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MÓDULO IV

EMPREGADOS DOMESTICOS – Lei Complementar n. 150/2015

Conceito:

“Doméstico é a pessoa física que trabalha de forma pessoal, subordinada, continuada e


mediante salário, para outra pessoa física ou família que não explore atividade lucrativa,
no âmbito residencial desta por período superior a 2 dias por semana (art. 1)”.

Serviço Doméstico / Atividade de Natureza Não Lucrativa : para quem trabalha? Quem é
seu empregador?

Continuidade:

Pessoa Física: não pode a pessoa jurídica ser tomadora do serviço domestico, nem tão
pouco um profissional liberal;

Família: a responsabilidade pela anotação da CTPS do empregado fica a cargo de um dos


membros da família
Consórcio de empregador doméstico;
República Estudantil.
Direitos Constitucionais dos Empregados - § único, do art. 7º da CF

- Jornada de Trabalho e compensação

. Obrigatoriedade de controle de jornadas (art. 12, LC 150/2015);

. Acordo de compensação de forma expressa e escrito;

. Possibilidade de as primeiras 40h extras serem pagas e as demais


compensadas no prazo de até 1 ano (art. 2);

. Possibilidade de jornada 12x36h (art. 10);

. Viagem mediante acordo escrito, com pagamento da hora trabalhada com


acréscimo de 25% (art. 11), possibilitando os 25% ser convertido em banco de horas a
ser gozado a critério do empregado (parágrafo 3, art. 11);

. Trabalho por tempo parcial de até 25h semanais, possibilitando trabalho de


1h extra por dia em atividade diária que não exceda a 6h (art. 3.);

. intervalo intrajornada mínimo de 1h e máximo 2h, possibilitando ao


empregado que reside no local a divisão em dois intervalos, não ultrapassando 4h
diárias (art. 13);
- Férias: possibilidade de fracionamento em apenas 2 períodos.

- Contrato Por Tempo Determinado (art. 4):


. Experiência: até 90 dias;
. Atendimento de necessidade familiar de natureza transitória;
. Substituição temporária de empregado com contrato de trabalho
interrompido.
Obs.: Os últimos dois contratos apenas por período máximo de 2 anos.

- FGTS: 8% + 3,2%.

- Seguro Desemprego: (art. 26) um salário mínimo pelo período máximo de 3 meses,
desde que nos últimos 24 meses tenha comprovado vínculo em 15 meses.

- Aviso Prévio: aplica-se a regra da lei da proporcionalidade (art. 23), lei 12.506/2011.

- Processo Judicial. Penhora de Bens de família: art. 3, I, da lei 8.009/90, foi


revogada pela LC 150/2015.

- Licença Maternidade – Paternidade – Estabilidade da Gestante:


a. licença maternidade é de 120 dias (art. 7º, XVIII, CF);
b. Licença Paternidade é de 5 dias (art. 7º, XIX, CF);
Obs.: SUCESSÃO: previsto no art. 10 e art.
448, CLT, não se aplica ao doméstico, posto
que o empregador domestico não é
empresário e porque o doméstico está
excluído da CLT, conforme art. 7º, a, da
CLT.
TRABALHADOR RURAL – LEI Nº 5.889/1973

1. Conceito:

“empregado rural é toda pessoa física que, em


propriedade rural ou prédio rústico, presta serviço de
natureza não eventual a empregador rural, sob a
dependência deste e mediante salário”. (art. 2º, da Lei
do Rural)

“empregador rural é a pessoa física ou jurídica,


proprietária ou não, que explore atividade
agroeconômica, em caráter permanente ou temporário,
diretamente ou através de prepostos e com auxílio de
empregados.” (art. 3º, da Lei do Rural)
2. Empregador Rural é aquele que exerce atividade
agroeconomica; havendo processo de industrialização sem a
transformação da matéria prima na sua aparência in natura,
sem mudar a forma como vem da natureza, a indústria será
rural.

3. Propriedade Rural e Prédio Rústico:

Propriedade rural: são os imóveis com meios de produção


com maquinários modernos, tecnologia, perdendo a
aparência rústica, onde os produtos são guardados em
grande reservatórios, com temperaturas controladas, etc;

Prédios rústicos: estabelecimento rudimentar, com pouco ou


nenhum maquinário, pequenas dimensões, onde os produtos
são estocados em barracos de madeira, embaixo de
lençóis, etc.
4. Contrato de Trabalho

Em regra por período indeterminado, salvo experiência e Safrista: é


empregado contratado por prazo determinado, tendo o contrato a duração
de safra (art. 14-A, da Lei do Rural).

