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Cópia proibida DIREITO DO TRABALHO

Introdução ao
01 Direito do Trabalho

01.1 – Introdução

Noções gerais
Direito do Trabalho:
O Direito do Trabalho é o ramo do direito que tem como objeto o estudo das normas,
instituições jurídicas e princípios que disciplinam as relações de trabalho subordinado,
cuidando também da proteção ao trabalhador e das garantias às condições sociais básicas.

Divisão do Direito do Trabalho:


O Direito do Trabalho divide-se nos seguintes ramos:
 Direito individual do trabalho: rege as relações individuais, tendo como sujeitos o
empregado e o empregador e a prestação de trabalho subordinado, contínuo,
assalariado e pessoal.
 Direito coletivo do trabalho: trata das organizações sindicais, das relações
representando as categorias profissionais e econômicas e dos conflitos coletivos.
 Direito público do trabalho: disciplina as relações entre trabalhadores, empregadores e
o Estado.
 Direito internacional do trabalho: versa sobre os tratados e convenções internacionais
em matéria trabalhista e notadamente sobre a Organização Internacional do Trabalho
(OIT).

Autonomia do Direito do Trabalho:


O Direito do Trabalho é um ramo autônomo do direito, composto por um complexo de
regras, princípios e institutos jurídicos próprios que regulam as relações de trabalho. Possui
uma finalidade específica e, em muitos países, jurisdições especiais para dirimir as questões
envolvendo relações de trabalho. O Direito do Trabalho, desde meados do século XIX, se

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desprendeu da matriz civilista, originando todo o conjunto jurídico que lhe assegura a atual
autonomia no mundo do direito.

Evolução histórica do Direito do Trabalho


Origem:
O direito é muitas vezes o resultado da pressão de fatos sociais, que influenciados por certos
valores, resultam em normas jurídicas. É o que aconteceu também, de forma bem clara, com
o Direito do Trabalho, produto da reação contra a exploração dos trabalhadores pelos seus
patrões. A Revolução Francesa, que estabeleceu o princípio do respeito absoluto à
autonomia da vontade, ou seja, total liberdade contratual, favoreceu o fortalecimento dos
empresários, que se tornaram extremamente poderosos com o aumento da produção fabril
e, na razão inversa, enfraqueceu os operários, na medida que não possuíam condições de
negociar e ainda era proibida a associação para defesa dos interesses comuns. Como
resultado, a Revolução Industrial proporcionou condições de trabalho deploráveis que
tiveram como consequências lutas que, em alguns casos, resultaram nos primeiros acordos
entre trabalhadores e patrões. Esses movimentos operários são a causa histórica da
formação do Direito do Trabalho no mundo. Os primeiros organismos especializados na
solução dos conflitos trabalhistas foram os Conseils de Prud’Hommes, surgidos na França,
em 1806, com função de conciliar questões oriundas do trabalho.

Origem do Direito do Trabalho no Brasil:


No Brasil, a Constituição Imperial de 1824 não possuía regras disciplinando as relações de
trabalho. Surgem em 1830 as primeiras normas sobre locação de serviço entre brasileiros e
estrangeiros colonos. Mais tarde, o Código Comercial de 1850 inclui alguns institutos,
posteriormente específicos do Direito do Trabalho. O Código Civil de 1916 estabeleceu
regras sobre a locação de serviços, e é considerado o antecedente histórico do contrato
individual de trabalho na legislação posterior. Abolida a escravidão, em 1888, os
trabalhadores nas indústrias emergentes, muitos deles imigrantes, com tradição sindicalista
europeia, passaram a exigir medidas de proteção legal, relativas, dentre outras, à duração do
trabalho do menor e da mulher. Até cerca de 1920, a ação dos anarquistas repercutiu
fortemente no movimento trabalhista e surgem no início do século XX as primeiras normas
jurídicas sobre sindicatos.

A única previsão da Constituição de 1824 era sobre a liberdade do trabalho. O art. 179, § 24,
proclamava que nenhum gênero de trabalho poderia ser proibido.

No Direito Romano, o trabalho empregado se efetivava, dentre outras formas, pelo contrato
“locatio operarum”, no âmbito do Direito Civil. A locação de serviços se constituía em um
contrato, pelo qual a mão de obra do trabalhador ficava à disposição do contratante, mediante um
preço.

Expansão dos direitos trabalhistas:


Na década de 1930, com a política trabalhista de Getúlio Vargas, influenciada pelo modelo
corporativista italiano, estruturou-se pela primeira vez uma ordem jurídica trabalhista no
Brasil. Após a Revolução de 1930 houve uma valorização dos direitos trabalhistas. Em 1930
foi criado o Ministério do Trabalho, Industria e Comércio.

