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MM JUIZO DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE

GUARAPARI, ES.

Nome Completo, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do Inserir RG e


inscrito no Inserir CPF, residente e domiciliado na Inserir Endereço, vem, por
intermédio de seu procurador(a) legalmente habilitado (doc. 1), requerer o seguinte:

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C PEDIDO DE TUTELA DE EVIDÊNCIA E


TUTELA ANTECIPADA EM CARÁTER ANTECEDENTE

Em face do ESTADO DO Razão Social, pessoa jurídica de direito público interno,


inscrito no CNPJ/MF sob o nº Inserir CNPJ, com sede na Inserir Endereço, o que faz
com supedâneo nas razões fáticas e de direito a seguir aduzidas:

PREFACIALMENTE: DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

A autora não dispõe de meios para arcar com as custas processuais, sem prejuízo
de sua subsistência e a de sua família, “ad cautelam”. Desse modo, requer a
concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, na forma das Leis nº 1.060/50 e nº
7.510/86, e demais normas sobre a matéria, uma vez que, é hipossuficiente na
forma da Lei, o que declara sob as penas legais.

DOS FATOS

De início, cumpre destacar que a autora é servidora do Estado do Razão Social,


conforme se observa em termo de posse (doc. 2) e contracheque (doc. 3) anexados.
A mesma ingressou com procedimento administrativo (doc. 4) em face do ente
supracitado, para requisição da concessão de horário especial (redução de carga
horária), em razão de sua filha (doc. 5) Informação Omitida ser portadora de
transtorno do espectro autista, conforme diagnóstico médico, de lavra de médico
psiquiatra (doc. 6), o qual informa o CID da doença, CID 10 - F84.0 (autismo infantil).

A solicitação administrativa se deu em razão da implementação do ensino médio


integral na Escola Estadual Informação Omitida, local onde a autora exercia seu
labor, com endereço na Informação Omitida, mesmo bairro de sua residência, o que
facilitava sua locomoção para casa.

Com a implementação desse novo modelo educacional, havia a exigência da


permanência dos professores na escola com 40 (quarenta) aulas semanais, apesar

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de terem ingressado na carreira com 30 (trinta) aulas semanais, fato que passava a
impedir a servidora de prestar assistência a sua filha.

Outrossim, a autora possui, ainda, outro vínculo com o Município de Informação


Omitida, vide contracheque anexo (doc. 7), na Escola Municipal Informação Omitida,
localizada na Informação Omitida, o que também a impossibilitava de permanecer
nesse novo sistema de ensino.

Diante disso, a funcionária buscou uma nova instituição para que pudesse conciliar
seus dois vínculos de professora. Quando, em 17/02/2017, consoante declaração
anexa (doc. 8), passou a fazer parte da equipe docente do CENEP - Centro Estadual
de Educação Profissional Informação Omitida.

Apesar de ter encontrado a referida instituição, nota-se que a mesma é distante da


sua residência, passando uma hora ou mais no trajeto até a escola, assim como na
volta para casa, pois utiliza o transporte público coletivo diariamente.

Logo, a autora vem enfrentando dificuldades para acompanhar sua filha nas
atividades diárias e nas terapias, que são extremamente necessárias ao seu
desenvolvimento.

Nesse sentido, tem-se acostado laudo da profissional de terapia ocupacional (doc.


9), o qual informa a importância da continuação do tratamento para a evolução do
quadro neuropsicossocial da paciente.

A criança necessita, ainda, de acompanhamento fonoaudiólogo, onde, de acordo


com relatório (doc. 10), se faz fundamental, pois a terapia fonoaudiológica objetiva
promover a intenção de se comunicar, estimular o melhor desempenho de sua
linguagem, para que venha a se expressar de maneira clara e funcional. Além disso,
consta no documento que embora a paciente tenha apresentado dificuldades
iniciais, a mesma tem mostrado maior interação, com o decorrer do tratamento.

