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MUNICÍPIO DE MONTEIRO PB
ANEXOS
Anexo 1 – Projeto da UGIRSU ................................................................................................................................... 132
Anexo 2 – ATA de Reunião ......................................................................................................................................... 136
Anexo 3 – Lista de Presentes ....................................................................................................................................... 139
Anexo 4 – Fotos da Audiência Pública ...................................................................................................................... 147
Anexo 5 – Comprovação da Divulgação ................................................................................................................... 150
LISTA DE FIGURAS
Tabela 1. Distância entre as sedes municipais dos municípios da região de Monteiro .......................................... 9
Tabela 2. Déficit habitacional em Monteiro. Fonte: PMM, 2011 ............................................................................. 18
Tabela 3. Profissionais de saúde em Monteiro. Fonte: Datasus/MS, 2014 ............................................................. 23
Tabela 4. Responsabilidades e Fiscalização dos serviços de Saneamento no município de Monteiro - PB ....... 44
Tabela 5. Legislação para resíduos perigosos .............................................................................................................. 52
Tabela 6. Serviços na amplitude da limpeza urbana existentes no município de Monteiro. Fonte: PMM, 2013
........................................................................................................................................................................................... 55
Tabela 7. Quadro de funcionários da prefeitura de monteiro por atividade, regime de contratação e número
de funcionários. ............................................................................................................................................................... 56
Tabela 8. Responsabilidades atualmente empregadas no município de Monteiro frente a geração,
acondicionamento, coleta, transporte e destinação de Resíduos de Limpeza Urbana.......................................... 60
Tabela 9. Destinação final dos resíduos gerados na zona urbana do município de Monteiro ............................ 63
Tabela 10. Responsabilidades de coleta e serviços de limpeza urbana. Fonte: PMM ............................................ 67
Tabela 11. Quantidade de trabalhadores lotados nas atividades de manejo de resíduos sólidos ........................ 68
Tabela 12. Veículos utilizados no transporte de resíduos em Monteiro ................................................................. 68
Tabela 13. Projeção de população e geração de resíduos em Monteiro. ................................................................. 71
Tabela 14. Projeção de geração de resíduos de saúde ................................................................................................ 72
Tabela 15. Índices de geração de resíduos da construção civil, população e nível de incidência de
verticalização em diferentes municípios brasileiros separados por região. ............................................................ 74
Tabela 16. Estimativa de geração de resíduos da construção civil (RCC) em Monteiro/PB. ............................... 74
Tabela 17. Logística de coleta e destinação dos resíduos sólidos domiciliares urbanos - RSU ............................ 78
Tabela 18. Frequência de atendimento da coleta de resíduos no município .......................................................... 85
Tabela 19. Temas relevantes a serem abordados pelo programa de educação ambiental de Monteiro. ............ 86
Tabela 20. Cronograma proposto para as atividades de educação ambiental ........................................................ 88
Tabela 21. Dados de referência para dimensionamento de unidade de triagem ................................................... 99
Tabela 22. Dados para o dimensionamento da compostagem ............................................................................... 100
Tabela 23. Dimensionamento de leiras ...................................................................................................................... 101
Tabela 24. Exemplos de resíduos compostáveis e não compostáveis .................................................................... 108
Tabela 25. Metas propostas para a destinação final de resíduos sólidos urbanos ................................................ 109
Tabela 26. Ações e metas a serem executadas no Programa de Gerenciamento da Coleta Seletiva e Destinação
dos Resíduos Sólidos no município de Monteiro/PB. ............................................................................................. 110
Tabela 27. Investimentos para aplicação do Programa de Coleta Seletiva e Destinação dos Resíduos. ........... 114
Tabela 28. Ações e metas a serem executadas no Programa de Encerramento Lixão Municipal, Concepção de
Aterro e Recuperação de Áreas Degradadas ............................................................................................................. 116
Tabela 29. Investimentos para aplicação do Programa de Encerramento do Lixão Municipal, Concepção de
Aterro e Recuperação de Áreas Degradadas. ............................................................................................................ 118
Tabela 30. Ações e metas a serem executadas no Programa de Estruturação de uma Unidade de
Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos. ....................................................................................... 119
Tabela 31. Investimentos para aplicação Programa de Estruturação de uma Unidade de Gerenciamento
Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos. ................................................................................................................... 120
Tabela 32. Planilha de Custos Global para a obra da UGIRSU de Monteiro. ...................................................... 122
Tabela 33. Investimentos totais para implementação de todos os programas ambientais incluindo renovação
parcial da frota de veículos. ......................................................................................................................................... 124
Tabela 34. Despesas estimadas com a gestão de resíduos sólidos no município ................................................. 126
Prefeitura Municipal de Monteiro
Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos - PGIRS
Estado da Paraíba
O distrito de Alagoa do Monteiro foi criado pela Lei Provincial nº. 194, de 4 de
setembro de 1865. A cidade foi sendo erguida à margem do Rio Paraíba, que nasce na
Serra do Jabitacá, a 24 quilômetros da cidade. Tornou-se município por meio da Lei nº
457, de 28 de junho de 1872, com território desmembrado de São João do Cariri. A
Figura 1 mostra uma imagem atual da cidade de Monteiro, com destaque para a praça
no centro da cidade.
Monteiro possui uma área de 986,356 km², com uma altitude média de 599 metros na
sede urbana (CPRM, 2005), sendo esta localizada na porção central do município. A
população do município, segundo projeções IBGE, em 2013 é de 32.211 habitantes.
Grande parte do estado apresenta-se com uma precipitação média ou baixa. No sertão
paraibano (parte oeste do estado) as precipitações médias giram em torno de 800 a 1.000
mm anuais. Já a porção central da Paraíba, apresenta as precipitações mais baixas do
estado, podendo chegar a um mínimo de 200 mm em algumas regiões. Segundo o
CPRM (2005) Monteiro detém uma precipitação média anual é de 431,8mm. Na
Paraíba, a Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA)
mantém estações pluviométricas em diferentes município, e, apesar de Monteiro não ser
contemplado, é passível de comparação com municípios vizinhos, como mostrados
pelas médias pluviométricas com registros de pelo menos 30 anos de levantamento
(Figura 4).
746,7
665,5
624,9 616,54
584,9
503,2
Figura 4. Série histórica de dados de precipitação de alguns postos pluviométricos próximos a Monteiro. Fonte:
dados AESA, 2013
160,0 Média
Camalaú
São Sebastião do
120,0
Umbuzeiro
São João do Tigre
Precipitação (mm)
40,0
0,0
Janeiro
Fevereiro
Março
Maio
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
Abril
Junho
Figura 5. Série histórica da precipitação nos quatro postos pluviométricos próximos a Monteiro. Fonte: dados
AESA, 2013.
Temperatura (ºC)
20,1 19,9 19,9 19,7 19,7 20,0
90 19,0 19,0
18,0 18,1 20
17,1 17,1
75 82,9
75,5
15
60
45 10
49,0
42,2
30
31,7 5
15 22,7
13,6 6,8 11,7 13,7
0 0
Janeiro
Fevereiro
Março
Maio
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
Abril
Junho
Figura 6. Precipitação mensal média e temperatura mensal média de Monteiro. Fonte: dados DCA (2013)
Xavier et. al. (2013) destaca que o alto curso do rio Paraíba está inserido em uma das
regiões mais áridas do país, o Cariri, com médias anuais pluviométricas em torno de 500
mm e mal distribuídas, concentrando 65% do total anual em até 4 meses. Essa
característica climática confere ao rio o caráter intermitente em grande parte de seu
percurso, o que, associado às demandas hídricas da região, resultou na construção de
inúmeros açudes de pequeno, médio e grande porte.
A análise da qualidade da água superficial do rio Paraíba em Monteiro, realizada por
Vital; Santos (2013) apontou que as amostras de água analisadas não se encontram nos
padrões de potabilidade para o consumo humano em nenhum dos pontos de coleta ao
longo do leito do rio Paraíba, encontrando-se altamente poluída.
