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Direito do Trabalho:

“É o conjunto de princípios, regras e instituições atinentes à relação de


trabalho subordinado e situações análogas, visando a assegurar
melhores condições de trabalho e sociais ao trabalhador, de acordo com
as medidas de proteção que lhe são destinadas”. (Sergio Pinto Martins)

“É o ramo da ciência do direito que tem por objeto as normas, as


instituições jurídicas e os princípios que disciplinam as relações de
trabalho subordinado, determinam seus sujeitos e as organizações
destinadas à proteção desse trabalho em sua estrutura e atividade”
(Amauri Mascaro Nascimento

Aula 1
Conceitos introdutórios. Introdução ao Direito do Trabalho.

I – Evolução histórica do Direito do Trabalho.


a) Escravidão - Ideia de que o trabalho não dignificava o homem
b) Servidão - Senhores davam uma moradia, mas os servos não eram livres e
tinham que trabalhar em troca da terra e proteção
c) Corporações de ofício - Mestres (donos), companheiros (Podiam virar
mestres), aprendizes (não ganhavam nada só aprendiam) - Jornadas de trabalho
de até 18h no verão
e) Revolução Francesa:
Veio a liberdade contratual (se temos um contrato temos que pensar nos direitos
trabalhistas)
Fim das corporações, e reconhecimento do primeiro direito econômico social do
homem: Direito do trabalho
f) Revolução industrial:
Transformação do trabalho em emprego onde os trabalhadores passam a
receber salários.
Surge a desigualdade entre patrão e empregado, necessitando ainda mais de
leis trabalhistas.
Surgimento das primeiras normas de Direito do Trabalho, embora ainda muito
tímidas e incipientes. Ex: Proibição de trabalho com menos de 9 anos e 16 anos
teria que trabalhar só 12h diárias nas prensas de algodão.
O Estado passa a ser intervencionista em matéria de Direito do Trabalho.
IGREJA: A questão social desperta a preocupação até mesmo da Igreja, que edita
a encíclica “rerum novarum”, de 1891.
g) Locação de serviços: Na sociedade pré-industrial, predominava a figura
jurídica da locação, que se desdobrava em locação de serviços e locação de obra
ou empreitada. A locação de serviços é um antecedente da relação de emprego
moderna, objeto do direito do trabalho.

*Importantes para o surgimento do direito do trabalho:


h-) *Sindicalismo: O sindicalismo é essencial para a emergência do Direito
do Trabalho, haja vista que reivindica o direito de união, o direito de
contratação e uma legislação protetiva, com condições de coibir os abusos do
empregador e preservar a dignidade do homem no trabalho, afastando o
proletário das jornadas diárias excessivas, salários infames, exploração de
menores e mulheres, desproteção em casos de acidente e riscos sociais, como
doença e desemprego.
I) *Justiça Social: A ideia de justiça social (como a doutrina social da Igreja) e o
socialismo são também essenciais para a denúncia da exploração capitalista e,
portanto, para o surgimento do Direito do Trabalho.

→ Como surge o direito do trabalho: O direito do trabalho surge, portanto, com a


emergência do trabalho assalariado, na sociedade industrial, o que leva à
transformação do Estado Liberal em um Estado mais intervencionista (alguns
denominam essa figura de Estado Neoliberalista).
Neoliberalismo -
Estado deve garantir os direitos básicos (saúde, transporte e educação)
Mundo empresarial: Privatização das estatais, desregulamentação, livre mercado (aumento da competitividade e surgimento
de oligopólios), Indivíduos como empreendedor dele mesmo.
Críticas: Aumento da desigualdade social; Aumento na precariedade trabalhista; soberania das nacionais (Aumento de
multinacionais); Freia o desenvolvimento de países mais pobres (Exportadores de commodities e outros tecnológicos); tudo
passa a ter valor financeiro; redução dos financiamentos sociais.

Aula 2
Introdução ao Direito do Trabalho. Fontes do Direito do Trabalho.
Integração das normas de Direito do Trabalho.

