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Tribunal de Justiça do Estado do Ceará - 1º Grau

PJe - Processo Judicial Eletrônico

21/11/2023

Número: 3001000-33.2023.8.06.0002
Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL
Órgão julgador: 10ª Unidade do Juizado Especial Cível da Comarca de Fortaleza
Última distribuição : 06/11/2023
Valor da causa: R$ 11.200,00
Assuntos: Indenização por Dano Moral, Indenização por Dano Material, Cobrança indevida de
ligações, Práticas Abusivas
Nível de Sigilo: 0 (Público)
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Advogados
DIOGENES OLIMPIO BEZERRA DE MELO (AUTOR)
LUCAS LOPES MELO (ADVOGADO)
TELEFONICA BRASIL SA (REU)

Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
71587235 06/11/2023 Petição Inicial - Diogenes Melo Petição
20:00
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(ÍZA) DE
DIREITO DO 10ª JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE FORTALEZA,
CEARÁ.

DIÓGENES OLIMPIO BEZERRA DE MELO, brasileiro, casado,


aposentado, portador do RG nº 91020002002, inscrito no CPF sob o nº
377.953.683-87, residente e domiciliado na Rua Solon Pinheiro, 1070,
Apto 1206-A, Bairro José Bonifácio, CEP: 60.050-041, Fortaleza, Ceará,
com endereço eletrônico em diogenesmelo@uol.com.br, vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu
advogado que esta subscreve, devidamente outorgado por instrumento
procuratório em anexo, propor a presente

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS C/C


DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO

em face de TELEFÔNICA BRASIL S.A., pessoa jurídica de direito


privado, inscrita no CNPJ sob o nº 02.558.157/0001-62, com endereço
na Av. Engenheiro Luiz Carlos Berrini, 1376, Bairro Cidade Monções,
CEP: 04.571-936, São Paulo/SP, com endereço eletrônico
telefonica@telefonica.com, pelos motivos de fato e de direito a seguir
narrados.

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I - DAS NOTIFICAÇÕES.
Inicialmente, requer que toda e qualquer notificação seja feita no
nome de LUCAS LOPES MELO, inscrito na OAB/CE sob o nº 44.796,
com escritório profissional na Av. Desembargador Moreira, 1300, sala
16 A, CEP 60.170-002, Aldeota, Fortaleza/CE, com endereço eletrônico
em lucasmelo1@gmail.com, sob pena de nulidade.

II - DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA.
Requer a este Douto Juízo a concessão da justiça gratuita, uma
vez que o autor é aposentado e também possui deficiência física grave
(PCD), não possuindo, assim, condições financeiras de arcar com as
custas processuais sem prejuízo do seu próprio sustento, razão pela
qual pleiteia que lhe sejam concedidos os benefícios da justiça gratuita
nos termos assegurados pela Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV e
pela Lei 13.105/2015 (CPC), artigo 98 e seguintes.

II - DA PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO. PCD.


Inicialmente, informa o autor que possui deficiência física grave,
conforme atesta o laudo ora anexo. Dito isto, requer a concessão do
benefício de tramitação prioritária à pessoa com deficiência (PCD),
nos termos do art. 1.048, §§ 1º a 4º, do Código de Processo Civil c/c art.
9º, VII, da Lei n.º 13.146/2015. Por fim, pleiteia que, após o
deferimento, seja determinada à secretaria da Vara a devida
identificação dos autos e a adoção das demais providências cabíveis.

III - DOS FATOS.


O autor possui três linhas de telefone celular em seu nome, de
números (85)98781-1331, (85)98815-1331 e (85)98789-7017, cuja
utilização se dá, respectivamente, pelo próprio autor, pelo seu filho e
pela sua esposa.
Durante muitos anos, as três linhas do autor foram nos planos
pós-pagos da demandada, em que sempre efetuou todos os pagamentos
das contas pontualmente.
Em maio/2021 o demandante decidiu cancelar os planos
pós-pagos e migrar para o plano chamado “VIVO EASY”, em que

