Você está na página 1de 6

AO JUÍZO DA VARA DO TRABALHO DE LINHARES - ES

Heitor Agulhas, brasileiro, casado, vendedor, inscrito no CPF nº


071.468.739-19, RG nº 4960850 CTPS nº123456-7, residente e domiciliado na Rua
Augusto Pompermayer, nº 149, no Município de Linhares – ES, CEP 88.888-88, e-
mail.heitor-agulhas@hotmail.com, por intermédio de seu procurador, devidamente
constituído pelo instrumento procuratório anexo, com escritório profissional localizado
na Rua Porto Alegre, n. 123, Bairro Centro, no Município de Linhares-ES, onde
recebe intimações, vem à presença de Vossa Excelência, propor

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

em face de Porcelanas Orientais LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no


CNPJ n. 12.345.678/0001-01, com sede na Rua Getulio Vargas, n. 256, Bairro
Industrial, no Município de Linhares, UF ES, CEP 88.888-88, representada por meio
de seu sócio-administrador, Sr (a) João Alves, brasileiro, casado, inscrito no CPF nº
123.456.789-00, RG n.º 1234, pelas razões das quais passa a expor:

I – PRELIMINARMENTE: DO BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA

O Reclamante encontra-se desempregado, como se verifica em sua


CTPS. No momento, não está auferindo renda mensal, sobrevivendo de “bicos” que
não ultrapassam 40% do teto do INSS.
Na forma do art. 790, §§ 3º e 4º da CLT, o Reclamante faz jus ao benefício da
Justiça Gratuita.
Diante do exposto, deve ser deferido o benefício da Justiça Gratuita ao
Reclamante, na forma do art. 790, §§ 3º e 4º da CLT, o que se requer.

II – DO CONTRATO DE TRABALHO
O Reclamante foi admitido aos serviços da Reclamada em 26/10/2022, na
função de vendedor, sendo que a demissão ocorreu em 01//04/2022, na modalidade
de despedida sem justa causa.

A jornada de trabalho era de segunda à sexta-feira, das 8hs até as 18hs, com
1 hora de intervalo para refeição.

O salário do Reclamante era de 1,5 salário mínimo por mÊs.

III – DOS FATOS


Em janeiro de 2022, o dono do estabelecimento em que o Reclamante trabalhava
resolveu realizar a instalação de duas prateleiras na loja para expor mais
produtos, atividade está executada pessoalmente pelo dono da empresa,
visando economizar custos. Consequentemente, as prateleiras foram afixadas
acima do balcão onde os vendedores desempenhavam suas atividades.
Contudo, devido à falta de habilidade manual do responsável pela instalação, as
prateleiras não foram fixadas adequadamente, sendo que no dia seguinte à
instalação, as prateleiras desabaram sobre o Autor, atingindo violentamente sua
cabeça enquanto ele realizava um atendimento aos clientes. Em decorrência do
impacto, o Autor desmaiou e foi socorrido, sendo conduzido ao hospital
público. No hospital, foram necessárias 50 pontos na cabeça, testa e face do
Autor, resultando em uma significativa cicatriz que tem causado
constrangimento e reações negativas por parte das pessoas.
Além disso, o Autor teve seu plano de saúde, concedido pela Ré, cancelado
após o incidente, e foi obrigado a arcar com despesas médicas no valor de R$
1.350,00, além de sessões de terapia no montante de R$ 2.500,00, a fim de lidar
com os traumas físicos e psicológicos decorrentes do acidente.
Em razão das lesões sofridas, o Autor ficou afastado em benefício previdenciário
por acidente do trabalho, com alta médica após 3 meses, retornando à empresa
com a capacidade laborativa preservada. Contudo, foi dispensado sem justa
causa no mesmo dia de seu retorno.
Durante o período de afastamento, não houve depósito de FGTS por parte da
Ré, conforme extrato em anexo.
O evento caracteriza-se como acidente de trabalho e há, consequentemente,
responsabilidade civil do empregador, conforme art. 19 da Lei 8.213/91 e art. 186 e
927 do CC, gerando o dever de reparação dos danos causados, a seguir indicados.

IV- DO DIREITO

O Autor teve seus direitos fundamentais violados em virtude de condutas


negligentes e omissivas da Ré, ensejando a responsabilidade civil e trabalhista
desta.

VI – DO MÉRITO

a)DANOS.MORAIS

o Dor e sofrimento: O acidente causou ao Reclamante intensa dor


física e sofrimento psicológico, além de constrangimento pela
cicatriz permanente.
o Abalo psicológico: O trauma do acidente gerou a necessidade
de acompanhamento terapêutico, evidenciando o abalo
psicológico sofrido pelo Reclamante.
o Dispensa discriminatória: A dispensa do Reclamante logo após
seu retorno do afastamento por acidente de trabalho configura
discriminação e gera direito à indenização por dano moral.

