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Nesse tipo de trabalho o prestador dos serviços atua como patrão de si mesmo, sem
subordinação aos poderes do de comando do empregador; ele conserva a liberdade de
iniciativa e de gerir sua própria atividade e, em consequência, suporta por conta própria os
riscos decorrentes do negócio. Explora se ofício por conta e risco. O próprio trabalhador
estabelece as regras para o oferecimento de seu serviço.
O trabalho autônomo é caracterizado pelo fato de o trabalhador (prestador dos serviços) ser o
responsável pela definição do tempo e do modo de execução daquilo que lhe foi contratado.
A Lei 8.212/1991 - define no artigo 12, inciso V, “h”, que o trabalhador autônomo é “pessoa
física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com
fins lucrativos ou não”.
Diferença entre o autônomo e o emprego – este presta serviço por conta alheia e não sofre
qualquer risco de sua atividade, enquanto aquele a exerce por conta própria e risco.
Exemplos: motorista de táxi, representante comercial autônomo etc.
Trabalhador eventual é aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural em caráter
eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego.
É o trabalho ocasional, ou seja, aquele que não se insere no âmbito das atividades de uma
empresa. Presta serviços esporádicos a uma ou mais de uma pessoa.
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Exemplos: o trabalhador que cuida do jardim da empresa; eletricista que repara a instalação
elétrica da empresa; pessoa que vai consertar o encanamento, pintor, pedreiro etc.
Entende-se por avulso aquele trabalhador que, associado ou não a entidade sindical, presta
serviço de natureza urbana ou rural a diversas, sem vínculo empregatício, mas com a
intermediação obrigatória do OGMO (órgão gestor de mão de obra) ou do sindicato da
categoria.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO
PROCESSO TRT/SP nº 0002770-68.2013.5.02.0441 - 4ª Turma
RECURSO ORDINÁRIO
RECORRENTE: OGMO ÓRGÃO GESTOR DE MÃO DE OBRA
PORTUÁRIA DE SANTOS
RECORRIDO: ATHUS BELLINI MONGIATI
ORIGEM: 1ª VARA DO TRABALHO DE SANTOS -SP
OGMO. Responsabilidade civil. Agressão praticada pelos trabalhadores avulsos
a seu empregado. No caso em tela, o autor fazia escala da mão de obra
necessária à operação portuária, estando sujeito a pressões por parte dos
trabalhadores avulsos. Ficou evidenciado que ele permanecia em condições
inseguras de trabalho, sofrendo ameaças dos trabalhadores avulsos, chegando
ser vítima de agressão física. Era ônus do OGMO neutralizá-las,
independentemente de os trabalhadores avulsos não serem seus empregados. O
art. 33 da Lei 12.815/2013 exclui o OGMO da responsabilidade "por prejuízos
causados pelos trabalhadores portuários avulsos aos tomadores dos seus
serviços ou a terceiros", não se referindo aos seus próprios empregados. Cabe
ao empregador zelar pela segurança dos seus empregados (cláusula implícita no
contrato), garantindo a preservação da integridade física e psíquica do
trabalhador, dimensão do direito de personalidade vinculado à dignidade
humana, nos termos dos artigos 7o., XXII. 225 e 200, VIII da CF/88. A omissão
quanto a este dever caracteriza ato ilícito, ensejando a reparação civil, nos
termos dos artigos 186 e 927 do Código Civil c/c art. 8o. da CLT. Recurso não
provido.
O estágio era regulado pela Lei n. 6.494/1977. Atualmente o estágio é regido pela Lei n.
11.788/2008. Ele tem finalidade pedagógica e de aprendizado. O artigo 1º da referida lei
conceitua o estágio e aponta a sua finalidade:
O estágio pode ser obrigatório e não-obrigatório (artigo 2º, da Lei 11.788/2008), abaixo
transcrito:
O obrigatório - é aquele definido como projeto do curso e cuja carga horária é requisito para
a aprovação e obtenção do diploma.
Não obrigatório - é desenvolvido como atividade opcional, acrescida à carga horária regular e
obrigatória.