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efetuava recargas dentro do aplicativo da requerida e, com esses
créditos, comprava pacotes de ligações, mensagens e internet que não
expiravam.
Após cancelar os planos pós-pagos e pagar as referidas contas, o
autor recebeu uma ligação da ré informando que ainda estavam
pendentes 4 (quatro) boletos, três no valor de R$ 16,99 (dezesseis reais
e noventa e nove centavos) e um de R$ 17,56 (dezessete reais e
cinquenta e seis centavos).
Ao indagar do que se tratavam esses boletos, a ré informou que
seriam de pacotes de serviços contratados dentro dos planos pós-pagos.
Em resposta, o autor informou que nunca contratou nenhum pacote de
serviço e que não reconhecia essas cobranças.
A ré então declarou que tais pacotes de serviços eram
inerentes ao plano pós-pago, que o cliente de fato não solicitava
pois estes já eram incluídos automaticamente no plano, e que para
cancelá-los era necessário entrar em contato com outro número da
própria ré e requerer o cancelamento.
Mesmo sem nunca ter solicitado tais serviços, o autor requereu
o cancelamento e também a exclusão dessas contas de seu nome, o que
lhe foi informado que seriam cancelados esses serviços e as respectivas
contas.
Após o suposto cancelamento dos boletos referentes a esses tais
pacotes de serviços em maio/2021, o autor seguiu utilizando suas três
linhas no plano “VIVO EASY”.
Porém, para a sua surpresa, em 13/04/2022 às 17h, o autor
recebeu uma notificação em 2 das suas linhas (ambas de final 1331,
a sua e a de seu filho) informando que os números haviam sido
cancelados.
Após isso, ambas as linhas de final 1331 pararam de funcionar,
não recebiam nem efetuavam chamadas, não tinham acesso à internet,
não enviavam SMS e não tinham mais acesso ao aplicativo “VIVO
EASY”, onde era possível acompanhar seu saldo e pacotes contratados.
De imediato o autor entrou em contato com a operadora ré, pelo
número *8486, que gerou o protocolo de nº 20227979179338,
informando o ocorrido e solicitando o restabelecimento de ambos os
planos “VIVO EASY” das linhas de final 1331, bem como o
restabelecimento das linhas, que estavam inoperantes.

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Após mais de uma hora e meia em ligação com o suporte
técnico e diversos testes, somente foi restaurado o funcionamento da
linha (85)98815-1331, de utilização do seu filho, porém sem acesso ao
aplicativo VIVO EASY.
Em relação a linha (85)98781-1331, a qual o autor utiliza e
que, frisa-se, é aposentado e possui deficiência física grave,
dependendo integralmente do seu aparelho celular para se
comunicar com médicos, familiares e amigos, inclusive em casos
de emergência, o suporte técnico informou que não seria possível
restaurá-la. Por conta disso, abriu o chamado no REQ000006107006
para verificar o que de fato ocorreu.
No dia seguinte, a linha (85)98789-7017, que é de utilização de
sua esposa, também ficou sem acesso ao aplicativo VIVO EASY, bem
como sem efetuar chamadas, SMS ou acesso à internet, sendo-lhe
informado que também havia sido cancelada.
Destaca-se que todas as três linhas possuíam créditos e pacotes
de ligações, internet e SMS já comprados dentro da plataforma “VIVO
EASY”, que foram cancelados. Todo esse dinheiro gasto nos pacotes e
créditos nunca foi reembolsado ao autor.
Também no dia 14/04/2022 o autor abriu a reclamação de nº
2022.04/00006162138, no website do <www.consumidor.gov.br>,
explicando detalhadamente o que havia ocorrido e solicitando urgência
na resolução do problema causado pela própria ré, visto que o
requerente é pessoa aposentada e com deficiência física grave e estava
incomunicável.
Entre a data da abertura da reclamação 14/04/2022 e a sua
conclusão em 12/05/2022, a ré entrou cerca de 5 (cinco) vezes em
contato com o autor e abriu 3 (três) outros chamados
(REQ000006107006, REQ000006162890 e REQ000006207083), todos
sem solução, visto que em todos os chamados a resposta da requerida
era “que não sabia o que havia ocorrido".
Destaca-se que, durante todo esse tempo, isto é, durante 1
(UM) MÊS o autor ficou sem conseguir efetuar ou receber ligações,
enviar SMS ou ter acesso à internet. Durante 1 (um) mês o autor,
que é aposentado e possui deficiência física grave, ficou totalmente
INCOMUNICÁVEL, sem conseguir sequer agendar e ir às suas
consultas rotineiras de médicos e sessões de fisioterapia.
Após um mês do ocorrido, aguardando uma solução da ré que
nunca aconteceu, o autor se viu obrigado a mudar de operadora para

