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DIREITO DO TRABALHO

Unidade II
JORNADA DE TRABALHO
CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS
Do Francês: Jour = Dia

Jornada de Trabalho é o lapso temporal diário e semanal em que o empregado


se coloca à disposição do empregador em virtude do contrato de trabalho.
Conceito formulado pelo art. 4°, CLT.

Mede a principal obrigação do empregado: o tempo de prestação de trabalho


(ou, pelo menos, de disponibilidade perante o empregador).

FUNDAMENTOS: tem por objetivo tutelar a integridade física e psicológica do trabalhador. Portanto, não se trata de
conteúdo estritamente econômico, mas normas de saúde e proteção do trabalhador.
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Vide novo conceito trazido pelo art. 611-B, Parágrafo Único, CLT
JORNADA DE TRABALHO
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À DURAÇÃO
NORMAL diz-se jornada de duração normal, aquela prestada em respeito à
limitação constitucional, sendo de 8h diárias e 44h semanais.
OBS: Pode, no entanto, haver previsão legal ou convencional mais benéfica ao
empregado ou a certas categorias ou formas de trabalho, fixando jornada
normal inferior ao referido módulo.

EXTRAORDINÁRIA OU SUPLEMENTAR são as horas de trabalho acima do


quantitativo normal

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OBSERVAÇÃO:
Há diferença conceitual entre Jornada de Trabalho
e Horário de Trabalho. Este último indica a hora
de início e término da jornada, bem como os
intervalos. Já a jornada é a quantidade de horas a
que se vincula o empregado.

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JORNADA DE TRABALHO
CONCEITO E CARACTERÍSTICAS
TEMPO EFETIVAMENTE TRABALHADO: corresponde ao
espaço de tempo em que há efetiva prestação de serviços.


TEMPO À DISPOSIÇÃO: tempo em que o empregado permanece à
disposição do empregador, independentemente de ocorrer ou não
a efetiva prestação de serviços
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Art. 4º, CLT

Art. 4º - Considera-se como de serviço efetivo o período em que o


empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou
executando ordens, salvo disposição especial expressamente
consignada.

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Se o empregado encontra-se à
disposição do empregador, haverá
a efetiva contagem da jornada de
trabalho


TEMPO À DISPOSIÇÃO
(Art. 4°, §2° da CLT)

Por disposição expressa, não é considerado tempo à disposição:


◉ Práticas Religiosas;
◉ Descanso;
◉ Lazer;
◉ Estudo;
◉ Alimentação;
◉ Atividades de relacionamento social;
◉ Higiene Pessoal;
◉ Troca de roupa ou uniforme (quando não houver a obrigatoriedade de realizar a troca na empresa)
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JORNADA DE TRABALHO
FUNDAMENTOS - LIMITES DE JORNADA
Natureza psíquica e psicológica o trabalho intenso, com jornadas extenuantes,
pode causar o esgotamento psíquico-psicológico do trabalhador, afetando sua
saúde mental (síndrome de burnout, por exemplo);
Física o labor em jornadas de elevada duração pode acarretar a fadiga
somática do empregado, resultando em cansaço excessivo, aumentando os
riscos de acidente do trabalho e doenças ocupacionais;
Social é necessário para a sociedade que a pessoa, além de trabalhar, exerça
outras relevantes atividades na comunidade (política, religiosa);
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JORNADA DE TRABALHO
FUNDAMENTOS - LIMITES DE JORNADA
Econômica jornadas de elevada duração podem fazer com que a empresa
deixe de contratar outros empregados e, consequentemente, deixar de abrir
novos postos de trabalho;
Humana para ter sua dignidade preservada, o trabalhador não pode ser
exposto a jornadas de trabalho extenuantes;

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JORNADA DE TRABALHO
LIMITES: JORNADA PADRÃO
A limitação da jornada de trabalho é fixada por norma constitucional. Trata-se
do art. 7°, XIII:

“XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo
ou convenção coletiva de trabalho;”

OBSERVAÇÃO: há determinadas situações em que esse limite pode ser


extrapolado. Tratando-se de normas de saúde e segurança do trabalhador, essa
extrapolação obedece algumas regras. 11
CONCEITOS CORRELATOS

TEMPO DE DESLOCAMENTO
O §2°, art. 58 da CLT dispunha: O tempo despendido pelo
empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por
qualquer meio de transporte, não será computado na jornada
de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso
ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a
condução.
Jornada In Itinere
OBS: redação anterior à reforma trabalhista. 12
CONCEITOS CORRELATOS

JORNADA IN ITINERE

Após a edição da lei n° 13.467/2017 (reforma trabalhista), a CLT


EXTINGUIU a Jornada In Itinere, dando uma nova redação ao
art. 58, §2° da CLT.

OBS: Com base nisso, a súmula n° 90, I do TST também deverá sofrer
alteração.
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CONCEITOS CORRELATOS

TEMPO DE DESLOCAMENTO
O §2°, art. 58 da CLT dispunha: § 2º O tempo despendido pelo
empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do
posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por
qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo
empregador, não será computado na jornada de trabalho, por
não ser tempo à disposição do empregador.

Redação posterior à reforma trabalhista. 14


OBSERVAÇÃO:

Acidentes ocorridos no percurso casa-trabalho,


trabalho-casa são considerados acidentes de
trabalho?

Vide lei n° 8.213/91, art. 21,IV, “d”

OBS: vide conteúdo da MP 905/2019


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CONCEITOS CORRELATOS

TEMPO DE PRONTIDÃO
Instituído, inicialmente, para os ferroviários no art. 244, §3° da
CLT:
§ 3º Considera-se de "prontidão" o empregado que ficar nas
dependências da estrada, aguardando ordens. A escala de
prontidão será, no máximo, de doze horas. As horas de
prontidão serão, para todos os efeitos, contadas à razão de 2/3
(dois terços) do salário-hora normal.
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Apesar de tratar dos ferroviários, esse mesmo conceito pode


ser estendido às demais categorias. Nesse caso, o obreiro tem
sua disponibilidade pessoal restringida, afinal, está as
dependências do estabelecimento empresarial. Entretanto, não
está ativado ou em posto de ativação imediata (não se iguala
ao tempo à disposição plena). O empregado fica apenas
aguardando ordens.


CONCEITOS CORRELATOS

TEMPO DE SOBREAVISO
Também instituído, inicialmente, para os ferroviários no art. 244,
§2° da CLT:
§ 2º Considera-se de "sobre-aviso" o empregado efetivo, que
permanecer em sua própria casa, aguardando a qualquer
momento o chamado para o serviço. Cada escala de
"sobre-aviso" será, no máximo, de vinte e quatro horas, As
horas de "sobre-aviso", para todos os efeitos, serão contadas à
razão de 1/3 (um terço) do salário normal.
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O obreiro tem sua disponibilidade pessoal relativamente


restringida, pois, permanece em sua própria casa, aguardando
o chamado para o serviço. A ordem juslaboral confere menor
peso jurídico, mas não desconsidera a restrição à
disponibilidade pessoal.


