Menus para a página atual.

8 Lista de Leitura

Perceba que o Safari, como os outros, oferece ferramentas bastante comuns.


Vejamos algumas de suas funcionalidades:

• Lista de Leitura e Favoritos


No Safari é possível adicionar sites à lista de leitura para posterior consulta, ou aos favoritos, caso deseje salvar seus endereços. Para
adicionar uma página, clique no “+” a que fica à esquerda da barra de endereços, digite um nome ou mantenha o sugerido e pronto.
Por padrão, o Safari salva seus sites na lista de leitura, mas você pode criar pastas para organizar melhor seus favoritos. Para removê-
-lo, basta clicar em excluir.

287
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

CORREIO ELETRÔNICO

Correio Eletrônico
O correio eletrônico, também conhecido como e-mail, é um
• Histórico e Favoritos serviço utilizado para envio e recebimento de mensagens de texto
e outras funções adicionais como anexos junto com a mensagem.

Para envio de mensagens externas o usuário deverá estar co-


nectado a internet, caso contrário ele ficará limitado a sua rede lo-
cal.
Abaixo vamos relatar algumas características básicas sobre o
e-mail
– Nome do Usuário: é o nome de login escolhido pelo usuário
na hora de fazer seu e-mail. Exemplo: joaodasilva, no caso este é
nome do usuário;
– @ : Símbolo padronizado para uso em correios eletrônicos;
– Nome do domínio a que o e-mail pertence, isto é, na maioria
das vezes, a empresa;

Vejamos um exemplo: joaodasilva@gmail.com.br / @hotmail.


com.br / @editora.com.br
– Caixa de Entrada: Onde ficam armazenadas as mensagens
recebidas;
• Pesquisar palavras – Caixa de Saída: Onde ficam armazenadas as mensagens ainda
Muitas vezes, ao acessar um determinado site, estamos em não enviadas;
busca de uma palavra ou frase específica. Neste caso utilizamos o – E-mails Enviados: Como o próprio nome diz, é onde ficam os
atalho do teclado Ctrl + F, para abrir uma caixa de texto na qual po- e-mails que foram enviados;
demos digitar parte do que procuramos, e será localizado. – Rascunho: Guarda as mensagens que você ainda não termi-
nou de redigir;
• Salvando Textos e Imagens da Internet – Lixeira: Armazena as mensagens excluídas.
Vamos navegar até a imagem desejada e clicar com o botão
direito do mouse, em seguida salvá-la em uma pasta. Ao escrever mensagens, temos os seguintes campos:
– Para: é o campo onde será inserido o endereço do destinatá-
• Downloads rio do e-mail;
Fazer um download é quando se copia um arquivo de um al- – CC: este campo é usado para mandar cópias da mesma men-
gum site direto para o seu computador (texto, músicas, filmes etc.). sagem. Ao usar esse campo os endereços aparecerão para todos os
Neste caso, o Safari possui um item no menu onde podemos ver o destinatários envolvidos;
progresso e os downloads concluídos.

288
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
– CCO: sua funcionalidade é semelhante ao campo anterior, no • Boas práticas para anexar arquivos à mensagem
entanto os endereços só aparecerão para os respectivos donos da – E-mails tem limites de tamanho, não podemos enviar coisas
mensagem; que excedem o tamanho, estas mensagens irão retornar;
– Assunto: campo destinado ao assunto da mensagem; – Deveremos evitar arquivos grandes pois além do limite do
– Anexos: são dados que são anexados à mensagem (imagens, e-mail, estes demoram em excesso para serem carregados.
programas, música, textos e outros);
– Corpo da Mensagem: espaço onde será escrita a mensagem. Computação de nuvem (Cloud Computing)

• Uso do correio eletrônico • Conceito de Nuvem (Cloud)


– Inicialmente o usuário deverá ter uma conta de e-mail;
– Esta conta poderá ser fornecida pela empresa ou criada atra-
vés de sites que fornecem o serviço. As diretrizes gerais sobre a cria-
ção de contas estão no tópico acima;
– Uma vez criada a conta, o usuário poderá utilizar um cliente
de e-mail na internet ou um gerenciador de e-mail disponível;
– Atualmente existem vários gerenciadores disponíveis no
mercado, tais como: Microsoft Outlook, Mozila Thunderbird, Opera
Mail, Gmail, etc.;
– O Microsoft outlook é talvez o mais conhecido gerenciador
de e-mail, dentro deste contexto vamos usá-lo como exemplo nos
tópicos adiante, lembrando que todos funcionam de formas bas-
tante parecidas. A “Nuvem”, também referenciada como “Cloud”, são os servi-
ços distribuídos pela INTERNET que atendem as mais variadas de-
• Preparo e envio de mensagens mandas de usuários e empresas.

• Boas práticas para criação de mensagens


– Uma mensagem deverá ter um assunto. É possível enviar
mensagem sem o Assunto, porém não é o adequado;
– A mensagem deverá ser clara, evite mensagens grandes ao
extremo dando muitas voltas; A internet é a base da computação em nuvem, os servidores
– Verificar com cuidado os destinatários para o envio correto remotos detêm os aplicativos e serviços para distribuí-los aos usuá-
de e-mails, evitando assim problemas de envios equivocados. rios e às empresas.
A computação em nuvem permite que os consumidores alu-
• Anexação de arquivos guem uma infraestrutura física de um data center (provedor de ser-
viços em nuvem). Com acesso à Internet, os usuários e as empresas
usam aplicativos e a infraestrutura alugada para acessarem seus
arquivos, aplicações, etc., a partir de qualquer computador conec-
tado no mundo.
Desta forma todos os dados e aplicações estão localizadas em
um local chamado Data Center dentro do provedor.
A computação em nuvem tem inúmeros produtos, e esses pro-
dutos são subdivididos de acordo com todos os serviços em nuvem,
mas os principais aplicativos da computação em nuvem estão nas
áreas de: Negócios, Indústria, Saúde, Educação, Bancos, Empresas
de TI, Telecomunicações.

Uma função adicional quando criamos mensagens é de ane-


xar um documento à mensagem, enviando assim juntamente com
o texto.

289
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• Armazenamento de dados da nuvem (Cloud Storage)

A ideia de armazenamento na nuvem ( Cloud Storage ) é simples. É, basicamente, a gravação de dados na Internet.
Este envio de dados pode ser manual ou automático, e uma vez que os dados estão armazenados na nuvem, eles podem ser acessados
em qualquer lugar do mundo por você ou por outras pessoas que tiverem acesso.
São exemplos de Cloud Storage: DropBox, Google Drive, OneDrive.
As informações são mantidas em grandes Data Centers das empresas que hospedam e são supervisionadas por técnicos responsáveis
por seu funcionamento. Estes Data Centers oferecem relatórios, gráficos e outras formas para seus clientes gerenciarem seus dados e
recursos, podendo modificar conforme a necessidade.
O armazenamento em nuvem tem as mesmas características que a computação em nuvem que vimos anteriormente, em termos de
praticidade, agilidade, escalabilidade e flexibilidade.
Além dos exemplos citados acima, grandes empresas, tais como a IBM, Amazon, Microsoft e Google possuem serviços de nuvem que
podem ser contratados.

OUTLOOK
O Microsoft Outlook é um gerenciador de e-mail usado principalmente para enviar e receber e-mails. O Microsoft Outlook também
pode ser usado para administrar vários tipos de dados pessoais, incluindo compromissos de calendário e entradas, tarefas, contatos e
anotações.

Funcionalidades mais comuns:

PARA FAZER ISTO ATALHO CAMINHOS PARA EXECUÇÃO


1 Entrar na mensagem Enter na mensagem fechada ou click Verificar coluna atalho
2 Fechar Esc na mensagem aberta Verificar coluna atalho
3 Ir para a guia Página Inicial Alt+H Menu página inicial
4 Nova mensagem Ctrl+Shift+M Menu página inicial => Novo e-mail
5 Enviar Alt+S Botão enviar
6 Delete Excluir (quando na mensagem fechada) Verificar coluna atalho

290
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

7 Pesquisar Ctrl+E Barra de pesquisa


8 Responder Ctrl+R Barra superior do painel da mensagem
9 Encaminhar Ctrl+F Barra superior do painel da mensagem
10 Responder a todos Ctrl+Shift+R Barra superior do painel da mensagem
11 Copiar Ctrl+C Click direito copiar
12 Colar Ctrl+V Click direito colar
13 Recortar Ctrl+X Click direito recortar
14 Enviar/Receber Ctrl+M Enviar/Receber (Reatualiza tudo)
15 Acessar o calendário Ctrl+2 Canto inferior direito ícone calendário
16 Anexar arquivo ALT+T AX Menu inserir ou painel superior
17 Mostrar campo cco (cópia oculta) ALT +S + B Menu opções CCO

Endereços de e-mail
• Nome do Usuário – é o nome de login escolhido pelo usuário na hora de fazer seu e-mail. Exemplo: joaodasilva, no caso este é nome
do usuário;
• @ – Símbolo padronizado para uso;
• Nome do domínio – domínio a que o e-mail pertence, isto é, na maioria das vezes, a empresa. Vejamos um exemplo real: joaodasil-
va@solucao.com.br;
• Caixa de Entrada – Onde ficam armazenadas as mensagens recebidas;
• Caixa de Saída – Onde ficam armazenadas as mensagens ainda não enviadas;
• E-mails Enviados – Como próprio nome diz, e aonde ficam os e-mails que foram enviados;
• Rascunho – Guarda as mensagens que ainda não terminadas;
• Lixeira – Armazena as mensagens excluídas;

Escrevendo e-mails
Ao escrever uma mensagem, temos os seguintes campos:
• Para – é o campo onde será inserido o endereço do destinatário do e-mail;
• CC – este campo é usado para mandar cópias da mesma mensagem. Ao usar este campo os endereços aparecerão para todos os
destinatários envolvidos.
• CCO – sua funcionalidade é semelhante ao campo anterior, no entanto os endereços só aparecerão para os respectivos donos;
• Assunto – campo destinado ao assunto da mensagem.
• Anexos – são dados que são anexados à mensagem (imagens, programas, música, textos e outros.)
• Corpo da Mensagem – espaço onde será escrita a mensagem.

Contas de e-mail
É um endereço de e-mail vinculado a um domínio, que está apto a receber e enviar mensagens, ou até mesmo guarda-las conforme
a necessidade.

Adicionar conta de e-mail


Siga os passos de acordo com as imagens:

291
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Encaminhar e responder e-mails


Funcionalidades importantes no uso diário, você responde a
e-mail e os encaminha para outros endereços, utilizando os botões
indicados. Quando clicados, tais botões ativam o quadros de texto,
A partir daí devemos seguir as diretrizes sobre nomes de e-mail, para a indicação de endereços e digitação do corpo do e-mail de
referida no item “Endereços de e-mail”. resposta ou encaminhamento.

Criar nova mensagem de e-mail

Ao clicar em novo e-mail é aberto uma outra janela para digita-


ção do texto e colocar o destinatário, podemos preencher também
os campos CC (cópia), e o campo CCO (cópia oculta), porém esta
outra pessoa não estará visível aos outros destinatários.

Adicionar, abrir ou salvar anexos


A melhor maneira de anexar e colar o objeto desejado no corpo
do e-mail, para salvar ou abrir, basta clicar no botão corresponden-
te, segundo a figura abaixo:

Enviar
De acordo com a imagem a seguir, o botão Enviar fica em evi-
dência para o envio de e-mails.

292
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Adicionar assinatura de e-mail à mensagem
Um recurso interessante, é a possibilidade de adicionarmos
assinaturas personalizadas aos e-mails, deixando assim definida a
nossa marca ou de nossa empresa, de forma automática em cada
mensagem.

GRUPOS DE DISCUSSÃO

Grupos de discussão
Grupos de discussão são ferramentas gerenciáveis pela Inter-
net que permitem que um grupo de pessoas troque mensagens via
e-mail entre todos os membros do grupo. Essas mensagens, geral-
mente, são de um tema de interesse em comum, onde as pessoas
expõem suas opiniões, sugestões, críticas e tiram dúvidas. Como é
um grupo onde várias pessoas podem participar sem, geralmente,
ter um pré- requisito, as informações nem sempre são confiáveis.
Existem sites gratuitos, como o Google Groups, o Grupos.com.
br, que auxiliam na criação e uso de grupos de discussão, mas um
grupo pode ser montado independentemente, onde pessoas façam
uma lista de e – mails e troquem informações.
Para conhecer um pouco mais sobre este assunto, vamos criar
um grupo de discussão no Google Groups. Para isso, alguns passos
serão necessários:
1º) Temos que ter um cadastro no Google, como fizemos quan-
do estudamos os sites de busca.
2º) Acessar o site do Google (www.google.com.br) e clicar no
menu “Mais” e no item “Ainda mais”.
3º) Entre os diversos produtos que serão expostos, clicar em
“Grupos”.

!
Grupos

Na próxima tela, teremos os passos necessários para criar um


grupo, onde clicaremos no botão “Criar um grupo...”

Imprimir uma mensagem de e-mail


Por fim, um recurso importante de ressaltar, é o que nos pos-
sibilita imprimir e-mails, integrando-os com a impressora ligada ao
computador. Um recurso que se assemelha aos apresentados pelo
pacote Office e seus aplicativos.

Passo 2 – Criando um grupo

293
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Seguiremos alguns passos propostos pelo website.

Daremos um nome ao nosso grupo. Neste caso o nome é Pro-


fale. Conforme digitamos o nome do grupo, o campo endereço de
e – mail do grupo e endereço do grupo na web vão sendo auto-
maticamente preenchidos. Podemos inserir uma descrição grupo,
que servirá para ajudar as pessoas a saberem do que se trata esse
grupo, ou seja, qual sua finalidade e tipo de assunto abortado.
Após a inserção do comentário sobre as intenções do grupo,
podemos selecionar se este grupo pode ter conteúdo adulto, nudez !
ou material sexualmente explícito. Antes de entrar nesse grupo é
necessário confirmar que você é maior de 18 anos. Finalização do processo de criação do grupo

Escolheremos também, o nível de acesso entre: Os convidados a participarem do grupo receberão o convite em
seus endereços eletrônicos. A etapa do convite pode ser realizada
“Público – Qualquer pessoa pode ler os arquivos. Qualquer depois da criação do grupo. Vale lembrar, que em muitos casos, as
pessoa pode participar, mas somente os membros podem postar mensagens de convite são identificadas pelos servidores de mensa-
mensagens.” “Somente para anúncios – Qualquer pessoa pode ler gens como Spams e por esse motivo são automaticamente enviadas
os arquivos. Qualquer pessoa pode participar, mas somente os ad- para a pasta Spam dos destinatários.
ministradores podem postar mensagens.” O proprietário do grupo terá acesso a uma tela onde poderá:
visualizar os membros do grupo, iniciar um novo tópico de discus-
“Restrito – Para participar, ler e postar mensagens é preciso são, convidar ou adicionar membros, e ajustar as configurações do
ser convidado. O seu grupo e os respectivos arquivos não aparecem seu grupo.
nos resultados de pesquisa públicos do Google nem no diretório.” Quando o proprietário optar por iniciar um novo tópico de dis-
cussão, será aberta uma página semelhante a de criação de um e
– mail. A linha “De”, virá automaticamente preenchida com o nome
do proprietário e o endereço do grupo. A linha “Para”, também será
preenchida automaticamente com o nome do grupo. Teremos que
digitar o assunto e a mensagem e clicar no botão “Postar mensa-
gem”.
A mensagem postada pode ser vista no site do grupo, onde as
pessoas podem debater sobre ela (igualando-se assim a um fórum)
ou encaminha via e-mail para outras pessoas.
O site grupos.com.br funciona de forma semelhante. O pro-
prietário também tem que se cadastrar e inserir informações como
nome do grupo, convidados, descrição e outras, mas ambas as fer-
ramentas acabam tornado o grupo de discussão muito semelhante
ao fórum. Para criar um grupo de discussão da maneira padrão, sem
utilizar ferramentas de gerenciamento, as pessoas podem criar um
e – mail para o grupo e a partir dele criar uma lista de endereços
dos convidados, possibilitando a troca de informações via e – mail.

! FÓRUNS E WIKIS
Configurar grupo
O termo Wiki diz respeito à websites que funcionam de modo
Após este passo, teremos que adicionar os membros do grupo colaborativo, cujo conteúdo pode ser escrito, reescrito, editado por
e faremos isto através de um convite que será enviado aos e – mails ferramentas ao alcance dos usuários. As páginas de um site wiki
que digitaremos em um campo especial para esta finalidade. Cada possuem artigos e informações sobre os mais variados assuntos,
destinatário dos endereços cadastrados por nós receberá um convi- além disso, elas não são estáticas, pois seus textos sofrem constan-
te e deverá aceitá-lo para poder receber as mensagens e participar tes modificações. Quanto maior o número de autores de uma pá-
do nosso grupo. gina, mais aprofundado e completo será o texto disponível no site.
Em páginas de websites wiki, por vezes, há erros de escrita,
A mensagem do convite também será digitada por nós, mas o erros gramaticais ou mesmo erros ligados à veracidade ou atuali-
nome, o endereço e a descrição do grupo, serão adicionados auto- dade das informações nos artigos. Quando os usuários e leitores
maticamente. Nesta página teremos o botão “Convidar”. Quando do website, que possuem conhecimento no assunto, deparam-se
clicarmos nele, receberemos a seguinte mensagem: com estes erros, eles podem tomar a liberdade de realizar edições e
revisões do conteúdo buscado, contribuindo assim para a qualidade
do material ofertado pela plataforma.
Páginas wiki podem se tornar verdadeiras enciclopédias cola-
borativas, organizando um grande repertório em repositórios de
informações. Estes websites podem auxiliar indivíduos em pesqui-

294
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
sas, organizar grupos de trabalho, manter portfolios de estudantes Estas redes podem ser de relacionamento, como o Facebook,
e profissionais, bem como servir de fonte de informação sobre os profissionais, como o Linkedin ou mesmo de assuntos específicos
mais variados assuntos. como o Youtube que compartilha vídeos.
Uma página wiki disponibiliza, além da edição, outras ferra- As principais são: Facebook, WhatsApp, Youtube, Instagram,
mentas úteis para leitores e usuários, tais como o armazenamento Twitter, Linkedin, Pinterest, Snapchat, Skype e agora mais recente-
de versões anteriores das páginas, sendo possível recuperar infor- mente, o Tik Tok.
mações perdidas ou erroneamente apagadas, bem como verificar
as alterações feitas; identificação dos autores da página, a fim de Facebook
identificar qualquer tipo de spam ou usuários mal-intencionados Seu foco principal é o compartilhamento de assuntos pessoais
que pretendem prejudicar as edições das páginas, este recurso de seus membros.
permite não apenas a visualização dos editores e autores, mas fer-
ramentas de bloqueio que impedem os usuários de editarem qual-
quer conteúdo; e, por fim, páginas ou fóruns de discussão, em que
os usuários, autores e leitores podem postar mensagens sobre o
assunto pertinente à página wiki, indicando alterações a serem fei-
tas, modificações de datas, nomes, informações, etc.
Os fóruns, por sua vez, são ferramentas em websites que per-
mitem o compartilhamento de ideias e fomentam debates por O Facebook é uma rede social versátil e abrangente, que reúne
meio de mensagens que abordam questões específicas, agindo não muitas funcionalidades no mesmo lugar. Serve tanto para gerar ne-
apenas como um auxiliar de postagem de conteúdo, mas como um gócios quanto para conhecer pessoas, relacionar-se com amigos e
meio de se promover diálogos e conversas sobre temas relevantes família, informar-se, dentre outros10.
à determinadas comunidades ou grupos sociais. Este tipo de ferra-
menta está presente nos mais diversos tipos de websites: em wikis, WhatsApp
em sites de universidades, em blogs, em sites de notícias, entre ou- É uma rede para mensagens instantânea. Faz também ligações
tros. telefônicas através da internet gratuitamente.
Em alguns casos, os fóruns abertos permitem comentários anô-
nimos, em outros, há o pré-requisito de ser um usuário da plata-
forma em questão. Em fóruns de ambientes virtuais controlados,
há sempre um moderador que auxilia no debate e verifica a auten-
ticidade das informações postadas, bem como combate e impede
comentários mal-intencionados e maldosos nas redes.
Estes recursos digitais configuram novos modos de diálogos
sendo implantados socialmente, formas de discussão que rompem A maioria das pessoas que têm um smartphone também o têm
barreiras nacionais e internacionais, fazendo com que pessoas de instalado. Por aqui, aliás, o aplicativo ganhou até o apelido de “zap
diversos contextos e pensamentos diferentes possam interagir e co- zap”.
municarem-se sobre assuntos em comum. Este tipo de tecnologia Para muitos brasileiros, o WhatsApp é “a internet”. Algumas
configura uma das formas de avanço da globalização mundial. operadoras permitem o uso ilimitado do aplicativo, sem debitar do
consumo do pacote de dados. Por isso, muita gente se informa atra-
vés dele.
REDES SOCIAIS (TWITTER, FACEBOOK, LINKEDIN,
WHATSAPP, YOUTUBE, INSTAGRAM E TELEGRAM) YouTube
Rede que pertence ao Google e é especializada em vídeos.
Redes sociais são estruturas formadas dentro ou fora da inter-
net, por pessoas e organizações que se conectam a partir de inte-
resses ou valores comuns9. Muitos confundem com mídias sociais,
porém as mídias são apenas mais uma forma de criar redes sociais,
inclusive na internet.
O propósito principal das redes sociais é o de conectar pessoas.
Você preenche seu perfil em canais de mídias sociais e interage com
as pessoas com base nos detalhes que elas leem sobre você. Po- O YouTube é a principal rede social de vídeos on-line da atuali-
de-se dizer que redes sociais são uma categoria das mídias sociais. dade, com mais de 1 bilhão de usuários ativos e mais de 1 bilhão de
Mídia social, por sua vez, é um termo amplo, que abrange horas de vídeos visualizados diariamente.
diferentes mídias, como vídeos, blogs e as já mencionadas redes
sociais. Para entender o conceito, pode-se olhar para o que com- Instagram
preendíamos como mídia antes da existência da internet: rádio, TV, Rede para compartilhamento de fotos e vídeos.
jornais, revistas. Quando a mídia se tornou disponível na internet,
ela deixou de ser estática, passando a oferecer a possibilidade de
interagir com outras pessoas.
No coração das mídias sociais estão os relacionamentos, que
são comuns nas redes sociais — talvez por isso a confusão. Mídias
sociais são lugares em que se pode transmitir informações para ou-
tras pessoas.

9 https://resultadosdigitais.com.br/especiais/tudo-sobre-redes-sociais/ 10 https://bit.ly/32MhiJ0

295
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
O Instagram foi uma das primeiras redes sociais exclusivas para Pinterest
acesso por meio do celular. E, embora hoje seja possível visualizar Rede social focada em compartilhamento de fotos, mas tam-
publicações no desktop, seu formato continua sendo voltado para bém compartilha vídeos.
dispositivos móveis.
É possível postar fotos com proporções diferentes, além de ou-
tros formatos, como vídeos, stories e mais.
Os stories são os principais pontos de inovação do aplicativo.
Já são diversos formatos de post por ali, como perguntas, enquetes,
vídeos em sequência e o uso de GIFs.
Em 2018, foi lançado o IGTV. E em 2019 o Instagram Cenas,
uma espécie de imitação do TikTok: o usuário pode produzir vídeos O Pinterest é uma rede social de fotos que traz o conceito de
de 15 segundos, adicionando música ou áudios retirados de outro “mural de referências”. Lá você cria pastas para guardar suas inspi-
clipezinho. Há ainda efeitos de corte, legendas e sobreposição para rações e também pode fazer upload de imagens assim como colocar
transições mais limpas – lembrando que esta é mais uma das fun- links para URLs externas.
cionalidades que atuam dentro dos stories. Os temas mais populares são:
– Moda;
Twitter – Maquiagem;
Rede social que funciona como um microblog onde você pode – Casamento;
seguir ou ser seguido, ou seja, você pode ver em tempo real as – Gastronomia;
atualizações que seus contatos fazem e eles as suas. – Arquitetura;
– Faça você mesmo;
– Gadgets;
– Viagem e design.
Seu público é majoritariamente feminino em todo o mundo.

Snapchat
Rede para mensagens baseado em imagens.

O Twitter atingiu seu auge em meados de 2009 e de lá para cá


está em declínio, mas isso não quer dizer todos os públicos pararam
de usar a rede social.
A rede social é usada principalmente como segunda tela em
que os usuários comentam e debatem o que estão assistindo na
TV, postando comentários sobre noticiários, reality shows, jogos de
futebol e outros programas. O Snapchat é um aplicativo de compartilhamento de fotos, ví-
Nos últimos anos, a rede social acabou voltando a ser mais uti- deos e texto para mobile. Foi considerado o símbolo da pós-moder-
lizada por causa de seu uso por políticos, que divulgam informações nidade pela sua proposta de conteúdos efêmeros conhecidos como
em primeira mão por ali. snaps, que desaparecem algumas horas após a publicação.
A rede lançou o conceito de “stories”, despertando o interesse
LinkedIn de Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, que diversas vezes tentou
Voltada para negócios. A pessoa que participa desta rede quer adquirir a empresa, mas não obteve sucesso. Assim, o CEO lançou
manter contatos para ter ganhos profissionais no futuro, como um a funcionalidade nas redes que já haviam sido absorvidas, criando
emprego por exemplo. os concorrentes WhatsApp Status, Facebook Stories e Instagram
Stories.
Apesar de não ser uma rede social de nicho, tem um público
bem específico, formado por jovens hiperconectados.

Skype
O Skype é um software da Microsoft com funções de videocon-
ferência, chat, transferência de arquivos e ligações de voz. O serviço
A maior rede social voltada para profissionais tem se tornado também opera na modalidade de VoIP, em que é possível efetuar
cada vez mais parecida com outros sites do mesmo tipo, como o uma chamada para um telefone comum, fixo ou celular, por um
Facebook. aparelho conectado à internet
A diferença é que o foco são contatos profissionais, ou seja: no
lugar de amigos, temos conexões, e em vez de páginas, temos com-
panhias. Outro grande diferencial são as comunidades, que reúnem
interessados em algum tema, profissão ou mercado específicos.
É usado por muitas empresas para recrutamento de profissio-
nais, para troca de experiências profissionais em comunidades e
outras atividades relacionadas ao mundo corporativo
O Skype é uma versão renovada e mais tecnológica do extinto
MSN Messenger.

296
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Contudo, o usuário também pode contratar mais opções de grupo – com até 200 mil participantes, chats secretos com mensa-
uso – de forma pré-paga ou por meio de uma assinatura – para gens que se autodestroem e até mesmo habilitar bots (robôs) para
realizar chamadas para telefones fixos e chamadas com vídeo em realizar determinadas funções. Além disso, também permite enviar
grupo ou até mesmo enviar SMS. arquivos de tamanho ilimitado para outros usuários.
É possível, no caso, obter um número de telefone por meio pró- Essas características básicas de um mensageiro o tornam con-
prio do Skype, seja ele local ou de outra região/país, e fazer ligações corrente direto de serviços como o WhatsApp. No entanto, o siste-
a taxas reduzidas. ma russo traz outras funcionalidades que o destacam e o tornam
Tudo isso torna o Skype uma ferramenta válida para o mundo mais completo em relação ao software americano. A principal mar-
corporativo, sendo muito utilizado por empresas de diversos nichos ca do Telegram é o esquema de segurança oferecido aos usuários.
e tamanhos. Um exemplo é a criptografia de ponta a ponta no envio e recebi-
mento de mensagens – também aplicada no WhatsApp –, capaz de
Tik Tok evitar que o conteúdo compartilhado entre os integrantes do chat
O TikTok, aplicativo de vídeos e dublagens disponível para iOS e possa ser interceptado por qualquer pessoa, inclusive pelos desen-
Android, possui recursos que podem tornar criações de seus usuá- volvedores.
rios mais divertidas e, além disso, aumentar seu número de segui- Outro esforço está no compromisso de não divulgar dados de
dores11. seus usuários a terceiros. No caso do Facebook, detentor do What-
sApp, há ocorrências de vazamento de informações privadas dos
usuários. O cenário mais emblemático foi o que envolve a empresa
de marketing Cambridge Analytica, acusada de usar a plataforma de
Mark Zuckerberg para coletar dados de 50 milhões de perfis e bene-
ficiar o então candidato à Presidência dos Estados Unidos, Donald
Trump, durante a corrida eleitoral de 2016.

Além de vídeos simples, é possível usar o TikTok para postar Quais as diferenças, vantagens e desvantagens em relação ao
duetos com cantores famosos, criar GIFs, slideshow animado e sin- WhatsApp?
cronizar o áudio de suas dublagens preferidas para que pareça que Apesar das funcionalidades básicas do WhatsApp e do Tele-
é você mesmo falando. gram serem bem parecidas e essenciais para o funcionamento das
O TikTok cresceu graças ao seu apelo para a viralização. Os plataformas de mensagens instantâneas, ambos têm divergências
usuários fazem desafios, reproduzem coreografias, imitam pessoas importantes. Veja algumas das principais diferenças, vantagens e
famosas, fazem sátiras que instigam o usuário a querer participar da desvantagens entre os dois serviços:
brincadeira — o que atrai muito o público jovem. Ambos permitem enviar texto, áudio, imagens, vídeos, docu-
mentos, emojis, stickers e compartilhar a localização com outros
Telegram usuários;
Enquanto o Telegram se propõe a ser um aplicativo que entrega
mensagens com a menor quantidade de bytes possível (mesmo a
partir de conexões instáveis), o WhatsApp acumula um histórico de
períodos em que o serviço ficou indisponível;
No WhatsApp, o usuário fica limitado a enviar arquivos até 100
MB. No mensageiro concorrente, é possível enviar arquivos de ta-
manho ilimitado;
O acesso ao Telegram via desktop é feito de forma independen-
te da versão móvel. O usuário precisa logar apenas uma vez com o
auxílio celular e pode continuar conectado, mesmo pelo navegador.
A plataforma dispensa ter uma conexão ativa com o dispositivo mó-
vel, como é exigido pelo WhatsApp;
As mensagens enviadas no Telegram podem ser editadas pelo
usuário e excluídas para todos os contatos da conversa. No men-
sageiro americano é possível apagar o conteúdo da mensagem en-
O Telegram Messenger é um programa de envio e recebimen- viada, mas todos os membros da conversa vêem que essa ação foi
to de mensagens instantâneas criado em 2013, em linguagem C++. realizada;
A plataforma grátis tem ganhado popularidade nos últimos anos O Telegram tem um sistema de bots, robôs que podem ser ati-
e pode servir como alternativa para os mensageiros do Facebook: vados pelo usuário para executar tarefas como acesso à previsão do
Messenger e WhatsApp. O serviço tem versão móvel, para desktop tempo, busca por imagens, rastreamento de encomendas e etc. O
e também exclusiva para navegadores web. Os interessados podem WhatsApp não oferece esse serviço;
encontrar o aplicativo nos sistemas operacionais Android, iOS e O armazenamento de arquivos na nuvem é feito pelo próprio
Windows Phone; para desktop e web, há compatibilidade com Win- Telegram. Basta enviar o conteúdo para si mesmo em um conversa.
dows, macOS, Linux e Chrome, no caso dos browsers. Esta funcionalidade também não existe no WhatsApp, que precisa
O usuário pode usar o Telegram para se comunicar com seus exportar antes de fazer o upload;
contatos por meio de diferentes tipos de mídia, como texto, áudio, O WhatsApp sai na frente com mais de 1,5 bilhão de usuários
imagem, vídeo, emojis e stickers. O cadastro na plataforma é feito ativos, enquanto o Telegram tem apenas 220 milhões. Dessa forma,
a partir de um número de telefone e, após a validação, os interes- a probabilidade de se conectar com a sua lista de contatos é bem
sados passam a ter acesso à tela inicial do aplicativo, que mostra maior com o aplicativo do Facebook.
sua lista de contatos. Na plataforma é possível criar conversas em
11 https://canaltech.com.br/redes-sociais/tiktok-dicas-e-truques/

297
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Por que o Telegram pode ser tão seguro? A gestão eletrônica de documentos é um caminho sem volta,
A proposta da rede social é oferecer a comunicação mais segu- pois a sociedade atual está avançando neste sentido. Por isso é im-
ra possível entre os usuários. Por isso, o aplicativo utiliza alguns arti- portante à observação de aspectos relevantes sobre o tema.
fícios que podem trazer essa garantia aos interessados: criptografia
de ponta a ponta; combinação simétrica AES de 256-bits, RSA 2048- Portal Coorporativo
bit; troca de chaves seguras Diffie-Hellman. Essas ferramentas, ao Portal coorporativo é uma aplicação via internet cuja função é
serem combinadas, podem entregar a privacidade necessária para informar, organizar e compartilhar informações de interesse para
quem utiliza a plataforma se sentir confortável no ambiente virtual. funcionários em único local.
O portal coorporativo é um sistema onde os funcionários tem
acesso à configurações variadas, portanto seu acesso é limitado a
VISÃO GERAL SOBRE SISTEMAS DE SUPORTE À funcionários e o perfil é configurado para a segurança das informa-
DECISÃO E INTELIGÊNCIA DE NEGÓCIO ções de acordo com nível hierárquico do funcionário.

Business Intelligence é um conjunto de processos de coleta, análi- ▪ Vantagens do uso de portais colaborativos
se e organização, tudo isso voltado para a gestão e suporte a negócios. • Notícias (comunicações internas);
O conceito de Business Intelligence atua em todas as camadas • Interatividade (demonstrativos de processos);
de dados, visualização de informações, geração de relatórios, funções • Transparência (admissões, transferências, desligamentos,
analíticas e integrações, Datamining, etc. É um guarda-chuva que en- promoções, etc...);
volve toda a manipulação de dados voltada a inteligência de negócios. • Melhor ambiente organizacional (aniversariantes, etc...);
• É considerado um Portal Intranet onde estão disponibilizados
▪ Abrangência do BI: link diversos para outros portais, aplicações, etc.

Portal Colaborativo
O portal colaborativo é um ambiente virtual onde os indivíduos
podem produzir, compartilhar e interagir conteúdos, tais como:
textos, arquivos, notícias, links, atividades, etc. Através de um por-
tal colaborativo os usuários podem interagir entre si e participar de
grupos categorizados por temas conforme a necessidade.

▪ Benefícios do uso de um portal colaborativo


• Comunicação integrada;
• Ferramentas de colaboração;
• Compartilhamento de conteúdo;
• Compartilhamento de atividades;
• Criação de grupos;
• Postagens de conteúdo.
A gestão eletrônica de documentos (GED) é um conjunto de
técnicas e procedimentos que envolvem a criação, recebimento,
manuseio, tramitação, guarda e descarte bem como sua racionali- FUNDAMENTOS SOBRE ANÁLISE DE DADOS
zação e eficiência em meios digitais.
Conceito de SGBD
▪ Vantagens da GED Banco de dados é uma organização de dados dentro de um
• Redução do volume de papel; contexto. Por exemplo, em um banco de dados de uma instituição
• Localização mais rápida; de ensino temos variadas tabelas, views, controles de acessos, per-
• Transporte mais fácil; missões, limites, etc.
• Maior controle de aceso; Gerenciador de banco de dados é um sistema que gerencia banco
• Maior rastreabilidade; de dados, isto é, administra o armazenamento, a segurança, a audito-
• Redução de risco de perda; ria, enfim, é um sistema que controla todos os aspectos relacionados.
• Redução de deterioração; Segue um exemplo de modelagem de banco de dados forneci-
• Ganho em todo o processo. do pela Microsoft para estudo.

▪ Requisitos para a GED


• Garantir a integridade (escolha da mídia);
• Garantir a legibilidade ao longo do tempo (escolha da mídia);
• Garantir a segurança da informação.

▪ Pontos jurídicos sobre a GED


• Todo o arcabouço legal já está construído para o GED;
• Já existe a premissa que podemos fazer o translado do físico
para o eletrônico;
• Já temos como valida a contratação eletrônica;
• Já temos a equiparação da assinatura digital com a assinatura
com firma reconhecida.

298
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Modelagem de dados
No tocante a modelagem de dados, o diagrama MER (Modelo de entidade e relacionamento) representa a relação entre as tabelas.
Vejamos a representação abaixo:

Na figura acima temos que N produtos podem pertencer a um tipo. Segundo a figura do modelo “MER” acima temos o exemplo:

PRODUTO TIPO
Violão Instrumento musical
Teclado Instrumento musical

Entidades
Entidade é uma representação de um conjunto de informações sobre um determinado objeto. Por exemplo, na figura abaixo temos
várias tabelas, que são entidades de banco de dados.

299
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Atributos
Atributos são os campos de uma determinada tabela, se fizermos uma analogia com EXCEL, os atributos são as colunas da planilha.

Vejamos a tabela de produtos do banco de dados NORTWIND:

Relacionamentos
São ligações entre entidades. Por exemplo:

Na figura acima temos um relacionamento entre categorias e produtos, neste caso, ao cadastrar um produto podemos classificá-lo
pertencente a uma categoria

Cardinalidade
Cardinalidade de uma entidade em um relacionamento, é o número de ocorrências da entidade associada com uma ocorrência da
entidade origem.

▪ Tipos de cardinalidades em relacionamentos

1:1 Um para Um Exemplo: Pessoa   CPF

1:N Um para muitos

N:1 Muitos para um Idem ao anterior, apenas invertendo os lados da figura direito para esquerdo.
Autor   Livro
N:N Muito para Muitos Um autor escreve vários livros
Um livro pode ser escrito por vários autores

Exemplos :

Relacionamento: Exemplo:
Nome: José da Silva tem o CPF: 11111.2
1:1 (um para um)
Neste caso temos: Uma pessoa tem um CPF associado, e um CPF é associado somente a uma pessoa.

300
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

1:N

Neste caso temos que o departamento técnico tem os funcionários João, José e Maria
E cada funcionário pertence somente a um departamento.
Livros e Autores:
Existem casos em que um mesmo livro tem diversos autores e existem casos que um mesmo autor escreve
vários livros.

Exemplo:

N:N

Noções e característica
Data Mining (Mineração de dados) é o processo de examinar grandes quantidades de dados para encontrar padrões consistentes.
Uma vez encontrados, esses padrões precisam passar por um processo de validação para serem considerados informação útil.
Claramente, devido à quantidade quase infinita de dados a serem avaliados, a mineração não pode ser feita de forma eficiente apenas
com a ação humana.
Portanto, esse é um dos fatores que tornam a transformação digital tão importante para o desenvolvimento das empresas.
Com o uso automatizado de algoritmos de aprendizagem, em um tempo razoável, o Data Mining consegue evidenciar tendências de
consumo e interação apresentadas por potenciais clientes da empresa.
Então, como veremos ao longo do texto, ele acaba sendo um excelente aliado para a equipe de marketing.
Assim, o Data Mining nada mais é do que um conjunto de técnicas que permite filtrar do Big Data as informações consideradas rele-
vantes para o propósito almejado.

Etapas
O processo do Data Mining é composto por uma série de etapas que precisam interagir entre si:
• Primeira etapa: é a definição do problema, ou seja, é preciso traçar as metas a serem atingidas e a expectativa geral em relação aos
resultados do processo.
• Segunda etapa: busca reduzir a incidência de dados duplicados ou redundantes. Para isso, é realizada uma integração entre todos
os dados coletados, independentemente de sua origem. As fontes de informação, por sua vez, são analisadas separadamente, integrando
aquelas que são consideradas mais pertinentes.
• Terceira etapa: é um esforço para excluir pontos que sejam irrelevantes aos objetivos estabelecidos na primeira etapa.
• Quarta etapa: é a limpeza de dados. Tem como propósito fazer uma avaliação nos dados selecionados no terceiro passo e limpar
aqueles que apresentarem algum tipo de problema.
Assim, a limpeza dá atenção às seguintes situações:
– Dados inseridos erroneamente;
– Dados com nomes duplicados;
– Informações conflituosas.

Após a limpeza, ainda é preciso um cuidado: garantir que as informações sejam, de fato, mineráveis. Para isso, diversas técnicas po-
dem ser utilizadas.
Com as informações já selecionadas, filtradas e tratadas, utilizamos uma série de técnicas — que abordaremos logo mais — para
identificar os padrões, relacionamentos e correlações dentro da base de dados.
Depois, essas relações são avaliadas de acordo com os objetivos definidos na primeira etapa. É aqui que são identificados os padrões
que realmente podem ser utilizados de forma útil pela empresa ou organização.
A partir daqui, paramos de lidar com dados para, oficialmente, contar com informações sólidas que podem ser apresentadas para as
partes interessadas.

301
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Para minerar dados é preciso contar com uma certa infraestru- O Data Mining é um campo que compreende atualmente mui-
tura tecnológica: tas ramificações importantes. Cada tipo de tecnologia tem suas
– Tamanho do banco de dados: para criar um sistema mais próprias vantagens e desvantagens, do mesmo modo que nenhu-
poderoso, mais dados são necessários para serem processados ​​e ma ferramenta consegue atender todas as necessidades em todas
mantidos. as aplicações.
– Complexidade da consulta: é importante definir a complexi-
dade de cada consulta. Afinal, quanto maior o número de consul- Existem inúmeras ramificações de Data Mining, sendo algumas
tas, mais poderoso deve ser o sistema usado. delas:
– Redes neurais: são sistemas computacionais baseados numa
aproximação à computação baseada em ligações. Nós simples (ou
«neurões”, “neurônios”, “processadores” ou “unidades”) são inter-
ligados para formar uma rede de nós - daí o termo “rede neural”. A
inspiração original para esta técnica advém do exame das estrutu-
ras do cérebro, em particular do exame de neurônios. Exemplos de
ferramentas: SPSS Neural Connection, IBM Neural Network Utility,
NeuralWare NeuralWork Predict.
– Indução de regras: a Indução de Regras, ou Rule Induction,
refere-se à detecção de tendências dentro de grupos de dados, ou
de “regras” sobre o dado. As regras são, então, apresentadas aos
usuários como uma lista “não encomendada”. Exemplos de ferra-
mentas: IDIS da Information Discovey e Knowledge Seeker da An-
goss Software.
– Árvores de decisão: baseiam-se numa análise que trabalha
testando automaticamente todos os valores do dado para identi-
ficar aqueles que são fortemente associados com os itens de saída
selecionados para exame. Os valores que são encontrados com for-
te associação são os prognósticos chaves ou fatores explicativos,
usualmente chamados de regras sobre o dado. Exemplos de ferra-
mentas: Alice d’Isoft, Business Objects BusinessMiner, DataMind.
– Análise de séries temporais: a estatística é a mais antiga tec-
nologia em DM, e é parte da fundação básica de todas as outras
tecnologias. Ela incorpora um envolvimento muito forte do usuário,
Passos do Data Mining. exigindo engenheiros experientes, para construir modelos que des-
crevem o comportamento do dado através dos métodos clássicos
Principais técnicas no Data Mining de matemática. Interpretar os resultados dos modelos requer “ex-
O Data Mining (DM) descende fundamentalmente de 3 linha- pertise” especializada. O uso de técnicas de estatística também re-
gens12: quer um trabalho muito forte de máquinas/engenheiros. A análise
– Estatística clássica: sem a estatística não seria possível ter- de séries temporais é um exemplo disso, apesar de frequentemen-
mos o DM, visto que a mesma é a base da maioria das tecnologias te ser confundida como um gênero mais simples de DM chamado
a partir das quais o DM é construído. “forecasting” (previsão). Exemplos de ferramentas: S+, SAS, SPSS.
– Inteligência Artificial (IA): essa disciplina, que é construída a – Visualização: mapeia o dado sendo minerado de acordo com
partir dos fundamentos da heurística, em oposto à estatística, tenta dimensões especificadas. Nenhuma análise é executada pelo pro-
imitar a maneira como o homem pensa na resolução dos proble- grama de DM além de manipulação estatística básica. O usuário,
mas estatísticos. então, interpreta o dado enquanto olha para o monitor. O analista
– Machine Learning (Aprendizado de Máquina): pode ser me- pode pesquisar a ferramenta depois para obter diferentes visões
lhor descrita como o casamento entre a estatística e a Inteligência ou outras dimensões. Exemplos de ferramentas: IBM Parallel Visual
Artificial. Explorer, SAS System, Advenced Visual Systems (AVS) Express - Vi-
sualization Edition.
Enquanto a Inteligência Artificial não se transformava em su-
cesso comercial, suas técnicas foram sendo largamente cooptadas Noções de aprendizado de máquina
pela machine learning, que foi capaz de se valer das sempre cres- Machine Learning, ou o aprendizado automático, como tam-
centes taxas de preço/performance oferecidas pelos computado- bém é conhecido, é um subcampo da ciência da computação. Evo-
res nos anos 80 e 90, conseguindo mais e mais aplicações devido às luiu do estudo de reconhecimento de padrões e da teoria do apren-
suas combinações entre heurística e análise estatística. dizado computacional em inteligência artificial.
Machine learning é uma disciplina científica que se preocupa De acordo com Arthur Samuel (1959), o aprendizado de má-
com o design e desenvolvimento de algoritmos que permitem que quina é o “campo de estudo que dá aos computadores a habilidade
os computadores aprendam com base em dados, como a partir de de aprender sem serem explicitamente programados”. Além disso,
dados do sensor ou bancos de dados. Um dos principais focos da explora a construção de algoritmos que podem aprender com seus
Machine Learnig é automatizar o aprendizado para reconhecer pa- erros e fazer previsões sobre dados a partir de duas abordagens de
drões complexos e tomar decisões inteligentes baseadas em dados. aprendizagem: supervisionada, não supervisionada e por reforço.
Isso permite produzir decisões e resultados confiáveis e repetíveis.
Tais algoritmos podem fazer previsões a partir de amostras ou
tomar decisões guiadas unicamente por dados, sem qualquer tipo
12 https://www.devmedia.com.br/conceitos-e-tecnicas-sobre-data-mi-
de programação. Embora semelhante, em certos aspectos, da esta-
ning/19342

302
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
tística computacional, que faz previsões com o uso dos computado- Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA)
res, o aprendizado de máquina é usado em tarefas computacionais São ambientes cujo principal objetivo é auxiliar a educação
onde criação e programação de algoritmos explícitos é impraticá- a distância. Esses espaços facilitam a gestão dos cursos EAD no
vel. ambiente virtual de ensino. Toda a interação entre o professor e o
Entre os exemplos de aplicações temos: aluno do curso a distância é realizada nesses locais.
– Processamento de linguagem natural; Os cursos são separados por “salas virtuais”, onde os professo-
– Filtragem de SPAM; res acompanham o desempenho dos alunos.
– Reconhecimento de fala e de escrita;
– Visão computacional; Videoconferência
– Diagnóstico médico; É um tipo de tecnologia que permite aos alunos e profes-
– Sistemas de busca. sores estabelecerem uma comunicação bidirecional, através de
dispositivos de comunicação, como o computador.
No ensino a distância, a videoconferência permite um con-
CONCEITOS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA tato visual entre alunos e tutores.
Porém, existem alguns limites para este tipo de tecnologia,
Tecnologias utilizadas na educação a distância como, por exemplo, a necessidade de um dispositivo conectado
A tecnologia que está sendo utilizada no ensino a distância (EAD), à internet.
vem trazendo uma evolução na educação do país.
O sucesso do Ensino a Distância (EAD), só está sendo possível Vantagens do uso da tecnologia na EAD
devido a evolução das Tecnologias de Informação e Comunicação Os alunos têm a possibilidade de buscar informações por conta
(TICs). Através delas, é possível ter acesso a um grande número de própria, pois com o acesso a internet podem fazer pesquisas sobre
informações de maneira rápida. Com isso, o aprendizado fica mais diversos assuntos;
simples e acessível. As ferramentas tecnológicas possibilitaram um • Os métodos de ensino utilizados na EAD possibilitam a
grande crescimento da EAD, proporcionando uma modalidade de troca de experiências entre os alunos;
ensino onde a educação não tem distância. • As mídias e os ambientes virtuais permitem a interação
As tecnologias utilizadas na educação a distância proporcio- entre o aluno e o professor em tempo real;
nam meios que facilitam o ensino e exploram a sua potencialidade. • A tecnologia utilizada no ensino a distância possibilita
Um exemplo disso é o e-learning, que se utiliza da internet para a uma maior proximidade e interação entre os alunos graduandos e
comunicação entre aluno e professor. Isso aumenta a difusão da o corpo docente do curso;
informação e da experiência para os alunos, possibilitando que o • Através dos tutores que ficam disponíveis nos ambientes
conhecimento esteja sempre disponível. virtuais, os estudantes têm a possibilidade de tirar suas dúvidas no
As instituições de ensino superior estão atentas a realidade, momento que necessitarem;
no contexto da informatização, por considerar a modalidade à dis- • As aulas ficam disponíveis para qualquer aluno que desejar
tância um meio de educar e de formar o cidadão, cujas atividades acessa-las novamente, e, com isso, aqueles que perderam alguma
garantem os desafios necessários à promoção da aprendizagem, aula ou não entenderam algum conteúdo poderão revisá-los quando
além de atender as reais necessidades e interesses do próprio necessário.
aluno, em interação constante com o mundo, com as pessoas e
com uma infinidade de possibilidades de informação via pesquisa É indiscutível que na atualidade a modalidade de tele educação
no processo de construção do seu conhecimento. está em plena expansão em todo o território brasileiro e quiçá
As novas tecnologias utilizadas na EAD enriquecem o am- internacionalmente.
biente de ensino, à medida que vão favorecendo a interação
entre o aluno e o professor. As TICs proporcionam uma grande Esta nova realidade de educação permite uma interação entre
evolução, tanto no que se diz respeito ao ensino, quanto na o aprendiz e toda a estrutura física, mesmo que estejam separados,
aprendizagem, pois são utilizadas como ferramentas pedagó- ou seja, a comunicação ocorre em um ambiente virtual na maioria
gicas, levando o aluno a interagir com o ambiente de estudo das vezes, não deixando de existir, porém o ambiente real, em que
virtual. Porém, deve-se levar em conta que muitos dos alunos atuam os professores, tutores e outros.
EAD tem dificuldades em lidar com as tecnologias utilizadas para Muito se tem debatido quanto à disseminação da Informática
o ensino. Por isso, a EAD deve se utilizar das mais diversas tecno- na Educação e é muito adequada à reflexão sobre essa caminhada
logias, para que o aluno tenha várias opções, e, assim, consiga se e o entendimento de como esse movimento pode ser efetivamente
adequar a alguma. Entre os tipos de tecnologias utilizadas pela implantado com propostas que sejam viabilizadas pela comunidade
modalidade de ensino a distância, destacam-se: científica e educacional.
O objetivo final da educação a distância é sem dúvida fazer
Chats chegar aos alunos que têm alguma dificuldade e que não podem
Também conhecido como bate-papo, é utilizado na edu- ou não conseguem chegar à sala de aula convencional. Faz-se ne-
cação a distância com o objetivo de estabelecer uma conexão cessário uma educação de qualidade e que faça o desenvolvimento
síncrona entre seus participantes. Através dele os alunos podem deste aluno.
esclarecer suas dúvidas diretamente com os professores ou Partindo deste pressuposto é necessário que se façam investi-
tutores, ou promover discussões em grupos. A vantagem de se mentos, e que estes passem na preparação, adequação e formação
utilizar os chats é que as conversas podem ser armazenadas, continuada dos seus funcionários (professores/tutores) para que
para que um aluno que possui a mesma dúvida e não participou sempre exista interesse por parte do público alvo em buscar nesta
da discussão possa acessa-la. instituição os seus serviços.
As perspectivas educacionais com relação às diferentes
aplicações da tecnologia da informação e da comunicação podem
estar integradas às práticas pedagógicas, proporcionando um

303
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
aprendizado aliado com as experiências reais do aluno, sempre comunicam com o servidor através de protocolos, como é o caso do
atendendo às suas necessidades, especialmente na preparação navegador web que acessa os dados de um servidor web normal-
deste para o mercado de trabalho. mente utilizando o protocolo HTTP.
A pesquisa revela uma necessidade ainda de o professor tutor
avançar na sua função, no sentido de aprimorar o trabalho de Upload
acompanhamento ao aluno, nos moldes da Educação à Distância. O termo upload faz referência a operação inversa a do downlo-
Esse papel de tutor é novo, no contexto da tecnologia da informa- ad, isto é, ao envio de conteúdo à Internet.
ção e comunicação, no campo da educação.
Para que ocorra a eficácia no trabalho do tutor, é preciso uma Multimídia é a combinação, controlada por computador
organização do sistema, com orientações precisas e objetivas, de (computador pessoal, periférico e dispositivo móvel), de pelo
forma a respaldar o trabalho deste profissional, na sua conectivi- menos um tipo de mídia estática (texto, fotografia, gráfico), com
dade com o aluno. pelo menos um tipo de mídia dinâmica (vídeo,áudio,animação)
O trabalho na tutoria requer estudos e preparo cada vez mais (Chapman & Chapman 2000 e Fluckiger 1995). Quando se afirma
conectados com as novidades das plataformas AVA, tendo em vista, que a apresentação ou recuperação da informação se faz de manei-
as necessidades e interesses dos alunos, além das exigências cada ra multissensorial, quer-se dizer que mais de um sentido humano
vez mais significativas do mercado de trabalho, que precisam estar está envolvido no processo, fato que pode exigir a utilização de
asseguradas em uma formação condizente com os novos tempos. meios de comunicação que, até há pouco tempo, raramente eram
O papel do tutor esta ancorado em uma importante via de me- empregados de maneira coordenada, como:
diação online, em que se processa a construção do conhecimento • Som (voz humana,música,efeitos especiais)
na perspectiva das oportunidades, do crescimento e do desenvolvi- • Fotografia (imagem estática)
mento pessoal e profissional de cada aluno. • Vídeo (imagens em pleno movimento)
• Animação (desenho animado)
• Gráficos
CONCEITOS DE TECNOLOGIAS E FERRAMENTAS • Textos (incluindo números, tabelas, etc.)
MULTIMÍDIA, DE REPRODUÇÃO DE ÁUDIO E VÍDEO
O termo multimídia refere-se portanto a tecnologias com
Transferência de informação e arquivos, bem como aplicativos suporte digital para criar, manipular, armazenar e pesquisar con-
de áudio, vídeo e multimídia teúdos. Os conteúdos multimídia estão associados normalmente a
Um meio recente e também uma ótima forma de exemplo para um computador pessoal que inclui suportes para grandes volumes
explicar a transferência remota são os aplicativos e sites de “Nu- de dados como os discos ópticos CDs e DVDs, abrange também
vem” isso é, Cloud. Google Drive e Dropbox são exemplos conhe- nas ferramentas de informática a utilização de arquivos digitais
cidos desses aplicativos, mas como isso funciona? A internet serve para a criação de apresentações empresariais, catálogos de pro-
nesse caso como conexão entre o usuário e o servidor onde os ar- dutos,exposição de eventos e para catálogos eletrônicos com mais
quivos estão guardados, um usuário cadastrado pode acessar esses facilidade e economia. Privilegiando o uso dos diversos sentidos
arquivos de qualquer lugar do mundo, pode baixá-los (download) visão, audição e tato este tipo de tecnologia abrange diversas
ou até mesmo carregá-los (upload) na internet. áreas da informática em que todo o tipo de informação possa ser
O processo não funciona diferente de movimentar pastas em representada, armazenada, transmitida e processada digitalmente.
seu computador ou smartphone, porém essas pastas estão locali- O desenvolvimento dos computadores e também da Internet
zadas em um computador ou servidor na maioria das vezes muitos tem contribuído para melhorar a comunicação, visto que os primei-
quilômetros longe do usuário. ros terminais só permitiam informações do tipo texto, entretanto
foram evoluindo até chegar aos dias atuais com uma diversidade
Upload e Download de dispositivos pessoais que fornecem informações contendo som,
São termos utilizados para definir a transmissão de dados de figuras, vídeos etc. a baixo custo e alto desempenho. Nesse contex-
um dispositivo para outro através de um canal de comunicação pre- to podemos definir:
viamente estabelecido13. • Multimídia é qualquer combinação de texto, arte gráfica,
som, animação e vídeo transmitidos pelo computador.
• Multimídia Interativa, quando se permite ao usuário o
controle de quando e quais elementos serão transmitidos.
• Hipermídia, estrutura de elementos vinculados pela qual
o usuário pode mover se.