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Cópia proibida Proteção ao trabalho nacional:
Na época de Getúlio Vargas havia forte influência nacionalista e foi editada a Lei dos Dois Terços,
que estabelecia que as empresas deviam observar em seus quadros uma proporção de pelo menos
dois terços de brasileiros (norma atualmente ainda prevista pelo art. 352 da CLT) e a vedação que
estrangeiros recebam remuneração maior que um brasileiro em situação análoga (art. 358 da CLT).

A Justiça do Trabalho:
A Constituição de 1934 previu a instituição da Justiça do Trabalho, mas só realmente foi
instalada em 1° de maio de 1941, ainda como parte da Administração Federal, vinculada ao
Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. Com a Constituição de 1946, a Justiça do
Trabalho passou a integrar o Poder Judiciário.

A Consolidação das Leis do Trabalho:


Após um período de proliferação de leis trabalhistas, muitas se encontravam desordenadas,
tendo para cada profissão uma legislação específica. Após longo estudo, em 1943 foi
publicada a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT (Decreto Lei 5.452, de 1° de maio de
1943) com o objetivo de sistematizar toda a legislação trabalhista esparsa então existente. A
CLT tratou do direito individual e coletivo do trabalho, normas de processo do trabalho,
segurança e medicina do trabalho e de regras de fiscalização.

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é composta de quase


1.000 artigos, divididos em doze títulos da seguinte forma:
I) Introdução
II) Das Normas Gerais de Tutela do Trabalho
III) Das Normas Especiais do Trabalho
IV) Do Contrato Individual do Trabalho
V) Da Organização Sindical
VI) Das Convenções Coletivas do Trabalho
VII) Do Processo de Multas Administrativas
VIII) Da Justiça do Trabalho
IX) Do Ministério Público do Trabalho
X) Do Processo Judiciário do Trabalho
XI) Disposições Finais e Transitórias

Leis trabalhistas:
Após a CLT vieram outras leis tratando de direitos dos trabalhadores, destacando-se a Lei
5.858/1972 (trabalho doméstico), a Lei 5.889/1973 (trabalho rural), a Lei 6.019/1974
(trabalho temporário) e leis que estabeleceram diversos direitos, tais como o Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o seguro desemprego, o salário maternidade, o
salário família, o repouso semanal, a gratificação natalina (décimo terceiro salário), o vale
transporte, o Programa de Integração Social (PIS), além de outros.

A Constituição Federal de 1988:


Além de incorporar os principais direitos trabalhistas já existentes, a Constituição Federal
ampliou parte deles e acrescentou novos, como o princípio da liberdade sindical. A
Constituição Federal de 1988 foi a que mais se dedicou a questão trabalhista.

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Fontes do Direito do Trabalho
Fontes do Direito do Trabalho:
Chamam-se fontes do direito os diversos modos pelos quais se estabelecem as regras
jurídicas. As fontes do Direito do Trabalho dividem-se em fontes primárias ou diretas e
subsidiárias ou indiretas.

Fontes formais:
As fontes formais (primárias ou imediatas) do Direito do Trabalho são as regras trabalhistas
em amplo sentido. São as fontes derivadas da vontade do estado (heterônomas) e as fontes
provenientes da vontade dos próprios agentes sociais (autônomas).

Fontes formais heterônomas:


São as principais fontes formais heterônomas:
 a Constituição Federal, que estabelece os princípios básicos e os direitos fundamentais
do trabalhador;
 as leis: normas emanadas do Poder Legislativo para regular condutas e impor sanções,
como a Consolidação das Leis do Trabalho, principal diploma legal na esfera laboral;
 decretos executivos: norma regulamentadoras de lei expedidos pelo Presidente da
República;
 portarias: editadas pelo Ministério do Trabalho, expedindo instruções práticas sobre
aplicação de determinado direito (resoluções, instruções normativas e normas de
serviço);
 sentenças normativas: editadas pelo judiciário trabalhista ao julgar dissídio coletivo de
determinada categoria econômica;
 tratados internacionais: convenções e recomendações da Organização Internacional do
Trabalho;
 regulamentos da empresas: fixam condições de trabalho;
 costumes: aplicação reiterada de determinada regra social;
 contratos de trabalho: estipulam direitos e deveres do empregado e do empregador.

Alguns doutrinadores entendem que a doutrina (o posicionamento dos juristas especializados


em determinado ramo do direito) não é fonte de direito.

Fontes formais autônomas:


São fontes formais autônomas:
 a) acordos coletivos do trabalho: ajustes sobre condições de trabalho celebrados entre
a empresa ou grupo de empresas e determinado sindicato de categoria profissional;
 b) convenções coletivas: acordos de caráter normativo sobre condições de trabalho
celebrado entre sindicatos (obreiro e patronal), quer dizer em os sindicatos de
empregados e empregadores.

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Cópia proibida Acordos coletivos: Pactos celebrados entre uma ou mais empresas e sindicato da categoria
profissional a respeito de condições de trabalho aplicáveis no âmbito da empresa ou das
empresas acordantes.

