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RESUMÃO DO DIA
RESUMÃO DO DIA
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DIREITO INDIVIDUAL
DO TRABALHO
Resumão do ponto do dia: para não esquecer mais
Pontos abrangidos:
#ATENÇÃO: Contudo, há algumas relações de trabalho sob as quais incide o Direito do Trabalho
por força de lei, como os portuário avulsos (art. 7º, XXXIV, CF).
O Ministro Maurício Godinho Delgado destaca diversas funções do Direito do Trabalho. São elas:
• Fim essencial: Melhoria das condições de pactuação da força de trabalho na ordem socioeconômica.
Esse escopo leva em consideração o ser coletivo obreiro, ou seja, a categoria de trabalhadores;
• Caráter modernizante e progressista do ponto de vista econômico e social (distribui renda, fortalece
o mercado interno e a economia, estimula o empregador a investir em capacitação, tecnologias etc.);
• Função civilizatória e democrática (proporciona inserção social de pessoas que não possuem riquezas
materiais acumulados e que vivem apenas do seu trabalho)
Pessoal, para sabermos de um ramo da ciência jurídica possui autonomia, é necessário analisarmos
a existência de determinadas características. São elas:
• TEORIAS PRÓPRIAS: Há, no Direito do Trabalho, diversas teorias próprias, como as teorias justrabalhistas
de nulidades e de hierarquia das normas jurídicas.
• METODOLOGIA PRÓPRIA: O Direito do Trabalho tem métodos próprios de criação jurídica, como
os mecanismos de negociação coletiva que dão azo à criação de convenções e acordos coletivos de
trabalho.
A doutrina destaca que, desde a institucionalização do Direito do Trabalho, que ocorreu no século
XX, não há mais dúvidas sobre a autonomia desse ramo da ciência jurídica.
Nessa toada, o Direito do Trabalho nasceu com o escopo de diminuir a desigualdade existente na
relação jurídico empregatícia, ou seja, entre capital e trabalho.
Maurício Godinho Delgado, ao tratar sobre a história do Direito do Trabalho, faz uma divisão da
evolução nos países capitalistas ocidentais e no Brasil. Vamos analisar cada uma delas!
»» Nessa fase inicial, prevaleceram as leis que tinham a finalidade de reduzir a grande exploração
realizada sobre mulheres e menores.
»» Destaque: PEEL´S ACT, de 1802, diploma legal inglês que estabeleceu restrições à utilização do trabalho
de menores.
• Sistematização e consolidação
»» Essa fase iniciou-se em 1848 e foi até o fim da Primeira Guerra Mundial, com a criação da OIT e a
Constituição de Weimar, em 1919.
»» Nessa fase, houve o crescente reconhecimento, em distintos países europeus, do direito de livre
associação sindical dos trabalhadores.
»» Conferência de Berlim, em 1890, a qual reuniu 14 Estados e que reconheceu formalmente a necessidade
de se regular o mercado de trabalho.
»» Encíclica Rerum Novarum, editada pelo Papa Leão XIII, que significou uma manifestação oficial da
Igreja Católica sobre a necessidade das relações trabalhistas.
»» Tem como marco inicial o fim da Primeira Guerra Mundial, com as Constituições Mexicana, de 1917,
e de Weimar, na Alemanha, de 1919. Trata-se de fase em que houve a constitucionalização do Direito
do Trabalho. Além disso, outro marco é a criação da Organização Internacional do Trabalho, pelo
Tratado de Versalhes, em 1919. O fortalecimento da institucionalização do Direito do Trabalho deu-se,
principalmente, após a Segunda Guerra Mundial, com o Estado de bem-estar social.
»» Tem início no final do século XX, em momentos de crises econômicas (como a crise do petróleo) e
significativa evolução tecnológica, que reduziram significativamente os postos de trabalho. A doutrina
fixa seu marco inicial, nos países ocidentais desenvolvidos, nos anos de 1979/1980.
BRASIL
»» Tal fase inicial vai de 1888, com a Lei Áurea, até 1930. Nesse período, a relação empregatícia apresenta-
se de modo mais relevante no segmento agrícola cafeeiro avançado de São Paulo e na emergente
industrialização experimentada na capital paulista e no Distrito Federal (Rio de Janeiro).
»» Nessa época, ainda não havia um movimento operário com grande capacidade de organização e
pressão. Preponderava um Estado liberal e não intervencionista.