A maior diferença entre as mídias tradicionais tais como rádio


e televisão e a multimídia digital é a noção de interatividade. Os
dispositivos permitem aos usuários a interação com os programas.
14
Essa interação é tão importante que pode ser considerada como
parte integrante da multimídia.
Download Existem 4 características que definem Sistemas Multimídia
Está relacionado com a obtenção de conteúdo da Internet, o 1. Os Sistemas Multimídia tem de ser controlados por com-
popular “baixar”, onde um servidor remoto hospeda dados que são putador, o que implica à partida a existência de pelo menos um
acessados pelos clientes através de aplicativos específicos que se computador.
2. São integrados. Significa que utilizam o menor número de
13 Hunecke, M. Acesso à Distância a Computadores, Transferência
dispositivos diferentes possível - um exemplo é usar apenas um
de Informação e Arquivos.
monitor para apresentar todo o tipo de informação visual.
14 https://www.cursosdeinformaticabasica.com.br/qual-a-diferenca-entre-
-download-e-upload/

304
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
3. A informação que eles manuseiam tem de ser representada O que é uma Aplicação Hipermídia
digitalmente. Hipermídia (hipertexto + multimídia) é um conceito para a
4. A interface com o usuário deve permitir interatividade, o apresentação, acesso, estruturação e armazenamento de docu-
que significa que o utilizador possui uma certa forma de controle mentação multimídia. É uma aplicação do conceito de hipertexto
sobre o que se está sendo executado, ao contrário do que acontece aos documentos multimídia. Hipertexto é texto com links. Os
quando se vê um filme no cinema. documentos hipertexto não são estritamente sequenciais. Po-
dem conter links, i.e., referências para outras partes do mesmo
Multimídia local e em rede documento ou outros documentos. Os links são ponteiros entre
Multimídia local. Refere-se a aplicações que não fazem uso de documentos que contêm toda a informação necessária para aceder
recursos extra além daqueles já presentes no sistema local para ao documento target. Um documento hipermídia é composto por
fornecer os serviços multimídia. Assim, o sistema local fornece partes interligadas que podem ser qualquer combinação de texto,
todo o poder de processamento necessário. Está completamente gráficos, imagens, som e imagens em movimento. Um documento
equipado, como apropriado, com todos os dispositivos analógicos hipermídia tem também de descrever as relações de timing entre
necessários como microfones ou uma máquina fotográfica. Alguns as várias partes.
exemplos de campos de aplicação ajudarão a esclarecer a ideia: Os documentos não são necessariamente armazenados no
a) Individual computer-based training (CBT) (treino profission- sistema local. Quando um link é ativado, o documento pode vir
al). Técnicos e engenheiros aprendem operações de manutenção de outro sistema exterior que pode estar em qualquer lugar do
ou procedimentos operacionais através de documentação mul- mundo. A maior parte dos títulos multimídia interativos que são
timídia e de computadores pessoais isolados, em que o documento distribuídos em CD-ROM usam técnicas hipermídia para criar uma
está gravado localmente, como por exemplo num CD-ROM. estrutura interna lógica com flexibilidade suficiente para fornecer
b) Individual computer-based education (CBE). Estudantes boa interatividade. Grande parte dos documentos multimídia
seguem cursos ou praticam usando aplicações multimídia em com- disponíveis em servidores e acessíveis por rede, utilizam estruturas
putadores pessoais isolados. hipermídia.
c) Multimídia authoring. Autores podem desenvolver docu-
mentos multimídia comerciais, ou apenas algumas apresentações Renderização
multimídia para uso privado. Renderização é o processo pelo qual pode-se obter o produto
Exemplos de aplicações locais: jogos, filmes, catálogos/publici- final de um processamento digital qualquer. Este processo aplica-se
dade/manuais, enciclopédias/EAC (Ensino Assistido por Computa- essencialmente em programas de modelagem 2D e 3D bem como
dor – equivalente a CBT, em inglês). áudio e vídeo.
O processo de tratamento digital de imagens e sons consome
Multimídia em rede. Existem duas razões principais que podem muitos recursos dos processadores, e pode tornar-se pesado de
justificar o uso de multimídia em rede. A primeira é que certas forma que sua realização em tempo real fica inviável. Neste caso, os
aplicações são para correr genuinamente em rede, já que o seu softwares trabalham em um modo de baixa resolução para poder
objetivo é mesmo permitir que pessoas comuniquem à distância, mostrar uma visão prévia do resultado. Quando o projeto está con-
como acontece como a teleconferência. Segundo, por razões cluído, ou em qualquer momento que se queira fazer uma aferição
práticas e/ou econômicas, pode ser mais vantajoso centralizar o de qual será o resultado final, faz-se a “renderização” do trabalho.
armazenamento massivo de informação em servidores. O posterior A renderização é muito aplicada para objetos 3D, fazendo a
acesso remoto a esses servidores será então feito através de redes. conversão de um 3D para uma representação em 2D, seja para ob-
Exemplos de aplicações em rede: Vídeo Conferência, TV ter uma imagem estática, seja para obter imagens foto-realísticas
Interativa, VoD (Videoon Demand), CSCW (Computer Support em vídeo (animação 3D).
Cooperative Work). O termo “renderizar” (do inglês to render) vem sendo usado na
computação gráfica, significando converter uma série de símbolos
O que é uma Aplicação Multimídia gráficos num arquivo visual, ou seja, “fixar” as imagens num vídeo,
Uma aplicação multimídia é o uso específico, por um usuário convertendo-as de um tipo de arquivo para outro, ou ainda “tra-
único ou grupo de utilizadores, de um dado sistema multimídia que duzir” de uma linguagem para outra.
oferece uma função particular ou conjunto de funções. Embora a Para renderizar uma cena é necessário, entre outras coisas,
definição possa parecer um pouco abstrata, vamos clarificar com definir um tipo de textura para os objetos existentes, sua cor, trans-
um exemplo. Uma workstation equipada com dispositivos áudio e parência e reflexão, localizar um ou mais pontos de iluminação e
vídeo pode oferecer, como função, comunicação audiovisual em um ponto de vista sob o qual os objetos serão visualizados. Ao
tempo real. Este sistema quando usado num escritório poderá renderizar, o programa calcula a perspectiva do plano, as sombras
suportar videofone individual, ou quando instalado numa sala de e a luz dos objetos. Ao longo da história da computação gráfica, o
reuniões poderá suportar a distribuição em tempo real de palestras. ato de renderizar sempre exigiu grande capacidade computacional.
Videofone e distribuição ao vivo de palestras são exemplos de Com o áudio em geral, trata-se do processamento de efeitos
aplicações multimídia. Uma das partes constituintes das aplicações para torná-los permanentes em um segmento de áudio digital. Al-
multimídia são os programas de aplicação (software que deverá guns programas de computador permitem editar áudio digital para
ser instalado para suportar a aplicação multimídia em questão). O realizar tarefas como normalização, adição de ambiência (reverb),
campo de aplicação é a área, tipo de atividade ou mesmo segmento adição de efeitos (distorções, delays, ecos, etc). Na maioria dos
da indústria no qual uma dada aplicação multimídia é usada. Como programas, estes efeitos são “não destrutivos”, ou seja, processam
exemplo, o “sharedwhiteboard” é uma aplicação multimídia que o áudio em tempo real, possibilitando a aferição do resultado final.
pode ser utilizada no campo do design mecânico colaborativo, e Após obter o resultado desejado, pode-se então “Renderizar” o
uma aplicação de imagem partilhada pode ser utilizada no campo trabalho, o que neste caso quer dizer torná-lo permanente.
dos diagnósticos médicos.

305
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Streaming Se a URL de conexão usa o protocolo RTSP, o protocolo RTSP
A tecnologia streaming é uma forma de transmissão in- negocia automaticamente o melhor mecanismo de transmissão do
stantânea de dados de áudio e vídeo através de redes. Por meio conteúdo. Ele direciona o protocolo RTP para transmitir conteúdo
do serviço, é possível assistir a filmes ou escutar música sem a de streaming usando UDP ou usando um protocolo baseado em
necessidade de fazer download, o que torna mais rápido o acesso TCP em uma rede que não oferece suporte a UDP.
aos conteúdos online.
O streaming se desenvolveu no Brasil nos últimos anos princi- RTP (RFC 1889) – Real Time Protocol
palmente pela melhora em um dos seus principais pré-requisitos: a É um protocolo de transporte implementado na camada de
melhora na velocidade das conexões com a Internet. Com isso, os aplicação. Para aplicações multimídia em tempo real foi criado um
dados são armazenados temporariamente na máquina e vão sendo protocolo genérico para as diversas aplicações de áudio e vídeo.
exibidos ao usuário em velocidade quase instantânea. O objetivo do RTP é fornecer um meio uniforme para transmitir
A execução é imediata da origem, onde os dados estão hospe- em IP dados sujeitos a constrangimentos de tempo real (áudio,
dados, até o player que executa o conteúdo na máquina do usuário. vídeos,…). O papel principal do RTP consiste em aplicar números de
Os serviços de streaming on-demand possibilitam que o usuário sequência de pacotes IP para reconstituir as informações de voz ou
esteja no controle do que vai assistir, quando e onde. Ele acessa os de vídeo, ainda que a rede subjacente altere a ordem dos pacotes.
dados ao mesmo tempo em que os recebe, sem a necessidade de O RTP é executado sobre o UDP, que é um protocolo de trans-
esperar um download ou de ocupar espaço em seu HD com o arma- missão rápido, simples, sem conexão e que combinado com o RTP é
zenamento de conteúdo. Também é possível controlar a exibição, capaz de multiplexar os diversos fluxos de informações multimídia,
pausando, avançando ou retrocedendo o vídeo ou a música. sobre um único fluxo de pacotes UDP. O RTP é um protocolo que
Um exemplo do uso do streaming com funções on-demand provê o transporte fim-a-fim das informações multimídia, fazendo
é um provedor de filmes com milhares de filme a sua disposição uma interface entre a camada de aplicação e de transporte do
e que cobra uma assinatura mensal e disponibiliza filmes e séries modelo OSI.
que podem ser assistidos em diversos dispositivos a qualquer A combinação RTP e RTCP não garante a entrega de pacotes e
hora. Vários sites oferecem este tipo de serviço e possibilitam o nenhum mecanismo de qualidade de serviço, no entanto possibilita
streaming de músicas. Da mesma forma, muitas redes de televisão o controle da qualidade observada na rede. Permite acompanhar
já disponibilizam sua programação online por streaming. o fluxo de bits, a quebra dos blocos de dados em pacotes, a trans-
missão pela rede, a reprodução do fluxo de bits no receptor e, para
Reprografia minimizar o número de pacotes perdidos, o protocolo transporta
É o conjunto de meios e/ou processos ou mesmo o departa- informações de temporização possibilitando que o receptor tente
mento de reprodução de documentos encontrado em instituições compensar o atraso.
de ensino e empresas públicas e privadas, para serviços como:
fotocópia, microfilmagem, xerografia, heliografia, etc. RTCP (RFC 1889) – RTP ControlProtocol
Esse protocolo não transporta quaisquer dados e a sua
Protocolos principal função é fornecer feedback sobre as informações de
RTSP (RFC 2326) – Real Time Streaming Protocol propriedade de rede (controle de fluxo e congestionamento) para
Esse é um protocolo de nível de aplicativo, que foi criado os participantes de uma conferência multimídia.
especificamente para controlar a entrega de dados em tempo real, Os pacotes de controle carregam uma identificação (CNAME –
como, por exemplo, conteúdo de áudio e vídeo. É implementado canonical name) que associa os dados transferidos aos seus partici-
por um protocolo de transporte orientado para correção. Suporta pantes. Para tornar o controle mais eficiente todos os participantes
ações de controle do player como parar, pausar, retroceder e da conferência enviam pacotes RTCP periodicamente, sendo que o
avançar arquivos indexados do Windows Media. É possível usar consumo de banda desses pacotes não deve superar 5% da banda
o protocolo RTSP para transmitir o conteúdo para computadores consumida pela sessão.
com o Windows Media Player 9 Series ou superior ou o Windows O RTCP usa o mesmo método de envio dos pacotes RTP, porém
Media Services 9Series ou superior em execução. O RTSP é um em porta UDP diferente. Esse protocolo envia periodicamente aos
protocolo de controle que trabalha em série com o protocolo RTP participantes de uma sessão as informações de controle. As fontes
(Real Time Protocol) de entrega de dados, para fornecer conteúdo RTP podem usar essa informação para ajustar a sua taxa de comu-
aos clientes. nicação, enquanto que outros receptores podem determinar se os
• Protocolo que permite ao usuário interagir com a apli- problemas na qualidade do serviço são locais ou gerais.
cação O RTP (RealtimeTransportProtocol) e o seu companheiro RTCP
• Permite controle do Player Play/pause/rewind/fastfor- (Realtime TransportControl Protocol) permitem respectivamente
ward/slow transportar e controlar ondas de dados que têm propriedades
• RTSP não faz: “tempo-real”. O RTP e o RTCP são protocolos que se situam a nível
• Definir compressão para as mídias da aplicação e utilizam os protocolos subjacentes de transporte
• Definir encapsulamento TCP ou UDP. Mas a utilização de RTP/RTCP faz-se geralmente acima
• Definir entre TCP ou UDP o UDP. O RTP e o RTCP podem utilizar o modo Unicast (ponto a
• Definir buferização ponto) assim como o modo Multicast (multiponto). Cada um deles
• É protocolo out ofband – como ftp utiliza uma porta separada de um par de portas. O RTP utiliza a
• Controles são mandados fora da banda (porta 544) porta par e o RTCP a porta ímpar imediatamente superior.
• Mídia mandada em banda (TCP ou UDP)
• Escolha por diferentes qualidades de mídia disponíveis(lo-fi/ SRP – SelectiveRetransmissionProtocol
hi-hi) para se transmitir. • Desenhado para melhorar a performance de aplicações
multimídia
• Balancear altas perdas do UDP e latência do TCP

306
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• Usa algoritmo de decisão para retransmitir ou não um Os pacotes ST-II podem ser encapsulados em IP para dar
pacote conectividade e/ou segurança aos dados. Isto permite uma in-
• Nível de aplicação teroperabilidade com os sistemas anteriores baseados em IPv4,
• Suas mensagens são em UDP principalmente por parte dos roteadores.

Durante o streaming, se uma aplicação percebe falta de um SIP – SessionInitiationProtocol


pacote, o algoritmo de decisão decide se ela pedirá ou não o pacote • Alta mobilidade.
novamente. O algoritmo leva em consideração o quanto de perda e • Conexão de duas ou mais pessoas com transmissão de
latência a aplicação pode suportar e o quanto disso está acontecen- áudio e vídeo que utilizando codecs diferentes.
do. Caso seja feito novo pedido pelo pacote perdido, quaisquer out- • Mensagens se assemelham com as de HTTP.
ras mensagens recebidas são buferizadas e a aplicação aguardará a • Utiliza pacotes UDP ou TCP.
chegada do pedido. Se a resposta não chegar, novo pedido é feito.
Este protocolo tenta equilibrar o elevado potencial de perda Ele foi criado para conectar duas (ou mais) pessoas com
encontrado em UDP com o potencial de alta latência encontrado transmissão de vídeo e áudio de maneira que os aplicativos fossem
em TCP. executados em qualquer aparelho com um endereço IP na Inter-
net (podendo ser um celular, um palmtop, computador, etc...) e
SDP – SessionDescriptionProtocol o próprio protocolo provê mecanismos para se descobrir qual é o
• Descreve sessões multimídia. IP do aparelho que os usuários estão usando no momento. Para
• Não possui mecanismo próprio de transporte (utiliza estabelecer uma conexão SIP o aplicativo envia uma mensagem
protocolos como SIP, SAP, RTSP, etc...). de convite (que se assemelha com uma mensagem de pedido de
• Informações contidas: tipo de mídia, protocolo de trans- HTTP) utilizando pacotes UDP ou TCP. Nessa mensagem inicial
porte, formato da mídia, endereço de destino, porta de recepção e estará anexado o endereço do outro aplicativo (do usuário a ser
URIs (Identificadores Universais de Recursos). contatado), o IP do usuário que está contatando, os codecs de
áudio e vídeo que ele deseja que o contatado utilize e a porta para
O SDP teve como propósito original descrever sessões multi- qual devem ser enviados os pacotes UDP ou TCP.
cast, portanto, vários de seus campos tem uso limitado (ou nenhum
uso) para as sessões unicast estabelecidas atualmente com o SIP, H.323
mas foram mantidos na sua nova definição do protocolo para Uma alternativa ao SIP é o H.323. Ele é um padrão popular para
garantir a compatibilidade. conferencia em tempo real entre end-systems na Internet. Este
Este protocolo carrega algumas informações sobre a seção padrão também cobre como end-systems na Internet se comuni-
de multimídia que está sendo transmitida. Algumas das principais cam com telefones conectados a redes de comutação por circuito
informações são: endereço IP (IPv4 ou IPv6) ou nome de host, perfil convencionais.
RTP (tipicamente “RTP/AVP”), número da porta que será usada O H.323 inclui as seguintes especificações:
para troca de fluxo de mídia, tipo de mídia a ser trocada (vídeo, • especificação para como os endpoints negociam codifi-
áudio, texto e etc.) e esquema de codificação de mídia. cações para áudio/vídeo comuns. Como ele suporta uma variedade
Similarmente ao SIP, o SDP é um protocolo textual cujas men- de codificações padrão, um protocolo é necessário para um con-
sagens são compostas por campos. Cada linha da mensagem é um senso num determinado padrão num momento.
campo e começa com uma letra minúscula. • especificação para como os pedaços de áudio/vídeo são
encapsulados e mandados à rede. Particularmente, H.323 escolhe
ST-II – Internet StreamProtocol o RTP para este fim.
• Criado para substituir o IP (por isso também é chamado • especificação sobre como os telefones na Internet se
de IPv5). comunicam com os telefones nas redes de comutação por circuito.
• Armazena características de performance e alocação de
recursos da rede. RSVP – ReservationProtocol
• Suporta protocolos como: PVP, NVP, TCP e outros. Um tipo diferente de algoritmo que pode ser utilizado para
• Pode ser encapsulado em IP. controlar fatores relacionados a multimídia é o Protocolo de Res-
• Contém uma camada superior destinada ao controle ervas. Ao invés de tentar identificar certos tipos de fluxos assim
chamada de SCPM que permite o re-roteamento. que eles entram na fila, RSVP explicitamente aloca bandas para
cada fluxo específico. Aplicações podem requisitar a quantidade de
O ST-II, Protocolo de Fluxo (transmissão) Internet – versão 2, banda prevista para ser usada por elas. O roteador pode, então,
foi criado para substituir o IP. Devido a esta proposta, foi comu- gerenciar a quantidade de banda disponível e a que cada aplicação
mente designado de IPv5 (IP versão 5). O ST-II funciona trocando precisa. Para ser implementado, deve haver uma parte RSVP em
informações com os roteadores por onde passa. Entre estas infor- clientes, servidores e roteadores. Ele provê as reservas de banda
mações, ele recebe dados importantes sobre as condições da rede em árvores multicast e é orientado ao receptor (o receptor é quem
como características de performance e alocação de recursos. inicia e mantém a reserva de recursos para um fluxo).
O ST-II tem suporte a serviços como ftp com TCP (porta 21) Entretanto, ele não especifica como a rede proverá a reserva.
para garantir uma maior robustez na entrega dos dados. Além Também não age como um protocolo que roteador. Este protocolo
disto, o ST-II tem suporte a outros protocolos de transporte como: é usado para garantir a QoS (qualidade de serviço) em várias apli-
PVP (Protocolo de Vídeo em Pacote), NVP (Protocolo de Voz em cações numa rede.
Rede), TCP, VMTP (Protocolo Versátil de Transação de Mensagem),
entre outros.

307
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Ferramentas Multimídia posteriormente. Você poderá gravar o filme diretamente em DVD
Os aplicativos de multimídia do Windows são divididos em usando o Windows MovieMaker. É necessário possuir instalado o
pacotes e podem ser habilitados/desabilitados em “Ativar ou desa- Windows DVD Maker, disponível nas versões Windows Vista e 7.
tivar recursos do Windows” acessado na mesma tela que desinstala
programas no Windows. A linha do tempo e o Storyboard
Storyboard: é a visualização padrão para o espaço de trabalho.
Nessa visualização, você pode ver a sequência ou ordem dos clipes
do projeto e reorganizá-las facilmente se necessário. Também é
possível, de forma mais prática, adicionar os efeitos visuais e de
transição. Diferentemente da visualização linha do tempo, os clipes
de áudio e textos adicionados ao projeto atual não são mostrados
nessa exibição.
Linha do Tempo: por meio dela você pode visualizar seu proje-
Basta habilitar ou desabilitar os recurso conforme necessidade to de forma cronológica, podendo revisar ou modificar o tempo dos
e gosto. clipes, ampliar ou reduzir a régua cronológica da linha do tempo e
fazer a sincronização com os clipes de áudio e textos adicionados
Edição de Áudio ao projeto.
Para usarmos arquivos (filmes, fotos e músicas) na edição
Ferramentas de Áudio e Vídeo do Windows: de um filme, devemos primeiramente importá-los para a área de
• Gravador de Som: Você pode usar o Gravador de Som coleções do Windows MovieMaker. Para importar um arquivo
para gravar um som e salvá-lo como um arquivo de áudio no seu devemos seguir os seguintes passos:
computador. É disponibilizado no pacote de instalação padrão do 01- Clique no botão “Tarefas” localizado na barra de ferramen-
Windows. tas.
• Windows Live MovieMaker: Com o programa é possível 02- Abrirá uma coluna no lado esquerdo com três opções de
criar filmes e apresentações de slides com fotos e vídeos e depois tarefas. Clique na tarefa “Capturar Vídeo”.
compartilha-las com os amigos e a família. 03- Aparecerá 4 opções de captura de vídeo:
• Windows Media Player. Capturar do dispositivo de vídeo: Ele captura um vídeo de uma
câmera de vídeo (web cam) que esteja ligada ao computador.
Gravador de Som: Você pode usar o Gravador de Som para Importar vídeo: Ele importa um vídeo que já esteja salvo no
gravar um som e salvá-lo como um arquivo de áudio no seu com- computador.
putador. Você pode gravar sons de dispositivos de áudio diferentes, Importar imagens: Ele importa uma imagem que já esteja salva
como um microfone que esteja conectado à placa de som do com- no computador.
putador. Os tipos de fontes de entrada de áudio que podem ser Importar áudio ou música: Ele importa um áudio ou música
gravadas dependem dos dispositivos de áudio que você possui e as que já esteja salvo no computador.
fontes de entrada na placa de som. 04- Após selecionarmos o arquivo a ser importado ele apa-
recera na área de coleções. Exceto quando utilizamos a primeira
Windows Live MovieMaker: O Windows Live MovieMaker é opção que é uma gravação da câmera webcam.
um programa distribuído no pacote de programas e serviços Win-
dows Live que pode ser instalado gratuitamente no seu sistema Abrindo/Salvando projetos:
operacional Windows, e que permite transformar seus vídeos e Para abrirmos ou salvarmos um projeto, devemos ir da barra
fotos em filmes e compartilhar seus vídeos com outras pessoas. de menu, e clicar em “Arquivo”, irá aparecer opções como: Novo
Estas são algumas coisas que você pode fazer no MovieMaker: Projeto, Abrir Projeto ou Salvar Projeto; Assim sempre que quis-
i. Adicione vídeos e fotos. ermos salvar ou abrir um projeto devemos seguir esse caminho e
ii. Personalize seu filme. Adicione transições, efeitos de pan- escolher a opção desejada.
orama e zoom, efeitos visuais, títulos, créditos, legendas e outros.
iii. Adicione música a seus filmes para usar como trilha sonora. Adicionando vídeos no Storyboard
iv. Faça um filme rapidamente usando temas de Filme Au- Com o arquivo já adicionado na área de coleções iremos apren-
tomático. Depois de adicionar vídeos e fotos, escolha um tema de der a adicioná-lo no Storyboard.
Filme Automático e faça um filme com apenas alguns cliques. Os 01- Selecione um vídeo da área de coleções e arraste-o até um
temas de Filme Automático adicionam título, créditos, transições e dos quadros em branco na Storyboard;
efeitos para você automaticamente. 02- Para adicionar outro vídeo na sequência, é só arrasta-lo até
v. Visualize a qualquer momento. Exiba seu projeto inteiro a o próximo quadro em branco.
qualquer momento da edição para ver como ficará o filme concluí-
do. Ou simplesmente exiba um único item do projeto, como um Obs. Também é possível adicionar, clicando com o botão dire-
vídeo, uma foto ou um item de texto. ito no vídeo na área de coleções e depois clicando em adicionar ao
vi. Publique seu filme na Web. Compartilhe seu filme com Storyboard.
familiares e amigos publicando-o em sites populares, como You-
Tube ou Facebook. Você também pode baixar outros plug-ins de Adicionando vídeos na linha do tempo
publicação para publicar seu filme em outros sites populares. 01- Selecione um vídeo na área de coleções e arraste-o até a
vii. Salve o filme no computador para compartilhá-lo depois. trilha “Vídeo” da linha do tempo;
Salve seu filme no computador para reproduzi-lo ou compartil- 02- Para adicionar outro vídeo na sequência, é só arrastá-lo
há-lo. Você pode, por exemplo, enviar o filme em uma mensagem após o primeiro na trilha “Vídeo”.
de email ou transferi-lo para um dispositivo portátil ou celular

308
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Obs. Também é possível adicionar, clicando com o botão dire- 02- Para adicionar outra imagem na sequência, é só arrastá-la
ito no vídeo na área de coleções e depois clicando em adicionar à após a primeira na trilha “Vídeo”.
Linha do tempo.
Obs. Também é possível adicionar, clicando com o botão dire-
Movendo, duplicando e excluindo clipes de vídeos ito na imagem na área de coleções e depois clicando em adicionar
Movendo: Após adicionarmos vídeos a linha do tempo, iremos a Linha do tempo.
aprender como mover um vídeo para alterar a sequência do pro-
jeto. Alterando a duração de exibição das fotos
01- Selecione o vídeo na linha do tempo que você quer mover Ao adicionar uma sequência de imagens no Storyboard ou na
e arraste-o até o local onde você deseja colocar. Linha do tempo para a criação de um Slide show, cada foto terá
uma duração de 5 segundos de exibição, essa duração pode ser
Obs. Também é possível mover, clicando com o botão direito alterada dessa forma:
sobre o vídeo a ser movido e selecionando recortar; 01- Entre no modo de visualização Linha do tempo.
02- Selecione a imagem que você quer altera a duração.
Depois, clique com o botão direito novamente sobre outro 03- Clique e segure com o botão esquerdo na borda direita da
vídeo e selecione colar para posicionar o vídeo recortado antes imagem na linha do tempo e arraste-a até a duração desejada.
dele.
Duplicando: Para duplicar um clipe, arraste-o mantendo a tecla Obs. Para ver a duração em Segundos da imagem, pouse o
“Ctrl” pressionada, ou então, clique com o botão direito sobre o mouse sobre ela na linha do tempo.
vídeo a ser copiado e clique em copiar, depois, clique com o botão
direito novamente sobre outro vídeo e selecione colar para posicio- Adicionando transições e efeitos especiais
nar o vídeo copiado antes dele. Podemos adicionar transições entre as imagens e efeitos espe-
Excluindo: Para excluir um vídeo selecione-o e pressione a tecla ciais sobre elas:
“Delete” do teclado, ou então clique com o botão direito sobre o
vídeo a ser excluído e clique em excluir. Transições:
01- Entre no modo de visualização Storyboard.
Dividindo clipes 02- Clique no botão localizado na barra de ferramentas.
É útil para quando desejarmos excluir partes indesejáveis de 03- Abrirá uma coluna no lado esquerdo com três opções de
um vídeo, para fazer isso, é preciso dividi-lo e excluir a parte que tarefas:
não será exibida. 04- Clique na tarefa “Editar Filme”.
01- Selecione o vídeo a ser dividido. 05- Aparecerá 5 opções de Edição de filme, selecione “Exibir
02- Use as opções do monitor de amostra: “Quadro anterior” transições de vídeo”.
e “Próximo quadro” para selecionar com precisão a parte de corte. 06- Aparecerá na área de coleções diversos tipos de transições
03- Depois de selecionado clique no botão “Divisor”. de vídeo, para vê-los clique 2 vezes com o botão esquerdo sobre
04- Agora teremos um clipe dividido em duas partes, então um deles, o efeito irá aparecer no monitor de amostras. Para
selecione a parte indesejável e exclua. adicioná-lo entre 2 imagens, selecione o efeito e arraste-o até o
espaço que fica entre as imagens.
Inserindo Título e textos
Para inserir o título do filme, clique em “Criar títulos ou Obs. Quando uma transição de vídeo é adicionada, o tempo
créditos”. Escolha a opção “Adicionar título ao início do filme”. total do seu projeto diminui.
Para inserir telas de texto em seu filme, clique em “Criar títulos ou
créditos”. Controle as cores e animação do mesmo modo que fez Efeitos especiais:
com o título do filme. 01- Entre no modo de visualização Storyboard.
02- Clique no botão localizado na barra de ferramentas.
Criando Slide Shows em vídeo 03- Abrirá uma coluna no lado esquerdo com três opções de
tarefas:
Adicionando imagens no Storyboard e na linha do tempo 04- Clique na tarefa “Editar Filme”
Até agora aprendemos a adicionar apenas vídeos a linha do 05- Aparecerá 5 opções de Edição de filme, selecione “Exibir
tempo e ao Storyboard, agora aprenderemos a adicionar imagens, efeitos de vídeo”.
que basicamente é o mesmo processo. 06- Aparecerá na área de coleções diversos tipos de efeitos
de vídeo, para vê-los clique 2 vezes com o botão esquerdo sobre
Storyboard: um deles, o efeito irá aparecer no monitor de amostras. Para adi-
01- Selecione uma imagem da área de coleções e arraste-a até cioná-lo a uma imagem, selecione o efeito e arraste-o até o espaço
um dos quadros em branco. que fica no canto inferior esquerdo da imagem.
02- Para adicionar outra imagem na sequência, é só arrasta-la
até o próximo quadro em branco. Adicionando música e narração
Pode ser incluído ao projeto uma música de fundo ou uma
Obs. Também é possível adicionar, clicando com o botão dire- narração.
ito na imagem na área de coleções e depois clicando em adicionar Música:
ao Storyboard. 01- Importe uma música para a área de coleções.
02- Mude o modo de visualização para Linha do tempo.
Linha do Tempo: 03- Selecione a música na área de coleções a arraste-a para
01- Selecione uma imagem na área de coleções e arraste-a até a trilha “áudio/música” da linha do tempo, ou então, clique com
a trilha “Vídeo” da linha do tempo: o botão direito na música e selecione Adicionar a linha do tempo.

309
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
04- Se for necessário reduza a duração da música (do mesmo Em execução: No modo Em execução, é possível exibir DVDs
modo da alteração da duração de imagens) para coincidir com o e vídeos ou ver a música que está sendo executada no momento.
final da exibição de imagens. Você pode optar por exibir apenas o item em execução no momen-
to ou pode clicar com o botão direito do mouse no Player e clicar
Narração: em Mostrar lista para exibir uma seleção de itens disponíveis.
01- Mude o modo de visualização para Linha do tempo. Executar da barra de tarefas: Você também pode controlar o
02- Clique no botão “Narrar linha do tempo” localizado no Player quando ele está minimizado. Você pode executar ou pausar o
canto esquerdo. item atual, avançar para o próximo item e retornar ao item anterior
03- Selecione a opção “Iniciar Narração”. usando os controles na visualização de miniatura. A visualização de
04- Narre pelo microfone enquanto acompanha o seu projeto miniatura aparece quando você aponta para o ícone do Windows
pelo monitor de amostras, após terminar, clique em “Parar nar- Media Player na barra de tarefas.
ração”.
05- Irá abrir uma tela para salvar a narração em um local, após Aprimoramentos
salvar, importe essa narração para a área de coleções e adicione a Os aprimoramentos, como o próprio nome sugere, são recursos
linha do tempo. adicionais que servem para aprimorar a qualidade do som, vídeo
e da própria interface do programa. Para facilitar a configuração
Adicionando textos (títulos, créditos e legendas) deles, acesse o menu Exibir, aponte para Aprimoramentos e clique
01- Mude o modo de visualização para Linha do tempo. em Mostrar Aprimoramentos.
02- Clique no botão localizado na barra de ferramentas. Na guia Em Execução, uma nova caixa será exibida. Eis os apri-
03- Abrirá uma coluna no lado esquerdo com três opções de moramentos! Utilize as setas no canto superior esquerdo dela para
tarefas: navegar entre os recursos.
04- Clique na tarefa “Editar Filme”. Seletor de cores: altera a cor da janela do Windows Media
05- Apareceu 5 opções de Edição de filme, selecione “Criar Player.
títulos ou créditos”. Fading Cruzado e Nivelamento de Volume Automático: este
06- Selecione o tipo de texto que você quer adicionar ao filme: faz com que o volume não se altere de uma música para outra. Já
o Fading Cruzado, faz com que a transição entre as músicas seja
Salvando como arquivo de filme suave, diminuindo gradativamente o volume da música que está
Para salvar como arquivo de filme no computador ou em um acabando e, em seguida, aumentando gradativamente o volume da
CD, clique em arquivo localizado na barra de menu. Escolha a opção que está começando.
“Salvar Arquivo de filme”, irá aparecer 5 opções: Meu computador, Equalizador Gráfico: permite equalizar as diferentes frequên-
Mídia gravável, E-mail, WEB e Câmera de vídeo. Escolha a opção cias de áudio, deixando o som mais limpo e agradável. Se preferir,
que deseja, e clique em avançar. A partir daí é só seguir avançando utilize um dos esquemas predefinidos clicando em Padrão.
conforme as instruções dadas pelo assistente para Salvar o filme. Link de Mídia para E-mail: possibilita enviar trechos de músicas
a outros usuários em rede, desde que a música esteja compartilha-
Windows Media Player: da entre eles.
O Windows Media Player oferece uma interface intuitiva e Configurações de Velocidade de Execução: permite alterar a
fácil de usar para executar arquivos de mídia digital, organizar sua velocidade de execução das músicas.
coleção de mídia digital, gravar CDs das suas músicas favoritas, Modo Silencioso: quando ativado, reduz a diferença de volume
copiar músicas de CDs, sincronizar arquivos de mídia digital com entre sons altos e suaves em uma mesma música (somente para
um dispositivo portátil e comprar conteúdo de mídia digital em arquivos codificados com o Windows Media Áudio 9 Lossless ou do
lojas online. Na Biblioteca do Player, você pode acessar e organizar Windows Media Áudio 9 Professional).
sua coleção de mídia digital. No painel de navegação, você pode Efeito SRS WOW: altera o baixo e o estéreo do áudio.
escolher uma categoria, como Músicas, Imagens ou Vídeos, para Configurações de Vídeo: serve para ajustar a qualidade de
exibir no painel de detalhes. Por exemplo, para ver todas as músi- exibição dos vídeos, com controles de brilho, contraste, matiz e
cas organizadas por gênero, clique duas vezes em Músicas e clique saturação.
em Gênero. Em seguida, arraste os itens do painel de detalhes para
o painel de lista, a fim de criar listas de reprodução, gravar CDs Visualizações
ou DVDs ou sincronizar com dispositivos, como players de música Você deve ter notado que, ao executar uma música, a janela
portáteis. À medida que se move entre as várias exibições na Biblio- fica com imenso espaço inutilizado, apenas com a cor preta. Para
teca do Player, você pode usar os botões Voltar e Avançar no canto contornar isso, o programa oferece as chamadas Visualizações,
superior esquerdo do Player para refazer o seu caminho. Use a cores e formas geométricas que ficam em movimento pela tela
Biblioteca do Player para executar qualquer um dos procedimentos conforme a execução da música. Para adicioná-las, basta clicar com
a seguir: o botão direito do mouse sobre a região vazia, apontar para o tipo
1. Executar um arquivo de áudio ou vídeo de visualização que deseja e selecionar uma delas.
2. Localizar itens na Biblioteca do Windows Media Player Embora sejam bonitas, essas imagens costumam consumir
3. Adicionar itens à Biblioteca do Windows Media Player recursos moderáveis do sistema. Como alternativa, você pode sele-
4. Remover itens da Biblioteca do Windows Media Player cionar a opção Arte do Álbum (necessita conexão com a Internet).
5. Criar ou alterar uma lista de reprodução automática no
Windows Media Player Plug-ins
6. Adicionar ou editar informações sobre mídia no Windows São pequenas extensões que ampliam as funções e a compati-
Media Player bilidade do Windows Media Player, como a exibição de músicas na
mensagem pessoal do Windows Live Messenger, por exemplo. Para
encontrar/baixar plugin, clique sobre o menu Exibir → Plug-ins →
Localizar na Web.

310
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Seletor de capas
Que tal mudar radicalmente o visual do player? Também no menu Exibir, há a opção Seletor de Capas. Nela, você tem a disposição
outros temas (skins) para aplicar ao visual do Windows Media Player. Para utilizar qualquer um deles, basta um clique duplo do mouse e
pronto! Caso queira mais, clique sobre o botão Mais Capase baixe aquelas que gostar para o diretório C:\Arquivos de programas\Windows
Media Player\Skins\.

Biblioteca
A biblioteca de mídia é um dos recursos que caracterizam o Windows Media Player. Toda a organização dos seus arquivos de mídia
digital é feita nela, incluindo a criação das indispensáveis playlists (listas de reprodução). Como você irá notar,a biblioteca oferece uma
variedade de informações e recursos. No entanto, utilizá-la é muito mais simples do que parece.

Sincronizar
A guia Sincronizar foi feita especialmente para os usuários que não ficam longe das suas músicas e vídeos, levando-os consigo em
dispositivos portáteis como pendrives, MP3 Players e iPods. Nela, basta conectar o dispositivo ao computador, criar a lista dos arquivos a
serem sincronizados e iniciar o processo de sincronização. Ideal para manter o seu dispositivo portátil sempre atualizado.

FERRAMENTAS DE PRODUTIVIDADE E TRABALHO A DISTÂNCIA (MICROSOFT TEAMS, CISCO WEBEX, GOOGLE


HANGOUT, GOOGLE DRIVE E SKYPE)

Definição
Vídeoconferência é uma tecnologia que permite o contato sonoro e visual entre os participantes. Estes participantes estão distantes
entre si, mas estabelecem uma interação através de imagens, áudio, textos, arquivos, etc.
Atualmente existem vários programas que podemos instalar para realizarmos uma videoconferência, sendo assim podemos realizar
reuniões e estabelecer interações de qualquer lugar do mundo.
Vamos a seguir detalhar alguns dos principais aplicativos :
• Microsoft Teams
• Zoom Cloud Meetings
• Google Duo
• Google Meet
• Blue Jeans Video Conferencing
• Skype
• Cisco Webex Meetings

A forma mais simples de participar de uma reunião é através de um link enviado pelo organizador para o nosso e-mail. Clicando
nesse link a sala da reunião já é aberta para a participação.
Todos as tecnologias também existem na versão mobile, para sua utilização deveremos instalar os respectivos apps da Play Store ou
App Store para Iphones. Vamos aos aplicativos.

Microsoft Teams

Inicialmente precisamos entrar no Microsoft Teams. Podemos utilizar a versão WEB (Direto pela internet), podemos baixar o Teams
para o nosso computador, ou podemos baixar o aplicativo para o nosso celular se for necessário.

311
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Vamos precisar de uma conta Microsoft para entrar no Team. Se forem utilizados algum desses serviços, você já possui uma conta
Microsoft: Outlook, Office 365, Skype, OneDrive, Hotmail, Xbox Live, MSN ou outros serviços da microsoft. Sua conta Microsoft permite
um gerenciamento único.
Caso o usuário não possua uma conta Microsoft será solicitada a sua criação para, a partir daí, criarmos uma conta no Microsoft
teams.

Para dar continuidade e para fins didáticos vamos utilizar a versão WEB (Diretamente da Internet) conforme figura abaixo.

312
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
A tela abaixo é aberta, nos dando a possibilidade de participar • Dentro da sala de reunião
de uma vídeoconferência.

1 – Ativar/Desativar a sua câmera;


2 – Ativar/Desativar mudo;
3 – Compartilhar: É possível compartilhar a tela do computa-
Na imagem aproximada a seguir, podemos verificar a barra de dor, e ainda arquivos de diferentes naturezas, seja uma apresen-
ferramentas básicas do aplicativo. tação em PowerPoint, planilha Excel, gráficos, tabelas, Word, PDF,
imagens, vídeos, entre outros;
4 – Mais opções de configuração de reunião;
5 – Mostrar conversa. A qualquer momento da aula os partici-
pantes podem escrever mensagens no chat;
6 – Ocultar participante;
7 – Desligar;
8 – Copiar informações de ingresso. (copiar link para convidar
participante ou digitar endereço do participante).

Zoom Meetings

• Como participar de uma reunião no zoom.


• Como agendar uma reunião no Microsoft Teams. 1 - Clique no link da reunião enviado. Exemplo: https://us04web.
Uma reunião pode ser feita imediatamente ou é possível agen- zoom.us/j/3453003829?pwd=bGZ5VGJUN2dnUHRzcDVNK0dU
da-la, as opções abaixo poderão ser escolhidas de acordo com o Ou acesse o site join.zoom.us (Site da Zoom);
objetivo. 2 - Clique em Entrar.

Inicialmente precisamos entrar na sala de Reunião. Podemos


acessar pela WEB (Direto pela internet), podemos acessar direta-
• Como participar de uma reunião do Microsoft Teams mente o link enviado, podemos entrar no site mencionado acima
Podemos simplesmente ir até o calendário e selecionar o agen- ou podemos baixar o aplicativo para o nosso celular se for neces-
damento da reunião, ou ainda clicar no link enviado via e-mail. Ao sário.
clicar nesse link o usuário é direcionado diretamente para a sala da Vamos precisar de uma conta de e-mail. Esta conta de e-mail
reunião. deverá estar com o organizador que ira agendar esta reunião e nos
enviará o convite.

313
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Para dar continuidade e para fins didáticos vamos utilizar a ver- Google Duo
são WEB (Diretamente da Internet), conforme figura acima.
A tela abaixo é aberta logo ao entrarmos, nos dando a possibi-
lidade de participar da vídeo conferência.

• Dentro da sala de reunião

• Como fazer uma chamada de vídeo

Abra o aplicativo instalado e click conforme abaixo:

1 – Ativar/Desativar mudo;
2 – Ativar/Desativar a sua câmera; Após ter clicado no botão, irão aparecer os contatos onde po-
3 – Segurança (Concede permissões para ações na sala); demos adiciona-los para início da vídeochamada.
4 – Mostra os participantes da sala; É importante lembrar que o Google Duo é um aplicativo para
5 – Abre uma caixa de texto, onde podemos enviar mensagens smartphone, portanto deverá ser baixado da Play Store (Android)
de texto; ou App Store (Iphones). Além disso, esse aplicativo tem o limite de
6 – Permite compartilhar nossa tela; 32 pessoas conectadas, se for sua escolha de uso, fique atento a
7 – Permite a inserção de ícones animados; isso.
8 – Mais opções de configuração da sala, além do compartilha-
mento do link da chamada. • Dentro da sala de reunião

• Como agendar uma reunião no zoom.


Uma reunião pode ser agendada por você, a partir daí é possí-
vel enviar o link da reunião para os convidados.

Passo 1 - Site

Passo 2 – Copiar Link

Nos pequenos botões, da esquerda para a direita, temos:


1 – Ativar/Desativara a câmera;
2 – Ativar/Desativar o microfone;
3 – Encerrar;
4 – Girar a tela;
5- Opcões relacionadas a imagem.

314
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Google Meet

• Como participar de uma reunião


A maneira mais simples e rápida de utilizar o Meet é:
1 – Acessar sua conta Gmail
2 – Escolher a opção de Criar uma Reunião ou então participar
de uma através de um link.

No computador:

Se você for o organizador, receberá um link para enviar aos


seus contatos. Se não, você deve colar um link recebido na caixa
disponibilizada, para então acessar a reunião clicando em Partici-
par.
Ou pelo Celular, no aplicativo do Gmail.

315
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• Dentro da sala de reunião

Percebemos que temos o link da reunião na figura, este é o link que todo participante que acessou ou precisa para acessar a reunião.
Vamos analisar os números de acordo com a figura.
1 – Ativar/Desativar mudo;
2 – Encerrar;
3 – Ativar/Desativar a sua câmera.;
4 – Podemos visualizar os participantes, adicionar novos participantes e conversar via chat (textos);
5 — Um recurso é que podemos compartilhar a tela com participantes, de acordo com a figura abaixo:

316
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• Como criar uma reunião no google meet. A partir deste momento já podemos:
No computador: • Convidar participantes através do link da reunião
• Iniciar a reunião agora
• Agendar a Reunião.

BlueJeans Video Conferencing

• Como participar de uma reunião.


O site para acesso do Blue é https://www.bluejeans.com e
acessa-lo é o primeiro passo de tudo. Lá criamos nossa conta e en-
tão fazemos login.

No celular:
1.

Neste cadastro temos a opção de cadastrar um Meeting ID, é


este o código que iremos usar para acessar as reuniões.

• Informações relevantes da conta cadastrada


A seguir você confere o acesso a diversas informações impor-
tantes na utilização do BlueJeans.

1.
2.

2.

317
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
3.

4.

Vamos precisar do Meeting ID e do PassCode de acordo com as figuras acima. Com estes números iremos acessar as reuniões.
Ao clicar em <Enter Meeting> , será feito o download abaixo:

Devemos instalar o arquivo baixado para enfim termos acesso à plataforma:

318
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
A seguinte tela irá abrir e deve ser selecionada de acordo com seu uso pessoal:

Na sequência então, utilizamos outra vez nosso Meeting ID para termos acesso à sala de reunião, como ilustram as imagens a seguir:

1.

2.

Ao entrar na sala de reunião temos funções similares a outras tecnologias do gênero: Desligar e Ligar Câmeras e áudio, compartilhar
telas, encerrar, além de menus de chat e caixas de opções para melhorar a experiência com configurações.

319
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• Como criar uma reunião no BlueJeans Video Conferencing

1 – Clique em My BlueJeans

2 – Clique para Schedule Meeting e siga as instruções da plataforma

É importante salientar que conhecimentos em Língua Inglesa podem melhorar a sua experiência na utilização da plataforma oficial
do BlueJeans.

Skype

A forma mais simples de participar de uma reunião é através de um link enviado pelo organizador para o nosso e-mail. Clicando
neste link a sala da reunião já é aberta para a participação.
Mas vamos explicar utilizando a plataforma, para o nosso entendimento.
O procedimento poder ser feito pelo Skype Web ou pelo aplicativo instalado. Aqui vamos utilizar o aplicativo instalado no computa-
dor. No caso do celular deveremos baixar o SKYPE pela Play Store ou App Store, no caso de Iphone.
As ferramentas de uso são bastante parecidas com qualquer aplicativo de vídeochamada, com botões como Desligar e Ligar Câmeras
e áudio, compartilhar telas, encerrar, além de menus de chat e caixas de opções para melhorar a experiência com configurações. É possí-
vel ainda estabelecer chats sem vídeo ou algo, utilizando o aplicativo como uma ferramenta de conversa por texto.

320
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
A seguir, verificamos como iniciar chamadas no aplicativo:

Ao clicarmos em reunião temos duas opções: Organizar ou Ingressar numa reunião. Ao clicarmos em “organizar” a tela abaixo será
exibida, se clicarmos em ingressar em uma reunião iremos direto para a sala de reunião, como mostra a imagem 2.

1.

2.

Cisco Webex Meetings

• Como participar de uma reunião no Cisco Webex Meetings


A forma mais simples é através de um link enviado pelo organizador para o nosso e-mail. Clicando neste link a sala da reunião já é
aberta para a participação. Agora, utilizando a plataforma temos o seguinte:
Após feito o cadastro criamos um link que usaremos para participar e agendar reuniões.

321
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Na plataforma:

Podemos participar também clicando em iniciar a reunião conforme o botão verde na imagem acima, mas para fins didáticos vamos
utilizar o navegador (Neste caso o chome).

No navegador:

A sala de reunião é mostrada de acordo com a imagem acima, as funções disponíveis são semelhantes outros aplicativos. Botões como
Desligar e Ligar Câmeras e áudio, compartilhar telas, encerrar, além de menus de chat e caixas de opções para melhorar a experiência com
configurações.

322
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• Como criar uma reunião no Cisco Webex Meetings
Como indica a imagem a seguir, na tela básica do aplicativo clique em Agendar

Neste caso é aberta uma tela onde o organizador vai digitar a sua senha e pode cadastrar a hora desejada e os e-mails dos convidados.