36.000
30.852
30.000 27.687
26.852 27.052
25.396
24.000
População (habitantes)
20.261
18.000
16.718 14.655 16.684
15.822
12.000 12.397
11.030 11.003 10.591
8.678
6.000
0
1960 1970 1980 1990 2000 2010
Figura 10. População do município de Monteiro a partir da década de 1970. Fonte: IBGE
Segundo o IBGE (2010) Monteiro possui 9.760 domicílios, destes, 6.529 são urbanos
(66,9%) e 3.231 rurais (33,1%). Dados do SIAB/Ministério da Saúde apontam as
tipologias construtivas destes, sendo possível verificar uma melhoria significativa nas
condições de habitabilidade em Monteiro.
No ano de 1998, mais de 30% dos domicílios não possuíam padrões adequados de
construção, sendo constituídos de taipa não revestida, além de outras formas, como
barro, ou materiais recicláveis. Já no ano de 2014, menos de 2% dos domicílios são
constituídos de materiais fora dos padrões de habitação Figura 11. Ressalta-se ainda, a
instituição do Plano Local de Habitação e Interesse Social – PLHIS no ano de 2007, que
estabelece diretrizes para a diminuição do déficit habitacional em Monteiro.
2014 9.173 77
2013 9.112 98
2012 17.942 200
2011 8.787 118
2010 8.576 130
2009 8.484 135
2008 8.253 141
2007 8.223 143
2006 7.882 153
2005 7.866 178
2004 7.843 263
2003 6.763 287
2002 12.264 1.049
2001 11.938 1.150
2000 5.089 715
1999 4.040 638
1998 1.357 651
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Nº de domicílios
Ainda, é relatado que o município de Monteiro tem uma demanda demográfica futura
de 1.499 domicílios, acumulada de 2011 até 2023, o que dá uma média anual de 115,3
A partir destes dois indicadores obtém-se a taxa de desemprego, que no ano de 2010
fornece o total de 4,5% de desemprego, valor abaixo da média estadual de 8,57%, como
mostra o gráfico da Figura 12.
14000 14
13%
12000 13.242 12
PEA e desocupados (pessoas)
8000 8.959 8
6000 6
4,5%
4000 4
3,4%
2000 2
301 1.432 602
0 0
1991 2000 2010
População desocupada (16 anos ou mais)
População econom ativa (16 anos ou mais)
Taxa de desemprego (16 anos ou mais)
Figura 12. Taxa de desemprego, população economicamente ativa e desocupada. Fonte: Datasus/MS, 2010
de obra de Monteiro (4.981 empregados) e o setor secundário com 1.388 pessoas (11%
do total) (Figura 13).
4.981
Primário
Secundário
6.665
Terciário
1388
Figura 13. Pessoas com 10 ou mais anos empregadas por setor de atividade econômica de Monteiro. Fonte: IBGE,
2010
Segundo dado do IBGE, em 2012 Monteiro possuía 449 empresas. Estas estão
concentradas, principalmente, no setor terciário, com 409 empresas (91% do total),
seguido do setor secundário com 39 empresas (9%) e primário com uma empresa (<
1%). As classes de empresas são mostradas na Figura 14. Apesar da queda no número
total de empresas no anos a partir de 2010 e 2011, o PIB municipal tende a crescer,
atingindo cerca de R$ 217mi em 2011.
500
R$ 200
400
Nº empresas
R$ 150
300 596
507 R$ 100
449
200 399
361 332
387 R$ 50
100
0 R$ -
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Figura 14. Número de empresas no município de Monteiro por tipo de atividade. Fonte: Dados IBGE
Entretanto o PIB per capita deve ser analisado como indicador suplementar já que este
não reflete a desigualdade de renda da população e nem as condições sociais desta.
Quando observado a renda das pessoas com 15 anos ou mais, por exemplo, nota-se que
mais de 80% destas possuem renda menor/igual a 01 salário mínimo mensal, e que
menos de 2% da população ganha mais de 05 salários mínimos por mês (Figura 15).
364
1023
2584
19220
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Nº pessoas com 15 ou mais anos (%)
até 01 Salário mínimo de 01 a 02 Salários mínimos de 02 a 05 Salários mínimos Mais de 05 Salários mínimos
Estes dados mostram uma renda muito baixa dos trabalhadores no município, o que é
ocasionado, também, pelo baixo nível de instrução da população. Sessenta e quatro por
cento das pessoas com 25 anos ou mais não possuem instrução ou apenas o ensino
fundamental incompleto, e ainda, 25% da população municipal não é alfabetizada.
1.1.9 Educação
Figura 16. Imagem da Escola Municipal de Ensino Fundamental Tiradentes em Monteiro. Fonte:
http://www.paraibamix.com/2013/05/prefeitura-de-monteiro-inaugura-sede.html
Figura 17. Instituto Federal da Paraíba (IF-PB) e Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) campus Monteiro.
Fonte: www.ifpb.edu.br e www.deolhonocariri.com.br
1.1.10 Saúde
Quantidad
Ocupações de Nível Superior em 2014
e
Médico Anestesiologista 2
Assistente Social 5
Farmacêutico 3
Médico Cirurgião Geral/Cínico 21
Enfermeiro 37
Enfermeiro da estratégia de saúde da família 6
Fisioterapeuta geral 8
Fonoaudiólogo 1
Médico da estratégia de Saúde da Família 5
Nutricionista 3
Odontólogo 14
Médico em radiologia e diagnóstico por imagem 2
Outras especialidades médicas 5
Bio Médico 1
Terapeuta ocupacional 1
Desnutrição infantil
Convenções internacionais, ditadas pela ONU, estabelecem que essa proporção não
deve ultrapassar 10%. Proporções elevadas de nascidos vivos de baixo peso estão
associadas, em geral, a baixos níveis de desenvolvimento socioeconômico e de
assistência materno-infantil.
Para crianças entre 1 e 2 anos de vida observa-se um queda similar, passando de 6,1%
das crianças desnutridas em 2005 para 0,3% no ano de 2012.
15%
Crianças desnutridas entre 12 e 23 meses (%)
Crianças desnutridas < 1 ano (%)
Nascidos vivos abaixo do peso (%)
12%
Crianças desnutridas (%)
9%
6%
3%
0%
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Figura 18. Desnutrição infantil no município de Monteiro. Fonte: SIAB, 2013
Mortalidade e Internações
Estes dados deixam clara a melhoria das condições de saúde no município, como pode
também, ser constatado pela elevação da expectativa de vida ao nascer que sofreu
aumento de 57,3 anos em 1991 para 67,5 anos em 2010.
crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos. Segundo o Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento (PNUD) o saneamento deficitário de uma cidade piora os
índices de mortalidade infantil.
120 70
Mortalidade (por 1.000 nascidos vivos)
80
62
60
58
40
20 54
1991 2000 2010
Mortalidade até 1 ano de idade (por mil nascidos vivos)
Figura 19. Número de óbitos de no município de Monteiro. Fonte: Dados PNUD, 2014
Cabe ressaltar que será priorizada, no que concerne ao controle de ocupação e serviços
de saneamento básico, a área compreendida pela Bacia da Barragem São José e do Açude
do Serrote, na Sede Municipal.
No que se refere à cobertura dos serviços, Monteiro possui distribuição de água da rede,
que acontece com uma cobertura de 62% dos domicílios (5.832 domicílios). Na área
rural a principal forma de abastecimento de água é feita através de poços ou nascentes
que é utilizada por 22% dos domicílios, e também por outras formas como carro pipa ou
cisternas pluviais que correspondem a 15,6% dos domicílios (Figura 20).
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Nº de domicílios (%)
Quanto ao destino do esgoto, dados do SIAB mostram que em 55,4% dos domicílios
(5.194 domicílios) acontece a coleta de esgotos pela rede municipal. Cabe ressaltar que
esse número pode ser menor em vista de ligações feitas na rede pluvial. Da parcela
restante, 22,3% vai para fossas e 22,3% para céu aberto (Figura 21). Ainda, segundo o
IBGE, dos domicílios com fossa, mais de 91% são fossas rudimentares, sem
impermeabilização e técnicas construtivas adequadas, e somadas com a porção
destinada a céu aberto corresponde ao lançamento inadequado de mais de 4.000
residências.
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Nº de domicílios (%)
Figura 21. Situação do esgotamento sanitário no município de Monteiro. Fonte: SIAB, 2014
No que se refere aos resíduos sólidos, em cerca de 64% dos domicílios acontece a
coleta domicíliar (Figura 22). Esta, entretanto, está restrita a zona urbana. Segundo o
IBGE, na zona rural o predominío de destinação é a queima de resíduos feito em 85%
dos domicílios rurais, seguido do lançamento a céu aberto.
