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APOSTILA 01

SEMANA 08 A 12/02

Profa.Ms. Hélen Lopes Noronha


Análise Topográfica da CLT
A Consolidação das Leis do Trabalho, cuja sigla é CLT, regulamenta
as relações trabalhistas, tanto do trabalho urbano quanto do rural.
Desde sua publicação já sofreu várias alterações, visando adaptar o
texto às nuances da modernidade. Apesar disso, ela continua sendo
o principal instrumento para regulamentar as relações de trabalho e
proteger os trabalhadores.

Seus principais assuntos são:


Registro do Trabalhador/Carteira de Trabalho
Jornada de Trabalho
Período de Descanso
Férias
Medicina do Trabalho
Categorias Especiais de Trabalhadores
Proteção do Trabalho da Mulher
Contratos Individuais de Trabalho
Organização Sindical
Convenções Coletivas
Fiscalização
Justiça do Trabalho e Processo Trabalhista.

O QUE IREMOS ESTUDAR PARA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO


NESTE 5o.E PERÍODO?
UNIDADE I -ESTUDO PANORÂMICO DAS NORMAS GERAIS DE TUTELA DO
TRABALHO
UNIDADE II- ASPECTOS INTRODUTÓRIOS: relações de emprego.
UNIDADE III- DA DURAÇÃO DO TRABALHO
UNIDADE IV-TELETRABALHO
UNIDADE V- DO CONTRATO INDIVIDUAL DO TRABALHO
UNIDADE VI- SEGURANÇA E DA MEDICINA DO TRABALHO
UNIDADE VII - ORGANIZAÇÃO SINDICAL
UNIDADE VIII - SEGURIDADE SOCIAL
UNIDADE I - ESTUDO PANORÂMICO DAS
NORMAS GERAIS DE TUTELA DO TRABALHO
1.1 Os direitos sociais na constituição brasileira
1.2 A empresa no direito do trabalho e na lei brasileira.
1.3 Princípios do Direito do Trabalho

1.1 Os direitos sociais na constituição brasileira

Os direitos sociais surgiram em razão do tratamento desumano


vivido pela classe operária durante a Revolução Industrial na
Europa, nos séculos XVIII e XIX. A principal característica dessa
revolução foi a substituição do trabalho artesanal pela produção
em grande escala e com uso das máquinas.O descontentamento da
classe operária fortaleceu a conscientização sobre a necessidade de
“direitos sociais” que através do Estado iriam proteger essas
minorias.
Essa consciência foi ganhando força e sendo assegurada em
diversos países, como na “Constituição Política dos Estados Unidos
Mexicanos” de 1917, que proibia a reeleição do Presidente da
República, garantia as liberdades individuais e políticas, quebrava
o poder da Igreja Católica, expandia o sistema de educação pública,
a reforma agrária e a proteção do trabalho assalariado.

A Constituição Russa e a Alemã de 1919 – chamada de Constituição


de Weimar – também exerceram grande influência sobre a
evolução dos direitos sociais. A necessidade de garantia da
dignidade da pessoa humana ficou ainda mais evidente diante da
eclosão e término das guerras mundiais na primeira metade do
século XX, já que neste período os indivíduos e seus direitos foram
desvalorizados diante dos interesses das maiores potências
econômicas.
1.1 Os direitos sociais na constituição brasileira

Em 1944, a Conferência da Organização Internacional do Trabalho


aprovou uma declaração que dá ênfase à dignidade do ser
humano, à liberdade de expressão e de associação, à formação
profissional, ao direito de todos à educação. Em concordância, a
Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, um dos mais
importantes documentos que regem os direitos humanos, passou
a assegurar também os direitos sociais e sua base no princípio da
dignidade da pessoa humana e da solidariedade que envolvia os
seguintes direitos:

seguridade social
direito ao trabalho e a proteção contra
o desemprego
remuneração igual por trabalho igual
salário mínimo
livre sindicalização dos trabalhadores
repouso e o lazer
limitação horária da jornada de
trabalho
férias remuneradas (artigo 24)
educação: ensino elementar
obrigatório e gratuito, a generalização
da instrução técnico-profissional
igualdade de acesso ao ensino superior