QUESTÕES

1. CESGRANRIO - Técnico Bancário (BASA)/2022


Diversas organizações optam por utilizar, em seus computadores, o sistema operacional Windows, o qual disponibiliza várias ferra-
mentas importantes que viabilizam as atividades do dia a dia. A versão 10 do Windows oferece aos seus usuários um importante recurso
que permite que seus arquivos sejam salvos para posterior recuperação em caso de eventuais falhas.
Qual é a denominação desse recurso na versão em português do Windows 10?
(A) Estrutura Ribbon
(B) Histórico de arquivos
(C) MSE – Microsoft Security Essentials
(D) Provedor de serviços TAPI
(E) Windows Media Player

2. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2021/”Prova A”


Muitos códigos maliciosos aproveitam-se de um recurso do Windows 10 que possibilita a execução de um programa presente em um
dispositivo de armazenamento USB imediatamente após a sua conexão ao computador.
Esse recurso, que pode ser desativado, é conhecido como
(A) inicialização automática
(B) execução automática
(C) reprodução automática
(D0 atualização automática
(E) configuração automática

3. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2021/”Prova A”


No código de práticas de segurança da informação, recomenda- se que o acesso ao ambiente operacional (área de trabalho) do com-
putador seja bloqueado quando o usuário do sistema se ausentar do seu posto de trabalho.
O atalho do teclado no Windows 10 para fazer esse bloqueio requer o pressionamento combinado das teclas
(A) Ctrl e C
(B) Ctrl e Z
(C) Alt e F4
(D) logotipo do Windows e D
(E) logotipo de Windows e L

4. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2021/”Prova B”


Um usuário precisa utilizar o Explorador de Arquivos do Windows 10 para listar, pelo menos, os atributos de nome e data e hora de
modificação dos arquivos e das subpastas, contidos em uma pasta.
Para apresentar esses atributos, depois de selecionar a pasta desejada no Explorador de Arquivos, o usuário deve selecionar a opção
de exibição

323
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
(A) ícones grandes 8. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
(B) ícones médios cial/2021/”Prova C”
(C) ícones pequenos O trabalho em coautoria no Microsoft Office 365 permite que
(D) detalhes vários colaboradores atuem em conjunto. Ao longo do tempo de
(E) lista colaboração dos coautores, várias versões do documento serão
produzidas e armazenadas automaticamente pelas ferramentas do
5. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer- Word e do Excel do Microsoft Office 365.
cial/2021/”Prova C” Para ter acesso a todas as versões de um documento ou de
Estações de trabalho que utilizam o sistema operacional Win- uma planilha, um dos coautores pode selecionar os seguintes itens:
dows 7, 8.1 ou 10 instalado contam com o Windows Media Player. o menu
Esse programa é capaz de reproduzir (A) Arquivo, a opção Compartilhamento e a opção Histórico de
(A) arquivos de áudio e CDs, mas não é capaz de reproduzir Versões.
arquivos de vídeo. (B) Arquivo, a opção Informações e a opção Histórico de Ver-
(B) arquivos de vídeo e DVDs, mas não é capaz de reproduzir sões.
arquivos de áudio. (C) Arquivo, a opção Recuperação e a opção Mostrar Versões.
(C) CDs e DVDs, mas não é capaz de reproduzir arquivos de áu- (D) Revisão, a opção Compartilhamento e a opção Histórico de
dio e de vídeo. Versões.
(D) arquivos de áudio e de vídeo, mas não é capaz de gravar (E) Revisão, a opção Recuperação e a opção Mostrar Versões.
DVDs de vídeo.
(E) arquivos de áudio e de vídeo, mas não é capaz de gravar 9. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
CDs de áudio. cial/2021/”Prova C”
A área de atendimento ao cliente de um determinado banco
6. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer- precisava treinar todos os atendentes e gerentes em um novo sof-
cial/2021/”Prova C” tware de apoio à negociação de empréstimos. Buscando os meios
Ao visitar uma agência, um funcionário de TI de um banco adequados para atender a essa demanda, o responsável pela área
percebeu, durante sua conversa com um bancário, que a cada 15 de Educação a Distância decidiu que o curso seria multimídia, com
minutos, um alarme tocava no celular do empregado, e que, nesse textos e aulas gravadas, garantindo assim que os alunos pudessem
momento, ele executava um programa no computador servidor do realizá-lo no momento em que quisessem, cada um em seu horário.
banco, que rodava o Linux SUSE. Descobriu, depois, que o mesmo Isso caracteriza o curso proposto como um curso de treinamen-
se repetia em todas as agências. Percebendo isso como um sinal to on-line
de que havia uma demanda interna de executar esse programa de (A) assíncrono
tempos em tempos, o funcionário de TI resolveu mudar o processo, (B) concomitante
fazendo esse programa ser executado automaticamente de forma (C) síncrono
periódica. (D) tautócrono
Para alcançar esse objetivo, esse funcionário utilizou a funcio- (E) tempestivo
nalidade do comando
(A) cron 10. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
(B) curl cial/2021/”Prova A”
(C) jobs O Mozilla Firefox apresentou uma página de resultado de uma
(D) timedatectl pesquisa na Web na qual o usuário deseja procurar uma palavra
(E) touch específica.
Para fazer isso, o usuário pode acessar a caixa de texto de pro-
7. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer- cura na página, pressionando, em conjunto, as teclas
cial/2021/”Prova B” (A) Ctrl e T
Dois funcionários de um determinado banco estão editando, si- (B) Ctrl e N
multaneamente, o mesmo arquivo de texto (documento tipo docx) (C) Ctrl e P
utilizando o Microsoft Office 365 online. (D) Ctrl e S
Considerando esse cenário, o arquivo final conterá (E) Ctrl e F
(A) somente as modificações realizadas pelo funcionário de ní-
vel hierárquico mais alto. 11. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
(B) somente as modificações realizadas pelo funcionário que cial/2021/”Prova C”
fechar o arquivo por último. Navegadores da internet potencializam consideravelmente a
(C) somente as modificações realizadas pelo funcionário que comunicação de uma organização com os meios externo (clientes e
fechar o arquivo primeiro. fornecedores) e interno (colaboradores). A comunicação direta com
(D) somente as modificações realizadas pelo funcionário que esses atores viabiliza a identificação de percalços ou de oportunida-
tiver aberto o arquivo primeiro. des de forma mais eficiente.
(E) todas as modificações realizadas por ambos os funcionários. O Microsoft Edge, um exemplar dessa categoria de software,
possui o modo InPrivate, que
(A) controla a utilização dos dispositivos móveis de sua organi-
zação conforme o pacote EMS (Enterprise Mobility + Security).
(B) permite a configuração prévia de sites liberados para nave-
gação, além do ajuste do serviço BingSafeSearch para o modo
rigoroso.
(C) possibilita a leitura de arquivos PDF que possuem arquite-

324
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
tura de formulários XFA, segundo a política de informações da (B) Minha rede (My Network)
Microsoft (MIP). (C) Notificações (Notifications)
(D) provê acesso, mediante assinatura, a um provedor de notí- (D) Perfil (Profile)
cias de alta qualidade, produzido pelos mais importantes edi- (E) Vagas (Jobs)
tores premium.
(E) remove os elementos de navegação acessados de uma ses- 15. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
são, tais como histórico de navegação, cookies ou dados de cial/2021/”Prova A”
formulário. A Segurança da Informação é uma preocupação permanente
dos agentes comerciais, principalmente em relação a assuntos con-
12. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer- tratuais e financeiros e às facilidades advindas dos meios digitais.
cial/2021/”Prova A” Os recursos providos pelas áreas de TI das empresas, no que se
O envio e o recebimento de mensagens de correio eletrônico refere à segurança da informação, incluem a irretratabilidade, que
são atividades corriqueiras, tanto nas organizações quanto no dia a deve garantir a
dia da grande maioria da população brasileira. No entanto, há situ- (A) manutenção exata e completa do conteúdo das mensagens
ações em que as mensagens enviadas são devolvidas com um aviso desde a origem até o destino.
de que não puderam ser entregues ao destinatário. (B) impossibilidade de negar a autoria de uma mensagem.
Um dos motivos que justificam a não entrega de uma mensa- (C) possibilidade do acesso a qualquer mensagem quando ne-
gem de correio eletrônico ao destinatário é porque cessário.
(A) a estação de trabalho que o destinatário utiliza está desli- (D) impossibilidade de os conteúdos das mensagens serem li-
gada. dos e compreendidos por pessoas não autorizadas.
(B) a caixa postal de correio eletrônico do destinatário atingiu (E) impossibilidade de o destinatário negar o recebimento de
algum limite predeterminado de tamanho, como por exemplo, uma mensagem.
em bytes.
(C) o destinatário possui muitos endereços de correio eletrôni- 16. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
co cadastrados no domínio internet. cial/2021/”Prova B”
(D) o destinatário não estava utilizando a sua estação de tra- Os bancos investem em recursos de segurança para minimizar
balho no momento do recebimento da mensagem de correio os riscos de fraude nas operações bancárias através de Internet
eletrônico. Banking. Os usuários, porém, precisam estar atentos aos golpistas
(E) o destinatário estava utilizando muitos programas ativos na que procuram persuadir vítimas em potencial a acessar sites falsos
estação de trabalho no momento do recebimento da mensa- e a fornecer informações sensíveis.
gem de correio eletrônico. Esse ataque é conhecido como
(A) botnet
13. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer- (B) injection
cial/2021/”Prova C” (C) spyware
Uma boa imagem institucional deve ser não somente constru- (D) phishing
ída e mantida pela empresa, mas também divulgada. Desse modo, (E) ransomware
a organização transmite confiabilidade aos seus clientes, colabora-
dores e fornecedores, fortalecendo sua relação com a comunidade. 17. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
Nesse contexto, o Twitter pode exercer um papel fundamental. cial/2021/”Prova C”
Uma funcionalidade oferecida pelo Twitter são as(os) O Microsoft Teams é um software que facilita a gestão de equi-
(A) vozes do Twitter, que possibilitam ao usuário o compartilha- pes, com o propósito de integrar funcionalidades que dão suporte
mento de ideias transitórias. ao trabalho dos membros dessas equipes em um único ambiente.
(B) listas, que permitem ao usuário selecionar os tweets que Quanto às equipes do Microsoft Teams e seus membros, ob-
deseja prioritariamente visualizar. serva-se que
(C) moments, que viabilizam as conversas privadas particulares (A) a configuração da apresentação automática de canais de
ou em grupo, via plataforma ou SMS. equipes é feita na opção de gerenciamento de marcas.
(D) periscopes, que definem diretrizes e políticas gerais para (B) as equipes do tipo Classe permitem que seus membros tra-
uso pelas autoridades policiais do Twitter. balhem em metas integradas ou desenvolvimento profissional.
(E) boletins informativos, que permitem a visualização de vá- (C) os membros de uma equipe conseguem alterar o nome ou
rias timelines em uma única interface simples. a descrição da mesma.
(D) as pessoas externas à organização podem ser membros de
14. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer- uma equipe na categoria convidado.
cial/2021/”Prova C” (E) o membro de uma equipe pode ter três funções na mesma
O LinkedIn é uma plataforma que viabiliza o estabelecimento equipe: proprietário, membro ou moderador de equipe.
de redes sociais direcionadas ao contexto profissional. Estimular
os colaboradores da organização a cadastrarem e manterem suas 18. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
informações atualizadas neste ambiente pode ser uma interessan- cial/2021/”Prova B”
te estratégia de visibilizar confiabilidade institucional. Em uma das O Microsoft Teams possui recursos que apoiam reuniões de
possíveis formas de divulgação deste ambiente, podem-se cadas- times de trabalho em discussões, tais como o desenho ou a reade-
trar informações referentes à experiência profissional (Experience), quação de procedimentos organizacionais.
formação acadêmica (Education) e um campo livre para autodescri- Uma opção disponível para reuniões é o lobby, que funciona
ção (About). como
Para acessar esse cadastro, utiliza-se a opção (A) discador de chamadas pinnedGroup
(A) Mensagens (Messaging) (B) integrador de armazenamento com o OneDrive

325
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
(C) integrador de tarefas com o calendário ______________________________________________________
(D) notificador do feed de atividades
(E) uma sala de espera de reuniões ______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________
1 B
______________________________________________________
2 C
3 E ______________________________________________________
4 D ______________________________________________________
5 D
______________________________________________________
6 A
7 E ______________________________________________________

8 B ______________________________________________________
9 A ______________________________________________________
10 E
______________________________________________________
11 E
12 B ______________________________________________________
13 B ______________________________________________________
14 D
______________________________________________________
15 B
______________________________________________________
16 D
17 D ______________________________________________________
18 E ______________________________________________________

ANOTAÇÕES ______________________________________________________

______________________________________________________
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326
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

— Forças competitivas
NOÇÕES DE ESTRATÉGIA EMPRESARIAL: ANÁLISE Na luta por participação de mercado, a competição não se ma-
DE MERCADO, FORÇAS COMPETITIVAS, IMAGEM nifesta apenas através dos demais concorrentes. Pelo contrário, a
INSTITUCIONAL, IDENTIDADE E POSICIONAMENTO competição de um setor industrial tem suas raízes em sua respecti-
va economia subjacente e existem forças competitivas que vão bem
— Análise de mercado além do que esteja representado unicamente pelos concorrentes
A análise de mercado é um dos componentes do plano de ne- estabelecidos nesse setor em particular2.
gócios que está relacionado ao marketing da organização. Ela apre- Os clientes, os fornecedores, os novos entrantes em potencial
senta o entendimento do mercado da empresa, seus clientes, seus e os produtos substitutos são todos competidores que podem ser
concorrentes e quanto a empresa conhece, em dados e informa- mais ou menos proeminentes ou ativos, dependendo do setor in-
ções, o mercado onde atua1. dustrial.
A análise do mercado permite ainda se conhecer de perto o O estado de competição em um segmento industrial depende
ambiente onde o produto/serviço se encontra. O mercado está de cinco forças básicas, que estão esquematizadas na figura abaixo.
composto pelo ambiente onde a empresa e produto se localizam, O vigor coletivo destas forças determina o lucro potencial máximo
pela concorrência e pelo perfil do consumidor. de um setor industrial, variando de intenso e suave.
A definição do mercado leva em conta:

→ Análise da Indústria/Setor
A análise da indústria deve apresentar as informações a respei-
to do tamanho, crescimento e estrutura da indústria/setor em que
sua organização está inserida. Inicia-se com a coleta de informação
do setor ao qual pertence o produto/serviço.
Essa informação é geralmente discriminada em termos dos ob-
jetivos e pode estar relacionada com a estrutura da indústria e do
setor em termos estatísticos, práticas de marketing e o composto
de marketing. Também pode ser usada para monitorar mudanças
no setor e aproveitar as oportunidades decorrentes dessas mudan-
ças em nichos específicos.

→ Descrição do Segmento de Mercado


O segmento de mercado é definido a partir das características
do produto, estilo de vida do consumidor (idade, sexo, renda, pro-
fissão, família, personalidade, etc.) e outros fatores que afetam de
uma maneira direta o consumo do produto, como localização geo-
gráfica por exemplo.
Geralmente, para segmentar um mercado é necessário ter um FORÇAS QUE GOVERNAM A COMPETIÇÃO EM UM SETOR
conhecimento mais abrangente, não somente qualitativo, mas tam- INDUSTRIAL
bém quantitativo do mesmo.
Um segmento de mercado é um conjunto de clientes que tem
necessidades e desejos em comum. Ao agrupar clientes semelhan-
tes, pode-se satisfazer suas necessidades específicas de forma mais O conhecimento dessas fontes básicas de pressão competitiva
eficaz. propicia o trabalho preliminar para uma agenda estratégica de ação.
Elas acentuam os esforços críticos e os pontos fracos da empresa, dão
→ Análise SWOT do Produto/Serviço vida ao posicionamento da empresa no setor, tornam claras as áreas
Os pontos fortes e fracos dos principais concorrentes em rela- onde as mudanças estratégias possam oferecer maiores vantagens e
ção ao produto/serviço devem ser avaliados, de maneira a se tentar acentuam os lugares onde as tendências do setor prometem ser da
eliminar as ameaças dos concorrentes e os riscos envolvidos. maior importância, seja como oportunidade, seja como ameaça.
Entender essas fontes passa a ser também uma forma de aju-
→ Análise da Concorrência da quando forem consideradas áreas para diversificação. As forças
A concorrência deve ser avaliada em relação a produtos/servi- mais competitivas determinam a lucratividade de um setor e, por-
ços e à organização (nesse caso, sua análise já ocorreu na etapa de tanto, são da maior importância na formulação estratégica.
planejamento estratégico).

1 https://www.fca.unesp.br/Home/Instituicao/Departamentos/Gestaoetecno- 2 MONTGOMERY, Cynthia; PORTER, Michael (org.). Estratégia: a busca da


logia/analise-de-mercado.pdf vantagem competitiva. 7ª edição. Rio de Janeiro: Campus, 1992.

327
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
— Imagem institucional A identidade incorpora a sua missão e visão, sua forma de ges-
A Imagem Institucional é formada pelo conjunto de ações que tão, o seu capital intelectual, e também a sua identidade visual.
formam a reputação da empresa. Acredita-se que a imagem institu- Identidade corporativa é quem de fato ela é, ou seja, crenças, va-
cional de uma empresa é positiva quando a comunicação bilateral lores, cultura.
tem eficiência. Ou seja, o cliente consegue obter respostas que sa-
tisfaçam as dúvidas. Posicionamento
A imagem se refere ao conjunto de representações mentais O marketing direcionado também abrange o posicionamento
atribuídas a uma organização, construídas por um indivíduo ou gru- de mercado pretendido pela empresa em relação ao mercado alvo
po a partir de percepções e experiências concretas, informações e e à concorrência. O posicionamento permite evidenciar a empresa
influências recebidas por terceiros ou da mídia. Todas as práticas no cenário competitivo, pela oferta de um produto destacado pe-
da organização são importantes e influenciam como a sua imagem rante o consumidor, que se baseia na satisfação mais plena de sua
é percebida pelos stakeholders (agentes interessados e envolvidos necessidade para decidir a sua preferência.
direta e indiretamente com a organização). A doutrina majoritária define duas conceituações para posicio-
Define-se como Imagem Corporativa, o conjunto das percep- namento de mercado, quais sejam:
ções em relação a uma empresa, tanto junto a seus consumidores 1) Valoriza-se a análise da concorrência para se definir o posi-
como a outros grupos de pessoas e ao mercado como um todo. Es- cionamento, pois é a imagem que os clientes têm de um produto,
sas percepções são a visão externa em relação a diversos aspectos especialmente em relação aos concorrentes3;
da empresa. 2) Entende-se a importância do registro de uma marca específi-
Ou seja, a imagem corporativa pode ser percebida de várias ca na mente dos consumidores, ao destacar que o posicionamento,
formas de acordo com a subjetividade de cada público em particu- é o ato de desenvolver a oferta e a imagem da empresa, de manei-
lar. Imagem corporativa é como a empresa é vista, percebida pelos ra que ocupem uma posição competitiva distinta e significativa nas
públicos de interesse. mentes dos consumidores-alvos4.

Comunicação Empresarial Agrupando-se ambas as definições, tem-se um entendimento


Durante muitos anos a comunicação empresarial clássica se generalizado de qualquer tipo de planejamento, a saber: onde esta-
segmentou em três conjuntos de esforços: mos, para onde queremos ir, como chegarmos e, no caso específico
1) Comunicação de Marketing: para cuidar da marca, dos pro- do posicionamento de mercado, qual a posição do produto frente à
dutos e serviços, voltada para clientes e consumidores; concorrência. A partir do momento que a empresa tenha definido
2) Comunicação Institucional: refere-se à empresa e é voltada seu mercado-alvo, é necessário posicionar o produto nesse merca-
para formadores de opinião e à opinião da sociedade em geral; do.
3) Comunicação Interna: voltada para funcionários e seus fa- O Posicionamento de Produto significa conseguir que um pro-
miliares. duto ocupe um lugar claro, distinto e desejável, em relação aos pro-
dutos concorrentes na mente dos consumidores-alvo. A estratégia
Esse tipo de trabalho é ainda muito encontrado no mercado e de posicionamento do produto é fundamental para desenvolver o
faz com que a empresa tenha processos internos diferentes para composto de marketing adequado.
cada segmento acima citado. Na maioria das vezes, os departamen- O Posicionamento da Oferta é composto por um complexo
tos estão isolados e possuem estratégias individuais e diferentes. grupo de percepções, impressões e sentimentos. Os profissionais
Para o melhor desempenho de comunicação de uma organi- de Marketing devem planejar a posição da oferta de forma que dê
zação, é fundamental que se aplique o Processo Único de Comuni- o maior lucro possível.
cação Empresarial (PUC). Este integra todas as funções e departa-
mentos voltados à comunicação, como marketing, vendas, recursos Estratégias de Posicionamento
humanos, relações públicas, advogados, serviço de atendimento ao Por mais comoditizado5 que seja o produto para o cliente, as
cliente, telemarketing, agências de publicidade, entre outros, e faz empresas devem converter um produto indiferenciado em uma
com que todos trabalhem sob o mesmo processo de comunicação. oferta diferenciada. Os profissionais podem posicionar a oferta de
Nada impede que as funções tenham suas estratégias próprias, várias maneiras, seguindo as principais estratégias de posiciona-
mas, no momento da comunicação empresarial, as ações devem mento elencadas abaixo:
ser coordenadas. Outro aspecto relevante a se abordar, é que a au- - Atributos específicos do produto (desempenho);
ditoria de imagem compreende o estudo, a pesquisa e a análise da - Benefícios do produto;
imagem e/ou reputação de uma organização junto aos seus públi- - Ocasiões de uso dos produtos;
cos de interesse (stakeholders). - Classes de usuários;
Em outras palavras, é uma atividade que tem como objetivo ve- - Contra os concorrentes (comparação de uma empresa com
rificar de que forma os veículos e os públicos avaliam uma empresa, outra direta ou indiretamente);
entidade ou pessoa. - Em contraste aos concorrentes, (na contramão dos concor-
rentes);
— Identidade e posicionamento - Classes de produtos;

Identidade
3 SIMPSON, P. M. Segmentação de Mercado e Mercados-alvo. Porto Alegre:
A Identidade Corporativa, diferentemente da imagem ou da
Bookman: 2001.
reputação, representa o conjunto de produtos, significados, valo-
4 KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 7. ed. São Paulo: Pear-
res, marcas e princípios de uma organização e que contribui para
son Prentice Hall,1998.
distingui-la do mercado, inclusive dos seus concorrentes.
5 A palavra comoditização vem da palavra inglesa “commodity”. Em uma defi-
nição clara, significa dizer, que aos olhos de um cliente não há diferença entre o
produto A, B ou C. Se não existe diferença para o cliente, o mesmo certamente
irá escolher aquele que lhe ofereça o menor preço ou a melhor oferta.

328
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
- Preço/qualidade (enfatiza o valor derivado do produto seja Níveis de Segmentação de Mercado
em termos de qualidade ou de preço); A segmentação é um esforço para o aumento de precisão de
- Símbolo (as empresas utilizam um símbolo ou ícone para po- alvo de uma empresa, podendo as organizações adotarem cinco ní-
sicionar o seu produto nas mentes dos consumidores, assim, ao veis, quais sejam8:
longo do tempo, o símbolo torna-se um sinônimo da empresa ou 1) Marketing de Massa: a organização se preocupa em produ-
do produto). ção, distribuição e promoção de massa de um produto para todos
os compradores. A vantagem desse nível de marketing é que com
ele, pode-se criar um maior potencial de mercado, custos menores
SEGMENTAÇÃO DE MERCADO e automaticamente margens maiores;
2) Marketing de Segmento: o segmento de mercado é formado
A Segmentação de Mercado significa escolher um grupo de por um grande grupo de compradores identificáveis em um merca-
consumidores, com necessidades homogêneas, para o qual a or- do. As pessoas diferem em seus desejos, poder de compra, localiza-
ganização poderá fazer uma oferta mercadológica. O processo de ções geográficas, atitudes e hábitos de compra;
segmentação requer que sejam identificados os fatores que afetam 3) Marketing de Nicho: é o processo de se direcionar para um
as decisões de compras dos consumidores6. segmento de mercado relativamente pequeno com um composto
O seguimento deve ser: de marketing especializado. Nicho é um grupo mais restrito de com-
- Identificável; pradores, as organizações identificam nichos dividindo um segmen-
- Mensurável; to em vários subsegmentos;
- Acessível; 4) Marketing Local: entende-se como marketing local, o volta-
- Rentável; do para as características regionais e locais dos consumidores, com
- Estável. programas e produtos preparados sob medidas conforme a neces-
sidade e desejos de grupos de comunidades locais;
Segmentação de mercado refere-se à divisão de um mercado 5) Marketing Individual: é o direcionamento à consumidores
em grupos de compradores potenciais que tenham semelhantes individuais, ou seja, esse tipo visa individualizar e personalizar os
necessidades e desejos, percepções de valores ou comportamentos esforços para cada um deles. Este é o segmento mais subdividido
de compra. Os mercados se diferem de várias formas, quanto aos que se possa existir.
desejos, recursos, localidades, atitudes e práticas de compra, ou
seja, eles podem ser segmentados de várias maneiras7. O marketing individual engloba o auto marketing, onde o con-
Quando uma organização segmenta o mercado, torna-se mais sumidor assume mais responsabilidade para determinar que pro-
fácil satisfazer suas necessidades e desejos, pois o composto de dutos e marcas comprar, como por exemplo a compra pela internet.
marketing será desenvolvido atendendo às necessidades específi-
cas daquele segmento. Desenvolver um composto dirigido a gran- A segmentação de mercado é realizada das seguintes formas:
des mercados, formado por consumidores com diferentes necessi- → Segmentação Geográfica: trata-se de uma divisão do mer-
dades, se torna mais trabalhoso e bem mais difícil, por esta razão cado em diferentes unidades geográficas, como países, estados,
que a segmentação do mercado facilita à organização, desenvolver regiões, cidades ou bairros. Essa segmentação divide um mercado
e comercializar produtos que se aproximem cada vez mais à satisfa- global em grupos homogêneos, e as organizações podem optar por
ção das necessidades de seus consumidores. atuar em um ou mais mercados geográficos;
Com a segmentação, a organização poderá obter muitas van- → Segmentação Demográfica: são as bases mais populares e
tagens, como realizar melhor trabalhos frente a concorrência, de- fáceis de serem avaliadas, para segmentação dos grupos de con-
dicando-se às fatias de mercado que tenha melhores condições sumo, uma vez que as necessidades e desejos variam conforme as
de atender. Para tanto, é necessário estimar o tamanho atual do mudanças demográficas. A maioria das empresas segmenta o mer-
mercado, identificar os concorrentes e respectivas participações, e cado combinando duas ou mais variáveis demográficas, por exem-
o potencial de crescimento deste mercado. plo, sexo e idade;
Logo após, é necessário separar os consumidores em grupos, → Segmentação Psicográfica ou Socioeconômica: são seg-
de tal modo que a necessidade genérica a ser atendida tenha ma- mentos que levam em consideração o estilo de vida dos diferentes
tizes específicas, que são semelhantes para os que pertencem ao consumidores, ou seja, ele segmenta os grupos na classe social, na
mesmo grupo e diferentes dos demais grupos. Essa divisão pode personalidade, nas atitudes e na percepção. Esse tipo de segmen-
ocorrer segundo critérios geográficos, demográficos, psicográficos tação produz uma descrição muito mais rica de um mercado-alvo
ou comportamentais. potencial do que seria possível de outro modo;
Os segmentos resultantes desta divisão devem ser avaliados → Segmentação Comportamental: é o melhor ponto de parti-
segundo o tamanho, potencial de crescimento e atratividade, em da para segmentar o mercado. São segmentos tomando como pon-
relação aos objetivos e recursos da empresa. Por fim, se escolhe to de partida seu conhecimento, atitude, uso ou resposta para um
um ou mais segmentos a serem atendidos, que é o mercado alvo ou determinado produto;
target, que serão objeto de estudos, planos e ações de marketing, → Segmentação por Multiatributos: é o segmento que parte
envolvendo o posicionamento da oferta na mente do consumidor do princípio de conglomerados geográficos que proporcionam in-
em relação aos concorrentes. formações mais ricas sobre os consumidores;
→ Segmentação baseada em Comportamento de Compra: os
profissionais de marketing podem segmentar o mercado de acordo
com o comportamento de compra do consumidor. A segmentação
baseada no comportamento dos consumidores geralmente centra-
-se em alguma combinação de frequência de uso, situação de leal-
dade e situação de usuário;
6 https://pt.surveymonkey.com/mp/market-segmentation/
7 CHURCHILL, G. A. e PETER, J. Paul. Marketing: criando valor para os clientes. 8 KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 7. ed. São Paulo: Pear-
São Paulo: Saraiva, 2000. son Prentice Hall,1998.

329
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
→ Segmentação de Mercados Industriais: os mercados in- Deste modo, fica evidente que as empresas, de maneira geral,
dustriais podem ser segmentados utilizando muitas das formas de deveriam ter como foco atingir a máxima satisfação dos clientes.
segmentação de consumidores, como Segmentação Demográfica, Pois um cliente satisfeito mantém com a empresa um relaciona-
Segmentação por Variáveis Operacionais, Segmentação por Abor- mento saudável e de longa duração (eles ficam retidos), e ambos,
dagens de Compra, Segmentação por fatores Situacionais, Segmen- de alguma maneira, são mutuamente beneficiados.
tação por Características Pessoais; No que se refere ao perfil do cliente altamente satisfeito, atri-
→ Segmentação dos Mercados Internacionais: podem ser seg- buem-se os seguintes aspectos:
mentados através de uma única variável ou de uma combinação a) Permanece fiel por mais tempo;
delas; b) Compra mais à medida que a empresa lança novos produtos
→ Segmentação Inter mercado: são consumidores com hábi- ou aperfeiçoa produtos existentes;
tos semelhantes, mas em regiões diferentes. c) Fala favoravelmente da empresa e de seus produtos;
d) Presta menos atenção a marcas e propagandas concorrentes
Por fim, a avaliação dos diversos segmentos de mercado envol- e é menos sensível a preço;
ve dois critérios básicos. Vejamos: e) Oferece ideias sobre produtos ou serviços à empresa;
Atratividade do Segmento: tamanho, taxa de crescimento, f) Custa menos para ser atendido do que novos clientes, uma
lucratividade, economias de escala, risco, etc. A organização deve vez que as transações são roteirizadas.
estar voltada para segmentos que valham a pena, e devem ser ava-
liados os vários fatores estruturais importantes que afetam a lucra- A partir dessa ótica, as empresas, necessariamente, devem
tividade; buscar a capacitação que lhes garantirá conquistar preferência de
seus clientes.
Objetivos da empresa e recursos disponíveis: compatibilida-
de entre o investimento necessário para atingir o segmento, e as Retenção de Clientes
competências, recursos e objetivos (curto, médio e longo prazos) O objetivo da empresa não é apenas conseguir novos clientes,
organizacionais. Estão ligados os objetivos da empresa quanto ao mas também o que é ainda mais importante: retê-los, a fim de que
mercado, se atrativo, mas, se contrário aos objetivos da empresa, seja possível manter a sobrevivência do negócio, aumentar os lu-
este segmento está descartado. cros e garantir o seu crescimento.
A retenção de clientes é a consequência de atitudes estraté-
gicas que devem estar nas bases do modelo de negócio de cada
AÇÕES PARA AUMENTAR O VALOR PERCEBIDO PELO empresa, com a função de manter os clientes satisfeitos. Para que
CLIENTE haja retenção de clientes é preciso, sobretudo, respeitar e seguir
uma premissa básica, ao qual se relaciona a manter os clientes sa-
A satisfação dos clientes é cada vez mais exigida nas organi- tisfeitos.
zações, pois se torna um diferencial importante para as empresas O marketing de relacionamento é a chave para isso, o que en-
que trabalham tanto com produtos como com serviços. A tendência volve o fornecimento de benefícios financeiros e sociais, bem como
atual é que as organizações busquem atender às necessidades de recursos estruturais que auxiliem os clientes.
seus clientes, para obter sucesso e até mesmo garantir a sobrevi- Além disso, para manter os clientes satisfeitos, é recomendável
vência e continuidade do negócio no longo prazo. utilizar três atividades internas que se complementam:
Para suprir as expectativas dos clientes, não é só a qualidade do 1. Análise contínua do comportamento de consumo e do perfil
produto que interessa, mas também a qualidade dos serviços pres- dos clientes;
tados pela organização, o bom atendimento e uma boa informação. 2. Análise da adequação do produto consumido versus perfil
Se buscar a maior satisfação dos clientes é algo muito importante, do cliente;
pois os consumidores se deparam com um vasto universo de produ- 3. Atuação ativa e transparente no intuito de aprimorar essa
tos, marcas, preços e fornecedores pelos quais optar9. adequação do produto.
A satisfação consiste na sensação de prazer ou desapontamen-
to resultante da comparação do desempenho (ou resultado) per- As empresas devem decidir quanto devem investir em mar-
cebido de um produto em relação às expectativas do comprador10. keting de relacionamento nos diferentes segmentos de mercado e
As expectativas se baseiam nas experiências de compras ante- clientes individuais, partindo do marketing básico, reativo, respon-
riores do cliente, na opinião de amigos e parceiros, e também nas sável, proativo, até o de parceria. São tipos de marketing que in-
informações e promessas de profissionais de marketing com quem fluenciam na retenção de clientes:
tenham tido contato.
Considerando que a finalidade da empresa é gerar e manter → Básico: o vendedor da empresa vende o produto, mas não
clientes, a partir do momento em que ela consegue satisfazê-los to- oferece acompanhamento de forma alguma;
talmente em seus desejos, necessidades e expectativas, tem a seu → Reativo: o vendedor vende o produto e pede ao cliente que
favor todas as condições fundamentais para mantê-los ativos em o chame se chegar a ter alguma dúvida ou problema;
seus negócios. Isso precisa ser percebido com clareza por emprega- → Responsável: o vendedor chama o cliente, pouco depois da
dos, gerentes e corpo diretivo da empresa. venda, para saber se o produto está atendendo às suas expectati-
vas. Além disso, pede sugestões ao cliente para melhorar o produto;
→ Proativo: o vendedor ou alguma outra pessoa da empresa
chama o cliente, de tempos em tempos, para lhe falar dos usos
aperfeiçoados do produto ou de produtos novos que poderiam ser
úteis;
9 CESTARI, T.; GIMENEZ, E. L. L. A importância da satisfação dos clientes: um
→ Societário (Partnership): a empresa trabalha de forma sus-
estudo de caso na envelopex artes gráficas, 2013.
tentada com aquele cliente e também com demais, para encontrar
10 KOTLER, Philip. Administração de marketing: a edição do novo milênio. SP:
a forma de proporcionar-lhes mais valor (qualidade).
Prentice Hall, 2000.

330
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
Avaliação da Satisfação para a Retenção de Clientes 3 – Desenvolvimento de tecnologia;
Os níveis de satisfação dos clientes podem ser avaliados de inú- 4 – Compras.
meras maneiras, como:
Sistemas de reclamações e sugestões (SAC, 0800); Essas quatro primeiras atividades são chamadas de Atividades
Pesquisas de satisfação de clientes; de apoio (ou atividades-meio). As cinco abaixo são as chamadas
Compras simuladas (ou comprador oculto/disfarçado); Atividades principais (ou atividades fins), que interferirão direta-
Análise de clientes perdidos (por que pararam de comprar?). mente no índice de satisfação dos clientes:
Número de indicação de novos clientes por clientes atuais 5 – Logística de entrada;
(Para isso é válido saber dos novos clientes como eles chegaram até 6 – Operações;
a empresa, se houve indicação de algum cliente ou não.) 7 – Logística de saída;
8 – Marketing e vendas;
Fidelização dos Clientes 9 – Serviços de pós-vendas.
Entende-se que o cliente fiel é aquele que está satisfeito com
o atendimento e que se torna parceiro comercial da empresa, de-
vido ao grau de satisfação com as atividades executadas. Em outras GESTÃO DA EXPERIÊNCIA DO CLIENTE
palavras, pode-se definir fidelização como sendo um compromisso
profundo de comprar ou recomendar repetidamente certo produto A Gestão da Experiência do Cliente ou Gestão do Conheci-
ou serviço. mento Empresarial refere-se à coleta de dados e informações, que,
A fidelização constitui realmente uma estratégia cuja finalida- quando processados ao longo do tempo, geram conhecimento, en-
de é prolongar mais e mais o relacionamento entre a empresa e globando expertise (qualidades próprias, ou Know-how adquirido)
o cliente, não o satisfazendo apenas em dado momento, mas ob- e insight (discernimento da situação, capacidade de solução) ofe-
tendo sua satisfação permanente com a loja, com seus serviços e recidos pelos indivíduos. Este ato de conhecer, oferecido pelo indi-
produtos. Trata-se de conquistar a fidelidade do consumidor ao seu víduo, quando segregado e alinhado aos objetivos organizacionais,
negócio, fazendo dele efetivamente um cliente. geram o conhecimento corporativo, refletindo nos produtos e servi-
Para que haja fidelização, é preciso que se conheça bem o ços explorados pelas empresas, que visam atender às necessidades
cliente, identificando suas características, desejos e necessidades específicas dos clientes11.
e utilizando essas informações para estreitar ainda mais o relacio- Assim, surgindo o conhecimento da condensação de dados e
namento com ele, estabelecendo um elo de confiança, facilitando a informações, faz-se necessário o entendimento destes três termos:
sua vida e reduzindo as possibilidades de que ele venha a trocar sua
loja por outra (favorecendo a retenção), já que a concorrente teria Dados
que começar o relacionamento do zero. Dados referem-se ao registro estruturado de transações, po-
Pesquisas apontam que clientes atuais (já clientes), são de cin- dendo ser definido como um conjunto de fatos distintos e objetivos,
co a sete vezes mais rentáveis do que os novos, e que é bem mais relativos a eventos.
econômico manter clientes antigos do que conquistar pessoas que É informação bruta, descrição exata de algo ou de algum even-
ainda não conhecem a empresa. to. Os dados em si não são dotados de relevância, propósito e sig-
O quadro abaixo demonstra as principais diferenças entre re- nificado, mas são importantes porque compõem a matéria-prima
tenção e fidelização de clientes: essencial para a criação da informação;

PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE RETENÇÃO E FIDELIZAÇÃO DE Informações


CLIENTES As informações são dados interpretados, dotados de relevância
e propósito. Referem-se ao fluxo de mensagens, capazes e necessá-
Retenção Fidelização rio para se gerar conhecimento12;
Trata-se de um ponto de par- Engloba um programa de
tida e, ao mesmo tempo, um estratégias; Conhecimento
resultado a ser obtido; O conhecimento é uma mistura de elementos, fluido, formal-
mente estruturado e intuitivo, portanto, difícil de ser colocado em
Pode envolver um momento; Envolve longo prazo; palavras ou de ser plenamente entendido em termos lógicos. Os
Implica em ações para evitar Trata da valorização do cliente, valores e as crenças integram o conhecimento, pois determinam,
a saída do cliente (começa no prolongando o relacionamen- em grande parte, o que o conhecedor vê, absorve e conclui a partir
primeiro contato com o cliente to com ele e incrementando das suas observações.
e permanece, destacando-se as possibilidades de retorno
sempre em momentos especí- financeiro. Como visto acima, o conhecimento deriva da informação, e,
ficos, durante todo o relacio- por seu turno a informação deriva dos dados.
namento). O conhecimento divide-se em duas espécies, quais sejam:
→ Conhecimento Tácito: É aquele difícil de ser articulado na
Cadeia de Valor e a Satisfação do Cliente linguagem formal. Refere-se ao conhecimento pessoal incorporado
Visando criar a satisfação dos clientes, as empresas devem ge- à experiência individual e envolve fatores intangíveis como crenças
renciar sua cadeia de valor, bem como seu sistema de entrega de pessoais, perspectivas, sistema de valor, insights, intuições, emo-
valor, com o foco no cliente. A Cadeia de Valor é usada como uma ções, habilidades;
ferramenta para identificar maneiras para criar mais valor.
Na Cadeia de Valor existem 9 atividades criadoras de valor. Ve- 11 STEWART, Thomas A. Capital Intelectual: A nova vantagem competitiva. RJ:
jamos: Campus, 1998.
1 – Infraestrutura da empresa; 12 DRUCKER, Peter. Desafios Gerenciais para o Século XXI. São Paulo: Pioneira,
2 – Administração de recursos humanos; 1999.

331
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
→ Conhecimento Explícito: É aquele que pode ser articulado
na linguagem formal, inclusive em afirmações gramaticais, expres- APRENDIZAGEM E SUSTENTABILIDADE
sões matemáticas, especificações, manuais, etc., sendo facilmente ORGANIZACIONAL
transmitido, sistematizado e comunicado.
Aprendizagem Organizacional
O Conhecimento é utilizado como Recurso Estratégico, para A Aprendizagem não consiste em separar as atividades que
isso, a visão da empresa baseada em conhecimento considera como ocorrem antes ou mesmo durante as atividades diárias no trabalho
hipóteses gerais as premissas abaixo: e expô-las em aulas eventuais. Nem é uma atividade reservada ao
→ O conhecimento é um recurso gerador de diferencial com- grupo gerencial.
petitivo; Os comportamentos que definem a aprendizagem são aqueles
→ As características dos diferentes tipos de conhecimentos de- que definem a produtividade. Assim, a aprendizagem é o coração
vem ser consideradas para a sua transferência; da atividade produtiva, ou seja, a nova forma de trabalho14.
→ Os indivíduos são os principais agentes de conhecimento. As organizações tendem a evoluir por meio de aprendizagem,
e por isso, assemelham-se muito a um ser vivo. A partir da análise
Gestão de Capital Intelectual da cultura organizacional, verifica-se que esta, interfere muito no
Denomina-se como capital intelectual, o conjunto de ativos aprendizado das empresas, fazendo com que elas aprendam com
intangíveis composto por diversos fatores, tais como: qualidade e maior rapidez ou lentidão e, consequentemente, pode ser que se
coerência do relacionamento entre empresa (clientes e fornecedo- destaquem ou não no mercado competitivo.
res) talentos, ideias e insights apresentados por todos os envolvi- A interação, tanto intrínseca quanto extrínseca, possibilita à
dos no contexto organizacional, entre outros. Esses fatores, quando empresa desenvolver o conhecimento organizacional, permitindo-
combinados e trabalhados em um sistema gerencial eficiente ali- -lhe, utilizá-lo para adequar-se ao cenário cada vez mais vulnerá-
nhado aos objetivos organizacionais, geram conhecimentos, capa- vel no qual está inserida. O comprometimento e a capacidade de
zes de promover a inovação e reestruturação contínua dos proces- compartilhamento, apresentados pelas pessoas envolvidas nos pro-
sos, gerando resultados eficazes13. cessos organizacionais, permitem a rotatividade do conhecimento,
O Capital Intelectual é integrado composto por: Capital Huma- viabilizam a aprendizagem em equipe, e consequentemente, o co-
no, Capital Estrutural e Capital de Clientes. nhecimento organizacional, transformando-se em uma importante
ferramenta de diferenciação.
Capital de Clientes O macroambiente, em que as empresas estão inseridas, sofre
O Capital de Clientes fundamenta-se em um processo que con- continuamente modificações em função das alterações no esti-
siste em: lo de vida social, o que reflete de modo significativo no ambiente
a) Selecionar clientes, identificando os segmentos mais atraen- interno das organizações; que deverão desenvolver estratégias, a
tes para a empresa, procurando avaliar o valor que estes clientes fim de adequar-se às tendências do mercado. Fatores como avanço
atribuem à mesma, e inovando os processos utilizados de forma a tecnológico, conservação ambiental, responsabilidade social, entre
criar uma imagem forte que atraia e mantenha os clientes; outros, impulsionam e manipulam as necessidades do público alvo,
b) Conquistar cliente através da comunicação de uma imagem que expressa a cada dia, uma necessidade maior de agilidade para
positiva dos negócios da empresa; o atendimento de suas necessidades.
c) Reter clientes através da garantia da qualidade e correção Diante do exposto, a competitividade corporativa está intima-
dos problemas, inovando os processos objetivando minimizar pro- mente relacionada à capacidade da organização em desenvolver o
blemas, assegurando a satisfação dos mesmos; conhecimento e inovar os processos; através de estratégias inteligen-
d) Aplicar o conhecimento em marketing, vendas e pós-vendas, tes para a adaptação a esse meio, para que melhore seu desempenho,
de modo a assegurar a qualidade nos processos e garantir a satisfa- mantendo a superioridade diante dos concorrentes. Pode-se dizer, se-
ção real dos clientes; gundo o entendimento de alguns autores, que as inovações surgem do
e) Cultivar e manter o bom relacionamento, por meio da rela- conflito entre o ambiente externo e interno da organização.
ção interpessoal com os clientes, o que contribui para o aumento da A percepção precoce das modificações nas variáveis exógenas,
participação da empresa nas atividades de compra do público alvo. mudanças econômicas, tecnológicas, ambientais, perfil de deman-
da, clientes, produtos, entre outros, permitem às empresas criar e
Toda empresa possui capital de clientes e este é o mais valioso acumular o conhecimento organizacional, desenvolvendo a inova-
para a organização, pelo fato de que provém deles o capital finan- ção continuada em seus processos e produtos, assegurando, desse
ceiro que financia as atividades organizacionais. O estudo de capi- modo, a excelência competitiva.
tal de clientes deve estar voltado para o conhecimento destes, sua A aprendizagem organizacional pode ser vista como o alcance
lealdade, a disposição de comprar, a valorização do produto, dentre de novos, múltiplos e contínuos conhecimentos sobre as dinâmicas
outros, de tal forma que a organização consiga direcionar o desejo e demandas corporativas, seja de maneira direta e/ou indireta, den-
dos clientes através das atividades desenvolvidas para se atingir os tro e fora da empresa. É um conceito intimamente relacionado ao
objetivos organizacionais. conhecimento empresarial15.
A aprendizagem organizacional é uma junção de conhecimen-
tos formais e informais, que permite à organização criar seus pró-
prios modelos de gestão, coerentes com as suas necessidades e
pautados no que ela precisa para alcançar os resultados, vejamos:

14 MARQUARDT, M. J. Building The Learning Organization. McGraw-Hill, New


York, 1996.
13 STEWART, Thomas A. A riqueza do conhecimento: O capital intelectual e a 15 MARQUES, J. R. O Que é Aprendizagem Organizacional. Instituto Brasileiro
nova organização. RJ: Campus, 2002. de Coaching. 2006.

332
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
→ Experiências do Profissional: a partir das experiências po- O conceito de desenvolvimento sustentável tem suas origens
sitivas e negativas, o profissional pode compreender seus erros e na Conferência das Nações Unidas sobre o Homem e o Meio Am-
acertos, delimitar melhor suas próximas ações e criar estratégias biente, realizada em Estocolmo em 1972. Entretanto, mesmo após a
para impedir que estes erros continuem no futuro; elaboração do Relatório de Brundtland, em 1987, o tema teve reper-
→ Aprendizagem Cultural: é aprendida através da cultura orga- cussão mundial somente com a Comissão Mundial sobre Meio Am-
nizacional, da missão e dos valores adotados pela empresa; biente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992, palco
→ Aprendizagem com o Líder: é realizada através das lideran- de elaboração da Agenda 21, uma detalhada orientação para resolver
ças, de seus exemplos e conhecimentos compartilhados com os o paradoxo da coexistência entre progresso tecnológico e aumento da
seus liderados; miséria.
→ Aprendizagem Prática/Ativa: refere-se à aquisição de co- O relatório Nosso Futuro Comum, também reforçado no even-
nhecimentos através da prática efetiva das tarefas e do seu desen- to de 1992, introduziu a definição de desenvolvimento sustentável
volvimento contínuo; como aquele que permite à geração atual suprir as suas necessida-
→ Aprendizagem Sistêmica: refere-se ao entendimento am- des, sem comprometer as condições de subsistência das gerações
pliado de toda empresa e seus processos para oferecer soluções futuras. Mediante esta definição, argumenta-se que não basta ape-
não apenas para o departamento envolvido, mas para a organiza- nas haver crescimento econômico, avanços tecnológicos e institui-
ção como um todo; ções, mas também uma revolução tecnológica e institucional que
→ Compartilhamento de Informações: quanto melhor forem dis- procure conciliar em seus processos decisórios interesses econômi-
tribuídas as informações, maiores serão os conhecimentos sobre os cos, preservação ambiental e justiça social.
processos internos da empresa o que tornará mais assertiva as ações; A aceitação dos lucros empresariais por esferas comunitárias
→ Benchmarking: consiste na observação de outras empresas e cada vez mais amplas passa a ser condição necessária a fim de que
na busca de boas práticas aplicadas para aplicar em sua organização. tais atores sociais não questionem e não promovam desordens no
sistema econômico imperante. Por razões como esta, os adminis-
No contexto da aprendizagem, é importante destacar a neces- tradores mostram-se cada vez mais preocupados com a reavalia-
sidade de compartilhar insights, conhecimentos, crenças e metas ção das rotinas organizacionais, a fim de que a sustentabilidade de
para que o coletivo prevaleça e a organização aprenda, isto é, para ações e decisões proferidas pelas organizações seja assumida como
que a empresa construa sua própria realidade e memória que ser- condição prioritária.
virão de base para aprendizados futuros. Nesse momento, a apren- Uma empresa é sustentável, quando gera lucro para os acio-
dizagem individual é transformada em coletiva, o conhecimento nistas, protege o meio ambiente e melhora a vida das pessoas com
individual é incorporado às práticas organizacionais. as quais mantém interações. Ações organizacionais sustentáveis
Portanto, organizações de aprendizagem (as quais realizam a são aquelas responsáveis por causar o menor impacto ambiental
aprendizagem organizacional) são organizações que tem capaci- possível por meio de atividades operacionais, simultaneamente
dade sistemática de: aprender, renovar e inovar continuamente. E preocupadas em promover desenvolvimento socioeconômico que
seu principal conteúdo invoca a imagem de pessoas e grupos traba- propicie a sobrevivência de gerações presentes e futuras, e total-
lhando para melhorar: a inteligência, a criatividade e a capacidade mente dependentes das pessoas inseridas em ambientes sociais e
organizacional. organizacionais, já que por elas são estabelecidas as decisões finais
Uma organização de aprendizagem é aquela que tem a habili- e validadoras de todas essas proposições.
dade de criar, adquirir e transferir conhecimento e de modificar seu Ao reconhecer que, para exercer suas atividades, as empresas
comportamento para refletir sobre novos conhecimentos e ideias. consomem não só recursos financeiros, mas também ambientais
Nas organizações de aprendizagem as pessoas não são treinadas e sociais, desenvolveu-se a “teoria dos três pilares” (triple bottom
para exercer suas funções, mas sim: educadas a desempenhar com line – TBL). Esta visão tripartite sugere que desenvolvimento econô-
satisfação suas atividades, desenvolvendo o espírito de equipe e a mico, justiça ambiental e inserção social são igualmente relevantes
criatividade. para a compreensão da sustentabilidade.
A organização que aprende é um tipo ideal ao qual muitas or- O pilar econômico da sustentabilidade organizacional repre-
ganizações aspiram, mas não há um modelo a ser seguido. Cada senta a geração de riqueza pela e para a sociedade, por meio do
empresa deve buscar à sua maneira a melhor forma de enfrentar o fornecimento de bens e serviços; o pilar ambiental refere-se à con-
ambiente em que está inserida. servação e ao manejo dos recursos naturais e o pilar social diz res-
Esta transformação não está restrita à organização e sim aos peito ao alcance da igualdade e a participação de todos os grupos
indivíduos. A aprendizagem individual não garante a aprendizagem sociais na construção e manutenção do equilíbrio do sistema pelo
organizacional, entretanto, sem ela, a aprendizagem organizacional compartilhamento de direitos e responsabilidades. Assim, uma vi-
não ocorreria. são equilibrada a respeito de como fazer uso dos recursos disponi-
bilizados pela natureza é essencial para se garantir às gerações futu-
Sustentabilidade Organizacional ras prosperidade, equidade, manutenção do patrimônio ambiental
Sabe-se que proposições relacionadas à sustentabilidade ad- e melhor qualidade de vida.
quiriram destaque pela incorporação da promessa de evolução da A Figura abaixo ilustra melhor inter-relacionamentos propostos
sociedade rumo a um mundo mais harmonioso, no qual o meio pelo triple bottom line. Vejamos:
natural e as conquistas culturais procuram ser preservados para as
gerações futuras. A confrontação entre crescimento econômico e
igualdade social vem sendo discutida por anos, logo, a adição deste
desafio na capacidade global de desenvolver sustentavelmente os
sistemas naturais atenua gradativamente a representatividade de
cada um dos agentes sociais inseridos nesta ambiência, que busca
uma sustentabilidade sistêmica16.
16 MUNCK, L.; DIAS, B. G.; SOUZA, R. B. de. Sustentabilidade organizacional.
REBRAE. Revista Brasileira de Estratégia, Curitiba, v. 1, n. 3, p. 285-295, set./ dez. 2008.

333
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

Elementos da sustentabilidade

Conforme a Figura supracitada, os três pilares da sustentabilidade organizacional (social, ambiental e econômico) devem relacionar-se
de forma integrada para o alcance do desenvolvimento sustentável. A partir da integração entre desenvolvimento social e econômico,
promove-se a inserção social, entendida como o engajar da população (ou organização) em favor do coletivo, de modo que todos possam
ter acesso à informação, alimentação, saúde, educação, habitação, trabalho, renda e dignidade.
À medida que a inter-relação entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental acontece, emerge o conceito de ecoefi-
ciência. Já a justiça socioambiental ocorre quando a organização consegue integrar de maneira simultânea o desenvolvimento social ao
capital natural, e passa a tratar da equalização da distribuição dos benefícios e dos constrangimentos impostos pela legislação ambiental,
ou mesmo pelos problemas ambientais, entre diferentes grupos sociais.
A estrutura do TBL capta a essência da sustentabilidade organizacional, ao medir o impacto das atividades operacionais das empresas.
Quando o resultado apresenta-se positivo, reflete aumento no valor da empresa, em termos de lucratividade e de contribuição para a
riqueza dos acionistas, bem como no aspecto de seu capital social, humano e ambiental.
Vale ressaltar que a sustentabilidade organizacional não significa meramente boa cidadania empresarial, isto é, ser reconhecida por
reduzir as emissões de gases tóxicos ou por subsidiar benefícios de assistência médica aos funcionários, e muito menos se trata de apenas
uma questão ética de negócios, ou filantropia. A sustentabilidade é hoje, princípio fundamental da gestão inteligente, algo muito fácil de ignorar
ou assumir como inevitável, num mundo em que o resultado financeiro geralmente é visto como a única medida de sucesso.
Enfim, sistemas políticos, instituições, tratados ou modelos de gestão que vislumbrem o tratamento de problemáticas ambientais e
sociais pela abordagem sustentável devem ser capazes de transpor as barreiras físicas das organizações no intuito de obter maior eficácia
na resolução de calamidades. Logo, torna-se cada vez mais necessária uma resposta institucional que objetive, em seu agir, uma raciona-
lidade que contemple a união estável entre os desenvolvimentos econômico, social e ambiental.

CARACTERÍSTICAS DOS SERVIÇOS: INTANGIBILIDADE, INSEPARABILIDADE, VARIABILIDADE E PERECIBILIDADE

Na área da administrativa um serviço é o conjunto de atividades realizadas por uma organização para responder às expectativas e ne-
cessidades dos clientes, posto isso, o serviço é definido como sendo um bem não material. Esse conceito também permite fazer referência
aos serviços públicos que são pagos pelos contribuintes através de taxas ou impostos, e ao fornecimento de serviços prestados com vista
a satisfazer alguma necessidade desde que não consistam na produção de bens materiais.
Serviços são atividades, benefícios ou satisfações que são colocadas à venda ou proporcionados em conexão com a venda de bens. Em
outras palavras, o serviço pode ser entendido como as transações de negócios que acontecem entre um provedor (prestador de serviço)
e um receptor (cliente) a fim de produzir um resultado que satisfaça o cliente17.
Já os serviços de qualidade são aqueles que atendem perfeitamente, de forma confiável, acessível, segura e no tempo certo às necessida-
des dos clientes. Dessa forma a organização deve possuir um esforço de compromisso com a qualidade do serviço que é ofertado18.

Características dos Serviços


Os serviços possuem algumas características específicas que os diferenciam dos bens manufaturados e que devem ser consideradas
para uma gestão de serviços eficaz, tais características são elencadas abaixo19:

→ Intangibilidade
Os serviços são intangíveis por natureza, ou seja, eles não podem ser tocados ou possuídos pelo cliente como os bens manufatura-
dos. Logo, o cliente vivencia o serviço que lhe é prestado, o que torna mais difícil a avaliação do serviço pelo cliente, pois esta assume um
caráter subjetivo.
Cabe observar que em relação às características intrínsecas ao serviço, no que se refere à intangibilidade, embora um serviço não
seja palpável, ele possui diversos elementos tangíveis, perceptíveis. Por exemplo, em uma escola, o ambiente físico, as instalações, os materiais
utilizados em sala, livros e pessoas, são elementos tangíveis.
Mais ainda, todas as comunicações da escola são elementos visíveis do serviço que, no mínimo, comunicam sobre ele. Os elementos
tangíveis funcionam como evidências do serviço.
São sugestões de como ele deve ser. Assim, voltando ao exemplo da escola, se vê-se uma sala de aula moderna, bem iluminada, com
amplos recursos tecnológicos, apoiada em modernos conceitos pedagógicos, naturalmente, infere-se modernidade.
17 https://www.ama.org
18 CAMPOS, V. F.; Controle da Qualidade Total (no estilo japonês). Nova Lima: INDG Tecnologia e Serviços LTDA, 2004.
19 http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/1013809_2012_cap_2.pdf

334
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
Na verdade, os elementos tangíveis do serviço, que podem ser Pela perecividade, os serviços são perecíveis, isto é, não podem
pessoas que nele trabalham, cumprem o papel de reduzir o nível de ser estocados, assim, são temporais, prestados num tempo e local
dúvida sobre a qualidade do serviço, como dito popularmente, “todo precisos. Neste sentido, há uma necessidade de se encontrar um
serviço é a compra de uma promessa”, isto é somente o consumidor ponto ótimo entre a oferta e a demanda do serviço, ou seja, um
saberá se o serviço prometido foi cumprido após a experiência obtida entrave é como administrar a demanda de um serviço.
no decorrer do serviço. Neste sentido, os tangíveis são sinalizadores Por exemplo, num transporte aéreo com 100 lugares, se houver
para verificar se pode-se confiar ou não na promessa do serviço. 1 ou 100 passageiros, o custo do voo é praticamente o mesmo, po-
Citando um exemplo simples, muitas vezes julga-se a qualidade rém caso existam lugares vazios quando o voo começar, então a em-
do serviço de um supermercado pela aparência de seus ambien- presa que oferece esse serviço não conseguirá a receita esperada,
tes; um ambiente sujo, comunica má qualidade. Assim, os tangíveis ficando incapaz de recuperá-la. Ora, haverá momentos de altíssima
acabam funcionando como uma “embalagem” do serviço, e, como demanda e outros de pequena, em todos eles, contudo, persistirá
para os produtos, traduzem muitas vezes a qualidade do que é ofer- um alto custo fixo, fazendo com que a empresa e se esforce em
tado, o que será verificado apenas com a prestação do serviço; vender pelo menos ao nível do seu ponto de equilíbrio operacional.
Assim, encontrar o ponto ótimo entre oferta e demanda é cru-
→ Inseparabilidade cial em serviços para não ocorrer um problema comum, que tan-
Pela característica da Inseparabilidade ou Produção e Consu- to não pode conseguir atender o excesso de demanda (e perder
mo Simultâneos, o cliente participa do processo de produção, po- clientes em função disso) quanto ter que suportar pesados custos
dendo não somente participar passivamente, mas também como operacionais sem uma receita satisfatória, conseguida por uma de-
coautor do serviço. Nos serviços, o cliente é quem inicia o processo manda mínima.
de produção, pois o serviço só é produzido após sua solicitação/
contratação.
Assim, o grau de contato entre cliente e empresa é maior que GESTÃO DA QUALIDADE EM SERVIÇOS
na produção de bens. A inseparabilidade aponta para a seguinte
questão: todo serviço tem um momento em que sua produção e Diante de um cenário de grande proliferação da concorrência,
consumo são simultâneos, inseparáveis. as empresas têm percebido a necessidade de dar mais atenção à
Como exemplo prático pode-se citar uma aula, ao mesmo tem- qualidade dos produtos ou serviços que oferecem, a fim de obter
po em que um professor produz sua aula, esta é consumida pelos vantagem competitiva no mercado. A implantação da gestão de
alunos. Ao mesmo tempo em que o médico produz sua consulta, o qualidade é capaz de promover identificação precisa dos fatores de-
paciente a consome, como cliente do serviço. ficientes que precisam de mudanças e melhoria contínua, por meio
Nesses exemplos, produção e consumo são simultâneos, dife- de análises nos processos de produção e consumo, estabelecendo
rentemente de uma empresa de produtos, em que claramente exis- um panorama focado no produto e em sua relação com o cliente e
te um momento de produção e um momento de consumo; em sua experiência a fim de o fidelizar.
De modo que esta otimização geral seja factível é imprescindí-
→ Variabilidade vel conhecer as ferramentas disponibilizadas pela gestão de qua-
Os serviços são variáveis, isto é, os serviços variam e podem lidade, ideais para não apenas entender processos referentes ao
variar conforme o prestador do serviço e o cliente. Esta também é serviço ou produto em questão, mas também para fomentar so-
uma característica do serviço, a variabilidade, podendo ser vista sob luções para os problemas analisados através de ações preventivas
um prisma positivo quanto negativo. que irão evitar que o mesmo problema se repita prejudicando a
Deste modo, uma organização tem pouco ou nenhum controle performance da empresa diante do mercado. São sete ferramentas
sobre as ações e atitudes que o cliente assume ao participar da pro- úteis e aplicáveis dentro de qualquer organização aptas para bene-
dução do serviço, somado a isto, os funcionários e os outros recur- ficiar equipes inteiras. Observe a seguir:
sos que interagem com o cliente podem variar significativamente
em diferentes ocasiões para diferentes ocasiões. Fluxograma
Por isto, muitos autores apontam a variabilidade como mais O fluxograma, também conhecido como gráfico de procedi-
uma característica específica dos serviços. O prisma positivo da va- mentos ou fluxograma de processos, tem a função de demonstrar
riabilidade é que ela permite a customização, a personalização, o o percurso existente durante a produção de determinado serviço/
atendimento diferenciado às expectativas de grupos de clientes. produto de modo real, ou seja, da forma como atualmente ocorre,
Como exemplos, um palestrante pode adaptar a sua palestra e de modo ideal, como deveria ocorrer, podendo haver diversas va-
a seu público, assim como um médico pode adaptar o seu serviço riáveis e correlações entre atividades e processos.
ao tipo de paciente que está atendendo. O lado negativo da varia-
bilidade é que ela torna difícil o estabelecimento de um padrão de
serviço, de um desempenho padronizado, imune a erros;

→ Perecibilidade
Nos serviços, a produção ocorre ao mesmo tempo em que o
consumo. Daí decorrem outras implicações, como o fato de os ser-
viços não poderem ser estocados e da necessidade do controle de
qualidade ocorrer durante o processo, uma vez que não é possível
serem feitas inspeções como na indústria de manufatura. Eventuais
erros que venham a ocorrer durante o processo são imediatamente
percebidos pelo cliente.

