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UFC Virtual – Universidade Aberta do Brasil

Disciplina: Contabilidade
Pública
Prof: Nirleide Saraiva Coelho
Tutor: Ewerton Mesquita
INDAGAÇÕES...
(Momento para reflexão)

1-Para você o que é Contabilidade?

2-Qual é Conceito e Objeto da Contabilidade?

3-Para que serve a Contabilidade?

2
O que é
Contabilidade?
Conceitos

“A Contabilidade é, objetivamente, um
sistema de informação e avaliação
destinado a prover seus usuários com
demonstrações e análises de natureza
econômica, financeira, física e de
produtividade, com relação à entidade
objeto de contabilização.”

- Pronunciamento do Instituto Brasileiro de Contadores


(Ibracon), aprovado pela Comissão de Valores Mobiliários
através da Deliberação CVM n° 29/86.
Conceitos
• “Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as
funções de orientação, de controle e de registro
relativas à administração econômica.”

Conceito oficial formulado no Primeiro Congresso Brasileiro de


Contabilistas, realizado no Rio de Janeiro, de 17 a 27 de agosto de
1924.

• “É a ciência que estuda, controla e interpreta os fatos


ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o
registro, a demonstração expositiva e a revelação
desses fatos, com o fim de oferecer informações sobre a
composição do patrimônio, suas variações e o resultado
econômico decorrente da gestão da riqueza
patrimonial.”

Hilário Franco, 1983.


Qual a função da
Contabilidade?
Sua função é:

• REGISTRAR (lançar em livro específico; anotar, visando ao


controle e orientação, pois os fatos que alteram
quantitativamente e qualitativamente o patrimônio devem
ser registrados);

• CONTROLAR (verificação dos aspectos administrativos e


financeiros, salvaguarda dos bens e acompanhamento do que
foi planejado);

• ORIENTAR (Por meio dos relatórios contábeis é comunicada a


situação da entidade. Esses relatórios servirão de parâmetros
para o processo de tomada de decisões) e

• ANALISAR os fenômenos que alterem o patrimônio das


entidades.
A quem se
aplica?
Aplicação da Contabilidade

• Abrange todas as entidades econômico-


administrativas, sejam empresas,
organizações não governamentais,
associações, pessoas de direito público
(como a União, os Estados, os
Municípios, as Autarquias) etc.
Qual a sua
finalidade?
Finalidade da Contabilidade

• Planejar e controlar o Patrimônio com o


objetivo de fornecer informações de cunho
econômico-administrativo aos mais diversos
usuários, dando subsídios para a tomada de
decisão dentro da entidade
CONTABILIDADE
(ciência)

OBJETIVO OBJETO FINALIDADE


(meio) (matéria) (fim)

CONTROLAR FORNECER
PATRIMÔNIO
O INFORMAÇÕES
DAS ENTIDADES
PATRIMÔNIO
Conceito e Objeto da Contabilidade

Ciência
Estuda
Ponto de
Vista
PATRIMÔNIO
Controle e
análise

Elementos Econômico
e e
variações Financeiro

13
Patrimônio

E o que é Patrimônio?

PATRIMÔNIO

Bens Direitos Obrigações

14
Patrimônio
Bens e Direitos Obrigações

Ativo Passivo

PATRIMÔNIO
LÍQUIDO

15
OBJETIVO DA CONTABILIDADE

O objetivo principal da Contabilidade é


fornecer informação econômica, física, de
produtividade e social relevante para que

l
cada usuário possa tomar suas decisões e
bi
n tá

realizar seus julgamentos com segurança.


Co
USUÁRIOS DA CONTABILIDADE

Fornecedores
Investidores Bancos

Funcionários Sindicatos
EMPRESA

Concorrentes Órgãos de Classe

Governos Outros
Princípios de Contabilidade

 Entidade - Que estabelece que o patrimônio do particular não se confunde


com o patrimônio da empresa)
 Continuidade - A entidade continuará em operação no futuro, devendo ser
levado em conta essa definição para fins de escrituração).
 Oportunidade - Mensurar e apresentar as informações patrimoniais de forma
íntegra e tempestiva.)
 Registro pelo valor original - Determina que os componentes do patrimônio
devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações,
expressas em moeda nacional.)
Competência - Os eventos são reconhecidos nos períodos a que se referem,
independentemente do recebimento ou pagamento).
 Prudência - Adota-se o menor valor para o ativo e o maior valor para o
passivo.
RECEITA PÚBLICA
Planejamento e Orçamento
RECEITA PÚBLICA

O que é Receita Pública?