»» Destaque: Lei Eloi Chaves, em 1923, a qual criou a caixa de aposentadoria e pensões para ferroviários
e estabilidade destes no emprego após 10 anos de serviço.
»» Seu marco inicial é 1930, época em que se iniciou um novo modelo trabalhista, por meio de um
Estado intervencionista e controlador do conflito. Foi até o final da ditadura getulista (1945).
»» #OBS.: Essa fase do Direito do Trabalho sofreu uma pequena mudança entre 1934 e 1935, com a
Constituição de 1934, democrática. Houve, inclusive, o pluralismo sindical. Contudo, não durou muito
tempo. Logo após o Governo Federal retomou o controle, com o estado de sítio, em 1935.
»» O modelo trabalhista implementado nessa época, como mencionado, foi repressivo e controlador.
Formou-se por meio de diversas ações estatais, como a criação do Ministério do Trabalho, Indústria
e Comércio e instituição do Departamento Nacional do Trabalho; criação de estrutura sindical
oficial, baseada no sindicato único submetido ao reconhecimento do Estado; sindicato como órgão
colaborador do Estado; Comissões Mistas de Conciliação e Julgamento, em que só poderiam demandar
os empregados integrantes do sindicalismo oficial; criação da Justiça do Trabalho (ainda não era ramo
do Poder Judiciário); ações voltadas a sufocar manifestações políticas ou operárias autonomistas ou
simplesmente adversas à estratégia oficial concebida.
»» Com a Constituição da República de 1988, houve uma mudança de paradigma em relação ao Direito
do Trabalho no Brasil, buscando-se uma maior democratização desse ramo da ciência jurídica, embora
não tenha ocorrido ainda de forma plena.
FLEXIBILIZAÇÃO TRABALHISTA
É a atenuação da força imperativa, ou seja, do rigor das normas trabalhistas, mitigando a amplitude
de seus comandos e/ou os parâmetros próprios para a sua incidência. Pode ser heterônoma (oriunda de
permissivo constitucional ou legal) ou autônoma (oriunda de permissivo de convenção ou acordo coletivo
de trabalho).
DESREGULAMENTAÇÃO TRABALHISTA
LAY-OFF
#TEMQUELERALEI
Art. 476-A. O contrato de trabalho poderá ser suspenso, por um período de dois a cinco meses,
para participação do empregado em curso ou programa de qualificação profissional oferecido pelo
empregador, com duração equivalente à suspensão contratual, mediante previsão em convenção ou
acordo coletivo de trabalho e aquiescência formal do empregado, observado o disposto no art. 471
desta Consolidação.
§ 2º O contrato de trabalho não poderá ser suspenso em conformidade com o disposto no caput
deste artigo mais de uma vez no período de DEZESSEIS MESES.
§ 7º O prazo limite fixado no caput poderá ser prorrogado mediante convenção ou acordo coletivo
de trabalho e aquiescência formal do empregado, desde que o empregador arque com o ônus
correspondente ao valor da bolsa de qualificação profissional, no respectivo período.
A expressão fontes do direito designa a origem do direito, ou seja, normas jurídicas. Tem sua
importância ligada à exigibilidade de determinada conduta por parte dos indivíduos, em virtude da
existência de um comando normativo.
São os acontecimentos do mundo fenomênico que dão ensejo à criação de um direito. São fatores
ou acontecimentos sociais, políticos, econômicos e filosóficos (ou político-filosófico) que inspiram o
legislador quando da elaboração de leis. É o fato social - acontecimento da vida em sociedade - que
enseja a criação de um direito. Portanto, compõe um momento pré-jurídico, não tendo, por isso, força
vinculante.
São a exteriorização das normas jurídicas, ou seja, são normas de observância obrigatória pela
sociedade. Exemplo: acordo coletivo, convenção coletiva e lei. Podem ser elaboradas pelo Estado (fontes
formais heterônomas) ou pelos próprios destinatários da norma, sem a participação do Estado (fontes
formais autônomas).
A doutrina dividiu as fontes formais em dois sistemas e utilizou o centro de produção normativa
como fator diferenciador. Veja -se:
• Sistema Monista: há um único centro produtor de norma, que é o Estado. Esta é a ideia de Hans Kelsen
quando limita o fenômeno jurídico à matriz estatal. Neste caso, só é reconhecida validade da norma
que veio do Estado, centro único de produção normativa.
