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Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região

Recurso Ordinário - Rito Sumaríssimo


0100657-44.2021.5.01.0071
Relator: MARCELO ANTERO DE CARVALHO

Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 25/03/2022


Valor da causa: R$ 43.315,36

Partes:
RECORRENTE: DEBORA CAROLINA GOMES RUFINO
ADVOGADO: CARINE FERREIRA DA SILVA
RECORRIDO: CRED LEMES CONSULTORIA FINANCEIRA EIRELI

ADVOGADO: CAIO CESAR TURNES CYTRANGULO


PAGINA_CAPA_PROCESSO_PJE
Fls.: 2

EXMO. SR. DR. JUIZ DO TRABALHO DA ª VARA DO TRABALHO DO


RIO DE JANEIRO.

DÉBORA CAROLINA GOMES RUFINO, brasileira,


solteira, operadora de telemarketing, portadora da carteira de identidade n.º
21.231.346-4, expedida pelo DETRAN/RJ, inscrito no CPF sob o n.º
109.447.357-03, com endereço na Rua Coronel Carlos Matos, n.º 53 –
Saracuruna – Duque de Caxias – RJ. – CEP: 25222-010, vem, por sua advogada
infra assinada, à presença de V. Exa., mui respeitosamente, propor a presente

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO

contra CRED LEMES CONSULTORIA FINANCEIRA EIRELI, sociedade


empresária de direito privado, estabelecida na Rua do Ouvidor, n.º 121 - sala
1101 - Centro - Rio de Janeiro - RJ. – CEP 20040-031, inscrita no CNPJ sob o nº.
34.894.666/0001-52, telefone: (21) 4141-9474, em razão das justificativas de
ordem fática e de direito, abaixo delineadas.

DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA:

Requer os benefícios da gratuidade de justiça, visto não


possuir condições financeiras e econômicas de arcas com as custas processuais e
honorários de advogado, sem prejuízo de seu próprio sustento ou de sua família,
tudo de acordo com os termos do artigo 4º da Lei 1060/50;

DAS PUBLICAÇÕES:

Requer que as intimações e publicações sejam realizadas


exclusivamente em nome da Dr.ª Carine Ferreira da Silva, inscrita na OAB/RJ
sob o n.º 109.970 e com endereço na Avenida Vicente Celestino, n.º 1060 – sala
03 – Jardim Primavera – Duque de Caxias – RJ. – CEP: 25220-020, endereço
eletrônico: carine_mozer@hotmail.com e telefones: (21) 2773-3513 e (21)
9.9452-3348, tudo de acordo com o artigo 236 do Código de Processo Civil;

Assinado eletronicamente por: CARINE FERREIRA DA SILVA - 06/08/2021 12:52:26 - 1aaf676


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Número do processo: 0100657-44.2021.5.01.0071 ID. 1aaf676 - Pág. 1
Número do documento: 21080612384116700000064926806
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DOS FATOS:

A autora iniciou seu labor na Reclamada em 11 de Agosto de


2020, na função de promotor de vendas por todo o período, desenvolvendo seu
trabalho de segunda a sexta de forma habitual.

No contrato de trabalho consta o horário de trabalho como


sendo de 11h às 18:15h de segunda à sexta feira e de 09:30h às 16:45h aos
sábados com intervalos de 01:15h para refeição e descanso, assim 36h semanais.

No Termo de Prorrogação de Jornada consta o horário de


trabalho de segunda a sexta feira de 11h às 19:27h com intervalo de 01:15h para
refeição e descanso, perfazendo-se 36h semanais.

Ocorre que a realidade era que a Autora iniciava seu labor às


10h e este terminava apenas às 19:30 e até 20h aproximadamente 2x na semana,
com intervalo de 01h para refeição e descanso, de segunda a sexta feira,
perfazendo-se 43:30h semanais.

Na realidade o trabalho da Autora era de vendas em "call-


center", eis que esta realizava todo o trabalho de venda de empréstimo
consignado para aposentados e pensionistas do INSS diretamente em estação de
trabalho com telefone e "head-set".

Faz-se mister frisar que não haviam intervalos intrajornada


para lanche ou pausas para descansos, muito embora fosse determinado pela NR-
17. Muito pelo contrário, as pausas somente eram concedidas para os
empregados que batiam as metas estabelecidas pela Reclamada e apenas pelo
período de 05 minutos.

A Autora tinha como último salário o valor de R$ 1.279,96


(Hum mil, duzentos e setenta e nove Reais e noventa e seis centavos).

A demissão se deu em 28/04/2021, por iniciativa da


Reclamada, sem justo motivo, esta realizada pelo Sr. Marcos, que exerce a
função de coordenador geral.

DA INOBSERVÂNCIA DE ASPECTOS CONTRATUAIS E LEGAIS:

A Autora exercia a função específica de vender empréstimos


consignados para aposentados e pensionistas do INSS e assim como ela, outros
51 vendedores e 09 supervisores compunham a equipe de vendas.

As cobranças por bater metas eram absurdas. Mal podia-se ir


ao banheiro. Muitas vezes os supervisores ou o coordenador geral Sr. Marcos

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buscava o vendedor na porta do banheiro e ficava batendo na porta o apressando


dizendo estar demorando muito.

Nas reunião de equipe, a Reclamante admirava-se com o


ríspido trato com os empregados. A reunião fora toda levada ao batimento de
metas. Invariavelmente sob ameaça de rescisão do contrato de trabalho. Afora
isso, correntemente, aos gritos do Sr. Lucas, que se nominava proprietário, que
xingava os empregados chamando-os de incompetentes, de filhos da pu...,
mandando-os tomar no c.., e demais xingamentos, além do tratamento
dispensado que era sempre com palavras humilhantes e vexatórias, dizendo
sempre que os empregados da empresa concorrente batiam metas porque eram
melhores que os empregados da Reclamada, que eram incompetentes.

Os direitos trabalhistas dos empregados eram utilizados


como medida de garantia de bater metas. Se batessem as metas teriam 05
minutos de descanso, caso contrário, não.