 É todo ingresso de recursos nos cofres


públicos, em qualquer esfera governamental,
para alocação e cobertura das despesas
públicas.

Pode ser: orçamentária e extra


orçamentária.
Planejamento e Orçamento
RECEITA PÚBLICA

1. Orçamentária
Integrao Orçamento por força de lei, podendo o
Estado dela dispor como sua propriedade.

2. Extra-orçamentária
Recursos Financeiros de caráter temporário e
não integram a LOA. O Estado é mero
depositário desses recursos.
Planejamento e Orçamento
RECEITA ORÇAMENTÁRIA

CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA

A Lei n.º 4.320/64, em seu artigo 11, e posteriormente o


Manual do Tesouro Nacional (2012) classifica a receita
orçamentária em duas categorias econômicas:
1. Receitas Correntes;
2. Receitas de Capital;
Planejamento e Orçamento
RECEITA ORÇAMENTÁRIA

Por receitas correntes, pode-se entender como sendo todos os ingressos


decorrentes da arrecadação de:
 Tributos,
 Contribuições,
 Exploração econômica do patrimônio público,
 Prestação de serviços, ou ainda,
 Repasses de recursos de outras esferas de governo, que visam a
execução das despesas rotineiras da administração, às quais não
geram bens incorporáveis ao patrimônio, por serem despesas também
correntes.
Planejamento e Orçamento
RECEITA ORÇAMENTÁRIA

Receitas de capital, são aquelas provenientes:


 Da alienação de bens incorporados ao patrimônio da administração,
 Resultantes de operações de crédito (empréstimos e financiamentos), ou
ainda,
 Os recursos transferidos de outras esferas de governo, para a execução
de despesas de capital, que são aquelas relativas a obras, pagamento do
principal da dívida, ou ainda, daquelas despesas que resultam em um
bem incorporável ao patrimônio.
CLASSIFICAÇÃO
DA RECEITA ORÇAMETÁRIA
RECEITAS CORRENTES
• TRIBUTÁRIA
• DE CONTRIBUIÇÕES
• INDUSTRIAL
• PATRIMONIAL
• AGROPECUÁRIA
• DE SERVIÇOS RECEITAS DE CAPITAL
• TRANSFERÊNCIAS •OPERAÇÕES DE CRÉDITO
CORRENTES
•ALIENAÇÃO DE BENS
• OUTRAS REC.
•AMORTIZAÇÃO DE
EMPRÉSTIMOS
•TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL
•OUTRAS RECEITAS
Classificação por natureza da receita

1 1 1 2 04 10
CATEGORIA ECONÔMICA
Receita Corrente
ORIGEM
Receita Tributária
ESPÉCIE
Impostos
RUBRICA
Imposto Sobre Patrimônio Renda
ALÍNEA
Imp. S/ Renda e Prov. Qualquer
Natureza
SUBALÍNEA
Pessoas Físicas
Fonte: STN
FASES DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA

PREVISÃO

LANÇAMENTO

ARRECADAÇÃO

RECOLHIMENTO
FASES DA RECEITA Planejamento e Orçamento
ORÇAMENTÁRIA

PREVISÃO LANÇAMENTO ARRECADAÇÃO


RECOLHIMENTO

ORÇAMENTO CAIXAS BANCOS UNIDADE DE


CAIXA

LEI N° 4.320/64
Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á em
estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria,
vedada qualquer fragmentação para criação de caixas
especiais.
DESPESA PÚBLICA
DESPESAS PÚBLICAS
“Constitui despesa pública todo pagamento
efetuado a qualquer título pelos agentes
pagadores. Classifica-se a despesa pública
inicialmente em dois grupos: despesa
orçamentária e extra-orçamentária”.

João Angélico (1995:62)


PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA DESPESA

 Utilidade (atender bem estar)

 Oportunidade(necessidade+situação econômica do momento)

 Legalidade

 Economicidade ( custo X benefício)


Planejamento e Orçamento
DESPESA ORÇAMENTÁRIA

Após a fixação da despesa, o passo seguinte é


classificar os gastos de forma a demonstrar

como serão despendidos os recursos públicos.