Convenções coletivas: Pactos que abrangem toda uma categoria profissional na base territorial
dos sindicatos participantes, que representam uma determinada categoria. Aplicam-se a todas as
empresas e a todos os trabalhadores dos sindicatos estipulantes na base territorial, sendo ou não
filiados ao sindicato.

Regulamentos das empresas: Conjunto de regras fixadas pelo empregador sobre as relações de
trabalho, organização da atividade, condições gerais de conduta, disciplina interna e vantagens
concedidas ao trabalhador. Não é obrigatório, podendo a empresa elaborar ou não um
regulamento, mas uma vez publicado, torna-se vinculante, passando a ter força obrigatória.

Fontes materiais:
São fontes materiais (secundárias, mediatas ou supletivas) do Direito do Trabalho os fatores
reais que influenciam na criação das normas trabalhistas. São elas:
 necessidade de proteção tutelar;
 fato social de organização das profissões;
 fato social de colaboração;

A lei trabalhista
Competência legislativa:
A competência privativa da União para legislar sobre Direito do Trabalho (CF, art. 22, I),
assim os Estados-membros e o DF e os Municípios não podem estabelecer regras próprias,
mas de acordo com o parágrafo único do art. 22 da Constituição Federal existe a
possibilidade de lei complementar autorizar os Estados e o Distrito Federal a legislar sobre
questões específicas do Direito do Trabalho.

Regime estatutário e regime celetista:


O regime jurídico dos servidores é estabelecido por leis próprias, uma vez que os entes estatais
gozam de autonomia política. Se forem contratados pelo regime trabalhista, os servidores serão
tutelados pelas normas de direito do trabalho estabelecidas pela União.

A lei trabalhista no tempo:


A lei trabalhista no tempo é informada por dois princípios:
 o princípio da irretroatividade: a lei nova não alcança os atos que foram praticados
antes de sua vigência, ou seja, não se aplica aos contratos de trabalho já terminados,
ou mesmo aos atos jurídicos já praticados nos contratos de trabalho em curso no dia
do início de sua vigência;
 o princípio da aplicação imediata: a lei nova será aplicada imediatamente aos atos
jurídicos ainda não praticados nos contratos em curso quando do seu advento.

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A lei trabalhista no espaço:
A lei trabalhista brasileira vigora em todo o território nacional, disciplinando as relações de
trabalho tanto dos brasileiros quanto dos estrangeiros.

Apesar do princípio da territorialidade, existem algumas leis que tratam de situações específicas em
relação aos estrangeiros.

Princípios gerais de direito


Noções iniciais:
Conforme o art. 8º da CLT, “as autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta
de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por
analogia, por equidade e outros princípios e normas gerais do direito, principalmente do
Direito do Trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas
sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse
público”. E o parágrafo único acrescenta: “o direito comum será fonte subsidiária do Direito
do Trabalho, naquilo em que não for incompatível com os princípios fundamentais deste”.
Tais institutos também são aplicáveis ao Direito do Trabalho e constituem meios supletivos
ou interpretativos para o julgador.

Princípios gerais do direito:


Princípios gerais de direito são aqueles que decorrem do próprio fundamento da legislação
positiva. Possuem eles função integrativa e grande importância no preenchimento das
lacunas da lei, em face de seu caráter normativo à falta de lei aplicável ao caso concreto.

Equidade:
A equidade representa um critério de integração do direito. Há situações nas quais o direito
como sistema não possui regras específicas para um determinado caso. Em tais
circunstâncias o juiz poderá decidir com eqüidade.

Equidade:
A lei natural está acima da lei positiva e serve, às vezes, para corrigir as lacunas
desta. Como a lei positiva tem um conteúdo geral e não abrange os casos
excepcionais, pode ocorrer que, se for aplicada rigidamente, segundo um texto geral,
em certos casos conduzirá a injustiças que não se acham na intenção do legislador.
Em tais casos, é necessário interpretar ou emendar racionalmente a lei positiva
conforme a intenção do legislador e as exigências da justiça natural, e esta correção
do direito positivo pelo natural constitui a equidade ou direito equitativo.

Analogia:
A analogia consiste em aplicar a um caso concreto, não previsto em lei, disposição relativa a
caso semelhante. É um importante fator que auxilia o juiz em casos de relações sociais que
necessitam ser resolvidas e que não estão reguladas em lei.

