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23/09/2022

DIREITO DO TRABALHO II
DO CONTRATO DE TRABALHO TEMPORÁRIO DA LEI 9.601/98 - CONTRATO PROVISÓRIO

Mais uma hipótese de contratação por prazo determinado, além daquelas três que já vimos. Então, existem
4 hipóteses no total.

Não tem NADA A VER com o trabalhador temporário. A Lei 6.019/74 regula esse tipo de trabalhador.

O nome usado pela doutrina para se referir ao contrato de trabalho temporário é contrato provisório (para
não confundir).

O prazo é o mesmo das hipóteses do art. 443, CLT: 2 anos.

O Brasil estava passando por uma situação de grande desemprego. O legislador editou muitas normas com
a intenção de reduzir isso. Uma delas foi a LEI 9.601/98.

O empregado pode contratar empregado por prazo determinado por até 2 anos quando o empregador
aumentar o número de empregados. Aumentando seu contingente de empregados, ele pode fazer isso. A
intenção é ampliar a mão de obra. Essas contratações deveriam representar acréscimo no número de
admissões.

Para tanto, a contratação depende de autorização mediante acordo ou convenção coletiva. O sindicato deve
permitir que o empregado faça isso para que então ele possa fazê-lo.

A contratação com base nessa lei está livre da regra quanto à prorrogação dos contratos por prazo
determinado. A prorrogação, segundo essa regra, só poderia acontecer uma única vez, respeitado o prazo
total. No caso em questão, não há limites para a prorrogação, contanto que se observe o prazo limite de 2
anos. Ex: contrata por 6 meses, prorroga por mais 6, prorroga por mais 6 e prorroga por mais 6. Isso pode
ser feito. Isso não fará com que o contrato passe a ser por prazo indeterminado.

DO CONTRATO DE TRABALHO A TEMPO INTEGRAL x A TEMPO PARCIAL

Última classificação dos contratos de trabalho.

Os contratos de trabalho a tempo integral são a regra geral.

O contrato de trabalho a tempo parcial está previsto no art. 58-A, CLT. Sua redação foi alterada pela reforma
trabalhista.

A expressão "tempo" se refere à jornada de trabalho.

Jornada de trabalho integral: é a jornada máxima de trabalho. Ninguém pode trabalhar por mais de 8 horas
diárias e 44 horas semanais. Pode fazer até 2 horas extras por dia.

O salário mínimo é o mínimo que um trabalhador que presta serviços durante a jornada integral (8 horas
diárias ou 44 semanais) deve receber.
Jornada parcial: menos do que o tempo máximo de jornada.

Tentativa do legislador de aumentar a contratação.

Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a trinta horas
semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou, ainda, aquele cuja duração não exceda
a vinte e seis horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de até seis horas suplementares semanais.

O empregador pode pagar quantia do salário mínimo proporcional ao tempo trabalhado. O empregado
trabalha menos, porém o empregador é menos onerado. Incentiva a contratação. A possibilidade de fazer
hora extra é excluída no caso de trabalhador que tem jornada entre 26 e 30 horas semanais.

EMPREGADO DOMÉSTICO -> ele também está autorizado a trabalhar em regime de tempo parcial. A Lei do
Doméstico (LC 150/15). A CLT não se aplica a ele.

Art. 3°, LC 150/15. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda 25
(vinte e cinco) horas semanais.
§ 2º A duração normal do trabalho do empregado em regime de tempo parcial poderá ser acrescida de horas
suplementares, em número não excedente a 1 (uma) hora diária, mediante acordo escrito entre empregador
e empregado, aplicando-se-lhe, ainda, o disposto nos §§ 2º e 3º do art. 2º, com o limite máximo de 6 (seis)
horas diárias.

DA CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL (CTPS)

Tem tudo a ver com o contrato de trabalho.

Ela é meio de prova quanto à existência de um contrato de trabalho.

Contrato de trabalho escrito é anotação na carteira de trabalho. Ex: "o contrato de trabalho é de
experiência". Hoje, nem mesmo se tem carteira de trabalho física. Ela é eletrônica. É acessada pelo site do
Ministério do Trabalho. Isso facilitou DEMAIS a vida.

A falta da carteira ou de anotação não significa que o prestador de serviços não é empregado. Princípio da
primazia da realidade.