Seguindo esses preceitos, os direitos sociais assegurados em


âmbito internacional passaram a ser assegurados também em
âmbito nacional e estiveram presentes em todas as constituições
que vigoraram em nosso país, desde a do Império (1824) até a atual
(1988)
1.1 Os direitos sociais na constituição brasileira

No Brasil, os Direitos Sociais são uma garantia constante na


Constituição Federal de 1988 e são definidos em dois títulos:
direitos e garantias fundamentais: significa que eles são parte
essencial daquilo que o Estado deve garantir a seus indivíduos
ordem social: são uma necessidade para o estabelecimento de
uma sociedade capaz de perpetuar-se ao longo do tempo de
maneira harmônica.

Estão prescritos no Art. 6º da Constituição Federal uma série de


direitos sociais mais ou menos abstratos, que precisam ser
regulamentados por outras leis, mas que definem a essência
daquilo que a nação compromete-se a garantir. Entre eles estão o
direito à educação, à saúde, à alimentação, ao trabalho, a moradia,
ao lazer, a segurança, a previdência social, proteção à maternidade
e à infância e a assistência aos desamparados.
No direito ao trabalho se encaixam principalmente normas que
amparam e humanizam os trabalhos como:
13° Salário
FGTS
seguro-desemprego
vale
abono salarial
aviso Prévio
Adicional noturno
1.2 A empresa no direito do trabalho e na lei brasileira.

DEFINIÇÃO PELO CÓDIGO CIVIL

Art. 966. Considera-se empresário quem exerce


profissionalmente atividade econômica
organizada para a produção ou a circulação de
bens ou de serviços.

Parágrafo único. Não se considera empresário


quem exerce profissão intelectual, de natureza
científica, literária ou artística, ainda com o
concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o
exercício da profissão constituir elemento de
empresa.

O Conselho da Justiça Federal editou alguns enunciados:


193 — O exercício das atividades de natureza exclusivamente
intelectual está excluído do conceito de empresa.
194 — Os profissionais liberais não são considerados empresários,
salvo se a organização dos fatores da produção for mais
importante que a atividade pessoal desenvolvida.
195 — A expressão “elemento de empresa” demanda interpretação
econômica, devendo ser analisada sob a égide da absorção da
atividade intelectual, de natureza científica, literária ou artística,
como um dos fatores da organização empresarial.
196 — A sociedade de natureza simples não tem seu objeto restrito
às atividades intelectuais.
199 — A inscrição do empresário ou sociedade empresária é
requisito delineador da sua regularidade e não da sua
caracterização.
1.2 A empresa no direito do trabalho e na lei brasileira.

A legislação trabalhista brasileira, aplicável nas relações de trabalho


em todo o país, está descrita na:

a) CF/88, em seu Art. 7°, que traz um rol dos direitos dos trabalhadores
urbanos e rurais, consolidando o constitucionalismo social;
b) na CLT
c) nas Convenções e Acordos Coletivos de
Trabalho
d) nas Convenções da OIT ratificadas pelo Brasil e nas Súmulas
Vinculantes do Tribunal Superior do Trabalho (TST)

O QUE É JUDICIALIZAÇÃO?
O QUE É PEJOTIZAÇÃO?