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finalmente conseguir efetuar e receber ligações, bem como ter acesso à
internet.
Suas outras duas linhas, (85)98815-1331 e (85)98789-7017,
continuaram na ré, porém na modalidade “pré-pago”. A linha do autor
(85)98781-1331 não foi possível sequer ficar na modalidade “pré-pago”
na ré, pois esta informou que não seria possível restaurá-la.
Após mais de um ano do ocorrido, em 31/08/2023, o autor
tentou voltar com a sua linha (85) 98781-1331 para a operadora
requerida. No entanto, foi informado que ainda se encontravam
pendências financeiras em seu CPF.
Em contato com a ré, esta lhe informou que aquelas 4 (quatro)
contas de junho/2021 ainda estavam em aberto. O autor solicitou
novamente o cancelamento de tais contas, porém, para sua surpresa,
após mais de 1 (uma) hora no telefone tentando, novamente, resolver
esse problema, a demandada desliga a ligação e não retorna - prática
infelizmente bastante comum dessas operadoras.
Referida ligação gerou o protocolo de nº 20239925166195, mais
um dentre os vários gerados durante esses dois anos de problemas
causados pela própria ré.
Em síntese: (1) ainda encontram-se 4 (quatro) contas em aberto
no CPF do autor de serviços que nunca contratou; (2) o autor teve suas
três linhas canceladas imotivadamente pela ré, perdendo o dinheiro de
créditos e pacotes adquiridos; (3) o autor ficou por um mês
incomunicável devido ao cancelamento da sua linha realizada pela ré;
(4) todas as suas três linhas não podem sair do “pré-pago” devido a
essas pendências financeiras.
Todos os fatos aqui narrados encontram-se documentados e
foram anexados a esta exordial.
Portanto, passados mais de 2 (dois) anos após todos os
infortúnios causados pela ré, fazendo o autor perder seu tempo útil
e deixando-o incomunicável por um mês, sem que qualquer desses
problemas tenham sido solucionados até o momento, vem o autor
recorrer ao Poder Judiciário para ter seu direito resguardado, buscando
reparar o dano material e moral experimentado.

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Num. 71587235 - Pág. 5
IV - DA RELAÇÃO CONSUMERISTA. APLICABILIDADE DO CDC. DAS
PRÁTICAS ABUSIVAS DA EMPRESA RÉ. DA INEXISTÊNCIA DO
DÉBITO E DA SUA RETIRADA DO NOME DO AUTOR.
É cediço que a presente lide versa sobre a falha na prestação de
serviços, de prática abusiva da empresa ré em cancelar imotivadamente
as linhas de telefone do autor, bem como manter por anos débitos
ilegítimos em seu CPF, impossibilitando-o de mudar de plano.
Frisa-se que o autor passou mais de 1 (um) mês incomunicável.
O requerente é aposentado e possui deficiência física grave, e ficou
impossibilitado de se comunicar, ir às suas consultas rotineiras de
médicos e sessões de fisioterapia.
Além disso, o autor está há mais de 2 (dois) anos tentando
retirar os quatro débitos que constam em seu CPF, sem poder mudar de
plano durante todo esse período.
Verifica-se que a relação jurídica estabelecida entre as partes é
de natureza consumerista, haja vista que o demandante se enquadra na
figura de consumidor, na forma do art. 2º do CDC, e a demandada na
figura de prestadora de serviço (art. 3º do CDC) e, portanto, faz jus à
indenização, por ter sido vítima dos danos causados pela promovida.
Dessa forma preceitua o artigo 14 do Código de Defesa do
Consumidor:
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente
da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços,
bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre
sua fruição e riscos.

Portanto, requer a aplicabilidade da Lei nº 8.078/90 à presente


demanda.
Ademais, necessário frisar as práticas abusivas cometidas pela
empresa demandada, tais como o cancelamento imotivado de suas
linhas telefônicas, a venda casada de serviços atrelados ao plano
pós-pago e a manutenção dos débitos desses serviços não contratados
em seu nome.
Conforme dispõe o Código de Defesa do Consumidor:
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre
outras práticas abusivas:
[...]

