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DESPACHO:
1. Finalidade
A presente informação tem como finalidade apresentar as alterações normativas (tidas
por mais significativas em matéria de fiscalização rodoviária a aparelhos tacográficos)
introduzidas pelo Regulamento (UE) 2020/1054, do Parlamento Europeu e do Conselho,
de 15jul, nos seguintes diplomas:
Regulamento (CE) 561/2006 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15mar;
Regulamento (UE) 165/2014 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 4fev.
2. Sumário
O Regulamento (UE) 2020/1054, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15jul,
promove alterações específicas a normas relativas aos tacógrafos instalados nos
transportes rodoviários;
a) Clarificar/regular os períodos de repouso semanal reduzido para o transporte
internacional de mercadorias, para abreviar o tempo gasto fora do domicílio;
b) Compensar/regular os períodos de repouso semanal reduzidos;
c) Criar/assinalar locais/instalações (alojamento) de proteção e segurança onde
podem ser realizados os repousos dos condutores;
d) Clarificar/regular as pausas no caso de tripulação múltipla;
e) Flexibilizar as regras de regresso dos condutores ao seu domicílio;
f) Impedir a remuneração alicerçada no desempenho e no tempo despendido;
g) Promover o registo/armazenamento de dados relativos ao cumprimento dos
repousos e tempos de condução no dia do controlo e nos 56 dias anteriores;
h) Clarificar os procedimentos respeitantes aos períodos de repouso e de pausa
aquando de operações de transporte rodoviário no interior da União realizadas
em navio transbordador (ferry) ou por comboio;
i) Estipular um período de transição para a instalação de tacógrafos inteligentes;
j) Tornar obrigatória a instalação do tacógrafo inteligente em veículos comerciais
ligeiros acima de um determinado peso (2.500Kg) que efetuam transportes
internacionais por conta de outrem;
k) Promover o aumento da capacidade de armazenamento de dados;
l) Esclarecer/impor o registo de dados relativos às passagens nas fronteiras e às
atividades transfronteiriças.
Artigo 2.º
O regulamento, a partir de 1 de julho de 2026, também se passa a aplicar ao
transporte rodoviário de mercadorias em operações de transporte
internacional ou de cabotagem, em que a massa máxima autorizada do veículo,
incluindo reboques ou semirreboques, seja superior a 2,5 toneladas.
Artigo 3.º
O regulamento passa a não ter aplicabilidade sobre os transportes rodoviários
efetuados por meio de veículos com massa máxima autorizada não superior a 7,5
toneladas utilizados para:
transportar materiais, equipamento ou máquinas a utilizar pelo condutor no
exercício da sua profissão, ou
para entrega de produtos fabricados de forma artesanal
e desde que sejam utilizados apenas num raio de 100 km a partir da base da
empresa e na condição de a condução do veículo não constituir a atividade principal
do condutor, nem que o transporte seja efetuado por conta de outrem).
Artigo 4.º
É introduzida a definição de “Transporte não comercial”:
Entende-se como o transporte rodoviário, com exceção do transporte por conta de
outrem ou por conta própria, que não seja remunerado direta ou indiretamente, e
que não gere receitas diretas ou indiretas para o condutor do veículo ou para outras
pessoas e que não tenha qualquer ligação com uma atividade profissional ou
comercial.»
Artigo 6.º
Artigo 7.º
Refere o artigo que após um período de condução de quatro horas e meia, o condutor
gozará uma pausa ininterrupta de pelo menos 45 minutos, a não ser que goze um
período de repouso.
Esta pausa pode ser substituída por uma pausa de pelo menos 15 minutos seguida
de uma pausa de pelo menos 30 minutos repartidos pelo período de modo a dar
cumprimento ao disposto no primeiro parágrafo.
Através de aditamento, junta-se à redação anterior a possibilidade do condutor de
um veículo com tripulação múltipla pode efetuar uma pausa de 45 minutos num
veículo conduzido por outro condutor desde que o condutor que goza a pausa não
seja envolvido na prestação de assistência ao condutor que conduz o veículo.