II – Fontes do Direito do Trabalho


“Lugar de nascimento”
a) Fontes formais e fontes materiais:

Fontes materiais – são os fatores que criam o direito. Podem ser fatores sociais,
históricos, econômicos, psicológicos etc..
Fontes formais – são os “lugares” em que se encontram as normas jurídicas

b) São fontes formais do Direito do Trabalho:


1.Constituição:
A Constituição Federal de 1988 estabelece, nos artigos 7º a 11, diversos direitos
dos trabalhadores.
2. Leis:
A Constituição prevê que é competência privativa da União legislar sobre
Direito do Trabalho (art. 22, I), o que impede que os Estados e os Municípios
possam criar leis a esse respeito. * Estados e municípios não podem criar leis trabalhistas!
A CLT, a Consolidação das Leis do Trabalho, introduzida pelo Decreto-Lei n.
5.452, de 1º de maio de 1943, é a principal lei trabalhista. Surgiu de uma
compilação de normas esparsas. A CLT não é a única lei trabalhista (Lei do
Programa de Alimentação do Trabalhador e a Lei do contrato de trabalho por prazo
determinado).
3. Atos Regulamentares do Poder Executivo:
O Poder Executivo tem a competência para expedir Decretos e Regulamentos
(art. 84 da Constituição), o que pode ser feito inclusive em matéria trabalhista. São
exemplos de Decretos do Poder Executivo o Decreto n. 73.626, sobre o trabalho
rural e o Decreto 73.841, sobre trabalho temporário. O Ministério do Trabalho
também edita portarias, resoluções, ordens de serviço, entre outros, de que é
exemplo a Portaria 3.124/78, que trata de medicina e segurança do trabalho.
4. Sentença normativa:
Denomina-se sentença normativa a decisão dos Tribunais Regionais do Trabalho
(TRTs) ou do Tribunal Superior do Trabalho (TST) no julgamento dos dissídios
coletivos. Por meio de sentença normativa, proferida em dissídio coletivo, são
criadas, modificadas aplicáveis a todos os empregados e empregadores integrantes
da categoria econômica e profissional envolvida no dissídio coletivo.
5. Convenções e acordos coletivos:
A Constituição reconhece, no art. 7º, inciso XXVI, as convenções e acordos
coletivos de trabalho como fontes do Direito do Trabalho. Exteriorizam a
autonomia privada dos sindicatos na negociação coletiva.
Convenção coletiva (art. 611 da CLT) – pacto firmado entre o sindicato patronal e
o sindicato profissional (uma única categoria) de uma categoria tendo por objeto as
condições de trabalho ou os direitos dos trabalhadores.
Acordo coletivo (art. 611, § 1º da CLT) – pactos celebrados entre uma ou mais
empresas e o sindicato dos trabalhadores a respeito das condições de trabalho ou
direitos do empregado.
6. Regulamentos de empresas:
Desde que não violem a lei trabalhista ou as normas da categoria, os
regulamentos das empresas são fontes do Direito do Trabalho, aderindo ao
contrato de trabalho celebrado entre o empregado e o empregador.
7. Contrato de trabalho:
As previsões do contrato de trabalho acerca de direitos e deveres do empregado
e do empregador são consideradas fontes do Direito do Trabalho, desde que
não contrariem disposições legais, constitucionais ou regulamentares, além
das normas da categoria.

C) Hierarquia das fontes formais:


Constituição - Leis (ordinárias, complementares, delegadas, medidas provisórias) -
Decretos - Atos regulamentares (resoluções, portarias, circulares, orientações
normativas etc.) - Acordo e convenção coletiva (cf. art. 619 da CLT) - Contrato de
trabalho - Regulamento da empresa

III – Integração das normas do Direito do Trabalho


Integrar significa inteirar, completar. O processo de integração tem por objetivo
suprir as lacunas existentes no sistema.
O juiz não está autorizado a invocar a existência de lacunas para não decidir
os casos concretos (proibição do non liquet).
Dispõe o art. 8º da CLT:
Art. 8º - As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de
disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência,
por analogia, por eqüidade e outros princípios e normas gerais de direito,
principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes,
o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou
particular prevaleça sobre o interesse público. § 1º O direito comum será fonte
subsidiária do direito do trabalho.

Aula 3
Princípios do Direito do Trabalho. Direito Internacional do Trabalho.