• Sistema Pluralista: admite-se a existência de vários centros produtores de normas, que poderão advir
tanto do Estado, quanto dos atores da relação social.
FONTES
FORMAIS MATERIAIS
- Fatores ou acontecimentos sociais, políticos,
- Exteriorização da norma jurídica;
econômicos e filosóficos que inspiram o
- De observância obrigatória; legislador;
Fase Pré-jurídica ou Política: Aqui, os princípios atuam como verdadeiras fontes materiais do
Direito, pois são fatores quem influem na produção da ordem jurídica.
a) informativos: cumprem o papel de interpretação do Direito; não atuam como fonte formal do
Direito, mas como instrumental de auxílio na interpretação jurídica.
c) Função normativa: princípios aplicam-se na solução de casos concretos, seja de forma direta,
através da derrogação de uma norma por um princípio, seja de forma indireta, pela integração do sistema
jurídico na hipótese de lacuna.
d) Atuação enquanto fonte do direito: O princípio nem sempre é aceito como fonte primária,
enquanto a norma regra é a fonte primária por excelência;
e) Proximidade da ideia de direito: Quer dizer que quem passa a ideia sobre o que é certo ou
errado é o princípio, uma vez que a regra já contém a conduta a ser adotada, concretamente.
#PARAIRALÉM #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
Havendo mais de uma norma aplicável ao caso, deve-se optar por aquela que seja mais favorável
ao trabalhador. Disso pressupõe-se que há a existência de mais de uma norma igualmente válida e
aplicável àquele empregado.
A identificação da norma mais favorável dá-se mediante critérios de comparação entre as normas
existentes que versem sobre o objeto da controvérsia. São cinco esses critérios:
1º) Teoria da acumulação: seleciona-se, em cada uma das normas comparadas, os dispositivos
mais favoráveis ao trabalhador, unindo-os para aplicação ao contrato de trabalho.
2º) Teoria do conglobamento: toma-se a norma mais favorável a partir do confronto em bloco
das normas objeto de comparação. Assim, a análise é feito em relação à toda a norma.
3º) Teoria do conglobamento orgânico ou por instituto: extrai-se a norma aplicável a partir
de comparação parcial entre grupos homogêneos de matérias, de uma e de outra norma. Esta teoria
é mencionada por Alice Monteiro de Barros como a utilizada pelo ordenamento brasileiro, a partir da
menção ao disposto no art. 3°, II, da Lei n° 7.064/1982.
Nas hipóteses a seguir, o subprincípio da norma mais favorável não será aplicado, mesmo no caso
de existir norma mais favorável:
• Mesmo sendo mais favorável, a norma que viole a lei não será aplicada. Isso significa que o presente
subprincípio não é absoluto, de forma que não será aplicado quando a norma mais favorável contrariar
norma de ordem pública ou norma de caráter proibitivo, que não comportam interpretação ampliativa;
• Lei estadual que conceder benefício trabalhista não é norma mais benéfica, porque a competência
é exclusiva da União federal para legislar sobre o direito do trabalho. Há, contudo, urna exceção,
consistente no estabelecimento de pisos regionais de salário mínimo.
• Os decretos regulamentadores autônomos, sem respaldo em lei, uma vez que o poder executivo
apenas pode criar regulamentações nos limites estabelecidos por lei.
• Norma coletiva fora do seu prazo de vigência – adoção, pela CLT, da teoria da aderência limitada pelo
prazo.
ATENÇÃO!!! Com a Reforma Trabalhista, passou a haver previsão expressa no sentido de que os
acordos coletivos de trabalho sempre prevalecerão em relação às convenções coletivas de trabalho. Além
disso, a CLT passou a prever que os instrumentos coletivos serão superiores à lei nos casos do art. 611-A
da CLT.
Art. 620. As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre as
estipuladas em convenção coletiva de trabalho.
Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando,
entre outros, dispuserem sobre:
III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a
seis horas;
V - plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do empregado, bem
como identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança;
VI - regulamento empresarial;
XIII - prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das autoridades competentes
do Ministério do Trabalho;
XIII - prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das autoridades competentes
do Ministério do Trabalho;
§ 3º Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convenção coletiva ou o acordo
coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra dispensa imotivada durante o
prazo de vigência do instrumento coletivo.