Muitas vezes, se as metas diárias não fossem batidas,


faltando menos de uma hora para o fim do expediente o coordenador geral, o Sr.
Marcos informava que trabalhariam mais algum tempo para que batessem as
metas estabelecidas.

DA PERSEGUIÇÃO À RECLAMANTE:

Por duas vezes a Reclamante se levantou de sua estação de


serviço e recusou-se a ficar até mais tarde, pois teria compromissos e não poderia
atrasar-se, o que causou a ira no Sr. Marcos e esta passou a ser alvo deste.

Quando no mês de abril começou a passar mal em


13/04/2021, não pôde ser consultada pelo médico do plano de saúde, pois o
mesmo na época estava bloqueado por falta de pagamento e o Sr. Marcos
informou que não aceitaria atestado médico do SUS, pois a Reclamada
disponibilizava plano de saúde aos empregados.

A Autora trabalhou passando mal todos os dias, até que no


dia 20/04/2021, piorou muito e não aguentando foi ao Hospital Mário Lioni, Em
Duque de Caxias e recebeu um atestado médico de 07 dias de afastamento e no
mesmo dia comunicou ao Sr. Marcos.

Este, solicitou que a Reclamante se submetesse à consulta


com o médico do trabalho da Reclamada dia 22/04/2021 a fim de que o mesmo
pudesse validar ou não o atestado médico recebido pelo médico no Hospital de
Clínicas Mário Lioni.

Frise-se que mesmo com a Autora passando muito mal, com


febre, dores no corpo, a Reclamada insistiu em tal validação do atestado médico

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e não disponibilizou condução para a Reclamante, fazendo com que esta fosse de
sua residência em Duque de Caxias até o Centro do RJ (Avenida Presidente
Vargas, n.º 435 - sala 1907 - Centro - RJ. / RJ.) de trem e ônibus, em um
percurso de aproximadamente duas horas de ida e duas horas de retorno,
desrespeitando totalmente o empregado.

O médico do trabalho ainda realizou um exame de teste de


covid que teve resultado negativo, porém pelo estado que a Autora se encontrava,
mandou que esta retornasse para sua casa, mantivesse as medicações e
orientações médicas recebidas no hospital e mantivesse o repouso pelo período
do atestado médico.

Retornou ao trabalho no dia 28/04/2021, trabalhou até 16h e


após foi demitida pelo Sr. Marcos, coordenador geral da Reclamada.

Desse modo, incontestes as reprováveis atitudes da


Reclamada. Notoriamente, caracterizado abuso.

Extreme de dúvidas que isso violara direito dos empregados.


Seguramente, provocara constrangimento, humilhação, dor e sofrimento àquela.

Por tais circunstâncias fáticas (lesão do direito), maiormente


decorrente do insuportável e constante assédio moral constatado, outra
alternativa não tivera a Reclamante, senão buscar a devida reparação dos danos.

DO ASSÉDIO MORAL:

Descumprimento de obrigação legal


CLT, Art. 483, “b”

Inegável que a Reclamada, com esse proceder, por seu


preposto, submeteu aquela ao constrangimento de ser humilhada perante os
demais colegas de trabalho. Desse modo, afrontou diretamente sua dignidade
como trabalhadora.

De outra banda, urge evidenciar que havia também um rigor


excessivo do controle da jornada de trabalho; não só da Reclamante, mas de
todas as empregadas que trabalhavam no atendimento das ligações do Call
Center.

Nesse passo, o abuso cometido, com repercussão na vida


privada, na intimidade da empregada ofendida, converge à necessidade de reparar
os danos morais. Além disso, servirá como modelo de caráter punitivo,
pedagógico e preventivo.

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Nessa quadra, é sobremodo importante assinalar que o


empregador, assumindo os riscos do negócio, deve propiciar aos empregados
local de trabalho no mínimo respeitoso. Isso sob todos aspectos. Assim, inclui
cuidados à salubridade física, bem assim a salubridade psicológica. Por esse azo,
o empregador não pode dispensar ao empregado rigor excessivo; expô-lo a
perigo manifesto, de mal considerável, praticar ato lesivo à honra desse.
Infelizmente, é a situação ora vertida à tona.

Em vista disso, sem dúvida caracterizada a hipótese da


alínea "b", do art. 483 da CLT. Irrefutável, de passagem, a submissão da Autora a
perigo manifesto, de mal considerável (alínea "c"), da prática de ato lesivo à
honra desta (alínea "e").

Por consequência, inafastável demonstrado o assédio moral.

Nesse tocante, no escólio da psicanalista francesa Marie-


France Hirigoyen, (in, Assédio Moral, editora Bertrand) esse assunto é definível
como "toda conduta abusiva (gesto, palavra, comportamento, atitude...) que
atente, por sua repetição ou sistematização, contra a dignidade ou integridade
psíquica ou física de uma pessoa, ameaçando o seu emprego ou degradando o
clima de trabalho".

Releva notar o entendimento sufragado por Yussef Said


Cahali. Em suas palavras:

Recentemente, os tribunais têm admitido como manifestações


preconceituosas certas atitudes do empregador que colocam o
funcionário em uma situação vexatória, degradante, de
humilhação, que, sempre prejuízo de representarem causa de
demissão indireta, ofendem à honra, a dignidade, o respeito do
operário como ser humano, provocando dano moral reparável [ ... ]

Em abono desse entendimento, assevera Mauro Vasni Paroski, ad


litteram:

O assédio moral pode ser exteriozado de varridas formas: gestos,


agressões verbais, comportamentos obsessivos e vexatórios,
humilhações públicas e privadas, amedrontamento, ironias,
sarcasmos, coações públicas, difamações, exposição ao ridículo
(p. ex.: servir cafezinho, lavar banheiro, levar sapatos para
engraxar ou rebaixar médico para atendente de portaria), sorrisos,
suspiros, trocadilhos, jogo de palavras de cunho sexista,
indiferença à presença do outro, silêncio forçado, trabalho superior
às forças do empregado, sugestão para pedido de demissão,
ausência de serviço e tarefas impossíveis ou de dificílima
realização, contro do tempo no banheiro, divulgação pública de

