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Recife – PE
2020
JOÃO GUILHERME VIEIRA MELO
Recife
2020
SUMÁRIO
2. JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 12
3. OBJETIVOS .............................................................................................................. 16
4. METODOLOGIA ..................................................................................................... 17
5. CRONOGRAMA ...................................................................................................... 18
6. REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 19
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1. INTRODUÇÃO
1
PRADO, Maria Ligia; PELLEGRINO, Gabriela. História da América Latina. 1 ed. São Paulo: Editora
Contexto, 2014
2
Convenção n.º 1 da OIT. Disponível em
https://www.ilo.org/dyn/normlex/en/f?p=NORMLEXPUB:12100:0::NO:12100:P12100_INSTRUMENT
_ID:312146:NO.
3
Cf. RAMOS FILHO, Wilson. Direito Capitalista do Trabalho: história, mitos e perspectivas no Brasil.
São Paulo: LTr, 2012, p. 65.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao34.htm
5
de relacionamento social; higiene pessoal; troca de roupa ou uniforme, quando não houver
obrigatoriedade de realizar a troca na empresa.
O caput do art. 58 foi alterado para desconsiderar, em qualquer hipótese, o tempo
de percurso como tempo à disposição do empregador, e, assim, integrante da jornada de
trabalho. Com o mesmo propósito, foi revogado o § 3.º do art. 58.
Já a nova redação do art. 58-A ampliou para até trinta horas semanais a duração do
trabalho em jornada parcial, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou até
vinte e seis horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de até seis horas
suplementares semanais. No caso de quantidade semanal inferior a vinte e seis horas,
poderão ser acrescidas até seis horas extras semanais ao fixado no contrato. Admite-se a
compensação das horas extraordinárias, desde que isso ocorra na semana subsequente
àquela em que se deu o excesso. Caso contrário, o pagamento das horas extras, com
adicional de 50%, deve ser feito na folha de pagamento do mês subsequente.
A alteração da redação do caput do art. 59 não trouxe mudanças no regramento da
matéria ali disciplinada. Mas o § 5.º passou a admitir expressamente a pactuação de banco
de horas por acordo individual escrito, desde que o prazo de compensação não ultrapasse
seis meses. E o novo § 6.º veio autorizar a pactuação por acordo individual, inclusive
tácito, se a compensação ocorrer no mesmo mês.
Com a introdução do art. 59-A, a Lei n.º 13.467/17 autorizou a fixação de escala de
12 horas de trabalho por trinta e seis de descanso, inclusive sem a necessidade de
concessão de intervalos, que poderão ser indenizados. Por cima, o parágrafo único dá por
compensados os feriados e prorrogações noturnas trabalhados, bem assim remunerado o
repouso semanal, no caso de pactuação de tal escala.
Prosseguiu o legislador no avanço contra os direitos dos trabalhadores, para estatuir,
no novo art. 59-B, que quando o empregador não observar as exigências legais para a
compensação de jornada, inclusive quando estabelecida por acordo tácito, não estará
obrigado a pagar as horas excedentes à jornada diária, bastando pagar o adicional de horas
extras, no caso de não ser ultrapassada a duração semanal do trabalho. E no parágrafo
único contrariou entendimento cristalizado em súmula do Tribunal Superior do trabalho,
dispondo que a prestação de horas extras habituais não descaracteriza o acordo de
compensação de jornada e o banco de horas.
O novel parágrafo único do art. 60 dispensa licença prévia das autoridades
competentes em matéria de higiene do trabalho a prorrogação de jornada em escala de
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doze horas de trabalho por trinta e seis horas ininterruptas de descanso 12x36h, em
atividades insalubres.
O parágrafo único do art. 61 foi alterado para dispensar a comunicação à autoridade
competente em matéria de trabalho, ou a justificação à fiscalização do trabalho, da
prorrogação da jornada no caso de necessidade imperiosa, em caso de força maior ou
quando necessária para atender à realização ou conclusão de serviços inadiáveis ou cuja
inexecução possa acarretar prejuízo manifesto ao empregador.
Acrescentou-se o inciso III ao art. 62, que indica a exclusão dos empregados em
regime de teletrabalho do regime previsto no capítulo “Da duração do trabalho”.
Outra alteração prejudicial aos trabalhadores, e que também representa avanço sobre
entendimento sumulado do TST, ocorreu no § 4.º do art.71. Agora, a não concessão ou a
concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo implica o pagamento, de natureza
indenizatória (não mais salarial), apenas do período suprimido (não mais o tempo integral
do intervalo), com acréscimo de 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de
trabalho.
