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RESUMO DIREITO DO TRABALHO III

DAS NORMAS ESPECIAIS DE TUTELA DO TRABALHO


DOS BANCÁRIOS
As normas especiais de tutela do trabalho dos bancários estão estabelecidas na
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), mais especificamente nos artigos 224 a 226.
Esses dispositivos legais estabelecem algumas regras específicas aplicáveis aos
trabalhadores que atuam no setor bancário.
De acordo com a CLT, os bancários têm uma jornada de trabalho reduzida em relação
aos demais trabalhadores, sendo fixada em 6 horas diárias, totalizando 30 horas
semanais. Esse regime de trabalho é válido para aqueles que desempenham atividades
exclusivamente internas, sem contato direto com o público. No entanto, os bancários
que exercem funções com atendimento ao público têm uma jornada de trabalho de
8 horas diárias, totalizando 40 horas semanais.
Outra norma especial refere-se ao período de descanso dos bancários. Eles têm direito a
15 minutos de intervalo obrigatório para descanso e alimentação, quando a jornada
diária ultrapassar 6 horas. Além disso, fica estabelecido um intervalo mínimo de 11
horas consecutivas de descanso entre uma jornada de trabalho e outra.
A CLT também prevê que os bancários têm direito a um adicional de 50% sobre
as horas extras trabalhadas. Essas horas extras podem ocorrer tanto por necessidade
imperiosa do serviço quanto por opção do empregador. Além disso, as horas extras
prestadas durante a semana devem ser compensadas, preferencialmente, até o final do
mês seguinte ao da sua realização.
As normas especiais aplicáveis aos empregados nos serviços de telefonia, telegrafia
submarina e subfluvial, radiotelegrafia e radiotelefonia estão previstas na CLT,
mais especificamente nos artigos 227 a 231.
De acordo com essas normas, os empregados nessas áreas têm uma jornada de trabalho
de 6 horas diárias, totalizando 36 horas semanais. No entanto, essa jornada pode ser
ampliada para até 8 horas diárias, mediante acordo individual ou coletivo de trabalho.
Os empregados nessas atividades também têm direito a um intervalo obrigatório para
descanso e alimentação. Quando a jornada diária for superior a 6 horas, o intervalo
mínimo será de 1 hora, podendo ser reduzido para no mínimo 30 minutos, desde que
haja autorização do Ministério do Trabalho e Emprego.
Quanto ao trabalho em regime de plantão, a CLT estabelece que o empregado nessas
atividades deve receber uma remuneração adicional, denominada "adicional de
sobreaviso". Esse adicional é de 1/3 do valor da hora normal de trabalho e é devido pelo
período em que o empregado permanecer à disposição do empregador, aguardando
chamado para prestar serviços.
Além disso, as empresas que exploram os serviços de telefonia, telegrafia submarina e
subfluvial, radiotelegrafia e radiotelefonia devem fornecer aos empregados
equipamentos adequados de proteção individual e oferecer treinamentos sobre
segurança no trabalho.
Com base no artigo 234 da CLT, as regras de jornada de trabalho para operadores
cinematográficos são estabelecidas da seguinte forma:
A duração normal do trabalho dos operadores cinematográficos e seus ajudantes
não pode exceder 6 horas diárias, divididas da seguinte maneira:
a) 5 horas consecutivas de trabalho em cabina, durante o funcionamento
cinematográfico;
b) 1 período suplementar de até 1 hora para limpeza, lubrificação dos aparelhos de
projeção ou revisão de filmes.
O parágrafo único do artigo menciona que, mediante remuneração adicional de 25%
sobre o salário da hora normal e com um intervalo de 2 horas para folga, entre o período
mencionado na alínea "b" e o trabalho em cabina, a jornada de trabalho dos operadores
cinematográficos pode ser prorrogada por 2 horas diárias para exibições extraordinárias.
Já o artigo 235 da CLT trata da possibilidade de trabalho em sessões diurnas
extraordinárias e noturnas para os operadores cinematográficos em estabelecimentos
cujo funcionamento normal seja noturno. Nesse caso, é permitido, mediante acordo ou
contrato coletivo de trabalho, realizar trabalho em sessões diurnas extraordinárias e
noturnas, desde que não ultrapasse 3 vezes por semana e seja observado um intervalo de
descanso mínimo de 1 hora entre as sessões diurnas e noturnas. É necessário que haja
um acréscimo de 25% sobre o salário da hora normal.
O parágrafo primeiro do artigo estabelece que a duração cumulativa de trabalho não
pode exceder 10 horas, e o parágrafo segundo determina que, após cada período de
trabalho, deve haver um intervalo de repouso de no mínimo 12 horas.
