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Aula 2

Direitos constitucionais dos trabalhadores e


das trabalhadoras.

Capítulo 1
Artigo 7° da CF; Renúncia e Transação

Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho para


Bloco 4 do CNU

Prof. Isabella Fernandes Amorim


Prof. Isabella Fernandes Amorim
Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho para Bloco 4 do CNU
Aula 2: Direitos constitucionais dos tra...

Sumário
.......................................................................................................................................................................................

INTRODUÇÃO............................................................................................................................................... 3

QUESTÕES COMENTADAS............................................................................................................................ 20

LISTA DE QUESTÕES..................................................................................................................................... 27

RESUMO DIRECIONADO................................................................................................................................ 31

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INTRODUÇÃO
Bem-vindo à sua jornada de conhecimento sobre os direitos fundamentais dos trabalhadores, consagrados no Art. 7º
da Constituição Federal do Brasil. Este artigo estabelece garantias essenciais para trabalhadores urbanos e rurais,
visando não apenas a proteção de suas relações de emprego, mas também a melhoria de suas condições sociais.
Ao longo desta apostila, exploraremos minuciosamente cada inciso do Art. 7º, desde a proteção contra despedida
arbitrária até a igualdade de direitos entre diferentes categorias de trabalhadores. Cada artigo representa um
compromisso do Estado em assegurar dignidade, equidade e justiça nas relações de trabalho, moldando um cenário
em que a valorização do trabalhador é central.
Prepare-se para uma jornada através dos fundamentos que regem o mercado de trabalho no Brasil, onde discutiremos
temas como salário mínimo, jornada de trabalho, benefícios, segurança, e muito mais. Ao final desta apostila, você terá
um entendimento robusto dos direitos consagrados na Constituição, fornecendo-lhe não apenas conhecimento, mas
também uma base sólida para compreender o contexto laboral do país.
Vamos começar essa jornada de descobertas e aprofundar nosso entendimento sobre os direitos essenciais dos
trabalhadores urbanos e rurais, explorando o que o Art. 7º da Constituição Federal oferece para fortalecer e proteger a
força vital de nossa sociedade: os trabalhadores.
DIREITOS SOCIAIS

Os direitos sociais, fundamentados no Art. 6º da Constituição Federal, representam uma pedra angular na construção
do edifício da cidadania moderna. Este conjunto de prerrogativas visa garantir condições mínimas de bem-estar social e
econômico, proporcionando aos cidadãos não apenas a liberdade de exercer seus direitos civis e políticos, mas também
assegurando a plenitude desses direitos.
1.Educação, Saúde e Alimentação:

O acesso à educação de qualidade, à saúde e à alimentação adequada são elementos cruciais para o desenvolvimento
individual e coletivo. A Constituição estabelece a importância desses direitos, reconhecendo que uma sociedade bem-
educada, saudável e nutrida é capaz de alcançar seu pleno potencial.
2. Trabalho e Moradia:

O Art. 6º destaca o trabalho e a moradia como direitos sociais, sublinhando a importância da dignidade tanto no
ambiente profissional quanto no pessoal. Garantir condições laborais justas e o acesso a moradias adequadas são
passos essenciais para construir uma sociedade equitativa.
3. Lazer e Segurança:

A busca pelo equilíbrio entre o trabalho e o lazer é uma preocupação central dos direitos sociais. Além disso, a
segurança, seja ela pública ou social, é essencial para criar um ambiente propício ao desenvolvimento individual e
coletivo, proporcionando tranquilidade e confiança aos cidadãos. Previdência Social e Proteção à Maternidade e
Infância:
A previdência social surge como uma garantia de amparo aos cidadãos em momentos de vulnerabilidade, assegurando
uma rede de proteção financeira. Além disso, a Constituição ressalta a importância de cuidados específicos à
maternidade e à infância, reconhecendo a necessidade de proteção desde os primeiros momentos da vida.
5. Assistência aos Desamparados:

A inclusão social é um pilar dos direitos sociais, e a assistência aos desamparados visa criar uma sociedade solidária,
onde ninguém seja deixado para trás. Essa prerrogativa busca assegurar que todos os cidadãos tenham acesso a
condições mínimas para uma vida digna.

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Em suma, os direitos sociais não apenas refletem a evolução da cidadania, mas também moldam uma sociedade que
valoriza o bem-estar, a igualdade e a justiça. Ao explorarmos esses direitos na Constituição, estamos mergulhando nas
bases que sustentam uma nação comprometida com o desenvolvimento e a dignidade de seus cidadãos.
Os direitos concernentes ao trabalho encontram-se predominantemente dispostos no Artigo 7º da Constituição
Federal. Devido ao seu status constitucional, esses direitos representam um patamar mínimo garantido. Mesmo diante
das alterações promovidas pela Reforma Trabalhista, que fortaleceu a negociação coletiva, os direitos estabelecidos no
Artigo 7º da CF permanecem resguardados.
Essas prerrogativas aplicam-se aos trabalhadores urbanos, rurais e mesmo aos avulsos. Contudo, para os empregados
domésticos, nem todos esses direitos são garantidos.

DIREITOS DOS TRABALHADORES URBANOS E RURAIS

I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos. Parte superior do formulário
Embora frequentemente utilizadas como termos iguais, as expressões "despedida arbitrária" e "sem justa causa"
manifestam-se em contextos distintos. A despedida arbitrária refere-se à rescisão do contrato de trabalho que não
tem como base motivos disciplinares, técnicos, econômicos ou financeiros. Essa categoria se aplica aos titulares da
representação dos empregados nas Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA), conforme o artigo 165 da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e aos membros da comissão de representantes dos empregados, conforme o
artigo 510-D, § 3º, da CLT. Estes funcionários gozam de garantia de emprego, sendo permitida a rescisão apenas
mediante justificativa disciplinar, técnica, econômica ou financeira. Vale ressaltar que o "motivo disciplinar" equivale às
situações de justa causa.
Por outro lado, a despedida sem justa causa refere-se à finalização do contrato de trabalho que não decorre de
atos faltosos por parte do empregado, tais como violação de segredo da empresa, ato de indisciplina,
insubordinação ou abandono de emprego, conforme delineado no artigo 482 da CLT. Essa modalidade reflete o
exercício do poder do empregador de encerrar o vínculo laboral sem apresentar justificativas.
Com o intuito de salvaguardar o emprego, a legislação estabelece que a dispensa arbitrária ou sem justa causa deve
acarretar ônus adicional ao empregador, buscando desencorajá-lo a despedir funcionários sem motivos justificáveis.

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Art. 18. Ocorrendo rescisão do contrato de trabalho, por parte do empregador, ficará este obrigado a depositar
na conta vinculada do trabalhador no FGTS os valores relativos aos depósitos referentes ao mês da rescisão e ao
imediatamente anterior, que ainda não houver sido recolhido, sem prejuízo das cominações legais.
Os trabalhadores sob a regulação da CLT que formalizaram contratos laborais a partir de 05/10/1988 são
obrigatoriamente incluídos no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Anteriormente a essa data, a adesão ao
FGTS era uma escolha. Além disso, o FGTS também se estende aos trabalhadores rurais, intermitentes, temporários,
avulsos, safreiros (trabalhadores rurais que atuam exclusivamente durante a colheita) e atletas profissionais (como
jogadores de futebol e vôlei). O Diretor Não-Empregado pode ser equiparado aos demais trabalhadores sujeitos ao
regime do FGTS. Até 30/09/2015, os empregadores domésticos tinham a opção de recolher ou não o FGTS de seus
empregados, mas a partir de 01/10/2015, o recolhimento tornou-se obrigatório. A decisão de recolhimento, quando era
facultativa (antes de 01/10/2015), implicava obrigatoriedade durante a vigência do vínculo empregatício. É importante
destacar que o FGTS não é descontado do salário, sendo uma responsabilidade exclusiva do empregador.
Artigo 18, § 1º,da Lei 8.036/90 - Na hipótese de despedida pelo empregador sem justa causa, depositará este, na
conta vinculada do trabalhador no FGTS, importância igual a quarenta por cento do montante de todos os
depósitos realizados na conta vinculada durante a vigência do contrato de trabalho, atualizados
monetariamente e acrescidos dos respectivos juros
Antes da instituição do FGTS, inexistia a penalidade de 40%; no entanto, vigorava uma proteção ao emprego ainda
mais robusta: a estabilidade decenal. Ao completar uma década de serviços ininterruptos em uma empresa, o
empregado alcançava a estabilidade, podendo ser dispensado somente em casos de falta grave, devidamente apurada
por meio de inquérito para apuração de falta grave (conforme os artigos 492, 494 e 853 da CLT). Adicionalmente, em
caso de dispensa sem justa causa, o empregado tinha direito a uma indenização equivalente a um salário por ano
trabalhado, ou fração igual ou superior a seis meses, conforme estabelecido nos artigos 477 e 478 da CLT.
É perceptível que o fim da estabilidade decenal resultou em uma diminuição do princípio da continuidade na relação de
emprego. Apesar disso, uma forma de proteção ainda subsiste, embora em menor escala. Atualmente, essa
salvaguarda manifesta-se na elevação do custo da dispensa imotivada. O inciso I, ao assegurar a indenização por
demissão arbitrária ou sem justa causa, inclui a ressalva "dentre outros direitos", indicando a existência de medidas
adicionais para proteção do emprego. O aviso prévio proporcional ao tempo de serviço é um exemplo, tornando mais
dispendiosa a dispensa para o empregador à medida que aumenta o tempo de vínculo empregatício.
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário.