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Princípios específicos do Direito do Trabalho
Noções gerais:
Princípios são diretrizes principais que possibilitam a compreensão das normas como um
sistema e orientam a aplicação e a interpretação do direito. Possuem três funções básicas:
informar e direcionar o elaborador das normas, orientar o intérprete na aplicação do direito
e atuar de forma supletiva nas lacunas da lei. Além dos princípios gerais, aplicados aos
outros ramos do direito, como o princípio da igualdade ou da boa-fé, existem princípios
específicos do Direito do Trabalho:

01 Princípio da liberdade de profissão:


Como reação ao trabalho escravo e à servidão, a liberdade de escolha do ofício se
tornou um direito fundamental da pessoa humana. O princípio da liberdade de
profissão foi consagrado no art. XXIII da Declaração Universal dos Direitos do
Homem, de 1948: "todo homem tem direito ao trabalho, à livre escolha de
emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o
desemprego". A Constituição Federal, em seu o art. 5º, inc. XIII, assegura a
liberdade de trabalho, ofício ou profissão, desde que atendidas as qualificações
profissionais estabelecidas em lei.

02 Princípio da continuidade do emprego:


Pelo princípio da continuidade do emprego é privilegiada a relação de trabalho
duradoura. Conforme a legislação, o contrato de trabalho terá em regra validade
por prazo indeterminado, sendo que a continuidade do vínculo empregatício terá
prevalência sobre os contratos por prazos determinados, que são exceções
específicas do ordenamento jurídico trabalhista. A intenção é preservar tanto
quanto possível a relação empregatícia no tempo.

03 Princípio da proteção:
Conforme o princípio da proteção do trabalhador o Estado deve intervir nas
relações de trabalho para proteger o trabalhador, parte mais frágil desta relação.
Este princípio influi na estrutura geral do Direito do Trabalho e está presente como
uma de suas características. As normas trabalhistas devem ser orientadas segundo
este princípio, visando sempre a favorecer o trabalhador. Deste princípio decorrem
outros, como o princípio in dubio pro operario, o princípio da norma mais
favorável e o princípio da condição mais benéfica.

04 Princípio in dúbio pro operario:


De acordo com este princípio o intérprete deve escolher, entre duas ou mais
interpretações da norma, sempre a mais favorável ao trabalhador.

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05 Princípio da norma mais favorável:
Segundo este princípio, a norma mais favorável ao trabalhador tem preferência em
relação à norma menos favorável, independentemente da sua colocação na escala
hierárquica das leis. Assim, uma vez que a norma trabalhista tem caráter tutelar,
havendo uma ou mais normas sobre o mesmo assunto, deve ser aplicada a norma
mais benéfica ao trabalhador.

06 Princípio da condição mais benéfica:


Segundo este princípio, uma condição de trabalho já conquistada não pode ser
substituída por outra menos vantajosa, na mesma relação de emprego, ou seja,
quando o empregado adquirir um benefício individual numa determinada relação
de emprego, este benefício não poderá sofrer redução posterior. Basicamente é a
aplicação do princípio do direito adquirido.

07 Princípio da razoabilidade:
Parte do pressuposto de que o ser humano, em suas relações trabalhistas, procede
e deve proceder conforme a razão do homem comum, atuando segundo
determinados padrões de conduta que são freqüentes e lógicos.

08 Princípio da irrenunciabilidade:
Os direitos trabalhistas não são renunciáveis, ou seja, o trabalhador não pode abrir
mãos dos seus direitos. Este princípio leva em conta a posição econômica do
trabalhador, pois pode levá-lo a sujeitar-se a condições desfavoráveis para manter
o seu emprego. Na contratação de um empregado, se houver algum ajuste que
desconsidere um direito do trabalhador, é considerado nulo.

CLT Art. 9º - Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, ou fraudar a
aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação.

De acordo com o princípio da irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas é vedada a renúncia,


mas é possível a transação sobre determinados direitos quando houver expressa previsão legal
para tanto.

09 Princípio da primazia da realidade:


O princípio da primazia da realidade estabelece que, em caso de conflito, os fatos
concretos devem prevalecer sobre os documentos apresentados, ou seja, havendo
uma discordância entre o que ocorre na prática e o que estabelece os documentos,
(como o contrato de trabalho), estes últimos não serão considerados.

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Cópia proibida
10 Princípio da liberdade sindical:
O princípio da liberdade sindical estabelecido em nosso ordenamento jurídico
corresponde à possibilidade de livre associação e organização sindical, podendo o
trabalhador ingressar ou sair do sindicato a qualquer momento. O Estado não
participa da organização sindical.

01.2 – Direito Constitucional do Trabalho

Disposições constitucionais
Noções iniciais:
Na Constituição, encontramos os direitos relativos aos trabalhadores em duas ordens:
 os direitos em suas relações individuais de trabalho (art. 7º);
 os direitos coletivos dos trabalhadores (art. 9º a 11).

Na Constituição, as normas relativas ao direito do trabalho encontram-se previstas não só


entre os direitos sociais, mas também no capítulo sobre a ordem econômica. A aplicabilidade
de alguns dispositivos, entretanto, no todo ou em parte, depende de regulamentação por
legislação ordinária e às vezes por lei complementar.