REGRAS ESPECIAIS PARA MOTORISTAS PROFISSIONAIS
A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) estabelece uma série de obrigações para os
motoristas profissionais. Essas obrigações estão contidas na seção específica da CLT
que trata do trabalho dos motoristas profissionais, introduzida pela Lei nº 13.103/2015,
conhecida como Lei do Motorista.
Jornada de trabalho: Os motoristas profissionais têm uma jornada de trabalho
estabelecida pela Lei do Motorista, que pode ser de até 8 horas diárias, podendo ser
prorrogada por até 2 horas extras. É importante respeitar esses limites para garantir a
segurança e a saúde do trabalhador.
Tempo de direção: A CLT estabelece limites de tempo de direção para os motoristas
profissionais. O tempo máximo de direção contínua é de 4 horas, devendo ser feito
um intervalo mínimo de 30 minutos para descanso. Após 5 horas e meia de trabalho,
é necessário um intervalo de no mínimo 1 hora para descanso.
Intervalo de descanso: A lei determina que os motoristas profissionais têm direito a
intervalos de descanso. Após cada período de trabalho de 4 horas, é obrigatório um
intervalo mínimo de 30 minutos para descanso. Esse intervalo pode ser fracionado,
desde que não seja inferior a 30 minutos.
Limite de horas extras: A jornada de trabalho do motorista profissional pode ser
prorrogada por até 2 horas extras por dia, desde que respeitado o limite máximo de 10
horas diárias de trabalho.
Descanso semanal remunerado: Os motoristas profissionais têm direito a um descanso
semanal remunerado de, no mínimo, 24 horas consecutivas, que deve coincidir,
preferencialmente, com o domingo.
Registro de ponto: É obrigatório o registro de ponto para os motoristas profissionais, a
fim de controlar e monitorar a jornada de trabalho. Os empregadores devem garantir
meios adequados para o registro de entrada e saída do motorista.
Repouso após viagem: Após uma viagem, os motoristas profissionais têm direito a um
repouso mínimo de 11 horas consecutivas.
DO SERVIÇO FERROVIÁRIO
A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) contém regras específicas para o serviço
ferroviário, que são aplicáveis aos trabalhadores que atuam nesse setor. Essas regras têm
como objetivo regular as condições de trabalho e garantir a segurança e o bem-estar dos
trabalhadores ferroviários. A seguir, destacam-se algumas das principais regras
especiais da CLT para o serviço ferroviário:
Jornada de trabalho: A jornada de trabalho para os trabalhadores ferroviários é
regulamentada pela CLT, estabelecendo limites para a duração diária e semanal. De
acordo com a legislação, a jornada normal de trabalho não pode exceder 8 horas diárias
e 44 horas semanais, salvo em casos de atividades que exigem regime de trabalho
especial.
Horas extras: A CLT prevê que as horas trabalhadas além da jornada normal sejam
consideradas horas extras e devem ser remuneradas com acréscimo no salário. Para os
trabalhadores ferroviários, a legislação estabelece que a duração normal do trabalho
pode ser prorrogada por até 2 horas diárias, mediante acordo ou convenção coletiva de
trabalho.
Intervalo de descanso: A CLT determina a obrigatoriedade de intervalos de descanso
durante a jornada de trabalho. Para os trabalhadores ferroviários, a legislação estabelece
que deve ser concedido um intervalo mínimo de 1 hora para repouso ou alimentação,
exceto nos casos em que a atividade exige maior flexibilidade, devido às características
do serviço.
Repouso semanal remunerado: Os trabalhadores ferroviários têm direito ao repouso
semanal remunerado de, no mínimo, 24 horas consecutivas. Esse período de descanso
preferencialmente deve coincidir com o domingo.
Segurança e saúde do trabalhador: A CLT estabelece diversas normas relacionadas à
segurança e saúde do trabalhador ferroviário. São previstas medidas para prevenção de
acidentes, utilização de equipamentos de proteção individual, realização de exames
médicos periódicos, entre outras questões que visam garantir um ambiente de trabalho
seguro.
DAS EQUIPAGENS DAS EMBARCAÇÕES DA MARINHA MERCANTE
NACIONAL
As equipagens das embarcações da Marinha Mercante Nacional, da navegação fluvial e
lacustre, do tráfego nos portos e da pesca estão sujeitas a regras e regulamentações
específicas em relação ao trabalho e às condições de emprego. Essas regras são
estabelecidas tanto pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) quanto por normas
específicas do setor.
No que diz respeito à Marinha Mercante Nacional, a CLT estabelece algumas
disposições especiais para os trabalhadores embarcados em navios e embarcações.