2014 1.373 1.961 6.046
2013 1.401 1.918 6.031
2012 2.876 3.822 11.736
2011 1.559 1.811 5.752
2010 1.604 1.702 5.640
2009 1.621 1.661 5.580
2008 1.674 1.567 5.465
2007 1.693 1.537 5.462
2006 1.624 1.425 5.323 Céu aberto
2005 1.716 1.393 5.365 Queimado/enterrado
2004 1.786 1.369 5.403
Coletado
2003 1.608 1.345 4.563
2002 4.510 2.966 7.430
2001 4.460 2.817 7.396
2000 2.138 945 3.417
1999 1.331 551 3.098
1998 1.188 544 605
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Nº de domicílios (%)
Figura 22. Destinação dos resíduos sólidos de Monteiro. Fonte: dados IBGE, 2010
Essas informações tornam-se importantes para entender a realidade local, uma vez
que a incidência de problemas de saúde pública relacionados à falta de saneamento é
mais recorrente em famílias com menor poder aquisitivo e nível de instrução. Isso por
sua vez remete para uma menor condição de investimento na infraestrutura de seus
domicílios, e dependem de subsídio do governo para a melhoria das condições.
Essa situação tem gerado intenso debate no país e criado dificuldades para reformas na
prestação e regulação dos serviços. O governo federal, com base no disposto no §1º e no
§3º do artigo 25 da Constituição Federal, tenta clarear essa definição por intermédio do
Projeto de Lei do Senado no 266/96, que define as diretrizes gerais para a prestação, a
regulação e o exercício do poder concedente dos serviços de saneamento.
A lei do Estatuto das cidades foi criada com o objetivo ordenar o pleno
desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as
seguintes diretrizes gerais, conforme seu Art. 2:
A lei orgânica da saúde (Lei 8080/90) dispõe sobre as condições para a promoção,
proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços
correspondentes. Em seu Art. 3º estabelece os fatores determinantes e condicionantes
para a saúde, a saber: a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente,
o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços
essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica
do País.
Foi estabelecido ainda o Sistema Único de Saúde como o conjunto das ações e serviços
da saúde, e tem como objetivos a participação na formulação da política e na execução
de ações de saneamento básico. Sendo que a articulação das políticas e programas, a
cargo das comissões inter-setoriais, abrangerá, em especial, as atividades de:
I - alimentação e nutrição;
IV - recursos humanos;
V - ciência e tecnologia; e
VI - saúde do trabalhador.
O que remete a relação entre a PNRH e a PNSB, uma vez que a água é o principal
compartimento afetado com ineficácia do sistema de saneamento básico.
A lei estabelece ainda, em ser Art. 12º, a criação de uma entidade reguladora, no caso
de mais de um prestador execute atividade interdependente com outra, nos serviços
públicos de saneamento básico. Essa entidade será responsável pela composição de
normas técnicas, econômicas e sociais de prestação de serviços.
Em seu Art. 19º condiciona a prestação de serviços a um plano, o qual poderá ser
elaborado para cada serviço de forma distinta. São apresentados ainda os conteúdos
mínimos de um plano de Saneamento.
Esta altera a Lei no 11.445, de 5 de janeiro de 2007, que estabelece diretrizes nacionais
para o saneamento básico, com o objetivo de incentivar a economia no consumo de
água.
A Lei estabelece uma relação entre a os serviços de saneamento básico com os recursos
hídricos. Em seu Art. 18º é disposto que a prestação de serviços públicos de saneamento
básico deverá ser realizada com base no uso sustentável dos recursos hídricos.
Ainda, o plano de saneamento básico deverá ser compatível com os planos de recursos
hídricos das bacias hidrográficas em que os Municípios estiverem inseridos. Apesar de
explicitar que os recursos hídricos não integram os serviços públicos de saneamento
básico. Deve atentar-se que:
A Lei no 12.305 estabelece a Política Nacional de Resíduos Sólidos dispondo sobre seus
princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão
integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às
responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos
aplicáveis.
Em seu Art. 33º a lei obriga ainda, a realização da logística reversa mediante retorno
dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de
limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos aos fabricantes, importadores,
distribuidores e comerciantes de:
b) pilhas e baterias;
c) pneus;
No Art. 35º é tratado que sempre que estabelecido sistema de coleta seletiva pelo plano
municipal de gestão integrada de resíduos sólidos e na aplicação do art. 33, os
consumidores são obrigados a:
2.2.2 Lei n° 6.308, de 02 de julho de 1996 – Política Estadual dos Recursos Hídricos
- PERH
No Art. 14º é disposto que o Estado promoverá programas conjuntos com outros
níveis de Governo, federal, estadual e municipal a fim de estabelecer convênios, entre os
quais, contemplem o tratamento de águas residuárias, efluentes e esgotos urbanos,
industriais e outros, antes do lançamento nos corpos de água.
I – promover:
IV – garantir:
Decreto nº 7.405 de 23 de
Institui o Programa Pró-Catador.
dezembro de 2010.
Institui a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e
Decreto nº 5.940 de 25 de
entidades da administração pública federal direta e indireta, na fonte
outubro de 2006.
geradora, e a sua destinação às cooperativas.
Dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à
Resolução CONAMA nº 420 presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o
de 28 de dezembro de 2009. gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em
Resíduos Sólidos
decorrência de atividades antrópicas.
Domiciliares RSD
(secos, úmidos, Resolução CONAMA nº 404 Estabelece critérios e diretrizes para o licenciamento ambiental de aterro
indifernciados) de 11 de novembro de 2008. sanitário de pequeno porte de resíduos sólidos urbanos.
Resolução CONAMA nº 386 Altera o art. 18 da Resolução CONAMA nº 316, de 29 de outubro de 2002
de 27 de dezembro de 2006 que versa sobre tratamento térmico de resíduos.
Dispõe sobre procedimentos e critérios para o funcionamento de sistemas
Resolução CONAMA nº 316
de tratamento térmico de resíduos. Alterada pela Resolução nº 386 de 27 de
de 29 de outubro de 2002
dezembro de 2006.
Resolução CONAMA nº 275 Estabelece código de cores para diferentes tipos de resíduos na coleta
de 25 de abril de 2001 seletiva.
Resolução CONAMA nº 431 Altera o art. 3º da Resolução nº 307, de 05 de julho de 2002, do CONAMA,
de 24 de maio de 2011. estabelecendo nova classificação para o gesso.
Construção e Resolução CONAMA nº 348 Altera a Resolução CONAMA nº 307, de 05 de julho de 2002, incluindo o
demolição - RCC de 16 de agosto de 2004 amianto na classe de resíduos perigosos.
Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos
Resolução CONAMA nº 307
da construção civil. Alterada pelas Resoluções 348, de 16 de agosto de 2004,
de 05 de julho de 2002
e nº 431, de 24 de maio de 2011.
Resolução CONAMA nº 358 Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de
Serviços de Saúde
de 29 de abril de 2005 saúde e dá outras providências.
• Resíduos Sólidos
ABNT NBR 10005/2004 Procedimento para obtenção de extrato lixiviado de resíduos sólido.
ABNT NBR 10006/2004 Procedimento para obtenção de extrato solubilizado de resíduos sólidos.
Situação do
Serviço Responsabilidade Fiscalização
serviço
Resíduos
Em operação Prefeitura Municipal Prefeitura Municipal
Sólidos
A melhoria dos serviços de saneamento deve ser alvo das estratégias de ações, assim
como a definição clara das atribuições, responsabilidades e fiscalização dos serviços de
saneamento no município para que os recursos sejam eficientemente alocados e as
demandas eficazmente sanadas.
O resíduo sólido pode ainda ser classificado conforme sua origem onde:
controlados e outras 6,4 milhões de toneladas (10%) sequer foram coletadas. Segundo o
IBGE, no Nordeste do país, onde se localiza a cidade de Monteiro, 89,3% das cidades
fazem uso destes lixões.
A CEMPRE estima que são gerados no mundo entre 2 e 3 bilhões de toneladas de lixo
por ano, onde a composição e a quantidade de lixo urbano gerado depende diretamente
do nível de desenvolvimento daquele país.