Art. 13, CLT. A Carteira de Trabalho e Previdência Social é obrigatória para o exercício de qualquer emprego,
inclusive de natureza rural, ainda que em caráter temporário, e para o exercício por conta própria de
atividade profissional remunerada. (Caput do artigo com redação dada pelo Decreto-Lei nº 926, de
10/10/1969) § 1º O disposto neste artigo aplica-se, igualmente, a quem: (Parágrafo único transformado em
§ 1º pelo Decreto-Lei nº 229, de 28/2/1967, e com redação dada pelo Decreto-Lei nº 926, de 10/10/1969) I
– proprietário rural ou não, trabalhe individualmente ou em regime de economia familiar, assim entendido
o trabalho dos membros da mesma família, indispensável à própria subsistência, e exercido em condições
de mútua dependência e colaboração; (Inciso acrescido pelo Decreto-Lei nº 926, de 10/10/1969) II – em
regime de economia familiar e sem empregado, explore área não excedente do módulo rural ou de outro
limite que venha a ser fixado, para cada região, pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social. (Inciso
acrescido pelo Decreto-Lei nº 926, de 10/10/1969) § 2º A Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS)
obedecerá aos modelos que o Ministério da Economia adotar. (Parágrafo acrescido pelo Decreto-Lei nº 229,
de 28/2/1967, e com redação dada pela Lei nº 13.874, de 20/9/2019) § 3º (Parágrafo acrescido pelo Decreto-
Lei nº 926, de 10/10/1969, e revogado pela Lei nº 13.874, de 20/9/2019) § 4º (Parágrafo acrescido pelo
Decreto-Lei nº 926, de 10/10/1969, e revogado pela Lei nº 13.874, de 20/9/2019)
Regra geral: nenhum empregado pode começar a prestar serviços sem ter sua carteira de trabalho
devidamente anotada. Data de admissão, jornada de trabalho etc. Se o empregado não tem carteira de
trabalho, ele NÃO PODE SER CONTRATADO. Isso acontece muito com empregados domésticos. O prestador
de serviços deve primeiro apresentar a carteira. O cadastro deve ser feito no Ministério do Trabalho. E pelo
site o empregador consegue fazer as devidas anotações.

Art. 29, CLT. O empregador terá o prazo de 5 (cinco) dias úteis para anotar na CTPS, em relação aos
trabalhadores que admitir, a data de admissão, a remuneração e as condições especiais, se houver [ex:
contrato por prazo determinado], facultada a adoção de sistema manual [carteira em papel], mecânico ou
eletrônico [carteira digital], conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério da Economia. (Caput
do artigo com redação dada pela Lei nº 13.874, de 20/9/2019)
§ 1º As anotações concernentes à remuneração devem especificar o salário, qualquer que seja sua forma de
pagamento, seja ele em dinheiro ou em utilidades, bem como a estimativa da gorjeta. (Parágrafo com
redação dada pelo Decreto-Lei nº 229, de 28/2/1967) § 2º As anotações na Carteira de Trabalho e
Previdência Social serão feitas: (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 7.855, de 24/10/1989) a) na data-
base; (Alínea acrescida pela Lei nº 7.855, de 24/10/1989) b) a qualquer tempo, por solicitação do
trabalhador; (Alínea acrescida pela Lei nº 7.855, de 24/10/1989) c) no caso de rescisão contratual; ou
(Alínea acrescida pela Lei nº 7.855, de 24/10/1989) d) necessidade de comprovação perante a Previdência
Social. (Alínea acrescida pela Lei nº 7.855, de 24/10/1989) § 3º A falta de cumprimento pelo empregador do
disposto neste artigo acarretará a lavratura do auto de infração, pelo Fiscal do Trabalho, que deverá, de
ofício, comunicar a falta de anotação ao órgão competente, para o fim de instaurar o processo de anotação.
(Parágrafo acrescido pelo Decreto-Lei nº 229, de 28/2/1967, e com redação dada pela Lei nº 7.855, de
24/10/1989) § 4º É vedado ao empregador efetuar anotações desabonadoras à conduta do empregado em
sua Carteira de Trabalho e Previdência Social. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 10.270, de 29/8/2001) § 5º O
descumprimento do disposto no § 4º deste artigo submeterá o empregador ao pagamento de multa prevista
no art. 52 deste Capítulo. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 10.270, de 29/8/2001) § 6º A comunicação pelo
trabalhador do número de inscrição no CPF ao empregador equivale à apresentação da CTPS em meio
digital, dispensado o empregador da emissão de recibo. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.874, de
20/9/2019) § 7º Os registros eletrônicos gerados pelo empregador nos sistemas informatizados da CTPS
em meio digital equivalem às anotações a que se refere esta Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.874, de
20/9/2019) § 8º O trabalhador deverá ter acesso às informações da sua CTPS no prazo de até 48 (quarenta
e oito) horas a partir de sua anotação. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.874, de 20/9/2019)

Os 5 dias úteis são contados da data de início da prestação de serviços.