335
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
Esta ferramenta possibilita visualizar o início e o fim de um processo, as atividades pertinentes a ele, os pontos decisivos e o fluxo das
atividades. Através dele é possível identificar deficiências ou desvios no processo de produção. Sua representação se dá através de qua-
dros e formas geométricas que ilustram etapa a etapa o processo, além disso ele conta com elementos em símbolos, cuja representação
facilmente identificável permite a equipe uma visualização clara do passo a passo do processo produtivo de modo que possam identificar
a melhor rota para o produto ou serviço a que se refere, eliminando ou incluindo novas etapas que possam auxiliar a equipe a alcançar
melhores resultados.

Diagrama de Ishikawa
O Diagrama de Ishikawa, conhecido como Espinha de Peixe devido sua aparência, é um modo de representação gráfica documental
criado por Kaoku Ishikawa útil para indicar o que possivelmente seriam as causas de certos problemas na gestão e suas respectivas reper-
cussões, ele explora com profundidade as possíveis variáveis que influenciam negativamente o processo de produção de um produto ou
serviço, capazes de interferir em sua qualidade.

A fim de aplicar o diagrama corretamente, estabelecem-se categorias em nível macro para levantar as possíveis causas de um proble-
ma, ou seja, o seu local de origem. Estes tópicos podem ser divididos em:
1) Mão-de-obra: pode ser a origem de algum problema quando se refere à ação de um funcionário ou colaborador da empresa.
2) Materiais: trata-se de quando o material usado não está adequado e pode se tornar o causador de problemas no trabalho.
3) Máquinas: quando há defeitos no maquinário da empresa.
4) Medidas: trata-se de quando uma medida tomada foi o causador do problema.
5) Métodos: refere-se ao uso de uma metodologia que não está adequada ao e possivelmente causará problemas.
6) Meio ambiente: trata-se de quando problemas no meio ambiente (como, poluição, aquecimento global, mudanças climáticas) são
causadoras de problemas.

A partir da identificação de um ou mais destes itens, é possível tomar medidas para atingir o resultado esperado a partir deste pa-
norama das possíveis causas e consequências que os problemas analisados podem sofrer caso não se tome ação, sendo assim uma útil
ferramenta para se visualizar relações de causa e efeito.

Folhas de verificação
Uma outra ferramenta aplicada em gestão de qualidade são as folhas de verificação, documentos comuns, como planilhas e tabelas,
feitos de modo simples, intuitivo e prático para agilizar a coleta de dados e a confirmação de informações pertinentes ao produto ou ser-
viço. As folhas de verificação servem para facilitar a compreensão da realidade do produto ou serviço, economizando tempo da equipe e
otimizando o entendimento dos processos produtivos no trabalho em prol da resolução de problemas e implementação de ideias e solu-
ções úteis para a otimização do produto.

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
As informações contidas nos documentos devem ser anteriormente estabelecidas para que nas folhas sejam registrados dados que
serão ticados, como em uma lista, sobre o andamento do processo de produção da empresa. Considere que os pontos mais relevantes a
se analisar quanto a determinado produto sejam seu funcionamento e sua aparência, sendo assim seleciona-se alguns tópicos (eficiência,
agilidade, tempo de uso, ergonomia, facilidade de manejar, entre outros) que poderão auxiliar na melhor visualização de seus pontos
positivos e negativos.

Diagrama de Pareto

Este diagrama em forma de gráfico é capaz de identificar a concentração de uma variável, indicando as causas essenciais de um pro-
cesso. Por meio deste diagrama, o é possível compreender melhor e combater a raiz das causas de certos problemas de modo prioritário
a fim de assegurar alto índice de produção e produtividade.
O diagrama de Pareto baseia-se no princípio de Pareto que explica que 80% das consequências ou efeitos de uma ação tem relação
direta com 20% das causas. O gráfico numérico, então, computa dados precisos que, além de oferecer melhor visualização das relações en-
tre variáveis, facilita a visualização de pontos que precisam de melhoria para aumentar o desempenho da empresa quando aos processos
produtivos, pois redireciona o olhar para campos que de fato precisam de intervenção de modo prioritário.
Os dados do gráfico são específicos para cada empresa ou produto, de modo que não se pode aplicar exatamente os mesmos pontos
do diagrama de um produto a outro, pois cada qual possui suas próprias particularidades e especificidades. Por exemplo, a análise de um
serviço requer a presença de tópicos mais subjetivos como o tempo de permanência do cliente no espaço (caso seja um local), a satisfação
do cliente pós-serviço, relacionamento cliente e fornecedor, entre outros, enquanto um produto precisa incluir uma análise de seus aspec-
tos não apenas financeiros e ligados à experiência, mas a aspectos físicos e cognitivos em relação ao cliente.

Histograma

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
O histograma é também uma forma de representação gráfica cuja função é representar a distribuição de frequências de alguns dados em
determinado período de tempo, por meio de barras. Este recurso auxilia a compreensão da quantidade ou volume de produtos inadequados,
problemas ou conflitos quanto a medidas, entre outros itens como peso, largura, comprimento, tempo, temperatura, volume, preço, etc.
De modo claro, um histograma possibilita permite que a empresa saiba o número de vezes que algum dos itens ocorreu ao longo do
processo. Seu propósito está em facilitar a resolução de conflitos através da visualização de uma análise real do processo evolutivo e gra-
dativo de determinado produto ou serviço, identificando suas tendências.
Diagrama de dispersão
O Diagrama de Dispersão ou gráfico de correlação, trata-se de uma ferramenta de representação gráfica dos valores de duas variáveis
relacionadas a um mesmo processo simultaneamente, o que possibilita eliminar interferências e interpretações erradas quanto demais
variáveis ou causas de um problema.

Este diagrama se baseia em variáveis independentes, ou seja, quando ações e situações não tem relação, e variáveis dependentes,
quando uma ação está diretamente ligada a outra; estas variáveis são identificadas e investigadas através de correlações que se estabele-
cem entre elas, podendo ser positivas (quando duas variáveis aumentam na mesma direção no gráfico), negativa (quando diminuem na
mesma direção ou nula (quando não há cruzamento de dados, eles ficam dispersos e, portanto não há correlação).

Cartas de controle
Cartas de controle são ferramentas utilizadas para identificar as estatísticas e tendências de certos desvios e mudanças de comportamento
quanto a alguns pontos de observação dentro de determinado tempo e espaço. Esta ferramenta é muito utilizada a fim de observar se o processo
está ocorrendo de maneira controlada e ordenada, sem alterações consideráveis que possam prejudicar o andamento do processo produtivo.

Os desvios ou alterações podem ser observados em linhas que divergem em pontos específicos e permitem um acompanhamento
geral da equipe quanto aos processos produtivos a fim de identificar pontos que podem ser preocupantes, e que por vezes passariam
despercebidos, e devem ser melhor trabalhados.

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
Considerando o meio de atuação
TÉCNICAS DE VENDAS: DA PRÉ-ABORDAGEM AO PÓS- A aplicação de marketing é ainda mais complexa do que conhe-
VENDAS cer o consumidor e, a partir dele, estabelecer um composto mer-
cadológico mais adequado. O ambiente em que as decisões devem
De modo geral, as empresas, a partir de sua formação, geram ser tomadas é bastante complexo.
custos constituídos por aluguéis de escritórios, instalações, salários
de funcionários, manutenção e várias outras despesas que formam Considerando o impacto que essas relações causam no bem-
os custos fixos e passam a existir quer a empresa tenha faturamento -estar da sociedade
ou não. É no mercado, através da utilização das ferramentas mer- As práticas mercadológicas de algumas empresas às vezes afe-
cadológicas, que a empresa busca não só obter recursos para fazer tam o meio ambiente, como a poluição do ar e da água dos rios. Os
frente a todas essas despesas, como também alcançar objetivos fi- homens de marketing, entusiasmados com o sucesso de seus em-
nanceiros20. preendimentos, deixam muitas vezes de pensar nos prejuízos que
Para compreensão das atividades mercadológicas possíveis a podem causar à sociedade.
uma empresa, define-se marketing como a área do conhecimento É responsabilidade dos profissionais da área desenvolver estra-
que engloba todas as atividades concernentes às relações de troca, tégias sem causar prejuízo ao meio ambiente, ou ao bem-estar da
orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos consu- população.
midores, visando alcançar os objetivos da empresa e considerando
sempre o ambiente de atuação e o impacto que essas relações cau- Venda Pessoal
sam no bem-estar da sociedade. Percebe-se que dentro dos esforços de comunicação que uma
A atividade de vendas exerce papel de extrema importância empresa pode estabelecer, a literatura de marketing (básica), ge-
para o faturamento das empresas. Note-se que a venda não é uma ralmente, classifica vendas pessoais como uma das ferramentas de
atividade isolada; ela depende de uma estratégia de marketing bem comunicação disponíveis, como uma das formas da empresa levar
elaborada, que inclui produtos, preços, sistemas de distribuição e sua mensagem aos grupos de consumidores almejados por ela. A
outras atividades promocionais. Portanto, qualquer estudo de ven- venda pessoal é definida como um processo de comunicação pes-
das exige compreensão das demais atividades mercadológicas e de soal em que um vendedor identifica e satisfaz às necessidades de
seus relacionamentos: um comprador para o benefício de longo prazo de ambas as partes.
O processo de comunicação está na essência de uma venda, no
Marketing engloba todas as atividades concernentes às rela- entanto o seu papel como “distribuidor” de produtos em diversos
ções de troca momentos não pode ser ignorado. Salienta-se, dessa forma, a ques-
Em marketing, as trocas são realizadas para trazer satisfação tão em relação a vendas pessoais como sendo um formato de canal
para ambas as partes, sendo a empresa uma das partes e os con- de distribuição, ou seja, eles são agentes responsáveis por levar os
sumidores outra. Assim, a relação deve ser benéfica para todos en- produtos dos fabricantes aos clientes, tornando-os disponíveis.
volvidos. Venda pessoal é o lado acentuado do marketing, porque ocorre
Enquanto de uma parte, espera-se o poder aquisitivo e auto- quando os representantes da empresa ficam frente a frente com os
ridade para comprar, da outra espera-se produtos e serviços que compradores em potencial. A força de vendas funciona como um
atenda suas necessidades. Além disso, é importante saber que cada elo entre a empresa e os clientes, sendo que a verdadeira diferença
parte é livre para aceitar ou rejeitar a oferta. está relacionada com o papel que a força de vendas pode ter em
O sentido proposto nessa definição é bastante amplo: nele está uma empresa; ela pode ser um canal de comunicação ou distribui-
incluído não somente o conceito de troca de mercadorias, mas tam- ção ou ambos, como ocorre na maioria das vezes.
bém de qualquer outra coisa em que haja objeto para permuta. Deve-se destacar a seguinte informação em relação aos tipos
de clientes (mercados-alvo): mercados industriais compostos por
Relação de troca orientada para a satisfação dos desejos e ne- outras empresas ou instituições são caracterizados por número me-
cessidades dos consumidores nor de compradores e, geralmente, estão concentrados geografi-
O que caracteriza a comercialização moderna é a aplicação do camente se comparados a empresas que vendem a consumidores
conceito de marketing, o qual determina que as empresas devem finais (vendedores de produtos de consumo como alimentos e ele-
procurar satisfazer os desejos e as necessidades dos consumidores. trodomésticos). Isso torna mais viável e eficaz o uso de vendedo-
Através da aplicação deste conceito, as empresas poderão contar res para a realização de vendas ao invés de vendas por telefone ou
com lucros a longo prazo pela formação de clientes satisfeitos. Por mesmo pela internet.
isso, todas as atividades concernentes às realizações de troca de- Em marketing industrial, vendas pessoais recebem uma impor-
vem visar a esses objetivos. tância muito grande, tornando-se muito mais do que simplesmente
uma ferramenta importante de comunicação ou um formato impor-
Visando alcançar os objetivos da empresa tante de canal de distribuição. A necessidade de aumentar a fideli-
Além da orientação ao consumidor, a empresa terá outros ob- zação de clientes valiosos tem feito com que estratégias de vendas
jetivos. Eles poderão ser quantitativos, como obter lucros ou de- pessoais sejam utilizadas em conjunto com programas de relaciona-
terminada fatia de mercado, ou qualitativos, como projetar uma mentos com clientes e automação de vendas, como os programas
imagem de competência. de Customer Relationship Management (CRM).
O programa mercadológico deverá sempre ser adaptado a es-
ses objetivos preestabelecidos. Pré-abordagem
A Pré-abordagem faz parte das Etapas do processo de vendas.
O processo de vendas é uma sequência de etapas por meio da qual
os vendedores realizam a venda, conforme demonstrado a seguir21:

20 http://estacio.webaula.com.br/BiBlioTECA/Acervo/Complementar/Comple- 21 http://estacio.webaula.com.br/BiBlioTECA/Acervo/Complementar/Comple-
mentar_27148.pdf mentar_27148.pdf

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
1. Prospecção e qualificação 4. Apresentação e demonstração
O processo de vendas se inicia com a identificação dos clientes O vendedor, nesta fase, deve apresentar o produto ao compra-
potenciais. Os vendedores podem qualificar os clientes potenciais dor de forma que atraia sua atenção e desperte o desejo de efetuar
por meio do exame de sua situação financeira, volume de negócios, a compra. Na apresentação, o vendedor deve realçar os benefícios
exigências especiais e em termos de sua probabilidade de continui- do produto e mostrar suas principais características que sejam evi-
dade no mercado, tendo de ser capazes de desenvolver suas pró- dentes para a obtenção desses benefícios.
prias indicações para reconhecimento dos clientes potenciais. Três estilos diferentes de apresentação são os mais utilizados
Os clientes devem ser classificados para se priorizar o atendi- pelos vendedores: o primeiro e mais antigo é do tipo abordagem
mento; enlatada, na qual o vendedor já tem em mente toda a sua expo-
sição que se resume aos pontos básicos do produto, baseia-se no
2. Pré - abordagem princípio estímulo-resposta no qual o comprador é o agente passivo
Os clientes devem ser estudados o máximo possível (quais as que pode ser induzido a comprar pelo uso de palavras de estímulo,
suas necessidades, quem está envolvido na decisão da compra) imagens, termos e ações. Esse tipo de abordagem é utilizado princi-
para se decidir a melhor abordagem a ser empregada. palmente na venda porta a porta e por telefone.
Deve-se também considerar o melhor momento para a aborda- A segunda abordagem planejada também é baseada no prin-
gem, pois muitos clientes estão ocupados em certas ocasiões; cípio estímulo-resposta, porém o vendedor identifica antecipada-
mente as necessidades e o estilo de compra do cliente para depois
3. Abordagem abordá-lo com uma apresentação planejada.
Inicialmente, o vendedor deve saber como saudar o comprador A terceira é a abordagem de satisfação de necessidades que
para obter um bom começo de relacionamento. Deve-se mostrar busca as necessidades reais do cliente. Essa abordagem requer do
cortesia e evitar distração, como, não os interromper e olhar direta- vendedor muita habilidade para ouvir e solucionar problemas.
mente em seus olhos. A apresentação ao cliente deve ser agradável Ele exerce o papel de um experiente consultor de negócios, es-
e positiva. perando ajudar o cliente a economizar ou a ganhar mais dinheiro.
Os tipos de abordagem de vendas classificam-se em: estímu- De maneira geral, as apresentações podem ser melhoradas com o
los-resposta, estado mental, satisfação de necessidades e solução auxílio de folhetos, catálogos, slides, DVDs, amostras de produtos e
de problemas; simulações baseadas em computador;

A venda estímulo-resposta 5. Superação de objeções


A venda por meio deste tipo de abordagem estímulo-resposta Os clientes, quase sempre, colocam objeções durante a apre-
é uma das mais simples. O vendedor provoca estímulos no cliente sentação de vendas ou quando solicitados a assinar o pedido. A
através de um repertório de palavras e ações destinadas a produzir resistência pode ser psicológica ou lógica. A resistência psicológica
a resposta desejada, que é a compra. pode incluir a preferência por outras marcas, apatia, associações
Esse é um tipo de abordagem muito utilizada na “venda enlata- desagradáveis ao vendedor, ideias predeterminadas e aversão a to-
da” em que o vendedor tem um texto decorado acompanhado de mar decisões.
uma série de dramatizações ensaiadas, visando comover o cliente. A resistência lógica relaciona-se com a resistência ao preço
Esse tipo de venda nem sempre é bem aceita pelo compra- ou não concordância com o prazo de entrega. É necessário que o
dor que prefere estabelecer diálogo com o vendedor. No entanto, vendedor treine exaustivamente suas técnicas de negociação para
qualquer interrupção na representação de venda reduz o impacto superar essas objeções.
emocional. Para lidar melhor com as objeções deve-se atentar para os se-
guintes aspectos:
A venda estado mental • Identificar o melhor produto ou serviço da empresa para
A venda com base no estado mental é também conhecida com atender a necessidade do cliente;
AIDA, ou seja, venda que busca despertar no comprador atenção, • Preparar o roteiro de Apresentação da Solução enfatizando as
interesse, desejo e ação de compra. Nesse caso, a mensagem de informações colhidas no cliente;
vendas deve prover a transição de um estado mental para outro e • Preparar a argumentação dos benefícios decorrentes da so-
esse é exatamente a maior dificuldade do método. lução apresentada;
• Preparar-se para as objeções do cliente.
A venda de satisfação de necessidades
O pressuposto básico desse método é de que o cliente compra Os principais tipos de objeção são referidos a seguir:
produtos ou serviços para satisfazer a uma necessidade específica • Em relação ao vendedor – alguns clientes têm dificuldade em
ou a um elenco de necessidades. Nesse caso, a tarefa do vendedor se relacionar com determinados vendedores. Não vem ao caso que
é identificar necessidades a serem satisfeitas. está com a razão, cabe ao vendedor remover as objeções decorren-
Para tanto, o vendedor deve utilizar as técnicas de questiona- tes do seu estilo de venda ou da sua postura frente ao cliente;
mento para descobrir necessidades para, em seguida, oferecer ma- • Em relação ao produto/serviço – os clientes podem levantar
neiras de satisfazê-las. objeções por terem dúvidas se determinado produto/serviço real-
Nesta técnica é preciso que o vendedor crie um clima amistoso, mente atenderá as suas necessidades. Cabe ao vendedor identificar os
num ambiente de baixa pressão para obter a confiança do cliente. benefícios que maior relevância terão para a decisão do cliente;
Essa técnica é também chamada de “venda não manipulada”. • Em relação ao preço – esta não é necessariamente uma objeção,
mas um dos fatores da negociação. O vendedor deve retardar ao máxi-
A venda de solução de problemas mo a discussão sobre o preço evitando falar em valores antes de expor
Esta técnica inicia-se com a identificação dos problemas do as vantagens e benefícios do produto/serviço ao cliente;
cliente, em seguida, deve ser feito um estudo para encontrar a me- • Em relação a mudar de fornecedor – a troca de fornecedor
lhor solução e assim atender às expectativas do cliente. sempre representa um risco para o comprador e os decisores da
compra. As mudanças internas decorrentes podem afetar o desem-

340
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
penho da empresa e exigir um período de adaptação ao novo forne- Por fim, atração de leads é resultado do interesse do usuário,
cedor. Para contornar esta objeção o vendedor precisa de credibili- pois não se invadiu o espaço dele, ou o abordou de maneira intrusi-
dade e cuidar pessoalmente para que as primeiras entregas estejam va, o que tem incomodado muitos consumidores atuais. Por isso, a
de acordo com o que foi vendido ao cliente; relação passa a ser de empatia, e não de intolerância.

6. Fechamento Formas de geração de leads


Neste estágio, o vendedor tenta fechar a venda, porém, alguns O processo de geração de leads se baseia em um intenso cuida-
não chegam ou não obtêm êxito nesse estágio. Por vezes, se sen- do com o conteúdo. Para isso, é preciso investir em uma estratégia
tem sem confiança ou até desconfortáveis em pedir ao cliente que que cative a atenção dos potenciais clientes. Se for produzido con-
assine o pedido. teúdo de qualidade e que também seja relevante para a persona, as
Os agentes de vendas precisam saber como identificar ações pessoas vão demonstrar um interesse genuíno no respectivo negó-
físicas, declarações ou comentários e perguntas dos compradores cio, desenvolvendo uma relação direta com a empresa.
que sinalizem a hora do fechamento. Existem várias técnicas de Assim, obter informações que possam facilitar a qualificação,
fechamento, pode-se solicitar o pedido, recapitular os pontos do contato com os leads e fechar a compra será muito mais simples.
entendimento, perguntar se o comprador tem preferência por A ou São formas de geração de leads:
B, ou até mesmo oferecer incentivos específicos ao comprador para
fecha a venda, como preço especial, quantidade extra sem cobrar → Blog
ou um brinde. Hoje em dia, ter uma boa presença online já deixou de ser uma
opção para empresas, tornou-se uma obrigação. Um bom começo
para aumentar a visibilidade de uma marca é ter um site.
NOÇÕES DE MARKETING DIGITAL: GERAÇÃO DE No entanto, isso não é suficiente para gerar leads. Ter um blog
LEADS; TÉCNICA DE COPYWRITING; GATILHOS corporativo é essencial para interagir com uma audiência que traba-
MENTAIS; INBOUND MARKETING lha, compra, vende e se relaciona online.
Com ele, se poderá criar conexões relevantes com os usuários
— Geração de leads da Internet e gerar interesse nos produtos ou serviços.
Lead é uma pessoa que demonstrou interesse por algum con-
teúdo que uma empresa ofereceu. E, em troca, ela se dispôs a ceder Como gerar leads através de um blog
informações pessoais (como nome, e-mail, telefone, etc.), em troca O principal responsável por atrair os leitores a um blog e fazer
desse conteúdo22. com que eles voltem é, com certeza, o conteúdo. Por meio das pos-
Se antes qualquer contato era visto como um potencial cliente, tagens, os leads podem ser incentivados a assinar newsletters, co-
com a geração de leads esse conceito mudou. A partir dos interes- mentar, apresentar os interesses, curtir as páginas nas redes sociais
ses desse contato e das informações fornecidas, é possível focar os e compartilhar as publicações.
esforços e recursos da equipe de vendas em pessoas que realmente Além disso, elas podem ser direcionadas para landing pages,
podem se tornar clientes, ou seja, gerar leads é o mesmo que gerar com ofertas de materiais ricos, onde um visitante do blog poderá
contatos interessados, que serão classificados de acordo com o po- virar um lead. Uma boa prática para gerar leads com os artigos do
tencial que eles têm de se tornarem consumidores. seu blog é adicionar CTAs (Callto Action, ou Chamada Para a Ação,
Diversos canais digitais podem ser utilizados para gerar leads, em português) ao final de cada post.
desde redes sociais até softwares mais complexos de automação Eles irão instigar o leitor a realizar uma ação, como fazer do-
de marketing. Em qualquer um, a geração de leads tem como base wnload de um ebook ou conferir uma promoção que se está rea-
a utilização de informações disponíveis sobre o comportamento e lizando.
perfil demográfico dos usuários.
→ Site corporativo
Importância da geração de leads Já estando educado o lead, precisa-se apenas de algumas in-
O processo de compra tem se transformado, e os profissionais formações necessárias para fazer a decisão de compra. O site é o
de marketing precisam achar novos caminhos para estabelecer uma lugar ideal para divulgar informações que precisam ser facilmente
comunicação com o público em meio a tantas informações. Ao in- encontradas.
vés de se ir de encontro aos consumidores somente com publicida-
de de massa, veiculadas em mídias como o rádio, TV e banners em Como gerar leads com um site corporativo
grandes sites, gerar leads faz o processo inverso, ou seja, faz com Um site e um blog são como cartões de visita. Por isso, é muito
que as pessoas se sintam atraídas pela marca específica. importante assegurar que a experiência do usuário será a melhor
Assim, empresa e consumidor aprendem a construir, continua- possível e que todas as informações relevantes são de fácil acesso.
mente, um relacionamento. Essa relação faz com que cada marca se Algumas informações indispensáveis que deve se ter em um
estabeleça não como mais uma no mercado, mas como uma autori- site são:
dade e, consequentemente, um referencial. Contato;
Outra vantagem da geração de leads é a previsibilidade, pois Redes sociais;
leads não surgem do nada. Canais como redes sociais e softwares Informações institucionais;
de automação de marketing, utilizados para geração de leads, per- Descrição de serviços e produtos;
mitem que os resultados da estratégia sejam mensurados, e que o Promoções ou ofertas.
retorno dos investimentos seja avaliado, para ser aplicado da me-
lhor maneira possível. → Redes sociais
As redes sociais podem não ser o principal meio onde ocorre
a geração de leads, mas muitas oportunidades de negócios podem
ser geradas dentro delas. Elas também podem ser a origem de uma
longa relação entre consumidor e empresa.
22 https://www.academia.edu/38646426

341
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
Ideais para promover o negócio e conectá-lo aos consumidores Como gerar leads utilizando co-marketing
de uma forma mais personalizada, as mídias sociais se tornaram O co-marketing é uma maneira de fazer marketing de forma
muito mais do que plataformas para pessoas que desejam se en- compartilhada. Isto ocorre quando duas empresas têm semelhan-
contrar e comunicar. A abundância de informações, a habilidade de tes personas e alinham seus interesses e esforços para impactar o
alcançar o máximo de pessoas e a facilidade de gerar engajamento potencial cliente de uma maneira a gerar benefícios para as duas
em torno de produtos e serviços são apenas alguns dos fatores que empresas envolvidas.
tornam as mídias sociais um terreno tão fértil para a geração de Esta estratégia faz sentido quando as empresas desejam cons-
leads. truir autoridade, gerar tráfego orgânico e atingir mais pessoas. Isto
porque, em estratégias de co-marketing, se acessam novos poten-
Como gerar leads através das redes sociais ciais clientes, que não tinham contato com a marca.
Para se potencializar a geração de leads deve-se aprender a A parceria pode acontecer a através de um conteúdo rico
aproveitar o melhor dessas ferramentas elencadas abaixo: (ebook, por exemplo) elaborado e divulgado pelas duas partes, ou
Definir a persona; mesmo um artigo de blog escrito por uma empresa e publicado no
Descobrir as redes sociais ideais para a persona; blog da empresa parceira. Através do co-marketing, se poderá atin-
Explorar o potencial de cada rede social; gir a base de contatos do parceiro e gerar novas leads a partir desse
Gerar conteúdo rico para as personas; contato.
Divulgar os conteúdos do blog nas redes sociais. A melhor maneira para gerar leads com essa estratégia é por
meio da criação e divulgação de um material rico em conjunto, pois
→ Mídias pagas já se receberá os dados de contatos do parceiro, que podem se tor-
Muitas redes sociais possuem ferramentas de anúncios direcio- nar potenciais clientes. No entanto, a troca de artigos de blog tam-
nados. Em sites como o Facebook, por exemplo, o anunciante pode bém pode ser um ótimo começo para se tornar conhecido por essa
criar um post patrocinado e segmentado. nova audiência, levar novos visitantes para o site, encantá-los com
Com isso, as campanhas de geração de leads podem ter um im- o conteúdo e consequentemente gerar leads.
pacto maior nos resultados. Se houver interesse em se investir em
mídias pagas para aumentar o alcance, também pode se considerar Formas alternativas de geração de leads
o AdSense.
Nesse caso, o anúncio é divulgado em vários sites de acordo → Gamificação
com o histórico na web de cada usuário. Pensando em como seria divertido gerar leads através de
conteúdos interativos e divertidos, profissionais de diversas áreas
Como investir em mídias pagas pode aumentar a geração de buscaram na indústria dos jogos uma inspiração para envolver os
leads públicos em suas ações. A gamificação é uma estratégia de intera-
Deve-se investir em mídia paga quando se deseja impactar os ção entre empresas e pessoas que se baseia no oferecimento de
canais e lugares onde o público está. A disputa por atenção orgânica incentivos capazes de estimular o engajamento do público com as
é muito alta, e uma boa forma de se destacar nessa situação é atra- marcas de uma forma lúdica.
vés de anúncios pagos.
Na hora de escolher em que investir, a melhor opção será sem- → Pesquisas
pre aquela que gera melhores resultados com menores custos. E Além de ser uma forma inovadora para a geração de leads,
os melhores resultados dependem tanto dos objetivos quanto da pesquisas de mercado também trazem autoridade para uma marca.
persona a ser alcançada. Isto porque se está ajudando todo o mercado a entender as tendên-
O uso de AdSense, por exemplo, pode ter o alcance limitado cias e projeções da área.
caso a empresa lide com pessoas com maior conhecimento técnico,
uma vez que esse tipo de persona costuma investir em bloqueado- → Ferramentas
res de anúncios na web. No entanto, os investimentos do Google na Criar uma ferramenta não é um processo fácil, pois geralmente
plataforma de anúncios fizeram dela uma das ferramentas de maior envolve processos técnicos e trabalhosos. Porém, ela é uma exce-
sucesso para quem pretende divulgar campanhas e ofertas em um lente forma de geração de leads.
grande número de páginas simultaneamente. Deve-se oferecer algo que seja prático para o público através
Sites como o Twitter e o Facebook possuem modelos de anúncios do levantamento de problemas e questões enfrentados por ele.
mais direcionados e que podem ter um engajamento direto com os
consumidores. Ao patrocinar um post, a empresa poderá definir a sua → Programas de indicação
segmentação por meio de fatores como faixa etária e renda média. Clientes felizes são um recurso poderoso para a reputação de
Assim, o crescimento da empresa em meios digitais será am- uma empresa. Deve-se criar programas de incentivo às indicações,
pliado com a divulgação mais precisa de conteúdos e campanhas oferecendo descontos, produtos exclusivos e bônus.
voltadas para a web. Quanto mais alcance esses conteúdos possuí- Providenciar links de referência para que os consumidores pos-
rem, maior a visibilidade da respectiva empresa e, consequente- sam engajar mais pessoas através das redes sociais.
mente, as oportunidades de geração de leads.
→ Promoções
→ Co-marketing Para conquistar leads, é importante enviar conteúdos apropria-
Criar parcerias com segmentos complementares ao negócio e dos para as demandas que elas têm. Afinal, o objetivo é ser útil para
incentivar uma rede de divulgadores de links pode ser um passo os futuros clientes.
eficiente para o Link Building, ou seja, o conjunto de técnicas de SEO Deve-se usar títulos bem criativos, indo além das soluções tra-
que buscam conseguir links de outros sites. Estas ações aumentam dicionais. Promoções, por exemplo, são eficientes para atrair mais
a autoridade da marca, melhoram o posicionamento nas pesquisas pessoas.
e direcionam maior tráfego para os artigos do blog.

342
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
Enquanto novos clientes usufruem de códigos de desconto ou → Emoção
sorteios, clientes fiéis podem ganhar algumas regalias, como acesso Um copywriting sem emoção tem grandes chances de falhar.
exclusivo a lançamentos, brindes, amostras de produtos e acesso a Deve-se utilizar algumas emoções que podemos sentir e que po-
eventos promocionais. dem ser usadas para tornar o texto ainda melhor, por exemplo, rai-
va, admiração, excitação, simpatia, triunfo, nostalgia, entre outras.
— Técnica de copywriting
A forma como se escreve um texto pode influenciar o leitor, es- → Estrutura
timulando a compra de um produto. Isso é possível de acordo com Com a estrutura correta e utilizando as melhores palavras no
uma técnica chamada “Copywriting”23. texto, as chances de conversão serão altíssimas.
As técnicas de copywriting consistem em criar conteúdos em
formas de “textos persuasivos” que podem fazer diferença na estra- O Modelo AIDA
tégia de marketing e convencer os leitores a adquirirem um produto O modelo AIDA é considerado um dos maiores fundamentos de
ou serviço. A escrita é uma arte milenar e sempre foi usada para propaganda e marketing, que descreve as etapas para se conseguir
diversos fins, e um desses fins é a publicidade. atrair o cliente e convertê-lo para a venda. Essas etapas são:
O termo copywriting surgiu como redação publicitária, mas Atenção: é onde o cliente vai conhecer a marca e saber que
veio se atualizando e, atualmente, com o advento da internet e do ela existe. Isso é feito geralmente por meio de publicidade, onde o
marketing digital, tornou-se essencial com o objetivo de oferecer objetivo é conquistar o interesse desse cliente;
um conteúdo para o cliente e conversar com ele, com o intuito de Interesse: o cliente passa a se interessar pela marca e conhecer
convidá-lo para a ação, conduzindo-o para uma tomada de deci- mais sobre ela, entendendo seus benefícios e como ela pode resol-
são. Ao se elaborar um texto bem estruturado poderá se conseguir ver seus problemas;
atrair clientes para comprar produtos. Desejo: conhecendo os detalhes da sua marca, o consumidor
Porém, antes de se começar a escrever o texto, existem algu- passa a desejar o produto, ou seja, se conseguiu provocar a curiosi-
mas premissas que irão fornecer o embasamento e as informações dade do cliente e instigá-lo a comprar o produto;
necessárias para dar o pontapé inicial no argumento de vendas. Ve- Ação: chegado à etapa final, é neste ponto que o cliente toma
jamos: a decisão e realiza a compra do produto.

→ Contexto Além das premissas e a estrutura do texto, faz-se necessário


Sempre ao se escrever um texto, é preciso que se entenda o entender alguns elementos que o formam, como título e call-to-ac-
contexto no qual o assunto se insere, qual público irá se interessar tion. Vejamos:
por isso, as necessidades, preferências e qual produto pode ajudá-
-los a resolver esse problema. → Título
Assim, o texto será redigido, levando em consideração todas as O título, ou headline, é a primeira conexão que se terá com os
características desse contexto, tornando mais fácil a identificação leitores, por isso, causar uma boa impressão é essencial. Para que
do leitor com o assunto tratado. se faça um excelente título, utiliza-se a fórmula dos 4 U’s:

→ Solução Urgente
O objetivo do copywriting é guiar o leitor rumo a uma tomada Um título urgente mostra para os leitores que existem questões
de decisão e escolher a solução para o problema abordado. reais a serem observadas e que demandam urgência na resolução;

→ Gancho Único
No copywriting se tem um curto espaço para convencer o Quando um cliente tem a sensação de que está vendo algo to-
consumidor a ler o texto completo, ou seja, é preciso que haja um talmente novo e que não existe em outros lugares ele com certeza
gancho bem elaborado por meio de um título ou subtítulo que vai se sentirá interessado pelo produto;
capturar as pessoas, e fazer com que elas fiquem querendo saber a
resposta para o este gancho. Útil
Antes de ser único ou urgente, o título precisa ser útil. Afinal,
→ Promessa se o título não for útil, ele não vai agregar para o leitor, assim, se
Tendo o leitor já sido “fisgado”, a tarefa agora é de mantê-lo, deve atrair o leitor mostrando que aquilo que ele lerá realmente
por isso a promessa é tão importante. A promessa é um compro- terá algum impacto na vida dele;
misso que se vai estabelecer com o leitor.
Em outras palavras, é preciso que se mostre para o consumidor Ultra específico
que o texto vai oferecer alguma resposta para ele, que está atrela- Quanto mais específico é um conteúdo, mais útil ele é. E quan-
da ao questionamento feito no gancho. Ao fazer essa promessa, se to mais útil, mais atraente ele se torna.
demonstra segurança de que a pergunta será respondida e cabe ao Pode-se ser mais específico fornecendo mais detalhes para os
escritor entregar, no decorrer do texto, o que foi prometido. leitores, por exemplo, mostrando números que trarão dados reais,
detalhados e específicos sobre determinado assunto.
→ Persona
Para um texto eficaz, é crucial saber quem é o leitor, ou seja, sa- → Call-to-action ou Chamada para Ação
ber quem é o cliente, quais suas necessidades e principais caracte- Um convite ao leitor, uma chamada para ação ou, como é nor-
rísticas. A persona é a representação do cliente e ajuda a identificar malmente chamado, call-to-action (CTA), tem como principal obje-
o perfil das pessoas que interagem com o negócio. tivo, fazer o leitor tomar uma decisão. Um call-to-action poderoso é
formado pelos seguintes tópicos:
Contexto: o CTA deve estar incluído no contexto do copywri-
ting;
23 https://pocketbook4you.com/pt/read/copywriting

343
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
Especificidade: ser específico pode ajudar a despertar o inte- Prova Social
resse do leitor; Gatilho utilizado no início de uma abordagem ou da jornada
Verbos: utilizar verbos no imperativo (exemplo: clique no link) do cliente. Exemplos: “Hoje contamos com 189 clientes do seu seg-
ou no infinitivo (exemplo: clicar no link), para induzir e estimular o mento, todos colhendo ótimos resultados”; “Temos 1.950 usuários
leitor a realizar a ação; ativos na nossa base atualmente”;
Escassez: a escassez pode ser um bom recurso a ser utilizado
para dar senso de urgência ao cliente e fazê-lo realizar a ação. Ancoragem e Ajustamento
Existem ainda algumas Técnicas Simples e Eficazes ou Overview, Gatilho utilizado em negociações e apresentações de proposta.
utilizadas no texto, que apesar de aparentarem serem simples, são Exemplos: “Eu tenho 3 opções de contratação para esse serviço.
táticas que trazem grande retorno. Vejamos: Uma no valor de R$ 2.500, e outras duas nos valores de R$ 2.000 e
R$ 1.000”; “Estamos com uma promoção com 50% de desconto. O
O Uso do “Você” valor passa de 2.000 para apenas 1.000”.
No contexto do copywriting, conexão é essencial. E na língua
portuguesa, uma das melhores formas de fazer isso é através de um — Inbound marketing
pronome pessoal de tratamento: “você”. O termo Inbound Marketing significa marketing de atração, e
Quando se utiliza esse termo, se consegue criar essa conexão consiste em um conjunto de estratégias que visa atrair voluntaria-
com o leitor e fazer com que a mensagem seja melhor entendida mente os consumidores para o site de uma empresa. Ao contrário
por ele. do marketing tradicional, baseia-se no relacionamento com o con-
sumidor em vez de propagandas e interrupções25.
Storytelling A principal diferença entre o marketing tradicional, também
Storytelling é uma forma de arte muito antiga e uma valiosa chamado de Outbound Marketing, e o Inbound é que, no segundo,
forma de expressão humana usada de diversas maneiras, que signi- quem procura a empresa é o cliente e não o contrário. Assim, são
fica contar histórias. Pessoas são movidas e conquistadas por histó- realizadas ações com o objetivo de atrair o potencial cliente para
rias bem contadas, principalmente aquelas que despertam gatilhos um blog ou site e, a partir dessa atração, é feito todo um trabalho
mentais nas pessoas. de relacionamento com essa pessoa.
Grandes marcas fazem uso desse artifício, como a Coca-Cola, Esse relacionamento é desempenhado por meio de conteúdo
por exemplo. personalizado e autoral. Esse conteúdo é uma forma de educar a
audiência e potenciais clientes sobre o segmento de sua empresa,
— Gatilhos mentais transformar a empresa em referência em determinado assunto re-
Gatilhos mentais são os estímulos que o cérebro humano re- lacionado a seu mercado e influenciar na decisão de compra de fu-
cebe para a tomada de decisão. Quando se trabalha com vendas, é turos clientes.
essencial ter consciência desses gatilhos e entender quais e de que Muitas pessoas acreditam que Inbound Marketing e Marke-
forma podem ser usados nos momentos-chave da negociação24. ting Digital são sinônimos, mas isso não é verdade, pois também é
Tomar decisões exige muito esforço, mesmo que não se perce- possível fazer Outbound Marketing nos meios digitais. Contudo, o
ba. Por causa disso, a mente adota “atalhos” na hora de fazer algu- Inbound Marketing utiliza-se das ferramentas de Marketing Digital
mas escolhas. Esses atalhos são chamados heurísticas, e envolvem (site, blog, mídias sociais, mecanismos de busca etc.) para colocar
o focar em apenas um aspecto de um problema complexo, ignoran- em prática as estratégias, e por isso os dois conceitos estão intima-
do todos os outros. mente relacionados.
As heurísticas interferem diretamente na tomada de decisão. Uma vez que o processo de compra está mudando cada vez
Os gatilhos mentais são implicações que ativam as heurísticas. É mais, o Inbound Marketing é uma estratégia cada vez mais impor-
como se, em determinado momento de uma negociação, se ativas- tante para atrair, converter e fidelizar clientes, sendo que reverte
se o pensamento rápido no interlocutor ao implicar algo. a lógica de as empresas irem atrás dos clientes, e faz com que os
Abaixo seguem alguns exemplos de gatilhos mentais: clientes procurem as empresas.
Em um contexto de Marketing Digital, onde as pessoas têm o
Escassez e Urgência poder de buscar e encontrar as informações que precisam, o In-
Gatilho utilizado quando houver necessidade de acelerar uma bound Marketing está cada vez mais presente no Marketing Digital.
negociação e gerar urgência. Exemplos: “Eu tenho disponível o Afinal, não basta reproduzir o modelo de marketing tradicional nos
meu melhor consultor técnico para uma reunião amanhã; depois, meios online; é preciso repensar a maneira como o cliente consome
só daqui a duas semanas”; “Eu tenho apenas duas máquinas desse na internet.
modelo no meu estoque, e tenho pelo menos 3 empresas interes- Sendo o principal objetivo do Inbound Marketing, a atração
sadas”; e fidelização de possíveis clientes para a empresa, é necessário se
utilizar uma metodologia que é o diferencial do Inbound. A seguir,
Autoridade serão explicados os passos desta metodologia:
Gatilho utilizado no início de uma abordagem ou da jornada do
cliente. Exemplos: “Nós promovemos um aumento de 3x no fatura- → Atrair
mento da empresa X com nosso método”; “Você está familiarizado O pilar inicial do Inbound Marketing é a atração, afinal, um site
com o conceito de growth hacking? Na empresa Y nós somos auto- sem visitas não gera Leads. Sem os Leads não há vendas e, por con-
ridade nesse assunto. Temos 10 publicações tratando do assunto; sequência, perde-se toda a razão para se trabalhar com essa estra-
tégia.
Assim, em vez de procurar pessoas que poderiam ter interesse
em determinado negócio/mercado, a empresa foca na construção
de algo digno de legítima atenção, e assim atrai pessoas que por es-
24 https://www.exactsales.com.br/academia-exact-blog/gatilhos-mentais-nas- 25 https://s3.amazonaws.com/rd-marketing-objects/ebook_guia-definitivo-
-vendas -marketing-digital/guia-definitivo-marketing-digital.pdf

344
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
pontânea vontade se interessaram pelo assunto. O resultado disso das vendas. Entre elas, pode-se citar: Lead Scoring (pontuação au-
é um público muito mais engajado e propenso a realmente consu- tomática de Leads com base em perfis e interesses); Inbound Sales
mir o produto. (vendas realizadas de dentro da própria empresa, uma vez que os
Existem muitas formas de fazer isso, como por exemplo: produ- vendedores utilizam tecnologias que dispensam o trabalho in loco,
zir conteúdo em blogs, otimizar esse conteúdo para os mecanismos o que reduz custos e dinamiza o processo); e CRM (em inglês, Cus-
de busca (o chamado SEO ou Search Engine Optimization), fazer tomer Relationship Manager, ou seja, softwares que são capazes
anúncios pagos desse conteúdo (links patrocinados) e divulgar esse de organizar, metrificar e guardar histórico de todas as negociações
conteúdo em redes sociais. feitas pelo vendedor, auxiliando no processo de venda).

→ Converter → Analisar
Em seguida, na etapa da conversão, os visitantes precisam vi- Por fim, entra-se na etapa de análise, que é extremamente im-
rar Leads para poderem avançar no processo de compra. Quando portante para o Inbound Marketing, já que permite avaliar quais
se fala em conversão, refere-se à ação do usuário de passar suas estratégias estão funcionando e quais não estão e comprovar ou
informações em troca de uma recompensa ou benefício, como uma não o retorno dos investimentos, tudo sendo confirmado com base
oferta de um material. em dados.
É por isso que não se deve apenas atrair visitantes para um As métricas devem ser “descascadas” como uma cebola, do
site, mas criar oportunidades de convertê-lo em Leads. Uma das mais geral (e estratégico) até a contribuição mais específica de cada
principais formas é oferecer conteúdos em Landing Pages, ou seja, detalhe (operacional). É possível monitorar cada ação que ocorre
páginas que são voltadas para a conversão. nas interações do público com os sites, posts e campanhas, o que
Geralmente, essas páginas não possuem muito mais do que torna o trabalho mais inteligente.
uma explicação do que é o material ofertado e as vantagens de ob- Além disso, todo o processo pode ser otimizado detectando-se
tê-lo, e o formulário que o visitante deve preencher para se tornar as taxas que estão abaixo do esperado para direcionar os esforços
um Lead. Entre as ofertas que se pode gerar para obter Leads, estão do time de marketing. Felizmente, toda essa capacidade analítica
as ofertas diretas (aquelas que estão mais diretamente voltadas à do marketing é amplamente suportada por algumas ferramentas
compra, como pedidos de orçamento, demonstração de software, disponíveis no mercado, como Web Analytics (sendo a mais conhe-
teste gratuito, entre outras); e as indiretas (geralmente focadas em cida e utilizada o Google Analytics) e softwares de gestão, relaciona-
estágios menos avançados da jornada de compra, ou seja, possuem mento e monitoramento de Leads, como o RD Station.
o objetivo de educar e resolver problemas específicos dos Leads.
Alguns formatos comuns de ofertas são eBooks, webinars, fer-
ramentas, etc.). ÉTICA E CONDUTA PROFISSIONAL EM VENDAS

→ Relacionar Ética
Pesquisas demonstram que nem todos os Leads gerados já es- Ética é uma palavra de origem grega “ethos”, que significa ca-
tão prontos para comprar. Por isso, é preciso continuar educando o ráter. A ética é a ciência que busca estudar a melhor forma de con-
Lead até que ele esteja pronto para a compra. vívio humano. No convívio social se faz necessário a obediência de
É aí que entra a etapa de relacionamento no Inbound Marke- certas normas que visam impedir conflitos e promover a paz social,
ting: através de algumas estratégias, identificam-se os estágios em essas são as normas éticas.
que se encontram os Leads e se faz com que eles avancem na jorna- Toda sociedade possui preceitos éticos e esses baseiam-se nos
da, ou seja, será acelerado o processo de compra. valores e princípios dessa mesma sociedade e influenciam a forma-
Uma das principais formas de se relacionar com os Leads é o ção do caráter individual do ser humano que nessa convive.
E-mail Marketing. É por meio dele que se continua oferecendo con- Tem-se como valores éticos aqueles sobre os quais o homem
teúdo cada vez mais avançado para o Lead, até que perceba que ele exerceu atividade intelectual. Ao estabelecer juízo de valores sobre
está maduro o suficiente para a compra. determinadas situações ou coisas o homem está atribuindo a esses
Mas para fazer com que o relacionamento ocorra de forma di- conceitos morais.
nâmica e não “esfrie”, é necessário automatizar o processo. Dessa
forma, se vai nutrindo os Leads com conteúdo de forma automáti- Ética Profissional
ca, sem precisar enviar e-mails de forma manual. A Ética profissional nada mais é do que proceder bem, correto,
Isso faz com que o processo ocorra mais rapidamente, aumen- justo, agir direito, sem prejudicar os outros, é estar tranquilo com a
tando as vendas, melhorando a retenção de clientes e diminuindo consciência pessoal dentro do ambiente de trabalho. É também agir
os custos de aquisição. de acordo com os valores morais de uma determinada sociedade.
A maioria das profissões possuem seu próprio Código de Ética. To-
→ Vender dos os códigos de ética profissionais, trazem em seu texto a maioria dos
No final das contas, todo o trabalho de geração e relaciona- seguintes princípios: honestidade no trabalho, lealdade na empresa, alto
mento com os Leads tem como objetivo gerar oportunidades de ne- nível de rendimento, respeito à dignidade humana, segredo profissional,
gócio para a uma empresa. Em alguns casos, o processo de vendas observação das normas administrativas da empresa e muitos outros.
acontece dentro do próprio website. Agir corretamente hoje não é só uma questão de consciência.
Em outros, é necessário o contato entre um vendedor e o po- É um dos quesitos fundamentais para quem quer ter uma carreira
tencial cliente. De maneira geral, quanto mais complexo o produto longa e respeitada.
(maior o seu ticket), mais o processo de vendas tem de ser algo Em escolhas aparentemente simples, muitas carreiras brilhan-
consultivo, concluindo o papel da nutrição de Leads de concretizar tes podem ser jogadas fora. Atualmente, mais do que nunca, a ati-
a venda. tude dos profissionais em relação às questões éticas pode ser a di-
Essa mudança de paradigmas, em que o Lead agora percorre ferença entre o seu sucesso e o seu fracasso.
parte da jornada de compra antes de entrar em contato com o ven- Ter um comportamento ético profissional é uma característica
dedor, traz diversas implicações que estão transformando o mundo fundamental, valorize a ética na sua vida e no ambiente de trabalho.

345
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
Ética e Conduta Profissional em Vendas • Falta de padronização no desempenho da prestação de ser-
Frequentemente dilemas éticos se apresentam no cotidiano da viços
tomada de decisões. Quando se trata da prestação de serviços, é Imagine esta situação: uma mulher vai ao salão de beleza e
bom lembrar que os recursos humanos são fundamentais, pois do a pessoa com quem habitualmente corta seu cabelo não trabalha
comprometimento das pessoas depende o sucesso do negócio26. mais lá. Contudo, um outro profissional é muito bem recomenda-
As próprias características dos serviços: a intangibilidade, a he- do e ela decide arriscar, tendo como resultado, um corte de cabelo
terogeneidade e a inseparabilidade, abrem espaço para que opor- desastroso.
tunidades antiéticas se manifestem colocando em prova o discerni- O que ela faz: corta mais ainda o cabelo? Usa um chapéu? Veja
mento dos profissionais deste setor. A intangibilidade diz respeito que um profissional oferece o mesmo serviço de maneira diferente
ao fato de o consumidor não poder ver nem tocar o serviço. de outro.
Isso dificulta sua avaliação sobre a qualidade do serviço entre- A falta de padrão implica um risco, portanto, a busca de infor-
gue, pois não consegue vê-lo, senti-lo, nem tocá-lo, portanto fica mações é imprescindível antes escolha do profissional;
difícil comparar o prometido com o entregue. A heterogeneidade
acontece porque diferentes pessoas estão envolvidas no atendi- • Prestação do serviço fora do ambiente físico com o qual
mento aos consumidores e, portanto, oferecendo serviços de ma- profissionais mantêm vínculo
neiras diferentes apesar do treinamento e do controle de qualidade. Utilizaremos a seguinte situação como exemplo: Alguém leva
Assim, cada uma destas pessoas vai oferecer o serviço de acor- seu computador para consertar em uma empresa especializada,
do com sua percepção sobre ele, considerando seus hábitos, sua onde o técnico que fez o orçamento do equipamento se oferece
cultura, a educação que trouxe da família, muito embora a empresa para fazer o serviço após o expediente, em sua residência, cobran-
ofereça treinamento buscando a padronização. A inseparabilidade do menos do que se fizesse pela empresa.
é a característica que indica a conexão entre o consumidor e o ser- Inicialmente, acredita-se que se beneficiará, pois pagará me-
viço cuja prestação ele presencia. nos. Porém, quando o técnico chega à sua casa, ele encontra outros
Observe que isso não ocorre com um produto, pois não se as- problemas no computador, sugere troca de novas peças e novas
siste à fabricação do produto que consome, mas se vê a prestação configurações.
do serviço que adquiriu: o conserto do carro, a manutenção do Em pouco tempo, a pessoa precisa chamá-lo novamente. Em
computador, o corte de cabelo, etc. geral, as empresas prestadoras de serviço têm um acordo ético com
seus funcionários para que isto não ocorra;
Condutas antiéticas em serviços
As características de serviços criam oportunidades para a con- • Variabilidade do desempenho
duta antiética das pessoas que trabalham neste setor. Abaixo se- A participação das pessoas que prestam serviços bem como do
guem algumas fontes que originam esta conduta antiética: próprio consumidor, fazem com que seja difícil sua a padronização
e o controle de qualidade. Por exemplo, em uma mesma oficina
• Reduzido número de atributos para que o consumidor ana- mecânica encontram-se profissionais com a mesma formação, ex-
lise periência e treinamento, mas que executam o mesmo serviço de
Num primeiro momento, os consumidores tomam a decisão diferentes maneiras e com disposição diferente;
de compra com base nas opiniões de pessoas de sua confiança ou
nas informações do vendedor. Quando se trata da ética na venda • Recompensas oferecidas aos funcionários com base no re-
pessoal, aborda-se exatamente este tema, já que o vendedor é a sultado e não na qualidade
pessoa em quem o consumidor deseja confiar para decidir pela Como exemplo, uma empresa de TV a cabo oferece bônus aos
compra; funcionários que atenderem maior número de chamados corre
o risco de perder a qualidade do serviço prestado, pois os profis-
• Especialização dos serviços sionais vão preferir atender rapidamente um consumidor para ter
Quando se procura um advogado, médico, dentista ou outros tempo de visitar outra residência. O nível de qualidade cai e, conse-
prestadores de serviços liberais, se acredita naquilo que eles pro- quentemente a satisfação do cliente também.
fissionais dizem. Assim, antes de fazer a escolha por este ou aque-
le profissional, buscam-se informações com pessoas de confiança • Necessidade da participação do consumidor no serviço pres-
para se certificar da idoneidade e credibilidade além da competên- tado
cia profissional; Imagine que uma pessoa está indo comprar um computador.
Para escolher o melhor equipamento, ela depende das orientações
• Tempo decorrido entre o serviço prestado e a avaliação do do vendedor.
consumidor Além disso, é preciso que ele a ensine a utilizar os benefícios
Imagine a seguinte situação: uma pessoa vai até a sua agência que este equipamento oferece. A pessoa vai para casa, mas tem
bancária e pede para seu gerente uma orientação sobre um inves- dúvidas e telefona.
timento mensal que complemente sua aposentadoria. Ela só vai sa- De maneira nenhuma o vendedor pode acreditar que uma vez
ber se o conselho do respectivo gerente foi bom quando utilizar o entregue o computador, a venda está concluída, pois ele depende
rendimento do investimento e não antes disso; das boas referências do cliente atendido para que efetue outras
vendas. Por outro lado, como o vendedor pode controlar a habilida-
de do consumidor em lidar com um computador?
Algumas pessoas têm mais facilidade, aprendem mais rápido.
Outras, precisam de mais dedicação e, neste caso, há mais proba-
bilidades de haver descontentamento se o vendedor não for muito
paciente.