Contrato Escrito;

Máximo 2 meses de vigência em um período de 1 ano;

5. Aviso Prévio: art. 15, da lei do rural (um dia por semana para procurar
outro emprego);

6. Intervalo Intrajornada (almoço):


art. 5º, da lei do rural: no mínimo de 01h para aqueles que trabalham
mais de 6h, não prevendo limite máximo para o intervalo;
art. 6º, da lei do rural: para o serviço intermitente (onde os
serviços são executados em duas etapas distintas) pode ser
estendido o intervalo interjornada, sem que o mesmo seja
computado na jornada de trabalho e seja tal observação anotada na
CTPS.
7. Horário Noturno: art. 7º da lei do rural:
Horário Cheiro: são consideradas as 8 horas noturnas, sendo 1h cheia;

Adicional de 25%;

Lavoura: das 21h às 05h;

Pecuária: das 20h às 04h.

8. Utilidades: art. 9º, da lei do rural: a cessão de moradia e bens


destinados a produção não integram o salário, desde que haja previsão em
contrato de trabalho de forma escrita com a presença de testemunha, do
contrário poderá ser cobrado:

Moradia: 20% do salário mínimo (é vedada a moradia coletiva de


família); Rescindido o contrato de trabalho o trabalhador terá até 30
dias para desocupar o imóvel que lhe foi fornecido por força do contrato
de trabalho (Ação de Imissão e Reintegração de Posse na JT)

Alimentação: 25% do salário mínimo;


III - Empregado Público

“Art. 37. A administração pública direta e indireta de


qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte:
...
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas
e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do
cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as
nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração;”
 Servidor Público (estatutário - concursado)

 Servidor Comissionado (estatutário livre nomeação e exoneração)

 Contrato Emergencial Temporário (Estatutário ou Celetista – Tempo


determinado até 02 anos)

 Empregado Público (Celetista - Concursado)

 Administração Pública Direta (União, Estados, DF e Municípios)

 Administração Pública Indireta


 Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista
Contrato Nulo

A contratação sem concurso público, nos termos da


súmula 363 do TST, trata-se de trabalho proibido:

CONTRATO NULO. EFEITOS (nova redação) - Res.


121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. A contratação de
servidor público, após a CF/1988, sem prévia aprovação em
concurso público, encontra óbice no respectivo art. 37, II e §
2º, somente lhe conferindo direito ao pagamento da
contraprestação pactuada, em relação ao número de horas
trabalhadas, respeitado o valor da hora do salário mínimo, e
dos valores referentes aos depósitos do FGTS.
Obs:

O STF, em julgamento de Recurso Extraordinário


em Repercussão Geral, confirmou entendimento
que já vinha sendo manifestado pelo TST ao
declarar que não é necessário concurso
público para a contratação de empregado nas
pessoas jurídicas d denominado “sistema S” –
serviços sociais autônomo, que abrange
entidades com o SESC, SENAI, SENCA, SEST etc.
Da Privatização de Empresa Pública

Súmula nº 430 do TST trata da privatização de empresa


pública da administração indireta.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA.


CONTRATAÇÃO. AUSÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO.
NULIDADE. ULTERIOR PRIVATIZAÇÃO.
CONVALIDAÇÃO. INSUBSISTÊNCIA DO VÍCIO - Res.
177/2012, DEJT divulgado em 13, 14
e 15.02.2012. Convalidam-se os efeitos do contrato de
trabalho que, considerado nulo por ausência de concurso
público, quando celebrado originalmente com ente da
Administração Pública Indireta, continua a existir após a sua
privatização.
Desvirtuação do Estágio com a Administração Pública

Para a existência do contrato de estágio válido, há necessidade de


preenchimento de requisitos da lei nº 11.788/2008, sendo:

1. Matrícula e frequência escolar atestado pela instituição de ensino;

2. Termo de compromisso entre estagiário, parte concedente e


instituição de ensino;

3. Compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e


aquelas previstas no termo de compromisso;

4. Acompanhamento efetivo pelo professor orientador da instituição


de ensino e por supervisor da parte concedente.
Orientação Jurisprudencial nº 366 da SDI – I

“Orientação Jurisprudencial 366/TST-SDI-I - 20/05/2008. Relação


de emprego. Estagiário. Desvirtuamento do contrato de estágio.
Reconhecimento do vínculo empregatício com a administração pública
direta ou indireta. Período posterior à CF/88. Impossibilidade.
Necessidade de concurso público. Súmula 363/TST. CLT, art. 3º.
CF/88, art. 37, II.

Ainda que desvirtuada a finalidade do contrato de estágio celebrado


na vigência da Constituição Federal de 1988, é inviável o
reconhecimento do vínculo empregatício com ente da Administração
Pública direta ou indireta, por força do art. 37, II, da CF/1988, bem
como o deferimento de indenização pecuniária, exceto em relação às
parcelas previstas na Súmula 363/TST, se requeridas.”
Trabalho Proibido de Policial Militar

Súmula nº 386 do TST - POLICIAL MILITAR.


