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CÓD: OP-117DZ-22

7908403531264

BANCO DO BRASIL
S.A
Escriturário
Agente de Tecnologia (TI)

EDITAL Nº 1 - 2022/001 BB, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2022


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• Sua apostila aborda os tópicos do Edital de forma prática e esquematizada,

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Apostilas Opção, a Opção certa para a sua realização.


ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Compreensão de textos ..................................................................................................................................................... 7
2. Ortografia oficial ................................................................................................................................................................. 16
3. Classe e emprego de palavras. Colocação dos pronomes oblíquos átonos (próclise, mesóclise e ênclise) .............................. 17
4. Emprego do acento indicativo de crase .............................................................................................................................. 23
5. Sintaxe da oração e do período .......................................................................................................................................... 23
6. Emprego dos sinais de pontuação ...................................................................................................................................... 26
7. Concordância verbal e nominal .......................................................................................................................................... 27
8. Regência verbal e nominal ................................................................................................................................................. 28

Língua Inglesa
1. Conhecimento de um vocabulário fundamental e dos aspectos gramaticais básicos para a compreensão de textos .................... 37

Matemática
1. Números inteiros, racionais e reais ......................................................................................................................................... 77
2. Problemas de contagem ......................................................................................................................................................... 85
3. Sistema legal de medidas ....................................................................................................................................................... 88
4. Razões e proporções ............................................................................................................................................................... 89
5. Divisão proporcional ............................................................................................................................................................... 90
6. Regras de três simples e compostas ........................................................................................................................................ 92
7. Porcentagens........................................................................................................................................................................... 93
8. Lógica proposicional ............................................................................................................................................................... 95
9. Noções de conjuntos ............................................................................................................................................................... 116
10. Relações e funções; Funções polinomiais; Funções exponenciais e logarítmicas .................................................................... 118
11. Matrizes. Determinantes. Sistemas lineares ........................................................................................................................... 129
12. Sequências. Progressões aritméticas e progressões geométricas .......................................................................................... 137

Atualidades do Mercado Financeiro


1. Os bancos na Era Digital: Atualidade, tendências e desafios. Internet banking. Mobile banking. Open banking. Novos
modelos de negócios. Fintechs, startups e big techs. Sistema de bancos-sombra (Shadow banking). O dinheiro na era
digital: blockchain, bitcoin e demais criptomoedas. Segmentação e interações digitais. Transformação digital no Sistema
Financeiro .............................................................................................................................................................................. 145
2. Funções da moeda .................................................................................................................................................................. 149
3. Marketplace........................................................................................................................................................................... 149
4. Correspondentes bancários ................................................................................................................................................... 149
5. Arranjos de pagamentos ........................................................................................................................................................ 149
6. Sistema de pagamentos instantâneos (PIX) ........................................................................................................................... 149
ÍNDICE

Probabilidade e Estatística
1. Representação tabular e gráfica ................................................................................................................................................. 155
2. Medidas de tendência central (média, mediana, moda, medidas de posição, mínimo e máximo) e de dispersão (amplitude,
amplitude interquartil, variância, desvio padrão e coeficiente de variação) ............................................................................... 158
3. Variáveis aleatórias e distribuição de probabilidade ................................................................................................................... 160
4. Teorema de Bayes........................................................................................................................................................................ 165
5. Probabilidade condicional. População e amostra. Variância e covariância. Correlação linear simples. Distribuição binomial
e distribuição normal .................................................................................................................................................................. 166
6. Noções de amostragem e inferência estatística .......................................................................................................................... 174

Conhecimentos Bancários
1. Sistema Financeiro Nacional: Estrutura do Sistema Financeiro Nacional; Órgãos normativos e instituições supervisoras, execu-
toras e operadoras ...................................................................................................................................................................... 187
2. Mercado financeiro e seus desdobramentos (mercados monetário, de crédito, de capitais e cambial) ..................................... 191
3. Moeda e política monetária: Políticas monetárias convencionais e nãoconvencionais (Quantitative Easing); Taxa SELIC e ope-
rações compromissadas; O debate sobre os depósitos remunerados dos bancos comerciais no Banco Central do Brasil .......... 191
4. Orçamento público, títulos do Tesouro Nacional e dívida pública ............................................................................................... 193
5. Produtos Bancários: Noções de cartões de crédito e débito, crédito direto ao consumidor, crédito rural, poupança, capitali-
zação, previdência, consórcio, investimentos e seguros ............................................................................................................. 193
6. Noções de Mercado de capitais .................................................................................................................................................. 199
7. Noções de Mercado de Câmbio: Instituições autorizadas a operar e operações básicas ............................................................ 199
8. Regimes de taxas de câmbio fixas, flutuantes e regimes intermediários ..................................................................................... 200
9. Taxas de câmbio nominais e reais ............................................................................................................................................... 200
10. Impactos das taxas de câmbio sobre as exportações e importações ........................................................................................... 200
11. Diferencial de juros interno e externo, prêmios de risco, fluxo de capitais e seus impactos sobre as taxas de câmbio ................... 200
12. Dinâmica do Mercado: Operações no mercado interbancário .................................................................................................... 201
13. Mercado bancário: Operações de tesouraria, varejo bancário e recuperação de crédito ........................................................... 201
14. Taxas de juros de curto prazo e a curva de juros; taxas de juros nominais e reais ........................................................................ 201
15. Garantias do Sistema Financeiro Nacional: aval; fiança; penhor mercantil; alienação fiduciária; hipoteca; fianças bancárias .... 202
16. Crime de lavagem de dinheiro: conceito e etapas; Prevenção e combate ao crime de lavagem de dinheiro: Lei nº 9.613/98 e
suas alterações ............................................................................................................................................................................ 203
17. Circular nº 3.978, de 23 de janeiro de 2020 ................................................................................................................................ 208
18. Carta Circular nº 4.001, de 29 de janeiro de 2020 e suas alterações. .......................................................................................... 217
19. Autorregulação bancária e Normativos SARB. ............................................................................................................................ 220
20. Sigilo Bancário: Lei Complementar nº 105/2001 e suas alterações ............................................................................................. 220
21. Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD): Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 e suas alterações ............................................ 222
22. Legislação anticorrupção: Lei nº 12.846/2013 ............................................................................................................................ 234
23. Decreto nº 11.129, de 11/07/2022 ............................................................................................................................................. 238
24. Segurança cibernética: Resolução CMN nº 4.893, de 26/02/2021 .............................................................................................. 247
25. Ética aplicada: ética, moral, valores e virtudes ............................................................................................................................ 251
26. noções de ética empresarial e profissional. ................................................................................................................................ 251
27. A gestão da ética nas empresas públicas e privadas. ................................................................................................................... 252
28. Código de Ética do Banco do Brasil (disponível no sítio do BB na internet). ................................................................................ 253
29. Política de Responsabilidade Socioambiental do Banco do Brasil (disponível no sítio do BB na internet) ................................... 264
30. ASG (Ambiental, Social e Governança): Economia Sustentável; Financiamentos; Mercado PJ .................................................... 264
ÍNDICE

Tecnologia da Informação
1. Aprendizagem de máquina: Fundamentos básicos; Noções de algoritmos de aprendizado supervisionados e não
supervisionados; Noções de processamento de linguagem natural ....................................................................................... 273
2. Banco de Dados: Banco de dados NoSQL (conceitos básicos, bancos orientados a grafos, colunas, chave/valor e documentos);
MongoDB; linguagem SQL2008; Conceitos de banco de dados e sistemas gerenciadores de bancos de dados (SGBD); Data
Warehouse (modelagem conceitual para data warehouses, dados multidimensionais); Modelagem conceitual de dados (a
abordagem entidade-relacionamento); Modelo relacional de dados (conceitos básicos, normalização); Postgre-SQL ........ 290
3. Big data: Fundamentos; Técnicas de preparação e apresentação de dados ............................................................................ 295
4. Desenvolvimento Mobile: linguagens/frameworks: Java/Kotlin e Swift. React Native 0.59; Sistemas Android api 30 e iOS
xCode 10................................................................................................................................................................................. 296
5. Estrutura de dados e algoritmos: Busca sequencial e busca binária sobre arrays; Ordenação (métodos da bolha, ordenação
por seleção, ordenação por inserção), lista encadeada, pilha, fila e noções sobre árvore binária ........................................... 304
6. Ferramentas e Linguagens de Programação para manipulação de dados: Ansible; Java (SE 11 e EE 8); TypeScript 4.0;
Python 3.9.X aplicada para IA/ML e Analytics (bibliotecas Pandas, NumPy, SciPy, Matplotlib e Scikit-learn) .......................... 306
LÍNGUA PORTUGUESA

Tipos textuais
COMPREENSÃO DE TEXTOS A tipologia textual se classifica a partir da estrutura e da finali-
dade do texto, ou seja, está relacionada ao modo como o texto se
Compreender e interpretar textos é essencial para que o obje- apresenta. A partir de sua função, é possível estabelecer um padrão
tivo de comunicação seja alcançado satisfatoriamente. Com isso, é específico para se fazer a enunciação.
importante saber diferenciar os dois conceitos. Vale lembrar que o Veja, no quadro abaixo, os principais tipos e suas característi-
texto pode ser verbal ou não-verbal, desde que tenha um sentido cas:
completo.
A compreensão se relaciona ao entendimento de um texto e Apresenta um enredo, com ações e
de sua proposta comunicativa, decodificando a mensagem explíci- relações entre personagens, que ocorre
ta. Só depois de compreender o texto que é possível fazer a sua em determinados espaço e tempo. É
interpretação. TEXTO NARRATIVO
contado por um narrador, e se estrutura
A interpretação são as conclusões que chegamos a partir do da seguinte maneira: apresentação >
conteúdo do texto, isto é, ela se encontra para além daquilo que desenvolvimento > clímax > desfecho
sua opinião
está escrito ou mostrado. Assim, podemos dizer que a interpreta-
Tem o objetivo de defender determinado
ção é subjetiva, contando com o conhecimento prévio e do reper-
TEXTO ponto de vista, persuadindo o leitor a
tório do leitor.
DISSERTATIVO partir do uso de argumentos sólidos.
Dessa maneira, para compreender e interpretar bem um texto, ARGUMENTATIVO Sua estrutura comum é: introdução >
é necessário fazer a decodificação de códigos linguísticos e/ou vi- desenvolvimento > conclusão.
suais, isto é, identificar figuras de linguagem, reconhecer o sentido
de conjunções e preposições, por exemplo, bem como identificar Procura expor ideias, sem a necessidade
expressões, gestos e cores quando se trata de imagens. de defender algum ponto de vista. Para
isso, usa-se comparações, informações,
TEXTO EXPOSITIVO
Dicas práticas definições, conceitualizações etc. A
estrutura segue a do texto dissertativo-
1. Faça um resumo (pode ser uma palavra, uma frase, um con-
argumentativo.
ceito) sobre o assunto e os argumentos apresentados em cada pa-
rágrafo, tentando traçar a linha de raciocínio do texto. Se possível, Expõe acontecimentos, lugares, pessoas,
adicione também pensamentos e inferências próprias às anotações. de modo que sua finalidade é descrever,
2. Tenha sempre um dicionário ou uma ferramenta de busca TEXTO DESCRITIVO ou seja, caracterizar algo ou alguém.
por perto, para poder procurar o significado de palavras desconhe- Com isso, é um texto rico em adjetivos e
cidas. em verbos de ligação.
3. Fique atento aos detalhes oferecidos pelo texto: dados, fon- Oferece instruções, com o objetivo de
te de referências e datas. TEXTO INJUNTIVO orientar o leitor. Sua maior característica
4. Sublinhe as informações importantes, separando fatos de são os verbos no modo imperativo.
opiniões.
5. Perceba o enunciado das questões. De um modo geral, ques-
tões que esperam compreensão do texto aparecem com as seguin- Gêneros textuais
tes expressões: o autor afirma/sugere que...; segundo o texto...; de A classificação dos gêneros textuais se dá a partir do reconhe-
acordo com o autor... Já as questões que esperam interpretação do cimento de certos padrões estruturais que se constituem a partir
texto aparecem com as seguintes expressões: conclui-se do texto da função social do texto. No entanto, sua estrutura e seu estilo
que...; o texto permite deduzir que...; qual é a intenção do autor não são tão limitados e definidos como ocorre na tipologia textual,
quando afirma que... podendo se apresentar com uma grande diversidade. Além disso, o
padrão também pode sofrer modificações ao longo do tempo, as-
Tipologia Textual sim como a própria língua e a comunicação, no geral.
A partir da estrutura linguística, da função social e da finali-
dade de um texto, é possível identificar a qual tipo e gênero ele Alguns exemplos de gêneros textuais:
pertence. Antes, é preciso entender a diferença entre essas duas • Artigo
classificações. • Bilhete
• Bula
• Carta
• Conto
• Crônica
• E-mail

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LÍNGUA PORTUGUESA
• Lista Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento:
• Manual A é igual a B.
• Notícia A é igual a C.
• Poema Então: C é igual a B.
• Propaganda
• Receita culinária Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente,
• Resenha que C é igual a A.
• Seminário Outro exemplo:
Todo ruminante é um mamífero.
Vale lembrar que é comum enquadrar os gêneros textuais em A vaca é um ruminante.
determinados tipos textuais. No entanto, nada impede que um tex- Logo, a vaca é um mamífero.
to literário seja feito com a estruturação de uma receita culinária,
por exemplo. Então, fique atento quanto às características, à finali- Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão
dade e à função social de cada texto analisado. também será verdadeira.
No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele,
ARGUMENTAÇÃO a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma se mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais
informação a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem plausível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-
positiva de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, se mais confiável do que os concorrentes porque existe desde a
ou inteligente, ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz chegada da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-
seja admitido como verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de nos que um banco com quase dois séculos de existência é sólido
convencer, ou seja, tem o desejo de que o ouvinte creia no que o e, por isso, confiável. Embora não haja relação necessária entre
texto diz e faça o que ele propõe. a solidez de uma instituição bancária e sua antiguidade, esta tem
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo peso argumentativo na afirmação da confiabilidade de um banco.
texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o Portanto é provável que se creia que um banco mais antigo seja
conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir mais confiável do que outro fundado há dois ou três anos.
a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase
tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer
vista defendidos. as pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante
As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas entender bem como eles funcionam.
uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso
veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o
acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocutor auditório, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais
a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o que fácil quanto mais os argumentos estiverem de acordo com suas
está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio da crenças, suas expectativas, seus valores. Não se pode convencer
retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recursos um auditório pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas
de linguagem. que ele abomina. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas
Para compreender claramente o que é um argumento, é bom que ele considera positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem
voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa com frequência associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos
obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de Estados Unidos, essa associação certamente não surtiria efeito,
escolher entre duas ou mais coisas”. porque lá o futebol não é valorizado da mesma forma que no Brasil.
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e O poder persuasivo de um argumento está vinculado ao que é
uma desvantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos valorizado ou desvalorizado numa dada cultura.
argumentar. Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher
entre duas coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse Tipos de Argumento
caso, precisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável. Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado
O argumento pode então ser definido como qualquer recurso que a fazer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um
torna uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua argumento. Exemplo:
no domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor
crer que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais Argumento de Autoridade
possível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra. É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas
O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber,
um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o para servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse
enunciador está propondo. recurso produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do
Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação. produtor do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao
O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende texto a garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do
demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das texto um amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e
premissas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos verdadeira. Exemplo:
postulados admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não “A imaginação é mais importante do que o conhecimento.”
dependem de crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas
apenas do encadeamento de premissas e conclusões.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente
ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que
conhecimento. Nunca o inverso. concorrem para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir
Alex José Periscinoto. do tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se
In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2 fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais
com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais indevidas.
importante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir
a ela, o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo. Argumento do Atributo
Se um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem É aquele que considera melhor o que tem propriedades típicas
acreditar que é verdade. daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais
raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o
Argumento de Quantidade que é mais grosseiro, etc.
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência,
número de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior celebridades recomendando prédios residenciais, produtos de
duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento beleza, alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o
desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz consumidor tende a associar o produto anunciado com atributos
largo uso do argumento de quantidade. da celebridade.
Uma variante do argumento de atributo é o argumento da
Argumento do Consenso competência linguística. A utilização da variante culta e formal
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se da língua que o produtor do texto conhece a norma linguística
em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como socialmente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um
verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que texto em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o
o objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia modo de dizer dá confiabilidade ao que se diz.
de que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de
indiscutível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que saúde de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas
não desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo, maneiras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais
as afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de adequada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria
que as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos. certa estranheza e não criaria uma imagem de competência do
Ao confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos médico:
argumentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as - Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em
frases carentes de qualquer base científica. conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve
por bem determinar o internamento do governador pelo período
Argumento de Existência de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001.
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar - Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque
aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas alguns deles são barrapesada, a gente botou o governador no
provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o hospital por três dias.
argumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na
mão do que dois voando”. Como dissemos antes, todo texto tem uma função
Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais argumentativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério,
(fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas para ser ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de
concretas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. comunicação deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que
Durante a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o pretenda ser, um texto tem sempre uma orientação argumentativa.
exército americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante
Essa afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um
ser vista como propagandística. No entanto, quando documentada homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo
pela comparação do número de canhões, de carros de combate, de ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza.
navios, etc., ganhava credibilidade. O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto
dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos
Argumento quase lógico episódios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e
É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa não outras, etc. Veja:
e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios “O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras
são chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios trocavam abraços afetuosos.”
lógicos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias
entre os elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras
plausíveis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse
C”, “então A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até,
lógica. Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada.
amigo” não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade
provável.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Além dos defeitos de argumentação mencionados quando um texto dissertativo. É necessária também a exposição dos
tratamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros: fundamentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de
- Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão vista.
amplo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude
contrário. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente, argumentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de
pode ser usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras discurso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia.
podem ter valor positivo (paz, justiça, honestidade, democracia)
ou vir carregadas de valor negativo (autoritarismo, degradação do Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições,
meio ambiente, injustiça, corrupção). é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vista e
- Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas vezes,
um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sempre,
ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício
o argumento. para aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em
- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do desenvolver as seguintes habilidades:
contexto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e - argumentação: anotar todos os argumentos a favor de
atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por uma ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição
exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias não permite totalmente contrária;
que outras crescam”, em que o termo imperialismo é descabido, - contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os
uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apresentaria
outros à sua dependência política e econômica”. contra a argumentação proposta;
- refutação: argumentos e razões contra a argumentação
A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situação oposta.
concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvidos
na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação, o A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto,
assunto, etc). argumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclusões
Convém ainda alertar que não se convence ninguém com válidas, como se procede no método dialético. O método dialético
manifestações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas.
mentir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo
feitas (como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é de sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno
evidente, afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer, em questão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na
em seu texto, sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o sociedade.
enunciador deve construir um texto que revele isso. Em outros Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou
termos, essas qualidades não se prometem, manifestam-se na ação. o método de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que
A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer parte do simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência
verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa a são a mesma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a
que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz. conclusões verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em
Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um partes, começando-se pelas proposições mais simples até alcançar,
ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui por meio de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio
a argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir. cartesiana, é fundamental determinar o problema, dividi-lo em
Argumentar é o processo pelo qual se estabelecem relações partes, ordenar os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os
para chegar à conclusão, com base em premissas. Persuadir é seus elementos e determinar o lugar de cada um no conjunto da
um processo de convencimento, por meio da argumentação, no dedução.
qual procura-se convencer os outros, de modo a influenciar seu A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a
pensamento e seu comportamento. argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs quatro
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, uma
válida, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em busca
ou proposição, e o interlocutor pode questionar cada passo da verdade:
do raciocínio empregado na argumentação. A persuasão não - evidência;
válida apoia-se em argumentos subjetivos, apelos subliminares, - divisão ou análise;
chantagens sentimentais, com o emprego de “apelações”, como a - ordem ou dedução;
inflexão de voz, a mímica e até o choro. - enumeração.
Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades,
expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, razões a favor A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão
e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresenta e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode quebrar o
dados sem a intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos encadeamento das ideias, indispensável para o processo dedutivo.
dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma A forma de argumentação mais empregada na redação
“tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na dissertação, acadêmica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas,
ainda que sem a apresentação explícita de argumentos. Desse que contém três proposições: duas premissas, maior e menor,
ponto de vista, a dissertação pode ser definida como discussão, e a conclusão. As três proposições são encadeadas de tal forma,
debate, questionamento, o que implica a liberdade de pensamento, que a conclusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A
a possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. A liberdade premissa maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois
de questionar é fundamental, mas não é suficiente para organizar alguns não caracteriza a universalidade.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução “simples inspeção” é a ausência de análise ou análise superficial
(silogística), que parte do geral para o particular, e a indução, que vai dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, baseados nos
do particular para o geral. A expressão formal do método dedutivo sentimentos não ditados pela razão.
é o silogismo. A dedução é o caminho das consequências, baseia-se Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não
em uma conexão descendente (do geral para o particular) que leva fundamentais, que contribuem para a descoberta ou comprovação
à conclusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias gerais, da verdade: análise, síntese, classificação e definição. Além desses,
de verdades universais, pode-se chegar à previsão ou determinação existem outros métodos particulares de algumas ciências, que
de fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da causa adaptam os processos de dedução e indução à natureza de uma
para o efeito. Exemplo: realidade particular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu
método próprio demonstrativo, comparativo, histórico etc. A
Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal) análise, a síntese, a classificação a definição são chamadas métodos
Fulano é homem (premissa menor = particular) sistemáticos, porque pela organização e ordenação das ideias visam
Logo, Fulano é mortal (conclusão) sistematizar a pesquisa.
Análise e síntese são dois processos opostos, mas interligados;
A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, baseiase a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes para
em uma conexão ascendente, do particular para o geral. Nesse caso, o todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo, uma
as constatações particulares levam às leis gerais, ou seja, parte de depende da outra. A análise decompõe o todo em partes, enquanto
fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, desconhecidos. O a síntese recompõe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém,
percurso do raciocínio se faz do efeito para a causa. Exemplo: que o todo não é uma simples justaposição das partes. Se alguém
O calor dilata o ferro (particular) reunisse todas as peças de um relógio, não significa que reconstruiu
O calor dilata o bronze (particular) o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria
O calor dilata o cobre (particular) todo se as partes estivessem organizadas, devidamente combinadas,
O ferro, o bronze, o cobre são metais seguida uma ordem de relações necessárias, funcionais, então, o
Logo, o calor dilata metais (geral, universal) relógio estaria reconstruído.
Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo
Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido por meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num
e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas conjunto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a
também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos análise, que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma
fatos, pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma decomposição organizada, é preciso saber como dividir o todo em
conclusão falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição partes. As operações que se realizam na análise e na síntese podem
inexata, uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa ser assim relacionadas:
analogia são algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe Análise: penetrar, decompor, separar, dividir.
má fé, intenção deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir.
sofisma não tem essas intenções propositais, costuma-se chamar
esse processo de argumentação de paralogismo. Encontra-se um A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias
exemplo simples de sofisma no seguinte diálogo: a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da criação de
- Você concorda que possui uma coisa que não perdeu? abordagens possíveis. A síntese também é importante na escolha
- Lógico, concordo. dos elementos que farão parte do texto.
- Você perdeu um brilhante de 40 quilates? Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou
- Claro que não! informal. A análise formal pode ser científica ou experimental;
- Então você possui um brilhante de 40 quilates... é característica das ciências matemáticas, físico-naturais e
experimentais. A análise informal é racional ou total, consiste
Exemplos de sofismas: em “discernir” por vários atos distintos da atenção os elementos
constitutivos de um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou
Dedução fenômeno.
Todo professor tem um diploma (geral, universal) A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabelece
Fulano tem um diploma (particular) as necessárias relações de dependência e hierarquia entre as
Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa) partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se
confundir uma com a outra, contudo são procedimentos diversos:
Indução análise é decomposição e classificação é hierarquisação.
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenômenos
(particular) por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais, a
Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular) classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou
Rio de Janeiro e Taubaté são cidades. menos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores
Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral são empregados de modo mais ou menos convencional. A
– conclusão falsa) classificação, no reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens,
gêneros e espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas
Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão pode características comuns e diferenciadoras. A classificação dos
ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são professores; variados itens integrantes de uma lista mais ou menos caótica é
nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Redentor. Comete- artificial.
se erro quando se faz generalizações apressadas ou infundadas. A

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LÍNGUA PORTUGUESA
Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão, - o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os
canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio, exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente restrito
sabiá, torradeira. para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade;
Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá. - deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade,
Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo. definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”;
Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira. - deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui
Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus. definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem”
não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem);
Os elementos desta lista foram classificados por ordem - deve ser breve (contida num só período). Quando a definição,
alfabética e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de períodos
critérios de classificação das ideias e argumentos, pela ordem ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição
de importância, é uma habilidade indispensável para elaborar expandida;d
o desenvolvimento de uma redação. Tanto faz que a ordem seja - deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) +
crescente, do fato mais importante para o menos importante, ou cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos (as
decrescente, primeiro o menos importante e, no final, o impacto diferenças).
do mais importante; é indispensável que haja uma lógica na
classificação. A elaboração do plano compreende a classificação As definições dos dicionários de língua são feitas por meio
das partes e subdivisões, ou seja, os elementos do plano devem de paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística
obedecer a uma hierarquização. (Garcia, 1973, p. 302304.) que consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a
Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na palavra e seus significados.
introdução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para A força do texto dissertativo está em sua fundamentação.
expressar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara Sempre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira
e racionalmente as posições assumidas e os argumentos que as e necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada
justificam. É muito importante deixar claro o campo da discussão e com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional
a posição adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também do mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma
os pontos de vista sobre ele. fundamentação coerente e adequada.
A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica
linguagem e consiste na enumeração das qualidades próprias clássica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o
de uma ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento julgamento da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é
conforme a espécie a que pertence, demonstra: a característica que clara e pode reconhecer-se facilmente seus elementos e suas
o diferencia dos outros elementos dessa mesma espécie. relações; outras vezes, as premissas e as conclusões organizam-se
Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição de modo livre, misturando-se na estrutura do argumento. Por isso,
é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências. é preciso aprender a reconhecer os elementos que constituem um
A definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às argumento: premissas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar
palavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou se tais elementos são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar
metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica se o argumento está expresso corretamente; se há coerência e
tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos: adequação entre seus elementos, ou se há contradição. Para isso
- o termo a ser definido; é que se aprende os processos de raciocínio por dedução e por
- o gênero ou espécie; indução. Admitindo-se que raciocinar é relacionar, conclui-se que
- a diferença específica. o argumento é um tipo específico de relação entre as premissas e
a conclusão.
O que distingue o termo definido de outros elementos da Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos
mesma espécie. Exemplo: argumentativos mais empregados para comprovar uma afirmação:
Na frase: O homem é um animal racional classifica-se: exemplificação, explicitação, enumeração, comparação.
Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio
de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns
nesse tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de
Elemento especiediferença maior relevância que. Empregam-se também dados estatísticos,
a ser definidoespecífica acompanhados de expressões: considerando os dados; conforme
os dados apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela
É muito comum formular definições de maneira defeituosa, apresentação de causas e consequências, usando-se comumente as
por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em expressões: porque, porquanto, pois que, uma vez que, visto que,
partes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando por causa de, em virtude de, em vista de, por motivo de.
é advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é explicar
forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importante ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcançar
é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973, esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpretação.
p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”. Na explicitação por definição, empregamse expressões como: quer
Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos: dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista, ou
- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme,
que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no
realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta
ou instalação”;

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LÍNGUA PORTUGUESA
entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação
interpretação, em que são comuns as seguintes expressões: parece, demonstrando o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a
assim, desse ponto de vista. contraargumentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o
Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de cordeiro”;
elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses
de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga
frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes, verdadeira;
depois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente, Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento
depois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente, à opinião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a
respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de universalidade da afirmação;
espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí, Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade:
além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no consiste em refutar um argumento empregando os testemunhos de
interior, nas grandes cidades, no sul, no leste... autoridade que contrariam a afirmação apresentada;
Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em
de se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar desautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador
uma ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da baseou-se em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou
mesma forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente. inconsequentes. Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por
Para estabelecer contraste, empregam-se as expressões: mais que, meio de dados estatísticos, que “o controle demográfico produz o
menos que, melhor que, pior que. desenvolvimento”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois
Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar baseia-se em uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada.
o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se: Para contraargumentar, propõese uma relação inversa: “o
Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade desenvolvimento é que gera o controle demográfico”.
reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para
afirmação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adaptadas
credibilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações literais ao desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em
no corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao seguida, sugerem-se os procedimentos que devem ser adotados
fazer uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos para a elaboração de um Plano de Redação.
na linha de raciocínio que ele considera mais adequada para
explicar ou justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução
tem mais caráter confirmatório que comprobatório. tecnológica
- Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder
Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da
explicação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido resposta, justificar, criando um argumento básico;
por consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural. - Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e
Nesse caso, incluem-se construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação
- A declaração que expressa uma verdade universal (o homem, que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la
mortal, aspira à imortalidade); (rever tipos de argumentação);
- A declaração que é evidente por si mesma (caso dos - Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias
postulados e axiomas); que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de podem ser listadas livremente ou organizadas como causa e
natureza subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria consequência);
razão desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto - Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o
não se discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda argumento básico;
que parece absurdo). - Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que
poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se
Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de em argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do
um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados argumento básico;
concretos, estatísticos ou documentais. - Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma
Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação sequência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo
se realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica: às partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou
causa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência. menos a seguinte:
Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações,
julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opiniões Introdução
pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprovada, - função social da ciência e da tecnologia;
e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que - definições de ciência e tecnologia;
expresse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na - indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico.
evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade
dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da contra- Desenvolvimento
argumentação ou refutação. São vários os processos de contra- - apresentação de aspectos positivos e negativos do
argumentação: desenvolvimento tecnológico;
- como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as
condições de vida no mundo atual;

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LÍNGUA PORTUGUESA
- a tecnocracia: oposição entre uma sociedade Tipos de Intertextualidade
tecnologicamente desenvolvida e a dependência tecnológica dos A intertextualidade acontece quando há uma referência
países subdesenvolvidos; explícita ou implícita de um texto em outro. Também pode
- enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social; ocorrer com outras formas além do texto, música, pintura, filme,
- comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do novela etc. Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a
passado; apontar semelhanças e diferenças; intertextualidade.
- analisar as condições atuais de vida nos grandes centros Por isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo,
urbanos; um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um
- como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar diálogo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando
mais a sociedade. as mesmas ideias da obra citada ou contestando-as.
Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do
Conclusão texto é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar,
- a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/ reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer
consequências maléficas; com outras palavras o que já foi dito.
- síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos
apresentados. A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros
textos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso
Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de é objeto de interesse para os estudiosos da língua e das artes.
redação: é um dos possíveis. Ocorre, aqui, um choque de interpretação, a voz do texto original
Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece é retomada para transformar seu sentido, leva o leitor a uma
entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na reflexão crítica de suas verdades incontestadas anteriormente, com
criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualidade esse processo há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos
como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já e uma busca pela verdade real, concebida através do raciocínio e
existente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem da crítica. Os programas humorísticos fazem uso contínuo dessa
funções diferentes que dependem muito dos textos/contextos em arte, frequentemente os discursos de políticos são abordados
que ela é inserida. de maneira cômica e contestadora, provocando risos e também
O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento, reflexão a respeito da demagogia praticada pela classe dominante.
não se restringindo única e exclusivamente a textos literários.
Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume A Epígrafe é um recurso bastante utilizado em obras, textos
a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a científicos, desde artigos, resenhas, monografias, uma vez que
cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura, consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha alguma
escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois relação com o que será discutido no texto. Do grego, o termo
textos caracterizada por um citar o outro. “epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) e
A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando “graphé” (escrita). Como exemplo podemos citar um artigo sobre
um texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma maneira, Patrimônio Cultural e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322
se utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois textos a.C.): “A cultura é o melhor conforto para a velhice”.
– a fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo gênero
ou de gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou propósitos A Citação é o Acréscimo de partes de outras obras numa
diferentes. Assim, como você constatou, uma história em produção textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem
quadrinhos pode utilizar algo de um texto científico, assim como expressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro
um poema pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de autor. Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação
opinião pode mencionar um provérbio conhecido. sem relacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o
Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade com termo “citação” (citare) significa convocar.
outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo com
outras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá-lo, ao A Alusão faz referência aos elementos presentes em outros
tomá-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-lo, ao textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois
ironizá-lo ou ao compará-lo com outros. termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar).
Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum
grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos, Pastiche é uma recorrência a um gênero.
desenhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos
expressamos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que A Tradução está no campo da intertextualidade porque implica
já foram formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los a recriação de um texto.
ou mesmo contradizê-los. Em outras palavras, não há textos
absolutamente originais, pois eles sempre – de maneira explícita ou Evidentemente, a intertextualidade está ligada ao
implícita – mantêm alguma relação com algo que foi visto, ouvido “conhecimento de mundo”, que deve ser compartilhado, ou seja,
ou lido. comum ao produtor e ao receptor de textos.
A intertextualidade pressupõe um universo cultural muito
amplo e complexo, pois implica a identificação / o reconhecimento de
remissões a obras ou a textos / trechos mais, ou menos conhecidos,
além de exigir do interlocutor a capacidade de interpretar a função
daquela citação ou alusão em questão.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Intertextualidade explícita e intertextualidade implícita Introdução
A intertextualidade pode ser caracterizada como explícita ou É a apresentação direta e objetiva da ideia central do texto. A
implícita, de acordo com a relação estabelecida com o texto fonte, introdução é caracterizada por ser o parágrafo inicial.
ou seja, se mais direta ou se mais subentendida.
Desenvolvimento
A intertextualidade explícita: Quando tratamos de estrutura, é a maior parte do texto. O
– é facilmente identificada pelos leitores; desenvolvimento estabelece uma conexão entre a introdução e a
– estabelece uma relação direta com o texto fonte; conclusão, pois é nesta parte que as ideias, argumentos e posicio-
– apresenta elementos que identificam o texto fonte; namento do autor vão sendo formados e desenvolvidos com a fina-
– não exige que haja dedução por parte do leitor; lidade de dirigir a atenção do leitor para a conclusão.
– apenas apela à compreensão do conteúdos. Em um bom desenvolvimento as ideias devem ser claras e ap-
tas a fazer com que o leitor anteceda qual será a conclusão.
A intertextualidade implícita:
– não é facilmente identificada pelos leitores; São três principais erros que podem ser cometidos na elabora-
– não estabelece uma relação direta com o texto fonte; ção do desenvolvimento:
– não apresenta elementos que identificam o texto fonte; - Distanciar-se do texto em relação ao tema inicial.
– exige que haja dedução, inferência, atenção e análise por - Focar em apenas um tópico do tema e esquecer dos outros.
parte dos leitores; - Falar sobre muitas informações e não conseguir organizá-las,
– exige que os leitores recorram a conhecimentos prévios para dificultando a linha de compreensão do leitor.
a compreensão do conteúdo.
Conclusão
PONTO DE VISTA Ponto final de todas as argumentações discorridas no desen-
O modo como o autor narra suas histórias provoca diferentes volvimento, ou seja, o encerramento do texto e dos questionamen-
sentidos ao leitor em relação à uma obra. Existem três pontos tos levantados pelo autor.
de vista diferentes. É considerado o elemento da narração que Ao fazermos a conclusão devemos evitar expressões como:
compreende a perspectiva através da qual se conta a história. “Concluindo...”, “Em conclusão, ...”, “Como já dissemos antes...”.
Trata-se da posição da qual o narrador articula a narrativa. Apesar
de existir diferentes possibilidades de Ponto de Vista em uma Parágrafo
narrativa, considera-se dois pontos de vista como fundamentais: O Se caracteriza como um pequeno recuo em relação à margem
narrador-observador e o narrador-personagem. esquerda da folha. Conceitualmente, o parágrafo completo deve
conter introdução, desenvolvimento e conclusão.
Primeira pessoa - Introdução – apresentação da ideia principal, feita de maneira
Um personagem narra a história a partir de seu próprio ponto sintética de acordo com os objetivos do autor.
de vista, ou seja, o escritor usa a primeira pessoa. Nesse caso, lemos - Desenvolvimento – ampliação do tópico frasal (introdução),
o livro com a sensação de termos a visão do personagem podendo atribuído pelas ideias secundárias, a fim de reforçar e dar credibili-
também saber quais são seus pensamentos, o que causa uma dade na discussão.
leitura mais íntima. Da mesma maneira que acontece nas nossas - Conclusão – retomada da ideia central ligada aos pressupos-
vidas, existem algumas coisas das quais não temos conhecimento e tos citados no desenvolvimento, procurando arrematá-los.
só descobrimos ao decorrer da história.
Exemplo de um parágrafo bem estruturado (com introdução,
Segunda pessoa desenvolvimento e conclusão):
O autor costuma falar diretamente com o leitor, como um
diálogo. Trata-se de um caso mais raro e faz com que o leitor se “Nesse contexto, é um grave erro a liberação da maconha.
sinta quase como outro personagem que participa da história. Provocará de imediato violenta elevação do consumo. O Estado
perderá o precário controle que ainda exerce sobre as drogas psico-
Terceira pessoa trópicas e nossas instituições de recuperação de viciados não terão
Coloca o leitor numa posição externa, como se apenas estrutura suficiente para atender à demanda. Enfim, viveremos o
observasse a ação acontecer. Os diálogos não são como na narrativa caos. ”
em primeira pessoa, já que nesse caso o autor relata as frases como (Alberto Corazza, Isto É, com adaptações)
alguém que estivesse apenas contando o que cada personagem
disse. Elemento relacionador: Nesse contexto.
Sendo assim, o autor deve definir se sua narrativa será Tópico frasal: é um grave erro a liberação da maconha.
transmitida ao leitor por um ou vários personagens. Se a história Desenvolvimento: Provocará de imediato violenta elevação do
é contada por mais de um ser fictício, a transição do ponto de consumo. O Estado perderá o precário controle que ainda exerce
vista de um para outro deve ser bem clara, para que quem estiver sobre as drogas psicotrópicas e nossas instituições de recuperação
acompanhando a leitura não fique confuso. de viciados não terão estrutura suficiente para atender à demanda.
Conclusão: Enfim, viveremos o caos.
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO TEXTO E DOS
PARÁGRAFOS
São três os elementos essenciais para a composição de um tex-
to: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Vamos estudar
cada uma de forma isolada a seguir:

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LÍNGUA PORTUGUESA
Coerência e a coesão
A coerência e a coesão são essenciais na escrita e na interpretação de textos. Ambos se referem à relação adequada entre os compo-
nentes do texto, de modo que são independentes entre si. Isso quer dizer que um texto pode estar coeso, porém incoerente, e vice-versa.
Enquanto a coesão tem foco nas questões gramaticais, ou seja, ligação entre palavras, frases e parágrafos, a coerência diz respeito ao
conteúdo, isto é, uma sequência lógica entre as ideias.

Coesão
A coesão textual ocorre, normalmente, por meio do uso de conectivos (preposições, conjunções, advérbios). Ela pode ser obtida a
partir da anáfora (retoma um componente) e da catáfora (antecipa um componente).
Confira, então, as principais regras que garantem a coesão textual:

REGRA CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS


Pessoal (uso de pronomes pessoais ou possessivos) – anafórica João e Maria são crianças. Eles são irmãos.
Demonstrativa (uso de pronomes demonstrativos e advérbios) Fiz todas as tarefas, exceto esta: colonização
REFERÊNCIA
– catafórica africana.
Comparativa (uso de comparações por semelhanças) Mais um ano igual aos outros...
Maria está triste. A menina está cansada de
SUBSTITUIÇÃO Substituição de um termo por outro, para evitar repetição
ficar em casa.
No quarto, apenas quatro ou cinco convidados.
ELIPSE Omissão de um termo
(omissão do verbo “haver”)
Eu queria ir ao cinema, mas estamos de
CONJUNÇÃO Conexão entre duas orações, estabelecendo relação entre elas
quarentena.
Utilização de sinônimos, hiperônimos, nomes genéricos ou
A minha casa é clara. Os quartos, a sala e a
COESÃO LEXICAL palavras que possuem sentido aproximado e pertencente a um
cozinha têm janelas grandes.
mesmo grupo lexical.

Coerência
Nesse caso, é importante conferir se a mensagem e a conexão de ideias fazem sentido, e seguem uma linha clara de raciocínio.
Existem alguns conceitos básicos que ajudam a garantir a coerência. Veja quais são os principais princípios para um texto coerente:
• Princípio da não contradição: não deve haver ideias contraditórias em diferentes partes do texto.
• Princípio da não tautologia: a ideia não deve estar redundante, ainda que seja expressa com palavras diferentes.
• Princípio da relevância: as ideias devem se relacionar entre si, não sendo fragmentadas nem sem propósito para a argumentação.
• Princípio da continuidade temática: é preciso que o assunto tenha um seguimento em relação ao assunto tratado.
• Princípio da progressão semântica: inserir informações novas, que sejam ordenadas de maneira adequada em relação à progressão
de ideias.

Para atender a todos os princípios, alguns fatores são recomendáveis para garantir a coerência textual, como amplo conhecimento
de mundo, isto é, a bagagem de informações que adquirimos ao longo da vida; inferências acerca do conhecimento de mundo do leitor;
e informatividade, ou seja, conhecimentos ricos, interessantes e pouco previsíveis.

ORTOGRAFIA OFICIAL

A ortografia oficial diz respeito às regras gramaticais referentes à escrita correta das palavras. Para melhor entendê-las, é preciso ana-
lisar caso a caso. Lembre-se de que a melhor maneira de memorizar a ortografia correta de uma língua é por meio da leitura, que também
faz aumentar o vocabulário do leitor.
Neste capítulo serão abordadas regras para dúvidas frequentes entre os falantes do português. No entanto, é importante ressaltar que
existem inúmeras exceções para essas regras, portanto, fique atento!

Alfabeto
O primeiro passo para compreender a ortografia oficial é conhecer o alfabeto (os sinais gráficos e seus sons). No português, o alfabeto
se constitui 26 letras, divididas entre vogais (a, e, i, o, u) e consoantes (restante das letras).
Com o Novo Acordo Ortográfico, as consoantes K, W e Y foram reintroduzidas ao alfabeto oficial da língua portuguesa, de modo que
elas são usadas apenas em duas ocorrências: transcrição de nomes próprios e abreviaturas e símbolos de uso internacional.

Uso do “X”
Algumas dicas são relevantes para saber o momento de usar o X no lugar do CH:
• Depois das sílabas iniciais “me” e “en” (ex: mexerica; enxergar)
• Depois de ditongos (ex: caixa)
• Palavras de origem indígena ou africana (ex: abacaxi; orixá)

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LÍNGUA PORTUGUESA
Uso do “S” ou “Z”
Algumas regras do uso do “S” com som de “Z” podem ser observadas:
• Depois de ditongos (ex: coisa)
• Em palavras derivadas cuja palavra primitiva já se usa o “S” (ex: casa > casinha)
• Nos sufixos “ês” e “esa”, ao indicarem nacionalidade, título ou origem. (ex: portuguesa)
• Nos sufixos formadores de adjetivos “ense”, “oso” e “osa” (ex: populoso)

Uso do “S”, “SS”, “Ç”


• “S” costuma aparecer entre uma vogal e uma consoante (ex: diversão)
• “SS” costuma aparecer entre duas vogais (ex: processo)
• “Ç” costuma aparecer em palavras estrangeiras que passaram pelo processo de aportuguesamento (ex: muçarela)

Os diferentes porquês

POR QUE Usado para fazer perguntas. Pode ser substituído por “por qual motivo”
PORQUE Usado em respostas e explicações. Pode ser substituído por “pois”
O “que” é acentuado quando aparece como a última palavra da frase, antes da pontuação final (interrogação, exclamação,
POR QUÊ
ponto final)
PORQUÊ É um substantivo, portanto costuma vir acompanhado de um artigo, numeral, adjetivo ou pronome

Parônimos e homônimos
As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pronúncia semelhantes, porém com significados distintos.
Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfego (trânsito) X tráfico (comércio ilegal).
Já as palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo
“rir”) X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta).

CLASSE E EMPREGO DE PALAVRAS. COLOCAÇÃO DOS PRONOMES OBLÍQUOS ÁTONOS (PRÓCLISE, MESÓCLISE E
ÊNCLISE)

Classes de Palavras
Para entender sobre a estrutura das funções sintáticas, é preciso conhecer as classes de palavras, também conhecidas por classes
morfológicas. A gramática tradicional pressupõe 10 classes gramaticais de palavras, sendo elas: adjetivo, advérbio, artigo, conjunção, in-
terjeição, numeral, pronome, preposição, substantivo e verbo.
Veja, a seguir, as características principais de cada uma delas.

CLASSE CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS


Menina inteligente...
Expressar características, qualidades ou estado dos seres Roupa azul-marinho...
ADJETIVO
Sofre variação em número, gênero e grau Brincadeira de criança...
Povo brasileiro...
A ajuda chegou tarde.
Indica circunstância em que ocorre o fato verbal
ADVÉRBIO A mulher trabalha muito.
Não sofre variação
Ele dirigia mal.
Determina os substantivos (de modo definido ou indefinido) A galinha botou um ovo.
ARTIGO
Varia em gênero e número Uma menina deixou a mochila no ônibus.
Liga ideias e sentenças (conhecida também como conectivos) Não gosto de refrigerante nem de pizza.
CONJUNÇÃO
Não sofre variação Eu vou para a praia ou para a cachoeira?
Exprime reações emotivas e sentimentos Ah! Que calor...
INTERJEIÇÃO
Não sofre variação Escapei por pouco, ufa!
Atribui quantidade e indica posição em alguma sequência Gostei muito do primeiro dia de aula.
NUMERAL
Varia em gênero e número Três é a metade de seis.
Posso ajudar, senhora?
Acompanha, substitui ou faz referência ao substantivo Ela me ajudou muito com o meu trabalho.
PRONOME
Varia em gênero e número Esta é a casa onde eu moro.
Que dia é hoje?
Relaciona dois termos de uma mesma oração Espero por você essa noite.
PREPOSIÇÃO
Não sofre variação Lucas gosta de tocar violão.

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LÍNGUA PORTUGUESA

SUBSTANTI- Nomeia objetos, pessoas, animais, alimentos, lugares etc. A menina jogou sua boneca no rio.
VO Flexionam em gênero, número e grau. A matilha tinha muita coragem.
Indica ação, estado ou fenômenos da natureza Ana se exercita pela manhã.
Sofre variação de acordo com suas flexões de modo, tempo, número, Todos parecem meio bobos.
VERBO
pessoa e voz. Chove muito em Manaus.
Verbos não significativos são chamados verbos de ligação A cidade é muito bonita quando vista do alto.

Substantivo
Tipos de substantivos
Os substantivos podem ter diferentes classificações, de acordo com os conceitos apresentados abaixo:
• Comum: usado para nomear seres e objetos generalizados. Ex: mulher; gato; cidade...
• Próprio: geralmente escrito com letra maiúscula, serve para especificar e particularizar. Ex: Maria; Garfield; Belo Horizonte...
• Coletivo: é um nome no singular que expressa ideia de plural, para designar grupos e conjuntos de seres ou objetos de uma mesma
espécie. Ex: matilha; enxame; cardume...
• Concreto: nomeia algo que existe de modo independente de outro ser (objetos, pessoas, animais, lugares etc.). Ex: menina; cachor-
ro; praça...
• Abstrato: depende de um ser concreto para existir, designando sentimentos, estados, qualidades, ações etc. Ex: saudade; sede;
imaginação...
• Primitivo: substantivo que dá origem a outras palavras. Ex: livro; água; noite...
• Derivado: formado a partir de outra(s) palavra(s). Ex: pedreiro; livraria; noturno...
• Simples: nomes formados por apenas uma palavra (um radical). Ex: casa; pessoa; cheiro...
• Composto: nomes formados por mais de uma palavra (mais de um radical). Ex: passatempo; guarda-roupa; girassol...

Flexão de gênero
Na língua portuguesa, todo substantivo é flexionado em um dos dois gêneros possíveis: feminino e masculino.
O substantivo biforme é aquele que flexiona entre masculino e feminino, mudando a desinência de gênero, isto é, geralmente o final
da palavra sendo -o ou -a, respectivamente (Ex: menino / menina). Há, ainda, os que se diferenciam por meio da pronúncia / acentuação
(Ex: avô / avó), e aqueles em que há ausência ou presença de desinência (Ex: irmão / irmã; cantor / cantora).
O substantivo uniforme é aquele que possui apenas uma forma, independente do gênero, podendo ser diferenciados quanto ao gêne-
ro a partir da flexão de gênero no artigo ou adjetivo que o acompanha (Ex: a cadeira / o poste). Pode ser classificado em epiceno (refere-se
aos animais), sobrecomum (refere-se a pessoas) e comum de dois gêneros (identificado por meio do artigo).
É preciso ficar atento à mudança semântica que ocorre com alguns substantivos quando usados no masculino ou no feminino, trazen-
do alguma especificidade em relação a ele. No exemplo o fruto X a fruta temos significados diferentes: o primeiro diz respeito ao órgão
que protege a semente dos alimentos, enquanto o segundo é o termo popular para um tipo específico de fruto.

Flexão de número
No português, é possível que o substantivo esteja no singular, usado para designar apenas uma única coisa, pessoa, lugar (Ex: bola;
escada; casa) ou no plural, usado para designar maiores quantidades (Ex: bolas; escadas; casas) — sendo este último representado, geral-
mente, com o acréscimo da letra S ao final da palavra.
Há, também, casos em que o substantivo não se altera, de modo que o plural ou singular devem estar marcados a partir do contexto,
pelo uso do artigo adequado (Ex: o lápis / os lápis).

Variação de grau
Usada para marcar diferença na grandeza de um determinado substantivo, a variação de grau pode ser classificada em aumentativo
e diminutivo.
Quando acompanhados de um substantivo que indica grandeza ou pequenez, é considerado analítico (Ex: menino grande / menino
pequeno).
Quando acrescentados sufixos indicadores de aumento ou diminuição, é considerado sintético (Ex: meninão / menininho).

Novo Acordo Ortográfico


De acordo com o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, as letras maiúsculas devem ser usadas em nomes próprios de
pessoas, lugares (cidades, estados, países, rios), animais, acidentes geográficos, instituições, entidades, nomes astronômicos, de festas e
festividades, em títulos de periódicos e em siglas, símbolos ou abreviaturas.
Já as letras minúsculas podem ser usadas em dias de semana, meses, estações do ano e em pontos cardeais.
Existem, ainda, casos em que o uso de maiúscula ou minúscula é facultativo, como em título de livros, nomes de áreas do saber,
disciplinas e matérias, palavras ligadas a alguma religião e em palavras de categorização.

Adjetivo
Os adjetivos podem ser simples (vermelho) ou compostos (mal-educado); primitivos (alegre) ou derivados (tristonho). Eles podem
flexionar entre o feminino (estudiosa) e o masculino (engraçado), e o singular (bonito) e o plural (bonitos).

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LÍNGUA PORTUGUESA
Há, também, os adjetivos pátrios ou gentílicos, sendo aqueles que indicam o local de origem de uma pessoa, ou seja, sua nacionali-
dade (brasileiro; mineiro).
É possível, ainda, que existam locuções adjetivas, isto é, conjunto de duas ou mais palavras usadas para caracterizar o substantivo. São
formadas, em sua maioria, pela preposição DE + substantivo:
• de criança = infantil
• de mãe = maternal
• de cabelo = capilar

Variação de grau
Os adjetivos podem se encontrar em grau normal (sem ênfases), ou com intensidade, classificando-se entre comparativo e superlativo.
• Normal: A Bruna é inteligente.
• Comparativo de superioridade: A Bruna é mais inteligente que o Lucas.
• Comparativo de inferioridade: O Gustavo é menos inteligente que a Bruna.
• Comparativo de igualdade: A Bruna é tão inteligente quanto a Maria.
• Superlativo relativo de superioridade: A Bruna é a mais inteligente da turma.
• Superlativo relativo de inferioridade: O Gustavo é o menos inteligente da turma.
• Superlativo absoluto analítico: A Bruna é muito inteligente.
• Superlativo absoluto sintético: A Bruna é inteligentíssima.

Adjetivos de relação
São chamados adjetivos de relação aqueles que não podem sofrer variação de grau, uma vez que possui valor semântico objetivo, isto
é, não depende de uma impressão pessoal (subjetiva). Além disso, eles aparecem após o substantivo, sendo formados por sufixação de um
substantivo (Ex: vinho do Chile = vinho chileno).

Advérbio
Os advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. Eles se classificam de acordo com a tabela
abaixo:

CLASSIFICAÇÃO ADVÉRBIOS LOCUÇÕES ADVERBIAIS


DE MODO bem; mal; assim; melhor; depressa ao contrário; em detalhes
ontem; sempre; afinal; já; agora; doravante; primei- logo mais; em breve; mais tarde, nunca mais, de
DE TEMPO
ramente noite
DE LUGAR aqui; acima; embaixo; longe; fora; embaixo; ali Ao redor de; em frente a; à esquerda; por perto
DE INTENSIDADE muito; tão; demasiado; imenso; tanto; nada em excesso; de todos; muito menos
DE AFIRMAÇÃO sim, indubitavelmente; certo; decerto; deveras com certeza; de fato; sem dúvidas
DE NEGAÇÃO não; nunca; jamais; tampouco; nem nunca mais; de modo algum; de jeito nenhum
DE DÚVIDA Possivelmente; acaso; será; talvez; quiçá Quem sabe

Advérbios interrogativos
São os advérbios ou locuções adverbiais utilizadas para introduzir perguntas, podendo expressar circunstâncias de:
• Lugar: onde, aonde, de onde
• Tempo: quando
• Modo: como
• Causa: por que, por quê

Grau do advérbio
Os advérbios podem ser comparativos ou superlativos.
• Comparativo de igualdade: tão/tanto + advérbio + quanto
• Comparativo de superioridade: mais + advérbio + (do) que
• Comparativo de inferioridade: menos + advérbio + (do) que
• Superlativo analítico: muito cedo
• Superlativo sintético: cedíssimo

Curiosidades
Na linguagem coloquial, algumas variações do superlativo são aceitas, como o diminutivo (cedinho), o aumentativo (cedão) e o uso
de alguns prefixos (supercedo).
Existem advérbios que exprimem ideia de exclusão (somente; salvo; exclusivamente; apenas), inclusão (também; ainda; mesmo) e
ordem (ultimamente; depois; primeiramente).

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LÍNGUA PORTUGUESA
Alguns advérbios, além de algumas preposições, aparecem Os tempos verbais compostos são formados por um verbo
sendo usados como uma palavra denotativa, acrescentando um auxiliar e um verbo principal, de modo que o verbo auxiliar sofre
sentido próprio ao enunciado, podendo ser elas de inclusão (até, flexão em tempo e pessoa, e o verbo principal permanece no parti-
mesmo, inclusive); de exclusão (apenas, senão, salvo); de designa- cípio. Os verbos auxiliares mais utilizados são “ter” e “haver”.
ção (eis); de realce (cá, lá, só, é que); de retificação (aliás, ou me- • Tempos compostos do modo indicativo: pretérito perfeito,
lhor, isto é) e de situação (afinal, agora, então, e aí). pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente, futuro do preté-
rito.
Pronomes • Tempos compostos do modo subjuntivo: pretérito perfeito,
Os pronomes são palavras que fazem referência aos nomes, pretérito mais-que-perfeito, futuro.
isto é, aos substantivos. Assim, dependendo de sua função no As formas nominais do verbo são o infinitivo (dar, fazerem,
enunciado, ele pode ser classificado da seguinte maneira: aprender), o particípio (dado, feito, aprendido) e o gerúndio (dando,
• Pronomes pessoais: indicam as 3 pessoas do discurso, e po- fazendo, aprendendo). Eles podem ter função de verbo ou função
dem ser retos (eu, tu, ele...) ou oblíquos (mim, me, te, nos, si...). de nome, atuando como substantivo (infinitivo), adjetivo (particí-
• Pronomes possessivos: indicam posse (meu, minha, sua, teu, pio) ou advérbio (gerúndio).
nossos...)
• Pronomes demonstrativos: indicam localização de seres no Tipos de verbos
tempo ou no espaço. (este, isso, essa, aquela, aquilo...) Os verbos se classificam de acordo com a sua flexão verbal.
• Pronomes interrogativos: auxiliam na formação de questio- Desse modo, os verbos se dividem em:
namentos (qual, quem, onde, quando, que, quantas...) Regulares: possuem regras fixas para a flexão (cantar, amar,
• Pronomes relativos: retomam o substantivo, substituindo-o vender, abrir...)
na oração seguinte (que, quem, onde, cujo, o qual...) • Irregulares: possuem alterações nos radicais e nas termina-
• Pronomes indefinidos: substituem o substantivo de maneira ções quando conjugados (medir, fazer, poder, haver...)
imprecisa (alguma, nenhum, certa, vários, qualquer...) • Anômalos: possuem diferentes radicais quando conjugados
• Pronomes de tratamento: empregados, geralmente, em situ- (ser, ir...)
ações formais (senhor, Vossa Majestade, Vossa Excelência, você...) • Defectivos: não são conjugados em todas as pessoas verbais
(falir, banir, colorir, adequar...)
Colocação pronominal • Impessoais: não apresentam sujeitos, sendo conjugados sem-
Diz respeito ao conjunto de regras que indicam a posição do pre na 3ª pessoa do singular (chover, nevar, escurecer, anoitecer...)
pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe, lhes, o, a, os, as, lo, • Unipessoais: apesar de apresentarem sujeitos, são sempre
la, no, na...) em relação ao verbo, podendo haver próclise (antes do conjugados na 3ª pessoa do singular ou do plural (latir, miar, custar,
verbo), ênclise (depois do verbo) ou mesóclise (no meio do verbo). acontecer...)
Veja, então, quais as principais situações para cada um deles: • Abundantes: possuem duas formas no particípio, uma regular
• Próclise: expressões negativas; conjunções subordinativas; e outra irregular (aceitar = aceito, aceitado)
advérbios sem vírgula; pronomes indefinidos, relativos ou demons- • Pronominais: verbos conjugados com pronomes oblíquos
trativos; frases exclamativas ou que exprimem desejo; verbos no átonos, indicando ação reflexiva (suicidar-se, queixar-se, sentar-se,
gerúndio antecedidos por “em”. pentear-se...)
Nada me faria mais feliz. • Auxiliares: usados em tempos compostos ou em locuções
verbais (ser, estar, ter, haver, ir...)
• Ênclise: verbo no imperativo afirmativo; verbo no início da • Principais: transmitem totalidade da ação verbal por si pró-
frase (não estando no futuro e nem no pretérito); verbo no gerún- prios (comer, dançar, nascer, morrer, sorrir...)
dio não acompanhado por “em”; verbo no infinitivo pessoal. • De ligação: indicam um estado, ligando uma característica ao
Inscreveu-se no concurso para tentar realizar um sonho. sujeito (ser, estar, parecer, ficar, continuar...)

• Mesóclise: verbo no futuro iniciando uma oração. Vozes verbais


Orgulhar-me-ei de meus alunos. As vozes verbais indicam se o sujeito pratica ou recebe a ação,
podendo ser três tipos diferentes:
DICA: o pronome não deve aparecer no início de frases ou ora- • Voz ativa: sujeito é o agente da ação (Vi o pássaro)
ções, nem após ponto-e-vírgula. • Voz passiva: sujeito sofre a ação (O pássaro foi visto)
• Voz reflexiva: sujeito pratica e sofre a ação (Vi-me no reflexo
Verbos do lago)
Os verbos podem ser flexionados em três tempos: pretérito
(passado), presente e futuro, de maneira que o pretérito e o futuro Ao passar um discurso para a voz passiva, é comum utilizar a
possuem subdivisões. partícula apassivadora “se”, fazendo com o que o pronome seja
Eles também se dividem em três flexões de modo: indicativo equivalente ao verbo “ser”.
(certeza sobre o que é passado), subjuntivo (incerteza sobre o que é
passado) e imperativo (expressar ordem, pedido, comando). Conjugação de verbos
• Tempos simples do modo indicativo: presente, pretérito per- Os tempos verbais são primitivos quando não derivam de ou-
feito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do tros tempos da língua portuguesa. Já os tempos verbais derivados
presente, futuro do pretérito. são aqueles que se originam a partir de verbos primitivos, de modo
• Tempos simples do modo subjuntivo: presente, pretérito im- que suas conjugações seguem o mesmo padrão do verbo de ori-
perfeito, futuro. gem.

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LÍNGUA PORTUGUESA
• 1ª conjugação: verbos terminados em “-ar” (aproveitar, imaginar, jogar...)
• 2ª conjugação: verbos terminados em “-er” (beber, correr, erguer...)
• 3ª conjugação: verbos terminados em “-ir” (dormir, agir, ouvir...)

Confira os exemplos de conjugação apresentados abaixo:

Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-lutar

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LÍNGUA PORTUGUESA

Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-impor

Preposições
As preposições são palavras invariáveis que servem para ligar dois termos da oração numa relação subordinada, e são divididas entre
essenciais (só funcionam como preposição) e acidentais (palavras de outras classes gramaticais que passam a funcionar como preposição
em determinadas sentenças).
Preposições essenciais: a, ante, após, de, com, em, contra, para, per, perante, por, até, desde, sobre, sobre, trás, sob, sem, entre.
Preposições acidentais: afora, como, conforme, consoante, durante, exceto, mediante, menos, salvo, segundo, visto etc.
Locuções prepositivas: abaixo de, afim de, além de, à custa de, defronte a, a par de, perto de, por causa de, em que pese a etc.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Ao conectar os termos das orações, as preposições estabele-
cem uma relação semântica entre eles, podendo passar ideia de: EMPREGO DO ACENTO INDICATIVO DE CRASE
• Causa: Morreu de câncer.
• Distância: Retorno a 3 quilômetros. Crase é o nome dado à contração de duas letras “A” em uma
• Finalidade: A filha retornou para o enterro. só: preposição “a” + artigo “a” em palavras femininas. Ela é de-
• Instrumento: Ele cortou a foto com uma tesoura. marcada com o uso do acento grave (à), de modo que crase não
• Modo: Os rebeldes eram colocados em fila. é considerada um acento em si, mas sim o fenômeno dessa fusão.
• Lugar: O vírus veio de Portugal. Veja, abaixo, as principais situações em que será correto o em-
• Companhia: Ela saiu com a amiga. prego da crase:
• Posse: O carro de Maria é novo. • Palavras femininas: Peça o material emprestado àquela alu-
• Meio: Viajou de trem. na.
• Indicação de horas, em casos de horas definidas e especifica-
Combinações e contrações das: Chegaremos em Belo Horizonte às 7 horas.
Algumas preposições podem aparecer combinadas a outras pa- • Locuções prepositivas: A aluna foi aprovada à custa de muito
lavras de duas maneiras: sem haver perda fonética (combinação) e estresse.
havendo perda fonética (contração). • Locuções conjuntivas: À medida que crescemos vamos dei-
• Combinação: ao, aos, aonde xando de lado a capacidade de imaginar.
• Contração: de, dum, desta, neste, nisso • Locuções adverbiais de tempo, modo e lugar: Vire na próxima
à esquerda.
Conjunção
As conjunções se subdividem de acordo com a relação estabe- Veja, agora, as principais situações em que não se aplica a cra-
lecida entre as ideias e as orações. Por ter esse papel importante se:
de conexão, é uma classe de palavras que merece destaque, pois • Palavras masculinas: Ela prefere passear a pé.
reconhecer o sentido de cada conjunção ajuda na compreensão e • Palavras repetidas (mesmo quando no feminino): Melhor ter-
interpretação de textos, além de ser um grande diferencial no mo- mos uma reunião frente a frente.
mento de redigir um texto. • Antes de verbo: Gostaria de aprender a pintar.
Elas se dividem em duas opções: conjunções coordenativas e • Expressões que sugerem distância ou futuro: A médica vai te
conjunções subordinativas. atender daqui a pouco.
• Dia de semana (a menos que seja um dia definido): De terça
Conjunções coordenativas a sexta. / Fecharemos às segundas-feiras.
As orações coordenadas não apresentam dependência sintáti- • Antes de numeral (exceto horas definidas): A casa da vizinha
ca entre si, servindo também para ligar termos que têm a mesma fica a 50 metros da esquina.
função gramatical. As conjunções coordenativas se subdividem em
cinco grupos: Há, ainda, situações em que o uso da crase é facultativo
• Aditivas: e, nem, bem como. • Pronomes possessivos femininos: Dei um picolé a minha filha.
• Adversativas: mas, porém, contudo. / Dei um picolé à minha filha.
• Alternativas: ou, ora…ora, quer…quer. • Depois da palavra “até”: Levei minha avó até a feira. / Levei
• Conclusivas: logo, portanto, assim. minha avó até à feira.
• Explicativas: que, porque, porquanto. • Nomes próprios femininos (desde que não seja especificado):
Enviei o convite a Ana. / Enviei o convite à Ana. / Enviei o convite à
Conjunções subordinativas Ana da faculdade.
As orações subordinadas são aquelas em que há uma relação DICA: Como a crase só ocorre em palavras no feminino, em
de dependência entre a oração principal e a oração subordinada. caso de dúvida, basta substituir por uma palavra equivalente no
Desse modo, a conexão entre elas (bem como o efeito de sentido) masculino. Se aparecer “ao”, deve-se usar a crase: Amanhã iremos
se dá pelo uso da conjunção subordinada adequada. à escola / Amanhã iremos ao colégio.
Elas podem se classificar de dez maneiras diferentes:
• Integrantes: usadas para introduzir as orações subordinadas
substantivas, definidas pelas palavras que e se. SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
• Causais: porque, que, como.
• Concessivas: embora, ainda que, se bem que. A sintaxe estuda o conjunto das relações que as palavras esta-
• Condicionais: e, caso, desde que. belecem entre si. Dessa maneira, é preciso ficar atento aos enuncia-
• Conformativas: conforme, segundo, consoante. dos e suas unidades: frase, oração e período.
• Comparativas: como, tal como, assim como. Frase é qualquer palavra ou conjunto de palavras ordenadas
• Consecutivas: de forma que, de modo que, de sorte que. que apresenta sentido completo em um contexto de comunicação
• Finais: a fim de que, para que. e interação verbal. A frase nominal é aquela que não contém verbo.
• Proporcionais: à medida que, ao passo que, à proporção que. Já a frase verbal apresenta um ou mais verbos (locução verbal).
• Temporais: quando, enquanto, agora. Oração é um enunciado organizado em torno de um único ver-
bo ou locução verbal, de modo que estes passam a ser o núcleo
da oração. Assim, o predicativo é obrigatório, enquanto o sujeito é
opcional.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Período é uma unidade sintática, de modo que seu enunciado é organizado por uma oração (período simples) ou mais orações (perí-
odo composto). Eles são iniciados com letras maiúsculas e finalizados com a pontuação adequada.

Análise sintática
A análise sintática serve para estudar a estrutura de um período e de suas orações. Os termos da oração se dividem entre:
• Essenciais (ou fundamentais): sujeito e predicado
• Integrantes: completam o sentido (complementos verbais e nominais, agentes da passiva)
• Acessórios: função secundária (adjuntos adnominais e adverbiais, apostos)

Termos essenciais da oração


Os termos essenciais da oração são o sujeito e o predicado. O sujeito é aquele sobre quem diz o resto da oração, enquanto o predicado
é a parte que dá alguma informação sobre o sujeito, logo, onde o verbo está presente.

O sujeito é classificado em determinado (facilmente identificável, podendo ser simples, composto ou implícito) e indeterminado,
podendo, ainda, haver a oração sem sujeito (a mensagem se concentra no verbo impessoal):
Lúcio dormiu cedo.
Aluga-se casa para réveillon.
Choveu bastante em janeiro.

Quando o sujeito aparece no início da oração, dá-se o nome de sujeito direto. Se aparecer depois do predicado, é o caso de sujeito
inverso. Há, ainda, a possibilidade de o sujeito aparecer no meio da oração:
Lívia se esqueceu da reunião pela manhã.
Esqueceu-se da reunião pela manhã, Lívia.
Da reunião pela manhã, Lívia se esqueceu.

Os predicados se classificam em: predicado verbal (núcleo do predicado é um verbo que indica ação, podendo ser transitivo, intran-
sitivo ou de ligação); predicado nominal (núcleo da oração é um nome, isto é, substantivo ou adjetivo); predicado verbo-nominal (apre-
senta um predicativo do sujeito, além de uma ação mais uma qualidade sua)
As crianças brincaram no salão de festas.
Mariana é inteligente.
Os jogadores venceram a partida. Por isso, estavam felizes.

Termos integrantes da oração


Os complementos verbais são classificados em objetos diretos (não preposicionados) e objetos indiretos (preposicionado).
A menina que possui bolsa vermelha me cumprimentou.
O cão precisa de carinho.

Os complementos nominais podem ser substantivos, adjetivos ou advérbios.


A mãe estava orgulhosa de seus filhos.
Carlos tem inveja de Eduardo.
Bárbara caminhou vagarosamente pelo bosque.

Os agentes da passiva são os termos que tem a função de praticar a ação expressa pelo verbo, quando este se encontra na voz passiva.
Costumam estar acompanhados pelas preposições “por” e “de”.
Os filhos foram motivo de orgulho da mãe.
Eduardo foi alvo de inveja de Carlos.
O bosque foi caminhado vagarosamente por Bárbara.

Termos acessórios da oração


Os termos acessórios não são necessários para dar sentido à oração, funcionando como complementação da informação. Desse
modo, eles têm a função de caracterizar o sujeito, de determinar o substantivo ou de exprimir circunstância, podendo ser adjunto adver-
bial (modificam o verbo, adjetivo ou advérbio), adjunto adnominal (especifica o substantivo, com função de adjetivo) e aposto (caracteriza
o sujeito, especificando-o).
Os irmãos brigam muito.
A brilhante aluna apresentou uma bela pesquisa à banca.
Pelé, o rei do futebol, começou sua carreira no Santos.

Tipos de Orações
Levando em consideração o que foi aprendido anteriormente sobre oração, vamos aprender sobre os dois tipos de oração que existem
na língua portuguesa: oração coordenada e oração subordinada.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Orações coordenadas
São aquelas que não dependem sintaticamente uma da outra, ligando-se apenas pelo sentido. Elas aparecem quando há um período
composto, sendo conectadas por meio do uso de conjunções (sindéticas), ou por meio da vírgula (assindéticas).
No caso das orações coordenadas sindéticas, a classificação depende do sentido entre as orações, representado por um grupo de
conjunções adequadas:

CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICAS CONJUNÇÕES


ADITIVAS Adição da ideia apresentada na oração anterior e, nem, também, bem como, não só, tanto...
Oposição à ideia apresentada na oração anterior (inicia
ADVERSATIVAS mas, porém, todavia, entretanto, contudo...
com vírgula)
Opção / alternância em relação à ideia apresentada na
ALTERNATIVAS ou, já, ora, quer, seja...
oração anterior
CONCLUSIVAS Conclusão da ideia apresentada na oração anterior logo, pois, portanto, assim, por isso, com isso...
EXPLICATIVAS Explicação da ideia apresentada na oração anterior que, porque, porquanto, pois, ou seja...

Orações subordinadas
São aquelas que dependem sintaticamente em relação à oração principal. Elas aparecem quando o período é composto por duas ou
mais orações.
A classificação das orações subordinadas se dá por meio de sua função: orações subordinadas substantivas, quando fazem o papel
de substantivo da oração; orações subordinadas adjetivas, quando modificam o substantivo, exercendo a função do adjetivo; orações
subordinadas adverbiais, quando modificam o advérbio.
Cada uma dessas sofre uma segunda classificação, como pode ser observado nos quadros abaixo.

SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS FUNÇÃO EXEMPLOS


APOSITIVA aposto Esse era meu receio: que ela não discursasse outra vez.
COMPLETIVA NOMINAL complemento nominal Tenho medo de que ela não discurse novamente.
OBJETIVA DIRETA objeto direto Ele me perguntou se ela discursaria outra vez.
OBJETIVA INDIRETA objeto indireto Necessito de que você discurse de novo.
PREDICATIVA predicativo Meu medo é que ela não discurse novamente.
SUBJETIVA sujeito É possível que ela discurse outra vez.

SUBORDINADAS
CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS
ADJETIVAS
Esclarece algum detalhe, adicionando uma informação. O candidato, que é do partido socialista, está
EXPLICATIVAS
Aparece sempre separado por vírgulas. sendo atacado.
Restringe e define o sujeito a que se refere.
As pessoas que são racistas precisam rever seus
RESTRITIVAS Não deve ser retirado sem alterar o sentido.
valores.
Não pode ser separado por vírgula.
Introduzidas por conjunções, pronomes e locuções conjun-
Ele foi o primeiro presidente que se preocupou
DESENVOLVIDAS tivas.
com a fome no país.
Apresentam verbo nos modos indicativo ou subjuntivo.
Não são introduzidas por pronomes, conjunções sou locu-
ções conjuntivas. Assisti ao documentário denunciando a corrup-
REDUZIDAS
Apresentam o verbo nos modos particípio, gerúndio ou ção.
infinitivo

SUBORDINADAS ADVERBIAIS FUNÇÃO PRINCIPAIS CONJUNÇÕES


CAUSAIS Ideia de causa, motivo, razão de efeito porque, visto que, já que, como...
COMPARATIVAS Ideia de comparação como, tanto quanto, (mais / menos) que, do que...
CONCESSIVAS Ideia de contradição embora, ainda que, se bem que, mesmo...
CONDICIONAIS Ideia de condição caso, se, desde que, contanto que, a menos que...
CONFORMATIVAS Ideia de conformidade como, conforme, segundo...
CONSECUTIVAS Ideia de consequência De modo que, (tal / tão / tanto) que...

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LÍNGUA PORTUGUESA

FINAIS Ideia de finalidade que, para que, a fim de que...


quanto mais / menos... mais /menos, à medida que,
PROPORCIONAIS Ideia de proporção
na medida em que, à proporção que...
TEMPORAIS Ideia de momento quando, depois que, logo que, antes que...

EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO

Os sinais de pontuação são recursos gráficos que se encontram na linguagem escrita, e suas funções são demarcar unidades e sinalizar
limites de estruturas sintáticas. É também usado como um recurso estilístico, contribuindo para a coerência e a coesão dos textos.
São eles: o ponto (.), a vírgula (,), o ponto e vírgula (;), os dois pontos (:), o ponto de exclamação (!), o ponto de interrogação (?), as
reticências (...), as aspas (“”), os parênteses ( ( ) ), o travessão (—), a meia-risca (–), o apóstrofo (‘), o asterisco (*), o hífen (-), o colchetes
([]) e a barra (/).
Confira, no quadro a seguir, os principais sinais de pontuação e suas regras de uso.

SINAL NOME USO EXEMPLOS


Indicar final da frase declarativa Meu nome é Pedro.
. Ponto Separar períodos Fica mais. Ainda está cedo
Abreviar palavras Sra.
A princesa disse:
Iniciar fala de personagem
- Eu consigo sozinha.
Antes de aposto ou orações apositivas, enumerações
Esse é o problema da pandemia: as pessoas
: Dois-pontos ou sequência de palavras para resumir / explicar ideias
não respeitam a quarentena.
apresentadas anteriormente
Como diz o ditado: “olho por olho, dente por
Antes de citação direta
dente”.
Indicar hesitação
Sabe... não está sendo fácil...
... Reticências Interromper uma frase
Quem sabe depois...
Concluir com a intenção de estender a reflexão
Isolar palavras e datas A Semana de Arte Moderna (1922)
() Parênteses Frases intercaladas na função explicativa (podem substituir Eu estava cansada (trabalhar e estudar é
vírgula e travessão) puxado).
Indicar expressão de emoção Que absurdo!
Ponto de
! Final de frase imperativa Estude para a prova!
Exclamação
Após interjeição Ufa!
Ponto de
? Em perguntas diretas Que horas ela volta?
Interrogação
A professora disse:
Iniciar fala do personagem do discurso direto e indicar — Boas férias!
— Travessão mudança de interloculor no diálogo — Obrigado, professora.
Substituir vírgula em expressões ou frases explicativas O corona vírus — Covid-19 — ainda está sendo
estudado.

Vírgula
A vírgula é um sinal de pontuação com muitas funções, usada para marcar uma pausa no enunciado. Veja, a seguir, as principais regras
de uso obrigatório da vírgula.
• Separar termos coordenados: Fui à feira e comprei abacate, mamão, manga, morango e abacaxi.
• Separar aposto (termo explicativo): Belo Horizonte, capital mineira, só tem uma linha de metrô.
• Isolar vocativo: Boa tarde, Maria.
• Isolar expressões que indicam circunstâncias adverbiais (modo, lugar, tempo etc): Todos os moradores, calmamente, deixaram o
prédio.
• Isolar termos explicativos: A educação, a meu ver, é a solução de vários problemas sociais.
• Separar conjunções intercaladas, e antes dos conectivos “mas”, “porém”, “pois”, “contudo”, “logo”: A menina acordou cedo, mas não
conseguiu chegar a tempo na escola. Não explicou, porém, o motivo para a professora.
• Separar o conteúdo pleonástico: A ela, nada mais abala.

No caso da vírgula, é importante saber que, em alguns casos, ela não deve ser usada. Assim, não há vírgula para separar:
• Sujeito de predicado.
• Objeto de verbo.
• Adjunto adnominal de nome.
• Complemento nominal de nome.

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LÍNGUA PORTUGUESA
• Predicativo do objeto do objeto.
• Oração principal da subordinada substantiva.
• Termos coordenados ligados por “e”, “ou”, “nem”.

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL

Concordância é o efeito gramatical causado por uma relação harmônica entre dois ou mais termos. Desse modo, ela pode ser verbal
— refere-se ao verbo em relação ao sujeito — ou nominal — refere-se ao substantivo e suas formas relacionadas.
• Concordância em gênero: flexão em masculino e feminino
• Concordância em número: flexão em singular e plural
• Concordância em pessoa: 1ª, 2ª e 3ª pessoa

Concordância nominal
Para que a concordância nominal esteja adequada, adjetivos, artigos, pronomes e numerais devem flexionar em número e gênero,
de acordo com o substantivo. Há algumas regras principais que ajudam na hora de empregar a concordância, mas é preciso estar atento,
também, aos casos específicos.
Quando há dois ou mais adjetivos para apenas um substantivo, o substantivo permanece no singular se houver um artigo entre os
adjetivos. Caso contrário, o substantivo deve estar no plural:
• A comida mexicana e a japonesa. / As comidas mexicana e japonesa.

Quando há dois ou mais substantivos para apenas um adjetivo, a concordância depende da posição de cada um deles. Se o adjetivo
vem antes dos substantivos, o adjetivo deve concordar com o substantivo mais próximo:
• Linda casa e bairro.

Se o adjetivo vem depois dos substantivos, ele pode concordar tanto com o substantivo mais próximo, ou com todos os substantivos
(sendo usado no plural):
• Casa e apartamento arrumado. / Apartamento e casa arrumada.
• Casa e apartamento arrumados. / Apartamento e casa arrumados.

Quando há a modificação de dois ou mais nomes próprios ou de parentesco, os adjetivos devem ser flexionados no plural:
• As talentosas Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles estão entre os melhores escritores brasileiros.

Quando o adjetivo assume função de predicativo de um sujeito ou objeto, ele deve ser flexionado no plural caso o sujeito ou objeto
seja ocupado por dois substantivos ou mais:
• O operário e sua família estavam preocupados com as consequências do acidente.

CASOS ESPECÍFICOS REGRA EXEMPLO


É PROIBIDO Deve concordar com o substantivo quando há presença
É proibida a entrada.
É PERMITIDO de um artigo. Se não houver essa determinação, deve
É proibido entrada.
É NECESSÁRIO permanecer no singular e no masculino.
OBRIGADO / Mulheres dizem “obrigada” Homens dizem
Deve concordar com a pessoa que fala.
OBRIGADA “obrigado”.
As bastantes crianças ficaram doentes com a volta às
Quando tem função de adjetivo para um substantivo, aulas.
BASTANTE concorda em número com o substantivo. Bastante criança ficou doente com a volta às aulas.
Quando tem função de advérbio, permanece invariável. O prefeito considerou bastante a respeito da
suspensão das aulas.
É sempre invariável, ou seja, a palavra “menas” não Havia menos mulheres que homens na fila para a
MENOS
existe na língua portuguesa. festa.

MESMO Devem concordar em gênero e número com a pessoa a As crianças mesmas limparam a sala depois da aula.
PRÓPRIO que fazem referência. Eles próprios sugeriram o tema da formatura.

Quando tem função de numeral adjetivo, deve


concordar com o substantivo. Adicione meia xícara de leite.
MEIO / MEIA
Quando tem função de advérbio, modificando um Manuela é meio artista, além de ser engenheira.
adjetivo, o termo é invariável.
Segue anexo o orçamento.
Seguem anexas as informações adicionais
ANEXO INCLUSO Devem concordar com o substantivo a que se referem.
As professoras estão inclusas na greve.
O material está incluso no valor da mensalidade.

27
LÍNGUA PORTUGUESA
Concordância verbal
Para que a concordância verbal esteja adequada, é preciso haver flexão do verbo em número e pessoa, a depender do sujeito com o
qual ele se relaciona.

Quando o sujeito composto é colocado anterior ao verbo, o verbo ficará no plural:


• A menina e seu irmão viajaram para a praia nas férias escolares.

Mas, se o sujeito composto aparece depois do verbo, o verbo pode tanto ficar no plural quanto concordar com o sujeito mais próximo:
• Discutiram marido e mulher. / Discutiu marido e mulher.

Se o sujeito composto for formado por pessoas gramaticais diferentes, o verbo deve ficar no plural e concordando com a pessoa que
tem prioridade, a nível gramatical — 1ª pessoa (eu, nós) tem prioridade em relação à 2ª (tu, vós); a 2ª tem prioridade em relação à 3ª (ele,
eles):
• Eu e vós vamos à festa.

Quando o sujeito apresenta uma expressão partitiva (sugere “parte de algo”), seguida de substantivo ou pronome no plural, o verbo
pode ficar tanto no singular quanto no plural:
• A maioria dos alunos não se preparou para o simulado. / A maioria dos alunos não se prepararam para o simulado.

Quando o sujeito apresenta uma porcentagem, deve concordar com o valor da expressão. No entanto, quanto seguida de um subs-
tantivo (expressão partitiva), o verbo poderá concordar tanto com o numeral quanto com o substantivo:
• 27% deixaram de ir às urnas ano passado. / 1% dos eleitores votou nulo / 1% dos eleitores votaram nulo.

Quando o sujeito apresenta alguma expressão que indique quantidade aproximada, o verbo concorda com o substantivo que segue
a expressão:
• Cerca de duzentas mil pessoas compareceram à manifestação. / Mais de um aluno ficou abaixo da média na prova.

Quando o sujeito é indeterminado, o verbo deve estar sempre na terceira pessoa do singular:
• Precisa-se de balconistas. / Precisa-se de balconista.

Quando o sujeito é coletivo, o verbo permanece no singular, concordando com o coletivo partitivo:
• A multidão delirou com a entrada triunfal dos artistas. / A matilha cansou depois de tanto puxar o trenó.

Quando não existe sujeito na oração, o verbo fica na terceira pessoa do singular (impessoal):
• Faz chuva hoje

Quando o pronome relativo “que” atua como sujeito, o verbo deverá concordar em número e pessoa com o termo da oração principal
ao qual o pronome faz referência:
• Foi Maria que arrumou a casa.

Quando o sujeito da oração é o pronome relativo “quem”, o verbo pode concordar tanto com o antecedente do pronome quanto com
o próprio nome, na 3ª pessoa do singular:
• Fui eu quem arrumei a casa. / Fui eu quem arrumou a casa.

Quando o pronome indefinido ou interrogativo, atuando como sujeito, estiver no singular, o verbo deve ficar na 3ª pessoa do singular:
• Nenhum de nós merece adoecer.

Quando houver um substantivo que apresenta forma plural, porém com sentido singular, o verbo deve permanecer no singular. Ex-
ceto caso o substantivo vier precedido por determinante:
• Férias é indispensável para qualquer pessoa. / Meus óculos sumiram.

REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

A regência estuda as relações de concordâncias entre os termos que completam o sentido tanto dos verbos quanto dos nomes. Dessa
maneira, há uma relação entre o termo regente (principal) e o termo regido (complemento).
A regência está relacionada à transitividade do verbo ou do nome, isto é, sua complementação necessária, de modo que essa relação
é sempre intermediada com o uso adequado de alguma preposição.

Regência nominal
Na regência nominal, o termo regente é o nome, podendo ser um substantivo, um adjetivo ou um advérbio, e o termo regido é o
complemento nominal, que pode ser um substantivo, um pronome ou um numeral.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Vale lembrar que alguns nomes permitem mais de uma preposição. Veja no quadro abaixo as principais preposições e as palavras que
pedem seu complemento:

PREPOSIÇÃO NOMES
acessível; acostumado; adaptado; adequado; agradável; alusão; análogo; anterior; atento; benefício; comum;
A contrário; desfavorável; devoto; equivalente; fiel; grato; horror; idêntico; imune; indiferente; inferior; leal; necessário;
nocivo; obediente; paralelo; posterior; preferência; propenso; próximo; semelhante; sensível; útil; visível...
amante; amigo; capaz; certo; contemporâneo; convicto; cúmplice; descendente; destituído; devoto; diferente;
DE dotado; escasso; fácil; feliz; imbuído; impossível; incapaz; indigno; inimigo; inseparável; isento; junto; longe; medo;
natural; orgulhoso; passível; possível; seguro; suspeito; temeroso...
SOBRE opinião; discurso; discussão; dúvida; insistência; influência; informação; preponderante; proeminência; triunfo...
acostumado; amoroso; analogia; compatível; cuidadoso; descontente; generoso; impaciente; ingrato; intolerante;
COM
mal; misericordioso; ocupado; parecido; relacionado; satisfeito; severo; solícito; triste...
abundante; bacharel; constante; doutor; erudito; firme; hábil; incansável; inconstante; indeciso; morador; negligente;
EM
perito; prático; residente; versado...
atentado; blasfêmia; combate; conspiração; declaração; fúria; impotência; litígio; luta; protesto; reclamação;
CONTRA
representação...
PARA bom; mau; odioso; próprio; útil...

Regência verbal
Na regência verbal, o termo regente é o verbo, e o termo regido poderá ser tanto um objeto direto (não preposicionado) quanto um
objeto indireto (preposicionado), podendo ser caracterizado também por adjuntos adverbiais.
Com isso, temos que os verbos podem se classificar entre transitivos e intransitivos. É importante ressaltar que a transitividade do
verbo vai depender do seu contexto.

Verbos intransitivos: não exigem complemento, de modo que fazem sentido por si só. Em alguns casos, pode estar acompanhado
de um adjunto adverbial (modifica o verbo, indicando tempo, lugar, modo, intensidade etc.), que, por ser um termo acessório, pode ser
retirado da frase sem alterar sua estrutura sintática:
• Viajou para São Paulo. / Choveu forte ontem.

Verbos transitivos diretos: exigem complemento (objeto direto), sem preposição, para que o sentido do verbo esteja completo:
• A aluna entregou o trabalho. / A criança quer bolo.

Verbos transitivos indiretos: exigem complemento (objeto indireto), de modo que uma preposição é necessária para estabelecer o
sentido completo:
• Gostamos da viagem de férias. / O cidadão duvidou da campanha eleitoral.

Verbos transitivos diretos e indiretos: em algumas situações, o verbo precisa ser acompanhado de um objeto direto (sem preposição)
e de um objeto indireto (com preposição):
• Apresentou a dissertação à banca. / O menino ofereceu ajuda à senhora.

QUESTÕES

1. CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR - Administrador


De acordo com as exigências da norma-padrão da Língua Portuguesa, a palavra destacada está corretamente empregada em:
(A) Os estudiosos na área de tecnologia e as empresas de desenvolvimento de softwares estão interessadas na ampliação do uso da
internet em nossa sociedade.
(B) As instituições escolares encontram bastantes motivos para inserir computadores e celulares nas escolas públicas e privadas para
a melhoria do ensino.
(C) O acesso a empregos formais e a redução das taxas de pobreza precisam ser abordadas com urgência nos planejamentos gover-
namentais.
(D) A preocupação com o aparecimento de novas pandemias tem se tornado extremamente imperativas para manter a saúde da
população.
(E) Os empresários compraram uniformes azuis-marinhos para os trabalhadores responsáveis pela manutenção da limpeza dos es-
critórios.

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LÍNGUA PORTUGUESA
2. CESGRANRIO - 2021 - Banco do Brasil - Escriturário - Agente 3. CESGRANRIO - 2021 - Banco da Amazônia - Técnico Científico
Comercial - Prova A

Disponível em:<https://digitalks.com.br/artigos/privacidade-digital-
-quais-sao-os-limites> . 7/04/2019. Acesso em: 3 fev. 2021. Adaptado.

O grupo de palavras que atende às exigências relativas ao em-


prego ou não do hífen, segundo o Vocabulário Ortográfico da Lín-
gua Portuguesa, é
(A) extra-escolar / médico-cirurgião
(B) bem-educado / vagalume
(C) portarretratos / dia a dia LISPECTOR, Clarice. Medo da eternidade. Jornal do Brasil, Rio de Janei-
(D) arco-íris / contra-regra ro, Caderno B, p.2, 6 jun. 1970.
(E) subutilizar / sub-reitor

30
LÍNGUA PORTUGUESA
No texto, foram empregadas as palavras aí (l. 31) e ótimo (l. 35), A palavra destacada em “bem mais portáteis” (parágrafo 4) traz
ambas acentuadas graficamente. para o trecho uma ideia de
Duas outras palavras corretamente acentuadas pelos mesmos (A) adição
motivos que aí e ótimo são, respectivamente, (B) adversidade
(A) juíz e ébano (C) comparação
(B) Icaraí e rítmo (D) extensão
(C) caquís e incrédulo (E) soma
(D) país e sonâmbulo
(E) abacaxí e econômia 6. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
cial/2021/”Prova A”
4. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer- Privacidade digital: quais são os limites
cial/2021/”Prova C” Atualmente, somos mais de 126,4 milhões de brasileiros usuá-
O período em que a palavra ou a expressão em destaque NÃO rios de internet, representando cerca de 69,8% da população com
está empregada de acordo com a norma-padrão é: 10 anos ou mais. Ao redor do mundo, cerca de 4 bilhões de pessoas
(A) As professoras de que falamos são ótimas. usam a rede mundial, sendo que 2,9 bilhões delas fazem isso pelo
(B) A folha em que deve ser feita a prova é essa. smartphone.
(C) A argumentação onde é provado o crime foi dele. Nesse cenário, pensar em privacidade digital é (quase) utópico.
(D) O aluno cujo pai chegou é Pedro. Uma vez na rede, a informação está registrada para sempre: deixa-
(E) As meninas que querem cortar os cabelos são aquelas. mos rastros que podem ser descobertos a qualquer momento.
Ainda assim, mesmo diante de tamanha exposição, essa é uma
5. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer- discussão que precisa ser feita. Ela é importante, inclusive, para tra-
cial/2021/”Prova C” zer mais clareza e consciência para os usuários. Vale lembrar, por
A palavra salário vem mesmo de “sal”? exemplo, que não são apenas as redes sociais que expõem as pes-
Vem. A explicação mais popular diz que os soldados da Roma soas. Infelizmente, basta ter um endereço de e-mail para ser rastre-
Antiga recebiam seu ordenado na forma de sal. Faz sentido. O di- ado por diferentes empresas e provedores.
nheiro como o conhecemos surgiu no século 7 a.C., na forma de A questão central não se resume somente à política de privaci-
discos de metal precioso (moedas), e só foi adotado em Roma 300 dade das plataformas X ou Y, mas, sim, ao modo como cada socie-
anos depois. dade vem paulatinamente estruturando a sua política de proteção
Antes disso, o que fazia o papel de dinheiro eram itens não de dados.
perecíveis e que tinham demanda garantida: barras de cobre (fun- A segurança da informação já se transformou em uma área es-
damentais para a fabricação de armas), sacas de grãos, pepitas de tratégica para qualquer tipo de empresa. Independentemente da
ouro (metal favorito para ostentar como enfeite), prata (o ouro de demanda de armazenamento de dados de clientes, as organizações
segunda divisão) e, sim, o sal. têm um universo de dados institucionais que precisam ser salva-
Num mundo sem geladeiras, o cloreto de sódio era o que ga- guardados.
rantia a preservação da carne. A demanda por ele, então, tendia ao Estamos diante de uma realidade já configurada: a coleta de
infinito. Ter barras de sal em casa funcionava como poupança. Você informações da internet não para, e esse é um caminho sem vol-
poderia trocá-las pelo que quisesse, a qualquer momento. ta. Agora, a questão é: nós, clientes, estamos prontos e dispostos
As moedas, bem mais portáteis, acabariam se tornando o gran- a definir o limite da privacidade digital? O interesse maior é nosso!
de meio universal de troca – seja em Roma, seja em qualquer outro Esse limite poderia ser dado pelo próprio consumidor, se ele assim
lugar. Mas a palavra “salário” segue viva, como um fóssil etimoló- quiser? O conteúdo é realmente do usuário?
gico. Se considerarmos a atmosfera das redes sociais, muito possi-
Só há um detalhe: não há evidência de que soldados romanos velmente não. Isso porque, embora muitas pessoas não saibam, a
recebiam mesmo um ordenado na forma de sal. Roma não tinha maioria das redes sociais prevê que, a partir do momento em que
um exército profissional no século 4 a.C. A força militar da época um conteúdo é postado, ele faz parte da rede e não é mais do usu-
era formada por cidadãos comuns, que abandonavam seus afaze- ário.
res voluntariamente para lutar em tempos de guerra (questão de Daí a importância da conscientização. É preciso que tanto clien-
sobrevivência). tes como empresas busquem mais informação e conteúdo técni-
A ideia de que havia pagamentos na forma de sal vem do his- co sobre o tema. Às organizações, cabe o desafio de orientar seus
toriador Plínio, o Velho (um contemporâneo de Jesus Cristo). Ele clientes, já que, na maioria das vezes, eles não sabem quais são os
escreveu o seguinte: “Sal era uma das honrarias que os soldados re- limites da privacidade digital.
cebiam após batalhas bem-sucedidas. Daí vem nossa palavra sala- Vivemos em uma época em que todo mundo pode falar per-
rium.” Ou seja: o sal era um bônus para voluntários, não um salário manentemente o que quer. Nesse contexto, a informação deixou
para valer. Quando Roma passou a ter uma força militar profissional de ser algo confiável e cabe a cada um de nós aprender a ler isso e
e permanente, no século 3 a.C., o soldo já era mesmo pago na for- se proteger. Precisamos de consciência, senso crítico, responsabi-
ma de moedas. lidade e cuidado para levar a internet a um outro nível. É fato que
ela não é segura, a questão, então, é como usá-la de maneira mais
VERSIGNASSI, A. A palavra salário vem mesmo de “sal” inteligente e contribuir para fortalecer a privacidade digital? Essa é
VC S/A, São Paulo: Abril, p. 67, Jun. 2021. Adaptado. uma causa comum a todos os usuários da rede.

Disponível em: <https://digitalks.com.br/artigos/privacidade-digital-


-quais-sao-os-limites>. 7/04/2019. Acesso em: 3 fev. 2021. Adaptado.

31
LÍNGUA PORTUGUESA
No trecho “Às organizações, cabe o desafio de orientar seus feitos, e a tendência continuará. Isso ocorre porque um algoritmo
clientes, já que, na maioria das vezes, eles não sabem quais são os pode executar essas tarefas com mais rapidez e precisão do que um
limites da privacidade digital” (parágrafo 8), a expressão destacada humano.
expressa a noção de Para evitar a obsolescência, os trabalhadores que cumprem es-
(A) condição sas funções precisam desenvolver novas habilidades, como a criati-
(B) finalidade vidade para resolver novos problemas, empatia para se comunicar
(C) concessão melhor e responsabilidade.
(D) causalidade Edmondson diz que toda profissão vai exigir adaptabilidade e
(E) comparação flexibilidade, do setor bancário às artes. Digamos que você é um
contador. Seu QI o ajuda nas provas pelas quais precisa passar para
7. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer- se qualificar; seu QE contribui na conexão com um recrutador e de-
cial/2021/”Prova A” pois no relacionamento com colegas e clientes no emprego. Então,
O pronome destacado foi utilizado na posição correta, segundo quando os sistemas mudam ou os aspectos do trabalho são auto-
as exigências da norma-padrão da língua portuguesa, em: matizados, você precisa do QA para se acomodar a novos cenários.
(A) A associação brasileira de mercados financeiros publicou Ter QI, mas nenhum QA, pode ser um bloqueio para as habili-
uma diretriz de segurança, na qual mostra-se a necessidade de dades existentes diante de novas maneiras de trabalhar. No mundo
adequação de proteção de dados. corporativo, o QA está sendo cada vez mais buscado na hora da
(B) A segurança da informação já transformou-se em uma área contratação. Uma coisa boa do QA é que, mesmo que seja difícil
estratégica para qualquer tipo de empresa. mensurá-lo, especialistas dizem que ele pode ser desenvolvido.
(C) Naquele evento, ninguém tinha-se incomodado com o pa- Como diz Edmondson: “Aprender a aprender é uma missão
lestrante no início do debate a respeito de privacidade digital. crítica. A capacidade de aprender, mudar, crescer, experimentar se
(D) Apesar das dificuldades encontradas, sempre referimo-nos tornará muito mais importante do que o domínio de um assunto.”
com cuidado aos nossos dados pessoais, como CPF, RG, e-mail, Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/vert-
para proteção da vida privada. -cap-50429043>.Acesso em: 9 jul. 2021. (Adaptado)
(E) Quando a privacidade dos dados bancários é mantida, como
nos garantem as instituições, ficamos tranquilos. A colocação do pronome oblíquo átono destacado está de
acordo com o que prevê a norma-padrão da língua portuguesa no
8. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer- seguinte período:
cial/2021/”Prova B” (A) Consideraria-se o QA mais importante que o QI há duas dé-
O que é o QA e por que ele pode ser mais importante que o QI cadas?
no mercado de trabalho (B) Se busca investir naquilo que pode fazer a diferença entre a
Há algum tempo, se você quisesse avaliar as perspectivas de al- máquina e o homem.
guém crescer na carreira, poderia considerar pedir um teste de QI, (C) As mudanças no mercado de trabalho jamais dar-se-ão sem
o quociente de inteligência, que mede indicadores como memória investimento no capital humano.
e habilidade matemática. (D) Os candidatos que saem-se melhor nas entrevistas são con-
Mais recentemente, passaram a ser avaliadas outras letrinhas: tratados mais rapidamente.
o quociente de inteligência emocional (QE), uma combinação de (E) Alguns se consideram mais preparados para enfrentar ad-
habilidades interpessoais, autocontrole e comunicação. Não só no versidades no trabalho do que em família.
mundo do trabalho, o QE é visto como um kit de habilidades que
pode nos ajudar a ter sucesso em vários aspectos da vida. 9. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
Tanto o QI quanto o QE são considerados importantes para o cial/2021/”Prova C”
sucesso na carreira. Hoje, porém, à medida que a tecnologia rede- A colocação do pronome oblíquo destacado está de acordo
fine como trabalhamos, as habilidades necessárias para prosperar com a norma-padrão em:
no mercado de trabalho também estão mudando. Entra em cena (A) O dinheiro não foi-me bastante.
então um novo quociente, o de adaptabilidade (QA), que considera (B) O depósito só estará concretizado, se houver quem validá-
a capacidade de se posicionar e prosperar em um ambiente de mu- -lo.
danças rápidas e frequentes. (C) Se você pudesse emprestar esse dinheiro, depositaria-o ain-
O QA não é apenas a capacidade de absorver novas informa- da esta semana?
ções, mas de descobrir o que é relevante, deixar para trás noções (D) Explique-me como funciona esse financiamento.
obsoletas, superar desafios e fazer um esforço consciente para mu- (E) Me empreste seu cartão, que eu faço a transação hoje.
dar. Esse quociente envolve também características como flexibili-
dade, curiosidade, coragem e resiliência. Prezado candidato, de acordo com o texto a seguir responda as
Amy Edmondson, professora de Administração da Harvard Bu- questões 10 e 11.
siness School, diz que é a velocidade vertiginosa das mudanças no
mercado de trabalho que fará o QA vencer o QI. Automatiza-se fa- Lições após um ano de ensino remoto na pandemia
cilmente qualquer função que envolva detectar padrões nos dados No momento em que se tornam ainda mais complexas as dis-
(advogados revisando documentos legais ou médicos buscando o cussões sobre a volta às aulas presenciais, o ensino remoto conti-
histórico de um paciente, por exemplo), diz Dave Coplin, diretor da nua a ser a rotina de muitas famílias, atualmente.
The Envisioners, consultoria de tecnologia sediada no Reino Unido. Mas um ano sem precedentes na história veio acompanhado
A tecnologia mudou bastante a forma como alguns trabalhos são de lições inéditas para professores, alunos e estudiosos. Diante do
pouco acesso a planos de dados ou a dispositivos, a alternativa de
muitas famílias e professores tem sido se conectar regularmente via
aplicativos de mensagens.

32
LÍNGUA PORTUGUESA
Uma pesquisa apontou que 83% dos professores mantinham (C) As empresas têm mantido-se atentas às leis de proteção
contato com seus alunos por meio dos aplicativos de mensagens, ambiental vigentes no país poderão ser penalizadas.
muito mais do que pelas próprias plataformas de aprendizagem. (D) Os dirigentes devem esforçar-se para que os funcionários
Esse uso foi uma grande surpresa, mas é porque não temos outras tenham consciência de ações de proteção ao meio ambiente.
ferramentas de massificação. A maior parte do ensino foi feita pelo (E) Os trabalhadores das áreas rurais nunca enganaram-se a
celular e, geralmente, por um celular compartilhado (entre vários respeito da importância da agricultura para a subsistência da
membros da família), o que é algo muito desafiador. humanidade.
Outro aspecto a ser considerado é que, felizmente, mensagens
direcionadas são uma forma relativamente barata de comunicação. 13. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
A importância de cultivar interações entre os estudantes, mesmo cial/2021/”Prova A”
que eles não estejam no mesmo ambiente físico, também é uma De acordo com as exigências da norma-padrão da língua por-
forma de motivá-los e melhorar seus resultados. Recentemente, tuguesa, a concordância verbal está corretamente empregada na
uma pesquisadora afirmou que “Aprendemos que precisamos dos forma destacada em:
demais: comparar estratégias, falar com alunos, com outros profes- (A) Para entender o público das plataformas digitais, analisa-
sores e dar mais oportunidades de trabalho coletivo, mesmo que ram-se, durante dez semanas, o comportamento de jovens
seja cada um na sua casa. Além disso, a pandemia ressaltou a im- considerados viciados em aplicativos.
portância do vínculo anterior entre escolas e comunidades”. (B) Em grupos de jovens usuários de redes sociais, constata-
Embora seja difícil prever exatamente como o fechamento das ram-se inúmeras situações de dependência crônica do uso de
aparelhos celulares.
escolas vai afetar o desenvolvimento futuro dos alunos, educado-
(C) Nos serviços de ouvidoria das empresas de comunicação,
res internacionais estimam que estudantes da educação básica já
atendem-se a reclamações de todos os tipos sobre falhas nas
foram impactados. É preciso pensar em como agrupar esses alunos
conexões telefônicas.
e averiguar os que tiveram ensino mínimo ou nulo e decidir como
(D Nas análises sobre privacidade dos usuários, atribuem-se
enfrentar essa ruptura, com aulas ou encontros extras, com anos corretamente aos aplicativos de conversas a maior responsabi-
(letivos) de transição. lidade pela situação atual.
IDOETA, P.A. 8 lições após um ano de ensino remoto na pandemia. Dis- (E) Com base em dados estatísticos, estimam-se que os jovens
ponível em: <https://educacao.uol.com.br/noticias/bbc/2021/04/24/ sejam os maiores responsáveis pela navegação nas redes so-
8-licoes-apos-um-ano-de-ensino-remoto-na-pandemia. htm>. Acesso ciais.
em: 21 jul. 2021. Adaptado.
14. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
10. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente de Tecnologia/2021 cial/2021/”Prova C”
O pronome oblíquo átono em destaque está colocado de acor- A concordância verbal está de acordo com as exigências da nor-
do com a norma-padrão em: ma-padrão da língua portuguesa, na forma verbal destacada em:
(A) No processo ensino-aprendizagem, o objetivo deve ser de-
(A) Todas as pessoas do gabinete do diretor foi à reunião.
senvolver aptidões para que os alunos sempre mantenham-se
(B) Os 10% dos funcionários da agência do sul gosta de cho-
em dia com os avanços da ciência.
colate.
(B) Se reclama muito das dificuldades do ensino remoto devido
(C) Já deu sete horas no meu relógio.
a problemas de conexão.
(D) Surge, quando menos se espera, novos trabalhos para fazer.
(C) Os profissionais da educação nunca cansam-se de estudar
(E) Pesquisam-se novas fórmulas de vacinas mais duráveis.
os conteúdos que possam interessar os alunos nas aulas.
(D) Para garantir o progresso dos estudantes, os professores
sempre dedicam-se a pesquisar novos métodos de ensino. 15. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2018
(E) Quando as escolas se preocuparem em empregar novas De acordo com as exigências da norma-padrão da língua portu-
metodologias no ensino-aprendizagem, alcançarão melhores guesa, o verbo destacado está corretamente empregado em:
resultados. (A) No mundo moderno, conferem-se às grandes metrópoles
importante papel no desenvolvimento da economia e da geo-
11. No trecho “A importância de cultivar interações entre os política mundiais, por estarem no topo da hierarquia urbana.
estudantes, mesmo que eles não estejam no mesmo ambiente físi- (B) Conforme o grau de influência e importância internacional,
classificou-se as 50 maiores cidades em três diferentes classes,
co” (parágrafo 4), a expressão destacada estabelece com a oração
a maior parte delas na Europa.
principal a relação de
(C) Há quase duzentos anos, atribuem-se às cidades a respon-
(A) condição
sabilidade de motor propulsor do desenvolvimento e a condi-
(B) concessão
ção de lugar privilegiado para os negócios e a cultura.
(C) comparação (D) Em centros com grandes aglomerações populacionais, rea-
(D) conformidade liza-se negócios nacionais e internacionais, além de um atendi-
(E) proporcionalidade mento bastante diversificado, como jornais, teatros, cinemas,
entre outros.
12. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2018 (E) Em todos os estudos geopolíticos, considera-se as cidades
O pronome destacado foi utilizado na posição correta, segundo globais como verdadeiros polos de influência internacional, de-
as exigências da norma-padrão da língua portuguesa, em: vido à presença de sedes de grandes empresas transnacionais
(A) Quando as carreiras tradicionais saturam-se, os futuros pro- e importantes centros de pesquisas.
fissionais têm de recorrer a outras alternativas.
(B) Caso os responsáveis pela limpeza urbana descuidem-se de
sua tarefa, muitas doenças transmissíveis podem proliferar.

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LÍNGUA PORTUGUESA
16. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2018 19. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2018
A regência do verbo destacado está de acordo com as exigên- De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, a pontu-
cias da norma-padrão da língua portuguesa em: ação está corretamente empregada em:
(A) Para ganhar espaço no mercado imobiliário, os bancos cos- (A) O conjunto de preocupações e ações efetivas, quando aten-
tumam a ampliar prazos e limites e baratear o financiamento dem, de forma voluntária, aos funcionários e à comunidade em
da casa própria. geral, pode ser definido como responsabilidade social.
(B) O planejamento econômico é fundamental para o sucesso (B) As empresas que optam por encampar a prática da respon-
de um empreendimento familiar, o que envolve ao ato de pes- sabilidade social, beneficiam-se de conseguir uma melhor ima-
quisar as melhores oportunidades disponíveis. gem no mercado.
(C) Antes de se comprometer com a aquisição de um imóvel (C) A noção de responsabilidade social foi muito utilizada em
acima de sua renda, recomenda-se ao comprador que pesqui- campanhas publicitárias: por isso, as empresas precisam rela-
se melhores condições de mercado. cionar-se melhor, com a sociedade.
(D) A inadimplência ocorre quando o cidadão não acata às cláu- (D) A responsabilidade social explora um leque abrangente de
sulas que determinam os prazos dos empréstimos bancários. beneficiários, envolvendo assim: a qualidade de vida o bem-
(E) Grande parte das pessoas que se candidatam a emprésti- -estar dos trabalhadores, a redução de impactos negativos, no
mos bancários aspiram a construção da casa própria. meio ambiente.
(E) Alguns críticos da responsabilidade social defendem a ideia
17. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2018 de que: o objetivo das empresas é o lucro e a geração de em-
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o uso do pregos não a preocupação com a sociedade como um todo.
acento grave indicativo da crase é obrigatório na palavra destacada
em: 20. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
(A) Os pais, inseguros na sua tarefa de educar, não percebem cial/2021/”Prova C”
que falta de limites e superproteção comprometem a formação A palavra salário vem mesmo de “sal”?
dos filhos. Vem. A explicação mais popular diz que os soldados da Roma
(B) A indisciplina nas salas de aula aumentou a partir do mo- Antiga recebiam seu ordenado na forma de sal. Faz sentido. O di-
mento em que as mídias divulgaram a necessidade de dar nheiro como o conhecemos surgiu no século 7 a.C., na forma de
maior liberdade aos estudantes. discos de metal precioso (moedas), e só foi adotado em Roma 300
(C) A atenção e a motivação são condições que levam a pessoa anos depois.
a pensar e agir de forma satisfatória para desenvolver o proces- Antes disso, o que fazia o papel de dinheiro eram itens não
so de aprendizagem. perecíveis e que tinham demanda garantida: barras de cobre (fun-
(D) As famílias e as escolas encontram-se, na atualidade, fren- damentais para a fabricação de armas), sacas de grãos, pepitas de
te a jovens com quem não conseguem estabelecer um diálogo ouro (metal favorito para ostentar como enfeite), prata (o ouro de
produtivo. segunda divisão) e, sim, o sal.
(E) As escolas chegaram a etapa em que os professores estão Num mundo sem geladeiras, o cloreto de sódio era o que ga-
cada vez mais com dificuldade para exercer o seu importante rantia a preservação da carne. A demanda por ele, então, tendia ao
papel de ensinar.
infinito. Ter barras de sal em casa funcionava como poupança. Você
poderia trocá-las pelo que quisesse, a qualquer momento.
18. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
As moedas, bem mais portáteis, acabariam se tornando o gran-
cial/2021/”Prova A”
de meio universal de troca – seja em Roma, seja em qualquer outro
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o em-
lugar. Mas a palavra “salário” segue viva, como um fóssil etimoló-
prego do acento grave indicativo da crase é obrigatório na palavra
gico.
destacada em:
Só há um detalhe: não há evidência de que soldados romanos
(A) A exigência de entrar em contato com instituições financei-
recebiam mesmo um ordenado na forma de sal. Roma não tinha
ras obrigou o cliente a criar senhas para ter acesso aos serviços
um exército profissional no século 4 a.C. A força militar da época
bancários.
era formada por cidadãos comuns, que abandonavam seus afaze-
(B) A falta de leis sobre privacidade digital exige que os indiví-
duos se preparem para enfrentar a invasão do acesso a suas res voluntariamente para lutar em tempos de guerra (questão de
vidas privadas. sobrevivência).
(C) A revolução da tecnologia da informação modificou a re- A ideia de que havia pagamentos na forma de sal vem do his-
alidade social, penetrando em todas as esferas da atividade toriador Plínio, o Velho (um contemporâneo de Jesus Cristo). Ele
humana. escreveu o seguinte: “Sal era uma das honrarias que os soldados re-
(D) As pesquisas tecnológicas são indispensáveis devido a im- cebiam após batalhas bem-sucedidas. Daí vem nossa palavra sala-
portância de solucionar problemas causados pela invasão de rium.” Ou seja: o sal era um bônus para voluntários, não um salário
dados. para valer. Quando Roma passou a ter uma força militar profissional
(E) O surgimento das redes sociais e dos sites de compartilha- e permanente, no século 3 a.C., o soldo já era mesmo pago na for-
mento conduziu as pessoas a novas situações de risco na so- ma de moedas.
ciedade atual.
VERSIGNASSI, A. A palavra salário vem mesmo de “sal” VC S/A, São
Paulo: Abril, p. 67, Jun. 2021. Adaptado.

34
LÍNGUA PORTUGUESA
O período em que o sinal de dois pontos é empregado para
introduzir uma enumeração, como no trecho que segue “demanda
ANOTAÇÕES
garantida” (parágrafo 2), é:
(A) A remuneração faz parte do conjunto de ganhos de um ______________________________________________________
prestador de serviço; ou seja: todos os ganhos auferidos pela
pessoa compõem sua remuneração. ______________________________________________________
(B) As horas extras, o vale-transporte e o plano de saúde po-
dem fazer parte da remuneração: muitos trabalhadores esco- ______________________________________________________
lhem seus empregos com base nessas vantagens.
(C) O gerente informou aos candidatos como seria a remune- ______________________________________________________
ração pelos serviços: “O valor mensal vai depender de diversos ______________________________________________________
itens, a serem combinados.”
(D) Muitos itens já fizeram papel de dinheiro: o sal, usado até ______________________________________________________
hoje por tribos da Etiópia, a cachaça, utilizada no Brasil colo-
nial, e o bacalhau, antes usado na Escandinávia. ______________________________________________________
(E) O tabaco também já foi usado como moeda de troca: no sé-
culo XVIII, o estado americano de Virginia adotou esse método. ______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

1 B ______________________________________________________
2 E ______________________________________________________
3 D
______________________________________________________
4 C
______________________________________________________
5 C
6 D ______________________________________________________
7 E ______________________________________________________
8 E
______________________________________________________
9 D
10 E ______________________________________________________

11 B ______________________________________________________
12 D
______________________________________________________
13 B
______________________________________________________
14 E
15 C ______________________________________________________
16 C ______________________________________________________
17 E
_____________________________________________________
18 D
19 A _____________________________________________________

20 D ______________________________________________________

______________________________________________________

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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA INGLESA

• Palavras-chave: são fundamentais para a compreensão do


CONHECIMENTO DE UM VOCABULÁRIO texto, pois se trata de palavras relacionadas à área e ao assunto
FUNDAMENTAL E DOS ASPECTOS GRAMATICAIS abordado pelo texto. São de fácil compreensão, pois, geralmente,
BÁSICOS PARA A COMPREENSÃO DE TEXTOS
aparecem repetidamente no texto e é possível obter sua ideia atra-
vés do contexto.
Reading Comprehension • Grupos nominais: formados por um núcleo (substantivo) e
Interpretar textos pode ser algo trabalhoso, dependendo do um ou mais modificadores (adjetivos ou substantivos). Na língua
assunto, ou da forma como é abordado. Tem as questões sobre o inglesa o modificador aparece antes do núcleo, diferente da língua
texto. Mas, quando o texto é em outra língua? Tudo pode ser mais portuguesa.
assustador. • Afixos: são prefixos e/ou sufixos adicionados a uma raiz, que
Se o leitor manter a calma, e se embasar nas estratégias do modifica o significado da palavra. Assim, conhecendo o significado
Inglês Instrumental e ter certeza que ninguém é cem por cento leigo de cada afixo pode-se compreender mais facilmente uma palavra
em nada, tudo pode ficar mais claro. composta por um prefixo ou sufixo.
Vejamos o que é e quais são suas estratégias de leitura: • Conhecimento prévio: para compreender um texto, o leitor
depende do conhecimento que ele já tem e está armazenado em
Inglês Instrumental sua memória. É a partir desse conhecimento que o leitor terá o
Também conhecido como Inglês para Fins Específicos - ESP, o entendimento do assunto tratado no texto e assimilará novas in-
Inglês Instrumental fundamenta-se no treinamento instrumental formações. Trata-se de um recurso essencial para o leitor formular
dessa língua. Tem como objetivo essencial proporcionar ao aluno, hipóteses e inferências a respeito do significado do texto.
em curto prazo, a capacidade de ler e compreender aquilo que for
de extrema importância e fundamental para que este possa desem- O leitor tem, portanto, um papel ativo no processo de leitura
penhar a atividade de leitura em uma área específica. e compreensão de textos, pois é ele que estabelecerá as relações
entre aquele conteúdo do texto e os conhecimentos de mundo que
Estratégias de leitura ele carrega consigo. Ou mesmo, será ele que poderá agregar mais
• Skimming: trata-se de uma estratégia onde o leitor vai buscar profundidade ao conteúdo do texto a partir de sua capacidade de
a ideia geral do texto através de uma leitura rápida, sem apegar-se buscar mais conhecimentos acerca dos assuntos que o texto traz e
a ideias mínimas ou específicas, para dizer sobre o que o texto trata. sugere.
• Scanning: através do scanning, o leitor busca ideias especí- Não se esqueça que saber interpretar textos em inglês é muito
ficas no texto. Isso ocorre pela leitura do texto à procura de um importante para ter melhor acesso aos conteúdos escritos fora do
detalhe específico. Praticamos o scanning diariamente para encon- país, ou para fazer provas de vestibular ou concursos.
trarmos um número na lista telefônica, selecionar um e-mail para
ler, etc. Regular and irregular plural of nouns: To form the plural of the
• Cognatos: são palavras idênticas ou parecidas entre duas nouns is very easy, but you must practice and observe some rules.
línguas e que possuem o mesmo significado, como a palavra “ví-
rus” é escrita igualmente em português e inglês, a única diferença Regular plural of nouns
é que em português a palavra recebe acentuação. Porém, é preciso • Regra Geral: forma-se o plural dos substantivos geralmente
atentar para os chamados falsos cognatos, ou seja, palavras que são acrescentando-se “s” ao singular.
escritas igual ou parecidas, mas com o significado diferente, como Ex.: Motherboard – motherboards
“evaluation”, que pode ser confundida com “evolução” onde na ver- Printer – printers
dade, significa “avaliação”. Keyboard – keyboards
• Inferência contextual: o leitor lança mão da inferência, ou
seja, ele tenta adivinhar ou sugerir o assunto tratado pelo texto, e • Os substantivos terminados em y precedido de vogal seguem
durante a leitura ele pode confirmar ou descartar suas hipóteses. a regra geral: acrescentam s ao singular.
• Reconhecimento de gêneros textuais: são tipo de textos que Ex.: Boy – boys Toy – toys
se caracterizam por organização, estrutura gramatical, vocabulário Key – keys
específico e contexto social em que ocorrem. Dependendo das mar-
cas textuais, podemos distinguir uma poesia de uma receita culiná- • Substantivos terminados em s, x, z, o, ch e sh, acrescenta-se
ria, por exemplo. es.
• Informação não-verbal: é toda informação dada através de Ex.: boss – bosses tax – taxes bush – bushes
figuras, gráficos, tabelas, mapas, etc. A informação não-verbal deve
ser considerada como parte da informação ou ideia que o texto de- • Substantivos terminados em y, precedidos de consoante, tro-
seja transmitir. cam o y pelo i e acrescenta-se es. Consoante + y = ies
Ex.: fly – flies try – tries curry – curries

37
LÍNGUA INGLESA
Irregular plurals of nouns
There are many types of irregular plural, but these are the most common:

• Substantivos terminados em f e trocam o f pelo v e acrescenta-se es.


Ex.: knife – knives
life – lives
wife – wives

• Substantivos terminados em f trocam o f pelo v; então, acrescenta-se es.


Ex.: half – halves wolf – wolves loaf – loaves
• Substantivos terminados em o, acrescenta-se es.
Ex.: potato – potatoes tomato – tomatoes volcano – volcanoes

• Substantivos que mudam a vogal e a palavra.


Ex.: foot – feet child – children person – people tooth – teeth mouse – mice
Countable and Uncountable nouns

• Contáveis são os substantivos que podemos enumerar e contar, ou seja, que podem possuir tanta forma singular quanto plural. Eles
são chamados de countable nouns em inglês.
Por exemplo, podemos contar orange. Podemos dizer one orange, two oranges, three oranges, etc.

• Incontáveis são os substantivos que não possuem forma no plural. Eles são chamados de uncountable nouns, de non-countable
nouns em inglês. Podem ser precedidos por alguma unidade de medida ou quantificador. Em geral, eles indicam substâncias, líquidos, pós,
conceitos, etc., que não podemos dividir em elementos separados. Por exemplo, não podemos contar “water”. Podemos contar “bottles
of water” ou “liters of water”, mas não podemos contar “water” em sua forma líquida.
Alguns exemplos de substantivos incontáveis são: music, art, love, happiness, advice, information, news, furniture, luggage, rice, sugar,
butter, water, milk, coffee, electricity, gas, power, money, etc.

Veja outros de countable e uncountable nouns:

38
LÍNGUA INGLESA
Definite Article – Antes de nomes de estações do ano.
THE = o, a, os, as Summer is hot, but winter is cold.

• Usos • Casos especiais


– Antes de substantivos tomados em sentido restrito. – Não se usa o artigo THE antes das palavras church, school,
THE coffee produced in Brazil is of very high quality. prison, market, bed, hospital, home, university, college, market,
I hate THE music they’re playing. quando esses elementos forem usados para seu primeiro propósito.
She went to church. (para rezar)
– Antes de nomes de países no plural ou que contenham as She went to THE church. (talvez para falar com alguém)
palavras Kingdom, Republic, Union, Emirates.
THE United States – Sempre se usa o artigo THE antes de office, cathedral, cine-
THE Netherlands ma, movies e theater.
THE United Kingdom Let’s go to THE theater.
THE Dominican Republic They went to THE movies last night.

– Antes de adjetivos ou advérbios no grau superlativo. Indefinite Article


John is THE tallest boy in the family. A / AN = um, uma

– Antes de acidentes geográficos (rios, mares, oceanos, cadeias •A


de montanhas, desertos e ilhas no plural), mesmo que o elemento – Antes de palavras iniciadas por consoantes.
geográfico tenha sido omitido. A boy, A girl, A woman
THE Nile (River)
THE Sahara (Desert) – Antes de palavras iniciadas por vogais, com som consonantal.
A uniform, A university, A European
– Antes de nomes de famílias no plural.
THE Smiths have just moved here. • AN
– Antes de palavras iniciadas por vogais.
– Antes de adjetivos substantivados. AN egg, AN orange, AN umbrella
You should respect THE old.
– Antes de palavras iniciadas por H mudo (não pronunciado).
– Antes de numerais ordinais. AN hour, AN honor, AN heir
He is THE eleventh on the list.
• Usos
– Antes de nomes de hotéis, restaurantes, teatros, cinemas, – Para se dar ideia de representação de um grupo, antes de
museus. substantivos.
THE Hilton (Hotel) A chicken lays eggs. (Todas as galinhas põem ovos.)

– Antes de nacionalidades. – Antes de nomes próprios no singular, significando “um tal de”.
THE Dutch A Mr. Smith phoned yesterday.

– Antes de nomes de instrumentos musicais. – No modelo:


She plays THE piano very well. WHAT + A / AN = adj. + subst.

– Antes de substantivos seguidos de preposição. What A nice woman!


THE Battle of Trafalgar
– Em algumas expressões de medida e frequência.
• Omissões A dozen
– Antes de substantivos tomados em sentido genérico. A hundred
Roses are my favorite flowers. Twice A year

–Antes de nomes próprios no singular. - Em certas expressões.


She lives in South America. It’s A pity, It’s A shame, It’s AN honor...

–Antes de possessivos. – Antes de profissão ou atividades.


My house is more comfortable than theirs. James is A lawyer.
Her sister is A physician.
– Antes de nomes de idiomas, não seguidos da palavra langua-
ge. • Omissão
She speaks French and English. (Mas: She speaks THE French – Antes de substantivos contáveis no plural.
language.) Lions are wild animals.

39
LÍNGUA INGLESA
– Antes de substantivos incontáveis. 2. Usamos os sufixos –er ou –est com adjetivos de duas sílabas.
Water is good for our health. Exemplos:
* Em alguns casos, podemos usar SOME antes dos substanti- happier than = mais feliz que
vos. cleverer than = mais esperto que
the happiest = o mais feliz
Em Inglês utilizamos adjetivos para comparar duas coisas ou the cleverest = o mais esperto
mais. Eles podem ser classificados em dois graus: comparativo e
superlativo. 3. Usamos os prefixos more e most com adjetivos de mais de
O grau comparativo é usado para comparar duas coisas. Já o duas sílabas.
superlativo, usamos para dizer que uma coisa se destaca num grupo Exemplos:
de três ou mais. More comfortable than = mais confortável que
More careful than = mais cuidadoso que
The most comfortable = o mais confortável
The most careful = o mais cuidadoso

4. Usamos os prefixos more e most com advérbios de duas sí-


labas.
Exemplos:
More afraid than = mais amedrontado que
More asleep than = mais adormecido que
The most afraid = o mais amedrontado
The most asleep = o mais adormecido

5. Usamos os prefixos more e most com qualquer adjetivo ter-


minado em –ed, –ing, –ful, –re, –ous.
Exemplos:
tired – more tired than – the most tired (cansado)
charming – more charming than – the most charming (char-
Exemplos: moso)
As cold as = tão frio quanto hopeful – more hopeful than – the most hopeful (esperançoso)
Not so (as) cold as = não tão frio quanto sincere – more sincere than – the most sincere (sincero)
Less cold than = menos frio que famous – more famous than – the most famous (famoso)
The least cold = o menos frio
As expensive as = tão caro quanto Variações ortográficas
Not so (as) expensive as = não tão caro quanto – Adjetivos monossilábicos terminados em uma só consoante,
Less expensive than = menos caro que precedida de uma só vogal dobram a consoante final antes de rece-
The least expensive = o menos caro berem –er ou –est.
Exemplos:
fat – fatter than – the fattest (gordo)
thin – thinner than – the thinnest (magro)

– Adjetivos terminados em Y, precedido de vogal, trocam o Y


por I antes do acréscimo de –er ou –est:
Exemplos:
angry – angrier than – the angriest (zangado)
happy – happier than – the happiest (feliz)
Exceção
shy - shyer than - the shyest (tímido)

– Adjetivos terminados em E recebem apenas –r ou –st.


Exemplos:
nice – nicer than – the nicest (bonito, simpático)
brave – braver than – the bravest (corajoso)

Observações:
1. Usamos os sufixos –er ou –est com adjetivos / advérbios de
uma só sílaba.
Exemplos:
taller than = mais alto que / the tallest = o mais alto
bigger than = maior que / the biggest = o maior

40
LÍNGUA INGLESA
Formas irregulares Object Pronous
Alguns adjetivos e advérbios têm formas irregulares no compa- São usados como objeto da frase. Aparecem sempre depois do
rativo e superlativo de superioridade. verbo.

good (bom / boa) ME


better than - the best
well (bem) YOU
bad (ruim / mau)
- the worst HIM
badly (mal)
HER
little (pouco) less than - the least
IT
Alguns adjetivos e advérbios têm mais de uma forma no com- US
parativo e superlativo de superioridade.
YOU
far (longe)
farther than – the farthest (distância) THEM
further (than) – the furthest (distância / adicional)
old (velho) Exemplos:
older than – the oldest They told me the news.
elder – the eldest (só para elementos da mesma família) She loves him so much.
late (tarde)
the latest (o mais recente) Demonstrative Pronouns
the last (o último da série) Os pronomes demonstrativos são utilizados para demonstrar
alguém ou alguma coisa que está perto ou longe da pessoa que fala
O estudo dos pronomes é algo simples e comum. Em inglês ou de quem se fala, ou seja, indica posição em relação às pessoas
existe apenas uma especificidade, que pode causar um pouco de do discurso.
estranheza, que é o pronome “it”, o qual não utilizamos na língua Veja quais são em inglês:
portuguesa; mas, com a prática, você vai conseguir entender e
aprender bem rápido. SINGULAR PLURAL SINGULAR PLURAL
THIS THESE THAT THOSE
Subject Pronouns
Este/esta/isto Estes/estas Aquele/aquela/ Aqueles/
aquilo aquelas
I (eu) I am a singer.
YOU (você, tu, vocês) You are a student. Usa-se o demonstrativo THIS/THESE para indicar seres que es-
HE (ele) He is a teacher. tão perto de quem fala. Observe o emprego dos pronomes demons-
trativos nas frases abaixo:
SHE (ela) She is a nurse.
This method will work.
IT (ele, ela) It is a dog/ It is a table. These methods will work.
WE (nós) We are friends.
O pronome demonstrativo THAT/THOSE é usado para indicar
THEY (eles) They are good dancers.
seres que estão distantes da pessoa que fala. Observe:
That computer technology is one of the most fundamental dis-
O pronome pessoal (subject pronoun) é usado apenas no lugar
ciplines of engineering.
do sujeito (subject), como mostra o exemplo abaixo:
Those computers technology are the most fundamental disci-
Mary is intelligent = She is intelligent.
plines of engineering.
Uso do pronome “it”
Possessive Adjectives and Possessive Pronouns
– To refer an object, thing, animal, natural phenomenon.
Em inglês há, também, dois tipos de pronomes possessivos, os
Example: The dress is ugly. It is ugly.
Possessive Adjectives e os Possessive Pronouns.
The pen is red. It is red.
The dog is strong. It is strong.
POSSESSIVE ADJECTIVES POSSESSIVE PRONOUNS
– Attention My Mine
a) If you talk about a pet use HE or SHE
Your Yours
Dick is the name of my little dog. He’s very intelligent!
b) If you talk about a baby/children that you don’t know if is a His His
girl or a boy. Her Hers
The baby is in tears. It is in tears. The child is happy. It is happy.
Its Its
Our Ours
Your Yours
Their Theirs

41
LÍNGUA INGLESA
• Possessive Adjectives são usados antes de substantivos, pre- Turn the TV down. – Desligue a televisão.
cedidos ou não de adjetivos. Complete all the sentences. – Complete todas as sentenças.
Exemplos: Be quiet, please! – Fique quieto, por favor!
Our house is close.
I want to know your name. Frases na forma negativa sempre acrescentamos o Don’t antes
do verbo.
• Possessive Pronouns são usados para substituir a construção Exemplos:
possessive adjective + substantivo, evitando assim a repetição. Don’t be late! – Não se atrase!
Exemplo: Don’t yell in the church! – Não grite na igreja!
My house is yellow and hers is white. Don’t be scared. – Não se assuste.
Theirs is the most beautiful car in the town. Don’t worry! – Não se preocupe!
Infinitive Don’t drink and drive. – Não beba e dirija.

A forma infinitiva do inglês é to + verbo Simple Present


O Simple Present é a forma verbal simples do presente. O você
Usos: precisa fazer para usar o Simple Present é saber os verbos na sua
- após numerais ordinais forma mais simples. Por exemplo “to go” que significa ir, é usado em
He was the first to answer the prohne. “I go” para dizer eu corro.
Exemplos de Simple Present:
- com too e enough I run – Eu corro
This house is too expensive for me to buy. You run – Você corre/Vocês correm
He had bought food enough to feed a city! We run – Nós corremos
They run – Eles correm
- após o verbo want
I want you to translate the message. Regras do Simple Present
As únicas alterações que acontecem nos verbos se limitam aos
- após os verbos make, let e have (sem to) pronomes he, she e it. De modo geral, quando vamos usar o Simple
This makes me feel happy. Present para nos referirmos a ele, ela e indefinido, a maioria dos
Let me know if you need any information. verbos recebe um “s” no final:
He runs – Ele corre
- após o verbo help (com ou sem to) She runs – Ela corre
She helped him (to) choose a new car. It runs – Ele/ela corre

Observações: Para verbos que têm algumas terminações específicas com “o”,
Certos verbos admitem o gerund ou infinitive sem alteração “s”, “ss”, “sh”, “ch” “x” ou “z”, deve-se acrescentar “es” no final:
de sentido. He goes – Ele vai
It started raining. / It started to rain. She does – Ela faz
It watches – Ele/ela assiste
He began to clean the house. / He began cleaning the house.
Quando o verbo termina com consoantes e “y” no final. Por
O verbo STOP admite tanto o gerund quanto o infinitive com exemplo, os verbos study, try e cry e têm consoantes antes do “y”.
alteração de sentido. Nesses casos, você deve tirar o “y” e acrescentar “ies” no lugar. Veja
o exemplo:
He stopped smoking. He studies – Ele estuda
(= Ele parou de fumar.) She tries – Ela tenta
It cries – Ele/ela chora
He stopped to smoke.
(= Ele parou para fumar.) Com verbos que também terminam com “y” e têm uma vogal
antes, permanece a regra geral da maioria dos verbos: acrescentar
Imperative apenas o “s” ao final da palavra.
He enjoys – Ele gosta
O imperativo, é usado para dar ordens, instruções, fazer pedi- She stays – Ela fica
dos e até mesmo aconselhar alguém. É uma forma verbal utilizada It plays – Ele/ela brinca
diariamente e que muita gente acaba não conhecendo.

A forma afirmativa sempre inicia com o verbo.


Exemplos:
Eat the salad. – Coma a salada.
Sit down! – Sente-se
Help me! – Me ajude!
Tell me what you want. – Me diga o que você quer.
Be careful! – Tome cuidado!

42
LÍNGUA INGLESA
Formas afirmativa, negativa e interrogativa - Verbos terminados em –y recebem –ing, sem perder o –y.
Exemplos:
study → studying
say → saying

- Verbos terminados em –ie, quando do acréscimo de –ing, per-


dem o –ie e recebem –ying.
Exemplos:
lie → lying
die → dying
Porém, os terminados em –ye não sofrem alterações.
dye → dyeing

Formas afirmativa, negativa e interrogativa

Present Continuous
- Usamos o Present Continuous para ações ou acontecimentos
ocorrendo no momento da fala com as expressões now, at present,
at this moment, right now e outras.
Exemplo:
She is running at the park now.

- Usamos também para ações temporárias.


Exemplos:
He is sleeping on a sofá these days because his bed is broken.

- Futuro próximo.
Exemplo:
The train leaves at 9 pm.
Immediate Future
Observações: O simple future é um das formas usadas para expressar ações
- Alguns verbos não são normalmente usados nos tempos con- futuras. Em geral vem acompanhado de palavras que indicam fu-
tínuos. Devemos usá-los, preferencialmente, nas formas simples: turo, como: tomorrow, next. Geralmente, usamos a palavra “will”.
see, hear, smell, notice, realize, want, wish, recognize, refuse, un- Posteriormente, você verá que também podemos utilizar “be going
derstand, know, like, love, hate, forget, belong, seem, suppose, to” para formar o futuro e a diferença de utilização entre eles.
appear, have (= ter, possuir), think (= acreditar). Example:

- Verbos monossilábicos terminados em uma só consoante, Interrogative: What will you study?
precedida de uma só vogal, dobram a consoante final antes do Affirmative: I will study English.
acréscimo de –ing. Negative: I won’t study English.
Exemplos:
Run → running Note: we use the auxiliary verb WILL + verbs in infinitive (wi-
swim → swimming thout “to” ).

- Verbos dissilábicos terminados em uma só consoante, prece-


dida de uma só vogal, dobram a consoante final somente se o acen-
to tônico incidir na segunda sílaba.
Exemplos:
prefer → preferring
admit → admitting
listen → listening
enter → entering

- Verbos terminados em –e perdem o –e antes do acréscimo de


–ing, mas os terminados em –ee apenas acrescentam –ing.
Exemplos:
make → making
dance → dancing
agree → agreeing
flee → fleeing

43
LÍNGUA INGLESA
Forma contraída
I will study - I’ll study
You will travel - You’ll travel
He will / She will eat - He’ll / She’ll eat
It will happen - It’ll happen
We will work - We’ll work
You will dance - You’ll dance
They will do - They’ll do

Simple Past
With most verbs, the simple past is created simply by adding “ED”. That form belongs for all to the people, not varying in the 3rd
person.
Simple past is used to indicate an accomplished action and totally finished in the past, corresponding in Portuguese, the perfect pre-
terite as imperfect preterite.
Ex.: Santos Dumont lived in France. He created the 14 Bis.

Regra geral Acrescenta-se “ed” Play – played


Verbos terminados em “e” Acrescenta-se “d” Like – liked
Verbos terminados em y precedido de consoante Mudam o y para i e acrescentam “ed” Study – studied

Example:
To work
I worked
You worked
He worked
She worked
It worked
We worked
They worked

Simple past – negative and interrogative form


Usos:
– ações definidas no passa do com yesterday, ...ago, last night (week,month etc) e expressõesque indiquem ações completamente
terminadas no passado.
Exemplos:
Peter flew to London last night.
Cabral discovered Brazil in 1500.

– ações habituais no passado com as mesmas expressões e advérbios que indicam ações habituais no presente.
Exemplos:
They visited rarely visited their grandparents.
She often got up at 6.

– após as if e as though (= como se) e após o verbo wish.


Exemplos:
She behaves as if she knew him.
I wish I had more time to study.

44
LÍNGUA INGLESA
– No caso do verbo BE, todas as pessoas terão a mesma forma
(were).
Exemplos:
She acts as though she were a queen.
I wish I were younger.

– após if only (= se ao menos)


Exemplos:
If only I knew the truth.
If only he understood me.

OBSERVAÇÕES
1. As regras de “dobra” de consoantes existentes para o acrés-
cimo de -ing aplicam-se quando acrescentarmos -ed. Present Perfect
stop → stopped
prefer → preferred Usos:
– ação indefinida no passado, sem marca de tempo. Isso o dife-
2. Verbos terminados em -y perdem o -y e recebem o acrés- rencia do Simple Past.
cimo de -ed quando o -y aparecer depois de umaconsoante. Caso We have finished our homework.
contrário, o -y permanece. Jane has traveled to London.
rely → relied They have accepted the job offer.
play → played
– com os advérbios EVER, NEVER, ALREADY, YET, JUST, SO FAR,
LATELY, RECENTLY e expressões como ONCE, TWICE, MANY TIMES,
FEW TIMES etc.

Have you EVER seen a camel?


She has NEVER been to Greece.
The students have ALREADY written their compositions.
The bell hasn’t rung YET.
Our cousins have JUST arrived.
We have read five chapters SO FAR.
She has traveled a lot LATELY.
Have you seen any good films RECENTLY?
I have flown on an airplane MANY TIMES.

– com SINCE (= desde) e FOR (= há, faz)


She has lived in New York SINCE 2013.
Past Continuous She has lived in New York FOR 7 years.

Usos:
– ação que estava ocorrendo no passado quando outra ação
passada começou.
Exemplos:
They were having a bath when the phone rang.
She was watching TV when Stanley arrived.

– ação ou acontecimento que continuou por algum tempo no


passado.
Exemplos:
This time last year I was living in London.
I saw you last night. You were waiting for a bus. O verbo can geralmente significa poder e/ou conseguir e é usa-
do para indicar várias situações:
– Possibilidade
– Capacidade/habilidade
– Permissão
– Pedido

Capacidade, habilidade
She can speak five languages. (present)
She could play tennis when she was younger. (past)
She will be able to translate the text. (future)

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LÍNGUA INGLESA
Permissão
You can use my car.
She can sit anywhere.

O verbo can é sempre acompanhado do verbo principal no infinitivo sem o to. Ele pode ser usado para construir frases afirmativas,
negativas e interrogativas.

AFFIRMATIVE NEGATIVE INTERROGATIVE


I can dance I can’t/cannot dance Can I dance?
You can dance You can’t/cannot dance Can you dance?
He/she/it can dance He/she/it can’t/cannot dance Can he/she/it dance?
We can dance We can’t/cannot dance Can we dance?
You can dance You can’t/cannot dance Can you dance?
They can dance They can’t/cannot dance Can they dance?

Advérbios de frequência (OFTEN, GENERALLY, SOMETIMES, NEVER, SELDOM, ALWAYS...) são colocados, de preferência, ANTES do
verbo principal ou APÓS o verbo auxiliar ou o verbo to be.

They USUALLY watch TV in the evenings.


She is ALWAYS late.
These curtains have NEVER been cleaned.

Expressões adverbiais de freqüência são colocadas no final ou no início de uma oração.


They watch TV EVERY EVENING.
ONCE A WEEK they go swimming.

Advérbios de probabilidade (POSSIBLY, PROBABLY, CERTAINLY...) são colocados antes do verbo principal mas após be ou um verbo
auxiliar.
He PROBABLY knows her phone number.
He is CERTAINLY at home now.

PERHAPS e MAYBE aparecem normalmente no começo de uma oração.


PERHAPS I’ll see her later.
MAYBE you’re right.
Advérbios de tempo (TODAY, TOMORROW, NOW, SOON, LATELY...) são colocados no final ou no início de uma oração.
He bought a new camera YESTERDAY.
ON MONDAY I’m going to London.

Advérbios de modo (SLOWLY, QUICKLY, GENTLY, SOFTLY, WELL...) aparecem normalmente no final da oração. Alguns advérbios podem
também aparecer no início de uma oração se quisermos enfatizá-los.
She entered the room SLOWLY.
SLOWLY she entered the room.

Grande parte dos advérbios de modo é formada pelo acréscimo de LY ao adjetivo.

serious – seriousLY
careful – carefulLY
quiet – quietLY
heavy – heaviLY
bad – badLY

Porém, nem todas as palavras terminadas em LY são advérbios.

lonely = solitário (adjetivo)


lovely = encantador (adjetivo)
silly = tolo (adjetivo)
elderly = idoso (adjetivo)

46
LÍNGUA INGLESA
Advérbios de lugar (HERE, THERE, EVERYWHERE...) são usados no início ou no final de orações.
You’ll find what you want HERE.
THERE comes the bus.
Modo, lugar, tempo
A posição normal dos advérbios em uma oração é:

He did his job CAREFULLYAT HOMEYESTERDAY.