26 http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/proeja/etica_rel_interp.pdf

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
cia, um bom vestuário, adequado ao tipo de público e à empresa
PADRÕES DE QUALIDADE NO ATENDIMENTO AOS em que se trabalha, bem como boa higiene pessoal (cuidados com
CLIENTES cabelos, barba, maquiagem, unhas, hálito etc) são imprescindíveis
para causar uma boa primeira impressão.
Quando se trabalha com pessoas, é preciso ter em mente al- O nome próprio, as credenciais e demais informações passadas
guns comportamentos e requisitos importantes não apenas para pelo público são importantes, mas não passam de meras formalida-
comunicar uma mensagem ao seu público, mas também para me- des se não acompanhadas de cortesia, empatia e interesse mútuo.
diar, facilitar, agilizar e impactar positivamente a forma como este Aprender o nome do outro, sorrir, ser simpático e cordial durante
recebe a mensagem através de seu emissor. uma apresentação entusiasmada é valoroso e pode conquistar o
Muitos fatores impactam a vida de pessoas no atendimento ao público antes mesmo da mensagem principal ser veiculada, o que
ciente, as experiências ruins podem perpetuar a má reputação de diz muito sobre a percepção humana sobre o outro. Tratar as pes-
uma corporação, mas um bom atendimento atrai e encanta, facili- soas com respeito é básico, mas pode se fazer necessário adequar
tando relacionamentos e auxiliando todo e qualquer empreendi- à sua linguagem para não confundir ou gerar mal entendidos que
mento. possam ser confundidos com ofensas ou depreciações; dependen-
Todo tipo de interação deve ser pensada e devidamente estu- do do ambiente, gírias e expressões mais informais não cabem, em
dada, antes mesmo de iniciar um primeiro contato com o público, outros, porém, um linguajar mais informal aproxima o indivíduo de
pois pequenos detalhes fazem a diferença, desde a forma como o seu público.
colaborador se porta, sua aparência física, sua dicção e comunica- De todo modo, apresentar-se tem a ver com mais do que ape-
ção não-verbal até a sua atenção e cortesia, a objetividade de sua nas o “olá” inicial. Vai além do aperto de mão, que deve ser firme e
mensagem e a empatia para com o outro. confiante. Vai além do sorriso e de uma boa aparência. Diz respeito
a importar-se com o outro a ponto de ser sua melhor versão e es-
Comunicabilidade tar em seu melhor estado. Um outro fator de extrema importância
Comunicamos mensagens todos os dias, a todo momento aos é a pontualidade, ao chegar com antecedência, você se apresenta
que estão ao redor. Seja através das expressões faciais, dos gestos, como um indivíduo comprometido e sério que se importa com o
de palavras ou de sons. Estas mensagens podem ser emitidas e tempo disponibilizado pelo outro para ouvi-lo.
transmitidas de maneira intencional ou não-intencional, pois é algo
que realizamos naturalmente todos os dias. Pense da seguinte for- Atenção
ma: se alguém está de testa franzida e sobrancelhas arqueadas, de Ser atento está ligado a ter olhos para os detalhes e ter ouvidos
expressão séria e áspera, a mensagem que o indivíduo transmite, abertos para o outro. Prestar atenção no que o outro diz, oferecer
ainda que de forma não verbal, assemelha-se às emoções as quais ajuda, observar a forma como o público se comunica ou reage dian-
correlacionamos àquela expressão facial, raiva, tristeza, preocupa- te do que você propõe é primordial para estabelecer relação e até
ção, entre outras do mesmo gênero. Por outro lado, estamos o tem- relacionamento com ele. Um atendente sempre fica em evidencia e
po todo expressando e comunicando mensagens verbais àqueles os olhos ou ouvidos se voltam para ele quase que completamente
com quem convivemos de forma natural e cotidiana. durante seu trabalho. Sendo assim, olhar nos olhos e demonstrar
A comunicabilidade, porém, diz respeito a uma qualidade co- interesse no público, colocando-se em seu lugar e fazendo com que
municável, à facilidade de se expressar e transmitir uma mensagem ele perceba que ele está sendo compreendido, são técnicas que
clara, a fim de que o receptor dela a compreenda. Pode ser entendi- ajudam o próprio colaborador ou atendente a identificar o que seu
do como uma otimização do ato de comunicar em que a mensagem público espera, deseja, sente e se ele está ou não aberto ao que se
em questão é realizada de maneira eficaz, correta e rápida. está comunicando.
A forma como as palavras são dispostas em uma frase, a ento- Uma boa comunicação é feita quando emissor e receptor da
nação usada, a dicção, a pronúncia das palavras e até o pouco co- mensagem invertem papéis em diversos momentos, tomando um
nhecimento de um idioma podem prejudicar a formulação de uma o lugar do outro diante da prática comunicativa. No entanto, duran-
mensagem, que dirá a compreensão desta uma vez que é comuni- te o atendimento ao público, é possível que uma parte seja muito
cada ao público. Um claro exemplo disto é a comunicação entre um mais ativa que a outra neste processo. É, porém dever do atendente
falante básico ou intermediário de espanhol ou inglês em relação à mediar esta situação e tomar posição de falante ativo, quando ne-
um falante nativo; é provável que o primeiro vá encontrar dificulda- cessário, mas recuando para ser um bom ouvinte das necessidades
de de se comunicar com o segundo não apenas por não dominar a do cliente, em outros momentos, a fim de ser um bom solucionador
língua, mas por não saber como transmitir a mensagem adequada- de problemas. Estar atento ao andamento da conversa é de suma
mente. O mesmo acontece com o próprio português quando não importância.
usado de maneira adequada.
Seja na comunicação oral (fala), na comunicação escrita (tex- Cortesia
tos, e-mails, chats) ou em termos de comunicação acessível (comu- A cortesia é um atributo de todo homem ou mulher civiliza-
nicação adequada para surdos, mudos, deficientes etc), a efetiva do. E quanto ao termo civilizado, este não se propõe aqui como
comunicabilidade de uma mensagem estabelece laços com o públi- um contraponto ao selvagem, pois até mesmo animais selvagens
co, o qual se importa com transparência e veracidade das informa- sabem agir de forma cortês, mas sim à ideia da educação não es-
ções, bem como a clareza e concisão do que recebe. colar, ligada aos bons modos e à forma de se portar. A polidez no
trato, nas palavras e na maneira de pronunciar palavras e opiniões,
Apresentação a amabilidade e a compreensão são adjetivos que qualificam um
Antes mesmo de apresentar-se diante do público, o indivíduo excelente profissional.
deve se preparar. Uma presença marcante pode ter impactos ex- Atender o público não é fácil; ouvem-se mil e uma histórias de
tremamente positivos na comunicação com possíveis clientes e clientes rudes, grosseiros e hostis que fazem funcionários saírem
colaboradores. A postura física, um corpo ereto, diz muito sobre chorando diante de tamanha grosseria ou até chorando por conta
sua própria autoestima e confiança, o que influencia diretamente da pressão que pode existir neste trabalho. Deve-se, porém, ter em
na imagem da empresa a qual você representa. Uma boa aparên- mente que ainda que o outro lado, o lado do público, não se porte

347
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
de uma maneira adequada, o colaborador reflete a imagem da em- cam e expressam suas necessidades. Ter em mente que as diferen-
presa e é responsável por parte de sua credibilidade. Ao ser cortês, ças não são impedimentos para realizar uma comunicação efetiva é
prestativo, educado e gentil, o indivíduo se coloca em uma posição o primeiro passo para se tornar um ser humano e um profissional
sublime que transpassa confiança capaz de rebater e constranger tolerante e respeitoso.
emissores de grosserias e rudezas. Gentiliza gera gentileza. Ainda que seja difícil se controlar diante de uma afirmação
equivocada por parte do cliente, deve-se ter em mente que para
Interesse ele esta pode ser a verdade e que não se deve perder a paciên-
Atrelado à atenção, o interesse é expresso durante a comuni- cia, muito menos agir de forma grosseira ao corrigi-lo ou indicar
cação com o público. Um dos elementos cruciais a se atentar em outras opções e alternativas, mas aceitar a realidade. Em muitas
questão de interesse são as expressões faciais, elas demonstram empresas, adota-se o lema “eu entendo” entre os atendentes como
nossas emoções internas de modo involuntário e podem denunciar um exercício de empatia no atendimento, pois muitas vezes não é
uma atitude falsa ou errônea. Enquanto suas palavras dizem “claro, possível compreender muito bem o cliente, mas é possível agir com
você está certo, isto é super importante”, uma expressão facial ou tolerância e aceitar o que o outro diz em prol da paz, evitando con-
postura que claramente indicam descaso e desinteresse podem de- flitos desnecessários onde eles se veem iminentes.
nunciá-lo e colocar em jogo a confiabilidade da empresa, deixando
o cliente inseguro diante de suas necessidades, fazendo inclusive Discrição
com que ele se questione sobre a importância do que fala ou so- Diante das informações trocadas ali entre cliente e atendente,
bre o interesse da empresa diante de seu problema, contestação ou deve haver respeito. Por vezes, não se deve expor todos os proce-
descontentamento. dimentos da empresa ao cliente, pois existem processos que são
O interesse demonstrado pelo cliente não deve vir apenas sigilosos, restritos aos funcionários e aos colaboradores. Do lado
quando a empresa ou os colaboradores são cobertos de elogios, do público, por sua vez, também existem informações e dados dos
mas em momentos de críticas também. As críticas e reclamações clientes que devem ser sigilados ou resguardados, estabelecendo
são importantes para a evolução da empresa como um todo. De- uma relação de confiança entre empresa e cliente, sendo o aten-
monstrar verdadeiro interesse e de fato atentar-se ao público é um dente o mediador desta relação.
desafio que vale a pena. Não basta conhecer um produto ou um
serviço para realizar um bom atendimento, mas demonstrar inte- Conduta
resse no que seu público precisa e deseja. Conduta se refere ao modo de agir, ao comportamento de um
indivíduo. A maneira como o ser humano se porta, vive e age no tra-
Presteza balho deve ser adequada às normas, valores e ideias da empresa.
Ser proativo e prestativo ao realizar um serviço, ainda mais Se uma empresa espera que seus funcionários sejam pontuais e o
quando se trata de seres humanos, é uma qualidade louvável. Tem- funcionário se atrasa para o trabalho todos os dias, sua conduta não
pos de espera muito longos em salas de bate-papo, chats, telefone- está adequada ao que a empresa espera dele.
mas ou mesmo pessoalmente podem cansar o cliente e passar uma A conduta de um colaborador, de um atendente, age como o
má impressão de descaso. Servir café, chá, água, indicar e oferecer espelho da própria empresa, pois ele carrega a imagem física real
comodidades dos espaços disponíveis, como banheiros, lavadou- de uma marca, um nome ou um serviço, estes não possuem um
ros, cantinas, entre outros, podem fazer com que o cliente se sinta à rosto, nem emoções, nem comportamentos, mas o funcionário sim
vontade e veja a forma ativa como o atendente se preta à atende-lo. e por isso ele representa a instituição em que trabalha. O cliente
pode não fazer distinção entre uma má postura de um único funcio-
Eficiência nário e de toda a empresa, o que pode manchar a sua reputação e
Trabalhar com eficiência significa ser capaz, competente, pro- fazer com que ela perca clientes diante da sua falta de credibilidade,
dutivo e conseguir bons resultados ou rendimentos de acordo com tudo isso pois seu colaborador não se portou adequadamente, não
o esperado, possivelmente ultrapassando as expectativas. Para ex- agiu de maneira correta, com boas intenções, com ética e de forma
ceder no atendimento ao público é necessário ser eficiente, ser prá- respeitosa.
tico na hora de comunicar e transmitir as informações, mas paciente
o suficiente a ponto de deixar o público confortável e tranquilo, sa- Objetividade
bendo que está em boas mãos e pode se expressar honestamente. Para a comunicação entre duas partes ser feita de forma efetiva
A capacidade de atender e satisfazer muitos clientes é também é preciso que ela seja clara e objetiva. Objetividade diz respeito a
uma qualidade de quem trabalha com eficiência. Realizar uma ta- comunicar de tal modo que se atinja um alvo, sem rodeios. Esta é
refa com o menor número de recursos possíveis no menor inter- uma característica que deve estar presente durante o atendimento
valo de tempo, com o menor índice de investimento ou dinheiro é ao cliente pois guia a comunicação em direção a um objetivo.
eficiência ao máximo. Nem sempre é possível ticar todas as caixas Pense em um cliente que tem alguma insatisfação em relação
e ser cem por cento eficiente, isso por causa da inexperiência do à um produto vendido por uma empresa. Este cliente, ao ligar para
profissional ou porque cada caso é único e complexo e o público um SAC (serviço de atendimento ao cliente), por exemplo, deseja
vai se modificando, entretanto, quando se combina, conhecimento, expressar a sua insatisfação à empresa não para desabafar seu des-
preparo e experiências as chances de se realizar um atendimento contentamento de forma gratuita, mas a fim de a empresa possa
eficiente e ágil são muito maiores. intervir, compreendendo sua função como solucionadora de pro-
blemas, tendo em mente a necessidade de manter laços entre a
Tolerância empresa e o consumidor em prol de suas vendas, de sua reputação
A capacidade de tolerância de um atendente irá dizer muito a e seu sucesso.
respeito de sua profissionalidade e sua aptidão em exercer a função Neste exemplo, o atendente, por sua vez, deve ter objetividade
a que foi designado. Nem sempre é fácil lidar com outras pessoas, enquanto comunica ao público as opções existentes e a disposição
opiniões diferentes, insatisfações, problemas pessoais, tempera- da empresa a qual representa em solucionar a questão, de modo
mento, entre outros aspectos perfeitamente naturais e humanos que não restem dúvidas por parte do cliente, sem deixar nenhuma
do cotidiano podem interferir na forma como as pessoas se comuni- mensagem ambígua, o que pode gerar um grande mal-entendido,

348
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
prejudicial para todas as partes. Quantas vezes não ouvimos falar → Redes Sociais
de informações erradas ou mal expressadas por parte de atenden- Estar presente nelas é quase uma obrigação, mas adotá-las
tes que prejudicaram empresas inteiras? Este tipo de ocorrência como canais de vendas foi novidade para muitos empreendedores
não deve acontecer de forma alguma, pois coloca em risco todo um em 2020. A maior parte delas passou a oferecer recursos de exposi-
grupo de profissionais. ção, relacionamento e até mesmo para concretizar vendas.
As principais ainda continuam sendo Facebook, Instagram,
Youtube e Whatsapp. Mas uma nova rede vem ganhando cada vez
UTILIZAÇÃO DE CANAIS REMOTOS PARA VENDAS mais espaço, especialmente, entre os mais jovens, que o Tik Tok.
Essa talvez seja a melhor combinação: estar presente em todos
Embora a Pandemia do COVID-19 ainda esteja ocasionando os momentos do consumidor. Foi possível notar que a integração
uma grande reviravolta nos mercados, algumas novidades que ela entre canais físicos e digitais chamaram muito atenção e aprimora-
trouxe foram desafiadoras, porém, se mostram como oportunida- ram a experiência de consumo.
des a serem aproveitadas. A comercialização, por exemplo, se mos- Alguns exemplos interessantes foram: drive thru (comprar e
trou ainda mais dinâmica por conta da forma de vender e entregar retirar sem sair do próprio carro), delivery (compra por aplicativo
produtos e serviços de forma remota27. ou telefone com recebimento no endereço informado) e o clique
Canais de Vendas são meios que os negócios utilizam para co- e retire (compra através de loja virtual ou aplicativo e retirada em
mercializar e entregar seus produtos e serviços aos clientes. São algum ponto físico).
muitas as possibilidades, mas algumas das mais conhecidas são:
loja física e virtual, quiosque em centro comercial, telefone, correio,
distribuidores, franquias, marketplaces, aplicativos, entre outros. COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR E SUA RELAÇÃO
De forma geral, os canais remotos (à distância) foram os prin- COM VENDAS E NEGOCIAÇÃO
cipais protagonistas, que se destacaram com a Pandemia do CO-
VID-19. De fato, contar com a facilidade, flexibilidade e segurança Observa-se a tamanha importância do comportamento do con-
foi essencial para os consumidores experimentarem e adotarem sumidor ao se concluir que é o mesmo que determina a decisão de
alguns deles. compra de um cliente. E para que se atenda alguma necessidade
Em especial, destacaram-se: específica dos clientes, é necessário que se entenda corretamente
qual é essa necessidade.
→ Marketplaces Faz-se necessário se conhecer a fundo o que quer o público,
Os Marketplaces podem ser considerados grandes shoppings quais são suas aspirações, seus desejos, seus valores; em suma,
virtuais pois reúnem diversos fornecedores e os conectam direta- precisa se ter uma ideia bem precisa do comportamento do con-
mente com seus clientes. De formal geral, um marketplace reúne sumidor. Porém, sabe-se que essa é uma tarefa que, nos tempos
diferentes tipos de produtos e serviços com o objetivo de atingir o atuais, de mudanças sociais, econômicas, culturais e tecnológicas que
maior número de clientes possíveis. ocorrem numa velocidade vertiginosa, vira um grande desafio, visto
Alguns dos mais conhecidos no Brasil são: Magazine Luiza, que aquilo que funcionava ontem talvez já não seja efetivo hoje.
Mercado Livre, Americanas, Netshoes, entre outros. Porém, exis- Mas felizmente também existem vários recursos que podem
tem também marketplaces especializados em determinados seg- auxiliar a acompanhar de perto o comportamento do consumidor.
mentos, por exemplo: Elo 7 (produtos artesanais), Helpie e Get Nin- Na atualidade é de extrema relevância conhecer, estudar e moni-
jas (serviços gerais); torar constantemente o comportamento dos consumidores, pois,
com essa preocupação, os profissionais de marketing e gestores
→ Whatsapp empresariais podem detectar oportunidades e ameaças aos seus
Não se pode negar que esse aplicativo tornou a comunicação negócios com a possível insatisfação ou recusa de seus clientes28.
entre pessoas muito mais fácil, veloz e versátil. Se antes mesmo da Na análise detalhada dos diversos comportamentos dos con-
Pandemia, o aplicativo de mensagens já era massivamente utiliza- sumidores, é possível visar as melhores estratégias de lançamento de
do, por conta do distanciamento social e medidas de restrição ao um produto ou a melhor forma de atacar na divulgação de um serviço,
atendimento presencial, estimularam ainda mais seu uso. para que com isso, aconteça a relação que dar sentido ao trabalho dos
Além das próprias mensagens, o aplicativo oferece recursos profissionais da área de marketing, que dispõe da troca entre empresa
como chamada de voz, vídeo (individualmente ou em grupo), ver- e cliente, de forma a satisfazer as necessidades de ambos. O intuito
são para negócios, envio de arquivos, mensagens automáticas, principal é ter clientes envolvidos com o que se oferta.
catálogo de produtos, entre tantas outras, inovando ainda mais, Clientes envolvidos são menos sensíveis as variações dos pre-
recentemente, com a possiblidade de realização de pagamentos ços, pois são consumidores que já conhecem o produto ou serviço
através dele; da empresa, sendo assim, de forma hipotética, se a organização au-
mentar o preço do produto que eles compram, por já conhecerem
→ Lojas Virtuais esses produtos, estes consumidores envolvidos terão mais chances
Muitas desenvolvedoras de plataformas criaram opções dire- de aceitar esse novo preço ofertado. Diferentemente de clientes
cionadas para pequenos negócios, com os principais serviços (ca- que estão em contato pela primeira vez com o mesmo produto que
dastro de produtos, preços, transação financeira, entre outros), por não conhecer, será mais sensível a essa variação de preço.
porém com preços mais acessíveis. Ter uma loja virtual própria se A análise do comportamento do consumidor é a investigação
tornou ainda mais possível para empreendedores de pequenas em- detalhada do processo vivido pelos consumidores no momento em
presas; que decidem empregar ou não recursos disponíveis na aquisição de
itens. É o estudo das motivações que levam as pessoas a consumir
27 https://sebraeseunegocio.com.br/wp-content/uploads/
um produto ou um serviço.
ebook_canais_de_vendas_v1.pdf?utm_campaign=Inbound+Mk-
t+2021&utm_content=E-book+Canais+de+Venda+2020+%281%29&utm_ 28 Carmen Beatriz Miranda Portela. O Marketing e o Comportamento do
medium=email&utm_source=EmailMarketing&utm_term=Inbound+Mkt+2021_ Consumidor. PUC/SP – MBA EM MARKETING. Comportamento do consumidor:
MEI_Os+Canais+de+Vendas+que+se+Consagraram+em+2020 entendê-lo bem significa entregar melhor, 2015.

349
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
Em teoria, a análise leva em conta elementos da psicologia, da → Fator Psicológico
sociologia, da economia e da antropologia social para tentar enten- O entendimento do comportamento humano se faz através do
der o processo de tomada de decisão do comprador, seja individual- diagnóstico de suas necessidades, visto que todo o processo de toma-
mente, seja em grupo. Esta análise costuma ser realizada por meio da de decisão baseia-se na percepção das necessidades satisfeitas. As
da observação de três questões mais centrais, vejamos: necessidades psicológicas surgem de estados de tensão psicológicos,
como necessidades de reconhecimento, valor ou integração.
→ Fator Cultural Uma necessidade passa a ser um motivo quando alcança um
Considera-se a cultura como a acumulação de significados, determinado nível de intensidade. Um motivo é uma necessidade
rituais, normas e tradições compartilhadas entre os membros de que é suficientemente importante para levar a pessoa a agir, a ma-
uma organização; é a lente através das quais as pessoas enxergam neira como ela age é influenciada pela percepção que ela tem da
os produtos. O convívio cultural é visto como a personalidade de situação.
uma sociedade evidenciando e assimilando aprendizados, valores
percepções e preferências de uma organização ou sociedade. → Motivação
Nela inclui-se grupos com seus próprios modos de compor- A motivação é uma força interior que se modifica a cada mo-
tamento, e classe social, que são pessoas com valores, interesses mento durante toda a vida, onde direciona e intensifica os objetivos
e comportamentos similares. Assim, um entendimento das várias de um indivíduo. Dessa forma, quando se diz que a motivação é
culturas, de uma sociedade, ajuda os profissionais de marketing a algo interior, ou seja, que está dentro de cada pessoa de forma par-
prever a aceitação dos seus produtos/serviços pelo consumidor. ticular, erra-se em dizer que alguém nos motiva ou desmotiva, pois
Os valores culturais são intensos, portanto, através de uma ninguém é capaz de fazê-lo.
compreensão cultural pode-se melhorar a eficácia das vendas e a Existem pessoas que pregam a automotivação, mas tal termo é
ascensão de produtos ao mercado. Assim sendo, os profissionais erroneamente empregado, já que a motivação é uma força intrínse-
de marketing têm maior probabilidade de sucesso quando agradam ca, ou seja, interior. O homem se motiva quando suas necessidades
aos valores culturais de grupos. são todas supridas de forma hierárquica.
As necessidades básicas devem ser saciadas primeiro, no alicer-
→ Fator Social ce das necessidades antes de subir ao nível mais alto como a autor-
Determinados fatores como os grupos de referência, família, realização. Segundo a Pirâmide de Maslow, as pessoas necessitam
amigos, papéis sociais e status exercem alto grau de influência sobre preencher um degrau de cada vez, porém, cada indivíduo pode sen-
as pessoas. Do ponto de vista de marketing os grupos de referência tir necessidades acima das que está executando ou abaixo, o que
servem como marco para atitudes ou comportamentos específicos quer dizer que o processo não é engessado, e sim flexível.
para indivíduos nas compras ou decisões de compra, permitindo Maslow entendia a motivação humana como uma pirâmide
que pessoas ou grupos sirvam como ponto de comparação. hierárquica de cinco necessidades:
Uma das principais variáveis dos fatores sociais são os grupos 1. Necessidades básicas: na base da pirâmide se encontram as
de referência e os mesmos se dividem em primários (família, ami- necessidades fundamentais, aquelas que são necessárias para a so-
gos, vizinhos e colegas de trabalho), secundários (grupos religiosos brevivência, como comer, dormir ou respirar;
e profissionais de classe), aspiração (grupos onde a pessoa espera 2. Necessidades de segurança: no 2° degrau estão as neces-
pertencer) e dissociação (grupos com valores ou comportamentos sidades de estabilidade. Como por exemplo, se almejar uma vida
que a pessoa rejeita). Dentre os grupos de referência, salienta-se estável, um emprego, uma casa segura, um plano de saúde, etc.;
que talvez o grupo familiar seja o mais importante determinante de 3. Necessidades afetivas: no próximo degrau da pirâmide está
comportamento do consumidor, devido à estreita e contínua inte- a necessidade de aceitação. Deseja-se ser amado e acolhido, an-
ração entre os seus membros. seia-se por fazer parte de um grupo ou equipe, de ter amigos ou
Uma pessoa participa de muitos grupos e a posição dessa pes- alguém especial ao lado.
soa em cada grupo pode ser definida em termos de papéis e status. 4. Necessidade de autoestima: no 4° degrau está a necessida-
Dependendo da atividade que uma pessoa possui ou desenvolva de de reconhecimento pelo que se faz;
ela possui mais status que outras, sendo assim as pessoas escolhem 5. Necessidades de autorrealização: no topo da pirâmide se
produtos que comunicam seus papéis e status na sociedade. encontra aquilo que se busca ter ou realizar.

→ Fator Pessoal Tomando a motivação para o âmbito da influência no ato da


As necessidades dos consumidores e a capacidade de satisfazer compra, vê-se que, para que o processo de compra aconteça com
essas necessidades mudam de acordo com as influências, mas a pe- melhor precisão é preciso que o consumidor esteja motivado a
sar de suas limitações, o ciclo de vida pessoal é um ponto de partida comprar ou que a compra lhe traga essa motivação.
útil para identificar de que maneira as necessidades mudam, para
assim, utilizar disso como boas influências no processo de compra. Influência na Compra
Cada consumidor reage de forma distinta sob estímulos idênticos. Uma pessoa motivada está pronta para agir. A maneira como
A estrutura do conhecimento opinião ou crença, acerca do am- uma pessoa motivada realmente age é influenciada pela percepção
biente e de si próprios, leva os consumidores a agir cada um de que ela tem da situação.
maneira desigual. Pessoas originárias da mesma subcultura, classe Percepção é o processo por meio do qual alguém seleciona,
social e ocupação podem ter diferentes estilos de vida, portanto, ti- organiza e interpreta as informações recebidas para criar uma ima-
pos de consumos diferentes. Ao profissional de marketing, exige-se, gem significativa do mundo. A percepção depende não apenas de
está atento as características de seus clientes para assertividade no estímulos físicos, mas também da relação desses estímulos com o
ataque dos mesmos. ambiente e das condições internas da pessoa.

350
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
No Marketing, as percepções são mais importantes do que a Para transmitir mensagens, os profissionais de marketing pre-
realidade, visto que é a percepção que de fato influencia o compor- cisam codificar suas mensagens levando em consideração o modo
tamento de compra do consumidor. As pessoas podem ter diferen- como o público-alvo as decodifica. Precisam também as transmi-
tes percepções do mesmo objeto devido a três processos: atenção tir por meio de veículos de comunicação eficazes que alcancem o
seletiva, distorção seletiva e retenção seletiva. público-alvo e desenvolver canais de feedback para monitorar a
Estima-se que uma pessoa é exposta em média a mais de 1.500 resposta.
anúncios ou comunicações de marca por dia, como não é possível A resposta do consumidor a uma comunicação pode quase
prestar atenção em todos, a maioria dos estímulos é filtrada, que sempre ser configurada seguindo uma hierarquia de respostas e a
é o processo chamado atenção seletiva. Mesmo os estímulos que sequência: aprender, sentir e agir.
chamam a atenção nem sempre atuam da forma como os emisso- Os modelos do processo de comunicação servem para dina-
res da mensagem esperam. mizar os fatores de comunicação de forma eficaz, fazendo com
A distorção seletiva é a tendência que se tem de transformar a que as empresas consigam identificar a melhor forma de com-
informação em significados pessoais e interpretá-la de modo que preender as necessidades do consumidor. A ampla gama de ferra-
se adapte aos prejulgamentos. As pessoas esquecem muito do que mentas de comunicação, mensagens e públicos torna obrigatório
veem, mas tendem a reter informações que confirmam suas cren- que as empresas se encaminhem para uma comunicação integra-
ças e atitudes. da de marketing.
Por causa da retenção seletiva, todos são propensos a lembrar É preciso adotar a visão do consumidor para compreender
os pontos positivos mencionados a respeito de um produto de que plenamente todas as diferentes formas pelas quais a comunicação
gosta e a esquecer os pontos positivos expostos a respeito de pro- pode influenciar seu comportamento cotidiano, e consequente-
dutos concorrentes. mente obter o resultado planejado desde o início do processo de
divulgação do produto e/ou serviço.
O Processo de Decisão de Compra
Esse processo psicológico básico é de grande ajuda para en-
tender como os consumidores tomam suas decisões de compra. POLÍTICA DE RELACIONAMENTO COM O CLIENTE:
Estudiosos do marketing desenvolvem um modelo de etapas para RESOLUÇÃO Nº 4.949, DE 30 DE SETEMBRO DE 2021
o processo de decisão de compra, onde o consumidor passa pelas
cinco etapas elencadas abaixo: RESOLUÇÃO CMN Nº 4.949, DE 30 DE SETEMBRO DE 2021
• Reconhecimento do Problema: o processo de compra come-
ça quando o comprador reconhece um problema ou uma necessi- Dispõe sobre princípios e procedimentos a serem adotados
dade. A necessidade pode ser provocada por estímulos internos ou no relacionamento com clientes e usuários de produtos e de ser-
externos; viços.
• Busca de Informações: o consumidor interessado tende a
buscar mais informações. Podendo distinguir entre dois níveis de O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595,
interesse, o de busca moderada ou de grande interesse; de 31 de dezembro de 1964, torna público que o Conselho Monetá-
• Avaliação de Alternativas: com base nas informações coleta- rio Nacional, em sessão realizada em 30 de setembro de 2021, com
das, os consumidores identificam e avaliam maneiras de satisfazer base nos arts. 4º, inciso VIII, da referida Lei, 7º e 23, alínea “a”, da
suas necessidades e desejos; Lei nº 6.099, de 12 de setembro de 1974, e 1º, § 1º, da Lei Comple-
• Decisão de Compra: depois de considerar as opções pos- mentar nº 130, de 17 de abril de 2009, resolveu:
síveis, os consumidores podem fazer uma compra. Essa etapa de
decisão de compra inclui decidir fazer ou não a compra e, no pri- CAPÍTULO I
meiro caso, o que, onde, quando comprar e como pagar; DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO
• Comportamento Pós-Compra: depois de adquirir o produto,
os consumidores avaliam formal e informalmente o resultado da Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre princípios e procedimentos
compra. Em particular, eles consideram se ficaram satisfeitos com a serem adotados no relacionamento com clientes e usuários de
a experiência de compra e com o bem ou serviço que adquiriram. produtos e de serviços pelas instituições financeiras e demais insti-
tuições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.
A tentativa de entender o comportamento de compra recebe § 1º O disposto nesta Resolução não se aplica às administrado-
vários nomes: mapeamento do sistema de consumo, do ciclo de ras de consórcio e às instituições de pagamento, que devem seguir
atividade do cliente ou do cenário do cliente. Entender o compor- as normas editadas pelo Banco Central do Brasil no exercício de sua
tamento do comprador em cada etapa, assim como as influências competência legal.
que ele recebe é a obrigação do profissional de marketing. § 2º Para efeito desta Resolução, o relacionamento com clien-
Ver as atitudes dos outros, os fatores situacionais imprevistos tes e usuários abrange as fases de pré-contratação, de contratação
e o risco percebido podem afetar a decisão de compra, bem como e de pós-contratação de produtos e de serviços.
os níveis de satisfação pós-compra e as ações pós compra por par-
te da empresa. CAPÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS
Comportamento do consumidor e a comunicação do Marke-
ting Art. 2º As instituições de que trata o art. 1º, no relacionamento
O profissional de marketing deve compreender os elementos com clientes e usuários de produtos e de serviços, devem conduzir
fundamentais da comunicação eficaz. O processo de comunica- suas atividades com observância de princípios de ética, responsabi-
ção compõe-se de nove elementos: emissor, receptor, mensagem, lidade, transparência e diligência, propiciando a convergência de in-
meio, codificação, decodificação, feedback e ruído. teresses e a consolidação de imagem institucional de credibilidade,
segurança e competência.

351
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
Art. 3º A observância do disposto no art. 2º requer, entre ou- b) o respectivo contrato ou convênio celebrado não contemple
tras, as seguintes ações: o recebimento em guichê de caixa das dependências da instituição;
I - promover cultura organizacional que incentive relaciona- II - ao recebimento de boletos de pagamento padronizado pela
mento cooperativo e equilibrado com clientes e usuários; e regulamentação do Banco Central do Brasil emitidos fora do padrão,
II - dispensar tratamento justo e equitativo a clientes e usuá- das especificações ou dos requisitos vigentes para o instrumento;
rios, considerando seus perfis de relacionamento e vulnerabilida- III - ao recebimento de documentos mediante pagamento por
des associadas. meio de cheque;
IV - às instituições que não possuam dependências ou às de-
CAPÍTULO III pendências de instituições sem guichês de caixa;
DOS PROCEDIMENTOS V - aos postos de atendimento instalados em recinto de órgão
ou de entidade da Administração Pública ou de empresa privada
SEÇÃO I com guichês de caixa, nos quais sejam prestados serviços do exclu-
DA CONTRATAÇÃO E DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS sivo interesse do respectivo órgão ou entidade e de seus servidores
ou da respectiva empresa e de seus empregados e administradores,
Art. 4º As instituições de que trata o art. 1º, na contratação de conforme a regulamentação específica sobre dependências; e
operações e na prestação de serviços, devem assegurar: VI - às situações excepcionais previstas na legislação ou na re-
I - adequação dos produtos e serviços ofertados ou recomen- gulamentação específica.
dados às necessidades, aos interesses e aos objetivos dos clientes § 2º Para fins do disposto no caput, é vedada a imposição de
e usuários; restrições quanto à quantidade de documentos, de transações ou
II - integridade, conformidade, confiabilidade, segurança e sigi- de operações por pessoa, bem como em relação a montante máxi-
lo das transações realizadas, bem como legitimidade das operações mo ou mínimo a ser pago ou recebido ou ainda quanto à faculdade
contratadas e dos serviços prestados; de o cliente ou o usuário optar por pagamentos em espécie, salvo as
III - prestação, de forma clara e precisa, das informações neces- exceções previstas na legislação ou na regulamentação específica.
sárias à livre escolha e à tomada de decisões por parte de clientes § 3º As instituições de que trata o art. 1º devem divulgar em
e usuários, explicitando, inclusive, direitos e deveres, responsabili- suas dependências e nas dependências dos correspondentes no
dades, custos ou ônus, penalidades e eventuais riscos existentes na País, em local visível e em formato legível, as situações de que tra-
execução de operações e na prestação de serviços; tam os incisos II, III e V do § 1º.
IV - utilização de redação clara, objetiva e adequada à natureza § 4º O disposto neste artigo deve ser observado indistintamen-
e à complexidade da operação ou do serviço, em contratos, recibos, te em relação a clientes e a não clientes, exceto pelas cooperativas
extratos, comprovantes e documentos destinados ao público, de de crédito, que devem observar o disposto no § 5º.
forma a permitir o entendimento do conteúdo e a identificação de § 5º As cooperativas de crédito devem informar em suas de-
prazos, valores, encargos, multas, datas, locais e demais condições; pendências, em local visível e em formato legível, se realizam aten-
V - identificação dos usuários finais beneficiários de pagamento dimento a não associados e quais os serviços disponibilizados, asse-
ou transferência em demonstrativos e extratos de contas de depó- gurando nesse caso as condições previstas neste artigo.
sitos e contas de pagamento pré-paga, inclusive nas situações em
que o serviço de pagamento envolver instituições participantes de CAPÍTULO IV
diferentes arranjos de pagamento; DA POLÍTICA INSTITUCIONAL DE RELACIONAMENTO COM
VI - encaminhamento de instrumento de pagamento ao domi- CLIENTES E USUÁRIOS
cílio do cliente ou usuário ou a sua habilitação somente em decor-
rência de sua expressa solicitação ou autorização; e SEÇÃO I
VII - tempestividade e inexistência de barreiras, critérios ou DA MANUTENÇÃO DA POLÍTICA INSTITUCIONAL DE
procedimentos desarrazoados para: RELACIONAMENTO COM CLIENTES E USUÁRIOS
a) o atendimento a demandas de clientes e usuários, incluindo
o fornecimento de contratos, recibos, extratos, comprovantes e ou- Art. 6º As instituições de que trata o art. 1º devem manter po-
tros documentos e informações relativos a operações e a serviços; lítica institucional de relacionamento com clientes e usuários que
b) a extinção da relação contratual relativa a produtos e servi- consolide diretrizes, objetivos estratégicos e valores organizacio-
ços, incluindo o cancelamento de contratos; e nais, de forma a nortear a condução de suas atividades em confor-
c) a transferência de relacionamento para outra instituição, se midade com o disposto no art. 2º.
aplicável. § 1º A política de que trata o caput deve:
I - ser aprovada pelo conselho de administração ou, caso inexis-
SEÇÃO II tente, pela diretoria da instituição;
DO ATENDIMENTO PRESENCIAL A CLIENTES OU USUÁRIOS II - ser objeto de avaliação periódica;
III - definir papéis e responsabilidades no âmbito da instituição;
Art. 5º É vedado às instituições referidas no art. 1º impedir o IV - ser compatível com a natureza da instituição e com o perfil
acesso, recusar, dificultar ou impor restrição ao atendimento pre- de clientes e usuários, bem como com as demais políticas instituí-
sencial em suas dependências, inclusive em guichês de caixa, a das;
clientes ou usuários de produtos e de serviços, mesmo quando dis- V - prever programa de treinamento de empregados e presta-
ponível o atendimento em outros canais. dores de serviços que desempenhem atividades afetas ao relacio-
§ 1º O disposto no caput não se aplica: namento com clientes e usuários;
I - aos serviços de arrecadação ou de cobrança prestados a ter- VI - prever a disseminação interna de suas disposições; e
ceiros, quando: VII - ser formalizada em documento específico.
a) não houver contrato ou convênio para a sua prestação cele- § 2º Admite-se que a política de que trata o caput seja unifica-
brado entre a instituição financeira e o ente beneficiário; ou da por:
I - conglomerado; ou

352
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
II - sistema cooperativo de crédito. § 2º Os dados, os registros e as informações relativas aos meca-
§ 3º As instituições que não constituírem política própria em nismos de controle, processos, testes e trilhas de auditoria devem
decorrência da faculdade prevista no § 2º devem formalizar a deci- ser mantidos à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo mí-
são em reunião do conselho de administração ou da diretoria. nimo de cinco anos.
§ 4º O documento de que trata o inciso VII do § 1º deve ser
mantido à disposição do Banco Central do Brasil. CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES FINAIS
SEÇÃO II
DO GERENCIAMENTO DA POLÍTICA INSTITUCIONAL DE Art. 10. As instituições de que trata o art. 1º devem indicar ao
RELACIONAMENTO COM CLIENTES E USUÁRIOS Banco Central do Brasil diretor responsável pelo cumprimento das
obrigações previstas nesta Resolução.
Art. 7º As instituições de que trata o art. 1º devem assegurar a Art. 11. O Banco Central do Brasil poderá adotar medidas com-
consistência de rotinas e de procedimentos operacionais afetos ao plementares necessárias à execução do disposto nesta Resolução.
relacionamento com clientes e usuários, bem como sua adequação Art. 12. Ficam revogados:
à política institucional de relacionamento de que trata o art. 6º, in- I - o art. 12 da Resolução nº 4.753, de 26 de setembro de 2019;
clusive quanto aos seguintes aspectos: II - a Resolução nº 3.694, de 26 de março de 2009;
I - identificação e qualificação de clientes e de usuários para III - a Resolução nº 4.283, de 4 de novembro de 2013;
fins de início e manutenção de relacionamento; IV - a Resolução nº 4.479, de 25 de abril de 2016;
II - concepção de produtos e de serviços; V - a Resolução nº 4.539, de 24 de novembro de 2016; e
III - oferta, recomendação, contratação ou distribuição de pro- VI - a Resolução nº 4.746, de 29 de agosto de 2019.
dutos ou serviços; Art. 13. Esta Resolução entra em vigor em 1º de março de 2022.
IV - requisitos de segurança afetos a produtos e a serviços;
V - cobrança de tarifas em decorrência da prestação de servi-
ços; RESOLUÇÃO CMN Nº 4.860, DE 23 DE OUTUBRO
VI - divulgação e publicidade de produtos e de serviços; DE 2020 QUE DISPÕE SOBRE A CONSTITUIÇÃO
VII - coleta, tratamento e manutenção de informações dos E O FUNCIONAMENTO DE COMPONENTE
clientes em bases de dados; ORGANIZACIONAL DE OUVIDORIA PELAS
VIII - gestão do atendimento prestado a clientes e usuários, in- INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS E DEMAIS INSTITUIÇÕES
clusive o registro e o tratamento de demandas; AUTORIZADAS A FUNCIONAR PELO BANCO CENTRAL
IX - mediação de conflitos; DO BRASIL
X - sistemática de cobrança em caso de inadimplemento de
obrigações contratadas; RESOLUÇÃO CMN Nº 4.860, DE 23 DE OUTUBRO DE 2020
XI - extinção da relação contratual relativa a produtos e servi-
ços; Dispõe sobre a constituição e o funcionamento de compo-
XII - liquidação antecipada de dívidas ou de obrigações; e nente organizacional de ouvidoria pelas instituições autorizadas a
XIII - transferência de relacionamento para outra instituição. funcionar pelo Banco Central do Brasil.
§ 1º Com relação ao disposto nos incisos II e III do caput, e em
observância ao art. 4º, inciso I, as instituições devem estabelecer o O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595,
perfil dos clientes que compõem o público-alvo para os produtos e de 31 de dezembro de 1964, torna público que o Conselho Monetá-
serviços disponibilizados, considerando suas características e com- rio Nacional, em sessão realizada em 22 de outubro de 2020, com
plexidade. base no art. 4º, inciso VIII, da referida Lei, resolveu:
§ 2º O perfil referido no § 1º deve incluir informações relevan-
tes para cada produto ou serviço. CAPÍTULO I
Art. 8º As instituições de que trata o art. 1º devem: DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO
I - promover o equilíbrio das metas de resultados e de incenti-
vos associadas ao desempenho de funcionários e de corresponden- Art. 1º Esta Resolução disciplina a constituição e o funciona-
tes no País com as diretrizes e os valores organizacionais previstos mento de componente organizacional de ouvidoria pelas institui-
na política institucional de que trata o art. 6º; e ções que especifica.
II - tratar adequadamente eventuais desvios relacionados ao Art. 2º O componente organizacional de ouvidoria deve ser
contido no inciso I. constituído pelas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco
Art. 9º Em relação à política institucional de relacionamento Central do Brasil que tenham clientes pessoas naturais, inclusive
com clientes e usuários, as instituições de que trata o art. 1º devem empresários individuais, ou pessoas jurídicas classificadas como
instituir mecanismos de acompanhamento, de controle e de mitiga- microempresas e empresas de pequeno porte, nos termos da Lei
ção de riscos com vistas a assegurar: Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.
I - a implementação das suas disposições; Parágrafo único. Ficam dispensados de constituir ouvidoria os
II - o monitoramento do seu cumprimento, inclusive por meio bancos comerciais sob controle societário de bolsas de valores, de
de métricas e indicadores adequados; bolsas de mercadorias e futuros ou de bolsas de valores e de mer-
III - a avaliação da sua efetividade; e cadorias e futuros que desempenhem exclusivamente funções de
IV - a identificação e a correção de eventuais deficiências. liquidante e custodiante central, prestando serviços às bolsas e aos
§ 1º Os mecanismos de que trata o caput devem ser submeti- agentes econômicos responsáveis pelas operações nelas cursadas.
dos a testes periódicos pela auditoria interna, consistentes com os
controles internos da instituição.

353
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
CAPÍTULO II § 3º O disposto nos incisos II, alínea “b”, e IV, do caput, somente
DA FINALIDADE se aplica a associação de classe ou bolsa que possuir código de ética
ou de autorregulação efetivamente implantado, ao qual a institui-
Art. 3º A ouvidoria tem por finalidade: ção tenha aderido.
I - atender em última instância as demandas dos clientes e
usuários de produtos e serviços que não tiverem sido solucionadas CAPÍTULO IV
nos canais de atendimento primário da instituição; e DO FUNCIONAMENTO
II - atuar como canal de comunicação entre a instituição e os
clientes e usuários de produtos e serviços, inclusive na mediação Art. 6º As atribuições da ouvidoria abrangem as seguintes ati-
de conflitos. vidades:
Parágrafo único. Para efeitos desta Resolução, considera-se pri- I - atender, registrar, instruir, analisar e dar tratamento formal
mário o atendimento habitual realizado em quaisquer pontos ou e adequado às demandas dos clientes e usuários de produtos e ser-
canais de atendimento, incluídos os correspondentes no País e o viços;
Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) de que trata o Decre- II - prestar esclarecimentos aos demandantes acerca do anda-
to nº 6.523, de 31 de julho de 2008. mento das demandas, informando o prazo previsto para resposta;
III - encaminhar resposta conclusiva para a demanda no prazo
CAPÍTULO III previsto; e
DA ORGANIZAÇÃO IV - manter o conselho de administração, ou, na sua ausência,
a diretoria da instituição, informado sobre os problemas e defi-
Art. 4º A estrutura da ouvidoria deve ser compatível com a na- ciências detectados no cumprimento de suas atribuições e sobre
tureza e a complexidade dos produtos, serviços, atividades, proces- o resultado das medidas adotadas pelos administradores para so-
sos e sistemas de cada instituição. lucioná-los.
Parágrafo único. A ouvidoria não pode estar vinculada a com- § 1º O atendimento prestado pela ouvidoria:
ponente organizacional da instituição que configure conflito de in- I - deve ser identificado por meio de número de protocolo, o
teresses ou de atribuições, a exemplo das unidades responsáveis qual deve ser fornecido ao demandante;
por negociação de produtos e serviços, gestão de riscos, auditoria II - deve ser gravado, quando realizado por telefone, e, quando
interna e conformidade (compliance). realizado por meio de documento escrito ou por meio eletrônico,
Art. 5º É admitido o compartilhamento de ouvidoria pelas insti- arquivada a respectiva documentação; e
tuições, observadas as seguintes situações e regras: III - pode abranger:
I - a instituição integrante de conglomerado composto por pelo a) excepcionalmente, as demandas não recepcionadas inicial-
menos duas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central mente pelos canais de atendimento primário; e
do Brasil pode compartilhar a ouvidoria constituída em qualquer b) as demandas encaminhadas pelo Banco Central do Brasil,
das instituições autorizadas a funcionar; por órgãos públicos ou por outras entidades públicas ou privadas.
II - a instituição não enquadrada no disposto no inciso I do § 2º O prazo de resposta para as demandas não pode ultrapas-
caput pode compartilhar a ouvidoria constituída: sar dez dias úteis, podendo ser prorrogado, excepcionalmente e de
a) em empresa ligada, conforme definição de que trata o § 1º; forma justificada, uma única vez, por igual período, limitado o nú-
ou mero de prorrogações a 10% (dez por cento) do total de demandas
b) na associação de classe a que seja filiada ou na bolsa de va- no mês, devendo o demandante ser informado sobre os motivos da
lores ou bolsa de mercadorias e futuros ou bolsa de valores e de prorrogação.
mercadorias e futuros nas quais realize operações; Art. 7º As instituições referidas no art. 2º devem:
III - a cooperativa singular de crédito filiada a cooperativa cen- I - manter sistema de informações e de controle das demandas
tral pode compartilhar a ouvidoria constituída na respectiva coope- recebidas pela ouvidoria, de forma a:
rativa central, confederação de cooperativas de crédito ou banco do a) registrar o histórico de atendimentos, as informações utiliza-
sistema cooperativo; e das na análise e as providências adotadas; e
IV - a cooperativa singular de crédito não filiada a cooperativa b) controlar o prazo de resposta;
central pode compartilhar a ouvidoria constituída em cooperativa II - dar ampla divulgação sobre a existência da ouvidoria, sua
central, federação de cooperativas de crédito, confederação de coo- finalidade, suas atribuições e formas de acesso, inclusive nos canais
perativas de crédito ou associação de classe da categoria. de comunicação utilizados para difundir os produtos e serviços;
§ 1º Para efeito do disposto no inciso II, alínea “a”, do caput, III - garantir o acesso gratuito dos clientes e dos usuários ao
consideram-se ligadas entre si as instituições autorizadas a funcio- atendimento da ouvidoria, por meio de canais ágeis e eficazes, in-
nar pelo Banco Central do Brasil e as empresas não autorizadas a clusive por telefone, cujo número deve ser:
funcionar pelo Banco Central do Brasil: a) divulgado e mantido atualizado em local visível ao público
I - as quais uma participe com 10% (dez por cento) ou mais do no recinto das suas dependências e nas dependências dos corres-
capital da outra, direta ou indiretamente; e pondentes no País, bem como nos respectivos sítios eletrônicos na
II - as quais acionistas com 10% (dez por cento) ou mais do ca- internet, acessível pela sua página inicial;
pital de uma participem com 10% (dez por cento) ou mais do capital b) informado nos extratos, comprovantes, inclusive eletrôni-
da outra, direta ou indiretamente. cos, contratos, materiais de propaganda e de publicidade e demais
§ 2º O disposto no inciso II, alínea “b”, do caput, não se aplica documentos que se destinem aos clientes e usuários; e
a bancos comerciais, bancos múltiplos, caixas econômicas, socieda- c) inserido e mantido permanentemente atualizado em siste-
des de crédito, financiamento e investimento, associações de pou- ma de registro de informações do Banco Central do Brasil.
pança e empréstimo e sociedades de arrendamento mercantil que Parágrafo único. As informações relativas às demandas recebi-
realizem operações de arrendamento mercantil financeiro. das pela ouvidoria devem permanecer registradas no sistema men-
cionado no inciso I pelo prazo mínimo de cinco anos, contados da
data da protocolização da ocorrência.