Os direitos dos trabalhadores em suas relações individuais de


trabalho:
São aqueles destinados a proteger a relação de trabalho contra desigualdades, que seriam
resultado da não observância de preceitos mínimos destinados a compatibilizar a função
laboral com a dignidade e o bem-estar do indivíduo.

CONSTITUIÇÃO
FEDERAL
Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
sua condição social:

Empregado rural é toda pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços de
natureza não eventual a empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário. Considera-se
empregador, rural, a pessoa física ou jurídica, proprietário ou não, que explore atividade agro-
econômica, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou através de prepostos e com
auxílio de empregados (da Lei 5.889/73, arts. 2° e 3°).

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Proteção e extinção do contrato de trabalho:
A Constituição privilegia a continuidade da relação de emprego, estabelecendo sua proteção
mediante a elevação do custo das despedidas sem justa causa ou sem motivo razoável. O
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço é também uma forma de promover a estabilidade
(instituído pela Lei n° 5.107/1966, corresponde a créditos do trabalhador, que se acumulam
mediante depósitos mensais em conta vinculada).

Art. 7º - .............................................................................................................................................
CONSTITUIÇÃO I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
FEDERAL complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III - fundo de garantia do tempo de serviço;
..........................................................................................................................................................
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos
da lei;

Salário:

Art. 7º - .............................................................................................................................................
CONSTITUIÇÃO IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às suas necessidades
FEDERAL vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário,
higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;

Participação do empregado nos lucros e na gestão da empresa:

CONSTITUIÇÃO Art. 7º - .............................................................................................................................................


FEDERAL XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente,
participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;

Duração do trabalho:

Art. 7º - .............................................................................................................................................
CONSTITUIÇÃO XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
FEDERAL facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção
coletiva de trabalho;
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo
negociação coletiva;
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do
normal;

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Férias:

Art. 7º - .............................................................................................................................................
CONSTITUIÇÃO
FEDERAL
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário
normal;

Segurança e medicina do trabalho:

Art. 7º - .............................................................................................................................................
CONSTITUIÇÃO
FEDERAL XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da
lei;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a
que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;

Igualdade no trabalho:
A Constituição consagrou o princípio da isonomia salarial quando estabeleceu a proibição
de diferença de salários, de exercício de funções e de critérios de admissão por motivo de
sexo, idade, cor ou estado civil.

Art. 7º - .............................................................................................................................................
CONSTITUIÇÃO
FEDERAL XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por
motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do
trabalhador portador de deficiência;
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os
profissionais respectivos;

Proteção à maternidade e à paternidade:

Art. 7º - .............................................................................................................................................
CONSTITUIÇÃO
FEDERAL XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte
dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até seis anos de idade em
creches e pré-escolas;

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Trabalho da mulher:

CONSTITUIÇÃO Art. 7º - .............................................................................................................................................


FEDERAL XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da
lei;

Trabalho do menor:

Art. 7º - .............................................................................................................................................
CONSTITUIÇÃO
FEDERAL
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre aos menores de dezoito e de
qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze
anos;

Automação:

CONSTITUIÇÃO
FEDERAL
Art. 7º - .............................................................................................................................................
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;

Prescrição:

Art. 7º - .............................................................................................................................................
CONSTITUIÇÃO
FEDERAL
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de
cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do
contrato de trabalho.

Aposentadoria:

CONSTITUIÇÃO
FEDERAL
Art. 7º - .............................................................................................................................................
XXIV - aposentadoria;

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Convenções e acordos coletivos de trabalho:

CONSTITUIÇÃO
FEDERAL
Art. 7º - .............................................................................................................................................
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;

Trabalhador avulso:

CONSTITUIÇÃO Art. 7º - .............................................................................................................................................


FEDERAL XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o
trabalhador avulso.

Empregados domésticos:

Art. 7º - .............................................................................................................................................
CONSTITUIÇÃO
FEDERAL Parágrafo único - São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos
nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV, bem como a sua integração à
previdência social.

Direitos coletivos do trabalho:


A liberdade sindical é uma forma específica de liberdade de associação contendo regras
específicas e peculiares, tais como:
 os sindicatos podem ingressar em juízo na defesa de direitos e interesses coletivos e
individuais da categoria;
 é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;
 a assembléia geral dos sindicatos deve fixar a contribuição sindical que, em se tratando
de categoria profissional, será descontada em folha.

Associação profissional não sindical:


O artigo 8° da Constituição trata, além da associação sindical, da associação profissional não
sindical que se limita a estudos, defesa e coordenação dos interesses econômicos e profissionais de
seus associados.