A classificação se dá em:
classificação institucional,
classificação funcional e
 classificação por natureza da despesa.
Planejamento e Orçamento
DESPESA ORÇAMENTÁRIA
CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL

A classificação institucional ocorre quando a


estrutura organizacional da entidade ou órgão é

0200 GABINETE DO PREFEITO


0201 GABINETE DO PREFEITO

CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL

A classificação funcional, composta de um rol de


funções e subfunções prefixadas, estabelecida
pela Portaria n° 42/99, do Governo Federal, servirá
como agregador dos gastos públicos por área de
ação governamental. Trata-se de uma classificação
independente dos programas.
Planejamento e Orçamento
DESPESA ORÇAMENTÁRIA

A função representa o maior nível de


agregação das diversas áreas de despesa
que competem ao setor público.
ÃO
FUNÇ
Exemplos:
10 Saúde
12 Educação
Planejamento e Orçamento
DESPESA ORÇAMENTÁRIA

N ÇÃO A subfunção representa uma partição da função,


F U
SUB visando agregar determinado subconjunto de
despesa do setor público.

Exemplos:
301 Atenção Básica
302 Assistência Hospitalar e Ambulatorial
Planejamento e Orçamento
DESPESA ORÇAMENTÁRIA

ESTRUTURA PROGRAMÁTICA

PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS

AÇÕES GOVERNAMENTAIS

1º DÍGITO TIPO DE AÇÃO


1,3,5 OU 7 Projeto
2,4,6 OU 8 Atividade
0 Operação Especial
Planejamento e Orçamento
DESPESA ORÇAMENTÁRIA

DESPESA PÚBLICA

Classificação da Despesa Orçamentária


Natureza da Despesa

A – Categoria Econômica
3 – Despesas Correntes
4 – Despesas de Capital
Planejamento e Orçamento
DESPESA ORÇAMENTÁRIA

Despesas Correntes
- Pessoal e Encargos Sociais
- Juros e Encargos da Dívida
- Outras Despesas Correntes

Despesas de Capital
- Investimentos
- Inversões Financeiras
- Amortização da Dívida
- Transferências de Capital
Compreendendo os Códigos do Orçamento
FASES DA DESPESA ORÇAMENTÁRIA

LICITAÇÃO
FIXAÇÃO

EMPENHO
LIQUIDAÇÃO

PAGAMENTO
DESPESA PÚBLICA

a) Fixação

Quando a despesa pública é fixada na LOA

b) Licitação

Por determinação constitucional é passo obrigatório que a despesa pública deve


percorrer.

A licitação é o conjunto de procedimentos administrativos que objetiva a


procura e a escolha das melhores condições para o Estado adquirir bens de
consumo, de investimentos e contratar serviços.
DESPESA PÚBLICA

c) Empenho
O empenho da despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o
Estado uma obrigação de pagamento, pendente ou não de implemento de condição
(art. 58 da Lei nº 4.320/64).

É sempre prévio, ou seja, deve preceder a realização da despesa e está restrito ao


limite do crédito. Conforme art. 60 da referida Lei, é vedado a realização de despesa
sem prévio empenho.

É o ato que dá início à relação contratual entre o setor público e seus fornecedores,
representando a eles a garantia de que foi bloqueada uma parcela suficiente de
dotação orçamentária, cuja quitação ocorrerá com a posterior liquidação dos
compromissos assumidos, e conseqüente pagamento por parte da administração.
TIPOS DE EMPENHO

 Ordinário – despesa cujo valor é considerado líquido e certo


para o credor, previamente conhecido e que deva ocorrer de
uma só vez;

 Global – quando o montante a ser pago também for


previamente conhecido, mas deva ocorrer parceladamente no
decorrer da execução orçamentária;

 Estimativa – quando não se pode determinar previamente o


montante exato a ser pago.
DESPESA PÚBLICA

d) Liquidação

É o conjunto de procedimentos realizados pelo(s) agente(s) público(s)


da área competente, sob a supervisão do ordenador de despesas, no
qual se verifica o direito do credor (implemento de condição), tendo
por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo
crédito; após o exame da documentação, torna, em princípio, líquido
e certo o direito do credor contra o Erário.

Verifica-se, portanto, se a despesa foi regularmente empenhada e que


a entrega o bem ou serviço foi realizada de maneira satisfatória,
conforme condições previamente acertadas (na licitação, no contrato
e no empenho).
DESPESA PÚBLICA

e) Pagamento

É o estágio final da execução da despesa orçamentária, previsto no art.


62 da Lei nº 4.320/64, sendo o ato pelo qual a Fazenda Pública satisfaz
o credor e extingue a obrigação, mediante o pagamento, recebendo
deste a devida quitação.

