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DIREITO DO TRABALHISTA E

PREVIDENCIÁRIO
Direito do Trabalho e Empregado
Professora: Gabriela Luz
E-mail: prof.gabrielaluz@gmail.com
(89) 99986-1633
 CONCEITO.
É o conjunto de princípios, regras e instituições
atinentes à relação de trabalho e situações análogas,
visando assegurar melhores condições de trabalho e
sociais ao trabalhador, de acordo com as medidas de
proteção que lhe são destinadas.
 OBJETO.

 Estuda o empregado, ou seja, o trabalho


subordinado ao empregador.
 Funções.

 Tutelar: Estabelece regras mínimas para o trabalhador.

Social: Garante a condição social do trabalhador.


 EMPREGADO

 CONCEITO:

Art. 3º CLT - Considera-se empregado toda


pessoa física que prestar serviços de natureza não
eventual a empregador, sob a dependência deste e
mediante salário.
 EMPREGADO
• A relação de emprego é diferente da relação de
trabalho
• Requisitos da relação de emprego:
Pessoa física;
Pessoalidade;
Habitualidade;
Subordinação
Onerosidade.

 Capacidade:
CAPACIDADE PARA O
De direito: TRABALHO
De Exercício:
 EMPREGADO
• O profissional muitas vezes trabalha, mas
não é empregado.
Ex: autônomo, eventual, estagiário, empreiteiro,
comissão, etc. ESTES SÃO TRABALHADORES.
Pode existir trabalho sem ter emprego, mas não pode
ter emprego sem ter trabalho.

CUIDADO: Trabalhador avulso tem os mesmos


direitos dos empregados. (Art. 7º, XXXIV, da
Constituição Federal)
Espécies de trabalhadores:

1) Empregado em domicílio: É originário do trabalho


artesanal, da pequena industria caseira. A expressão
trabalho em domicílio refere-se ao trabalho realizado
na casa do empregado, em sua habitação ou moradia,
mas também domicílio legal.
Art. 6º da CLT - Não se distingue entre o trabalho realizado
no estabelecimento do empregador, o executado no domicílio
do empregado e o realizado a distância, desde que estejam
caracterizados os pressupostos da relação de emprego.
Art. 83 - É devido o salário mínimo ao trabalhador em
domicílio, considerado este como o executado na habitação do
empregado ou em oficina de família, por conta de empregador
que o remunere.
2) Empregado Aprendiz – É a pessoa que está entre 14
e 24 anos e que irá se submeter à aprendizagem. O
menor aprendiz não poderá perceber menos de que
um salário mínimo por mês, calculado à base horária.
(Vide lei 11.180/2005)
Art. 428. Contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho
especial, ajustado por escrito e por prazo determinado, em
que o empregador se compromete a assegurar ao maior de 14
(quatorze) e menor de 24 (vinte e quatro) anos inscrito em
programa de aprendizagem formação técnico-profissional
metódica, compatível com o seu desenvolvimento físico,
moral e psicológico, e o aprendiz, a executar com zelo e
diligência as tarefas necessárias a essa formação. 
§ 3o O contrato de aprendizagem não poderá ser estipulado
por mais de 2 (dois) anos, exceto quando se tratar de aprendiz
portador de deficiência.
3) Empregado Rural – É a pessoa física que, em propriedade ou
prédio rústico, presta serviços em continuidade a empregador
rural, mediante dependência e salário (art. 2º, Lei 5.889/93)
Prédio rústico é o destinado à exploração agrícola, pecuária
extrativa ou agroindústria. Pode até estar localizado no
perímetro urbano, mas deve ser utilizado na atividade
agroeconômica.