O empregador sofrerá penalidade caso não fizer isso.

Art. 47. O empregador que mantiver empregado não registrado nos termos do art. 41 desta Consolidação
ficará sujeito a multa no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) por empregado não registrado, acrescido de
igual valor em cada reincidência. (Caput do artigo com redação dada pela Lei nº 13.467, de 13/7/2017,
publicada no DOU de 14/7/2017, em vigor 120 dias após a publicação)
§ 1º Especificamente quanto à infração a que se refere o caput deste artigo, o valor final da multa aplicada
será de R$ 800,00 (oitocentos reais) por empregado não registrado, quando se tratar de microempresa ou
empresa de pequeno porte. (Parágrafo único acrescido pelo Decreto-Lei nº 229, de 28/2/1967,
transformado em § 1º e com redação dada pela Lei nº 13.467, de 13/7/2017, publicada no DOU de 14/7/2017,
em vigor 120 dias após a publicação) § 2º A infração de que trata o caput deste artigo constitui exceção ao
critério da dupla visita. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.467, de 13/7/2017, publicada no DOU de
14/7/2017, em vigor 120 dias após a publicação)

Art. 47-A. Na hipótese de não serem informados os dados a que se refere o parágrafo único do art. 41 desta
Consolidação, o empregador ficará sujeito à multa de R$ 600,00 (seiscentos reais) por empregado
prejudicado. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.467, de 13/7/2017, publicada no DOU de 14/7/2017, em vigor
120 dias após a publicação)

Antes, o fiscal tinha que ir até a empresa de surpresa e olhar as carteiras. Hoje, a fiscalização é pelo e-social.
A fiscalização é muito mais fácil e se dá de longe.

Art. 41, CLT. Em todas as atividades será obrigatório para o empregador o registro dos respectivos
trabalhadores, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico, conforme instruções a serem
expedidas pelo Ministério do Trabalho.
Parágrafo único. Além da qualificação civil ou profissional de cada trabalhador, deverão ser anotados todos
os dados relativos à sua admissão no emprego, duração e efetividade do trabalho, a férias, acidentes e
demais circunstâncias que interessem à proteção do trabalhador. (Artigo com redação dada pela Lei nº
7.855, de 24/10/1989)

Durante o contrato de trabalho, várias anotações devem ser feitas. Ex: o empregado vai sair de férias - o
empregador precisa registrar isso. A falta dessas anotações periódicas deixa o empregador sujeito a multa
também, porém menor. Anotar todas as informações relativas aos direitos trabalhistas. A multa é aplicada
por infração, de modo cumulativo. Ex: por cada ano sem registrar as férias, uma multa de 600 reais.

Esse valor é pago ao governo federal. Normalmente elas são incluídas no FAT (Fundo de Amparo ao
Trabalhador).

O valor probante das anotações na carteira: é o valor de prova. Qual é o valor para fins de prova dessas
anotações?

Ex: o empregador registra que o empregado ganha 1.000 reais. Mas paga a ele 1.000 reais de salário PF (por
fora) (não quer pagar o FGTS relativo a esse valor). Ele reclama os direitos trabalhistas relacionados a esse
valor pago por fora.

Súmula 12 do TST.

Presunção relativa, que admite prova em contrário. O juiz do trabalho não entenderá que o que está ali
necessariamente é a verdade. O empregado pode fazer prova de que ele ganhava valor por fora. Se o
empregado não conseguir fazer a prova, prevalece o que estava anotado na carteira de trabalho. Tudo o que
está documentado, com base no princípio da primazia da realidade, gera mera presunção relativa.

Ex: o empregador proíbe o empregado de registrar hora extra. O empregado pode demonstrar que isso
acontecia.

Art. 9° da LC 150/15. A Carteira de Trabalho e Previdência Social será obrigatoriamente apresentada, contra
recibo, pelo empregado ao empregador que o admitir, o qual terá o prazo de 48 (quarenta e oito) horas para
nela anotar, especificamente, a data de admissão, a remuneração e, quando for o caso, os contratos
previstos nos incisos I e II do art. 4º.

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