O programa tem a finalidade de:

I - prover assistência financeira temporária ao trabalhador desempregado em virtude de dispensa sem justa causa,
inclusive a indireta, e ao trabalhador comprovadamente resgatado de regime de trabalho forçado ou da condição
análoga à de escravo;
II - auxiliar os trabalhadores na busca ou preservação do emprego, promovendo, para tanto, ações integradas de
orientação, recolocação e qualificação profissional.
O seguro-desemprego é um auxílio assistencial destinado a proporcionar suporte financeiro temporário a
trabalhadores que enfrentaram o desemprego de maneira involuntária. O propósito primordial do seguro-desemprego
é assistir os trabalhadores durante o período em que estão desempregados, oferecendo auxílio financeiro enquanto
buscam por uma nova oportunidade de emprego.
Além disso, o seguro-desemprego é um direito assegurado pela Constituição Federal e regulamentado pela Lei nº
7.998/1990. Ele representa uma forma de "proteção" ao trabalhador diante do desemprego não planejado, sendo um
benefício concedido pelo Governo Federal àqueles que desejam trabalhar, mas perderam seus empregos. Portanto, o
objetivo essencial desse benefício é garantir um suporte financeiro temporário aos trabalhadores em situação de
desemprego involuntário.
III - fundo de garantia do tempo de serviço

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A regulação do FGTS é estabelecida pela Lei 8.036/1990, correspondendo a 8% da remuneração, depositado


mensalmente em uma conta vinculada na Caixa Econômica Federal. Servidores públicos estatutários não possuem
direito ao FGTS, mas aqueles contratados pelo regime celetista, mesmo sem concurso, têm tal prerrogativa.
É comum que servidores temporários ultrapassem o prazo contratual com o poder público, sendo vedada a demissão
durante esse período. Entretanto, após o término do contrato, a demissão pode ocorrer a qualquer momento,
especialmente se o período se prolongar por meses ou anos. Nesse contexto, diante dos riscos pós-contratuais, o
servidor temporário adquire o direito ao FGTS, semelhante aos trabalhadores da esfera privada.
O valor fica depositado na conta do empregado, sendo passível de saque apenas em casos de dispensa sem justa
causa, rescisão indireta, culpa recíproca e extinção por acordo. No último caso, o empregado só pode movimentar até
80% do valor dos depósitos (conforme o artigo 484-A, § 1º, da CLT).
Além das situações de ruptura contratual mencionadas, o artigo 20 da Lei 8.036/1990 elenca diversas outras
circunstâncias que permitem o saque do FGTS, como extinção total da empresa, aposentadoria, falecimento,
pagamento de financiamento imobiliário, condições de saúde como câncer e vírus HIV, estágio terminal, além da
aquisição de órtese ou prótese.
Ademais, a decisão a seguir refere-se a um tema relevante relacionado ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
(FGTS) e à prescrição dos valores não pagos. O Tribunal decidiu, por meio do Acórdão de Recurso Extraordinário com
Agravo (ARE) 709.212, que o prazo prescricional aplicável é quinquenal, superando um entendimento anterior que
estabelecia prescrição trintenária.
FGTS. Cobrança de valores não pagos. Prazo prescricional. Prescrição quinquenal. Art. 7º, XXIX, da Constituição.
Superação de entendimento anterior sobre prescrição trintenária. Inconstitucionalidade dos arts. 23, § 5º, da Lei
8.036/1990 e 55 do Regulamento do FGTS aprovado pelo Decreto 99.684/1990. [ARE 709.212, rel. min. Gilmar
Mendes, j. 13-11-2014, P, DJE de 19-2-2015, Tema 608.]
A prescrição quinquenal, conforme estabelecido pelo artigo 7º, XXIX, da Constituição Federal, implica que os
trabalhadores têm um prazo de até cinco anos para pleitear a cobrança de valores não pagos relacionados ao FGTS.
Essa decisão representa uma mudança significativa em relação ao entendimento anterior, que estabelecia um prazo de
prescrição de trinta anos.
Além disso, a decisão considerou a inconstitucionalidade dos artigos 23, § 5º, da Lei 8.036/1990 e 55 do Regulamento
do FGTS aprovado pelo Decreto 99.684/1990. Esses dispositivos previam um prazo mais extenso para a prescrição, o
qual foi considerado em desacordo com a Constituição Federal.
Dessa forma, a decisão teve impacto na delimitação do prazo para cobrança de valores não pagos do FGTS,
proporcionando aos trabalhadores um período mais curto para buscar a reparação de eventuais irregularidades.
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais
básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e
previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação
para qualquer fim.
O salário mínimo é o valor mais baixo que um empregador pode legalmente pagar a um trabalhador por seus serviços.
Esse valor visa garantir que os trabalhadores recebam uma remuneração justa e digna. O salário mínimo é
periodicamente ajustado para levar em consideração os custos de vida, a inflação e outros fatores econômicos. O
objetivo é proporcionar um padrão mínimo de vida para os trabalhadores, abrangendo suas necessidades básicas,
como alimentação, moradia e vestuário.
Como decorar todos os itens que o salário mínimo deve ser capaz de atender?

VELHAS de TPM = Vestuário, Educação, Lazer, Higiene, Alimentação, Saúde, Transporte, Previdência social, Moradia.

O inciso IV estabelece que o salário-mínimo é "fixado em lei". Contudo, de acordo com a interpretação do STF, a lei
pode determinar que a definição do valor do salário-mínimo seja feita por meio de decreto presidencial, desde que essa
autorização esteja prevista na legislação que estabelece as diretrizes para o reajuste ou aumento, com critérios
específicos para o cálculo desse montante.

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O salário-mínimo é "nacionalmente unificado", significando que um valor único se aplica em todo o país. Portanto,
quando a CLT menciona "salários mínimos regionais", é importante observar que tais disposições não foram
reconhecidas pela Constituição Federal de 1988, considerando que a CLT foi promulgada em 1943.
No final do inciso, destaca-se a proibição de vinculação do salário-mínimo para qualquer propósito. Isso implica que o
salário-mínimo não pode ser utilizado como "indexador", ou seja, não pode ser a base de cálculo, como, por exemplo,
estabelecer o valor de um contrato de aluguel em termos de salários mínimos. A Súmula Vinculante nº4 reforça essa
vedação, declarando que, salvo nas situações previstas na Constituição, o salário mínimo não pode ser utilizado como
indexador para calcular vantagens de servidores públicos ou empregados, e não pode ser substituído por decisão
judicial.
É essencial ressaltar algumas exceções, como o entendimento do STF de que o salário-mínimo pode ser utilizado como
indexador no cálculo de pensão alimentícia (ARE 842.157, de 19/06/2015). Além disso, a fixação do piso salarial em
múltiplos do salário mínimo é considerada constitucional, desde que não haja vinculação a reajustes futuros, conforme
decidido nas ADPFs 52, 149 e 171 – Informativo 1044, STF, de fevereiro/2022.
Ademais, o cálculo de gratificações e outras vantagens do servidor público não incide sobre o abono utilizado
para se atingir o salário mínimo. [Súmula Vinculante 15.]
Existem exceções? Pode um trabalhador receber menos que o salário mínimo? Sim!

Para os trabalhadores com jornada reduzida (inferior às 08 horas diárias e 44 semanais padrão), é permitido
o pagamento proporcional do salário mínimo e do piso salarial. No entanto, essa exceção não se aplica à
Administração Pública direta, autárquica e fundacional. Nesse contexto, a Orientação Jurisprudencial (OJ)
358 da Seção de Dissídios Individuais - 1 (SDI-1) do Tribunal Superior do Trabalho (TST) estabelece: I -
Quando há contratação para cumprimento de jornada reduzida, abaixo das oito horas diárias ou quarenta e
quatro semanais previstas constitucionalmente, é permitido o pagamento proporcional do piso salarial ou do
salário mínimo, de acordo com o tempo trabalhado. II - Na Administração Pública direta, autárquica e
fundacional, não é válido remunerar o empregado público abaixo do salário mínimo, mesmo que esteja em
jornada de trabalho reduzida.
A Súmula Vinculante nº 6 estipula que é possível remunerar as praças do serviço militar inicial com valor
inferior ao salário mínimo, nos termos seguintes: SV 6, STF - O estabelecimento de remuneração inferior ao
salário mínimo para as praças que prestam serviço militar inicial não viola a Constituição.
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os presos que trabalham podem receber remuneração
inferior ao salário mínimo, não sendo aplicável a garantia prevista no artigo 7º, IV, da Constituição Federal. A
decisão destacou que o preso não está sujeito à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e que o Estado já
atende a grande parte das necessidades vitais básicas almejadas pelo salário mínimo, como educação,
alojamento, saúde, alimentação, vestuário e higiene (Arguição de Descumprimento de Preceito
Fundamental - ADPF 336/DF, julgamento em 27/02/2021. Informativo 1007/STF).

V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho

O piso salarial equivale à remuneração profissional estabelecida para a categoria específica do trabalhador. Esse valor
pode ser determinado por meio de legislação, decisão normativa, acordo ou convenção coletiva de trabalho.
A Lei Complementar 103/2000 concedeu autorização aos Estados e ao Distrito Federal para instituir pisos salariais,
fundamentada no parágrafo único do artigo 22 da Constituição Federal, que estipula que "lei complementar poderá
autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo". Embora tenha sido
objeto de questionamentos, o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou sua constitucionalidade. Portanto, em cada
estado e no Distrito Federal, é possível ter pisos salariais distintos, desde que o estabelecimento federal sirva como
referência mínima para a remuneração dos trabalhadores.
Conforme mencionado na Orientação Jurisprudencial (OJ) 358, citada anteriormente, é viável o pagamento
proporcional do piso salarial em casos de jornada reduzida.