MODO LUGAR TEMPO

Lugar, modo, tempo


Com verbos de movimento, a posição normal é:

She traveled TO LONDONBY PLANELAST WEEK.

LUGAR MODO TEMPO

As preposições são muito utilizadas na estrutura das frases. Em inglês não poderia ser diferente. As preposições expressam lugar ou
posição, direção, tempo, maneira (modo), e agente (ou instrumento).
The keyboard is on the desk - (lugar ou posição).
Raphaelran toward the hotel - (direção).
The plane arrived at eleveno’clock - (tempo).
David travels by train - (maneira ou modo).
The computer was broken by him - (agente).

PREPOSIÇÕES
Horas The airplane will arrive at five o’clock.
Datas We have a big party at Christmas.
Lugares He is at the drugstore.
AT
Cidades pequenas She lives at Barcelos.
Períodos do dia She works at night.(noon,night, midnight, dawn)
Endereços completosFabrizio lives at 107 Boulevard Street.
Períodos do diaMarcus works in the morning. (exceto noon, night, midnight e dawn)
Meses The case will arrive in March.
IN
Estações do ano It’s very hot in summer.
Anos David graduaded in 2008.
Séculos Manaus was created in 18th century.
Expressões do tempo The computer will be working in few days.
Expressões de lugar (dentro) The memory is in the CPU.
August lives in São Paulo.
Estados, Cidades grandes, Países, Continentes
There are many developed countries in Europe.
“sobre” Our bags are on the reception desk.
Dias da semana He has class on Friday.

Datas He has class on Friday.


ON
Transportes coletivos There are a lot of people on that plane.
Nomes de ruas ou avenidas The CETAM is on Djalma Street.
“floor” Gabriel lives on the 8th floor.

47
LÍNGUA INGLESA
Prepositions of Place

Vestimentas

48
LÍNGUA INGLESA
T-shirt = camiseta Subjects
Sweatshirt = Blusa de moletom Inglês: English
Shirt = camisa Matemática: Mathematics (Math)
Suit = terno História: History
Pants:calça Geografia: Geography
Tie = gravata Química: Chemistry
Wedding dress = vestido de noiva Física: Physics
Jacket = jaqueta Ciência: Science
Skirt = saia Biologia: Biology
Coat = casaco Educação Física: Physical Education (P.E.)
Shorts = Bermuda Artes: Arts
Dress = vestido Música: Music
Underpants = cueca Literatura: Literature
Panties = calcinha Redação: Writing
Bra = sutiã Português: Portuguese
Nightgown = camisola Espanhol: Spanish
Pajamas = pijama
Robe = roupão Diversão e mídia
Scarf = cachecol Movies/cinema = cnema
Uniform = uniforme Theater = teatro
Singlet = regata Bar/Pub = bar
Swimming Trunks = sunga Restaurant = restaurante
Swimsuit = maiô Café = lanchonete
Bikini = biquíni Park = parque
Concert = show
Cotidiano Play = peça de teatro

U.S. Money Tecnologia


US$ 1 Dollar = 100 cents Cellphone/mobile phone = celular
bills - $1, $5, $10, $20, $50, $100 Laptop = notebook
Coins – 1c, 5c, 10c, 25c, $1 Personal computer(PC) = Computador
Penny = 1 cent Printer = impressora
Nickel = 5 cents Keyboard = teclado
Dime = 10 cents Mouse = mouse
Quarter = 25 cents Television = televisão

Ways to pay Meio ambiente


Check = cheque Environment = meio ambiente
Cash = em dinheiro Ozone layer = camada de ozônio
Note/bill = nota Water = água
Coin = moeda Tree = árvore
Credit card = cartão de crédito Weather = clima
Animals = animais
Materials Air = ar
Acrylic = acrílico Wind = vento
Cotton = algodão Rain = chuva
Denim = brim Snow = neve
Fleece/wool = lã Fog = neblina
Gold = ouro Hurricane = furacão
Leather = couro Storm = tempestade
Linen = linho Lightning = relâmpago
Plastic= plástico Thunder = trovão
Rubber = borracha
Silk = seda Comida e bebida
Silver = prata Bread — Pão
Butter — Manteiga
Educação Cake — Bolo
Nursery School = pré-escola Cheese — Queijo
Elementary school ou Primary School = Ensino fundamental I Chicken — Frango
Secondary school = Ensino fundamental II Chips — Salgadinhos
High school = Ensino médio Chocolate — Chocolate
College/University = Faculdade/universidade Corn flakes — Cereal

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LÍNGUA INGLESA
Egg — Ovo T-bone steak — Bife t-bone
Fish — Peixe Tenderloin — Filé mignon
French fries — Batata-frita Tuna — Atum
Ham — Presunto Turkey — Peru
Ice cream — Sorvete Veal — Vitela
Jam — Geleia
Jello — Gelatina Vegetables (vegetais)
Margarine — Margarina Anise — Anis
Mashed potatoes — Purê de batatas Asparagus — Espargos
Meat — Carne Beans — Feijão
Pancacke — Panqueca Beet — Beterraba
Pasta — Macarrão Broccoli — Brócolis
Peanut — Amendoim Cabbage — Repolho
Peanut butter — pasta de amendoim Carrot — Cenoura
Pepper — Pimenta Cauliflower — Couve-flor
Pie — Torta Celery — Aipo/Salsão
Pizza — Pizza Corn — Milho
Popsicle — Picolé Cucumbers — Pepinos
Potato chips — Batata-frita Eggplant — Berinjela
Rice — Arroz Garlic — Alho
Salt — Sal Ginger — Gengibre
Sandwich — Sanduíche Green onion — Cebolinha verde
Sliced bread — Pão fatiado Heart of Palms — Palmito
Soup — Sopa Leeks — Alho-poró
Sugar — Açúcar Lettuce — Alface
Toast — Torrada Manioc — Mandioca
Water cracker — Bolacha de água e sal Mushroom — Cogumelo
Okra — Quiabo
Meat (carne) Olives — Azeitonas
Bacon — Bacon Onion — Cebola
Barbecue — Churrasco Pepper — Pimenta
Beef — Carne de vaca Pickles — Picles
Beef Jerky — Carne seca Potato — Batata
Blood sausage —Chouriço Pumpkin — Abóbora
Carp — Carpa Radish — Rabanete
Chicken — Frango Rucola — Rúcula
Chicken legs — Pernas de Frango Snow pea — Ervilha
Chicken wings — Asas de Frango Spinach — Espinafre
Cod — Bacalhau Sweet potato — Batata doce
Crab — Caranguejo Tomato — Tomate
Duck — Pato Turnip — Nabo
Fish — Peixe Watercress — Agrião
Grilled fish — Peixe grelhado Yams — Inhame
Ground beef — Carne moída
Hamburger — Hambúrguer Fruits (frutas)
Lobster — Lagosta Apple — Maçã
Meatball — Almôndega Apricots — Damascos
Mortadella — Mortadela Avocado — Abacate
Pork chops — Costeletas de porco Banana — Banana
Pork legs — Pernas de porco Blackberry — Amora
Pork loin — Lombo de porco Blueberry — Mirtilo
Rib cuts — Costela Cashew nut — Castanha de Cajú
Roast chicken — Frango assado Cherry — Cereja
Salami — Salame Coconut — Coco
Salmon — Salmão Figs — Figos
Sausage — Linguiça Grapes — Uvas
Shrimp — Camarão Guava — Goiaba
Sirloin — Lombo Honeydew melon — Melão
Smoked sausage — salsicha defumada Jackfruit — Jaca
Squid — Lula Kiwi — Kiwi
Steak — Bife Lemon — Limão
Stew meat — Guisado de carne Mango — Manga

50
LÍNGUA INGLESA
Orange — Laranja Playing video games = jogar vídeo games
Papaya — Mamão Reading = leitura
Passion fruit — Maracujá Riding a bike = andar de bicicleta
Peach — Pêssego Sculpting = esculpir
Pear — Pera Sewing = costurar
Pineapple — Abacaxi Singing = cantar
Plum — Ameixa Skating = andar de patins ou skate
Prune — Ameixa-seca Skiing = esquiar
Start fruit — Carambola Stamp collecting = colecionar selos
Strawberry — Morango Surfing = surfar
Tamarind — Tamarindo Working out = malhar
Tangerine — Tangerina
Watermelon — Melancia Saúde e exercícios

Drinks (bebidas)
Beer — Cerveja
Brandy — Aguardente
Champagne — Champanhe
Chocolate — Chocolate
Cocktail — Coquetel
Coffee — Café
Coffee-and-milk — Café-com-leite
Draft beer — Chope
Gin — Gim
Hot chocolate — Chocolate quente
Juice — Suco
Lime juice — Limonada
Liqueur — Licor
Milk — Leite
Mineral water — Água mineral
Red wine — Vinho tinto
Rum — Rum Health Problems and Diseases (problemas de saúde e doen-
Soda — Refrigerante ças)
Sparkling mineral water — Água mineral com gás
Still mineral water — Água mineral sem gás Skin occurrences (Ocorrências na pele)
Tonic water — Água tônica Blemish – mancha
Vodka — Vodca Bruise - contusão
Water — Água Dandruff - caspa
Whiskey —Uísque Freckle – sarda
White wine —Vinho branco Itching – coceira
Pimple – espinha
Yogurt — Iogurte
Rasch – erupção da pele
Scar - cicatriz
Tempo livre, “hobbies” e lazer
Spot – sinal, marca
Bowling = boliche
Wart – verruga
Camping = acampar Wound - ferida
Canoeing = canoagem Wrinkle – ruga
Card games = jogos de baralho
Chess = xadrez Aches (Dores)
Cooking = cozinhar Backache – dor nas costas
Crossword puzzl = palavras cruzadas Earache – dor de ouvido
Dancing = dançar Headache – dor de cabeça
Drawing = desenhar Heartache – dor no peito
Embroidery = bordado stomachache – dor de estômago
Fishing = pesca Toothache – dor de dente
Gardening = jardinagem
Hiking = caminhar Cold and Flu (Resfriado e Gripe)
Hunting = caçar Cough – tosse
Jogging = corrida Fever – febre
Knitting = tricotar Running nose – nariz entupido
Mountaineering = escalar montanhas Sneeze – espirro
Painting = pintar Sore throat – garganta inflamada
Photography = fotografia Tonsilitis – amigdalitis

51
LÍNGUA INGLESA
Other Diseases (Outras doenças)
Aneurism - aneurisma
Appendicitis - apendicite
Asthma – asma
Bronchitis – bronquite
Cancer – câncer
Cirrhosis - cirrose
Diabetes – diabetes
Hepatitis – hepatite
High Blood Pressure – hipertensão (pressão alta)
Pneumonia – pneumonia
Rheumatism – reumatismo
Tuberculosis – tuberculose
Moradia;

Povos e línguas

Sentimentos, opiniões e experiências


Happy = feliz
Afraid = com medo
Sad = triste
Hot = com calor
Amused = divertido
Bored = entediado
Anxious = ansioso
Confident = confiante
Cold = com frio
Suspicious = suspeito
Surprised = surpreso
Loving= amoroso
Curious = curioso
Envious = invejoso
Jealous = ciumento
Miserable = miserável
Confused = confuso
Stupid = burro
Angry = com raiva
Sick = enjoado/doente
Ashamed = envergonhado
Indifferent = indiferente
Determined = determinado
Crazy = louco
Depressed = depressivo

52
LÍNGUA INGLESA
Frightened = assustado Building – Edifício ou Prédio
Interested = interessado Bus station – Rodoviária
Shy = tímido Bus stop – Ponto de ônibus
Hopeful = esperançoso Butcher shop – Açougue
Regretful = arrependido Cabstand ou Taxi stand – Ponto de taxi
Scared = assustado Capital – Capital
Stubborn = teimoso Cathedral – Catedral
Thirsty = com sede Cemetery – Cemitério
Guilty = culpado Chapel – Capela
Nervous = nervoso Church – Igreja
Embarrassed = envergonhado Circus – Circo
Disgusted = enojado City – Cidade
Proud = orgulhoso Clothing store – Loja de roupas
Lonely = solitário Club – Clube
Frustrated = frustrado Coffee shop – Cafeteria
Hurt= magoado College – Faculdade
Hungry = com fome Computer store – Loja de informática
Tired= cansado Concert hall – Casa de espetáculos ou Sala de concertos
Thoughtful = pensativo Convenience store – Loja de conveniência
Optimistic = otimista Corner – Esquina
Relieved = aliviado Costume store – Loja de Fantasia
Shocked = chocado Court – Quadra de esportes ou pode ser Tribunal ou comumen-
Sleepy = com sono te chamado de Fórum, depende do contexto.
Excited = animado Crosswalk/Pedestrian crossing/Zebra crossing – Faixa de pe-
Bad = mal destres
Worried = preocupado Cul-de-sac ou Dead end street – Beco ou Rua sem saída
City hall – Prefeitura
Identificação pessoal Dental clinic – Clinica dentária ou Consultório Odontológico
First name = Primeiro nome Downtown – Centro da cidade
Middle name = Nome do meio Driving school – Auto escola
Last name = Último nome Drugstore – Farmácia ou Drogaria
Full name = Nome completo Factory – Fábrica
Date of Birth = Data de nascimento Field – Campo
Age = Idade Fire station – Posto ou Quartel de bombeiros
Sex = Sexo Fishmonger’s – Peixaria
Place of Birth = Local de nascimento Flower show – Floricultura
Nationality = Nacionalidade Food Truck – Food Truck ou Caminhão que vende comida
Occupation = Ocupação/profissão Gas station – Posto de gasolina
Address = Endereço Glasses store ou Optical store – Loja de Ótica
City = Cidade Greengrocer – Quitanda
Country = País Grocery store – Mercearia
Zip code/Post code = Código postal (CEP) Gym – Academia de ginástica
Phone number = Número de telefone Hair salon – Cabeleireiro
E-mail address = Endereço de e-mail Hardware store – Loja de ferramentas
Health Clinic/Center – Clinica ou Posto de saúde
Lugares e edificações Hospital – Hospital
Airport – Aeroporto Hotel – Hotel
Amusement park – Parque de diversões House – Casa
Aquarium – Aquário Ice Cream Shop/Parlor – Sorveteria
Art gallery – Galeria de arte Intersection ou Crossroad – Cruzamento
ATM (Automatic Teller Machine) – Caixa eletrônico Jail ou Prison – Cadeia ou Prisão
Auto repair shop ou Garage – Oficina mecânica Jewelry store – Joalheria
Avenue – Avenida Kiosk – Quiosque
Baby store – Loja infantil ou bebê Lake – Lago
Barber shop – Barbearia Laundromat ou Laundry – Lavanderia
Bakery – Padaria Library – Biblioteca
Bank – Banco Lottery retailer ou Lottery kiosk – Casa lotérica
Beach – Praia Mall – Shopping center
Beauty salon/parlor/shop – Salão de beleza Metropolis – metrópole
Block – Quarteirão Monument – Monumento
Bookstore ou Bookshop – Livraria Mosque – Mesquita
Bridge – Ponte Movie theater – Cinema

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LÍNGUA INGLESA
Museum – Museu Uncle – tio
Neighborhood – Bairro Aunt – tia
Newsstand – Banca de jornal Cousin – primo e prima
Office – Escritório Nephew – sobrinho
One-way street – Rua de mão única ou sentido único Niece – sobrinha
Outskirts ou Suburb – Periferia ou Subúrbio Grandparents – avós
Park – Parque Grandfather – avô
Parking lot – Estacionamento Grandmother – avó
Penitentiary – Presídio ou Penitenciária Grandson – neto
Perfume shop – Perfumaria Granddaughter – neta
Pet Shop – Pet Shop Great grandfather – bisavô
Pizzeria – Pizzaria Great grandmother – bisavó
Place – Lugar Great grandson – bisneto
Playground – Parque infantil Great granddaughter – bisneta
Police station – Delegacia de polícia Father-in-law – sogro
Port – Porto Mother-in-law – sogra
Post office – Agência de correios Brother-in-law – cunhado
Pub – Bar Sister-in-law – cunhada
Real estate agency – Imobiliária Stepfather – padrasto
Reference point ou Landmark – Ponto de referência Stepmother – madrasta
Restaurant – Restaurante Stepson – enteado
River – Rio Stepdaughter – enteada
Road – Estrada Foster parents – pais adotivos
Rotary ou Roundabout – Rotatória Foster father – pai adotivo
School – Escola Foster mother – mãe adotiva
Shoe store – Sapataria
Sidewalk – Calçada Transporte e serviços
Snack bar – Lanchonete Airliner: Avião comercial (Aviões maiores geralmente chama-
Square – Praça dos de boeing)
Stadium – Estádio Airplane ou apenas plane: Avião
Station – Estação Bike: Bicicleta
Stationery store – Papelaria Boat: Barco ou bote
Steak House – Churrascaria Bus: Ônibus
Store – Loja Canoe: Canoa
Street – Rua Car: Carro
Subway station – Estação de metrô Carriage: Carruagem
Supermarket – Supermercado Cruiser: Cruzeiro
Synagogue – Sinagoga Ferry: Balsa
Temple – Templo Glider: Planador
Town – Cidade pequena ou Município Helicopter ou chopper (informal): Helicóptero
Toy store ou Toy shop – Loja de brinquedos Jet: Jato ou como falamos às vezes, jatinho
Train station – Estação de trem Moped ou scooter: Motocicleta ou mobilete (Patinete também
Travel agency – Agência de viagens pode ser chamado de scooter)
University – Universidade Motorbike: Motocicleta ou simplesmente moto
Zoo – Zoológico Motorboat: Lancha
Ocean liner: Transatlântico
Relacionamento com outras pessoas On foot: A pé
Parents – pais Pickup truck: Caminhonete
Father – pai Raft: Jangada
Mother – mãe Roller skates: Patins
Son – filho Sailboat: Veleiro ou barco à vela
Daughter – filha School bus: Ônibus escolar
Siblings – irmãos Ship: Navio
Brother – irmão Skateboard: Skate
Sister – irmã Streetcar ou trolley: Bonde
Halfbrother – meio-irmão Subway ou metro (inglês americano) ou The underground ou
Halfsister – meia-irmã informalmente the tube (inglês britânico): Metrô
Only child – filho único Taxi ou cab: Táxi
Wife – esposa Train: Trem
Husband – esposo Truck: Caminhão
Fiancé – noivo Van: Furgão ou van
Bride – noiva

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LÍNGUA INGLESA
Compras Rhythmic Gymnastics - Ginástica Rítmica
Algumas placas com informações importantes: Rugby - Rúgbi
Out to lunch – Horário de almoço Soccer - Futebol
Buy one get one free – Pague um, leve dois. Outras formas de Synchronized Swimming - Nado Sincronizado
passar essa mesma ideia são: BOGOF (sigla para a mesma expres- Volleyball - Vôlei
são) e two for one (dois por um). Water Polo - Polo Aquático
Clearance sale/Reduced to clear/Closing down sale – Liquida-
ção Mundo natural

Conversando com atendentes Animais em inglês: principais animais domésticos (pets)


Excuse me, I’m looking for… – Licença, eu estou procurando Bird: Pássaro;
por… Bunny: Coelhinho;
I’m just looking/browsing, thanks. – Estou só olhando, obri- Cat: Gato;
gado(a). Dog: Cachorro;
Do you have this in… – Você tem isso em…Complete com o que GuineaPig: Porquinho da Índia;
você precisa que mude na peça: A bigger size (um tamanho maior)? Mouse: Rato/Camundongo;
/ Yellow (amarelo)? / Pink (rosa)? Parrot: Papagaio;
Could I return this? – Eu poderia devolver isso? Rabbit: Coelho;
Could I try this on? – Posso provar? Turtle: Tartaruga.
What are the store’s opening hours? – Qual o horário em que
a loja abre? Animais em inglês: principais nomes de aves
Chicken: Galinha;
Esporte Rooster: Galo;
Individual Sports - Esportes Individuais Pigeon: Pomba;
Athletics - Atletismo Peacock: Pavão;
Automobilism - Automobilismo Hawk: Falcão;
Artistic Gymnastics - Ginástica Artística Swan: Cisne;
Boxing - Boxe Sparrow: Pardal;
Bowling - Boliche Duck: Pato.
Canoeing - Canoagem
Cycling - Ciclismo Animais em inglês: principais animais selvagens
Equestrianism - Hipismo Alligator: Jacaré;
Fencing - Esgrima Bat: Morcego;
Golf - Golfe Bear: Urso;
Jiujitsu - Jiu-Jítsu Crocodile: Crocodilo;
Judo - Judô Deer: Viado;
Karate - Caratê Elephant: Elefante;
Motorcycling - Motociclismo Eagle: Águia;
Mountaineering - Alpinismo Giraffe: Girafa;
Olympic Diving - Salto Ornamental Hippo: Hipopótamo;
Skiing - Esqui Kangaroo: Canguru;
Sumo - Sumô Lion: Leão;
Surfing - Surfe Monkey: Macaco;
Swimming - Natação Owl: curuja;
Table tennis - Tênis de mesa/Pingue-pongue Pig: Porco;
Taekwon-Do - Taekwon-Do Snake: Cobra;
Tennis - Tênis Squirrel: Esquilo;
Triathlon - Triatlo Stag: Cervo;
Weightlifting - Halterofilismo Tiger: Tigre;
Zebra: Zebra;
Team Sports - Esportes Coletivos Wolf: Lobo.
Badminton – Badminton
Baseball - Beisebol Animais em inglês: principais insetos
Basketball - Basquete Ant: Formiga;
Beach Soccer - Futebol de Areia Mite: Ácaro;
Beach Volleyball - Vôlei de Praia Bee: Abelha;
Football – Futebol Americano Beetle: Besouro;
Footvolley - Futevôlei Butterfly: Borboleta;
Futsal - Futsal Caterpillar: Lagarta;
Handball - Handebol Cockroach: Barata;
Hockey - Hóquei Cricket: Grilo;
Polo - Polo Fly: Mosca;

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LÍNGUA INGLESA
Flea: Pulga;
bétula birch
Firefly: Vagalume;
Grasshoper: Grilo; canela cinnamon
Ladybug: Joaninha;
Louseorlice: Piolho; carvalho oak
Mosquito: Pernilongo/Mosquito;
castanheiro horse chestnut tree
Snail: Caracol;
Spider: Aranha; caule stem
Tick: Carrapato;
Termite: Cupim. cebola onion

Animais em inglês: principais animais marítimos cebolinha green onion


Crab: Caranguejo; cedro cedar
Dolphin: Golfinho;
Fish: Peixe; cerejeira cherry tree
Octopus: Polvo;
Penguin: Pinguim; coentro cilantro
Seal: Foca; colorau red spice mix
Shark: Tubarão;
Whale: Baleia. cominho cumin

Animais em inglês: principais tipos de peixes coqueiro coconut tree


Carp: Carpa; cravo clove
Dogfish: Cação;
Dried Salted Cod: Bacalhau; erva herb
Flounder: Linguado;
Hake: Pescada; ervas finas fine herbs
Scabbardfish: PeixeEspada; figueira fig tree
Tuna: Atum;
Tilapia: Tilápia; folha de louro bay leaves
Trout: Truta.
gengibre ginger
Animais brasileiros em inglês
girassol sunflower
Capivara: Capybara;
Boto Cor-de-rosa: Pink Dolphin; grama grass
Lobo guará: Maned Wolf;
Mico Leão Dourado: Golden Lion Tamarin; lírio lily
Onça Pintada: Jaguar;
macieira apple tree
Tamanduá Bandira: Giantanteater;
Tatu: Armadilo; manjericão basil
Tucano: Toucan;
Quati: Coati. margarida daisy

melissa melissa
Plantas em inglês
musgo moss
PORTUGUÊS INGLÊS noz moscada nutmeg
árvore tree oliveira olive tree
alecrim rosemary orquídea orchid
ameixieira plum tree orégano oregano
arbusto bush / shrub papoula poppy
azaleia azalea pereira pear tree
azevinho holly pinheiro pine tree
açafrão turmeric planta plant
bordo maple páprica paprika
bromélia bromeliads

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LÍNGUA INGLESA
Played beach soccer. — Jogou futebol de areia.
rosa rose
Make a bonfire. — Fazer uma fogueira.
salgueiro willow Made a bonfire. — Fez uma fogueira
Play the guitar. — Tocar violão.
salsa parsley Played the guitar. — Tocou violão.
Throw a bonfire party. — Dar uma festa com fogueira.
samambaia fern
Threw a bonfire party. — Deu uma festa com fogueira.
tulipa tulip Write messages in the sand. — Escrever mensagens na areia.
Wrote messages in the sand. — Escreveu mensagens na areia.
violeta violet Walk on the boardwalk. — Caminhar no calçadão de madeira.
Walked on the boardwalk. — Caminhou no calçadão de ma-
vitória-régia waterlily deira.
atch free summer concerts. — Assistir shows de verão gratuito.
Viagens e férias Watched free summer concerts. — Assistiu shows de verão gra-
tuito.
Vocabulário Have a picnic. — Ter um piquenique.
Time off. — Tempo fora do trabalho. Had a picnic. — Teve um piquenique.
Day off. — Dia de folga. Play frisbee. — Jogar frisbee.
Vacation. — Férias. Played frisbee. — Jogou frisbee.
Go away. — Ir viajar. Look for seashells. — Procurar por conchas do mar.
Travel. — Viajar. Looked for seashells. — Procurou por conchas do mar.
Take a trip. — Fazer uma viagem. Watch the sunset. — Assistir o pôr-do-sol.
Take time off. — Tirar um tempo fora do trabalho. Watched the sunset. — Assistiu o pôr-do-sol.
Go to the beach. — Ir para a praia. Search for historic sites. — Procurar por lugares históricos.
Go to the country. — Ir para o interior. Searched for historic sites. — Procurou por lugares históricos.
Get a tan. — Pegar um bronzeado.
Como foram suas férias Got a tan. — Pegou um bronzeado.
How was your vacation? — Como foram as suas férias? Go sunbathing ou go tanning. — Ir tomar banho de sol, se bron-
It was good. — Foram boas. zear.
It was amazing. — Foram demais. Went sunbathing. — Foi se bronzear.
It was very relaxing. — Foi muito relaxante. Get a sunburn. — Pegar uma queimadura do sol.
Got a sunburn. — Pegou uma queimadura do sol.
Para onde você foi Get sunburn. — Se queimar, ser queimado pelo sol.
Where did you go? — Onde você foi? Got sunburn. — Se queimou do sol.
We went to the beach. — Nós fomos para a praia. Wear sunscreen ou wear sunblock. — Usar protetor solar.
I went to the country with my family. — Eu fui para o interior Wore sunscreen. — Usou protetor solar.
com minha família. Use tanning lotion. — Usar bronzeador.
We took a trip to Hawaii. — Nós fizemos uma viagem para o Used tanning lotion. — Usou bronzeador.
Hawaii.
We went to visit our family in France. — Nós fomos visitar a Tempo
nossa família na França. As horas em inglês podem vir acompanhadas de algumas ex-
Who did you go with? — Com quem você foi? pressões de tempo como:
I went with my sister and brother. — Eu fui com a minha irmã Day: dia
e meu irmão. Today: hoje
I went with my husband and kids. — Eu fui com meu marido, Yesterday: ontem
esposo e crianças. The day before yesterday: anteontem
I went with my wife and kids. — Eu fui com a minha esposa e Tomorrow: amanhã
crianças. The day after tomorrow: depois de amanhã
I went with my classmates. — Eu fui com os meus colegas de Morning: manhã
aula. Afternoon: tarde
Evening: noite
Como você viajou Night: noite
How did you go? — Como que você foi? Tonight: esta noite
We went by plane. — Nós fomos de avião. Midday: meio-dia
We went by car. — Nós fomos de carro. At noon: ao meio-dia
Midnight: meia noite
Coisas para fazer nas férias At midnight: à meia-noite
Read. — Ler.
Read. — Leu. (Só muda a pronúncia)
Go swimming. — Ir nadar ou nadar.
Went swimming. — Fui ou foi nadar.
Play beach soccer. — Jogar futebol de areia ou de praia.

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LÍNGUA INGLESA
Barber = barbeiro
Barista = barista (quem tira café em casas especializadas)
Bartender = barman
Bellhop, bellboy = mensageiro (em hotel)
Biologist = biólogo
Biomedical scientist = biomédico
Blacksmith = ferreiro
Bricklayer, mason = pedreiro
Broker = corretor (de seguros, de investimentos etc., menos de
imóveis)
Butcher = açougueiro
Butler, major-domo = mordomo
Buyer = comprador
Cabdriver, cab driver, taxi driver, cabby, cabbie = taxista
Cabinet-maker = marceneiro
Carpenter = carpinteiro
Cartoonist = cartunista
Para informar as horas em inglês usa-se o “it is” ou “it’s” e os Cattle breeder, cattle raiser, cattle farmer, cattle rancher = pe-
números correspondentes (da hora e dos minutos): cuarista
Exemplo: 4:35 – It is four thirty-five. Cashier = caixa
Chef = chef
A expressão “o’clock” é utilizada para indicar as horas exatas: Chemist (bre) = farmacêutico
Exemplo: 3:00 – It is three o’clock. Chemist (ame) = químico
Civil Servant = servidor público, funcionário público
A expressão “past” é usada para indicar os minutos antes do Clerk = auxiliar de escritório
30: Coach = treinador, técnico esportivo
Exemplo: 6:20 – It is six twenty ou It is twenty past six. Cobbler = sapateiro
Comedian = comediante
A expressão “a quarter” é usada para indicar um quarto de Commentator = comentarista (rádio e TV)
hora (15 minutos): Composer = compositor
Exemplo: 3:15 – It is three fifteen ou It is a quarter past three. Computer programmer = programador
Conference interpreter = intérprete de conferência
A expressão “half past” é usada para indicar meia hora (30 mi- Contractor = empreiteiro
nutos): Consultant = consultor
Exemplo: 8:30 – It is eight thirty ou It is half past eight. Cook = cozinheiro
Dancer = dançarino
Note que depois dos 30 minutos, em vez da expressão “past”, Dentist = dentista
utilizamos o “to”: Designer = designer, projetista, desenhista
Exemplo: 8.45 – It is eight forty-five ou It is a quarter to nine. Diplomat = diplomata
Doctor, medical doctor, physician = médico
Utilizamos as expressões a.m. e p.m. para indicar quando o ho- Doorman = porteiro
rário em inglês ocorre antes ou depois de meio-dia. Driver = motorista, piloto de automóvel
a.m. – antes do meio-dia Economist = economista
p.m. – depois do meio-dia Editor = editor; revisor
Electrician = eletricista
Trabalho e empregos Engineer = engenheiro, maquinista
Accountant = contador Farmer = fazendeiro; produtor rural; agricultor
Actor = ator Filmmaker = cineasta, produtor de cinema, diretor de cinema
Actress = atriz Firefighter, fireman = bombeiro
Administrator = administrador Fisherman = pescador
Agronomist = agrônomo Flight attendant = comissário de bordo
Anthropologist = antropólogo Foreman = capataz; encarregado
Archaeologist / archeologist = arqueólogo Garbageman (ame); dustman (bre) = lixeiro
Architect = arquiteto Gardener = jardineiro
Astronaut = astronauta Geographer = geógrafo
Astronomer = astrônomo Geologist = geólogo Geographer Geógrafo(a)
Athlete = atleta Glazer = vidraceiro
Babysitter, baby-sitter, sitter, nanny (ame) = babá Graphic designer = designer gráfico
Baker = padeiro Gravedigger = coveiro
Bank clerk = bancário Guide = guia
Banker = banqueiro; bancário Hairdresser, hairstylist = cabeleireiro
Bank teller = caixa de banco Headmaster, principal (ame) = diretor (de escola)

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LÍNGUA INGLESA
Historian = historiador Saleswoman* = vendedora
Housewife = dona de casa Scientist = cientista
Illustrator = ilustrador Screenwriter = roteirista
Interior designer = designer de interiores, decorador Sculptor = escultor
Interpreter = intérprete Seamstress = costureira
Jailer = carcereiro Secretary = secretária
Janitor, superintendent, custodian = zelador Shopkeeper (ame), storekeeper (bre), shop owner, merchant =
Journalist = jornalista lojista, comerciante
Jeweller (bre), Jeweler (ame) = joalheiro Singer, vocalist = cantor
Judge = juiz (de direito) Social worker = assistente social
Lawyer = advogado Speech therapist = fonoaudiólogo
Librarian = bibliotecário Statistician = estatístico
Lifeguard = salva-vidas, guarda-vidas Systems analyst = analista de sistemas
Locksmith = serralheiro; chaveiro Tailor = alfaiate
Maid = empregada doméstica Teacher = professor
Male nurse = enfermeiro Operator = operador
Manager = gerente Operator, telephone operator = telefonista
Mathematician = matemático Teller = caixa (geralmente de banco)
Mechanic = mecânico Trader = trader, operador (em bolsa de valores)
Medic = militar do Serviço de Saúde; médico Translator = tradutor
Meteorologist = meteorologista Travel agent = agente de viagens
Midwife = parteira Treasurer = tesoureiro
Miner = mineiro Valet = manobrista
Milkman = leiteiro Vet, veterinarian = veterinário
model = modelo Waiter* = garçom
Musician = músico Waitress* = garçonete
Nanny (ame) = babá Welder = soldador
Nurse = enfermeiro, enfermeira Writer = escritor
Occupational therapist = terapeuta ocupacional Zoologist = zoólogo
Optician, optometrist = oculista
Painter = pintor A Marinha
Paleontologist = paleontólogo Proa = Bow
Paramedic = paramédico Popa = Stern \ astern
Personal TRAINER = personal Bombordo = port
Pharmacist = farmacêutico (ame) Cf. CHEMIST Boreste = starboard
Philosopher = filósofo Convés = deck
Photographer = fotógrafo Linha d aqua = water line
Physicist = físico Castelo de Proa = forecastle
Physiotherapist = fisioterapeuta Boca = beans
Pilot = piloto (menos de automóvel), prático Comprimento (LOA) = length overall
Playwright = dramaturgo Obras Vivas = botton
Plumber = encanador, bombeiro (RJ) Obras Mortas = topsides
Poet = poeta Pontal = depth
Police officer, officer, constable = policial Calado de Vante = Draught forward
Politician = político Tombadilho = Fanny
Porter = porteiro Calado a ré = draught forward
Postman, mailman = carteiro Costado = ribcage
Producer = produtor (em geral artístico) Plano diametral = diametral plane
Professor = professor (universitário) Bochecha = tack
Proofreader = revisor Alheta = wing \ quarter
Psychiatrist = psiquiatra Passadisso = gangway \ bridge
Psychologist = psicólogo Casco = hull
Publisher = editor Borda livre = free board
Real estate agent, realtor = corretor de imóveis Displacement = tonelagem
Receptionist = recepcionista Notice to marine = aviso aos navegantes
Referee = árbitro, juiz (esportes), perito (responsável por análi- List of Lights = lista de faróis
se de artigos científicos) Full Load = plena carga
Reporter = repórter Fuel = combustível
Researcher = pesquisador Cruising speed = velocidade de cruzeiro
Sailor, seaman = marinheiro Draft = projeto
Salesman* = vendedor Length = comprimento
Sales representative, sales rep = vendedor Inland Waters = águas interiores

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LÍNGUA INGLESA
Bússula = compass Bosun’s Locker = paiol do mestre
Ship = navio Oars = remos
Ocean liner = navio transatlântico Buoy = boia
Tug = rebocador Fire Alarm = alarme de incêndio
Gross Tonnage = arqueação bruta Rope Ladder = escada de quebra peito
Tanker Ship = Navio Petroleiro Gangway = passadiço
Plataform Ship = navio plataforma Ports = portos
Vessel = navio embarcação Port Captaincy = capitania dos portos
Broken = quebrado Yacht Harbours = docas de recreio
Rope = cabo Coast Guard = guarda costeira
Boom = pau de carga Watch Tower = posto de vigia
Starboard = boreste Life Boat Station = Estação de Salva Vidas
Port = bombordo
Speed = velocidade Dependências a bordo
Ahead = a frente Galley = cozinha
Crew = tripulação Crew Mess = refeitório da tripulação
Stern = popa Stateroom = cabine de dormir
Fire = fogo
Fireman = bombeiro Amarração de cabos
Hose = mangueira Rope = cabo \ corda
Fire Hose = mangueira de incêndio Dock line = cabo de amarração
Tonnage Length = comprimento tonelagem Warp = lais de guia
Scend = Caturro Reef Knot = nó direito
Heel = adernar (mesmo que banda) Volta do Fiel = clove hitch
Bulkhead = Antepara Fisherman’s Bend = volta do Anete
Flush Deck = convés corrido Kink = coca (nó na mangueira)
Hold = porão Yarn = fibra
Bollard = cabeço no cais Order = ordem
Bitt = cabeço no navio Anchor = ancora

Profissões a bordo no navio Estivagem de carga


Captain of Long Haul = capitão de longo curso Rope Sling = linga de cabo
Auxiliary Health = auxiliar de saúde Bags Balles = bolsas de fardos
Steward = taifeiro Steel plates = chapas de aço
Cook = cozinheiro Homem ao mar = man over board
Pumpman = bombeiro (trabalha com bombas) Merchant Ship = Navio mercante
Nurse = enfermeiro
Officer = oficial Chamadas e comunicações
Skipper = patrão Não especificado = unspecified
Helmsman = timoneiro Explosion = explosão
Bo’sun = mestre ou contra mestre Alagado = flooding
Seaman = homem do mar Collision = colisão
Sailor = marinheiro Grounding = encalhando
Engineer = chefe de máquinas Adernado = listing
Mid Ship = meio navio Capsizing = emborcando
Ship’s Articles = rol de equipagem Sin King = naufragando
Ship’s Log = diário de bordo Disabled = sem governo
Insurance Certificate = certificado de seguro Adrift = a deriva
Customs Clearance = aduaneiro Abandonar o navio = abandoning ship
Charter Party = Fretamento Piracy = pirataria
Bill of Health = certificado de saúde Ataque armado = armed attack
Charts = cartas hidrográficas Grande = big
International Convention for the Safety of Live at Sea = conven-
ção internacional de salvaguarda da vida humana no mar. (Solas) Os Interrogativos (Question Words) são usados para se obter
STCW = Standards of training certification and watchkeeping = informações específicas. As perguntas elaboradas com eles são
convenção internacional sobre normas de formação certificação e chamadas wh-questions, pois todos os interrogativos, com exceção
service de quarto para marinheiro. apenas de how (como), começam com as letras wh.
EPP = personal projective equipament = EPI equipamento de Há perguntas em inglês iniciadas por pronomes interrogativos
proteção individual. para se obter informações do tipo: “quem, o que, como, quando,
Fire Extinguisher = extintor de incêndio onde”.
Rudder = leme
Helm = timão

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LÍNGUA INGLESA
WHAT = (o) que, qual WHAT about...? = Que tal, o que você acha de...?
What about having lunch now?
Funciona como sujeito ou objeto da oração.
WHAT do you call...? = como se chama...? qual é o nome...?
What makes you happy? (sujeito) What do you call this device?
verbo objeto - WHAT ... FOR? = por que, para que?
principal What are you doing this for?

What did you say? (objeto) - HOW


HOW FAR = Qual é a distância?
auxiliar sujeito verbo HOW DEEP = Qual é a profundidade?
principal HOW LONG = Qual é o comprimento? Quanto tempo?
HOW WIDE = Qual é a largura?
WHO = quem HOW TALL = Qual é a altura? (pessoas)
HOW HIGH = Qual é a altura? (coisas)
Funciona como sujeito ou objeto da oração. HOW OLD = Qual é a idade?
HOW MUCH = Quanto(a)?
Who arrived late yesterday? (sujeito) HOW MANY = Quantos(as)?
HOW OFTEN = Com que frequência?
verbo principal HOW FAST = A que velocidade?

Who does she love? (objeto) A estrutura básica das frases em inglês é semelhante à nossa,
auxiliar sujeito verbo no português. Ela segue um esquema que chamamos SVO, ou seja
Sujeito-Verbo-Objeto. O mesmo vale para frases negativas, em que
principal simplesmente se adiciona ao verbo auxiliar a forma negativa not a
essa estrutura afirmativa. Do mesmo jeito que, no português, usa-
WHOM = quem mos um advérbio de negação, como “não”.
Funciona só como objeto de oração ou é usado após preposi- Formar uma frase interrogativa em inglês também não é com-
ções. plicado, embora os componentes da frase mudem um pouco de
posição em relação ao português. O mesmo vale para frases excla-
Whom did you talk to yesterday? (objeto) mativas.
verbo sujeito verbo Para formar frases afirmativas, o inglês usa o mesmo esquema
Sujeito-Verbo-Objeto que usamos no português. Já para frases ne-
auxiliar principal
gativas devemos apenas adicionar o not a essa estrutura afirmati-
va — exatamente como fazemos em nosso idioma — mas também
To whom did you talk?
inserir um verbo auxiliar em inglês.
WHICH = que, qual, quais - Indica escolha ou opção.
Já para interrogações e exclamações, os componentes das fra-
Which shirt do you prefer: the blue one or the red one?
ses em inglês mudam um pouco, em relação aos do português.
Which of those ladies is your mother?
Tradução literal não tem como funcionar porque cada língua é
parte de uma cultura e as culturas são completamente diferentes.
WHERE = onde
Fica fácil não cometer mais este erro se você lembrar que as
Where are you going tonight?
frases em Inglês sempre precisam ter um sujeito (considerando so-
mente a frase central). As únicas que começam direto do verbo são
WHY = por que
as imperativas como tell me, stand up e ask her.
Why don’t you come to the movies with us?
Entender a estrutura de um idioma é muito mais importante do
que tentar traduzir tudo ao pé-da-letra.
WHEN = quando
“When were you born?” “In 1970.”
Sujeito
O sujeito, que sempre ocupa a primeira posição na frase, con-
HOW = como
trário ao que ocorre na língua portuguesa, nunca é omitido. O su-
“How is his sister?” “Fine.”
jeito pode ser representado por um ou vários substantivos ou por
pronomes pessoais.
WHOSE = de quem
“Whose dictionary is this?” “John’s.”
Verbo
Como se pode observar nos exemplos anteriores, o verbo ou a
Formas compostas de WHAT e HOW
locução verbal (sublinhados) ocupa a segunda posição na estrutura
frasal inglesa.
- WHAT
Na poesia, na música ou no inglês falado coloquial, pode-se en-
WHAT + to be + like? = como é...?
contrar exemplos em que esta regra não é observada.
“What is your boyfriend like?”
Entretanto, em linguagem técnico-científica, como no inglês
“He’s tall and slim.”
computacional, o formato S+V+C é usado rigorosamente.

61
LÍNGUA INGLESA
Complementos Today, soccer robots are entirely autonomous. They wireless
Os complementos são palavras ou frases inteiras que detalham “talk” to each other, make decisions regarding strategy in real-time,
ou completam as informações estabelecidas pelo sujeito e o verbo, replace an “injured” player, and shoot goals. The only person in a
que são os únicos termos essenciais da oração. RoboCup game is the referee. The team coaches are engineers in
Analisemos estas frases: “A secretária chegou”, “O ônibus saiu”, charge of training the RoboCups’ artificial intelligence for fair play:
“O avião caiu”. Sintaticamente, já temos os dois elementos indis- the robots don’t smash against each other or pull their shirts.
pensáveis: O sujeito que determina quem está envolvido na exe-
cução de uma determinada ação e o verbo que responde pelo ato The next RoboCup competition will soon be played, virtually,
executado with rules that will allow teams to participate without establishing
physical contact.
QUESTÕES
Available at:<https://www.ua-magazine.com/2021/05/12/robots-
-the-next-generation-of-soccer-players>. Retrieved on: July 4th, 2021.
1.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2021/”Pro- Adapted.
va A”
Robots, the next generation of soccer players In the text fragment of the sixth paragraph “RoboCup Soccer
If you think a robot will steal your job, you are not alone. Soccer Federation, the “FIFA” of robots, which supports five leagues, impo-
players should be worried too. The next Messi probably won’t be of ses restrictions on players’ design and rules of the game”, the word
flesh and blood but plastic and metal. which refers to
(A) game
The concept emerged during the conference “Workshop on (B) FIFA
grand challenges in artificial intelligence,” held in Tokyo in 1992, and (C) players
independently, in 1993, when Professor Alan Mackworth from the (D) leagues
University of Bristol in Canada described an experiment with small (E) RoboCup Soccer Federation
soccer players in a scientific article.
2.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2021/”Pro-
Over 40 teams already participated in the first RoboCup tour- va A”
nament in 1997, and the competition is held every year. The Robo- Robots, the next generation of soccer players
Cup Federation wants to play and win a game against a real-world If you think a robot will steal your job, you are not alone. Soccer
cup humans’ team by 2050. players should be worried too. The next Messi probably won’t be of
flesh and blood but plastic and metal.
The idea behind artificially intelligent players is to investigate
how robots perceive motion and communicate with each other. The concept emerged during the conference “Workshop on
Physical abilities like walking, running, and kicking the ball while grand challenges in artificial intelligence,” held in Tokyo in 1992, and
maintaining balance are crucial to improving robots for other tasks independently, in 1993, when Professor Alan Mackworth from the
like rescue, home, industry, and education. University of Bristol in Canada described an experiment with small
soccer players in a scientific article.
Designing robots for sports requires much more than experts in
state-of-the-art technology. Humans and machines do not share the Over 40 teams already participated in the first RoboCup tour-
same skills. Engineers need to impose limitations on soccer robots nament in 1997, and the competition is held every year. The Robo-
to imitate soccer players as much as possible and ensure following Cup Federation wants to play and win a game against a real-world
the game’s rules. cup humans’ team by 2050.

RoboCup Soccer Federation, the “FIFA” of robots, which su- The idea behind artificially intelligent players is to investigate
pports five leagues, imposes restrictions on players’ design and ru- how robots perceive motion and communicate with each other.
les of the game. Each has its own robot design and game rules to Physical abilities like walking, running, and kicking the ball while
give room for different scientific goals. The number of players, their maintaining balance are crucial to improving robots for other tasks
size, the ball type, and the field dimensions are different for each like rescue, home, industry, and education.
league.
Designing robots for sports requires much more than experts in
In the humanoid league the players are humanlike robots with state-of-the-art technology. Humans and machines do not share the
human-like senses. However, they are rather slow. Many of the same skills. Engineers need to impose limitations on soccer robots
skills needed to fully recreate actual soccer player movements are to imitate soccer players as much as possible and ensure following
still in the early stages of research. the game’s rules.

The game becomes exciting for middle and small size leagues. RoboCup Soccer Federation, the “FIFA” of robots, which su-
The models are much simpler; they are just boxes with a cyclopean pports five leagues, imposes restrictions on players’ design and ru-
eye. Their design focuses on team behavior: recognizing an oppo- les of the game. Each has its own robot design and game rules to
nent, cooperating with team members, receiving and giving a stan- give room for different scientific goals. The number of players, their
dard FIFA size ball. size, the ball type, and the field dimensions are different for each
league.

62
LÍNGUA INGLESA
In the humanoid league the players are humanlike robots with Providing seamless digital customer experiences was therefore
human-like senses. However, they are rather slow. Many of the already a ‘must’. Every year, Temenos partners with the Economist
skills needed to fully recreate actual soccer player movements are Intelligence Unit (EIU) for a global study on the future of banking.
still in the early stages of research. More than 300 banking leaders are interviewed from retail, com-
mercial and private banks. Over half of these are at C-suite level.
The game becomes exciting for middle and small size leagues.
The models are much simpler; they are just boxes with a cyclopean In 2020, the study took place amid the Covid-19 crisis. The re-
eye. Their design focuses on team behavior: recognizing an oppo- sults give a fascinating insight into banking leaders’ approach during
nent, cooperating with team members, receiving and giving a stan- these unprecedented times. But they also show how they see their
dard FIFA size ball. industry in the years to come.

Today, soccer robots are entirely autonomous. They wireless And the findings suggest three trends which will shape the fu-
“talk” to each other, make decisions regarding strategy in real-time, ture of banking:
replace an “injured” player, and shoot goals. The only person in a 1. New technologies will be the key driver of banking transfor-
RoboCup game is the referee. The team coaches are engineers in mation over the next 5 years. 77% of respondents strongly believed
charge of training the RoboCups’ artificial intelligence for fair play: that Artificial Intelligence (AI) will be the most game-changing of
the robots don’t smash against each other or pull their shirts. these technologies. They see a diverse range of uses for AI — from
The next RoboCup competition will soon be played, virtually, personalised customer experience to fraud detection.
with rules that will allow teams to participate without establishing 2. Banks will overhaul their business models to create digital
physical contact. ecosystems. 80% of respondents believe that banking will become
part of a platform of services. 45% are committed to transforming
Available at:<https://www.ua-magazine.com/2021/05/12/robots- their business models into digital ecosystems.
-the-next-generation-of-soccer-players>. Retrieved on: July 4th, 2021. 3. The sun will set on branch banking. World Bank data shows
Adapted. that visits to branches have been steadily declining globally over
the last decade. As a result of coronavirus, customers are now more
In paragraph 7, the word However in the fragment “In the hu- concerned about visiting their branch, and so even more people are
manoid league, the players are human-like robots with human-like willing to try digital applications. This combination of pandemic and
senses. However, they are rather slow” can be replaced, without increasingly transformative advanced technology has led a majority
change in meaning, by of respondents (59%) to our survey with the EIU to state that tradi-
(A) unless tional branch-based banking model will be dead in just five years.
(B) indeed That’s a 34% increase from last year.
(C) furthermore
(D) nevertheless The current environment is undoubtedly challenging for banks.
(E) consequently But they have the capital, customer relationships and customer
data. They are regulated. And most importantly: they still enjoy
3.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2021/”Pro- their customers’ trust.
va B”
Revolution Accelerated In short, banks are best-placed to succeed if they commit to en-
How Digital Transformation is Shaping the Future of Banking d-to-end digital transformation. That means a fully digital front of-
Like all businesses, banks have had to act fast to respond to the fice which creates hyper-personalized experiences and ecosystems.
unprecedented human and economic impact of Covid-19. And a back office driving efficient operations and rapid innovation.
First, they needed to keep the lights on and ensure business By embracing modern banking technology, banks can support their
continuity. Second, they had to meet the changing ways customers customers today, create new value for the future and drive new le-
wanted to engage. Finally, they sought to balance their business vels of future growth.
priorities with a responsibility to support society. Previous crises
cast the banks as part of the problem — this time they are part of Available at: <https://www.cnbc.com/advertorial/how-digital-trans-
the solution. formation-is-shaping-the-future-of-banking>. Retrieved on:July 13th,
Banks who have embraced modern banking technology have 2021. Adapted.
fared better in meeting these challenges. They’ve moved seamles-
sly to remote working, kept up service for their customers, coped In paragraph 6, the personal pronoun they, used twice in the
with huge increases in demand and quickly adapted their products. sentence “But they also show how they see their industry in the
In contrast, banks using legacy ‘spaghetti’ software have struggled. years to come”, refers to the following fragment at the same para-
Covid-19 has accelerated the need for modern banking techno- graph:
logy, but it didn’t create it. Before coronavirus, the 2020s were alre- (A) the study
ady being framed as the decade for digital in the banking industry. (B) the results
Banks’ return on equity were too low and their cost-income ratios (C) banking leaders
were too high. Meanwhile, regulation like open banking was disrup- (D) Covid-19 crisis
ting the industry and increasing competition from new entrants like (E) unprecedented times
the GAAFAs (Google, Amazon, Alibaba, Facebook, Apple).

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LÍNGUA INGLESA
4.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2021/”Pro- In short, banks are best-placed to succeed if they commit to en-
va B” d-to-end digital transformation. That means a fully digital front of-
Revolution Accelerated fice which creates hyper-personalized experiences and ecosystems.
How Digital Transformation is Shaping the Future of Banking And a back office driving efficient operations and rapid innovation.
Like all businesses, banks have had to act fast to respond to the By embracing modern banking technology, banks can support their
unprecedented human and economic impact of Covid-19. customers today, create new value for the future and drive new le-
First, they needed to keep the lights on and ensure business vels of future growth.
continuity. Second, they had to meet the changing ways customers
wanted to engage. Finally, they sought to balance their business Available at: <https://www.cnbc.com/advertorial/how-digital-trans-
priorities with a responsibility to support society. Previous crises formation-is-shaping-the-future-of-banking>. Retrieved on:July 13th,
cast the banks as part of the problem — this time they are part of 2021. Adapted.
the solution.
In the sentence of the last paragraph “In short, banks are best-
Banks who have embraced modern banking technology have -placed to succeed if they commit to end-to-end digital transforma-
fared better in meeting these challenges. They’ve moved seamles- tion”, the phrase In short conveys an idea of
sly to remote working, kept up service for their customers, coped (A) cause
with huge increases in demand and quickly adapted their products. (B) addition
In contrast, banks using legacy ‘spaghetti’ software have struggled. (C) emphasis
(D) conclusion
Covid-19 has accelerated the need for modern banking techno- (E) time sequence
logy, but it didn’t create it. Before coronavirus, the 2020s were alre-
ady being framed as the decade for digital in the banking industry. 5.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2021/”Pro-
Banks’ return on equity were too low and their cost-income ratios va C”
were too high. Meanwhile, regulation like open banking was disrup- U.S. Finds No Evidence of Alien Technology
ting the industry and increasing competition from new entrants like in Flying Objects, but can’t rule it out, either
the GAAFAs (Google, Amazon, Alibaba, Facebook, Apple). WASHINGTON — American intelligence officials have found no
evidence that aerial phenomena observed by Navy pilots in recent
Providing seamless digital customer experiences was therefore years are alien spacecraft, but they still cannot explain the unusual
already a ‘must’. Every year, Temenos partners with the Economist movements that have mystified scientists and the military.
Intelligence Unit (EIU) for a global study on the future of banking.
More than 300 banking leaders are interviewed from retail, com- The report determines that a vast majority of more than 120
mercial and private banks. Over half of these are at C-suite level. incidents over the past two decades did not originate from any
American military or other advanced US government technology,
In 2020, the study took place amid the Covid-19 crisis. The re- the officials said. That determination would appear to eliminate the
sults give a fascinating insight into banking leaders’ approach during possibility that Navy pilots who reported seeing unexplained air-
these unprecedented times. But they also show how they see their craft might have encountered programs the government meant to
industry in the years to come. keep secret.

And the findings suggest three trends which will shape the fu- But that is about the only conclusive finding in the classified in-
ture of banking: telligence report, the officials said. And while a forthcoming unclas-
1. New technologies will be the key driver of banking transfor- sified version, expected to be released to Congress by June 25, will
mation over the next 5 years. 77% of respondents strongly believed present few other firm conclusions, senior officials briefed on the
that Artificial Intelligence (AI) will be the most game-changing of intelligence conceded that the very ambiguity of the findings me-
these technologies. They see a diverse range of uses for AI — from ant the government could not definitively rule out theories that the
personalised customer experience to fraud detection. phenomena observed by military pilots might be alien spacecraft.
2. Banks will overhaul their business models to create digital
ecosystems. 80% of respondents believe that banking will become Americans’ long-running fascination with UFOs has intensified
part of a platform of services. 45% are committed to transforming in recent weeks in anticipation of the release of the government
their business models into digital ecosystems. report. Former President Barack Obama encouraged the interest
3. The sun will set on branch banking. World Bank data shows when he gave an interview last month about the incidents on “The
that visits to branches have been steadily declining globally over Late Late Show with James Corden” on CBS.
the last decade. As a result of coronavirus, customers are now more
concerned about visiting their branch, and so even more people are “What is true, and I’m really being serious here,” Mr. Obama
willing to try digital applications. This combination of pandemic and said, “is that there is film and records of objects in the skies that we
increasingly transformative advanced technology has led a majority don’t know exactly what they are.’’
of respondents (59%) to our survey with the EIU to state that tradi-
tional branch-based banking model will be dead in just five years. The report concedes that much about the observed phenome-
That’s a 34% increase from last year. na remains difficult to explain, including their acceleration, as well
The current environment is undoubtedly challenging for banks. as ability to change direction and submerge. One possible expla-
But they have the capital, customer relationships and customer nation — that the phenomena could be weather balloons or other
data. They are regulated. And most importantly: they still enjoy
their customers’ trust.

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LÍNGUA INGLESA
research balloons — does not hold up in all cases, the officials said, “What is true, and I’m really being serious here,” Mr. Obama
because of changes in wind speed at the times of some of the in- said, “is that there is film and records of objects in the skies that we
teractions. don’t know exactly what they are.’’

Many of the more than 120 incidents examined in the report The report concedes that much about the observed phenome-
are from Navy personnel, officials said. The report also examined in- na remains difficult to explain, including their acceleration, as well
cidents involving foreign militaries over the last two decades. Intelli- as ability to change direction and submerge. One possible expla-
gence officials believe that at least some of the aerial phenomena nation — that the phenomena could be weather balloons or other
could have been experimental technology from a rival power, most research balloons — does not hold up in all cases, the officials said,
likely Russia or China. because of changes in wind speed at the times of some of the in-
teractions.
One senior official said without hesitation that U.S. officials
knew it was not American technology. He said there was worry Many of the more than 120 incidents examined in the report
among intelligence and military officials that China or Russia could are from Navy personnel, officials said. The report also examined in-
be experimenting with hypersonic technology. cidents involving foreign militaries over the last two decades. Intelli-
gence officials believe that at least some of the aerial phenomena
He and other officials spoke about the classified findings in the could have been experimental technology from a rival power, most
report on the condition of anonymity. likely Russia or China.

Available at: <https://www.nytimes.com/2021/06/03/us/politics/ufos- One senior official said without hesitation that U.S. officials
-sighting-alien-spacecraft-pentagon.html>. Retrieved on:July 7, 2021. knew it was not American technology. He said there was worry
among intelligence and military officials that China or Russia could
In the 2nd paragraph of the text, in the fragment “That deter- be experimenting with hypersonic technology.
mination would appear to eliminate the possibility that Navy pilots
who reported seeing unexplained aircraft”, the word who refers to He and other officials spoke about the classified findings in the
(A) alien report on the condition of anonymity.
(B) military
(C) officials Available at: <https://www.nytimes.com/2021/06/03/us/politics/ufos-
(D) scientists -sighting-alien-spacecraft-pentagon.html>. Retrieved on:July 7, 2021.
(E) Navy pilots
In the 6th paragraph of the text, the highlighted expression as
6.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2021/”Pro- well as, in the fragment “as well as ability to change direction and
va C” submerge” is associated with the idea of
U.S. Finds No Evidence of Alien Technology (A) time
in Flying Objects, but can’t rule it out, either (B) addition
WASHINGTON — American intelligence officials have found no (C) purpose
evidence that aerial phenomena observed by Navy pilots in recent (D) condition
years are alien spacecraft, but they still cannot explain the unusual (E) consequence
movements that have mystified scientists and the military.
7.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente de Tecnologia/2021
The report determines that a vast majority of more than 120 COVID-19 Economy: Expert insights on what
incidents over the past two decades did not originate from any you need to know
American military or other advanced US government technology,
the officials said. That determination would appear to eliminate the As we practice social distancing and businesses struggle to
possibility that Navy pilots who reported seeing unexplained air- adapt, it’s no secret the unique challenges of Covid-19 are profoun-
craft might have encountered programs the government meant to dly shaping our economic climate. U.S. Bank financial industry and
keep secret. regulatory affairs expert Robert Schell explains what you need to
know in this uncertain time.
But that is about the only conclusive finding in the classified in-
telligence report, the officials said. And while a forthcoming unclas- • Don’t panic while things are “on pause”
sified version, expected to be released to Congress by June 25, will Imagine clicking the pause button on your favorite TV show.
present few other firm conclusions, senior officials briefed on the Whether you stopped to make dinner or put kids to bed, hitting
intelligence conceded that the very ambiguity of the findings me- pause gives you time to tackle what matters most. Today’s economy
ant the government could not definitively rule out theories that the is similar. While we prioritize health and safety, typical activities like
phenomena observed by military pilots might be alien spacecraft. driving to work, eating at restaurants, traveling and attending spor-
ting events are on hold. This widespread social distancing takes a
Americans’ long-running fascination with UFOs has intensified toll on our economy, putting strain on businesses and individuals
in recent weeks in anticipation of the release of the government alike.
report. Former President Barack Obama encouraged the interest Keep your financial habits as normal as possible during this
when he gave an interview last month about the incidents on “The time. Make online purchases, order takeout, pay bills and buy gro-
Late Late Show with James Corden” on CBS. ceries. These everyday purchases put money back into the economy
and prevent it from dipping further into a recession.

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LÍNGUA INGLESA
• Low interest rates could help make ends meet Education and Training Requirements
In March, the Federal Reserve cut rates drastically to boost Bank clerks usually need a high school education with an em-
economic activity and make borrowing more affordable. For you, phasis on basic skills in typing, bookkeeping, and business math.
this means interest rates are low for credit cards, loans and lines of Knowledge of computers and business machines is also helpful.
credit, and even fixed-rate mortgages. Consider taking advantage Prospective bank workers may be tested on their clerical skills when
of these low rates if you need extra help paying your bills, keeping they are interviewed. Most banks provide new employees with on-
your business running or withstanding a period of unemployment. -the-job training.

• Spend on small businesses Getting the Job


Looking to make a positive impact? Supporting small busines- Sometimes bank recruiters visit high schools to look for future
ses is an easy and powerful way to help. You can order takeout, tip employees. High school placement offices can tell students whe-
generously or donate to your local brick-and-mortar retail store, if ther this is the practice at their school. If not, prospective bank
they provide that option. Your support makes a big impact for stru- workers can apply directly to local banks through their personnel
ggling business owners. departments. Bank jobs may be listed with state and private em-
ployment agencies. Candidates can also check Internet job sites and
• Prior economic strength may help us bounce back the classified ads in local newspapers as well.
The thriving economy of 2019 isn’t just a distant, bittersweet
memory. When our health is no longer at risk and social distancing Advancement Possibilities and Employment Outlook
mandates begin to diminish, we’ll slowly start to rebuild. The sta- Banks prefer to promote their employees rather than hire new
bility, low unemployment rate and upward-trending market we ex- workers for jobs that require experience. Clerks frequently become
perienced prior to Covid-19 puts us in a good position to kick-start tellers or supervisors. Many banks encourage their employees to
economic activity and rebound more quickly. further their education at night.
According to the U.S. Bureau of Labor Statistics, employment
Available at <https://www.usbank.com/fi nancialiq/ manage-your- of bank clerks was expected to decline through the year 2014, be-
-household/personal-finance/covid-economy-expert-insights. cause many banks are electronically automating their systems and
html>. Retrieved on: Jul. 20, 2021. Adapted. eliminating paperwork as well as many clerical tasks. Workers with
knowledge of data processing and computers will have the best
In the 3rd paragraph, in the fragment “These everyday purcha- opportunities. In addition to jobs created through expansion, ope-
ses put money back into the economy and prevent it from dipping nings at the clerical level often occur as workers move up to posi-
further into a recession”, the pronoun it refers to tions of greater responsibility.
(A) money
(B) purchases Working Conditions
(C) recession Although banks usually provide a pleasant working atmosphe-
(D) economy re, clerks often work alone, at times performing repetitive tasks.
(E) back Bank clerks generally work between thirty-five and forty hours per
week, but they may be expected to take on evening and Saturday
8.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2018 shifts depending on bank hours.
Bank Clerk Job Description
Earnings and Benefits
Definition and Nature of the Work The salaries of bank clerks vary widely depending on the size
Banks simplify people’s lives, but the business of banking is and location of the bank and the clerk’s experience. According to
anything but simple. Every transaction — from cashing a check to the Bureau of Labor Statistics, median salaries ranged from $23,317
taking out a loan — requires careful record keeping. Behind the sce- to $27,310 per year in 2004 depending on experience and title. Ge-
nes in every bank or savings and loan association there are dozens nerally, loan clerks are on the high end of this range, whereas gene-
of bank clerks, each an expert at keeping one area of he bank’s bu- ral office clerks are on the lower end.
siness running smoothly. Banks typically offer their employees excellent benefits. Besi-
New account clerks open and close accounts and answer ques- des paid vacations and more than the usual number of paid ho-
tions for customers. Interest clerks record interest due to savings lidays, employees may receive health and life insurance and par-
account customers, as well as the interest owed to the bank on lo- ticipate in pension and profit-sharing plans. Some banks provide
ans and other investments. Exchange clerks, who work on interna- financial aid so that workers can continue their education.
tional accounts, translate foreign currency values into dollars and
vice versa. Loan clerks sort and record information about loans. Available at: <http://careers.stateuniversity.com/pages/151/Bank-
Statement clerks are responsible for preparing the monthly balance -Clerk.html>. Retrieved on: Aug. 22, 2017. Adapted.
sheets of checking account customers. Securities clerks record, file,
and maintain stocks, bonds, and other investment certificates. They In “Candidates can also check Internet job sites and the classi-
also keep track of dividends and interest on these certificates. fied ads in local newspapers as well”, the modal verb can is repla-
Other clerks operate the business machines on which modern ced, without change in meaning, by
banks rely. Proof operators sort checks and record the amount of (A) should
each check. Bookkeeping clerks keep records of each customer’s (B) must
account. In addition to these specialists, banks need general clerical (C) will
help — data entry keyers, file clerks, mail handlers, and messengers (D) may
— just as any other business does. (E) need

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LÍNGUA INGLESA
9.CESGRANRIO - Profissional Petrobras de Nível Superior (PE- They point to projects instigated by the US National Labs pro-
TROBRAS)/Enfermagem do Trabalho/2018 (e mais 14 concursos) ducing more commercially-viable technologies than those dictated
Clean energy: Experts outline how governments by DoE headquarters — despite the Labs holding a mere 4% of the
can successfully invest before it’s too late DoE’s overall budget.

Governments need to give technical experts more autonomy The six evidence-based guiding principles for clean energy in-
and hold their nerve to provide more long-term stability when in- vestment are:
vesting in clean energy, argue researchers in climate change and Give researchers and technical experts more autonomy and in-
innovation policy in a new paper published today. fluence over funding decisions.
Writing in the journal Nature, the authors from UK and US insti- Build technology transfer into research organisations.
tutions have set out guidelines for investment based on an analysis Focus demonstration projects on learning.
of the last twenty years of “what works” in clean energy research Incentivise international collaboration.
and innovation programs. Adopt an adaptive learning strategy.
Their six simple “guiding principles” also include the need to Keep funding stable and predictable.
channel innovation into the private sector through formal tech
transfer programs, and to think in terms of lasting knowledge cre- From US researchers using the pace of Chinese construction
ation rather than ‘quick win’ potential when funding new projects. markets to test energy reduction technologies, to the UK govern-
The authors offer a stark warning to governments and poli- ment harnessing behavioural psychology to promote energy effi-
cymakers: learn from and build on experience before time runs out, ciency, the authors highlight examples of government investment
rather than constantly reinventing aims and processes for the sake that helped create or improve clean energy initiatives across the
of political vanity. world.
“As the window of opportunity to avert dangerous climate “Let’s learn from experience on how to accelerate the transi-
change narrows, we urgently need to take stock of policy initiatives tion to a cleaner, safer and more affordable energy system,” they
around the world that aim to accelerate new energy technologies write.
and stem greenhouse gas emissions,” said Laura Diaz Anadon, Pro-
fessor of Climate Change Policy at the University of Cambridge. Available at: <http://www.sciencedaily. com relea-
“If we don’t build on the lessons from previous policy successes ses/2017/12/171206132223.htm>. Retrieved on: 28 Dec 2017. Adap-
and failures to understand what works and why, we risk wasting ted.
time and money in a way that we simply can’t afford,” said Anadon,
who authored the new paper with colleagues from the Harvard Ke- In the fragment of Text “Rather than repeated overhauls, exis-
nnedy School as well as the University of Minnesota’s Prof Gabriel ting programs should be continuously evaluated and updated”,
Chan. should be expresses a(n)
Public investments in energy research have risen since the lows (A) strong ability
of the mid-1990s and early 2000s. OECD members spent US$16.6 (B) vague necessity
billion on new energy research and development (R&D) in 2016 (C) weak probability
compared to $10b in 2010. The EU and other nations pledged to (D) future permission
double clean energy investment as part of 2015’s Paris Climate (E) strong recommendation
Change Agreement.
Recently, the UK government set out its own Clean Growth 10.CESGRANRIO - Profissional Petrobras de Nível Superior (PE-
Strategy, committing £2.5 billion between 2015 and 2021, with hun- TROBRAS)/Medicina do Trabalho/2017
dreds of million to be invested in new generations of small nuclear Text
power stations and offshore wind turbines. Oil
However, Anadon and colleagues point out that government
funding for energy innovation has, in many cases, been highly vola- Overview
tile in the recent past: with political shifts resulting in huge budget The oil industry has a less-than-stellar environmental record in
fluctuations and process reinventions in the UK and US. general, but it becomes even worse in tropical rainforest regions,
For example, the research team found that every single year which often contain rich deposits of petroleum. The most notorious
between 1990 and 2017, one in five technology areas funded by examples of rainforest havoc caused by oil firms are Shell Oil in Ni-
the US Department of Energy (DoE) saw a budget shift of more than geria and Texaco in Ecuador. The operations run by both companies
30% up or down. The Trump administration’s current plan is to slash degraded the environment and affected local and indigenous peo-
2018’s energy R&D budget by 35% across the board. ple by their activities. The Texaco operation in Ecuador was respon-
“Experimentation has benefits, but also costs,” said Anadon. sible for spilling some 17 million gallons of oil into the biologically
“Researchers are having to relearn new processes, people and pro- rich tributaries of the upper Amazon, while in the 1980s and 1990s
grammes with every political transition -- wasting time and effort Shell Oil cooperated with the oppressive military dictatorship in Ni-
for scientists, companies and policymakers.” geria in the suppression and harassment of local people.
“Rather than repeated overhauls, existing programs should be
continuously evaluated and updated. New programs should only be Action
set up if they fill needs not currently met.” The simplest and most reliable way to mitigate damage from oil
More autonomy for project selection should be passed to acti- operations would be to prohibit oil extraction in the tropical rainfo-
ve scientists, who are “best placed to spot bold but risky opportuni- rest. But that is unlikely given the number of tropical countries that
ties that managers miss,” say the authors of the new paper. produce oil and the wealth of oil deposits located in forest areas.
Thus the focus is on reducing pollution and avoiding spills through

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LÍNGUA INGLESA
better pipeline management, reinjection techniques, and halting of sustainable development without overexploitation in the face of
methane flaring. Limiting road development and restricting access growing demand for forest products; determination of the best way
can help avoid deforestation associated with settlement. to use forests; and the consideration of many other factors.

Biofuels Almost none of these economic possibilities can become re-


The energy and technology sectors are investing heavily in al- alities if the rainforests are completely stripped. Useful products
ternatives to conventional fossil fuels, but early efforts to use crop- cannot be harvested from species that no longer exist, just as eco-
-based biofuels have had serious environmental consequences. -tourists will not visit the vast stretches of wasteland that were once
While some believed biofuels—fuels that are derived from lush forest. Thus some of the primary rainforests must be salvaged
biomass, including recently living organisms like plants or their me- for sustainable development to be at all successful.
tabolic byproducts like cow manure— would offer environmental
benefits over conventional fossils fuels, the production and use of Available at: <http://rainforests.mongabay.com/1013.htm>. Retrieved
biofuels derived from palm oil, soy, corn, rapeseed, and sugar cane on: Aug, 10th, 2017. Adapted.
have in recent years driven up food prices, promoted large-scale
deforestation, depleted water supplies, worsened soil erosion, and In the sentence of Text “Today the importance of oil to the eco-
lead to increased air and water pollution. Still, there is hope that the nomy is still diminishing”, the verb form is diminishing indicates
next generation of biofuels, derived from farm waste, algae, and na- (A) a habitual present action
tive grasses and weeds, could eliminate many of the worse effects (B) a concluded past action
seen during the current rush into biofuels. (C) a prediction for the future
(D) an action in progress
Efficiency (E) an action in progress in the past
Good old-fashioned oil conservation is effective in reducing de-
mand for oil products. After the first OPEC embargo in 1973, the 11.CESGRANRIO - Técnico em Regulação de Petróleo e Deriva-
United States realized the importance of oil efficiency and initiated dos, Álcool Combustível e Gás Natural (ANP)/Geral/2016 (e mais 1
policies to do away with wasteful practices. By 1985, the U.S. was concurso)
25 percent more energy efficient and 32 percent more oil efficient Obama Rejects Keystone XL Pipeline
than in 1973. Of course the U.S. was upstaged by the Japanese who Why Keystone XL Is Dead
in the same period improved their energy efficiency by 31 percent President Obama announced Friday morning that he has de-
and their oil efficiency by 51 percent. Today the importance of oil to nied TransCanada’s permit application to build the Keystone XL oil
the economy is still diminishing. Despite the 51 percent growth in pipeline in the U.S.
the American economy between 1990 and 2004, carbon emissions “The State Department has decided that the Keystone XL pi-
only increased 19% suggesting that those who insist that economic peline would not serve the national interest of the United States,”
growth and carbon dioxide emissions move in tandem are wrong. Obama said. “I agree with that decision.”

Develop new technology Obama said America is a global leader on taking action on cli-
The developed world can seek alternative methods to oil explo- mate change, and approving Keystone XL would have undercut that
ration, by developing new technologies that rely less on processes leadership. Some crude oil needs to be left in the ground to keep
that are ecologically damaging. For example, compressed natural the climate from warming further, and rejecting Keystone XL will
gas is a cleaner-burning fuel than gasoline, is already used in some help meet that goal, he said.
cars, and is available in vast quantities. Electric cars are potentially
even more environmentally sound. Among the reasons for rejecting Keystone XL, Obama said the
To encourage investment in research and development of “gre- pipeline would not make a meaningful long-term contribution to
ener” technologies, governments can help by eliminating subsidies the U.S. economy, nor would it increase U.S. energy security or help
for the oil and gas industry and imposing higher taxes on heavy to lower gas prices, which have already declined dramatically over
polluters. While governments will play a role in cleaner-energy de- the last year.
velopment, it is likely that the private sector will provide most of
the funding and innovation for new energy projects. Venture capital TransCanada said in a statement that it “would review all of its
firms and corporations have put billions into new technologies since options in light of a permit denial for Keystone XL,” including the
the mid-2000s, while corporations are getting on board as well. possibility of filing a new permit application for a pipeline.
As experiences with biofuels have shown, there are often
downsides to alternative energy sources. For example, hydroelec- “TransCanada and its shippers remain absolutely committed to
tric projects have destroyed river systems and flooded vast areas building this important energy infrastructure project,” TransCanada
of forests. Thus when undertaking any large-scale energy project — CEO Russ Girling said in a statement.
whether it’s wind, solar, tidal, geothermal, or something else — it is
important to conduct a proper assessment of its impact. State Department officials said at a news conference Friday
that TransCanada is free to apply for a new permit to build a cross-
Conclusion -border pipeline and it is up to the company to do so.
Admittedly, there are many challenges facing sustainable use of
tropical rainforests. In arriving at a solution many issues must be ad- The $8 billion Keystone XL pipeline was slated to stretch 1,179
dressed, including the resolution of conflicting claims to land consi- miles from east-central Alberta, Canada, to the Texas Gulf Coast.
dered to be in the public domain; barriers to markets; the assurance It would transport 830,000 barrels of crude oil per day from the
Canadian tar sands to refineries near Houston. Proposed in 2008,

68
LÍNGUA INGLESA
the 875-mile section between the Canadian border and Steele City, Transport geography, as a discipline, emerged as a branch of
Neb., needed State Department approval because it crossed an in- economic geography in the second half of the twentieth century.
ternational border. In earlier considerations, particularly in commercial geography (late
Other parts of TransCanada’s Keystone Project between central 19th and early 20th century), transportation was an important fac-
Nebraska and Texas have already been built and are carrying tar tor behind the economic representations of the geographic spa-
sands oil to refineries along the Gulf Coast today. Environmental ce, namely in terms of the location of economic activities and the
advocates have rallied against the unbuilt portion and urged the monetary costs of distance. These cost considerations became the
Obama administration to reject it, saying emissions from the pro- foundation of several geographical theories such as central places
duction and burning of tar sands oil it would carry could worsen and location analysis. The growing mobility of passengers and frei-
climate change. ght justified the emergence of transport geography as a specialized
The U.S. Environmental Protection Agency calculated that the field of investigation.
tar sands oil the pipeline would carry is highly damaging to the cli-
mate, emitting about 1.3 billion more tons of greenhouse emissions In the 1960s, transport had to be formalized as key factors in
over the pipeline’s 50-year lifespan than if it were carrying conven- location theories and transport geography began to rely increasin-
tional crude oil. The production of tar sands oil releases 17 percent gly on quantitative methods, particularly over network and spatial
more CO2 into the atmosphere than the average barrel of crude oil interactions analysis. However, from the 1970s, technical, political
produced elsewhere, according to the State Department. and economic changes challenged the centrality of transportation
“Construction of the Keystone XL pipeline would be inconsis- in many geographical and regional development investigations. The
tent with stabilizing global warming below dangerous levels,” Penn strong spatial anchoring effect of high transportation costs receded
State University climate scientist Michael Mann said. “I am pleased and decentralization was a dominant paradigm that was observed
that the administration has made good on their promise to take within cities (suburbanization), but also within regions. The spatial
seriously the task of acting on climate by rejecting the construction theory foundations of transport geography, particularly the friction
of the pipeline.” of distance, became less relevant, or less evident, in explaining so-
cioeconomic processes. As a result, transportation became under-
Available at: <http://www.scientifi camerican.com/article/obamare- represented in economic geography in the 1970s and 1980s, even
jects-keystone-xl-pipeline/>. Retrieved on: Nov. 10th, 2015. Adapted if the mobility of people and freight and low transport costswere
considered as important factors behind the globalization of trade
In the fragment of the text “Among the reasons for rejecting and production.
Keystone XL, Obama said the pipeline would not make a meaningful
long-term contribution to the U.S. economy, nor would it increase Since the 1990s, transport geography has received renewed
U.S. energy security or help to lower gas prices, which have already attention with new realms of investigation. The issues of mobili-
declined dramatically over the last year”, the pronoun which refers ty, production and distribution became interrelated in a complex
to geographical setting where the local, regional and global became
(A) U.S. economy increasingly blurred through the development of new passengers
(B) U.S. energy security and freight transport systems (Hoyle and Knowles, 1998). For ins-
(C) pipeline tance, suburbanization resulted in an array of challenges related
(D) gas prices to congestion and automobile dependency. Rapid urbanization in
(E) long-term contribution developing economies underlined the challenges of transport in-
frastructure investment for private as well as collective uses. Glo-
12.CESGRANRIO - Auditor Júnior (TRANSPETRO)/2016 balization supported the development of complex air and maritime
Transportation in Geography transportation networks, many of which supporting global supply
The world is obviously not a place where features such as re- chains and trade relations across long distances. The role of infor-
sources, people and economic activities are randomly distributed; mation and communication technologies was also being felt, often
there is a logic, or an order, to spatial distribution. Geography seeks as a support or as an alternative to mobility. All of the above were
to understand the spatial order of things as well as their interac- linked with new and expanded mobilities of passengers, freight and
tions, particularly when the spatial order is less evident. Transpor- information.
tation is one element of this spatial order as it is at the same time
influenced by geography as well as having an influence on it. For Adapted from: <https://people.hofstra.edu/geotrans/eng/ch1en/
instance, the path followed by a road is influenced by regional eco- conc1en/ch1c1en.html>. Retrieved on: Jan. 9th, 2015.
nomic and physical attributes, but once constructed the same road
will shape future regional developments. In the fragment “In the 1960s, transport had to be formalized
as key factors in location theories”, the modal verb had to implies
Transportation is of relevance to geography for two main re- an idea of
asons. First, transport infrastructures, terminals, modes and ne- (A) advice
tworks occupy an important place in space and constitute the (B) possibility
basis of a complex spatial system. Second, since geography seeks (C) probability
to explain spatial relationships, transport networks are of specific (D) prediction
interest because they are the main physical support of these inte- (E) necessity
ractions.

69
LÍNGUA INGLESA
13.CESGRANRIO - Auditor Júnior (TRANSPETRO)/2016 chains and trade relations across long distances. The role of infor-
Transportation in Geography mation and communication technologies was also being felt, often
The world is obviously not a place where features such as re- as a support or as an alternative to mobility. All of the above were
sources, people and economic activities are randomly distributed; linked with new and expanded mobilities of passengers, freight and
there is a logic, or an order, to spatial distribution. Geography seeks information.
to understand the spatial order of things as well as their interac-
tions, particularly when the spatial order is less evident. Transpor- Adapted from: <https://people.hofstra.edu/geotrans/eng/ch1en/
tation is one element of this spatial order as it is at the same time conc1en/ch1c1en.html>. Retrieved on: Jan. 9th, 2015.
influenced by geography as well as having an influence on it. For
instance, the path followed by a road is influenced by regional eco- In the fragment from the text “Globalization supported the de-
nomic and physical attributes, but once constructed the same road velopment of complex air and maritime transportation networks,
will shape future regional developments. many of which supporting global supply chains and trade relations
across long distances”, the word which refers to
Transportation is of relevance to geography for two main re- (A) chains
asons. First, transport infrastructures, terminals, modes and ne- (B) relations
tworks occupy an important place in space and constitute the (C) networks
basis of a complex spatial system. Second, since geography seeks (D) globalization
to explain spatial relationships, transport networks are of specific (E) transportation
interest because they are the main physical support of these inte-
ractions. 14.CESGRANRIO - Segundo Oficial (TRANSPETRO)/Máqui-
nas/2016 (e mais 1 concurso)
Transport geography, as a discipline, emerged as a branch of From Security to Efficiency: Modern Vessel Tracking
economic geography in the second half of the twentieth century. More so than many other fields of business, the maritime in-
In earlier considerations, particularly in commercial geography (late dustry is focused on cost, which in turn gives the appearance of
19th and early 20th century), transportation was an important fac- being conservative towards technology. Certainly, we have tech-
tor behind the economic representations of the geographic spa- nical ships magnificently operating with equipment that wouldn’t
ce, namely in terms of the location of economic activities and the look out of place in a NASA lab, but generally, it can take decades for
monetary costs of distance. These cost considerations became the a technology to become mainstream. Unless it becomes mandated
foundation of several geographical theories such as central places by the IMO (International Maritime Organization). Vessel tracking is
and location analysis. The growing mobility of passengers and frei- a partial exception to the rule though, with many fleet owners rea-
ght justified the emergence of transport geography as a specialized lizing its potential for more cost-effective operation and personnel
field of investigation. security.

In the 1960s, transport had to be formalized as key factors in Knowing the exact position of all vessels in a fleet, in a softwa-
location theories and transport geography began to rely increasin- re solution designed to fit with your own logistical processes, can
gly on quantitative methods, particularly over network and spatial significantly improve efficiency. If a ship arrives early or late, more
interactions analysis. However, from the 1970s, technical, political often than not there will be an associated cost. If this can be iden-
and economic changes challenged the centrality of transportation tified during transit then the early or late arrival can be negated or
in many geographical and regional development investigations. The at least planned for. Likewise, if by knowing the positions of your
strong spatial anchoring effect of high transportation costs receded fleet of workboats means that you can route the closest vessel to
and decentralization was a dominant paradigm that was observed the next job, then significant fuel cost savings can be made. With
within cities (suburbanization), but also within regions. The spatial modern tracking systems, the way data is used is just as important
theory foundations of transport geography, particularly the friction as knowing where a vessel is at all times. But there are countless
of distance, became less relevant, or less evident, in explaining so- ways to apply the data to the benefit of efficiency for a single ship
cioeconomic processes. As a result, transportation became under- or fleet. So providing easy and reliable access to position reports is
represented in economic geography in the 1970s and 1980s, even essential.
if the mobility of people and freight and low transport costswere
considered as important factors behind the globalization of trade A new tracking unit
and production. RockFLEET is an advanced new tracking unit for the professio-
nal maritime environment. During its design phase, the team deci-
Since the 1990s, transport geography has received renewed ded that in order for the position data it provides to be of the most
attention with new realms of investigation. The issues of mobili- use, as well as being available via Rock Seven’s own fleet viewer
ty, production and distribution became interrelated in a complex ‘The Core,’ it must also be available in any software system the user
geographical setting where the local, regional and global became chooses. Using a standards-based API (Application Programming
increasingly blurred through the development of new passengers Interface.), the customer can integrate tracking data from RockFLE-
and freight transport systems (Hoyle and Knowles, 1998). For ins- ET into their own applications. Typically this means that RockFLEET
tance, suburbanization resulted in an array of challenges related tracked assets can be added to existing fleet management softwa-
to congestion and automobile dependency. Rapid urbanization in re, which invariably is designed around an owner or operators own
developing economies underlined the challenges of transport in- logistics.
frastructure investment for private as well as collective uses. Glo-
balization supported the development of complex air and maritime
transportation networks, many of which supporting global supply

70
LÍNGUA INGLESA
With precise vessel location data available, the opportunities 15..CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2015/1
are unlimited and only down to the creativity of the user. For ins- Why Millennials Don’t Like Credit Cards
tance, a current Rock Seven customer uses location data to manage
payroll of personnel. Essentially, personnel get paid different amou- by Holly Johnson
nts depending on whether the ship is at sea, in international waters, Cheap, easy credit might have been tempting to young people
in port or transiting regions with high piracy incidents. in the past, but not to today’s millennials. According to a recent
survey by Bankrate of over 1,161 consumers, 63% of adults ages 18
RockFLEET, a unique device to 29 live without a credit card of any kind, and another 23% only
The above user is a private security company involved in an- carry one card.
ti-piracy operations. It actually gets location data using RockSTAR,
the handheld version of RockFLEET, which is a new fixed unit that The Impact of the Great Recession
can be fitted anywhere on board. Completely waterproof and with Research shows that the environment millennials grew up in
no moving parts, it is a robust, ultra-compact (13cm diameter/4cm might have an impact on their finances. Unlike other generations,
high) device with multiple mounting options. The physical design millennials lived through economic hardships during a time when
of RockFLEET was in part driven by the security challenges faced by their adult lives were beginning. According to the Bureau of Labor
vessels facing the issues of modern piracy. Statistics, the Great Recession caused millennials to stray from his-
The unit itself is designed to look anonymous; as standard toric patterns when it comes to purchasing a home and having chil-
there’s no name on the outside. It works from ship’s power, but it dren, and a fear of credit cards could be another symptom of the
uniquely has a backup battery inside. Which is important should a economic environment of the times.
vessel be hijacked and the main power cut.
Knowing the location of all friendly vessels in a region is vital to And there’s much data when it comes to proving that millen-
organisations with a stake in ensuring safe passage through known nials grew up on shaky economic ground. The Pew Research Center
piracy hotspots. With an operational vessel/fleet tracking system, reports that 36% of millennials lived at home with their parents in
ship owners and fleet managers will know where their ships are at 2012. Meanwhile, the unemployment rate for people ages 16 to 24
all times. This information can be fed to authorities, private anti- was 14.2% (more than twice the national rate) in early 2014, accor-
-piracy companies and the naval forces patrolling piracy hotspots ding to the BLS. With those figures, it’s no wonder that millennials
to build a clear, near real-time picture for domain awareness. The are skittish when it comes to credit cards. It makes sense that young
value of this information should a vessel be hijacked is obvious: people would be afraid to take on any new forms of debt.
knowing the last whereabouts of a vessel provides responders with
a starting point should a hijacked vessel’s tracking system be disa- A Generation Plagued with Student Loan Debt
bled by pirates. But the Great Recession isn’t the only reason millennials could
Today’s pirates know that many commercial vessels are tra- be fearful of credit. Many experts believe that the nation’s student
cked, especially those would be targets sailing in what are known to loan debt level might be related to it. According to the Institute for
be hostile waters. So disabling vessel tracking equipment on board College Access & Success, 71% of millennials (or 1.3 million stu-
is a sensible action for said pirates after a hijacked ship’s crew have dents) who graduated from college in 2012 left school with at least
been subdued and because most tracking units are powered by the some student loan debt, with the average amount owed around
vessel, finding and cutting the power supply isn’t hard. RockFLEET, $29,400.
however, is the only device of its kind with an internal battery ba-
ckup, so it can continue to transmit position for up to two weeks if With so much debt already under their belts, millennials are
external power is cut. worried about adding any credit card debt to the pile. After all,
many adults with student loan debt need to make payments for ye-
With facility to mount covertly, this makes it especially suitable ars, and even decades.
for vessels traversing piracy hotspots.
How Millennials Can Build Credit Without a Credit Card
Available at: <http://maritime-connector.com/from-security-toeffi The fact that millennials are smart enough to avoid credit card
ciency-modern-vessel-tracking/>. Retrieved on: Jan, 7th, 2015. Adap- debt is a good thing, but that doesn’t mean the decision has its
ted. drawbacks. According to Experian, most adults need a positive cre-
dit history in order to qualify for an auto loan or mortgage. Even
The boldfaced verb conveys the idea of hypothesis in worse, having no credit history is almost as bad as having a negative
(A) “More so than many other fields of business, the maritime credit history in some cases.
industry is focused on cost”
(B) “more often than not there will be an associated cost” Still, there are plenty of ways millennials can build a credit his-
(C) “it must also be available in any software system the user tory without a credit card. A few tips:
chooses” Make payments on installment loans on time. Whether it’s a
(D) “The value of this information should a vessel be hijacked car loan, student loan or personal loan, make sure to mail in those
is obvious” payments on time and pay at least the minimum amount required.
(E) “so it can continue to transmit position for up to two weeks” Put at least one household or utility bill in your name. Paying
your utility or household bills on time can help you build a positive
credit history.

71
LÍNGUA INGLESA
Get a secured credit card. Unlike traditional credit cards, the assessments to measure employability – a comprehensive evalua-
funds secured credit cards offer are backed by money the user de- tion of hard and soft skills and overall potential – improves the odds
posits. Signing up for a secured card is one way to build a positive of finding the right hires for the business.
credit history without any risk.
The fact that millennials are leery of credit cards is probably a 2. Use, but don’t overestimate, social media
good thing in the long run. After all, not having a credit card is the Unsurprisingly, millennials are more likely than any other ge-
perfect way to stay out of credit card debt. Even though it might be neration to use social media to learn about organizations. None-
harder to build a credit history without credit cards, the vast majo- theless, less than a third actually trust the information they receive
rity of millennials have decided that the plastic just isn’t worth it. through social channels. Regardless of generation, job seekers place
the most trust in personal connections such as friends and family,
Available at: <http://money.usnews.com/money/blogs/my-mo- so continue to invest in traditional channels such as on-campus
ney/2014/11/04/why-millennials-dont-like-creditcards>. Retrieved on: recruiting, job fairs, and referral programs. Using technology and
Nov. 10th, 2014. Adapted. social media in the recruiting process is important, but they should
supplement and enhance existing efforts rather than replace them.
In the sentence of the text “Still, there are plenty of ways mil-
lennials can build a credit history without a credit card”, the quanti- 3. Understand millennial motivations
fier plenty of can be replaced, with no change in meaning, by To attract the best millennial workers, understand what moti-
(A) some vates them. Our research shows this generation is actually motiva-
(B) few ted by opportunities to develop and grow, demonstrate the talents
(C) a few they have, and move up in the company, rather than by salary. Inci-
(D) a little dentally, other generations are interested in these things too, and
(E) lots of showing a commitment to developing employees will help retain
existing employees as well as attract new ones.
16.CESGRANRIO - Profissional Petrobras de Nível Superior (PE-
TROBRAS)/Direito/2015 4. Remember that new hires don’t always have to be work-re-
Millennials – The next generation of oil and gas talent ady
Graduate hires may not have the necessary skills to be success-
Good oil and gas talent is in short supply. Combine the so-called ful on day one. When casting a wider net to find new talent, look for
“Big Shift Change” with the reduced number of students applying ways to assess candidates’ capacity to learn, drive for achievement
for and completing STEM (Science, Technology, Engineering and and ability to work effectively with others. There is an increased
Mathematics) courses in college, and there is a serious concern likelihood that candidates with high measures in those areas can
about where the next generation of industry talent will come from. develop into successful employees, even if they do not possess the
full range of technical knowledge and skills when hired. Once they
As oil and gas companies bring in new talent to meet staffing are hired, identify and invest in developing the skills that graduates
demands, CEB research shows that five-in-six hiring managers be- need to flourish in the job today and prepare for future roles.
lieve their new graduate hires present a lack of the skills and know-
ledge they consider necessary. But rather than changing their hiring 5. Avoid recruiting simply to fill vacancies
strategies to find candidates with the potential to learn and develop Successful companies find a balance between responding to
those skills and knowledge, many companies continue to waste mo- management demands to fill current vacancies and securing the
ney on ineffective and poorly targeted recruitment programs. As a right people to meet long-term business needs. Openings will alwa-
result, these companies are forced to replace a growing percentage ys need to be filled, but the urgency to hire for today’s vacancies
of their graduate hires within the first year. should be tempered with the goal of hiring people who will grow
with the organization. Many successful oil and gas companies are
One thing is for certain – millennials, or workers born between hiring for fit with the overall company rather than for a specific job.
1980 and 2000, will be a critical part of the oil and gas workforce of A talented engineer with strong capacity for learning and potential
tomorrow. So how can today’s oil and gas leaders find strong mil- for growth is someone worth investing in, even if a perfect role isn’t
lennial talent who make an impact quickly? We’ve identified several available at the present time.
tips for companies that want to see greater return on investment
for millennial recruitment. 6. Offer diverse experiences
A common myth about millennials is that they are only looking
1. Broaden your net beyond only those with top grades and use to stay with a given company for a short time before moving on.
objective assessments However, our research shows that millennials view employment
Strong academic performers aren’t always those who will per- stability as very important but they are also looking for varied ex-
form best in the job. Recruiting from good schools and evaluating periences. By offering diverse career experiences and clarifying the
academic performance will always be important, and every com- benefit of moves with the organization, millennials will be more li-
pany wants to hire smart people. However, grades are not a perfect kely to stay in one place.
measure of how smart someone is, and they do not necessarily re-
flect all the characteristics that make a person successful on the job. With a growing need for new talent in the sector, most oil and
The job candidate with a 3.1 GPA who worked full-time while going gas companies will feel pressure to hire new millennial employe-
to school may have demonstrated drive, motivation, time manage- es as rapidly as possible. However, making incorrect assumptions
ment and resourcefulness – all of which are beneficial on the job. about how millennials think and hiring for short-term rather than
This person can be just as qualified as a top student. Using objective

72
LÍNGUA INGLESA
long-term goals will be ineffective. Companies will see the most The relative pronoun which in the fragment of the text “which
success in attracting top millennial talent by taking a more though- include banks, insurance companies, pension funds, organized ex-
tful, objective and company-specific approach to hiring. changes, and the many other companies” refers to
(A) financial institutions
Available at: <http://www.pennenergy.com/articles/pennenergy/ (B) other companies
2014/10/millennials-the-next-generation-of-oil-and-gas-talent.html>. (C) purposes
Retrieved on: Apr. 30th, 2015. Adapted. (D) return
(E) products and services
In the fragment of Text “We’ve identified several tips for com-
panies that want to see greater return on investment for millennial 18.CESGRANRIO - Profissional Júnior (BR)/Administração/2015
recruitment”, the verb form in bold indicates that the (e mais 13 concursos)
(A) identification of the tips happened last year. Natural gas waits for its moment
(B) identification of the tips will soon be finished.
(C) identification of the tips is an ongoing process. Paul Stenquist
(D) results of the identification of the tips are important now. Cars and trucks powered by natural gas make up a significant
(E) results of the identification of the tips were considered im- portion of the vehicle fleet in many parts of the world. Iran has
portant in the past. more than two million natural gas vehicles on the road. As of 2009,
Argentina had more than 1.8 million in operation and almost 2,000
17..CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2015/2 natural gas filling stations. Brazil was not far behind. Italy and Ger-
Financial System many have substantial natural gas vehicle fleets. Is America next?
With natural gas in plentiful supply at bargain prices in the Uni-
People have virtually unlimited needs, but the economic re- ted States, issues that have limited its use in cars are being rethou-
sources to supply those needs are limited. Therefore, the greatest ght, and its market share could increase, perhaps substantially.
benefit of an economy is to provide the most desirable consumer According to Energy Department Price Information from July,
goods and services in the most desirable amounts - what is known natural gas offers economic advantages over gasoline and diesel
as the efficient allocation of economic resources. To produce these fuels. If a gasoline-engine vehicle can take you 40 miles on one
consumer goods and services requires capital in the form of labor, gallon, the same vehicle running on compressed natural gas can do
land, capital goods used to produce a desired product or service, it for about $1.50 less at today’s prices. To that savings add lower
and entrepreneurial ability to use these resources together to the maintenance costs. A study of New York City cabs running on na-
greatest efficiency in producing what consumers want most. Real tural gas found that oil changes need not be as frequent because
capital consists of the land, labor, tools and machinery, and entre- of the clean burn of the fuel, and exhaustsystem parts last longer
preneurial ability to produce consumer goods and services, and to because natural gas is less corrosive than other fuels.
acquire real capital costs money. Today, those economic benefits are nullified by the initial cost
The financial system of an economy provides the means to col- of a natural gas vehicle — 20 to 30 percent more than a comparab-
lect money from the people who have it and distribute it to those le gasoline-engine vehicle. But were production to increase signifi-
who can use it best. Hence, the efficient allocation of economic re- cantly, economies of scale would bring prices down. In an interview
sources is achieved by a financial system that allocates money to by phone, Jon Coleman, fleet sustainability manager at the Ford
those people and for those purposes(c) that will yield the greatest Motor Company, said that given sufficient volume, the selling price
return(d). of natural gas vehicles could be comparable to that of conventional
The financial system is composed of the products and servi- vehicles.
ces(e) provided by financial institutions(a), which include banks, It may be years before the economic benefits of natural gas
insurance companies, pension funds, organized exchanges, and vehicles can be realized, but the environmental benefits appear to
the many other companies(b) that serve to facilitate economic be immediate. According to the Energy Department’s website, na-
transactions. Virtually all economic transactions are effected by tural gas vehicles have smaller carbon footprints than gasoline or
one or more of these financial institutions. They create financial diesel automobiles, even when taking into account the natural gas
instruments, such as stocks and bonds, pay interest on deposits, production process, which releases carbon-rich methane into the
lend money to creditworthy borrowers, and create and maintain atmosphere.
the payment systems of modern economies. The United States government appears to favor natural gas as
These financial products and services are basedon the following a motor vehicle fuel. To promote the production of vehicles with
fundamental objectives of any modern financial system: fewer carbon emissions, it has allowed automakers to count cer-
to provide a payment system; tain vehicle types more than once when calculating their Corporate
to give money time value; Average Fuel Economy, under regulations mandating a fleet average
to offer products and services to reduce financial risk or to of 54.5 miles per gallon by 2025. Plug-in hybrids and natural gas
compensate risk-taking for desirableobjectives; vehicles can be counted 1.6 times under the CAFE standards, and
to collect and disperse information that allows the most effi- electric vehicles can be counted twice.
cient allocation of economic resources; Adapting natural gas as a vehicle fuel introduces engineering
to create and maintain financial markets that provide prices, challenges. While the fuel burns clean, it is less energy dense than
which indicates how well investments are performing, which also gasoline, so if it is burned in an engine designed to run on conven-
determines the subsequent allocation of resources, and to maintain tional fuel, performance and efficiency are degraded.
economic stability.
Available at: <http://thismatter.com/money/banking/ financial-sys-
tem.htm>. Retrieved on: July 27th, 2015. Adapted.

73
LÍNGUA INGLESA
But since natural gas has an octane rating of 130, compared tural gas found that oil changes need not be as frequent because
with 93 for the best gasoline, an engine designed for it can run with of the clean burn of the fuel, and exhaustsystem parts last longer
very high cylinder pressure, which would cause a regular gasoline because natural gas is less corrosive than other fuels.
engine to knock from premature ignition. More cylinder pressure Today, those economic benefits are nullified by the initial cost
yields more power, and thus the energy-density advantage of gaso- of a natural gas vehicle — 20 to 30 percent more than a comparab-
line can be nullified.[...] le gasoline-engine vehicle. But were production to increase signifi-
Until the pressurized fuel tanks of natural gas vehicles can be cantly, economies of scale would bring prices down. In an interview
easily and quickly refueled, the fleet cannot grow substantially. The by phone, Jon Coleman, fleet sustainability manager at the Ford
number of commercial refueling stations for compressed natural Motor Company, said that given sufficient volume, the selling price
gas has been increasing at a rate of 16 percent yearly, the Energy of natural gas vehicles could be comparable to that of conventional
Department says. And, while the total is still small, advances in re- vehicles.
fueling equipment should increase the rate of expansion. Much of It may be years before the economic benefits of natural gas
the infrastructure is already in place: America has millions of miles vehicles can be realized, but the environmental benefits appear to
of natural gas pipeline. Connecting that network to refueling equi- be immediate. According to the Energy Department’s website, na-
pment is not difficult. tural gas vehicles have smaller carbon footprints than gasoline or
Although commercial refueling stations will be necessary to diesel automobiles, even when taking into account the natural gas
support a substantial fleet of natural gas vehicles, home refueling production process, which releases carbon-rich methane into the
may be the magic bullet that makes the vehicles practical. Electric atmosphere.
vehicles depend largely on home charging and most have less than The United States government appears to favor natural gas as
half the range of a fully fueled natural gas vehicle. Somecompressed a motor vehicle fuel. To promote the production of vehicles with
natural gas home refueling products are available, but they can cost fewer carbon emissions, it has allowed automakers to count cer-
as much as $5,000. tain vehicle types more than once when calculating their Corporate
Seeking to change that, the Energy Department has awarded Average Fuel Economy, under regulations mandating a fleet average
grants to a number of companies in an effort to develop affordable of 54.5 miles per gallon by 2025. Plug-in hybrids and natural gas
home-refueling equipment. vehicles can be counted 1.6 times under the CAFE standards, and
[...] electric vehicles can be counted twice.
Adapting natural gas as a vehicle fuel introduces engineering
Available at: <http://www.nytimes.com/2013/10/30/automobiles/ challenges. While the fuel burns clean, it is less energy dense than
natural-gas-waits-for-its-moment.html?page wanted=all&module=Se- gasoline, so if it is burned in an engine designed to run on conven-
arch&mabReward=relbias%3A r%2C%7B%222%22%3A%22RI%3A18% tional fuel, performance and efficiency are degraded.
22%7D>. Retrieved on: Sept 3rd, 2014. Adapted. But since natural gas has an octane rating of 130, compared
with 93 for the best gasoline, an engine designed for it can run with
In the statement “As of 2009, Argentina had more than 1.8 very high cylinder pressure, which would cause a regular gasoline
million in operation and almost 2,000 natural gas filling stations”, engine to knock from premature ignition. More cylinder pressure
the expression as of means: yields more power, and thus the energy-density advantage of gaso-
(A) In 2009 line can be nullified.[...]
(B) Since 2009 Until the pressurized fuel tanks of natural gas vehicles can be
(C) Around 2009 easily and quickly refueled, the fleet cannot grow substantially. The
(D) Before 2009 number of commercial refueling stations for compressed natural
(E) Comparing to 2009 gas has been increasing at a rate of 16 percent yearly, the Energy
Department says. And, while the total is still small, advances in re-
19.CESGRANRIO - Profissional Júnior (BR)/Administração/2015 fueling equipment should increase the rate of expansion. Much of
(e mais 13 concursos) the infrastructure is already in place: America has millions of miles
Natural gas waits for its moment of natural gas pipeline. Connecting that network to refueling equi-
Paul Stenquist pment is not difficult.
Cars and trucks powered by natural gas make up a significant Although commercial refueling stations will be necessary to
portion of the vehicle fleet in many parts of the world. Iran has support a substantial fleet of natural gas vehicles, home refueling
more than two million natural gas vehicles on the road. As of 2009, may be the magic bullet that makes the vehicles practical. Electric
Argentina had more than 1.8 million in operation and almost 2,000 vehicles depend largely on home charging and most have less than
natural gas filling stations. Brazil was not far behind. Italy and Ger- half the range of a fully fueled natural gas vehicle. Somecompressed
many have substantial natural gas vehicle fleets. Is America next? natural gas home refueling products are available, but they can cost
With natural gas in plentiful supply at bargain prices in the Uni- as much as $5,000.
ted States, issues that have limited its use in cars are being rethou- Seeking to change that, the Energy Department has awarded
ght, and its market share could increase, perhaps substantially. grants to a number of companies in an effort to develop affordable
According to Energy Department Price Information from July, home-refueling equipment.
natural gas offers economic advantages over gasoline and diesel [...]
fuels. If a gasoline-engine vehicle can take you 40 miles on one
gallon, the same vehicle running on compressed natural gas can do Available at: <http://www.nytimes.com/2013/10/30/automobiles/
it for about $1.50 less at today’s prices. To that savings add lower natural-gas-waits-for-its-moment.html?page wanted=all&module=Se-
maintenance costs. A study of New York City cabs running on na- arch&mabReward=relbias%3A r%2C%7B%222%22%3A%22RI%3A18%
22%7D>. Retrieved on: Sept 3rd, 2014. Adapted.

74
LÍNGUA INGLESA
The modal verb may in the fragment of the text “It may be ye- engine to knock from premature ignition. More cylinder pressure
ars before the economic benefits of natural gas vehicles can be rea- yields more power, and thus the energy-density advantage of gaso-
lized” is associated with the idea of line can be nullified.[...]
(A) permission Until the pressurized fuel tanks of natural gas vehicles can be
(B) obligation easily and quickly refueled, the fleet cannot grow substantially. The
(C) certainty number of commercial refueling stations for compressed natural
(D) inference gas has been increasing at a rate of 16 percent yearly, the Energy
(E) probability Department says. And, while the total is still small, advances in re-
fueling equipment should increase the rate of expansion. Much of
20.CESGRANRIO - Profissional Júnior (BR)/Administração/2015 the infrastructure is already in place: America has millions of miles
(e mais 13 concursos) of natural gas pipeline. Connecting that network to refueling equi-
Natural gas waits for its moment pment is not difficult.
Although commercial refueling stations will be necessary to
Paul Stenquist support a substantial fleet of natural gas vehicles, home refueling
Cars and trucks powered by natural gas make up a significant may be the magic bullet that makes the vehicles practical. Electric
portion of the vehicle fleet in many parts of the world. Iran has vehicles depend largely on home charging and most have less than
more than two million natural gas vehicles on the road. As of 2009, half the range of a fully fueled natural gas vehicle. Somecompressed
Argentina had more than 1.8 million in operation and almost 2,000 natural gas home refueling products are available, but they can cost
natural gas filling stations. Brazil was not far behind. Italy and Ger- as much as $5,000.
many have substantial natural gas vehicle fleets. Is America next? Seeking to change that, the Energy Department has awarded
With natural gas in plentiful supply at bargain prices in the Uni- grants to a number of companies in an effort to develop affordable
ted States, issues that have limited its use in cars are being rethou- home-refueling equipment.
ght, and its market share could increase, perhaps substantially. [...]
According to Energy Department Price Information from July,
natural gas offers economic advantages over gasoline and diesel Available at: <http://www.nytimes.com/2013/10/30/automobiles/
fuels. If a gasoline-engine vehicle can take you 40 miles on one natural-gas-waits-for-its-moment.html?page wanted=all&module=Se-
gallon, the same vehicle running on compressed natural gas can do arch&mabReward=relbias%3A r%2C%7B%222%22%3A%22RI%3A18%
it for about $1.50 less at today’s prices. To that savings add lower 22%7D>. Retrieved on: Sept 3rd, 2014. Adapted.
maintenance costs. A study of New York City cabs running on na-
tural gas found that oil changes need not be as frequent because The personal pronoun it in “so if it is burned in an engine desig-
of the clean burn of the fuel, and exhaustsystem parts last longer ned to run on conventional fuel” refers to
because natural gas is less corrosive than other fuels. (A) natural gas
Today, those economic benefits are nullified by the initial cost (B) degrading fuel
of a natural gas vehicle — 20 to 30 percent more than a comparab- (C) unconventional fuel
le gasoline-engine vehicle. But were production to increase signifi- (D) 93-octane rating fuel
cantly, economies of scale would bring prices down. In an interview (E) more energy-dense fuel
by phone, Jon Coleman, fleet sustainability manager at the Ford
Motor Company, said that given sufficient volume, the selling price GABARITO
of natural gas vehicles could be comparable to that of conventional
vehicles.
It may be years before the economic benefits of natural gas 1 E
vehicles can be realized, but the environmental benefits appear to
be immediate. According to the Energy Department’s website, na- 2 D
tural gas vehicles have smaller carbon footprints than gasoline or 3 B
diesel automobiles, even when taking into account the natural gas
4 D
production process, which releases carbon-rich methane into the
atmosphere. 5 E
The United States government appears to favor natural gas as 6 B
a motor vehicle fuel. To promote the production of vehicles with
fewer carbon emissions, it has allowed automakers to count cer- 7 D
tain vehicle types more than once when calculating their Corporate 8 D
Average Fuel Economy, under regulations mandating a fleet average 9 E
of 54.5 miles per gallon by 2025. Plug-in hybrids and natural gas
vehicles can be counted 1.6 times under the CAFE standards, and 10 D
electric vehicles can be counted twice. 11 D
Adapting natural gas as a vehicle fuel introduces engineering
12 E
challenges. While the fuel burns clean, it is less energy dense than
gasoline, so if it is burned in an engine designed to run on conven- 13 C
tional fuel, performance and efficiency are degraded. 14 D
But since natural gas has an octane rating of 130, compared
15 E
with 93 for the best gasoline, an engine designed for it can run with
very high cylinder pressure, which would cause a regular gasoline

75
LÍNGUA INGLESA
______________________________________________________
16 D
17 A ______________________________________________________
18 B ______________________________________________________
19 E
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20 A
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ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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MATEMÁTICA

NÚMEROS INTEIROS, RACIONAIS E REAIS

Conjunto dos números inteiros - z


O conjunto dos números inteiros é a reunião do conjunto dos números naturais N = {0, 1, 2, 3, 4,..., n,...},(N C Z); o conjunto dos opos-
tos dos números naturais e o zero. Representamos pela letra Z.

N C Z (N está contido em Z)

Subconjuntos:

SÍMBOLO REPRESENTAÇÃO DESCRIÇÃO


* Z* Conjunto dos números inteiros não nulos
+ Z+ Conjunto dos números inteiros não negativos
*e+ Z*+ Conjunto dos números inteiros positivos
- Z_ Conjunto dos números inteiros não positivos
*e- Z*_ Conjunto dos números inteiros negativos

Observamos nos números inteiros algumas características:


• Módulo: distância ou afastamento desse número até o zero, na reta numérica inteira. Representa-se o módulo por | |. O módulo de
qualquer número inteiro, diferente de zero, é sempre positivo.
• Números Opostos: dois números são opostos quando sua soma é zero. Isto significa que eles estão a mesma distância da origem
(zero).

Somando-se temos: (+4) + (-4) = (-4) + (+4) = 0

Operações
• Soma ou Adição: Associamos aos números inteiros positivos a ideia de ganhar e aos números inteiros negativos a ideia de perder.

ATENÇÃO: O sinal (+) antes do número positivo pode ser dispensado, mas o sinal (–) antes do número negativo nunca pode ser
dispensado.

77
MATEMÁTICA
• Subtração: empregamos quando precisamos tirar uma quan- (C) 18
tidade de outra quantidade; temos duas quantidades e queremos (D) 20
saber quanto uma delas tem a mais que a outra; temos duas quan- (E) 22
tidades e queremos saber quanto falta a uma delas para atingir a
outra. A subtração é a operação inversa da adição. O sinal sempre Resolução:
será do maior número. São 8 livros de 2 cm: 8.2 = 16 cm
ATENÇÃO: todos parênteses, colchetes, chaves, números, ..., Como eu tenho 52 cm ao todo e os demais livros tem 3 cm,
entre outros, precedidos de sinal negativo, tem o seu sinal inverti- temos:
do, ou seja, é dado o seu oposto. 52 - 16 = 36 cm de altura de livros de 3 cm
36 : 3 = 12 livros de 3 cm
Exemplo: O total de livros da pilha: 8 + 12 = 20 livros ao todo.
(FUNDAÇÃO CASA – AGENTE EDUCACIONAL – VUNESP) Para Resposta: D
zelar pelos jovens internados e orientá-los a respeito do uso ade-
quado dos materiais em geral e dos recursos utilizados em ativida- • Potenciação: A potência an do número inteiro a, é definida
des educativas, bem como da preservação predial, realizou-se uma como um produto de n fatores iguais. O número a é denominado a
dinâmica elencando “atitudes positivas” e “atitudes negativas”, no base e o número n é o expoente.an = a x a x a x a x ... x a , a é multi-
entendimento dos elementos do grupo. Solicitou-se que cada um plicado por a n vezes. Tenha em mente que:
classificasse suas atitudes como positiva ou negativa, atribuindo – Toda potência de base positiva é um número inteiro positivo.
(+4) pontos a cada atitude positiva e (-1) a cada atitude negativa. – Toda potência de base negativa e expoente par é um número
Se um jovem classificou como positiva apenas 20 das 50 atitudes inteiro positivo.
anotadas, o total de pontos atribuídos foi – Toda potência de base negativa e expoente ímpar é um nú-
(A) 50. mero inteiro negativo.
(B) 45.
(C) 42. Propriedades da Potenciação
(D) 36. 1) Produtos de Potências com bases iguais: Conserva-se a base
(E) 32. e somam-se os expoentes. (–a)3 . (–a)6 = (–a)3+6 = (–a)9
2) Quocientes de Potências com bases iguais: Conserva-se a
Resolução: base e subtraem-se os expoentes. (-a)8 : (-a)6 = (-a)8 – 6 = (-a)2
50-20=30 atitudes negativas 3) Potência de Potência: Conserva-se a base e multiplicam-se
20.4=80 os expoentes. [(-a)5]2 = (-a)5 . 2 = (-a)10
30.(-1)=-30 4) Potência de expoente 1: É sempre igual à base. (-a)1 = -a e
80-30=50 (+a) = +a
1

Resposta: A 5) Potência de expoente zero e base diferente de zero: É igual


a 1. (+a)0 = 1 e (–b)0 = 1
• Multiplicação: é uma adição de números/ fatores repetidos.
Na multiplicação o produto dos números a e b, pode ser indicado Conjunto dos números racionais – Q m
por a x b, a . b ou ainda ab sem nenhum sinal entre as letras. Um número racional é o que pode ser escrito na forma n , onde
m e n são números inteiros, sendo que n deve ser diferente de zero.
• Divisão: a divisão exata de um número inteiro por outro nú- Frequentemente usamos m/n para significar a divisão de m por n.
mero inteiro, diferente de zero, dividimos o módulo do dividendo
pelo módulo do divisor.

ATENÇÃO:
1) No conjunto Z, a divisão não é comutativa, não é associativa
e não tem a propriedade da existência do elemento neutro.
2) Não existe divisão por zero.
3) Zero dividido por qualquer número inteiro, diferente de zero,
é zero, pois o produto de qualquer número inteiro por zero é igual
a zero.

Na multiplicação e divisão de números inteiros é muito impor- N C Z C Q (N está contido em Z que está contido em Q)
tante a REGRA DE SINAIS:

Sinais iguais (+) (+); (-) (-) = resultado sempre positivo.


Sinais diferentes (+) (-); (-) (+) = resultado sempre negativo.

Exemplo:
(PREF.DE NITERÓI) Um estudante empilhou seus livros, obten-
do uma única pilha 52cm de altura. Sabendo que 8 desses livros
possui uma espessura de 2cm, e que os livros restantes possuem
espessura de 3cm, o número de livros na pilha é:
(A) 10
(B) 15

78
MATEMÁTICA
Subconjuntos:

SÍMBOLO REPRESENTAÇÃO DESCRIÇÃO


* Q* Conjunto dos números racionais não nulos
+ Q+ Conjunto dos números racionais não negativos
*e+ Q*+ Conjunto dos números racionais positivos
- Q_ Conjunto dos números racionais não positivos
*e- Q*_ Conjunto dos números racionais negativos

Representação decimal
Podemos representar um número racional, escrito na forma de fração, em número decimal. Para isso temos duas maneiras possíveis:
1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, um número finito de algarismos. Decimais Exatos:

2
= 0,4
5

2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, infinitos algarismos (nem todos nulos), repetindo-se periodicamente Decimais
Periódicos ou Dízimas Periódicas:

1
= 0,333...
3

Representação Fracionária
É a operação inversa da anterior. Aqui temos duas maneiras possíveis:

1) Transformando o número decimal em uma fração numerador é o número decimal sem a vírgula e o denominador é composto pelo
numeral 1, seguido de tantos zeros quantas forem as casas decimais do número decimal dado.
Ex.:
0,035 = 35/1000

2) Através da fração geratriz. Aí temos o caso das dízimas periódicas que podem ser simples ou compostas.
– Simples: o seu período é composto por um mesmo número ou conjunto de números que se repeti infinitamente.
Exemplos:

Procedimento: para transformarmos uma dízima periódica simples em fração basta utilizarmos o dígito 9 no denominador para cada
quantos dígitos tiver o período da dízima.

– Composta: quando a mesma apresenta um ante período que não se repete.

a)

79
MATEMÁTICA
Procedimento: para cada algarismo do período ainda se coloca um algarismo 9 no denominador. Mas, agora, para cada algarismo do
antiperíodo se coloca um algarismo zero, também no denominador.
b)

Procedimento: é o mesmo aplicado ao item “a”, acrescido na frente da parte inteira (fração mista), ao qual transformamos e obtemos
a fração geratriz.

Exemplo:
(PREF. NITERÓI) Simplificando a expressão abaixo

Obtém-se :

(A) ½
(B) 1
(C) 3/2
(D) 2
(E) 3

Resolução:

Resposta: B

Caraterísticas dos números racionais


O módulo e o número oposto são as mesmas dos números inteiros.

Inverso: dado um número racional a/b o inverso desse número (a/b)–n, é a fração onde o numerador vira denominador e o denomi-
nador numerador (b/a)n.

Representação geométrica

80
MATEMÁTICA
Observa-se que entre dois inteiros consecutivos existem infini- • Divisão: a divisão de dois números racionais p e q é a própria
tos números racionais. operação de multiplicação do número p pelo inverso de q, isto é: p
Operações ÷ q = p × q-1
• Soma ou adição: como todo número racional é uma fração
ou pode ser escrito na forma de uma fração, definimos a adição
entre os números racionais a e c , da mesma forma que a soma
de frações, através de: b d

Exemplo:
(PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB) Numa operação
policial de rotina, que abordou 800 pessoas, verificou-se que 3/4
dessas pessoas eram homens e 1/5 deles foram detidos. Já entre as
mulheres abordadas, 1/8 foram detidas.
• Subtração: a subtração de dois números racionais p e q é a Qual o total de pessoas detidas nessa operação policial?
própria operação de adição do número p com o oposto de q, isto é: (A) 145
p – q = p + (–q) (B) 185
(C) 220
(D) 260
(E) 120

Resolução:
ATENÇÃO: Na adição/subtração se o denominador for igual,
conserva-se os denominadores e efetua-se a operação apresen-
tada.

Exemplo:
(PREF. JUNDIAI/SP – AGENTE DE SERVIÇOS OPERACIONAIS
– MAKIYAMA) Na escola onde estudo, ¼ dos alunos tem a língua
portuguesa como disciplina favorita, 9/20 têm a matemática como
favorita e os demais têm ciências como favorita. Sendo assim, qual
fração representa os alunos que têm ciências como disciplina favo-
rita?
(A) 1/4
(B) 3/10
(C) 2/9
(D) 4/5
(E) 3/2
Resposta: A
Resolução:
Somando português e matemática: • Potenciação: é válido as propriedades aplicadas aos núme-
ros inteiros. Aqui destacaremos apenas as que se aplicam aos nú-
meros racionais.

A) Toda potência com expoente negativo de um número ra-


cional diferente de zero é igual a outra potência que tem a base
O que resta gosta de ciências: igual ao inverso da base anterior e o expoente igual ao oposto do
expoente anterior.

Resposta: B

• Multiplicação: como todo número racional é uma fração ou


pode ser escrito na forma de uma fração, definimos o produto de
dois números racionais a e c , da mesma forma que o produto de B) Toda potência com expoente ímpar tem o mesmo sinal da
b d
frações, através de: base.

81
MATEMÁTICA
C) Toda potência com expoente par é um número positivo.

Resposta: E

Expressões numéricas Múltiplos


São todas sentenças matemáticas formadas por números, suas Dizemos que um número é múltiplo de outro quando o primei-
operações (adições, subtrações, multiplicações, divisões, potencia- ro é resultado da multiplicação entre o segundo e algum número
ções e radiciações) e também por símbolos chamados de sinais de natural e o segundo, nesse caso, é divisor do primeiro. O que sig-
associação, que podem aparecer em uma única expressão. nifica que existem dois números, x e y, tal que x é múltiplo de y se
existir algum número natural n tal que:
Procedimentos x = y·n
1) Operações:
- Resolvermos primeiros as potenciações e/ou radiciações na Se esse número existir, podemos dizer que y é um divisor de x e
ordem que aparecem; podemos escrever: x = n/y
- Depois as multiplicações e/ou divisões;
- Por último as adições e/ou subtrações na ordem que apare- Observações:
cem. 1) Todo número natural é múltiplo de si mesmo.
2) Todo número natural é múltiplo de 1.
2) Símbolos: 3) Todo número natural, diferente de zero, tem infinitos múltiplos.
- Primeiro, resolvemos os parênteses ( ), até acabarem os cál- 4) O zero é múltiplo de qualquer número natural.
culos dentro dos parênteses, 5) Os múltiplos do número 2 são chamados de números pares,
-Depois os colchetes [ ]; e a fórmula geral desses números é 2k (k ∈ N). Os demais são cha-
- E por último as chaves { }. mados de números ímpares, e a fórmula geral desses números é 2k
+ 1 (k ∈ N).
ATENÇÃO: 6) O mesmo se aplica para os números inteiros, tendo k ∈ Z.
– Quando o sinal de adição (+) anteceder um parêntese, col-
chetes ou chaves, deveremos eliminar o parêntese, o colchete ou Critérios de divisibilidade
chaves, na ordem de resolução, reescrevendo os números internos São regras práticas que nos possibilitam dizer se um número é ou
com os seus sinais originais. não divisível por outro, sem que seja necessário efetuarmos a divisão.
– Quando o sinal de subtração (-) anteceder um parêntese, col- No quadro abaixo temos um resumo de alguns dos critérios:
chetes ou chaves, deveremos eliminar o parêntese, o colchete ou
chaves, na ordem de resolução, reescrevendo os números internos
com os seus sinais invertidos.

Exemplo:
(MANAUSPREV – ANALISTA PREVIDENCIÁRIO – ADMINISTRATI-
VA – FCC) Considere as expressões numéricas, abaixo.
A = 1/2 + 1/4+ 1/8 + 1/16 + 1/32 e
B = 1/3 + 1/9 + 1/27 + 1/81 + 1/243

O valor, aproximado, da soma entre A e B é


(A) 2
(B) 3
(C) 1
(D) 2,5
(E) 1,5

Resolução:
Vamos resolver cada expressão separadamente:

(Fonte: https://www.guiadamatematica.com.br/criterios-de-divisibili-
dade/ - reeditado)

82
MATEMÁTICA
Vale ressaltar a divisibilidade por 7: Um número é divisível por O conjunto de divisores de 12 são: D (12)={1, 2, 3, 4, 6, 12}
7 quando o último algarismo do número, multiplicado por 2, sub- A soma dos divisores é dada por: 1 + 2 + 3 + 4 + 6 + 12 = 28
traído do número sem o algarismo, resulta em um número múltiplo
de 7. Neste, o processo será repetido a fim de diminuir a quantida- Máximo divisor comum (MDC)
de de algarismos a serem analisados quanto à divisibilidade por 7. É o maior número que é divisor comum de todos os números
dados. Para o cálculo do MDC usamos a decomposição em fatores
Outros critérios primos. Procedemos da seguinte maneira:
Divisibilidade por 12: Um número é divisível por 12 quando é Após decompor em fatores primos, o MDC é o produto dos FA-
divisível por 3 e por 4 ao mesmo tempo. TORES COMUNS obtidos, cada um deles elevado ao seu MENOR
Divisibilidade por 15: Um número é divisível por 15 quando é EXPOENTE.
divisível por 3 e por 5 ao mesmo tempo.
Exemplo:
Fatoração numérica MDC (18,24,42) =
Trata-se de decompor o número em fatores primos. Para de-
compormos este número natural em fatores primos, dividimos o
mesmo pelo seu menor divisor primo, após pegamos o quociente
e dividimos o pelo seu menor divisor, e assim sucessivamente até
obtermos o quociente 1. O produto de todos os fatores primos re-
presenta o número fatorado. Exemplo:

Observe que os fatores comuns entre eles são: 2 e 3, então


pegamos os de menores expoentes: 2x3 = 6. Logo o Máximo Divisor
Divisores Comum entre 18,24 e 42 é 6.
Os divisores de um número n, é o conjunto formado por todos
os números que o dividem exatamente. Tomemos como exemplo o Mínimo múltiplo comum (MMC)
número 12. É o menor número positivo que é múltiplo comum de todos
os números dados. A técnica para acharmos é a mesma do MDC,
apenas com a seguinte ressalva:
O MMC é o produto dos FATORES COMUNS E NÃO-COMUNS,
cada um deles elevado ao SEU MAIOR EXPOENTE.
Pegando o exemplo anterior, teríamos:
MMC (18,24,42) =
Fatores comuns e não-comuns= 2,3 e 7
Com maiores expoentes: 2³x3²x7 = 8x9x7 = 504. Logo o Mínimo
Um método para descobrimos os divisores é através da fato- Múltiplo Comum entre 18,24 e 42 é 504.
ração numérica. O número de divisores naturais é igual ao produto
dos expoentes dos fatores primos acrescidos de 1. Temos ainda que o produto do MDC e MMC é dado por: MDC
Logo o número de divisores de 12 são: (A,B). MMC (A,B)= A.B

Os cálculos desse tipo de problemas, envolvem adições e sub-


trações, posteriormente as multiplicações e divisões. Depois os pro-
blemas são resolvidos com a utilização dos fundamentos algébricos,
isto é, criamos equações matemáticas com valores desconhecidos
Para sabermos quais são esses 6 divisores basta pegarmos cada (letras). Observe algumas situações que podem ser descritas com
fator da decomposição e seu respectivo expoente natural que varia utilização da álgebra.
de zero até o expoente com o qual o fator se apresenta na decom-
posição do número natural.
12 = 22 . 31 =
22 = 20,21 e 22 ; 31 = 30 e 31, teremos:
20 . 30=1
20 . 31=3
21 . 30=2
21 . 31=2.3=6
22 . 31=4.3=12
22 . 30=4

83
MATEMÁTICA
É bom ter mente algumas situações que podemos encontrar: ram e que lâmpadas queimadas ou quebradas não podem ser ven-
didas, então a razão entre o número de lâmpadas que não podem
ser vendidas e o número de lâmpadas boas passou a ser de
(A) 1 / 4.
(B) 1 / 3.
(C) 2 / 5.
(D) 1 / 2.
(E) 2 / 3.

Resolução:
Chamemos o número de lâmpadas queimadas de ( Q ) e o nú-
mero de lâmpadas boas de ( B ). Assim:
Exemplos: B + Q = 360 , ou seja, B = 360 – Q ( I )
(PREF. GUARUJÁ/SP – SEDUC – PROFESSOR DE MATEMÁTICA –
CAIPIMES) Sobre 4 amigos, sabe-se que Clodoaldo é 5 centímetros
mais alto que Mônica e 10 centímetros mais baixo que Andreia. Sa- , ou seja, 7.Q = 2.B ( II )
be-se também que Andreia é 3 centímetros mais alta que Doralice e
que Doralice não é mais baixa que Clodoaldo. Se Doralice tem 1,70 Substituindo a equação ( I ) na equação ( II ), temos:
metros, então é verdade que Mônica tem, de altura: 7.Q = 2. (360 – Q)
(A) 1,52 metros. 7.Q = 720 – 2.Q
(B) 1,58 metros. 7.Q + 2.Q = 720
(C) 1,54 metros. 9.Q = 720
(D) 1,56 metros. Q = 720 / 9
Q = 80 (queimadas)
Resolução: Como 10 lâmpadas boas quebraram, temos:
Escrevendo em forma de equações, temos: Q’ = 80 + 10 = 90 e B’ = 360 – 90 = 270
C = M + 0,05 ( I )
C = A – 0,10 ( II )
A = D + 0,03 ( III )
D não é mais baixa que C Resposta: B
Se D = 1,70 , então:
( III ) A = 1,70 + 0,03 = 1,73 Fração é todo número que pode ser escrito da seguinte forma
( II ) C = 1,73 – 0,10 = 1,63 a/b, com b≠0. Sendo a o numerador e b o denominador. Uma fra-
( I ) 1,63 = M + 0,05 ção é uma divisão em partes iguais. Observe a figura:
M = 1,63 – 0,05 = 1,58 m
Resposta: B

(CEFET – AUXILIAR EM ADMINISTRAÇÃO – CESGRANRIO) Em


três meses, Fernando depositou, ao todo, R$ 1.176,00 em sua ca-
derneta de poupança. Se, no segundo mês, ele depositou R$ 126,00
a mais do que no primeiro e, no terceiro mês, R$ 48,00 a menos do
que no segundo, qual foi o valor depositado no segundo mês? O numerador indica quantas partes tomamos do total que foi
(A) R$ 498,00 dividida a unidade.
(B) R$ 450,00 O denominador indica quantas partes iguais foi dividida a
(C) R$ 402,00 unidade.
(D) R$ 334,00 Lê-se: um quarto.
(E) R$ 324,00
Atenção:
Resolução: • Frações com denominadores de 1 a 10: meios, terços, quar-
Primeiro mês = x tos, quintos, sextos, sétimos, oitavos, nonos e décimos.
Segundo mês = x + 126 • Frações com denominadores potências de 10: décimos,
Terceiro mês = x + 126 – 48 = x + 78 centésimos, milésimos, décimos de milésimos, centésimos de
Total = x + x + 126 + x + 78 = 1176 milésimos etc.
3.x = 1176 – 204 • Denominadores diferentes dos citados anteriormente: Enun-
x = 972 / 3 cia-se o numerador e, em seguida, o denominador seguido da pa-
x = R$ 324,00 (1º mês) lavra “avos”.
* No 2º mês: 324 + 126 = R$ 450,00
Resposta: B Tipos de frações
– Frações Próprias: Numerador é menor que o denominador.
(PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO/SP – AGENTE Ex.: 7/15
DE ADMINISTRAÇÃO – VUNESP) Uma loja de materiais elétricos – Frações Impróprias: Numerador é maior ou igual ao denomi-
testou um lote com 360 lâmpadas e constatou que a razão entre o nador. Ex.: 7/6
número de lâmpadas queimadas e o número de lâmpadas boas era
2 / 7. Sabendo-se que, acidentalmente, 10 lâmpadas boas quebra-

84
MATEMÁTICA
– Frações aparentes: Numerador é múltiplo do denominador.
As mesmas pertencem também ao grupo das frações impróprias.
Ex.: 6/3 (A)
– Frações mistas: Números compostos de uma parte inteira e
outra fracionária. Podemos transformar uma fração imprópria na
forma mista e vice e versa. Ex.: 1 1/12 (um inteiro e um doze avos)
– Frações equivalentes: Duas ou mais frações que apresentam (B)
a mesma parte da unidade. Ex.: 2/4 = 1/2
– Frações irredutíveis: Frações onde o numerador e o denomi-
nador são primos entre si. Ex.: 5/11 ; (C)

Operações com frações


• Adição e Subtração (D)
Com mesmo denominador: Conserva-se o denominador e so-
ma-se ou subtrai-se os numeradores.
(E)

Resolução:
Se cada garrafa contém X litros de suco, e eu tenho 3 garrafas,
então o total será de 3X litros de suco. Precisamos dividir essa quan-
tidade de suco (em litros) para 5 pessoas, logo teremos:
Com denominadores diferentes: é necessário reduzir ao mesmo
denominador através do MMC entre os denominadores. Usamos
tanto na adição quanto na subtração.

Onde x é litros de suco, assim a fração que cada um recebeu de


suco é de 3/5 de suco da garrafa.

Resposta: B

O MMC entre os denominadores (3,2) = 6


PROBLEMAS DE CONTAGEM
• Multiplicação e Divisão
Multiplicação: É produto dos numerados pelos denominadores A Análise Combinatória é a parte da Matemática que desen-
dados. Ex.: volve meios para trabalharmos com problemas de contagem. Ve-
jamos eles:

Princípio fundamental de contagem (PFC)


É o total de possibilidades de o evento ocorrer.
• Princípio multiplicativo: P1. P2. P3. ... .Pn.(regra do “e”). É
um princípio utilizado em sucessão de escolha, como ordem.
• Princípio aditivo: P1 + P2 + P3 + ... + Pn. (regra do “ou”). É o
princípio utilizado quando podemos escolher uma coisa ou outra.

Exemplos:
– Divisão: É igual a primeira fração multiplicada pelo inverso da (BNB) Apesar de todos os caminhos levarem a Roma, eles pas-
segunda fração. Ex.: sam por diversos lugares antes. Considerando-se que existem três
caminhos a seguir quando se deseja ir da cidade A para a cidade
B, e que existem mais cinco opções da cidade B para Roma, qual a
quantidade de caminhos que se pode tomar para ir de A até Roma,
passando necessariamente por B?
(A) Oito.
(B) Dez.
(C) Quinze.
(D) Dezesseis.
Obs.: Sempre que possível podemos simplificar o resultado da (E) Vinte.
fração resultante de forma a torna-la irredutível.
Resolução:
Exemplo: Observe que temos uma sucessão de escolhas:
(EBSERH/HUPES – UFBA – TÉCNICO EM INFORMÁTICA – IADES) Primeiro, de A para B e depois de B para Roma.
O suco de três garrafas iguais foi dividido igualmente entre 5 pes- 1ª possibilidade: 3 (A para B).
soas. Cada uma recebeu Obs.: o número 3 representa a quantidade de escolhas para a
primeira opção.

85
MATEMÁTICA
2ª possibilidade: 5 (B para Roma). n = 18 (professores)
Temos duas possibilidades: A para B depois B para Roma, logo, p = 3 (cargos de diretor, vice-diretor e coordenador pedagógico)
uma sucessão de escolhas.
Resultado: 3 . 5 = 15 possibilidades.
Resposta: C.

(PREF. CHAPECÓ/SC – ENGENHEIRO DE TRÂNSITO – IOBV) Em


um restaurante os clientes têm a sua disposição, 6 tipos de carnes, • Com repetição
4 tipos de cereais, 4 tipos de sobremesas e 5 tipos de sucos. Se o Os elementos que compõem o conjunto podem aparecer re-
cliente quiser pedir 1 tipo carne, 1 tipo de cereal, 1 tipo de sobre- petidos em um agrupamento, ou seja, ocorre a repetição de um
mesa e 1 tipo de suco, então o número de opções diferentes com mesmo elemento em um agrupamento.
que ele poderia fazer o seu pedido, é: A fórmula geral para o arranjo com repetição é representada
(A) 19 por:
(B) 480
(C) 420
(D) 90

Resolução: Exemplo: Seja P um conjunto com elementos: P = {A,B,C,D},


A questão trata-se de princípio fundamental da contagem, logo tomando os agrupamentos de dois em dois, considerando o arranjo
vamos enumerar todas as possibilidades de fazermos o pedido: com repetição quantos agrupamentos podemos obter em relação
6 x 4 x 4 x 5 = 480 maneiras. ao conjunto P.
Resposta: B.
Resolução:
Fatorial P = {A, B, C, D}
Sendo n um número natural, chama-se de n! (lê-se: n fatorial) n=4
a expressão: p=2
n! = n (n - 1) (n - 2) (n - 3). ... .2 . 1, como n ≥ 2. A(n,p)=np
A(4,2)=42=16
Exemplos:
5! = 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 120. Permutação
7! = 7 . 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 5.040. É a TROCA DE POSIÇÃO de elementos de uma sequência. Utili-
zamos todos os elementos.
ATENÇÃO
• Sem repetição
0! = 1
1! = 1
Tenha cuidado 2! = 2, pois 2 . 1 = 2. E 3!
Não é igual a 3, pois 3 . 2 . 1 = 6.
Atenção: Todas as questões de permutação simples podem ser
resolvidas pelo princípio fundamental de contagem (PFC).
Arranjo simples
Arranjo simples de n elementos tomados p a p, onde n>=1 e p Exemplo:
é um número natural, é qualquer ordenação de p elementos dentre (PREF. LAGOA DA CONFUSÃO/TO – ORIENTADOR SOCIAL –
os n elementos, em que cada maneira de tomar os elementos se IDECAN) Renato é mais velho que Jorge de forma que a razão entre
diferenciam pela ordem e natureza dos elementos. o número de anagramas de seus nomes representa a diferença en-
tre suas idades. Se Jorge tem 20 anos, a idade de Renato é
Atenção: Observe que no grupo dos elementos: {1,2,3} um dos (A) 24.
arranjos formados, com três elementos, 123 é DIFERENTE de 321, e (B) 25.
assim sucessivamente. (C) 26.
(D) 27.
• Sem repetição (E) 28.
A fórmula para cálculo de arranjo simples é dada por:
Resolução:
Anagramas de RENATO
______
6.5.4.3.2.1=720
Onde: Anagramas de JORGE
n = Quantidade total de elementos no conjunto. _____
P =Quantidade de elementos por arranjo 5.4.3.2.1=120
Exemplo: Uma escola possui 18 professores. Entre eles, serão Razão dos anagramas: 720/120=6
escolhidos: um diretor, um vice-diretor e um coordenador pedagó- Se Jorge tem 20 anos, Renato tem 20+6=26 anos.
gico. Quantas as possibilidades de escolha? Resposta: C.

86
MATEMÁTICA
• Com repetição Fórmula:
Na permutação com elementos repetidos ocorrem permuta-
ções que não mudam o elemento, pois existe troca de elementos
iguais. Por isso, o uso da fórmula é fundamental.

Exemplo:
(CRQ 2ª REGIÃO/MG – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – FUN-
DEP) Com 12 fiscais, deve-se fazer um grupo de trabalho com 3
deles. Como esse grupo deverá ter um coordenador, que pode ser
Exemplo: qualquer um deles, o número de maneiras distintas possíveis de se
(CESPE) Considere que um decorador deva usar 7 faixas colo- fazer esse grupo é:
ridas de dimensões iguais, pendurando-as verticalmente na vitri- (A) 4
ne de uma loja para produzir diversas formas. Nessa situação, se 3 (B) 660
faixas são verdes e indistinguíveis, 3 faixas são amarelas e indistin- (C) 1 320
guíveis e 1 faixa é branca, esse decorador conseguirá produzir, no (D) 3 960
máximo, 140 formas diferentes com essas faixas.
( ) Certo Resolução:
( ) Errado Como trata-se de Combinação, usamos a fórmula:

Resolução:
Total: 7 faixas, sendo 3 verdes e 3 amarelas.
Onde n = 12 e p = 3

Resposta: Certo.
Como cada um deles pode ser o coordenado, e no grupo tem 3
• Circular pessoas, logo temos 220 x 3 = 660.
A permutação circular é formada por pessoas em um formato Resposta: B.
circular. A fórmula é necessária, pois existem algumas permutações
realizadas que são iguais. Usamos sempre quando: As questões que envolvem combinação estão relacionadas a
a) Pessoas estão em um formato circular. duas coisas:
b) Pessoas estão sentadas em uma mesa quadrada (retangular) – Escolha de um grupo ou comissões.
de 4 lugares. – Escolha de grupo de elementos, sem ordem, ou seja, escolha
de grupo de pessoas, coisas, objetos ou frutas.

• Com repetição
É uma escolha de grupos, sem ordem, porém, podemos repetir
elementos na hora de escolher.
Exemplo:
(CESPE) Uma mesa circular tem seus 6 lugares, que serão ocu-
pados pelos 6 participantes de uma reunião. Nessa situação, o nú-
mero de formas diferentes para se ocupar esses lugares com os par-
ticipantes da reunião é superior a 102. Exemplo:
( ) Certo Em uma combinação com repetição classe 2 do conjunto {a, b,
( ) Errado c}, quantas combinações obtemos?
Utilizando a fórmula da combinação com repetição, verifica-
Resolução: mos o mesmo resultado sem necessidade de enumerar todas as
É um caso clássico de permutação circular. possibilidades:
Pc = (6 - 1) ! = 5! = 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 120 possibilidades. n=3ep=2
Resposta: CERTO.

Combinação
Combinação é uma escolha de um grupo, SEM LEVAR EM CON-
SIDERAÇÃO a ordem dos elementos envolvidos.

• Sem repetição
Dados n elementos distintos, chama-se de combinação simples
desses n elementos, tomados p a p, a qualquer agrupamento de p
elementos distintos, escolhidos entre os n elementos dados e que
diferem entre si pela natureza de seus elementos.