354
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
CAPÍTULO V CAPÍTULO VI
DAS EXIGÊNCIAS FORMAIS DA PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES

Art. 8º O estatuto ou o contrato social, conforme a natureza Art. 12. O diretor responsável pela ouvidoria deve elaborar re-
jurídica da sociedade, deve dispor, de forma expressa, sobre os se- latório semestral quantitativo e qualitativo referente às atividades
guintes aspectos: desenvolvidas pela ouvidoria, nas datas-base de 30 de junho e 31
I - a finalidade, as atribuições e as atividades da ouvidoria; de dezembro.
II - os critérios de designação e de destituição do ouvidor; Parágrafo único. O relatório de que trata o caput deve ser en-
III - o tempo de duração do mandato do ouvidor, fixado em caminhado à auditoria interna, ao comitê de auditoria, quando
meses; e constituído, e ao conselho de administração ou, na sua ausência, à
IV - o compromisso formal no sentido de: diretoria da instituição.
a) criar condições adequadas para o funcionamento da ouvido- Art. 13. As instituições referidas no art. 2º devem divulgar se-
ria, bem como para que sua atuação seja pautada pela transparên- mestralmente, nos respectivos sítios eletrônicos na internet, as
cia, independência, imparcialidade e isenção; e informações relativas às atividades desenvolvidas pela ouvidoria,
b) assegurar o acesso da ouvidoria às informações necessárias inclusive os dados relativos à avaliação direta da qualidade do aten-
para a elaboração de resposta adequada às demandas recebidas, dimento de que trata o art. 16.
com total apoio administrativo, podendo requisitar informações e Art. 14. O Banco Central do Brasil poderá estabelecer o conteú-
documentos para o exercício de suas atividades no cumprimento do, a forma, a periodicidade e o prazo de remessa de dados e de
de suas atribuições. informações relativos às atividades da ouvidoria.
§ 1º Os aspectos mencionados no caput devem ser incluídos
no estatuto ou no contrato social na primeira alteração que ocorrer CAPÍTULO VII
após a constituição da ouvidoria. DA CERTIFICAÇÃO
§ 2º As alterações estatutárias ou contratuais exigidas por esta
Resolução relativas às instituições que optarem pela faculdade pre- Art. 15. As instituições referidas no art. 2º devem adotar provi-
vista no art. 5º, incisos I e III, podem ser promovidas somente pela dências para que os integrantes da ouvidoria que realizem as ativi-
instituição que constituir a ouvidoria. dades mencionadas no art. 6º sejam considerados aptos em exame
§ 3º As instituições que não constituírem ouvidoria própria em de certificação organizado por entidade de reconhecida capacidade
decorrência da faculdade prevista no art. 5º, incisos II e IV, devem técnica.
ratificar a decisão na primeira assembleia geral ou na primeira reu- § 1º O exame de certificação deve abranger, no mínimo, temas
nião de diretoria realizada após tal decisão. relativos à ética, aos direitos do consumidor e à mediação de con-
Art. 9º As instituições referidas no art. 2º devem designar pe- flitos.
rante o Banco Central do Brasil os nomes do ouvidor e do diretor § 2º A designação de integrantes da ouvidoria referidos no
responsável pela ouvidoria. caput fica condicionada à comprovação de aptidão no exame de
§ 1º O diretor responsável pela ouvidoria pode desempenhar certificação, além do atendimento às demais exigências desta Re-
outras funções na instituição, inclusive a de ouvidor, exceto a de solução.
diretor de administração de recursos de terceiros. § 3º As instituições referidas no caput devem assegurar a ca-
§ 2º Nos casos dos bancos comerciais, bancos múltiplos, cai- pacitação permanente dos integrantes da ouvidoria em relação aos
xas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investi- temas mencionados no § 1º.
mento, associações de poupança e empréstimo e sociedades de § 4º O diretor responsável pela ouvidoria sujeita-se à formali-
arrendamento mercantil que realizem operações de arrendamen- dade prevista no caput, caso exerça a função de ouvidor.
to mercantil financeiro, que estejam sujeitos à obrigatoriedade de § 5º Nas hipóteses previstas no art. 5º, incisos II e IV, aplica-se o
constituição de comitê de auditoria, na forma da regulamentação, o disposto neste artigo aos integrantes da ouvidoria da associação de
ouvidor não poderá desempenhar outra função, exceto a de diretor classe, entidade ou empresa que realize as atividades mencionadas
responsável pela ouvidoria. no art. 6º.
§ 3º Nas situações em que o ouvidor desempenhe outra ativi-
dade na instituição, essa atividade não pode configurar conflito de CAPÍTULO VIII
interesses ou de atribuições. DA AVALIAÇÃO DIRETA DA QUALIDADE DO ATENDIMENTO
Art. 10. Nas hipóteses previstas no art. 5º, incisos I, III e IV, o PRESTADO
ouvidor deve:
I - responder por todas as instituições que compartilharem a Art. 16. As instituições referidas no art. 2º devem implementar
ouvidoria; e instrumento de avaliação direta da qualidade do atendimento pres-
II - integrar os quadros da instituição que constituir a ouvidoria. tado pela ouvidoria a clientes e usuários.
Art. 11. Para cumprimento do disposto no caput do art. 9º, nas Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se somente aos
hipóteses previstas no art. 5º, inciso II, as instituições referidas no bancos comerciais, bancos múltiplos, bancos de investimento, cai-
art. 2º devem: xas econômicas e sociedades de crédito, financiamento e investi-
I - designar perante o Banco Central do Brasil apenas o nome mento.
do respectivo diretor responsável pela ouvidoria; e Art. 17. A avaliação direta da qualidade do atendimento de que
II - informar o nome do ouvidor, que deverá ser o do ouvidor da trata o art. 16 deve ser:
associação de classe, da bolsa de valores, da bolsa de mercadorias I - estruturada de forma a obter notas entre 1 e 5, sendo 1 o
e futuros ou da bolsa de valores e de mercadorias e futuros, ou da nível de satisfação mais baixo e 5 o nível de satisfação mais alto;
entidade ou empresa que constituir a ouvidoria. II - disponibilizada ao cliente ou usuário em até um dia útil após
o encaminhamento da resposta conclusiva de que trata o art. 6º,
inciso III, e § 2º; e

355
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
III - concluída em até cinco dias úteis após o prazo de que trata Parágrafo único. Esta Lei tem como base a Convenção sobre os
o inciso II. Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo,
Art. 18. Os dados relativos à avaliação mencionada no art. 16 ratificados pelo Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo
devem ser: nº 186, de 9 de julho de 2008 , em conformidade com o procedi-
I - armazenados de forma eletrônica, em ordem cronológica, mento previsto no § 3º do art. 5º da Constituição da República Fe-
permanecendo à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo derativa do Brasil , em vigor para o Brasil, no plano jurídico externo,
de cinco anos, contados da data da avaliação realizada pelo cliente desde 31 de agosto de 2008, e promulgados pelo Decreto nº 6.949,
ou usuário; e de 25 de agosto de 2009 , data de início de sua vigência no plano
II - remetidos ao Banco Central do Brasil, na forma por ele interno.
definida. Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem
impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual
CAPÍTULO IX ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode
DISPOSIÇÕES FINAIS obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade
de condições com as demais pessoas.
Art. 19. O relatório e a documentação relativos aos atendi- § 1º A avaliação da deficiência, quando necessária, será biopsi-
mentos realizados, de que tratam os arts. 6º, § 1º, 7º e 12, bem cossocial, realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar e
como a gravação telefônica do atendimento, devem permanecer à considerará: (Vigência) (Vide Decreto nº 11.063, de 2022)
disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo mínimo de cinco I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo;
anos. II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;
Art. 20. O número do telefone para acesso gratuito à ouvi- III - a limitação no desempenho de atividades; e
doria e os dados relativos ao diretor responsável pela ouvidoria IV - a restrição de participação.
e ao ouvidor devem ser inseridos e mantidos permanentemente § 2º O Poder Executivo criará instrumentos para avaliação da
atualizados em sistema de registro de informações do Banco Cen- deficiência. (Vide Lei nº 13.846, de 2019) (Vide Lei nº 14.126, de
tral do Brasil. 2021)
Parágrafo único. O disposto no caput deve ser observado, in- Art. 3º Para fins de aplicação desta Lei, consideram-se:
clusive, pela instituição que não constituir componente de ouvi- I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para uti-
doria próprio em decorrência da faculdade prevista no art. 5º. lização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equi-
Art. 21. O Banco Central do Brasil poderá adotar as medidas pamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comuni-
necessárias à execução do disposto nesta Resolução. cação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros
Art. 22. Ficam revogadas: serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou priva-
I - a Resolução nº 4.433, de 23 de julho de 2015; e dos de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa
II - a Resolução nº 4.629, de 25 de janeiro de 2018. com deficiência ou com mobilidade reduzida;
Art. 23. Esta Resolução entra em vigor em 1º de dezembro II - desenho universal: concepção de produtos, ambientes, pro-
de 2020. gramas e serviços a serem usados por todas as pessoas, sem neces-
sidade de adaptação ou de projeto específico, incluindo os recursos
de tecnologia assistiva;
LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO DA PESSOA COM III - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipa-
DEFICIÊNCIA (ESTATUTO DA PESSOA COM mentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas
DEFICIÊNCIA): LEI Nº 13.146, DE 06 DE JULHO DE 2015 e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à
atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobili-
LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015. dade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade
de vida e inclusão social;
Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência IV - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou compor-
(Estatuto da Pessoa com Deficiência). tamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem
como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilida-
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- de, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: acesso à informação, à compreensão, à circulação com segurança,
entre outros, classificadas em:
LIVRO I a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços
PARTE GERAL públicos e privados abertos ao público ou de uso coletivo;
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos
TÍTULO I e privados;
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios
de transportes;
CAPÍTULO I d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer
DISPOSIÇÕES GERAIS entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que dificulte ou
impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e de
Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com informações por intermédio de sistemas de comunicação e de tec-
Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a as- nologia da informação;
segurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos e) barreiras atitudinais: atitudes ou comportamentos que im-
direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, peçam ou prejudiquem a participação social da pessoa com defici-
visando à sua inclusão social e cidadania. ência em igualdade de condições e oportunidades com as demais
pessoas;

356
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou impedem o aces- CAPÍTULO II
so da pessoa com deficiência às tecnologias; DA IGUALDADE E DA NÃO DISCRIMINAÇÃO
V - comunicação: forma de interação dos cidadãos que abran-
ge, entre outras opções, as línguas, inclusive a Língua Brasileira de Art. 4º Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de
Sinais (Libras), a visualização de textos, o Braille, o sistema de sina- oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma es-
lização ou de comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispo- pécie de discriminação.
sitivos multimídia, assim como a linguagem simples, escrita e oral, § 1º Considera-se discriminação em razão da deficiência toda
os sistemas auditivos e os meios de voz digitalizados e os modos, forma de distinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão, que
meios e formatos aumentativos e alternativos de comunicação, in- tenha o propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou anular o
cluindo as tecnologias da informação e das comunicações; reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades funda-
VI - adaptações razoáveis: adaptações, modificações e ajustes mentais de pessoa com deficiência, incluindo a recusa de adapta-
necessários e adequados que não acarretem ônus desproporcional ções razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas.
e indevido, quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar § 2º A pessoa com deficiência não está obrigada à fruição de
que a pessoa com deficiência possa gozar ou exercer, em igualdade benefícios decorrentes de ação afirmativa.
de condições e oportunidades com as demais pessoas, todos os di- Art. 5º A pessoa com deficiência será protegida de toda forma
reitos e liberdades fundamentais; de negligência, discriminação, exploração, violência, tortura, cruel-
VII - elemento de urbanização: quaisquer componentes de dade, opressão e tratamento desumano ou degradante.
obras de urbanização, tais como os referentes a pavimentação, sa- Parágrafo único. Para os fins da proteção mencionada no caput
neamento, encanamento para esgotos, distribuição de energia elé- deste artigo, são considerados especialmente vulneráveis a criança,
trica e de gás, iluminação pública, serviços de comunicação, abaste- o adolescente, a mulher e o idoso, com deficiência.
cimento e distribuição de água, paisagismo e os que materializam Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pes-
as indicações do planejamento urbanístico; soa, inclusive para:
VIII - mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas vias I - casar-se e constituir união estável;
e nos espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elemen- II - exercer direitos sexuais e reprodutivos;
tos de urbanização ou de edificação, de forma que sua modifica- III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de
ção ou seu traslado não provoque alterações substanciais nesses ter acesso a informações adequadas sobre reprodução e planeja-
elementos, tais como semáforos, postes de sinalização e similares, mento familiar;
terminais e pontos de acesso coletivo às telecomunicações, fontes IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização
de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e quaisquer compulsória;
outros de natureza análoga; V - exercer o direito à família e à convivência familiar e comu-
IX - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por nitária; e
qualquer motivo, dificuldade de movimentação, permanente ou VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção,
temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, da flexibilida- como adotante ou adotando, em igualdade de oportunidades com
de, da coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso, ges- as demais pessoas.
tante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso; Art. 7º É dever de todos comunicar à autoridade competente
X - residências inclusivas: unidades de oferta do Serviço de Aco- qualquer forma de ameaça ou de violação aos direitos da pessoa
lhimento do Sistema Único de Assistência Social (Suas) localizadas com deficiência.
em áreas residenciais da comunidade, com estruturas adequadas, Parágrafo único. Se, no exercício de suas funções, os juízes e os
que possam contar com apoio psicossocial para o atendimento das tribunais tiverem conhecimento de fatos que caracterizem as viola-
necessidades da pessoa acolhida, destinadas a jovens e adultos ções previstas nesta Lei, devem remeter peças ao Ministério Público
com deficiência, em situação de dependência, que não dispõem de para as providências cabíveis.
condições de autossustentabilidade e com vínculos familiares fragi- Art. 8º É dever do Estado, da sociedade e da família assegurar
lizados ou rompidos; à pessoa com deficiência, com prioridade, a efetivação dos direitos
XI - moradia para a vida independente da pessoa com defici- referentes à vida, à saúde, à sexualidade, à paternidade e à materni-
ência: moradia com estruturas adequadas capazes de proporcionar dade, à alimentação, à habitação, à educação, à profissionalização,
serviços de apoio coletivos e individualizados que respeitem e am- ao trabalho, à previdência social, à habilitação e à reabilitação, ao
pliem o grau de autonomia de jovens e adultos com deficiência; transporte, à acessibilidade, à cultura, ao desporto, ao turismo, ao
XII - atendente pessoal: pessoa, membro ou não da família, lazer, à informação, à comunicação, aos avanços científicos e tecno-
que, com ou sem remuneração, assiste ou presta cuidados básicos lógicos, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar
e essenciais à pessoa com deficiência no exercício de suas ativida- e comunitária, entre outros decorrentes da Constituição Federal, da
des diárias, excluídas as técnicas ou os procedimentos identificados Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Pro-
com profissões legalmente estabelecidas; tocolo Facultativo e das leis e de outras normas que garantam seu
XIII - profissional de apoio escolar: pessoa que exerce ativida- bem-estar pessoal, social e econômico.
des de alimentação, higiene e locomoção do estudante com defi-
ciência e atua em todas as atividades escolares nas quais se fizer SEÇÃO ÚNICA
necessária, em todos os níveis e modalidades de ensino, em insti- DO ATENDIMENTO PRIORITÁRIO
tuições públicas e privadas, excluídas as técnicas ou os procedimen-
tos identificados com profissões legalmente estabelecidas; Art. 9º A pessoa com deficiência tem direito a receber atendi-
XIV - acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com de- mento prioritário, sobretudo com a finalidade de:
ficiência, podendo ou não desempenhar as funções de atendente I - proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
pessoal. II - atendimento em todas as instituições e serviços de atendi-
mento ao público;

357
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
III - disponibilização de recursos, tanto humanos quanto tec- ta da autonomia da pessoa com deficiência e de sua participação
nológicos, que garantam atendimento em igualdade de condições social em igualdade de condições e oportunidades com as demais
com as demais pessoas; pessoas.
IV - disponibilização de pontos de parada, estações e terminais Art. 15. O processo mencionado no art. 14 desta Lei baseia-se
acessíveis de transporte coletivo de passageiros e garantia de segu- em avaliação multidisciplinar das necessidades, habilidades e po-
rança no embarque e no desembarque; tencialidades de cada pessoa, observadas as seguintes diretrizes:
V - acesso a informações e disponibilização de recursos de co- I - diagnóstico e intervenção precoces;
municação acessíveis; II - adoção de medidas para compensar perda ou limitação fun-
VI - recebimento de restituição de imposto de renda; cional, buscando o desenvolvimento de aptidões;
VII - tramitação processual e procedimentos judiciais e admi- III - atuação permanente, integrada e articulada de políticas
nistrativos em que for parte ou interessada, em todos os atos e di- públicas que possibilitem a plena participação social da pessoa com
ligências. deficiência;
§ 1º Os direitos previstos neste artigo são extensivos ao acom- IV - oferta de rede de serviços articulados, com atuação inter-
panhante da pessoa com deficiência ou ao seu atendente pessoal, setorial, nos diferentes níveis de complexidade, para atender às ne-
exceto quanto ao disposto nos incisos VI e VII deste artigo. cessidades específicas da pessoa com deficiência;
§ 2º Nos serviços de emergência públicos e privados, a priori- V - prestação de serviços próximo ao domicílio da pessoa com
dade conferida por esta Lei é condicionada aos protocolos de aten- deficiência, inclusive na zona rural, respeitadas a organização das
dimento médico. Redes de Atenção à Saúde (RAS) nos territórios locais e as normas
do Sistema Único de Saúde (SUS).
TÍTULO II Art. 16. Nos programas e serviços de habilitação e de reabilita-
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ção para a pessoa com deficiência, são garantidos:
I - organização, serviços, métodos, técnicas e recursos para
CAPÍTULO I atender às características de cada pessoa com deficiência;
DO DIREITO À VIDA II - acessibilidade em todos os ambientes e serviços;
III - tecnologia assistiva, tecnologia de reabilitação, materiais e
Art. 10. Compete ao poder público garantir a dignidade da pes- equipamentos adequados e apoio técnico profissional, de acordo
soa com deficiência ao longo de toda a vida. com as especificidades de cada pessoa com deficiência;
Parágrafo único. Em situações de risco, emergência ou estado IV - capacitação continuada de todos os profissionais que parti-
de calamidade pública, a pessoa com deficiência será considerada cipem dos programas e serviços.
vulnerável, devendo o poder público adotar medidas para sua pro- Art. 17. Os serviços do SUS e do Suas deverão promover ações
teção e segurança. articuladas para garantir à pessoa com deficiência e sua família a
Art. 11. A pessoa com deficiência não poderá ser obrigada a aquisição de informações, orientações e formas de acesso às polí-
se submeter a intervenção clínica ou cirúrgica, a tratamento ou a ticas públicas disponíveis, com a finalidade de propiciar sua plena
institucionalização forçada. participação social.
Parágrafo único. O consentimento da pessoa com deficiência Parágrafo único. Os serviços de que trata o caput deste artigo
em situação de curatela poderá ser suprido, na forma da lei. podem fornecer informações e orientações nas áreas de saúde, de
Art. 12. O consentimento prévio, livre e esclarecido da pessoa educação, de cultura, de esporte, de lazer, de transporte, de previ-
com deficiência é indispensável para a realização de tratamento, dência social, de assistência social, de habitação, de trabalho, de
procedimento, hospitalização e pesquisa científica. empreendedorismo, de acesso ao crédito, de promoção, proteção
§ 1º Em caso de pessoa com deficiência em situação de cura- e defesa de direitos e nas demais áreas que possibilitem à pessoa
tela, deve ser assegurada sua participação, no maior grau possível, com deficiência exercer sua cidadania.
para a obtenção de consentimento.
§ 2º A pesquisa científica envolvendo pessoa com deficiência CAPÍTULO III
em situação de tutela ou de curatela deve ser realizada, em cará- DO DIREITO À SAÚDE
ter excepcional, apenas quando houver indícios de benefício direto
para sua saúde ou para a saúde de outras pessoas com deficiência e Art. 18. É assegurada atenção integral à saúde da pessoa com
desde que não haja outra opção de pesquisa de eficácia comparável deficiência em todos os níveis de complexidade, por intermédio do
com participantes não tutelados ou curatelados. SUS, garantido acesso universal e igualitário.
Art. 13. A pessoa com deficiência somente será atendida sem § 1º É assegurada a participação da pessoa com deficiência na
seu consentimento prévio, livre e esclarecido em casos de risco de elaboração das políticas de saúde a ela destinadas.
morte e de emergência em saúde, resguardado seu superior inte- § 2º É assegurado atendimento segundo normas éticas e téc-
resse e adotadas as salvaguardas legais cabíveis. nicas, que regulamentarão a atuação dos profissionais de saúde e
contemplarão aspectos relacionados aos direitos e às especificida-
CAPÍTULO II des da pessoa com deficiência, incluindo temas como sua dignidade
DO DIREITO À HABILITAÇÃO E À REABILITAÇÃO e autonomia.
§ 3º Aos profissionais que prestam assistência à pessoa com
Art. 14. O processo de habilitação e de reabilitação é um direito deficiência, especialmente em serviços de habilitação e de reabilita-
da pessoa com deficiência. ção, deve ser garantida capacitação inicial e continuada.
Parágrafo único. O processo de habilitação e de reabilitação § 4º As ações e os serviços de saúde pública destinados à pes-
tem por objetivo o desenvolvimento de potencialidades, talentos, soa com deficiência devem assegurar:
habilidades e aptidões físicas, cognitivas, sensoriais, psicossociais, I - diagnóstico e intervenção precoces, realizados por equipe
atitudinais, profissionais e artísticas que contribuam para a conquis- multidisciplinar;

358
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
II - serviços de habilitação e de reabilitação sempre que neces- Art. 24. É assegurado à pessoa com deficiência o acesso aos
sários, para qualquer tipo de deficiência, inclusive para a manuten- serviços de saúde, tanto públicos como privados, e às informações
ção da melhor condição de saúde e qualidade de vida; prestadas e recebidas, por meio de recursos de tecnologia assistiva
III - atendimento domiciliar multidisciplinar, tratamento ambu- e de todas as formas de comunicação previstas no inciso V do art.
latorial e internação; 3º desta Lei.
IV - campanhas de vacinação; Art. 25. Os espaços dos serviços de saúde, tanto públicos quan-
V - atendimento psicológico, inclusive para seus familiares e to privados, devem assegurar o acesso da pessoa com deficiência,
atendentes pessoais; em conformidade com a legislação em vigor, mediante a remoção
VI - respeito à especificidade, à identidade de gênero e à orien- de barreiras, por meio de projetos arquitetônico, de ambientação
tação sexual da pessoa com deficiência; de interior e de comunicação que atendam às especificidades das
VII - atenção sexual e reprodutiva, incluindo o direito à fertili- pessoas com deficiência física, sensorial, intelectual e mental.
zação assistida; Art. 26. Os casos de suspeita ou de confirmação de violência
VIII - informação adequada e acessível à pessoa com deficiência praticada contra a pessoa com deficiência serão objeto de notifi-
e a seus familiares sobre sua condição de saúde; cação compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados à
IX - serviços projetados para prevenir a ocorrência e o desen- autoridade policial e ao Ministério Público, além dos Conselhos dos
volvimento de deficiências e agravos adicionais; Direitos da Pessoa com Deficiência.
X - promoção de estratégias de capacitação permanente das Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, considera-se violên-
equipes que atuam no SUS, em todos os níveis de atenção, no aten- cia contra a pessoa com deficiência qualquer ação ou omissão, pra-
dimento à pessoa com deficiência, bem como orientação a seus ticada em local público ou privado, que lhe cause morte ou dano ou
atendentes pessoais; sofrimento físico ou psicológico.
XI - oferta de órteses, próteses, meios auxiliares de locomoção,
medicamentos, insumos e fórmulas nutricionais, conforme as nor- CAPÍTULO IV
mas vigentes do Ministério da Saúde. DO DIREITO À EDUCAÇÃO
§ 5º As diretrizes deste artigo aplicam-se também às institui-
ções privadas que participem de forma complementar do SUS ou Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com deficiên-
que recebam recursos públicos para sua manutenção. cia, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis
Art. 19. Compete ao SUS desenvolver ações destinadas à pre- e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máxi-
venção de deficiências por causas evitáveis, inclusive por meio de: mo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas,
I - acompanhamento da gravidez, do parto e do puerpério, com sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, inte-
garantia de parto humanizado e seguro; resses e necessidades de aprendizagem.
II - promoção de práticas alimentares adequadas e saudáveis, Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comunidade
vigilância alimentar e nutricional, prevenção e cuidado integral escolar e da sociedade assegurar educação de qualidade à pessoa
dos agravos relacionados à alimentação e nutrição da mulher e da com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de violência,
criança; negligência e discriminação.
III - aprimoramento e expansão dos programas de imunização Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver,
e de triagem neonatal; implementar, incentivar, acompanhar e avaliar:
IV - identificação e controle da gestante de alto risco. I - sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalida-
Art. 20. As operadoras de planos e seguros privados de saúde des, bem como o aprendizado ao longo de toda a vida;
são obrigadas a garantir à pessoa com deficiência, no mínimo, todos II - aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a ga-
os serviços e produtos ofertados aos demais clientes. rantir condições de acesso, permanência, participação e aprendiza-
Art. 21. Quando esgotados os meios de atenção à saúde da gem, por meio da oferta de serviços e de recursos de acessibilidade
pessoa com deficiência no local de residência, será prestado atendi- que eliminem as barreiras e promovam a inclusão plena;
mento fora de domicílio, para fins de diagnóstico e de tratamento, III - projeto pedagógico que institucionalize o atendimento
garantidos o transporte e a acomodação da pessoa com deficiência educacional especializado, assim como os demais serviços e adap-
e de seu acompanhante. tações razoáveis, para atender às características dos estudantes
Art. 22. À pessoa com deficiência internada ou em observação com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao currículo em con-
é assegurado o direito a acompanhante ou a atendente pessoal, de- dições de igualdade, promovendo a conquista e o exercício de sua
vendo o órgão ou a instituição de saúde proporcionar condições autonomia;
adequadas para sua permanência em tempo integral. IV - oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira lín-
§ 1º Na impossibilidade de permanência do acompanhante gua e na modalidade escrita da língua portuguesa como segunda
ou do atendente pessoal junto à pessoa com deficiência, cabe ao língua, em escolas e classes bilíngues e em escolas inclusivas;
profissional de saúde responsável pelo tratamento justificá-la por V - adoção de medidas individualizadas e coletivas em ambien-
escrito. tes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social dos es-
§ 2º Na ocorrência da impossibilidade prevista no § 1º deste ar- tudantes com deficiência, favorecendo o acesso, a permanência, a
tigo, o órgão ou a instituição de saúde deve adotar as providências participação e a aprendizagem em instituições de ensino;
cabíveis para suprir a ausência do acompanhante ou do atendente VI - pesquisas voltadas para o desenvolvimento de novos méto-
pessoal. dos e técnicas pedagógicas, de materiais didáticos, de equipamen-
Art. 23. São vedadas todas as formas de discriminação contra a tos e de recursos de tecnologia assistiva;
pessoa com deficiência, inclusive por meio de cobrança de valores VII - planejamento de estudo de caso, de elaboração de plano
diferenciados por planos e seguros privados de saúde, em razão de de atendimento educacional especializado, de organização de re-
sua condição. cursos e serviços de acessibilidade e de disponibilização e usabilida-
de pedagógica de recursos de tecnologia assistiva;
VIII - participação dos estudantes com deficiência e de suas fa-
mílias nas diversas instâncias de atuação da comunidade escolar;

359
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
IX - adoção de medidas de apoio que favoreçam o desenvolvi- V - dilação de tempo, conforme demanda apresentada pelo
mento dos aspectos linguísticos, culturais, vocacionais e profissio- candidato com deficiência, tanto na realização de exame para sele-
nais, levando-se em conta o talento, a criatividade, as habilidades e ção quanto nas atividades acadêmicas, mediante prévia solicitação
os interesses do estudante com deficiência; e comprovação da necessidade;
X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos programas VI - adoção de critérios de avaliação das provas escritas, dis-
de formação inicial e continuada de professores e oferta de forma- cursivas ou de redação que considerem a singularidade linguística
ção continuada para o atendimento educacional especializado; da pessoa com deficiência, no domínio da modalidade escrita da
XI - formação e disponibilização de professores para o atendi- língua portuguesa;
mento educacional especializado, de tradutores e intérpretes da VII - tradução completa do edital e de suas retificações em Li-
Libras, de guias intérpretes e de profissionais de apoio; bras.
XII - oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e de uso de
recursos de tecnologia assistiva, de forma a ampliar habilidades CAPÍTULO V
funcionais dos estudantes, promovendo sua autonomia e partici- DO DIREITO À MORADIA
pação;
XIII - acesso à educação superior e à educação profissional e Art. 31. A pessoa com deficiência tem direito à moradia digna,
tecnológica em igualdade de oportunidades e condições com as de- no seio da família natural ou substituta, com seu cônjuge ou com-
mais pessoas; panheiro ou desacompanhada, ou em moradia para a vida indepen-
XIV - inclusão em conteúdos curriculares, em cursos de nível dente da pessoa com deficiência, ou, ainda, em residência inclusiva.
superior e de educação profissional técnica e tecnológica, de temas § 1º O poder público adotará programas e ações estratégicas
relacionados à pessoa com deficiência nos respectivos campos de para apoiar a criação e a manutenção de moradia para a vida inde-
conhecimento; pendente da pessoa com deficiência.
XV - acesso da pessoa com deficiência, em igualdade de con- § 2º A proteção integral na modalidade de residência inclusi-
dições, a jogos e a atividades recreativas, esportivas e de lazer, no va será prestada no âmbito do Suas à pessoa com deficiência em
sistema escolar; situação de dependência que não disponha de condições de autos-
XVI - acessibilidade para todos os estudantes, trabalhadores da sustentabilidade, com vínculos familiares fragilizados ou rompidos.
educação e demais integrantes da comunidade escolar às edifica- Art. 32. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados
ções, aos ambientes e às atividades concernentes a todas as moda- com recursos públicos, a pessoa com deficiência ou o seu responsá-
lidades, etapas e níveis de ensino; vel goza de prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria,
XVII - oferta de profissionais de apoio escolar; observado o seguinte:
XVIII - articulação intersetorial na implementação de políticas I - reserva de, no mínimo, 3% (três por cento) das unidades
públicas. habitacionais para pessoa com deficiência;
§ 1º Às instituições privadas, de qualquer nível e modalidade II - (VETADO);
de ensino, aplica-se obrigatoriamente o disposto nos incisos I, II, III, III - em caso de edificação multifamiliar, garantia de acessibili-
V, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII, XIV, XV, XVI, XVII e XVIII do caput deste dade nas áreas de uso comum e nas unidades habitacionais no piso
artigo, sendo vedada a cobrança de valores adicionais de qualquer térreo e de acessibilidade ou de adaptação razoável nos demais pi-
natureza em suas mensalidades, anuidades e matrículas no cumpri- sos;
mento dessas determinações. IV - disponibilização de equipamentos urbanos comunitários
§ 2º Na disponibilização de tradutores e intérpretes da Libras acessíveis;
a que se refere o inciso XI do caput deste artigo, deve-se observar V - elaboração de especificações técnicas no projeto que per-
o seguinte: mitam a instalação de elevadores.
I - os tradutores e intérpretes da Libras atuantes na educação § 1º O direito à prioridade, previsto no caput deste artigo, será
básica devem, no mínimo, possuir ensino médio completo e certifi- reconhecido à pessoa com deficiência beneficiária apenas uma vez.
cado de proficiência na Libras; (Vigência) § 2º Nos programas habitacionais públicos, os critérios de fi-
II - os tradutores e intérpretes da Libras, quando direcionados nanciamento devem ser compatíveis com os rendimentos da pes-
à tarefa de interpretar nas salas de aula dos cursos de graduação e soa com deficiência ou de sua família.
pós-graduação, devem possuir nível superior, com habilitação, prio- § 3º Caso não haja pessoa com deficiência interessada nas uni-
ritariamente, em Tradução e Interpretação em Libras. (Vigência) dades habitacionais reservadas por força do disposto no inciso I do
Art. 29. (VETADO). caput deste artigo, as unidades não utilizadas serão disponibilizadas
Art. 30. Nos processos seletivos para ingresso e permanência às demais pessoas.
nos cursos oferecidos pelas instituições de ensino superior e de Art. 33. Ao poder público compete:
educação profissional e tecnológica, públicas e privadas, devem ser I - adotar as providências necessárias para o cumprimento do
adotadas as seguintes medidas: disposto nos arts. 31 e 32 desta Lei; e
I - atendimento preferencial à pessoa com deficiência nas de- II - divulgar, para os agentes interessados e beneficiários, a polí-
pendências das Instituições de Ensino Superior (IES) e nos serviços; tica habitacional prevista nas legislações federal, estaduais, distrital
II - disponibilização de formulário de inscrição de exames com e municipais, com ênfase nos dispositivos sobre acessibilidade.
campos específicos para que o candidato com deficiência informe
os recursos de acessibilidade e de tecnologia assistiva necessários
para sua participação;
III - disponibilização de provas em formatos acessíveis para
atendimento às necessidades específicas do candidato com defici-
ência;
IV - disponibilização de recursos de acessibilidade e de tecnolo-
gia assistiva adequados, previamente solicitados e escolhidos pelo
candidato com deficiência;

360
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
CAPÍTULO VI § 4º Os serviços de habilitação profissional, de reabilitação pro-
DO DIREITO AO TRABALHO fissional e de educação profissional deverão ser oferecidos em am-
bientes acessíveis e inclusivos.
SEÇÃO I § 5º A habilitação profissional e a reabilitação profissional de-
DISPOSIÇÕES GERAIS vem ocorrer articuladas com as redes públicas e privadas, espe-
cialmente de saúde, de ensino e de assistência social, em todos os
Art. 34. A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho de níveis e modalidades, em entidades de formação profissional ou
sua livre escolha e aceitação, em ambiente acessível e inclusivo, em diretamente com o empregador.
igualdade de oportunidades com as demais pessoas. § 6º A habilitação profissional pode ocorrer em empresas por
§ 1º As pessoas jurídicas de direito público, privado ou de qual- meio de prévia formalização do contrato de emprego da pessoa
quer natureza são obrigadas a garantir ambientes de trabalho aces- com deficiência, que será considerada para o cumprimento da re-
síveis e inclusivos. serva de vagas prevista em lei, desde que por tempo determinado e
§ 2º A pessoa com deficiência tem direito, em igualdade de concomitante com a inclusão profissional na empresa, observado o
oportunidades com as demais pessoas, a condições justas e favorá- disposto em regulamento.
veis de trabalho, incluindo igual remuneração por trabalho de igual § 7º A habilitação profissional e a reabilitação profissional aten-
valor. derão à pessoa com deficiência.
§ 3º É vedada restrição ao trabalho da pessoa com deficiência
e qualquer discriminação em razão de sua condição, inclusive nas SEÇÃO III
etapas de recrutamento, seleção, contratação, admissão, exames DA INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO TRABALHO
admissional e periódico, permanência no emprego, ascensão pro-
fissional e reabilitação profissional, bem como exigência de aptidão Art. 37. Constitui modo de inclusão da pessoa com deficiência
plena. no trabalho a colocação competitiva, em igualdade de oportunida-
§ 4º A pessoa com deficiência tem direito à participação e ao des com as demais pessoas, nos termos da legislação trabalhista
acesso a cursos, treinamentos, educação continuada, planos de car- e previdenciária, na qual devem ser atendidas as regras de aces-
reira, promoções, bonificações e incentivos profissionais oferecidos sibilidade, o fornecimento de recursos de tecnologia assistiva e a
pelo empregador, em igualdade de oportunidades com os demais adaptação razoável no ambiente de trabalho.
empregados. Parágrafo único. A colocação competitiva da pessoa com defi-
§ 5º É garantida aos trabalhadores com deficiência acessibilida- ciência pode ocorrer por meio de trabalho com apoio, observadas
de em cursos de formação e de capacitação. as seguintes diretrizes:
Art. 35. É finalidade primordial das políticas públicas de traba- I - prioridade no atendimento à pessoa com deficiência com
lho e emprego promover e garantir condições de acesso e de per- maior dificuldade de inserção no campo de trabalho;
manência da pessoa com deficiência no campo de trabalho. II - provisão de suportes individualizados que atendam a neces-
Parágrafo único. Os programas de estímulo ao empreendedo- sidades específicas da pessoa com deficiência, inclusive a disponi-
rismo e ao trabalho autônomo, incluídos o cooperativismo e o asso- bilização de recursos de tecnologia assistiva, de agente facilitador e
ciativismo, devem prever a participação da pessoa com deficiência de apoio no ambiente de trabalho;
e a disponibilização de linhas de crédito, quando necessárias. III - respeito ao perfil vocacional e ao interesse da pessoa com
deficiência apoiada;
SEÇÃO II IV - oferta de aconselhamento e de apoio aos empregadores,
DA HABILITAÇÃO PROFISSIONAL E REABILITAÇÃO PROFISSIO- com vistas à definição de estratégias de inclusão e de superação de
NAL barreiras, inclusive atitudinais;
V - realização de avaliações periódicas;
Art. 36. O poder público deve implementar serviços e progra- VI - articulação intersetorial das políticas públicas;
mas completos de habilitação profissional e de reabilitação profis- VII - possibilidade de participação de organizações da socieda-
sional para que a pessoa com deficiência possa ingressar, continuar de civil.
ou retornar ao campo do trabalho, respeitados sua livre escolha, Art. 38. A entidade contratada para a realização de processo
sua vocação e seu interesse. seletivo público ou privado para cargo, função ou emprego está
§ 1º Equipe multidisciplinar indicará, com base em critérios obrigada à observância do disposto nesta Lei e em outras normas
previstos no § 1º do art. 2º desta Lei, programa de habilitação ou de de acessibilidade vigentes.
reabilitação que possibilite à pessoa com deficiência restaurar sua
capacidade e habilidade profissional ou adquirir novas capacidades CAPÍTULO VII
e habilidades de trabalho. DO DIREITO À ASSISTÊNCIA SOCIAL
§ 2º A habilitação profissional corresponde ao processo des-
tinado a propiciar à pessoa com deficiência aquisição de conheci- Art. 39. Os serviços, os programas, os projetos e os benefícios
mentos, habilidades e aptidões para exercício de profissão ou de no âmbito da política pública de assistência social à pessoa com de-
ocupação, permitindo nível suficiente de desenvolvimento profis- ficiência e sua família têm como objetivo a garantia da segurança
sional para ingresso no campo de trabalho. de renda, da acolhida, da habilitação e da reabilitação, do desen-
§ 3º Os serviços de habilitação profissional, de reabilitação pro- volvimento da autonomia e da convivência familiar e comunitária,
fissional e de educação profissional devem ser dotados de recursos para a promoção do acesso a direitos e da plena participação social.
necessários para atender a toda pessoa com deficiência, indepen- § 1º A assistência social à pessoa com deficiência, nos termos
dentemente de sua característica específica, a fim de que ela possa do caput deste artigo, deve envolver conjunto articulado de serviços
ser capacitada para trabalho que lhe seja adequado e ter perspecti- do âmbito da Proteção Social Básica e da Proteção Social Especial,
vas de obtê-lo, de conservá-lo e de nele progredir. ofertados pelo Suas, para a garantia de seguranças fundamentais
no enfrentamento de situações de vulnerabilidade e de risco, por
fragilização de vínculos e ameaça ou violação de direitos.

361
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
§ 2º Os serviços socioassistenciais destinados à pessoa com § 3º Os espaços e assentos a que se refere este artigo devem
deficiência em situação de dependência deverão contar com cui- situar-se em locais que garantam a acomodação de, no mínimo, 1
dadores sociais para prestar-lhe cuidados básicos e instrumentais. (um) acompanhante da pessoa com deficiência ou com mobilidade
Art. 40. É assegurado à pessoa com deficiência que não possua reduzida, resguardado o direito de se acomodar proximamente a
meios para prover sua subsistência nem de tê-la provida por sua grupo familiar e comunitário.
família o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da § 4º Nos locais referidos no caput deste artigo, deve haver,
Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 . obrigatoriamente, rotas de fuga e saídas de emergência acessíveis,
conforme padrões das normas de acessibilidade, a fim de permitir a
CAPÍTULO VIII saída segura da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzi-
DO DIREITO À PREVIDÊNCIA SOCIAL da, em caso de emergência.
§ 5º Todos os espaços das edificações previstas no caput deste
Art. 41. A pessoa com deficiência segurada do Regime Geral de artigo devem atender às normas de acessibilidade em vigor.
Previdência Social (RGPS) tem direito à aposentadoria nos termos § 6º As salas de cinema devem oferecer, em todas as sessões,
da Lei Complementar nº 142, de 8 de maio de 2013 . recursos de acessibilidade para a pessoa com deficiência. (Vi-
gência)
CAPÍTULO IX § 7º O valor do ingresso da pessoa com deficiência não poderá
DO DIREITO À CULTURA, AO ESPORTE, AO TURISMO E AO ser superior ao valor cobrado das demais pessoas.
LAZER Art. 45. Os hotéis, pousadas e similares devem ser construídos
observando-se os princípios do desenho universal, além de adotar
Art. 42. A pessoa com deficiência tem direito à cultura, ao es- todos os meios de acessibilidade, conforme legislação em vigor.
porte, ao turismo e ao lazer em igualdade de oportunidades com as (Vigência) (Reglamento)
demais pessoas, sendo-lhe garantido o acesso: § 1º Os estabelecimentos já existentes deverão disponibilizar,
I - a bens culturais em formato acessível; pelo menos, 10% (dez por cento) de seus dormitórios acessíveis,
II - a programas de televisão, cinema, teatro e outras atividades garantida, no mínimo, 1 (uma) unidade acessível.
culturais e desportivas em formato acessível; e § 2º Os dormitórios mencionados no § 1º deste artigo deverão
III - a monumentos e locais de importância cultural e a espaços ser localizados em rotas acessíveis.
que ofereçam serviços ou eventos culturais e esportivos.
§ 1º É vedada a recusa de oferta de obra intelectual em for- CAPÍTULO X
mato acessível à pessoa com deficiência, sob qualquer argumento, DO DIREITO AO TRANSPORTE E À MOBILIDADE
inclusive sob a alegação de proteção dos direitos de propriedade
intelectual. Art. 46. O direito ao transporte e à mobilidade da pessoa com
§ 2º O poder público deve adotar soluções destinadas à elimi- deficiência ou com mobilidade reduzida será assegurado em igual-
nação, à redução ou à superação de barreiras para a promoção do dade de oportunidades com as demais pessoas, por meio de iden-
acesso a todo patrimônio cultural, observadas as normas de acessi- tificação e de eliminação de todos os obstáculos e barreiras ao seu
bilidade, ambientais e de proteção do patrimônio histórico e artís- acesso.
tico nacional. § 1º Para fins de acessibilidade aos serviços de transporte cole-
Art. 43. O poder público deve promover a participação da pes- tivo terrestre, aquaviário e aéreo, em todas as jurisdições, conside-
soa com deficiência em atividades artísticas, intelectuais, culturais, ram-se como integrantes desses serviços os veículos, os terminais,
esportivas e recreativas, com vistas ao seu protagonismo, devendo: as estações, os pontos de parada, o sistema viário e a prestação do
I - incentivar a provisão de instrução, de treinamento e de re- serviço.
cursos adequados, em igualdade de oportunidades com as demais § 2º São sujeitas ao cumprimento das disposições desta Lei,
pessoas; sempre que houver interação com a matéria nela regulada, a ou-
II - assegurar acessibilidade nos locais de eventos e nos serviços torga, a concessão, a permissão, a autorização, a renovação ou a
prestados por pessoa ou entidade envolvida na organização das ati- habilitação de linhas e de serviços de transporte coletivo.
vidades de que trata este artigo; e § 3º Para colocação do símbolo internacional de acesso nos
III - assegurar a participação da pessoa com deficiência em jo- veículos, as empresas de transporte coletivo de passageiros depen-
gos e atividades recreativas, esportivas, de lazer, culturais e artísti- dem da certificação de acessibilidade emitida pelo gestor público
cas, inclusive no sistema escolar, em igualdade de condições com as responsável pela prestação do serviço.
demais pessoas. Art. 47. Em todas as áreas de estacionamento aberto ao pú-
Art. 44. Nos teatros, cinemas, auditórios, estádios, ginásios de blico, de uso público ou privado de uso coletivo e em vias públicas,
esporte, locais de espetáculos e de conferências e similares, serão devem ser reservadas vagas próximas aos acessos de circulação de
reservados espaços livres e assentos para a pessoa com deficiência, pedestres, devidamente sinalizadas, para veículos que transportem
de acordo com a capacidade de lotação da edificação, observado o pessoa com deficiência com comprometimento de mobilidade, des-
disposto em regulamento. de que devidamente identificados.
§ 1º Os espaços e assentos a que se refere este artigo devem § 1º As vagas a que se refere o caput deste artigo devem equi-
ser distribuídos pelo recinto em locais diversos, de boa visibilidade, valer a 2% (dois por cento) do total, garantida, no mínimo, 1 (uma)
em todos os setores, próximos aos corredores, devidamente sina- vaga devidamente sinalizada e com as especificações de desenho
lizados, evitando-se áreas segregadas de público e obstrução das e traçado de acordo com as normas técnicas vigentes de acessibi-
saídas, em conformidade com as normas de acessibilidade. lidade.
§ 2º No caso de não haver comprovada procura pelos assen- § 2º Os veículos estacionados nas vagas reservadas devem exi-
tos reservados, esses podem, excepcionalmente, ser ocupados por bir, em local de ampla visibilidade, a credencial de beneficiário, a
pessoas sem deficiência ou que não tenham mobilidade reduzida, ser confeccionada e fornecida pelos órgãos de trânsito, que discipli-
observado o disposto em regulamento. narão suas características e condições de uso.

362
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
§ 3º A utilização indevida das vagas de que trata este artigo IV - a concessão de aval da União para obtenção de empréstimo
sujeita os infratores às sanções previstas no inciso XX do art. 181 da e de financiamento internacionais por entes públicos ou privados.
Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasi- Art. 55. A concepção e a implantação de projetos que tratem
leiro) . (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) do meio físico, de transporte, de informação e comunicação, inclu-
§ 4º A credencial a que se refere o § 2º deste artigo é vinculada sive de sistemas e tecnologias da informação e comunicação, e de
à pessoa com deficiência que possui comprometimento de mobili- outros serviços, equipamentos e instalações abertos ao público, de
dade e é válida em todo o território nacional. uso público ou privado de uso coletivo, tanto na zona urbana como
Art. 48. Os veículos de transporte coletivo terrestre, aquaviário na rural, devem atender aos princípios do desenho universal, tendo
e aéreo, as instalações, as estações, os portos e os terminais em como referência as normas de acessibilidade.
operação no País devem ser acessíveis, de forma a garantir o seu § 1º O desenho universal será sempre tomado como regra de
uso por todas as pessoas. caráter geral.
§ 1º Os veículos e as estruturas de que trata o caput deste arti- § 2º Nas hipóteses em que comprovadamente o desenho uni-
go devem dispor de sistema de comunicação acessível que disponi- versal não possa ser empreendido, deve ser adotada adaptação ra-
bilize informações sobre todos os pontos do itinerário. zoável.
§ 2º São asseguradas à pessoa com deficiência prioridade e se- § 3º Caberá ao poder público promover a inclusão de conteú-
gurança nos procedimentos de embarque e de desembarque nos dos temáticos referentes ao desenho universal nas diretrizes curri-
veículos de transporte coletivo, de acordo com as normas técnicas. culares da educação profissional e tecnológica e do ensino superior
§ 3º Para colocação do símbolo internacional de acesso nos e na formação das carreiras de Estado.
veículos, as empresas de transporte coletivo de passageiros depen- § 4º Os programas, os projetos e as linhas de pesquisa a serem
dem da certificação de acessibilidade emitida pelo gestor público desenvolvidos com o apoio de organismos públicos de auxílio à pes-
responsável pela prestação do serviço. quisa e de agências de fomento deverão incluir temas voltados para
Art. 49. As empresas de transporte de fretamento e de turismo, o desenho universal.
na renovação de suas frotas, são obrigadas ao cumprimento do dis- § 5º Desde a etapa de concepção, as políticas públicas deverão
posto nos arts. 46 e 48 desta Lei. (Vigência) considerar a adoção do desenho universal.
Art. 50. O poder público incentivará a fabricação de veículos Art. 56. A construção, a reforma, a ampliação ou a mudança de
acessíveis e a sua utilização como táxis e vans , de forma a garantir uso de edificações abertas ao público, de uso público ou privadas
o seu uso por todas as pessoas. de uso coletivo deverão ser executadas de modo a serem acessíveis.
Art. 51. As frotas de empresas de táxi devem reservar 10% (dez § 1º As entidades de fiscalização profissional das atividades de
por cento) de seus veículos acessíveis à pessoa com deficiência. Engenharia, de Arquitetura e correlatas, ao anotarem a responsabi-
(Vide Decreto nº 9.762, de 2019) (Vigência) lidade técnica de projetos, devem exigir a responsabilidade profis-
§ 1º É proibida a cobrança diferenciada de tarifas ou de valores sional declarada de atendimento às regras de acessibilidade previs-
adicionais pelo serviço de táxi prestado à pessoa com deficiência. tas em legislação e em normas técnicas pertinentes.
§ 2º O poder público é autorizado a instituir incentivos fiscais § 2º Para a aprovação, o licenciamento ou a emissão de certi-
com vistas a possibilitar a acessibilidade dos veículos a que se refere ficado de projeto executivo arquitetônico, urbanístico e de instala-
o caput deste artigo. ções e equipamentos temporários ou permanentes e para o licen-
Art. 52. As locadoras de veículos são obrigadas a oferecer 1 ciamento ou a emissão de certificado de conclusão de obra ou de
(um) veículo adaptado para uso de pessoa com deficiência, a cada serviço, deve ser atestado o atendimento às regras de acessibilida-
conjunto de 20 (vinte) veículos de sua frota. (Vide Decreto nº de.
9.762, de 2019) (Vigência) § 3º O poder público, após certificar a acessibilidade de edifi-
Parágrafo único. O veículo adaptado deverá ter, no mínimo, cação ou de serviço, determinará a colocação, em espaços ou em
câmbio automático, direção hidráulica, vidros elétricos e comandos locais de ampla visibilidade, do símbolo internacional de acesso, na
manuais de freio e de embreagem. forma prevista em legislação e em normas técnicas correlatas.
Art. 57. As edificações públicas e privadas de uso coletivo já
TÍTULO III existentes devem garantir acessibilidade à pessoa com deficiência
DA ACESSIBILIDADE em todas as suas dependências e serviços, tendo como referência
as normas de acessibilidade vigentes.
CAPÍTULO I Art. 58. O projeto e a construção de edificação de uso privado
DISPOSIÇÕES GERAIS multifamiliar devem atender aos preceitos de acessibilidade, na for-
ma regulamentar. (Regulamento)
Art. 53. A acessibilidade é direito que garante à pessoa com de- § 1º As construtoras e incorporadoras responsáveis pelo proje-
ficiência ou com mobilidade reduzida viver de forma independente to e pela construção das edificações a que se refere o caput deste
e exercer seus direitos de cidadania e de participação social. artigo devem assegurar percentual mínimo de suas unidades inter-
Art. 54. São sujeitas ao cumprimento das disposições desta Lei namente acessíveis, na forma regulamentar.
e de outras normas relativas à acessibilidade, sempre que houver § 2º É vedada a cobrança de valores adicionais para a aquisição
interação com a matéria nela regulada: de unidades internamente acessíveis a que se refere o § 1º deste
I - a aprovação de projeto arquitetônico e urbanístico ou de artigo.
comunicação e informação, a fabricação de veículos de transporte Art. 59. Em qualquer intervenção nas vias e nos espaços públi-
coletivo, a prestação do respectivo serviço e a execução de qual- cos, o poder público e as empresas concessionárias responsáveis
quer tipo de obra, quando tenham destinação pública ou coletiva; pela execução das obras e dos serviços devem garantir, de forma
II - a outorga ou a renovação de concessão, permissão, autori- segura, a fluidez do trânsito e a livre circulação e acessibilidade das
zação ou habilitação de qualquer natureza; pessoas, durante e após sua execução.
III - a aprovação de financiamento de projeto com utilização
de recursos públicos, por meio de renúncia ou de incentivo fiscal,
contrato, convênio ou instrumento congênere; e

363
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
Art. 60. Orientam-se, no que couber, pelas regras de acessibi- Art. 68. O poder público deve adotar mecanismos de incentivo
lidade previstas em legislação e em normas técnicas, observado o à produção, à edição, à difusão, à distribuição e à comercialização
disposto na Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000 , nº 10.257, de livros em formatos acessíveis, inclusive em publicações da admi-
de 10 de julho de 2001 , e nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012 : nistração pública ou financiadas com recursos públicos, com vistas
I - os planos diretores municipais, os planos diretores de trans- a garantir à pessoa com deficiência o direito de acesso à leitura, à
porte e trânsito, os planos de mobilidade urbana e os planos de informação e à comunicação.
preservação de sítios históricos elaborados ou atualizados a partir § 1º Nos editais de compras de livros, inclusive para o abas-
da publicação desta Lei; tecimento ou a atualização de acervos de bibliotecas em todos os
II - os códigos de obras, os códigos de postura, as leis de uso e níveis e modalidades de educação e de bibliotecas públicas, o po-
ocupação do solo e as leis do sistema viário; der público deverá adotar cláusulas de impedimento à participação
III - os estudos prévios de impacto de vizinhança; de editoras que não ofertem sua produção também em formatos
IV - as atividades de fiscalização e a imposição de sanções; e acessíveis.
V - a legislação referente à prevenção contra incêndio e pânico. § 2º Consideram-se formatos acessíveis os arquivos digitais
§ 1º A concessão e a renovação de alvará de funcionamento que possam ser reconhecidos e acessados por softwares leitores
para qualquer atividade são condicionadas à observação e à certifi- de telas ou outras tecnologias assistivas que vierem a substituí-los,
cação das regras de acessibilidade. permitindo leitura com voz sintetizada, ampliação de caracteres, di-
§ 2º A emissão de carta de habite-se ou de habilitação equiva- ferentes contrastes e impressão em Braille.
lente e sua renovação, quando esta tiver sido emitida anteriormen- § 3º O poder público deve estimular e apoiar a adaptação e a
te às exigências de acessibilidade, é condicionada à observação e à produção de artigos científicos em formato acessível, inclusive em
certificação das regras de acessibilidade. Libras.
Art. 61. A formulação, a implementação e a manutenção das Art. 69. O poder público deve assegurar a disponibilidade de
ações de acessibilidade atenderão às seguintes premissas básicas: informações corretas e claras sobre os diferentes produtos e servi-
I - eleição de prioridades, elaboração de cronograma e reserva ços ofertados, por quaisquer meios de comunicação empregados,
de recursos para implementação das ações; e inclusive em ambiente virtual, contendo a especificação correta de
II - planejamento contínuo e articulado entre os setores envol- quantidade, qualidade, características, composição e preço, bem
vidos. como sobre os eventuais riscos à saúde e à segurança do consumi-
Art. 62. É assegurado à pessoa com deficiência, mediante solici- dor com deficiência, em caso de sua utilização, aplicando-se, no que
tação, o recebimento de contas, boletos, recibos, extratos e cobran- couber, os arts. 30 a 41 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 .
ças de tributos em formato acessível. § 1º Os canais de comercialização virtual e os anúncios publi-
citários veiculados na imprensa escrita, na internet, no rádio, na
CAPÍTULO II televisão e nos demais veículos de comunicação abertos ou por
DO ACESSO À INFORMAÇÃO E À COMUNICAÇÃO assinatura devem disponibilizar, conforme a compatibilidade do
meio, os recursos de acessibilidade de que trata o art. 67 desta Lei,
Art. 63. É obrigatória a acessibilidade nos sítios da internet a expensas do fornecedor do produto ou do serviço, sem prejuízo
mantidos por empresas com sede ou representação comercial no da observância do disposto nos arts. 36 a 38 da Lei nº 8.078, de 11
País ou por órgãos de governo, para uso da pessoa com deficiên- de setembro de 1990 .
cia, garantindo-lhe acesso às informações disponíveis, conforme as § 2º Os fornecedores devem disponibilizar, mediante solicita-
melhores práticas e diretrizes de acessibilidade adotadas interna- ção, exemplares de bulas, prospectos, textos ou qualquer outro tipo
cionalmente. de material de divulgação em formato acessível.
§ 1º Os sítios devem conter símbolo de acessibilidade em des- Art. 70. As instituições promotoras de congressos, seminários,
taque. oficinas e demais eventos de natureza científico-cultural devem
§ 2º Telecentros comunitários que receberem recursos públi- oferecer à pessoa com deficiência, no mínimo, os recursos de tec-
cos federais para seu custeio ou sua instalação e lan houses devem nologia assistiva previstos no art. 67 desta Lei.
possuir equipamentos e instalações acessíveis. Art. 71. Os congressos, os seminários, as oficinas e os demais
§ 3º Os telecentros e as lan houses de que trata o § 2º des- eventos de natureza científico-cultural promovidos ou financiados
te artigo devem garantir, no mínimo, 10% (dez por cento) de seus pelo poder público devem garantir as condições de acessibilidade e
computadores com recursos de acessibilidade para pessoa com de- os recursos de tecnologia assistiva.
ficiência visual, sendo assegurado pelo menos 1 (um) equipamento, Art. 72. Os programas, as linhas de pesquisa e os projetos a
quando o resultado percentual for inferior a 1 (um). serem desenvolvidos com o apoio de agências de financiamento
Art. 64. A acessibilidade nos sítios da internet de que trata o e de órgãos e entidades integrantes da administração pública que
art. 63 desta Lei deve ser observada para obtenção do financiamen- atuem no auxílio à pesquisa devem contemplar temas voltados à
to de que trata o inciso III do art. 54 desta Lei. tecnologia assistiva.
Art. 65. As empresas prestadoras de serviços de telecomunica- Art. 73. Caberá ao poder público, diretamente ou em parceria
ções deverão garantir pleno acesso à pessoa com deficiência, con- com organizações da sociedade civil, promover a capacitação de
forme regulamentação específica. tradutores e intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de profis-
Art. 66. Cabe ao poder público incentivar a oferta de apare- sionais habilitados em Braille, audiodescrição, estenotipia e legen-
lhos de telefonia fixa e móvel celular com acessibilidade que, entre dagem.
outras tecnologias assistivas, possuam possibilidade de indicação e
de ampliação sonoras de todas as operações e funções disponíveis.
Art. 67. Os serviços de radiodifusão de sons e imagens devem
permitir o uso dos seguintes recursos, entre outros:
I - subtitulação por meio de legenda oculta;
II - janela com intérprete da Libras;
III - audiodescrição.

364
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
CAPÍTULO III III - participação da pessoa com deficiência em organizações
DA TECNOLOGIA ASSISTIVA que a representem.