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Vale destacar que, segundo decisão do STF, o piso salarial regional não se aplica aos contratos de aprendizagem (Ação
Direta de Inconstitucionalidade - ADI 6223/SP, julgamento em 22/10/2021. Informativo 1035/STF).
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo.

A irredutibilidade salarial impede a redução do salário do trabalhador, abrangendo duas formas de comportamento:

A redução direta, na qual o empregador decide pagar menos pelo serviço contratado;

A redução indireta, na qual o empregador diminui tarefas, quantidade de serviço, entre outros, resultando
assim na diminuição salarial.

É crucial ressaltar que nem todas as verbas fazem parte do salário. Após a reforma trabalhista de 2017, a CLT especifica
a seguinte composição:

Contraprestação fixa pelo serviço (também conhecida como salário, soldo, provento, vencimento, etc.);

Comissões;

Gratificações legais.

Por outro lado, os valores excluídos do salário, e portanto não sujeitos à restrição mencionada, incluem:

Ajuda de custo;

Auxílio-alimentação;

Diárias de viagem;

Prêmios e abonos;

Valor do plano de saúde e despesas médicas;

Outras verbas de indenização ou custeio do serviço (como verbas para aquisição de equipamentos, por
exemplo).

Além disso, é importante observar que a irredutibilidade salarial não se confunde com a proteção do poder aquisitivo
do salário. Os efeitos da inflação não alteram a quantia recebida pelo colaborador, e não há obrigação de realizar a
correção monetária do salário.
Normalmente, o salário não deve ser reduzido. No entanto, a Constituição Federal em si oferece uma flexibilidade a
essa regra. Observe que a segunda parte do inciso apresenta uma ressalva: "salvo o disposto em convenção ou acordo
coletivo". Portanto, há permissão para a redução salarial, desde que haja negociação coletiva para tal. Essa diminuição
temporária dos salários pode ocorrer em prol do bem maior, que é a preservação do emprego, alinhada ao princípio da
continuidade da relação de emprego. São situações excepcionais em que o sindicato atua visando à proteção do
emprego.
Os empregados afetados pela redução do salário ou da jornada devem ser protegidos contra dispensa imotivada
durante o período de vigência do acordo ou convenção coletiva, conforme estabelece o artigo 611-A, § 3º, da CLT:
"Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convenção coletiva ou o acordo coletivo de trabalho
deverão prever a proteção dos empregados contra dispensa imotivada durante o prazo de vigência do instrumento
coletivo."
EXEMPLO: Suponha que uma empresa, devido a dificuldades financeiras temporárias, decide negociar com os
trabalhadores por meio de um acordo coletivo para reduzir os salários por um período específico. Nesse cenário, a

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empresa e o sindicato dos trabalhadores entram em acordo, estabelecendo uma diminuição salarial de 10% para todos
os funcionários durante os próximos seis meses.
Durante esse período, os empregados continuam a desempenhar suas funções normais, mas com a redução salarial
acordada. A empresa, ao seguir os termos do acordo coletivo, assegura que essa diminuição temporária seja mais
benéfica para a manutenção dos empregos, garantindo a continuidade da relação de emprego.
É importante destacar que, de acordo com o artigo 611-A, § 3º, da CLT, os trabalhadores afetados pela redução salarial
estão protegidos contra dispensa imotivada durante o período acordado. Assim, a empresa não pode demitir esses
funcionários sem justificativa durante o prazo de vigência do instrumento coletivo.
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável.

Se o salário incluir uma porção fixa e outra variável, como comissões, por exemplo, ou consistir exclusivamente na
variável, como no caso do "comissionista puro", será assegurado sempre um valor equivalente a pelo menos um salário
mínimo, sendo estritamente proibidos descontos em meses subsequentes sob a justificativa de compensação.
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;

O pagamento do 13º salário deve ser efetuado até o dia 20 de dezembro de cada ano, representando um doze avos da
remuneração ou do valor da aposentadoria devida em dezembro para cada mês trabalhado ou fração superior a 15
dias.
Durante o período entre fevereiro e novembro, o empregador deve adiantar metade do 13º salário, equivalente à
remuneração do mês anterior. Não há obrigatoriedade de realizar o adiantamento para todos os empregados no
mesmo mês. É possível que o empregado receba esse adiantamento junto com as férias, mediante solicitação realizada
no mês de janeiro.
É importante notar que o inciso destaca que a base de cálculo do 13º salário é a "remuneração integral", o que significa
que não se limita ao valor do salário-base, abrangendo também reflexos de outras verbas de natureza salarial, como
horas extras e adicional noturno, por exemplo.
IX – compensação financeira pelo trabalho noturno superior à remuneração diurna

Devido à natureza mais exigente do trabalho noturno, os trabalhadores que atuam durante esse período têm direito a
um adicional noturno. Este inciso da Constituição Federal simplesmente indica que a remuneração deve ser superior,
sem detalhar o valor do adicional. Para os empregados urbanos, os percentuais são definidos pela CLT, enquanto para
os empregados rurais, a definição está estabelecida na Lei 5.889/73, que regulamenta o trabalho rural.
No caso do empregado urbano, a hora noturna é reduzida, sendo computada a cada 52 minutos e 30 segundos,
conforme estabelece o artigo 73 da CLT. A tabela a seguir apresenta as principais informações sobre o adicional
noturno:

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X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa.

A proteção do salário, assegurada pela Constituição Federal, destaca-se pela sua natureza alimentar, reconhecendo a
importância fundamental desse rendimento para a subsistência do trabalhador. Diante desse princípio, é proibido ao
empregador a prática de "retenção" dolosa do salário do empregado.
Ao enfatizar que essa retenção configuraria um "crime", o texto destaca a gravidade dessa conduta. Contudo, é
importante ressaltar que, até o momento, não existe uma norma penal específica que tipifique essa ação como crime.
Essa lacuna na legislação penal pode ser uma área a ser considerada para futuras atualizações ou modificações
legislativas, visando fortalecer ainda mais a proteção do salário como um direito inalienável do trabalhador.
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação
na gestão da empresa, conforme definido em lei
A Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) refere-se à remuneração adicional concedida aos trabalhadores com
base nos resultados alcançados pela empresa, sendo uma estratégia para estimular a produtividade. A regulamentação
da PLR é estabelecida pela Lei 10.101/2000, a qual determina que a negociação sobre a PLR deve ocorrer entre a
empresa e seus empregados, sendo comumente acordada por meio de convenções ou acordos coletivos de trabalho.
É fundamental observar que a PLR é "desvinculada da remuneração", ou seja, ela não integra as verbas trabalhistas e
não gera reflexos em aspectos como horas extras, FGTS e contribuições previdenciárias. Por outro lado, a "participação

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na gestão da empresa" é uma ocorrência excepcional, podendo ser prevista em acordos coletivos, convenções
coletivas ou regulamentos internos da empresa.
No que diz respeito ao propósito dessa participação, Gustavo Garcia destaca que a cogestão visa democratizar a
direção da empresa, permitindo uma maior participação dos empregados. Isso resulta na redução das disparidades
sociais e no aumento do interesse dos empregados no desempenho empresarial.
É importante notar que a PLR é um dos domínios em que "o negociado prevalece sobre o legislado", significando que
as disposições estabelecidas em acordos ou convenções coletivas têm primazia sobre as normas legais, conforme
estipula o Art. 611-A da CLT.
EXEMPLO: Em uma empresa de tecnologia, os gestores propõem um acordo de PLR aos seus funcionários como uma
estratégia para impulsionar a produtividade e fortalecer o envolvimento da equipe nos resultados alcançados pela
empresa. Conforme a Lei 10.101/2000, a negociação sobre a PLR é conduzida em conjunto entre a empresa e os
empregados, sendo formalizada por meio de uma convenção coletiva de trabalho.
Nesse acordo, ficou estabelecido que a PLR seria calculada anualmente com base no desempenho financeiro da
empresa, considerando metas predefinidas. A regulamentação da PLR, conforme a legislação vigente, garante que
essa remuneração adicional seja desvinculada da remuneração tradicional, não afetando aspectos como horas extras,
FGTS e contribuições previdenciárias.
Adicionalmente, para promover uma maior participação dos colaboradores na gestão da empresa, foi incluída uma
cláusula no acordo permitindo a possibilidade de cogestão. Isso significa que, em situações excepcionais, os
empregados poderiam ter voz em decisões estratégicas, visando à democratização da direção da empresa e à redução
das disparidades sociais.
É crucial destacar que, conforme o princípio estabelecido no Art. 611-A da CLT, as disposições desse acordo de PLR
têm precedência sobre as normas legais aplicáveis, evidenciando como o aspecto negociado prevalece sobre o
legislado nesse contexto específico. Essa abordagem demonstra a flexibilidade permitida pela legislação para adaptar as
relações de trabalho às necessidades específicas de cada empresa.
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei

O salário-família é um benefício previdenciário que consiste em um montante concedido com base no número de
dependentes do trabalhador de baixa renda. Em outras palavras, o benefício é distribuído em cotas, de modo que o
empregado recebe uma cota para cada filho, enteado ou tutelado. Quando tanto o pai quanto a mãe são segurados
empregados ou trabalhadores avulsos, ambos têm direito ao salário-família, conforme estabelece o artigo 82, § 3º, do
Decreto 3.048/99.
A responsabilidade pelo pagamento recai sobre o empregador, sendo que este posteriormente compensa o valor com a
Previdência Social. A Previdência Social disponibiliza uma tabela em seu site, determinando o montante a ser pago e
definindo os critérios para a caracterização de "baixa renda".
O propósito desse benefício é fornecer auxílio nos custos relacionados à educação dos filhos. O salário-família é devido
mensalmente ao segurado empregado, inclusive o doméstico, e ao segurado trabalhador avulso, proporcionalmente ao
número de filhos ou equiparados com até 14 anos de idade (incompletos) ou "inválidos" de qualquer faixa etária.
EXEMPLO: Maria e João, um casal fictício, são segurados empregados em uma empresa de baixa renda. Eles têm dois
filhos, Ana, de 10 anos, e Pedro, de 13 anos. Ambos trabalham e contribuem para a Previdência Social.
A cada mês, o empregador de Maria e João verifica o número de dependentes e paga o salário-família devido a eles.
Como o casal possui dois filhos com menos de 14 anos, eles têm direito a receber duas cotas do salário-família.
O empregador, seguindo a tabela disponibilizada pela Previdência Social, determina o valor correspondente a cada cota
do salário-família. Esse montante é então pago a Maria e João, auxiliando nos custos relacionados à educação de Ana e
Pedro.
É importante destacar que, como o salário-família é proporcional ao número de filhos e equiparados, famílias com
diferentes configurações teriam diferentes quantidades de cotas. Essa ajuda financeira mensal visa proporcionar
suporte às despesas educacionais das famílias de trabalhadores de baixa renda.

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XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a
compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
Esse inciso define a jornada padrão de trabalho, estabelecendo-a em 8 horas diárias e 44 horas semanais. Por exemplo,
quando um indivíduo trabalha de segunda a sexta-feira, por 8 horas diárias, e também aos sábados, por 4 horas.
Geralmente, todo tempo que ultrapassar esses limites deve ser remunerado como horas extras. No entanto, se existir
um acordo de compensação, permitindo que o empregado trabalhe mais em um dia e reduza sua carga horária em
outro, não será necessário pagar horas extras.
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação
coletiva;
Os turnos ininterruptos de revezamento são adotados por empresas que operam de forma contínua, sem interrupções.
Os colaboradores são escalados para trabalhar em diferentes períodos - manhã, tarde e noite - em um esquema de
rodízio. A Súmula 360 do TST esclarece que "a pausa destinada ao repouso e alimentação dentro de cada turno, ou o
intervalo para repouso semanal, não descaracteriza o turno de revezamento com jornada de 6 (seis) horas".
Estabelecer a jornada de 6 horas tem como objetivo desencorajar o empregador a adotá-la, devido aos impactos
negativos na saúde e na vida social do trabalhador, que lida com períodos alternados sem a possibilidade de estabelecer
uma rotina. No entanto, por meio de negociação coletiva, é possível ampliar essa jornada.
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

As expressões "repouso semanal remunerado," "descanso semanal remunerado," "folga semanal," e "descanso
hebdomadário" são equivalentes e referem-se ao direito do empregado desfrutar de um descanso contínuo de, no
mínimo, 24 horas, uma vez por semana.
Idealmente, esse período de descanso deve coincidir com o domingo. O artigo 68 da CLT estipula que o trabalho aos
domingos, seja integral ou parcial, está sujeito à prévia autorização da autoridade competente em matéria de trabalho.
No entanto, algumas atividades já possuem permissão prévia do Ministério do Trabalho e Emprego para exigir trabalho
aos domingos.
O comércio em geral, por exemplo, tem autorização para operar aos domingos, conforme o artigo 6º da Lei
10.101/2000, desde que cumpridos dois requisitos: 1º) observância da legislação municipal; 2º) o descanso semanal
remunerado coincida, pelo menos uma vez a cada período máximo de três semanas, com o domingo.
Caso o empregado trabalhe no dia de folga, ele terá direito a uma folga compensatória em outro dia da semana. Se essa
folga compensatória não for concedida, o empregado terá direito a receber a remuneração em dobro pelo trabalho no
dia de repouso semanal, conforme estabelece a Súmula 146 do TST: "O trabalho prestado em domingos e feriados, não
compensado, deve ser pago em dobro, sem prejuízo da remuneração relativa ao repouso semanal."
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal;

O "serviço extraordinário" equivale às horas extras, com um adicional mínimo de 50%. Por exemplo, se o valor da hora
normal é R$ 10,00, a hora extra será de R$ 15,00. É importante observar que a Constituição estabelece um valor
mínimo, sendo comum que acordos e convenções coletivas fixem patamares superiores.
Se a CLT já estabelece limites para a jornada de trabalho regular, é natural que também defina regras para as horas
extras em relação à sua duração máxima.
O artigo 59 da legislação é claro a esse respeito:

"A duração diária do trabalho poderá ser estendida por horas extras, não excedendo o limite de duas horas, por meio de
acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho."
Em resumo, um trabalhador pode realizar, no máximo, 2 horas extras por dia. Tentar ultrapassar esse limite, seja por
iniciativa do funcionário ou solicitação do empregador, pode resultar em penalidades legais para a empresa.
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;

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As férias representam uma forma de interrupção do contrato de trabalho, caracterizando um período em que o
empregado não desempenha suas funções, porém, continua a receber sua remuneração.
Normalmente, o empregado tem o direito a um período de 30 dias de férias a cada ciclo de 12 meses, conhecido como
período aquisitivo. Além do pagamento regular, o empregado recebe um acréscimo equivalente a um terço do seu
salário durante o período de férias.

XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;

A trabalhadora gestante tem o direito a uma licença-maternidade de 120 dias, com o afastamento podendo ocorrer
entre o 28º dia antes do parto e a data do parto.

No caso de adoção ou obtenção de guarda judicial para criança ou adolescente, tanto a empregada quanto o
empregado têm direito à licença-maternidade, conforme estipulado pela CLT. A licença-maternidade para a empregada
gestante deve ser de 120 dias, sem prejuízo do emprego e salário. A notificação ao empregador sobre o início do
afastamento deve ser feita por atestado médico, podendo ocorrer entre o 28º dia antes do parto e a data do parto.
Os períodos de repouso antes e depois do parto podem ser aumentados em 2 semanas cada, mediante atestado
médico. Em casos de parto antecipado, a mulher ainda tem direito aos 120 dias previstos. Durante a gravidez, são
garantidos à empregada, sem prejuízo do salário e demais direitos, a transferência de função quando necessária à
saúde e a dispensa do horário de trabalho para consultas médicas e exames.

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A Lei 13.301/2016 estendia a licença-maternidade para 180 dias em situações específicas, como mães de crianças com
sequelas neurológicas por doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti. Entretanto, essa extensão foi revogada
pela Lei 13.985/2020, que limitou a licença de 180 dias às mães de crianças nascidas até 31/12/2019 com sequelas
neurológicas da Síndrome Congênita do Zika Vírus.
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

A licença-paternidade é um benefício assegurado aos trabalhadores que se tornam pais, proporcionando um período
de afastamento do trabalho para que possam dedicar-se aos cuidados e convívio com o recém-nascido ou adotado. O
inciso XIX do artigo 7º da Constituição Federal garante esse direito, estabelecendo que a licença-paternidade será
concedida nos termos fixados em lei.
Atualmente, a legislação não determina uma lei específica para disciplinar a licença-paternidade. Nesse contexto, o
artigo 10, § 1º, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) estabelece que, até que uma lei
regulamente o assunto, o prazo da licença-paternidade é de cinco dias. Esses cinco dias são destinados ao pai para que
possa participar ativamente dos primeiros momentos com o filho.
É importante observar que o artigo 473, III, da CLT, que concede apenas 01 dia de licença, é entendido como revogado
nesse contexto, uma vez que a Constituição Federal, de 1988, estabeleceu um prazo maior para a licença-paternidade.
Nas empresas participantes do Programa Empresa Cidadã, a licença-paternidade pode ser estendida para 20 dias,
representando um benefício adicional para os trabalhadores dessas organizações. Esse programa visa promover a
igualdade de gênero e fortalecer o vínculo entre pais e filhos, reconhecendo a importância desse período para o
desenvolvimento e bem-estar da família.

XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;

O inciso XX constitui uma norma de eficácia limitada, dependendo da criação de leis específicas (regulamentação
infraconstitucional) para efetivar a proteção do mercado de trabalho feminino. Conforme orientação constitucional e
em conformidade com o artigo 5º, I, da Constituição Federal, que preconiza a igualdade entre homens e mulheres
perante a lei, a legislação infraconstitucional tem adotado diversas medidas para prevenir a discriminação contra as
mulheres.
A título de exemplo, a Lei 9.029/1995 proibiu a exigência de atestados de gravidez e esterilização, bem como outras
práticas discriminatórias, contribuindo para a promoção da igualdade de gênero no ambiente de trabalho. Essas
medidas visam garantir que as mulheres tenham acesso equitativo às oportunidades profissionais, protegendo-as
contra práticas discriminatórias no mercado de trabalho.