87
MATEMÁTICA

SISTEMA LEGAL DE MEDIDAS

O sistema métrico decimal é parte integrante do Sistema de Medidas. É adotado no Brasil tendo como unidade fundamental de me-
dida o metro.
O Sistema de Medidas é um conjunto de medidas usado em quase todo o mundo, visando padronizar as formas de medição.

Medidas de comprimento
Os múltiplos do metro são usados para realizar medição em grandes distâncias, enquanto os submúltiplos para realizar medição em
pequenas distâncias.

MÚLTIPLOS UNIDADE FUNDAMENTAL SUBMÚLTIPLOS


Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
km hm Dam m dm cm mm
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

Para transformar basta seguir a tabela seguinte (esta transformação vale para todas as medidas):

Medidas de superfície e área


As unidades de área do sistema métrico correspondem às unidades de comprimento da tabela anterior.
São elas: quilômetro quadrado (km2), hectômetro quadrado (hm2), etc. As mais usadas, na prática, são o quilômetro quadrado, o me-
tro quadrado e o hectômetro quadrado, este muito importante nas atividades rurais com o nome de hectare (ha): 1 hm2 = 1 ha.
No caso das unidades de área, o padrão muda: uma unidade é 100 vezes a menor seguinte e não 10 vezes, como nos comprimentos.
Entretanto, consideramos que o sistema continua decimal, porque 100 = 102. A nomenclatura é a mesma das unidades de comprimento
acrescidas de quadrado.

Vejamos as relações entre algumas essas unidades que não fazem parte do sistema métrico e as do sistema métrico decimal (valores
aproximados):
1 polegada = 25 milímetros
1 milha = 1 609 metros
1 légua = 5 555 metros
1 pé = 30 centímetros

Medidas de Volume e Capacidade


Na prática, são muitos usados o metro cúbico(m3) e o centímetro cúbico(cm3).
Nas unidades de volume, há um novo padrão: cada unidade vale 1000 vezes a unidade menor seguinte. Como 1000 = 103, o sistema
continua sendo decimal. Acrescentamos a nomenclatura cúbico.
A noção de capacidade relaciona-se com a de volume. A unidade fundamental para medir capacidade é o litro (l); 1l equivale a 1 dm3.

Medidas de Massa
O sistema métrico decimal inclui ainda unidades de medidas de massa. A unidade fundamental é o grama(g). Assim as denominamos:
Kg – Quilograma; hg – hectograma; dag – decagrama; g – grama; dg – decigrama; cg – centigrama; mg – miligrama
Dessas unidades, só têm uso prático o quilograma, o grama e o miligrama. No dia-a-dia, usa-se ainda a tonelada (t). Medidas Especiais:
1 Tonelada(t) = 1000 Kg
1 Arroba = 15 Kg
1 Quilate = 0,2 g

Em resumo temos:

88
MATEMÁTICA
Relações importantes Exemplo:
(SEPLAN/GO – PERITO CRIMINAL – FUNIVERSA) Em uma ação
policial, foram apreendidos 1 traficante e 150 kg de um produto
parecido com maconha. Na análise laboratorial, o perito constatou
que o produto apreendido não era maconha pura, isto é, era uma
mistura da Cannabis sativa com outras ervas. Interrogado, o trafi-
cante revelou que, na produção de 5 kg desse produto, ele usava
apenas 2 kg da Cannabis sativa; o restante era composto por várias
“outras ervas”. Nesse caso, é correto afirmar que, para fabricar todo
o produto apreendido, o traficante usou
(A) 50 kg de Cannabis sativa e 100 kg de outras ervas.
(B) 55 kg de Cannabis sativa e 95 kg de outras ervas.
(C) 60 kg de Cannabis sativa e 90 kg de outras ervas.
(D) 65 kg de Cannabis sativa e 85 kg de outras ervas.
1 kg = 1l = 1 dm3 (E) 70 kg de Cannabis sativa e 80 kg de outras ervas.
1 hm2 = 1 ha = 10.000m2
1 m3 = 1000 l Resolução:
O enunciado fornece que a cada 5kg do produto temos que 2kg
Exemplos: da Cannabis sativa e os demais outras ervas. Podemos escrever em
(CLIN/RJ - GARI E OPERADOR DE ROÇADEIRA - COSEAC) Uma forma de razão , logo :
peça de um determinado tecido tem 30 metros, e para se confec-
cionar uma camisa desse tecido são necessários 15 decímetros.
Com duas peças desse tecido é possível serem confeccionadas:
(A) 10 camisas
(B) 20 camisas
(C) 40 camisas
(D) 80 camisas
Resposta: C
Resolução:
Como eu quero 2 peças desse tecido e 1 peça possui 30 metros Razões Especiais
logo: São aquelas que recebem um nome especial. Vejamos algu-
30 . 2 = 60 m. Temos que trabalhar com todas na mesma unida- mas:
de: 1 m é 10dm assim temos 60m . 10 = 600 dm, como cada camisa Velocidade: é razão entre a distância percorrida e o tempo gas-
gasta um total de 15 dm, temos então: to para percorrê-la.
600/15 = 40 camisas.
Resposta: C

(CLIN/RJ - GARI E OPERADOR DE ROÇADEIRA - COSEAC) Um


veículo tem capacidade para transportar duas toneladas de carga.
Se a carga a ser transportada é de caixas que pesam 4 quilogramas Densidade: é a razão entre a massa de um corpo e o seu volu-
cada uma, o veículo tem capacidade de transportar no máximo: me ocupado por esse corpo.
(A) 50 caixas
(B) 100 caixas
(C) 500 caixas
(D) 1000 caixas

Resolução: Proporção
Uma tonelada(ton) é 1000 kg, logo 2 ton. 1000kg= 2000 kg É uma igualdade entre duas frações ou duas razões.
Cada caixa pesa 4kg
2000 kg/ 4kg = 500 caixas.
Resposta: C

RAZÕES E PROPORÇÕES Lemos: a esta para b, assim como c está para d.


Ainda temos:
Razão
É uma fração, sendo a e b dois números a sua razão, chama-se
razão de a para b: a/b ou a:b , assim representados, sendo b ≠ 0.
Temos que:

89
MATEMÁTICA
• Propriedades da Proporção Divisão Diretamente Proporcional
– Propriedade Fundamental: o produto dos meios é igual ao • Divisão em duas partes diretamente proporcionais: para de-
produto dos extremos: compor um número M em duas partes A e B diretamente propor-
a.d=b.c cionais a p e q, montamos um sistema com duas equações e duas
incógnitas, de modo que a soma das partes seja A + B = M:
– A soma/diferença dos dois primeiros termos está para o pri-
meiro (ou para o segundo termo), assim como a soma/diferença
dos dois últimos está para o terceiro (ou para o quarto termo).

O valor de K é que proporciona a solução pois: A = K.p e B = K.q

• Divisão em várias partes diretamente proporcionais: para


decompor um número M em partes x1, x2, ..., xn diretamente pro-
porcionais a p1, p2, ..., pn, deve-se montar um sistema com n equa-
– A soma/diferença dos antecedentes está para a soma/dife- ções e n incógnitas, sendo as somas x1 + x2 + ... + xn= M e p1 + p2 + ...
rença dos consequentes, assim como cada antecedente está para + pn = P:
o seu consequente.

Divisão Inversamente Proporcional


• Divisão em duas partes inversamente proporcionais: para
decompor um número M em duas partes A e B inversamente pro-
Exemplo: porcionais a p e q, deve-se decompor este número M em duas par-
(MP/SP – AUXILIAR DE PROMOTORIA I – ADMINISTRATIVO – tes A e B diretamente proporcionais a 1/p e 1/q, que são, respecti-
VUNESP) A medida do comprimento de um salão retangular está vamente, os inversos de p e q. Assim basta montar o sistema com
para a medida de sua largura assim como 4 está para 3. No piso duas equações e duas incógnitas tal que A + B = M:
desse salão, foram colocados somente ladrilhos quadrados inteiros,
revestindo-o totalmente. Se cada fileira de ladrilhos, no sentido do
comprimento do piso, recebeu 28 ladrilhos, então o número míni-
mo de ladrilhos necessários para revestir totalmente esse piso foi
igual a
(A) 588.
(B) 350. O valor de K proporciona a solução pois: A = K/p e B = K/q.
(C) 454.
(D) 476. • Divisão em várias partes inversamente proporcionais: para
(E) 382. decompor um número M em n partes x1, x2, ..., xn inversamente pro-
porcionais a p1, p2, ..., pn, basta decompor este número M em n
Resolução: partes x1, x2, ..., xn diretamente proporcionais a 1/p1, 1/p2, ..., 1/pn. A
montagem do sistema com n equações e n incógnitas, assume que
x1 + x2 + ... + xn= M:

Fazendo C = 28 e substituindo na proporção, temos:

4L = 28 . 3
L = 84 / 4
L = 21 ladrilhos Divisão em partes direta e inversamente proporcionais
Assim, o total de ladrilhos foi de 28 . 21 = 588 • Divisão em duas partes direta e inversamente proporcio-
Resposta: A nais: para decompor um número M em duas partes A e B direta-
mente proporcionais a, c e d e inversamente proporcionais a p e q,
deve-se decompor este número M em duas partes A e B diretamen-
DIVISÃO PROPORCIONAL te proporcionais a c/q e d/q, basta montar um sistema com duas
equações e duas incógnitas de forma que A + B = M
Quando realizamos uma divisão diretamente proporcional es-
tamos dividindo um número de maneira proporcional a uma sequ-
ência de outros números. A divisão pode ser de diferentes tipos,
vejamos:

90
MATEMÁTICA
(CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO –
FCC) Uma prefeitura destinou a quantia de 54 milhões de reais para
a construção de três escolas de educação infantil. A área a ser cons-
truída em cada escola é, respectivamente, 1.500 m², 1.200 m² e 900
m² e a quantia destinada à cada escola é diretamente proporcional
O valor de K proporciona a solução pois: A = K.c/p e B = K.d/q. a área a ser construída.
Sendo assim, a quantia destinada à construção da escola com
• Divisão em n partes direta e inversamente proporcionais: 1.500 m² é, em reais, igual a
para decompor um número M em n partes x1, x2, ..., xn diretamente (A) 22,5 milhões.
proporcionais a p1, p2, ..., pn e inversamente proporcionais a q1, q2, (B) 13,5 milhões.
..., qn, basta decompor este número M em n partes x1, x2, ..., xn dire- (C) 15 milhões.
tamente proporcionais a p1/q1, p2/q2, ..., pn/qn. (D) 27 milhões.
A montagem do sistema com n equações e n incógnitas exige (E) 21,75 milhões.
que x1 + x2 + ... + xn = M:
Resolução:
2x + 7x + 6x + 6000 = 36000
15x = 30000
x = 2000
Como o último recebeu R$ 6.000,00, significa que ele se dedi-
cou 3 anos a empresa, pois 2000.3 = 6000
Resposta: D
Exemplos:
(PREF. PAULISTANA/PI – PROFESSOR DE MATEMÁTICA – IMA) (SABESP – ATENDENTE A CLIENTES 01 – FCC) Uma empresa
Uma herança de R$ 750.000,00 deve ser repartida entre três her- quer doar a três funcionários um bônus de R$ 45.750,00. Será feita
deiros, em partes proporcionais a suas idades que são de 5, 8 e 12 uma divisão proporcional ao tempo de serviço de cada um deles. Sr.
anos. O mais velho receberá o valor de: Fortes trabalhou durante 12 anos e 8 meses. Sra. Lourdes trabalhou
(A) R$ 420.000,00 durante 9 anos e 7 meses e Srta. Matilde trabalhou durante 3 anos
(B) R$ 250.000,00 e 2 meses. O valor, em reais, que a Srta. Matilde recebeu a menos
(C) R$ 360.000,00 que o Sr. Fortes é
(D) R$ 400.000,00 (A) 17.100,00.
(E) R$ 350.000,00 (B) 5.700,00.
(C) 22.800,00.
Resolução: (D) 17.250,00.
5x + 8x + 12x = 750.000 (E) 15.000,00.
25x = 750.000
x = 30.000 Resolução:
O mais velho receberá: 12⋅30000=360000 * Fortes: 12 anos e 8 meses = 12.12 + 8 = 144 + 8 = 152 meses
Resposta: C * Lourdes: 9 anos e 7 meses = 9.12 + 7 = 108 + 7 = 115 meses
* Matilde: 3 anos e 2 meses = 3.12 + 2 = 36 + 2 = 38 meses
(TRF 3ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC) Quatro funcionários di- * TOTAL: 152 + 115 + 38 = 305 meses
vidirão, em partes diretamente proporcionais aos anos dedicados * Vamos chamar a quantidade que cada um vai receber de F,
para a empresa, um bônus de R$36.000,00. Sabe-se que dentre L e M.
esses quatro funcionários um deles já possui 2 anos trabalhados,
outro possui 7 anos trabalhados, outro possui 6 anos trabalhados e
o outro terá direito, nessa divisão, à quantia de R$6.000,00. Dessa
maneira, o número de anos dedicados para a empresa, desse últi-
mo funcionário citado, é igual a
(A) 5.
(B) 7. Agora, vamos calcular o valor que M e F receberam:
(C) 2.
(D) 3.
(E) 4.

Resolução:
2x + 7x + 6x + 6000 = 36000 M = 38 . 150 = R$ 5 700,00
15x = 30000
x = 2000
Como o último recebeu R$ 6.000,00, significa que ele se dedi-
cou 3 anos a empresa, pois 2000.3 = 6000
Resposta: D
F = 152 . 150 = R$ 22 800,00

Por fim, a diferença é: 22 800 – 5700 = R$ 17 100,00


Resposta: A

91
MATEMÁTICA
(SESP/MT – PERITO OFICIAL CRIMINAL - ENGENHARIA CIVIL/ENGENHARIA ELÉTRICA/FÍSICA/MATEMÁTICA – FUNCAB/2014) Maria,
Júlia e Carla dividirão R$ 72.000,00 em partes inversamente proporcionais às suas idades. Sabendo que Maria tem 8 anos, Júlia,12 e Carla,
24, determine quanto receberá quem ficar com a maior parte da divisão.
(A) R$ 36.000,00
(B) R$ 60.000,00
(C) R$ 48.000,00
(D) R$ 24.000,00
(E) R$ 30.000,00

Resolução:

A maior parte ficará para a mais nova (grandeza inversamente proporcional).


Assim:

8.M = 288 000


M = 288 000 / 8
M = R$ 36 000,00
M + J + C = 72000
Resposta: A

REGRAS DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTAS

Regra de três simples


Os problemas que envolvem duas grandezas diretamente ou inversamente proporcionais podem ser resolvidos através de um proces-
so prático, chamado REGRA DE TRÊS SIMPLES.
• Duas grandezas são DIRETAMENTE PROPORCIONAIS quando ao aumentarmos/diminuirmos uma a outra também aumenta/diminui.
• Duas grandezas são INVERSAMENTE PROPORCIONAIS quando ao aumentarmos uma a outra diminui e vice-versa.

Exemplos:
(PM/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO – VUNESP) Em 3 de maio de 2014, o jornal Folha de S. Paulo publicou a seguinte informação
sobre o número de casos de dengue na cidade de Campinas.

De acordo com essas informações, o número de casos registrados na cidade de Campinas, até 28 de abril de 2014, teve um aumento
em relação ao número de casos registrados em 2007, aproximadamente, de
(A) 70%.
(B) 65%.

92
MATEMÁTICA
(C) 60%. Resolução:
(D) 55%. Comparando- se cada grandeza com aquela onde está o x.
(E) 50%.
M² ↑ varredores ↓ horas ↑
Resolução:
Utilizaremos uma regra de três simples: 6000 18 5
7500 15 x
ano %
Quanto mais a área, mais horas (diretamente proporcionais)
11442 100 Quanto menos trabalhadores, mais horas (inversamente pro-
17136 x porcionais)

11442.x = 17136 . 100


x = 1713600 / 11442 = 149,8% (aproximado)
149,8% – 100% = 49,8%
Aproximando o valor, teremos 50%
Resposta: E

(PRODAM/AM – AUXILIAR DE MOTORISTA – FUNCAB) Numa


transportadora, 15 caminhões de mesma capacidade transportam
toda a carga de um galpão em quatro horas. Se três deles quebras-
sem, em quanto tempo os outros caminhões fariam o mesmo tra- Como 0,5 h equivale a 30 minutos, logo o tempo será de 7 ho-
balho? ras e 30 minutos.
(A) 3 h 12 min Resposta: D
(B) 5 h
(C) 5 h 30 min (PREF. CORBÉLIA/PR – CONTADOR – FAUEL) Uma equipe cons-
(D) 6 h tituída por 20 operários, trabalhando 8 horas por dia durante 60
(E) 6 h 15 min dias, realiza o calçamento de uma área igual a 4800 m². Se essa
equipe fosse constituída por 15 operários, trabalhando 10 horas
Resolução: por dia, durante 80 dias, faria o calçamento de uma área igual a:
Vamos utilizar uma Regra de Três Simples Inversa, pois, quanto me- (A) 4500 m²
nos caminhões tivermos, mais horas demorará para transportar a carga: (B) 5000 m²
(C) 5200 m²
caminhões horas (D) 6000 m²
(E) 6200 m²
15 4
(15 – 3) x Resolução:

12.x = 4 . 15 Operários ↑ horas ↑ dias ↑ área ↑


x = 60 / 12
x=5h 20 8 60 4800
Resposta: B 15 10 80 x
Regra de três composta Todas as grandezas são diretamente proporcionais, logo:
Chamamos de REGRA DE TRÊS COMPOSTA, problemas que
envolvem mais de duas grandezas, diretamente ou inversamente
proporcionais.

Exemplos:
(CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO
– FCC) O trabalho de varrição de 6.000 m² de calçada é feita em
um dia de trabalho por 18 varredores trabalhando 5 horas por dia. Resposta: D
Mantendo-se as mesmas proporções, 15 varredores varrerão 7.500
m² de calçadas, em um dia, trabalhando por dia, o tempo de
(A) 8 horas e 15 minutos. PORCENTAGENS
(B) 9 horas.
(C) 7 horas e 45 minutos. São chamadas de razões centesimais ou taxas percentuais ou
(D) 7 horas e 30 minutos. simplesmente de porcentagem, as razões de denominador 100, ou
(E) 5 horas e 30 minutos. seja, que representam a centésima parte de uma grandeza. Costu-
mam ser indicadas pelo numerador seguido do símbolo %. (Lê-se:
“por cento”).

93
MATEMÁTICA

Exemplo:
(CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP – ANALISTA TÉCNICO LEGISLATIVO – DESIGNER GRÁFICO – VUNESP) O de-
partamento de Contabilidade de uma empresa tem 20 funcionários, sendo que 15% deles são estagiários. O departamento de Recursos
Humanos tem 10 funcionários, sendo 20% estagiários. Em relação ao total de funcionários desses dois departamentos, a fração de esta-
giários é igual a
(A) 1/5.
(B) 1/6.
(C) 2/5.
(D) 2/9.
(E) 3/5.

Resolução:

Resposta: B

Lucro e Prejuízo em porcentagem


É a diferença entre o preço de venda e o preço de custo. Se a diferença for POSITIVA, temos o LUCRO (L), caso seja NEGATIVA, temos
PREJUÍZO (P).
Logo: Lucro (L) = Preço de Venda (V) – Preço de Custo (C).

Exemplo:
(CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – FCC) O preço de venda de um produto, descontado um imposto de 16%
que incide sobre esse mesmo preço, supera o preço de compra em 40%, os quais constituem o lucro líquido do vendedor. Em quantos por
cento, aproximadamente, o preço de venda é superior ao de compra?
(A) 67%.
(B) 61%.
(C) 65%.
(D) 63%.
(E) 69%.

Resolução:
Preço de venda: V
Preço de compra: C
V – 0,16V = 1,4C
0,84V = 1,4C

O preço de venda é 67% superior ao preço de compra.


Resposta: A

94
MATEMÁTICA
Aumento e Desconto em porcentagem
– Aumentar um valor V em p%, equivale a multiplicá-lo por

Logo:

- Diminuir um valor V em p%, equivale a multiplicá-lo por

Logo:

Fator de multiplicação

É o valor final de , é o que chamamos de fator de multiplicação, muito útil para resolução de cálculos de
porcentagem. O mesmo pode ser um acréscimo ou decréscimo no valor do produto.

Aumentos e Descontos sucessivos em porcentagem


São valores que aumentam ou diminuem sucessivamente. Para efetuar os respectivos descontos ou aumentos, fazemos uso dos fato-
res de multiplicação. Basta multiplicarmos o Valor pelo fator de multiplicação (acréscimo e/ou decréscimo).
Exemplo: Certo produto industrial que custava R$ 5.000,00 sofreu um acréscimo de 30% e, em seguida, um desconto de 20%. Qual o
preço desse produto após esse acréscimo e desconto?

Resolução:
VA = 5000 .(1,3) = 6500 e
VD = 6500 .(0,80) = 5200, podemos, para agilizar os cálculos, juntar tudo em uma única equação:
5000 . 1,3 . 0,8 = 5200
Logo o preço do produto após o acréscimo e desconto é de R$ 5.200,00

LÓGICA PROPOSICIONAL

Caro(a) candidato(a), para que você possa entender o conteúdo de Álgebra das Proposições (ou Lógica Proposicional), é necessário
ficar atento a alguns itens que estão diretamente relacionados, muito abordado em concursos.
Lógica Proposicional é formada por combinação das proposições, que utiliza conectivos lógicos e um sistema de regras de derivação.
Para isso é necessário estudarmos conceitos de proposições (simples ou atômicas, abertas ou fechadas, etc.), tabela verdade, os ope-
radores lógicos e suas propriedades, implicações lógicas.
Portanto é um amplo conhecimento necessário, assim sendo, esse assunto você poderá encontrar nos conceitos apresentados em
nosso material.

RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO


Este tipo de raciocínio testa sua habilidade de resolver problemas matemáticos, e é uma forma de medir seu domínio das diferentes
áreas do estudo da Matemática: Aritmética, Álgebra, leitura de tabelas e gráficos, Probabilidade e Geometria etc. Essa parte consiste nos
seguintes conteúdos:

95
MATEMÁTICA
- Operação com conjuntos.
- Cálculos com porcentagens.
- Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geométricos e matriciais.
- Geometria básica.
- Álgebra básica e sistemas lineares.
- Calendários.
- Numeração.
- Razões Especiais.
- Análise Combinatória e Probabilidade.
- Progressões Aritmética e Geométrica.

RACIOCÍNIO LÓGICO DEDUTIVO


Este tipo de raciocínio está relacionado ao conteúdo Lógica de Argumentação.

ORIENTAÇÕES ESPACIAL E TEMPORAL


O raciocínio lógico espacial ou orientação espacial envolvem figuras, dados e palitos. O raciocínio lógico temporal ou orientação tem-
poral envolve datas, calendário, ou seja, envolve o tempo.
O mais importante é praticar o máximo de questões que envolvam os conteúdos:
- Lógica sequencial
- Calendários

RACIOCÍNIO VERBAL
Avalia a capacidade de interpretar informação escrita e tirar conclusões lógicas.
Uma avaliação de raciocínio verbal é um tipo de análise de habilidade ou aptidão, que pode ser aplicada ao se candidatar a uma vaga.
Raciocínio verbal é parte da capacidade cognitiva ou inteligência geral; é a percepção, aquisição, organização e aplicação do conhecimento
por meio da linguagem.
Nos testes de raciocínio verbal, geralmente você recebe um trecho com informações e precisa avaliar um conjunto de afirmações,
selecionando uma das possíveis respostas:
A – Verdadeiro (A afirmação é uma consequência lógica das informações ou opiniões contidas no trecho)
B – Falso (A afirmação é logicamente falsa, consideradas as informações ou opiniões contidas no trecho)
C – Impossível dizer (Impossível determinar se a afirmação é verdadeira ou falsa sem mais informações)

ESTRUTURAS LÓGICAS
Precisamos antes de tudo compreender o que são proposições. Chama-se proposição toda sentença declarativa à qual podemos atri-
buir um dos valores lógicos: verdadeiro ou falso, nunca ambos. Trata-se, portanto, de uma sentença fechada.

Elas podem ser:


• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto, não
é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro do
meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1

• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será considerada
uma frase, proposição ou sentença lógica.

Proposições simples e compostas


• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.
• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.

ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.

Proposições Compostas – Conectivos


As proposições compostas são formadas por proposições simples ligadas por conectivos, aos quais formam um valor lógico, que po-
demos vê na tabela a seguir:

96
MATEMÁTICA

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

Em síntese temos a tabela verdade das proposições que facilitará na resolução de diversas questões

97
MATEMÁTICA

Exemplo:
(MEC – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA OS POSTOS 9,10,11 E 16 – CESPE)

A figura acima apresenta as colunas iniciais de uma tabela-verdade, em que P, Q e R representam proposições lógicas, e V e F corres-
pondem, respectivamente, aos valores lógicos verdadeiro e falso.
Com base nessas informações e utilizando os conectivos lógicos usuais, julgue o item subsecutivo.
A última coluna da tabela-verdade referente à proposição lógica P v (Q↔R) quando representada na posição horizontal é igual a

( ) Certo
( ) Errado

Resolução:
P v (Q↔R), montando a tabela verdade temos:

R Q P [P v (Q ↔ R) ]
V V V V V V V V
V V F F V V V V
V F V V V F F V
V F F F F F F V
F V V V V V F F
F V F F F V F F
F F V V V F V F
F F F F V F V F

Resposta: Certo

Proposição
Conjunto de palavras ou símbolos que expressam um pensamento ou uma ideia de sentido completo. Elas transmitem pensamentos,
isto é, afirmam fatos ou exprimem juízos que formamos a respeito de determinados conceitos ou entes.

98
MATEMÁTICA
Valores lógicos
São os valores atribuídos as proposições, podendo ser uma verdade, se a proposição é verdadeira (V), e uma falsidade, se a proposi-
ção é falsa (F). Designamos as letras V e F para abreviarmos os valores lógicos verdade e falsidade respectivamente.
Com isso temos alguns aximos da lógica:
– PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: uma proposição não pode ser verdadeira E falsa ao mesmo tempo.
– PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: toda proposição OU é verdadeira OU é falsa, verificamos sempre um desses casos, NUNCA
existindo um terceiro caso.

“Toda proposição tem um, e somente um, dos valores, que são: V ou F.”

Classificação de uma proposição


Elas podem ser:
• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto, não
é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro do
meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1

• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será considerada
uma frase, proposição ou sentença lógica.

Proposições simples e compostas


• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.

Exemplos
r: Thiago é careca.
s: Pedro é professor.

• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.

Exemplo
P: Thiago é careca e Pedro é professor.

ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.

Exemplos:
1. (CESPE/UNB) Na lista de frases apresentadas a seguir:
– “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
– A expressão x + y é positiva.
– O valor de √4 + 3 = 7.
– Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
– O que é isto?

Há exatamente:
(A) uma proposição;
(B) duas proposições;
(C) três proposições;
(D) quatro proposições;
(E) todas são proposições.

Resolução:
Analisemos cada alternativa:
(A) “A frase dentro destas aspas é uma mentira”, não podemos atribuir valores lógicos a ela, logo não é uma sentença lógica.
(B) A expressão x + y é positiva, não temos como atribuir valores lógicos, logo não é sentença lógica.
(C) O valor de √4 + 3 = 7; é uma sentença lógica pois podemos atribuir valores lógicos, independente do resultado que tenhamos
(D) Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira, também podemos atribuir valores lógicos (não estamos considerando a quantidade
certa de gols, apenas se podemos atribuir um valor de V ou F a sentença).
(E) O que é isto? - como vemos não podemos atribuir valores lógicos por se tratar de uma frase interrogativa.
Resposta: B.

99
MATEMÁTICA
Conectivos (conectores lógicos)
Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos. São eles:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

Exemplo:
2. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos (da
linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que apre-
senta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q

100
MATEMÁTICA
Resolução: R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclusão no
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o regime fechado.
conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre- S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposi-
ção simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não recordar
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representa- qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
da pelo símbolo (→). Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item
Resposta: B. que se segue.
A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre verdadeira, in-
Tabela Verdade dependentemente das valorações de P e Q como verdadeiras ou
Quando trabalhamos com as proposições compostas, determi- falsas.
namos o seu valor lógico partindo das proposições simples que a ( ) Certo
compõe. O valor lógico de qualquer proposição composta depen- ( ) Errado
de UNICAMENTE dos valores lógicos das proposições simples com-
ponentes, ficando por eles UNIVOCAMENTE determinados. Resolução:
Considerando P e Q como V.
• Número de linhas de uma Tabela Verdade: depende do nú- (V→V) ↔ ((F)→(F))
mero de proposições simples que a integram, sendo dado pelo se- (V) ↔ (V) = V
guinte teorema: Considerando P e Q como F
“A tabela verdade de uma proposição composta com n* pro- (F→F) ↔ ((V)→(V))
posições simples componentes contém 2n linhas.” (V) ↔ (V) = V
Então concluímos que a afirmação é verdadeira.
Exemplo: Resposta: Certo.
3. (CESPE/UNB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições sim-
ples e distintas, então o número de linhas da tabela-verdade da pro- Equivalência
posição (A → B) ↔ (C → D) será igual a: Duas ou mais proposições compostas são equivalentes, quan-
(A) 2; do mesmo possuindo estruturas lógicas diferentes, apresentam a
(B) 4; mesma solução em suas respectivas tabelas verdade.
(C) 8; Se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas TAUTOLO-
(D) 16; GIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES.
(E) 32.

Resolução:
Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio acima,
então teremos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Resposta D.

Conceitos de Tautologia , Contradição e Contigência


• Tautologia: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade
(última coluna), V (verdades).
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma tautologia,
então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma tautologia, quaisquer que
sejam as proposições P0, Q0, R0, ...

• Contradição: possui todos os valores lógicos, da tabela ver-


dade (última coluna), F (falsidades). A contradição é a negação da
Tautologia e vice versa.
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma contradição, Exemplo:
então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma contradição, quaisquer que 5. (VUNESP/TJSP) Uma negação lógica para a afirmação “João é
sejam as proposições P0, Q0, R0, ... rico, ou Maria é pobre” é:
(A) Se João é rico, então Maria é pobre.
• Contingência: possui valores lógicos V e F ,da tabela verdade (B) João não é rico, e Maria não é pobre.
(última coluna). Em outros termos a contingência é uma proposição (C) João é rico, e Maria não é pobre.
composta que não é tautologia e nem contradição. (D) Se João não é rico, então Maria não é pobre.
(E) João não é rico, ou Maria não é pobre.
Exemplos:
4. (DPU – ANALISTA – CESPE) Um estudante de direito, com o Resolução:
objetivo de sistematizar o seu estudo, criou sua própria legenda, na Nesta questão, a proposição a ser negada trata-se da disjunção
qual identificava, por letras, algumas afirmações relevantes quanto de duas proposições lógicas simples. Para tal, trocamos o conectivo
à disciplina estudada e as vinculava por meio de sentenças (proposi- por “e” e negamos as proposições “João é rico” e “Maria é pobre”.
ções). No seu vocabulário particular constava, por exemplo: Vejam como fica:
P: Cometeu o crime A.
Q: Cometeu o crime B.

101
MATEMÁTICA

Resposta: B.

Leis de Morgan
Com elas:
– Negamos que duas dadas proposições são ao mesmo tempo verdadeiras equivalendo a afirmar que pelo menos uma é falsa
– Negamos que uma pelo menos de duas proposições é verdadeira equivalendo a afirmar que ambas são falsas.

ATENÇÃO
As Leis de Morgan exprimem que NEGAÇÃO CONJUNÇÃO em DISJUNÇÃO
transforma: DISJUNÇÃO em CONJUNÇÃO

CONECTIVOS
Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos.

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA EXEMPLOS


Negação ~ Não p A cadeira não é azul.
Conjunção ^ peq Fernando é médico e Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Inclusiva v p ou q Fernando é médico ou Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Exclusiva v Ou p ou q Ou Fernando é médico ou João é Engenheiro.
Condicional → Se p então q Se Fernando é médico então Nicolas é Engenheiro.
Bicondicional ↔ p se e somente se q Fernando é médico se e somente se Nicolas é Engenheiro.

Conectivo “não” (~)


Chamamos de negação de uma proposição representada por “não p” cujo valor lógico é verdade (V) quando p é falsa e falsidade (F)
quando p é verdadeira. Assim “não p” tem valor lógico oposto daquele de p. Pela tabela verdade temos:

Conectivo “e” (˄)


Se p e q são duas proposições, a proposição p ˄ q será chamada de conjunção. Para a conjunção, tem-se a seguinte tabela-verdade:

ATENÇÃO: Sentenças interligadas pelo conectivo “e” possuirão o valor verdadeiro somente quando todas as sentenças, ou argumen-
tos lógicos, tiverem valores verdadeiros.

Conectivo “ou” (v)


Este inclusivo: Elisabete é bonita ou Elisabete é inteligente. (Nada impede que Elisabete seja bonita e inteligente).

102
MATEMÁTICA

Conectivo “ou” (v) Observe que uma subjunção p→q somente será falsa quando
Este exclusivo: Elisabete é paulista ou Elisabete é carioca. (Se a primeira proposição, p, for verdadeira e a segunda, q, for falsa.
Elisabete é paulista, não será carioca e vice-versa).
Conectivo “Se e somente se” (↔)
Se p e q são duas proposições, a proposição p↔q1 é chamada
bijunção ou bicondicional, que também pode ser lida como: “p é
condição necessária e suficiente para q” ou, ainda, “q é condição
necessária e suficiente para p”.
Considere, agora, a seguinte bijunção: “Irei à praia se e somen-
te se fizer sol”. Podem ocorrer as situações:
1. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
2. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
3. Não fez sol e fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade). Sua tabela
• Mais sobre o Conectivo “ou” verdade:
– “inclusivo”(considera os dois casos)
– “exclusivo”(considera apenas um dos casos)

Exemplos:
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa

No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das


proposições é verdadeira, podendo ser ambas.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das
proposições poderá ser verdadeira Observe que uma bicondicional só é verdadeira quando as pro-
posições formadoras são ambas falsas ou ambas verdadeiras.
Ele pode ser “inclusivo”(considera os dois casos) ou “exclusi-
vo”(considera apenas um dos casos) ATENÇÃO: O importante sobre os conectivos é ter em mente a
tabela de cada um deles, para que assim você possa resolver qual-
Exemplo: quer questão referente ao assunto.
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa Ordem de precedência dos conectivos:
O critério que especifica a ordem de avaliação dos conectivos
No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das ou operadores lógicos de uma expressão qualquer. A lógica mate-
proposições é verdadeira, podendo ser ambas. mática prioriza as operações de acordo com a ordem listadas:
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das
proposições poderá ser verdadeiro

Conectivo “Se... então” (→) Em resumo:


Se p e q são duas proposições, a proposição p→q é chamada
subjunção ou condicional. Considere a seguinte subjunção: “Se fizer
sol, então irei à praia”.
1. Podem ocorrer as situações:
2. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
3. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade)
5. Não fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade, pois eu não dis-
se o que faria se não fizesse sol. Assim, poderia ir ou não ir à praia).
Temos então sua tabela verdade: Exemplo:
(PC/SP - DELEGADO DE POLÍCIA - VUNESP) Os conectivos ou
operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbo-
los (da linguagem formal) utilizados para conectar proposições de

103
MATEMÁTICA
acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa Exemplo:
que apresenta exemplos de conjunção, negação e implicação, res-
pectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q

Resolução: Observe:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o - Toda proposição implica uma Tautologia:
conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposi-
ção simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representa-
da pelo símbolo (→).
Resposta: B

CONTRADIÇÕES
São proposições compostas formadas por duas ou mais propo- - Somente uma contradição implica uma contradição:
sições onde seu valor lógico é sempre FALSO, independentemente
do valor lógico das proposições simples que a compõem. Vejamos:
A proposição: p ^ ~p é uma contradição, conforme mostra a sua
tabela-verdade:

Exemplo: Propriedades
(PEC-FAZ) Conforme a teoria da lógica proposicional, a propo- • Reflexiva:
sição ~P ∧ P é: – P(p,q,r,...) ⇒ P(p,q,r,...)
(A) uma tautologia. – Uma proposição complexa implica ela mesma.
(B) equivalente à proposição ~p ∨ p.
(C) uma contradição. • Transitiva:
(D) uma contingência. – Se P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...) e
(E) uma disjunção. Q(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...), então
P(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...)
Resolução: – Se P ⇒ Q e Q ⇒ R, então P ⇒ R
Montando a tabela teremos que:
Regras de Inferência
P ~p ~p ^p • Inferência é o ato ou processo de derivar conclusões lógicas
de proposições conhecidas ou decididamente verdadeiras. Em ou-
V F F tras palavras: é a obtenção de novas proposições a partir de propo-
V F F sições verdadeiras já existentes.
F V F
Regras de Inferência obtidas da implicação lógica
F V F

Como todos os valores são Falsidades (F) logo estamos diante


de uma CONTRADIÇÃO.
Resposta: C

A proposição P(p,q,r,...) implica logicamente a proposição Q(p,-


q,r,...) quando Q é verdadeira todas as vezes que P é verdadeira.
Representamos a implicação com o símbolo “⇒”, simbolicamente • Silogismo Disjuntivo
temos:
P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...).

ATENÇÃO: Os símbolos “→” e “⇒” são completamente distin-


tos. O primeiro (“→”) representa a condicional, que é um conec-
tivo. O segundo (“⇒”) representa a relação de implicação lógica
que pode ou não existir entre duas proposições.

104
MATEMÁTICA
• Modus Ponens – Assim, de uma contradição p ^ ~p se deduz qualquer propo-
sição q.
A proposição “(p ↔ q) ^ p” implica a proposição “q”, pois a
condicional “(p ↔ q) ^ p → q” é tautológica.

Lógica de primeira ordem


Existem alguns tipos de argumentos que apresentam proposi-
ções com quantificadores. Numa proposição categórica, é impor-
tante que o sujeito se relacionar com o predicado de forma coeren-
te e que a proposição faça sentido, não importando se é verdadeira
ou falsa.
• Modus Tollens
Vejamos algumas formas:
- Todo A é B.
- Nenhum A é B.
- Algum A é B.
- Algum A não é B.

Onde temos que A e B são os termos ou características dessas


proposições categóricas.

• Classificação de uma proposição categórica de acordo com


o tipo e a relação
Elas podem ser classificadas de acordo com dois critérios fun-
damentais: qualidade e extensão ou quantidade.
– Qualidade: O critério de qualidade classifica uma proposição
categórica em afirmativa ou negativa.
– Extensão: O critério de extensão ou quantidade classifica
Tautologias e Implicação Lógica uma proposição categórica em universal ou particular. A classifica-
ção dependerá do quantificador que é utilizado na proposição.
• Teorema
P(p,q,r,..) ⇒ Q(p,q,r,...) se e somente se P(p,q,r,...) → Q(p,q,r,...)

Entre elas existem tipos e relações de acordo com a qualidade


e a extensão, classificam-se em quatro tipos, representados pelas
letras A, E, I e O.

• Universal afirmativa (Tipo A) – “TODO A é B”


Teremos duas possibilidades.

Observe que:
→ indica uma operação lógica entre as proposições. Ex.: das
proposições p e q, dá-se a nova proposição p → q.
⇒ indica uma relação. Ex.: estabelece que a condicional P →
Q é tautológica.

Inferências

• Regra do Silogismo Hipotético Tais proposições afirmam que o conjunto “A” está contido no
conjunto “B”, ou seja, que todo e qualquer elemento de “A” é tam-
bém elemento de “B”. Observe que “Toda A é B” é diferente de
“Todo B é A”.

• Universal negativa (Tipo E) – “NENHUM A é B”


Princípio da inconsistência Tais proposições afirmam que não há elementos em comum
– Como “p ^ ~p → q” é tautológica, subsiste a implicação lógica entre os conjuntos “A” e “B”. Observe que “nenhum A é B” é o mes-
p ^ ~p ⇒ q mo que dizer “nenhum B é A”.

105
MATEMÁTICA
Podemos representar esta universal negativa pelo seguinte dia- – Negando uma proposição de natureza afirmativa geramos,
grama (A ∩ B = ø): sempre, uma proposição de natureza negativa; e, pela recíproca,
negando uma proposição de natureza negativa geramos, sempre,
uma proposição de natureza afirmativa.

Em síntese:

• Particular afirmativa (Tipo I) - “ALGUM A é B”


Podemos ter 4 diferentes situações para representar esta pro-
posição:

Exemplos:
(DESENVOLVE/SP - CONTADOR - VUNESP) Alguns gatos não
são pardos, e aqueles que não são pardos miam alto.
Uma afirmação que corresponde a uma negação lógica da afir-
mação anterior é:
(A) Os gatos pardos miam alto ou todos os gatos não são par-
dos.
(B) Nenhum gato mia alto e todos os gatos são pardos.
(C) Todos os gatos são pardos ou os gatos que não são pardos
não miam alto.
Essas proposições Algum A é B estabelecem que o conjunto “A” (D) Todos os gatos que miam alto são pardos.
tem pelo menos um elemento em comum com o conjunto “B”. Con- (E) Qualquer animal que mia alto é gato e quase sempre ele é
tudo, quando dizemos que Algum A é B, presumimos que nem todo pardo.
A é B. Observe “Algum A é B” é o mesmo que “Algum B é A”.
Resolução:
• Particular negativa (Tipo O) - “ALGUM A não é B” Temos um quantificador particular (alguns) e uma proposição
Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, temos as três do tipo conjunção (conectivo “e”). Pede-se a sua negação.
representações possíveis: O quantificador existencial “alguns” pode ser negado, seguindo
o esquema, pelos quantificadores universais (todos ou nenhum).
Logo, podemos descartar as alternativas A e E.
A negação de uma conjunção se faz através de uma disjunção,
em que trocaremos o conectivo “e” pelo conectivo “ou”. Descarta-
mos a alternativa B.
Vamos, então, fazer a negação da frase, não esquecendo de
que a relação que existe é: Algum A é B, deve ser trocado por: Todo
A é não B.
Todos os gatos que são pardos ou os gatos (aqueles) que não
são pardos NÃO miam alto.
Resposta: C

(CBM/RJ - CABO TÉCNICO EM ENFERMAGEM - ND) Dizer que a


afirmação “todos os professores é psicólogos” e falsa, do ponto de
Proposições nessa forma: Algum A não é B estabelecem que o vista lógico, equivale a dizer que a seguinte afirmação é verdadeira
conjunto “A” tem pelo menos um elemento que não pertence ao (A) Todos os não psicólogos são professores.
conjunto “B”. Observe que: Algum A não é B não significa o mesmo (B) Nenhum professor é psicólogo.
que Algum B não é A. (C) Nenhum psicólogo é professor.
(D) Pelo menos um psicólogo não é professor.
• Negação das Proposições Categóricas (E) Pelo menos um professor não é psicólogo.
Ao negarmos uma proposição categórica, devemos observar as
seguintes convenções de equivalência: Resolução:
– Ao negarmos uma proposição categórica universal geramos Se a afirmação é falsa a negação será verdadeira. Logo, a nega-
uma proposição categórica particular. ção de um quantificador universal categórico afirmativo se faz atra-
– Pela recíproca de uma negação, ao negarmos uma proposição vés de um quantificador existencial negativo. Logo teremos: Pelo
categórica particular geramos uma proposição categórica universal. menos um professor não é psicólogo.
Resposta: E

106
MATEMÁTICA
• Equivalência entre as proposições Vejamos a tabela abaixo as proposições categóricas:
Basta usar o triângulo a seguir e economizar um bom tempo na
resolução de questões. TIPO PREPOSIÇÃO DIAGRAMAS

TODO
A
AéB
Se um elemento pertence ao conjunto A,
então pertence também a B.

NENHUM
E
Exemplo: AéB
(PC/PI - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - UESPI) Qual a negação
lógica da sentença “Todo número natural é maior do que ou igual Existe pelo menos um elemento que pertence
a cinco”? a A, então não pertence a B, e vice-versa.
(A) Todo número natural é menor do que cinco.
(B) Nenhum número natural é menor do que cinco.
(C) Todo número natural é diferente de cinco.
(D) Existe um número natural que é menor do que cinco.
(E) Existe um número natural que é diferente de cinco.

Resolução:
Do enunciado temos um quantificador universal (Todo) e pede-
-se a sua negação. Existe pelo menos um elemento comum aos
O quantificador universal todos pode ser negado, seguindo o conjuntos A e B.
esquema abaixo, pelo quantificador algum, pelo menos um, existe Podemos ainda representar das seguintes for-
ao menos um, etc. Não se nega um quantificador universal com To- ALGUM mas:
I
dos e Nenhum, que também são universais. AéB

Portanto, já podemos descartar as alternativas que trazem


quantificadores universais (todo e nenhum). Descartamos as alter-
nativas A, B e C.
Seguindo, devemos negar o termo: “maior do que ou igual a
cinco”. Negaremos usando o termo “MENOR do que cinco”.
Obs.: maior ou igual a cinco (compreende o 5, 6, 7...) ao ser
negado passa a ser menor do que cinco (4, 3, 2,...). ALGUM
Resposta: D O A NÃO
éB
Diagramas lógicos
Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários proble-
mas. É uma ferramenta para resolvermos problemas que envolvam
Perceba-se que, nesta sentença, a atenção está
argumentos dedutivos, as quais as premissas deste argumento po-
sobre o(s) elemento (s) de A que não são B (en-
dem ser formadas por proposições categóricas.
quanto que, no “Algum A é B”, a atenção estava
sobre os que eram B, ou seja, na intercessão).
ATENÇÃO: É bom ter um conhecimento sobre conjuntos para
Temos também no segundo caso, a diferença
conseguir resolver questões que envolvam os diagramas lógicos.
entre conjuntos, que forma o conjunto A - B

107
MATEMÁTICA
Exemplo: (C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. – Errado,
(GDF–ANALISTA DE ATIVIDADES CULTURAIS ADMINISTRAÇÃO a primeira proposição já nos afirma o contrário. O diagrama
– IADES) Considere as proposições: “todo cinema é uma casa de nos afirma isso
cultura”, “existem teatros que não são cinemas” e “algum teatro é
casa de cultura”. Logo, é correto afirmar que
(A) existem cinemas que não são teatros.
(B) existe teatro que não é casa de cultura.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro.
(D) existe casa de cultura que não é cinema.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema.

Resolução:
Vamos chamar de:
Cinema = C (D) existe casa de cultura que não é cinema. – Errado, a justifi-
Casa de Cultura = CC cativa é observada no diagrama da alternativa anterior.
Teatro = T (E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. – Cor-
Analisando as proposições temos: reta, que podemos observar no diagrama abaixo, uma vez que
- Todo cinema é uma casa de cultura todo cinema é casa de cultura. Se o teatro não é casa de cultura
também não é cinema.

- Existem teatros que não são cinemas

Resposta: E

LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
Chama-se argumento a afirmação de que um grupo de propo-
sições iniciais redunda em outra proposição final, que será conse-
quência das primeiras. Ou seja, argumento é a relação que associa
um conjunto de proposições P1, P2,... Pn , chamadas premissas do
argumento, a uma proposição Q, chamada de conclusão do argu-
- Algum teatro é casa de cultura mento.

Exemplo:
P1: Todos os cientistas são loucos.
Visto que na primeira chegamos à conclusão que C = CC P2: Martiniano é louco.
Segundo as afirmativas temos: Q: Martiniano é um cientista.
(A) existem cinemas que não são teatros- Observando o último
diagrama vimos que não é uma verdade, pois temos que existe O exemplo dado pode ser chamado de Silogismo (argumento
pelo menos um dos cinemas é considerado teatro. formado por duas premissas e a conclusão).
A respeito dos argumentos lógicos, estamos interessados em
verificar se eles são válidos ou inválidos! Então, passemos a enten-
der o que significa um argumento válido e um argumento inválido.

Argumentos Válidos
Dizemos que um argumento é válido (ou ainda legítimo ou bem
construído), quando a sua conclusão é uma consequência obrigató-
ria do seu conjunto de premissas.

(B) existe teatro que não é casa de cultura. – Errado, pelo mes- Exemplo:
mo princípio acima. O silogismo...

108
MATEMÁTICA
P1: Todos os homens são pássaros. NENHUM homem é animal – com o desenho das premissas
P2: Nenhum pássaro é animal. será que podemos dizer que esta conclusão é uma consequência
Q: Portanto, nenhum homem é animal. necessária das premissas? Claro que sim! Observemos que o con-
... está perfeitamente bem construído, sendo, portanto, um junto dos homens está totalmente separado (total dissociação!) do
argumento válido, muito embora a veracidade das premissas e da conjunto dos animais. Resultado: este é um argumento válido!
conclusão sejam totalmente questionáveis.
Argumentos Inválidos
ATENÇÃO: O que vale é a CONSTRUÇÃO, E NÃO O SEU CON- Dizemos que um argumento é inválido – também denominado
TEÚDO! Se a construção está perfeita, então o argumento é válido, ilegítimo, mal construído, falacioso ou sofisma – quando a verdade das
independentemente do conteúdo das premissas ou da conclusão! premissas não é suficiente para garantir a verdade da conclusão.

• Como saber se um determinado argumento é mesmo váli- Exemplo:


do? P1: Todas as crianças gostam de chocolate.
Para se comprovar a validade de um argumento é utilizando P2: Patrícia não é criança.
diagramas de conjuntos (diagramas de Venn). Trata-se de um mé- Q: Portanto, Patrícia não gosta de chocolate.
todo muito útil e que será usado com frequência em questões que
pedem a verificação da validade de um argumento. Vejamos como Este é um argumento inválido, falacioso, mal construído, pois as
funciona, usando o exemplo acima. Quando se afirma, na premissa premissas não garantem (não obrigam) a verdade da conclusão. Patrícia
P1, que “todos os homens são pássaros”, poderemos representar pode gostar de chocolate mesmo que não seja criança, pois a primeira
essa frase da seguinte maneira: premissa não afirmou que somente as crianças gostam de chocolate.
Utilizando os diagramas de conjuntos para provar a validade
do argumento anterior, provaremos, utilizando-nos do mesmo arti-
fício, que o argumento em análise é inválido. Comecemos pela pri-
meira premissa: “Todas as crianças gostam de chocolate”.

Observem que todos os elementos do conjunto menor (ho-


mens) estão incluídos, ou seja, pertencem ao conjunto maior (dos
pássaros). E será sempre essa a representação gráfica da frase
“Todo A é B”. Dois círculos, um dentro do outro, estando o círculo
menor a representar o grupo de quem se segue à palavra TODO.
Na frase: “Nenhum pássaro é animal”. Observemos que a pa- Analisemos agora o que diz a segunda premissa: “Patrícia não é
lavra-chave desta sentença é NENHUM. E a ideia que ela exprime é criança”. O que temos que fazer aqui é pegar o diagrama acima (da
de uma total dissociação entre os dois conjuntos. primeira premissa) e nele indicar onde poderá estar localizada a Pa-
trícia, obedecendo ao que consta nesta segunda premissa. Vemos
facilmente que a Patrícia só não poderá estar dentro do círculo das
crianças. É a única restrição que faz a segunda premissa! Isto posto,
concluímos que Patrícia poderá estar em dois lugares distintos do
diagrama:
1º) Fora do conjunto maior;
2º) Dentro do conjunto maior. Vejamos:

Será sempre assim a representação gráfica de uma sentença “Ne-


nhum A é B”: dois conjuntos separados, sem nenhum ponto em comum.
Tomemos agora as representações gráficas das duas premissas
vistas acima e as analisemos em conjunto. Teremos:

Finalmente, passemos à análise da conclusão: “Patrícia não


gosta de chocolate”. Ora, o que nos resta para sabermos se este ar-
gumento é válido ou não, é justamente confirmar se esse resultado
Comparando a conclusão do nosso argumento, temos: (se esta conclusão) é necessariamente verdadeiro!

109
MATEMÁTICA
- É necessariamente verdadeiro que Patrícia não gosta de chocolate? Olhando para o desenho acima, respondemos que não! Pode
ser que ela não goste de chocolate (caso esteja fora do círculo), mas também pode ser que goste (caso esteja dentro do círculo)! Enfim, o
argumento é inválido, pois as premissas não garantiram a veracidade da conclusão!

Métodos para validação de um argumento


Aprenderemos a seguir alguns diferentes métodos que nos possibilitarão afirmar se um argumento é válido ou não!
1º) Utilizando diagramas de conjuntos: esta forma é indicada quando nas premissas do argumento aparecem as palavras TODO, AL-
GUM E NENHUM, ou os seus sinônimos: cada, existe um etc.
2º) Utilizando tabela-verdade: esta forma é mais indicada quando não for possível resolver pelo primeiro método, o que ocorre quan-
do nas premissas não aparecem as palavras todo, algum e nenhum, mas sim, os conectivos “ou” , “e”, “” e “↔”. Baseia-se na construção
da tabela-verdade, destacando-se uma coluna para cada premissa e outra para a conclusão. Este método tem a desvantagem de ser mais
trabalhoso, principalmente quando envolve várias proposições simples.
3º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos e considerando as premissas verdadeiras.
Por este método, fácil e rapidamente demonstraremos a validade de um argumento. Porém, só devemos utilizá-lo na impossibilidade
do primeiro método.
Iniciaremos aqui considerando as premissas como verdades. Daí, por meio das operações lógicas com os conectivos, descobriremos o
valor lógico da conclusão, que deverá resultar também em verdade, para que o argumento seja considerado válido.
4º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos, considerando premissas verdadeiras e conclusão falsa.
É indicado este caminho quando notarmos que a aplicação do terceiro método não possibilitará a descoberta do valor lógico da con-
clusão de maneira direta, mas somente por meio de análises mais complicadas.

Em síntese:

110
MATEMÁTICA
Exemplo: • Quando Cláudio sai de casa, não faz frio.
Diga se o argumento abaixo é válido ou inválido: • Quando Fernando está estudando, não chove.
• Durante a noite, faz frio.
(p ∧ q) → r
_____~r_______ Tendo como referência as proposições apresentadas, julgue o
~p ∨ ~q item subsecutivo.
Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estudando.
Resolução: ( ) Certo
-1ª Pergunta) O argumento apresenta as palavras todo, algum ( ) Errado
ou nenhum?
A resposta é não! Logo, descartamos o 1º método e passamos Resolução:
à pergunta seguinte. A questão trata-se de lógica de argumentação, dadas as pre-
- 2ª Pergunta) O argumento contém no máximo duas proposi- missas chegamos a uma conclusão. Enumerando as premissas:
ções simples? A = Chove
A resposta também é não! Portanto, descartamos também o B = Maria vai ao cinema
2º método. C = Cláudio fica em casa
- 3ª Pergunta) Há alguma das premissas que seja uma proposi- D = Faz frio
ção simples ou uma conjunção? E = Fernando está estudando
A resposta é sim! A segunda proposição é (~r). Podemos optar F = É noite
então pelo 3º método? Sim, perfeitamente! Mas caso queiramos A argumentação parte que a conclusão deve ser (V)
seguir adiante com uma próxima pergunta, teríamos: Lembramos a tabela verdade da condicional:
- 4ª Pergunta) A conclusão tem a forma de uma proposição
simples ou de uma disjunção ou de uma condicional? A resposta
também é sim! Nossa conclusão é uma disjunção! Ou seja, caso
queiramos, poderemos utilizar, opcionalmente, o 4º método!
Vamos seguir os dois caminhos: resolveremos a questão pelo
3º e pelo 4º métodos.

Resolução pelo 3º Método


Considerando as premissas verdadeiras e testando a conclusão
verdadeira. Teremos:
- 2ª Premissa) ~r é verdade. Logo: r é falsa! A condicional só será F quando a 1ª for verdadeira e a 2ª falsa,
- 1ª Premissa) (p ∧ q)r é verdade. Sabendo que r é falsa, utilizando isso temos:
concluímos que (p ∧ q) tem que ser também falsa. E quando uma O que se quer saber é: Se Maria foi ao cinema, então Fernando
conjunção (e) é falsa? Quando uma das premissas for falsa ou am- estava estudando. // B → ~E
bas forem falsas. Logo, não é possível determinamos os valores Iniciando temos:
lógicos de p e q. Apesar de inicialmente o 3º método se mostrar 4º - Quando chove (F), Maria não vai ao cinema. (F) // A → ~B
adequado, por meio do mesmo, não poderemos determinar se o = V – para que o argumento seja válido temos que Quando chove
argumento é ou NÃO VÁLIDO. tem que ser F.
3º - Quando Cláudio fica em casa (V), Maria vai ao cinema (V).
Resolução pelo 4º Método // C → B = V - para que o argumento seja válido temos que Maria
Considerando a conclusão falsa e premissas verdadeiras. Tere- vai ao cinema tem que ser V.
mos: 2º - Quando Cláudio sai de casa(F), não faz frio (F). // ~C → ~D
- Conclusão) ~p v ~q é falso. Logo: p é verdadeiro e q é verda- = V - para que o argumento seja válido temos que Quando Cláudio
deiro! sai de casa tem que ser F.
Agora, passamos a testar as premissas, que são consideradas 5º - Quando Fernando está estudando (V ou F), não chove (V).
verdadeiras! Teremos: // E → ~A = V. – neste caso Quando Fernando está estudando pode
- 1ª Premissa) (p∧q)r é verdade. Sabendo que p e q são ver- ser V ou F.
dadeiros, então a primeira parte da condicional acima também é 1º- Durante a noite(V), faz frio (V). // F → D = V
verdadeira. Daí resta que a segunda parte não pode ser falsa. Logo:
r é verdadeiro. Logo nada podemos afirmar sobre a afirmação: Se Maria foi ao
- 2ª Premissa) Sabendo que r é verdadeiro, teremos que ~r é cinema (V), então Fernando estava estudando (V ou F); pois temos
falso! Opa! A premissa deveria ser verdadeira, e não foi! dois valores lógicos para chegarmos à conclusão (V ou F).
Resposta: Errado
Neste caso, precisaríamos nos lembrar de que o teste, aqui no
4º método, é diferente do teste do 3º: não havendo a existência si- (PETROBRAS – TÉCNICO (A) DE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO
multânea da conclusão falsa e premissas verdadeiras, teremos que JÚNIOR – INFORMÁTICA – CESGRANRIO) Se Esmeralda é uma fada,
o argumento é válido! Conclusão: o argumento é válido! então Bongrado é um elfo. Se Bongrado é um elfo, então Monarca
é um centauro. Se Monarca é um centauro, então Tristeza é uma
Exemplos: bruxa.
(DPU – AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE) Considere que as Ora, sabe-se que Tristeza não é uma bruxa, logo
seguintes proposições sejam verdadeiras. (A) Esmeralda é uma fada, e Bongrado não é um elfo.
• Quando chove, Maria não vai ao cinema. (B) Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
• Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema. (C) Bongrado é um elfo, e Monarca é um centauro.

111
MATEMÁTICA
(D) Bongrado é um elfo, e Esmeralda é uma fada
(E) Monarca é um centauro, e Bongrado não é um elfo.

Resolução:
Vamos analisar cada frase partindo da afirmativa Trizteza não é bruxa, considerando ela como (V), precisamos ter como conclusão o
valor lógico (V), então:
(4) Se Esmeralda é uma fada(F), então Bongrado é um elfo (F) → V
(3) Se Bongrado é um elfo (F), então Monarca é um centauro (F) → V
(2) Se Monarca é um centauro(F), então Tristeza é uma bruxa(F) → V
(1) Tristeza não é uma bruxa (V)

Logo:
Temos que:
Esmeralda não é fada(V)
Bongrado não é elfo (V)
Monarca não é um centauro (V)

Como a conclusão parte da conjunção, o mesmo só será verdadeiro quando todas as afirmativas forem verdadeiras, logo, a única que
contém esse valor lógico é:
Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
Resposta: B

LÓGICA MATEMÁTICA QUALITATIVA


Aqui veremos questões que envolvem correlação de elementos, pessoas e objetos fictícios, através de dados fornecidos. Vejamos o
passo a passo:

01. Três homens, Luís, Carlos e Paulo, são casados com Lúcia, Patrícia e Maria, mas não sabemos quem ê casado com quem. Eles tra-
balham com Engenharia, Advocacia e Medicina, mas também não sabemos quem faz o quê. Com base nas dicas abaixo, tente descobrir o
nome de cada marido, a profissão de cada um e o nome de suas esposas.
a) O médico é casado com Maria.
b) Paulo é advogado.
c) Patrícia não é casada com Paulo.
d) Carlos não é médico.

Vamos montar o passo a passo para que você possa compreender como chegar a conclusão da questão.
1º passo – vamos montar uma tabela para facilitar a visualização da resolução, a mesma deve conter as informações prestadas no
enunciado, nas quais podem ser divididas em três grupos: homens, esposas e profissões.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia
Patrícia
Maria

Também criamos abaixo do nome dos homens, o nome das esposas.

2º passo – construir a tabela gabarito.


Essa tabela não servirá apenas como gabarito, mas em alguns casos ela é fundamental para que você enxergue informações que ficam
meio escondidas na tabela principal. Uma tabela complementa a outra, podendo até mesmo que você chegue a conclusões acerca dos
grupos e elementos.

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos
Luís
Paulo

112
MATEMÁTICA
3º passo preenchimento de nossa tabela, com as informações mais óbvias do problema, aquelas que não deixam margem a nenhuma
dúvida. Em nosso exemplo:
- O médico é casado com Maria: marque um “S” na tabela principal na célula comum a “Médico” e “Maria”, e um “N” nas demais
células referentes a esse “S”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

ATENÇÃO: se o médico é casado com Maria, ele NÃO PODE ser casado com Lúcia e Patrícia, então colocamos “N” no cruzamento
de Medicina e elas. E se Maria é casada com o médico, logo ela NÃO PODE ser casada com o engenheiro e nem com o advogado (logo
colocamos “N” no cruzamento do nome de Maria com essas profissões).

– Paulo é advogado: Vamos preencher as duas tabelas (tabela gabarito e tabela principal) agora.
– Patrícia não é casada com Paulo: Vamos preencher com “N” na tabela principal
– Carlos não é médico: preenchemos com um “N” na tabela principal a célula comum a Carlos e “médico”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

Notamos aqui que Luís então é o médico, pois foi a célula que ficou em branco. Podemos também completar a tabela gabarito.
Novamente observamos uma célula vazia no cruzamento de Carlos com Engenharia. Marcamos um “S” nesta célula. E preenchemos
sua tabela gabarito.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro
Luís Médico
Paulo Advogado

4º passo – após as anotações feitas na tabela principal e na tabela gabarito, vamos procurar informações que levem a novas conclu-
sões, que serão marcadas nessas tabelas.
Observe que Maria é esposa do médico, que se descobriu ser Luís, fato que poderia ser registrado na tabela-gabarito. Mas não vamos
fazer agora, pois essa conclusão só foi facilmente encontrada porque o problema que está sendo analisado é muito simples. Vamos con-
tinuar o raciocínio e fazer as marcações mais tarde. Além disso, sabemos que Patrícia não é casada com Paulo. Como Paulo é o advogado,
podemos concluir que Patrícia não é casada com o advogado.

113
MATEMÁTICA

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N N
Maria S N N

Verificamos, na tabela acima, que Patrícia tem de ser casada com o engenheiro, e Lúcia tem de ser casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N N S
Patrícia N S N
Maria S N N

Concluímos, então, que Lúcia é casada com o advogado (que é Paulo), Patrícia é casada com o engenheiro (que e Carlos) e Maria é
casada com o médico (que é Luís).
Preenchendo a tabela-gabarito, vemos que o problema está resolvido:

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro Patrícia
Luís Médico Maria
Paulo Advogado Lúcia

Exemplo:
(TRT-9ª REGIÃO/PR – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC) Luiz, Arnaldo, Mariana e Paulo viajaram em janeiro, todos
para diferentes cidades, que foram Fortaleza, Goiânia, Curitiba e Salvador. Com relação às cidades para onde eles viajaram, sabe-se que:
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador;
− Mariana viajou para Curitiba;
− Paulo não viajou para Goiânia;
− Luiz não viajou para Fortaleza.

É correto concluir que, em janeiro,


(A) Paulo viajou para Fortaleza.
(B) Luiz viajou para Goiânia.
(C) Arnaldo viajou para Goiânia.
(D) Mariana viajou para Salvador.
(E) Luiz viajou para Curitiba.

Resolução:
Vamos preencher a tabela:
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador;

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador


Luiz N
Arnaldo N
Mariana
Paulo

114
MATEMÁTICA
− Mariana viajou para Curitiba; A conclusão dessa afirmação é: se você é homem, então será
mortal.
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador Na representação do diagrama lógico, seria:

Luiz N N
Arnaldo N N
Mariana N N S N
Paulo N

− Paulo não viajou para Goiânia;


ATENÇÃO: Todo homem é mortal, mas nem todo mortal é ho-
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador mem.
A frase “todo homem é mortal” possui as seguintes conclusões:
Luiz N N 1ª) Algum mortal é homem ou algum homem é mortal.
Arnaldo N N 2ª) Se José é homem, então José é mortal.
Mariana N N S N
A forma “Todo A é B” pode ser escrita na forma: Se A então B.
Paulo N N A forma simbólica da expressão “Todo A é B” é a expressão (∀
(x) (A (x) → B).
− Luiz não viajou para Fortaleza. Observe que a palavra todo representa uma relação de inclusão
de conjuntos, por isso está associada ao operador da condicional.
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
Aplicando temos:
Luiz N N N x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Agora, se escrevermos da for-
Arnaldo N N ma ∀ (x) ∈ N / x + 2 = 5 ( lê-se: para todo pertencente a N temos x
+ 2 = 5), atribuindo qualquer valor a x a sentença será verdadeira?
Mariana N N S N
A resposta é NÃO, pois depois de colocarmos o quantificador,
Paulo N N a frase passa a possuir sujeito e predicado definidos e podemos jul-
gar, logo, é uma proposição lógica.
Agora, completando o restante:
Paulo viajou para Salvador, pois a nenhum dos três viajou. En- • Quantificador existencial (∃)
tão, Arnaldo viajou para Fortaleza e Luiz para Goiânia O símbolo ∃ pode ser lido das seguintes formas:

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador


Luiz N S N N
Arnaldo S N N N
Mariana N N S N
Exemplo:
Paulo N N N S “Algum matemático é filósofo.” O diagrama lógico dessa frase
é:
Resposta: B

Quantificador
É um termo utilizado para quantificar uma expressão. Os quan-
tificadores são utilizados para transformar uma sentença aberta ou
proposição aberta em uma proposição lógica.

QUANTIFICADOR + SENTENÇA ABERTA = SENTENÇA FECHADA O quantificador existencial tem a função de elemento comum.
A palavra algum, do ponto de vista lógico, representa termos co-
muns, por isso “Algum A é B” possui a seguinte forma simbólica: (∃
Tipos de quantificadores (x)) (A (x) ∧ B).
Aplicando temos:
• Quantificador universal (∀) x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Escrevendo da forma (∃ x) ∈
O símbolo ∀ pode ser lido das seguintes formas: N / x + 2 = 5 (lê-se: existe pelo menos um x pertencente a N tal que x
+ 2 = 5), atribuindo um valor que, colocado no lugar de x, a sentença
será verdadeira?
A resposta é SIM, pois depois de colocarmos o quantificador,
a frase passou a possuir sujeito e predicado definidos e podemos
julgar, logo, é uma proposição lógica.

Exemplo:
Todo homem é mortal.

115
MATEMÁTICA
ATENÇÃO: ATENÇÃO: Indicamos os conjuntos utilizando as letras maiúscu-
– A palavra todo não permite inversão dos termos: “Todo A é B” las e os elementos destes conjuntos por letras minúsculas.
é diferente de “Todo B é A”.
– A palavra algum permite a inversão dos termos: “Algum A é Vejamos:
B” é a mesma coisa que “Algum B é A”. 1) os elementos do conjunto são colocados entre chaves sepa-
rados por vírgula, ou ponto e vírgula.
Forma simbólica dos quantificadores A = {a, e, i, o, u}
Todo A é B = (∀ (x) (A (x) → B).
Algum A é B = (∃ (x)) (A (x) ∧ B). 2) os elementos do conjunto são representados por uma ou
Nenhum A é B = (~ ∃ (x)) (A (x) ∧ B). mais propriedades que os caracterize.
Algum A não é B= (∃ (x)) (A (x) ∧ ~ B).

Exemplos:
Todo cavalo é um animal. Logo,
(A) Toda cabeça de animal é cabeça de cavalo.
(B) Toda cabeça de cavalo é cabeça de animal. 3) os elementos do conjunto são representados por meio de
(C) Todo animal é cavalo. um esquema denominado diagrama de Venn.
(D) Nenhum animal é cavalo.

Resolução:
A frase “Todo cavalo é um animal” possui as seguintes conclu-
sões:
– Algum animal é cavalo ou Algum cavalo é um animal.
– Se é cavalo, então é um animal.
Nesse caso, nossa resposta é toda cabeça de cavalo é cabeça
de animal, pois mantém a relação de “está contido” (segunda forma
de conclusão).
Resposta: B
Relação de pertinência
(CESPE) Se R é o conjunto dos números reais, então a proposi- Usamos os símbolos ∈ (pertence) e ∉ (não pertence) para rela-
ção (∀ x) (x ∈ R) (∃ y) (y ∈ R) (x + y = x) é valorada como V. cionar se um elemento faz parte ou não do conjunto.

Resolução: Tipos de Conjuntos


Lemos: para todo x pertencente ao conjunto dos números reais • Conjunto Universo: reunião de todos os conjuntos que esta-
(R) existe um y pertencente ao conjunto dos números dos reais (R) mos trabalhando.
tal que x + y = x. • Conjunto Vazio: é aquele que não possui elementos. Repre-
– 1º passo: observar os quantificadores. senta-se por 0/ ou, simplesmente { }.
X está relacionado com o quantificador universal, logo, todos • Conjunto Unitário: possui apenas um único elemento.
os valores de x devem satisfazer a propriedade. • Conjunto Finito: quando podemos enumerar todos os seus
Y está relacionado com o quantificador existencial, logo, é ne- elementos.
cessário pelo menos um valor de x para satisfazer a propriedade. • Conjunto Infinito: contrário do finito.
– 2º passo: observar os conjuntos dos números dos elementos
x e y. Relação de inclusão
O elemento x pertence ao conjunto dos números reais. É usada para estabelecer relação entre conjuntos com conjun-
O elemento y pertence ao conjunto os números reais. tos, verificando se um conjunto é subconjunto ou não de outro con-
– 3º passo: resolver a propriedade (x+ y = x). junto. Usamos os seguintes símbolos de inclusão:
A pergunta: existe algum valor real para y tal que x + y = x?
Existe sim! y = 0.
X + 0 = X.
Como existe pelo menos um valor para y e qualquer valor de
x somado a 0 será igual a x, podemos concluir que o item está cor-
reto.
Resposta: CERTO

NOÇÕES DE CONJUNTOS Igualdade de conjuntos


Dois conjuntos A e B são IGUAIS, indicamos A = B, quando pos-
Um conjunto é uma coleção de objetos, chamados elementos, suem os mesmos elementos.
que possuem uma propriedade comum ou que satisfazem determi- Dois conjuntos A e B são DIFERENTES, indicamos por A ≠ B, se
nada condição. pelo menos UM dos elementos de um dos conjuntos NÃO pertence
ao outro.
Representação de um conjunto
Podemos representar um conjunto de várias maneiras.

116
MATEMÁTICA
Subconjuntos OBSERVAÇÃO: Se A ∩ B = φ , dizemos que A e B são conjun-
Quando todos os elementos de um conjunto A são também tos disjuntos.
elementos de um outro conjunto B, dizemos que A é subconjunto
de B. Exemplo: A = {1,3,7} e B = {1,2,3,5,6,7,8}. Propriedades da união e da intersecção de conjuntos

1ª) Propriedade comutativa


A U B = B U A (comutativa da união)
A ∩ B = B ∩ A (comutativa da intersecção)

2ª) Propriedade associativa


(A U B) U C = A U (B U C) (associativa da união)
(A ∩ B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C) (associativa da intersecção)

3ª) Propriedade associativa


A ∩ (B U C) = (A ∩ B) U (A ∩ C) (distributiva da intersecção em
relação à união)
Os elementos do conjunto A estão contidos no conjunto B. A U (B ∩ C) = (A U B) ∩ (A U C) (distributiva da união em relação
à intersecção)
ATENÇÃO:
1) Todo conjunto A é subconjunto dele próprio; 4ª) Propriedade
2) O conjunto vazio, por convenção, é subconjunto de qualquer Se A ⊂ B, então A U B = B e A ∩ B = A, então A ⊂ B
conjunto;
3) O conjunto das partes é o conjunto formado por todos os Número de Elementos da União e da Intersecção de Conjuntos
subconjuntos de A. E dado pela fórmula abaixo:
4) O número de seu subconjunto é dado por: 2n; onde n é o nú-
mero de elementos desse conjunto.

Operações com Conjuntos


Tomando os conjuntos: A = {0,2,4,6} e B = {0,1,2,3,4}, como
exemplo, vejamos:
• União de conjuntos: é o conjunto formado por todos os ele-
mentos que pertencem a A ou a B. Representa-se por A ∪ B. Sim-
bolicamente: A ∪ B = {x | x ∈ A ou x ∈ B}. Exemplo:

Exemplo:
(CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO –
FCC) Dos 43 vereadores de uma cidade, 13 dele não se inscreveram
nas comissões de Educação, Saúde e Saneamento Básico. Sete dos
vereadores se inscreveram nas três comissões citadas. Doze deles
• Intersecção de conjuntos: é o conjunto formado por todos os se inscreveram apenas nas comissões de Educação e Saúde e oito
elementos que pertencem, simultaneamente, a A e a B. Represen- deles se inscreveram apenas nas comissões de Saúde e Saneamen-
ta-se por A ∩ B. Simbolicamente: A ∩ B = {x | x ∈ A e x ∈ B} to Básico. Nenhum dos vereadores se inscreveu em apenas uma
dessas comissões. O número de vereadores inscritos na comissão
de Saneamento Básico é igual a
(A) 15.
(B) 21.
(C) 18.
(D) 27.
(E) 16.

Resolução:
De acordo com os dados temos:
7 vereadores se inscreveram nas 3.

117
MATEMÁTICA
APENAS 12 se inscreveram em educação e saúde (o 12 não • Complementar: chama-se complementar de B (B é subcon-
deve ser tirado de 7 como costuma fazer nos conjuntos, pois ele já junto de A) em relação a A o conjunto A - B, isto é, o conjunto dos
desconsidera os que se inscreveram nos três) elementos de A que não pertencem a B. Exemplo: A = {0,1,2,3,4} e
APENAS 8 se inscreveram em saúde e saneamento básico. B = {2,3}
São 30 vereadores que se inscreveram nessas 3 comissões, pois
13 dos 43 não se inscreveram.
Portanto, 30 – 7 – 12 – 8 = 3
Se inscreveram em educação e saneamento 3 vereadores.

RELAÇÕES E FUNÇÕES; FUNÇÕES POLINOMIAIS;


FUNÇÕES EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS

Funções lineares
Chama-se função do 1º grau ou afim a função f: R  R definida
Em saneamento se inscreveram: 3 + 7 + 8 = 18 por y = ax + b, com a e b números reais e a 0. a é o coeficiente an-
gular da reta e determina sua inclinação, b é o coeficiente linear da
Resposta: C reta e determina a intersecção da reta com o eixo y.

• Diferença: é o conjunto formado por todos os elementos que


pertencem a A e não pertencem a B. Representa-se por A – B. Para
determinar a diferença entre conjuntos, basta observamos o que
o conjunto A tem de diferente de B. Tomemos os conjuntos: A =
{1,2,3,4,5} e B = {2,4,6,8}

Com a ϵ R* e b ϵ R.

Atenção
Usualmente chamamos as funções polinomiais de: 1º grau, 2º
etc, mas o correto seria Função de grau 1,2 etc. Pois o classifica a
função é o seu grau do seu polinômio.

A função do 1º grau pode ser classificada de acordo com seus


gráficos. Considere sempre a forma genérica y = ax + b.

• Função constante
Se a = 0, então y = b, b ∈ R. Desta maneira, por exemplo, se y
Note que: A – B ≠ B - A = 4 é função constante, pois, para qualquer valor de x, o valor de y
Exemplo: ou f(x) será sempre 4.
(PREF. CAMAÇARI/BA – TÉC. VIGILÂNCIA EM SAÚDE NM –
AOCP) Considere dois conjuntos A e B, sabendo que assinale a al-
ternativa que apresenta o conjunto B.
(A) {1;2;3}
(B) {0;3}
(C) {0;1;2;3;5}
(D) {3;5}
(E) {0;3;5}

Resolução: • Função identidade


A intersecção dos dois conjuntos, mostra que 3 é elemento de B. Se a = 1 e b = 0, então y = x. Nesta função, x e y têm sempre
A – B são os elementos que tem em A e não em B. os mesmos valores. Graficamente temos: A reta y = x ou f(x) = x é
Então de A ∪ B, tiramos que B = {0; 3; 5}. denominada bissetriz dos quadrantes ímpares.

Resposta: E

118
MATEMÁTICA
• Função Bijetora
É uma função que é ao mesmo tempo injetora e sobrejetora.

Mas, se a = -1 e b = 0, temos então y = -x. A reta determinada


por esta função é a bissetriz dos quadrantes pares, conforme mos-
tra o gráfico ao lado. x e y têm valores iguais em módulo, porém
com sinais contrários.
• Função Par
Quando para todo elemento x pertencente ao domínio temos
f(x)=f(-x), ∀ x ∈ D(f). Ou seja, os valores simétricos devem possuir
a mesma imagem.

• Função linear
É a função do 1º grau quando b = 0, a ≠ 0 e a ≠ 1, a e b ∈ R.

• Função afim
É a função do 1º grau quando a ≠ 0, b ≠ 0, a e b ∈ R. • Função ímpar
Quando para todo elemento x pertencente ao domínio, temos
• Função Injetora f(-x) = -f(x) ∀ x є D(f). Ou seja, os elementos simétricos do domínio
É a função cujo domínio apresenta elementos distintos e tam- terão imagens simétricas.
bém imagens distintas.

• Função Sobrejetora
É quando todos os elementos do domínio forem imagens de Gráfico da função do 1º grau
PELO MENOS UM elemento do domínio. A representação geométrica da função do 1º grau é uma reta, por-
tanto, para determinar o gráfico, é necessário obter dois pontos. Em
particular, procuraremos os pontos em que a reta corta os eixos x e y.
De modo geral, dada a função f(x) = ax + b, para determinarmos
a intersecção da reta com os eixos, procedemos do seguinte modo:

119
MATEMÁTICA

1º) Igualamos y a zero, então ax + b = 0 ⇒ x = - b/a, no eixo x (A) R$ 3.487,50.


encontramos o ponto (-b/a, 0). (B) R$ 3.506,25.
2º) Igualamos x a zero, então f(x) = a. 0 + b ⇒ f(x) = b, no eixo y (C) R$ 3.534,00.
encontramos o ponto (0, b). (D) R$ 3.553,00.
• f(x) é crescente se a é um número positivo (a > 0);
• f(x) é decrescente se a é um número negativo (a < 0). Resolução:

Resposta: A

(CBTU/RJ - ASSISTENTE OPERACIONAL - CONDUÇÃO DE VEÍ-


Raiz ou zero da função do 1º grau CULOS METROFERROVIÁRIOS – CONSULPLAN) Qual dos pares de
A raiz ou zero da função do 1º grau é o valor de x para o qual y = pontos a seguir pertencem a uma função do 1º grau decrescente?
f(x) = 0. Graficamente, é o ponto em que a reta “corta” o eixo x. Por- (A) Q(3, 3) e R(5, 5).
tanto, para determinar a raiz da função, basta a igualarmos a zero: (B) N(0, –2) e P(2, 0).
(C) S(–1, 1) e T(1, –1).
(D) L(–2, –3) e M(2, 3).

Resolução:
Para pertencer a uma função polinomial do 1º grau decrescen-
Estudo de sinal da função do 1º grau te, o primeiro ponto deve estar em uma posição “mais alta” do que
Estudar o sinal de uma função do 1º grau é determinar os valo- o 2º ponto.
res de x para que y seja positivo, negativo ou zero. Vamos analisar as alternativas:
1º) Determinamos a raiz da função, igualando-a a zero: (raiz: x =- b/a) ( A ) os pontos Q e R estão no 1º quadrante, mas Q está em uma
2º) Verificamos se a função é crescente (a>0) ou decrescente (a posição mais baixa que o ponto R, e, assim, a função é crescente.
< 0); temos duas possibilidades: ( B ) o ponto N está no eixo y abaixo do zero, e o ponto P está no
eixo x à direita do zero, mas N está em uma posição mais baixa que
o ponto P, e, assim, a função é crescente.
( D ) o ponto L está no 3º quadrante e o ponto M está no 1º
quadrante, e L está em uma posição mais baixa do que o ponto M,
sendo, assim, crescente.
( C ) o ponto S está no 2º quadrante e o ponto T está no 4º qua-
drante, e S está em uma posição mais alta do que o ponto T, sendo,
assim, decrescente.
Resposta: C

Equações lineares
As equações do tipo a1x1 + a2x2 + a3x3 + .....+ anxn = b, são equa-
ções lineares, onde a1, a2, a3, ... são os coeficientes; x1, x2, x3,... as
Exemplos: incógnitas e b o termo independente.
(PM/SP – CABO – CETRO) O gráfico abaixo representa o salário bru- Por exemplo, a equação 4x – 3y + 5z = 31 é uma equação linear.
to (S) de um policial militar em função das horas (h) trabalhadas em certa Os coeficientes são 4, –3 e 5; x, y e z as incógnitas e 31 o termo
cidade. Portanto, o valor que este policial receberá por 186 horas é independente.

120
MATEMÁTICA
Para x = 2, y = 4 e z = 7, temos 4.2 – 3.4 + 5.7 = 31, concluímos que o terno ordenado (2,4,7) é solução da equação linear
4x – 3y + 5z = 31.

Funções quadráticas
Chama-se função do 2º grau ou função quadrática, de domínio R e contradomínio R, a função:

Com a, b e c reais e a ≠ 0.

Onde:
a é o coeficiente de x2
b é o coeficiente de x
c é o termo independente

Atenção:
Chama-se função completa aquela em que a, b e c não são nulos, e função incompleta aquela em que b ou c são nulos.

Raízes da função do 2ºgrau


Analogamente à função do 1º grau, para encontrar as raízes da função quadrática, devemos igualar f(x) a zero. Teremos então:
ax2 + bx + c = 0

A expressão assim obtida denomina-se equação do 2º grau. As raízes da equação são determinadas utilizando-se a fórmula de Bhaska-
ra:

Δ (letra grega: delta) é chamado de discriminante da equação. Observe que o discriminante terá um valor numérico, do qual temos de
extrair a raiz quadrada. Neste caso, temos três casos a considerar:
Δ > 0 ⇒ duas raízes reais e distintas;
Δ = 0 ⇒ duas raízes reais e iguais;
Δ < 0 ⇒ não existem raízes reais (∄ x ∈ R).

Gráfico da função do 2º grau

• Concavidade da parábola
Graficamente, a função do 2º grau, de domínio r, é representada por uma curva denominada parábola. Dada a função y = ax2 + bx + c,
cujo gráfico é uma parábola, se:

• O termo independente
Na função y = ax2 + bx + c, se x = 0 temos y = c. Os pontos em que x = 0 estão no eixo y, isto significa que o ponto (0, c) é onde a pará-
bola “corta” o eixo y.

• Raízes da função
Considerando os sinais do discriminante (Δ) e do coeficiente de x2, teremos os gráficos que seguem para a função y = ax2 + bx + c.

121
MATEMÁTICA

Vértice da parábola – Máximos e mínimos da função


Observe os vértices nos gráficos:

O vértice da parábola será:


• o ponto mínimo se a concavidade estiver voltada para cima (a > 0);
• o ponto máximo se a concavidade estiver voltada para baixo (a < 0).
A reta paralela ao eixo y que passa pelo vértice da parábola é chamada de eixo de simetria.

Coordenadas do vértice
As coordenadas do vértice da parábola são dadas por:

Estudo do sinal da função do 2º grau


Estudar o sinal da função quadrática é determinar os valores de x para que y seja: positivo, negativo ou zero. Dada a função f(x) = y =
ax2 + bx + c, para saber os sinais de y, determinamos as raízes (se existirem) e analisamos o valor do discriminante.

122
MATEMÁTICA
Exemplos: Resposta: B
(CBM/MG – OFICIAL BOMBEIRO MILITAR – FUMARC) Duas (TRANSPETRO – TÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO E CONTROLE
cidades A e B estão separadas por uma distância d. Considere um JÚNIOR – CESGRANRIO) A raiz da função f(x) = 2x − 8 é também raiz
ciclista que parte da cidade A em direção à cidade B. A distância d, da função quadrática g(x) = ax²+ bx + c. Se o vértice da parábola, grá-
em quilômetros, que o ciclista ainda precisa percorrer para chegar fico da função g(x), é o ponto V(−1, −25), a soma a + b + c é igual a:
ao seu destino em função do tempo t, em horas, é dada pela função (A) − 25
. Sendo assim, a velocidade média desenvolvida (B) − 24
(C) − 23
pelo ciclista em todo o percurso da cidade A até a cidade B é igual a (D) − 22
(A) 10 Km/h (E) – 21
(B) 20 Km/h
(C) 90 Km/h Resolução:
(D) 100 Km/h 2x-8=0
2x=8
Resolução: X=4
Vamos calcular a distância total, fazendo t = 0:

Agora, vamos substituir na função:

100 – t² = 0
– t² = – 100 . (– 1)
t² = 100
t= √100=10km/h Lembrando que para encontrar a equação, temos:
Resposta: A (x - 4)(x + 6) = x² + 6x - 4x - 24 = x² + 2x - 24
a=1
(IPEM – TÉCNICO EM METROLOGIA E QUALIDADE – VUNESP) b=2
A figura ilustra um arco decorativo de parábola AB sobre a porta da c=-24
entrada de um salão: a + b + c = 1 + 2 – 24 = -21
Resposta: E

Função exponencial
Antes seria bom revisarmos algumas noções de potencializa-
ção e radiciação.
Sejam a e b bases reais e diferentes de zero e m e n expoentes
inteiros, temos:

Considere um sistema de coordenadas cartesianas com centro


em O, de modo que o eixo vertical (y) passe pelo ponto mais alto do
arco (V), e o horizontal (x) passe pelos dois pontos de apoio desse
arco sobre a porta (A e B).
Sabendo-se que a função quadrática que descreve esse arco é
f(x) = – x²+ c, e que V = (0; 0,81), pode-se afirmar que a distância ,
em metros, é igual a
(A) 2,1.
(B) 1,8.
(C) 1,6. Equação exponencial
(D) 1,9. A equação exponencial caracteriza-se pela presença da incóg-
(E) 1,4. nita no expoente. Exemplos:

Resolução:
C=0,81, pois é exatamente a distância de V
F(x)=-x²+0,81
0=-x²+0,81
X²=0,81
X=±0,9
A distância AB é 0,9+0,9=1,8

123
MATEMÁTICA
Para resolver estas equações, além das propriedades de potên-
cias, utilizamos a seguinte propriedade:
Se duas potências são iguais, tendo as bases iguais, então os
expoentes são iguais: am = an ⇔ m = n, sendo a > 0 e a ≠ 1.

Gráficos da função exponencial


A função exponencial f, de domínio R e contradomínio R, é de-
finida por y = ax, onde a > 0 e a ≠1.

Exemplos:
01. Considere a função y = 3x. Observando o gráfico, temos que:
Vamos atribuir valores a x, calcular y e a seguir construir o grá- • na função crescente, conservamos o sinal da desigualdade
fico: para comparar os expoentes:

• na função decrescente, “invertemos” o sinal da desigualdade


para comparar os expoentes:

02. Considerando a função, encontre a função: y = (1/3)x


Desde que as bases sejam iguais.

Exemplos:
(CORPO DE BOMBEIROS MILITAR/MT – OFICIAL BOMBEIRO
MILITAR – COVEST – UNEMAT) As funções exponenciais são muito
usadas para modelar o crescimento ou o decaimento populacional
de uma determinada região em um determinado período de tem-
po. A função P(t) = 234(1,023)t modela o comportamento de uma
determinada cidade quanto ao seu crescimento populacional em
um determinado período de tempo, em que P é a população em
milhares de habitantes e t é o número de anos desde 1980.
Qual a taxa média de crescimento populacional anual dessa
cidade?
Observando as funções anteriores, podemos concluir que para (A) 1,023%
y = ax: (B) 1,23%
• se a > 1, a função exponencial é crescente; (C) 2,3%
• se 0 < a < 1, a função é decrescente. (D) 0,023%
(E) 0,23%
Graficamente temos:
Resolução:

Primeiramente, vamos calcular a população inicial, fazendo t


= 0:

Agora, vamos calcular a população após 1 ano, fazendo t = 1:

Inequação exponencial
A inequação exponencial caracteriza-se pela presença da incóg-
nita no expoente e de um dos sinais de desigualdade: >, <, ≥ ou ≤. Por fim, vamos utilizar a Regra de Três Simples:
Analisando seus gráficos, temos: População----------%
234 --------------- 100
239,382 ------------ x
234.x = 239,382 . 100
x = 23938,2 / 234

124
MATEMÁTICA
x = 102,3% – Propriedades
102,3% = 100% (população já existente) + 2,3% (crescimento)
Resposta: C

(POLÍCIA CIVIL/SP – DESENHISTA TÉCNICO-PERICIAL – VU-


NESP) Uma população P cresce em função do tempo t (em anos),
segundo a sentença P = 2000.50,1t. Hoje, no instante t = 0, a popu-
lação é de 2 000 indivíduos. A população será de 50 000 indivíduos
daqui a
(A) 20 anos. Logaritmo decimal - característica e mantissa
(B) 25 anos. Normalmente eles são calculados fazendo-se o uso da calcula-
(C) 50 anos. dora e da tabela de logaritmos. Mas fique tranquilo em sua prova as
(D) 15 anos. bancas fornecem os valores dos logaritmos.
(E) 10 anos.
Exemplo: Determine log 341.
Resolução:
Resolução:
Sabemos que 341 está entre 100 e 1.000:
102 < 341 < 103
Como a característica é o expoente de menor potência de 10,
temos que c = 2.
Consultando a tabela para 341, encontramos m = 0,53275.
Logo: log 341 = 2 + 0,53275  log 341 = 2,53275.
Vamos simplificar as bases (5), sobrando somente os expoen-
tes. Assim: Propriedades operatórias dos logaritmos
0,1 . t = 2
t = 2 / 0,1
t = 20 anos
Resposta: A

Função logarítmica
• Logaritmo
O logaritmo de um número b, na base a, onde a e b são positi-
vos e a é diferente de um, é um número x, tal que x é o expoente de
a para se obter b, então: Cologaritmo
cologa b = - loga b, sendo b> 0, a > 0 e a ≠ 1

Mudança de base
Para resolver questões que envolvam logaritmo com bases di-
ferentes, utilizamos a seguinte expressão:
Onde:
b é chamado de logaritmando
a é chamado de base
x é o logaritmo

OBSERVAÇÕES
– loga a = 1, sendo a > 0 e a ≠ 1 Função logarítmica
– Nos logaritmos decimais, ou seja, aqueles em que a base é Função logarítmica é a função f, de domínio R*+ e contradomí-
10, está frequentemente é omitida. Por exemplo: logaritmo de 2 na nio R, que associa cada número real e positivo x ao logaritmo de x
base 10; notação: log 2 na base a, onde a é um número real, positivo e diferente de 1.

Propriedades decorrentes da definição

• Domínio (condição de existência)


Segundo a definição, o logaritmando e a base devem ser positi-
vos, e a base deve ser diferente de 1. Portanto, sempre que encon-
tramos incógnitas no logaritmando ou na base devemos garantir a Gráfico da função logarítmica
existência do logaritmo. Vamos construir o gráfico de duas funções logarítmicas como
exemplo:
A) y = log3 x
Atribuímos valores convenientes a x, calculamos y, conforme
mostra a tabela. Localizamos os pontos no plano cartesiano obten-
do a curva que representa a função.

125
MATEMÁTICA

B) y = log1/3 x
Vamos tabelar valores convenientes de x, calculando y. Localizamos os pontos no plano cartesiano, determinando a curva correspon-
dente à função.

Observando as funções anteriores, podemos concluir que para y = logax:


• se a > 1, a função é crescente;
• se 0 < a < 1, a função é decrescente.

Equações logarítmicas
A equação logarítmica caracteriza-se pela presença do sinal de igualdade e da incógnita no logaritmando.
Para resolver uma equação, antes de mais nada devemos estabelecer a condição de existência do logaritmo, determinando os valores
da incógnita para que o logaritmando e a base sejam positivos, e a base diferente de 1.

Inequações logarítmicas
Identificamos as inequações logarítmicas pela presença da incógnita no logaritmando e de um dos sinais de desigualdade: >, <, ≥ ou ≤.
Assim como nas equações, devemos garantir a existência do logaritmo impondo as seguintes condições: o logaritmando e a base
devem ser positivos e a base deve ser diferente de 1.
Na resolução de inequações logarítmicas, procuramos obter logaritmos de bases iguais nos dois membros da inequação, para poder
comparar os logaritmandos. Porém, para que não ocorram distorções, devemos verificar se as funções envolvidas são crescentes ou de-
crescentes. A justificativa será feita por meio da análise gráfica de duas funções:

126
MATEMÁTICA
Na função crescente, os sinais coincidem na comparação dos logaritmandos e, posteriormente, dos respectivos logaritmos; porém,
o mesmo não ocorre na função decrescente. De modo geral, quando resolvemos uma inequação logarítmica, temos de observar o valor
numérico da base pois, sendo os dois membros da inequação compostos por logaritmos de mesma base, para comparar os respectivos
logaritmandos temos dois casos a considerar:
• se a base é um número maior que 1 (função crescente), utilizamos o mesmo sinal da inequação;
• se a base é um número entre zero e 1 (função decrescente), utilizamos o “sinal inverso” da inequação.

Concluindo, dada a função y = loga x e dois números reais x1 e x2:

Exemplos:
(PETROBRAS-GEOFISICO JUNIOR – CESGRANRIO) Se log x representa o logaritmo na base 10 de x, então o valor de n tal que log n =
3 - log 2 é:
(A) 2000
(B) 1000
(C) 500
(D) 100
(E) 10

Resolução:
log n = 3 - log 2
log n + log 2 = 3 * 1
onde 1 = log 10 então:
log (n * 2) = 3 * log 10
log(n*2) = log 10 ^3
2n = 10^3
2n = 1000
n = 1000 / 2
n = 500
Resposta: C

(MF – ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ESAF) Sabendo-se que log x representa o logaritmo de x na base 10, calcule o valor
da expressão log 20 + log 5.
(A) 5
(B) 4
(C) 1
(D) 2
(E) 3

Resolução:
E = log20 + log5
E = log(2 x 10) + log5
E = log2 + log10 + log5
E = log10 + log (2 x 5)
E = log10 + log10
E = 2 log10
E=2
Resposta: D

Funções trigonométricas
Podemos generalizar e escrever todos os arcos com essa característica na seguinte forma: π/2 + 2kπ, onde k Є Z. E de uma forma geral
abrangendo todos os arcos com mais de uma volta, x + 2kπ.
Estes arcos são representados no plano cartesiano através de funções circulares como: função seno, função cosseno e função tangente.

127
MATEMÁTICA
• Função Seno
É uma função f : R → R que associa a cada número real x o seu seno, então f(x) = sem x. O sinal da função f(x) = sem x é positivo no 1º
e 2º quadrantes, e é negativo quando x pertence ao 3º e 4º quadrantes.

• Função Cosseno
É uma função f : R → R que associa a cada número real x o seu cosseno, então f(x) = cos x. O sinal da função f(x) = cos x é positivo no
1º e 4º quadrantes, e é negativo quando x pertence ao 2º e 3º quadrantes.

128
MATEMÁTICA
• Função Tangente
É uma função f : R → R que associa a cada número real x a sua tangente, então f(x) = tg x.
Sinais da função tangente:
- Valores positivos nos quadrantes ímpares.
- Valores negativos nos quadrantes pares.
- Crescente em cada valor.

MATRIZES. DETERMINANTES. SISTEMAS LINEARES

Matriz
Uma matriz é uma tabela de números reais dispostos segundo linhas horizontais e colunas verticais.
O conjunto ordenado dos números que formam a tabela, é denominado matriz, e cada número pertencente a ela é chamado de ele-
mento da matriz.

• Tipo ou ordem de uma matriz


As matrizes são classificadas de acordo com o seu número de linhas e de colunas. Assim, a matriz representada a seguir é denominada
matriz do tipo, ou ordem, 3 x 4 (lê-se três por quatro), pois tem três linhas e quatro colunas. Exemplo:

129
MATEMÁTICA
• Representação genérica de uma matriz • Operações com matrizes
Costumamos representar uma matriz por uma letra maiúscula – Adição: somamos os elementos correspondentes das matri-
(A, B, C...), indicando sua ordem no lado inferior direito da letra. zes, por isso, é necessário que as matrizes sejam de mesma ordem.
Quando desejamos indicar a ordem de modo genérico, fazemos uso A=[aij]m x n; B = [bij]m x n, portanto C = A + B ⇔ cij = aij + bij.
de letras minúsculas. Exemplo: Am x n.
Da mesma maneira, indicamos os elementos de uma matriz
pela mesma letra que a denomina, mas em minúscula. A linha e a
coluna em que se encontra tal elemento é indicada também no lado
inferior direito do elemento. Exemplo: a11.
Exemplo:
(PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO) Considere a seguinte sen-
tença envolvendo matrizes:

Diante do exposto, assinale a alternativa que apresenta o valor


de y que torna a sentença verdadeira.
(A) 4.
(B) 6.
(C) 8.
(D) 10.
Exemplo:
(PM/SE – SOLDADO 3ª CLASSE – FUNCAB) A matriz abaixo re- Resolução:
gistra as ocorrências policiais em uma das regiões da cidade duran-
te uma semana.

y=10
Resposta: D

– Multiplicação por um número real: sendo k ∈ R e A uma ma-


triz de ordem m x n, a matriz k . A é obtida multiplicando-se todos
Sendo M=(aij)3x7 com cada elemento aij representando o núme- os elementos de A por k.
ro de ocorrência no turno i do dia j da semana.
O número total de ocorrências no 2º turno do 2º dia, somando
como 3º turno do 6º dia e com o 1º turno do 7º dia será:
(A) 61
(B) 59
(C) 58
(D) 60 – Subtração: a diferença entre duas matrizes A e B (de mesma
(E) 62 ordem) é obtida por meio da soma da matriz A com a oposta de B.

Resolução:
Turno i –linha da matriz
Turno j- coluna da matriz
2º turno do 2º dia – a22=18
3º turno do 6º dia-a36=25
1º turno do 7º dia-a17=19
Somando:18+25+19=62 – Multiplicação entre matrizes: consideremos o produto A . B =
Resposta: E C. Para efetuarmos a multiplicação entre A e B, é necessário, antes
de mais nada, determinar se a multiplicação é possível, isto é, se o
• Igualdade de matrizes número de colunas de A é igual ao número de linhas de B, determi-
Duas matrizes A e B são iguais quando apresentam a mesma nando a ordem de C: Am x n x Bn x p = Cm x p, como o número de colunas
ordem e seus elementos correspondentes forem iguais. de A coincide com o de linhas de B(n) então torna-se possível o
produto, e a matriz C terá o número de linhas de A(m) e o número
de colunas de B(p)

130
MATEMÁTICA

De modo geral, temos:

Exemplo:
(CPTM – ALMOXARIFE – MAKIYAMA) Assinale a alternativa que apresente o resultado da multiplicação das matrizes A e B abaixo:

(A)

(B)

(C)

(D)

(E)

Resolução:

Resposta: B

• Casos particulares
– Matriz identidade ou unidade: é a matriz quadrada que possui os elementos de sua diagonal principal iguais a 1 e os demais ele-
mentos iguais a 0. Indicamos a matriz identidade de Ιn, onde n é a ordem da matriz.

– Matriz transposta: é a matriz obtida pela troca ordenada de linhas por colunas de uma matriz. Dada uma matriz A de ordem m x n,
obtém-se uma outra matriz de ordem n x m, chamada de transposta de A. Indica-se por At.

131
MATEMÁTICA

Exemplo:
(PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO) É correto afirmar que o de-
terminante é igual a zero para x igual a

(A) 1.
(B) 2.
Exemplo: (C) -2.
(CPTM – ANALISTA DE COMUNICAÇÃO JÚNIOR – MAKIYAMA) (D) -1.
Para que a soma de uma matriz e sua respectiva matriz transposta
At em uma matriz identidade, são condições a serem cumpridas: Resolução:
(A) a=0 e d=0 D = 4 - (-2x)
(B) c=1 e b=1 0 = 4 + 2x
(C) a=1/c e b=1/d x=-2
(D) a²-b²=1 e c²-d²=1 Resposta: C
(E) b=-c e a=d=1/2
• Regra de Sarrus
Resolução: Esta técnica é utilizada para obtermos o determinante de ma-
trizes de 3ª ordem. Utilizaremos um exemplo para mostrar como
aplicar a regra de Sarrus. A regra de Sarrus consiste em:
a) Repetir as duas primeiras colunas à direita do determinante.
b) Multiplicar os elementos da diagonal principal e os elemen-
tos que estiverem nas duas paralelas a essa diagonal, conservando
2a=1 os sinais desses produtos.
a=1/2 c) Efetuar o produto dos elementos da diagonal secundária e
b+c=0 dos elementos que estiverem nas duas paralelas à diagonal e mul-
b=-c tiplicá-los por -1.
2d=1 d) Somar os resultados dos itens b e c. E assim encontraremos
D=1/2 o resultado do determinante.
Resposta: E
Simplificando temos:
– Matriz inversa: dizemos que uma matriz quadrada A, de or-
dem n, admite inversa se existe uma matriz A-1, tal que:

Determinantes
Determinante é um número real associado a uma matriz qua-
drada. Para indicar o determinante, usamos barras. Seja A uma ma-
triz quadrada de ordem n, indicamos o determinante de A por:

Exemplo:
(PREF. ARARAQUARA/SP – AGENTE DA ADMINISTRAÇÃO DOS
SERVIÇOS DE SANEAMENTO – CETRO) Dada a matriz

, assinale a alternati-
va que apresenta o valor do determinante de A é
(A) -9.
• Determinante de uma matriz de 1ª- ordem (B) -8.
A matriz de ordem 1 só possui um elemento. Por isso, o deter- (C) 0.
minante de uma matriz de 1ª ordem é o próprio elemento. (D) 4.

• Determinante de uma matriz de 2ª- ordem


Em uma matriz de 2ª ordem, obtém-se o determinante por
meio da diferença do produto dos elementos da diagonal principal
pelo produto dos elementos da diagonal secundária.

132
MATEMÁTICA
Resolução:

detA = - 1 – 4 + 2 - (2 + 2 + 2) = - 9

Resposta: A

• Teorema de Laplace
Para matrizes quadradas de ordem n ≥ 2, o teorema de Laplace oferece uma solução prática no cálculo dos determinantes. Pelo teo-
rema, o determinante de uma matriz quadrada A de ordem n (n ≥ 2) é igual à soma dos produtos dos elementos de uma linha ou de uma
coluna qualquer, pelos respectivos co-fatores. Exemplo:

Dada a matriz quadrada de ordem 3, , vamos calcular det A usando o teorema de Laplace.
Podemos calcular o determinante da matriz A, escolhendo qualquer linha ou coluna. Por exemplo, escolhendo a 1ª linha, teremos:
det A = a11. A11 + a12. A12 + a13. A13

Portanto, temos que:


det A = 3. (-21) + 2. 6 + 1. (-12) ⇒ det A = -63 + 12 – 12 ⇒ det A = -63

Exemplo:
(TRANSPETRO – ENGENHEIRO JÚNIOR – AUTOMAÇÃO – CESGRANRIO) Um sistema dinâmico, utilizado para controle de uma rede
automatizada, forneceu dados processados ao longo do tempo e que permitiram a construção do quadro abaixo.

1 3 2 0
3 1 0 2
2 3 0 1
0 2 1 3

A partir dos dados assinalados, mantendo-se a mesma disposição, construiu-se uma matriz M. O valor do determinante associado à
matriz M é
(A) 42
(B) 44
(C) 46
(D) 48
(E) 50

133
MATEMÁTICA
Resolução:

Como é uma matriz 4x4 vamos achar o determinante através do teorema de Laplace. Para isso precisamos, calcular os cofatores. Dica:
pela fileira que possua mais zero. O cofator é dado pela fórmula: . Para o determinante é usado os números

que sobraram tirando a linha e a coluna.

Resposta: D

• Determinante de uma matriz de ordem n > 3


Para obtermos o determinante de matrizes de ordem n > 3, utilizamos o teorema de Laplace e a regra de Sarrus.

Exemplo:

Escolhendo a 1ª linha para o desenvolvimento do teorema de Laplace. Temos então:


det A = a11. A11 + a12. A12 + a13. A13 + a14. A14

Como os determinantes são, agora, de 3ª ordem, podemos aplicar a regra de Sarrus em cada um deles. Assim:
det A= 3. (188) - 1. (121) + 2. (61) ⇒ det A = 564 - 121 + 122 ⇒ det A = 565

• Propriedades dos determinantes


a) Se todos os elementos de uma linha ou de uma coluna são nulos, o determinante é nulo.

134
MATEMÁTICA
• Representação genérica de um sistema linear
Um sistema linear de m equações nas n incógnitas x1, x2, ..., xn
é da forma:

b) Se uma matriz A possui duas linhas ou duas colunas iguais,


então o determinante é nulo.

onde a11, a12 , ..., an e b1, b2 , ..., bn são números reais.

Se o conjunto de números reais (k1, k2, ..., kn) torna verdadeiras


todas as equações do sistema, dizemos que esse conjunto é solu-
c) Em uma matriz cuja linha ou coluna foi multiplicada por um ção do sistema linear. Como as equações lineares são homogêneas
número k real, o determinante também fica multiplicado pelo mes- quando b = 0, então, consequentemente, um sistema linear será
mo número k. homogêneo quando b1 = b2 = ... = bn = 0. Assim, o sistema admitirá
a solução trivial, (0, 0, ... 0).

Exemplo:
Na equação 4x – y = 2, o par ordenado (3,10) é uma solução,
pois ao substituirmos esses valores na equação obtemos uma igual-
dade.
4. 3 – 10 → 12 – 10 = 2
Já o par (3,0) não é a solução, pois 4.3 – 0 = 2 → 12 ≠ 2

• Representação de um sistema linear por meio de matrizes


Um sistema linear de m equações com n incógnitas pode ser
d) Para duas matrizes quadradas de mesma ordem, vale a se- escrito sob a forma de matrizes, bastando separar seus componen-
guinte propriedade: tes por matriz.
Sejam:
det (A. B) = det A + det B. Amn ⇒ a matriz dos coeficientes das incógnitas;
e) Uma matriz quadrada A será inversível se, e somente se, seu Xn1 ⇒ a matriz das incógnitas;
determinante for diferente de zero. Bn1 ⇒ a matriz dos termos independentes.

Sistemas lineares
Entendemos por sistema linear um conjunto de equações li-
neares reunidas com o objetivo de se obterem soluções comuns a
todas essas equações.

• Equação linear
Chamamos de equações lineares as equações do 1º grau que
apresentam a forma:
a1x1 + a2x2 + a3x3+...anxn = b, Portanto, podemos escrever o sistema sob a forma matricial:

onde a1, a2, a3,.., an e b são números reais


x1, x2, x3,.., xn são as incógnitas.
Os números reais a1, a2, a3..., an são chamados de coeficientes e
b é o termo independente.

ATENÇÃO: TODOS os expoentes de todas as variáveis são


SEMPRE iguais a 1.
• Sistema normal
• Solução de uma equação linear É o sistema em que o número de equações é igual ao número
Dada uma equação linear com n incógnitas: de incógnitas (m = n) e o determinante da matriz dos coeficientes é
a1x1 + a2x2 + ... + anxn = b, temos que sua solução é a sequência diferente de zero.
de números reais (k1, k2, ..., kn) que, colocados correspondentemen-
te no lugar de x1, x2, ..., xn, tornam verdadeira a igualdade.
Quando a equação linear for homogênea, então ela admitirá
pelo menos a solução (0, 0, ..., 0), chamada de solução trivial.

135
MATEMÁTICA
Exemplo: Substituindo esse valor de y na 1ª equação de (*) e conside
Dado o sistema S: , temos
rando a matriz , cujo determinante é indicado por Dx =

ed – bf, obtemos , D ≠ 0.

Em síntese, temos:
Logo, o sistema linear S é normal. O sistema

• Classificação de um sistema linear é possível e determinado quando , e a solu-


Classificar um sistema linear é considerá-lo em relação ao nú- ção desse sistema é dada por:
mero de soluções que ele apresenta. Assim, os sistemas lineares
podem ser:
a) Sistema impossível ou incompatível: quando não admite so-
lução. O sistema não admite solução quando o det A for nulo, e pelo
menos um dos determinantes relativos às incógnitas for diferente
de zero, isto é: det A 1 0 ou det A2 0 ou ... ou det An 0.
b) Sistema possível ou compatível: quando admite pelo menos Esta regra é um importante recurso na resolução de sistemas
uma solução. Este sistema pode ser: lineares possíveis e determinados, especialmente quando o escalo-
– Determinado: quando admitir uma única solução. ‘O sistema namento se torna trabalhoso (por causa dos coeficientes das equa-
é determinado quando det A 0. ções) ou quando o sistema é literal.

Em resumo temos: Exemplo:


Aplicando a Regra de Cramer para resolver os sistemas

Temos que , dessa forma, SPD.

• Regra de Cramer
Para a resolução de sistemas normais, utilizaremos a regra de
Cramer.

Consideramos os sistemas .

Suponhamos que a ≠ 0. Observamos que a matriz incompleta


desse sistema é

, cujo determinante é indicado por D = ad – bc.

Uma alternativa para encontrar o valor de z seria substituir x


Escalonando o sistema, obtemos: por -2 e y por 3 em qualquer uma das equações do sistema.
Assim, S = {(-2,3-1)}.

Exemplos:
(UNIOESTE – ANALISTA DE INFORMÁTICA – UNIOESTE) Consi-
Se substituirmos em M a 2ª coluna (dos coeficientes de y) pela dere o seguinte sistema de equações lineares
coluna dos coeficientes independentes, obteremos , cujo de-
terminante é indicado por Dy = af – ce.
Assim, em (*), na 2ª equação, obtemos D. y = Dy. Se D ≠ 0, se

gue que

136
MATEMÁTICA
Assinale a alternativa correta.
(A) O determinante da matriz dos coeficientes do sistema é um SEQUÊNCIAS.PROGRESSÕES ARITMÉTICAS E
número estritamente positivo. PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS
(B) O sistema possui uma única solução (1, 1, -1).
(C) O sistema possui infinitas soluções. Progressão aritmética (P.A.)
(D) O posto da matriz ampliada associada ao sistema é igual a É toda sequência numérica em que cada um de seus termos,
3. a partir do segundo, é igual ao anterior somado a uma constante
(E) Os vetores linha (1, 2, 3/2) e (2, 4, 3) não são colineares. r, denominada razão da progressão aritmética. Como em qualquer
sequência os termos são chamados de a1, a2, a3, a4,.......,an,....
Resolução:

O sistema pode ser SI(sistema impossível) ou SPI(sistema pos-


sível indeterminado)
Para ser SI Dx = 0 e SPI Dx ≠ 0 • Cálculo da razão
A razão de uma P.A. é dada pela diferença de um termo qual-
quer pelo termo imediatamente anterior a ele.
r = a2 – a1 = a3 – a2 = a4 – a3 = a5 – a4 = .......... = an – an – 1

Exemplos:
- (5, 9, 13, 17, 21, 25,......) é uma P.A. onde a1 = 5 e razão r = 4
- (2, 9, 16, 23, 30,.....) é uma P.A. onde a1 = 2 e razão r = 7
- (23, 21, 19, 17, 15,....) é uma P.A. onde a1 = 23 e razão r = - 2.
Dx ≠ 0, portanto o sistema tem infinitas soluções.
Resposta: C • Classificação
Uma P.A. é classificada de acordo com a razão.
(SEDUC/RJ - PROFESSOR – MATEMÁTICA – CEPERJ) Sabendo-
-se que 2a + 3b + 4c = 17 e que 4a + b - 2c = 9, o valor de a + b + c é:
Se r > 0 ⇒ Se r < 0 ⇒ Se r = 0 ⇒
(A) 3.
CRESCENTE. DECRESCENTE. CONSTANTE.
(B) 4.
(C) 5.
• Fórmula do Termo Geral
(D) 6.
Em toda P.A., cada termo é o anterior somado com a razão,
(E) 7.
então temos:
1° termo: a1
Resolução:
2° termo: a2 = a1 + r
(I) 2a + 3b + 4c = 17 x(-2)
3° termo: a3 = a2 + r = a1 + r + r = a1 + 2r
(II) 4a + b – 2c = 9
4° termo: a4 = a3 + r = a1 + 2r + r = a1 + 3r
Multiplicamos a primeira equação por – 2 e somamos com a
5° termo: a5 = a4 + r = a1 + 3r + r = a1 + 4r
segunda, cancelando a variável a:
6° termo: a6 = a5 + r = a1 + 4r + r = a1 + 5r
(I) 2a + 3b + 4c = 17
. . . . . .
(II) – 5b – 10c = - 25 : (- 5)
. . . . . .
. . . . . .
Então:
n° termo é:
(I) 2a + 3b + 4c = 17
(II) b +2c = 5
Um sistema com três variáveis e duas equações é possível e
indeterminado (tem infinitas soluções), então fazendo a variável c =
α (qualquer letra grega).
Substituímos c em (II):
b + 2α = 5
Resposta: D

Exemplo:
(PREF. AMPARO/SP – AGENTE ESCOLAR – CONRIO) Descubra o
99º termo da P.A. (45, 48, 51,...)
(A) 339
(B) 337

137
MATEMÁTICA
(C) 333
(D) 331

Resolução:

Resposta: A

Propriedades
1) Numa P.A. a soma dos termos equidistantes dos extremos é igual à soma dos extremos.
2) Numa P.A. com número ímpar de termos, o termo médio é igual à média aritmética entre os extremos.

Exemplo:

3) A sequência (a, b, c) é P.A. se, e somente se, o termo médio é igual à média aritmética entre a e c, isto é:

Soma dos n primeiros termos

Progressão geométrica (P.G.)


É uma sequência onde cada termo é obtido multiplicando o anterior por uma constante. Essa constante é chamada de razão da P.G.
e simbolizada pela letra q.

138
MATEMÁTICA
Cálculo da razão
A razão da P.G. é obtida dividindo um termo por seu antecessor. Assim: (a1, a2, a3, ..., an - 1, an, ...) é P.G. ⇔ an = (an - 1) q, n ≥ 2

Exemplos:

Classificação
Uma P.G. é classificada de acordo com o primeiro termo e a razão.

CRESCENTE DECRESCENTE ALTERNANTE CONSTANTE SINGULAR


a1 > 0 e q > 1 a1 > 0 e 0 < q < 1 Cada termo apresenta sinal contrário q = 1. a1 = 0
ou quando ou quando ao do anterior. Isto ocorre quando. (também é chamada de Esta- ou
a1 < 0 e 0 < q < 1. a1 < 0 e q > 1. q<0 cionária) q = 0.

Fórmula do termo geral


Em toda P.G. cada termo é o anterior multiplicado pela razão, então temos:
1° termo: a1
2° termo: a2 = a1.q
3° termo: a3 = a2.q = a1.q.q = a1q2
4° termo: a4 = a3.q = a1.q2.q = a1.q3
5° termo: a5 = a4.q = a1.q3.q = a1.q4
. . . . .
. . . . .
. . . . .

n° termo é:

Exemplo:
(TRF 3ª – ANALISTA JUDICIÁRIO - INFORMÁTICA – FCC) Um tabuleiro de xadrez possui 64 casas. Se fosse possível colocar 1 grão de
arroz na primeira casa, 4 grãos na segunda, 16 grãos na terceira, 64 grãos na quarta, 256 na quinta, e assim sucessivamente, o total de
grãos de arroz que deveria ser colocado na 64ª casa desse tabuleiro seria igual a
(A) 264.
(B) 2126.
(C) 266.
(D) 2128.
(E) 2256.

Resolução:
Pelos valores apresentados, é uma PG de razão 4
a64 = ?
a1 = 1
q=4
n = 64

139
MATEMÁTICA

Resposta: B

Propriedades
1) Em qualquer P.G., cada termo, exceto os extremos, é a média Exemplo:
geométrica entre o precedente e o consequente. A soma dos elementos da sequência numérica infinita (3; 0,9;
2) Em toda P.G. finita, o produto dos termos equidistantes dos 0,09; 0,009; …) é
extremos é igual ao produto dos extremos. (A) 3,1
(B) 3,9
(C) 3,99
(D) 3, 999
(E) 4

Resolução:
Sejam S as somas dos elementos da sequência e S1 a soma da
PG infinita (0,9; 0,09; 0,009;…) de razão q = 0,09/0,9 = 0,1. Assim:
S = 3 + S1
3) Em uma P.G. de número ímpar de termos, o termo médio é a Como -1 < q < 1 podemos aplicar a fórmula da soma de uma PG
média geométrica entre os extremos. infinita para obter S1:
Em síntese temos: S1 = 0,9/(1 - 0,1) = 0,9/0,9 = 1 → S = 3 + 1 = 4
Resposta: E

QUESTÕES

1. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER-


CIAL/2021/”PROVA A”
4) Em uma PG, tomando-se três termos consecutivos, o termo Antes de iniciar uma campanha publicitária, um banco fez uma
central é a média geométrica dos seus vizinhos. pesquisa, entrevistando 1000 de seus clientes, sobre a intenção de
adesão aos seus dois novos produtos. Dos clientes entrevistados,
430 disseram que não tinham interesse em nenhum dos dois pro-
dutos, 270 mostraram- -se interessados no primeiro produto, e 400
mostraram-se interessados no segundo produto.
Qual a porcentagem do total de clientes entrevistados que se
Soma dos n primeiros termos mostrou interessada em ambos os produtos?
A fórmula para calcular a soma de todos os seus termos é dada (A) 10%
por: (B) 15%
(C) 20%
(D) 25%
(E) 30%

2. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER-


CIAL/2021/”PROVA B”
Um banco está selecionando um novo escriturário e recebeu
Produto dos n termos um total de 50 currículos. Para o exercício desse cargo, três habi-
lidades foram especificadas: comunicação, relacionamento inter-
pessoal e conhecimento técnico. As seguintes características foram
detectadas entre os candidatos a essa vaga:
• 15 apresentavam habilidade de comunicação;
• 18 apresentavam habilidade de relacionamento interpessoal;
• 25 apresentavam conhecimento técnico;
Temos as seguintes regras para o produto: • Seis apresentavam habilidade de relacionamento interpesso-
1) O produto de n números positivos é sempre positivo. al e de comunicação;
2) No produto de n números negativos: • Oito apresentavam habilidade de relacionamento interpesso-
a) se n é par: o produto é positivo. al e conhecimento técnico;
b) se n é ímpar: o produto é negativo. • Dois candidatos apresentavam todas as habilidades;
• Oito candidatos não apresentavam nenhuma das habilidades.
Soma dos infinitos termos
A soma dos infinitos termos de uma P.G de razão q, com -1 < q Com base nessas informações, qual o número total de candida-
< 1, é dada por: tos que apresentam apenas uma das três habilidades apontadas?
(A) 28
(B) 38

140
MATEMÁTICA
(C) 21
(D) 13
(E) 15

3. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER-


CIAL/2018
Considere o conjunto A cujos 5 elementos são números intei-
ros, e o conjunto B formado por todos os possíveis produtos de três
elementos de A.
Se B = {–30, –20, –12, 0, 30}, qual o valor da soma de todos os
elementos de A?
(A) 5
(B) 3
(C) 12
(D) 8
(E) –12

4. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER-


CIAL/2021/”PROVA C”
De quantas formas diferentes, em relação à ordem entre as De quantas formas diferentes o professor pode montar a prova
pessoas, dois homens e quatro mulheres poderão ser dispostos em seguindo o critério estabelecido?
fila indiana, de modo que entre os dois homens haja, pelo menos, (A) 2520
uma mulher? (B) 128
(A) 10 (C) 6
(B) 20 (D) 1440
(C) 48 (E) 252
(D) 480
(E) 720 7. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER-
CIAL/2021/”PROVA B”
5. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER- Uma empresa paga um salário bruto mensal de R$ 1.000,00 a
CIAL/2018 um de seus funcionários. Além desses honorários, a empresa deve
Uma professora do jardim da infância entregou um mesmo de- recolher o FGTS desse empregado.
senho para cada um de seus 10 alunos e distribuiu vários lápis de Sabendo-se que o valor pago corresponde a, aproximadamen-
cor entre eles. A tarefa era pintar o desenho, que possuía diversas te, 8,33% do salário bruto, qual o valor pago, a título de FGTS, por
regiões. Cada uma dessas regiões apresentava a cor com a qual de- esse funcionário?
veria ser pintada. Todos os alunos receberam a mesma quantidade (A) R$ 1.008,33
de lápis de cor, mas nenhum aluno recebeu todas as cores neces- (B) R$ 8,33
sárias para pintar todo o desenho e, portanto, eles precisavam se (C) R$ 83,30
agrupar para conseguir completar a tarefa. Formando qualquer gru- (D) R$ 991,67
po de 6 alunos, uma região não poderia ser pintada, mas qualquer (E) R$ 1.083,30
grupo de 7 alunos conseguiria completar a tarefa. Todas as regiões
deveriam receber cores diferentes, e a professora distribuiu o me- 8. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER-
nor número de lápis de cor para cada aluno. CIAL/2021/”PROVA C”
Quantos lápis de cor cada aluno recebeu? Uma profissional liberal comprou dois apartamentos com o ob-
(A) 42 jetivo de vendê-los. Na venda do primeiro deles, obteve um lucro
(B) 63 de 36% sobre o preço de compra e, na do segundo, um lucro de
(C) 210 12%, também sobre o preço de compra. Ela recebeu por essas duas
(D) 105 vendas uma quantia 27% maior do que a soma das quantias pagas
(E) 84 na compra dos dois apartamentos.
Nessas condições, sendo P a quantia paga pelo primeiro apar-
6. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER- tamento, e S a quantia paga pelo segundo, a razão P/S é igual a
CIAL/2018 (A) 8/5
Um professor elaborou 10 questões diferentes para uma prova, (B) 5/3
das quais 2 são fáceis, 5 são de dificuldade média, e 3 são difíceis. (C) 12/5
No momento, o professor está na fase de montagem da prova. A (D) 17/14
montagem da prova é a ordem segundo a qual as 10 questões serão (E) 9/8
apresentadas. O professor estabeleceu o seguinte critério de distri-
buição das dificuldades das questões, para ser seguido na monta- 9. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE DE TECNO-
gem da prova: LOGIA/2021
Durante um atendimento, o cliente de um banco relata ao geren-
te de atendimento sua disponibilidade para investir R$400.000,00.
O gerente tem ao seu dispor 5 opções de investimento: renda fixa,
CDB, fundo de ações, LCI e LCA. Ao cliente foi oferecida uma carteira
diversificada de 20%, 10%, 30%, 15% e 25%, respectivamente.

141
MATEMÁTICA
Sendo assim, verifica-se que o valor sugerido para Sabe-se que 30% dos cupons da urna 1 são premiados, e que
(A) renda fixa foi de R$80.000,00 40% de todos os cupons são premiados.
(B) CDB foi de R$60.000,00 Antes de começar o sorteio, a proporção de cupons premiados
(C) fundo de ações foi de R$40.000,00 na urna 2 é de
(D) LCI foi de R$100.000,00 (A) 50%
(E) LCA foi de R$120.000,00 (B) 25%
(C) 5%
10. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE DE TECNO- (D) 10%
LOGIA/2021 (E) 15%
Uma central de assistência técnica de celulares trabalha com
três modelos de um mesmo fabricante. Para melhor organizar seu 13. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE DE TECNO-
sistema, foi medido o tempo de serviço para o conserto de cada LOGIA/2021
aparelho, desde a chegada do pedido de manutenção até a entrega André, Bianca e Carol precisam pintar um painel de 50m2. Para
do aparelho consertado, e cada um desses prazos foi classificado pintar 1m2, André gasta 12 minutos, Bianca gasta 20 minutos, e Ca-
como Curto, Médio ou Longo. rol, 15 minutos.
A Tabela abaixo mostra a distribuição dos tempos de serviço Supondo-se que os três pintaram, juntos, o mesmo painel, sem
para cada um dos três modelos aos quais a empresa prestou assis- fazer pausas e a velocidades constantes, quanto tempo eles leva-
tência em 2020. ram para a conclusão da tarefa?
(A) 3h 40min
(B) 4h 10min
(C) 5h 50min
(D) 6h
(E) 6h 20min

14. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE DE TECNO-


LOGIA/2021
Um escriturário mantém um desempenho de preencher 30 re-
latórios por hora e faz uma pausa de 10 minutos às 13h. Durante a
pausa, seu chefe pergunta a que horas receberá todos os relatórios
preenchidos.
Considerando-se que, ao longo do ano de 2020, essa empresa Se falta apenas 1 relatório e meio, e o escriturário pretende
reparou 1.000 unidades do modelo A, 600 unidades do modelo B manter seu desempenho, a partir de que horas o chefe pode contar
e 400 unidades do modelo C, qual foi a porcentagem destes aten- com todos os relatórios preenchidos?
dimentos, nesse período, que tiveram tempo de serviço Curto ou (A) 13h02min
Médio? (B) 13h03min
(A) 29% (C) 13h10min
(B) 48% (D) 13h12min
(C) 52% (E) 13h13min
(D) 58%
(E) 96% 15. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER-
CIAL/2021/”PROVA B”
11. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER- Um garçom ganha um salário fixo por mês mais gorjetas diá-
CIAL/2018 rias. Como regra, ele se propôs a cada dia do mês guardar um pouco
O dono de uma loja deu um desconto de 20% sobre o preço de do que ganha de gorjetas para fazer uma reserva financeira, que é
venda (preço original) de um de seus produtos e, ainda assim, obte- depositada no banco ao fim do dia 30, exceto em fevereiro. No dia
ve um lucro de 4% sobre o preço de custo desse produto. 1, ele guarda R$ 1,00; no dia 2, guarda R$ 2,00; no dia 3, R$ 3,00,
Se vendesse pelo preço original, qual seria o lucro obtido sobre e assim, sucessivamente, até que no dia 30, ele junta R$ 30,00 ao
o preço de custo? que vinha guardando e faz o depósito. Em um determinado mês de
(A) 40% 30 dias, ele precisou gastar tudo que havia juntado até o fim do dia
(B) 30% 15, mas quis repor esse gasto. Para isso, guardou do dia 16 até o dia
(C) 10% 30 um valor fixo de x reais por dia, de modo que, no fim do mês,
(D) 20% depositou a mesma quantia que vinha depositando todos os meses,
(E) 25% exceto em fevereiro.
Qual é o valor de x?
12. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER- (A) 20
CIAL/2018 (B) 23
Uma empresa cria uma campanha que consiste no sorteio de (C) 25
cupons premiados. O sorteio será realizado em duas etapas. Primei- (D) 27
ramente, o cliente lança uma moeda honesta: (E) 31
se o resultado for “cara”, o cliente seleciona, aleatoriamente,
um cupom da urna 1;
se o resultado for “coroa”, o cliente seleciona, aleatoriamente,
um cupom da urna 2.

142
MATEMÁTICA
16. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER- (C) 10%
CIAL/2018 (D) 12%
Para obter uma amostra de tamanho 1.000 dentre uma popu- (E) 15%
lação de tamanho 20.000, organizada em um cadastro em que cada
elemento está numerado sequencialmente de 1 a 20.000, um pes- 20. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER-
quisador utilizou o seguinte procedimento: CIAL/2021/”PROVA C”
I - calculou um intervalo de seleção da amostra, dividindo o Um banco tem agências em três regiões do país. Em cada re-
total da população pelo tamanho da amostra: 20.000/1.000 = 20; gião, trabalha-se com a comercialização de três segmentos: segu-
II - sorteou aleatoriamente um número inteiro, do intervalo [1, ros (X), previdência (Y) e consórcios (Z). Cada equação linear que
20]. O número sorteado foi 15; desse modo, o primeiro elemento compõe o sistema abaixo representa a capacidade de uma regional
selecionado é o 15º; produzir valor agregado para o banco, em cada segmento de atua-
III - a partir desse ponto, aplica-se o intervalo de seleção da ção (lado esquerdo das equações), visando ao alcance das metas de
amostra: o segundo elemento selecionado é o 35º (15+20), o ter- lucro operacional em milhares de reais (lado direito das equações).
ceiro é o 55º (15+40), o quarto é o 75º (15+60), e assim sucessiva-
mente.

O último elemento selecionado nessa amostra é o


(A) 19.997º
(B) 19.995º
(C) 19.965º
(D) 19.975º De acordo com esses dados, verifica-se que a contribuição de
(E) 19.980º um dado segmento que atinge exatamente a meta de sua região é
de
17. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER- (A) R$160.000,00 no segmento seguros, na região Sul
CIAL/2021/”PROVA B” (B) R$400.000,00 no segmento previdência, na região Sudeste
Um banco está planejando abrir uma nova agência em uma (C) R$180.000,00 no segmento consórcio, na região Norte
cidade do interior. O departamento de Marketing estima que o nú- (D) R$90.000,00 no segmento seguros, na região Norte
mero de clientes da agência (NC) em função do número de meses (E) R$180.000,00 no segmento previdência, na região Sul
decorridos (t) desde a inauguração seguirá a seguinte função expo-
nencial:
NC(t)=100×(2t) GABARITO

Quantos meses completos, após a inauguração, o número esti-


1 A
mado de clientes da agência será superior a 2.000?
(A) 1 2 A
(B) 2 3 D
(C) 3
(D) 4 4 D
(E) 5 5 E
6 D
18. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER-
CIAL/2018 7 C
Sabe-se que g é uma função par e está definida em todo do- 8 B
mínio da função f, e a função f pode ser expressa por f(x) = x 2 + k
. x . g(x). 9 A
Se f(1) = 7, qual o valor de f(–1)? 10 B
(A) 7
(B) 5 11 B
(C) –7 12 A
(D) –6
13 B
(E) –5
14 E
19. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER- 15 E
CIAL/2021/”PROVA A”
Uma loja vende um produto em dois tipos de embalagem: uni- 16 B
tária (com uma unidade do produto) e dupla (com duas unidades 17 E
do produto). Em certo mês, foram vendidas 16 embalagens duplas
e 20 unitárias, gerando uma receita para a loja de R$ 488,00. No 18 E
mês seguinte, foram vendidas 30 embalagens duplas e 25 unitárias, 19 C
gerando uma receita de R$ 790,00.
20 A
Qual foi a porcentagem do desconto dado em cada unidade do
produto ao se comprar a embalagem dupla?
(A) 5%
(B) 8%

143
MATEMÁTICA

ANOTAÇÕES

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144
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

Facilitam na rapidez e no sentido de evitar idas nas agências, ape-


OS BANCOS NA ERA DIGITAL: ATUALIDADE, nas para tais serviços. Promove também o conforto e a segurança do
TENDÊNCIAS E DESAFIOS. INTERNET BANKING. cliente que não necessita da utilização de dinheiro em espécie para
MOBILE BANKING. OPEN BANKING. NOVOS MODELOS suas operações financeiras. Reduz custos para as instituições financei-
DE NEGÓCIOS. FINTECHS, STARTUPS E BIG TECHS. ras e promove a garantia do recebimento para os comerciantes.
SISTEMA DE BANCOS-SOMBRA (SHADOW BANKING). Os cartões mais utilizados são:
O DINHEIRO NA ERA DIGITAL: BLOCKCHAIN, BITCOIN • Cartões de débito – Débito automático na conta do cliente
E DEMAIS CRIPTOMOEDAS. SEGMENTAÇÃO E do valor referente a compra. Segurança também para o estabele-
INTERAÇÕES DIGITAIS. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO cimento, pois tem a certeza que o pagamento já saiu da conta do
SISTEMA FINANCEIRO cliente.
• Cartão de crédito – Incentiva o consumo, pois o pagamento
Presente, tendências e desafios de suas compras ocorrerá apenas no vencimento da fatura, inclusi-
Os bancos “tradicionais” já utilizam a tecnologia para oferecer ve em parcelas.
serviços e facilidades aos seus clientes. Seja através de internet • Cartões múltiplos – Que exercem duas funções simultâneas
banking ou móbile banking. No entanto, esses bancos precisam ino- (débito e crédito).
var tecnologicamente o mais rápido possível, caso contrário, serão
substituídos pelos bancos digitais. Mobile banking
O maior desafio de um banco digital no Brasil é transformar É a tecnologia do banco voltada para a tela do celular ou outros
uma cultura de muitos anos de contatos diretos com atendentes, dispositivos móveis, 365 dias por ano, permitindo a realização de
gerentes e pagamentos via operadores de caixa em agências físi- diversas transações financeiras através de aplicativos que são bai-
cas para o atendimento virtual. Pois ainda existe a desconfiança de xados em smartphones, relógios inteligentes, etc.
muitos clientes, principalmente aqueles com idades mais elevadas; Possibilita aos clientes rapidez e comodidade, devido acesso
inclusive a dificuldade e insegurança para o acesso. em qualquer localidade e sem a necessidade de idas as agências
Para conquistarem mais clientes, os bancos digitais inovam físicas; o que também reduz custos das instituições financeiras.
cada vez mais em tecnologia e resolução de problemas de forma
mais simples e rápido, trazendo um conceito de valor e utilidade Open banking e o modelo de bank as a service
para seus usuários.
Open Banking
Internet banking, banco virtual e “dinheiro de plástico” É um conjunto de práticas que torna o cliente detentor de seus
dados financeiros, como por exemplo, datas e valores de transfe-
Internet Banking rências, pagamentos, ou produtos que selecionou para investimen-
É a plataforma bancária que utiliza a tecnologia como sua alia- tos. O que proporciona inovação e concorrência entre os serviços
da. É o ambiente que fica na internet em que os clientes realizam financeiros.
operações bancárias, em ambiente fora da agência. Em abril de 2019, o Banco Central do Brasil, iniciou a imple-
No site do banco, os clientes podem realizar operações de ex- mentação do Open Banking no Brasil.
tratos, saldos, pagamentos, empréstimos, etc.; permitindo que as Essas novas ações possibilitam que o consumidor tenha o po-
movimentações sejam realizadas com mais conforto e comodidade, der de escolha de transferir seus dados do banco A para o banco
pois não há necessidade de se deslocar até uma agência. B; pois acredita, por exemplo, que no segundo banco terá melhor
condições de taxas de juros, tarifas ou até mesmo, melhor atendi-
Banco virtual mento.
São plataformas tecnológicas, também conhecidas como finte- Assim, o usuário tem a propriedade de seus dados e escolhe
chs (empresas que inovaram no modelo de negócios e operação) do com quem compartilhá-los.
Sistema Financeiro Nacional.
Foram criados para com a intenção de permitir o acesso ao siste- Modelo de bank as a service
ma bancário aos brasileiros que não tem acesso aos bancos comuns. Também conhecido por “banco como serviço”, é uma solução
Toda sua operação é realizada de modo virtual, sem agências fí- que tem o potencial de ampliar a competitividade e a colaboração
sicas abertas. Desde a abertura de contas até as movimentações de na prestação de serviços financeiros.
pagamentos, consultas diversas, transferências são realizadas por Com o bank as a service, empresas de qualquer segmento de
meio de sites ou aplicativos. mercado, passam a ter condições de oferecer serviços bancários de
uma forma simples e rápida.
“Dinheiro de plástico” Os grandes benefícios para o consumidor é a variedade de em-
É o meio físico de pagamento, mais conhecido como “cartão”, presas oferecendo serviços bancários, as filas em bancos ficam ape-
utilizado para pagamentos, saques e diversas movimentações em nas na lembrança, pois tudo é realizado por meio digital.
caixas eletrônicos.

145
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
O comportamento do consumidor na relação com o banco Fintechs, Startups e Big Techs
Cada vez mais ligados as tecnologias, consumidores tem bus- As fintechs (finanças + tecnologia) são startups que trabalham
cado facilidade, comodidade e rapidez nos serviços em geral. Em para otimizar o processo tradicional dos serviços financeiros e tam-
relação aos serviços bancários não seria diferente. bém resolver através da tecnologia, problemas específicos de pes-
Os bancos digitais preencheram grande parte dessas necessi- soas físicas ou jurídicas.
dades, através da redução de burocracia, fim das filas e idas em Em geral, trazem produtos altamente inovadores, simples e mui-
agências físicas dos bancos tradicionais. Com essas instituições já é to eficientes. Muitas vezes, analisando e preenchendo espaços que
possível abrir contas, realizar aplicações, obter financiamentos por deveriam ser dos bancos tradicionais, atendendo um público que em
aplicativos de forma rápida e segura. muitos casos, não tem acesso as instituições financeiras comuns.
Desde a entrada dos bancos virtuais, os clientes mudaram o Big Techs são grandes empresas de tecnologia que dominam o
relacionamento e o comportamento com os bancos, deixando a de- mercado, moldam como as pessoas compra, vendem, consomem
pendência física das agências, passando a se comunicar pelo inter- e trabalham. Tem como motor a inovação, sempre definindo novas
net banking e móbile banking na utilização dos serviços financeiros. tecnologias e serviços. Entre as principais estão a Apple, Amazon e
Microsoft.
A experiência do usuário
A experiência do usuário (user experience – UX) é o termo uti- Soluções mobile e service design
lizado para mencionar a relação de uma pessoa com um produto,
serviço, objeto, etc. Essa relação de utilidade vai definir se a expe- Soluções Mobile
riência foi boa ou ruim. Utilização de aplicativos na tecnologia da resolução das necessi-
Os bancos digitais tem concentrado todos os esforços para que dades dos clientes. Para que esse processo ocorra de maneira mais
a experiências de seus clientes seja a melhor possível. Para isso, de- eficaz, é necessário identificar quais serviços e produtos os usuários
senvolvem a todo momento, produtos e serviços que atendam às mais precisam.
necessidades dos usuários, tanto na forma de redução de burocracia No sistema bancário, são os aplicativos que permitem abertura
de atendimento, facilidade e rapidez na solução de problemas, reali- de conta e a realização de todas as transações bancárias e atendi-
zação de tarefas de maneira mais ágil. mento ao cliente no local em que estiver, através de um smartpho-
São produtos e serviços cada vez mais inovadores e tecnológicos, ne.
que proporcionam aos clientes e as empresas geração de valor.
Service Design
Inteligência artificial cognitiva Serviço capaz de oferecer aos clientes utilidade, eficiência, efi-
É a utilização da inteligência de computadores (robôs) que ad- cácia, ou seja, o serviço que é reconhecido pelos clientes a ponto de
quirem conhecimento com o passar do tempo. Ao utilizar essa tecno- gerar valor para ambas as partes.
logia em seus serviços, as instituições financeiras tem como objetivo No setor financeiro, os bancos digitais procuram oferecer servi-
principal, a eficácia, rapidez no atendimento. E personalização dos ços de qualidade, otimizando tempo e custos de clientes e trazendo
serviços oferecidos. soluções simples e rápidas para problemas financeiros.
A cada acesso, o computador é abastecido com as informações
do cliente, percebendo suas necessidades e preferências, por isso O dinheiro na era digital: blockchain, bitcoin e demais cripto-
que o sistema fica cada vez mais inteligente; por exemplo, ao acessar moedas
o internet banking. É a tecnologia em constante desenvolvimento.
Essa tecnologia é utilizada principalmente no atendimento tele- Blockchain
fônico das instituições, nos caixas eletrônicos através da leitura bio- É a tecnologia que permite o registro de informações de forma
métrica e também na internet e móbile banking. segura. Através dela, ocorre a transferência de valores digitalmente
mesmo sem a intermediação de instituições financeiras. Devido seu
Banco digitalizado versus banco digital nível de segurança, não há necessidade da confiança entre terceiros
Banco digitalizado é a modalidade já conhecida de bancos “tra- para as transações.
dicionais” (Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, etc.) que utili- Essa tecnologia pode ter outras funções, como a utilização na
zaram a tecnologia para modernizar o atendimento e inovar o modo indústria, para que a cadeia produtiva seja mais passível de rastrea-
como seus clientes realizam as transações. Através da digitalização, mento e suas informações fiquem registradas de forma imutável e,
conseguiram mudar o foco das agências para internet banking e mó- ainda, para que seus dados seu se percam.
bile banking. Tudo pode ser registrado na blockchain, pois sua composição
Porém, mesmo passando por essa inovação, não são totalmente se assemelha a uma grande biblioteca e a chave pública pode ser
digitais e ainda possuem agências físicas para apoio presencial com comparada a pastas de arquivos.
operadores de caixa, atendentes e gerentes. Para utilizar seus recursos, os usuários devem possuir um ende-
Os bancos digitais são aqueles totalmente virtuais, não possuem reço na própria blockchain.
atendimento em agências físicas, por exemplo, Nubank e Neon.
Já foram criados nesse novo conceito e seus clientes utilizam Bitcoin
100% de internet banking e móbile banking para realizar operações Bitcoin é uma moeda em forma de código, que não existe fisi-
como pagamentos, transferências, consultas, etc.; o saque ocorre em camente e não tem um banco central que organize sua organização.
caixas eletrônicos espalhados por estabelecimentos diversos. Ou seja, só existe no mundo virtual.
Para abrir uma conta nos bancos digitais, todo o processo é via Ela surgiu em 2008, tendo sua criação associada a um grupo de
ambiente virtual. O interessado se cadastra, faz a solicitação e após a um grupo de programadores, usando um pseudônimo de Satoshi
aprovação; envia os documentos e assinatura digitalizados. Nakamoto. Para isso, seus criadores utilizaram a soma do processa-
mento de seus computadores para acelerar tal ação; pois um com-
putador apenas levaria aproximadamente um ano para a realização
de uma fração de bitcoin.