Estudos indicam que no Brasil a taxa média nacional de geração de resíduos fique em
torno de 0,6kg/hab./dia e mais 0,3kg/hab./dia de resíduos de varrição, limpeza de
logradouros e entulhos (fonte: Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos – Manual
Gerenciamento Integrado dos Resíduos Sólidos).
O Manual de Saneamento Básico da Funasa estima que, para cidades com menos de
100 mil habitantes, a geração per capta está na ordem de 0,4kg/hab./dia e a média
nacional dos resíduos da saúde seja de 2,6kg/leito/dia.
3.1.2 Disposição
Figura 23. Acondicionamento de resíduos em contentores (esquerda) e aleatoriamente nas ruas de Monteiro.
3.1.3 Coleta
O serviço de coleta dos resíduos nos municípios brasileiros costuma ser de forma
unificada quanto à sua origem (doméstica ou comercial) e, nas cidades que possuem
coleta de resíduos recicláveis, essa costuma ser realizada em dias e horários diferentes da
coleta orgânica.
3.1.4 Transporte
O veículo/meio de transporte destes resíduos é extremamente importante e eficaz para
o bom andamento do serviço. Conforme o volume e o tipo de material coletado fazem-
se uso de um tipo de transporte. Por exemplo: varrição manual (lutocar); capina
mecanizada (caçambas estacionárias); coleta de resíduo orgânico (caminhão
compactador); coleta de resíduo reciclável (caminhão caçamba).
3.1.5 Custos
Figura 24. Caminhão compactador utilizado para a coleta dos resíduos sólidos urbanos
Atendimento à população
Para realização da atividade de coleta dos resíduos sólidos na área urbana a PMM
conta com um quadro de 12 coletores e 3 motoristas, além de uma frota de 5 caminhões,
sendo 3 caminhões coletor/compactador.
Todo o resíduo coletado na área urbana é encaminhado ao lixão municipal que está
instalado em terreno próprio da PMM. Esta relata que há 04 situações anuais em que
ocorrem variação na quantidade de resíduos que são:
A coleta desses resíduos pode ser feita porta a porta, como a coleta orgânica, ou
através de Pontos de Entrega Voluntários - PEV, conhecido como ecopontos. A coleta
desses resíduos deve ser realizada por equipe própria, com caminhão não compactador e
em horários e dias diferentes da coleta orgânica.
Os pneus devem ser segregados também na fonte geradora que precisa conter uma
estrutura mínima para armazenamento deste resíduo, principalmente com relação ao
acondicionamento que deve ser feito em local coberto e protegido das intempéries,
evitando ao máximo o acúmulo de água nestes resíduos, devendo então retornar ao
fabricante para inclusão no ciclo produtivo.
O manejo das lâmpadas deve obedecer ao previsto na NBR 12.235/1992, assim como
as pilhas e baterias. Cada tipo de lâmpada necessita de um cuidado especial, conforme
No município de Monteiro não há qualquer tipo de coleta especial e todo esse tipo de
resíduo é encaminhado ao lixão municipal. A tabela abaixo apresenta a legislação
específica para cada tipo de resíduo.
Tabela 5. Legislação para resíduos perigosos
A Prefeitura indica recolher cerca de 100m³ de resíduos da construção civil por dia,
isso é disposto em 20 caçambas estacionárias de 5m³ cada, em veículo próprio (Figura
25). O material coletado é encaminhado para o lixão municipal quando não há
possibilidade de reuso, ou para um equipamento conhecido como metralha, que serve
para triturar esse material que servirá então para uso de terrenos para aterramento.
Para esse serviço são lotados 10 coletores e 05 motoristas que trabalham com 05
retroescavadeiras, todos os dias da semana, conforme demanda.
A coleta precisa ser feita por empresa especializada e licenciada para tal atividade, que
irá coletar de forma rápida e segura os resíduos na fonte de geração, encaminhando-os
para local adequado. Os resíduos passarão por tratamento prévio para que depois seja
depositado em local apropriado, conforme cada tipo de resíduo.
Os resíduos coletados oriundos desta atividade não são segregados e têm, na maioria
das cidades brasileiras, o mesmo destino dos resíduos orgânicos domésticos. A gestão da
limpeza pública deve se basear, quando possível em:
Número de Regime de
Atividade Cargo
Funcionários contratação
Varredor 35 Efetivo
Varrição
Cabo de turma 01 Efetivo
Ajudantes 06 Efetivo
O serviço de varrição, capina e roçada das ruas é importante para retirada do acúmulo
de vegetação nos meios fios, controle do crescimento das espécies arbóreas existentes no
município, melhora paisagística, retirada da areia de meio fios, além da coleta de
material considerado como “lixo humano”, caracterizado por papel, plásticos, orgânicos,
metais, vidros e rejeitos.
O serviço de poda de árvores e roçada (Figura 26) é realizado também de forma diária
por uma equipe de 06 funcionários, 01 operador de roçadeira, 01 cabo de turma, assim
como, com auxilio dos caminhões caçamba.
Figura 26. Funcionários contratados pela prefeitura municipal realizando a poda das árvores em Monteiro/PB.
O serviço de poda de árvore se dá quando as copas estão muito altas, podendo entrar
em contato com a rede de fiação elétrica, o que pode causar transtornos e perigo na
rede. Esse serviço deve ser feito em contato com a operadora da rede elétrica para
aumentar a eficiência e segurança dessa atividade.
Os resíduos retirados destas bocas de lobo também se configuram como não perigosos
e não inertes e inertes (Classe II-A e Classe II-B), conforme NBR 10004:2002. Entre seus
constituintes é possível destacar restos orgânicos, areias, restos de embalagens plásticas,
latas de alumínio, papel, restos de animas, vidros, garras plásticas entre outros.
Segundo Silveira (2013), um evento com duração aproximada de 08 horas para 3.500
pessoas gera aproximadamente 750 kg de resíduos sólidos, isto, quando considerados
apenas latas, garrafas plásticas, garras de vidro, embalagens plásticas de bebidas, sacos de
gelo e material promocional.
Figura 27. Método geralmente adotado de acondicionamento dos resíduos oriundos da poda e desbastes
resguardados nas vias de tráfego e calçamento no município de Monteiro/PB.
As bocas de lobo quando limpas geram resíduos que também são armazenados em
sacolões, os quais posteriormente são direcionados aos caminhões caçambas para
transporte.
Durante as datas comemorativas, o trabalho de limpeza urbana se intensifica,
geralmente tais resíduos se encontram acondicionados em contentores espalhados pelos
eventos, além disto, após o evento a varrição se torna ocorrente acumulando resíduos
que são acondicionados em sacos em proximidade ao local de geração e ficam em
aguardo pelo caminhão de transporte.
A coleta e transporte dos resíduos sólidos oriundos da limpeza urbana nas suas
diferentes abrangências de serviços se encontram sendo transportados por caminhões
caçamba os quais são munidos de motorista e ajudante.
Em alguns casos também são utilizados os caminhões compactadores para a coleta dos
resíduos de limpeza urbana, contudo os mesmos são prioritariamente destinados à
realização da coleta dos resíduos domiciliares e apenas são utilizados quando a demanda
se apresenta excessiva.
Prefeitura Prefeitura
Municipal e Empresa Municipal e
Sociedade Prefeitura Municipal Prefeitura Municipal
Empresa Terceirizada Empresa
Terceirizada Terceirizada
Transporte
Situação Observada
Terceirizada
Resguardado em realizado até o
Os principais realiza a coleta
montes nas lixão pela Único destino
geradores se de forma Caminhão
sarjetas/vias, empresa existente se trata do
caracterizam pelos periódica em caçamba
contentores e sacos terceirizada lixão Municipal
munícipes auxilio a
plásticos e sacolões em contrato
prefeitura
com a PMM
Ainda, muitos moradores se utilizam da queima ou enterro dos resíduos, sendo esta
efetuada em 21% dos domicílios e disposição a céu aberto em 15%.
2014
2013
2012
2011
2010
2009
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
1999
1998
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Nº de domicílios (%)
Figura 28. Número de domicílios por destino dos resíduos sólidos. Fonte: DATASUS/SIAB, 2014
Dados do IBGE (2010) mostram ainda que na zona urbana a coleta apresenta uma
cobertura próxima a 100%. Na zona rural, entretanto, quase 85% dos domicílios
queimam seus resíduos e outros 15% lançam a céu aberto.