Alguns pontos importantes a serem considerados são:
Contrato de trabalho: Os trabalhadores embarcados na Marinha Mercante Nacional
devem ter seus contratos de trabalho regulados por meio de um instrumento específico,
conhecido como Contrato de Trabalho Marítimo. Esse contrato deve ser registrado e
atender aos requisitos previstos na legislação.
Jornada de trabalho: A jornada de trabalho dos trabalhadores embarcados na Marinha
Mercante Nacional é regida por normas específicas, que podem variar de acordo com a
natureza da atividade e a categoria do trabalhador. As horas de trabalho e os períodos de
descanso são estabelecidos de acordo com as convenções internacionais e a legislação
nacional.
Repouso: É garantido aos trabalhadores embarcados o direito ao repouso diário e
semanal. A legislação estabelece os períodos mínimos de repouso, que podem variar de
acordo com a atividade desenvolvida e a duração do contrato.
Remuneração: A remuneração dos trabalhadores embarcados na Marinha Mercante
Nacional é definida com base em diversos fatores, como a natureza do trabalho, a
categoria profissional, a duração do contrato e as disposições previstas na convenção
coletiva de trabalho. Além do salário-base, podem ser aplicados adicionais e benefícios
específicos.
DOS FRIGORIFICOS
O Artigo 253 da CLT estabelece regras específicas para os empregados que trabalham
no interior das câmaras frigoríficas e para aqueles que movimentam mercadorias do
ambiente quente ou normal para o frio, e vice-versa. Essas regras visam garantir a
proteção e a saúde desses trabalhadores, considerando as condições adversas de
temperatura em que desempenham suas atividades.
De acordo com o artigo, após 1 hora e 40 minutos de trabalho contínuo nesse
ambiente, é assegurado aos empregados um período de repouso de 20 minutos. É
importante ressaltar que esse intervalo de repouso é considerado como tempo de
trabalho efetivo, ou seja, o trabalhador deve ser remunerado por esse período.
O parágrafo único do artigo estabelece os critérios para definir o que é considerado
artificialmente frio. Essa definição varia de acordo com as zonas climáticas
estabelecidas no mapa oficial do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. Nas
primeiras, segunda e terceira zonas, considera-se artificialmente frio o ambiente com
temperatura inferior a 15ºC. Na quarta zona, a temperatura é de 12ºC, e nas quinta, sexta
e sétima zonas, é de 10ºC.
Essas regras têm como objetivo proteger os trabalhadores contra os riscos associados a
baixas temperaturas, como hipotermia e outros problemas de saúde relacionados ao frio
extremo. O intervalo de repouso proporciona um tempo para que os trabalhadores
possam recuperar-se do estresse térmico e minimizar os efeitos negativos do ambiente
frio.
DO TRABALHO EM MINAS E SUBSOLO
O trabalho em minas de subsolo apresenta condições especiais devido ao ambiente
complexo e desafiador em que os trabalhadores estão expostos. A CLT (Consolidação
das Leis do Trabalho) e outras regulamentações estabelecem normas específicas para
garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores nesse contexto. Abaixo estão algumas
das principais condições especiais do trabalho em minas de subsolo:
Segurança: A segurança é uma preocupação fundamental nas minas de subsolo. São
estabelecidas normas rigorosas para garantir a prevenção de acidentes, a proteção contra
incêndios, a utilização adequada de equipamentos de proteção individual e coletiva, a
sinalização adequada, entre outros aspectos relacionados à segurança.
Exames médicos: Os trabalhadores em minas de subsolo devem passar por exames
médicos periódicos para avaliar sua aptidão para o trabalho e identificar possíveis
doenças ocupacionais relacionadas às condições de trabalho na mina. Esses exames têm
como objetivo garantir a saúde e o bem-estar dos trabalhadores.
Ventilação: Devido às condições de confinamento e à presença de gases e poeiras no
ambiente das minas, é essencial garantir uma ventilação adequada para proporcionar um
ambiente de trabalho seguro e saudável. A ventilação adequada ajuda a reduzir os riscos
de intoxicação por gases e a dispersar as partículas de poeira.
Iluminação: A iluminação adequada é necessária nas minas de subsolo para garantir a
visibilidade e a segurança dos trabalhadores. A falta de iluminação adequada pode
aumentar os riscos de acidentes e lesões.
Equipamentos de proteção: Os trabalhadores em minas de subsolo devem utilizar
equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados, como capacetes, óculos de
proteção, luvas, botas e máscaras respiratórias, conforme necessário. Esses EPIs ajudam
a proteger os trabalhadores contra os riscos específicos do ambiente de trabalho nas
minas.