A Lei n.º 13.874/19 alterou o art. 74 da CLT, que trata do registro de jornada.
Simplificou o texto, reduzindo o teor do caput e revogando o § 1.º. O mais importante,
ampliou de 10 para 20 o número de empregados a partir do qual a empresa será obrigada
a controlar a jornada de trabalho, com a anotação dos horários de entrada e saída. Além
disso, o registro manual, mecânico ou eletrônico, em poder do empregado, valerá,
também para o horário dos empregados que exerçam o trabalho fora do estabelecimento
da empresa. Por fim, restou autorizada a utilização de registro de ponto por exceção à
jornada regular de trabalho, mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou
acordo coletivo de trabalho (§ 4.º).
A Medida Provisória n.º 905/19 chegou a promover alterações nos artigos 67, 68 e
70 da CLT, sobre trabalho aos domingos e feriados, mas foi revogada pela Medida
Provisória n.º 955/20.
Uma das alterações mais relevantes promovidas pela Lei n.º 13.467/17 foi a
instituição do contrato de trabalho intermitente, no art. 552-A da CLT. Por essa
modalidade contratual, o empregado receberá salário pelas horas efetivamente
trabalhadas, não se computando o período de inatividade a este fim. Assegura-se salário
não inferior ao salário mínimo/hora ou àquele devido aos demais empregados do
estabelecimento que exerçam a mesma função em contrato intermitente ou não, que será
pago ao final de cada período de prestação de serviço, compondo-se a remuneração de
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salário das horas trabalhadas, férias proporcionais com acréscimo de um terço; décimo
terceiro salário proporcional; repouso semanal remunerado; e adicionais legais.
Também merece destaque, na seara abordada nesta pesquisa, a introdução do art.
611-A, consagrando a prevalência do negociado sobre o legislado, nas disposições, além
de outros temas, sobre, pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites
constitucionais; banco de horas anual; intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo
de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas; teletrabalho, regime de sobreaviso,
e trabalho intermitente; modalidade de registro de jornada de trabalho; troca do dia de
feriado; prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das
autoridades competentes do Ministério do Trabalho;
Este é o quadro normativo atual.
A partir do quadro delineado, podemos agrupar os trabalhadores, quanto às regras
sobre duração do trabalho que lhes são aplicadas, nos seguintes grupos: a) empregados
com jornada ordinária típica; b) empregados inseridos em turnos ininterruptos de
revezamento; c) contratados para jornada de trabalho a tempo parcial; d) empregados
típicos não abrangidos pelo regime previsto na CLT; e) empregados domésticos; f)
trabalhadores rurais; g) contratados para trabalho intermitente; h) contratados para escalas
de 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso. Para cada um desses grupos há regras
distintas, no que concerne à fixação da jornada e, em alguns, quanto ao controle e ao
registro.
Não é difícil perceber que as alterações realizadas na legislação trabalhista nas
últimas três décadas, quanto ao tema duração do trabalho, foram todas destinadas a
permitir a ampliação da jornada de trabalho pelo empregador, sem, necessariamente, o
correspondente pagamento do excesso com acréscimo salarial (escala de 12x36h, banco
de horas, etc.). Ou a utilização de mão de obra estritamente nos momentos de necessidade
empresarial, mediante pagamento apenas das horas efetivamente trabalhadas (trabalho
intermitente, jornada a tempo parcial, etc.).
Por outro lado, as alterações flexibilizaram o controle e registro de jornada a cargo
do empregador. As empresas com menos de 20 empregados sequer precisam manter
controle de jornada. As demais poderão realizar o registro de ponto por exceção à jornada
regular de trabalho, possibilidade historicamente rejeitada pela jurisprudência5.
5
REGISTRO DE PONTO POR EXCEÇÃO. O sistema de registro de ponto por exceção, adotado pela
reclamada, afigura-se inválido, porquanto impede o controle real da jornada de trabalho desempenhada pelo
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empregado, afrontando, ainda, a regra constante no artigo 74, § 2º, da CLT, a qual dispõe acerca da
obrigatoriedade de anotação da hora de entrada e de saída dos empregados.
(TRT-4 – ROT: 00207832220175040732, Data de Julgamento: 11/10/2019, 2ª Turma).