490
Rural 2.715
15
10
Urbano 16
6.503
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Domicílios (%)
Coletado Queimado (na propriedade) Enterrado (na propriedade) Céu aberto
A Tabela 9 mostra a destinação final dos resíduos produzidos no município, sendo que
a grande maioria destes são encaminhados para o lixão do município. Resíduos da saúde
(RSS) são coletados por carro específicos, acondicionados no hospital municipal para a
coleta e tratamento feito por empresa terceirizada.
Tabela 9. Destinação final dos resíduos gerados na zona urbana do município de Monteiro
Varrição Lixão
Matadouro Lixão
A seguir são apresentados as fotos dos locais de destinação final dos resíduos de coleta
diferenciada (Figura 30), resíduos de poda e roçada (Figura 31) e Resíduos da
Construção Civil (Figura 32).
Outro fator que foi constatado é a ausência de contentores adequados ao longo das
vias urbanas, sem um espaçamento adequado, o que dificulta a criação de habito por
parte da população em armazenar seus resíduos em lixeiras. Seria adequados, além da
implantação de lixeiras, a criação e pontos de entrega voluntário, a fim de estabelecer a
coleta diferenciada de resíduos, como por exemplo: resíduos de logística reversa,
recicláveis, orgânicos.
Foi relatada a coleta diferenciada de parte dos resíduos sólidos e a triagem de materiais
recicláveis. Esta, entretanto, ocorre devido a presença de catadores, que coletam parte
dos resíduos e efetuam a triagem no lixão municipal.
Tabela 10. Responsabilidades de coleta e serviços de limpeza urbana. Fonte: PMM
67
Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos
Prefeitura de Monteiro | Estado da Paraíba
Quantidade de trabalhadores
Serviços
Prefeitura Terceirizado Cooperativa Total
Gerenciais e administrativos 5 5
Coletores 12
Coleta 15
Motoristas 3
Varredores 35
Varrição 36
Cabos de turma 1
Ajudantes 6
Serviços congêneres
Operador de roçadeira 1 8
(capina, poda, etc)
Cabos de turma 1
Unidade de Ajudantes 1 15
tratamento/ Operador de máquina 16
destinação Balanceiros
Outros serviços de limpeza 5 5
Trabalhadores temporários 41 41
Total 108 3 15 126
68
Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos
Prefeitura de Monteiro | Estado da Paraíba
Na área do lixão existem antigos galpões de triagem que foram abandonados há anos.
Atualmente estes são utilizados para a armazenagem de resíduos triados pelos catadores
que atuam no lixão, além de utilizaram para como local de refeitório (Figura 35).
69
Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos
Prefeitura de Monteiro | Estado da Paraíba
A Política Nacional dos Resíduos Sólidos, Lei 12.305/12, obriga a eliminação dos lixões
até 2014, assim como a implantação da coleta seletiva e a logística reversa. Com a
eliminação dos lixões, os municípios deverão implantar o aterro sanitário, seja na forma
de administração municipal, concessão do serviço ou até mesmo na forma de consórcio
intermunicipal.
Para municípios de pequeno porte, com baixa geração de resíduos sólidos, foi
instituído um tipo de aterro sanitário simplificado, através de valas sépticas. Essa
alternativa é a mais viável nesse momento para o município de Monteiro, ficando a
instalação de um aterro sanitário como sugestão de implantação a médio e longo prazo.
70
Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos
Prefeitura de Monteiro | Estado da Paraíba
Para tal foi utilizado uma taxa de geração de resíduos domiciliares da Paraíba de 0,87
kg/dia/habitante (ABRELPE, 2013). Utilizando a população municipal, foi possível
estimar a quantidade gerada, sendo atualmente de 28,12 toneladas/dia, conforme Tabela
13.
Tabela 13. Projeção de população e geração de resíduos em Monteiro.
71
Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos
Prefeitura de Monteiro | Estado da Paraíba
2016 9.887 4.511 14.397 6.921 3.158 10.078 2.966 1.353 4.319
2017 10.077 4.496 14.572 7.054 3.147 10.201 3.023 1.349 4.372
2018 10.270 4.481 14.750 7.189 3.136 10.325 3.081 1.344 4.425
Curto prazo
2019 10.467 4.466 14.932 7.327 3.126 10.453 3.140 1.340 4.480
2020 10.667 4.451 15.118 7.467 3.116 10.583 3.200 1.335 4.535
2021 10.871 4.437 15.307 7.610 3.106 10.715 3.261 1.331 4.592
Médio 2022 11.078 4.422 15.501 7.755 3.096 10.850 3.323 1.327 4.650
Prazo 2023 11.289 4.408 15.698 7.903 3.086 10.988 3.387 1.322 4.709
2024 11.504 4.394 15.899 8.053 3.076 11.129 3.451 1.318 4.770
2025 11.723 4.381 16.103 8.206 3.067 11.272 3.517 1.314 4.831
2026 11.945 4.367 16.312 8.362 3.057 11.419 3.584 1.310 4.894
2027 12.171 4.354 16.525 8.520 3.048 11.568 3.651 1.306 4.958
2028 12.402 4.341 16.743 8.681 3.039 11.720 3.721 1.302 5.023
Longo 2029 12.636 4.328 16.964 8.845 3.030 11.875 3.791 1.298 5.089
prazo 2030 12.875 4.315 17.190 9.012 3.021 12.033 3.862 1.295 5.157
2031 13.118 4.303 17.420 9.182 3.012 12.194 3.935 1.291 5.226
2032 13.365 4.290 17.655 9.355 3.003 12.358 4.009 1.287 5.296
2033 13.616 4.278 17.894 9.531 2.995 12.526 4.085 1.283 5.368
2034 13.872 4.266 18.138 9.710 2.986 12.697 4.162 1.280 5.441
A Prefeitura Municipal de Monteiro informa que realiza a coleta diária de RSS por
meio de caminhão com caçamba de 02 m², as quais são destinadas de forma direta ao
lixão municipal e queimados a céu aberto, contudo não há pesagem oficial desse
material. Para fins de estudos de projeção, decidiu-se por utilizar o pior cenário de
geração, então, segundo dados do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil,
apresentado pela Abrelpe em 2013, onde indica que no estado da Paraíba há a geração
de 0,632 kg.hab/ano de Resíduos de serviços da saúde. Os dados da Tabela 6 são
referentes à geração desse tipo de resíduo ao longo das metas previstas.
Tabela 14. Projeção de geração de resíduos de saúde
72
Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos
Prefeitura de Monteiro | Estado da Paraíba
O município informa que não tem controle sobre os resíduos da saúde, visto que o
material privado é de responsabilidade do gerador. Desta forma, a presente projeção se
caracteriza pela média das gerações provenientes dos equipamentos de saúde públicos
do município. Entretanto é notável destacar a necessidade do acompanhamento do
destino final dos resíduos de saúde, assim como precaver soluções em caso de origem
privada dos mesmos. Neste sentido, fica responsável pelo monitoramento desta
atividade a vigilância sanitária municipal, a fim de controlar o correto armazenamento,
tratamento e disposição final destes.
73
Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos
Prefeitura de Monteiro | Estado da Paraíba
Incidência de
Taxa de Geração População
Região Município Verticalização Fonte
(ton. hab./ ano) (hab.)
Urbana
João Pessoa - PB 0,495 Baixa 723.515 Fonseca et al. (2007)
Nordeste
Fonte: Adaptado Fonseca et al. (2007); Ruberg (1999) apud Violin (2009); Limpurb (1999); Pinto (1999);
74
Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos
Prefeitura de Monteiro | Estado da Paraíba
Parte desta quantidade pode ser reutilizada para aterramento de terreno sem fins
nobres (Resíduos classe A), e não deve ser encaminhado ao aterro sanitário devido ao
alto volume que ocupa, além de que não é material biodegradável.
Sendo assim, cada Classe apresenta um tipo de destinação final correta, que deverá ser
estudado conforme legislações específicas. Poderá ainda ser verificada a viabilidade
econômica para a instalação de usina de beneficiamento destes resíduos, que poderão
contribuir para a destinação correta, além da reinserção econômica destes resíduos.