Art. 74. É garantido à pessoa com deficiência acesso a produ- TÍTULO IV


tos, recursos, estratégias, práticas, processos, métodos e serviços DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA
de tecnologia assistiva que maximizem sua autonomia, mobilidade
pessoal e qualidade de vida. Art. 77. O poder público deve fomentar o desenvolvimento
Art. 75. O poder público desenvolverá plano específico de me- científico, a pesquisa e a inovação e a capacitação tecnológicas, vol-
didas, a ser renovado em cada período de 4 (quatro) anos, com a tados à melhoria da qualidade de vida e ao trabalho da pessoa com
finalidade de: (Regulamento) deficiência e sua inclusão social.
I - facilitar o acesso a crédito especializado, inclusive com oferta § 1º O fomento pelo poder público deve priorizar a geração de
de linhas de crédito subsidiadas, específicas para aquisição de tec- conhecimentos e técnicas que visem à prevenção e ao tratamento
nologia assistiva; de deficiências e ao desenvolvimento de tecnologias assistiva e so-
II - agilizar, simplificar e priorizar procedimentos de importação cial.
de tecnologia assistiva, especialmente as questões atinentes a pro- § 2º A acessibilidade e as tecnologias assistiva e social devem
cedimentos alfandegários e sanitários; ser fomentadas mediante a criação de cursos de pós-graduação, a
III - criar mecanismos de fomento à pesquisa e à produção na- formação de recursos humanos e a inclusão do tema nas diretrizes
cional de tecnologia assistiva, inclusive por meio de concessão de de áreas do conhecimento.
linhas de crédito subsidiado e de parcerias com institutos de pes- § 3º Deve ser fomentada a capacitação tecnológica de institui-
quisa oficiais; ções públicas e privadas para o desenvolvimento de tecnologias as-
IV - eliminar ou reduzir a tributação da cadeia produtiva e de sistiva e social que sejam voltadas para melhoria da funcionalidade
importação de tecnologia assistiva; e da participação social da pessoa com deficiência.
V - facilitar e agilizar o processo de inclusão de novos recursos § 4º As medidas previstas neste artigo devem ser reavaliadas
de tecnologia assistiva no rol de produtos distribuídos no âmbito do periodicamente pelo poder público, com vistas ao seu aperfeiçoa-
SUS e por outros órgãos governamentais. mento.
Parágrafo único. Para fazer cumprir o disposto neste artigo, os Art. 78. Devem ser estimulados a pesquisa, o desenvolvimen-
procedimentos constantes do plano específico de medidas deverão to, a inovação e a difusão de tecnologias voltadas para ampliar o
ser avaliados, pelo menos, a cada 2 (dois) anos. acesso da pessoa com deficiência às tecnologias da informação e
comunicação e às tecnologias sociais.
CAPÍTULO IV Parágrafo único. Serão estimulados, em especial:
DO DIREITO À PARTICIPAÇÃO NA VIDA PÚBLICA E POLÍTICA I - o emprego de tecnologias da informação e comunicação
como instrumento de superação de limitações funcionais e de bar-
Art. 76. O poder público deve garantir à pessoa com deficiência reiras à comunicação, à informação, à educação e ao entretenimen-
todos os direitos políticos e a oportunidade de exercê-los em igual- to da pessoa com deficiência;
dade de condições com as demais pessoas. II - a adoção de soluções e a difusão de normas que visem a am-
§ 1º À pessoa com deficiência será assegurado o direito de vo- pliar a acessibilidade da pessoa com deficiência à computação e aos
tar e de ser votada, inclusive por meio das seguintes ações: sítios da internet, em especial aos serviços de governo eletrônico.
I - garantia de que os procedimentos, as instalações, os mate-
riais e os equipamentos para votação sejam apropriados, acessíveis LIVRO II
a todas as pessoas e de fácil compreensão e uso, sendo vedada a PARTE ESPECIAL
instalação de seções eleitorais exclusivas para a pessoa com defici-
ência; TÍTULO I
II - incentivo à pessoa com deficiência a candidatar-se e a de- DO ACESSO À JUSTIÇA
sempenhar quaisquer funções públicas em todos os níveis de go-
verno, inclusive por meio do uso de novas tecnologias assistivas, CAPÍTULO I
quando apropriado; DISPOSIÇÕES GERAIS
III - garantia de que os pronunciamentos oficiais, a propaganda
eleitoral obrigatória e os debates transmitidos pelas emissoras de Art. 79. O poder público deve assegurar o acesso da pessoa
televisão possuam, pelo menos, os recursos elencados no art. 67 com deficiência à justiça, em igualdade de oportunidades com as
desta Lei; demais pessoas, garantindo, sempre que requeridos, adaptações e
IV - garantia do livre exercício do direito ao voto e, para tan- recursos de tecnologia assistiva.
to, sempre que necessário e a seu pedido, permissão para que a § 1º A fim de garantir a atuação da pessoa com deficiência em
pessoa com deficiência seja auxiliada na votação por pessoa de sua todo o processo judicial, o poder público deve capacitar os mem-
escolha. bros e os servidores que atuam no Poder Judiciário, no Ministério
§ 2º O poder público promoverá a participação da pessoa com Público, na Defensoria Pública, nos órgãos de segurança pública e
deficiência, inclusive quando institucionalizada, na condução das no sistema penitenciário quanto aos direitos da pessoa com defici-
questões públicas, sem discriminação e em igualdade de oportuni- ência.
dades, observado o seguinte: § 2º Devem ser assegurados à pessoa com deficiência subme-
I - participação em organizações não governamentais relacio- tida a medida restritiva de liberdade todos os direitos e garantias a
nadas à vida pública e à política do País e em atividades e adminis- que fazem jus os apenados sem deficiência, garantida a acessibili-
tração de partidos políticos; dade.
II - formação de organizações para representar a pessoa com § 3º A Defensoria Pública e o Ministério Público tomarão as
deficiência em todos os níveis; medidas necessárias à garantia dos direitos previstos nesta Lei.

365
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
Art. 80. Devem ser oferecidos todos os recursos de tecnologia § 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput deste artigo é
assistiva disponíveis para que a pessoa com deficiência tenha garan- cometido por intermédio de meios de comunicação social ou de
tido o acesso à justiça, sempre que figure em um dos polos da ação publicação de qualquer natureza:
ou atue como testemunha, partícipe da lide posta em juízo, advoga- Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
do, defensor público, magistrado ou membro do Ministério Público. § 3º Na hipótese do § 2º deste artigo, o juiz poderá determinar,
Parágrafo único. A pessoa com deficiência tem garantido o ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes do in-
acesso ao conteúdo de todos os atos processuais de seu interesse, quérito policial, sob pena de desobediência:
inclusive no exercício da advocacia. I - recolhimento ou busca e apreensão dos exemplares do ma-
Art. 81. Os direitos da pessoa com deficiência serão garantidos terial discriminatório;
por ocasião da aplicação de sanções penais. II - interdição das respectivas mensagens ou páginas de infor-
Art. 82. (VETADO). mação na internet.
Art. 83. Os serviços notariais e de registro não podem negar ou § 4º Na hipótese do § 2º deste artigo, constitui efeito da con-
criar óbices ou condições diferenciadas à prestação de seus servi- denação, após o trânsito em julgado da decisão, a destruição do
ços em razão de deficiência do solicitante, devendo reconhecer sua material apreendido.
capacidade legal plena, garantida a acessibilidade. Art. 89. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão,
Parágrafo único. O descumprimento do disposto no caput des- benefícios, remuneração ou qualquer outro rendimento de pessoa
te artigo constitui discriminação em razão de deficiência. com deficiência:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
CAPÍTULO II Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se o
DO RECONHECIMENTO IGUAL PERANTE A LEI crime é cometido:
I - por tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testa-
Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao menteiro ou depositário judicial; ou
exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com II - por aquele que se apropriou em razão de ofício ou de pro-
as demais pessoas. fissão.
§ 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência será subme- Art. 90. Abandonar pessoa com deficiência em hospitais, casas
tida à curatela, conforme a lei. de saúde, entidades de abrigamento ou congêneres:
§ 2º É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa.
de tomada de decisão apoiada. Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem não prover as
§ 3º A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui necessidades básicas de pessoa com deficiência quando obrigado
medida protetiva extraordinária, proporcional às necessidades e às por lei ou mandado.
circunstâncias de cada caso, e durará o menor tempo possível. Art. 91. Reter ou utilizar cartão magnético, qualquer meio ele-
§ 4º Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, contas trônico ou documento de pessoa com deficiência destinados ao re-
de sua administração ao juiz, apresentando o balanço do respectivo cebimento de benefícios, proventos, pensões ou remuneração ou à
ano. realização de operações financeiras, com o fim de obter vantagem
Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos relacionados indevida para si ou para outrem:
aos direitos de natureza patrimonial e negocial. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
§ 1º A definição da curatela não alcança o direito ao próprio Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se o
corpo, à sexualidade, ao matrimônio, à privacidade, à educação, à crime é cometido por tutor ou curador.
saúde, ao trabalho e ao voto.
§ 2º A curatela constitui medida extraordinária, devendo cons- TÍTULO III
tar da sentença as razões e motivações de sua definição, preserva- DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
dos os interesses do curatelado.
§ 3º No caso de pessoa em situação de institucionalização, ao Art. 92. É criado o Cadastro Nacional de Inclusão da Pessoa com
nomear curador, o juiz deve dar preferência a pessoa que tenha vín- Deficiência (Cadastro-Inclusão), registro público eletrônico com a fi-
culo de natureza familiar, afetiva ou comunitária com o curatelado. nalidade de coletar, processar, sistematizar e disseminar informa-
Art. 86. Para emissão de documentos oficiais, não será exigida ções georreferenciadas que permitam a identificação e a caracte-
a situação de curatela da pessoa com deficiência. rização socioeconômica da pessoa com deficiência, bem como das
Art. 87. Em casos de relevância e urgência e a fim de proteger barreiras que impedem a realização de seus direitos.
os interesses da pessoa com deficiência em situação de curatela, § 1º O Cadastro-Inclusão será administrado pelo Poder Executi-
será lícito ao juiz, ouvido o Ministério Público, de oficio ou a reque- vo federal e constituído por base de dados, instrumentos, procedi-
rimento do interessado, nomear, desde logo, curador provisório, mentos e sistemas eletrônicos.
o qual estará sujeito, no que couber, às disposições do Código de § 2º Os dados constituintes do Cadastro-Inclusão serão obti-
Processo Civil . dos pela integração dos sistemas de informação e da base de dados
de todas as políticas públicas relacionadas aos direitos da pessoa
TÍTULO II com deficiência, bem como por informações coletadas, inclusive
DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS em censos nacionais e nas demais pesquisas realizadas no País, de
acordo com os parâmetros estabelecidos pela Convenção sobre os
Art. 88. Praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo.
razão de sua deficiência: § 3º Para coleta, transmissão e sistematização de dados, é fa-
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. cultada a celebração de convênios, acordos, termos de parceria ou
§ 1º Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se a vítima encon- contratos com instituições públicas e privadas, observados os requi-
trar-se sob cuidado e responsabilidade do agente. sitos e procedimentos previstos em legislação específica.

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
§ 4º Para assegurar a confidencialidade, a privacidade e as li- ...........................................................................................
berdades fundamentais da pessoa com deficiência e os princípios § 8º Para o aprendiz com deficiência com 18 (dezoito) anos ou
éticos que regem a utilização de informações, devem ser observa- mais, a validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação
das as salvaguardas estabelecidas em lei. na CTPS e matrícula e frequência em programa de aprendizagem
§ 5º Os dados do Cadastro-Inclusão somente poderão ser utili- desenvolvido sob orientação de entidade qualificada em formação
zados para as seguintes finalidades: técnico-profissional metódica.” (NR)
I - formulação, gestão, monitoramento e avaliação das políticas “Art. 433. ..................................................................
públicas para a pessoa com deficiência e para identificar as barrei- ...........................................................................................
ras que impedem a realização de seus direitos; I - desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz, salvo
II - realização de estudos e pesquisas. para o aprendiz com deficiência quando desprovido de recursos de
§ 6º As informações a que se refere este artigo devem ser dis- acessibilidade, de tecnologias assistivas e de apoio necessário ao
seminadas em formatos acessíveis. desempenho de suas atividades;
Art. 93. Na realização de inspeções e de auditorias pelos órgãos ..................................................................................” (NR)
de controle interno e externo, deve ser observado o cumprimen- Art. 98. A Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989 , passa a vigo-
to da legislação relativa à pessoa com deficiência e das normas de rar com as seguintes alterações:
acessibilidade vigentes. “Art. 3º As medidas judiciais destinadas à proteção de interes-
Art. 94. Terá direito a auxílio-inclusão, nos termos da lei, a pes- ses coletivos, difusos, individuais homogêneos e individuais indis-
soa com deficiência moderada ou grave que: poníveis da pessoa com deficiência poderão ser propostas pelo Mi-
I - receba o benefício de prestação continuada previsto no art. nistério Público, pela Defensoria Pública, pela União, pelos Estados,
20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 , e que passe a exer- pelos Municípios, pelo Distrito Federal, por associação constituída
cer atividade remunerada que a enquadre como segurado obriga- há mais de 1 (um) ano, nos termos da lei civil, por autarquia, por
tório do RGPS; empresa pública e por fundação ou sociedade de economia mista
II - tenha recebido, nos últimos 5 (cinco) anos, o benefício de que inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção dos in-
prestação continuada previsto no art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de teresses e a promoção de direitos da pessoa com deficiência.
dezembro de 1993 , e que exerça atividade remunerada que a en- .................................................................................” (NR)
quadre como segurado obrigatório do RGPS. “Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de 2 (dois) a 5
Art. 95. É vedado exigir o comparecimento de pessoa com de- (cinco) anos e multa:
ficiência perante os órgãos públicos quando seu deslocamento, em I - recusar, cobrar valores adicionais, suspender, procrastinar,
razão de sua limitação funcional e de condições de acessibilidade, cancelar ou fazer cessar inscrição de aluno em estabelecimento de
imponha-lhe ônus desproporcional e indevido, hipótese na qual se- ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, em razão de
rão observados os seguintes procedimentos: sua deficiência;
I - quando for de interesse do poder público, o agente promo- II - obstar inscrição em concurso público ou acesso de alguém
verá o contato necessário com a pessoa com deficiência em sua re- a qualquer cargo ou emprego público, em razão de sua deficiência;
sidência; III - negar ou obstar emprego, trabalho ou promoção à pessoa
II - quando for de interesse da pessoa com deficiência, ela apre- em razão de sua deficiência;
sentará solicitação de atendimento domiciliar ou fará representar- IV - recusar, retardar ou dificultar internação ou deixar de pres-
-se por procurador constituído para essa finalidade. tar assistência médico-hospitalar e ambulatorial à pessoa com de-
Parágrafo único. É assegurado à pessoa com deficiência aten- ficiência;
dimento domiciliar pela perícia médica e social do Instituto Nacio- V - deixar de cumprir, retardar ou frustrar execução de ordem
nal do Seguro Social (INSS), pelo serviço público de saúde ou pelo judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei;
serviço privado de saúde, contratado ou conveniado, que integre o VI - recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis
SUS e pelas entidades da rede socioassistencial integrantes do Suas, à propositura da ação civil pública objeto desta Lei, quando requi-
quando seu deslocamento, em razão de sua limitação funcional e sitados.
de condições de acessibilidade, imponha-lhe ônus desproporcional § 1º Se o crime for praticado contra pessoa com deficiência
e indevido. menor de 18 (dezoito) anos, a pena é agravada em 1/3 (um terço).
Art. 96. O § 6º -A do art. 135 da Lei nº 4.737, de 15 de julho de § 2º A pena pela adoção deliberada de critérios subjetivos para
1965 (Código Eleitoral) , passa a vigorar com a seguinte redação: indeferimento de inscrição, de aprovação e de cumprimento de
“Art. 135. ................................................................. estágio probatório em concursos públicos não exclui a responsa-
........................................................................................ bilidade patrimonial pessoal do administrador público pelos danos
§ 6º -A. Os Tribunais Regionais Eleitorais deverão, a cada elei- causados.
ção, expedir instruções aos Juízes Eleitorais para orientá-los na es- § 3º Incorre nas mesmas penas quem impede ou dificulta o in-
colha dos locais de votação, de maneira a garantir acessibilidade gresso de pessoa com deficiência em planos privados de assistência
para o eleitor com deficiência ou com mobilidade reduzida, inclusi- à saúde, inclusive com cobrança de valores diferenciados.
ve em seu entorno e nos sistemas de transporte que lhe dão acesso. § 4º Se o crime for praticado em atendimento de urgência e
....................................................................................” (NR) emergência, a pena é agravada em 1/3 (um terço).” (NR)
Art. 97. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada Art. 99. O art. 20 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990 , passa
pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 , passa a vigorar a vigorar acrescido do seguinte inciso XVIII:
com as seguintes alterações: “Art. 20. ......................................................................
“Art. 428. .................................................................. ..............................................................................................
........................................................................................... XVIII - quando o trabalhador com deficiência, por prescrição,
§ 6º Para os fins do contrato de aprendizagem, a comprova- necessite adquirir órtese ou prótese para promoção de acessibili-
ção da escolaridade de aprendiz com deficiência deve considerar, dade e de inclusão social.
sobretudo, as habilidades e competências relacionadas com a pro- ..................................................................................” (NR)
fissionalização.

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
Art. 100. A Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código Art. 102. O art. 2º da Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991
de Defesa do Consumidor) , passa a vigorar com as seguintes alte- , passa a vigorar acrescido do seguinte § 3º :
rações: “Art. 2º .........................................................................
“Art. 6º ....................................................................... .............................................................................................
............................................................................................ § 3º Os incentivos criados por esta Lei somente serão conce-
Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput didos a projetos culturais que forem disponibilizados, sempre que
deste artigo deve ser acessível à pessoa com deficiência, observado tecnicamente possível, também em formato acessível à pessoa com
o disposto em regulamento.” (NR) deficiência, observado o disposto em regulamento.” (NR)
“Art. 43. ...................................................................... Art. 103. O art. 11 da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992 , passa
............................................................................................ a vigorar acrescido do seguinte inciso IX:
§ 6º Todas as informações de que trata o caput deste artigo “Art. 11. .....................................................................
devem ser disponibilizadas em formatos acessíveis, inclusive para a ............................................................................................
pessoa com deficiência, mediante solicitação do consumidor.” (NR) IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilida-
Art. 101. A Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991 , passa a vigorar de previstos na legislação.” (NR)
com as seguintes alterações: Art. 104. A Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 , passa a vigo-
“Art. 16. ...................................................................... rar com as seguintes alterações:
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não “Art. 3º .....................................................................
emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ..........................................................................................
ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou defi- § 2º ...........................................................................
ciência grave; ..........................................................................................
............................................................................................ V - produzidos ou prestados por empresas que comprovem
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com
21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectu- deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam
al ou mental ou deficiência grave; às regras de acessibilidade previstas na legislação.
.................................................................................” (NR) ...........................................................................................
“Art. 77. ..................................................................... § 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida mar-
............................................................................................ gem de preferência para:
§ 2º .............................................................................. I - produtos manufaturados e para serviços nacionais que aten-
............................................................................................ dam a normas técnicas brasileiras; e
II - para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, de am- II - bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que
bos os sexos, pela emancipação ou ao completar 21 (vinte e um) comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para
anos de idade, salvo se for inválido ou tiver deficiência intelectual pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e
ou mental ou deficiência grave; que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.
................................................................................... ...................................................................................” (NR)
§ 4º (VETADO). “Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do § 2º e no
...................................................................................” (NR) inciso II do § 5º do art. 3º desta Lei deverão cumprir, durante todo
“Art. 93. (VETADO): o período de execução do contrato, a reserva de cargos prevista em
I - (VETADO); lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência
II - (VETADO); Social, bem como as regras de acessibilidade previstas na legislação.
III - (VETADO); Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o cumprimen-
IV - (VETADO); to dos requisitos de acessibilidade nos serviços e nos ambientes de
V - (VETADO). trabalho.”
§ 1º A dispensa de pessoa com deficiência ou de beneficiário Art. 105. O art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 ,
reabilitado da Previdência Social ao final de contrato por prazo de- passa a vigorar com as seguintes alterações:
terminado de mais de 90 (noventa) dias e a dispensa imotivada em “Art. 20. ......................................................................
contrato por prazo indeterminado somente poderão ocorrer após .............................................................................................
a contratação de outro trabalhador com deficiência ou beneficiário § 2º Para efeito de concessão do benefício de prestação conti-
reabilitado da Previdência Social. nuada, considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impe-
§ 2º Ao Ministério do Trabalho e Emprego incumbe estabelecer dimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou
a sistemática de fiscalização, bem como gerar dados e estatísticas sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode
sobre o total de empregados e as vagas preenchidas por pessoas obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade
com deficiência e por beneficiários reabilitados da Previdência So- de condições com as demais pessoas.
cial, fornecendo-os, quando solicitados, aos sindicatos, às entida- ............................................................................................
des representativas dos empregados ou aos cidadãos interessados. § 9º Os rendimentos decorrentes de estágio supervisionado e
§ 3º Para a reserva de cargos será considerada somente a con- de aprendizagem não serão computados para os fins de cálculo da
tratação direta de pessoa com deficiência, excluído o aprendiz com renda familiar per capita a que se refere o § 3º deste artigo.
deficiência de que trata a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), .............................................................................................
aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. § 11. Para concessão do benefício de que trata o caput deste
§ 4º (VETADO).” (NR) artigo, poderão ser utilizados outros elementos probatórios da con-
“Art. 110-A. No ato de requerimento de benefícios operacio- dição de miserabilidade do grupo familiar e da situação de vulnera-
nalizados pelo INSS, não será exigida apresentação de termo de bilidade, conforme regulamento.” (NR)
curatela de titular ou de beneficiário com deficiência, observados Art. 106. (VETADO).
os procedimentos a serem estabelecidos em regulamento.” Art. 107. A Lei nº 9.029, de 13 de abril de 1995 , passa a vigorar
com as seguintes alterações:

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
“Art. 1º É proibida a adoção de qualquer prática discriminató- § 1º Do total de recursos financeiros resultantes do percentual
ria e limitativa para efeito de acesso à relação de trabalho, ou de de que trata o inciso VI do caput , 62,96% (sessenta e dois inteiros
sua manutenção, por motivo de sexo, origem, raça, cor, estado civil, e noventa e seis centésimos por cento) serão destinados ao Comitê
situação familiar, deficiência, reabilitação profissional, idade, entre Olímpico Brasileiro (COB) e 37,04% (trinta e sete inteiros e quatro
outros, ressalvadas, nesse caso, as hipóteses de proteção à criança centésimos por cento) ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), de-
e ao adolescente previstas no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição vendo ser observado, em ambos os casos, o conjunto de normas
Federal. ” (NR) aplicáveis à celebração de convênios pela União.
“Art. 3º Sem prejuízo do prescrito no art. 2º desta Lei e nos dis- ..................................................................................” (NR)
positivos legais que tipificam os crimes resultantes de preconceito Art. 111. O art. 1º da Lei nº 10.048, de 8 de novembro de 2000
de etnia, raça, cor ou deficiência, as infrações ao disposto nesta Lei , passa a vigorar com a seguinte redação:
são passíveis das seguintes cominações: “Art. 1º As pessoas com deficiência, os idosos com idade igual
..................................................................................” (NR) ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as lactantes, as pes-
“Art. 4º ........................................................................ soas com crianças de colo e os obesos terão atendimento prioritá-
I - a reintegração com ressarcimento integral de todo o período rio, nos termos desta Lei.” (NR)
de afastamento, mediante pagamento das remunerações devidas, Art. 112. A Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000 , passa a
corrigidas monetariamente e acrescidas de juros legais; vigorar com as seguintes alterações:
....................................................................................” (NR) “Art. 2º .......................................................................
Art. 108. O art. 35 da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995 I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para uti-
, passa a vigorar acrescido do seguinte § 5º : lização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equi-
“Art. 35. ...................................................................... pamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comuni-
............................................................................................. cação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros
§ 5º Sem prejuízo do disposto no inciso IX do parágrafo único serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou priva-
do art. 3º da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 , a pessoa com dos de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa
deficiência, ou o contribuinte que tenha dependente nessa condi- com deficiência ou com mobilidade reduzida;
ção, tem preferência na restituição referida no inciso III do art. 4º e II - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou compor-
na alínea “c” do inciso II do art. 8º .” (NR) tamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem
Art. 109. A Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilida-
de Trânsito Brasileiro) , passa a vigorar com as seguintes alterações: de, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao
“Art. 2º ........................................................... acesso à informação, à compreensão, à circulação com segurança,
Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são consideradas entre outros, classificadas em:
vias terrestres as praias abertas à circulação pública, as vias inter- a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços
nas pertencentes aos condomínios constituídos por unidades au- públicos e privados abertos ao público ou de uso coletivo;
tônomas e as vias e áreas de estacionamento de estabelecimentos b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos
privados de uso coletivo.” (NR) e privados;
“Art. 86-A. As vagas de estacionamento regulamentado de que c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios
trata o inciso XVII do art. 181 desta Lei deverão ser sinalizadas com de transportes;
as respectivas placas indicativas de destinação e com placas infor- d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer
mando os dados sobre a infração por estacionamento indevido.” entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que dificulte ou
“Art. 147-A. Ao candidato com deficiência auditiva é assegura- impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e de
da acessibilidade de comunicação, mediante emprego de tecnolo- informações por intermédio de sistemas de comunicação e de tec-
gias assistivas ou de ajudas técnicas em todas as etapas do processo nologia da informação;
de habilitação. III - pessoa com deficiência: aquela que tem impedimento de
§ 1º O material didático audiovisual utilizado em aulas teóricas longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o
dos cursos que precedem os exames previstos no art. 147 desta Lei qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua
deve ser acessível, por meio de subtitulação com legenda oculta participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condi-
associada à tradução simultânea em Libras. ções com as demais pessoas;
§ 2º É assegurado também ao candidato com deficiência audi- IV - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por
tiva requerer, no ato de sua inscrição, os serviços de intérprete da qualquer motivo, dificuldade de movimentação, permanente ou
Libras, para acompanhamento em aulas práticas e teóricas.” temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, da flexibilida-
“Art. 154. (VETADO).” de, da coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso, ges-
“Art. 181. ................................................................... tante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso;
.......................................................................................... V - acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com de-
XVII - ......................................................................... ficiência, podendo ou não desempenhar as funções de atendente
Infração - grave; pessoal;
.................................................................................” (NR) VI - elemento de urbanização: quaisquer componentes de
Art. 110. O inciso VI e o § 1º do art. 56 da Lei nº 9.615, de 24 de obras de urbanização, tais como os referentes a pavimentação, sa-
março de 1998 , passam a vigorar com a seguinte redação: neamento, encanamento para esgotos, distribuição de energia elé-
“Art. 56. .................................................................... trica e de gás, iluminação pública, serviços de comunicação, abaste-
........................................................................................... cimento e distribuição de água, paisagismo e os que materializam
VI - 2,7% (dois inteiros e sete décimos por cento) da arrecada- as indicações do planejamento urbanístico;
ção bruta dos concursos de prognósticos e loterias federais e simila- VII - mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas vias
res cuja realização estiver sujeita a autorização federal, deduzindo- e nos espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elemen-
-se esse valor do montante destinado aos prêmios; tos de urbanização ou de edificação, de forma que sua modifica-
............................................................................................. ção ou seu traslado não provoque alterações substanciais nesses

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
elementos, tais como semáforos, postes de sinalização e similares, § 3º As cidades de que trata o caput deste artigo devem ela-
terminais e pontos de acesso coletivo às telecomunicações, fontes borar plano de rotas acessíveis, compatível com o plano diretor no
de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e quaisquer qual está inserido, que disponha sobre os passeios públicos a serem
outros de natureza análoga; implantados ou reformados pelo poder público, com vistas a ga-
VIII - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipa- rantir acessibilidade da pessoa com deficiência ou com mobilidade
mentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas reduzida a todas as rotas e vias existentes, inclusive as que concen-
e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à trem os focos geradores de maior circulação de pedestres, como
atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobili- os órgãos públicos e os locais de prestação de serviços públicos e
dade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade privados de saúde, educação, assistência social, esporte, cultura,
de vida e inclusão social; correios e telégrafos, bancos, entre outros, sempre que possível de
IX - comunicação: forma de interação dos cidadãos que abran- maneira integrada com os sistemas de transporte coletivo de pas-
ge, entre outras opções, as línguas, inclusive a Língua Brasileira de sageiros.” (NR)
Sinais (Libras), a visualização de textos, o Braille, o sistema de sina- Art. 114. A Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código
lização ou de comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispo- Civil) , passa a vigorar com as seguintes alterações:
sitivos multimídia, assim como a linguagem simples, escrita e oral, “Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente
os sistemas auditivos e os meios de voz digitalizados e os modos, os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.
meios e formatos aumentativos e alternativos de comunicação, in- I - (Revogado);
cluindo as tecnologias da informação e das comunicações; II - (Revogado);
X - desenho universal: concepção de produtos, ambientes, pro- III - (Revogado).” (NR)
gramas e serviços a serem usados por todas as pessoas, sem neces- “Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à manei-
sidade de adaptação ou de projeto específico, incluindo os recursos ra de os exercer:
de tecnologia assistiva.” (NR) .....................................................................................
“Art. 3º O planejamento e a urbanização das vias públicas, dos II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
parques e dos demais espaços de uso público deverão ser conce- III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não pu-
bidos e executados de forma a torná-los acessíveis para todas as derem exprimir sua vontade;
pessoas, inclusive para aquelas com deficiência ou com mobilidade .............................................................................................
reduzida. Parágrafo único . A capacidade dos indígenas será regulada por
Parágrafo único. O passeio público, elemento obrigatório de legislação especial.” (NR)
urbanização e parte da via pública, normalmente segregado e em “Art. 228. .....................................................................
nível diferente, destina-se somente à circulação de pedestres e, .............................................................................................
quando possível, à implantação de mobiliário urbano e de vegeta- II - (Revogado);
ção.” (NR) III - (Revogado);
“Art. 9º ........................................................................ .............................................................................................
Parágrafo único. Os semáforos para pedestres instalados em § 1º ..............................................................................
vias públicas de grande circulação, ou que deem acesso aos servi- § 2º A pessoa com deficiência poderá testemunhar em igual-
ços de reabilitação, devem obrigatoriamente estar equipados com dade de condições com as demais pessoas, sendo-lhe assegurados
mecanismo que emita sinal sonoro suave para orientação do pe- todos os recursos de tecnologia assistiva.” (NR)
destre.” (NR) “Art. 1.518 . Até a celebração do casamento podem os pais ou
“Art. 10-A. A instalação de qualquer mobiliário urbano em área tutores revogar a autorização.” (NR)
de circulação comum para pedestre que ofereça risco de acidente “Art. 1.548. ...................................................................
à pessoa com deficiência deverá ser indicada mediante sinalização I - (Revogado);
tátil de alerta no piso, de acordo com as normas técnicas pertinen- ....................................................................................” (NR)
tes.” “Art. 1.550. ..................................................................
“Art. 12-A. Os centros comerciais e os estabelecimentos congê- .............................................................................................
neres devem fornecer carros e cadeiras de rodas, motorizados ou § 1º ..............................................................................
não, para o atendimento da pessoa com deficiência ou com mobi- § 2º A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade
lidade reduzida.” núbia poderá contrair matrimônio, expressando sua vontade direta-
Art. 113. A Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001 (Estatuto da mente ou por meio de seu responsável ou curador.” (NR)
Cidade) , passa a vigorar com as seguintes alterações: “Art. 1.557. ................................................................
“Art. 3º ...................................................................... ............................................................................................
............................................................................................ III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico ir-
III - promover, por iniciativa própria e em conjunto com os Esta- remediável que não caracterize deficiência ou de moléstia grave e
dos, o Distrito Federal e os Municípios, programas de construção de transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em risco a
moradias e melhoria das condições habitacionais, de saneamento saúde do outro cônjuge ou de sua descendência;
básico, das calçadas, dos passeios públicos, do mobiliário urbano e IV - (Revogado).” (NR)
dos demais espaços de uso público; “Art. 1.767. ..................................................................
IV - instituir diretrizes para desenvolvimento urbano, inclusive I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não pu-
habitação, saneamento básico, transporte e mobilidade urbana, derem exprimir sua vontade;
que incluam regras de acessibilidade aos locais de uso público; II - (Revogado);
.................................................................................” (NR) III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
“Art. 41. .................................................................... IV - (Revogado);
........................................................................................... ....................................................................................” (NR)
“Art. 1.768. O processo que define os termos da curatela deve
ser promovido:

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
............................................................................................. § 5º Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha relação
IV - pela própria pessoa.” (NR) negocial pode solicitar que os apoiadores contra-assinem o contra-
“Art. 1.769 . O Ministério Público somente promoverá o proces- to ou acordo, especificando, por escrito, sua função em relação ao
so que define os termos da curatela: apoiado.
I - nos casos de deficiência mental ou intelectual; § 6º Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou pre-
............................................................................................ juízo relevante, havendo divergência de opiniões entre a pessoa
III - se, existindo, forem menores ou incapazes as pessoas men- apoiada e um dos apoiadores, deverá o juiz, ouvido o Ministério
cionadas no inciso II.” (NR) Público, decidir sobre a questão.
“Art. 1.771. Antes de se pronunciar acerca dos termos da cura- § 7º Se o apoiador agir com negligência, exercer pressão in-
tela, o juiz, que deverá ser assistido por equipe multidisciplinar, en- devida ou não adimplir as obrigações assumidas, poderá a pessoa
trevistará pessoalmente o interditando.” (NR) apoiada ou qualquer pessoa apresentar denúncia ao Ministério Pú-
“Art. 1.772. O juiz determinará, segundo as potencialidades da blico ou ao juiz.
pessoa, os limites da curatela, circunscritos às restrições constantes § 8º Se procedente a denúncia, o juiz destituirá o apoiador e
do art. 1.782, e indicará curador. nomeará, ouvida a pessoa apoiada e se for de seu interesse, outra
Parágrafo único. Para a escolha do curador, o juiz levará em pessoa para prestação de apoio.
conta a vontade e as preferências do interditando, a ausência de § 9º A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o tér-
conflito de interesses e de influência indevida, a proporcionalidade mino de acordo firmado em processo de tomada de decisão apoia-
e a adequação às circunstâncias da pessoa.” (NR) da.
“Art. 1.775-A . Na nomeação de curador para a pessoa com de- § 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua par-
ficiência, o juiz poderá estabelecer curatela compartilhada a mais ticipação do processo de tomada de decisão apoiada, sendo seu
de uma pessoa.” desligamento condicionado à manifestação do juiz sobre a matéria.
“Art. 1.777. As pessoas referidas no inciso I do art. 1.767 rece- § 11. Aplicam-se à tomada de decisão apoiada, no que couber,
berão todo o apoio necessário para ter preservado o direito à convi- as disposições referentes à prestação de contas na curatela.”
vência familiar e comunitária, sendo evitado o seu recolhimento em Art. 117. O art. 1º da Lei nº 11.126, de 27 de junho de 2005 ,
estabelecimento que os afaste desse convívio.” (NR) passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 115. O Título IV do Livro IV da Parte Especial da Lei nº “Art. 1º É assegurado à pessoa com deficiência visual acompa-
10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) , passa a vigorar com nhada de cão-guia o direito de ingressar e de permanecer com o
a seguinte redação: animal em todos os meios de transporte e em estabelecimentos
abertos ao público, de uso público e privados de uso coletivo, desde
“TÍTULO IV que observadas as condições impostas por esta Lei.
DA TUTELA, DA CURATELA E DA TOMADA DE DECISÃO APOIA- .............................................................................................
DA” § 2º O disposto no caput deste artigo aplica-se a todas as mo-
dalidades e jurisdições do serviço de transporte coletivo de passa-
Art. 116. O Título IV do Livro IV da Parte Especial da Lei nº geiros, inclusive em esfera internacional com origem no território
10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) , passa a vigorar brasileiro.” (NR)
acrescido do seguinte Capítulo III: Art. 118. O inciso IV do art. 46 da Lei nº 11.904, de 14 de janeiro
de 2009 , passa a vigorar acrescido da seguinte alínea “k”:
“CAPÍTULO III “Art. 46. ......................................................................
DA TOMADA DE DECISÃO APOIADA ...........................................................................................
IV - ..............................................................................
Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo ...........................................................................................
qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas k) de acessibilidade a todas as pessoas.
idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua con- .................................................................................” (NR)
fiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da Art. 119. A Lei nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012 , passa a vigo-
vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários rar acrescida do seguinte art. 12-B:
para que possa exercer sua capacidade. “Art. 12-B. Na outorga de exploração de serviço de táxi, reser-
§ 1º Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a var-se-ão 10% (dez por cento) das vagas para condutores com de-
pessoa com deficiência e os apoiadores devem apresentar termo ficiência.
em que constem os limites do apoio a ser oferecido e os compro- § 1º Para concorrer às vagas reservadas na forma do caput des-
missos dos apoiadores, inclusive o prazo de vigência do acordo e te artigo, o condutor com deficiência deverá observar os seguintes
o respeito à vontade, aos direitos e aos interesses da pessoa que requisitos quanto ao veículo utilizado:
devem apoiar. I - ser de sua propriedade e por ele conduzido; e
§ 2º O pedido de tomada de decisão apoiada será requerido II - estar adaptado às suas necessidades, nos termos da legis-
pela pessoa a ser apoiada, com indicação expressa das pessoas ap- lação vigente.
tas a prestarem o apoio previsto no caput deste artigo. § 2º No caso de não preenchimento das vagas na forma esta-
§ 3º Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de deci- belecida no caput deste artigo, as remanescentes devem ser dispo-
são apoiada, o juiz, assistido por equipe multidisciplinar, após oitiva nibilizadas para os demais concorrentes.”
do Ministério Público, ouvirá pessoalmente o requerente e as pes- Art. 120. Cabe aos órgãos competentes, em cada esfera de go-
soas que lhe prestarão apoio. verno, a elaboração de relatórios circunstanciados sobre o cumpri-
§ 4º A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e efei- mento dos prazos estabelecidos por força das Leis nº 10.048, de 8
tos sobre terceiros, sem restrições, desde que esteja inserida nos de novembro de 2000 , e nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000 ,
limites do apoio acordado. bem como o seu encaminhamento ao Ministério Público e aos ór-
gãos de regulação para adoção das providências cabíveis.

371
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
Parágrafo único. Os relatórios a que se refere o caput deste ar- TÍTULO I
tigo deverão ser apresentados no prazo de 1 (um) ano a contar da DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR
entrada em vigor desta Lei.
Art. 121. Os direitos, os prazos e as obrigações previstos nesta CAPÍTULO I
Lei não excluem os já estabelecidos em outras legislações, inclusive DISPOSIÇÕES GERAIS
em pactos, tratados, convenções e declarações internacionais apro-
vados e promulgados pelo Congresso Nacional, e devem ser apli- Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção e
cados em conformidade com as demais normas internas e acordos defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos ter-
internacionais vinculantes sobre a matéria. mos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal
Parágrafo único. Prevalecerá a norma mais benéfica à pessoa e art. 48 de suas Disposições Transitórias.
com deficiência. Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire
Art. 122. Regulamento disporá sobre a adequação do disposto ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
nesta Lei ao tratamento diferenciado, simplificado e favorecido a Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de
ser dispensado às microempresas e às empresas de pequeno porte, pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas rela-
previsto no § 3º do art. 1º da Lei Complementar nº 123, de 14 de ções de consumo.
dezembro de 2006 . Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou
Art. 123. Revogam-se os seguintes dispositivos: (Vigência) privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersona-
I - o inciso II do § 2º do art. 1º da Lei nº 9.008, de 21 de março lizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, cria-
de 1995 ; ção, construção, transformação, importação, exportação, distribui-
II - os incisos I, II e III do art. 3º da Lei nº 10.406, de 10 de janei- ção ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
ro de 2002 (Código Civil); § 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou
III - os incisos II e III do art. 228 da Lei nº 10.406, de 10 de janei- imaterial.
ro de 2002 (Código Civil); § 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de
IV - o inciso I do art. 1.548 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancá-
2002 (Código Civil); ria, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das re-
V - o inciso IV do art. 1.557 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro lações de caráter trabalhista.
de 2002 (Código Civil);
VI - os incisos II e IV do art. 1.767 da Lei nº 10.406, de 10 de CAPÍTULO II
janeiro de 2002 (Código Civil); DA POLÍTICA NACIONAL DE RELAÇÕES DE CONSUMO
VII - os arts. 1.776 e 1.780 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de
2002 (Código Civil). Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por
Art. 124. O § 1º do art. 2º desta Lei deverá entrar em vigor em objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o res-
até 2 (dois) anos, contados da entrada em vigor desta Lei. peito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus inte-
Art. 125. Devem ser observados os prazos a seguir discrimina- resses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como
dos, a partir da entrada em vigor desta Lei, para o cumprimento dos a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os
seguintes dispositivos: seguintes princípios: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
I - incisos I e II do § 2º do art. 28 , 48 (quarenta e oito) meses; I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mer-
II - § 6º do art. 44, 84 (oitenta e quatro) meses; (Redação cado de consumo;
dada pela Lei nº 14.159, de 2021) II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente
III - art. 45 , 24 (vinte e quatro) meses; o consumidor:
IV - art. 49 , 48 (quarenta e oito) meses. a) por iniciativa direta;
Art. 126. Prorroga-se até 31 de dezembro de 2021 a vigência da b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações
Lei nº 8.989, de 24 de fevereiro de 1995 . representativas;
Art. 127. Esta Lei entra em vigor após decorridos 180 (cento e c) pela presença do Estado no mercado de consumo;
oitenta) dias de sua publicação oficial . d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequa-
dos de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho.
III - harmonização dos interesses dos participantes das rela-
CÓDIGO DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR: ções de consumo e compatibilização da proteção do consumidor
LEI Nº 8.078/1990 (VERSÃO ATUALIZADA) com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico,
de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem eco-
LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990 nômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na
boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores;
Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providên- IV - educação e informação de fornecedores e consumidores,
cias. quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mer-
cado de consumo;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Na- V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes
cional decreta e eu sanciono a seguinte lei: de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços, as-
sim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos de
consumo;
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos prati-
cados no mercado de consumo, inclusive a concorrência desleal e
utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas e
nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuízos
aos consumidores;

372
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos; XI - a garantia de práticas de crédito responsável, de educação
VIII - estudo constante das modificações do mercado de consumo. financeira e de prevenção e tratamento de situações de superendi-
IX - fomento de ações direcionadas à educação financeira e am- vidamento, preservado o mínimo existencial, nos termos da regu-
biental dos consumidores; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) lamentação, por meio da revisão e da repactuação da dívida, entre
X - prevenção e tratamento do superendividamento como for- outras medidas; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
ma de evitar a exclusão social do consumidor. (Incluído pela Lei XII - a preservação do mínimo existencial, nos termos da regu-
nº 14.181, de 2021) lamentação, na repactuação de dívidas e na concessão de crédito;
Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Relações de (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
Consumo, contará o poder público com os seguintes instrumentos, XIII - a informação acerca dos preços dos produtos por unidade
entre outros: de medida, tal como por quilo, por litro, por metro ou por outra
I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para unidade, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
o consumidor carente; Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput
II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consu- deste artigo deve ser acessível à pessoa com deficiência, observado
midor, no âmbito do Ministério Público; o disposto em regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)
III - criação de delegacias de polícia especializadas no atendi- (Vigência)
mento de consumidores vítimas de infrações penais de consumo; Art. 7° Os direitos previstos neste código não excluem outros
IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas decorrentes de tratados ou convenções internacionais de que o
Especializadas para a solução de litígios de consumo; Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária, de regulamen-
V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das tos expedidos pelas autoridades administrativas competentes, bem
Associações de Defesa do Consumidor. como dos que derivem dos princípios gerais do direito, analogia,
VI - instituição de mecanismos de prevenção e tratamento ex- costumes e eqüidade.
trajudicial e judicial do superendividamento e de proteção do con- Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos res-
sumidor pessoa natural; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) ponderão solidariamente pela reparação dos danos previstos nas
VII - instituição de núcleos de conciliação e mediação de confli- normas de consumo.
tos oriundos de superendividamento. (Incluído pela Lei nº 14.181,
de 2021) CAPÍTULO IV
§ 1° (Vetado). DA QUALIDADE DE PRODUTOS E SERVIÇOS, DA PREVENÇÃO E
§ 2º (Vetado). DA REPARAÇÃO DOS DANOS

CAPÍTULO III SEÇÃO I


DOS DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR DA PROTEÇÃO À SAÚDE E SEGURANÇA

Art. 6º São direitos básicos do consumidor: Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado de consu-
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos pro- mo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores,
vocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços consi- exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de
derados perigosos ou nocivos; sua natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu res-
produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igual- peito.
dade nas contratações; § 1º Em se tratando de produto industrial, ao fabricante cabe
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes pro- prestar as informações a que se refere este artigo, através de im-
dutos e serviços, com especificação correta de quantidade, carac- pressos apropriados que devam acompanhar o produto. (Redação
terísticas, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem dada pela Lei nº 13.486, de 2017)
como sobre os riscos que apresentem; (Redação dada pela Lei nº § 2º O fornecedor deverá higienizar os equipamentos e utensí-
12.741, de 2012) Vigência lios utilizados no fornecimento de produtos ou serviços, ou coloca-
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, mé- dos à disposição do consumidor, e informar, de maneira ostensiva
todos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e adequada, quando for o caso, sobre o risco de contaminação. (In-
e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e cluído pela Lei nº 13.486, de 2017)
serviços; Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencialmente
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam nocivos ou perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de ma-
prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos su- neira ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou peri-
pervenientes que as tornem excessivamente onerosas; culosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis em
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e cada caso concreto.
morais, individuais, coletivos e difusos; Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de con-
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com sumo produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto
vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança.
individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, ad- § 1° O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente
ministrativa e técnica aos necessitados; à sua introdução no mercado de consumo, tiver conhecimento da
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a periculosidade que apresentem, deverá comunicar o fato imediata-
inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a mente às autoridades competentes e aos consumidores, mediante
critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossu- anúncios publicitários.
ficiente, segundo as regras ordinárias de experiências; § 2° Os anúncios publicitários a que se refere o parágrafo ante-
IX - (Vetado); rior serão veiculados na imprensa, rádio e televisão, às expensas do
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em fornecedor do produto ou serviço.
geral.

373
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
§ 3° Sempre que tiverem conhecimento de periculosidade de SEÇÃO III
produtos ou serviços à saúde ou segurança dos consumidores, a DA RESPONSABILIDADE POR VÍCIO DO PRODUTO E DO SER-
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão infor- VIÇO
má-los a respeito.
Art. 11. (Vetado). Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou
não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade
SEÇÃO II ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao con-
DA RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO E DO SER- sumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por
VIÇO aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes
do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária,
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou es- respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o
trangeiro, e o importador respondem, independentemente da exis- consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
tência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumi- § 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias,
dores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondiciona- I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em
mento de seus produtos, bem como por informações insuficientes perfeitas condições de uso;
ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
§ 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as III - o abatimento proporcional do preço.
circunstâncias relevantes, entre as quais: § 2° Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação
I - sua apresentação; do prazo previsto no parágrafo anterior, não podendo ser inferior a
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam; sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de adesão,
III - a época em que foi colocado em circulação. a cláusula de prazo deverá ser convencionada em separado, por
§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de ou- meio de manifestação expressa do consumidor.
tro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado. § 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas
§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só do § 1° deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício,
não será responsabilizado quando provar: a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade
I - que não colocou o produto no mercado; ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defei- produto essencial.
to inexiste; § 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. do § 1° deste artigo, e não sendo possível a substituição do bem,
Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos poderá haver substituição por outro de espécie, marca ou modelo
do artigo anterior, quando: diversos, mediante complementação ou restituição de eventual di-
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não ferença de preço, sem prejuízo do disposto nos incisos II e III do §
puderem ser identificados; 1° deste artigo.
II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabri- § 5° No caso de fornecimento de produtos in natura, será
cante, produtor, construtor ou importador; responsável perante o consumidor o fornecedor imediato, exceto
III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis. quando identificado claramente seu produtor.
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao prejudi- § 6° São impróprios ao uso e consumo:
cado poderá exercer o direito de regresso contra os demais respon- I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos;
sáveis, segundo sua participação na causação do evento danoso. II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avaria-
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independente- dos, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saú-
mente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados de, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas re-
aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, gulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação;
bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inade-
fruição e riscos. quados ao fim a que se destinam.
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos ví-
que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração cios de quantidade do produto sempre que, respeitadas as varia-
as circunstâncias relevantes, entre as quais: ções decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior
I - o modo de seu fornecimento; às indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam; ou de mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alter-
III - a época em que foi fornecido. nativamente e à sua escolha:
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de I - o abatimento proporcional do preço;
novas técnicas. II - complementação do peso ou medida;
§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado III - a substituição do produto por outro da mesma espécie,
quando provar: marca ou modelo, sem os aludidos vícios;
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos.
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será § 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do artigo anterior.
apurada mediante a verificação de culpa. § 2° O fornecedor imediato será responsável quando fizer a
Art. 15. (Vetado). pesagem ou a medição e o instrumento utilizado não estiver aferido
Art. 16. (Vetado). segundo os padrões oficiais.
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consu-
midores todas as vítimas do evento.

374
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qua- § 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se
lidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o no momento em que ficar evidenciado o defeito.
valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos
indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, poden- danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção
do o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do co-
I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando nhecimento do dano e de sua autoria.
cabível; Parágrafo único. (Vetado).
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; SEÇÃO V
III - o abatimento proporcional do preço. DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros
devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor. Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica
§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem inadequados da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso
para os fins que razoavelmente deles se esperam, bem como aque- de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou
les que não atendam as normas regulamentares de prestabilidade. violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração tam-
Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham por obje- bém será efetivada quando houver falência, estado de insolvência,
tivo a reparação de qualquer produto considerar-se-á implícita a encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má
obrigação do fornecedor de empregar componentes de reposição administração.
originais adequados e novos, ou que mantenham as especificações § 1° (Vetado).
técnicas do fabricante, salvo, quanto a estes últimos, autorização § 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as
em contrário do consumidor. sociedades controladas, são subsidiariamente responsáveis pelas
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessio- obrigações decorrentes deste código.
nárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreen- § 3° As sociedades consorciadas são solidariamente responsá-
dimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, veis pelas obrigações decorrentes deste código.
seguros e, quanto aos essenciais, contínuos. § 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa.
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou par- § 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica
cial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao
compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.
prevista neste código.
Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios de quali- CAPÍTULO V
dade por inadequação dos produtos e serviços não o exime de res- DAS PRÁTICAS COMERCIAIS
ponsabilidade.
Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ou serviço SEÇÃO I
independe de termo expresso, vedada a exoneração contratual do DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
fornecedor.
Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula que im- Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se
possibilite, exonere ou atenue a obrigação de indenizar prevista aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas
nesta e nas seções anteriores. às práticas nele previstas.
§ 1° Havendo mais de um responsável pela causação do dano,
todos responderão solidariamente pela reparação prevista nesta e SEÇÃO II
nas seções anteriores. DA OFERTA
§ 2° Sendo o dano causado por componente ou peça incorpo-
rada ao produto ou serviço, são responsáveis solidários seu fabri- Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente pre-
cante, construtor ou importador e o que realizou a incorporação. cisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com
relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o
SEÇÃO IV fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contra-
DA DECADÊNCIA E DA PRESCRIÇÃO to que vier a ser celebrado.
Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços de-
Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil vem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e
constatação caduca em: em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quan-
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de pro- tidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem,
dutos não duráveis; entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de saúde e segurança dos consumidores.
produtos duráveis. Parágrafo único. As informações de que trata este artigo, nos
§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da en- produtos refrigerados oferecidos ao consumidor, serão gravadas de
trega efetiva do produto ou do término da execução dos serviços. forma indelével. (Incluído pela Lei nº 11.989, de 2009)
§ 2° Obstam a decadência: Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar a
I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consu- oferta de componentes e peças de reposição enquanto não cessar
midor perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta a fabricação ou importação do produto.
negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma ine- Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação, a oferta
quívoca; deverá ser mantida por período razoável de tempo, na forma da lei.
II - (Vetado).
III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.

375
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor,
postal, deve constar o nome do fabricante e endereço na embala- tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social,
gem, publicidade e em todos os impressos utilizados na transação para impingir-lhe seus produtos ou serviços;
comercial. V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;
Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e serviços VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e
por telefone, quando a chamada for onerosa ao consumidor que a autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de
origina. (Incluído pela Lei nº 11.800, de 2008). práticas anteriores entre as partes;
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente VII - repassar informação depreciativa, referente a ato pratica-
responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes autô- do pelo consumidor no exercício de seus direitos;
nomos. VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou
Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cum- serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos ofi-
primento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor po- ciais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela
derá, alternativamente e à sua livre escolha: Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade cre-
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da denciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e
oferta, apresentação ou publicidade; Qualidade Industrial (Conmetro);
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente; IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, di-
III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia retamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pa-
eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas gamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis
e danos. especiais; (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)
X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços.
SEÇÃO III (Incluído pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)
DA PUBLICIDADE XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de 22.10.1999,
transformado em inciso XIII, quando da conversão na Lei nº 9.870,
Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o de 23.11.1999
consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal. XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obri-
Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus produ- gação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo crité-
tos ou serviços, manterá, em seu poder, para informação dos legí- rio. (Incluído pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
timos interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que dão XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal
sustentação à mensagem. ou contratualmente estabelecido. (Incluído pela Lei nº 9.870, de
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva. 23.11.1999)
§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou co- XIV - permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou
municação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, de serviços de um número maior de consumidores que o fixado
por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir pela autoridade administrativa como máximo. (Incluído pela Lei nº
em erro o consumidor a respeito da natureza, características, quali- 13.425, de 2017)
dade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos
dados sobre produtos e serviços. ou entregues ao consumidor, na hipótese prevista no inciso III, equipa-
§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de ram-se às amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento.
qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a su- Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao con-
perstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência sumidor orçamento prévio discriminando o valor da mão-de-obra,
da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de in- dos materiais e equipamentos a serem empregados, as condições de
duzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa pagamento, bem como as datas de início e término dos serviços.
à sua saúde ou segurança. § 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá va-
§ 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa lidade pelo prazo de dez dias, contado de seu recebimento pelo
por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do consumidor.
produto ou serviço. § 2° Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga
§ 4° (Vetado). os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre nego-
Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da informa- ciação das partes.
ção ou comunicação publicitária cabe a quem as patrocina. § 3° O consumidor não responde por quaisquer ônus ou acrés-
cimos decorrentes da contratação de serviços de terceiros não pre-
SEÇÃO IV vistos no orçamento prévio.
DAS PRÁTICAS ABUSIVAS Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou de serviços
sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preços, os
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, den- fornecedores deverão respeitar os limites oficiais sob pena de não
tre outras práticas abusivas: (Redação dada pela Lei nº 8.884, de o fazendo, responderem pela restituição da quantia recebida em
11.6.1994) excesso, monetariamente atualizada, podendo o consumidor exigir
I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao à sua escolha, o desfazimento do negócio, sem prejuízo de outras
fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa sanções cabíveis.
causa, a limites quantitativos;
II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na SEÇÃO V
exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de con- DA COBRANÇA DE DÍVIDAS
formidade com os usos e costumes;
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente
qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço; não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de
constrangimento ou ameaça.

