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Trabalho de D. do Trabalho.

OS DIREITOS TRABALHISTAS RELACIONADOS À PARENTALIDADE


Os direitos trabalhistas ao exercício da parentalidade se relacionam com as
funções, desempenhadas pelos trabalhadores, de zelar, no âmbito privado e
familiar, por alguma pessoa, sejam filhos ou parentes em períodos de
necessidade. Além disso, a legislação brasileira apresenta diversos dispositivos
que compelem aos parentes a proteção e fornecimento de meios e recurso
necessários para o desenvolvimento das crianças. Ademais, a infância é um
período de desenvolvimento da criança, que deve ser suportado pela
coletividade. O tempo de trabalho, muitas vezes, pode colidir com o período
necessário para o exercício da parentalidade e o trabalho do cuidado. O
mercado de trabalho precisa observar as necessidades de cuidado de seus
empregados para com seus filhos e familiares como algo que também lhes está
relacionado. Dessa forma, esses direitos são externos a realização da atividade
do trabalho em si, porém se relacionam com essa na medida em que
demandam atividades pelos trabalhadores.
A legislação brasileira prevê os direitos relacionados à parentalidade na
Consolidação das leis Trabalhistas, na Constituição Federal, na Organização
Internacional do Trabalho, nas Lei 9029/95 e 14.457/22, no Código Civil de
2002, nas negociações coletivas e outros. Além disso, a licença-maternidade e
licença-paternidade são exemplos de direitos trabalhistas relacionados a
parentalidade mais conhecidos.
O Direito do Trabalho brasileiro oferece maior proteção as mulheres em relação
à parentalidade, principalmente ao período de maternidade. Ademais, a mulher
apresenta direitos em quanto gestante como por exemplo: a estabilidade (art.
391-A da CLT), ausência para exames (art. 392, §4º, da CLT), também
apresenta direitos em quanto lactante, licença-maternidade (art. 392, caput, da
CLT), pausas para amamentação (art.396 da CLT), entre outros. Os homens,
entretanto, apresentam menos direitos e com períodos de tempo menor, a
licença paternidade (art. 473, III, da CLT) como por exemplo era inicialmente de
apenas 1 dia e foi estendido para cinco dias pela CF/88 nas ADCTs artigo 7, X,
e artigo 10, §1º. Dessa forma, existe uma noção social que se estende para o
direito de valorização do papel da mulher na família decorrente da
maternidade. A mulher trabalhadora apresenta o direito e a obrigação, jurídica
e social, de cuidar de seus familiares, ou seja, o direito não só perpetua a
desigualdade de gênero como é modulador dessa. Entretanto, a mudanças
jurídicas recentes no ordenamento jurídico brasileiro relacionados a ideia de
família e já demonstram a necessidade de superar esses papeis do masculino
e do feminino, o que se observa é a ampliação dos direitos relacionados à
parentalidade.
Os direitos das trabalhadoras relacionados a maternidade, apesar de
extremamente necessários, são vistos com “mãos olhos” pelo mercado de
trabalho. Os empregadores sabendo da possibilidade e necessidade de arcar
com custos de empregadas mães dificultam o acesso das mulheres aos
cargos. Dessa forma, a extensão de direitos aos trabalhadores masculinos,
enquanto pais ou cuidadores, pode diminuir essa visão negativa do mercado de
trabalho sobre as mulheres. É necessário o avanço na busca de ferramentas
para atender as necessidades dos trabalhadores e modificar a cultura patriarcal
brasileira entranhada no direito do trabalho. A legislação e muito importante
para isso, assim como as negociações coletivas entre empregadores e
empregados. Deve se buscar soluções que conciliem o trabalho do cuidado
desempenhado por pais e mães com necessidade de cuidado das crianças e
familiares.

Lei nova 14457- exercício da patenteabilidade- exercício do trabalho das mulheres.

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