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Direito do

Trabalho
Douglas Fernando Blanco
Lei do
estagiário
Lei 11. 788/08
Lei 11. 788/08:
Art º 1
Estágio é ato educativo escolar supervisionado,
desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa
à preparação para o trabalho produtivo de
educandos que estejam frequentando o ensino
regular em instituições de educação superior, de
educação profissional, de ensino médio, da
educação especial e dos anos finais do ensino
fundamental, na modalidade profissional da
educação de jovens e adultos.
A natureza do
contrato de estágio

⦿ Relação de trabalho x relação de emprego

⦿ Relação de emprego : art. 2º da CLT: pessoa física, pessoalidade, não


eventualidade, onerosidade, subordinação jurídica.

⦿ Animus Contrahendi ( intenção de contratar): aprendizagem.

⦿ Objetivo do Direito do Trabalho:


Busca do contrato- realidade
Estágio gera vinculo
de emprego?
O estágio não cria vínculo de emprego de qualquer natureza, mesmo quando o currículo do estagiário não se traduz com
perfeição nas atividades do contratante. Com esse entendimento, a Seção I Especializada em Dissídios Individuais do
Tribunal Superior do Trabalho afastou o reconhecimento de vínculo de emprego entre estagiária e Banco ABN AMRO
Real S/A.

Por maioria de votos, a SDI-2 acompanhou a interpretação do relator do recurso de embargos do banco, ministro Aloysio
Corrêa da Veiga, no sentido de que não se pode invocar a existência de vínculo de emprego só porque o estagiário realiza
atividades que não se inserem plenamente no currículo escolar do estudante. Na opinião do ministro, inclusive, a prática
demonstra a superação dos objetivos do estágio.

A Terceira Turma do TST tinha reformado a decisão regional e reconhecido o vínculo de emprego da estagiária com o
Banco, porque observara que as tarefas desenvolvidas pela estagiária não tinham relação direta com o curso superior de
administração de empresas no qual ela estava matriculada. A conclusão foi com base na afirmação do Tribunal do Trabalho
da 12ª Região (SC) de que, mesmo que o trabalhor estado pela estudante não tivesse relação direta com o conhecimento do
seu currículo, ainda assim era válida a iniciativa.
Tipos de estágio

Estágio obrigatório é aquele definido como tal no


projeto do curso, cuja carga horária é requisito para
aprovação e obtenção de diploma.

Estágio não-obrigatório é aquele desenvolvido como


atividade opcional, acrescida à carga horária regular e
obrigatória.
Requisitos do estágio

I – matrícula e frequência regular do educando em curso de educação superior, de educação profissional, de


ensino médio, da educação especial e nos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da
educação de jovens e adultos e atestados pela instituição de ensino;
II – celebração de termo de compromisso entre o educando, a parte concedente do estágio e a instituição de
ensino;
III – compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas no termo de
compromisso.
O descumprimento de qualquer dos incisos deste artigo ou de qualquer obrigação contida no termo de
compromisso caracteriza vínculo de emprego do educando com a parte concedente do estágio para todos os
fins da legislação trabalhista e previdenciária

⦿ NÃO PRECISA TER ANOTAÇÃO DE CTPS


Supervisor de estágio

Quem deverá ser o supervisor do estagiário da parte concedente?

O supervisor do estagiário da parte concedente deve ser funcionário do seu quadro de pessoal, com
formação ou experiência profissional na área de conhecimento desenvolvida no curso do estagiário
(inciso III do art. 9º da Lei 11.788/2008).

O supervisor da parte concedente pode orientar e supervisionar até quantos estagiários?

O supervisor da parte concedente somente pode orientar e supervisionar até 10 (dez)


estagiários simultaneamente (inciso III, do art. 9º da Lei 11.788/2008)
Remuneração de
estágio
⦿ No caso do estágio não obrigatório é compulsória a concessão de
bolsa ou outra forma de contraprestação que venha a ser acordada
no Termo de Compromisso do Estágio. Somente no caso de estágio
obrigatório é que a concessão de bolsa ou outra forma de
contraprestação é facultativa (art. 12 da Lei 11.788/2008)
Auxilio Transporte

⦿ Não é Vale-transporte

⦿ É uma concessão pela instituição concedente de recursos financeiros para auxiliar nas
despesas de deslocamento do estagiário ao local de estágio e seu retorno Essa
antecipação pode ser substituída por transporte próprio da empresa, sendo que ambas as
alternativas deverão constar do Termo de Compromisso.