Ademais, constata-se clinicamente, através da avaliação da psicóloga (doc. 11) que


a criança possui déficits significativos na comunicação e nas interações sociais, bem
como déficits expressivos na comunicação verbal e não verbal usadas para o
contato social. Além disso, apresenta um padrão comportamental restritivo e
repetitivo, com relação aos seus interesses e atividades.

A criança está em tratamento de frequência semanal com sua terapeuta ocupacional


(doc. 9) e psicóloga (doc. 11), nas quintas-feiras às 16h10min e 17h30min,
respectivamente. E, semanalmente, às terças-feiras, faz tratamento fonoaudiólogo
(doc. 10) às 17h30min.

Isso posto, a requerente necessita ingressar no ambiente laboral um horário mais


tarde, pois sua filha, por possuir comportamentos repetitivos, como fora dito
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anteriormente, apenas se alimenta ou veste-se com o auxílio da mãe, ficando muito
agressiva sem a presença da mesma nesses momentos.

Sendo assim, também é essencial à servidora, se ausentar do trabalho mais cedo


para que possa alimentar sua filha no momento do almoço e vesti-la para as
atividades que realiza à tarde, que são, em sua maioria, terapias. Tendo em vista
que só possui esse intervalo de almoço para isso, já que trabalha à tarde no
Município de Informação Omitida.

DO DIREITO

No presente caso, o valor protegido constitucionalmente, ou seja, o fundamento


constitucional está contido no art. 6 ° da Carta Magna, quando enumera os Direitos
Sociais, em especial, o direito à educação:

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia,


o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (grifo nosso).

Ainda quanto ao Direito à educação, tem-se o art. 205 da CRFB/88:

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Entende-se que o direito a educação, amparado constitucionalmente, como fora


supracitado, está intimamente ligado, neste caso, com as garantias e oportunidades
de expansão de sua personalidade humana, inclusão profissional e crescimento
cidadão da pessoa com deficiência.

Da mesma forma, a noção de Direitos Humanos existente no princípio da igualdade


(art. 5º da CF/88) e sua relação com o direito à educação em sentido amplo (art. 205
da CF/88), se pautam na responsabilidade do Estado e da família de prover ações
positivas que venham a assegurar ao indivíduo com deficiência igualdade material.

Nesse diapasão, sabe-se que ingressou em nosso ordenamento jurídico lei nova
(Lei 13.370 de 12 de dezembro de 2016), a qual altera a Lei no 8.112/90, em seu art.
98, § 3º (Regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e
das fundações públicas federais).

Tal dispositivo foi alterado garantindo horário especial ao servidor público federal
que tenha cônjuge, filho ou dependente com deficiência. Vê-se o disposto no
seguinte trecho da Lei nº 8.112/90:

“Art. 98 Será concedido horário especial ao servidor estudante, quando comprovada a


incompatibilidade entre o horário escolar e o da repartição, sem prejuízo do exercício
do cargo:
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§1º Para efeito do disposto neste artigo, será exigida a compensação de horário no
órgão ou entidade que tiver exercício, respeitada a duração semanal do trabalho.

§2º Também será concedido horário especial ao servidor portador de deficiência,


quando comprovada a necessidade por junta médica oficial, independentemente de
compensação de horário.

§3º As disposições constantes do § 2o são extensivas ao servidor que tenha cônjuge,


filho ou dependente com deficiência.

§4º Será igualmente concedido horário especial, vinculado à compensação de horário


a ser efetivada no prazo de até 1 (um) ano, ao servidor que desempenhe atividade
prevista nos incisos I e II do caput do art. 76-A desta Lei.” (grifo nosso)

A autora, professora da rede estadual de ensino, ao tomar conhecimento desse


novo ditame legal, requereu administrativamente o benefício, o qual é negado
tomando por base a Lei Complementar Estadual n° 122/1994, diploma estatutário
dos servidores do Estado do Rio Grande do Norte, que dispõe …

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