I - Princípios do direito do trabalho


a) Princípio da Proteção: ****
Esse princípio preza pela tentativa de igualdade da relação de empregado e
empregador, para que nenhum deles tenha vantagens sobre o outro.
→ In dubio pro operário: Na dúvida a favor do operário
→ Norma mais favorável: AxB escolhemos a que mais favorece o operador.
→ Condição mais Benéfica - Caso seja alterado o regulamento da empresa e a
condição for maléfica aos empregados, se o empregado for contratado antes da
alteração a alteração não será aplicada a ele. Dessa forma, a empresa pode alterar
seu regulamento, porém, quem será afetado serão somente os empregados
contratados após a alteração.

b) Princípio da Primazia da realidade


Vale o que de fato aconteceu e não só o contrato (Ex: Cartão de ponto).

c) Princípio da Continuidade
Regra é que o contrato do empregado deve ser por prazo indeterminado, a não ser
que haja uma demissão por justa causa.

d) Princípio da inalterabilidade contratual lesiva:


O empregador não pode alterar o contrato do empregador causando prejuízo a ele.
Exceto abaixar o salário por conta de uma crise, mas tudo tem que ser
regulamentado. Ou ainda no caso de rebaixamento por quebra de confiança (Ex
analista promovido a coordenador e não cumpre seu papel).

d) Princípio da irrenunciabilidade de direitos:


Quando ele assinou a empresa não pode deixar de dar a cesta básica, por exemplo,
mesmo que o funcionário assine falando que não quer mais receber o benefício.

II - Direito internacional do trabalho


OIT - Organização mundial do trabalho. Agência da ONU.
Necessidade de organizar leis trabalhistas ao redor do mundo. Tendo
188 países membros. Equidade, liberdade, superação da pobreza,
diminuição da desigualdade, liberdade, etc. Ela recomenda aos países,
pois não pode colocar uma lei no país.
OBJETIVOS ESTRATÉGICOS:
Aula 4
Princípios do Direito do Trabalho. Direito Individual do Trabalho.

Assista ao filme "Eu, Daniel Blake" (2016), de Ken Loach (vide link abaixo), e
elabore uma resenha relacionando o conteúdo abordado no filme e o princípio
da proteção, estudado na aula passada.

I - Princípio da proteção:
Dá origem ao direito do trabalho.

3 subprincípios:

1. “In dubio pro operário” - Se eu tenho uma dúvida em uma determinada lei ou
artigo tenho que interpretar da forma mais favorável ao empregado

2. Norma mais favorável - Nesse caso tenho 2 normas em rota de colisão e tenho
que escolher uma delas, mas sempre escolho mais favorável ao empregado.

Atenção: Exceção - Nova reforma trabalhista - Art. 620. As condições estabelecidas em Acordo
Coletivo de Trabalho (ACT) sempre prevalecerão sobre as estipuladas em Convenção Coletiva
de Trabalho (CCT). (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

- Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) - é um acordo firmado entre a entidade sindical


dos trabalhadores e uma determinada empresa.
- Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) - é um acordo celebrado entre dois
sindicatos, ou seja, é um acordo feito entre sindicato dos trabalhadores e o sindicato
patronal. Não existe hierarquia entre esses acordos.

Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) >>>> Convenção Coletiva de Trabalho

3. Condição mais Benéfica - Caso seja alterado o regulamento da empresa e a


condição for maléfica aos empregados, se o empregado for contratado antes da
alteração a alteração não será aplicada a ele. Dessa forma, a empresa pode alterar
seu regulamento, porém, quem será afetado serão somente os empregados
contratados após a alteração.
II - Filme "Eu, Daniel Blake":
Resumo - Daniel é um trabalhador inglês que após sofrer uma parada cardíaca se
afasta do trabalho e procura auxílio financeiro e previdenciário do governo e
encontra obstáculos no sistema do trabalho. Ao longo do filme ele conhece uma
mãe solteira, Kate e seus filhos, Daniel faleceu antes de conseguir qualquer auxílio,
pois as normas inglesas são muito rígidas.

Mensagem - Personagens estão abandonados pelo Estado.

Ideia escondida - Filme é contra o Neoliberalismo (crítica de Foccout), que tem a


Governamentalidade como meio de levar a “economização” para todas as esferas
da vida.

Com a economização, o Estado que antes tinha a função constitucional concretizar


direitos, passando a buscar ser eficiente como uma empresa, competitiva como a
livre mercado e esvaziado de ética em questão econômica. E o "povo" passa a ser
capital econômico ativo, dessa forma o trabalhador torna-se um “empreendedor de
si mesmo”. No filme tornando-se “empreendedores de si mesmos” Kate começa a
se prostituir e seu outro amigo a vender tênis ilegais.