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detalhes íntimos, agressões e ameaças, olhares de ódio,


instruções confusas, referências a erros imaginários, solicitação de
trabalhos urgentes para depois jogá-los no lixo ou na gaveta,
imposição de horários injustificados, isolamento no local de
trabalho, transferência de sala por mero capricho, retirada de
mesas de trabalho e pessoal de apoio, boicote de material
necessário à prestação de serviços e supressão de funções [ ... ]

Não por outro motivo considera a jurisprudência que:

INTERVALO DE 15 MINUTOS PREVISTO NO ARTIGO 384 DA


CLT. APLICAÇÃO À TRABALHADORA MULHER.
As horas extras decorrentes da não concessão do intervalo
previsto pelo artigo 384 da CLT são devidas apenas e tão somente
à trabalhadora mulher, que goza de especial proteção pelo texto
celetista em razão das peculiaridades biológicas e sociais que a
caracterizam consoante já decidido pelo Excelso Pretório. Recurso
da reclamante parcialmente provido. AUXÍLIO ALIMENTAÇÃO,
CESTA ALIMENTAÇÃO E 13ª CESTA ALIMENTAÇÃO.
NATUREZA INDENIZATÓRIA DOS BENEFÍCIOS. As normas
coletivas foram contundentes ao atribuir natureza indenizatória aos
benefícios auxílio alimentação, cesta alimentação e 13ª cesta
alimentação, razão pela qual não integram o salário da autora para
quaisquer efeitos legais. FÉRIAS. VENDA COMPULSÓRIA.
AUSÊNCIA DE PROVA. O art. 143 da CLT faculta ao empregado
converter um terço do período de férias em abono pecuniário, no
valor da remuneração que lhe seria devida nos dias
correspondentes, devendo ser formulado pedido nos 15 dias que
antecedem o término do período aquisitivo. No caso, a reclamante
não comprovou a obrigatoriedade na venda das férias, tendo o
contexto probatório permitido concluir que as férias eram gozadas
de forma integral. ASSÉDIO MORAL. COMPROVAÇÃO. As provas
produzidas nos autos revelam a existência de rigor excessivo,
terror psicológico ou métodos vexatórios praticados contra a
reclamante, de forma a permitir inferir que foi submetida a assédio
moral de natureza pessoal ou organizacional. Portanto,
evidenciados os requisitos necessários à responsabilidade civil, em
especial a conduta ilícita da empresa, há dever de indenizar os
danos morais postulados. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
JUSTIÇA DO TRABALHO. ADVOGADO PARTICULAR. Aos
honorários advocatícios na Justiça do Trabalho em decisão
anteriores ao advento da Lei nº 13467/2017 deve ser aplicado o
regramento previsto nos arts. 791 da CLT e 14 da Lei n. 5.584/70,
interpretados nas Súmulas n. 219 e 329 do TST. DOS
RECOLHIMENTOS FISCAIS E PREVIDENCIÁRIOS. DEDUÇÃO
DA COTA PARTE DO AUTOR. OJ N. 363 DA SDBI 1 DO TST.

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NÃO PROVIDO. Em consonância com a OJ n. 363 da SBDI-1 do


TST, a obrigação do empregador de promover os recolhimentos
fiscais e previdenciários decorrentes da condenação não exime a
responsabilidade do empregado pelo pagamento de sua cota
parte, sob pena de incidir em enriquecimento sem causa. Portanto,
não merece reparos a sentença que determinou a dedução da
condenação dos valores relativos à cota parte do autor. [ ... ]

RECURSO ORDINÁRIO DO RECLAMADO. ROMPIMENTO


CONTRATUAL. RECONHECIMENTO DA RESCISÃO INDIRETA.
A autora alegou a justa causa do empregador, fundada no rigor
excessivo com que foi tratada pela Supervisora da Unidade (artigo
483, alínea b da CLT), fato que restou comprovado pela prova oral
produzida nos autos. Por todo o exposto, merece ser mantida a r.
sentença, que condenou a reclamada a pagar à reclamante as
verbas compatíveis com o pedido de rescisão indireta do contrato
de trabalho. DANO MORAL. O dano moral é, conforme doutrina e
jurisprudência já pacificadas, in re ipsa, ou seja, visualizado a partir
da conduta lesiva, independente de comprovação, por ser
presumível. No presente caso, a situação narrada torna bastante
palpável a angústia e o abalo vivenciado pela trabalhadora,
desmerecendo reforma a condenação sentencial. QUANTUM
INDENIZATÓRIO. O importe arbitrado pelo julgador a quo (R$
5.000,00) atende aos critérios de proporcionalidade e razoabilidade
previstos no art. 5º, V, da Constituição Federal de 1988, atingindo
o caráter pedagógico a que se destina. Recurso conhecido e
improvido [ ... ]

RIGOR EXCESSIVO. PRESSÃO PARA. CUMPRIMENTO DE


METAS. RESTRIÇÃO AO USO DO BANHEIRO. RESCISÃO
INDIRETA RECONHECIDA. DANO MORAL DEVIDO.
É de se reconhecer a rescisão indireta do contrato de trabalho em
vista do descumprimento pela ré de obrigações trabalhistas e, bem
assim, de normas que velam pela dignidade dos trabalhadores,
considerando-se, nesse particular, a descabida restrição ao uso do
sanitário e a pressão excessiva para cumprimento de metas.
Confirmando a prova dos autos a adoção pela reclamada de forma
injuriosa de gestão, valendo-se de práticas de constrangimento
moral, é de se deferir à trabalhadora, ainda, a indenização por
dano moral. In casu, restou provada a insólita conduta patronal,
com a prática de abuso do poder diretivo ao restringir o uso do
banheiro, com óbvios constrangimentos para a trabalhadora, que
se via na contingência de ter que sufocar suas necessidades
fisiológicas, submetendo-as ao arbítrio patronal. Não voga o
argumento da empregadora de que não se tratava de restrição e

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sim de organização do acesso dos empregados ao banheiro.