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I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao
fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem
justa causa, a limites quantitativos; [...]
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia,
qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço;
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas
contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços
que:
I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do
fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e
serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas
relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa
jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações
justificáveis;
II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia
já paga, nos casos previstos neste código;
III - transfiram responsabilidades a terceiros;
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas,
que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou
sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade; [...]
XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o
conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua celebração; [...]

De acordo com o exposto, a empresa cancelou imotivadamente


as três linhas telefônicas do autor, deixando-o incomunicável por um
mês, mesmo com todos os seus pagamentos em dia.
Ademais, aplicou quatro débitos em seu nome, de serviços os
quais não contratou, e alegou que tais serviços eram atrelados ao seu
antigo plano pós-pago, que eram contratados mesmo sem ser
solicitados - restando evidente a compra casada desses pacotes.
Portanto, resta clara a prática abusiva da empresa ré em
cancelar imotivadamente as linhas de telefone do autor, bem como
manter por anos débitos ilegítimos em seu CPF, acrescentando-se a
isso sua total desídia no tratamento com o consumidor.
Isto posto, requer a retirada dos 4 (quatro) débitos de seu
nome, três no valor de R$ 16,99 (dezesseis reais e noventa e nove
centavos) e um de R$ 17,56 (dezessete reais e cinquenta e seis
centavos), presentes no “vivo em dia” e ora anexos.

V - DO DANO MORAL. DO CANCELAMENTO IMOTIVADO DA LINHA


QUE DEIXOU O AUTOR INCOMUNICÁVEL POR UM MÊS. DA TEORIA
DO DESVIO PRODUTIVO DO CONSUMIDOR.
Segundo Carlos Roberto Gonçalves, o dano moral é:

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“o que atinge o ofendido como pessoa, não lesando seu
patrimônio. É lesão de bem que integra os direitos da
personalidade, como a honra, a dignidade, intimidade, a
imagem, o bom nome, etc., como se infere dos art. 1º, III, e 5º,
V e X, da Constituição Federal, e que acarreta ao lesado dor,
sofrimento, tristeza, vexame e humilhação” (GONÇALVES,
2009, p. 359)
Isto posto, a indenização do dano moral, decorrente do descaso,
que ultrapassa o mero aborrecimento do cotidiano, violando a honra e a
dignidade do lesado, encontra respaldo na Constituição Federal, em
seus artigos 1º, inciso III e 5º, incisos V e X.
Não obstante, o Código Civil também trata da obrigatoriedade de
indenização, decorrente de ato ilícito, quando este causar dano a
outrem, no artigo 927/CC, ainda que exclusivamente moral, bem como
o artigo 186/CC.
É inegável que a conduta da demandada em cancelar
imotivadamente as linhas do autor que é aposentado e possui
deficiência física grave, deixando-o incomunicável por um mês e
impossibilitando-o de agendar e ir às suas consultas rotineiras de
médicos e sessões de fisioterapia, ultrapassa o mero dissabor do
cotidiano.
Não obstante, manter quatro débitos em seu nome de serviços
nos quais não contratou por mais de 2 (dois) anos, também exorbita
qualquer mero aborrecimento da vida cotidiana.
Isto porque o autor está há mais de 2 (dois) anos tentando
resolver todos esses transtornos, perdendo o seu tempo produtivo
para solucionar os problemas causados pela própria empresa.
Frisa-se, ainda, que por diversas vezes o autor passou horas em
ligações com a ré, bem como registrou Reclamação no DECON, porém
continuou sem a resolução do seu caso.
Diante desse descaso comumente cometido pelas empresas
contra os consumidores, o Superior Tribunal de Justiça, desde o ano de
2017, vem aplicando a Teoria do Desvio Produtivo do Consumidor, a
fim de condenar essa prática que lesa o consumidor ao ter que
despender o seu tempo para tentar resolver um problema criado pelo
próprio fornecedor.
Em síntese, segundo o doutrinador Marcos Dessaune, autor do
livro Desvio Produtivo do Consumidor – O Prejuízo do Tempo
Desperdiçado. São Paulo: RT, 2011, a referida teoria é:

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“O desvio produtivo caracteriza-se quando o consumidor,
diante de uma situação de mau atendimento, precisa
desperdiçar o seu tempo e desviar as suas competências — de
uma atividade necessária ou por ele preferida — para tentar
resolver um problema criado pelo fornecedor, a um custo de
oportunidade indesejado, de natureza irrecuperável.”