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XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;

O aviso prévio, conforme estabelecido no artigo 487 da CLT, é o procedimento que a parte que deseja rescindir o
contrato de trabalho sem justa causa deve adotar, notificando a outra parte da sua decisão. A Constituição Federal, em
seu inciso XXI do artigo 7º, aborda essa questão, assegurando a eficácia mínima de 30 dias para o aviso prévio.
A disposição constitucional revela uma dualidade de eficácia: uma limitada, condicionada à legislação para determinar a
proporcionalidade, e outra plena, garantindo o prazo mínimo. A Lei 12.506/2011, ao regulamentar o aviso prévio
proporcional, estabeleceu que ao período inicial de 30 dias serão acrescidos 3 dias por ano de serviço na mesma
empresa, até o máximo de 60 dias, totalizando 90 dias.
Dessa forma, a proporcionalidade do aviso prévio é calculada com base no tempo de serviço do empregado na
empresa. Por exemplo, um trabalhador que tenha prestado serviços por menos de 1 ano terá direito a 30 dias de aviso
prévio, enquanto aquele que completou 1 ano terá 33 dias, e assim por diante, até o limite máximo de 90 dias. Essa
regulamentação busca equilibrar a relação entre empregado e empregador, considerando a fidelidade e a contribuição
do trabalhador ao longo do seu período de serviço.
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;

O inciso XXII do artigo 7º da Constituição Federal destaca a importância da redução dos riscos inerentes ao trabalho,
por meio de normas de saúde, higiene e segurança. Em um ambiente de trabalho, diversos fatores podem representar
riscos, podendo resultar em acidentes ou doenças ocupacionais.
Para cumprir essa orientação constitucional, são necessárias normas infraconstitucionais que estabeleçam medidas de
proteção ao ambiente de trabalho. Um exemplo concreto são as Normas Regulamentadoras (NR) desenvolvidas pelo
Ministério do Trabalho. A NR nº 6 é um exemplar que aborda os Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s).
As Normas Regulamentadoras são instrumentos que estabelecem requisitos, direitos e deveres para garantir a
segurança e a saúde dos trabalhadores. A NR nº 6, em específico, direciona a utilização adequada dos Equipamentos
de Proteção Individual, visando minimizar riscos e proporcionar condições mais seguras para o exercício das atividades
laborais.
Essas normas desempenham um papel fundamental na preservação da integridade física e mental dos trabalhadores,
promovendo um ambiente laboral mais saudável e seguro. Dessa forma, o cumprimento do inciso XXII visa assegurar
que o ambiente de trabalho seja propício para o exercício das atividades, prevenindo acidentes e garantindo a saúde e o
bem-estar dos trabalhadores.
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;

O inciso XXIII do artigo 7º da Constituição Federal assegura o direito a adicionais de remuneração para os trabalhadores
que desempenham atividades penosas, insalubres ou perigosas, conforme estabelecido na legislação. Esse direito,
contudo, depende da efetivação por meio de uma lei específica, evidenciando sua natureza de eficácia limitada.
No contexto das atividades insalubres, que expõem os trabalhadores a agentes prejudiciais à saúde, como excesso de
ruído, frio ou agentes químicos, é garantido um adicional salarial. Esse adicional é de 10% sobre o salário mínimo se o
grau de insalubridade for leve, 20% se for médio e 40% se for máximo. Embora o artigo 192 da CLT mencione o salário
mínimo como base de cálculo, a Súmula Vinculante nº 04 do STF proíbe tal vinculação, demandando uma nova
legislação para estabelecer uma base de cálculo adequada. Até então, o entendimento do TST é que, na ausência dessa
nova lei, o salário mínimo permanece como base de cálculo do adicional de insalubridade.
Já nas atividades perigosas, que envolvem exposição a inflamáveis, explosivos, energia elétrica, roubos ou violência
física, é garantido um adicional de 30% sobre o salário-base, excluindo outros acréscimos. Quanto às atividades
penosas, que ainda carecem de definição legal, não há uma norma estabelecendo adicional específico até o momento.
Portanto, o inciso XXIII busca proporcionar compensações financeiras aos trabalhadores que enfrentam condições
laborais especiais, reforçando a importância da regulamentação legal para garantir a efetivação desses direitos.
XXIV - aposentadoria;

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O inciso XXIV do artigo 7º da Constituição Federal trata do direito à aposentadoria, assegurando esse benefício aos
trabalhadores desde que atendidos os requisitos estipulados na Constituição e na legislação previdenciária.
A aposentadoria é garantida mediante o cumprimento de condições específicas, conforme estabelecido no artigo 201,
§ 7º, da Constituição Federal, com redação dada pela Emenda Constitucional nº 103/2019. Para os trabalhadores
urbanos, por exemplo, são requeridos 65 anos de idade para homens e 62 anos para mulheres, observado o tempo
mínimo de contribuição.
No caso dos trabalhadores rurais e daqueles que desempenham suas atividades em regime de economia familiar, como
produtores rurais, garimpeiros e pescadores artesanais, os requisitos são diferenciados. Para esses grupos, a idade
mínima exigida é de 60 anos para homens e 55 anos para mulheres.
Assim, o inciso XXIV reforça o compromisso constitucional com a segurança e a proteção social, garantindo que os
trabalhadores tenham acesso à aposentadoria mediante o cumprimento das condições estabelecidas, o que contribui
para a promoção do bem-estar e da dignidade na fase de inatividade laboral.
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches
e pré-escolas;
O inciso XXV do artigo 7º da Constituição Federal destaca a importância da assistência gratuita aos filhos e
dependentes desde o nascimento até 5 anos de idade, assegurando o acesso a creches e pré-escolas. Essa disposição
reflete o comprometimento do Estado com a educação infantil e o cuidado com as crianças em sua fase inicial de
desenvolvimento.
O artigo 208 da Constituição Federal reforça esse compromisso ao estabelecer o dever do Estado com a educação,
incluindo a garantia de educação infantil em creche e pré-escola para crianças até 5 anos de idade. Essa medida visa
proporcionar um ambiente educacional adequado desde os primeiros anos de vida, contribuindo para o
desenvolvimento integral das crianças.
Apesar de ser uma responsabilidade primária do governo, o empregador também é incentivado a contribuir para essa
causa. O artigo 399 da CLT destaca que os empregadores que se destacarem pela organização e manutenção de
creches e instituições de proteção aos menores em idade pré-escolar podem receber um "diploma de benemerência" do
Ministério do Trabalho. Isso demonstra a importância de parcerias entre o setor público e privado na promoção do
bem-estar e desenvolvimento das crianças, proporcionando condições adequadas para o cuidado e a educação nos
primeiros anos de vida.
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;

O acordo coletivo de trabalho configura-se como o entendimento estabelecido entre o sindicato representante de uma
categoria profissional e uma empresa ou conjunto de empresas pertencentes à categoria econômica correspondente.
Já a convenção coletiva de trabalho é o pacto celebrado entre os dois sindicatos envolvidos: de um lado, o sindicato
representante dos profissionais (trabalhadores), e do outro, o sindicato da categoria econômica (empregadores).
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;

Com o objetivo de prevenir o desemprego resultante do avanço tecnológico, este inciso incentiva a elaboração de leis
destinadas a proteger o emprego. Essas medidas de salvaguarda podem incluir políticas de treinamento e
requalificação dos trabalhadores, entre outras iniciativas.
Parte superior do formulário

XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está
obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
Empresas cuja atividade principal envolva riscos de acidentes de trabalho estão obrigadas a contribuir com o SAT -
Seguro contra Acidentes de Trabalho. Essa contribuição destina-se ao financiamento da "aposentadoria especial",
concedida ao segurado que desempenhou suas funções sob condições especiais prejudiciais à saúde ou integridade
física, conforme estipulado no artigo 57 da Lei 8.213/91. Apesar do pagamento do seguro, o empregador mantém a

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responsabilidade de indenizar os empregados em caso de acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho, desde que
haja dolo (intenção) ou culpa (negligência, imperícia, imprudência).
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos
para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;
Esse inciso aborda a prescrição trabalhista, que se refere à perda da pretensão, ou seja, do direito de buscar
judicialmente a reparação por uma violação de direitos. Este inciso estabelece dois prazos distintos: dois anos e cinco
anos.
O prazo de dois anos, conhecido como "prescrição bienal", começa a contar a partir da data de término do contrato de
trabalho. Ao final desse período, o trabalhador perde o direito de exigir verbas e direitos trabalhistas. Por exemplo, se
João foi dispensado sem justa causa em 09/06/2020, ele terá até 09/06/2022 para entrar com uma reclamação
trabalhista.
É importante notar que a prescrição começa a contar no término do aviso prévio, conforme a Orientação
Jurisprudencial 83 da SDI-1 do TST.
O prazo de cinco anos, chamado de "prescrição quinquenal", começa a contar a partir da data do ajuizamento da ação.
Isso significa que o trabalhador pode exigir direitos referentes aos últimos cinco anos a partir da data de entrada da
ação. Por exemplo, se João foi dispensado em 09/06/2020 e entrou com uma reclamação trabalhista em 09/10/2020,
ele poderá exigir os direitos dos últimos cinco anos, ou seja, desde 09/10/2015 até a data da dispensa.
Além disso, há a prescrição trintenária, relacionada ao FGTS. Originalmente, a prescrição do FGTS é trintenária (30
anos) segundo a Lei 8.036/1990, mas o STF declarou sua inconstitucionalidade, fixando a prescrição quinquenal a
partir de 13/11/2014, conforme o Recurso Extraordinário 709.212/DF. A Súmula 362 do TST esclarece a aplicação
desses prazos prescricionais, considerando a ciência da lesão e prazos em curso até a data da decisão do STF. Portanto,
para os depósitos de FGTS não efetuados a partir de 13/11/2014, aplica-se a prescrição quinquenal (05 anos).
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo,
idade, cor ou estado civil;
De acordo com o princípio da isonomia, este inciso estabelece a vedação à discriminação salarial, funcional e
admissional. Como medida concreta para efetivar essa disposição, o artigo 373-A da CLT exemplifica ao proibir a
divulgação de "anúncio de emprego que faça menção ao sexo, à idade, à cor ou situação familiar, exceto quando a
natureza da atividade a ser desempenhada, de forma pública e notória, justificar essa referência.
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador
de deficiência;
Inicialmente, é relevante ressaltar que a terminologia apropriada é "pessoa com deficiência" e não mais "portador de
deficiência". Conforme a Lei 13.146/2015, considera-se pessoa com deficiência aquela que possui impedimento de
longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial. Tal impedimento, quando associado a uma ou mais
barreiras, pode dificultar sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais
pessoas.
No que diz respeito à remoção dessas barreiras no contexto laboral, o artigo 8º da mencionada Lei estabelece que é
responsabilidade do Estado, da sociedade e da família garantir à pessoa com deficiência o acesso ao direito à educação,
à profissionalização e ao trabalho.
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos;