Informa que, se uma determinada regra permite duas ou mais interpretações, estará o intérprete
vinculado à escolha daquela que se mostre mais favorável ao empregado.
#SELIGANASÚMULADOTST
Súmula 288 do TST. A complementação dos proventos da aposentadoria é regida pelas normas em
vigor na data da admissão do empregado, observando-se as alterações posteriores desde que mais
favoráveis ao beneficiário do direito.
a) a vantagem é concedida de forma expressa: não resta a menor dúvida de que vantagem não
pode ser abolida nunca mais (art. 468);
ATENÇÃO! A prevalência da condição mais benéfica é limitada pelas normas de ordem pública
(as quais podem impedir a incorporação da vantagem ao contrato – ex.: adicional de horas extras
habitualmente prestadas).
Este princípio foi consagrado pelo art. 9° da CLT, segundo o qual “serão nulos de pleno direito os atos
praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente
Consolidação”.
No âmbito do Direito do Trabalho, presume-se que os contratos tenham sido pactuados por prazo
indeterminado, somente se admitindo excepcionalmente os contratos por prazo determinado. Muitos
autores mencionam como fundamento do princípio da continuidade o art. 7°, I, da CRFB, o qual prevê
a proteção contra a despedida arbitrária. Outros criticam tal vinculação, pois o mencionado dispositivo
ainda careceria de regulamentação.
#SELIGANASÚMULA:
SUM-212 do TST. O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação
de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego
Sempre que o contrato tiver sido pactuado por prazo determinado, esta circunstância deve ser
provada, a fim de afastar a presunção de indeterminação de prazo decorrente do princípio da continuidade.
Pelo princípio da inalterabilidade contratual lesiva são, em regra, vedadas as alterações do contrato
de trabalho que tragam prejuízo ao empregado. Ao contrário, as alterações favoráveis ao empregado
são permitidas e inclusive incentivadas pela legislação. Neste sentido, os arts. 444 e 468 da CLT:
#TEMQUELERALEI
Art. 444. As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes
interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos
coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes.
Parágrafo único. A livre estipulação a que se refere o caput deste artigo aplica-se às hipóteses
previstas no art. 611-A desta Consolidação, com a mesma eficácia legal e preponderância sobre
os instrumentos coletivos, no caso de empregado portador de diploma de nível superior E que
perceba salário mensal igual ou superior a 2 vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral
de Previdência Social.” (NR)
Art. 468. Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por
mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao
empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.
Vale destacar que não cabe no Direito do Trabalho, em regra, a cláusula civilista de revisão dos
contratos em razão de fatos supervenientes que tornem sua execução excessivamente onerosa para uma
das partes (rebus sic stantibus), tendo em vista que os riscos do empreendimento cabem exclusivamente
ao empregador, nos termos do art. 2°, caput, da CLT (princípio da alteridade).
O princípio da inalterabilidade contratual, todavia, é mitigado pelo chamado jus variandi conferido
ao empregador em decorrência do poder diretivo.
1ª) art. 468 da CLT: é lícita a reversão do empregado que ocupava cargo de confiança, a qualquer
tempo, com ou sem motivo específico. LEMBRE-SE: Com a reforma trabalhista, o adicional de
função, independentemente do tempo de exercício no cargo de confiança, não incorpora o salário.
Art. 468 (...)§1º - NÃO se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que
o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de
função de confiança.
§ 2º A alteração de que trata o § 1º deste artigo, com ou sem justo motivo, NÃO ASSEGURA ao
empregado o direito à manutenção do pagamento da gratificação correspondente, QUE NÃO SERÁ
INCORPORADA, independentemente do tempo de exercício da respectiva função
2ª) art. 469 da CLT: admite a transferência do empregado, sem a sua anuência, desde que sem
mudança de domicílio. Esta modificação de local de trabalho é livre, pois faz parte do jus variandi
do empregador. A mudança com alteração de domicilio, por outro lado, dependerá da anuência do
empregado, em regra, de maneira que excede o jus variandi do empregador.
Art. 469 - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localidade
diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar
necessariamente a mudança do seu domicílio.