Art. 8º - É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:


CONSTITUIÇÃO
FEDERAL I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro
no órgão competente, vedadas ao poder público a interferência e a intervenção na organização
sindical;

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Cópia proibida II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de
categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos
trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria,
inclusive em questões judiciais ou administrativas;
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será
descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva,
independentemente da contribuição prevista em lei;
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo
de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do
mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.

Parágrafo único - As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de


colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.

O órgão competente para o registro do sindicato é o Ministério do Trabalho.

Direito de greve:

Art. 9º - É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a


CONSTITUIÇÃO oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
FEDERAL
§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das
necessidades inadiáveis da comunidade.

§ 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.

Direito de participação laboral:


O direito de participação laboral é um direito coletivo de natureza social segundo o qual é
assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos
públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão.

CONSTITUIÇÃO Art. 10 - É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos
FEDERAL públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e
deliberação.

Direito de representação na empresas:

CONSTITUIÇÃO Art. 11 - Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um


FEDERAL representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os
empregadores.

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01.3 – Direito Internacional do Trabalho

A Organização Internacional do Trabalho


Noções iniciais:
A Organização Internacional do Trabalho é um organismo internacional criado pelo Tratado
de Versalhes, ocorrido em 1919. Sua sede é em Genebra, na Suíça, e nele podem filiar-se
todos os países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU). Este organismo
internacional foi criado para desenvolver convenções e recomendações referentes às
condições de trabalho em todos os lugares do mundo. É composta por três órgãos: a
Conferência ou Assembléia Geral, o Conselho de Administração e a Repartição
Internacional do Trabalho.

A Conferência Internacional do Trabalho:


A Conferência Internacional do Trabalho é o órgão de deliberação da OIT e funciona como
uma assembléia geral. Na Conferência são traçadas as diretrizes básicas a serem observadas
no âmbito dessa Organização e são elaboradas as convenções e recomendações
internacionais. É composta por representantes dos Estados-membros e realiza sessões pelo
menos uma vez por ano em Genebra (no mês de junho), às quais comparecem as delegações
de cada Estado. A composição da Conferência segue o princípio do tripartismo, isto é,
integradas por membros do governo, por trabalhadores e por empregadores. Cada Estado
Membro tem direito a enviar quatro delegados à Conferência, acompanhados por
conselheiros técnicos: dois representantes do governo, um dos trabalhadores e um dos
empregadores, todos com direito a voto independente. O Ministro de Estado responsável
pelos assuntos trabalhistas em cada país pode assistir à Conferência e intervir nos debates.
Cada um dos delegados tem total independência de voto, podendo votar em sentido
contrário ao governo de seus países, assim como dos outros delegados.

Delegados enviados para a


Conferência Internacional por cada Estado

2 1 1
representantes representante dos representante dos
do governo trabalhadores empregadores

Conselho de Administração:
A OIT é dirigida pelo Conselho de Administração que se reúne três vezes ao ano em
Genebra. Este Conselho exerce função executiva, administrando a OIT. É responsável pela
elaboração e controle de execução das políticas e programas da OIT, pela eleição do Diretor
Geral e pela elaboração de uma proposta de programa e orçamento bianual. É composto de

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representantes dos empregados, dos empregadores e do governo, oriundo dos países de
maior importância industrial.

Repartição Internacional do Trabalho:


A Repartição Internacional do Trabalho é a secretaria da OIT, dedicando-se a documentar e
divulgar suas atividades, publicando as convenções e recomendações adotadas pela OIT. O
Secretariado (Escritório Central) da OIT em Genebra é o órgão permanente da Organização
e sede de operações onde se concentram a maioria das atividades de administração, de
pesquisa, de produção de estudos e de publicações, de reuniões tripartites setoriais e de
reuniões de Comissões e Comitês. A estrutura da OIT inclui uma rede de 5 escritórios
regionais e 26 escritórios de área - entre eles o do Brasil - além de 12 equipes técnicas
multidisciplinares de apoio a esses escritórios e 11 correspondentes nacionais que
sustentam, de forma parcialmente descentralizada, a execução e administração dos
programas, projetos e atividades de cooperação técnica e de reuniões regionais, sub-
regionais e nacionais.

A OIT é a única agência do sistema das Nações Unidas com uma estrutura tripartite onde
participam em situação de igualdade representantes de governos, de empregadores e de
trabalhadores nas atividades dos diversos órgãos da Organização.

Atos normativos da Organização Internacional do Trabalho


Atos normativos:
A principal finalidade do Direito Internacional do Trabalho é a produção de regras
internacionais sobre as relações de trabalho. Os dois atos normativos internacionais básicos
emanados da OIT são as convenções internacionais e as recomendações internacionais. A
OIT tem aprovado inúmeros desses atos, dispondo sobre matérias concernentes a direito
individual do trabalho, direito coletivo do trabalho, etc.