CONCEITOS CORRELATOS
BIPS, PAGERS, CELULAR E OUTROS INSTRUMENTO DE
COMUNICAÇÃO
O avanço tecnológico tem provocado situações novas que suscitam debates acerca da
possibilidade de incidência da figura especial do tempo de sobreaviso.
Súmula 428 do TST
SOBREAVISO APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 244, § 2º DA CLT (redação alterada na sessão
do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e
27.09.2012
I - O uso de instrumentos telemáticos ou informatizados fornecidos pela empresa ao
empregado, por si só, não caracteriza o regime de sobreaviso.
II - Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distância e submetido a controle patronal
por instrumentos telemáticos ou informatizados, permanecer em regime de plantão ou
equivalente, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço durante o período de
descanso.
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OBSERVAÇÃO:
Após convocado ao trabalho, seja por celular,
bip, ou qualquer outro meio, o empregado que
atenda à convocação e compareça ao local de
trabalho passa, automaticamente, a ficar à
disposição do empregador, prestando horas
normais de serviço.
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TRABALHO
EXTRAORDINÁRIO
JORNADA DE TRABALHO
JORNADA EXTRAORDINÁRIA
Possibilidades de extrapolação do limite:
- Necessidade Imperiosa de Serviços: decorre do jus variandi
empresarial, exigindo-se o seu cumprimento:
a) Força maior (art. 61, §2° CLT) – Jornada máxima de 12 horas
b) Recuperação do tempo perdido em decorrência do motivo de força maior –
pode-se exigir, no máximo, 2h extras (Art. 61, §3°, CLT);
c) Serviços inadiáveis ou cuja execução possa acarretar prejuízos manifestos
ao empregador; 23
JORNADA DE TRABALHO
JORNADA EXTRAORDINÁRIA
Possibilidades de extrapolação do limite:
- Previsão expressa em Acordo Individual ou Norma Coletiva;
De acordo com o art. 59, CLT, nessa situação, as horas extras não poderão ser
excedentes a duas.
Ou seja, a jornada máxima do trabalhador (considerando a jornada padrão), não
poderá ser superior a 10h diárias.
OBS: não havendo acordo individual ou norma coletiva, a recusa do empregado em
cumprir a jornada extraordinária não configura insubordinação.
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EFEITOS DA EXTRAPOLAÇÃO DE
JORNADA
A extrapolação do regime normal de jornada pode gerar alguns
efeitos:

◉ Pagamento de Horas Extras;

◉ Compensação de Jornada de Trabalho


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JORNADA DE TRABALHO

HORAS EXTRAS
Um dos efeitos da extrapolação do limite de jornada diário é o
pagamento das horas extras;

O art. 7°,XVI da CF/88 garante “remuneração do serviço


extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à
do normal;”
Trata-se do adicional de horas extras
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JORNADA DE TRABALHO

HORAS EXTRAS

Assim, a jornada extraordinária será remunerada com, no


mínimo, 50% (cinquenta por cento) a mais do que o valor da
hora normal.

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AS HORAS EXTRAS POSSUEM NATUREZA SALARIAL OU


INDENIZATÓRIA?

As horas extras incorporam-se à remuneração do trabalhador


para todos os fins (13° salário; férias; FGTS, etc). Possuem,
portanto, natureza SALARIAL.


Cálculo das Horas Extras:
Art. 64, CLT:

O salário-hora normal, no caso de empregado mensalista, será


obtido dividindo-se o salário mensal correspondente à duração
do trabalho, a que se refere o art. 58, por 30 (trinta) vezes o
número de horas dessa duração.

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Cálculo das Horas Extras:
Cálculo do Salário-hora:
Considerando o salário mensal de R$ 1.100,00 e a jornada padrão

O salário mensal pago ao empregado representa quantas horas por mês?


◉ 44h por semana;
◉ 6 dias por semana;
◉ 1 dia de repouso REMUNERADO

Passo 1 - Apura-se a média da quantidade de horas que o trabalhador efetivamente labora por
dia:
30
44h ÷ 6dias = 7,33 horas por dia.
Cálculo das Horas Extras:
Cálculo do Salário-hora:
Considerando o salário mensal de R$ 1.100,00 e a jornada padrão

O salário mensal pago ao empregado representa quantas horas por mês?

Passo 1 - Apura-se a média da quantidade de horas que


o trabalhador efetivamente labora por dia:
44h ÷ 6dias = 7,33 horas por dia.
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Cálculo das Horas Extras:
Cálculo do Salário-hora:
Considerando o salário mensal de R$ 1.100,00 e a jornada padrão

O salário mensal pago ao empregado representa quantas horas por mês?

Passo 2 – Multiplica-se a quantidade de horas por dia,


pela quantidade de dias no mês.
OBS: muito embora o trabalhador não labore os 30 dias do mês, deve ser levado em consideração
o repouso semanal remunerado

7,33h/dia X 30 dias do mês = 220h trabalhadas por


mês (chama-se divisor 220) 32
Cálculo das Horas Extras:
Cálculo do Salário-hora:
Considerando o salário mensal de R$ 1.100,00 e a jornada padrão

Se o trabalhador “labora” 220h por mês, para se


calcular o salário-hora é necessário:

R$ 1.100,00 ÷ 220 = R$ 5,00


Cada hora de trabalho equivale a R$ 5,00.
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Cálculo das Horas Extras:
Considerando o salário mensal de R$ 1.045,00 e a jornada padrão

As horas extras serão 50% maior do que o valor da hora


normal
Portanto, o valor da hora extra desse trabalhador é
R$ 7,50.

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Cálculo das Horas Extras:
João recebe um salário mensal de R$ 1.500,00,
trabalhando 44h semanais. Considerando que o mesmo
teve que laborar em sobrejornada num total de 12 horas
extras, quanto João deverá receber a esse título?

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JORNADA DE TRABALHO

EMPREGADOS EXCLUÍDOS DO DIREITO ÀS HORAS EXTRAS


O trabalho não fiscalizado nem minimamente controlado é
insuscetível de propiciar a aferição da real jornada laborada
pelo trabalhador e, por essa razão, resta difícil a aferição da
prestação (ou não) de horas extraordinárias.

Portanto, as jornadas não controladas não ensejam cálculo de


horas extras, dado que não se pode aferir sequer a efetiva
prestação da jornada padrão. 36
JORNADA DE TRABALHO

EMPREGADOS EXCLUÍDOS DO DIREITO ÀS HORAS EXTRAS


De acordo com a Art. 62 da CLT, não são abrangidos pelo
regime previsto neste capítulo:
I - os empregados que exercem atividade externa incompatível
com a fixação de horário de trabalho;
II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de
gestão, aos quais se equiparam, para efeito do disposto neste
artigo, os diretores e chefes de departamento ou filial.
III - os empregados em regime de teletrabalho. 37
JORNADA DE TRABALHO

EMPREGADOS EXCLUÍDOS DO DIREITO ÀS HORAS EXTRAS

Atividade Externa Incompatível com a Fixação de Jornada há a


presunção de que, laborando externamente, esses empregados
não se submetem são real e eficaz controle de horários, não se
lhes aplicando as regras concernentes à jornada de trabalho

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JORNADA DE TRABALHO

EMPREGADOS EXCLUÍDOS DO DIREITO ÀS HORAS EXTRAS

Exercentes do Cargo de Gestão tais trabalhadores, por estarem


investidos de parcela significativa do próprio poder
empregatício, não estão submetidos ao estrito controle de
jornada, sob pena de inviabilizar o exercício precípuo de sua
função de poder perante os demais trabalhadores.