Abordando o princípio da isonomia, este dispositivo afirma que não deve ocorrer discriminação entre os trabalhadores
com base na natureza do trabalho realizado, seja ele manual, técnico ou intelectual. Em concordância com essa
disposição, ressalta-se o artigo 3º, parágrafo único, da CLT, que enfatiza a ausência de distinções relacionadas à
categoria de emprego e à condição do trabalhador, independentemente de ser trabalho intelectual, técnico ou manual.
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a
menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;

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O indivíduo menor de idade encontra-se em uma fase de desenvolvimento físico e mental, demandando, assim,
medidas de proteção específicas para respeitar essa condição singular. Até completar 14 anos, é proibido qualquer tipo
de trabalho para o menor. A partir dos 14 anos, é permitido que o jovem participe de programas de aprendizagem,
regidos por um contrato especial de emprego intermediado por instituição de ensino. Ao atingir os 16 anos, o jovem
pode exercer um emprego comum, contudo, é vedado trabalhar em condições perigosas e insalubres, além de ser
proibido o labor noturno, das 22h00 às 05h00.Parte superior do formulário
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso

O trabalhador avulso portuário, regulamentado pela Lei 12.815/2013, e o não-portuário, pela Lei 12.023/2009,
desempenham atividades relacionadas à conferência e movimentação de mercadorias, entre outras. No contexto do
trabalho avulso portuário, estão envolvidos o Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO), o operador portuário e o
trabalhador avulso. Já no trabalho avulso não portuário, a intermediação ocorre por meio do sindicato da categoria,
não pelo OGMO.
Apesar de não possuírem vínculo de emprego, a Constituição Federal garante a igualdade de direitos entre o
trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso. Dessa forma, os avulsos têm direito a
benefícios como FGTS, 13º salário, adicional noturno, entre outros. Este é o último inciso do artigo 7º da CF.
RENUNCIA E TRANSAÇÃO

PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE

Este princípio visa resguardar o empregado, considerando a hipossuficiência do empregador. Assim, a disponibilidade
dos direitos é possível quando o empregado estiver sob representação sindical, presumindo-se que o sindicato equipara
os polos.
Deste princípio derivam conceitos como irredutibilidade e intangibilidade salarial. No entanto, renúncia e transação,
embora sujeitas ao princípio da indisponibilidade, não configuram infração.
RENÚNCIA

A renúncia ocorre unilateralmente e só pode abranger direitos certos e atuais, excluindo indisponíveis, como a renúncia
total às férias, e não pode ocorrer tacitamente.
Quando pode ocorrer a renuncia?

Pré-contratual: impossibilidade de renunciar a direitos futuros, conforme Súmula nº 199 do TST sobre pré-
contratação de horas extras para profissionais bancários.
Durante o contrato de trabalho: possível mediante previsão legal, como majoração da jornada em regime de
compensação, para trabalhadores hipersuficientes e pela Súmula nº 51 do TST (renúncia ao antigo
regulamento).
Na ruptura do contrato: é possível renunciar apenas a direitos disponíveis, como no caso de um empregado
com dois empregos renunciar ao aviso prévio (Súmula nº 276 do TST).

TRANSAÇÃO

A transação envolve concessões recíprocas, em que tanto o empregado quanto o empregador abrem mão de direitos.
Pode ocorrer judicialmente, como na homologação de acordo extrajudicial (arts. 855-B a 855-E da CLT), ou
extrajudicialmente, como nas Comissões de Conciliação Prévia.
Limites Da Transação

Sujeita ao princípio da indisponibilidade, a transação tem limites legais. Não é possível transacionar direitos
indisponíveis, conforme arts. 9º e 444 da CLT. A flexibilização nas normas coletivas, permitida pelo art. 611-A da CLT,
não pode servir como instrumento de renúncia, apenas de transação, dentro dos limites legais. O princípio da
adequação setorial negociada é aplicado, permitindo a restrição de direitos apenas dentro das normas da lei.

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QUESTÕES COMENTADAS
1) Prova: FGV - 2023 - TST - Juiz do Trabalho Substituto

Considerando os direitos individuais e sociais trabalhistas na Constituição da República de 1988 e o


entendimento do Supremo Tribunal Federal, é correto afirmar que:
A - A gestante possui direito à estabilidade no emprego desde que o empregador tenha ciência do estado gravídico em
momento anterior ao da despedida imotivada;
B - É incompatível com o Art. 7º, XI, da Constituição da República de 1988, norma de Constituição Estadual que
preveja a participação de empregados na diretoria de empresas públicas ou de sociedades de economia mista, mesmo
quando observar os parâmetros da legislação federal;
C - O termo inicial do período da licença-maternidade prevista no Art. 7º, XVIII, da Constituição da República de 1988,
pode se dar entre o vigésimo oitavo dia antes do parto e a ocorrência deste, mediante atestado médico apresentado
pela empregada, sendo irrelevante a data da alta hospitalar do recém-nascido e/ou de sua mãe;
D - É compatível com o Art. 7º, XXIX, da Constituição da República de 1988, norma legal que fixa o cancelamento do
registro ou cadastro no órgão gestor de mão de obra como marco inicial do prazo prescricional para ações relativas aos
créditos decorrentes do trabalho avulso portuário;
E - É incompatível com o Art. 7º, XI, da Constituição da República de 1988, norma legal que determina a observância de
diretrizes específicas fixadas pelo poder executivo nas negociações coletivas para a participação nos lucros e resultados
pelos empregados de empresas públicas e sociedades de economia mista em que a União detenha a maioria do capital
social com direito a voto.
RESOLUÇÃO: A disposição relativa ao termo inicial do prazo prescricional a que submetido o trabalhador avulso,
prevista no art. 37, § 4º, da Lei nº 12.815/2013, é compatível com a Constituição Federal. STF. Plenário. ADI 5132/DF,
Rel. Min. Gilmar Mendes, redator do acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 26/3/2021 (Info 1011).
A Lei nº 12.815/2013

Art. 37 (...) § 4º As ações relativas aos créditos decorrentes da relação de trabalho avulso prescrevem em 5 (cinco) anos
até o limite de 2 (dois) anos após o cancelamento do registro ou do cadastro no órgão gestor de mão de obra.
GABARITO: Letra D

2) Prova: FEPESE - 2023 - Prefeitura de Balneário Camboriú - SC - Procurador do Município

De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, o regime de compensação de jornada:

Poderá ser estabelecido por acordo individual.

Não terá validade se não for previsto de forma escrita.

Poderá ocorrer na forma de banco de horas, desde que a compensação ocorra no período até o mês
subsequente.
Poderá ser tácito para a compensação no mesmo mês.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.

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A - São corretas apenas as afirmativas 1 e 2.

B - São corretas apenas as afirmativas 1 e 4.

C - São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.

D - São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4.

E - São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 4.

RESOLUÇÃO: Art. 59. A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em número não excedente
de duas, por acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho.
§ 2 Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso
de horas em um dia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no
período máximo de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite
máximo de dez horas diárias.
§ 5º O banco de horas de que trata o § 2 deste artigo poderá ser pactuado por acordo individual escrito, desde que a
compensação ocorra no período máximo de seis meses. ( 1 CORRETO - 3 ERRADO)
§ 6 É lícito o regime de compensação de jornada estabelecido por acordo individual, tácito ou escrito, para a
compensação no mesmo mês. (4 CORRETO - 2 ERRADO)
GABARITO: Letra B

3) Prova: Avança SP - 2022 - Prefeitura de Amparo - SP - Analista de Recursos Humanos

Leia:

“A Constituição Federal de 1988, amplia os Direitos Sociais: Art. 6. São direitos sociais a educação, a saúde, o
trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados ...; bem como amplia a cobertura do salário mínimo aos trabalhadores: Art. 7. IV - salário
mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua
família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social,
com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim.”
Com base na leitura, pode-se afirmar que o valor do trabalho, de maneira legal, corresponde ao valor da
dignidade humana, pelos seguintes aspectos:
A - Conforme os ditames da justiça civil.

B - Prover à própria subsistência e à de sua família, mediante trabalho autônomo.

C - Puramente físico, de caráter histórico e social.

D - Fundado na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa.

E - Pelos direitos à alimentação, à habitação, ao vestuário, à higiene e ao transporte.