Convenções:
As convenções da OIT são normas jurídicas provenientes da Conferência da OIT, tendo por
objetivo determinar regras gerais obrigatórias para os Estados que as ratificarem, passando
a fazer parte de seu ordenamento jurídico interno. O fato de uma convenção ter vigência
internacional não significa que ela possa imediatamente produzir efeitos no Brasil. É
necessária a aprovação da convenção pelo Congresso Nacional, efetuada por meio da edição
de um decreto legislativo, e a promulgação interna da convenção, efetuada por decreto do
Presidente da República. Após esses atos, a convenção incorpora-se ao nosso ordenamento
jurídico e passa a ser norma vigente, de status ordinário, de observância obrigatória no
plano interno.

Recomendações e resoluções:
As recomendações são normas da OIT que não lograram número suficiente de adesões para
transformarem-se numa convenção e assim não possuem força obrigatória, consistindo
assim em sugestão aos Estados-membros. As resoluções são editadas para estabelecer
regras de procedimento a serem adotadas pelos Estados-membros, como, por exemplo, a
exigência de que estes ratifiquem determinadas convenções.

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Nas questões a seguir, assinale a alternativa que julgue correta.

01 - Assinale a hipótese correta quanto à composição da Conferência Internacional do


Trabalho:
( ) a) compõe-se de quatro delegados de cada Estado-membro, sendo um designado pelos
respectivos Governos, um pela ONU, um pelos empregadores e um pelos empregados;
( ) b) compõe-se de cinco delegados de cada Estado-membro, sendo dois designados pelos
respectivos Governos, um pela OIT, um pelos empregadores e um pelos empregados;
( ) c) compõe-se de seis delegados de cada Estado-membro, sendo dois designados pelos
respectivos Governos, dois pelos empregadores e dois pelos empregados;
( ) d) compõe-se de quatro delegados, sendo dois designados pelos respectivos Governos,
um pelos empregadores e um pelos empregados;
( ) e) compõe-se de três delegados, sendo um designado pelos respectivos Governos, um
pelos empregadores e um pelos empregados.

02 - A legislação sobre direito do trabalho compete,


( ) a) privativamente, à União Federal, podendo lei complementar delegar questões
específicas desta matéria aos Estados-membros.
( ) b) privativamente, à União Federal, podendo lei complementar delegar esta matéria aos
Municípios para legislarem sobre assuntos de interesse local.
( ) c) concorrentemente, à União Federal, aos Estados-membros e ao Distrito Federal.
( ) d) concorrentemente, à União Federal, aos Estados-membros e ao Distrito Federal,
cabendo aos Municípios legislar sobre assuntos de interesse local.
( ) e) privativamente, à União Federal, vedada a delegação desta matéria aos Estados-
membros.

03 - O artigo 8º da Consolidação das Leis do Trabalho dispõe:


As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou
contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e
outros princípios e normas gerais do direito, principalmente de direito do trabalho, e, ainda,
de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que
nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público.
De acordo com o texto,
( ) a) a analogia e a equidade prevalecem sobre as fontes formais.
( ) b) os enunciados do TST têm força vinculante.
( ) c) os princípios gerais do direito do trabalho têm um função integrativa do direito
positivo, além de serem aplicáveis nos casos de lacuna da legislação.
( ) d) os princípios do direito do trabalho podem ser utilizados como meio de evitar e
retificar os efeitos indesejáveis da lei trabalhista.
( ) e) os usos e costumes, por serem práticas reiteradas, podem ser contrários à lei.

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04 - O princípio que determina a prevalência das condições mais vantajosas para o trabalhador,
ajustadas no contrato de trabalho ou resultantes do regulamento da empresa, ainda que
vigore ou sobrevenha norma jurídica imperativa prescrevendo menor nível de proteção e
que com esta não sejam elas incompatíveis, é o princípio:
( ) a) da norma mais favorável;
( ) b) da condição mais benéfica;
( ) c) in dúbio pro operário;
( ) d) da primazia da realidade;
( ) e) da intangibilidade.

05 - No que atine às fontes do direito do trabalho,


( ) a) a lei ordinária é fonte material.
( ) b) a sentença normativa é fonte formal autônoma.
( ) c) a convenção coletiva de trabalho é fonte formal heterônoma.
( ) d) o acordo coletivo de trabalho é fonte formal autônoma.
( ) e) o decreto executivo é fonte formal autônoma.