RECONHECIMENTO DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO COM
EMPRESA PRIVADA (conversão da Orientação
Jurisprudencial nº 167 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ
20, 22 e 25.04.2005. Preenchidos os requisitos do art. 3º
da CLT, é legítimo o reconhecimento de relação de emprego
entre policial militar e empresa privada, independentemente do
eventual cabimento de penalidade disciplinar prevista no
Estatuto do Policial Militar.

O trabalho proibido, diferentemente do trabalho ilícito,


gera efeitos na esfera trabalhista. No caso específico do
policial militar, a Justiça do Trabalho irá declarar o vinculo
desde que presente os requisitos do art. 3º, da CLT.
Jornada do Empregado Público


Orientação Jurisprudencial 308/TST-SDI-I - 11/08
/2003
. Jornada de trabalho. Alteração. Retorno à jornada
inicialmente contratada. Servidor público.
CLT, art. 468.
O retorno do servidor público (administração direta,
autárquica e fundacional) à jornada inicialmente
contratada não se insere nas vedações do art. 468 da
CLT, sendo a sua jornada definida em lei e no contrato
de trabalho firmado entre as partes.”

TST (informativo 99 e 102)


Remuneração do Empregado Público

Recentemente o TST incluiu o item II à Orientação Jurisprudencial 358,


da SDI – I, senão vejamos: 358 - TST-SDI-I. SALÁRIO MÍNIMO E
PISO SALARIAL PROPORCIONAL À JORNADA REDUZIDA.
EMPREGADO. SERVIDOR PÚBLICO (redação alterada na sessão do
Tribunal Pleno realizada em 16.02.2016) - Res. 202/2016, DEJT
divulgado em 19, 22 e 23.02.2016

I - Havendo contratação para cumprimento de jornada reduzida, inferior


à previsão constitucional de oito horas diárias ou quarenta e quatro
semanais, é lícito o pagamento do piso salarial ou do salário mínimo
proporcional ao tempo trabalhado.

II – Na Administração Pública direta, autárquica e fundacional não é


válida remuneração de empregado público inferior ao salário mínimo,
ainda que cumpra jornada de trabalho reduzida. Precedentes do Supremo
Tribunal Federal.
Equiparação Salarial

SUMULA nº 455 – TST - EQUIPARAÇÃO SALARIAL.


SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. ART. 37, XIII,
DA CF/1988. POSSIBILIDADE. (conversão da
Orientação Jurisprudencial nº 353 da SBDI-1 com
nova redação) – Res. 194/2014, DEJT divulgado em
21, 22 e 23.05.2014. À sociedade de economia mista
não se aplica a vedação à equiparação prevista no art. 37,
XIII, da CF/1988, pois, ao admitir empregados sob o
regime da CLT, equipara-se a empregador privado,
conforme disposto no art. 173, § 1º, II, da CF/1988.
Estabilidade do Empregado Público

Súmula nº 390 do TST - ESTABILIDADE. ART. 41 DA CF/1988.


CELETISTA. ADMINISTRAÇÃO DIRETA, AUTÁRQUICA OU
FUNDACIONAL. APLICABILIDADE. EMPREGADO DE EMPRESA
PÚBLICA E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. INAPLICÁVEL
(conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 229 e 265 da SBDI-1
e da Orientação Jurisprudencial nº 22 da SBDI-2) - Res. 129/2005,
DJ 20, 22 e 25.04.2005

I - O servidor público celetista da administração direta, autárquica ou


fundacional é beneficiário da estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988.
(ex-OJs nºs 265 da SBDI-1 - inserida em 27.09.2002 - e 22 da SBDI-2 -
inserida em 20.09.2000)

II - Ao empregado de empresa pública ou de sociedade de economia mista,


ainda que admitido mediante aprovação em concurso público, não é
garantida a estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988.
OJ nº 247/TST/SDI-I. SERVIDOR PÚBLICO.
CELETISTA CONCURSADO. DESPEDIDA IMOTIVADA.
EMPRESA PÚBLICA OU SOCIEDADE DE ECONOMIA
MISTA. POSSIBILIDADE (alterada – Res. nº 143/2007)
- DJ 13.11.2007

I - A despedida de empregados de empresa pública e de


sociedade de economia mista, mesmo admitidos por concurso
público, independe de ato motivado para sua validade;

II - A validade do ato de despedida do empregado da Empresa


Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) está condicionada à
motivação, por gozar a empresa do mesmo tratamento
destinado à Fazenda Pública em relação à imunidade tributária
e à execução por precatório, além das prerrogativas de foro,
prazos e custas processuais.
Multa do art. 477, §8º da CLT

OJ n. 238/TST/ADI-I. MULTA. ART. 477 DA CLT.


PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO.
APLICÁVEL (inserido dispositivo) - Res. 129/2005, DJ
20, 22 e 25.04.2005
Submete-se à multa do artigo 477 da CLT a pessoa jurídica
de direito público que não observa o prazo para pagamento
das verbas rescisórias, pois nivela-se a qualquer particular,
em direitos e obrigações, despojando-se do "jus imperi" ao
celebrar um contrato de emprego.

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