Constatada, outrossim, a excessiva pressão para atingimento de
metas, mediante a publicidade dos resultados dos trabalhadores
da ré, por meio de cobranças na presença dos demais
empregados e exposição de ranqueamento. Desse modo, essa
conduta patronal, abusiva e ofensiva à dignidade da empregada,
atingiu o patrimônio moral da demandante, resultando na
obrigação legal de reparar. Outrossim, o tratamento
excessivamente rigoroso e cruel, no contexto, configura forma de
coação moral a tornar insubsistente a relação empregatícia, com o
consequente direito às verbas rescisórias e consectários legais.
Recurso patronal ao qual se nega provimento no particular. Item de
recurso. Contra a respeitável sentença de fls. 399/404, que julgou
parcialmente procedente a reclamação, recorrem ordinariamente
as partes. A primeira reclamada, Vikstar Contact Center S. A., por
meio do arrazoado de fls. 411/420, insurge-se contra a
responsabilização subsidiária da segunda ré, Telefonica Brasil S/A,
bem como no que se refere à condenação ao pagamento de
diferenças de comissões e de indenização por danos morais.
Pretende, ainda, reforma em relação à decretação da rescisão
indireta, deferimento das multas dos artigos 467 e 477 da CLT e
determinação de reembolso dos valores descontados a título de
contribuições assistenciais. A reclamante, por seu turno, recorre
adesivamente, com as razões de fls. 447/462, pretendendo o
deferimento da gratuidade de justiça, além de postular a integração
do auxílio alimentação à sua remuneração e a majoração do
importe fixado a título de indenização por danos morais.
Contrarrazões às fls. 431/445 pela reclamante, às fls. 466/473 pela
segunda ré, e às fls. 474/478 pela primeira demandada. Preparo
regular (fls. 421/425) [ ... ]

Desse modo, avulta afirmar, como conclusão lógica e


inarredável, que o quadro fático demonstra a ocorrência de assédio moral.
Desfechando o tema, mister, por isso, acolhimento ao pedido condenatório.

DO SUPERFERIADO ESTADUAL (26/03/2021 À 04/04/2021):

Em razão do agravamento da Pandemia de Covid-19, o


Estado do Rio de Janeiro, instituiu medidas emergenciais de enfrentamento e
dentre estas decretou feriado entre os dias 26/03/2021 até 04/04/2021.

A Reclamada fez a entrega de declaração de funcionamento


para a Reclamante poder circular livremente no período, porém não efetuou a
contraprestação desse período com acréscimo de 100% conforme garante a CLT .

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Nesse sentido, faz-se necessária a condenação da Reclamada


em indenizar a Reclamante no pagamento do período do feriado de 26/03/2021 à
04/04/2021 com acréscimo de 100% e ainda garantindo-se o RSR.

DAS HORAS EXTRAS :

Como dito anteriormente, no contrato de trabalho consta o


horário de trabalho como sendo de 11h às 18:15h de segunda à sexta feira e de
09:30h às 16:45h aos sábados com intervalos de 01:15h para refeição e descanso,
assim 36h semanais.

No Termo de Prorrogação de Jornada consta o horário de


trabalho de segunda a sexta feira de 11h às 19:27h com intervalo de 01:15h para
refeição e descanso, perfazendo-se 36h semanais.

Ocorre que a realidade era que a Autora iniciava seu labor às


10h e este terminava apenas às 19:30 e até 20h aproximadamente 2x na semana,
com intervalo de 01h para refeição e descanso, de segunda a sexta feira,
perfazendo-se 43:30h semanais, o que acarretou o aumento de sua jornada diária
ultrapassando-se a jornada legal de 36 horas trabalhadas semanalmente.

Assim regula a CCT:

Assim, aquelas horas extras realizadas acima das 36h


semanais que deveriam ser trabalhadas, serão pagas como extras e com
acréscimo de 50% , eis que realizadas de segunda a sexta feira.

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Visto que realizadas durante todo o contrato de trabalho,


desde a admissão da Reclamante, até a demissão desta, devem ser consideradas
habituais e assim, de acordo com o parágrafo único da cláusula oitava da CCT de
classe deverão integrar o cálculo de férias, 13º salário e demais verbas de cunho
salariais, inclusive aquelas já pagas nos últimos 12 meses.

Nesse sentido, temos o cálculo das horas extraordinárias


realizadas, sendo estas as duas primeiras, com acréscimo de 50%, realizadas
durante todo o contrato de trabalho, estas com valor de R$ 3.204,90 (três mil,
duzentos e quatro Reais e noventa centavos) e as demais horas trabalhadas, ou
seja, aquelas que excedem as duas primeiras e que devem ser remuneradas com
acréscimo de 100%, realizadas durante todo o contrato de trabalho, estas com
valor de R$ 1.517,50 (hum mil, quinhentos e dezessete Reais e cinquenta
centavos)

VERBA VALOR
Horas extras – 50% R$ 3.204,90
Horas extras – 100% R$ 1.517,50
SOMA R$ 4.722,40

 Da integração das horas extras habituais nas verbas remuneratórias e


indenizatórias:

Tendo em vista que as horas extras foram realizadas durante


todo o contrato de trabalho e de forma regular e habitual, sem que a Autora
pudesse recusar-se a cumprir, esta deve ser considerada que foi realizada com
habitualidade e assim deve ser determinada que estas devem ser integralizadas no
salário da Reclamante e em todas as demais verbas remuneratórias e
indenizatórias.

A necessidade de fazer a integração dos valores de horas


extras nos títulos supra declinados, além do previsto na Orientação
Jurisprudencial nº 89 da SDI do TST, dispondo que:

“Horas extras. Reflexos. O valor das horas extras habitualmente


prestadas integra o cálculo dos haveres trabalhistas,
independentemente da limitação prevista no caput do artigo 59 da
CLT”.

A integração das horas extras no aviso prévio, está prevista


no §5º, artigo 487 da CLT que assim dispõe:

“O valor das horas extraordinárias habituais integra o aviso prévio


indenizado”.
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Número do processo: 0100657-44.2021.5.01.0071 ID. 1aaf676 - Pág. 10
Número do documento: 21080612384116700000064926806
Fls.: 12

Temos também o Enunciado n.º 94 do TST, dispondo que:

“O valor das horas extraordinárias habituais integra o aviso prévio


indenizado”.