Artigo 9.º
(Nova redação do N.º 1)
Relativamente ao gozo de períodos de repouso diário regular ou um período de
repouso semanal reduzido enquanto o condutor acompanha um veículo transportado
em transbordador (ferry) ou em comboio houve as seguintes alterações:
Artigo 12.º
Foram aditados quatro parágrafos a possibilitar que seja excedido o tempo de
condução diário e semanal para chegar ao centro operacional do empregador ou ao
local de residência do condutor para gozar um período de repouso semanal
Redação anterior
Desde que tal não comprometa a segurança rodoviária e com o objetivo de atingir
um ponto de paragem adequado, o condutor pode não observar o disposto nos
artigos 6.º a 9.º, na medida do necessário para garantir a segurança das pessoas,
do veículo ou da carga. O condutor deve mencionar manualmente na folha de
registo do aparelho de controlo, numa impressão dos dados do aparelho de
controlo ou no seu registo de serviço, o mais tardar à chegada ao ponto de
paragem adequado, o motivo de tal inobservância
Parágrafos aditados
Desde que tal não comprometa a segurança rodoviária, em circunstâncias
excecionais, o condutor pode também não observar o disposto no artigo 6.º,
n.os 1 e 2, e no artigo 8.º, n.º 2, e exceder, no máximo, até uma hora o tempo
de condução diário e semanal para chegar ao centro operacional do
empregador ou ao local de residência do condutor para gozar um período de
repouso semanal.
Nas mesmas condições, o condutor pode exceder, no máximo, até duas
horas o tempo de condução diário e semanal, desde que tenha gozado uma
pausa ininterrupta de 30 minutos imediatamente antes do período de
condução suplementar necessário para chegar ao centro operacional do
empregador ou ao local de residência do condutor para gozar um período de
repouso semanal regular.
O condutor insere manualmente o motivo de tal inobservância na folha de
registo do aparelho de controlo, ou numa impressão dos dados do aparelho de
controlo ou no seu registo da escala de serviço, o mais tardar à chegada ao destino
ou ao ponto de paragem adequado.
Qualquer período que ultrapasse o tempo de condução é compensado
mediante um período de repouso equivalente, gozado em conjunto com
outro período de repouso, antes do final da terceira semana a contar da
semana em questão.
Artigo 13.º
Através deste artigo o regulamento permite aos estados-membros a aplicação de
isenções aos artigos 5.º a 9.º, no caso de alguns transportes específicos.
Artigo 14.º
(N.º 2 – nova redação)
Em caso de urgência, os Estados-Membros podem, em circunstâncias excecionais,
conceder uma derrogação temporária até ao limite de 30 dias, que deve ser
devidamente fundamentada e imediatamente notificada à Comissão. A Comissão
publica imediatamente essas informações num sítio Web público.
Artigo 16.º
O n.º 2 deste artigo estipula que as empresas de transportes devem estabelecer um
horário e uma escala de serviço, indicando, para cada condutor, o nome, o local a
que está afeto e o horário previamente fixado para os diferentes períodos de
condução, outros tipos de trabalho, pausas e disponibilidade.
Artigo 3.º
(Nova redação conferida ao n.º 4)
No máximo até três anos a contar do final do ano da data de entrada em vigor
das disposições pormenorizadas a que se refere o artigo 11.º, segundo
parágrafo – a Comissão deve adotar atos de execução até 21/08/21 – as categorias
de veículos a seguir indicados que circulam num Estado-Membro diferente do
Estado-Membro de matrícula são equipados com um tacógrafo inteligente
conforme disposto nos artigos 8.º, 9.º e 10.º do presente regulamento.