ATENÇÃO: Art. 7º CLT: Os preceitos constantes da presente Consolidação


salvo quando for em cada caso, expressamente determinado em contrário, não
se aplicam : (Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.079, 11.10.1945)
b) aos trabalhadores rurais, assim considerados aqueles que, exercendo
funções diretamente ligadas à agricultura e à pecuária, não sejam empregados
em atividades que, pelos métodos de execução dos respectivos trabalhos ou
pela finalidade de suas operações, se classifiquem como industriais ou
comerciais;
ART. 7º DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
4) Trabalhador autônomo – É a pessoa física que
presta serviços habitualmente por conta própria a
uma ou mais de uma pessoa, assumindo os riscos de
sua atividade econômica.
5) Trabalhador temporário – É aquele que presta
serviços à empresa, para atender a necessidade
transitória de substituição de seu pessoal regular e
permanente ou a acréscimo extraordinário de
serviços. (vide lei 6.019/74 e decreto 73.841/74).
O prazo máximo de contratação é de 3 meses, salvo
por autorização do Ministério do Trabalho
6) Trabalhador avulso – É a pessoa física que presta
serviço sem vínculo empregatício , de natureza
urbana ou rural, a diversas pessoas, sendo
sindicalizado ou não, com intermediação obrigatória
do sindicato da categoria profissional ou do órgão
gestor de mão de obra.
 Características:
a) Liberdade na prestação de serviços, pois não tem vínculo nem com o
sindicato, muito menos com as empresas tomadoras de serviço;
b) Há a possibilidade da prestação de serviços a mais de uma empresa,
como na prática ocorre;
c) O sindicato ou o órgão gestor de mão de obra fazem a intermediação da
mão de obra, colocando os trabalhadores onde é necessário o serviço,
cobrando posteriormente um valor pelos serviços prestados, já incluindo
os direitos trabalhistas e os encargos previdenciários e fiscais, e fazendo
o rateio entre as pessoas que participaram da prestação de serviços;
d) Curto peírodo em que o serviço é prestado ao beneficiário.
 Exemplos: estivador; trabalhador em alvarenga; conferente de carga e
descarga; consertador de carga e descarga; vigia portuário; o
amarrador da embarcação; o trabalhador em serviço de bloco;
trabalhador em capatazia; arrumador; ensacador de café, cacau, sal e
similares; o trabalhador na indústria de extração de sal, o carregador
de bagagem em porto; o prático de barra em portos; o guindasteiro; o
classificador, o movimentador e o empacotador de mercadoria;
classificador de frutas; os escamadores de peixe, o trabalhador de
estiva de carvão e minérios e outros que forem classificados pelo
Ministério do Trabalho.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo
empregatício permanente e o trabalhador avulso

Quem julga dissídios oriundos de trabalhadores avulsos e tomadores de


serviços?
7) Trabalhador eventual – É aquele que presta serviço
de natureza urbana ou rural em caráter eventual, a
uma ou mais empresas, sem relação de emprego.
(art.12, V da lei 8.212/91)
Não há qualquer espécie de continuidade na
prestação dos serviços, sendo realizado de caráter
precário, ou seja, há ausência de continuidade na
prestação de serviços e, por isso, inexiste relação de
emprego.
8) Empregado doméstico – É a pessoa física que
presta serviços de forma contínua, subordinada,
onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à
pessoa ou à família, no âmbito residencial destas,
por mais de 2 dias por semana. (ver art. 1º da Lei
Complementar nº 150/15)
Exemplos: mordomo, cozinheira, jardineiro,
motorista, copeira, governanta, arrumadeira, etc.

ATENÇÃO: Exercendo a pessoa ou família


atividade lucrativa, o empregado que lhe presta
serviços passa a ser regido pela CLT, não sendo
doméstico.
9) Estagiário – O estágio foi regulado pela lei
6.494/77 e regulamentado pelo decreto 84.497/82.
Foi recentemente alterada pela lei 11.788/08.

 O Estágio é destinado ao estudante de nível médio ou superior que


realiza atividades em empresa pública ou privada visando a aquisição de
experiência profissional, recebendo uma bolsa de estudos como
contrapartida pelo esforço despendido.
 O estagiário não tem idade especificada na lei, dependendo apenas de
estar fazendo o curso.
 O estágio não gera vínculo de emprego do estagiário com o tomador de
serviços, conforme prevê o art. 3º da lei 11.788/08
 Definição de estágio:

 Art. 1º- Estágio é ato educativo escolar supervisionado,


desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para
o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o
ensino regular em instituições de educação superior, de educação
profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos
finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da
educação de jovens e adultos.
§ 1o  O estágio faz parte do projeto pedagógico do curso,
além de integrar o itinerário formativo do educando. 
§ 2o  O estágio visa ao aprendizado de competências
próprias da atividade profissional e à contextualização
curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a
vida cidadã e para o trabalho.
 Modalidades:

Art. 2o - O estágio poderá ser obrigatório ou não-obrigatório,


conforme determinação das diretrizes curriculares da etapa,
modalidade e área de ensino e do projeto pedagógico do curso. 
§ 1o  Estágio obrigatório é aquele definido como tal no projeto do
curso, cuja carga horária é requisito para aprovação e obtenção de
diploma. 
§ 2o  Estágio não-obrigatório é aquele desenvolvido como atividade
opcional, acrescida à carga horária regular e obrigatória. 
§ 3o  As atividades de extensão, de monitorias e de iniciação científica
na educação superior, desenvolvidas pelo estudante, somente poderão ser
equiparadas ao estágio em caso de previsão no projeto pedagógico do
curso.  