Jornada de trabalho: A CLT estabelece limites para a jornada de trabalho, incluindo o
trabalho em minas de subsolo. É importante respeitar essas normas para evitar a fadiga
excessiva e garantir a segurança dos trabalhadores.
Treinamento: Os trabalhadores em minas de subsolo devem receber treinamento
adequado para lidar com os riscos específicos do ambiente de trabalho. Isso inclui
treinamento em segurança, primeiros socorros, procedimentos de emergência e uso
correto de equipamentos de proteção.
As condições de trabalho de jornalistas e professores são regulamentadas pela CLT
(Consolidação das Leis do Trabalho) e por legislações específicas relacionadas a essas
profissões. Vou fornecer um resumo das principais disposições referentes a cada
categoria:
CONDIÇÕES DE TRABALHO DOS JORNALISTAS:
Jornada de trabalho: A CLT estabelece que a jornada de trabalho dos jornalistas é de,
no máximo, 5 horas diárias ou 30 horas semanais. Além disso, é permitida a
prorrogação da jornada mediante acordo escrito, não excedendo 7 horas diárias ou 35
horas semanais.
Descanso semanal remunerado: Os jornalistas têm direito a um descanso semanal
remunerado de 24 horas consecutivas, preferencialmente aos domingos.
Intervalo intrajornada: Para jornadas superiores a 6 horas, é obrigatório o
fornecimento de um intervalo mínimo de 1 hora para repouso ou alimentação.
Férias: Os jornalistas têm direito a férias anuais remuneradas de 30 dias, com
acréscimo de 1/3 do salário.
Remuneração: A remuneração dos jornalistas é determinada por meio de convenções
coletivas de trabalho, que estabelecem os pisos salariais, jornadas de trabalho,
benefícios e demais condições de trabalho.
CONDIÇÕES DE TRABALHO DOS PROFESSORES:
Jornada de trabalho: A jornada de trabalho dos professores pode variar de acordo com
o ensino e a rede de ensino em que estão inseridos. A CLT estabelece a duração máxima
de 4 horas diárias para a jornada dos professores que atuam exclusivamente em sala de
aula.
Descanso semanal remunerado: Os professores têm direito a um descanso semanal
remunerado de 24 horas consecutivas, preferencialmente aos domingos.
Intervalo intrajornada: Para jornadas superiores a 6 horas, é obrigatório o
fornecimento de um intervalo mínimo de 1 hora para repouso ou alimentação.
Férias: Os professores têm direito a férias anuais remuneradas de, no mínimo, 30 dias,
com acréscimo de 1/3 do salário.
Remuneração: A remuneração dos professores também é determinada por meio de
convenções coletivas de trabalho e pode variar de acordo com a formação, a
experiência, o nível de ensino e a carga horária.
DOS QUÍMICOS
As condições de trabalho dos químicos são regulamentadas pela CLT (Consolidação das
Leis do Trabalho) e por outras normas específicas relacionadas à área da química. Aqui
estão algumas das principais considerações em relação às condições de trabalho dos
químicos:
Segurança e saúde ocupacional: Os químicos trabalham frequentemente com
substâncias químicas perigosas e estão expostos a riscos específicos, como exposição a
produtos tóxicos, inflamáveis, corrosivos e explosivos. Portanto, a segurança e a saúde
ocupacional são aspectos essenciais. Os empregadores devem fornecer equipamentos de
proteção individual adequados, promover treinamentos sobre segurança química,
garantir o manuseio seguro de substâncias e implementar medidas de prevenção de
acidentes.
Horas de trabalho: A CLT estabelece limites para a duração da jornada de trabalho,
que é de até 8 horas diárias e 44 horas semanais, exceto quando há acordos ou
convenções coletivas que prevejam jornadas diferenciadas. Em alguns casos, podem ser
permitidas prorrogações de jornada mediante acordo escrito ou convenção coletiva.
Intervalo intrajornada: Para jornadas superiores a 6 horas, é obrigatório o
fornecimento de um intervalo mínimo de 1 hora para repouso ou alimentação. Esse
intervalo não é considerado tempo de trabalho efetivo e, portanto, não é remunerado.
Descanso semanal remunerado: Os químicos têm direito a um descanso semanal
remunerado de 24 horas consecutivas, preferencialmente aos domingos.
Remuneração: A remuneração dos químicos é determinada por meio de acordos ou
convenções coletivas de trabalho, que estabelecem os pisos salariais, benefícios e outras
condições de trabalho. A remuneração pode variar de acordo com a formação
acadêmica, a experiência profissional e a posição ocupada.
Exames médicos: É comum que os químicos sejam submetidos a exames médicos
periódicos para avaliar sua aptidão para o trabalho e identificar possíveis doenças
ocupacionais relacionadas à exposição a substâncias químicas.

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