A integração das horas extras em férias vencidas e


proporcionais, está previsto no §5º, artigo 142 da CLT:

“Os adicionais por trabalho extraordinário noturno, insalubre ou


perigoso serão computados o salário, que servirá de base ao
cálculo da remuneração das férias”.

No mesmo sentido temos o disposto o Enunciado nº 151 do


TST que reza:

“A remuneração das férias inclui a das horas extraordinárias


habitualmente prestadas (exprejulgado n.º24)”.

A doutrina trilha mesmo entendimento.

O professor Amauri Mascaro Nascimento, em sua


obra Curso de Direito do Trabalho, ano 1989, 8ª edição, página 490, afirma que:
“também a remuneração das férias é acrescida das importâncias das horas
extras”.

A integração das horas extras no 13º salário, ou


gratificação natalina , está prevista no artigo 2º do Decreto n.º57.155 de 3/11/65
– Regulamento da Gratificação Natalina, que dispõe:

“Para os empregados que recebem salário variável, a qualquer


título, a gratificação será calculada na base de 1/12 (um doze
avos) da soma das importâncias variáveis devidas nos meses
trabalhados até novembro de cada ao. A essa gratificação se
somará a que corresponder à parte do salário contratual fixo”.

Temos também o disposto no Enunciado n.º 45 do TST que


reza:

“A remuneração do serviço suplementar, habitualmente prestado,


integra o cálculo da gratificação natalina prevista na Lei n.º4090 de
1962”.

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Número do processo: 0100657-44.2021.5.01.0071 ID. 1aaf676 - Pág. 11
Número do documento: 21080612384116700000064926806
Fls.: 13

A doutrina trilha mesmo caminho. Aqui o professor Amauri


Mascaro Nascimento afirma que:

“O 13º salário será aduzido dos valores atribuídos ao empregado,


a título de horas extras, não apenas das horas normais”
(Curso de Direito do Trabalho, ano 1989, 8ªedição, página 490, Editora Saraiva).

A integração no descanso, está previsto na letra a a d, do


artigo 7º da Lei n.º605 de 1949. Vejamos o que diz a letra b da referida lei:

“para os que trabalham por hora, à sua jornada normal de trabalho,


computadas as horas extraordinárias habitualmente prestadas”.

Na mesma linha temos o Enunciado n. 172 do TST que


dispõe:

“Computam-se no cálculo do repouso remunerado as horas extras


habitualmente prestadas (ex-prejulgado n. 52)”.

Novamente a doutrina trilha mesmo caminho. Temos ainda o


professor e Juiz do Trabalho Edilton Meireles, no Jornal Trabalhista Consulex –
JTb, de 1º.10.2001, página 18-883/6, assim se posiciona:

“O artigo 7º da Lei n. 605/49 c/c o artigo 457 da CLT dá margem à


conclusão de que, não só as horas extras devem integrar o valor
do repouso semanal, mas, também, toda e qualquer parcela de
natureza salarial”.

O professor Amauri Mascaro em sua obra Curso de Direito


do Trabalho, ano 1989, 8ª edição, Editora Saraiva, página 491, afirma que:

“No cálculo da remuneração dos repousos são computados todos


os pagamentos de natureza salarial, inclusive adicionais salariais,
ordenando a Lei n. 605 de 1949, o cômputo das horas
extraordinárias habituais”.

A jurisprudência acolhe a tese de que as horas extras devem


incidir nos DSRs, quando dispõem:

“Ementa. Recurso Ordinário. As horas extras habitualmente


prestadas devem incidir no cálculo de repouso semanal
remunerado, nos termos da alínea a do art. 7º da Lei n. 605 de
1949 e do Enunciado n. 172 do c. TST
(TRT 1ª R., 2ª T. RO n. 21.861 DE 1962, Rel. Juiz Félix de Souza – DJRJ 24.5.96, página 97) –
extraído do Jornal Trabalhista JTb de 5.8.96, ANO XIII, n. 619, página 850)”.

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Número do documento: 21080612384116700000064926806
Fls.: 14

Os reflexos para os depósitos do FGTS dos valores apurados


por integração de horas extras dos itens acima, para efeito de recolhimento dos
depósitos do FGTS, inclusive para a multa de 40% quando for hipótese de
despedida, está previsto no inciso IV, § 1º, artigo 23 da Lei n. 8.036/90, inciso
IV, artigo 47 do Decreto n. 99.684/90 (Regulamento do FGTS), e na Súmula n.
593 do STF, que reza:

“Incide o percentual do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço


(FGTS) sobre a parcela da remuneração correspondente a horas
extraordinárias de trabalho”.

No mesmo sentido temos também o Enunciado n. 63 do TST


que diz:

“A contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço


incide sobre a remuneração mensal devida ao empregado,
inclusive horas extras e adicionais eventuais”.

Assim requer a Autora, a integração das horas


extraordinárias em todas as verbas remuneratórias e indenizatórias e a incidência
destas nas férias, décimo terceiro salário, RSR, FGTS e multa de 40%, adicional
noturno, adicional de periculosidade, indenizações, INSS e demais verbas
rescisórias de todo o contrato de trabalho e com acréscimo de juros de 1% ao mês
e correção monetária, estas desde a época que deveria ter havido o correto
pagamento.

Como dito anteriormente, a integração das horas extras em


todas as verbas remuneratórias e indenizatórias e a incidência destas nas férias,
décimo terceiro salário, FGTS e multa de 40%, adicional noturno, adicional de
periculosidade, indenizações, INSS e demais verbas rescisórias, faz-se
extremamente necessário.

Nesse sentido, temos o cálculo das verbas com a integração


das horas extras realizadas, sendo estas as duas primeiras, estas com acréscimo
de 50%, este sobre o valor de R$ 1.739,93 (Hum mil, setecentos e trinta e nove
Reais e noventa e três centavos).