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JORNADA DE TRABALHO

EMPREGADOS EXCLUÍDOS DO DIREITO ÀS HORAS EXTRAS

Teletrabalho pela própria natureza dos serviços prestados,


resta impossível a aferição da real jornada de trabalho (Art.
75-A, CLT).
OBS: havendo prova firma de que ocorria efetiva fiscalização e controle
sobre o cotidiano da prestação laboral, fixando fronteiras claras à jornada
laborada, afasta-se a presunção legal instituída, incidindo o conjunto das
regras clássicas concernentes à duração do trabalho.
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JORNADA DE TRABALHO
SOBREJORNADA EM AMBIENTE INSALUBRE
De acordo com o art. 60, CLT:
Nas atividades insalubres, assim consideradas as constantes dos quadros mencionados no
capítulo "Da Segurança e da Medicina do Trabalho", ou que neles venham a ser incluídas por
ato do Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, quaisquer prorrogações só poderão ser
acordadas mediante licença prévia das autoridades competentes em matéria de higiene do
trabalho, as quais, para esse efeito, procederão aos necessários exames locais e à verificação
dos métodos e processos de trabalho, quer diretamente, quer por intermédio de autoridades
sanitárias federais, estaduais e municipais, com quem entrarão em entendimento para tal fim.

OBS: Exceção a cargo do art. 611-A, XIII da CLT


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EFEITOS DA EXTRAPOLAÇÃO DE JORNADA

A extrapolação do regime normal de jornada pode gerar alguns


efeitos:

◉ Pagamento de Horas Extras;

◉ Compensação de Jornada de Trabalho


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JORNADA DE TRABALHO

REGIME DE COMPENSAÇÃO DE JORNADA

Dispõe que o excesso de horas de um dia poderá ser


compensado com a correspondente diminuição em outro, NÃO
GERANDO O PAGAMENTO DO ADICIONAL
CORRESPONDENTE ÀS HORAS EXTRAS. Constitui, portanto,
flexibilização à normatização trabalhista. Regulamentação feita
pelo art. 59, §2° da CLT
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COMPENSAÇÃO
DE JORNADA

QUAL O TÍTULO JURÍDICO


AUTORIZADOR ?
Vide art. 7°, XIII da CF/88

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COMPENSAÇÃO
DE JORNADA

A constituição federal permite que haja a


compensação de jornada, desde que haja
ACORDO ou convenção coletiva.

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COMPENSAÇÃO DE
JORNADA
TÍTULO JURÍDICO AUTORIZADOR:
◉ Acordo Tácito;

◉ Acordo Individual Escrito;

◉ Acordo Coletivo ou Convenção Coletiva;

A natureza do título irá influenciar no prazo máximo de compensação.


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JORNADA DE TRABALHO

COMPENSAÇÃO DE JORNADA

Acordo Tácito De acordo com o art. 59, §6°, é possível o


acordo de compensação tácito, desde que para compensação
NO MESMO MÊS.
OBS: veja que a lei não fixou o prazo de 01 mês. Disse
expressamente que a compensação deve ser no mesmo mês.

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JORNADA DE TRABALHO
COMPENSAÇÃO DE JORNADA
Acordo Individual Escrito Autoriza a pactuação do Banco de Horas com
prazo para compensação fixado em até 06 (seis) meses. Art. 59,§5°, CLT.

Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho autoriza a formação de


Banco de Horas para compensação no prazo máximo de 01 ano (Art. 59,
§2° da CLT).

OBSERVAÇÃO: o termo “Banco de Horas” só serve para conceituar compensações com prazo superior a 01 mês

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COMPENSAÇÃO DE JORNADA
GENERALIDADES:
❑ Permite a prorrogação de 02 horas ao dia (se
considerada a jornada padrão). De acordo com o §2°
do art. 59, é lícita a compensação desde que não “seja
ultrapassado o limite máximo de 10 horas diárias”.

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COMPENSAÇÃO DE JORNADA
GENERALIDADES:
❑ De acordo com o entendimento firmado pela Súmula
n° 85, TST, a prestação de horas extras habituais
descaracteriza o acordo de compensação, devendo ser
paga a sobrejornada acrescida do adicional.
OBS: A reforma trabalhista alterou esse entendimento,
inserindo o art. 59-B, parágrafo único na CLT.

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BANCO DE HORAS
SÚMULA N° 85, TST: deve ter sua redação significativamente alterada
I. A compensação de jornada de trabalho deve ser ajustada por acordo individual escrito, acordo coletivo ou
convenção coletiva.
II. O acordo individual para compensação de horas é válido, salvo se houver norma coletiva em sentido contrário.
III. O mero não atendimento das exigências legais para a compensação de jornada, inclusive quando encetada
mediante acordo tácito, não implica a repetição do pagamento das horas excedentes à jornada normal diária,
se não dilatada a jornada máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional.
IV. A prestação de horas extras habituais descaracteriza o acordo de compensação de jornada. Nesta hipótese, as
horas que ultrapassarem a jornada semanal normal deverão ser pagas como horas extraordinárias e, quanto
àquelas destinadas à compensação, deverá ser pago a mais apenas o adicional por trabalho extraordinário.
V. As disposições contidas nesta súmula não se aplicam ao regime compensatório na modalidade “banco de
horas”, que somente pode ser instituído por negociação coletiva.
VI. NÃO É VÁLIDO ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE JORNADA EM AMBIENTE INSALUBRE, ainda que estipulado
em norma coletiva, sem a necessária inspeção prévia e permissão da autoridade competente, na forma do art.
60 da CLT. (vide art. 611-A, XIII, CLT) 51
JORNADA DE TRABALHO

RESTRIÇÕES À COMPENSAÇÃO DE JORNADA


Empregado menor de 18 Anos: somente é admissível mediante
norma coletiva.

Trabalho da Mulher: com a revogação do art. 374, CLT (que


exigia negociação coletiva), excluiu-se a restrição relativa ao
trabalho da Mulher.

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JORNADAS ESPECIAIS

JORNADA 12 X 36
Constitui exceção ao padrão geral limitador (8 horas diárias), haja
vista ser considerado benéfico ao trabalhador, eis que o
quantitativo mensal é inferior (inclusive, o divisor utilizado é 210 e
não 220). Se em uma semana o trabalhador labora 48h, na semana
seguinte faz 36h.

Houve discussão em torno da constitucionalidade da Jornada 12


por 36. Na ADI n° 4.842, foi declara a constitucionalidade da regra.
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JORNADAS ESPECIAIS

JORNADA 12 X 36
A Reforma Trabalhista alterou alguns preceitos relativos à Jornada
12 por 36:
- Descanso Semanal Remunerado;
- Feriados Trabalhados;
- Prorrogação do Trabalho Noturno

Vide art. 59-A, P. U., CLT


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JORNADAS ESPECIAIS

JORNADA 12 X 36
FORMA DE PACTUAÇÃO: ainda de acordo com o art. 59-A, a
jornada 12 x 36 poderá ser pactuada por ACORDO INDIVIDUAL,
CONVENÇÃO COLETIVA OU ACORDO COLETIVO.