(a) os veículos equipados com um tacógrafo analógico;
(b) os veículos equipados com um tacógrafo digital que cumpram as
especificações constantes do anexo I-B do Regulamento (CEE) n.º 3821/85,
aplicáveis até 30 de setembro de 2011; (1ª geração - 1ª versão “os primeiros digitais”)
(c) os veículos equipados com um tacógrafo digital que cumpram as
especificações constantes do anexo I-B do Regulamento (CEE) n.º 3821/85,
aplicáveis a partir de 1 de outubro de 2011; e (1.ª geração - 2ª versão regra do minuto
- 1ª fase - Reg. 1266_2009)
(N.º 4-A) No máximo até quatro anos após a data de entrada em vigor das
disposições pormenorizadas a que se refere o artigo 11.º, segundo
parágrafo (a Comissão deve adotar atos de execução até 21/08/21) os veículos
equipados com um tacógrafo inteligente nos termos do anexo I-C do
Regulamento de Execução (UE) 2016/799 da Comissão que circulam num
Estado-Membro diferente do Estado-Membro de matrícula são equipados
com um tacógrafo inteligente conforme disposto nos artigos 8.º, 9.º e 10.º do
presente regulamento. (1ª versão - digital 2ª geração)
Artigo 4.º
(É aditado um travessão ao n.º 2)
Os tacógrafos e cartões tacográficos devem satisfazer os seguintes requisitos:
(…)
-– possuir uma capacidade de memória suficiente para armazenar todos os dados
exigidos pelo presente regulamento;
(novas exigências como por exemplo o dia em curso e os 56 dias anteriores de
atividade, a passagem de fronteira…)
Artigo 8.º
O Artigo 8.º n.º 1 passou a ter uma redação parcialmente diferente.
Artigo 9.º
(N.º 2 – nova redação) Três anos após a data de entrada em vigor das disposições
pormenorizadas a que se refere o artigo 11.º, segundo parágrafo, (a contar da data
em que a Comissão adotar atos de execução - até 21/08/21) os Estados-Membros
dotam adequadamente as suas autoridades de controlo do equipamento de
deteção rápida à distância necessário para permitir a comunicação de dados a
que se refere o presente artigo, tendo em conta os respetivos requisitos e estratégias
específicos de execução. Até esse momento, os Estados-Membros podem decidir
se fornecem às suas autoridades de controlo esse equipamento.
(N.º 4 – aditamento de informação) Durante a comunicação, apenas são trocados os
dados estritamente necessários para a realização de controlos de estrada seletivos
a veículos com tacógrafos eventualmente manipulados ou indevidamente utilizados.
Além dos dados já anteriormente contemplados passa a ser comunicada
informação sobre a superação do tempo de condução máximo.
Artigo 10.º
(Aditamento de §) Os tacógrafos de veículos matriculados pela primeira vez num
Estado-Membro mais de dois anos após a data de entrada em vigor das disposições
pormenorizadas a que se refere o artigo 11.º, segundo parágrafo, (a contar da data
em que a Comissão adotar atos de execução - até 21/08/21) estão equipados com
a interface a que se refere o n.º 1 - que permitam que os dados registados ou
produzidos pelo tacógrafo sejam utilizados em modo operacional por um dispositivo
externo.
Artigo 11.º
O primeiro § passa a ter a seguinte redação:
«Para assegurar que os tacógrafos inteligentes respeitem os princípios e requisitos
estabelecidos no presente regulamento, a Comissão adota, através de atos de
execução, as disposições pormenorizadas necessárias à aplicação uniforme dos
artigos 8.º, 9.º e 10.º , com exceção das disposições que prevejam o registo de
dados suplementares pelos tacógrafos. (mantém a redação e passa a §1)
Até 21 de agosto de 2021, a Comissão adota atos de execução que estabelecem
disposições pormenorizadas relativas à aplicação uniforme da obrigação de registar
e armazenar os dados relativos a todas as passagens de fronteira do veículo e às
atividades a que se refere o artigo 8.º, n.º 1, primeiro parágrafo, segundo e terceiro
travessões, e o artigo 8.º, n.º 1, segundo parágrafo. (passa a §2)
Artigo 22.º
Relativamente à intervenção de agentes de controlo nos selos dos componentes,
os dois últimos parágrafos do n.º 5 passam a ter outra redação:
Redação anterior
Em todo o caso, os selos devem ser repostos sem demora por um instalador ou
oficina aprovados e o mais tardar no prazo de sete dias a contar da sua retirada.