VERBA VALOR
Aviso prévio (30 dias) R$ 345,67
Férias + 1/3 - 2020/2021 (10/12) R$ 384,07
RSR e feriado R$ 718,15
13º salário 2020 e 2021 R$ 292,04
TOTAL R$ 1.739,93

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Fls.: 15

Temos ainda o cálculo das verbas com a integração das


horas extras realizadas, após as duas primeiras, assim estas com acréscimo de
100%, este sobre o valor de R$ 824,56 (oitocentos e vinte e quatro Reais e
cinquenta e seis centavos).

VERBA VALOR
Aviso prévio (30 dias) R$ 163,67
Férias + 1/3 - 2020/2021 (10/12) R$ 181,86
RSR e feriado R$ 340,83
13º salário 2020 e 2021 R$ 138,20
TOTAL R$ 824,56

Assim, a Autora entende ser credora dos valores acima, eis


que estes se referem a integração das horas extras nas respectivas verbas
remuneratórias e indenizatórias.

Assim, em razão da supressão do pagamento pela Ré do


horas extras e Repouso Semanal Remunerado, a Reclamante é credora do
recebimento de tais verbas nesta ocasião.

DOS SALÁRIOS EM ATRASO:

Ressalta-se que a Reclamada quando da demissão da


Reclamante estava com suas obrigações trabalhistas em atraso.

O pagamento de salário referente ao mês de fevereiro de


2021 que deveria ter sido pago em março foi realizado no mês de abril, nos dias
27/04 e 30/04, valores de R$ 625,28 e 620,00, respectivamente.

O pagamento dos salários referentes aos meses de março de


abril de 2021 não foram pagos até esta data.

DA RESCISÃO DE CONTRATO DE TRABALHO:

Até a presente data a Autora nada recebeu à título de


rescisão de contrato de trabalho, tampouco recebeu suas guias para saque de
FGTS ou para habilitação do Seguro Desemprego. A única coisa que fez a
Reclamada foi proceder a baixa da CTPS digital da Reclamante.

A Reclamada fez a inclusão da Reclamante em um grupo do


Aplicativo WhatsApp chamado "Rescisão Cred Lemes" onde somente os
administradores podem enviar mensagem que querem e quando querem, não
tiram dúvidas, não dão nenhuma satisfação mais, nada, ou seja, a Reclamante
está vivendo às custas da ajuda de sua família, pois ainda está desempregada.

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Fls.: 16

Como a Reclamada nada faz para acertar tais valores, a


Reclamante não teve mais como aguardar e, infelizmente, após aguardar quase
três meses, ingressou com esta demanda.

DAS VERBAS INCONTROVERSAS:

Apresenta a Reclamante a liquidação das verbas


incontroversas existentes, principalmente quanto à rescisão de contrato de
trabalha não quitadas à época correta.

Tais verbas deverão ser pagas nesta ocasião, como se


vislumbra à seguir:

 Aviso prévio indenizado (30 dias) R$ 1.296,26


 Saldo de salário abril (28 dias) R$ 1.129,19
 Salário em atraso março de 2021 R$ 1.304,04
 13º salário 2021 (05/12) R$ 504,11
 férias proporcionais (10/12) + 1/3 R$ 1.440,29

SUB-TOTAL R$ 5.673,89

 Multa artigo 467, CLT R$ 2.471,54


 Multa artigo 477, CLT - R$ 1.296,26

TOTAL R$ 9.441,69

Nesse sentido, a Reclamada deve indenizar a Reclamante


nos valores acima, estes acrescidos de juros de 1% ao mês e correção monetária,
ambos desde a data em que deveria haver o pagamento.

DO FGTS:

Como pode ser vislumbrado no extrato analítico anexado aos


autos, a Reclamada somente realizou os depósitos referentes aos meses de agosto
e setembro de 2020, deixando de fazer referente à todos os demais meses do
contrato de trabalho.

Tendo em vista, o salário da Autora, com o acréscimo das


horas extras habituais (vide cálculo incluso), temos:

Mês Remuneração
Agosto 2020 R$1.279,96
Setembro 2020 R$ 1.821,03
Outubro 2020 R$ 1.821,03
Novembro 2020 R$ 1.768,68
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Número do documento: 21080612384116700000064926806
Fls.: 17

Dezembro 2020 R$ 1.850,13


Janeiro 2021 R$ 1.768,68
Fevereiro 2021 R$ 1.762,86
Março 2021 R$ 1.867,58
Abril 2021 R$ 3.450,08

Assim, em razão da supressão do pagamento pela Ré, a


Reclamante é credora da verba de FGTS, no valor de R$ 1.446,67, acrescido da
multa fundiária de 40%, no valor de R$ 537,19, totalizando o montante de R$
1.983,86 (hum mil, novecentos e oitenta e três Reais e oitenta e seis centavos).

DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS:

Requer a fixação da condenação de honorários de


sucumbência no seu teto máximo de 15% do valor da condenação, o que se
considera razoável haja a complexidade da demanda, importância e zelo
profissional demonstrados, além da insurgência do Recorrente em relação à
divisão de bens;

Muito claro o preceito do artigo 791-A da CLT, como


podemos vislumbrar abaixo:

Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão


devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de
5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do
proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo,
sobre o valor atualizado da causa.

§ 1º Os honorários são devidos também nas ações em face da


Fazenda Pública e nas ações em que a parte estiver assistida ou
substituída pelo Sindicato de sua categoria.

§ 2º Ao fixar os honorários, o juízo observará:

I – o grau de zelo do profissional;

II - o lugar de prestação do serviço;

III - a natureza e a importância da causa;

IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o


seu serviço.

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Assinado eletronicamente por: CARINE FERREIRA DA SILVA - 06/08/2021 12:52:26 - 1aaf676


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Número do documento: 21080612384116700000064926806
Fls.: 18

§ 3º Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará


honorários de sucumbência recíproca, vedada a compensação
entre os honorários.

§ 4º Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não


tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos
capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua
sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e
somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao
trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor
demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de
recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se,
passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.