146
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
Para ser dono de bitcoins é necessário possuir uma carteira vir- O material genético de uma Startup é a palavra “inovação”, e o
tual, representada por um aplicativo em que fica armazenado uma objetivo principal é a transformação com vistas a um “melhor servir”. Por
sequência de letras, que representa o dinheiro do comprador. Caso serem segmentos novos no mercado, o futuro é incerto, mas altamente
esse código seja perdido, o resultado será a perda do investimento. promissor, tanto que a cada ano o crescimento é exponencial.
Atualmente existem diversas corretoras que trabalham com a Ainda que diante de toda incerteza verifica-se que as Startups
venda de bitcoins. estão presentes em todos os segmentos da sociedade, como exemplo:
saúde, lazer, agronegócios, alimentação, vestuário, financeiros,
Demais criptomoedas bancário, entre outros.
As principais criptomoedas negociadas são: Dando ênfase ao segmento bancário tem-se que as Startups
• XRP Ripple – Criptomoeda centralizada, projetada para au- atuantes neste contexto são denominadas de Fintechs, as quais são
xiliar instituições financeirasa movimentar dinheiro de forma mais empresas que inovam quanto à forma de dispor os serviços financeiros
rápida, global e também com redução de custos. e bancários, trazendo facilidades atribuídas pelo rompimento da
• Litecan – Criptomoeda criada para transações mais rápidas e burocracia dos métodos tradicionais de fornecimento de bens e serviços.
com menos custos que a bitcoin, para ser utilizada em pagamentos Das definições apresentadas entende-se que, as Fintechs são
do dia a dia. Startups especializadas no setor financeiro/bancário tendo como
• Bitcoin Cash – Projetada para transações mais rápidas e roti- propósito a desburocratização e capilarização dos serviços e produtos
neiras, com taxas mais baixas. financeiros. O objetivo maior é o fornecimento de soluções ágeis e
• Ethereum – Blockchain que permite o armazenamento de eficazes para cada usuário, melhorando assim, a experiência no consumo
contratos inteligentes e aplicativos em sua rede. Utiliza como crip- de bens e produtos do segmento.
tomoeda a Ether, lançada em 2017. Atualmente, atribui-se às Startups e Fintechs, a fonte impulsionadora
dos grandes movimentos tecnológicos, já que figuram como agentes
Sistema de bancos-sombra (shadow banking) de transformação. A demanda pelo universo digital vem crescendo a
É um conjunto de operações não-regulamentadas de intermediá- passos largos, devido as facilidades oferecidas e a boa aceitação dos
rios financeiros, que fornecem crédito no sistema financeiro global de usuários.
forma “informal”. Ou seja, de forma indireta, sem passar por supervisão As Startups e Fintechs vieram para revolucionar a forma de
ou regulamentação bancária, algumas instituições conseguem realizar como se executa algo, seu objetivo principal é facilitar a vida de seus
financiamentos e empréstimos com suas atividades paralelas ao sistema usuários em busca da satisfação, ingrediente primordial para o
bancário tradicional. sucesso de qualquer organização no mercado.
Operações desse tipo oferecem maiores riscos de mercado, visto que, Nesse contexto, a disputa ente as Fintechs e os grandes bancos
na maior parte das vezes, não possuem uma garantia de capital reserva, o no Brasil são acirradas, já que aquelas são estruturas enxutas
que não impediu seu crescimento à nível global, de modo que se estima e altamente dinâmicas no quesito digital, o que lhes garantem
que há que quase 100 trilhões de dólares circulam em ativos financeiros maior flexibilidade e possibilidade de desenvoltura, já os bancos
desse tipo, tornando-o importante e relevante na estrutura financeira glo- tradicionais precisam se reinventar a cada dia, para fazer frente à
bal, como fornecedor de capital e crédito para investidores e corporações. manutenção de seus clientes e usuários, de forma a garantir que no
Contudo, observa-se um papel crítico atender esse tipo de deman- futuro tenham espaço no mercado.
da, de modo que muitos argumentam que esses mercados paralelos co-
laboraram para grandes crises financeiras, como a de 2008 nos Estados O desenvolvimento tecnológico aplicado ao segmento
Unidos, por isso tenta-se desde então aprovar uma série de medidas bancário
para regular ou limitar esse tipo de operação, visto que seus números A evolução digital vem revolucionando a forma de como se
alavancados e sem garantia seguem expondo os sistemas financeiros do realiza negócios em todos os segmentos do mercado. Em especial,
mundo todo em risco. o setor bancário tradicional é altamente afetado pelos reflexos
das variações tecnológicas, e por conta disso, busca a cada dia
Segmentação e interações digitais se adequar às inovações, para garantir sua permanência em um
A era dos avanços tecnológicos traz em seu bojo inúmeras mercado altamente competitivo.
transformações, em especial na forma de como os negócios tradicionais Em uma análise de contexto específico sobre essas mudanças
no mercado se realizam. Quanto a transformação digital do setor que a era digital vem ocasionando no mercado financeiro, área
bancário, por muitos anos, esse era um setor cheio de formalidades, onde circulam grande volume de negócios, pode-se perceber a
com muitas agências físicas, grandes filas e alguns procedimentos ocorrência de uma constante ruptura do formalismo bancário
exigiam retorno duas ou mais vezes às agências, ou seja, era sinônimo tradicional, exigido pela legislação que afeta ao segmento, para
de preocupação ao usuário. O cenário era de concentração de mercado, muitas flexibilizações e facilidades na forma de disponibilizar seus
pautada no domínio centrado em poucas instituições contribuindo para produtos e serviços a seus consumidores de forma eficiente e com
desbancarização de muitas pessoas1. rapidez.
Diante da mudança de cenário, onde o modelo digital de negócios Essas mudanças de paradigmas demonstradas com o avanço da
cresce a cada dia surgem as Startups voltadas ao meio financeiro tecnologia impulsionaram os bancos tradicionais a se adaptarem às
denominadas de Fintechs, que são empresas de tecnologia financeira mesmas, por conta do desenvolvimento tecnológico responsável por
com o objetivo de cobrir os gargalos do sistema financeiro tradicional, despontar no mercado, em especial o financeiro, novos prestadores
com o lema “inovação”. A ideia vem apresentando forte crescimento e se de produtos e serviços carregados de novidades e transformações
demonstrando como tendência mundial. O sucesso das Fintechs se deve aos usuários, como as Startups e Fintechs, disputando o competitivo
ao fato das facilidades e efetividade do suprimento das necessidades dos e pouco aberto mercado financeiro.
clientes e usuários. Neste cenário, pode-se perceber que a expansão das Fintechs no
Brasil é recente, por volta de 2010, a mudança ainda era silenciosa,
mas hoje essas empresas comandam uma grande transformação
nesse mercado. Com o surgimento das primeiras Fintechs, observa-
1 https://www.famaqui.edu.br/app/webroot/ojs/index.php/saberes/article/
download/26/25/.

147
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
se no mercado um vertiginoso crescimento destas, impulsionando O cenário de atuação bancária é de risco, e, portanto, são
e influenciando mudanças aos participantes do mercado financeiro, extremamente necessários os investimentos de tecnologia aliados
em especial os bancos tradicionais. com a segurança, com vistas a garantir que seus usuários e clientes
É importante salientar que no desenvolvimento tecnológico no tenham a proteção necessária, o que culminará com o sucesso da
segmento bancário despontam as Fintechs, empresas 100% (cem instituição no mercado.
por cento) digitais, que se dedicam a área financeira, facilitando a A iminente concorrência de mercado ocasionada pelos players
concessão de produtos e serviços, como por exemplo: digitais, como as Fintechs, bem como o acelerado mundo dos negócios
→ a disponibilização de crédito rápido, menos burocrático e traz o despertar e a necessidade de incorporar a tecnologia aos
com reduzidas taxas de juros; processos bancários. Junto a esta necessidade, os bancos investem
→ abertura de conta corrente sem custos; maciçamente em segurança, pois de nada adiantaria tecnologia que
→ concessão de cartões de créditos com limites que agradam colocasse em risco os usuários e clientes.
os usuários e sem anuidades;
→ serviços bancários como: transferências, pagamentos, As parcerias digitais como forma de cooperação
seguros e investimentos; É notória a presença crescente das Startups e Fintechs em
→ atendimento remoto e muito ágil, facilitando a rotina dos parcela significativa do mercado financeiro, e a principal causa desse
usuários, já que não é necessário atendimento presencial, ou seja, crescimento, é sem dúvida, a facilitação na contratação de serviços
agradável ao público a que se destina. ou na aquisição de produtos do segmento.
Nesse cenário de crescimento digital no ramo dos negócios,
Diante dessas facilidades, verifica-se o crescimento das os bancos no movimento de observar os players do mercado
Startups e Fintechs por atuarem e buscarem parcela de clientes tecnológico (aqui definidos como grupos com muita expertise no
não bancarizados, ou descontentes com a forma de prestação de ramo, investidores em mercados não tão promissores, mas com
serviço bancário tradicional. Parcela de clientes que na maioria das grande perspectiva de desenvolvimento), adotam a posição para
vezes possui ampla voz ativa no mercado, aliados com contribuição mitigação de riscos inerentes à atividade, cuja forma mais comum se
que o marketing digital disponibiliza para a expansão crescente dá por meio das parcerias.
deste modelo de negócio. Consta-se que muitas das Fintechs ainda não contabilizam lucros,
Verifica-se que as Startups e Fintechs possuem hoje presença por dependerem de aportes pecuniários externos, fator determinante
mínima no mercado financeiro, porém suficiente para impulsionar para sua sobrevivência. Os bancos tradicionais conhecedores dessa
as mudanças no segmento, já que disponibiliza facilidades nunca realidade frequentemente firmam parcerias em forma de capital
antes vistas na forma de ofertar produtos e serviços financeiros x tecnologia, onde injetam recursos financeiros em troca de toda
aos diversos clientes, que precisam de novidades como medida de tecnologia desenvolvida para aplicarem em seus negócios. Os
atração e segurança, e uma forma de fidelização em negócios de alta resultados geralmente são de altas performances financeiras.
competitividade. Sobre a relação de parceria entre as Fintechs e bancos, a
Neste cenário, as instituições bancárias tradicionais cientes das mesma se restringe a preocupação de Fintechs com uma chamada
evoluções tecnológicas buscam moldar-se às tendências de mercado, deexperiência do cliente, algo que os bancos também estão buscando
para assegurar sua permanência no competitivo mercado financeiro. alcançar um novo desenvolvimento de serviços.
Observa-se que por meio das parcerias se obtêm grande
Transformação digital no Sistema Financeiro compartilhamento de informações, e essas permitem o crescimento
e fortalecimento das organizações. Importante destacar, que
Disruptura do método tradicional de atendimento bancário as parcerias entre as Fintechs e grandes bancos, ocorrem em
Sobre a conceituação do termo disruptura, que significa ruptura formatos variados das mais rápidas e pontuais: como maratonas de
ou quebra da continuidade, diante do poder de influência das programação, conhecidas por hackathons; até níveis mais profundos
Startups e Fintechs, os bancos a cada dia criam formas de se ajustar de relacionamento e investimento, exemplo: a constituição de fundos
a oferta de produtos e serviços seguindo as tendências de mercado, para aporte em startups.
que em termos de avanços tecnológicos muitas mudanças deverão Os grandes bancos e correlatas do segmento que patrocinam as
ocorrer para melhorias continuas dos processos. Para tanto, a prática hackathons (maratonas de programação) buscam encontrar soluções
mais adotada pelas instituições financeiras é a implementação dos inovadoras para seus produtos e serviços. Complementando
canais digitais. Hoje os principais players do mercado financeiro estão tem-se os aportes financeiros vultosos de grandes bancos e suas
altamente digitalizados2. subsidiárias nos chamados laboratórios de inovação, responsáveis
Nesse sentido, as principais ferramentas implementadas foram: pela experimentação de novas tecnologias a serem aplicadas através
acesso ao mobile banking; internet banking; correspondentes de testes.
bancários e terminais de autoatendimento. Destes canais, o que mais Hoje existe uma única certeza no mercado financeiro: que
cresceu foi o mobile banking devido aos smartphones ganharem todo grande banco precisa pensar como Fintech se não quiser
significativo espaço no quotidiano das pessoas. ser incomodado por elas. Diante dessa constatação as grandes
Os negócios bancários digitais, ou seja, aqui entendidos como instituições bancárias no Brasil, já sinalizaram que entenderam o
os produtos e serviços bancários transacionados por meios digitais, recado do mercado, e por conta disso, percebe-se a evolução digital
se solidificam a cada dia, devido à percepção ao usuário externo nos negócios bancários.
da segurança e agilidade que possuem. Neste sentido, os bancos, Pode-se afirmar que nesse regime de parceria, os bancos detêm
se consubstanciam como o setor de mercado que mais investe em uma vantagem em relação às Fintechs, que é o requisito confiança. Por
segurança no meio digital. representarem solidez no mercado vislumbra-se que ao adequarem
a tecnologia ao meio digital, podem atingir resultados sustentáveis
e crescentes. Os grandes conglomerados bancários despontam na
vanguarda da tecnologia digital, modernizando sua estrutura de
atendimento de forma a proporcionar a melhor experiência a seus
2 https://www.famaqui.edu.br/app/webroot/ojs/index.php/saberes/article/ usuários.
download/26/25/.

148
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
Percebe-se que todo grande banco precisará pensar e agir como
uma Fintech, caso deseje perpetuar no mercado competitivo e ARRANJOS DE PAGAMENTOS
altamente digital. Trata-se de um novo processo de gestão bancária,
onde a implementação das tecnologias tem a finalidade de melhorias Arranjos de pagamentos
nos processos, bem como a fidelização com o cliente de forma a Conjunto de procedimentos e regras que regem e disciplinam a
dispor ao público produtos e serviços com segurança e rapidez. prestação de serviços de pagamento ao público. Essas regras simpli-
ficam as transações financeiras que usam dinheiro eletrônico, por
exemplo, um cliente só consegue pagar uma conta com o cartão
FUNÇÕES DA MOEDA de determinada bandeira de crédito, pois o fornecedor possui uma
máquina que aceita tal bandeira.
Funções da moeda
Moeda é definida com base em suas três funções básicas: reser-
va de valor, meio de troca e unidade de conta. SISTEMA DE PAGAMENTOS INSTANTÂNEOS (PIX)
No que diz respeito à função de “meio de troca”, ela serve para
eliminar a necessidade de dupla coincidência de desejos em uma Sistema de pagamentos e transferências desenvolvido pelo
transação comercial. Antes, numa economia de escambo, dependia- Banco Central do Brasil. As transações realizadas através dele são
-se desse desejo comum relacionado a produtos para um mercado instantâneas, acontecendo no máximo em 10 segundos.
funcionar, porém com a moeda, um objeto único para esse fim, a Funciona 24 por dia, todos os dias do ano, inclusive finais de
economia se descomplicou nesse sentido. semana e feriados.
Como reserva de valor, nos referimos à capacidade que determi- As transações podem ocorrer entre pessoas físicas, pessoas fí-
nados bens possuem de preservar o poder de compra com o tempo. sicas e jurídicas, pessoas jurídicas e entre órgãos públicos para pa-
Quem troca algum bem pela moeda pode usar tal moeda em troca de gamentos de impostos e taxas.
outros bens, é claro que muitos ativos também servem como reser- A intenção é integrar o sistema bancário, assim as transferên-
va de valor, inclusive a moeda em si tende a se desvalorizar por não cias poderão ocorrer entre diferentes instituições.
pagar juros, ficando atrás da inflação, mas ela tem a vantagem de ser Para fazer um PIX é necessário ter uma conta aberta em ban-
universalmente aceita em transações. co, numa fintech ou em uma instituição de pagamento. Será criada
Por fim, como unidade de conta, disse-se que a moeda é utiliza- uma chave com alguns dados, utilizados dentro da própria conta
da como base para medir o preço dos demais bens. Ou seja, no caso bancária.
da nossa moeda, os bens em si passam a ser medidos e avaliados
em “quantos reais” são necessários para adquiri-los. • Diferença entre Pix e outros meios de transferência e de pa-
gamento
O Pix foi criado para ser um meio de pagamento bastante am-
MARKETPLACE plo. Qualquer pagamento ou transferência que hoje é feito usando
diferentes meios (TED, cartão, boleto etc.), poderá ser feito com o
Marketplace Pix, simplesmente com o uso do aparelho celular.
É uma plataforma online que conecta ofertas de produtos e As transferências tradicionais no Brasil são entre contas da
serviços. Ela reúne vendedores e prestadores de serviço em um mesma instituição (transferência simples) ou entre contas de insti-
único lugar onde clientes pode acessar e fazer suas compras. Basi- tuições diferentes (TED e DOC). O Pix é mais uma opção disponível
camente, Marketplace é um shopping center online. à população que convive com os tipos tradicionais. A diferença é
Um Marketplace oferece vantagens para todos os envolvidos. que, com o Pix, não é necessário saber onde a outra pessoa tem
Primeiramente o fornecedor da plataforma vende produtos sem conta. Você realiza a transferência a partir, por exemplo, de um te-
precisar se preocupar em possuir tais produtos, visto que recebe lefone na sua lista de contatos, usando a Chave Pix. Outra diferença
comissão sobre a vende dos lojistas cadastrados; em segundo os é que o Pix não tem limite de horário, nem de dia da semana e os
lojistas e fornecedores têm acesso a uma vitrine online, com pre- recursos são disponibilizados ao recebedor em poucos segundos. O
ços acessíveis de assinatura, onde podem expor seu produtos para Pix funciona 24 horas, 7 dias por semana, entre quaisquer bancos,
o Brasil e o mundo, excluindo muitas vezes a necessidade de lojas de banco para fintech, de fintech para instituição de pagamento,
físicas, por exemplo, e eliminando boa parte dos custos; e por fim, entre outros.
o cliente tem acesso a um universo de possibilidades nesses sho- As transações de pagamento por meio de boleto exigem a lei-
ppings centers no conforto do lar. As plataformas de venda do tipo tura de código de barras, enquanto o Pix pode fazer a leitura de um
revolucionaram a maneira de se fazer compras e vender online. QR Code. A diferença é que, no Pix a liquidação é em tempo real, o
pagador e o recebedor são notificados a respeito da conclusão da
transação e o pagamento pode ser feito em qualquer dia e horário.
CORRESPONDENTES BANCÁRIOS As transações de pagamento utilizando cartão de débito exi-
gem uso de maquininhas ou instrumento similar. Com Pix, as tran-
Correspondentes bancários sações podem ser iniciadas por meio do telefone celular, sem a ne-
São empresas contratadas por instituições financeiras autori- cessidade de qualquer outro instrumento.
zadas pelo Banco Central para prestar serviços para seus clientes. O Pix tende a ter um custo de aceitação menor por sua estrutu-
São como agentes intermediários entre as instituições bancárias e ra ter menos intermediários.
clientes que buscam crédito. Entre as mais conhecidas estão loté- Mais detalhes sobre a diferenciação entre o Pix e os demais
ricas, fintechs, lojas de crédito e empréstimo pessoal, ou seja, não meios de transferência e de pagamento podem ser visualizadas na
são bancos, mas prestadores de serviços financeiros diversos e re- FAQ do Pix.
gulamentados para simplificar processos tradicionais.

149
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
• Com quem é possível fazer um Pix 3. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER-
O Pix pode ser utilizado para transferências e pagamentos: CIAL/2021/”PROVA A”
— entre pessoas (transações P2P, person to person); Com evidências do enorme descolamento entre as taxas de
— entre pessoas e estabelecimentos comerciais, incluindo co- juros de curto e de longo prazo no Brasil, o texto abaixo reproduz
mércio eletrônico (transações P2B, person to business); matéria jornalística, publicada no início de agosto de 2020, dando
— entre estabelecimentos, como pagamentos de fornecedo- conta da enorme incerteza futura associada aos impactos adversos
res, por exemplo (transações B2B, business to business); decorrentes da crise pandêmica da Covid-19 sobre a economia bra-
— para transferências envolvendo entes governamentais, sileira.
como pagamentos de taxas e impostos (transações P2G e B2G, per- Os juros futuros encerraram os negócios desta segunda- feira
son to government e business to government). em alta firme, afetados por um movimento de maior incorpora-
ção de prêmio de risco ao longo da curva a termo, especialmente
• Limite de valor nas transações nos trechos mais longos (com vencimento no longo prazo). No fim
Não há limite mínimo para pagamentos ou transferências via da sessão regular, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro
Pix. Isso quer dizer que você pode fazer transações a partir de (DI) para janeiro de 2021 passava de 1,87% no ajuste anterior para
R$0,01. Em geral, também não há limite máximo de valores. Entre- 1,88%; a do DI para janeiro de 2022 ia de 2,65% para 2,67%; a do
tanto, as instituições que ofertam o Pix poderão estabelecer limites contrato para janeiro de 2023 subia de 3,76% para 3,79%; a do DI
máximos de valor baseados em critérios de mitigação de riscos de para janeiro de 2025 escalava de 5,40% para 5,47%; e a do contrato
fraude e de critérios de prevenção à lavagem de dinheiro e ao finan- para janeiro de 2027 saltava de 6,35% para 6,43%.
ciamento do terrorismo.” REZENDE, V. Risco fiscal leva a alta das taxas de juros futuros ecur-
va tem maior inclinação desde fim de junho. Valor Econômico,
10/08/2020. Disponível em: <https://valorinveste.globo.com/produ-
QUESTÕES tos/renda-fixa/noticia/2020/08/10/risco-fiscal-leva-a-alta-das-taxas-
-de-juros-futuro-e-curva-tem-maior-inclinacao-desde-fim-de-junho.
1. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER- ghtml>. Acesso em: 7 fev. 2021. Adaptado.
CIAL/2021/”PROVA A”
Considere o texto a seguir para responder à questão. Para minorar os impactos da crise, a Emenda Constitucional
A crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus nº 106, de 7 de maio de 2020, conhecida como o “Orçamento de
provocou a maior fuga de capitais da história do Brasil. Dados divul- Guerra”, instituiu uma diversidade de medidas nos âmbitos fiscal,
gados nesta quarta-feira (24/6) pelo Banco Central (BC) explicam financeiro e de contratações para enfrentamento da calamidade
que os investidores estrangeiros retiraram US$ 31,7 bilhões do mer- pública nacional, decorrente da pandemia da Covid-19. Dentre as
cado brasileiro de títulos e ações só em março, abril e maio deste medidas aprovadas, o Banco Central do Brasil ficou autorizado,
ano. Por isso, as retiradas somam R$ 50,9 bilhões nos últimos 12 temporariamente, a operar com instrumentos de política mone-
meses; o maior índice da série histórica do BC. tária considerados não convencionais. A medida de política mone-
Considerando-se os efeitos sanitários, econômicos e sociais de- tária não convencional, por parte do Banco Central do Brasil, que
correntes da pandemia da Covid-19 na economia global, o principal poderia ter estimulado a redução das taxas de juros de longo prazo
fator que justifica tamanha fuga de capitais do Brasil no ano passa- no ano passado é a
do é o(a) (A) redução da taxa de juros básica de curto prazo (Selic)
(A) aumento desenfreado da dívida externa brasileira. (B) venda de títulos públicos e privados no mercado secundário
(B) aumento das taxas de juros no mercado internacional. (C) compra de títulos públicos e privados no mercado secun-
(C) necessidade de recursos, no estrangeiro, para financiar as dário
pesquisas científicas de vacinas contra o coronavírus. (D) redução do percentual dos depósitos compulsórios
(D) manipulação das taxas de câmbio nos mercados globais. (E) venda de títulos mediante operações compromissadas
(E) maior percepção de risco, por parte dos estrangeiros, em
investir em ativos denominados em moeda brasileira. 4. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER-
CIAL/2021/”PROVA C”
2. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER- A inserção dos bancos digitais no Sistema Financeiro Nacional
CIAL/2021/”PROVA A” acarreta a disseminação de tecnologias e culturas inovadoras, den-
Considere o texto a seguir para responder à questão. tre as quais merece menção o (a)
A crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus (A) maior contato físico entre bancos e clientes
provocou a maior fuga de capitais da história do Brasil. Dados divul- (B) dispensa do armazenamento de dados dos clientes
gados nesta quarta-feira (24/6) pelo Banco Central (BC) explicam (C) uso de inteligência artificial
que os investidores estrangeiros retiraram US$ 31,7 bilhões do mer- (D) generalização de plataformas off-line
cado brasileiro de títulos e ações só em março, abril e maio deste (E) utilização mínima de big-data
ano. Por isso, as retiradas somam R$ 50,9 bilhões nos últimos 12
meses; o maior índice da série histórica do BC. 5. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER-
O principal impacto decorrente da enorme fuga de capitais do CIAL/2021/”PROVA A”
Brasil em 2020, descrita na reportagem mencionada anteriormen- A partir do início de 2021, começou a primeira fase de im-
te, foi o(a) plantação do open banking (sistema financeiro aberto) no Brasil.
(A) expressiva desvalorização do real brasileiro As instituições financeiras participantes devem obedecer a regras
(B) queda das taxas de juros internas definidas pelo Banco Central e pelo Conselho Monetário Nacional.
(C) aumento do preço das ações na Bovespa O open banking tem, entre outros, o objetivo de
(D) valorização dos ativos brasileiros (A) criar um mercado eletrônico exclusivo para operação das
(E) aumento da dívida interna do Tesouro fintechs.
(B) permitir que mais instituições participem como bancos co-

150
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
merciais do mercado brasileiro, abrindo esse mercado. (B) prestam serviços ao BCB, notadamente a preparação de Re-
(C) possibilitar o compartilhamento de informações, median- latórios contendo dados e informações sobre as operações de
te autorização expressa de cada cliente, e a movimentação de crédito e de câmbio de todas as instituições financeiras.
suas respectivas contas bancárias, entre diferentes instituições (C) prestam serviços ao BCB, notadamente a criação de siste-
financeiras. mas de informações on-line que permitem o compartilhamen-
(D) controlar as operações de concessão de crédito de cada ins- to de dados entre diversos órgãos reguladores, como o próprio
tituição financeira participante autorizada pelo Banco Central, BCB, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Superinten-
dando mais transparência ao setor. dência de Seguros Privados (Susep).
(E) recomendar a utilização de um sistema de informações úni- (D) empregam tecnologias digitais de última geração e ofere-
co, de código aberto, para gestão de contas-correntes e suas cem serviços financeiros à margem do sistema bancário tradi-
movimentações, de modo a ser adotado por todas as institui- cional, estando, portanto, livres da regulação do BCB.
ções financeiras em operação no Brasil. (E) atuam por meio de plataformas on-line, lançando inovações
no mercado financeiro, mediante uso intenso de tecnologias
6. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE DE TECNO- digitais com elevado potencial de criação de novos modelos de
LOGIA/2021 negócios.
O Conselho Monetário Nacional e o Banco Central do Bra-
sil (BCB) vêm estabelecendo novas regras no Sistema Financeiro 10. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER-
Nacional. Uma delas abre a possibilidade de clientes de produtos CIAL/2021/”PROVA B”
financeiros permitirem o compartilhamento de dados cadastrais Uma pessoa estava querendo fazer um empréstimo e desco-
entre diferentes instituições financeiras autorizadas pelo BCB, bem briu que algumas instituições que praticam o shadow banking (“sis-
como a movimentação de suas contas bancárias a partir de dife- tema bancário sombra”) geralmente servem como intermediários
rentes plataformas, e não apenas pelo aplicativo ou site do banco. entre credores e tomadores de empréstimos, fornecendo crédito e
A essa nova modalidade denomina-se capital para investidores e corporações. Ao fazer uso dessas institui-
(A) Fintech ções para fazer um empréstimo, a pessoa incorre em riscos?
(B) Open banking (A) Não, pois vai ter toda a assessoria para fazer o empréstimo.
(C) Shadow banking (B) Não, pois o shadow banking realiza operações passando por
(D) Internet banking toda a supervisão ou regulação dos sistemas financeiros/ ban-
(E) Pix cários do país.
(C) Sim, pois essas instituições não são bancárias, não recebem
7. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER- depósitos tradicionais como um banco tradicional e são estru-
CIAL/2021/”PROVA B” turas paralelas aos mercados tradicionais.
Um indivíduo abriu uma conta em um banco digital. Essa insti- (D) Sim, pois o shadow banking é uma estrutura paralela aos
tuição tem um modelo de negócio que desburocratizou o mercado mercados tradicionais, embora passe por todas as regulações e
e oferece soluções simples por meio da tecnologia, otimizando ser- seja uma instituição bancária.
viços e deixando de repassar custos operacionais da empresa para (E) Sim, pois o shadow banking não é uma instituição financei-
seus clientes. ra, embora tenha registro no Banco Central.
Como são chamadas as empresas que introduzem inovações
nos mercados financeiros por meio do uso intenso de tecnologia, 11. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER-
com potencial para criar novos modelos de negócios? CIAL/2021/”PROVA C”
(A) Nutechs Considere o texto a seguir, retirado de Relatório do Banco Cen-
(B) Inovatechs tral do Brasil.
(C) Fintechs No sistema financeiro mundial, existem muitas entidades que
(D) SmartTechs oferecem serviços de intermediação financeira, mas funcionam à
(E) HealthTechs margem do sistema de supervisão e regulação bancária. No Rela-
tório de Estabilidade Financeira, de 2015, o Banco Central do Brasil
8. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER- (BCB) estima o valor total dos ativos dessas entidades no país e ad-
CIAL/2021/”PROVA C” verte que elas podem “ser fonte de risco sistêmico, por envolver,
As startups têm transformado os negócios. sem a devida supervisão e regulação, riscos tipicamente bancários,
Um dos motivos para isso é que elas tais como alavancagem, transformações de maturidade e de liqui-
(A) são ágeis, sempre vendem os seus produtos mais barato e dez e transferência de risco de crédito”.
visam a tornar-se um unicórnio. As entidades financeiras descritas formam o sistema denomi-
(B) inovam, transformam processos e têm potencial de rápido nado
crescimento. (A) shadow banking
(C) sempre são compradas com valores mais baixos que o mer- (B) internet banking
cado. (C) open banking
(D) sempre possuem aplicativos para agilizar suas operações. (D) mobile banking
(E) são sempre empresas de internet. (E) blockchain

9. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE DE TECNO- 12. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER-


LOGIA/2021 CIAL/2021/”PROVA A”
Fintechs são empresas que Uma investidora está querendo saber a relação entre a block-
(A) funcionam com o principal objetivo de compartilhar dados chain e o bitcoin.
cadastrais entre diferentes instituições financeiras autorizadas Em sua pesquisa, ela esclareceu sua dúvida, ao descobrir que
pelo Banco Central do Brasil (BCB). (A) blockchain é o meio utilizado para registrar e armazenar

151
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
transações de bitcoin. (A) zen e bitemoeda
(B) blockchain é a tecnologia de inteligência artificial aplicada (B) bitcoin e tokecardume
na bitcoin. (C) bitcoin e bitemoeda
(C) bitcoin é uma moeda digital e blockchain é uma moeda em (D) bitcoin e ethereum
blocos. (E) ethereum e tokecardume
(D) bitcoin é tecnologia usada para implementar a blockchain.
(E) bitcoin e blockchain são duas formas de implementar crip- 16. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE DE TECNO-
tomoedas. LOGIA/2021
Um dos objetivos almejados pelo Banco Central do Brasil, ao
13. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER- criar o Pix, é
CIAL/2021/”PROVA B” (A) reduzir a velocidade de circulação da moeda.
A blockchain é um tipo específico de banco de dados distribuí- (B) inibir a concorrência bancária.
do, no qual há uma cadeia de blocos ordenados e interligados, com (C) aumentar os fluxos de pagamento com cartões eletrônicos.
garantia de ordem cronológica. Os dados registrados nos blocos po- (D) disseminar os fluxos de pagamento de forma eletrônica.
dem variar de transações financeiras a contratos inteligentes. (E) aumentar o número de intermediários financeiros envolvi-
Na blockchain da bitcoin, as entidades que registram novos blo- dos nos fluxos de pagamentos.
cos na cadeia são chamadas de
(A) registradores 17. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER-
(B) mineradores CIAL/2021/”PROVA A”
(C) trabalhadores Um token físico, no contexto de transações bancárias, é um dis-
(D) gerenciadores positivo eletrônico que possui um botão de ativação e um pequeno
(E) conectores visor. O token permite gerar senhas aleatórias, temporárias e nu-
méricas (por exemplo, de seis dígitos). Essa senha é utilizada para
14. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER- dar mais segurança às transações bancárias realizadas via internet.
CIAL/2021/”PROVA B” No passado, os bancos comerciais disponibilizavam esses pequenos
Leia as considerações seguintes sobre o expressivo crescimento dispositivos aos seus clientes, de modo que pudessem ser afixados
das criptomoedas nas movimentações financeiras internacionais. a um chaveiro.
Criptomoeda, ou moeda criptografada, é um ativo digital de- Mais recentemente, nos últimos 10 anos, esses dispositivos fo-
nominado na própria unidade de conta que é emitido e transacio- ram sendo gradativamente substituídos para a grande maioria dos
nado de modo descentralizado, independentemente de registro clientes, por um
ou validação por parte de intermediários centrais, com validade e (A) dispositivo que continua com apenas essa funcionalidade,
integridade de dados assegurada por tecnologia criptográfica e de porém um pouco maior, mas que ainda assim cabe em um bol-
consenso em rede. Trata-se de instrumentos desenhados para via- so de camisa.
bilizar transferências de valores em rede de maneira segura e inde- (B) aplicativo de cada banco, instalado e configurado no celular
pendente de um sistema de intermediação financeira (...). Outro as- do correntista.
pecto econômico que merece destaque é o lado político-econômico (C) porta-moedas eletrônico, semelhante aos cartões que dão
da atribuição de valor a uma moeda. As moedas estatais de curso acesso a meios de transporte.
forçado contam não apenas com reservas legais, mas também com (D) cartão de crédito que permite autorizar operações por
uma infraestrutura estatal ou privada (fortemente regulada) e com aproximação.
as políticas monetária e cambial oficiais (...). Muitas criptomoedas, (E) sensor específico para captura de impressões digitais.
mesmo que funcionem como instrumentos descentralizados, têm
grande parte de sua base monetária em poder da organização que
a desenvolveu. GABARITO
O texto sugere que o mercado de criptomoedas é fonte de
enorme instabilidade e preocupação dos bancos centrais, porque
1 E
as empresas emissoras desses ativos monetários
(A) são reguladas pelos bancos centrais. 2 A
(B) têm enorme capacidade de manipulação da taxa de câmbio 3 C
entre a criptomoeda emitida e os demais ativos digitais.
(C) conseguiram transformá-los no principal meio de troca uti- 4 C
lizado nas transações financeiras internacionais. 5 C
(D) vinculam a unidade de conta da criptomoeda às principais
6 B
moedas conversíveis, como o dólar norte-americano e o euro.
(E) forçam o enquadramento das criptomoedas emitidas na 7 C
mesma categoria das demais moedas eletrônicas já existentes. 8 B
15. CESGRANRIO - ESCRITURÁRIO (BB)/AGENTE COMER- 9 E
CIAL/2021/”PROVA C” 10 C
A cliente de um banco está chateada com as taxas bancárias
sobre as suas transações e para manter a sua conta-corrente. Ela 11 A
está pensando em investir em criptomoedas para ter mais domínio 12 A
sobre o seu dinheiro e não pagar tantas taxas.
13 B
As criptomoedas válidas que ela tem para investir neste mo-
mento são 14 B

152
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
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15 D
16 D ______________________________________________________
17 B ______________________________________________________

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ANOTAÇÕES
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153
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
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154
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Um gráfico é, essencialmente, uma figura construída a partir de


REPRESENTAÇÃO TABULAR E GRÁFICA uma tabela; mas, enquanto a tabela fornece uma ideia mais precisa
e possibilita uma inspeção mais rigorosa aos dados, o gráfico é mais
TABELAS E GRÁFICOS indicado para situações que visem proporcionar uma impressão
mais rápida e maior facilidade de compreensão do comportamento
Tabelas do fenômeno em estudo.
A tabela é a forma não discursiva de apresentar informações, Os gráficos e as tabelas se prestam, portanto, a objetivos distin-
das quais o dado numérico se destaca como informação central. tos, de modo que a utilização de uma forma de apresentação não
Sua finalidade é apresentar os dados de modo ordenado, simples exclui a outra.
e de fácil interpretação, fornecendo o máximo de informação num Para a confecção de um gráfico, algumas regras gerais devem
mínimo de espaço. ser observadas:
Os gráficos, geralmente, são construídos num sistema de eixos
Elementos da tabela chamado sistema cartesiano ortogonal. A variável independente é
Uma tabela estatística é composta de elementos essenciais e localizada no eixo horizontal (abscissas), enquanto a variável de-
elementos complementares. Os elementos essenciais são: pendente é colocada no eixo vertical (ordenadas). No eixo vertical,
− Título: é a indicação que precede a tabela contendo a desig- o início da escala deverá ser sempre zero, ponto de encontro dos
nação do fato observado, o local e a época em que foi estudado. eixos.
− Corpo: é o conjunto de linhas e colunas onde estão inseridos − Iguais intervalos para as medidas deverão corresponder a
os dados. iguais intervalos para as escalas. Exemplo: Se ao intervalo 10-15 kg cor-
− Cabeçalho: é a parte superior da tabela que indica o conteú- responde 2 cm na escala, ao intervalo 40-45 kg também deverá corres-
do das colunas. ponder 2 cm, enquanto ao intervalo 40-50 kg corresponderá 4 cm.
− Coluna indicadora: é a parte da tabela que indica o conteúdo − O gráfico deverá possuir título, fonte, notas e legenda, ou seja, toda
das linhas. a informação necessária à sua compreensão, sem auxílio do texto.
− O gráfico deverá possuir formato aproximadamente quadra-
Os elementos complementares são: do para evitar que problemas de escala interfiram na sua correta
− Fonte: entidade que fornece os dados ou elabora a tabela. interpretação.
− Notas: informações de natureza geral, destinadas a esclare-
cer o conteúdo das tabelas. Tipos de Gráficos
− Chamadas: informações específicas destinadas a esclarecer Estereogramas: são gráficos onde as grandezas são represen-
ou conceituar dados numa parte da tabela. Deverão estar indica- tadas por volumes. Geralmente são construídos num sistema de
das no corpo da tabela, em números arábicos entre parênteses, à eixos bidimensional, mas podem ser construídos num sistema tridi-
esquerda nas casas e à direita na coluna indicadora. Os elementos mensional para ilustrar a relação entre três variáveis.
complementares devem situar-se no rodapé da tabela, na mesma
ordem em que foram descritos.

Gráficos
Outro modo de apresentar dados estatísticos é sob uma forma
ilustrada, comumente chamada de gráfico. Os gráficos constituem-
-se numa das mais eficientes formas de apresentação de dados.

155
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Cartogramas: são representações em cartas geográficas (ma-
pas).

b) Gráfico de barras: segue as mesmas instruções que o gráfico


de colunas, tendo a única diferença que os retângulos são dispostos
horizontalmente. É usado quando as inscrições dos retângulos fo-
rem maiores que a base dos mesmos.

Pictogramas ou gráficos pictóricos: são gráficos puramente


ilustrativos, construídos de modo a ter grande apelo visual, dirigi-
dos a um público muito grande e heterogêneo. Não devem ser uti-
lizados em situações que exijam maior precisão.

c) Gráfico de linhas ou curvas: neste gráfico os pontos são dis-


postos no plano de acordo com suas coordenadas, e a seguir são li-
gados por segmentos de reta. É muito utilizado em séries históricas
Diagramas: são gráficos geométricos de duas dimensões, de e em séries mistas quando um dos fatores de variação é o tempo,
fácil elaboração e grande utilização. Podem ser ainda subdividi- como instrumento de comparação.
dos em: gráficos de colunas, de barras, de linhas ou curvas e de
setores.
a) Gráfico de colunas: neste gráfico as grandezas são compa-
radas através de retângulos de mesma largura, dispostos vertical-
mente e com alturas proporcionais às grandezas. A distância entre
os retângulos deve ser, no mínimo, igual a 1/2 e, no máximo, 2/3 da
largura da base dos mesmos.

d) Gráfico em setores: é recomendado para situações em que


se deseja evidenciar o quanto cada informação representa do total.
A figura consiste num círculo onde o total (100%) representa 360°,
subdividido em tantas partes quanto for necessário à representa-

156
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
ção. Essa divisão se faz por meio de uma regra de três simples. Com mento de dados e a análise de informações. Essa característica da vida
o auxílio de um transferidor efetuasse a marcação dos ângulos cor- contemporânea traz ao currículo de Matemática uma demanda em
respondentes a cada divisão. abordar elementos da estatística, da combinatória e da probabilidade,
desde os ciclos iniciais” (BRASIL, 1997).

Observe os gráficos e analise as informações.

Histograma: O histograma consiste em retângulos contíguos


com base nas faixas de valores da variável e com área igual à fre-
quência relativa da respectiva faixa. Desta forma, a altura de cada
retângulo é denominada densidade de frequência ou simplesmente
densidade definida pelo quociente da área pela amplitude da faixa.
Alguns autores utilizam a frequência absoluta ou a porcentagem na
construção do histograma, o que pode ocasionar distorções (e, con-
sequentemente, más interpretações) quando amplitudes diferen-
tes são utilizadas nas faixas.
Exemplo:

A partir das informações contidas nos gráficos, é correto afir-


mar que:
(A) nos dias 03 e 14 choveu a mesma quantidade em Fortaleza
Gráfico de Ogiva: Apresenta uma distribuição de frequências e Florianópolis.
acumuladas, utiliza uma poligonal ascendente utilizando os pontos (B) a quantidade de chuva acumulada no mês de março foi
extremos. maior em Fortaleza.
(C) Fortaleza teve mais dias em que choveu do que Florianó-
polis.
(D) choveu a mesma quantidade em Fortaleza e Florianópolis.

Resolução:
A única alternativa que contém a informação correta com os
gráficos é a C.
Resposta: C.

Exemplo: (Pref. Fortaleza/CE – Pedagogia – Pref. Fortaleza)


“Estar alfabetizado, neste final de século, supõe saber ler e interpre-
tar dados apresentados de maneira organizada e construir represen-
tações, para formular e resolver problemas que impliquem o recolhi-

157
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
pelo primeiro quartil (Q1). A mediana (Q2) é representada por um
MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL (MÉDIA, ME- traço no interior da caixa e segmentos de reta são colocados da cai-
DIANA, MODA, MEDIDAS DE POSIÇÃO, MÍNIMO E xa até os valores máximo e mínimo, que não sejam observações dis-
MÁXIMO) E DE DISPERSÃO (AMPLITUDE, AMPLITUDE crepantes. O critério para decidir se uma observação é discrepante
INTERQUARTIL, VARIÂNCIA, DESVIO PADRÃO E COE- pode variar; por ora, chamaremos de discrepante os valores maio-
FICIENTE DE VARIAÇÃO) res do que Q3+1.5*(Q3-Q1) ou menores do que Q1-1.5*(Q3-Q1).
O Boxplot fornece informações sobre posição, dispersão, assi-
Medidas de Posição - Centralidade metria, caudas e valores discrepantes.
As medidas de posição visam localizar com maior facilidade
onde está a maior concentração de valores de uma dada distribui- O Diagrama de dispersão é adequado para descrever o com-
ção, podendo estar ela no início, meio ou fim; e também se esta portamento conjunto de duas variáveis quantitativas. Cada ponto
distribuição está sendo feita de forma igual. do gráfico representa um par de valores observados.
As medidas de posição mais importantes são as de tendência Exemplo:
central (veremos aqui para dados agrupados):
— Média;
— Moda;
— Mediana.

Medidas de Dispersão
As medidas de tendência central fornecem informações valio-
sas, mas, em geral, não são suficientes para descrever e discriminar
diferentes conjuntos de dados. As medidas de Dispersão ou varia-
bilidade permitem visualizar a maneira como os dados espalham-se
(ou concentram-se) em torno do valor central. Para mensurarmos
está variabilidade podemos utilizar as seguintes estatísticas: ampli-
tude total; distância interquartílica; desvio médio; variância; desvio
padrão e coeficiente de variação.

• Amplitude Total: é a diferença entre o maior e o menor valor


do conjunto de dados.
Ex.: dados: 3, 4, 7, 8 e 8. Amplitude total = 8 - 3 = 5
Um aspecto importante no estudo descritivo de um conjunto
• Distância Interquartílica: é a diferença entre o terceiro e o de dados, é o da determinação da variabilidade ou dispersão desses
primeiro quartil de um conjunto de dados. O primeiro quartil é o dados, relativamente à medida de localização do centro da amos-
valor que deixa um quarto dos valores abaixo e três quartos acima tra. Supondo ser a média, a medida de localização mais importante,
dele. O terceiro quartil é o valor que deixa três quartos dos dados será relativamente a ela que se define a principal medida de disper-
abaixo e um quarto acima dele. O segundo quartil é a mediana. (O são - a variância, apresentada a seguir.
primeiro e o terceiro quartis fazem o mesmo que a mediana para as
duas metades demarcadas pela mediana.) Ex.: quando se discutir Variância
o boxplot. Define-se a variância, como sendo a medida que se obtém so-
mando os quadrados dos desvios das observações da amostra, re-
• Desvio Médio: é a diferença entre o valor observado e a me- lativamente à sua média, e dividindo pelo número de observações
dida de tendência central do conjunto de dados. da amostra menos um.

• Variância: é uma medida que expressa um desvio quadrático


médio do conjunto de dados, e sua unidade é o quadrado da uni-
dade dos dados.
Desvio-Padrão
• Desvio Padrão: é raiz quadrada da variância e sua unidade de Uma vez que a variância envolve a soma de quadrados, a unida-
medida é a mesma que a do conjunto de dados. de em que se exprime não é a mesma que a dos dados. Assim, para
obter uma medida da variabilidade ou dispersão com as mesmas
• Coeficiente de variação: é uma medida de variabilidade re- unidades que os dados, tomamos a raiz quadrada da variância e
lativa, definida como a razão percentual entre o desvio padrão e a obtemos o desvio padrão: O desvio padrão é uma medida que só
média, e assim sendo uma medida adimensional expressa em per- pode assumir valores não negativos e quanto maior for, maior será
centual. a dispersão dos dados. Algumas propriedades do desvio padrão,
que resultam imediatamente da definição, são: o desvio padrão
Boxplot será maior, quanta mais variabilidade houver entre os dados.
Tanto a média como o desvio padrão podem não ser medidas
adequadas para representar um conjunto de valores, uma vez que
são afetados, de forma exagerada, por valores extremos. Além dis-
so, apenas com estas duas medidas não temos ideia da assimetria
da distribuição dos valores. Para solucionar esses problemas, pode-
mos utilizar o Boxplot. Para construí-lo, desenhamos uma “caixa”
com o nível superior dado pelo terceiro quartil (Q3) e o nível inferior

158
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Um aspecto importante no estudo descritivo de um conjunto respectivamente sobre a localização do centro da distribuição dos
de dados, é o da determinação da variabilidade ou dispersão desses dados e sobre a variabilidade, se as distribuições dos dados forem
dados, relativamente à medida de localização do centro da amos- aproximadamente simétricas.
tra. Repare-se nas duas amostras seguintes, que embora tenham a Propriedades para dados com distribuição aproximadamente
mesma média, têm uma dispersão bem diferente: normal: Uma propriedade que se verifica se os dados se distribuem
de forma aproximadamente normal, ou seja, quando o histograma
apresenta uma forma característica com uma classe média predo-
minante e as outras classes se distribuem à volta desta de forma
aproximadamente simétrica e com frequências a decrescer à medi-
da que se afastam da classe média, é a seguinte:
Aproximadamente 68% dos dados estão no intervalo
.
Como a medida de localização mais utilizada é a média, será
relativamente a ela que se define a principal medida de dispersão -
a variância, apresentada a seguir.
Define-se a variância, e representa-se por s2, como sendo a
medida que se obtém somando os quadrados dos desvios das ob-
servações da amostra, relativamente à sua média, e dividindo pelo
número de observações da amostra menos um:

Desvio Padrão: Propriedades para dados com distribuição


aproximadamente normal:
— Aproximadamente 68% dos dados estão no intervalo
Se afinal pretendemos medir a dispersão relativamente à mé-
dia. Por que é que não somamos simplesmente os desvios em vez — Aproximadamente 95% dos dados estão no intervalo
de somarmos os seus quadrados?
Experimenta calcular essa soma e verás que (x1-x) + (x2-x) + (x1-
x) + ... + (xn - x) ≠ 0. Poderíamos ter utilizado módulos, para evitar — Aproximadamente 100% dos dados estão no intervalo
que os desvios negativos, mas é mais fácil trabalhar com quadrados,
não concorda?! E por que é que em vez de dividirmos pó “n”, que
é o número de desvios, dividimos por (n-1)? Na realidade, só apa-
rentemente é que temos “n” desvios independentes, isto é, se cal-
cularmos (n-1) desvios, o restante fica automaticamente calculado,
uma vez que a sua soma é igual a zero. Costuma-se referir este fato
dizendo que se perdeu um grau de liberdade.
Uma vez que a variância envolve a soma de quadrados, a unida-
de em que se exprime não é a mesma que a dos dados. Assim, para
obter uma medida da variabilidade ou dispersão com as mesmas
unidades que os dados, tomamos a raiz quadrada da variância e
obtemos o desvio padrão:

O desvio padrão é uma medida que só pode assumir valores


não negativos e quanto maior for, maior será a dispersão dos da-
dos. Algumas propriedades do desvio padrão, que resultam imedia- Como se depreende do que atrás foi dito, se os dados se distri-
tamente da definição, são: buem de forma aproximadamente normal, então estão praticamen-
— o desvio padrão é sempre não negativo e será tanto maior, te todos concentrados num intervalo de amplitude igual a 6 vezes
quanta mais variabilidade houver entre os dados. o desvio padrão.
— se s = 0, então não existe variabilidade, isto é, os dados são A informação que o desvio padrão dá sobre a variabilidade
todos iguais. deve ser entendida como a variabilidade que é apresentada relati-
vamente a um ponto de referência - a média, e não propriamente a
Do mesmo modo que a média, também o desvio padrão é uma variabilidade dos dados, uns relativamente aos outros.
medida pouco resistente, pois é influenciado por valores ou muito A partir da definição de variância, pode-se deduzir sem dificul-
grandes ou muito pequenos (o que seria de esperar já que na sua dade uma expressão mais simples, sob o ponto de vista computa-
definição entra a média que é não resistente). Assim, se a distribui- cional, para calcular ou a variância ou o desvio padrão e que é a
ção dos dados for bastante enviesada, não é conveniente utilizar seguinte:
a média como medida de localização, nem o desvio padrão como
medida de variabilidade. Estas medidas só dão informação útil,

159
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Amplitude inter-quartil ou desvio padrão
Do mesmo modo que a questão foi posta relativamente às duas
medidas de localização mais utilizadas - média e mediana, também
aqui se pode por o problema de comparar aquelas duas medidas
de dispersão.
- A amplitude inter-quartil é mais robusta, relativamente à pre-
sença de “outliers”, do que o desvio padrão, que é mais sensível aos
dados.
- Para uma distribuição dos dados aproximadamente normal,
verifica-se a seguinte relação. Amplitude inter-quartil 1.3 x desvio
padrão.
- Se a distribuição é enviesada, já não se pode estabelecer uma
relação análoga à anterior, mas pode acontecer que o desvio pa-
drão seja muito superior à amplitude inter-quartil, sobretudo se se
verificar a existência de “outliers”.

É a medida de variabilidade que em geral é expressa em por- VARIÁVEIS ALEATÓRIAS E DISTRIBUIÇÃO DE PROBA-
centagem, e tem por função determinar o grau de concentração BILIDADE
dos dados em torno da média, geralmente utilizada para se fazer a
comparação entre dois conjuntos de dados em termos percentuais,
esta comparação revelará o quanto os dados estão próximos ou dis- Variável aleatória discreta1
tantes da média do conjunto de dados. Definição 1: Seja uma variável aleatória (v.a.). Se o número
de valores possíveis de for enumerável (finito ou infinito), dize-
mos que é uma variável aleatória discreta. Isto é, os possíveis
valores de podem ser postos em lista como . No caso
finito, a lista possui um valor final , e no caso infinito, a lista conti-
nua indefinidamente. Exemplo: Suponha que, após um exame mé-
dico, pessoas sejam diagnosticadas como tendo diabetes (D) e não
tendo diabetes (N). Admita que três pessoas sejam escolhidas ao
acaso e classificadas de acordo com esse esquema.
O espaço amostral é dado por

Nosso interesse é saber quantas pessoas com diabetes foram


encontradas, não interessando a ordem em que tenham sido sele-
cionadas. Isto é, desejamos estudar a variável aleatória , a qual
Amplitude: Uma medida de dispersão que se utiliza por vezes, atribui a cada resultado o número de pessoas com diabe-
é a amplitude amostral r, definida como sendo a diferença entre a tes. Consequentemente, o conjunto dos possíveis valores de é
maior e a menor das observações: r = xn:n - x1:n, onde representamos , ou seja, é uma variável aleatória discreta.
por x1:n e xn:n, respectivamente o menor e o maior valor da amostra
(x1, x2, ..., xn), de acordo com a notação introduzida anteriormente, Definição 2: Seja uma variável aleatória discreta. A cada possí-
para a amostra ordenada. vel resultado associaremos um número ,
denominado probabilidade de . Os números ,
Amplitude Inter-Quartil: A medida anterior tem a grande des- devem satisfazer as seguintes condições:
vantagem de ser muito sensível à existência, na amostra, de uma
observação muito grande ou muito pequena. Assim, define-se uma para todo ;
outra medida, a amplitude inter-quartil, que é, em certa medida,
uma solução de compromisso, pois não é afetada, de um modo
geral, pela existência de um número pequeno de observações de-
masiado grandes ou demasiado pequenas. Esta medida é definida .
como sendo a diferença entre os 1º e 3º quartis. Amplitude inter-
-quartil = Q3/4 - Q1/4 A função é denominada função de probabilidade da variável
Do modo como se define a amplitude inter-quartil, concluímos aleatória .
que 50% dos elementos do meio da amostra, estão contidos num
intervalo com aquela amplitude. Esta medida é não negativa e será Definição 3: A coleção de pares ; é
tanto maior quanto maior for a variabilidade nos dados. Mas, ao algumas vezes denominada distribuição de probabilidade de .
contrário do que acontece com o desvio padrão, uma amplitude Assim, podemos falar que a distribuição de probabilidades de uma
inter-quartil nula, não significa necessariamente, que os dados não variável aleatória discreta , definida em um espaço amostral , é
apresentem variabilidade. uma tabela que associa a cada valor de sua probabilidade.

1 http://www.portalaction.com.br/probabilidades/22-variavel-aleatoria-dis-
creta

160
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Exemplo: Considere que uma moeda é lançada duas vezes.
Seja a função definida no espaço amostral que é igual ao núme-
ro de caras nos dois lançamentos ( - Cara e - Coroa).
Temos na Tabela a seguir a distribuição de probabilidade refe-
rente a variável aleatória X.
A função de distribuição acumulada correspondente será:

Pontos amos-
Valores de X Probabilidade
trais
0 KK 1/4
1 KC, CK 1/2
2 CC 1/4

Os valores das probabilidades, na tabela acima, são obtidos da


seguinte maneira:

Definição 4: O quantil ( ) de uma variável


aleatória discreta é o menor valor de para o qual

Já o percentil de um valor é o valor da distribuição


acumulada em , ou seja,
Axiomas
Na matemática, um axioma é uma hipótese inicial de qual
outros enunciados são logicamente derivados. Pode ser uma sen-
tença, uma proposição, um enunciado ou uma regra que permite
Relação entre a função de distribuição acumulada e a distribuição a construção de um sistema formal. Diferentemente de teoremas,
de probabilidade discreta axiomas não podem ser derivados por princípios de dedução e nem
Seja uma variável aleatória discreta cuja distribuição de proba- são demonstráveis por derivações formais, simplesmente porque
eles são hipóteses iniciais. Isto é, não há mais nada a partir do que
bilidade associa aos valores as respectivas probabilidades eles seguem logicamente (em caso contrário eles seriam chamados
. teoremas). Em muitos contextos, “axioma”, “postulado” e “hipóte-
se” são usados como sinônimos. Como foi visto na definição, um
Como os valores de são mutuamente exclusivos, temos que axioma não é necessariamente uma verdade auto evidente, mas
a função de distribuição acumulada é dada por apenas uma expressão lógica formal usada em uma dedução, vi-
sando obter resultados mais facilmente. Axiomatizar um sistema é
mostrar que suas inferências podem ser derivadas a partir de um
pequeno e bem-definido conjunto de sentenças. Isto não signifi-
ca que elas possam ser conhecidas independentemente, e tipica-
mente existem múltiplos meios para axiomatizar um dado sistema
Assim, dada a distribuição de probabilidade de uma variável (como a aritmética). A matemática distingue dois tipos de axiomas:
aleatória discreta, conseguimos determinar sua função de distribui- axiomas lógicos e axiomas não-lógicos.
ção acumulada, ou ainda, dada a função de distribuição acumulada,
podemos determinar a sua distribuição de probabilidade. Distribuições
A distribuição da probabilidade é uma função que determina
Exemplo: Considere dois lançamentos independentes de uma probabilidades para eventos ou proposições. Para qualquer conjun-
moeda equilibrada. Com o espaço de probabilidade usual, defina to de eventos ou proposições existem muitas maneiras de determi-
como sendo o número de caras nos dois lançamentos. Determi- nar probabilidades, de forma que a escolha de uma ou outra distri-
ne a função de distribuição acumulada de . buição é equivalente a criar diferentes hipóteses sobre os eventos
A variável é discreta e sua distribuição de probabilidade será ou proposições em questão. Há várias formas equivalentes de se
dada por especificar uma distribuição de probabilidade. Talvez a mais comum
é especificar uma função densidade da probabilidade. Daí, a proba-
bilidade de um evento ou proposição é obtida pela integração da
função densidade.

161
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
A função distribuição pode ser também especificada direta-
mente. Em uma dimensão, a função distribuição é chamada de
função distribuição cumulativa. As distribuições de probabilidade
também podem ser especificadas via momentos ou por funções ca-
racterísticas, ou por outras formas. Uma distribuição é chamada de
distribuição discreta se for definida em um conjunto contável e dis-
creto, tal como o subconjunto dos números inteiros; ou é chamada onde:
de distribuição contínua se tiver uma função distribuição contínua, μ = número médio da variável por unidade de exposição
tal como uma função polinomial ou exponencial. A maior parte das e = é um número irracional que representa a base do sistema
distribuições de importância prática são ou discretas ou contínuas, de logaritmos naturais (é uma constante), com valor aproximada-
porém há exemplos de distribuições que não são de nenhum desses mente igual a 2,71828.
tipos. x! = fatorial do número de ocorrência do evento
Dentre as distribuições discretas importantes, pode-se citar a
distribuição uniforme discreta, a distribuição de Poisson, a distri- Em resumo temos:
buição binomial, a distribuição binomial negativa e a distribuição - Uma distribuição de probabilidade de uma variável aleatória
de Maxwell-Boltzmann. Dentre as distribuições contínuas, a distri- define os valores de probabilidade de todas as possibilidades de
buição normal, a distribuição gama, a distribuição t de Student e a ocorrência dessa variável aleatória X.
distribuição exponencial. - Quando a variável é aleatória, os valores de probabilidade são
determinados por processos acidentais, ao acaso, que não estão
Distribuição de Poisson sob o controle de nenhum observador.
A distribuição de Poisson encontra aplicações principalmente - Para a distribuição binomial, em cada tentativa existem ape-
no planejamento da capacidade de postos de serviço e no Controle nas dois resultados possíveis mutuamente exclusivos, chamados de
Estatístico de Qualidade. Ela consegue descrever o comportamento sucesso e fracasso. Cada tentativa caracteriza-se por ser um evento
de eventos com pequenas probabilidades de ocorrência. independente, permanecendo a probabilidade de sucesso de ocor-
Para melhor entender a aplicação dessa distribuição, será usa- rência do evento constante de tentativa em tentativa, assim como a
do o exemplo de um grande prédio destinado a escritórios de em- probabilidade de fracasso.
presas em que existe um balcão de informações logo na entrada. - A probabilidade de sucesso é atribuída a “p”, e a probabili-
Depois de muito tempo de funcionamento, chega-se à conclusão dade de fracasso ou insucesso, representada por um “q”, é igual a
de que em média a cada minuto ocorrem dois pedidos de informa- (1 - p).
ções mais detalhadas. A partir desta informação, quer se saber qual - A probabilidade binomial determina a probabilidade de ocor-
é a probabilidade de ocorrer um número qualquer dado (inteiro e rência de “x” número de sucessos em “n” número de experimentos
positivo) de pedidos de informação no intervalo de um minuto. Por do evento, com probabilidade de sucesso igual a “p” e uma proba-
exemplo, qual é a probabilidade de nenhum pedido? De dois pedi- bilidade de ocorrência de fracasso igual a “q”.
dos? De 15 pedidos? A resposta pode ser dada se for admitido que a - Nos cálculos de probabilidade é comum o uso de expressões
distribuição de probabilidade do número de pedidos de informação como: “no mínimo”, “no máximo”, “pelo menos”, “menos de”,
por minuto obedece à Distribuição de Poisson. “mais de”. Como essas expressões indicam que mais de um resulta-
Assim, a Distribuição de Poisson é utilizada quando a variável do é possível, faz-se necessário o cálculo da probabilidade de cada
aleatória está referida a uma certa unidade de exposição, de tem- evento separadamente e depois se somam esses valores. Por exem-
po, de superfície ou de volume que possa assumir qualquer valor plo, no máximo dois significa que o evento pode não ocorrer (P=0),
inteiro e positivo, ou seja, uma variável discreta, admitindo-se ser ocorrer uma única vez (P=1) ou ainda ocorrer duas vezes (P=2); pelo
conhecido o valor médio da variável por unidade de exposição. Essa menos cinco significa que o evento pode ocorrer cinco vezes, seis
distribuição consegue medir eventos dinâmicos não estáticos, ba- vezes, ... e tantos quantos o problema permitir.
seando-se em seu valor médio e não em uma amostra exata (não - Para poder aplicar a probabilidade binomial em situações de
considera N). eventos dependentes, há a necessidade de haver reposição.
- A distribuição de Poisson é utilizada quando a variável alea-
Características da Distribuição de Poisson tória está referida a uma unidade de exposição de tempo, de su-
A distribuição de Poisson é uma distribuição discreta de pro- perfície ou de volume que possa assumir qualquer valor inteiro e
babilidade de uma variável aleatória que satisfaz as seguintes con- positivo, ou seja, uma variável discreta, admitindo-se ser conhecido
dições: o valor médio da variável por unidade de exposição.
- o experimento consiste na contagem do número de vezes, x, - Ela é utilizada para descrever o comportamento de eventos
que um evento ocorre em um determinado intervalo. O intervalo com pequenas probabilidades de ocorrência.
pode ser de tempo, de área ou de volume; - A distribuição de Poisson é uma distribuição discreta de pro-
- a probabilidade de que o evento ocorra é a mesma em cada babilidade de uma variável aleatória, cujo experimento consiste na
intervalo; contagem do número de vezes, x, que um evento ocorre em deter-
- o número de ocorrências em um intervalo independe do nú- minado intervalo, com igual probabilidade de ocorrência em cada
mero de ocorrências em outros intervalos. intervalo, independendo o número de ocorrências em um intervalo
do número de ocorrências em outros intervalos.
Fórmula de cálculo - Aplica-se no fluxo de veículos, na previsão de acidentes, no
A fórmula para se determinar a probabilidade de que haja exa- uso de estoques por unidade de tempo, fluxo interno de pessoas
tamente x ocorrências em um intervalo é dada por: em um ambiente, em qual não se tem o número total de elemen-
tos, pois o fluxo é contínuo, não sendo possível determinar o limite
populacional.
- Em um cálculo de estoque, costuma-se utilizar Poisson, pois
não há necessidade de haver a reposição de dados.

162
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Distribuição básica de probabilidade de variáveis contínuas
Partindo da ideia de organização de intervalos de classe de va-
riáveis contínuas, com determinada amplitude e com um número
muito grande de dados, com a redução dessa amplitude e aumento
do número de intervalos progressivamente, pode-se chegar a uma
situação teórica de um número infinitamente grande de interva-
los e amplitudes infinitamente pequenas. Dessa maneira, forma-
-se uma linha contínua com a forma aproximada de um sino. Essa
curva está ligada à história da descoberta das probabilidades em
matemática, no século XVII. O responsável mais direto dessa curva,
chamada normal, foi Abraham de Moivre, que a definiu em 1730, a
partir dos trabalhos de Jacob e Nicolaus Bernoulli, da Lei dos Gran-
des Números. Moivre publicou os seus trabalhos em 1773 na obra
The Doctrine of chances. Assim, Laplace em 1783 a utilizou para
descrever a distribuição dos erros e Gauss, 1809, a empregou para Essa situação simétrica é estabelecida porque os valores da
analisar dados astronômicos. média, mediana e moda são iguais. Como nem sempre essa situa-
Posteriormente Karl Pearson propôs o termo Distribuição Nor- ção acontece exatamente dessa forma, comumente usa-se também
mal para a curva normal desenvolvida por Moivre, na área da Esta- a expressão de distribuição aproximadamente normal, que se ca-
tística, e o nome de Curva de Gauss foi dado em homenagem a K. F. racteriza por pequenas deformações, em que as medidas da mé-
Gauss, que é aplicada em Matemática. dia, moda e mediana não são mais iguais, mas com valores muito
Atualmente a curva normal representa um ganho para a ciên- próximos.
cia, pois a normalidade ocorre naturalmente em muitas medidas de Para facilitar o uso da distribuição Normal, trabalha-se com
situações físicas, biológicas e sociais e é utilizada para fazer inferên- uma curva normal padronizada, que, além das características já
cias estatísticas. apresentadas, ainda assume que a curtose seja mesocúrtica, ou
Assim, os modelos contínuos encontram importantes apli- seja, com um pico mediano, nem muito empinado nem achatado.
cações na engenharia, nas ciências físicas, em finanças e ciências Uma curva normal padronizada baseia-se em parâmetros au-
sociais. Alguns exemplos de fenômenos aleatórios contínuos são a tomaticamente definidos para qualquer escala de medida que for
altura, peso, tempo, como, por exemplo, tempo necessário de aten- utilizada, sendo a média sempre zero e a variância igual a um. Para
dimento a clientes, ou na execução de tarefas etc. isso existem tabelas construídas para essa curva que mostram o
Nesse caso, a proporção da área incluída entre dois pontos percentual da população que se encontra em determinada faixa.
quaisquer, debaixo da curva de probabilidade, identifica a probabi- Considerando essas características, a distribuição Normal é im-
lidade de que a variável aleatória contínua selecionada assuma um portante na estatística pelos seguintes aspectos:
valor entre tais pontos. - Inúmeros fenômenos contínuos parecem segui-la ou pode-
rem ser aproximados por meio dela;
- Pode também ser usada como aproximação para distribuições
de probabilidade discreta, em situações específicas;
- Oferece a base para a inferência estatística clássica devido à
sua afinidade com o teorema do limite central.
- Em termos gerais, as características de uma Distribuição Nor-
mal padronizada podem ser resumidas da seguinte maneira:
- Em termos de aparência, a curva é simétrica e tem o formato
de um sino;
- A reta que passa pelo ponto máximo divide a área da curva
em duas partes exatamente iguais, em forma e tamanho;
- As medidas de tendência central (média, mediana e moda)
são idênticas;
- A dispersão média é igual a 1,33 desvio-padrão. Isto significa
que o intervalo interquartílico está contido dentro de um intervalo
de dois terços de um desvio-padrão, abaixo da média aritmética e
dois terços de um desvio-padrão, acima da média;
Características da Distribuição Normal - A área debaixo da curva é igual a 1 ou 100%;
A curva normal é definida como sendo simétrica e unimodal. - Os valores encontrados abaixo da curva da distribuição Nor-
Essa característica encontra-se na natureza quando o número de mal padronizada podem ser medidos em desvios-padrão e suas
dados do universo analisado é relativamente grande e principal- probabilidades por intervalo são as seguintes:
mente com uma variável contínua. Nesse caso, a distribuição dos + 1σ a - 1σ = 68,27% da área da curva;
valores acontece em uma curva em forma de um sino, com um + 2σ a - 2σ = 95,44% da área da curva;
ponto máximo no centro, em que as áreas, em ambos os lados da + 3σ a - 3σ = 99,73% da área da curva.
média, são idênticas. - A curva apresenta em ambos os lados um ponto de inflexão
que está a uma distância de (-1) desvio-padrão (s) e (+1) desvio-pa-
drão (s)) da origem do centro da curva, onde a média, a mediana e
a moda são coincidentes;
- Na curva, ambos os lados se acercam cada vez mais ao eixo
das abcissas, porém sem jamais tocá-lo;

163
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
- Sua variável aleatória associada possui um intervalo infinito
(-∞ < X < +∞).

Além disso, o tabelamento dos valores das áreas para qualquer


curva normal não seria viável, pois há um número infinito de tais
curvas, pelas infinitas possibilidades de combinação de valores da
Já que na prática, às vezes, a distribuição das variáveis não che- variável X com diferentes parâmetros μ e σ.
ga a essa perfeição, aproximando-se somente a essas propriedades Dessa forma, torna-se difícil fazer o cálculo de probabilidades
teóricas, pode-se usá-la na condição de ser uma com o modelo original acima apresentado.
Resolveu-se então construir uma curva normal padronizada e
Distribuição Aproximadamente Normal, desde que apresente tabelar os valores de suas áreas de modo que as áreas entre dois
os seguintes aspectos: pontos na abscissa definidos, sob qualquer curva, possam ser cal-
- a curva deve ter o formato de um sino e com aparência simé- culadas.
trica; Assim, foi feita a padronização dos dados, substituindo a ex-
- suas medidas de tendência central (média, moda e mediana) pressão
podem divergir ligeiramente;
- o valor do intervalo interquartílico pode diferir ligeiramente
de 1,33 desvio-padrão;
- o intervalo da variável na prática não ser infinito, mas deve es-
tar entre três desvios padrões acima e abaixo da média aritmética.
por z, ou seja:
Fórmula de cálculo da Função densidade
A função densidade de probabilidade representa um modelo ou ex-
pressão matemática pelo símbolo f(x). Essa função foi desenvolvida pelo
matemático Gauss que expressa uma curva simétrica da Distribuição
Normal, também conhecida como curva de Gauss.
Para definir os diferentes pontos que permitem traçar a curva,
a função é definida pela seguinte expressão matemática: Em que z representa uma variável reduzida padronizada que
tem (média) m = 0 e (desvio padrão) s = 1.
Assim, o valor de z é igual à diferença entre o valor de Xi e a
média aritmética m, dividida pelo desvio-padrão s.
Dessa forma, introduzindo a variável z em substituição à ex-
pressão e considerando que o desvio-padrão da variável reduzida
z é igual a 1, a função densidade de probabilidade de uma variável
normal padronizada pode ser definida assim:
onde:
f(X) = diferentes valores da curva determinados pela expressão
Xi = qualquer valor da variável aleatória contínua, em que
-∞<Xi<+∞
σ = desvio-padrão da população
μ = média da população
π = constante matemática com valor aproximado de 3,14159 f(X) = diferentes valores da curva determinados pela equação
e = constante matemática com valor aproximado de 2,71828 z = variável reduzida padronizada
π = constante matemática com valor aproximado de 3,14159
Considerando que os símbolos π e e são constantes matemáti- e = constante matemática com valor aproximado de 2,71828
cas, para cada valor da variável aleatória xi, existem probabilidades
diferentes, pois os valores resultantes da função são dependentes Utilizando a expressão, pode-se converter qualquer conjunto
dos parâmetros da distribuição normal: a média aritmética e o des- de dados distribuídos de maneira normal para sua forma padroni-
vio-padrão da população. zada e determinar quaisquer probabilidades desejadas a partir de
Por meio da função, podem-se determinar as áreas sob qual- uma tabela da distribuição normal padronizada.
quer curva normal, entre dois pontos dados na abscissa, por meio
de cálculo integral, mas seria trabalhoso.

164
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

TEOREMA DE BAYES

TEOREMA DA PROBABILIDADE TOTAL


Suponha que o espaço amostral S de um experimento seja dividido em três eventos RI, R2, R3 de modo que:

e considere um evento B qualquer. O evento B pode ser escrito como:

Pelo fato de (B ∩ R,), (B ∩ R2), (B ∩ R3) serem eventos mutuamente exclusivos, P(B) = P (B ∩ R,) + P (B ∩ R2) + P (B ∩ R3).
As intersecções do 2º membro podem ser desenvolvidas segundo a fórmula P (A ∩ B) = P(A/B). P(B). Assim:

Nesta dedução, dividimos o espaço amostral S em três partes, R1, R2e R3. O resultado final P(B) independe do número de divisões do
espaço amostral.
O teorema da probabilidade total pode ser escrito de forma geral:

Exemplo: Um piloto de Fórmula Um tem 50% de probabilidade de vencer determinada corrida, quando esta se realiza sob chuva. Caso
não chova durante a corrida, sua probabilidade de vitória é de 25%. Se o serviço de Meteorologia estimar em 30% a probabilidade de que
chova durante a corrida, qual é a probabilidade deste piloto ganhar esta corrida?
Solução: Definindo os eventos:
G: o piloto ganhar a corrida
Ch: chover durante a corrida
NCh: não chover durante a corrida
Então:

TEOREMA DE BAYES
O teorema de Bayes está intimamente relacionado ao teorema da probabilidade total. Supõem-se as mesmas condições (eventos Ai
mutuamente exclusivos e exaustivos e um evento B qualquer). Basicamente, o teorema de Bayes permite obter a probabilidade de que
um dos eventos Ai ocorra, sabendo-se que o evento B ocorreu.
Fazemos uso da fórmula:

165
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Estimação - A técnica de estimação consiste em utilizar um
conjunto de dados incompletos, ao qual iremos chamar de amos-
tra, e nele calcular estimativas de quantidades de interesse. Estas
estimativas podem ser pontuais (representadas por um único valor)
ou intervalares.

Exemplo: As máquinas A e B são responsáveis por 60% e 40% Teste de Hipóteses - O fundamento do teste estatístico de hi-
respectivamente, da produção de uma empresa. Os índices de pe- póteses é levantar suposições acerca de uma quantidade não co-
ças defeituosas na produção destas máquinas valem 3% e 7% res- nhecida e utilizar, também, dados incompletos para criar uma regra
pectivamente. Se uma peça defeituosa foi selecionada da produção de escolha.
desta empresa, qual é a probabilidade de que tenha sido produzida
pela máquina B? População e amostra
Solução: Definidos os eventos:
A: a peça ter sido produzida pela máquina A.
B: a peça ter sido produzida pela máquina B.
d a peça ser defeituosa.

Então:

População: é o conjunto de todas as unidades sobre as quais


há o interesse de investigar uma ou mais características.

Amostra: é um subconjunto das unidades que constituem a


população. A caracterização da população é feita em função de um
PROBABILIDADE CONDICIONAL. POPULAÇÃO E problema a ser estudado.
AMOSTRA. VARIÂNCIA E COVARIÂNCIA. CORRELAÇÃO
LINEAR SIMPLES. DISTRIBUIÇÃO BINOMIAL E DISTRI- PROBABILIDADE
BUIÇÃO NORMAL A teoria da probabilidade permite que se calcule a chance de
ocorrência de um número em um experimento aleatório.

NOÇÕES DE ESTATÍSTICA Elementos da teoria das probabilidades


A estatística torna-se a cada dia uma importante ferramenta de - Experimentos aleatórios: fenômenos que apresentam resul-
apoio à decisão. Resumindo: é um conjunto de métodos e técnicas tados imprevisíveis quando repetidos, mesmo que as condições se-
que auxiliam a tomada de decisão sob a presença de incerteza. jam semelhantes.
- Espaço amostral: é o conjunto U, de todos os resultados pos-
Estatística descritiva (Dedutiva) síveis de um experimento aleatório.
O objetivo da Estatística Descritiva é resumir as principais ca- - Evento: qualquer subconjunto de um espaço amostral, ou
racterísticas de um conjunto de dados por meio de tabelas, gráficos seja, qualquer que seja E Ì U, onde E é o evento e U, o espaço amos-
e resumos numéricos. Fazemos uso de: tral.

Tabelas de frequência - Ao dispor de uma lista volumosa de


dados, as tabelas de frequência servem para agrupar informações
de modo que estas possam ser analisadas. As tabelas podem ser de
frequência simples ou de frequência em faixa de valores.

Gráficos - O objetivo da representação gráfica é dirigir a aten-


ção do analista para alguns aspectos de um conjunto de dados. Al-
guns exemplos de gráficos são: diagrama de barras, diagrama em
setores, histograma, boxplot, ramo-e-folhas, diagrama de disper-
são, gráfico sequencial.
Experimento composto
Resumos numéricos - Por meio de medidas ou resumos numé- Quando temos dois ou mais experimentos realizados simulta-
ricos podemos levantar importantes informações sobre o conjunto neamente, dizemos que o experimento é composto. Nesse caso, o
de dados tais como: a tendência central, variabilidade, simetria, va- número de elementos do espaço amostral é dado pelo produto dos
lores extremos, valores discrepantes, etc. números de elementos dos espaços amostrais de cada experimen-
to.
Estatística inferencial (Indutiva) n(U) = n(U1).n(U2)
Utiliza informações incompletas para tomar decisões e tirar
conclusões satisfatórias. O alicerce das técnicas de estatística infe-
rencial está no cálculo de probabilidades. Fazemos uso de:

166
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Probabilidade de um evento
Em um espaço amostral U, equiprobabilístico (com elementos
que têm chances iguais de ocorrer), com n(U) elementos, o evento
E, com n(E) elementos, onde E Ì U, a probabilidade de ocorrer o
evento E, denotado por p(E), é o número real, tal que:

Onde,
n(E) = número de elementos do evento E.
n(S) = número de elementos do espaço amostral S.

Sendo 0 ≤ P(E) ≤ 1 e S um conjunto equiprovável, ou seja, to-


dos os elementos têm a mesma “chance de acontecer.
Probabilidade de um evento complementar
As probabilidades podem ser escritas na forma decimal ou re- É quando a soma das probabilidades de ocorrer o evento E, e
presentadas em porcentagem. de não ocorrer o evento E (seu complementar, Ē) é 1.
Assim: 0 ≤ p(E) ≤ 1, onde:
p(∅) = 0 ou p(∅) = 0%
p(U) = 1 ou p(U) = 100%

Exemplo: (Pref. Niterói – Agente Fazendário – FGV) O quadro


a seguir mostra a distribuição das idades dos funcionários de certa Probabilidade condicional
repartição pública: Quando se impõe uma condição que reduz o espaço amostral,
Faixa de idades (anos) Número de funcionários dizemos que se trata de uma probabilidade condicional.
20 ou menos 2 Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral U, com p(B) ≠
De 21 a 30 8 0. Chama-se probabilidade de A condicionada a B a probabilidade
De 31 a 40 12 de ocorrência do evento A, sabendo-se que já ocorreu ou que vai
De 41 a 50 14 ocorrer o evento B, ou seja:
Mais de 50 4
Escolhendo ao acaso um desses funcionários, a probabilidade
de que ele tenha mais de 40 anos é:
(A) 30%;
(B) 35%;
(C) 40%;
(D) 45%; Podemos também ler como: a probabilidade de A “dado que”
(E) 55%. ou “sabendo que” a probabilidade de B.
- Caso forem dois eventos simultâneos (ou sucessivos): para
Resolução: se avaliar a probabilidade de ocorrem dois eventos simultâneos (ou
O espaço amostral é a soma de todos os funcionário: sucessivos), que é P (A ∩ B), é preciso multiplicar a probabilidade
2 + 8 + 12 + 14 + 4 = 40 de ocorrer um deles P(B) pela probabilidade de ocorrer o outro,
O número de funcionário que tem mais de 40 anos é: 14 + 4 = sabendo que o primeiro já ocorreu P (A | B). Sendo:
18
Logo a probabilidade é:
Resposta: D.

Probabilidade da união de eventos


Para obtermos a probabilidade da união de eventos utilizamos
a seguinte expressão: - Se dois eventos forem independentes: dois eventos A e B de
um espaço amostral S são independentes quando P(A|B) = P(A) ou
P(B|A) = P(B). Sendo os eventos A e B independentes, temos:

P (A ∩ B) = P(A). P(B)

Lei Binomial de probabilidade


A lei binominal das probabilidades é dada pela fórmula:

Quando os eventos forem mutuamente exclusivos, tendo A ∩ B Sendo:


= Ø, utilizamos a seguinte equação: n: número de tentativas independentes;
p: probabilidade de ocorrer o evento em cada experimento
(sucesso);

167
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
q: probabilidade de não ocorrer o evento (fracasso); q = 1 - p
k: número de sucessos.

A lei binomial deve ser aplicada nas seguintes condições:


- O experimento deve ser repetido nas mesmas condições as n vezes.
- Em cada experimento devem ocorrer os eventos E e .
- A probabilidade do E deve ser constante em todas as n vezes.
- Cada experimento é independente dos demais.

Exemplo:
Lançando-se um dado 5 vezes, qual a probabilidade de ocorrerem três faces 6?
Resolução:
n: número de tentativas ⇒ n = 5
k: número de sucessos ⇒ k = 3
p: probabilidade de ocorrer face 6 ⇒ p = 1/6
q: probabilidade de não ocorrer face 6 ⇒ q = 1- p ⇒ q = 5/6

CORRELAÇÃO (R)
Para FARBER (2009) correlação é uma medida da força e direção de uma relação entre duas variáveis.
- A amplitude do coeficiente de correlação é -1 para 1.
- Mais próximo de zero não há correlação linear.

Coeficiente de determinação
O coeficiente de r2 é a relação da variação explicada com variação total é dado por:

- Variação explicada é a soma dos quadrados das diferenças entre cada valor de y previsto e a média de y.
- Variação total é a soma dos quadrados das diferenças entre cada valor de y e a média de y.

Em síntese temos: Correlação linear simples é uma técnica usada para analisar a relação entre duas variáveis.
Os pontos grafados, que são vistos em conjunto, formam uma elipse (trajetória, distribuição dos pontos) em diagonal. Podemos ima-
ginar que, quanto mais fina for a elipse, mais ela se aproximará de uma reta.
Dizemos então, que a correlação de forma elíptica tem como “imagem” uma reta, sendo, por isso, denominada correlação linear.
Podemos vê isso no exemplo a seguir.

168
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Assim, uma correlação é:

Coeficiente de correlação ou coeficiente de Pearson é uma medida do grau de relação entre duas variáveis.

Onde:
r = coeficiente de correlação e
n = tamanho da amostra.

169
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Exemplo: Uma amostra formada por 8 alunos de uma classe, pelo número de horas de estudo (x) e as notas obtidas (y), calcule o
coeficiente de correlação r:

O coeficiente de correlação r = 0,975 indica que o grau de relação entre as duas variáveis é “Muito forte”, além de ser “Positiva” (pois
x aumenta, y também aumenta).
O grau de relação r pode variar de -1 até +1:

O fato de duas variáveis serem fortemente correlacionadas não implica uma relação de causa e efeito entre elas.

Distribuição Binomial
Em teoria das probabilidades e estatística, a distribuição binomial é a distribuição de probabilidade discreta do número de sucessos
numa sequência de n tentativas tais que as tentativas são independentes; cada tentativa resulta apenas em duas possibilidades, sucesso
ou fracasso (a que se chama de tentativa de Bernoulli); a probabilidade de cada tentativa, p, permanece constante.

Função de probabilidade: Se a variável aleatória X que contém o número de tentativas que resultam em sucesso tem uma distribuição
binomial com parâmetros n e p escrevemos X ~ B(n, p). A probabilidade de ter exatamente k sucessos é dado pela função de probabilidade:

para e onde é uma combinação.

Através do desenvolvimento do binômio e algumas operações com expoentes e fatoriais, é possível demonstrar que:

Exemplo: Três dados comuns e honestos serão lançados. A probabilidade de que o número 6 seja obtido mais de uma vez é: A pro-
babilidade de que seja obtido 2 vezes mais a probabilidade de que seja obtido 3 vezes. Usando a distribuição binomial de probabilidade:
Acha-se a probabilidade de que seja obtido 2 vezes:

170
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
inteiramente descrita por seus parâmetros de média e desvio pa-
drão, ou seja, conhecendo-se estes consegue-se determinar qual-
quer probabilidade em uma distribuição Normal.
Um interessante uso da Distribuição Normal é que ela serve
de aproximação para o cálculo de outras distribuições quando o
número de observações fica grande. Essa importante proprieda-
de provém do Teorema do Limite Central que diz que “toda soma
de variáveis aleatórias independentes de média finita e variância
limitada é aproximadamente Normal, desde que o número de ter-
mos da soma seja suficientemente grande” (ver o teorema para um
enunciado mais preciso).
A distribuição normal foi introduzida pela primeira vez por
Abraham de Moivre em um artigo no ano 1733, que foi reprodu-
zido na segunda edição de seu The Doctrine of Chances (1738) no
contexto da aproximação de distribuições binomiais para grandes
valores de n. Seu resultado foi estendido por Laplace, em seu livro
Analytical Theory of Probabilities (1812), e agora é chamado o teo-
Agora a probabilidade de que seja obtido 3 vezes: rema de Moivre-Laplace.
Laplace usou a distribuição normal na análise de erros de ex-
perimentos. O importante método dos mínimos quadrados foi in-
troduzido por Legendre, em 1805. Gauss, que alegou ter usado o
método desde 1794, justifica-o rigorosamente em 1809 assumindo
uma distribuição normal para os erros. O fato de muitas vezes esta
distribuição ser chamado de distribuição gaussiana pode ser um
exemplo de Stigler’s Law.

O nome “curva em forma de sino” ou “curva de sino” remonta a


Esprit Jouffret que primeiro utilizou o termo “superfície de sino” em
1872 para um normal bivariada com componentes independentes
(atentar que nem toda curva de sino é uma gaussiana). O nome
“distribuição normal”, foi inventado independentemente por Char-
les S. Peirce, Francis Galton e Wilhelm Lexis, por volta de 1875.
Assim, a resposta é:
Função de densidade de probabilidade: A função densidade de
probabilidade da distribuição normal com média e variância
(de forma equivalente, desvio padrão ) é assim definida,

Valor esperado e variância: Se a X ~ B(n, p) (isto é, X é uma


variável aleatória binomialmente distribuida), então o valor espe-
rado de X é

Se a variável aleatória segue esta distribuição escreve-se:


e a variância é ~ . Se e , a distribuição é cha-
mada de distribuição normal padrão e a função de densidade de
Exemplo: Seja X uma variável aleatória que contém o número probabilidade reduz-se a,
de caras saídas em 12 lançamentos de uma moeda honesta. A pro-
babilidade de sair 5 caras em 12 lançamentos, P(X=5), é dada por:

Propriedades: Sejam a e b constantes conhecidas.


- Se X segue uma distribuição normal, ~ , en-
tão ~ .
Distribuição Normal
A distribuição normal é uma das mais importantes distribui- - Se X e Y são variáveis aleatórias independentes que seguem
ções da estatística, conhecida também como Distribuição de Gauss distribuição normal, então a soma U = X + Y, a diferença V = X - Y
ou Gaussiana. Foi primeiramente introduzida pelo matemático ou qualquer combinação linear W = a X + b Y também são variáveis
Abraham de Moivre. Além de descrever uma série de fenômenos aleatórias com distribuição normal.
físicos e financeiros, possui grande uso na estatística inferencial. É

171
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
- É fácil construir exemplos de distribuições normais X e Y de- - Uma das alternativas é a determinação da probabilidade em
pendentes (mesmo com correlação zero) cuja soma X + Y não é nor- função de Xi, sendo a média e o desvio-padrão conhecidos.
mal. Por exemplo, seja X uma distribuição normal padrão (média 0 - No cálculo do valor de z devem ser usados dois dígitos após
e variância 1), então fixando-se um número real positivo a, seja Ya a vírgula.
definida como X sempre que |X| < a e -X sempre que |X| ≥ a. Ob- - Os valores da probabilidade encontrados no Apêndice III refe-
viamente, Ya também é uma normal e X + Ya é uma variável aleatória rem-se sempre ao intervalo entre o valor da média e o valor de Xi.
que nunca pode assumir valores de módulo acima de 2 a (ou seja, - Para a solução do problema, existem várias possibilidades: o
não é normal). Quando a é muito pequeno, X e Y são praticamente próprio valor encontrado na tabela, a soma ou subtração do valor
opostas, e sua correlação é próxima de -1. Quando a é muito gran- da tabela de 0,5, a soma de 0,5 ao valor da tabela e subtração do
de, X e Y são praticamente idênticas, e sua correlação é próxima de valor menor do valor maior, encontrados na tabela.
1. Como a correlação entre X e Ya varia continuamente com a, existe - Para facilitar a solução de problemas de probabilidade Nor-
um valor de a para o qual a correlação é zero. mal, recomenda-se sempre fazer o desenho da curva e indicar a
- A soma de uma grande quantidade de variáveis aleatórias área a ser conhecida.
(com algumas restrições) tende a uma distribuição normal - o signi- - Outra alternativa é a determinação do valor de Xi em função
ficado mais preciso disto é o Teorema do Limite Central. da probabilidade desejada, conhecendo a média e o desvio-padrão.
- A distribuição normal é infinitamente divisível, no seguinte - Deve-se ter o cuidado para atribuir o sinal correto de z, pois os
sentido: se X é uma variável aleatória que segue uma distribuição seus valores de z, à direita da média, são positivos e os localizados
normal e n é um número natural, então existem n variáveis aletó- à esquerda, negativos.
rias , independentes e identicamente distri- - Valores de variáveis discretas podem ser adaptados à distri-
buídas, tal que buição normal, nas seguintes condições: número de observações ≥
30; probabilidades de sucesso (p) e de fracasso (q) não serem muito
próximas a zero e as médias de sucesso e de fracasso serem maiores
do que cinco.
Relação entre as Distribuições Binomial e Normal - Na aproximação da Binomial à Normal deve-se fazer a corre-
Com base na definição na Lei dos Grandes Números, pode-se ção de continuidade, pela soma ou subtração de 0,5 ao valor inteiro
considerar como verdadeira a aproximação da distribuição de pro- da variável discreta X (número de sucessos).
babilidade de variáveis discretas à distribuição de variáveis contínu-
as. Essa aproximação torna-se mais concreta à medida que aumen- Essa correção é necessária e deve ser feita de forma equitativa,
ta o número de observações da variável. pois entre dois números consecutivos da variável discreta há um
Assim, aceita-se que as duas distribuições se aproximam quan- espaço vazio de uma unidade.
do: - Os valores da média e do desvio-padrão são obtidos pelas fór-
- o número de observações for grande, ou seja, n ≥ 30; mulas de cálculo das propriedades das variáveis discretas.
- as probabilidades de sucesso (p) e de fracasso (q) não forem
muito próximas a zero; Normalmente em concursos a banca traz os valores das tabe-
- as médias de sucessos e de fracassos forem maiores do que las na própria questão, visto que são muitos valores para serem
cinco (n.p > 5 ou n.q > 5); memorizados. Então não se preocupe com isso, o importante é o
- a aproximação melhora com o crescimento do número de ob- entendimento e como se faz os cálculos.
servações e no limite (infinito) as duas distribuições coincidem. ALOPERADO
Análise de variância (ANOVA).
Em resumo temos: A Análise de Variância ou ANOVA é um procedimento usado
Na natureza, quando o número de dados do universo analisado para comparar a distribuição de três ou mais grupos em amostras
é relativamente grande e principalmente quando for de uma vari- independentes.
ável contínua, a distribuição dos dados apresenta uma curva com Ela é também uma forma de resumir um modelo de regressão
formato de um sino, com um ponto máximo no centro, em que as linear através da decomposição da soma dos quadrados para cada
áreas, em ambos os lados da média, são idênticas. fonte de variação no modelo e, utilizando o teste F, testar a hipótese
- A curva formada chama-se de curva normal, que é definida de que qualquer fonte de variação no modelo é igual a zero.
como sendo simétrica e unimodal, tendo como característica a Sua principal aplicação é a comparação de médias oriundas
igualdade entre as medidas: média, moda e mediana. de grupos diferentes, também chamados tratamentos, como por
- Quando as medidas, média, moda e mediana não são iguais, exemplo médias históricas de questões de satisfação, empresas que
mas semelhantes, chama-se a distribuição de aproximadamente operam simultaneamente com diferentes rendimentos, entre mui-
normal. tas outras aplicações.
- Pela distribuição normal padronizada, que apresenta como
características uma curva simétrica e mesocúrtica, podem-se deter- Para sua aplicação são necessárias algumas suposições, sendo
minar valores de probabilidade e apresentá-los em tabelas que ex- elas:
pressam os valores da função densidade ou curva de probabilidade, - As observações são independentes, ou seja, cada elemento
com base na variável padronizada z. amostral (aluno) deve ser independente;
- Os valores da função densidade localizam-se abaixo da curva - Os grupos comparados apresentam a mesma variância;
da distribuição e seu valor total é de 100%, localizando-se 50% à - Os erros são independentes e provenientes de uma distribui-
direita da média e 50% à sua esquerda. ção normal com média igual a zero e variância constante.
- Para determinar os valores de z, precisa-se dos valores da mé-
dia, do desvio-padrão e do valor de Xi de referência. É importante ressaltar que os fatores propostos podem ser de
- Os valores de z, à direita da média, são positivos e os localiza- origem qualitativa ou quantitativa, mas a variável dependente ne-
dos à esquerda, negativos. cessariamente deverá ser contínua.

172
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Há dois métodos para calcular-se a variância: dentro de grupos (MQG) e a variância das médias (MQR). Calcula-se os dois componen-
tes de variância. Se a variância calculada usando a média (MQR) for maior do que a calculada (MQG) usando os dados pertencentes a cada
grupo individual, isso pode indicar que existe uma diferença significativa entre os grupos.
Resolvemos dois tipos de problemas através da ANOVA: as de níveis fixos ou a de níveis aleatórios. A aleatoriedade determinada a
questão do problema.
Na maior parte dos casos trata-se de níveis fixos, afinal o segundo tipo de problema (aleatório) somente surgirá quando ocorrer um
estudo envolvendo uma escolha aleatória de fatores.

Onde:
- SQT = SQG + SQR (mede a variação geral de todas as observações).
- SQT é a soma dos quadrados totais, decomposta em:
- SQG soma dos quadrados dos grupos (tratamentos), associada exclusivamente a um efeito dos grupos
- SQR soma dos quadrados dos resíduos, devidos exclusivamente ao erro aleatório, medida dentro dos grupos.
- MQG = Média quadrada dos grupos
- MQR = Média quadrada dos resíduos (entre os grupos)
- SQG e MQG: medem a variação total entre as médias
- SQR e MQR: medem a variação das observações de cada grupo

f = MQG/MQR
N – 1=(K – 1) + (N – K)
SQT = SQG + SQR
MQG = SQG (K – 1)

A hipótese nula sempre será rejeitada quando f calculado for maior que o valor tabelado. Da mesma forma, se MQG for maior que
MQR, rejeita-se a hipótese nula.
Se o teste f indicar diferenças significativas entre as médias, e os níveis forem fixos, haverá interesse em identificar quais as médias
que diferem entre si.
Calcular o desvio padrão das médias;

Sx = , ,onde nc é a soma do número de cada variável (grupo) dividido pelo número de variáveis.
Calcular o limite de decisão (ld) = 3 x Sx
Ordenar as médias em ordem crescente ou decrescente e compara-las duas a duas. A diferença será significativa se for maior que Ld.
Caso o teste f indique diferenças significativas entre as médias, e os níveis forem aleatórios, haverá interesse em identificar a estima-
tiva dos componentes de variação.

O valor encontrado acima indicará a variabilidade total entre grupos, indicando se é considerado significativa ou não.

173
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

NOÇÕES DE AMOSTRAGEM E INFERÊNCIA ESTATÍSTICA

AMOSTRAGEM
É uma técnica especial para recolher amostras, que garante, tanto quanto possível, o acaso na escolha. Ela pode ser:

Amostragem Probabilística (aleatória): A probabilidade de um elemento da população ser escolhido é conhecida. Cada elemento da
população passa a ter a mesma chance de ser escolhido.

Amostragem casual ou aleatória simples: este tipo de amostragem se assemelha ao sorteio lotérico. Ela pode ser realizada numeran-
do-se a população de 1 a n e sorteando-se, a seguir, por meio de um dispositivo aleatório qualquer, k números dessa sequência, os quais
serão pertentes à amostra.

Exemplo: 15% dos alunos de uma população de notas entre 8 e 10, serão sorteados para receber uma bolsa de estudos de inglês.

Vantagens: Desvantagens:
- Facilidade de cálculo - Requer listagem da
estatístico; população;
- Probabilidade elevada - Trabalhosa em
de compatibilidade dos populações elevadas;
dados da amostra e da
população - Custos elevados se a
dispersão da amostra for
elevada.

Amostragem sistemática: Assemelha-se à amostragem aleatória simples, porque inicialmente enumeram-se as unidades da popula-
ção. Mas difere da aleatória porque a seleção da amostra é feita por um processo periódico pré-ordenado.

Amostragem proporcional estratificada: muitas vezes a população se divide em subpopulações – estratos, então classificamos a po-
pulação em, ao menos dois estratos, e extraímos uma amostra de cada um. Podemos determinar características como sexo, cor da pele,
faixa etária, entre outros.

Vantagens: Desvantagens:
- Pressupõe um erro de - Necessita de maior
amostragem menor; informação sobre a
população;
- Assegura uma boa
representatividade das - Cálculo estatístico mais
variáveis estratificadas; complexo.
- Podem empregar-se
metodologias diferentes
para cada estrato;
- Fácil organização do
trabalho de campo.

Amostragem por conglomerado: é uma amostra aleatória de agrupamentos naturais de indivíduos (conglomerados) na população.

Vantagens: Desvantagens:
- Não existem listagem de - Maior erro de
toda a população; amostragem;
- Concentra os trabalhos - Cálculo estatístico mais
de campo num número complexo na estimação do
limitado de elementos da erro de amostragem.
população.

174
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Amostragem Não-probabilística (não aleatória): Não se conhece a probabilidade de um elemento ser escolhido para participar da
amostra.

Amostragem por cotas: consiste em uma amostragem por julgamento que ocorre em suas etapas. Em um primeiro momento, são cria-
das categorias de controle dos elementos da população e, a seguir, selecionam-se os elementos da amostra com base em um julgamento.

Amostragem por julgamento: Essa amostragem é ideal quando o tamanho da população é pequeno e suas características, bem conhe-
cidas, pois baseia-se no julgamento pessoal.

Amostragem por conveniência: é uma amostra composta de indivíduos que atendem os critérios de entrada e que são de fácil acesso
do investigador. Para o critério de seleção arrolamos uma amostra consecutiva.

Vantagens: Desvantagens:
- Mais econômica; - Maior erro de amostragem que em amostras
aleatórias;
- Fácil administração;
- Não existem metodologias válidas para o cálculo do
- Não necessita de listagem da população. erro de amostragem;
- Limitação representativa;
- Maior dificuldade de controle de trabalho de campo

Inferência
Inferência estatística é um ramo da Estatística cujo objetivo é fazer afirmações a partir de um conjunto de valores representativo
(amostra) sobre um universo. Tal tipo de afirmação deve sempre vir acompanhada de uma medida de precisão sobre sua veracidade. Para
realizar este trabalho o estatístico coleta informações de dois tipos, experimentais (as amostras) e aquelas que obtém na literatura. As duas
principais escolas de inferência são a inferência frequentista (ou clássica) e a inferência bayesiana. A inferência estatística é geralmente dis-
tinta da estatística descritiva. A descrição estatística pode ser vista como a simples apresentação dos fatos, nos quais o modelo de decisões
feito pelo analista tem pouca influência. É natural que análises estatísticas avancem, indo da descrição para a inferência de padrões. Essa
última tarefa depende do modelo usado e/ou criado pelo analista dos dados.

Inferência frequentista é um tipo de inferência estatística. O conceito frequentista de probabilidade envolve basicamente uma se-
quência de repetições para um determinado evento, tratado como um subconjunto de Θ. A ideia da repetição justifica a denominação
“teoria frequentista”. A teoria baseia-se na regularidade estatística das frequências relativas e sustenta que a probabilidade de um dado
acontecimento pode ser medida observando a frequência relativa do mesmo acontecimento, em uma sucessão numerosa de experiências
idênticas e independentes. Para exemplificar a interpretação frequentista, considera-se uma moeda irregular (viciada) lançada 1000 vezes,
e observam-se a face cara 540 vezes. Portanto, a probabilidade estimada de sair cara é 0,54.

Inferência bayesiana é um tipo de inferência estatística que descreve as incertezas sobre quantidades invisíveis de forma proba-
bilística. Incertezas são modificadas periodicamente após observações de novos dados ou resultados. A operação que calibra a medida
das incertezas é conhecida como operação bayesiana e é baseada na fórmula de Bayes. A fórmula de Bayes é muitas vezes denominada
Teorema de Bayes.

Em teoria da probabilidade o Teorema de Bayes mostra a relação entre uma probabilidade condicional e a sua inversa; por exemplo,
a probabilidade de uma hipótese dada a observação de uma evidência e a probabilidade da evidência dada pela hipótese. Esse teorema
representa uma das primeiras tentativas de modelar de forma matemática a inferencia estatística, feita por Thomas Bayes (pronunciado
/ˈbeɪz/ ou “bays”). O teorema de Bayes é um corolário do teorema da probabilidade total que permite calcular a seguinte probabilidade:

- Pr (A) e Pr (B) são as probabilidades a priori de A e B


- Pr (B|A) e Pr (A|B) são as probabilidades a posteriori de B condicional a A e de A condicional a B respectivamente.

A regra de Bayes mostra como alterar as probabilidades a priori tendo em conta novas evidências de forma a obter probabilidades a
posteriori. Podemos aplicar o Teorema de Bayes com o jogo das três portas. Alguns preferem escrevê-lo na forma:

175
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
A ideia principal é que a probabilidade de um evento A dado Estimador Consistente
um evento B (e.g. a probabilidade de alguém ter câncer de mama Um estimador diz-se consistente quando, para qualquer δ > 0
sabendo, ou dado, que a mamografia deu positivo para o teste) de- , limn→oo P[|Θ^ - Θ| < δ] = 1 ;isto é, quando a dimensão da amostra
pende não apenas do relacionamento entre os eventos A e B (i.e., tende para o infinito, o estimador consistente concentra se sobre o
a precisão, ou exatidão, da mamografia), mas também da probabi- seu alvo tomando o valor do parâmetro estimado.
lidade marginal (ou “probabilidade simples”) da ocorrência de cada Por outro lado, se uma das duas seguintes condições(condições
evento. Por exemplo, se as mamografias acertam em 95% dos tes- suficientes) se verificar, o estimador é consistente:
tes, então 5% é a probabilidade de termos falso positivo ou falso ne- - limn→oo (μΘ^ - Θ) = 0 e limn→oo σΘ^2 = 0
gativo, ou uma mistura de falso positivo a falso. O teorema de Bayes - limn→oo E[(Θ^ - Θ)2] = 0
nos permite calcular a probabilidade condicional de ter câncer de
mama, dado uma mamografia positiva, para qualquer um desses Existem dois tipos de estimativas que podemos obter a partir
casos. A probabilidade de uma mamografia positiva será diferente de uma amostra aleatória:
para cada um dos casos. Estimativa pontual: Fornecem como estimativa um único valor
No exemplo dado, há um ponto de grande importância prática numérico para o parâmetro de interesse
que merece destaque: se a prevalência de mamografias resultado Estimativa intervalar: Fornece um intervalo de valores “plausí-
positivo para o câncer é, digamos, 5,0%, então a probabilidade con- veis” para o parâmetro de interesse.
dicional de que um indivíduo com um resultado positivo na verdade Por serem variáveis aleatórias, os estimadores pontuais pos-
não tem câncer é bastante pequena, já que aprobabilidade margi- suem uma distribuição de probabilidade (distribuições amostrais).
nal deste tipo de câncer está mais perto de 1,0%. A probabilidade Com isso, podemos apresentar uma estimativa mais informativa
de um resultado positivo é, portanto, cinco vezes mais provável que para o parâmetro de interesse, que inclua uma medida de precisão
a probabilidade de um câncer em si. Além disso, alguém pode de- do valor obtido → estimativa intervalar ou intervalo de confiança.
duzir que a probabilidade condicional que mamografias positivas Os intervalos de confiança são obtidos a partir da distribuição
realmente tenham câncer é de 20%. Isso poderia ser menor, se a amostral de seus estimadores.
probabilidade condicional que dado um câncer de mama, a mamo-
grafia sendo positiva não é de 100% (i.e. falso negativos). Isso serve Intervalo de confiança
para mostrar a utilidade do entendimento do teorema de Bayes. Um intervalo de confiança (IC) é um intervalo estimado de um
parâmetro de interesse de uma população. Em vez de estimar o
Estimação pontual parâmetro por um único valor, é dado um intervalo de estimativas
Estimador pontual Θ^ : Função dos valores x1, x2, … , xn da prováveis. O quanto estas estimativas são prováveis será determi-
amostra multidimensional X1,X2, … ,Xn que, se tiver um dado con- nado pelo coeficiente de confiança , para .
junto de propriedades, dá um valor aproximado Θ^ para um parâ- Intervalos de confiança são usados para indicar a confiabili-
metro Θ da distribuição da população. Exemplos: dade de uma estimativa. Por exemplo, um IC pode ser usado para
- A média amostral é um estimador da média populacional descrever o quanto os resultados de uma pesquisa são confiáveis.
- A variância amostral é um estimador da variância da popula- Sendo todas as estimativas iguais, uma pesquisa que resulte num
ção IC pequeno é mais confiável do que uma que resulte num IC maior.
Se e são estatísticas (isto é, funções da amostra) cuja dis-
Propriedades Desejáveis dos Estimadores Pontuais tribuição de probabilidade dependa do parâmetro , e
Estimador Não-enviesado (centrado/sem distorção): Enviesa-
mento do estimador Θ^ = E(Θ^) - Θ Quando o Enviesamento = 0 , o então o intervalo aleatório
estimador diz-se não-enviesado.
é um intervalo de confiança com nível para
- Média Amostral: E(X~) = E(X) = μX
-
A média amostral é um estimador sempre não-enviesado do . Portanto, podemos interpretar o intervalo de confiança como
valor esperado, qualquer que seja a distribuição populacional. um intervalo que contém os valores “plausíveis” que o parâmetro
- Desvio Quadrático Médio Amostral (DQM) = (N-1)/M . σX2 ≠ σX2 pode assumir. Assim, a amplitude do intervalo está associada a
- O DQM é um estimador sempre enviesado, de enviesamento
= - σ X2 / N incerteza que temos a respeito do parâmetro.
- Variância Amostral: S2 = 1/(N-1) . ∑ n=1 → N (Xn - X~)2 = N/(N-1) . Considere uma amostra aleatória reti-
DQM = σX2 rada de uma população com distribuição que depende do
- A variância amostral é um estimador sempre não-enviesado
parâmetro . Por exemplo, tomamos uma
da variância populacional, qualquer que seja a distribuição popu-
lacional. amostra aleatória com distribuição normal com média des-
conhecida e desvio padrão conhecido . Para propormos
Estimador Eficiente um intervalo de confiança para o parâmetro , vamos introdu-
- Um estimador é tanto “melhor” quanto menor for a sua va-
zir o conceito de quantidade pivotal. Uma função da amostra
riância.
- O estimador Θ^1 é melhor do que o estimador Θ^2 e do parâmetro cuja distribuição de proba-
bilidade não depende do parâmetro é denominada quantidade
Exemplo: pivotal. Desta forma, dado o nível de confiança , tomamos
- Variância da média amostral = σX2
-
Variância da mediana amostral = σX2 * π/2
Se a quantidade pivotal for inversível, podemos resolver a
A média amostral é um melhor estimador, pois tem a menor inequação acima em relação a e obter um intervalo de confiança.
variância (é mais eficiente)
- Eficiencia = E [ (Θ^ - Θ)2 ] = σΘ^2 + (EnviesamentoΘ^)2

176
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Motivação
Suponha que queiramos estimar a média de uma população com distribuição normal com variância conhecida. O estimador
de máxima verossimilhança para a média populacional é dado pela média amostral de uma amostra de tamanho . Assim, temos a
seguinte quantidade pivotal

Para interpretar o intervalo de confiança da média, assumimos que os valores foram amostrados de forma independente e aleatória
de um população com distribuição normal com média e variância . Dado que estas suposições são válidas, temos 95% de “chance”
do intervalo conter o verdadeiro valor da média populacional. Em outras palavras, se produzirmos diversos intervalos de confiança prove-
nientes de diferentes amostras independentes de mesmo tamanho, podemos esperar que aproximadamente 95% destes intervalos devem
conter o verdadeiro valor da média populacional.

Testes de hipóteses
As hipóteses a serem testadas, retirar as amostras das populações a serem estudadas, calcular as estatísticas delas e, por fim, deter-
minar o grau de aceitação de hipóteses baseadas na teoria de decisão, ou seja, se uma determinada hipótese será validada ou não.
Para decidir se uma hipótese é verdadeira ou falsa, ou seja, se ela deve ser aceita ou rejeitada, considerando uma determinada amos-
tra, precisamos seguir uma série de passos:
1) Definir a hipótese de igualdade (H0) e a hipótese alternativa (H1) para tentar rejeitar H0 (possíveis erros associados à tomada de
decisão).
2) Definir o nível de significância (α).
3) Definir a distribuição amostral a ser utilizada.
4) Definir os limites da região de rejeição e aceitação.
5) Calcular a estatística da distribuição escolhida a partir dos valores amostrais obtidos e tomar a decisão.

1) Formular as hipóteses (Ho e H1).


Primeiramente, vamos estabelecer as hipóteses nula e alternativa. Para exemplificar, você deve considerar um teste de hipótese para
uma média. Então, a hipótese de igualdade é chamada de hipótese de nulidade ou Ho. Suponha que você queira testar a hipótese de que
o tempo médio de ligações é igual a 50 segundos. Então, esta hipótese será simbolizada da maneira apresentada a seguir:
Ho: μ = 50 (hipótese de nulidade)
Esta hipótese, na maioria dos casos, será de igualdade. Se você rejeitar esta hipótese, vai aceitar, neste caso, outra hipótese, que cha-
mamos de hipótese alternativa. Este tipo de hipótese é simbolizado por H1 ou Ha.

2) Definir o nível de significância.


O nível de significância de um teste é dado pela probabilidade de se cometer erro do tipo I (ocorre quando você rejeita a hipótese Ho e
esta hipótese é verdadeira). Com o valor desta probabilidade fixada, você pode determinar o chamado valor crítico, que separa a chamada
região de rejeição da hipótese Ho da região de aceitação da hipótese Ho.

177
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
3) Definir a distribuição amostral a ser utilizada.
A estatística a ser utilizada no teste, você definira em função
da distribuição amostral a qual os dados seguem. Se você fizer um
teste de hipótese para uma média ou diferença entre médias, utilize
a distribuição de Z ou t de Student. Outro exemplo é se você quiser
comparar a variância de duas populações, então deverá trabalhar
com a distribuição F, ou seja, da razão de duas variâncias.

4) Definir os limites da região de rejeição.


Os limites entre as regiões de rejeição e aceitação da hipótese
Ho, você definirá em função do tipo de hipótese H1, do valor de
(nível de significância) e da distribuição amostral utilizada. Conside-
rando um teste bilateral, você terá a região de aceitação (não-rejei- Teste de hipótese para média populacional
ção) com uma probabilidade de 1- α e uma região de rejeição com Quando você retira uma amostra de uma população e calcu-
probabilidade α (α/2 + α/2). la a média desta amostra, é possível verificar se a afirmação sobre
a média populacional é verdadeira. Para tanto, basta verificar se a
estatística do teste estará na região de aceitação ou de rejeição da
hipótese Ho. Aqui você tem três situações distintas:
1ª) se o desvio-padrão da população é conhecido ou a amostra
é considerada grande (n >30), a distribuição amostral a ser utilizada
será da Normal ou Z e a estatística-teste que você utilizará será:

Onde x: média amostral; μ: média populacional; σ: desvio pa-


drão populacional e n: tamanho da amostra.

Através da amostra obtida, você deve calcular a estimativa que 2ª) agora, se você não conhecer o desvio-padrão populacional
servirá para aceitar ou rejeitar a hipótese nula. e a amostra for pequena, então, a distribuição amostral a ser utili-
zada será a t de Student, e a estatística teste será:
5) Tomar a decisão.
Para tomar a decisão, você deve calcular a estimativa do teste
estatístico que será utilizado para rejeitar ou não a hipótese Ho. A
estrutura deste cálculo para a média de forma generalista é dada
por:

Onde x: média amostral; μ: média populacional; s: desvio-pa-


drão amostral e n: tamanho da amostra.

Podemos exemplificar pela distribuição de Z, que será: 1. Estabelecer as hipóteses:


Fixamos H0: μ = μ0. Dependendo da informação que fornece o
problema que estivermos estudando, a hipótese alternativa pode
ter uma das três formas abaixo:
H1: μ ≠ μ0 (teste bilateral);
H1: μ > μ0 (teste unilateral à direita);
H1: μ < μ0 (teste unilateral à esquerda).

2. Fixar o nível de significância α.

Se o valor da estatística estiver na região crítica (de rejeição), 3. Determinar a região crítica.
rejeitar Ho; caso contrário, aceitar H0. O esquema a seguir mostra
Se o teste é bilateral, determinamos os pontos críticos e
bem a situação de decisão.
tais que a partir
da distribuição t de Student com n-1 graus de liberdade.

178
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
4. Calcular, sob a hipótese nula, o valor:

Onde:
: valor da média amostral.
μ0: valor da média populacional sob a hipótese nula.
s: valor do desvio padrão amostral.
n: tamanho da amostra.

5. Critério:
Teste bilateral: se ou se ,
rejeitamos H0. Caso contrário, aceitamos H0.
Teste unilateral à direita: se , rejeitamos H0. Caso
contrário, aceitamos H0.
Teste unilateral à esquerda: se , rejeitamos H0.
Caso contrário, aceitamos H0.
6. O p-valor no teste bilateral é dado por

Se o teste é unilateral, determinamos o ponto crítico tal que


.
Se o teste é unilateral à direita, o p-valor é dado por
e, se o teste é unilateral à es-
querda, o p-valor é dado por

7. O intervalo de confiança é dado por

se o teste é bilateral. Se o teste é unilateral à direita, então o


intervalo de confiança para o parâmetro μ é dado por

e, se o teste é uni-
lateral à esquerda, então o intervalo de confiança para o parâ-
metro μ é dado por

Se o teste é unilateral à esquerda, determinamos o ponto Teste de hipóteses. Formalmente, o valor-p é definido como a
tal que . probabilidade de se obter uma estatística de teste igual ou mais
extrema quanto àquela observada em uma amostra, assumindo
verdadeira a hipótese nula.

Teste de hipótese para a razão de duas variâncias


Este teste de hipótese é utilizado para saber se duas variâncias
populacionais são estatisticamente iguais ou se uma é maior do que
a outra. Então, utilizando a distribuição F, poderemos formular o
teste de hipótese da razão entre duas variâncias e chegar à conclu-
são baseados apenas nas estimativas calculadas a partir das amos-
tras. As hipóteses Ho e H1 serão:

A maior variância amostral encontrada será chamada de S12 (pro-


veniente de uma amostra de tamanho n1), e a menor variância amos-
tral será chamada S22 (proveniente de amostra de tamanho n2).

179
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Teste de Student
É um teste de hipótese que usa conceitos estatísticos para re-
jeitar ou não uma hipótese nula quando a estatística de teste (t)
segue uma distribuição t de Student.
Teste t pode ser conduzido para:
- Comparar uma amostra com uma população
- Comparar duas amostras pareadas
- Comparar duas amostras independentes

Se a variável de interesse segue uma distribuição próxima de


uma curva normal em ambas populações:
H0: não há diferenças significativas entre os bairros
H1: as diferenças observadas para os bairros 3 e 4 são signifi-
cativamente diferentes para melhor em relação aos demais bairros.
µ = 0,05
g.l = 5 – 1 = 4, onde Qui quadrado tabelado é igual a 9,49.

Χ2 = (9-16)2 + (11 – 16) 2 + (25-16) 2 + (20 – 16) 2 + (15 – 16)


uma distribuição t Student com n1+ n2-2 graus de liberdade. 2/16
Teste do qui quadrado2 Χ2 = 72 + 52 +92 + 42 + 12= 172/16 = 10,75
Este teste objetiva verificar se a frequência absoluta observa-
da de uma variável é significativamente diferente da distribuição de Conclui-se que o Qui quadrado calculado (10,75) é maior do
frequência absoluta esperada. que o tabelado (9,49), rejeita-se H0 em prol de H1.
Portanto há diferença significativa, ao nível de 0,05, para os
Teste do qui quadrado para uma amostra bairros 3 e 4. Face ao cálculo o gerente deve elaborar uma estraté-
Aplica-se quando se quer estudar a dependência entre duas gia comercial para cada bairro.
variáveis, através de uma tabela de dupla entrada ou também co-
nhecida como tabela de contingência. Teste do qui quadrado para independência (duas amostras)
A utilização do presente teste em pesquisa visa verificar se as
Condições para a execução do teste distribuições de duas ou mais amostras não relacionadas diferem
Exclusivamente para variáveis nominais e ordinais; significativamente em relação à determinada variável.
Observações independentes;
Não se aplica se 20% das observações forem inferiores a 5 Condições para a execução do teste
Não pode haver frequências inferiores a 1; Exclusivamente para variáveis nominais e ordinais;
Nos dois últimos casos, se houver incidências desta ordem, Preferencialmente para amostras grandes, <30;
aconselha-se agrupar os dados segundo um critério em específico. Observações independentes;
Não se aplica se 20% das observações forem inferiores a 5
Procedimento para a execução do teste Não pode haver frequências inferiores a 1;
1. Determinar H0. Será a negativa da existência de diferenças Nos dois últimos casos, se houver incidências desta ordem,
entre a distribuição de frequência observada e a esperada; aconselha-se agrupar os dados segundo um critério em específico.
2. Estabelecer o nível de significância (µ );
3. Determinar a região de rejeição de H0. Determinar o valor Procedimento para a execução do teste
dos graus de liberdade (φ), sendo K – 1 (K = número de categorias). Determinar H0. As variáveis são independentes, ou as variáveis
Encontrar, portanto, o valor do Qui-quadrado tabelado; não estão associadas;
4. Calcular o Qui Quadrado, através da fórmula: Estabelecer o nível de significância (µ );
Determinar a região de rejeição de H0. Determinar o valor dos
graus de liberdade (φ), sendo φ = (L – 1) (C – 1), onde L = números
de linhas da tabela e C = ao número de colunas. Encontrar, portanto,
o valor do Qui-quadrado tabelado;
Calcular o Qui Quadrado, através da fórmula:
Sendo o Qui Quadrado calculado, maior do que o tabelado, re-
jeita-se H0 em prol de H1.

Exemplo: Um vendedor trabalhou comercializando um produ-


to em sete bairros residenciais de uma mesma cidade em um mes-
mo período do ano. Para encontrar o valor esperado (E), utilizar a fórmula a seguir:
Seu gerente decidiu verificar se o desempenho do vendedor
oscilava em virtude do bairro trabalhado, ou seja, se as diferenças
eram significativas nos bairros trabalhados.
A partir deste estudo o gerente poderia então elaborar uma
estratégia comercial para cada bairro ou manter uma para todos.
Sendo o Qui Quadrado calculado, maior do que o tabelado, re-
2 “Teste do qui quadrado” em Só Matemática. Virtuous Tecnologia da Informa-
jeita-se H0 em prol de H1.
ção, 1998-2020. Consultado em 16/04/2020. Disponível na Internet em https://
Há dependência ou as variáveis não estão associadas.
www.somatematica.com.br

180
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Exemplo: Um pesquisador deseja identificar se há dependência no consumo de seus chocolates e as cidades de sua região.

H0: A preferência pelos sabores independe da cidade


H1: A preferência pelos sabores depende da cidade.
µ = 0,05
φ = (4 – 1) (3 – 1) = 6, onde Qui quadrado tabelado é igual a 12,6.

Conclui-se que o Qui quadrado calculado (43,72) é maior do que o tabelado (12,6), rejeita-se H0 em prol de H1.
Portanto há diferença significativa, ao nível de 0,05, para as cidades.
Coeficiente de contingência (CC)
O CC é um indicador do grau de associação entre duas variáveis analisadas pelo Qui quadrado.
Quanto mais próximo de 1, melhor o coeficiente de contingência, que varia de 0 a 1.
No exemplo dado acima o coeficiente seria 0,3442.

181
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Para atender a essa demanda utilizando os meios adequados,
sua escolha de escalas de mensuração deve estar limitada às es-
calas
(A) intervalares e razão
(B) nominais e intervalares
Referências Bibliográficas: (C) nominais e ordinais
Disponível em https://operdata.com.br/blog/como-interpre- (D) ordinais e intervalares
tar-analise-de-variancia-anova/ Acesso em 23.08.2020 (E) ordinais e razão
Disponível https://www.somatematica.com.br/estat/ap35.php
Acesso em 23/08/2020. 4.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
CRESPO, Antônio Arnot – Estatística fácil – 18ª edição – São cial/2021/”Prova C”
Paulo - Editora Saraiva: 2004. Após a coleta de dados em um determinado contexto (variá-
SILVA, Ermes Medeiros, Elio Medeiros...- Estatística para os cur- veis A, B, C, … X), uma das formas mais simples e iniciais de análise
sos de: Economia, Administração, Ciências Contábeis - 3ª edição – é a geração e a avaliação de um histograma para uma variável se-
São Paulo – Editora Atlas S. A: 1999. lecionada (ex: X), como por exemplo, em um estudo climático, em
DORA, Filho U – Introdução à Bioestatística para simples mor- que os dados coletados poderiam incluir a temperatura máxima
tais – São Paulo – Elsevier: 1999. observada em toda a Terra ao longo de dez anos.
http://www.andremachado.org Nesse caso, o histograma adequado é um gráfico em que são
SINDELAR, Fernanda Cristina Wiebusch; Samuel Martim de apresentadas as
Conto, Lucildo Ahlert - Teoria e prática em estatística para cursos de (A) últimas dez médias móveis da variável X
graduação - Lajeado : Editora da Univates, 2014. (B) somas das médias dos quadrados de cada valor de uma va-
http://www.infoescola.com riável X
http://www.portalaction.com.br (C) variações de uma variável X ao longo do tempo
(D) médias históricas da variável X nos últimos sete dias
QUESTÕES (E) frequências de uma variável X em intervalos de valores

5.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2018


1.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2021/”Pro- A Tabela a seguir mostra a distribuição de pontos obtidos por
va C” um cliente em um programa de fidelidade oferecido por uma em-
Responsável por entender o comportamento dos produtos presa.
oferecidos por determinado banco onde trabalhava, e preocupado
com a quantidade enorme de dados disponíveis para a análise, um
funcionário decidiu extrair um subconjunto desses dados.
Esse subconjunto é conhecido como
(A) amostra
(B) censo
(C) parâmetro A mediana da pontuação desse cliente é o valor mínimo para
(D) população que ele pertença à classe de clientes “especiais”.
(E) variável
Qual a redução máxima que o valor da maior pontuação des-
2.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2021/”Pro- se cliente pode sofrer sem que ele perca a classificação de cliente
va A” “especial”, se todas as demais pontuações forem mantidas?
Um funcionário de um banco foi incumbido de acompanhar o (A) cinco unidades
perfil dos clientes de um determinado produto por meio da Análise (B) quatro unidades
de Dados, de forma a aprimorar as atividades de marketing relativas (C) uma unidade
a esse produto. Para isso, ele utilizou a variável classe social desses (D) duas unidades
clientes, coletada pelo banco, que tem os valores A, B, C, D e E, sem (E) três unidades
referência a valores contínuos.
Sabendo-se que essa é uma escala ordinal, qual é a medida de 6.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
tendência central adequada para analisar essa variável? cial/2021/”Prova B”
(A) média aritmética Designado para relatar a qualidade das atividades desenvol-
(B) média geométrica vidas em um determinado banco, um funcionário recebeu a se-
(C) mediana guinte Tabela, com a quantidade de notas relativas à avaliação dos
(D) quartis correntistas sobre o atendimento no caixa, sendo 1 a pior nota, e
(E) variância 5, a melhor nota.
3.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer- Nota Quantidade
cial/2021/”Prova B” 1 3.000
Foi solicitado a um funcionário de um determinado banco que
2 9.500
realizasse uma pesquisa, exclusivamente com variáveis do tipo
qualitativa, sobre a satisfação dos clientes com os serviços ofere- 3 12.000
cidos pela instituição. 4 15.000
5 8.000

182
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Qual é a moda das notas dessa avaliação? 8.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2018
(A) 2 Uma amostra aleatória de tamanho 5 é retirada de uma po-
(B) 3 pulação e observa-se que seus valores, quando postos em ordem
(C) 3,33 crescente, obedecem a uma Progressão Aritmética.
(D) 4 Se a variância amostral não viciada vale 40, qual é o valor da
(E) 5 razão da Progressão Aritmética?

7.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2018 (A)


Uma escola de Ensino Médio decide pesquisar o comporta-
mento de seus estudantes quanto ao número de refrigerantes
consumidos semanalmente por eles. Para isso, uma amostra alea- (B)
tória de 120 estudantes foi selecionada, e os dados foram sinteti-
zados no histograma abaixo, em classes do tipo [0, 5), [5, 10), [10,
15), [15, 20), [20, 25) e [25, 30]. (C)

(D)

(E)

9.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente de Tecnologia/2021

Um pesquisador recebeu os dados de uma amostra de ta-


manho 100 de uma população e calculou a média amostral μ, o
desvio padrão amostral σ e o coeficiente de variação amostral
. Antes de iniciar a análise, ele foi informado de que os
dados dessa amostra estavam todos errados, mas que podiam ser
corrigidos somando-se 3 a cada um dos dados que recebeu.
ós fazer tal correção, o valor do coeficiente de variação amos-
tral passou a ser
Qual o valor da amplitude interquartílica, obtido por meio do
método de interpolação linear dos dados agrupados em classes? (A)

(A)
(B)

(B)
(C)

(C) (D)

(D) (E)

(E) 10..CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2013/2


(e mais 1 concurso)
A variância de um conjunto de dados é 4 m2.
Para o mesmo conjunto de dados foram tomadas mais duas
medidas de variabilidade:
a diferença entre o terceiro e
o primeiro quartil e o coeficiente de variação.

Esses dois valores caracterizam-se, respectivamente, por


(A) possuírem unidades de medida m2 e m.
(B) possuírem unidades de medida m e m2.
(C) ser adimensional e possuir unidade de medida m2.
(D) possuir unidade de medida m e ser adimensional.
(E) possuir unidade de medida m2 e ser adimensional.

183
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
11.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2018
Há dez anos a média das idades, em anos completos, de um grupo de 526 pessoas era de 30 anos, com desvio padrão de 8 anos.
Considerando-se que todas as pessoas desse grupo estão vivas, o quociente entre o desvio padrão e a média das idades, em anos
completos, hoje, é
(A) 0,45
(B) 0,42
(C) 0,20
(D) 0,27
(E) 0,34

12.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2018


Define-se como desvio interquartílico a distância entre o 1º e o 3º Quartis. É usado para avaliar a existência de possíveis valores atí-
picos em um conjunto de dados. Valores aquém ou além de limites estabelecidos com base nessa medida devem ser investigados quanto
à sua tipicidade em relação à distribuição. Geralmente o limite inferior é estabelecido como 1 vez e meia o valor desse desvio, abaixo do
primeiro Quartil, enquanto o limite superior, como 1 vez e meia acima do terceiro Quartil.
Considere os resumos estatísticos das três distribuições de consumo de energia elétrica, em kW, dos 50 apartamentos com mesma
planta, de um edifício, em três períodos diferentes ao longo de um ano, conforme abaixo:

Conclui-se, a partir desses resumos, que


(A) um período apresenta pelo menos um apartamento com consumo abaixo, e dois períodos apresentam pelo menos um apartamen-
to com consumo acima da tipicidade estabelecida.
(B) um período apresenta pelo menos um apartamento com consumo abaixo, e um período apresenta pelo menos um apartamento
com consumo acima da tipicidade estabelecida.
(C) em nenhum período foram observados possíveis consumos atípicos.
(D) apenas um período apresenta pelo menos um apartamento com consumo abaixo da tipicidade estabelecida.
(E) apenas um período apresenta pelo menos um apartamento com consumo acima da tipicidade estabelecida.

13.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente de Tecnologia/2021

A relação do cliente com o sistema bancário tradicional vem passando por transformações nos últimos cincos anos com o crescimento
dos bancos digitais. Analisar o perfil dos clientes dos bancos digitais, considerando idade, classe social, renda e motivação, é uma tarefa
importante para os bancos tradicionais com o objetivo de preservar a posição de principal Banco na relação com o Cliente.
Para tal fim, uma agência bancária analisou os seguintes dados de uma pesquisa amostral sobre bancos digitais:

184
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Escolhendo-se ao acaso um dos entrevistados dessa pesquisa,
qual é, aproximadamente, a probabilidade de esse cliente ter um
ANOTAÇÕES
relacionamento com banco digital e de ter apresentado como mo-
tivo para iniciar esse relacionamento a facilidade de poder resolver ______________________________________________________
tudo pela internet?
(A) 5,7% ______________________________________________________
(B) 6,2%
(C) 6,4% ______________________________________________________
(D) 7,2%
(E) 7,8% ______________________________________________________

______________________________________________________
14.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2012/1
Uma moeda não tendenciosa é lançada até que sejam obtidos ______________________________________________________
dois resultados consecutivos iguais.
Qual a probabilidade de a moeda ser lançada exatamente três ______________________________________________________
vezes?
(A) 1/8 ______________________________________________________
(B) 1/4
(C) 1/3 ______________________________________________________
(D) 1/2
______________________________________________________
(E) 3/4
______________________________________________________
15.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2018
Dentre as atribuições de um certo gerente, encontra-se o ofe- ______________________________________________________
recimento do produto A, de forma presencial e individualizada, aos
seus clientes. A probabilidade de o gerente efetuar a venda do pro- ______________________________________________________
duto A em cada reunião com um cliente é 0,40. Em 20% dos dias de
trabalho, esse gerente não se reúne com nenhum cliente; em 30% ______________________________________________________
dos dias de trabalho, ele se reúne com apenas 1 cliente; e em 50%
dos dias de trabalho, ele se reúne, separadamente, com exatos 2 ______________________________________________________
clientes. Em um determinado dia de trabalho, a probabilidade de
______________________________________________________
esse gerente efetuar pelo menos uma venda presencial do produto
Aé ______________________________________________________
(A) 0,54
(B) 0,46 ______________________________________________________
(C) 0,20
(D) 0,26 ______________________________________________________
(E) 0,44
______________________________________________________
GABARITO ______________________________________________________

______________________________________________________
1 A
______________________________________________________
2 C
3 C _____________________________________________________
4 E _____________________________________________________
5 A
______________________________________________________
6 D
______________________________________________________
7 D
8 C ______________________________________________________
9 C ______________________________________________________
10 D
______________________________________________________
11 C
12 D ______________________________________________________

13 A ______________________________________________________
14 B
______________________________________________________
15 E
______________________________________________________

185
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
_______________________________________________________________________________________________________________

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186
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL; ÓRGÃOS NORMATIVOS E INS-
TITUIÇÕES SUPERVISORAS, EXECUTORAS E OPERADORAS

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL


O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é um conjunto de organizações financeiras que promove a movimentação de recursos entre os
agentes econômicos (pessoas físicas, empresas, governo) credores e tomadores de dinheiro.
Conforme a Constituição Federal, em seu Art. 192, o STF:
“O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da
coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que
disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram.”
A função principal do SFN é a transferência de recursos através de seus usuários, os agentes com renda superior as despesas (supe-
ravitários) para os agentes com renda inferior as despesas (deficitários); e também a prestação de serviços envolvendo recursos de seus
usuários (abertura de contas correntes, oferta de cartões e cheques, oferta de diversas modalidades de seguros, pagamento e recebimen-
to de títulos, etc.).
Os agentes deficitários são aqueles que necessitam de dinheiro, pois tem intenção de gastar valores superiores ao limite de sua renda,
pagando juros por esse capital emprestado.
Os agentes superavitários são aqueles que após pagas suas despesas, ficam com uma “sobra” de renda, necessitando investir esse
valor e receber por isto, através da remuneração em investimentos financeiros.
O SFN tem atuação direta nos mercados monetário, de crédito, de capitais e de câmbio.

ESTRUTURA DO SFN
A estrutura do Sistema Financeiro Nacional é dividida em três categorias de entidades:
1. Normativas – Aquelas que estabelecem a regulação do SFN. Compostas por órgãos normativos que criam normas e regras e
também fiscalizam os participantes do SFN.
2. Supervisoras: São entidades que além de supervisionar, acatam a função de executar as diretrizes dos órgãos normativos, assim
como fiscalizar as instituições compõem seu segmento dentro do Sistema Financeiro Nacional.
3. Operadoras: Todas as entidades que não se enquadram nas características de Normativas ou Supervisoras. Ou seja, todas as de-
mais instituições financeiras que atendem ao público em geral, através da intermediação de operações de aplicações e empréstimos, ou
serviços como abertura de conta corrente, emissão de cartões, etc.
Abaixo, é possível acompanhar a estrutura disponível no site do Banco Central:

187
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
* Dependendo de suas atividades corretoras e distribuidoras • Prescrever os critérios de constituição das Sociedades Segu-
também são fiscalizadas pela CVM. radoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada
** As Instituições de Pagamento não compõem o SFN, mas são Aberta e Resseguradores, com fixação dos limites legais e téc-
reguladas e fiscalizadas pelo BCB, conforme diretrizes estabelecidas nicos das respectivas operações.
pelo CMN. • Disciplinar a corretagem do mercado e a profissão do corretor.

ÓRGÃOS NORMATIVOS CONSELHO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR


(CNPC)
CONSELHO MONETÁRIO NACINAL (CMN) O Conselho Nacional de Previdência Complementar - CNPC é
O Conselho Monetário Nacional (CMN) é considerado o órgão o órgão responsável por regular o regime de previdência comple-
máximo dentro da hierarquia do Sistema Financeiro Nacional. É um mentar operado pelas entidades fechadas de previdência comple-
órgão normativo, responsável por criar as normas e regras da polí- mentar.
tica monetária e do crédito; mantendo a estabilidade da moeda, o O CNPC é composto pelo Ministro da Previdência Social e por
crescimento e o desenvolvimento socioeconômico do país. representantes da Superintendência Nacional de Previdência Com-
O CMN foi criado junto com o Banco Central, pela Lei nº 4.595, plementar (Previc), da Casa Civil da Presidência da República, do
de 31 de dezembro de 1964. O Conselho iniciou suas atividades em Ministério da Economia, das entidades fechadas de previdência
31 de março de 1965. complementar, dos patrocinadores e instituidores de planos de
benefícios das entidades fechadas de previdência complementar e
Conforme a Lei da Reforma Bancária, suas competências são:
• Regulamentar as operações de crédito das instituições fi- dos participantes e assistidos de planos de benefícios das referidas
nanceiras brasileiras. entidades.
• Regular a moeda do país. O Decreto nº 7.123, de 03 de março de 2010, dispõe sobre a or-
• Supervisionar suas reservas em ouro e cambiais. ganização e o funcionamento do Conselho Nacional de Previdência
• Determinar suas políticas de poupança e investimento. Complementar (CNPC) e dá outras providências.
• Regulamentar os mercados de capitais brasileiros.
• Supervisionar as atividades do Banco Central e da Comis- Atribuições
são de Valores Mobiliários. • Realizar sessões ordinárias e extraordinárias sobe assun-
tos relacionados à previdência complementar fechada que culmi-
​As reuniões ocorrem uma vez por mês para deliberar sobre nam em resoluções, recomendações e outros atos do CNPC, após
assuntos como adaptar o volume dos meios de pagamento às re- os votos de todos os seus integrantes.
ais necessidades da economia; regular o valor interno e externo da
moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos; orientar a apli- INSTITUIÇÕES SUPERVISORAS E EXECUTORAS
cação dos recursos das instituições financeiras; propiciar o aper- São as instituições do Sistema Financeiro Nacional que buscam
feiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros; zelar através de ações executoras, fazer com que todos os integrantes
pela liquidez e solvência das instituições financeiras; e coordenar cumpram as regras e normas de seu segmento.
as políticas monetária, creditícia, orçamentária e da dívida pública
interna e externa. BANCO CENTRAL DO BRASIL (BCB)
Em casos extraordinários, pode acontecer mais de uma reunião O Banco Central é uma autarquia, criado pela Lei nº
por mês. As matérias aprovadas são regulamentadas por meio de 4.595/1964 e com autonomia estabelecida pela Lei Complementar
Resoluções divulgadas no Diário Oficial da União (DOU) e na página nº 179/2021. A lei que prevê a autonomia ao Banco Central de-
de normas do Conselho e do Banco Central (BC). termina que o presidente do banco tenha mandato fixo de quatro
Sua composição é dada pelo Ministro da Economia (presidente anos, não coincidente com o de Presidente da República. Essa no-
do Conselho), o Presidente do Banco Central e também o Secretário meação continua sendo feita pelo Presidente da República e apro-
Especial de Fazenda do Ministério da Economia. vada pelo Senado. Os diretores também passam a ter mandatos
não coincidentes com o do presidente do banco, para preservar a
CONSELHO NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS (CNSP) boa governança.
O Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP é órgão res- Antes da Lei complementar, o Banco Central era vinculado ao
ponsável por fixar as diretrizes e normas da política de seguros pri- Ministério da Economia.
vados, resseguros, previdência complementar aberta e capitaliza- O Banco Central é dirigido por sua Diretoria Colegiada, com-
ção. posta pelos seguintes integrantes, todos indicados pelo presidente
É composto pelo Ministro da Economia (Presidente), Superin- da República e aprovados pelo Senado, o presidente e mais oito
tendente da SUSEP, e por representantes do Ministério da Justiça, diretores.
do Ministério da Previdência e Assistência Social, do Banco Central Sua missão é garantir a estabilidade do poder de compra da
do Brasil e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). moeda, zelar por um sistema financeiro sólido, eficiente e com-
petitivo, e fomentar o bem-estar econômico da sociedade. É uma
Atribuições
• Fixar diretrizes e normas da política de seguros privados.
das principais entidades monetárias do país, considerado guardião
• Regular a constituição, organização, funcionamento e fisca-
dos valores e apesar de ser chamado de banco não tem operações
como os demais e não é possível a abertura de uma conta corrente.
lização dos que exercem atividades subordinadas ao Sistema
É considerado o banco dos bancos, pois é aquele que tem po-
Nacional de Seguros Privados, bem como a aplicação das pe-
nalidades previstas. der máximo sobre os demais. Sua característica principal é fiscalizar
• Fixar as características gerais dos contratos de seguros, previ- e regulamentar as normas para todas as instituições financeiras do
dência privada aberta, capitalização e resseguro. país.
• Estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro.
• Conhecer dos recursos de decisão da SUSEP e o IRB.

