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O STF iniciou o julgamento desta ação em abril de 2020, sendo adiado por sucessivos pedidos
de vista, só concluindo a análise no dia 30/06/2023. Por maioria, foi julgada parcialmente
procedente a ação, conforme voto do relator, Ministro Alexandre de Morais, para:
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§ 1º Serão observados 30 (trinta) minutos para descanso dentro de cada 6 (seis) horas
na condução de veículo de transporte de carga, sendo facultado o seu fracionamento
e o do tempo de direção desde que não ultrapassadas 5 (cinco) horas e meia contínuas
no exercício da condução.
(...)
§ 3º O condutor é obrigado, dentro do período de 24 (vinte e quatro) horas, a observar
o mínimo de 11 (onze) horas de descanso, que podem ser fracionadas, usufruídas no
veículo e coincidir com os intervalos mencionados no § 1º, observadas no primeiro
período 8 (oito) horas ininterruptas de descanso.
Para os motoristas de carga em geral (não só os empregados) não é mais possível fracionar o
intervalo de 11h entre uma jornada e outra de trabalho, bem como não serão computados
nestas 11h os intervalos de 30min a cada 5h30 contínuas de direção.
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transportada em barreiras fiscais ou alfandegárias, não sendo computados como
jornada de trabalho e nem como horas extraordinárias.
§ 9º As horas relativas ao tempo de espera serão indenizadas na proporção de 30%
(trinta por cento) do salário-hora normal.
(...)
§ 12. Durante o tempo de espera, o motorista poderá realizar movimentações
necessárias do veículo, as quais não serão consideradas como parte da jornada de
trabalho, ficando garantido, porém, o gozo do descanso de 8 (oito) horas ininterruptas
aludido no § 3º.
Foi considerado constitucional o caput deste artigo, para determinar a sua interpretação
conforme a constituição, ou seja, permitindo que em situações excepcionais seja a jornada
estendida em até 04 horas extras, não permitindo, contudo, que seja fixada a jornada
ordinária em 12 horas. Não é permitido, assim, fixar a jornada em escala de 12x36 ao
motorista.
O §3º foi julgado inconstitucional pois entendeu-se que não é possível fracionar o intervalo
de 11h entre o término de uma jornada e o início de outra, devendo este intervalo ser
contínuo.
Por fim, o §12 considerado inconstitucional pois a realização de manobras importa em tempo
à disposição do empregador e deve ser computado na jornada.
Art. 235-D. Nas viagens de longa distância com duração superior a 7 (sete) dias, o
repouso semanal será de 24 (vinte e quatro) horas por semana ou fração trabalhada,
sem prejuízo do intervalo de repouso diário de 11 (onze) horas, totalizando 35 (trinta
e cinco) horas, usufruído no retorno do motorista à base (matriz ou filial) ou ao seu
domicílio, salvo se a empresa oferecer condições adequadas para o efetivo gozo do
referido repouso.
§ 1º É permitido o fracionamento do repouso semanal em 2 (dois) períodos, sendo um
destes de, no mínimo, 30 (trinta) horas ininterruptas, a serem cumpridos na mesma
semana e em continuidade a um período de repouso diário, que deverão ser
usufruídos no retorno da viagem.
§ 2º A cumulatividade de descansos semanais em viagens de longa distância de que
trata o caput fica limitada ao número de 3 (três) descansos consecutivos.
(...)
§ 3º O motorista empregado, em viagem de longa distância, que ficar com o veículo
parado após o cumprimento da jornada normal ou das horas extraordinárias fica
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dispensado do serviço, exceto se for expressamente autorizada a sua permanência
junto ao veículo pelo empregador, hipótese em que o tempo será considerado de
espera.
(...)
§ 5º Nos casos em que o empregador adotar 2 (dois) motoristas trabalhando no
mesmo veículo, o tempo de repouso poderá ser feito com o veículo em movimento,
assegurado o repouso mínimo de 6 (seis) horas consecutivas fora do veículo em
alojamento externo ou, se na cabine leito, com o veículo estacionado, a cada 72
(setenta e duas) horas.
(...)
§ 7º Nos casos em que o motorista tenha que acompanhar o veículo transportado por
qualquer meio onde ele siga embarcado e em que o veículo disponha de cabine leito
ou a embarcação disponha de alojamento para gozo do intervalo de repouso diário
previsto no § 3º do art. 235-C, esse tempo será considerado como tempo de descanso.
Seguindo a mesma linha dos §§ 5º e 7º do art. 235-D que trata dos motoristas de transporte
de carga, o inciso III do art. 235-E, que trata dos motoristas de transporte de passageiros
também foi considerado inconstitucional, devendo o período de descanso ser computado
apenas fora do veículo ou com o mesmo parado.
Estas declarações de inconstitucionalidade trarão grande impacto ao setor, uma vez que será
necessário grande ajuste a toda a programação de viagens, duração das mesmas e
organização das escalas dos motoristas, com consequente aumento de custos.
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Não houve a publicação da certidão de julgamento ou do acórdão referentes a esta ação. O
STF também não se pronunciou a respeito de possível modulação de efeitos desta decisão, ou
seja, se retroage a publicação da lei ou se só terá efeitos futuros a partir do julgamento, que
possivelmente será feito em sede de futuros embargos declaratórios das partes envolvidas.
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