§ 5º São devidos honorários de sucumbência na reconvenção.


(grifos nossos)

Nesse sentido entende o Autor que neste caso concreto,


levando-se em consideração o zelo tido por esta, o valor da condenação de
honorários de sucumbência deverá ser arbitrado no seu teto máximo;

Assim, requer a condenação da verba honorária no seu teto


máximo, ou seja, 15%, de acordo com o artigo 791-A da CLT, por todos os fatos
e fundamentos anteriormente expostos.

DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA:

Nos termos do Art. 818 da CLT, "o ônus da prova incumbe ao


reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito", ocorre que:

§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa


relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o
encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da prova
do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova de modo
diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá
dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017).

Assim, diante do nítido desequilíbrio na obtenção das provas


necessárias, tem-se a necessária inversão do ônus da prova.

A inversão do ônus da prova é consubstanciada na


impossibilidade de obtenção de prova indispensável por parte do Autor, sendo
amparada pelo princípio da distribuição dinâmica do Ônus da prova implementada
pelo Novo Código de Processo Civil:

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Fls.: 19

Art. 373. O ônus da prova incumbe:

I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;

II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou


extintivo do direito do autor.

§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa


relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o
encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova
do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso,
desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à
parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.

Referido dispositivo foi perfeitamente recepcionado pela


Justiça do Trabalho, conforme clara redação da IN 39/2016 do C. TST:

Art. 3º Sem prejuízo de outros, aplicam-se ao Processo do Trabalho, em


face de omissão e compatibilidade, os preceitos do Código de Processo
Civil que regulam os seguintes temas: (...) VII - art. 373, §§ 1º e 2º
(distribuição dinâmica do ônus da prova);

Nesse sentido, a jurisprudência orienta a inversão do ônus da


prova para viabilizar o acesso à justiça:

AGRAVO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE


REVISTA EM FACE DE DECISÃO PUBLICADA NA VIGÊNCIA DA
LEI Nº 13.015/2014. HORAS EXTRAS. DISTRIBUIÇÃO DINÂMICA
DO ÔNUS DA PROVA. ARTIGOS 818 DA CLT E 373, I, DO CPC.
VIOLAÇÃO NÃO CONFIGURADA. A agravante não logra afastar a
fundamentação da decisão agravada. Ao Processo Trabalhista aplica-se
a Teoria da Distribuição Dinâmica do Ônus da Prova, incumbindo-o
à parte que melhor tem condições de produzir a prova. Os
artigos 818 da CLT e 373, I, do CPC - único viés recursal válido do
apelo denegado - disciplinam a distribuição do encargo probatório entre
as partes, razão pela qual eventual violação desses preceitos somente
ocorre na hipótese em que o magistrado decide mediante atribuição
equivocada do ônus probandi, o que não se verifica no caso concreto,
ante o princípio da aptidão para a prova. Assim, mantém-se a
condenação em horas extras, calcada na regular valoração do conjunto
probatório. Agravo conhecido e não provido.
(TST, Ag-AIRR - 10740-84.2015.5.01.0051, Relator Ministro: Cláudio Mascarenhas Brandão,
Data de Julgamento: 22/05/2019, 7ª Turma, Data de Publicação: DEJT 31/05/2019)

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Fls.: 20

RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.


Ao analisar Recurso Extraordinário interposto pela União (RE) 760.931,
com repercussão geral reconhecida, o Plenário do STF, por maioria de
votos, fixou a tese a ser aplicada quanto à responsabilidade subsidiária da
administração pública por encargos trabalhistas gerados pelo
inadimplemento de empresa terceirizada: “O inadimplemento dos encargos
trabalhistas dos empregados do contratado não transfere automaticamente
ao Poder Público contratante a responsabilidade pelo seu pagamento, seja
em caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º, da Lei
nº 8.666/93" (STF - Tribunal Pleno - RE 760.931 - Relª Minª Rosa Weber -
Relator p/ acórdão - Min. Luiz Fux - DJe 12/9/2017). (...). Portanto, é
possível que a Administração Pública responda pelas dívidas trabalhistas
contraídas pela empresa contratada e que não foram pagas, desde que o ex-
empregado Reclamante comprove, com elementos concretos de prova, que
houve falha concreta do Poder Público na fiscalização do contrato. No
tocante à aferição da culpa, a princípio, o ônus probatório incumbe à parte a
quem aproveita, isto é, o Reclamante teria o encargo de demonstrar em
juízo que a Administração foi omissa no seu dever de fiscalizar a
contratada. Ocorre, porém, que essa prova é de difícil, senão impossível,
elaboração. Desse modo, é de se aplicar o princípio da aptidão para a prova,
uma vez que a Administração tem o dever de exigir a apresentação de
documentos que comprovem a regularidade, pela contratada, das obrigações
trabalhistas e sociais e, por corolário, tem a posse desses documentos.
(TRT-2, 1000334-12.2019.5.02.0441, Rel. FRANCISCO FERREIRA JORGE NETO - 14ª Turma
- DOE 09/03/2020)

DAS MULTAS:

Requer a Autora a aplicação das penalidades (multas)


contidas nos artigos 477, §8º, bem como aquela prevista no artigo 467, caput,
ambos da CLT, de acordo com o que expõe abaixo:

a) Multa do artigo 477 da CLT:

A Reclamada não realizou o pagamento das verbas


rescisórias, o que busca nesta demanda. Daí resulta o pedido de
pagamento da multa a que se refere o artigo 477 da CLT.

b) Multa do artigo 467 da CLT:

Se requer a aplicabilidade da multa em caso da parte Ré não


realizar o pagamento das verbas consideradas incontroversas e deverão ser
quitadas na primeira audiência.

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Fls.: 21

DA CORREÇÃO MONETÁRIA:

Apesar dos juros de mora somente serem válidos a partir da


citação inicial, conforme determinação do Juízo de primeiro grau, a súmula 54 do
Superior Tribunal de Justiça, determina que sejam contadas a partir do evento
danoso.