OBS: na forma do art. 60, P.U., a jornada 12x36 é permitida em


atividades insalubres independentemente de autorização da DRT;
OBS 2: o intervalo poderá ser observado ou indenizado;
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JORNADAS ESPECIAIS

JORNADA POR CATEGORIAS ESPECIAIS


Atividades em Minas de Subsolo:
- Art. 293, CLT 6h diárias ou 36h semanais;
- O tempo despendido pelo empregado da boca da mina ao local
do trabalho é considerado como tempo à disposição;
Serviços de Telefonia 6h diárias ou 36h semanais (Art. 227, CLT)
Bancários 6h diárias ou 36h semanais (Art. 224, CLT)

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TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO

CONCEITO
Trabalho em horário com sucessivas modificações, variando entre
o diurno e noturno. Esclarece o TST que “não se exige que o
empregado trabalhe necessariamente nos três turnos, mas que
haja alternância de turno, ora diurno, ora noturno, no todo ou em
parte, o que é suficiente para caracterizar o gravame à saúde do
trabalhador”

Art. 7°, XIV, CF/88: XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento,
salvo negociação coletiva;
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CONTRATAÇÃO A TEMPO PARCIAL

CONCEITO
Forma de contratação específica para o cumprimento de
jornada inferior à padrão constitucional. O salário
também deve ser pago de forma proporcional. Tal
instituto foi significativamente alterado pela Reforma
Trabalhista, inserindo o art. 58-A, CLT

OBS: O regime não abrange, é obvio, empregados que tenham jornada especial reduzida por força de norma jurídica
própria. É que nesses casos a jornada foi reduzida pela lei em virtude do trabalho especialmente desgastante de tais
profissionais (trabalho em mina de subsolo; câmara frigorífica; telemarketing) 58
CONTRATAÇÃO A TEMPO
PARCIAL
Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a trinta horas semanais, sem a
possibilidade de horas suplementares semanais, ou, ainda, aquele cuja duração não exceda a vinte e seis horas semanais, com a
possibilidade de acréscimo de até seis horas suplementares semanais.
§ 1° O salário a ser pago aos empregados sob o regime de tempo parcial será proporcional à sua jornada, em relação aos empregados
que cumprem, nas mesmas funções, tempo integral.
§ 2° Para os atuais empregados, a adoção do regime de tempo parcial será feita mediante opção manifestada perante a empresa, na
forma prevista em instrumento decorrente de negociação coletiva.
§ 3º As horas suplementares à duração do trabalho semanal normal serão pagas com o acréscimo de 50% (cinquenta por cento)
sobre o salário-hora normal.
§ 4° Na hipótese de o contrato de trabalho em regime de tempo parcial ser estabelecido em número inferior a vinte e seis horas
semanais, as horas suplementares a este quantitativo serão consideradas horas extras para fins do pagamento estipulado no § 3°,
estando também limitadas a seis horas suplementares semanais.
§ 5° As horas suplementares da jornada de trabalho normal poderão ser compensadas diretamente até a semana imediatamente
posterior à da sua execução, devendo ser feita a sua quitação na folha de pagamento do mês subsequente, caso não sejam
compensadas.
§ 6° É facultado ao empregado contratado sob regime de tempo parcial converter um terço do período de férias a que tiver direito
em abono pecuniário.
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§ 7° As férias do regime de tempo parcial são regidas pelo disposto no art. 130 desta Consolidação.
CONTRATAÇÃO A TEMPO PARCIAL

CARACTERÍSTICAS
Em relação ao quantitativo de horas, é possível a contratação ser:
- Com duração não superior 30 horas semanais, SEM a possibilidade de horas extras;
- Com duração não superior a 26 horas, COM a possibilidade de até 06 horas extras
semanais;
DEMAIS CARACTERÍSTICAS:
- O salário deve ser proporcional à jornada, em relação aos empregados que
cumprem, nas mesmas funções, tempo integral;
- As horas extras (na segunda modalidade acima) serão pagas com o adicional de no
mínimo 50%, CALCULADAS SOBRE O VALOR DA HORA NORMAL;
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CONTRATAÇÃO A TEMPO PARCIAL

CARACTERÍSTICAS
- Na hipótese de ser contratada jornada inferior à 26 horas semanais, as horas
suplementares a esse quantitativo serão consideradas horas extras e são limitadas a
6;
- As horas suplementares poderão ser compensadas ATÉ A SEMANA
IMEDIATAMENTE POSTERIOR À DA SUA EXECUÇÃO;
- O empregado terá o mesmo direito às férias previsto para os empregados que
cumprem jornada integral.

OBS: para os atuais empregados que prestam atividade em tempo integral, somente será lícita a
alteração mediante opção manifestada perante a empresa, na forma prevista em norma coletiva
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GENERALIDADES
ANOTAÇÃO DO REGISTRO DE HORÁRIO:
De acordo com o art. 74, CLT, o horário de trabalho deve ser anotado em registro
de empregados.
§ 2º Para os estabelecimentos com mais de 20 (vinte) trabalhadores será obrigatória a anotação
da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções
expedidas pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia,
permitida a pré-assinalação do período de repouso.
§ 3º Se o trabalho for executado fora do estabelecimento, o horário dos empregados constará do
registro manual, mecânico ou eletrônico em seu poder, sem prejuízo do que dispõe o caput deste
artigo.
§ 4º Fica permitida a utilização de registro de ponto por exceção à jornada regular de trabalho,
mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. 62
GENERALIDADES
MINUTOS QUE ANTECEDEM OU SUCEDEM A JORNADA:
Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as
variações de horário no registro de ponto, não excedentes de 05 minutos,
observado o limite máximo de dez minutos diários (art. 58, §1°, CLT).

Se ultrapassado esse limite, será considerada como extra a totalidade do tempo


que exceder a jornada normal

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JORNADA NOTURNA

CONCEITO
Jornada de trabalho compreendida entre as 22h00 de um dia e as
05h00 do dia seguinte. A prestação de trabalho noturno é mais
desgastante para o trabalhador, daí a necessidade de
regulamentação diferenciada.
RESTRIÇÕES: aos menores de 18 anos, é vedada a prestação de
trabalho noturno.

OBS: as normas que vedam o trabalho noturno da mulher (arts. 379 e 380 da
CLT) não foram recepcionadas pela constituição.
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JORNADA NOTURNA

CARACTERÍSTICAS
- A CLT (Art. 73, §1°) considera a hora noturna urbana
menor do que a hora diurna, equivalendo a 52’30’’ (e
não 60’);
- Trabalho prestado entre as 21:00 e as 05:00 do dia
seguinte, se em meio rural e nas atividades de lavoura;
- Trabalho prestado entre as 20:00 e as 04:00 do dia
seguinte, se em meio rural e nas atividades de pecuária;
Obs: nas 2 situações acima, não se aplica a redução da hora noturna. 65
JORNADA NOTURNA

CARACTERÍSTICAS
- O art. 7°, IX da CF/88 estabelece “a remuneração do
trabalho noturno superior à do diurno”. Nesse sentido, o
trabalho realizado em jornada noturna é remunerado
com um adicional noturno que, em meio urbano, é
equivalente a 20% (vinte por cento) sobre a
remuneração e, em meio rural, 25%;
O empregado que trabalhava no período noturno, recebendo o adicional equivalente, passando a trabalhar em período diurno pode ter o
seu adicional suprimido?
66
JORNADA NOTURNA

CARACTERÍSTICAS
- Na jornada 12 x 36, deve ser aplicada a redução da hora noturna para o
trabalho prestado entre as 22h00 e as 05h00 do dia seguinte;
- De acordo com a súmula n° 60, II e OJ 388, ambas do TST, as horas
trabalhadas após as 05 da amanhã, numa jornada que compreenda a
totalidade do período noturno, devem ser consideradas também como
noturnas. Por exemplo, o empregado que trabalha das 00h00 às 07h00, as
horas compreendidas após as 05h00 (até as 07h00), são consideradas
noturnas.
Exceção: jornada 12 x 36, conforme visto
67
PERÍODOS DE DESCANSO

CARACTERÍSTICAS
Tratam-se de lapsos temporais regulares, remunerados ou
não, situados intra ou intermódulos diários, semanais ou
anuais do período de labor, em que o empregado pode
sustar a prestação de serviços e sua disponibilidade
perante o empregador, com o objetivo de recuperação e
implementação de suas energias ou de sua inserção
familiar, comunitária e política.
68
PERÍODOS DE DESCANSO

MODALIDADES
• Descansos Intrajornada;
• Descansos Interjornada;
• Descanso Intersemanal;
• Descansos em Feriados;
• Descansos Anuais;

69
PERÍODOS DE DESCANSO

INTERVALO INTRAJORNADA
Os intervalos intrajornada são lapsos temporais regulares,
remunerados ou não, situados no interior da duração diária de
trabalho, em que o empregado pode sustar a prestação de
serviços e sua disponibilidade perante o empregador. O objetivo é
fazer com que o empregado possa recuperar suas energias, no
contexto da concentração temporal de trabalho.