Antes de repor os selos, deve ser efetuado o controlo e a calibração do tacógrafo
por uma oficina aprovada
Redação atual
Artigo 26.º
No que diz respeito ao cartão de condutor, foi aditado o n.º 7-A;
A autoridade competente do Estado-Membro de emissão pode exigir a um
condutor a substituição do seu cartão de condutor por um novo, se tal for
necessário para cumprir as especificações técnicas pertinentes.
Artigo 34.º
No que diz respeito ao cartão de condutor, importa alertar para uma exceção à regra
de não poder retirar folha de registo ou o cartão de condutor antes do fim do período
de trabalho diário;
(N.º 1) Os condutores utilizam as folhas de registo ou os cartões de condutor sempre
que conduzirem, a partir do momento em que tomam o veículo a seu cargo. A folha
de registo ou o cartão de condutor não podem ser retirados antes do fim do período
de trabalho diário, exceto se tal for autorizado ou se for necessário para
introduzir o símbolo do país após a passagem da fronteira. Nenhuma folha de
registo ou cartão de condutor pode ser utilizado por um período mais longo do que
aquele para o qual foi destinado
(alteração ao N.º 5, alínea b)
Os condutores acionam os dispositivos de comutação que permitem registar
separada e distintamente os seguintes períodos
iv) com o símbolo : pausas, repouso, férias anuais ou baixa por doença
(alteração ao N.º 7)
No mesmo sentido, houve alteração para os tacógrafos digitais:
«Os condutores introduzem no tacógrafo digital o símbolo do país em que iniciarem
o dia de trabalho e o símbolo do país em que o terminarem.
A partir de 2 de fevereiro de 2022, os condutores introduzem também o símbolo
do país em que entram após a passagem da fronteira de um Estado-Membro,
no início da sua primeira paragem nesse Estado-Membro. Essa primeira
paragem é efetuada no ponto de paragem mais próximo possível, na fronteira
ou após a fronteira. Se a passagem da fronteira de um Estado-Membro for
efetuada por ferry ou comboio, os condutores introduzem o símbolo do país
no porto ou na estação de chegada.
Os Estados-Membros podem impor aos condutores dos veículos que efetuam
operações de transporte internas no seu território que, ao símbolo do país,
acrescentem outras especificações de caráter geográfico mais pormenorizadas,
desde que esses Estados-Membros as tenham notificado à Comissão antes de 1 de
abril de 1998.
Se o tacógrafo registar automaticamente os dados relativos à localização
previstos no artigo 8.º, os condutores não são obrigados a introduzir as
informações referidas no primeiro parágrafo.»
Artigo 36.º
Foram introduzidas alterações (a negrito) ao n.º 1 e n.º 2. Estas imposições só
entram em vigor a 01Jan25 conforme imposto pelo artigo 3.º do
regulamento UE 2020/1054
Se conduzirem um veículo equipado com tacógrafo analógico, os condutores
devem apresentar, quando os agentes de controlo autorizados o solicitem:
i) As folhas de registo do dia em curso e dos 56 dias anteriores,
ii) O cartão de condutor, se o possuir; e
iii) Todos os registos manuais e impressões efetuados durante o dia
em curso e nos 56 dias anteriores
(N.º 2) Se conduzirem um veículo equipado com tacógrafo digital, os condutores
devem apresentar, quando os agentes de controlo autorizados o solicitem:
i) O seu cartão de condutor;
ii) Todos os registos manuais e impressões efetuados durante o dia
em curso e nos 56 dias anteriores;
iii) As folhas de registo correspondentes ao período referido na alínea ii),
no caso de terem conduzido um veículo equipado com tacógrafo
analógico.
5. Proposta
Ainda que algumas das medidas previstas não entrem de imediato em vigor, sugere-se
que após análise do presente documento, o mesmo seja difundido ao efetivo para
conhecimento.
À consideração superior
Silva
Assinado de
forma digital por
Silva Lopes
Lopes
Dados:
2020.09.15
11:54:46 +01'00'
Nuno Filipe da Silva Lopes
Major