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Princípio da Proteção
Princípio da Irrenunciabilidade
O conceito de renúncia poderá ser entendido como o ato ou ação por meio
do qual o agente vem a abdicar de algum bem ou direito sem desejo de transferi-lo a
terceiros. Na seara do direito do trabalho não se admite renúncia dos direitos por
parte do trabalhador, dessa forma percebemos a influência do Princípio da
Irrenunciabilidade, também conhecido como Princípio da Indisponibilidade de
Direitos, Princípio da Inderrogabilidade ou Princípio da Imperatividade das normas
trabalhistas. Este está diretamente ligado ao caráter imperativo das normas
trabalhistas, logo, são vistas como cogentes e tornam os direitos dos trabalhadores
irrenunciáveis. Para chegar em um conceito do que seria o princípio da
irrenunciabilidade no tocante ao direito do trabalho pode-se utilizar trecho de uma
reportagem do TST no programa Trabalho e Justiça através do Repórter Anderson
Conrado.
Todavia, é inegável que a busca é pela verdade real e por isso ele pode ser
usado nos processos tanto pelo reclamante quanto pelo reclamado e beneficiará
aquele que juntar aos autos provas incontestes da verdade. Além de trazer uma
valorização maior da prova oral, porque a testemunha passa a ser uma fonte da
verdade real e pode até mesmo invalidar documentos ou alegações. Portanto, esse
é um instrumento poderoso do direito do trabalho que na verdade possibilita as
partes que sejam tratadas de igual para igual.
Outrossim, a maior expressão da relevância deste norteador do direito do
trabalhos é expressa na Sumula 338 do TST que expõe o seguinte:
Diante disso, na própria CLT ele pode ser pontuado no artigo 9 que impõe
aos atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar normas
constitucionais a plena nulidade. Bem como, no artigo 442 que trata sobre o contrato
individual de trabalho em relação a relação de trabalho e emprego podendo ser
através de acordo tácito ou expresso. Mas também no artigo 456 do mesmo Código
que diz o seguinte “Art. 456. A prova do contrato individual do trabalho será feita
pelas anotações constantes da carteira profissional ou por instrumento escrito e
suprida por todos os meios permitidos em direito”. Essa norma demonstra a
imposição do respeito as anotações e documentos decorrentes do contrato
individual do trabalho, mas que não são vistas como absolutas pois podem ser
suprimidas por todos os meios de provas permitidas no direito.
CONCLUSÃO
Portanto, os princípios são fontes importantíssimas do direito, historicamente
eles foram gradativamente ganhando seu espaço de fato que atualmente
representam fonte de interpretação das formas positivadas, de forma a preencher
lacunas existentes além de influenciar as criações de leis. No direito do trabalho
além dos princípios específicos desta área específica, há também influência
daqueles constitucionais. Isso ocorre porque a Carta Magna resguarda os direitos do
empregado e trata o emprego como um direito social.
É fato que, o maior contraponto aos princípios dos últimos tempos foi a
reforma trabalhista que modificou o direito do trabalho tal como era conhecido e
trouxe uma supervalorização da autonomia das vontades e por isso acabou por
suprimir alguns direitos dos trabalhadores com a promessa de que serviria como
forma de gerar empregos, o que não aconteceu. Isso se demonstra principalmente
através do artigo 611-A da Consolidação das Leis Trabalhistas que respeita mais o
acordo entre as partes do que a lei em si e elenca as matérias que podem ser alvo
de pacto, não se tratando de um rol exaustivo pois traz ao final a expressão entre
outros.
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