188
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
O Banco Central é o agente financeiro do governo, pois auxilia 5. Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição,
na área econômica e representa o Sistema Financeiro Nacional em assegurando sua expansão e o funcionamento das entidades que
todo o cenário mundial. neles operem;
Sua atuação na economia vai desde o controle da quantidade 6. Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que inte-
de moeda em circulação, a regulação das taxas de juros e também gram o mercado;
do controle da quantidade de moeda estrangeira circulante no país. 7. Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas enti-
Suas funções mais importantes são a emissão do papel-moeda dades, em especial os efetuados em bens garantidores de provisões
(que ocorre através da Casa da Moeda), o controle de depósitos técnicas;
compulsórios e a multiplicação bancária. 8. Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer
as atividades que por este forem delegadas;
COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (CVM) 9. Prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi criada em
07/12/1976 pela Lei 6.385/76, com o objetivo de fiscalizar, norma- SUPERINTENDÊNCIA NACIONAL DE PREVIDÊNCIA COMPLE-
tizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no MENTAR (PREVIC)
Brasil. A Superintendência Nacional de Previdência Complementar
A CVM é uma entidade autárquica em regime especial, vin- (Previc) é uma autarquia, que segue as normas do CNPC, vinculada
culada ao Ministério da Economia, com personalidade jurídica e ao Ministério da Economia, responsável pela supervisão, fiscaliza-
patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa inde- ção e execução de políticas das entidades fechadas de previdência
pendente, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e complementar (fundos de pensão).
estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e orçamen- A Previc, de acordo com o Decreto nº 8.992, de 20 de feverei-
tária. ro de 2017, é administrada por um Diretor-Superintendente e mais
Sua administração é composta por um presidente e quatro di-
quatro diretores.
retores, nomeado pelo presidente da República, com aprovação do
Senado.
Atribuições
As competências da CVM são: As principais competências da Previc, segundo o Decreto nº
• Desenvolvimento do mercado. 8.992, de 20 de fevereiro de 2017, são:
• Eficiência e funcionamento do mercado 1. proceder à fiscalização das atividades das entidades fe-
• Proteção dos investidores chadas de previdência complementar e das suas operações;
• Acesso à informação adequada 2. apurar e julgar as infrações e aplicar as penalidades cabí-
• Fiscalização e punição veis;
1. expedir instruções e estabelecer procedimentos
para a aplicação das normas relativas à sua área de competência;
SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS (SUSEP) 2. autorizar: a constituição e o funcionamento das
A SUSEP é uma autarquia que segue as normas do CNSP, vin- entidades fechadas de previdência complementar e a aplicação dos
culada ao Ministério da Economia. A SUSEP é o órgão responsável respectivos estatutos e dos regulamentos de planos de benefícios;
pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência as operações de fusão, cisão, incorporação ou qualquer outra for-
complementar aberta, capitalização e resseguro (seguro de um se- ma de reorganização societária, relativas às entidades fechadas de
guro já existente). Foi criada pelo Decreto-lei nº 73, de 21 de no- previdência complementar; a celebração de convênios e termos de
adesão por patrocinadores e instituidores e as retiradas de patro-
vembro de 1966.
cinadores e instituidores; e as transferências de patrocínio, grupos
A SUSEP é administrada por um Conselho Diretor, com- de participantes e assistidos, planos de benefícios e reservas entre
posto pelo Superintendente e por quatro Diretores. Compe- entidades fechadas de previdência complementar;
te ao Colegiado fixar as políticas gerais da Autarquia, com vis- 3. harmonizar as atividades das entidades fechadas
tas à ordenação das atividades do mercado, cumprir e fazer de previdência complementar com as normas e as políticas estabe-
cumprir as deliberações do CNSP e aprovar instruções, circula- lecidas para o segmento;
res e pareceres de orientação em matérias de sua competência. 4. decretar intervenção e liquidação extrajudicial
A presidência do Colegiado cabe ao Superintendente que tem, ain- das entidades fechadas de previdência complementar e nomear in-
da, como atribuições, promover os atos de gestão da Autarquia e terventor ou liquidante, nos termos da lei;
5. nomear administrador especial de plano de be-
sua representação perante o Governo e à Sociedade. nefícios específico, podendo atribuir-lhe poderes de intervenção e
liquidação extrajudicial, na forma da lei;
Atribuições 6. promover a mediação e a conciliação entre enti-
1. Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e dades fechadas de previdência complementar e entre as entidades
operação das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades e seus participantes, assistidos, patrocinadores ou instituidores,
de Previdência Privada Aberta e Resseguradores, na qualidade de bem como dirimir os litígios que lhe forem submetidos na forma da
executora da política traçada pelo CNSP; Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996;
2. Atuar no sentido de proteger a captação de poupança po- 7. enviar relatório anual de suas atividades ao Mi-
pular que se efetua através das operações de seguro, previdência nistério da Fazenda e, por seu intermédio, ao Presidente da Repú-
privada aberta, de capitalização e resseguro; blica e ao Congresso Nacional; e adotar as providências necessárias
3. Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos ao cumprimento de seus objetivos.
mercados supervisionados;
4. Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instru-
mentos operacionais a eles vinculados, com vistas à maior eficiên-
cia do Sistema Nacional de Seguros Privados e do Sistema Nacional
de Capitalização;

189
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
INSTITUIÇÕES OPERADORAS são supervisionadas pelo Banco Central do Brasil, e contam com a
São todas as instituições que não fazem parte dos sistemas nor- proteção do Fundo Garantidor de Crédito, que devolve o dinheiro
mativos ou supervisor, aquelas que lidam com o público, através de de depósito dos clientes até um valor determinado.
serviços de intermediação financeira ou demais serviços financei- Diferente dos bancos, as cooperativas de crédito não visam lu-
ros. cro.
Bancos - São as instituições financeiras que fazem a interme-
diação entre os recursos dos agentes poupadores e tomadores de Corretoras e Distribuidoras – São empresas constituídas sob
recursos. Além disso, prestam serviços de custódia de dinheiro e a forma de sociedade anônima, que intermediam investimentos
demais serviços financeiros, como abertura de contas, financia- entre as bolsas de valores e os investidores. Necessitam de obri-
mentos, emissão de cartões, recebimentos de títulos, etc. gatoriamente de autorização da CMV e do Banco Central para que
Os bancos estão sob a supervisão do Banco Central. possam atuar no SFN.
Os bancos podem ser classificados em: Bancos múltiplos, ban-
cos comerciais, bancos de investimento, bancos de desenvolvimen- Bolsa de Mercadorias e Futuros – Desde 2017, a BM&F Boves-
to, bancos de câmbio e bancos digitais. pa se uniu com a Cetip, formando a B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), uma
das principais empresas de infraestrutura de mercado financeiro do
Administradoras de Consórcio – É a pessoa jurídica, autorizada mundo.
pelo Banco Central a prestar serviços na formação e administração
de grupos de consórcio. Apenas empresas cadastradas e fiscaliza- Entidades Abertas de Previdência – Grupos que administram
das pelo Banco Central podem operar nesse segmento, pois infor- previdências privadas destinadas ao público em geral nem necessi-
mam periodicamente o órgão sobre seus registros das atividades dade de fazer parte de uma determinada categoria. Por exemplo, a
dos consórcios. previdência oferecida pelos bancos e instituições financeiras.

Bolsa de Valores – É o ambiente onde ocorrem as negociações Instituições de Pagamentos – É uma pessoa jurídica que exerce
de ativos financeiros, como ações e títulos. Quando uma empresa atividades de compra e venda e movimentação de recursos, através
tem necessidade em captar recursos financeiros e não tem interes- de um arranjo de pagamento, sem a concessão de empréstimos e fi-
se nos investimentos oferecidos pelas instituições financeiras, ela nanciamentos. Assim, o cliente pode realizar transações financeiras
pode oferecer suas ações na bolsa de valores. sem a necessidade de vínculos com bancos ou outras instituições
É função das bolsas de valores permitir que as negociações financeiras; apenas utilizando um instrumento como cartão pré-pa-
ocorram de forma mais segura, eficiente e justa. As corretoras fa- go ou aparelho móvel.
zem as intermediações entre compradores e vendedores. As instituições são geralmente regulamentadas e fiscalizadas
pelo Banco Central. São classificadas nas seguintes modalidades:
Seguradoras e Resseguradoras – As seguradoras são empresas • Emissor de moeda eletrônica: instituição que disponibiliza
que assumem o risco e indenizam o segurado dentro das condições o serviço do tipo pré-pago. Nesse caso, os recursos devem estar
da apólice. Porém, elas trabalham com um limite de aceitação de disponíveis no momento da transação. Como, emissores de cartão
riscos, para que não ocorra incapacidade no cumprimento dessas vale-refeição.
obrigações. • Emissor de instrumento de pagamento pós-pago: insti-
As resseguradoras colocam a disposição das seguradoras o ca- tuição de pagamento que gerencia contas de pagamento do tipo
pital financeiro necessário para que sejam aceitos riscos acima do pós-paga, em que os recursos depositados já estão comprometidos.
limite estabelecido. Exemplo, instituições financeiras emissoras de cartão de crédito (o
cartão de crédito é o instrumento de pagamento).
Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Fundos • Credenciador: instituição de pagamento que habilita re-
de Pensão) – São grupos que administram previdências privadas cebedores a aceitarem instrumentos de pagamentos. Por exemplo,
de uma determinada categoria. Funcionam através da capitalização instituições com em estabelecimento comercial que aceite cartão
de recursos de uma empresa e de um empregado, por exemplo, de pagamento.
bancários. • Iniciador de transações de pagamento: Não gerencia con-
ta de pagamento ou tem poder sobre os recursos sobre os recursos
Caixas Econômicas - Empresas públicas, com prestação de transferidos nas transações de pagamentos iniciadas. Como, insti-
serviços de bancos comerciais, porém, com foco em programas de tuições financeiras ou de pagamento em que as transações sejam
desenvolvimento socioeconômico. No Brasil, a única instituição em realizadas sem a utilização de cartão.
funcionamento desse tipo é a Caixa Econômica Federal (CEF).
A CEF é a responsável pelos recursos do Fundo de Garantia por Instituições não bancárias – Aquelas que não recebem depó-
Tempo de Serviço (FGTS), do PIS, Seguro-Desemprego e detentora sitos à vista, nem podem criar moeda. Operam apenas com ativos
da venda dos jogos da loteria federal. Sua prioridade é a concessão não monetários, como ações, CDBs, títulos, letras de Câmbio e de-
de recursos para investimentos em programas sociais, como habita- bêntures.
ção, saúde, emprego e renda, esporte, etc.
Sociedades de capitalização - são entidades, constituídas sob a
Cooperativas de Crédito – São organizações formadas por um forma de sociedades anônimas, que negociam contratos (títulos de
grupo de pessoas unidas por um objetivo coletivo. As cooperativas capitalização) que têm por objeto o depósito periódico de presta-
de crédito prestam serviços financeiros, como abertura de conta ções pecuniárias pelo contratante, o qual terá, depois de cumprido
corrente, emissão de cheques e cartões, aplicações financeiras, o prazo contratado, o direito de resgatar parte dos valores deposita-
financiamentos, etc. Porém, nas cooperativas de créditos, o clien- dos corrigidos por uma taxa de juros estabelecida contratualmente;
te também pode ser dono do negócio. Assim como os bancos, as conferindo, ainda, quando previsto, o direito de concorrer a sor-
cooperativas também são uma opção segura, pois suas atividades teios de prêmios em dinheiro.

190
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
REFERÊNCIAS As principais operações são:
Disponível em: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/sfn, • Pessoa física - crédito ao consumidor, crédito consignado,
acesso em 13/07/2021. cheque especial, cartão de crédito, leasing, etc.
Disponível em: https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/cmn, aces- • Pessoa jurídica - empréstimo para capital de giro, financia-
so em 13/07/2021. mento de máquinas e equipamentos, financiamento de projetos,
Disponível em: https://www.gov.br/fazenda/pt-br/assuntos/cmn, etc.
acesso em 13/07/2021.
Disponível em: http://novosite.susep.gov.br/, acesso em 14/07/2021. Essas relações tem algumas características que precisam ser
Disponível em: http://www.susep.gov.br/menu/a-susep/ definidas em contrato, que se fundamentam em normas e fiscaliza-
apresentacao?_ga=2.180533860.2111541974.1626328556- ções do mercado financeiro para que possam ser realizadas, como
1054157232.1626220132, acesso em 14/07/2021. os períodos que podem ser de curto, médio ou longo prazo; valor,
Disponível em: http://www.susep.gov.br/setores-susep/seger/estrutu- forma de liquidação, taxa de juros, riscos, garantias e destinação
ra, acesso em 15/07/2021. dos recursos.
Disponível em: https://www.gov.br/economia/pt-br/orgaos/entidades-
-vinculadas/autarquias/previc/acesso-a-informacao/institucional/a- Mercado de Capitais
-previc, acesso em 15/07/2021. É o ambiente composto por empresas e investidores. Muitas
Disponível em: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/coope- vezes as empresas necessitam de recursos para projetos diversos e
rativacredito, acesso em 15/07/2021. buscam os investidores, que são as pessoas com recursos e interes-
Disponível em: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/bancos- se disponíveis.
caixaseconomicas, acesso em 15/07/2021. Sua principal função é possibilitar aos investidores boas opor-
Disponível em: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/institui- tunidades de investimento através de empresas que estão dispos-
coesnaobancarias, acesso em 15/07/2021. tas a aceitar novos sócios.
Disponível em: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/admi- No mercado de capitais a empresa assume o compromisso de
nistradoraconsorcio, acesso em 15/07/2021. retorno com o investidor, através da emissão de títulos e ações, dis-
Disponível em: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/admi- ponibilizadas no mercado. Dessa forma o mercado de capitais sur-
nistradoraconsorcio, acesso em 15/07/2021. giu para aproximar aqueles investidores que gostariam de investir
Disponível em: https://www.bcb.gov.br/pre/composicao/sc.asp?fra- em empresas e de empresas que precisam de recursos para proje-
me=1, acesso em 15/07/2021. tos de investimento.
Disponível em: http://www.b3.com.br/pt_br/, acesso em 15/07/2021.,
acesso em 15/07/2021. Mercado Cambial
Disponível em: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/institui- É um dos principais mercados existentes dentro mercado finan-
caopagamento, acesso em 15/07/2021. ceiro, fazendo parte do Sistema Financeiro Nacional, sendo norma-
Disponível em: https://www.gov.br/cvm/pt-br/acesso-a-informacao-c- tizado e supervisionado pelo CMN e pelo Banco Central.
vm/institucional/sobre-a-cvm, acesso em 15/07/2021. É o local em que ocorrem as transações envolvendo moedas de
Disponível em: http://www.b3.com.br/pt_br/b3/institucional/quem- diversos países (divisas internacionais). Essas operações consistem
-somos/, acesso em 15/07/2021 na troca de uma moeda base por outra moeda cotada, como paga-
mentos, recebimentos, transferências, investimentos, etc.
Por ser globalizado, este mercado, tem seu funcionamento du-
MERCADO FINANCEIRO E SEUS DESDOBRAMENTOS rante 24 horas em cinco dias da semana; tendo ainda a facilidade
(MERCADOS MONETÁRIO, DE CRÉDITO, DE CAPITAIS E de ser descentralizado e eletrônico. É dividido em duas partes, sen-
CAMBIAL) do o mercado primário aquele que realiza transações por turistas,
importadores e exportadores, e o secundário, em que ocorrem as
transações autorizadas pelo Banco Central. Ou seja, mercado cam-
Mercado Monetário bial, é onde as moedas dos países são negociadas, possibilitando o
O mercado monetário é um dos mercados que faz parte do comércio, turismo e investimentos internacionais.
mercado financeiro e do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Logo,
é regulamentado e supervisionado pelo CMN e Banco Central do
Brasil. MOEDA E POLÍTICA MONETÁRIA: POLÍTICAS MO-
O mercado monetário é caracterizado pelas negociações de tí- NETÁRIAS CONVENCIONAIS E NÃOCONVENCIONAIS
tulos públicos do Tesouro Nacional (LTN LFN) e privados (CDB), de (QUANTITATIVE EASING); TAXA SELIC E OPERAÇÕES
curto e curtíssimo prazo, e tem desempenho fundamental com a COMPROMISSADAS; O DEBATE SOBRE OS DEPÓSITOS
liquidez monetária, que por sua vez influencia toda economia, atra- REMUNERADOS DOS BANCOS COMERCIAIS NO BAN-
vés da inflação e a taxa de juros. É por meio dos títulos públicos que CO CENTRAL DO BRASIL
o Banco Central atua neste mercado visando atingir os objetivos do
governo quanto à inflação e a taxa de juros, visto que ao comprar
títulos públicos, ele aumenta a oferta de moeda no sistema, geran- Políticas monetárias convencionais
do uma baixa na taxa de juros e uma alta na inflação e, ao vender Política monetária convencional é um dos instrumentos para
títulos públicos, ele diminui a oferta de moeda no sistema, gerando manter a economia em plena estabilidade. Esse tipo de política
uma alta na taxa de juros e uma baixa na inflação. monetária é utilizado quando apenas os instrumentos básicos são
capazes de equilibrar o mercado.
Mercado de Crédito Sendo assim, é por meio dela que se dá o controle da oferta de
O mercado de crédito é aquele onde se encontram os agentes dinheiro no país. Suas diretrizes são determinadas pelo Conselho
econômicos tomadores e tomadores de recursos. Os agentes eco- monetário Nacional (CMN).
nômicos são as pessoas físicas e jurídicas e as instituições financei- Para controlar a oferta de dinheiro no país, a política monetária
ras, que buscam e oferecem recursos e financiamentos. atua utilizando as seguintes ferramentas:

191
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
• Depósito Compulsório – É o valor mínimo que cada ban- Quando um banco pega dinheiro emprestado pagando a SELIC
co deve ter guardado em seus cofres ao final do dia, mesmo com de juros para sustentar seu negócio, ele vai emprestar esse dinheiro
grande movimento de saque por parte dos clientes, este valor é para seus clientes cobrando no mínimo, a SELIC mais seus custos.
uma espécie de reserva dos bancos. Existe um percentual de de- Por isso que as taxas de juros cobradas nos empréstimos, financia-
pósito compulsório, porém, não é fixo. Quando o governo quer que mentos, cheque especial, ou no cartão de crédito são maiores que
os bancos emprestem mais recursos, esse valor é reduzido; para o a SELIC; pois as instituições incluem no valor principal custos opera-
caso de menos dinheiro circulando, há um aumento desse percen- cionais; o risco de inadimplência, a taxa de impostos e o seu lucro.
tual. Quando a SELIC sobe, todas as outras taxas de juros aumen-
• Compra e venda de títulos públicos – Quando o governo tam. Com juros mais altos as pessoas pegam menos empréstimos e
tem a necessidade de tirar dinheiro da economia, vende títulos pú- financiamentos. Esse movimento desestimula o consumo e favore-
blicos ao mercado com uma taxa atrativa, mantendo o valor arreca- ce a queda da inflação. Quando a SELIC é reduzida, as outras taxas
dado em caixa. No caso contrário, o governo recompra esses títulos de juros tendem a cair também, estimulando o consumo. Quem
públicos e permite uma oferta maior de crédito. É uma operação decide a Taxa Selic é o COPOM (Comitê de Política Monetária). O
realizada pelo Banco Central, mantendo o equilíbrio de moeda na COPOM é formado pelo Presidente e pelos diretores do Banco Cen-
economia. tral. Eles se reúnem oito vezes ao ano, a cada 45 dias, na sede do
• Redesconto bancário – É a taxa cobrada pelo emprésti- Banco Central em Brasília. Nessa reunião é definido se a Taxa SELIC
mo de dinheiro aos bancos que não conseguiram manter ao final aumenta, diminui ou se mantém. A taxa SELIC é uma meta defini-
do dia, o valor do depósito compulsório determinado pelo Banco da pelo COPOM, portanto ela não é cumprida por força de norma,
Central. Essa taxa é que vai determinar se ao longo do expediente e sim da compra e venda de títulos públicos do Governo Federal,
os bancos emprestaram mais ou menos recursos; pois quando está uma operação que busca aproximar a taxa real da meta definida
baixa é mais favorável pegar dinheiro com o Banco Central para su- pelo COPOM. E esses títulos são negociados em um sistema admi-
prir o depósito compulsório. nistrado pelo próprio Banco Central, chamado Sistema Especial de
Liquidação e Custódia, por isso, o nome da Taxa Selic.
O governo pode também, através da política monetária, atuar
de forma expansionista, deixando mais dinheiro na economia. Para Operações Compromissadas
isso, basta diminuir o depósito compulsório, comprar títulos públi- Trata-se de uma operação de compra e venda através de ban-
cos e diminuir a taxa de redesconto. co ou outra instituição financeira, que é feita com o compromisso
Já, para reduzir a quantidade de recursos na economia e atuar de ser refeita, porém, ao contrário, envolvendo ativos financeiros,
de forma contracionista, faz o processo inverso, aumentando o va- como títulos públicos, por exemplo.
lor do depósito compulsório, vendendo títulos e elevando a taxa de Assim, o vendedor assume o compromisso de recompra do tí-
redesconto. tulo, enquanto o comprador compromete-se a vender esse título
com a mesma instituição da primeira operação, em data menciona-
Políticas monetárias não convencionais (Quantitative Easing) das pelas partes em contrato.
Quantative Easing (QE) são formas de políticas monetárias não As negociações ocorrem em duas etapas, a primeira chamada
convencionais. Apesar de não muito usuais, tem função de estimu- “ida”, pois é quando a instituição vende o título; a segunda chama-
lar a economia. Utilizados quando a economia está em crise, com da “volta”, quando há a recompra do mesmo título. No momento
inflação muito baixa, taxas de juros também muito baixas; em que da negociação, deverão constar em contrato, algumas informações,
o Banco Central já praticamente esgotou todas as formas conven- como a data da recompra e o valor, que geralmente é o mesmo.
cionais da política monetária. Podem adquirir títulos nessas condições qualquer pessoa física
Sãos medida em que o Banco Central compra títulos do gover- ou jurídica, no entanto, só poderá vender instituições autorizadas
no ou demais títulos do mercado para reduzir as taxas de juros e para este tipo de serviço e que sigam as normas previstas na Re-
aumentar a oferta de dinheiro na economia. Alguns especialistas solução 3.339/20076, emitida pelo Conselho Monetário Nacional.
consideram essas ações como políticas artificias de criação de moe-
da, pois o dinheiro é circulado apenas de forma eletrônica. O debate sobre os depósitos remunerados dos bancos comer-
Num cenário de possível recessão, apesar da demanda por cré- ciais do Banco Central do Brasil
dito, as instituições financeiras irão se resguardar e manter dinheiro Foi aprovado em 22/06/2021, o Projeto de Lei nº 3.877/2020,
em seus caixas. Assim, é necessário que o Banco Central estimule a autorizando o Banco Central a receber das instituições financeiras
economia utilizando opções não convencionais. depósitos voluntários, mediante remuneração. Segue agora para
Esse aumento de liquidez impacta a economia, por exemplo, sanção do Presidente.
estimulando o consumo, investimentos e financiamentos; a moeda O objetivo é que o Banco Central disponha de mais um instru-
perde o valor, aumentando a inflação até a sua meta; queda da taxa mento para controlar a quantidade de moeda que circula na econo-
de juros mais longas, proporcionando maior oferta de crédito. mia e também a inflação, sem aumentar a dívida pública.
Atualmente o Banco Central utiliza como principal ferramenta
Taxa SELIC de controle de liquidez as operações compromissadas, porém esta
A SELIC é a taxa básica de juros da economia e o principal ins- faz a dívida pública aumentar, pois é incluída diretamente em seu
trumento de política monetária aplicado pelo Banco Central do total.
Brasil. Ela é utilizada pelos bancos e outras instituições financeiras.
Quando um banco está precisando de dinheiro para fechar a conta
do dia, ele pode pegar um empréstimo com outro banco, dando
como garantia títulos emitidos pelo Governo. A taxa Selic é a refe-
rência para as demais taxas de juros da economia, ou seja, é a base
para definir o custo do crédito no Brasil.

192
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Os títulos do Tesouro Nacional são:
ORÇAMENTO PÚBLICO, TÍTULOS DO TESOURO NACIO- • Tesouro prefixado - Esse título vence em 01/07/2024. Tí-
NAL E DÍVIDA PÚBLICA tulo prefixado, ou seja, no momento da compra, você já sabe exata-
mente quanto irá receber no futuro (sempre R$ 1.000 por unidade
de título). Atualmente sua rentabilidade anual é de 8,14%, com in-
Orçamento Público
vestimento mínimo de R$ 31,63.
Orçamento público é o planejamento público financeiro que • Tesouro IPCA+ - Esse título vence em 15/08/2026. Título
detalha o quanto haverá de entradas e saídas de dinheiro do gover-
pós-fixado, uma vez que parte do seu rendimento acompanha a va-
no para manter os serviços públicos funcionando em equilíbrio com
riação da taxa de inflação (IPCA). Sua rentabilidade atual é de 3,74%
as contas públicas.
e seu investimento mínimo é de R$ 59,02.
Existem três instrumentos importantes que devem ser conside- • Tesouro SELIC - Esse título vence em 01/09/2024. Título
rados no momento da definição desse orçamento nas esferas muni-
com rentabilidade diária vinculada à taxa de juros da economia
cipal, estadual e federal:
• Plano Plurianual (PPA) – Documento que prevê metas e (taxa Selic). Isso significa que se a taxa Selic aumentar a sua rentabi-
lidade aumenta e se a taxa Selic diminuir, sua rentabilidade diminui.
objetivos de médio prazo para o governo. Considerado um planeja-
Rentabilidade atual de 0,2323%, com investimento mínimo de R$
mento estratégico de grandes investimentos. Contém a realização
108,12.
de obras grandiosas, como a manutenção ou construção de rodo-
vias, hidrelétricas, aeroportos etc. Além disso, o PPA é elaborado e
Dívida Pública
discutido a cada quatro anos.
• Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) – É elabora e dis- É o conjunto de títulos emitidos pelo governo para obter di-
nheiro de seus cidadãos, de outros países ou do mercado financeiro
cutida anualmente para definir as prioridades de curto prazo do
e custear suas despesas. Na venda desses títulos, o governo se com-
governo, além de orientar a maneira que serão executadas no ano
promete em receber o título e devolver o valor pago, acrescido de
seguinte, como reajuste do salário-mínimo, tributos, o quanto o go-
juros, na data de seu vencimento.
verno deve poupar para pagar a própria dívida, investimentos em
O governo recorre a venda de títulos e se endivida, pois mui-
agências de fomento etc. O Presidente da República tem até a data
tas vezes, o valor da arrecadação de impostos não é suficiente para
de 15 de abril para enviar esse documento para a Comissão Mista de
cobrir todas as despesas e custos com serviços oferecidos a popu-
Orçamento, que é formada com o intuito de analisar essa proposta,
lação, compra de bens e serviços e com o pagamento de seus ser-
seguindo para a votação no Congresso. Essa votação deve ocorrer
vidores.
até a data de 07 de julho; prazos definidos pela Constituição.
• Lei Orçamentária Anual (LOA) – Plano de ação apresen-
tado e discutido sempre no final do ano, com base nos objetivos PRODUTOS BANCÁRIOS: NOÇÕES DE CARTÕES DE CRÉDI-
do PPA e nas prioridades da LDO. Nela estão descritas receitas e TO E DÉBITO, CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR, CRÉDI-
despesas. O Presidente da República tem até o dia 3 de agosto para TO RURAL, POUPANÇA, CAPITALIZAÇÃO, PREVIDÊNCIA,
encaminhar esse documento à Comissão Mista de Orçamento, se- CONSÓRCIO, INVESTIMENTOS E SEGUROS
guindo depois para o plenário do Congresso, onde será votado até
o dia 22 de dezembro.
Segundo a Constituição, esse é o caminho que o orçamento pú- Cartões de crédito e débito
blico deve percorrer, passando pelas etapas do PPA, LDO e LOA, de
forma organizada e planejada. Cartões de crédito
Para a utilização de cartões de crédito não é necessário ter di-
Títulos do Tesouro Nacional nheiro em conta, pois as compras vêm para pagamento através de
O Tesouro Direto é o Programa do Tesouro Nacional, em parce- uma fatura com prazo de vencimento de até 40 dias após o consu-
ria com a B3. Ao investir nesses títulos, os recursos serão empres- mo, ou em várias parcelas.
tados para o governo federal aumentar investimentos em saúde, É uma espécie de empréstimo, com a administradora ou ins-
educação, segurança etc. Em troca, o investidor recebe será remu- tituição financeira, pois os comerciantes recebem em poucos dias
nerado, através do principal mais juros. após a compra, mas o pagamento ocorre em um período posterior.
São investimentos considerados com o menor risco do merca- Caso a fatura não seja paga na data, ocorrerão acréscimos de
do, pois estão 100% garantidos pelo Tesouro Nacional. A rentabili-
multas e juros. Se for paga na data do vencimento, com valor menor
dade varia conforme o título escolhido e se a remuneração é pré ou
que o total, o cliente utilizará o crédito rotativo.
pós-fixada; e se será recebido em parcelas semestrais ou acumula-
dos no vencimento.
Existem títulos de curto, médio e longo prazos, e todos pos- Cartões de débito
suem liquidez diária; assim, o resgate antecipado pode ocorrer con- Ao realizar pagamentos utilizando os cartões de débito, o des-
forme a necessidade do investidor, pois a recompra dos títulos é ga- conto será automático do saldo de conta corrente (saldo positivo ou
rantida pelo governo. O Tesouro Nacional pagará o valor pelo qual o cheque especial). É considerado sempre como pagamento à vista,
título está sendo negociado na data; valor este que não é fixo. pois utiliza o dinheiro que já disponível.
Como os demais investimentos, existem as taxas de administra-
ção da instituição financeira e a taxa de custódia da B3, além de IR e Rede de aceitação (adquirências)
IOF. Antes de investir é importante observar qual o título que possui As adquirentes são as redes de aceitação de cartões, como a
as melhores condições conforme o objetivo do investidor. Cielo, Rede, GetNet, etc. São responsáveis por fazer a comunicação
da bandeira do cartão.
Elas irão processar os dados e após alguns dias farão o repasse
do valor das compras aos lojistas, mediante taxa de transação.

193
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
As adquirentes vão garantir algumas vantagens como, facilida- Letras de câmbio LC’s)
de na cobrança e menor taxa na transação. Porém, também podem São títulos de renda fixa que permitem que o dinheiro seja em-
trazer alguns problemas, como falta de comunicação por alguns prestado a uma financeira. Podem ser pré e pós fixadas ou híbridas.
instantes; nesse caso o lojista fica impossibilitado de receber suas Pré fixada: Indicam a rentabilidade final no momento da apli-
vendas. Além do fato de, no caso algum serviço complementar ser cação inicial.
necessário, deverá em muitos casos, optar pela contratação a parte, Pós fixada: A rentabilidade total será apresentada apenas no
o que aumenta a burocracia para lojistas de pequeno porte. vencimento do título.
Com o tempo, foram criadas as subadquirentes, que são in- Híbrida: Parte do valor está na modalidade pré e a outra meta-
termediárias de pagamentos, fazendo a mediação entre lojistas e de na pós fixada.
adquirentes. Capazes também de aprovar transações, além de ter São asseguradas pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), no
serviços antifraudes. valor de até R$ 250.000,00, com um limite total de R$ 1.000.000,00.
Existem também as empresas conhecidas como gateways, Sofrem incidência de IOF e também de IR.
que atuam apenas no mundo virtual, da mesma maneira que as
“maquininhas” de recebimento, porém, apenas nas empresas de Cobrança e pagamento de títulos e carnês
e-commerce. A movimentação de títulos e carnês tem objetivo de processar
e controlar as operações realizadas com títulos e carnês enviados as
Bandeiras de cartão instituições financeiras por empresas ou pessoas físicas.
Empresas como Visa, Mastercard, Elo, etc. representam as
bandeiras dos cartões. Elas trabalham para definir onde os cartões Boleto
Título de cobrança regulamentado pelo BACEN. É muito popu-
serão aceitos, pois também indicam as máquinas dos estabeleci-
lar, podendo ser emitido por pessoas físicas e jurídicas, inclusive
mentos.
para pessoas que não possuem vínculo com algum banco, porém,
Visa e Mastercard são as bandeiras mais aceitas no mundo; a
seu emissor dever ter conta corrente para que os valores recebidos
Elo é uma bandeira nacional, ainda aceita apenas no Brasil. sejam por lá, depositados. Seu pagamento pode ocorrer em esta-
Além da aceitação, a bandeira é responsável pela comunicação belecimentos variados, como supermercados, lotéricas, etc. O valor
entre ela, a empresa da máquina e o emissor do cartão no momen- estará disponível em conta, um dia após a sua liquidação. Tem a
to em que ocorre a compra para a conclusão da transação. facilidade de ser pago em supermercados, lotéricas, etc.
A bandeira pode oferecer também promoções, descontos, se- Para a realização deste serviço, os bancos estão autorizados a
guros e vantagens exclusivas para seus clientes. Quanto melhor a cobrar tarifas conforme o contrato da conta corrente do cliente.
modalidade do cartão, melhores serão os benefícios oferecidos.
Carnê
Depósitos à vista, depósitos a prazo (CDB e RDB) e letras de Também um título de cobrança, representa a união de vários
câmbio boletos. São emitidos para compras parceladas, formalizando uma
relação de crédito concedido entre vendedor e consumidor. Antes
Depósitos à vista de sua emissão, é necessário análise dos dados do cliente, com a fi-
Conhecidos como depósitos em conta corrente, representam a nalidade de determinar se este tem condições de pagar pelo objeto
entrega de valores as instituições financeiras, para que sejam guar- de compra.
dados ou aplicados, com resgate total ou parcial no momento em
que o cliente necessitar. Transferência automática de fundos
Também é uma forma de captação de recursos pelos bancos, Prestação de serviços em que a instituição financeira movimen-
porém, sem remuneração, já que possuem liquidez imediata. ta recursos de uma ou mais contas correntes para um ou mais fun-
dos. Para isso, o cliente antecipadamente autoriza o banco o movi-
Depósitos a prazo mentar suas contas.
Investimentos em que o cliente deve aguardar o prazo de ven- É um serviço sem cobrança adicional para o cliente, além de
cimento para resgatá-lo, conforme contrato. ser considerada uma maneira de gerenciar recursos do cliente, pois
Certificado de Depósito bancário (CDB) e Recibo de Depósito dada a autorização, o banco pode também fazer o resgate de va-
Bancário (RDB) são os principais instrumentos de depósitos a prazo. lores (resgate automático), transferindo-os da conta de aplicação
Considerados investimentos, pois são aplicados em troca de remu- para a conta corrente quando houver necessidade da cobertura de
neração de juros. possíveis valores que não estejam disponíveis.
CDB – Possui liquidez diária e pode ser regatado a qualquer
momento (sob aviso prévio). Tem emissão digital e física. Suscetí- Commercial papers
veis a incidência de IR e IOF, possuem garantia pelo Fundo Garanti- São títulos de crédito emitidos por empresas não financeiras
dor de Crédito em até R$ 250.000,00 por título, (limitado a quatro da modalidade Sociedades Anônimas (S.A’s), com necessidade de
por CPF ou CNPJ). captar recursos no mercado interno para financiar suas necessida-
des de fluxo de caixa.
RDB – Título de renda fixa emitido pelas instituições finan-
Tem um prazo de mínimo de 30 dias e máximo de 180 ou 360.
ceiras. Nesse investimento o cliente empresta dinheiro para uma
Para S.A’s de capital fechado é de até 180 e com capital aberto de
instituição financeira e no vencimento tem o retorno do capital in-
até 360.
vestido mais o rendimento. Sofre incidência de IR e de IOF apenas É uma operação considerada alternativa para empréstimos
quando resgatado num prazo menor que 30 dias após a aplicação. bancários convencionais, possibilitando redução nas taxas de juros
Tem a segurança do Fundo Garantidor de Crédito nas mesmas con- devida eliminação da intermediação financeira e também mais ra-
dições do CDB. pidez e simplicidade na negociação entre tomadores e investidores.

194
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Arrecadação de tributos e tarifas públicas ‘Contas garantidas
Toda a arrecadação de tributos e tarifas públicas, obrigatoria- É uma linha de crédito disponível na conta corrente para utili-
mente transita pelas instituições financeiras para seu pagamento. zação no curtíssimo prazo. Está vinculada a uma garantia, como al-
São serviços prestados através de convênios específicos de arreca- gum recebível ou garantia real (hipoteca, penhor, anticrese). Após a
dação e repasse. realização do contrato entre cliente e instituição financeira, o limite
Geralmente, o poder público mantém um banco preferencial estabelecido é disponibilizado.
conveniado para centralizar suas arrecadações e identificar paga- Costumam ter taxas de juros mais baixas e limite de crédito
mento dos contribuintes. mais elevado devido as garantias.
Tributo: Cobrança coercitiva, realizada pelo agente público
(união, estados e municípios) em relação à pessoa física e jurídica Crédito rotativo
(impostos, taxas e contribuições). Modalidade de crédito muito utilizada para pagamento de car-
Tarifas Públicas: Pagamento de serviços realizados por conces- tões de créditos, porém, também para cheque especial, caução de
sionárias (água, luz, telefone e gás). duplicatas. Pessoas físicas e jurídica podem contar com este recur-
so.
Home/office banking e remote banking O limite de crédito é utilizado em um período curto, mediante
Home/Office Banking: Tecnologia desenvolvida para que os o pagamento com juros.
clientes realizem operações bancárias fora das agências, através Ex. Fatura do cartão de crédito no valor de R$ 5.000,00; com
dos recursos da internet, permitindo economia de tempo. Esse sis- pagamento mínimo obrigatório de R$ 1.000,00; pagamento reali-
tema favorece também a redução de custos e expansão de serviços zado de R$ 800,00. O saldo restante a pagar de R$ 4.200,00 é o
para as instituições financeiras. crédito rotativo.
Remote Banking: Serviços disponíveis para que o cliente tenha
acesso a todo tipo de acesso fora de uma agência. Objetiva reduzir Descontos de títulos
custos de operação e geração de eficiência na relação entre ban- Modalidade de crédito, conhecida como a antecipação de re-
co e cliente. Ex. Banco 24 horas, atendimento telefônico, aplicati- cebíveis que o cliente tem e já apresentou a instituição financeira
vos para celular e computadores diversos, atendimento via chat e como forma de garantia (nota promissória, cheques, etc.).
WhatsApp. Por essa antecipação, o banco cobra uma taxa, chamada de
taxa de redesconto, definida a partir de um percentual sobre o valor
Corporate finance nominal ou futuro do título. Nessa antecipação de recurso incide o
É a prestação de serviços de instituições financeiras de inves- IOF; e outros encargos bancários contratuais.
timento, para grandes empresas em negociações de aquisições, ci- É geralmente utilizado por pessoas jurídicas, mas pessoas físi-
sões, fusões, incorporações, etc. cas também tem acesso.
Os bancos, através de seus profissionais especialistas, auxiliam
na análise de cálculo do valor das empresas envolvidas (valuation), Financiamento de capital de giro
pesquisas de mercado para assegurar a justificativa da operação. O financiamento do capital de giro pode ocorrer de duas for-
Além desse serviço, o banco concede, em muitos casos, em- mas:
préstimos ou apoio na captação de recursos internos ou externos a) Quando o capital de giro não está vinculado a algum gasto
para a realização da operação. É cobrada uma comissão sobre a exclusivo.
operação, geralmente uma taxa fixa, acordada em contrato. b) Quando está vinculado a compra de insumos ou material de
estoque.
Fundos mútuos de investimento
São fundos de investimentos gerenciados por profissionais es- A movimentação dos recursos ocorre através de transferência
pecialistas no mercado financeiro. Os fundos gerenciam recursos de para a conta do tomador.
um grupo de investidores, em carteiras diversificadas de títulos e O limite de financiamento é determinado pela análise de crédi-
valores mobiliários, com divisão de recursos (cotas de participação) to do cliente e sua capacidade de pagamento. Os pagamentos po-
em partes iguais para todos. dem variar conforme a necessidade da empresa.
Os fundos são individuais, cada um com seu grau de risco e Os bancos comerciais costumam ter muitas opções para finan-
custo de serviços definidos desde o início. Os recursos arrecadados ciamento de capital de giro quanto a prazos, taxas, garantias. Po-
com as vendas das cotas são investidos em títulos, que resultarão rém, ocorre dessa modalidade de financiamento ter taxas de juros
na rentabilidade dos fundos mais baixas. Os recursos liberados podem ocorrer de forma isolada
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é o órgão responsá- ou associada a investimentos fixos e possuem incidência de IOF.
vel por normas, registros, autorizações, e supervisão dos fundos. As garantias para essa linha de crédito incluem alienação fidu-
ciária, penhora de recebíveis, hipoteca, etc.
Hotmoney
São empréstimos de curtíssimo prazo (de 1 a 29 dias), desti- Vendor Finance e Compror Finance
nados as pessoas jurídicas para financiar o capital de giro. Nesse Vendor finance: É a operação de financiamento em que a ins-
sistema, os recursos são transferidos entre mercados, com rapidez tituição financeira intercede por meio de convênio à negociação de
e eficiência referente aos ganhos. No entanto, suas taxas de juros compra de venda entre duas empresas.
são altas e seus prazos de pagamento, muito pequenos. A negociação é formalizada em contrato com a empresa ven-
As empresas optantes pelo hotmoney contratam o serviço dedora, mencionando que o banco financiará recursos para a com-
através de instituição financeira e celebração de contrato. pradora, realizando o pagamento da compra à vista, mediante des-
conto.
Neste caso, apenas a empresa vendedora é cliente do banco,
por isso, celebra o contrato, a empresa compradora, que recebe o
crédito não precisa ser correntista.

195
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Compror finance: É a operação de financiamento em que a ins- Crédito Direto (CD): Semelhante ao CDCI, em que a instituição
tituição financeira intermedia através de convênio uma negociação se apropria da carteira dos lojistas e assume os riscos do crédito.
de compra e venda entre duas empresas. Nesta situação, a empre- Crédito Automático por Cheque: Concedido aos clientes espe-
sa compradora, cliente do banco firma contrato para aquisição de ciais, como um cheque especial. Com pagamento parcelado, com
mercadorias a vista, sendo financiada pela instituição financeira. taxas de juros pré fixadas ou flutuantes, aceitas pelos clientes e
Não há necessidade do envolvimento da vendedora. O paga- acordadas em contratos.
mento acontecerá em data futura, acordado em contrato.
As garantias para essa linha de crédito incluem alienação fidu-
Leasing (tipos, funcionamento, bens) ciária, penhora de recebíveis, hipoteca, etc.
Leasing é um arrendamento mercantil. Neste processo, exis-
tem duas partes envolvidas, que podem ser tanto pessoas físicas Crédito direto ao consumidor
como jurídicas. Linha de crédito, também conhecida como empréstimo pesso-
O arrendatário é que tem o direito da posse de uso temporário al; destinada geralmente a pessoas físicas. Realizado por instituição
de um bem, em troca do pagamento de parcelas mensais a empresa bancária ou instituição particular (como lojas de departamento). Os
que fez o arrendamento. É uma forma de desfrutar do bem, sem ne- juros são considerados altos, devido a poucas garantias, pois o valor
cessidade de comprá-lo. Para que essa relação aconteça, é preciso é descontado diretamente da conta corrente.
do arrendador (empresa).
Crédito rural
Existem três tipos de leasing: Crédito destinado aos produtores rurais, cooperativas de pro-
a) Leasing financeiro: de longo prazo, em que o cliente manifes- dutores rurais, associação de produtores rurais, etc. Os recursos são
ta o interesse na aquisição do bem. Ao finalizar o contrato, o bem já disponibilizados por instituições financeiras, considerados especiais
terá sido pago. Caso não haja interesse em permanecer com o bem, por terem taxas de juros abaixo do mercado.
este será vendido e se o recebido for menor que o valor de aqui- Seu objetivo é estimular o crescimento da área rural, incenti-
sição, o arrendatário pagará por essa diferença; sendo este valor vando e fortalecendo pequenos produtores, desenvolvendo as ati-
maior, receberá o valor correspondente; chamado de Valor Residual vidades florestais e pecuárias, aumentando a produção através de
Garantido (VRG). Para os bens com vida útil de até cinco anos, o pra- métodos eficazes; estimulando a geração de renda e a mão de obra
zo do contrato será de dois anos. Já os bens com vida útil superior a para agricultura familiar e aquisição de equipamentos.
cinco anos, o contrato deverá ser de no mínimo, três anos. Financia as atividades de custeio, investimento e beneficia-
b) Leasing operacional: de curto prazo, em que o arrendatá- mento ou industrialização. Serve também para o custeio de despe-
rio manifesta logo de início sua opção por não obrigatoriedade em sas de produção, investimento na produção e custeio das despesas
adquirir o bem. São três opções ao final desse contrato: adquirir o pós produção.
bem, renovar o bem, ou não renovar. Nessa modalidade, não existe
o VRG. Prazo mínimo de contrato, por 90 dias, não podendo ultra- Por ser um programa do governo tem algumas, devem ser obe-
passar 75% da vida útil do bem. decidas algumas exigências:
c) Sale and leaseback: modalidade em que o arrendatário ven- • Idoneidade
de o bem a um terceiro, no entanto, continua fazendo uso deste por • Orçamento do Projeto e viabilidade econômica
meio de aluguel, formalizado em contrato. • Acompanhamento do cronograma indicado no projeto
• Fiscalização do financiador
Todos os contratos de leasing podem ter bens móveis e imó- • Cumprimento das regras de zoneamento.
veis. Pode ser concedido para pessoas físicas ou jurídicas, inclusive
para quem não é produtor rural; desde que esteja vinculado a ativi-
Financiamento de capital fixo dades pertinentes a agricultura, pecuária, pesquisa, etc.
As instituições financeiras não tem muita opção para crédito São necessárias garantias como penhor, aval, fiança, hipoteca,
quando se trata de capital fixo. Esse capital geralmente necessita etc.
de valores muito altos, o que gera muita insegurança nos bancos, A lei que define o crédito rural é a Lei nº 4.829, de 05/12/1965.
quanto ao cumprimento dessa obrigação, pelo volume de recursos O pagamento será realizado conforme seu valor original e po-
e pelo período de amortização muito longo. derá ser desde uma única parcela, ou amortizações conforme con-
Os recursos são liberados para financiar itens que contribuam trato.
para o crescimento e desenvolvimento e funcionamento das em-
presas, como máquinas e equipamentos, instalações, etc. Cadernetas de poupança
Assim, as instituições governamentais se dispõem com maior A aplicação mais popular, devido sua segurança e facilidade e
facilidade a financiar em longo prazo, o capital fixo; como o Banco liquidez imediata.
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Pode ter resgate em qualquer momento, porém a remunera-
ção só ocorrer para valores que ficam parados a partir de 30 dias.
As modalidades de crédito são: Para cálculos de juros, será observado o índice de 0,5% a.m., sem-
Crédito Direto ao Consumidor (CDC): Concedidos por bancos e pre que a taxa SELIC for maior que 8,5% a.a.; se a meta for inferior
financeiras, as pessoas físicas e jurídicas, na aquisição de bens e ser- ou igual a 8,5% a.a., o índice corresponderá a 70% do valor da meta.
viços. Com pagamentos geralmente realizado em prestações men- A poupança foi criada para estimular o sistema habitacional do
sais. Com incidência de juros, IOF e taxas de abertura de crédito. país.
CDC com Interveniência (CDCI): Liberados apenas para empre- Não há limite de aplicação ou de resgate. Está isenta da tri-
sas exclusivos intermediários de seus clientes, garantindo o paga- butação do IR e IOF. Os bancos não cobram pela manutenção das
mento. Tem os mesmos prazos e taxas do CDC, porém, menores; cadernetas de poupança.
pois não há risco por parte do cliente, mas sim, do seu intervenien-
te.

196
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Financiamento à importação e à exportação: repasses de re- Exportação
cursos do BNDES O BNDES financia as exportações, atuando no pré embarque,
com apoio a produção e no pós embarque, quando a produção já
Importação está sendo comercializada. Esse crédito permite a competitividade
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BN- das empresas em âmbito internacional, trazendo retornos positivos
DES) é uma empresa pública e um dos maiores bancos de desenvol- na economia interna.
vimento do mundo.
Por se tratar de um banco público e instrumento principal da De acordo com o BNDES:
União para financiamento e investimento de longo prazo; antes de “Pré-embarque – financiamento à produção para
conceder crédito, avalia o impacto que esse recurso causará nos exportação
setores socioambiental e econômico do Brasil. O produto BNDES Exim Pós-embarque compreende as seguin-
Assim, antes de conceder financiamentos para a importação tes linhas de financiamento: BNDES Exim Pós-embarque Bens, BN-
fará uma análise minuciosa para identificar se o bem a ser adquirido DES Exim Pós-embarque Serviços, BNDES Exim Pós-embarque Aero-
não possui semelhança ou equivalência a outro produzido interna- naves e BNDES Exim Automático.
mente. Pois, a importação desse item permitiria concorrência para No produto pós-embarque, o objeto do financiamento é a
a produção daquele já existente, causando prejuízos e danos eco- comercialização de bens e serviços brasileiros. Nesse caso, o BN-
nômicos a economia e ao desenvolvimento sustentável da nação. DES antecipa à empresa brasileira exportadora o valor dos bens ou
serviços devidos pelo importador estrangeiro. Esse desembolso de
Conforme o BNDES: recursos se dá em reais no Brasil, e o importador estrangeiro passa
“O apoio à importação de bens ficará condicionado à compro- a dever ao BNDES. Portanto, não há remessa de divisas ao exte-
vação de inexistência de similar nacional, utilizando-se, para essa rior. O pagamento do financiamento pelo importador estrangeiro
comprovação, um dos seguintes documentos: é realizado por intermédio de banco mandatário, que entre outras
a) Resolução da Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) com a atribuições, fecha o câmbio e repassa o valor em reais ao BNDES.
lista de bens contemplados pelo regime de Ex-tarifário, constando O financiamento à comercialização pode ser realizado por meio
o bem a ser financiado. A Resolução deverá estar em vigor na data de duas modalidades operacionais: supplier credit ou buyer credit,
da aprovação e da contratação da operação; além da linha BNDES Exim Automático.
b) Anotação realizada pelo Departamento de Comércio Exte-
rior (DECEX) na própria licença de importação do bem financiado, Supplier credit
atestando a inexistência de similar nacional; Refinanciamento ao exportador por meio do desconto de títu-
c) Atestado de entidade representativa ou de classe, de âmbito los. Veja como funciona:
nacional e que já prestem serviço semelhante para a Secretaria de • O exportador concede ao importador financiamento por
Comércio Exterior, de inexistência meio de carta de crédito, letras de câmbio ou notas promissórias.
de produção ou similar nacional. Esses títulos deverão ser cedidos ou endossados pelo exportador
Em caso de oposição das partes interessadas (Postulante, In- ao BNDES.
tervenientes, dentre outros) em relação ao referido atestado, será • O BNDES realiza o refinanciamento mediante o desconto dos
solicitado ainda laudo técnico emitido por entidade tecnológica de instrumentos de pagamento, e desembolsa os recursos ao exporta-
reconhecida idoneidade e competência técnica, preferencialmente dor, à vista, em reais, no Brasil.
contendo os seguintes fatores: produtividade, qualidade, prazo de • O importador pagará ao BNDES no prazo definido.
entrega usual para o equipamento, fornecimentos anteriores, con- • O banco mandatário realiza as transferências de recursos e
sumo de energia e de matérias-primas e outros fatores de desem- documentos relativos à operação.
penho específicos do caso;
d) Comprovação de credenciamento do Beneficiário perante Fluxo Operacional – BNDES Exim Pós-embarque Supplier Cre-
o CNPq, mediante publicação do respectivo certificado no D.O.U., dit
e (ii) da apresentação da licença de importação dos bens deferida 1. Após aprovada pelo BNDES a operação na modalidade Su-
pelo CNPq, extraída do Sistema Integrado de Comércio Exterior – pplier Credit, o Exportador pode embarcar os produtos/executar os
SISCOMEX, nos casos de dispensa de exame de similaridade previs- serviços para o Importador.
tos na Lei 8.010, de 1990. 2. O Importador apresenta títulos ou cartas de crédito emitidos
em favor do Exportador.
Observações 3. O Exportador realiza o endosso dos títulos ou a cessão das
Os critérios mencionados serão observados, no que couber, cartas de crédito em favor do BNDES.
para o financiamento de serviços importados. 4. O Banco Mandatário envia ao BNDES a documentação com-
No que se refere ao item “c” anterior, o BNDES: probatória da exportação e o pedido de liberação de recursos.
I. terá a faculdade de acolher ou não a indicação, feita pelas 5. O BNDES analisa a documentação e, caso esteja em boa or-
partes interessadas, de entidade representativa ou entidade tec- dem, realiza o desembolso de recursos ao Banco Mandatário.
nológica como responsáveis pela comprovação da inexistência de 6. Em seguida, o Banco Mandatário repassa os recursos ao Ex-
produção ou similar nacional; portador.
II. não ficará vinculado ao entendimento constante dos docu- 7. Após o término da carência de principal do financiamento, o
mentos apresentados pelas referidas entidades sobre a inexistência Importador inicia a amortização das prestações, via Banco Manda-
de similar nacional; tário, até a total liquidação financeira do contrato.
O BNDES poderá, caso entenda necessário e em caráter com- 8. Em seguida, o Banco Mandatário repassa os pagamentos ao
plementar, consultar os fabricantes nacionais sobre a existência de BNDES, até a total liquidação do financiamento.
produção ou similar nacional”.

197
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Buyer credit 5. O BNDES analisa a documentação e, caso esteja em boa or-
Financiamento à exportação mediante celebração de contrato dem, realiza o desembolso de recursos ao Banco Mandatário.
com o importador, com interveniência do exportador. Operações 6. Em seguida, o Banco Mandatário libera os recursos ao Ex-
mais complexas e que envolvem diretamente o importador es- portador.
trangeiro são em geral realizadas por meio desta modalidade. Veja 7. Após o término da carência de principal do financiamento,
como funciona: o Banco no exterior inicia a amortização das prestações, até a total
• O BNDES concede ao importador financiamento mediante a liquidação do financiamento”.
celebração de contrato de financiamento, firmado entre o BNDES e
o importador, ou entre o BNDES e o devedor, com a interveniência Cartões de crédito
do exportador. Modalidade de crédito que beneficia o consumidor no mo-
• O BNDES desembolsa os recursos ao exportador, em reais, mento da compra de um produto ou serviço, já que o vencimento
no Brasil. da fatura (documento que detalhas as despesas) ocorrerá em data
• O importador ou o devedor pagará ao BNDES no prazo defi- posterior, inclusive com situações de parcelamento. Por isso, não é
nido. necessário dispor de dinheiro no momento da aquisição.
• O banco mandatário realiza as transferências de recursos e No entanto, o vendedor/prestador receber em poucos dias
documentos relativos à operação. através da instituição financeira ou da administradora de cartões.
Caso o valor não seja pago com atrasos ou em data diferente do
Fluxo Operacional – BNDES Exim Pós-embarque Buyer Credit vencimento, há incidência de juros conforme contrato.
1. O Exportador firma um contrato comercial com o Importa-
dor, para entrega futura de bens/serviços. Títulos de capitalização
2. O Exportador encaminha ao BNDES a consulta prévia, com Título de crédito, regulamentado pela Superintendência de
informações sobre a operação de exportação. O BNDES avalia, de Seguros Privados (SUSEP) com prazo e regras estabelecidos em
acordo com parâmetros previamente estabelecidos, e aprova a contrato. É conhecido popularmente como uma forma segura de
operação, que é formalizada por meio de um contrato de financia- guardar dinheiro e concorrer sorteio de prêmios.
mento com o Importador/devedor, com interveniência do Expor- O capital é separado em três partes:
tador. 1ª. É acumulada com juros corrigidos ao longo do tempo.
3. O Exportador embarca os produtos/executa os serviços ao 2ª. Destinada para custear os sorteios.
Importador. 3ª. Reservada para custear as despesas administrativas.
4. O Exportador envia documentos comprobatórios da exporta- Além de ser vendido em agências bancárias, pode ser encon-
ção e quaisquer outros relacionados no contrato de financiamento trado em lotéricas, correios, etc. Suas principais características são:
para o Banco Mandatário. • Prazo de vigência – mínimo de 12 meses, organizadas em sé-
5. O Banco Mandatário envia ao BNDES a documentação e o ries visíveis no próprio título, com emissão de ao menos, 10.000
pedido de liberação de recursos. unidades.
6. O BNDES analisa a documentação e, caso esteja em boa or- • Forma de pagamento – mensal, periódico ou único.
dem, realiza o desembolso de recursos ao Banco Mandatário.
7. Em seguida, o Banco Mandatário repassa os recursos ao Ex- Muitas vezes, o título de capitalização pode ser confundido
portador. com uma espécie de poupança com premiação através de sorteios,
8. Após o término da carência de principal do financiamento, o porém, no final do contrato, o valor resgatado é menor que o valor
Importador inicia a amortização das prestações, até a total liquida- inicial investido. Sua rentabilidade mínima oferecida deve ser a par-
ção financeira do contrato. tir do valor da Taxa Referencial (TR), somada a 20% da taxa de juros
mensal aplicada a caderneta de poupança.
BNDES Exim Automático Não possui liquidez imediata e de acordo com o contrato, po-
Apoio à comercialização no exterior de bens de fabricação na- derá ou não ser resgatada antes do vencimento. Sendo possível, o
cional mediante a abertura de linha de crédito a instituições finan- valor será menor do que o valor total pago até o momento.
ceiras no exterior. O importador terá acesso ao financiamento do
BNDES para adquirir bens brasileiros, por meio de bancos no seu Planos de aposentadoria e pensão privados.
próprio país. O desembolso de recursos pelo BNDES ao exporta- Plano de previdência privada é um tipo de produto financeiro,
dor, por intermédio do banco mandatário, é realizado em reais, no uma forma de seguro em que o investidor acumula capital, remune-
Brasil. Por sua vez, o banco no exterior, responsável pelo risco da rado conforme as aplicações escolhidas pelo administrador do pla-
operação, efetua os pagamentos via banco mandatário ao BNDES. no. O fundo de previdência é o canal de investimento dos planos.
A Previdência privada foi criada com o objetivo de complemen-
Fluxo Operacional – BNDES Exim Automático tar a previdência social, porém, também, como um seguro para os
1. O Exportador realiza uma negociação comercial com o Im- trabalhadores que não contribuem para o INSS.
portador, para entrega futura de bens. Os principais planos são PGBL e VGBL, que se diferenciam pela
2. O Banco no exterior aprova o crédito do Importador. tributação. No VGBL, a incidência do IR ocorre apenas sobre os ren-
3. O Exportador encaminha ao BNDES o pedido de financia- dimentos; no PGBL o IR incide sobre o valor resgatado ou no rece-
mento, com informações sobre a operação de exportação. O BNDES bimento da renda.
avalia, de acordo com parâmetros previamente estabelecidos, e ho- Conforme a SUSEP:
mologa a operação. “VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres) e PGBL (Plano Gera-
4. O Exportador embarca os bens ao Importador envia docu- dor de Benefícios Livres) são planos por sobrevivência (de seguro
mentos comprobatórios da exportação para o Banco Mandatário, de pessoas e de previdência complementar aberta, respectivamen-
que envia ao BNDES a documentação e o pedido de liberação de te) que, após um período de acumulação de recursos (período de
recursos. diferimento), proporcionam aos investidores (segurados e partici-
pantes) uma renda mensal - que poderá ser vitalícia ou por período

198
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
determinado - ou um pagamento único. O primeiro (VGBL) é clas- O mercado de capitais está dividido em outros dois mercados:
sificado como seguro de pessoa, enquanto o segundo (PGBL) é um  Mercado primário –Quando uma empresa lança pela pri-
plano de previdência complementar. meira vez um título.
No caso do PGBL, os participantes que utilizam o modelo com-  Mercado secundário – Quando um título já está em poder
pleto de declaração de ajuste anual do I.R.P.F podem deduzir as de um investidor, porém, este o oferece no mercado, devido a ne-
contribuições do respectivo exercício, no limite máximo de 12% cessidade de liquidez.
de sua renda bruta anual. Os prêmios/contribuições pagos a pla-
nos VGBL não podem ser deduzidos na declaração de ajuste anual
do I.R.P.F e, portanto, este tipo de plano seria mais adequado aos NOÇÕES DE MERCADO DE CÂMBIO: INSTITUIÇÕES AU-
consumidores que utilizam o modelo simplificado de declaração de TORIZADAS A OPERAR E OPERAÇÕES BÁSICAS
ajuste anual do I.R.P.F ou aos que já ultrapassaram o limite de 12%
da renda bruta anual para efeito de dedução dos prêmios e ainda Instituições Autorizadas a operar
desejam contratar um plano de acumulação para complementação As instituições que operam neste mercado são os bancos múlti-
de renda”. plos, bancos comerciais, caixas econômicas, bancos de investimen-
to, bancos de câmbio (realizam todas as operações previstas para o
Planos de seguros mercado de câmbio).
Seguro é todo contrato pelo qual uma das partes, segurador, Os bancos de desenvolvimento, agências de fomento e as so-
se obriga a indenizar a outra, segurado, em caso da ocorrência de ciedades de crédito, financiamento e investimento; podem execu-
determinado sinistro, em troca do recebimento de um prêmio de tar apenas algumas operações autorizadas pelo BACEN.
seguro. Os seguros são acionados por diversas ocasiões, por isso As sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, socie-
existem os planos de seguro. dades distribuidoras de títulos e valores mobiliários e sociedades
Os planos de seguros fazem parte do Sistema Nacional de Se- de câmbio; realizam operações de câmbio com clientes para liqui-
guros Privados; instituído pelo Decreto Lei nº 73/1.966. Constituído dação de até US$ 100 mil ou em moedas de outras nacionalidades e
pelo Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP; pela Superin- operações no mercado interbancário, arbitragens no país e através
tendência de Seguros Privados – SUSEP; pelos resseguradores; por de banco autorizado a operar no mercado de câmbio e arbitragem
sociedades autorizadas a operar em seguros privados; e por corre- com o exterior.
tores habilitados.
Um plano de seguro é um serviço oferecido por empresas pri- Operações Básicas
vadas que disponibilizam atendimentos para situações de sinistro. Qualquer modalidade de pagamentos ou recebimentos em
Os planos são individualizados para atender cada cliente conforme moeda estrangeira, inclusive, aplicações no mercado financeiro ex-
suas necessidades. Para isso, é necessário formalizar o plano atra- terno, transferências.
vés de um contrato chamado apólice. Todas as operações de câmbio são formalizadas e registradas
A apólice é o contrato da cobertura com direitos e obrigações no sistema de câmbio – Sistema Integrado de Registro de Opera-
para as partes envolvidas. Nela devem constar todas as informa- ções de Câmbio.
ções sobre o objeto do seguro, como dados do segurado e do bem
a ser coberto, período de contratação, localização do bem, riscos Características de Contratos de Câmbio
envolvidos, prêmio, tipos de sinistros, valor e condições gerais da Operações que envolvem a movimentação de valores para o
indenização, franquia. Os planos de seguro são contratados como exterior. Implica uma negociação de troca de moedas, regulamen-
forma de prevenção, no entanto podem não se concretizar, caso tado pelo BACEN, através da circular nº 3591, de 16/12/2013. Nesse
não haja sinistros. contrato, devem constar as partes interessadas, ou seja, a institui-
ção que está autorizada a operar o câmbio, a parte que está no Bra-
NOÇÕES DE MERCADO DE CAPITAIS sil e a parte que se encontra no exterior.
É necessário, discriminar no documento; o custo da operação,
a taxa de câmbio, o prazo para liquidação da operação, o intermedi-
É o ambiente onde são negociados os títulos que representam ário (casa de câmbio) e a taxa da comissão de corretagem.
o capital das empresas (ações) ou títulos de dívidas (debêntures).
Neste local se encontram empresas e investidores (pessoas físicas e Taxas de Câmbio
jurídicas). As empresas estão em busca de alavancar seu capital de Processo da relação de troca entre moedas. É possível quan-
giro ou fixo através da emissão de títulos. São operações geralmen- tificar como o montante de Real necessário para trocar por dólar,
te de longo prazo, sem a intermediação de instituições financeiras, euro, etc.
porém, as instituições responsáveis pela negociação entre empre- A relação entre a taxa de Câmbio surge entre a demanda e a
sas e investidores devem estar autorizadas a operar no Sistema Fi- oferta pelas demais moedas em relação ao Real.
nanceiro Nacional. Exemplo: Os exportadores compram produtos no Brasil e ven-
As ações são os títulos mais negociados no mercado de capi- dem para o resto do mundo, logo, recebem dos compradores em
tais. Podem ser ordinárias (com direito a votos) ou preferenciais dólar que entram na economia brasileira. Enquanto isso, no Bra-
(preferência na distribuição de resultados). sil, os fornecedores precisam receber em Real. Já, os importadores
O mercado de capitais é constituído por: compram mercadorias no exterior e trazem para o país, vendem
• Bolsa de Valores – Local onde as companhias são listadas. e recebem em Real; porém, os fornecedores estrangeiros querem
• Corretoras – Responsáveis pelo intermédio entre Bolsas e levar dólares para o exterior. Temos assim, a relação de oferta e de-
investidores. manda, com exportadores ofertando dólares e precisando de reais
• Bancos – Responsáveis pelos estudos de viabilidade das e importadores oferecendo reais e precisando de dólares. Assim de-
empresas. manda e oferta se igualam, criando um equilíbrio, a chamada taxa
• CVM – Comissão de Valores Mobiliários, órgão regulador de câmbio.
desse mercado.

199
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Taxa de câmbio alta desestimula importações, pois produtos saem muitos dólares da economia, fazendo com que o preço fique
e insumos importados ficam mais caros e com isso, uma possível muito elevado, o Banco Central normalmente vende a quantidade
redução da oferta de produtos no mercado interno. A inflação ten- dessa moeda que tem em caixa, para segurar seu preço.
de a se elevar e as demandas internacionais por bens e serviços Banda cambiais, nesse caso a taxa de câmbio pode variar den-
aumentam. tro de um limite pré-estabelecido pelo Banco Central. Foi adotado
Quando a taxa de câmbio está baixa, há um estímulo as impor- durante um período no Plano Real.
tações de produtos e insumos importados mais baratos. Ocorre au-
mento da competitividade entre produtos nacionais e estrangeiros.
A tendência da inflação é diminuir demandas internacionais por TAXAS DE CÂMBIO NOMINAIS E REAIS
bens e serviços.
Taxas de câmbio nominais
Remessas
Representam uma forma segura do envio de dinheiro para fora Conceito mais frequente e utilizado entre as taxas de câmbio. É
do país, sendo muito semelhante a uma transferência entre contas. o valor da moeda em referência a outra.
Por ocorrer entre países diferentes, possuem regras específicas, por
exemplo, na compra é necessário a comprovação de uma fatura pró Taxas de câmbio reais
forma, documento que registra e formaliza a intenção da compra e É a taxa de câmbio nominal corrigida pela diferença de inflação
venda; com o objetivo de rastrear a origem das transações, evitan- entre os dois países. Quando referência ao dólar, será uma correção
do fraudes e evasão de divisas de um país para outro. de inflação entre Brasil e Estados Unidos, por exemplo.
Dados pessoais e bancários são necessários para ajudar os go-
vernos dos países envolvidos na transação e identificar origem da
saída e destino desse envio. IMPACTOS DAS TAXAS DE CÂMBIO SOBRE AS EXPORTA-
É preciso contar com uma instituição financeira para interme- ÇÕES E IMPORTAÇÕES
diar esse processo.
O motivo do envio também deve ser explicado, para que se
adeque ao enquadramento de câmbio do BACEN do Brasil. Quando a taxa de câmbio está alta e o real desvalorizado, são
A remessa internacional é uma operação sujeita ao IOF e tam- necessários muitos reais para comprar um dólar.
bém outros impostos sobre o valor, dependendo do enquadramen- Por exemplo, no caso de um produtor de soja que exportará
to do BACEN. Os enquadramentos mais comuns são: pagamento de sua mercadoria que é cotada em dólar, por se tratar de uma com-
cursos, manutenção de residências e compra de imóveis no exterior. moditie; haverá necessidade de multiplicar o preço em dólar por
Além disso, uma taxa de envio deve ser paga a instituição que
viabiliza a transação; o valor muda de instituição para instituição. muitos reais. Assim, será uma ótima oportunidade para essa ex-
portação. As exportações então, estarão estimuladas, com isso o
SISCOMEX produtor brasileiro ganhará dinheiro. No entanto, as importações
Programa integrado de comércio exterior que possibilita as serão desestimuladas, pois será necessário comprar em dólares,
operações de compra e venda no mercado internacional. nessa conversão, multiplicar o valor em dólar por uma taxa de câm-
Foi criado em 1992, iniciando suas operações na exportação no bio muito alta, pagando muito caro pela mercadoria importada.
ano seguinte; e em 1997 foi implantado seu módulo de importação. O contrário ocorrerá quando o real estiver valorizado. As expor-
Integra todo o país na área de comércio exterior, sendo ope- tações serão desestimuladas e as importações estimuladas.
racionalizado pela rede SERPRO. Para sua utilização, é necessário o
cadastro da empresa na Receita Federal, para os processamentos
de registros na importação e exportação. DIFERENCIAL DE JUROS INTERNO E EXTERNO, PRÊ-
Seu objetivo é simplificar e padronizar as operações de comér- MIOS DE RISCO, FLUXO DE CAPITAIS E SEUS IMPACTOS
cio exterior, agilizando as operações de embarque de mercadoria, SOBRE AS TAXAS DE CÂMBIO
diminuindo o período de liberação dos importados, dispondo de
controle automático, gerando dados confiáveis, inibindo possíveis
fraudes, ampliando atendimentos, motivando a entrada de novas Houve um certo momento no Brasil, que o regime de câmbio
empresas do comércio exterior. foi praticamente fixo. Isso aconteceu na década de 90, quando a
diferença de juros interno e externo era uma variável fundamen-
REGIMES DE TAXAS DE CÂMBIO FIXAS, FLUTUANTES E tal para a política monetária interna. Os juros altos atraíam capitais
REGIMES INTERMEDIÁRIOS estrangeiros e mantinham o câmbio fixo, suportando também a in-
flação.
Ao ser adotado regime de metas de inflação, em 1999, os ju-
Regimes de taxas de câmbio fixas ros internos passaram ser fixos apenas com o objetivo controlar a
Quando o governo do país estabelece uma paridade fixa entre inflação.
sua moeda e a moeda estrangeira. Atualmente a diferença entre os juros internos e externos ain-
da é importante para o equilíbrio da economia e para o câmbio,
Regime de câmbio flutuante pois quando os juros internos estão baixos, os capitais buscam in-
Quando o preço da moeda é estabelecido pela competição vestimentos fora do país, e quando os juros internos estão altos,
ente a oferta e a demanda da mesma no mercado doméstico. capitais nacionais permanecem e entram recursos estrangeiros bus-
cando rendimentos.
Regimes intermediários
Também chamada de flutuante suja, pois o Banco Central tem Prêmio de risco
interferência frequente nesta cotação, ou seja, se entrou muito dó- É a relação entre o risco e o rendimento que se espera de um
lar no país e a taxa de câmbio tende a cair muito, o Banco Cen- investimento. Pode ser considerado como a diferença entre o re-
tral faz a compra dessa moeda, para assim, tirá-la da economia, torno de um investimento com risco comparado a um investimento
mantendo seu preço. A situação contrária também ocorre, quando sem risco.

200
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Por exemplo, ao comparar duas aplicações financeiras, a pri- Varejo bancário
meira tem o rendimento de 10% a.a. garantido e a segunda, pode Caracteriza-se pelo atendimento de muitos clientes, ou seja, o
dar 15%a.a., porém, sem garantias. Nesse caso, o prêmio de risco é público em geral, composto por pessoas físicas e jurídicas, com si-
representado através dos 5% de expectativa de retorno, em função tuações financeiras diversificadas. Oferece produtos, independente
do risco que se corre, por não haver garantias desse recebimento. da necessidade do cliente, visando o lucro.
Não há seletividade entre os clientes, o atendimento é geral,
Fluxo de capitais e seus impactos sobre as taxas de câmbio sem gerente específico para as contas; os clientes podem ser aten-
As taxas de câmbio sofrem influências de diversas variáveis, didos por quem estiver disponível.
mas o fluxo de capitais é o principal deles. Quanto mais investimen- Os serviços oferecidos são diversos, incluindo abertura de con-
tos, mais recursos de diversas transações circularão na economia. tas, pagamento de contas e títulos, transferências etc.
Esse aumento de dinheiro, incluindo moedas estrangeiras permite
que o câmbio diminua e o real seja valorizado. Recuperação de crédito
No entanto, essa economia deve estar fortalecida e ter atrati- É um processo realizado por empresas especializadas no recebi-
vos para atrair e manter internamente capital externo. Juros altos mento de dívidas, que são contratadas por instituições financeiras.
são atrativos, mas também impedimento ao desenvolvimento pro- Em muitos casos, as empresas recuperadoras de crédito compram
dutivo interno, e muitas vezes trazem apenas capitais especulativos. as dívidas das instituições, ficando responsáveis pela cobrança e re-
Essa volatilidade dos fluxos de capital representa instabilidade cebimento das contas atrasadas.
e afeta diretamente a taxa de câmbio que permanece elevada, cola- Quando a dívida passa para a empresa recuperadora, o valor
borando para a desvalorização do real não muda; porém, as formas de negociação podem ser alteradas,
através de desconto ou parcelamento. Para a recuperação de crédi-
to, a empresa responsável contata o cliente para negociar somente
DINÂMICA DO MERCADO: OPERAÇÕES NO MERCADO dívidas negativadas, incluindo um valor que fique confortável ao
INTERBANCÁRIO cliente quitar. Pois além de receber, a empresa quer que o cliente
tenha o nome “limpo” com crédito recuperado.
Operações no mercado interbancário
As operações no mercado interbancário ou mercado secundá- TAXAS DE JUROS DE CURTO PRAZO E A CURVA DE JU-
rio, fazem parte da estrutura do mercado cambial. As negociações ROS; TAXAS DE JUROS NOMINAIS E REAIS
são realizadas entre bancos e demais agentes autorizados pelo Ban-
co Central.
Não há necessidade do registro de entrada e saída de moeda Taxa de juros de curto prazo
estrangeira, já que esse fluxo ocorre entre instituições financeiras Apesar da grandeza tempo ser a grande diferença entre uma
apenas; excluindo assim, turismo e importações por exemplo. taxa de juros de curto e longo prazo, para as instituições financeiras,
Conforme o Regulamento do Mercado de câmbio e Capitais In- quanto menor o prazo, menores serão os juros; principalmente pelo
ternacionais do Banco Central do Brasil: seu fator risco.
− As operações no mercado interbancário podem ser cele- Ao projetar cenários futuros, fica mais viável prever juros que
bradas para liquidação pronta, futura ou a termo, vedados o cance- serão menos afetados por decisões diversas, no caso, os de curto
lamento, a baixa, a prorrogação ou a liquidação antecipada delas. prazo; pois a economia é influenciada no curto prazo de maneiras
− As operações de câmbio interbancárias a termo têm as distintas do que no longo prazo.
seguintes características: a) a taxa de câmbio é livremente pactu- Políticas monetárias utilizam os juros de curto prazo para gerar
ada entre as partes e deve espelhar o preço negociado da moeda resultados rápidos (quase que imediatos) na economia.
estrangeira para a data da liquidação da operação de câmbio; b) As partes interessadas, tomadoras e credoras, tem consciência
possuem código de natureza de operação específico; de quanto menor tempo o valor ficar emprestado, menor será o
c) são celebradas para liquidação em data futura, com entrega custo desse dinheiro.
efetiva e simultânea das moedas, nacional e estrangeira, na data da
liquidação das operações de câmbio; Curva de juros
d) não são admitidos adiantamentos das moedas. A curva de juros representa os diversos tipos de taxas de juros
− As operações no mercado interbancário são realizadas para os diversos vencimentos. É a expectativa da taxa SELIC para os
com ou sem intermediação de câmara ou prestador de serviços de próximos anos.
compensação e de liquidação cujo sistema tenha sido autorizado Supondo que a expectativa da SELIC para o final de 2022 seja
pelo Banco Central do Brasil para liquidação de operações de câm- de 6,5%; para final de 2023 seja 7%. Caso esses valores sejam colo-
bio. cados num gráfico, será formada uma curva. Isto significa que se um
empréstimo for solicitado para 2022.
Como a curva é apenas uma expectativa par aos próximos anos,
MERCADO BANCÁRIO: OPERAÇÕES DE TESOURARIA, então não é fixa, podendo ser alterada de acordo com questões que
VAREJO BANCÁRIO E RECUPERAÇÃO DE CRÉDITO podem ser de eventos econômicos e até de cenários políticos.
As ações de abertura e fechamento da curva se devem exata-
Operações de tesouraria mente a mudanças de expectativas. Abertura é para situações de
A equipe de tesouraria das instituições financeiras auxilia os aumento e fechamento para casos de redução da taxa de juros.
clientes na redução de riscos financeiros resultantes de suas ativi-
dades. Após uma análise detalhada, são oferecidos produtos que
controlam e reduzem riscos para os clientes, focando principalmen-
te a exposição de moeda, taxa de juros etc.; sempre protegendo
as finanças. Os produtos utilizados para maior proteção são swaps,
hedge, termo de moedas, opções, combinação de derivativos etc.

201
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Taxa de juros nominais e reais
Para conceituar as taxas nominais e reais, é necessário antes conhecer as duas situações, de devedor e de credor.

Taxa de juros nominal Taxa de juros real


Devedor Devedor
É a taxa que as instituições financeiras divulgam. É a taxa que considera o custo efetivo total (CET), incluindo impos-
A taxa que considera apenas o custo básico do dinheiro. tos, taxas, etc.
A taxa de juros real é > que a taxa de juros nominal.
Credor Credor
É a taxa que se recebe ao aplicar o dinheiro em É a taxa de retorno real do dinheiro, já que a taxa de juros menos
determinado investimento. A taxa que considera os custos administrativos, inflação, impostos, etc.
apenas o retorno do dinheiro investido. Taxa de juros nominal > que a Taxa de juros real.

Segue exemplo:

Taxa de juros nominal Taxa de juros real


Devedor Devedor
Empréstimo: 4,5% a.m. Empréstimo: 4,5% a.m. + IOF + Tx. Adm. = 5 % a.m.
Taxa de juros nominal > que a Taxa de juros real
Credor Credor
Fundo de R.F.: 1,7% a.m. Fundo de R.F.: 1,7% - IR – IP – Tx. Adm. = 1,1% a.m.
Taxa de juros nominal > que a Taxa de juros real

GARANTIAS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: AVAL; FIANÇA; PENHOR MERCANTIL; ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA;
HIPOTECA; FIANÇAS BANCÁRIAS

São obrigações assumidas por meio do oferecimento do patrimônio para garantir uma dívida.
Aval: Declaração unilateral através da qual o avalista assume as obrigações previstas no título.
Fiança: O fiador garante satisfazer o credor através da quitação da dívida, caso o devedor não o faça.
Penhor mercantil: Válido para as negociações comerciais. Garantia real sobre bens móveis. Estabelecido em favor do credor para que
haja mais certeza que o seu direito será realizado. O devedor transfere para o credor a posse de um bem (estoque, veículos, joias) móvel
até que sua dívida seja quitada, desta forma o se devolve a posse do bem para seu dono.
Alienação fiduciária: Transferência da posse de um bem à instituição financeira. É realizado principalmente, nos contratos de financia-
mento de veículos e imóveis. A informação de que o comparador tem direito de usufruir do bem, mas juridicamente pertence a instituição
que concedeu o crédito até seu pagamento total.
Hipoteca: Na contratação de um crédito se oferece um bem imóvel de sua propriedade que ficará e caso não ocorra o pagamento,
o bem poderá ser tomado pelo credor.
Fiança bancária: Garantia concedida pela instituição financeira quando o cliente não possui outro tipo de fiador.
Fundo Garantidor de Crédito (FGC): Instituição sem fins lucrativos, criada em 1995, com a finalidade de proteger o investidor em
eventuais riscos nas empresas administradores desses recursos. Alguns produtos são cobertos pelas garantias de até R$ 250.000,00, como
depósitos a vista, depósitos de poupança, Letras de Câmbio, Letras hipotecárias, depósitos a prazo, com ou sem emissão de CDB e RDB,
etc.

Segundo o FGC, quanto ao limite da garantia de até R$ 1 milhão:


“O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou, em 21 de dezembro de 2017, a alteração promovida no Regulamento do Fundo
Garantidor de Créditos (FGC), que estabelece teto de R$ 1 milhão, a cada período de 4 anos, para garantias pagas para cada CPF ou CNPJ.
Teto para investidor vale para cada período de 4 anos, por CPF ou CNPJ. Após 4 anos, o teto é restabelecido.
A contagem do período de 4 anos se inicia na data da liquidação ou intervenção em instituição financeira onde o investidor detenha
valor garantido pelo FGC.
Permanece inalterado o limite de R​ $ 250 mil por CPF ou CNPJ e conglomerado financeiro.
Aos investimentos contratados ou repactuados até 21 de dezembro de 2017 não se aplica o teto de R$ 1 milhão a cada período de 4
anos”.

202
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

COMO ERA COMO FICOU


Garantia de até R$ 250 mil por CPF/CNPJ e conglomerado finan-
ceiro, em depósitos cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos e Limite permanece inalterado.
emitidos por instituições associadas à entidade.
Não havia teto para garantia paga pelo FGC por CPF ou CNPJ em Teto de R$ 1 milhão por CPF ou CNPJ, a cada período
qualquer período. de 4 anos, para a garantia paga pelo FGC.
Investidores não-residentes passam a contar com a
Investidores não-residentes não contavam com a garantia do FGC.
garantia, para investimentos elegíveis.

Fonte: https://www.fgc.org.br/garantia-fgc/fgc-nova-garantia

CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO: CONCEITO E ETAPAS; PREVENÇÃO E COMBATE AO CRIME DE LAVAGEM DE DI-
NHEIRO: LEI Nº 9.613/98 E SUAS ALTERAÇÕES

LEI Nº 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998.

Dispõe sobre os crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores; a prevenção da utilização do sistema financeiro para os
ilícitos previstos nesta Lei; cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DOS CRIMES DE “LAVAGEM” OU OCULTAÇÃO DE BENS, DIREITOS E VALORES

Art. 1oOcultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores
provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
I - (revogado);(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
III - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
IV - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
V - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
VI - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
VII - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
VIII - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa.(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 1oIncorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de infração penal:
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
I - os converte em ativos lícitos;
II - os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em depósito, movimenta ou transfere;
III - importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros.
§ 2oIncorre, ainda, na mesma pena quem:(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
I - utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores provenientes de infração penal;(Redação dada pela Lei nº
12.683, de 2012)
II - participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua atividade principal ou secundária é dirigida à prática
de crimes previstos nesta Lei.
§ 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do Código Penal.
§ 4oA pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos nesta Lei forem cometidos de forma reiterada ou por inter-
médio de organização criminosa. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 5oA pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de
aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente
com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à identificação dos autores, coautores e
partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 6º Para a apuração do crime de que trata este artigo, admite-se a utilização da ação controlada e da infiltração de agentes.(Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)

203
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CAPÍTULO II da, mediante petição autônoma, que será autuada em apartado e
DISPOSIÇÕES PROCESSUAIS ESPECIAIS cujos autos terão tramitação em separado em relação ao processo
principal.(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei: § 1oO requerimento de alienação deverá conter a relação de
I – obedecem às disposições relativas ao procedimento comum todos os demais bens, com a descrição e a especificação de cada
dos crimes punidos com reclusão, da competência do juiz singular; um deles, e informações sobre quem os detém e local onde se en-
II - independem do processo e julgamento das infrações pe- contram. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
nais antecedentes, ainda que praticados em outro país, cabendo § 2oO juiz determinará a avaliação dos bens, nos autos apar-
ao juiz competente para os crimes previstos nesta Lei a decisão so- tados, e intimará o Ministério Público.(Incluído pela Lei nº 12.683,
bre a unidade de processo e julgamento;(Redação dada pela Lei nº de 2012)
12.683, de 2012) § 3oFeita a avaliação e dirimidas eventuais divergências sobre
III - são da competência da Justiça Federal: o respectivo laudo, o juiz, por sentença, homologará o valor atribu-
a) quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem ído aos bens e determinará sejam alienados em leilão ou pregão,
econômico-financeira, ou em detrimento de bens, serviços ou in- preferencialmente eletrônico, por valor não inferior a 75% (seten-
teresses da União, ou de suas entidades autárquicas ou empresas ta e cinco por cento) da avaliação. (Incluído pela Lei nº 12.683, de
públicas; 2012)
b) quando a infração penal antecedente for de competência da § 4oRealizado o leilão, a quantia apurada será depositada em
Justiça Federal. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) conta judicial remunerada, adotando-se a seguinte disciplina:(In-
§ 1oA denúncia será instruída com indícios suficientes da exis- cluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
tência da infração penal antecedente, sendo puníveis os fatos pre- I - nos processos de competência da Justiça Federal e da Justiça
vistos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor, do Distrito Federal: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
ou extinta a punibilidade da infração penal antecedente. (Redação a) os depósitos serão efetuados na Caixa Econômica Federal ou
dada pela Lei nº 12.683, de 2012) em instituição financeira pública, mediante documento adequado
§ 2oNo processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o para essa finalidade; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
disposto no art. 366 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de b) os depósitos serão repassados pela Caixa Econômica Federal
1941 (Código de Processo Penal), devendo o acusado que não com- ou por outra instituição financeira pública para a Conta Única do
parecer nem constituir advogado ser citado por edital, prosseguin- Tesouro Nacional, independentemente de qualquer formalidade,
do o feito até o julgamento, com a nomeação de defensor dativo. no prazo de 24 (vinte e quatro) horas; e(Incluída pela Lei nº 12.683,
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) de 2012)
Art. 3º(Revogado pela Lei nº 12.683, de 2012) c) os valores devolvidos pela Caixa Econômica Federal ou por
Art. 4oO juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público instituição financeira pública serão debitados à Conta Única do Te-
ou mediante representação do delegado de polícia, ouvido o Minis- souro Nacional, em subconta de restituição; (Incluída pela Lei nº
tério Público em 24 (vinte e quatro) horas, havendo indícios sufi- 12.683, de 2012)
cientes de infração penal, poderá decretar medidas assecuratórias II - nos processos de competência da Justiça dos Estados: (In-
de bens, direitos ou valores do investigado ou acusado, ou exis- cluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
tentes em nome de interpostas pessoas, que sejam instrumento, a) os depósitos serão efetuados em instituição financeira de-
produto ou proveito dos crimes previstos nesta Lei ou das infrações signada em lei, preferencialmente pública, de cada Estado ou, na
penais antecedentes. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) sua ausência, em instituição financeira pública da União;(Incluída
§ 1oProceder-se-á à alienação antecipada para preservação do pela Lei nº 12.683, de 2012)
valor dos bens sempre que estiverem sujeitos a qualquer grau de b) os depósitos serão repassados para a conta única de cada
deterioração ou depreciação, ou quando houver dificuldade para Estado, na forma da respectiva legislação. (Incluída pela Lei nº
sua manutenção. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) 12.683, de 2012)
§ 2oO juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens, § 5oMediante ordem da autoridade judicial, o valor do depósi-
direitos e valores quando comprovada a licitude de sua origem, to, após o trânsito em julgado da sentença proferida na ação penal,
mantendo-se a constrição dos bens, direitos e valores necessários será: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
e suficientes à reparação dos danos e ao pagamento de prestações I - em caso de sentença condenatória, nos processos de com-
pecuniárias, multas e custas decorrentes da infração penal. (Reda- petência da Justiça Federal e da Justiça do Distrito Federal, incor-
ção dada pela Lei nº 12.683, de 2012) porado definitivamente ao patrimônio da União, e, nos processos
§ 3oNenhum pedido de liberação será conhecido sem o com- de competência da Justiça Estadual, incorporado ao patrimônio do
parecimento pessoal do acusado ou de interposta pessoa a que se Estado respectivo; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
refere o caput deste artigo, podendo o juiz determinar a prática de II - em caso de sentença absolutória extintiva de punibilidade,
atos necessários à conservação de bens, direitos ou valores, sem colocado à disposição do réu pela instituição financeira, acrescido
prejuízo do disposto no § 1o. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de da remuneração da conta judicial. (Incluído pela Lei nº 12.683, de
2012) 2012)
§ 4oPoderão ser decretadas medidas assecuratórias sobre § 6oA instituição financeira depositária manterá controle dos
bens, direitos ou valores para reparação do dano decorrente da valores depositados ou devolvidos. (Incluído pela Lei nº 12.683, de
infração penal antecedente ou da prevista nesta Lei ou para paga- 2012)
mento de prestação pecuniária, multa e custas. (Redação dada pela § 7oSerão deduzidos da quantia apurada no leilão todos os tri-
Lei nº 12.683, de 2012) butos e multas incidentes sobre o bem alienado, sem prejuízo de
Art. 4o-A.A alienação antecipada para preservação de valor de iniciativas que, no âmbito da competência de cada ente da Fede-
bens sob constrição será decretada pelo juiz, de ofício, a requeri- ração, venham a desonerar bens sob constrição judicial daqueles
mento do Ministério Público ou por solicitação da parte interessa- ônus. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)

204
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 8oFeito o depósito a que se refere o § 4o deste artigo, os II - a interdição do exercício de cargo ou função pública de
autos da alienação serão apensados aos do processo principal. (In- qualquer natureza e de diretor, de membro de conselho de admi-
cluído pela Lei nº 12.683, de 2012) nistração ou de gerência das pessoas jurídicas referidas no art. 9º,
§ 9oTerão apenas efeito devolutivo os recursos interpostos pelo dobro do tempo da pena privativa de liberdade aplicada.
contra as decisões proferidas no curso do procedimento previsto § 1oA União e os Estados, no âmbito de suas competências,
neste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) regulamentarão a forma de destinação dos bens, direitos e valores
§ 10.Sobrevindo o trânsito em julgado de sentença penal con- cuja perda houver sido declarada, assegurada, quanto aos proces-
denatória, o juiz decretará, em favor, conforme o caso, da União ou sos de competência da Justiça Federal, a sua utilização pelos órgãos
do Estado: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) federais encarregados da prevenção, do combate, da ação penal e
I - a perda dos valores depositados na conta remunerada e da do julgamento dos crimes previstos nesta Lei, e, quanto aos proces-
fiança; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) sos de competência da Justiça Estadual, a preferência dos órgãos
II - a perda dos bens não alienados antecipadamente e daque- locais com idêntica função. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
les aos quais não foi dada destinação prévia; e(Incluído pela Lei nº § 2oOs instrumentos do crime sem valor econômico cuja perda
12.683, de 2012) em favor da União ou do Estado for decretada serão inutilizados ou
III - a perda dos bens não reclamados no prazo de 90 (noventa) doados a museu criminal ou a entidade pública, se houver interesse
dias após o trânsito em julgado da sentença condenatória, ressal- na sua conservação. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
vado o direito de lesado ou terceiro de boa-fé.(Incluído pela Lei nº
12.683, de 2012) CAPÍTULO IV
§ 11.Os bens a que se referem os incisos II e III do § 10 deste DOS BENS, DIREITOS OU VALORES ORIUNDOS DE CRIMES
artigo serão adjudicados ou levados a leilão, depositando-se o sal- PRATICADOS NO ESTRANGEIRO
do na conta única do respectivo ente. (Incluído pela Lei nº 12.683,
de 2012) Art. 8oO juiz determinará, na hipótese de existência de tratado
§ 12.O juiz determinará ao registro público competente que ou convenção internacional e por solicitação de autoridade estran-
emita documento de habilitação à circulação e utilização dos bens geira competente, medidas assecuratórias sobre bens, direitos ou
colocados sob o uso e custódia das entidades a que se refere o valores oriundos de crimes descritos no art. 1o praticados no es-
caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) trangeiro.(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 13.Os recursos decorrentes da alienação antecipada de bens, § 1º Aplica-se o disposto neste artigo, independentemente de
direitos e valores oriundos do crime de tráfico ilícito de drogas e tratado ou convenção internacional, quando o governo do país da
que tenham sido objeto de dissimulação e ocultação nos termos autoridade solicitante prometer reciprocidade ao Brasil.
desta Lei permanecem submetidos à disciplina definida em lei es- § 2oNa falta de tratado ou convenção, os bens, direitos ou va-
pecífica. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) lores privados sujeitos a medidas assecuratórias por solicitação de
Art. 4o-B.A ordem de prisão de pessoas ou as medidas asse- autoridade estrangeira competente ou os recursos provenientes da
curatórias de bens, direitos ou valores poderão ser suspensas pelo sua alienação serão repartidos entre o Estado requerente e o Brasil,
juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata na proporção de metade, ressalvado o direito do lesado ou de ter-
puder comprometer as investigações.(Incluído pela Lei nº 12.683, ceiro de boa-fé. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
de 2012)
Art. 5oQuando as circunstâncias o aconselharem, o juiz, ouvido CAPÍTULO V
o Ministério Público, nomeará pessoa física ou jurídica qualificada (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 12.683, DE 2012)
para a administração dos bens, direitos ou valores sujeitos a me- DAS PESSOAS SUJEITAS AO MECANISMO DE CONTROLE
didas assecuratórias, mediante termo de compromisso.(Redação (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 12.683, DE 2012)
dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
Art. 6oA pessoa responsável pela administração dos bens:(Re- Art. 9oSujeitam-se às obrigações referidas nos arts. 10 e 11 as
dação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) pessoas físicas e jurídicas que tenham, em caráter permanente ou
I - fará jus a uma remuneração, fixada pelo juiz, que será satis- eventual, como atividade principal ou acessória, cumulativamente
feita com o produto dos bens objeto da administração; ou não: (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
II - prestará, por determinação judicial, informações periódicas I - a captação, intermediação e aplicação de recursos financei-
da situação dos bens sob sua administração, bem como explicações ros de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira;
e detalhamentos sobre investimentos e reinvestimentos realizados. II – a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ati-
Parágrafo único.Os atos relativos à administração dos bens su- vo financeiro ou instrumento cambial;
jeitos a medidas assecuratórias serão levados ao conhecimento do III - a custódia, emissão, distribuição, liqüidação, negociação,
Ministério Público, que requererá o que entender cabível.(Redação intermediação ou administração de títulos ou valores mobiliários.
dada pela Lei nº 12.683, de 2012) Parágrafo único. Sujeitam-se às mesmas obrigações:
I – as bolsas de valores, as bolsas de mercadorias ou futuros e
CAPÍTULO III os sistemas de negociação do mercado de balcão organizado; (Re-
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO dação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
II - as seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades de
Art. 7º São efeitos da condenação, além dos previstos no Có- previdência complementar ou de capitalização;
digo Penal: III - as administradoras de cartões de credenciamento ou car-
I - a perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos de tões de crédito, bem como as administradoras de consórcios para
competência da Justiça Estadual -, de todos os bens, direitos e valo- aquisição de bens ou serviços;
res relacionados, direta ou indiretamente, à prática dos crimes pre- IV - as administradoras ou empresas que se utilizem de cartão
vistos nesta Lei, inclusive aqueles utilizados para prestar a fiança, ou qualquer outro meio eletrônico, magnético ou equivalente, que
ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé;(Redação permita a transferência de fundos;
dada pela Lei nº 12.683, de 2012)

205
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
V - as empresas de arrendamento mercantil (leasing), as em- XVIII - as dependências no exterior das entidades mencionadas
presas de fomento comercial (factoring) e as Empresas Simples de neste artigo, por meio de sua matriz no Brasil, relativamente a resi-
Crédito (ESC); (Redação dada pela Lei Complementar nº 167, de dentes no País. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
2019)
VI - as sociedades que, mediante sorteio, método assemelha- CAPÍTULO VI
do, exploração de loterias, inclusive de apostas de quota fixa, ou DA IDENTIFICAÇÃO DOS CLIENTES
outras sistemáticas de captação de apostas com pagamento de prê- E MANUTENÇÃO DE REGISTROS
mios, realizem distribuição de dinheiro, de bens móveis, de bens
imóveis e de outras mercadorias ou serviços, bem como concedam Art. 10. As pessoas referidas no art. 9º:
descontos na sua aquisição ou contratação; (Redação dada pela I - identificarão seus clientes e manterão cadastro atualizado,
Lei nº 14.183, de 2021) nos termos de instruções emanadas das autoridades competentes;
VII - as filiais ou representações de entes estrangeiros que II - manterão registro de toda transação em moeda nacional ou
exerçam no Brasil qualquer das atividades listadas neste artigo, ain- estrangeira, títulos e valores mobiliários, títulos de crédito, metais,
da que de forma eventual; ou qualquer ativo passível de ser convertido em dinheiro, que ultra-
VIII - as demais entidades cujo funcionamento dependa de au- passar limite fixado pela autoridade competente e nos termos de
torização de órgão regulador dos mercados financeiro, de câmbio, instruções por esta expedidas;
de capitais e de seguros; III - deverão adotar políticas, procedimentos e controles inter-
IX - as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, nos, compatíveis com seu porte e volume de operações, que lhes
que operem no Brasil como agentes, dirigentes, procuradoras, permitam atender ao disposto neste artigo e no art. 11, na forma
comissionárias ou por qualquer forma representem interesses de disciplinada pelos órgãos competentes;(Redação dada pela Lei nº
ente estrangeiro que exerça qualquer das atividades referidas nes- 12.683, de 2012)
te artigo; IV - deverão cadastrar-se e manter seu cadastro atualizado no
X - as pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades de órgão regulador ou fiscalizador e, na falta deste, no Conselho de
promoção imobiliária ou compra e venda de imóveis; (Redação Controle de Atividades Financeiras (Coaf), na forma e condições por
dada pela Lei nº 12.683, de 2012) eles estabelecidas; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
XI - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem jóias, pe- V - deverão atender às requisições formuladas pelo Coaf na pe-
dras e metais preciosos, objetos de arte e antigüidades. riodicidade, forma e condições por ele estabelecidas, cabendo-lhe
XII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de preservar, nos termos da lei, o sigilo das informações prestadas.
luxo ou de alto valor, intermedeiem a sua comercialização ou exer- (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
çam atividades que envolvam grande volume de recursos em espé- § 1º Na hipótese de o cliente constituir-se em pessoa jurídica,
cie; (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) a identificação referida no inciso I deste artigo deverá abranger as
XIII - as juntas comerciais e os registros públicos;(Incluído pela pessoas físicas autorizadas a representá-la, bem como seus pro-
Lei nº 12.683, de 2012) prietários.
XIV - as pessoas físicas ou jurídicas que prestem, mesmo que § 2º Os cadastros e registros referidos nos incisos I e II deste
eventualmente, serviços de assessoria, consultoria, contadoria, au- artigo deverão ser conservados durante o período mínimo de cinco
ditoria, aconselhamento ou assistência, de qualquer natureza, em anos a partir do encerramento da conta ou da conclusão da tran-
operações: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) sação, prazo este que poderá ser ampliado pela autoridade com-
a) de compra e venda de imóveis, estabelecimentos comerciais petente.
ou industriais ou participações societárias de qualquer natureza; § 3º O registro referido no inciso II deste artigo será efetuado
(Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012) também quando a pessoa física ou jurídica, seus entes ligados, hou-
b) de gestão de fundos, valores mobiliários ou outros ativos; ver realizado, em um mesmo mês-calendário, operações com uma
(Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012) mesma pessoa, conglomerado ou grupo que, em seu conjunto, ul-
c) de abertura ou gestão de contas bancárias, de poupança, trapassem o limite fixado pela autoridade competente.
investimento ou de valores mobiliários; (Incluída pela Lei nº 12.683, Art. 10A. O Banco Central manterá registro centralizado for-
de 2012) mando o cadastro geral de correntistas e clientes de instituições
d) de criação, exploração ou gestão de sociedades de qualquer financeiras, bem como de seus procuradores. (Incluído pela Lei nº
natureza, fundações, fundos fiduciários ou estruturas análogas; (In- 10.701, de 2003)
cluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
e) financeiras, societárias ou imobiliárias; e (Incluída pela Lei nº CAPÍTULO VII
12.683, de 2012) DA COMUNICAÇÃO DE OPERAÇÕES FINANCEIRAS
f) de alienação ou aquisição de direitos sobre contratos relacio-
nados a atividades desportivas ou artísticas profissionais; (Incluída Art. 11. As pessoas referidas no art. 9º:
pela Lei nº 12.683, de 2012) I - dispensarão especial atenção às operações que, nos termos
XV - pessoas físicas ou jurídicas que atuem na promoção, in- de instruções emanadas das autoridades competentes, possam
termediação, comercialização, agenciamento ou negociação de di- constituir-se em sérios indícios dos crimes previstos nesta Lei, ou
reitos de transferência de atletas, artistas ou feiras, exposições ou com eles relacionar-se;
eventos similares; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) II - deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar ciência de
XVI - as empresas de transporte e guarda de valores; (Incluído tal ato a qualquer pessoa, inclusive àquela à qual se refira a infor-
pela Lei nº 12.683, de 2012) mação, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a proposta ou reali-
XVII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de zação: (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
alto valor de origem rural ou animal ou intermedeiem a sua comer- a) de todas as transações referidas no inciso II do art. 10, acom-
cialização; e (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) panhadas da identificação de que trata o inciso I do mencionado
artigo; e(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)

206
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
b) das operações referidas no inciso I;(Redação dada pela Lei § 3º A inabilitação temporária será aplicada quando forem ve-
nº 12.683, de 2012) rificadas infrações graves quanto ao cumprimento das obrigações
III - deverão comunicar ao órgão regulador ou fiscalizador da constantes desta Lei ou quando ocorrer reincidência específica, de-
sua atividade ou, na sua falta, ao Coaf, na periodicidade, forma e vidamente caracterizada em transgressões anteriormente punidas
condições por eles estabelecidas, a não ocorrência de propostas, com multa.
transações ou operações passíveis de serem comunicadas nos ter- § 4º A cassação da autorização será aplicada nos casos de rein-
mos do inciso II.(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) cidência específica de infrações anteriormente punidas com a pena
§ 1º As autoridades competentes, nas instruções referidas prevista no inciso III do caput deste artigo.
no inciso I deste artigo, elaborarão relação de operações que, por Art. 13. (Revogado pela Lei nº 13.974, de 2020)
suas características, no que se refere às partes envolvidas, valores,
forma de realização, instrumentos utilizados, ou pela falta de fun-
damento econômico ou legal, possam configurar a hipótese nele CAPÍTULO IX
prevista. DO CONSELHO DE CONTROLE
§ 2º As comunicações de boa-fé, feitas na forma prevista neste DE ATIVIDADES FINANCEIRAS
artigo, não acarretarão responsabilidade civil ou administrativa.
§ 3oO Coaf disponibilizará as comunicações recebidas com Art. 14.Fica criado, no âmbito do Ministério da Economia, o
base no inciso II do caput aos respectivos órgãos responsáveis pela Conselho de Controle de Atividades Financeiras - Coaf, com a fina-
regulação ou fiscalização das pessoas a que se refere o art. 9o. (Re- lidade de disciplinar, aplicar penas administrativas, receber, exami-
dação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) nar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades ilícitas pre-
Art. 11-A.As transferências internacionais e os saques em espé- vistas nesta Lei, sem prejuízo das competências de outros órgãos e
cie deverão ser previamente comunicados à instituição financeira, entidades. (Redação dada pela Medida Provisória nº 886, de 2019)
nos termos, limites, prazos e condições fixados pelo Banco Central § 1º As instruções referidas no art. 10 destinadas às pessoas
do Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) mencionadas no art. 9º, para as quais não exista órgão próprio fis-
calizador ou regulador, serão expedidas pelo COAF, competindo-
CAPÍTULO VIII -lhe, para esses casos, a definição das pessoas abrangidas e a apli-
DA RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA cação das sanções enumeradas no art. 12.
§ 2º O COAF deverá, ainda, coordenar e propor mecanismos
Art. 12. Às pessoas referidas no art. 9º, bem como aos admi- de cooperação e de troca de informações que viabilizem ações rá-
nistradores das pessoas jurídicas, que deixem de cumprir as obriga- pidas e eficientes no combate à ocultação ou dissimulação de bens,
ções previstas nos arts. 10 e 11 serão aplicadas, cumulativamente direitos e valores.
ou não, pelas autoridades competentes, as seguintes sanções: § 3o O COAF poderá requerer aos órgãos da Administração Pú-
I - advertência; blica as informações cadastrais bancárias e financeiras de pessoas
II - multa pecuniária variável não superior: (Redação dada pela envolvidas em atividades suspeitas. (Incluído pela Lei nº 10.701, de
Lei nº 12.683, de 2012) 2003)
a) ao dobro do valor da operação; (Incluída pela Lei nº 12.683, Art. 15. O COAF comunicará às autoridades competentes para
de 2012) a instauração dos procedimentos cabíveis, quando concluir pela
b) ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente seria existência de crimes previstos nesta Lei, de fundados indícios de
obtido pela realização da operação; ou(Incluída pela Lei nº 12.683, sua prática, ou de qualquer outro ilícito.
de 2012) Art. 16. (Revogado pela Lei nº 13.974, de 2020)
c) ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais); (Inclu- Art. 17. (Revogado pela Lei nº 13.974, de 2020)
ída pela Lei nº 12.683, de 2012)
III - inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos, para o CAPÍTULO X
exercício do cargo de administrador das pessoas jurídicas referidas (INCLUÍDO PELA LEI Nº 12.683, DE 2012)
no art. 9º;
IV - cassação ou suspensão da autorização para o exercício de DISPOSIÇÕES GERAIS
atividade, operação ou funcionamento.(Redação dada pela Lei nº (INCLUÍDO PELA LEI Nº 12.683, DE 2012)
12.683, de 2012)
§ 1º A pena de advertência será aplicada por irregularidade no Art. 17-A.Aplicam-se, subsidiariamente, as disposições do De-
cumprimento das instruções referidas nos incisos I e II do art. 10. creto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo
§ 2oA multa será aplicada sempre que as pessoas referidas Penal), no que não forem incompatíveis com esta Lei. (Incluído pela
no art. 9o, por culpa ou dolo:(Redação dada pela Lei nº 12.683, de Lei nº 12.683, de 2012)
2012) Art. 17-B.A autoridade policial e o Ministério Público terão
I – deixarem de sanar as irregularidades objeto de advertência, acesso, exclusivamente, aos dados cadastrais do investigado que
no prazo assinalado pela autoridade competente; informam qualificação pessoal, filiação e endereço, independente-
II - não cumprirem o disposto nos incisos I a IV do art. 10;(Re- mente de autorização judicial, mantidos pela Justiça Eleitoral, pelas
dação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) empresas telefônicas, pelas instituições financeiras, pelos provedo-
III - deixarem de atender, no prazo estabelecido, a requisição res de internet e pelas administradoras de cartão de crédito. (Inclu-
formulada nos termos do inciso V do art. 10;(Redação dada pela Lei ído pela Lei nº 12.683, de 2012)
nº 12.683, de 2012) Art. 17-C.Os encaminhamentos das instituições financeiras e
IV - descumprirem a vedação ou deixarem de fazer a comunica- tributárias em resposta às ordens judiciais de quebra ou transfe-
ção a que se refere o art. 11. rência de sigilo deverão ser, sempre que determinado, em meio in-
formático, e apresentados em arquivos que possibilitem a migração
de informações para os autos do processo sem redigitação. (Incluí-
do pela Lei nº 12.683, de 2012)

207
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 17-D.Em caso de indiciamento de servidor público, este CAPÍTULO II
será afastado, sem prejuízo de remuneração e demais direitos pre- DA POLÍTICA DE PREVENÇÃO À LAVAGEM DE DINHEIRO E AO
vistos em lei, até que o juiz competente autorize, em decisão fun- FINANCIAMENTO DO TERRORISMO
damentada, o seu retorno. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
Art. 17-E.A Secretaria da Receita Federal do Brasil conservará Art. 2º As instituições mencionadas no art. 1º devem imple-
os dados fiscais dos contribuintes pelo prazo mínimo de 5 (cinco) mentar e manter política formulada com base em princípios e di-
anos, contado a partir do início do exercício seguinte ao da declara- retrizes que busquem prevenir a sua utilização para as práticas de
ção de renda respectiva ou ao do pagamento do tributo. (Incluído lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo.
pela Lei nº 12.683, de 2012) Parágrafo único. A política de que trata o caput deve ser com-
Art. 18. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. patível com os perfis de risco:
I - dos clientes;
CIRCULAR Nº 3.978, DE 23 DE JANEIRO DE 2020 II - da instituição;
III - das operações, transações, produtos e serviços; e
IV - dos funcionários, parceiros e prestadores de serviços ter-
CIRCULAR Nº 3.978, DE 23 DE JANEIRO DE 2020 ceirizados.
Art. 3º A política referida no art. 2º deve contemplar, no mí-
Dispõe sobre a política, os procedimentos e os controles in- nimo:
ternos a serem adotados pelas instituições autorizadas a funcionar I - as diretrizes para:
pelo Banco Central do Brasil visando à prevenção da utilização do a) a definição de papéis e responsabilidades para o cumpri-
sistema financeiro para a prática dos crimes de “lavagem” ou ocul- mento das obrigações de que trata esta Circular;
tação de bens, direitos e valores, de que trata a Lei nº 9.613, de 3 de
b) a definição de procedimentos voltados à avaliação e à análi-
março de 1998, e de financiamento do terrorismo, previsto na Lei
se prévia de novos produtos e serviços, bem como da utilização de
nº 13.260, de 16 de março de 2016.
novas tecnologias, tendo em vista o risco de lavagem de dinheiro e
A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil, em sessão
de financiamento do terrorismo;
realizada em 22 de janeiro de 2020, com base nos arts. 9º da Lei nº
c) a avaliação interna de risco e a avaliação de efetividade de
4.595, de 31 de dezembro de 1964, 10, 11 e 11-A da Lei nº 9.613,
que tratam os arts. 10 e 62;
de 3 de março de 1998, 6º e 7º, inciso III, da Lei nº 11.795, de 8
d) a verificação do cumprimento da política, dos procedimen-
de outubro de 2008, e 15 da Lei nº 12.865, de 9 de outubro de
tos e dos controles internos de que trata esta Circular, bem como a
2013, e tendo em vista o disposto na Lei nº 13.260, de 16 de março
identificação e a correção das deficiências verificadas;
de 2016, na Convenção contra o Tráfico Ilícito de Entorpecentes e
e) a promoção de cultura organizacional de prevenção à lava-
Substâncias Psicotrópicas, promulgada pelo Decreto nº 154, de 26
gem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, contemplando,
de junho de 1991, na Convenção das Nações Unidas contra o Cri-
inclusive, os funcionários, os parceiros e os prestadores de serviços
me Organizado Transnacional, promulgada pelo Decreto nº 5.015,
terceirizados;
de 12 de março de 2004, na Convenção Interamericana contra o
f) a seleção e a contratação de funcionários e de prestadores
Terrorismo, promulgada pelo Decreto nº 5.639, de 26 de dezembro
de serviços terceirizados, tendo em vista o risco de lavagem de di-
de 2005, na Convenção Internacional para Supressão do Financia-
nheiro e de financiamento do terrorismo; e
mento do Terrorismo, promulgada pelo Decreto nº 5.640, de 26
g) a capacitação dos funcionários sobre o tema da prevenção
de dezembro de 2005, e na Convenção das Nações Unidas contra
à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, incluindo
a Corrupção, promulgada pelo Decreto nº 5.687, de 31 de janeiro
os funcionários dos correspondentes no País que prestem atendi-
de 2006, resolve:
mento em nome das instituições mencionadas no art. 1º;
II - as diretrizes para implementação de procedimentos:
CAPÍTULO I
a) de coleta, verificação, validação e atualização de informa-
DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO
ções cadastrais, visando a conhecer os clientes, os funcionários, os
parceiros e os prestadores de serviços terceirizados;
Art. 1º Esta Circular dispõe sobre a política, os procedimentos
b) de registro de operações e de serviços financeiros;
e os controles internos a serem adotados pelas instituições autori-
c) de monitoramento, seleção e análise de operações e situa-
zadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil visando à prevenção
ções suspeitas; e
da utilização do sistema financeiro para a prática dos crimes de “la-
d) de comunicação de operações ao Conselho de Controle de
vagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, de que trata a Lei
Atividades Financeiras (Coaf); e
nº 9.613, de 3 de março de 1998, e de financiamento do terrorismo,
III - o comprometimento da alta administração com a efetivi-
previsto na Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016.
dade e a melhoria contínua da política, dos procedimentos e dos
Parágrafo único. Para os fins desta Circular, os crimes referidos
controles internos relacionados com a prevenção à lavagem de di-
no caput serão denominados genericamente “lavagem de dinhei-
nheiro e ao financiamento do terrorismo.
ro” e “financiamento do terrorismo”.
Art. 4º Admite-se a adoção de política de prevenção à lavagem
de dinheiro e ao financiamento do terrorismo única por conglome-
rado prudencial e por sistema cooperativo de crédito.
Parágrafo único. As instituições que não constituírem política
própria, em decorrência do disposto no caput, devem formalizar a
opção por essa faculdade em reunião do conselho de administra-
ção ou, se inexistente, da diretoria da instituição.

208
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 5º As instituições mencionadas no art. 1º devem assegurar § 4º Devem ser utilizadas como subsídio à avaliação interna
a aplicação da política referida no art. 2º em suas unidades situadas de risco, quando disponíveis, avaliações realizadas por entidades
no exterior. públicas do País relativas ao risco de lavagem de dinheiro e de fi-
Parágrafo único. Na hipótese de impedimento ou limitação le- nanciamento do terrorismo.
gal à aplicação da política referida no caput à unidade da instituição Art. 11. A avaliação interna de risco pode ser realizada de for-
situada no exterior, deverá ser elaborado relatório justificando o ma centralizada em instituição do conglomerado prudencial e do
impedimento ou a limitação. sistema cooperativo de crédito.
Art. 6º A política referida no art. 2º deve ser divulgada aos Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar a ava-
funcionários da instituição, parceiros e prestadores de serviços ter- liação interna de risco na forma do caput devem formalizar essa
ceirizados, mediante linguagem clara e acessível, em nível de de- opção em reunião do conselho de administração ou, se inexistente,
talhamento compatível com as funções desempenhadas e com a da diretoria da instituição.
sensibilidade das informações. Art. 12. A avaliação interna de risco deve ser:
Art. 7º A política referida no art. 2º deve ser: I - documentada e aprovada pelo diretor referido no art. 9º;
I - documentada; II - encaminhada para ciência:
II - aprovada pelo conselho de administração ou, se inexisten- a) ao comitê de risco, quando houver;
te, pela diretoria da instituição; e b) ao comitê de auditoria, quando houver; e
III - mantida atualizada. c) ao conselho de administração ou, se inexistente, à diretoria
da instituição; e
CAPÍTULO III III - revisada a cada dois anos, bem como quando ocorrerem
DA GOVERNANÇA DA POLÍTICA DE PREVENÇÃO À LAVAGEM alterações significativas nos perfis de risco mencionados no art. 10,
DE DINHEIRO E AO FINANCIAMENTO DO TERRORISMO § 1º.

Art. 8º As instituições mencionadas no art. 1º devem dispor de CAPÍTULO V


estrutura de governança visando a assegurar o cumprimento da po- DOS PROCEDIMENTOS DESTINADOS
lítica referida no art. 2º e dos procedimentos e controles internos A CONHECER OS CLIENTES
de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terro-
rismo previstos nesta Circular. SEÇÃO I
Art. 9º As instituições referidas no art. 1º devem indicar for- DOS PROCEDIMENTOS
malmente ao Banco Central do Brasil diretor responsável pelo cum-
primento das obrigações previstas nesta Circular. Art. 13. As instituições mencionadas no art. 1º devem imple-
§ 1º O diretor mencionado no caput pode desempenhar outras mentar procedimentos destinados a conhecer seus clientes, in-
funções na instituição, desde que não haja conflito de interesses. cluindo procedimentos que assegurem a devida diligência na sua
§ 2º A responsabilidade mencionada no caput deve ser obser- identificação, qualificação e classificação.
vada em cada instituição, mesmo no caso de opção pela faculdade § 1º Os procedimentos referidos no caput devem ser compa-
estabelecida nos arts. 4º, 11, 42, 46 e 52. tíveis com:
I - o perfil de risco do cliente, contemplando medidas refor-
CAPÍTULO IV çadas para clientes classificados em categorias de maior risco, de
DA AVALIAÇÃO INTERNA DE RISCO acordo com a avaliação interna de risco referida no art. 10;
II - a política de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financia-
Art. 10. As instituições referidas no art. 1º devem realizar ava- mento do terrorismo de que trata o art. 2º; e
liação interna com o objetivo de identificar e mensurar o risco de III - a avaliação interna de risco de que trata o art. 10.
§ 2º Os procedimentos mencionados no caput devem ser for-
utilização de seus produtos e serviços na prática da lavagem de di-
malizados em manual específico.
nheiro e do financiamento do terrorismo.
§ 3º O manual referido no § 2º deve ser aprovado pela direto-
§ 1º Para identificação do risco de que trata o caput, a avalia-
ria da instituição e mantido atualizado.
ção interna deve considerar, no mínimo, os perfis de risco: Art. 14. As informações obtidas e utilizadas nos procedimentos
I - dos clientes; referidos no art. 13 devem ser armazenadas em sistemas informa-
II - da instituição, incluindo o modelo de negócio e a área geo- tizados e utilizadas nos procedimentos de que trata o Capítulo VII.
gráfica de atuação; Art. 15. Os procedimentos previstos neste Capítulo devem ser
III - das operações, transações, produtos e serviços, abrangen- observados sem prejuízo do disposto na regulamentação que disci-
do todos os canais de distribuição e a utilização de novas tecnolo- plina produtos e serviços específicos.
gias; e
IV - das atividades exercidas pelos funcionários, parceiros e SEÇÃO II
prestadores de serviços terceirizados. DA IDENTIFICAÇÃO DOS CLIENTES
§ 2º O risco identificado deve ser avaliado quanto à sua pro-
babilidade de ocorrência e à magnitude dos impactos financeiro, Art. 16. As instituições referidas no art. 1º devem adotar proce-
jurídico, reputacional e socioambiental para a instituição. dimentos de identificação que permitam verificar e validar a iden-
§ 3º Devem ser definidas categorias de risco que possibilitem tidade do cliente.
a adoção de controles de gerenciamento e de mitigação reforçados § 1º Os procedimentos referidos no caput devem incluir a ob-
para as situações de maior risco e a adoção de controles simplifica- tenção, a verificação e a validação da autenticidade de informações
dos nas situações de menor risco. de identificação do cliente, inclusive, se necessário, mediante con-
frontação dessas informações com as disponíveis em bancos de da-
dos de caráter público e privado.

209
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 2º No processo de identificação do cliente devem ser coleta- Art. 19. Os procedimentos de qualificação referidos no art. 18
dos, no mínimo: devem incluir a verificação da condição do cliente como pessoa ex-
I - o nome completo e o número de registro no Cadastro de posta politicamente, nos termos do art. 27, bem como a verifica-
Pessoas Físicas (CPF), no caso de pessoa natural; e (Redação dada, ção da condição de representante, familiar ou estreito colaborador
a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.) dessas pessoas.
II - a firma ou denominação social e o número de registro no § 1º Para os fins desta Circular, considera-se:
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), no caso de pessoa jurí- I - familiar, os parentes, na linha reta ou colateral, até o segun-
dica. (Redação dada, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº do grau, o cônjuge, o companheiro, a companheira, o enteado e a
119, de 27/7/2021.) enteada; e
§ 3º No caso de cliente pessoa natural residente no exterior II - estreito colaborador:
desobrigada de inscrição no CPF, na forma definida pela Secretaria a) pessoa natural conhecida por ter qualquer tipo de estreita
da Receita Federal do Brasil, admite-se a utilização de documento relação com pessoa exposta politicamente, inclusive por:
de viagem na forma da Lei, devendo ser coletados, no mínimo, o 1. ter participação conjunta em pessoa jurídica de direito pri-
país emissor, o número e o tipo do documento. vado;
§ 4º No caso de cliente pessoa jurídica com domicílio ou sede 2. figurar como mandatária, ainda que por instrumento parti-
no exterior desobrigada de inscrição no CNPJ, na forma definida cular da pessoa mencionada no item 1; ou
pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, as instituições devem 3. ter participação conjunta em arranjos sem personalidade
coletar, no mínimo, o nome da empresa, o endereço da sede e o jurídica; e
número de identificação ou de registro da empresa no respectivo b) pessoa natural que tem o controle de pessoas jurídicas ou
país de origem. de arranjos sem personalidade jurídica, conhecidos por terem sido
Art. 17. As informações referidas no art. 16 devem ser manti- criados para o benefício de pessoa exposta politicamente.
das atualizadas. § 2º Para os clientes qualificados como pessoa exposta politi-
camente ou como representante, familiar ou estreito colaborador
SEÇÃO III dessas pessoas, as instituições mencionadas no art. 1º devem:
DA QUALIFICAÇÃO DOS CLIENTES I - adotar procedimentos e controles internos compatíveis com
essa qualificação;
Art. 18. As instituições mencionadas no art. 1º devem adotar II - considerar essa qualificação na classificação do cliente nas
procedimentos que permitam qualificar seus clientes por meio da categorias de risco referidas no art. 20; e
coleta, verificação e validação de informações, compatíveis com o III - avaliar o interesse no início ou na manutenção do relacio-
perfil de risco do cliente e com a natureza da relação de negócio. namento com o cliente.
§ 1º Os procedimentos de qualificação referidos no caput de- § 3º A avaliação mencionada no § 2º, inciso III, deve ser realiza-
vem incluir a coleta de informações que permitam: (Redação dada, da por detentor de cargo ou função de nível hierárquico superior ao
a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.) do responsável pela autorização do relacionamento com o cliente.
I - identificar o local de residência, no caso de pessoa natural;
(Incluído, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de SEÇÃO IV
27/7/2021.) DA CLASSIFICAÇÃO DOS CLIENTES
II - identificar o local da sede ou filial, no caso de pessoa jurídi-
ca; e (Incluído, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, Art. 20. As instituições mencionadas no art. 1º devem classifi-
de 27/7/2021.) car seus clientes nas categorias de risco definidas na avaliação in-
III - avaliar a capacidade financeira do cliente, incluindo a ren- terna de risco mencionada no art. 10, com base nas informações
da, no caso de pessoa natural, ou o faturamento, no caso de pes- obtidas nos procedimentos de qualificação do cliente referidos no
soa jurídica. (Incluído, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº art. 18.
119, de 27/7/2021.) Parágrafo único. A classificação mencionada no caput deve ser:
§ 2º A necessidade de verificação e de validação das informa- I - realizada com base no perfil de risco do cliente e na natureza
ções referidas no § 1º deve ser avaliada pelas instituições de acordo da relação de negócio; e
com o perfil de risco do cliente e com a natureza da relação de II - revista sempre que houver alterações no perfil de risco do
negócio. cliente e na natureza da relação de negócio.
§ 3º Nos procedimentos de que trata o caput, devem ser cole-
tadas informações adicionais do cliente compatíveis com o risco de SEÇÃO V
utilização de produtos e serviços na prática da lavagem de dinheiro DISPOSIÇÕES COMUNS À IDENTIFICAÇÃO, À QUALIFICAÇÃO
e do financiamento do terrorismo. E À CLASSIFICAÇÃO DOS CLIENTES
§ 4º A qualificação do cliente deve ser reavaliada de forma per-
manente, de acordo com a evolução da relação de negócio e do Art. 21. As instituições referidas no art. 1º devem adotar os
perfil de risco. procedimentos de identificação, de qualificação e de classificação
§ 5º As informações coletadas na qualificação do cliente de- previstos neste Capítulo para os administradores de clientes pesso-
vem ser mantidas atualizadas. as jurídicas e para os representantes de clientes.
§ 6º O Banco Central do Brasil poderá divulgar rol de informa- Parágrafo único. Os procedimentos referidos no caput devem
ções a serem coletadas, verificadas e validadas em procedimentos ser compatíveis com a função exercida pelo administrador e com a
específicos de qualificação de clientes. abrangência da representação.

210
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 22. Os critérios utilizados para a definição das informações a) governos, entidades governamentais e bancos centrais, as-
necessárias e dos procedimentos de verificação, validação e atu- sim como fundos soberanos ou companhias de investimento con-
alização das informações para cada categoria de risco devem ser troladas por fundos soberanos e similares; (Incluída, a partir de
previstos no manual de que trata o art. 13, § 2º. 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.)
Art. 23. É vedado às instituições referidas no art. 1º iniciar re- b) organismos multilaterais; (Incluída, a partir de 1º/9/2021,
lação de negócios sem que os procedimentos de identificação e de pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.)
qualificação do cliente estejam concluídos. c) companhias abertas ou equivalentes; (Incluída, a partir de
Parágrafo único. Admite-se, por um período máximo de trinta 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.)
dias, o início da relação de negócios em caso de insuficiência de d) instituições financeiras ou similares, operando por conta
informações relativas à qualificação do cliente, desde que não haja própria; (Incluída, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº
prejuízo aos procedimentos de monitoramento e seleção de que 119, de 27/7/2021.)
trata o art. 39. e) administradores de carteiras, operando por conta própria;
(Incluída, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de
SEÇÃO VI 27/7/2021.)
DA IDENTIFICAÇÃO E DA QUALIFICAÇÃO DO BENEFICIÁRIO f) sociedades seguradoras e entidades de previdência privada;
FINAL e (Incluída, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de
27/7/2021.)
Art. 24. Os procedimentos de qualificação do cliente pessoa g) fundos de investimento, desde que, cumulativamente:
jurídica devem incluir a análise da cadeia de participação societária (Incluída, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de
até a identificação da pessoa natural caracterizada como seu bene- 27/7/2021.)
ficiário final, observado o disposto no art. 25. 1. o número de cotistas seja igual ou superior a cem e nenhum
§ 1º Devem ser aplicados à pessoa natural referida no caput, deles detenha mais de 25% (vinte e cinco por cento) das cotas; e
no mínimo, os procedimentos de qualificação definidos para a cate- (Incluído, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de
goria de risco do cliente pessoa jurídica na qual o beneficiário final 27/7/2021.)
detenha participação societária. 2. a administração da carteira de ativos seja feita de forma dis-
§ 2º É também considerado beneficiário final o representante, cricionária por administrador profissional sujeito à fiscalização de
inclusive o procurador e o preposto, que exerça o comando de fato autoridade supervisora com a qual o Banco Central do Brasil man-
sobre as atividades da pessoa jurídica. tenha convênio para a troca de informações relativas à prevenção
§ 3º Excetuam-se do disposto no caput: (Redação dada, a partir da utilização do sistema financeiro para a prática dos crimes de la-
de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.) vagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo. (Incluído, a
I - as pessoas jurídicas caracterizadas como companhia aber- partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.)
ta; (Incluído, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de § 4º No caso das entidades relacionadas no § 3º, as informa-
27/7/2021.) ções coletadas devem abranger as das pessoas naturais autoriza-
II - as entidade sem fins lucrativos; (Incluído, a partir de das a representá-las, bem como as de seus controladores, adminis-
1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.) tradores ou gestores, e diretores, se houver. (Incluído, a partir de
III - as cooperativas; (Incluído, a partir de 1º/9/2021, pela Reso- 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.)
lução BCB nº 119, de 27/7/2021.) Art. 25. As instituições mencionadas no art. 1º devem estabe-
IV - os fundos e clubes de investimento registrados na Comis- lecer valor mínimo de referência de participação societária para a
são de Valores Mobiliários, desde que, cumulativamente: (Incluído, identificação de beneficiário final.
a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.) § 1º O valor mínimo de referência de participação societária
a) não sejam fundos exclusivos; (Incluída, a partir de 1º/9/2021, de que trata o caput deve ser estabelecido com base no risco e não
pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.) pode ser superior a 25% (vinte e cinco por cento), considerada, em
b) obtenham recursos de investidores com o propósito de atri- qualquer caso, a participação direta e a indireta.
buir o desenvolvimento e a gestão de uma carteira de investimento § 2º O valor de referência de que trata o caput deve ser justi-
a um gestor qualificado que deve ter plena discricionariedade na ficado e documentado no manual de procedimentos referido no
representação e na tomada de decisão perante as entidades investi- art. 13, § 2º.
das, não sendo obrigado a consultar os cotistas para essas decisões Art. 26. No caso de relação de negócio com cliente residente
e tampouco indicar os cotistas ou partes a eles ligadas para atuar no exterior, que também seja cliente de instituição do mesmo gru-
nas entidades investidas; e (Incluída, a partir de 1º/9/2021, pela Re- po no exterior, fiscalizada por autoridade supervisora com a qual o
solução BCB nº 119, de 27/7/2021.) Banco Central do Brasil mantenha convênio para a troca de infor-
c) seja informado o número de registro no CPF, no caso de pes- mações, admite-se que as informações relativas ao beneficiário fi-
soa natural, ou do número de registro no CNPJ, no caso de pessoa nal sejam obtidas da instituição no exterior, desde que assegurado
jurídica, de todos os cotistas para a Secretaria Especial da Receita ao Banco Central do Brasil o acesso às informações e aos procedi-
Federal do Brasil (RFB), na forma por esta definida em regulamenta- mentos adotados.
ção específica; (Incluída, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB
nº 119, de 27/7/2021.) SEÇÃO VII
V - os fundos de investimento registrados na Comissão de Va- DA QUALIFICAÇÃO COMO PESSOA EXPOSTA POLITICAMENTE
lores Mobiliários, constituídos na forma de condomínio fechado,
cujas cotas sejam negociadas em mercado organizado; e (Incluído, Art. 27. As instituições mencionadas no art. 1º devem imple-
a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.) mentar procedimentos que permitam qualificar seus clientes como
VI - os investidores não residentes classificados como: (Incluído, pessoa exposta politicamente.
a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.) § 1º Consideram-se pessoas expostas politicamente:

211
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
I - os detentores de mandatos eletivos dos Poderes Executivo admite-se que as informações de qualificação de pessoa exposta
e Legislativo da União; politicamente sejam obtidas da instituição no exterior, desde que
II - os ocupantes de cargo, no Poder Executivo da União, de: assegurado ao Banco Central do Brasil o acesso aos respectivos da-
a) Ministro de Estado ou equiparado; dos e procedimentos adotados.
b) Natureza Especial ou equivalente;
c) presidente, vice-presidente e diretor, ou equivalentes, de CAPÍTULO VI
entidades da administração pública indireta; e DO REGISTRO DE OPERAÇÕES
d) Grupo Direção e Assessoramento Superiores (DAS), nível 6,
ou equivalente; SEÇÃO I
III - os membros do Conselho Nacional de Justiça, do Supremo DISPOSIÇÕES GERAIS
Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores, dos Tribunais Regionais
Federais, dos Tribunais Regionais do Trabalho, dos Tribunais Regio- Art. 28. As instituições referidas no art. 1º devem manter regis-
nais Eleitorais, do Conselho Superior da Justiça do Trabalho e do tros de todas as operações realizadas, produtos e serviços contrata-
Conselho da Justiça Federal; dos, inclusive saques, depósitos, aportes, pagamentos, recebimen-
IV - os membros do Conselho Nacional do Ministério Público, o tos e transferências de recursos.
Procurador-Geral da República, o Vice-Procurador-Geral da Repú- § 1º Os registros referidos no caput devem conter, no mínimo,
blica, o Procurador-Geral do Trabalho, o Procurador-Geral da Justi- as seguintes informações sobre cada operação:
ça Militar, os Subprocuradores-Gerais da República e os Procurado- I - tipo;
res-Gerais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal; II - valor, quando aplicável;
V - os membros do Tribunal de Contas da União, o Procurador- III - data de realização;
-Geral e os Subprocuradores-Gerais do Ministério Público junto ao IV - nome e número de inscrição no CPF ou no CNPJ do titular
Tribunal de Contas da União; e do beneficiário da operação, no caso de pessoa residente ou se-
VI - os presidentes e os tesoureiros nacionais, ou equivalentes, diada no País; e
de partidos políticos; V - canal utilizado.
VII - os Governadores e os Secretários de Estado e do Distri- § 2º No caso de operações envolvendo pessoa natural residen-
to Federal, os Deputados Estaduais e Distritais, os presidentes, ou te no exterior desobrigada de inscrição no CPF, na forma definida
equivalentes, de entidades da administração pública indireta esta- pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, as instituições devem
dual e distrital e os presidentes de Tribunais de Justiça, Tribunais incluir no registro as seguintes informações:
Militares, Tribunais de Contas ou equivalentes dos Estados e do I - nome;
Distrito Federal; e II - tipo e número do documento de viagem e respectivo país
VIII - os Prefeitos, os Vereadores, os Secretários Municipais, os emissor; e
presidentes, ou equivalentes, de entidades da administração pú- III - organismo internacional de que seja representante para o
blica indireta municipal e os Presidentes de Tribunais de Contas ou exercício de funções específicas no País, quando for o caso.
equivalentes dos Municípios. § 3º No caso de operações envolvendo pessoa jurídica com do-
§ 2º São também consideradas expostas politicamente as pes- micílio ou sede no exterior desobrigada de inscrição no CNPJ, na
soas que, no exterior, sejam: forma definida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, as insti-
I - chefes de estado ou de governo; tuições devem incluir no registro as seguintes informações:
II - políticos de escalões superiores; I - nome da empresa; e
III - ocupantes de cargos governamentais de escalões superio- II - número de identificação ou de registro da empresa no res-
res; pectivo país de origem.
IV - oficiais-generais e membros de escalões superiores do Po- Art. 29. Os registros de que trata este Capítulo devem ser reali-
der Judiciário; zados inclusive nas situações em que a operação ocorrer no âmbito
V - executivos de escalões superiores de empresas públicas; ou da mesma instituição.
VI - dirigentes de partidos políticos.
§ 3º São também consideradas pessoas expostas politicamente SEÇÃO II
os dirigentes de escalões superiores de entidades de direito inter- DO REGISTRO DE OPERAÇÕES DE PAGAMENTO, DE RECEBI-
nacional público ou privado. MENTO E DE TRANSFERÊNCIA DE RECURSOS
§ 4º No caso de clientes residentes no exterior, para fins do
disposto no caput, as instituições mencionadas no art. 1º devem Art. 30. No caso de operações relativas a pagamentos, rece-
adotar pelo menos duas das seguintes providências: bimentos e transferências de recursos, por meio de qualquer ins-
I - solicitar declaração expressa do cliente a respeito da sua trumento, as instituições referidas no art. 1º devem incluir nos
qualificação; registros mencionados no art. 28 as informações necessárias à
II - recorrer a informações públicas disponíveis; e identificação da origem e do destino dos recursos.
III - consultar bases de dados públicas ou privadas sobre pesso- § 1º A origem mencionada no caput refere-se à instituição pa-
as expostas politicamente. gadora, sacada ou remetente e à pessoa sacada ou remetente dos
§ 5º A condição de pessoa exposta politicamente deve ser apli- recursos, bem como ao instrumento de transferência ou de paga-
cada pelos cinco anos seguintes à data em que a pessoa deixou de mento utilizado na transação.
se enquadrar nas categorias previstas nos §§ 1º, 2º, e 3º. § 2º O destino mencionado no caput refere-se à instituição re-
§ 6º No caso de relação de negócio com cliente residente no cebedora ou destinatária e à pessoa recebedora ou destinatária dos
exterior que também seja cliente de instituição do mesmo grupo no recursos, bem como ao instrumento de transferência ou de paga-
exterior, fiscalizada por autoridade supervisora com a qual o Banco mento utilizado na transação.
Central do Brasil mantenha convênio para troca de informações,

212
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 3º Para fins do cumprimento do disposto no caput, devem Parágrafo único. Na hipótese de recusa do cliente ou do porta-
ser incluídas no registro das operações, no mínimo, as seguintes dor dos recursos em prestar a informação referida no inciso III do
informações, quando couber: caput, a instituição deve registrar o fato e utilizar essa informação
I - nome e número de inscrição no CPF ou no CNPJ do reme- nos procedimentos de monitoramento, seleção e análise de que
tente ou sacado; tratam os art. 38 a 47.
II - nome e número de inscrição no CPF ou no CNPJ do recebe- Art. 35. No caso de operações de saque, inclusive as realizadas
dor ou beneficiário; por meio de cheque ou ordem de pagamento, de valor individual
III - códigos de identificação, no sistema de liquidação de paga- igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil reais), as institui-
mentos ou de transferência de fundos, das instituições envolvidas ções referidas no art. 1º devem incluir no registro, além das infor-
na operação; e mações previstas nos arts. 28 e 30:
IV - números das dependências e das contas envolvidas na ope- I - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF ou no
ração. CNPJ, conforme o caso, do destinatário dos recursos;
§ 4º No caso de transferência de recursos por meio de cheque, II - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF do por-
as instituições mencionadas no art. 1º devem incluir no registro da tador dos recursos;
operação, além das informações referidas no § 3º, o número do III - a finalidade do saque; e
cheque. IV - o número do protocolo referido no art. 36, § 2º, inciso II.
Art. 31. Caso as instituições referidas no art. 1º estabeleçam Parágrafo único. Na hipótese de recusa do cliente ou do porta-
relação de negócio com terceiros não sujeitos a autorização para dor dos recursos em prestar a informação referida no inciso III do
funcionar do Banco Central do Brasil, participantes de arranjo de caput, a instituição deve registrar o fato e utilizar essa informação
pagamento do qual a instituição também participe, deve ser esti- nos procedimentos de monitoramento, seleção e análise de que
pulado em contrato o acesso da instituição à identificação dos des- tratam os art. 38 a 47.
tinatários finais dos recursos, para fins de prevenção à lavagem de Art. 36. As instituições mencionadas no art. 1º devem requerer
dinheiro e do financiamento do terrorismo. dos sacadores clientes e não clientes solicitação de provisionamen-
Parágrafo único. O disposto no caput se aplica inclusive no caso to com, no mínimo, três dias úteis de antecedência, das operações
de relação de negócio que envolva a interoperabilidade com arran- de saque, inclusive as realizadas por meio de cheque ou ordem de
jo de pagamento não sujeito a autorização pelo Banco Central do pagamento, de valor igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta
Brasil, do qual as instituições referidas no art. 1º não participem. mil reais).
Art. 32. No caso de transferência de recursos por meio da § 1º As operações de saque de que trata o caput devem ser
compensação interbancária de cheque, a instituição sacada deve consideradas individualmente, para efeitos de observação do limite
informar à instituição depositária, e a instituição depositária deve previsto no caput.
informar à instituição sacada, os números de inscrição no CPF ou § 2º As instituições referidas no caput devem:
no CNPJ dos titulares da conta sacada e da conta depositária, res- I - possibilitar a solicitação de provisionamento por meio do
pectivamente. sítio eletrônico da instituição na internet e das agências ou Postos
de Atendimento;
SEÇÃO III II - emitir protocolo de atendimento ao cliente ou ao sacador
DO REGISTRO DAS OPERAÇÕES EM ESPÉCIE não cliente, no qual devem ser informados o valor da operação, a
dependência na qual deverá ser efetuado o saque e a data progra-
Art. 33. No caso de operações com utilização de recursos em mada para o saque; e
espécie de valor individual superior a R$2.000,00 (dois mil reais), III - registrar, no ato da solicitação de provisionamento, as in-
as instituições referidas no art. 1º devem incluir no registro, além formações indicadas no art. 35, conforme o caso.
das informações previstas nos arts. 28 e 30, o nome e o respectivo § 3º No caso de saque em espécie a ser realizado por meio de
número de inscrição no CPF do portador dos recursos. cheque por sacador não cliente, a solicitação de provisionamento
Parágrafo único. Nas operações de que trata o caput, realizadas de que trata o caput deve ser realizada exclusivamente em agências
por empresa de transporte de valores devidamente autorizada e ou em Postos de Atendimento.
registrada na autoridade competente, nos termos da legislação em § 4º O disposto neste artigo deve ser observado sem prejuízo
vigor, considera-se essa empresa como a portadora dos recursos, a do art. 2º da Resolução nº 3.695, de 26 de março de 2009.
qual será identificada por meio do registro do número de inscrição Art. 37. As instituições referidas no art. 1º devem manter regis-
no CNPJ e da firma ou denominação social. (Incluído, a partir de tro específico de recebimentos de boleto de pagamento pagos com
1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.) recursos em espécie.
Art. 34. No caso de operações de depósito ou aporte em espé- Parágrafo único. A instituição que receber boleto de pagamen-
cie de valor individual igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta to que não seja de sua emissão deve remeter à instituição emissora
mil reais), as instituições referidas no art. 1º devem incluir no regis- a informação de que o boleto foi pago em espécie.
tro, além das informações previstas nos arts. 28 e 30:
I - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF ou no
CNPJ, conforme o caso, do proprietário dos recursos;
II - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF do por-
tador dos recursos; e
III - a origem dos recursos depositados ou aportados.