§ 1º - Não estão compreendidos na proibição deste artigo: os empregados que exerçam cargo de
confiança e aqueles cujos contratos tenham como condição, implícita ou explícita, a transferência,
quando esta decorra de real necessidade de serviço. (Redação dada pela Lei nº 6.203, de 17.4.1975)
cento) dos salários que o empregado percebia naquela localidade, enquanto durar essa situação.
(Parágrafo incluído pela Lei nº 6.203, de 17.4.1975).
#DEOLHONASÚMULADOTST
Súmula nº 43 do TST: Presume-se ABUSIVA a transferência de que trata o § 1º do art. 469 da CLT,
sem comprovação da necessidade do serviço.
#DEOLHONASÚMULADOTST
Súmula nº. 276. O direito ao aviso prévio é irrenunciável pelo empregado. O pedido de dispensa de
cumprimento não exime o empregador de pagar o respectivo valor, salvo comprovação de haver o
prestador dos serviços obtido novo emprego.
Mauricio Godinho Delgado leciona que os direitos trabalhistas podem ser imantados por
indisponibilidade absoluta e indisponibilidade relativa. Explica o autor que a indisponibilidade
será absoluta quando o direito merecer tutela de interesse público, em razão de compor um patamar
civilizatório mínimo, a exemplo dos direitos constitucionais em geral, das normas de tratados ou convenções
internacionais, normas relativas à cidadania do empregado (assinatura da CTPS, inscrição previdenciária
e recolhimento do FGTS).
Os demais direitos, sobretudo aqueles previstos em norma coletiva, são passíveis de indisponibilidade
meramente relativa; estes podem ser objeto de transação. Partindo dessa ideia de indisponibilidade
absoluta e relativa, Maurício Godinho cria o subprincípio da adequação setorial negociada; segundo ele,
seria possível transacionar direitos de indisponibilidade relativa com a finalidade de implementar
direitos superiores.
RENÚNCIA X TRANSAÇÃO
• Renúncia é ato unilateral da parte, por meio do qual ela se despoja de um direito de que é titular, sem
correspondente concessão pela parte beneficiada pela renúncia.
• Transação é ato bilateral, pelo qual se acertam direitos e obrigações entre as partes acordantes,
mediante concessões recíprocas, envolvendo questões fáticas ou jurídicas duvidosas.
A renúncia não é, em regra, admitida no âmbito do Direito Individual do Trabalho, por violar o
disposto nos arts. 9°, 444 e 468 da CLT. Somente será admitida a renúncia nos casos em que esteja
expressamente prevista em lei. Exemplo: art. 14, §§ 2° e 4°, da Lei n° 8.036/1990, que prevê a opção
retroativa pelo regime do FGTS e a renúncia à estabilidade decenal
Quanto à transação, somente será admitida, em regra, quanto aos direitos de ordem privada
(previstos em cláusula contratual ou regulamento empresarial), e ainda assim se não causar prejuízo ao
trabalhador (art. 468), salvo quando a própria lei autorizar a transação. Também é importante ressaltar
que só se pode admitir a transação de direitos duvidosos, e nunca de direito líquido e certo, pois neste
caso não haveria qualquer concessão por parte do empregador, mas sim renúncia pelo empregado.
• Interpretação gramatical ou linguístico: tem por objeto a análise literal do texto legal, conforme as
regras de gramática. Este método é centralizado na vontade do legislador, a qual é aferida a partir das
palavras utilizadas. Importante método inicial de aplicação do processo de interpretação da norma
jurídica, não devendo, contudo, ser utilizado isoladamente.
• Método lógico ou racional: busca o sentido da norma a partir da lógica formal, ou seja, procura
identificar o pensamento contido na lei, ainda que este tenha sido exteriorizado de forma incorreta sob
o ponto de vista literal ou gramatical;
• Método sistemático: busca o sentido da norma a partir da harmonização desta com o conjunto do
sistema jurídico. É a maximização do processo lógico, de forma que se busca o “pensamento” contido
no conjunto das normas jurídicas (sistema jurídico) sobre determinada matéria. Analisa-se, portanto, o
sistema legal em seu conjunto, e não individualmente;
• Método teleológico (ou finalístico): busca o sentido da norma jurídica a partir dos fins da mesma.