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A jornada de trabalho será definida de comum acordo entre a instituição de ensino, a parte
concedente e o aluno, mas não poderá ultrapassar:
a) 04 horas diárias e 20 semanais, no caso de estudantes de educação
especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional de educação de
jovens e adultos;
b) 06 horas diárias e 30 semanais, no caso de estudantes do ensino
superior, da educação profissional de nível médio e do ensino médio regular.
A regência legal das cooperativas de trabalho é dada pela Lei n. 12.690/2012, e, no que com
ela não colidir, pelas Leis n. 5.764/1971 e 10.406/2002 (Código Civil), cabendo ao Ministério
do Trabalho e Emprego, no âmbito de sua competência, a fiscalização do cumprimento das
referidas normas.
A cooperativa de trabalho pode ser de produção, quando constituída por sócios que
contribuem com trabalho para a produção em comum de bens e a cooperativa detém, a
qualquer título, os meios de produção; ou de serviço, quando constituída por sócios para a
prestação de serviços especializados a terceiros, sem a presença dos pressupostos da relação de
emprego.
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A Lei n. 9.608/1998 conceitua trabalho voluntário como a atividade não remunerada, prestada
por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza ou instituição privada de fins não
lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de
assistência social, inclusive mutualidade.
O serviço voluntário não gera vínculo empregatício, nem obrigação de natureza trabalhista
previdenciária ou afim.
O serviço voluntário será exercido mediante a celebração de termo de adesão entre a entidade,
pública ou privada, e o prestador do serviço voluntário, dele devendo constar o objeto e as
condições de seu exercício.
O prestador do serviço voluntário poderá ser ressarcido pelas despesas que comprovadamente
realizar no desempenho das atividades voluntárias. As despesas a serem ressarcidas deverão
estar expressamente autorizadas pela entidade a que for prestado o serviço voluntário.
Tem sido frequente nos tribunais trabalhistas ações com pedidos de reconhecimento de
vínculo de emprego entre o que exerce trabalho religioso e a entidade religiosa a que este está
vinculado, mormente pastores e obreiros.
religioso, sem a conotação material que envolve o trabalhador comum. Recurso a que se nega
provimento.
(TRT da 3.ª Região; Processo: 01259-2012-095-03-00-0 RO; Data de Publicação: 18/06/2013;
Órgão Julgador: Sétima Turma; Relator: Convocado Marcio Toledo Goncalves; Revisor: Paulo
Roberto de Castro; Divulgação: 17/06/2013. DEJT. Página 293)
de emprego se impõe. No caso, o exercício da função de Pastor não se reverte apenas em proveito
da comunidade religiosa, com o emprego voluntário dos dons sacerdotais para a evangelização dos
fiéis, mas sim à pessoa jurídica da Igreja, que, como se defluiu dos autos, exigia a prestação de
serviços nos exatos moldes por ela determinados, inclusive com a exigência de "produção", que em
nada se coaduna com a pura e simples evangelização de fieis e convicção religiosa.
(TRT da 3.ª Região; Processo: 00210-2012-075-03-00-6 RO; Data de Publicação: 05/10/2012;
Órgão Julgador: Primeira Turma; Relator: Convocada Erica Aparecida Pires Bessa; Revisor:
Convocado Paulo Mauricio R. Pires; Divulgação: 04/10/2012. DEJT. Página 34)
PROCESSO Nº TST-RR-34600-12.2008.5.01.0035
ACÓRDÃO
(8ª Turma)
GMMEA/mmp/acnv
RECURSO DE REVISTA - PROCESSO ELETRÔNICO – VÍNCULO EMPREGATÍCIO.
PASTOR EVANGÉLICO. SÚMULA 126 DO TST. O Regional, examinando o conjunto fático-
probatório constante dos autos, concluiu restarem presentes os requisitos caracterizadores do
vínculo de emprego. Eventual conclusão contrária somente seria possível mediante o reexame de
fatos e provas, o que esbarra no óbice de que trata a Súmula 126 do TST. Recurso de Revista não
conhecido.
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PROCESSO Nº TST-RR-1007-13.2011.5.09.0892
ACÓRDÃO
3ª Turma
GMAAB/gfn/lp/aab/smf
I - AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. PASTOR DE IGREJA.