Essa atitude do fornecedor, ao se esquivar de sua


responsabilidade pelo problema, causa diretamente o desvio produtivo
do consumidor, isto é, a perda de seu tempo produtivo, que seria
utilizado para outras atividades, em vez de tentar resolver um problema
gerado pela própria empresa.
Isto é o que gera a relação de causalidade existente entre a
prática abusiva e o dano gerado pela perda do tempo útil. A
responsabilidade é objetiva nas relações de consumo (art. 14/CDC),
sendo assim, não é necessário a demonstração de culpa.
Caracterizado o dano sofrido pelo autor, surge o dever da ré de
repará-lo. Logo, o consumidor deverá ser indenizado por este tempo
perdido. Vejamos o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, no
julgamento do REsp 1.634.851:
PROCESSO CIVIL E DIREITO DO CONSUMIDOR. RECURSO
ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO
JURISDICIONAL. AUSÊNCIA. JUNTADA DE DOCUMENTOS
COM A APELAÇÃO. POSSIBILIDADE. VÍCIO DO PRODUTO.
REPARAÇÃO EM 30 DIAS. RESPONSABILIDADE OBJETIVA
DO COMERCIANTE.
[...]
5. À frustração do consumidor de adquirir o bem com vício,
não é razoável que se acrescente o desgaste para tentar
resolver o problema ao qual ele não deu causa, o que, por
certo, pode ser evitado - ou, ao menos, atenuado - se o
próprio comerciante participar ativamente do processo de
reparo, intermediando a relação entre consumidor e fabricante,
inclusive porque, juntamente com este, tem o dever legal de
garantir a adequação do produto oferecido ao consumo. 6. À
luz do princípio da boa-fé objetiva, se a inserção no mercado do
produto com vício traz em si, inevitavelmente, um gasto
adicional para a cadeia de consumo, esse gasto deve ser tido
como ínsito ao risco da atividade, e não pode, em nenhuma
hipótese, ser suportado pelo consumidor. Incidência dos
princípios que regem a política nacional das relações de
consumo, em especial o da vulnerabilidade do consumidor (art.
4º, I, do CDC) e o da garantia de adequação, a cargo do
fornecedor (art. 4º, V, do CDC), e observância do direito do
consumidor de receber a efetiva reparação de danos
patrimoniais sofridos por ele (art. 6º, VI, do CDC).
[...]
8. Recurso especial desprovido.