70
PERÍODOS DE DESCANSO

INTERVALO INTRAJORNADA
As normas jurídicas concernentes à jornada e intervalos não são
dispositivos estritamente econômicos, já que podem alcançar, em
certos casos, o caráter determinante de regras de medicina e
segurança do trabalho, portanto, normas de saúde pública.
Possibilidade de Flexibilização. Art. 611-A, III, CLT

Considerada a natureza Econômica do Título (pós reforma


trabalhista) Arts. 71, §4°; 611-A, III, CLT 71
PERÍODOS DE DESCANSO

INTERVALO INTRAJORNADA
GENERALIDADES:
◉ Os intervalos intrajornada podem ser comuns, quando
abrangentes das diversas categorias integrantes do mercado de
trabalho, ou especiais, quando característicos a determinadas
categoriais profissionais;
◉ A regra geral é que os intervalos intrajornada NÃO constituem
lapsos temporais remunerados, uma vez que nem são
laborados, nem constituem tempo à disposição do empregador.
72
PERÍODOS DE DESCANSO

INTERVALO INTRAJORNADA
GENERALIDADES:
◉ A jurisprudência pacificou o entendimento de que a criação
infralegal de intervalos não pode prejudicar o trabalhador,
ampliando-lhe o tempo despendido em torno das
circunstâncias envolventes à prestação diária de serviços. Por
essa razão, a súmula n° 118 do TST diz:
“Os intervalos concedidos pelo empregador na jornada de trabalho, não previstos em lei,
representam tempo à disposição da empresa, remunerados como serviço extraordinário, se
acrescidos ao final da jornada.”
73
PERÍODOS DE DESCANSO

INTERVALO INTRAJORNADA

Intervalos Comuns Remunerados x Não Remunerados


1h até o máximo de 2h (art. 71, caput, CLT) Não Remunerado

15 min a que alude o art. 71, §1°, CLT Não remunerado

Intervalo rurícola na forma do art. 5° da lei Não remunerado


5.889/73
Intervalo para recuperação térmica (Art. Remunerado
253, CLT)

74
PERÍODOS DE DESCANSO

INTERVALO INTRAJORNADA
Intervalos Especiais Remunerados x Não Remunerados

10 min a cada 90 laborados em serviço de Remunerado


mecanografia e datilografia (art. 72, CLT)
20 minutos a cada 3 horas de esforço contínuo, Remunerado
para empregados sujeitos a horários variáveis
(jornada de 7 horas), nos serviços de telefonia,
telegrafia (art. 229, CLT)
15 min a cada 3horas em labor em minas de Remunerado
subsolo

75
PERÍODOS DE DESCANSO

DESRESPEITO AO INTERVALO INTRAJORNADA


Na forma do art. 71, §4° CLT, a não concessão (ainda que parcial)
do intervalo intrajornada mínimo implicará no pagamento, a título
INDENIZATÓRIO, apenas do período suprimido, com o acréscimo
de 50%.

OBS: antes da reforma trabalhista, a concessão parcial do


intervalo intrajornada implicaria no pagamento do valor total que
deveria ser concedido.
76
PERÍODOS DE DESCANSO

DESRESPEITO AO INTERVALO INTRAJORNADA


Exemplo: Na jornada de 08 às 16h30, com 30 minutos de intervalo, por
desrespeitar a hora mínima de repouso (que é 01h), o empregador tinha que
pagar 01 hora extra e não apenas o período suprimido (horas extras fictas).

Sumula, 437, I, TST:


I - Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não-concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo,
para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento total do período
correspondente, e não apenas daquele suprimido, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da
remuneração da hora normal de trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor
para efeito de remuneração.

OBJETIVO: garantir efetividade (eficácia social) às normas assecuratórias do intervalo


77
mínimo.
PERÍODOS DE DESCANSO

FLEXIBILIZAÇÃO DO INTERVALO INTRAJORNADA


De acordo com o art. 611-B, parágrafo único, as normas sobre duração do
trabalho não são consideradas como normas de saúde, higiene e segurança no
trabalho.

Assim, não constituem objeto ilícito em norma coletiva a supressão ou redução


dos direitos atinentes à jornada de trabalho.

O art. 611-A, III, por sua vez, traz os limites sobre o intervalo intrajornada
mínimo.
78
PERÍODOS DE DESCANSO

INTERVALOS INTERJORNADA
Lapso temporal mínimo entre uma jornada e outra
imediatamente posterior.

É regulado pelo art. 66, CLT, dispondo que:

Art. 66 - Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período


mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso. 79
PERÍODOS DE DESCANSO

INTERVALO INTERJORNADA

Intervalos Especiais Remunerado x Não Remunerado

17 horas para empregados sujeitos horários Não remunerado


variáveis, nos serviços de telefonia, telegrafia..
(art. 229, CLT)
12 horas para empregados operadores Não remunerado
cinematográficos, com horário noturno de
trabalho

80
PERÍODOS DE DESCANSO

DESRESPEITO AO INTERVALO INTERJORNADA


Além de constituir falta administrativa, outros efeitos podem ser
aplicados.

OJ n° 355, TST: O desrespeito ao intervalo mínimo interjornadas


previsto no art. 66 da CLT acarreta, por analogia, os mesmos
efeitos previstos no § 4º do art. 71 da CLT e na Súmula nº 110 do
TST, devendo-se pagar a integralidade das horas que foram
subtraídas do intervalo, acrescidas do respectivo adicional.
81
PERÍODOS DE DESCANSO

DESRESPEITO AO INTERVALO INTERJORNADA


OBS: O intervalo de 11 horas começa a ser contado do término das
horas extras do dia anterior.

Após a edição da Reforma Trabalhista, dois aspectos devem ser


levados em consideração:
- Somente se paga o período de desrespeito suprimido;
- A natureza do pagamento é eminentemente indenizatória;
82
PERÍODOS DE DESCANSO

INTERVALOS INTERSEMANAL
É o intervalo que separa uma semana de trabalho de outra.
Também conhecido como DSR – Descanso Semanal
Remunerado.

Deve ser equivalente a 24 horas.