VÍNCULO DE EMPREGO. Diante de possível violação do art. 3º da CLT, deve-se dar
provimento ao agravo de instrumento, para melhor exame do recurso de revista. Agravo de
instrumento conhecido e provido.
II – RECURSO DE REVISTA. PASTOR DE IGREJA. VÍNCULO DE EMPREGO.
CONFIGURAÇÃO. Trata-se de demanda em que pastor de igreja pretende o reconhecimento do
vínculo de emprego com a Igreja, referente ao período em que exerceu esse ofício. A Corte
Regional manteve a improcedência da reclamação, ao fundamento de que a atividade do autor é de
cunho estritamente religioso, na medida em que o ofício realizado foi motivado por uma vocação
religiosa e visava principalmente a propagação da fé. No entanto, verifica-se a existência do
vínculo de emprego. No entanto, restou apurado nos autos, pelos fatos e provas fartamente
descritos pelo Regional, que: a) os pastores precisavam estar presentes a reuniões habituais, em que
eram doutrinados (treinados) para o atendimento de campanhas de arrecadação de receitas; b) havia
horário diário definido para o exercício desse trabalho, sujeito a fiscalização e com folga semanal;
c) os depoimentos revelaram a vinculação à Central de Curitiba, onde ocorriam reuniões periódicas
com a definição de diretrizes a serem seguidas e para onde o autor deveria se reportar caso tivesse
algum problema administrativo; d) o trabalho, de natureza não eventual, destinado ao atendimento
das necessidades da instituição, consistia no
gerenciamento da igreja e na participação obrigatória em cultos e programas de rádio e televisão,
cujo fim não era a divulgação da ideologia da instituição religiosa, mas sim a arrecadação de
receita, servindo a religião apenas de meio para o convencimento dos fiéis; e, e) os pastores
trabalhavam, na verdade, pela remuneração mensal, como vendedores da ideologia religiosa da
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entidade, com obrigação de atingir quotas obrigatórias de venda de revistas e jornais, com
subordinação a metas de arrecadação, sob pena de despedida. Por outro lado, o autor não se
limitava a trabalhar mediante diretrizes institucionais gerais de exercício da fé religiosa. Atuava
cumprindo tarefas determinadas, mediante fiscalização (com controle direto e indireto de
desempenho) e de forma remunerada, cumprindo os objetivos da instituição, em que angariar
receita era o objetivo principal, que era realizado com o auxílio persuasivo da religião junto aos
fiéis. Diante desse quadro, o fundamento do Regional de que “o autor tornou-se membro da
reclamada, movido por fatores que não se coadunam com os econômicos, conforme se
extrai da ficha pastoral, à fl. 244, onde consta como motivo de sua conversão o seguinte:
"desenganado pelos médicos" não se mostra apto a afastar o vínculo. A ficha pastoral de
ingresso na instituição e de conversão à ideologia da igreja teve o seu conteúdo descaracterizado
pelos depoimentos, sendo o contrato de trabalho um contrato realidade, cuja existência decorre do
modo de prestação do trabalho e não da mera declaração formal de vontade. Esta Corte Superior,
em situações idênticas, reconheceu o vínculo de emprego de pastor de igreja. Precedentes.
Reconhecida a relação de emprego do autor com a Igreja Universal do Reino de Deus, referente ao
período em que desempenhou as funções de pastor, devem os autos retornar à origem, a fim de que
examine as verbas decorrentes dessa relação. Recurso de revista conhecido por violação do art.
3º da CLT e provido, no particular.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. Os honorários assistenciais são devidos somente quando
preenchidos os requisitos da Lei nº 5.584/70, na forma das Súmulas nº 219 e 329 do TST e OJ nº
305 da SBDI-1/TST. Assim, tem-se como pressuposto para o deferimento dos aludidos honorários
a assistência pelo sindicato da categoria profissional e a percepção de salário inferior ou igual à
dobra do salário mínimo ou a prova da situação econômica insuficiente ao sustento próprio ou de
sua família. Constata-se, no caso, a ausência da assistência sindical. Diante desse contexto, a
decisão recorrida está em conformidade com as Súmulas 219 e 319 desta Corte, motivo pelo qual
incide o óbice do art. 896, § 4º, da CLT (Lei 9.756/98). Recurso de revista não conhecido.