⦿ No caso do estágio não obrigatório é compulsória a concessão de auxílio-transporte.


No caso de estágio obrigatório, a concessão de auxílio transporte é facultativa (art. 12
da Lei nº 11.788/2008).
Lei do
voluntariado
Lei nº 9.608/1998
Conceito e lei
O voluntariado é regulamento pela lei 9608/98 que defini as função e
as especificidades do trabalho voluntariado:

Art. 1o Considera-se serviço voluntário, para os fins desta Lei, a


atividade não remunerada prestada por pessoa física a entidade
pública de qualquer natureza ou a instituição privada de fins não
lucrativos que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais,
científicos, recreativos ou de assistência à pessoa.
Vinculo de emprego

Na continuidade ainda o art 1º da lei, temos o paragrafo único


que trata especificamente do vínculo de emprego que nos diz:

Parágrafo único. O serviço voluntário não gera vínculo


empregatício, nem obrigação de natureza trabalhista
previdenciária ou afim.
Sobre o contrato de
trabalho
Art. 2º O serviço voluntário será exercido mediante a celebração de
termo de adesão entre a entidade, pública ou privada, e o prestador
do serviço voluntário, dele devendo constar o objeto e as condições
de seu exercício.

Acontece diretamente entre a empresa e o voluntário


O ressarcimento das
despesas

Art. 3º O prestador do serviço voluntário poderá ser ressarcido


pelas despesas que comprovadamente realizar no desempenho
das atividades voluntárias.

As despesas do voluntário podem ser ressarcidas pela empresa,


desde que essas despesas estejam relacionadas as atividades
desenvolvidas. O paragrafo único do art 3º regulamente este
fator:

Parágrafo único. As despesas a serem ressarcidas deverão estar


expressamente autorizadas pela entidade a que for prestado o
serviço voluntário.
Lei do médico-
residente
Lei nº 6.932/1981
Lei e Conceito
Art. 1º - A Residência Médica constitui modalidade de ensino de pós-
graduação, destinada a médicos, sob a forma de cursos de especialização,
caracterizada por treinamento em serviço, funcionando sob a responsabilidade
de instituições de saúde, universitárias ou não, sob a orientação de
profissionais médicos de elevada qualificação ética e profissional.
§ 1º - As instituições de saúde de que trata este artigo somente poderão
oferecer programas de Residência Médica depois de credenciadas pela
Comissão Nacional de Residência Médica.
§ 2º - É vedado o uso da expressão residência médica para designar qualquer
programa de treinamento médico que não tenha sido aprovado pela Comissão
Nacional de Residência Médica.
§ 3o A Residência Médica constitui modalidade de certificação das
especialidades médicas no Brasil
Vínculo de emprego

Trata-se de um programa de treinamento;

Não existe vínculo empregatício entre o médico residente e o hospital onde


cumpre o programa de Residência médica. Porém, é necessário o contrato
onde estejam previstos os direitos e deveres do médico residente de acordo
com a Lei 6932. O residente também deve receber o regulamento da
residência médica da instituição.
Bolsa e
Contribuições
Valores da bolsas de residência, atualmente o residente R1 tem
direito a um valor mensal de R$ 3,330,43, valor que pode
ser complementado a critério da instituição financiadora.

Este valor foi atualizado em abril de 2016, com a publicação da


portaria interministerial nº3 de 2016 (Ministério da Educação e
Ministério da Saúde) no D.O.U – Diário Oficial da União.

A alíquota de contribuição previdenciária é de 11%, deduzida da


bolsa do residente, e 20% recolhida pela instituição. A única
exceção à regra é se a financiadora for uma instituição filantrópica:
neste caso é descontado 20% diretamente da bolsa do residente.
Direitos
empregatícios
Como não há vínculo empregatício, o residente não tem direito ao
13º salário.

Em compensação, durante a residência médica, o residente pode ter


vínculo/contrato com outro hospital uma vez que a residência não é
dedicação exclusiva. Porém, este vínculo não pode comprometer
atividades da residência.

O médico-residente é filiado ao Regime Geral de Previdência


Social – RGPS como contribuinte individual.
Carga horária de
trabalho
O limiteestabelecido é de 60 horas semanais. Nestas
horas, estão incluídas um máximo de 24 horas de
plantão, e atividades teórico-práticas. Estas
atividades são sob forma de sessões de
atualização, seminários, correlações clinico
patológicos ou outras, compreendendo um mínimo
de 10% e o máximo de 20%.

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