06 - Assinale a opção correta


( ) a) Porque provocadas pelos destinatários principais das regras editadas, são fontes
formais do direito do trabalho as convenções e acordos coletivos de trabalho, e, ao
mesmo tempo, e pelo mesmo motivo, as sentenças normativas, essas o sucedâneo
jurisdicional daqueles instrumentos.
( ) b) Escorado na protetividade característica ao ramo jurídico que instrui, o princípio da
realidade, no direito do trabalho, traduz a regra civilista de que, nas declarações de
vontade, atender-se-á mais à intenção nelas consubstanciadas do que ao sentido literal
da linguagem.
( ) c) A compreensão da indisponibilidade dos direitos trabalhistas passa pela vedação legal
à prática de atos que venham a ser praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou
fraudar a aplicação dos preceitos contidos na CLT e, podendo ser relativa, caso em que
vinculada a interesse individual não protegido por norma de ordem pública, será, em
tal hipótese, compatível com a transação, desde que não redunde em prejuízos diretos
para o trabalhador.
( ) d) O princípio da condição mais benéfica guarda pertinência com a integração da norma
trabalhista, não se confundindo com o princípio da norma mais favorável, este
correspondente, na doutrina, ao direito intertemporal e à proteção de direitos
adquiridos, imunes à substituição por regras que agravem o patrimônio jurídico do
trabalhador.

07 - Tendo em vista o princípio da irrenunciabilidade de direitos trabalhistas, é correto afirmar


que se
( ) a) veda a renúncia, mas aceita-se a transação sobre determinados direitos quando houver
expressa previsão legal para tanto.
( ) b) veda tanto a renúncia quanto a transação.
( ) c) aceita a renúncia se formalizada por escrito, por ocasião da admissão.
( ) d) aceita a renuncia se o empregado for maior e capaz.

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08 - Acerca dos princípios do Direito do Trabalho, assinale a opção incorreta.
( ) a) O princípio da irrenunciabilidade expõe a noção de que todos os atos de despojamento
patrimonial praticados por trabalhadores, durante a vigência das relações de emprego,
estão gravados com nulidade absoluta.
( ) b) O princípio da primazia da realidade estabelece que o real conteúdo da relação jurídica
é determinado pelo que se observa no dia-a-dia da execução do contrato de trabalho,
razão pela qual nenhuma irregularidade há no pagamento de salário em quantia
inferior à inicialmente pactuada, desde que essa realidade tenha sido sempre
vivenciada pelos contratantes.
( ) c) O princípio da proteção determina que as regras legais trabalhistas sejam interpretadas
de forma a possibilitar os melhores resultados aos trabalhadores.
( ) d) O princípio da continuidade da relação de emprego gera a presunção de que o
trabalhador tem interesse na preservação do contrato de trabalho, fonte de sua
subsistência, pelo que não se pode presumir, sem quaisquer outros elementos, a
ocorrência de resilições contratuais por iniciativa de empregados.
( ) e) O princípio da inalterabilidade contratual em prejuízo do operário não é aplicável
quando o empregador, enfrentando dificuldades econômicas, obtém concordata.

09 - Analise as assertivas abaixo e depois assinale a alternativa correta:


I. A Conferência Internacional do Trabalho é o órgão deliberativo da Organização
Internacional do Trabalho e corresponde à sessão plenária de seus Estados-Membros
presentes por intermédio de suas respectivas delegações tripartites compostas de um
representante governamental, um representante dos trabalhadores e um representante dos
empregadores.
II. A Conferência Internacional do Trabalho é o órgão deliberativo da Organização
Internacional do Trabalho e corresponde à sessão plenária de seus Estados-Membros
presentes por intermédio de suas respectivas delegações compostas de técnicos indicados
pelos respectivos governos conforme os pontos que então estejam na sua ordem do dia.
III. Além da função normativa de elaboração de Convenções, Recomendações ou
Resoluções, a Conferência Internacional do Trabalho também possui a atribuição de definir
a execução das políticas e programas da Organização Internacional do Trabalho, sendo
responsável pela eleição do Diretor-Geral e pela elaboração de uma proposta de programa e
orçamento bienal.
IV. Na Conferência Internacional do Trabalho, cada delegado poderá contar com a
assistência de consultores técnicos e possui direito a um voto individual e independente dos
demais componentes de sua delegação.
( ) a) As assertivas I e IV estão corretas.
( ) b) As assertivas I e III estão corretas.
( ) c) Apenas a assertiva II está errada.
( ) d) Apenas a assertiva IV está correta.
( ) e) Todas as assertivas estão erradas.

10 - É fonte formal do Direito do Trabalho:


( ) a) a jurisprudência;
( ) b) a equidade;
( ) c) a analogia;
( ) d) a convenção coletiva;
( ) e) o costume.

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01.D 02.A 03.C 04.B 05.D 06.C 07.A 08.B 09.D 10.D

Bibliografia

 Comentários à CLT  Curso de Direito do Trabalho


Valentin Carrion Amauri Mascaro Nascimento
Revista dos Tribunais Saraiva

Curso de Direito do Trabalho Direito do Trabalho


Sergio Pinto Martins Francisco Ferreira Jorge Neto
Dialética Edipro

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Direito do Trabalho
01 – Introdução ao Direito do Trabalho

Atualizada em 10.01.2017

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