O referido autor explica que “por tal fenômeno insere-se o trabalhador no processo produtivo
do tomador de serviços sem que se estendam a este os laços justrabalhistas, que se preservam
fixados com uma entidade interveniente”. Ele diz ainda que “a terceirização provoca uma
relação trilateral em face da contratação de força de trabalho no mercado capitalista: o obreiro,
prestador de serviços, que realiza suas atividades materiais e intelectuais junto à empresa
tomadora de serviços; a empresa terceirizante, que contrata este obreiro, firmando com ele os
vínculos jurídicos trabalhistas pertinentes; a empresa tomadora de serviços, que recebe a
prestação do labor, mas não assume a posição clássica de empregadora desse trabalhador
envolvido”.
Vigilante x Vigia – vigia é empregado não especializado, que se vincula ao próprio ente
tomador de seus serviços (trabalha, em geral, em condomínios, guarda de obras, pequenas
lojas etc.). Vigilante é membro de categoria especial, diferenciada – ao contrário do vigia, que
se submete às regras da categoria definida pela atividade do empregador, bem como quanto à
formação e treinamento da força de trabalho.
Portanto, atividade-fim deve ser entendida como a tarefa intimamente relacionada ao objetivo
social da empresa, normalmente identificado em seus estatutos constitutivos.
Maurício Godinho Delgado enfatiza que se a entidade estatal pratica terceirização com
empresa inidônea (isto é, empresa que se torne inadimplente com relação a direitos
trabalhistas) comete culpa in eligendo (má escolha do contratante), mesmo que tenha firmado a
seleção por meio de processo licitatório. Ainda que não se admita essa primeira dimensão da
culpa, incide, no caso, outra dimensão, no mínimo da culpa in vigilando (má fiscalização das
obrigações contratuais e seus efeitos). Passa, desse modo, o ente do Estado a responder pelas
verbas trabalhistas devidas pelo empregador terceirizante no período de efetiva terceirização
(inciso IV da Súmula 331, TST).
O novo presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra Martins Filho, defendeu
nesta terça-feira (23) a aprovação de um marco regulatório da terceirização. Ele discutiu o tema em
visita ao presidente do Senado, Renan Calheiros, acompanhado do corregedor-geral da Justiça do
Trabalho, Renato de Lacerda Paiva.
A terceirização é tema do PLC 30/2015, que tramita no Senado, já tendo sido aprovado na Câmara
dos Deputados. Segundo Ives Gandra, uma aproximação maior do Congresso com o Judiciário
trabalhista pode ajudar a destravar o tema e produzir uma lei que dê segurança jurídica nesse
campo.
- Hoje temos apenas uma súmula do TST que trata da terceirização. A Súmula 331 diz o que é
possível fazer ou não, se é atividade-fim ou atividade-meio. Enquanto não tivermos uma legislação
explicando quais direitos devem ser garantidos ao trabalhador, o que é possível ou não terceirizar,
um juiz vai decidir de um jeito e outro juiz, de outro. As empresas e o próprio setor público ficam
desnorteados. Se conseguirmos uma lei melhor trabalhada, que dê explicações melhores a alguns
marcos mais definidos, poderemos dar mais segurança não só às empresas, mas aos trabalhadores
— argumentou.
Para o jurista, quem mais sofre com a falta de regulamentação, hoje, é o trabalhador do setor
público.
Criação de cargos
Outro assunto tratado na audiência entre os presidentes do Senado e do TST foi o projeto que cria
cargos de provimento efetivo e em comissão no quadro de pessoal do TST (PLC 100/2015). De
acordo com o presidente do TST, hoje existe uma defasagem de servidores no tribunal.
— Estamos com aproximadamente 300 mil processos para serem julgados e não temos servidores
suficientes para dar apoio aos ministros. Estamos pagando horas extras para os servidores.
Posse
No encontro, Ives Gandra convidou Renan Calheiros para sua posse, a ser realizada na próxima
quinta-feira (25). Ele substitui o ministro Antônio José de Barros Levenhagen na presidência do
TST.