213
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CAPÍTULO VII e) as operações com pessoas expostas politicamente estran-
DO MONITORAMENTO, DA SELEÇÃO E DA ANÁLISE DE OPE- geiras;
RAÇÕES E SITUAÇÕES SUSPEITAS f) os clientes e as operações em relação aos quais não seja pos-
sível identificar o beneficiário final;
SEÇÃO I g) as operações oriundas ou destinadas a países ou territórios
DOS PROCEDIMENTOS DE MONITORAMENTO, SELEÇÃO E com deficiências estratégicas na implementação das recomenda-
ANÁLISE DE OPERAÇÕES E SITUAÇÕES SUSPEITAS ções do Grupo de Ação Financeira (Gafi); e
h) as situações em que não seja possível manter atualizadas as
Art. 38. As instituições referidas no art. 1º devem implemen- informações cadastrais de seus clientes; e
tar procedimentos de monitoramento, seleção e análise de opera- II - as operações e situações que possam indicar suspeitas de
ções e situações com o objetivo de identificar e dispensar especial financiamento do terrorismo.
atenção às suspeitas de lavagem de dinheiro e de financiamento Parágrafo único. O período para a execução dos procedimen-
do terrorismo. tos de monitoramento e de seleção das operações e situações sus-
§ 1º Para os fins desta Circular, operações e situações suspeitas peitas não pode exceder o prazo de quarenta e cinco dias, contados
referem-se a qualquer operação ou situação que apresente indícios a partir da data de ocorrência da operação ou da situação.
de utilização da instituição para a prática dos crimes de lavagem de Art. 40. As instituições referidas no art. 1º devem assegurar
dinheiro e de financiamento do terrorismo. que os sistemas utilizados no monitoramento e na seleção de ope-
§ 2º Os procedimentos de que trata o caput devem ser aplica- rações e situações suspeitas contenham informações detalhadas
dos, inclusive, às propostas de operações. das operações realizadas e das situações ocorridas, inclusive infor-
§ 3º Os procedimentos mencionados no caput devem: mações sobre a identificação e a qualificação dos envolvidos.
I - ser compatíveis com a política de prevenção à lavagem de § 1º As instituições devem manter documentação detalhada
dinheiro e ao financiamento do terrorismo de que trata o art. 2º; dos parâmetros, variáveis, regras e cenários utilizados no monitora-
II - ser definidos com base na avaliação interna de risco de que mento e seleção de operações e situações que possam indicar sus-
trata o art. 10; peitas de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo.
III - considerar a condição de pessoa exposta politicamente, § 2º Os sistemas e os procedimentos utilizados no monitora-
nos termos do art. 27, bem como a condição de representante, mento e na seleção de operações e situações suspeitas devem ser
familiar ou estreito colaborador da pessoa exposta politicamente, passíveis de verificação quanto à sua adequação e efetividade.
nos termos do art. 19; e Art. 41. Devem ser incluídos no manual referido no art. 38, §
IV - estar descritos em manual específico, aprovado pela dire- 3º, inciso IV:
toria da instituição. I - os critérios de definição da periodicidade de execução dos
procedimentos de monitoramento e seleção para os diferentes ti-
SEÇÃO II pos de operações e situações monitoradas; e
DO MONITORAMENTO E DA SELEÇÃO DE OPERAÇÕES E SITU- II - os parâmetros, as variáveis, as regras e os cenários utiliza-
AÇÕES SUSPEITAS dos no monitoramento e seleção para os diferentes tipos de ope-
rações e situações.
Art. 39. As instituições referidas no art. 1º devem implementar Art. 42. Os procedimentos de monitoramento e seleção referi-
procedimentos de monitoramento e seleção que permitam identi- dos no art. 39 podem ser realizados de forma centralizada em ins-
ficar operações e situações que possam indicar suspeitas de lava- tituição do conglomerado prudencial e do sistema cooperativo de
gem de dinheiro e de financiamento do terrorismo, especialmente: crédito.
I - as operações realizadas e os produtos e serviços contrata- Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar os
dos que, considerando as partes envolvidas, os valores, as formas procedimentos de monitoramento e seleção na forma do caput de-
de realização, os instrumentos utilizados ou a falta de fundamento vem formalizar essa opção em reunião do conselho de administra-
econômico ou legal, possam configurar a existência de indícios de ção ou, se inexistente, da diretoria da instituição.
lavagem de dinheiro ou de financiamento do terrorismo, inclusive:
a) as operações realizadas ou os serviços prestados que, por SEÇÃO III
sua habitualidade, valor ou forma, configurem artifício que objeti- DOS PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DE OPERAÇÕES E SITUA-
ve burlar os procedimentos de identificação, qualificação, registro, ÇÕES SUSPEITAS
monitoramento e seleção previstos nesta Circular;
b) as operações de depósito ou aporte em espécie, saque em Art. 43. As instituições referidas no art. 1º devem implementar
espécie, ou pedido de provisionamento para saque que apresen- procedimentos de análise das operações e situações selecionadas
tem indícios de ocultação ou dissimulação da natureza, da origem, por meio dos procedimentos de monitoramento e seleção de que
da localização, da disposição, da movimentação ou da propriedade trata o art. 39, com o objetivo de caracterizá-las ou não como sus-
de bens, direitos e valores; peitas de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo.
c) as operações realizadas e os produtos e serviços contratados § 1º O período para a execução dos procedimentos de análise
que, considerando as partes e os valores envolvidos, apresentem das operações e situações selecionadas não pode exceder o prazo
incompatibilidade com a capacidade financeira do cliente, incluin- de quarenta e cinco dias, contados a partir da data da seleção da
do a renda, no caso de pessoa natural, ou o faturamento, no caso operação ou situação.
de pessoa jurídica, e o patrimônio; § 2º A análise mencionada no caput deve ser formalizada em
d) as operações com pessoas expostas politicamente de nacio- dossiê, independentemente da comunicação ao Coaf referida no
nalidade brasileira e com representantes, familiares ou estreitos art. 48.
colaboradores de pessoas expostas politicamente; Art. 44. É vedada:

214
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
I - a contratação de terceiros para a realização da análise refe- II - as operações relativas a pagamentos, recebimentos e trans-
rida no art. 43; e ferências de recursos, por meio de qualquer instrumento, contra
II - a realização da análise referida no art. 43 no exterior. pagamento em espécie, de valor igual ou superior a R$50.000,00
Parágrafo único. A vedação mencionada no caput não inclui a (cinquenta mil reais); e
contratação de terceiros para a prestação de serviços auxiliares à III - a solicitação de provisionamento de saques em espécie de
análise referida no art. 43. valor igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil reais) de que
Art. 45. As instituições referidas no art. 1º devem dispor, no trata o art. 36.
País, de recursos e competências necessários à análise de opera- Parágrafo único. A comunicação mencionada no caput deve
ções e situações suspeitas referida no art. 43. ser realizada até o dia útil seguinte ao da ocorrência da operação
Art. 46. Os procedimentos de análise referidos no art. 43 po- ou do provisionamento.
dem ser realizados de forma centralizada em instituição do conglo-
merado prudencial e do sistema cooperativo de crédito. SEÇÃO III
Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar os DISPOSIÇÕES GERAIS
procedimentos de análise na forma do caput devem formalizar a
opção em reunião do conselho de administração ou, se inexistente, Art. 50. As instituições referidas no art. 1º devem realizar as
da diretoria da instituição. comunicações mencionadas nos arts. 48 e 49 sem dar ciência aos
envolvidos ou a terceiros.
SEÇÃO IV Art. 51. As comunicações alteradas ou canceladas após o quin-
DISPOSIÇÕES GERAIS to dia útil seguinte ao da sua realização devem ser acompanhadas
de justificativa da ocorrência.
Art. 47. No caso de contratação de serviços de processamento Art. 52. As comunicações podem ser realizadas de forma cen-
e armazenamento de dados e de computação em nuvem utilizados tralizada por meio de instituição do conglomerado prudencial e de
para monitoramento e seleção de operações e situações suspeitas, sistema cooperativo de crédito, em nome da instituição na qual
bem como de serviços auxiliares à análise dessas operações e situa- ocorreu a operação ou a situação.
ções, as instituições referidas no art. 1º devem observar: Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar as
I - o disposto no Capítulo III da Circular nº 3.909, de 16 de agos- comunicações de forma centralizada, nos termos do caput, devem
to de 2018, e, no que couber, nos Capítulos IV e V da referida Circu- formalizar a opção em reunião do conselho de administração ou, se
lar, no caso de instituições de pagamento; e inexistente, da diretoria da instituição.
II - o disposto no Capítulo III da Resolução nº 4.658, de 26 de Art. 53. As comunicações referidas nos arts. 48 e 49 devem es-
abril de 2018, e, no que couber, nos Capítulos IV e V da referida pecificar, quando for o caso, se a pessoa objeto da comunicação:
Resolução, no caso de instituições financeiras e demais instituições I - é pessoa exposta politicamente ou representante, familiar
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil. ou estreito colaborador dessa pessoa;
II - é pessoa que, reconhecidamente, praticou ou tenha inten-
CAPÍTULO VIII tado praticar atos terroristas ou deles participado ou facilitado o
DOS PROCEDIMENTOS DE COMUNICAÇÃO AO COAF seu cometimento; e
III - é pessoa que possui ou controla, direta ou indiretamente,
SEÇÃO I recursos na instituição, no caso do inciso II.
DA COMUNICAÇÃO DE OPERAÇÕES E SITUAÇÕES SUSPEITAS Art. 54. As instituições de que trata o art. 1º que não tiverem
efetuado comunicações ao Coaf em cada ano civil deverão pres-
Art. 48. As instituições referidas no art. 1º devem comunicar ao tar declaração, até dez dias úteis após o encerramento do referido
Coaf as operações ou situações suspeitas de lavagem de dinheiro e ano, atestando a não ocorrência de operações ou situações passí-
de financiamento do terrorismo. veis de comunicação.
§ 1º A decisão de comunicação da operação ou situação ao Art. 55. As instituições referidas no art. 1º devem se habilitar
Coaf deve: para realizar as comunicações no Sistema de Controle de Ativida-
I - ser fundamentada com base nas informações contidas no des Financeiras (Siscoaf), do Coaf.
dossiê mencionado no art. 43, § 2º;
II - ser registrada de forma detalhada no dossiê mencionado CAPÍTULO IX
no art. 43, § 2º; e DOS PROCEDIMENTOS DESTINADOS A CONHECER FUNCIO-
III - ocorrer até o final do prazo de análise referido no art. 43, NÁRIOS, PARCEIROS E PRESTADORES DE SERVIÇOS TERCEIRI-
§ 1º. ZADOS
§ 2º A comunicação da operação ou situação suspeita ao Coaf
deve ser realizada até o dia útil seguinte ao da decisão de comuni- Art. 56. As instituições mencionadas no art. 1º devem imple-
cação. mentar procedimentos destinados a conhecer seus funcionários,
parceiros e prestadores de serviços terceirizados, incluindo proce-
SEÇÃO II dimentos de identificação e qualificação.
DA COMUNICAÇÃO DE OPERAÇÕES EM ESPÉCIE Parágrafo único. Os procedimentos referidos no caput devem
ser compatíveis com a política de prevenção à lavagem de dinheiro
Art. 49. As instituições mencionadas no art. 1º devem comu- e ao financiamento do terrorismo de que trata o art. 2º e com a
nicar ao Coaf: avaliação interna de risco de que trata o art. 10.
I - as operações de depósito ou aporte em espécie ou saque Art. 57. Os procedimentos referidos no art. 56 devem ser for-
em espécie de valor igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil malizados em documento específico aprovado pela diretoria da
reais); instituição.

215
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Parágrafo único. O documento mencionado no caput deve ser CAPÍTULO XI
mantido atualizado. DA AVALIAÇÃO DE EFETIVIDADE
Art. 58. As instituições referidas no art. 1º devem classificar as
atividades exercidas por seus funcionários, parceiros e prestadores Art. 62. As instituições referidas no art. 1º devem avaliar a efe-
de serviços terceirizados nas categorias de risco definidas na avalia- tividade da política, dos procedimentos e dos controles internos de
ção interna de risco, nos termos do art. 10. que trata esta Circular.
§ 1º A classificação em categorias de risco mencionada no § 1º A avaliação referida no caput deve ser documentada em
caput deve ser mantida atualizada. relatório específico.
§ 2º Os critérios para a classificação em categorias de risco re- § 2º O relatório de que trata o § 1º deve ser:
ferida no caput devem estar previstos no documento mencionado I - elaborado anualmente, com data-base de 31 de dezembro; e
no art. 57. II - encaminhado, para ciência, até 31 de março do ano seguin-
§ 3º As informações relativas aos funcionários, parceiros e te ao da data-base:
prestadores de serviços terceirizados devem ser mantidas atuali- a) ao comitê de auditoria, quando houver; e
zadas, considerando inclusive eventuais alterações que impliquem b) ao conselho de administração ou, se inexistente, à diretoria
mudança de classificação nas categorias de risco. da instituição.
Art. 59. As instituições referidas no art. 1º, na celebração de Art. 63. O relatório referido no art. 62, § 1º, deve:
contratos com instituições financeiras sediadas no exterior, devem: I - conter informações que descrevam:
I - obter informações sobre o contratado que permitam com- a) a metodologia adotada na avaliação de efetividade;
preender a natureza de sua atividade e a sua reputação; b) os testes aplicados;
II - verificar se o contratado foi objeto de investigação ou de c) a qualificação dos avaliadores; e
ação de autoridade supervisora relacionada com lavagem de di- d) as deficiências identificadas; e
nheiro ou com financiamento do terrorismo; II - conter, no mínimo, a avaliação:
III - certificar que o contratado tem presença física no país onde a) dos procedimentos destinados a conhecer clientes, incluin-
está constituído ou licenciado; do a verificação e a validação das informações dos clientes e a ade-
IV - conhecer os controles adotados pelo contratado relativos quação dos dados cadastrais;
à prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terro- b) dos procedimentos de monitoramento, seleção, análise e
rismo; comunicação ao Coaf, incluindo a avaliação de efetividade dos pa-
V - obter a aprovação do detentor de cargo ou função de nível râmetros de seleção de operações e de situações suspeitas;
hierárquico superior ao do responsável pela contratação; e c) da governança da política de prevenção à lavagem de dinhei-
VI - dar ciência do contrato de parceria ao diretor mencionado ro e ao financiamento do terrorismo;
no art. 9º. d) das medidas de desenvolvimento da cultura organizacional
Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se inclusive às re- voltadas à prevenção da lavagem de dinheiro e ao financiamento
lações de parceria estabelecidas com bancos correspondentes no do terrorismo;
exterior. e) dos programas de capacitação periódica de pessoal;
Art. 60. As instituições referidas no art. 1º, na celebração de f) dos procedimentos destinados a conhecer os funcionários,
contratos com terceiros não sujeitos a autorização para funcionar parceiros e prestadores de serviços terceirizados; e
do Banco Central do Brasil, participantes de arranjo de pagamento g) das ações de regularização dos apontamentos oriundos da
do qual a instituição também participe, devem: auditoria interna e da supervisão do Banco Central do Brasil.
I - obter informações sobre o terceiro que permitam compre- Art. 64. Admite-se a elaboração de um único relatório de ava-
ender a natureza de sua atividade e a sua reputação; liação de efetividade nos termos do art. 62, § 1º, relativo às insti-
II - verificar se o terceiro foi objeto de investigação ou de ação tuições do conglomerado prudencial e do sistema cooperativo de
de autoridade supervisora relacionada com lavagem de dinheiro ou crédito.
com financiamento do terrorismo; Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar o re-
III - certificar que o terceiro tem licença do instituidor do arran- latório de avaliação de efetividade na forma do caput devem for-
jo para operar, quando for o caso; malizar a opção em reunião do conselho de administração ou, se
IV - conhecer os controles adotados pelo terceiro relativos à inexistente, da diretoria da instituição.
prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terroris- Art. 65. As instituições referidas no art. 1º devem elaborar pla-
mo; e no de ação destinado a solucionar as deficiências identificadas por
V - dar ciência do contrato ao diretor mencionado no art. 9º. meio da avaliação de efetividade de que trata o art. 62.
§ 1º O acompanhamento da implementação do plano de ação
CAPÍTULO X referido no caput deve ser documentado por meio de relatório de
DOS MECANISMOS DE ACOMPANHAMENTO E DE CONTROLE acompanhamento.
§ 2º O plano de ação e o respectivo relatório de acompanha-
Art. 61. As instituições mencionadas no art. 1º devem instituir mento devem ser encaminhados para ciência e avaliação, até 30 de
mecanismos de acompanhamento e de controle de modo a assegu- junho do ano seguinte ao da data-base do relatório de que trata o
rar a implementação e a adequação da política, dos procedimentos art. 62, § 1º:
e dos controles internos de que trata esta Circular, incluindo: I - do comitê de auditoria, quando houver;
I - a definição de processos, testes e trilhas de auditoria; II - da diretoria da instituição; e
II - a definição de métricas e indicadores adequados; e III - do conselho de administração, quando existente.
III - a identificação e a correção de eventuais deficiências.
Parágrafo único. Os mecanismos de que trata o caput devem
ser submetidos a testes periódicos pela auditoria interna, quando
aplicáveis, compatíveis com os controles internos da instituição.

216
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CAPÍTULO XII “Art. 18. Os agentes autorizados a operar no mercado de
DISPOSIÇÕES FINAIS câmbio devem verificar a legalidade das operações, as responsa-
bilidades das partes envolvidas, bem como identificar seus clientes
Art. 66. Devem permanecer à disposição do Banco Central do previamente à realização das operações no mercado de câmbio na
Brasil: forma prevista pela regulamentação sobre a política, os procedi-
I - o documento de que trata o art. 7º, inciso I, relativo à política mentos e os controles internos na prevenção à prática dos crimes
de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terro- de ‘lavagem’ ou ocultação de bens, direitos e valores, previstos na
rismo de que trata o art. 2º; Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, e de financiamento do terro-
II - a ata de reunião do conselho de administração ou, na sua rismo, de que trata a Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016.” (NR)
inexistência, da diretoria da instituição, no caso de ser formalizada “Art. 135. As instituições autorizadas a operar no mercado de
a opção de que trata o caput do art. 4º; câmbio devem desenvolver mecanismos que permitam evitar a
III - o relatório de que trata o art. 5º, parágrafo único, se exis- prática de operações que visem a burlar os limites e outros reque-
tente; rimentos estabelecidos nesta Circular.” (NR)
IV - o documento relativo à avaliação interna de risco de que “Art. 139. As instituições autorizadas a operar no mercado de
trata o art. 12, inciso I, juntamente com a documentação de supor- câmbio devem certificar-se da qualificação de seus clientes, me-
te à sua elaboração; diante documentação em meio físico ou eletrônico e mediante a
V - o contrato referido no art. 31; realização, entre outras providências pertinentes, de avaliação de
VI - a ata de reunião do conselho de administração ou, na sua desempenho, de procedimentos comerciais e de capacidade finan-
inexistência, da diretoria da instituição, no caso de serem formali- ceira.” (NR)
zadas as opções mencionadas nos arts. 11, 42, 46, 52 e 64; Art. 69. Ficam revogados:
VII - o relatório de avaliação de efetividade de que trata o art. I - a Circular nº 3.461, de 24 de julho de 2009;
62, § 1º; II - a Circular nº 3.517, de 7 de dezembro de 2010;
VIII - as versões anteriores da avaliação interna de risco de que III - a Circular nº 3.583, de 12 de março de 2012;
trata o art. 10; IV - a Circular nº 3.654, de 27 de março de 2013;
IX - o manual relativo aos procedimentos destinados a conhe- V - a Circular nº 3.839, de 28 de junho de 2017;
cer os clientes referido no art. 13, § 2º; VI - a Circular nº 3.889, de 28 de março de 2018;
X - o manual relativo aos procedimentos de monitoramento, VII - os arts. 6º, 6º-A e 6º-B da Circular nº 3.680, de 4 de no-
seleção e análise de operações e situações suspeitas mencionado vembro de 2013;
no art. 38, § 3º, inciso IV; VIII - o § 2º do art. 11 da Circular nº 3.691, de 2013;
XI - o documento relativo aos procedimentos destinados a co- IX - o parágrafo único do art. 19 da Circular nº 3.691, de 2013;
nhecer os funcionários, parceiros e prestadores de serviços tercei- X - o art. 32 da Circular nº 3.691, de 2013;
rizados mencionado no art. 57; XI - o inciso IV do art. 32-A da Circular nº 3.691, de 2013;
XII - as versões anteriores do relatório de avaliação de efetivi- XII - os incisos I e II do art. 139 da Circular nº 3.691, de 2013;
dade de que trata o art. 62, § 1º; XIII - o art. 166 da Circular nº 3.691, de 2013;
XIII - os dados, os registros e as informações relativas aos me- XIV - o art. 170 da Circular nº 3.691, de 2013;
canismos de acompanhamento e de controle de que trata o art. XV - o art. 213 da Circular nº 3.691, de 2013;
61; e XVI - o art. 2º da Circular nº 3.727, de 6 de novembro de 2014;
XIV - os documentos relativos ao plano de ação e ao respectivo XVII - o art. 3º da Circular nº 3.780, de 21 de janeiro de 2016; e
relatório de acompanhamento mencionados no art. 65. XVIII - o art. 18 da Circular nº 3.858, de 14 de novembro de
§ 1º O contrato referido no inciso V do caput deve permanecer 2017.
à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo mínimo de cinco Art. 70. Esta Circular entra em vigor em 1º de julho de 2020.
anos após o encerramento da relação contratual.
§ 2º Os documentos e informações referidos nos incisos VIII a
XIV do caput devem permanecer à disposição do Banco Central do CARTA CIRCULAR Nº 4.001, DE 29 DE JANEIRO DE 2020
Brasil pelo prazo mínimo de cinco anos. E SUAS ALTERAÇÕES.
Art. 67. As instituições referidas no art. 1º devem manter à dis-
posição do Banco Central do Brasil e conservar pelo período míni- CARTA CIRCULAR Nº 4.001, DE 29 DE JANEIRO DE 2020
mo de dez anos:
I - as informações coletadas nos procedimentos destinados a Documento normativo revogado pela Resolução BCB nº 145, de
conhecer os clientes de que tratam os arts. 13, 16 e 18, contado o
24/9/2021, após a produção de seus efeitos no período de cálculo
prazo referido no caput a partir do primeiro dia do ano seguinte ao
com início em 1º de novembro de 2021 e término em 5 de novembro
término do relacionamento com o cliente;
de 2021, cujo ajuste ocorrerá em 16 de novembro de 2021.
II - as informações coletadas nos procedimentos destinados a
conhecer os funcionários, parceiros e prestadores de serviços ter-
ceirizados de que trata o art. 56, contado o prazo referido no caput RESOLUÇÃO BCB Nº 145, DE 24 DE SETEMBRO DE 2021
a partir da data de encerramento da relação contratual;
III - as informações e registros de que tratam os arts. 28 a 37, Define e consolida as regras do recolhimento compulsório so-
contado o prazo referido no caput a partir do primeiro dia do ano bre recursos a prazo.
seguinte ao da realização da operação; e A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil, em sessão re-
IV - o dossiê referido no art. 43, § 2º. alizada em 23 de setembro de 2021, com base no art. 10, incisos III
Art. 68. A Circular nº 3.691, de 16 de dezembro de 2013, passa e IV, da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, e no art. 66 da Lei
a vigorar com as seguintes alterações: nº 9.069, de 29 de junho de 1995,
RESOLVE:

217
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CAPÍTULO I III - R$1.200.000.000,00 (um bilhão e duzentos milhões de
DAS REGRAS GERAIS reais), para instituições financeiras independentes ou integrantes
de conglomerado financeiro cujo Nível I do PR seja igual ou su-
Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre o recolhimento compulsó- perior a R$10.000.000.000,00 (dez bilhões de reais) e inferior a
rio sobre recursos a prazo. R$15.000.000.000,00 (quinze bilhões de reais); e
Art. 2º Sujeitam-se ao recolhimento compulsório sobre recur- IV - 0 (zero), para instituições financeiras independentes ou in-
sos a prazo os bancos comerciais, bancos múltiplos, bancos de de- tegrantes de conglomerado financeiro cujo Nível I do PR seja igual
senvolvimento, bancos de investimento, bancos de câmbio, caixas ou superior a R$15.000.000.000,00 (quinze bilhões de reais).
econômicas e sociedades de crédito, financiamento e investimento. § 1º Para fins da dedução de que trata este artigo, será consi-
Art. 3º Constitui Valor Sujeito a Recolhimento (VSR) a soma dos derado, para as instituições financeiras independentes ou integran-
saldos inscritos nas seguintes rubricas contábeis do Plano Contábil tes de conglomerado financeiro, o Nível I do PR relativo a 30 de
das Instituições do Sistema Financeiro Nacional (Cosif): junho de 2018, apurado na forma estabelecida pela Resolução BCB
I - 4.1.5.10.00-9 Depósitos a Prazo; que dispõe sobre a metodologia para apuração do PR.
II - 4.3.1.00.00-8 Recursos de Aceites Cambiais; § 2º Em caso de ausência da informação do Nível I do PR rela-
III - 4.3.4.50.00-2 Cédulas Pignoratícias de Debêntures; tivo a 30 de junho de 2018, será considerada, como critério para a
IV - 4.2.1.10.80-0 Títulos de Emissão Própria; e dedução de que trata este artigo, a informação do último Nível I do
V - 4.9.9.12.20-7 Contratos de Assunção de Obrigações - Vincu- PR anterior a 30 de junho de 2018 prestada pela instituição.
lados a Operações Realizadas no Exterior. § 3º Para as instituições financeiras em início de atividade, o
Parágrafo único. Não integram o VSR os depósitos a prazo valor de dedução será calculado conforme a primeira posição in-
resultantes de operações de assistência ou de suporte financeiro formada ao Banco Central do Brasil do Nível I do PR ou 0 (zero),
contratadas com fundos ou outros mecanismos constituídos pelas enquanto ela não for informada.
instituições do Sistema Financeiro Nacional na forma do § 1º do art. Art. 8º Sobre a exigibilidade, calculada na forma dos arts. 5º,
28 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, inclusive 6º e 7º, incidirá dedução do valor equivalente a 15% (quinze por
com aqueles de que trata o art. 12, inciso IV, da Lei Complementar cento) do saldo devedor atualizado, verificados no último dia útil
nº 130, de 17 de abril de 2009. do período de cálculo, dos financiamentos concedidos no âmbito
Art. 4º A base de cálculo da exigibilidade de recolhimento com- do Programa Emergencial de Suporte a Empregos, instituído pela
pulsório sobre recursos a prazo corresponde à média aritmética dos Lei nº 14.043, de 19 de agosto de 2020.
VSR apurados nos dias úteis do período de cálculo, deduzida de Parágrafo único. A dedução de que trata o caput poderá ser
R$30.000.000,00 (trinta milhões de reais). efetuada pela instituição financeira enquanto os referidos financia-
Parágrafo único. O período de cálculo compreende os dias mentos estiverem contabilizados em seu ativo.
úteis de uma semana, com início na segunda-feira e término na sex- Art. 9º Sobre a exigibilidade, calculada na forma dos arts. 5º,
ta-feira. 6º, 7º e 8º, incidirá a dedução remanescente relativa ao saldo de
Art. 5º A exigibilidade do recolhimento compulsório é apurada Letras Financeiras de emissão própria recompradas pela instituição
aplicando-se, sobre a base de cálculo de que trata o art. 4º, a alí- financeira emissora na forma do § 6º do art. 10 da Resolução nº
quota de 20% (vinte por cento). 4.733, de 27 de junho de 2019, apurado na forma dos arts. 5º-B e
5º-C da Circular nº 3.916, de 22 de novembro de 2018, na data de
CAPÍTULO II referência de 30 de abril de 2020.
DAS DEDUÇÕES E ISENÇÕES Parágrafo único. O valor remanescente utilizado para a dedu-
ção de que trata o caput é o valor de base apurado na data de refe-
Art. 6º A exigibilidade, calculada na forma do art. 5º, será de- rência de 30 de abril de 2020, progressivamente reduzido pelo valor
duzida pela média, no período de cálculo, do valor do Limite Finan- nominal constante de 2% (dois por cento) do valor de base a cada
ceiro Total para operações da Linha de Liquidez a Termo (LLT) de período de cálculo a partir do período com início em 21 de junho de
que trata o art. 44 do Regulamento anexo à Resolução BCB nº 110, 2021 e término em 25 de junho de 2021, até sua extinção.
de 1º de julho de 2021.
§ 1º A dedução de que trata o caput é limitada ao valor de 3% CAPÍTULO III
(três por cento) da base de cálculo, na forma do art. 4º. DO RECOLHIMENTO
§ 2º O valor do limite financeiro total da LLT, usado no cálculo
da média, é o informado na abertura diária do sistema de Linha Art. 10. A exigibilidade apurada vigora da segunda-feira da se-
Financeira de Liquidez (LFL). gunda semana posterior ao encerramento do período de cálculo,
Art. 7º A exigibilidade, calculada na forma do art. 5º, será de- ou dia útil seguinte, se a segunda-feira não for dia útil, até a sexta-
duzida das seguintes parcelas: -feira subsequente, devendo ser cumprida em espécie, mediante
I - R$3.600.000.000,00 (três bilhões e seiscentos milhões de re- recolhimento em conta específica.
ais), para instituições financeiras independentes ou integrantes de § 1º O saldo de encerramento diário da respectiva conta de
conglomerado financeiro cujo Nível I do Patrimônio de Referência recolhimento deve corresponder a 100% (cem por cento) da exigi-
(PR) seja inferior a R$3.000.000.000,00 (três bilhões de reais); bilidade.
II - R$2.400.000.000,00 (dois bilhões e quatrocentos milhões § 2º As instituições financeiras cujas exigibilidades sejam iguais
de reais), para instituições financeiras independentes ou integran- ou inferiores a R$500.000,00 (quinhentos mil reais) estão isentas do
tes de conglomerado financeiro cujo Nível I do PR seja igual ou recolhimento compulsório de que trata esta Resolução, devendo,
superior a R$3.000.000.000,00 (três bilhões de reais) e inferior a no entanto, prestar as informações conforme estabelecido no art.
R$10.000.000.000,00 (dez bilhões de reais); 12 desta Resolução.

218
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 3º O recolhimento da exigibilidade deve ser efetuado exclu- CAPÍTULO V
sivamente por instituição titular de conta Reservas Bancárias ou de DO ENVIO DA INFORMAÇÃO
Conta de Liquidação, que comandará a respectiva transferência a
crédito da conta de recolhimento. Art. 12. A instituição deve fornecer, até o dia útil imediatamen-
§ 4º A conta de recolhimento pode ser livremente movimen- te anterior à data em que se inicia a vigência da respectiva exigibili-
tada pela instituição titular, a crédito de sua conta Reservas Bancá- dade, os dados diários relativos ao VSR do período de cálculo.
rias ou Conta de Liquidação, durante o horário estabelecido para o § 1º A instituição financeira está dispensada de prestar as in-
funcionamento do Sistema de Transferência de Reservas (STR) do formações de que trata este artigo caso os valores sujeitos a re-
Banco Central do Brasil. colhimento e outros relativos ao cumprimento da exigibilidade e
§ 5º A instituição não titular de conta Reservas Bancárias nem deduções de recolhimento permaneçam inalterados em relação à
de Conta de Liquidação pode movimentar sua conta de recolhimen- última posição informada.
to a crédito de conta Reservas Bancárias de sua livre escolha a cada § 2º Na hipótese de ausência de informações relativas a um
movimentação. ou mais dias do período de cálculo até o final do prazo fixado no
caput, será atribuído a cada posição não informada o valor relativo
CAPÍTULO IV à última posição informada.
DO CUSTO FINANCEIRO § 3º A instituição financeira que informar ou alterar os dados
após o prazo fixado neste artigo sujeita-se às penalidades previstas
Art. 11. A instituição financeira que não observar as normas na regulamentação em vigor.
relativas à manutenção de saldo na conta de recolhimento compul- Art. 13. A instituição financeira sujeita ao recolhimento com-
sório sobre recursos a prazo incorre no pagamento de custo finan- pulsório de que trata esta Resolução, não titular de conta Reservas
ceiro, que é devido no dia útil seguinte à data em que for verificada Bancárias ou de Conta de Liquidação, deverá indicar a instituição
a deficiência e calculado com a utilização da seguinte fórmula: financeira titular de conta Reservas Bancárias à qual serão enca-
minhadas as cobranças pertinentes a custos financeiros, creditadas
eventuais devoluções e realizadas as transferências de recursos en-
tre a conta Reservas Bancárias da liquidante e a conta de recolhi-
mento da instituição financeira.

Cvt = custo financeiro sobre a deficiência na posição diária ve- CAPÍTULO VI


rificada no dia “t”, expresso com 2 (duas) casas decimais, com arre- DA REMUNERAÇÃO
dondamento matemático;
s = Taxa Selic da data da deficiência (“t”), expressa de forma Art. 14. O saldo de encerramento diário da conta de recolhi-
unitária, com 4 (quatro) casas decimais; mento no Banco Central do Brasil, limitado ao valor da exigibilidade,
r = acréscimo à Taxa Selic, correspondendo a 4% (quatro por receberá remuneração calculada com base na Taxa Selic, mediante
cento) ao ano, expresso com 4 (quatro) casas decimais; utilização da seguinte fórmula:
dvt = deficiência na posição diária do recolhimento compulsó-
rio no dia “t”, em que dvt = E -St, para todo St < E, sendo:
St = posição do dia “t” ou saldo de encerramento da respectiva
conta de recolhimento no dia útil “t”; e
E = exigibilidade apurada na forma dos arts. 5º ao 9º para o
respectivo período de movimentação. R = remuneração a ser creditada, expressa com 2 (duas) casas
§ 1º Os resultados parciais de multiplicação, divisão e poten- decimais, com arredondamento matemático;
ciação utilizados nas expressões algébricas do cálculo dos custos S = saldo de encerramento da conta de recolhimento, limitado
financeiros de que trata esta Resolução devem conter 8 (oito) casas ao valor da exigibilidade calculada na forma dos arts. 5º ao 9º;
decimais, com arredondamento matemático. Selic = Taxa Selic anual, no formato unitário, expressa com 4
§ 2º Os custos financeiros de que trata esta Resolução, quando (quatro) casas decimais, referente à data do saldo a ser remune-
pagos em data posterior à data em que devidos, serão atualizados rado.
desde a data em que devidos até a data do pagamento, com base § 1º A remuneração de que trata o caput é creditada na res-
na Taxa Selic. pectiva conta de recolhimento até as 16h30 do dia útil seguinte.
§ 3º A devolução de custo previsto nesta Resolução, em decor- § 2º Os resultados parciais de multiplicação, divisão e poten-
rência de pagamento indevido, será feita com atualização do valor, ciação utilizados na expressão algébrica do cálculo da remuneração
desde a data do pagamento até a data de devolução, com base na devem conter 8 (oito) casas decimais, com arredondamento mate-
Taxa Selic. mático.
§ 4º Toda a movimentação relativa à cobrança ou à devolução
dos custos financeiros de que trata esta Resolução será efetuada CAPÍTULO VII
por meio do Sistema de Lançamentos do Banco Central (SLB). DISPOSIÇÕES FINAIS
§ 5º A instituição financeira que apresentar deficiência na posi-
ção diária do recolhimento compulsório sobre recursos a prazo por Art. 15. O disposto nesta Resolução deverá ser observado a
3 (três) dias úteis, consecutivos ou não, no período de 10 (dez) dias partir do período de cálculo com início em 8 de novembro e tér-
úteis, deverá encaminhar, imediatamente, ao Departamento de mino em 12 de novembro de 2021, cujo ajuste ocorrerá em 22 no-
Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos do Banco Central vembro de 2021.
do Brasil (Deban) onde jurisdicionada, justificativas para a ocorrên- Art. 16. Fica o Deban autorizado a adotar as medidas necessá-
cia, independentemente do pagamento do custo financeiro. rias à execução do disposto nesta Resolução.

219
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 17. Ficam revogadas, após a produção de seus efeitos no XIII – outras sociedades que, em razão da natureza de suas
período de cálculo com início em 1º de novembro de 2021 e tér- operações, assim venham a ser consideradas pelo Conselho Mo-
mino em 5 de novembro de 2021, cujo ajuste ocorrerá em 16 de netário Nacional.
novembro de 2021: § 2o As empresas de fomento comercial ou factoring, para os
I - a Circular nº 3.916, de 22 de novembro de 2018; efeitos desta Lei Complementar, obedecerão às normas aplicáveis
II - a Circular nº 3.943, de 23 de maio de 2019; às instituições financeiras previstas no § 1o.
III - a Circular nº 3.997, de 6 de abril de 2020; § 3o Não constitui violação do dever de sigilo:
IV - a Circular nº 4.001, de 13 de abril de 2020; e I – a troca de informações entre instituições financeiras, para
V - a Resolução BCB nº 78, de 10 de março de 2021. fins cadastrais, inclusive por intermédio de centrais de risco, obser-
Art. 18. Esta Resolução entra em vigor em 1º de novembro de vadas as normas baixadas pelo Conselho Monetário Nacional e pelo
2021. Banco Central do Brasil;
II - o fornecimento de informações constantes de cadastro
Bruno Serra Fernandes de emitentes de cheques sem provisão de fundos e de devedores
Diretor de Política Monetária inadimplentes, a entidades de proteção ao crédito, observadas as
normas baixadas pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco
Central do Brasil;
AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA E NORMATIVOS SARB.
III – o fornecimento das informações de que trata o § 2o do art.
11 da Lei no 9.311, de 24 de outubro de 1996;
A Autorregulação bancária é um conjunto de normas criado IV – a comunicação, às autoridades competentes, da prática de
em 2007 pela FEBRABAN, com aprovação e publicação em 2008, ilícitos penais ou administrativos, abrangendo o fornecimento de
para que o setor tenha serviços prestados com mais qualidade e informações sobre operações que envolvam recursos provenientes
satisfação para os clientes e também a redução de reclamações nos de qualquer prática criminosa;
órgãos de proteção ao consumidor, incluindo ações judiciais. V – a revelação de informações sigilosas com o consentimento
Desde sua aprovação, a Autorregulação incluiu em seu siste- expresso dos interessados;
ma de atuação, temas como Prevenção e Combate à Lavagem de VI – a prestação de informações nos termos e condições esta-
Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo e a Responsabilidade belecidos nos artigos 2o, 3o, 4o, 5o, 6o, 7o e 9 desta Lei Comple-
Socioambiental. mentar.
A última alteração na Autorregulação bancária, ocorreu a partir VII - o fornecimento de dados financeiros e de pagamentos,
de 23/03/2021, em que todos os contratos novos e refinanciamen- relativos a operações de crédito e obrigações de pagamento adim-
tos com agregação de margem, serão consultados no sistema do plidas ou em andamento de pessoas naturais ou jurídicas, a gesto-
SRCC (Serviço de Registro de Crédito Consignado) após a averbação res de bancos de dados, para formação de histórico de crédito, nos
do contrato. Realizada a consulta, o sistema retorna ao banco com termos de lei específica. (Incluído pela Lei Complementar nº 166,
a informação se a comissão sobre a operação pode ou não ser paga.
de 2019) (Vigência)
A finalidade principal da Autorregulação é promover a padro-
§ 4o A quebra de sigilo poderá ser decretada, quando neces-
nização nas ações de todas as instituições financeiras participantes.
sária para apuração de ocorrência de qualquer ilícito, em qualquer
fase do inquérito ou do processo judicial, e especialmente nos se-
SIGILO BANCÁRIO: LEI COMPLEMENTAR Nº 105/2001 E guintes crimes:
SUAS ALTERAÇÕES I – de terrorismo;
II – de tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas
afins;
LEI COMPLEMENTAR Nº 105, DE 10 DE JANEIRO DE 2001. III – de contrabando ou tráfico de armas, munições ou material
destinado a sua produção;
Dispõe sobre o sigilo das operações de instituições financeiras IV – de extorsão mediante seqüestro;
e dá outras providências. V – contra o sistema financeiro nacional;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- VI – contra a Administração Pública;
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar: VII – contra a ordem tributária e a previdência social;
Art. 1o As instituições financeiras conservarão sigilo em suas VIII – lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos e va-
operações ativas e passivas e serviços prestados. lores;
§ 1o São consideradas instituições financeiras, para os efeitos IX – praticado por organização criminosa.
desta Lei Complementar: Art. 2o O dever de sigilo é extensivo ao Banco Central do Brasil,
I – os bancos de qualquer espécie; em relação às operações que realizar e às informações que obtiver
II – distribuidoras de valores mobiliários; no exercício de suas atribuições.
III – corretoras de câmbio e de valores mobiliários; § 1o O sigilo, inclusive quanto a contas de depósitos, aplicações
IV – sociedades de crédito, financiamento e investimentos; e investimentos mantidos em instituições financeiras, não pode ser
V – sociedades de crédito imobiliário; oposto ao Banco Central do Brasil:
VI – administradoras de cartões de crédito; I – no desempenho de suas funções de fiscalização, compre-
VII – sociedades de arrendamento mercantil; endendo a apuração, a qualquer tempo, de ilícitos praticados por
VIII – administradoras de mercado de balcão organizado; controladores, administradores, membros de conselhos estatutá-
IX – cooperativas de crédito; rios, gerentes, mandatários e prepostos de instituições financeiras;
X – associações de poupança e empréstimo; II – ao proceder a inquérito em instituição financeira submeti-
XI – bolsas de valores e de mercadorias e futuros; da a regime especial.
XII – entidades de liquidação e compensação;

220
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 2o As comissões encarregadas dos inquéritos a que se refere § 2o As solicitações de que trata este artigo deverão ser pre-
o inciso II do § 1o poderão examinar quaisquer documentos rela- viamente aprovadas pelo Plenário da Câmara dos Deputados, do
tivos a bens, direitos e obrigações das instituições financeiras, de Senado Federal, ou do plenário de suas respectivas comissões par-
seus controladores, administradores, membros de conselhos esta- lamentares de inquérito.
tutários, gerentes, mandatários e prepostos, inclusive contas cor- Art. 5o O Poder Executivo disciplinará, inclusive quanto à pe-
rentes e operações com outras instituições financeiras. riodicidade e aos limites de valor, os critérios segundo os quais as
§ 3o O disposto neste artigo aplica-se à Comissão de Valores instituições financeiras informarão à administração tributária da
Mobiliários, quando se tratar de fiscalização de operações e ser- União, as operações financeiras efetuadas pelos usuários de seus
viços no mercado de valores mobiliários, inclusive nas instituições serviços. (Regulamento)
financeiras que sejam companhias abertas. § 1o Consideram-se operações financeiras, para os efeitos des-
§ 4o O Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobi- te artigo:
liários, em suas áreas de competência, poderão firmar convênios: I – depósitos à vista e a prazo, inclusive em conta de poupança;
I - com outros órgãos públicos fiscalizadores de instituições fi- II – pagamentos efetuados em moeda corrente ou em cheques;
nanceiras, objetivando a realização de fiscalizações conjuntas, ob- III – emissão de ordens de crédito ou documentos assemelha-
servadas as respectivas competências; dos;
II - com bancos centrais ou entidades fiscalizadoras de outros IV – resgates em contas de depósitos à vista ou a prazo, inclu-
países, objetivando: sive de poupança;
a) a fiscalização de filiais e subsidiárias de instituições financei- V – contratos de mútuo;
ras estrangeiras, em funcionamento no Brasil e de filiais e subsidiá- VI – descontos de duplicatas, notas promissórias e outros títu-
rias, no exterior, de instituições financeiras brasileiras; los de crédito;
b) a cooperação mútua e o intercâmbio de informações para a VII – aquisições e vendas de títulos de renda fixa ou variável;
investigação de atividades ou operações que impliquem aplicação, VIII – aplicações em fundos de investimentos;
negociação, ocultação ou transferência de ativos financeiros e de IX – aquisições de moeda estrangeira;
valores mobiliários relacionados com a prática de condutas ilícitas. X – conversões de moeda estrangeira em moeda nacional;
§ 5o O dever de sigilo de que trata esta Lei Complementar es- XI – transferências de moeda e outros valores para o exterior;
tende-se aos órgãos fiscalizadores mencionados no § 4o e a seus XII – operações com ouro, ativo financeiro;
agentes. XIII - operações com cartão de crédito;
§ 6o O Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobili- XIV - operações de arrendamento mercantil; e
ários e os demais órgãos de fiscalização, nas áreas de suas atribui- XV – quaisquer outras operações de natureza semelhante que
ções, fornecerão ao Conselho de Controle de Atividades Financei- venham a ser autorizadas pelo Banco Central do Brasil, Comissão
ras – COAF, de que trata o art. 14 da Lei no 9.613, de 3 de março de Valores Mobiliários ou outro órgão competente.
de 1998, as informações cadastrais e de movimento de valores re- § 2o As informações transferidas na forma do caput deste ar-
lativos às operações previstas no inciso I do art. 11 da referida Lei. tigo restringir-se-ão a informes relacionados com a identificação
Art. 3o Serão prestadas pelo Banco Central do Brasil, pela Co- dos titulares das operações e os montantes globais mensalmente
missão de Valores Mobiliários e pelas instituições financeiras as movimentados, vedada a inserção de qualquer elemento que per-
informações ordenadas pelo Poder Judiciário, preservado o seu mita identificar a sua origem ou a natureza dos gastos a partir deles
caráter sigiloso mediante acesso restrito às partes, que delas não efetuados.
poderão servir-se para fins estranhos à lide. § 3o Não se incluem entre as informações de que trata este
§ 1o Dependem de prévia autorização do Poder Judiciário a artigo as operações financeiras efetuadas pelas administrações
prestação de informações e o fornecimento de documentos sigilo- direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
sos solicitados por comissão de inquérito administrativo destinada Municípios.
a apurar responsabilidade de servidor público por infração pratica- § 4o Recebidas as informações de que trata este artigo, se de-
da no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as tectados indícios de falhas, incorreções ou omissões, ou de come-
atribuições do cargo em que se encontre investido. timento de ilícito fiscal, a autoridade interessada poderá requisitar
§ 2o Nas hipóteses do § 1o, o requerimento de quebra de sigilo as informações e os documentos de que necessitar, bem como rea-
independe da existência de processo judicial em curso. lizar fiscalização ou auditoria para a adequada apuração dos fatos.
§ 3o Além dos casos previstos neste artigo o Banco Central do § 5o As informações a que refere este artigo serão conservadas
Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários fornecerão à Advoca- sob sigilo fiscal, na forma da legislação em vigor.
cia-Geral da União as informações e os documentos necessários à Art. 6o As autoridades e os agentes fiscais tributários da União,
defesa da União nas ações em que seja parte. dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente pode-
Art. 4o O Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mo- rão examinar documentos, livros e registros de instituições finan-
biliários, nas áreas de suas atribuições, e as instituições financeiras ceiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações
fornecerão ao Poder Legislativo Federal as informações e os docu- financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou
mentos sigilosos que, fundamentadamente, se fizerem necessários procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados in-
ao exercício de suas respectivas competências constitucionais e dispensáveis pela autoridade administrativa competente. (Re-
legais. gulamento)
§ 1o As comissões parlamentares de inquérito, no exercício Parágrafo único. O resultado dos exames, as informações e os
de sua competência constitucional e legal de ampla investigação, documentos a que se refere este artigo serão conservados em sigi-
obterão as informações e documentos sigilosos de que necessita- lo, observada a legislação tributária.
rem, diretamente das instituições financeiras, ou por intermédio Art. 7o Sem prejuízo do disposto no § 3o do art. 2o, a Comissão
do Banco Central do Brasil ou da Comissão de Valores Mobiliários. de Valores Mobiliários, instaurado inquérito administrativo, poderá
solicitar à autoridade judiciária competente o levantamento do si-

221
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
gilo junto às instituições financeiras de informações e documentos CAPÍTULO I
relativos a bens, direitos e obrigações de pessoa física ou jurídica DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
submetida ao seu poder disciplinar.
Parágrafo único. O Banco Central do Brasil e a Comissão de Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o tratamento de dados pessoais,
Valores Mobiliários, manterão permanente intercâmbio de infor- inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurí-
mações acerca dos resultados das inspeções que realizarem, dos dica de direito público ou privado, com o objetivo de proteger os
inquéritos que instaurarem e das penalidades que aplicarem, sem- direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desen-
pre que as informações forem necessárias ao desempenho de suas volvimento da personalidade da pessoa natural.
atividades. Parágrafo único. As normas gerais contidas nesta Lei são de
Art. 8o O cumprimento das exigências e formalidades previs- interesse nacional e devem ser observadas pela União, Estados,
tas nos artigos 4o, 6o e 7o, será expressamente declarado pelas Distrito Federal e Municípios. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
autoridades competentes nas solicitações dirigidas ao Banco Cen- Vigência
tral do Brasil, à Comissão de Valores Mobiliários ou às instituições Art. 2º A disciplina da proteção de dados pessoais tem como
financeiras. fundamentos:
Art. 9o Quando, no exercício de suas atribuições, o Banco I - o respeito à privacidade;
Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários verificarem II - a autodeterminação informativa;
a ocorrência de crime definido em lei como de ação pública, ou III - a liberdade de expressão, de informação, de comunicação
indícios da prática de tais crimes, informarão ao Ministério Público, e de opinião;
juntando à comunicação os documentos necessários à apuração ou IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem;
comprovação dos fatos. V - o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação;
§ 1o A comunicação de que trata este artigo será efetuada pe- VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consu-
los Presidentes do Banco Central do Brasil e da Comissão de Valores midor; e
Mobiliários, admitida delegação de competência, no prazo máximo VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personali-
de quinze dias, a contar do recebimento do processo, com manifes- dade, a dignidade e o exercício da cidadania pelas pessoas naturais.
tação dos respectivos serviços jurídicos. Art. 3º Esta Lei aplica-se a qualquer operação de tratamento
§ 2o Independentemente do disposto no caput deste artigo, o realizada por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito públi-
Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários comu- co ou privado, independentemente do meio, do país de sua sede ou
nicarão aos órgãos públicos competentes as irregularidades e os do país onde estejam localizados os dados, desde que:
ilícitos administrativos de que tenham conhecimento, ou indícios I - a operação de tratamento seja realizada no território na-
de sua prática, anexando os documentos pertinentes. cional;
Art. 10. A quebra de sigilo, fora das hipóteses autorizadas nesta II - a atividade de tratamento tenha por objetivo a oferta ou
Lei Complementar, constitui crime e sujeita os responsáveis à pena o fornecimento de bens ou serviços ou o tratamento de dados de
de reclusão, de um a quatro anos, e multa, aplicando-se, no que indivíduos localizados no território nacional; ou (Redação dada pela
couber, o Código Penal, sem prejuízo de outras sanções cabíveis. Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem omitir, re- III - os dados pessoais objeto do tratamento tenham sido cole-
tardar injustificadamente ou prestar falsamente as informações tados no território nacional.
requeridas nos termos desta Lei Complementar. § 1º Consideram-se coletados no território nacional os dados
Art. 11. O servidor público que utilizar ou viabilizar a utilização pessoais cujo titular nele se encontre no momento da coleta.
de qualquer informação obtida em decorrência da quebra de sigilo § 2º Excetua-se do disposto no inciso I deste artigo o tratamen-
de que trata esta Lei Complementar responde pessoal e diretamen- to de dados previsto no inciso IV do caput do art. 4º desta Lei.
te pelos danos decorrentes, sem prejuízo da responsabilidade ob- Art. 4º Esta Lei não se aplica ao tratamento de dados pessoais:
jetiva da entidade pública, quando comprovado que o servidor agiu I - realizado por pessoa natural para fins exclusivamente parti-
de acordo com orientação oficial. culares e não econômicos;
Art. 12. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua II - realizado para fins exclusivamente:
publicação. a) jornalístico e artísticos; ou
Art. 13. Revoga-se o art. 38 da Lei no 4.595, de 31 de dezembro b) acadêmicos, aplicando-se a esta hipótese os arts. 7º e 11
de 1964. desta Lei;
III - realizado para fins exclusivos de:
a) segurança pública;
LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (LGPD): LEI Nº
b) defesa nacional;
13.709, DE 14 DE AGOSTO DE 2018 E SUAS ALTERAÇÕES
c) segurança do Estado; ou
d) atividades de investigação e repressão de infrações penais;
LEI Nº 13.709, DE 14 DE AGOSTO DE 2018. ou
IV - provenientes de fora do território nacional e que não sejam
Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). (Redação objeto de comunicação, uso compartilhado de dados com agentes
dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência de tratamento brasileiros ou objeto de transferência internacional
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- de dados com outro país que não o de proveniência, desde que o
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: país de proveniência proporcione grau de proteção de dados pes-
soais adequado ao previsto nesta Lei.

222
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 1º O tratamento de dados pessoais previsto no inciso III será XIV - eliminação: exclusão de dado ou de conjunto de dados
regido por legislação específica, que deverá prever medidas pro- armazenados em banco de dados, independentemente do proce-
porcionais e estritamente necessárias ao atendimento do interesse dimento empregado;
público, observados o devido processo legal, os princípios gerais de XV - transferência internacional de dados: transferência de da-
proteção e os direitos do titular previstos nesta Lei. dos pessoais para país estrangeiro ou organismo internacional do
§ 2º É vedado o tratamento dos dados a que se refere o inciso qual o país seja membro;
III do caput deste artigo por pessoa de direito privado, exceto em XVI - uso compartilhado de dados: comunicação, difusão,
procedimentos sob tutela de pessoa jurídica de direito público, que transferência internacional, interconexão de dados pessoais ou tra-
serão objeto de informe específico à autoridade nacional e que de- tamento compartilhado de bancos de dados pessoais por órgãos e
verão observar a limitação imposta no § 4º deste artigo. entidades públicos no cumprimento de suas competências legais,
§ 3º A autoridade nacional emitirá opiniões técnicas ou reco- ou entre esses e entes privados, reciprocamente, com autorização
mendações referentes às exceções previstas no inciso III do caput específica, para uma ou mais modalidades de tratamento permiti-
deste artigo e deverá solicitar aos responsáveis relatórios de impac- das por esses entes públicos, ou entre entes privados;
to à proteção de dados pessoais. XVII - relatório de impacto à proteção de dados pessoais: do-
§ 4º Em nenhum caso a totalidade dos dados pessoais de ban- cumentação do controlador que contém a descrição dos proces-
co de dados de que trata o inciso III do caput deste artigo poderá sos de tratamento de dados pessoais que podem gerar riscos às
ser tratada por pessoa de direito privado, salvo por aquela que pos- liberdades civis e aos direitos fundamentais, bem como medidas,
sua capital integralmente constituído pelo poder público. (Redação salvaguardas e mecanismos de mitigação de risco;
dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência XVIII - órgão de pesquisa: órgão ou entidade da administração
Art. 5º Para os fins desta Lei, considera-se: pública direta ou indireta ou pessoa jurídica de direito privado sem
I - dado pessoal: informação relacionada a pessoa natural iden- fins lucrativos legalmente constituída sob as leis brasileiras, com
tificada ou identificável; sede e foro no País, que inclua em sua missão institucional ou em
II - dado pessoal sensível: dado pessoal sobre origem racial ou seu objetivo social ou estatutário a pesquisa básica ou aplicada de
étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou caráter histórico, científico, tecnológico ou estatístico; e (Redação
a organização de caráter religioso, filosófico ou político, dado refe- dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
rente à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico, quan- XIX - autoridade nacional: órgão da administração pública res-
do vinculado a uma pessoa natural; ponsável por zelar, implementar e fiscalizar o cumprimento desta
III - dado anonimizado: dado relativo a titular que não possa ser Lei em todo o território nacional. (Redação dada pela Lei nº 13.853,
identificado, considerando a utilização de meios técnicos razoáveis de 2019) Vigência
e disponíveis na ocasião de seu tratamento; Art. 6º As atividades de tratamento de dados pessoais deverão
IV - banco de dados: conjunto estruturado de dados pessoais, observar a boa-fé e os seguintes princípios:
estabelecido em um ou em vários locais, em suporte eletrônico ou I - finalidade: realização do tratamento para propósitos legí-
físico; timos, específicos, explícitos e informados ao titular, sem possibi-
V - titular: pessoa natural a quem se referem os dados pessoais lidade de tratamento posterior de forma incompatível com essas
que são objeto de tratamento; finalidades;
VI - controlador: pessoa natural ou jurídica, de direito público II - adequação: compatibilidade do tratamento com as finali-
ou privado, a quem competem as decisões referentes ao tratamen- dades informadas ao titular, de acordo com o contexto do trata-
to de dados pessoais; mento;
VII - operador: pessoa natural ou jurídica, de direito público ou III - necessidade: limitação do tratamento ao mínimo neces-
privado, que realiza o tratamento de dados pessoais em nome do sário para a realização de suas finalidades, com abrangência dos
controlador; dados pertinentes, proporcionais e não excessivos em relação às
VIII - encarregado: pessoa indicada pelo controlador e opera- finalidades do tratamento de dados;
dor para atuar como canal de comunicação entre o controlador, os IV - livre acesso: garantia, aos titulares, de consulta facilitada e
titulares dos dados e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados gratuita sobre a forma e a duração do tratamento, bem como sobre
(ANPD); (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência a integralidade de seus dados pessoais;
IX - agentes de tratamento: o controlador e o operador; V - qualidade dos dados: garantia, aos titulares, de exatidão,
X - tratamento: toda operação realizada com dados pessoais, clareza, relevância e atualização dos dados, de acordo com a ne-
como as que se referem a coleta, produção, recepção, classificação, cessidade e para o cumprimento da finalidade de seu tratamento;
utilização, acesso, reprodução, transmissão, distribuição, processa- VI - transparência: garantia, aos titulares, de informações
mento, arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação ou claras, precisas e facilmente acessíveis sobre a realização do tra-
controle da informação, modificação, comunicação, transferência, tamento e os respectivos agentes de tratamento, observados os
difusão ou extração; segredos comercial e industrial;
XI - anonimização: utilização de meios técnicos razoáveis e VII - segurança: utilização de medidas técnicas e administrati-
disponíveis no momento do tratamento, por meio dos quais um vas aptas a proteger os dados pessoais de acessos não autorizados
dado perde a possibilidade de associação, direta ou indireta, a um e de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração,
indivíduo; comunicação ou difusão;
XII - consentimento: manifestação livre, informada e inequívo- VIII - prevenção: adoção de medidas para prevenir a ocorrência
ca pela qual o titular concorda com o tratamento de seus dados de danos em virtude do tratamento de dados pessoais;
pessoais para uma finalidade determinada; IX - não discriminação: impossibilidade de realização do trata-
XIII - bloqueio: suspensão temporária de qualquer operação mento para fins discriminatórios ilícitos ou abusivos;
de tratamento, mediante guarda do dado pessoal ou do banco de
dados;

223
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
X - responsabilização e prestação de contas: demonstração, § 7º O tratamento posterior dos dados pessoais a que se re-
pelo agente, da adoção de medidas eficazes e capazes de compro- ferem os §§ 3º e 4º deste artigo poderá ser realizado para novas
var a observância e o cumprimento das normas de proteção de da- finalidades, desde que observados os propósitos legítimos e espe-
dos pessoais e, inclusive, da eficácia dessas medidas. cíficos para o novo tratamento e a preservação dos direitos do titu-
lar, assim como os fundamentos e os princípios previstos nesta Lei.
CAPÍTULO II (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS Art. 8º O consentimento previsto no inciso I do art. 7º desta Lei
deverá ser fornecido por escrito ou por outro meio que demonstre
SEÇÃO I a manifestação de vontade do titular.
DOS REQUISITOS PARA O TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS § 1º Caso o consentimento seja fornecido por escrito, esse de-
verá constar de cláusula destacada das demais cláusulas contratu-
Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente poderá ser ais.
realizado nas seguintes hipóteses: § 2º Cabe ao controlador o ônus da prova de que o consenti-
I - mediante o fornecimento de consentimento pelo titular; mento foi obtido em conformidade com o disposto nesta Lei.
II - para o cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo § 3º É vedado o tratamento de dados pessoais mediante vício
controlador; de consentimento.
III - pela administração pública, para o tratamento e uso com- § 4º O consentimento deverá referir-se a finalidades determi-
partilhado de dados necessários à execução de políticas públicas nadas, e as autorizações genéricas para o tratamento de dados pes-
previstas em leis e regulamentos ou respaldadas em contratos, soais serão nulas.
convênios ou instrumentos congêneres, observadas as disposições § 5º O consentimento pode ser revogado a qualquer momento
do Capítulo IV desta Lei; mediante manifestação expressa do titular, por procedimento gra-
IV - para a realização de estudos por órgão de pesquisa, ga- tuito e facilitado, ratificados os tratamentos realizados sob amparo
rantida, sempre que possível, a anonimização dos dados pessoais; do consentimento anteriormente manifestado enquanto não hou-
V - quando necessário para a execução de contrato ou de pro- ver requerimento de eliminação, nos termos do inciso VI do caput
cedimentos preliminares relacionados a contrato do qual seja parte do art. 18 desta Lei.
o titular, a pedido do titular dos dados; § 6º Em caso de alteração de informação referida nos incisos
VI - para o exercício regular de direitos em processo judicial, I, II, III ou V do art. 9º desta Lei, o controlador deverá informar ao
administrativo ou arbitral, esse último nos termos da Lei nº 9.307, titular, com destaque de forma específica do teor das alterações,
de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem) ; podendo o titular, nos casos em que o seu consentimento é exigido,
VII - para a proteção da vida ou da incolumidade física do titu- revogá-lo caso discorde da alteração.
lar ou de terceiro; Art. 9º O titular tem direito ao acesso facilitado às informações
VIII - para a tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento sobre o tratamento de seus dados, que deverão ser disponibiliza-
realizado por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autorida- das de forma clara, adequada e ostensiva acerca de, entre outras
de sanitária; (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência características previstas em regulamentação para o atendimento
IX - quando necessário para atender aos interesses legítimos do princípio do livre acesso:
do controlador ou de terceiro, exceto no caso de prevalecerem di- I - finalidade específica do tratamento;
reitos e liberdades fundamentais do titular que exijam a proteção II - forma e duração do tratamento, observados os segredos
dos dados pessoais; ou comercial e industrial;
X - para a proteção do crédito, inclusive quanto ao disposto na III - identificação do controlador;
legislação pertinente. IV - informações de contato do controlador;
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) V - informações acerca do uso compartilhado de dados pelo
Vigência controlador e a finalidade;
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) VI - responsabilidades dos agentes que realizarão o tratamen-
Vigência to; e
§ 3º O tratamento de dados pessoais cujo acesso é público VII - direitos do titular, com menção explícita aos direitos con-
deve considerar a finalidade, a boa-fé e o interesse público que jus- tidos no art. 18 desta Lei.
tificaram sua disponibilização. § 1º Na hipótese em que o consentimento é requerido, esse
§ 4º É dispensada a exigência do consentimento previsto no será considerado nulo caso as informações fornecidas ao titular te-
caput deste artigo para os dados tornados manifestamente públi- nham conteúdo enganoso ou abusivo ou não tenham sido apresen-
cos pelo titular, resguardados os direitos do titular e os princípios tadas previamente com transparência, de forma clara e inequívoca.
previstos nesta Lei. § 2º Na hipótese em que o consentimento é requerido, se hou-
§ 5º O controlador que obteve o consentimento referido no ver mudanças da finalidade para o tratamento de dados pessoais
inciso I do caput deste artigo que necessitar comunicar ou com- não compatíveis com o consentimento original, o controlador de-
partilhar dados pessoais com outros controladores deverá obter verá informar previamente o titular sobre as mudanças de finalida-
consentimento específico do titular para esse fim, ressalvadas as de, podendo o titular revogar o consentimento, caso discorde das
hipóteses de dispensa do consentimento previstas nesta Lei. alterações.
§ 6º A eventual dispensa da exigência do consentimento não § 3º Quando o tratamento de dados pessoais for condição
desobriga os agentes de tratamento das demais obrigações previs- para o fornecimento de produto ou de serviço ou para o exercício
tas nesta Lei, especialmente da observância dos princípios gerais e de direito, o titular será informado com destaque sobre esse fato
da garantia dos direitos do titular. e sobre os meios pelos quais poderá exercer os direitos do titular
elencados no art. 18 desta Lei.

224
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 10. O legítimo interesse do controlador somente poderá § 4º É vedada a comunicação ou o uso compartilhado entre
fundamentar tratamento de dados pessoais para finalidades legí- controladores de dados pessoais sensíveis referentes à saúde com
timas, consideradas a partir de situações concretas, que incluem, objetivo de obter vantagem econômica, exceto nas hipóteses rela-
mas não se limitam a: tivas a prestação de serviços de saúde, de assistência farmacêutica
I - apoio e promoção de atividades do controlador; e e de assistência à saúde, desde que observado o § 5º deste artigo,
II - proteção, em relação ao titular, do exercício regular de seus incluídos os serviços auxiliares de diagnose e terapia, em benefí-
direitos ou prestação de serviços que o beneficiem, respeitadas as cio dos interesses dos titulares de dados, e para permitir: (Redação
legítimas expectativas dele e os direitos e liberdades fundamentais, dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
nos termos desta Lei. I - a portabilidade de dados quando solicitada pelo titular; ou
§ 1º Quando o tratamento for baseado no legítimo interesse (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
do controlador, somente os dados pessoais estritamente necessá- II - as transações financeiras e administrativas resultantes do
rios para a finalidade pretendida poderão ser tratados. uso e da prestação dos serviços de que trata este parágrafo. (Inclu-
§ 2º O controlador deverá adotar medidas para garantir a ído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
transparência do tratamento de dados baseado em seu legítimo § 5º É vedado às operadoras de planos privados de assistência
interesse. à saúde o tratamento de dados de saúde para a prática de sele-
§ 3º A autoridade nacional poderá solicitar ao controlador re- ção de riscos na contratação de qualquer modalidade, assim como
latório de impacto à proteção de dados pessoais, quando o trata- na contratação e exclusão de beneficiários. (Incluído pela Lei nº
mento tiver como fundamento seu interesse legítimo, observados 13.853, de 2019) Vigência
os segredos comercial e industrial. Art. 12. Os dados anonimizados não serão considerados dados
pessoais para os fins desta Lei, salvo quando o processo de ano-
SEÇÃO II nimização ao qual foram submetidos for revertido, utilizando ex-
DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS SENSÍVEIS clusivamente meios próprios, ou quando, com esforços razoáveis,
puder ser revertido.
Art. 11. O tratamento de dados pessoais sensíveis somente po- § 1º A determinação do que seja razoável deve levar em con-
derá ocorrer nas seguintes hipóteses: sideração fatores objetivos, tais como custo e tempo necessários
I - quando o titular ou seu responsável legal consentir, de for- para reverter o processo de anonimização, de acordo com as tecno-
ma específica e destacada, para finalidades específicas; logias disponíveis, e a utilização exclusiva de meios próprios.
II - sem fornecimento de consentimento do titular, nas hipóte- § 2º Poderão ser igualmente considerados como dados pesso-
ses em que for indispensável para: ais, para os fins desta Lei, aqueles utilizados para formação do perfil
a) cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo contro- comportamental de determinada pessoa natural, se identificada.
lador; § 3º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões e
b) tratamento compartilhado de dados necessários à execu- técnicas utilizados em processos de anonimização e realizar veri-
ção, pela administração pública, de políticas públicas previstas em ficações acerca de sua segurança, ouvido o Conselho Nacional de
leis ou regulamentos; Proteção de Dados Pessoais.
c) realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida, sem- Art. 13. Na realização de estudos em saúde pública, os órgãos
pre que possível, a anonimização dos dados pessoais sensíveis; de pesquisa poderão ter acesso a bases de dados pessoais, que se-
d) exercício regular de direitos, inclusive em contrato e em pro- rão tratados exclusivamente dentro do órgão e estritamente para
cesso judicial, administrativo e arbitral, este último nos termos da a finalidade de realização de estudos e pesquisas e mantidos em
Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem) ; ambiente controlado e seguro, conforme práticas de segurança
e) proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou de previstas em regulamento específico e que incluam, sempre que
terceiro; possível, a anonimização ou pseudonimização dos dados, bem
f) tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado como considerem os devidos padrões éticos relacionados a estu-
por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autoridade sanitá- dos e pesquisas.
ria; ou (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência § 1º A divulgação dos resultados ou de qualquer excerto do es-
g) garantia da prevenção à fraude e à segurança do titular, nos tudo ou da pesquisa de que trata o caput deste artigo em nenhuma
processos de identificação e autenticação de cadastro em sistemas hipótese poderá revelar dados pessoais.
eletrônicos, resguardados os direitos mencionados no art. 9º desta § 2º O órgão de pesquisa será o responsável pela segurança
Lei e exceto no caso de prevalecerem direitos e liberdades funda- da informação prevista no caput deste artigo, não permitida, em
mentais do titular que exijam a proteção dos dados pessoais. circunstância alguma, a transferência dos dados a terceiro.
§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo a qualquer tratamento § 3º O acesso aos dados de que trata este artigo será objeto de
de dados pessoais que revele dados pessoais sensíveis e que possa regulamentação por parte da autoridade nacional e das autorida-
causar dano ao titular, ressalvado o disposto em legislação especí- des da área de saúde e sanitárias, no âmbito de suas competências.
fica. § 4º Para os efeitos deste artigo, a pseudonimização é o tra-
§ 2º Nos casos de aplicação do disposto nas alíneas “a” e “b” tamento por meio do qual um dado perde a possibilidade de as-
do inciso II do caput deste artigo pelos órgãos e pelas entidades pú- sociação, direta ou indireta, a um indivíduo, senão pelo uso de in-
blicas, será dada publicidade à referida dispensa de consentimento, formação adicional mantida separadamente pelo controlador em
nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei. ambiente controlado e seguro.
§ 3º A comunicação ou o uso compartilhado de dados pessoais
sensíveis entre controladores com objetivo de obter vantagem eco-
nômica poderá ser objeto de vedação ou de regulamentação por
parte da autoridade nacional, ouvidos os órgãos setoriais do Poder
Público, no âmbito de suas competências.

225
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
SEÇÃO III CAPÍTULO III
DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS DE CRIANÇAS E DOS DIREITOS DO TITULAR
DE ADOLESCENTES
Art. 17. Toda pessoa natural tem assegurada a titularidade de
Art. 14. O tratamento de dados pessoais de crianças e de ado- seus dados pessoais e garantidos os direitos fundamentais de liber-
lescentes deverá ser realizado em seu melhor interesse, nos termos dade, de intimidade e de privacidade, nos termos desta Lei.
deste artigo e da legislação pertinente. Art. 18. O titular dos dados pessoais tem direito a obter do con-
§ 1º O tratamento de dados pessoais de crianças deverá ser trolador, em relação aos dados do titular por ele tratados, a qual-
realizado com o consentimento específico e em destaque dado por quer momento e mediante requisição:
pelo menos um dos pais ou pelo responsável legal. I - confirmação da existência de tratamento;
§ 2º No tratamento de dados de que trata o § 1º deste artigo, II - acesso aos dados;
os controladores deverão manter pública a informação sobre os ti- III - correção de dados incompletos, inexatos ou desatualiza-
pos de dados coletados, a forma de sua utilização e os procedimen- dos;
tos para o exercício dos direitos a que se refere o art. 18 desta Lei. IV - anonimização, bloqueio ou eliminação de dados desneces-
§ 3º Poderão ser coletados dados pessoais de crianças sem o sários, excessivos ou tratados em desconformidade com o disposto
consentimento a que se refere o § 1º deste artigo quando a coleta nesta Lei;
for necessária para contatar os pais ou o responsável legal, utiliza- V - portabilidade dos dados a outro fornecedor de serviço ou
dos uma única vez e sem armazenamento, ou para sua proteção, e produto, mediante requisição expressa, de acordo com a regula-
em nenhum caso poderão ser repassados a terceiro sem o consen- mentação da autoridade nacional, observados os segredos comer-
timento de que trata o § 1º deste artigo. cial e industrial; (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigên-
§ 4º Os controladores não deverão condicionar a participação cia
dos titulares de que trata o § 1º deste artigo em jogos, aplicações VI - eliminação dos dados pessoais tratados com o consenti-
de internet ou outras atividades ao fornecimento de informações mento do titular, exceto nas hipóteses previstas no art. 16 desta
pessoais além das estritamente necessárias à atividade. Lei;
§ 5º O controlador deve realizar todos os esforços razoáveis VII - informação das entidades públicas e privadas com as quais
para verificar que o consentimento a que se refere o § 1º deste o controlador realizou uso compartilhado de dados;
artigo foi dado pelo responsável pela criança, consideradas as tec- VIII - informação sobre a possibilidade de não fornecer consen-
nologias disponíveis. timento e sobre as consequências da negativa;
§ 6º As informações sobre o tratamento de dados referidas IX - revogação do consentimento, nos termos do § 5º do art.
neste artigo deverão ser fornecidas de maneira simples, clara e 8º desta Lei.
acessível, consideradas as características físico-motoras, percepti- § 1º O titular dos dados pessoais tem o direito de peticionar em
vas, sensoriais, intelectuais e mentais do usuário, com uso de re- relação aos seus dados contra o controlador perante a autoridade
cursos audiovisuais quando adequado, de forma a proporcionar a nacional.
informação necessária aos pais ou ao responsável legal e adequada § 2º O titular pode opor-se a tratamento realizado com funda-
ao entendimento da criança. mento em uma das hipóteses de dispensa de consentimento, em
caso de descumprimento ao disposto nesta Lei.
SEÇÃO IV § 3º Os direitos previstos neste artigo serão exercidos median-
DO TÉRMINO DO TRATAMENTO DE DADOS te requerimento expresso do titular ou de representante legalmen-
te constituído, a agente de tratamento.
Art. 15. O término do tratamento de dados pessoais ocorrerá § 4º Em caso de impossibilidade de adoção imediata da pro-
nas seguintes hipóteses: vidência de que trata o § 3º deste artigo, o controlador enviará ao
I - verificação de que a finalidade foi alcançada ou de que os titular resposta em que poderá:
dados deixaram de ser necessários ou pertinentes ao alcance da I - comunicar que não é agente de tratamento dos dados e in-
finalidade específica almejada; dicar, sempre que possível, o agente; ou
II - fim do período de tratamento; II - indicar as razões de fato ou de direito que impedem a ado-
III - comunicação do titular, inclusive no exercício de seu direito ção imediata da providência.
de revogação do consentimento conforme disposto no § 5º do art. § 5º O requerimento referido no § 3º deste artigo será atendi-
8º desta Lei, resguardado o interesse público; ou do sem custos para o titular, nos prazos e nos termos previstos em
IV - determinação da autoridade nacional, quando houver vio- regulamento.
lação ao disposto nesta Lei. § 6º O responsável deverá informar, de maneira imediata, aos
Art. 16. Os dados pessoais serão eliminados após o término de agentes de tratamento com os quais tenha realizado uso comparti-
seu tratamento, no âmbito e nos limites técnicos das atividades, lhado de dados a correção, a eliminação, a anonimização ou o blo-
autorizada a conservação para as seguintes finalidades: queio dos dados, para que repitam idêntico procedimento, exceto
I - cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo contro- nos casos em que esta comunicação seja comprovadamente impos-
lador; sível ou implique esforço desproporcional. (Redação dada pela Lei
II - estudo por órgão de pesquisa, garantida, sempre que possí- nº 13.853, de 2019) Vigência
vel, a anonimização dos dados pessoais; § 7º A portabilidade dos dados pessoais a que se refere o inciso
III - transferência a terceiro, desde que respeitados os requisi- V do caput deste artigo não inclui dados que já tenham sido anoni-
tos de tratamento de dados dispostos nesta Lei; ou mizados pelo controlador.
IV - uso exclusivo do controlador, vedado seu acesso por tercei- § 8º O direito a que se refere o § 1º deste artigo também po-
ro, e desde que anonimizados os dados. derá ser exercido perante os organismos de defesa do consumidor.

226
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 19. A confirmação de existência ou o acesso a dados pesso- I - sejam informadas as hipóteses em que, no exercício de suas
ais serão providenciados, mediante requisição do titular: competências, realizam o tratamento de dados pessoais, fornecen-
I - em formato simplificado, imediatamente; ou do informações claras e atualizadas sobre a previsão legal, a fina-
II - por meio de declaração clara e completa, que indique a lidade, os procedimentos e as práticas utilizadas para a execução
origem dos dados, a inexistência de registro, os critérios utilizados dessas atividades, em veículos de fácil acesso, preferencialmente
e a finalidade do tratamento, observados os segredos comercial e em seus sítios eletrônicos;
industrial, fornecida no prazo de até 15 (quinze) dias, contado da II - (VETADO); e
data do requerimento do titular. III - seja indicado um encarregado quando realizarem opera-
§ 1º Os dados pessoais serão armazenados em formato que ções de tratamento de dados pessoais, nos termos do art. 39 desta
favoreça o exercício do direito de acesso. Lei; e (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
§ 2º As informações e os dados poderão ser fornecidos, a cri- IV - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
tério do titular: § 1º A autoridade nacional poderá dispor sobre as formas de
I - por meio eletrônico, seguro e idôneo para esse fim; ou publicidade das operações de tratamento.
II - sob forma impressa. § 2º O disposto nesta Lei não dispensa as pessoas jurídicas
§ 3º Quando o tratamento tiver origem no consentimento do mencionadas no caput deste artigo de instituir as autoridades de
titular ou em contrato, o titular poderá solicitar cópia eletrônica que trata a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Aces-
integral de seus dados pessoais, observados os segredos comercial so à Informação) .
e industrial, nos termos de regulamentação da autoridade nacional, § 3º Os prazos e procedimentos para exercício dos direitos do
em formato que permita a sua utilização subsequente, inclusive em titular perante o Poder Público observarão o disposto em legislação
outras operações de tratamento. específica, em especial as disposições constantes da Lei nº 9.507,
§ 4º A autoridade nacional poderá dispor de forma diferencia- de 12 de novembro de 1997 (Lei do Habeas Data) , da Lei nº 9.784,
da acerca dos prazos previstos nos incisos I e II do caput deste arti- de 29 de janeiro de 1999 (Lei Geral do Processo Administrativo) ,
go para os setores específicos. e da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à
Art. 20. O titular dos dados tem direito a solicitar a revisão de Informação) .
decisões tomadas unicamente com base em tratamento automa- § 4º Os serviços notariais e de registro exercidos em caráter
tizado de dados pessoais que afetem seus interesses, incluídas as privado, por delegação do Poder Público, terão o mesmo tratamen-
decisões destinadas a definir o seu perfil pessoal, profissional, de to dispensado às pessoas jurídicas referidas no caput deste artigo,
consumo e de crédito ou os aspectos de sua personalidade. (Reda- nos termos desta Lei.
ção dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência § 5º Os órgãos notariais e de registro devem fornecer acesso
§ 1º O controlador deverá fornecer, sempre que solicitadas, aos dados por meio eletrônico para a administração pública, tendo
informações claras e adequadas a respeito dos critérios e dos pro- em vista as finalidades de que trata o caput deste artigo.
cedimentos utilizados para a decisão automatizada, observados os Art. 24. As empresas públicas e as sociedades de economia
segredos comercial e industrial. mista que atuam em regime de concorrência, sujeitas ao disposto
§ 2º Em caso de não oferecimento de informações de que trata no art. 173 da Constituição Federal , terão o mesmo tratamento
o § 1º deste artigo baseado na observância de segredo comercial e dispensado às pessoas jurídicas de direito privado particulares, nos
industrial, a autoridade nacional poderá realizar auditoria para veri- termos desta Lei.
ficação de aspectos discriminatórios em tratamento automatizado Parágrafo único. As empresas públicas e as sociedades de eco-
de dados pessoais. nomia mista, quando estiverem operacionalizando políticas pú-
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência blicas e no âmbito da execução delas, terão o mesmo tratamento
Art. 21. Os dados pessoais referentes ao exercício regular de dispensado aos órgãos e às entidades do Poder Público, nos termos
direitos pelo titular não podem ser utilizados em seu prejuízo. deste Capítulo.
Art. 22. A defesa dos interesses e dos direitos dos titulares de Art. 25. Os dados deverão ser mantidos em formato interope-
dados poderá ser exercida em juízo, individual ou coletivamente, rável e estruturado para o uso compartilhado, com vistas à execu-
na forma do disposto na legislação pertinente, acerca dos instru- ção de políticas públicas, à prestação de serviços públicos, à des-
mentos de tutela individual e coletiva. centralização da atividade pública e à disseminação e ao acesso das
informações pelo público em geral.
CAPÍTULO IV Art. 26. O uso compartilhado de dados pessoais pelo Poder
DO TRATAMENTO DE DADOS Público deve atender a finalidades específicas de execução de po-
PESSOAIS PELO PODER PÚBLICO líticas públicas e atribuição legal pelos órgãos e pelas entidades
públicas, respeitados os princípios de proteção de dados pessoais
SEÇÃO I elencados no art. 6º desta Lei.
DAS REGRAS § 1º É vedado ao Poder Público transferir a entidades privadas
dados pessoais constantes de bases de dados a que tenha acesso,
Art. 23. O tratamento de dados pessoais pelas pessoas jurídicas exceto:
de direito público referidas no parágrafo único do art. 1º da Lei nº I - em casos de execução descentralizada de atividade pública
12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação) , que exija a transferência, exclusivamente para esse fim específico
deverá ser realizado para o atendimento de sua finalidade pública, e determinado, observado o disposto na Lei nº 12.527, de 18 de
na persecução do interesse público, com o objetivo de executar as novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação) ;
competências legais ou cumprir as atribuições legais do serviço pú- II - (VETADO);
blico, desde que: III - nos casos em que os dados forem acessíveis publicamente,
observadas as disposições desta Lei.

227
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
IV - quando houver previsão legal ou a transferência for res- d) selos, certificados e códigos de conduta regularmente emi-
paldada em contratos, convênios ou instrumentos congêneres; ou tidos;
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência III - quando a transferência for necessária para a cooperação
V - na hipótese de a transferência dos dados objetivar exclusi- jurídica internacional entre órgãos públicos de inteligência, de in-
vamente a prevenção de fraudes e irregularidades, ou proteger e vestigação e de persecução, de acordo com os instrumentos de di-
resguardar a segurança e a integridade do titular dos dados, desde reito internacional;
que vedado o tratamento para outras finalidades. (Incluído pela Lei IV - quando a transferência for necessária para a proteção da
nº 13.853, de 2019) Vigência vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiro;
§ 2º Os contratos e convênios de que trata o § 1º deste artigo V - quando a autoridade nacional autorizar a transferência;
deverão ser comunicados à autoridade nacional. VI - quando a transferência resultar em compromisso assumido
Art. 27. A comunicação ou o uso compartilhado de dados pes- em acordo de cooperação internacional;
soais de pessoa jurídica de direito público a pessoa de direito priva- VII - quando a transferência for necessária para a execução de
do será informado à autoridade nacional e dependerá de consenti- política pública ou atribuição legal do serviço público, sendo dada
mento do titular, exceto: publicidade nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei;
I - nas hipóteses de dispensa de consentimento previstas nesta VIII - quando o titular tiver fornecido o seu consentimento es-
Lei; pecífico e em destaque para a transferência, com informação pré-
II - nos casos de uso compartilhado de dados, em que será dada via sobre o caráter internacional da operação, distinguindo clara-
publicidade nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei; ou mente esta de outras finalidades; ou
III - nas exceções constantes do § 1º do art. 26 desta Lei. IX - quando necessário para atender as hipóteses previstas nos
Parágrafo único. A informação à autoridade nacional de que incisos II, V e VI do art. 7º desta Lei.
trata o caput deste artigo será objeto de regulamentação. (Incluído Parágrafo único. Para os fins do inciso I deste artigo, as pessoas
pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência jurídicas de direito público referidas no parágrafo único do art. 1º
Art. 28. (VETADO). da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Infor-
Art. 29. A autoridade nacional poderá solicitar, a qualquer mo- mação) , no âmbito de suas competências legais, e responsáveis, no
mento, aos órgãos e às entidades do poder público a realização de âmbito de suas atividades, poderão requerer à autoridade nacional
operações de tratamento de dados pessoais, informações específi- a avaliação do nível de proteção a dados pessoais conferido por
cas sobre o âmbito e a natureza dos dados e outros detalhes do tra- país ou organismo internacional.
tamento realizado e poderá emitir parecer técnico complementar Art. 34. O nível de proteção de dados do país estrangeiro ou
para garantir o cumprimento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº do organismo internacional mencionado no inciso I do caput do art.
13.853, de 2019) Vigência 33 desta Lei será avaliado pela autoridade nacional, que levará em
Art. 30. A autoridade nacional poderá estabelecer normas consideração:
complementares para as atividades de comunicação e de uso com- I - as normas gerais e setoriais da legislação em vigor no país de
partilhado de dados pessoais. destino ou no organismo internacional;
II - a natureza dos dados;
SEÇÃO II III - a observância dos princípios gerais de proteção de dados
DA RESPONSABILIDADE pessoais e direitos dos titulares previstos nesta Lei;
IV - a adoção de medidas de segurança previstas em regula-
Art. 31. Quando houver infração a esta Lei em decorrência do mento;
tratamento de dados pessoais por órgãos públicos, a autoridade V - a existência de garantias judiciais e institucionais para o res-
nacional poderá enviar informe com medidas cabíveis para fazer peito aos direitos de proteção de dados pessoais; e
cessar a violação. VI - outras circunstâncias específicas relativas à transferência.
Art. 32. A autoridade nacional poderá solicitar a agentes do Art. 35. A definição do conteúdo de cláusulas-padrão contra-
Poder Público a publicação de relatórios de impacto à proteção de tuais, bem como a verificação de cláusulas contratuais específicas
dados pessoais e sugerir a adoção de padrões e de boas práticas para uma determinada transferência, normas corporativas globais
para os tratamentos de dados pessoais pelo Poder Público. ou selos, certificados e códigos de conduta, a que se refere o inci-
so II do caput do art. 33 desta Lei, será realizada pela autoridade
CAPÍTULO V nacional.
DA TRANSFERÊNCIA INTERNACIONAL DE DADOS § 1º Para a verificação do disposto no caput deste artigo, deve-
rão ser considerados os requisitos, as condições e as garantias mí-
Art. 33. A transferência internacional de dados pessoais so- nimas para a transferência que observem os direitos, as garantias e
mente é permitida nos seguintes casos: os princípios desta Lei.
I - para países ou organismos internacionais que proporcionem § 2º Na análise de cláusulas contratuais, de documentos ou de
grau de proteção de dados pessoais adequado ao previsto nesta normas corporativas globais submetidas à aprovação da autorida-
Lei; de nacional, poderão ser requeridas informações suplementares ou
II - quando o controlador oferecer e comprovar garantias de realizadas diligências de verificação quanto às operações de trata-
cumprimento dos princípios, dos direitos do titular e do regime de mento, quando necessário.
proteção de dados previstos nesta Lei, na forma de: § 3º A autoridade nacional poderá designar organismos de cer-
a) cláusulas contratuais específicas para determinada transfe- tificação para a realização do previsto no caput deste artigo, que
rência; permanecerão sob sua fiscalização nos termos definidos em regu-
b) cláusulas-padrão contratuais; lamento.
c) normas corporativas globais;

228
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 4º Os atos realizados por organismo de certificação poderão § 3º A autoridade nacional poderá estabelecer normas com-
ser revistos pela autoridade nacional e, caso em desconformidade plementares sobre a definição e as atribuições do encarregado,
com esta Lei, submetidos a revisão ou anulados. inclusive hipóteses de dispensa da necessidade de sua indicação,
§ 5º As garantias suficientes de observância dos princípios ge- conforme a natureza e o porte da entidade ou o volume de opera-
rais de proteção e dos direitos do titular referidas no caput deste ções de tratamento de dados.
artigo serão também analisadas de acordo com as medidas técnicas § 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
e organizacionais adotadas pelo operador, de acordo com o previs-
to nos §§ 1º e 2º do art. 46 desta Lei. SEÇÃO III
Art. 36. As alterações nas garantias apresentadas como sufi- DA RESPONSABILIDADE E DO RESSARCIMENTO DE DANOS
cientes de observância dos princípios gerais de proteção e dos di-
reitos do titular referidas no inciso II do art. 33 desta Lei deverão ser Art. 42. O controlador ou o operador que, em razão do exercí-
comunicadas à autoridade nacional. cio de atividade de tratamento de dados pessoais, causar a outrem
dano patrimonial, moral, individual ou coletivo, em violação à legis-
CAPÍTULO VI lação de proteção de dados pessoais, é obrigado a repará-lo.
DOS AGENTES DE TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS § 1º A fim de assegurar a efetiva indenização ao titular dos da-
dos:
SEÇÃO I I - o operador responde solidariamente pelos danos causados
DO CONTROLADOR E DO OPERADOR pelo tratamento quando descumprir as obrigações da legislação de
proteção de dados ou quando não tiver seguido as instruções lícitas
Art. 37. O controlador e o operador devem manter registro das do controlador, hipótese em que o operador equipara-se ao con-
operações de tratamento de dados pessoais que realizarem, espe- trolador, salvo nos casos de exclusão previstos no art. 43 desta Lei;
cialmente quando baseado no legítimo interesse. II - os controladores que estiverem diretamente envolvidos no
Art. 38. A autoridade nacional poderá determinar ao contro- tratamento do qual decorreram danos ao titular dos dados respon-
lador que elabore relatório de impacto à proteção de dados pes- dem solidariamente, salvo nos casos de exclusão previstos no art.
soais, inclusive de dados sensíveis, referente a suas operações de 43 desta Lei.
tratamento de dados, nos termos de regulamento, observados os § 2º O juiz, no processo civil, poderá inverter o ônus da prova
segredos comercial e industrial. a favor do titular dos dados quando, a seu juízo, for verossímil a
Parágrafo único. Observado o disposto no caput deste artigo, o alegação, houver hipossuficiência para fins de produção de prova
relatório deverá conter, no mínimo, a descrição dos tipos de dados ou quando a produção de prova pelo titular resultar-lhe excessiva-
coletados, a metodologia utilizada para a coleta e para a garantia mente onerosa.
da segurança das informações e a análise do controlador com re- § 3º As ações de reparação por danos coletivos que tenham
lação a medidas, salvaguardas e mecanismos de mitigação de risco por objeto a responsabilização nos termos do caput deste artigo
adotados. podem ser exercidas coletivamente em juízo, observado o disposto
Art. 39. O operador deverá realizar o tratamento segundo as na legislação pertinente.
instruções fornecidas pelo controlador, que verificará a observân- § 4º Aquele que reparar o dano ao titular tem direito de regres-
cia das próprias instruções e das normas sobre a matéria. so contra os demais responsáveis, na medida de sua participação
Art. 40. A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões no evento danoso.
de interoperabilidade para fins de portabilidade, livre acesso aos Art. 43. Os agentes de tratamento só não serão responsabiliza-
dados e segurança, assim como sobre o tempo de guarda dos re- dos quando provarem:
gistros, tendo em vista especialmente a necessidade e a transpa- I - que não realizaram o tratamento de dados pessoais que lhes
rência. é atribuído;
II - que, embora tenham realizado o tratamento de dados pes-
SEÇÃO II soais que lhes é atribuído, não houve violação à legislação de pro-
DO ENCARREGADO PELO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS teção de dados; ou
III - que o dano é decorrente de culpa exclusiva do titular dos
Art. 41. O controlador deverá indicar encarregado pelo trata- dados ou de terceiro.
mento de dados pessoais. Art. 44. O tratamento de dados pessoais será irregular quando
§ 1º A identidade e as informações de contato do encarrega- deixar de observar a legislação ou quando não fornecer a seguran-
do deverão ser divulgadas publicamente, de forma clara e objetiva, ça que o titular dele pode esperar, consideradas as circunstâncias
preferencialmente no sítio eletrônico do controlador. relevantes, entre as quais:
§ 2º As atividades do encarregado consistem em: I - o modo pelo qual é realizado;
I - aceitar reclamações e comunicações dos titulares, prestar II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
esclarecimentos e adotar providências; III - as técnicas de tratamento de dados pessoais disponíveis à
II - receber comunicações da autoridade nacional e adotar pro- época em que foi realizado.
vidências; Parágrafo único. Responde pelos danos decorrentes da viola-
III - orientar os funcionários e os contratados da entidade a res- ção da segurança dos dados o controlador ou o operador que, ao
peito das práticas a serem tomadas em relação à proteção de dados deixar de adotar as medidas de segurança previstas no art. 46 desta
pessoais; e Lei, der causa ao dano.
IV - executar as demais atribuições determinadas pelo contro- Art. 45. As hipóteses de violação do direito do titular no âmbito
lador ou estabelecidas em normas complementares. das relações de consumo permanecem sujeitas às regras de res-
ponsabilidade previstas na legislação pertinente.

229
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CAPÍTULO VII práticas e de governança que estabeleçam as condições de orga-
DA SEGURANÇA E DAS BOAS PRÁTICAS nização, o regime de funcionamento, os procedimentos, incluindo
reclamações e petições de titulares, as normas de segurança, os
SEÇÃO I padrões técnicos, as obrigações específicas para os diversos envol-
DA SEGURANÇA E DO SIGILO DE DADOS vidos no tratamento, as ações educativas, os mecanismos internos
de supervisão e de mitigação de riscos e outros aspectos relaciona-
Art. 46. Os agentes de tratamento devem adotar medidas de dos ao tratamento de dados pessoais.
segurança, técnicas e administrativas aptas a proteger os dados § 1º Ao estabelecer regras de boas práticas, o controlador e
pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou o operador levarão em consideração, em relação ao tratamento e
ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou qualquer aos dados, a natureza, o escopo, a finalidade e a probabilidade e a
forma de tratamento inadequado ou ilícito. gravidade dos riscos e dos benefícios decorrentes de tratamento de
§ 1º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões técni- dados do titular.
cos mínimos para tornar aplicável o disposto no caput deste artigo, § 2º Na aplicação dos princípios indicados nos incisos VII e VIII
considerados a natureza das informações tratadas, as característi- do caput do art. 6º desta Lei, o controlador, observados a estrutura,
cas específicas do tratamento e o estado atual da tecnologia, es- a escala e o volume de suas operações, bem como a sensibilidade
pecialmente no caso de dados pessoais sensíveis, assim como os dos dados tratados e a probabilidade e a gravidade dos danos para
princípios previstos no caput do art. 6º desta Lei. os titulares dos dados, poderá:
§ 2º As medidas de que trata o caput deste artigo deverão ser I - implementar programa de governança em privacidade que,
observadas desde a fase de concepção do produto ou do serviço no mínimo:
até a sua execução. a) demonstre o comprometimento do controlador em adotar
Art. 47. Os agentes de tratamento ou qualquer outra pessoa processos e políticas internas que assegurem o cumprimento, de
que intervenha em uma das fases do tratamento obriga-se a ga- forma abrangente, de normas e boas práticas relativas à proteção
rantir a segurança da informação prevista nesta Lei em relação aos de dados pessoais;
dados pessoais, mesmo após o seu término. b) seja aplicável a todo o conjunto de dados pessoais que es-
Art. 48. O controlador deverá comunicar à autoridade nacional tejam sob seu controle, independentemente do modo como se re-
e ao titular a ocorrência de incidente de segurança que possa acar- alizou sua coleta;
retar risco ou dano relevante aos titulares. c) seja adaptado à estrutura, à escala e ao volume de suas ope-
§ 1º A comunicação será feita em prazo razoável, conforme rações, bem como à sensibilidade dos dados tratados;
definido pela autoridade nacional, e deverá mencionar, no mínimo: d) estabeleça políticas e salvaguardas adequadas com base em
I - a descrição da natureza dos dados pessoais afetados; processo de avaliação sistemática de impactos e riscos à privaci-
II - as informações sobre os titulares envolvidos; dade;
III - a indicação das medidas técnicas e de segurança utilizadas e) tenha o objetivo de estabelecer relação de confiança com o
para a proteção dos dados, observados os segredos comercial e in- titular, por meio de atuação transparente e que assegure mecanis-
dustrial; mos de participação do titular;
IV - os riscos relacionados ao incidente; f) esteja integrado a sua estrutura geral de governança e es-
V - os motivos da demora, no caso de a comunicação não ter tabeleça e aplique mecanismos de supervisão internos e externos;
sido imediata; e g) conte com planos de resposta a incidentes e remediação; e
VI - as medidas que foram ou que serão adotadas para reverter h) seja atualizado constantemente com base em informações
ou mitigar os efeitos do prejuízo. obtidas a partir de monitoramento contínuo e avaliações periódi-
§ 2º A autoridade nacional verificará a gravidade do incidente cas;
e poderá, caso necessário para a salvaguarda dos direitos dos ti- II - demonstrar a efetividade de seu programa de governança
tulares, determinar ao controlador a adoção de providências, tais em privacidade quando apropriado e, em especial, a pedido da au-
como: toridade nacional ou de outra entidade responsável por promover
I - ampla divulgação do fato em meios de comunicação; e o cumprimento de boas práticas ou códigos de conduta, os quais,
II - medidas para reverter ou mitigar os efeitos do incidente. de forma independente, promovam o cumprimento desta Lei.
§ 3º No juízo de gravidade do incidente, será avaliada eventual § 3º As regras de boas práticas e de governança deverão ser
comprovação de que foram adotadas medidas técnicas adequadas publicadas e atualizadas periodicamente e poderão ser reconheci-
que tornem os dados pessoais afetados ininteligíveis, no âmbito e das e divulgadas pela autoridade nacional.
nos limites técnicos de seus serviços, para terceiros não autoriza- Art. 51. A autoridade nacional estimulará a adoção de padrões
dos a acessá-los. técnicos que facilitem o controle pelos titulares dos seus dados pes-
Art. 49. Os sistemas utilizados para o tratamento de dados soais.
pessoais devem ser estruturados de forma a atender aos requisitos
de segurança, aos padrões de boas práticas e de governança e aos CAPÍTULO VIII
princípios gerais previstos nesta Lei e às demais normas regulamen- DA FISCALIZAÇÃO
tares.
SEÇÃO I
SEÇÃO II DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
DAS BOAS PRÁTICAS E DA GOVERNANÇA
Art. 52. Os agentes de tratamento de dados, em razão das in-
Art. 50. Os controladores e operadores, no âmbito de suas frações cometidas às normas previstas nesta Lei, ficam sujeitos às
competências, pelo tratamento de dados pessoais, individualmen- seguintes sanções administrativas aplicáveis pela autoridade nacio-
te ou por meio de associações, poderão formular regras de boas nal: (Vigência)

230
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
I - advertência, com indicação de prazo para adoção de medi- rial em que ocorreu a infração, definido pela autoridade nacional,
das corretivas; ou quando o valor for apresentado de forma incompleta ou não for
II - multa simples, de até 2% (dois por cento) do faturamento demonstrado de forma inequívoca e idônea.
da pessoa jurídica de direito privado, grupo ou conglomerado no § 5º O produto da arrecadação das multas aplicadas pela
Brasil no seu último exercício, excluídos os tributos, limitada, no ANPD, inscritas ou não em dívida ativa, será destinado ao Fundo de
total, a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais) por infração; Defesa de Direitos Difusos de que tratam o art. 13 da Lei nº 7.347,
III - multa diária, observado o limite total a que se refere o in- de 24 de julho de 1985, e a Lei nº 9.008, de 21 de março de 1995.
ciso II; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
IV - publicização da infração após devidamente apurada e con- § 6º As sanções previstas nos incisos X, XI e XII do caput deste
firmada a sua ocorrência; artigo serão aplicadas: (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
V - bloqueio dos dados pessoais a que se refere a infração até I - somente após já ter sido imposta ao menos 1 (uma) das
a sua regularização; sanções de que tratam os incisos II, III, IV, V e VI do caput deste
VI - eliminação dos dados pessoais a que se refere a infração; artigo para o mesmo caso concreto; e (Incluído pela Lei nº 13.853,
VII - (VETADO); de 2019)
VIII - (VETADO); II - em caso de controladores submetidos a outros órgãos e
IX - (VETADO). entidades com competências sancionatórias, ouvidos esses órgãos.
X - suspensão parcial do funcionamento do banco de dados a (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
que se refere a infração pelo período máximo de 6 (seis) meses, § 7º Os vazamentos individuais ou os acessos não autorizados
prorrogável por igual período, até a regularização da atividade de de que trata o caput do art. 46 desta Lei poderão ser objeto de con-
tratamento pelo controlador; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) ciliação direta entre controlador e titular e, caso não haja acordo, o
XI - suspensão do exercício da atividade de tratamento dos da- controlador estará sujeito à aplicação das penalidades de que trata
dos pessoais a que se refere a infração pelo período máximo de este artigo. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
6 (seis) meses, prorrogável por igual período; (Incluído pela Lei nº Art. 53. A autoridade nacional definirá, por meio de regula-
13.853, de 2019) mento próprio sobre sanções administrativas a infrações a esta Lei,
XII - proibição parcial ou total do exercício de atividades rela- que deverá ser objeto de consulta pública, as metodologias que
cionadas a tratamento de dados. (Incluído pela Lei nº 13.853, de orientarão o cálculo do valor-base das sanções de multa. (Vigência)
2019) § 1º As metodologias a que se refere o caput deste artigo de-
§ 1º As sanções serão aplicadas após procedimento adminis- vem ser previamente publicadas, para ciência dos agentes de trata-
trativo que possibilite a oportunidade da ampla defesa, de forma mento, e devem apresentar objetivamente as formas e dosimetrias
gradativa, isolada ou cumulativa, de acordo com as peculiaridades para o cálculo do valor-base das sanções de multa, que deverão
do caso concreto e considerados os seguintes parâmetros e crité- conter fundamentação detalhada de todos os seus elementos, de-
rios: monstrando a observância dos critérios previstos nesta Lei.
I - a gravidade e a natureza das infrações e dos direitos pessoais § 2º O regulamento de sanções e metodologias corresponden-
afetados; tes deve estabelecer as circunstâncias e as condições para a adoção
II - a boa-fé do infrator; de multa simples ou diária.
III - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator; Art. 54. O valor da sanção de multa diária aplicável às infrações
IV - a condição econômica do infrator; a esta Lei deve observar a gravidade da falta e a extensão do dano
V - a reincidência; ou prejuízo causado e ser fundamentado pela autoridade nacional.
VI - o grau do dano; (Vigência)
VII - a cooperação do infrator; Parágrafo único. A intimação da sanção de multa diária deverá
VIII - a adoção reiterada e demonstrada de mecanismos e pro- conter, no mínimo, a descrição da obrigação imposta, o prazo razo-
cedimentos internos capazes de minimizar o dano, voltados ao ável e estipulado pelo órgão para o seu cumprimento e o valor da
tratamento seguro e adequado de dados, em consonância com o multa diária a ser aplicada pelo seu descumprimento.
disposto no inciso II do § 2º do art. 48 desta Lei;
IX - a adoção de política de boas práticas e governança; CAPÍTULO IX
X - a pronta adoção de medidas corretivas; e DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS
XI - a proporcionalidade entre a gravidade da falta e a intensi- (ANPD) E DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS
dade da sanção. PESSOAIS E DA PRIVACIDADE
§ 2º O disposto neste artigo não substitui a aplicação de san-
ções administrativas, civis ou penais definidas na Lei nº 8.078, de SEÇÃO I
11 de setembro de 1990, e em legislação específica. (Redação dada DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS
pela Lei nº 13.853, de 2019) (ANPD)
§ 3º O disposto nos incisos I, IV, V, VI, X, XI e XII do caput deste
artigo poderá ser aplicado às entidades e aos órgãos públicos, sem Art. 55. (VETADO).
prejuízo do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, Art. 55-A. Fica criada a Autoridade Nacional de Proteção de Da-
na Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, e na Lei nº 12.527, de 18 de dos (ANPD), autarquia de natureza especial, dotada de autonomia
novembro de 2011. (Promulgação partes vetadas) técnica e decisória, com patrimônio próprio e com sede e foro no
§ 4º No cálculo do valor da multa de que trata o inciso II do Distrito Federal. (Redação dada pela Lei nº 14.460, de 2022)
caput deste artigo, a autoridade nacional poderá considerar o fa- § 1º (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022)
turamento total da empresa ou grupo de empresas, quando não § 2º (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022)
dispuser do valor do faturamento no ramo de atividade empresa- § 3º (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022)
Art. 55-B. (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022)

231
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 55-C. A ANPD é composta de: (Incluído pela Lei nº 13.853, Art. 55-H. Os cargos em comissão e as funções de confiança da
de 2019) ANPD serão remanejados de outros órgãos e entidades do Poder
I - Conselho Diretor, órgão máximo de direção; (Incluído pela Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Lei nº 13.853, de 2019) Art. 55-I. Os ocupantes dos cargos em comissão e das funções
II - Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Pri- de confiança da ANPD serão indicados pelo Conselho Diretor e no-
vacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) meados ou designados pelo Diretor-Presidente. (Incluído pela Lei
III - Corregedoria; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) nº 13.853, de 2019)
IV - Ouvidoria; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Art. 55-J. Compete à ANPD: (Incluído pela Lei nº 13.853, de
V - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.460, de 2022) 2019)
V-A - Procuradoria; e (Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022) I - zelar pela proteção dos dados pessoais, nos termos da legis-
VI - unidades administrativas e unidades especializadas neces- lação; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
sárias à aplicação do disposto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.853, II - zelar pela observância dos segredos comercial e industrial,
de 2019) observada a proteção de dados pessoais e do sigilo das informa-
Art. 55-D. O Conselho Diretor da ANPD será composto de 5 ções quando protegido por lei ou quando a quebra do sigilo violar
(cinco) diretores, incluído o Diretor-Presidente. (Incluído pela Lei os fundamentos do art. 2º desta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853,
nº 13.853, de 2019) de 2019)
§ 1º Os membros do Conselho Diretor da ANPD serão escolhi- III - elaborar diretrizes para a Política Nacional de Proteção de
dos pelo Presidente da República e por ele nomeados, após apro- Dados Pessoais e da Privacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de
vação pelo Senado Federal, nos termos da alínea ‘f’ do inciso III do 2019)
art. 52 da Constituição Federal, e ocuparão cargo em comissão do IV - fiscalizar e aplicar sanções em caso de tratamento de da-
Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, no mínimo, de dos realizado em descumprimento à legislação, mediante processo
nível 5. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) administrativo que assegure o contraditório, a ampla defesa e o di-
§ 2º Os membros do Conselho Diretor serão escolhidos dentre reito de recurso; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
brasileiros que tenham reputação ilibada, nível superior de educa- V - apreciar petições de titular contra controlador após com-
ção e elevado conceito no campo de especialidade dos cargos para provada pelo titular a apresentação de reclamação ao controlador
os quais serão nomeados. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) não solucionada no prazo estabelecido em regulamentação; (Inclu-
§ 3º O mandato dos membros do Conselho Diretor será de 4 ído pela Lei nº 13.853, de 2019)
(quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) VI - promover na população o conhecimento das normas e das
§ 4º Os mandatos dos primeiros membros do Conselho Diretor políticas públicas sobre proteção de dados pessoais e das medidas
nomeados serão de 2 (dois), de 3 (três), de 4 (quatro), de 5 (cinco) de segurança; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
e de 6 (seis) anos, conforme estabelecido no ato de nomeação. (In- VII - promover e elaborar estudos sobre as práticas nacionais e
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) internacionais de proteção de dados pessoais e privacidade; (Inclu-
§ 5º Na hipótese de vacância do cargo no curso do mandato de ído pela Lei nº 13.853, de 2019)
membro do Conselho Diretor, o prazo remanescente será comple- VIII - estimular a adoção de padrões para serviços e produtos
tado pelo sucessor. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) que facilitem o exercício de controle dos titulares sobre seus dados
Art. 55-E. Os membros do Conselho Diretor somente perderão pessoais, os quais deverão levar em consideração as especificida-
seus cargos em virtude de renúncia, condenação judicial transitada des das atividades e o porte dos responsáveis; (Incluído pela Lei nº
em julgado ou pena de demissão decorrente de processo adminis- 13.853, de 2019)
trativo disciplinar. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) IX - promover ações de cooperação com autoridades de prote-
§ 1º Nos termos do caput deste artigo, cabe ao Ministro de ção de dados pessoais de outros países, de natureza internacional
Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República instaurar o ou transnacional; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
processo administrativo disciplinar, que será conduzido por comis- X - dispor sobre as formas de publicidade das operações de
são especial constituída por servidores públicos federais estáveis. tratamento de dados pessoais, respeitados os segredos comercial e
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) industrial; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
§ 2º Compete ao Presidente da República determinar o afas- XI - solicitar, a qualquer momento, às entidades do poder pú-
tamento preventivo, somente quando assim recomendado pela blico que realizem operações de tratamento de dados pessoais in-
comissão especial de que trata o § 1º deste artigo, e proferir o jul- forme específico sobre o âmbito, a natureza dos dados e os demais
gamento. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) detalhes do tratamento realizado, com a possibilidade de emitir
Art. 55-F. Aplica-se aos membros do Conselho Diretor, após o parecer técnico complementar para garantir o cumprimento desta
exercício do cargo, o disposto no art. 6º da Lei nº 12.813, de 16 de Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
maio de 2013. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) XII - elaborar relatórios de gestão anuais acerca de suas ativida-
Parágrafo único. A infração ao disposto no caput deste artigo des; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
caracteriza ato de improbidade administrativa. (Incluído pela Lei nº XIII - editar regulamentos e procedimentos sobre proteção de
13.853, de 2019) dados pessoais e privacidade, bem como sobre relatórios de impac-
Art. 55-G. Ato do Presidente da República disporá sobre a es- to à proteção de dados pessoais para os casos em que o tratamento
trutura regimental da ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) representar alto risco à garantia dos princípios gerais de proteção
§ 1º Até a data de entrada em vigor de sua estrutura regimen- de dados pessoais previstos nesta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853,
tal, a ANPD receberá o apoio técnico e administrativo da Casa Civil de 2019)
da Presidência da República para o exercício de suas atividades. (In- XIV - ouvir os agentes de tratamento e a sociedade em maté-
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) rias de interesse relevante e prestar contas sobre suas atividades e
§ 2º O Conselho Diretor disporá sobre o regimento interno da planejamento; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)

232
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
XV - arrecadar e aplicar suas receitas e publicar, no relatório específicos da atividade econômica e governamental, a fim de faci-
de gestão a que se refere o inciso XII do caput deste artigo, o deta- litar as competências regulatória, fiscalizatória e punitiva da ANPD.
lhamento de suas receitas e despesas; (Incluído pela Lei nº 13.853, (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
de 2019) § 5º No exercício das competências de que trata o caput deste
XVI - realizar auditorias, ou determinar sua realização, no âm- artigo, a autoridade competente deverá zelar pela preservação do
bito da atividade de fiscalização de que trata o inciso IV e com a segredo empresarial e do sigilo das informações, nos termos da lei.
devida observância do disposto no inciso II do caput deste artigo, (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
sobre o tratamento de dados pessoais efetuado pelos agentes de § 6º As reclamações colhidas conforme o disposto no inciso V
tratamento, incluído o poder público; (Incluído pela Lei nº 13.853, do caput deste artigo poderão ser analisadas de forma agregada, e
de 2019) as eventuais providências delas decorrentes poderão ser adotadas
XVII - celebrar, a qualquer momento, compromisso com agen- de forma padronizada. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
tes de tratamento para eliminar irregularidade, incerteza jurídica Art. 55-K. A aplicação das sanções previstas nesta Lei compe-
ou situação contenciosa no âmbito de processos administrativos, te exclusivamente à ANPD, e suas competências prevalecerão, no
de acordo com o previsto no Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setem- que se refere à proteção de dados pessoais, sobre as competências
bro de 1942; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) correlatas de outras entidades ou órgãos da administração pública.
XVIII - editar normas, orientações e procedimentos simplifi- (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
cados e diferenciados, inclusive quanto aos prazos, para que mi- Parágrafo único. A ANPD articulará sua atuação com outros ór-
croempresas e empresas de pequeno porte, bem como iniciativas gãos e entidades com competências sancionatórias e normativas
empresariais de caráter incremental ou disruptivo que se autode- afetas ao tema de proteção de dados pessoais e será o órgão cen-
clarem startups ou empresas de inovação, possam adequar-se a tral de interpretação desta Lei e do estabelecimento de normas e
esta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) diretrizes para a sua implementação. (Incluído pela Lei nº 13.853,
XIX - garantir que o tratamento de dados de idosos seja efetu- de 2019)
ado de maneira simples, clara, acessível e adequada ao seu enten- Art. 55-L. Constituem receitas da ANPD: (Incluído pela Lei nº
dimento, nos termos desta Lei e da Lei nº 10.741, de 1º de outubro 13.853, de 2019)
de 2003 (Estatuto do Idoso); (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) I - as dotações, consignadas no orçamento geral da União, os
XX - deliberar, na esfera administrativa, em caráter terminati- créditos especiais, os créditos adicionais, as transferências e os re-
vo, sobre a interpretação desta Lei, as suas competências e os casos passes que lhe forem conferidos; (Incluído pela Lei nº 13.853, de
omissos; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) 2019)
XXI - comunicar às autoridades competentes as infrações pe- II - as doações, os legados, as subvenções e outros recursos que
nais das quais tiver conhecimento; (Incluído pela Lei nº 13.853, de lhe forem destinados; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
2019) III - os valores apurados na venda ou aluguel de bens móveis e
XXII - comunicar aos órgãos de controle interno o descumpri- imóveis de sua propriedade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
mento do disposto nesta Lei por órgãos e entidades da administra- IV - os valores apurados em aplicações no mercado financeiro
ção pública federal; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) das receitas previstas neste artigo; (Incluído pela Lei nº 13.853, de
XXIII - articular-se com as autoridades reguladoras públicas 2019)
para exercer suas competências em setores específicos de ativida- V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
des econômicas e governamentais sujeitas à regulação; e (Incluído VI - os recursos provenientes de acordos, convênios ou con-
pela Lei nº 13.853, de 2019) tratos celebrados com entidades, organismos ou empresas, públi-
XXIV - implementar mecanismos simplificados, inclusive por cos ou privados, nacionais ou internacionais; (Incluído pela Lei nº
meio eletrônico, para o registro de reclamações sobre o tratamen- 13.853, de 2019)
to de dados pessoais em desconformidade com esta Lei. (Incluído VII - o produto da venda de publicações, material técnico, da-
pela Lei nº 13.853, de 2019) dos e informações, inclusive para fins de licitação pública. (Incluído
§ 1º Ao impor condicionantes administrativas ao tratamento pela Lei nº 13.853, de 2019)
de dados pessoais por agente de tratamento privado, sejam eles Art. 55-M. Constituem o patrimônio da ANPD os bens e os di-
limites, encargos ou sujeições, a ANPD deve observar a exigência de reitos: (Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022)
mínima intervenção, assegurados os fundamentos, os princípios e I - que lhe forem transferidos pelos órgãos da Presidência da
os direitos dos titulares previstos no art. 170 da Constituição Fede- República; e (Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022)
ral e nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) II - que venha a adquirir ou a incorporar. (Incluído pela Lei nº
§ 2º Os regulamentos e as normas editados pela ANPD devem 14.460, de 2022)
ser precedidos de consulta e audiência públicas, bem como de aná- Art. 56. (VETADO).
lises de impacto regulatório. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Art. 57. (VETADO).
§ 3º A ANPD e os órgãos e entidades públicos responsáveis
pela regulação de setores específicos da atividade econômica e SEÇÃO II
governamental devem coordenar suas atividades, nas correspon- DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS PES-
dentes esferas de atuação, com vistas a assegurar o cumprimento SOAIS E DA PRIVACIDADE
de suas atribuições com a maior eficiência e promover o adequado
funcionamento dos setores regulados, conforme legislação especí- Art. 58. (VETADO).
fica, e o tratamento de dados pessoais, na forma desta Lei. (Incluído Art. 58-A. O Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais
pela Lei nº 13.853, de 2019) e da Privacidade será composto de 23 (vinte e três) representan-
§ 4º A ANPD manterá fórum permanente de comunicação, in- tes, titulares e suplentes, dos seguintes órgãos: (Incluído pela Lei
clusive por meio de cooperação técnica, com órgãos e entidades nº 13.853, de 2019)
da administração pública responsáveis pela regulação de setores

233
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
I - 5 (cinco) do Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei nº Art. 59. (VETADO).
13.853, de 2019)
II - 1 (um) do Senado Federal; (Incluído pela Lei nº 13.853, de CAPÍTULO X
2019) DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
III - 1 (um) da Câmara dos Deputados; (Incluído pela Lei nº
13.853, de 2019) Art. 60. A Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014 (Marco Civil da
IV - 1 (um) do Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Lei Internet) , passa a vigorar com as seguintes alterações:
nº 13.853, de 2019) “Art. 7º ..................................................................
V - 1 (um) do Conselho Nacional do Ministério Público; (Incluí- .......................................................................................
do pela Lei nº 13.853, de 2019) X - exclusão definitiva dos dados pessoais que tiver fornecido a
VI - 1 (um) do Comitê Gestor da Internet no Brasil; (Incluído determinada aplicação de internet, a seu requerimento, ao térmi-
pela Lei nº 13.853, de 2019) no da relação entre as partes, ressalvadas as hipóteses de guarda
VII - 3 (três) de entidades da sociedade civil com atuação rela- obrigatória de registros previstas nesta Lei e na que dispõe sobre a
cionada a proteção de dados pessoais; (Incluído pela Lei nº 13.853, proteção de dados pessoais;
de 2019) ..............................................................................” (NR)
VIII - 3 (três) de instituições científicas, tecnológicas e de inova- “Art. 16. .................................................................
ção; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) .......................................................................................
IX - 3 (três) de confederações sindicais representativas das II - de dados pessoais que sejam excessivos em relação à fina-
categorias econômicas do setor produtivo; (Incluído pela Lei nº lidade para a qual foi dado consentimento pelo seu titular, exceto
13.853, de 2019) nas hipóteses previstas na Lei que dispõe sobre a proteção de da-
X - 2 (dois) de entidades representativas do setor empresarial dos pessoais.” (NR)
relacionado à área de tratamento de dados pessoais; e (Incluído Art. 61. A empresa estrangeira será notificada e intimada de to-
pela Lei nº 13.853, de 2019) dos os atos processuais previstos nesta Lei, independentemente de
XI - 2 (dois) de entidades representativas do setor laboral. (In- procuração ou de disposição contratual ou estatutária, na pessoa
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) do agente ou representante ou pessoa responsável por sua filial,
§ 1º Os representantes serão designados por ato do Presidente agência, sucursal, estabelecimento ou escritório instalado no Brasil.
da República, permitida a delegação. (Incluído pela Lei nº 13.853, Art. 62. A autoridade nacional e o Instituto Nacional de Estudos
de 2019) e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no âmbito de suas
§ 2º Os representantes de que tratam os incisos I, II, III, IV, V e competências, editarão regulamentos específicos para o acesso a
VI do caput deste artigo e seus suplentes serão indicados pelos titu- dados tratados pela União para o cumprimento do disposto no § 2º
lares dos respectivos órgãos e entidades da administração pública. do art. 9º da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Dire-
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) trizes e Bases da Educação Nacional) , e aos referentes ao Sistema
§ 3º Os representantes de que tratam os incisos VII, VIII, IX, Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), de que trata
X e XI do caput deste artigo e seus suplentes: (Incluído pela Lei nº a Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004 .
13.853, de 2019) Art. 63. A autoridade nacional estabelecerá normas sobre a
I - serão indicados na forma de regulamento; (Incluído pela Lei adequação progressiva de bancos de dados constituídos até a data
nº 13.853, de 2019) de entrada em vigor desta Lei, consideradas a complexidade das
II - não poderão ser membros do Comitê Gestor da Internet no operações de tratamento e a natureza dos dados.
Brasil; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Art. 64. Os direitos e princípios expressos nesta Lei não ex-
III - terão mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) recon- cluem outros previstos no ordenamento jurídico pátrio relaciona-
dução. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) dos à matéria ou nos tratados internacionais em que a República
§ 4º A participação no Conselho Nacional de Proteção de Da- Federativa do Brasil seja parte.
dos Pessoais e da Privacidade será considerada prestação de servi- Art. 65. Esta Lei entra em vigor: (Redação dada pela Lei nº
ço público relevante, não remunerada. (Incluído pela Lei nº 13.853, 13.853, de 2019)
de 2019) I - dia 28 de dezembro de 2018, quanto aos arts. 55-A, 55-B, 55-
Art. 58-B. Compete ao Conselho Nacional de Proteção de Da- C, 55-D, 55-E, 55-F, 55-G, 55-H, 55-I, 55-J, 55-K, 55-L, 58-A e 58-B; e
dos Pessoais e da Privacidade: (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
I - propor diretrizes estratégicas e fornecer subsídios para a I-A – dia 1º de agosto de 2021, quanto aos arts. 52, 53 e 54;
elaboração da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da (Incluído pela Lei nº 14.010, de 2020)
Privacidade e para a atuação da ANPD; (Incluído pela Lei nº 13.853, II - 24 (vinte e quatro) meses após a data de sua publicação,
de 2019) quanto aos demais artigos. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
II - elaborar relatórios anuais de avaliação da execução das
ações da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Pri-
LEGISLAÇÃO ANTICORRUPÇÃO: LEI Nº 12.846/2013
vacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
III - sugerir ações a serem realizadas pela ANPD; (Incluído pela
Lei nº 13.853, de 2019) LEI Nº 12.846, DE 1º DE AGOSTO DE 2013.
IV - elaborar estudos e realizar debates e audiências públicas
sobre a proteção de dados pessoais e da privacidade; e (Incluído Dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pes-
pela Lei nº 13.853, de 2019) soas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública,
V - disseminar o conhecimento sobre a proteção de dados pes- nacional ou estrangeira, e dá outras providências.
soais e da privacidade à população. (Incluído pela Lei nº 13.853, de A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
2019) cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

234
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CAPÍTULO I a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qual-
DISPOSIÇÕES GERAIS quer outro expediente, o caráter competitivo de procedimento li-
citatório público;
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva admi- b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato
nistrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a de procedimento licitatório público;
administração pública, nacional ou estrangeira. c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude ou
Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às sociedades oferecimento de vantagem de qualquer tipo;
empresárias e às sociedades simples, personificadas ou não, in- d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente;
dependentemente da forma de organização ou modelo societário e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para
adotado, bem como a quaisquer fundações, associações de entida- participar de licitação pública ou celebrar contrato administrativo;
des ou pessoas, ou sociedades estrangeiras, que tenham sede, filial f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulen-
ou representação no território brasileiro, constituídas de fato ou de to, de modificações ou prorrogações de contratos celebrados com
direito, ainda que temporariamente. a administração pública, sem autorização em lei, no ato convoca-
Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetiva- tório da licitação pública ou nos respectivos instrumentos contra-
mente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos atos lesivos pre- tuais; ou
vistos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos
ou não. contratos celebrados com a administração pública;
Art. 3º A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a res- V - dificultar atividade de investigação ou fiscalização de ór-
ponsabilidade individual de seus dirigentes ou administradores ou gãos, entidades ou agentes públicos, ou intervir em sua atuação,
de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato inclusive no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de fisca-
ilícito. lização do sistema financeiro nacional.
§ 1º A pessoa jurídica será responsabilizada independente- § 1º Considera-se administração pública estrangeira os órgãos
mente da responsabilização individual das pessoas naturais refe- e entidades estatais ou representações diplomáticas de país es-
ridas no caput . trangeiro, de qualquer nível ou esfera de governo, bem como as
§ 2º Os dirigentes ou administradores somente serão respon- pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder
sabilizados por atos ilícitos na medida da sua culpabilidade. público de país estrangeiro.
Art. 4º Subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica na hipó- § 2º Para os efeitos desta Lei, equiparam-se à administração
tese de alteração contratual, transformação, incorporação, fusão pública estrangeira as organizações públicas internacionais.
ou cisão societária. § 3º Considera-se agente público estrangeiro, para os fins des-
§ 1º Nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsabilida- ta Lei, quem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração,
de da sucessora será restrita à obrigação de pagamento de multa exerça cargo, emprego ou função pública em órgãos, entidades
e reparação integral do dano causado, até o limite do patrimônio estatais ou em representações diplomáticas de país estrangeiro,
transferido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas assim como em pessoas jurídicas controladas, direta ou indireta-
nesta Lei decorrentes de atos e fatos ocorridos antes da data da mente, pelo poder público de país estrangeiro ou em organizações
fusão ou incorporação, exceto no caso de simulação ou evidente públicas internacionais.
intuito de fraude, devidamente comprovados.
§ 2º As sociedades controladoras, controladas, coligadas ou, CAPÍTULO III
no âmbito do respectivo contrato, as consorciadas serão solida- DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
riamente responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei,
restringindo-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento de Art. 6º Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas ju-
multa e reparação integral do dano causado. rídicas consideradas responsáveis pelos atos lesivos previstos nesta
Lei as seguintes sanções:
CAPÍTULO II I - multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte
DOS ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NACIO- por cento) do faturamento bruto do último exercício anterior ao
NAL OU ESTRANGEIRA da instauração do processo administrativo, excluídos os tributos, a
qual nunca será inferior à vantagem auferida, quando for possível
Art. 5º Constituem atos lesivos à administração pública, nacio- sua estimação; e
nal ou estrangeira, para os fins desta Lei, todos aqueles praticados II - publicação extraordinária da decisão condenatória.
pelas pessoas jurídicas mencionadas no parágrafo único do art. 1º , § 1º As sanções serão aplicadas fundamentadamente, isolada
que atentem contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro, ou cumulativamente, de acordo com as peculiaridades do caso con-
contra princípios da administração pública ou contra os compro- creto e com a gravidade e natureza das infrações.
missos internacionais assumidos pelo Brasil, assim definidos: § 2º A aplicação das sanções previstas neste artigo será prece-
I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vanta- dida da manifestação jurídica elaborada pela Advocacia Pública ou
gem indevida a agente público, ou a terceira pessoa a ele relacio- pelo órgão de assistência jurídica, ou equivalente, do ente público.
nada; § 3º A aplicação das sanções previstas neste artigo não exclui,
II - comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de em qualquer hipótese, a obrigação da reparação integral do dano
qualquer modo subvencionar a prática dos atos ilícitos previstos causado.
nesta Lei; § 4º Na hipótese do inciso I do caput , caso não seja possível
III - comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física utilizar o critério do valor do faturamento bruto da pessoa jurídica,
ou jurídica para ocultar ou dissimular seus reais interesses ou a a multa será de R$ 6.000,00 (seis mil reais) a R$ 60.000.000,00 (ses-
identidade dos beneficiários dos atos praticados; senta milhões de reais).
IV - no tocante a licitações e contratos:

235
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 5º A publicação extraordinária da decisão condenatória ocor- § 1º O ente público, por meio do seu órgão de representação
rerá na forma de extrato de sentença, a expensas da pessoa jurídi- judicial, ou equivalente, a pedido da comissão a que se refere o
ca, em meios de comunicação de grande circulação na área da prá- caput , poderá requerer as medidas judiciais necessárias para a in-
tica da infração e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua falta, em vestigação e o processamento das infrações, inclusive de busca e
publicação de circulação nacional, bem como por meio de afixação apreensão.
de edital, pelo prazo mínimo de 30 (trinta) dias, no próprio estabe- § 2º A comissão poderá, cautelarmente, propor à autoridade
lecimento ou no local de exercício da atividade, de modo visível ao instauradora que suspenda os efeitos do ato ou processo objeto da
público, e no sítio eletrônico na rede mundial de computadores. investigação.
§ 6º (VETADO). § 3º A comissão deverá concluir o processo no prazo de 180
Art. 7º Serão levados em consideração na aplicação das san- (cento e oitenta) dias contados da data da publicação do ato que a
ções: instituir e, ao final, apresentar relatórios sobre os fatos apurados e
I - a gravidade da infração; eventual responsabilidade da pessoa jurídica, sugerindo de forma
II - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator; motivada as sanções a serem aplicadas.
III - a consumação ou não da infração; § 4º O prazo previsto no § 3º poderá ser prorrogado, mediante
IV - o grau de lesão ou perigo de lesão; ato fundamentado da autoridade instauradora.
V - o efeito negativo produzido pela infração; Art. 11. No processo administrativo para apuração de respon-
VI - a situação econômica do infrator; sabilidade, será concedido à pessoa jurídica prazo de 30 (trinta)
VII - a cooperação da pessoa jurídica para a apuração das in- dias para defesa, contados a partir da intimação.
frações; Art. 12. O processo administrativo, com o relatório da comis-
VIII - a existência de mecanismos e procedimentos internos de são, será remetido à autoridade instauradora, na forma do art. 10,
integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e para julgamento.
a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da Art. 13. A instauração de processo administrativo específico de
pessoa jurídica; reparação integral do dano não prejudica a aplicação imediata das
IX - o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o sanções estabelecidas nesta Lei.
órgão ou entidade pública lesados; e Parágrafo único. Concluído o processo e não havendo paga-
X - (VETADO). mento, o crédito apurado será inscrito em dívida ativa da fazenda
Parágrafo único. Os parâmetros de avaliação de mecanismos e pública.
procedimentos previstos no inciso VIII do caput serão estabelecidos Art. 14. A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada
em regulamento do Poder Executivo federal. sempre que utilizada com abuso do direito para facilitar, encobrir
ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei ou para
CAPÍTULO IV provocar confusão patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE RESPONSABILIZA- das sanções aplicadas à pessoa jurídica aos seus administradores e
ÇÃO sócios com poderes de administração, observados o contraditório
e a ampla defesa.
Art. 8º A instauração e o julgamento de processo administrati- Art. 15. A comissão designada para apuração da responsabili-
vo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica cabem à dade de pessoa jurídica, após a conclusão do procedimento admi-
autoridade máxima de cada órgão ou entidade dos Poderes Execu- nistrativo, dará conhecimento ao Ministério Público de sua existên-
tivo, Legislativo e Judiciário, que agirá de ofício ou mediante provo- cia, para apuração de eventuais delitos.
cação, observados o contraditório e a ampla defesa.
§ 1º A competência para a instauração e o julgamento do pro- CAPÍTULO V
cesso administrativo de apuração de responsabilidade da pessoa DO ACORDO DE LENIÊNCIA
jurídica poderá ser delegada, vedada a subdelegação.
§ 2º No âmbito do Poder Executivo federal, a Controladoria- Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pú-
-Geral da União - CGU terá competência concorrente para instau- blica poderá celebrar acordo de leniência com as pessoas jurídicas
rar processos administrativos de responsabilização de pessoas ju- responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que colabo-
rídicas ou para avocar os processos instaurados com fundamento rem efetivamente com as investigações e o processo administrati-
nesta Lei, para exame de sua regularidade ou para corrigir-lhes o vo, sendo que dessa colaboração resulte:
andamento. I - a identificação dos demais envolvidos na infração, quando
Art. 9º Competem à Controladoria-Geral da União - CGU a apu- couber; e
ração, o processo e o julgamento dos atos ilícitos previstos nesta II - a obtenção célere de informações e documentos que com-
Lei, praticados contra a administração pública estrangeira, obser- provem o ilícito sob apuração.
vado o disposto no Artigo 4 da Convenção sobre o Combate da § 1º O acordo de que trata o caput somente poderá ser cele-
Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações brado se preenchidos, cumulativamente, os seguintes requisitos:
Comerciais Internacionais, promulgada pelo Decreto nº 3.678, de I - a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu
30 de novembro de 2000. interesse em cooperar para a apuração do ato ilícito;
Art. 10. O processo administrativo para apuração da responsa- II - a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento
bilidade de pessoa jurídica será conduzido por comissão designada na infração investigada a partir da data de propositura do acordo;
pela autoridade instauradora e composta por 2 (dois) ou mais ser- III - a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coo-
vidores estáveis. pere plena e permanentemente com as investigações e o processo
administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que so-
licitada, a todos os atos processuais, até seu encerramento.

236
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
2º A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa jurídi- § 3º As sanções poderão ser aplicadas de forma isolada ou
ca das sanções previstas no inciso II do art. 6º e no inciso IV do art. cumulativa.
19 e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa aplicável. § 4º O Ministério Público ou a Advocacia Pública ou órgão de
§ 3º O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obri- representação judicial, ou equivalente, do ente público poderá re-
gação de reparar integralmente o dano causado. querer a indisponibilidade de bens, direitos ou valores necessários
§ 4º O acordo de leniência estipulará as condições necessárias à garantia do pagamento da multa ou da reparação integral do
para assegurar a efetividade da colaboração e o resultado útil do dano causado, conforme previsto no art. 7º , ressalvado o direito
processo. do terceiro de boa-fé.
§ 5º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pes- Art. 20. Nas ações ajuizadas pelo Ministério Público, poderão
soas jurídicas que integram o mesmo grupo econômico, de fato e ser aplicadas as sanções previstas no art. 6º , sem prejuízo daque-
de direito, desde que firmem o acordo em conjunto, respeitadas as las previstas neste Capítulo, desde que constatada a omissão das
condições nele estabelecidas. autoridades competentes para promover a responsabilização ad-
§ 6º A proposta de acordo de leniência somente se tornará pú- ministrativa.
blica após a efetivação do respectivo acordo, salvo no interesse das Art. 21. Nas ações de responsabilização judicial, será adotado o
investigações e do processo administrativo. rito previsto na Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985.
§ 7º Não importará em reconhecimento da prática do ato ilícito Parágrafo único. A condenação torna certa a obrigação de re-
investigado a proposta de acordo de leniência rejeitada. parar, integralmente, o dano causado pelo ilícito, cujo valor será
§ 8º Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a apurado em posterior liquidação, se não constar expressamente da
pessoa jurídica ficará impedida de celebrar novo acordo pelo prazo sentença.
de 3 (três) anos contados do conhecimento pela administração pú-
blica do referido descumprimento. CAPÍTULO VII
§ 9º A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo DISPOSIÇÕES FINAIS
prescricional dos atos ilícitos previstos nesta Lei.
§ 10. A Controladoria-Geral da União - CGU é o órgão compe- Art. 22. Fica criado no âmbito do Poder Executivo federal o Ca-
tente para celebrar os acordos de leniência no âmbito do Poder dastro Nacional de Empresas Punidas - CNEP, que reunirá e dará
Executivo federal, bem como no caso de atos lesivos praticados publicidade às sanções aplicadas pelos órgãos ou entidades dos
contra a administração pública estrangeira. Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esferas de
Art. 17. A administração pública poderá também celebrar acor- governo com base nesta Lei.
do de leniência com a pessoa jurídica responsável pela prática de § 1º Os órgãos e entidades referidos no caput deverão infor-
ilícitos previstos na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, com vistas mar e manter atualizados, no Cnep, os dados relativos às sanções
à isenção ou atenuação das sanções administrativas estabelecidas por eles aplicadas.
em seus arts. 86 a 88. § 2º O Cnep conterá, entre outras, as seguintes informações
acerca das sanções aplicadas:
CAPÍTULO VI I - razão social e número de inscrição da pessoa jurídica ou en-
DA RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL tidade no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ;
II - tipo de sanção; e
Art. 18. Na esfera administrativa, a responsabilidade da pessoa III - data de aplicação e data final da vigência do efeito limita-
jurídica não afasta a possibilidade de sua responsabilização na es- dor ou impeditivo da sanção, quando for o caso.
fera judicial. § 3º As autoridades competentes, para celebrarem acordos
Art. 19. Em razão da prática de atos previstos no art. 5º des- de leniência previstos nesta Lei, também deverão prestar e man-
ta Lei, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por ter atualizadas no Cnep, após a efetivação do respectivo acordo, as
meio das respectivas Advocacias Públicas ou órgãos de representa- informações acerca do acordo de leniência celebrado, salvo se esse
ção judicial, ou equivalentes, e o Ministério Público, poderão ajui- procedimento vier a causar prejuízo às investigações e ao processo
zar ação com vistas à aplicação das seguintes sanções às pessoas administrativo.
jurídicas infratoras: § 4º Caso a pessoa jurídica não cumpra os termos do acordo
I - perdimento dos bens, direitos ou valores que representem de leniência, além das informações previstas no § 3º , deverá ser
vantagem ou proveito direta ou indiretamente obtidos da infração, incluída no Cnep referência ao respectivo descumprimento.
ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé; § 5º Os registros das sanções e acordos de leniência serão ex-
II - suspensão ou interdição parcial de suas atividades; cluídos depois de decorrido o prazo previamente estabelecido no
III - dissolução compulsória da pessoa jurídica; ato sancionador ou do cumprimento integral do acordo de leniên-
IV - proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, cia e da reparação do eventual dano causado, mediante solicitação
doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de ins- do órgão ou entidade sancionadora.
tituições financeiras públicas ou controladas pelo poder público, Art. 23. Os órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Legisla-
pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos. tivo e Judiciário de todas as esferas de governo deverão informar e
§ 1º A dissolução compulsória da pessoa jurídica será determi- manter atualizados, para fins de publicidade, no Cadastro Nacional
nada quando comprovado: de Empresas Inidôneas e Suspensas - CEIS, de caráter público, ins-
I - ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual tituído no âmbito do Poder Executivo federal, os dados relativos às
para facilitar ou promover a prática de atos ilícitos; ou sanções por eles aplicadas, nos termos do disposto nos arts. 87 e 88
II - ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993.
ilícitos ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados. Art. 24. A multa e o perdimento de bens, direitos ou valores
§ 2º (VETADO). aplicados com fundamento nesta Lei serão destinados preferencial-
mente aos órgãos ou entidades públicas lesadas.