75
Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos
Prefeitura de Monteiro | Estado da Paraíba
Para que esta coleta ocorra no município de Monteiro algumas adaptações nos
veículos de coleta da prefeitura deverão ser realizadas. A ideia proposta consiste na
adoção de um contentor reboque, o qual deverá apresentar compartimentos para a
coleta de recicláveis e rejeitos, e no caso da caçamba ou caminhão compactador, os
resíduos orgânicos deverão ser destinados ao compartimento de maior volume.
Tais medidas estão baseadas nos dados de composição gravimétrica do município de
Pedras de Fogo (NÓBREGA et al., 2007), utilizado como referência para o presente
estudo, apresentando um valor de cerca de 70% de resíduos orgânicos dentro do total de
resíduos gerados na zona urbana do município.
76
Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos
Prefeitura de Monteiro | Estado da Paraíba
Figura 36. Exemplo de carros integrados de coleta de resíduos domiciliares, com caminhão de coleta de rejeitos/
orgânicos e reboque de coleta seletiva. Fonte: percolado.blogspot.com.br
77
Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos
Prefeitura de Monteiro | Estado da Paraíba
78
Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos
Prefeitura de Monteiro | Estado da Paraíba
É notável destacar que para os locais que vierem a receber os resíduos de logística
reversa uma adequada estrutura deverá ser mantida que previna o acesso dos eventuais
jovens a respectivas áreas, uma vez que muito dos resíduos desta magnitude são
caracterizados como perigosos e podem ser altamente prejudiciais a saúde.
Já os locais que deverão servir como ponto de entrega de resíduos recicláveis devem
ser estabelecidos em áreas de fácil acesso e sinalizados/diferenciados em orgânicos,
recicláveis e rejeitos.
Figura 37. Logística de coleta e destinação dos resíduos sólidos domiciliares da zona rural.
79
Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos
Prefeitura de Monteiro | Estado da Paraíba
A atual coleta de RCC se dá por meio de serviços realizados pela prefeitura municipal
através de caminhões e são posteriormente destinados ao lixão municipal, ou triturados
para posterior uso em aterramentos (Figura 39).
Figura 39. Logística de coleta e destinação dos resíduos sólidos da construção civil.
80
Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos
Prefeitura de Monteiro | Estado da Paraíba
Neste local os resíduos são incinerados a céu aberto buscando diminuir o seu volume
conforme dados explanados pela PMM. Entretanto o adequado manejo dos resíduos de
poda deverá contemplar como seu destino fundamental a compostagem,
proporcionando assim os ganhos financeiros e evitando danos ao meio ambiente.
Figura 40. Terreno em que o município realiza o destino de seus resíduos de poda por meio de resguardo e
queima a céu aberto.
Figura 41. Logística de coleta e destinação de resíduos sólidos de varrição, poda e roçada.
abrangendo também uma solução ideal de destinação desta tipologia de resíduo, e que
deve ser incentivada.
Figura 42. Logística de coleta e destinação dos resíduos sólidos da feira municipal.
A PNRS em seu Art. 33º a obriga ainda, a realização da logística reversa mediante
retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço
público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos aos fabricantes,
importadores, distribuidores e comerciantes de:
b) pilhas e baterias;
c) pneus;
Para que a logística reversa seja operacionalizada é necessário que se crie pontos de
entrega onde o munícipe possa descartar essa tipologia de resíduo. Para tal, pode ser
implantado um PEV (ecoponto) na zona central da cidade de Monteiro conforme a
Figura 43.
É notável destacar que a Figura 43 denota o local proposto e não a estrutura que
deverá ainda ser elaborada para a coleta dos resíduos de logística reversa no município,
devendo estes coletores de resíduos da construção civil ser alocados de forma conjunta
ou em um novo ponto a ser definido.
82
Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos
Prefeitura de Monteiro | Estado da Paraíba
Figura 43. Local em frente à praça central proposto pela Prefeitura Municipal de Monteiro/PB para alocação do
PEV (ecoponto).
83
Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos
Prefeitura de Monteiro | Estado da Paraíba
A logística de coleta será a mesma dos RCC, o morador ao solicitar à prefeitura, terá
seu resíduo volumoso coletado por um caminhão e destinado para a UGIRS, para
acondicionamento um espaço para triagem, e aproveitamento de frações passíveis de
reciclagem e comercialização (Figura 45).
Para que essa tratativa seja cumprida é necessário que haja fiscalização. Para tal a
prefeitura deverá formar um comitê que estabeleça rotinas de fiscalização nas indústrias
de Monteiro, periodicamente reunindo-se e realizando vistorias. A comprovação da
destinação final será por meio das notas fiscais de transporte e destinação dos resíduos.
A SUDEMA deverá ser imediatamente acionada na presença de irregularidades na
indústria para que tome medidas cabíveis (Figura 46).
84
Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos
Prefeitura de Monteiro | Estado da Paraíba
A frequência desses serviços pode ser visualizada na tabela abaixo, onde a coleta de
resíduos domiciliares acontecerá três vezes por semana, conforme logística já instalada
no município.
Tabela 18. Frequência de atendimento da coleta de resíduos no município
85
Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos
Prefeitura de Monteiro | Estado da Paraíba
Dessa forma, serão realizadas campanhas de sensibilização sobre a correta gestão dos
resíduos no município. Esta sensibilização será realizada através de educação informal e
formal.
86
Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos
Prefeitura de Monteiro | Estado da Paraíba
87
Prefeitura Municipal de Monteiro Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos
Estado da Paraíba PGIRS
Mês
Atividade
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Definição de atores X X
Identidade visual, material educativo e panfletagem X X X
Instalação de estruturas de publicidade (cartazes, lixeiras, adesivos, etc) X X
Capacitação de catadores de resíduos X X X X X X
Formalização de cooperativa X
Mobilização social na mídia X X X X X X X X X X X X X X X X
Capacitação de gestores X X
Palestras de educação ambiental X X X X X X X X
Educação ambiental com alunos X X X X X X X X X X X X X X X
Mês
Atividade
19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
Definição de atores
Identidade visual, material educativo e panfletagem
Instalação de estruturas de publicidade (cartazes, lixeiras, adesivos, etc)
Capacitação de catadores de resíduos
Formalização de cooperativa
Mobilização social na mídia X X X X X X X X
Capacitação de gestores
Palestras de educação ambiental X X X X X X X X X
Educação ambiental com alunos X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Desta forma, a ideia fundamental é que o material reciclável e orgânico recolhido nas
residências municipais será encaminhado a uma Unidade de Gerenciamento Integrado
de Resíduos Sólidos Urbanos (UGIRSU), onde passará por processo de pré-seleção e
classificação deste material, o qual posteriormente será preparado e/ou triado e/ou
beneficiado para armazenamento e venda, gerando emprego e renda no município (ver
5.4). Após o respectivo processamento, apenas o que for considerado rejeito será
disposto no respectivo aterro adequado.
89
Prefeitura Municipal de Monteiro Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos
Estado da Paraíba PGIRS
90
Prefeitura Municipal de Monteiro Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos
Estado da Paraíba PGIRS
Nestas áreas são diagnosticados diversos potenciais impactos negativos, tais como a
poluição via contaminação do lençol freático, dos recursos hídricos superficiais, do solo,
emissões atmosféricas intensificadas, odores desagradáveis, desenvolvimento de vetores
de doença por meio de animais e insetos e alteração da paisagem natural da área (Figura
49).
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Figura 49. Potenciais impactos ocasionados pelo acumulo de resíduos em disposição em áreas caracterizadas
como lixões. Fonte: Feam, 2010.
Figura 50. Registro do percolado dos resíduos sólidos (solo contaminado escuro) observado no Lixão de
Monteiro/PB.
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Figura 51. Registro de impactos como alteração da paisagem natural da área, susceptibilidade a geração de
vetores de doenças.
A recuperação das áreas degradadas por resíduos sólidos no município deverá ser
realizada em duas amplitudes, sendo a primeira, em forma de reabilitação da área que
contempla o lixão municipal de Monteiro /PB e a limpeza dos pontos de acumulo de
resíduos que se encontram espalhados por todo o município, mitigando também
eventuais impactos que tenham sido ocasionados pelo respectivo
acondicionamento/disposição irregulares.
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Figura 52. Inicio das intervenções para recuperação da área degradada no lixão municipal de Monteiro/PB.