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Num. 71587235 - Pág. 9
(REsp n. 1.634.851/RJ, relatora Ministra Nancy Andrighi,
Terceira Turma, julgado em 12/9/2017, DJe de 15/2/2018.)
(grifo nosso)
Insta destacar, também, o voto da Relatora Ministra Nancy
Andrighi, ao aplicar “a responsabilidade civil pela perda injusta e
intolerável do tempo útil: Marcos Dessaune (Desvio Produtivo do
Consumidor – O Prejuízo do Tempo Desperdiçado. São Paulo: RT, 2011,
p. 47-48)”:
[...] o esforço de agendar uma “visita” da autorizada – tarefa
que, como é de conhecimento geral, tem frequentemente
exigido bastante tempo do consumidor, que se vê obrigado
a aguardar o atendimento no período da manhã ou da
tarde, quando não por todo o horário comercial. [...]
A modernidade exige soluções mais rápidas e eficientes, e o
comerciante, porque desenvolve a atividade econômica em seu
próprio benefício, tem condições de realizá-las!
Assim, não é razoável que, à frustração do consumidor de
adquirir o bem com vício, se acrescente o desgaste para
tentar resolver o problema ao qual ele não deu causa, o
que, por certo, pode ser evitado – ou, ao menos, atenuado –
[...]
Toda essa dinâmica que se revela na prática, portanto,
demonstra que a via-crúcis a que o fornecedor muitas vezes
submete o consumidor vai de encontro aos princípios que
regem a política nacional das relações de consumo, em especial
o da vulnerabilidade do consumidor (art. 4º, I, do CDC) e o da
garantia de adequação, a cargo do fornecedor (art. 4º, V, do
CDC), além de configurar violação do direito do consumidor de
receber a efetiva reparação de danos patrimoniais sofridos por
ele (art. 6º, VI, do CDC). [...]
(REsp n. 1.634.851/RJ, relatora Ministra Nancy Andrighi,
Terceira Turma, julgado em 12/9/2017, DJe de 15/2/2018.)
(grifo nosso)
Frisa-se que este Egrégio Tribunal de Justiça do Ceará, bem
como suas Turmas Recursais dos Juizados Especiais Cíveis e
Criminais, seguem o mesmo posicionamento quanto à condenação em
danos morais pela perda do tempo produtivo do consumidor. Vejamos:
DIREITO CIVIL E DO CONSUMIDOR. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO
DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR
DANOS MORAIS E TUTELA ANTECIPADA. SENTENÇA QUE
JULGOU PARCIALMENTE PROCEDENTE O PLEITO AUTORAL.
COBRANÇAS INDEVIDAS. DEMONSTRADAS DIVERSAS
TENTATIVAS DE RESOLUÇÃO DO PROBLEMA. DESVIO
PRODUTIVO DO CONSUMIDOR. DANO MORAL
CONFIGURADO. QUANTUM INDENIZATÓRIO MAJORADO
PARA R$5.000,00 (CINCO MIL REAIS). HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS DE SUCUMBÊNCIA. FIXAÇÃO SOBRE O
VALOR DA CONDENAÇÃO. RECURSO CONHECIDO E
PARCIALMENTE PROVIDO. 1. Trata-se de recurso de apelação
cível interposto por Maria Rosenir Nogueira da Silva em face de
sentença prolatada pela douta Juíza de Direito da 2ª Vara Cível
da Comarca de Iguatu, nos autos de Ação de Inexistência de

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Débito c/c Indenização por Danos Morais e Tutela Antecipada,
que julgou parcialmente procedente o pedido autoral para
condenar a requerida ao pagamento de R$ 3.000,00 (três mil
reais) a título de indenização por danos morais. 2. Cinge-se a
controvérsia recursal tão somente em verificar a possibilidade
de majoração do quantum fixado a título de indenização por
danos morais para R$ 20.000,00 (vinte mil reais), bem como de
fixar os honorários advocatícios de sucumbência sobre o valor
da causa, no percentual de 20%, nos termos do Art. 85, § 2º,
CPC. 3. De início, importante salientar, que o ato ilícito
praticado pela ora apelada foi capaz de gerar indenização
por danos morais baseados na "teoria do desvio produtivo
do consumidor" (ou "teoria da perda do tempo útil"), já
reconhecida pelo c. Superior Tribunal de Justiça, segundo a
qual o tempo desperdiçado pelo consumidor para a solução
de problemas gerados por maus fornecedores constitui
dano moral indenizável, pois restou demonstrada a perda
de tempo útil da consumidora apelante diante da reiterada
tentativa de solução na via extrajudicial, conforme
concluiu o juízo de primeiro grau. 4. Na fixação do quantum
indenizatório, deve o magistrado atentar-se a critérios de
razoabilidade e proporcionalidade em observância às
circunstâncias em que o ato ilícito foi cometido, às
consequências da ofensa ao lesado, o grau de culpa do ofensor,
à eventual contribuição do ofendido no evento danoso e à
situação econômica das partes. 5. O STJ tem trilhado o
caminho do critério bifásico de fixação dos danos
extrapatrimoniais: "Na primeira etapa, deve-se estabelecer um
valor básico para a indenização, considerando o interesse
jurídico lesado, com base em grupo de precedentes
jurisprudenciais que apreciaram casos semelhantes. (...) Na
segunda etapa, devem ser consideradas as peculiaridades do
caso concreto, para fixação definitiva do valor da indenização,
atendendo a determinação legal de arbitramento equitativo pelo
juiz ( REsp nº 1.152.541/RS, Relator Ministro Paulo de Tarso
Sanseverino, j. Em 13.09.2011). Partindo dessa premissa,
atentando-se às circunstâncias às circunstâncias do caso
concreto, majoro o valor da condenação por danos morais
para R$ 5.000,00 (cinco mil reais), em consonância com os
parâmetros deste Sodalício. 6. Consoante entendimento do
STJ, no arbitramento dos honorários advocatícios
sucumbenciais, diante da natureza condenatória da sentença,
deve ser verificado, em primeiro lugar, o valor da condenação;
em segundo lugar, o proveito econômico; e, por fim, o valor da
causa. Nesse cenário, uma vez que no caso houve condenação,
aplicável o primeiro critério constante no art. 85, § 2º do CPC.
7. Recurso conhecido e parcialmente provido. ACÓRDÃO:
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acorda a 1ª Câmara
Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, por
unanimidade, em conhecer do recurso para dar-lhe parcial
provimento, nos termos do voto do Relator. Fortaleza, data e
assinatura digital registradas no sistema processual eletrônico.
DESEMBARGADOR JOSÉ RICARDO VIDAL PATROCÍNIO
Relator (TJ-CE - AC: 00509664520208060091 Iguatu, Relator:
JOSE RICARDO VIDAL PATROCÍNIO, Data de Julgamento:
07/12/2022, 1ª Câmara Direito Privado, Data de Publicação:
07/12/2022) (grifo nosso)