O intérprete deve, sob este aspecto, identificar os objetivos visados pela legislação em análise, para
então extrair dela a melhor interpretação em consonância com tais objetivos. A LINDB, em seu art. 5°,
privilegia a utilização do método teleológico, nos seguintes termos: “na aplicação da lei, o juiz atenderá
aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum”. No mesmo sentido, o art. 8° da CLT
dispõe que nenhum interesse de classe ou particular deve prevalecer sobre o interesse público;
• Método histórico: busca reconstituir a vontade do legislador. Assim como ocorre com o gramatical,
não deve ser usado isoladamente, mas tão somente como instrumento auxiliar na tarefa do intérprete,
no sentido de esclarecer as razões históricas e sociais que levaram à elaboração da norma de tal forma,
permitindo, assim, que se extraia um sentido mais consentâneo com a realidade atual.
• Hermenêutica tradicional: inspirada na cultura jurídica romana, vinculada ao período da Idade Média.
Por meio dela, a interpretação é apenas o conhecimento literal da linguagem;
• Escola Exegética Francesa: atrelada ao século XIX e com o surgimento das codificações, a exemplo
do Código Napoleônico (França); aqui, a interpretação limita-se às construções silogísticas, não
englobando questionamentos externos ou artificiais ou, ainda, abstratos;
• Escola Histórico-evolutiva: formulada por Savigny; opõe-se à Escola Exegética Francesa, pois aqui,
caberia ao intérprete encontrar a vontade do legislador levando em consideração o momento histórico
da interpretação;
• Escola da Interpretação Científica: desenvolve-se a partir dos estudos de Savigny e é representa por
Bufuoir, Saleilles, Gény, Ehrlich, Stammler. A ideia é que a lei não é a fonte exclusiva do direito e se deve
interpreta a partir da dinâmica da vida, muitas vezes dissociadas daquelas consequências presentes à
época do legislador originário;
• Escola da Livre Investigação (ou do Direito Livre): formulada por Bülow. Propõe uma intensificação
do papel do intérprete; para esta escola, a interpretação deve buscar as necessidades do caso concreto,
dentro da noção de dinamicidade do direito e levando em conta a compreensão do juiz, por isso, está
Integração jurídica é o processo de preenchimento das lacunas apresentadas pela lei quando da
análise de um caso concreto.
a) Auto integração: ocorre sempre que o operador do direito se vale de norma supletiva integrante
das fontes principais do direito. O exemplo clássico é a analogia, pois este critério parte de uma autêntica
fonte formal (lei), que é utilizada como tal em condições normais, mas que pode ser utilizada como
elemento de integração jurídica caso exista lacuna em uma situação semelhante;
b) Heterointegração: ocorre sempre que o operador do direito se vale de norma supletiva por
excelência, ou seja, que não integra as fontes principais do direito. São exemplos a jurisprudência, a
equidade e o direito comparado.
Art. 4° da LINDB: Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os
costumes e os princípios gerais de direito.
Art. 140, NCPC: O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do
ordenamento jurídico.
Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.
ATENÇÃO! EQUIDADE:
É importante não confundir a noção de julgamento “com equidade” e julgamento “por equidade”,
conforme observa a melhor doutrina.
Com efeito, toda causa deve ser julgada “com equidade”, no sentido de que o Juiz deve decidi-
la pautado pelo senso de justiça e de equanimidade. De forma diversa, o julgamento “por equidade”
significaria a concessão de carta branca ao Juiz para criar o direito e julgar conforme suas convicções
pessoais, o que nosso ordenamento, como regra, não admite.
Como regra, o julgamento por equidade não é admitido no direito brasileiro. Excepcionalmente,
entretanto, o art. 114, § 2°, da CRFB, c/c o art. 766 da CLT preveem a única hipótese de julgamento por
equidade:
(…)
Art. 766. Nos dissídios sobre estipulação de salários, serão estabelecidas condições que, assegurando
justos salários aos trabalhadores, permitam também justa retribuição às empresas interessadas.
A aplicação do Direito do Trabalho no tempo segue a regra geral do direito comum, isto é, aplica-se
a lei nova de forma imediata e não retroativa, o que significa que a lei nova tem efeitos imediatos, mas
não atinge o direito adquirido, a coisa julgada e o ato jurídico perfeito.
Assim, temos como regra a consagração do princípio da irretroatividade das leis, sendo que somente
a própria lei tem o condão de levar à aplicação retroativa. Um exemplo da importância de tal princípio
na seara trabalhista é a inaplicabilidade do aviso prévio proporcional aos contratos extintos antes da
publicação da Lei n° 12.506, de 11.10.2011.