237
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 25. Prescrevem em 5 (cinco) anos as infrações previstas II - no todo ou em parte no território nacional ou que nele pro-
nesta Lei, contados da data da ciência da infração ou, no caso de duzam ou possam produzir efeitos; ou
infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado. III - no exterior, quando praticados contra a administração pú-
Parágrafo único. Na esfera administrativa ou judicial, a pres- blica nacional.
crição será interrompida com a instauração de processo que tenha § 2º São passíveis de responsabilização nos termos do disposto
por objeto a apuração da infração. na Lei nº 12.846, de 2013, as pessoas jurídicas que tenham sede,
Art. 26. A pessoa jurídica será representada no processo admi- filial ou representação no território brasileiro, constituídas de fato
nistrativo na forma do seu estatuto ou contrato social. ou de direito.
§ 1º As sociedades sem personalidade jurídica serão represen- Art. 2º A apuração da responsabilidade administrativa de pes-
tadas pela pessoa a quem couber a administração de seus bens. soa jurídica, decorrente do exercício do poder sancionador da ad-
§ 2º A pessoa jurídica estrangeira será representada pelo ge- ministração pública, será efetuada por meio de Processo Adminis-
rente, representante ou administrador de sua filial, agência ou su- trativo de Responsabilização - PAR ou de acordo de leniência.
cursal aberta ou instalada no Brasil.
Art. 27. A autoridade competente que, tendo conhecimento CAPÍTULO II
das infrações previstas nesta Lei, não adotar providências para a DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
apuração dos fatos será responsabilizada penal, civil e administrati-
vamente nos termos da legislação específica aplicável. SEÇÃO I
Art. 28. Esta Lei aplica-se aos atos lesivos praticados por pessoa DA INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR
jurídica brasileira contra a administração pública estrangeira, ainda
que cometidos no exterior. Art. 3º O titular da corregedoria da entidade ou da unidade
Art. 29. O disposto nesta Lei não exclui as competências do competente, ao tomar ciência da possível ocorrência de ato lesivo à
Conselho Administrativo de Defesa Econômica, do Ministério da administração pública federal, em sede de juízo de admissibilidade
Justiça e do Ministério da Fazenda para processar e julgar fato que e mediante despacho fundamentado, decidirá:
constitua infração à ordem econômica. I - pela abertura de investigação preliminar;
Art. 30. A aplicação das sanções previstas nesta Lei não afeta II - pela recomendação de instauração de PAR; ou
os processos de responsabilização e aplicação de penalidades de- III - pela recomendação de arquivamento da matéria.
correntes de: § 1º A investigação de que trata o inciso I do caput terá cará-
I - ato de improbidade administrativa nos termos da Lei nº ter sigiloso e não punitivo e será destinada à apuração de indícios
8.429, de 2 de junho de 1992 ; e de autoria e materialidade de atos lesivos à administração pública
II - atos ilícitos alcançados pela Lei nº 8.666, de 21 de junho de federal.
1993, ou outras normas de licitações e contratos da administração § 2º A investigação preliminar será conduzida diretamente
pública, inclusive no tocante ao Regime Diferenciado de Contrata- pela corregedoria da entidade ou unidade competente, na forma
ções Públicas - RDC instituído pela Lei nº 12.462, de 4 de agosto de estabelecida em regulamento, ou por comissão composta por dois
2011. ou mais membros, designados entre servidores efetivos ou empre-
Art. 31. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após gados públicos.
a data de sua publicação. § 3º Na investigação preliminar, serão praticados os atos ne-
cessários à elucidação dos fatos sob apuração, compreendidas to-
das as diligências admitidas em lei, notadamente:
DECRETO Nº 11.129, DE 11/07/2022
I - proposição à autoridade instauradora da suspensão cautelar
dos efeitos do ato ou do processo objeto da investigação;
DECRETO Nº 11.129, DE 11 DE JULHO DE 2022 II - solicitação de atuação de especialistas com conhecimentos
técnicos ou operacionais, de órgãos e entidades públicos ou de ou-
Regulamenta a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, que tras organizações, para auxiliar na análise da matéria sob exame;
dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas III - solicitação de informações bancárias sobre movimentação
jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, na- de recursos públicos, ainda que sigilosas, nesta hipótese, em sede
cional ou estrangeira. de compartilhamento do sigilo com órgãos de controle;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe IV - requisição, por meio da autoridade competente, do com-
confere o art. 84, caput, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista partilhamento de informações tributárias da pessoa jurídica inves-
o disposto na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, tigada, conforme previsto no inciso II do § 1º do art. 198 da Lei nº
DECRETA: 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional;
V - solicitação, ao órgão de representação judicial ou equiva-
CAPÍTULO I lente dos órgãos ou das entidades lesadas, das medidas judiciais
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES necessárias para a investigação e para o processamento dos atos
lesivos, inclusive de busca e apreensão, no Brasil ou no exterior; ou
Art. 1º Este Decreto regulamenta a responsabilização objetiva VI - solicitação de documentos ou informações a pessoas físicas
administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra ou jurídicas, de direito público ou privado, nacionais ou estrangei-
a administração pública, nacional ou estrangeira, de que trata a Lei ras, ou a organizações públicas internacionais.
nº 12.846, de 1º de agosto de 2013. § 4º O prazo para a conclusão da investigação preliminar não
§ 1º A Lei nº 12.846, de 2013, aplica-se aos atos lesivos prati- excederá cento e oitenta dias, admitida a prorrogação, mediante
cados: ato da autoridade a que se refere o caput.
I - por pessoa jurídica brasileira contra administração pública
estrangeira, ainda que cometidos no exterior;

238
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 5º Ao final da investigação preliminar, serão enviadas à auto- § 4º Caso a pessoa jurídica processada não apresente sua de-
ridade competente as peças de informação obtidas, acompanhadas fesa escrita no prazo estabelecido no caput, contra ela correrão os
de relatório conclusivo acerca da existência de indícios de autoria e demais prazos, independentemente de notificação ou intimação,
materialidade de atos lesivos à administração pública federal, para podendo intervir em qualquer fase do processo, sem direito à repe-
decisão sobre a instauração do PAR. tição de qualquer ato processual já praticado.
Art. 7º As intimações serão feitas por qualquer meio físico ou
SEÇÃO II eletrônico que assegure a certeza de ciência da pessoa jurídica pro-
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE RESPONSABILIZA- cessada.
ÇÃO § 1º Os prazos começam a correr a partir da data da cientifica-
ção oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo-
Art. 4º A competência para a instauração e para o julgamento -se o dia do vencimento, observado o disposto no Capítulo XVI da
do PAR é da autoridade máxima da entidade em face da qual foi Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
praticado o ato lesivo ou, em caso de órgão da administração públi- § 2º Na hipótese prevista no § 4º do art. 6º, dispensam-se as
ca federal direta, do respectivo Ministro de Estado. demais intimações processuais, até que a pessoa jurídica interessa-
Parágrafo único. A competência de que trata o caput será exer- da se manifeste nos autos.
cida de ofício ou mediante provocação e poderá ser delegada, ve- § 3º A pessoa jurídica estrangeira poderá ser notificada e in-
dada a subdelegação. timada de todos os atos processuais, independentemente de pro-
Art. 5º No ato de instauração do PAR, a autoridade designará curação ou de disposição contratual ou estatutária, na pessoa do
comissão, composta por dois ou mais servidores estáveis. gerente, representante ou administrador de sua filial, agência, su-
§ 1º Em entidades da administração pública federal cujos qua- cursal, estabelecimento ou escritório instalado no Brasil.
dros funcionais não sejam formados por servidores estatutários, a Art. 8º Recebida a defesa escrita, a comissão avaliará a perti-
comissão a que se refere o caput será composta por dois ou mais nência de produzir as provas eventualmente requeridas pela pes-
empregados permanentes, preferencialmente com, no mínimo, soa jurídica processada, podendo indeferir de forma motivada os
três anos de tempo de serviço na entidade. pedidos de produção de provas que sejam ilícitas, impertinentes,
§ 2º A comissão a que se refere o caput exercerá suas ativida- desnecessárias, protelatórias ou intempestivas.
des com imparcialidade e observará a legislação, os regulamentos e § 1º Caso sejam produzidas provas após a nota de indiciação,
as orientações técnicas vigentes. a comissão poderá:
§ 3º Será assegurado o sigilo do PAR, sempre que necessário I - intimar a pessoa jurídica para se manifestar, no prazo de dez
à elucidação do fato ou quando exigido pelo interesse da adminis- dias, sobre as novas provas juntadas aos autos, caso tais provas não
tração pública, garantido à pessoa jurídica processada o direito à justifiquem a alteração da nota de indiciação; ou
ampla defesa e ao contraditório. II - lavrar nova indiciação ou indiciação complementar, caso as
§ 4º O prazo para a conclusão dos trabalhos da comissão de novas provas juntadas aos autos justifiquem alterações na nota de
PAR não excederá cento e oitenta dias, admitida a prorrogação, me- indiciação inicial, devendo ser observado o disposto no caput do
diante solicitação justificada do presidente da comissão à autorida- art. 6º.
de instauradora, que decidirá de maneira fundamentada. § 2º Caso a pessoa jurídica apresente em sua defesa informa-
Art. 6º Instaurado o PAR, a comissão avaliará os fatos e as cir- ções e documentos referentes à existência e ao funcionamento de
cunstâncias conhecidas e indiciará e intimará a pessoa jurídica pro- programa de integridade, a comissão processante deverá examiná-
cessada para, no prazo de trinta dias, apresentar defesa escrita e -lo segundo os parâmetros indicados no Capítulo V, para a dosime-
especificar eventuais provas que pretenda produzir. tria das sanções a serem aplicadas.
§ 1º A intimação prevista no caput: Art. 9º A pessoa jurídica poderá acompanhar o PAR por meio
I - facultará expressamente à pessoa jurídica a possibilidade de de seus representantes legais ou procuradores, sendo-lhes assegu-
apresentar informações e provas que subsidiem a análise da comis- rado amplo acesso aos autos.
são de PAR no que se refere aos elementos que atenuam o valor da
multa, previstos no art. 23; e Parágrafo único. É vedada a retirada de autos físicos da repar-
II - solicitará a apresentação de informações e documentos, tição pública, sendo autorizada a obtenção de cópias, preferencial-
nos termos estabelecidos pela Controladoria-Geral da União, que mente em meio digital, mediante requerimento.
permitam a análise do programa de integridade da pessoa jurídica. Art. 10. A comissão, para o devido e regular exercício de suas
§ 2º O ato de indiciação conterá, no mínimo: funções, poderá praticar os atos necessários à elucidação dos fatos
I - a descrição clara e objetiva do ato lesivo imputado à pessoa sob apuração, compreendidos todos os meios probatórios admiti-
jurídica, com a descrição das circunstâncias relevantes; dos em lei, inclusive os previstos no § 3º do art. 3º.
II - o apontamento das provas que sustentam o entendimento Art. 11. Concluídos os trabalhos de apuração e análise, a co-
da comissão pela ocorrência do ato lesivo imputado; e missão elaborará relatório a respeito dos fatos apurados e da even-
III - o enquadramento legal do ato lesivo imputado à pessoa tual responsabilidade administrativa da pessoa jurídica, no qual su-
jurídica processada. gerirá, de forma motivada:
§ 3º Caso a intimação prevista no caput não tenha êxito, será I - as sanções a serem aplicadas, com a respectiva indicação da
feita nova intimação por meio de edital publicado na imprensa ofi- dosimetria, ou o arquivamento do processo;
cial e no sítio eletrônico do órgão ou da entidade pública respon- II - o encaminhamento do relatório final à autoridade compe-
sável pela condução do PAR, hipótese em que o prazo para apre- tente para instrução de processo administrativo específico para
sentação de defesa escrita será contado a partir da última data de reparação de danos, quando houver indícios de que do ato lesivo
publicação do edital. tenha resultado dano ao erário;

239
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
III - o encaminhamento do relatório final à Advocacia-Geral da II - exclusiva para avocar os processos instaurados para exame
União, para ajuizamento da ação de que trata o art. 19 da Lei nº de sua regularidade ou para lhes corrigir o andamento, inclusive
12.846, de 2013, com sugestão, de acordo com o caso concreto, promovendo a aplicação da penalidade administrativa cabível.
da aplicação das sanções previstas naquele artigo, como retribuição § 1º A Controladoria-Geral da União poderá exercer, a qual-
complementar às do PAR ou para a prevenção de novos ilícitos; quer tempo, a competência prevista no caput, se presentes quais-
IV - o encaminhamento do processo ao Ministério Público, nos quer das seguintes circunstâncias:
termos do disposto no art. 15 da Lei nº 12.846, de 2013; e I - caracterização de omissão da autoridade originariamente
V - as condições necessárias para a concessão da reabilitação, competente;
quando cabível. II - inexistência de condições objetivas para sua realização no
Art. 12. Concluído o relatório final, a comissão lavrará ata de órgão ou na entidade de origem;
encerramento dos seus trabalhos, que formalizará sua desconsti- III - complexidade, repercussão e relevância da matéria;
tuição, e encaminhará o PAR à autoridade instauradora, que deter- IV - valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o
minará a intimação da pessoa jurídica processada do relatório final órgão ou com a entidade atingida; ou
para, querendo, manifestar-se no prazo máximo de dez dias. V - apuração que envolva atos e fatos relacionados com mais de
Parágrafo único. Transcorrido o prazo previsto no caput, a au- um órgão ou entidade da administração pública federal.
toridade instauradora determinará à corregedoria da entidade ou à § 2º Ficam os órgãos e as entidades da administração pública
unidade competente que analise a regularidade e o mérito do PAR. obrigados a encaminhar à Controladoria-Geral da União todos os
Art. 13. Após a análise de regularidade e mérito, o PAR será documentos e informações que lhes forem solicitados, incluídos os
encaminhado à autoridade competente para julgamento, o qual autos originais dos processos que eventualmente estejam em cur-
será precedido de manifestação jurídica, elaborada pelo órgão de so.
assistência jurídica competente. Art. 18. Compete à Controladoria-Geral da União instaurar,
Parágrafo único. Na hipótese de decisão contrária ao relatório apurar e julgar PAR pela prática de atos lesivos a administração pú-
da comissão, esta deverá ser fundamentada com base nas provas blica estrangeira, o qual seguirá, no que couber, o rito procedimen-
produzidas no PAR. tal previsto neste Capítulo.
Art. 14. A decisão administrativa proferida pela autoridade jul- Parágrafo único. Os órgãos e as entidades da administração
gadora ao final do PAR será publicada no Diário Oficial da União e no pública federal direta e indireta deverão comunicar à Controlado-
sítio eletrônico do órgão ou da entidade pública responsável pelo ria-Geral da União os indícios da ocorrência de atos lesivos a ad-
julgamento do PAR. ministração pública estrangeira, identificados no exercício de suas
Art. 15. Da decisão administrativa sancionadora cabe pedido atribuições, juntando à comunicação os documentos já disponíveis
de reconsideração com efeito suspensivo, no prazo de dez dias, con- e necessários à apuração ou à comprovação dos fatos, sem prejuízo
tado da data de publicação da decisão. do envio de documentação complementar, na hipótese de novas
§ 1º A pessoa jurídica contra a qual foram impostas sanções no provas ou informações relevantes, sob pena de responsabilização.
PAR e que não apresentar pedido de reconsideração deverá cumpri-
-las no prazo de trinta dias, contado do fim do prazo para interposi- CAPÍTULO III
ção do pedido de reconsideração. DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DOS ENCAMINHA-
§ 2º A autoridade julgadora terá o prazo de trinta dias para MENTOS JUDICIAIS
decidir sobre a matéria alegada no pedido de reconsideração e pu-
blicar nova decisão. SEÇÃO I
§ 3º Mantida a decisão administrativa sancionadora, será con- DISPOSIÇÕES GERAIS
cedido à pessoa jurídica novo prazo de trinta dias para o cumpri-
mento das sanções que lhe foram impostas, contado da data de Art. 19. As pessoas jurídicas estão sujeitas às seguintes san-
publicação da nova decisão. ções administrativas, nos termos do disposto no art. 6º da Lei nº
Art. 16. Os atos previstos como infrações administrativas à Lei 12.846, de 2013:
nº 14.133, de 1º de abril de 2021, ou a outras normas de licitações I - multa; e
e contratos da administração pública que também sejam tipifica- II - publicação extraordinária da decisão administrativa sancio-
dos como atos lesivos na Lei nº 12.846, de 2013, serão apurados nadora.
e julgados conjuntamente, nos mesmos autos, aplicando-se o rito Parágrafo único. Caso os atos lesivos apurados envolvam infra-
procedimental previsto neste Capítulo. ções administrativas à Lei nº 14.133, de 2021, ou a outras normas
§ 1º Concluída a apuração de que trata o caput e havendo au- de licitações e contratos da administração pública e tenha ocorrido
toridades distintas competentes para o julgamento, o processo será a apuração conjunta prevista no art. 16, a pessoa jurídica também
encaminhado primeiramente àquela de nível mais elevado, para estará sujeita a sanções administrativas que tenham como efeito a
que julgue no âmbito de sua competência, tendo precedência o jul- restrição ao direito de participar em licitações ou de celebrar con-
gamento pelo Ministro de Estado competente. tratos com a administração pública, a serem aplicadas no PAR.
§ 2º Para fins do disposto no caput, o chefe da unidade res-
ponsável no órgão ou na entidade pela gestão de licitações e con- SEÇÃO II
tratos deve comunicar à autoridade a que se refere o caput do art. DA MULTA
3º eventuais fatos que configurem atos lesivos previstos no art. 5º
da Lei nº 12.846, de 2013. Art. 20. A multa prevista no inciso I do caput do art. 6º da Lei
Art. 17. A Controladoria-Geral da União possui, no âmbito do nº 12.846, de 2013, terá como base de cálculo o faturamento bruto
Poder Executivo federal, competência: da pessoa jurídica no último exercício anterior ao da instauração do
I - concorrente para instaurar e julgar PAR; e PAR, excluídos os tributos.

240
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 1º Os valores que constituirão a base de cálculo de que trata d) quatro por cento, no caso de o somatório dos instrumentos
o caput poderão ser apurados, entre outras formas, por meio de: totalizar valor superior a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de
I - compartilhamento de informações tributárias, na forma do reais); ou
disposto no inciso II do § 1º do art. 198 da Lei nº 5.172, de 1966 - e) cinco por cento, no caso de o somatório dos instrumentos
Código Tributário Nacional; totalizar valor superior a R$ 250.000.000,00 (duzentos e cinquenta
II - registros contábeis produzidos ou publicados pela pessoa milhões de reais).
jurídica acusada, no Brasil ou no exterior; Parágrafo único. No caso de acordo de leniência, o prazo cons-
III - estimativa, levando em consideração quaisquer informa- tante do inciso V do caput será contado a partir da data de celebra-
ções sobre a sua situação econômica ou o estado de seus negócios, ção até cinco anos após a declaração de seu cumprimento.
tais como patrimônio, capital social, número de empregados, con- Art. 23. Do resultado da soma dos fatores previstos no art. 22
tratos, entre outras; e serão subtraídos os valores correspondentes aos seguintes percen-
IV - identificação do montante total de recursos recebidos pela tuais da base de cálculo:
pessoa jurídica sem fins lucrativos no ano anterior ao da instaura- I - até meio por cento no caso de não consumação da infração;
ção do PAR, excluídos os tributos incidentes sobre vendas. II - até um por cento no caso de:
§ 2º Os fatores previstos nos art. 22 e art. 23 deste Decreto se- a) comprovação da devolução espontânea pela pessoa jurídica
rão avaliados em conjunto para os atos lesivos apurados no mesmo da vantagem auferida e do ressarcimento dos danos resultantes do
PAR, devendo-se considerar, para o cálculo da multa, a consolidação ato lesivo; ou
dos faturamentos brutos de todas as pessoas jurídicas pertencentes b) inexistência ou falta de comprovação de vantagem auferida
de fato ou de direito ao mesmo grupo econômico que tenham pra- e de danos resultantes do ato lesivo;
ticado os ilícitos previstos no art. 5º da Lei nº 12.846, de 2013, ou III - até um e meio por cento para o grau de colaboração da
concorrido para a sua prática. pessoa jurídica com a investigação ou a apuração do ato lesivo, in-
Art. 21. Caso a pessoa jurídica comprovadamente não tenha dependentemente do acordo de leniência;
tido faturamento no último exercício anterior ao da instauração do IV - até dois por cento no caso de admissão voluntária pela pes-
PAR, deve-se considerar como base de cálculo da multa o valor do soa jurídica da responsabilidade objetiva pelo ato lesivo; e
último faturamento bruto apurado pela pessoa jurídica, excluídos V - até cinco por cento no caso de comprovação de a pessoa
os tributos incidentes sobre vendas, que terá seu valor atualizado jurídica possuir e aplicar um programa de integridade, conforme os
até o último dia do exercício anterior ao da instauração do PAR. parâmetros estabelecidos no Capítulo V.
Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput, o valor da mul- Parágrafo único. Somente poderão ser atribuídos os percentu-
ta será estipulado observando-se o intervalo de R$ 6.000,00 (seis ais máximos, quando observadas as seguintes condições:
mil reais) a R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais) e o limite I - na hipótese prevista na alínea “a” do inciso II do caput, quan-
mínimo da vantagem auferida, quando for possível sua estimação. do ocorrer a devolução integral dos valores ali referidos;
Art. 22. O cálculo da multa se inicia com a soma dos valores II - na hipótese prevista no inciso IV do caput, quando a admis-
correspondentes aos seguintes percentuais da base de cálculo: são ocorrer antes da instauração do PAR; e
I - até quatro por cento, havendo concurso dos atos lesivos; III - na hipótese prevista no inciso V do caput, quando o plano
II - até três por cento para tolerância ou ciência de pessoas do de integridade for anterior à prática do ato lesivo.
corpo diretivo ou gerencial da pessoa jurídica; Art. 24. A existência e quantificação dos fatores previstos nos
III - até quatro por cento no caso de interrupção no forneci- art. 22 e art. 23 deverá ser apurada no PAR e evidenciada no relató-
mento de serviço público, na execução de obra contratada ou na rio final da comissão, o qual também conterá a estimativa, sempre
entrega de bens ou serviços essenciais à prestação de serviços pú- que possível, dos valores da vantagem auferida e da pretendida.
blicos ou no caso de descumprimento de requisitos regulatórios; Art. 25. Em qualquer hipótese, o valor final da multa terá como
IV - um por cento para a situação econômica do infrator que limite:
apresente índices de solvência geral e de liquidez geral superiores I - mínimo, o maior valor entre o da vantagem auferida, quando
a um e lucro líquido no último exercício anterior ao da instauração for possível sua estimativa, e:
do PAR; a) um décimo por cento da base de cálculo; ou
V - três por cento no caso de reincidência, assim definida a b) R$ 6.000,00 (seis mil reais), na hipótese prevista no art. 21; e
ocorrência de nova infração, idêntica ou não à anterior, tipificada II - máximo, o menor valor entre:
como ato lesivo pelo art. 5º da Lei nº 12.846, de 2013, em menos a) três vezes o valor da vantagem pretendida ou auferida, o que
de cinco anos, contados da publicação do julgamento da infração for maior entre os dois valores;
anterior; e b) vinte por cento do faturamento bruto do último exercício
VI - no caso de contratos, convênios, acordos, ajustes e outros anterior ao da instauração do PAR, excluídos os tributos incidentes
instrumentos congêneres mantidos ou pretendidos com o órgão ou sobre vendas; ou
com as entidades lesadas, nos anos da prática do ato lesivo, serão c) R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais), na hipótese
considerados os seguintes percentuais: prevista no art. 21, desde que não seja possível estimar o valor da
a) um por cento, no caso de o somatório dos instrumentos to- vantagem auferida.
talizar valor superior a R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais); § 1º O limite máximo não será observado, caso o valor resul-
b) dois por cento, no caso de o somatório dos instrumentos tante do cálculo desse parâmetro seja inferior ao resultado calcula-
totalizar valor superior a R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos do para o limite mínimo.
mil reais); § 2º Na ausência de todos os fatores previstos nos art. 22 e art.
c) três por cento, no caso de o somatório dos instrumentos to- 23 ou quando o resultado das operações de soma e subtração for
talizar valor superior a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais); igual ou menor que zero, o valor da multa corresponderá ao limite
mínimo estabelecido no caput.

241
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 26. O valor da vantagem auferida ou pretendida corres- § 1º Feito o recolhimento, a pessoa jurídica sancionada apre-
ponde ao equivalente monetário do produto do ilícito, assim enten- sentará ao órgão ou à entidade que aplicou a sanção documento
dido como os ganhos ou os proveitos obtidos ou pretendidos pela que ateste o pagamento integral do valor da multa imposta.
pessoa jurídica em decorrência direta ou indireta da prática do ato § 2º Decorrido o prazo previsto no caput sem que a multa te-
lesivo. nha sido recolhida ou não tendo ocorrido a comprovação de seu pa-
§ 1º O valor da vantagem auferida ou pretendida poderá ser gamento integral, o órgão ou a entidade que a aplicou encaminhará
estimado mediante a aplicação, conforme o caso, das seguintes me- o débito para inscrição em Dívida Ativa da União ou das autarquias
todologias: e fundações públicas federais.
I - pelo valor total da receita auferida em contrato administrati- § 3º Caso a entidade que aplicou a multa não possua Dívida
vo e seus aditivos, deduzidos os custos lícitos que a pessoa jurídica Ativa, o valor será cobrado independentemente de prévia inscrição.
comprove serem efetivamente atribuíveis ao objeto contratado, na § 4º A multa aplicada pela Controladoria-Geral da União em
hipótese de atos lesivos praticados para fins de obtenção e execu- acordos de leniência ou nas hipóteses previstas nos art.17 e art. 18
ção dos respectivos contratos; será destinada à União e recolhida à conta única do Tesouro Nacio-
II - pelo valor total de despesas ou custos evitados, inclusive nal.
os de natureza tributária ou regulatória, e que seriam imputáveis à § 5º Os acordos de leniência poderão pactuar prazo distinto do
pessoa jurídica caso não houvesse sido praticado o ato lesivo pela previsto no caput para recolhimento da multa aplicada ou de qual-
pessoa jurídica infratora; ou quer outra obrigação financeira imputada à pessoa jurídica.
III - pelo valor do lucro adicional auferido pela pessoa jurídica
decorrente de ação ou omissão na prática de ato do Poder Público SEÇÃO V
que não ocorreria sem a prática do ato lesivo pela pessoa jurídica DOS ENCAMINHAMENTOS JUDICIAIS
infratora.
§ 2º Os valores correspondentes às vantagens indevidas pro- Art. 30. As medidas judiciais, no Brasil ou no exterior, como a
metidas ou pagas a agente público ou a terceiros a ele relacionados cobrança da multa administrativa aplicada no PAR, a promoção da
não poderão ser deduzidos do cálculo estimativo de que trata o § publicação extraordinária, a persecução das sanções previstas no
1º. caput do art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013 , a reparação integral dos
Art. 27. Com a assinatura do acordo de leniência, a multa apli- danos e prejuízos, além de eventual atuação judicial para a finali-
cável será reduzida conforme a fração nele pactuada, observado o dade de instrução ou garantia do processo judicial ou preservação
limite previsto no § 2º do art. 16 da Lei nº 12.846, de 2013. do acordo de leniência, serão solicitadas ao órgão de representação
§ 1º O valor da multa prevista no caput poderá ser inferior ao judicial ou equivalente dos órgãos ou das entidades lesadas.
limite mínimo previsto no art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013. Art. 31. No âmbito da administração pública federal direta, in-
§ 2º No caso de a autoridade signatária declarar o descumpri- clusive nas hipóteses de que tratam os art. 17 e art. 18, a atuação
mento do acordo de leniência por falta imputável à pessoa jurídica judicial será exercida pela Procuradoria-Geral da União, observadas
colaboradora, o valor integral encontrado antes da redução de que as atribuições da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para ins-
trata o caput será cobrado na forma do disposto na Seção IV, des- crição e cobrança de créditos da União inscritos em Dívida Ativa.
contando-se as frações da multa eventualmente já pagas. Parágrafo único. No âmbito das autarquias e das fundações
públicas federais, a atuação judicial será exercida pela Procurado-
SEÇÃO III ria-Geral Federal, inclusive no que se refere à cobrança da multa
DA PUBLICAÇÃO EXTRAORDINÁRIA DA DECISÃO ADMI- administrativa aplicada no PAR, respeitadas as competências da
NISTRATIVA SANCIONADORA Procuradoria-Geral do Banco Central.

Art. 28. A pessoa jurídica sancionada administrativamente pela CAPÍTULO IV


prática de atos lesivos contra a administração pública, nos termos DO ACORDO DE LENIÊNCIA
da Lei nº 12.846, de 2013, publicará a decisão administrativa san-
cionadora na forma de extrato de sentença, cumulativamente: Art. 32. O acordo de leniência é ato administrativo negocial
I - em meio de comunicação de grande circulação, física ou ele- decorrente do exercício do poder sancionador do Estado, que visa
trônica, na área da prática da infração e de atuação da pessoa jurídi- à responsabilização de pessoas jurídicas pela prática de atos lesivos
ca ou, na sua falta, em publicação de circulação nacional; contra a administração pública nacional ou estrangeira.
II - em edital afixado no próprio estabelecimento ou no local Parágrafo único. O acordo de leniência buscará, nos termos
de exercício da atividade, em localidade que permita a visibilidade da lei:
pelo público, pelo prazo mínimo de trinta dias; e I - o incremento da capacidade investigativa da administração
III - em seu sítio eletrônico, pelo prazo mínimo de trinta dias e pública;
em destaque na página principal do referido sítio. II - a potencialização da capacidade estatal de recuperação de
Parágrafo único. A publicação a que se refere o caput será feita ativos; e
a expensas da pessoa jurídica sancionada. III - o fomento da cultura de integridade no setor privado.
Art. 33. O acordo de leniência será celebrado com as pessoas
SEÇÃO IV jurídicas responsáveis pela prática dos atos lesivos previstos na Lei
DA COBRANÇA DA MULTA APLICADA nº 12.846, de 2013, e dos ilícitos administrativos previstos na Lei nº
14.133, de 2021, e em outras normas de licitações e contratos, com
Art. 29. A multa aplicada será integralmente recolhida pela vistas à isenção ou à atenuação das respectivas sanções, desde que
pessoa jurídica sancionada no prazo de trinta dias, observado o dis- colaborem efetivamente com as investigações e o PAR, devendo re-
posto no art. 15. sultar dessa colaboração:

242
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
I - a identificação dos demais envolvidos nos ilícitos, quando Art. 38. A proposta de celebração de acordo de leniência deve-
couber; e rá ser feita de forma escrita, oportunidade em que a pessoa jurídica
II - a obtenção célere de informações e documentos que com- proponente declarará expressamente que foi orientada a respeito
provem a infração sob apuração. de seus direitos, garantias e deveres legais e de que o não atendi-
Art. 34. Compete à Controladoria-Geral da União celebrar mento às determinações e às solicitações durante a etapa de nego-
acordos de leniência no âmbito do Poder Executivo federal e nos ciação importará a desistência da proposta.
casos de atos lesivos contra a administração pública estrangeira. § 1º A proposta deverá ser apresentada pelos representantes
Art. 35. Ato conjunto do Ministro de Estado da Controladoria- da pessoa jurídica, na forma de seu estatuto ou contrato social, ou
-Geral da União e do Advogado-Geral da União: por meio de procurador com poderes específicos para tal ato, ob-
I - disciplinará a participação de membros da Advocacia-Geral servado o disposto no art. 26 da Lei nº 12.846, de 2013.
da União nos processos de negociação e de acompanhamento do § 2º A proposta poderá ser feita até a conclusão do relatório a
cumprimento dos acordos de leniência; e ser elaborado no PAR.
II - disporá sobre a celebração de acordos de leniência pelo Mi- § 3º A proposta apresentada receberá tratamento sigiloso e o
nistro de Estado da Controladoria-Geral da União conjuntamente acesso ao seu conteúdo será restrito no âmbito da Controladoria-
com o Advogado-Geral da União. -Geral da União.
Parágrafo único. A participação da Advocacia-Geral da União § 4º A proponente poderá divulgar ou compartilhar a existên-
nos acordos de leniência, consideradas as condições neles estabe- cia da proposta ou de seu conteúdo, desde que haja prévia anuên-
lecidas e observados os termos da Lei Complementar nº 73, de 10 cia da Controladoria-Geral da União.
de fevereiro de 1993, e da Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015, § 5º A análise da proposta de acordo de leniência será instru-
poderá ensejar a resolução consensual das penalidades previstas ída em processo administrativo específico, que conterá o registro
no art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013. dos atos praticados na negociação.
Art. 36. A Controladoria-Geral da União poderá aceitar delega- Art. 39. A proposta de celebração de acordo de leniência será
ção para negociar, celebrar e monitorar o cumprimento de acordos submetida à análise de juízo de admissibilidade, para verificação da
de leniência relativos a atos lesivos contra outros Poderes e entes existência dos elementos mínimos que justifiquem o início da ne-
federativos. gociação.
Art. 37. A pessoa jurídica que pretenda celebrar acordo de le- § 1º Admitida a proposta, será firmado memorando de enten-
niência deverá: dimentos com a pessoa jurídica proponente, definindo os parâme-
I - ser a primeira a manifestar interesse em cooperar para a tros da negociação do acordo de leniência.
apuração de ato lesivo específico, quando tal circunstância for re- § 2º O memorando de entendimentos poderá ser resilido a
levante; qualquer momento, a pedido da pessoa jurídica proponente ou a
II - ter cessado completamente seu envolvimento no ato lesivo critério da administração pública federal.
a partir da data da propositura do acordo; § 3º A assinatura do memorando de entendimentos:
III - admitir sua responsabilidade objetiva quanto aos atos le- I - interrompe a prescrição; e
sivos; II - suspende a prescrição pelo prazo da negociação, limitado,
IV - cooperar plena e permanentemente com as investigações e em qualquer hipótese, a trezentos e sessenta dias.
o processo administrativo e comparecer, sob suas expensas e sem- Art. 40. A critério da Controladoria-Geral da União, o PAR ins-
pre que solicitada, aos atos processuais, até o seu encerramento; taurado em face de pessoa jurídica que esteja negociando a cele-
V - fornecer informações, documentos e elementos que com- bração de acordo de leniência poderá ser suspenso.
provem o ato ilícito; Parágrafo único. A suspensão ocorrerá sem prejuízo:
VI - reparar integralmente a parcela incontroversa do dano cau- I - da continuidade de medidas investigativas necessárias para
sado; e o esclarecimento dos fatos; e
VII - perder, em favor do ente lesado ou da União, conforme o II - da adoção de medidas processuais cautelares e assecurató-
caso, os valores correspondentes ao acréscimo patrimonial indevi- rias indispensáveis para se evitar perecimento de direito ou garantir
do ou ao enriquecimento ilícito direta ou indiretamente obtido da a instrução processual.
infração, nos termos e nos montantes definidos na negociação. Art. 41. A Controladoria-Geral da União poderá avocar os autos
§ 1º Os requisitos de que tratam os incisos III e IV do caput se- de processos administrativos em curso em outros órgãos ou enti-
rão avaliados em face da boa-fé da pessoa jurídica proponente em dades da administração pública federal relacionados com os fatos
reportar à administração a descrição e a comprovação da integrali- objeto do acordo em negociação.
dade dos atos ilícitos de que tenha ou venha a ter ciência, desde o Art. 42. A negociação a respeito da proposta do acordo de leni-
momento da propositura do acordo até o seu total cumprimento. ência deverá ser concluída no prazo de cento e oitenta dias, conta-
§ 2º A parcela incontroversa do dano de que trata o inciso VI do da data da assinatura do memorando de entendimentos.
do caput corresponde aos valores dos danos admitidos pela pessoa Parágrafo único. O prazo de que trata o caput poderá ser pror-
jurídica ou àqueles decorrentes de decisão definitiva no âmbito do rogado, caso presentes circunstâncias que o exijam.
devido processo administrativo ou judicial. Art. 43. A desistência da proposta de acordo de leniência ou a
§ 3º Nas hipóteses em que de determinado ato ilícito decor- sua rejeição não importará em reconhecimento da prática do ato
ra, simultaneamente, dano ao ente lesado e acréscimo patrimonial lesivo.
indevido à pessoa jurídica responsável pela prática do ato, e haja § 1º Não se fará divulgação da desistência ou da rejeição da
identidade entre ambos, os valores a eles correspondentes serão: proposta do acordo de leniência, ressalvado o disposto no § 4º do
I - computados uma única vez para fins de quantificação do va- art. 38.
lor a ser adimplido a partir do acordo de leniência; e § 2º Na hipótese prevista no caput, a administração pública
II - classificados como ressarcimento de danos para fins contá- federal não poderá utilizar os documentos recebidos durante o pro-
beis, orçamentários e de sua destinação para o ente lesado. cesso de negociação de acordo de leniência.

243
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 3º O disposto no § 2º não impedirá a apuração dos fatos re- Art. 50. Com a celebração do acordo de leniência, serão con-
lacionados com a proposta de acordo de leniência, quando decorrer cedidos em favor da pessoa jurídica signatária, nos termos previa-
de indícios ou provas autônomas que sejam obtidos ou levados ao mente firmados no acordo, um ou mais dos seguintes efeitos:
conhecimento da autoridade por qualquer outro meio. I - isenção da publicação extraordinária da decisão administra-
Art. 44. O acordo de leniência estipulará as condições para as- tiva sancionadora;
segurar a efetividade da colaboração e o resultado útil do processo II - isenção da proibição de receber incentivos, subsídios, sub-
e conterá as cláusulas e obrigações que, diante das circunstâncias venções, doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicos
do caso concreto, reputem-se necessárias. e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo Poder Pú-
Art. 45. O acordo de leniência conterá, entre outras disposi- blico;
ções, cláusulas que versem sobre: III - redução do valor final da multa aplicável, observado o dis-
I - o compromisso de cumprimento dos requisitos previstos nos posto no art. 27; ou
incisos II a VII do caput do art. 37; IV - isenção ou atenuação das sanções administrativas previs-
II - a perda dos benefícios pactuados, em caso de descumpri- tas no art. 156 da Lei nº 14.133, de 2021, ou em outras normas de
mento do acordo; licitações e contratos.
III - a natureza de título executivo extrajudicial do instrumento § 1º No acordo de leniência poderá ser pactuada a resolução
do acordo, nos termos do disposto no inciso II do caput do art. 784 de ações judiciais que tenham por objeto os fatos que componham
da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 - Código de Processo Civil; o escopo do acordo.
IV - a adoção, a aplicação ou o aperfeiçoamento de programa § 2º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pes-
de integridade, conforme os parâmetros estabelecidos no Capítulo soas jurídicas que integrarem o mesmo grupo econômico, de fato
V, bem como o prazo e as condições de monitoramento; ou de direito, desde que tenham firmado o acordo em conjunto,
V - o pagamento das multas aplicáveis e da parcela a que se respeitadas as condições nele estabelecidas.
refere o inciso VI do caput do art. 37; e Art. 51. O monitoramento das obrigações de adoção, imple-
VI - a possibilidade de utilização da parcela a que se refere o mentação e aperfeiçoamento do programa de integridade de que
inciso VI do caput do art. 37 para compensação com outros valo- trata o inciso IV do caput do art. 45 será realizado, direta ou indire-
res porventura apurados em outros processos sancionatórios ou de tamente, pela Controladoria-Geral da União, podendo ser dispen-
prestação de contas, quando relativos aos mesmos fatos que com- sado, a depender das características do ato lesivo, das medidas de
põem o escopo do acordo. remediação adotadas pela pessoa jurídica e do interesse público.
Art. 46. A Controladoria-Geral da União poderá conduzir e jul- § 1º O monitoramento a que se refere o caput será realizado,
gar os processos administrativos que apurem infrações administra- dentre outras formas, pela análise de relatórios, documentos e in-
tivas previstas na Lei nº 12.846, de 2013, na Lei nº 14.133, de 2021, formações fornecidos pela pessoa jurídica, obtidos de forma inde-
e em outras normas de licitações e contratos, cujos fatos tenham pendente ou por meio de reuniões, entrevistas, testes de sistemas
sido noticiados por meio do acordo de leniência. e de conformidade com as políticas e visitas técnicas.
Art. 47. O percentual de redução do valor da multa aplicável § 2º As informações relativas às etapas do processo de monito-
de que trata o § 2º do art. 16 da Lei nº 12.846, de 2013, levará em ramento serão publicadas em transparência ativa no sítio eletrônico
consideração os seguintes critérios: da Controladoria-Geral da União, respeitados os sigilos legais e o
I - a tempestividade da autodenúncia e o ineditismo dos atos interesse das investigações.
lesivos; Art. 52. Cumprido o acordo de leniência pela pessoa jurídica
II - a efetividade da colaboração da pessoa jurídica; e colaboradora, a autoridade competente declarará:
III - o compromisso de assumir condições relevantes para o I - o cumprimento das obrigações nele constantes;
cumprimento do acordo. II - a isenção das sanções previstas no inciso II do caput do art.
Parágrafo único. Os critérios previstos no caput serão objeto 6º e no inciso IV do caput do art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013, bem
de ato normativo a ser editado pelo Ministro de Estado da Contro- como das demais sanções aplicáveis ao caso;
ladoria-Geral da União. III - o cumprimento da sanção prevista no inciso I do caput do
Art. 48. O acesso aos documentos e às informações comercial- art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013; e
mente sensíveis da pessoa jurídica será mantido restrito durante a IV - o atendimento dos compromissos assumidos de que tra-
negociação e após a celebração do acordo de leniência. tam os incisos II a VII do caput do art. 37 deste Decreto.
§ 1º Até a celebração do acordo de leniência, a identidade da Art. 53. Declarada a rescisão do acordo de leniência pela au-
pessoa jurídica signatária do acordo não será divulgada ao público, toridade competente, decorrente do seu injustificado descumpri-
ressalvado o disposto no § 4º do art. 38. mento:
§ 2º As informações e os documentos obtidos em decorrência I - a pessoa jurídica perderá os benefícios pactuados e ficará
da celebração de acordos de leniência poderão ser compartilhados impedida de celebrar novo acordo pelo prazo de três anos, contado
com outras autoridades, mediante compromisso de sua não utiliza- da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa que
ção para sancionar a própria pessoa jurídica em relação aos mes- julgar rescindido o acordo;
mos fatos objeto do acordo de leniência, ou com concordância da II - haverá o vencimento antecipado das parcelas não pagas e
própria pessoa jurídica. serão executados:
Art. 49. A celebração do acordo de leniência interrompe o pra- a) o valor integral da multa, descontando-se as frações eventu-
zo prescricional da pretensão punitiva em relação aos atos ilícitos almente já pagas; e
objeto do acordo, nos termos do disposto no § 9º do art. 16 da Lei b) os valores integrais referentes aos danos, ao enriquecimento
nº 12.846, de 2013, que permanecerá suspenso até o cumprimento indevido e a outros valores porventura pactuados no acordo, des-
dos compromissos firmados no acordo ou até a sua rescisão, nos contando-se as frações eventualmente já pagas; e
termos do disposto no art. 34 da Lei nº 13.140, de 2015. III - serão aplicadas as demais sanções e as consequências pre-
vistas nos termos dos acordos de leniência e na legislação aplicável.

244
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Parágrafo único. O descumprimento do acordo de leniência V - gestão adequada de riscos, incluindo sua análise e reavalia-
será registrado pela Controladoria-Geral da União, pelo prazo de ção periódica, para a realização de adaptações necessárias ao pro-
três anos, no Cadastro Nacional de Empresas Punidas - CNEP. grama de integridade e a alocação eficiente de recursos;
Art. 54. Excepcionalmente, as autoridades signatárias poderão VI - registros contábeis que reflitam de forma completa e preci-
deferir pedido de alteração ou de substituição de obrigações pac- sa as transações da pessoa jurídica;
tuadas no acordo de leniência, desde que presentes os seguintes VII - controles internos que assegurem a pronta elaboração e a
requisitos: confiabilidade de relatórios e demonstrações financeiras da pessoa
I - manutenção dos resultados e requisitos originais que funda- jurídica;
mentaram o acordo de leniência, nos termos do disposto no art. 16 VIII - procedimentos específicos para prevenir fraudes e ilícitos
da Lei nº 12.846, de 2013; no âmbito de processos licitatórios, na execução de contratos admi-
II - maior vantagem para a administração, de maneira que se- nistrativos ou em qualquer interação com o setor público, ainda que
jam alcançadas melhores consequências para o interesse público intermediada por terceiros, como pagamento de tributos, sujeição
do que a declaração de descumprimento e a rescisão do acordo; a fiscalizações ou obtenção de autorizações, licenças, permissões e
III - imprevisão da circunstância que dá causa ao pedido de certidões;
modificação ou à impossibilidade de cumprimento das condições IX - independência, estrutura e autoridade da instância interna
originalmente pactuadas; responsável pela aplicação do programa de integridade e pela fisca-
IV - boa-fé da pessoa jurídica colaboradora em comunicar a lização de seu cumprimento;
impossibilidade do cumprimento de uma obrigação antes do ven- X - canais de denúncia de irregularidades, abertos e amplamen-
cimento do prazo para seu adimplemento; e te divulgados a funcionários e terceiros, e mecanismos destinados
V - higidez das garantias apresentadas no acordo. ao tratamento das denúncias e à proteção de denunciantes de bo-
Parágrafo único. A análise do pedido de que trata o caput con- a-fé;
siderará o grau de adimplência da pessoa jurídica com as demais XI - medidas disciplinares em caso de violação do programa de
condições pactuadas, inclusive as de adoção ou de aperfeiçoamen- integridade;
to do programa de integridade. XII - procedimentos que assegurem a pronta interrupção de ir-
Art. 55. Os acordos de leniência celebrados serão publicados regularidades ou infrações detectadas e a tempestiva remediação
em transparência ativa no sítio eletrônico da Controladoria-Geral da dos danos gerados;
União, respeitados os sigilos legais e o interesse das investigações. XIII - diligências apropriadas, baseadas em risco, para:
a) contratação e, conforme o caso, supervisão de terceiros, tais
CAPÍTULO V como fornecedores, prestadores de serviço, agentes intermediá-
DO PROGRAMA DE INTEGRIDADE rios, despachantes, consultores, representantes comerciais e asso-
ciados;
Art. 56. Para fins do disposto neste Decreto, programa de in- b) contratação e, conforme o caso, supervisão de pessoas ex-
tegridade consiste, no âmbito de uma pessoa jurídica, no conjunto postas politicamente, bem como de seus familiares, estreitos cola-
de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria boradores e pessoas jurídicas de que participem; e
e incentivo à denúncia de irregularidades e na aplicação efetiva de c) realização e supervisão de patrocínios e doações;
códigos de ética e de conduta, políticas e diretrizes, com objetivo XIV - verificação, durante os processos de fusões, aquisições e
de: reestruturações societárias, do cometimento de irregularidades ou
I - prevenir, detectar e sanar desvios, fraudes, irregularidades e ilícitos ou da existência de vulnerabilidades nas pessoas jurídicas
atos ilícitos praticados contra a administração pública, nacional ou envolvidas; e
estrangeira; e XV - monitoramento contínuo do programa de integridade
II - fomentar e manter uma cultura de integridade no ambiente visando ao seu aperfeiçoamento na prevenção, na detecção e no
organizacional. combate à ocorrência dos atos lesivos previstos no art. 5º da Lei nº
Parágrafo único. O programa de integridade deve ser estrutu- 12.846, de 2013.
rado, aplicado e atualizado de acordo com as características e os § 1º Na avaliação dos parâmetros de que trata o caput, serão
riscos atuais das atividades de cada pessoa jurídica, a qual, por sua considerados o porte e as especificidades da pessoa jurídica, por
vez, deve garantir o constante aprimoramento e a adaptação do re- meio de aspectos como:
ferido programa, visando garantir sua efetividade. I - a quantidade de funcionários, empregados e colaboradores;
Art. 57. Para fins do disposto no inciso VIII do caput do art. 7º II - o faturamento, levando ainda em consideração o fato de
da Lei nº 12.846, de 2013, o programa de integridade será avaliado, ser qualificada como microempresa ou empresa de pequeno porte;
quanto a sua existência e aplicação, de acordo com os seguintes III - a estrutura de governança corporativa e a complexidade de
parâmetros: unidades internas, tais como departamentos, diretorias ou setores,
I - comprometimento da alta direção da pessoa jurídica, inclu- ou da estruturação de grupo econômico;
ídos os conselhos, evidenciado pelo apoio visível e inequívoco ao IV - a utilização de agentes intermediários, como consultores
programa, bem como pela destinação de recursos adequados; ou representantes comerciais;
II - padrões de conduta, código de ética, políticas e procedi- V - o setor do mercado em que atua;
mentos de integridade, aplicáveis a todos os empregados e admi- VI - os países em que atua, direta ou indiretamente;
nistradores, independentemente do cargo ou da função exercida; VII - o grau de interação com o setor público e a importância
III - padrões de conduta, código de ética e políticas de integri- de contratações, investimentos e subsídios públicos, autorizações,
dade estendidas, quando necessário, a terceiros, tais como fornece- licenças e permissões governamentais em suas operações; e
dores, prestadores de serviço, agentes intermediários e associados; VIII - a quantidade e a localização das pessoas jurídicas que in-
IV - treinamentos e ações de comunicação periódicos sobre o tegram o grupo econômico.
programa de integridade;

245
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 2º A efetividade do programa de integridade em relação ao I - nome ou razão social da pessoa física ou jurídica sancionada;
ato lesivo objeto de apuração será considerada para fins da avalia- II - número de inscrição da pessoa jurídica no Cadastro Nacio-
ção de que trata o caput. nal da Pessoa Jurídica - CNPJ ou da pessoa física no Cadastro de
Pessoas Físicas - CPF;
CAPÍTULO VI III - tipo de sanção;
DO CADASTRO NACIONAL DE EMPRESAS INIDÔNEAS E IV - fundamentação legal da sanção;
SUSPENSAS E DO CADASTRO NACIONAL DE EMPRESAS PUNI- V - número do processo no qual foi fundamentada a sanção;
DAS VI - data de início de vigência do efeito limitador ou impeditivo
da sanção ou data de aplicação da sanção;
Art. 58. O Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspen- VII - data final do efeito limitador ou impeditivo da sanção,
sas - CEIS conterá informações referentes às sanções administrati- quando couber;
vas impostas a pessoas físicas ou jurídicas que impliquem restrição VIII - nome do órgão ou da entidade sancionadora;
IX - valor da multa, quando couber; e
ao direito de participar de licitações ou de celebrar contratos com a
X - escopo de abrangência da sanção, quando couber.
administração pública de qualquer esfera federativa, entre as quais:
Art. 61. Os registros no CEIS e no CNEP deverão ser realizados
I - suspensão temporária de participação em licitação e impedi-
imediatamente após o transcurso do prazo para apresentação do
mento de contratar com a administração pública, conforme dispos-
pedido de reconsideração ou recurso cabível ou da publicação de
to no inciso III do caput do art. 87 da Lei nº 8.666, de 21 de junho sua decisão final, quando lhe for atribuído efeito suspensivo pela
de 1993; autoridade competente.
II - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Art. 62. A exclusão dos dados e das informações constantes do
administração pública, conforme disposto no inciso IV do caput do CEIS ou do CNEP se dará:
art. 87 da Lei nº 8.666, de 1993, e no inciso IV do caput do art. 156 I - com o fim do prazo do efeito limitador ou impeditivo da san-
da Lei nº 14.133, de 2021; ção ou depois de decorrido o prazo previamente estabelecido no
III - impedimento de licitar e contratar com a União, os Estados, ato sancionador; ou
o Distrito Federal ou os Municípios, conforme disposto no art. 7º da II - mediante requerimento da pessoa jurídica interessada,
Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, no art. 47 da Lei nº 12.462, após cumpridos os seguintes requisitos, quando aplicáveis:
de 4 de agosto de 2011, e no inciso III do caput do art. 156 da Lei nº a) publicação da decisão de reabilitação da pessoa jurídica san-
14.133, de 2021; cionada;
IV - suspensão temporária de participação em licitação e im- b) cumprimento integral do acordo de leniência;
pedimento de contratar com a administração pública, conforme c) reparação do dano causado;
disposto no inciso IV do caput do art. 33 da Lei nº 12.527, de 18 de d) quitação da multa aplicada; e
novembro de 2011; e) cumprimento da pena de publicação extraordinária da deci-
V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a são administrativa sancionadora.
administração pública, conforme disposto no inciso V do caput do Art. 63. O fornecimento dos dados e das informações de que
art. 33 da Lei nº 12.527, de 2011; trata este Capítulo pelos órgãos e pelas entidades dos Poderes Exe-
VI - declaração de inidoneidade para participar de licitação com cutivo, Legislativo e Judiciário de cada uma das esferas de governo
a administração pública federal, conforme disposto no art. 46 da Lei será disciplinado pela Controladoria-Geral da União.
nº 8.443, de 16 de julho de 1992; Parágrafo único. O registro e a exclusão dos registros no CEIS
VII - proibição de contratar com o Poder Público, conforme dis- e no CNEP são de competência e responsabilidade do órgão ou da
posto no art. 12 da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992; entidade sancionadora.
VIII - proibição de contratar e participar de licitações com o Po-
CAPÍTULO VII
der Público, conforme disposto no art. 10 da Lei nº 9.605, de 12 de
DISPOSIÇÕES FINAIS
fevereiro de 1998; e
IX - declaração de inidoneidade, conforme disposto no inciso V
Art. 64. As informações referentes ao PAR instaurado no âm-
do caput do art. 78-A combinado com o art. 78-I da Lei nº 10.233,
bito dos órgãos e das entidades do Poder Executivo federal serão
de 5 de junho de 2001. registradas no sistema de gerenciamento eletrônico de processos
Parágrafo único. Poderão ser registradas no CEIS outras san- administrativos sancionadores mantido pela Controladoria-Geral
ções que impliquem restrição ao direito de participar em licitações da União, conforme ato do Ministro de Estado da Controladoria-
ou de celebrar contratos com a administração pública, ainda que -Geral da União.
não sejam de natureza administrativa. Art. 65. Os órgãos e as entidades da administração pública, no
Art. 59. O CNEP conterá informações referentes: exercício de suas competências regulatórias, disporão sobre os efei-
I - às sanções impostas com fundamento na Lei nº 12.846, de tos da Lei nº 12.846, de 2013, no âmbito das atividades reguladas,
2013; e inclusive no caso de proposta e celebração de acordo de leniência.
II - ao descumprimento de acordo de leniência celebrado com Art. 66. O processamento do PAR ou a negociação de acordo
fundamento na Lei nº 12.846, de 2013. de leniência não interfere no seguimento regular dos processos ad-
Parágrafo único. As informações sobre os acordos de leniên- ministrativos específicos para apuração da ocorrência de danos e
cia celebrados com fundamento na Lei nº 12.846, de 2013, serão prejuízos à administração pública federal resultantes de ato lesivo
registradas em relação específica no CNEP, após a celebração do cometido por pessoa jurídica, com ou sem a participação de agente
acordo, exceto se sua divulgação causar prejuízos às investigações público.
ou ao processo administrativo. Art. 67. Compete ao Ministro de Estado da Controladoria-Ge-
Art. 60. Constarão do CEIS e do CNEP, sem prejuízo de outros ral da União editar orientações, normas e procedimentos comple-
a serem estabelecidos pela Controladoria-Geral da União, dados e mentares para a execução deste Decreto, notadamente no que diz
informações referentes a: respeito a:

246
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
I - fixação da metodologia para a apuração do faturamento bru- CAPÍTULO II
to e dos tributos a serem excluídos para fins de cálculo da multa a DA POLÍTICA DE SEGURANÇA CIBERNÉTICA
que se refere o art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013;
II - forma e regras para o cumprimento da publicação extraordi- SEÇÃO I
nária da decisão administrativa sancionadora; DA IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA DE SEGURANÇA CI-
III - avaliação do programa de integridade, inclusive sobre a for- BERNÉTICA
ma de avaliação simplificada no caso de microempresas e empresas
de pequeno porte; e Art. 2º As instituições referidas no art. 1º devem implementar
IV - gestão e registro dos procedimentos e sanções aplicadas e manter política de segurança cibernética formulada com base em
em face de pessoas jurídicas e entes privados. princípios e diretrizes que busquem assegurar a confidencialidade,
Art. 68. O Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Advoca- a integridade e a disponibilidade dos dados e dos sistemas de infor-
cia-Geral da União e a Controladoria-Geral da União: mação utilizados.
I - estabelecerão canais de comunicação institucional:
§ 1º A política mencionada no caput deve ser compatível com:
a) para o encaminhamento de informações referentes à prática
I - o porte, o perfil de risco e o modelo de negócio da institui-
de atos lesivos contra a administração pública nacional ou estran-
ção;
geira ou derivadas de acordos de colaboração premiada e acordos
II - a natureza das operações e a complexidade dos produtos,
de leniência; e
b) para a cooperação jurídica internacional e recuperação de serviços, atividades e processos da instituição; e
ativos; e III - a sensibilidade dos dados e das informações sob responsa-
II - poderão, por meio de acordos de colaboração técnica, ar- bilidade da instituição.
ticular medidas para o enfrentamento da corrupção e de delitos § 2º Admite-se a adoção de política de segurança cibernética
conexos. única por:
Art. 69. As disposições deste Decreto se aplicam imediatamen- I - conglomerado prudencial; e
te aos processos em curso, resguardados os atos praticados antes II - sistema cooperativo de crédito.
de sua vigência. § 3º As instituições que não constituírem política de seguran-
Art. 70. Fica revogado o Decreto nº 8.420, de 18 de março de ça cibernética própria em decorrência do disposto no § 2º devem
2015. formalizar a opção por essa faculdade em reunião do conselho de
Art. 71. Este Decreto entra em vigor em 18 de julho de 2022. administração ou, na sua inexistência, da diretoria da instituição.
Brasília, 11 de julho de 2022; 201º da Independência e 134º da Art. 3º A política de segurança cibernética deve contemplar, no
República. mínimo:
I - os objetivos de segurança cibernética da instituição;
II - os procedimentos e os controles adotados para reduzir a
SEGURANÇA CIBERNÉTICA: RESOLUÇÃO CMN Nº
vulnerabilidade da instituição a incidentes e atender aos demais ob-
4.893, DE 26/02/2021
jetivos de segurança cibernética;
III - os controles específicos, incluindo os voltados para a ras-
RESOLUÇÃO CMN Nº 4.893, DE 26 DE FEVEREIRO DE 2021 treabilidade da informação, que busquem garantir a segurança das
informações sensíveis;
Dispõe sobre a política de segurança cibernética e sobre os re- IV - o registro, a análise da causa e do impacto, bem como o
quisitos para a contratação de serviços de processamento e arma- controle dos efeitos de incidentes relevantes para as atividades da
zenamento de dados e de computação em nuvem a serem obser- instituição;
vados pelas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central V - as diretrizes para:
do Brasil. a) a elaboração de cenários de incidentes considerados nos tes-
O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595, tes de continuidade de negócios;
de 31 de dezembro de 1964, torna público que o Conselho Monetá- b) a definição de procedimentos e de controles voltados à pre-
rio Nacional, em sessão realizada em 25 de fevereiro de 2021, com venção e ao tratamento dos incidentes a serem adotados por em-
base nos arts. 4º, inciso VIII, da referida Lei, 9º da Lei nº 4.728, de presas prestadoras de serviços a terceiros que manuseiem dados ou
14 de julho de 1965, 7º e 23, alínea “a”, da Lei nº 6.099, de 12 de informações sensíveis ou que sejam relevantes para a condução das
setembro de 1974, 1º, inciso II, da Lei nº 10.194, de 14 de fevereiro atividades operacionais da instituição;
de 2001, e 1º, § 1º, da Lei Complementar nº 130, de 17 de abril de c) a classificação dos dados e das informações quanto à rele-
2009, resolve: vância; e
d) a definição dos parâmetros a serem utilizados na avaliação
CAPÍTULO I da relevância dos incidentes;
DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO VI - os mecanismos para disseminação da cultura de segurança
cibernética na instituição, incluindo:
Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre a política de segurança ci- a) a implementação de programas de capacitação e de avalia-
bernética e sobre os requisitos para a contratação de serviços de ção periódica de pessoal;
processamento e armazenamento de dados e de computação em b) a prestação de informações a clientes e usuários sobre pre-
nuvem a serem observados pelas instituições autorizadas a funcio- cauções na utilização de produtos e serviços financeiros; e
nar pelo Banco Central do Brasil. c) o comprometimento da alta administração com a melhoria
Parágrafo único. O disposto nesta Resolução não se aplica às contínua dos procedimentos relacionados com a segurança ciber-
instituições de pagamento, que devem observar a regulamentação nética; e
emanada do Banco Central do Brasil, no exercício de suas atribui-
ções legais.

247
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
VII - as iniciativas para compartilhamento de informações sobre Art. 8º As instituições referidas no art. 1º devem elaborar rela-
os incidentes relevantes, mencionados no inciso IV, com as demais tório anual sobre a implementação do plano de ação e de resposta
instituições referidas no art. 1º. a incidentes, mencionado no art. 6º, com data-base de 31 de de-
§ 1º Na definição dos objetivos de segurança cibernética re- zembro.
feridos no inciso I do caput, deve ser contemplada a capacidade § 1º O relatório de que trata o caput deve abordar, no mínimo:
da instituição para prevenir, detectar e reduzir a vulnerabilidade a I - a efetividade da implementação das ações descritas no art.
incidentes relacionados com o ambiente cibernético. 6º, parágrafo único, inciso I;
§ 2º Os procedimentos e os controles de que trata o inciso II do II - o resumo dos resultados obtidos na implementação das ro-
caput devem abranger, no mínimo, a autenticação, a criptografia, a tinas, dos procedimentos, dos controles e das tecnologias a serem
prevenção e a detecção de intrusão, a prevenção de vazamento de utilizados na prevenção e na resposta a incidentes descritos no art.
informações, a realização periódica de testes e varreduras para de- 6º, parágrafo único, inciso II;
tecção de vulnerabilidades, a proteção contra softwares maliciosos, III - os incidentes relevantes relacionados com o ambiente ci-
o estabelecimento de mecanismos de rastreabilidade, os controles bernético ocorridos no período; e
de acesso e de segmentação da rede de computadores e a manu- IV - os resultados dos testes de continuidade de negócios, con-
tenção de cópias de segurança dos dados e das informações. siderando cenários de indisponibilidade ocasionada por incidentes.
§ 3º Os procedimentos e os controles citados no inciso II do § 2º O relatório mencionado no caput deve ser:
caput devem ser aplicados, inclusive, no desenvolvimento de siste- I - submetido ao comitê de risco, quando existente; e
mas de informação seguros e na adoção de novas tecnologias em- II - apresentado ao conselho de administração ou, na sua ine-
pregadas nas atividades da instituição. xistência, à diretoria da instituição até 31 de março do ano seguinte
§ 4º O registro, a análise da causa e do impacto, bem como o ao da data-base.
controle dos efeitos de incidentes, citados no inciso IV do caput, Art. 9º A política de segurança cibernética referida no art. 2º e
devem abranger inclusive informações recebidas de empresas pres- o plano de ação e de resposta a incidentes mencionado no art. 6º
tadoras de serviços a terceiros. devem ser aprovados pelo conselho de administração ou, na sua
§ 5º As diretrizes de que trata o inciso V, alínea “b”, do caput, inexistência, pela diretoria da instituição.
devem contemplar procedimentos e controles em níveis de com- Art. 10. A política de segurança cibernética e o plano de ação e
plexidade, abrangência e precisão compatíveis com os utilizados de resposta a incidentes devem ser documentados e revisados, no
pela própria instituição. mínimo, anualmente.

SEÇÃO II CAPÍTULO III


DA DIVULGAÇÃO DA POLÍTICA DE SEGURANÇA CIBERNÉ- DA CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE PROCESSAMENTO
TICA E ARMAZENAMENTO DE DADOS E DE COMPUTAÇÃO EM
NUVEM
Art. 4º A política de segurança cibernética deve ser divulgada
aos funcionários da instituição e às empresas prestadoras de servi- Art. 11. As instituições referidas no art. 1º devem assegurar
ços a terceiros, mediante linguagem clara, acessível e em nível de que suas políticas, estratégias e estruturas para gerenciamento de
detalhamento compatível com as funções desempenhadas e com a riscos previstas na regulamentação em vigor, especificamente no
sensibilidade das informações. tocante aos critérios de decisão quanto à terceirização de serviços,
Art. 5º As instituições devem divulgar ao público resumo con- contemplem a contratação de serviços relevantes de processamen-
tendo as linhas gerais da política de segurança cibernética. to e armazenamento de dados e de computação em nuvem, no País
ou no exterior.
SEÇÃO III Art. 12. As instituições mencionadas no art. 1º, previamente à
DO PLANO DE AÇÃO E DE RESPOSTA A INCIDENTES contratação de serviços relevantes de processamento e armazena-
mento de dados e de computação em nuvem, devem adotar proce-
Art. 6º As instituições referidas no art. 1º devem estabelecer dimentos que contemplem:
plano de ação e de resposta a incidentes visando à implementação I - a adoção de práticas de governança corporativa e de gestão
da política de segurança cibernética. proporcionais à relevância do serviço a ser contratado e aos riscos a
Parágrafo único. O plano mencionado no caput deve abranger, que estejam expostas; e
no mínimo: II - a verificação da capacidade do potencial prestador de ser-
I - as ações a serem desenvolvidas pela instituição para ade- viço de assegurar:
quar suas estruturas organizacional e operacional aos princípios e a) o cumprimento da legislação e da regulamentação em vigor;
às diretrizes da política de segurança cibernética; b) o acesso da instituição aos dados e às informações a serem
II - as rotinas, os procedimentos, os controles e as tecnologias a processados ou armazenados pelo prestador de serviço;
serem utilizados na prevenção e na resposta a incidentes, em con- c) a confidencialidade, a integridade, a disponibilidade e a recu-
formidade com as diretrizes da política de segurança cibernética; e peração dos dados e das informações processados ou armazenados
III - a área responsável pelo registro e controle dos efeitos de pelo prestador de serviço;
incidentes relevantes. d) a sua aderência a certificações exigidas pela instituição para
Art. 7º As instituições referidas no art. 1º devem designar dire- a prestação do serviço a ser contratado;
tor responsável pela política de segurança cibernética e pela execu- e) o acesso da instituição contratante aos relatórios elaborados
ção do plano de ação e de resposta a incidentes. por empresa de auditoria especializada independente contratada
Parágrafo único. O diretor mencionado no caput pode desem- pelo prestador de serviço, relativos aos procedimentos e aos con-
penhar outras funções na instituição, desde que não haja conflito troles utilizados na prestação dos serviços a serem contratados;
de interesses.

248
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
f) o provimento de informações e de recursos de gestão ade- Art. 16. A contratação de serviços relevantes de processamen-
quados ao monitoramento dos serviços a serem prestados; to, armazenamento de dados e de computação em nuvem presta-
g) a identificação e a segregação dos dados dos clientes da ins- dos no exterior deve observar os seguintes requisitos:
tituição por meio de controles físicos ou lógicos; e I - a existência de convênio para troca de informações entre o
h) a qualidade dos controles de acesso voltados à proteção dos Banco Central do Brasil e as autoridades supervisoras dos países
dados e das informações dos clientes da instituição. onde os serviços poderão ser prestados;
§ 1º Na avaliação da relevância do serviço a ser contratado, II - a instituição contratante deve assegurar que a prestação dos
mencionada no inciso I do caput, a instituição contratante deve serviços referidos no caput não cause prejuízos ao seu regular fun-
considerar a criticidade do serviço e a sensibilidade dos dados e cionamento nem embaraço à atuação do Banco Central do Brasil;
das informações a serem processados, armazenados e gerenciados III - a instituição contratante deve definir, previamente à con-
pelo contratado, levando em conta, inclusive, a classificação realiza- tratação, os países e as regiões em cada país onde os serviços po-
da nos termos do art. 3º, inciso V, alínea “c”. derão ser prestados e os dados poderão ser armazenados, proces-
§ 2º Os procedimentos de que trata o caput, inclusive as infor- sados e gerenciados; e
mações relativas à verificação mencionada no inciso II, devem ser IV - a instituição contratante deve prever alternativas para a
documentados. continuidade dos negócios, no caso de impossibilidade de manu-
§ 3º No caso da execução de aplicativos por meio da internet, tenção ou extinção do contrato de prestação de serviços.
referidos no inciso III do art. 13, a instituição deve assegurar que o § 1º No caso de inexistência de convênio nos termos do inciso
potencial prestador dos serviços adote controles que mitiguem os I do caput, a instituição contratante deverá solicitar autorização do
efeitos de eventuais vulnerabilidades na liberação de novas versões Banco Central do Brasil para:
do aplicativo. I - a contratação do serviço, no prazo mínimo de sessenta dias
§ 4º A instituição deve possuir recursos e competências neces- antes da contratação, observado o disposto no art. 15, § 1º, desta
sários para a adequada gestão dos serviços a serem contratados, Resolução; e
inclusive para análise de informações e uso de recursos providos II - as alterações contratuais que impliquem modificação das in-
nos termos da alínea “f” do inciso II do caput. formações de que trata o art. 15, § 1º, observando o prazo mínimo
Art. 13. Para os fins do disposto nesta Resolução, os serviços de sessenta dias antes da alteração contratual.
de computação em nuvem abrangem a disponibilidade à instituição § 2º Para atendimento aos incisos II e III do caput, as instituições
contratante, sob demanda e de maneira virtual, de ao menos um deverão assegurar que a legislação e a regulamentação nos países
dos seguintes serviços: e nas regiões em cada país onde os serviços poderão ser prestados
I - processamento de dados, armazenamento de dados, infra- não restringem nem impedem o acesso das instituições contratan-
estrutura de redes e outros recursos computacionais que permitam tes e do Banco Central do Brasil aos dados e às informações.
à instituição contratante implantar ou executar softwares, que po- § 3º A comprovação do atendimento aos requisitos de que tra-
dem incluir sistemas operacionais e aplicativos desenvolvidos pela tam os incisos I a IV do caput e o cumprimento da exigência de que
instituição ou por ela adquiridos; trata o § 2º devem ser documentados.
II - implantação ou execução de aplicativos desenvolvidos pela Art. 17. Os contratos para prestação de serviços relevantes de
instituição contratante, ou por ela adquiridos, utilizando recursos processamento, armazenamento de dados e computação em nu-
computacionais do prestador de serviços; ou vem devem prever:
III - execução, por meio da internet, de aplicativos implantados I - a indicação dos países e da região em cada país onde os ser-
ou desenvolvidos pelo prestador de serviço, com a utilização de re- viços poderão ser prestados e os dados poderão ser armazenados,
cursos computacionais do próprio prestador de serviços. processados e gerenciados;
Art. 14. A instituição contratante dos serviços mencionados no II - a adoção de medidas de segurança para a transmissão e
art. 12 é responsável pela confiabilidade, pela integridade, pela dis- armazenamento dos dados citados no inciso I do caput;
ponibilidade, pela segurança e pelo sigilo em relação aos serviços III - a manutenção, enquanto o contrato estiver vigente, da se-
contratados, bem como pelo cumprimento da legislação e da regu- gregação dos dados e dos controles de acesso para proteção das
lamentação em vigor. informações dos clientes;
Art. 15. A contratação de serviços relevantes de processamen- IV - a obrigatoriedade, em caso de extinção do contrato, de:
to, armazenamento de dados e de computação em nuvem deve ser a) transferência dos dados citados no inciso I do caput ao novo
comunicada pelas instituições referidas no art. 1º ao Banco Central prestador de serviços ou à instituição contratante; e
do Brasil. b) exclusão dos dados citados no inciso I do caput pela empresa
§ 1º A comunicação mencionada no caput deve conter as se- contratada substituída, após a transferência dos dados prevista na
guintes informações: alínea “a” e a confirmação da integridade e da disponibilidade dos
I - a denominação da empresa contratada; dados recebidos;
II - os serviços relevantes contratados; e V - o acesso da instituição contratante a:
III - a indicação dos países e das regiões em cada país onde os a) informações fornecidas pela empresa contratada, visando a
serviços poderão ser prestados e os dados poderão ser armazena- verificar o cumprimento do disposto nos incisos I a III do caput;
dos, processados e gerenciados, definida nos termos do inciso III do b) informações relativas às certificações e aos relatórios de au-
art. 16, no caso de contratação no exterior. ditoria especializada, citados no art. 12, inciso II, alíneas “d” e “e”; e
§ 2º A comunicação de que trata o caput deve ser realizada até c) informações e recursos de gestão adequados ao monitora-
dez dias após a contratação dos serviços. mento dos serviços a serem prestados, citados no art. 12, inciso II,
§ 3º As alterações contratuais que impliquem modificação das alínea “f”;
informações de que trata o § 1º devem ser comunicadas ao Banco VI - a obrigação de a empresa contratada notificar a instituição
Central do Brasil até dez dias após a alteração contratual. contratante sobre a subcontratação de serviços relevantes para a
instituição;

249
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
VII - a permissão de acesso do Banco Central do Brasil aos con- III - a comunicação tempestiva ao Banco Central do Brasil das
tratos e aos acordos firmados para a prestação de serviços, à docu- ocorrências de incidentes relevantes e das interrupções dos ser-
mentação e às informações referentes aos serviços prestados, aos viços relevantes citados no inciso I do caput que configurem uma
dados armazenados e às informações sobre seus processamentos, situação de crise pela instituição financeira, bem como das provi-
às cópias de segurança dos dados e das informações, bem como aos dências para o reinício das suas atividades.
códigos de acesso aos dados e às informações; Parágrafo único. As instituições devem estabelecer e documen-
VIII - a adoção de medidas pela instituição contratante, em de- tar os critérios que configurem uma situação de crise de que trata
corrência de determinação do Banco Central do Brasil; e o inciso III do caput.
IX - a obrigação de a empresa contratada manter a instituição Art. 21. As instituições de que trata o art. 1º devem instituir
contratante permanentemente informada sobre eventuais limita- mecanismos de acompanhamento e de controle com vistas a as-
ções que possam afetar a prestação dos serviços ou o cumprimento segurar a implementação e a efetividade da política de segurança
da legislação e da regulamentação em vigor. cibernética, do plano de ação e de resposta a incidentes e dos re-
Parágrafo único. Os contratos mencionados no caput devem quisitos para contratação de serviços de processamento e armaze-
prever, para o caso da decretação de regime de resolução da insti- namento de dados e de computação em nuvem, incluindo:
tuição contratante pelo Banco Central do Brasil: I - a definição de processos, testes e trilhas de auditoria;
I - a obrigação de a empresa contratada conceder pleno e ir- II - a definição de métricas e indicadores adequados; e
restrito acesso do responsável pelo regime de resolução aos con- III - a identificação e a correção de eventuais deficiências.
tratos, aos acordos, à documentação e às informações referentes § 1º As notificações recebidas sobre a subcontratação de servi-
aos serviços prestados, aos dados armazenados e às informações ços relevantes descritas no art. 17, inciso VI, devem ser considera-
sobre seus processamentos, às cópias de segurança dos dados e das das na definição dos mecanismos de que trata o caput.
informações, bem como aos códigos de acesso citados no inciso VII § 2º Os mecanismos de que trata o caput devem ser subme-
do caput que estejam em poder da empresa contratada; e tidos a testes periódicos pela auditoria interna, quando aplicável,
II - a obrigação de notificação prévia do responsável pelo re- compatíveis com os controles internos da instituição.
gime de resolução sobre a intenção de a empresa contratada in- Art. 22. Sem prejuízo do dever de sigilo e da livre concorrência,
terromper a prestação de serviços, com pelo menos trinta dias de as instituições mencionadas no art. 1º devem desenvolver iniciati-
antecedência da data prevista para a interrupção, observado que: vas para o compartilhamento de informações sobre os incidentes
a) a empresa contratada obriga-se a aceitar eventual pedido relevantes de que trata o art. 3º, inciso IV.
de prazo adicional de trinta dias para a interrupção do serviço, feito § 1º O compartilhamento de que trata o caput deve abranger
pelo responsável pelo regime de resolução; e informações sobre incidentes relevantes recebidas de empresas
b) a notificação prévia deverá ocorrer também na situação em prestadoras de serviços a terceiros.
que a interrupção for motivada por inadimplência da contratante. § 2º As informações compartilhadas devem estar disponíveis
Art. 18. O disposto nos arts. 11 a 17 não se aplica à contratação ao Banco Central do Brasil.
de sistemas operados por câmaras, por prestadores de serviços de
compensação e de liquidação ou por entidades que exerçam ativi- CAPÍTULO V
dades de registro ou de depósito centralizado. DISPOSIÇÕES FINAIS

CAPÍTULO IV Art. 23. Devem ficar à disposição do Banco Central do Brasil


DISPOSIÇÕES GERAIS pelo prazo de cinco anos:
I - o documento relativo à política de segurança cibernética, de
Art. 19. As instituições referidas no art. 1º devem assegurar que que trata o art. 2º;
suas políticas para gerenciamento de riscos previstas na regulamen- II - a ata de reunião do conselho de administração ou, na sua
tação em vigor disponham, no tocante à continuidade de negócios, inexistência, da diretoria da instituição, no caso de ser formalizada
sobre: a opção de que trata o art. 2º, § 2º;
I - o tratamento dos incidentes relevantes relacionados com o III - o documento relativo ao plano de ação e de resposta a inci-
ambiente cibernético de que trata o art. 3º, inciso IV; dentes, de que trata o art. 6º;
II - os procedimentos a serem seguidos no caso da interrupção IV - o relatório anual, de que trata o art. 8º;
de serviços relevantes de processamento e armazenamento de da- V - a documentação sobre os procedimentos de que trata o art.
dos e de computação em nuvem contratados, abrangendo cenários 12, § 2º;
que considerem a substituição da empresa contratada e o reestabe- VI - a documentação de que trata o art. 16, § 3º, no caso de
lecimento da operação normal da instituição; e serviços prestados no exterior;
III - os cenários de incidentes considerados nos testes de conti- VII - os contratos de que trata o art. 17, contado o prazo referi-
nuidade de negócios de que trata o art. 3º, inciso V, alínea “a”. do no caput a partir da extinção do contrato;
Art. 20. Os procedimentos adotados pelas instituições para ge- VIII - os dados, os registros e as informações relativas aos me-
renciamento de riscos previstos na regulamentação em vigor de- canismos de acompanhamento e de controle de que trata o art. 21,
vem contemplar, no tocante à continuidade de negócios: contado o prazo referido no caput a partir da implementação dos
I - o tratamento previsto para mitigar os efeitos dos incidentes citados mecanismos; e
relevantes de que trata o inciso IV do art. 3º e da interrupção dos IX - a documentação com os critérios que configurem uma situ-
serviços relevantes de processamento, armazenamento de dados e ação de crise de que trata o art. 20, Parágrafo único.
de computação em nuvem contratados; Art. 24. O Banco Central do Brasil poderá adotar as medidas
II - o prazo estipulado para reinício ou normalização das suas necessárias para cumprimento do disposto nesta Resolução, bem
atividades ou dos serviços relevantes interrompidos, citados no in- como estabelecer:
ciso I do caput; e

250
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
I - os requisitos e os procedimentos para o compartilhamento com o ambiente onde estamos inseridos. É comum existir certa
de informações, nos termos do art. 22; confusão entre valores e princípios, todavia, os conceitos e as
II - a exigência de certificações e outros requisitos técnicos a aplicações são diferentes.
serem requeridos das empresas contratadas, pela instituição finan- Diferente dos princípios, os valores são pessoais, subjetivos
ceira contratante, na prestação dos serviços de que trata o art. 12; e, acima de tudo, contestáveis. O que vale para você não vale ne-
III - os prazos máximos de que trata o art. 20, inciso II para rei- cessariamente para os demais colegas de trabalho. Sua aplicação
nício ou normalização das atividades ou dos serviços relevantes in- pode ou não ser ética e depende muito do caráter ou da persona-
terrompidos; e lidade da pessoa que os adota.
IV - os requisitos técnicos e procedimentos operacionais a se- Na prática, é muito mais simples ater-se aos valores do que
rem observados pelas instituições para o cumprimento desta Re- aos princípios, pois este último exige muito de nós. Os valores
solução. completamente equivocados da nossa sociedade – dinheiro, su-
Art. 25. As instituições referidas no art. 1º que, em 26 de abril cesso, luxo e riqueza – estão na ordem do dia, infelizmente. Todos
de 2018, já tinham contratado a prestação de serviços relevantes os dias somos convidados a negligenciar os princípios e adotar os
de processamento, armazenamento de dados e de computação em valores ditados pela sociedade.
nuvem devem adequar o contrato para a prestação de tais serviços: Virtudes, segundo o Aurélio, são disposições constantes do
I - ao cumprimento do disposto no art. 16, incisos I, II, IV e § 2º, espírito, as quais, por um esforço da vontade, inclinam à prática
no caso de serviços prestados no exterior; e do bem. Aristóteles afirmava que há duas espécies de virtudes:
II - ao disposto nos arts. 15, § 1º, e 17. a intelectual e a moral. A primeira deve, em grande parte, sua
Parágrafo único. O prazo previsto para adequação ao disposto geração e crescimento ao ensino, e por isso requer experiência e
no caput não pode ultrapassar 31 de dezembro 2021. tempo; ao passo que a virtude moral é adquirida com o resultado
Art. 26. O Banco Central do Brasil poderá vetar ou impor restri- do hábito.
ções para a contratação de serviços de processamento e armazena- Segundo Aristóteles, nenhuma das virtudes morais surge em
mento de dados e de computação em nuvem quando constatar, a nós por natureza, visto que nada que existe por natureza pode ser
qualquer tempo, a inobservância do disposto nesta Resolução, bem alterado pela força do hábito, portanto, virtudes nada mais são do
como a limitação à atuação do Banco Central do Brasil, estabelecen- que hábitos profundamente arraigados que se originam do meio
do prazo para a adequação dos referidos serviços. onde somos criados e condicionados através de exemplos e com-
Art. 27. Ficam revogadas: portamentos semelhantes.
I - a Resolução nº 4.658, de 26 de abril de 2018; e Uma pessoa pode ter valores e não ter princípios. Hitler, por
II - a Resolução nº 4.752, de 26 de setembro de 2019. exemplo, conhecia os princípios, mas preferiu ignorá-los e adotar
Art. 28. Esta Resolução entra em vigor em 1º de julho de 2021. valores como a supremacia da raça ariana, a aniquilação da oposi-
ção e a dominação pela força.
No mundo corporativo não é diferente. Embora a convivên-
ÉTICA APLICADA: ÉTICA, MORAL, VALORES E VIRTU-
cia seja, por vezes, insuportável, deparamo-nos com profissionais
DES
que atropelam os princípios, como se isso fosse algo natural, um
meio de sobrevivência, e adotam valores que nada tem a ver com
Princípios, Valores e Virtudes duas grandes necessidades corporativas: a convivência pacífica e
Princípios são preceitos, leis ou pressupostos considerados o espírito de equipe. Nesse caso, virtude é uma palavra que não
universais que definem as regras pela qual uma sociedade civiliza- faz parte do seu vocabulário e, apesar da falta de escrúpulo, leva
da deve se orientar. tempo para destituí-los do poder.
Em qualquer lugar do mundo, princípios são incontestáveis, Valores e virtudes baseados em princípios universais são ine-
pois, quando adotados não oferecem resistência alguma. Enten- gociáveis e, assim como a ética e a lealdade, ou você tem, ou não
de-se que a adoção desses princípios está em consonância com o tem. Entretanto, conceitos como liberdade, felicidade ou riqueza
pensamento da sociedade e vale tanto para a elaboração da cons- não podem ser definidos com exatidão. Cada pessoa tem recorda-
tituição de um país quanto para acordos políticos entre as nações ções, experiências, imagens internas e sentimentos que dão um
ou estatutos de condomínio. sentido especial e particular a esses conceitos.
O princípios se aplicam em todas as esferas, pessoa, profissio- O importante é que você não perca de vista esses conceitos
nal e social, eis alguns exemplos: amor, felicidade, liberdade, paz e tenha em mente que a sua contribuição, no universo pessoal
e plenitude são exemplos de princípios considerados universais. e profissional, depende da aplicação mais próxima possível do
Como cidadãos – pessoas e profissionais -, esses princípios senso de justiça. E a justiça é uma virtude tão difícil, e tão ne-
fazem parte da nossa existência e durante uma vida estaremos gligenciada, que a própria justiça sente dificuldades em aplicá-la,
lutando para torná-los inabaláveis. Temos direito a todos eles, portanto, lute pelos princípios que os valores e as virtudes fluirão
contudo, por razões diversas, eles não surgem de graça. A base naturalmente.
dos nossos princípios é construída no seio da família e, em muitos
casos, eles se perdem no meio do caminho. NOÇÕES DE ÉTICA EMPRESARIAL E PROFISSIONAL.
De maneira geral, os princípios regem a nossa existência e
são comuns a todos os povos, culturas, eras e religiões, queiramos
ou não. Quem age diferente ou em desacordo com os princípios CONCEITO DE ÉTICA EMPRESARIAL
universais acaba sendo punido pela sociedade e sofre todas as A ética empresarial envolve os valores de uma empresa e
consequências. seus princípios morais dentro da sociedade. Esse conceito é fun-
Valores são normas ou padrões sociais geralmente aceitos ou damental para uma organização que pretende construir uma boa
mantidos por determinado indivíduo, classe ou sociedade, por- imagem perante seus clientes internos e externos, parceiros e
tanto, em geral, dependem basicamente da cultura relacionada concorrentes. Nesse sentido, uma empresa ética é aquela que

251
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
pratica os preceitos coletivos e se preocupa com as demandas da e têm uma postura flexível, tolerante e humilde com seus colegas,
população, tendo sua conduta orientada pela responsabilidade por isso, são muito procurados no mercado e fazem um bom net-
social e ambiental. working.
Prezar pela ética empresarial é importante para qualquer em- Antes de tudo, é sempre bom compreender a ética empre-
presa, independentemente do seu porte, se é do setor público ou sarial e profissional como formas de manter a consciência limpa
privado. Ao demonstrar que é uma organização transparente, a ao exercer suas atividades sem prejudicar os outros. Esse fator é
organização será reconhecida por todos pela sua credibilidade e indispensável para o nosso desenvolvimento como pessoas.
responsabilidade. Essa postura ajudará a companhia a ser apon-
tada como referência no mercado, atraindo clientes, investidores
A GESTÃO DA ÉTICA NAS EMPRESAS PÚBLICAS E PRI-
e bons profissionais.
VADAS.
A ética empresarial deve estar presente nas atividades inter-
nas e externas de uma organização. As empresas devem prezar
pela boa conduta de todos os seus funcionários. Quando o rela- A gestão pública só toma ações se estiver previsto em lei e
cionamento interpessoal é baseado em atitudes e valores positi- a gestão privada pode tomar todas as ações que achar necessá-
vos, há a construção de um ambiente de trabalho agradável para rias para a empresa. As empresas que querem ter um programa
todos. Os funcionários passam a respeitar as regras e normas da de ética tem que ter comprometimento, clareza e transparência
organização e ficam mais abertos a cooperar uns com os outros. e todos devem participar, principalmente a alta direção para que
Todos esses fatores influenciam no aumento da produtividade. seja um sucesso.
Mas, em nenhum outro campo a ética empresarial está tão
envolvida quanto na obtenção do lucro. Ter uma boa rentabili- Mas porque as empresas criam um programa de ética:
dade é objetivo de praticamente todas as organizações, mas os – Sobrevivência;
ganhos devem ser baseados em um trabalho honesto e que satis- – Aumentar os lucros;
faça as necessidades dos clientes, sem prejudicar as pessoas ou o – Credibilidade;
meio ambiente. – Manutenção ( ou melhoria ) de uma boa imagem;
Além das atitudes morais que devem nortear todas as suas – Competitividade;
atividades, a empresa pode demonstrar que é ética à sociedade – Melhoria do ambiente de trabalho;
por meio de ações que promovam o bem-estar da comunidade – Aumento da produtividade;
em que está inserida ou que ajudem a preservar o meio ambiente. – Concorrência
Esse senso de responsabilidade social e ambiental revela que a – Consumidores; etc
companhia não está alienada aos problemas que a rodeiam e se
interessam em contribuir para combatê-los. Programas que be- A gestão deve ser baseada em recompensas e punições,
neficiam a população em geral e de sustentabilidade são alguns evitando moralismo, sendo coerente, confiando e apoiando as
exemplos disso. pessoas, orientando em casos de dúvidas, permitindo condições
favoráveis, inclusive incentivando ações que promovam as práti-
DEFINIÇÃO DE ÉTICA PROFISSIONAL cas éticas e, principalmente, envolver o máximo de pessoas no
A definição de ética profissional, por sua vez, está associada programa de ética.
a um conjunto de preceitos éticos e morais que guiam as atitudes
e ações de colaboradores e determinam os princípios em que de- Este, inclusive, é um dos principais motivos para a cobrança
vem pautar sua conduta durante o exercício da profissão. do conhecimento em relação a este tema em concursos, pois co-
Ter uma postura ética como profissional é cumprir as suas nhecendo a ética da empresa, você já entra preparado para seguir
obrigações de acordo com os princípios determinados pelo seu o que dita o código de ética da mesma.
grupo de trabalho. Cada categoria profissional tem seu próprio
Código de Ética, um conjunto de normas elaboradas pelos Con- Para você compreender ainda melhor o assunto, gostaria de
selhos que representam e fiscalizam cada área de atuação. Para citar a seguir alguns dos principais alicerces da ética:
obter o diploma, o recém-formado precisa fazer um juramento de – Credibilidade;
que seguirá todas essas normas durante a sua carreira. – Humildade;
Apesar disso, muitos elementos se repetem em Códigos de – Transparência e coragem;
Ética de variadas profissões. Em sua maioria, são princípios uni- – O exemplo sempre deve vir de cima;
versais, que buscam valorizar as pessoas com as quais o profis- – O seu direito acaba quando começa o do outro;
sional se relacionará ao desempenhar suas atividades. Entre eles – Nada de jeitinho brasileiro;
estão: honestidade, responsabilidade, competência, respeito, en- – Trate ao próximo assim como você gostaria de ser tratado
tre outros.
Em tempos em que os valores humanos estão cada vez mais Gestão ética nas empresas públicas
sendo colocados de lado em nome de maiores lucros, a ética no Quando falamos em empresas públicas, estamos falando de
ambiente corporativo tem se tornado, infelizmente, um diferen- empresas que utilizam nosso dinheiro de alguma forma em suas
cial. As empresas referências de boa conduta no mercado conse- atividades. Tudo que vale para as empresas privadas, também
guem agregar valor à sua marca e imagem e usufruem de maior vale para as públicas, porém nestas, pelo motivo já citado, a ges-
credibilidade. Já os profissionais que têm uma conduta ética des- tão ética é incrementada por alguns princípios que procuram evi-
tacam-se por ajudarem a construir bom relacionamento interpes- tar o uso indevido dos valores.
soal em seu ambiente de trabalho. Eles sabem assumir seus erros

252
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Políticos eleitos são funcionários do povo ( regra da democra-
cia ) em nosso País para defender nossos interesses, dirigentes in- CÓDIGO DE ÉTICA DO BANCO DO BRASIL (DISPONÍ-
dicados para as estatais são funcionários do povo, eles devem sim VEL NO SÍTIO DO BB NA INTERNET).
em suas ações preocuparem-se em oferecer o melhor que podem
para atender as necessidades da população. O Código de Ética do Banco do Brasil é o instrumento de forma-
Ética pública significa responsabilidade em dobro aos respon- lização da visão, dos valores, do propósito e dos princípios da Or-
sáveis pela condução da mesma, inclusive existem várias leis que ganização, o qual apresenta os compromissos e diretrizes do Banco
regulamenta as ações éticas do servidor público ( lembram da his- em relação ao seu público de relacionamento (clientes e usuários;
tória da gestão pública só poder agir se existir uma lei para tal alta administração, funcionários e colaboradores; fornecedores;
finalidade? eis um bom exemplo ). Aqui temos duas leis para você acionistas, investidores e credores; parceiros; concorrentes; gover-
ter uma ideia: no; comunidades e órgãos reguladores).
Rege, também, os deveres e indica os comportamentos con-
Lei nº 8.027/1990 que dispõe sobre normas de conduta dos siderados desejáveis no ambiente de trabalho. O documento con-
servidores públicos civis da União, das Autarquias e das Funda- templa diretrizes específicas relacionadas a conflito de interesses;
ções Públicas. presentes e favores; ambiente de trabalho; boas práticas de rela-
Decreto nº 1.171/1994 que aprova o Código de Ética Profis- cionamento; bens e recursos do Banco do Brasil; segurança e trata-
sional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. mento da informação; envolvimento com a comunidade e susten-
Diante disto, gostaria de transcrever a seguir os principais tabilidade; uso responsável das mídias digitais; tomada de decisão;
princípios do serviço público e que norteiam a gestão de ética pú- responsabilidade do segmento gerencial e responsabilidade da alta
blica de uma forma geral: administração.
• Os servidores públicos devem ser leais as suas Constitui- A principal função destes direcionadores é promover os prin-
ções, leis e princípios éticos acima dos interesses privados; cípios éticos e orientar as ações da alta administração, dos funcio-
• Os servidores não poderão ter interesses financeiros que nários (no Brasil e no exterior), dos colaboradores, e daqueles que
causem conflitos ao desempenho de sua atividade; estejam atuando ou prestando serviços em nome ou para o Banco
• Os servidores deverão usar de sigilo, não utilizando infor- do Brasil cabendo-lhes conhecer e zelar pelos preceitos contidos
mações governamentais para seu próprio interesse. Além disso, nos documentos. Tratam-se, portanto de referenciais que, obriga-
não poderão fazer promessas não autorizadas que comprometam toriamente, devem ser cumpridos por todos.
o governo; O Código de Ética é revisado periodicamente para que forneça
• Os servidores deverão ser honestos no cumprimento de as diretrizes sobre como a Empresa deve agir perante os desafios da
suas funções; atualidade. Além disso, integra o conteúdo programático das sele-
•Os servidores não poderão aceitar presente ou item de valor ções externas, e os procedimentos pré-admissionais. O documento
de qualquer pessoa ou instituição em busca de benefícios, nem possui versões em inglês, espanhol, alemão, japonês e mandarim.
fazer negócios ou atividades reguladas pelo órgão do servidor ex- Todos os funcionários no Brasil e no exterior, estagiários e aprendi-
ceto se permitido pelo responsável do órgão; zes são incentivados a realizar sua leitura anualmente.
• Os servidores não poderão usar seu cargo para ganhos pri-
vados; MENSAGEM DO PRESIDENTE
• Os servidores devem agir com imparcialidade e não devem Olá,
dar tratamento diferenciado a nenhuma organização individual ou Você está diante da nova versão do Código de Ética do Banco
privada; do Brasil.
• Os servidores deverão proteger e conservar o patrimônio A solidez e a perenidade do BB no mercado só são possíveis
do Estado, não os utilizando para fins não autorizados; com o comprometimento de seus colaboradores no cumprimento
• Os servidores deverão confessar fraudes, corrupção, des- dos padrões de conduta e princípios contidos nas suas Políticas, no
perdícios e abusos as autoridades responsáveis. Código de Governança Corporativa, no Programa de Compliance e
• Os servidores deverão de boa fé satisfazer suas obrigações nos normativos e regulamentos internos.
de cidadãos, incluindo obrigações financeiras; O compromisso e o engajamento de cada um contribuem para
• Os servidores deverão apoiar todos os regulamentos e leis o alcance do Propósito e Visão do Banco do Brasil, bem como dos
que asseguram oportunidades iguais para todos; pilares que constituem sua Estratégia.
• Os servidores deverão evitar toda a ação que crie a aparên- O Código de Ética é um documento que consolida o que o BB
cia de que estão violando as leis ou normas éticas. espera do seu corpo funcional.
• O Código de Ética dos Servidores Públicos Civil do Poder Suas revisões periódicas visam torná-lo mais representativo,
Executivo Federal foi aprovado pelo decreto n° 1.171 de 22 de reforçando conceitos e orientações para o relacionamento com co-
junho de 1994 destinado aos servidores públicos federais. laboradores, clientes e fornecedores dentre outros públicos com os
quais o BB se relaciona.
Para que tenhamos êxito, o documento corporativo deve ser
norteador de sua conduta. Pautar suas atividades e comportamen-
tos pelos princípios éticos é fundamental.
Portanto, a leitura e o registro de ciência do Código de Ética não
é apenas um procedimento administrativo. Conhecer a ética corpo-
rativa e aplicá-la no dia a dia são ações que agregam valor à organi-
zação, à sua imagem e impacto na sociedade. O agir ético fortalece
o BB enquanto empresa íntegra e confiável. Aos funcionários sugiro

253
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
que, em caso de dúvida, não hesitem em conversar com o seu ges- PRINCÍPIOS do Código de Ética
tor ou consultar o Comitê de Ética do seu Estado. Todos somos res- Cada um de nós tem o desafio de transformar princípios éticos
ponsáveis pelo BB e somos protagonistas na sua perenidade. em parte essencial de nossas responsabilidades.
São princípios que ditam a direção que devemos tomar, prin-
“A CONFIANÇA, TÃO VALIOSA NA ATIVIDADE BANCÁRIA, É O cipalmente quando vivenciamos dilemas éticos e precisamos to-
RESULTADO DA CONSTRUÇÃO DE UMA CULTURA DE ÉTICA NA EM- mar decisões aderentes às expectativas do Banco, ainda que não
PRESA, E O COMPROMISSO ÉTICO DO CORPO FUNCIONAL ENVOL- tenham sido previstas em normas específicas.
VE TANTO PEQUENAS ATITUDES NO DIA A DIA QUANTO DECISÕES Honestidade: O Banco espera que a conduta de seus funcio-
COMPLEXAS.” nários tenha como padrão a honestidade. Devemos fazer somente
Fausto de Andrade Ribeiro aquilo que é correto, devemos agir de boa-fé, com integridade e
Presidente sinceridade nos assuntos que afetam deveres e interesses do Ban-
co.
PROPÓSITO, VISÃO E VALORES Responsabilidade: Cada membro do Banco é responsável por
Propósito: “Cuidar do que é valioso para as pessoas”. suas ações e decisões. Devemos, independentemente da posição
Visão: “Ser a empresa que proporciona a melhor experiência que ocupamos, ser responsáveis pela criação de um ambiente
para a vida das pessoas e promove o desenvolvimento da sociedade transparente, respeitoso e seguro, a fim de que os negócios sejam
de forma inovadora, eficiente e sustentável.” éticos e sustentáveis. Também é nossa responsabilidade zelar para
Valores: Foco no Cliente: Estamos sempre atentos àquilo que é que atos irregulares não ocorram no Banco.
valioso para nossos clientes. Inovação: Somos movidos pela inova- Transparência: O Banco zela pela transparência de suas ações.
ção e agentes da transformação. As informações devem ser completas, precisas e claras. A confiança
Ética: Adotamos a ética como fundamento de nossa prática de nossos parceiros está ligada ao livre acesso que o Banco dá às
empresarial. informações de seus relatórios, prestações de contas e tomadas de
Senso de Dono: Assumimos a responsabilidade por empreen- decisão. O sigilo e a confidencialidade das informações permeiam e
der soluções de excelência e atuamos com protagonismo. são exigidos em nossas ações no Banco. Entretanto, ações executa-
Confiabilidade: Somos comprometidos com a transparência e das deliberadamente às escondidas não são éticas.
a solidez de nossas ações. Respeito: O Banco do Brasil não tolera desrespeito à dignidade,
Eficiência: Otimizamos os recursos disponíveis para criar valor à igualdade, à diversidade e à privacidade das pessoas. O ambiente
aos nossos públicos de relacionamento. de trabalho deve ser um local de profissionalismo, em que se res-
Espírito Público: Consideramos o interesse coletivo na tomada peitam as diferentes culturas e compreensões de mundo e onde o
de nossas decisões. respeito às leis e aos regulamentos internos do BB são prioridade.

PRINCÍPIOS DO CÓDIGO DE ÉTICA O que esses princípios significam na prática?


• HONESTIDADE • Respeito é um dever, é bom e todo mundo gosta.
• RESPONSABILIDADE • Faça o que é certo.
• TRANSPARÊNCIA • Você é responsável pelas consequências de suas atitudes.
• RESPEITO • Cuide do Banco! O que afeta ele, afeta você.
• Se você precisa esconder a sua ação, ela não é ética.
SÃO OS PRINCÍPIOS QUE DITAM A DIREÇÃO QUE DEVEMOS • Não basta ser ético; é necessário também parecer ético.
TOMAR, PRINCIPALMENTE QUANDO VIVENCIAMOS DILEMAS ÉTI- • Na dúvida sobre como agir, pare e procure ajuda
COS E PRECISAMOS TOMAR DECISÕES ADERENTES ÀS EXPECTATI-
VAS DO BANCO, AINDA QUE NÃO TENHAM SIDO PREVISTAS EM Quais são os ganhos e os benefícios de manter-se uma pos-
NORMAS ESPECÍFICAS. tura ética?
A postura ética de cada um colabora decisivamente para o de-
PÚBLICO ALVO senvolvimento de uma cultura organizacional saudável. O ambiente
O CÓDIGO DE ÉTICA É APLICADO : de trabalho se torna seguro e as pessoas se sentem engajadas. Com
a postura ética de seus funcionários, a Empresa ganha respeito nos
À ALTA ADMINISTRAÇÃO seus negócios e aprovação da comunidade.
– Conselheiros, Presidente, VicePresidentes e Diretores, inclu-
sive de empresas controladas CAPÍTULO 1
RESPEITO AO INDIVÍDUO
AOS FUNCIONÁRIOS
– lotados no Brasil e no exterior 1.1. Respeitamos a diversidade das pessoas que formam o am-
biente de trabalho e que mantêm relacionamento com o Banco do
AOS COLABORADORES Brasil.
– estagiários, aprendizes, dirigentes e empregados de empre- 1.2. Encorajamos a cultura de respeito e repudiamos a violên-
sas contratadas cia.
1.3 Devemos zelar pelo estabelecimento de um ambiente de
DEMAIS trabalho digno e saudável, pautando as relações pelo respeito e cor-
– Àqueles que estejam atuando ou prestando serviços em dialidade, independentemente da posição exercida na organização.
nome do Banco do Brasil ou para o Banco do Brasil.

254
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Exemplo Ilustrativo - Desrespeito no ambiente de trabalho: “O trabalho remoto é, ao mesmo tempo, um privilégio e um
Um colega, no ambiente de trabalho, rotineiramente, faz pia- desafio, pois o sucesso nessa modalidade de trabalho requer adap-
das inconvenientes diante dos colegas. Embora tenham conversa- tar rotinas do funcionário e das pessoas que coabitam”
do sobre isso, ele não cessa esse tipo de comportamento, gerando Céssia Freitas de Figueiredo - funcionária
uma sensação de desconforto e constrangimento nos demais.
TODA CONDUTA INADEQUADA QUE GERE DESENTENDIMEN-
Posicionamento do BB TO PODE SER CONSIDERADA ASSÉDIO MORAL?
O Banco do Brasil não tolera atos de desrespeito ou discrimina- Entende-se por assédio moral toda conduta abusiva, a exem-
ção. Se isso ocorrer, procure seu gestor e setores competentes para plo de gestos, palavras e atitudes que se repitam de forma siste-
manifestar seu desconforto. mática, atingindo a dignidade ou integridade psíquica ou física do
trabalhador.
”PARA MIM, ÉTICA É A SEMENTE; RESPEITO À DIVERSIDADE É Fonte: Cartilha de Prevenção ao Assédio Moral - Pare e Repare
O NOSSO FRUTO.” – Por um Ambiente de Trabalho mais Positivo - Secretaria de Comu-
Raysa Gonzaga - funcionária nicação Social do TST.
1.4 Devemos pautar nossas relações pelo respeito às diferen-
ças, sendo elas físicas, raciais, culturais, religiosas, de orientação O assédio moral é uma forma de violência grave e que tem
sexual, sociais, linguísticoregionais, etárias, de ideias, de origem, de como objetivo desestabilizar emocional e profissionalmente a
capacidade, de aparência, de classe, de estado civil ou de identida- pessoa de forma direta – acusações, insultos, ofensas, hostili-
de de gênero. dade, gritos, humilhações públicas – ou indireta – propagação
1.5 Devemos respeitar as normas sociais e culturais da comu- de boatos, isolamento, recusa na comunicação, exclusão social.
nidade em que atuamos, apresentando-nos e nos comportando de O sofrimento gerado impacta a autoestima, gera desmotivação,
maneira adequada e alinhada à posição exercida. podendo evoluir para a incapacidade laboral e/ou quadros de
1.6 Devemos prevenir constrangimentos e prejuízos à imagem adoecimento.
do Banco e de seus funcionários.
1.7 Desautorizamos que se inicie ou divulgue, em qualquer Condutas pontuais ou isoladas não caracterizam assédio
meio - interno ou externo - críticas ofensivas à honra ou calúnias moral.
que exponham a imagem do BB ou de quaisquer de nossas áreas
ou funcionários. QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DO ASSÉDIO SEXUAL?
2.14 Repudiamos condutas que possam caracterizar discri-
CAPÍTULO 2 minação ou sua indução; coação, perseguição ou constrangi-
BOAS PRÁTICAS DE RELACIONAMENTO mento; desrespeito às atribuições funcionais; desqualificação
pública, ofensa ou ameaça.
Ambiente de Trabalho Presencial, Remoto ou Contingencial 2.15 Orientamos que funcionários mantenham situação
2.1 Primamos pela confiança, honestidade e ética em nossas econômicofinanceira compatível com a ocupação e a renda com-
práticas comerciais, atuando de forma transparente, imparcial e provadas.
íntegra. 2.16 Devemos supervisionar e adotar medidas inibidoras de
2.2 Devemos oferecer produtos e serviços, bem como, prestar irregularidades.
atendimento com honestidade, diligência e ética.
2.3 Devemos nos comprometer com o bom clima de trabalho, O assédio sexual no trabalho caracteriza-se, em regra, pela
pautando nossas condutas pelo respeito e tolerância. conduta que viola a liberdade sexual de alguém
2.4 Devemos manter a comunicação respeitosa e profissional
com nossos pares, gestores, subordinados, clientes internos e ex- A definição está descrita no art.
ternos 216-A do Código Penal:
2.5 Desautorizamos a emissão ou reprodução de comentários “Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou
que possam prejudicar a convivência harmoniosa no ambiente de favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição
trabalho. de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de
2.6 Devemos desenvolver atividades com responsabilidade, emprego, cargo ou função”. Também são considerados como as-
autonomia e comprometimento. sédio sexual: atos, insinuações, contatos físicos forçados, convi-
2.7 Devemos realizar as atividades que nos são confiadas, assu- tes impertinentes como condição clara para manter o emprego;
mindo a responsabilidade pela tarefa. influir nas promoções da carreira do assediado ou prejudicar o
2.8 Devemos desenvolver nosso trabalho diário observando as rendimento profissional, humilhar, insultar ou intimidar a vítima
orientações de segurança. 2.17 Esperamos que nossos líderes promovam o desenvol-
2.9 Consideramos a segurança e a saúde no trabalho pilares vimento e inspirem suas equipes, estimulando o engajamento e
institucionais. buscando formar sucessores para desafios atuais e futuros.
2.10 Devemos cumprir as normas de segurança e saúde do tra- 2.18 Esperamos que os nossos líderes construam uma relação
balho. sólida com os clientes, fornecendo soluções adequadas para eles.
2.11 Proibimos que se trabalhe embriagado e/ou sob efeito de 2.19 Esperamos que nossos líderes atuem com visão e pro-
drogas ilícitas. pósito, apresentando a estratégia do BB de uma perspectiva as-
2.12 Devemos contribuir, nas nossas atividades diárias, para a sertiva para obter o apoio e o comprometimento dos liderados.
manutenção do caráter laico e apartidário da Empresa.
2.13 Repudiamos condutas que possam caracterizar assédio de
qualquer natureza

255
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
2.20 Exigimos que os nossos líderes sejam éticos, referência 2.35 Exigimos que os impactos socioambientais sejam medi-
de postura adequada e incentivadores do trabalho em equipe dos e considerados na realização de parcerias, convênios, proto-
como prática de colaboração e de compartilhamento de conhe- colos de intenções e de cooperação técnicofinanceira com enti-
cimentos e experiências. dades externas privadas ou públicas.
2.36 Orientamos que contatos e negócios com clientes se-
LÍDERES jam pautados pelo respeito, idoneidade e profissionalismo e que
2.21 Determinamos que a comunicação dos nossos líderes os produtos e serviços oferecidos sejam adequados ao perfil dos
esteja alinhada à estratégia do Banco, buscando o equilíbrio en- clientes e de acordo com a legislação.
tre pessoas, processos e resultados, demonstrando cuidado com 2.37 Orientamos que entidades ligadas ao Banco do Brasil
clientes, funcionários, sociedade e acionistas. pautem seus direcionamentos estratégicos e de negócios por
2.22 Esperamos dos nossos líderes coragem para ousar e princípios éticos.
que desenvolvam adaptabilidade, resiliência e sabedoria frente 2.38 Respeitamos a liberdade de associação sindical e bus-
a circunstâncias desafiadoras, fazendo constantemente a gestão camos conciliar, de forma transparente, interesses da empresa
dos riscos. com interesses de funcionários e de nossas entidades represen-
2.23 Recomendamos que os nossos líderes tenham empatia, tativas tendo a negociação como prática permanente.
controle emocional e respeito à individualidade dos liderados.
2.24 Esperamos que nossos líderes sejam promotores do di- FORNECEDORES
álogo com respeito, boa educação e assertividade, colocando em SE VOCÊ PERCEBER IRREGULARIDADE OU INCONSISTÊNCIA
prática a Comunicação Não Violenta e a escuta ativa. POR PARTE DE FORNECEDORES, DEVE COMUNICAR O FATO A SEU
2.25 Esperamos que os nossos líderes contribuam para o de- SUPERIOR E À UNIDADE RESPONSÁVEL PELA ADMINISTRAÇÃO DE
senvolvimento dos liderados, incentivando a autonomia, a ino- CONTRATOS PELO E-MAIL CESUP.ADCON@BB.COM.BR OU, SE PRE-
vação e a transformação cultural. FERIR, REGISTRAR DEMANDA NA OUVIDORIA INTERNA.
2.26 Desejamos que os nossos líderes valorizem vitórias e 2.39 Devemos conduzir processos de licitação, contratação e
conquistas da equipe como incentivo à continuidade dos bons formalização de acordos, convênios e parcerias com lisura, ética,
resultados. integridade e imparcialidade.
2.27 Esperamos dos nossos líderes conhecimento de pro- 2.40 Devemos adotar ações e procedimentos para prevenir
cessos mais eficazes e eficientes, antecipando e adotando inicia- fraudes e ilícitos nos processos licitatórios, na execução e acom-
tivas inovadoras no desenvolvimento de soluções digitais para panhamento de contratos administrativos ou em interação com
obter resultados consistentes. o setor público.
2.28 Esperamos dos nossos líderes, além da conduta ética, a 2.41 Orientamos que critérios de seleção, contratação e ava-
disseminação dos valores da organização e preceitos do Código liação devem ser determinados de forma imparcial e transparen-
de Ética, contribuindo para a aplicação deste documento. te, permitindo pluralidade e concorrência entre fornecedores.
2.42 Devemos exigir de fornecedores:
LIDERADOS •cumprimento da legislação trabalhista, previdenciária e
2.29 Exigimos que os nossos liderados respeitem o Código fiscal;
de Ética e a Política de Relacionamento com Clientes e Usuários. • cumprimento da legislação e das regulamentações relati-
2.30 Esperamos que os nossos liderados tenham respeito, vas à prevenção e ao combate à corrupção;
tolerância, controle emocional e maturidade, colocando em prá- • não utilização de trabalho infantil ou escravo;
tica a Comunicação Não Violenta e a escuta ativa. • adoção de boas práticas de preservação ambiental;
2.31 Esperamos que os nossos liderados sejam protagonis- • não adoção de atos de corrupção contra governos e a ad-
tas da sua carreira e promovam seu autodesenvolvimento, de- ministração pública brasileira ou estrangeira.
monstrando iniciativa e comprometimento, além de capacidade
de adaptação a mudanças de cenário. Exemplo ilustrativo
2.32 Esperamos dos nossos liderados a parceria com a ges- Relação com fornecedores
tão, com foco nas boas práticas de relacionamento e na condu- No cafezinho, a copeira revela a um funcionário que não rece-
ção dos processos. beu seu salário.
2.33 Esperamos que os nossos liderados desenvolvam o
pensamento estratégico, a destreza digital, a leitura de cenário, Posicionamento do BB
a criatividade e inovação. O Banco do Brasil deve zelar para que seus fornecedores cum-
pram a legislação, pois, além da questão ética, o Banco poderá res-
MEU GESTOR ME MANDOU FAZER ALGO QUE FERE O CÓDI- ponder pelo descumprimento.
GO DE ÉTICA. O QUE EU FAÇO? 2.43 Orientamos os fornecedores a seguir as diretrizes deste
Converse com seu gestor e verifique se não houve proble- Código de Ética.
ma de comunicação. Se você perceber algo que fere o Código
de Ética, busque ajuda na Ouvidoria Interna ou em outro canal ACIONISTAS, INVESTIDORES E CREDORES
do Banco. Você não pode ser conivente com atos que violam o 2.44 Somos transparentes e ágeis no fornecimento de informa-
Código de Ética. ções, observando regras de sigilo e confidencialidade.
2.45 Elaboramos demonstrações financeiras em conformidade
PARCEIROS com a lei, princípios e normas de contabilidade para representar
2.34 Orientamos parcerias com agentes que assegurem va- adequadamente o resultado das operações, os fluxos de caixa e a
lores como: integridade, ética, idoneidade e respeito à comuni- posição patrimonial e financeira da Empresa.
dade e ao meio ambiente.

256
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
2.46 ADOTAMOS PROCEDIMENTOS E CONTROLES INTERNOS CAPÍTULO 3
PARA ASSEGURAR O DETALHAMENTO, A VERACIDADE E A TRANS- NECESSIDADE DA OBEDIÊNCIA AO QUE É LEGAL
PARÊNCIA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DO BB. 3.1 Pautamos nossa atuação pelos princípios da legalidade, im-
pessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
CONCORRENTES 3.2 Repudiamos práticas ilícitas, principalmente fraude, subor-
2.47 Definimos que a ética, a integridade e a civilidade devem no, extorsão, corrupção, propina, agiotagem, lavagem de dinheiro,
ser princípios norteadores das nossas relações com a concorrência. evasão de divisas e financiamento do terrorismo.
Trocas de informações só podem ocorrer de maneira lícita, trans-
parente e fidedigna, preservando os princípios do sigilo bancário e EXEMPLO ILUSTRATIVO
os interesses da Empresa. CORRUPÇÃO
2.48 Desaprovamos a emissão de juízo de valor sobre a concor- Uma funcionária que trabalhava com agricultores familiares e
rência ou a depreciação de seus produtos e serviços. pequenos pecuaristas visitou a assistência técnica de um cliente,
2.49 Proibimos práticas inadequadas na oferta de produtos e que lhe pediu que direcionasse as demandas por projetos rurais
serviços, inclusive a imposição na efetivação de negócios. para a empresa dele. A funcionária passou, então, a indicar a em-
presa do cliente e, em troca do “favor”, recebia depósitos em sua
GOVERNOS conta-corrente originados da empresa da assistência técnica.
2.50 Somos parceiros do poder público na implementação de Posicionamento BB
políticas, projetos e programas socioeconômicos voltados para o Nunca se deve direcionar negócios nem receber valor/presen-
desenvolvimento sustentável do Brasil e dos países em que atua- te/ brinde/hospitalidade de terceiro como pagamento de “comis-
mos. são” pelos serviços prestados pelo Banco.
2.51 Articulamos interesses e necessidades da Administração
Pública com segmentos econômicos das sociedades com as quais CONFORMIDADE
nos relacionamos. 3.3 Ratificamos a necessidade de todos os funcionários e os
2.52 Devemos atuar nas relações com o poder público em membros da alta administração possuírem conhecimentos sobre as
conformidade com diretrizes internacionais no que diz respeito Políticas do Banco, a legislação e a regulamentação em vigor ineren-
prevenção e combate à evasão fiscal, à corrupção, à lavagem de tes às suas atividades.
dinheiro e ao financiamento do terrorismo. 3.4 Devemos atuar em conformidade com os normativos in-
2.53 Repudiamos atos de corrupção praticados contra gover- ternos, as leis e normas de ordenamento jurídico brasileiro e dos
nos e a administração pública brasileira ou estrangeira, como, por países onde atuamos.
exemplo:
• garantir, prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, ATENÇÃO
qualquer vantagem indevida a agente público ou a terceiro a ele 3.5 Vedamos o relacionamento negocial com pessoas e organi-
relacionado; zações envolvidas em atividades ilícitas.
• financiar, custear, patrocinar ou de qualquer modo subven-
cionar prática de ato ilícito; ATENÇÃO
• induzir a realizar ou deixar de realizar ação em violação às 3.6 Desautorizamos a prática de ato que possa acarretar ação
obrigações legais; cível ou trabalhista ou que cause prejuízo ao Banco.
• obter, manter ou direcionar negócios de maneira indevida; 3.7 Proibimos a formalização de decisões relativas a operações
• praticar sonegação de impostos, evasão de divisas e demais sem prévia e formal autorização do cliente.
crimes fiscais; 3.8 Proibimos a comercialização e o consumo de drogas ilícitas
• afetar ou influenciar ato ou decisão; no ambiente de trabalho.
• utilizar intermediário - pessoa física ou jurídica - para ocul- 3.9 Devemos atender às solicitações de órgãos externos de re-
tar ou dissimular interesse ou identidade de beneficiários de atos gulamentação e fiscalização e de auditorias externa e interna nos
praticados; prazos estabelecidos.
• frustrar, fraudar, obter vantagem ou benefício indevido, im-
pedir, perturbar ou manipular caráter competitivo de procedimen- TUDO QUE NÃO ESTÁ ESCRITO NOS NORMATIVOS É PERMI-
to licitatório; TIDO?
• dificultar atividade de investigação ou fiscalização ou intervir Os normativos do Banco são bons condutores de nossas ações.
em nossa atuação. Se você, porém, estiver diante de situação em que não encontra
nos normativos explicação clara de como deve agir, peça ajuda ao
2.54 Devemos estabelecer independentemente de convicções seu gestor e pelos canais de atendimento. Se determinada situação
ideológicas individuais, relacionamento cortês com o poder público não está prevista nos normativos, não significa que é permitida.
brasileiro e com o dos países em que atuamos. “É IMPORTANTE ZELAR PELA ÉTICA E DENUNCIAR ATOS INCOR-
2.55 Proibimos o financiamento de partidos políticos ou can- RETOS, MESMO QUANDO NOS SENTIMOS PRESSIONADOS A FAZER
didatos a cargos públicos no Brasil e nos países em que atuamos. O CONTRÁRIO.”
2.56 Proibimos dar, oferecer, prometer ou autorizar que se
dê qualquer coisa de valor a funcionário do governo brasileiro ou Duílio Benício e Silva - funcionário
estrangeiro, diretamente ou por meio de intermediário, a fim de
influenciar ação para obter vantagem indevida. ATENÇÃO
3.10 Devemos assegurar informação legítima, objetiva, atual e
clara em divulgações públicas, relatórios e documentos disponibili-
zados aos órgãos reguladores de países onde atuamos.

257
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
3.11 Orientamos os funcionários e os membros da alta admi- Posicionamento BB
nistração a realizarem anualmente capacitação sobre ética disse- Não podemos utilizar informação interna para realizar negócios
minando os preceitos contidos neste Código e na Trilha da Ética e pessoais com terceiros, como clientes, fornecedores, prestadores
sobre as Políticas associadas à gestão de riscos. de serviços, parceiros de negócios, correspondentes, etc.
3.12 Orientamos os funcionários, estagiários e aprendizes a re- 4.6 Advertimos que as ações exemplificadas a seguir configu-
gistrar ciência do Código de Ética do BB a cada campanha de leitura. ram conflito de interesses:
•Deliberar sobre assuntos de interesse conflitante com o do
ALTA ADMINISTRAÇÃO Banco.
Um diretor do Banco recebeu uma proposta para assumir de •Celebrar contrato administrativo ou celebrar contrato em
imediato o cargo de CEO de uma fintech de pagamentos digitais . nome do Banco, excetuada contratação de operações bancárias,
desde que observados os limites dispostos nos termos da legisla-
Posicionamento BB ção, regulamentações aplicáveis bem como nas Políticas Especificas
Nesse caso, o diretor deverá cumprir a quarentena que con- de Transações com Partes Relacionadas (TPR) e Políticas de Credito
siste no período de interdição de quatro meses, a partir da data de do Banco, com pessoa que tenha relação de parentesco até o ter-
exoneração. ceiro grau com:
a) dirigente do BB;
3.13 Orientamos a Alta Administração a observar normas jurí- b) empregado do BB cujas atribuições envolvam atuação na
dicas que lhe são aplicáveis no exercício da função, inclusive as de área responsável pela licitação ou contratação;
direito público. c) autoridade de ente público a que o BB está vinculado.
3.14 Orientamos os Estatutários a seguir, além deste Código de • Manter sob subordinação hierárquica direta cônjuge, compa-
Ética, o Código de Conduta da Alta Administração Federal, que dis- nheiro(a) ou parente em linha reta ou colateral, por consanguinida-
põe, entre outros assuntos, sobre: de ou afinidade, até o 3º grau.
• conflito de interesses;
• sigilo e comunicação de informações relevantes obtidas em Exemplo Ilustrativo I
razão da função ocupada; A empresa promotora de eventos, que tem como sócia a es-
• quarentena estatutária posa do diretor BB, demonstra interesse em fechar contrato com o
Banco para a promoção dos eventos institucionais.
QUEM DEVE DECIDIR SOBRE O CUMPRIMENTO OU NÃO DA Posicionamento BB
QUARENTENA? COMO SE DEVE PROCEDER? Essa situação configura conflito de interesses, porque é vedado
“Compete à Comissão de Ética Pública – CEP avaliar cada situ- celebrar contrato administrativo com parente ate o terceiro grau
ação. O estatutário deverá consultar previamente a CEP sobre as de dirigente do BB.
atividades e serviços que pretenda exercer ou prestar durante o pe-
ríodo de quarentena.” Exemplo Ilustrativo II
Fonte: Código de Conduta da Alta Administração Federal A empresa promotora de eventos, que tem como sócia a es-
posa do diretor BB, pretende solicitar um financiamento junto ao
CAPÍTULO 4 Banco, para renovar a frota de automóveis da empresa.
CONFLITO DE INTERESSES
Posicionamento BB
4.1 Compreendemos que há conflito quando um funcionário A celebração de contrato de operações com parente de diri-
tem interesses privados que influenciam no desempenho de seus gente do BB, não configura conflito de interesses, desde que ob-
deveres e responsabilidades no Banco. servados os limites dispostos nos termos da legislação, regulamen-
4.2 Entendemos que a forma correta de evitar o conflito de tações aplicáveis, bem como na Políticas Especificas de Transações
interesses é buscando a imparcialidade. Agir de forma imparcial com Partes Relacionadas (TPR) e Políticas de Crédito do Banco.
significa, por vezes, declarar-se impedido de realizar determinadas
atividades. • Conduzir assuntos ou negócios com agente público com po-
4.3 Devemos exercer nossa atividade de forma isenta, eximin- der decisório no âmbito dos órgãos e entidades do governo com o
do-nos de usar a condição de funcionário para obter vantagens para qual tenha relação de parentesco, em linha reta ou colateral, por
nós ou para terceiros. É dever de cada um evitar a ocorrência de consanguinidade ou afinidade, até 3º grau.
conflito de interesses • Permitir que atividades internas extrapolem o ambiente res-
4.4 Devemos comunicar, de forma imediata, casos de conflito trito, afetando interesses do Banco.
de interesses ou presunção de sua existência ao superior hierárqui- • Utilizar a condição de funcionário para obter empréstimo pe-
co ou à Ouvidoria Interna. cuniário de cliente, fornecedor ou prestador de serviços.
4.5 Devemos apoiar e participar de estratégias de prevenção • Utilizar informação privilegiada sobre ato ou fato relevante
organizadas pelo BB que busquem alertar a ocorrência de conflito ainda não divulgado no mercado a que tenha tido acesso em razão
de interesses. de cargo ou função.

EXEMPLO ILUSTRATIVO CONFLITO DE INTERESSES Em função das atividades desenvolvidas no BB, um funcioná-
Um funcionário do Banco monitora os leilões de imóveis reali- rio obtém informações de determinada empresa listada em bolsa
zados pelo Banco e indica a compra desses imóveis para seus clien- de valores. Ciente da valorização de seus papéis, adquire elevada
tes, recebendo uma “comissão” pela indicação, atuando como um quantidade, a fim de lucrar com o movimento.
“corretor de imóveis”.

258
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Posicionamento BB Posicionamento BB
Funcionários devem se abster de realizar negócios a partir de Neste caso, configura-se Conflito de Interesses, porque a ativi-
informações obtidas em função das atividades desenvolvidas no dade de consultoria financeira concorre com a atividade bancária.
Banco ainda não divulgadas ao mercado, além de mantê-las sob
sigilo até que sejam de conhecimento público. 4.7 Vedamos a realização de Transações com Partes Relaciona-
das (TPR) em condições diversas às de mercado.
Somente a alta administração tem acesso a informações pri-
vilegiadas? ATENÇÃO
NÃO. Informação privilegiada envolve conhecimentos e dados Casos de conflito de interesses envolvendo os integrantes da
que todos nós possuímos dentro do Banco em decorrência das Diretoria Executiva (Presidente, Vice-presidentes e Diretores) deve-
atividades que desempenhamos - em maior ou menor grau. São rão ser encaminhados à análise da Comissão de Ética Pública da
informações estratégicas ou que podem gerar algum impacto nos Presidência da República.
negócios e processos internos.
Por exemplo: CAPÍTULO 5
-orientar alguém a aguardar para fazer um investimento por TOMADA DE DECISÃO
saber que o Banco lançará um novo produto no mercado (ainda
não divulgado);
-desobedecer a quarentena estatutária e passar a atuar em
empresa com atividade concorrente ao Banco, utilizando-se de in-
formações que detinha no BB;
-usar acessos em ambientes corporativos - físicos ou virtuais -
para obtenção de informações para uso particular;
-compartilhar com terceiros informações, ainda não públicas,
de clientes, as quais obteve em função da prestação de consultoria;
-divulgar informação sigilosa a respeito de estudos sobre even-
tual parceria estratégica ou operação societária de participações do
Banco a terceiros.
• Utilizar informação interna para realizar negócios pessoais
com terceiros, como clientes, fornecedores, prestadores de servi-
ços, parceiros de negócios, correspondentes, etc.
• Utilizar o nome do Banco do Brasil no exercício de seus direi- A ética atrapalha o lucro?
tos políticos. A ética não atrapalha o lucro, ela traz confiança. A confiabili-
• Conduzir carreira no Banco recorrendo à intermediação de dade é um dos maiores bens do mercado. Empresa transparente
terceiros. e ética atrai investidores e clientes. A ética cria senso de pertenci-
• Usar de sua posição e poder para nomear, contratar ou favo- mento nos funcionários. Investir em ética é investir no maior bem
recer um ou mais parentes em detrimento de pessoas e empresas da empresa: a confiança no seu nome.
com perfil e competências mais adequados, configurando prática
de nepotismo. “NUMA DECISÃO DE TRABALHO, SEMPRE QUE VOCÊ DER PRE-
• Desempenhar atividades externas que possam constituir pre- FERÊNCIA A UM INTERESSE PESSOAL, REPENSE, POIS PODE HAVER
juízo ou concorrência para o Banco. UM CONFLITO DE INTERESSES.”
MÁRCIA DOSI - FUNCIONÁRIA
EXEMPLO ILUSTRATIVO INTERFERÊNCIA NO TAO
Funcionário tem uma trajetória exemplar no Banco, desempe- CAPÍTULO 6
nho satisfatório e é considerado apto para assumir novas funções PRESENTES,BRINDES, HOSPITALIDADE E FAVORES
na empresa. 6.1 As regras a seguir referem-se ao relacionamento do Banco
Entretanto, nas concorrências no TAO não figura entre os clas- do Brasil com terceiros, como cliente, fornecedor, prestador de ser-
sificados. viço, parceiro de negócios, correspondente, etc
Esse funcionário pode contatar os demais inscritos e solicitar- 6.2 Vedamos o recebimento pelo funcionário do BB de qual-
-lhes que retirem suas concorrências para que ele melhore sua clas- quer valor em espécie como benefício próprio.
sificação? 6.3 Proibimos o recebimento e solicitação de benefício ou re-
muneração em retorno por serviço prestado na realização de nos-
Posicionamento BB sas atividades na qualidade de funcionários do BB
Não! O funcionário deve pesquisar os parâmetros das oportu- 6.4 Desaprovamos o recebimento ou a oferta de presentes ou
nidades em que está inscrito (Pessoal 43-05) e envidar esforços na brindes que comprometam a percepção de profissionalismo e de
melhoria de sua pontuação, por exemplo, fazendo os cursos UniBB imparcialidade da empresa, independentemente do valor
e certificações indicados. Fazer contato com colega melhor pontua-
do é antiético, fragiliza o processo e pode ser analisado sob aspecto EXEMPLO ILUSTRATIVO -PRESENTES E BRINDES
disciplinar. Um cliente de uma agência trouxe uma garrafa de vinho de
presente para seu gerente. Durante o atendimento, foi identificado
Funcionário deseja abrir empresa de consultoria financeira. que ele gostaria de ter benefícios anteriormente negados, como,
por exemplo, o aumento de seu limite de crédito.

259
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Posicionamento BB 8.3 Devemos observar normas da propriedade intelectual de
Nunca se deve aceitar presentes que configurem troca de fa- livros, textos, imagens e outros produtos protegidos por direito au-
vores, independentemente do valor. O Banco não autoriza ato que toral.
possa ser entendido como suborno, propina ou vantagem indevida. 8.4 Devemos observar diretrizes e políticas de segurança da in-
formação do BB, atentando-nos para a criticidade das informações.
“PARECER ÉTICO É TÃO IMPORTANTE QUANTO SER ÉTICO!” 8.5 Proibimos que funcionários tratem de assuntos sigilosos e
SYLVIA REJANE - FUNCIONÁRIA de uso interno em salas de conversação, redes sociais e aplicativos
6.5 Autorizamos aceitar presente ou brinde avaliado em até com acesso pela internet não autorizados pelo Banco.
100 reais, desde que não caracterize manipulação de processos de- 8.6 DEVEMOS PROTEGER INFORMAÇÕES DE PROPRIEDADE
cisórios ou obtenção de vantagens indevidas. DO BANCO DO BRASIL COMO FORMA DE GARANTIR INTEGRIDADE,
6.6 Orientamos a doação à Fundação Banco do Brasil ou à ins- CONFIDENCIALIDADE E DISPONIBILIDADE. NÃO PODERÃO SER DI-
tituição beneficente sem fins lucrativos presentes recebidos em VULGADOS SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO ESTUDOS, METODOLOGIAS,
desacordo com este Código cuja devolução não seja possível. A do- TÉCNICAS, MATERIAIS OU MODELOS DESENVOLVIDOS PARA O BAN-
ação deve ser comunicada no Portal Pessoas (dipes.bb.com.br) > CO.
Crachá > Você > Atuação > Presentes/Brindes > Incluir Novo Item. 8.7 Devemos consultar o cadastro e as informações de produ-
6.7Orientamos que, para oferecer brindes e presentes em tos e serviços de funcionários e correntistas apenas por necessida-
nome do BB para agente público, sejam observados os limites es- de do serviço, preservando o sigilo cadastral, bancário, empresarial
tabelecidos na legislação local, na legislação que trata de suborno e profissional.
transnacional e nas regras e políticas da instituição daquele que re- 8.8 Devemos resguardar o sigilo de informação do Banco do
ceberá a cortesia. Brasil, relativas a ato ou fato relevante às quais tenham acesso pri-
vilegiado em razão da posição ou função que ocupamos.
Se você ainda estiver em dúvida se deve ou não receber pre-
sentes, consulte o seu gestor. ÉTICA
8.9 Devemos prestar esclarecimentos fidedignos e tempestivos
CAPÍTULO 7 quando solicitados pelo Banco, mesmo quando estivermos em situ-
BENS E RECURSOS DO BANCO DO BRASIL ação de disponibilidade para outra empresa ou cedido para órgão
7.1 Proibimos o uso de recursos físicos, tecnológicos, bens e externo.
serviços exclusivos ao desempenho de nossas atribuições, para fins 8.10 Devemos assegurar que registros contábeis e demonstra-
particulares. ções financeiras sejam verdadeiros, completos, precisos, claros e
7.2Devemos nos limitar a instalar, usar ou permitir o uso de estejam em conformidade com a legislação, os princípios e as nor-
programa de computador (software) licenciados ou autorizados. mas de contabilidade e controles internos
7.3 Devemos preservar a identidade institucional, evitando
usar o nome da Empresa, marcas e símbolos privativos sem auto- Uso Ético dos Dados
rização. 8.11 Tratamos de maneira responsável e ética os dados inter-
7.4 Devemos observar a competência restrita dos porta-vozes nos e externos coletados, de acordo com a legislação, durante todo
para atender demanda de informações pela mídia, conforme dire- o ciclo de vida da informação.
trizes do discurso institucional. 8.12 Utilizamos mecanismos de segurança para proteção de
7.5 Proibimos o uso de instalações, equipamentos, materiais dados e informações de clientes, fornecedores, parceiros e demais
de trabalho e rede eletrônica de comunicações para assuntos polí- intervenientes.
ticopartidários, religiosos ou de interesse comercial próprio ou Fon 8.13 Devemos realizar nossas atividades respeitando a privaci-
de terceiros. dade do cliente e a legislação relativa ao assunto, inclusive no uso e
7.6 Devemos zelar pelo patrimônio e imagem do BB e dissemi- tratamento de bases de dados analíticas.
nar este cuidado
São porta-vozes do BB os gerentes gerais, superintendentes, Exemplo ilustrativo - Propriedade da Informação
gerentes executivos, diretores e integrantes do Conselho Diretor Um funcionário contou em uma reunião de família que o Banco
Um funcionário usou a logo do Banco como foto de seu perfil está desenvolvendo uma nova estratégia de captação de clientes.
em rede social. Falou, inclusive, da metodologia a ser utilizada para impactar o mer-
Frequentemente, ele se manifesta sobre questões político-par- cado.
tidárias atuais. Isso é correto? Somente mais tarde se deu conta de que um de seus parentes
A utilização da logo do Banco exige, previamente, avaliação que estava presente tem amigos em banco concorrente.
criteriosa da área gestora da marca. Além disso, a vinculação da
marca a manifestações político-partidárias é vedada pelo Banco. Posicionamento BB
Cada um de nós é responsável pelo sigilo e uso adequado das
CAPÍTULO 8 informações do Banco. Às vezes, o dano pode ser irreparável para
PROPRIEDADE INTELECTUAL E PROPRIEDADE DA INFORMA- a Instituição.
ÇÃO
CAPÍTULO 9
8.1 Preservamos a segurança da informação, pois a informação ENVOLVIMENTO COM A COMUNIDADE E SUSTENTABILIDADE
corporativa é um ativo e possui valor para a organização. 9.1 Adotamos a responsabilidade socioambiental na definição
8.2 Devemos estar cientes da responsabilidade no tratamento de políticas, normas e procedimentos de prevenção e combate à
das informações corporativas durante todo o seu ciclo de vida. corrupção, bem como à lavagem de dinheiro e ao financiamento
do terrorismo.

260
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
9.2 Estimulamos ações empreendedoras com parceiros que Minhas ações na esfera privada podem gerar consequências
abordam proativamente impactos ambientais. no Banco?
9.3 Repudiamos o trabalho degradante: infantil, forçado e es- Sempre que você, na vida privada, envolve o nome do Ban-
cravo. co em ações ilegais e/ou não éticas, gera consequências danosas
para o Banco e para si. Ações que suscitem repulsa ou reprovação,
Sustentabilidade é uma questão de atitude e espírito público. ainda que não vinculadas diretamente ao nome do BB, podem ser
9.4 Valorizamos vínculos estabelecidos com as comunidades tratadas administrativamente – inclusive sob aspecto ético e/ou
nas quais atuamos e respeitamos seus valores culturais pois reco- disciplinar.
nhecemos a necessidade de retribuir à comunidade parcela do va-
lor agregado aos negócios. CAPÍTULO 11
9.5 Apoiamos iniciativas de desenvolvimento sustentável e par- DÚVIDAS E DENÚNCIAS
ticipamos de empreendimentos voltados à melhoria das condições 11.1 Valorizamos sua manifestação. Se perceber algo que fira o
sociais da população. Código de Ética do Banco do Brasil, é seu dever denunciar
11.2 Repudiamos qualquer tipo de retaliação ao autor de de-
Por que a sustentabilidade ética é uma responsabilidade do núncias
Banco?
A sustentabilidade é pautada por três aspectos indissociáveis: Denúncias devem ser encaminhadas para a Ouvidoria Interna,
ambiental, social e econômico. Esse tripé determina que os negó- mesmo de forma anônima. O sigilo da fonte e a confidencialidade
cios do Banco causem o menor impacto ao meio ambiente e agre- são premissas da Ouvidoria Interna.
guem valor à sociedade.
Casos desta natureza serão avaliados sob aspecto ético e po-
CAPÍTULO 10 dem ser encaminhados para tratamento disciplinar.
USO RESPONSÁVEL DAS MÍDIAS DIGITAIS 11.3 Entendemos que o descumprimento das diretrizes deste
Código de Ética representa grave manifestação contra a ética e con-
10.1 Entendemos que a comunicação interna deve contribuir tra princípios administrativos do Banco do Brasil. Quem descumprir
para o fortalecimento o Código de Ética está sujeito às penalidades das instruções norma-
da relação entre a Empresa e os funcionários. tivas e poderá ser responsabilizado na Fon esfera judicial
10.2 Primamos pela comunicação inclusiva e que cria condi-
ções favoráveis à ação negocial e à realização do trabalho, com foco Fazer uma denúncia é ser “dedo-duro”?
na transparência, clareza e objetividade. NÃO.
10.3 Devemos usar de forma responsável as mídias digitais e Fazer uma denúncia é cumprir com seu dever ético e repre-
aplicar boas práticas de comunicação alinhadas aos princípios de senta cuidado com a nossa empresa. Deixar de denunciar com-
integridade, transparência e respeito. portamento inadequado é ser conivente com o erro. A denúncia
representa respeito aos princípios e condutas defendidas pelo Ban-
EXEMPLO ILUSTRATIVO - MÍDIAS DIGITAIS co. Permanecer em silêncio pode ser considerado ato de honra em
Um colega faz comentários depreciativos sobre um setor do determinadas culturas, porém jamais poderá ser considerado ato
Banco e colegas que lá trabalham. Mesmo que o tenha feito em ético. Nem a honra está acima dos princípios éticos. É considerado
grupo fechado, suas mensagens podem gerar prejuízos pessoais e conflito de interesses defender, proteger ou acobertar pessoas ou
profissionais. grupos em detrimento dos interesses do Banco. Lembre-se de que
o sentimento de culpa não deve ser do denunciante, mas daquele
Posicionamento BB que praticou a ação incorreta.
Em grupos fechados, mensagens são públicas. Elas se espa-
lham rapidamente e de maneira fácil. O descontrole e a impossibi- As denúncias são conduzidas por instâncias autônomas e es-
lidade de remoção das mensagens podem gerar danos irreparáveis pecializadas.
às pessoas e à instituição. A OUVIDORIA INTERNA pode ser contatada pelos seguintes
canais:
PROTAGONISMO E DEBATE COLABORATIVO E-mail: ouvidoriainterna@bb.com.br
10.4 Valorizamos manifestações no ambiente digital que res- Telefone: (61) 3108-7488
peitem a diversidade de ideias e o posicionamento da Empresa. Intranet: aba “ouvidoria interna” Carta e Atendimento presen-
10.5 Proibimos a vinculação do Banco do Brasil a comentários cial: SAUN Quadra 5, Bloco B, Torre Central, 5º andar, Asa Norte
e postagens de informações ou imagens ofensivos e/ou que violem - CEP: 70.040-912 Brasília-DF
a privacidade de funcionários e terceiros em mídias digitais e redes
sociais. A OUVIDORIA EXTERNA pode ser contatada pelos seguintes
10.6 Proibimos a emissão ou compartilhamento de informa- canais:
ções de caráter discriminatório ou ofensivo que exponha a imagem SAC: 0800 729 0722
do Banco, de seus funcionários e do Conglomerado. Ouvidoria Externa: 0800 729 5678
Deficientes Auditivos: 0800 729 0088
#cuidardoqueévaliosoparaaspessoas
Antes de escrever nas redes sociais, lembre-se de que todo
conteúdo é público. Pense no impacto na sua vida profissional, na
sua privacidade e na dos outros

261
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
COMO FAZER UMA DENÚNCIA ÀOUVIDORIA INTERNA? Membro: Rachel de Oliveira Maia
Toda denúncia deve ser formalizada. No registro, procure res- Membro: Débora Cristina Fonseca
ponder às seguintes perguntas: Quem está sendo denunciado? O Membro: Waldery Rodrigues Júnior
que ele fez? (se possível, identifique qual item do Código foi des- Membro: Paulo Roberto Evangelista de Lima
cumprido) Como aconteceu? Quando ocorreu o fato? Há testemu- Membro: Aramis Sá de Andrade
nhas ou provas? (indique-as)
Membros CD
11.4 Orientamos comunicar à Diretoria de Controles Interno- Presidente: Fausto de Andrade Ribeiro
-Dicoi/DF indício de corrupção, por meio do Canal de Denúncia de Vifin: José Ricardo Fagonde Forni
Ilícitos, disponível no Portal BB, inclusive de maneira anônima. Vivar: Carlos Motta dos Santos
11.5 Recomendamos que, em caso de dúvida quanto ao exer- Vicri: Ana Paula Teixeira
cício de atividade laboral remunerada ou não, paralela ao Banco, Vitec: Gustavo de Souza Fosse
o funcionário encaminhe consulta por meio do Sistema Eletrônico Vigov: João Pinto Rabelo Júnior
de Prevenção de Conflito de Interesses (SeCI), disponível no site da Vicor: Ênio Mathias Ferreira
Controladoria-Geral da União - CGU. Vipat: João Carlos de Nobrega Pecego
11.6 Sugerimos que, em caso de dúvida quanto à aplicação do
Código de Ética, converse com seu gestor ou consulte o Comitê Es- GLOSSÁRIO
tadual de Ética, por meio de registro no Portal da Ouvidoria Interna, Ética: Palavra de origem grega. Significa costume ou hábito. É
na intranet. uma parte da filosofia que se dedica a responder como deveríamos
agir.
Qual é a finalidade e a importância do Comitê de Ética?
O Comitê de Ética atua principalmente na prevenção de pro- Moral: Tradução latina da palavra ética, do grego. Com o passar
blemas éticos e investe em ações de educação; responde a con- do tempo, a literatura especializada optou por definir como moral
sultas e dúvidas de funcionários sobre como se deve agir; busca todo sistema público de regras próprio de diferentes grupos sociais.
minimizar conflitos e também age quando há descumprimento do
Código de Ética. O Comitê de Ética é um parceiro do funcionário no Código de Ética do Banco do Brasil: Conjunto de princípios e
seu dia a dia. regras que orientam como devemos agir no ambiente de trabalho.
É ferramenta de educação para a Ética.
CARTA DE ENCERRAMENTO
Este Código de Ética foi elaborado pela Diretoria Gestão da Cul- Cultura da Ética: Se caracteriza pela busca diária dos funcio-
tura e de Pessoas com a participação de vários colegas, validado nários pelo desenvolvimento de bons hábitos de comportamento
por todas as Unidades Estratégicas do BB, pelo Comitê Executivo ético, pensando sempre no outro e na instituição, antes de agir,
Pessoas e Cultura Organizacional, Conselho Diretor e Conselho de colaborando pelo desenvolvimento de boas práticas. Constitui-se
Administração do BB. Essa construção colaborativa retrata que a cultura por tratar-se de preocupação comum, de algo que se torna
ética faz parte da cultura do Banco do Brasil. valor de todos.
O documento deve ser revisado a cada três anos ou, extraordi-
nariamente, a qualquer tempo. Compromisso com a Ética: Cada um tem uma parte de respon-
A Diretoria Gestão da Cultura e de Pessoas é a área responsá- sabilidade pela efetivação da ética que é só sua. Compromisso é
vel pela estruturação, atualização, disseminação e implementação a responsabilidade individual que nos vincula com a necessidade
deste Código. de colocarmos os princípios da ética como parte integrante da vida
Para facilitar seu entendimento, utilizou-se linguagem simples pessoal e da vida institucional.
e clara. Exemplos, perguntas e respostas foram construídos com
o objetivo de ilustrar a aplicação da ética no dia a dia de trabalho. Educação para a Ética: É a formação de bons hábitos sob orien-
Além de ser um instrumento que orienta os funcionários na to- tação de regras e princípios éticos, que oferece fundamentação ne-
mada de decisões, o Código de Ética apresenta condutas esperadas cessária para escolha correta de nossa conduta social.
pelo BB e as que são expressamente vedadas, indicando, de forma
objetiva e prática, as responsabilidades dos colaboradores, inclu- Prevenção de Problemas Éticos: Prevenir é a melhor estraté-
sive da Alta Administração, a fim de contribuir para credibilidade, gia de desenvolvimento de ambientes saudáveis. É o ato de sermos
idoneidade e perenidade de nossa Organização. guardiões de nossas próprias ações, de zelarmos por todos e pela
Os pressupostos e orientações constantes no Código de Ética instituição.
do Banco do Brasil devem ser observados com atenção, cuidado
e visão de protagonismo, pois a responsabilidade pela aplicação e Conflito de Interesses: O conflito de interesses surge quando
disseminação é de todos nós. uma pessoa se encontra envolvida em processo decisório em que
ela tenha o poder de influenciar o resultado final, assegurando ga-
AFINAL, SOMOS TODOS RESPONSÁVEIS POR CUIDAR DO QUE nho para si, algum familiar, ou terceiro com o qual esteja envol-
É VALIOSO PARA AS PESSOAS. vido, ou ainda que possa interferir na capacidade de julgamento,
sem isenção. Há conflito de interesses quando alguém não é inde-
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO E CONSELHO DIRETOR pendente em relação à matéria em discussão, e pode influenciar
Membros CA ou tomar decisões motivadas por interesses distintos daqueles da
Presidente: Iêda Aparecida de Moura Cagni organização.
Vice-Presidente: Walter Eustáquio Ribeiro
Membro: Fausto de Andrade Ribeiro

262
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Quarentena estatutária: É o período de interdição, contados
a partir da data de exoneração, no qual o estatutário fica impedi-
do de realizar atividade incompatível com o cargo anteriormente
exercido.

