FACULDADE UNIÃO DE CAMPO MOURÃO – UNICAMPO

Bacharel em Direito
Aluno: Douglas Fernando Blanco
Disciplina: Direito do Trabalho

“A jornada de trabalho em horário noturno e suas consequências jurídicas”.

O trabalho noturno é toda atividade desenvolvida pelo trabalhador que vai das 22
horas de um dia até as 5 horas da manhã do dia seguinte, podendo ser estendida se o
empregador decidir aumentar as horas do empregado no dia, por exemplo, se o
empregador solicitar que o empregado fique até as 7 horas da manhã do dia seguinte, essa
jurisprudência recai sobre a súmula, do TST que diz: “súmula nº 60 - adicional noturno.
Integração no salário e prorrogação em horário diurno. I - O adicional noturno, pago com
habitualidade, integra o salário do empregado para todos os efeitos. II - Cumprida
integralmente a jornada no período noturno e prorrogada está, devido é também o
adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese do art. 73, § 5º, da CLT”1, mesmo não
sendo mais trabalho noturno, o empregado ainda teria direito a receber os adicionais
respectivos sobre a sua permanência na empresa.

O artigo 73 da CLT nos diz que:

Artigo 73: Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho
noturno terá remuneração superior a do diurno e, para esse efeito, sua
remuneração terá um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre
a hora diurna.
§ 1º A hora do trabalho noturno será computada como de 52 minutos e 30
segundos
§ 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado
entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte.
§ 3º O acréscimo, a que se refere o presente artigo, em se tratando de empresas
que não mantêm, pela natureza de suas atividades, trabalho noturno habitual,
será feito, tendo em vista os quantitativos pagos por trabalhos diurnos de
natureza semelhante. Em relação às empresas cujo trabalho noturno decorra da
natureza de suas atividades, o aumento será calculado sobre o salário mínimo
geral vigente na região, não sendo devido quando exceder desse limite, já
acrescido da percentagem.
§ 4º Nos horários mistos, assim entendidos os que abrangem períodos diurnos
e noturnos, aplica-se às horas de trabalho noturno o disposto neste artigo e seus
parágrafos.
§ 5º Às prorrogações do trabalho noturno aplica-se o disposto neste capítulo.2

O valor doa base salarial de um trabalhador noturno é o mesmo de um trabalhador

diurno, como uma diferença, o trabalhador noturno tem um adicional de 20% sobre aquilo

1
Súmula 60 do TST retirado do site http://www.coad.com.br/busca/detalhe_16/940/Sumulas
2
ARTIGO 73 Retirado do http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm
que recebe, o chamado adicional noturno. A hora trabalhada também é diferente, a hora
de um trabalhador é de 52 minutos e 30 segundos.
Porém, é necessário discutir que, sendo contratado para o período noturno, pode
o empregador alterar o horário para o período diurno? Se formos analisar o artigo 468 da
CLT veremos que: “Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das
respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem,
direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula
infringente desta garantia.”3. de fato, a interpretação da lei, não permitiria que isso
ocorresse, já que os incisos 1 e 2 da mesma lei trata de cargo de confiança e não de
trabalho noturno, porém, assim como a mesma a gratificação ou o auxílio pago ao
trabalhador do período noturno se encaixa na condição de salário-condição, ou seja,
recebe enquanto trabalha prestando o serviço no período noturno, essa garantia foi
conquistada com a súmula 265/TST - Adicional noturno. Alteração. Turno.
Supressão. CLT, art. 73 e CLT, art. 381. “A transferência para o período diurno de
trabalho implica na perda do direito ao adicional noturno.”4 Os legisladores inclusive
entende que a mudança de turno do noturno ao diurno é benéfica ao trabalhador, já que o
período noturno é muito desgastante.
Os artigos subsequentes 469 e 470 determina que a transferência depende do
acordo feito entre empregador e empregado, e tem como lícita a transferência se for
necessidade do empregador, o ônus desta transferência que trata o artigo 470, é
meramente do empregador.

Referências

LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito do Trabalho. 13. ed. São Paulo:
Saraiva, 2021. Título II, Cap. XII "Duração do Trabalho" (inteiro).

BRASIL. Decreto-Lei nº 5.452, de 01 de maio de 1943. Consolidação das Leis do

Trabalho. Legislação Federal. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452compilado.htm.

Súmula 60 do TST retirado do site http://www.coad.com.br/busca/detalhe_16/940/Sumulas

.

3
Artigo 468/CLT retirado do site http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm
4
Súmula 265/TST retirada do site https://www.legjur.com/sumula/busca?tri=tst&num=265