A judicialização é um meio pelo qual relevantes demandas sociais e


políticas são solucionadas pelo Judiciário

Segundo a jurisprudência do TRT–1, a pejotização seria uma


modalidade de contratação ilegal, já que afrontaria o princípio da
primazia da realidade e se aproveitaria da vulnerabilidade do
empregado. Seria, então, uma fraude às relações de trabalho violadora
dos direitos sociais versados na Constituição de 1988. Os TRT's
(Tribunais Regionais do Trabalho) tem buscado meios para
reconhecimento do vínculo, tais como os argumentos da subordinação
estrutural, do princípio da primazia da realidade, do princípio da
vulnerabilidade do empregado e do reconhecimento de fraude
trabalhista
1.3 Princípios do Direito do Trabalho

Princípio da proteção: garante proteção à parte hipossuficiente da


relação de trabalho, ou seja, ao trabalhador.
Norma mais favorável
Da condição mais benéfica
In dubio pro misero

Nº 51 : As cláusulas regulamentares, que revoguem ou


TST alterem vantagens deferidas anteriormente, só
SUMULA 51 atingirão os trabalhadores admitidos após a
revogação ou alteração do regulamento.

Princípio da primazia da realidade: os fatos prevalecem sobre os


ajustes formais. Disposto no art.º 9 da CLT, este é um princípio de
grande importância, pois visa coibir a coação dentro do ambiente
trabalhista.

Princípio da continuidade: Em tese, todo contrato de trabalho deve


ter prazo indeterminado, ou seja, ele só cessa quando existe um
motivo expresso em lei para que isso ocorra. Há casos excepcionais,
contratos por prazo determinado, como no período de experiência,
que não deve, em nenhuma circunstância, exceder 90 dias. É vetado,
claro, que o empregador recontrate o empregado em novo período de
experiência após o vencimento deste período.

Nº 212: O ônus de provar o término do contrato de


TST trabalho, quando negados a prestação de serviço e o
SUMULA 212 despedimento, é do empregador, pois o princípio da
continuidade da relação de emprego constitui
presunção favorável ao empregado.
1.3 Princípios do Direito do Trabalho

Princípio da inalterabilidade contratual lesiva: São vedadas alterações


contratuais que resultem em prejuízo ao trabalhador. A este princípio
se aplica uma exceção, de acordo com o art.º 7 da Constituição
Federal, prevendo redução de salário por meio de negociação coletiva
(aquela realizada por sindicatos). É claro que a decisão deve estar
muito bem pautada, geralmente por conta de um momento
complicado da empresa e sempre pensando em garantir que esta
manobra irá salvar suas operações e manter seus postos de trabalho.

Princípio da intangibilidade salarial: Esse princípio protege a


contraprestação máxima da prática laboral, ou seja, o salário.
Diversos dispositivos reforçam esse princípio, como o art. 468 da CLT,
que veta qualquer mudança que não seja benéfica ao trabalhador, ou
o art. 8º, §1 da Convenção n. 95 da Organização Internacional do
Trabalho (OIT), que visa proibir descontos salariais, exceto aqueles
dispostos em legislação do país em questão.

Princípio da irrenunciabilidade de direitos: É vedado ao trabalhador


renunciar qualquer direito disposto em lei. Em caso de audiência,
onde se pode negociar valores e condições, o funcionário pode optar
pelo não recebimento de alguns direitos visando facilitar o trabalho
da Justiça e descomplicar a situação

Como ficaram s princípios trabalhistas mediante a reforma proposta


,em 2017, pelo governo Temer em relação aos Direitos do Trabalho?
A priori, e se formos entender a essência da existência dos princípios,
eles continuam intactos. Eles servem exatamente para guiar e embasar
as mudanças na área trabalhista. Trocando em miúdos: em tese,
qualquer mudança nas leis trabalhistas deveria seguir estes princípios
como norte para que sejam válidos.
FONTES DE PESQUISA

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de


outubro de 1988. Disponível em: . Acesso em: 29 set. 20149

Consolidação das leis do trabalho – CLT e normas correlatas. –


Brasília: Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2017.
189 p.

CUNHA, Maria Inês Moura S.A. da. Direito do trabalho. 5.ed. São
Paulo: Saraiva, 2009.
https://www.politize.com.br/direitos-sociais

Estude, batalhe, confie em você, ganhe a sua


independência sem precisar de ninguém você vai
ver que suas escolhas vão ser sensacionais!

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