Subordinação Hierárquica Direta: Caracteriza-se pela vincula-


ção direta entre o funcionário e o seu superior hierárquico e mate-
rializa-se pela sujeição do funcionário e ordens diretas, à avaliação
de desempenho - GDP - validação de ponto eletrônico, despacho
de férias, autorizações e deferimentos diversos, entre outras situ-
ações.

O QUE MUDOU NO CÓDIGO DE ÉTICA?


Numeração das páginas do Código de Ética.
Alteração da numeração dos itens de acordo com o capítulo.
Atualização da mensagem do Presidente.
Alteração da imagem da contra-capa.
Alteração da imagem do verso da página da carta do Presiden-
te.
Alteração da imagem (pág. 8).
Inclusão do item 2.4 (pág. 11).
Inclusão dos itens 2.6; 2.7 e 2.8 (pág. 11).
Inclusão dos itens 2.18, 2.19, 2.22 e 2.23 (pág 14).
Inclusão dos itens 2.25, 2.26, 2.27, 2.29, 2.30, 2.31, 2.32 e 2.33
(pág. 15).
Inclusão de exemplos (págs. 24 e 26).
Migração do item 2.38 do subtítulo “Governos” para “Parcei-
ros” (pág. 37).
Inclusão do item 3.3 (pág. 23).
Inclusão no item 4.6 de exemplo do conflito de interesse (págs.
26 e 27)
Exclusão no texto do trecho: “Mais exemplos de conflito de in-
teresses:”
Alteração das imagens das págs: 7, 8, 9, 11, 14, 17, 19, 20, 24,
25 e 37.
Alteração da citação da pág. 11.
Inclusão do subtítulo “Liderado” (pág. 15).
Inclusão no glossário o item “Subordinação Hierárquica Direta”
(pág. 44).

263
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
9. Adotamos estrutura de gerenciamento de riscos que tem por
POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL objetivo identificar, classificar, avaliar, monitorar, mitigar e controlar
DO BANCO DO BRASIL (DISPONÍVEL NO SÍTIO DO BB o risco socioambiental.
NA INTERNET) 10. Avaliamos, atualizamos e publicamos sistematicamente
nossos desafios e ações em sustentabilidade, bem como o reporte
Política de Responsabilidade Socioambiental * dos resultados alcançados, de acordo com padrões reconhecidos
Abrangência: Esta política orienta o comportamento do Banco pelo mercado.
do Brasil, que pautado pelos princípios da relevância, proporciona-
lidade e da eficiência, se compromete a envidar esforços para co- ASG (AMBIENTAL, SOCIAL E GOVERNANÇA): ECONO-
laborar com as empresas controladas, coligadas e simples partici- MIA SUSTENTÁVEL; FINANCIAMENTOS; MERCADO PJ
pações, a fim de que definam seus direcionamentos a partir destas
orientações, considerando as necessidades específicas e os aspec-
tos legais e regulamentares a que estão sujeitas.
Regulamentação: Resolução do Conselho Monetário Nacional Já ouviu falar em práticas ASG ou ESG? A sigla em português,
4.327, de 25/04/2014 e Normativo SARB nº 14, de 28/08/2014 (Au- que significa Ambiental, Social e Governança Corporativa (ASG),
torregulação FEBRABAN) Environmental, Social and Corporate Governance (ESG), em inglês,
Introdução: Esta política orienta o comportamento do Banco ganhou um peso importante na estratégia de diversas empresas, de
do Brasil em relação à responsabilidade socioambiental e seus prin- todos os portes, ao redor do mundo.
cípios também se encontram inseridos em políticas específicas. Os consumidores passaram a cobrar condutas mais responsá-
1. Pautamos a atuação em responsabilidade socioambiental veis e igualitárias das marcas e empresas. A sociedade agora de-
pelas nossas definições estratégicas, alinhadas às leis e normas que manda uma consciência maior dos empreendedores em relação
disciplinam o assunto. aos impactos no meio ambiente. A necessidade de maior demo-
2. Adotamos e difundimos princípios de atuação em bases so- cratização de acesso, além da inserção da diversidade de gênero no
cial e ambientalmente responsáveis, considerando: mundo corporativo ser pauta fundamental.
a) a ética, a promoção dos direitos humanos, dos direitos fun- Com o mercado mais engajado nesses aspectos, as instituições
damentais do trabalho, meio ambiente e o desenvolvimento sus- e os investidores passaram a incorporar as práticas ASG nos seus
tentável e a contribuição para a universalização dos direitos sociais planejamentos de negócio.
e da cidadania; Se você também preza pela sustentabilidade como consumidor
b) o respeito e a valorização da diversidade e da equidade nas ou quer adotar uma governança corporativa mais responsável na
relações; sua empresa, é bom conhecer o tema. E ainda descobrir as tendên-
c) a contribuição para que o potencial dos funcionários e de- cias e principais transformações.
mais colaboradores possa ser aproveitado pela sociedade;
d) o estímulo, a difusão e a implementação de práticas de de- PRÁTICAS ASG: COMO ESTÃO TRANSFORMANDO O MUN-
senvolvimento sustentável; DO CORPORATIVO?
e) a melhoria contínua de nosso desempenho socioambiental; Em 2004, a nomenclatura em inglês Environmental, Social and
f) o desenvolvimento de ações voltadas para a ecoeficiência e Corporate Governance (ESG) foi usada pela primeira vez em um re-
para a prevenção da poluição e das emissões de carbono em produ- latório do Pacto Global da ONU. O documento, em parceria com o
tos, serviços e processos, bem como o zelo pela adequada destina- Banco Mundial, surgiu de uma demanda do então secretário geral
ção dos resíduos gerados. das Nações Unidas, Kofi Annan, aos 50 maiores CEOs globais de ins-
g) o apoio a iniciativas que visem à redução da emissão ou à es- tituições financeiras, sobre como integrar, no mercado de capitais,
tabilização da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera. os fatores de governança, sociais e ambientais.
3. Adotamos estrutura de governança da responsabilidade so- Em português, a sigla ASG norteia ações mais responsáveis
cioambiental e gestão de riscos socioambientais compatíveis com o entre as organizações. As relações são cada vez mais pautadas por
nosso porte, a natureza do negócio, a complexidade dos produtos sustentabilidade, responsabilidade social e transparência nas suas
e serviços, e as relações estabelecidas com os diversos públicos de políticas corporativas.
interesse.
4. Engajamos e capacitamos a alta administração e o nosso pú- Relevância no mercado
blico interno, em todos os seus níveis, para o cumprimento desta Apesar de terem sido criadas há quase duas décadas, as práti-
Política. cas ESG vêm se tornando cada vez mais relevantes. Tanto a socie-
5. Estimulamos a participação dos nossos públicos de interesse dade vem demandando cada vez mais atenção ao tema, quanto as
no desenvolvimento desta Política. empresas têm se adaptado e, com isso, obtendo ganhos e melho-
6. Atuamos em conjunto com empresas, governos e sociedade rias nas suas atividades.
na definição de iniciativas voltadas à redução de riscos e ao aprovei- A sustentabilidade da empresa não importa mais apenas para
tamento de oportunidades relacionadas às questões socioambien- cumprir leis e novas regras ambientais. Hoje ela dita a imagem pe-
tais, inclusive às mudanças climáticas. rante o público, o valor diante de acionistas e até a capacidade de
7. Buscamos, por meio da nossa atuação negocial, favorecer a se manter e prosperar no futuro.
inclusão e a educação financeira, a geração de emprego e renda e a No Brasil, uma pesquisa de 2019 da Union Webster mostrou
melhoria contínua das condições de vida para clientes e sociedade. que 87% das pessoas preferem comprar de negócios sustentáveis.
8. Buscamos o alinhamento entre o investimento social privado Como você verá a seguir, essa preferência só foi aumentando.
e a nossa atuação negocial, considerando práticas ambientalmente
corretas.

264
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Impactos da pandemia Isso é feito por meio do incentivo de soluções financeiras vol-
Se essa já era uma demanda crescente de mercado, a pande- tadas à aquisição de sistemas, como painéis solares, equipamentos
mia acelerou ainda mais o interesse sobre o tema. Por conta da cri- mais eficientes, entre outros. Tanto em casas e empresas quanto
se sanitária e principalmente dos seus reflexos sobre a economia, no campo.
aumentaram as cobranças em relação à postura socioambiental dos
negócios. Incentivo à Agricultura Sustentável
As pesquisas da população pelo termo, em inglês, ESG na inter- O Banco do Brasil presta apoio à agricultura familiar e preza por
net quase triplicaram nos 12 meses anteriores a fevereiro de 2022. incentivos para melhores práticas agrícolas.
Em relação ao tema ASG como um todo, as buscas aumentaram
150% no Brasil, segundo uma pesquisa do Google Trends. As metas nesta área são ambiciosas. Até 2025, a instituição
pretende destinar R$ 125 bilhões para créditos contratados nesse
Perspectivas de crescimento segmento. O foco são ações mais eficientes de plantio e colheita
Um estudo da McKinsey aponta como o mercado responde ra- e uma produção mais alinhada às demandas de desenvolvimento
pidamente ao aumento da demanda por empresas ESG. De acordo do país.
com a consultoria, 83% dos executivos e investidores esperam que
a adoção dessas práticas esteja diretamente relacionada ao aumen- Fomento ao Empreendedorismo
to de valor das organizações nos próximos cinco anos. O apoio ao desenvolvimento dos brasileiros também possui
Essa conscientização maior e os consequentes ganhos da socie- impactos diretos em termos socioambientais. Por isso, a instituição
dade com a adoção, por parte das empresas, dessas práticas, tor- auxilia empreendedores com crédito e conteúdos sobre educação
naram-nas fundamentais para os negócios. A adaptação é a melhor financeira.
forma de prosperar.
Até 2025, o Banco do Brasil deseja ter 1 milhão de clientes em-
Tendências de ASG para 2022 preendedores. E assim, tornar-se fundamental com crédito para
A fim de aderir às novas demandas do mundo dos negócios geração de mais empregos e promoção de crescimento econômico.
e fazer parte desse movimento de transformação, é fundamental
conhecer as suas tendências. Para 2022, alguns temas devem atrair Ampliação da Eficiência Estadual e Municipal
os interesses dos investidores que valorizam práticas sustentáveis. Estados e municípios também receberão ajuda em melhorias
Segundo estudo realizado pela consultoria Deloitte, dentre administrativas, educativas, de eficiência energética, entre outras.
eles: redução dos gases do efeito estufa, regulamentação dos mer- Já há metas para até 2025 nesta área.
cados de crédito de carbono, diversidade e inclusão. O mesmo do-
cumento indica que 74% das organizações com ações na bolsa pla- O principal objetivo é desembolsar R$ 20 bilhões em apoio ao
nejam ampliar o seu orçamento direcionado à ASG ainda neste ano. programa Eficiência Estadual e Municipal. Ele engloba desde me-
lhorias administrativas até nas áreas de educação, meio ambiente,
O ASG é uma mudança de modelo no capitalismo mobilidade, entre outras.
Quando se trata do tema de ASG no Brasil, o nome de Sônia
Consiglio tende a ser imediatamente lembrado. Jornalista e espe- Ampliação dos Investimentos ASG
cialista em desenvolvimento sustentável, Sônia tem, na sua carrei- A instituição direciona cada vez mais recursos a investimentos
ra, passagem pelas diretorias de comunicação e sustentabilidade de ESG. Com isso, desempenha um papel relevante para motivar ações
instituições financeiras de peso, como o BankBoston, o Itaú Uniban- voltadas à adoção de práticas com viés ambiental, social e de gover-
co e a Bolsa de Valores B3. nança corporativa.
Em 2016, foi eleita SDG Pioneer pelo Pacto Global da ONU, por
ter trabalhado para o desenvolvimento de um mercado de ações Há uma meta de chegar a 2025 com R$ 20 bilhões aplicados em
mais transparente e sustentável na B3. A honraria é destinada empresas alinhadas a essas causas. O banco também realizará uma
àqueles líderes empresariais que tiveram reconhecida atuação em avaliação, até o final de 2022, sobre os critérios ESG de 100% dos
prol do desenvolvimento sustentável. ativos aplicáveis sob gestão da BB DTVM.

Os dez compromissos do Banco do Brasil para um mundo mais Originação de Títulos Sustentáveis
sustentável Por meio da Originação de Títulos Sustentáveis, o Banco do
Um dos maiores bancos brasileiros não poderia ficar de fora Brasil atua na criação de investimentos com impactos positivos em
dessa, né? Tendo em vista esse aumento da demanda por uma nova diferentes âmbitos sociais e ambientais.
economia mais sustentável, voltada para o meio ambiente e social,
sempre pensando na melhora da governança, o Banco do Brasil es- O grande objetivo é disponibilizar o equivalente a R$ 30 bilhões
tabeleceu dez compromissos no tema ASG. em recursos sustentáveis negociados no mercado de capitais. Dessa
maneira, procura-se fazer com que os próprios investidores reco-
Quer conhecer? Veja a seguir. nheçam a sustentabilidade como um excelente negócio.

Fomento à Energia Renovável Aumento do cuidado ambiental


O banco tem o compromisso de fomentar soluções que ajudem O banco amplia constantemente o seu foco nos princípios de
a melhorar a eficiência das fontes energéticas. Assim, ele contribui preservação do meio ambiente, guiando-se por medidas específi-
para reduzir o consumo de fontes não renováveis e agressivas ao cas. Elas incluem a aquisição de energia renovável além da redução
meio ambiente. e compensação de emissões de gases do efeito estufa.

265
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Desde 2021, 100% das emissões indiretas desses gases são 2. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – MÉDIO – FGV – 2018) O
compensadas, e a meta é reduzir, até 2030, um total de 30% das mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mo-
emissões diretas. biliários que visa proporcionar liquidez aos títulos de emissão de
empresas e viabilizar seu processo de capitalização. É constituído
Já para 2024, a meta é que 90% das fontes de energia da insti- pelas bolsas, corretoras e outras instituições financeiras autoriza-
tuição sejam renováveis. das, e seus produtos principais incluem:
(A) certificados de depósitos bancários e letras financeiras;
Valorização da diversidade (B) títulos emitidos pelo Tesouro Nacional;
O Banco do Brasil realiza ações em prol da inclusão, principal- (C) cartas de fiança e garantias;
mente voltadas à equidade de gênero e de raça em cargos de lide- (D) empréstimos-ponte e financiamentos de projetos;
rança. (E) ações e debêntures.

Nesse quesito, os investimentos mais significativos atualmente 3. (TRANSPETRO – PROFISSIONAL DE COMUNICAÇÃO/JORNA-


são na formação de futuros líderes. Até 2025, haverá ao menos um LISMO – SUPERIOR – CESGRANRIO – 2018) No contexto recente
terço de mulheres e 23% de pessoas pretas e pardas liderando a da economia brasileira a valorização cambial vem sendo utilizada
instituição. como instrumento no combate à inflação. Mas a conservação des-
ta política, contudo, tende a expor setores econômicos mais volta-
dos ao mercado interno a um grau de concorrência crescente com
Ampliação da maturidade digital
empresas internacionais, o que pode vir a acarretar em queda do
Quanto mais digitais são os serviços prestados, menores são os
emprego e da renda internos. Um contexto de valorização cambial,
impactos para o meio ambiente. Ao mesmo tempo, isso permite, no Brasil:
aos clientes, ganhos em comodidade, tempo e satisfação. (A) Reduzirá a dívida externa em dólar.
(B) Trará importações mais baratas.
Sabendo disso, o banco pretende ter 17 milhões de clientes (C) Valorizará os termos de troca.
mais conectados até 2025. O foco é atender às demandas de pratici- (D) Propicia o acesso de capitais internacionais.
dade e inovação da sociedade, sem abrir mão da solidez financeira.
4. (BANESTES – TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO – MÉ-
Contribuição à sociedade DIO – FGV – 2018) É competência do Comitê de Política Monetária
Constantemente, a instituição promove projetos de educação, – Copom a fixação:
tecnologias sociais e sustentabilidade. Eles são criados e viabiliza- (A) da taxa do CDI;
dos graças aos investimentos na Fundação Banco do Brasil. (B) da taxa Selic diária;
(C) da meta para a taxa Selic;
Até 2030, a meta é investir mais de R$ 1 bilhão em projetos (D) da Taxa de Juros de Longo Prazo;
educativos, ações de inclusão socioprodutiva. Esta parte abrange (E) do superávit primário.
cuidados com o meio ambiente, incentivo ao voluntariado e desen-
volvimento de novas tecnologias sociais. 5. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – MÉDIO – FGV – 2018) Em
referência aos papéis exercidos pelo Copom e pela mesa de opera-
Gostou de saber mais sobre esse assunto tão importante para ções do mercado aberto do Banco Central do Brasil, com relação à
a economia no futuro? Então entenda mais sobre ASG no Blog BB e taxa Selic, é estabelecido que:
conheça as oportunidades de investir em fundos com essas carac- (A) a mesa de operações determina a meta para a Selic e o Co-
terísticas. pom é responsável por manter a taxa diária próxima da meta;
(B) o Copom determina a meta para a Selic e é também respon-
Fonte: Disponível em: https://blog.bb.com.br/entenda-o-que-sao-as- sável por manter a taxa diária próxima da meta;
-praticas-asg/ Acesso em: 23.dez.2022 (C) o Copom determina a meta para a Selic e a mesa de opera-
ções é responsável por manter a taxa diária próxima da meta;
(D) a mesa de operações determina a meta para a Selic e é tam-
EXERCÍCIOS bém responsável por manter a taxa diária próxima da meta;
(E) o Copom persegue uma meta estabelecida pelo Conselho
1. (BANESTES – TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO – MÉ- Monetário Nacional (CMN).
DIO – FGV – 2018) O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é dividido
em segmentos especializados e um dos ramos de maior importân- 6. (SETRABES – ADMINISTRADOR – SUPERIOR – UERR - 2018)
cia é o Mercado de Crédito, responsável por: Sobre o Plano Plurianual - PPA de que trata o art. 165 da Constitui-
(A) fornecer recursos para o consumo das pessoas em geral e ção Federal marque a alternativa incorreta:
para o funcionamento das empresas; (A) A duração atual é de quatro anos.
(B) fornecer à economia papel-moeda e moeda escritural, (B) Estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos
aquela depositada em conta-corrente; e metas da Administração Pública para as despesas de capital.
(C) permitir às empresas em geral captar recursos de terceiros (C) A elaboração dá-se no primeiro ano do mandato do gover-
e, portanto, compartilhar os ganhos e os riscos; nante.
(D) facilitar a compra e a venda de moeda estrangeira; (D) Estabelece um conjunto de metas de política governamen-
(E) permitir operações em mercados futuros. tal que envolve programas de duração prolongada.
(E) O Plano Plurianual é a lei que define as prioridades do exe-
cutivo para o ano seguinte ao de sua aprovação, e que devem
ser observadas na elaboração da lei Orçamentária Anual.

266
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
7. (SETRABES – ADMINISTRADOR – SUPERIOR – UERR - 2018) So- (C) procurar um banco, uma corretora ou uma distribuidora de
bre a Lei de Diretrizes Orçamentárias (CF/1988 e Lei nº 4.320/1964), valores mobiliários, que participem do lançamento das ações
analise as assertivas: pretendidas.
I - A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remu- (D) solicitar autorização no Banco Central do Brasil, o qual é
neração, pelos órgãos e entidades da administração direta ou in- o responsável pela gestão financeira do mercado de capitais
direta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder pú- brasileiro.
blico, só poderão ser feitas se houver prévia dotação orçamentária (E) entrar em contato direto com a empresa da qual tenha inte-
suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos resse em adquirir ações.
acréscimos dela decorrentes e, ressalvadas as empresas públicas e
as sociedades de economia mista, autorização específica presente. 12. (AL/APA – ECONOMISTA – SUPERIOR – FCC – 2020) O com-
II- A proibição de aquisição de veículos de representação, cons- portamento do balanço de pagamentos é sensível ao regime cam-
tante na lei de diretrizes orçamentárias vigente, em face da auto- bial adotado pelo país. Assim, em um regime de
nomia administrativa e financeira dos Poderes da República, não (A) taxa de câmbio flutuante, a política monetária é eficaz em
vincula o Poder Judiciário. determinar a taxa de câmbio real, muito embora não tenha
III- De acordo com a Constituição Federal, foi reservada à Lei controle sobre a taxa nominal de câmbio. (B) flutuação suja ou
de Diretrizes Orçamentárias a função de dispor sobre alterações na controlada, a taxa de câmbio nominal é mantida fixa de sorte a
legislação tributária. atrair capitais estrangeiros interessados em carry trade.
(C) câmbio fixo, o crescimento sustentado da economia basea-
Assinale a alternativa correta: do em déficits em transações correntes torna o equilíbrio das
(A) se todas as afirmativas estiverem corretas. contas externas diretamente dependente da liquidez no mer-
(B) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. cado financeiro internacional.
(C) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. (D) câmbio fixo, aumenta a eficácia da política monetária ao
(D) se apenas a afirmativa II estiver correta. isolar a economia de variações nos preços internacionais dos
(E) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas. bens importados.
(E) câmbio fixo, é maior o espaço de decisão à política mone-
8. (SETRABES – ADMINISTRADOR – SUPERIOR – UERR - 2018) tária doméstica, razão pela qual é preferível ao regime de flu-
Marque a alternativa correta. Todas as receitas e despesas consta- tuação.
rão pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. Esta afirmação
refere-se à: 13. (GASBRASILIANO – ECONOMISTA JR. – SUPERIOR – IESES
(A) LRF- Lei de Responsabilidade Fiscal. – 2017) Quando a taxa de câmbio nominal é predominantemente
(B) LOA- Lei Orçamentária Anual. determinada pela lei da oferta e da procura de mercado, estamos
(C) LDO- Lei de Diretrizes Orçamentárias. diante de um regime cambial de taxas ___________.
(A) Sujas.
(D) LTF- Lei de Transparência Fiscal.
(B) Fixas.
(E) PPA- Plano Plurianual
(C) Flutuantes.
(D) Mistas.
9. (BANESTES – TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO –
MÉDIO – FGV – 2018) O Sistema Financeiro Nacional (SFN) possui
14. (PREFEITURA DE VIANA/ES – AUDITOR FISCAL DE TRIBU-
órgãos normativos, supervisores e executores, com papéis bem de-
TOS/ECONOMIA – SUPERIOR – CONSULPLAN – 2019) O regime
finidos. A supervisão do mercado de capitais é responsabilidade:
cambial de uma economia é a estrutura na qual a taxa de câmbio é
(A) do Conselho Monetário Nacional (CMN);
gerada. Dentro de um modelo simplificado podemos dizer que um
(B) do Banco Central do Brasil;
regime cambial pode ser fixo ou flutuante. No primeiro caso, o Ban-
(C) da Bolsa de Valores;
co Central estipula um valor fixo para a taxa de câmbio, vide início
(D) do Ministério da Fazenda;
do Plano Real no Brasil, já no segundo, regime flutuante, a taxa de
(E) da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
câmbio variará de acordo com as conjunturas de mercado. Saindo
do modelo simplificado, dentro desses dois regimes, existem ainda
10. (CRO/AC – ANALISTA FINANCEIRO – SUPERIOR – QUADRIX –
tipos específicos. Sobre o comportamento dos regimes cambiais,
2019) Julgue os itens, relativos à gestão financeira das empre
NÃO podemos afirmar que:
sas. O mercado de capitais compreende todos os mercados de
(A) O regime flutuante de moeda que apresenta mediações es-
recursos financeiros edeintermediaçãodeoperações de crédito do
sistema econômico porádicas por parte do Banco Central com a intenção de atenu-
( ) CERTO ( ar as oscilações especulativas da taxa de câmbio é conhecido
( ) ERRADO por flutuação suja.
(B) O maior benefício do regime fixo de câmbio é o de ele sim-
11. (BANPARÁ – TÉCNICO BANCÁRIO – MÉDIO – FADESP – plificar a tomada de decisão por parte dos agentes econômicos.
2018) O Mercado Secundário é onde ocorre a negociação contínua (C) A taxa de câmbio nominal é o instrumento usado nas tran-
dos papéis (ações) emitidos no passado. Sendo assim, um investi- sações internacionais de troca de bens e serviços de uma nação
dor que queira operar nesse mercado deve por bens e serviços de outra nação.
(A) pedir autorização para Comissão de Valores Mobiliários (D) No regime puro de flutuação das taxas de câmbio o Banco
(CVM). Central não executa operações de compra e venda de moedas
(B) dirigir-se a uma sociedade corretora membro de uma bolsa estrangeiras.
de valores, na qual receberá orientações e esclarecimentos na
seleção dos investimentos.

267
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
15. (BANCO DA AMAZÔNIA – TÉCNICO CIENTÍFICO – SUPERIOR Conforme o entendimento do STF, o dispositivo anteriormente
– CESGRANRIO – 2021) De acordo com os dados do Banco Central transcrito
do Brasil, entre dezembro de 2019 e outubro de 2020, a taxa de (A) fere o direito à privacidade e à intimidade.
câmbio aumentou, em média, de R$4,11/US$ para R$5,63/US$, (B) é inconstitucional, pois o acesso a dados bancários pelo fis-
representando uma depreciação de 37% da moeda brasileira, em co depende de autorização judicial.
termos nominais, e de 35%, em termos reais. Considerando os fa-
(C) não ofende o direito ao sigilo bancário.
tores que determinam as alterações na taxa de câmbio ao longo do
(D) trata especificamente da quebra de sigilo bancário.
tempo, a depreciação observada no período assinalado refletiu a(o)
(E) baseia-se no princípio da transparência dos tributos.
(A) entrada líquida expressiva de dólares no Brasil.
(B) venda de reservas internacionais por parte do Banco Cen-
tral do Brasil. 19. Acerca da Lei Complementar nº 105/2001, que dispõe
(C) fuga de capitais, diante da incerteza com respeito aos im- quanto ao sigilo das operações de instituições financeiras, assinale
pactos da crise pandêmica. (D) aumento do diferencial entre as a alternativa correta.
taxas de juros internas e externas. (A) O dever de sigilo não é aplicável à BRB Distribuidora de Tí-
(E) aumento das posições compradas da moeda brasileira nos tulos e Valores Mobiliários, tendo em vista que ela não é consi-
mercados futuros de câmbio derada instituição financeira.
(B) O Fisco não pode requisitar diretamente ao BRB informa-
16. (CRQ/4ª. REGIÃO – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – MÉDIO – ções a respeito da movimentação bancária dos respectivos
QUADRIX – 2018) Julgue os itens, relativos à aplicação da matemáti- clientes, independentemente de autorização judicial.
ca financeira e ao financiamento do sistema bancário. Os juros reais (C) Mediante a decisão fundamentada do respectivo presiden-
são os juros resultantes, após a subtração da taxa de crescimento
te, uma CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal pode re-
da economia, dos juros nominais.
quisitar ao BRB informações a respeito da movimentação ban-
( ) CERTO
( ) ERRADO cária de clientes da instituição financeira.
(D) As operações financeiras que envolvam recursos públicos
17.(BRB – ESCRITURÁRIO – MÉDIO – IADES – 2019) As entida- não estão abrangidas pelo sigilo de que trata a referida lei com-
des representativas das instituições financeiras, a exemplo da Fe- plementar de acordo com jurisprudência do STJ.
deração Brasileira de Bancos (Febraban), têm envidado esforços (E) O dever de sigilo não é aplicável às empresas de fomento
para a criação e o aprimoramento contínuo de sistemas de autor- mercantil (factoring), tendo em vista que elas não são conside-
regulação destinados a reforçar publicamente o compromisso do radas instituições financeiras.
setor financeiro com a observância dos princípios da integridade,
equidade, transparência, sustentabilidade e confiança, orientando, 20. De acordo com a Lei Complementar n.º 105/2001, as ins-
no relacionamento com o consumidor, o atendimento das necessi-
dades e dos interesses deste de forma justa, digna e cortês, a fim de tituições financeiras devem conservar o sigilo de suas operações,
garantir a respectiva liberdade de escolha e a tomada de decisões sendo uma violação desse dever
conscientes, sem prejuízo da adoção de políticas e medidas volta- (A) a revelação de informações sigilosas, ainda que com o con-
das à responsabilidade socioambiental, prevenção de situações de sentimento expresso do interessado.
conflitos de interesse e de fraude, além da prevenção e do combate (B) a comunicação, às autoridades competentes, da prática de
à corrupção, à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terroris- ilícitos penais ou administrativos, sem ordem judicial.
mo. No que se refere aos sistemas de Autorregulação mencionados, (C) a troca de informações entre instituições financeiras, para
assinale a alternativa correta. fins cadastrais, ainda que observadas as normas do Banco Cen-
(A) Podem ser revogados por ato do Banco Central do Brasil. tral e do Conselho Monetário Nacional.
(B) São aplicáveis a todas as instituições financeiras e demais (D) o fornecimento, a gestores de bancos de dados, de informa-
instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Bra- ções financeiras relativas a operações de crédito adimplidas,
sil, independentemente de vínculo associativo ou adesão vo- para formação de histórico de crédito.
luntária. (E) a transferência, à autoridade tributária, de informações re-
(C) Decorrem de lei. lativas a operações com cartão de crédito que permitam iden-
(D) Constituem-se de recomendações sem força obrigatória, tificar a natureza dos gastos efetuados.
não havendo previsão de aplicação de sanções em caso de des-
cumprimento.
(E) A criação, a organização e o funcionamento desses sistemas 21. Considerando os crimes praticados contra a Administração
não dependem de autorização do Banco Central do Brasil. Pública e a Lei 9.613/96, marque a alternativa CORRETA.
(A) Aquele que solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para
18. Lei Complementar n.º 105/2001 outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de
Art. 6.º As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, influir em ato praticado por funcionário público no exercício da
dos estados, do Distrito Federal e dos municípios somente poderão função, pratica o crime de exploração de prestígio.
examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras, (B) Aquele que solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra
inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financei- utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Minis-
ras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedi- tério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete
mento fiscal em curso e tais exames forem considerados indispen- ou testemunha, pratica o crime de tráfico de influência.
sáveis pela autoridade administrativa competente. (C) Aquele que patrocinar, direta ou indiretamente, interesse
privado perante a administração pública, valendo-se da qua-
lidade de funcionário, pratica o crime de tráfico de influência.

268
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
(D) No que se refere à Lei 9.613/98 (Lavagem de Dinheiro), alte- 25. Em relação à responsabilização objetiva, administrativa e
rada pela Lei 12.683/12, é correto afirmar que atualmente não civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a Administra-
é possível a prática de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos ção Pública, de acordo com a Lei nº 12.846/13, assinale a afirmativa
e valores na modalidade tentada. correta.
(E) É crime praticado por funcionário público contra a admi- (A) A responsabilização da pessoa jurídica exclui a responsabili-
nistração em geral, dar às verbas ou rendas públicas aplicação dade individual de seus dirigentes e administradores.
diversa da estabelecida em lei. (B) Quando há cisão, as sucessoras serão responsabilizadas
somente pelo pagamento da muita devida, na proporção do
22. A lei que dispõe sobre o crime de lavagem ou ocultação de patrimônio líquido.
bens, direitos e valores (C) As pessoas jurídicas serão responsabilizadas pelos atos con-
(A) adotou o modelo legislativo de segunda geração de comba- tra a Administração Pública apenas quando estes foram prati-
te ao crime de lavagem de dinheiro, visto prever rol taxativo de cados exclusivamente em seu benefício.
crimes antecedentes. (D) Quando há fusão e incorporação, a sucessora será respon-
(B) permite ao Juiz reduzir ou deixar de aplicar a pena ao autor sabilizada e sobre ela serão aplicadas as sanções previstas em
que colaborar espontaneamente, prestando esclarecimentos Lei e o pagamento da multa devida, quando aplicável.
que conduzam à identificação de autores, coautores e partíci- (E) As sociedades controladoras, controladas e coligadas se-
pes, a qualquer tempo. rão solidariamente responsáveis pela prática dos atos contra
(C) permite à Autoridade Policial e ao Ministério Público o aces- a Administração Pública, restringindo-se tal responsabilidade à
so direto a documentos relativos a movimentações bancárias obrigação de pagamento de multa e à reparação integral do
de investigados por crime de lavagem de dinheiro. dano causado.
(D) estabelece ser de competência da Justiça Federal a apura-
ção e julgamento do crime de lavagem de dinheiro. 26. Assinale a alternativa correta de acordo com a Lei Anticor-
(E) prevê a modalidade da lavagem de dinheiro culposa. rupção no 12.846, de 1o de agosto de 2013, que dispõe sobre a res-
ponsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela práti-
23. A Lei Geral de Proteção de Dados considera como dados ca de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.
pessoais sensíveis os dados sobre (A) Não será levada em consideração na aplicação das sanções
(A) contas bancárias. a consumação ou não da infração, nem a cooperação da pessoa
(B) viagens realizadas. jurídica para a apuração das infrações.
(C) formação acadêmica. (B) As pessoas jurídicas somente serão responsabilizadas por
(D) origem racial ou étnica. atos ilícitos na medida da sua culpabilidade, enquanto os di-
(E) numeração de documentos. rigentes ou administradores serão responsabilizados objetiva-
mente.
(C) O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obri-
24. Nos termos da Lei Brasileira que trata da Proteção de Da- gação de reparar integralmente o dano causado.
dos, Lei nº 13.709/2018, a respeito da Autoridade Nacional de Pro- (D) Na esfera administrativa, será aplicada multa à pessoa jurí-
teção de Dados (ANPD), assinale a alternativa correta. dica considerada responsável pelas práticas ilícitas, no valor de
(A) A natureza jurídica da ANPD é permanente, podendo ser 1 a 50% do faturamento bruto.
transformada pelo Poder Executivo em entidade da adminis- (E) A responsabilidade da pessoa jurídica na esfera administra-
tração pública federal indireta, submetida a regime autárquico tiva afasta a possibilidade de sua responsabilização na esfera
especial e vinculada à Presidência da República. judicial.
(B) Ato do Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comu-
nicações disporá sobre a estrutura regimental da ANPD. 27. De acordo com o Decreto nº 8.420/2015, consiste, no âm-
(C) Não é da competência da ANDP apreciar petições de titular bito de uma pessoa jurídica, no conjunto de mecanismos e proce-
contra controlador após comprovada pelo titular a apresenta- dimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia
ção de reclamação ao controlador não solucionada no prazo de irregularidades e na aplicação efetiva de códigos de ética e de
estabelecido em regulamentação. conduta, políticas e diretrizes com objetivo de detectar e sanar des-
(D) Os valores apurados na venda ou no aluguel de bens mó- vios, fraudes, irregularidades e atos ilícitos praticados contra a ad-
veis e imóveis de sua propriedade não constituem receitas da ministração pública, nacional ou estrangeira. A que termo se refere
ANDP. a descrição acima?
(E) Os cargos em comissão e as funções de confiança da ANPD (A) Sistema de Controles Internos.
serão remanejados de outros órgãos e entidades do Poder Exe- (B) Sistema de Combate a Atos Ilícitos Contra a Administração
cutivo federal. Pública.
(C) Programa de Integridade.
(D) Política de Governança Corporativa.
(E) Processo Administrativo de Responsabilização.

269
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
28. De acordo com o Decreto no 8.420/2015, a apuração da (C) colaboração não consistente em financiamento a progra-
responsabilidade administrativa de pessoa jurídica que possa resul- mas e projetos sociais.
tar na aplicação das sanções previstas no art. 6o da Lei no 12.846, (D) integração de outras instituições financeiras como requisito
de 2013, será efetuada por meio de Processo Administrativo de de participação.
(A) Especialização (E) neutralidade na intervenção em projetos sociais em comu-
(B) Fixação nidades carentes por ausência de recursos para todos.
(C) Contribuição
(D) Responsabilização 32. CESGRANRIO - ESC BB/BB/AGENTE COMERCIAL/2021
(E) Proporcionalização Com o intuito de incentivar o desenvolvimento de novos negó-
cios voltados às futuras gerações, determinada instituição financei-
29. Certa pessoa jurídica privada é acusada de praticar ato ra estabeleceu convênio com duas renomadas instituições nacio-
lesivo a autarquia municipal de Boituva consistente em fraudar o nais de ensino e pesquisa, possuidoras de organismos internos que
caráter competitivo de procedimento licitatório público e oferecer incentivam empreendimentos inovadores. Ao final de cada ano, os
vantagem indevida a agente público. Levando em conta o caso hi- projetos escolhidos devem receber aporte de recursos para desen-
potético e considerado o disposto na Lei n° 12.846/2013, assinale a volvimento dos seus produtos.
alternativa correta: Nos termos da Política de Responsabilidade Socioambiental do
(A) É possível a responsabilização, na esfera administrativa, da Banco do Brasil, o critério que deve ser preponderante na escolha
empresa em questão, o que afasta a possibilidade de responsa- dos vencedores consiste em analisar o mais bem apresentado
bilização na esfera judicial. (A) custo
(B) Caso ocorra a responsabilização da empresa na esfera ad- (B) rendimento
ministrativa, com a imposição de multa em percentual do fatu- (C) benefício ambiental
ramento, estará a empresa automaticamente desobrigada com (D) influxo geracional
relação à reparação integral do dano causado. (E) lucro
(C) A responsabilização da empresa na esfera administrativa
afasta a possibilidade de responsabilização individual dos diri- 33. CESGRANRIO - ESC BB/BB/AGENTE DE TECNOLO-
gentes ou administradores partícipes dos atos ilícitos. GIA/2021
(D) A lei prevê a possibilidade de celebração de acordo de le- Sr. Z resolve empreender na área agrícola, estabelecendo sua
niência, com identificação dos envolvidos e obtenção de infor- sede no interior do Brasil onde seus estudos identificaram uma
mações, o que implica na isenção das sanções e exime a pessoa maior necessidade de empregos. Após realizar as contratações de
jurídica da obrigação de reparação dos danos causados. praxe, inicia suas atividades, gerando um forte crescimento na re-
(E) É possível a propositura de ação judicial com vistas à apli- gião onde atua. Não desejando aumentar o número de emprega-
cação, dentre outras, das sanções de suspensão ou interdição dos, diante dos custos fixos da mão de obra, resolve ampliar sua
parcial das atividades e dissolução compulsória da pessoa ju- produção, negociando com pequenos empreendimentos locais.
rídica. Necessitando de aporte financeiro, ele apresenta pedido de em-
préstimo ao Banco Y, que encaminha equipe de auditoria à sede do
30. CESGRANRIO - ESC BB/BB/AGENTE COMERCIAL/2021 pretendente. Para surpresa de todos, a auditoria constata em vários
O Banco do Brasil (BB) oferece diversas linhas de crédito des- pequenos empreendimentos, trabalho infantil não autorizado pela
tinadas a custear os dispêndios realizados pelos produtores rurais. legislação e, por força disso, propõe que o empréstimo seja negado.
A modalidade de crédito rural, oferecida pelo BB, destinada ao Nos termos da Política de Responsabilidade Socioambiental do
beneficiamento, custeio e industrialização da produção é denomi- Banco do Brasil, constatado idêntico ilícito por parte de fornecedor,
nada ocorreria a
(A) Funcafé Custeio (A) manutenção do vínculo contratual, por ser relação exterior.
(B) Custeio Agropecuário (B) suspensão do vínculo até regularização dos atos.
(C) Pronamp Custeio (C) majoração dos juros do empréstimo, pelo risco aumentado.
(D) Pronaf Agroindústria (D) análise da relação temporal com o Banco e o valor dos in-
(E) Crédito Rural Pronaf Custeio vestimentos.
(E) decisão de realizar o empréstimo, para bater as metas ge-
31. CESGRANRIO - ESC BB/BB/AGENTE COMERCIAL/2021 renciais.
Um jovem atua em uma organização social com inúmeros pro-
jetos em comunidades carentes situada em região metropolitana
GABARITO
de uma grande capital brasileira. A organização possui vários em-
pregados, recrutados diretamente nas comunidades, e conta com
financiamento de pessoas físicas e jurídicas. Com o intuito de am- 1 A
pliar sua base de colaboradores, agenda diversos compromissos 2 E
com empreendedores que tenham interesse na região.
Nos termos da Política de Responsabilidade Socioambiental do 3 B
Banco do Brasil, seria adequado que houvesse 4 C
(A) percentual de funcionários que exercesse atividade remu-
5 C
nerada decorrente de atuação nas organizações sociais.
(B) incentivo aos funcionários do banco para que desempe- 6 E
nhassem atividades voluntárias no projeto. 7 E

270
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
______________________________________________________
8 B
9 E ______________________________________________________
10 E ______________________________________________________
11 B
______________________________________________________
12 C
13 C ______________________________________________________
14 C ______________________________________________________
15 C
______________________________________________________
16 E
______________________________________________________
17 E
18 C ______________________________________________________
19 D ______________________________________________________
20 E
______________________________________________________
21 E
22 B ______________________________________________________

23 D ______________________________________________________
24 E
______________________________________________________
25 E
______________________________________________________
26 C
27 C ______________________________________________________
28 D ______________________________________________________
29 E
______________________________________________________
30 D
31 B ______________________________________________________

32 C ______________________________________________________
33 B ______________________________________________________

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ANOTAÇÕES
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
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272
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

APRENDIZAGEM DE MÁQUINA: FUNDAMENTOS BÁSICOS; NOÇÕES DE ALGORITMOS DE APRENDIZADO


SUPERVISIONADOS E NÃO SUPERVISIONADOS; NOÇÕES DE PROCESSAMENTO DE LINGUAGEM NATURAL

Hardware
Hardware refere-se a parte física do computador, isto é, são os dispositivos eletrônicos que necessitamos para usarmos o com-
putador. Exemplos de hardware são: CPU, teclado, mouse, disco rígido, monitor, scanner, etc.

Software
Software, na verdade, são os programas usados para fazer tarefas e para fazer o hardware funcionar. As instruções de soft-
ware são programadas em uma linguagem de computador, traduzidas em linguagem de máquina e executadas por computador.
O software pode ser categorizado em dois tipos:
– Software de sistema operacional
– Software de aplicativos em geral

• Software de sistema operacional


O software de sistema é o responsável pelo funcionamento do computador, é a plataforma de execução do usuário. Exemplos
de software do sistema incluem sistemas operacionais como Windows, Linux, Unix , Solaris etc.

• Software de aplicação
O software de aplicação é aquele utilizado pelos usuários para execução de tarefas específicas. Exemplos de software de apli-
cativos incluem Microsoft Word, Excel, PowerPoint, Access, etc.

Para não esquecer:

HARDWARE É a parte física do computador


São os programas no computador (de
SOFTWARE
funcionamento e tarefas)

Periféricos
Periféricos são os dispositivos externos para serem utilizados no computador, ou mesmo para aprimora-lo nas suas funcionali-
dades. Os dispositivos podem ser essenciais, como o teclado, ou aqueles que podem melhorar a experiencia do usuário e até mesmo
melhorar o desempenho do computador, tais como design, qualidade de som, alto falantes, etc.

Tipos:

PERIFÉRICOS
Utilizados para a entrada de dados;
DE ENTRADA
PERIFÉRICOS
Utilizados para saída/visualização de dados
DE SAÍDA

• Periféricos de entrada mais comuns.


– O teclado é o dispositivo de entrada mais popular e é um item essencial. Hoje em dia temos vários tipos de teclados ergonô-
micos para ajudar na digitação e evitar problemas de saúde muscular;
– Na mesma categoria temos o scanner, que digitaliza dados para uso no computador;
– O mouse também é um dispositivo importante, pois com ele podemos apontar para um item desejado, facilitando o uso do
computador.

• Periféricos de saída populares mais comuns


– Monitores, que mostra dados e informações ao usuário;
– Impressoras, que permite a impressão de dados para material físico;
– Alto-falantes, que permitem a saída de áudio do computador;
– Fones de ouvido.

273
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Sistema Operacional
O software de sistema operacional é o responsável pelo funcionamento do computador. É a plataforma de execução do usuário.
Exemplos de software do sistema incluem sistemas operacionais como Windows, Linux, Unix , Solaris etc.

• Aplicativos e Ferramentas
São softwares utilizados pelos usuários para execução de tarefas específicas. Exemplos: Microsoft Word, Excel, PowerPoint,
Access, além de ferramentas construídas para fins específicos.

APRENDIZADO DE MÁQUINA1

O termo Inteligência Artificial (IA) não é novo, a primeira abordagem foi feita por pesquisadores em uma conferência de Dartmouth,
no ano de 1956. Desde então, muitas expectativas envolveram o assunto, abordada como a tecnologia do futuro, ficção científica ou rea-
lidade atual. Depende do ponto de vista, pois atualmente a Inteligência Artificial tem se tornando realidade, apesar de que ainda é um
campo de estudo a ser muito explorado.
Porém, quando falamos de IA, o termo mais conhecido e abordado na atualidade é o de Aprendizado de Máquina, ou Machine Lear-
ning no inglês. A área de Aprendizado de Máquina também não é nova, e já vem sendo praticada há um bom tempo.

Tudo bem que o aumento da velocidade do processamento dos computadores, o barateamento das tecnologias e a evolução das
GPUs influenciam. Mas nunca na história da humanidade se produziu tantos dados como atualmente. Um artigo da Scientific American
revela que em 2016 a humanidade produziu mais dados do que em toda a sua história, são cerca de 2,5 Exabytes de dados produzidos por
dia. E é essa quantidade de dados disponíveis é que alimenta e fortifica o Aprendizado de Máquina.

Mas a máquina consegue aprender?

Aprendizado de Máquina é um método de análise de dados que automatiza o desenvolvimento de modelos analíticos. É possível utili-
zar algoritmos para coletar dados e aprender com os dados, levando em consideração todo o histórico para então fazer uma determinação
ou predição sobre alguma coisa ou situação do mundo real. O que acontece é que o computador aprende através de técnicas que utilizam
algoritmos computacionais. Os algoritmos trabalham com certa base de dados, então conseguem aprender através de treinamento e
prever situações com a experiência adquirida com aqueles dados. O mais interessante é que os algoritmos começam a trabalhar de certa
forma autônoma, retornando resultados para que nem foram programados, ou seja, começam a ter insights sobre algo específico.
Atualmente não é difícil encontrar históricos da utilização do Aprendizado de Máquina na vida real. Exemplos de que realmente a
máquina aprende com dados e treinamento. Posso citar os carros autônomos do Google, que dirigem sozinhos (não começaram a dirigir
do nada, eles aprenderam a dirigir sem a intervenção humana), as ofertas e recomendações online da Netflix, Facebook, Amazon e outras
redes sociais e lojas virtuais, detecção de fraudes automáticas em cartões de créditos e contas bancárias, e até uma rede neural que é
capaz de sonhar. Sim, esse último exemplo é uma rede neural do Google, que foi ensinada a reconhecer imagens e, enquanto aprende, os
responsáveis do projeto dizem que a IA consegue produzir novas imagens.

Métodos para o Aprendizado de Máquina

A pergunta que pode ter ficado no ar é, como fazer a máquina aprender? Anteriormente foi mencionado que o combustível para a
máquina aprender são os dados, porém, existem métodos de aprendizagens que são utilizados para realizar o Aprendizado de Máquina.
Basicamente, existem quatro métodos: aprendizado supervisionado, aprendizado não supervisionado, aprendizado semi supervisionado e
aprendizado por reforço. Porém, dois são os mais utilizados, o aprendizado supervisionado e o aprendizado não supervisionado, que são
descritos logo abaixo:

1 https://www.profissionaisti.com.br/2017/12/aprendizado-de-maquina-conceitos-e-praticas-da-area-que-esta-movendo-o-mundo/

274
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Aprendizado supervisionado: neste método de aprendizado, a eles. Cada neurônio combina um conjunto de valores de entrada
máquina é treinada através de um conjunto de dados onde para para produzir um valor de saída, que por sua vez é passado para
cada entrada a saída é conhecida. Os dados para este tipo de mé- outros neurônios nas camadas seguintes.
todo devem possuir rótulos. Podemos comparar a um aprendizado Árvore de Decisão: essa técnica utiliza algoritmos do formato
acompanhado, onde o professor supervisiona todo o processo de de árvore. Cada árvore possui nó, ramos, folhas e ligações entre
aprendizado, dizendo o que é certo, o que é errado e aonde se quer eles. Um ramo é um conjunto de nó que testa cada atributo da clas-
chegar. O desafio fica para quando se quer prever futuras situações. sificação e cada ramo corresponde ao valor do atributo. E as folhas
Com uma entrada de dados, quais serão os resultados previstos atribui uma classificação para os ramos. A classificação é o resulta-
para aquela situação. Neste caso o algoritmo deve se ajustar para do final que se quer chegar ou prever com o algoritmo.
chegar aos resultados corretos e com o máximo de acerto. Para isso Regressão: é a técnica utilizada quando se quer prever valores
o aprendizado pode ser constante, aumentando assim a experiên- de algo futuro, baseado em comportamento de variáveis passadas.
cia com aquele problema. Um bom exemplo para esse caso é conse- Um exemplo seria prever o valor de mercado de um imóvel utilizan-
guir prever se uma transação do cartão de crédito de certa pessoa do um algoritmo de regressão linear.
é falsa ou não. Depois da aplicação da técnica de aprendizado e do treinamen-
Aprendizado não supervisionado: neste método de apren- to do algoritmo, devemos confirmar o seu desempenho para prever
dizagem, ao contrário do anterior, os dados não possuem rótulo, os casos. Nesse momento é a hora da aplicação da prova. Existe al-
ou seja, a saída correta não é informada. Podemos comparar a um gumas métricas que podem ser utilizadas para assim ter uma medi-
aprendizado autodidata, onde o aluno tem que descobrir o caminho da que fale a quantidade de acertos, erros ou o desempenho da téc-
e alcançar os resultados. Neste caso, o algoritmo deve descobrir a nica utilizada. Abaixo, são descritas algumas métricas interessantes:
base de dados e o que está sendo mostrado, explorando os dados
e buscando encontrar alguma estrutura neles. Dependendo da téc- Acurácia: essa métrica é a mais básica para medir o aprendiza-
nica utilizada, o algoritmo vai encontrar agrupamentos entre esses do, leva em consideração a proporção de predições corretas, sem
dados, aproximando os dados que tem alguma semelhança entre levar em consideração a quantidade de erros.
si. Um exemplo pode ser a classificação de pessoas que tenham a
tendência de adquirir diabetes, analisando a sua alimentação e ro- Sensibilidade: é a proporção de verdadeiros positivos, ou seja,
tina, porém não é informado quais pessoas realmente tem ou não a capacidade do algoritmo em prever casos corretamente para os
diabetes. Neste caso o algoritmo tem que agrupar e contextualizar casos que são realmente verdadeiros.
esses dados para chegar a predição correta dos casos.
Especificidade: A proporção de verdadeiros negativos: a capa-
Processo de aprendizado cidade do algoritmo em predizer situações erradas que realmente
são falsas.
Como o ser humano, a máquina precisa passar por alguns pro-
cessos para que ela possa aprender. Como discutido anteriormente, Eficiência: é a média aritmética da sensibilidade e especifici-
os dados são essenciais, então o primeiro passo é escolher quais da- dade. Indica se o algoritmo está mais suscetível a ter verdadeiros
dos serão trabalhados e disponibilizados para o processo do Apren- positivos ou verdadeiros negativos.
dizado de Máquina. O Aprendizado de Máquina é uma área que está movendo o
Porém, nem todo conjunto de dados, seja ele adquirido em ba- mundo e influenciado no nosso dia a dia. A área de IA já é uma
ses de dados abertas, coletados em tempo real ou de um banco de realidade e está presente nas nossas atividades, seja no trabalho,
dados, estará de forma estruturada e pronta para ser passados para estudo ou no lazer.
a máquina aprender. Como nós, que precisamos de um material Uma coisa é certa: a organização ou profissional que investir
para estudo de qualidade para podermos aprender, a máquina pre- em Inteligência Artificial tem a grande chance de sair à frente com-
cisa de um conjunto de dados razoável para também poder apren- petitivamente dos demais em uma das áreas que mais cresce e evo-
der. Como citado, muitas das vezes os dados estão completamente lui na atualidade.
desestruturados e fora de um padrão e para isso é necessário a rea-
lização da técnica de Data Cleaning. ALGORITMOS E PROGRAMAÇÃO ESTRUTURADA
Data Cleaning, ou Limpeza de Dados, é uma técnica utilizada
para trabalhar com os dados. Nesse processo é realizada a normali- Problemas e Soluções
zação, a estruturação, padronização e contextualização dos dados.
Pode ser que nem todas as bases de dados precisem passar por Vamos supor que temos que pregar um prego em um pedaço
esse processo, porém, é bom validar dependendo do problema e de madeira2. Para realizar esta tarefa teremos que segurar o prego
qual o resultado desejado. sobre a madeira e bater com o martelo tantas vezes quantas forem
Após ter um conjunto de dados estruturados, o próximo pas- necessárias até que o prego entre por inteiro.
so neste processo de aprendizado é a aplicação de um método de Uma solução para este problema seria:
aprendizagem juntamente com uma técnica de Aprendizado de Má- 1º repetir a seguinte sequência de ações:
quina. As técnicas de Aprendizado de Máquina utilizam algoritmos, - Segurar o prego sobre a madeira com a mão esquerda;
que por sua vez faz o trabalho computacional e todo o processa- - Bater com o martelo no prego, com a mão direita;
mento dos dados. - Verificar se o prego já está todo dentro da madeira.
Logo abaixo, algumas técnicas de Aprendizado de Máquina:
O qual pode se notar nesse exemplo é que haverá uma repeti-
Redes Neurais: são baseadas em como o cérebro humano ção de ações até que uma determinada condição esteja satisfeita (o
funciona. Existem diferentes tipos de Redes Neurais, mas prego esteja dentro da madeira).
basicamente elas consistem em um conjunto de nós (ou neurônios)
dispostos em várias camadas com interconexões ponderadas entre
2BUFFONI, Salete. FIAA - FACULDADES INTEGRADAS ANGLO-AMERICANO - CUR-
SO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃ) - 4ª edição.

275
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Suponha que você precise realizar uma seleção de candidatos para um emprego e há dois requisitos a serem preenchidos. Você deverá
contratar os que preencherem os dois requisitos, anotar os dados de quem preencher apenas um dos requisitos e dispensar os que não
preencherem nenhum dos dois requisitos. Poderíamos escrever uma solução para este problema da seguinte forma:
- 1º chamar o candidato;
- 2º se preencher os dois requisitos então contratar;
- 3º caso contrário, se preenche um ou outro requisito então anotar seus dados;
- 4º senão dispensá-lo.

O que se pode observar nesta solução é que estamos fazendo uma seleção do candidato que satisfaz as duas condições (requisitos)
para o emprego, e também uma segunda seleção (possivelmente para uso futuro) dos candidatos que satisfazem apenas uma das condi-
ções.
Estas sequências de passos, que resolvem cada um dos exemplos propostos é o que pode ser chamado de algoritmo para solução do
problema. Elas estão a exemplificar as três formas básicas de se definir uma solução para qualquer problema:
- Sequência;
- Repetição;
- Seleção.

Naturalmente que os algoritmos para problemas resolvidos com o auxílio de computadores não serão tão simples e nem apresentados
com os exemplos mostrados. Veremos isto nos capítulos que se seguem, mas a figura abaixo dá uma ideia da utilidade dos Algoritmos.

Fonte: A solução de problema com o uso do computador.

Definição de Algoritmo

- O conceito central da programação e da Ciência da Computação é o conceito de algoritmos, isto é, programar é basicamente cons-
truir algoritmos.
- É a descrição, de forma lógica, dos passos a serem executados no cumprimento de determinada tarefa.
- O algoritmo pode ser usado como uma ferramenta genérica para representar a solução de tarefas independente do desejo de auto-
matizá-las, mas em geral está associado ao processamento eletrônico de dados, onde representa o rascunho para programas (software).
- Serve como modelo para programas, pois sua linguagem é intermediária à linguagem humana e às linguagens de programação, sen-
do então, uma boa ferramenta na validação da lógica de tarefas a serem automatizadas.
- Um algoritmo é uma receita para um processo computacional e consiste de uma série de operações primitivas, interconectadas
devidamente, sobre um conjunto de objetos. Os objetos manipulados por essas receitas são as variáveis.
- Algoritmo pode ter vários níveis de abstrações de acordo com a necessidade de representar ou encapsular detalhes inerentes às
linguagens de programação.
- Como qualquer modelo, um algoritmo é uma abstração da realidade. A abstração é o processo de identificar as propriedades rele-
vantes do fenômeno que está sendo modelado.
Usando o modelo abstrato, podemos nos centrar unicamente nas propriedades relevantes para nós, dependendo da finalidade da
abstração, e ignorar as irrelevantes.
- É a forma pela qual descrevemos soluções de problemas do nosso mundo, afim de, serem implementadas utilizando os recursos do
mundo computacional. Como este possuí severas limitações em relação ao nosso mundo, exige que, sejam impostas algumas regras bási-
cas na forma de solucionar os problemas, para que, possamos utilizar os recursos de hardware e software disponíveis. Pois, os algoritmos,
apesar de servirem para representar a solução de qualquer problema, no caso do Processamento de Dados, eles devem seguir as regras
básicas de programação para que sejam compatíveis com as linguagens de programação.
- Um algoritmo é formalmente uma sequência finita de passos que levam a execução de uma tarefa. Podemos pensar em algoritmo
como uma receita, uma sequência de instruções que dão cabo de uma meta específica. Estas tarefas não podem ser redundantes nem
subjetivas na sua definição, devem ser claras e precisas. Como exemplos de algoritmos podemos citar os algoritmos das operações básicas
(adição, multiplicação, divisão e subtração) de números reais decimais. Outros exemplos seriam os manuais de aparelhos eletrônicos,
como um videocassete, que explicam passo a passo como, por exemplo, gravar um evento.
- De um modo informal, um algoritmo é um procedimento computacional bem definido que toma como parâmetro de entrada um
valor (ou um conjunto de valores) e que produz como saída um valor (ou um conjunto de valores). Ou seja, é uma sequência de passos
computacionais que transformam um “input” num “output”. Sob um outro ponto de vista um algoritmo é uma ferramenta que permite
resolver um problema computacional específico.

276
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
- Um Algoritmo é a descrição de um padrão de comportamento, expresso em termos de um repertório bem definido e finito de ações
“primitivas”, as quais damos por certo que podem ser executadas [2].

As definições acima mostram que um algoritmo, para ser assim definido, precisa:
1. Ter início e fim;
2. Ser descrito em termos de ações não ambíguas e bem definidas;
3. Que as ações sigam uma sequência ordenada.

Exemplos de algoritmos (muitos podem ser retirados do nosso dia a dia):


- As instruções de operação de um equipamento;
- Uma receita de bolo ou de algum prato;
- Instruções de montagem.

Técnicas de Representação de Algoritmos

Os algoritmos podem ser representados de diversas formas, a saber:


1. Em uma língua (português, inglês): é utilizado nas receitas, instruções, etc. Para solução de problemas em computação apresenta
um inconveniente: a ambiguidade de alguns termos.
2. Uma linguagem de programação (Pascal, Cobol, C, etc.): é utilizada por alguns programadores já experientes, porém apresenta al-
guns inconvenientes: utiliza apenas as instruções existentes na linguagem específica e é muito detalhada nas preocupações com a sintaxe,
desviando a atenção do programador da solução do problema em si.
3. Representações gráficas: são bastante recomendáveis já que um desenho muita substitui, com vantagem, mil palavras. Alguns
exemplos (ver Figura 2.2 abaixo):
a) Fluxograma (hoje em dia estão caindo em desuso);
b) Diagramas de Nassi-Scheniderman (utilizaremos no nosso curso);
c) Método de Jackson;
d) Diagramas de Warnier-Or.

Métodos gráficos para representação de algoritmos.

Pseudocódigo
Os algoritmos são descritos em uma linguagem chamada pseudocódigo. Este nome é uma alusão à posterior implementação em uma
linguagem de programação, ou seja, quando formos programar em uma linguagem, por exemplo Visual Basic, estaremos gerando código
em Visual Basic. Por isso os algoritmos são independentes das linguagens de programação. Ao contrário de uma linguagem de programa-
ção não existe um formalismo rígido de como deve ser escrito o algoritmo.
O algoritmo deve ser fácil de se interpretar e fácil de codificar. Ou seja, ele deve ser o intermediário entre a linguagem falada e a
linguagem de programação. Utilizaremos em nosso curso um pseudocódigo que chamaremos de nosso pseudocódigo. Existem várias
pseudolinguagens de programação como mostra a referência [2] que utiliza o Portugol (Português + Algol +Pascal), para o estudo dos
algoritmos.

277
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Algoritmo X Programa O Problema é: como a linguagem de nível mais alto pode ser
implementada em um computador, cuja linguagem é bastante dife-
Um algoritmo é uma sequência lógica de ações a serem rente e de nível mais baixo?
executadas para se executar uma determinada tarefa. Um Progra-
ma é a formalização de um algoritmo em uma determinada lingua- Soluçâo: através da tradução de programas escritos em lingua-
gem de programação, segundo suas regras de sintaxe e semântica, gens de alto nível para a linguagem de baixo nível do computador.
de forma a permitir que o computador possa entender a sequência Para isso existem três tipos de programas tradutores: Monta-
de ações. dores, Interpretadores e Compiladores.

Linguagem de Programação - Montador: efetua a tradução de linguagem de montagem (As-


sembly) para a linguagem de máquina.
Conjunto de símbolos (comandos, identificadores, caracteres 1. Obtém próxima instrução do Assembly.
etc.) e regras de sintaxe que permitem a construção de sentenças 2. Traduz para as instruções correspondentes em linguagem de
que descrevem de forma precisa ações compreensíveis e executá- máquina.
veis para o computador. 3. Executa as instruções em linguagem de máquina.
4. Repete o passo 1 até o fim do programa.
Linguagem de programação = Símbolos + Regras de Sintaxe
Uma linguagem de programação é uma notação formal para - Interpretador: efetua a tradução a de uma linguagem de alto
descrição de algoritmos que serão executados por um computador. nível para linguagem de máquina da seguinte forma:
Como todas as notações formais, uma linguagem de programação 1. Obtém próxima instrução do código-fonte em linguagem de
tem dois componentes: Sintaxe e Semântica. A sintaxe consiste em alto nível.
um conjunto de regras formais, que especificam a composição de 2. Traduz para as instruções correspondentes em linguagem de
programas a partir de letras, dígitos, e outros símbolos. Por exem- máquina.
plo, regras de sintaxe podem especificar que cada parêntese aberto 3. Executa as instruções em linguagem de máquina.
em uma expressão aritmética deve corresponder a um parêntese 4. Repete o passo 1 até o fim do programa.
fechado, e que dois comandos quaisquer devem ser separados por
um ponto e vírgula. As regras de semântica especificam o “signifi- - Compilador: efetua a tradução de todo o código-fonte em
cado” de qualquer programa, sintaticamente válido, escrito na lin- linguagem de alto nível para as instruções correspondentes em
guagem. linguagem de máquina, gerando o código-objeto do programa. Em
seguida é necessário o uso de um outro programa (Link-Editor) que
Tipos de linguagens de programação é responsável pela junção de diversos códigos-objeto em um único
Existem diversas linguagens de programação, cada uma com programa executável.
suas características específicas e com níveis de complexidade e ob-
jetivos diferentes: Possibilidades de erros em um programa
- Linguagem de máquina única: compreendida pelo computa- - Erros de compilação: erros de digitação e de uso da sintaxe
dor. Específica de cada computador. da linguagem.
- Linguagens de baixo nível: Ex.: Assembly. - Erros de link-edição: erro no uso de bibliotecas de subprogra-
- Linguagens de alto nível: utiliza instruções próximas da lin- mas necessárias ao programa principal.
guagem humana de forma a facilitar o raciocínio. - Erros de execução: erro na lógica do programa (algoritmo).
Ex.:
Uso científico: Fortran. Estratégias a Serem Seguidas na Resolução de Problemas
Propósito geral: Pascal, C, Basic.
Uso comercial: Cobol, Clipper. Critérios de qualidade de um programa
Refere-se à precisão das informações manipuladas pelo progra-
Processo de Criação e Execução de um Programa ma, ou seja, os resultados gerados pelo processamento do progra-
ma devem estar corretos, caso contrário o programa simplesmente
Embora seja teoricamente possível a construção de computa- não tem sentido.
dores especiais, capazes de executar programas escritos em uma - Clareza: refere-se à facilidade de leitura do programa. Se um
linguagem de programação qualquer, os computadores, existentes programa for escrito com clareza, deverá ser possível a outro pro-
hoje em dia são capazes de executar somente programas em lingua- gramador seguir a lógica do programa sem muito esforço, assim
gem de baixo nível, a Linguagem de Máquina. como o próprio autor do programa entendê-lo após ter estado um
As Linguagens de Máquina são projetadas levando-se em conta longo período afastado dele.
os seguintes aspectos: - Simplicidade: a clareza e precisão de um programa são nor-
- Rapidez de execução de programas malmente melhoradas tornando as coisas o mais simples possível,
- Custo de sua implementação consistentes com os objetivos do programa. Muitas vezes torna-se
- Flexibilidade com que permite a construção de programas de necessário sacrificar alguma eficiência de processamento, de forma
nível mais alto. a manter a estrutura do programa mais simples.
- Eficiência: refere-se à velocidade de processamento e a corre-
Por outro lado, linguagens de programação de alto nível são ta utilização da memória. Um programa deve ter performance SU-
projetadas em função de: FICIENTE para atender às necessidades do problema e do usuário,
- Facilidade de construção de programas bem como deve utilizar os recursos de memória de forma modera-
- Confiabilidade dos programas da, dentro das limitações do problema.

278
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
- Modularização: durante a fase de projeto, a solução do pro- Uma variável pode assumir vários valores diferentes ao longo da
blema total vai sendo fatorada em soluções de subproblemas, o que execução do programa, mas, em um determinado momento, possui
permite geralmente dividir o problema em forma natural em mó- apenas um valor.
dulos com subfunções claramente delimitadas, que podem ser im- Unidades básicas de armazenamento das informações a nível
plementados separadamente por diversos programadores de uma de linguagens de programação. Os tipos de dados e variáveis utiliza-
equipe, ou seja, a modularização consiste no particionamento do dos dependem da finalidade dos algoritmos, mas, podemos definir
programa em módulos menores bem identificáveis e com funções alguns, pelo fato de serem largamente utilizados e implementados
específicas, de forma que o conjunto desses módulos e a interação na maioria das linguagens:
entre eles permite a resolução do problema de forma mais simples Esse tipo básico poderá ser:
e clara. - Inteiro (“int, short int ou long int”): qualquer número inteiro,
- Generalidade: é interessante que um programa seja tão ge- negativo, nulo ou positivo.
nérico quanto possível de forma a permitir a reutilização de seus Ex.: -2, -1, 0...
componentes em outros projetos. Operações: soma(+), subtração(-), multiplicação(*), divisão in-
teira(/), resto(%) e comparações.
Metodologia de solução - Real (“float ou double”): qualquer número real, negativo,
1-Entender o problema; nulo ou positivo.
2- Formular um esboço da solução; Ex.: 2.5, 3.1+
3- Fazer uma primeira aproximação das variáveis necessárias; Operações: soma(+), subtração(-), multiplicação(*), divisão
4- Rever os passos originais, detalhando; exata(/) e comparações.
5- Se o algoritmo estiver suficientemente detalhado, testar - Caracter (“char”): qualquer conjunto de caracteres alfanumé-
com um conjunto de dados significativos; ricos.
6- Implementar numa linguagem de programação. Ex.: A, B, “ABACATE “.
Operações: comparações.
- Utilizaremos em nosso curso uma pseudolinguagem de pro- - Texto ou cadeia de caracteres (“STRING”): uma variável des-
gramação chamada PORTUGOL, cujo objetivo é obter-se uma no- te tipo poderá armazenar uma cadeia de caracteres de qualquer
tação para algoritmos a ser utilizada na definição, na criação, no tamanho. Caso seja imprescindível para o entendimento pode-se
desenvolvimento e na documentação de um programa, e não criar acrescentar, entre parênteses, a quantidade máxima de caracteres.
mais uma linguagem de programação. (Exemplo: texto (10)).

Algoritmos Observação: os textos deverão ser representados sempre en-


tre apóstrofes para que não se confundam com os valores numéri-
Identificadores, constantes, variáveis e tipos básicos cos. Veja que o inteiro 5, é diferente do texto ‘5’.
- Identificadores: representam os nomes escolhidos para rotu-
lar as variáveis, procedimentos e funções, normalmente, obedecem Lógico (“boolean”): tipo especial de variável que armazena
às seguintes regras: apenas os valores V e F, onde V representa VERDADEIRO e FALSO
Ex.: e, ou, não.
Operações: Verdadeiro ou Falso.

Declaração de variáveis
Consiste na definição dos nomes e valores das constantes e dos
nomes e tipos das variáveis que serão utilizadas pelos algoritmos,
previamente à sua utilização, incluindo comentário, quando se fize-
1. O primeiro caracter deve ser uma letra rem necessários.
2. Os nomes devem ser formados por caracteres pertencentes Na maioria das linguagens de programação, quando o compu-
ao seguinte conjunto: {a,b,c,..z,A,B,C,...Z,0,1,2,...,9,_} tador está executando um programa e encontra uma referência a
3. Os nomes escolhidos devem explicitar seu conteúdo. uma variável ou a uma constante qualquer, se esta não tiver sido
Ex.: A, B1, BC3D,SOMA, CONTADOR previamente definida, ele não saberá o que fazer com ela. Da mes-
ma forma, um programador que estiver implementando um algo-
Observação: um exemplo de identificador inválido seria 2AB ritmo, em alguma linguagem de programação, terá o seu trabalho
ou qualquer outro iniciado por um dígito. simplificado se todas as constantes e variáveis referenciadas no
algoritmo tiverem sido previamente declaradas. As constantes são
- Constante (“constant”): uma constante (Const), como sugere declaradas antes das variáveis. Vejamos os formatos da declaração
o nome, é um identificador que armazena um valor fixo e imutável, e alguns exemplos.
durante a execução de um algoritmo ou programa. Podemos asso- O significado da declaração de variáveis corresponde à criação
ciá-lo a uma posição de memória (endereço) que tem um conteúdo de locais na memória rotulada com o nome da variável (identifi-
fixo. Este conteúdo poderá ser um número (real ou inteiro), uma ca- cador) e marcada com o tipo de valores que ela pode conter. Para
deia de caracteres (texto) ou um valor lógico (será definido abaixo). que os programas manipulem valores, estes devem ser armazena-
- Variável (“variable”): uma variável (Var) é um identificador dos em variáveis e para isso, devemos declará-las de acordo com a
que, como sugere o nome, possui o conteúdo variável durante a sintaxe:
execução de um algoritmo ou programa.
Podemos associar uma variável a uma posição da memória
(endereço) e poderemos armazenar (guardar) neste endereço qual-
quer valor do conjunto de valores de um tipo básico associado a ela.

279
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Ex.:
Inteiro X1;

Observação: X1 é o nome de um local de memória que só pode conter valores do tipo inteiro real SOMA, MÉDIA;

caracter frase, nome;


inteiro X1;
real A,B;
lógico TEM;

Palavras reservadas
São palavras que terão uso específico no nosso pseudocódigo e que não deverão ser usadas como identificadores, para não causar
confusão na interpretação.
Exemplo: Algoritmo, Programa, Bloco, Procedimento, Inteiro, Real, Texto, Const, Var, Tipo, Início, Imprima, Se, Então, Senão, Enquanto,
Repita, Variando, Faça, Caso, Até, Vetor, Matriz, Registro, Fim, Execute, Procedimento, Função, etc.

Comando simples
É uma instrução simples.
leia(x);

Comando composto
Um grupo de comandos simples que executam alguma tarefa.
Início
leia(x);
y = 2*x;
fim.

Operadores
Na solução da grande maioria dos problemas é necessário que as variáveis tenham seus valores consultados ou alterados e, para isto,
devemos definir um conjunto de OPERADORES, sendo eles:

Ex.: O valor da expressão é atribuído ao identificador (variável).


X = 2; y = 5-x;
Este comando permite que se forneça ou altere o valor de uma determinada variável, onde o tipo desse valor seja compatível ao tipo
de variável na qual está sendo armazenado, de acordo com o especificado na declaração.
NUM = 8 {A variável NUM recebe o valor 8}
NOME = “Guilherme” {A variável NOME recebe o valor ‘Guilherme’}
CONT = 0
AUXNOME = NOME {A variável AUXNOME recebe o conteúdo da variável NOME}
ACHOU = falso {A variável ACHOU recebe o valor falso}

280
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Operadores aritméticos

- Funções primitivas: as funções mais comuns de matemática são também definidas e válidas no nosso pseudocódigo.
Exemplos:
LOG (X), {dá o logaritmo na base 10 de X}
SEN (X), {dá o seno de X}
ABS (X), {dá o valor absoluto de X}
INT (X), {dá a parte inteira de um real X}
ARREDONDA (x), {arredonda um real para inteiro}
RAIZ (X), {dá a raiz quadrada de X} etc. ...

Operadores relacionais
São utilizados para relacionar variáveis ou expressões, resultando num valor lógico (Verdadeiro ou Falso), sendo eles:

Exemplos:
NUM = 3
NOME = ‘DENISE’
NUM > 5 é falso (0) {3 não é maior que 5}
NOME < ‘DENIZ’ é verdadeiro (1) {DENISE vem antes de DENIZ}
(5 + 3) > = 7 é verdadeiro
NUM != (4 – 1) é falso {lembre-se que NUM “recebeu” 3}

Operadores lógicos
São utilizados para avaliar expressões lógicas, sendo eles:
e (“and”) Ù: conjunção
ou (“or”) Ú:disjunção
não (“not”) Ø: negação

Exemplos:
ACHOU = falso
NUM =9
(4>5) e (5>3) =>falso e verdadeiro (1) = falso (0)
não ACHOU =>verdadeiro

Prioridade de operadores
Durante a execução de uma expressão que envolve vários operadores, é necessário a existência de prioridades, caso contrário pode-
remos obter valores que não representam o resultado esperado.
A maioria das linguagens de programação utiliza as seguintes prioridades de operadores:

281
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
1º - Efetuar operações embutidas em parênteses “mais internos”
2º - Efetuar Funções
3º - Efetuar multiplicação e/ou divisão
4º - Efetuar adição e/ou subtração
5º - Operadores Relacionais
6º - Operadores Lógicos
Ou seja,
Primeiro: Parênteses e Funções;
Segundo: Expressões Aritméticas;
1)+, - (Unitários)
2) **
3) *,/
4)+,- (binário)

Terceiro: Comparações;
Quarto: Não;
Quinto: e;
Sexto: ou.

Observação: o programador tem plena liberdade para incluir novas variáveis, operadores ou funções para adaptar o algoritmo as suas
necessidades, lembrando sempre, de que, estes devem ser compatíveis com a linguagem de programação a ser utilizada.

Comandos de entrada e saída


No algoritmo é preciso representar a troca de informações que ocorrerá entre o mundo da máquina e o nosso mundo, para isso,
devemos utilizar comandos de entrada e saída, sendo que, a nível de algoritmo esses comandos representam apenas a entrada e a saída
da informação, independe do dispositivo utilizado (teclado, discos, impressora, monitor,...), mas, sabemos que nas linguagens de progra-
mação essa independência não existe, ou seja, nas linguagens de programação temos comandos específicos para cada tipo de unidade de
Entrada/Saída.

Comando de entrada de dados


Para que possamos obter dados do meio exterior para uso do computador (memória principal), estes têm de vir através dos dispositi-
vos de entrada. Da mesma forma, as informações que são produzidas, têm de ser levadas ao meio externo (um arquivo, um a impressora,
uma tela etc.) através de um dispositivo de saída. Para isso, utilizamos dois comandos assim definidos:

Comando leia (scanf no c): lê, do meio externo, a próxima informação disponível para leitura e armazena na(s) variável(eis) discrimi-
nada(s) após o comando, entre parênteses. Mais tarde aprenderemos como especificar a leitura de um dado que está armazenado em um
arquivo e de que arquivo está sendo lido o dado.

Ex.: leia (v); O valor da variável (v) é dado por um dispositivo de entrada.

Comando de saída de dados


Comando Imprima (printf no c): Imprime (na tela ou na impressora) o conteúdo da(s) variável(eis) especificada(s) após o comando,
entre parênteses. Não será preocupação nossa a formatação de relatórios, mas o comando permite a impressão de texto (entre “), se for
necessária para clareza ou especificação do que está sendo impresso.

282
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Ex.: imprima (x); O valor atual da variável (x) é informado para um dispositivo de saída.

Estrutura de um algoritmo em pseudocódigo e DNS


As estruturas de controle introduzidas nesta unidade facilitarão a expressão de algoritmos e permitirão que exemplos mais signifi-
cativos sejam apresentados e propostos, visando o aperfeiçoamento do desenvolvimento do processo de aprendizado da construção de
algoritmos.
Descreveremos a seguir os blocos e os comandos básicos de controle do PORTUGOL. Serão introduzidos paralelamente os fluxogramas
de CHAPIN criados por Ned Chapin a partir dos trabalhos de Nassi & Shneiderman e o fluxograma tradicional, como formas alternativas de
descrição da estrutura dos comandos.

Portugol
Algoritmo
Início
<declarações de variáveis>;
<comandos>;
Fim.

DNS

Tradicional

O diagrama tradicional é uma forma padronizada para representar os passos lógicos de um determinado processamento.
Com o diagrama podemos definir uma sequência de símbolos, com significado bem definido, portanto, sua principal função é a de
facilitar a visualização dos passos de um processamento.
- Blocos pré-definidos (teste, desvio, impressão);
- Muita flexibilidade;
- Descrição do raciocínio por meio de símbolos gráficos.

283
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Problemas
- Desenhos confusos e complexos;
- Difícil manutenção (perigosa);
- Não é utilizado na prática.

Observações:
1 - As declarações têm o mesmo formato tanto para o PC, DNS e fluxograma, e por isso não foram repetidas acima.
2 - Quando fazemos um programa, uma boa ideia é usar comentários que ajudem a elucidar o funcionamento do mesmo. Os comen-
tários devem vir entre /* */
Ex.=
/* Um Primeiro Programa */. O compilador C desconsidera qualquer coisa que esteja começando com /* e terminando /*.

Documentação
Alguns princípios básicos abaixo mencionados, deverão ser usados desde a criação do primeiro algoritmo:
- Ao criar as constantes e variáveis, utilizar nomes significativos e comentar, se necessário for;
- Utilizar identação (três espaços como sugestão), para mostrar a estrutura lógica e sequência de comandos, quando usando o nosso
pseudocódigo. Com o DNS não é preciso;
- Utilizar, opcionalmente, um dicionário de dados que especifique formalmente o conteúdo de cada constante e variável de todo
algoritmo ou programa;
- Utilizar parênteses para evitar ambiguidade nas expressões.

Estruturas Básicas de Controle

Anteriormente, foram apresentados exemplos das três estruturas necessárias para representação da solução de qualquer algoritmo:
a sequência, a seleção e a repetição. Em se tratando de algoritmo para computadores, as três também formam a base das estruturas de
controle de execução. Vejamos como formalizaremos a representação e o uso dessas estruturas no nosso pseudocódigo e nos Diagramas
de Nassi-Schneiderman.

Sequência
Grupo de comandos em que são executados um após o outro.

Nosso pseudocódigo
Início
comando1;
comando2;
comandoN;
Fim.

284
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
DNS

Formato (DNS).

Seleção
Também chamada de estrutura de decisão ou de processamento condicional, a estrutura de seleção é utilizada quando a execução
de um comando (ou uma sequência de comandos) depende de um teste anterior (uma ou mais comparações). A seleção pode ser simples
ou composta.

Seleção simples
Quando a execução de um comando (ou de uma sequência de comandos) depender de uma condição verdadeira, e não há comandos
a executar se a condição for falsa.

Nosso pseudocódigo
Se <condição> Então
(comandos);
Fim Se;

DNS

Formato (DNS).

onde a CONDIÇÃO poderá ser também uma expressão lógica.


Exemplo1: leia um número inteiro e o imprima se ele for diferente de 0 (ZERO).
Exemplo2:
Se (a<5) Então
a=5;
Fim Se;

Seleção composta
Quando se executa um comando (ou sequência de comando) se uma condição é verdadeira, e se executa um outro comando (ou
sequência de comandos) se a condição é falsa.

Nosso pseudocódigo
Se <condição> Então
(Comandos);
Senão
(comandos);
Fim Se;

285
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
DNS

Formato (DNS).

Aninhamento de seleções
A estrutura de Seleção permite o aninhamento, ou seja, o comando a ser executado dentro de uma seleção (por exemplo, no “Senão”)
pode ser uma outra seleção. Outro aninhamento poderá ocorrer também com esta última seleção e assim por diante. Nos casos de vários
aninhamentos subsequentes, uma boa identação será fundamental para o entendimento de algoritmo quando utilizando pseudocódigo.

Nosso pseudocódigo
Início
-
Se CONDIÇÃO_A Então {V}
comando1;
Senão {F}
Se CONDIÇÃO_B Então
comando2;
Senão
comando3;
Fim Se;
Fim se;
-
-
Fim.

Formato (DNS).

Observação: o comando se é equivalente ao if na linguagem c.

Estruturas de repetição – laços (loops)

Laço enquanto (while)


A estrutura de repetição (enquanto) é utilizada quando um conjunto de comandos deve ser executado repetidamente, enquanto uma
determinada condição (expressão lógica) permanecer verdadeira. Dependendo do resultado do teste da condição, o conjunto de coman-
dos poderá não ser executado nem uma vez (se for falsa no primeiro teste), ou será executado várias vezes (enquanto for verdadeira).
Chama-se a isso um laço (“loop”).

286
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Da mesma forma que a estrutura de seleção, ela permite o aninhamento de repetições, ou seja, a existência de uma estrutura de
repetição dentro de outra. Poderão haver também aninhamentos de seleções dentro de estruturas repetitivas e vice-versa. Dois cuidados
ao criar estruturas de repetição (enquanto):
1. Inicializar a(s) variável(eis) que controla(m) o laço antes do início do laço;
2. Inicializar a(s) variável(eis) que controla(m) o laço dentro do laço (seja por leitura ou por atribuição), pois se isto não for feito caire-
mos no que chamamos um laço infinito e de lá o nosso programa não sairá.

Nosso pseudocódigo
Enquanto <Condição> Faça
(Comandos);
Fim Enquanto;

DNS

Formato (DNS).

Exemplo:
Início
Inteiro x;
x = 2;
Enquanto (x<10) Faça
Imprima (x);
x=x+1;
Fim Enquanto;
Imprima(x);
Fim.

Controlados por contador


Uma variável é fornecida com o nº de vezes que será repetido o laço.

Algoritmo Abono_por_Contador
Início
Leia (Numero_de_Funcionários);
Contador = 0;
Enquanto Contador < Número_de_Funcionários Faça
Leia (Nome);
Contador = Contador+1;
Fim Enquanto;
Fim.

Repetição com teste no final


Quando se deseja executar a série de comandos uma vez pelo menos, pode se fazer o teste no final. Essa variação tem um uso bastan-
te efetivo na validação de dados de entrada, pelo teclado, mas pode ser sempre substituída por um enquanto. Uma vantagem do repita é
que não é preciso inicializar a(s) variável(eis) de controle do laço antes de entrar no mesmo. Deve-se, contudo, ter o cuidado de modificá-
-la(s) dentro do laço para que não caiamos em um laço infinito.
Executa uma instrução e faz um teste lógico. Dependendo da resposta, fica repetindo o processo até o teste lógico dar Verdadeiro.

287
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Nosso pseudocódigo
repita
C1;
C2;
.
.
Cn;
até <condição>;

DNS

Formato (DNS).

Significado deste comando:


Os comandos C1, C2,....,Cn são executados pelo menos uma vez. Quando a condição é encontrada, ela é testada, se for verdadeira o
comando seguinte será executado, se for falsa, os comandos C1, C2,...,Cn são reexecutados até que a condição se torne verdadeira.
O comando repita-até é equivalente ao comando enquanto, conforme será mostrado no exemplo abaixo.

- Repita – até
Início
Inteiro x;
X = 2;
Repita
Imprima(x);
X = x+1;
Até (x>=10);
Imprima(x);
Fim.

Enquanto (while)
Início
Inteiro: x;
x←2;
Enquanto x<10 faça
Imprima (x);
x←x+1;
Fim Enquanto;
Imprima (x);
Fim.

Observa-se que a utilização de um comando repita no lugar de um comando enquanto corresponde a utilizar como <condição> para
o repita a negação da <condição> do enquanto.
Numa estrutura Enquanto, os comandos são executados 0 ou mais vezes. Numa estrutura Repita, os comandos são executados 1 ou
mais vezes.

288
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Escape do laço-abandone (exit)
Comando abandone: força uma saída de um laço de repetição.

Nosso Pseudocódigo
abandone

Chapin

Exemplo:
Enquanto (a>b) faça
Leia(a,b);
Imprima(a,b);
Se b==0
Então abandone;
Senão a=a/b;
Fim Enquanto;

O comando abandone só tem sentido dentro de um comando de repetição (enquanto, repita, para). Além disso, estará sempre asso-
ciado ao teste de uma condição com comando se.
Significado do Comando abandone: quando o abandone é encontrado, o próximo comando a ser executado é o primeiro comando
logo após o fim do comando de repetição mais interno onde aparece o abandone.

Regras Práticas para a Construção de Algoritmos Legíveis

1- Procure incorporar comentários no algoritmo, pelo menos para descrever o significado das variáveis utilizadas.
Exemplo: /* Cálculo da média */

2- Escolha nomes de variáveis que sejam significativos, isto é, que traduzam o tipo de informação a ser armazenada na variável.
Exemplo: NOTA
MATRÍCULA

3- Procure alinhar os comandos de acordo com o nível a que pertençam, isto é, destaque a estrutura na qual estão contidos.

Exemplo:
B=A*C;
Enquanto P==1 Faça
P=P+1;
F=X+NOTA/2;
Fim Enquanto;
Imprima (F,NOTA);
.
4) Tenha em mente que seus algoritmos deverão ser lidos e entendidos por outras pessoas (e por você mesmo) de tal forma que pos-
sam ser corrigidos, receber manutenção e serem modificados.

5) Escreva comentários no momento em que estiver escrevendo o algoritmo. Um algoritmo não documentado é um dos piores erros
que um programador pode cometer.

6) Use comentários no início para explicar o que o algoritmo faz. Alguns comentários seriam:
- Uma descrição do que faz o algoritmo;
- Como utilizá-lo;
- Explicação do significado das variáveis mais importantes;
- Estrutura de dados utilizadas;
- Os nomes de quaisquer métodos especiais utilizados;
- Autor;
- Data da escrita.

7) Utilize espaços em branco para melhorar a legibilidade. Espaços em branco, inclusive linhas em branco são valiosíssimos para me-
lhorar a aparência de um algoritmo.

8) Escolha nomes representativos para suas variáveis.

289
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
9) Um comando por linha é suficiente:
- O algoritmo fica mais legível;
- O algoritmo fica mais fácil de ser depurado.
-
Exemplo:
A=14,2;I=1;enquanto I<10 faça X=X+1;K=I*K;I=I+1; fim enquanto O mesmo exemplo com cada comando em uma linha.
A=14,2;
I=1;
Enquanto I<10 Faça
X=X+1;
K=I*K;
I=I+1;
Fim Enquanto;

10) Utilize parênteses para aumentar a legibilidade e prevenir-se contra erros.


Exemplos:

11) Toda vez que uma modificação for feita no algoritmo, os comentários devem ser alterados.

BANCO DE DADOS: BANCO DE DADOS NOSQL (CONCEITOS BÁSICOS, BANCOS ORIENTADOS A GRAFOS, COLUNAS,
CHAVE/VALOR E DOCUMENTOS); MONGODB; LINGUAGEM SQL2008; CONCEITOS DE BANCO DE DADOS E SISTEMAS
GERENCIADORES DE BANCOS DE DADOS (SGBD); DATA WAREHOUSE (MODELAGEM CONCEITUAL PARA DATA
WAREHOUSES, DADOS MULTIDIMENSIONAIS); MODELAGEM CONCEITUAL DE DADOS (A ABORDAGEM ENTIDADE-
RELACIONAMENTO); MODELO RELACIONAL DE DADOS (CONCEITOS BÁSICOS, NORMALIZAÇÃO); POSTGRE-SQL

SQL
SQL é uma linguagem de Consulta de Dados com a qual podemos selecionar, deletar e apagar registros e executar outras fun-
ções no BD. É um padrão, que todos os bancos de dados utilizam, com algumas particularidades próprias relacionadas ao banco de
dados em questão.
O SELECT é um dos principais comandos que são utilizados em SQL, pois com ele é possível selecionar e fazer consultas no banco
de dados. Desta forma podemos pesquisar, por exemplo, todos os alunos cadastrados, através do comando abaixo:

SELECT * FROM alunos;


Ao ser executado, o comando acima irá retornar todos os alunos cadastrados no banco de dados.

Linguagem de Definição de dados


Existe também dentro da SQL os comandos DDL, que são responsáveis pela criação de objetos de definição de dados.
DDL ou Data Definition Language (Linguagem de Definição de dados) são os comandos que permitem ao usuário a criação de
objetos e elementos associados.

Cria o Banco de Dados


CREATE DATABASE Escola
Escola
ALTER TABLE Alunos ADD nome
Altera a Tabela Alunos
INT AFTER telefone
Apaga o banco de dados
DROP DATABASE Escola
Escola
DROP TABLE Alunos Apaga a tabela Alunos

Linguagem de Manipulação de Dados


A linguagem DML, é responsável pela manipulação dos dados em si, por exemplo, temos uma tabela Alunos, responsável por
manter todos os cadastros dos alunos.

290
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Vejamos os comandos abaixo:

• INSERT

INSERT INTO aluno (id, nome, idade) VALUES (1, Jose da Silva, 30);
O comando acima irá criar o aluno Jose, com idade de 30 anos e ID 1.

• O UPDATE é utilizado para atualizar os dados de uma ou mais tabelas.

UPDATE aluno SET nome = Jose das Neves’ WHERE id = 1;


Ao executar o comando acima, estaremos alterando o nome do usuário que possui o ID 1 para “Jose das Neves”.

• DELETE, como seu próprio significado já diz, utilizaremos para excluir os dados de uma ou mais tabela em nosso banco de
dados.

DELETE FROM usuario WHERE id = 1


Desta forma, ao executar o comando acima, estaremos excluindo o aluno que possui o ID 1 do nosso banco de dados.

MY-SQL
MYSQL é um sistema de gerenciamento de banco de dados relacional (SGBD) que utiliza a linguagem padrão SQL para a mani-
pulação de seus dados. É um banco de dados multiplaforma que roda em Windows, Linux e Mac.

Vantagens do MySQL
• Open source;
• Gratuito;
• É um BD multiplataforma roda em Windows, Linux e Mac;
• Possui uma comunidade ativa e extensa;
• Pode usar nos mais variados tipos de aplicação;
• Facilidade de aprendizado e programação.

Tipos de dados no MySQL


• Dados Strings: char, varchar, text, entre outros;
• Dados numéricos: bit, smallint, int, float, entre outros;
• Dados data: datetime, date, time, year, entre outros.

Sabemos que o SQL é a linguagem padrão para os bancos de dados, desta forma podemos usar os comandos abaixo para tra-
balhar com o banco de dados.

CREATE DATABASE Empresa; Criando o banco de dados Empresa


USE Empresa; Colocando o banco de dados Empresa em uso
CREATE TABLE Funcionario (id INT, nome VARCHAR Criando a tabela Funcionario
(255), PRIMARY KEY(id));
INSERT INTO Funcionario (id, nome) VALUES (1, Inserindo um registro de uma pessoa na tabela
‘Maria’); Funcionario
SELECT * FROM funcionario; Mostrando todos os Funcionarios cadastrados
UPDATE usuario SET nome = ‘Jose Silva’ WHERE ID =1; Atualizando o nome do Funcionario para Jose Silva
cujo ID=1.
DELETE FROM funcionario WHERE id =3; Apagando o Funcionario cujo ID=3

ORACLE
SQL é a linguagem padrão ANSI para trabalhar com bancos de dados relacionais. Desta forma ela é um padrão aceito pela in-
dústria e trabalha com vários bancos de dados tais como: Oracle, MYSQL, Microsoft SQL Server, SQLITE, POSTGRESQL, e IBM DB2.

De acordo com a tabela abaixo, apresentamos as principais funções das instruções SQL.

INSTRUÇÃO SQL FUNÇÃO


SELECT Recuperação de dados.
INSERT UPDATE DELETE Manipulação de dados.
CREATE ALTER DROP RENAME TRUNCATE Definição de objetos.

291
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

COMMIT ROLLBACK SAVEPOINT Controle de transações.


GRANT REVOKE Controle de acesso.

A Linguagem SQL é uma linguagem declarativa, daí a ORACLE criou a PLSQL que é uma linguagem mais robusta que na verdade
é uma extensão da linguagem padrão SQL. Sendo assim a PLSQL é um padrão exclusivo da ORACLE.

Diferenças entre as Linguagens SQL e PL/SQL

SQL PL/SQL
É uma linguagem declarativa. Não é possível criar programas É uma linguagem imperativa. Possibilita a criação de programas
inteiros em SQL, por falta de instruções de controle de fluxo. completos, devido as instruções de controle de fluxo, etc.
Por ser uma linguagem padrão ANSI Pode ser usada em
Linguagem própria. Exclusiva apenas pela Oracle.
qualquer SGBD relacional.

Data Warehousing
É o conceito de armazém de dados. Nesse armazém de dados as informações são projetadas para serem extraídas em um con-
texto de BI (Business Intelligence).
Os dados em um data warehousing são provientes de várias fontes de dados, de acordo com a figura abaixo:

Estes dados armazenados no Datawarehouse servem para o fim de diversas análises e podem ser explorados por diversas fer-
ramentas de business intelligence dentro do contexto empresarial.

Datamining
É chamado DATAMINING o processo de minerar dados. Este processo de minerar dados envolve buscar padrões em grandes
quantidades de dados. No processo são envolvidas ferramentas de BIG-DATA e Analytics para se trabalhar com esta quantidade
enorme de dados.
O processo de DATAMINING se tornou uma grande arma das organizações que procuram padrões em seus consumidores. No
processo são envolvidas sequências temporais, variáveis, etc.
Exemplos de padrões procurados:
• Consumidores que sempre compram isso, também compram aquilo;
• Este é o momento para se trabalhar com este produto;
• Produtos mais vendidos;
• Este é o público ideal.

DataMining é muito importante, pois visa descobrir tendências e o que sempre acontece com o cliente. Desta forma a organi-
zação vai se adequando ao cliente e se adequando ao mercado.

▪ Formas de Aplicação
— Basket analysis: Monitora os produtos adicionados na cesta on-line, usuários que adicionaram o produto Y, tender a adicio-
nar o Y
— Análises preditivas: Faz uma previsão de vendas e readéqua as vendas e ofertas.
Monitoramento de redes sociais: Varrendo as redes sociais e possível descobrir comportamentos, tendências, etc...
— Database marketing: Monitora os preços, entregas, formas de pagamento, etc.

Tudo isto pode ser integrado às redes sociais aumentando o leque da monitoração.

292
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Modelagem de dados
No tocante a modelagem de dados, o diagrama MER (Modelo de entidade e relacionamento) representa a relação entre as
tabelas. Vejamos a representação abaixo:

Na figura acima temos que N produtos podem pertencer a um tipo. Segundo a figura do modelo “MER” acima temos o exemplo:

PRODUTO TIPO
Violão Instrumento musical
Teclado Instrumento musical

Entidades
Entidade é uma representação de um conjunto de informações sobre um determinado objeto. Por exemplo, na figura abaixo
temos várias tabelas, que são entidades de banco de dados.

293
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Atributos
Atributos são os campos de uma determinada tabela, se fizermos uma analogia com EXCEL, os atributos são as colunas da planilha.

Vejamos a tabela de produtos do banco de dados NORTWIND:

Relacionamentos
São ligações entre entidades. Por exemplo:

Na figura acima temos um relacionamento entre categorias e produtos, neste caso, ao cadastrar um produto podemos classi-
ficá-lo pertencente a uma categoria

Cardinalidade
Cardinalidade de uma entidade em um relacionamento, é o número de ocorrências da entidade associada com uma ocorrência
da entidade origem.

▪ Tipos de cardinalidades em relacionamentos

1:1 Um para Um Exemplo: Pessoa   CPF

1:N Um para muitos

Idem ao anterior, apenas invertendo os lados da figura direito para


N:1 Muitos para um
esquerdo.
Autor   Livro
N:N Muito para Muitos Um autor escreve vários livros
Um livro pode ser escrito por vários autores

Exemplos :

Relacionamento: Exemplo:
Nome: José da Silva tem o CPF: 11111.2
1:1 (um para um)
Neste caso temos: Uma pessoa tem um CPF associado, e um CPF é associado somente a uma pessoa.

294
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

1:N

Neste caso temos que o departamento técnico tem os funcionários João, José e Maria

E cada funcionário pertence somente a um departamento.

Livros e Autores:

Existem casos em que um mesmo livro tem diversos autores e


existem casos que um mesmo autor escreve vários livros.

Exemplo:

N:N

BIG DATA: FUNDAMENTOS; TÉCNICAS DE PREPARAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE DADOS

É o armazenamento e processamento de grande quantidade de dados.


Na sociedade atual milhões de dados são gerados no continente, tais como: textos, ligações, e-mail, fotos, pesquisa, vídeos e
música. Dados estes impossíveis de serem administrados através do modelo tradicional.

Dentro deste contexto temos a tecnologia e o conceito do BIG DATA.

295
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Para manipular esses dados de acordo com os pilares temos tecnologias específicas: frameworks, processamento distribuído e
map reduce (divisão e processamento de dados).

DESENVOLVIMENTO MOBILE: LINGUAGENS/FRAMEWORKS: JAVA/KOTLIN E SWIFT. REACT NATIVE 0.59; SISTEMAS


ANDROID API 30 E IOS XCODE 10

DESENVOLVIMENTO MOBILE: LINGUAGENS/FRAMEWORKS:

JAVA/KOTLIN, SWIFT e REACT NATIVE 0.59

AS LINGUAGENS JAVA E KOTLIN


KOTLIN é uma linguagem utilizada basicamente para aplicativos mobile ANDROID. KOTLIN é uma linguagem interoperável com
JAVA. Sendo assim ao escrever um programa em KOTLIN podemos escrever códigos JAVA que serão aceitos normalmente.
Dentro deste contexto, vamos imaginar um código escrito em KOTLIN segundo a imagem abaixo:

Percebemos que há uma relação entre as duas linguagens. Neste aspecto vamos verificar no quadro abaixo as características
das duas linguagens.

KOTLIN JAVA
CASE SENSITIVE Sim Sim
(Diferencia letras maiúsculas de minúsculas) (Diferencia letras maiúsculas de minúsculas)
Produtividade Alta Média
(linguagem mais enxuta com menos código) (linguagem com mais linha de código)
public class Pais {
private String nome;
data class Pais(var nome: String; var popula- private Long populacao;
cao: Long)
public Pais (String nome, Long populacao) {
this.nome = nome;
this.populacao = populacao;
Exemplo de código }
com a mesma fina-
lidade. public String getNome ( ) {
return nome;
}

public void setNome (String nome) {


this.nome = nome;
}

public Long getPopulacao ( ) {


return populacao;
}
Interoperabilidade Bidirecional bidirecional
Sintaxe Grande legibilidade, simples e concisa. Código extenso, JAVA uma estrutura que dever ser seguida.
(Vide linha acima)

296
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Manipulação de KOTLIN por padrão não aceita nulo, mas pode- Java aceita nulos em tudo é comum acontecer o erro “Null-
Nulos mos usar uso do “?” para informar ao KOTLIN PointerException”, ao tentarmos trabalhar com uma variável
que determinado objeto poderá ser nulo em nula em JAVA.
algum momento.
Exemplo:
Var stringValue: String? = “Hello”
stringValue = null // ok
Controle de execu- KOTLIN utiliza as COROUTINES para o contro- JAVA utiliza as THREADS para controlar a prioridade das
ção de rotinas le de prioridade de rotinas, trabalhando de rotinas.
forma eficiente.
Android Studio Possui suporte total Possui suporte total
Comunidade Comunidade grande e em crescimento e Comunidade extensa e consolidada e colaborativa.
muito colaborativa

O quadro abaixo apresenta as regras de sintaxe da linguagem KOTLIN e da linguagem JAVA.

KOTLIN JAVA
Na linguagem java declaramos o seu tipo seguido do seu
Existem dois tipos principais de declarações de variá- nome.
Variáveis veis: val e var.
Exemplo:
Val: utilizada para a declaração de constantes. Esta é a
forma recomendada para declaração de constantes. O int código;
tipo var requer sua inicialização. float salario;
String erro;
Var: Usada para declarar qualquer variável cujo valor
pode mudar durante a execução. O tipo var não re-
quer a inicialização.

Sintaxe da declaração:

nome_da_variável : tipo_da_variável

O tipo da variável não precisa ser explicitado no mo-


mento da criação, no decorrer do fluxo de acordo com
o valor atribuído seu tipo é inferido.

Tipos básicos Char: Caracteres Boolean: Admite os valores true ou false.


Long: inteiro de 64 bits. Char: Usa o formato UNICODE
Int: inteiro de 32 bits. Inteiros: Diferem nas precisões e podem ser positivos ou
Short: inteiro de 16 bits. negativos.
Byte: inteiro de 8 bits.
Double: ponto flutuante de 64 bits. Int: 4 bytes
Float: ponto flutuante de 32 bits. Short: 2 bytes
Boolean: mesmo que o do Java. Pode receber o true Byte: 1 byte.
ou false. Long: 8 bytes.

Reais em ponto flutuante: Positivos ou negativos.


Float: 4 bytes.
Double: 8 bytes.
Sobre os
tipos Operadores suportados pelo tipo booleano, que são: Os operadores lógicos só trabalham com boolean, São eles
| | - disjunção ( ou ) && (e)
&& - conjunção ( e ) || (ou)
! - negação ! (not)

String: em Kotlin, são criadas com aspas duplas ou String: Em JAVA são representadas por aspas duplas
triplas.

297
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Classes class NomeDaClasse Uma classe em JAVA é uma forma de representar um objeto
Abaixo temos um exemplo:
Abaixo temos uma estrutura de classe mais completa
com seus atributos e seus métodos. public class ContaCorrente
{
class NomeDaClasse ( var atributo1: String; var atribu- // Atributos
to2: String; var atributo3: Int ) { int numeroConta;
String nomeBanco;
fun funcao01(): String { String nomeCliente;
return atributo01; float saldo;
}
// Métodos
fun funcao02(): String { public void cadastrarConta(int nConta, String nBanco, String
return atributo02; nCliente)
} {
numeroConta = nConta;
fun funcao03(): Int { nomeBanco = nBanco;
return atributo03; nomeCliente = nCliente;
} }

// ... public void depositar(float valor)


} {
if (valor > 0)
{
saldo += valor;
}
}

public boolean sacar(float valor)


{
if (saldo >= valor)
{
saldo -= valor;
return true;
}
return false;
}

Funções Para declararmos uma função em Abaixo temos um exemplo de estrutura JAVA que define e
Kotlin, utilizamos a palavra reservada evoca uma função chamada “Cálculo”.
“fun” seguida pelo nome da função, e
na frente os parênteses com a definição
dos parâmetros de entrada da função. class Calculo{
Também é necessário declararmos o
tipo de saída. void soma(int num1, int num2){
System.out.println(num1 + num2);
fun Retorna(frase: String): String { }
}
print(frase);
return frase; public class Main {
}
public static void main(String args[]){

Calculo cal = new Calculo();


cal.soma(5, 25);
}

298
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Condicio- if (/*condição*/ ) { if (expressão booleana) {


-nais // bloco de código 1
} else { } else {
// bloco de código que será // bloco de código 2
executado caso a condição seja falsa... }
}
Arrays val numerosQuadrados = Array(5) { public class Criando_Inicializando_Array {
i -> ( i * i ) } public static void main(String[] args) {
//ARRAY COM 10 ELEMENTOS
val numerosDobrados = Array<Int> int[] arrayBase;
(5, { i -> 2 * i } ) arrayBase = new int[ 20 ];
System.out.printf(“%s %10s \n”, “Index”, “Valores”);
//GERA A SAÍDA DO VALOR DE CADA ELEMENTO DO
ARRAY
for(int i = 0; i < arrayBase.length; i++)
System.out.printf(“%3d %10d \n”, i, arrayBase[ i ]);
}
}
Loops Semelhante ao Java Semelhante ao Kotlin
While while (/*condição de parada*/) { while (/*condição de parada*/) {

// expressões // expressões
… …
} }
For for ( i in <valor inicial>..<último for ( i in <valor inicial>..<último valor> ) {
valor> ) {
// expressões // expressões
... ...
} }

Kotlin Native
Java e Kotlin se utilizam da JVM (Java Virtual Machime) para tornar o código executável , entretanto o KOTLIN possui o “Kotlin
Native” que realiza a mesma função que pode ser utilizado de acordo com a necessidade.

Data Science
Tanto o KOTLIN quanto o JAVA podem ser usadas para Data Science devido as suas características de integração e abrangência
de vários fins.

Android Studio
O Android Studio e o IntelliJ IDEA são os ambientes preferencIais para KOTLIN, devido as suas facilidades e interatividade com
o programador
O JAVA também pode ser utilizado nestes ambientes. A IDE por ser um ambiente de desenvolvimento fica ao critério do progra-
mador escolher de acordo com o a sua adaptação.

- A LINGUAGEM DE PROGRAMAÇÃO SWIFT


A linguagem swift foi criada pela APPLE para o voltadas ao desenvolvimento no IOS, MacOS. SWIFT é uma linguagem voltada
para todos os produtos da APLLE, tais como: Smartphones, desktops, notebooks, relógios, etc... e com muitos recursos de outras
linguagens, tornando-a fácil e com grande usabilidade por parte do programador.
No quadro abaixo, vamos relatar as principais características da linguagem SWIFT

Case sensitive SWIFT diferencia as letras maíusculas de letras

minúsculas.
Exemplo básico tradicional. print(“Olá, mundo!”)

// Prints “Hello, world!”

299
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Valores simples - O comando “let” é para as definições de cons-


tantes
- O comando “var” é para as definões de variá-
veis.

Exemplo:

var xVariavel = 42

xVariavel = 50

let xConstante = 42

Condicionais If e Switch são os camandos condicionais

Exemplo 1:

var varNome: String? = “John”

var varSaudacao = “Hello!”

If let name = varNome{

varSaudacao = “Hello, \(name)”

Exemplo 2:
let vegetal = “red pepper”
switch vegetal {
case “celery”:
print(“Celery selecionado”)
case “cucumber”, “watercress”:
print(“cucumber e watercress selecionados”)
case let x where x.hasSuffix(“pepper”):
print(“Foi selecionado um \(x)?”)
default:
print(“Todos listados são ótimas escolhas”)
}
// Prints “Foi selecionado um red pepper”

300
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Controle de fluxo Comandos for-in e While

Exemplo 1:

let niveisGraus = [75, 43, 103, 87, 12]

var Pontos = 0

for x in niveisGraus {

if x > 50 {

Pontos += 3

} else {

Pontos += 1

print(Pontos)

// Prints “11”

Exemplo 2:

var n = 2

while n < 100 {

n *= 2

print(n)

// Prints “128”

Funções A palavra “func” serve para declarar uma função:

Exemplo:

func saudacao(pessoa: String, diadasemana: String) ->


String {
return “Olá \(pessoa), hoje é \(diadasemana).”
}

Chamada da função:

saudacao(pessoa: “Joao”, diadasemana: “segunda-feira”)


Objetos e Classes Usamos a palavra class seguido do nome da classe.

Exemplo:

class Quadrado{
var lados = 0
func descricao() -> String {
return “A Quadrado tem \(lados) lados.”
}
}

301
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Enumeradores e estruturas A palavra “enum” é usada para criar uma enumeração.

Exemplo:
enum Rank: Int {
case carta_AS = 1
case dois, tres, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez
case carta_valete, carta_rainha, carta_rei

func descricao_carta() -> String {


switch self {
case .Carta_AS:
return “Carta_AS”
case .carta_valete:
return “carta_valete”
case .carta_rainha:
return “carta_rainha”
case .carta_rei:
return “carta_rei”
default:

Protocolos e Extensões Classes, enumerações e estruturas podem adotar proto-


colos, conforme exemplo abaixo:

class ClassSimple: ExampleProtocol {


var simpleDescription: String = “Uma classe simples.”
var anotherProperty: Int = 69105
func adjust() {
simpleDescription += “ Agora 100% ajustada.”
}
}
var a = ClassSimple()
a.adjust()
let aDescription = a.simpleDescription

struct SimpleStructure: ExampleProtocol {


var simpleDescription: String = “Uma estrutura simples”
mutating func adjust() {
simpleDescription += “ (ajustada)”
}
}
var b = SimpleStructure()
b.adjust()
let bDescription = b.simpleDescription
Manipulação de erros Os erros podem ser manipulados conforme exemplo
abaixo:

enum PrintError: Error {


case outOfPaper
case noToner
case onFire
}
Genéricos É possível criar formas genéricas de funções e métodos,
bem como classes, enumerações e estruturas, conforme
exemplo abaixo:

optional type
enum OptionalValue<Wrapped> {
case none
case some(Wrapped)
}
var numerointeiro: OptionalValue<Int> = .none
numerointeiro = .some(100)

302
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
- A BIBLIOTECA REACT NATIVE 0.59;
REACT NATIVE é uma biblioteca usada para desenvolver aplicativos para o sistemas ANDROID E IOS de forma nativa.
No quadro abaixo estão todas as categorias de componentes abrangidos pela REACT NATIVE.

Exemplo de uso da react native


import React, {Component} from ‘react’;

import {Text, View} from ‘react-native’;

class HelloReactNative extends Component {

render() {

return (

<View>

<Text>

Olá, mundo!

</Text>

<Text>

Ao invés de ‘div’ e ‘span’, você usa componentes nati-


vos como ‘View’ e ‘Text’.

</Text>

</View>

);

303
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
React native componentes funcionais e classes

Componentes funcionais
Os componentes tipo funcionais são declarados no fomato de classe Java Script de acordo com o exem-
plo abaixo:
import React from ‘react’;
import {View, Text} from ‘react-native’;
const App = () => {
return (
<View>
<Text>Olá mundo</Text>
</View>
);
};
export default App;

Componentes tipo classe


Os componentes tipo classe são declarados no fomato de classe Java Script de acordo com o exemplo
abaixo:
import React, {Component} from ‘react’;
import {Text, View} from ‘react-native’;
export default class App extends Component {
render() {
return (
<View>
<Text> Ola mundo</Text>
</View>
);
}
}
export default App;

Melhorias na versão 0.59 do react native.

No REACT NATIVE 0.59 podemos utilizar recursos nos componentes funcionais, que antes só estavam
disponíveis no componentes tipo classe. Isto beneficiou muito os programadores que antes estavam presos à
complexidade dos componentes tipo classe.

ESTRUTURA DE DADOS E ALGORITMOS: BUSCA SEQUENCIAL E BUSCA BINÁRIA SOBRE ARRAYS; ORDENAÇÃO
(MÉTODOS DA BOLHA, ORDENAÇÃO POR SELEÇÃO, ORDENAÇÃO POR INSERÇÃO), LISTA ENCADEADA, PILHA, FILA E
NOÇÕES SOBRE ÁRVORE BINÁRIA

- BUSCA SEQUENCIAL E BUSCA BINÁRIA


No quadro abaixo vamos detalhar as técnicas de busca sequencial e a binária.

Técnicas de busca Descrição


Sequencial A busca sequencial varre os elementos em um array sequencialmente, desde o
1º elemento até o ultimo desejado, isto é percorre os elementos um a um de
acordo com o índice.
Binária A busca binária é uma busca mais rápida, pois ela trabalha sobre uma lista
ordenada.
Neste caso ela busca no meio da lista, com esta busca já se consegue deter-
minar por meio da ordenação se o item procurado , esta acima ou abaixo na
lista. Este processo é repetido varias vezes (sempre procurando no meio da
nova lista selecionada ), até encontrar o item.

304
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
- MÉTODOS DE ORDENAÇÃO
Vamos detalhar no quadro abaixo os métodos de ordenação seleção, inserção e bolha.

Métodos de ordenação Descrição


O método de seleção é um algoritmo de ordenação baseado em se mover sempre o menor
valor do vetor para a primeira posição, depois mover o de segundo menor valor para a
Seleção segunda posição, e assim sucessivamente com os (n-1) elementos restantes, até os últimos
dois elementos.
O método de inserção é um algoritmo de ordenação eficiente e simples, quando aplica-
Inserção do a um vetor com um número pequeno de elementos. Em linhas gerais, ele percorre o
vetor da esquerda para a direita e à medida que vai avançando deixa os elementos mais à
esquerda ordenados.
O método da bolha, ou ordenação por flutuação é um algoritmo de ordenação, cuja a ideia
Bolha é percorrer o vector diversas vezes. A cada ciclo da passagem ocorre uma flutuação para
o topo do maior elemento da sequência. Essa movimentação lembra a maneira das bolhas
formadas em um tanque com água, daí o nome “método da bolha”.

-LISTA ENCADEADA, ARRAYS, PILHA, FILA E NOÇÕES SOBRE ÁRVORE BINÁRIA.


No quadros abaixo detalhamos as estruturas de dados clássicas que podem ser implementadas por meio computacionais em
vários segmentos.

Arrays
Os arrays são estruturas finitas compostas por um número fixo de elementos. Podemos dizer que uma
matriz unidimensional é similar a um móvel com gavetas fazendo uma analogia com algo concreto da vida real
para entendemos o conceito. Um array unidimensional é conhecido como VETOR, mas podermos ter varias
dimensões associadas, imagine uma gaveta com várias divisões internas, neste caso chamamos simplesmente de
matriz.

Listas
A lista (sequência) é uma estrutura na qual os elementos seguem uma ordem e são armazenados e se
repetem ao longo da lista, conforme imagem abaixo:

Os números na figura acima apresentam o 1º elemento, o 2º e assim sucessivamente.


Os elementos seguem uma ordem de armazenamento, sendo fácil identificar sua posição na lista.

As listas permitem a repetição de determinado elemento no decorrer da lista assim como os vetores,
seguindo uma ordem de armazenamento.
As listas crescem e diminuem dinamicamente, diferentemente dos arrays que seu tamanho é definido
previamente definido.
Facilidade de indexação e pesquisa, devido ao conceito de cabeça e calda, expressado na figura acima.
Uma lista tem uma estrutura linear ; cada elemento de um nó e aponta para o próximo nó, com exceção
do último nó, desta forma a pesquisa otimizada.

Filas
A fila é uma lista como mais especificidade. A fila é uma estrutura em que os elementos são sempre inse-
ridos no início e removidos no final.
No caso da fila existe essa restrição ao inserir e remover elementos.
Por exemplo em uma fila no supermercado, entrar na fila, aguardar a vez e sair.

305
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Podemos também usar o acrônimo “FIFO” (first in first out) para representar este processo.

Pilhas
Pilha é uma estrutura de dados abstrata linear com capacidade limitada , que segue uma determinada or-
dem. A pilha é uma estrutura de dados simples pré-definida que permite adicionar e remover elementos em
uma determinada ordem. Quando um elemento é adicionado, este elemento vai para o topo da pilha , desta
forma o elemento anterior é removido e este assumi seu lugar.
O pedido pode ser LIFO (Last In First Out) (Ultimo a entrar primeiro a sair ) ou FILO((First In Last Out) (Pri-
meiro a entrar , último a sair).

ÁRVORE BINÁRIA
Uma árvore binária é uma estrutura de dados caracterizada por nós. Neste caso cada nó pai pode ter no
máximo dois filhos, segundo a figura abaixo:

As árvores binárias possuem uma estrutura eficiente para pesquisas podendo ser utilizadas para busca e
acesso aos dados, e para outros fins computacionais de pesquisa.

FERRAMENTAS E LINGUAGENS DE PROGRAMAÇÃO PARA MANIPULAÇÃO DE DADOS: ANSIBLE; JAVA (SE 11 E EE


8); TYPESCRIPT 4.0; PYTHON 3.9.X APLICADA PARA IA/ML E ANALYTICS (BIBLIOTECAS PANDAS, NUMPY, SCIPY,
MATPLOTLIB E SCIKIT-LEARN)

FERRAMENTAS E LINGUAGENS DE PROGRAMAÇÃO PARA MANIPULAÇÃO DE DADOS


ANSIBLE
JAVA (SE 11 E EE 8)
TYPESCRIPT 4.0
PYTHON 3.9.X APLICADA PARA IA/ML E ANALYTICS (BIBLIOTECAS PANDAS, NUMPY,SCIPY, MATPLOTLIB E SCIKIT-LEARN).
- ANSIBLE

306
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
O ANSIBLE é um mecanismo de automação que permite o gerenciamento, a implantação, a configuração e a orquestração dos
intra serviços.

Vejamos as áreas de atuação da ferramenta ANSIBLE, segundo a figura abaixo:

Vamos visualizar a estrutura básica do ANSIBLE, segundo a figura abaixo:

Dentro do contexto elucidado acima, vamos detalhar as características e nomenclaturas do ANSIBLE, segundo o quadro abaixo;

Inventory É um arquivo de inventário onde serão declarados todos os hosts envolvidos no processos gerenciadores do
ANSIBLE
Módulos São onde constam as tarefas que serão executadas
Taks São as tarefas propriamente ditas
Playbooks É conjunto de tarefas que serão executadas. Estas tarefas são escritas na linguagem de marcação YAML.

Vamos detalhar no quadro abaixo módulos principais do ANSIBLE:

Apt Gerencia a instalação de pacotes utilizando o APT (debian/ubuntu).


Yum Gerencia a instalação de pacotes utilizando o YUM (RedHat/CentOS/Fedora).
Command Executa um comando em node remoto.
Shell Executa um shell script dentro da máquina, após realizar as transferências.
Service Gerencia serviços em máquinas remotas.
Copy Copia arquivos na máquina local para o node remoto.
Git Gerencia repositório do git.
Unarchive Descompacta arquivos na máquina remota.
Mount Gerencia os dispositivos montados na máquina.
Template Gerencia templates no Ansible.
ec2 Gerencia instâncias ec2 no ambiente cloud da Amazon.

307
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Tarefas comuns na utilização do ANSIBLE, segundo a figura abaixo:

Instalação do Ansible

Gerenciando os arqui-
vos e diretórios

Inventário do Ansible:

Criando o usuário

Instalando
o serviço do
Nginx

308
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Criando a
Playbook

Executando a
Playbook

- JAVA (SE 11 E EE 8);


Java é uma linguagem de programação que permite o desenvolvimento em distintas plataformas, desde dispositivos pequenos
mais variados, computadores, etc... Um software escrito em Java pode rodar em Windows, Linux, Mac em diversos dispositivos.
Para suportar esta característica Java possui a JVM (Java virtual machine). A JVM é a máquina virtual Java, ela que é o interme-
diador entre estes mundos tecnológicos. A JVM está dentro do ambiente de execução Java chamado JRE.
Vejamos a figura abaixo, sobre o conceito mencionado:

A JVM converte o código Java para “ByteCode”, para a partir daí ser traduzido para a linguagem de máquina.
Dentro deste contexto Java vamos detalhar os ambientes (Kits) de desenvolvimento (JDK), tais como JSE, JEE, JME abaixo:

JSE (Java Standard Edition): É o kit (ambiente) de desenvolvimento mais utilizado. O Java SE é voltado para o desenvolvimento
de aplicações em geral em computadores pessoais e possui um conjunto de bibliotecas para este fim.
JEE (Java Enterprise Edition): È um kit (ambiente) robusto voltado a aplicações distribuídas e servidores. O JEE possui um con-
junto de bibliotecas para acesso a banco de dados e outras funcionalidades voltada para estas aplicações.
JME (Java Micro Edition): É um kit (ambiente) voltado para o desenvolvimento de aplicativos móveis.
Desta forma vamos resumir estes conceitos com a figura abaixo:

309
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Segundo a figura acima usamos o JDK para desenvolver as aplicações, estas aplicações são compiladas através do JRE e a JVM
traduz para a linguagem de máquina para ser executada no ambiente pré-estabelecido.
Desta forma vamos desenvolver uma aplicação Java.
Após baixar o kit (JDK - Edição) de desenvolvimento JSE, que é o Java Standard Edition estamos prontos para iniciar o desen-
volvimento em Java.
No quadro abaixo relatamos os principais pontos da sintaxe da linguagem java:

Case sensitive JAVA diferencia maísculas de minúsculas


Comentários

Blocos e declarações

Palavras chave

310
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Literais

Fluxos de Controle

Comando Break: Interrompe a execução do bloco de repetição.

Continue: Interrompe a interação atual.

Tipos Primitivos

311
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Classes e objetos

- TYPESCRIPT 4.0;
TYPESCRIT é uma linguagem desenvolvida pela Microsoft que foi construída sob o JAVASCRIPT. Isto é o TYPESCRIPT é a lingua-
gem JAVASCRIPT acrescida de muitas funcionalidades.
No quadro abaixo, relatamos a diferença entre TYPESCRIPT e JAVASCRIPT

Características do Typescript Características do Javascript


Case sensitive Case sensitive
Tipagem estática Tipagem dinâmica
Orientação a objetos Programação estruturada
Genéricos Funções
Namespaces Prototypes
Decorators Funções contrutoras

312
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Vamos detalhar no quadro abaixo os principais predicados da linguagem TYPESCRIT.

Tipos mais utilizados Number


Válido para qualquer tipo número

String
É um tipo similar a outras linguagens de programação

Boolean
Representa um valor booleano: true ou false (Verdadeiro ou Falso)

Any
É um tipo que pode ser modificado no decorrer do programa para qualquer tipo, tais como:string,
number, boolean, etc...

Array
Representa o tipo Array da linguagem TYPESCRIPT

Tuple
Permite expressar um array de um número fixo de elementos.

Enum
Igualmente em outras linguagems o tipo Enum permite declarar um conjunto de nomeado de valores e
constantes

Void
É como um tipo de retorno de funções que não retornam nenhum valor . Geralmente são chamadas de
procedimentos.

Exemplos:

Exemplo 1:
let list: number[ ] = [3, 4, 6, 8];

Exemplo 2:
ar list: Array<number> = [4, 5, 7, 9, 13]

Exemplo 3:
let array: [string, number];
x = [“Alô”, 10]; // Inicialização

Exemplo 4:
enum Cor {
VERMELHO,
VERDE,
AZUL,

Exemplo 5:
let cor: Cor = Cor.Amarelo;

Exemplo 6:
let valorDesconhecido: unknown;
valorDesconhecido = true;
valorDesconhecido = 200.0;
valorDesconhecido = 7;
valorDesconhecido = “Alô Mundo!”;

313
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Classes A declaração de classes em TYPESRIPT é semelhante a outras linguagens de programação conheci-


das.

Exemplo:

class Teste { // atributos


// construtor
// getter e setters
// outros métodos }

Herança Para herdar uma classe utilizamos o comando “extends” semelhantemente ao JAVA, conforme exem-
plo abaixo:

class ClasseFundamental {
nome: string;

constructor(nome: string) {
this.nome = nome;
}

print(msg: string = ‘Classe Fundamental’) {


console.log(msg)
}
}

class ClasseHerdeira extends ClasseFundamental {

constructor(nome: string) {
super(nome)
}

print(msg: string = ‘Classe Herdeira’) {


super.print(msg);
}

}
Encapsulamento Permite blocos de código serão acessados por um ambiente externo, desta forma pode-se controlar
os elementos da classe garantindo a visibilidade e acessibilidade.

Exemplos:

Classes abstratas É o mesmo conceito presentes em outras linguagens de programação:

Exemplo:

class ClasseExemplo { private _nome: string get nome(): string { return this._nome; } set
nome(nome:string): void { this._nome = nome; } }

314
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Classes abstratas São classes que servem como base para a construção de outras classes.

abstract class ClasseAbstrata {

constructor(public nome: string){


}

printNome(): void {

console.log(‘Nome’ + this.nome)
}

abstract otherPrint(): void; // deverá ser impl nas classes filhas

abstract class ClasseAbstrata {

constructor(public nome: string){


}

printNome(): void {

console.log(‘Nome’ + this.nome)
}

abstract otherPrint(): void; // deverá ser impl nas classes filhas

}
class ClassesFilha1 extends ClasseAbstrata {

constructor() {
super(‘Classe Filha 1’);
}

printNome(): void {
console.log(‘Classe Filha 1’);
}

otherPrint(): void {
console.log(‘Outro metodo de impressao’);
}
}
Interfaces Os métodos e atributos deverão ser implementados nas classes filhas, entretanto podem ser defini-
dos argumentos opcionais.

Exemplo:
interface Classe_Interface {
atributo1: string;
atriburo2?: number

print();
}

class ClasseFilha implements Classe_Interface {


atributo1: string = ‘Classe_Filha’;
atriburo2?: number = 3;

print() {
console.log(this.atributo1);
}
}
Instalação No CMD executa-se o comando abaixo:
npm i -g typescript

315
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Verificação da insta- Executamos o comando abaixo:


lação tsc -v
Execução Executamos o comando abaixo:
tsc --init

- PYTHON 3.9.X APLICADA PARA IA/ML E ANALYTICS (BIBLIOTECAS PANDAS, NUMPY, SCIPY, MATPLOTLIB E SCIKIT-LEARN).
PYTHON é uma linguagem multiplaforma utilizada em diversos segmentos tais como: web, games, desktop, dispositivos mó-
veis. Ptython também tem uma aplicabilidade grande em Inteligência artificial (IA) e machine learn (ML) devidos as suas bibliotecas
especializadas.
No quadro abaixo vamos detalhar as principais características da linguagem PYTHON.

Case sensitive Python diferencia letras maiúsculas de minúsculas.


Variável Um variável é um conteúdo nomeado alocado na memória, PYHON estão
armazena seu endereço na memória.

Exemplo:

x = [1,2,3]
y=x
x.append(4)
print(y)

316
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Tipos de dados Inteiros


Os números inteiros podem ser decimais, octais ou hexadecimais.

Para definir um numero decimal simplesmente informamos o número:


a = 44 #decimal

Para definir um número octal simplesmente prefixamos o número com “0”:


b = 020 #octal

Para definir um número como hexadecimal prefixamos o numero com “0x”


c = 0xA #hexadecimal

Long
Representa os números inteiros longos, são números grandes quanto a
memória for capaz de armazenar. Neste caso devemos sufixar o número com a
letras L ou I. As mesmas regras quanto ao números decimais, octais e hexadeci-
mais aplicadas ao números inteiros são válidas para o tipo long.

Exemplo:

a = 524511574362l,

b = 0xDDEFBDAEFBDAECBFBAEL

Float
São os números de ponto flutuante, que representam os números reais com
expoente.
Por exemplo: 0.0056, .006, 1.14159265 e
7.02e23 (o mesmo que 7.02 x 10²³).

Bool
São os valores boleanos comumente usados em outras linguagens, true para
verdadeiro e false para falso.

Exemplo:

a = True
b = False.

None Type
Representa a ausência de valor

Exemplo:
a = None (o mesmo que null em Java).

String
É um texto, como por exemplo uma frase.

a = ‘Aqui está uma String com aspas Simples’


b = “Aqui está uma String com aspas Duplas”
c = “””Aqui está uma String com aspas Triplas”””
print(a + “\n” + b + “\n” + c)

O código acima mostra uma frase em cada linha devido ao recurso “\n”
Operadores

317
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Entrada de dados Em Python utilizamos as funções raw_input e input para a entrada de dados,
como mostra o exemplo abaixo:

import sys
nome = input(“Digite seu nome: “)
idade = input(“Digite sua idade: “)
print(“Digite seu sexo: “)
sexo = sys.stdin.readline()

print(“Nome:”+nome + “\n” + “Sexo: %s Idade: %s” %(sexo,idade))


Comandos de decisão Os comandos condicionais são semelhantes a outras linguagens de programação
if condição :
bloco de código
elif condição :
bloco de código
else :
bloco de código

No PYTHON diferentemente de outras linguagens


Utiliza-se a grafia “elif” ao invés de elseif
Laços de repetição FOR Os laços de repetição FOR poder ser usados de diversas formas, conforme o
exemplo abaixo:

#coding: utf-8
for nome in [ “Jose”, “Maria “, “Joao” ]:
print (“Nome da Pessoa: “ + nome)
print(“------------------------------”)
for i in range (0,12): #(Inclui o Zero, NÃO INCLUI O 12)
print (“i = “ + str ( i ))
print(“------------------------------”)
for i in range(0,12):
print (‘Não realizado’)
if i == 0:
break
print (‘Realizado’)
Laços de repetição WHILE O laço de repetição While segue basicamente o padrão do for segundo o exem-
plo abaixo:

i=0
while i < 16:
print (“i = “,i)
i += 1

while True:
pass
Exceções e listas As exceções seguem, o padrão abaixo , podendo utilizar os recursos try...catch

try:
print (1 + ‘st try’)
except:
print (“Foi detectada uma exceção”)
Tuplas e dicionários São tipos similares a uma lista separados por virgula e aspas simples, conforme o
exemplo abaixo:
nomes=(‘Maria’,’José’,’João’)
nomes.sort()
print (nomes)
nomes[0]=’Ana’;
for item in nomes:
print (item.capitalize())

318
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Matriz com listas Em PYTHON não existe o conceito de array multidimensional . Como alternativa
podem ser criados os arrays encadeados conforme exemplo abaixo:

#Criando uma matriz de 12x6 inicializada com 0


lin=12
col=6
matriz=[]
for x in range(0,lin):
linha=[]
for y in range(0,col):
linha.append(0)
matriz.append(linha)
#varrendo a matriz
for x in range(0,len(matriz)):
for y in range(0,len(matriz[0])):
print (matriz[x][y])
Funções As funções são iniciadas com a palavra “def”, conforme exemplo abaixo:

def fatorial (numero): #É uma função recursiva


“””
É uma função recursiva
As três aspas duplas é a documentação
“””
if numero <= 1:
return 1
else:
return (numero * fatorial (numero - 1 ))
for n in range ( 1, 11 ):
print (“O fatorial de”,n,” eh “, fatorial(n))
print (“\nDoc. da função:\n”+fatorial.__doc__)
Arquivos A manipulação de arquivos em python, segue o padrão do exemplo abaixo:

arq=open(‘C:/meuarquivo.txt’, ‘w’)
arq.write(‘gravando no arquivo)
arq.close ()

Python possui uma série de bibliotecas aplicadas a ciência de dados, analytics, inteligência artificial e machine learn.
Nos quadros abaixo relatamos as principais bibliotecas voltadas a ciência de dados , analytics inteligência artificial e machine
learn.

Pandas
Pandas é uma biblioteca com funções para manipulação de dados de qualquer tipo, dados estruturados,
não estruturados, séries temporais, etc...
Recursos

- Permite fácil organização, exploração, indexação


- Permite recursos especiais para trabalhar com dados ausentes
- Permite armazenar os dados em diversos bancos de dados, estruturas e diferentes serviços WEB
- Suporta os vários formatos Excel, JSON, CSV, HDFS etc....
- É possível mesclar diversos bancos de dados simultaneamente.

Numpy
A biblioteca Numpy fornece um mecanismo para manipular arrays e uma variedade ferramentas de
gerenciamento de matrizes.
Recursos
- Manipulação de grandes quantidades de dados e utilização de técnicas matemáticas, tais como álgebra
linear, fórmula de Fourier, etc...
-Fornece integração com linguagens C, C++, Fortran, etc...
-Fornece funcionalidades comparáveis ao MATLAB, para as operações.

319
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Scipy
Scipy é uma biblioteca Python de código aberto e gratuita usada para computação científica, técnica e
para aprendizado de máquina (ML)
Recursos
- Possui diferentes módulos para estatística, álgebra linear, otimização e integração.
- Pode manipular polinômios 1-d utilizando a classe poly1d da numpy ou pode usar matrizes coeficientes.
- Possui uma comunidade ativa, que atende aos usuários.

Matplotlib
A Matplotlib é uma biblioteca que se utiliza do Python Script para escrever plotagens e
Gráficos e manipular imagens em aplicações matemáticas e científicas.
Recursos
- Geração de números com qualidade para divulgação e publicação.
- Integração com ferramentas diferentes tais como: Python, IPython Shells, Notebook, Jupyter, etc...
-Integração com outras bibliotecas de terceiros tais como: ggplot ,seaborn, e outros kits de ferramentas
de projeção e mapeamento, etc...
-Comunidade ativa e responsiva aos usuários.
-É possível verificar no GitHub, bugs, atualizações e novidades da Matplotlib.

Scikit Learn
O Scikit learn é uma biblioteca gratuita de aprendizado de máquina (ML) Python simples, útil e flexível
que funciona com outras bibliotecas e pacotes python, tais como o Numpy e o Scipy.
Recursos
-Documentação útil e intuitiva para iniciante, API limpa e organizada.
-Vem com vários algoritmos diferentes – agrupamento, classificação e regressão.
- Suporta médias, florestas aleatórias, aumento de gradiente, DBSCAN, etc...
-Fácil adaptabilidade.
-Fácil representação e exploração de dados.

QUESTÕES

1. CESPE - 2018 - POLÍCIA FEDERAL - AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL


Julgue o item que segue, relativo a noções de mineração de dados, big data e aprendizado de máquina.
Situação hipotética: Na ação de obtenção de informações por meio de aprendizado de máquina, verificou-se que o processo
que estava sendo realizado consistia em examinar as características de determinado objeto e atribuir-lhe uma ou mais classes; veri-
ficou-se também que os algoritmos utilizados eram embasados em algoritmos de aprendizagem supervisionados. Assertiva: Nessa
situação, a ação em realização está relacionada ao processo de classificação.
( ) CERTO
( ) ERRADO

320
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
2. CESGRANRIO - 2018 - BANCO DO BRASIL - ESCRITURÁRIO (B) SELECT nomeCliente FROM TABLES Cliente c, ContaCliente
Considere as Tabelas abaixo. cc, Conta cs WHERE c.idCliente=cc.idCliente AND cc.idConta=-
cs.idConta AND cs.ultimoSaldo > 2000;
(C) SELECT nomeCliente FROM Cliente c, ContaCliente cc, Conta
cs WHERE c.idCliente=cc.idCliente AND cc.idConta=cs.idConta
AND cs.ultimoSaldo > 2000;
(D) SELECT nomeCliente FROM Cliente c, ContaCliente cc, Con-
ta cs INNER JOIN c.idCliente=cc.idCliente AND cc.idConta=cs.
idConta AND cs.ultimoSaldo > 2000;
(E) SELECT nomeCliente FROM Cliente c INNER JOIN Conta-
Cliente cc INNER JOIN Conta cs AS c.idCliente=cc.idCliente AND
cc.idConta=cs.idConta AND cs.ultimoSaldo > 2000;

4. CESGRANRIO - 2018 - BANCO DO BRASIL - ESCRITURÁRIO


Um desenvolvedor precisava construir um modelo estrela para
produzir um data warehouse sobre as transferências eletrônicas
disponíveis (TED) feitas pelos correntistas do banco.
Que tabelas seriam adequadas para representar as dimensões
desse modelo?
(A) data, correntista, valor, banco destino
(B) data, correntista, valor, cpf destino
(C) correntista, valor, banco destino, cpf destino
(D) data, valor, banco destino, cpf destino
(E) data, correntista, banco destino, cpf destino

5. CESGRANRIO - 2018 - BANCO DO BRASIL - ESCRITURÁRIO


Uma das características inerentes ao modelo chave-valor de
bancos de dados NoSQL é a(o)
(A) suporte à compreensão da semântica do valor associado à
chave
(B) favorecimento à evolução de esquemas conceituais
(C) dependência de linguagem de consulta específica
(D) estrutura de armazenamento interna complexa
(E) falta de suporte à concorrência

O funcionário responsável pelo controle do material de expe- 6. CESGRANRIO - 2018 - BANCO DO BRASIL - ESCRITURÁRIO)
diente de determinada agência preparou a Tabela T com o registro No âmbito de bancos de dados relacionais, uma tabela que es-
do consumo de alguns itens mais relevantes e apresentou-a ao seu teja na
chefe. Esse, então, solicitou que o funcionário montasse mais duas (A) segunda forma normal pode conter dependências funcio-
tabelas com formas diferentes de apresentação desses dados. Da- nais parciais.
das as instruções para a realização da tarefa, o resultado foi conso- (B) segunda forma normal não pode conter dependências fun-
lidado nas Tabelas X e Y. cionais transitivas.
Considerando-se o conceito de OLAP, quais foram as operações (C) terceira forma normal não pode conter dependências fun-
realizadas de T para X e de T para Y, respectivamente? cionais parciais.
(A) Drill Down e Roll-Up (D) terceira forma normal pode conter dependências funcio-
(B) Drill Down e Rotation nais transitivas.
(C) Slice e Roll-Up (E) segunda forma normal não pode conter chave primária
(D) Roll-Up e Drill Down composta.
(E) Roll-Up e Rotation
7. CESGRANRIO - 2018 - BANCO DO BRASIL - ESCRITURÁRIO
O termo NoSQL refere-se
3. CESGRANRIO - 2018 - BANCO DO BRASIL - ESCRITURÁRIO
(A) a uma abordagem teórica que segue o princípio de não uti-
As tabelas a seguir compõem um banco de dados simplificado
lização da linguagem SQL em bancos de dados heterogêneos.
de um banco comercial, onde o campo sublinhado indica a chave
(B) à renúncia às propriedades BASE (Basically Available, Soft
primária. É possível que uma conta tenha vários clientes, e que um
state, Eventual consistency), potencializando seu espectro de
cliente tenha várias contas.
uso.
Cliente(idCliente,nomeCliente)
(C) ao aumento da escalabilidade das bases de dados neles ar-
Conta(idConta,ultimoSaldo)
mazenados, aliado a um desempenho mais satisfatório no seu
ContaCliente(idConta,idCliente)
acesso.
Que comando SQL lista todos os nomes de clientes com mais
(D) à facilidade de implementação de bases de dados normali-
de R$ 2.000,00 na conta?
zadas, com vistas a minimização de redundâncias no conjunto
(A) SELECT nomeCliente FROM Cliente, ContaCliente, Conta
de dados.
WHERE idCliente=idCliente AND idConta=idConta AND ultimo-
(E) à implementação simultânea das três componentes do mo-
Saldo > 2000;
delo CAP: consistência, disponibilidade e tolerância ao particio-
namento.

321
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
8. INSTITUTO AOCP - 2020 - PREFEITURA DE NOVO HAM-
BURGO - RS - TÉCNICO EM DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS
ANOTAÇÕES
Considerando o ambiente de desenvolvimento Android Studio,
assinale a alternativa que apresenta apenas linguagens válidas ao ______________________________________________________
adicionar uma nova activity ao projeto.
(A) Java e Swift. ______________________________________________________
(B) C e Java.
(C) JavaScript e Python. ______________________________________________________
(D) C# e PHP.
(E) Java e Kotlin. ______________________________________________________

______________________________________________________
9. INSTITUTO AOCP - 2020 - PREFEITURA DE NOVO HAM-
BURGO - RS - TÉCNICO EM DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS ______________________________________________________
Considerando os aspectos básicos de um projeto Android, assi-
nale a alternativa correta. ______________________________________________________
(A) Activities representam um conjunto compartilhado de da-
dos. ______________________________________________________
(B) Broadcast Receivers são componentes que respondem a
anúncios de transmissão por todo sistema. ______________________________________________________
(C) Um objeto intent explícito declara uma ação geral que per-
______________________________________________________
mite que outro aplicativo o processe.
(D) Content Providers representam uma tela com uma interfa- ______________________________________________________
ce de usuário.
(E) Um objeto intent implícito é usado para iniciar um compo- ______________________________________________________
nente do próprio aplicativo.
______________________________________________________
10. (PRODEB) Ao referir-se ao Android, é necessário mencionar
o Activity e seu ciclo de vida. A Activity é um componente de apli- ______________________________________________________
cação com um ciclo de vida específico. Quando o usuário acessa a
aplicação, navega pelas opções e sai ou retorna para a mesma, as ______________________________________________________
atividades que a compõem passam por uma série de estados do
______________________________________________________
ciclo de vida. Entender como ele funciona é importante para pre-
parar a aplicação para lidar com situações que podem interferir na ______________________________________________________
sua execução. Assinale a alternativa correta a respeito dos ciclos de
vida da Activity em Android. ______________________________________________________
(A) onRestart() é quando uma Activity que estava em backgrou-
nd volta a ter foco ______________________________________________________
(B) onResume() é a primeira função a ser invocada quando a
Activity perde o foco. ______________________________________________________
(C) onStop() é a última função a ser executada, ou seja, não
______________________________________________________
pode mais ser relançada
(D) onDestroy() só é chamada quando a Activity fica completa- ______________________________________________________
mente encoberta por outra Activity.
(E) onStart() só é chamada quando a Activity não estava mais ______________________________________________________
visível e volta a ter o foco
_____________________________________________________
GABARITO _____________________________________________________

______________________________________________________
1 CERTO
2 E ______________________________________________________

3 C ______________________________________________________
4 E ______________________________________________________
5 B
______________________________________________________
6 C
7 C ______________________________________________________
8 E ______________________________________________________
9 B
______________________________________________________
10 E
______________________________________________________

322

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