Daniel Blake questiona o sistema, pois não há emprego para todos e a ideia de
meritocracia é falsa e exige que os trabalhadores sejam economicamente ativos
para terem direitos previdenciários (Conceito de Ativação). Se não houver nenhuma
contribuição o indivíduo ainda que incapaz não faz uso de nada.

Ideologia do Filme - O filme é Anti-Neoliberal e aborda uma questão atual e as


consequências da visão neoliberal, aos poucos perdemos direitos para termos
serviços, aos poucos o Estado deixa de se preocupar em concretizar direitos e
atender ao interesse público e temos uma figura preocupada apenas a garantir o
lucro do sistema econômico mundial e aos poucos deixamos de ser cidadãos e nos
tornamos clientes.

Daniel Blake pode ser todos nós “Eu, Daniel Blake” e em sua carta de morte
ele diz que é apenas cidadão.
Aula 5
Direito Individual do Trabalho. Contrato de trabalho e relação de
emprego.

I –Direito Individual do Trabalho


O direito individual do trabalho compreende as normas que disciplinam o
contrato individual de trabalho (ou contrato de emprego). Tal segmento do Direito
do Trabalho trata, especificamente, da natureza jurídica do contrato de
trabalho, sua formação, as partes que o integram, as modalidades, sua
modificação e extinção.

→ Relação de trabalho:
Não subordinado - autônomo, eventual, avulso, entre outros).
Trabalho subordinado - a relação de emprego, entre empregado e empregador.
A relação de emprego é, portanto, o vínculo obrigacional decorrente da
subordinação do empregado ao empregador.

A - Contrato de trabalho (ou relação de emprego)


É o sucessor da locação de serviços, no que diz respeito ao trabalho subordinado.

a) Conceito:
É um acordo tácito, contrato típico, nomeado, com regras próprias, distintas do
contrato de locação de serviços, de onde surgiu.

*Dirigismo contratual: desigualdade entre as partes do contrato de trabalho deu


origem ao dirigismo contratual. Ele é um princípio limitador da autonomia da
vontade das partes contratantes, por intervenção do Estado, em função dos
fins sociais e das exigências do bem comum.

b) Objeto:
O objeto do contrato de trabalho é a prestação de serviço subordinado e
não eventual do empregado ao empregador, mediante o pagamento de salários.
A obrigação principal objeto do contrato é a prestação de serviços (empregado)
e o pagamento de salários (empregador).

SUBORDINAÇÃO:
EMPREGADO (PRESTA SERVIÇO) <> EMPREGADOR (PAGA SALÁRIO)
*TRABALHO NÃO SUBORDINADO*
Contrato de trabalho X Prestação de serviços X Empreitada X Mandato
O contrato de trabalho não se confunde, com a prestação de serviços, com a
empreitada, com o contrato de sociedade ou com o mandato, pois seu objetivo é a
prestação de serviços subordinados, mediante a prestação de serviços
(empregado) e o pagamento de salários (empregador).

a) Na prestação de serviços, não há subordinação, mas autonomia e


independência. Ex: consulta médica, parecer técnico de perito, entre outros.

b) A empreitada é um contrato de resultado, no qual há também autonomia


do prestador de serviços, que pode ser uma pessoa física ou jurídica.

c) Na sociedade, há a colaboração entre os sócios, que estão em condição


de igualdade e não de subordinação.

d) O contrato de mandato tem por objeto a representação e envolve três


partes (mandante, mandatário e terceiro), sem subordinação.

c) Requisitos:
Por lei, para se caracterizar um vínculo empregatício precisa-se cumprir
requisitos. Para a formação da relação de emprego devem estar presentes
os seguintes requisitos:
1) Continuidade - O contrato de trabalho é um contrato de trato sucessivo, de
duração. Deve haver, portanto, uma continuidade da relação jurídica, da prestação
de serviços, que não é eventual
2) Subordinação - O empregado exerce a sua atividade com dependência ao
empregador, por quem é dirigido. O empregado é, nesse sentido, um trabalhador
subordinado, que não assume os riscos do negócio.
3) Onerosidade - O contrato de trabalho é oneroso, não gratuito. O empregado
tem o dever de prestar serviços e o empregador tem o dever de pagar o salário.
*O trabalho voluntário não constitui relação de emprego pela falta da
onerosidade, uma vez que o serviço prestado não é remunerado.
4) Pessoalidade - O contrato de trabalho é realizado com pessoa certa e
determinada e o empregado não pode ser substituído por outra pessoa. O
empregado deve ser, necessariamente, pessoa física.
5) Alteridade - O empregado que presta serviço ao empregador não pode assumir,
nesse sentido, os riscos do negócio.
6) Requisitos não essenciais: 1) Exclusividade 2) Grau de escolaridade 3)
Outros
Aula 6
Alterações no contrato de trabalho. Suspensão e interrupção do
contrato de trabalho. Término do contrato de trabalho