O objetivo é assegurar ao trabalhador lapsos temporais diários e semanais mínimos para sua fruição pessoal, inserção no contexto
familiar e comunitário, cujo conteúdo é irrenunciável. 83
PERÍODOS DE DESCANSO

DESRESPEITO AO INTERVALO INTERSEMANAL

Já o desrespeito à concessão do DSR gera o pagamento em dobro,


na forma do art. 9º da Lei n° 605/49

84
PERÍODOS DE DESCANSO
FÉRIAS
Visam garantir a recuperação da saúde e segurança
laborativa; reinserção familiar, comunitária e política do
trabalhador.
Possui caráter imperativo, não podendo, portanto, ser objeto de
renúncia ou transação lesiva. Trata-se, desse modo, de direito
indisponível. Não há, assim, a possibilidade de sua conversão (na
integralidade) em pecúnia.
No entanto, atenuando tal regra, a CLT passou a admitir a conversão pecuniária de 1/3 das férias (o chamado abono de férias). Ou seja,
tornou-se permitido a “venda” de 1/3 das férias.
85
PERÍODOS DE DESCANSO

FÉRIAS ANUAIS: AQUISIÇÃO E DURAÇÃO


A aquisição, pelo empregado, do direito às férias ao longo do
contrato de trabalho, submete-se ao critério da ASSIDUIDADE.
Como visto, as férias visam restaurar as energias do trabalhador,
bem como sua reinserção no contexto familiar.

Se o empregado não foi assíduo, não há que se garantir novos


afastamentos, pois, em tese, suas faltas já atenderam o objetivo de
descanso e reinserção.
86
PERÍODOS DE DESCANSO

PERÍODO AQUISITIVO
Corresponde a cada ciclo de 12 meses contratuais (art. 130, Caput,
CLT), oportunidade em que o empregado adquire o direito a 30
(trinta) dias de férias.

Tal período deve ser remunerado e acrescido de 1/3 de seu valor.

87
PERÍODOS DE DESCANSO: FÉRIAS

GENERALIDADES
◉ Cada fração temporal do mês/calendário superior a 14 dias
conta-se como um mês (art. 146, P.U da CLT).
◉ O início da fluência do período aquisitivo dá-se com o termo
inicial do contrato.
◉ O aviso-prévio, mesmo que indenizado, integra o período
aquisitivo das férias, uma vez que é considerado tempo de
serviço para todos os efeitos.
◉ também se computa como parte do novo período aquisitivo o lapso
temporal de gozo das férias referentes a período aquisitivo anterior 88
PERÍODOS DE DESCANSO: FÉRIAS

FATORES PREJUDICIAIS ÀS FÉRIAS


ASSIDUIDADE Critério adotado para influenciar no quantitativo
do período de férias.
Assim, a ausência injustificada do trabalhador gera a perda
consequente do direito às férias. Há uma proporcionalidade, onde
a cada quantitativo de faltas injustificadas ao longo do período
aquisitivo, o empregado vai regredindo na quantidade de dias de
férias.
A tabela é fixada pelo art. 130, CLT.
89
PERÍODOS DE DESCANSO: FÉRIAS

ASSIDUIDADE

90
PERÍODOS DE DESCANSO: FÉRIAS
FATORES PREJUDICIAIS ÀS FÉRIAS
De acordo com o art. 133, CLT:
Art. 133 - Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período
aquisitivo:
I - deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 (sessenta) dias
subseqüentes à sua saída;
II - permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de 30
(trinta) dias;
III - deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 (trinta) dias,
em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa; e
IV - tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho
91
ou de auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses, embora descontínuos.
PERÍODOS DE DESCANSO: FÉRIAS
FATORES PREJUDICIAIS ÀS FÉRIAS
GENERALIDADES:
◉ De acordo com a súmula n° 261 do TST, havendo hipótese de
pedido de demissão antes de completar o período aquisitivo
por inteiro, o empregado terá direito às férias proporcionais.
◉ O empregado demitido POR JUSTA CAUSA, na forma do art.
146, parágrafo único da CLT, perde o direito às férias
proporcionais;

92
PERÍODOS DE DESCANSO

PERÍODO CONCESSIVO

Regra geral, as férias são de 30 dias corridos, aí incluindo os


trabalhadores em regime de tempo parcial. O período de gozo das
férias, denominado período concessivo, fica a cargo do
empregador, devendo, entretanto, estar situado nos 12 meses
subsequentes ao termo final do período aquisitivo (Art.134, CLT).

93
PERÍODOS DE DESCANSO

PERÍODO CONCESSIVO

A regra estipula que a concessão seja feita de forma contínua, ou


seja, durante 30 dias ininterruptos.
No entanto, após a reforma trabalhista, a CLT admite o
fracionamento das férias em até 03 períodos, desde que haja
concordância do empregado, na forma do art. 134, §1°. No caso,
um desses períodos não pode ser inferior a 14 dias corridos e os
demais não poderão ser inferiores a 05 dias corridos.
94
PERÍODOS DE DESCANSO

PERÍODO CONCESSIVO
Como dito, a época de concessão das férias será de acordo com os
interesses empresariais, respeitados os seguintes parâmetros:
◉ Observância ao prazo do período concessivo;
◉ O estudante menor de 18 anos tem direito a fazer coincidir suas férias
trabalhistas e escolares;
◉ Os membros de uma mesma família têm direito de usufruírem suas férias
no mesmo período, desde que não resulte em prejuízo para o
empregador;
◉ Proibido o início das férias no período de dois dias que antecede feriado
ou dia de DSR;
95
PERÍODOS DE DESCANSO

PERÍODO CONCESSIVO: não obediência ao prazo


◉ Manutenção do direito à concessão das férias;
◉ A remuneração das férias será dobrada (Art. 137,
caput) OBS: a dobra possui natureza indenizatória
◉ Penalidade administrativa a cargo da DRT
(Ministério da Economia);
◉ Os afastamentos dos arts. 131 e 132, CLT, não
prejudicam o direito às férias. 96
PERÍODOS DE DESCANSO

PERÍODO CONCESSIVO: FORMALIDADES


◉ Comunicação escrita ao empregado, com
antecedência mínima de 30 dias;
◉ Anotações na CTPS do trabalhador; no livro ou fichas
de registro do empregado;
◉ Pagamento da remuneração das férias e seu terço
constitucional até 2 dias antes do início da fruição, sob
pena de ter que pagar em dobro, na forma da súmula
n° 450 do TST 97
PERÍODOS DE DESCANSO

REMUNERAÇÃO DAS FÉRIAS


É equivalente ao valor do salário, considerado o valor vigente à
data de sua fruição.
◉ Em caso de salário-utilidade, o cálculo obedecerá o valor estimado ou a
própria utilidade (in natura).
◉ Integram-se ao cálculo das férias as parcelas de natureza exclusivamente
salarial. Ex: os adicionais legais ou convencionais; comissões, etc.
◉ TERÇO CONSTITUCIONAL DE FÉRIAS: parcela suplementar que se
agrega, necessariamente, ao valor pertinente às férias trabalhistas, à
base de 1/3 desse valor. Possui natureza salarial.
98
PERÍODOS DE DESCANSO

REMUNERAÇÃO DAS FÉRIAS


A prescrição das férias, durante a fluência do Contrato de
Trabalho, conta-se do término do respectivo período concessivo.
Como os demais títulos, aplica-se o prazo quinquenal.

OBS: ocorrendo, entretanto, ruptura do contrato de trabalho, o


critério de cálculo da prescrição será distinto. Contar-se-á a
prescrição do fim do contrato de trabalho.

99
PERÍODOS DE DESCANSO

REMUNERAÇÃO DAS FÉRIAS


Fulano de Tal foi contratado em 05/06/2013. Em Fevereiro de
2019, percebeu que não lhe foram concedidas as férias relativas ao
primeiro ano de trabalho e decidiu questioná-las na Justiça do
Trabalho.