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RECURSOS INOMINADOS. REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS
E REPETIÇÃO DE INDÉBITO. SERVIÇO DE TELEFONIA
FIXA. FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. ART. 14 DO
CDC. DESVIO PRODUTIVO DO CONSUMIDOR. MAIS DE 40
PROTOCOLOS REALIZADOS PELO CONSUMIDOR. DANOS
MATERIAIS E MORAIS COMPROVADOS. RAZOABILIDADE
NO VALOR FIXADO. RECURSO INTERPOSTO PELA PARTE
AUTORA NÃO CONHECIDO. PREPARO REALIZADO APENAS
DE FORMA PARCIAL. OCORRÊNCIA DE DESERÇÃO.
RECURSO APRESENTADO PELA PARTE RÉ NÃO PROVIDO.
SENTENÇA MANTIDA. A C Ó R D Ã O Acordam os membros da
Segunda Turma Recursal dos Juizados Especiais Cíveis e
Criminais do Estado do Ceará, por unanimidade de votos,
CONHECER DO RECURSO INTERPOSTO PELA PARTE
REQUERIDA, NEGANDO-LHE PROVIMENTO, e em NÃO
CONHECER DO RECURSO APRESENTADO PELA PARTE
PROMOVENTE, por ser julgado deserto, mantendo a sentença
proferida em sua integralidade, nos termos voto do relator.
Acórdão assinado somente pelo Juiz Relator, de acordo com o
Regimento Interno das Turmas Recursais. Fortaleza-CE, data
da assinatura eletrônica. FLÁVIO LUIZ PEIXOTO MARQUES
Juiz Relator (Recurso Inominado Cível -
0000220-89.2015.8.06.0111, Rel. Desembargador(a) Flávio
Luiz Peixoto Marques, 2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS
ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS, data do julgamento:
23/02/2022, data da publicação: 24/02/2022) (grifo nosso)
Destaca-se que, o caso acima em muito se assemelha ao do
autor, visto que proposto contra uma empresa de telefonia na qual o
consumidor enfrentou problemas com o corte das suas ligações,
chegando a ficar com a linha inoperante.
O Juízo julgou procedente o pedido autoral, entendendo por
restar caracterizado o vício na prestação do serviço, e condenou a
empresa em danos morais arbitrados em R$ 8.000,00 (oito mil reais).
O caso do autor ainda é agravado pois este é aposentado e
possui deficiência física grave, devido às sequelas da poliomielite que
teve na infância, e à época dos fatos vinha apresentando piora do
quadro pois estava sendo acometido da Síndrome Pós-Poliomielite,
conforme laudo anexo.
Ao ficar incomunicável por um mês, o autor não pode agendar
e ir às suas consultas rotineiras de médicos e, principalmente, suas
sessões de fisioterapia. Somente conseguiu retomar sua linha após
trocar de operadora celular.
Isto posto, resta claro que a falha na prestação do serviço
deixou o autor totalmente desamparado, recorrendo ao Poder
Judiciário como única forma de garantir os seus direitos.