d) Características:
1) Bilateralidade
2) Sinalagmaticidade
3) Consensualidade
4) Onerosidade - (não gratuito)
5) Continuidade - (obrigações de trato sucessivo)
6) Informalidade (art. 443 da CLT) – o contrato de trabalho não é solene
Art. 443. O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente,
verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou para prestação de
trabalho intermitente.

e) Condições:
São as previstas no art. 104 do Código Civil:
1) Objeto Lícito - Previsto por lei
Objeto ilícito X Objeto proibido
É proibido o trabalho noturno, insalubre ou perigoso ao menor de 18 anos (art. 7º,
XXXIII, da Constituição).
É ilícito o contrato de trabalho cuja atividade for vedada pela legislação civil ou criminal
(ex: contrato de trabalho para apontador do jogo do bicho, trabalhadores de lupanares e
casas de venda de entorpecentes).
O contrato com objeto proibido é anulável, ao passo que o contrato com objeto ilícito é
nulo.

2) Forma prescrita ou não defesa em lei - O contrato de trabalho pode


ser feito por escrito ou verbalmente (art. 443 da CLT). É exigida a forma escrita,
porém, para o contrato de atletas profissionais, para artistas e para o contrato de
aprendizagem. Qualquer disposição contratual pode ser, portanto, celebrada,
como regra, por escrito ou verbalmente.

3) Agente capaz - A Constituição proíbe o trabalho de menores de 16 anos,


salvo na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos (art. 7º, XXXIII). O estrangeiro
que está no país com visto de turismo não pode exercer atividade remunerada
(art. 13, §1º, da Lei 13445/2017).
f) Prazo
O contrato de trabalho pode ser:
1) Contrato por prazo indeterminado - A regra é o contrato de trabalho por
prazo indeterminado, em que as partes nada mencionam quanto a seu prazo.

2) Contrato por prazo determinado - É o contrato de trabalho com vigência


determinada. Para a CLT ele só é válido para alguns casos específicos, de certo
acontecimento suscetível de previsão aproximada.
Casos em que é válido:
a) serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do
prazo. São serviços efêmeros e breves. Ex: contratação decorrente de aumento de
produtividade, contrato de atleta de futebol profissional, contrato de aprendizagem,
contrato de safra.
b) Atividades empresariais de caráter transitório. Ex: venda de fogos de artifício,
produtos natalinos, contrato de artistas etc.
c) contrato de experiência. O contrato de experiência tem o prazo máximo de 90
dias, inclusive para o doméstico. O contrato pode ser prorrogado uma única vez,
desde que não exceda o prazo de 90 dias. Caso haja continuidade no serviço
após o período estipulado ou decorrido o prazo de 90 dias, o contrato passará
a vigorar como contrato de trabalho por prazo indeterminado. Em caso de
dispensa antes do termo final do contrato, o empregador deverá pagar ao
empregado, a título de indenização, a metade da remuneração que o empregado
teria direito até o término do contrat

3) Intermitente - O contrato intermitente é o instrumento de formalização da


contratação de prestação de serviços de maneira não contínua. Ou seja, sem
horário e período fixo, onde admite-se a alternância de períodos de atividade e
inatividade.