Para se garantir que a respectiva área degradada pelo lixão se encontre adequadamente
reabilitada, se torna pertinente à adoção de conteúdo mínimo para a execução do
projeto de recuperação, visando assim resguardar e preparar as futuras empresas frente
às exigências mínimas ambientais esperadas, realizando que a antiga área de lixão, seja
encerrada de maneira adequada, mitigando os impactos acima listados no item 5.3.1.
Neste sentido, a continuidade do projeto do Projeto de Recuperação de Área
Degradada (PRAD) deverá conter ao menos os seguintes itens:
A. Informações Preliminares
B. Caracterização Ambiental
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C. Dimensionamento de Impactos
D. Planejamento
Preparação da Área
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A atenção deverá ser central para a questão da inclusão social dos catadores de
materiais recicláveis. As ações programadas deverão estar em harmonia com as ações
para a redução da degradação da qualidade ambiental e da saúde humana,
compatibilizando-se com os objetivos da Política Nacional sobre Mudanças do Clima
(MMA; ICLEI, 2012).
Figura 53. Modelo de central de triagem proposto pelo MMA. Fonte: MMA, 2014
Figura 54. Layout da unidade de triagem proposto pelo MMA. Fonte: MMA, 2014
Edificações acessórias
Funções Dimensionamento
Coletores de rua Coletores, com carrinhos manuais conseguem recolher 160 kg/dia
Triadores internos Conseguem triar 200 kg/dia
Deslocadores de tambores 1 a cada 5 triadores
Para a organização das funções durante a triagem da central pode ser utilizado os
valores de referência do Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2014), o qual descreve
que para a cada 05 triadores são necessários 01 deslocador de tambores, 01 retriador
conforme cada tipologia de resíduo.
Com base nesses parâmetros é possível avaliar que a geração diária de resíduos do
município de Monteiro alcança 25 ton./dia, e segundo o estudo gravimétrico referência
(NÓBREGA, 2007), cerca de 10% destes são recicláveis, portanto, em estimativa são
necessários um mínimo de 13 triadores, 03 deslocadores de tambor e 06 retriadores,
além de 02 pessoas para a operação da prensa, totalizando uma demanda de 24 pessoas
excluindo-se os gestores administrativos.
BALANÇO DE MASSA
Pop. Urbana ano 2030 31.000 habitantes
Contribuição per capita 1 Kg/hab./dia
Quant. de resíduo diária 31.000 Kg/dia
Densidade da MO 800 Kg/m³ Reciclável 0,35
Densidade do Resíduo 350 Kg/m³ Orgânico 0,5
Densidade outros materiais 500 Kg/m³ Rejeitos 0,15
Rejeito de reciclagem 0,08 Materiais Recicláveis
Rejeito na compostagem 0,1 Matéria Orgânica
Perdas na compostagem 0,4 Matéria Orgânica
Para o dimensionamento das leiras foi utilizado as seguintes especificações (tabela 23).
Tabela 23. Dimensionamento de leiras
Vol. MO.
Leiras MO diária MO diária nº dias
diária
Volume (dia de
D (m) h (m) Área (m²) (kg) (m³/dia)
(m³) comp.)
3 1,5 7,07 3,53 13.500,00 16,88 90
nº de Esp. Área
Vol. total Área c/Esp. Área Pátio
Leiras Leiras Leira
(m³) em 90
(un.) (m) (m²) (m²) (m²)
dias
1.518,75 430 0,5 9,62 12,25 5.264,05
Figura 56. Esquematização do funcionamento da unidade de gerenciamento de resíduos sólidos a ser instalada no município de Monteiro/PB
A recepção dos resíduos deverá ser realizada com auxílio de uma equipe definida dos
cooperados/associados, buscando a organização e diferenciação das sacolas das três
tipologias de coleta de resíduos realizadas no município, o orgânico, reciclado e rejeito.
Desta forma, nesta etapa de recebimento, as sacolas preenchidas com lixos de banheiro,
guardanapos, e outros rejeitos não deverão ser descarregados, mas mantidos no
caminhão de coleta para disposição posterior no aterro municipal. Os demais resíduos
orgânicos, e secos (recicláveis), deverão ser retirados do caminhão e encaminhados à
área de armazenamento inicial.
Nesta etapa o enfoque se enquadra na “triagem” inicial dos resíduos, separando assim
as sacolas com conteúdo orgânico das que apresentarem conteúdo reciclável. Neste
sentido, estas sacolas devem ser organizadas de forma alocada na área definida,
No que se refere à organização das bancadas de triagem, o modelo ideal a ser aplicado
se encontra constado na Figura 57, o qual demonstra que cada triador deverá apresentar
um espaço para trabalho de 1,5m de distância.
Figura 57. Exemplo de esquematização de layout durante a etapa de triagem e armazenamento secundário.
Nesta etapa de triagem também são gerados rejeitos, os quais devem ser
desclassificados, resguardados, e encaminhados para o futuro aterro regularizado do
município. Lembrando que a quantidade de rejeito triado será inversamente
proporcional a qualidade do reciclável e o nível de conscientização dos munícipes.
5.4.2.6 Prensagem
Na sequência da prensagem os fardos devem ser resguardados até sua venda de forma
organizada e de um modo que promova o máximo aproveitamento de espaço dentro da
unidade. A movimentação destes fardos poderá ser feita por carros empilhadeiras.
5.4.2.8 Compostagem
Em caso de temperaturas muito altas (acima de 65ºC) medidas ao centro das leiras, as
mesmas deverão ser resfriadas por meio da reconformação das leiras até que a
temperatura se encontre dentro do ideal, e mais próxima dos 55ºC. Nesta etapa ainda
deve-se garantir o fornecimento de oxigênio, por meio de reviramento das pilhas com
frequência de 3 dias no primeiro mês e de 6 dias até o termino da fase de degradação
ativa.
A temperatura começa a reduzir após três meses, sendo iniciada a fase de maturação,
quando a massa da compostagem permanecerá em repouso e quase pronta para
comercialização (aproximadamente 30 dias).
Figura 58. Esquema das fases do processo de compostagem e a temperatura ideal necessária. Fonte: FEAM, 2005
Além das condições bem controladas, a compostagem exige que o composto seja
originário apenas de resíduos orgânicos compatíveis com o processo. Para preparar o
composto são necessários dois tipos de materiais: os que se decompõem facilmente,
como restos de comida e esterco, além dos materiais que se decompõem de forma mais
lenta, como palhas e folhas. Os microrganismos necessitam de uma mistura de matéria
rica em carbono, ou seja, rica em energia (resíduos palhosos e vegetais secos) e um
pouco de material rico em nitrogênio (restos de comida, lodos, estercos, etc.). A Tabela
24 mostra exemplos de resíduos compostáveis e não-compostáveis:
A viabilização desses aterros passa pela geração diária de resíduos sólidos, os quais
devem receber uma disposição diária de até 20t (vinte toneladas) de resíduos sólidos
urbanos. Monteiro atualmente possui uma geração de aproximadamente 25 toneladas
diárias, se enquadrando na resolução CONAMA 404 para aterros de pequeno porte
desde que um mínimo de 5 toneladas sejam reduzidas através do processo de coleta
seletiva.
Tabela 25. Metas propostas para a destinação final de resíduos sólidos urbanos
• vias de acesso ao local com boas condições de tráfego ao longo de todo o ano,
mesmo no período de chuvas intensas;
• uso de áreas com características hidrogeológicas, geográficas e geotécnicas
adequadas ao uso pretendido, comprovadas por meio de estudos específicos;
• uso de áreas que atendam a legislação municipal de Uso e Ocupação do Solo,
• impossibilidade de utilização de áreas consideradas de risco, como as
suscetíveis a erosões, salvo após a realização de intervenções técnicas capazes
de garantir a estabilidade do terreno.
• impossibilidade de uso de áreas ambientalmente sensíveis e de vulnerabilidade
ambiental, como as sujeitas a inundações.