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Tem o dano moral um duplo caráter: compensatório, para
propiciar ao ofendido um valor pecuniário que, ao menos, amenize a dor
injustamente causada, e punitivo, para servir de repreensão ao
causador do dano e desestimulá-lo a praticar essa ofensa às demais
pessoas.
Portanto, requer se digne Vossa Excelência em condenar a ré ao
pagamento de indenização por danos morais, este arbitrado em R$
10.000,00 (dez mil reais), em virtude da peculiaridade de se tratar de
pessoa aposentada e com deficiência física grave, que ficou
incomunicável por um mês e está há mais de 2 (dois) anos tentando
retirar quatro débitos do seu nome.

VII - DO DANO MATERIAL. DOS VALORES EM CRÉDITOS E


PACOTES COMPRADOS NO APLICATIVO “VIVO EASY”.
Conforme exposto inicialmente, o autor passou
aproximadamente 10 (dez) meses com suas três linhas no plano “VIVO
EASY”, no qual recarregava todo mês créditos que eram convertidos em
pacotes de ligações, SMS e internet que não expiravam.
Era recarregado o valor de R$ 80,00 (oitenta reais) por linha1,
cuja utilização dos pacotes de serviços nunca eram esgotados no mês,
acumulando para o mês seguinte e somando-se a nova recarga de
pacotes feita no mês subsequente.
Referida soma de valores se deu pelos 10 (dez) meses em que
utilizou suas linhas no plano “VIVO EASY”, acumulando, pelo menos,
metade do valor da recarga em planos de ligações, SMS e internet, visto
que tais serviços não expiravam com a virada do mês.
Dito isto, o autor acumulou cerca de R$ 400,00 (quatrocentos
reais) em pacotes de serviços não utilizados, em cada linha, quando do
cancelamento dos planos. Frisa-se que tais valores nunca foram
ressarcidos ao autor.
Realizando-se a soma desses valores, chega-se ao montante de
R$ 1.200,00 (um mil e duzentos reais) de pacotes de serviços
acumulados nos planos “VIVO EASY”, que não foram ressarcidos ao
requerente quando do cancelamento das suas linhas.

1
Referido plano “especial” “VIVO EASY” de R$ 80,00/mês encontra-se disponível em:
<https://www.vivo.com.br/para-voce/produtos-e-servicos/para-o-celular/vivo-easy>

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Portanto, requer se digne Vossa Excelência condenar a ré ao
reembolso do pagamento de R$ 1.200,00 (um mil e duzentos reais)
em danos materiais, referente ao acúmulo dos pacotes de serviços
não utilizados durante o plano “VIVO EASY”.

VIII - DOS PEDIDOS.


Diante de todo o exposto, requer se digne Vossa Excelência em
julgar TOTALMENTE PROCEDENTE a ação, determinando:
A. Que seja concedido os benefícios da gratuidade
da justiça, nos termos dos artigos 98 e 99 do
Código de Processo Civil, uma vez que o autor é
aposentado e PCD, não possuindo condições
financeiras de arcar com as custas processuais
sem prejuízo do seu próprio sustento;
B. A citação da demandada para participar de
audiência de conciliação previamente marcada
por este Juízo, sob pena de revelia, nos termos
do artigo 20 da Lei nº 9.099/95;
C. A retirada dos 4 (quatro) débitos do nome do
autor, três no valor de R$ 16,99 (dezesseis reais
e noventa e nove centavos) e um de R$ 17,56
(dezessete reais e cinquenta e seis centavos), que
constam no “vivo em dia”;
D. A condenação da ré ao pagamento de danos
morais no montante de R$ 10.000,00 (dez mil
reais) acrescidos de correção monetária e juros
moratórios incidentes a partir do evento danoso;
E. A condenação da ré ao pagamento de danos
materiais no montante de R$ 1.200,00 (um mil
e duzentos reais), devidamente atualizado de
juros legais e correção monetária;
F. A inversão do ônus da prova, de acordo com o
art. 6º, inciso VIII da lei 8.078/90, ante a
verossimilhança das alegações e da
hipossuficiência do autor.

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Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito
admitidos, com destaque à prova documental e testemunhal.
Dá-se valor a causa de R$ 11.200,00 (onze mil e duzentos reais).

Nestes termos, pede e espera deferimento.


Fortaleza, 6 de novembro de 2023.

Lucas Lopes Melo


OAB/CE 44.796

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