Considerando a prescrição quinquenal, o título encontra-se


prescrito?

100
PERÍODOS DE DESCANSO

FÉRIAS COLETIVAS
◉ Regulamentado pelo art. 139, CLT.
◉ Faz-se necessário que o empregador comunique à DRT e
sindicatos obreiros 15 dias antes das datas de início e término
da paralisação, afixando avisos nos locais.
◉ Um novo período aquisitivo iniciar-se-á tão logo o empregado
retorne ao serviços;

101
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO

A onerosidade consiste em um dos elementos


fático-jurídicos componentes da relação empregatícia.

O conceito clássico de salário como “contraprestação


direta da prestação de serviços por parte do empregado”
perdeu aplicabilidade prática.
Há que se estabelecer distinções de natureza conceitual entre remuneração e salário, conforme será estudado a partir de agora.

102
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO

DISTINÇÃO CONCEITUAL
A remuneração pode ser entendida como a contraprestação
recebida pelo empregado, decorrente do contrato de trabalho.
Trata-se de um termo mais amplo, englobando espécies como o
salário e a gorjeta.
Já o salário é a quantia paga “DIRETAMENTE pelo empregador”,
decorrente do contrato de trabalho.
“Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos
legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como
contraprestação do serviço, as gorjetas que receber.
103
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO

DISTINÇÃO CONCEITUAL
Considera-se gorjeta “não só a importância espontaneamente
dada pelo cliente ao empregado, como também o valor cobrado
pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, e
destinado à distribuição aos empregados” (art. 457, §3° da CLT).

Desse modo, os conceitos são estabelecidos obedecendo a


seguinte equação:
REMUNERAÇÃO = SALÁRIO + GORJETA
104
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO

PARCELAS DE NATUREZA SALARIAL


Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações
legais e as comissões pagas pelo empregador (art. 457, §1°)

Com a reforma trabalhista, alguns títulos foram excluídos do rol da


composição salarial, sendo aqueles descritos no §2° do art. 457,
CLT.

105
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO

PARCELAS DE NATUREZA SALARIAL

Nesse contexto, enquadram-se como salário as


utilidades fornecidas pelo empregador com intuito
contraprestativo, isto é, sem caráter de
instrumentalidade para a prestação de serviços, na
forma do art. 458 da CLT.

106
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO

PARCELAS DE NATUREZA SALARIAL


Art. 458 - Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no
salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação,
vestuário ou outras prestações "in natura" que a empresa, por
fôrça do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao
empregado.

107
EXEMPLOS DE COMPOSIÇÃO DO SALÁRIO

COMISSÕES:
São valores que o empregado recebe do empregador,
normalmente por vendas de certos produtos ou serviços,
podendo ser pagas em valores fixos ou calculadas na forma
de percentuais incidentes sobre os valores dessas vendas.
Desse modo, as comissões, embora sejam em valores
variáveis, integram o salário
Para o cálculo de títulos como férias, 13° salário, Aviso Prévio, etc, apura-se a média das comissões.

108
EXEMPLOS DE COMPOSIÇÃO DO SALÁRIO

QUEBRA DE CAIXA:
Comumente pagas àqueles que exercem funções de caixa,
visando a possibilidade de ressarcimento de diferenças
monetárias a ser ressarcidas pelo empregado. Na forma da
Súmula 247 do TST, tal parcela possui natureza salarial.

109
EXEMPLOS DE COMPOSIÇÃO DO SALÁRIO

GRATIFICAÇÕES:
parcelas de natureza eminentemente salarial. Ex:
gratificação por tempo de serviço; gratificação por função
de confiança;

OBS: integram o salário apenas as gratificações legais, ou seja, previstas em lei.


Portanto, as demais gratificações meramente espontâneas ou contratuais, ainda
que ajustadas ou habituais, pagas pelo empregador, mas sem previsão em lei ou
que não sejam de função, deixam de ser previstas legalmente como integrantes
do salário, por força do art. 457, §2°, CLT. 110
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO

PARCELAS DE NATUREZA NÃO SALARIAL

Embora pagas diretamente pelo empregador a seu empregado,


não possuem qualidade e objetivos contraprestativos, sendo
transferidos com distintas finalidades. Portanto, não produzem os
reflexos clássicos que as parcelas salariais trazem.

111
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO

EXEMPLOS DE PARCELAS DE NATUREZA NÃO SALARIAL


Parcelas de Natureza Indenizatórias: decorrentes de despesas
reais, já feitas ou a se fazer, porém sempre em função do
cumprimento do contrato (diárias para viagem; ajuda de custo;
vale-transporte);
Ou
Indenizações pagas em decorrência de outro fato gerador (ressarcir direito
trabalhista não fruído). Por exemplo: indenizações pelas férias não gozadas;
aviso-prévio indenizado; indenização por dispensa anterior à data-base;
indenização substitutiva ao seguro-desemprego (súmula 389, TST);
112
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO

EXEMPLOS DE PARCELAS DE NATUREZA NÃO SALARIAL


Parcelas meramente instrumentais:
utilidades ofertadas pelo empregador como mecanismo
viabilizador da própria realização do serviço contratado ou
aperfeiçoamento no processo de consecução do trabalho.
Exemplo: uniforme; veículo; ferramentas e equipamento de
trabalho; etc

113
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO

EXEMPLOS DE PARCELAS DE NATUREZA NÃO SALARIAL


Parcelas de Direito Intelectual:
Títulos pagos diretamente pelo empregador, mas decorrente de
um direito específico adquirido pelo trabalhador ao longo do
contrato, com fundamento e dinâmica jurídica próprias. Trata-se
dos direitos resultantes da propriedade intelectual em sentido
amplo, em que se englobam os direitos autorais; propriedade
industrial; etc

114
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO

EXEMPLOS DE PARCELAS DE NATUREZA NÃO SALARIAL


Outras utilidades não salariais:
Há outras utilidades que não se enquadram no conjunto salarial,
cuja razão é a mera política legislativa. Exigem tipificação prévia
para a exclusão do conceito de salário. Exemplo: educação, saúde,
transporte para o trabalho e respectivo retorno; Art. 458, §2° e §5°
, CLT;

115
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO

EXEMPLOS DE PARCELAS DE NATUREZA NÃO SALARIAL


Parcelas pagas por terceiros:
Tratam-se, primordialmente, das gorjetas, que são figuras
aproximadas do salário, em virtude de serem habituais e
decorrerem da relação de emprego. A natureza salarial é
descartada em virtude de ter origem externa à figura do
empregador. Para tanto, é classificada como parcela estritamente
remuneratória.
OBS: não geram os mesmos efeito que as parcelas de natureza
salarial. Vide Súmula n° 354 do TST 116
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO

SÚMULA N° 354, TST


GORJETAS. NATUREZA JURÍDICA. REPERCUSSÕES (mantida)
-Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou
oferecidas espontaneamente pelos clientes, integram a
remuneração do empregado, não servindo de base de cálculo
para as parcelas de aviso-prévio, adicional noturno, horas extras
e repouso semanal remunerado.

117
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO

GORJETAS

De acordo com o art. 29, §1° da CLT, “as anotações concernentes


à remuneração devem especificar o salário, qualquer que seja sua
forma de pagamento, seja êle em dinheiro ou em utilidades, bem
como a estimativa da gorjeta.”