STJ Súmula nº 54 - 24/09/1992 - DJ 01.10.1992


Juros Moratórios - Responsabilidade Extracontratual
Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em
caso de responsabilidade extracontratual.

Considerando que o evento danoso teve início na data em


que expirou o prazo para a devolução do produto pela assistência técnica, não se
confundindo com a data de sua apuração (sentença), os juros moratórios deverão
contar a partir da data acima especificada.

DOS PEDIDOS:

De acordo com o acima exposto, requer a Autora, que a


Reclamada seja condenada nos pedidos abaixo elencados:

a) A gratuidade de justiça ora requerida em favor da Autora;

b) A inversão do ônus da prova em favor da Reclamante;

c) Que seja a Reclamada condenada no pagamento das verbas rescisórias não


pagas:

 Aviso prévio indenizado (30 dias) R$ 1.296,26


 Saldo de salário abril (28 dias) R$ 1.129,19
 13º salário 2021 (05/12) R$ 504,11
 férias proporcionais (10/12) + 1/3 R$ 1.440,29

d) Que seja declarado que são consideradas horas extraordinárias aquelas


realizadas após às 36ª hora semanal e que as horas extras realizadas
durante todo o período trabalhado eram habituais e assim devem integrar o
salário da Reclamante.

e) Que seja reconhecido o direito de percepção das horas extras realizadas


durante todo o período de trabalho, que deverão ser pagas com acréscimo
de 50% (cinquenta por cento) sobre a hora normal as duas primeiras, no
valor de R$ 3.204,90, e com acréscimo de 100% (cem por cento) sobre a
hora normal à partir daquelas que excederem a segunda, e assim
condenada a Reclamada no pagamento destas no valor de R$ 1.517,50, o
que a soma destas alcançam o montante de R$ 4.722,40.

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Número do processo: 0100657-44.2021.5.01.0071 ID. 1aaf676 - Pág. 20
Número do documento: 21080612384116700000064926806
Fls.: 22

f) Requer ainda a condenação da Ré nas verbas 13º salário, aviso prévio,


férias com acréscimo de 1/3, Repouso Semanal Remunerado e Feriado
sobre as horas extras realizadas, sendo estas as duas primeiras, com
acréscimo de 50%, durante todo o período trabalhado, estas no valor de
R$ 1.739,93 e sobre as horas que excederam sobre as posteriores as duas
primeiras, com acréscimo de 100%, no valor de R$ 824,56, no total de R$
2.564,49.

g) Que seja reconhecido e declarado que a Reclamante é credora do salário


em atraso referente ao mês de março de 2021, este corrigido
monetariamente desde 05/04/2021, quando deveria ter ocorrido
pagamento, além de juros ao mês, no montante de R$1.304,04.

h) Condenação da Reclamada em pagar de forma indenizatória a Reclamante


o FGTS de todo o período trabalhado, bem como a multa fundiária de
40%, no valor de R$ 1.983,86.

i) Que o cálculo de correção monetária referente aos valores de FGTS


deverão ser calculados de acordo como o determinado pelo STF em
decisão proferida na ADC 58 e 59 e ADIN 5867 e 6021.

j) Condenação da Reclamada em indenizar à Reclamante em danos pelo


assédio moral cometido, de acordo com todo o exposto e fundamentado
anteriormente, no montante de dez vezes o último salário desta (R$
1.279,66), no montante de R$ 12.796,60.

k) que seja a Reclamada condenada em indenizar a Reclamante no


pagamento do período do superferiado decretado pelo Estado do Rio de
Janeiro no período de 26/03/2021 à 04/04/2021, este com acréscimo de
100%, no valor de R$ 4.120,94 e ainda estendendo-o ao RSR, no valor de
R$ 2.224,16, alcançando-se a soma destes o montante de R$ 6.345,10.

l) Multa de que trata o artigo 477, §8º, da CLT, com a integração das horas
extras realizadas habitualmente, visto que a rescisão de contrato não foi
realizada e tampouco paga, no valor de R$ 1.296,26.

m) Multa que determina o artigo 467 da CLT, com a integração das horas
extras realizadas habitualmente, no montante de 50%, em caso de não
ocorrer o pagamento das verbas incontroversas na primeira audiência, no
montante de R$2.471,54.

n) Honorários de sucumbência, este no montante máximo permitido, ou seja,


de 15% do valor das verbas devidas à Reclamante, de acordo com o artigo
791-A da CLT, no valor de R$ 5.461,22.

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Número do processo: 0100657-44.2021.5.01.0071 ID. 1aaf676 - Pág. 21
Número do documento: 21080612384116700000064926806
Fls.: 23

o) Que todas as verbas ora impostas de condenação à Reclamada sejam


acrescidas de correção monetária desde quando deveria ter ocorrido o
desembolso, bem como de juros de 1% ao mês, à exceção do cálculo de
juros e correção monetária sobre o FGTS.

DEMAIS REQUERIMENTOS

1. Requer ainda, a citação da reclamada no endereço supra, para desejando,


comparecer a audiência a ser designada por esse MM. Juízo e responder a
ação sob pena de sujeitar aos efeitos da revelia e confissão do alegado.

2. Que seja marcada audiência UNA e seja a Reclamada notificada para tal,
devendo fornecer seu endereço eletrônico, se for diferente do fornecido nesta
peça inicial ou qualquer outro que prefira.

3. Que seja determinado o envio de ofícios aos Órgãos fiscalizadores do


Trabalho, como: Ministério Público do Trabalho, à Delegacia Regional do
Trabalho, ao INSS, à CEF, a fim de apurar as irregularidades existentes.

Protesta a Autora por todos os meios de prova em direito


admitidas, especialmente, testemunhal, documental, documental superveniente,
pericial, depoimento pessoal da Reclamada e quaisquer outras que se fizerem
necessárias para provar o ora alegado.

Dá-se à causa o valor de R$ 43.315,36 (quarenta e três


mil,trezentos e quinze Reais e trinta e seis centavos).

Termos em que,
Pede DEFERIMENTO.

Rio de Janeiro, 06 de Agosto de 2021.

CARINE FERREIRA DA SILVA


OAB/RJ 109.970

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