Implantação da
Estruturação da Conscientização da sociedade Controle das
cobrança pela coleta dos
Resíduos Da infraestrutura de coleta e frente a questão que os resíduos atividades e registros
respectivos resíduos
sua respectiva logística da construção civil são de quantitativos e
Construção tanto nas áreas rurais responsabilidade dos geradores e
visando apenas o valor
qualitativos dos
Civil dos custos operacionais
quanto urbanas; que a prefeitura deverá cobrar resíduos coletados e
para a destinação dos
pela retirada dos mesmos; destinados
mesmos;
Adequação de área
adequada para recebimento
dos resíduos da construção
civil;
Tabela 27. Investimentos para aplicação do Programa de Coleta Seletiva e Destinação dos Resíduos.
Neste sentido, o único item que se avalia como investimento esta associado a compra
de um veiculo de transporte de tais materiais com orçamento previsto até R$: 35.000.
O aterro em valas sépticas poderá ser realizado também em forma adjunta a UGIRSU,
seguindo assim as instruções técnicas constadas no apoio técnico metodológico do
Ministério Público ou em local diferenciado ao da unidade. Os respectivos
investimentos para aplicação das ações previstas pode ser observado na Tabela 29.
Tabela 29. Investimentos para aplicação do Programa de Encerramento do Lixão Municipal, Concepção de Aterro e Recuperação de Áreas Degradadas.
Tabela 31. Investimentos para aplicação Programa de Estruturação de uma Unidade de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos.
Peneira para
Balança 1,0 2.250,00 2,0 3.500,00
composteira
Porta de madeira compensada lisa para pintura, 0,70x2,10m, inclusa aduela 2a,
5.3 1,00 un. 310,61
alizar 2a e dobradiça
Porta de correr em alumínio, com duas folhas para vidro, incluso guarnição e
5.4 2,10 un. 1.102,06
vidro liso incolor
Vidro temperado, incolor, espessura 6mm, fornecimento e instalação, inclusive
5.5 4,56 m² 635,80
massa para vedação (box)
Divisória em madeira compensada resinada, espessura 6mm, estruturada em
5.6 28,96 m² 5.392,35
madeira de lei 3"x3"
5.7 Janela alumínio de correr, 2 folhas para vidro, sem bandeira, linha 25 8,28 m² 3.849,70
Cobogo cerâmico (elemento vazado), 9x20x20cm, assentado com argamassa
5.8 0,20 m² 14,79
traço 1:4 de cimento e areia
6.0 INST. HIDRO-SANITÁRIA E ACESSÓRIOS 7.813,44
Ponto de água fria PVC 1/2" - media 5,00m de tubo de PVC roscavel água fria
6.1 1/2" e 2 joelhos de PVC roscável 90graus água fria 1/2" -fornecimento e 26,00 un. 1.661,66
instalação
Ponto de esgoto PVC 100mm - media 1,10m de tubo PVC esgoto predial dn
6.2 100mm e 1 joelho PVC 90graus esgoto predial dn 100mm fornecimento e 26,00 un. 1.790,10
instalação
Bancada (tampo) de mármore sintético 120x60cm com cuba, válvula em plástico
6.3 branco 1", sifão plástico tipo copo 1" e torneira cromada longa 1/2" ou 3/4" para 4,00 un. 567,96
pia padrão popular - fornecimento e instalação
6.4 Vaso sanitário com caixa de descarga acoplada - louça branca 8,00 un. 2.424,24
6.5 Ralo sifonado de PVC 100x100mm simples - fornecimento e instalação 7,00 un. 123,48
Mictório de louca branca c/sifão integrado e med 33x28x53cm ferragens em
6.6 metal cromado registro de pressão 1416 de 1/2" e tubo de ligação de 1/2" - 1,00 un. 319,85
fornecimento
6.7 Conjunto de barras de ferro para PPD 2,40 m 128,35
6.8 Chuveiro plástico branco simples - fornecimento e instalação 6,00 un. 70,86
6.9 Caixa de inspeção em alvenaria (0,60 x 0,60 x 0,60 )m 3,00 un. 445,98
6.10 Lavatório em louça branca com coluna padrão médio, fornecimento e instalação 2,00 un. 280,96
7.0 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS 9.364,25
7.1 Ponto de luz (caixa, eletroduto, fios e interruptor) 31,00 un. 4.365,73
7.2 Ponto de tomada (caixa, eletroduto, fios e tomada) 15,00 un. 1.796,70
7.3 Ponto de tomada para ar condicionado (caixa, eletroduto, fios e tomada) 6,00 un. 1.190,64
Luminária tipo calha, de sobrepor, com reator de partida rápida e lâmpada
7.4 5,00 un. 300,80
fluorescente 1x20w, completa, fornecimento e instalação
Luminária tipo calha, de sobrepor, com reator de partida rápida e lâmpada
7.5 13,00 un. 1.186,90
fluorescente 2x20w, completa, fornecimento e instalação
Quadro de distribuição de energia em chapa metálica, de embutir, sem porta,
para 6 disjuntores termomagnéticos monopolares, sem dispositivo para chave
7.6 3,00 un. 421,80
geral, sem barramentos fases e com barramento neutro, fornecimento e
instalação
Disjuntor termomagnético monopolar padrão nema (americano) 10 a 30A 240v,
7.7 8,00 un. 101,68
fornecimento e instalação
8.0 PINTURA/ EMASSAMENTO 7.929,23
8.1 Emassamento com massa acrílica para ambientes internos/externos, uma demão 445,83 m² 2.942,48
8.2 Pintura látex acrílica ambientes internos/externos, duas demãos 445,83 m² 4.048,14
8.3 Pintura verniz em madeira duas demãos 48,83 m² 624,05
8.4 Vidro liso comum transparente, espessura 3mm 5,30 m² 314,56
9.0 ÁREA EXTERNA DA UGIRSU 248.909,82
Portão em chapa de ferro e tela, inclusive pintura e pilares de apoio (para
9.1 3,00 un. 8.420,52
veículos)
9.2 Pavimentação em pedrisco, espessura 5cm 2.010,46 m² 15.782,11
• Ecoponto (PEV);
• Ações de educação ambiental e campanhas de sensibilização;
• Logística de Coleta de resíduos
• Operação da Unidade de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
• Operação do Aterro de Resíduos Sólidos por Valas
Estima-se que a Prefeitura tenha um custo mensal de R$ 197.940 para manutenção dos
seus gastos com o gerenciamento de seus resíduos. Entretanto, é possível destacar que
parte deste custo operacional pode vir a ser mitigado pelas receitas provenientes da
respectiva UGIRSU, assim como diminuição na intensificação das campanhas de
conscientização ao decorrer dos anos. A estimativa das despesas se encontra constada na
Tabela 34.
Implantação do ecoponto X X
Instalação de Aterro em Valas (preparação do terreno, movimentação de
X
terra)
Início da operação do aterro em valas X
Instalação de Unidade de Triagem e compostagem X X
Aquisição de equipamentos X X X X
Recuperação de lixões X X
Estudos de viabilidade e instalação de usina de RCC X X
Revisão do PGIRS X
Prospecção de consórcio para instalação de Aterro Sanitário X
8 CONCLUSÕES
Com base nas informações levantadas verificou-se uma urgência em ações de
gerenciamento de resíduos no município de Monteiro, sendo evidenciadas práticas
inadequadas que infligem degradação da qualidade ambiental e elevam o risco de saúde
pública, com destaque para a presença de sítio de lançamento a céu aberto de resíduos
sólidos (lixões).
Cabe ressaltar que o presente Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos fornece
diretrizes de gestão que implicam em responsabilidades dos geradores,
acondicionamento, transporte, destinação e disposição final dos resíduos, o que implica
em responsabilidades compartilhadas e o comprometimento de todos munícipes.
9 BIBLIOGRAFIA
ATHAYDE JÚNIOR, G.B; FERRARI JÚNIOR, M.J; DINIZ, M.D; BORLINI, F. R.;
PAULA, E. A.; COSTA, A.S.V.; SONCIM, S.P.; ALMEIDA, M.O. Reciclagem de
entulhos em Governador Valadares: uma alternativa viável. In: Congresso 61
Brasileiro de Ciência e Tecnologia em Resíduos e Desenvolvimento Sustentável. 2004,
Florianópolis. Anais, Florianópolis, 2004.
FONSECA, E. ; LIRA, C.S.; MENEZES, G.M.; MONTE, L.D.B.; LIMA, R.J.D. Plano
Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil e Demolição do
Município de João Pessoa-PB. Prefeitura Municipal de João Pessoa. 2007.
ANEXOS
BANNERS EXPOSTOS