 
 Ausência de vínculo empregatício:

Art. 3° O estágio, tanto na hipótese do § 1 o do art. 2o desta Lei quanto na


prevista no § 2o do mesmo dispositivo, não cria vínculo empregatício de
qualquer natureza, observados os seguintes requisitos: 
I – matrícula e frequência regular do educando em curso de educação
superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e
nos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da
educação de jovens e adultos e atestados pela instituição de ensino; 
II – celebração de termo de compromisso entre o educando, a parte
concedente do estágio e a instituição de ensino; 
III – compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas
previstas no termo de compromisso. 

 ATENÇÃO: § 2o  O descumprimento de qualquer dos incisos deste


artigo ou de qualquer obrigação contida no termo de compromisso
caracteriza vínculo de emprego do educando com a parte concedente do
estágio para todos os fins da legislação trabalhista e previdenciária. 
 Remuneração:
Art. 12.  O estagiário poderá receber bolsa ou outra forma de contraprestação
que venha a ser acordada, sendo compulsória a sua concessão, bem como a do
auxílio-transporte, na hipótese de estágio não obrigatório. 
§ 1o  A eventual concessão de benefícios relacionados a transporte,
alimentação e saúde, entre outros, não caracteriza vínculo empregatício.

 Jornada de Trabalho:
Art. 10.  A jornada de atividade em estágio será definida de comum acordo
entre a instituição de ensino, a parte concedente e o aluno estagiário ou seu
representante legal, devendo constar do termo de compromisso ser compatível
com as atividades escolares e não ultrapassar: 
I – 4 (quatro) horas diárias e 20 (vinte) horas semanais, no caso de
estudantes de educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na
modalidade profissional de educação de jovens e adultos; 
II – 6 (seis) horas diárias e 30 (trinta) horas semanais, no caso de estudantes
do ensino superior, da educação profissional de nível médio e do ensino
médio regular. 
 Prazo:
Art. 11.  A duração do estágio, na mesma parte concedente,
não poderá exceder 2 (dois) anos, exceto quando se tratar de
estagiário portador de deficiência.

 Férias:
Art. 13.  É assegurado ao estagiário, sempre que o estágio
tenha duração igual ou superior a 1 (um) ano, período de
recesso de 30 (trinta) dias, a ser gozado preferencialmente
durante suas férias escolares. 
§ 1o  O recesso de que trata este artigo deverá ser remunerado
quando o estagiário receber bolsa ou outra forma de contraprestação.
§ 2o  Os dias de recesso previstos neste artigo serão concedidos de
maneira proporcional, nos casos de o estágio ter duração inferior a 1
(um) ano. 
 Número máximo de estagiários por empresa:

Art. 17.  O número máximo de estagiários em relação


ao quadro de pessoal das entidades concedentes de
estágio deverá atender às seguintes proporções: 
I – de 1 (um) a 5 (cinco) empregados: 1 (um)
estagiário; 
II – de 6 (seis) a 10 (dez) empregados: até 2 (dois)
estagiários; 
III – de 11 (onze) a 25 (vinte e cinco) empregados:
até 5 (cinco) estagiários; 
IV – acima de 25 (vinte e cinco) empregados: até
20% (vinte por cento) de estagiários.
ATIVIDADE
1) O que é empregado e quais os requisitos para
caracterização de empregado?
2) O que vem a ser subordinação?
3) É possível o empregado trabalhar em sua residência?
Explique.
4) O que é empregado aprendiz?
5) Qual o conceito de empregado doméstico?
6) O que vem a ser empregado rural?
7) Conceitue e diferencie o trabalhador avulso do
eventual.
8) Quais são os requisitos para a configuração do
estágio?

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