Contrato de trabalho X Contrato de estágio


A Lei Federal nº 11.788/08 regula a atividade de estágio, que não se confunde com o
contrato de trabalho. São, nesse sentido, características do estágio:
1) É ato educativo escolar supervisionado
2) Tem por objetivo a preparação do aluno para o trabalho produtivo.
3) O aluno deve estar matriculado em instituição de ensino superior, profissional,
médio, especial ou nos anos finais do ensino fundamental, desde que na modalidade
EJA.
4) Deve integrar o projeto pedagógico do curso.
5) Se regular, não gera vínculo empregatício, desde que observados os requisitos
legais (em especial a compatibilidade entre as atividades desenvolvidas e os
propósitos educacionais, a celebração de termo de compromisso com interveniência
da instituição de ensino e a existência efetiva da matrícula do aluno).
Atenção: em caso de descumprimento das exigências legais, há caracterização de vínculo de emprego, para os
fins da legislação trabalhista e previdenciária (art. 3º, §2º, da Lei de Estágio)
B - Cessação do contrato de trabalho (rescisão e
extinção.)
1. Conceito:
É o término do vínculo de emprego, com a extinção das obrigações dos
contratantes.

2. Cessação do contrato de trabalho por decisão do


empregado:
Dá-se por meio do pedido de demissão, da rescisão indireta ou da aposentadoria.
→ Direito:
● 13º salário proporcional,
● Férias vencidas
● Férias proporcionais

3. Cessação do contrato de trabalho por mútuo acordo:


É a rescisão bilateral do contrato de trabalho, por vontade de ambas as
partes (empregador e empregado). Foi introduzida pela Reforma Trabalhista de
2017 (Lei 13.467/17), com o objetivo de eliminar a prática ilícita anteriormente
existente. Deve ser necessariamente formalizada por escrito.
As verbas rescisórias deverão ser pagas com o aviso prévio pela metade (for
escolhida a modalidade “indenizada”) e a multa indenizatória no valor de 20% do
FGTS. As demais verbas são devidas em sua integralidade. O empregado tem o
direito a movimentar até 80% do seu saldo de FGTS e não tem direito a seguro
desemprego

4. Cessação do contrato de trabalho por decisão do


empregador:

i) Dispensa sem justa causa (ou arbitrária):


É o término do contrato de trabalho sem um motivo disciplinar. A
Constituição Federal prevê a proteção da relação de emprego contra dispensa
arbitrária. Por esse motivo, a dispensa sem justa causa confere ao empregado o
direito a uma indenização compensatória.
→ Direitos:
● 13º salário proporcional,
● Férias vencidas e proporcionais,
● Saldo de salários,
● Levantamento de FGTS
● Indenização de 40% do FGTS.

ii) Dispensa por justa causa:


Trata-se da dispensa do empregado que comete falta grave. A justa causa é o
ato incorreto do empregado, previsto em lei, que dá ensejo à ruptura do vínculo
de emprego.
→ Direito: NADA!

CAUSAS:
a) Ato de improbidade- É o ato revelador de mau caráter, perversidade ou desonestidade do
empregado. Ex: apresentação de atestado falso, furto ou roubo de bens da empresa ou de colegas
etc.
b) Incontinência de conduta - Para que haja a incontinência, deve haver a caracterização de
assédio sexual, com a inexistência de reciprocidade.
c) Mau procedimento - É a atitude irregular do empregado, incompatível com as regras comuns
de convivência na sociedade. Diferencia-se da incontinência por não ter cunho sexual.
d) Negociação habitual - Consiste nos atos de comércio realizados pelo empregado sem
consentimento do empregador, de modo frequente.
e) Condenação criminal
f) Desídia - Trabalho executado com negligência, preguiça, má vontade, displicência, desleixo
g) Embriaguez - Decorre do uso de álcool ou drogas ilícitas.
h) Violação de segredo da empresa- É a divulgação de marcas, patentes, fórmulas, entre outros,
sem o consentimento do empregador.
i) Indisciplina - É o descumprimento de ordens gerais de serviço, como as orientações dadas pelo
empregador e as previstas em regulamento da empresa.
j) Insubordinação - Refere-se ao descumprimento de ordens diretas do superior hierárquico,
não necessariamente do empregador.
k) abandono de emprego - abandono é de 30 dias
k) Ato lesivo à honra e à boa fama - injúria, calúnia ou difamação.
l) Ofensa física - É a agressão praticada a qualquer pessoa, ressalvada a hipótese de legítima
defesa.
m) Prática constante de jogos de azar
n) Perda de habilitação - É a perda da qualificação legal para o exercício da profissão. Ex: motorista
que perde o direito de dirigir.

ii) Dispensa por Culpa Recíproca:


Havendo culpa recíproca, a indenização devida ao empregado será reduzida à
metade (Súmula 14 do TST).

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