RESOLUÇÃO: Art. 7º, IV, CF/88:

IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de
sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com
reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;

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GABARITO: Letra E

4) Prova: CESPE / CEBRASPE - 2022 - Prefeitura de Maringá - PR - Procurador Municipal

"Relação de trabalho é toda relação jurídica caracterizada por ter sua prestação essencial centrada em uma
obrigação de fazer consubstanciada em labor humano." - Maurício Godinho Delgado. Curso de direito do
trabalho. 9.ª ed. São Paulo: LTr, 2010. p. 265 (com adaptações).
Tendo a conceituação apresentada no fragmento de texto como referência inicial, assinale a opção correta a
respeito das relações de trabalho lato sensu.
A - Constitui exemplo de trabalho temporário a contratação dos serviços de um marceneiro para fazer um armário em
uma residência.
B - A intermediação de um órgão geral de mão de obra ou de um sindicato é exigida do trabalhador eventual.

C - São garantidos aos trabalhadores avulsos todos os direitos trabalhistas constantes na CF.

D - Assim como o contrato de emprego por tempo indeterminado, o contrato de trabalho temporário poderá ser
firmado de forma escrita ou verbal.
E - A empreitada é um tipo de trabalho avulso que demanda a presença da figura de uma pessoa física que exercerá,
por conta própria, atividade econômica de natureza urbana.
RESOLUÇÃO: A) Errado: não constitui exemplo de trabalho temporário já que não se encaixa na Lei 6.019, Art.
2 Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada por uma empresa de trabalho temporário que a
coloca à disposição de uma empresa tomadora de serviços, para atender à necessidade de substituição transitória de
pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços.
B) Errado: intermediação de um órgão geral de mão de obra ou de um sindicato é exigida do trabalhador temporário, e
não do eventual.
C) Certo: Art. 7º, XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o
trabalhador avulso.
D) Errado: Art. 11 - O contrato de trabalho celebrado entre empresa de trabalho temporário e cada um dos assalariados
colocados à disposição de uma empresa tomadora ou cliente será, obrigatoriamente, escrito e dele deverão constar,
expressamente, os direitos conferidos aos trabalhadores por esta Lei (Lei 6.019).
E) Errado: Empreitada é o contrato mediante o qual o proprietário da obra contrata um empreiteiro, que se obriga a
realizar uma obra específica, pessoalmente ou por intermédio de terceiros, mediante remuneração. A direção do
trabalho é do próprio empreiteiro, sem vínculo de subordinação.
GABARITO: Letra C

5) Prova: FUMARC - 2022 - TRT - 3ª Região (MG) - Técnico Judiciário – Administrativa

Os direitos garantidos aos trabalhadores pelo Art. 7º da Constituição vigente alcançam:

A - Apenas trabalhadores urbanos.

B - Homens e mulheres, vedada qualquer distinção, ainda que positiva.

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C - Qualquer pessoa física remunerada pela prestação de serviço.

D - Relações de trabalho em geral.

E - Trabalhadores rurais e urbanos, incluindo os domésticos.

RESOLUÇÃO: Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social:
(...)

Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI,
VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições
estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias,
decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem
como a sua integração à previdência social.
GABARITO: Letra E

6) Prova: Quadrix - 2022 - PRODAM-AM - Analista Administrativo - Analista de RH

No que se refere aos direitos constitucionais dos trabalhadores, assinale a alternativa correta.

A - A garantia da irredutibilidade do salário independe de convenção ou acordo coletivo.

B - A participação nos lucros ou nos resultados será vinculada à remuneração.

C - A garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, será assegurada aos trabalhadores que percebem remuneração
variável.
D - A igualdade da remuneração entre o trabalho noturno e o diurno constitui uma garantia constitucional.

E - Segundo a CF, a retenção dolosa do salário constitui mera infração administrativa.

Parte superior do formulário

RESOLUÇÃO: Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social:
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;

Fonte: CF/88

GABARITO: Letra C

7) Prova: Quadrix - 2022 - PRODAM-AM - Analista Administrativo - Analista de RH

Com base na Constituição Federal de 1988 (CF), assinale a alternativa correta, com relação aos direitos dos
trabalhadores urbanos e rurais.
A - O seguro-desemprego será assegurado em caso de desemprego voluntário.

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B - O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) constitui direito privativo dos trabalhadores urbanos.

C - O valor do salário mínimo poderá ser fixado de modo diferenciado para os trabalhadores urbanos e rurais.

D - O valor do salário mínimo poderá ser regionalizado e estabelecido distintamente para cada categoria.

E - O piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho constitui garantia dos trabalhadores urbanos.

RESOLUÇÃO: a) O seguro-desemprego será assegurado em caso de desemprego voluntário. ERRADO:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

b) O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) constitui direito privativo dos trabalhadores urbanos. ERRADO:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

III - fundo de garantia do tempo de serviço;

c) O valor do salário mínimo poderá ser fixado de modo diferenciado para os trabalhadores urbanos e rurais. ERRADO:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de
sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com
reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
d) O valor do salário mínimo poderá ser regionalizado e estabelecido distintamente para cada categoria. ERRADO:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de
sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com
reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
e) O piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho constitui garantia dos trabalhadores
urbanos. CORRETA:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;

Fonte: CF/88

GABARITO: Letra E

8) (Provas: FADESP - 2020 - UEPA - Técnico de Nível Superior - Administração

As afirmações abaixo se referem ao salário mínimo:

I – O artigo 7º da Constituição Federal do Brasil estabelece como um dos direitos dos trabalhadores urbanos e
rurais o salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às suas necessidades vitais

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básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e
previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação
para qualquer fim;
II - Variações no nível do salário mínimo podem ter uma multiplicidade de efeitos sobre o funcionamento da
economia em geral. Esses efeitos tendem a ser multifacetários, conjugando impactos positivos em algumas
dimensões e negativos em outras;
III - O salário mínimo foi instituído no Brasil pelo presidente Costa e Silva, através da lei nº 185, de janeiro de
1968, e pelo decreto-lei nº 399, de abril de 1968. O mesmo passou a vigorar a partir de 01 de maio de 1970,
quando o decreto-lei nº 2162 fixou seus valores.
IV - O salário mínimo, em 2019, passou de R$ 954 para R$ 998. De acordo com o decreto assinado pelo
presidente Jair Bolsonaro, o valor diário do salário mínimo ficou em R$ 33,27 e o valor por hora, em R$ 4,54.
São verdadeiras apenas as afirmações:

A - I, II e III.

B - I, III e IV.

C - II e IV.

D - I, II e IV.

RESOLUÇÃO: I - Verdadeira. Teor do Inciso IV, artigo 7º da Constituição:

São direitos dos trabalhadores, além de outros que visem à melhoria das condições sociais:

IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de
sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com
reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim.
II - Verdadeira. O aumento do salário mínimo implica em elevação do patamar social dos trabalhadores, bem como
aumento do consumo, aquecendo a economia (efeito positivo). Para os empregadores há efeitos negativos, como
elevação dos custos de produção/circulação do bem/serviço, e consequentemente, repasse aos futuros consumidores,
retraindo o consumo.
III - Falsa. O salário mínimo foi criado no século XIX na Austrália e na Nova Zelândia.

No Brasil o salário mínimo surgiu no século XX na década de 30, com a promulgação da Lei de nº 185 em janeiro de
1936 e decreto de lei em abril de 1938. No dia 1º de Maio o então presidente Getúlio Vargas, fixou os valores do salário
mínimo que começou a vigorar no mesmo ano. Nesta época existiam 14 salários mínimos diferentes, sendo que na
capital do país, o Rio de Janeiro, o salário mínimo correspondia a quase três vezes o valor do salário mínimo no
Nordeste.
A primeira tabela do salário mínimo tinha um prazo de vigência de três anos, mas em 1943 foi dado o primeiro reajuste
seguido de um outro em dezembro do mesmo ano. Os aumentos eram calculados para recompor o poder de compra
do salário mínimo.
IV: Verdadeira. O salário mínimo em 2019 foi de R$ 998,00 () Dividindo esse valor por 30, chegamos a R$ 33,26667.
Quanto ao valor/hora, precisamos dividir o salário por 220, divisor da jornada máxima semanal de 44h, chegando a R$
4,54.
Gabarito: Letra D.

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9) Prova: CIEE - 2019 - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - Estagiário - Direito

Assinale a alternativa correta acerca do que são direitos constitucionais dos trabalhadores.

Alternativas

A - Seguro-desemprego, em qualquer caso de desemprego.

B - Garantia de salário, podendo ser inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável.

C - Piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho.

D - Participação nos lucros, ou resultados, vinculada à remuneração.

RESOLUÇÃO: CF, art. 7o - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social:
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;

V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;

XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão


da empresa, conforme definido em lei;
GABARITO: Letra C

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LISTA DE QUESTÕES
1) Prova: FGV - 2023 - TST - Juiz do Trabalho Substituto

Considerando os direitos individuais e sociais trabalhistas na Constituição da República de 1988 e o


entendimento do Supremo Tribunal Federal, é correto afirmar que:
A - A gestante possui direito à estabilidade no emprego desde que o empregador tenha ciência do estado gravídico em
momento anterior ao da despedida imotivada;
B - É incompatível com o Art. 7º, XI, da Constituição da República de 1988, norma de Constituição Estadual que
preveja a participação de empregados na diretoria de empresas públicas ou de sociedades de economia mista, mesmo
quando observar os parâmetros da legislação federal;
C - O termo inicial do período da licença-maternidade prevista no Art. 7º, XVIII, da Constituição da República de 1988,
pode se dar entre o vigésimo oitavo dia antes do parto e a ocorrência deste, mediante atestado médico apresentado
pela empregada, sendo irrelevante a data da alta hospitalar do recém-nascido e/ou de sua mãe;
D - É compatível com o Art. 7º, XXIX, da Constituição da República de 1988, norma legal que fixa o cancelamento do
registro ou cadastro no órgão gestor de mão de obra como marco inicial do prazo prescricional para ações relativas aos
créditos decorrentes do trabalho avulso portuário;
E - É incompatível com o Art. 7º, XI, da Constituição da República de 1988, norma legal que determina a observância de
diretrizes específicas fixadas pelo poder executivo nas negociações coletivas para a participação nos lucros e resultados
pelos empregados de empresas públicas e sociedades de economia mista em que a União detenha a maioria do capital
social com direito a voto.