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2. JUSTIFICATIVA
6
Cf. Relatório Anual de Informações Sociais – RAIS 2018. Em 2018 havia 46.631.115 trabalhadores com
vínculo formal de emprego no Brasil em 3.439.216 empresas com empregados. Das que têm empregados,
3.144.061 têm menos de 20 empregados, representando 91,41% das empresas empregadoras, que estão,
assim, dispensadas do controle de jornada. Disponível em
http://pdet.mte.gov.br/images/rais2018/nacionais/3-sumario.pdf.
7
Horas Extras/Adicional de Horas Extras 372.021; Horas Extras 335.742; Intervalo Intrajornada/Adicional
de Hora Extra 310.008; Horas Extras Reflexos 283.293; Intervalo Intrajornada 220.605; Adicional Noturno
145.726; Repouso Semanal Remunerado e Feriado 93.835; Intervalo Interjornadas 93.016. Cf. Tribunal
Superior do Trabalho. Disponível em http://www.tst.jus.br/web/estatistica.
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https://www.tst.jus.br/documents/10157/63002/LivroInternet+%281%29.pdf/f24990a5-a0b3-f2b3-131a-
504c08dace3f?t=1591316052743
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empregador ou mesmo utilizado em juízo, uma vez que não há como assegurar que os
dados coletados sejam idôneos.
Aplicativo móvel, mais conhecido pela abreviatura app, nada mais é do que um
software especialmente desenvolvido para instalação em dispositivos eletrônicos móveis,
principalmente smartphones. Como se sabe, tais aplicativos estão disponíveis em lojas
on-line para instalação no dispositivo eletrônico, uns gratuitos, outros pagos. O usuário
pode descarregar os aplicativos de várias plataformas de distribuição de software móvel.
A esta altura, a humanidade sabe que aplicativos oferecem uma infinidade de
possibilidades em termos de funcionalidades. E a produção de um app não demanda,
necessariamente, profundo conhecimento na área, ou grande investimento monetário.
Neste momento, cumpre indicar, apenas, as linhas gerais do aplicativo a ser
projetado no desenvolvimento deste trabalho.
Em primeiro lugar, o aplicativo deve servir tanto à situação em que o empregador
adote um mecanismo qualquer de frequência, quanto à hipótese em que não o faça, seja
por estar desobrigado a controlar, seja por outra razão qualquer.
Na primeira hipótese, o aplicativo deverá estar dotado de mecanismo para evitar
fraudes do empregador. Não custa registrar que, em juízo, um dos argumentos mais
utilizados pelos advogados de empregados para impugnar documentos de controle de
frequência é o de que os empregadores os obrigam a trabalhar antes e, principalmente,
após os registros de entrada e saída, respectivamente.
É de conhecimento geral que, entre as inúmeras funcionalidades oferecidas por
aplicativos móveis está, exatamente, a de geolocalização. O app de controle de jornada a
ser projetado deverá conter a ferramenta de geolocalização, para acusar a presença do
trabalhador no local de trabalho, após um determinado tempo após a chegada sem que
tenha havido o registro de entrada e, também, para cancelar o registro de saída realizado
se, após determinado tempo, o empregado continuar no local de trabalho.
Este seria o grande diferencial operacional entre o app que aqui se pretende desenhar
em relação ao seu concorrente direto, o Mywork. Neste, a possibilidade de localizar o
empregado tem o propósito de facilitar o controle de ponto durante o labor remoto,
diferentemente do objetivo aqui apresentado: a marcação automática da jornada se
baseando no tempo em que o funcionário se encontra em seu local de trabalho.
A funcionalidade de geolocalização será a principal ferramenta para o registro
idôneo de frequência, no caso de o empregador não concordar com a adoção do aplicativo.
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3. Objetivos
4. Metodologia
5. Cronograma9
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Sujeita a alterações, em virtude da Pandemia COVID-19.
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6. Referências
BEZERRA LEITE, Carlos Henrique. Curso de Direito do Trabalho. 11.ª ed. São
Paulo: Saraiva, 2019.
COUTINHO, Grijalbo; MELO FILHO, Hugo. O ativismo judicial do TST domo Fator
de flexibilização do Direito do Trabalho no Brasil. In COUTINHO, Grijalbo; MELO
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 18.ª ed. São Paulo:
LTR, 2019.
GIL, A. C (1991). Métodos e técnicas de pesquisa social. 3.ª ed. São Paulo: Atlas.
SOUTO MAIOR, Jorge. História do Direito do Trabalho no Brasil. São Paulo: LTR,
2017.
http://www.tst.jus.br/web/estatistica.
https://www.tst.jus.br/documents/10157/63002/LivroInternet+%281%29.pdf/f24990a5-
a0b3-f2b3-131a-504c08dace3f?t=1591316052743