O pagamento da despesa só deverá ser realizado depois de sua regular


liquidação (estágio visto anteriormente) e da autorização do
ordenador de despesa ou autoridade competente.
FASES DA DESPESA
ORÇAMENTÁRIA Planejamento e Orçamento

PPA LDO FIXAÇÃO=LOA

PROGRAMAÇÃO
FINANCEIRA

VERIFICAÇÃO
DA EXISTÊNCIA
DE RECURSO

LICITAÇÃO

EMPENHO LIQUIDAÇÃO PAGAMENTO

ADIANTAMENTO
Planejamento e Orçamento
SUPRIMENTO DE FUNDOS

• O suprimento de fundos é caracterizado por ser um


adiantamento de valores a um servidor para futura
prestação de contas.

• Esse adiantamento constitui despesa orçamentária,


ou seja, para conceder o recurso ao suprido é
necessário percorrer os três estágios da despesa
orçamentária: empenho, liquidação e pagamento.
Planejamento e Orçamento
RESTOS A PAGAR

• No fim do exercício, as despesas orçamentárias


empenhadas e não pagas serão inscritas em
Restos a Pagar e constituirão a dívida flutuante.

• Segundo o Art. 36 da Lei n° 4.320/64 são as


despesas empenhadas mas não pagas até o
último dia do ano financeiro (31 de dezembro);

• A Lei n° 4.320/64 caracteriza e classifica os


Restos a Pagar em:
- Processados;
- Não Processados.
RESTOS A PAGAR

São despesas empenhadas e não pagas até o término de


cada exercício social, dividindo-se em:

 Restos a pagar processados: despesas que passaram


pelos estágios de empenho e liquidação e não chegaram
ao estágio de pagamento;

 Restos a pagar não processados: despesas que


passaram apenas pelo estágio de empenho e não
passaram pela liquidação e pagamento.
Planejamento e Orçamento
RESTOS A PAGAR

Despesas Empenhadas...........................R$ 100.000,00


Despesas Liquidadas...............................R$ 80.000,00
Despesas Pagas.......................................R$ 80.000,00
S
CÍ CIO Responda:
EX ER • Qual o valor dos Restos a Pagar Processados?

• Qual o valor dos Restos a Pagar Não-Processados?


Planejamento e Orçamento
RESTOS A PAGAR

RESTOS A PAGAR E A LRF

• O Art. 42 da LRF dispõe que é vedado ao Titular


de Poder ou Órgão Público, nos últimos oito
meses do seu mandato (maio a dezembro),
contrair obrigações de despesas que não possa
ser cumprida integralmente dentro dele, ou que
tenha parcelas a serem pagas no exercício
seguinte, sem que haja suficiente disponibilidade
de caixa para este efeito;

• Cancelamento de restos a pagar não processados


a fim de evitar insuficiência de disponibilidade
financeira.
Planejamento e Orçamento
DESPESAS DE EXERCÍCIOS
ANTERIORES
• São dívidas resultantes de compromissos gerados
em exercícios anteriores àqueles em que for ocorrer
o pagamento, para as quais não exista empenho
inscrito em restos a pagar;

• O ônus dos recursos recai sobre o orçamento do


exercício de reconhecimento;

• As Despesas de Exercícios Anteriores – DEA’s estão


disciplinadas pelo art. 37 da Lei nº. 4.320/64 e art. 22
do Decreto n.° 93872/86. Além desse dispositivo,
cada ente da Federação poderá regulamentar a
matéria visando atender às suas peculiaridades,
desde que, é evidente, observe os limites traçados
pelo Diploma Legal.
Planejamento e Orçamento
DESPESAS DE EXERCÍCIOS
ANTERIORES
• São atendidas por dotações destinadas no orçamento, respeitada a
categoria econômica própria, para atender o processamento das
despesas de exercícios jé encerrados, que não foram processados
na época devida, embora o orçamento respectivo consignasse
crédito próprio e saldo suficiente para atendê-las;

• Prescrevem em 5 anos, contados da data do ato ou fato que lhe


deu origem. Não é computado o tempo de tramitação e providências
administrativas a que estiver sujeito o processo;

• Estes gastos só podem ser empenhados e pagos após o


reconhecimento da dívida pela autoridade competente (ordenador
da despesa).
Planejamento e Orçamento
DESPESAS DE EXERCÍCIOS
ANTERIORES
Casos de Despesas de Exercícios Anteriores

• Despesas de exercícios encerrados que não puderam ser


empenhadas no ano de origem, embora o orçamento tivesse
consignado recurso próprio e com saldo suficiente;

• Restos a pagar com prescrição interrompida;

• compromissos, criados por lei, que a Administração só tomou


conhecimento e reconheceu após o encerramento do exercício
financeiro correspondente;

• Diferença a maior entre o valor inscrito em restos a pagar e o valor


real da despesa a ser paga.

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