376
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de manei-
tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que ra mais favorável ao consumidor.
pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos par-
salvo hipótese de engano justificável. ticulares, recibos e pré-contratos relativos às relações de consumo
Art. 42-A. Em todos os documentos de cobrança de débitos vinculam o fornecedor, ensejando inclusive execução específica,
apresentados ao consumidor, deverão constar o nome, o endereço nos termos do art. 84 e parágrafos.
e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo
no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ do fornecedor do de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do
produto ou serviço correspondente. (Incluído pela Lei nº 12.039, produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de
de 2009) produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, es-
pecialmente por telefone ou a domicílio.
SEÇÃO VI Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arre-
DOS BANCOS DE DADOS E CADASTROS DE CONSUMIDORES pendimento previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos,
a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de
Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, imediato, monetariamente atualizados.
terá acesso às informações existentes em cadastros, fichas, regis- Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será
tros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem conferida mediante termo escrito.
como sobre as suas respectivas fontes. Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser
§ 1° Os cadastros e dados de consumidores devem ser objeti- padronizado e esclarecer, de maneira adequada em que consiste a
vos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em que pode
podendo conter informações negativas referentes a período supe- ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe
rior a cinco anos. entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do for-
§ 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais necimento, acompanhado de manual de instrução, de instalação e
e de consumo deverá ser comunicada por escrito ao consumidor, uso do produto em linguagem didática, com ilustrações.
quando não solicitada por ele.
§ 3° O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus SEÇÃO II
dados e cadastros, poderá exigir sua imediata correção, devendo o DAS CLÁUSULAS ABUSIVAS
arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos
eventuais destinatários das informações incorretas. Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas
§ 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
os serviços de proteção ao crédito e congêneres são considerados I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade
entidades de caráter público. do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e ser-
§ 5° Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos viços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações
do consumidor, não serão fornecidas, pelos respectivos Sistemas de de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a
Proteção ao Crédito, quaisquer informações que possam impedir indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis;
ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores. II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia
§ 6o Todas as informações de que trata o caput deste artigo já paga, nos casos previstos neste código;
devem ser disponibilizadas em formatos acessíveis, inclusive para III - transfiram responsabilidades a terceiros;
a pessoa com deficiência, mediante solicitação do consumidor. (In- IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas,
cluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam
Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do consumidor mante- incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;
rão cadastros atualizados de reclamações fundamentadas contra V - (Vetado);
fornecedores de produtos e serviços, devendo divulgá-lo pública e VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do
anualmente. A divulgação indicará se a reclamação foi atendida ou consumidor;
não pelo fornecedor. VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem;
§ 1° É facultado o acesso às informações lá constantes para VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro
orientação e consulta por qualquer interessado. negócio jurídico pelo consumidor;
§ 2° Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mesmas regras IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contra-
enunciadas no artigo anterior e as do parágrafo único do art. 22 to, embora obrigando o consumidor;
deste código. X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação
Art. 45. (Vetado). do preço de maneira unilateral;
XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateral-
CAPÍTULO VI mente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor;
DA PROTEÇÃO CONTRATUAL XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança
de sua obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o
SEÇÃO I fornecedor;
DISPOSIÇÕES GERAIS XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o
conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua celebração;
Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambien-
obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tais;
tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao con-
instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão sumidor;
de seu sentido e alcance. XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por ben-
feitorias necessárias.

377
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
XVII - condicionem ou limitem de qualquer forma o acesso aos SEÇÃO III
órgãos do Poder Judiciário; (Incluído pela Lei nº 14.181, de DOS CONTRATOS DE ADESÃO
2021)
XVIII - estabeleçam prazos de carência em caso de impontua- Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham
lidade das prestações mensais ou impeçam o restabelecimento in- sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas uni-
tegral dos direitos do consumidor e de seus meios de pagamento a lateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o
partir da purgação da mora ou do acordo com os credores; (In- consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu con-
cluído pela Lei nº 14.181, de 2021) teúdo.
XIX - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) § 1° A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natu-
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem reza de adesão do contrato.
que: § 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória,
I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que desde que a alternativa, cabendo a escolha ao consumidor, ressal-
pertence; vando-se o disposto no § 2° do artigo anterior.
II - restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à § 3o Os contratos de adesão escritos serão redigidos em ter-
natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilí- mos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da
brio contratual; fonte não será inferior ao corpo doze, de modo a facilitar sua com-
III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, con- preensão pelo consumidor. (Redação dada pela nº 11.785, de 2008)
siderando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das § 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito do consu-
partes e outras circunstâncias peculiares ao caso. midor deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua imedia-
§ 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invali- ta e fácil compreensão.
da o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços § 5° (Vetado)
de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes.
§ 3° (Vetado).
§ 4° É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o re- CAPÍTULO VI-A
presente requerer ao Ministério Público que ajuíze a competente DA PREVENÇÃO E DO TRATAMENTO DO SUPERENDIVIDA-
ação para ser declarada a nulidade de cláusula contratual que con- MENTO
trarie o disposto neste código ou de qualquer forma não assegure o (INCLUÍDO PELA LEI Nº 14.181, DE 2021)
justo equilíbrio entre direitos e obrigações das partes.
Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva Art. 54-A. Este Capítulo dispõe sobre a prevenção do superen-
outorga de crédito ou concessão de financiamento ao consumidor, dividamento da pessoa natural, sobre o crédito responsável e sobre
o fornecedor deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia e a educação financeira do consumidor. (Incluído pela Lei nº 14.181,
adequadamente sobre: de 2021)
I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional; § 1º Entende-se por superendividamento a impossibilidade
II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros; manifesta de o consumidor pessoa natural, de boa-fé, pagar a tota-
III - acréscimos legalmente previstos; lidade de suas dívidas de consumo, exigíveis e vincendas, sem com-
IV - número e periodicidade das prestações; prometer seu mínimo existencial, nos termos da regulamentação.
V - soma total a pagar, com e sem financiamento. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
§ 1° As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obri- § 2º As dívidas referidas no § 1º deste artigo englobam quais-
gações no seu termo não poderão ser superiores a dois por cento do quer compromissos financeiros assumidos decorrentes de relação
valor da prestação. (Redação dada pela Lei nº 9.298, de 1º.8.1996) de consumo, inclusive operações de crédito, compras a prazo e ser-
§ 2º É assegurado ao consumidor a liquidação antecipada do viços de prestação continuada. (Incluído pela Lei nº 14.181, de
débito, total ou parcialmente, mediante redução proporcional dos 2021)
juros e demais acréscimos. § 3º O disposto neste Capítulo não se aplica ao consumidor
§ 3º (Vetado). cujas dívidas tenham sido contraídas mediante fraude ou má-fé,
Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ou imó- sejam oriundas de contratos celebrados dolosamente com o propó-
veis mediante pagamento em prestações, bem como nas alienações sito de não realizar o pagamento ou decorram da aquisição ou con-
fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de pleno direito as tratação de produtos e serviços de luxo de alto valor. (Incluído
cláusulas que estabeleçam a perda total das prestações pagas em pela Lei nº 14.181, de 2021)
benefício do credor que, em razão do inadimplemento, pleitear a Art. 54-B. No fornecimento de crédito e na venda a prazo, além
resolução do contrato e a retomada do produto alienado. das informações obrigatórias previstas no art. 52 deste Código e na
§ 1° (Vetado). legislação aplicável à matéria, o fornecedor ou o intermediário de-
§ 2º Nos contratos do sistema de consórcio de produtos du- verá informar o consumidor, prévia e adequadamente, no momen-
ráveis, a compensação ou a restituição das parcelas quitadas, na to da oferta, sobre: (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
forma deste artigo, terá descontada, além da vantagem econômica I - o custo efetivo total e a descrição dos elementos que o com-
auferida com a fruição, os prejuízos que o desistente ou inadim- põem; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
plente causar ao grupo. II - a taxa efetiva mensal de juros, bem como a taxa dos juros
§ 3° Os contratos de que trata o caput deste artigo serão ex- de mora e o total de encargos, de qualquer natureza, previstos para
pressos em moeda corrente nacional. o atraso no pagamento; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
III - o montante das prestações e o prazo de validade da oferta,
que deve ser, no mínimo, de 2 (dois) dias; (Incluído pela Lei nº
14.181, de 2021)
IV - o nome e o endereço, inclusive o eletrônico, do fornecedor;
(Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
V - o direito do consumidor à liquidação antecipada e não one- dor, sem prejuízo de outras sanções e de indenização por perdas e
rosa do débito, nos termos do § 2º do art. 52 deste Código e da danos, patrimoniais e morais, ao consumidor. (Incluído pela Lei nº
regulamentação em vigor. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) 14.181, de 2021)
§ 1º As informações referidas no art. 52 deste Código e no Art. 54-E. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
caput deste artigo devem constar de forma clara e resumida do pró- Art. 54-F. São conexos, coligados ou interdependentes, entre
prio contrato, da fatura ou de instrumento apartado, de fácil acesso outros, o contrato principal de fornecimento de produto ou serviço
ao consumidor. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) e os contratos acessórios de crédito que lhe garantam o financia-
§ 2º Para efeitos deste Código, o custo efetivo total da opera- mento quando o fornecedor de crédito: (Incluído pela Lei nº
ção de crédito ao consumidor consistirá em taxa percentual anual e 14.181, de 2021)
compreenderá todos os valores cobrados do consumidor, sem pre- I - recorrer aos serviços do fornecedor de produto ou serviço
juízo do cálculo padronizado pela autoridade reguladora do sistema para a preparação ou a conclusão do contrato de crédito; (Incluí-
financeiro. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) do pela Lei nº 14.181, de 2021)
§ 3º Sem prejuízo do disposto no art. 37 deste Código, a oferta II - oferecer o crédito no local da atividade empresarial do for-
de crédito ao consumidor e a oferta de venda a prazo, ou a fatura necedor de produto ou serviço financiado ou onde o contrato prin-
mensal, conforme o caso, devem indicar, no mínimo, o custo efetivo cipal for celebrado. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
total, o agente financiador e a soma total a pagar, com e sem finan- § 1º O exercício do direito de arrependimento nas hipóteses
ciamento. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) previstas neste Código, no contrato principal ou no contrato de cré-
Art. 54-C. É vedado, expressa ou implicitamente, na oferta de dito, implica a resolução de pleno direito do contrato que lhe seja
crédito ao consumidor, publicitária ou não: (Incluído pela Lei nº conexo. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
14.181, de 2021) § 2º Nos casos dos incisos I e II do caput deste artigo, se houver
I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) inexecução de qualquer das obrigações e deveres do fornecedor de
II - indicar que a operação de crédito poderá ser concluída sem produto ou serviço, o consumidor poderá requerer a rescisão do
consulta a serviços de proteção ao crédito ou sem avaliação da si- contrato não cumprido contra o fornecedor do crédito. (Incluído
tuação financeira do consumidor; (Incluído pela Lei nº 14.181, pela Lei nº 14.181, de 2021)
de 2021) § 3º O direito previsto no § 2º deste artigo caberá igualmente
III - ocultar ou dificultar a compreensão sobre os ônus e os ris- ao consumidor: (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
cos da contratação do crédito ou da venda a prazo; (Incluído pela I - contra o portador de cheque pós-datado emitido para aqui-
Lei nº 14.181, de 2021) sição de produto ou serviço a prazo; (Incluído pela Lei nº 14.181,
IV - assediar ou pressionar o consumidor para contratar o for- de 2021)
necimento de produto, serviço ou crédito, principalmente se se II - contra o administrador ou o emitente de cartão de crédito
tratar de consumidor idoso, analfabeto, doente ou em estado de ou similar quando o cartão de crédito ou similar e o produto ou
vulnerabilidade agravada ou se a contratação envolver prêmio; serviço forem fornecidos pelo mesmo fornecedor ou por entidades
(Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) pertencentes a um mesmo grupo econômico. (Incluído pela Lei
V - condicionar o atendimento de pretensões do consumidor nº 14.181, de 2021)
ou o início de tratativas à renúncia ou à desistência de demandas § 4º A invalidade ou a ineficácia do contrato principal implicará,
judiciais, ao pagamento de honorários advocatícios ou a depósitos de pleno direito, a do contrato de crédito que lhe seja conexo, nos
judiciais. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) termos do caput deste artigo, ressalvado ao fornecedor do crédito
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.181, de o direito de obter do fornecedor do produto ou serviço a devolução
2021) dos valores entregues, inclusive relativamente a tributos. (Incluí-
Art. 54-D. Na oferta de crédito, previamente à contratação, do pela Lei nº 14.181, de 2021)
o fornecedor ou o intermediário deverá, entre outras condutas: Art. 54-G. Sem prejuízo do disposto no art. 39 deste Código e
(Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) na legislação aplicável à matéria, é vedado ao fornecedor de produ-
I - informar e esclarecer adequadamente o consumidor, consi- to ou serviço que envolva crédito, entre outras condutas: (Incluí-
derada sua idade, sobre a natureza e a modalidade do crédito ofe- do pela Lei nº 14.181, de 2021)
recido, sobre todos os custos incidentes, observado o disposto nos I - realizar ou proceder à cobrança ou ao débito em conta de
arts. 52 e 54-B deste Código, e sobre as consequências genéricas e qualquer quantia que houver sido contestada pelo consumidor em
específicas do inadimplemento; (Incluído pela Lei nº 14.181, de compra realizada com cartão de crédito ou similar, enquanto não
2021) for adequadamente solucionada a controvérsia, desde que o consu-
II - avaliar, de forma responsável, as condições de crédito do midor haja notificado a administradora do cartão com antecedência
consumidor, mediante análise das informações disponíveis em ban- de pelo menos 10 (dez) dias contados da data de vencimento da fa-
cos de dados de proteção ao crédito, observado o disposto neste tura, vedada a manutenção do valor na fatura seguinte e assegura-
Código e na legislação sobre proteção de dados; (Incluído pela do ao consumidor o direito de deduzir do total da fatura o valor em
Lei nº 14.181, de 2021) disputa e efetuar o pagamento da parte não contestada, podendo
III - informar a identidade do agente financiador e entregar ao o emissor lançar como crédito em confiança o valor idêntico ao da
consumidor, ao garante e a outros coobrigados cópia do contrato de transação contestada que tenha sido cobrada, enquanto não en-
crédito. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) cerrada a apuração da contestação; (Incluído pela Lei nº 14.181,
Parágrafo único. O descumprimento de qualquer dos deveres de 2021)
previstos no caput deste artigo e nos arts. 52 e 54-C deste Código II - recusar ou não entregar ao consumidor, ao garante e aos ou-
poderá acarretar judicialmente a redução dos juros, dos encargos tros coobrigados cópia da minuta do contrato principal de consumo
ou de qualquer acréscimo ao principal e a dilação do prazo de pa- ou do contrato de crédito, em papel ou outro suporte duradouro,
gamento previsto no contrato original, conforme a gravidade da disponível e acessível, e, após a conclusão, cópia do contrato; (In-
conduta do fornecedor e as possibilidades financeiras do consumi- cluído pela Lei nº 14.181, de 2021)

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
III - impedir ou dificultar, em caso de utilização fraudulenta do Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão apli-
cartão de crédito ou similar, que o consumidor peça e obtenha, cadas pela autoridade administrativa, no âmbito de sua atribuição,
quando aplicável, a anulação ou o imediato bloqueio do pagamen- podendo ser aplicadas cumulativamente, inclusive por medida cau-
to, ou ainda a restituição dos valores indevidamente recebidos. telar, antecedente ou incidente de procedimento administrativo.
(Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade
§ 1º Sem prejuízo do dever de informação e esclarecimento do da infração, a vantagem auferida e a condição econômica do forne-
consumidor e de entrega da minuta do contrato, no empréstimo cedor, será aplicada mediante procedimento administrativo, rever-
cuja liquidação seja feita mediante consignação em folha de paga- tendo para o Fundo de que trata a Lei nº 7.347, de 24 de julho de
mento, a formalização e a entrega da cópia do contrato ou do ins- 1985, os valores cabíveis à União, ou para os Fundos estaduais ou
trumento de contratação ocorrerão após o fornecedor do crédito municipais de proteção ao consumidor nos demais casos. (Redação
obter da fonte pagadora a indicação sobre a existência de margem dada pela Lei nº 8.656, de 21.5.1993)
consignável. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) Parágrafo único. A multa será em montante não inferior a du-
§ 2º Nos contratos de adesão, o fornecedor deve prestar ao zentas e não superior a três milhões de vezes o valor da Unidade
consumidor, previamente, as informações de que tratam o art. 52 e Fiscal de Referência (Ufir), ou índice equivalente que venha a subs-
o caput do art. 54-B deste Código, além de outras porventura deter- tituí-lo. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 8.703, de 6.9.1993)
minadas na legislação em vigor, e fica obrigado a entregar ao con- Art. 58. As penas de apreensão, de inutilização de produtos,
sumidor cópia do contrato, após a sua conclusão (Incluído pela de proibição de fabricação de produtos, de suspensão do forneci-
Lei nº 14.181, de 2021) mento de produto ou serviço, de cassação do registro do produto e
revogação da concessão ou permissão de uso serão aplicadas pela
administração, mediante procedimento administrativo, assegurada
CAPÍTULO VII ampla defesa, quando forem constatados vícios de quantidade ou
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS de qualidade por inadequação ou insegurança do produto ou ser-
(VIDE LEI Nº 8.656, DE 1993) viço.
Art. 59. As penas de cassação de alvará de licença, de inter-
Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter dição e de suspensão temporária da atividade, bem como a de in-
concorrente e nas suas respectivas áreas de atuação administrativa, tervenção administrativa, serão aplicadas mediante procedimento
baixarão normas relativas à produção, industrialização, distribuição administrativo, assegurada ampla defesa, quando o fornecedor re-
e consumo de produtos e serviços. incidir na prática das infrações de maior gravidade previstas neste
§ 1° A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios código e na legislação de consumo.
fiscalizarão e controlarão a produção, industrialização, distribuição, § 1° A pena de cassação da concessão será aplicada à conces-
a publicidade de produtos e serviços e o mercado de consumo, no sionária de serviço público, quando violar obrigação legal ou con-
interesse da preservação da vida, da saúde, da segurança, da infor- tratual.
mação e do bem-estar do consumidor, baixando as normas que se § 2° A pena de intervenção administrativa será aplicada sem-
fizerem necessárias. pre que as circunstâncias de fato desaconselharem a cassação de
§ 2° (Vetado). licença, a interdição ou suspensão da atividade.
§ 3° Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e muni- § 3° Pendendo ação judicial na qual se discuta a imposição de
cipais com atribuições para fiscalizar e controlar o mercado de con- penalidade administrativa, não haverá reincidência até o trânsito
sumo manterão comissões permanentes para elaboração, revisão e em julgado da sentença.
atualização das normas referidas no § 1°, sendo obrigatória a parti- Art. 60. A imposição de contrapropaganda será cominada
cipação dos consumidores e fornecedores. quando o fornecedor incorrer na prática de publicidade enganosa
§ 4° Os órgãos oficiais poderão expedir notificações aos for- ou abusiva, nos termos do art. 36 e seus parágrafos, sempre às ex-
necedores para que, sob pena de desobediência, prestem informa- pensas do infrator.
ções sobre questões de interesse do consumidor, resguardado o § 1º A contrapropaganda será divulgada pelo responsável da
segredo industrial. mesma forma, frequência e dimensão e, preferencialmente no
Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor fi- mesmo veículo, local, espaço e horário, de forma capaz de desfazer
cam sujeitas, conforme o caso, às seguintes sanções administrati- o malefício da publicidade enganosa ou abusiva.
vas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das definidas em § 2° (Vetado)
normas específicas: § 3° (Vetado).
I - multa;
II - apreensão do produto; TÍTULO II
III - inutilização do produto; DAS INFRAÇÕES PENAIS
IV - cassação do registro do produto junto ao órgão compe-
tente; Art. 61. Constituem crimes contra as relações de consumo pre-
V - proibição de fabricação do produto; vistas neste código, sem prejuízo do disposto no Código Penal e leis
VI - suspensão de fornecimento de produtos ou serviço; especiais, as condutas tipificadas nos artigos seguintes.
VII - suspensão temporária de atividade; Art. 62. (Vetado).
VIII - revogação de concessão ou permissão de uso; Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade
IX - cassação de licença do estabelecimento ou de atividade; ou periculosidade de produtos, nas embalagens, nos invólucros, re-
X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou cipientes ou publicidade:
de atividade; Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.
XI - intervenção administrativa; § 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, me-
XII - imposição de contrapropaganda. diante recomendações escritas ostensivas, sobre a periculosidade
do serviço a ser prestado.
§ 2° Se o crime é culposo:

380
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. modo aprovar o fornecimento, oferta, exposição à venda ou manu-
Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos tenção em depósito de produtos ou a oferta e prestação de serviços
consumidores a nocividade ou periculosidade de produtos cujo co- nas condições por ele proibidas.
nhecimento seja posterior à sua colocação no mercado: Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa. neste código:
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de I - serem cometidos em época de grave crise econômica ou por
retirar do mercado, imediatamente quando determinado pela au- ocasião de calamidade;
toridade competente, os produtos nocivos ou perigosos, na forma II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
deste artigo. III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, con- IV - quando cometidos:
trariando determinação de autoridade competente: a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômi-
Pena Detenção de seis meses a dois anos e multa. co-social seja manifestamente superior à da vítima;
§ 1º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das cor- b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito
respondentes à lesão corporal e à morte. (Redação dada pela Lei nº ou maior de sessenta anos ou de pessoas portadoras de deficiência
13.425, de 2017) mental interditadas ou não;
§ 2º A prática do disposto no inciso XIV do art. 39 desta Lei V - serem praticados em operações que envolvam alimentos,
também caracteriza o crime previsto no caput deste artigo. (Incluí- medicamentos ou quaisquer outros produtos ou serviços essenciais .
do pela Lei nº 13.425, de 2017) Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção será fixada em
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informa- dias-multa, correspondente ao mínimo e ao máximo de dias de du-
ção relevante sobre a natureza, característica, qualidade, quanti- ração da pena privativa da liberdade cominada ao crime. Na indivi-
dade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de dualização desta multa, o juiz observará o disposto no art. 60, §1°
produtos ou serviços: do Código Penal.
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa. Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa,
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta. podem ser impostas, cumulativa ou alternadamente, observado o
§ 2º Se o crime é culposo; disposto nos arts. 44 a 47, do Código Penal:
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. I - a interdição temporária de direitos;
Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria II - a publicação em órgãos de comunicação de grande circu-
saber ser enganosa ou abusiva: lação ou audiência, às expensas do condenado, de notícia sobre os
Pena Detenção de três meses a um ano e multa. fatos e a condenação;
Parágrafo único. (Vetado). III - a prestação de serviços à comunidade.
Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata este có-
saber ser capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma digo, será fixado pelo juiz, ou pela autoridade que presidir o inqué-
prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança: rito, entre cem e duzentas mil vezes o valor do Bônus do Tesouro
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa: Nacional (BTN), ou índice equivalente que venha a substituí-lo.
Parágrafo único. (Vetado). Parágrafo único. Se assim recomendar a situação econômica
Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos do indiciado ou réu, a fiança poderá ser:
que dão base à publicidade: a) reduzida até a metade do seu valor mínimo;
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. b) aumentada pelo juiz até vinte vezes.
Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou compo- Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos neste
nentes de reposição usados, sem autorização do consumidor: código, bem como a outros crimes e contravenções que envolvam
Pena Detenção de três meses a um ano e multa. relações de consumo, poderão intervir, como assistentes do Minis-
Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, tério Público, os legitimados indicados no art. 82, inciso III e IV, aos
constrangimento físico ou moral, afirmações falsas incorretas ou quais também é facultado propor ação penal subsidiária, se a de-
enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o con- núncia não for oferecida no prazo legal.
sumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu traba-
lho, descanso ou lazer: TÍTULO III
Pena Detenção de três meses a um ano e multa. DA DEFESA DO CONSUMIDOR EM JUÍZO
Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às in-
formações que sobre ele constem em cadastros, banco de dados, CAPÍTULO I
fichas e registros: DISPOSIÇÕES GERAIS
Pena Detenção de seis meses a um ano ou multa.
Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação sobre Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores
consumidor constante de cadastro, banco de dados, fichas ou regis- e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a
tros que sabe ou deveria saber ser inexata: título coletivo.
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tra-
Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de garan- tar de:
tia adequadamente preenchido e com especificação clara de seu I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efei-
conteúdo; tos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias
Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes de fato;
referidos neste código, incide as penas a esses cominadas na me- II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efei-
dida de sua culpabilidade, bem como o diretor, administrador ou tos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que
gerente da pessoa jurídica que promover, permitir ou por qualquer seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou
com a parte contrária por uma relação jurídica base;

381
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim en- Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste título as normas
tendidos os decorrentes de origem comum. do Código de Processo Civil e da Lei n° 7.347, de 24 de julho de
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados 1985, inclusive no que respeita ao inquérito civil, naquilo que não
concorrentemente: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995) contrariar suas disposições.
I - o Ministério Público,
II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal; CAPÍTULO II
III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou DAS AÇÕES COLETIVAS PARA A DEFESA DE INTERESSES INDI-
indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente VIDUAIS HOMOGÊNEOS
destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este
código; Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82 poderão propor,
IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um em nome próprio e no interesse das vítimas ou seus sucessores,
ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos inte- ação civil coletiva de responsabilidade pelos danos individualmente
resses e direitos protegidos por este código, dispensada a autoriza- sofridos, de acordo com o disposto nos artigos seguintes. (Redação
ção assemblear. dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
§ 1° O requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a ação, atuará sem-
juiz, nas ações previstas nos arts. 91 e seguintes, quando haja ma- pre como fiscal da lei.
nifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica Parágrafo único. (Vetado).
do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido. Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é compe-
§ 2° (Vetado). tente para a causa a justiça local:
§ 3° (Vetado). I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quan-
Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por do de âmbito local;
este código são admissíveis todas as espécies de ações capazes de II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para
propiciar sua adequada e efetiva tutela. os danos de âmbito nacional ou regional, aplicando-se as regras do
Parágrafo único. (Vetado). Código de Processo Civil aos casos de competência concorrente.
Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obri- Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial,
gação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da a fim de que os interessados possam intervir no processo como li-
obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado tisconsortes, sem prejuízo de ampla divulgação pelos meios de co-
prático equivalente ao do adimplemento. municação social por parte dos órgãos de defesa do consumidor.
§ 1° A conversão da obrigação em perdas e danos somente Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a condenação será
será admissível se por elas optar o autor ou se impossível a tutela genérica, fixando a responsabilidade do réu pelos danos causados.
específica ou a obtenção do resultado prático correspondente. Art. 96. (Vetado).
§ 2° A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser
multa (art. 287, do Código de Processo Civil). promovidas pela vítima e seus sucessores, assim como pelos legiti-
§ 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo mados de que trata o art. 82.
justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz Parágrafo único. (Vetado).
conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citado Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pe-
o réu. los legitimados de que trata o art. 82, abrangendo as vítimas cujas
§ 4° O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor indenizações já tiveram sido fixadas em sentença de liquidação,
multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for sem prejuízo do ajuizamento de outras execuções. (Redação dada
suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
para o cumprimento do preceito. § 1° A execução coletiva far-se-á com base em certidão das
§ 5° Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado sentenças de liquidação, da qual deverá constar a ocorrência ou
prático equivalente, poderá o juiz determinar as medidas necessá- não do trânsito em julgado.
rias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas e pessoas, § 2° É competente para a execução o juízo:
desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, além de I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso
requisição de força policial. de execução individual;
Art. 85. (Vetado). II - da ação condenatória, quando coletiva a execução.
Art. 86. (Vetado). Art. 99. Em caso de concurso de créditos decorrentes de con-
Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este código não ha- denação prevista na Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985 e de inde-
verá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e nizações pelos prejuízos individuais resultantes do mesmo evento
quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora, danoso, estas terão preferência no pagamento.
salvo comprovada má-fé, em honorários de advogados, custas e Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, a desti-
despesas processuais. nação da importância recolhida ao fundo criado pela Lei n°7.347 de
Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação 24 de julho de 1985, ficará sustada enquanto pendentes de decisão
autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão de segundo grau as ações de indenização pelos danos individuais,
solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao dé- salvo na hipótese de o patrimônio do devedor ser manifestamente
cuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e suficiente para responder pela integralidade das dívidas.
danos. Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de in-
Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste código, teressados em número compatível com a gravidade do dano, pode-
a ação de regresso poderá ser ajuizada em processo autônomo, fa- rão os legitimados do art. 82 promover a liquidação e execução da
cultada a possibilidade de prosseguir-se nos mesmos autos, vedada indenização devida.
a denunciação da lide. Parágrafo único. O produto da indenização devida reverterá
Art. 89. (Vetado) para o fundo criado pela Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985.

382
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
CAPÍTULO III ficiarão os autores das ações individuais, se não for requerida sua
DAS AÇÕES DE RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR DE suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos do
PRODUTOS E SERVIÇOS ajuizamento da ação coletiva.

Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de CAPÍTULO V


produtos e serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II DA CONCILIAÇÃO NO SUPERENDIVIDAMENTO
deste título, serão observadas as seguintes normas: (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor;
II - o réu que houver contratado seguro de responsabilidade Art. 104-A. A requerimento do consumidor superendividado
poderá chamar ao processo o segurador, vedada a integração do pessoa natural, o juiz poderá instaurar processo de repactuação de
contraditório pelo Instituto de Resseguros do Brasil. Nesta hipótese, dívidas, com vistas à realização de audiência conciliatória, presidida
a sentença que julgar procedente o pedido condenará o réu nos por ele ou por conciliador credenciado no juízo, com a presença de
termos do art. 80 do Código de Processo Civil. Se o réu houver sido todos os credores de dívidas previstas no art. 54-A deste Código, na
declarado falido, o síndico será intimado a informar a existência de qual o consumidor apresentará proposta de plano de pagamento
seguro de responsabilidade, facultando-se, em caso afirmativo, o com prazo máximo de 5 (cinco) anos, preservados o mínimo exis-
ajuizamento de ação de indenização diretamente contra o segura- tencial, nos termos da regulamentação, e as garantias e as formas
dor, vedada a denunciação da lide ao Instituto de Resseguros do de pagamento originalmente pactuadas. (Incluído pela Lei nº
Brasil e dispensado o litisconsórcio obrigatório com este. 14.181, de 2021)
Art. 102. Os legitimados a agir na forma deste código pode- § 1º Excluem-se do processo de repactuação as dívidas, ainda
rão propor ação visando compelir o Poder Público competente a que decorrentes de relações de consumo, oriundas de contratos ce-
proibir, em todo o território nacional, a produção, divulgação dis- lebrados dolosamente sem o propósito de realizar pagamento, bem
tribuição ou venda, ou a determinar a alteração na composição, como as dívidas provenientes de contratos de crédito com garantia
estrutura, fórmula ou acondicionamento de produto, cujo uso ou real, de financiamentos imobiliários e de crédito rural. (Incluído
consumo regular se revele nocivo ou perigoso à saúde pública e à pela Lei nº 14.181, de 2021)
incolumidade pessoal. § 2º O não comparecimento injustificado de qualquer credor,
§ 1° (Vetado). ou de seu procurador com poderes especiais e plenos para transigir,
§ 2° (Vetado) à audiência de conciliação de que trata o caput deste artigo acar-
retará a suspensão da exigibilidade do débito e a interrupção dos
CAPÍTULO IV encargos da mora, bem como a sujeição compulsória ao plano de
DA COISA JULGADA pagamento da dívida se o montante devido ao credor ausente for
certo e conhecido pelo consumidor, devendo o pagamento a esse
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sen- credor ser estipulado para ocorrer apenas após o pagamento aos
tença fará coisa julgada: credores presentes à audiência conciliatória. (Incluído pela Lei
I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente nº 14.181, de 2021)
por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado § 3º No caso de conciliação, com qualquer credor, a sentença
poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-se judicial que homologar o acordo descreverá o plano de pagamento
de nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art. 81; da dívida e terá eficácia de título executivo e força de coisa julgada.
II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
classe, salvo improcedência por insuficiência de provas, nos termos § 4º Constarão do plano de pagamento referido no § 3º deste
do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista no inciso II artigo: (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
do parágrafo único do art. 81; I - medidas de dilação dos prazos de pagamento e de redução
III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, dos encargos da dívida ou da remuneração do fornecedor, entre ou-
para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores, na hipótese do tras destinadas a facilitar o pagamento da dívida; (Incluído pela
inciso III do parágrafo único do art. 81. Lei nº 14.181, de 2021)
§ 1° Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II não II - referência à suspensão ou à extinção das ações judiciais em
prejudicarão interesses e direitos individuais dos integrantes da co- curso; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
letividade, do grupo, categoria ou classe. III - data a partir da qual será providenciada a exclusão do
§ 2° Na hipótese prevista no inciso III, em caso de improce- consumidor de bancos de dados e de cadastros de inadimplentes;
dência do pedido, os interessados que não tiverem intervindo no (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
processo como litisconsortes poderão propor ação de indenização IV - condicionamento de seus efeitos à abstenção, pelo consu-
a título individual. midor, de condutas que importem no agravamento de sua situação
§ 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, com- de superendividamento. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
binado com o art. 13 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, não § 5º O pedido do consumidor a que se refere o caput deste ar-
prejudicarão as ações de indenização por danos pessoalmente so- tigo não importará em declaração de insolvência civil e poderá ser
fridos, propostas individualmente ou na forma prevista neste có- repetido somente após decorrido o prazo de 2 (dois) anos, contado
digo, mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus da liquidação das obrigações previstas no plano de pagamento ho-
sucessores, que poderão proceder à liquidação e à execução, nos mologado, sem prejuízo de eventual repactuação. (Incluído pela
termos dos arts. 96 a 99. Lei nº 14.181, de 2021)
§ 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença pe- Art. 104-B. Se não houver êxito na conciliação em relação a
nal condenatória. quaisquer credores, o juiz, a pedido do consumidor, instaurará
Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do pa- processo por superendividamento para revisão e integração dos
rágrafo único do art. 81, não induzem litispendência para as ações contratos e repactuação das dívidas remanescentes mediante pla-
individuais, mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra
partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não bene-

383
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
no judicial compulsório e procederá à citação de todos os credores IV - informar, conscientizar e motivar o consumidor através dos
cujos créditos não tenham integrado o acordo porventura celebra- diferentes meios de comunicação;
do. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) V - solicitar à polícia judiciária a instauração de inquérito poli-
§ 1º Serão considerados no processo por superendividamento, cial para a apreciação de delito contra os consumidores, nos termos
se for o caso, os documentos e as informações prestadas em au- da legislação vigente;
diência. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) VI - representar ao Ministério Público competente para fins
§ 2º No prazo de 15 (quinze) dias, os credores citados juntarão de adoção de medidas processuais no âmbito de suas atribuições;
documentos e as razões da negativa de aceder ao plano voluntário VII - levar ao conhecimento dos órgãos competentes as infra-
ou de renegociar. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) ções de ordem administrativa que violarem os interesses difusos,
§ 3º O juiz poderá nomear administrador, desde que isso não coletivos, ou individuais dos consumidores;
onere as partes, o qual, no prazo de até 30 (trinta) dias, após cum- VIII - solicitar o concurso de órgãos e entidades da União, Es-
pridas as diligências eventualmente necessárias, apresentará pla- tados, do Distrito Federal e Municípios, bem como auxiliar a fisca-
no de pagamento que contemple medidas de temporização ou de lização de preços, abastecimento, quantidade e segurança de bens
atenuação dos encargos. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) e serviços;
§ 4º O plano judicial compulsório assegurará aos credores, no IX - incentivar, inclusive com recursos financeiros e outros pro-
mínimo, o valor do principal devido, corrigido monetariamente por gramas especiais, a formação de entidades de defesa do consumi-
índices oficiais de preço, e preverá a liquidação total da dívida, após dor pela população e pelos órgãos públicos estaduais e municipais;
a quitação do plano de pagamento consensual previsto no art. 104- X - (Vetado).
A deste Código, em, no máximo, 5 (cinco) anos, sendo que a primei- XI - (Vetado).
ra parcela será devida no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) XII - (Vetado)
dias, contado de sua homologação judicial, e o restante do saldo XIII - desenvolver outras atividades compatíveis com suas fi-
será devido em parcelas mensais iguais e sucessivas. (Incluído nalidades.
pela Lei nº 14.181, de 2021) Parágrafo único. Para a consecução de seus objetivos, o De-
Art. 104-C. Compete concorrente e facultativamente aos ór- partamento Nacional de Defesa do Consumidor poderá solicitar o
gãos públicos integrantes do Sistema Nacional de Defesa do Consu- concurso de órgãos e entidades de notória especialização técnico-
midor a fase conciliatória e preventiva do processo de repactuação -científica.
de dívidas, nos moldes do art. 104-A deste Código, no que couber,
com possibilidade de o processo ser regulado por convênios especí- TÍTULO V
ficos celebrados entre os referidos órgãos e as instituições credoras DA CONVENÇÃO COLETIVA DE CONSUMO
ou suas associações. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
§ 1º Em caso de conciliação administrativa para prevenir o Art. 107. As entidades civis de consumidores e as associações
superendividamento do consumidor pessoa natural, os órgãos pú- de fornecedores ou sindicatos de categoria econômica podem re-
blicos poderão promover, nas reclamações individuais, audiência gular, por convenção escrita, relações de consumo que tenham
global de conciliação com todos os credores e, em todos os casos, por objeto estabelecer condições relativas ao preço, à qualidade, à
facilitar a elaboração de plano de pagamento, preservado o mínimo quantidade, à garantia e características de produtos e serviços, bem
existencial, nos termos da regulamentação, sob a supervisão desses como à reclamação e composição do conflito de consumo.
órgãos, sem prejuízo das demais atividades de reeducação financei- § 1° A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do registro do
ra cabíveis. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) instrumento no cartório de títulos e documentos.
§ 2º O acordo firmado perante os órgãos públicos de defesa § 2° A convenção somente obrigará os filiados às entidades
do consumidor, em caso de superendividamento do consumidor signatárias.
pessoa natural, incluirá a data a partir da qual será providenciada § 3° Não se exime de cumprir a convenção o fornecedor que se
a exclusão do consumidor de bancos de dados e de cadastros de desligar da entidade em data posterior ao registro do instrumento.
inadimplentes, bem como o condicionamento de seus efeitos à Art. 108. (Vetado).
abstenção, pelo consumidor, de condutas que importem no agra-
vamento de sua situação de superendividamento, especialmente a TÍTULO VI
de contrair novas dívidas. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) DISPOSIÇÕES FINAIS

TÍTULO IV Art. 109. (Vetado).


DO SISTEMA NACIONAL DE DEFESA DO CONSUMIDOR Art. 110. Acrescente-se o seguinte inciso IV ao art. 1° da Lei n°
7.347, de 24 de julho de 1985:
Art. 105. Integram o Sistema Nacional de Defesa do Consu- “IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo”.
midor (SNDC), os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e Art. 111. O inciso II do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de
municipais e as entidades privadas de defesa do consumidor. 1985, passa a ter a seguinte redação:
Art. 106. O Departamento Nacional de Defesa do Consumidor, “II - inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao
da Secretaria Nacional de Direito Econômico (MJ), ou órgão federal meio ambiente, ao consumidor, ao patrimônio artístico, estético,
que venha substituí-lo, é organismo de coordenação da política do histórico, turístico e paisagístico, ou a qualquer outro interesse di-
Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, cabendo-lhe: fuso ou coletivo”.
I - planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a política Art. 112. O § 3° do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de
nacional de proteção ao consumidor; 1985, passa a ter a seguinte redação:
II - receber, analisar, avaliar e encaminhar consultas, denúncias “§ 3° Em caso de desistência infundada ou abandono da ação
ou sugestões apresentadas por entidades representativas ou pes- por associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado
soas jurídicas de direito público ou privado; assumirá a titularidade ativa”.
III - prestar aos consumidores orientação permanente sobre Art. 113. Acrescente-se os seguintes §§ 4°, 5° e 6° ao art. 5º. da
seus direitos e garantias; Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985:

384
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
“§ 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado (A) procura e resiliência
pelo juiz, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela (B) tangibilidade e variabilidade
dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem ju- (C) confiança e experiência
rídico a ser protegido. (D) risco sensorial e psicológico
§ 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Ministé- (E) risco social e temporal
rios Públicos da União, do Distrito Federal e dos Estados na defesa
dos interesses e direitos de que cuida esta lei. 3. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
§ 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interes- cial/2021/”Prova A”
sados compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências Das cinco dimensões da qualidade do serviço - confiabilidade,
legais, mediante combinações, que terá eficácia de título executivo tangibilidade, sensibilidade, segurança e empatia -, a confiabilidade
extrajudicial”. tem constantemente se mostrado como o fator mais importante na
Art. 114. O art. 15 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, avaliação da qualidade do serviço pelos clientes de um banco.
passa a ter a seguinte redação: Isso ocorre porque a confiabilidade é uma medida de
“Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da (A) favorecimento da discrepância entre o desempenho de um
sentença condenatória, sem que a associação autora lhe promova a fornecedor e as expectativas do cliente, já que evidencia a situ-
execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual inicia- ação do momento.
tiva aos demais legitimados”. (B) resultado, já que os clientes a avaliam depois da experiên-
Art. 115. Suprima-se o caput do art. 17 da Lei n° 7.347, de 24 cia de serviço, diferentemente das outras dimensões, que são
de julho de 1985, passando o parágrafo único a constituir o caput, medidas de processo.
com a seguinte redação: (C) controle, que traça as mudanças quantitativas no desempe-
“Art. 17. “Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a associação nho do serviço em uma variável específica relativa a um padrão
autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão predefinido.
solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao dé- (D) causa-efeito, que relaciona problemas específicos do servi-
cuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e ço a diferentes categorias de causas subjacentes.
danos”. (E) excedente do consumidor, que identifica a diferença entre
Art. 116. Dê-se a seguinte redação ao art. 18 da Lei n° 7.347, o preço real pago e a percepção do cliente sobre o valor do
de 24 de julho de 1985: produto.
“Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adianta-
mento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer 4. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
outras despesas, nem condenação da associação autora, salvo cial/2021/”Prova A”
comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e despesas Em 26 de março de 2021, o Banco do Brasil informou a seus
processuais”. clientes que, a partir dessa data, suas agências passariam a operar
Art. 117. Acrescente-se à Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, das 10h às 14h, seguindo determinação da Febraban, para proteger
o seguinte dispositivo, renumerando-se os seguintes: seus funcionários, clientes e a sociedade, diante do avanço da pan-
“Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos, demia do novo coronavírus. O Banco do Brasil informou também,
coletivos e individuais, no que for cabível, os dispositivos do Título que, em algumas praças, o atendimento começaria mais cedo, às
III da lei que instituiu o Código de Defesa do Consumidor”. 9h, exclusivamente para idosos, gestantes, pessoas com deficiência
Art. 118. Este código entrará em vigor dentro de cento e oiten- e para pagamento de benefícios do INSS.
ta dias a contar de sua publicação. Essa decisão de atender mais cedo alguns clientes está emba-
Art. 119. Revogam-se as disposições em contrário. sada na noção de
(A) cenário de serviço
QUESTÕES (B) recuperação do serviço
(C) promoção de vendas
(D) segmentação de mercado
1. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer- (E) mapa de percepções
cial/2021/”Prova A”
Atualmente, os sistemas de informação fornecem dados por- 5. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
menorizados a respeito dos clientes em potencial, o que permite o cial/2021/”Prova A”
planejamento de ações customizadas de vendas, tais como Sr. X precisava planejar a comercialização de um serviço para
(A) apuração dos valores de divulgação em canais de rádio e um cliente exigente, que demanda a personalização e o serviço de
tevê. alto contato.
(B) aumento do custo de aquisição pelos produtos adquiridos. Para isso, ele planejou em sua estratégia comercial
(C) divulgação de ferramentas digitais como QR code e hot si- (A) reduzir a variação nas operações e na entrega do serviço.
tes. (B) garantir a intangibilidade do processo do serviço.
(D) propostas de descontos em série para o público em geral. (C) encorajar o cliente a realizar operações por internet ou cai-
(E) postagens nas mídias sociais segundo os temas de interesse xa automático.
dos usuários (D) introduzir sofisticada rede de canais de distribuição eletrô-
nicos.
2. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer- (E) interagir pessoalmente com o cliente ao longo da prestação
cial/2021/”Prova A” do serviço.
Poucos clientes conhecem suficientemente o mercado finan-
ceiro, de modo a avaliar se o seu analista de investimentos conse-
guiu os melhores retornos para os seus fundos investidos.
Sendo assim, verifica-se que este serviço é rico em atributos de

385
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
6. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer- com que toda a energia consumida pela empresa, naquele ano,
cial/2021/”Prova A” fosse gerada a partir de fonte renovável, a taxa de reciclagem de
Um dos princípios básicos de um bom atendimento é que ele resíduos cresceu 50% e, além disso, a empresa obteve lucro acima
seja considerado parte integrante de um processo mais amplo e da média histórica e distribuiu bônus aos funcionários e fornecedo-
que gere a satisfação do cliente. Preocupada com os baixos índices res alinhados à preservação ambiental. Com base nesses dados, o
de satisfação manifestados por seus clientes, a diretoria de um ban- diagnóstico dos consultores foi de que a empresa exerce impacto
co contratou uma consultoria para avaliar a qualidade dos serviços líquido positivo sobre o Tripé da Sustentabilidade.
prestados nas agências. O relatório apresentado pelos consultores Dessa forma, em relação ao Tripé da Sustentabilidade, a YYZ é
apontou problemas relacionados às instalações e aos equipamen- classificada como um negócio
tos das agências. (A) neutro
Considerando as cinco dimensões da qualidade de serviços, es- (B) reparador
ses problemas apontados estão relacionados à dimensão (C) sustentável
(A) Empatia (D) fundamental
(B) Segurança (E) insustentável
(C) Tangibilidade
(D) Confiabilidade 10. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
(E) Responsividade cial/2021/”Prova A”
O cliente da empresa W, procurando um produto no site des-
7. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer- sa empresa, ficou em dúvida a respeito das suas especificações
cial/2021/”Prova A” técnicas, entrou no chat online para conhecer mais a respeito do
O Instagram é uma rede social baseada em imagens, e o Twitter equipamento e teve suas dúvidas sanadas. Naquele momento, não
limita a escrita a 280 caracteres. Talvez por isso, o marketing digital efetuou a compra, mas uma semana depois baixou o aplicativo W
seja comumente associado ao uso de imagens e vídeos. No entanto, e, mesmo sem voltar ao site da empresa, passou a receber informa-
o uso de texto é muito importante e decisivo na atração de consu- ções a respeito das mudanças de preço do produto que tinha pro-
midores em plataformas como websites, blogs e e-mail. curado anteriormente. No final do mês, com o recebimento de seu
O uso de conteúdo textual informativo e atraente, otimizado salário, decidiu novamente acionar o aplicativo e realizar a compra.
para persuadir consumidores a comprarem os produtos de uma Como queria economizar no frete, decidiu pela retirada do produto
empresa é denominado na loja física próxima de sua casa. Alguns dias depois, recebeu uma
(A) recall mensagem em seu smartphone indicando que já poderia ir à loja
(B) ebooking recolher sua encomenda. Na semana seguinte, o cliente recebeu
(C) copyright uma mensagem com o pedido de avaliação de sua compra e res-
(D) copywriting pondeu dando nota 9 ao atendimento feito pela empresa.
(E) cooperating Nesse caso, identifica-se que a empresa W utiliza um modelo
de negócios denominado
8. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer- (A) Rede
cial/2021/”Prova A” (B) Multinível
Um motorista estava preocupado com os pneus de seu carro. (C) Multicanal
Como muitas pessoas costumam fazer, ele decidiu realizar uma (D) Horizontal
busca na internet e, para isso, usou o termo “pneus velhos”. Como (E) Omnichannel
resultado da pesquisa, o buscador trouxe várias opções de sites e
vídeos. Ele escolheu o vídeo intitulado “Qual a hora de trocar os 11. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
pneus de seu carro?” Esse vídeo mostrava um técnico das lojas XYZ, cial/2021/”Prova B”
falando a respeito das características de pneus em condições ideais Um grupo empresarial, atuando em transportes terrestres, re-
de segurança, tratando das medidas de conservação dos pneus e cebeu autorização da ANAC para operar voos comerciais no territó-
indicando a hora de trocá-los. O motorista utilizou as informações rio nacional e decidiu lançar ações no mercado, visando a encomen-
do vídeo e percebeu que deveria trocar os pneus dianteiros de seu da de aeronaves. A estratégia do novo entrante é vista com cautela
automóvel. Inevitavelmente, ele pensou em procurar uma loja XYZ. por analistas de mercado, uma vez que essa indústria demanda
Nesse caso, a ação da XYZ é um exemplo de volumes elevados de investimento e apresentou baixas margens
(A) Inbound Marketing nos últimos anos. Adicionalmente, o grupo encontra-se em proces-
(B) Outbound Marketing so de recuperação judicial, e sua entrada no mercado de aviação
(C) Promoção de Vendas comercial acontece em crise do setor aéreo, diante dos efeitos da
(D) Programa de Fidelidade pandemia.
(E) Marketing de Criatividade Sendo assim, o analista teve cautela ao interpretar as informa-
ções sobre a barreira de entrada relacionada a
9. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer- (A) diferenciação de serviços
cial/2021/”Prova A” (B) identidade da marca
As empresas, cada vez mais, procuram gerir seus negócios e (C) política governamental
suas atividades de forma que sua posição seja neutra ou positiva (D) retaliação esperada
no atendimento ao Tripé da Sustentabilidade. Como a empresa YYZ (E) requisitos de capital
não pensa de modo diferente, contratou consultores para levanta-
rem os impactos gerados pelas atividades por ela desenvolvidas em
sua prestação de serviços. Os consultores constataram os seguintes
pontos: a política de capacitação da empresa ampliou a formação
de 45% dos funcionários, a instalação de painéis fotovoltaicos fez

386
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
12. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer- 16. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
cial/2021/”Prova B” cial/2021/”Prova B”
Um cliente migrou para um banco digital e está avaliando a No marketing de relacionamento de uma empresa, foi utilizada
qualidade do serviço contrastando a expectativa que possui com uma venda consultiva.
o serviço que recebe de fato. Ele tem considerado a qualidade bas- Isso significa que tal venda foi focada
tante satisfatória, a despeito de algumas dificuldades tecnológicas (A) no recebimento dos pedidos de compra, buscando a mini-
que tem enfrentado. mização do preço para garantir a venda e a gestão de todas as
Nesse caso, a avaliação de qualidade que o cliente faz é expli- contas.
cada pelo conceito de (B) no canal de vendas (atração), fluxo e conversão, sem levar
(A) comunicação boca a boca em conta os processos internos de atendimento e a divulgação
(B) experiência passada do serviço.
(C) promessas de serviços explícitas (C) nos clientes interessados nos serviços de valor agregado,
(D) promessas de serviços implícitas envolvendo os profissionais que têm conhecimento profundo
(E) zona de tolerância da empresa.
(D) nos clientes que não estão interessados, ou que são incapa-
13. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer- zes de ter recursos para os serviços de valor agregado ofereci-
cial/2021/”Prova A” dos pela empresa de venda.
A partir da análise do banco de dados da agência, o atendente (E) nas técnicas de coaching, onde o vendedor não fala para
bancário pode realizar vendas sugestivas, identificando as informa- o cliente qual é a solução para o seu problema, conduzindo-o
ções sobre o cliente para para insights através de perguntas.
(A) diminuir os juros cobrados dos correntistas.
(B) informar sobre a carga tributária dos investimentos. 17. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
(C) propor o acesso a novos produtos do banco. cial/2021/”Prova B”
(D) retirar os dados do mailing da companhia. Um atendente comercial de um banco privilegia dois tipos de
(E) sugerir mudanças no horário das visitas à agência. habilidades para a realização de seu trabalho: a observação refle-
tida e a conceitualização abstrata. Assim sendo, ele gosta de criar
14. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer- modelos teóricos, raciocina por indução, se interessa pelas ideias e
cial/2021/”Prova A” conceitos abstratos, gosta que suas teorias sejam bem fundamen-
O profissionalismo em vendas e atendimento implica uma série tadas e verídicas e procura diversas explicações para um evento que
de procedimentos por parte do bancário, entre os quais a observa.
(A) aprendizagem e a qualificação constantes Com base nessas características, verifica-se que o atendente do
(B) cobrança por privilégios no trabalho banco privilegia um estilo de aprendizagem de
(C) exigência de maior remuneração (A) acomodação
(D) potencialidade do seu ego (B) assimilação
(E) prioridade a seus interesses pessoais (C) divergência
(D) convergência
15. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer- (E) racionalização
cial/2021/”Prova B”
Um banco brasileiro de investimentos decidiu tornar-se ban- 18. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
co múltiplo, oferecendo conta-corrente apenas no formato digital, cial/2021/”Prova B”
com taxa zero aos seus clientes. Sustentou sua decisão por reco- O crescimento dos canais eletrônicos está criando uma mu-
nhecer a perecibilidade dos serviços de outros bancos tradicionais, dança fundamental na natureza do marketing, conforme notado no
já que algumas agências ficavam vazias na maior parte do dia, en- setor dos bancos.
quanto enormes filas se formavam em horários de pico, sendo me- Muitas organizações estão substituindo um local físico onde
nos custoso o atendimento virtual. fornecedores e clientes se encontram para fazer negócios, por um
Nesse caso, a decisão tomada deveu-se à seguinte caracterís- local virtual identificado como
tica dos serviços: (A) lugar de mercado
(A) existência de variação na consistência de entrega e dificul- (B) espaço de mercado
dade de padronização. (C) display de varejo
(B) existência de cocriação com participação física e direta de (D) cenário de serviço
funcionário e cliente. (E) momento da verdade
(C) dificuldade de explicar os benefícios de algo que não pode
19. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
ser tocado.
cial/2021/”Prova B”
(D) impossibilidade de ser guardado, estocado ou armazenado.
Para contribuir com as ações de marketing de relacionamento
(E) facilidade de ser copiado por seus processos não serem pa-
dos bancos, os escriturários devem, durante o atendimento,
tenteáveis.
(A) medir e mapear todos os serviços prestados por sua agên-
cia.
(B) divulgar a lucratividade da empresa expressa em seu ba-
lanço.
(C) esclarecer e divulgar as taxas cobradas por cada serviço
bancário.
(D) pesquisar e mensurar a satisfação dos clientes.
(E) propor prêmios substanciosos para cada cliente conquista-
do.

387
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
20. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer- ______________________________________________________
cial/2021/”Prova B”
A ampliação das fronteiras do marketing digital fez com que os ______________________________________________________
canais remotos de vendas passassem a ter importância muito gran-
de nos negócios. Como forma de monitorar os resultados das ativi- ______________________________________________________
dades de marketing desenvolvidas no site oficial de uma empresa,
______________________________________________________
o gerente constatou que, ao longo de uma semana, 420 compras
foram iniciadas no site, mas apenas 357 foram finalizadas e geraram ______________________________________________________
receitas para a empresa.
Nesse caso, a taxa de abandono foi de ______________________________________________________
(A) 3,5%
(B) 7,5% ______________________________________________________
(C) 15,0%
(D) 58,0% ______________________________________________________
(E) 63,0%
______________________________________________________

GABARITO ______________________________________________________

______________________________________________________
1 E
______________________________________________________
2 C
______________________________________________________
3 B
4 D ______________________________________________________
5 E ______________________________________________________
6 C
______________________________________________________
7 D
8 A ______________________________________________________
9 B ______________________________________________________
10 E
______________________________________________________
11 E
______________________________________________________
12 E
13 C ______________________________________________________
14 A ______________________________________________________
15 D
______________________________________________________
16 C
17 B ______________________________________________________

18 B ______________________________________________________
19 D
______________________________________________________
20 C
______________________________________________________

ANOTAÇÕES ______________________________________________________

______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
_____________________________________________________ ______________________________________________________
_____________________________________________________

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