Quanto à aplicação imediata da lei nova, ressalte-se que, na prática, a lei normalmente entra em
vigor na data de sua publicação, o que deve ser previsto na própria lei. Caso contrário, isto é, se a lei
nova for omissa quanto ao prazo para entrada em vigor, este será de 45 dias, contados da publicação,
nos termos do art. 1° da LINDB.
a) Teoria da aderência limitada pelo prazo: As normas coletivas não surtem qualquer efeito
depois de expirado seu prazo de validade, ou seja, não aderem ao contrato de trabalho. A única exceção
seria o resguardo dos direitos individualmente adquiridos, conforme a OJ 41, da SDI-1 do TST. ATENÇÃO:
COM A REFORMA TRABALHISTA, TAL TEORIA VOLTOU A SER ADOTADA.
#SELIGANAOJDOTST
ACT em substituição àquela já expirada. Tal teoria foi adotada pelo TST em revisão de sua jurisprudência,
culminando com a alteração da Súmula 277, que passou a ter a seguinte redação:
#SELIGANASÚMULADOTST
Súm. 277 do TST. As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas integram
os contratos individuais de trabalho e somente poderão ser modificadas ou suprimidas mediante
negociação coletiva de trabalho.
ATENÇÃO!!! O STF SUSPENDEU AS AÇÕES QUE TRATAM DESSA SÚMULA POR LIMINAR.
ADPF 323. AINDA ESTÁ PENDENTE DE JULGAMENTO!
#REFORMATRABALHISTA. Com o advento da reforma trabalhista, o art. 614, §3° da CLT altera a
redação para prever a VEDAÇÃO DA ULTRATIVIDADE DAS CONVENÇÕES E ACORDOS COLETIVOS,
tendo seus efeitos cessados após o prazo final da vigência do instrumento coletivo.
Durante muito tempo a regra foi a utilização do critério da territorialidade (lex loci executionis): a
norma jurídica aplicável é aquela do lugar da execução dos serviços.
Assim, atualmente, são assegurados aos trabalhadores contratados no Brasil por empregador
brasileiro ou transferidos para prestar serviços no exterior, além dos direitos previstos na Lei n° 7.064/1982,
a lei brasileira, se mais benéfica que a lei territorial (lei do local da execução dos serviços), conforme art.
3°:
II – a aplicação da legislação brasileira de proteção ao trabalho, naquilo que não for incompatível com
o disposto nesta Lei, quando mais favorável do que a legislação territorial, no conjunto de normas
e em relação a cada matéria. (CRITÉRIO DO CONGLOBAMENTO)
Parágrafo único. Respeitadas as disposições especiais desta Lei, aplicar-se-á a legislação brasileira
sobre Previdência Social, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS e Programa de Integração
Social – PIS/PASEP.
Atualmente, portanto, o critério para aplicação da lei trabalhista no espaço segue, como
regra geral, o critério da norma mais favorável, não sendo mais o critério da territorialidade.
• Marítimo: Aplica-se a lei do país da bandeira ou pavilhão da embarcação. Assim, se o navio é brasileiro,
aplica-se a lei brasileira, esteja onde estiver a embarcação.
• Trabalho do técnico estrangeiro no Brasil: Aplica-se a lei brasileira (critério territorial, portanto),
porém com as especificidades previstas no Decreto-Lei n° 691/1969, como, por exemplo: os contratos
serão sempre firmados por prazo determinado; são garantidos ao estrangeiro direitos trabalhistas
mínimos, estipulados pelo art. 2°; aplicam-se à rescisão os arts. 479-481 da CLT.
• Normas coletivas e base territorial: O alcance territorial da vigência dos instrumentos coletivos de
trabalho (acordo coletivo de trabalho e convenção coletiva de trabalho) coincide com a base territorial
comum aos contratantes coletivos. No caso do acordo coletivo de trabalho, a norma valerá no âmbito
da (s) empresa (s) representada (s).
Se um empregado for transferido para outro local dentro do Brasil, mas fora da base territorial
original, aplicar-se-á a norma coletiva do novo local de execução do contrato.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Silva, Homero Batista Mateus da. CLT Comentada. Editora Revista dos Tribunais: São Paulo, 2018.