O evento gerou dano moral no trabalhador, tanto que precisou de atendimento


psicológico. 12 Tal fato ofende os seus direitos protegidos pelo art. 223-C da CLT,
notadamente sua saúde e integridade física, havendo responsabilidade do empregador
nos termos dos artigos Art. 223-B e 223-G da CLT, bem como Art. 186 e Art. 927, ambos
do CC. Assim, requer seja a Reclamada condenada ao pagamento de indenização por
dano moral ao Reclamante.
B)DANO MATERIAL
Em razão do acidente o Reclamante teve de usar suas reservas financeiras para arcar
com R$ 1.350,00 em medicamentos, para aliviar as dores físicas, além de R$ 2.500,00
em sessões de terapia, comprovadas por meio de documentos anexos. O mesmo
ficou fragilizado psicologicamente depois do evento. No caso, há a responsabilidade
civil do empregador que deve reparar os danos materiais sofridos, conforme Art. 186,
Art. 927 e Art. 949, todos do CC.
. Diante do exposto, requer seja a Reclamada condenada a reparar o dano material
sofrido pelo Reclamante.
C)DANO ESTÉTICO O Reclamante desmaiou com o impacto, foi socorrido e conduzido
ao hospital público, onde recebeu atendimento e levou 50 pontos na cabeça, testa e
face, resultando em uma grande cicatriz que passou a despertar a atenção das pessoas,
que reagiam negativamente ao vê-lo. Diante da responsabilidade civil do empregador e
do dano estético, requer a condenação da Reclamada ao pagamento de indenização
pelo dano estético, nos termos do Art. 223-B, Art. 223-C ou Art. 223- G, todos da CLT,
ou Art. 186 ou Art. 927, ambos do CC
DO FGTS O Reclamante ficou afastado em benefício previdenciário por acidente do
trabalho, teve alta médica após 3 meses e retornou à empresa com a capacidade
laborativa preservada, mas foi dispensado, sem justa causa, no mesmo dia. Porém,
conforme extrato do FGTS, não constam depósitos nos 3 meses de afastamento pelo
INSS. Diante do exposto, requer o depósito do FGTS dos três meses de afastamento,
porque o evento foi um acidente de trabalho, havendo a obrigação do empregado de
fazer tais recolhimentos, conforme Art. 15, § 5, da Lei no 8.036/90. 13
d)DA ESTABILIDADE - REINTEGRAÇÃO – RESTABELECIMENTO DO PLANO DE SAÚDE -
TUTELA PROVISÓRIA Como mencionado, o Reclamante ficou afastado em benefício
previdenciário por acidente do trabalho, teve alta médica após 3 meses e retornou à
empresa com a capacidade laborativa preservada, mas foi dispensado, sem justa causa,
no mesmo dia. Porém, o Reclamante possui estabilidade/garantia no emprego em
virtude do acidente do trabalho, conforme o Art. 118 da Lei no 8.213/91 e a Súmula
378, inciso II, do TST, e não poderia ter sido dispensado. Ademais, não poderia ter sido
cancelado o plano de saúde, conforme Súmula 440 do TST, razão pela qual requer o
restabelecimento do plano de saúde. Considerando a probabilidade do direito,
respaldada pela fundamentação supra, e a urgência da situação que pode resultar em
dano de difícil reparar, requer a concessão de tutela provisória de urgência ou
evidência para a reintegração imediata e restabelecimento incontinente do plano de
saúde, conforme o Art. 294, o Art. 300 e o Art. 311, todos do CPC.

V – DO PEDIDO

Diante do exposto, requer:

O deferimento do benefício da Justiça Gratuita, por ser o Reclamante pessoa carente


na acepção jurídica do termo, cuja renda não ultrapassa 40% do teto do INSS,
conforme art. 790, §§ 3º e 4º da CLT;

A notificação da Reclamada para que compareça à audiência inicial a ser designada


pelo juízo, oportunidade em que poderá apresentar resposta, oral ou escrita, sob pena
de revelia e confissão quanto à matéria fática;;

c) O reconhecimento do acidente de trabalho e a consequente


responsabilidade civil da Reclamada;

O restabelecido do plano de saúde;

A condenação da Ré ao pagamento de indenização por danos morais no valor


de R$ XXXXX,XX, pelos transtornos físicos e psicológicos suportados pelo Autor

A condenação da Ré ao pagamento de indenização por danos materiais no


valor de R$ XXXXX,XX, referente às despesas médicas e de terapia suportadas
pelo Autor.

A condenação da Ré ao pagamento de indenização por dano estético no valor


de R$ XXXXX,XX, referente às despesas médicas e de terapia suportadas pelo
Autor.

A condenação da Ré ao pagamento das verbas rescisórias devidas em razão da


dispensa imotivada, conforme previsão legal.

A condenação da Ré ao pagamento das parcelas de FGTS não depositadas


durante o período de afastamento do Autor.

A condenação da Reclamada ao pagamento dos honorários advocatícios de


sucumbência, a serem fixados conforme dispõe o art. 791-A da CLT;
b) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos, em especial, a prova
documental, testemunhal e o depoimento pessoal da Reclamada.

Dá-se à causa o valor de R$ xxxxxx

Nesses termos, pede deferimento.

Local e data

ASSINATURA
OAB/xx n.xxxx

Você também pode gostar