118
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO

GORJETAS: art. 457-A, §2°, CLT


§ 2º As empresas que cobrarem a gorjeta deverão inserir o seu valor correspondente
em nota fiscal, além de:
I - para as empresas inscritas em regime de tributação federal diferenciado, lançá-la na
respectiva nota de consumo, facultada a retenção de até vinte por cento da
arrecadação correspondente, para custear os encargos sociais, previdenciários e
trabalhistas derivados da sua integração à remuneração dos empregados, a título de
ressarcimento do valor de tributos pagos sobre o valor da gorjeta, cujo valor
remanescente deverá ser revertido integralmente em favor do trabalhador;

119
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO

GORJETAS: art. 457-A, §2°, CLT


§ 2º As empresas que cobrarem a gorjeta deverão inserir o seu valor correspondente
em nota fiscal, além de:
II - para as empresas não inscritas em regime de tributação federal diferenciado,
lançá-la na respectiva nota de consumo, facultada a retenção de até trinta e três por
cento da arrecadação correspondente para custear os encargos sociais, previdenciários
e trabalhistas, derivados da sua integração à remuneração dos empregados, a título de
ressarcimento do valor de tributos pagos sobre o valor da gorjeta, cujo valor
remanescente deverá ser revertido integralmente em favor do trabalhador; e
III - anotar na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no contracheque de seus
empregados o salário contratual fixo e o percentual percebido a título de gorjeta.

120
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO

EXEMPLOS DE PARCELAS DE NATUREZA NÃO SALARIAL


De acordo com o art. 458, §2° da CLT, não serão considerados como salário as seguintes
utilidades:
I – vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e utilizados no local de trabalho, para a prestação do
serviço;
II – educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores relativos a matrícula, mensalidade,
anuidade, livros e material didático;
III – transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso servido ou não por transporte público;
IV – assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante seguro-saúde;
V – seguros de vida e de acidentes pessoais;
VI – previdência privada;
VII – (VETADO)
VIII - o valor correspondente ao vale-cultura.

OBS: vide art. 457, §2°, CLT 121


CARACTERÍSTICAS SALARIAIS

CARÁTER ALIMENTAR:
O salário atende, regra geral, a um universo de necessidades
essenciais da pessoa humana e de sua família, ensejando um
conjunto de garantias (impenhorabilidade, prevalência frente aos
demais créditos, etc);

OBS: Constitui obrigação do empregador, independentemente dos resultados


financeiros do empreendimento. Decorrência do princípio da alteridade.
122
CARACTERÍSTICAS SALARIAIS

INDISPONIBILIDADE:
Não pode ser objeto de renúncia ou transação lesiva;

IRREDUTIBILIDADE:
O salário não pode ser objeto de supressão;

PERIODICIDADE:
Tratando-se de obrigação de trato sucessivo, constitui marca
essencial do salário. No nosso ordenamento, não pode ser
instituída periodicidade superior a 01 mês. 123
CARACTERÍSTICAS SALARIAIS

NATUREZA COMPOSTA:
Se compõe em diversos títulos e não apenas em uma única
rubrica.
OBS: vedação ao salário complessivo.

CARÁTER SINALAGMÁTICO:
A parcela salarial contrapõe-se à obrigação obreira de
prestar serviços.
OBS: a tendência do Direito do Trabalho é considerar o salário como contraprestação DO CONTRATO DE TRABALHO e não
necessariamente a imediata prestação de serviços. Isso explica a obrigação de pagar os salários nas hipóteses de interrupção do
contrato de trabalho.
124
COMPOSIÇÃO DO SALÁRIO

O salário pode ser composto por: importância fixa em dinheiro;


utilidades; comissões; gratificações legais; abonos, todos pagos
pelo empregador.
Salário utilidade de acordo com o art. 458, §3° da CLT, se
ajustado salário-utilidade, os valores a título de habitação e
alimentação constituirão, respectivamente, o limite de 25% e 20%,
no máximo. Ou seja, o salário não pode ser composto em mais de
25% a título de habitação, nem mais de 20% a título de
alimentação.
125
COMPOSIÇÃO DO SALÁRIO

OBS: tratando-se de habitação coletiva, o valor do


salário-utilidade será obtido mediante a divisão do justo
valor da habitação pelo número de ocupantes, vedada a
utilização de uma mesma unidade residencial por mais
de uma família.

126
COMPOSIÇÃO DO SALÁRIO

Reflexos do princípio da irredutibilidade salarial:

Joana foi contratada para trabalhar 8h/dia e 44h/semanais,


recebendo o salário mensal de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos
reais). A gerente da loja decidiu reduzir sua jornada de trabalho,
passando-a para a escala de 7h/dia (com redução aos sábados), e
40h semanais, mantendo seu salário no mesmo patamar inicial.

Passados 06 meses, a gerente decidiu reutilizar a escala de 44h


semanais. Seria lícito manter o mesmo padrão salarial ? 127
COMPOSIÇÃO DO SALÁRIO

Se o empregado recebe salário fixo mas o empregador, por conta própria,


fornece-lhe utilidades (excetuadas aquelas que expressamente não possuem
natureza salarial), estas irão se aderir ao Contrato de Trabalho, não podendo
mais serem retiradas, na forma do art. 468, CLT, devendo ser levado em
consideração para fins de cálculo das demais verbas trabalhistas (inclusive para
fins previdenciários).

E se o contrato for interrompido (15 primeiros dias do atestado medico, por


exemplo; férias), persiste a obrigação do fornecimento da utilidade?
OBS: se a hipótese for de suspensão do contrato de trabalho, o empregador não
assume o pagamento dos salário em qualquer modalidade.
128
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO

OUTRAS PARCELAS SALARIAIS


Adicional de Insalubridade Atividades insalubres são aquelas
definidas em quadro aprovado pelo Ministério do Trabalho e
Emprego, que expõem o trabalhador a agentes químicos, físicos ou
biológicos nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância
estabelecidos.
O trabalho em condições insalubres envolve maior perigo para a saúde do empregado, o
que ocasiona o aumento de sua remuneração. A depender do grau de exposição, pode
ser classificada em mínimo, médio e máximo, ensejando o pagamento de 10%, 20% ou
40% sobre o salário mínimo vigente;
A apuração do grau de enquadramento deve ficar a cargo do médico ou engenheiro de
129
segurança do trabalho.
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO

OUTRAS PARCELAS SALARIAIS

130
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO

OUTRAS PARCELAS SALARIAIS


Observações relativas ao adicional de insalubridade:
- Mais de um agente agressivo?

- Neutralização do agente agressivo por meio de EPI?

- Agente nocivo diverso do apontado na petição inicial (súmula


293, TST)?
131
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO

OUTRAS PARCELAS SALARIAIS

Adicional de Periculosidade assegurado no art. 193, CLT aos


empregados que trabalham em atividades ou operações perigosas,
na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do
Trabalho.

132
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO

OUTRAS PARCELAS SALARIAIS


Por sua natureza ou métodos de trabalho, são atividades que
implicam em risco acentuado em virtude da exposição
permanente do trabalhador: inflamáveis; explosivos ou energia
elétrica; roubos ou outras espécies de violência física nas
atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial;
atividades de trabalhador em motocicleta.
A tais empregados, será devido um adicional equivalente a 30%
sobre o salário-base, inserindo-se na composição salarial do
empregado. 133
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO

OUTRAS PARCELAS SALARIAIS

Observações relativas ao adicional de periculosidade:

- É possível a cumulação com o adicional de insalubridade?


- Integra parcela de natureza salarial?

134
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO

OUTRAS PARCELAS SALARIAIS

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