2) Prova: FEPESE - 2023 - Prefeitura de Balneário Camboriú - SC - Procurador do Município

De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, o regime de compensação de jornada:

Poderá ser estabelecido por acordo individual.

Não terá validade se não for previsto de forma escrita.

Poderá ocorrer na forma de banco de horas, desde que a compensação ocorra no período até o mês
subsequente.
Poderá ser tácito para a compensação no mesmo mês.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.

A - São corretas apenas as afirmativas 1 e 2.

B - São corretas apenas as afirmativas 1 e 4.

C - São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.

D - São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4.

E - São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 4.

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3) Prova: Avança SP - 2022 - Prefeitura de Amparo - SP - Analista de Recursos Humanos

Leia:

“A Constituição Federal de 1988, amplia os Direitos Sociais: Art. 6. São direitos sociais a educação, a saúde, o
trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados ...; bem como amplia a cobertura do salário mínimo aos trabalhadores: Art. 7. IV - salário
mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua
família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social,
com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim.”
Com base na leitura, pode-se afirmar que o valor do trabalho, de maneira legal, corresponde ao valor da
dignidade humana, pelos seguintes aspectos:
A - Conforme os ditames da justiça civil.

B - Prover à própria subsistência e à de sua família, mediante trabalho autônomo.

C - Puramente físico, de caráter histórico e social.

D - Fundado na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa.

E - Pelos direitos à alimentação, à habitação, ao vestuário, à higiene e ao transporte.

4) Prova: CESPE / CEBRASPE - 2022 - Prefeitura de Maringá - PR - Procurador Municipal

"Relação de trabalho é toda relação jurídica caracterizada por ter sua prestação essencial centrada em uma
obrigação de fazer consubstanciada em labor humano." - Maurício Godinho Delgado. Curso de direito do
trabalho. 9.ª ed. São Paulo: LTr, 2010. p. 265 (com adaptações).
Tendo a conceituação apresentada no fragmento de texto como referência inicial, assinale a opção correta a
respeito das relações de trabalho lato sensu.
A - Constitui exemplo de trabalho temporário a contratação dos serviços de um marceneiro para fazer um armário em
uma residência.
B - A intermediação de um órgão geral de mão de obra ou de um sindicato é exigida do trabalhador eventual.

C - São garantidos aos trabalhadores avulsos todos os direitos trabalhistas constantes na CF.

D - Assim como o contrato de emprego por tempo indeterminado, o contrato de trabalho temporário poderá ser
firmado de forma escrita ou verbal.
E - A empreitada é um tipo de trabalho avulso que demanda a presença da figura de uma pessoa física que exercerá,
por conta própria, atividade econômica de natureza urbana.

5) Prova: FUMARC - 2022 - TRT - 3ª Região (MG) - Técnico Judiciário – Administrativa

Os direitos garantidos aos trabalhadores pelo Art. 7º da Constituição vigente alcançam:

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A - Apenas trabalhadores urbanos.

B - Homens e mulheres, vedada qualquer distinção, ainda que positiva.

C - Qualquer pessoa física remunerada pela prestação de serviço.

D - Relações de trabalho em geral.

E - Trabalhadores rurais e urbanos, incluindo os domésticos.

6) Prova: Quadrix - 2022 - PRODAM-AM - Analista Administrativo - Analista de RH

No que se refere aos direitos constitucionais dos trabalhadores, assinale a alternativa correta.

A - A garantia da irredutibilidade do salário independe de convenção ou acordo coletivo.

B - A participação nos lucros ou nos resultados será vinculada à remuneração.

C - A garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, será assegurada aos trabalhadores que percebem remuneração
variável.
D - A igualdade da remuneração entre o trabalho noturno e o diurno constitui uma garantia constitucional.

E - Segundo a CF, a retenção dolosa do salário constitui mera infração administrativa.

7) Prova: Quadrix - 2022 - PRODAM-AM - Analista Administrativo - Analista de RH

Com base na Constituição Federal de 1988 (CF), assinale a alternativa correta, com relação aos direitos dos
trabalhadores urbanos e rurais.
A - O seguro-desemprego será assegurado em caso de desemprego voluntário.

B - O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) constitui direito privativo dos trabalhadores urbanos.

C - O valor do salário mínimo poderá ser fixado de modo diferenciado para os trabalhadores urbanos e rurais.

D - O valor do salário mínimo poderá ser regionalizado e estabelecido distintamente para cada categoria.

E - O piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho constitui garantia dos trabalhadores urbanos.

8) (Provas: FADESP - 2020 - UEPA - Técnico de Nível Superior - Administração

As afirmações abaixo se referem ao salário mínimo:

I – O artigo 7º da Constituição Federal do Brasil estabelece como um dos direitos dos trabalhadores urbanos e
rurais o salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às suas necessidades vitais

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básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e
previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação
para qualquer fim;
II - Variações no nível do salário mínimo podem ter uma multiplicidade de efeitos sobre o funcionamento da
economia em geral. Esses efeitos tendem a ser multifacetários, conjugando impactos positivos em algumas
dimensões e negativos em outras;
III - O salário mínimo foi instituído no Brasil pelo presidente Costa e Silva, através da lei nº 185, de janeiro de
1968, e pelo decreto-lei nº 399, de abril de 1968. O mesmo passou a vigorar a partir de 01 de maio de 1970,
quando o decreto-lei nº 2162 fixou seus valores.
IV - O salário mínimo, em 2019, passou de R$ 954 para R$ 998. De acordo com o decreto assinado pelo
presidente Jair Bolsonaro, o valor diário do salário mínimo ficou em R$ 33,27 e o valor por hora, em R$ 4,54.
São verdadeiras apenas as afirmações:

A - I, II e III.

B - I, III e IV.

C - II e IV.

D - I, II e IV.

9) Prova: CIEE - 2019 - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - Estagiário - Direito

Assinale a alternativa correta acerca do que são direitos constitucionais dos trabalhadores.

Alternativas

A - Seguro-desemprego, em qualquer caso de desemprego.

B - Garantia de salário, podendo ser inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável.

C - Piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho.

D - Participação nos lucros, ou resultados, vinculada à remuneração.

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RESUMO DIRECIONADO

SALÁRIO MÍNIMO

Tópico Informações

Estabelecimento O inciso IV determina que o salário-mínimo seja "fixado em lei". O STF interpreta que a legislação
do Salário pode autorizar o Presidente a definir o valor por decreto, seguindo critérios específicos
Mínimo estabelecidos na legislação.

Nacionalmente O salário-mínimo é único em todo o país, e não reconhece salários mínimos regionais
Unificado mencionados na CLT, promulgada em 1943.

Proibição de O salário mínimo não pode ser utilizado como "indexador" para cálculos, salvo exceções. A
Vinculação Súmula Vinculante nº4 e jurisprudência do STF reforçam essa vedação.

Exceções ao Existem situações excepcionais em que o trabalhador pode receber menos que o salário mínimo:
Pagamento do 1) Trabalhadores com jornada reduzida, exceto na Administração Pública; 2) Praças do serviço
Salário Mínimo militar inicial; 3) Presos que trabalham, conforme decisão do STF (ADPF 336/DF).

Gratificações e O cálculo de gratificações e vantagens do servidor público não incide sobre o abono utilizado
Abono para atingir o salário mínimo, conforme Súmula Vinculante 15.

DÉCIMO TERCEIRO

Tópico Informações

O 13º salário deve ser pago até 20 de dezembro de cada ano. Representa um doze avos da
Prazo para
remuneração ou do valor da aposentadoria devida em dezembro para cada mês trabalhado ou
Pagamento
fração superior a 15 dias.

Entre fevereiro e novembro, o empregador deve adiantar metade do 13º salário, equivalente à
Adiantamento remuneração do mês anterior. Não é obrigatório realizar o adiantamento para todos os
empregados no mesmo mês. Pode ser pago junto com as férias, se solicitado em janeiro.

Base de A base de cálculo do 13º salário é a "remuneração integral", abrangendo não apenas o salário-base,

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Cálculo mas também reflexos de outras verbas salariais, como horas extras e adicional noturno.

TRABALHO NOTURNO

Tópico Informações

Os trabalhadores que atuam no período noturno têm direito a um adicional noturno de remuneração
Adicional
superior, sem especificar o valor do adicional. Para empregados urbanos, os percentuais são definidos
Noturno
pela CLT; para empregados rurais, a Lei 5.889/73 regulamenta o trabalho rural.

Hora
Para empregados urbanos, a hora noturna é reduzida, sendo computada a cada 52 minutos e 30
Noturna
segundos, conforme estabelece o artigo 73 da CLT.
Reduzida

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